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10/08 DO��ÇAS ��� A��T�� A ��T��� EX��� C��U��R Coláge��: Erros na biossíntese: - nos genes de colágeno - nas enzimas de processamento - cofatores Doenças que comprometem o colágeno: 1.Erros em um dos genes que codificam cadeias alfa do colágeno: - Osteogênese imperfecta (colágeno tipo 1)- ossos frágeis - Ehlers-Danlos (I e III) - pele e vasos frágeis, articulações hipermóveis - Condrodisplasias (II) - cartilagens anormais - Epidermólise bolhosa (VII) - pele frágil 2. Erros em genes que codificam enzimas da biossíntese: - Outros tipos de Ehlers-Danlos - ✓ Pró-colágeno N-peptidase (mutação) - ✓ Lisil-oxidase (ligações cruzadas) 3. Ausência de cofatores para enzimas de biossíntese: - • Síndrome de Menkes ou deficiência de cobre (lisil oxidase) - • Escorbuto – deficiência de vitamina C (hidroxilase) 4. Acúmulo de metabólito (homocisteína): - • Homocistinúria (homocisteína reage com derivado aldeídico impedindo ligações cruzadas) Osteogênese imperfecta ou doenças de Ekman- Lobstein - Representa um grupo de doenças genéticas raras caracterizadas por ossos e dentes frágeis - Existem 9 tipos identificados dessa doença. - Afetam 1 em cada 20.000 nascimentos. - Os pacientes apresentam problema na formação de colágeno tipo 1 (mutação ou ausência de uma das enzimas necessárias) - Muitas crianças com osteogênese imperfeita nascem com fraturas, sofrem deformidades e não sobrevivem a idade adulta. - Apresentam diversas fraturas, têm baixa estatura, problemas respiratórios, auditivos e odontológicos. - As fraturas podem ocorrer mesmo sem causa aparente. Porém a capacidade cognitiva, sensitiva e emocional é normal. Causas: ✓ Em 90% dos casos a doença é autossômica dominante, causada por mutações nos genes COL1A1 ou COL1A2 (tipos I, II, III ou IV). ✓ Outras cinco mutações genéticas diferentes causam as variedades V, VI, VII, VIII e IX de osteogênese imperfecta, transmitidas de forma autossômica recessiva. Sinais clínicos Os sintomas dependem do tipo e são variados. O tipo I é o mais comum e seus sintomas incluem[3]: • Esclera ocular azulada; • Rosto em formato triangular; • Dentes acinzentados e frágeis ; • Diminuição da acuidade auditiva; • Baixa estatura; • Múltiplas fraturas, mesmo sem causa aparente; • Encurvamento dos ossos mesmo sem fraturas evidentes; • Aumento da flexibilidade; • Sudorese aumentada; • Hipotonia muscular. Os mais severos já nascem com fraturas múltiplas, e não sobrevivem. Criança com a forma letal perinatal de osteogênese imperfecta OI- tipo II ✓ Crianças com OI-tipo II apresentam calvária grande e mole, cavidade torácica pequena, extremidades pequenas com marcada angulação das pernas, que geralmente ficam flexionadas e em posição de abdução. ✓ Os ossos apresentam mineralização muito diminuída e muitos são deformados. ✓ É uma condição letal, com expectativa de vida de minutos a meses. A morte advém de insuficiência pulmonar, insuficiência cardíaca congestiva ou infecção. Base molecular da OI ✓ Na forma mais leve, de herança dominante, OI-tipo I, defeitos na estrutura do gene COL1A1 levam a diminuição na síntese das cadeias pro1(I) e, conseqüentemente, menor produção de colágeno tipo I (grupo A). ✓ Nos demais tipos (grupo B), onde ocorre pequena estatura e deformidades ósseas, mutações nos genes COL1A1 e COL1A2 levam a síntese de moléculas anormais, que interferem com a formação das fibrilas normais. Ehlers- Danlos syndrome EDS tipo I EDS tipo I: Pele hiperextensíveis, cicatrizes e pigmentação devido a trauma repetido, grande mobilidade das juntas. EDS tipo IV- arterial Vasculatura venosa no tórax e abdômen visível nessa mulher de 26 anos de idade com EDS tipo IV (pele translúcida). Mãos com aparência envelhecida (acrogeria). A principal complicação é a ruptura de artérias, do cólon e do útero gravídico. EDS tipo VI- ocular Aparência clínica de paciente com síndrome de Ehlers-Danlos tipo VI (forma ocular). Note escoliose e ruptura do globo ocular. Ehlers- Danlos syndrome Colágeno da pele de duas crianças com EDS tipo VIIC (a e b) e de uma criança normal (c) Pele criança normal Sob microscopia eletrônica a pele de criança normal formam camadas de fibrilas horizontais e paralelas e a camada abaixo, ortogonal à camada acima, o corte aparece transversal das fibrilas. Na dermatosparaxia, a deficiência de procolágeno N- peptidase, não é removido o propeptídeo, portanto, não há formação das fibrilas organizadas. Muitas mutações tem sido identificadas em colágenos que podem afetar a trimerização, formação da rede de colágeno e clivagem dos propeptídeos. Mutações em colágenos tem sido associados a várias outras patologias clínicas: -Síndrome de Ehlers-Danlos – colágenos tipo (I, III,V) -Osteogénesis imperfecta e osteoporosis – colágeno tipo I -Osteoartrose – colágenos tipo II, IX, XI -Condrodisplasias – colágenos tipos II, IX, X, XI - Aneurisma arterial – colágeno tipo III - Síndrome de Alport – colágeno tipo IV -Miopatia Bethlem e distrofia muscular Ullrich – colágeno tipo VI -Epidermólise bullosa acquisita – colágeno tipo VII - Epidermólise bullosa atrófica generalizada – colágeno tipo XVII - Distrofia corneal endotelial Fuchs – colágeno tipo VIII -Síndrome de Knobloch – colágeno tipo XVIII Ausência de cofator para as hidroxilases Escorbuto e Síntese de Hidroxiprolina e Hidroxilisina A maioria dos animais, mas não o homem, pode sintetizar ácido ascórbico (vitamina C). O escorbuto é uma doença causada pela deficiência de ácido ascórbico ou vitamina C na dieta. Entre outros problemas, a deficiência de ácido ascórbico causa síntese diminuída de hidroxiprolina porque a prolil-hidroxilase requer ácido ascórbico. A hidroxiprolina fornece átomos para pontes de hidrogênio, que estabilizam a tripla hélice do colágeno. O colágeno contendo pouca hidroxiprolina perde estabilidade térmica e fica significativamente menos estável que o colágeno normal, à temperatura corporal. O colágeno sintetizado por uma pessoa com escorbuto tem menos ligações cruzadas que o normal. As manifestações clínicas resultantes são: a supressão do processo de crescimento ordenado de ossos em crianças, cicatrização deficiente e fragilidade capilar aumentada, que resulta em hemorragias, particularmente na pele e gengiva. Deficiência severa de ácido ascórbico leva, secundariamente, a uma taxa reduzida de síntese de pró- colágeno. Deficiência de cofator para lisil oxidase Síndrome de Menkes ou deficiência de Cu2+ ✓ Doença degenerativa, com herança recessiva ligada ao cromossomo X. ✓ Ocorre em meninos de 2 a 3 meses de idade, com atraso de desenvolvimento, hipotonia, convulsões, déficit de crescimento e cabelo anormalmente crespo. ✓ O defeito consiste na proteína de transporte de cobre, ceruloplasmina, com consequente baixa atividade de lisil oxidase, com diminuição de ligações cruzadas. Compostos que podem reagir com o derivado aldeídico Penicilamina (reage com derivado aldeídico) ◼ Quelante de chumbo, cobre e mercúrio ◼ Tratamento de artrite ◼ Tratamento de envenenamento por chumbo e mercúrio ◼ Cobre- co-fator da lisil oxidase ◼ Efeitos colaterais da terapia por d-penicilamina incluem cicatrização deficiente e pele hiper-extensível. Homocisteína (reage com derivado aldeídico) ◼ Acumula-se nos tecidos na homocistinúria Homocistinúria ✓ A homocisteína é formada durante a degradação da metionina. ✓ A homocisteína é degradada formando uma substância inofensiva chamada cistationina. ✓ A conversão de homocisteína em cistationina requer uma enzima chamada cistationina beta-sintase (CBS). ✓ Esta enzima requer vitamina B6 (piridoxina). ✓ Se ela não funcionar corretamente, há acúmulo de homocisteína (e também de metionina) no corpo. ✓ Este acúmulo de homocisteína leva à doença homocistinúria, e pode reagir com derivados aldeídicos diminuindo a formação de ligações cruzadas no colágeno como consequência. Componentes macromoleculares da matriz extracelular Proteínas que formam fibras ◼Colágeno Elastina Proteínas multi-adesivas ◼Fibronectina ◼ Laminina ◼ Proteoglicanos ◼Matriz intersticial• Alto peso molecular • Baixo peso molecular Membrana basal •Ácido hialurônico Fibras elásticas As fibras elásticas são compostas principalmente por uma proteína denominada elastina, que é interligada por ligações covalentes formadas pelas cadeias laterais de lisina. Fibrilina – proteína que estabiliza as fibras elásticas. Deficiente na síndrome de Marfan. Síndrome de Marfan ✓ A síndrome de Marfan compartilha muitas manifestações clínicas com a síndrome de Ehlers-Danlos (EDS). ✓ Os problemas comuns são fragilidade e hiper-extensibilidade da pele e hipermobilidade das articulações, mas complicações vasculares que oferecem risco de vida podem aparecer em ambas síndromes. ✓ Na síndrome de Marfan, ocorre mutação no gene da fibrilina 1, que desempenha papel importante na formação e na estabilidade das fibras elásticas. ✓ Afetam homens e mulheres de todos os grupos raciais, com uma frequência de 1/5.000-10.000 cada. OUTRAS GLICOPROTEÍNAS DE MATRIZ EXTRACELULAR Componentes macromoleculares da matriz extracelular Proteínas que não formam fibras ◼ Fibronectina, laminina, vitronectina, trombospondina, tenascina, entactina, etc. Proteoglicanos Fibronectina ✓ Fibronectina- uma família de glicoproteínas de alto peso molecular encontrada na matriz extracelular de vários tecidos, incluindo o plasma sanguíneo. ✓ Promove a adesão celular e regula a morfologia, migração e diferenciação celulares, assim como a organização do citoesqueleto. ✓ Possui domínios de ligação com colágeno, fibrina, fibrinogênio, heparina, heparam sufato e integrinas (proteínas presentes na superfície celular, que promovem adesão intercelular e das células com componentes da MEC). Fibronectina A fibronectina é um dímero ligado por pontes dissulfeto no carboxi-terminal, além de domínios de ligação para as próprias células, colágeno, heparina, além de auto-associação, isto é, se polimerizam. Laminina ✓ Glicoproteína de membrana basal; suas funções incluem regular a adesão, migração, crescimento e diferenciação celulares, pois interage com receptores de membranas celulares, as integrinas. ✓ Interage com colágeno IV, proteoglicano de heparam sulfato, entactina/nidogênio presentes na membrana basal. ✓ Estabiliza o fenótipo diferenciado da maioria das células epiteliais e induz proliferação celular. ✓ As lâminas são compostas por três subunidades: uma subunidade α, uma β e uma γ (não mostrada). Existem cerca de 6 diferentes isoformas de subunidade α, 3 isoformas β e 3 isoformas γ, que podem originar 16 diferentes lamininas, resultado das possíveis combinações entre as diferentes subunidades A matriz fornece não só um arcabouço físico no qual as células estão embebidas, mas também regula muitos processos celulares normais e patológicos, incluindo : - Crescimento - Migração - diferenciação - Sobrevivência - Homeostase - Morfogênese, como também Câncer Matriz extracelular na tumorigênese Especialmente, durante tumorigênese alterações marcantes da matriz leva a formação de estroma fibrótico com rigidez aumentada, deposição excessiva de componentes de matriz e liberação de enzimas proteolíticas que após ativação resulta em remodelamento anormal da matriz. A atividade de lisil oxidase (Lox) está aumentada e promove ligação cruzada entre fibras de colágeno com componentes da própria matriz, resultando em rigidez da matriz. Vários tipos celulares dentro do estroma tumoral , como os fibroblastos cancer associados, células endoteliais, do sistema imune, pericitos, e também o próprio tumor, participa da formação da matriz desregulada e desorganizada, que favorece e promove a tumorigênese.