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Autoria: Dr. Antonio Marcos Feliciano / Dra. Ana Celeste da Cruz David
Revisão técnica: Dra. Karine Araujo Silveira
METODOLOGIA CIENTÍFICA
QUAL É A
CONTRIBUIÇÃO DA
METODOLOGIA
CIENTÍFICA PARA A
CRIAÇÃO DO
CONHECIMENTO?
Introdução
Houve um período da história humana em que o conhecimento religioso era
utilizado para explicar tudo o que acontecia na sociedade. Assim, aqueles que
apresentavam conhecimentos novos, contestando os religiosos, sofriam
severas punições, incluindo a pena de morte. Por isso, por um bom tempo, a
sociedade acreditou que a Terra não era redonda e que o horizonte era um
grande abismo. 
Hoje em dia, as crianças aprendem nos primeiros anos escolares que a Terra
é, de fato, redonda, que gira em torno do sol e que precisa ser preservada, pois
é o ambiente de vida da espécie humana e de tantos outros seres vivos. Isso
se deu graças aos esforços de inúmeros estudiosos, em que, aos poucos, os
conhecimentos de senso comum, fortemente fundamentados pelos
conhecimentos religiosos, foram desmisti�cados. Dessa forma, a ciência
tomou as rédeas do processo de criação do conhecimento, tendo como sua
principal fonte a Terra em todos os seus eventos, sejam sociais, naturais,
biológicos e econômicos, que foram gradativamente sistematizados e
amparados por modelos metodológicos.
Contudo, há conhecimento fora da ciência? 
Essa pergunta possui uma resposta a�rmativa, sendo que a própria ciência
reconhece outros tipos de conhecimentos. No entanto, não devemos pensar
esse reconhecimento como sinônimo de conhecimento cientí�co. A�nal, o
conhecimento cientí�co, no sentido moderno do termo, surge no século XIX, e
como bem a�rma Burke (2016, p. 17), “[...] aplicar o termo a atividade de
busca do conhecimento em períodos anteriores a esse propicia o que há de
mais odioso para um historiador, o anacronismo”, ou seja, é inadequado a
aplicação do termo em um período histórico antecedente à sua formulação. 
O conhecimento, então, é cientí�co quando sua criação ocorre por meio da
aplicação de métodos cientí�cos. Mas quais são os diferentes tipos de
conhecimento? De que forma se organiza o método cientí�co?
Essas e outras perguntas serão respondidas ao longo deste primeiro capítulo,
em que veremos que há diferenças entre o conhecimento popular e o
conhecimento cientí�co, assim como também entenderemos que existem
tipos de conhecimentos diferentes. Ainda observaremos que o conhecimento
cientí�co é criado a partir da existência de um problema, cabendo à
metodologia cientí�ca e seu cabedal de instrumentos sistematizar dados e
informações, tornando-o, de fato, um conhecimento cientí�co, provável e
apresentado sob uma lógica do que o torna compreensível pelas pessoas.
Bons estudos!
Tempo estimado de leitura: 48 minutos.
Você deve conhecer alguém metódico, certo? Mas saberia dizer quais são os
atributos ou características de uma pessoa metódica? Ela pode ser
identi�cada por seu modo de agir, cuja cautela e sensatez são comuns em
suas ações.
As pessoas precisam ser norteadas por regras, sejam elas sociais, como a
ética, que regula a conduta em sociedade; econômicas, que parametrizam as
relações no mercado; ou de legislação trabalhista, que regulamenta o ofício
pro�ssional e as relações de trabalho em empresas. Isso signi�ca que as
regras são onipresentes, importantes instrumentos para manter o equilíbrio
das relações entre as pessoas na sociedade.
O mesmo ocorre na execução de trabalhos de caráter cientí�co, em que as
regras estão presentes no método de pesquisa. Nesse sentido, podemos
a�rmar que o método ou a metodologia se con�gura como uma regra
orientadora das práticas investigativas da ciência. Por meio do método, o
pesquisador indica os caminhos trilhados para alcançar seus resultados.
Assim, além de possibilitar o reconhecimento cientí�co da sua pesquisa, é
com o método que o pesquisador conta a história do seu trabalho, as
decisões tomadas, as limitações, entre outros aspectos.
Dessa forma, também podemos a�rmar que o conhecimento é reconhecido
como cientí�co a partir da aplicação do método cientí�co, caracterizado como
sendo objetivo, racional, sistemático, geral e veri�cável. Devemos igualmente
acentuar que a ciência reconhece a existência de conhecimento fora dela, isto
é, conhecimentos criados sem o emprego de abordagem metodológica tal e
qual preconiza a ciência.
O conhecimento é o principal fator determinante no desenvolvimento da
1.1 Conhecimento e método científico
sociedade, mas você sabe o que é conhecimento? 
Segundo Magalhães (2005, p. 13, grifos do autor), “A palavra ‘conhecimento’
em nossa língua deriva do latim cognocere, cuja etimologia signi�ca ‘conhecer
junto’ ou ‘procurar saber’ e que, por sua vez, se relaciona com o grego gnosis,
habitualmente traduzido com o próprio sentido de ‘conhecimento’”. O autor
ainda lembra que outra palavra que facilita o entendimento sobre o
conhecimento é o termo grego logos, que tem por signi�cado “fala”, “razão” ou
“entendimento”.
Podemos pensar sobre o conhecimento para além da origem e da evolução
histórica do termo, ou seja, no contexto da sua história social, posto que
diferentes acontecimentos in�uenciem o que é considerado conhecimento em
épocas e lugares distintos. Na perspectiva marxista, por exemplo, a resposta
para essa questão é determinada pela classe social. No âmbito da sociologia
do conhecimento, evidencia-se o conhecimento como acontecimento
localizado em determinado tempo, lugar e comunidade (BURKE, 2016). Já no
âmbito da biologia do conhecimento, Matura e Varela (2011, p. 267) alertam
que o conhecimento nos obriga a assumirmos “[...] uma atitude de
permanente vigília contra a tentação da certeza”, desde que ele tanto revele
quanto cumpra sua função de ocultação. 
Atualmente, muitas são as fontes de disseminação de informações e
conhecimentos. Podemos citar como exemplos os livros, as páginas da
internet, os pan�etos, os artigos, as revistas, os CDs e os DVDs. No entanto,
sem as conexões cognitivas, as informações contidas nesses meios de
divulgação �cam sem sentido, uma vez que é o cérebro humano que tem a
capacidade de processar e fazer as conexões, oferecendo sentido às
informações e criando novos conhecimentos, em um ciclo virtuoso, em que
um conhecimento gera outros.
Para Maturana e Varela (2011), os fenômenos cognitivos relacionam dois
mundos singulares: a tradição biológica, comum entre os homens e suas
heranças linguísticas; e as culturais, diversas e plurais.
Figura 1 - No mundo contemporâneo, o sentido social do conhecimento é poder.
Fonte: woaiss, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem, há escrito a frase "Conhecimento
é poder", na cor branca em um fundo escuro.
Assim, vimos até aqui o que é considerado conhecimento e o quanto isso
pode variar com relação à local, época e grupo social a ser estudado. Por
exemplo, em sociedades ocidentais modernas, o conhecimento das parteiras,
antes valorizado em suas práticas sociais tradicionais, passou por um período
obscuro, fato que vem sendo revisado e retomado em suas origens e
valorização. Dessa forma, entendemos que o conhecimento cientí�co em
movimento dinâmico vai continuamente estabelecendo rupturas na forma de
conhecer, construir tecnologias, elaborar métodos e se relacionar com outros
tipos de conhecimento. 
A ciência provê seu arcabouço de conceitos e de�nições a partir do que
acontece na sociedade, constituindo-a em uma importante fonte para sua
criação. No entanto, vale ressaltar que nem tudo que acontece na sociedade é
abordado pela ciência. Apesar de relevantes, os conhecimentos sociais, de
senso comum ou popular, mantêm-se, mas, em muitos casos, não sãoobjetos
de investigações cientí�cas.
1.1.1 O que é ciência? O que é conhecimento científico?
Dessa forma, de�nir a ciência consiste em uma tarefa complexa, pois, já que a
sociedade é mutável, muitos de seus conceitos são efêmeros ou imprecisos.
Demo (1995) reconhece que na ciência nada é mais controverso do que sua
de�nição. Diante disso, o autor estabelece critérios possíveis para a condição
de�nidora do que se pode chamar de ciência: a coerência entre
argumentação, o corpo sistemático bem conduzido até suas conclusões
congruentes entre si e entre as premissas iniciais, a consistência
argumentativa e sua atualidade, a originalidade criativa e a objetivação como
busca incessante da realidade (ainda que parcial e provisória). Esses fatores,
individualmente, mostram a complexidade de de�nição do tema, e, quando se
reúnem em um mesmo estudo, possuem o poder de comprometer
completamente qualquer pesquisa.
Apesar de apresentar os fatores limitantes à de�nição de ciência, é possível
encontrar entre pesquisadores e estudiosos um esforço autêntico no sentido
de encontrar parâmetros capazes de de�nirem esse termo. Assim, para Gil
(2011, p. 02), a ciência pode ser considerada “[...] uma forma de conhecimento
que tem por objetivo formular, mediante linguagem rigorosa e apropriada — se
possível, com auxílio da linguagem matemática —, leis que regem os
fenômenos”. 
A de�nição supracitada indica claramente que a realidade não é ampla,
profunda e integralmente explicada em uma pesquisa, mas, sim, na sucessão
de pesquisas, pois são os diferentes e descontínuos enfoques que oferecem
uma visão mais ampla de compreensão da sociedade, sendo amparados por
métodos que robustecem a ciência.
Ainda sob o prisma conceitual, a história do conhecimento cientí�co
Desde os avanços da cibernética, a ciência propôs a descrição do
funcionamento do sistema nervoso e do raciocínio humano mediante
um modelo de lógica matemática, uma vez que muitos são os campos
dedicados ao estudo das ciências cognitivas. A Neurociência, a
Biologia do Conhecimento e a Inteligência Arti�cial, por exemplo,
utilizam-se do rigor da metodologia cientí�ca para continuamente
contribuir com a criação do conhecimento.
VOCÊ SABIA?
reconhece o pensamento cientí�co em suas diferentes e descontínuas
formas, não como uma evolução linear e um progresso sucessivo, mas “[...]
como resultado de diferentes maneiras de conhecer e construir os objetos
cientí�cos, de elaborar métodos e inventar tecnologias” (CHAUI, 2010, p. 223).
Figura 2 - O desenvolvimento científico e o tecnológico transformam a sociedade e a vida no planeta.
Fonte: Wichy, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem, há uma pessoa com a mão
esticada e aberta para cima, mostrando um
globo terrestre com cadernos em volta do
globo.
O fato é que podemos reiterar que a ciência evolui tal e qual a sociedade por
não haver sentido no afastamento da segunda em relação à primeira, uma vez
que a ciência in�uencia e é simultaneamente in�uenciada pela economia, pela
política, pela moral e por tudo que acontece na sociedade. Assim, a ciência
busca elementos para a construção do conhecimento, o que ocorre em todas
as áreas, fazendo com que ele seja algo amplo e complexo, mas fundamental
para o desenvolvimento da espécie humana.
O quadro a seguir apresenta alguns exemplos de tipos de conhecimentos e
suas aplicações.
Quadro 1 - Tipos de conhecimentos e suas aplicações.
Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em Feliciano, 2013, p. 44.
#PraCegoVer
Na imagem, há um quadro com três colunas e
11 linhas sobre os tipos de conhecimentos e
suas aplicações. Na primeira coluna, há o tipo
de conhecimento, na segunda coluna, há a
definição e na terceira coluna, há a aplicação/
exemplo.
O quadro indica a íntima relação da ciência com a sociedade para a criação do
conhecimento cientí�co, oferecendo claros sinais da amplitude do
conhecimento. Além disso, podemos concluir que o conhecimento cientí�co
não é o único existente, além de não ser o único que depende de instrumentos
metodológicos para ser aferido.
Magalhães (2005) considera que o Homem faz uso do conhecimento para
transformar o meio em que vive, mantendo-se dominante na natureza. Isso
decorre da sua capacidade intelectual de fazer uso do conhecimento para o
desenvolvimento da espécie.
Para reforçar a ideia de que há amplas relações entre a sociedade e a ciência
— e que o conhecimento popular ou de senso comum é relevante na
constituição do conhecimento cientí�co —, Francelin (2004, p. 30) a�rma que
“[...] os conceitos nascem do cotidiano, são apropriados pelo meio cientí�co e
tornam-se cientí�cos ao romperem com esse cotidiano, com esse senso
comum”. Dessa forma, vale destacar que, na relação entre sociedade e
ciência, considerando situações coloniais, os conhecimentos dos
colonizadores se tornaram dominantes, ao passo que os conhecimentos dos
colonizados se tornaram subjugados, esquecidos ou desprestigiados. 
Com isso, podemos a�rmar que o conhecimento cientí�co não é de�nitivo,
portanto, é provisório, podendo ligar um conhecimento ao outro,
evidentemente, a partir de novos estudos. Para os atores do senso comum,
seus conceitos e conhecimentos são de�nitivos, sendo que as modi�cações
são difíceis de serem percebidas, justamente pela ausência de aplicação de
método que afere essas mudanças.
Em ciências, os movimentos e as transformações se dão mediante a
A aventura cibernética Matrix, de Lana Wachowski e Lilly Wachowski, é
um clássico do cinema na abordagem de temas como conhecimento e
ciência. Matrix, nesse caso, representa um sistema inteligente e
arti�cial (criatura) que destrói a inteligência criadora (criador) e, assim,
instaura a dúvida entre a realidade e a ilusão de um mundo real.
VOCÊ QUER VER?
consistência das questões formuladas, da curiosidade em conhecer, da
incerteza diante dos fenômenos, da lucidez em propor aos problemas
naturais, físicos ou sociais outras possibilidades de investigação. Dessa
forma, ciência e conhecimento cientí�co se utilizam de processos
metodológicos para a expansão das fronteiras da ciência, acolhendo todas as
oportunidades para o avanço cientí�co. 
Você já imaginou como é complexo estudar a cultura de diferentes povos, o
melhoramento genético de plantas e animais ou o próprio comportamento
humano? Será que é possível desenvolver atividades sem registrá-las em
detalhes? 
Na verdade, não é possível para nós, seres humanos, executarmos tarefas
complexas sem entendermos sua lógica, e isso é proporcionado ou facilitado
pela aplicação de métodos. O registro das atividades de pesquisa são
requisitos importantes em qualquer abordagem metodológica, mas,
antecipadamente, é comum não registrarmos tudo, e isso não é feito de má fé,
mas porque o ser humano possui uma grande di�culdade de colocar no papel
o que está pensando ou o que testemunha, sendo este um fator limitador
mitigado pelo método cientí�co. Entre seus objetivos, ele facilita a
estruturação, o planejamento, o desenvolvimento, a execução e a análise em
uma pesquisa. 
Antes de evoluirmos na discussão conceitual sobre o método, é importante
saber o que é pesquisa. Segundo Magalhães (2005), pesquisar signi�ca
“buscar”, “inquirir”, consistindo em uma atividade que necessita de trabalho
manual e mental. Assim, se por meio do método é criado o conhecimento
cientí�co, este, por sua vez, é fundamentado por teorias, que, na visão de
Magalhães (2005, p. 34) signi�ca “ver”, ou seja, “A teoria é uma visão
generalizada de fenômeno de qualquer natureza, que possa ser comprovado
de alguma forma [...]”. Essa forma de comprovação das visões generalizadas
ocorre por meio do emprego do método.
Todo método requer registros que identi�quem o passoa passo de uma
pesquisa em suas diferentes etapas, por isso, muitos autores de�nem método
como o caminho trilhado em uma pesquisa. Segundo o Houaiss (2004, p.
1.2 Metodologia como processo de pesquisa
494), método signi�ca “[...] procedimentos, técnica ou meio para atingir um
objetivo; processo organizado de ensino, pesquisa, apresentação, etc.”.
A aplicação do método nas pesquisas também objetiva sistematizar dados e
informações por meio de processos cienti�camente reconhecimentos,
visando a criação de um conhecimento novo, a partir do conhecimento
existente. Não estamos tratando de substituições de conhecimentos, mas de
agregação e contribuição da ciência à sociedade.
A meta de toda equipe esportiva é vencer, mas você sabe que para reunir um
time de vencedores é preciso criar condições para que sejam reunidas
competências que se complementam, não é? Além disso, se faz necessário o
planejamento, a estratégia, os planos e a tática. Ou seja, não é su�ciente jogar
e ter sorte, uma vez que é preciso ser metódico. Nesse sentido, Magalhães
(2005, p. 19) a�rma que o conhecimento não surge do nada, “[...] mas sim, do
legado cultural que cada um de nós recebe na vida”. Por isso, é possível
a�rmar que cada pessoa é dotada de conhecimentos, mas, para torná-los
cienti�camente reconhecidos, é necessário o domínio de instrumentos
metodológicos e do entendimento das técnicas de pesquisa, bem como da
pesquisa por si como um processo de criação do conhecimento.
Sem dúvida alguma, mesmo considerando e reconhecendo a existência de
conhecimento fora do âmbito cientí�co, deve-se destacar dois aspectos: o
primeiro diz respeito a necessidade precípua da aplicação de um método para
que o conhecimento resultante de uma pesquisa tenha reconhecimento
O método é uma ordem que você deve dispor para que tenha seu curso
natural. Destaca-se que quando o pesquisador tem segurança de que
os objetivos especí�cos atendem o objetivo geral, respondendo à
pergunta ou ao problema de pesquisa, há condições de se iniciar a
pesquisa. Dessa forma, uma pesquisa bem elaborada pode contribuir e
revolucionar a ciência (são raras). Contudo, uma pesquisa em que os
elementos metodológicos não mantêm interação, tende a marcar a
vida do pesquisador como seu grande fracasso.
VOCÊ SABIA?
cientí�co; em segundo lugar, na academia, produz-se conhecimento cientí�co,
portanto, há a necessidade de conhecimento e aplicação de métodos para as
pesquisas nas diversas áreas.
Dessa forma, a metodologia cientí�ca aplicada exige dos pesquisadores, mais
do que conhecimentos sobre o método e a área, temas ou assuntos
pesquisados, muita disciplina para não extrapolar os limites, não ser prolixo
ou sintético nos registros. Isto é, na pesquisa, o método facilita a
compreensão do pesquisador sobre o fenômeno ou o evento investigado.
Sem o método, há di�culdades de compreensão ampla e profunda dos
fenômenos ou eventos que ocorrem na sociedade, e isso acontece por vários
motivos, desde a falta de conhecimento de causas e efeitos, passando pela
falta de argumentos e chegando, por exemplo, à não percepção de relações
entre eventos ou fenômenos.
Nesse sentido, podemos a�rmar que a aplicação de métodos cientí�cos
amplia a capacidade de visão do pesquisador sobre o objeto de pesquisa,
facilita a compreensão e a análise dos resultados da pesquisa, amplia a
compreensão sobre o tema, permite a descoberta de novos assuntos e
campos de pesquisa e amplia a visão de mundo dos pesquisadores e leitores.
O método cientí�co, portanto, torna-se essencial para o desenvolvimento de
qualquer pesquisa, sendo fundamental na criação do conhecimento.
Gareth Morgan possui uma biogra�a interessante, cujas contribuições
para as re�exões sobre métodos de pesquisa são amplamente
reconhecidas na academia. Em sua obra “Imagens da Organização”, de
2002, o professor faz uma abordagem pragmática da aplicação de
diferentes escolas do método cientí�co, como o materialismo
histórico, o positivismo e a fenomenologia. Vale a pena conferir!
VOCÊ O CONHECE?
Figura 3 - A disponibilidade de dados contribui para o avanço do conhecimento científico.
Fonte: ESB Professional, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem, há uma pessoa e um ambiente
mais escuro, com as duas mãos viradas para
cima mostrando alguns desenhos de gráficos,
nesses desenhos, há uma luminosidade como
se fosse para dar destaque aos desenhos dos
gráficos.
Podemos entender, então, que não importa se a pesquisa é de caráter
qualitativo ou quantitativo, se terá uso de bancos de dados para o
processamento, se os dados serão coletados por meio de modernos
instrumentos tecnológicos ou se em um caderno ou prancheta. O importante
mesmo é a escolha correta do método, a aplicação adequada de seus
instrumentos e a postura ética do pesquisador, bem como a congregação de
aspectos que levam ao desenvolvimento suave, natural e sem percalços de
uma pesquisa. 
Atualmente, os conhecimentos retratam com maior �delidade a realidade da
sociedade, que, por sua vez, consegue perceber com mais clareza sua
aplicabilidade para o seu próprio desenvolvimento. A pesquisa baseada em
métodos fez evoluir consideravelmente a ciência, afastando o empirismo
exacerbado de outros tempos. 
Inspirado em Magalhães (2005), consideramos que a ciência e a pesquisa
devem muito ao empírico, à observação do fato ou evento em sua essência.
No entanto, o perigo do empirismo consiste em tornar uma verdade absoluta
naquilo que se experimenta pelos sentidos, que faz parte da percepção
individual: “Os sentidos são nossa interface com a realidade, mas são
também a origem dos enganos para nosso conhecimento, e que não há tantas
realidades quanto existem diferentes olhares” (MAGALHÃES, 2005, p. 30). 
No atual momento, o rigor metodológico nas pesquisas afasta esse perigo
típico do empirismo, qual seja a verdade universal a partir do olhar individual.
Respeitados os elementos, a pesquisa tende a gerar conhecimentos
relevantes por meio de resultados atraentes, permitindo o surgimento de
novas relações de conhecimentos e campos de atuação para a pesquisa com
o emprego do método.
A metodologia como processo cientí�co é múltipla e diversi�cada, a ponto de
abranger todos os procedimentos considerados úteis pelos cientistas. Exige,
então, disciplina, clareza, atenção e domínio do campo de investigação para a
escolha da metodologia mais adequada às condições da pesquisa a ser
realizada. Assim, desde o pesquisador iniciante ao mais experiente, percorrer
as etapas da pesquisa cientí�ca se torna fundamental. 
Ver um �lho entrar para uma universidade é o sonho da maioria dos pais,
certo? Os jovens fecundam essa ideia durante o Ensino Médio, sendo que,
após isso, surgem os vestibulares, as tensões, as festas e as alegrias. Ou seja,
diversos sentimentos a�oram quando esses indivíduos são aprovados para
entrarem no Ensino Superior, quando fazem a matrícula na primeira fase de
um curso de graduação. Contudo, muitos estudantes não sabem sobre qual
tema e problema de pesquisa devem escrever em seus trabalhos de
conclusão de curso (TCC). Para falar a verdade, a maioria não conhece a
metodologia cientí�ca, mas os perseverantes que chegarem ao �nal do curso
terão que escrever um trabalho baseado em uma pesquisa acadêmica, com
aplicação de método, orientação e defesa.
No mundo acadêmico, especialmente na graduação, o professor orientador
precisa ser paciente para compreender que os estudantes não possuem o
preparo su�ciente para entender teoricamente o método. Além disso, muitos
professores conhecem os procedimentos metodológicos, mas poucos
1.3 Etapas da pesquisa científica: escolha do
tema e problema
conhecem os métodos cientí�cos, sendoque esse aspecto é muito
importante quando ocorre o processo de orientação de TCC, em que o
professor precisa compreender o tema e o problema propostos pelo
estudante para identi�car a melhor abordagem metodológica para a pesquisa
a ser feita.
O tema e o problema de pesquisa podem até parecer fáceis de serem
idealizados, mas a di�culdade está em escrevê-los e, principalmente,
descrevê-los. Por isso, quanto mais bem preparado for o professor orientador,
menos conturbada será a passagem do estudante pela fase de pesquisa para
o TCC. Contudo, é lógico que o estudante orientando, apesar de inúmeros
autores a�rmarem que precisam agir com independência, por atividade e
maturidade na relação com os orientadores, isso, na verdade pouco acontece.
Por certo, há uma saudável relação de dependência, e isso não ocorre apenas
em termos de conhecimentos. Isso signi�ca que o professor é possuidor de
um espectro de conhecimento mais robusto que o aluno. 
A relação entre orientador e orientando durante o processo de
pesquisa precisa ser transparente, honesta e ética, ou seja, uma
cumplicidade que possui data de início e término no relacionamento.
Sem dúvida, essa relação e o próprio processo de orientação possui
di�culdades. O texto “Di�culdades do processo de orientação em
trabalhos de conclusão de curso (TCC): um estudo com os docentes
do curso de Administração de uma instituição privada de Ensino
Superior” traz algumas das di�culdades que podem ser resolvidas
nesse processo. Você pode ler clicando no botão a seguir. 
Acesse (https://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/
view/1011/1147)
VOCÊ QUER LER?
https://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/view/1011/1147
https://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/view/1011/1147
https://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/view/1011/1147
https://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/view/1011/1147
https://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/view/1011/1147
https://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/view/1011/1147
https://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/view/1011/1147
https://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/view/1011/1147
https://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/view/1011/1147
Com pouca experiência e sem grandes estímulos institucionais, isso acaba
por limitar a visão de mundo do estudante, sendo aspectos determinantes
para equívocos na de�nição do tema e problema de pesquisa. A compreensão
mais ampla e profunda do método cientí�co requer tempo de maturação,
esforço e dedicação aos estudos, condições facilitadoras à árdua tarefa da
pesquisa. Esses aspectos agem, por outro lado, como facilitadores para o
robustecimento da visão de mundo, que consiste em um importante fator nas
decisões a serem tomadas.
Jovens estudantes podem até implicitamente saber o querem pesquisar, mas,
para terem certeza, sobretudo da viabilidade da pesquisa, no amplo sentido
do termo, Magalhães (2005, p. 33) sugere que pensem em quatro perguntas:
“O que vai ser observado? Que técnicas serão usadas na observação? Como
será registrada a observação? Como evitar erros gerados pela observação e
interpretação da observação?”. Dessa forma, no dizer de Tunes, Melo e
Menezes (2000, p. 98), é “[...] necessário que o pesquisador saiba escolher o
problema de pesquisa, aja com iniciativa e independência do orientador, tenha
imaginação criativa e outras qualidades semelhantes”.
Essas perguntas nos permitem a�rmar que a boa escolha do método tende a
respondê-las com certa facilidade, mas, antes do método, é fundamental o
conhecimento amplo e aprofundado sobre o tema da pesquisa, pois é dessa
forma que se de�ne com clareza o problema.
A seguir, vejamos o relato de experiência do professor Macêdo (2004) sobre
os estudos apresentados em sua tese de doutorado no Departamento de
Ciências da Educação da Universidade de Paris VIII.
O �lme Sociedade dos Poetas Mortos, de Peter Weir, lançado em 1989,
exibe uma crítica poética e bem ilustrada sobre a educação tradicional
nos Estados Unidos, na década de 1950; a educação centrada na
autoridade do professor, sendo repetitiva e mecânica; e uma visão de
educação para a liberdade de pensamento, para o estímulo à
curiosidade investigativa. Vale a pena conhecer melhor o enredo.
VOCÊ QUER VER?
Com isso, podemos entender que o problema precisa ser bem de�nido e
delimitado, necessitando de objetividade para ser estruturado
metodologicamente. O conhecimento profundo do tema permite ao
pesquisador navegar em águas calmas. Contudo, um problema de�nido sem
critérios tende a gerar confusões conceituais e equívocos teóricos, limitações
de ordem para a pesquisa, levando, comumente, o pesquisador a desistir do
trabalho.
Bonin (2010, p. 06) considera que, no processo de construção da
problemática, 
O objetivo principal da tese de Macêdo foi a análise de dois programas
de educação infantil públicos, em instituições localizadas em bairros
periféricos de Salvador, na Bahia, sendo um de concepção
compensatória e outro de concepção comunitária.
Mas como ele fez para chegar a esse objetivo?
O professor relata que após discutir em sua dissertação de mestrado a
temática da educação infantil pública, cuja concepção supõe a
educação como forma de compensar possíveis de�ciências
intelectuais, afetivas e culturais; foi instigado a aprofundar o estudo
acerca das pedagogias compensatórias, re�etindo sobre a natureza
dessa concepção em sua própria formação e prática.
Esse aprofundamento de estudos o levou a conhecer diferentes
programas de educação pré-escolar, oferecidos por organizações
comunitárias em bairros da periferia de Salvador. Assim, o professor
chegou à questão norteadora do estudo do doutorado “[...] através da
análise de programas pré-escolares públicos concretos, como
emergem e se dinamizam as perspectivas compensatória e
comunitária em educação pré-escolar pública” (MACÊDO, 2004, p.
236).
ESTUDO DE CASO
[...] é preciso trabalhar o olhar para operar com sensibilidade
e abertura para o concreto investigado. O olhar atento,
aberto e reflexivo capacita a perceber que os objetos
concretos podem oferecer resistências, “restos” que não se
deixam enquadrar nas proposições explicativas com as
quais vamos operando.
Figura 4 - Etapas do processo de desenvolvimento do método científico.
Fonte: Andrea Danti, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem, há um quadro de cor verde, com
as palavras hipótese, experimento, resultado e
conclusão na cor branca, formando um círculo.
A palavra hipótese tem uma seta que está na
direção da palavra experimento, com uma seta
na direção da palavra resultado, com uma seta
na direção da palavra conclusão, com uma seta
na direção da palavra hipótese. Na imagem,
também há um braço de uma pessoa com uma
vareta na mão apontando para o quadro.
A escolha do problema de pesquisa não é neutra, nem desinteressada, uma
vez que se relaciona com condições práticas de produção, fontes de
�nanciamento e condições institucionais. Isso porque muitas dessas
pesquisas respondem a demandas de empresas, órgãos governamentais,
institutos de pesquisa, centros de tecnologia ou instituições educacionais. 
A formulação do problema de pesquisa é sempre um
desa�o que se impõe ao pesquisador. É recomendado fazer
a formulação do problema na forma interrogativa, sendo que
essa estrutura poderá favorecer a �nalização do trabalho no
momento de apresentação das conclusões, mediante a
resposta ao questionamento inicial. Contudo, outras formas
de enunciado do problema são encontradas na literatura
cientí�ca também. 
O problema de pesquisa em si deve ser viável e adequado a
investigação, dentro das condições práticas de sua
execução, como tempo, recursos materiais, humanos e
�nanceiros. Características relevantes são a clareza e a
precisão com quesão empregados os termos na
formulação do problema, devendo guardar coerência e
coesão dentro do campo de conhecimento delimitado, além
de informar os limites de sua aplicabilidade. Os cuidados
com os princípios éticos devem ser observados na
formulação da pesquisa cientí�ca em todas as suas etapas.
Ter a real percepção de um problema é bem mais complexo
do que “achar” que sabe da existência dele. Para o
pesquisador, o problema precisa ser relevante
cienti�camente, socialmente, economicamente ou
ambientalmente, isto é, ter relevância para a sociedade. Mas,
também, dependendo do tipo de conhecimento criado sobre
o problema, o pesquisador poderá optar em descrever
aspectos relacionados e possíveis soluções. 
Assim, a pesquisa poderá ampliar as discussões sobre o
problema, sem efetivamente resolvê-lo. Por isso, lembre-se
de que o conhecimento é construído e que, muitas vezes,
propor a resolução de um problema pode trazer frustrações.
Dessa forma, tema e problema assumem importância no
Na construção metodológica da pesquisa, a articulação entre escolha do
tema e a formulação do problema são o substrato necessário às etapas
seguintes de de�nição dos objetivos geral e especí�cos.  
escopo de uma pesquisa, pois oferecem notoriedade à
própria pesquisa e ao pesquisador, encontram
reconhecimento e relevância por parte da sociedade,
possuem escopo metodológico que os fundamentam e
reúnem elementos para a viabilidade de uma pesquisa. 
Você já pensou sobre o motivo de de�nirmos objetivos em uma pesquisa
cientí�ca ou em um trabalho acadêmico? 
Ao de�nir os objetivos de um trabalho, você pode apresentar uma abordagem
histórica, ser descritivo ou trazer um propósito para o objeto geral, que possui
intimidade com o problema e com o tema. Pense, também, que os objetivos
especí�cos são de�nidos para estabelecerem etapas e nortearem
procedimentos de pesquisa, a �m de alcançar o objetivo geral.
Além disso, vale ressaltar que não se concebe projetos de pesquisa cientí�ca
ou acadêmica apenas para vermos seus objetivos comprovados, mas, sim,
para que demonstre a relevância do tema, a potencialidade do problema para
novas investigações e a possibilidade de novos conhecimentos que podem
ser criados.
1.4 Etapas da pesquisa científica: objetivos
Com isso, na pesquisa cientí�ca, é de fundamental importância relacionar o
objetivo ao problema e às hipóteses, posto que, no �nal, o pesquisador
constata que cada um desses elementos responde o outro. Sobretudo,
quando se trata de pesquisadores com pouca experiência, convém ao
orientador o papel de efetivamente debater e atuar, visando a evitar um dos
erros mais comuns nos trabalhos acadêmicos: transcrever o problema no
objetivo, fazendo o famoso jogo de palavras por meio de sinônimos. Esse é
um risco que, se não for percebido, tende a colocar em cheque qualquer
pesquisa.
Você deve ter claro, também, que a relação entre o problema e o objetivo será
mantida durante todo o processo de pesquisa, por isso, são complementares.
Essa complementariedade �ca evidente na di�culdade em formular os
objetivos. Conforme apresenta Minayo, Deslandes e Gomes (1994, p. 42), em
uma pesquisa cientí�ca, é possível a formulação de um objetivo geral “[...] de
dimensões amplas”, complementados por outros objetivos especí�cos. 
Os métodos de veri�cação do conhecimento possuem uma história ao
longo do tempo. Além disso, os instrumentos de validação do
conhecimento sofreram e sofrem mudanças em cada época. A
posição ocupada pela tradição oral na validação e na con�abilidade do
conhecimento foi substituída pela escrita, contudo, essa transição foi
lenta e gradual. Burke (2016, p. 101) apresenta como exemplo uma
disputa entre o rei Henrique I e o arcebispo Canterbury, no século XII,
em que os defensores do rei se referem a uma carta enviada pelo papa
em apoio ao arcebispo como “[...] nada mais do que um pergaminho de
pele de ovelha marcado com tinta preta”, indigno de comparação com
as falas de três bispos. Atualmente, escrita e tradição oral ocupam
espaço como instrumentos de validação e con�abilidade do
conhecimento.
VOCÊ SABIA?
Figura 5 - Características dos tipos de objetivos geral e específicos aplicados em pesquisa científica.
Fonte: MINAYO, DESLANDES e GOMES, 1994, p. 42.
#PraCegoVer
Na imagem, há um esquema com as
características dos tipos de objetivos geral e
específicos aplicados em pesquisa científica.
No esquema, há dois retângulos na cor laranja
e duas "lacunas" na cor cinza. O retângulo do
lado esquerdo mostra o objetivo geral e o
retângulo do lado direito mostra os objetivos
específicos.
Ademais, vale dizer que o exercício de elaboração dos objetivos é complexo,
por isso, o pesquisador deve ter sempre em mente o problema de pesquisa,
caso contrário, tende a cometer outro erro comum: dividir o objetivo geral
entre os objetivos especí�cos, enquanto que, conforme caracterizado, os
objetivos especí�cos são etapas para se alcançar o objetivo geral. Aliás, não
pense que esse tipo de erro é cometido apenas por pesquisadores
inexperientes, uma vez que ocorre com estudantes de graduação,
especialização, mestrado e doutorado.
Objetivos realistas não são de�nidos de forma displicente ou apenas escritos
para satisfazer uma etapa do projeto de pesquisa, por isso, também é
importante dimensionar a contribuição do trabalho de pesquisa para a ciência.
Isso signi�ca que, de forma geral, todas as pesquisas oferecem contribuições,
mas pouquíssimas revolucionam a ciência, pois esse não é o objetivo máximo
da pesquisa, mas, sim, o primeiro, que é robustecer a ciência e criar
conhecimento novo.
Como você sabe, os objetivos de uma pesquisa podem oferecer
possibilidades interessantes para a pesquisa, mas, também, podem signi�car
uma cilada, ou seja, tornar o trabalho sem efeito e genérico, cujo
desdobramento é perceptível na vulnerabilidade das conclusões. Nesse
contexto, Larocca, Rosso e Souza (2005, p. 126-127) apresentam categorias
de objetivos de pesquisa, conforme identi�cados no quadro a seguir.
Você pode aprender um pouco mais sobre a complexidade, os
requisitos e a importância do processo de elaboração de objetivos
para uma pesquisa com a leitura do texto “Como Elaborar Objetivos de
Pesquisa”, de Sandra Mattos. Ele está disponível no botão a seguir.
Acesse (https://docplayer.com.br/33106200-Como-elaborar-objetivos-
de-pesquisa-sandra-mattos.html)
VOCÊ QUER LER?
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Quadro 2 - Classificação geral das categorias de objetivos de pesquisa.
Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em LAROCCA, ROSSO e SOUZA, 2005.
#PraCegoVer
Na imagem, há um quadro sobre a
classificação geral das categorias de objetivos
de pesquisa. No quadro, há quatro retângulos
na cor laranja e quatro colunas na cor cinza. O
primeiro retângulo mostra os objetivos
compreensivos, o segundo retângulo mostra os
objetivos avaliativos, o terceiro retângulo
mostra os objetivos propositivos e o quarto
retângulo mostra os objetivos descritivos.
O objetivo de um projeto de pesquisa enfatiza a verdadeiraexpressão do
signi�cado da pesquisa, contudo, ele não é determinante para o êxito, mas, de
forma isolada, pode fragilizar signi�cativamente uma pesquisa.
Sendo assim, a metodologia cientí�ca, desde sua criação histórica e social,
tem contribuído de forma signi�cativa para a criação do conhecimento de
maneira sistemática, rigorosa e racional, desenvolvendo e aplicando métodos
e tecnologias capazes de proporem soluções a problemas e questões
emergentes e contemporâneos. 
Você concluiu os estudos sobre a contribuição da metodologia cientí�ca para
a criação do conhecimento. Com essa discussão, esperamos que você se
CONCLUSÃO
sinta competente para de�nir um projeto de pesquisa, distinguir os diferentes
tipos de conhecimento, re�etir sobre as etapas da pesquisa e compreender a
relação estabelecida entre tema, problema e objetivos na pesquisa cientí�ca. 
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
entender os princípios da ciência e do conhecimento
cientí�co;
analisar as relações do conhecimento cientí�co com a
sociedade;
entender a metodologia cientí�ca como um processo de
pesquisa;
compreender o que são tema e problema de pesquisa;
compreender o que são os objetivos de uma pesquisa;
identi�car temas, problema e objetivos de pesquisa.
Clique para baixar conteúdo deste tema.
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