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GESTÃO DE PESSOAS E SUPRIMENTOS MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO FICHA TÉCNICA 2ª Edição Preparação de Conteúdo: Professor Fernando Melo Formatação e Normalização (ABNT): Natalia Bastos Revisão Gramatical, Semântica e Estilística: Ediane Souza Capas: Aporte Comunicação Folhas de Rosto: Thomas Arraes Editoração e Revisão Técnica Final: Ediane Souza Diagramação: Ediane Souza Impressão: Provisual Gráfica e Editora Rua das Ninfas, 243 Soledade – Recife/PE – Brasil CEP: 50.070-050 Telefone: (81) 4062-9222 www.grautecnico.com.br Este material é exclusivo para uso do aluno Grau Técnico. Para dúvidas ou sugestões, envie-nos um e-mail: contato@grautecnico.com.br http://www.grautecnico.com.br/ mailto:contato@grautecnico.com.br ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 5 REGULAMENTO INTERNO – VERSÃO 20171 Caro(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a)! Para que possamos desenvolver as atividades de formação técnica com profissionalismo e excelência, se faz necessário o cumprimento de algumas normas, as quais estão descritas a seguir. 1 MATRÍCULA 1.1 O(a) aluno(a) deverá, no ato da matrícula, fazer a leitura do regulamento interno e do contrato de prestação de serviços com bastante atenção, para que possa conhecer seus direitos e deveres no decorrer do curso. 2 DIAS/HORÁRIOS 2.1 Turmas de segunda, quarta e sexta-feira, nos turnos da manhã, tarde e noite. 2.2 Turmas de terça e quinta-feira, nos turmas da manhã e noite, e aos sábados, pela manhã e tarde. 2.3 O curso de Enfermagem, exclusivamente, tem turmas de segunda à sexta, nos turnos da manhã, tarde e noite. Em breve, terá o formato de três dias, assim como os demais cursos. 2.4 A pontualidade e a assiduidade, bem como a postura pessoal serão pontuadas como indicadores do processo de avaliação. Atenção: observe em seu contrato os dias e horários das aulas. 3 ATIVIDADES COMPLEMENTARES 3.1 As atividades extraclasse (palestras, seminários, Visitas Pedagógicas Orientadas (VPOs) serão obrigatórias para o complemento da carga horária, sendo realizados nos mesmos horários das aulas, em dias alternados ou de acordo com a disponibilidade da escola ou da empresa (no caso das VOPs). 3.2 As visitas pedagógicas orientadas acontecerão de acordo com a disponibilidade da escola e das empresas parceiras. Cabe ao aluno interessado realizar o pagamento da taxa de transporte na secretaria, se houver. 3.3 O uso do fardamento é obrigatório para todas as visitas e aulas práticas (dentro e fora da instituição). 4 CERTIFICAÇÃO 4.1 A frequência nas aulas deve ser igual ou superior a 75% (setenta e cinco por cento) em cada disciplina. 4.2 A média em cada disciplina deve ser igual ou superior a 7,0 (sete). 4.3 O(a) aluno(a) que for reprovado(a) em alguma das disciplinas deverá pagar o valor de uma parcela para cursar novamente a disciplina, a fim de obter frequência e nota necessárias para a aprovação e para o recebimento do certificado. 4.4 Estar com todas as parcelas pagas. 4.5 Estar com toda documentação exigida pela Secretaria Estadual de Educação, conforme 1 O regimento em vigor será sempre a última versão, informada no título deste documento. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 6 orientado no ato da matrícula. 4.6 Solicitar, por escrito, a emissão do diploma. O prazo de entrega, após solicitação, será de até 60 (sessenta) dias. 4.7 Os cursos que possuem estágio obrigatório terão os seus diplomas entregues após o cumprimento da carga horária total, incluindo estágio. 5 REPOSIÇÃO DE AULA 5.1 Em caso de falta justificada, o(a) aluno(a) terá o direito de realizar a aula ou atividade perdida em outra turma, de acordo com a disponibilidade da escola, sem custo adicional. 5.2 A falta só poderá ser justificada perante atestado médico ou documento comprovando o motivo da ausência. 5.3 Em caso de falta sem justificativa, o(a) aluno(a) poderá requerer na secretaria a reposição da aula ou atividade, efetuando o pagamento referente à taxa do serviço. 5.4 Observa-se que a justificativa não anula a falta, apenas faz valer o direito de reposição da aula ou atividade. 6 CONSERVAÇÃO 6.1 No caso de danos ao espaço da escola ou a equipamentos pertencentes à mesma, o(a) aluno(a) ou seu representante legal será responsabilizado pelos gastos com o reparo, bem como, se necessário, submetido(a) às medidas disciplinares quando for cabível. 6.2 Ao término de cada aula, teórica ou prática, a sala ou laboratório utilizado deverá ser deixado organizado para a próxima turma. 7 SAÚDE E BEM-ESTAR GERAL 7.1 Não será permitida a utilização de aparelhos celulares ou fones de ouvido na sala de aula. 7.2 Não será permitida a permanência de pessoas em salas de aula e dependências internas da escola, a não ser alunos, instrutores ou funcionários em seus respectivos horários. 7.3 Não será permitida a entrada de alimentos ou bebidas nas salas de aula, laboratórios ou biblioteca. 7.4 Deve-se manter a limpeza, organização e conservação da escola como um todo. Devem- se utilizar os cestos de lixo disponibilizados em cada ambiente. 7.5 A escola não se responsabilizará por perdas ou danos de pertences dos alunos. 7.6 É obrigatório tratar os demais alunos, docentes e funcionários com respeito e civilidade, sob pena de aplicação de medida disciplinar de advertência, suspensão ou expulsão, a depender da gravidade da infração. 7.7 Temos câmeras sendo utilizadas em toda escola, a fim de proporcionar maior segurança aos nossos alunos. 8 BIBLIOTECA/ACESSO À INTERNET 8.1 A utilização da biblioteca será mediante agendamento com a coordenação pedagógica, fora do horário normal, com apresentação de documento para uso de livros. 8.2 O uso desta sala é exclusivo para estudo e pesquisa, portanto deverá ser mantido o silêncio e a disciplina, para não interferir na concentração dos demais alunos. 8.3 O uso dos computadores para pesquisa tem o tempo máximo de 30 minutos. 8.4 Não é permitida a retirada de livros para empréstimo. ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 7 9 AVALIAÇÃO 9.1 As provas serão realizadas durante o turno que o aluno estuda e sempre na última aula da disciplina, tendo a duração média de 1h30. 9.2 O(a) aluno(a) que faltar à prova deverá comparecer à coordenação pedagógica da escola para requerer a avaliação em segunda chamada, agendar uma data para a realização desta, bem como efetuar o pagamento da taxa na secretaria. 9.3 As provas de recuperação ou segunda chamada acontecem na última semana de cada mês, conforme informado pela coordenação, no site e nos quadros de avisos. 10 CANCELAMENTO DO CONTRATO 10.1 O cancelamento do contrato poderá ocorrer a qualquer momento, sob autorização da diretoria da escola, em caso de indisciplina por parte do(a) aluno(a). Quanto a sua defesa, caberá aos dispositivos legais vigentes. 10.2 O cancelamento por parte do(a) aluno(a) deverá ser feito na coordenação da escola, mediante requerimento e pagamento da multa de cancelamento, conforme contrato de prestação de serviços. 10.3 O(a) aluno(a) que cancelar e desejar retornar ao curso poderá reverter sua multa em pagamentos de parcelas, sendo o valor descontado das últimas parcelas restantes. 10.4 Para o(a) aluno(a) retornar, deverá ser efetuado o pagamento do valor de uma parcela. 10.5 O aluno que for cancelado por motivo de indisciplina não poderá voltar a estudar no Grau Técnico. 11 PORTAL ACADÊMICO 11.1 Todos os informativos, notas, oportunidades e materiais extras serão disponibilizados Portal Acadêmico, no Website do Grau Técnico. 11.2 O acesso ao portal acadêmico é por meio do endereço eletrônico: www.grautecnico.com.br, no qual o(a) aluno(a) colocará o seu número de matrícula tanto no campo ‘usuário’, como naquele referente à ‘senha’. 11.3 Para a solicitação de declarações, deve-se respeitar o prazo de até 05 dias. 12 TRANSFERÊNCIAuma ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 35 empresa, por exemplo: informatização, desmobilizações, melhoria da qualidade de seus produtos, aquisições de outras empresas, incentivos para seus funcionários, projeção de demanda com baixas margens de erros, robotização das linhas de produção, diminuição dos custos, melhoria no prazos de entregas, inovação de seus produtos e processos, aumento de sua produtividade, eficiência na fabricação de seus produtos, etc. Planejar é, portanto, conhecer nosso objetivo. É tomar todas as decisões e providências necessárias e antecipatórias, para que, mesmo que tenhamos um grande problema pela frente, saibamos qual caminho tomar e onde queremos chegar. Planejamento Organizacional pode ser divido em três níveis: ▪ Nível Estratégico: é aquele normalmente realizado de forma mais mediata, isto é, mais a longo prazo e, tendo em vista sua natureza e importância para a organização, possui um impacto mais amplo, profundo e duradouro sobre a organização. É interessante salientar que, como o planejamento estratégico, na maior parte das empresas, é desenvolvido pelo seu mais alto nível hierárquico, e deve direcionar as decisões a serem tomadas nos demais níveis hierárquicos da organização. Exemplos de decisões que normalmente são tomadas no nível estratégico de planejamento são as seguintes: ▪ Missão: é a razão essencial da existência de uma organização, descrevendo claramente seu papel diante da sociedade interna e externa, onde ela atua. ▪ Visão: é o objetivo principal da organização, onde todos os recursos, pessoais e materiais, da organização são investidos para levar a empresa ao seu ápice organizacional. É o aperfeiçoamento, é a buscar contínua pela excelência organizacional. ▪ Clientes: responsáveis diretos pelo sucesso de uma organização. São eles que aceitam ou rejeitam os produtos oferecidos por ela. Em última instância, é a fonte de todo lucro da empresa, que sustenta sua estrutura. ▪ Fornecedores: fornecedores têm um papel fundamental para as organizações. O conceito moderno pra essa relação é comakership, onde a parceria entre cliente- fornecedor alcança um alto grau de evolução, demonstrado em confiança mútua, participação, fornecimento com qualidade assegurada e etc. ▪ Negócios: área de atuação da organização que visa satisfazer às necessidades de seus clientes, através do oferecimento de seus produtos e serviços. ▪ Macroestratégias: são as resoluções seguidas pela organização, buscando a longevidade de seu sucesso. ▪ Nível Tático: tem por objetivo transformar as decisões estratégicas em ações efetivas a serem implantadas nos mais variados setores da empresa. Sendo assim, o nível tático tem objetivo mais claro, o nível de incerteza para as tomadas MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 36 de decisões é bem menor. Seu tempo de planejamento é a médio prazo, quando necessário, suas decisões são revistas com mais facilidade, considerando seu menor alcance e impacto, comparado ao estratégico. A abrangência as decisões táticas é bastante ampla, porém, proporcionalmente ao tamanho, ao tipo e a complexidade da estrutura organizacional. É imprescindível que cada área ou função tenha seus planos táticos claros, os quais estejam conectados desde sua concepção às ações estratégicas da companhia. ▪ Nível Operacional: as energias são conduzidas para cada processo ou projeto da organização. São investidas em setores específicos e apresentam impactos limitados. O tempo de planejamento neste nível é a curto prazo. Suas decisões, por serem relativamente fáceis, são revistas a todo momento, exatamente o oposto do que acontece com as decisões táticas e, de maneira particular, com as decisões estratégicas. As decisões operacionais são extremamente técnicas, isto é, não possuem um forte alcance de caráter político-social, o que não ocorre nas decisões estratégicas, as quais podem, até mesmo, determinar a existência da organização. 4.6.1 Processo Decisório É o roteiro mental para se chegar a uma decisão. Alguns elementos estão presentes em todas as decisões, sendo assim, podemos seguir um modelo geral e preceituado que esclarece o processo decisório e que pode ser utilizado em todos os problemas dentro do domínio organizacional. Os principais elementos presentes no processo decisório são: ▪ O estado da natureza: situações indefinidas, ameaças ou condições existentes no ambiente que o tomador de decisão deve enfrentar; ▪ O tomador de decisão: indivíduo ou grupo que faz uma escolha entre várias alternativas. O tomador de decisão sempre é influenciado pelo ambiente, por seus princípios pessoais e o comprometimento social, assim como pelos efeitos políticos; ▪ Os objetivos: os escopos ou alvos que o tomador de decisão deseja alcançar com seus atos; ▪ As preferências: parâmetros que o tomador de decisão utiliza para fazer sua escolha; ▪ A situação: as características do ambiente que envolve o tomador de decisão, muitas vezes fora do seu controle, discernimento ou compreensão, e que interferem sua decisão. ▪ A estratégia: a sequência de ações escolhidas para melhor alcançar as metas. Varia de acordo com os recursos disponíveis. ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 37 ▪ Os resultados: É o produto ou decorrência de uma determinada estratégia. Todo tomador de decisão está exposto em uma determinada situação, influenciado pelo ambiente, pretende alcançar objetivos, tem preferências pessoais e segue estratégias para obter resultados. Com esses elementos, pode-se considerar um modelo genérico que mostre as relações entre eles. ▪ Identificar a situação: ▪ Qual é a natureza do problema ou da oportunidade? ▪ Quais os sub problemas ou aspectos da oportunidade? ▪ Veja a situação global e não apenas uma parte dela. ▪ Obter informação: ▪ Pesquise as informações, os dados, os fatos relacionados. ▪ Busque informação interna e externa. ▪ Inclua o cliente ou usuário. ▪ Gerar soluções alternativas: ▪ Crie alternativas para a solução. ▪ Use criatividade e novidade. ▪ Analise a relação de custo/benefício de cada opção. ▪ Avaliar e escolher a melhor alternativa: ▪ Avalie: custo, tempo e eficácia. ▪ Analise os prós e os contras de cada alternativa. ▪ Escolha a mais adequada para a situação. ▪ Transformar a solução em ação: ▪ Implemente a solução escolhida. ▪ Pense no geral e não apenas no detalhe. ▪ Seja prático. ▪ Avaliar os resultados: ▪ Monitore o andamento das coisas. ▪ Verifique se o problema foi realmente resolvido. ▪ Avalie os resultados e as consequências. 4.6.2 Ambientes de Decisão Para tomar decisões o administrador deve avaliar questões que muitas vezes envolvem eventos futuros, difíceis de prever, como: a reação dos consumidores e da MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 38 concorrência; as taxas de juros e condições do mercado para os anos seguintes, a confiabilidade de um novo fornecedor. Este processo ocorre, normalmente, dentro de três diferentes condições: certeza, risco e incerteza. Ambiente de Certeza: Quando há informações suficientes para prever onde cada uma das alternativas o levará. O administrador possui informação concretas, dados confiáveis, sabe que resultados cada alternativas pode gerar. A certeza é uma condição ideal pra solucionar problemas e tomar decisões. O desafio é identificar a alternativa que oferece a solução ideal. Infelizmente, não é o ambiente mais comum na rotina de um administrador, ele é mais encontrado no nível operacional das organizações. Ambiente de Risco: Quando não é possível ter certeza dos resultados de cada uma das alternativas, apenas uma probabilidade. Probabilidade é a medida de possibilidade de um fato ocorrer, pode ser determinada por procedimentos estatísticos ou por intuição administrativa. O administrador possui algumas informações sobre as variáveis do problema, mas a quantidade dessa informaçãoe a sua interpretação pode variar muito, fazendo com que cada administrador atribua diferentes pesos a estas informações, de acordo com sua crença ou intuição, experiência anterior, expectativas, etc. O ambiente de risco é comum no nível tático das organizações. Ambiente de Incerteza: Quando o tomador de decisão tem pouco ou nenhum conhecimento para avaliar a probabilidade de um evento ocorrer. É o mais difícil dos três ambientes. A incerteza força o administrador a usar criatividade, alternativas inovadoras e únicas; exigindo intuição, previsão, suposições e muita percepção, para a solução dos problemas. Ambiente típico do nível estratégico das organizações. Dois fatores podem gerar o ambiente de incerteza: condições externas, sobre as quais o administrador tem pouco ou nenhum controle; falta de informação, quando não há acesso a de pesquisa de mercado, dados financeiros, ou qualquer outra fonte que possa lhe nortear. 4.6.2 Níveis de Tomada de Decisão Tomada de decisão estratégica - São as que definem os objetivos da empresa, suas metas e diretrizes. É tarefa exclusiva da alta gerência, pois a mesma tem a visão geral dos elementos que definem o empreendimento e precisa ser capaz de integrar todos estes aspectos de um modo coerente. As decisões tomadas nesse nível definem a relação da empresa com o ambiente externo. As decisões estratégicas são por natureza decisões não programadas. Tomada de Decisão Tática - Normalmente tomadas em nível intermediário de gerência, estas decisões envolvem o desenvolvimento de táticas para alcançar as metas estratégicas definidas pela alta gerência. As decisões traduzem as decisões estratégicas de maneira concreta, prática e objetiva, são decisões mais voltadas para a ação. Tomada de Decisões Operacionais - São decisões do nível operacional e refere-se ao curso de operações diárias. Esse tipo de decisão define como as ações devem ser conduzidas, de maneira mais eficiente e eficaz, para alcançar as metas estabelecidas no nível ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 39 médio. 4.6.3 Decisões programadas e não programadas Administradores enfrentam problemas constantemente, alguns pedem decisões relativamente simples, outros parecem impossíveis de solucionar. Alguns demandam ações imediatas, já outros levam meses ou até anos para serem desdobrados. Os profissionais da área, muitas vezes ignoram o problema, primeiramente, por não saberem ao certo quanto tempo, e quais dificuldades estão por vir. Segundo, envolver-se é arriscado, o insucesso pode marcar e até prejudicar uma carreira. Depois, solução de problemas e tomada de decisão pode ser tão desgastante que os mesmos preferem se proteger em atividades menos exigentes. A maioria das decisões administrativas carecem de estruturas e oferecem riscos, incertezas e conflitos. Existem dois tipos de decisões gerenciais, são estas: Decisões Programadas: são sempre bastante semelhantes, pois tratam de problemas bem conhecidos, cotidianos e repetitivos e que se enquadram aos procedimentos e regras sistemáticas. Quando um processo é produzido e gera soluções aceitáveis todas as vezes, a gerência cria um algoritmo, este é um conceito matemático aplicado à administração. Um algoritmo é um cálculo repetitivo. As decisões programadas apesar de rotineiras, podem ser bastante complexas e necessitar de uma abordagem sistêmica, quando tomadas na primeira vez que o problema for resolvido, mas o resultado será uma solução algorítmica, que poderá ser utilizada toda vez que se fizer necessário. Decisões não programadas: destinam-se àqueles problemas que não são conhecidos, não fazem parte da rotina da empresa, tendem a ser únicos e não se enquadram nos procedimentos e regras sistemáticas. As decisões não programadas contam apenas com a habilidade do gerente, já que não existe uma solução rotineira, é preciso buscar princípios e respostas que possam ser aplicados àquela situação específica, tendo sempre em mente que as soluções e metodológicas passadas podem não ser aplicáveis. Ou seja, diferentes problemas exigem diferentes tipos de decisão. Assuntos rotineiros e cotidianos, de menor importância, são resolvidos através de um conjunto de procedimentos previamente estabelecidos: as chamadas decisões programadas. As decisões mais importantes, requerem uma solução específica criada através de processos menos estruturados de tomada de decisão e de solução de problemas. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 40 Características das decisões programadas e não-programadas Decisões Programadas Decisões Não-Programadas Baseadas em dados adequados Baseadas em dados inadequados Baseadas em dados repetitivos Baseadas em dados únicos e novos Tomadas em condições estáticas e imutáveis Tomadas em condições dinâmicas e mutáveis Sob condições de previsibilidade Sob condições de imprevisibilidade Baseada na certeza Baseadas na incerteza Podem ser computacionais Devem ser tomadas sob julgamento pessoal 4.7 Liderança É uma característica muito importante para todos que dirigem equipes ou times. Por isso ela recebe grande atenção dentro da Teoria Comportamental da Administração, a qual desenvolve, explora e nos ajuda a entender a complexa conduta organizacional. Uma das definições de liderança diz que ela é a arte de conduzir pessoas, atraindo seguidores e influenciando sua forma de pensar e agir. Pode-se dizer também que a liderança é o processo de dirigir as ações ou influenciar o comportamento e a mentalidade das pessoas, a fim de atingir um objetivo maior. Figura 4 – Características de um líder Fonte: Elaborada pelo autor (2015) Algumas pessoas tem mais facilidade para desempenhar o papel de líder. Estudos sobre as relações humanas tentam identificar quais comportamentos, traços de personalidade, temperamentos, habilidades e atitudes determinam um bom líder. Traços de personalidade: Uma das formas de estudar a liderança é focar na personalidade dos líderes. É possível perceber determinados traços de personalidade comuns à alguns deles, por outro lado, pessoas com os mesmos traços não são, http://www.portal-administracao.com/2014/11/teoria-comportamental-da-administracao.html ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 41 necessariamente, líderes. Até hoje não foi possível identificar um conjunto de traços comuns à todos os líderes, mas percebeu-se grande habilidade para as relações pessoais. Habilidade de liderança: Outra linha foca nas habilidades desenvolvidas ao longo da vida. Partidos políticos, diretórios acadêmicos e outros agrupamentos podem ser considerados escolas de desenvolvimento das habilidades importantes para a liderança, como a habilidades de comunicação. O requisito básico para um líder é saber transmitir sua mensagem de modo a persuadir, inspirar e motivar seus seguidores. 4.7.1 Tipos e estilos de liderança Liderança bidimensional: Existe a liderança orientada para tarefa e a liderança orientada para as pessoas, no início acreditava-se serem práticas opostas, contudo à medida que as pesquisas avançavam, constatou-se que não eram polos opostos, mas sim de limites de um mesmo território. Assim surgiu o conceito bidimensional, onde o líder poderia realizar a combinação de dois estilos, ou enfatizá-los alternadamente. Liderança situacional: depende das circunstâncias ou do momento em que o líder se encontra, tornando a liderança flexível para se adaptar à situação. Variações como o clima organizacional, o grupo de trabalho, a natureza da tarefa e a pressão do tempo, influenciam seu posicionamento. Liderança transacional ou carismática: Estes tipos se baseiam em recompensas que o líder oferece aos seus liderados, assumindo um caráter motivacional. Quando focamos na motivação, podemos identificar dois tipos de liderança: a carismática e a transacional. O líder carismático estabelece uma relação psicológica com seus liderados,sendo um agente de mudanças, inspirando e transformando o ambiente. Já o líder transacional constrói uma relação de interesses, apelando para os ganhos e vantagens de seus colaboradores, como promoções, aumentos e mais autonomia. 4.7.2 Como desenvolver a liderança? Um líder naturalmente se destaca em um grupo, mesmo que este indivíduo não possua um cargo de liderança. Liderar é agregar, dirigir, influenciar um determinado grupo, isso ocorre nos mais diversos contextos, e varia de acordo com a característica do ambiente e da atividade. É importante observarmos que nem sempre as lideranças de uma organização estão nos cargos de chefia, é possível identificar estes líderes por suas atitudes que são vistas como inspiradoras e motivadoras pelos demais. Liderança pode ser considerada uma das habilidades mais desejadas, tanto pelo mercado quanto pelos profissionais que buscam destaque em suas carreiras. Contudo, quando não se possui esta habilidade nata, não é nada fácil desenvolvê-la. Um engano comum é achar gerenciar uma equipe é a mesma coisa que liderá-la. Liderar não é apenas gerenciar. Para ser um bom líder, é necessário saber ouvir, saber incentivar, saber cobrar, saber como extrair o melhor de cada membro de sua equipe. https://pt.wikipedia.org/wiki/Lideran%C3%A7a MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 42 4.7.3 Conclusão - Tipos e Estilos de Liderança Não devemos limitar uma boa liderança a um talento pessoal, é preciso enxergá-la como um processo interpessoal, que pode variar de acordo com as habilidades de cada líder, com os aspectos da missão, com a tarefa a ser executada e com a sua motivação do líder e de seus liderados. É fácil reconhecer um verdadeiro líder, basta observar a maneira como conduz, influencia e motiva sua equipe em torno de um objetivo comum. Uma tarefa, meta ou missão, é o componente que conecta uma equipe, sem ele não há liderança, apenas prestígio ou estima. Só um objetivo comum atraia seguidores, tonando um líder em potencial em um líder real. Saber equilibrar seu poder e autoridade com as necessidades humanas para um bom relacionamento, é uma característica primordial de um líder. O líder jamais pode se considerar superior à seus liderados, não deve usar seu posto para exercer autoridade. Também deve ser condescendente demais e não se impor diante sua equipe. Deve ser sempre ponderado, mantendo um equilíbrio entre a hierarquia e a democracia. 4.8 Técnicas de Levantamentos de Dados No início de um projeto, é preciso obter o máximo de informações possíveis à respeito do mesmo: objetivo, duração, público alvo, concorrência. Estas informações serão imprescindíveis para as próximas fases, dando condições para que o projeto seja elaborado de maneira objetiva. Alguns clientes não conseguem expressar suas necessidades, desejos, sugestões e críticas de forma clara. Para isso existem técnicas de levantamento de dados que auxiliam na obtenção das exigências e informações necessárias para o de um projeto. Estas técnicas também utilizadas para avaliar o desempenho dos processos dentro das organizações. ▪ Pesquisa: conjunto de ações que visam reunir informações sobre um determinado tema. Seja através de pesquisas bibliográficas, visitas a empresas que já desenvolveram projetos semelhantes, conversas com pessoas mais experientes no assunto, busca de conhecimento na internet, etc. A pesquisa orienta o desenvolvimento de roteiros para a entrevista e elaboração do questionário. ▪ Entrevista: Caracteriza-se pela obtenção de informações através do contato direto, diálogo entre o pesquisado e o pesquisador, seguindo-se um roteiro previamente estabelecido. A entrevista permite que o entrevistado: ▪ Exponha suas ideias, oralmente e em clima informal. ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 43 ▪ Se encoraje a apresentar críticas/sugestões. A entrevista permite que o entrevistador: ▪ Definir os objetivos, necessidades e características gerais do projeto; ▪ Obtenha uma visão genérica dos problemas ou novas diretrizes da empresa, principalmente, quando efetuada junto à alta administração. ▪ Corrija as falhas ocorridas durante a observação preliminar da empresa. Aspectos Negativos: ▪ Impossibilidade de fazer todas as anotações durante a entrevista (gera constrangimentos), perdendo-se assim muitos detalhes. ▪ Processo caro e demorado, onde para cada entrevista é computado o tempo do entrevistador e entrevistado. ▪ Possibilidade do entrevistador se comover com os aspectos emocionais ou pessoais do entrevistado. ▪ Possibilidade do entrevistador se deixar influenciar pela ótica pessoal do entrevistado na focalização do problema. Regras básicas que devem ser obedecidas: ▪ Planeje a entrevista cuidadosamente, determinando: ▪ Os assuntos a serem abordados; ▪ A sequência dos assuntos; ▪ Quem deverá ser entrevistado (de cima para baixo); ▪ Que informação é desejada; e ▪ A hora e o local da entrevista. ▪ Mostre ao entrevistado a importância de sua contribuição e assegure o anonimato de suas opiniões; ▪ Compareça pontualmente a entrevista, procurando fazê-lo dentro na data e no prazo estipulado; ▪ Conduza a entrevista em ambiente informal e de confiança mútua, explicando sempre a finalidade do estudo; ▪ Torne-se bom ouvinte, sem se deixar levar pela emoção, sem se impressionar; ▪ Comunique-se no mesmo nível do entrevistado; ▪ Não argumente, nem contradiga e nem exponha suas ideias; ▪ Anote os dados levantados, desde que não sejam de ordem política e pessoal; ▪ Anote, após as entrevistas, os dados complementares que julgar necessários. ▪ Questionário: Esta técnica se baseia na formulação por escrito de uma série de perguntas objetivas e padronizadas a serem respondidas por um grupo de pessoas. O questionário deverá ser utilizado quando: ▪ O número de pessoas a serem inquiridas for elevado; MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 44 ▪ O levantamento de dados precisar que ser realizado em locais distantes e diversificados; ▪ For necessário consultas a documentos para complementação; ▪ Os dados forem tabuláveis. Aspectos Negativos: ▪ Inibe a pessoa que responde ao questionário quanto à formulação de críticas e sugestões para novas diretrizes da empresa porque teme sua identificação, mesmo quando lhe é assegurado o anonimato; ▪ Inibe as pessoas que não tem o hábito de escrever ou que encontram dificuldades em transmitir suas ideias por escrito; ▪ Resistência ao preenchimento (falta de tempo), provocando a demora na apuração dos resultados; ▪ O questionado poderá emitir falsas informações a fim de valorizar o desempenho pessoal. Precauções ao se utilizar o Questionário: ▪ Determinar o prazo para o preenchimento do questionário; ▪ Instruir como responder, informando a finalidade; ▪ Que seja utilizado novo questionário, entrevista ou observação direta nos casos em que houver dúvidas; ▪ Que seja feito um teste preliminar no questionário, a fim de corrigir dúvidas quanto a interpretação ou de vocabulário; ▪ Que se evite aplicar questionários para a alta direção, utilizando neste caso a entrevista onde a contribuição será maior na parte de diretrizes e críticas. As perguntas poderão ser do tipo: ▪ Aberta: representam questões de raciocínio aberto, relativamente livres na forma de responder por parte do pesquisado. Podem dificultar a tabulação dos dados. ▪ Fechada: exigem respostas diretas, geralmente com poucas palavras, inclusive do tipo sim/não e de múltipla escolha. ▪ Observação Direta: É a técnica de levantamento de dados, através da observação dos fenômenos relativos ao desenvolvimento do trabalho, no próprio local de execução. A percepção pessoal é muito útil para confirmação de informações, obtidas através de outros meios. Aspectos Negativos da Observação Direta O principal aspecto negativo é quanto ao comportamento, de quem está sendo observado.Este pode modificar o seu comportamento habitual das seguintes formas: ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 45 ▪ Executando o trabalho de modo diferente; ▪ Cometendo erros que normalmente não se deva cometer; ▪ Buscando uma execução aprimorada a fim de valorizar seu desempenho pessoal. Para a aplicação desta técnica, o Analista deverá: ▪ Solicitar aprovação do chefe principal sobre a realização da observação; ▪ Levantar informações preliminares sobre o trabalho a ser observado, tais como, periodicidade, condições, etc.; ▪ Comunicar-se com a pessoa a ser observada, procurando diminuir prováveis barreiras ou tensões decorrentes de constrangimento. 4.8.1 Instrumentos de Trabalho Os instrumentos de trabalho do organizador - Analista de Organização, Sistemas e Métodos, são: ▪ Organograma ▪ Quadro de Distribuição de Trabalho (Q.D.T.) ▪ Layout ▪ Formulários ▪ Fluxograma Organograma É um tipo de diagrama utilizado para demostrar as relações hierárquicas de uma organização e sua estrutura, ou apenas a disposição das seções e a comunicação entre elas. É importante lembrar, que um organograma nos mostra a representação de uma organização em um determinado momento, podendo sofrer alterações com o passar do tempo. Para tanto ele deve ser desenvolvido de forma flexível e para fácil compreensão. Quando bem estruturado o organograma permite que os membros da organização conheçam suas responsabilidades, suas funções e a quem devem se reportar. Existem alguns tipos de organogramas: ▪ Organograma vertical (ou clássico): é mais usado para representar a hierarquia na empresa. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 46 Vantagens: ▪ Fácil e rápida visualização de quem é quem na organização. ▪ Identificação do fluxo de autoridade e de comunicação. Cuidados a serem tomados quando da elaboração: ▪ Clareza - quanto a identificação ▪ Simplicidade - quanto à compreensão ▪ Precisão - deve estar sempre atualizado ▪ Estética - buscar equilíbrio quanto a representação ▪ Organograma circular (ou radial): destaca o trabalho em grupo, não há um representação hierárquica. É o mais usado por organizações modernas ou do terceiro setor, onde o se deseja ressaltar a importância do trabalho em equipe; http://www.infoescola.com/economia/setor-terciario/ ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 47 ▪ Organograma horizontal: representa de forma horizontal a hierarquia da empresa, colocando os cargos lado a lado, valorizando assim todas as funções. ▪ Organograma funcional: semelhante ao vertical, representa não as relações hierárquicas, mas também as relações funcionais da organização; ▪ Organograma matricial: é usado para representar a estrutura das organizações que não apresentam uma posição definitiva, mas grupos de trabalhos por projetos que podem ser temporários. Fica claro que para criar um organograma é necessário um estudo aprofundado da organização e de sua estrutura, e uma definição bastante clara do que ele pretende representar. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 48 Organização: conjunto de meios materiais e humanos, e sua forma de funcionamento, enquanto a estrutura diz respeito, mais particularmente, às pessoas em suas relações de interdependência dentro do sistema. Estrutura: disposição de um conjunto de pessoal, reunidas por uma rede de ligações formais ou informais, de dependência ou cooperação. Estas ligações são estabelecidas em função das responsabilidades e prerrogativas atribuídas a cada um, através de decisões da autoridade superior. Os organogramas representam, configuram e evidenciam a organização das relações entre as pessoas que constituem um dado sistema. São representações gráficas da organização formal especificando, a linha de autoridade, os níveis hierárquicos, as posições dos órgãos com suas vinculações e subordinações. Layout ou arranjo físico: Por layout entende-se a disposição física dos locais de trabalho, como as condições ambientais: iluminação, aeração, ruído, as cores utilizadas e outros fatores, estão intimamente relacionados com o fluxo de trabalho e a produtividade, há necessidade de se projetar o layout das instalações. O tipo mais empregado é de planta baixa, onde são desenhados em escalas apropriadas, e na mesma proporção em que foi desenhada a área em estudo, os componentes do layout. Utilizando-se de planta baixa, pode-se produzir analiticamente a sequência de uma ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 49 rotina no local de trabalho, ou seja, simular as fases de execução de uma tarefa dentro do ambiente onde será realizada. Isto é obtido unindo-se os pontos pelos quais flui o processo, dando origem ao gráfico de organização conhecido por Fluxolocalgrama. Formulários: São instrumentos utilizados para: ▪ Uniformizar os procedimentos; ▪ Dar valor legal a determinados atos e/ou fatos Administrativos; ▪ Facilitar o controle das operações; e possibilitar o fluxo de informações, processamento e análise com o mínimo de custo e esforço. Fluxograma: Um fluxograma, ou flowchart, é um diagrama que tem a função de representar graficamente, processos ou fluxos de materiais e operações. Diferente do organograma - que representa a estrutura funcional da empresa - o fluxograma representar algo essencialmente dinâmico. Apresentando sempre um início, um fluxo, e um fim, o fluxograma utiliza alguns símbolos básicos convencionais em sua construção, porém suas representações que podem variar. ▪ Seta - usada para indicar o sentido do fluxo; ▪ Retângulo - onde são inseridas as ações; ▪ Losango - representa questões / alternativas; O losango sempre terá duas saídas; ▪ Linhas ou setas nunca devem cruzar umas sobre as outras; ▪ O texto deve ser sempre claro e sucinto; ▪ As ações sempre devem iniciar com um verbo no infinitivo (fazer, dizer...); ▪ Os símbolos ou modelos utilizados em um fluxograma, podem variar de acordo com objetivo e o processo que ele descreve. Um fluxograma precisa ser de fácil compreensão, claro e objetivo de modo que não haja dificuldades para identificar as ações a serem executadas, ou as alternativas do processo. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 50 Figura 5(4): Organograma Fonte: Elaborado pelo autor (2015) É a melhor solução para representar as informações, por permitir fácil visualização das fases do processo, proporcionando uma observação e conclusões mais eficazes, em menor tempo. 4.9 Marketing Marketing é uma palavra da língua inglesa, derivada de market, que significa mercado. É usada para definir ações voltadas para o mercado. Logo, a empresa que pratica o marketing tem o mercado como seu objetivo. 4.9.1 Trajetória Histórica e Conceito do Marketing É praticamente impossível determinar quando o marketing surgiu, pois nas trocas e vendas realizadas pelas primeiras civilizações já eram utilizadas as estratégias de marketing que hoje conhecemos, com características não tão bem definidas, mas bem semelhantes. Apesar de encontrarmos suas raízes ao longo da história da humanidade, na própria gênese do comércio o marketing é um campo de estudo absurdamente novo se comparado com os demais campos do saber. O estudo do mercado surgiu da necessidade dos industriais de administrar a nova realidade oriunda da Revolução Industrial. Neste estágio o marketing ainda é inseparável da ecônomia e da administração clássica, pois sua preocupação era puramente de logística e produtividade para a maxização dos lucros. Os consumidores não tinham qualquer poder de barganha e a concorrência era praticamente inexistente. Tal realidade manteve-se inalterada até fins da Segunda Guerra Mundial quando então, reagindo ao crescimento da concorrência, mercadólogos começaram a teorizar sobre como atrair e lidar com seus consumidores. Surgiu então a cultura de vender a qualquer preço. P.T. Barnum foi um ícone deste períodocheio de truques que faziam da arte de vender quase num espetáculo de charlatanice e que faz com que até hoje os profissionais do mercado sejam vistos com desconfiança. Além disso as técnicas existêntes eram demasiadamente amadoras, baseando-se mais na intuição do que na prática. Técnicas ingênuas, estavam misturadas a ferramentas eficiêntes, lenda e fato se misturavam e o ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 51 mercado não dava muito ouvido a academia. Década de 1950 - O primeiro golpe contra esta cultura veio em 1954 pelas mãos de Peter Drucker ao lançar seu livro “A Prática da Administração”, não se tratava de propriamente um livro sobre Marketing, mas foi o primeiro registro escrito que cita o Marketing como uma força poderosa a ser considerada pelos administradores. Década de 1960 - O segundo golpe veio em 1960 por Theodore Levitt, mais tarde entitulado o Pai do Marketing, professor da Harvard Business School. Seu artigo na revista Harvard Business Review entitulado "Miopia de Marketing", revelou uma série de erros de percepções, mostrou a importância da satisfação dos clientes e transformou para sempre o mundo dos negócios. O vender a qualquer custo deu lugar ao satisfação garantida. Não é a toa que este período viu o renascimento das marcas como Coca-Cola, Sears, Malboro, etc. O mundo do marketing começou a borbulhar, artigos científicos foram escritos, pesquisas feitas e dados estatisticamente relevantes traçados. Separou-se as estretégias eficiêntes dos achismos e viu-se a necessidade de um estudo sério do mercado. Este conhecimento adquirido ficou espalhado, difuso, muitas vezes restrito ao mundo acadêmico. Em 1967, Philip Kotler, lança a primeira edição de seu livro "Administração de Marketing", onde pôs-se a reunir, revisar, testar e consolidar as bases daquilo que até hoje formam o cânone do Marketing. Década de 1970 - Nos anos 70 destacou-se o fato de surgirem Departamentos e Diretorias de Marketing em todas as grandes empresas. Não se tratava mais de uma boa idéia, mas de uma necessidade de sobrevivência. É nesta época que multiplicam-se supermercados, shoppings centers e franchises. De fato, a contribuição do marketing é tão notória no meio empresarial, que passa rapidamente a ser adotada em outros setores da atividade humana. O governo, organizações civis, entidades religiosas e partidos políticos passaram a valer-se das estratégias de marketing adaptando-as as suas realidades e necessidades. Década de 1980 - Em 1982, o livro "Em Busca da Excelência", de Tom Peters e Bob Waterman inaugurou a era dos gurus de marketing. Num golpe de sorte editorial produziram o livro de marketing mais vendido de todos os tempos ao focarem completamente sua atenção para o cliente. O fenômeno dos gurus levou o marketing às massas, e portanto as pequenas e médias empresas, e a todo o tipo de profissional. Talvez por isso, e também por uma necessidade mercadológica o marketing passou a ser uma preocupação direta da Alta Direção de todas as mega-corporações, não estando mais restritas a uma diretoria ou departamento. O fênomeno dos guros entretando é responsável pelo posterior descuido com o rigor da investigação científica e uma tendência a modismos. Nesta época floreceram diversos autores que logo caíram no anonimato e outros como Al Ries por definir o conceito de Posicionamiento, Jay Conrad Levinson por conceituar o Marketing de Guerrilha, e Masaaki Imai, pai do Kaizen, que ganharam reconhecimento no mundo dos negócios e reputação por suas idéias e abordagens originais. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 52 Década de 1990 - Assim como fez em muitos outros setores, o avanço tecnológico dos anos 90 tiveram um forte impacto no mundo do marketing. O comêrcio eletrônico foi uma revolução na logistica, na distribuição e na formas de pagamento. O CRM, (Customer Relationship Management) e o Serviços de Atendimento ao Consumidor entre outras inovações tornaram possivel uma gestão de relacionamento com os clientes em larga escala. E como se isso não fosse o suficiente, a Internet chegou como uma nova via de comunicação. É a época do Maximarketing de Stan Rapp, do Maketing 1 to 1 da Peppers & Rogers Group , do Aftermarketing de Terry G. Vavra e do Marketing Direto de Bob Stone ou seja, caracterizou-se por uma constante busca pela personalização em massa. Outra tendência do período foi o fortalecimento do conceito de Marketing Societal no qual tornou-se uma exigência de mercado haver uma preocupação com o bem-estar da sociedade. A satisfação do consumidor e a opinião pública passaram a estar diretamente ligada a participação das organizações em causas sociais e a Responsabilidade Social transformou-se numa vantagem competitiva. Década de 2000 - A virada do milênio assitiu a segmentação da TV a Cabo, a popularidade da telefonia celular e a democratização dos meios de comunicação especialmente via Internet. A World Wide Web já estava madura o suficiente e nos primeiros anos desta década surgiram uma infinidade de pesquisas e publicações sobre WebMarketing e comércio eletrônico. Mas mais do que isso, agora o cliente não tinha apenas poder de barganha, tinha também poder de informação. Era de se esperar que isso influenciasse a maneira com a qual os consumidores interagissem com as empresas e entre si. Os primeiros reflexos disso foram o nascimento do Marketing de Permissão, de Seth Godin, a conceitualização do Marketing boca-a-boca por George Silverman e a explosão do Buzzmarketing e do Marketing Viral por autores como Russell Goldsmith e Mark Hughes. Durante todos esses séculos de mudanças e evoluções o marketing foi feito de inúmeras maneiras diferentes. Assumir uma forma diferente, com outra abordagem e características bem distintas umas das outras, mas sempre com o mesmo objetivo: fazer com que um consumidor interaja com sua marca e torne-se um cliente. Marketing pode ser definido como função empresarial que cria continuamente valor para o cliente e gera vantagem competitiva duradoura para a empresa, por meio da gestão estratégica das variáveis controláveis: produto, preço, comunicação e distribuição. Marketing é a ciência e a arte de explorar, criar e entregar valor para satisfazer as necessidades de um mercado-alvo com lucro. Marketing identifica necessidades e desejos não realizados. Ele define, mede e quantifica o tamanho do mercado identificado e o potencial de lucro. Ele aponta quais os segmentos que a empresa é capaz de servir melhor e que projeta e promove os produtos e serviços adequados. (PHILIP KOTLER, 1967) Ou seja, o Marketing é uma série de estratégias, técnicas e práticas que tem o principal objetivo de agregar valor às determinadas marcas ou produtos a fim de atribuir uma maior importância das mesmas para um determinado público-alvo, os consumidores. Se engana quem acredita que o Marketing tem apenas como o objetivo vender ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 53 algo. Este conceito se aprofunda em tudo que envolve este processo, bem como a produção, logística, comercialização e pós venda do produto/serviço. 4.9.2 Conceitos Aplicados no Marketing Um dos fundamentos teóricos do conceito de marketing é a teoria da escolha individual, formulada pelo economista clássico Adam Smith (1776), cujo pressuposto é que o bem estar da sociedade é o resultado da convergência entre interesses individuais do comprador e os do vendedor, por meio da troca voluntaria e competitiva. Essa teoria engloba quatro princípios: ▪ As pessoas buscam experiência que valham a pena; ▪ A escolha individual determina o que vale a pena; ▪ Por meio da troca livre e competitiva, os objetivos individuais serão realizados; ▪ As pessoas são responsáveis pelas suas ações e escolhem o que é melhor para elas. Mercado - entende-se mercado como o conjunto de pessoas e/ou organizações cujas necessidades podem ser satisfeitas por produtos ou serviços e que dispõemde renda para adquiri-los. Desse conceito derivam as noções de mercado de consumo, referente a pessoas, e de mercado organizacional, referente a organizações. Mercado-alvo - é aquele para o qual a empresa irá direcionar seus investimentos e focar sua estratégia de marketing. Ele é selecionado com base na análise de atratividade e competitividade realizada pelo gerente de marketing. ▪ A análise de atratividade - consiste no dimensionamento da demanda potencial e dos resultados de receitas e lucros a serem alcançados pela empresa, ao longo do ciclo de vida do produto. ▪ A análise de competitividade - é a avaliação das vantagens competitivas do produto em relação a concorrência. Segmento de mercado - é um grupo de consumidores com necessidades e características comuns entre si, mas diferentes em relação a outros grupos, que exige estratégia e programa de marketing distinto. É uma estratégia de marketing que identifica grupos de clientes potenciais de acordo com uma ou mais características – geográficas, psicográficas, demográficas, comportamentais - tendo como objetivo elaborar programas de marketing mais eficientes e orientados para um ou mais segmentos selecionados. Necessidade - trata-se de um estado de carência ou privação sentido por uma pessoa que provoca a motivação para o consumo como meio de superar tal estado. A necessidade pode ser de dois tipos: inata ou adquirida. ▪ A necessidade inata - é aquela inerente à natureza humana e que não pode ser esgotada, como a necessidades de natureza física ou biológica – fome, sede, calor. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 54 ▪ A necessidade adquirida - é a derivada do ambiente cultural e social, depende da experiência, das relações e da evolução da sociedade. E pode ser esgotada ou saturada, por estar associada à resposta tecnológica dominante (produto) no momento, a qual evolui ao longo do tempo. ▪ Exemplos de necessidades adquiridas são o desejo de pertencer a um grupo, ser reconhecido e valorizado, a necessidade de ter um trabalho, status ou prestigio. Satisfação da necessidade - é atingida quando o resultado do desempenho do produto ou serviço se iguala à expectativa do cliente ou a supera. Já o conceito de valor significa a diferença entre os benefícios obtidos e os custos incorridos. Os custos podem ser de natureza econômica (preço pago), física (tempo de espera, tempo de deslocamento, esforço físico, mal-estar), emocional ou psicológica (medo, insegurança, risco de vida, constrangimento). Portando, o valor decorre da relação custo-benefício percebida pelo cliente. Quanto maiores os benefícios percebidos em relação aos custos incorridos, maior o valor do produto para o cliente. Vantagem competitiva - refere-se a uma competência exclusiva da empresa, que não pode ser copiada por seus concorrentes e que gera uma posição de mercado superior e duradoura. Produto - é um termo genérico que designa o que satisfaz a necessidade e o desejo do cliente, seja um bem tangível (alimento, roupa, carro), um bem intangível (serviço). ▪ Atributos do produto - são suas características funcionais (desempenho, sabor, temperatura, velocidade etc.), formais (tamanho, cor, peso) ou estéticas (design, estilo), percebidas e conhecidas, ou não, pelo cliente. ▪ Benefícios do produto - são os resultados obtidos com o uso ou consumo do produto, que satisfazem os desejos e as necessidades dos clientes. Podem ser de natureza física (saciar a fome), emocional (receber elogios), psicológica (sentir segurança) ou social (ser aceito pelo grupo). Portanto, os clientes compram benefícios e não atributos. Serviços - é um bem intangível, uma ação ou um desempenho que cria valor por meio de uma mudança desejada no cliente ou em beneficio dele. As principais características dos serviços são as seguintes: ▪ São intangíveis; ▪ Existe a simultaneidade de produção e consumo; ▪ São variáveis; ▪ Não existe estoque; ▪ O cliente não obtém a propriedade. Demanda de Mercado - é o resultado da participação do produto na demanda de mercado. É a função da eficácia dos investimentos em marketing realizados pela empresa. ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 55 4.9.3 Outbound Marketing x Inbound Marketing Outbound Marketing - Seu objetivo principal é atrair o consumidor de maneira incisiva. Telemarketing, mala direta, e-mails de spam, anúncios em revistas, outdoors, pop- ups em sites e remarketing. Todas essas maneiras de fazer o marketing tem o objetivo de mostrar sua marca e produtos antes de tudo. Apesar de efetiva, esse tipo de abordagem costuma ser cansativa para o consumidor. Tendo em vista que ele pode se deparar com alguns anúncios em momentos importunos. Inbound Marketing - Técnicas desenvolvidas com o objetivo de educar e criar um relacionamento com os consumidores. Apesar de possuir a mesma intenção de vendas, no Inbound Marketing sua marca é trabalhada de maneira diferente. Ao invés de anunciar seus produtos e preços, os marketeiros ensinam o mercado, ganham autoridade e aí sim, auxiliam os consumidores no processo de compra. E mesmo após a venda o trabalho não é finalizado. Os clientes continuam sendo educados e “mimados” para que eles se tornem propagadores de sua marca. Apesar dessa enorme diferença entre as duas modalidades, o Outbound existe desde o início, da época mais primitiva, do Marketing. Enquanto isso, a vertente mais amigável e saudável, o Inbound Marketing é praticado há alguns anos, mas foi recentemente que o conceito tomou força graças a Brian Halligan e Dharmesh Shah, criadores do conceito e fundadores da Hubspot. 4.9.4 Tipos de Marketing A seguir, alguns dos principais modelos de marketing que já existiram e que ainda são praticados no mundo. ▪ Marketing Direto: Utilizando informações precisas do público-alvo como nome, telefone, endereço, interesses entre outros, são criadas mensagens diretas para esse consumidor. Os canais de contato utilizados são: e-mails, ligações, mensagens e mala direta. ▪ Marketing Indireto: Uma maneira mais sutil de veicular sua marca ou empresa em momentos que os consumidores não estão esperando. Normalmente utilizado durante filmes, novelas, jogos e quaisquer outros momentos em que não nos deparamos com um anúncio propriamente dito. ▪ Marketing Social: Empresas que apoiam e patrocinam grandes eventos culturais como shows, filmes e quaisquer outras causas sociais. Este tipo de Marketing gera uma imagem positiva da marca perante a população. ▪ Endomarketing: Essa é uma estratégia de marketing voltada para ações internas nas empresas. Isso mesmo, ao invés de focar no externo, ações de endomarketing tem como objetivo promover e envolver os próprios colaboradores de uma determinada organização. http://outboundmarketing.com.br/2015/03/23/o-que-e-outbound-marketing/ http://marketingdeconteudo.com/inbound-marketing/ http://www.hubspot.com/company/management/brian-halligan?__hstc=125963474.4e060cd18d099a95b2e4ad45890d68bd.1448916336435.1448916336435.1448916336435.1&__hssc=125963474.1.1448916336437&__hsfp=591391686 http://www.hubspot.com/company/management/dharmesh-shah?__hstc=125963474.4e060cd18d099a95b2e4ad45890d68bd.1448916336435.1448916336435.1448916336435.1&__hssc=125963474.1.1448916336437&__hsfp=591391686 http://www.hubspot.com/?__hstc=125963474.4e060cd18d099a95b2e4ad45890d68bd.1448916336435.1448916336435.1448916336435.1&__hssc=125963474.1.1448916336437&__hsfp=591391686 http://marketingdeconteudo.com/endomarketing/ MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 56 ▪ Marketing de Guerrilha: Essa modalidade tem como principal característica possuir um baixo custo ou orçamento, mas que gere um alto impacto. São utilizadas maneiras não convencionais para executar as atividades de marketing. ▪ Marketing Digital: Uma das vertentes mais atuais do Marketing que tem como seu principal canal de atuação o meio digital. ▪ Marketing de Conteúdo:Modelo de Marketing que ganhou enorme relevância nos últimos anos. Após perceber a necessidade e importância de gerar conteúdos que sejam capazes de educar seus consumidores, empresas passaram a adotar esta tática de Inbound Marketing. ▪ Marketing Pessoal: Neste tipo de marketing, podemos defini-lo como o conjunto de estratégias, aplicadas de maneira coerente e planejada, que irão fazer com que você atribua um maior valor a sua imagem pessoal. ▪ Marketing de Relacionamento: O marketing de relacionamento nada mais é que todas as ações tomadas pela empresa como forma de criar e manter um relacionamento positivo com os seus clientes. ▪ Marketing de resposta – Visa procurar deficiências e problemas e satisfazer as necessidades de clientes, também conhecido como Marketing Ativo. ▪ Marketing de previsão – Visa antecipar fatos e fazer pesquisas de mercado e analisar os possíveis rumos do consumo, porém não muito utilizado pois pode-se fazer uma previsão errada e com isso terá um grande prejuízo decorrente de outros fatos. ▪ Marketing de Criação de Necessidades – Este tipo de Marketing é mais complicado, pois visa a criação de um produto jamais solicitado, e muito vezes inimaginável, este parte de outro pensamento de que não é a empresa em si que segue o mercado e sim a empresa que dita o rumo do mercado, também chamado de marketing pró-ativo, este também é o tipo de Marketing mais agressivo pois trabalha com a abordagem da inovação radical em sua estratégia, ou seja, é a criação de um produto novo que supra as reais necessidades dos clientes. Além destes tipos que citamos ainda existem uma infinidade de outros tipos de marketing que surgem o tempo todo. O mercado e os consumidores sempre estão mudando e isso é um dos principais motivos que geram a necessidade de novos modelos de marketing. Diferentes tipos de Marketing se adequam a diferentes tipos de situações e em cada uma delas é possível se aprofundar e aprender novas técnicas eficazes. 4.9.5 A Importância do Marketing no Planejamento Estratégico da Empresa Num mundo de rápidas transformações, os profissionais de marketing precisam pensar ininterruptamente no futuro se quiserem continuar criando valor para seus clientes. http://marketingdeconteudo.com/marketing-digital/ http://marketingdeconteudo.com/o-que-e-marketing-de-conteudo-2/ http://marketingdeconteudo.com/marketing-pessoal/ http://marketingdeconteudo.com/marketing-de-relacionamento/ ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 57 Para que possam estar prontos para agir quando as mudanças criarem problemas ou oportunidades, eles devem decidir quais estratégias deverão ser adotadas, ou seja, precisam planejar definir metas e determinar como alcançá-las. Assim como na vida pessoal, as empresas também precisam se organizar, saber quanto vão ganhar, quanto podem gastar, o que fazer, como fazer e quando fazer, isto é planejar. O processo de planejamento estratégico de marketing pode ser bastante complexo ou relativamente simples. Embora os problemas sejam diferentes, o processo de planejamento é o mesmo sob muitos aspectos. Um planejamento formal pode trazer muitos benefícios para todos os tipos de empresa, grandes e pequenas, novas e maduras. O planejamento estimula a administração a pensar adiante de forma sistemática. Ele força a empresa a aprimorar seus objetivos e políticas, levando a uma melhor coordenação dos esforços corporativos, e oferece padrões mais claros de desempenhos que subsidiam o controle. Argumentar que o planejamento é menos útil em um ambiente de mudanças rápidas, não faz sentido. Na verdade, o oposto é que é verdadeiro: planos sólidos ajudam a empresa a prever mudanças ambientais e a reagir rapidamente a elas, preparando-se melhor para acontecimentos súbitos e inesperados. Segundo Kotler e Armstrong, “Planejamento Estratégico como o processo de desenvolver e manter um ajuste estratégico entre os objetivos e a capacidade da empresa, e as mudanças nas oportunidades de mercado”. O Planejamento Estratégico estabelece a base para todo o planejamento da empresa. Ele define uma missão clara para a empresa, estabelece objetivos que apoiem esta missão, planejam o portfólio de negócios sólido e coordenam as estratégias de marketing e outras estratégias funcionais. A empresa pode adotar três enfoques possíveis de planejamento: ▪ Planejamento de cima para baixo: a alta administração define metas e planos para todos os níveis inferiores da organização. ▪ Planejamento de baixo para cima: as várias unidades organizacionais preparam suas próprias metas e planos e os enviam para os níveis administrativos mais altos para aprovação. ▪ Planejamento metas de baixo, planos de cima: a chefia da administração estuda as oportunidades e potencialidades da empresa e define metas para aquele ano, após as várias unidades da empresa desenvolvem planos para ajudá-la a alcançar seus objetivos. Tipos de Planejamento O planejamento estratégico centra-se em objetivos de longo prazo. Desenvolve MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 58 atividades que geram o desenvolvimento de uma missão organizacional clara. O planejamento estratégico forma a base para outros tipos de planejamento na empresa, como o planejamento tático e operacional. ▪ Operacional: é a criação de objetivos e estratégias para unidades operacionais individuais ao longo de um curto intervalo de tempo, em geral um ano ou menos. Geralmente, os responsáveis são supervisores e gerentes de nível médio. ▪ Tático: é a criação de objetivos e estratégias destinados a alcançar metas de divisões e departamentos específicos ao longo de um intervalo de tempo médio, entre um e cinco anos. Normalmente, é responsabilidade da média gerência. A criação de planos de marketing é, muitas vezes, um tipo de planejamento tático. Etapas do Planejamento Estratégico: ▪ Definição da Missão da Empresa - A definição da missão é uma tarefa desafiadora, deve ser orientada para o mercado, deve ser possível, estimulante e específica para direcionar a empresa no sentido das melhores oportunidades de mercado. ▪ Definição dos Objetivos e Metas da Empresa - A missão da empresa precisa ser traduzida em objetivos detalhados para cada tipo de gerência, assim como em metas para alcançá-los. ▪ Análise FOFA ou SWOT (inglês) - Para selecionar as estratégias adequadas, os gerentes precisam analisar os ambientes interno e externo. Uma maneira prática de analisar é pelo uso do Sistema FOFA – Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças, que vem a ser a avaliação sistemática das forças e fraquezas internas de uma organização e de oportunidades e ameaças externas. ▪ Planejamento do Portfólio de Negócios - O portfólio de negócios são os diversos negócios e produtos que constituem uma empresa. O melhor portfólio de negócios é aquele que se adapta às forças e fraquezas da empresa diante das oportunidades do ambiente. A empresa deve analisar seu portfólio de negócios atual e decidir quais os negócios devem receber maior ou menor volume de investimento, e desenvolver estratégias de crescimento para adicionar novos produtos ou novos negócios ao portfólio. ▪ Planejamento das Estratégias de Marketing - Consiste no planejamento detalhado que deve ocorrer dentro de cada unidade de negócios, cada área funcional (marketing, finanças, contabilidade, compras, produção). O plano mostra como todas essas áreas irão trabalhar juntas para alcançar os objetivos estratégicos. ▪ Plano Estratégico - Para que o plano se viabilize na prática é preciso que as pessoas envolvidas com eles sejam corresponsáveis, desde o desenvolvimento das ideias até a sua execução, sendo importante que os recursos estejam disponíveis e devidamente alocados e que os objetivos sejam priorizados, dentro de um cronograma de programas tático de realização. ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 59 ▪ Implantação do Plano - O sucesso do planodepende, além dos objetivos, estratégias e programas consistentes, de uma boa metodologia, pois a prática é diferente da teoria, é preciso que os setores e as pessoas responsáveis por sua implantação estejam devidamente orientados e supervisionados. ▪ Orçamento e Controle dos Resultados - As mutações ambientais frequentes podem tornar um plano obsoleto antes mesmo do final de sua duração. Para evitar isso, é de fundamental importância o controle não só das datas de execução e de cobrança de resultados, como também de atualizações imprescindíveis, pois as mudanças de cenário podem ser tantas que um plano básico acabe ganhando várias versões de alternativas estratégicas. ▪ A implementação - é o processo que transforma as estratégias de marketing em ações de marketing. Vários fatores podem causar falhas de implementação, como planejamento isolado, desajustes entre objetivos a longo e a curto prazo, resistência natural a mudanças e falhas no preparo de planos detalhados de implementação. 4.9.5 Publicidade e Marketing Publicidade, qualquer anúncio destinado ao público, que tem por objetivo promover a venda de bens e serviços; é preciso distingui-la de outros tipos de atividades que também influem na opinião pública, como a propaganda ou as relações públicas. A publicidade atual desempenha um papel crucial na civilização industrial urbana, condicionando — para o bem ou para o mal — todos os aspectos da vida cotidiana. É possível distinguir três categorias da publicidade: a de bens de consumo, dirigida para o consumidor final; a empresarial, dirigida aos empresários; e a institucional, cujo objetivo é criar prestígio e fomentar o respeito de determinadas atividades públicas. Os meios utilizados pela publicidade são os jornais, a televisão, o rádio, a venda pelo correio, as publicações de informação geral, as revistas de diversos setores profissionais e os outdoors. A publicidade direta inclui toda aquela que é enviada pelo correio ou entregue pessoalmente ao consumidor em potencial, sem que para isso utilize qualquer outro tipo de veiculação, como os jornais ou a televisão. A principal função da publicidade direta pelo correio, é familiarizar o consumidor com o produto, sua denominação, o produtor e as vantagens em sua compra, assim como informar-lhe dos pontos de venda do artigo. Publicidade e Propaganda - Comunicação Social e Mercadológica: Para melhor compreender o que significa a mídia no processo da publicidade contemporânea, seria interessante apresentar a sua origem. Mídia é o plural da palavra médium, que em latim significa meio. Foi adotada pelos norte-americanos (media), e posteriormente incorporada à lingua portuguesa como "Mídia". A mídia é parte integrante do processo mercadológico e podemos dizer que, se a propaganda é uma função de marketing, a mídia, por sua vez, é função da propaganda, e deve ser entendida como investimento para geração de resultados. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 60 Dentre tantas funções, podemos resumir sua função básica a propor caminhos para que a mensagem chegue ao público-alvo. Porém com o passar do tempo, essa tarefa se tornou bem mais complexa, exigindo do profissional um conhecimento mais específico e aprofundado dos diversos meios de comunicação. Publicidade no Brasil: Em 2000, a publicidade brasileira se manteve entre as quatro mais premiadas no Festival Internacional de Propaganda de Cannes - um dos principais no exterior - e consolidou-se como uma das mais importantes do mundo. Em termos de faturamento, nos últimos anos o mercado publicitário nacional alterna períodos de acelerado crescimento e de estabilidade As formas de publicidade mais utilizadas no país são anúncios, outdoors, propaganda em ônibus, marketing direto, patrocínios e merchandising. Os principais meios de comunicação são os preferidos dos anunciantes e das agências. Conforme dados do Projeto Inter-Meios, a maior parte dos investimentos destinam-se à televisão aberta (56%), seguida por jornal (24%), revista (10%) e rádio (5%). A propaganda em TV por assinatura, outdoor e outras mídias fica com os 5% restantes. O setor que mais investe em publicidade é o do comércio varejist, em seguida estão os serviços ao consumidor, com 2,1 milhões de reais, e as empresas ligadas a cultura, lazer, esporte e turismo, com 1 milhão de reais. Publicidade oficial: O governo federal investe cerca de 600 milhões de reais em publicidade anualmente. Já os governos estaduais e municipais gastam por volta de 400 milhões. A maior parte das campanhas publicitárias oficiais destina-se ao esclarecimento da população - como a da vacinação infantil, a da terceira idade e a da prevenção à Aids - e à divulgação institucional, como a do programa Minha Casa, Minha Vida. O Ministério da Educação é o maior anunciante governamental, com despesas publicitárias em torno de 80 milhões de reais; em seguida vêm o Banco do Brasil, com 51 milhões, e o Ministério da Justiça, com 47 milhões. Todos os órgãos e empresas públicas dão preferência à TV para veicular suas campanhas, por causa do grande alcance dessa mídia em todo o País. 4.9.6 Vendas: Comunicação e Promoção O processo de comunicação é uma forma de ação estratégica, direta ou indireta, da empresa sobre o seu mercado. No entanto, algumas empresas aparentemente não fazem muito esforço neste domínio, principalmente aquelas que não produzem produtos de largo consumo ou grande uso. A comunicação de marketing é um investimento e não um custo, que pode ser altamente rentável para o desenvolvimento das vendas. Como qualquer investimento, comporta riscos e se não for bem aplicado, pode trazer alguns encargos. Contudo, nota-se uma grave tendência dos gestores da empresa, sempre que sentem dificuldades nas vendas, a reduzirem ou cortarem todo o investimento em comunicação de marketing. É um grave erro este tipo de cortes, normalmente, a solução para as dificuldades da empresa não está ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 61 no corte de publicidade ou de qualquer outro instrumento de comunicação. A redução drástica em investimento de comunicação só pode agravar a situação. A tendência inversa, embora menos frequente, também já tem sido observada, isto é, quando uma empresa atinge uma fase de impasse, os seus gestores recorrem ao arsenal da comunicação de marketing, esperando que ela os salve dos problemas. Toda comunicação no marketing está contida no que se denomina composto promocional. O composto promocional compreende as atividades de: Propaganda; Promoção e merchandising; e Venda pessoal. São três níveis de comunicação que vão do geral - a propaganda, direcionada a todo o mercado alvo - ao particular; a venda pessoal, contato individualizado entre a empresa e o mercado, através de sua força de vendas. No nível intermediário encontram-se as atividades de promoção e merchandising, comumente direcionadas ao ponto-de-venda e/ou ao seu entorno, para consumidores em situação de compra. Denomina-se como Comunicação Integrada de Marketing o conceito de gerenciamento projetado para fazer com que todos os aspectos da comunicação de marketing - propaganda, promoção de vendas, relações públicas e venda pessoal - trabalhem em conjunto, como uma força unificada. Os objetivos da comunicação devem respeitar algumas especificações: ▪ Ser coerentes com a estratégia geral da empresa; ▪ Ser compreendidos e aceitos por todos os que têm a missão de executá-lo, e servir como indicadores do seu nível de desempenho; ▪ Ser quantificáveis; ▪ Conter o prazo para serem atingidos; ▪ Ser claros e precisos; ▪ Ser mensuráveis; ▪ Ser alcançáveis (realistas). Categorias de objetivos de comunicação de marketing mais frequentes: ▪ Vender mais - em termos de volume, de rentabilidade ou de quota de mercado; ▪ Aumentar a notoriedade e o reconhecimento da marca; ▪ Informar o mercado sobre alguma novidade; ▪ Promover a experimentaçãode um produto ou serviço; ▪ Dar a conhecer a empresa, o produto ou serviço; ▪ Demonstrar as suas vantagens face à concorrência; ▪ Conquistar novos clientes; ▪ Fidelizar a atual base de clientes; ▪ Aumentar a sua satisfação; ▪ Escoar produtos em estoque. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 62 Promoção de vendas: Seguido a premissa de que a promoção de vendas é o conjunto de ações e recursos transformados em apelos no ponto-de-venda, que visam aumentar o volume de vendas de um produto ou serviço durante um período de tempo determinado. As promoções orientadas para o consumidor, algumas vezes são incrivelmente bem sucedidas e geram aumentos imensos nas vendas em curto prazo. No entanto, atingir o sucesso requer um planejamento cuidadoso e grande coordenação com outros aspectos de um programa de marketing. Previsões inadequadas podem levar a desastres promocionais. Partindo dessa definição geral, podemos desenvolver todo o andamento dessa estratégia que segue todo um planejamento mercadológico. A elaboração de um plano de campanha promocional segue a determinação de cinco etapas: ▪ 1º Etapa – análise da situação de mercado ▪ Ambiente econômico – levantamento dos padrões de consumo do público- alvo, dos níveis de inflação e da recessão do ambiente no qual a empresa pretende atuar; ▪ Ambiente social – refere-se ao levantamento dos valores, das crenças e dos comportamentos que permeiam o ambiente mercadológico da empresa ou de onde a ação deve ser realizada. Nesse momento, são importantes os dados sobre as características populacionais como raça, sexo, religião, distribuição geográfica, grau de instrução, estado civil etc.; ▪ Ambiente político – Nesse momento, é preciso analisar as leis e os regulamentos relevantes para as ações de marketing; ▪ Ambiente mercadológico – Inclui o levantamento do tamanho do mercado, da participação da empresa, da evolução do produto ou do serviço, da atuação dos concorrentes e da análise do comportamento do consumidor, entre outros. ▪ 2º Etapa – identificação do problema ▪ A análise das informações disponíveis leva naturalmente à identificação do problema a ser resolvido, e das oportunidades a serem exploradas. Os planejadores mais experientes afirmam que um problema bem definido representa metade da solução. ▪ 3º Etapa – definição dos objetivos da promoção ▪ A definição dos objetivos é um ponto chave do plano promocional. Sem determinar onde se quer chegar, nunca será possível saber se, de fato, se chegará a algum lugar. ▪ Definir o objetivo de uma ação de promoção de vendas é estabelecer o tipo ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 63 de informação que se quer que o público-alvo tome conhecimento: divulgar uma nova embalagem, demonstrar novas aplicações do bem, informar uma alteração nos atributos do produto etc. ▪ 4º Etapa – definição da estratégia ▪ Enquanto o objetivo define “o que” quer resolver, a estratégia identifica “como” fazer para atingi-lo. A título de exemplo: se o objetivo for reduzir estoques por meio da redução temporária de preço, deve-se definir o caminho mais adequado para isso. Será necessário escolher entre desconto no ponto-de-venda, bonificação em produtos (tipo “leve 3, pague 2”), cupom de descontos ou outra alternativa qualquer. ▪ 5º Etapa – a verba promocional ▪ Definir a verba a ser alocada para a promoção de vendas, ou melhor, estabelecer um critério para quantificá-la, consiste em uma tarefa complexa. Os critérios utilizados são diversos e utilizam-se desde complexas fórmulas matemáticas até processos puramente aleatórios, ou seja, existe uma variedade enorme de métodos. O planejamento deve focar no seu público alvo, saber quais produtos serão usados, seu respectivo volume, a região de abrangência (bairro, cidade, região) da promoção em questão. Analisado e definido esse público pode-se utilizar ferramentas da promoção de vendas, que atingem de forma direta consumidor desejado. As ações promocionais devem ser posicionadas no layout de loja (supermercados, hipermercados, lojas de conveniência etc.), nos locais de maior influência para melhor aproveitamento dessa estratégia. A promoção de vendas deve ser definida de forma estratégica, e integrada com outras mídias. Ela utiliza ações desenvolvidas no ponto de venda, levando em consideração a comunicação, ou disposição de layout, portanto, deve ser feito um plano de ação de marketing, com um calendário de datas promocionais previamente montado, contemplando ações periódicas (quinzenais ou mensais), de forma que se possa comunicar por completo a imagem da empresa, o produto em oferta e o respectivo preço. É necessário também, que o varejista se posicione no mercado em que atua de maneira diversificada, mostrando ao consumidor que as suas práticas estratégicas visam a lucratividade, mas também existe uma valorização do consumidor, através desses benefícios adicionais reais e perceptíveis com fins de aumento nas vendas e conquista de clientes potenciais e reais. 4.9.7 O Mercado Consumidor e a Percepção do Produto e/ou Serviço A palavra marketing engloba toda uma ideia de ciclo de mercado. Ou seja, quer dizer o estudo das relações de compra e venda, dos processos de conhecimento das necessidades e adoção de produtos. Fazer marketing é aliar a matemática às reações psicoemocionais de um determinado grupo de indivíduos e aos seus hábitos, atitudes e comportamentos peculiares. É entender os hábitos e costumes desse grupo e ter uma radiografia definida de seu perfil e conhecer a fundo suas aspirações e intenções de vida. É MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 64 enfim, determinar nosso público e mercado-alvo. Grandes pensadores da administração mundial entendem que é necessário colocar no cenário da comercialização de produtos a figura do consumidor como forte influenciador nas relações de compra e venda. Com isso, surgiu a moderna técnica de comercializar produtos. Podemos afirmar que mercado é um grupo de compradores reais e potenciais de um produto. À medida que o número de pessoas e transações de uma sociedade aumenta, o número de comerciantes e mercados também aumentam. O mercado pode ser: ▪ Autossuficiente (produz para sobreviver); ▪ Trocas descentralizadas (produz e troca por outros produtos); ▪ Trocas centralizadas (intermédio de um mercador). Nas sociedades avançadas, os mercados não precisam ter locais físicos, onde compradores e vendedores interagem. Com as modernas formas de comunicação e transporte, um comerciante pode facilmente anunciar um produto na Internet, enviar os bens pelo correio, etc. Um mercado pode crescer em torno de um produto ou qualquer outra coisa de valor. Os Tipos de Mercado Quando nos referimos a mercado, podemos focar: ▪ Mercado Consumidor: indivíduos e famílias que compram bens e serviços para consumo pessoal. ▪ Mercado Industrial: organizações que compram bens e serviços para processamento posterior ou para uso em seu processo de produção. ▪ Mercado Revendedor: organizações que compram bens e serviços para revendê- los com lucro. ▪ Mercado Governamental: órgãos governamentais que compram bens e serviços para oferecer serviços públicos ou transferir estes bens e serviços para outros que precisam deles. ▪ Mercados Internacionais: compradores estrangeiros, incluindo consumidores, produtores, revendedores e governos. ▪ Mercado Financeiro: supri necessidades das pessoas para que elas possam tomar dinheiro emprestado, emprestar, poupar ou protegê-lo. O Mercado Consumidor O mercado consumidor é largamente influenciado pela idade, renda, nível de educação, pelo padrão de mobilidade e gosto dos consumidores, e é preciso identificar as forças ambientais que provocam influências no comportamento consumidor, entender este comportamento é a tarefa essencial do administrador de marketing. Antigamente, os profissionais de marketing compreendiam osconsumidores por ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 65 meio da experiência diária e do contato direto de venda, mas as empresas e os mercados cresceram, evoluíram e muitos profissionais de marketing, encarregados das tomadas de decisões, perderam o contato direto com seus consumidores, valendo-se de técnicas como a pesquisa de mercado para estudá-los, na tentativa de aprender mais sobre o seu comportamento. A empresa que conseguir compreender como os consumidores respondem aos vários estímulos de marketing, às diferentes características dos produtos, aos preços e aos apelos de comunicação, terá uma grande vantagem sobre seus concorrentes, pois poderá identificar suas necessidades, melhorar o relacionamento com os clientes, obter a confiança e a fidelidade, e poderá planejar mais efetivamente a sua ação comercial. O comportamento de consumo é influenciado pelas características e pelo processo de decisão de compra do consumidor. As características do consumidor incluem quatro fatores principais: culturais, sociais, pessoais e psicológicos. Embora estes fatores não possam ser controlados pelo profissional de marketing, eles podem ser levados em consideração, podendo ser úteis na identificação e compreensão dos consumidores. Fatores que Influenciam o Comportamento de Consumo: ▪ Fatores Culturais: exerce uma das mais amplas e profundas influências, pois o profissional de marketing precisa compreender o papel exercido pela cultura, subcultura e classe social do consumidor. ▪ Fatores Sociais: podem ser grupos de referência, família, papéis sociais e posições do consumidor, podendo afetar as reações dos consumidores. ▪ Fatores Pessoais: são as características pessoais do consumidor, tais como: idade e ciclo de vida, ocupação, situação econômica, estilo de vida, personalidade e autoestima. ▪ Fatores Psicológicos: podem ser definidos como: motivação, percepção, aprendizado, crenças e atitudes. Características do Comportamento de Consumo: Existem alguns fatores que influenciam o comportamento do consumidor no momento da tomada de decisão de compra, sendo: ▪ As forças micro e macro ambientais influenciam no comportamento, podendo diminuir sua ação se não houver estímulos; ▪ O ciclo de vida do produto afeta o comportamento do consumidor (introdução, crescimento, maturidade e declínio); MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 66 ▪ A complexidade da compra, ou seja, o fator risco de compra, pois pode ser uma compra de alto valor ou de baixo valor. Nos últimos anos, os avanços em informática, comunicação e tecnologia de comunicação, mudaram para sempre o mundo e, consequentemente, o comportamento de consumo, pois o poder deslocou-se para os consumidores; houve um aumento extraordinário das opções de produtos; houve mudanças nas proposições de valores e nos padrões de demanda; surgimento de novas fontes de vantagem competitiva; privacidade, segurança e preocupações éticas; e jurisdição legal incerta. Os efeitos totais dessas mudanças forçaram o comércio a avançar, adaptando suas atividades de marketing tanto em nível estratégico quanto tático. 4.9.8 Atributos de Qualidade e de Excelência no Atendimento A qualidade e a excelência no atendimento é uma expressão bastante explorada e pouco efetiva, porém, fundamental para o sucesso no sistema de atendimento pessoal. Inúmeros casos nos mostram que a qualidade no atendimento, independe do status do público-alvo ou da sofisticação do ponto de venda e está sim diretamente relacionada ao comprometimento individual das pessoas que exercem a função. Para que este comprometimento seja possível, é essencial que os indivíduos se sintam valorizados dentro do processo e respeitados enquanto cidadãos. A retenção efetiva do consumidor está na sua satisfação, e esta só é conquistada por um funcionário satisfeito e na transparência da oferta. Torna-se necessário, a capacitação e o preparo de indivíduos a se enxergarem no outro, a aprenderem a tratar o consumidor como esperam ser tratados e isto só se alcança quando o empregador age com justiça e respeito para com sua própria equipe e para com o mercado. Num ambiente assim, o impulso e a decisão de compra acontecem como por encanto, e o merchandising pode cumprir sua função de coadjuvante tão eficaz como o faz quando exerce o papel principal no autosserviço. Desenvolvimento de um Relacionamento Eficiente com os Clientes: Quanto mais se fala que as empresas não só devem, mas precisam desenvolver relacionamentos com seus clientes, percebemos como é difícil para estas criarem seus programas de Gestão de Relacionamento. Isto muitas vezes acontece, por falta de entendimento do que seja o termo relacionamento, e porque muitas vezes, as empresas só se preocupam em buscar atrair novos clientes e esquecem os clientes mais antigos, os fiéis e isto consiste em uma falha alarmante, pois não compreenderem exatamente quem são estes clientes. Entende-se como relacionamento eficiente, o conhecimento do cliente, suas necessidades e especialmente saber se comunicar com eficiência. Conhecer os clientes significa ter todos os dados deste cliente disponíveis em todos ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 67 os departamentos, ter a capacidade de analisar estes dados e finalmente transformar estes dados em informações úteis. Neste sentido, conhecer todos os tipos de clientes é fundamental para uma ação mais eficiente. E para isto deve-se considerar o mercado como algo muito mais abrangente do que simplesmente clientes, prospects e concorrentes. Para um bom projeto de gestão de relacionamento com o cliente e o mercado, é necessário mapear todas as formas de contato com os clientes e definir os tipos de clientes, que são: ▪ Os clientes de maior valor (CMV) e os clientes de maior potencial(CMP); ▪ Os clientes de referência; ▪ Os clientes formadores de opinião; ▪ Os clientes que auxiliam na melhoria do produto; ▪ Os clientes que possuem grande expressão social; ▪ Os clientes com retorno negativo. Esta identificação de todos os tipos de clientes, é importante como forma de antecipar as necessidades dos clientes previamente identificados e diferenciados para vender mais produtos e serviços, superando suas expectativas com a finalidade de ampliar o relacionamento. Neste sentido, é possível ampliar o relacionamento com os clientes a partir da definição de todas as etapas necessárias para um programa de gestão de relacionamento. Estas etapas são: ▪ Definição e planejamento do modelo e da estratégia de relacionamento a ser adotada; ▪ Redesenho dos processos atuais relacionados aos contatos com o cliente; ▪ Escolha da solução e preparo do plano de transição; ▪ Implantação dos novos processos. Neste contexto e depois do mapeamento dos tipos de clientes, da definição das etapas de implantação do programa de gestão de relacionamento é necessário comunicar-se com o mercado, de uma forma eficiente. A base de clientes é uma boa indicação do desempenho de uma empresa. Uma análise quantitativa e qualitativa fornece informações sobre os resultados alcançados e o potencial ainda não explorado. Como consumidores, nos deparamos a cada dia, com situações que servem para medir quanto das nossas expectativas e necessidades são atendidas. É evidente a necessidade do uso da qualidade para melhoria da produtividade. Com a introdução dos princípios científicos, o aparecimento da linha de montagem e a aplicação dos métodos estatísticos para controle dos processos, a qualidade foi evoluindo e tornando- MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 68 se uma arte gerencial sofisticada. As empresas que se destacam na condução dos seus negócios têm um segredo que as faz diferente: a qualidade é tida como parte integrante do negócio. Qualidade, na empresa líder, tem como atribuições garantir as condições para: ▪ A participação da alta direção; ▪ EstabelecerDE TURMA/SALA/INSTRUTOR/UNIDADES 12.1 A transferência de turma estará sujeita à disponibilidade de vagas nas turmas em andamento. 12.2 A transferência de Unidade terá o valor de uma parcela com desconto. Para tanto, o(a) aluno(a) tem que estar com as parcelas em dia, bem como a transferência deverá estar condicionada à confirmação da unidade destino, conforme disposição nas turmas. 12.3 O (a) aluno(a) que requerer transferência de Unidade sem nunca ter cursado na unidade de origem e desejar outro curso adiantará uma parcela com desconto na Unidade de origem e efetuará matrícula na unidade destino, se adequando ao plano de pagamento desta. 12.4 Para a otimização do espaço e aproveitamento das turmas, o Grau Técnico poderá mudar de sala durante o decorrer do curso, bem como unir duas ou mais turmas. 12.5 Durante o decorrer do curso, pode haver mudança de instrutor. Tendo em vista que os nossos cursos seguem um plano de aula, os alunos não terão nenhum prejuízo em relação ao aprendizado. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 8 13 DIAS E HORÁRIOS DE RECEBIMENTO DA ESCOLA 13.1 As parcelas do curso terão descontos de pontualidade, para os pagamentos efetuados até a data de vencimento. Para pagamentos após o vencimento, será cobrado o valor integral, mais multa acrescida de juros. 13.2 O desconto de pontualidade só será válido para pagamentos em espécie. Para todo tipo de cartão, a parcela será cobrada em valor integral. 13.3 A solicitação de declarações, diploma e histórico escolar é gratuita para a primeira via. As emissões extras destes documentos devem ser feitas mediante o pagamento de taxa de serviços, cujo valor será informado na secretaria da escola. 13.4 No ato da matrícula, será impresso o primeiro boleto do seu curso. Os demais deverão ser impressos a partir do portal acadêmico, no site www.grautecnico.com.br, acessando- o com o seu login e senha, no item financeiro, no link ‘Impressão de Boletos’, ou solicitando a sua impressão na secretaria da escola. O pagamento do boleto poderá ser realizado em qualquer banco ou caixa de pagamentos diversos. 14 AGÊNCIA DE ENCAMINHAMENTO GRAU TÉCNICO 14.1 Os alunos do Grau Técnico dispõem de uma Agência de Encaminhamento Profissional, que tem como objetivo realizar parceria com empresas para disponibilizar vagas de estágio e/ou emprego. Para participar, basta estar dentro do seguinte regulamento: apresentar nota igual ou superior a 7,0 (sete), ter frequência nas aulas igual ou superior a 75%, ter idade superior a 16 anos, ter concluído o primeiro módulo, estar em dia com as parcelas e participar de, no mínimo, 50% do ciclo de palestras disponibilizadas pela agência de encaminhamento. 14.2 O compromisso de encaminhamento profissional não é garantia de emprego ou de estágio, visto que a decisão da contratação é da empresa contratante e não do Grau Técnico. 14.3 Para os cursos de estágio não obrigatório, os alunos terão acesso às vagas disponíveis por meio da coordenação e por agências de integração entre empresa e escola. O estágio deverá ser feito fora do horário no qual o aluno esteja estudando. 14.4 Para os cursos de estágio obrigatório, os alunos deverão seguir o planejamento, conforme orientado pela coordenação pedagógica. 15 ENFERMAGEM/RADIOLOGIA/ANÁLISES CLÍNICAS 15.1 O estágio é obrigatório para os cursos de Enfermagem e Radiologia, podendo ser realizado no decorrer ou ao final do curso. Ocorrerá, preferencialmente, em turnos no qual ele esteja estudando, porém em dias diferentes. Pode ocorrer, ainda, de acordo com a disponibilidade da unidade de saúde (hospitais, postos de saúde, clínicas, etc.). Caso o aluno não conclua a disciplina do estágio, deverá realizar o pagamento de uma taxa referente a uma parcela, para poder refazer a disciplina. 15.2 O estágio para de Análises Clínicas é opcional. 15.3 Materiais imprescindíveis para as aulas práticas (laboratório) – sob total responsabilidade do aluno: No caso de Enfermagem: luvas de procedimento, luvas estéreis, seringas, agulhas, gazes, esparadrapo, máscaras, toucas, gorros, jelco calibre 22, scalp calibre 21 (verde), estetoscópio, tensiômetro, garrote, termômetro (digital). http://www.grautecnico.com.br/ ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 9 No caso de Análises Clínicas: luvas de procedimento, luvas estéreis, seringas, agulhas, gazes, esparadrapo, máscaras, toucas, gorros, jelco calibre 22, scalp calibre 21 (verde), garrote. 15.4 Materiais Necessários para os estágios curriculares: No caso de Enfermagem: todo e qualquer material necessário às atividades práticas serão de responsabilidade do aluno e deverão ser entregues antecipadamente para garantia dos campos, tais como: luvas de procedimento, máscaras, propés, toucas, gorros, capote descartável, toalhas de papel, sabão ou sabonete líquido, ou quaisquer outros materiais solicitados pela instituição de saúde. No caso de Radiologia: dosímetro (disponibilizado pela escola, mas, em caso de perda, será de responsabilidade do aluno). Ciente e de acordo. _____________________________________________ Aluno(a)/Responsável Para sugestões e informações, enviar e-mail para: contato@grautecnico.com.br SEJA BEM-VINDO(A)! Atenciosamente, A Direção. mailto:contato@grautecnico.com.br MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 11 2 OBJETIVO DO CURSO................................................................................................. 11 3 TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO - MÓDULO 2 ............................................................ 12 4 INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO E MARKETING .................................................... 15 5 PSICOLOGIA APLICADA AOS RECURSOS HUMANOS ................................................. 93 6 GESTÃO DE CARGOS, SALÁRIOS E BENEFÍCIOS ...................................................... 127 7 GESTÃO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAL .......................................... 159 8 NOÇÕES DE LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA .................................. 187 9 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS ........................................................................... 225 10 GESTÃO DA QUALIDADE ....................................................................................... 253 ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 11 1 INTRODUÇÃO O avanço tecnológico é inevitável. No mundo todo, ele vem quebrando fronteiras econômicas, sociais e culturais, trazendo consigo toda uma facilidade no acesso à informação, à liberdade de expressão e à inclusão social. Ao mesmo tempo, também se lida com certa desintegração dos valores humanos, com o consumo desenfreado, a marginalização social e a agressão ao meio ambiente. É necessário despertar o ser humano para a importância do conhecimento técnico e suas consequências. Também é preciso conscientizá-lo para a solidariedade, o respeito a si mesmo e ao outro e o trabalho em equipe. A atuação do Grau Técnico, portanto, é abrir caminho para oportunidades que beneficiem tanto o indivíduo, quanto o coletivo. É orientar para a realização profissional e inserção social, por meio de uma educação estimuladora e operadora de inovações na sociedade. 2 OBJETIVO DO CURSO O Curso de Técnico em Administração do Centro de Ensino Grau Técnico propõe-se a desenvolver uma formação profissional por competências, habilidades e atitudes, de modo que o aluno seja capaz de enfrentar e responder a situações-problema de forma criativa e inovadora, com autonomia, efetividade e ética, levando-o a exercer as atividades que concorrem para a boa gestão com eficiência e eficácia, a fim de que se atinjam as metas e resultados colimados. Além disso, criar as condições necessárias para a formação de profissionais capazes de desenvolver suas aptidõeso alinhamento do planejamento estratégico com o mercado, a comunidade, produtos e gestão de pessoas; ▪ Integrar as ações de conhecimento do cliente e do mercado; ▪ Estimular o envolvimento dos fornecedores e parceiros nas atividades da empresa; ▪ Encadear as informações relativas ao negócio num conjunto de indicadores balanceados. Qualidade e marketing são as áreas especializadas em desenvolver e implementar as pesquisas, aqui o papel da qualidade é alinhar e retroalimentar as ações de planejamento estratégico. Não basta só a visão mercadológica. A capacidade de transferir as habilidades e promover o compartilhamento das atividades cabe à qualidade, traduzindo em redução de custo e esforço de diferenciação na competição. Para conquistar, manter e aumentar a base de clientes, é fundamental a qualidade enquanto estrutura formal e de alto nível hierárquico. Sem consistência das ações e persistência na aplicação dos métodos, o discurso é vazio e os resultados não se sustentam. A excelência no atendimento ao cliente é um dos maiores diferenciais competitivos do mercado e consiste no principal fator para o crescimento das vendas e a evolução das empresas, considerando que não existe empresa estabilizada que prospere e conquiste mercado sem clientes satisfeitos. Consumidores mais maduros e exigentes, com concorrência a cada dia mais acirrada, é uma equação devastadora para as empresas que negligenciam o atender bem. Portanto, a maneira como uma empresa atende o seu cliente pode ser a diferença entre obter sucesso ou fracassar nos negócios. O que faz a diferença é a competência profissional, a eficiência, a motivação, o entusiasmo, a polidez, a rapidez e a simpatia de quem atende. Trata-se do cliente ter a sensação de conforto, conveniência, praticidade e satisfação quando compra um produto ou serviço da sua empresa. O ponto de partida para atrair, converter e enfim fidelizar clientes é a superação das expectativas destes clientes, pois faz com que os mesmos passem a ser encarados como parceiros do sucesso das empresas e não, apenas, um fregueses. A excelência no atendimento é fundamental. Não adianta focar, apenas, nos ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 69 produtos e na propaganda, pois a realidade só é percebida no momento em que interagimos com as pessoas que trabalham nas empresas, atendendo ou não às nossas necessidades e expectativas. A procura do algo a mais deve ser persistente. Proporcionar um serviço de qualidade ao cliente é muito mais do que zelar pelas suas necessidades ou encaminhar suas reclamações. Superar suas expectativas e encantá-lo requer uma preparação prévia. Um ótimo atendimento passa pela antecipação dos problemas dos clientes. Neste sentido o treinamento é essencial, em uma época em que o sucesso dos negócios tem à frente o atendimento e na base o foco no cliente, conhecer plenamente o potencial dos colaboradores pode ser um bom caminho a ser trilhado. Treinar é acima de tudo valorizar o funcionário e prepará-lo para, também, valorizar o cliente. Entretanto, infelizmente muitos empresários vêm o treinamento e a capacitação como um custo e não um investimento. Trata-se de um treinamento estratégico e de alto nível, é estratégico uma vez que atua diretamente com os profissionais que interagem com os clientes, e é de alto nível porque gera altos níveis de produtividade e motivação nesses profissionais, além de alto nível de satisfação nas pessoas que recebem atendimento. O encanto e a simpatia é o início da excelência no atendimento, porém, o caminho é muito mais longo. Um dos maiores erros cometidos por quem faz atendimento aos clientes é tratá-los como se eles tivessem os mesmos gostos e preferências de quem os atende. É necessário a compreensão de que as pessoas são diferentes e o reconhecimento dessas diferenças é determinante para o sucesso de um atendimento. Conhecer os clientes é fundamental e através de atitudes simples, no início dos contatos, podemos descobrir o que eles desejam, mas para que isto seja feito de forma sutil e agradável, é preciso treinamento. Atrair, converter e fidelizar clientes são etapas de um caminhar sem fim, por isto o atendimento deve reciclar-se e evoluir com a mesma velocidade e frequência com que mudam os desejos, exigências e vontades dos consumidores. Técnicas e Procedimentos de Vendas Os fundamentos das modernas técnicas de vendas são classificados em 5 estágios de ação e incluem: ▪ Atenção: é preciso conseguir a atenção dos seus clientes em potencial através de alguma propaganda ou método de prospecção; ▪ Interesse: construir o interesse deles usando um apelo emocional. Por exemplo: como serão vistos pelos chefes quando fecharem um negócio que dará um grande lucro para a empresa; MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 70 ▪ Desejo: construir o desejo por um produto mostrando aos clientes suas vantagens e oferecendo a eles uma amostra ou um teste antes da compra ser realizada; ▪ Convencimento: aumentar o desejo pelo seu produto através de estatísticas que comprovem o valor que se tem. Compare-os aos dos concorrentes e, se possível, use depoimentos de clientes satisfeitos; ▪ Ação: encorajar o futuro cliente a comprar o produto. Este é o momento do fechamento. Direcione-o para ele fazer o pedido. Se ele se opuser, tente fazer com que mude de opinião. Quanto as técnicas e procedimentos, existe uma grande quantidade que abrangem desde as vendas mais fáceis até as vendas mais complicadas. Eis algumas: ▪ Abordagem direta: perguntar pelo pedido, se você tem certeza que seu cliente já se decidiu pela compra; ▪ Negociação/desconto: o uso desta técnica dá ao cliente a sensação de que ele fez uma escolha inteligente e economizou dinheiro. Use frases como "compre hoje e leve esse outro produto com um desconto de 10%"; ▪ Conclusão de negócio baseado em prazo: essa técnica funciona bem com frases como "os preços vão subir na próxima semana, você deveria aproveitar e comprar hoje mesmo"; ▪ Oferta experimental: deixar o cliente usar o produto sem compromisso por um período experimental. Isso funciona se seus produtos que facilitam a vida das pessoas. Os clientes não vão querer devolver o produto se de fato economizarem tempo e trabalho durante o período de teste. Assim, tem-se alguns pontos que são úteis na maioria dos mercados. As dicas a seguir, são um guia básico que muitos vendedores podem usar: ▪ Ouça o lado emocional do seu cliente: as emoções estão presentes em quase tudo que fazemos sem que percebamos. Seu cliente pode mencionar que está estressado com um projeto que esteja desenvolvendo, mesmo que não seja relacionado ao que você está vendendo a ele. Anote isso e veja se há algo que você possa fazer para ajudá-lo. Você pode ter outro cliente que teve um problema parecido e encontrou uma boa solução. Faça essas conexões e ajude sempre que possível, assim será recompensado com a lealdade de todos os seus clientes. ▪ Concentre-se nas necessidades do seu cliente: nunca é demais lembrar, você pode estar tentado vender para seu cliente um modelo de máquina top de linha, quando ele precisa apenas de um modelo intermediário. Vender mais do que ele ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 71 precisa pode cortar futuras relações. Quando eles perceberem, e normalmente percebem, que não precisam de tudo que você vendeu, vão se sentir mal e ressentidos por tê-los feito gastar muito e não ter prestado atenção aos interesses deles. ▪ Use uma linguagem voltada para seu cliente: mudar a maneira que você fala pode fazer a diferença na maneira como você será recebido pelo seu cliente. Usar "você" e "seus" ou "você vai encontrar..." ao invés de "eu acho" ou "deixe- me falar sobre" traz a sua mensagem para mais perto do cliente e pode atrair a atenção dele mais rapidamente. ▪ Ajude seu cliente a ver o ponto principal: sevocê conhece o seu produto, pode ajudar os clientes a economizarem ou aumentarem os lucros, faça com que eles entendam isso. Seu produto pode ter uma vantagem que inclui características de economia de tempo e tempo é dinheiro, como diz o ditado. Se você pode economizar tempo, consegue, consequentemente, vender seu produto. ▪ Conhecendo seu cliente: descubra o máximo que puder sobre seu cliente antes do encontro. Isso não vai ajudar somente a antecipar as necessidades dele, mas mostrar que você tem interesse nos negócios dele e não quer apenas vender seu produto. Quando conversar com ele, deixe que fale mais. As pessoas normalmente adoram falar sobre seus negócios e sucessos. Comente, por exemplo, sobre o prêmio que ganharam em um encontro regional e deixe que ele continue o assunto falando dos detalhes. Cumprimente-o pela eficiência no sistema de produção e pela qualidade dos produtos. Isso abrirá portas para mais conversas e a oportunidade de aprender mais sobre suas necessidades e como você e seu produto possa supri-las. ▪ Concentre-se no que ele deveria comprar e não nas suas dificuldades: à medida que você constrói os benefícios, associados ao uso do seu produto, ele minimizará a resistência ao produto. Concentrando-se no que você sabe sobre os gostos dos clientes, você eleva a importância do que é positivo e reduz a importância do que é negativo. ▪ Venda os benefícios, não o produto: você já ouviu isso antes, mas é bom relembrar: na maioria dos casos, você não está vendendo o produto, está vendendo os benefícios que ele trará para o cliente. Em outras palavras, você não está vendendo telefones digitais, está vendendo a possibilidade de comunicação com qualquer lugar. Você está vendendo a liberdade de deixar o confinamento dos escritórios e ainda estar acessível. Você está vendendo a habilidade de ter mais flexibilidade na sua agenda de trabalho. Você está vendendo tranquilidade para longas viagens. Está vendendo segurança. Pegue os benefícios emocionais e financeiros e, assim, consiga o que quiser. ▪ Nunca apresse a venda ou o cliente: este é um passo muito importante. Ele pode ajudar a dar ao cliente a percepção correta em relação a você e a sua empresa. Apressá-lo, ao invés de deixá-lo tomar sua própria decisão, pode criar hostilidades que podem não ser revertidas. Isso pode fazer a diferença entre MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 72 pegar a venda e criar um cliente leal ou começar com outros clientes. No clima competitivo dos mercados atuais, você definitivamente não vai querer arriscar perder um cliente qualificado que precisa do seu produto. ▪ Conheça os seus produtos: para ser visto como um recurso valioso para seus clientes, você tem que demonstrar que sabe e entende dos seus produtos e do mercado, mas que também pode ajudá-los a tomar boas decisões e abastecê-los com ferramentas que melhorem seus negócios. Se você não tem essa habilidade e conhecimento, aprenda. Você será recompensado pelos clientes que confiam nas suas opiniões e conselhos e comprarão de você com frequência. ▪ Cumpra as promessas: se você não faz isso, faça. Sempre cumpra o que você diz que vai fazer. Se diz que vai mandar a cota na sexta-feira - FAÇA ISSO! Se diz que vai verificar com outra pessoa em sua empresa sobre um assunto - FAÇA ISSO! Não esqueça! Use a tecnologia disponível e tenha certeza de que cumpriu suas promessas. Não há caminho mais certo para perder a confiança de um futuro cliente ou um cliente atual, do que esquecer de fazer alguma coisa que você disse que ia fazer. Se algo forçar você a adiar o que estava fazendo, ligue para o cliente, conte o que aconteceu e faça depois. Ele pode ter uma reunião marcada para apresentar a informação que pediu a você e, se você não a tem, vocês dois ficarão muito mal. ▪ Concentre-se no sucesso do seu cliente: sem querer bater na mesma tecla, mas há um enorme valor em ser um recurso para o cliente. Se você ajudá-los a ter sucesso, eles estarão mais dispostos a ajudar você também. Seja o instrutor dos seus clientes, pelo menos na sua área de especialidade. Você tem a perspectiva única de ver como os negócios funcionam. Reúna esse conhecimento e compartilhe com os seus clientes e futuros clientes. Faça com que eles entendam que você quer vê-los bem sucedidos e não apenas vender seus produtos. ▪ Use explicações ao invés de desculpas: Se você tem que explicar a um cliente que há um problema com o pedido dele, com os reparos, com os serviços, etc. Primeiro explique porque os problemas estão acontecendo, ao invés de usar uma desculpa. Entender a causa ajuda a aliviar um pouco a frustração. Contextualizar a causa, pode também mantê-lo mais informado sobre possíveis problemas e o deixará mais preparado para a próxima reunião. ▪ Ajude sua equipe de vendas: Dê a ela as ferramentas e as tecnologias que precisam para ter sucesso e ganhar da concorrência. ▪ Encoraje o bom relacionamento entre os integrantes da equipe de vendas, produção e administração; ▪ Comunique-se regularmente com a sua equipe; ▪ Medeie conflitos internos antes que acabem perdendo boas vendas; ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 73 ▪ Tome medidas para resolver problemas assim que eles aparecerem, não depois que tiver perdido sua equipe. 4.9.9 Marketing Pessoal Percorrer o caminho do desenvolvimento através do marketing pessoal, proporciona um conjunto de mais-valias tanto para a vida privada como para a vida profissional, podendo por exemplo, enfrentar as suas entrevistas de emprego de forma mais otimista e criando com todos uma empatia que está muito além de tudo o que já vivenciou. O marketing pessoal de excelência pode ser resumido em dez pontos base: ▪ Otimismo: Saber aceitar críticas, ser positivo, ter a percepção dos aspectos positivos de todos os desafios. ▪ Integridade: Ser ambicioso dentro dos limites de crescimento, sempre sem prejudicar, nem enganar ninguém. ▪ Maturidade: Saber fazer uma boa gestão de conflitos sem criar novos desafios ou desequilíbrios. ▪ Empatia: Saber valorizar o trabalho de parceiros ou colaboradores, reconhecer o mérito dos outros e saber aprender com eles. ▪ Paciência: Ter sentido de oportunidade, saber aproveitar as oportunidades no momento certo. ▪ Espírito de equipe: Disponibilizar a sua ajuda sem que seja necessário solicitar, preocupar-se que o trabalho dos outros também seja bem sucedido. ▪ Visão: Ter a percepção clara do que faz e a razão pela qual faz. Proporcionar melhorias e soluções inteligentes no seu trabalho e dos colegas. ▪ Visibilidade: Disponibilizar-se como voluntário para apresentações de trabalhos, projetos e tarefas que possam ser um bom desafio de crescimento. ▪ Solidariedade: Saber parar e disponibilizar-se para ajudar os outros, quer no trabalho, quer na sua vida pessoal. ▪ Liderança: Ser uma boa influência sempre sobre os colegas e criar um clima confiança em torno de si, de forma que os outros o procurem para encontrar soluções. Todo bom produto precisa de uma boa embalagem e divulgação, pois sem isso ele é apenas mais um produto, nada mais do que isso. O marketing pessoal é uma importante ferramenta para a carreira das pessoas, mas na verdade existem alguns aspectos que devemos levar em consideração na hora de executá-lo para não cair no ridículo e a magia não virar contra o feiticeiro. http://marketingpessoal.org/44-marketing-pessoal-estrategia-sucesso/ http://marketingpessoal.org/14-entrevista-emprego-dicas/ MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 74 Cuidar do visual. Roupas, acessórios, corte de cabelo, maneira de olhar e interpelar os outros e principalmente o estilo, depõem contra ou a favor das pessoas. O discurso politicamente correto seria dizer que o importante é quem realmente a pessoa é de fato e não a maneira como se veste, mas na realidade, o que seu visual comunica faz toda diferença. Dê atenção a todos. É incrívelo que as pessoas que estão na base da pirâmide organizacional podem ajudar na sua carreira. Cargos como secretárias, recepcionistas, porteiros, pessoas da limpeza, auxiliares de produção e de escritório, empregados domésticos, entre outros, fazem maravilhas quando bem tratados, quando sentem que são importantes e úteis na empresa ou na sua casa. Não julgue e fale mal dos outros, a prática de julgar e falar mal dos outros é tão antiga quanto a história de Adão e Eva. Jogue a primeira pedra quem nunca queimou a língua ou soltou um veneno sobre alguém de vez em quando. No marketing pessoal, o produto é a própria pessoa. Mas não é bom esquecer de que cada um é um produto com particularidades especiais e que possui sentimentos e emoções. Preste atenção no marketing dos outros. O benchmark pode e deve ser usado no marketing pessoal. Por que será que aquele colega de trabalho sempre é cotado para promoções e é sempre bem visto por chefes e colegas? Com certeza, ele tem algo de especial, que não deve ser imitado, mas estudado. Os 4Cs do Marketing: Os 4Ps do Marketing - Produto, Preço, Praça e Promoção - são importantíssimos. Porém os 4Cs trazem uma abordagem mais moderna e com foco em quem realmente interessa, os clientes. Os 4Cs são: cliente, custo, conveniência e comunicação. Vamos a uma explicação mais precisa de cada um deles. ▪ Cliente - O “C” cliente se contrapõe ao “P” produto. Quando uma empresa foca primeiramente o cliente evita cometer o erro conhecido como “miopia de marketing” que é a preocupação excessiva com o produto sem levar em consideração o cliente. O “C” cliente salienta a importância de se pensar no produto como solução da necessidade do cliente. ▪ Custo - O custo para um cliente adquirir um produto vai muito além de seu preço. O custo além de abranger o preço do produto ou serviço leva em conta outros valores que afetam a decisão do consumidor. O tempo gasto para encontrar o produto, o desgaste psicológico no atendimento do estabelecimento, localização da assistência técnica, etc. ▪ Conveniência - Hoje o cliente quer conveniência, quer facilidades. Seu produto ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 75 deverá ser fácil de encontrar, seu atendimento deverá ser diferenciado, os atendentes devem saber explanar muito bem a respeito do produto e suas particularidades. O tempo para adquirir o produto deve ser rápido, ele não quer esperar muito tempo para ser atendido, quando tiver que esperar, irá querer um sofá confortável, um cafezinho quente. Em relação à entrega do produto, o cliente deseja recebê-lo na data e horário que lhe convém, nem sempre a entrega rápida é o que ele deseja. ▪ Comunicação - A boa comunicação é fundamental. O cliente gosta de ver o produto que ele compra sendo divulgado, sendo anunciado. A Internet é hoje um dos meios mais populares e com baixo custo para divulgar seu produto. Sua empresa, obrigatoriamente, deverá ter um sítio, deverá expor características do produto nele, deverá ter uma linha direta para o cliente ter acesso a informações e um local onde ele possa sanar suas dúvidas. E, para isso, a Internet é fantástica. 4.9.10 Serviço e Tecnologia Mas afinal o que são serviços? São ações e resultados produzidos por uma entidade ou pessoa para outra entidade ou pessoa, na intenção da gerar valor para quem o recebe, evidenciando sua condição de ser produzido e consumido concomitantemente, tornando o prestador de serviço e o consumidor coprodutores dos resultados obtidos, sejam bons ou ruins. Ótimos exemplos são serviços de manicure, cursos, investimentos financeiros, transportes, turismo ou mesmo assistência médica. Nesses casos, se o cliente não for participativo, dando informações importantes, tirando dúvidas e executando as recomendações sugeridas, o serviço não terá certamente os resultados desejados. Mas os serviços não se limitam às empresas de serviços. Eles podem ser o grande diferencial de qualquer segmento da economia. E é a partir desse quadro que a tecnologia da informação abraça completamente os serviços, sendo sua grande incentivadora. A tecnologia da informação molda o setor de serviços e exerce influência nunca antes observada no mundo dos negócios. Ela cria oportunidades para novos produtos, tornando viáveis, além de acessíveis, rápidas e lucrativas, formas distintas para a oferta de serviços existentes. A tecnologia da informação transforma ações básicas, como pagamentos, solicitações, agendamentos, vendas e comunicação, mudando completamente a experiência do cliente. A compra de uma geladeira, por exemplo, pode ser realizada dentro de casa com apenas dois cliques. Desafios do Setor de Serviços: É consenso afirmar que os serviços diferem dos bens ou produtos. São quatros os atributos que representam os desafios para esse setor. Saber avaliar esses pontos possibilita MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 76 entender de forma mais ampla a indústria dos serviços. ▪ A Intangibilidade - Os serviços não podem ser vistos, sentidos nem experimentados da mesma maneira que um bem tangível. Quem move um processo legal não poderá saber o resultado antes do julgamento, por exemplo. ▪ A Heterogeneidade - Os serviços são ações executadas, na maioria das vezes, por seres humanos. Assim, não podemos garantir que dois serviços sejam exatamente idênticos. O melhor advogado pode cometer um engano, o melhor engenheiro pode esquecer um detalhe essencial e o melhor médico pode estar enfrentando um dia ruim. ▪ A Geração e o consumo simultâneos - Os serviços normalmente são vendidos antes de serem gerados e consumidos. Muitas vezes o cliente testemunha ou mesmo participa ativamente do serviço. Um bom exemplo são os cursos de graduação, em que alunos e professores desenvolvem as aulas de forma conjunta e colaborativa. ▪ A Perecibilidade - Os serviços não podem ser armazenados ou mesmo devolvidos. Alguns médicos cobram consultas de que pacientes se ausentam, pois o valor do serviço existia apenas naquele momento e desapareceu quando o paciente não compareceu no horário marcado. Avaliando cada atributo é possível entender, de forma mais ampla, a indústria de serviços. O que muito se percebe é que estamos em um momento ímpar, em que a internet invade nosso cotidiano e muda nossas vidas. Um mundo em que informação e conhecimento transformados em inteligência geram diferenciação competitiva por meio de serviços. O Marketing em 8 partes: O desafio para o setor de serviços é ainda maior quando é preciso determinar as estratégias para alcançar vantagens competitivas sobre os concorrentes. A forma ideal é elaborar uma composição de mix de marketing para serviços. O mix de serviços é composto por recursos, instrumentos e técnicas controláveis que podem ser utilizados para estabelecer estratégias. No marketing de serviços, o mix se compõe de 8 P. ▪ Produto: está relacionado à identificação e à elaboração das características dos serviços com ênfase nos benefícios e nas vantagens relevantes ao atendimento das necessidades do mercado, agregando valor aos clientes. Ao serviço base deve associar-se o maior número de serviços suplementares, para transformá-lo em um produto alargado. Esses serviços devem ser desenhados de acordo com as necessidades dos consumidores ▪ Preço: engloba a mensuração dos esforços da equipe, assim como o tempo ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 77 necessário para a execução dos serviços, a complexidade de cada projeto e o perfil de cada cliente. Também é importante avaliar todos os custos e despesas gerados na prestação do serviço. ▪ Praça (momento e lugar): são os processos de distribuição (canais). No entanto, para o segmento de serviços, este tópico se traduz como momento e lugar. Envolve a forma de entrega dos serviços, desde prazos até meios de execução. ▪ Promoção (comunicação integrada): está relacionada às estratégiasde comunicação e divulgação dos serviços, como forma de mostrar ao público-alvo os diferenciais e benefícios dos serviços. Mostrar a credibilidade da empresa e a competência técnica é uma das melhores maneiras de promover um serviço, obtendo vantagem competitiva. Processo: representa todos os fluxos, procedimentos e metodologias de trabalho utilizados na prestação de um serviço. É um meio importante de assegurar a precisão e a assertividade do resultado final. ▪ “Palpabilidade” ou evidência física: é a percepção do ambiente onde o serviço é prestado. Relaciona-se a diversos fatores, desde a apresentação pessoal dos funcionários e cartões de visita até a organização das instalações e equipamentos. ▪ Pessoas: são todos os envolvidos direta ou indiretamente na prestação do serviço. A força de trabalho é a matéria-prima. Portanto, a preocupação com as pessoas é fundamental. O treinamento, a capacitação, a motivação e a orientação ao cliente devem ser constantes, pois geram impacto direto na qualidade do serviço prestado. ▪ Produtividade e qualidade: são premissas básicas para organizações de quaisquer ramos de atividade. Entretanto, para o segmento de serviços, são fatores primordiais para do sucesso ou fracasso de uma empresa. A produtividade se refere ao alcance das melhores práticas na execução dos serviços para maximizar recursos, reduzir despesas e otimizar o tempo das equipes. A qualidade é a garantia de entrega nas condições acordadas e, de preferência, excedendo às expectativas, para alcançar a satisfação dos clientes. Mix Simplificado: A missão de misturar e balancear os 8 Ps não é fácil, mas é possível começar por um mix mais reduzido, que privilegie o relacionamento com o cliente. O objetivo principal passa a ser fortalecer as relações com o público, criando elos mais perenes para fidelizar o cliente à marca. Em empresas de serviços, isso é a alma do negócio. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 78 Usar a tecnologia correta para gerenciar as informações é um dos ingredientes essenciais para o marketing de relacionamento. Um bom começo é a utilização do Customer Relationship Management – Gerenciamento do Relacionamento com o Cliente - CRM, ferramenta que automatiza as funções de contato com o cliente e armazena, de forma inteligente, informações sobre atividades e interações dele com a empresa. É possível, com um só clique, entender o histórico de compras do cliente e conseguir propor algo antes que ele demande ou procure o concorrente. Tendo evidenciada a relação com cliente por meio do CRM, fica mais fácil conhecer suas preferências e oferecer benefícios que façam diferença. A partir dessas informações, o ideal é estruturar cada “P” separadamente, compondo um pacote para que o cliente faça uma experimentação inesquecível. Se, por exemplo, em um restaurante os clientes buscam um lugar mais confortável para o almoço durante o período do trabalho, é possível criar um pacote com os benefícios abaixo e conquistá-lo de uma vez por todas: ▪ Produto: ambiente com ar-condicionado. ▪ Preço: pagamento pode ser feito com cartão de crédito. ▪ Praça: horário expandido (das 11h às 15h). ▪ Promoção: e-mail personalizado avisando que o prato predileto do cliente estará no restaurante todas as quintas-feiras. ▪ Processo: algumas mesas que podem ser reservadas pelo site. ▪ “Palpabilidade” ou evidência física: site atualizado e com informações do cardápio de cada dia. ▪ Pessoas: atendimento com mais cortesia. ▪ Produtividade e qualidade: selo de qualidade da Anvisa. Marketing Organizacional: O marketing organizacional é direcionado para o atendimento das necessidades de bens e serviços originados em empresas e consumidores institucionais como: indústrias, governos, companhias estatais, empresas de serviços, etc. Destina-se ao consumidor organizacional, cuja principal característica é a aquisição de bens e serviços por empresas para a própria produção de bens e serviços. As quatro dimensões chaves na aplicação do conceito de marketing para o marketing organizacional são: ▪ Foco no crescimento do lucro. ▪ Identificação das necessidades do consumidor. ▪ Seleção do grupo de consumidores para centrar esforços. ▪ Projeto do conjunto produto/serviços. ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 79 O marketing organizacional deve considerar a interdependência funcional, a complexidade do produto, interdependência entre compradores e vendedores e a complexidade do processo de compra. O autor observa que a eficiência do marketing organizacional depende em grande parte das outras funções da corporação como a produção, pesquisa e desenvolvimento, controle do estoque e engenharia. Neste sentido, o marketing organizacional possui uma relação muito próxima com toda a estratégia da corporação e um alto grau de interdependência funcional. “Marketing é, essencialmente, uma atividade corporativa que envolve o planejamento e a execução da concepção, determinação de preço, promoção e distribuição de ideias, produtos e serviços em uma troca que não apenas satisfaz às necessidades atuais dos consumidores, mas, também, antecipa e cria suas necessidades futuras com determinado lucro. O Marketing não é apenas muito mais amplo do que a venda. Envolve a orientação de toda a empresa para a satisfação do consumidor em um ambiente competitivo”. Apesar disso as empresas devem constantemente rever as estratégias de marketing utilizadas, pois o mercado está em mudança constante e as organizações devem acompanhar estas alterações para não se tornarem ultrapassadas, como afirma Kotler (2001). O que acontece nos dias de hoje é que os mercados estão mudando mais rápido que as estratégias de marketing. Trabalhar com marketing organizacional ou marketing corporativo é estar em constante avaliação do envolvimento de todos (os colaboradores) no processo de construção dos valores de uma marca. A dissonância de valores dentro de uma organização pode constranger o consumidor e levar ao fracasso um projeto, um produto ou uma simples comunicação ao mercado. Não é possível construir a marca corporativa num ambiente de valores múltiplos e objetivos dispersos e mutantes. EXERCÍCIOS 1 Estudo de Casos - Administração a) Caso 1 - CONSELHO DE JETRO A época é o século XIV a.C. liderados por Moisés, cerca de 600.000 hebreus saíram do Egito e estão indo em direção à Terra Prometida já faz algum tempo. Ontem, houve uma batalha contra os amalequitas. Moisés está muito cansado, porque teve que ficar o tempo todo em cima de uma colina, segurando o cajado no alto, para que os hebreus vencessem a batalha. Ainda bem que Arão e Hur estavam lá para ajudá-lo, segurando seus braços. Hoje, Moisés está recebendo a visita de Jetro, seu sogro. Não tem muito tempo para falar com ele, pois fica de manhã até a tarde recebendo pessoas do povo, que ficam numa fila aparentemente interminável. Aliás, Moisés resolve todos os problemas que lhe são trazidos pelas pessoas. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 80 Bem no final da tarde, Jetro leva Moisés até o alto da colina, onde podem conversar sem ser incomodados. - Moisés – pergunta Jetro - por que você tem que ficar julgando pessoalmente todos esses casos que lhe são trazidos? O que querem todas essas pessoas? - Bem, Jetro, as pessoas querem ouvir de mim a interpretação da vontade e das leis de Deus. - Desse jeito, você fica sem tempo para cuidar das questões realmente importantes. Por que você não manda outros fazer esse serviço? Já pensou se todo mundo quiser falar com você? - Ora, Jetro, esse é o meu serviço. E, depois, já imaginou se outros fizerem algo errado? - Isso não deve preocupá-lo, Moisés. Escolha pessoas competentes e crie um sistema hierárquico. Forme grupos de 10 assistentes para falar diretamente com o povo. Para cada 10 grupos de 10 assistentes, designe um feitor. Ele será responsávelpela análise dos casos que os assistentes não souberem resolver. Para cada grupo de 10 feitores, indique um supervisor. Esse será o chefe de 100. O supervisor resolverá os problemas que os feitores não souberem resolver. Finalmente, para cada grupo de 10 supervisores, indique um chefe, o chefe de 1000. Ele resolverá os problemas que os supervisores não souberem resolver. Assim, você só terá que se ocupar com os problemas que os chefes de 1000 não conseguirem solucionar. Isso vai deixar tempo para que você cuide do que é realmente o trabalho de um líder. - Jetro, quem diz que eles serão capazes de resolver problemas? - Moisés, treine esse pessoal. Ensine-lhes a lei e dê-lhes as diretrizes para aplicá-la. Faça-os responsáveis. Avise a todos, que de agora em diante, eles deverão ser procurados. Aprenda a delegar, Moisés. - E como fazer a escolha? - Procure alguns que você sabe que são mais competentes. Peça ao povo que eleja outros e forme a equipe dessa maneira. - Jetro, seguirei seu conselho, mas ainda tenho receios. E se eles não aceitarem essa responsabilidade? - Ora, Moisés, você conversa com Deus de vez em quando, ou pelo menos é o que você diz. Ele saberá aconselha-lo melhor. No dia seguinte, Jetro, o primeiro consultor de executivos da História, voltou para casa. ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 81 ▪ Questões para Reflexão 1. Em essência, o que Jetro recomendou a Moisés? 2. Quais as condições para que as recomendações de Jetro funcionem? 3. Você concorda com as recomendações de Jetro ou tem alternativas? 4. Você acha que algumas pessoas recusariam a responsabilidade de auxiliar Moisés? Ou ficaria somente com os que aceitassem? 5. Em sua opinião, a recomendação continua atual? 6. Trinta e três séculos já se passaram desde aquela tarde na colina do deserto. Muitos executivos ainda não sabem, não conseguem ou não querem delegar. Por quê? 7. Construa o “esquema” proposto por Jetro. b) Caso nº 2 - Organização de uma Empresa O Departamento Administrativo da Empresa é composto pela Divisão Pessoal e pela Divisão de Relações Trabalhistas. A Divisão de Relações Trabalhistas foi criada há 02 anos, quando o assunto trabalhista passou a ser mais complexo. A Divisão de Pessoal se compõe de 07 setores: Administração; Recrutamento e Seleção; Movimentação; Treinamento; Avaliação de Pessoal; Salários e Segurança. A Divisão de Relações Trabalhistas se constitui de 5 setores: Jurídico; Relações Sindicais; Comunicações; Seguros e Previdência Social e Assistência Social. Desde a criação da Divisão de Relações Trabalhistas, o Chefe da Divisão de Pessoal vem acumulando o cargo. Isto não quer dizer que não existisse uma pessoa capaz, mas por ser julgado de maior conveniência pelo fato de existir estreita correlação entre uma e outra divisão. Além disso, o Diretor do Departamento faz parte da Comissão de Estudos de Relações Industriais e tendo retornado do exterior, é possuidor de um profundo conhecimento da matéria. Outrossim, as duas Divisões, Pessoal e Relações Trabalhistas, estão situadas em duas salas diferentes com a interposição do Gabinete do Diretor do Departamento. A mesa de trabalho do Chefe da Divisão, que acumula a responsabilidade das duas Divisões, está localizada na sala da Divisão de Pessoal. O Chefe da Divisão, por excesso de trabalho e pela distância que o separa da Divisão de Relações Trabalhistas, tendenciosamente se omite, e assim, os encarregados dos setores da Divisão de Relações Trabalhistas executam seus trabalhos em contato direto com o Diretor do Departamento. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 82 ▪ Questões para Reflexão 1. Quais os pontos inconvenientes, no aspecto organizacional, deste caso? 2. Nas circunstâncias dessa organização, de que forma poder-se-ia se distinguir as responsabilidades do Diretor e do Chefe de Divisão? 3. Qual o maior inconveniente: o diretor comandar apenas um chefe ou o Chefe de Divisão dirigir 12 encarregados de setores? 4. Na solução deste problema, que princípios devem ser aplicados? 5. Desenhar o Organograma da estrutura legal e da situação de fato. Explicar porque a organização de fato não coincide com a organização formal. 6. Quais os tipos de atividades e autoridades encontrados nesta organização? 7. Quais os critérios de departamentalização utilizados? c) Caso nº 3 - QUEIXAS DE UM CHEFE DE SEÇÃO "Sinto-me deveras desgostoso com a tarefa que me compete realizar, que até chego a pensar, às vezes, em pedir demissão”. De qualquer maneira, o modo de pensar do meu chefe em nada combina comigo. Hoje mesmo, ao apresentar a melhor das minhas ideias, de como solucionar um problema sobre estoque morto, meu chefe, criticou-a e depreciou-a, ponto por ponto. Sobre este assunto, até esta data, já apresentei inúmeras sugestões. Entretanto, cada vez que apresento sugestão, o meu chefe mostra-se completamente desinteressado a ponto de dizer: "deixe o assunto de lado". Hoje houve uma inspeção e, na minha presença, o superintendente chamou a atenção do meu chefe, interpelando-o e indagando-o porquê deixava pendente um assunto como esse. Então, ele virou-se para mim e diante do superintendente, disse-me que elaborasse um plano para solucionar a questão, como se a negligência fosse por minha culpa. Enfim, como guardava as copias de inúmeras sugestões já apresentadas, transcrevi- as e encaminhei-as ao Chefe do Departamento. O resultado foi a mesma crítica depreciativa, já comentada antes. O meu chefe só se contenta com suas próprias ideias, não acolhe se quer uma das sugestões ou opiniões vindas de baixo e se o resultado é negativo, sempre imputa a responsabilidade sobre nós. Os meus companheiros, encarregados de setor, a fim de evitar aborrecimentos, vêm aplicando o método "sim, senhor", porém a minha dignidade não me permite aceitar tal situação passivamente. Se eu penso na empresa, fico aborrecido com tal situação e me dá vontade de "explodir". Sinto vontade de ir falar diretamente com o superintendente. O meu modo de pensar está certo ou não? A atitude dos outros encarregados está ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 83 certa ou não? Gostaria, de dirimir esta dúvida. O que vocês acham disso? ▪ Questões para Reflexão 1. Qual a causa das alegações do Chefe de seção? 2. Você acha que os demais encarregados estariam trabalhando satisfeitos, sob a orientação de Chefe como esse? Por quê? 3. Como você se comportaria se fosse o Chefe do Departamento? E se você fosse o Chefe de Seção? d) Caso nº 4 - Diagnóstico da Empresa O Diretor do Departamento de Pesquisa e Planejamento da empresa "X", ao proceder a uma visita à empresa "Y", tomou conhecimento sobre uma pesquisa realizada naquela empresa, obtendo diversas informações sobre a matéria, inclusive modelos de formulários. Calou na alma desse diretor ao perceber a importância de um diagnóstico da empresa para localização dos problemas críticos e para o levantamento de dados sobre o clima social. Pretendeu ele realizar na sua empresa o mesmo tipo de pesquisa. Contudo, para que se realizasse tal pesquisa seria necessário obter a aprovação da Diretoria, bem como, elaborar um plano de execução. Durante a viagem de retorno da visita, imaginou a quem incumbiria da elaboração do plano em cogitação. Normalmente, esse tipo de serviço seria da alçada do Sr. Carlos, do Planejamento. Entretanto, o Sr. Carlos havia sido transferido de outro setor, para o Planejamento há cerca de dois meses, não estando ainda integrado em seu novo trabalho. O mesmo não acontecendo com o Sr. Costa, subalterno do chefe Carlos que, pelas próprias experiências anteriores, está habituado a realizar tal serviço. Achou o diretor que, ao invés de ordenar esse planejamento do diagnóstico da empresa ao Sr. Costa, por intermédio de um chefe que ainda não está seguro de si, seria mais interessante dar uma ordem diretaao Sr. Costa, sem intermediários. Logo que retornou à empresa, chamou o Sr. Costa e explicando os pontos necessários, determinou que elaborasse o plano dentro de 3 dias. ▪ Questões para Reflexão 1. O que você pensa sobre o fato do Diretor dar ordem diretamente ao Sr. Costa? 2. De que maneira o Sr. Costa receberia essa ordem? 3. Como se sentirá o Chefe Carlos, nessa situação? 4. Em que circunstância, pode-se dar uma ordem direta? 5. Quais as consequências de atitudes como esta? MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 84 6. Que princípios devem ser observados neste caso? 7. Como deveria ter agido o diretor neste caso? e) Caso nº 5 - Problema dos Relatórios de Custos Segunda-feira, fui a uma reunião da diretoria. O contador esteve presente, bem como, outros seis superintendentes. O diretor estava zangado pela verificação do registro de despesas e, em certo momento, perguntou ao chefe da contabilidade: "Como poderia ser explicado o fato de não ter havido aumento no custo de produção referente ao trabalho em dobro de cinquenta homens, no domingo seguinte à paralisação dos serviços do Departamento 02?" Esse fato despertou minha atenção ao examinar alguns de nossos registros de custos e, ao mesmo tempo fiquei persuadido de que nossos cálculos, ainda que bem feitos, estão longe de atingir a estimativa. Continuou o diretor: - "As despesas aqui não recebem os cuidados exigidos; certamente não vamos esperar que um fiscal do governo viesse descobrir aquilo que está errado; quero saber o que está certo e desejo, incontinente, que esse assunto seja posto em ordem.” O contador respondeu-lhe: "Isso não é novidade, pois já examinei o problema e pus em dúvida o acerto dos boletins semanais dos superintendentes, porém pretendo não me envolver mais com este assunto, por quanto, esses boletins são tirados dos relatórios diários apresentados pelos mestres." Os superintendentes declararam não conhecer a ligação entre os boletins semanais e as outras operações e lucros da Companhia; informaram, também, que nunca discutiram essa questão com os mestres. Concluíram os superintendentes, que seria melhor se reunirem para que o contador discutisse com eles o problema dos custos. Eu, o cantador e trinta mestres participaram dessa reunião. Aprendemos muito, sem dúvida. Cada mestre recebia uma estimativa de custo por trabalho a ser executado em seu departamento, todavia, só com autorização prévia ele poderia exceder a 5% a estimativa convencionada, o que não era muito difícil, porém isto não ocorria porque exigia uma quantidade grande de papéis. Entretanto, caso economizasse tempo em um determinado trabalho, o mestre poderia autorizar, ato contínuo, a execução de novo trabalho. Assim, evitaria o pedido de modificação das estimativas. O contador bastante impressionado pelos fatos expostos, chegou a seguinte conclusão, de como se manipulava os custos: - Os mestres tinham sob suas ordens 200 operários; cada operário possuía um cartão de produção muito complicado em seus registros. A localização da maior parte dos relógios dificultava o seu uso, além do mais, um mesmo relógio servia a 200 operários. Desse modo não era dada a devida atenção ao preenchimento legal dos cartões por parte dos operários e dos mestres. Eles faziam somente tais registros, após verificar, de acordo com a estimativa, o custo a ser anotado. Os mestres não compreendiam, até esse momento, a importância dos seus ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 85 relatórios diários de produção. Essa informação não foi obtida espontaneamente, mas resultado de observações. Desejando omitir esse fato básico, argumentavam sobre a mudança dos relógios, bem como, a elaboração de novos cartões, etc. Os superintendentes e o contador responderam a algumas perguntas e acertaram que as informações dos custos deviam ser registradas. A fábrica não podia debitar mais de 5% acima da estimativa, sem a concordância do cliente contratante. A aquisição de novos relógios era difícil. O possível seria estudar uma melhor localização para os mesmos. A modificação dos cartões poderia ser providenciada, porém requeria algum tempo para fazê-la. Ponderei que a parte dos cartões e a referente aos registros de custos requeria uma correção imediata. ▪ Questões para Reflexão 1. Identifique o problema. 2. Verifique as causas. 3. Que medidas você sugere para a solução deste caso? 8 Estudos de Casos - Marketing a) Estudo de Caso 1: Organização de Vendas da Pluribiz A Pluribiz é uma grande empresa de capital europeu que atua em dois mercados: alimentos e produtos de higiene pessoal e limpeza. Sua sede fica na cidade de São Paulo. No Brasil, com negócios desde o início do século XX, tem a maior participação no mercado de higiene e limpeza. No entanto, está em terceiro lugar no mercado de alimentos. Seus principais concorrentes, uma empresa também europeia e outra americana, são poderosos. Outros concorrentes importantes são empresas do Brasil. A principal delas é a Saudável, que tem fábricas e sede na região Sul. A Pluribiz está organizada em três unidades de negócios: alimentos, produtos de limpeza e produtos de higiene pessoal. Cada uma dessas unidades de negócios tem sua própria estrutura de vendas e produção. As funções de marketing, finanças e recursos humanos são centralizadas. Estrutura de Vendas da Pluribiz - As gerências de vendas da Pluribiz têm vendedores que ficam sediados nas diferentes regiões do país. Como acontece em outras empresas semelhantes, os mesmos clientes são atendidos por diferentes vendedores da mesma empresa. Por exemplo: uma rede regional de supermercados, na região Norte, é atendida por vendedores de alimentos, produtos de limpeza e produtos de higiene pessoal. O mesmo acontece em todas as outras regiões do país. Essa situação causa estranheza aos clientes há muito tempo. Os clientes dizem que gostariam de ser atendidos por um único vendedor, que trabalhasse com todos os produtos. Em reuniões de alto nível, os donos e diretores das empresas compradoras têm MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 86 reclamado aos executivos da Pluribiz que seria melhor uma solução mais eficiente. Os executivos da Pluribiz argumentam para os clientes que os produtos são muito diferentes uns dos outros. É preciso conhecê-los bem e isso requer vendedores especializados. Se houvesse solução melhor, eles adotariam. A estrutura, eles dizem aos clientes, é uma forma de prestar bons serviços. Em reuniões internas, os executivos da Pluribiz concordam com os clientes. A estrutura atual de vendas custa muito caro para a empresa. No entanto, qual seria a solução ideal? Além de não haver uma solução a vista, é arriscado mudar a estrutura de vendas, por causa da participação no mercado. Qualquer mudança, se não der certo, pode comprometer a posição dominante no mercado de higiene e limpeza. Além disso, a posição no mercado de alimentos pode sofrer e cair mais ainda. Os executivos da empresa acham que enfrentam um dilema. Uma Oportunidade de Expansão - Para complicar, a Pluribiz agora está analisando a oportunidade de um novo negócio. Corre o boato de que a Saudável será vendida. A Saudável, uma empresa familiar que faliu, foi comprada há alguns anos por um consórcio de bancos privados e fundos de pensão. Trabalha com produtos de origem animal (que não fazem parte das linhas da Pluribiz) e outros produtos, como massas. Estes concorrem com os da Pluribiz. Os produtos de origem animal da Saudável são imbatíveis no mercado. Saudável foi completamente saneada pelos novos proprietários, que a puseram à venda porque não tiveram o retorno esperado. Além disso, os conflitos entre eles são muito acentuados. Em situação financeira muito favorável, assim como seus principais concorrentes, a Pluribiz receia que um deles compre a Saudável e ganhe uma vantagem competitiva. Quem quer que compre a Saudável irá concorrer muitovantajosamente com os outros dois competidores. Nas últimas reuniões da diretoria da Pluribiz, muito se tem discutido como lidar com essa nova situação. Se o boato se confirmar, a Pluribiz está preparada para comprar. Se isso ocorrer, as estruturas serão fundidas. No entanto, o problema na organização das vendas aumentará. Uma das principais vantagens da Saudável é justamente sua estrutura de vendas, que cobre todo o território nacional. Seus vendedores conhecem profundamente os produtos. Simplesmente agregar esses vendedores à atual estrutura de vendas de alimentos da Pluribiz pode prejudicar o desempenho do novo negócio. A diretoria da Pluribiz sabe que precisa comprar a Saudável, mas está vendo um futuro no qual seus clientes são atendidos por quatro vendedores: alimentos, produtos de higiene, produtos de limpeza e, agora, os da Saudável. Que fazer? ▪ Questões para Reflexão 1. Que alternativas (critérios de departamentalização) a Pluribiz deveria considerar para organizar suas atividades de vendas? 2. Quais são as vantagens e desvantagens de cada alternativa? 3. Explique quais são as condições que favorecem cada uma das alternativas. 4. Que alternativa recomenda? Prepare uma justificativa para sua escolha. ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 87 INSTRUÇÕES: Analise o estudo de caso a seguir e responda as questões apresentadas no fim do texto e entregue um documento escrito. Devem apresentar o caso, as discussões e as alternativas apresentadas pelo grupo de vocês a fim de verificar realmente qual é o problema e as possíveis soluções para o mesmo. b) Estudo de Caso 2: A Motivação dos Engenheiros de Venda O Sr. Ernest Oaks, gerente de vendas da Eletrotécnica, não estava lá muito impressionado com o entusiasmo e vigor de sua força de vendas em relação às tarefas a serem cumpridas. Havia engenheiros demais que chegavam atrasados pela manhã e voltavam para casa no meio da tarde. Os pedidos de informação feitos por bons clientes em potencial não estavam sendo adequadamente acompanhados. As negociações com os clientes pareciam arrastar-se demasiadamente. A gota d’água foi o relatório apresentado por um engenheiro de vendas, que disse não ter conseguido obter um grande contrato de um fabricante de eletrodomésticos. Na opinião do Sr. Oaks, o engenheiro deveria estar mortificado com a perda, mas não estava. O fato não lhe parecia estar fazendo qualquer diferença. A Eletrotécnica era um grande fabricante de motores elétricos com potência de no máximo 1 cavalo-vapor. A firma tinha notoriedade por causa de seu excelente trabalho de engenharia nos motores elétricos extremamente pequenos. A empresa era representada em campo por 65 engenheiros eletricistas, que atendiam diretamente os fabricantes de equipamentos que empregavam motores elétricos. Os engenheiros de vendas recebiam exclusivamente salários, com todas as despesas reembolsadas pela companhia. Os salários eram revistos todos anos, com a finalidade de recompensar os desempenhos que merecessem reajustes. Na prática, essas revisões salariais eram ajustes rotineiros devidos ao aumento do custo de vida, mais um acréscimo proporcional à antiguidade do vendedor junto à companhia. Assim, muito mais que qualquer outra coisa, os salários eram um reflexo da antiguidade. A administração achava que a natureza do trabalho de vendas impedia que se pagasse aos engenheiros um incentivo para que fizessem negócios. Todos os representantes tinham muitas tarefas que não configuravam vendas, e qualquer venda substancial envolvia diversos representantes. Além do mais, poderia levar muitos anos até que um engenheiro de vendas conseguisse colocar os motores da Eletrotécnica nos produtos de algum grande fabricante. Apesar de tudo, o Sr. Oaks tinha a forte impressão de que a falta de pagamento de incentivos explicava muito do comportamento da força de vendas, e propôs-se a mudar a situação. Desse ponto em diante, todo o dinheiro que normalmente iria para os aumentos salariais seria posto num fundo de incentivos, a ser usado para fazer com que os representantes tivessem mais empenho em seu trabalho. O fundo do ano seguinte seria de cerca de 100.000 dólares. O Sr. Oaks propôs que se usasse o fundo de várias formas para estimular as atividades. Ele pensava em coisas tais como: ▪ Dar um abono de 200 dólares para cada contrato conseguido por um MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 88 engenheiro de vendas; ▪ Pagar 20 dólares por, toda informação sobre clientes em potencial, obtida graças à propaganda da empresa; ▪ Dar 200 dólares por semana ao engenheiro de vendas que, na opinião de Oaks, tivesse feito o maior empenho em vender; e ▪ Dar entradas para jogos como recompensa de qualquer esforço meritório observado por Oaks. Como Oaks definiu a coisa: "Quero 100.000 dólares para distribuir entre as pessoas que acho que os merecem." ▪ Questões para Reflexão 1. Você concorda com a maneira que o Sr. Oaks usará o fundo de incentivos? 2. Justifique. 3. Proponha um plano que incentive os vendedores. ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 89 REFERÊNCIAS ODA, ERICO; MARQUES, C. F. – Gestão das Funções Organizacionais. IESDE Brasil, 2008. CHIAVENATO, I – Teoria Geral da Administração. Editora Campos, 2001. MAXIMIANO, A. C. A. – Fundamentos da Administração, Editora Atlas, 2007. SILVA, A. T. - Administração Básica. Editora Atlas, 2007. SANTOS, R. da C. – Manual de Gestão Empresarial, Editora Atlas, 2006. D’ ASCENSÃO, L. C. M. – Organização, Sistemas e Métodos, Editora Atlas, 2007. DAFT, R. L. - Administração – Editora LTC, 1999. PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE - Guia PMBOK. Saraiva, 2014. TAYLOR, Frederick W. Princípios da Administração Científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 1970. CARAVANTES, Geraldo; PANNO, Cláudia; KLOECKNER, Mônica. Administração: teorias e processo. São Paulo: Prentice Hall, 2006. MAXIMIANO, Antônio C. A. Teoria Geral da Administração: da revolução urbana à revolução digital. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2006. MACGREGOR, Douglas. The Human Side of Enterprise. New York: Haper e Row, 1970. CASAS, Alexandre Luzzi Las. Administração de Marketing, Editora Atlas, 2008. CASTRO, Luciano Thomé E. Administração de Vendas. Editora Atlas. 2006. COBRA, Marcos. Administração de Marketing. Ed. Atlas. 2006 COBRA, Marcos. Marketing Básico. Ed. Atlas. 2007 KOTLER, Philip & ARMSTRONG, Gary. Princípios de Marketing. Rio de Janeiro, Ed. LTC, 1999.p.23. KOTLER, Philip. Administração de Marketing: análise, planejamento, implementação e controle. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1996. https://brasil.pmi.org/ MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 90 ANOTAÇÕES: ____________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ PSICOLOGIA APLICADA AOS RECURSOS HUMANOS ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 93 5 PSICOLOGIA APLICADA AOS RECURSOS HUMANOS A disciplina de Psicologia Aplicada ao RH, tem como objetivo apresentar os principais fundamentos e conceitos da Psicologia, suas teorias e aplicações no trabalho em equipe, capacitando e orientando a gestão dos recursos humanos. 5.1 Conceito de Psicologia Psicologia é a ciência que estuda as ideias, as motivações e os sentimentos, conjunto que forma a alma humana; ciência dos processos mentais e de seus preceitos; trata sobre a alma e as faculdades intelectuais e morais. A palavra psicologia vem do gregos psico (alma ou atividade mental) e logia (estudo). Desde a antiguidade pensadores, filósofos e teólogos estudam da natureza humana, contudo, esses estudos confundiam-se com a Filosofia. Sócrates, Platão e Aristóteles foram os precursores da investigação da alma humana, na busca de definir sensações, emoções, pensamentos, percepções e outras condições motivadoras do comportamento humano. Podemos classificar a psicologia em: Psicologia Animal - A que estabelece o que o homem tem em comum com os animais e o que deles se distingue. Psicologia Coletiva - Conjunto de fenômenos mentais, morais, sociais, que constituem a maneira de ser de cada agrupamento humano e o caracterizam. Psicologia Comparada - A que se aplica a seguir fatos psicológicos nas variações que se apresentam, de acordo com os caracteres da espécie humana, o estudo da saúde mental, o grupo étnico a que pertence o indivíduo e outros índices comparativos. Psicologia da Forma - A que, nas vivências dos sentidos, dá primazia à totalidade estrutural dos dados sensoriais, sobre a vivência de cada uma das partes. Psicologia do Subconsciente - A que explora a camada profunda que, sob a camada superficial consciente, influi de modo decisivo na vida humana. Psicologia Empírica - A que estuda os fenômenos psíquicos, descreve-os e lhes formula as leis. Psicologia Experimental - A que faz variar determinados fenômenos, a fim de individualizar as condições psicológicas. Psicologia Fisiológica - A que estuda os fenômenos fisiológicos que acompanham os fenômenos psicológicos. Psicologia Individual - A que explica a vida psíquica do indivíduo, pelo sinergismo de dois impulsos fundamentais: a vontade de poder e o sentimento social. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 94 Psicologia Infantil - Parte da Psicologia que estuda o desenvolvimento psíquico da criança. Psicologia Moral – A que se ocupa das operações da vontade ou dos atos humanos, como manifestações da natureza do homem. Psicologia Social - A que investiga o instinto, os impulsos da vontade e os sentimentos que levam o homem a formar a sociedade ou a prejudicá-la. O Psicólogo: Indivíduo que se dedica à prática da psicologia, nas suas mais diversas áreas, que se distingue pela observação e análise dos estudos da alma. Podem ser classificados em três ramos de atividades, a saber: Psicodiagnóstico - reconhecimento das particularidades individuais, inclusive condições responsáveis pela atualização de tais características; Aconselhamento - orientação profissional, orientação educacional, etc.; Psicoterapia - tratamento, mudanças no indivíduo ou por influência ambientais às quais ele está sujeito. 5.1.1 Principais Teorias Psicológicas As correntes psicológicas hoje conhecidas foram originadas de três principais correntes: Behaviorismo (análise do comportamento), Gestalt (psicologia da forma), e Psicanálise (psicologia analítica). Behaviorismo (Psicologia do Comportamento): O Behaviorismo nasce com John Broadus Watson, em 1913, e se desenvolve amplamente nos Estados Unidos, em função de suas aplicações práticas; segundo ele, os seres humanos já nascem com certas conexões estímulo-resposta herdadas e chamadas reflexos. A aprendizagem ocorre a partir de um condicionamento destas conexões, bem como na construção de novas conexões estímulo-resposta através do condicionamento clássico. Para ele o meio ambiente exerce uma grande influência sobre o indivíduo. O psicólogo comportamental está interessado em descobrir as variáveis que controlam o comportamento e em determinar as relações precisas que existem entre elas. A Escola Behaviorista segue as propostas de B.F. Skinner, que define o comportamento como qualquer movimento, observável ou mensurável, feito por um organismo, incluindo movimentos externos e internos e seus resultados. A principal área de aplicação dos conceitos apresentados tem sido a educação. São conhecidos os métodos de ensino programado e o controle e organização das situações de aprendizagem, bem como a elaboração de uma tecnologia de ensino. ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 95 Entretanto outras áreas também tem recebido a contribuição das técnicas e conceitos desenvolvidos pelo Behaviorismo, como treinamento em empresas, a clínica, o trabalho educativo de crianças excepcionais, a publicidade e outros mais. Na verdade, a análise experimental do comportamento pode auxiliar-nos a descrevê-los em qualquer situação, ajudando-nos a modificá-los. Ivan Petrovich Pavlov primeiro estudou fisiologia animal e depois medicina na Universidade de Petersburgo, a importância histórica de Pavlov está em sua descoberta e exploração do Reflexo Condicionado. Através deles Pavlov lançou os fundamentos do behaviorismo e provocou o desenvolvimento da pesquisa moderna da aprendizagem e da teoria da aprendizagem em psicologia; de fato, devemos a Pavlov as noções e a metodologia fundamentais deste campo. Pavlov distinguiu duas espécies de comportamento: Comportamento Respondente: um tipo específico de resposta é provocadapor um tipo específico de estímulo, e o estímulo sempre precede a resposta. Ex.: reflexos da salivação, da transpiração, reflexo patelar, reflexo pupilar. Comportamento Operante: comportamento fortalecido ou enfraquecido por eventos posteriores à resposta. O comportamento operante é controlado por suas consequências. É um comportamento voluntário, inclui todos os movimentos de um organismo dos quais se possa dizer que, em algum momento, tem um efeito sobre ou fazem algo ao mundo ao redor. O Comportamento Respondente, conforme Pavlov descobriu, pode ser condicionado, ou seja, pode-se fazer com que um novo evento provoque a resposta. Assim, se um estímulo neutro for associado, um certo número de vezes, a um estímulo provocador, o estímulo previamente neutro irá evocar a mesma espécie de resposta. Isso foi comprovado na experiência conhecida como O cão de Pavlov, onde os cães que salivam naturalmente por comida; foram submetidos a um estimulo neutro (o som da campainha) associado ao estimulo não condicionado (comida). Após a repetição desta associação de estímulos, verificou-se que o cão aprendeu a salivar perante o estimulo que antes não provocava qualquer resposta (neutro) mesmo na ausência do estimulo incondicionado (comida). Assim este comportamento seria denominado de resposta condicionada (aprendida). O novo reflexo é chamado Reflexo Condicionado, e o novo estímulo é chamado de Estímulo Condicionado. Estímulo Incondicionado: é o estímulo que por si só provoca uma resposta. Reforço: é qualquer evento que aumenta a força de qualquer comportamento operante. Um reforço fortalece uma resposta no sentido de que aumenta a probabilidade com que a resposta ocorrerá novamente. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 96 B.F. Skinner, psicólogo americano, responsável pelo avanço da análise experimental do comportamento. A base da corrente Skinneriana está na formulação do condicionamento operante. No caso do condicionamento operante, o que propicia a aprendizagem dos comportamentos é a ação do organismo sobre o meio e o efeito resultante, no sentido de satisfazer-lhe alguma necessidade, ou seja, a relação que se estabelece entre uma ação e seu efeito. Skinner desenvolveu o reforço positivo e reforço negativo. O aumento na frequência do comportamento reforçado é chamado Condicionamento. Se o reforço é interrompido, a frequência de uma resposta condicionada declina, até que não ocorra numa frequência maior do que a nível operante. O decréscimo na força de uma resposta condicionada quando não reforçada é chamada Extinção. Um fato importante sobre a definição operacional de Reforço é que as propriedades reforçadoras não estão no estímulo em si, mas sim nos efeitos deste sobre o comportamento. Há também uma classe de estímulo chamado Reforço Negativo ou Estímulo Aversivo, eles enfraquecem o comportamento. Extinção: Eliminação dos comportamentos indesejáveis ou inadequado. Se dá através da retirada do reforço que fortalece um dado comportamento ou através da PUNIÇÃO. Os Reforços podem ser aplicados sob a forma Constante ou Intermitente, o que não é contínuo, que tem intervalos, acontece de quando em quando; ou Constantes quando incessante, contínuos. Gestalt: Palavra que significa forma em alemão, A Gestalt, ou psicologia da forma, surgiu no início do século XX e trabalha com dois conceitos: Supersoma e Transponibilidade. O psicólogo austríaco Cristian von Ehrenfels apresentou esses critérios pela primeira vez em 1890, na Universidade de Graz. De acordo com a teoria gestáltica, não se pode ter conhecimento do todo por meio de suas partes - e sim das partes pelo todo, pois o todo é maior que a soma de suas partes. Isso equivale a dizer que A + B não é simplesmente (A+B), mas sim um terceiro elemento C, que possui características próprias. A esse elemento se dá o nome de supersoma. A transponibilidade é o segundo conceito da Gestalt que diz: independentemente dos elementos que constituem determinado objeto, reconhecemos ali uma forma. Admitimos, por exemplo, que uma cadeira é uma cadeira, seja ela feita de plástico, metal, madeira ou qualquer outra matéria-prima. Em outras palavras, a forma sobressai. Um dos principais temas trazido por ela é tornar mais explícito o que está implícito, projetando na cena exterior aquilo que ocorre na cena interior, permitindo assim que todos tenham mais consciência da maneira como se comportam aqui e agora, na fronteira de ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 97 contato com seu meio. Trata-se de seguir o processo em curso, observando atentamente os “fenômenos de superfície” e não mergulhando nas profundezas obscuras e hipotéticas do inconsciente – que só podem ser exploradas com a ajuda da iluminação artificial da interpretação. O Gestalt-terapeuta procede da superfície para o fundo - isso não significa que ele permaneça na superfície. Na realidade, a experiência confirma que a Gestalt atinge, mais facilmente do que as abordagens de suporte essencialmente verbal, as camadas profundas arcaicas da personalidade - aliás, constituídas no período pré-verbal do desenvolvimento da pessoa. O gestaltista está atento aos diversos indícios comuns de reações emocionais subjacentes, tais como discretos fenômenos de vasodilatação no rosto ou no pescoço (traduzidos em ligeiras e efêmeras modificações da cor da pele), minicontrações do maxilar, mudanças no ritmo da respiração ou da deglutição, mudanças bruscas no tom da voz, mudanças na direção do olhar e os “microgestos” involuntários das mãos, pés ou dedos. Psicanálise: Psicanálise é um campo clínico e de investigação teórica da psique humana independente da Psicologia, que tem origem na Medicina, desenvolvido por Sigmund Freud, conhecido como o pai da psicanálise, o médico que se formou em 1881, trabalhou no Hospital Geral de Viena e teve contato com o neurologista francês Jean Martin Charcot, que lhe mostrou o uso da hipnose. Freud, propôs este método para a compreensão e análise do homem, compreendido enquanto sujeito do inconsciente, abrangendo três áreas: Um método de investigação do psiquismo e seu funcionamento; Um sistema teórico sobre a vivência e o comportamento humano; Um método de tratamento caracterizado pela aplicação da técnica da Associação Livre. Essencialmente é uma teoria da personalidade e um procedimento de psicoterapia; a psicanálise influenciou muitas outras correntes de pensamento e disciplinas das ciências humanas, gerando uma base teórica para uma forma de compreensão da ética, da moralidade e da cultura humana. Em linguagem comum, o termo "psicanálise" é muitas vezes usado como sinônimo de "psicoterapia" ou mesmo de "psicologia". Em linguagem mais própria, no entanto, psicologia refere-se à ciência que estuda o comportamento e os processos mentais, psicoterapia ao uso clínico do conhecimento obtido por ela, ou seja, ao trabalho terapêutico baseado no corpo teórico da psicologia como um todo, e psicanálise refere-se à forma de psicoterapia baseada nas teorias oriundas do trabalho de Sigmund Freud; psicanálise é, assim, um termo mais específico, sendo uma entre muitas outras formas de psicoterapia. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 98 Primeira tópica: Os três reinos da mente seriam: o consciente (Cs.), o pré-consciente (Pcs.) e o inconsciente (Ics.). No Cs. estariam as representações mentais das quais estamos plenamente conscientes no momento, o que faz dessa instância psíquica uma dimensão em permanente metamorfose, pois a todo momento novas representações mentais estão se tornando conscientes e deixando de sê-lo. No Pcs. se localizariam aquelas representações que podem vir a ser conscientes, mas que no momento não estão em nossa consciência. Já no Ics. estariam as representações que já estiveram no consciente e/ou no pré-consciente, mas que de lá foram expulsas por causarem muita angústia. Por conta disso, nãopodem mais tornar-se conscientes sem que se aplique uma considerável dose de trabalho, sendo que algumas jamais poderão novamente ser conscientizadas em função da alta carga de angústia que produzem. Essa divisão do aparelho psíquico ficou conhecida na teoria psicanalítica como primeira tópica, pois se trata da primeira tentativa freudiana de descrever quais seriam, por assim dizer, os diferentes “lugares” (topos) do psiquismo. A primeira tópica se mostrou bastante útil para Freud quando a psicanálise estava direcionada primordialmente à compreensão das formações do inconsciente e da natureza das representações mentais que causavam angústia e eram recalcadas. Todavia, quando o foco da pesquisa psicanalítica começou a ser orientado para o ego – a instância do psiquismo que, por não suportar a angústia gerada por determinadas representações mentais, as mandava para o inconsciente – essa divisão do aparelho psíquico em consciente, pré-consciente e inconsciente começou a se mostrar insuficiente. Até então, Freud achava que o ego estava totalmente situado no consciente e no pré-consciente, afinal no inconsciente estariam apenas aquelas representações mentais que o ego teria recalcado. Em outras palavras, naquele momento Freud considerava que o conflito psíquico que levaria ao adoecimento psicológico seria travado entre um ego consciente que não quer admitir determinados pensamentos e o conjunto inconsciente desses pensamentos recalcados, ou seja, um conflito ego versus inconsciente. No entanto, a experiência clínica foi mostrando a Freud que uma parte considerável do ego também era inconsciente. Ora, durante uma análise, o sinal clínico que evidencia que determinados pensamentos e recordações estão no inconsciente, ou seja, de que foram recalcados, é a dificuldade do paciente de se lembrar deles ou de falar sobre o assunto. Freud compreendia essa situação considerando que haveria uma resistência do ego bloqueando o acesso das representações mentais recalcadas e/ou de seus substitutos. O curioso, contudo, é que o próprio paciente não teria consciência de que estava empregando essa resistência! Logo, a resistência não seria um fenômeno consciente, embora fosse uma função do ego. Conclusão: o ego não é totalmente consciente. Além disso, as resistências se comportariam de modo semelhante às representações recalcadas, isto é, demandariam certa dose de trabalho para que fossem tornadas conscientes. Essa descoberta jogou por terra a hipótese de que o conflito psíquico se ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 99 fundamentaria numa oposição entre ego e inconsciente. No entanto, isso não significaria admitir que o ego não fosse um dos polos do conflito psíquico. De fato, mesmo sendo inconsciente, a resistência continuava a ser um fenômeno produzido pelo ego. O problema estava em sustentar que o outro polo do conflito seria o inconsciente, afinal descobrira-se que uma parte do ego também era inconsciente. Segunda tópica: ID: Constitui o reservatório de energia psiquica, é onde se localizam as pulsões de vida e de morte. As características atribuídas ao sistema incosciente. É regido pelo princípio do prazer (Psiquê que visa apenas o prazer do indivíduo). EGO: É o sistema que estabelece o equilíbrio entre as exigências do id, as exigências da realidade e as ordens do superego. A verdadeira personalidade, que decide se acata as decisões do (Id) ou do (Superego). SUPEREGO: Origina-se com o complexo do Édipo, a partir da internalização das proibições, dos limites e da autoridade. É algo além do ego que fica sempre te censurando e dizendo: Isso não está certo, não faça aquilo, não faça isso, ou seja, aquela que dói quando prejudicamos alguém, é o nosso “freio”. 5.2 Autoconhecimento Pensadores, filósofos e pesquisadores a muito debatem sobre o que um indivíduo pode conhecer a respeito do seu próprio comportamento? Como produzir autoconhecimento e porque esse conhecimento seria relevante para as pessoas? A Psicologia é uma área do conhecimento que busca encontrar as respostas para estas questões. Ao longo dos anos, a observação sistemática do comportamento humano tem demonstrado que as pessoas conhecem pouco a respeito do seu próprio comportamento. Elas acreditam que por conhecerem seus próprios pensamentos e sentimentos, também possuiriam o domínio dos porquês do seu comportamento. Freud foi um dos primeiros pensadores a apontar o quanto da motivação humana permanece obscura à própria pessoa e sugeriu que torná-las consciente seria um passo importante para o estabelecimento de uma vida saudável. A psicologia tem mostrado que o quanto uma pessoa conhece a respeito de si mesma é, em grande medida, fruto da interação com as demais pessoas. Descobrimos que somos bonitos ou feios, simpáticos ou tímidos, inteligentes, brilhantes ou não, pelo que os outros dizem a respeito do nosso comportamento. É nesse reconhecimento, é pelo olhar do outro que começamos a nos conhecer. Reflita, grande parte do que você acredita ser suas qualidades e aptidões não é fruto do que durante a sua vida as pessoas reconheceram em você? Quando nos defrontamos com uma situação que não nos satisfaz, percebemos que é preciso mudar. Muitas vezes a situação de sofrimento é clara, mas o que mudar, como MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 100 mudar e em que sentido mudar, não o é. Mudar em qualquer direção não é eficiente, uma vez que na maioria das vezes não vai trazer resultados positivos em termos de qualidade de vida. Logo, se conhecer é um dos primeiros passos para uma mudança bem sucedida. Uma vez que nem sempre descobrir essas motivações e em que sentido mudar é fácil, a ajuda do psicólogo pode se tornar fundamental, especialmente porque a psicologia tem desenvolvido técnicas para aumentar o autoconhecimento e, após a identificação adequada do problema, de produção de mudanças efetivas. A Psicoterapia Comportamental é uma abordagem que possui uma ampla base de conhecimento científico para os tratamentos que implementa. Nessa abordagem, o terapeuta busca estabelecer junto com o cliente objetivos de mudança. Para tanto, o terapeuta vai ajudar o cliente a reconhecer o problema, saber o que o causa e estabelecer uma meta de mudança. Ou seja, o trabalho de terapia envolve, em um primeiro momento, o desenvolvimento do autoconhecimento necessário para produzir a mudança desejada pelo cliente. Após o estabelecimento desse conhecimento, o terapeuta fornecerá a ajuda necessária para o cliente implementar a mudança. Por esse motivo na terapia comportamental, as técnicas de auto-observação são fundamentais. Os terapeutas utilizam-se de registros, treinos de observação, escalas, questionários e a própria situação terapêutica como uma forma de aumentar o autoconhecimento e de implementação de mudanças. Esses registros são ainda fundamentais para avaliar a efetividade da terapia e dos tratamentos implementados. Eles são também uma forma do cliente aprender a manejar seu próprio comportamento, aprendendo a observar a si mesmo e como as condições em que ele vive o afetam. Questões para reflexão: ▪ Você se conhece? ▪ Sabe por que se comporta da maneira como o faz? ▪ Sabe o que deseja mudar na sua vida? ▪ Sabe como mudar? 5.2.2 Valores, Crenças, Atitudes e Sentimentos Não é difícil pensar na cadeia de causas e efeitos a partir do momento em que o ser humano possui autoconsciência e auto aceitação das suas potencialidades e limitações. Segundo o filósofo Immanuel Kant o autoconhecimento é o início de toda a sabedoria. A partir do momento que existe esta autoconsciência o indivíduo é capaz de direcionar sua trajetória, suas necessidades, revendo suas habilidades, comportamentos, atitudes e valores. Os valores e sua importância Os valores são essenciais e devem ser levados em consideração no ambiente organizacional. Se quisermos entender as atitudes, as motivaçõestécnicas, humanísticas, éticas e sociais no mundo do trabalho; desenvolver, junto com os alunos, o conhecimento voltado para a área de atuação junto aos micro, pequeno e médio empresários, contribuindo funcionalmente para a mudança e crescimento das empresas e gerando resultados que promovam o crescimento socioeconômico do estado e da região; formar profissionais capacitados a atuarem em diversas áreas funcionais como recursos humanos, finanças, apoio logístico, marketing e demais setores administrativos das organizações; e propiciar ao estudante o conhecimento e a vivência de gestão em entes privados , públicos, do terceiro setor. APROVEITE BEM O CURSO E TRANSFORME O CONHECIMENTO ADQUIRIDO NAS AULAS EM OPORTUNIDADES DE TRABALHO! Atenciosamente, Ruy Maurício Loureiro Porto Carreiro Filho Diretor Geral MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 12 3 TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO - MÓDULO 2 Neste segundo módulo do curso, serão desenvolvidas as competências e habilidades descritas a seguir. 3.1 Competências a) Apreender os conceitos fundamentais da Administração e do Marketing. b) Identificar os processos de gestão e controle de pessoal. c) Conhecer os procedimentos para admissão e desligamento de pessoal, nas suas diversas modalidades. d) Dominar tecnicamente as atividades da área de recursos humanos, no que diz respeito a recrutamento, a processos de seleção, de integração, de desenvolvimento profissional, de capacitação, de avaliação funcional, a plano de carreira, cargos e salários. e) Compreender e interpretar a legislação trabalhista e a previdenciária e articulá-la ao ciclo de pessoal. f) Identificar, com fundamentos da Psicologia, as dificuldades de relacionamento interpessoal e buscar a adequação atitudinal no ambiente de trabalho, distensionando o dia a dia nas organizações. g) Conhecer os sistemas de gestão da qualidade e suas ferramentas gerenciais. h) Dimensionar os procedimentos de administração de materiais no dia-a-dia da gestão. 3.2 Habilidades a) Ter à mão a legislação trabalhista e previdenciária aplicando-a nas situações concretas existentes no setor de pessoal da empresa, tais como as questões salariais, jornada de trabalho, direitos e obrigações contratuais do empregado e da empresa. b) Utilizar instrumentos e processos de relacionamento interpessoal visando à tomada de decisões e à motivação do trabalho em equipe. c) Elaborar sistemas analíticos de acompanhamento e indicadores do desempenho profissional para a qualidade. d) Executar programas de gestão ambiental e participar das ações desenvolvidas pela empresa em prol da inclusão social e da melhoria da qualidade de vida da comunidade. e) Desenvolver os planos de recrutamento e de seleção definidos pela empresa na sua política de RH. f) Assessorar o responsável por treinamento e desenvolvimento dentro da empresa, contribuindo para identificar a clientela para tais atividades. g) Fazer uso no seu dia-a-dia na empresa dos sistemas e recursos de informática para conferir agilidade e maior efetividade às suas funções. h) Articular os planos de remuneração da empresa com seu plano estratégico de desenvolvimento dos recursos humanos (RH). i) Redigir com correção e objetividade os textos de comunicação interna e externa dos diversos setores da empresa. INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO E MARKETING ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 15 4 INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO E MARKETING Esta disciplina tem como objetivo apresentar os principais fundamentos e conceitos da Administração e do Marketing a serem aplicados por diretores, gerentes, coordenadores, supervisores em seu dia-a-dia, ou seja, é voltada a todos que tenham como atividade a gestão de recursos físicos e de pessoas. 4.1 Administração: definição e contextualização 4.1.1 O que é Administração? Com sua origem etimológica no latim, administração vem de ad- tendência, direção para + minister- aquele que serve ou ministra, subordinação ou obediência = para servir ou que presta serviço. Administração é uma atividade bastante complexa, que requer a união de esforços das pessoas, dentro das organizações, para atingirem seus objetivos, enquanto satisfazem as necessidades da sociedade. Pode-se definir administração como uma ciência social, que reúne teorias e técnicas para a gestão de recursos humanos, naturais, financeiros e informacionais. Tem por objetivo gerar riquezas e promover o desenvolvimento econômico e de bem-estar da sociedade. (ODA, ERICO; MARQUES, C. F.,2008) A administração, como ciência, estuda o comportamento da sociedade e dos seus indivíduos, pesquisando e analisando suas organizações, buscando o seu desenvolvimento socioeconômico. Os conceitos e práticas administrativas vem evoluindo juntamente com o desenvolvimento do conhecimento organizacional humano. 4.1.2 Conceito de Organização Organização é uma expressão recente, tendo seus primeiros registros no século XIX, especialmente na França. Etimologicamente, vem da palavra grega organon, que significa órgão, sendo assim utilizada para os órgãos - governos, empresas e outros - criados para desempenhar determinadas funções e atingir objetivos definidos. Organização é a junção de pessoas e tecnologias, para alcançar determinado fim. Richard L Daft descreve organização como "entidades sociais que são dirigidas por metas, são desenhadas como sistemas de atividades deliberadamente estruturados e coordenados e são ligadas ao ambiente externo”. O conceito de organização é bastante amplo e pode conter vários sentidos como entidades sociais, pois são formadas por pessoas, que se empenham em atingir objetivos e alcançar resultados: lucros para as empresas ou satisfação social para os governos. São construídas para dividir o trabalho, porém seu desempenho é papel de seus membros. Organização significa um investimento humano elaborado e programado para atingir determinados objetivos. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 16 Esse conceito se aplica a todos os tipos de organizações, sejam elas lucrativas ou não, como empresas, governos, clubes, hospitais e outros. Tipos de organizações: A classificação a seguir tem como base o capital e sua aplicação: ▪ Organização pública: criada por um órgão estatal, logo, de capital público, visa o bem comum. O governo pode criar empresas de capital público - como os Correios e a Caixa Econômica Federal – e de capital misto, onde uma parte do capital é privados, cabendo ao Estado, por ser majoritário, sua direção - como a Petrobras e o Banco do Brasil, entre outras; ▪ Organização privada: formada por investidores privados, é uma empresa que objetiva o lucro, pode ser individual, sociedade anônima - com ações na bolsa de valores – ou ter outras configurações, dependendo da legislação local. ▪ Organização e sociedade sem fins lucrativos: é qualquer associação de capital privado, e que visa o lazer, a assistência ou outros, que não o lucro; como as ONGs - organizações não-governamentais - as igrejas, os clubes sociais e as sociedades beneficentes. Diversas dessas organizações são também chamadas de terceiro setor não confundir com setor primário (agricultura), secundário (indústria) e terciário (serviços). Cabe ao administrador avaliar os diversos fatores e desenvolver as estratégias necessárias para alcançar os objetivos de sua organização. Também é ele o responsável pela implantação do projeto. Para tanto, vai organizar, adequar e implementar programas e métodos de trabalho, para executar o que foi esquematizado. Outra função do administrador é controlar os processos; fiscalizar cada etapa da produção, objetivando que a produtividade e os resultados sejam alcançados, evitando desperdícios e prejuízos para a empresa. Após a avaliar e controlar o processo, surge a oportunidade de aperfeiçoá-lo, assim, o ciclo de produtividade se inicia novamente. Portanto, administrar consistee as percepções dos ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 101 colaboradores, suas influências e suas convicções de conduta individual ou social. Valores possuem atributos tanto de conteúdo quanto de intensidade. Quando detectamos os valores de um colaborador, na verdade estamos identificando a sua hierarquia de valores, a importância relativa atribuída a estes, como a liberdade de expressão, o autorrespeito, a honestidade, a confiança, a responsabilidade, a justiça e muitos outros. As atitudes e o comportamento das pessoas podem variar muito de acordo com seus valores. Grupos ou culturas diferentes e mesmo o processo educacional e familiar exercem influência na formação desses valores. Para exemplificar, vamos usar a pesquisa realizada por Geert Hofstede, que analisou 116 mil funcionários da IBM em 40 países diferentes, no que se refere aos valores relativos ao ambiente de trabalho. Como resultado descobriu cinco dimensões de valores de uma cultura nacional, conforme especificado a seguir: Distância do poder - Como as pessoas de um país aceitam que o poder seja distribuído desigualmente dentro das instituições, esta graduação pode ser dimensionada em pouca distância do poder, até muita distância do poder. Quantidade de vida x qualidade de vida - A quantidade de vida, diz respeito a como as pessoas observam os valores e qual a dimensão Q \i da agressividade, da violência, da busca pelo dinheiro e bens materiais, a competitividade e outros. Já a qualidade de vida refere-se ao grau em que as pessoas valorizam os relacionamentos e mostram sensibilidade e preocupação com o próprio bem- estar e com o bem-estar dos outros. Fuga de incertezas - O grau em que as pessoas de um determinado país preferem situações estruturadas em vez de desestruturadas. Nas culturas em que prevalece o nível de incerteza, observa-se uma acentuação de ansiedade, nervosismo, estresse e agressividade. Individualismo versus coletivismo - De que forma as pessoas de um determinado país preferem agir: como indivíduos ou como membros de um grupo ou de equipes. Quando colocado em prática o coletivismo, observa-se um nível reduzido de individualismo e um aumento de participação em círculo de amigos, na empresa em que estão inseridos e na sociedade de uma forma geral. Orientação para longo prazo versus para curto prazo - As pessoas que fazem parte de culturas orientadas para o desenvolvimento de atividades de longo prazo, focam no futuro, valorizam todos os momentos e são persistentes. Quando os valores são focados no curto prazo, a relevância está no passado e no presente, principalmente no que diz respeito às tradições e ao cumprimento de obrigações sociais. Os resultados apresentados acima, e levantados pelo pesquisador Hofstede, se tornaram referência básica para diferenciação de culturas, apesar de terem sido levantados MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 102 em uma única empresa e de terem sido levantados há mais de 30 anos, não representando o contexto atual do mundo. Em 1993 foi colocado em prática o projeto Globe - Global Leadership and Organizacional Behavior Effectiveness, uma investigação sobre cultura e liderança em diferentes países, tomando por base 825 organizações em 62 países, em que foram identificadas nove dimensões em que as culturas nacionais diferem entre si, conforme demonstrado a seguir: Agressividade - A extensão que uma sociedade estimula as pessoas a serem duras, confrontadoras, agressivas e competitivas, em contraste com serem suaves e humildes. Essa dimensão equivale ao valor relativo a quantidade de vida do modelo de Hofstede. Orientação para o futuro - Como a sociedade estimula e recompensa as pessoas por pensarem no futuro, por meio de comportamentos como o planejamento, investimentos e adiamento de recompensas. Essa dimensão equivale à orientação para longo prazo no modelo de Hofstede. Diferenças entre sexos - Em que grau a sociedade maximiza as diferenças dos papéis sexuais. Fuga de incertezas - Como a sociedade se baseia em normas e procedimentos para lidar com a imprevisibilidade de futuros acontecimentos. Distância do poder - O grau em que as pessoas de um país aceitam que o poder seja distribuído desigualmente nas instituições e nas organizações. Individualismo/coletivismo - Grau em que as pessoas são estimuladas pelas instituições. Coletivismo de grupo - Grau em que as pessoas se sentem orgulhosas de participar de pequenos grupos, como a família, um círculo de amigos ou a empresa para a qual trabalham. Orientação para o desempenho - A extensão em que a sociedade estimula e recompensa as pessoas por sua melhoria de desempenho e excelência. Orientação humanista - A extensão em que a sociedade estimula e recompensa as pessoas por serem justas, altruístas, generosas, atenciosas e gentis com as outras. Está próxima da dimensão de qualidade de vida de Hofstede. Uma comparação entre as dimensões identificadas nos dois modelos, sugere que estas últimas são uma extensão da pesquisa de Hofstede, que ainda são consideradas válidas. Podemos esperar que os novos estudos sobre valores, questões multiculturais que afetam o comportamento humano sejam ampliadas e possam servir de subsídios para respaldar as diferenças entre os países. ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 103 Crença: Crença é uma condição psicológica que se define pela sensação de convicção relativa a uma determinada ideia, a despeito de sua procedência ou possibilidade de verificação objetiva. Logo pode não ser fidedigna à realidade e representa o elemento subjetivo do conhecimento. Pode também ser entendida como sinônimo de fé e, assim como qualquer manifestação de convicção, acompanha absoluta abstinência à dúvida pelo antagonismo inerente à natureza destes fenômenos psicológicos e lógica conceitual. Ou seja, é ser convicto, e sendo a fé/crença uma forma de convicção, é impossível duvidar e crer ao mesmo tempo. Atitude: Saber agir, como agir, e o momento de agir, é fundamental para a preservação da imagem pessoal. Um simples gesto pode contribuir positiva ou negativamente na imagem pessoal e profissional. Do latim aptitudinem atitude, através do italiano attitudine, significa uma maneira organizada e coerente de pensar, sentir e reagir em relação a grupos, questões, outros seres humanos, ou, mais especificamente, a acontecimentos ocorridos em nosso meio circundante. (Kardec, 1978, p. 7) É um dos conceitos fundamentais da psicologia social. Faz junção entre a opinião (comportamento mental e verbal) e a conduta (comportamento ativo) e indica o que interiormente estamos dispostos a fazer. Segundo Jean Meynard, “É uma disposição ou ainda uma preparação para agir de uma maneira de preferência a outra. As atitudes de um sujeito dependem da experiência que tem da situação à qual deve fazer face”. Pode se dizer também que é a “Predisposição a reagir a um estímulo de maneira positiva ou negativa”. As atitudes têm sido consideradas como prontidão mental ou predisposição implícita, que exercem influência geral e coerente numa classe relativamente ampla de respostas de avaliação. Tais respostas são usualmente dirigidas para algum objeto, pessoa ou grupo. As atitudes são vistas como predisposições duradouras, mas predisposições aprendidas e não inatas. Por isso, embora as atitudes não sejam momentaneamente passageiras, são perceptíveis às mudanças. As atitudes são formadas por três componentes: afeto, cognição e comportamento. O componente afetivo é formado pela avaliação que a pessoa dá de uma resposta emocional a algum objeto ou alguma pessoa. O componente cognitivo é conceituado como as crenças de uma pessoa a respeito de um objeto ou pessoa, ou conhecimento de fatos a eles referentes. O componente de comportamento inclui o comportamento manifesto da pessoa com relação à outra pessoa ou ao objeto. Se as atitudessão conceituadas dessa forma, podemos perceber como as técnicas para mudar as reações emocionais de alguém, atingiriam somente um componente da atitude considerada. Essa concepção dos componentes não apenas sugere interessantes métodos para mudar atitudes, mas também nos dá algumas ideias quanto a maneira de medi-las. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 104 O componente afetivo - respostas fisiológicas ou apresentações verbais do fato de gostar ou não gostar. O componente cognitivo - por avaliação de crenças ou pela quantidade de conhecimento que uma pessoa tem sobre certo assunto. O componente de comportamento - por observação direta da maneira e da forma como a pessoa se comporta em situações estimuladoras específicas. Sentimento: Termo que incorpora diversos conceitos, ou diversos modos de se apresentar, algumas vezes indica algo bom, e prazeroso; em outros momentos aparece como coisa ruim e penosa. Assim, são os sentimento que denotam os muitos tipos de manifestações que cada ser humano deixa transparecer para com todos em sua volta. O sentimento se distingue da emoção, por estar revestido de um número maior de elementos intelectuais e racionais. Nele já existe alguma elaboração do entendimento e da compreensão, já acontece uma reflexão e aproximação do livre-arbítrio, da espiritualidade e da racionalidade ou evolução humana. 5.2.3 Janela de Johari É uma ferramenta conceitual, criada por Joseph Luft e Harrington Ingham em 1955, com o objetivo de auxiliar no entendimento da comunicação interpessoal e nos relacionamentos com um grupo. Este conceito pode aplicar-se ao estudo da interação e das relações interpessoais em grupos ou organizações. A palavra Johari, tem origem na composição dos prenomes dos seus criadores: Jo(seph) e Hari(Harrington). O conceito tem um modelo de representação, que permite, revelar o grau de lucidez nas relações, classificando os elementos que as dominam, num gráfico de duas entradas (janela): busca de feedback versus autoexposição, subdividido em quatro áreas: Eu público ou aberto: os comportamentos que expomos ao outro. São percepções mutuamente participadas, tais como características do modo de falar, da atitude geral, habilidades. Eu fechado ou secreto: os comportamentos que vemos em nós mesmos, mas que escondemos dos outros. EX.: “Eu sinto medo, mas eu luto para projetar a imagem de muita coragem pessoal”. Nesta área, as pessoas veem um “eu falso”, e o sujeito precisa estar sempre se cuidando para que elas não percebam o seu “eu real”. Eu cego: onde estão os fatores e as características de comportamento que as outras pessoas percebem no indivíduo, mas que ele não consegue perceber. Ex.: ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 105 “Os outros percebem o meu nervosismo, mas eu não vejo, não percebo que sou e estou nervoso”. Em outras palavras, outras pessoas conhecem peculiaridades nossas de que nós próprios não temos conhecimento. Eu desconhecido: onde há fatores que não percebemos em nós mesmos nem as outras pessoas percebem. Constituem as memórias da infância, as potencialidades latentes e os aspectos escondidos da dinâmica interpessoal. Alguns desses componentes desconhecidos podem tornar-se conscientes com o aumento da abertura para auto exposição e para buscá-la de feedback. Busca de feedback: consiste em aceitarmos e incentivarmos a percepção dos outros sobre nós mesmos, para identificarmos como nossos comportamentos estão afetando os outros, vendo-nos por intermédio dos outros. Dar feedback ou auto exposição: consiste em darmos feedback aos outros, identificando, por meio de suas percepções e sentimentos, como o comportamento dos outros nos estão afetando. 5.3 Motivação Assim como emoção provém de um mesmo verbo latino movere, que significa “mover-se”. Ambas indicam um estado de despertar do organismo. “Convencionalmente, temos denominado emocionais, os estados intensos e imediatos do despertar, e motivacionais, os estados emocionais mais prolongados e dirigidos” (Telford e Sarwrey, 1973). Motivo ou Motivação, refere-se a um estado interno que resulta de uma necessidade e que ativa ou desperta comportamento usualmente dirigido ao cumprimento da uma atividade. Um comportamento motivado se caracteriza pela energia relativamente forte nele dispensada e por estar dirigido para um objetivo ou meta. 5.3.1 Motivo, Incentivo e Impulso Distinguiremos estas três palavras que normalmente são utilizadas como sinônimos mas que não o são: Incentivo - é um objeto, condição ou significação externa para o qual o comportamento se dirige. Impulso – é considerado a força que põe o organismo em movimento, à busca do seu objetivo. Motivo – pode ser definido como “uma condição interna relativamente duradoura, que leva o indivíduo ou o que o predispõe a persistir num comportamento ou na permanência da situação” (Sawrey e Telford). A identificação de um motivo auxilia na compreensão do comportamento humano, ou seja, faz-nos entender melhor as ações dos indivíduos, no entanto, como se sabe, há muitos outros fatores, além dos motivos, que influem sobre o comportamento, como a MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 106 percepção, as emoções, a aprendizagem, etc. Existem diferentes modelos teóricos de interpretação do processo motivacional: Teoria Behaviorista – A motivação, para o Behaviorismo, tem como ponto central o conceito de impulso, entendido como a força que impele à ação e o hábito, a via de acesso construída entre o ponto de partida (estímulo) e o destino (resposta). Os hábitos são criados pela contiguidade da resposta ao reforço. A presença do reforço reduz o impulso, uma vez que sacia sua necessidade. Teoria Cognitiva – Nega que o efeito dos estímulos sobre o comportamento seja automático, colocando-se contra a behaviorista. Acredita que nós escolhemos, por meio da percepção, pensamento e raciocínio, os valores, as crenças, as opiniões e as expectativas que regularão a conduta para uma tarefa almejada. Mas, reconhecem que o comportamento e seu resultado dependerão tanto das escolhas conscientes do indivíduo, como dos acontecimentos do meio sobre os quais não tem controle e que atuam sobre ele. Teoria Psicanalítica – Freud entendia que o comportamento humano é determinado, basicamente, pela motivação inconsciente e pelos impulsos instintivos. Portanto, a mais forte tendência de comportamento não é, necessariamente, aquela que a pessoa conscientemente decide que é melhor para ela. Nesta abordagem, a motivação do comportamento, em grande parte, é proveniente do Id e o comportamento resulta da interação, conflituosa ou não entre ID, EGO e SUPEREGO. 5.4 Teoria Motivacional Há uma série de necessidades fundamentais inerentes ao homem, que têm seus atributos, os quais não são determinados pelas estruturas sociais, pelos modelos culturais ou por processo de socialização. O que difere é a ênfase e os meios de satisfazê-las, o que varia de cultura de um grupo ao outro. Estudando o comportamento humano, os psicólogos em geral concluem que todo comportamento é motivado, isto é, provocado por alguma necessidade dentro do homem e não lhe pode ser imposto. Define-se o comportamento, como sendo uma tentativa de satisfazer uma necessidade. Uma necessidade é um estado de tensão ou de desequilíbrio, resultante da falta, da ausência que sentimos dentro de nós mesmos. Sentida esta ausência desta necessidade, a pessoa torna-se tensa e irrequieta, ativando-a a satisfazer esta necessidade - procurando livrar-se desta tensão e alcançar o estado de satisfação e equilíbrio. Abraham Maslow foi um psicólogo americano, que defendia que a humanidade depende de indivíduos empenhados em encontrar formas de satisfazer suas necessidades básicas. Uma pessoa é motivada a alcançar um determinado objetivo por possuir internamente a necessidadede alcançá-lo. Maslow identificou cinco necessidades ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 107 fundamentais e as dispôs numa hierarquia. Figura 1 – Pirâmide de Necessidades Fonte: Elaborado pelo autor (2015) Necessidade básica ou fisiológica - sobrevivência do indivíduo e preservação da espécie; Necessidade de segurança - busca de proteção; Necessidade amor/relacionamento - aceitação e busca de afeto; Necessidade de autoestima – aprovação social, autoconfiança; Necessidade de autorrealização – auto desenvolvimento. Como é possível observar, estão ali dispostos desde o nível mais elementar de sobrevivência até a autorrealização. A fome é uma necessidade física, assim como: a sede, o sono, o ar, o sexo, e tantas outras atividades, que ajudam a manter um estado físico satisfatório. Cada uma dessas necessidades, para poder sobreviver, exige sua satisfação. Ao identificar as necessidades fisiológicas como sendo as preponderantes, Maslow quis dizer que, se uma pessoa fosse totalmente carente - se todas as necessidades estivessem por satisfazer - ela seria dominada por suas necessidades fisiológicas; suas outras necessidades desapareceriam ou seriam reprimidas. No entanto, uma vez satisfeitas as necessidades fisiológicas, necessidades de segurança passam a dominar o comportamento. Ao serem atendidas, elas são substituídas por necessidades sociais, por serem mais tipicamente humanas, e assim por diante. As necessidades fisiológicas e as de segurança acham-se, ambas, centradas no indivíduo. Contudo, uma vez satisfeitas, aparecem as primeiras necessidades sociais: as de aceitação e afeto. Neste estágio, o indivíduo é motivado a assegurar o seu lugar num determinado grupo, com a gratificação do sentimento de a ele pertencer, bem como a MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 108 construir relações emocionais íntimas com outros, a dar e receber amor. Quando todas as outras necessidades foram satisfeitas, a última a emergir é a da autorrealização. Segundo Maslow, “aquilo que um homem pode ser, ele deve ser”. A autorrealização é um processo do ser humano, no qual o indivíduo luta para alcançar a extensão total da sua capacidade. De acordo com Maslow, as necessidades fisiológicas, as de segurança, as de afeto e as de respeito são todas necessidades por escassez, por déficit, enquanto, por outro lado, a necessidade de autorrealização é a necessidade de crescimento. Cada pessoa é uma entidade singular e precisa encontrar sua fórmula de realização. Trata-se, pois, quase que inteiramente, de um processo interno, e a gratificação da necessidade, o sentimento de realização, advêm da experiência de executar coisas que satisfazem seu potencial. Embora Maslow defendesse a relativa integridade da ordem de sua hierarquia, ele não acreditava que uma necessidade tivesse 100% satisfeita, antes que surgisse a necessidade mais elevada. Pelo contrário, ele afirmou que a maior parte dos integrantes de nossa sociedade se acha, ao mesmo tempo, parcialmente satisfeita e parcialmente insatisfeita, quanto a todas as suas necessidades básicas. 5.4.1 Ciclo Motivacional A partir da Teoria das Relações Humanas - onde a preocupação com a máquina, com o método de trabalho e com a organização formal deram espaço para a preocupação com as pessoas e os grupos sociais, tanto no aspecto psicológico quanto no sociológico - todo acervo de teorias psicológicas sobre a motivação humana passou a ser aplicado dentro da empresa. Verificou-se que todo comportamento humano é motivado. Que a motivação, no sentido psicológico, é a tensão persistente que leva o indivíduo a alguma forma de comportamento visando à satisfação de uma ou mais determinadas necessidades. Figura 2 - Ciclo Motivacional Fonte: Elaborado pelo autor (2015) ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 109 Comportamento Organizacional: Campo de estudos que visa compreender, prever, explicar e, se necessário, alterar os comportamento das pessoas dentro das organizações (Lacombe, 2004, p. 69). Tipos de comportamentos: Agressivo Busca crescer mesmo sendo a custa do outro Faz valer apenas os seus direitos e ignora os do outro Culpa os outros e usa sarcasmo para “ganhar” a situação Voz alta e atitudes agressivas Assertivo Busca defender seus desejos, sem ignorar os dos outros Ouve e procura entender a perspectiva do outro Aceita acordos e soluções Expõe claramente suas opiniões e sentimentos Sua autoestima está acima de sua preocupação por aprovação social Passivo/Agressivo Apresenta elementos de agressividade e passividade Tenta solucionar problemas sem causar confrontos Dá respostas indiretas/sarcasmo Mínimo contato visual e postura fechada. Diferentes comportamentos: Causado – Tanto a hereditariedade como o meio ambiente influem decisivamente no comportamento das pessoas. Motivado – Há uma finalidade em todo comportamento humano. Orientado para objetivos – Em todo comportamento existe sempre um impulso, um desejo, uma necessidade, uma tendência, expressões que servem para designar os motivos do comportamento. 5.5 Trabalho em Equipe A equipe traz consigo a ação, a execução do trabalho, agrupando profissionais de categorias diferentes, complementando-se, articulando-se e dependendo uns dos outros para objetivos comuns. Desenvolver uma equipe é ajudar a aprender e a institucionalizar um processo constante de auto exame e avaliação das condições que dificultam seu funcionamento efetivo, além de desenvolver habilidades para lidar eficazmente com esses problemas. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 110 Os objetivos são de suma importância para o trabalho em equipe, pois guiam as ações dos participantes do grupo, que coordenam e planejam seus esforços. Servem ainda para delimitar critérios, para resolver conflitos interpessoais e para a melhoria do trabalho, que passa a ser constantemente avaliado, analisado e revisado. Os objetivos quando imediatos têm maior significado para a equipe. Devem servir como passos intermediários para os objetivos principais. 7.5.1 Tipos de Equipes Equipe Funcional é formada por um chefe e seus subordinados diretos e tem sido a marca da empresa moderna. Questões como autoridade, relações, tomada de decisão, liderança e gerenciamento demarcado são simples e claras. Equipe Autogerenciável é um grupo íntegro de colaboradores responsáveis por todo um processo ou segmento de trabalho, que oferece um produto ou serviço a um cliente interno ou externo. Em diferentes instâncias, os membros da equipe trabalham em conjunto para melhorar as suas operações, lidar com os problemas do dia-a-dia e planejar e controlar as suas atividades. Equipe Interfuncional, às vezes chamada equipe multidisciplinar, faz parte da silenciosa revolução que atualmente vem assolando as organizações. Equipes interfuncionais estão ajudando a agilizar o processo de desenvolvimento de produtos, melhorar o enfoque dado ao cliente, aumentar a capacidade criativa da empresa, oferecer um fórum para o aprendizado organizacional e servir de ponto único de contato para clientes, fornecedores e outros envolvidos. 5.5.2 Estágio de desempenho de equipes A curva de desempenho da equipe permite classificá-la de acordo com o modo de funcionamento em uma das cinco posições: Pseudoequipe: neste grupo, pode-se definir um trabalho, mas não há preocupação com o desempenho coletivo apreciável. Prevalece a individualidade. Grupos de trabalho: não existe estímulo para transformar-se em equipe. Partilham informações entre si, porém mantêm-se, de forma individual, as responsabilidades e objetivos. Não se produz desempenho coletivo. Equipe potencial: existe intenção de produzir desempenho coletivo. Necessita assumir compromisso quanto ao resultado de grupo e requer esclarecimentos das finalidades, objetivos e abordagem de tarefa. Equipereal: composta de pessoas que, além de possuírem habilidades que se complementam, se comprometem umas com as outras, através da missão e objetivos comuns e da abordagem de trabalho bem definida. Existe confiança ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 111 entre os membros do grupo, assumindo responsabilidade plena sobre o desempenho. Equipe de elevado desempenho: equipe com membros profundamente comprometidos com o crescimento pessoal de cada indivíduo e com o sucesso deles mesmos e dos outros. Possuem resultados muito além das expectativas. Como: Aumento na produtividade; Melhora na qualidade; Melhora na qualidade de vida profissional dos funcionários; Redução no nível de rotatividade de pessoal e absenteísmo; Redução no nível de conflito; Aumento na inovação; Aumento na flexibilidade; e Obtenção de economia de custos da ordem de 30% a 70%. Uma equipe não começa a funcionar eficientemente no momento em que é criada. É necessário um tempo para que a equipe se alinhe. Em um importante estudo, feito nos anos 70, o psicólogo Tuckman identificou quatro estágios de desenvolvimento de equipes que visam ao sucesso, sendo eles: Formação: neste estágio, as pessoas ainda estão aprendendo a lidar umas com as outras; pouco trabalho é feito; Tormenta: tem-se uma época de difícil negociação das condições sob as quais a equipe vai trabalhar; Aquiescência: é a época na qual os papéis são aceitos (posse do problema) e as informações circulam livremente; Realização: quando a execução do trabalho atinge níveis ótimos. 5.5.3 Habilidades para o Trabalho em Equipe As competências para um bom desempenho no trabalho em equipe diferem das competências necessárias ao trabalho individual. Abaixo, estão explicitadas essas competências: Cooperar: participar voluntariamente, apoiar as decisões da equipe, fazer a sua parte do trabalho; Compartilhar informações: manter as pessoas informadas e atualizadas sobre o processo do grupo; Expressar expectativas positivas: esperar o melhor das capacidades dos outros membros do grupo, falando dos membros da equipe para os outros com aprovação. Apelar para a racionalidade em situações de conflito e não assumir posição polêmica nesses casos; Estar disposto a aprender com os companheiros: valorizar a experiência dos outros, solicitar dados e interagir pedindo e valorizando ideias; Encorajar os outros: dar crédito aos colegas que tiveram bom desempenho tanto MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 112 dentro como fora da equipe; Construir um espírito de equipe: tomar atitudes especiais para promover um clima amigável, moral alta e cooperação entre os membros da equipe; Resolver conflitos: trazer à tona o conflito dentro da equipe e encorajar ou facilitar uma solução construtiva para a equipe. Não esconder ou evitar o problema, mas tentar resolvê-lo da forma mais rápida possível. Trabalho e Sociedade: A psicologia não tem estudos definidos sobre o papel social do trabalho na vida do indivíduo, quais as contingências de comportamento que ele adquire por causa do seu trabalho, qual a posição social que ele tem em relação ao seu trabalho, qual o real fator preponderante do trabalho para o trabalhador. Tendo o ser humano a necessidade de ascensão social, nada mais comum que procurar o reconhecimento dentro do âmbito do trabalho, pois o mesmo, muitas vezes, transforma indivíduos esquecidos socialmente em pessoas respeitadas e relevantes. Estudar este fenômeno é uma necessidade, pois estamos caminhando para a globalização, onde todas as força de trabalho estão interligadas a papeis sociais, onde o preço da força de trabalho é definido em mesas internacionais de negociação, onde ocorre à exploração da mão-de-obra dos países em desenvolvimento, nosso sistema, quase mundial, o capitalismo, coloca o trabalho como fonte de crescimento, porém no mercado do consumo, quanto mais lucro melhor. Os homens vão se definindo cada vez mais por seu papel social, entendendo-se por papel social a sua função produtiva, e as relações sociais e políticas que esta função impõe na coexistência social. Tais relações de produção, correspondem a um grau específico de desenvolvimento das forças materiais, constituem a estrutura econômica da sociedade, a base concreta sobre a qual se eleva uma superestrutura jurídica e política, e à qual correspondem determinadas formas de consciência social. O modo de reprodução da vida material determina o desenvolvimento da vida social, política e intelectual em geral. Não é a consciência dos homens que determina o seu ser; é o seu ser social que determina a sua consciência. Segundo Marx, os elementos componentes do processo de trabalho são: A atividade adequada a um fim, isto é o próprio trabalho; A matéria a que se aplica o trabalho, o objeto de trabalho; Os meios de trabalho, o instrumental de trabalho. Destes elementos, os instrumentos de trabalho - como as ferramentas - e os objetos de trabalho - o material trabalhado pelas ferramentas - formam os meios de produção. Estes, quando combinados com o próprio trabalho - a atividade consciente humana - formam as forças produtivas. Ou seja, os meios de produção de que a sociedade dispõe, em conjunto com os homens que têm os conhecimentos e a experiência necessários para os pôr em movimento, compõem as forças produtivas da sociedade. O trabalho é o ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 113 elemento vital, pois sem ele os outros elementos restariam inertes, incapazes de produzir algo. Eis a importância do trabalho em todas as sociedades, porque, sem o esforço humano, não seria possível produzir os meios materiais que possibilitam reproduzir a vida. 5.6 Liderança Liderança é a capacidade de direcionar e comandar pessoas, conquistando seguidores e influenciando de forma positiva seus pensamentos e comportamentos. Uma liderança dinâmica e eficaz é característica fundamental para uma organização bem sucedida. “Liderança é a atividade de influenciar pessoas fazendo-as empenhar-se voluntariamente em objetivos de grupo.” George R. Terry “Influência interpessoal exercida numa situação e dirigida, através do processo de comunicação, para a consecução de objetivos específicos.” Robert Tannenbaum, Irving R. Wescgler e Fred Massarik “A liderança consiste em influenciar pessoas para a realização de um objetivo comum.” Harold Koontz e Cyril O’Donnell 5.6.1 O Líder Para ser líder é preciso, além de ter nascido com talento e dom, exercitar a liderança; testar a si mesmo seguidamente, estudar com profundidade a natureza humana, desenvolver a sensibilidade e a intuição. O líder cativa as pessoas pelo comportamento, seu exemplo, e pela ética. Para o bom líder não há dois pesos e duas medidas e a sua flexibilidade jamais será moral. As pessoas sentem que podem confiar plenamente nele em qualquer circunstância. O líder é o guia, tem iniciativa nas situações que os demais vacilam, os demais sentem-se seguros com a sua presença. Ele tende a possuir rapidez e firmeza de decisão, imaginação e, frequentemente, algum conhecimento especial, é respeitado por disposição de reconhecer igualmente o direito de cada um. O líder do grupo, é mais amplamente conhecido do que os demais membros, em consequência de sua capacidade de mobilidade maior. Ele lida com o grupo, respeitando as diferenças individuais mobiliza o grupo, dirigindo-se primeiramente ao seu auxiliar direto. Liderança x Chefia: LÍDER: surge naturalmente. CHEFE: é posição do cargo. LÍDER: tem a visão panorâmica. CHEFE: tem a visão curta. LÍDER: lidera pessoas. CHEFE: Administra recursos humanos. LÍDER: precisa ganhar mais do que perder. CHEFE: Um precisa ganhar sempre. LÍDER: tem competência. CHEFE: Um tem todo o poder. LÍDER: conflitos são lições. CHEFE: conflitos são aborrecimentos. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 114 LÍDER:crises são oportunidades. CHEFE: crises são riscos. LÍDER: opera sobre os recursos emocionais da organização, sobre seus valores, comprometimento e aspirações. CHEFE: opera sobre os recursos físicos da organização, sobre seu capital, habilidades humanas, matérias-primas e tecnologia. Enfim, o chefe é designado. Ele tem o poder legítimo e pode tanto premiar como punir. Sua habilidade de influenciar é baseada na autoridade formal inerente a sua posição. Em contraste, o líder pode tanto ser apontado como surgir naturalmente. Uma das abordagens mais comuns na literatura sobre liderança é que toda organização deve ter líderes eficientes. Por outro lado, se todo chefe deveria ser um bom líder, nem todo líder tem necessariamente a capacidade de desempenhar uma atividade administrativa. Sintetizando, sem a pretensão de esgotar o quadro de características do líder, podemos apontar: Qualidades do Líder: Aceitar as contribuições dos outros, analisando-as com vistas à sua aplicação; Deixar cargos e funções a outros, para se exercitarem e se expressarem; Ir ao encontro dos integrantes do grupo; Tomar decisões em conjunto; Estimular a participação de todos, partilhando responsabilidades, êxitos e fracassos; Crescer com os integrantes, sem ser o dono do grupo ou da verdade; Não querer marcar época e perpetuar-se com realizações fantásticas; Falar na hora certa e escutar sempre, com desejo de captar o outro; Ter objetivos claros ou clareá-los com todo o grupo; Perseverar na conquista dos objetivos, também nas dificuldades; Informar aos demais o que se passa; Questionar, sem fazer-se juiz dos outros; Provocar a coesão e garantir a continuação do grupo, quando ausente. Defeitos do Líder: Lutar pelo poder no grupo, reprimindo o surgimento de outras lideranças; Dominar o grupo, impondo sua vontade; Açambarcar as decisões e a ação do grupo, deixando os outros na sombra, passivos; Anular as iniciativas dos integrantes do grupo; Ser ativista sem tempo para refletir, questionar, acolher, revisar; Marcar os outros, sem se deixar marcar por eles; Gerar dependências, sem admitir sua dependência dos demais; Queimar etapas no processo de crescimento do grupo; Centralizar tudo em si, deixando o grupo confuso, quando ausente; Desconhecer o processo de dinâmica de grupo; ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 115 Desconhecer que num grupo há pessoas com qualidades diferentes; Projetar-se como sendo mais importante ao grupo que os outros; Satisfazer-se com sua realização pessoal, sem se preocupar com que os outros também se sintam realizados. Dez Mandamentos de Liderança: (Pierre Weil): 1) Respeitar o ser humano e crer em suas possibilidades, que são imensas; 2) Confiar mais no grupo do que em si próprio; 3) Evitar críticas a qualquer pessoa em público, procurando sempre elogiar diante do grupo, os aspectos positivos de cada um; 4) Estar sempre dando o exemplo, ao invés de ficar criticando o tempo todo; 5) Evitar dar ordens, procurando sempre a cooperação de cada um; 6) Dar a cada um o seu lugar, levando em consideração os seus gostos, interesses e aptidões pessoais; 7) Evitar tomar, mesmo de maneira provisória, a iniciativa de uma responsabilidade que pertence a outrem, mesmo que pensando que faria melhor; no caso dos chefes ou encarregados que são seus subordinados, evitar passar por cima deles; 8) Consultar os membros do grupo, antes de tomar uma resolução importante, que envolva interesses comuns; 9) Antes de agir, explicar aos membros do grupo o que vai fazer e porquê; 10) Evitar tomar parte nas decisões quando presidir uma reunião; guardar neutralidade absoluta, fazendo registrar imparcialmente as decisões do grupo. Um líder, que desenvolve funções como planejar, dar informações, avaliar, arbitrar, controlar, recompensar, estimular, punir, etc., deve ajudar o grupo a atingir os seus objetivos, a satisfazer suas necessidades. O líder é aquele que possui alguns traços específicos de personalidade que o distinguem das demais pessoas. Os traços mais comuns apontados foram os seguintes: Traços Físicos: energia, aparência e peso. Traços Intelectuais: adaptabilidade, agressividade, entusiasmo e autoconfiança. Traços Sociais: cooperação, habilidades interpessoais, e administrativas. Traços Relacionados com a Tarefa: impulso de realização, persistência e iniciativa. 5.6.1 Teorias Sobre Estilos de Lideranças São as teorias que estudam a liderança em termos de estilos de comportamento do líder em relação aos seus subordinados, isto é, maneiras com as quais o líder orienta sua conduta. Liderança Autocrática: Apenas o líder fixa as diretrizes, sem qualquer participação do grupo. O líder determina as providências e as técnicas para a execução das tarefas, cada MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 116 uma por vez, na medida em que se tornam necessárias e de modo imprevisível para o grupo. O líder determina qual a tarefa que cada um deve executar e qual o seu companheiro de trabalho. O líder é dominador e é “pessoal” nos elogios e nas críticas ao trabalho de cada membro. Liderança Democrática: As diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo, estimulado e assistido pelo líder. O grupo esboça providências e técnicas para atingir o alvo, solicitando aconselhamento ao líder quando necessário, passando este a sugerir duas ou mais alternativas para o grupo escolher. As tarefas ganham novas perspectivas com os debates. A divisão das tarefas fica a critério do próprio grupo e cada membro tem liberdade de escolher os seus companheiros de trabalho. O líder busca ser um membro normal do grupo, sem ocupar-se muito de tarefas. Ele é objetivo e limita-se aos fatos em suas críticas. Liderança Liberal (Laissez - Faire): Há liberdade completa para as decisões grupais ou individuais, participação mínima do líder. A participação do líder no debate é limitada, apresentando apenas materiais variados ao grupo, esclarecendo que poderia fornecer informações desde que as pedissem. Tanto a divisão das tarefas, como a escolha dos companheiros, fica totalmente a cargo do grupo. Absoluta falta de participação do líder. O líder não faz nenhuma tentativa de avaliar ou regular os acontecimentos, apenas faz comentários irregulares sobre as atividades dos membros quando perguntado. 5.6.2 Teorias das Lideranças Situacionais As Teorias Situacionais partem do princípio de que não existe um único estilo ou característica de liderança válida para toda e qualquer situação. Ao invés disto, cada tipo de situação requer um tipo de liderança diferente para se alcançar a eficácia dos subordinados. Assim um verdadeiro líder é aquele que é capaz de se ajustar a um grupo particular de pessoas sob condições extremamente variadas. Em 1958, Tannenbaum e Schmidt publicaram um artigo no qual expõem uma abordagem situacional da liderança, sugerindo uma gama bastante ampla de padrões de comportamento de liderança, que o administrador pode escolher para as suas relações com os subordinados. Cada tipo de comportamento está relacionado com o grau de autoridade utilizado pelo líder e o grau de liberdade disponível para os subordinados na tomada de ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 117 decisões. Para que o administrador escolha qual o padrão de liderança que desenvolverá em relação aos seus subordinados, ele deve considerar e avaliar três forças, a saber: Forças no administrador, como: Seu sistema de valores e convicções pessoais. Sua confiança nos subordinados. Suas inclinações pessoais a respeito de como liderar. Seus sentimentos de segurança em situações incertas. Forças nos subordinados, como: Suas necessidades de liberdade ou de orientação superior. Sua disposição de assumir responsabilidade. Sua segurança na incerteza. Seu interesse peloproblema ou pelo trabalho. Sua compreensão e identificação do problema. Seus conhecimentos e experiências para resolver o problema. Sua expectativa de participação nas decisões. Forças na situação, como: O tipo de empresa, seus valores, tradições, suas políticas e diretrizes. A eficiência do grupo de subordinados. O problema a ser resolvido ou a complexidade do trabalho. A premência de tempo. Na vida prática, o líder utiliza os três processos de liderança, de acordo com a situação, com as pessoas e com a tarefa a ser executada ou levada adiante. O líder tanto manda cumprir ordens, como consulta os subordinados antes de tomar uma decisão, como também sugere a algum subordinado realizar determinadas tarefas: ele utiliza a liderança autocrática, a democrática e a liberal. A principal problemática da liderança é saber quando aplicar qual processo, com quem e dentro de que circunstâncias e atividades a serem desenvolvidas. A chave está em avaliar o nível de maturidade dos liderados e comportar-se de acordo com o modelo, o líder deve ajudar os liderados a amadurecer até o ponto em que sejam capazes e estejam dispostos a fazê-lo. A liderança situacional sustenta que, para os liderados imaturos, é apropriada uma direção firme, se quisermos que eles se tornem produtivos. Analogamente, sugere que um aumento de maturidade da parte de pessoas ainda um tanto imaturas deve ser recompensado por maior reforço positivo e apoio socioemocional. Finalmente, quando os liderados atingirem altos níveis de maturidade, o líder MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 118 deverá reduzir ainda mais, não apenas o controle sobre suas atividades, mas também o comportamento de relacionamento. Com pessoas bem amadurecidas, o apoio socioemocional já não é tão importante quanto a necessidade de autonomia. Neste estágio, uma das formas pelas quais os líderes podem demonstrar sua confiança em pessoas de alto nível de maturidade consiste em deixá-las cada vez mais por sua própria conta. A maturidade inclui duas dimensões: A Maturidade de Trabalho (capacidade) está relacionada com a capacidade de fazer alguma coisa. Refere-se ao conhecimento e à capacidade técnica: conhecimento, capacidade, experiência. A Maturidade Psicológica(disposição) refere-se à disposição ou motivação para fazer alguma coisa. Diz respeito à confiança em si mesmo e ao empenho. As pessoas que têm alta maturidade psicológica em determinada área ou responsabilidade julgam que a responsabilidade é importante, têm confiança em si mesma e sentem-se bem nesse aspecto do seu trabalho. Não precisam de grande encorajamento para cumprir suas tarefas. O estilo de liderança apropriado a cada nível de maturidade inclui a dosagem certa de comportamento de tarefa (direção) e comportamento do relacionamento (apoio). Determinar: para maturidade baixa. Pessoas que não têm nem capacidade nem vontade de assumir a responsabilidade de fazer algo, não são competentes nem seguras de si. Persuadir: para maturidade entre baixa e moderada. As pessoas que não têm capacidade mas sentem disposição para assumir responsabilidades, têm confiança em si, mas ainda não possuem as habilidades necessárias. Compartilhar: para maturidade entre moderada e alta. As pessoas deste nível de maturidade têm capacidade, mas não estão dispostas a fazer o que o líder quer. Delegar: para maturidade alta. As pessoas deste nível de maturidade têm capacidade e disposição para assumir responsabilidades. 5.6.3 Relacionamento no Ambiente de Trabalho O século passado consagrou-se pelo desenvolvimento tecnológico, e parece ter aberto uma via na qual não se pode mais parar de perseguir avanços, com uma ousadia cada vez maior. Nunca foi tão urgente a necessidade de conhecimento, de retomada de valores humanos, principalmente para aqueles que trabalham com tecnologia perecível, como serviços ou produtos que envolvem informação. Nos últimos anos, muitos autores dedicaram-se ao aprofundamento das questões relacionadas a identificação das características das organizações, cuja visão, missão, estratégia, cultura, estrutura organizacional, estilo gerencial, estratégia de gestão de pessoas, normas, processos e práticas, lhes garantem eficiência e eficácia. Estes são unânimes ao concluir que as empresas líderes em seus ramos de negócio, apresentam ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 119 características comuns de gestão, de ambiente de trabalho, de liderança, de postura e de aprendizado, relacionadas com as dificuldades de relacionamento e de influências no ambiente de trabalho. A viabilidade e a velocidade dessa mudança dependerá de maturidade, sensibilidade e capacidade de adaptação. Outros fatores essenciais nesse processo são: Conhecimento - o saber é a base do desenvolvimento. O saber não tem limites, é infinito. Acelerar, manter, retroalimentar esse saber, só se faz com interesse, curiosidade, esforço; vontade de aprender; determinação para aprender a aprender; comprometimento com a busca da excelência, mostrando-se inclusive capacitado para compreender a vida em uma dimensão mais ampla. Habilidade - é a capacidade, inteligência; reconhecimento de ter plena consciência das habilidades que possui, fazendo o indivíduo sentir-se seguro em seus propósitos, apto, capaz para atender expectativas, demonstrar e buscar a realização dos objetivos almejados. Fazer acontecer utilizando as habilidades é um fator essencial para o sucesso. É possível fazer acontecer? Para fazer acontecer é necessário que as ideias se transformem em ações, que sejam colocadas em prática, que as habilidades sejam utilizadas e alguns fatores são preponderantes para o desenvolvimento pessoal e profissional: Visualizar com detalhes, como se tudo estivesse realizado. Imaginar com detalhes o estado desejado. Essa imagem cristalina é algo que irá naturalmente orientá-lo quanto ao que deve ser feito. Se o primeiro passo for dado, a natureza fará que os demais possam acontecer; Que todas as realizações sejam concretizadas de corpo e alma. Fazer o “impossível” se tornar possível, somente passível de ser concretizado quando existe envolvimento integral, fazendo tudo com boa vontade e prazer. As probabilidades de dar certo aumentam tremendamente quando se é otimista e perseverante; Concentração nos pontos fortes. Ao invés de se deixar bloquear por eventuais pontos fracos, ancore-se nos pontos fortes; Decolar e se aperfeiçoar em pleno voo; Planejar o suficiente. Evitar afogar-se em planejamentos que nunca terminam ou planos que nunca saem do papel; Criar condições favoráveis. Procurar trabalhar as barreiras positivamente até que elas se enfraqueçam ou desapareçam ou invés de tentar atravessá-las à força; Equilibrar-se, tentando visualizar as recompensas possíveis; MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 120 Evitar pensamentos negativos. Não desperdiçar energia principalmente se forem negativas; Ser generoso. A generosidade move montanhas. As coisas fluem melhor à sua volta porque a generosidade faz agir; Confiar 100% em sua força interior. Fazer acontecer exige fé. Principalmente em si mesmo; Buscar excelência, nos relacionamentos. Atitudes – As ações são a manifestação das atitudes. Saber agir, como agir, e o momento de agir, é fundamental para a preservação da imagem pessoal. Um simples gesto pode contribuir positiva ou negativamente na imagem pessoal e profissional. Ética - está associada aos valores presentes na conduta profissional. O profissional deve traçar sua trajetória de sucesso, baseada no compromisso, no comprometimento com os resultados, na responsabilidade social, no resgate da dignidade humana, no desenvolvimento da competência técnica e interpessoal. A conduta deve moldar-se em valores sólidos, e o indivíduo deve saber investir na valorização da ética, das relações detrabalho e também pessoal. Não se trata de padrão moral, mas de respeito, de estabelecimento de critérios de justiça, de direito, zelo ao sigilo e a lealdade. Pautar a vida profissional em princípios e valores é um mandamento do profissional, mas é importante lembrar que não pode haver diferença entre os valores defendidos e a forma como realmente a pessoa se comporta. Carisma - as pessoas carismáticas constituem maravilhosas exceções nesse mundo ao mesmo tempo exaustivo e paradisíaco. Enquanto outros se massacram, se destroem, se conturbam, o carismático se movimenta irradiando harmonia, transformando problemas em aprendizado, plantando amor e fraternidade. Identifica-se uma pessoa carismática pela espiritualidade, serenidade e fé manifesta. Com sua humildade e sabedoria, atraem os demais, sendo convincentes, sensatos e amistosos, além de dar o prazer de usufruir a sua companhia, ensinamentos, exemplo de respeito, justiça e amor ao próximo. Com ela se aprende a viver harmoniosamente com as incertezas e as surpresas, encarando-as naturalmente como parte do processo da vida. As pessoas carismáticas conseguem respeito e credibilidade. Empatia - é a habilidade de perceber as reações de outra pessoa, conseguindo identificar o que o outro está sentindo, pensando e compreendendo-o. A empatia é de grande importância na comunicação, pois ela facilita a compreensão correta da mensagem. Ao colocar se no lugar do outro, podemos perceber melhor suas necessidades e sentimentos. Ao fazê-lo aumenta-se a probabilidade de atendê-la em maior plenitude, compreendendo-a melhor. Credibilidade - está associada à imagem. Como ser acreditada se as ações são ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 121 respaldadas na “lei do menor esforço”, na “lei do tirar vantagem em tudo” ou na falta de ética. Para ter credibilidade faz-se necessário a ética, a discrição, a integridade, o profissionalismo, a honestidade, o conhecimento e uma boa imagem. Comunicação – na era da informação, se o profissional não sabe se comunicar, é preciso exercitar de imediato essa habilidade, pois a comunicação é um dos fatores fundamentais para quem deseja investir no seu próprio desenvolvimento. Saber comunicar-se também é saber e querer ouvir. Ser um bom ouvinte significa ser estimulado pela curiosidade e pela empatia. É difícil ser um bom ouvinte se não existe interesse pelo assunto ou pelas pessoas. Implica questionar convenientemente, oportunamente em prol de uma melhor compreensão. Capacidade de persuasão – é importante que com o poder de convencimento, conseguir vender as ideias e serviços. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 122 EXERCÍCIOS 1) Defina reflexivamente um conceito para cada um dos temas abaixo: Psicologia Comportamento Auto conhecimento Atitude Sentimento Motivação Liderança Trabalho de equipe e tipos 2) Quais são as cinco necessidades fundamentais que compõem a hierarquia de Maslow? Comente-as. 3) Quais as habilidades para o trabalho em equipe? 4) O que é ser líder? 5) Quais são as qualidades e os defeitos de um líder? ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 123 REFERÊNCIAS Skinner, B. F. (2004). Sobre o Behaviorismo. São Paulo: Cultrix (Trabalho original publicado em 1974). MINICUCCI, Agostinho – Psicologia Aplicada à Administração, Editora Atlas, 2007. BERGANINI, Cecília Whitaker – Psicologia Aplicada à Administração de Empresas, Editora Atlas, 2008. SPECTOR, Paul E. – Psicologia nas Organizações, Editora Saraiva, 2006. BRAGHIROLLI, Elaine Maria. Psicologia Geral. Editora Vozes. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. (Ed.Compacta). Ed. Atlas. CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração. McGrow - Hill KONDO, Yoshio. Motivação Humana, um fator-chave para o Gerenciamento. Ed. Gente. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 124 ANOTAÇÕES: ____________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ GESTÃO DE CARGOS, SALÁRIOS E BENEFÍCIOS ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 127 6 GESTÃO DE CARGOS, SALÁRIOS E BENEFÍCIOS Esta disciplina tem como objetivo de oferecer o conhecimentos referentes à Administração de Cargos, Salários e Carreira, apresentando as exigências e características necessárias à administração salarial, e suas teorias, visando aplicar este conhecimento na busca do aprimoramento da eficácia de uma organização. 6.1 Cargos da Empresa: Análise, Desenho e Avaliação Normalmente, as pessoas ocupam determinados cargos nasorganizações, e é por meio deles que entendemos qual a sua função e posição na hierarquia da empresa. Para o funcionário, o cargo é uma das maiores fontes de expectativas e de motivação, pois quando ingressam em uma empresa e ao longo de toda sua trajetória profissional, sempre os têm como objetivo a ser alcançado. Dentre todas as áreas operacionais de ARH, a administração de cargos é a mais significativa. Sua expressividade é caracterizada pelos benefícios e material que oferece não só as demais áreas, como também a gestão e a política de ARH. 6.1.1 Administração de cargos É um segmento da Administração de Recursos Humanos que tem por objetivo descrever e analisar os cargos para estabelecer as características, habilidades, aptidões e conhecimentos necessários para seus ocupantes. É através dele que são definidos os principais elementos e critérios que irão estruturar os processos de recrutamento, seleção, treinamento, avaliação de desempenho, e portanto, é por meio da análise, da avaliação e da descrição de cargos que as demais áreas irão desenvolver seus processos e dessa forma, operacionalizar suas atividades essenciais. Devido à divisão do trabalho e consequente especialização funcional, as necessidades básicas de recursos humanos para a organização, seja em quantidade ou em qualidade, são estabelecidas através de um esquema de descrição e especificações de cargos. As descrições de cargos relacionam as tarefas, os deveres e as responsabilidades do cargo, enquanto as especificações de cargos se preocupam com os requisitos necessários ao ocupante. Assim, os cargos são preenchidos de acordo com essas descrições e especificações. Uma empresa ou organização tecnicamente desenvolvida procura aplicar um sistema de cargos que beneficie a produção visto que, cria uma força de trabalho bem dimensionada, como também estrutura seus cargos através de carreiras e consequentemente motiva a mão de obra. 6.1.2 Conceito de Cargo É composto de uma função ou um conjunto de funções, de tarefas ou de atribuições, com uma posição definida na estrutura organizacional, isto é, no organograma. A posição define as relações entre os cargos da organização. No fundo, são relações entre MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 128 duas ou mais pessoas. É o nome atribuído a um conjunto de deveres e responsabilidades de um indivíduo, isto é, os deveres e responsabilidades de um cargo pertencem ao indivíduo que ele ocupa, e que proporciona os meios pelos quais os empregados contribuem para o alcance dos objetivos de uma organização. Conceitualmente, tanto no plano administrativo quanto no jurídico, cargo “é um conjunto de atribuições e responsabilidades cometidas ou conferidas a um indivíduo”. Vale ressaltar, que o cargo é estruturado segundo as atribuições para ele definidas. O conceito de cargo baseia-se nas noções de tarefa, de atribuição e de função, a saber: Tarefa: é toda atividade individualizada e executada por um ocupante de cargo. Geralmente é a atividade atribuída a cargos simples e repetitivos, como montar uma peça, rosquear um parafuso, usinar um componente, injetar uma peça, etc. Atribuição: é toda atividade individualizada e executada por um ocupante de cargo. Geralmente é a atividade atribuída a cargos mais diferenciados, como preencher um cheque, emitir uma requisição de material, elaborar uma ordem de serviço, etc. Na realidade, a atribuição é uma tarefa um pouco mais específica, mais mental e menos braçal. Função: é um conjunto de tarefas ou de atribuições, exercido de maneira sistemática e reiterada por um ocupante de cargo. Pode ser exercido por uma pessoa que, sem ocupar um cargo, desempenha provisória ou definitivamente uma função. Para que um conjunto de atribuições constitua uma função é necessário que haja reiteração em seu desempenho. Cargo: é um conjunto de funções (conjunto de tarefas ou de atribuições) com uma posição definida na estrutura organizacional, isto é, no organograma. ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 129 Figura 1 – Folha de Descrição de Cargo Fonte: Elaborado pelo autor (2015) Um cargo constitui uma unidade da organização e consiste em um conjunto de deveres e responsabilidades que o tornam separado e distinto dos demais cargos. A posição do cargo no organograma define seu nível hierárquico, a subordinação, os subordinados e o departamento ou divisão onde está situado. Posicionar um cargo no organograma significa estabelecer essas quatro vinculações ou condições. Níveis Hierárquicos: a = Nível hierárquico do cargo b = Subordinação: a quem se reporta o cargo c = Supervisão: que se reporta ao cargo d = Relações laterais do cargo com outros cargos MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 130 Figura 2 - Posicionamento do cargo no organograma Fonte: Elaborado pelo autor (2015) Cada cargo é representado no organograma por um retângulo com dois terminais de comunicação. O terminal de cima, que o liga ao cargo superior, retrata a responsabilidade em termos de subordinação. O terminal de baixo, que o liga aos cargos inferiores, retrata a autoridade em termos de supervisão. Assim, posicionar um cargo no organograma significa indicar qual é seu nível hierárquico - diretoria, gerência, supervisão, execução, por exemplo - em qual área está localizado - em qual departamento ou divisão - a quem se reporta - quem é seu superior imediato - quem supervisiona - quais são seus subordinados diretos - e quais os cargos com quem mantém relações laterais. A pessoa designada para desempenhar um cargo, é seu ocupante. Alguns cargos que têm um único ocupante - como o diretor-presidente - enquanto outros exigem vários ocupantes que realizam as mesmas tarefas - como é o caso de operadores de máquinas, escriturários, caixas, balconistas, vendedores. Quando uma pessoa ocupa determinado cargo, espera-se que ela execute as tarefas ou atribuições típicas do cargo, subordine-se a um superior, administre seus subordinados e responda por sua unidade de trabalho. Avaliação de Cargos: A análise das tarefas atribuídas a cada cargo se faz em função de fatores comuns, em obediência a um dos quatros sistemas existentes: Job Ranking, Sistema de Graus Predeterminados, Sistema de Comparações de Fatores, Sistema de Avaliação por Pontos. O valor intrínseco de um cargo é resultante de sua avaliação, quando medimos com pesos relativos e elaboramos uma estrutura comparativa (Manual de Avaliação), transformando-se esses fatores em Reais ou Salário- base. Há que se distinguir entre avaliação de cargos e fixação de taxas de salários. A Classificação consiste no arranjo ordenado dos cargos. ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 131 6.1.3 Desenho de Cargo Desenhar um cargo significa estabelecer quatro condições fundamentais: O conjunto de tarefas ou atribuições que o ocupante deverá desempenhar. Métodos e processos de trabalho, como essas de tarefas ou atribuições devem ser desempenhadas. Relação com sua chefia, a quem o ocupante do cargo deverá reportar-se. Relação com seus subordinados, a quem o ocupante do cargo deverá supervisionar ou dirigir. O desenho do cargo é a especificação do conteúdo, dos métodos de trabalho e das relações com os demais cargos, no sentido de satisfazer aos requisitos tecnológicos, organizacionais e sociais, bem como aos requisitos pessoais de seu ocupante. No fundo, o desenho dos cargos representa o modo pelo qual os administradores projetam os cargos individuais e os combinam em unidades, departamentos e organizações. Normalmente, isto é atribuição de um órgão de engenharia industrial - que desenha os cargos tipicamente fabris - ou de organização e métodos - que desenha os cargos típicos de escritório - que se incumbe do planejamento e da distribuição das tarefas e atribuições da maior parte da organização. Os demais cargos - da área administrativa,financeira e mercadológica - são geralmente desenhados pelas respectivas gerências em um processo contínuo de resolução de problemas. Isso significa que os cargos não são estáveis, nem estáticos ou definitivos, mas que estão sempre em evolução, inovação e mudança para se adaptarem às contínuas transformações tecnológicas, económicas, sociais, culturais e legais. O que está acontecendo agora é uma completa revolução no conceito de cargo em função das exigências do mundo moderno e da globalização da economia. 6.1.3.1 Modelos de Desenhos de Cargos Mesmo com a profunda divisão do trabalho implantada a partir da Revolução Industrial, com o surgimento das fábricas, com a interdependência gradativa dos trabalhos, com a invenção da máquina e da mecanização, com o advento da Administração Científica e, posteriormente, com o movimento das Relações Humanas, se o conteúdo do trabalho se alterou, não se alterou a essência da situação de dependência de uma pessoa em relação a outra. Somente a partir da década de 1960 é que um grupo de cientistas do comportamento e consultores de empresas passou a demonstrar que as antigas abordagens de desenho de cargos conduzem a resultados contrários aos objetivos organizacionais. A partir daí, começam a surgir novos modelos de desenho de cargos. Modelo clássico ou tradicional de desenho de cargos: É o modelo da Administração Científica - a primeira das teorias administrativas - no início do século XX. Taylor e seus seguidores, Gantt e Gilbreth, fizeram a primeira tentativa sistemática de aplicar certos princípios para otimizar a colocação do indivíduo no cargo. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 132 A Administração Científica pregava que somente os métodos científicos poderiam projetar cargos e treinar pessoas para obter a máxima eficiência possível. Enquanto Taylor se preocupava com a cooperação entre a administração e o operariado, para aumentar a produtividade e repartir seus benefícios, seus seguidores foram bem mais restritivos, concentrando-se exclusivamente em dois principais aspectos: a determinação da melhor maneira de executar as tarefas de um cargo (the best way) e o uso de incentivos salariais, para assegurar a adesão aos métodos de trabalhos prescritos. Isso era o que se chamava de racionalização do trabalho. A melhor maneira era obtida por estudos de tempos e movimentos, que determinavam o método de trabalho a ser seguido pelos operários. O gerente mandava e o operário simplesmente obedecia e executava. O treinamento no cargo era restrito às habilidades específicas necessárias à execução da tarefa. O ponto de vista dominante era o de que quanto mais simples e repetitivas as tarefas, tanto maior a eficiência do trabalhador. O pressuposto básico é o de que o homem é um mero recurso produtivo. A racionalidade que se busca é eminentemente técnica. A tecnologia vem antes e as pessoas vêm depois. É a tecnologia - maquinário, ferramentas, instalações, arranjo físico - que se estabelece de base para condicionar o desenho dos cargos. Em outras palavras, o desenho de cargos serve exclusivamente à tecnologia e aos processos de produção. O desenho é ótimo quando atende aos requisitos da tecnologia e dos processos produtivos. A maneira de encarar o desenho é lógica e determinística: a decomposição da tarefa em partes componentes. Em função dos aspectos descritos, o trabalho é dividido e fragmentado em partes fracionadas, para que cada pessoa faça apenas uma subtarefa simples e repetitiva. Cada pessoa recebe uma incumbência parcial e fragmentada para executar de maneira rotineira e repetitiva, tendo em vista o tempo padrão para realizá-la e os ciclos de produção que precisam ser atendidos. No conjunto, o trabalho de todas as pessoas deve ser feito de maneira harmoniosa, cadenciada e coordenada. Dentro dessa lógica fria e mecanicista, o resultado esperado é a máxima eficiência. E em decorrência, os lucros aumentarão para a organização e, em função dos incentivos salariais, os salários dos trabalhadores serão maiores. Ambos saem ganhando. Daí, a pressuposição implícita de que o que é bom para a organização é bom também para o trabalhador. O modelo clássico não localiza nenhum conflito básico entre pessoas e organização. A maneira clássica ou tradicional de configurar cargos buscava as seguintes vantagens: Admissão de operários com qualificações mínimas e salários menores. Padronização das atividades. Facilidades de supervisão e controle, permitindo maior número de subordinados para cada tarefa (maior amplitude de controle). Redução dos custos de treinamento. ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 133 Aplicação do princípio da linha de montagem. 6.1.4 Análise de cargos Feita a descrição, segue-se a análise do cargo. Em outros termos, identificado o conteúdo do cargo, seus aspectos intrínsecos, passa-se a analisar o cargo em relação aos aspectos extrínsecos, ou seja, aos requisitos que o cargo impõe a seu ocupante. Embora intimamente relacionadas em suas finalidades e no processamento de obtenção de dados, a descrição e a análise de cargos são perfeitamente distintas entre si. Enquanto a descrição preocupa-se com o conteúdo do cargo, o que o ocupante faz, quando faz, com faz e por que faz, a análise pretende estudar e determinar todos os requisitos qualificativos, as responsabilidades envolvidas e as condições exigidas pelo cargo, para seu desempenho adequado. É através da análise de que os cargos serão posteriormente avaliados e devidamente classificados para efeito de comparação. Figura 3 - Descrição de Cargo e Análise de Cargo Fonte: Elaborado pelo autor (2015) MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 134 A Estrutura da Análise de Cargos: Portanto, enquanto a descrição é um simples levantamento das tarefas ou atribuições que um ocupante desempenha, a análise de cargos é uma verificação comparativa de quais exigências estas tarefas ou atribuições impõem ao ocupante. Em outros termos, quais são os requisitos intelectuais e físicos que o ocupante deverá ter para desempenhar adequadamente o cargo, quais as responsabilidades que o cargo impõe ao ocupante e em que condições o cargo deve ser desempenhado pelo ocupante. Geralmente a análise de cargos concentra-se em quatro áreas de requisitos quase sempre aplicadas a qualquer tipo ou nível de cargo: Requisitos mentais Requisitos físicos Responsabilidades envolvidas Condições de trabalho Cada um desses requisitos é dividido em vários fatores de especificações. Os fatores de especificações funcionam como pontos de referência para poder analisar uma grande quantidade de cargos de maneira objetiva. Constituem verdadeiros instrumentos de mensuração, construídos de acordo com a natureza dos cargos existentes na organização. Variando a natureza dos cargos a serem analisados, irão variar também os fatores de especificações considerados, sua amplitude de variação e suas características de comportamento. A seguir, veremos cada um dos fatores de especificações separadamente. ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 135 Figura 4 - Requisitos de Análise Fonte: Elaborado pelo autor (2015) Requisitos Mentais - Consideram as exigências de requisitos mentais que o ocupante deve possuir para poder desempenhar adequadamente o cargo. Entre os requisitos mentais, estão os seguintes fatores de especificações: Instrução essencial. Experiência anterior essencial. Adaptabilidade ao cargo. Iniciativa necessária. Aptidões necessárias. Requisitos Físicos - Consideram a quantidade e a continuidade de energia e de esforços físico e mental requeridos, e a fadiga provocada. Consideram também a compleição física exigida do ocupante para o adequado desempenho do cargo. Entre os requisitos físicos, estão os seguintes fatores de especificações: Esforço físico necessário. Concentração visual. Destrezaou habilidade. Compleição física necessária. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 136 Responsabilidades Envolvidas - Consideram a responsabilidade que o ocupante do cargo, além do desempenho normal de suas atribuições, tem com relação à supervisão direta ou indireta do trabalho de seus subordinados, com relação ao material, ao ferramental ou ao equipamento que utiliza, com relação ao património da empresa, ao dinheiro, aos títulos ou documentos, aos prejuízos ou lucros da empresa, aos contatos internos ou externos e às informações confiden- ciais. Consideram, portanto, responsabilidade por: Supervisão de pessoal. Material, ferramental ou equipamento. Dinheiro, títulos ou documentos. Contatos internos ou externos. Informações confidenciais. Condições de trabalho - Consideram as condições de ambiente e arredores onde o trabalho é executado, tornando-o desagradável, adverso ou sujeito a riscos, exigindo do ocupante um severo ajustamento, a fim de manter sua produtividade e seu rendimento nas funções. Avaliam o grau de adaptação do ambiente e do equipamento ao elemento humano, facilitando seu desempenho. Englobam os seguintes fatores de especificações: Ambiente de trabalho; Riscos; Outros. Por fim, sob o ponto de vista de fatores de especificações, a análise de cargos pode ser montada dentro de um esquema de padronização que facilite sobremaneira a coleta de informações e permita uma base aceitável de comparações a serem efetuadas entre os cargos. Métodos de Descrição e Análise de Cargos: A descrição e análise de cargos é responsabilidade de linha (de cada chefia) e função do analista de cargos (staff), ou seja, a responsabilidade pelas informações prestadas é unicamente da linha, enquanto a prestação de serviços de obtenção e arranjo das infor- mações é responsabilidade do analista de cargos. Contudo, o analista do cargo pode ser um funcionário especializado do staff, como pode ser o chefe do departamento do cargo a ser descrito e analisado, como ainda pode ser o próprio ocupante do cargo. Os métodos mais amplamente utilizados para descrição e análise de cargos costumam ser os seguintes: Observação direta. Questionário. Entrevista direta. Métodos mistos. ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 137 Figura 5 – Análise de Cargo Fonte: Elaborado pelo autor (2015) Veremos, a seguir, cada um dos métodos de descrição e análise de cargos separadamente. Observação Direta: É um dos métodos mais utilizados, tanto por ser o mais antigo quanto por sua eficiência. A análise do cargo é efetuada através da observação direta e dinâmica do ocupante, em pleno exercício de suas funções, enquanto o analista de cargos registra os pontos-chave de sua observação na folha de análise de cargos. É o mais aplicável aos trabalhos que envolvam operações manuais ou àqueles que tenham caráter simples e repetitivo. Alguns cargos rotineiros e repetitivos permitem uma observação direta, pois o elevado volume de conteúdo manual pode ser facilmente verificado através de observação. Como nem sempre produz todas as respostas e dissipa todas as dúvidas, a observação é geralmente acompanhada de entrevista e discussão com o ocupante ou com seu supervisor. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 138 Vantagens da observação direta: ▪ Veracidade dos dados obtidos, em virtude da unidade de origem (analista de cargos) e do fato deste ser alheio aos interesses de quem executa o trabalho. ▪ Não requer a paralisação do ocupante do cargo. ▪ Método ideal para cargos simples e repetitivos. ▪ Adequada correspondência entre os dados obtidos e a fórmula básica da Análise de Cargos (o que faz? como faz? por que faz?). Desvantagens da observação direta: ▪ Custo elevado, pois o método, para ser completo, requer tempo prolongado do analista de cargos. ▪ A simples observação, sem o contato direto e verbal com o executante, não permite a obtenção de dados realmente importantes para a análise. ▪ Contraindicado para cargos que não sejam simples e repetitivos. ▪ É aconselhável que esse método seja utilizado em combinação com outros, a fim de que a análise seja bem mais completa e fiel. Questionário: A análise é efetuada, solicitando ao pessoal - ocupante ou seus chefes ou supervisores - que preencha um questionário de análise de cargo, respondendo, por escrito, todas as indicações possíveis sobre o cargo, sobre seu conteúdo e sobre suas características. Quando se trata de um grande número de cargos similares e de natureza rotineira e burocrática, é mais econômico e rápido estruturar um questionário que seja distribuído a todos os ocupantes daqueles cargos. O questionário deve ser feito sob medida para permitir as respostas corretas e obter a informação úteis. Um pré-requisito do questionário é submetê-lo antecipadamente, pelo menos a um ocupante e a seu superior, para sentir a pertinência e a adequação das perguntas, e eliminar os detalhes desnecessários, as distorções, os hiatos ou dubiedades das perguntas. Vantagens do Questionário: ▪ Permite coleta rápida de informações. ▪ A amostragem pode ser grande, as informações podem ser logisticamente ordenadas. ▪ Permite uma participação mais ampla. ▪ Facilita os trabalhos relativos à análise dos dados. ▪ Serve como suporte para outros métodos. Desvantagens do Questionário: ▪ Exige uma elaboração cuidadosa dos formulários, às vezes é difícil manter a uniformidade e a justeza de interpretações. ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 139 ▪ Pode omitir informações importantes, não é aplicável a todos os cargos. Entrevista Direta: É abordagem mais flexível e produtiva, segundo Chiavenato, quando bem- estruturada, pode obter informações sobre todos os aspectos do cargo, sobre a natureza e a sequência das várias tarefas componentes e sobre os porquês e quando. Pode ser feita com relação às habilidades requeridas pelo cargo e é também possível cruzar informações obtidas com ocupantes de outros cargos similares, verificando as discrepâncias nos relatórios e, se necessário, consultar o supervisor imediato para assegurar-se da validade dos detalhes obtidos. Assegura uma interação face a face entre analista e empregado, o que permite a eliminação de dúvidas e suspeitas. É o método que vem ganhando a preferências dos analistas de cargos, onde se recolhe os elementos relativos ao cargo que se pretende analisar através de um contato direto e verbal com seu ocupante ou com seu chefe direto. Pode ser efetuado com apenas um ou com ambos, juntos ou separadamente. Vantagens da Entrevista Direta: ▪ O analista pode fazer uma seleção prévia das informações importantes. ▪ O entrevistado não precisa fornecer informações importantes escritas. ▪ É mais fácil detectar atividades não usuais ou condições anormais. ▪ Maior rapidez na análise. ▪ Fidedignidade das informações. Desvantagens da Entrevista Direta: ▪ É um método demorado e caro. ▪ Prejudica a produtividade do empregador, geralmente só se pode abranger uma amostra pequena. ▪ Depende da argúcia pessoal do analista. Métodos Mistos: É evidente que cada um dos métodos de análise tem certas características, vantagens e desvantagens. Para neutralizar as desvantagens e tirar o maior proveito possível das vantagens, a opção é utilizar métodos mistos. Os métodos mistos são combinações ecléticas de dois ou mais métodos de análise. A escolha dessas combinações deve considerar as particularidades de cada empresa, como os objetivos da análise e descrição de cargos, pessoal disponível para essa tarefa etc. Vantagens do Método Misto: Permite a máxima participação. O questionário prévio facilita a entrevista e observação. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 140 As informações podem ser ordenadas, facilitando a análise. Segurança do conteúdo de todas informações.em gerir os recursos das organizações, tendo como objetivo maior a produtividade e os resultados. Funções de Gestão de Recursos: Para o bom gerenciamento dos recursos de uma organização, algumas funções precisam ser desempenhadas com excelência. Planejar: especificando as qualidades, dimensionando as quantidades, avaliando as estimativas financeiras e as previsões temporais dos recursos envolvidos, para alcançar seu objetivo; Organizar: elaborando um planejamento, adequado para uma gestão eficiente ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 17 quantitativamente, economicamente e temporal da aplicação de recursos, para obtenção de um produto ou serviço, visando a qualidade do resultado final; Controlar: verificando a correta aplicação dos recursos, atendendo às necessidades específicas e alcançando os resultados de produção e serviços, conforme planejados; Avaliar: comparando as demandas e os resultados alcançados - recursos aplicados, produtos e serviços obtidos - com a análise de causas e efeitos de desvios relativos à qualidade, à quantidade, aos custos e prazos, com o intuito de aprimorar o próprio processo. Os recursos básicos geradores de riqueza, que devem ser administrados de forma integrada e otimizada são: ▪ Recursos humanos ou mão-de-obra: com o correto uso de suas habilidades e capacidades, tanto físicas quanto intelectuais, levando a produtividade; ▪ Recursos naturais ou matéria-prima e insumos componentes: desde a sua aquisição, tratamento, transformação, armazenamentos e circulação, até o alcance do produto ou serviço final; ▪ Recursos financeiros ou capital: indispensável na compra e remuneração dos demais recursos, cuja unidade monetária é utilizada para medir os resultados, no regime capitalista; ▪ Recursos informacionais ou tecnologias de informação: para permitir a obtenção de informações dos diversos aspectos referentes ao desempenho da empresa, adquirindo o conhecimento necessário e suficiente para tomar as decisões indispensáveis ao sucesso da organização. 4.1.3 Eficiência x Eficácia Atualmente, com a globalização, uma dos principais interesses das organizações e do próprio mercado de trabalho é a produtividade. Ser produtivo é um diferencial cada vez mais desejado pelas empresas, e exigido pelas complexas e diversificadas funções que exercemos, tornando-se uma necessidade na carreira de qualquer um que deseja crescer profissionalmente. Para falarmos de produtividade, precisamos abordar os conceitos de eficiência e eficácia, bem como da diferença entre ambos dentro de uma organização. Esta ainda é uma dúvida muito comum entre os profissionais da área, muitas vezes ocorre até uma confusão entre os dois conceitos, alguns podem até achar que são sinônimos, mas não são. A eficiência e eficácia são conceitos muito usados na gestão de empresas, já que uma atividade pode ser realizada com eficiência, porém sem eficácia e vice-versa. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 18 Eficiência e a Excelência na Execução: A eficiência trata da maneira como executamos uma atividade, e não do que fazemos ou qual atividade realizamos. Consiste em fazer do modo correto aquilo que nos é atribuído. Uma determinada tarefa é realizada de forma eficiente, quando esta consome o mínimo de recursos na obtenção de um determinado resultado, ou seja, realizando uma operação com o mínimo de tempo, pessoas, orçamento, você estaria sendo um funcionário altamente eficiente. Logo a eficiência melhora as operações, otimizando-as de maneira contínua. Para obter o máximo de rendimento, como o menor investimento possível de recursos - seja ele humano, financeiro, ou material - as empresas buscam a padronização e especialização. Para avaliarmos a eficiência de uma fábrica, por exemplo, teríamos de verificar a quantidade de recursos que ela consome e se esses recursos são compatíveis ou não com a necessidade das operações que possui. Se uma empresa é mais eficiente do que seus concorrentes, ela consegue produzir a baixos custos, tendo assim, vantagem estratégica no mercado. Eficácia e superação dos resultados: Ao contrário da eficiência, a eficácia diz respeito ao que fazer, quais atividades realizar, executando-as da maneira correta. A eficácia é definida pela excelência na execução, fazendo o que for preciso para alcançar o resultado, a satisfação de uma necessidade ou alcance de um objetivo. A eficácia mede a relação entre os resultados obtidos e os objetivos desejados pela empresa, ou seja, se o objetivo foi alcançado da maneira que deveria ter sido. Alguns autores dizem que a eficácia está normalmente ligada ao nível gerencial da empresa, visto que é função dos gerentes fazer com que sua equipe trabalhe da maneira correta, instruindo-os a utilizar a menor quantidade de recursos possíveis. Entretanto, é importante lembrar que todos os colaboradores podem tomar a iniciativa de aprimorarem suas atividades e não esperar que o gerente os oriente neste sentido. Para verificar a eficácia de uma atividade, uma fábrica por exemplo, é preciso apenas examinar se esta atinge ou não a sua meta estabelecida. Figura 1 – Eficiência x Eficácia Fonte: Disponível em: http://www.portal-administracao.com. Acesso em abril 2016. http://www.portal-administracao.com/ ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 19 A Diferença entre Eficiência e Eficácia: Resumindo, a eficiência está ligada à produtividade, em fazer mais com o mínimo de recursos possíveis. Uma pessoa eficiente pode ir além de uma apenas eficaz, realizando a tarefa de maneira correta, sem erros. Por outro lado, a eficácia está relacionada a alcançar o objetivo proposto, realizando algo da maneira como foi determinado, é o resultado obtido, mensurável e de acordo com o objetivo da empresa. Enquanto a eficiência trata da forma como uma atividade é realizada, a eficácia trata do resultado alcançado. Portanto, um bom gestor precisa saber equilibrar os dois conceitos, conseguindo assim resultados satisfatórios para a organização. Eficiência e eficácia são muito importantes para uma organização que deseja obter vantagem competitiva. Se uma empresa é mais eficiente que seus concorrentes ela consegue produzir a custos menores, assim estabelecendo uma maior consistência na sua produção, ou seja, torna-se capaz de produzir produtos de maior qualidade. Além disso, se for superior na questão da eficácia, também há uma probabilidade maior de manter ou ampliar sua carteira de clientes, tendo em vista que apresenta bons resultados, tanto no alcance das metas quanto na qualidade dos serviço prestados. 4.2 O Conceito de Gestão de Projetos – Gerência Antes de conceituarmos gestão de projetos, é necessário entendermos um pouco o que é um projeto. Pode-se dizer que um projeto é uma ação única – fora da rotina - que possui um objetivo específico e um início e um fim bem definidos (dead line). Trata- se de uma série de atividades, desenvolvidas normalmente em grupos, com a finalidade produzir um resultado único. Vale lembrar que um projeto é temporário, visto que possui seu início e fim previamente determinados, como também o seu alvo e recursos. Já gestão de projetos, trata-se da aplicação de conhecimentos, habilidades e técnicas na realização das atividades do projeto para garantir que este tenha sucesso. A gestão de projetos pode ser bem melhor entendida através dos processos que a compõem - classificados em cinco grupos: início, planejamento, execução, controle e fim. Esta forma de gerenciamento pretende definir e alcançar o objetivo do projeto, enquanto otimiza o uso de seus recursos e minimiza seus riscos. 4.2.1 O que é gerenciar um projeto? Resumidamente, trata- se da padronização de tarefas, em todas as etapas do projeto - desde o seu início, passando pelo planejamento, execução e atividades de controle e até o fim - que visam garantir seu sucesso. Esta gestão varia em cada Desvantagens do Método Misto: É mais demorado e de custo elevado. Há dupla interrupção do empregado (questionário e entrevista). 6.2 Plano de Carreira Hoje, dentro deste mercado cada vez mais competitivo e globalizado, onde as decisões tem que ser tomadas em um espaço de tempo cada vez menor, as empresas estão percebendo que um fator de sucesso para o crescimento e mesmo para a sobrevivência dela no mercado é, estabelecer um Plano de Carreira. Plano de Carreira é o conjunto de normas que disciplinam o ingresso e instituem oportunidades e estímulos ao desenvolvimento pessoal e profissional dos trabalhadores, de forma a contribuir com a qualificação dos serviços prestados pelas empresas e instituições, constituindo-se em instrumento de gestão da política de pessoal. Os profissionais que realmente farão o diferencial nas empresas, hoje, se balizam não pela remuneração imediata, e sim, pela possibilidade de crescimento dentro da empresa, portanto, uma empresa que apresenta um plano de carreira bem definido, terá a oportunidade de captar no mercado os melhores talentos. Carreira é a trajetória do trabalhador desde o seu ingresso no cargo ou emprego até o seu desligamento, regida por regras específicas de ingresso, desenvolvimento profissional, remuneração e avaliação de desempenho. Nível de Classificação é o conjunto de cargos de mesma hierarquia, classificados a partir do requisito de escolaridade, nível de responsabilidade, conhecimentos, habilidades específicas, formação especializada e experiência profissional. Padrão de Vencimento é a posição do servidor na escala de vencimento da carreira, em função do nível do cargo e nível de classificação. Cargo é o conjunto de atribuições semelhantes quanto à natureza das ações e às qualificações exigidas de seus ocupantes, com responsabilidades previstas na estrutura organizacional e vínculo de trabalho estatutário. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de um cargo, com valor fixado em lei. Remuneração é o vencimento do cargo ou o salário do emprego, acrescido das vantagens pecuniárias estabelecidas em lei. ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 141 6.2.1 Remuneração Tradicional X Remuneração Estratégica O salário pago ao cargo ocupado constitui somente uma parcela do pacote de compensação que as empresas costumam oferecer aos seus empregados. A remuneração geralmente é feita através de outras formas além do pagamento em salário: benefícios sociais e de serviços sociais. Estes serviços e benefícios sociais constituem custos de manter pessoal. A remuneração abrange todas as parcelas do salário direto, com todas as decorrências do salário indireto. Em outros termos, a remuneração constitui tudo quanto o empregado aufere direta ou indiretamente, com consequência do trabalho que ele desenvolver em uma organização. Assim, a remuneração é gênero e o salário espécie. Determinação salarial: As organizações desenvolvem a sua política de salário segundo as suas disponibilidades financeiras e a lei da oferta e da procura. Também é parte da estrutura organizacional relativa a salário, a ênfase atribuída à política de remuneração da mão-de- obra. Em termos políticos toda a organização procura determinar o salário justo e compensador. Entende-se como salário justo todo aquele que é dimensionado em função do quanto do esforço físico e mental é exigido do ocupante do cargo para a execução de seu trabalho em condições normais. Entende-se como salário compensador todo aquele que além de justo apresente um outro componente que motive a mão-de-obra a produzir e a colocar à disposição da organização todo o esforço possível. Administração de Salários (compensação): Em uma organização cada função ou cada cargo tem o seu valor individual. Somente se pode remunerar com justeza e equidade o ocupante de um cargo, se conhecer o valor desse cargo em relação aos demais e à situação de mercado. Como a organização é um conjunto integrado de cargos em diferentes níveis hierárquicos, a administração de salários é o assunto que abarca a organização como um todo. Assim sendo, pode-se definir administração de salários como o conjunto de normas e procedimentos que visam a estabelecer e/ou manter uma estrutura de a salários equitativa e justa na organização. A equidade e justeza da administração de salários refere-se a um equilíbrio, que originará sua política salarial: Interno: em relação aos demais cargos dentro da própria organização. É alcançado através da avaliação e classificação de cargos (assentadas sobre um prévio programa de descrição e análise de cargos); Externo: em relação aos mesmos cargos em outras empresas do mercado. É MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 142 alcançado através de pesquisa de salários. 6.2.2 Trabalho e Salário O salário representa para as pessoas uma transação das mais complicadas, pois quando uma pessoa aceita um cargo ele está se comprometendo a uma rotina diária, a um padrão de atividades e a uma ampla faixa de relações interpessoais dentro de uma organização, para tanto, recebendo salário. O salário é a fonte de renda que define o padrão de vida de cada pessoa, em função do seu poder aquisitivo. Para as organizações o salário representa ao mesmo tempo, um custo e um investimento. Custo porque o salário se reflete no preço final do produto ou do serviço. Investimento, porque representa aplicações de dinheiro em um fator de produção – o trabalho – como uma tentativa de conseguir um retorno maior a curto ou a médio prazo. Há ainda outra abordagem do ponto de vista da organização. Os salários são, a um só tempo, um custo e um investimento. Custo, porque o salário se reflete no custo do produto ou do serviço final. Investimento, porque representa aplicação de dinheiro em um fator de produção – o trabalho – como uma tentativa de conseguir um retorno maior. Além disso, há que se ressaltar que, em uma organização, cada função ou cada cargo tem o seu valor. Salário: é o valor efetivamente pago ao funcionário pelo seu trabalho desenvolvido dentro da organização; Remuneração: é quanto o cargo vale de acordo como processo de avaliação do mesmo; Salário Direto: é a quantia em dinheiro recebida pelo funcionário ao final de cada mês; Salário Indireto: são benefícios concedidos aos funcionários pela empresa, que acrescentam valores ao salário tais como: plano de saúde, pagamento integral ou parcial de curso superior, pagamento de cursos de idiomas, fornecimento de tickets restaurantes, tickets alimentação, pagamento integral ou parcial de escola para os filhos doa funcionários, etc.; Salário Nominal: é o salário bruto sem os devidos descontos: Representa o volume de dinheiro fixado em contrato individual pelo cargo ocupado; Quando se tem uma economia inflacionaria, este salário, quando não é atualizado periodicamente, sofra erosão. Salário Real: é o valor recebido pelo funcionário, após os devidos descontos. ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 143 Composto salarial: Os salários são influenciados pelo composto salarial: Política Salarial da Empresa - É o conjunto – dinâmico - de princípios e diretrizes da empresa em relação à remuneração dos empregados, levando em conta benefícios sociais, estímulos e incentivos ao desempenho, oportunidades de crescimento, garantia de emprego, etc., sendo composta por: 1) Estrutura de cargos e salários; 2) Salários de admissão; 3) Previsão de reajustes salariais (coletivos e individuais - por promoção, enquadramento ou mérito). Capacidade Financeira e Desempenho da Empresa Situação do Mercado de Trabalho Conjuntura Econômica Sindicatos e Negociações Coletivas Legislação Trabalhista Antes de definir as estruturas salariais da empresa, convém à administração de salários buscar o equilíbrio externo, através de pesquisasalarial, através de questionários, visitas a empresas e reuniões de associações de classes, onde são levados em conta quais os cargos pesquisados, as companhias do mesmo ramo de atividade, localização geográfica, tamanho e política salarial de interesse, e a época, sendo tabulados e tratados estatisticamente os dados, para permitir a comparação com os próprios salários da empresa e refletir se seu esquema salarial está satisfatório ou se precisa ser corrigido. Objetivos da administração de salários: 1) Remunerar cada empregado com o valor do cargo que ocupa; 2) Recompensá-lo adequadamente pelo seu desempenho e dedicação; 3) Atrair e reter os melhores candidatos para os cargos; 4) Ampliar a flexibilidade da organização, dando-lhe mobilidade de pessoal e racionalizando o desenvolvimento e encarreiramento, plano de carreira; 5) Obter dos seus empregados a aceitação dos sistemas de remuneração adotados; 6) Manter equilíbrio entre os interesses financeiros da organização e a sua política de relações com os empregados; 7) Facilitar o processamento da folha de pagamento. Remuneração Estratégica É uma ponte entre os indivíduos e a nova realidade das organizações. Essa ponte ocorre de duas maneiras: Primeiro, no sentido de considerar todo o contexto organizacional, ou seja, de levar em conta as grandes categorias que dão forma e conteúdo à empresa: a estratégia, a estrutura e o estilo gerencial. Além disso, a concepção de um sistema de Remuneração MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 144 Estratégica parte não somente do que a empresa é hoje, mas também considera o que ela deseja ser amanhã, sua visão de futuro; Segundo, os indivíduos passam a ser remunerados de acordo com o conjunto de fatores que afeta sua contribuição para o sucesso do negócio: suas características pessoais, as características do cargo e o vínculo com a organização. Além das atividades e responsabilidades, o projeto de um sistema de remuneração estratégica também considera: conhecimentos, habilidades, atitudes, competências, desempenho e resultados. A remuneração estratégica é também um catalisador para a convergência de energias na organização. À medida que o sistema de remuneração é alinhado ao contexto e à estratégia da empresa, constitui fator de harmonização de interesses, ajudando a gerar consensos e atuando como alavanca de resultados. O Sistema de Remuneração Estratégica: É uma combinação equilibrada de diferentes formas de remuneração. A multiplicidade de formas de remuneração tem crescido devido à necessidade de encontrar maneiras criativas para aumentar o vínculo entre as empresas e seus funcionários. As formas básicas, entretanto, mantêm-se as mesmas, podendo ser classificadas em oito grandes grupos: Remuneração Funcional: ou tradicional, é determinada pela função (cargo) e ajustada ao mercado. Esse tipo de remuneração é o mais tradicional que existe. É também conhecido pela sigla PCS (Plano de Cargos e Salários). Mantém-se ainda como o modelo mais popular em uso. Grandes empresas que o utilizam tendem ao conservadorismo e à inércia; Salário Indireto: compreende benefícios e outras vantagens. A grande tendência nesse caso é a flexibilização dos benefícios. Na forma mais tradicional, os benefícios variam de acordo com o nível hierárquico. Na forma flexibilizada, cada colaborador escolhe o pacote de benefícios de acordo com suas necessidades e preferências, a partir das alternativas disponíveis. A flexibilização maximiza o investimento da empresa em benefícios, proporcionando alocação mais racional de recursos e aumento do valor percebido pelo colaborador; Remuneração por Habilidades: essa forma de remuneração desloca o foco do cargo ou função para o indivíduo. Assim, as habilidades passam a determinar a base da remuneração. Aplica-se, preferencialmente, em organizações que passaram por processos de mudanças e adotaram estruturas baseadas em processos e grupos multifuncionais; Remuneração por Competências: difere da remuneração por habilidades quanto ao objeto: enquanto a remuneração por habilidades é geralmente aplicada a nível operacional, a remuneração por competências é mais adequada aos demais níveis da organização. Pode tornar-se forma obrigatória para empresas que operam em ambientes muito competitivos e para as quais a capacidade de ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 145 inovação é fator crítico de sucesso; Previdência Complementar: o aumento da prática de concessão dessa forma de remuneração relaciona-se diretamente com a disseminação dos sistemas de previdência privada. Tal componente complementar de remuneração tem atraído a atenção de empresários e executivos. Contribui de forma inequívoca para a valorização do compromisso de longo prazo entre empresa e funcionários; Remuneração Variável: é vinculada a metas de desempenho dos indivíduos, das equipes ou da organização. Inclui formas de remuneração variável de curto prazo, como as comissões, participação nos lucros e nos resultados, e de longo prazo, como bônus executivo. Participação Acionária: é vinculada a objetivos de lucratividade e crescimento da empresa e utilizada para reforçar o compromisso de longo prazo entre empresa e colaboradores; Alternativas Criativas: incluem prêmios, gratificações e outras formas especiais de reconhecimento. Essas formas têm sido utilizadas com grande frequência como apoio no esforço de construir um ambiente organizacional caracterizado pela convergência de esforços e energias voltados para o atendimento de objetivos estratégicos. Figura 6 - Esquema de remuneração Fonte: Elaborado pelo autor (2015) A remuneração funcional, a remuneração por habilidades e a remuneração por competências constituem a base de um sistema de remuneração - remuneração estrutural. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 146 O salário indireto e a previdência complementar completam, com essas, a parte fixa da remuneração. A remuneração variável e a participação acionária constituem o componente referente à remuneração por desempenho. Finalmente, as alternativas criativas completam o quadro, dando enfoque a formas especiais de reconhecimento. Figura 6 - Esquema de Remuneração Estratégica Fonte: Elaborado pelo autor (2015) A figura 6 traz uma segunda representação dos componentes do sistema de remuneração. A posição nos eixos representa o peso de cada componente em relação à remuneração total, maior proximidade da borda externa significa maior importância. O formato da área hachurada representa o perfil do sistema de remuneração adotado pela empresa. Se as empresas adotarem sistemas de remuneração consistentes com sua estrutura e seus estilos gerenciais, essa representação lhes será características. A Figura 7 abaixo traz dois exemplos de sistemas de remuneração. Nota-se os diferentes perfis delineados para uma empresa de gestão tradicional e para uma empresa de gestão avançada. A primeira dá maior peso à remuneração funcional e aos benefícios (salários indireto). A segunda privilegia a remuneração a remuneração por habilidades e por competências e os incentivos especiais (alternativas criativas). ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 147 Figura 7 - Esquema de Remuneração Estratégica (2) Fonte: Elaborado pelo autor (2015) 6.2.3 Classificação e Pontuação dos Cargos É uma técnica, orientada e dirigida, para a disposição lógica e hierárquica do elenco de cargos, adotado por uma organização. A classificação de cargos é um trabalho de natureza especializada, que exige, como as demais técnicas de administração de pessoal, conhecimento de métodos e processos que lhe são peculiares. Essa técnica - assim como o treinamento de pessoal, a seleção e o recrutamento, a avaliação do mérito - constitui apenas uma parte do todo que forma a Administração Cientifica de Pessoal. Por isso mesmo, apesar de constituir umvalioso instrumento de administração, ela por si só, evidentemente não basta para dar solução à MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 148 grande maioria dos problemas administrativos de uma organização. A classificação de cargos não é um fim em si mesmo, mas tão somente um dos meios que se vale a Administração de Pessoal para equacionar determinados problemas. Classificação Brasileira de Ocupações – CBO: É o documento normalizador do reconhecimento, da nomeação e da codificação dos títulos e conteúdo das ocupações do mercado de trabalho brasileiro. É ao mesmo tempo uma classificação enumerativa e uma classificação descritiva. Classificação Enumerativa: codifica empregos e outras situações de trabalho para fins estatísticos de registros administrativos, censos populacionais e outras pesquisas domiciliares. Inclui códigos e títulos ocupacionais e a descrição sumária. Ela também é conhecida pelos nomes de nomenclatura ocupacional e estrutura ocupacional. Classificação Descritiva: relaciona detalhadamente as atividades realizadas no trabalho, os requisitos de formação e experiência profissionais e as condições de trabalho. Implantando um Eficiente PCS – Plano de Cargos e Salários: Os principais passos são: Fase A - Organização e Planejamento do Trabalho Nesta fase inicial deverão ser coletadas todas as informações que permitam um conhecimento genérico de cunho organizacional, funcional e hierárquico; políticas, procedimentos e níveis de remuneração atualmente praticados; aspectos estratégicos, administrativos, objetivo negocial, mercado concorrente, sindical, e tudo mais que cerca a empresa no que tange ao relacionamento com sua mão-de-obra. Todas estas informações têm um caráter de extrema importância para o melhor entendimento da cultura da empresa, fundamentais para o sucesso do projeto. O legítimo envolvimento e interesse do corpo executivo com relação ao projeto são definitivos para o sucesso do trabalho. Fase B – Divulgação A divulgação do projeto é extremamente importante para dar conhecimento a todos os níveis e colaboradores da organização acerca dos objetivos e metodologia a serem empregados, bem como o de buscar uma postura participativa e o comprometimento de todos, estabelecendo um canal de comunicação único e transparente, minimizando expectativas geralmente criadas por falta ou omissão de informações. Fase C - Levantamento de atribuições: É a fase onde se deve identificar e levantar todas as funções existentes na ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 149 empresa em todos os níveis através, de processos de entrevistas e/ou questionários para a elaboração das Descrições de Cargo. O processo de levantamento também deve servir para análise, uniformização e padronização dos cargos. Fase D - Descrições de Cargo: O levantamento e análise de todos os postos de trabalho da empresa é que serão o subsidio para a elaboração das Descrições de Cargo. Ela é a narrativa que contém os aspectos intrínsecos do cargo, seu conteúdo, ou seja, o que o cargo FAZ, COMO FAZ e PARA QUE FAZ, bem como com as Especificações, Competências e Habilidades para o pleno desempenho do ocupante da posição. Fase E - Avaliação e Classificação dos Cargos: É o momento de adequar o valor relativo de cada cargo, ou seja, dimensionar e hierarquizar por ordem de importância todos os cargos da organização. Existem diversas técnicas e metodologias de Avaliação de Cargos, e a empresa deverá escolher qual a mais adequada às suas necessidades. Fase F - Pesquisa Salarial: Junto com a Avaliação dos Cargos é parte fundamental de todo o PCS. A pesquisa salarial objetiva obter elementos de comparação entre a estrutura da empresa e os níveis de remuneração praticados pelas principais empresas do mercado no qual a organização se insere. É a garantia da equidade externa de qualquer política salarial, deve ser feita através de uma pesquisa de mercado junto às outras empresas da mesma região, porte e ramo de atividade. Existem várias modalidades de Pesquisa Salarial, a tendência mais usual é via pesquisas salariais previamente elaboradas por consultorias especializadas e disponibilizadas na internet. Fase G - Determinação de Estrutura Salarial: Nesta fase a empresa deverá fazer o união entre a Avaliação de Cargos e os Resultados da Pesquisa Salarial; é o momento onde se calcula os valores das faixas salariais para cada cargo ou grupo de cargos da empresa, bem como é o momento onde a organização vai determinar o grau de agressividade definido pelo Salário Médio de Mercado. A Estrutura Salarial, ou Tabela Salarial é um agrupamento de cargos em Classes, com uma faixa salarial para cada Classe de cargos, dividida em níveis salariais. Os cargos são classificados conforme o número de pontos obtidos no processo de avaliação de cargos. Cada classe de cargos tem uma amplitude ou faixa de pontos de avaliação, para MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 150 abrigar cargos semelhantes, em termos de número de pontos de avaliação. A amplitude de pontos de cada Classe depende do método de avaliação de cargos utilizado. Para cada classe de cargos é estabelecida um faixa salarial, com uma amplitude definida pela empresa. As amplitudes mais comuns são de 40% a 60%, entre o início e o fim da faixa. A amplitude da faixa salarial visa a permitir a administração do salário da pessoa que está no cargo, conforme o seu desempenho, desenvolvimento profissional e outros critérios definidos pela empresa. Cada faixa salarial pode ser dividida em níveis salariais ou ter apenas um valor para o início da faixa, um valor para o ponto médio e um valor para o fim da faixa. A faixa salarial do exemplo abaixo tem uma amplitude de 50% entre o primeiro nível da faixa (A) e o último nível (G). A tabela do exemplo tem sete níveis, com um intervalo entre eles de aproximadamente 7%. A tabela salarial abaixo é apenas um exemplo, com valores fictícios. Cada empresa deve ter uma tabela salarial como essa, elaborada com base nos padrões de remuneração da sua região, obtidos por meio de uma Pesquisa Salarial. Os salários variam muito de uma região para outra. Tabela 1 - Estrutura salarial TABELA SALARIAL - MODELO CCLASS E ADMISSÃO 1ª FAIXA 2ª FAIXA 3ª FAIXA 4ª FAIXA 5ª FAIXA 1º ANO 2º ANO 3º ANO 4º ANO 5º ANO 1 749 802 858 918 982 1.051 2 802 858 918 982 1.051 1.124 3 879 941 1.007 1.077 1.152 1.233 4 973 1.041 1.114 1.192 1.275 1.365 5 1.099 1.176 1.258 1.346 1.440 1.541 6 1.269 1.357 1.452 1.554 1.663 1.779 7 1.500 1.605 1.718 1.838 1.967 2.104 8 1.824 1.951 2.088 2.234 2.390 2.558 9 2.304 2.466 2.638 2.823 3.021 3.232 10 3.028 3.240 3.466 3.709 3.969 4.246 11 4.185 4.478 4.792 5.127 5.486 5.870 12 6.109 6.537 6.994 7.484 8.008 8.568 AMPLITUDE ENTRE CLASSES SALARIAIS VARIÁVEIS AMPLITUDE ENTRE FAIXAS SALARAIS 7.00% Fonte: Elaborado pelo autor (2015) ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 151 Fase H - Exercício de enquadramento de cargos e salários: É a fase onde se calculam todos os custos envolvidos na implantação do PCS, bem como a estratégia de implantação de acordo com as condições financeiras da empresa tentando minimizar os impactos que por ventura possam ocorrer. Fase I - Política de Cargos e Salários: Aqui encerra-se o processo de criação e implantação do PCS, bem como os mecanismos para a manutenção do mesmo. A Política de Cargos e Salários consiste no conjunto de normas, procedimentos e ações que zelam pelas premissas básicas da administração de cargos e salários, são os critérios utilizados para as Trajetórias de Cargos e Salários; Políticas de Crescimento Profissional; Modalidades de Crescimento Profissional (Aumento Horizontal, Promoção Vertical, Promoção Vertical No Mesmo Cargo, Promoção Vertical Com Mudança de Cargo); Posicionamento da Estrutura Salarial frente ao mercado de trabalho; periodicidade daatualização da Estrutura de Cargos e Salários e a tabela salarial. 6.3 Política e Gestão dos Benefícios Benefícios sociais são aquelas facilidades, conveniências, vantagens e serviços que as empresas oferecem aos seus empregados, como remuneração indireta, no sentido de poupar-lhes esforços e preocupação. Objetivos dos benefícios: Aumentar a produtividade; Melhorar o clima organizacional (aumenta o moral, o relacionamento social, sentimento de segurança, lealdade e melhora a relação com a empresa, reduzindo queixas); Facilitar o recrutamento; Conseguir reter os empregados competentes (reduz turnover e absenteísmo); Melhorar da qualidade de vida dos empregados. 6.3.1 Tipos e Aspectos Legais Os benefícios podem ser classificados: a) Quanto á Exigência Legais: exigidos pela legislação trabalhista, previdenciária ou convenção coletiva entre sindicatos (13º salário, férias, aposentadoria, seguro de acidentes do trabalho, auxílio doença, salário família, salário maternidade, horas extras, adicional noturno, etc.); MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 152 Espontâneos: concedidos por liberdade das empresas (gratificações, seguro de vida em grupo, refeições, transporte, empréstimos, convênio de assistência médico-hospitalar, complementação de aposentadoria, etc.). b) Quanto à Natureza Monetários: concedidos em dinheiro, através da folha de pagamento, gerando encargos (13º salário, férias, aposentadoria, complementação da aposentadoria, gratificações, planos de empréstimos, complementação de salário nos afastamentos por doença, reembolso ou financiamento de remédios, etc.); Não monetários: serviços, vantagens ou facilidades para os usuários (refeitório, assistência médico-hospitalar e odontológica, serviço social e aconselhamento, clube, seguro de vida em grupo, transporte, horário móvel de entrada e saída do pessoal de escritório, etc.). c) Quanto aos Objetivos Assistenciais: visam prover certas condições de segurança e previdência ao empregado e sua família nos imprevistos ou emergências (assistência médico- hospitalar, assistência odontológica, empréstimos, serviço social, complementação de aposentadoria, auxílio doença, seguro de vida em grupo, seguro de acidentes pessoais, etc.); Recreativos: objetivam dar condições de repouso, diversão, recreação, higiene mental e lazer (clube, áreas de lazer na empresa, música ambiente, atividades esportivas, excursões, festividades, etc.); Supletivos: englobam certas facilidades, conveniências e utilidades que melhoram a qualidade de vida do empregado (transporte, restaurante, estacionamento, horário flexível, cooperativas de alimentos, agência bancária, etc.). 6.3.2 Custos dos Benefícios A remuneração, direta ou indireta, dos participantes de uma organização é um dos custos de maior relevância. Os benefícios concedidos além das exigências legais constituem uma substancial parcela no orçamento de despesas, variando de acordo com: Número de empregados; Nível socioeconômico do pessoal; Política salarial da empresa; Distribuição etária do pessoal; Relação entre homens e mulheres, solteiros e casados; Localização da empresa; Condições de infraestrutura da comunidade, etc. Alguns benefícios são pagos integralmente pela empresa (repouso remunerado), ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 153 outros são pagos integralmente pelos empregados (seguro de vida em grupo, cooperativas de consumo), enquanto outros são rateados (refeições, transporte, assistência educacional, etc.), devendo sempre: Trazer contribuição (produtividade) também para a empresa, ao menos igual ao seu custo; Os seus custos devem poder ser planejados; Seus custos devem ter uma participação relativa do empregado, para gerar interesse e valor. 6.3.2 Disfunções dos benefícios Quando não são bem planejados e administrados, os benefícios podem ocasionar: Acusações de paternalismo; Custos excessivamente altos; Perda de vitalidade, ao tornar-se hábito; Manter os trabalhadores menos produtivos (acomodados); Negligência quanto a outras funções de pessoal (controle de frequência, penalidades, etc.); Novas fontes de queixas e reclamações; Relações questionáveis entre motivação e produtividade. Previdência: Uma pessoa previdente, segundo os dicionários, é cautelosa, prevenida, precavida e prudente e a palavra previdência, que advém do verbo prever, engloba todos esses adjetivos. O ato de prever significa antecipar-se com relação a algum acontecimento do futuro. Pois bem, de uma forma mais resumida, previdência é uma forma que as pessoas utilizam para poupar dinheiro e, assim, garantir um futuro mais estável financeiramente. A previdência é importante para prevenção de situações adversas, como doença, invalidez ou morte e para constituição de uma reserva financeira para futuras aquisições, realização de projetos pessoais e familiares e, principalmente, para usufruto na velhice, época em que, geralmente, o nível de renda diminui com a aposentadoria. Infelizmente, muitas pessoas ainda não se preocupam com o ato de poupar porque precisam abrir mão de muitas coisas no presente, para ter uma reserva financeira que garanta mais segurança e estabilidade no futuro. Portanto, para proteger e amparar o trabalhador, cada país possui um sistema previdenciário. Previdência Social x Previdência Privada: A Previdência social é administrada pelo governo federal. Portanto, é pública. Os recursos que a Previdência Social arrecada são utilizados para substituir a renda do trabalhador (salário) quando ele conquista o direito de se aposentar ou, eventualmente, perde a capacidade de trabalhar. Possui um benefício máximo. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 154 A Previdência privada é voluntária e constitui uma opção para aqueles que desejam garantir no futuro uma renda maior do que aquela garantida pela Previdência social. Em outras palavras, serve para complementar o valor da aposentadoria do trabalhador. EXERCÍCIOS 1) Conceitue e destaque as diferenças entre função e cargo. 2) Explique os modelos de desenho de cargos. 3) Desenvolva um conceito de cargo. 4) Explique a estrutura de análise de cargos. 5) Descreva plano de carreira as suas especificidades. 6) Fale sobre os objetivos da administração de salários. 7) Descreva sobre classificação e pontuação dos cargos. 8) Descreva sobre política e gestão de benefícios. ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 155 REFERÊNCIAS CHIAVENATO, Idalberto – Remuneração, benefícios e relações de trabalho: como reter talentos na Organização. Editora Atlas, 2003. CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 11º. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999. CHIAVENATO, I. Recursos humanos na empresa. Ed. Compacta. São Paulo: Atlas, 2002. CHIAVENATO, I. Recursos humanos na empresa: descrição e análise de cargos, avaliação do desempenho humano. v 3. São Paulo: Atlas, 2000. DUARTE, Geraldo. Dicionário de Administração. Fortaleza: CRA/CE e Realce, 2005. PASCHOAL, Luiz. Administração de Cargos e Salários: Manual prático e novas metodologias. 2º. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001. PONTES, B R. Administração de Cargos e Salários. 12 ed. São Paulo: LTR, 2007. RESENDE, Enio J. – Cargos, salários e carreira: novos paradigmas conceituais e práticos. Editora Summus, 2002. RIBEIRO, Antônio de Lima. Gestão de pessoas. São Paulo: Saraiva: 2005. RICCA, B.; MACHADO, P. Automação e Desemprego. São Paulo: Futura, 2002. TOLEDO, F. de. Administração de Pessoal, desenvolvimento de RH. 7 ed. São Paulo: Atlas, 1999. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 156 ANOTAÇÕES: ____________________________________________________________ _______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ GESTÃO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAL ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 159 7 GESTÃO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAL Esta disciplina tem por objetivo apresentar ao aluno a real função da Gestão de Pessoas na organização, sua importância e suas dificuldades, visando aperfeiçoar o Recrutamento e a Seleção de Pessoal para atingir os objetivos da organização. 7.1 Recrutamento e Seleção de Pessoal As empresas precisam conquistar vantagens competitivas, possuir uma equipe eficiente faz toda diferença e é através dos recursos humanos que isso se torna possível, tornando-as capazes de colocar no mercado produtos e serviços suficientemente competitivos. Considerando que é pelo meio do recrutamento e da seleção, que os candidatos ingressam nas empresas e se tornam funcionários, se faz necessário avaliar as formas de recrutar e selecionar pessoas, visto que os recursos humanos são fatores importantíssimos para o funcionamento de qualquer organização. Sua importância pode variar de acordo com o grau de automatização dos processos. É preciso observar também os impactos de um recrutamento e uma seleção feitos de forma errada, analisar os custos e a perda de tempo na substituição de um empregado ou até mesmo os prejuízos causados por ele, que pode não realizar suas tarefas de forma produtiva e também a insatisfação do funcionário trabalhando em uma função que não está apto a desenvolver. 7.1.1 Recrutamento Recrutamento é um conjunto de procedimentos que visa atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização. É basicamente um sistema de informação, através do qual a organização divulga e oferece ao mercado de recursos humanos oportunidade de emprego que pretende preencher. O recrutamento é responsável por encontrar empregados que tenham o perfil desejado da organização e do cargo. Segundo Chiavenato (1999, p. 92), “Recrutamento é o processo de atrair candidatos para uma vaga, anunciando e tornando atrativo para candidatos disponíveis no mercado. Buscando candidatos dentro e fora da organização”. Ainda segundo o autor (1991, p. 54), “Recrutamento é um conjunto de procedimentos que visa a atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização”. A identificação, a escolha e a manutenção das fontes de recrutamento constituem uma das maneiras pelas quais a Administração de Recursos Humanos pode: Elevar o rendimento do processo de recrutamento, aumentando tanto a proporção de candidatos/triados para a seleção, como a de candidatos/empregados admitidos; MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 160 Diminuir o tempo do processamento do recrutamento; Reduzir os custos operacionais de recrutamento, através da economia na aplicação de suas técnicas. Enquanto o recrutamento de pessoas é uma atividade de atração de candidatos, de divulgação e de comunicação de vagas, e, portanto, é uma atividade tipicamente positiva e convidativa; a seleção é uma atividade de escolha de pessoas, de classificação e de decisão, e, portanto, restritiva e abstrativa. Assim da mesma forma que o objetivo do recrutamento é abastecer o processo seletivo; o objetivo da seleção é escolher e classificar os candidatos mais adequados às necessidades do cargo e da organização. 7.1.2 Seleção Seleção é o processo no qual uma organização faz a escolha de uma das pessoas recrutadas para a posição disponível, considerando os critérios de exigência do cargo e as atuais condições de mercado. As diferenças individuais, tanto no plano físico como no psicológico, levam as pessoas a terem comportamento, reações e desempenhos diferentes, daí então o verdadeiro sentindo de se fazer seleção. A seleção funciona como uma espécie de filtro que permite que apenas as pessoas que apresentam características desejadas, possam integrar na organização. Há um velho ditado popular que afirma que a seleção constitui a escolha certa, da pessoa certa, para o lugar certo. 7.1.3 Recrutamento Interno e Externo A gestão de cargos e salários da organização constitui-se numa atividade que precede o recrutamento e que lhe dá conteúdo e sustentação. Recrutar bem só é possível se a empresa dispuser de uma estrutura de cargos e salários atualizada, enxuta e dinâmica. O recrutamento é um processo de duas mãos: ele comunica e divulga oportunidades de emprego, ao mesmo tempo em que atrai os candidatos para o processo seletivo. O recrutamento interno atua sobre os funcionários da organização, para promovê- los ou transferi-los para outras atividades mais complexas ou mais motivadoras. Prós do RecrutamentoInterno: Aproveita melhor o potencial humano da organização; Motiva e encoraja o desenvolvimento profissional dos atuais funcionários; Incentiva a permanência dos funcionários e a sua fidelidade à organização; Ideal para situações de estabilidade e pouca mudança ambiental; Não requer socialização organizacional de novos membros; ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 161 Probabilidade de uma melhor seleção, pois os candidatos são bem conhecidos; Custa financeiramente menos do que fazer recrutamento externo. Contras do Recrutamento Interno: Pode bloquear a entrada de novas ideias, experiências e expectativas; Facilita o conservadorismo e favorece a rotina atual; Mantém quase inalterado o atual patrimônio humano da organização; Ideal para empresas burocráticas e mecanicista; Mantém e conserva a cultura organizacional existente; Funciona como um sistema fechado de reciclagem contínua. O recrutamento externo focaliza os candidatos fora da organização, para submetê- los ao seu processo de seleção de pessoal. Utilizando várias e diferentes técnicas para influenciar e atrair candidatos. Trata-se de escolher os meios mais adequados para ir até o candidato desejado e atraí-lo para a organização. O processo de recrutamento culmina com o candidato preenchendo a sua proposta de emprego ou apresentando seu curriculum vitae à organização. O recrutamento deve ser uma atividade contínua e ininterrupta. Prós do Recrutamento Externo: Introduz sangue novo na organização: talentos, habilidades e expectativas; Enriquece o patrimônio humano pelo aporte de novos talentos e habilidades; Aumenta o capital intelectual ao incluir novos conhecimento e destrezas; Renova a cultura organizacional e a enriquece com novas aspirações; Incentiva a interação da organização com o mercado de recursos humanos; Indicado para enriquecer mais intensa e rapidamente o capital intelectual. Contras do Recrutamento Externo: Afeta negativamente a motivação dos atuais funcionários da organização, Reduz a fidelidade dos funcionários ao oferece oportunidades a estranhos, Requer aplicação de técnicas seletivas para escolha dos candidatos externos. Isto significa custos operacionais, Exige esquemas de socialização organizacionais para os novos funcionários, É mais custoso, oneroso, demorado e inseguro que o recrutamento interno. 7.1.4 Meios de Recrutamento Externo Diversos veículos podem ser usados como ferramentas de recrutamento, dependendo do cargo em questão, alguns apresentam mais eficácia que outros, vejamos a seguir. Anúncio em jornais e revistas especializadas - Gerentes, supervisores e MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 162 funcionários de escritório se dão bem com jornais locais ou regionais. Para empregados especializados, jornais mais populares são mais indicados. Quando o cargo for muito específico, pode-se lançar mão de revistas especializadas. Especialistas em propaganda salientam que o anúncio deve possuir quatro características, representadas pelas letras AIDA (atenção, interesse, desejo e ação) e são divididos em: Anúncio Aberto - É o tipo de anúncio de emprego que identifica o empregador, indicando o nome da organização, endereço, setor para contatos, e horário de atendimento. Anúncio Semiaberto - Aparece a identificação da empresa, mas ocorre uma pré- triagem ao se exigir que os candidatos remetam seus currículos para o endereço da companhia ou aos cuidados do veículo divulgador do anúncio. Com esta providência o anunciante que evitar os eventuais inconvenientes do anúncio aberto em matéria de corrida de candidatos. Anúncio Fechado - A característica central do anúncio fechado é que a empresa patrocinadora da vaga não se dá a conhecer ao candidato. Assim, o recrutador examinará as propostas que lhe são encaminhadas, selecionando os contatos numa pré-seleção e evitando, com esta providência, uma quantidade muito grande de candidatos. Agências de recrutamento: Existem três tipos de agências de recrutamento, conforme descrito a seguir. ▪ Agências operadas pelo governo no nível federal, estadual ou municipal, através de secretarias do trabalho ou entidades relacionadas com o emprego. ▪ Agências associadas com organizações não lucrativas, como associações profissionais ou não-governamentais. Ex.: Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE). ▪ Agências particulares ou privadas de recrutamento. As agências de recrutamento são eficazes em situações como: ▪ A organização não possui órgão de RH e não está preparada para recrutar ou selecionar pessoas de um certo nível. ▪ Há necessidade de atrair um grande número de candidatos qualificados e a organização não se sente capaz disso. ▪ O esforço de recrutamento visa alcançar pessoas que estão atualmente empregadas e que não se sentem confortáveis em lidar diretamente com empresas concorrentes. ▪ O preenchimento do cargo é confidencial e não pode ser divulgado no mercado ou internamente. ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 163 A utilização de agências requer os seguintes cuidados: ▪ Da à agência uma descrição completa e apurada do cargo a preencher. ▪ Especificar à agência quais são as ferramentas a utilizar na seleção dos candidatos potenciais, como formulários de emprego, testes e entrevistas, e os aspectos relevantes para o cargo. ▪ Proporcionar retroação adequada à agência, ou seja, quais os candidatos rejeitados e a razão da rejeição. ▪ Tentar desenvolver uma relação de longo prazo com uma ou duas agências. Existem agências de recrutamento para altos executivos, as headhunters, que entrevistam e pré-selecionam os candidatos a posições mais elevadas. Contatos com escolas, universidades e agremiações: Algumas empresas promovem sistematicamente palestras e conferências em universidades e escolas para divulgar suas políticas de RH e criar uma atitude favorável entre os candidatos em potencial, mesmo que não haja oportunidades a oferecer a curto prazo. Cartazes ou anúncios em locais visíveis: Indicado para cargos mais simples é colocado nas proximidades da organização, da portaria ou em locais de grande movimentação de pessoas, como áreas de ônibus. Apresentação de candidatos por indicação de funcionário: O funcionário se sente corresponsável pela admissão do candidato e de certa forma, a organização delega aos seus funcionários boa parte da continuidade da sua organização informal. Consulta aos arquivos de candidatos: É um banco de dados que pode catalogar os candidatos que se apresentaram espontaneamente ou que não foram considerados em recrutamentos anteriores. Internet: Meio de recrutamento recente, porém com grande procura por parte de candidatos. Há sites especializados nesse tipo de serviço. Recrutamento misto: É quando a organização realiza os dois tipos recrutamento, onde um método completa o outro, pois, se houver um recrutamento interno, o indivíduo deslocado para a vaga precisa ser substituído. Se o substituto for outro funcionário, o deslocamento produz uma vaga que precisa ser preenchida. Quando se faz recrutamento interno, em algum ponto surge sempre uma posição a ser preenchida com recrutamento externo, a menos que seja MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 164 cancelada. O recrutamento misto pode ser adotado em três alternativas de sistema: ▪ Inicialmente, recrutamento externo, seguido de recrutamento interno, caso aquele não apresente resultados desejáveis. ▪ Inicialmente recrutamento interno, seguido de recrutamento externo, a organização dá prioridade a seus empregados na disputa das oportunidades existentes. ▪ Recrutamento externo e recrutamento interno, concomitantemente: É o caso em que a organização está mais preocupada com o preenchimento de vaga existente. Avaliação dos Resultados do Recrutamento: O desafio principal do recrutamentoé agregar valor à organização e às pessoas. A avaliação dos resultados é importante para aferir se o recrutamento está realmente cumprindo a sua função e a que custo. No enfoque quantitativo, quanto mais candidatos influenciar, tanto melhor será o recrutamento. Contudo, no enfoque qualitativo, o mais importante é trazer candidatos que sejam triados, entrevistado, e encaminhados ao processo seletivo. É incrível a proporção entre os candidatos que se apresentam e os que são aproveitados para disputar o processo de seleção. Os esforços de recrutamento são mais bem sucedidos quando os recrutadores são escolhidos e treinados. Os recrutadores provocam fortes impressões nos candidatos – que podem ser positivas ou negativas. Além do mais, a cooperação entre linha e staff no recrutamento é essencial. O consultor de RH e o pessoal de linha que recruta precisam saber exatamente o que o cargo exige e o que se procura nos candidatos. 7.2 Entrevista de Seleção Visa levantar o histórico profissional, educacional, e socioeconômico do candidato e estabelecer uma identificação entre a empresa e o candidato, independente deste ser admitido ou não pela organização. Outra finalidade é confirmar se as demais fontes de informações – dinâmica e ambiente da aplicação de testes, exame de currículo do candidato, etc. A entrevista eficiente é aquela em que as informações que o entrevistador obtém sobre o entrevistado são abundantes, concretas e diretas, sem gerar inferências. Razões da entrevista de seleção: ▪ É o único método direto para avaliar a aparência, postura e modo de expressão do candidato. ▪ É o único método direto para medir a rapidez de reação das respostas, dotes de persuasão, a qualidade da expressão verbal e as reações ante às perguntas inesperadas. ▪ Analisa características pessoais, as atitudes e o rigor físico para desempenhar as funções exigidas pelo cargo. ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 165 ▪ Reúne informações obtidas de outras fontes e explica os informes contraditórios delas. ▪ Proporciona informações ao candidato a fim de que ele decida se o cargo lhe interessa ou não. ▪ Proporciona ao selecionador uma maior confiança nos resultados finais. ▪ Dá ao candidato a oportunidade de expor suas qualificações. Tipos de Entrevista de Seleção: Entrevista não estruturada - O entrevistador encaminha poucas perguntas planejadas. As questões são formuladas a medida que a entrevista prossegue. Prescinde de qualquer roteiro ou itinerário preestabelecido para sua execução. Entrevista estruturada - É programada pelo entrevistador para superar as limitações e deficiências da entrevista livre. Preparação para a Entrevista de Seleção: ▪ Estudo das exigências do cargo: Físico, conhecimento, experiência, características pessoais. ▪ Reunião do material para o desenvolvimento da entrevista: Curriculum vitae; Ficha de inscrição. ▪ Outras informações sobre o candidato: Fonte de recrutamento; Algum dado relevante na triagem. ▪ Preparação do ambiente: Calmo/ acomodações apropriadas. Evitar interferências externas. Evitar barulho excessivo. Evitar atender ao telefone. ▪ Análise das suas predisposições como entrevistador: Preconceitos Tabus Estereotipias Estado de humor Realização da Entrevista de Seleção: ▪ Feche a porta após a entrada do candidato, mostre-se naturalmente simpático e receptivo. ▪ Escolha um vocabulário adequado. ▪ Ajude o candidato a sentir-se à vontade; estabeleça um bom quebra-gelo. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 166 ▪ Permita que o candidato se expresse. ▪ Reflita a pergunta para evitar induzir a resposta: faça uma pergunta por vez. ▪ Procure ser bom ouvinte e não demonstre enfado, cansaço ou desinteresse. ▪ Observe os fatores reveladores: Ideias ou associações. Mudanças bruscas no assunto. Contradições de assuntos. Omissões. Gestos. Movimentos, etc. ▪ Trabalhe as pausas. ▪ Evite verbalizações, reações fisionômicas ou posturas de espanto, susto, aprovação ou críticas, diante das informações do candidato. ▪ Cuidado com as ciladas relativas a erros de julgamento. Principais Áreas de Abordagem: Área Profissional Idade em que iniciou a trabalhar; Motivo do início do trabalho; Fatores marcantes de sua vida de trabalho; Opiniões sobre as empresas em que trabalhou; Suspensões, repreensões, etc.; Relacionamento; Preferências e rejeições por tipo de atividade; Coerência entre as atividades já exercidas; Experiência em liderança; Motivos de mudança de empregos; Níveis salariais anteriores; Aspirações profissionais. Área Escolar: Nível escolar; Nível cultura geral; Interrupções e abandono de estudo; Forças motivacionais para a escolha do curso; Satisfação ou insatisfação no estudo; Matérias preferidas e motivos; Treinamentos e cursos adicionais; Cursos que pretende fazer. Área Familiar: Nível sociocultural e econômico da família; Ocupação dos pais e irmãos; Atitude do cônjuge frente ao trabalho e sua profissão; Números de dependentes. Área Pessoal/Saúde: Atividades preferidas; Tipos de leitura, filmes, etc.; ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 167 Prática de esportes; Contatos sociais; Acidentes, cirurgias, restrições físicas. Recomendações: A forma de abordagem deve seguir uma ordem cronológica; A ordem das áreas de abordagem nem sempre podem ser seguida rigidamente. É importante, entretanto, que a passagem de uma área para outra seja feita sem cortes ou interrupções bruscas; A ênfase dada a cada área dependente do cargo e expectativas futuras; Só devemos considerar como elementos negativos os dados que possam vir a interferir no desenvolvimento do cargo e na empresa. Coleta de dados: Dados objetivos = Diagnóstico - São observados diretamente. Traços físicos Apresentação Higiene corporal Voz; Postura Vestimenta, etc. Dados subjetivos = Prognóstico - Não são aparentes e dependem da participação do candidato na entrevista. Capacidade de compreensão; Características pessoais; Nível intelectual geral; Interesse pelo trabalho; Gostos pessoais, etc. Distribuição do tempo: Não existe um tempo certo para a realização de uma entrevista, ela irá variar de acordo com a complexidade do cargo e as características do entrevistador. Porém qualquer que seja o tempo de duração, ele deverá ser assim distribuído; 40% 20% 15% 15% 10% HISTÓRICO PROFISSIONAL HISTÓRICO EDUCACIONAL HISTÓRICO FAMILIAR HISTÓRICO PESSOAL/ SAÚDE INFORMAÇÕES MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 168 Encerramento da entrevista: ▪ Não interrompa bruscamente; ▪ Coloque-se a disposição para dar informações; ▪ Não crie expectativas; ▪ Encaminhe-os ao Setor de Recrutamento e Seleção. 7.2.1 Entrevistador Um entrevistador eficiente sabe como obter as informações relevantes de seus entrevistados, para isso deve apresentar algumas características, como por exemplo: ▪ Memória para detalhes e nomes; ▪ Criteriosidade ao registrar os dados e ao escrever a síntese; ▪ Capacidade para se aproximar de pessoas e saber conversar sobre os mais variados assunto. ▪ Capacidade para pensar na frente do informante; ▪ Capacidade para deixar o informante à vontade; ▪ Humildade, modéstia, integridade respeito, simpatia, curiosidade por pessoas; ▪ Capacidade de causar uma boa impressão; ▪ Estabilidade emocional; ▪ Flexibilidade e capacidade para mudar de papel rapidamente; ▪ Não ter uma visão marcadamente moralista do mundo; ▪ Uma pessoa cujo pensamento caminha em muitas direções, em vez de uma pessoa com a mente bastante organizada. Técnicas de Questionamento: Saber como perguntar é tão importante quanto saber o que perguntar: ▪ Perguntas Diretas: São as que requerem respostas “sim” ou “não”. Devem ser evitadas porque não encorajamo candidato a falar. ▪ Perguntas Indiretas: São as que exigem respostas elaboradas (Qual sua opinião sobre gerência?). É o melhor tipo porque faz o candidato se expor. ▪ Perguntas Tendenciosas: São as que dirigem as respostas (O que o atrai mais neste trabalho, o desafio?). Este tipo de pergunta só deve ser usado com algum objetivo específico. ▪ Perguntas Hipotéticas: São as do tipo “e se”. Dão uma boa visão de como é o candidato. ▪ Perguntas Carregadas: São as que fazem o candidato escolher entre duas situações ruins (Você gosta de despedir pessoas ou não é capaz de fazê-lo). Evite. ▪ Perguntas Múltiplas: São várias perguntas feitas de uma vez. Raramente o ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 169 candidato poderá responder a todas. Não hesite em procurar respostas mais elaboradas, mas não deixe o candidato na defensiva. Finalmente, não enfatize os aspectos negativos do candidato, nem o force a falar sobre assuntos que ele evita, a não ser que sejam importantes. Perguntas que podem completar uma entrevista: ▪ OBJETIVO: Identificar a percepção do profissional, acerca do seu estilo de atuação desempenho do cargo. Você poderia descrever um dia típico de seu trabalho? Qual você considera sua ideia ou feito mais importante em seu trabalho? Como você acha que é necessário para uma pessoa ter sucesso nesta área? Quais habilidades você teve de usar para fazer um bom trabalho em seu emprego anterior? Quais habilidades específicas você acha que pode usar neste trabalho? Você pode falar um pouco sobre como toma decisões? Cite alguma coisa que sua empresa poderia ter feito para obter mais sucesso. Por que você está interessado neste trabalho? Por que decidiu deixar seu trabalho atual? Qual você considera sua maior conquista profissional? Quais os maiores fracassos ou frustrações em sua vida profissional? Pense em algo que você considera uma falha em sua vida e diga-me porque acha que ocorreu. Você gostaria de trabalhar para sua outra empresa? O que você faz quando tem dificuldades para resolver um problema? Onde pretende estar dentro de três anos? Fale-me sobre suas atividades de lazer e interesses? Descreva o melhor chefe que já teve. Que tipo de referência acha que seu último chefe dará de você? ▪ OBJETIVO: Avaliar a inteligência e aptidão geral (habilidade): Para você o que é uma administração eficaz? O que você entende por capacidade profissional? Fale um pouco de como você acha que pode aumentar a produtividade de um grupo. Como coordenar: Subordinado x interesse da empresa. O que você entende por liderança situacional? O que significa para você ser empresário? E ser gerente? Como você procederia para implantar um sistema padrão de qualidade? MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 170 ▪ BJETIVO: Identificar a atitudes e personalidades: Como você se porta diante de uma situação delicada? Como resolveria? Fale-me um pouco de como toma decisões. De que forma você acredita que pode colaborar com a empresa? Como você age nas situações de mudanças? O que você entende por diferenças individuais? O que você acha necessário para que uma pessoa obtenha êxito? Como você acha que deve agir para conseguir a eficácia dos seus subordinados? Fale-me de seus hobbies e interesses. ▪ OBJETIVO: Avaliar a relação para com o subordinado Como você acha que deve ser uma relação entre chefe e subordinado? O que você acha que seu grupo de trabalho espera de você? Quais os critérios que você considera preponderante para uma promoção? O que você faz para motivar o seu subordinado? OBJETIVO: Mensurar a educação ▪ Fale-me um pouco de sua vida de estudante. ▪ O que mais lhe incentivou a ingressar numa faculdade? OBJETIVO: Identificar as tendências politicas ▪ Como você vê a atuação dos grandes empresários na política? ▪ Como você vê os sindicatos diante do empregado e do empregador? OBJETIVO: Definir a vida afetiva ▪ Fale-me um pouco de sua família. Palavras Importantes: Adaptabilidade Administração de Conflitos Aparência Autoconfiança Capacidade de Assumir Riscos Capacidade de Síntese Comunicação Pessoal Cordialidade Conhecimento e Informações Dinamismo Espírito Inovador Exercício do Poder Iniciativa Interesse Motivação Pessoal Operacionalização de Ideias Pontualidade Relacionamento Interpessoal Sentimento de Prioridades Tato Visão Gerencial/Global Administração de Tempo Ambição Audácia ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 171 Bom Humor Capacidade de trabalhar em equipe Capacidade Para Realizar Convivência Com Pressões Criatividades Delegação Estabilidade Emocional Empreendedor Honestidade Intuição Liderança Negociação Planejamento Polidez Responsabilidade Sociabilidade Tomada de Decisão Zelo pela Imagem da Empresa 7.2.2 Processo Admissional do Recrutamento O Setor de Recrutamento e Seleção entrará em contato com o candidato aprovado, solicitando que compareça na organização para receber a relação de documentos necessários para sua admissão. Posteriormente será encaminhado para a realização do exame admissional e demais processos burocráticos. O candidato deverá entregar os documentos solicitados à área de Gestão de Pessoas, onde será informada a data de início de suas atividades na instituição. Antes do início das atividades, o candidato participará do processo de integração, recebendo informações gerais sobre o funcionamento da instituição, normas de segurança e medicina no trabalho, benefícios, etc. Bem como, apresentação formal às diversas áreas da instituição. No caso do processo admissional do recrutamento interno, A área de Gestão de Pessoas entrará em contato com o candidato aprovado, informando: início da nova atividade, função, cargo, salário, benefícios, etc. Após o período de experiência o formulário “promoção/transferência interna” deverá ser encaminhado à área de Gestão de Pessoas para alteração do registro. A devolutiva, no processo de recrutamento interno, será dada ao candidato pessoalmente. Já no caso do recrutamento externo, será encaminhada aos candidatos – não aprovados – através de uma ligação de agradecimento pela participação no processo seletivo. 7.3 Padronização de Formulários Muitas organizações perdem mercado por falta do uso de padronização nos processos. Os participantes de um processo devem identificar claramente os objetivos deste processo, a razão pela qual estão executando as atividades. Um bom gerenciamento de processos viabiliza sua melhoria, proporciona uma produção mais uniforme, reduz custos, aumenta a eficiência e busca quais os produtos finais que proporcionam maior satisfação aos clientes. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 172 7.3.1 Formulário É um documento padronizado, estruturado segundo sua finalidade específica, possuindo características e campos apropriados, destinado a receber, preservar e transmitir informações, cujos lançamentos são necessários para definir a natureza ou cobrir fluxos de trabalho. O formulário adquiriu grande importância com crescimento das organizações, em virtude de se tratar de um excelente veículo de transmissão das informações, que se tornam indispensáveis para o planejamento, execução e controle das diferentes atividades desenvolvidas. É mesmo lícito afirmar-se que quanto mais complexa a empresa tanto mais necessária a existência de métodos racionais de coleta, análise, processamento e disseminação de dados. Levando em conta essa afirmação, tem-se o formulário como uma das ferramentas mais importantes dentro das organizações, desde que elaborados de maneira que as informações ali pedidas sejam claras, sejam entendidas por quem vai prestar tais informações. Nas empresas há uma ideia de que os formulários devem ser controlados, porém poucas organizações se engajam, efetivamente,num programa com este objetivo. Isso acontece, muitas vezes, porque a direção da empresa tem coisas mais importantes para pensar ou porque alguns dirigentes ignoram o fato de que o custo dos formulários nas operações da papelada, sobe de vinte a trinta vezes o custo de compras ou de produção dos impressos; não acreditam que o controle de impressos seja suficientemente importante para merecer sua atenção. Um dos objetivos do controle de formulários é evitar a criação de novos formulários, quando já existem um em uso com o mesmo propósito. Evitar gastos desnecessários dentro de uma organização pode ser considerado um dos principais objetivos do controle de formulários. Um setor de RH unificado através da padronização proporciona as seguintes vantagens: ▪ Diminuição de custos; ▪ Padronização de perfil funcional para todas as lojas associadas; ▪ Maior profissionalização no processo seletivo; ▪ Programa de capacitação gerencial e operacional contínuo; ▪ Possibilidade de contratação de consultorias na área de RH que se contratadas de forma individual ficariam muito onerosas; ▪ Possibilidade de contratação de profissionais já capacitados. Uma padronização muito frequente é a requisição de empregado, feita de acordo com o modelo a seguir, Figura 1. ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 173 Figura 1 – Modelo Requisição Empregado Fonte: Elaborado pelo autor(2015) 7.3.2 Acompanhamento e Avaliação em Período de Experiência Durante o período experimental do novo funcionário, procura-se encaminhar ao responsável pelo setor de trabalho a fim de verificar e acompanhar o desempenho do novo funcionário. O contrato de experiência é uma modalidade do contrato por prazo determinado, cuja finalidade é a de verificar se o empregado tem aptidão para exercer a função para a qual foi contratado. Da mesma forma, o empregado, na vigência do referido contrato, verificará sua adaptação à estrutura hierárquica dos empregadores, bem como às condições de trabalho a que está subordinado. Conforme determina o artigo 445, parágrafo único da CLT, o contrato de experiência não poderá exceder 90 dias. O artigo 451 da CLT determina que o contrato de experiência só poderá sofrer uma única prorrogação, sob pena de ser considerado contrato MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 174 por prazo indeterminado. Esta ficha de avaliação é de extrema importância, pois ela revelará a eficiência ou ineficiência dos serviços da Administração de Pessoal. MODELO FUNCIONÁRIO: CHAPA/REGISTRO: CARGO: ADMISSÃO: SETOR: SUPERIOR IMEDIATO: CARGO: INSTRUÇÕES: 0 1 Esta ficha constitui a primeira avaliação de desempenho do novo funcionário. Do seu resultado depende a sua contratação ou desligamento definitivo da empresa. 0 2 Ao dar sua opinião, procure ser objetivo e imparcial, analisando o desempenho do funcionário durante o período da experiência e suas possibilidades de vincular-se definitivamente à empresa. 0 3 Escolha apenas uma frase de cada item, assinalando-a com um "X". 0 4 Caso as frases não correspondam às características do seu novo funcionário, ou estejam incompletas, assinale a que mais se aproximar, fornecendo maiores explicações no espaço reservado a "observações". 0 5 Observe a data de devolução, que é de 5 dias. ADAPTAÇÃO NO TRABALHO: É a reação do recém-admitido diante do tipo de trabalho e características administrativas da empresa. tem feito o possível para integrar-se não só ao próprio trabalho, como também às características da empresa. precisa modificar radicalmente suas características pessoais para conseguir integrar-se ao trabalho e aos requisitos administrativos da empresa. mantém um comportamento oposto ao solicitado para o seu cargo e demonstra ter sérias dificuldades de aceitação das características da empresa. está plenamente identificado com as atividades do seu cargo, e integrou-se perfeitamente às normas da empresa. Obs.: INTERESSE: É o entusiasmo demonstrado frente ao trabalho. parece vivamente interessado por seu novo emprego. dá a impressão de ser um funcionário que no futuro necessitará de constante estímulo para poder interessar-se por seu trabalho. é indiferente, apresentando uma falta total de entusiasmo e vontade de trabalhar. apresenta um entusiasmo adequado, tendo em vista o seu pouco tempo de casa. Obs.: RELACIONAMENTO SOCIAL: É o maior ou menor facilidade de integração ao grupo de trabalho. sente-se perdido entre os colegas, parece não ter sido aceito pelo grupo de trabalho. ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 175 entrosou-se bem com os demais, foi aceito sem resistência. apresentou grande habilidade em conseguir amigos, mesmo com pouco tempo de casa, todos já gostam muito dele. está fazendo muita força para conseguir maior integração social com os colegas. Obs.: CAPACIDADE DE APRENDIZAGEM: É a facilidade com a qual consegue perceber pontos importantes daquilo que lhe está sendo ensinado. está conseguindo aprender o que lhe foi ensinado à custa de grande esforço pessoal, necessário repetir-se a mesma coisa várias vezes. parece especialmente habilitado para o cargo em que está, tem facilidade para aprender, permitindo-lhe executar sem falhas. parece adequado para o cargo ao qual foi encaminhado, aprende suas tarefas sem problemas. é tão fácil compreender o que lhe estão ensinando que parece não ter a mínima capacidade para o trabalho. Obs.: INFORMAÇÕES GERAIS: 0 1 Qual o aspecto mais favorável do funcionário? 0 2 Qual o aspecto que mais prejudica o funcionário? 0 3 Que orientação deverá ser dada ao funcionário para corrigir-se? 0 4 De maneira geral, como o funcionário pode ser classificado? ( ) fraco ( ) constitui elemento com boas possibilidades futuras ( ) tem possibilidades rotineiras ( ) trata-se de excelente aquisição para a empresa 0 5 SÍNTESE: ( ) demitir ( ) efetivar ( ) encaminhá-lo para o treinamento LOCAL E DATA (assinatura do superior imediato) 7.3.3 Integração ao Ambiente de Trabalho O trabalho de recrutamento e seleção de pessoas não termina no momento da admissão ou recolocação de um indivíduo na organização. É necessário um processo de adaptação do indivíduo à empresa e ao cargo, que denominaremos de Integração. O processo de integração do indivíduo à organização irá exigir a adaptação de suas ideias, seus sentimentos e seu modo de trabalhar aos padrões aceitos na empresa, será necessário que ele encontre sua identidade, isto é, que procure o que lhe é satisfatório e o que lhe daria maior liberdade para utilizar integralmente sua capacidade. Um novo empregado, geralmente, aceita os padrões de conduta de seus colegas, MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 176 porque é com eles que passará a maior parte do tempo e porque quer ser aceito pelo grupo. É assim que os padrões empresariais são estabelecidos e perpetuados. O processo de integração deve focar em dois pontos: ao trabalho e a adaptação do indivíduo à empresa. A adaptação a cultura da empresa é muito importante, é preciso que esse profissional conheça as políticas, procedimentos, controles, tipos de supervisão, tipos de material, máquinas, equipamentos. Falhas no processo de adaptação podem comprometer o exercício de uma atividade, criando dificuldades no desempenho profissional. Ambientação de pessoal: O programa de integração deve apresentar ao novo empregado os aspectos importantes da organização: ▪ A história da empresa; ▪ Produtos da empresa; ▪ Modos de produção; ▪ Valores evidenciados pela organização; ▪ Principais políticas e procedimentos administrativos; ▪ Conduta esperada do novo empregado; ▪ Benefícios oferecidos; ▪ Possibilidades de carreira; ▪ Política salarial, entre outros. Integração de pessoal: O programa de integraçãopode durar alguns meses. É um trabalho, antes de tudo, de orientação para que o novo empregado se sinta como um membro da empresa de fato. Quando o empregado conhece os valores da empresa e sente que foi aceito como membro da equipe é bem provável que suas atitudes com relação ao trabalho sejam mais positivas. Durante o processo, a chefia estará acompanhando e avaliando a adaptação do novo empregado à empresa e ao cargo, cujo feedback servirá para mostrar a eficácia do processo de seleção. 7.3.4 Passos para o Desligamento de Pessoas da Empresa O mito da segurança e estabilidade no emprego acabou. A demissão pode ser uma experiência dolorosa, assustadora ou mesmo devastadora. Seus efeitos são traumáticos, mesmo que tenha sido causada por redução de custos, associação, venda da empresa ou falta de adaptação do executivo. A empresa, quando o trabalho de desligamento é mal conduzido, corre alto risco de ver afetada sua imagem e estabilidade legal, além do que, e especialmente, a segurança dos empregados que ficam, estará fortemente abalada, afetando o moral do grupo e o clima motivacional, com reflexos sobre a produtividade e prejuízos para futuras contratações. ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 177 A forma de como se procede a rescisão de contrato é uma rotina diferenciada para cada empresa. Exemplo: ▪ Recepcionar um formulário, ou aviso, e-mail, da área cliente solicitando o desligamento do funcionário no dia x; ▪ Agendamento/follow-up para "start" do processo e sintonias com fechamentos de folha, contabilidade, tesouraria etc. ▪ Providenciar exame médico demissional; ▪ Correr nas áreas da empresa, formulário para levantamento de pendências e baixas; ▪ Cálculos da Rescisão; ▪ Agendamento no Sindicato da data de homologação (caso tempo de casa + de ano, considerando neste tempo o aviso prévio indenizado). ▪ Realizar a Homologação. ▪ Entrevista de desligamento, para detecção de ajustes e melhorias, identificação de falhas na política de retenção, de benefícios, salários, integração e etc. ▪ Verificar situação funcional, como estabilidade, por exemplo, de cipeiro, maternidade, aposentadoria (cláusula sindical), política de desligamento da empresa etc. O comunicado ao empregado sobre a demissão pode ser tarefa do RH, ou do próprio supervisor do demitido (vide política da empresa). O termo demissão é usado para descrever tantos fenômenos distintos que, às vezes, seu significado torna-se confuso e frequentemente carregado de preconceitos. Existem várias formas de demissões: ▪ DEMISSÃO INDIVIDUAL; são os casos de desligamentos individuais, em função de desempenho, reestruturação ou qualquer outra razão que – sob o controle ou não do empregado – não foram causadas por desvio de caráter ou de conformidade às regras organizacionais, mas que têm em comum, o fato, de apenas, o empregado ou seu grupo imediato ter sido desligado; ▪ DISPENSA; também situações individuais, onde o empregador teve um motivo justo para desligar ou dispensar o empregado: caso de desfalque, roubo ou falta grave, por exemplo; ▪ DEMISSÃO EM MASSA; são os casos em que as empresas desligam de uma só vez – pelos motivos mais variados – uma parte significativa do seu quadro de funcionários. Este grupo também inclui fatos como falências e fechamentos de áreas ou empresas. Embora esses grupos não representem categorias totalmente distintas de desligamento, cabendo a cada um muitas variações, trata-se de uma tentativa de evitar generalizações amplas e imprecisas demais. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 178 Outplacement: Surgiu nos Estados Unidos, na década de 60, como uma técnica de Recursos Humanos. Visava ajudar cientistas e engenheiros vitimados pelas demissões decorrentes da recessão vivida pelos setores aeroespacial e eletroeletrônico, na busca de novas oportunidades de trabalho. Atualmente o processo de recolocação está implantado praticamente em todos os países industrializados. Segundo a Associação que regula a atividade internacionalmente, AOCFI – The Association of Placement Consulting Firms International, o Outplacement deve ser definido como o processo estruturado em bases profissionais, destinado a apoiar o empregado demitido a abordar o mercado de trabalho de modo organizado e disciplinado e, assim, obter uma nova ocupação no menor espaço de tempo possível, promovendo uma transição com o mínimo de trauma e estresse. Historicamente, entretanto, o Outplacement surgiu no Brasil no final da década de 70, quando foi introduzido no mercado de trabalho um novo formato de Curriculum Vitae, seguindo-se a apresentação de candidatos através da divulgação por mala direta. Nova linguagem, novo estilo, candidatos se apresentado através de uma técnica e preparo jamais observado. Ganhou impulso a partir dos movimentos da globalização e de mudanças nas relações trabalhistas. O Outplacement é uma técnica de gestão de Recursos Humanos por meio da qual o profissional demitido (outplaced), custeado pela organização que o demite, é assistido por um (a) especialista, desde o momento pós-comunicação de sua demissão até a concretização de seus objetivos profissionais, que podem ser: ▪ A conquista de nova colocação; ▪ A constituição de um negócio próprio; ▪ A decisão de ‘pendurar as chuteiras’. Passos para o desligamento: O desligamento de colaboradores que não mais se enquadram aos procedimentos e políticas da empresa, após treinamentos e orientações de seus gestores e RH. Este procedimento deve ser aplicado para todos os setores da empresa. Vejamos o exemplo ilustrado a seguir. ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 179 MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 180 Entrevista de desligamento: Quando um funcionário pede demissão, é comum o seu chefe direto querer saber os motivos que influenciaram nessa decisão. O momento de cisão da relação entre o profissional e a empresa, entretanto, poderia ser muito melhor aproveitado se as organizações adotassem a entrevista de desligamento como uma prática estruturada e constante na gestão de pessoas. Normalmente, por não possuir mais nenhum laço com a empresa, o ex-funcionário se sente à vontade para falar sobre questões que dizem respeito não só ao clima organizacional, mas também à política de remuneração e à estratégia de negócios da companhia. Os dados extraídos dessa conversa acabam se mostrando preciosos. Podem sinalizar a necessidade de mudanças de rumo nos processos da área de recursos humanos ou mesmo a revisão das competências dos pares e do gestor desse colaborador que está de saída. Quando há, por exemplo, avaliações negativas com incidência relevante sobre o gestor de uma determinada área, o respectivo líder, por solicitação do RH, conversa com esse profissional e, se necessário, traça um plano de desenvolvimento individual para auxiliá-lo a corrigir os desvios identificados. Sem contar a obtenção de informações que dificilmente seriam conseguidas no dia a dia, como por exemplo, aquelas referentes a entraves operacionais, e que por isso nem chegam ao conhecimento do nível gerencial. A entrevista de desligamento acaba por gerar também um estudo sobre a rotatividade na empresa, pois apresenta as principais razões que levam à saída dos profissionais. Daí o RH consegue obter, por exemplo, dados sobre faixa salarial, benefícios, remuneração variável e por que não dizer um benchmarking da prática do seu mercado de atuação. É claro que toda e qualquer informação passada por um ex-funcionário em uma entrevista de desligamento precisa ser cuidadosamente avaliada para não resultar em situações constrangedoras. É por isso que uma das premissas da aplicação dessa ferramenta é que o profissional do RH responsável por conduzir a entrevista seja muito bem preparado, imparcial e idôneo. Turnover nas Organizações: O termo rotatividade de recursos humanos é usado para definirprojeto, de acordo suas particularidades e níveis de dificuldade, mas ao mesmo tempo possuem um conjunto de ações características da estratégia da empresa. https://brasil.pmi.org/brazil/AboutUs/WhatIsProjectManagement.aspx MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 20 Figura 2- Gestão de Projetos Fonte: Elaborada pelo autor (2015) Alguns projetos podem ser gerenciados utilizando poucas pessoas e ferramentas, enquanto para outros será necessário processos mais avançados e uma equipe maior. Para que o projeto se desenvolva dentro do modelo desejado, é necessário que exista uma metodologia clara e consistência entre os colaboradores. Esta metodologia é o conjunto de procedimentos, documentos e normas que irão direcionar o desenvolvimento do trabalho. Para facilitar o entendimento, o Project Management Institute compilou as melhores práticas aplicadas ao redor do mundo em uma única obra - chamada de Guia PMBOK. Este guia possui vários métodos, técnicas e artifícios a serem aplicados nas cinco fases de um projeto. O Guia PMBOK é mundialmente conhecido e aceito como uma diretriz padrão, como um conjunto de técnicas modernas de gerenciamento de projetos, eficazes na obtenção do resultado esperado. Também é interessante observarmos que a gestão de projetos é uma habilidade estratégica para a empresa, pois ela une os resultados alcançados com os objetivos da organização, aumentando sua capacidade competitiva e aprimorando sua atuação no mercado. Além disso comunicação, integração e supervisão também são essenciais para o sucesso do projeto e uma boa gestão. 4.2.2 Abordagens da Gestão de Projetos? A gestão de projetos pode ser entendida como um método capaz de manter os riscos do ciclo de um projeto em níveis baixos, enquanto facilita as ocorrências de eventos favoráveis para o desenvolvimento do mesmo. Sabendo que os riscos decorrem das ameaças, e estas têm origem nas incertezas que envolvem o projeto e seus eventos. http://2.bp.blogspot.com/-ElRyQBk336Q/VfdsjFhkcAI/AAAAAAAAC5w/FankDsHIlcY/s1600/fatores-gest%C3%A3o-de-projetos.png https://brasil.pmi.org/ http://www.portal-administracao.com/2014/01/entendendo-o-guia-pmbok.html http://www.portal-administracao.com/2014/02/a-estrategia-competitiva-de-porter.html http://2.bp.blogspot.com/-ElRyQBk336Q/VfdsjFhkcAI/AAAAAAAAC5w/FankDsHIlcY/s1600/fatores-gest%C3%A3o-de-projetos.png ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 21 É importante frisar que a concepção de um projeto objetiva responder a uma necessidade ou oportunidade, seja do cliente ou da empresa e que apesar dos nomes técnicos variarem, os estágios normalmente seguem os mesmos passos. 4.2.3 As Funções do Gerente de Projetos É o responsável por alinhar todo o projeto, unindo a equipe e os recursos, e se empenhando para que o mesmo atinja o seu objetivo. Em algumas organizações também é possível encontrar um PMO, ou Project Management Office, uma equipe responsável pelo gerenciamento dos projetos, treinamentos e padronizações, e que comumente é comandada por um gerente ou diretor. Na maioria das empresas, o gerente de projetos não participa diretamente das tarefas operacionais, ou das atividades que trazem os resultados mais visíveis, mas atua de forma estratégica, gerenciando, acompanhando e observando possíveis falhas, mantendo o foco nas três principais variáveis do projeto: escopo, tempo e custo. Algumas variáveis podem ser controladas, mas outras são imprevisíveis e necessitam de uma apreciação mais aprofundada e de uma estratégia capaz de repará-las. No geral, o gerente de projetos é o indivíduo que coordena e atende as necessidades do cliente, seja por solicitação deste, ou por seus próprios conhecimentos. A capacidade de amoldar-se aos diversos padrões, pode lhe possibilitar um melhor gerenciamento das variáveis evidenciadas durante o projeto, trazendo uma maior satisfação e segurança para o cliente. Afinal, o gerente de projetos deve estar preparado para imaginá- lo por inteiro, desde seu início ao fim, trabalhando para conservar o progresso e a interação mútua da equipe, reduzindo o risco de fracasso e garantindo que o mesmo seja realizado. 4.2.4 Conclusão - Gestão de Projetos Resumidamente, gestão se refere a dirigir, gerenciar ou administrar, no caso de projetos, com seu tempo de execução bem definido, determinado setor ou ação dentro de uma empresa. Gerenciamento requer trato com pessoas em todas as etapas, quer seja, a equipe, o cliente, o investidor, os fornecedores, ou qualquer outro. Por isso, habilidades como liderança e posicionamento estratégica, são fundamentais para os gestores de projetos. Os projetos são uns dos principais responsáveis pelas mudanças nas organizações, sendo a maioria delas positivas. Em virtude da competitividade do ambiente de negócios, as empresas devem buscar inovação constantemente, lançando novos produtos, criando novos métodos, buscando sempre a satisfação de seus clientes. Conseguir uma gestão efetiva é de suma importância para uma empresa, pois além de ser um diferencial competitivo, consegue torná-la mais ágil, dinâmica, competitiva e capaz de satisfazer o mercado. Nas últimas décadas, o uso e a valorização da gestão de projetos cresceu de maneira incrível. As organizações, que são líderes em seus segmentos, utilizam com bastante sucesso a gestão de projetos, a fim de aprimorar sua vantagem competitiva em seus mercados. Tais empresas, agregam valor a seus produto ou serviços, sendo muito mais https://pt.wikipedia.org/wiki/Gerente_de_projetos MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 22 valorizadas por seus clientes, gerando assim a fidelização dos mesmos. Portanto, os benefícios da gestão de projetos, que vão desde o melhor uso dos recursos até incríveis reduções de custos corporativos, são fundamentais para garantir a sobrevivência e longevidade da empresa como um todo. 4.3 Saiba como fazer uma Análise SWOT pessoal Há um método eficaz que várias empresas empregam para compreender melhor, a si mesmas, à concorrência e para estabelecer suas estratégias. Esse processo se chama análise SWOT. Contudo, essa ferramenta não se limita ao mundo dos negócios, ela pode ser utilizada também por quem está procurando emprego, por quem quer subir na carreira, ou até mesmo por quem deseja avaliar suas próprias forças e fraquezas. A análise SWOT, que significa: S – Strengths (pontos fortes) - interior; W – Weakneses (pontos fracos) – interior; O – Opportunities (oportunidades) – ambiente externo; T – Threats (ameaças) – ambiente externo. Também conhecida como FOFA F - ORÇA O - PORTUNIDADE F - RAQUEZA A - MEAÇA De forma simples, este método reúne seus pontos fortes e fracos, assim como oportunidades e ameaças, que sua carreira ou ambição pessoal possam enfrentar. Um ponto principal para uma análise SWOT bem sucedida é lidar a sua carreira como um negócio, e se ver como um produto. Para isso, é necessário que você responda cada um dos itens abaixo, a seguir analise cada uma das respostas de maneira objetiva, para descobrir suas forças e fraqueza, assim como traçar planos de melhorias para ambas. S - Strenths (pontos fortes): Pense em você como um produto a ser oferecido no mercado. Um ponto forte pessoal é uma qualidade sua como produto, que pode ser usada para diferenciá-lo dos demais quando estiver fazendo entrevistas ou tentando ser promovido. Exemplos de pontos fortes: Liderança, habilidades para melhorar processos, conhecimento e capacidade de falar em público, aptidões comprovadas para vendas. W - Weaknesses (pontos fracos): De forma equivalente, um ponto fraco pessoal é uma defeito ou uma possibilidade de crescimento. É aquela particularidade, que você poderia aperfeiçoar para ter maiores oportunidades de emprego ou de promoções. Assim sendo, você poderia se perguntar: Quais os tipos de tarefas não lhe agradam? Que comportamentos seus podem lhe prejudicar? Quais as suas o dificuldades técnicas?a flutuação de pessoal entre uma organização e seu ambiente. A rotatividade de pessoal, também conhecida por turnover, está relacionada com a saída de funcionários de uma organização. As razões para o desligamento podem ser diversas; os indivíduos podem solicitar a sua demissão por descontentamento com alguma política da empresa, falta de motivação, ou busca de uma melhor colocação profissional. Assim como, a empresa também se coloca neste direito e busca por profissionais mais capacitados para integrar o seu quadro funcional. ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 181 Atualmente com o maior investimento das organizações em áreas de recursos humanos e gestão de pessoas, têm sido frequente a avaliação das principais causas que levam os funcionários a saírem de uma empresa e também quais os fatores que levam a instituição a demiti-lo. Além de ser oneroso para a instituição empresarial, o elevado índice de turnover, aponta que algo não está indo bem e precisa ser melhorado. Fora o gasto com admissões e demissões, há todo um transtorno gerado na empresa por falta de mão-de-obra, o que pode abalar mais futuramente a sua produtividade. Com o mercado amplamente competitivo, é crescente a busca constante por profissionais com um maior grau de profissionalização. O que dificulta na busca de um colaborador ideal para muitas empresas, pois pode se deduzir que os melhores profissionais já estejam empregados. Mas as instituições apresentam a consciência de que ninguém é insubstituível, por mais gastos que possa gerar para a empresa é um fato real e que precisa ser resolvido. É nítido que o papel do profissional de recursos humanos deve estar atento às constantes mudanças do mercado externo e também da realidade das pessoas que compõe a organização. Podem ser movidas ações que venham a auxiliar a manter um baixo indicador de rotatividade de pessoal, cabe a gestão de pessoas encontrar quais as melhores ferramentas eficazes para auxiliar na manutenção de pequeno índice de turnover. Improdutividade, salário, motivação, tédio na execução das tarefas e melhor reconhecimento profissional são as principais causas que atingem o indicador de rotatividade de pessoal. Os profissionais da área de gestão de pessoas, que tenham por objetivo reduzir o seu índice de rotação de pessoal, devem analisar todo o processo de recrutamento, seleção, treinamento, motivação e também como está sendo o desenvolvimento do colaborador dentro da organização. Os problemas relacionados ao alto nível de rotação de pessoal podem ter seu início mesmo durante o recrutamento e seleção, o recrutador pode acreditar que uma pessoa que possua uma boa qualificação profissional técnica, mesmo não possuindo as competências exigidas pelo cargo possa desenvolver um bom trabalho. Após a seleção, pode ser notório que o selecionado não possuía um perfil adequado para exercer a função na qual foi selecionado. Pode ocorrer também problemas com o treinamento, o colaborador não receber uma capacitação adequada. Ou ainda pode-se desmotivar, principalmente quando não lhe é proposto um bom ambiente de trabalho para desempenhar as suas tarefas ou então se perceber que foi atraído para uma atividade que é um pouco divergente da proposta, com atividades entediantes ou a questão salarial não ser atrativa. Geralmente, a rotação de pessoal é expressa por meio de uma relação percentual entre as admissões e os desligamentos. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 182 Diagnósticos das causas da rotatividade de pessoal: ▪ Apolítica salarial da organização. ▪ A política de benefícios da organização. ▪ O tipo de supervisão exercido sobre o pessoal. ▪ As oportunidades de crescimento profissional pela organização. ▪ O tipo de relacionamento humano dentro da organização. ▪ As condições físicas ambientais de trabalho da organização. ▪ O moral do pessoal da organização. ▪ A cultura organizacional da organização. ▪ A política de recrutamento e seleção de recursos humanos. ▪ Os critérios e programas de treinamento de recursos humanos. ▪ A política disciplinar da organização. ▪ Os critérios de avaliação do desempenho. ▪ O grau de flexibilidade das políticas da organização. EXERCÍCIOS 1) Quais as características do mercado de RH em situação de oferta e quais as consequências para os candidatos e para as empresas? 2) O que é rotatividade de pessoal e como pode ser calculada? 3) Quais as possíveis causas internas ou externas da rotatividade de pessoal? 4) Monte um plano ou formulário de entrevista de desligamento para detectar e tabular as causas dos desligamentos. 5) O que é recrutamento de pessoal e o que são fontes de recrutamento? 6) Explique o processo de recrutamento. 7) Compare as vantagens e desvantagens do recrutamento interno e externo. 8) Explique e compare as principais técnicas de recrutamento externo. 9) Como se pode utilizar o recrutamento misto? 10) Conceitue seleção como processo de comparação e de decisão e escolha. 11) Liste e comente as fases da entrevista de seleção. 12) Explique as alternativas de sistema de seleção. 13) Como se avaliam os resultados da seleção de pessoal? ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 183 REFERÊNCIAS AQUINO, Cleber Pinheiro de. Administração de Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 1980. CAXITO, F. de A. – Recrutamento e Seleção de Pessoas, IESDE Brasil S.A, 2008. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas; o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos na Organização: Recrutamento, Planejamento e Seleção de Pessoal. São Paulo: Atlas, 1991. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. Edição Compacta. São Paulo: Atlas, 1992. DECENZO, David A; ROBBINS, Stephen P. Administração de Recursos Humanos. Rio de Janeiro: LTC, 1996. GIL, Antônio Carlos. Administração de Recursos Humanos: um enfoque profissional. São Paulo: Atlas, 1994. FRANCO, José de Oliveira – Recursos Humanos: fundamentos e processos, IESDE Brasil S.A, 2008. LODI, João Bosco. Recrutamento de Pessoal. São Paulo: Pioneira, 1992. MILKOVICH, George T. Administração de Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 1994. WERTHER, Willian B. Administração de Pessoal e Recursos Humanos. São Paulo: McGraw- Hill do Brasil, 1983. RIBEIRO, Antônio de Lima – Gestão de Pessoas, Editora Saraiva, 2008. PONTES, Benedito. Planejamento, recrutamento e seleção de pessoal. Editora Ltr. 1996. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 184 ANOTAÇÕES: ____________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________Exemplos de fraquezas: desorganização, insegurança ao falar em público, tendência à protelar, não saber ouvir. O - Opportunities (oportunidades): São as situações que somadas as forças, podem https://pt.wikipedia.org/wiki/An%C3%A1lise_SWOT http://www.portal-administracao.com/2014/01/analise-swot-conceito-e-aplicacao.html ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 23 ser vantajosas para alcançar um objetivo. Depois de concluir os dois primeiros itens, você precisa mirar nas oportunidades com base nas suas forças e fraquezas, isto é, como elas podem lhe auxiliar a encontrar oportunidades no mercado, ou na empresa? Uma forma muito empregada é se perguntar: Como você pode aproveitar suas forças para atingir seus objetivos? Quais oportunidades você percebe agora? T - Threats (ameaças): Normalmente é mais fácil identificar as ameaças. Tente comparar-se com seus concorrentes a um emprego ou uma promoção. Depois, da maneira mais direta possível, avalie as ameaças e defina maneiras possíveis de superá-las, por exemplo: Meus concorrentes têm diploma de curso superior - frequentar uma faculdade à noite e termina a graduação; Colega de trabalho é muito melhor falando em público - ter aulas de oratória; Um concorrente tem especialização na sua área - procurar se especializar também. Uma ferramenta valiosa para ajudá-lo complementar e a montar um plano é o 5W2H. 5W: What? (O que será feito?) Why? (Por que será feito?) Where? (Onde será feito?) When? (Quando?) Who? (Por quem será feito?) 2H: How? (Como será feito?) How much? (Quanto vai custar?) Dessa forma, você pode usar a análise SWOT para avaliar seus principais pontos e o 5W2H para aplicar os planos de ação. A análise SWOT pessoal, pode ser muito útil ao longo de sua carreira, pois ajuda a melhorar seu perfil para preencher os requisitos do emprego ou promoção almejada. Comparar os pontos fortes e fracos com os requisitos, irá identificar suas falhas e ajudá-lo a se capacitar para a posição que está buscando. Sendo assim, sempre que surgir a oportunidade de conseguir aquela promoção, ou uma vaga de emprego, você pode se preparar para uma entrevista e ficar confortável para responder todas as perguntas, até a mais difíceis. 4.4 Evolução da Administração O razão de conhecer a evolução do pensamento administrativo, através dos autores e de suas teorias, é de tornar possível suas aplicações, quando as situações assim requisitarem. 4.4.1 Primórdios Ao longo da história, os homens se reuniam, o responsável pelo grupo coordenava e http://www.portal-administracao.com/2014/12/5w2h-o-que-e-e-como-utilizar.html MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 24 dividia as tarefas, a serem realizadas em um tempo determinado. Em Êxodo 18, a bíblia fala de Jethro, sogro de Moisés, que como um consultor administrativo, na definição moderna do termo, sugeriu uma estrutura organizacional em sua tribo, com a divisão de tarefas e de responsabilidades, com chefes de mil, de cem, de cinquenta e de dez homens. Os Sumérios, na Mesopotâmia, 5 000 A.C., documentaram suas atividades comerciais. As pirâmides no Egito, exigiram um planejamento e direção bastante primorosos. Indispensável, também, na construção das Muralhas da China, onde foi estabelecida a Constituição de Chow (1.100 A.C.), que definia as tarefas e obrigações de todos no império, desde o primeiro ministro até os criados domésticos, além de organizar a arrecadação dos impostos e tributos, e suas aplicações. Também na China, as Regras de Administração Pública, de Confúcio, já estabeleciam normas para a gestão de um povo. Na Grécia, Sócrates, definiu a administração como habilidade pessoal, associada ao conhecimento e à experiência. Platão, em A República, sugeriu uma maneira democrática de organização de uma cidade. Aristóteles, seu seguidor, em A Política, falava sobre a pólis e diferenciava os modelos de gestão pública: a monarquia, a aristocracia e a democracia. Outro grande exemplo de gestão organizada, encontramos no Império Romano, onde aquedutos de coleta e de distribuição de água foram desenvolvidos, estradas que levavam à Roma foram criadas, o exército foi aparelhado, o que permitiu a manutenção do império por mais de mil anos. Na Idade Média, vemos os primeiros grupos com organização similar às atuais corporações. Em paralelo ao desenvolvimento das cidades, o desenvolvimento do processo de industrialização, motivado pelo uso de teares, metalurgia e, especialmente, a máquina a vapor de James Watt, em 1776, foram desenvolvidos processos que ampliavam a capacidade de produção de bens em série, aumentando a necessidade de gestão. A partir do final do século XVIII, a Revolução Industrial, acendeu o interesse no estudo mais aprofundado da administração, trazendo desenvolvimento aos conceitos de gestão das organizações. Administração, como ciência, se apresenta a princípio, com uma abordagem técnica, quantitativa do trabalho e seus resultados, sem maiores preocupações com o ser humano, em um segundo momento, privilegia o trabalhador e suas demandas, para, por fim, se equilibrar em uma visão sistêmica do todo, levando em consideração as partes com as suas devidas relevâncias. A seguir, explanaremos três abordagens desta ciência, com o objetivo de compreender o seu desenvolvimento através do tempo. Essa separação permite resumir e simplificar a história da administração. ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 25 4.4.2 Abordagens Clássica e Científica A Era da Industrialização gerou uma maior necessidade de gerência. Na primeira fase, entre 1780 e 1860, fase do carvão e do ferro - sendo um, fonte energética e outro, matéria-prima básica - artesãos tornaram-se operários, gerando uma grande migração para as cidades com indústrias. Os meio de transportes sofreram uma revolução com o vapor em trens, navios e veículos terrestres, e as comunicações se transformaram com o telégrafo. A segunda fase, entre 1860 e 1919, veio com novas fontes de energia - a eletricidade e os derivados de petróleo - nova matéria-prima, o aço, e a automatização das máquinas. Foi um período de grandes invenções: o avião, o telefone e o rádio; e do surgimentos de grandes corporações como a Ford, Standard Oil, United States Steel, General Eletric, Siemens, Dupont, Volvo, Renault e outras. Frederick Winslow Taylor (1856-1917), engenheiro mecânico norte-americano teve como objeto de estudo o posto de trabalho, as tarefas e a sua produtividade. Taylor foi um dos precursores da Administração Científica, seus estudos e livros, como Um Sistema de Pagamento por Peça (A Piece-Rate System), em 1895; Administração de Oficinas (Shop Management), em 1903; e Princípios da Administração Científica (The Principies of Scientific Management), em 1911. (ODA, ERICO; MARQUES, C. F.,2008). As pesquisas de Taylor objetivam extinguir os desperdícios e as perdas na indústrias aumentando os níveis de produtividade, com a aplicação de métodos e técnicas científicas. Ele efetuou estudos sobre racionalização do trabalho do operário através da observação das suas atividades no passar do tempo, analisando cada tarefa e analisando seus movimentos e processos de trabalho, concluindo que o operário médio produzia menos do que, potencialmente, era capaz. Esses estudos permitiram: ▪ Eliminar o desperdício de esforços e de movimentos inúteis, com a adaptação dos operários à tarefa; ▪ Definir métodos e estabelecer normas para a execução do trabalho, facilitando o treinamento dos operários e melhorando a eficiência e o rendimento da produção, pela especialização das atividades; ▪ Distribuir uniformemente o trabalho, para que não haja períodos de falta ou de excesso de trabalho; ▪ Estabelecer uma base uniforme para salários equitativos e prêmios de produção (TAYLOR, 1970, p. 91). Com a definição dos princípios de administração do trabalho, a divisão de autoridade e responsabilidadesdentro da empresa e a distinção entre técnicas do trabalho e princípios da gestão, Taylor sugeriu uma ampliação da tarefa de gerenciamento. Princípios de Administração Científica, estabelece que a racionalização do trabalho MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 26 operário deve ser acompanhada de uma estruturação geral da empresa. Propõe substituir a improviso e o experiência prática pela ciência, com uma profunda colaboração da administração com os trabalhadores. Os Princípios de Administração Científica, para Taylor, são: ▪ Princípio do planejamento; ▪ Princípio do preparo; ▪ Princípio do controle; ▪ Princípio da execução. (CARAVANTES; PANNO; KLOECKNER, 2006, p. 56). No mesmo período Henry Fayol (1841-1925), engenheiro de minas e teórico de gestão, francês, realizou estudos com foco nas organizações e sua estrutura como um todo, enfatizando o papel da gestão e as qualificações dos gestores. O seu trabalho foi importante por inserir os gestores como supervisores do trabalho dos subordinados e por avaliar a maneira mais eficaz para uma empresa se organizar nos seus diversos níveis. Conhecido como o pai da ideia da organização estrutural das empresas por funções, Fayol identificou seis funções ou áreas básicas: produção, comercial, financeira, contabilidade, administrativa e segurança. Dividiu as atividades gerenciais em: Planejar, Organizar, Comandar, Coordenar e Controlar (POCCC). Os Princípios Gerais de Administração, segundo Fayol são: Divisão do trabalho: produzir mais e melhor, obtendo o máximo rendimento, individual e coletivo, nos trabalhos, tendo como consequência a especialização das funções e a separação dos poderes; Autoridade e responsabilidade: o direito de mandar e o poder de se fazer obedecer. Não se aceita autoridade sem responsabilidade, recompensa ou penalidade, que acompanham o exercício do poder; Disciplina: traduz-se na obediência, na assiduidade, na atividade, na presença e no respeito, demonstrados segundo as normas estabelecidas entre a empresa e seus colaboradores; Unidade de comando: para a realização de uma atividade qualquer, um agente deve receber ordens de apenas um chefe; Unidade de direção: um só chefe e um só programa de operações que tenham em vista ao mesmo objetivo, para a unidade de ação, coordenação de forças e centralização de esforços de uma empresa; Subordinação do interesse particular ao interesse geral: o interesse de um colaborador ou um grupo de colaboradores não deve se sobrepor ao interesse da empresa; Remuneração do pessoal: é retribuição pelo serviço prestado. Deve ser justa e, sempre que possível, satisfazer, tanto pessoal quanto à empresa; deve encorajar o zelo, ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 27 premiando o esforço útil e evitando excessos de remuneração. Em 1907, considerou-se a participação dos operários no lucro da empresa; Centralização: em si não é um sistema de administração, pode ser seguido ou não à vontade dos dirigentes ou das circunstâncias, o importante é encontrar a medida favorável à empresa, seu porte e a ocasião; Hierarquia: os níveis de chefia, da autoridade superior aos agentes inferiores, por onde passam todas as informações superiores para os agentes, orientando os objetivos e outras informações; Ordem: um lugar para cada pessoa ou objeto e cada pessoa ou objeto em seu lugar; Equidade: resultado da combinação de afabilidade com justiça; Estabilidade do pessoal: um colaborador necessita de tempo para estrear em uma nova função e chegar a exercê-la bem, admitindo-se que tenha das aptidões necessárias; Iniciativa: possibilidade de idealizar e realizar um projeto ou ação; União do pessoal: a harmonia e a unidade do pessoal de uma empresa são grande fonte da energia para ela. É necessária para evitar a divisão de pessoal e o abuso nas comunicações. Outro empreendedor da escola Clássica e Científica foi Henry Ford (1863-1947), seguidor de Taylor que aplicou a Administração Científica à linha de produção na indústria automobilística, desenvolvendo a produção em série. O seu primeiro carro, o modelo A, construído em 1896, com 600 unidades vendidas no primeiro ano, possibilitou e deu origem à sua empresa, em 1903. Em 1908, iniciou a fabricação do modelo T, que vendeu 15 milhões de unidades entre 1908 e 1927. Os seus primeiros investimentos em internacionalização foram na França (1908) e no Reino Unido (1911). Com o uso da linha de produção, formou os seguintes princípios: Princípio de produtividade - o máximo de produção em um período de tempo estabelecido. Princípio de intensificação - aumentar a velocidade de giro do capital, tendo em vista pouca imobilização. Princípio de economicidade - reduzir ao mínimo o volume de matéria-prima em estoque, definindo que tempo é energia humana e o estoque inútil representa capital preso. Com o pensamento de produção em massa, a preços baixos, altos salários e organização eficiente do trabalho, alcançou maior rapidez de fabricação, diminuindo o tempo de montagem de cada carro em sua linha de produção, de 10 a 11 horas para 84 minutos. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 28 Para Ford as condições de trabalho para a Administração Científica são: ▪ Uso de ferramentas e equipamentos de produção adequados para minimizar o esforço do operador e a perda de tempo no cumprimento da tarefa. ▪ Arranjo físico otimizado de máquinas e equipamentos para racionalizar o fluxo da produção. ▪ Otimizar o ambiente de trabalho para evitar problemas de ruído, ventilação, iluminação e conforto no trabalho, impedindo que estes reduzam a eficiência do trabalhador. ▪ Plano e uso de instrumentos e equipamentos especiais, como transportadores, contadores e utensílios para reduzir movimentos inúteis. Ao mesmo tempo, na Europa do início do século XX, nasce a Escola Burocrática, uma teoria administrativa, aplicada a organizações complexas, tais como governos. Tendo Max Weber (1864-1920) como seu grande nome, dando ênfase à organização como um todo, buscando a racionalidade impessoal no sistema administrativo, fundamentado nos tipos de relacionamentos humanos. Formado em Sociologia, Weber desenvolveu o estudo da burocracia nas organizações, principalmente governamentais, avaliando o modelo organizacional burocrático como o mais adequado, com normas rígidas e formado por sistemas de controle e hierarquias em que predominam regras impessoais e racionais. 4.4.3 Abordagem Humanística e Comportamental A abordagem humanística e comportamental da administração, como resposta à ênfase anterior concentrada apenas nos aspectos técnicos e formais, ressaltou os aspectos sociológicos e psicológicos do trabalho. Essa abordagem favorece o lado humano das organizações e surgiu como uma reação à visão mecanicista e operacional da abordagem Científica e Clássica, demonstrando a existência de outros aspectos humanos do trabalhador, importantes para a produtividade nas organizações. Considerada por muitos autores como o início da abordagem humanística e comportamental, Experiência de Hawthorne, de Elton Mayo (1880-1949), embasou-se em uma pesquisa realizada na fábrica da Western Electric Company, em Hawthorne, Chicago, onde foram estabelecidos os principais conceitos e fundamentos da escola humanística. O principal objetivo deste estudo era demonstrar as ligações entre a motivação e o resultado final do trabalho, concluindo que condições humanas interferem decisivamente no desempenho das tarefas. Abraham Maslow (1908-1970) e Douglas McGregor (1906-1964), foram outros pesquisadores que realizaram estudos apoiados nestas conclusões. Maslow foi um psicólogo ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 29 comportamental norte-americano, que ficou conhecido pela publicação da Hierarquia das Necessidades Humanas, em 1943, onde conclui existir uma pirâmide de necessidades no ciclo de vida humano, formada por necessidadesfisiológicas (calor, abrigo, comida), de segurança, de socialização, de autoestima e de auto realização. Douglas McGregor, doutor em Psicologia por Harvard, elaborou as teorias de motivação X e Y. A teoria X acredita que as pessoas são preguiçosas e precisam de motivação, considerando o trabalho como um mal necessário para ganhar dinheiro. A Y diz que as pessoas apreciam, almejam e precisam trabalhar. O argumento contra as teorias X e Y é por serem contrárias e mutuamente exclusivas. Para resolver isto, antes da sua morte, McGregor estava elaborando a teoria Z, que consolida as teorias X e Y nos conceitos de emprego para a vida, preocupação com os empregados, controle informal, decisão por consenso e bom fluxo de informações do topo para baixo na hierarquia. O seu livro mais conhecido é O Lado Humano da Empresa (The Human Side of Enterprise). 4.4.4 Abordagem Sistêmica e Contingencial A Escola Científica ou Clássica defende uma gestão que entende o homem apenas como peça de uma grande máquina, a empresa, através do uso racional da sua força de trabalho. A escola burocrática, se caracteriza pelo rigor e a impessoalidade. Já a escola das relações humanas teve como base as pessoas e as relações humanas. Diante dessa ambiguidade, Amitai Etizioni, Blau e Scott, entre outros, desenvolveram uma linha de pensamento para fazer uma conexão entre as duas escolas, gerando o que alguns autores chamam de Escola Estruturalista. Essa filosofia procurava utilizar os princípios das escolas anteriores para racionalidade da divisão do trabalho, considerando a existência de pessoas e grupos informais; surge, a partir destes princípios, o uso do objetivo como fator agregador do pensamento, que no futuro seria amplamente utilizado pela Escola Neoclássica. Ludwig Von Bertalanffy (1901-1972), em 1937, lançou a Teoria Geral de Sistemas (TGS), a partir da verificação de que alguns conceitos gerais e alguns específicos eram válidos e aplicáveis a diferentes áreas da ciência. Essa teoria foi aplicada na ciência da Administração na década de 1960, por resumir e agregar as teorias anteriores. São pressupostos da TGS: Há uma integração científica, natural e social. Esta integração parece ter base na Teoria Geral de Sistemas, nos campos não-físicos da ciência. Com o desenvolvimento de princípios unificadores que atravessam transversalmente o universo das ciências individuais, essa teoria contribui para a unidade da ciência. A TGS pode levar à integração, fundamental na educação científica. (MAXIMIANO, 2006, p. 354). Nesta teoria, denomina-se sistema qualquer entidade, conceituai ou física, composta de partes inter-relacionadas, interatuantes ou interdependentes, voltada a alcançar certos objetivos. MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 30 Na administração, a TGS tem a finalidade de examinar o sistema organizacional como um todo, com seu ambiente, seu objetivo, sua estrutura e os recursos disponíveis para as ações empresariais. O foco sistêmico considera três elementos interdependentes em um sistema organizacional: entradas, processos e saídas, com realimentações – feedbacks - de informações para aprimorar o próprio desempenho, cercados pelo ambiente, causando transformações que afetam o sistema como um todo. 4.5 A Administração Contemporânea Hoje em dia, o estudo da ciência da administração abrange um imenso leque de setores e ramos de atuação das organizações, pesquisando e sugerindo soluções para seus diferentes aspectos e peculiaridades. Peter Ferdinand Drucker (1909-2005), filósofo e administrador austríaco, surge entre outros pesquisadores especializados, dentro da visão sistêmica em um ambiente altamente diversificado. Drucker é o principal pensador das teorias da Administração no século XX e início do XXI, considerado o pai da Administração Moderna. Sua obra é ampla, escreveu sobre tudo o que os administradores fazem, pensam e enfrentam, tornando-se discutida, analisada, estudada nas empresas e nas universidades. Dividiu o trabalho dos gestores em seis tarefas: definir objetivos, organizar, motivar, comunicar, avaliar e desenvolver pessoas. Escreveu o primeiro livro, O Conceito de Corporação - Conceptofthe Corporation - em 1946, baseado em estudos sobre a General Motors, mas foi com Prática da Administração - The Pratice of Management - em 1954, que propôs a gestão como disciplina. Com o livro A Era da Descontinuidade - The Age of Discontinuity - publicado em 1969, profetizou a chegada dos trabalhadores do conhecimento. Todas as teorias da administração atuais partem da obra de Drucker, mesmo após ele declarar em 1995: "a maioria das organizações está sendo administrada de modo muito similar ao que eram quando comecei a estudá-las pela primeira vez. Possuímos muitos instrumentos novos, mas poucas ideias novas" (CARAVANTES; PANNO; KLOECKNER, 2006. p. 237). Foi um escritor proficiente, destacando e firmando a importância histórica da Administração nos seus livros mais recentes: Desafios Gerenciais para o Século XXI, Administrando em Tempos de Grandes Mudanças e Sociedade Pós-Capitalista. Nos últimos anos, dedicou-se ao tema da gestão de organizações não-lucrativas, pois declarava que, em última instância, é a visão e a responsabilidade moral que definem o administrador. Drucker considerava que o administrador do futuro deve ser capaz de: ▪ Administrar por objetivos. ▪ Assumir maiores riscos e por um período mais longo. ▪ Tomar decisões estratégicas. ▪ Formar uma equipe integrada, com membros que tenham a capacidade de administrar e medir seu próprio desempenho e os resultados em relação aos objetivos comuns. ▪ Comunicar informações de forma rápida e clara. ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 31 ▪ Enxergar a empresa como um todo e de integrar sua função nesse contexto total. ▪ Conhecer diversos produtos de diferentes setores. 4.5.1 Os Novos Paradigmas da Sociedade do Conhecimento A era digital e as tecnologias de informações produzem novos modelos de negócios e definem o panorama econômico atual. Desde a popularização da televisão, da telefonia e da fotografia até a democratização do acesso à informação, promovida pela internet, a computação e telecomunicação estão presentes nas atividades humanas diárias. Essa reunião de tecnologias e suas diferentes combinações resultam em ferramentas que ampliam o poder da inteligência individual e coletiva que, somadas à enorme facilidade de armazenamento e acesso a informações, aceleram o ciclo virtuoso de geração de novos conhecimentos. O cenário atual de constante transformações políticas, sociais, tecnológicas e econômicas, obriga os indivíduos e empresas permanecerem em um constante aprendizado, somente possível através do uso das mesmas tecnologias que deram origem a este estado de coisas. Logo, indivíduos, empresas e nações são norteados por novos paradigmas: Agilidade: tudo acontece numa velocidade muito maior, algumas vezes simultaneamente, o que requer uma rapidez na tomada de decisão e de resposta de ação cada vez maiores; Flexibilidade: as organizações não conseguem se manter por muito tempo, pois precisam se adaptar as novas conjunturas e exigência de mercado; Qualidade: o grau de exigência do mercado e dos consumidores aumenta com a possibilidade de comparação entre concorrentes, decorrente de fácil acesso a informação; Produtividade: é imprescindível produzir mais com cada vez menos, devido a competitividade de mercados, consequência da redução das distâncias e do aumento crescimento populacional no mundo. 4.5.2 O papel das Organizações na Nova Economia Para garantir sua permanência no mercado e desenvolvimento, as empresas e organizações adaptam-se a essa nova realidade dinâmica e multidimensional, estabelecendo objetivos que vão além do simples resultado econômico-financeiro e exercendo importantes papéis nos aspectos técnicos, sociais e até políticos da sociedade. Aspecto técnico-científico: A pesquisa e o desenvolvimento científico, antes limitados às grandes instituições de pesquisa e ensino, são patrocinados ou desenvolvidos pelas próprias empresas, pela MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 32 necessidade de conseguir vantagens que lhes tragam competitividade. Aspecto social: A responsabilidade social e ambiental agora tem prioridade nas empresas que desejam permanecer em seus nichos de atuação, pois a consciência socioambiental da população aumentou, e ela não admitiria empresas predadoras, poluidoras e irresponsáveis com o meio ambiente. Aspecto político: A capacidade das organizações e empresas, como agentes de desenvolvimento e de bem-estar de uma comunidade, confere-lhes um destaque político diferenciado, com interferência direta sobre índices econômicos e sociais da comunidade e até mesmo da nação. 4.5.3 Na Prática: como estão as organizações na sociedade do conhecimento As organizações se veem forçadas a rever e reformular seus modelos de negócio em ciclos cada vez menores, devido ao impacto trazido pelas inovações tecnológicas. Agilidade vale mais que o tamanho, a inovação é mais importante que a tradição, antes mais moderno que mais conhecido; a sobrevivência e a existência real só podem ser garantidas pela vigilância e atualização permanente por parte das empresas. Atualmente, possuir informações sobre as variações de mercado e projeções de futuro, e dominar os conhecimentos que asseguram a permanência de seus negócios, determinam sua sobrevivência ou desaparecimento do mercado. A administração moderna estuda e sugere diversos métodos e meios estratégicos para implementar as novas estruturas empresariais. Reengenharia: Surgiu na década de 1980, criada por Michael Hammer, trata-se do uso das tecnologias para a revisão total dos processos da empresa, remodelando-os em vez de apenas automatizá-los, com o objetivo de reestruturar a forma de dirigir os negócios. Em seu livro Reengineering the Corporation, 1993, em parceria com James Champy, sugere uma metodologia de implantação da reengenharia. Houve diversas críticas em relação à suas mudanças tão radicais, especialmente na utilização destas para baixar custos, no enfraquecimento da identidade e no desmantelamento da organização. Apesar disto, a proposta de refazer os processos, foi bem aceita desde que seja realizada de maneira gradual. Downsizing - redimensionando para menor: Este conceito surgiu na área de informática, sugerindo a troca do uso de grandes e caros computadores – mainframes - por redes interconectadas de servidores e ADMINISTRAÇÃO MÓDULO 2 33 microcomputadores, que trariam mais velocidade aos sistemas de informações e baixariam os custos da área. Tal pensamento foi levado e utilizado nas empresas e organizações, sugerindo desmembrar grandes estruturas empresariais, lentas e dispendiosas, em pequenas unidades de negócios, ágeis e baratas, adequada à realidade atual. Benchmarking - pesquisa e avaliação das melhores práticas e produtos: Este conceito foi criado na Xerox, em 1979, consiste na análise e classificação dos sistemas empregados pelos líderes de mercado, com o objetivo de aprimorar e reestruturar o processo produtivo, para assim aumentar sua qualidade e produtividade. A ação da simples cópia ou ainda permuta de experiências positivas, desenvolvendo padrões de excelência, cresce em todos os setores da atividade empresarial, estimulada pelo aumento da competitividade e da exigência dos mercados consumidores. Balanced Scorecard: O Instituto Nolan Norton, em 1990, patrocinou o estudo Measuring Performance in the Organization of Future, preparado por Robert Kaplan e David Norton. A princípio este estudo tratava de um conjunto de medidas de desempenho sólidas, calculadas a partir da medição tradicional de resultados, realizada apenas pelos dados financeiros, que prejudicava a capacidade das empresas de criar valor econômico para o futuro. Kaplan e Norton desenvolveram e sugerem um novo sistema de gestão e controle estratégico, com foco na concentração e exploração de ativos intangíveis, partindo da elaboração de um conjunto de indicadores distribuídos em quatro visões da empresa. São elas: desempenho de mercado, processos internos, resultados econômico-financeiros e aprendizagem e inovação. A princípio elaborado como uma ferramenta de controle, esse sistema foi ampliado e transformado em um sistema de gestão estratégica, já implantado ou em implantação em diversas empresas e organizações ao redor do mundo, orientados pela empresa de consultoria dos dois autores. 4.5.5 Terceirização É um procedimento no qual uma empresa transfere algumas de suas atividades e serviços para terceiros, ficando livre para se dedicar apenas ao que julgar mais importante dentro de seu ramo de atividade. O processo de terceirização consiste em constituir uma relação formal entre a empresa que contrata e a que fornece o serviço ou atividade, com todas as especificação, quantificação e precificação. As atividades terceirizadas podem ser de: Processo secundário ligado às atividades do negócio da empresa - publicidade, venda, distribuição, assistência técnica; MÓDULO 2 ADMINISTRAÇÃO 34 Substituição ou complementação de mão-de-obra direta por mão-de-obra indireta ou temporária, para atender sazonalidades ou processos únicos de prazo determinado - vendas de Natal, grande encomenda única; Processos não ligados à atividade-fim da empresa - segurança e limpeza; Operações de suporte à empresa - gestão de recursos humanos, contabilidade e pesquisas; Serviços especializados - consultorias em marketing, auditorias financeira, assessorias jurídicas, projetos especiais de implantação de novos processos e de novas unidades de negócio. 4.6 Conceito de Decisão A administração é o exercício de organizar racional e ininterruptamente as empresas. E saber tomar decisões é fundamental nesse processo. Tomar decisões é identificar e eleger um melhor caminho para resolver um problema específico ou tirar proveito de uma oportunidade. Em suma, decidir é uma parte essencial do trabalho do administrador. A tomada de decisão é o processo de optar por uma direção entre várias outras para encarar um problema ou oportunidade. Alguns autores diferenciam tomar decisões e resolver problemas. Pois para resolver um problemas pode ser necessário mais de uma tomada de decisão. E as decisões sempre lidam com problemas. Problema é tudo aquilo que está fora do esperado e que impede o alcance dos resultados desejados. Um problema nasce do desvio entre o que percebemos e as nossas expectativas. Muitas vezes, um problema pode tornar-se uma oportunidade a ser aproveitada. A reclamação de clientes sobre atrasos de entregas, por exemplo, pode ser uma oportunidade para reestruturar o processo de produção e melhorar seus serviços. Oportunidade é quando as circunstâncias apresentam uma chance para a organização ir além de seus objetivos estabelecidos. Administradores se deparam com muitos problemas e oportunidades, eles precisam saber diferenciá-los. Normalmente, perceber a existência de um problema é o primeiro passo para se reconhecer à existência de uma oportunidade. Quando falamos em tomada de decisão, especialmente dentro de uma empresa, tendo ou não o lucro como finalidade, devemos considerar o Planejamento Estratégico adotado por esta empresa. O Planejamento Estratégico tem a finalidade de estabelecer os rumos de atuação de uma empresa nas áreas financeira, administrativa, de produção e de marketing, proporcionando, assim, melhores condições de competição no mercado. Logo, uma estratégia financeira apropriada pode trazer à empresa, uma vantagem competitiva, o mesmo valendo para marketing ou produção. Há diversas estratégias competitivas que podem ser implementadas por