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129 d) A primeira Constituição brasileira, estabelecida em 25 de março de 1824, instituiu uma monarquia hereditária no Bra- sil e o catolicismo como religião oficial do novo País, subor- dinando a Igreja ao controle do Estado. e) Instituído pela Constituição outorgada de 1824, o Poder Moderador garantia a D. Pedro I o direito de nomear minis- tros, dissolver a Assembleia Legislativa, controlar as Forças Armadas e nomear os presidentes das províncias, favore- cendo a concentração de poderes no Imperador. 512. (UERN/2014) “Como Imperador Constitucional (...) disse ao povo no dia primeiro de dezembro, em que fui coroado e sagrado, que minha espada defenderia a pá- tria, a nação e a constituição, se fosse digna do Brasil e de mim. Ratifico hoje, mui solenemente perante vós essa promessa, e espero que me ajudeis a desempe- nhá-la, fazendo uma constituição sábia e justa, ade- quada e executável (...)” (Fala de D. Pedro I, em 3 de maio de 1823, citada em Bonavides, P.: Vieira, R. A. A. Textos políticos da história do Brasil. Forataleza; UFCE, s/d. p. 100.) A partir da leitura atenta do texto e tendo em vista a ou- torga da Constituição de 1824, marque a alternativa cor- reta. a) A Constituinte de 1823 perjurou, aos olhos de D. Pedro I, as promessas e designações por ele estabelecidas. b) Essa Constituição (1824) foi a confirmação dos anseios e propostas empreendidas pelo imperador no ano anterior a seus constituintes. c) Ambas as constituições, tendo em vista o objetivo a que se propunham, lograram êxito e contribuíram para a estabi- lidade política do Império. d) A Constituição de 1824, tanto quanto a de 1823 (da Man- dioca) sinalizam o cunho democrático preconizado por D. Pedro I em seu governo. 513. (UEFS BA/2014) — O Imperador abdicou! Aquele grito movimentou a multidão, que fluiu e refluiu como uma enorme onda. Sobre ela viajou a notícia: “Abdicou! Abdicou!” E a massa popular espalhou-se pela cidade. Embriaga- dos de alegria, saíram pelas ruas, sem freios, em busca dos portugueses, dos “colunas”, para castigá-los. O quarteirão português foi invadido, assaltado, esbordo- ado. Com taponas, murros, cacetadas, “os cabras” se vingaram dos “pés-de-chumbo”, desforrando-se da Noite das Garrafadas. Foram à desforra no Rio de Ja- neiro, nas Províncias, no Brasil inteiro. (TAVARES, 1986, p. 26). TAVARES, L. H. D. O fracasso do Imperador: a abdicação de D. Pedro I. São Paulo: Ática, 1986. A alegria popular, referida no texto com a notícia da ab- dicação de Pedro I, em abril de 1831, expressava a) a derrota da nobreza brasileira pelas massas popula- res de orientação anarquista. b) o poder político da Igreja, cuja oposição aos escânda- los da vida pessoal de D. Pedro I sublevara o povo contra o Imperador. c) a aliança política entre os grandes proprietários para derrubar o Imperador, temerosos da abolição da escrava- tura. d) a vitória do partido brasileiro de orientação liberal contra o autoritarismo absolutista do Imperador, apoiado pelo par- tido português. e) a repulsa aos acordos do governo com a Inglaterra que visavam estabelecer a liberdade religiosa para os cultos protestantes no Brasil. 514. (Fac. Santa Marcelina SP/2013) Resulta daí que a Independência se fez por uma simples transferência pa- cífica de poderes da metrópole para o novo governo brasileiro. E na falta de movimentos populares, na falta de participação direta das massas neste processo, o poder é todo absorvido pelas classes superiores da ex- colônia, naturalmente as únicas em contato direto com o regente e sua política. Fez-se a Independência prati- camente à revelia do povo; e se isto lhe poupou sacrifí- cios, também afastou por completo sua participação na nova ordem política. A Independência brasileira é fruto mais de uma classe que da nação tomada em conjunto. (Caio Prado Jr. Evolução política do Brasil: Colônia e Império.) A partir do texto, é correto afirmar que o processo de emancipação do Brasil a) preservou as estruturas oriundas do período colonial. b) trouxe mudanças profundas na organização social. c) foi semelhante ao processo de independência do Haiti. d) seguiu o modelo político e social dos Estados Unidos. e) foi liderado por setores sociais que representavam a classe média. 515. (FGV/2013) A história da construção do Estado bra- sileiro na primeira metade do século XIX foi a história da tensão entre unidade e autonomia. Por outro lado, no interior do Estado, de elites com fortes vínculos com os interesses de sua região de origem e ao mesmo tempo comprometidas com uma determinada política nacional, pautada pela negociação destes interesses e pela manutenção da exclusão social, marcou não ape- nas o século XIX, como também o século XX. Através do parlamento essas elites regionais têm imposto uma determinada dinâmica para o jogo político que se mate- rializa na imensa dificuldade de empreender reformas sociais profundas. Dolhnikoff, Miriam. O pacto imperial. As origens do federalismo no Brasil. São Paulo: Globo, 2005, p. 11-12. De acordo com o ponto de vista apresentado no texto, a) a história brasileira é marcada por práticas de tolerância política acentuadas nas últimas décadas com a redemocra- tização do país. b) o parlamento é a única instituição política imune aos in- teresses e ao controle das elites regionais brasileiras. c) as profundas reformas sociais só foram possíveis graças às transformações políticas ocorridas na primeira metade do século XIX no Brasil. d) a dinâmica política do Estado nacional se constituiu com base em negociações entre as elites regionais e a exclusão social de outros setores. e) as características descritas sobre o Estado revelam a su- premacia do Poder Judiciário sobre o Poder Legislativo na história política brasileira. 130 516. (FM Petrópolis RJ/2019) Considere o texto da his- toriadora Maria de Fátima Gouvêa sobre o período das regências no Brasil (1831-1840). O Ato Adicional de 1834 transformou os Conselhos Ge- rais das Províncias em assembleias legislativas provin- ciais, tendo ainda ampliado o número de representan- tes provinciais reunidos no âmbito do legislativo pro- vincial, ficando essas assembleias encarregadas de au- xiliar os presidentes de província na gestão administra- tiva sob sua jurisdição. GOUVÊA, M. F. O império das pro- víncias. Rio de Janeiro, 1822-1889. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008, p. 19. A medida descrita pelo texto possui, explicitamente, um perfil a) autoritário e absolutista b) federalista e regressista c) descentralizador e progressista d) democrático e socialista e) centralizador e liberal 517. (UFU/2019) “[...] foi o mais notável movimento po- pular do Brasil. O único em que as camadas mais infe- riores da população conseguiram ocupar o poder de toda uma província com certa estabilidade. [...] primeira insurreição popular que passou da simples agitação para uma tomada efetiva de poder.” PRADO JÚNIOR, Caio. Evolução Política do Brasil e outros estudos. São Paulo: Brasiliense, 1975. p. 69. (Adaptado) A citação acima diz respeito à Cabanagem, uma das principais revoltas ocorridas no chamado Período Re- gencial Brasileiro. Acerca desse movimento, é correto afirmar que a) ocorreu na cidade de Salvador, em 1835, com significa- tiva participação de africanos escravizados de origem mu- çulmana. O levante durou menos de 24 horas e foi dura- mente reprimido. Os revoltosos sobreviventes foram mor- tos, presos ou degradados. b) ocorreu no Maranhão entre os anos de 1838 e 1841 e foi liderado por homens pobres (com apoio de escravos, de va- queiros e mesmo de alguns fazendeiros) que enfrentaram grandes proprietários de terra, comerciantes e autoridades políticas. c) ocorreu na província da Bahia entre os anos de 1837 e 1838. Seu objetivo era, dentre outros, a criação de uma re- pública de caráter transitório até que Dom Pedro II alcan- çasse a maioridade. d) ocorreu na provínciado Grão-Pará, entre 1835 e 1840, em decorrência da exploração sofrida pelos trabalhadores submetidos a um regime de trabalho de semiescravidão. Esses foram violentamente reprimidos e aproximadamente 30 mil pessoas morreram assassinadas por tropas imperiais e em incêndios. 518. (ENEM/2019) A Regência iria enfrentar uma série de rebeliões nas províncias, marcadas pela reação das elites locais contra o centralismo monárquico levado a efeito pelos interesses dos setores ligados ao café da Corte, como a Cabanagem, no Pará, a Balaiada, no Ma- ranhão, e a Sabinada, na Bahia. Mas, de todas elas, a Revolução Farroupilha era aquela que mais preocupa- ria, não só pela sua longa duração como pela sua situ- ação fronteiriça da província do Rio Grande, tradicio- nalmente a garantidora dos limites e dos interesses an- tes lusitanos e agora nacionais do Prata. PESAVENTO, S. J. Farrapos com a faca na bota. In: FIGUEIREDO, L. História do Brasil para ocupados. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013. A característica regional que levou uma das revoltas ci- tadas a ser mais preocupante para o governo central era a a) autonomia bélica local. b) coesão ideológica radical. c) liderança política situacionista. d) produção econômica exportadora. e) localização geográfica estratégica. 519. (PUC SP/2018) Considere os fragmentos abaixo. “LEI DE 18 DE AGOSTO DE 1831 Cria as Guardas Nacionais e extingue os corpos de mi- lícias, guardas municipais e ordenanças. [...]” Disponível em: http://www2.camara.leg.br/legin/fed /lei_sn/1824-1899/ lei-37497-18-agosto-1831-56430 publicacaooriginal-88297-pl.html (texto adaptado) “De tão conservadora, e atuante, ela criou uma tradi- ção, estendendo a sua atuação até a Primeira Repú- blica, sobretudo nas áreas rurais do país.” SCHWARCZ, Lilia e STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Cia Das Letras, 2015, p. 24 8 . Assinale a alternativa que situa CORRETAMENTE a cri- ação da Guarda Nacional e as razões de sua permanên- cia até a Primeira República. a) Em meio às disputas entre Moderados, Exaltados e Res- tauradores no Rio de Janeiro pelo governo central da Re- gência, e da ocorrência de revoltas nas províncias, a Guarda Nacional foi constituída pelas elites locais como força repressiva confiável, tornando-se uma das bases do poder local até a chamada República Oligárquica. b) Para garantir a ordem e conter as revoltas dos Restaura- dores partidários do retorno de D. Pedro I, a Guarda Nacio- nal foi constituída para enfrentar as Guardas Municipais for- madas por portugueses aliados aos proprietários rurais, o que garantiu um instrumento de repressão eficiente até a Primeira República. c) Com o objetivo de substituir as Ordenanças de origem portuguesa, responsáveis pela guarda pessoal do impera- dor, a Guarda Nacional foi criada de acordo com o modelo francês das milícias de cidadãos, e eram forças responsá- veis por proteger pessoalmente os regentes e, posterior- mente, os presidentes da República. d) De acordo com os interesses dos Moderados, Exaltados e Restauradores, aliados durante todo o Período Regencial para garantir a unidade territorial do país, a Guarda Nacio- nal foi criada para apoiar o Exército na tarefa de garantir a segurança das fronteiras, o que explica a sua atuação du- rante a República da Espada. 131 520. (USF SP/2018) A carta de despedida de D. Pedro I é um dos documentos que assinalam o triunfo do Par- tido Brasileiro sobre o Partido Português e a passagem do Primeiro Reinado ao Período Regencial. Em 1834, foi promulgado um Ato Adicional à Constituição, que ten- tava conciliar os interesses das facções políticas. Esse período conturbado de nossa história, caracterizado por lutas entre restauradores, exaltados e moderados, assim como pelas rebeliões provinciais que colocaram em risco a integridade territorial e política do país, en- cerrou-se em 1840, com o golpe da maioridade e o início do Segundo Reinado. COSTA, Luís César Amad & MELLO, Leonel Itaussu de Almeida. História do Brasil. São Paulo: Scipione, 2007, p.169. (Adaptado). Ao ler o texto, percebemos que surge, após o Primeiro Reinado, uma nova fase para a história política brasi- leira. Durante essa fase ou período, a) ocorreu a manutenção do Conselho de Estado, órgão que assessorava o imperador no exercício do poder Mode- rador. b) a Revolução Farroupilha, que apresentava caráter sepa- ratista e republicano, foi motivada pelo descontentamento com a política tributária aplicada à província, entre outros fatores. c) o Golpe da Maioridade, desfechado pelo Partido Conser- vador, trouxe harmonia política às próximas quatro déca- das, evitando confrontos ideológicos entre os partidos da época. d) o Brasil experimentou pela primeira vez o sistema parla- mentarista, que ficou conhecido como “parlamentarismo às avessas”, visto que o Primeiro-Ministro tinha poderes redu- zidos. e) foi marcado por grandes conflitos externos, como foi o caso da Guerra do Paraguai, que, ao seu final, elevou o prestígio do exército brasileiro no contexto da política naci- onal. 521. (Fac. Direito de São Bernardo do Campo SP/2018) LEI Nº 4 DE 10 DE JUNHO DE 1835. [...] A Regência Permanente em Nome do Im- perador o Senhor D. Pedro Segundo faz saber a todos os súditos do Império que a Assembleia Geral Legisla- tiva Decretou, e Ela Sancionou a Lei seguinte: Art. 1º Serão punidos com a pena de morte os escravos ou escravas, que matarem por qualquer maneira que seja, propinarem veneno, ferirem gravemente ou fize- rem outra qualquer grave ofensa física a seu senhor, a sua mulher, a descendentes ou ascendentes [...]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil _03/leis/ lim/LIM4.htm - Texto adaptado. O conteúdo dessa lei sugere que o contexto do Período Regencial no Brasil foi marcado por a) uma relativa tranquilidade, sobretudo nas relações entre os senhores e seus escravos, já que as leis garantiam pu- nições severas aos escravos que se insurgissem contra os seus senhores, o que desmobilizava os seus movimentos. b) muitos movimentos de escravos, que questionavam a or- dem por meio de ações individuais violentas, motins orga- nizados e rebeliões armadas, o que levou a classe domi- nante a tornar as punições mais severas. c) uma intensa disputa entre deputados abolicionistas e es- cravistas, resultando em leis ora mais severas, ora mais brandas em relação aos negros escravizados, até a conces- são da liberdade às crianças nascidas de pais escravos. d) muitas ações governamentais de caráter social que bus- cavam salvaguardar a ordem por meio de leis que se diri- giam especificamente às várias categorias de cidadãos na cidade e no campo, incluindo os escravos. 522. (ACAFE SC/2018) “A criação de gado se generali- zou, na região, assim como a transformação da carne bovina em charque (carne-seca). O charque era um pro- duto vital...” Fonte: FAUSTO, Boris. História do Brasil. 5ª. Edição. São Paulo: Ed- itora da Universidade de São Pau- lo, 1997. Página 168. Pode-se afirmar que as questões envolvendo o charque resultaram num conflito ocorrido no período regencial que chegou até o início do Segundo Reinado no Brasil. Nesse sentido, é correto afirmar: a) As questões envolvendo o charque foi um dos motivos da Guerra dos Farrapos, iniciada no Rio Grande do Sul. b) Esse conflito ocorreu na região mineradora, entre os pro- dutores nordestinos e gaúchos, e ficou conhecido como Guerra dos Emboabas. c) A produção de charque em Mato Grosso, área de intensa pecuária no Segundo Reinado, ocasionou um conflito entre produtores locais e estancieiros oriundos do Rio Grande do Sul. A solução foi a divisão de Mato Grosso, criando-se o estado de Mato Grosso do Sul. d) Após este conflito, o Imperador D. Pedro II autorizou a importação de charque do Uruguai e da Argentina, já que as charqueadas da região sudeste foram extintas. O char- que platino entrava no Brasilcom baixas taxas alfandegá- rias. 523. (UniCESUMAR PR/2018) Considere o texto abaixo. As principais determinações do Ato Adicional que per- mitiram a aplicação da expressão “experiência republi- cana” foram as que estabeleciam a criação de uma Re- gência Una, cujo titular deveria ser escolhido por meio de eleições diretas para um mandato de quatro anos, e a que extinguiu o Conselho de Estado. Além delas, ou- tra determinação aproximava-se dos dispositivos da Constituição norte-americana. Era a que criava as As- sembleias Legislativas Provinciais. (In: TEIXEIRA, Francisco M. P. Brasil, História e Sociedade. São Paulo: Ática, 2001, p. 33) Com base no texto, é correto afirmar que o Ato Adicio- nal, ao conceder autonomia administrativa e legislativa às províncias, a) estabelecia um sistema de organização do poder formal- mente semelhante ao da federação existente nos Estados Unidos. b) ampliava as liberdades civis e o direito à grande proprie- dade da terra a todo cidadão assim como nos Estados Uni- dos. c) limitava as funções das Assembleias Legislativas Provin- ciais nos âmbitos político e judiciário, como nos Estados Unidos.