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Juliane Farah Arnone
LIBRAS E EDUCAÇÃO 
INCLUSIVA
E-book 1
Neste E-Book:
INTRODUÇÃO ����������������������������������������������������������� 3
EDUCAÇÃO INCLUSIVA: CONTEXTO 
HISTÓRICO E MARCOS LEGAIS ��������������������������� 5
Mundo Pós Segunda Guerra Mundial ��������������������������������������5
A Declaração Universal dos Direitos Humanos ��������������������11
As conferências internacionais sobre Educação para 
todos ����������������������������������������������������������������������������������������17
Desdobramento de leis e políticas públicas acerca da 
Educação Inclusiva no Brasil ��������������������������������������������������25
ASPECTOS FILOSÓFICOS E SOCIAS DA 
EDUCAÇÃO INCLUSIVA ��������������������������������������� 32
Direitos Humanos e Diversidade ��������������������������������������������32
Exclusão x Inclusão ����������������������������������������������������������������38
Educação Inclusiva �����������������������������������������������������������������42
CONSIDERAÇÕES FINAIS �����������������������������������45
SÍNTESE ��������������������������������������������������������������������46
2
INTRODUÇÃO
Você está começando mais uma disciplina do curso� 
No Tópico I: Educação Inclusiva: Contexto Histórico 
e marcos legais você conhecerá o contexto histórico 
de surgimento da perspectiva inclusiva na educação 
e seus marcos legais internacionais e nacionais�
Em Educação Inclusiva: Contextos Histórico e mar-
cos legais, você se aprofundará sobre o contexto 
histórico em que se reafirma a luta social por direitos 
humanos comuns a todos os indivíduos� Conhecerá 
como aconteceu o surgimento da Organização das 
Nações Unidas e qual o objetivo da Carta das Nações 
e como surge a Declaração Universal dos Direitos 
Humanos, a qual será aprofundada no segundo tó-
pico deste módulo, intitulado A Declaração Universal 
dos Direitos Humanos�
Tem-se como um dos direitos universais o da edu-
cação, e assim, com As Conferências internacio-
nais sobre educação para todos, você conhecerá 
os principais eventos internacionais e os documen-
tos resultantes desses eventos que versam sobre 
a educação como direito de todos, preconizando o 
surgimento do movimento da Educação Inclusiva e 
do Desdobramento de leis e políticas públicas acerca 
da Educação Inclusiva no Brasil, você se aprofundará 
nas legislações e políticas públicas brasileiras rela-
cionadas à garantia de educação para todos�
3
No tópico II. ASPECTOS FILOSÓFICOS E SOCIAS 
DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA em Direitos Humanos e 
Diversidade, serão abordados esses dois conceitos, 
os quais são importantes para a discussão sobre a 
Educação Inclusiva� Você conhecerá o histórico do 
conceito de direitos humanos e qual sua relação com 
o conceito de diversidade�
Já, em Exclusão x Inclusão, você se aprofundará 
sobre aspectos relacionados à exclusão social, quais 
seus tipos e como ela se caracterizou e se caracteri-
za na sociedade� Em contrapartida, você conhecerá 
o conceito de inclusão, o qual vai de encontro ao 
conceito de exclusão� E em Inclusão Social, você se 
aprofundará sobre as questões de inclusão de grupos 
historicamente excluídos e entender as principais 
ideias e momentos históricos até a concepção do 
movimento de inclusão�
E, por fim, todos esses conceitos e questões discu-
tidos serão relacionados entre si e com o campo 
educacional� Assim, você se aprofundará sobre a 
Educação Inclusiva, seus principais conceitos e seus 
princípios, realizando uma reflexão acerca da inclu-
são no campo educacional�
Bons estudos!
4
EDUCAÇÃO INCLUSIVA: 
CONTEXTO HISTÓRICO E 
MARCOS LEGAIS
Mundo Pós Segunda Guerra Mundial
Neste tópico você se aprofundará sobre o contexto 
histórico no qual surgem os debates internacionais 
sobre o movimento de defesa dos direitos humanos, 
ocorrido logo após o término da Segunda Guerra 
Mundial�
A Segunda Guerra Mundial foi um dos conflitos arma-
dos mais sangrentos do mundo� Estima-se que cerca 
de 50 milhões de pessoas foram mortas durante a 
guerra. A guerra trouxe enorme prejuízo financeiro 
para os países europeus, já países como Canadá e 
Estados Unidos tiveram grande ganho econômico 
durante o período com a expansão de parque indus-
trial e também da venda de aviões e navios�
A partir de diversas alianças e diálogos acerca da 
situação política e econômica mundial durante a 
guerra, e após o enfraquecimento dos países mem-
bros do Eixo (Alemanha, Japão e Itália) pela derrota 
em diferentes batalhas, a Segunda Guerra Mundial 
chega ao fim em 1945.
5
SAIBA MAIS
Para saber mais sobre a Segunda Guerra Mundial 
e a situação política e econômica do mundo pós 
segunda guerra, leia o texto deste link� Acesso em: 
07 out. 2019.
No mesmo ano de término da Segunda Guerra, come-
ça a existir oficialmente a Organização das Nações 
Unidas (ONU). Mas por que “oficialmente”?
Anos antes, durante a Segunda Guerra Mundial, em 
1942, representantes de 26 países decidiram apoiar 
a Declaração das Nações Unidas, com o objetivo de 
acabar com o conflito mundial. A partir daí, em 1945, 
foi elaborada e assinada a Carta das Nações Unidas, 
a qual foi ratificada em 24 de junho de 1945 por paí-
ses como a China, os Estados Unidos, a França, o 
Reino Unido e a ex-União Soviética e por todos os 
países signatários, incluindo o Brasil (ONU)�
A partir da ratificação da carta, surge oficialmente a 
Organização das Nações Unidas, a qual tem como 
estrutura central os Estados Unidos, na cidade de 
Nova York� Mas também possui sedes em outros 
países, como na Suíça e Quênia, e escritórios espa-
lhados por grande parte do mundo�
A Carta das Nações Unidas foi elaborada e assi-
nada por representantes de 50 países durante a 
Conferência das Nações Unidas sobre Organização 
Internacional em São Francisco, Estados Unidos� No 
seu preâmbulo encontra-se as seguintes palavras:
6
https://www.infoenem.com.br/o-mundo-pos-segunda-guerra-mundial-guerra-fria/
Nós, os povos das nações unidas, resolvidos a preser-
var as gerações vindouras do flagelo da guerra, que por 
duas vezes, no espaço da nossa vida, trouxe sofrimen-
tos indizíveis à humanidade, e a reafirmar a fé nos direi-
tos fundamentais do homem, na dignidade e no valor do 
ser humano, na igualdade de direito dos homens e das 
mulheres, assim como das nações grandes e peque-
nas, e a estabelecer condições sob as quais a justiça 
e o respeito às obrigações decorrentes de tratados e 
de outras fontes do direito internacional possam ser 
mantidos, e a promover o progresso social e melhores 
condições de vida dentro de uma liberdade ampla. E 
para tais fins, praticar a tolerância e viver em paz, uns 
com os outros, como bons vizinhos, e unir as nossas 
forças para manter a paz e a segurança internacionais, 
e a garantir, pela aceitação de princípios e a instituição 
dos métodos, que a força armada não será usada a não 
ser no interesse comum, a empregar um mecanismo 
internacional para promover o progresso econômico e 
social de todos os povos. Resolvemos conjugar nossos 
esforços para a consecução desses objetivos. Em vista 
disso, nossos respectivos Governos, por intermédio de 
representantes reunidos na cidade de São Francisco, 
depois de exibirem seus plenos poderes, que foram 
achados em boa e devida forma, concordaram com 
a presente Carta das Nações Unidas e estabelecem, 
por meio dela, uma organização internacional que será 
conhecida pelo nome de Nações Unidas. (ONU, 1945a).
A Carta teve como objetivo principal oficializar a cria-
ção da ONU e reafirmar os compromissos dos países 
signatários com a paz e a tolerância� Foi inspirada 
nas Quatro Liberdades adotadas pelos países aliados 
durante a guerra: liberdade de livre expressão, de 
religião, liberdade por necessidades e de viver livre 
7
do medo. Além disso, reafirmou a importância dos 
direitos humanos e da garantia destes a qualquer 
pessoa, sem distinção de cor, sexo, língua ou religião�
A ONU é uma organização que tem como objetivo 
manter a paz e a segurança mundial, desenvolverrelações amistosas entre as nações, realizar coope-
rações internacionais para buscar resoluções para 
problemas econômicos, sociais, culturais e huma-
nitários, além de ser um centro organizador desses 
objetivos comuns�
Segundo a Comissão de Direitos Humanos da USP 
(2019), a ONU segue os seguintes princípios:
 ● A Organização se baseia no princípio da igualdade 
soberana de todos os seus membros�
 ● Todos os membros se obrigam a cumprir de boa-
-fé os compromissos da Carta�
 ● Todos deverão resolver suas controvérsias in-
ternacionais por meios pacíficos, de modo que não 
sejam ameaçadas a paz, a segurança e a justiça 
internacionais�
 ● Todos deverão abster-se em suas relações inter-
nacionais de recorrer à ameaça ou ao emprego da 
força contra outros Estados�
 ● Todos deverão dar assistência às Nações Unidas 
em qualquer medida que a Organização tomar em 
conformidade com os preceitos da Carta, abstendo-
-se de prestar auxílio a qualquer Estado contra o qual 
as Nações Unidas agirem de modo preventivo ou 
coercitivo�
8
 ● Cabe às Nações Unidas fazer com que os Estados 
que não são membros da Organização ajam de 
acordo com esses princípios em tudo quanto for 
necessário à manutenção da paz e da segurança 
internacionais�
 ● Nenhum preceito da Carta autoriza as Nações 
Unidas a intervir em assuntos que são essencial-
mente da alçada nacional de cada país�
Anualmente, a ONU realiza dezenas de reuniões, con-
ferências e encontro sobre diversos assuntos de 
interesse dos países membros, como direitos huma-
nos, desenvolvimento sustentável e meio ambiente� 
Nesses eventos, são lançados diferentes documen-
tos e relatórios sobre os compromissos firmados 
pelos países, e são definidos também prazos para 
seu cumprimento�
A Carta da ONU foi um documento que, ao longo da 
história, passou por diversas transformações, mas 
acabou não sendo suficiente na definição dos direitos 
humanos� A notoriedade pública dos crimes bárbaros 
realizados pelos nazistas na Alemanha durante a 
Segunda Guerra Mundial fez com que a comunidade 
mundial entrasse em consenso sobre a necessidade 
de uma declaração que especificasse os direitos 
fundamentais e que tivesse um caráter universal�
Foi assim que em uma Conferência específica surgiu 
a Declaração Universal dos Direitos Humanos�
9
Essa não seria a primeira declaração que elenca os 
principais direitos individuais� O documento reco-
nhecido como o primeiro registro de uma declaração 
de direitos humanos foi o Cilindro de Ciro, escrito 
na Pérsia por volta de 539 a.C. (MARTINS; ARAÚJO, 
2019).
Figura 1: O Cilindro de Ciro - British Museum em Londres� 
Fonte: www.economist.com�
Além do Cilindro de Ciro, pode-se citar também a 
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, 
criada na França, e a Carta de Direitos dos Estados 
Unidos, ambas criadas em 1789.
Acesse o Podcast 1 em Módulos
Estudante, observe que a questão dos direitos huma-
nos aparece em diferentes momentos da história da 
humanidade. Pode-se afirmar que a declaração mais 
importante desse tipo, atualmente, é a Declaração 
Universal dos Direitos Humanos, a qual será aborda-
da no próximo tópico�
10
https://www.economist.com/sites/default/files/imagecache/640-width/images/2013/04/blogs/economist-explains/cyrus_cylinder.jpg
A Declaração Universal 
dos Direitos Humanos
Como já citado anteriormente, a Declaração Universal 
dos Direitos Humanos não foi a primeira do tipo� 
Mas, atualmente, é considerada a mais importante 
declaração sobre os direitos dos cidadãos�
Segundo Lourenço (2010), a Declaração “visa um 
trabalho permanente pela manutenção da paz entre 
as nações e a criação de um novo tipo de socieda-
de, que seja informada por valores éticos e tenha 
como principais metas a proteção e a promoção da 
pessoa humana”.
Nesse sentido, ela estabelece objetivos comuns entre 
os países e serve como base para a criação de leis 
e políticas públicas pautadas nos direitos humanos�
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi 
aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU) 
em assembleia geral realizada no ano de 1948. Em 
seu preâmbulo encontra-se o seu objetivo descrito 
da seguinte forma:
A presente Declaração Universal dos Direitos Humanos 
como o ideal comum a ser atingido por todos os povos 
e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo 
e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente 
esta Declaração, se esforce, através do ensino e da 
educação, por promover o respeito a esses direitos e 
liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de 
caráter nacional e internacional, por assegurar o seu 
reconhecimento e a sua observância universal e efetiva, 
11
tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, 
quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição. 
(ONU, 1945b)
Portanto, a Declaração estabelece, pela primeira 
vez, a proteção universal dos direitos humanos e 
teve como objetivo firmar um pacto entre as nações 
membros no desenvolvimento por meio da educa-
ção, do respeito aos direitos e liberdade expressos 
no documento�
O documento é composto por 30 artigos, os quais 
discorrem sobre os direitos básicos e fundamentais 
para que cada indivíduo tenha uma vida digna e com 
qualidade�
Esses direitos fundamentais devem ser garantidos 
por meio de legislações e políticas públicas estatais 
a todos os cidadãos dos países, independentemente 
de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política, 
orientação sexual ou qualquer distinção de outra 
natureza�
Alguns direitos fundamentais destacados na 
Declaração são (ONU, 1945b):
 ● direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal;
 ● direito de ser, o qual está relacionado ao reconhe-
cimento como pessoa perante a lei;
 ● direito à liberdade de locomoção e residência;
 ● direito à uma nacionalidade;
 ● direito à propriedade;
 ● direito à liberdade de pensamento, consciência 
e religião;
12
 ● direito à liberdade de opinião e expressão;
 ● direito à liberdade de reunião e associação com 
seus pares;
 ● direito ao voto e a decidir quais serão seus repre-
sentantes governamentais;
 ● direito à segurança social;
 ● direito ao trabalho, à remuneração justa e satisfa-
tória e a organizar e fazer parte de sindicatos;
 ● direito a repouso e lazer;
 ● direito a um padrão de vida, de saúde e de 
bem-estar;
 ● direito à educação gratuita e elementar obrigatória�
 ● Além dos direitos fundamentais, a Declaração 
destaca em um artigo específico, o 29º, que “toda 
pessoa tem deveres para com a comunidade, em 
que o livre e pleno desenvolvimento de sua perso-
nalidade é possível”. Ou seja, toda a pessoa tem o 
compromisso com a comunidade em que vive e na 
qual seus direitos básicos estão garantidos�
SAIBA MAIS
Para conhecer o texto completo da Declaração 
Universal dos Direitos Humanos acesse este link�
A Declaração não tem obrigatoriedade legal, mas 
então como os Estados podem garantir o respeito 
aos direitos humanos?
13
 https://www.ohchr.org/EN/UDHR/Pages/Language.aspx?LangID=por
Para um documento ter valor legal internacionalmen-
te, é necessário realizar um tratado entre os países� 
Segundo a ONU (2019), um tratado é:
[...] um acordo entre os Estados, que se comprometem 
com regras específicas. Tratados internacionais têm 
diferentes designações, como pactos, cartas, protoco-
los, convenções e acordos. Um tratado é legalmente 
vinculativo para os Estados que tenham consentido em 
se comprometer com as disposições do tratado – em 
outras palavras, que são parte do tratado.
Assim, a Declaração serviu de base para dois impor-
tantes tratados, a nível de normas internacionais, que 
tem valor legal e são obrigatórios para os Estados 
que os assinaram: o Pacto Internacional dos Direitos 
Civis e Políticos e o Pacto Internacional sobre os 
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais� Esses dois 
documentos visam garantir o direito à autodetermi-
nação e os direitos à saúde, à educação, ao trabalho 
e a um padrão de vida adequado�
Ambos foram criados e assinados mundialmente 
na AssembleiaGeral das Nações Unidas de 1966.
SAIBA MAIS
Para conhecer os pactos realizados, os quais tive-
ram como base a Declaração Universal dos Direitos 
Humanos, acesse os seguintes links:
– Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos;
– Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, 
Sociais e Culturais�
14
http://www.cne.pt/content/onu-pacto-internacional-sobre-os-direitos-civis-e-politicos
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d0591.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d0591.htm
Estudante, você já deve ter ouvido falar sobre direi-
tos humanos e em como esse assunto é polêmico� 
Diferentes opiniões são travadas acerca, principal-
mente, de quem “merece” ou não ter seus direitos 
garantidos�
É comum ouvir a frase “direitos humanos para hu-
manos direitos”. Ela costuma ser proferida por pes-
soas que não concordam com a garantia de direitos 
básicos às pessoas que, por alguma questão, fujam 
das normas de comportamento observadas na so-
ciedade, as quais sejam consideradas “corretas”.
Mas a questão dos direitos humanos e todo o mo-
vimento social que é gerado a partir da Declaração 
Universal dos Direitos Humanos não pode ser levada 
por meio de julgamento de valor�
É importante salientar que no artigo 29 da Declaração 
fica claro que os direitos e liberdades descritos na 
Declaração não podem ser exercidos contrariamente 
aos propósitos e princípios das Nações Unidas�
Nesse sentido, não se pode justificar a violência e o 
preconceito a uma pessoa ou a um grupo de pessoas 
por ser a liberdade de pensamento e expressão um 
direito fundamental do cidadão�
Como já destacado, os direitos humanos são ca-
racterizados como históricos, ou seja, durante toda 
a história da humanidade eles foram considerados 
e registrados� Por conta dessa característica, esses 
direitos passaram por diversas transformações e 
ampliações ao longo da história da humanidade�
15
Desde a criação da Declaração Universal dos Direitos 
Humanos, as ideias expressas passam por transfor-
mações e estão sendo ampliadas e completadas 
por meio de novos tratados, convenções, cartas e 
declarações regionais ou universais� Como o Pacto 
internacional de direitos econômicos, sociais e cul-
turais (1966) citado anteriormente.
Todo esse conjunto de documentos, declarações e 
tratados é que tem fundamentado as políticas pú-
blicas e movimentos sociais para a promoção e ga-
rantia dos direitos humanos�
Nesse sentido, observa-se uma via de mão dupla na 
garantia desses direitos: a sociedade civil organizada 
cobra os governantes para garantia desses direitos e, 
assim, são criadas políticas públicas, por exemplo, a 
lei de cotas para pessoas com deficiência, indígenas, 
negros, entre outros. Essas são ações afirmativas, 
as quais são:
[...] políticas focais que alocam recursos em benefício 
de pessoas pertencentes a grupos discriminados e viti-
mados pela exclusão socioeconômica no passado ou 
no presente. Trata-se de medidas que têm como objeti-
vo combater discriminações étnicas, raciais, religiosas, 
de gênero ou de casta, aumentando a participação de 
minorias no processo político, no acesso à educação, 
saúde, emprego, bens materiais, redes de proteção 
social e/ou no reconhecimento cultural. (GEMAA)
Destaca-se aqui a questão do direito ao acesso e 
a permanência à uma educação pública de quali-
dade para todas as pessoas� É nesse sentido que 
16
a Educação Inclusiva se fundamenta, assim como 
garantia do direito básico à educação�
Entretanto, foi apenas no final do século 20 que a 
necessidade de universalização da educação bá-
sica foi colocada como prioridade nas discussões 
internacionais�
As conferências internacionais 
sobre Educação para todos
No final do século 20, com o avanço das discus-
sões relacionadas à direitos humanos e sua garantia, 
iniciou-se um movimento de preocupação com a 
questão da educação� A partir desse momento, ela 
torna-se prioridade nas discussões internacionais 
promovidas pela Organização das Nações Unidas 
para a Educação, a Ciência e a Cidadania (UNESCO)�
A UNESCO foi criada em 1945, juntamente com o 
surgimento da ONU� Ela se caracteriza como uma 
agência da ONU e promove encontros e discussões 
em áreas específicas de conhecimento, as quais são 
Educação, Ciências Naturais, Ciências Humanas e 
Sociais, Cultura, Comunicação e Informação� O traba-
lho de cada área é norteado por objetivos específicos, 
mas aqui o interesse maior é sobre o de Educação:
No setor de Educação, a principal diretriz da UNESCO 
é auxiliar os países membros a atingir as metas de 
Educação para Todos, promovendo o acesso e a qua-
lidade da educação em todos os níveis e modalidades, 
incluindo a educação de jovens e adultos. Para isso, a 
Organização desenvolve ações direcionadas ao forta-
17
lecimento das capacidades nacionais, além de prover 
acompanhamento técnico e apoio à implementação de 
políticas nacionais de educação, tendo sempre como 
foco a relevância da educação como valor estratégico 
para o desenvolvimento social e econômico dos países. 
(UNESCO)
Estudante, observe que pelo objetivo da UNESCO 
essa área de conhecimento é importante para com-
preender a fundamentação da Educação Inclusiva�
SAIBA MAIS
Para conhecer os objetivos das outras áreas de 
atuação da UNESCO, acesse este link� Acesso em: 
07 out. 2019.
Na Conferência Mundial sobre Educação para Todos, 
acontecida em 1990, em Jomtien, Tailândia, foram 
estabelecidas as metas para o acesso e permanência 
de todos à uma educação pública de qualidade� Essa 
Conferência teve como objetivo “satisfazer às neces-
sidades educativas fundamentais de todos (crianças, 
jovens e adultos) e eliminar a séria degradação do 
serviço de educação observada mundialmente. ” 
(BRASIL, 2000, p� 18)�
Nesse sentido, foram debatidos e aprovados os 
seguintes documentos: Declaração Mundial de 
Educação para todos e o Plano de Ação�
Na Declaração Mundial de Educação para todos 
reafirma-se o compromisso dos países membros 
18
https://nacoesunidas.org/agencia/unesco/
da ONU com a garantia dos direitos humanos bá-
sicos estabelecidos na Declaração Universal dos 
Direitos Humanos� Entretanto, destaca-se que, ape-
sar da educação ser um direito básico defendido na 
Declaração Universal, as realidades dos países nessa 
área, quarenta anos depois, ainda são precarizadas�
Dessa maneira, a Declaração Mundial de Educação 
para Todos estabelece os seguintes objetivos 
(UNESCO, 1990):
 ● Satisfazer as necessidades básicas de aprendi-
zagem de cada pessoa;
 ● Universalizar o acesso à educação e promover a 
equidade, assegurando o acesso de crianças, jovens 
e adultos a ela;
 ● Reduzir o analfabetismo até 2015;
 ● Focar na aprendizagem de qualidade;
 ● Garantir igualdade de acesso à educação as pes-
soas com deficiência;
 ● Garantir que não haja discriminação de qualquer 
tipo na educação�
A partir desses objetivos estabeleceu-se o Plano de 
Ação que enfoca nos princípios e nas ações a nível 
nacional, regional e mundial para satisfação das ne-
cessidades básicas de aprendizagem�
Estudante, mais uma vez percebe-se nos objetivos 
dessa declaração os princípios da inclusão na edu-
cação� Nesse sentido, a Conferência Mundial sobre 
Educação para Todos é um dos marcos principais 
da Educação Inclusiva�
19
A partir dessa Conferência e das discussões que 
foram suscitadas durante os encontros e reuniões, 
ao longo da década de 1990, outras Conferências e 
reuniões foram realizadas no sentido de discutir es-
pecificamente os direitos de inclusão e aprendizagem 
dos grupos historicamente excluídos da educação 
básica de qualidade�
Alguns exemplos dessas Conferências são:
 ● Cúpula Mundial para a Infância, realizada em 1990 
em Nova York, Estados Unidos;
 ● Conferência Mundial de Direitos Humanos, reali-
zada em 1993 em Viena, Áustria;
 ● Conferência Mundial de Educação Especial, reali-
zada em 1994 em Salamanca, Espanha;
 ● 4ª Conferência Mundial da Mulher, realizada em 
1995 em Pequim, China;
 ● 5ª ConferênciaInternacional de Educação de 
Adultos, realizada em 1997 em Hamburgo, Alemanha.
Dentre esses eventos, temos a Conferência Mundial 
de Educação Especial como marco de uma educação 
mais inclusiva e que representa um importante avan-
ço na garantia do direito à educação básica de quali-
dade, especificamente às pessoas com deficiência.
 Essa Conferência foi realizada pela ONU e também 
teve apoio da UNESCO, e nela foi elaborada e apro-
vada a Declaração de Salamanca: sobre princípios, 
políticas e práticas na área das necessidades educa-
tivas especiais� Esse documento é considerado outro 
20
importante marco para as políticas internacionais 
de inclusão social e tem consolidado a educação 
inclusiva nos países�
Além de reafirmar o compromisso dos países com a 
Educação para Todos, na Declaração de Salamanca 
encontramos a Estrutura de Ação em Educação 
Especial, que tem como objetivo:
[...] informar sobre políticas e guias ações governa-
mentais, de organizações internacionais ou agências 
nacionais de auxílio, organizações não governamentais 
e outras instituições na implementação da Declaração 
de Salamanca sobre princípios, Política e prática em 
Educação Especial. (UNESCO, 1994, p. 3)
Nela se encontram orientações para repensar a 
Educação Especial a nível nacional, regional e inter-
nacional� Além disso, encontra-se a discussão de 
questões políticas e de organização da Educação 
Especial, e também questões relativas à escola, aos 
educadores, áreas prioritárias, entre outras�
A Declaração de Salamanca reafirma que toda a 
criança possui características, interesses, habilida-
des e necessidades de aprendizagem específicas, 
ou seja, leva em consideração a diversidade de indi-
víduos que são encontrados nas salas de aula�
Além disso, a Declaração proclama que escolas re-
gulares que têm como orientação a inclusão cons-
tituem-se como “[���] mais eficazes de combater 
atitudes discriminatórias criando-se comunidades 
acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva 
21
e alcançando educação para todos [...]” (UNESCO, 
1994, p. 1).
Outra contribuição importante da Declaração foi no 
sentido de não limitar a questão da inclusão edu-
cacional como sinônimo de Educação Especial� Ela 
afirma que a escola deve:
[...] acomodar todas as crianças independentemente de 
suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocio-
nais, linguísticas ou outras. [...] Tais condições geram 
uma variedade de diferentes desafios aos sistemas 
escolares. [...] o termo “necessidades educacionais 
especiais” refere-se a todas aquelas crianças ou jovens 
cujas necessidades educacionais especiais se originam 
em função de deficiências ou dificuldades de aprendi-
zagem. Muitas crianças experimentam dificuldades 
de aprendizagem e portanto possuem necessidades 
educacionais especiais em algum ponto durante a sua 
escolarização. [...] Existe um consenso emergente de 
que crianças e jovens com necessidades educacionais 
especiais devam ser incluídas em arranjos educacio-
nais feitos para a maioria das crianças. Isto levou ao 
conceito de escola inclusiva.
Portanto, aí se encontram as bases conceituais da 
Educação Inclusiva�
SAIBA MAIS
Para conhecer o texto completo da Declaração 
de Salamanca, acesse este link� Acesso em: 07 
out. 2019.
22
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf
Além desses eventos, já no ano de 2000, aconte-
ceu o Fórum Mundial de Educação, em Dakar, o qual 
originou o documento “O marco de ação de Dakar: 
educação para todos – cumprindo nossos compro-
missos coletivos”. Nesse documento foram firma-
dos compromissos dos governantes com diversos 
objetivos, e estabelecido um prazo – até 2015 – para 
realização deles� Seis metas foram estabelecidas 
(UNESCO, 2001):
 ● expandir e melhorar o cuidado e a educação da 
criança pequena, especialmente para as crianças 
mais vulneráveis e em maior desvantagem;
 ● assegurar que todas as crianças, com ênfase 
especial nas meninas e crianças em circunstâncias 
difíceis, tenham acesso à educação primária, obri-
gatória, gratuita e de boa qualidade até o ano 2015;
 ● assegurar que as necessidades de aprendizagem 
de todos os jovens e adultos sejam atendidas pelo 
acesso equitativo [sic] à aprendizagem apropriada, a 
habilidades para a vida e a programas de formação 
para a cidadania;
 ● alcançar uma melhoria de 50% nos níveis de alfa-
betização de adultos até 2015, especialmente para 
as mulheres, e acesso equitativo [sic] à educação 
básica e continuada para todos os adultos;
 ● eliminar disparidades de gênero na educação pri-
mária e secundária até 2005 e alcançar a igualdade 
de gênero na educação até 2015, com enfoque na 
garantia ao acesso e o desempenho pleno e equi-
tativo [sic] de meninas na educação básica de boa 
qualidade;
23
 ● melhorar todos os aspectos da qualidade da edu-
cação e assegurar excelência para todos, de forma a 
garantir a todos resultados reconhecidos e mensu-
ráveis, especialmente na alfabetização, matemática 
e habilidades essenciais à vida�
E também, no ano de 2001, aconteceu uma reunião 
específica dos ministros de educação dos países da 
América Latina e do Caribe, na qual foi elaborada a 
Declaração de Cochabamba, na qual:
[...] os Ministros da Educação reconhecem que as con-
dições socioeconômicas dos países da América Latina 
e do Caribe afetam de maneira negativa a educação 
e declaram sua preocupação com a não obtenção 
das metas da Educação para Todos nesses países. 
(LOURENÇO, 2010)
Sobre o alcance das metas, em 2015 foi divulgado o 
Relatório de Monitoramento Global de Educação para 
Todos, e nele se confirma que apenas um terço dos 
países alcançou todos os objetivos (UNESCO, 2015)� 
O Brasil alcançou no período estipulado apenas duas 
metas, relacionadas ao alcance da educação primá-
ria universal e alcance da paridade e a igualdade de 
gênero (ESTADÃO CONTEÚDO, 2015).
Na chamada “Agenda 2030”, definida pela ONU em 
2015, dezessete objetivos foram estabelecidos, den-
tre os quais está assegurar a educação inclusiva e 
equitativa e de qualidade, e promover oportunidades 
de aprendizagem ao longo da vida para todas e todos 
(ONU, 2015)�
24
Acesse o Podcast 2 em Módulos
Todos esses eventos tiveram como base a defesa de 
direitos humanos das e a garantia, principalmente, de 
acesso à educação básica de qualidade e de forma 
equitativa. Novos desafios são estabelecidos, em 
um novo contexto social mundial�
Mas, e as políticas públicas em relação à educação 
no Brasil durante esses anos? Esse será o assunto 
do próximo tópico�
Desdobramento de leis e 
políticas públicas acerca da 
Educação Inclusiva no Brasil
O Brasil, como país signatário da ONU, fez parte das 
discussões acerca da importância da educação nos 
diferentes eventos sobre o tema citados no tópico 
anterior� Assim, assumiu o compromisso de criar 
e implementar políticas públicas que garantissem 
o acesso e a permanência à educação para todas 
as pessoas�
Nesse sentido, a partir da década de 1980, intensi-
ficou-se o debate sobre a necessidade de políticas 
públicas para a inclusão na educação realizado por 
diferentes grupos da sociedade civil� Além disso, a 
divulgação de dados alarmantes sobre a educação 
básica pública, nos quais percebia-se um alto nível 
de fracasso, evasão e repetência escolar, e a reivin-
dicação da criação de classes e escolas especiais, 
25
contribuíram para o início da defesa da educação 
para todos nas legislações criadas nesse momento 
(LOURENÇO, 2010)�
Na Constituição Federal (CF) de 1988 foram, então, 
incorporados os princípios da educação inclusiva� 
É defendido que a educação é um direito social e 
institui que é competência comum da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos municípios propor-
cionar meios de acesso à educação (BRASIL, 1988).
SAIBA MAIS
Para ler o texto completo do artigo 205 da 
Constituição Federal de 1988, acesse este link. 
Acesso em: 07 out. 2019.
A partir da CF, são estabelecidas, então, leis impor-
tantes para a mudança do ensino público nopaís� 
Em 1996, foi aprovada a Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional - LDBEN (BRASIL, 1996), por 
meio da qual são estabelecidos os princípios para o 
ensino no Brasil� Destaca-se os seguintes princípios 
relacionados à perspectiva inclusiva:
 ○ igualdade de condições para o acesso e perma-
nência na escola;
 ○ liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar 
a cultura, o pensamento, a arte e o saber;
 ○ pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
 ○ respeito à liberdade e apreço à tolerância;
 ○ garantia de padrão de qualidade;
26
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
 ○ valorização da experiência extra-escolar;
 ○ consideração com a diversidade étnico-racial;
 ○ garantia do direito à educação e à aprendizagem 
ao longo da vida�
Lourenço (2010) destaca que a LDBEN, além de 
reafirmar que a educação escolar é direito de todo 
o cidadão, afirma que os ideais de educação para 
todos são válidos a todos os níveis e modalidades 
de ensino� Ou seja, da educação infantil à educação 
superior, passando pela educação especial, educa-
ção de jovens e adultos e a educação profissional 
e técnica�
Na CF, também é previsto o estabelecimento do 
Plano Nacional de Educação (PNE) para o desen-
volvimento, aplicação e monitoramento das políticas 
públicas em educação� Tem como objetivo apresen-
tar o diagnóstico, as diretrizes político-pedagógicas, 
os objetivos e as metas para o ensino fundamental e 
superior, a educação de jovens e adultos, a educação 
à distância, tecnológica e a educação indígena, além 
da formação de professores, financiamento e gestão 
da educação (LOURENÇO, 2010)�
SAIBA MAIS
Para conhecer o histórico do Plano Nacional de 
Educação brasileira, acesse este link�
Acesso em: 07 out. 2019.
27
https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/ce/plano-nacional-de-educacao/historico#targetText=Nosso%20primeiro%20plano%20nacional%20de,Diretrizes%20e%20Bases%2C%20de%201961.&targetText=Como%20j%C3%A1%20referido%20anteriormente%2C%20em,(PNE)%20%E2%80%93%20Lei%20n
No PNE de 2014, foram estabelecidas 20 metas em 
relação à educação� Nele indica-se estratégias para 
a elevação do nível médio de escolaridade da popu-
lação brasileira, além de objetivar a melhora na quali-
dade do ensino público, a democratização da gestão 
e a redução das desigualdades sociais em relação 
ao acesso e permanência na educação pública�
Outros marcos legais da perspectiva inclusiva na edu-
cação brasileira é a Política Nacional de Educação 
Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, em 
2008, e a Lei Brasileira da Inclusão da Pessoa com 
Deficiência, mais conhecida como o Estatuto da 
Pessoa com Deficiência, em 2015.
A Política Nacional tem como objetivo reafirmar 
o paradigma da Educação Inclusiva e repensa a 
Educação Especial como modalidade de ensino� 
Já o Estatuto tem como objetivo “assegurar e pro-
mover, em condições de igualdade, o exercício dos 
direitos e das liberdades fundamentais por pessoa 
com deficiência, visando à sua inclusão social e ci-
dadania.” (BRASIL, 2015).
Essas legislações foram de grande importância para 
a inclusão da pessoa com deficiência nos sistemas 
de ensino regular e a garantia dos direitos fundamen-
tais a esse público�
Além do Planos Nacionais de Educação, diversas 
políticas públicas, programas educacionais e leis 
foram desenvolvidas nas últimas décadas no Brasil� 
Destacam-se as seguintes:
28
 ● Lei n. 10.639, de 2003, que tornou obrigatória a 
inclusão da história e da cultura afro-brasileira nos 
currículos escolares;
 ● Decreto n. 6.094, de 2007, que criou o Plano de 
Metas Compromisso Todos pela Educação, o qual 
reuniu subsídios, metodologias e instrumentos para 
o desenvolvimento de políticas públicas de médio 
e longo prazo para elevar a qualidade da educação 
básica;
 ● Lei n. 11.465, de 2008, que tornou obrigatório o 
ensino de história e da cultura indígena nos currícu-
los escolares�
Todo esse movimento da Educação Inclusiva, na so-
ciedade civil e nas políticas públicas do país, provoca 
profundas transformações na maneira de pensar 
a educação e a sua função social. Essas reflexões 
permeiam o currículo educacional, a formação do 
professor e, consequentemente, as práticas pedagó-
gicas� Também indicam uma necessidade latente de 
reestruturação física e organizacional dos espaços 
escolares para receber pessoas com deficiência. 
Como Carvalho afirma:
A luta por uma escola para todos só ganha forma quan-
do ela cumprir bem sua função social, que é a de levar 
todas as crianças, com ou sem deficiência, a novas 
aprendizagens e a novos patamares de desenvolvi-
mento, transformando seus modos de agir, pensar e 
sentir. (CARVALHO, 2016, p. 52)
29
O que se pretende com a inclusão educacional? Qual 
a função social da escola em relação à inclusão e à 
valorização da diversidade? Apenas instruir as pes-
soas para o desenvolvimento econômico do país?
Libâneo (2016) traz uma importante reflexão. Além 
de ser dever do Estado garantir o acesso e a per-
manência à uma educação pública de qualidade, 
se faz necessário realizar uma reflexão acerca da 
função social da escola, principalmente aos grupos 
sociais em vulnerabilidade e excluídos do sistema 
educacional�
A escola não deve ter como objetivo a erradicação da 
pobreza e a superação de desigualdades� Não deve, 
também, ser “[���] responsabilizada por uma multi-
plicidade de funções, inclusive o de prover serviços 
sociais [...] convertendo-se num lugar desfigurado, in-
diferenciado, sem identidade.” (LIBÂNEO, 2016, p. 56).
O autor indica que escola com qualidade educativa 
tem que assegurar:
[...] as condições para que todos os alunos se apro-
priem dos saberes produzidos historicamente e, por 
meio deles, alcancem o desenvolvimento cognitivo, 
afetivo e moral. Essa escola requer relações pedagógi-
cas visando à conquista do conhecimento, o desenvol-
vimento das capacidades intelectuais e a formação da 
personalidade pelos alunos, sendo nessa condição que 
pode contribuir para a redução da diferença de níveis 
de escolarização e educação entre os grupos sociais, 
já que a superação das desigualdades sociais guarda 
estreita relação com o acesso ao conhecimento e à 
aprendizagem escolar. (LIBÂNEO, 2016, p. 58)
30
Nesse sentido, é importante observar que a defesa 
da inclusão na educação deve estar relacionada à 
valorização da diversidade e do reconhecimento de 
que ela é importante para a construção de conheci-
mento pelas pessoas�
O acesso ao conhecimento e à educação se confi-
gura como direito humano, ou seja, não deve estar 
atrelado apenas ao ensino de conteúdo mínimo, 
visando o aumento de notas nos sistemas avaliati-
vos nacionais� Assim, a educação tem como papel 
principal oferecer as condições necessárias para 
que as pessoas se desenvolvam enquanto sujeitos 
com pensamento crítico e cientes da importância 
da justiça social�
31
ASPECTOS FILOSÓFICOS 
E SOCIAS DA EDUCAÇÃO 
INCLUSIVA
Direitos Humanos e Diversidade
Estudante, neste tópico, você poderá se aprofundar 
sobre o conceito de Direitos Humanos e em como 
se deu o surgimento desse conceito� Além disso, 
conhecerá o conceito de diversidade e sua relação 
com os Direitos Humanos�
Apesar dos Direitos Humanos serem mais conhe-
cidos e discutidos após a Declaração Universal 
dos Direitos Humanos, esse conceito já existia 
anteriormente�
Para fins de melhor entendimento, a história do con-
ceito de Direitos Humanos é dividida em duas partes: 
“direitos de 1ª geração” e “direitos de 2ª geração” 
(ZAPATER, 2016). É importante ressaltar que essa 
divisão é realizada apenas para fins didáticos, sendo 
necessário manter uma visão não maniqueísta sobre 
a temática�
Os direitos de 1ª geração estão envolvidos com o 
surgimento dos direitos civis e políticos, durante as 
Revoluções Burguesas do final do século 17 e final 
do século 18, as quais são as Revoluções Inglesas 
e a Revolução Americana de declaração de indepen-
dência e a RevoluçãoFrancesa� Todas essas revolu-
ções tinham como objetivo extinguir os privilégios 
32
da nobreza e do clero para promoção dos direitos 
do cidadão (ZAPATER, 2016).
Nas declarações surgidas nesse momento, iniciaram-
-se assim a delimitação dos direitos do cidadão e, 
consequentemente, os deveres do Estado� Zapater 
destaca essa questão demonstrando alguns exem-
plos de direitos e deveres:
[...] ao direito do cidadão à vida corresponde o dever 
do Estado de não matar (e ainda de impedir que outro 
cidadão o faça); ao direito do cidadão de ir e vir corres-
ponde o dever do Estado de não prender arbitrariamen-
te; ao direito à integridade física e psíquica corresponde 
o dever do Estado de não torturar; ao direito ao livre 
pensamento e sua expressão do cidadão corresponde 
o dever do Estado de não o impedir, e assim por diante 
(ZAPATER, 2016, s./p.).
A autora destaca que, a partir dessas Revoluções 
e suas declarações de direitos do cidadão, surgem 
os direitos políticos de decidir qual cidadão deverá 
governar� Assim, surge a possibilidade de todos os 
cidadãos votarem e serem votados “[���] de modo a se 
garantir a soberania popular, essencial à democracia” 
(ZAPATER, 2016, s./p.).
A partir do século 19, começou-se a observar os 
efeitos da Revolução Industrial ocorrida a partir do 
século 18, com o aumento das desigualdades sociais 
entre os trabalhadores e os detentores dos meios de 
produção� Assim, percebeu-se que para garantir o 
acesso aos direitos mínimos era necessária a inter-
venção estatal, ou seja, o Estado precisaria adotar 
33
medidas para que esses direitos fossem usufruídos 
por todos os cidadãos�
Assim, inicia-se, no início do século 20, a organização 
de movimentos sociais que ocorreram em países 
como México, Rússia e na Alemanha e deram ori-
gem a diferentes documentos que versavam sobre 
a garantia dos direitos civis decorrentes de deveres 
de abstenção do Estado, mas também de políticas 
afirmativas do mesmo para garantia desses direitos.
Dessa forma, os direitos de 2ª geração estão envol-
vidos com o surgimento dos direitos econômicos e 
sociais� Sobre isso, Zapater explica:
Os direitos econômicos e sociais são aqueles associa-
dos ao direito à igualdade em sua dimensão material. O 
direito à igualdade funda-se no princípio da isonomia, 
segundo o qual se deve tratar igualmente os iguais e 
desigualmente os desiguais, na medida de suas desi-
gualdades, ou seja: o conteúdo enunciado no princípio 
esclarece que a garantia de igualdade perante a lei é 
insuficiente para assegurar que, na prática, todos os 
indivíduos tenham igual acesso a bens e direitos, sendo 
necessário, desta forma, que o Estado tome medidas 
neste sentido (ZAPATER, 2016, s./p.).
Para melhor entendimento dessa questão, pense no 
seguinte exemplo: uma pessoa que usa cadeira de 
rodas necessita ir até um prédio público para tirar 
sua carteira de identidade� Chegando lá, não conse-
gue acessar o andar responsável por esse serviço, 
pois, por ser um prédio de três andares, não possui 
elevador nem rampa�
34
Assim, o Estado é responsável por garantir que todos 
os prédios tenham acessibilidade para todas as pes-
soas, independentemente de sua condição� Assim, 
cria-se a lei de acessibilidade que obriga a adaptação 
de todos os espaços para que seja garantido o direito 
de ir e vir da pessoa que utiliza a cadeira de rodas 
para locomoção�
Figura 2: Tirinha com o primeiro artigo da Declaração 
Universal dos Direitos Humanos� Fonte: www.upa.unicamp.br.
Estudante, perceba, é fato que todas as pessoas 
são iguais perante a lei, mas existem pessoas que 
possuem necessidades específicas para que seus 
direitos sejam garantidos� Assim, o Estado necessita 
realizar e garantir ações específicas para alcançar 
essa demanda�
Nesse sentido, você pode perceber que os direitos 
humanos de 2ª geração consideram as desigualda-
des sociais geradas pelo discurso de igualdade� As 
pessoas são iguais perante a lei, mas cada um parte 
de uma realidade e de necessidades diferentes�
Essa questão depende de aspectos históricos, cul-
turais e sociais, ou seja, está em constante trans-
formação. Por isso as políticas de ação afirmativas 
35
http://www.upa.unicamp.br/direitos-humanos-armandinho-na-upa
são importantes, no sentido de garantir que grupos 
em vulnerabilidade social tenham seus direitos fun-
damentais garantidos� Nesse sentido, o respeito aos 
direitos humanos está envolvido diretamente com 
o respeito à diversidade, ou seja, às diferenças que 
existem entre as pessoas�
Candau (2012) defende que é necessário a articula-
ção entre os direitos da igualdade e o direito à dife-
rença� Assim, a diversidade se torna, na contempo-
raneidade, um conceito chave para a problemática 
dos direitos humanos�
36
Figura 3: O que é diversidade? Fonte: Imagem de Prawny 
por Pixabay�
A diversidade humana é traduzida em diferenças de 
culturas, raça, classe, sexo, gênero, idade, religião, 
entre outros marcadores sociais� Não se pode negar 
as diferenças existentes entre as pessoas, o que 
pode mudar é como a questão da diferença pode 
ser construída�
37
Exclusão x Inclusão
A partir da Revolução Industrial e com a consolidação 
do capitalismo, e consequentemente o aumento das 
desigualdades sociais, a luta pelos direitos funda-
mentais de movimentos sociais se intensificou.
Nesse sentido, entende-se que apenas declarar os 
direitos fundamentais não garante, na realidade, que 
esses direitos sejam garantidos e oferecidos� Uma 
série de ações e políticas públicas precisam ser ela-
boradas para que isso aconteça�
A exclusão social se caracteriza pela negação, total 
ou parcial, de direitos a determinadas pessoas ou 
grupos sociais� Ela pode estar relacionada a diferen-
tes dimensões, como afirma Popay et al:
A exclusão consiste de processos dinâmicos, multidi-
mensionais produzidos por relações desiguais de poder 
que atuam ao longo de quatro dimensões principais – 
econômica, política, social e cultural –, e em diferentes 
níveis incluindo individual, domiciliar, grupal, comuni-
tário, nacional e global. Resulta em um continuum de 
inclusão/exclusão caracterizado por acessos desiguais 
aos recursos, capacidades e direitos que produzem 
iniquidades [sic] em saúde (POPAY et al., 2008, p. 36).
Dessa forma, você pode perceber que esse é um 
conceito complexo� Questões como a pobreza, que 
antes das discussões sobre desigualdade social esta-
vam relacionadas com argumentos individualizantes, 
agora ampliam seu entendimento para a sociedade 
e seu funcionamento� Portanto, a exclusão social é, 
38
como afirma Zioni (2006), um produto histórico de 
mecanismos sociais�
Podem existir diferentes tipos de exclusão social:
 ● Exclusão Cultural e Étnica: em relação a pessoas 
que têm uma cultura ou uma etnia diferente do grupo 
hegemônico na sociedade;
 ● Exclusão Econômica: relacionada às desigualda-
des socioeconômicas;
 ● Exclusão Etária: relacionada à questão da idade, 
como crianças e idosos;
 ● Exclusão de Gênero: em relação a mulheres ou 
pessoas transexuais;
 ● Exclusão Patológica: em relação às pessoas que 
têm alguma doença física, mental ou imunológica, 
como a AIDS, geralmente ocorre por preconceitos 
com a doença�
A inclusão, então, se faz presente como política pú-
blica para garantir que pessoas que têm, por diversos 
motivos, seus direitos negados, possam ter acesso 
a esses direitos, ter acesso a condições mínimas 
de vida digna�
Antunes afirma que a fase da exclusão:
[...] foi marcada por um intenso movimento de margina-
lização de todos os indivíduos que, seja por questões 
éticas, estéticas ou de produtividade, se distanciava 
daquilo que a sociedade estipulou como o padrão ideal 
de indivíduo. A diversidade humana era encarada como 
algo negativo, primava-se pelo universal em detrimento 
39
do múltiplo. Todo e qualquer tipo de comportamento 
desviante era cruelmente estigmatizado e, consequen-
temente [sic] inferiorizado (ANTUNES, 2008, p. 189).
Nesse sentido, era comum a execuçãode pessoas 
que nasciam com algum tipo de deficiência ou a es-
cravização das pessoas de diferentes etnias�
A inclusão social, em relação à integração, é um pa-
radigma de amplitude maior� Ele não está focado 
apenas na inclusão de pessoas com deficiência, mas 
sim na inclusão de todas as pessoas, independente-
mente de sua condição de existência� Dessa forma, 
a inclusão social contempla:
[...] a equiparação de oportunidades, independente de 
cor, raça, classe social, sexo, deficiência etc. e o respeito 
e aceitação da diferença, afinal, não podemos mais ad-
mitir a existência de uma sociedade homogênea. Hoje, 
só se fala em inclusão porque vivemos numa sociedade 
diversificada, heterogênea, que sente a necessidade 
de romper com os conceitos de padrão e normalidade 
socialmente construídos e de lutar pelo reconhecimento 
da diferença, pois a existência humana deve ser pensa-
da e assumida a partir do que ela tem de mais valioso: 
a sua diversidade. (ANTUNES, 2008, p. 190)
40
Inclusão
Exclusão Segregação Integração
Figura 4: Diferenciação entre exclusão, integração e inclu-
são� Fonte: www.amaedamaria.com�
No Brasil, a inclusão social se caracterizou, principal-
mente, por diversas políticas públicas, como políticas 
afirmativas como cotas e leis que garantem acessi-
bilidade� No campo da educação, esse paradigma é 
bastante discutido, e caracteriza as principais ações 
nesse campo�
SAIBA MAIS
Acesse a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com 
Deficiência, a qual expõe, no capítulo I do título III, 
que trata especificamente sobre acessibilidade, 
além de citar a questão do desenho universal�
41
http://www.amaedamaria.com/integracao-ou-inclusao/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art112
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art112
Segundo a lei n. 10.098, regulamentada no ano 2000, 
define como acessibilidade a:
[...] possibilidade e condição de alcance para utilização, 
com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, 
equipamentos urbanos, edificações, transportes, in-
formação e comunicação, inclusive seus sistemas e 
tecnologias, bem como de outros serviços e instala-
ções abertos ao público, de uso público ou privados de 
uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por 
pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida 
(BRASIL, 2000, s./p.)
Assim, a acessibilidade está relacionada à eliminação 
de barreiras que impeçam a plena participação da 
pessoa com deficiência na sociedade.
Educação Inclusiva
A partir de todas as discussões realizadas nos tópi-
cos anteriores, neste tópico você poderá conhecer 
como os conceitos discutidos se relacionam com a 
luta por uma Educação Inclusiva e seus princípios�
As propostas de escolas inclusivas se fundamentam 
em princípios básicos, alguns dos quais são:
 ● acolher a todos, independente de suas condições 
pessoais, sociais ou culturais;
 ● valorizar as diferenças e as diversidades humanas, 
sendo consideradas no processo de planejamento 
das atividades pedagógicas e entendê-las como um 
recurso valioso no processo de ensino-aprendizagem 
dos estudantes e dos próprios educadores;
42
 ● ter compromisso com o direito de todos os estu-
dantes à educação e a participação de cada um nos 
vários âmbitos da vida escolar;
 ● ter práticas pedagógicas reflexivas e instruções 
diferenciadas, no sentido do professor estar disposto 
a refletir sobre sua prática e repensar sua maneira 
de ensinar, avaliar e organizar sua sala de aula;
 ● promover, no cotidiano escolar, noções de comu-
nidade e colaboração, pois para que a inclusão acon-
teça de forma eficaz é necessário o compromisso de 
todos os profissionais envolvidos nesse processo;
 ● lutar contra toda e qualquer forma de discrimi-
nação e preconceito, valorizando e refletindo sobre 
noções de colaboração e comunidade;
 ● buscar a eliminação de barreiras à aprendizagem, 
tanto físicas quanto atitudinais e culturais por meio 
de práticas reflexivas (DUK, 2006; SILVA, 2010).
As instituições escolares, por muito tempo, reprodu-
ziram práticas sociais excludentes, negando o direito 
à educação a diferentes grupos sociais�
Essa exclusão estava diretamente relacionada a 
preconceitos e a discriminações sociais a certos 
grupos por conta da diferença de raça, etnia, classe, 
gênero, condição física, entre outros� Além disso, 
apresentava uma prática pedagógica tradicional que 
evidenciava apenas a transmissão de conhecimen-
tos, e partia de um currículo homogeneizador, com 
propostas rígidas e inflexíveis (SILVA, 2010).
43
Assumir a diversidade e as diferenças dos estudan-
tes no processo de ensino-aprendizagem implica 
em uma transformação profunda da cultura escolar 
e também das concepções coletivas e individuais�
Apesar dos avanços relacionados à legislação e políti-
cas educacionais, as escolas ainda reproduzem as de-
sigualdades sociais no cotidiano escolar, nas relações 
forjadas nesse cotidiano e nas suas práticas pedagó-
gicas� Ainda existe certa resistência em transformar 
a educação e os processos de ensino-aprendizagem 
para uma educação que inclua e não exclua�
Um dos direitos fundamentais do ser humano, que 
deve ser garantido pelo Estado, é o direito à educa-
ção. Entretanto, não é suficiente apenas declarar 
esse direito�
No Brasil, ele está previsto na Constituição de 1988, 
mas se fez necessário ao longo dos anos o planeja-
mento e execução de políticas públicas que garan-
tissem esse direito, ou seja, o acesso à educação 
pública de qualidade�
44
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estudante,
Nesse e-book, iniciou-se a discussão sobre a 
Educação Inclusiva, mostrando o contexto histórico 
de surgimento das discussões acerca da importância 
da garantia dos direitos humanos e da perspectiva 
inclusiva na educação e seus marcos legais
Estudante, neste módulo você conheceu as políticas 
internacionais que balizaram a construção da polí-
tica pública de educação no Brasil� Também conhe-
ceu os aspectos filosóficos e sociais da Educação 
Inclusiva em relação aos Direitos Humano, conceito 
de Inclusão, exclusão e inclusão social � Esses co-
nhecimentos são importantes para compreender a 
Educação Inclusiva e o contexto do país em relação 
ao desenvolvimento da escola pública brasileira, e 
também para as discussões dos próximos módulos�
Até o próximo módulo!
45
SÍNTESE
• Transformações Educacionais.
• Educação Inclusiva e diversidade;
• Princípios básicos da Educação Inclusiva;
• Educação Inclusiva e direitos humanos.
• Lei Brasileira da Inclusão da Pessoa com Deficiência – 2015;
• Política Nacional de Educação Especial na perspectiva 
da Educação Inclusiva – 2008;
• Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – 1996;
• Plano Nacional de Educação - 2014;
• A Constituição Federal de 1988;
• O compromisso do Brasil com a Educação para Todos.
• Relação entre Direitos Humanos e diversidade;
• Diversidade;
• Direitos Humanos de segunda geração;
• Direitos Humanos de primeira geração;
• Conceito de Direitos Humanos.
• Inclusão;
• Tipos de exclusão social;
• Conceito de exclusão social.
• Acessibilidade;
• Características da Inclusão Social;
• Movimento de Inclusão Social;
• Integração;
• Exclusão.
Educação Inclusiva
Inclusão Social
Exclusão x Inclusão
Direitos Humanos e Diversidade
Desdobramento de leis e políticas públicas acerca 
da Educação Inclusiva no Brasil
As Conferências Internacionais sobre Educação para 
Todos
A Declaração Universal dos Direitos Humanos
O Mundo pós Segunda Guerra Mundial
CONTEXTO HISTÓRICO E
MARCOS LEGAIS
• Surgimento da Declaração Universal dos Direitos Humanos – 1945.
• Princípios da ONU;
• Assinatura da Carta das Nações Unidas;
• Fundação da Organização das Nações Unidas – 1945;
• A perspectiva geral do mundo após a Segunda Guerra Mundial.
• O direito à educação;
• Os direitos fundamentais;
• Objetivo da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
• Agenda 2030 da ONU;
• Metas estabelecidas no Marco de Ação deDakar;
• O Fórum Mundial de Educação, Dakar – 2000;
• A Conferência Mundial de Educação Especial, Salamanca, Espanha – 1994;
• Outras Conferências realizadas pela ONU sobre Educação;
• A Declaração Mundial de Educação para Todos e Plano de Ação; 
• Conferência Mundial sobre Educação para Todos, Jomtien, Tailândia – 1990;
• Objetivo da UNESCO;
• A criação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a 
Cidadania (UNESCO) – 1945.
LIBRAS E EDUCAÇÃO 
INCLUSIVA
Referências Bibliográficas 
& Consultadas
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	Introdução
	EDUCAÇÃO INCLUSIVA: Contexto histórico e marcos legais
	Mundo Pós Segunda Guerra Mundial
	A Declaração Universal dos Direitos Humanos
	As conferências internacionais sobre Educação para todos
	Desdobramento de leis e políticas públicas acerca da Educação Inclusiva no Brasil
	ASPECTOS FILOSÓFICOS E SOCIAS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
	Direitos Humanos e Diversidade
	Exclusão x Inclusão
	Educação Inclusiva
	Considerações finais
	Síntese

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