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TURMA 60 
PENAL PARTE GERAL 
META 01 
 
 
1 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
 
 
 
ATENÇÃO: este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos 
da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos 
autorais e dá outras providências. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
Sumário 
1. INTRODUÇÃO 4 
1. CONCEITO E OBJETO 7 
PONTO DO EDITAL: 1. Introdução ao direito penal. 1.1 Conceito, caracteres e função 
do direito penal. 7 
QUAL O CONCEITO E O OBJETO DO DIREITO PENAL? 7 
O que são as Infrações Penais? 7 
Quais as diferenças entre crime (ou delito) e contravenção penal? 8 
2. CARACTERES 14 
3. FUNÇÕES 18 
4. PRINCÍPIOS 20 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ESTRITA OU DA RESERVA LEGAL (CF, ART. 5º, XXXIX E 
CP, ART. 1º) – NULLUM CRIMEM NULLA POENA SINE LEGE 21 
ANTECEDENTES HISTÓRICOS 22 
FUNDAMENTO POLÍTICO 22 
PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE (MANDATO DE CERTEZA) 23 
MEDIDAS PROVISÓRIAS EM MATÉRIA PENAL 25 
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA 27 
DIFERENÇA ENTRE OS PRINCÍPIOS DA INSIGNIFICÂNCIA E DA OFENSIVIDADE 31 
O FURTO DE BAGATELA E O LADRÃO HABITUAL 32 
Princípio da Insignificância e Crimes de Menor Potencial Ofensivo 36 
Princípio da Insignificância e Crimes Tributários 36 
Princípio da Insignificância e Tributos Estaduais 37 
Princípio da Insignificância aos Crimes de Apropriação Indébita Previdenciária 38 
Princípio da Insignificância nos crimes de contrabando e descaminho 39 
Princípio da insignificância à Posse de Drogas da Lei de Drogas (art. 28. Lei n 
11.343/2006) 43 
Princípio da insignificância ao tráfico de Drogas da Lei de Drogas (art. 33, Lei n 
11.343/2006) 46 
Princípio da insignificância nos crimes do Estatuto do Desarmamento (Lei 
10.826/2003) 47 
Princípio da insignificância em crimes contra a fé pública 48 
Princípio da insignificância nos Crimes Contra a Administração Pública 49 
Princípio da insignificância em crimes ambientais 53 
 
 
3 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
Princípio da insignificância aos crimes ou contravenções penais praticados contra a 
mulher no âmbito das relações domésticas 54 
Princípio da insignificância aos atos infracionais 54 
Princípio da Insignificância no crime de estelionato previdenciário (no art. 171, § 3º, 
do CP) 55 
Princípio da insignificância no de crime exploração clandestina de sinal de internet
 56 
PRINCÍPIO DA IRRELEVÂNCIA DO FATO (OU DA PENA) 60 
PRINCÍPIO DA ALTERIDADE 63 
PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL 64 
PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA 67 
PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE (OU ESSENCIALIDADE) 69 
5. POLÍTICA CRIMINAL 70 
PONTO DO EDITAL: 1.3 Relações com outros ramos do direito. 1.4 Direito penal e 
política criminal. 70 
INTRODUÇÃO 70 
6. CRIMINOLOGIA 72 
7. RESUMO DA AULA 75 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
INTRODUÇÃO 
 
Dois jovens rapazes saem do local onde moram na periferia de Brasília. Um 
deles, com 19 anos de idade, portando uma pistola; o outro, com 16 anos de 
idade, portando um revólver. 
Ambos se dirigem a um posto de combustíveis, localizado em Taguatinga-
DF, com a intenção de assaltá-lo. É data próxima ao Natal, e os bandidos querem 
aproveitar o maior movimento da data. Quando chegam ao local, por fatídica 
coincidência, ali também chega outro rapaz, a quem vou dar o nome de José. 
José estava no Distrito Federal há três anos, e aqui estava a convite de um 
primo que era borracheiro no mesmo posto de combustíveis em que ocorrem os 
acontecimentos. José, assim como seu primo, veio de outra unidade da 
federação em busca de melhores condições de vida. 
José, já no Distrito Federal, frequentou um curso profissionalizante de 
instalador de sons automotivos e passou a trabalhar na área. Como seu trabalho 
era muito bom e como José era muito inventivo, começou a prestar serviços 
para pessoas que faziam competições desse tipo. 
José começou a ganhar algum dinheiro. Pelo menos, o suficiente para que 
ele comprasse uma pequena casa em um bairro periférico de Brasília. Pretendia, 
como comentara com amigos, trazer sua esposa e seu filho pequeno que 
estavam em seu estado de origem. 
Com o dinheiro que ganhava conseguiu, além disso, um financiamento 
bancário de um carro tipo pick up, no qual instalou vários acessórios. Montou, 
do mesmo modo, um equipamento de som digno de ganhar qualquer competição 
de que eventualmente participasse. 
Por uma dessas coincidências da vida, José estava no posto de combustíveis 
ao mesmo tempo em que ali chegavam os dois assaltantes. José apenas queria 
 
 
5 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
mostrar o resultado da instalação dos equipamentos ao primo borracheiro. 
Ocorre que, quando os dois assaltantes viram o carro, mudaram o foco de sua 
empreitada criminosa. Decidiram, assim, assaltar José e levar o veículo. É o que 
os bandidos chamam de cavalo doido, quer dizer, fora do planejamento 
criminoso. 
Ao abordarem a vítima, sem que esta demonstrasse qualquer reação, um 
dos rapazes efetuou vários disparos que acabaram por atingi-la, levando-a à 
morte. 
Esse fato verídico tem se tornado comum no dia-a-dia das grandes 
cidades brasileiras. 
O crime, como se vê, não é primariamente um fenômeno jurídico. É, antes 
de tudo, um fenômeno social. O que a ciência do Direito faz é transformar 
esse fato social em um fato com relevância jurídica. Da mesma forma, o 
casamento é um fato da vida real, mas que o Direito regula, transformando 
aquilo que é apenas um fato social em um fato jurídico. 
O crime é, enfim, um fenômeno social que o Direito tratou de regular, ou 
seja, tratou de estabelecer um sistema científico para que seja possível a 
imputação jurídico-penal (atribuição da responsabilidade penal) a determinada 
pessoa. 
No entanto, nem sempre foi assim. Até a primeira teoria jurídica do crime, 
surgida por volta de 1900 na Alemanha (Sistema Liszt/Beling), não existiam 
métodos jurídicos para correta análise de um fato social danoso como esse que 
relatei acima. Então, o Juiz “A” poderia ter um entendimento sobre o caso 
completamente diferente de um Juiz “B”. Isso dependeria das convicções 
(filosóficas, sociológicas etc.) de cada um deles. 
Naquele tempo o Direito Penal (e o próprio Direito como um todo) não 
apresentava método próprio de estudo que o distinguisse de outras ciências. 
Não existia um ponto de vista puramente jurídico, ou seja, a análise do fato 
 
 
6 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
sempre levava em consideração ponderações do tipo: por que o autor matou? 
(Consideração psicológica); quais são as circunstâncias sociais que levam um 
indivíduo a praticar o crime? (Consideração sociológica); quais são as 
características inatas de um criminoso? (Critério biológico) etc. 
Tais ponderações são muito importantes em determinados momentos do 
estudo do fenômeno infracional (no cálculo da pena, por exemplo), mas afasta 
o aplicador do Direito Penal de critérios lógicos e formais da solução do problema 
estudado. E qual é o problema a ser estudado pelo aplicador da lei penal? 
Simples assim: o agente praticou um fato típico (leia-se, é um fato descrito na 
lei penal)? Esse fato típico é contrário ao direito (leia-se, é ilícito)? Em sendo 
contrário ao direito, é culpável ao autor (leia-se, há reprovabilidade)? 
Achando respostas positivas para as questões acima, o aplicador da lei 
penal continua seu questionamento: considerando que estamos diante de um 
fato típico, ilícito e culpável, há possibilidade de se aplicar a punição respectiva 
ao autor (leia-se, é punível)? É possível que a pena já tenha sido prescrita 
(“caducada”), como exemplo, o que afastaria a punibilidade etc. 
O que vamos estudar são justamente as etapas que devem ser analisadas 
para que, ao final, possa-se afirmar que o indivíduo cometera(leia-se, o que a norma 
visa proteger) transcende a mera proteção da incolumidade (segurança) 
pessoal, para alcançar também a tutela da liberdade individual e do corpo social 
como um todo, asseguradas ambas pelo aumento dos níveis de segurança 
coletiva que a lei propicia.46 
O STF também não reconhece o princípio em porte ou posse de arma de 
fogo, munição ou acessórios.47 
No mesmo sentido, o STJ vem entendendo que a criminalização do porte 
de armas e munições não autorizado, seja de uso permitido ou restrito, protege 
bens jurídicos fundamentais, como a vida, o patrimônio, a integridade física, 
segurança e a paz.48 
O porte irregular de munição de arma de fogo de uso permitido 
configura o delito de perigo abstrato capitulado no art. 14 da Lei n. 10.826/03 
(Estatuto do Desarmamento), sendo dispensável a demonstração de efetiva 
situação de risco ao bem jurídico tutelado, bem como inaplicável o princípio da 
insignificância. Essa é a posição majoritária no STJ e no STF. 
 
Em que pese esse posicionamento, não podemos nos esquecer que o 
princípio da insignificância deve ser avaliado de caso a caso. Recentemente, por 
exemplo, o STJ entendeu que seria insignificante a conduta de comerciante com 
 
46 STF, HC 97777, DJ 19/11/2010. 
47 STF, HC 122311, 01/08/2014. 
48 STJ, HC 146.864/SP, DJe 05/02/2016. 
 
 
48 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
bons antecedentes que mantinha em uma gaveta de seu comércio três munições 
de arma de fogo (STJ, REsp 1699710/MS, DJe 13/11/2017). 
 
Para provas, considere a regra geral: não se aplica o princípio da 
insignificância em crimes do estatuto do desarmamento. 
 
Princípio da insignificância em crimes contra a fé pública 
 
O STF, de igual modo, não tem aplicado o princípio para afastar a tipicidade 
material de Crimes Contra a Fé Pública (ex.: crime de Moeda Falsa do art. 289 
do CP). Imagine que o sujeito falsifique uma cédula de R$ 2 (dois Reais). 
Podemos considerar essa conduta insignificante, considerando somente o valor 
falsificado? 
Para o STF, o bem violado seria a fé pública, a qual é um bem intangível e 
que corresponde à confiança que a população deposita em sua moeda, não se 
tratando, assim, da simples análise do valor material por ela representado49. 
Esse também é o posicionamento do STJ.50 
Como esse tema já foi cobrado 
O princípio da insignificância - construção jurisprudencial e 
doutrinária sem previsão legal - é atualmente admitido como excludente 
de tipicidade em crimes ambientais e inadmitido em crimes de 
falsificação de moeda (Juiz Federal/TRF3/2013).51 
 
49 Embora a jurisprudência superior seja no sentido de não se aceitar a aplicação do princípio da insignificância aos crimes 
contra a fé-pública, o STJ já decidiu de forma diversa em relação ao delito previsto no art. 297, § 4º, pela mínima lesividade 
causada ao empregado, devido à condenação do paciente pelo juízo trabalhista, obrigando-o a registrar o empregado. (STJ, 
HC 107.572/SP, DJe 11/05/2009). 
50 STJ, HC 210.764/SP, DJe 28/06/2016. 
51 Gabarito: correto. 
 
 
49 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
Ao delito de emissão de vinte e cinco moedas falsas nos valores de 
dois reais é aplicável o princípio da insignificância, em face da 
inexistência de grave prejuízo ao sistema financeiro e da observância 
de princípios constitucionais aplicáveis aos crimes 
(Procurador/BACEN/2013).52 
Aquele que fabricar uma nota de cinco reais similar à verdadeira 
não poderá ser beneficiado pela incidência do princípio da 
insignificância, ainda que seja primário e de bons antecedentes (Juiz 
Federal/TRF2/2013).53 
 
Princípio da insignificância nos Crimes Contra a Administração Pública 
 
Amigos, quando estamos falando em crimes contra a administração pública, 
o bem jurídico é por demais relevante. Um crime contra a administração pública 
é um crime contra toda a coletividade. Por isso, em regra, não se pode admitir 
a aplicação do princípio em tais situações. 
Ocorre que, como eu já tive a oportunidade de alertá-los, o princípio da 
insignificância deve ser analisado casuisticamente (a cada caso), pois a questão 
da insignificância depende de vários fatores. 
O Descaminho é um crime contra a administração pública em que se admite 
a insignificância, só para mostrar uma das exceções. Bom, para que você chegue 
no dia da sua prova com muita segurança, vou apresentar as principais decisões 
do STJ e do STF sobre o assunto. 
 
52 Gabarito: errado. 
53 Gabarito: correto. 
 
 
50 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
 SÚMULA 
O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a 
administração pública (Súmula 599, STJ). 
 
 
INSIGNIFICÂNCIA EM CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO 
STF EM REGRA ADMITE A INSIGNIFICÂNCIA 
a) No ano de 2006, considerou insignificante o peculato militar de um 
fogão avaliado em R$ 455,00 (STF, HC 87478, 29/08/2006). 
b) Admitiu a aplicação do princípio no peculato de R$ 13,00 (HC n. 
112.388/SP, DJe 14/9/2012). 
c) O STF reconheceu também a insignificância no caso de furto de 
alimentos da caserna, no Ministério do Exército, de R$ 215,22 (duzentos e 
quinze reais e vinte e dois centavos) (HC n. 107.638/PE (DJe 29/9/2011). 
d) e o HC n. 104.286/SP (DJe 20/5/2011), em que o Relator, Ministro 
Gilmar Mendes, considerou a insignificância no caso de um prefeito que se 
utilizou de equipamento da prefeitura para fazer terraplanagem numa 
propriedade sua. 
 
 
51 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
e) O STF considerou insignificante a apropriação, por carcereiro, de 
farol de milha que guarnecia motocicleta apreendida. Coisa estimada em 
treze reais. 
 
INSIGNIFICÂNCIA EM CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO 
STJ, EM REGRA, NÃO ADMITE A INSIGNIFICÂNCIA 
a) Não se aplica o princípio da insignificância aos crimes contra a 
Administração Pública, ainda que o valor da lesão possa ser considerado 
ínfimo, uma vez que a norma visa resguardar não apenas o aspecto 
patrimonial, mas principalmente a moral administrativa. (STJ, AgRg no 
AREsp 342.908/DF, DJe 27/06/2014). 
b) recentemente, a 6ª Turma do STJ, acompanhando o STF, admitiu a 
insignificância no peculato-furto (STJ, HC DJe 04/08/2014). 
c) a 5ª Turma entendeu não ser possível a aplicação do princípio da 
insignificância ao crime de peculato e aos demais delitos contra 
Administração Pública, pois o bem jurídico tutelado pelo tipo penal 
incriminador é a moralidade administrativa, insuscetível de valoração 
econômica. (STJ, HC 310.458/SP, DJe 26/10/2016). 
d) Para provas, aplique a regra já sumulada pelo STJ (O princípio da 
insignificância é inaplicável aos crimes contra a administração pública) 
(Súmula 599, STJ) 
 
 
 
 
52 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
Como esse tema já foi cobrado 
Segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, é 
aplicável o princípio da insignificância ao peculato, desde que o prejuízo 
causado à Administração Pública não ultrapasse um salário mínimo e o 
agente não seja reincidente (Juiz/TJRS/2016).54 
Supremo Tribunal Federal, não há como ser aplicado o 
chamado princípio da insignificância penal na conduta de portar ínfima 
quantidade de maconha para uso exclusivamente próprio, quando 
cometida por militar no ambiente castrense (Promotor de 
Justiça/MPPA/2014).55 
Segundo entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça, 
INAPLICÁVEL o princípio da insignificância às contravenções penais 
praticadas contra a mulher no âmbito das relações domésticas e aos 
crimes contra a Administração pública. (FCC - 2019 - TJ-AL - Juiz 
Substituto)56 
O princípio da insignificância, que defende a não intervenção do 
Direito Penal para coibir ações típicas que causem ínfima lesão ao bem 
jurídico tutelado é afastado pela jurisprudência do Superior Tribunal de 
Justiça, por sua Súmula no 599, em relação aos crimes contra a 
AdministraçãoPública. ( VUNESP - 2019 - TJ-RJ - Juiz Substituto – 
ADAPTADA)57 
 
Princípio da insignificância em crimes ambientais 
 
 
54 Gabarito: errado. 
55 Gabarito: correto. 
56 Gabarito: correto 
57 Gabarito: correta 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/fcc-2019-tj-al-juiz-substituto
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/fcc-2019-tj-al-juiz-substituto
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2019-tj-rj-juiz-substituto
 
 
53 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
Sim. O STF considerou insignificante a apreensão de uma rede de pesca e 
de 12 camarões.58A Terceira Seção do STJ acompanha o STF.59 
É bem tranquilo o assunto. Na sua prova, lembre-se que o STJ e o STF, em 
relação ao tema, têm se posicionado no sentido da aplicação do referido princípio 
aos crimes contra o meio ambiente, desde que ínfima a lesão causada. Como na 
hipótese em que, com acusados do crime de pesca em local interditado pelo 
órgão competente, não foi apreendido qualquer espécie de pescado, não 
havendo notícia de dano provocado ao meio ambiente, mostrando-se 
desproporcional a imposição de sanção penal no caso, pois o resultado jurídico, 
ou seja, a lesão produzida, mostra-se absolutamente irrelevante. 
Nesse sentido, em recente decisão da 6ª Turma, o STJ entendeu inviável a 
aplicação do princípio da insignificância, a fim de afastar a tipicidade da conduta 
prevista no art. 56 da Lei n.9.605/1988, àquele que, agindo em desacordo com 
as exigências legais ou regulamentares, é flagrado guardando e transportando 
em seu veículo automotor 8 kg de inseticida, de procedência uruguaia, que tem 
substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao equilíbrio do meio 
ambiente, de origem chinesa, como princípio ativo, e que não tem registro e 
aprovação no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.60 
Em resumo, é possível a aplicação do princípio da insignificância aos crimes 
ambientais, desde que ínfima a lesão ao equilíbrio ecológico. 
Como esse tema já foi cobrado 
 
58 STF HC 112563, julgado em 21/08/2012. 
59 STJ, CC 100.852/RS, DJe 08/09/2010. 
60 STJ, AgRg no REsp 1367294/RS, DJe 23/02/2017. 
 
 
54 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
Comete crime aquele que provoca dano ambiental ínfimo, pois é 
vedada a aplicação do princípio da insignificância (Delegado de 
Polícia/PCPA/2016)61 
Segundo entendimento consolidado do STJ, não é possível a 
aplicação do princípio da insignificância aos tipos penais que tutelam a 
proteção ao meio ambiente, em razão da necessidade de proteção ao 
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (Promotor de 
Justiça/MPAC/2014).62 
 
Princípio da insignificância aos crimes ou contravenções penais 
praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas 
 
Esse tema foi objeto de Súmula recente do STJ, que assim descreve: é 
inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções 
penais praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas 
(Súmula 589). 
Princípio da insignificância aos atos infracionais 
 
Bem tranquilo esse assunto também. Para o STF, os atos infracionais 
cometidos por menores (ECA) são passíveis de aplicação do princípio da 
insignificância, desde que preenchidos os requisitos legais (STF, HC 98381, DJe 
19/11/2009). 
No STJ, também, esse entendimento é bastante tranquilo (STJ, REsp 
1293097/RS, DJe 11/11/2013). 
 
61 Gabarito: errado. 
62 Gabarito: errado. 
 
 
55 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
Portanto, não vacile. Aplica-se o princípio da insignificância a atos 
infracionais, devendo-se observar os mesmos requisitos exigidos para os crimes. 
Como esse tema já foi cobrado 
É atípica a conduta infracional análoga ao crime de furto simples de 
uma lâmpada, cujo valor é ínfimo, em razão do princípio da 
insignificância, aplicável ainda que se trate de adolescente contumaz na 
prática de atos infracionais contra o patrimônio (Promotor de 
Justiça/MPAC/2014).63 
 
Princípio da Insignificância no crime de estelionato previdenciário (no 
art. 171, § 3º, do CP) 
 
Vamos pensar na hipótese de alguém ter um parente beneficiário do INSS 
que venha a falecer. Isso aconteceu com uma mulher, cuja filha era deficiente 
e, por isso, recebia aposentadoria. Ocorre que a filha morreu e a mãe omitiu o 
óbito ao INSS e continuou sacando normalmente o benefício. 
Em casos como este, mesmo que o dano não seja considerável, a 
jurisprudência não tem aceitado a aplicação da insignificância, uma vez que a 
conduta ofende o patrimônio público, a moral administrativa e a fé pública, bem 
como é altamente reprovável.64 
Mais recentemente, o STJ julgou fato assemelhado, tendo entendido ser 
inaplicável o princípio da insignificância ao crime de estelionato previdenciário, 
 
63 Gabarito: errado. 
64 STJ, AgRg no REsp 1363750/RS, DJe 19/08/2014. 
 
 
56 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
pois a conduta é altamente reprovável, ofendendo o patrimônio público, a moral 
administrativa e a fé pública.65 
Como esse tema já foi cobrado 
Aplica-se o princípio da insignificância ao crime de estelionato, 
ainda que cometido em detrimento de entidade de direito público 
(Juiz/TJPA/2012).66 
 
Princípio da insignificância no de crime exploração clandestina de sinal 
de internet 
 
Não se aplica o princípio da insignificância à conduta descrita no art. 
183 da Lei 9.472/197 ("Desenvolver clandestinamente atividades de 
telecomunicação"). Isso porque o referido crime é considerado formal, de 
perigo abstrato, tendo como bem jurídico tutelado a segurança e o regular 
funcionamento dos meios de comunicação (STJ, AgRg no AREsp 599.005-PR, 
DJe 24/4/2015). 
O DELEGADO DE POLÍCIA PODE APLICAR O PRINCÍPIO DA 
INSIGNIFICÂNCIA? 
 
Sim. Essa é a posição majoritária na doutrina. Veja o quadro abaixo: 
Entendem que o Delegado 
pode aplicar o p. insignificância 
Entende que o Delegado não 
pode aplicar o p. insignificância 
 
65 STJ. AgRg no AREsp 682.583/SP, DJe 28/08/2015. 
66 Gabarito: errado. 
 
 
57 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
Masson Rogério Greco 
LFG 
CAPEZ 
 
Vamos analisar alguns pontos que podem ser abordados em provas 
discursivas e orais para Delegado de Polícia, enriquecendo os seus argumentos 
a favor ou contra essa prerrogativa. 
O primeiro argumento contra a possibilidade do Delegado de Polícia refere-
se a uma interpretação que se faz do art. 17 do CPP, uma vez que a proíbe a 
autoridade policial de mandar arquivar o IP. 
Como forma de rebater esse argumento, faz-se a seguinte indagação: 
mandar arquivar IP é o mesmo que deixar de instaurá-lo por considerar o fato 
noticiado atípico? 
Não. E essa conclusão pode ser feita através da interpretação pode ser feita 
pela simples leitura do art. 5º, § 3º do CPP: 
§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de 
infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, 
comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das 
informações, mandará instaurar inquérito. 
Entende o CPP que o Delegado deve verificar a procedência das 
informações, ou seja, deve ele verificar, entre outras coisas, se o fato tem 
relevância penal. Imagine, por exemplo, a notícia de um ato sexual consentido 
entre um pai e sua filha maior e capaz, fato atípico, portanto. Como não há 
crime, também não pode ter IP. 
 
 
58 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
Para robustecer esse raciocínio, você pode alegar ainda o disposto no art. 
2º, § 6º, da Lei n. º 12.830/2013: 
 
 
 
 
O que o Delegado não pode fazer é discutir mérito, ou seja, se posicionar 
em relação a fatos duvidosos e que dependam de prova ou debate entre 
acusação e defesa. A atividade policial, nesse sentido, deve ser restrita aos 
casos explícitos de insignificância. 
Ressalte-se queo próprio STJ entende possível o trancamento do IP por 
HC quando há clara situação de insignificância.67 
A decisão que, na audiência de custódia, determina o relaxamento da 
prisão em flagrante sob o argumento de que a conduta praticada é 
insignificante vincula o Ministério Público? 
A decisão não vincula o titular da ação penal, que poderá oferecer acusação 
contra o indivíduo narrando os mesmos fatos e o juiz poderá receber essa 
denúncia. 
(STF. 1ª Turma. HC 157306/SP, julgado em 25/9/2018) (Info 917) (no mesmo 
sentido: STJ. 5ª Turma. RHC 85.970/SP, julgado em 10/04/2018). 
 
 
 
67 STJ, REsp 1175490/PR, DJe 29/10/2015. 
§ 6º O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-
se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-
jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade 
e suas circunstâncias. 
 
 
59 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
INSIGNIFICÂNCIA STF STJ 
Habitualidade, 
reiteração e 
antecedentes 
Não se aplica 
(maioria) 
Não se aplica 
(maioria) 
 
Crimes Tributários 
Aplica-se se o valor 
devido for inferior a 
R$20mil (Tributos 
federais) 
Maioria aplica se o 
valor devido for 
inferior a R$20Mil 
(3ª Seção) 
Apropriação indébita 
previdenciária 
(art.168-A) e 
Estelionato 
Previdenciário (art. 
173, § 3º) 
Não se aplica 
(maioria) 
Tem aplicado dentro 
do limite de 
R$10.000,00 
(maioria)68 
Contrabando Não se aplica Não se aplica 
 
 
Descaminho 
 
Aplica-se se o valor 
devido for inferior a 
R$20mil 
 
Aplica-se se o valor 
devido for inferior a 
R$20mil, conforme 
entendimento da 3ª 
Seção. 
 
68 Esse valor deverá acompanhar a atualização da Tese 157 do STJ, que passou a considerar o valor de R$ 20.000,00. 
 
 
60 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
Obs. Reiteração 
afasta 
insignificância 
Crimes de Droga (porte 
e tráfico) 
Não se aplica 
(maioria) 
Não se aplica 
(maioria) 
Estatuto do 
Desarmamento 
Não se aplica Não se aplica 
Falsificação de moeda Não se aplica Não se aplica 
Crimes funcionais Aplica-se Não se aplica 
(maioria) 
Crimes ambientais Aplica-se Aplica-se 
 
PRINCÍPIO DA IRRELEVÂNCIA DO FATO (OU DA PENA) 
 
Como a gente tem de ficar ligado nas coisas novas que surgem no Direito 
Penal, fique antenado com esse princípio, de aplicação relativamente nova no 
Brasil. 
Com base no Direito Italiano, o Professor Luiz Flávio Gomes introduz no 
Brasil uma ideia bastante moderna. O debate surge por força do caso do roubo 
(art. 157) de um pote de margarina praticado por Angélica Teodoro, que a fez 
permanecer presa por vários meses. O conceituado professor estabelece uma 
importante diferença entre o princípio da insignificância e o princípio da 
 
 
61 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
irrelevância do fato (ou da pena). Posição que já foi abarcada por alguns 
tribunais, como o TRF4 e já foi cobrada pelo Cespe. 
Perceba que se trata de roubo (e não furto). Não podemos dizer que o roubo 
seja algo insignificante. Não é algo que eu olho e digo: “puxa, que coisa besta, 
insignificante”. O roubo requer violência ou grave ameaça, elementos que 
afastam o princípio da insignificância. Mesmo que seja o roubo de uma 
margarina. A gente não analisa somente o valor da coisa subtraída. 
Nessas situações, pode ocorrer de o fato ser relevante, mas a repressão 
penal se tornar desnecessária. 
Segundo essa posição, é preciso distinguir duas situações: 
(a) as infrações bagatelares próprias e; 
(b) as infrações bagatelares impróprias. 
Infrações bagatelares próprias são aquelas que já nascem irrelevantes, 
uma vez que a conduta e/ou o resultado são insignificantes (ex.: furto de uma 
jujuba chupada). Nesse caso, estaremos diante da aplicação do princípio da 
insignificância. 
O princípio da insignificância afasta a tipicidade material, como 
vimos, tornando o fato penalmente atípico. 
Infrações bagatelares impróprias são relevantes para o Direito Penal, 
mas as circunstâncias tornam a aplicação da pena irrelevante (ex.: quem, no 
roubo, subtraiu R$ 10,00, sem violência, sem uso de arma de fogo ou outra 
arma, que ficou preso, que respondeu ao processo, que é primário, bons 
antecedentes etc. pode, eventualmente, ser beneficiado com o princípio da 
irrelevância da pena - da dispensa da pena, da desnecessidade concreta da pena 
para fins preventivos). 
 
 
62 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
Poderíamos pensar, além disso, naquele exemplo da mãe que culposamente 
mata seu filho pequeno a dar ré no veículo dentro da garagem, hipótese de 
perdão judicial. O fato é relevante (morte de uma criança), mas a pena se tornou 
desnecessária (pelo sofrimento da mãe). 
Existe fundamento legal para isso? 
O fundamento legal do princípio da irrelevância da pena, segundo LFG, 
está no art. 59, IV do CP, além de estar presente também nas hipóteses 
de perdão judicial. 
 
Como isso já foi cobrado 
Infração bagatelar imprópria é a que já nasce sem nenhuma 
relevância penal, ou porque não há desvalor da ação (não há 
periculosidade na conduta, isto é, idoneidade ofensiva relevante; ou 
porque não há desvalor do resultado (não se trata de ataque intolerável 
ao bem jurídico) (Promotor de Justiça/MPGO/2012).69 
O princípio da insignificância confunde-se com o princípio da 
irrelevância penal do fato. O primeiro não afasta a tipicidade material, 
uma vez que o fato será típico (formal e materialmente), ilícito e 
culpável. O segundo possibilita o arquivamento ou o não recebimento 
da ação ou a absolvição penal nas imputações de fatos bagatelares 
próprios, ou seja, os que não possuem tipicidade material (Promotor de 
Justiça/MPGO/2012).70 
Na infração bagatelar imprópria a tipicidade formal e a tipicidade 
material se fazem presentes, contudo, em momento posterior à prática 
 
69 Gabarito: errado. 
70 Gabarito: errado. 
 
 
63 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
do fato típico, constata-se que a aplicação concreta da pena se torna 
desnecessária material (Promotor de Justiça/MPGO/2014)71 
A infração bagatelar própria está ligada ao desvalor do resultado 
e(ou) da conduta e é causa de exclusão da tipicidade material do fato; 
já a imprópria exige o desvalor ínfimo da culpabilidade em concurso 
necessário com requisitos post factum que levam à desnecessidade da 
pena no caso concreto (Juiz/TRF5/2015)72 
 
PRINCÍPIO DA ALTERIDADE 
 
Este princípio explica bem a questão do suicídio. Muitos me perguntam 
sobre a razão de o ato suicida não ser punido no Brasil. O Direito Penal somente 
deve ocupar-se de lesões que saiam da esfera individual do agente. É a velha 
história de que eu não posso ser punido por fazer mal a mim mesmo. Por isso, 
não é relevante a automutilação, a destruição de bem próprio, o suicídio. 
Em um caso concreto em que tive a oportunidade de atuar, o sujeito cortou 
fora o próprio dedinho do pé para receber um seguro saúde. Nesse caso, 
respondeu por crime. Mas, como assim? Sim, porque ao praticar a automutilação 
para receber o seguro, acabou por cometer uma fraude. No caso, a seguradora 
é a vítima, sendo ele o autor. 
Como esse tema já foi cobrado 
Ana, menor de 17 anos de idade, contrariando a proibição de seus 
pais, procura Júlio para que este realize uma tatuagem no seu ombro 
com aproximadamente 15 centímetros de diâmetro. Ainda que presente 
a tipicidade formal, poderá ser aplicado o Princípio da Alteridade porque 
 
71 Gabarito: correto. 
72 Gabarito: correto. 
 
 
64 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
não houve lesão a bem jurídico de terceiro (Delegado de 
Polícia/PCGO/2013).73 
PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL 
Existem algumas condutas que estão tão presentes na nossa cultura, que 
naturalmente não vemos nada de mau nelas. Todas as meninas, quando 
nascem, têm as orelhas furadas. Formalmente, é uma lesão corporal, mas a 
sociedade aceita aquilo como algocultural. Não existe inadequação entre o que 
as pessoas pensam e a conduta praticada. Ninguém enxerga aquilo como algo 
criminoso. 
É atípica, portanto, a conduta quando não fere o sentimento de justiça. 
Um comportamento socialmente aceito e tolerado pela sociedade não pode ser 
típico (ex.: circuncisão, furar orelha de criança). 
Professor, em várias feiras do país pessoas vendem produtos piratas, sem 
qualquer fiscalização do poder público. A falta de fiscalização gera a aplicação 
do princípio da adequação social? 
Perceba que a simples falta de fiscalização do poder público não leva à 
aplicação do referido princípio. Em um caso concreto, o STJ entendeu não haver 
aplicação do princípio da adequação social na venda de CD’s piratas por 
camelôs.74 
Da mesma forma, não se aplica o princípio da adequação social, bem como 
o princípio da insignificância, ao crime de violação de direito autoral75. Então, 
cuidado ao copiar material indevidamente. 
 
73 Gabarito: correto. 
74 Súmula 502: presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica, em relação ao crime previsto no 
artigo 184, parágrafo 2º, do Código Penal, a conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas. 
75 STJ, AgRg no REsp 1380149/RS, DJe 13/09/2013 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10615003/artigo-184-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10614914/par%C3%A1grafo-2-artigo-184-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
 
 
65 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
O princípio tem dois níveis: o primeiro dirigido ao legislador (quem faz 
as leis), para que evite a criação de tipos que violem o senso de justiça; e o 
segundo, dirigido ao julgador (juiz) para que avalie o nível de tolerância da 
norma no caso concreto. 
Qual a natureza jurídica do princípio da adequação social? 
Circunstância de restrição ou exclusão da tipicidade penal. 
 
Qual a diferença entre adequação social e insignificância? 
Alguns autores equiparam os dois princípios. O princípio da adequação 
social foi idealizado por Welzel, e o da insignificância por Roxin, sendo que ambos 
têm fins diferentes. 
Para Welzel, a exclusão do tipo não está ligada ao valor do bem jurídico, 
mas ao sentimento de justiça em relação a determinadas condutas consideradas 
comuns na sociedade, e que, por isso, não há ferimento no sentimento de 
justiça. 
Para Roxin, a análise deve ser feita em casos concretos, para verificar se 
há relevância material na adequação típica. 
Ambos os princípios são caracterizados pela ausência de preenchimento 
material do tipo penal. 
Como esse tema já foi cobrado 
Por adequação social, nos termos da súmula 502, ainda que 
presentes a materialidade e a autoria, nos termos da súmula 502, a 
conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas, não tipifica o crime em 
 
 
66 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
relação ao direito autoral previsto no art. 184, § 2.º, do CP 
(Juiz/TJDFT/2016).76 
O princípio da adequação social, dirigido ao julgador, e não ao 
legislador, objetiva restringir a abrangência do tipo penal, limitando sua 
interpretação e dele excluindo as condutas consideradas socialmente 
adequadas e aceitas pela sociedade (Juiz/TJES/2011)77 
São causas supralegais de exclusão de ilicitude: insignificância 
penal, consentimento do ofendido, adequação social da conduta 
(Promotor de Justiça/MPDFT/2011)78 
Conforme entendimento do STJ, o princípio da adequação social 
justificaria o arquivamento de inquérito policial instaurado em razão da 
venda de CDs e DVDs (Juiz/TJPB/2015)79 
Aplica-se o princípio da adequação social ao crime tipificado como 
expor à venda CDs falsificados, considerando-se a tolerância das 
autoridades públicas (Promotor de Justiça/MPRO/2013)80 
Os princípios da insignificância penal e da adequação social se 
identificam, ambos caracterizados pela ausência de preenchimento 
formal do tipo penal (Promotor de Justiça/MPDFT/2013)81 
 
Segundo Hans Welzel, o Direito Penal tipifica somente condutas que 
tenham certa relevância social; caso contrário não poderiam ser delitos. 
 
76 Gabarito: errado. 
77 Gabarito: errado. 
78 Gabarito: errado. 
79 Gabarito: errado. 
80 Gabarito: errado. 
81 Gabarito: errado. 
 
 
67 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
Welzel desenvolve, a partir dessa ideia, o princípio da adequação social 
(Promotor de Justiça/MPMS/2013)82 
 
PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA 
 
Costumo brincar em aulas que o Direito Penal é o cirurgião cerebral dos 
Direitos. Você não consulta um cirurgião cerebral quando tem uma leve 
enxaqueca, não é mesmo? Da mesma forma, não devemos utilizar o Direito 
Penal para qualquer coisa. O aspecto ruim disso é o enfraquecimento do Direito 
Penal. 
Lembro que quando eu estava no primário, a coordenadora pedagógica 
somente era acionada em casos mais graves. Quando a professora dizia que o 
moleque iria ser encaminhado para a coordenadora, era porque a coisa estava 
feia. A coordenadora não era chamada em qualquer situação. Isso dava um 
impacto psicológico legal. 
O Direito Penal, assim sendo, deve proteger somente os bens 
jurídicos mais importantes. Deve ser invocado apenas quando a intervenção 
de outros ramos do direito não for suficiente para o controle social. O Direito 
Penal é a ultima ratio (último instrumento) do legislador para as soluções 
dos conflitos. A Lei Penal é enfraquecida todas as vezes que é chamada a intervir 
em situações em que os Direitos Civil, Comercial, Administrativo, por exemplo, 
poderiam trazer solução satisfativa. 
No Brasil tínhamos um exemplo emblemático. Até o ano de 2005, o CP 
punia a conduta de “adultério” com pena de detenção de quinze dias a seis 
meses. Não faz sentido o Direito Penal atuar em esfera tão íntima das pessoas. 
 
82 Gabarito: correto. 
 
 
68 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
No caso, o Direito Civil tem institutos que resolvem muito bem a situação, sem 
que seja necessária a intervenção do Direito Penal. 
O princípio da intervenção mínima acaba por fundamentar outros princípios, 
como o da fragmentariedade, subsidiariedade, insignificância etc. 
Algumas situações consideradas violadoras do princípio da intervenção 
mínima: 
▪ Inflação penal: excesso de criação de tipos penais; 
▪ Direito Penal Simbólico: esse excesso gera uma falsa sensação de 
proteção; 
▪ Direito Penal Promocional: funciona apenas como instrumento de 
marketing político; 
▪ Direito Penal de Emergência: recrudescimento pontual das leis penais 
para atender a demandas casuísticas da sociedade (ex.: aumentar a pena do 
furto de gado após um surto de crimes dessa espécie). 
 
Como esse tema já foi cobrado: 
A afirmação de que o Direito Penal não constitui um sistema 
exaustivo de proteção de bens jurídicos, de sorte a abranger todos os 
bens que constituem o universo de bens do indivíduo, mas representa 
um sistema descontínuo de seleção de ilícitos decorrentes da 
necessidade de criminalizá-los ante a indispensabilidade da proteção 
jurídico-penal, amolda-se, mais exatamente, à descrição do princípio da 
fragmentariedade do Direito Penal que é corolário do princípio da 
intervenção mínima e da reserva legal (Juiz/TJSC/2015)83 
 
 
83 Gabarito: correto. 
 
 
69 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE (OU ESSENCIALIDADE) 
 
Como consequência da aplicação do princípio da intervenção mínima, o 
Direito Penal representará apenas um fragmento na tutela de bens jurídicos. O 
Direito Penal protege apenas bens específicos e, em uma análise a posteriori, 
acaba representando um pequeno fragmento nas opções do aplicador da lei. 
A aplicação do princípio acaba por relativizar a função de proteção de bens 
jurídicos pelo Direito Penal, permitindo a ação de outros ramos do direito. 
Emresumo, o Direito Penal acaba por ser um pequeno fragmento no mundo 
jurídico, assim como o cirurgião cerebral representa um pequeno fragmento das 
especialidades médicas. Ou como ensina Luiz Regis Prado, “um arquipélago de 
pequenas ilhas no grande mar do penalmente indiferente”. 
Como esse tema já foi cobrado 
A ideia de que o Direito Penal, deve tutelar os valores considerados 
imprescindíveis para a sociedade, e não todos os bens jurídicos, 
sintetiza o princípio da fragmentariedade (Delegado de 
Polícia/PCSP/2012).84 
O direito penal possui natureza fragmentária, ou seja, somente 
protege os bens jurídicos mais importantes, pois os demais são 
protegidos pelos outros ramos do direito (Juiz/TJMG/2014).85 
Da Constituição Federal de 1988 pode-se extrair a garantia à 
sociedade pela aplicação do princípio da não fragmentariedade, 
consistente na proteção de todos os bens jurídicos e proteção dos 
interesses jurídicos (Juiz/TJSP/2015)86 
 
84 Gabarito: correto. 
85 Gabarito: correto. 
86 Gabarito: errado. 
 
 
70 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
A fragmentariedade do direito penal é corolário dos princípios da 
proporcionalidade e da culpabilidade, pois, como destacou Binding, o 
direito penal não constitui um sistema exaustivo de proteção de bens 
jurídicos, de sorte a abranger todos os bens que constituem o universo 
de bens do indivíduo, mas representa um sistema descontínuo de 
seleção de ilícitos decorrentes da necessidade de criminalizá-los ante a 
indispensabilidade da proteção jurídico-penal (Juiz/TJBA/2012).87 
O princípio da intervenção mínima do direito penal desdobra-se no 
caráter subsidiário e fragmentário do direito penal. O primeiro impõe 
que apenas lesões graves a bens jurídicos dignos de tutela penal sejam 
objeto do direito penal. Já o segundo impõe que só se recorra ao direito 
penal quando outros ramos do direito mostrarem-se insuficientes à 
proteção de determinado bem jurídico (Juiz/TJSP/2016).88 
 
5. POLÍTICA CRIMINAL 
 
PONTO DO EDITAL: 1.3 Relações com outros ramos do direito. 1.4 Direito 
penal e política criminal. 
 
INTRODUÇÃO 
 
O crime é uma forma de quebra da paz social. Ocorre que esse sentimento, 
de que algo está errado ou não, vem bem antes do legislador elaborar qualquer 
lei a respeito. Uma coisa que ilustra isso bem é o surgimento da internet. Até há 
bem pouco tempo, fatos que hoje causam forte quebra da paz não eram sequer 
 
87 Gabarito: errado. 
88 Gabarito: errado. Obs.: os conceitos de fragmentariedade e de subsidiariedade estão invertidos. 
 
 
71 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
conhecidos da sociedade. Ninguém imaginava, por exemplo, que pessoas se 
matariam por ter suas intimidades poderosamente e rapidamente colocadas em 
público, para todo o país, para todo o planeta, em segundos. 
 
POLÍTICA CRIMINAL 
O trabalho da política criminal consiste, justamente, em realizar um filtro 
(filosófico, sociológico e político) da realidade social, propondo inclusões e 
exclusões de normas penais no sistema positivo. Assim é que a invasão de 
dispositivo informático, fato até 2012 atípico, passou a ser considerado crime, 
por força do art. 154-A do CPB. De outro modo, o filtro da política criminal 
passou a perceber que o termo “mulher honesta”, previsto no revogado crime 
de posse sexual mediante fraude, perdeu a contemporaneidade. O termo, nos 
dias de hoje, é claramente preconceituoso, visão que a sociedade da década de 
40 não possuía, em regra. 
Em resumo, a política criminal é ciência multidisciplinar que filtra o direito 
penal, propondo a inclusão e exclusão de normas penais. 
 
Como esse tema já foi cobrado 
A Política Criminal orienta a evolução da legislação penal e a sua 
aplicação conforme as finalidades materiais do Direito Penal 
(MPDFT/Promotor de Justiça).89 
 
Modernamente, o funcionalismo da Escola de Munique, inspirada por Claus 
Roxin, apregoa que a teoria do delito não pode ficar desatenta aos postulados 
 
89 Gabarito: correto. 
 
 
72 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
político-criminais que norteiam o Direito Penal e descreve a necessidade da 
penetração da política criminal na dogmática penal.90 
Voltaremos a esse assunto quando falarmos das teorias funcionalistas em 
Direito Penal. 
6. CRIMINOLOGIA 
 
A criminologia também é uma forma de estudar o crime. É uma forma 
diferente de estudá-lo comparado ao Direito Penal. É bom que você entenda que 
essa diferença entre Direito Penal e Criminologia é bastante recente. 
Até o final do século XIX, as pessoas que se dedicavam ao crime eram 
chamadas de criminologistas. É por isso que Garofalo dizia que a “Criminologia 
é a ciência do delito”. Vou explicar isso rapidinho para não te cansar, pois não é 
muito objeto de prova, mas faz você entender muita coisa. Então, me 
acompanhe com paciência. Até meados do século XIX, as ciências naturais 
(física, química, biologia) avançaram demais em relação às demais ciências. 
Surgiram teorias para explicar os gases, os microrganismos, a evolução das 
espécies, leis físicas de Newton etc. Afinal, ciências como filosofia, história, 
direito estavam em desvantagem, principalmente porque suas regras não 
podiam ser provadas pelo sistema científico (sistema cartesiano). Era o 
“positivismo científico”. Nesse tempo, houve um fenômeno interessante. 
Os estudiosos do crime, os quais não estavam abrangidos pelo positivismo 
científico, passaram a adequar o estudo do crime aos métodos científicos. Ou 
seja, passaram a estudar o crime como um biólogo estudaria o corpo humano, 
como um botânico estudaria as plantas etc. 
Foi nessa época que surgiram os estudos de CESARE LOMBROSO (O Homem 
Delinquente, de 1876), por exemplo, que procurava estudar o crime e o 
 
90 Informação cobrada na prova do MPMT/Promotor de Justiça/2014. 
 
 
73 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
criminoso através de características biológicas (Escola Positiva da Criminologia). 
Olha só, como disse, não vou me aprofundar. Só quero que você entenda que 
dessa gênese houve uma evolução, que é estudada através das Escolas Penais. 
Em determinado momento dessa evolução, os estudiosos do Direito, 
especialmente do Direito Penal, passaram a adotar uma nova postura, 
concebendo que o Direito deveria adotar um método próprio, diferente das 
ciências naturais. Daí nasce o POSITIVISMO JURÍDICO (ou jus positivismo). 
Os jus positivistas passam a estudar o Direito a partir da lei (da norma 
escrita). Os estudiosos que ampliaram o estudo do crime para além da norma 
(razões biológicas, vitimologia, razões sociais etc.) fizeram nascer a 
CRIMINOLOGIA. Já os estudiosos que passaram a estudar o Direito a partir da 
norma, se limitando a ela, fizeram nascer o Direito Penal. 
Modernamente, ficou assim: 
Criminologia: a criminologia é uma ciência fática, que pertence às ciências 
empíricas que utilizam métodos indutivos (analíticos) e a interdisciplinaridade 
para estudar o fenômeno criminoso. Antes de explicar o fenômeno do crime, 
procura-se conhecê-lo. 
 
“Empírico”: que se baseia na experiência e observação. O criminologista 
observa os fatos, e pela INDUÇÃO, chega a um raciocínio. O primeiro passo é a 
observação, para então fazer uma pesquisa, que é o método científico. 
 
Método indutivo: parte de uma particularidade para chegar a uma conclusão 
mais ampla (Ex.: o corvo 1 é negro, corvo 2 é negro, o corvo 3 é negro. 
Conclusão: todos os corvos são negros). 
 
Dica: lembre-se que na INdução, o raciocínio está IMplícito. 
 
 
74 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
 
Método dedutivo: caracteriza-se quando se parte de uma situação geral e 
genérica para uma particular (ex.: todos os mamíferos têm coração. Então, o 
cão, por ser mamífero, possui coração). 
 
Direito Penal: O Direito Penal estuda o crime do ponto de vista jurídico, 
como norma. É uma ciêncianormativa (dever-ser), enquanto a criminologia é 
ciência do “ser”. 
 
Como esse tema já foi cobrado: 
A Ciência do Direito Penal e a moderna Criminologia diferenciam-se 
porque aquela se ocupa dogmaticamente do Direito Positivo, enquanto 
esta é ciência empírica de caráter interdisciplinar que se interessa, 
dentre outros temas, pelo delinquente, pelo crime e pela resposta social 
ao comportamento desviante (MPDFT/Promotor de Justiça).91 
 
 
91 Gabarito: correto. 
 
 
75 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
7. RESUMO DA AULA 
 
 
RESUMO DA AULA 
 
INTRODUÇÃO O crime é, enfim, um fenômeno 
social que o Direito tratou de 
regular, ou seja, tratou de 
estabelecer um sistema científico 
para que seja possível a imputação 
jurídico-penal (atribuição da 
responsabilidade penal) a 
determinada pessoa. 
 
CONCEITO DE DIREITO PENAL O Direito Penal é a ciência jurídica 
que estuda as infrações penais 
(conceito formal) 
O que são as Infrações Penais? 
 
Crime e Contravenção 
Quais as diferenças entre crime (ou 
delito) e contravenção penal? 
 
1º) Previsão Legislativa 
 
 
 
76 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
2º) Espécies de Penas 
 
3º) Tratamento da tentativa 
 
4º) Tratamento da 
extraterritorialidade 
 
Caracteres do Direito Penal a) Fragmentário: é a ultima ratio 
 
b) Possui sanções específicas 
 
c) Finalidade preventiva 
 
d) É ciência normativa 
 
e) É ciência valorativa 
 
f) É ciência cultural 
 
g) Possui caráter finalista 
 
h) Possui caráter sancionador 
 
 
77 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
PRINCÍPIOS E SUAS FUNÇÕES 
 
As regras são normas mais 
específicas e os princípios normas 
mais abrangentes 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
ESTRITA OU DA RESERVA LEGAL 
(CF, ART. 5º, XXXIX E CP, ART. 1º) 
– NULLUM CRIMEM NULLA POENA 
SINE LEGE 
 
O termo “legalidade” estaria 
relacionado com o respeito às leis 
em geral. Já o princípio da “reserva 
legal” significa que determinados 
institutos jurídicos estão reservados 
à lei, ou seja, só lei poderia criá-
los. 
ANTECEDENTE HISTÓRICOS 
 
A revolução burguesa (Revolução 
Francesa), e sua forma latina 
(nullum crimem nulla poena sine 
lege) foi inspirada nos escritos de 
Anselm Feurbach. 
 
FUNDAMENTO POLÍTICO 
 
É a proteção do ser humano em 
face do arbítrio do poder de punir 
do Estado. 
 
TAXATIVIDADE (MANDATO DE 
CERTEZA) 
 
O legislador deve evitar a criação 
de tipos demasiadamente abertos, 
indeterminados que são aqueles em 
que a descrição típica é incompleta, 
que devem ser completados por um 
raciocínio do juiz. 
 
 
78 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
 
 
MEDIDAS PROVISÓRIAS EM 
MATÉRIA PENAL 
 
O art. 62 da CF proíbe 
expressamente MP's em matéria 
penal. Essa vedação está presente, 
mesmo que a Medida Provisória 
seja convertida em lei 
 
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA 
 
O Direito Penal não pode se ocupar 
com lesões irrelevantes aos bens 
jurídicos. 
Requisitos do Princípio da 
Insignificância 
 
O STF já estabeleceu como 
requisitos objetivos e subjetivos: 
a) mínima ofensividade da conduta; 
b) ausência de periculosidade social 
da ação; 
c) reduzido grau de reprovabilidade 
do comportamento; 
d) inexpressividade da lesão 
jurídica. 
 
 
 
79 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
Diferença entre os princípios da 
insignificância e da ofensividade 
 
O princípio da ofensividade está 
mais ligado aos denominados 
crimes de perigo. 
O furto de bagatela e o ladrão 
habitual 
Em relação ao furto praticado por 
autor com maus antecedentes ou 
reincidente, cabe aplicação do 
princípio da insignificância? A 
jurisprudência majoritária é no 
sentido que não seria possível. 
 
Reiteração Não Cumulativa de 
Condutas de Gêneros Distintos 
 
No informativo nº756/2014, o STF 
considerou insignificante um furto 
de bagatela praticado por réu 
reincidente. No caso, entendeu o 
STF que pelo fato do crime anterior 
não ter sido patrimonial, aplicar-se-
ia o princípio da insignificância por 
se tratar de reiteração não 
cumulativa de condutas de gêneros 
distintos. 
 
A Análise do Princípio da 
Insignificância tem Repercussão 
Geral? 
Por ocasião do AI 747522 RG, 
julgado em 27/08/2009, o Pleno do 
STF entendeu não haver 
Repercussão Geral na análise da 
 
 
80 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
 existência ou não do princípio da 
insignificância, por se tratar de 
matéria infraconstitucional. 
 
Princípio da insignificância e casos 
específicos 
A partir da página 30. 
PRINCÍPIO DA IRRELEVÂNCIA DO 
FATO (OU DA PENA) 
 
Infrações bagatelares 
impróprias são relevantes para o 
Direito Penal, mas as circunstâncias 
tornam a aplicação da pena 
irrelevante. 
PRINCÍPIO DA ALTERIDADE 
 
O Direito Penal somente deve 
ocupar-se de lesões que saiam da 
esfera individual do agente. 
PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO 
SOCIAL 
 
É atípica a conduta quando não fere 
o sentimento de justiça. 
Súmula 502: presentes a 
materialidade e a autoria, afigura-
se típica, em relação ao crime 
previsto no artigo 184, parágrafo 
2º, do Código Penal, a conduta de 
expor à venda CDs e DVDs piratas. 
 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10615003/artigo-184-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10614914/par%C3%A1grafo-2-artigo-184-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10614914/par%C3%A1grafo-2-artigo-184-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
 
 
81 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO 
MÍNIMA 
 
O Direito Penal é a ultima ratio 
(último instrumento) do 
legislador para as soluções dos 
conflitos. 
PRINCÍPIO DA 
FRAGMENTARIEDADE (OU 
ESSENCIALIDADE) 
 
Como ensina Luiz Regis Prado, o 
direito penal é “um arquipélago de 
pequenas ilhas no grande mar do 
penalmente indiferente”.uma infração 
penal. E, mais do que isso, se poderá ser punido pela infração cometida. Trata-
se de um olhar jurídico (científico) e não apenas sociológico, filosófico ou 
biológico do fenômeno estudado. 
Antes de adentrarmos na teoria do crime, preciso que você entenda o que 
estamos estudando. Ou melhor, qual é o objeto do nosso estudo? 
 
 
 
 
 
7 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
1. CONCEITO E OBJETO 
 
PONTO DO EDITAL: 1. Introdução ao direito penal. 1.1 Conceito, 
caracteres e função do direito penal. 
QUAL O CONCEITO E O OBJETO DO DIREITO PENAL? 
 
Bom, nos propusemos a estudar o Direito Penal. O que seria isso então? 
Eu gosto de conceitos objetivos e concisos. Poderia citar vários conceitos 
de autores renomados, mas isso mais complica do que ajuda. Além disso, o 
conceito deve ser significativo, no sentido de apresentar para você alguma 
informação relevante. Então, aí vai o meu conceito de Direito Penal. 
O Direito Penal é a ciência jurídica que estuda as infrações penais. 
Podemos afirmar, dessa forma, que o Direito Penal é um campo da ciência 
que tem como objeto de estudo as infrações (violações) às leis penais. Resta-
nos decifrar o que seria, exatamente, “infração penal”. 
O que são as Infrações Penais? 
 
No Brasil, existem duas maneiras de se infringir uma lei penal (sistema 
dicotômico). Digo, existem duas possibilidades de se cometer uma infração 
penal. A primeira forma de se infringir a lei penal é através da prática de um 
Crime (sinônimo de Delito); a outra forma de infração penal é a Contravenção 
Penal. 
Resumindo, podemos dizer que Crime e Contravenção são espécies do 
gênero Infração Penal. 
Olha, não vamos confundir teoria dicotômica com teoria tripartida ou 
bipartida do crime. São coisas diferentes, estudadas em momentos distintos. 
 
 
8 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
No Brasil, adota-se a teoria dicotômica para classificar as infrações penais. Isso 
é bem tranquilo. 
Quais as diferenças entre crime (ou delito) e contravenção penal? 
 
Uma ótima forma de estabelecer distinções entre dois objetos é, 
primeiramente, descobrir o que há de comum em ambos. Se eu quiser distinguir 
“laranja” de “tangerina”, preciso saber, antes de qualquer coisa, que se trata de 
duas frutas. Sabemos, nesse passo, que o Crime e a Contravenção possuem 
algo em comum. Ambas são formas de infração penal. 
Sabendo que laranja é uma fruta e que tangerina também é uma fruta, 
posso distingui-las, basicamente, de duas formas: 1º aspecto visual: laranjas 
têm aparência diferente de tangerinas; 2º pelo sabor: ao provar, posso distinguir 
o gosto das duas frutas. 
Quando trato de Crime e Contravenção, posso usar processo semelhante. 
Inicialmente, aprendemos que ambas são espécies de infrações penais. Agora 
resta-nos apontar as diferenças existentes entre elas: 
1º Diferença: legislativa 
Não há como saber se uma conduta é criminosa ou contravencional 
(contravenção penal) sem conhecer a “letra da lei”. A decisão sobre um fato ser 
considerado crime ou contravenção é de quem fez a lei, leia-se, do legislador. 
Explico: a primeira grande diferença entre as duas infrações penais é o local 
onde estão documentadas. 
É fácil, veja só: 
Os Crimes estão previstos no Código Penal (Decreto-Lei n.o 2.848/1940), 
bem como nas Leis Penais Especiais (também chamadas de Leis Penais 
Extravagantes). Como exemplos dessas últimas, temos: crimes de drogas (Lei 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEL%202.848-1940?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEL%202.848-1940?OpenDocument
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9 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
11.343/2006); crimes de arma de fogo (Lei 10.826/03); crimes ambientais (Lei 
9.605/98); crimes de trânsito (Lei 9.503/98), entre muitos outros. 
As Contravenções Penais estão previstas em uma lei específica, o Decreto-
Lei n.º 3.688/1941. Essa lei tem o nome de Lei de Contravenções Penais. 
O legislador, por meio de lei federal (princípio da legalidade), pode criar 
novos tipos penais (leiam-se, novos crimes), revogá-los, alterá-los. Pode, além 
disso, transformar uma Contravenção em Crime. É uma decisão meramente 
política. 
Existem situações que antes eram consideradas Contravenções, mas por 
decisão do legislador passaram a ser crime. O porte de arma de fogo, por 
exemplo, era considerado contravenção e hoje, pelo Estatuto do Desarmamento, 
é considerado crime. Quero dizer com isso que não existe uma diferença 
conceitual entre crime e contravenção. 
Interessante que, falando da Lei de Contravenções, ela costuma tratar de 
situações muito menos graves do que o Código Penal. É por isso que o grande 
penalista brasileiro Nelson Hungria apelidava a Contravenção Penal de “crime 
anão”. 
2ª Diferença: Crimes são, em regra, mais graves. 
Uma segunda diferença, então, entre crime e contravenção seria o fato de 
que os crimes costumam ser mais graves do que as contravenções e até 
por isso as penas dos crimes são, em regra, mais pesadas. 
Imagine que você esteja assistindo a uma peça de teatro. Uma peça de 
Shakespeare, por exemplo. No meio do espetáculo, um sujeito começa a 
conversar ao celular, atrapalhando a interpretação dos atores. Acreditem ou não, 
mas existe uma contravenção penal nessa conduta. 
 
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10 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
Veja só: 
 
 
 
Seria um exagero considerar a situação acima criminosa. A reprimenda 
prevista para a Contravenção já é mais do que suficiente para prevenir e refrear 
a conduta. 
Muitos penalistas modernos, por isso, defendem que a Lei de Contravenções 
deveria ser revogada, uma vez que o Direito Penal não poderia se ocupar de 
situações de pequena monta, de pouca relevância para a vida em sociedade. 
3ª Diferença: espécies de penas 
Em decorrência da segunda diferença acima, é natural que a qualidade das 
penas cominadas (atribuídas) a Crimes seja diferente da aplicada às 
Contravenções. Os Crimes são apenados com reclusão, detenção e multa. 
As Contravenções, com prisão simples e multa. 
Qual a diferença entre elas? 
a. Reclusão: o agente pode iniciar o cumprimento da pena em regime 
fechado, semiaberto ou aberto, dependendo da pena concreta; 
b. Detenção: o agente pode iniciar o cumprimento em regime 
semiaberto ou aberto. Caso descumpra as regras de tais regimes, pode 
regredir para o regime fechado, mas nunca iniciar nesse regime; 
c. Prisão Simples: Prisão simples é a pena cumprida sem rigor 
penitenciário em estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum, 
em regime aberto ou semiaberto. Trata-se de pena aplicada em face de 
contravenção penal (Lei das Contravenções Penais - Decreto Lei nº3.688/1941). 
Somente são admitidos os regimes aberto e semiaberto. É vedado o emprego 
Art. 40. Provocar tumulto ou portar-se de modo 
inconveniente ou desrespeitoso, em solenidade ou ato 
oficial, em assembleia ou espetáculo público, se o fato não 
constitui infração penal mais grave. Pena – prisão simples, 
de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos mil réis 
a dois contos de réis 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pena
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pris%C3%A3o
 
 
11 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
do regime fechado para o cumprimento de pena por contravenção penal, 
mesmo em caso de regressão. 
 
Como esse tema já foi cobrado: 
O condenado por contravenção penal, com pena de prisão simples 
não superior a quinze dias, poderá cumpri-la, a depender de 
reincidência ou não, em regime fechado, semiaberto ou aberto, estando, 
em quaisquer dessas modalidades, obrigado a trabalhar (Delegado de 
Polícia/PCPE/2016).1 
 
4ª Diferença: não se admite tentativa nas Contravenções Penais 
A quartadiferença é que os crimes podem admitir tentativa, as 
contravenções são factíveis a tentativa, mas não são puníveis. 
Eu digo que os crimes podem admitir tentativa porque existem situações 
que não se admite tentativa em crime. Vamos ter uma aula específica sobre o 
tema, então vou deixar para aprofundar assunto em momento oportuno. Por 
enquanto, é suficiente que você saiba que as contravenções penais são factíveis 
a tentativa, mas não são puníveis a forma tentada, pois a Lei de Contravenções 
expressamente a proíbe (art. 4º). 
Na prática, seria até possível a tentativa de contravenção, mas a lei proíbe 
sua punição. Por isso, juridicamente, a tentativa é impossível. 
 
 
 
 
 
 
1 Gabarito: errado. 
 
 
12 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
Como esse tema já foi cobrado: 
A tentativa de contravenção penal não é passível de punição legal 
(Juiz/TJDFT/2016).2 
 
Nos termos da Lei das Contravenções Penais, é punível a tentativa 
de contravenção (Delegado de Polícia/PCDF/2015).3 
A tentativa de contravenção, mesmo que factível, não é punida 
(Delegado de Polícia/PCBA/2013).4 
Apesar de, no campo fático, ser possível ocorrer a tentativa de 
contravenção penal, esta, quando se desenvolve na forma tentada, não 
é penalmente alcançável (Delegado de Polícia/PCAL/2012).5 
 
 
5ª Diferença: princípio da extraterritorialidade 
O Código Penal prevê, como regra, o princípio da territorialidade (art. 5º, 
caput), determinando que os crimes praticados em território nacional devem 
aqui ser julgados. Permite, no entanto, que, em determinadas circunstâncias, 
crimes cometidos no estrangeiro sejam também julgados no Brasil (princípio da 
extraterritorialidade, art. 7º do CP). Exemplo: crime contra a vida do Presidente 
da República do Brasil ocorrido no estrangeiro. Em resumo, o Brasil aplica como 
regra o princípio da territorialidade (crimes cometidos no Brasil, julgamento no 
Brasil), mas permite a extraterritorialidade (crimes cometidos no estrangeiro, 
julgamento no Brasil). 
 
2 Gabarito: correto. 
3 Gabarito: errado. 
4 Gabarito: correto. 
5 Gabarito: correto. 
 
 
13 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
A Lei de Contravenções, de outra forma, só admite a aplicação do princípio 
da territorialidade, não punindo condutas ocorridas fora dos limites territoriais 
brasileiros. 
 
Bom, eu poderia citar dezenas de diferenças entre crimes e contravenções, 
mas neste ponto eu só quero demonstrar para você que são coisas juridicamente 
distintas. 
Este é um assunto que aparece em todo edital para Delegado e consta de 
quase todos os manuais de Direito Penal. Mesmo assim, é muito negligenciado. 
Estudar os caracteres do Direito Penal é o primeiro passo para começar a 
adentrar nessa selva cheia de animais perigosos que colocam muita gente para 
correr. Estude o assunto com cuidado, pois ele vai te ajudar a criar as bases 
fortes para dominar o Direito Penal. 
 
Como esse tema já foi cobrado: 
O brasileiro nato, maior e capaz, que praticar vias de fato contra 
outro brasileiro nato responderá por contravenção penal no Brasil, 
ainda que a conduta tenha sido praticada em território estrangeiro 
(Delegado de Polícia/PCPE/2016).6 
 
OUTROS CONCEITOS IMPORTANTES 
Fala-se, além disso, no Direito Penal objetivo (jus poenale), que nada 
mais é do que o conjunto de normas que definem crimes e sanções. Assim, o 
Código Penal e as Leis Penais Especiais fazem parte do Direito Penal objetivo. 
Já no sentido subjetivo (jus puniendi), diz respeito ao direito de punir do 
Estado (princípio da soberania), como ensina Luiz Regis Prado. 
 
6 Gabarito: errado. 
 
 
14 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
Por fim, alguns doutrinadores sub classificam o Direito Penal subjetivo em: 
Direito Penal Subjetivo Positivo: competência do Estado para criar e 
executar normas penais; 
Direito Penal Subjetivo Negativo: competência do Estado para expurgar 
normas inconstitucionais, bem como revogar ou limitar legislativamente o 
alcance de normais penais. 
 
Como esse tema já foi cobrado pelo CESPE: 
O direito penal subjetivo refere-se ao conjunto de princípios e 
regras que se ocupam da definição das infrações penais e da imposição 
de penas ou medidas de segurança (CESPE/Analista 
Legislativo/Câmara).7 
O direito de punir do Estado está vinculado ao direito penal 
substantivo, ou direito penal objetivo. (CESPE/Analista 
Legislativo/Câmara) 8 
 
2. CARACTERES 
 
QUAIS SÃO OS CARACTERES DO DIREITO PENAL? 
Quando perguntamos quais seriam os caracteres do Direito Penal, 
estamos nos referindo àquelas características que o diferenciam de outros 
ramos do Direito. Muito bem, a gente vai aprofundar essas características 
durante as aulas, mas vamos estabelecer um aspecto geral aqui neste momento: 
As principais características são: 
 
7 Gabarito: errado. 
8 Gabarito: errado. 
 
 
15 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
a) O Direito Penal é fragmentário: pois representa a ultima ratio do 
sistema jurídico de proteção aos bens jurídicos; 
Esta característica do Direito Penal é, na verdade, uma consequência do 
princípio da intervenção mínima, que estudaremos à frente. 
Imagine que o sistema jurídico é um pacote de Cheetos Bolinha. O Direito 
Penal é apenas uma bolinha do pacote. E o que é mais importante, é a última 
bolinha do pacote. Você só consegue comer a última bolinha se comer todas 
as outras primeiramente. 
O problema é que essa característica, se desrespeitada, enfraquece o 
Direito Penal. Quando o Estado tenta resolver os problemas criando normas 
penais, numa verdadeira inflação legislativa, é como se estivéssemos dando 
antibiótico para quem está resfriado. O que acontece com o antibiótico? Perde o 
efeito. É exatamente isso que está acontecendo com o Direito Penal. O Direito 
Penal é o antibiótico do Direito. Não pode ser usado como primeira opção de 
tratamento. 
Pense no crime do art. 273 do CPB, que trata como crime hediondo a venda 
de cosméticos falsificados (entre outras condutas). Imagine só. Consegue 
compreender o problema? Nas nossas aulas vamos discutir mais isso. Sigamos 
em frente. 
 
Como este tema já foi cobrado: 
Cabe ao legislador, na sua propícia função, proteger os mais 
diferentes tipos de bens jurídicos, cominando as respectivas sanções, 
de acordo com a importância para a sociedade. Assim, haverá o ilícito 
administrativo, o civil, o penal etc. Este último é o que interessa ao 
direito penal, justamente por proteger os bens jurídicos mais 
importantes (vida, liberdade, patrimônio, liberdade sexual, 
administração pública etc.). O direito penal tem natureza fragmentária, 
ou seja, somente protege os bens jurídicos mais importantes, pois os 
 
 
16 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
demais são protegidos pelos outros ramos do direito 
(CESPE/DELEGADO/PCRN)9 
O direito penal possui natureza fragmentária, ou seja, somente 
protege os bens jurídicos mais importantes, pois os demais são 
protegidos pelos outros ramos do direito. Parte inferior do formulário 
(JUIZ/TJMG/2014)10 
 
b) O Direito Penal possui sanções específicas, quais sejam: a pena e a 
medida de segurança. As penas do Direito Penal, por sua vez, têm características 
bem diferentes das de outros ramos (ex.: multa penal é bem diferente de multa 
de trânsito); 
A ideia é a de que quando o cara ouvir o termo PENA (no sentido do Direito 
Penal) ele já fique com medo. É a teoria da coação psicológica de 
Feuerbach. Eu não cometo crime porque tenho medo da força da pena do 
Direito Penal. A ideia, portanto, é que ele saiba a diferença psicológica entre 
dirigir embriagado (crime) e dirigir com o IPVA atrasado (infração de trânsito). 
c) Possui, além disso, uma finalidade preventiva, pois a ideia é que a 
própria existências dos tipos penais e das sanções respectivas motivem as 
pessoas a não praticarem crimes.Lembre-se que isso é denominado de função 
motivadora do Direito Penal; 
A teoria da coação psicológica também entra aqui. Só que as pessoas 
podem se motivar por várias razões, inclusive por medo da pena. O mais legal 
disso é o molde didático. A pena tem um forte caráter didático. A prisão também. 
Eu penso muito nisso quando estou autuando alguém. Se uma pessoa é presa, 
as pessoas notam o funcionamento do sistema penal. Isso gera confiabilidade e 
segurança. 
 
9 Gabarito: correto. 
10 Gabarito: correto. 
 
 
17 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
Vou além. A prisão de uma pessoa, em determinadas circunstâncias, pode 
ser um bem para ela. 
Que isso, Valente? Está louco? 
Não. Em muitas situações de dependência química, por exemplo, a prisão 
e a pena servem como motivadores para o sujeito largar o vício. Hoje, com o 
CRACK, muita gente boa vem se perdendo. Talvez, seja o choque de realidade 
que ela (ou ele) precisa. 
d) É ciência normativa, pois é guiada pela norma, em respeito ao princípio 
da legalidade. 
O Direito Penal, através da norma penal, serve como importante fator de 
controle social. É o controle forte e formalizado, através da infração penal e da 
sanção, sempre previstos na lei. 
e) O Direito Penal também é valorativo, querendo dizer que se baseia em 
uma escala de valores estabelecidos por suas regras e princípios, sempre em 
respeito à Constituição. 
f) É uma ciência cultural, pois representa as ciências do “dever-ser” (não 
se deve matar, porque a norma assim proíbe). Ao contrário da Criminologia, que 
se preocupa com o “ser” (o crime ocorre por esse ou aquele motivo); 
Isso não quer dizer que o Direito Penal não se preocupe com as causas do 
crime. Não é isso. Ocorre que o penalista está mais direcionado ao estudo da 
norma do que situações causais-explicativas. 
g) O Direito Penal tem caráter finalista, pois tem a finalidade de proteger 
bens jurídicos fundamentais (vida, patrimônio, liberdade sexual etc); 
h) Finalmente, o Direito Penal tem caráter sancionador, pois se vale de 
sanções penais para fazer valer suas normas. 
 
 
 
18 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
3. FUNÇÕES 
 
FUNÇÕES DO DIREITO PENAL 
O Direito Penal é um importante instrumento para a realização da justiça. 
Naturalmente, ele ganha determinados papéis em relação ao bom convívio das 
pessoas. Nesse sentido, estas são as principais funções do Direito Penal: 
a) Proteção de bens jurídicos: bens jurídicos são valores protegidos 
pelo direito (vida, liberdade, fé pública etc.). Importante anotar que o Direito 
Penal deve ser reservado para proteger apenas os bens jurídicos mais 
importantes, pois sua reação é muito forte (penas). 
b) Controle Social: deve servir à garantia da paz coletiva. 
c) Garantia: o Direito Penal também representa um escudo de proteção ao 
cidadão, na garantia de que somente as condutas previstas como criminosas 
pela lei terão relevância para o Direito Penal. 
d) Função ético-social (função criadora ou “mínimo ético”): o 
Direito Penal também serve como importante fator pedagógico, uma vez que 
acaba criando na consciência coletiva o respeito aos bens jurídicos protegidos. 
Inclusive, mesmo que aqueles valores ainda não tenham sido tomados como 
essenciais (ex.: respeito ao meio-ambiente, à segurança da internet). 
e) Função simbólica: a aplicação do Direito Penal gera na mente das 
pessoas a ideia de que a criminalidade está sendo combatida. Mas, isso não é 
verdade. Criminalidade não se combate com o Direito Penal, mas TAMBÉM com 
o Direito Penal. Querer acabar com a criminalidade através do Direito Penal é o 
mesmo que, nas palavras do Professor Ney Moura Teles, “eliminar a infecção 
com analgésico”. 
f) Função motivadora do Direito Penal: a ideia é a de que a própria 
existências dos tipos penais e das sanções respectivas motivem as pessoas a 
não praticarem crimes. Tem relação com a finalidade preventiva do Direito 
Penal. 
 
 
19 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
g) Função promocional: o Direito Penal é um instrumento de 
transformação social. 
 
Só que essa concepção promocional do Direito Penal tem sido apresentada 
de forma bem negativa. O Criminalista italiano Alessandro Baratta, bastante 
respeitado no mundo jurídico e criminológico, é quem trata disso. 
Segundo essa concepção, surgem duas vertentes do Direito Penal 
Promocional: 
a) Expansão do Direito Penal: criação de normas penais em larga 
escala como forma de acalmar a população em relação ao combate ao crime; 
b) Administrativização do Direito Penal: com o aumento 
dos riscos da vida em sociedade (trânsito, comunicação de ultra velocidade, 
armas etc.), o Direito Penal passa a criar proteções a meros perigos de crime. 
Ou seja, ele se antecipa ao dano, criando tipos penais que seriam mais afetos 
às punições administrativas. Isso fica bastante claro na criminalização de 
diversas infrações de trânsito. É o que Ulrich Beck chama de “gestão punitiva de 
riscos gerais”. 
c) Como esse tema já foi cobrado: 
A sociedade pós-industrial foi denominada por Ulrich Beck como 
uma “sociedade do risco”, ou uma “sociedade de riscos” 
(Risikogesellschaft). Com efeito, essa nova configuração social produz 
reflexos nas searas da teoria do bem jurídico-penal e dos princípios 
correlatos. Uma das consequências desse fenômeno é a chamada 
“administrativização” do direito penal, sobre a qual é correto falar que 
é uma forma de expansão do direito penal, em que este, que 
normalmente reage a posteriori quanto ao fato lesivo individualmente 
delimitado, se converte em um direito de gestão punitiva de riscos 
gerais (Delegado/PCAC/2017)11 
 
11 Gabarito: Correto 
 
 
20 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
4. PRINCÍPIOS 
 
PONTO DO EDITAL: 1.2 Princípios básicos do direito penal. 
PRINCÍPIOS E SUAS FUNÇÕES 
O direito penal cuida do estudo das regras e princípios que regem as 
infrações penais (crimes e contravenções penais), desde sua criação até a sua 
execução concreta (cumprimento de pena ou medida de segurança). Mas, existe 
diferença entre norma e princípio? 
A norma jurídica, em geral, é comumente dividida em duas espécies: as 
regras jurídicas (ou normas em sentido estrito) e os princípios jurídicos. As 
regras seriam normas específicas disciplinadoras de comportamentos 
específicos. Os princípios jurídicos seriam regras de abrangência mais ampla do 
que as normas em sentido estrito. 
Assim também é na vida. Existe o princípio de respeito e educação com as 
pessoas. Existe a regra social (não escrita) de que devemos cumprimentar as 
pessoas conhecidas. A norma de convivência social é rompida quando 
desrespeitamos isso. Isso gera sanções sociais (perdemos amizades, ficamos 
tachados de “mal-educados”). 
A proibição do furto prevista no artigo 155 do CP seria uma regra (ou norma 
em sentido estrito). A determinação de que só existe crime se houver lei anterior 
que o defina, art. 1º do CP, é um princípio jurídico. 
Então, basicamente, as regras são normas mais específicas e os princípios 
normas mais abrangentes, que se irradiam para todas as normas jurídicas. Por 
essa razão, podemos afirmar que os princípios estão em nível hierárquico 
superior em relação às normas específicas. Eles têm mais importância para o 
direito como um todo. 
Os princípios são, portanto, valores basilares que impõem a criação e a 
conservação do sistema jurídico. São alicerces que sustentam todo o 
 
 
21 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
ordenamento jurídico, servindo de critério orientador para a correta 
interpretação das regras jurídicas. 
Para resumir, os princípios penais são normas orientadoras de interpretação 
e aplicação do direito penal. 
 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ESTRITA OU DA RESERVA LEGAL (CF, ART. 
5º, XXXIX E CP, ART. 1º) – NULLUM CRIMEM NULLA POENA SINE LEGE 
 
Em termos gerais, já vimos que normaspenais são criadas exclusivamente 
por meio de lei (ordinária, em regra). O princípio da legalidade determina que 
outras espécies legislativas, que não leis ordinárias ou complementares, são 
impróprias para criar regras de direito penal. Além disso, cabe somente à União 
legislar sobre direito penal. É o que se denomina de princípio da legalidade 
estrita (ou reserva legal). 
Para ser mais técnico, o termo “legalidade” estaria relacionado com o 
respeito às leis em geral. Já o princípio da “reserva legal” significa que 
determinados institutos jurídicos estão reservados à lei, ou seja, só lei poderia 
criá-los. Nesse sentido, alguns doutrinadores ensinam que o termo correto a ser 
aplicado no direito penal é “princípio da reserva legal”, uma vez que é reservada 
ao direito penal a criação de normas apenas por leis ordinárias e 
complementares. 
Como esse tema já foi cobrado: 
O princípio da legalidade penal, do qual decorre o princípio da 
reserva legal, impede o uso dos costumes e analogia para criar tipos 
penais incriminadores ou agravar as infrações existentes 
(Juiz/TJMG/2014).12 
 
12 Gabarito: correto. 
 
 
22 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
 
ANTECEDENTES HISTÓRICOS 
 
O princípio da legalidade tem como antecedente histórico a revolução 
burguesa (Revolução Francesa), e sua forma latina (nullum crimem nulla poena 
sine lege) foi inspirada nos escritos de Anselm Feurbach. 
A construção do princípio, para Feurbach, baseava-se em dois aspectos: 
a) concepção preventivo-geral (ou da coação psicológica) da pena, ou seja, 
de que a existência legal do crime e da respectiva pena deveriam funcionar com 
uma forma de “coação psicológica”, intimidando as pessoas para que não 
cometam delitos pela mera ameaça de pena; 
b) a defesa do cidadão contra o próprio Estado. Ou seja, com o fim do 
Estado absolutista e criação do Estado liberal, os cidadãos passam a ter 
garantias contra o abuso dos governantes. Essa garantia é justamente a lei. 
 
FUNDAMENTO POLÍTICO 
 
O fundamento político do princípio da legalidade é a proteção do ser humano 
em face do arbítrio do poder de punir do Estado. Nesse sentido, a legalidade 
impõe a proibição: 
(a) da retroatividade da lei para criminalizar ou agravar fato anterior à 
existência da lei; 
(b) do costume como fundamento ou agravação de crimes e penas; 
(c) da analogia como método de criminalização ou de punição de condutas; 
(d) indeterminação dos tipos penais e das respectivas sanções Princípio da 
Taxatividade (mandato de certeza). 
 
 
23 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
 
ATENÇÃO! 
 
 
 
 
 
 
 
Como esse tema já foi cobrado: 
O princípio da legalidade desdobra-se nos postulados da reserva 
legal, da taxatividade e da irretroatividade. O primeiro impossibilita o 
uso de analogia como fonte do direito penal; o segundo exige que as leis 
sejam claras, certas e precisas, a fim de restringir a discricionariedade 
do aplicador da lei; o último exige a atualidade da lei, impondo que seja 
aplicada apenas a fatos ocorridos depois de sua vigência. (Juiz de 
Direito do TJSP/2016)13 
 
PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE (MANDATO DE CERTEZA) 
 
O legislador deve evitar a criação de tipos demasiadamente abertos, 
indeterminados que são aqueles em que a descrição típica é incompleta, 
devendo ser completados por um raciocínio do juiz. 
 
13 Gabarito: correto. 
Neste momento, apresentarei apenas as características gerais do 
princípio da legalidade. Na aula sobre aplicação da lei penal 
vamos ver quais os efeitos do princípio na aplicação da norma ao 
fato concreto (irretroatividade, poder legislativo penal, analogia, 
norma penal em branco etc). 
 
 
 
24 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
Mas e quando a criação de normas vagas, incompletas, abertas, fere o 
princípio da legalidade? 
As leis penais indefinidas e obscuras favorecem interpretações 
idiossincráticas (segundo o ponto de vista de cada um) e dificultam o 
conhecimento da proibição. É o que ocorria com o revogado crime de rapto 
violento14, ao usar o termo “mulher honesta”. Na velha lição de Hungria, mulher 
honesta é "não somente aquela cuja conduta, sob o ponto de vista da moral, é 
irrepreensível, senão também aquela que ainda não rompeu com o minimum de 
decência exigido pelos bons costumes". 
Para se determinar o que seria “mulher honesta”, o juiz tinha uma abertura 
muito grande de interpretação, o que viola o princípio da legalidade. É óbvio que 
toda regra jurídica possui algum nível de indeterminação. Isso é inevitável. 
Pense, como exemplo, no tipo penal que descreve “expor ou abandonar recém-
nascido, para ocultar desonra própria” (art. 134). Várias interpretações podem 
ser feitas sobre os termos apresentados pela norma. Por exemplo: até quando 
uma criança é considerada “recém-nascida”? O que é desonra? Etc. Seja como 
for, o princípio da legalidade pressupõe um mínimo de determinação da lei para 
evitar que direitos fundamentais sejam desrespeitados. 
A Lei de Segurança Nacional (Lei nº 7170/83), como exemplo, estabelece 
um crime por demais indefinido. Veja: Art. 23 - Incitar: I - a subversão da ordem 
política ou social. 
Mas, observe que a criação de tipos abertos não está totalmente vedada 
em direito penal, devendo o legislador evitar termos obscuros e dúbios. 
Como esse tema já foi cobrado: 
 
14 Art. 219 - Raptar mulher honesta, mediante violência, grave ameaça ou fraude, para fim libidinoso: Pena - reclusão, de 
2 (dois) a 4 (quatro) anos. 
 
 
25 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
O princípio da taxatividade, ao exigir lei com conteúdo determinado, 
resulta na proibição da criação de tipos penais abertos (Juiz de Direito 
TJMG/2014).15 
 
MEDIDAS PROVISÓRIAS EM MATÉRIA PENAL 
 
Só para lembrar que as medidas provisórias foram inseridas na Constituição 
para afastar a antiga espécie normativa denominada decreto-lei. O nosso Código 
Penal é um exemplo do tal decreto-lei. 
O problema das medidas provisórias é que elas são emanadas do Poder 
Executivo Federal, tendo força de lei, e só posteriormente são analisadas pelo 
Congresso Nacional. É muito poder. 
O art. 62 da CF proíbe expressamente MP's em matéria penal. Essa vedação 
está presente, mesmo que a Medida Provisória seja convertida em lei16. 
Como já tivemos oportunidade de afirmar, somente por meio de lei 
ordinária ou complementar, em respeito ao princípio da reserva legal, pode-se 
criar normas penais. Dúvida suscitada em doutrina diz respeito à possibilidade 
de MPs serem criadas em matéria penal benéfica. O STF tem uma antiga decisão 
em sentido positivo, nos seguintes termos: 
Medida provisória: sua inadmissibilidade em matéria penal - não 
compreende a de normas penais benéficas, assim, as que abolem crimes ou lhes 
restringem o alcance, extingam ou abrandem penas ou ampliam os casos de 
 
15 Gabarito: errado. 
16 4 Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força 
de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 
2001) § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
I – relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) (...) b) direito penal, processual penal e processual 
civil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) (...) 
 
 
26 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
isenção de pena ou de extinção de punibilidade. (STF, RE 254818, DJ 
19/12/2002) 
Nesse sentido, perceba que a MP 417/08, que posteriormente foi convertida 
em lei17, permitia que os possuidores e proprietários de armas de fogo de 
fabricação nacional, de uso permitido e não registradas, deveriam “solicitar o 
seu registro até o dia 31 de dezembro de 2008, apresentando nota fiscal de 
compra ou comprovaçãoda origem lícita da posse, pelos meios de prova em 
direito admitidos, ou declaração firmada na qual constem as características da 
arma e a sua condição de proprietário”. Esse dispositivo acabou por criar uma 
hipótese de atipicidade temporária em relação à norma do art. 12 da Lei 
10.826/03 (posse irregular de arma de fogo). 
Bom, afinal, admite-se ou não Medida Provisória em matéria penal em 
benefício do réu? Para prejudicar o réu, já temos certeza de que não é possível. 
Apesar da discussão existente, penso ser mais seguro adotar que medidas 
provisórias estão totalmente vedadas em direito penal, pois o art. 62 da CF não 
faz qualquer distinção. 
Mas, Valente, e a decisão do STF acima mencionada? Se você observar, ela 
foi proferida no ano 2000. Ocorre que o art. 62 da CF teve nova redação 
determinada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001. A decisão do Supremo 
deve ser repensada sob a nova escrita da Lei Maior. 
A doutrina também se divide, como podemos ver no gráfico abaixo: 
 
17 Lei n.º 11.706/2008. 
 
 
27 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
 
Como esse tema já foi cobrado: 
As medidas provisórias podem regular matéria penal nas hipóteses 
de leis temporárias ou excepcionais (Juiz de Direito/TJPB/2015)18 
Fere o princípio da legalidade, também conhecido por princípio da 
reserva legal, a criação de crimes e penas por meio de medida 
provisória. ( CESPE/2009/PGE-PE - Procurador de Estado-adaptada)19 
 
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA 
 
O Direito Penal não pode se ocupar com lesões irrelevantes aos bens 
jurídicos. No exemplo do motorista que, ao fazer manobra de estacionamento, 
culposamente, atinge um pedestre que ali passava, tendo este experimentado 
lesão de um centímetro e sem sangramento, podemos afirmar que a integridade 
física do pedestre não fora colocada em um perigo tal que justifique a 
intervenção do Direito Penal. 
A mera adequação formal da conduta ao tipo não seria suficiente para 
realização típica. No exemplo do motorista, podemos dizer que formalmente ele 
 
18 Gabarito: errado. 
19 Gabarito: correto. 
 
 MP em matéria 
penal 
 
Damásio de 
Jesus 
Luís Flávio 
Gomes 
Cléber Masson 
Rogério Greco 
STF 
 Para prejudicar 
 
Não 
Não 
Não 
Não 
Não 
 Para beneficiar 
 
Sim 
Sim 
Não 
Não 
Sim 
 
 
28 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
praticou a conduta descrita no art. 303 do Código de Trânsito Brasileiro. Mas a 
tipicidade conglobante leva em consideração, além da tipicidade formal, também 
o que se denomina de tipicidade material. Nessa, devemos considerar sempre 
se o bem jurídico protegido pela norma (no caso, a integridade física) ficou 
abalado a ponto de justificarmos a ação do Direito Penal. 
Será que aquele arranhão de dois centímetros causado culposamente pelo 
motorista justificaria o acionamento do Direito Penal? Penso que não. Podemos 
dizer que o resultado causado por culpa do motorista é insignificante para o 
Direito Penal. Inicialmente, o princípio era aplicado apenas em crimes 
patrimoniais, com em pequenos furtos, mas hoje sua aplicação é muito mais 
abrangente, como veremos. 
Como esse tema já foi cobrado: 
O reconhecimento do princípio da insignificância exclui a tipicidade 
material da conduta (Promotor de Justiça/MPMT/2014 - adaptada).20 
 
Percebe-se, portanto, que o princípio da insignificância serve como 
instrumento de interpretação restritiva do tipo penal incriminador. 
Como esse tema já foi cobrado: 
O princípio da insignificância atua como instrumento de 
interpretação restritiva do tipo penal. (Promotor de 
Justiça/MPMS/2013)21 
 
 
 
20 Gabarito: correto. 
21 Gabarito: correto. 
 
 
29 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
 
REQUISITOS DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA: 
 
A análise do princípio da insignificância (da bagatela) deve ser realizada no 
caso concreto. Para que você possa acertar as questões da prova, preciso reunir 
os principais posicionamentos do STJ e do STF a respeito. Seria interessante que 
você passasse a acompanhar os informativos de jurisprudência e anotasse as 
novas decisões a partir de agora. 
O primeiro posicionamento que gostaria de mencionar, refere-se aos 
requisitos para aplicação do princípio da insignificância. Basicamente, dois 
aspectos são analisados: 
a) Aspecto objetivo: diz respeito à lesão ao bem jurídico. 
b) Aspecto subjetivo: diz respeito à análise de reprovabilidade. 
 
Como esse tema foi cobrado: 
O princípio da insignificância, decorrência do caráter fragmentário 
do Direito Penal, tem base em uma orientação utilitarista, tem origem 
controversa, encontrando, na atual jurisprudência do STF, os seguintes 
requisitos de configuração: a mínima ofensividade da conduta do 
agente; nenhuma periculosidade social da ação; o reduzidíssimo grau 
de reprovabilidade do comportamento; e a inexpressividade da lesão 
jurídica provocada. (Delegado de Polícia/ PCRJ/2012)22 
Segundo a jurisprudência do STF e do STJ, a aplicação do princípio 
da insignificância no direito penal está condicionada ao atendimento, 
concomitante, dos seguintes requisitos: primariedade do agente, valor 
 
22 Gabarito: correto. 
 
 
30 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
do objeto material da infração inferior a um salário mínimo, não 
contribuição da vítima para a deflagração da ação criminosa, ausência 
de violência ou grave ameaça à pessoa (Procurador do 
DF/CESPE/2013)23 
 
Recentemente, inclusive, o STF entendeu que seria indispensável para se 
aplicar o princípio da insignificância, averiguar o significado social da ação, a 
adequação da conduta, a fim de que a finalidade da lei fosse alcançada. É 
necessário, portanto, ter presentes as consequências jurídicas e sociais que 
decorrem do juízo de atipicidade resultante da aplicação do princípio da aula 
insignificância. (STF, HC 123108/MG, rel. Min. Roberto Barroso, 3.8.2015). 
Em resumo, não se pode falar da aplicação do princípio da insignificância 
de forma abstrata. A análise é sempre caso a caso. 
 JURISPRUDÊNCIA 
 
 
 
 
 
 
Como esse tema já foi cobrado: 
O princípio da insignificância pode ser aplicado no plano abstrato. 
(Promotor de Justiça/MPMS/2013)24 
 
23 Gabarito: errado 
24 Gabarito: errado. 
O STF já estabeleceu como requisitos objetivos e subjetivos: 
a) mínima ofensividade da conduta; 
b) ausência de periculosidade social da ação; 
c) reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; 
d) inexpressividade da lesão jurídica. 
 
 
 
31 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
 
DIFERENÇA ENTRE OS PRINCÍPIOS DA INSIGNIFICÂNCIA E DA 
OFENSIVIDADE 
 
O princípio da ofensividade está mais ligado aos denominados crimes de 
perigo. É que para que se tipifique algum crime, é essencial que haja, pelo 
menos, um perigo concreto (real e efetivo) ao bem jurídico. Por isso, alguns 
doutrinadores, como Bitencourt, entendem que os crimes de perigo abstrato25 
são inconstitucionais. Um exemplo de crime abstrato é o do art. 234 do CP.26 
Como esse tema já foi cobrado: 
Expressiva parcela da doutrina sustenta a inadequação do crime de 
escrita ou objeto obsceno (art. 234 do CP) para com os princípios que 
instruem o direito penal democrático. Um dos focos dessa inadequação 
reside na indevida alocação do sentimento público de pudor como objeto 
da tutela jurídica. Isso representa, em tese, violação ao princípio da 
insignificância (Delegado de Polícia/FUNCAB/2016/TJPA-adaptada)27 
 
 
O FURTO DE BAGATELA E O LADRÃO HABITUAL 
 
A discussão mais contemporânea sobre o tema refere-se à aplicação do 
princípio da insignificância para afastar ou não o furto de bagatela praticado por 
ladrão habitual, com diversas passagens etc. Vou fazer um quadro de como está 
essa discussão na jurisprudência superior para ficar mais fácil. 
 
25 Ou seja, aqueles em relação aos quais o perigo é presumido, como no porte de armade fogo. 
26 Art. 234 - Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua guarda, para fim de comércio, de distribuição ou de 
exposição pública, escrito, desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto obsceno: 
 Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. 
27 Gabarito: errado. Como vimos, trata-se do princípio da ofensividade. 
 
 
32 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
Antes, eu preciso ressaltar que o Pleno do STF entende que o princípio da 
insignificância não pode ser analisado em tese, mas somente diante de casos 
reais e concretos28. Ou seja, não são adequadas perguntas como: cabe 
insignificância em furto quando o autor é reincidente ou tem maus 
antecedentes? Cabe a insignificância em crimes ambientais? Cabe insignificância 
em latrocínio? Etc. 
São perguntas muito genéricas e que impedem a análise concreta dos fatos. 
Por essa razão, podemos encontrar posições diversas na jurisprudência, dando 
respostas díspares para as perguntas acima. 
De qualquer sorte, para a sua prova, é importante que você conheça o 
posicionamento majoritário dos tribunais diante de situações teóricas e abertas. 
Em relação ao furto praticado por autor com maus antecedentes ou 
reincidente, cabe aplicação do princípio da insignificância? A jurisprudência 
majoritária é no sentido de que não seria possível. 
 
STJ, 5ª Turma Não aplica a insignificância 
STJ, 6ª Turma Não aplica a insignificância 
STF, 1ª Turma Aplica-se a insignificância 
STF, 2ª Turma Não aplica a insignificância 
 
28 No julgamento conjunto dos HC 123.108, 123.533 e 123.734, o STF fixou orientação sobre a aplicação do princípio da 
insignificância aos casos de furto – Rel. Min. Roberto Barroso, Pleno, julgados em 3.8.2015. Decidiu que, se a coisa 
subtraída é de valor ínfimo (i) a reincidência, a reiteração delitiva e a presença das qualificadoras do art. 155, § 4º, devem 
ser levadas em consideração, podendo acarretar o afastamento da aplicação da insignificância; e (ii) nenhuma dessas 
circunstâncias determina, por si só, o afastamento da insignificância (...). 
 
 
33 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
 
Como esse tema já foi cobrado: 
Possuindo o réu antecedente criminal não é possível a aplicação do 
princípio da insignificância. (Promotor de Justiça/MPMS/2013)29 
A reiteração delitiva impede a aplicação do princípio da 
insignificância em razão do alto grau de reprovabilidade do 
comportamento do agente. (Promotor de Justiça/MPAC/2014)30 
No que se refere à aplicação do princípio da insignificância, o STF 
tem afastado a tipicidade material dos fatos em que a lesão jurídica seja 
inexpressiva, sem levar em consideração os antecedentes penais do 
agente. (Juiz de Direito/TJAP/2014)31 
 
Em regra, o reconhecimento do princípio da insignificância gera a 
absolvição do réu pela atipicidade material. Em outras palavras, o agente não 
responde por nada. Em um caso concreto, contudo, o STF reconheceu o princípio 
da insignificância, mas, como o réu era reincidente em crime patrimonial, em 
vez de absolvê-lo, o Tribunal utilizou esse reconhecimento para conceder a 
substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. Em razão 
da reincidência, o STF entendeu que não era o caso de absolver o condenado, 
mas, em compensação, determinou que a pena privativa de liberdade fosse 
substituída por restritiva de direitos (STF. 1ª Turma. HC 137217/MG, Rel. Min. 
Marco Aurélio, red. p/ ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 28/8/2018) 
(Info 913). 
 
29 Gabarito: correto. 
30 Gabarito: correto. 
31 Gabarito: errado. 
 
 
34 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
Em 2019, a Primeira Turma voltou a decidir que a reincidência não 
impede, por si só, que o juiz da causa reconheça a insignificância penal da 
conduta, à luz dos elementos do caso concreto. 
No entanto, com base no caso concreto, o juiz pode entender que a 
absolvição com base nesse princípio é penal ou socialmente indesejável. Nesta 
hipótese, o magistrado condena o réu, mas utiliza a circunstância de o bem 
furtado ser insignificante para fins de fixar o regime inicial aberto. Desse 
modo, o juiz não absolve o réu, mas utiliza a insignificância para criar uma 
exceção jurisprudencial à regra do art. 33, § 2º, “c”, do CP, com base no princípio 
da proporcionalidade (STF, 1ª Turma. HC 135164/MT, julgado em 23/4/2019) 
(Info 938). 
Recentemente, foi cobrada a seguinte questão: 
A reincidência do acusado não é motivo suficiente para afastar a 
aplicação do princípio da insignificância (Juiz TJ/CE 2018 CESPE).32 
 
REITERAÇÃO NÃO CUMULATIVA DE CONDUTAS DE GÊNEROS DISTINTOS 
No informativo nº756/2014, o STF considerou insignificante um furto de 
bagatela praticado por réu reincidente. No caso, entendeu o STF que, pelo fato 
do crime anterior não ter sido patrimonial, aplicar-se-ia o princípio da 
insignificância por se tratar de reiteração não cumulativa de condutas de gêneros 
distintos. 
À luz da teoria da reiteração não cumulativa de condutas de gêneros 
distintos, portanto, a contumácia de infrações penais que não têm o patrimônio 
como bem jurídico tutelado pela norma penal não pode ser valorada, porque 
ausente a séria lesão à propriedade alheia (socialmente considerada), como 
fator impeditivo do princípio da insignificância. 5. Ordem concedida para 
restabelecer a sentença de primeiro grau, na parte em que reconheceu a 
 
32 Certo. 
 
 
35 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
aplicação do princípio da insignificância e absolveu o paciente pelo delito 
de furto.33 
 
A ANÁLISE DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA TEM REPERCUSSÃO 
GERAL? 
Por ocasião do AI 747522 RG, julgado em 27/08/2009, o Pleno do STF 
entendeu não haver Repercussão Geral na análise da existência ou não do 
princípio da insignificância, por se tratar de matéria infraconstitucional. 
Como esse tema já foi cobrado: 
Não apresenta repercussão geral o recurso extraordinário que verse 
sobre a questão do reconhecimento de aplicação do princípio da 
insignificância em crime de posse de substância entorpecente para uso 
pessoal porque se trata de matéria infraconstitucional (Juiz 
Federal/TRF3/2013).34 
 
Princípio da Insignificância e Crimes de Menor Potencial Ofensivo 
 
Não. As infrações de menor potencial ofensivo são aquelas em que a lei 
prescreve pena de, no máximo, dois anos de prisão e/ou multa. Nessas 
infrações, de competência dos Juizados Especiais, várias medidas 
despenalizadoras podem ser aplicadas ao infrator, evitando-se, assim, pena de 
privação de liberdade (ex.: transação penal e suspensão condicional do 
processo). É um conceito de aplicação processual, portanto não se confunde com 
o princípio da insignificância. 
 
33 STF, HC 114723, PUBLIC 12-11-2014. 
34 Gabarito: correto. 
 
 
36 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
Princípio da Insignificância e Crimes Tributários 
 
Aplica-se, sim, o princípio da insignificância aos crimes tributários (ex.: 
Crimes Contra a Ordem Tributária da Lei nº 8.137/90 e Descaminho (art. 334 
do CP) etc. 
O STF tem reconhecido a insignificância de crimes dessa natureza, desde 
que o débito tributário devido não seja superior 20 MIL REAIS. É que a Lei nº 
10.522/200235 determinou o arquivamento, mediante requerimento do 
Procurador da Fazenda Nacional, dos processos de execução fiscal de débitos 
iguais ou inferiores a dez mil Reais, atualizado pelas Portarias nº 75 e nº 
130/2012 do Ministério da Fazenda para R$ 20.000,00. Com base nesse 
dispositivo, o STF entendeu o seguinte: se R$ 20 mil Reais são irrelevantes para 
o Fisco, não pode ser relevante para o Direito Penal. 
Recentemente, o STJ revisou a Tese 157 de Recurso Repetitivo, 
confirmando que incide o princípio da insignificância aos crimes tributários 
federais e de descaminho quando o débito tributário verificado não ultrapassar 
o limite de R$ 20.000,00 (vintemil reais), a teor do disposto no art. 20 da Lei 
n. 10.522/2002, com as atualizações efetivadas pelas Portarias 75 e 130, ambas 
do Ministério da Fazenda. 
Portanto, o antigo entendimento do STJ, que fixava o valor em R$ 
10.000,00 deve ser desconsiderado em provas futuras. 
 
Como esse tema já foi cobrado 
 
35 Art. 20. Serão arquivados, sem baixa na distribuição, mediante requerimento do Procurador da Fazenda Nacional, os 
autos das execuções fiscais de débitos inscritos como Dívida Ativa da União pela Procuradoria-Geral da Fazenda 
Nacional ou por ela cobrados, de valor consolidado igual ou inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). Obs.: valor 
atualizado para R$ 20.000 pelas Portarias nº 75 e nº 130/2012 do Ministério da Fazenda. 
 
 
37 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
A jurisprudência mais recente do Superior Tribunal de Justiça vem 
admitindo ser ele, em tese, aplicável ao crime de descaminho, desde que 
o valor do tributo respectivo seja de até dez mil reais 
(Juiz/TJAP/2014).36 
 
Princípio da Insignificância e Tributos Estaduais 
 
O STJ decidiu que se o tributo for estadual deve-se observar a lei local para 
verificar se há algum limite específico para ação fiscal. 
Havia o entendimento firmado até pouco tempo que a STJ, no caso 
concreto, não aceitou alegação de que o valor do ICMS, em tese suprimido, 
sendo inferior a R$ 20.000,00 (vinte mil reais), tornaria o fato imputado atípico 
em face do princípio da insignificância, tendo em vista o que disposto no art. 20 
da Lei n.10.522/02. Sendo o ICMS um tributo de competência estadual, 
deveria se aplicar a Lei 9.011/02 do Estado do Rio Grande do Norte que 
estabelece o limite de R$ 1.000,00 (mil reais), e não a Lei n, 10.522/02 editada 
pela União para tributos de sua competência (STJ, RHC 34.883/RN, DJe 
14/10/2014). 
Entretanto, recentemente, o STJ estendeu ao âmbito estadual o 
entendimento firmado no Tema 157 que incide o princípio da insignificância nos 
crimes tributários federais e de descaminho quando o valor dos tributos não 
recolhidos não ultrapassa o valor de R$ 20 mil reais. No julgamento do HC 
535.063/SP, o Relator Sr. Ministro Sebastião Reis Júnior, alegou que ainda que 
aquele entendimento dissesse respeito somente a crimes relativos a tributos de 
competência da União, é possível aplicar o mesmo raciocínio ao plano estadual, 
 
36 Gabarito oficial: correto. Gabarito atualizado: errado. O STJ atualizou o entendimento para acompanhar a posição do 
STF, que considera o valor de vinte mil reais. 
 
 
38 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
quando houver lei local que dispense a execução fiscal abaixo de determinado 
valor. 
"Não há como deixar de aplicar o mesmo raciocínio aos tributos estaduais, 
exigindo-se, contudo, a existência de norma reguladora do valor considerado 
insignificante", declarou o ministro, destacando que valores pequenos já não são 
cobrados por estados e municípios, em razão da inviabilidade do custo 
operacional da execução37. 
 
Princípio da Insignificância aos Crimes de Apropriação Indébita 
Previdenciária 
 
Não. No tocante ao crime de apropriação indébita previdenciária, art. 168-
A, do CP38, apesar de apresentar natureza tributária, o STF afastou o princípio 
da insignificância, com fundamento no valor supra individual (coletivo) do bem 
jurídico protegido, o que torna irrelevante o pequeno valor das contribuições 
sociais desviadas da Previdência Social (STF, RHC 117095, DJe-180 
13/09/2013). 
Faz sentido a posição do STF. Imagine um empregador que recolhe valores 
de seus funcionários para posterior repasse ao INSS. Se ele segura a grana e 
não passa para os cofres públicos, isso gera diversos problemas para o segurado 
e para a própria administração tributária. 
 
37 http://www.stj.jus.br/sites/portalp/SiteAssets/documentos/noticias/HC-535.063.PDF 
38 Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma 
legal ou convencional: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído 
pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 
 
39 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
 
Princípio da Insignificância nos crimes de contrabando e descaminho 
 
Amigos, importante lembrarem-se da alteraçãozinha recente do Código 
Penal que separou os irmãos siameses contrabando e descaminho. Agora o 
descaminho ficou sozinho no art. 334 e mandaram o contrabando para o art. 
334-A39. Agora ficou bacaninha, porque a doutrina sempre apontou que os dois 
crimes são absolutamente diferentes, senão vejamos: 
 
39 Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto 
devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação dada 
pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, 
de 26.6.2014) 
§ 1o Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 
26.6.2014) 
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em 
lei; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) 
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho; (Redação dada pela 
Lei nº 13.008, de 26.6.2014) 
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza 
em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou 
industrial, mercadoria de procedência estrangeira que introduziu 
clandestinamente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser 
produto de introdução clandestina no território nacional ou de importação 
fraudulenta por parte de outrem; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 
26.6.2014) 
IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no 
exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência 
estrangeira, desacompanhada de documentação legal ou acompanhada de 
documentos que sabe serem falsos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 
26.6.2014) 
§ 2o Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, 
qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias 
estrangeiras, inclusive o exercido em residências. (Redação dada pela Lei nº 
13.008, de 26.6.2014) 
 
 
40 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
O descaminho é uma espécie de fraude aduaneira (alfandegária) em 
que o sujeito não paga os devidos tributos devidos pela entrada, saída ou 
consumo de mercadoria não proibida. Como é um crime de natureza 
tributária, entra na mesma regra, acima estudada, dos demais crimes 
tributários. Se você, por exemplo, vai para Miami e volta para o Brasil com um 
monte de muamba, deve pagar o imposto de importação. Burlar o pagamento 
desse imposto configura o descaminho, caso o valor devido ultrapasse R$ 
20.000,00. 
 
§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado 
em transporte aéreo, marítimo ou fluvial. (Redação dada pela Lei nº 13.008, 
de 26.6.2014) 
Contrabando 
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: (Incluído pela Lei nº 
13.008, de 26.6.2014) 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos. (Incluído pela Lei nº 13.008, de 
26.6.2014) 
§ 1o Incorre na mesma pena quem: (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) 
I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando; (Incluído pela Lei nº 
13.008, de 26.6.2014) 
II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de registro, 
análise ou autorização de órgão público competente; (Incluído pela Lei nº 13.008, de 
26.6.2014) 
III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à 
exportação; (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) 
IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em 
proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria 
proibida pela lei brasileira; (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) 
V- adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de 
atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira. (Incluído pela 
Lei nº 13.008, de 26.6.2014)§ 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos 
deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias 
estrangeiras, inclusive o exercido em residências. (Incluído pela Lei nº 4.729, de 
14.7.1965) 
§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado em 
transporte aéreo, marítimo ou fluvial. (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) 
 
 
 
41 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
Já o contrabando consiste em importar ou exportar mercadoria proibida 
(total ou parcialmente)40. Trata-se de norma penal em branco, que deve ser 
completada por outra norma (leis, decretos, portarias, regulamentos etc.). 
Nessa linha, por não estar a questão limitada ao campo da tributação, destaca-
se que a jurisprudência nega aplicação do princípio da insignificância em sede 
de importação de produtos que, embora permitidos, submetem-se a proibição 
relativa – como, por exemplo, certos produtos agrícolas, cigarros, gasolina, 
arma de pressão etc. Isso porque tais produtos possuem controles especiais 
que devem ser observados. 
Contrabando e Insignificância 
STF NÃO 
STJ NÃO 
 
 
 
Descaminho e Insignificância 
STF SIM 
STJ SIM 
 
 
40 Por exemplo, a importação não autorizada de gasolina, cigarro, armas de pressão e brinquedos simulacros de arma de 
fogo é considerado contrabando, pois há restrições na importação e/ou exportação de tais produtos. 
 
 
42 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
ATENÇÃO! 
 
 
 
 
 
 JURISPRUDÊNCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Como esse tema já foi cobrado 
A jurisprudência mais recente do Superior Tribunal de Justiça e do 
Supremo Tribunal Federal não distingue sua aplicação aos crimes de 
descaminho e de contrabando, indiferenciadamente aceitando-o, em 
tese, nos dois casos, sob os mesmos pressupostos técnicos, posto que 
A reiteração criminosa inviabiliza a aplicação do princípio da 
insignificância nos crimes de descaminho, ressalvada a 
possibilidade de, no caso concreto, as instâncias ordinárias 
verificarem que a medida é socialmente recomendável (STJ, EREsp 
1.217.514-RS, DJe 16/12/2015). 
Em recente decisão, o STJ decidiu, por exemplo, que a importação 
não autorizada de armas de pressão, independentemente 
do calibre, constitui o crime de contrabando, ao qual, nos termos 
da jurisprudência daquele Tribunal Superior, é insuscetível de 
aplicação o princípio da insignificância. (STJ, AgRg no REsp 
1460554/RS, DJe 28/03/2016.) 
 
 
43 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
idêntico o bem jurídico tutelado em ambas as normas legais 
(Juiz/TJAP/2014).41 
Conforme a jurisprudência do STF, o princípio da insignificância não 
se aplica ao crime de contrabando (Juiz Federal/TRF1/2015).42 
O princípio da insignificância somente se aplica ao crime de 
contrabando se o agente não faz do delito uma prática habitual (Juiz 
Federal/TRF3/2013). 43 
Independentemente do valor do tributo sonegado em decorrência 
de crime de descaminho, é possível a aplicação do princípio da 
insignificância. Parte superior do formulário (Promotor de 
Justiça/MPAC/2014).44 
 
Princípio da insignificância à Posse de Drogas da Lei de Drogas (art. 28. 
Lei n 11.343/2006) 
 
Pense no seguinte: o sujeito está portando uma ínfima quantidade de crack 
(subproduto da cocaína) e é abordado por policiais. Será que essa conduta é 
insignificante para o Direito Penal? A maioria da doutrina e da jurisprudência 
ensina que não. Na prática, amigos, o vendedor da droga precisa do usuário 
comprador. Isso é um negócio que busca lucro. Essa ínfima quantidade somada 
de cada usuário gera o lucro que o traficante precisa para manter seu negócio 
rodando. 
O usuário, principalmente do crack, comumente, porta pequena quantidade 
da droga, até porque ela é cara para ele. Imagine que nas ruas de Brasília, uma 
 
41 Gabarito: errado. 
42 Gabarito: correto. 
43 Gabarito: errado. 
44 Gabarito: errado. 
 
 
44 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
minúscula pedra de crack custa entre cinco e dez Reais. Pedra que só é suficiente 
para uma cachimbada. O usuário de crack precisa fumar dezenas de vezes ao 
dia. Onde ele consegue a grana? Se você pensou no toca CD do teu carro, pensou 
certo. 
Portanto, o STF e o STJ vêm decidindo reiteradamente que não se aplica o 
princípio da insignificância à posse de drogas para uso próprio, sob os seguintes 
argumentos: 
 JURISPRUDÊNCIA 
 
 
 
 
 
 
 
Esse assunto ainda está em debate no Supremo Tribunal Federal, mas a 
posição para a sua prova hoje é a seguinte: 
 
PORTE PARA USO (ART. 28) 
STF Pleno NÃO (em crime militar, art. 290 
CPM) 
Argumentos do STJ e STF: 
Periculosidade social 
Estímulo ao tráfico de drogas 
Pequena quantidade é da própria essência do delito 
Proteção à saúde pública 
Crime de perigo abstrato 
 
 
45 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
STF 1ª Turma NÃO majoritário / SIM (HC 110475, 
2012) 
STF 2ª Turma NÃO 
STJ NÃO 
 
Em resumo, portanto, a jurisprudência de ambas as Turmas Criminais do 
Superior Tribunal de Justiça, bem como do STF tem posicionamento estável no 
sentido de que o crime de posse de drogas para consumo pessoal é de perigo 
abstrato ou presumido, que visa a proteger a saúde pública, não havendo 
necessidade, portanto, de colocação em risco do bem jurídico tutelado, de 
tal forma que não há falar em incidência do postulado da insignificância em 
delitos dessa espécie, porquanto, além de ser dispensável a efetiva ofensa 
ao bem jurídico protegido, a pequena quantidade de droga é inerente à 
própria essência do crime em referência. 
Importante: recentemente, o STF entendeu que não configura crime a 
importação de pequena quantidade de sementes de maconha (STF. 2ª 
Turma. HC 144161/SP, julgado em 11/9/2018 - Info 915) (No mesmo sentido: 
STJ. 5ª Turma. REsp 1723739/SP, julgado em 23/10/2018) (Em sentido 
contrário: STJ. 6ª Turma. AgRg no AgInt no REsp 1616707/CE, julgado em 
26/06/2018). 
 
Princípio da insignificância ao tráfico de Drogas da Lei de Drogas (art. 
33, Lei n 11.343/2006) 
 
 
 
46 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
TRÁFICO 
STJ NÃO 
STF NÃO 
 
A jurisprudência do STF tem afastado a aplicação do princípio da 
insignificância no que diz respeito à Lei de Drogas. O STF alega, de forma 
acertada, que ao adquirir a droga para seu consumo, isso realimentaria esse 
comércio, pondo em risco a saúde pública. Ressaltou, ainda, a real possibilidade 
de o usuário vir a se tornar mais um traficante, em busca de recursos para 
sustentar seu vício. Observou, por fim, que — por se tratar de crime no qual o 
perigo seria presumido — não se poderia falar em ausência de periculosidade 
social da ação, um dos requisitos cuja verificação seria necessária para a 
aplicação do princípio da insignificância (STF, HC 102940, DJ 05/04/2011). 
Em resumo, portanto, não há que se falar em princípio da insignificância na 
Lei de Drogas. 
 
Como esse tema já foi cobrado 
O entendimento prevalecente no STJ é pela não aplicação do 
princípio da insignificância ao delito de tráfico ilícito de drogas por se 
tratar de crime de perigo presumido ou abstrato, sendo irrelevante a 
quantidade de droga apreendida em poder do agente 
(Promotor/MPGO/2014).45 
 
 
45 Gabarito: correto. 
 
 
47 DIREITO PENAL PARTE GERAL | TURMA 60 | META 01 
Princípio da insignificância nos crimes do Estatuto do Desarmamento 
(Lei 10.826/2003) 
 
O STF não admite a aplicação do princípio da insignificância ao tráfico 
internacional de armas e/ou munições (art. 18 da Lei nº 10.826/03). 
Segundo o STF, a objetividade jurídica da norma penal

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