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1 5° MÓDULO – INSTITUIÇÕES DE ABRIGO E O ECA O que o ECA fala sobre o Acolhimento Institucional? ECA – Lei 8.069/1990 Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral. § 1o Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento familiar ou institucional terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 6 (seis) meses, devendo a autoridade judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar ou colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei. Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas: VII – acolhimento institucional; VIII – inclusão em programa de acolhimento familiar; IX – colocação em família substituta. § 1o O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para colocação em família substituta, não implicando privação de liberdade. § 2o Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para proteção de vítimas de violência ou abuso sexual e das providências a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento da criança ou adolescente do convívio familiar é de competência exclusiva da autoridade judiciária e importará na deflagração, a pedido do Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse, de procedimento judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao responsável legal o exercício do contraditório e da ampla defesa. § 3o Crianças e adolescentes somente poderão ser encaminhados às instituições que executam programas de acolhimento institucional, governamentais ou não, por meio 2 de uma Guia de Acolhimento, expedida pela autoridade judiciária, na qual obrigatoriamente constará, dentre outros: I – sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou de seu responsável, se conhecidos; II – o endereço de residência dos pais ou do responsável, com pontos de referência; III – os nomes de parentes ou de terceiros interessados em tê-los sob sua guarda; IV – os motivos da retirada ou da não reintegração ao convívio familiar. § 4o Imediatamente após o acolhimento da criança ou do adolescente, a entidade responsável pelo programa de acolhimento institucional ou familiar elaborará um plano individual de atendimento, visando à reintegração familiar, ressalvada a existência de ordem escrita e fundamentada em contrário de autoridade judiciária competente, caso em que também deverá contemplar sua colocação em família substituta, observadas as regras e princípios desta Lei. § 5o O plano individual será elaborado sob a responsabilidade da equipe técnica do respectivo programa de atendimento e levará em consideração a opinião da criança ou do adolescente e a oitiva dos pais ou do responsável. Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar: I – atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas no art. 101, I a VII; V – encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência; XI – representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do poder familiar, após esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente junto à família natural. Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o Conselho Tutelar entender necessário o afastamento do convívio familiar, comunicará incontinenti o fato ao Ministério Público, prestando-lhe informações sobre os motivos de tal entendimento e as providências tomadas para a orientação, o apoio e a promoção social da família. Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados à criança e ao adolescente, referentes ao não oferecimento ou oferta irregular: 3 I – do ensino obrigatório; II – de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência; III – de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de idade; IV – de ensino noturno regular, adequado às condições do educando; V – de programas suplementares de oferta de material didático-escolar, transporte e assistência à saúde do educando do ensino fundamental; VI – de serviço de assistência social visando à proteção à família, à maternidade, à infância e à adolescência, bem como ao amparo às crianças e adolescentes que dele necessitem; VII – de acesso às ações e serviços de saúde; VIII – de escolarização e profissionalização dos adolescentes privados de liberdade. IX – de ações, serviços e programas de orientação, apoio e promoção social de famílias e destinados ao pleno exercício do direito à convivência familiar por crianças e adolescentes. X – de programas de atendimento para a execução das medidas socioeducativas e aplicação de medidas de proteção. § 1oAs hipóteses previstas neste artigo não excluem da proteção judicial outros interesses individuais, difusos ou coletivos, próprios da infância e da adolescência, protegidos pela Constituição e pela Lei. Fonte: Professor DELNERIO. O que o ECA fala sobre o Acolhimento Institucional? Qual a ação do Conselho. Luciano Betiate. 2017. Disponível em: . Acesso em 06 Ago. 2022. INSTITUIÇÕES DE ABRIGO E ECA A Instituição como Rede de Apoio Social e Afetivo 4 Para Samuelsson, Thernlund e Ringström (1996) a rede de apoio social tem uma profunda influência na saúde e no bem-estar do indivíduo. A rede de apoio social e afetivo define como o indivíduo percebe seu mundo social, como se orienta nele, suas estratégias e competências para estabelecer relações, como também os recursos que este lhe oportuniza frente às situações adversas que se apresentam. A ausência de uma rede de apoio social pode produzir um senso de solidão e falta de significado de vida (Samuelsson et al., 1996). O efeito protetivo que o apoio social oferece está relacionado ao desenvolvimento da capacidade de enfrentamento de adversidades, promovendo características de resiliência e desenvolvimento adaptativo (Brito & Koller, 1999; Garmezy & Masten, 1994; Rutter, 1987). Cada esfera da vida, tais como família, amigos, profissão, vizinhos, escola, instituição de abrigo, entre outros, assume o papel de identidade social capaz de fornecer apoio nas relações que o indivíduo estabelece com os outros. Quanto mais percebe com satisfação sua rede de apoio, mais sentimentos de satisfação com sua vida terá (Orford, 1992). Dessa forma, pode-se compreender que, para as crianças e os adolescentes abrigados, a instituição de abrigo se constitui na fonte de apoio social mais próxima e organizada, desempenhando um papel fundamental para o seu desenvolvimento. Para Newcomb (1990), a primeira relação de apoio social evolui das relações de apego iniciais da criança e da capacidade e disposição dos pais em suprir suas necessidades, constituindo a primeira base de esperança e segurança em outras pessoas. Para as crianças e os adolescentes que não vivem com suas famílias, o mundo social expande-se ainda mais no momento em que estes deixam o núcleo familiar, incluindo membros não pertencentes à família, tais como monitores e demais crianças e adolescentes com os quais convivem na instituição. A relação estabelecida com os monitores desempenha papel central na vida das crianças e dosadolescentes abrigados, à medida que serão estes adultos que assumirão o papel de orientá-los e protegê-los, constituindo, neste momento, os seus modelos identificatórios. Estudos apontam para a importância de cursos de formação, oficinas de reciclagem, ou mesmo um espaço de trocas destinado a estes profissionais, visto que a satisfação profissional está diretamente relacionada à qualidade de seu trabalho na instituição (Bazon & Biasoli-Alves, 2000). Estas autoras consideraram os monitores como educadores, e desta forma, apontaram a necessidade de que sejam guiados em suas ações cotidianas de modo a compreender o impacto que seus gestos podem ter, a fim de darem um sentido às suas ações rotineiras. Da mesma forma, o contato com pares, em igual situação de vida, pode configurar um apoio social e afetivo, operando como fator de proteção. Ao conviver 5 com crianças e adolescentes de diversas idades, as crianças e adolescentes abrigados podem se envolver em parcerias uns com os outros, compartilhar sentimentos positivos e negativos, apoiando-se mutuamente. Martins e Szymanski (2004) apontaram que comportamentos pró-sociais, como de cuidado recíproco, consolo e auxílio, em várias situações de vida, foram observados nas interações entre as crianças cuidadas em instituição de abrigo. A partir dos estudos apresentados, é possível constatar que as instituições de abrigo fazem parte da rede de apoio de muitas famílias brasileiras, há muitas décadas, principalmente em decorrência de problemas sociais, associados à situação de pobreza e ao perfil de distribuição de renda no Brasil. Estes aspectos macrossistêmicos precisam ser combatidos, através de políticas públicas, visto que incrementam a vulnerabilidade das famílias, aumentando a demanda desta população por instituições de abrigo para assistência a seus filhos. Da mesma forma, a análise de estudos mais recentes possibilita constatar uma melhora na qualidade da assistência oferecida pelos abrigos (Arpini, 2003; Dell'Aglio, 2000; Martins & Szymanski, 2004; Pasian & Jacquemin, 1999), sendo que estas melhorias estão diretamente relacionadas à construção e à implementação do ECA (1990) no Brasil (Rizzini & Rizzini, 2004; Silva, 2004). É possível, também, compreender que estas melhorias refletem um modo diferenciado de avaliar o espaço institucional, especialmente com a consideração de teorias que focalizam o "desenvolvimento-no- contexto" e os aspectos protetivos e de risco presentes nele. A partir destes dados, pode-se concluir que a visão exclusivamente prejudicial dos abrigos, como lugares insalubres e precários, onde um grande número de crianças e adolescentes convivia sob um sistema coletivizado, vem perdendo força. Uma vez que a instituição de abrigo é necessária, é preciso que ela seja de pequeno porte, assegure a individualidade de seus integrantes e possua uma estrutura material e de funcionários adequadas. É necessário transformá-la num ambiente de desenvolvimento, capacitando-a e instrumentalizando-a. Para tanto, Yunes et al. (2004) sugerem as seguintes ações: (1) promover um programa lúdico de atividades para as crianças e os adolescentes abrigados junto com os funcionários, o que incentivaria os cuidadores a desenvolver brincadeiras infantis; (2) oportunizar encontros entre os profissionais de diferentes abrigos, a fim de criar um espaço de troca de experiência e melhorar a comunicação interinstitucional; (3) capacitar profissionalmente os cuidadores, para que eles possam aprender sobre desenvolvimento infantil numa visão contextualizada, sobre as práticas educativas, sobre a violência doméstica, sobre as medidas socioeducativas e também para que eles possam compreender as teorias implícitas que permeiam o ambiente institucional. 6 Para Silva (2004), os profissionais das entidades que oferecem programas de abrigo têm um importante papel de educadores, o que requer uma profissionalização da área e uma política de recursos humanos que envolva capacitação permanente, incentivos e valorização, incluindo uma remuneração adequada. A formação continuada desta equipe deve buscar, ainda, a formação de uma consciência social em prol do bem-estar desta população, considerando que o trabalho institucional traz repercussões diretamente relacionadas ao desenvolvimento das crianças e adolescentes abrigados (Bazon & Biasoli-Alves, 2000; Yunes et al., 2004). Além disso, acrescenta-se um trabalho organizacional de valorização do funcionário e/ou monitor dos abrigos, de forma que não seja um ofício temporário e rotativo. A efetivação destas ações contribuiria para uma autovalorização do funcionário e/ou monitor, e consequentemente, diminuiria a possibilidade de rompimento constante de vínculos. As discussões sobre a qualidade do atendimento e os prejuízos que os abrigos proporcionam para o desenvolvimento estão longe de convergirem, indicando a necessidade de desenvolver mais estudos sobre os processos presentes neste contexto. Apesar das melhorias observadas no atendimento, há um caminho a ser percorrido. Pode-se começar por oportunizar condições que pelo menos reduzam os fatores de risco já vivenciados nos seus ambientes de origem, sistematizar uma maior integração e comunicação em via dupla dentro dos abrigos e entre as entidades sociais e promover relações interpessoais recíprocas, afetivas e com equilíbrio de poder. As instituições assumem o lugar central na vida das crianças e dos adolescentes abrigados, e em função disso, é necessário investir neste espaço de socialização, buscando transformar as concepções socialmente estabelecidas, de forma a desestigmatizá-las. De acordo com a ênfase dada pela Teoria Ecológica aos processos proximais ocorridos em contextos de desenvolvimento (Bronfenbrenner, 1979/1996, 1990; Bronfenbrenner & Morris, 1998), e sobretudo, de acordo com a importância do afeto mútuo e recíproco das relações interpessoais, torna-se crucial investir em interações mais estáveis e afetuosas no ambiente institucional, tanto as relações dos funcionários com os internos quanto às relações entre pares. As crianças e os adolescentes institucionalizados precisam interagir efetivamente com pessoas, objetos, símbolos e com um mundo externo acolhedor (Bronfenbrenner, 1990). Assim, o abrigo precisa fazer parte da rede de apoio social e afetivo, fornecendo recursos para o enfrentamento de eventos negativos advindos tanto de suas famílias quanto do mundo externo, modelos identificatórios positivos, segurança e proteção. Somente assim oferecerá um ambiente propício para o pleno desenvolvimento cognitivo, social e afetivo das crianças e adolescentes inseridos neste contexto. Assim, destaca-se a necessidade de políticas públicas de intervenção direcionadas às instituições de abrigo, considerando o grande número de crianças e 7 adolescentes abrigados, de forma que se favoreça uma melhoria das condições de atendimento a esta população. Fonte: SIQUEIRA, Aline Cardoso. DELL’AGLIO, Débora Dalbosco. O impacto da institucionalização na infância e na adolescência: uma revisão de literatura. Scielo. 2005. Disponível em: . Acesso em 12 Ago. 2022. O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA) No processo de reordenamento e profissionalização dos abrigos percebe-se que a adequação às novas práticas de atendimento, propostas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, em 1990, depende fundamentalmente de outro modo de compreender a infância e adolescência, tendo como pressuposto que a criança e o adolescente são sujeitos de direitos. O desafio que ainda se coloca exige uma mudança no olhar e no fazer, uma mudança de mentalidade de todos os profissionais do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA), no sentido de superar práticas assistencialistase colocar em foco uma nova concepção de atendimento, pautada na educação e no olhar individualizado para cada criança e adolescente, considerando sempre seu contexto social. O desafio está não só em reconhecer a criança e o adolescente como sujeito de direitos, mas também reconhecer a família e a comunidade como referências fundamentais na constituição dessa criança ou adolescente e em seu percurso em direção ao futuro. Linha do tempo 8 9 Antes da Constituição Federal de 1988, quando a Doutrina da Situação Irregular vigorava, a criança era vista como mero objeto do Estado. O termo “menor” era utilizado para se referir às crianças pobres e abandonadas e incluía também aquelas consideradas de conduta antissocial (os autores de ato infracional). O antigo Código de Menores, lei de 1979, funcionava como um instrumento de controle social e propunha a internação com o objetivo de corrigir comportamentos antissociais, desviantes, “delinquenciais” e proteger a sociedade do convívio com crianças e adolescentes pobres, isolando-os do convívio social, com a finalidade de reeducá-los. Nessa época, existiam os grandes orfanatos, que se pautavam pelo modelo de uma instituição fechada (as chamadas instituições totais), à semelhança dos manicômios, conventos, prisões; portanto, as atividades de educação, saúde, lazer, profissionalização eram realizadas dentro da instituição, e a convivência familiar e comunitária era esporádica e pouco estimulada. 10 Após a promulgação do ECA, com a compreensão da incompletude dos serviços e do favorecimento da integração das crianças e dos adolescentes em suas famílias e comunidades, mudanças significativas começaram a acontecer, configurando o início do processo de reordenamento dos abrigos, com o desmonte das grandes instituições dando caráter residencial, para pequenos grupos assim como o estímulo da rede de serviços fora da unidade de acolhimento. Este será um longo processo no Estado de São Paulo. As crianças e os adolescentes passam a ser compreendidos como sujeitos de direitos e, ao invés de “menores em situação irregular”, devem receber atenção prioritária da sociedade e do Estado por serem considerados em condição peculiar de desenvolvimento com direitos assegurados à vida, à saúde, à alimentação, à profissionalização, ao esporte, ao lazer, à cultura, à dignidade, ao respeito e à liberdade, à convivência familiar e comunitária. O conceito de família é ampliado, e elas passam a ser compreendidas como corresponsáveis em suprir as necessidades das crianças e dos adolescentes. O poder público reconhece que possui parcelas de responsabilidade em desenvolver políticas públicas para suprir as necessidades básicas de manutenção das famílias das crianças e dos adolescentes em medida de proteção. As famílias têm o direito de receber orientação sociofamiliar e acesso a serviços públicos de apoio. As crianças e os adolescentes devem ser acolhidos em residências ou unidades pequenas, e não em grandes instituições. O atendimento deve ser feito em pequenos grupos. Os irmãos devem permanecer juntos. O encaminhamento para as unidades deve ser de caráter excepcional e provisório. As transferências de abrigo devem ser evitadas. Os atendimentos passam a ser personalizados. Os recursos públicos da comunidade do entorno das unidades de acolhimento passam a ser utilizados para assegurar saúde, educação, cultura e lazer. As unidades de acolhimento devem estimular e favorecer a convivência familiar e comunitária. O Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária (PNCFC) Após a promulgação do ECA, outros marcos legais vieram como reforço e aperfeiçoamento dos princípios nele preconizados. Em dezembro de 2006, o Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária (PNCFC) coloca um novo desafio em termos de política pública, refletindo a decisão do Governo Federal em realizar o que é instituído primeiramente na Constituição Federal: criança – prioridade absoluta. O Plano é um marco nas políticas públicas do Brasil, visando primordialmente investir na 11 preservação dos vínculos familiares e comunitários, entendendo as famílias como o lugar privilegiado para o desenvolvimento integral das crianças e dos adolescentes e rompendo com a cultura da institucionalização de crianças e adolescentes em razão da pobreza ou de dificuldades circunstanciais de sua família. O PNCFC reforça os seguintes preceitos: a não discriminação, o interesse superior da criança, os direitos ao pleno desenvolvimento e respeito à opinião da criança. Alude à importância da convivência familiar e comunitária para um desenvolvimento saudável da criança e do adolescente e responsabiliza o Estado e a família como coparticipantes nessa empreitada. Portanto, incentiva o desenvolvimento de programas de auxílio e proteção à família. Em 18 de junho de 2009, foi aprovado o documento Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes com a finalidade de regulamentar, no território nacional, a organização e oferta de Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes. O documento especifica parâmetros e orientações de funcionamento e indica procedimentos técnicos fundamentais para a profissionalização desse serviço. Enfatiza o atendimento individualizado e em pequenos grupos e apresenta caminhos para o desenvolvimento e incorporação de metodologias para o trabalho com crianças, adolescentes e suas famílias, com o objetivo de estabelecer orientações metodológicas e diretrizes nacionais que possam contribuir para que o atendimento no serviço de acolhimento seja transitório, porém reparador. Trata, portanto, do caminho de profissionalização dos serviços de acolhimento, sem deixar de enfatizar a responsabilidade de outras instâncias para o estabelecimento do paradigma em questão. O documento é uma referência à medida que reconhece que todos os profissionais que atuam nos serviços de acolhida desempenham o papel de educador, impondo a necessidade de seleção, capacitação e acompanhamento de todos eles. Fonte: Elage et al. PERSPECTIVAS - Formação de Profissionais em Serviços de Acolhimento. 1ª ed. Instituto Fazendo História. São Paulo : 2011.