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a chamada Inflação Inercial que é decorrente dos reajustes 
de preços e salários, provocados pela indexação ou correção monetária, que 
ocorreu no Brasil entre o final dos anos 70, durante toda a década de 80 e no 
princípio dos aos 90. 
O processo inflacionário brasileiro nesse período foi bastante severo, com 
grande impacto sobre o desempenho econômico do país. Inúmeras políticas 
foram adotadas nesse período na tentativa de debelar essa inflação.
8.4. O processo inflacionário no Brasil 
As políticas econômicas brasileiras de combate à inflação variaram entre 
os períodos dependendo da natureza da fonte geradora da inflação. Podemos 
destacar os seguintes:
I. Entre 1950 – 1960, a principal fonte de inflação era o déficit do Tesouro 
Nacional (TN) - o déficit do TN era elevado por causa de três fatores; i) gastos em 
infraestrutura para financiar o desenvolvimento econômico; ii) baixa produtivi-
dade dos serviços do governo; e iii) impossibilidade do governo elevar a carga 
tributária.
Dado este quadro o governo optou pela emissão de dinheiro, gerando a típi-
ca inflação de demanda.
46
Introdução à Economia
II. Entre 1964 – 1973, a inflação não foi debelada, mas perdeu forças. A 
política de combate caracterizou-se primeiro por um tratamento de choque, por 
meio de uma rígida política monetária, fiscal e salarial. Num segundo momento 
(67-73) foi utilizada uma política gradualista, com o combate a inflação por eta-
pas planejadas. 
Dado este quadro, em 1973 o governo optou pela emissão de dinheiro, ge-ão de dinheiro, ge-ge-
rando a típica inflação de demanda.
III. Entre 1973 – 1994, além dos dois choques do petróleo (1973 e 1979), 
outros fatores também foram responsáveis pela aceleração do processo infla-
cionário, tais como, sucessivos choques agrícolas, elevados gastos públicos com 
programas de substituição de importações e elevada dívida externa. E, devido 
ao alto grau de indexação de nossa economia nos defrontamos com a inflação 
inercial.
Para combater o processo inflacionário brasileiro, muitos planos usaram o 
congelamento de preços (como o plano cruzado, plano Bresser, plano verão e 
plano Collor).
IV. De 1994 até o período atual tivemos a implementação do plano real 
(que reconhecia que as causas da inflação brasileira estavam no desequilíbrio do 
setor público e nos mecanismos de indexação).
Em sua primeira etapa, tentou-se equilibrar o orçamento público por meio 
da criação da IPMF e do fundo social de emergência. Já na segunda etapa, hou-
ve a mudança da moeda, e a quase total desindexação. 
Após a reforma monetária inicial, a política de combate à infl ação concen-à infl ação concen- inflação concen-
trou-se nas chamadas âncoras monetária e cambial, que permaneceram até ja-
neiro de 1999, quando se estabeleceu o regime de câmbio flutuante e o estabe-
lecimento de metas inflacionárias.
Além do sucesso no combate da inflação, o plano real permitiu uma 
melhoria do padrão de vida dos trabalhadores de baixa renda, que eram os mais 
prejudicados com a inflação elevada.
Custo do plano real, entrave às exportações brasileiras, déficit persistente da 
balança comercial e aumento da dependência na obtenção de recursos externos.
Na Figura 29 pode-se observar o desenrolar do processo inflacionário 
brasileiro juntamente com os Presidentes da República que estiveram a frente 
do país nestes momentos.
47
Introdução à Economia
Figura 29 – História da Inflação Brasileira
Fonte: IBGE, 2012.
A Figura 30 por sua vez demonstra as oscilações na taxa de inflação 
enfrentadas pelo Brasil em um período de 61 anos (1950 a 2010).
Figura 30 – Evolução da Taxa de Inflação Brasileira (1950 – 2010)
Fonte: VEJA, 2012.
Na figura 30 é possível observar ainda dois picos inflacionários. O primeiro 
ocorrido no ao de 1989 onde a taxa de inflação acumulada para o mesmo ano 
foi de 1782,85%. O segundo e, maior pico observado até então, apresentou uma 
taxa de inflação acumulada de 2708,17% para o ano de 1993.
A menor taxa de inflação nestes 51 anos foi verificada no ano de 2009. Neste 
ano a taxa foi de -1,44%, ou seja, houve uma desinflação da economia.
48
Introdução à Economia
As relações econômicas vão muito além dos limites territoriais de um país, 
pois as economias estão interligadas por uma série de operações econômicas, 
financeiras e políticas, como importações, exportações, investimentos fora do 
país, etc.
Nos últimos tempos, ficou famoso o termo globalização, que pode ser 
compreendido como a intensificação das relações econômicas internacionais 
do ponto de vista comercial, produtivo e financeiro.
Por isso em nossa aula de hoje abordaremos o estudo do setor externo está 
dividido em dois blocos, Teorias de Comércio e Macroeconomia Aberta e se 
constitui do capítulo 15 do livro texto.
9.1. Fundamentos do comércio internacional
Em relação ao primeiro bloco analisaremos os fundamentos do comércio 
internacional através da teoria das vantagens comparativas e das economias de 
escala. 
O princípio das vantagens comparativas é um princípio que sugere que cada 
país deve se especializar na mercadoria cuja produção é relativamente mais 
eficiente (ou que tenha um custo relativamente menor). Esta será, portanto, a 
mercadoria a ser exportada.
Da mesma forma, o país importará os bens cuja produção implicar um custo 
relativamente maior (e que seja relativamente menos eficiente).
O princípio da vantagem comparativa explica, portanto, a especialização dos 
países na produção de bens diferentes, a partir da qual se concretiza o processo 
de troca entre eles.
Com o comércio internacional, é possível ambos os países obterem benefícios.
Figura 31 – Quadro Demonstrativo das Vantagens Comparativas entre Inglaterra e 
Portugal
No exemplo apresentado na Figura 31 apesar de Portugal apresentar 
vantagem absoluta na produção dos dois bens, ele possui uma maior vantagem 
relativa na produção de vinho. Portanto, a Inglaterra se especializa na produção 
de tecidos, exportando e importando vinho de Portugal, que por sua vez 
especializa-se na produção de vinhos. 
Conclui-se, portanto, que dada certa quantidade de recursos, um país poderá 
obter ganhos com o comércio internacional, produzindo os bens que gerarem 
comparativamente mais vantagens relativas, este resultado é válido mesmo se 
um dos países possuir vantagem absoluta em ambos os bens. 
9 Capítulo
SETOR EXTERNO
49
Introdução à Economia
A teoria desenvolvida por Ricardo fornece uma explicação para os 
movimentos de mercadorias no comércio internacional, os países especializar-
se-iam na produção dos bens em que possuem vantagens comparativas. Neste 
modelo, a fonte de vantagens comparativas está na produtividade do trabalho 
ou, em termos mais gerais, na tecnologia de produção.
Através das trocas, a teoria das vantagens comparativas, apresenta 
como resultado a maior variedade dos produtos e menores preços para os 
consumidores, em ambos os países. 
Os países possuem moedas diferentes e, portanto deve-se conhecer a 
relação de trocas entre elas, para isso utilizamos o conceito de taxa de câmbio. 
Este conceito bem como seus detalhes e da política cambial serão apresentados 
no item a seguir.
9.2. Taxa de câmbio e política cambial
9.2.1. O Conceito de Taxa de Câmbio
Taxa de câmbio é a medida de conversão da moeda nacional em moeda de 
outros países, pode, portanto, ser definida como o preço da moeda estrangeira 
(divisa) em termos da moeda nacional.
A determinação da taxa de câmbio pode ocorrer por dois métodos, 
institucionalmente (taxas fixas) ou pelo funcionamento do mercado (taxas 
flutuantes ou flexíveis). 
A demanda por divisas decorre das importações e de todas as operações 
que resultam na saída de moeda estrangeira do país. Já a oferta é decorrente 
das exportações e das operações que dão entrada de moeda estrangeira no país.
Tomando a relação entre real e dólar, define-se taxa de câmbio como a 
quantidade de reais necessária para a compra de um dólar, quanto a taxa de 
câmbio se eleva, dizemos que a moedanacional sofreu uma desvalorização, se 
ocorrer o contrário, dizemos que a moeda nacional sofreu uma valorização.
A taxa de câmbio está intimamente ligada com os preços dos produtos 
exportados e importados e, consequentemente, com o resultado da balança 
comercial e do balanço de pagamentos de um país.
Exemplo: uma desvalorização da moeda nacional estimula exportações, 
o que gerará maior oferta de divisas no país. Por outro lado, as importações 
diminuirão, pois o preço do produto importado tornou-se mais caro frente ao 
nacional, e, portanto se verificará uma queda na demanda por divisas.
9.2.2. Regimes Cambiais
Chamamos de regime cambial, o modelo de taxa de câmbio que o país adota.
Há três categorias de regime cambial, o regime de taxa de câmbio flutuante, 
o regime de taxa de câmbio fixa e o de bandas cambiais.
No regime de câmbio fixo o Banco Central - BACEN fixa antecipadamente 
a taxa de câmbio com a qual o mercado deve operar e, portanto, obriga-se a 
disponibilizar as reservas para o mercado, quando requisitadas. Ele apresenta 
como vantagem a não ocorrência de instabilidade cambial, e maior facilidade no 
controle da inflação, e como desvantagem a perda da política monetária como 
instrumento de política econômica.
No regime de câmbio flutuante, a taxa de câmbio é determinada pelo 
mercado, por meio da oferta e da demanda de moeda estrangeira.
Nesse caso, a oferta é suprida pelos exportadores (e pelos que trazem divisas 
ao país) e a demanda é formada pelos importadores (e todos que necessitam de 
divisas para enviar ao exterior).
Sua principal vantagem é que não há necessidade de intervenção do BACEN, 
e isso possibilita que a autoridade monetária se utilize de instrumentos de 
50
Introdução à Economia
política monetária. 
E sua maior desvantagem: a taxa de câmbio pode se tornar muito volátil, e 
pode haver impactos sobre a inflação. 
Na realidade, mesmo com regime de câmbio flutuante, o BACEN interfere 
indiretamente na determinação da taxa de câmbio - comprando e vendendo 
divisas - mantendo-a num nível que julgar adequado.
Este tipo de regime cambial com interferência indireta do BACEN é 
comumente chamado de flutuação suja ou dirty floating, e é o regime cambial 
adotado atualmente pela maioria dos países.
Já o regime de bandas cambiais é um sistema intermediário entre os regimes 
de câmbio fixo e flutuante. Nesse regime, o BACEN determina um parâmetro fixo 
mínimo e máximo entre os quais a taxa de câmbio pode variar livremente. 
Nos extremos, o BACEN intervém no sentido de manter a taxa de câmbio 
dentro da banda cambial estabelecida.
9.2.3. Taxa de Câmbio e Inflação
Existe uma relação direta entre taxa de câmbio, importações e exportações, 
logo, a taxa de câmbio exerce impacto sobre o comércio internacional e a 
inflação.
Quando ocorre uma valorização da moeda nacional, o preço dos bens 
importados tende a cair, aumentando seu consumo, assim como a competição 
entre produtos importados e nacionais, isso permite que os preços internos se 
“ancorem”, reduzindo a taxa de câmbio. Essa prática pode ser denominada como 
âncora cambial, e foi um instrumento bem-sucedido aplicado no Brasil após a 
implementação do Plano Real e vigorou até o início de 1999. 
Outro efeito positivo da valorização cambial foi a elevação dos índices de 
produtividade, devido aos incentivos à modernização do parque produtivo 
nacional. 
Uma desvantagem da valorização cambial é que os setores nacionais que 
estiverem despreparados para a competição externa podem sofrer queda 
de vendas o que gera desemprego. Os exportadores são prejudicados, pois 
os produtos nacionais ficam relativamente mais caros. Com isso, gera-se uma 
tendência ao déficit da balança comercial, com saída de divisas do país.
No caso da desvalorização cambial, temos o efeito contrário, produtos 
importados ficam mais caros em termos reais, diminuem-se as importações de 
muitos produtos, embora a importação de produtos essenciais permaneça com 
preço maior.
Dado que isso ocorre, teremos um aumento do preço desses bens, elevando 
o custo de produção, que serão repassados aos preços dos produtos finais.
9.3. Políticas comerciais
A atuação do governo na área externa pode ocorrer por meio da política 
cambial ou da política comercial. A política cambial diz respeito a alterações na 
taxa de câmbio. 
Já a política comercial compõe-se de mecanismos que interferem no fluxo 
de mercadorias entre residentes e não residentes de um país. Entre as políticas 
comerciais, destacam-se tarifas de importação, cotas de importação e subsídios 
às exportações.
9.4. Estrutura do Balanço de Pagamentos
O Balanço de Pagamentos – BP é o registro estatístico-contábil de todas as 
transações econômicas realizadas entre os residentes do país com os residentes 
dos demais países (exportações, importações, frete, seguros, empréstimos, etc.).
51
Introdução à Economia
A contabilidade dessas transações segue as normas da contabilidade geral, 
utilizando os métodos das partidas dobradas.
Nas transações que originam entrada de recursos, realiza-se o lançamento 
em crédito (sinal positivo), e nas transações que originam a saída de recursos, 
realiza-se o lançamento em débito (com sinal negativo). Este procedimento não 
é utilizado na conta Caixa. 
A conta Caixa também é conhecida como Variação de reservas ou Haveres e 
obrigações no exterior. Nesta conta, destacam-se três tipos de transações: a com 
Divisas (moeda estrangeira), com Ouro monetário (no comércio internacional, 
é aceito como meio de pagamento) e através dos Direitos Especiais de Saque 
(DES).
O Balanço de pagamentos divide-se conforme demonstrado na Figura 32.
Figura 32 – Balanço de Pagamentos
A Balança comercial que compreende o comércio de mercadorias; a Balança 
de Serviços e rendas onde registram-se todos os serviços pagos e, ou recebidos 
pelo Brasil, tais como fretes, seguros, lucros, etc. Registra, portanto, os serviços 
de fatores; e as Transferências Unilaterais Correntes: e que é conhecida como 
52
Introdução à Economia
conta de donativos, registrando as doações interpaíses; 
O Balanço de Transações Correntes: o somatório dos balanços comercial, 
de serviços e de transferências unilaterais. Se o saldo for negativo, há poupança 
externa positiva; se o saldo for positivo, há poupança externa negativa. 
 A Conta capital e financeira: nesta conta aparecem as transações que 
produzem variações no ativo e no passivo externos do país e que, portanto, 
modificam sua posição devedora ou credora com o resto do mundo. 
Cabe observar que há ainda a conta erros e omissões, que é a diferença entre 
o saldo do balanço de pagamentos e o financiamento do resultado que surge 
quando se tenta compatibilizar transações físicas e financeiras e as várias fontes 
de informações. 
9.5. Organismos internacionais
Existem diversos organismos internacionais que atuam na promoção e 
dinamização do sistema econômico mundial, dos quais podem ser destacados o 
Sistema Monetário Internacional – SMI, o Fundo Monetário Internacional – FMI, 
Banco Mundial (BIRD) e a Organização Mundial do Comércio - OMC. 
O Sistema Monetário Internacional foi criado com o objetivo de viabilizar as 
transações entre os países, estabelecendo regras e convenções que regulassem as 
relações monetárias e financeiras e não gerassem entraves ao desenvolvimento 
mundial. 
Conferência de Bretton Woods (1944) - Foi onde surgiram propostas de 
remodelagem do sistema monetário internacional, nascendo um sistema 
monetário internacional que foi extremamente importante para o reflorescimento 
do comércio mundial e sobre o qual se baseou o crescimento econômico do 
pós-guerra. 
Foi nesse contexto que se criou o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o 
Banco Mundial. 
O FMI surgiu inicialmente com dois objetivos: i)o de evitar possíveis 
instabilidades cambiais e garantir estabilidade financeira; e ii) socorrer países 
associados a ele na ocorrência de desequilíbrios transitórios em seus balanços 
de pagamentos.Já o Banco Mundial também conhecido como Banco Internacional de 
Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), foi criado com o intuito de auxiliar a 
reconstrução dos países devastados pela guerra e promover o crescimento dos 
países em desenvolvimento. 
Alguns anos após a Conferência de Bretton Woods foi criado o Acordo Geral 
de Tarifas e Comércio (GATT), cujo objetivo básico foi a busca da redução das 
restrições ao comércio internacional e a liberalização do comércio multilateral.
A partir de 1994, o GATT transformou-se na Organização Mundial do 
Comércio (OMC). 
53
Introdução à Economia
EXERCÍCIOS
01- Discuta a seguinte afirmação: nem sempre há perda de bem-estar para a 
nação que adota uma política tarifária sobre a importação.
02- Por que as tarifas são preferíveis às barreiras quantitativas sobre 
importação?
03- Por que as barreiras protecionistas dos países desenvolvidos dificultam, 
para os países pobres, as exportações de produtos de maior valor adicionado?
04- Suponha que a oferta e demanda de um bem A sejam dadas pelas 
seguintes funções, considerando o livre comércio:
Sa = -200 + 80 Pa
Da = 1600 –100 Pa
a. Se o preço internacional de A fosse US$ 6,00 por unidade. Quais seriam o 
consumo e a produção do país A? Qual seria a importação, caso haja?
b. Determine a produção, consumo, importação e receita do governo após 
imposição de tarifa ad valorem de 25%.
54
Introdução à Economia
Estudar a moeda é uma atividade que tem fascinado os homens desde a 
antiguidade. Nossa sociedade é inconcebível sem a moeda, pois seu papel 
informacional e eliminador de incertezas é um elemento-chave no mundo atual.
Além disso, a moeda é o principal insumo e produto de bancos e demais 
instituições financeiras, incluindo o banco central.
Assim, a tarefa deste capítulo é apresentar um quadro geral sobre a moeda, 
destacando sua evolução histórica, suas características, suas funções e definições 
no Brasil, sua oferta e demanda e seu uso na política monetária.
10.1. Evolução Histórica da Moeda 
A moeda acompanha o homem desde os primórdios da civilização. Sua 
evolução pode ser vista através de estágios, sendo que cada estágio caracteriza-
se por ser mais eficiente que o anterior.
O primeiro estágio, chamado de Pré-economia monetária ou escambo, 
onde as relações de troca eram esparsas e esporádicas, assim como a noção de 
propriedade individual que ainda é vaga.
Porém, à medida que as trocas aumentam, surge a necessidade de uma 
eficiência maior, que se traduz na criação de unidades de medidas, padronização 
de contratos e formas de moeda mais evoluídas que a simples troca de mercadoria 
por mercadoria.
2º Estágio - O da moeda mercadoria
Quando há o surgimento das primeiras formas de moeda fazendo com que 
as trocas passassem a ser indiretas.
as primeiras formas de moeda surgem como mercadorias de aceitação geral, 
como por exemplo gado, ossos, sal, etc.
3º Estágio - O da moeda simbólica
Surgem as moedas feitas com metais preciosos, que suprem muitas das 
propriedades que faltavam às anteriores.
A moeda cunhada tem a vantagem de ser aceita sem contestação / e tem 
circulação forçada pela lei / isto é / a moeda de curso legal, ou seja, é uma criação 
institucional.
4º Estágio - O da moeda escritural 
O surgimento da moeda escritural originou / de certa forma / os sistemas 
financeiros modernos.
Quando o ouro e a prata passaram a ser utilizados como moeda / era comum 
que fossem depositados em cofres de ourives // estes / por sua vez / emitiam um 
certificado aos proprietários / atestando a guarda de determinada quantidade 
de metal precioso. Estes certificados eram transacionados como meio de troca.
Com o tempo, os ourives notaram que era impossível que todos os 
depositantes viessem de uma vez só para retirar todo o outro depositado. Assim, 
começaram a emprestar o ouro que ficava ocioso, por meio de novos certificados, 
a uma taxa de juros suficiente para compensar os riscos.
5º Estágio - O da moeda sofisticada
Atualmente, a concorrência, a tecnologia e a globalização impuseram 
um novo dinamismo à economia e à moeda. Hoje, a maioria das transações 
monetárias ocorre eletronicamente, sendo difícil definir, portanto, moeda.
10Capítulo
MOEDAS E BANCOS
55
Introdução à Economia
10.2. Características da Moeda 
Quase todas as moedas nacionais são fiduciárias, ou seja, circulam por força 
da legislação de cada país.
É aceito como moeda o instrumento que cumpra três funções a de meio 
de troca a de unidade de conta (os ativos das pessoas, firmas, ou governo são 
denominados em moeda, possibilitando comparações) e a de reserva de valor 
(possibilita que os consumidores optem pelo consumo presente ou futuro).
10.3. Definições de moeda no Brasil: os agregados monetários
Papel-moeda emitido corresponde à quantidade de papel-moeda que o 
BACEN emite e coloca em circulação. Parte deste papel-moeda emitido vai para 
o caixa dos bancos e a outra parte constitui o papel-moeda em circulação.
Parte do papel moeda em circulação está em poder dos bancos, constituindo 
seus encaixes para fazer frente às ordens de saque de seus correntistas. O restante 
está em poder do público.
Assim:
PMPP = PMC – PMPB
Onde PMPP = papel-moeda em poder do público; PMC = papel-moeda em 
circulação; PMPB = papel-moeda em poder dos bancos.
O conceito mais estrito de moeda é a base monetária, que é igual ao papel-
moeda emitido mais as reservas dos bancos no banco central. A base monetária 
é o passivo monetário do BACEN.
Assim:
BM = PME + RESERVAS DOS BANCOS NO BACEN
Onde: BM = base monetária e PME = papel-moeda emitido.
Os conceitos menos estritos de moeda são os chamados meios de pagamento 
expressos pela letra m e por um número. Assim M1 é mais restrito que M2 e 
assim por diante.
Não há uma norma rígida para distingui-los e em geral suas definições estão 
associadas à liquidez que é a capacidade de os diversos ativos transformarem-se 
em moeda no seu sentido mais comum: papel-moeda e moeda escritural.
Assim:
	M1 = papel-moeda em poder do público + depósito à vista nos bancos 
(agregado de liquidez imediata).
	M2 = M1 + depósitos de poupança + títulos privados>>>
	M3 = M2 + quotas de fundos de renda fixa + operações compromissadas 
com títulos federais >>>
	M4 = M3 + títulos federais, estaduais e municipais em poder do público 
Portanto, M2 + M3 + M4 = Quase-Moeda.
10.4. Oferta de Moeda
A oferta de moeda refere-se ao modo como a moeda é criada. o banco central 
do Brasil tem monopólio na emissão primária de moeda, mas os bancos também 
participam do processo.
As reservas bancárias correspondem ao papel-moeda emitido pelo BACEN e 
depositado em contas dos bancos no banco central.
56
Introdução à Economia
A relação entre os empréstimos ofertados pelos bancos e a base monetária 
chama-se multiplicador monetário ou multiplicador da base monetária, e 
indica quanto da moeda primária criada pelo banco central é transformada em 
empréstimos pelo sistema bancário.
10.4.1. Criação ou Destruição de Moeda
A criação de moeda refere-se ao aumento do volume de meios de pagamento. 
Ex.: através do aumento dos empréstimos ao setor privado.
Já a destruição de moeda refere-se à diminuição do volume de meios de 
pagamento. Ex.: através do resgate de um empréstimo no banco ou da retirada 
de um depósito à vista pelo depositante e colocação em um depósito a prazo.
Há operações que não criam nem destroem meios de pagamento. É o que 
ocorre nos casos onde houve simplesmente uma transferência de depósitos à 
vista (moeda escritural) para moeda em poder do público (moeda manual). Ex.: 
o saque de um cheque no balcão de um banco.
10.4.2 Instrumentos de política monetária
O objetivo do BACEN é controlar o total de moeda na economia, sua ação 
busca alterar o multiplicador monetário, exigindo depósitos compulsórios dos 
bancos (reservas compulsórias), comprando e vendendo moeda e fazendo 
empréstimos aos bancos.
As atividades de compra e venda de moedas são feitas com venda e compra 
de títulos echamam-se operações de mercado aberto (ou operações de open 
market).
Já o empréstimo do BACEN aos bancos comerciais é chamado de redesconto.
10.5. Demanda por Moeda
A demanda de moeda refere-se à quantidade de moeda que o setor privado 
não bancário retém.
Existem duas razões básicas para se deter moeda:
I. A demanda de moeda para transação, as pessoas precisam de dinheiro 
para suas transações do dia-a-dia. Além disso, o público e as empresas precisam 
ter certa reserva monetária para pagamentos imprevistos (demanda de moeda 
por precaução).
II. A demanda de moeda por especulação, dentro de sua carteira de apli-
cações, os investidores deixam uma parte em moeda, observando o comporta-
mento da rentabilidade de vários títulos para fazer algum novo negócio.
10.6. A teoria quantitativa da moeda: relação entre moeda, pre-
ços e renda nacional.
A teoria quantitativa da moeda é a expressão que mostra de forma simples 
a relação entre oferta e demanda de moeda, e que também permite verificar a 
relação entre o lado monetário e o lado real da economia.
Segundo ela
MV = PT 
Onde: M = quantidade total de moeda, V = velocidade de transações, P = 
nível geral de preços e T = total de transações.
 O lado esquerdo da equação (MV) é explicado a partir do fato de que a 
quantidade de moeda na economia depende da velocidade com que ela circula.
O lado direito da equação (PT) mostra que o valor total das transações será 
igual à quantidade de bens e serviços produzida, vezes o preço dos bens e 
57
Introdução à Economia
serviços transacionados no período.
Na versão mais atualizada, o lado direito da equação é expresso em termos 
da renda ou produto nacional, ou seja: 
MV = PY
Sendo PY o produto nacional corrente ou nominal.
10.7. Intermediários Financeiros
A obtenção de recursos de terceiros é importante, já que permite transferência 
ou transformação de determinados riscos. 
O setor financeiro realiza as atividades de intermediário financeiro, 
emprestando recursos, em razão de sua especialização, economias de escala e 
vantagens regulamentárias.
Dessa forma, o setor financeiro é responsável por intermediar recursos entre 
unidades deficitárias e superavitárias e transformar e repassar alguns riscos 
existentes.
10.8. Política Monetária
O setor financeiro serve como um canal para a política monetária, pois o 
BACEN tem o monopólio da emissão de moeda e, por operações e restrições no 
mercado financeiro, pode alterar seu equilíbrio.
O banco central, para exercer sua política monetária, usa três tipos de 
instrumentos.
A reserva compulsória (é a obrigação de os bancos depositarem uma parte 
dos depósitos do público no BACEN).
O redesconto (conta da qual os bancos tomam dinheiro emprestado no 
BACEN).
O mercado aberto (compras e vendas de títulos do governo no mercado).
58
Introdução à Economia
Neste capítulo estudaremos o crescimento e o desenvolvimento econômico. 
Trataremos basicamente de seus determinantes, suas consequências e 
influências na formulação de políticas públicas.
11.1. Produção e Crescimento Econômico 
O padrão de vida de um país depende da sua capacidade de produzir bens 
e serviços e dentro de um mesmo país existem grandes mudanças no padrão de 
vida de sua população ao longo do tempo. 
A capacidade produtiva está relacionada à produtividade. A produtividade 
refere-se a quantidade de bens e serviços que um trabalhador pode produzir a 
cada hora de trabalho.
 E o padrão de vida do país é determinado pela produtividade de seus 
trabalhadores.
O padrão de vida, medido pelo PIB Real per capita, varia significativamente 
entre os países.
Quadro 3 – Variedades de Experiências de Crescimento.
Fonte: Vasconcelos e Pinho, 2006.
Os países mais pobres, por exemplo, têm níveis de renda média que não são 
vistos nos EUA há muitas décadas.
O Quadro 3 exemplifica a variedade de padrões de crescimento de vários 
países em diferentes períodos. Vemos que enquanto os EUA apresentava um 
produto per capita de US$ 3.347 em 1870 (menor que o da Inglaterra nessa 
mesma época), em 2000 esse valor salta para US$34.260 (bem superior ao 
inglês). Isto se deve à sua taxa anual de crescimento nesses 130 anos de 1,81% 
(maior que a da Inglaterra, de 1,35% a.a.).
Notem que taxas de crescimento anual que parecem pequenas tornam-se 
grandes quando contabilizadas para muitos anos.
Por outro lado, o nível de produto per capita americano, que no começo do 
século XX era aproximadamente cinco vezes superior ao do Paquistão aumentou 
para 17,5 vezes em 2000.
11Capítulo
DESENVOLVIMENTO 
ECONÔMICO
59
Introdução à Economia
11.2. Produtividade: seu papel e seus determinantes 
As diferenças de produtividades tem um papel chave na determinação dos 
diferentes padrões de vida em cada país do mundo. A produtividade, como 
vimos, refere-se ao montante de bens e serviços que um trabalhador pode 
produzir em cada hora de trabalho. Para compreender as grandes diferenças nos 
padrões de vida entre os países devemos focar na produção de bens e serviços.
11.3. Como é determinada a produtividade 
Vimos que os insumos usados na produção de bens e serviços são chamados 
de fatores de produção. Esses fatores de produção determinam diretamente a 
produtividade.
Pois, podemos determinar a produtividade de cada fator de produção 
dividindo a produção obtida pela quantidade do fator utilizada no processo 
produtivo. 
E essa produtividade difere entre países determinando diferentes taxas de 
crescimento.
11.4. Crescimento Econômico e Políticas Públicas 
O governo pode tomar muitas medidas para aumentar a produtividade e o 
padrão de vida.
Através de políticas governamentais que aumentam a produtividade e o 
padrão de vida: as principais são: incentivo à poupança e investimento; incentivo 
ao investimento estrangeiro; incentivo à educação e treinamento; estabelecer 
proteção dos direitos de propriedade e manter a estabilidade política e promover 
pesquisa e desenvolvimento.
O incentivo à poupança e ao investimento são importantes porque no 
longo prazo, uma taxa de poupança elevada aumenta o nível de produtividade 
e renda.
Já ao incentivar o investimento estrangeiro os governos podem aumentar 
a acumulação de capital e crescimento econômico de longo prazo usando 
recursos que não dispõe internamente.
Para um crescimento de longo prazo de um país, a educação é tão 
importante quanto investimento em capital físico; portanto, uma maneira pela 
qual o governo pode elevar o padrão de vida é fornecer escolas e incentivar a 
população a estudar. uma pessoa instruída pode gerar novas ideias para melhor 
produzir bens e serviços, que por sua vez, pode fazer parte do conhecimento da 
sociedade e proporcionar uma externalidade positiva para todos.
O respeito da economia como um todo aos direitos de propriedade é um 
pré-requisito importante para o sistema de preços funcionar é necessário que os 
investidores sintam que seus investimentos estão seguros.
Pesquisa e desenvolvimento: o governo pode incentivar o desenvolvimento 
de novas tecnologias através de subsídios de pesquisa, deduções tributárias e 
sistema de patentes.
Em suma, o governo pode através de políticas públicas adequadas incentivar 
o processo de crescimento econômico do país.
	Crescimento Econômico: refere-se ao crescimento do produto da eco-
nomia, em certo período de tempo.
	Desenvolvimento Econômico: refere-se ao crescimento do produto per 
capita dessa economia ao longo do tempo. 
60
Introdução à Economia
11.5. Desenvolvimento Econômico 
A prosperidade econômica, como medida pelo PIB per capita, varia 
substancialmente no mundo.
A renda média dos países mais ricos é mais de dez vezes a dos países mais 
pobres. O padrão de vida de uma economia depende da capacidade da economia 
para produzir bens e serviços.
A produtividade, por sua vez, depende da quantidade de capital físico, 
capital humano, recursos naturais e conhecimento tecnológico disponível 
para os trabalhadores. E as políticas governamentais podem influir nataxa de 
crescimento de um país.
11.6. Desenvolvimento Sustentável.
Atualmente, o conceito de desenvolvimento econômico passou a absorver 
preocupações ambientais e de equidade intra e inter gerações, evoluindo 
para um conceito de desenvolvimento sustentável que seria aquele capaz de 
satisfazer as necessidades da geração presente, sem comprometer a capacidade 
das gerações futuras de suprirem suas próprias necessidades.
61
Introdução à Economia
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Disponível em: 
. Acesso em 15 fev. 2012.
FONSECA, I. S.; GOMES, M. F. M. Construção e Uso de Índices de Preços. 
ed.2. Cadernos Didáticos, n.11. Viçosa: UFV, 2003. 39p.
VASCONCELLOS, Marco Antonio S.; PINHO, Diva Benevides (Org). Manual de 
Introdução à Economia. São Paulo: Saraiva, 2006. 397p.
VEJA. Disponível em:. Acesso em: 15 fev. 2012. 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
BLANCHARD, Olivier. Macroeconomia. São Paulo: Prentice Hall, 2010. 5ª ed. 
CARVALHO, F. J. C.; SOUZA, F. E. P.; SICSÚ, J. PAULA. L. F. R.; STUDART, R. 
Economia Monetária e Financeira – teoria e política. 2ª Ed. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2007. 385p.
JONES, C. I. Introdução à Teoria do Crescimento Econômico. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2000. 178p.
LEFTWICH, R. H. O sistema de preços e a alocação de recursos. 8ª Ed. São 
Paulo: Pioneira: 1997. 452p.
O’SULLIVAN, A.; SHEFFRIN, S. M.; NISHIJIMA, M.. Introdução à Economia 
-princípios e ferramentas. São Paulo: 2004. 471p.
PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 6ª Ed. São Paulo: Pearson 
Prentice Hall. 2006. 
VARIAN, H. Microeconomia – princípios básicos – uma abordagem 
moderna. 6ª Ed. Campus. 2006. 
VASCONCELLOS, M. A.; LOPES, L. M. (Org.). Manual de macroeconomia: 
nível básico e intermediário. São Paulo: Atlas, 2000. 2ª ed. 
VICECONTI, P. E. V.; NEVES, S. Introdução à Economia. 4ª Ed. São Paulo: Frase, 
2000. 520p.
WESSELS, W. Microeconomia – teoria e aplicações. São Paulo: Saraiva. 2002.resolvidas por um órgão central de 
planejamento, a propriedade dos fatores ou meios de produção é pública.
Já no Sistema Capitalista ou Economia De Mercado, o funcionamento da 
economia é regido pelas forças do mercado. A propriedade dos fatores é privada, 
esse sistema econômico é predominante no mundo atual.
1.3 Funcionamento de uma economia de mercado – fluxos reais e 
monetários
Figura 3 – Fluxo Circular de Renda
Numa economia simplificada, fechada e sem governo existem dois agentes 
econômicos: as famílias (consumidoras de bens e serviços) e as empresas (que 
produzem esses bens e serviços). 
Existem dois mercados distintos: o de bens e serviços (parte superior do 
fluxograma) e o de fatores de produção (representado na parte inferior).
Ocorrem nesses dois mercados, dois fluxos: um real (de bens, serviços e 
fatores de produção) e outro monetário (dinheiro).
No mercado de bens e serviços, as famílias representam os consumidores de 
bens e serviços, isto é representam o lado da demanda de mercado por eles. Por 
outro lado as empresas representam os produtores ou vendedores, isto é o lado 
da oferta de bens e serviços.
Em outras palavras, as famílias demandam no mercado, bens e serviços 
9
Introdução à Economia
ofertados pelas empresas (fluxo real) pagando a essas empresas por eles (fluxo 
monetário).
No mercado de bens e serviços, através de suas demandas, as famílias 
incorrem em seu custo de vida, em contrapartida as empresas obtém suas 
receitas através da venda desses bens e serviços.
Já no mercado de fatores de produção, as famílias representam o lado 
da oferta, pois são as proprietárias desses recursos, enquanto as empresas 
representam o lado da demanda. Ou seja, as famílias ofertam às empresas 
os fatores de produção que estas utilizarão nos seus processos produtivos. 
As empresas demandam os fatores (terra, trabalho e capital – fluxo real) e 
remuneram as famílias por eles (fluxo monetário).
Dessa forma, no mercado de fatores as famílias obtêm suas rendas, enquanto 
as empresas incorrem em seus custos de produção.
Em cada um dos mercados, portanto, sempre haverá alguém demandando e 
alguém ofertando, desse encontro determinam-se os preços de cada bem, cada 
serviço e cada fator de produção, em seus respectivos mercados.
Falta-nos agora definir o que são bens, serviços e fatores de produção: 
1.3.1 Definição de Bens de Capital, Bens de Consumo, Bens Intermedi-
ários e Fatores de Produção.
Bens de Capital são aqueles bens que são usados na fabricação de outros 
bens, mas que não se desgastam totalmente no processo produtivo. Por ex.: 
máquinas, equipamentos e instalações.
Bens de Consumo são aqueles destinados ao atendimento das necessidades 
humanas e podem ser classificados como duráveis (por ex.: geladeiras, TV, 
automóveis) e não duráveis como os alimentos, produtos de limpeza, etc.
Bens Intermediários são aqueles que são transformados ou agregados 
na produção de outros bens e que são totalmente consumidos no processo 
produtivo, como as matérias-primas, os insumos e componentes de um produto.
1.4 Fatores de Produção
Os fatores de produção ou insumos produtivos são os recursos usados para 
produzir bens e serviços como, os recursos naturais o trabalho, o capital físico, o 
capital humano e o capital empresarial.
Os recursos naturais são os fatores criados pela ação da natureza e que são 
usados no processo produtivo como a terra, água, depósitos minerais, reservas 
de petróleo e gás. Esses recursos podem ser renováveis e não renováveis.
O trabalho refere-se ao esforço humano, físico e mental, usado para produzir 
bens e serviços.
O capital físico é composto por bens capazes de produzir ou auxiliar a 
produção de outros bens e serviços, (são os bens de capital aos quais nos 
referimos anteriormente).
O capital humano consiste no conhecimento e nas habilidades adquiridas 
por um trabalhador por meio da educação e da experiência.
E o capital empresarial refere-se ao esforço usado par coordenar a produção 
e a venda dos bens e serviços. Os empresários assumem riscos e comprometem 
seu tempo e seu dinheiro em seus negócios.
1.5. Divisão dos Estudos Econômicos
Finalizando esta unidade, vamos apresentar a divisão do estudo na ciência 
econômica. Ele pode ser dividido em: 
10
Introdução à Economia
Figura 4 – Principais Ramos da Teoria Econômica
 
Estes ramos da ciência econômica têm objetivos de estudo distintos. A 
microeconomia é também conhecida como teoria do preço, pois ela estuda 
a formação dos preços em cada mercado específico, isto é, ela examina como 
consumidores e vendedores se interagem no mercado determinando os 
preços e as quantidades a serem transacionadas. Toda atividade econômica é 
microeconômica. 
Já a macroeconomia estuda a determinação e o comportamento dos grandes 
agregados nacionais, como o produto interno bruto (PIB), o investimento 
agregado, a poupança agregada, o nível geral de preços (inflação), entre outros.
Podemos também considerar a economia internacional e o desenvolvimento 
econômico. 
A economia internacional analisa as relações econômicas entre residentes 
e não residentes de um país, as quais envolvem transações com bem e serviços 
e transações financeiras, enquanto o desenvolvimento econômico preocupa-se 
com a melhoria do padrão de vida da sociedade ao longo do tempo.
11
Introdução à Economia
Vimos anteriormente que o estudo da economia divide-se em microeconomia 
e macroeconomia. A partir de agora iniciaremos o estudo da microeconomia ou 
teoria do preço. Para isso precisaremos entender o funcionamento do mercado, 
que corresponde ao capítulo 4 de nosso livro texto.
Atualmente muito se fala sobre o mercado, que o mercado determina isso ou 
aquilo, que o mercado não permite que um governo tome uma ou outra medida, 
etc. Nesse contexto, o que buscamos entender.
2.1. O que é o mercado? Como ele funciona?
Mercado é o conjunto de pontos de contato entre vendedores de um bem 
ou prestadores de serviços e os potenciais compradores desse bem ou usuários 
de tal serviço, de modo a serem estabelecidas as condições contratais de venda 
e compra ou a prestação e uso do serviço, bem como concretizados os negócios 
resultantes do acordo.
Este conceito comporta qualquer tipo de intercâmbio (troca direta ou 
indireta), possibilidade de descontinuidade territorial, negociações voluntárias, 
diferentes estágios do processo de transação (atacado e varejo) e não exigência 
da presença explícita das pares envolvidas no processo (globalização).
O mercado funciona a partir das forças de demanda e de oferta dos bens e 
serviços. Iniciaremos estudando a teoria elementar da demanda.
2.2. Teoria Elementar da demanda
A demanda individual representa a quantidade de determinado bem ou 
serviço que o consumidor deseja adquirir e um fluxo por unidade de tempo. Por 
ex. o consumidor deseja comprar duas unidades do bem por semana.
Consumidor é o agente que demanda bens e serviços no mercado e a teoria 
da demanda é derivada de hipóteses sobre a escolha do consumidor entre os 
diversos bens e serviços que seu orçamento permite adquirir.
Ou seja, dado seu nível de renda o consumidor procurará distribuir seu 
orçamento (renda) entre os bens e serviços de forma a alcançar a melhor 
combinação possível, isto é aquela que lhe trará maior nível de satisfação.
Os principais determinantes da demanda individual são o preço do bem ou 
serviço, os preços dos outros bens, o gosto ou preferência do consumidor e sua 
renda.
A demanda de um bem ou serviço pode ser expressa matematicamente por:
Dx = f(Px, P1, P2, ..., Pn-1, R, G)
Onde: Dx representa a quantidade demandada do bem x; Px o preço desse 
bem, Pi os preços dos outros bens 1, 2, ... n; G é o gosto do consumidor e R sua 
renda.
Dizemos que a função demanda é a relação que descreve as interconexões 
entre as variáveis que influenciam a demanda do consumidor por bens e serviços.
Para estudarmos a influência da cada fator sobre a demanda é necessário 
fazer uma simplificação,que consiste em considerar cada efeito de cada variável 
separadamente, fazendo a hipótese de que tudo o mais permaneça constante. 
Essa hipótese é também conhecida como ceteris paribus.
FUNCIONAMENTO DO 
MERCADO PARTE I
2Capítulo
12
Introdução à Economia
Assim, considerando que a quantidade demandada de um bem x depende 
apenas de seu preço, temos que:
Com tudo o mais permanecendo constante ou ceteris paribus. Isto é, 
verificamos como a quantidade demandada de um bem varia quando seu preço 
varia, mantendo inalterados os preços dos outros bens, o gosto e a renda do 
consumidor.
Podemos verificar que, normalmente existe uma relação inversa entre o 
preço de um bem e sua demanda. Isto é, se o preço de um bem x aumenta a 
quantidade demandada dele diminui e vice-versa.
Isto acontece, pois, quando o preço do bem cai ela fica mais barato em 
relação a seus concorrentes e, portanto os consumidores deverão aumentar seu 
desejo de comprá-lo. Além disso, a redução do preço torna o consumidor mais 
rico em termos reais e aumenta sua demanda. O inverso é verdadeiro.
A isso denominamos lei da demanda: “a quantidade que se deseja comprar 
de um bem, por período de tempo será tanto maior, quanto menor for seu preço, 
ceteris paribus”.
Podemos assim representar a curva de demanda de um consumidor por um 
bem no mercado: 
Figura 5 – Curva de Demanda do Bem X
A curva de demanda mostra a relação entre o preço do bem e a quantidade 
desse mesmo bem, que o consumidor está disposto a adquirir no mercado. Em 
certo período de tempo, ceteris paribus.
Cada ponto na curva de demanda representa uma combinação de preço e 
quantidade demandada, e, portanto, a curva de demanda nos dá o conjunto de 
todas as combinações possíveis entre preços e quantidades. 
Partindo de um ponto para melhor compreender esta afirmação temos que 
a um preço inicial (P0) tem-se uma quantidade inicial (Q0). Caso haja aumento do 
preço do bem X, passando agora para P1, a quantidade demandada deste bem 
se deslocará de Q0 para Q1 sendo Q1Q0 e 
Q2>Q1.
Dizemos que, quando o preço do bem X muda, ocorre uma mudança ao 
longo da curva de demanda, ou seja, na curva de demanda. Porém, se ocorrer 
uma mudança em quaisquer uma das outras variáveis que afetam a demanda, o 
que ocorre é um deslocamento da curva de demanda de X. 
13
Introdução à Economia
Por exemplo, vamos examinar as relações entre a demanda de um bem X 
com os preços de outros bens. Um aumento no preço de um bem Y poderá 
aumentar ou reduzir a demanda do bem X, a reação depende do tipo de relação 
existente entre os bens X e Y, essas relações podem ser de substituição ou de 
complementaridade.
Assim, X e Y serão substitutos se o aumento do preço do bem Y aumentar a 
demanda do bem X ex.: sucos versus refrigerantes.
Graficamente existem duas formas de representação dessa relação: 
Figura 6 – Gráficos de Bens Substitutos
No gráfico1 temos a forma direta, onde em um eixo representamos o 
preço de Y (suco) e no outro a demanda de X (refrigerante). No gráfico 2 temos 
representado esse efeito pelo deslocamento da curva de demanda de X. Notem 
que nos eixos representamos Px e Qx e, portanto o efeito de um aumento em PY 
(não representado) desloca a curva de demanda como um todo. Dizemos então 
que houve um deslocamento da demanda.
Quando PY aumenta a curva de demanda de X desloca-se para cima ou para 
a direita e quando PY diminui a curva desloca-se para baixo ou para a esquerda. 
Outra relação possível entre X e Y é a de complementaridade.
Ela ocorre quando a redução do preço do bem Y ocasionar um aumento da 
demanda de X. Nesse caso os bens X e Y são chamados de complementares.
Um exemplo hipotético entre café(Y) e açúcar (X) pode ser observado na 
Figura 7. Uma redução no preço do cafezinho faz as pessoas demandarem mais 
desse produto e como café e açúcar são usados juntos, quanto mais café mais 
açúcar.
14
Introdução à Economia
Figura 7 - Gráficos de Bens Complementares
Portanto bens complementares são aqueles que são consumidos 
conjuntamente.
Graficamente também podemos representar essa relação de duas formas: 
a direta, que relaciona PY (preço do café) e QX (demanda de açúcar) e pelo 
deslocamento da curva de demanda de X (gráficos 1 e 2, respectivamente). Note 
que, quando o preço do café (PY) aumenta a curva de demanda de X desloca-se 
para baixo ou para a esquerda e vice-versa.
De maneira análoga, podemos relacionar a demanda de X com todas as 
demais variáveis que a afetam, como a renda do consumidor por exemplo.
Normalmente existe uma relação direta entre a renda e a demanda por um 
bem e serviço. A esses bens denominamos bens normais. Porém, se a renda do 
consumidor aumentar e sua demanda por um bem diminuir, dizemos que esse 
bem é inferior.
Graficamente essas relações implicam em deslocamentos da demanda de 
X, por exemplo, um aumento na renda provoca um deslocamento para cima da 
curva de demanda de um bem normal.
Figura 8 – Deslocamento da curva de demanda, dado um aumento da renda do 
consumidor.
Vimos até aqui a demanda de um consumidor individual por um bem ou 
serviço. 
A demanda de mercado desse bem ou serviço vai depender do número de 
consumidores existentes nesse mercado.
Pois, a curva de demanda de mercado é a soma das demandas individuais, em 
15
Introdução à Economia
termos rigorosos, dizemos que a curva de demanda de mercado é o somatório 
horizontal das curvas de demanda dos indivíduos que compõem esse mercado, 
na próxima aula analisaremos o outro lado do mercado, o lado da oferta.
16
Introdução à Economia
3.1 Teoria Elementar da oferta
A oferta refere-se à quantidade de determinado bem ou serviço, que 
os produtores desejam vender, por unidade de tempo. A oferta possui dois 
elementos principais, o desejo de vender (pelo agente econômico chamado 
de produtor ou vendedor) e representa um fluxo por unidade de tempo. Por 
exemplo: desejo vender 200 unidades por mês.
As principais variáveis que afetam a oferta de um bem são:
	O preço do próprio bem;
	Os preços dos fatores de produção (necessários para obter o bem);
	Os preços dos demais bens produzidos;
	A tecnologia de produção;
	E os impostos ou subsídios incidentes sobre o bem.
Matematicamente podemos representar a oferta de um bem como a relação 
entre a quantidade ofertada desse bem por unidade de tempo (OX) e todas as 
variáveis que a influenciam.
Onde:
	Ox é a quantidade ofertada do bem X;
	Px é seu preço;
	 Pi representa os preços dos outros bens;
	 πi representa os preços dos fatores de produção;
	T é a tecnologia;
	 são os impostos ou subsídios.
Podemos representar graficamente a curva de oferta do bem X. Onde OX 
depende de PX, ceteris paribus, ou seja, todas as demais variáveis estão mantidas 
constantes. Note que a curva é positivamente inclinada mostrando que quanto 
maior for o preço mais do bem o produtor desejará oferecer.
Figura 9 – Curva de Oferta do Bem X
De modo análogo à demanda, variações em PX causam mudanças em OX, 
ao longo da curva já existente, enquanto que, mudanças em qualquer outra 
3 Capítulo
FUNCIONAMENTO DO 
MERCADO – PARTE II
17
Introdução à Economia
variável, ceteris paribus, provoca deslocamentos da curva de oferta como um 
todo.
Agora que já conhecemos as duas forças do mercado (demanda e oferta) 
vamos analisar o equilíbrio de mercado. 
3.2 Equilíbrio de Mercado
O preço de mercado (ou preço de equilíbrio) é determinado conjuntamente 
pela demanda e pela oferta. Graficamente, o preço e a quantidade de equilíbrio 
correspondem ao ponto de interseção das duas curvas.
Figura 10 – Relação de Equilíbrio do Bem X
Nesse ponto, a quantidade que os consumidores desejam comprar é 
exatamente igual à quantidade que os produtores desejam vender. Para qualquer 
preço superior ao preço de equilíbrio, a quantidade que os produtores desejam 
vender é maior que a quantidade que os consumidores desejamcomprar, ou 
seja, ocorre excesso de oferta dobem no mercado e o preço precisa cair para 
acabar com esse excedente.
Por outro lado, para qualquer preço inferior ao de equilíbrio, a quantidade 
que os ofertantes desejam vender é menor que a que os consumidores desejam 
comprar, ou seja, ocorre excesso de demanda do bem no mercado e o preço 
deve subir para acabar com essa escassez.
 Vimos então que qualquer movimento que afaste o equilíbrio coloca em ação 
as forças do mercado, que provocam um movimento de retorno ao equilíbrio.
Porém, esse ponto de equilíbrio pode mudar e essa mudança será devida a 
deslocamentos das curvas de demanda e de oferta.
Isto é, deslocamentos das curvas de demanda e/ou de oferta geram novos 
pontos de equilíbrio no mercado. Esse gráfico nos mostra que um aumento da 
demanda, ceteris paribus, provoca um aumento no preço e na quantidade de 
equilíbrio.
18
Introdução à Economia
Figura 11 – Mudanças no ponto de equilíbrio devido a deslocamentos da curva de 
Demanda 
Por exemplo, um aumento da renda real (aumento do poder aquisitivo) eleva 
a demanda do bem X de DD para D’D’ (que se deslocou para a direita), mantida 
a oferta constante isto causa aumentos em Pe e Qe.
Por outro lado, um aumento da oferta, ceteris paribus, provoca uma redução 
do preço e um aumento da quantidade de equilíbrio.
Por exemplo, uma redução no preço das matérias-primas gera um 
deslocamento da curva de oferta do bem para a direita (de OO para O’O’) 
estabelecendo um novo preço de equilíbrio menor e uma quantidade 
transacionada maior, conforme demonstrado na Figura 12.
Figura 12 – Mudanças no ponto de equilíbrio devido a deslocamentos da curva de Oferta.
Se ambas - oferta e demanda de mercado - aumentarem, a quantidade 
de equilíbrio aumentará, porém o preço pode aumentar (1), diminuir (3) ou 
permanecer inalterado (2), dependendo das variações relativas da oferta e da 
demanda.
19
Introdução à Economia
Figura 13 – Possíveis situações de equilíbrio
Além dessas, podem ocorrer diversas situações no mercado, como por 
exemplo, a demanda aumentar e a oferta diminuir, ou vice-versa. A análise 
dessas situações fica como uma atividade para vocês.
20
Introdução à Economia
EXERCÍCIOS 
01- Identifique os principais agentes da economia e determine suas 
características.
02- Como se agrupam os agentes econômicos e quais as características 
destes agrupamentos.
03- Conceitue “Teoria do Consumidor”.
04- O que é Curva de Indiferença e quais são suas propriedades?
05- Quais são os principais agentes da economia e suas características?
06- A curva de oferta de determinado mercado é dada pela expressão QS 
= 100 + 10P, na qual QS é a quantidade ofertada e P é o preço da mercadoria. 
A curva de demanda desse mesmo mercado é dada pela expressão QD = 500 – 
10P. Calcule o preço e a quantidade de equilíbrio.
07- Sendo a curva de oferta de um determinado produto/mercado é 
representada pela equação QS = 280 – 4p, onde QS é a quantidade ofertada e P 
é o preço da mercadoria. A curva de demanda desse mesmo produto/mercado é 
dada pela expressão QD = -20 + 2p. Calcule o preço e a quantidade de equilíbrio.
08- Em um mercado de concorrência perfeita, a oferta e procura de um 
produto são dadas respectivamente pelas seguintes equações QS = 48 + 10p e 
QD = 300 – 8p, sendo p o preço e Q a quantidade. Qual será o preço e a quantidade 
caso este mercado esteja em equilíbrio?
09- Como são divididas as estruturas básicas de mercado?
10- Tomando como referência a Teoria do consumidor, poderíamos dizer 
que há um interesse das empresas monopolistas em influenciar para que o nível 
de utilidade percebido pelos consumidores seja sempre elevado? Justifique sua 
resposta?
11- Um indivíduo tem um salário de 350 reais, considerando que os dois 
únicos bens da economia sejam vestuário (Pv = R$ 12,50) e alimentos. (Pa = R$ 
7,0).
a. Construa a cesta de consumo deste indivíduo
b. Caso haja um aumento de no salário de 50%, qual será a nova cesta de 
mercadorias?
c. Se o valor unitário da alimentação passar a ser de R$ 10,0. Apresente a 
nova cesta de mercadorias
21
Introdução à Economia
A elasticidade antes de tudo é uma medida de sensibilidade. Ela mede 
a variação percentual na variável dependente de uma função (demanda ou 
oferta, por ex.) causada por uma variação percentual em uma das variáveis 
independentes dessas funções / tudo o mais permanecendo constante. 
Comecemos estudando a elasticidade-preço da demanda.
4.1. Elasticidade-preço da Demanda
A elasticidade-preço da demanda é a variação percentual da quantidade 
demandada do bem X dividida pela variação percentual no preço desse mesmo 
bem, ceteris paribus.
Em outras palavras, ela indica em quantos por cento vai variar a demanda de 
um bem para cada um por cento de variação no seu preço.
Matematicamente ela é representada pela letra grega eta e é expressa por:
Onde:
 indica a variação percentual na quantidade demandada de X;
 indica a variação percentual no preço de X;
Sendo que podem ser definidas como 
 
em que 
∆Q= (Qf – Qi) que é a quantidade demandada final (Qf) menos a inicial (Qi). Já ∆p 
= (Pf – Pi) sendo determinada pela diferença entre o preço final (Pf) menos preço 
inicial (Pi).
Logo podemos reescrever a equação como:
Para o cálculo da elasticidade da demanda é necessário determinar o ponto 
inicial (A ou B), pois ∆Q e ∆P são invariantes, mas Q e P se alteram, ao longo da 
curva linear, alterando o resultado da elasticidade.
Figura 14 – Determinação da Elasticidade-preço da Demanda
ELASTICIDADE
4Capítulo
22
Introdução à Economia
Assim podemos calcular a elasticidade de demanda do ponto A para o ponto 
B: AB ou de B para A: BA.
O mais comum, entretanto é calcular a elasticidade no ponto médio do 
segmento AB utilizando preços e quantidades médias, ou seja:
4.2. Elasticidade no arco e no ponto
Se reduzirmos o arco ab até ele se tornar um único ponto, temos o cálculo da 
elasticidade-preço da demanda no ponto e a fórmula torna-se:
 
Devemos observar que a elasticidade é um número puro, desprovido de 
qualquer unidade de medida / pois é uma variação % dividido por outra variação 
% e no caso da elasticidade da demanda esse número será sempre negativo, 
pois P e Q variam inversamente.
Podemos classificar o coeficiente da elasticidade da demanda de acordo 
com o valor encontrado e para essa análise desprezamos o sinal negativo, dessa 
forma se:
Dizemos que a demanda é elástica, pois a quantidade demandada varia mais 
que o preço. Por exemplo, se ηd = 4 implica que se P aumentar 1% a quantidade 
demandada do bem cai 4% e se P diminuir 1% a quantidade demandada do bem 
aumenta 4%.
Se , classificamos esse coeficiente como 
demanda de elasticidade unitária, pois, se P aumentar 1% a quantidade 
demandada do bem cai 1% e se P diminuir 1% a quantidade demandada do 
bem aumenta 1%.
Caso a demanda é dita inelástica, pois a 
variação na demanda é menor que a variação no preço. Por exemplo 
implica que se P aumentar 1% a quantidade demandada do bem cai 0,3% e se P 
diminuir 1% a quantidade demandada do bem aumenta 0,3%. 
Vimos então que, em termos absolutos os valores de ηd variam entre zero e 
infinito, cujos valores constituem seus casos extremos:
ηd = 0 e ηd = ∞ (infinito)
4.3. Fatores que influenciam a elasticidade-preço da demanda
A elasticidade da demanda é influenciada por vários fatores, tais como: 
I) A existência de bens substitutos, quanto mais e melhores substitutos 
tiver um bem, mais elástica é sua procura (maior ηd);
II) O peso do bem no orçamento do consumidor, quanto menor o peso 
do bem no orçamento, menor será sua elasticidade;
III) Essencialidade do bem, quanto mais essencial, menor sua elasticidade.
23
Introdução à Economia
4.4. Elasticidade-preço cruzada da demanda
Muito parecido com o conceito de ηd é o conceito de elasticidade-preço 
cruzada da demanda (ηxy), onde comparamos as variações na demanda de um 
bem X com variações no preço de outro bem Y, tudo o mais permanecendo 
constante.Formalmente a ηxy é a variação percentual da quantidade demandada de X 
dividida pela variação percentual no preço do bem Y, ceteris paribus.
O coeficiente encontrado pode ser positivo ou negativo e podemos classificar 
os bens X e Y a partir dele.
Se ηxy>0 os bens X e Y são substitutos ou concorrentes entre si. ex. vinho x 
cerveja, onde um aumento no preço do vinho aumenta a demanda por cerveja 
no mercado. 
Se ηxy 1 - o bem é superior; e
	ηr 1 então a oferta é elástica;
 εo = 1 a oferta será elasticidade da oferta unitária; e
 εoo preço era P0 (dado pelas curvas de demanda e oferta 
iniciais) e após o imposto o preço sobe para P1.
27
Introdução à Economia
Figura 18 - Efeitos dos Impostos sobre a Oferta e o Equilíbrio
Assim, (P1 - P0) é a parte do imposto paga pelo consumidor e (P0 – P’) é a 
parcela do imposto absorvida pelo vendedor. Podemos notar que o valor do 
imposto total é (P1 – P’) por unidade.
Podemos concluir, portanto, que o conhecimento do mercado é fundamental 
para os formuladores de políticas públicas.
Porém, existem vários tipos de mercado, isto é várias estruturas de mercado.
5.4 Determinantes das estruturas de mercado
Estudamos até aqui que o mercado é formado pelas forças de oferta e de 
procura, que juntas determinam os preços dos bens e serviços.
Isso, na verdade acontece nos chamados mercados concorrenciais, onde os 
agentes econômicos (consumidores e vendedores) são pequenos (atomizados) 
em relação ao mercado total, nessa estrutura de mercado nenhum agente 
isoladamente (seja consumidor ou vendedor) possui poder de mercado, isto é, 
capacidade para sozinho influenciar no preço do bem. Eles se comportam como 
tomadores de preços, ou seja, aceitam o preço dado pelo mercado.
Porém, muitos mercados não são atomizados, isto é constituem cenários em 
que poucos estão presentes, ou do lado da oferta ou da demanda ou de ambos, 
nessas situações, o lado que possui menos agentes, possui mais poder que o 
outro, influenciando mais o preço do bem.
Dois elementos são fundamentais para determinar as estruturas 
mercadológicas.
	A quantidade de agentes (número de consumidores ou de produtores e 
a maneira como se comportam dentro do conjunto); e 
	a natureza do produto final, serviço ou fator de produção, isto é se são 
homogêneos ou diferenciados ( e o grau dessa diferenciação).
O Quadro 1 apresenta estas relações e identifica as consequentes estruturas 
de mercados.
28
Introdução à Economia
Quadro 1 – Estruturas de Mercado
A primeira coluna desse quadro apresenta o número de agentes participantes 
do mercado (de cima para baixo), muitos (mercado atomizado), poucos ou 
apenas um.
A segunda e a terceira colunas apresentam a natureza do bem, que pode ser 
respectivamente, homogênea ou diferenciada.
Desse modo, se um mercado possui muitos agentes e o bem transacionado 
é homogêneo, classificamos esse mercado como sendo de concorrência pura ou 
perfeita. Porém se o produto for diferenciado dizemos que essa estrutura é de 
concorrência monopolística.
Se o mercado apresentar poucos agentes no lado dos vendedores teremos 
um oligopólio (oligo=poucos e pólio=vendedores). Ele será um oligopólio puro 
se o bem for homogêneo ou oligopólio diferenciado caso contrário, no caso de 
existirem poucos agentes do lado da demanda classificamos essa estrutura de 
oligopsônio, que da mesma forma pode ser puro ou diferenciado. O termo oligo 
significa poucos e psônio, comprador.
um caso extremo nas estruturas de mercado é quando, existe apenas 
um único agente no lado da oferta ou no lado da demanda no primeiro caso 
teremos um monopólio (mono=um e pólio=vendedor), e no segundo caso, um 
monopsônio (psônio= comprador).
Todos os mercados que não satisfazem o princípio da atomização e da 
homogeneidade serão mercados imperfeitos. Assim, exceto no caso da 
concorrência pura ou perfeita, todas as estruturas de mercado existentes são 
imperfeitas, o que justifica a interferência governamental nesses mercados, 
através das políticas públicas, que regulamentam os mercados impedindo 
abusos de poder pelo lado mais forte.
Atualmente, a estrutura de mercado prevalecente no mundo real é a 
oligopólica.
29
Introdução à Economia
6.1. Introdução 
O assunto referente aos agregados macroeconômicos e a introdução à 
contabilidade social corresponde ao conteúdo do capítulo 10 de nosso livro 
texto. 
Vimos anteriormente que a economia divide-se em micro e macroeconomia 
e que, enquanto a primeira analisa o comportamento econômico das unidades 
econômicas como os consumidores e os produtores, a segunda representa o 
ramo da teoria econômica que estuda a determinação e o comportamento dos 
agregados nacionais.
A parte relativa à medição desses agregados é chamada de contabilidade 
social e que consiste em efetuar o registro contábil da atividade produtiva de 
um país ao longo de dado período de tempo através dela podemos medir o 
produto, a renda e a despesa nacional ou de um país como um todo. Essas 
medidas são importantes para o país, pois é a partir delas que várias decisões e 
políticas econômicas são planejadas e adotadas.
 Pela medição do produto nacional, por exemplo, tenta-se avaliar o 
desempenho da economia no sentido de satisfazer as necessidades da sociedade. 
Ao optar por medir o desempenho econômico pelo produto nacional, estamos 
decidindo fazê-lo por meio do valor total das transações com bens finais, durante 
certo período de tempo. Para isso, vamos retornar ao fluxo circular da renda já 
apresentado no capítulo 1. 
6.2. Medição do produto, renda e despesa nacional: o fluxo circu-
lar da renda.
Supondo uma economia fechada e sem governo, podemos representar 
os fluxos monetário e de bens e serviços de tal economia através do fluxo 
circular da renda. Como podemos observar, temos dois mercados básicos nessa 
economia: o mercado de fatores de produção, em que os indivíduos (ou famílias) 
são os proprietários da força de trabalho, da terra, dos recursos naturais, etc. E os 
fornecem às firmas que compram o uso desses fatores. Na representação gráfica 
do fluxo circular da renda, estas transações estão representadas nas linhas na cor 
laranja.
AGREGADOS 
MACROECONÔMICOS: 
INTRODUÇÃO À 
CONTABILIDADE SOCIAL.
6Capítulo
30
Introdução à Economia
Figura 18 – Fluxo Circular em uma Economia fechada e sem Governo
O segundo mercado é o mercados de bens e serviços, onde os indivíduos 
adquirem bens e serviços, que são de propriedade das firmas, e pagam por 
isso. Na representação gráfica do fluxo circular da renda, estas transações estão 
representadas pelas linhas verdes. 
6.3. Renda, Produto e Valor Adicionado
Nessa economia simplificada o produto nacional que representa o valor 
monetário de todos os bens finais produzidos na economia no período de 
um ano. É representado pelo fluxo monetário do mercado de bens e serviços, 
enquanto a renda nacional, que representa o total de pagamentos feitos aos 
fatores de produção utilizados para a obtenção desse produto é representada 
pelo fluxo monetário do mercado de fatores.
Devemos observar que não são consideramos nesses cálculos o uso de 
insumos intermediários.
Podemos também obter o valor adicionado da economia que é o cálculo do 
que cada ramo de atividade adicionou ao valor do produto final, em cada etapa 
do processo produtivo. Sendo que, bens finais são bens que são vendidos para 
consumo ou utilização final.
Um exemplo de como é feito o cálculo do valor adicionado (V.A.) pode ser 
observado a partir do Quadro 2, abaixo.
Quadro 2 – Demonstrativo Valor Adicionado
Do cálculo do valor adicionado de um setor ode ser visto à partir dos estágios 
da produção de uma economia que produz madeira, papel, corante, tintas e 
livros.
Ao observarmos a linha correspondente à madeira vemos que as vendas 
31
Introdução à Economia
desse produto no período (coluna 1) corresponderam a 60 mil unidades 
monetárias (u.m.), e que não houve custos com matérias-primas para a obtenção 
do produto (coluna 2). Logo o valor adicionado à economia para a produção de 
madeira foi de 60 mil u.m., isto é a diferença entre o valor das vendas do produto 
e o custo das matérias-primas necessárias para obtê-lo.
Já a produção de papel gerou para a economia, no período, vendas de 80 
mil u.m., mas um custo de matérias-primas de 60 mil u.m. (pois o papel vem 
da madeira). Assim, o valor adicionado do setor de papel foi de 20 mil u.m., 
de maneira análoga para os demais ramos da economia, calculamos seu valor 
adicionado pela diferença entre as colunas 1 e 2 e obtemos ovalor adicionado 
total nessa economia. Nesse período pelo somatório da coluna 3, obtendo assim 
200 mil u.m..
6.4. Despesa Nacional 
Outro conceito importante é do de Despesa Nacional e que se refere ao 
gasto dos agentes econômicos com o produto nacional. Assim como o produto 
nacional, a despesa nacional refere-se apenas às despesas com bens e serviços 
finais, excluindo as transações intermediárias.
Como obtivemos os conceitos a partir do fluxo circular temos uma identidade 
básica das contas nacionais, qual seja: 
Produto Nacional = Renda Nacional = Despesa Nacional
Se adicionarmos as despesas com bens de capital, os gastos do setor público 
e as despesas líquidas do setor externo terão que: 
Para que um país possa investir na produção de bens e serviços ele deve 
anteriormente poupar uma parcela de seu produto (ou renda) para formar seu 
capital.
6.5. Formação de Capital: Poupança e Investimento
A Poupança Agregada (representada pela letra S), refere-se a parcela da 
renda nacional (RN) que não é consumida no período, e que é obtida pela 
diferença entre a renda nacional (RN) e o consumo agregado da economia (C), e 
representa o montante de recursos que essa economia possui para investir.
Devemos lembrar que poupança é o ato de não consumir no período 
presente, deixando parte da renda para consumo futuro. 
Dessa forma, o Investimento agregado é o gasto com bens que foram 
produzidos, mas não consumidos no período, e que aumentam a capacidade 
produtiva da economia para os períodos seguintes. 
Esse investimento é composto pelo investimento em bens de capital 
(máquinas e imóveis) e pela variação dos estoques que não foram consumidos.
Devemos observar que os Bens de Capital são aqueles utilizados na fabricação 
de outros bens, mas que não se desgastam totalmente no processo produtivo. 
32
Introdução à Economia
E também que: investimento agregado é um conceito que envolve produtos 
físicos e, assim sendo, investir em ações não é investimento no sentido econômico; 
da mesma forma que investimentos em ativos de segunda mão (usados) não são 
contabilizados como investimento agregado. 
6.6. Outras medidas agregadas
Existem outras importantes medidas agregadas que são muito utilizadas no 
nosso dia-a-dia, tais como PNB e PIB, por exemplo.
O Produto Nacional Bruto – PNB refere-se à renda que pertence 
efetivamente aos nacionais, ou seja, corresponde ao PIB adicionado da renda 
líquida ao exterior. 
Já o Produto Interno Bruto – PIB refere-se à renda devida à produção, 
dentro dos limites territoriais do país. 
 Se desejarmos os produtos líquidos, devemos descontar do produto bruto 
a depreciação, ou seja, o Produto Nacional Líquido – PNL corresponde ao 
produto nacional bruto (PNB) subtraído da depreciação. 
A Depreciação representa o consumo do estoque de capital físico em 
determinado período. 
As fórmulas a seguir sintetizam esses conceitos:
Sendo que a renda líquida do exterior corresponde à diferença entre as 
rendas recebidas pelo país do exterior e as enviadas pelo país ao exterior
Existem ainda outras medidas de atividade econômica que precisam ser 
consideradas por sua importância na aferição do desempenho de setores 
particulares da economia.
Podemos, por exemplo, medir o produto nacional (PN) a preços de mercado 
ou a custo dos fatores de produção.
E a renda nacional é igual ao produto nacional líquido a custo dos fatores.
Outra medida de larga utilização em economia é a da renda disponível. Ela 
mostra quanto o setor privado da economia teve a seu dispor como resultado da 
atividade econômica em determinado período. 
6.7. Problemas conceituais na mensuração da Renda e Produto 
Nacionais
 
Como todos esses indicadores econômicos são medidos em valores, isto 
é preços vezes quantidades, podem ocorrer problemas conceituais em suas 
mensurações.
Quando se mede o desempenho de uma economia relativamente à renda 
e ao produto, o que se quer fazer é avaliar o bem-estar atingido pela sociedade 
por meio da atividade econômica. Por isso, é comum a associação de taxas de 
crescimento do PIB ao crescimento do bem-estar, por exemplo. 
Para isso, é necessário que os preços utilizados na avaliação de todos os 
bens finais sejam, de alguma forma, indicadores da contribuição de um produto 
para o bem-estar. Se essa condição se verifica, o produto nacional pode ser 
considerado uma medida de bem-estar. 
Mas, podem existir distorções nos mercados de fatores de produção que 
33
Introdução à Economia
levem os preços dos produtos a não refletirem sua contribuição para o bem-
estar gerando problemas que podem fazer o produto nacional não ser um bom 
indicador de bem-estar. 
6.8. Valores Reais e Valores Nominais - Deflator 
O valor do produto pode crescer de um período para outro porque os 
preços cresceram e não porque a produção cresceu. Para isso é necessário 
separar crescimentos de preços de crescimentos reais, isto é, é necessário que 
tenhamos alguma forma de separar, dentro das variações de valor, as variações 
de quantidade das variações de preços. 
Dentre as muitas alternativas, a mais comum é avaliar a mesma cesta de 
mercadorias em dois períodos diferentes, como fazem os índices de Laspeyres 
e Paasche 
Esses índices de preços são usados para deflacionar o produto. O índice de 
Laspeyres corresponde à razão entre o somatório dos preços no período atual 
(ano corrente) e o somatório dos preços no período base (ano inicial), ambos 
ponderados pelas quantidades do período base.
Onde: é o preço no período atual, é o preço no período base e é a quantidade 
no período base.
Enquanto que o índice de Paashe utiliza como ponderação as quantidades 
do período corrente.
Vale lembrar que tanto o índice de Laspeyres quanto o índice de preços de 
Paasche são considerados como deflatores. 
Para utilizar a técnica que chamamos de deflacionar, e encontrarmos o 
produto real em um período, devemos dividir o produto nominal no período a 
preços do ano-base pelo índice de preços (que poderá ser Índice de Laspeyres ou 
Paasche, dependendo de qual ano-base for escolhido).
34
Introdução à Economia
EXERCÍCIOS
1. Com base na tabela abaixo calcule os Índices de Preço de Paasche e Las-
peyres tomando como período base o mês de janeiro de 1995.
Custo da Cesta básica do salário mínimo em janeiro e maio de 1995.
Produto Quantidade
Q0
Preços
(Jan/1995) P0Q0
Preços
(Maio/1995) P1Q0
Arroz (kg) 3,0 0,596 0,55
Feijão (kg) 4,5 1,105 1,19
Carne de boi de 2ª (kg) 6,0 2,730 2,48
Leite (L) 7,5 0,530 0,55
Farinha de Trigo (kg) 1,5 0,390 0,39
Batata (kg) 6,0 0,790 0,96
Tomate (kg) 9,0 0,300 0,87
Pão (kg) 6,0 2,000 2,00
Pó de café (kg) 0,6 4,960 5,16
Banana (kg) 7,5 1,260 1,24
Açúcar (kg) 3,0 0,426 0,46
Óleo (L) 0,75 0,900 1,00
Margarina (kg) 0,75 2,060 2,28
Total
Fonte: FONSECA e GOMES, 2003. p.16
35
Introdução à Economia
7.1. Introdução 
Neste item estudaremos a determinação da renda e do produto nacionais 
(correspondente ao capítulo 11 de nosso livro texto e que tem por objetivo 
analisar as variáveis que determinam o nível de produção e da renda nacional 
da economia) 
O desempenho econômico mundial como um todo, e de países em particular, 
tem mostrado períodos em que a produção cresce rapidamente (com baixo 
nível de desemprego), outros com estagnação da produção ou mesmo recessão 
(quando o desemprego assume lugar de destaque), como visto anteriormente.
7.2. Conceitos preliminares
A medida de riqueza de um país pode ser efetuada sob três óticas, a da 
produção, a da renda ou a da despesa.
A da produção é aquela que corresponde à soma de todos os bens e serviços 
finais na economia em determinado período de tempo (e que corresponde à 
própria oferta agregada dessa economia).
 A ótica da renda: corresponde à soma da remuneração de todos os fatores 
que participaram da produção (esta é a renda nacional e engloba os salários, os 
juros, os aluguéis e os lucros).
Já a ótica da despesa, corresponde à soma dos gastos dos ‘compradores’ da 
produção, isto é, as despesascom bens de consumo e de investimentos (que 
corresponde à demanda agregada dessa economia).
Na análise ex post (isto é, a posteriori), os três valores serão necessariamente 
iguais, já na análise ex ante (que significa antes de ocorrer, ou a priori), e que 
corresponde à macroeconomia em si, o objetivo é, a partir de relações funcionais 
ou de comportamento, analisar as condições em que se dará o equilíbrio, 
mostrando as alternativas de política econômica para levar a produção ao nível 
de pleno emprego. 
Na análise de equilíbrio geralmente é feita a partir da igualdade entre oferta 
e demanda agregada. Para procedermos a essa análise, então vamos examinar a 
oferta agregada, a demanda agregada e o equilíbrio.
7.3. Oferta agregada, demanda agregada e equilíbrio.
A oferta agregada (AO) corresponde à quantidade que os produtores 
desejam vender no mercado.
As empresas respondem ao crescimento da demanda com o aumento 
da produção física, dos preços ou de ambos. Considerando as duas primeiras 
alternativas. A oferta agregada tem o formato que segue na Figura 19.
DETERMINAÇÃO DA 
RENDA E PRODUTOS 
NACIONAIS
7Capítulo
36
Introdução à Economia
Figura 19 – Oferta Agregada
Nesse gráfico Ype representa o nível de pleno emprego da economia, ou 
seja, essa economia com os recursos que ela possui e dado o estágio de sua 
tecnologia não é possível ultrapassar esse ponto. Portanto, nesse caso, qualquer 
crescimento da demanda implicará em aumentos de preços.
Porém, para qualquer nível de produção menor que o de pleno emprego, e, 
portanto, onde existe algum tipo de desemprego a produção pode crescer /sem 
que os preços precisem crescer.
Já a Demanda Agregada (DA) refere-se à ótica de quem deseja “comprar a 
produção”. Ela é composta por quatro macro-agentes econômicos (as famílias, 
as empresas, o governo e o resto do mundo) e corresponde ao somatório 
do consumo das famílias e do governo, dos investimentos das empresas e 
do resultado da balança comercial do país (suas exportações menos suas 
importações), ou seja:
Onde: C = demanda de bens de consumo pelas famílias; I = demanda de 
investimentos pelas empresas; G = demanda do governo e (X – M) = demanda 
líquida do setor externo, isto é exportações – importações, também denominada 
Exportações Líquidas.
Graficamente, temos:
Figura 20 – Demanda Agregada
Ela é representada por uma curva negativamente inclinada, porque um 
aumento de preços reduz a renda real e, portanto, a capacidade de compra.
Podemos então, determinar o equilíbrio macroeconômico de curto prazo, 
que ocorre onde a OA é igual a DA.
37
Introdução à Economia
Figura 21 – Equilíbrio
Levando em conta que a oferta agregada é fixa no curto prazo, variações na 
produção de equilíbrio dar-se-ão apenas por variações da demanda agregada, 
ou seja, é o nível de demanda quem determina o produto de equilíbrio dessa 
economia.
Vamos agora, analisar separadamente cada uma das funções que determinam 
a renda nacional de equilíbrio, começaremos com a função consumo.
7.4. Renda Nacional de Equilíbrio.
Os componentes da Função Consumo são o consumo autônomo que 
é aquele que independe da renda (representado pela letra “a”) e a propensão 
marginal a consumir (PMgC), que corresponde ao acréscimo de consumo(∆C), 
derivado de um acréscimo da renda nacional(∆Y) (representado por “b”).
Graficamente,
Figura 22 – Função Consumo
A função consumo é positivamente inclinada, pois quanto maior a renda 
(Y) maior será o consumo (C). A parcela da renda que não é consumida em 
determinado período é poupada.
Temos assim que a Função Poupança é determinada por poupança ( S ) é 
igual a renda (Y) menos o consumo (C). Como C = a + bY, segue que: 
38
Introdução à Economia
Onde: - a representa uma despoupança devido ao consumo autônomo e (1 
– b) corresponde à propensão marginal a poupar (PMgS), que corresponde ao 
acréscimo da poupança agregada, dado um acréscimo da renda nacional.
Graficamente temos,
Figura 23 – Função Pupança
A função poupança também é positivamente inclinada, ou seja, é uma 
função direta da renda.
Já o Investimento desempenha duplo papel na teoria macroeconômico de 
um lado é um dos componentes da demanda (despesas com equipamentos, 
máquinas, etc.) e de outro é elemento da oferta agregada (já que eleva a 
capacidade de produção da economia).
No Modelo Keynesiano Básico de Curto Prazo, o investimento afeta apenas a 
demanda agregada e é considerado independente da renda nacional, por isso, 
graficamente ele é representado por uma reta paralela ao eixo horizontal.
Figura 24 – Função Investimento
Da mesma forma supõe-se que os Gastos do Governo (G) são autônomos 
em relação à renda nacional. Na teoria macroeconômica, os gastos públicos 
(bem como oferta de moeda) são considerados uma variável determinada 
institucionalmente, ou seja, dependem dos objetivos de política econômica 
escolhidas pelas autoridades.
No modelo simplificado, a Tributação (T) ou Função Impostos também é 
considerada autônoma, isto é, não induzida pela renda nacional.
A introdução do governo e, particularmente, da tributação altera as funções 
consumo e poupança, que passam a serem funções da renda disponível do setor 
privado Yd (Renda – Tributos = Y – T). Logo:
39
Introdução à Economia
No modelo simplificado as exportações também são autônomas em relação 
à renda nacional.
A hipótese aqui adotada é de que as exportações não são afetadas pela 
renda nacional, mas sim pela renda dos outros países (renda mundial) e pela 
taxa de câmbio (que não estão consideradas no modelo).
Do mesmo modo, no modelo simplificado, as importações também são 
autônomas em relação à renda nacional.
Estabelecidas as hipóteses sobre as variáveis C, S, I, G, T, X e M, sabe-se que a 
demanda agregada comporta-se no modelo keynesiano básico de curto prazo 
da seguinte forma.
Figura 25 – Demanda Agregada Completa
Como apenas C é função crescente da renda nacional e as demais são 
consideradas constantes em relação à renda nacional Y, segue-se que a função 
da é crescente em relação à renda nacional Y, como mostra o gráfico que segue.
Onde vemos que I, G, e X-M representam acréscimos que provocam 
deslocamentos paralelos em C, a curva mais elevada representa a demanda 
agregada da economia.
Podemos agora determinar o equilíbrio de curto prazo. 
Entende-se por equilíbrio um ponto em que a Demanda Agregada é igual à 
Renda Nacional, não existindo pressões para sair desse ponto.
A determinação do equilíbrio é obtida igualando renda e demanda agregada.
Algebricamente:
Resolvendo a equação encontramos um valor para Y e com este valor, 
podemos retornar às funções consumo e poupança para achar seus valores.
Graficamente,
40
Introdução à Economia
Figura 26 – Equilíbrio do Mercado no Curto Prazo
Temos que o equilibro de curto prazo ocorre onde da corta a linha pontilhada 
de 45º que sai da origem (e que iguala Y e da representados nos dois eixos 
cartesianos).
Ao compararmos esse ponto com a renda de pleno emprego (Ype) podemos 
definir os hiatos deflacionário e inflacionário. Estes pontos serão tratados no 
próximo item.
7.5. Outros instrumentos de análise macroeconômica
O Hiato Deflacionário refere-se à insuficiência de demanda agregada em 
relação à renda de pleno emprego/ revela qual deve ser o aumento da demanda 
agregada para que a economia atinja o equilíbrio de pleno emprego//>>>
Figura 27 – Hiato Deflacionário
O hiato inflacionário é dado pelo excesso de demanda agregada em relação 
à oferta agregada de pleno emprego.
41
Introdução à Economia
Figura 28 – Hiato Inflacionário
Nessa situação, ocorre uma inflação de demanda, em que a procura global 
de bens supera a capacidade produtiva da economia.
42
Introdução à Economia
EXERCÍCIO
01- Considerando um país α que possua relação comercial com diversos 
outros países do mundo, e que seus agregados macroeconômicos são 
representados pelas seguintes equações: C = 50 + 0,75Yd; I = 40 + 0,05Y; G = 160; 
T = 20 + 0,2Y; X = 80; M = 15 + 0,15Y,pede-se: 
a. Calcule o nível de renda de equilíbrio deste país (Y);
b. Calcule o consumo desta economia, bem como o nível de investimento 
e o valor das importações;
c. Qual é o valor das exportações líquidas (NX)
d. Caso haja um aumento de 20% nos impostos, qual será a nova renda de 
equilíbrio, o novo consumo e o novo valor de NX.
02- A elevação da taxa de juros básica (Selic), por parte do Governo Federal 
pode impactar diretamente nos agregados macroeconômicos. Quais agregados 
são afetados e como isso impacta na produção do país (PIB).
03- Em uma situação onde a economia de um país apresente um déficit 
em sua balança comercial, de quais políticas o governo pode lançar mão para 
reduzir este déficit e como ele faria isto? 
04- 1 – Considere o seguinte modelo para uma economia fechada e calcule 
a renda de equilíbrio, onde:
C = 200 + 0,8Yd
I = 75 – 0,25i + 0,11Y
T = 0,20Y
G = 200
i = 5%
Considere uma economia fechada onde, que se comporta de acordo com 
as seguintes equações responda:
Y = 5.000 G = 1.000 T = 1.000 C = 250 + 0,75Yd I = 1.000 
– 50i
a. Calcule a poupança nacional (S) desta economia
b. Ache a taxa de juros de equilíbrio
c. Suponha agora que G passe para 1.250, calcule a nova poupança nacio-
nal (S)
d. Encontre a nova taxa de juros
05- Considere uma economia descrita pelas seguintes equações: 
Y = C + I + G +X –M
G = 1.000; T = 1.000; C= 250+0,45(Y-T); I = 1.000 – 50i; X = 250; M = 130; i = 
2,5%
Calcule :
a. A renda de equilíbrio
b. Caso a propensão marginal a consumir (PMgC) passe para 0,5 qual a 
nova renda de equilíbrio.
c. Se os impostos aumentarem em 20% qual será a nova renda de equilí-
brio
06- Considerando que a função de consumo é dada por C = a = bYd, 
poupança como sendo S = Yd - C e tributação como T = t0 + t1Y e que os valores 
de a = 20, b = 0,5, t0 = 15 e t1 = 0,1 calcule então:
a. O valor do consumo em equilíbrio, a poupança nacional e determine a 
43
Introdução à Economia
carga tributária da economia, considerando que Y = 1.000
b. Calcule novamente as três variáveis para uma renda de 1.500
c. Descreva o efeito do aumento da renda sobre o consumo
d. Caso a PMgT aumentasse para 0,2 qual o reflexo disto na poupança na-
cional e no consumo
07- Calcule o produto de equilíbrio (Y) de uma economia aberta com os 
seguintes agregados macroeconômicos:
a. C = 10; I = 8, G = 15, X = 12 e M = 15
b. C = 8, I = 12, G = 9 e NX = 7
c. C = 3+ 0,4Yd, I = 12, G = 10, X = 9, M = 6 e T = 3
08- Calcule o produto de equilíbrio (Y) de uma economia fechada com os 
seguintes agregados macroeconômicos:
a. C = 4 + 0,25Yd, I = 6 e G = 6
b. C = 14, I = 9 e G 11
c. C = 100 0,2 + 0,5Yd, I = 7 e G = 9
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Introdução à Economia
Nesta parte de nossas Notas de Aula abordaremos o problema da inflação, 
que corresponde ao capítulo 14 de nosso livro texto.
8.1. Conceito de Inflação
Inflação é o aumento contínuo e generalizado no nível de preços da 
economia.
Devemos fazer duas observações quanto a essa definição: a primeira diz 
respeito à generalização, isto é, o aumento de preços deve ser observado na 
totalidade dos bens e serviços e não se restringir apenas a algum ou um grupo 
de preços. a segunda refere-se ao fato de que deve haver uma continuidade 
do aumento de preços, o processo inflacionário caracteriza-se pelo movimento 
contínuo dos preços, indicando que os agentes econômicos têm a percepção de 
que os preços tendem a aumentar e levam isso em conta quanto tomam suas 
decisões.
8.2. Distorções provocadas por altas taxas de inflação
Altas taxas de inflação provocam distorções importantes na economia, 
gerando vários efeitos indesejáveis.
Ela gera efeitos sobre:
I. A distribuição de renda - a distorção mais séria provocada pela inflação 
diz respeito à redução relativa do poder aquisitivo de quem depende de ren-
dimentos fixos, os quais possuem prazos de ajustes legais. Neste caso estão os 
assalariados, que ficam com o orçamento cada vez mais reduzido com o passar 
do tempo, até a chegada de novo ajuste. A classe trabalhadora é, sem dúvidas, a 
que mais perde com o aumento das taxas de inflação;
II. O balanço de pagamentos - elevadas taxas de inflação, em níveis su-
periores ao aumento dos preços internacionais, encarecem o produto nacional 
relativamente ao produzido no exterior, o que tende a estimular importações e 
desestimular exportações. Isso diminui o saldo da balança comercial. Esse fato 
pode provocar um círculo vicioso, se o país estiver enfrentando déficit cambial.
III. O mercado de capitais - tendo em vista que em um processo inflacioná-
rio intenso o valor da moeda deteriora-se rapidamente, ocorre um desestímulo à 
aplicação de recursos no mercado financeiro, especialmente nas aplicações cuja 
remuneração seja definida ex ante. No Brasil, as distorções causadas pelos per-
sistentes e elevados processos inflacionários foram bastante minimizadas pela 
instituição do mecanismo de correção monetária, por meio do qual títulos pú-
blicos, privados e cadernetas de poupança passaram a ser reajustados por índi-
ces que refletem aproximadamente o crescimento da inflação;
IV. As expectativas empresariais - o setor empresarial é bastante sensível 
a situações de inflação elevada, dada à relativa instabilidade e imprevisibilida-à relativa instabilidade e imprevisibilida- relativa instabilidade e imprevisibilida-
de de seus lucros. O empresário, portanto, fica em um compasso de espera, en-
quanto a conjuntura inflacionária perdurar, e dificilmente tomará iniciativas no 
sentido de aumentar seus investimentos na expansão da capacidade produtiva. 
Há ainda outros efeitos provocados por altas taxas de inflação, nas etapas 
iniciais do processo inflacionário, todos que contraíram dívidas líquidas ganham 
com a inflação, justamente porque não incorporam nenhuma expectativa 
8 Capítulo
O PROBLEMA DA 
INFLAÇÃO
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Introdução à Economia
inflacionária. Assim, quem perde é o credor, recebendo a quantia emprestada 
reduzida pela inflação.
No longo prazo, entretanto, poucos ou quase ninguém vai ganhar com a 
inflação, pois seu processo funciona como um rolo compressor, desarticulando 
todo o sistema econômico.
Mas, quais são as causas da inflação? Isto é o que veremos no próximo item.
8.3. Causas clássicas da Inflação
As principais são a inflação de demanda e a de custos.
A Inflação de Demanda, considerada o tipo mais clássico de inflação, diz 
respeito ao excesso de demanda agregada em relação à produção disponível de 
bens e serviços.
A probabilidade de surgir inflação de demanda é maior quanto mais próxima 
estiver à economia do pleno emprego.
A política preconizada para combater esse tipo de inflação assenta-se em 
instrumentos que reduzam a demanda agregada (diretamente, com redução dos 
gastos públicos, ou indiretamente, com políticas que desestimulem o consumo 
e o investimento privado).
A Inflação de Custos pode ser associada a uma inflação tipicamente de 
oferta, já que o nível da demanda permanece o mesmo e os custos de alguns 
insumos se elevam, sendo repassados para o consumidor.
Aumentos salariais são frequente razão para elevação dos custos. 
A inflação de custos também está associada ao fato de algumas firmas, com 
elevado poder de monopólio ou oligopólio, terem condições de elevar seus 
lucros acima do aumento dos custos de produção (também conhecida como 
inflação de lucros, está associada à estagflação).
A palavra estagflação associa estagnação econômica e inflação.
Outra fonte de inflação impulsionada pelos custos surgiu com a crise de 
energia de 1973 (o chamado 1º choque do petróleo), com a elevação de preços 
de matérias-primas e insumos básicos. Logo, popularizou-se o termo choque de 
oferta para caracterizar a inflação de custos.
É relativamente difícil combater uma inflação tipicamente de custos. 
Normalmente, a política recomenda, nesse caso, o controle direto de preços, 
tanto via política salarial mais rígida, quanto pela maior fiscalização sobre os 
lucros auferidos pelos grupos oligopolistas.
Temos aindataxa de 
crescimento de um país.
11.6. Desenvolvimento Sustentável.
Atualmente, o conceito de desenvolvimento econômico passou a absorver 
preocupações ambientais e de equidade intra e inter gerações, evoluindo 
para um conceito de desenvolvimento sustentável que seria aquele capaz de 
satisfazer as necessidades da geração presente, sem comprometer a capacidade 
das gerações futuras de suprirem suas próprias necessidades.
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Introdução à Economia
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ed.2. Cadernos Didáticos, n.11. Viçosa: UFV, 2003. 39p.
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Introdução à Economia. São Paulo: Saraiva, 2006. 397p.
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brasileira/>. Acesso em: 15 fev. 2012. 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
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CARVALHO, F. J. C.; SOUZA, F. E. P.; SICSÚ, J. PAULA. L. F. R.; STUDART, R. 
Economia Monetária e Financeira – teoria e política. 2ª Ed. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2007. 385p.
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LEFTWICH, R. H. O sistema de preços e a alocação de recursos. 8ª Ed. São 
Paulo: Pioneira: 1997. 452p.
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moderna. 6ª Ed. Campus. 2006. 
VASCONCELLOS, M. A.; LOPES, L. M. (Org.). Manual de macroeconomia: 
nível básico e intermediário. São Paulo: Atlas, 2000. 2ª ed. 
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2000. 520p.
WESSELS, W. Microeconomia – teoria e aplicações. São Paulo: Saraiva. 2002.

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