Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

Resumo de Direito Administrativo 
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS 
Para um adequado estudo do Direito Administrativo, é importante termos em mente 
algumas noções sobre Teoria Geral do Estado, mais precisamente sobre as 
concepções de Estado, Governo e Administração Pública. 
Estado 
Conceito 
A palavra “estado” pode assumir vários significados, sendo objeto de disciplina 
específica no Direito. No presente estudo, nos interessa a compreensão Estado como 
sociedade politicamente organizada em determinado território. 
Na definição de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, Estado é pessoa jurídica 
territorial soberana, formada pelos elementos povo, território e governo soberano. 
Estrutura 
O Estado é constituído dos seguintes elementos: 
● Povo: componente humano do Estado. 
● Território: base física. 
● Governo soberano: elemento condutor que detém e exerce o poder de auto 
determinação e auto-organização do povo. 
Assim, um Estado soberano possui, como regra geral, um governo que é o elemento 
condutor, um povo, que representa o componente humano e um território que é o 
espaço físico que ocupa. 
Poderes 
O Estado manifesta sua vontade pelos poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário. 
São imanentes e estruturais, com função típica e atípica. 
A função típica do Legislativo é elaborar lei, a do Executivo é converter a lei em ato 
individual e concreto e a do Judiciário é a aplicação coativa da lei aos litigantes. 
Governo 
Conforme vimos, trata-se de um dos elementos do Estado. 
 
 
A função política ou de governo se relaciona à administração superior dos interesses 
do Estado, no plano interno e externo, com elevado grau de discricionariedade política 
das decisões, conforme parâmetros fixados na Constituição. 
Exemplos: declaração de guerra, decretação de estado de sítio, celebração de 
tratados internacionais etc. 
Podemos complementar esse conceito com a afirmação de que governo é a expressão 
política de comando, de iniciativa, de fixação de objetivos do Estado e de 
manutenção da ordem jurídica vigente. 
No sistema presidencialista, o governo é exercido pelo Presidente da República, ao 
passo que no Parlamentarismo o Primeiro-Ministro é quem faz este papel. 
 
Administração pública 
Significados 
 
A Administração Pública é uma expressão que possui dois significados: 
● Subjetivo ou orgânico ou formal: identifica quem é a Administração Pública. É um 
conjunto de pessoas jurídicas, órgãos e agentes que exercem a função 
administrativa. 
● Objetivo ou funcional ou material: identifica a atividade da Administração Pública. 
É a função administrativa. 
Sentido subjetivo de administração pública 
A expressão Administração Pública, em sentido formal, orgânico ou subjetivo, 
designa o conjunto de órgãos e agentes estatais no exercício da função administrativa, 
independentemente do poder a que pertençam – seja ao Executivo, Judiciário, 
Legislativo ou a qualquer outro organismo estatal. 
Em nome do princípio da separação de Poderes, podemos afirmar que os três poderes 
do Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário) exercem função administrativa: os 
Poderes Legislativo e Judiciário, de forma atípica, e o Poder Executivo, de forma 
típica. 
Função administrativa pelo Legislativo 
É exercida pelo Legislativo quando organiza os seus serviços internos, por intermédio 
das Secretarias e da prática dos atos administrativos pelos parlamentares (leis de 
efeito concreto). 
 
 
Função administrativa pelo Judiciário 
É exercida pelo Judiciário quando organiza os seus serviços internos, por meio das 
Secretarias e da prática dos atos administrativos pelos magistrados, como provimento 
de cargos na magistratura. 
Função administrativa pelo Executivo 
Dentro do Poder Executivo, a função administrativa é exercida pela Administração 
Pública, que, por sua vez, pode ser dividida de duas formas: 
Vertical 
É a que divide a Administração Pública em federal, estadual, distrital e municipal; é a 
divisão que decorre da forma federativa do Estado Brasileiro. 
Horizontal 
É a que divide a Administração Pública em direta ou centralizada e indireta ou 
descentralizada (leva em conta o grau de complexidade). 
A divisão horizontal ingressou na ordem jurídica brasileira com o Decreto-lei n. 200/67, 
que sistematizou a estrutura da Administração Federal e estabeleceu as diretrizes 
para a reforma administrativa. 
A divisão horizontal está contida em cada parte da divisão vertical; ou seja, a divisão 
de Administração Pública em direta e indireta existe nos quatro níveis da federação: 
federal, estadual, distrital e municipal. 
Sentido objetivo de administração pública 
Por sua vez, administração pública, embasada no critério material ou objetivo, se 
confunde com a função administrativa, devendo ser entendida como a atividade 
administrativa exercida pelo Estado, ou seja, a defesa concreta do interesse público. 
Função Administrativa 
A função administrativa é exercida pelo administrador público, que a exerce 
representando os interesses da coletividade, pelo cumprimento fiel dos preceitos do 
Direito e da moral administrativa que regem a sua atuação. 
Assim, a função administrativa é a atividade exercida no cumprimento do dever de 
alcançar o interesse público, mediante o uso dos poderes conferidos pela ordem 
jurídica. 
 
 
Função Administrativa como múnus público 
O exercício da função administrativa representa para o administrador público um 
múnus público, ou seja, um encargo de conservação, defesa e aprimoramento dos 
interesses da coletividade. 
Todos os poderes e deveres do administrador público são outorgados e exercidos em 
benefício do bem comum da coletividade administrada. 
Características 
É uma atividade concreta, pois executa a vontade da lei, submetida a regime jurídico 
de direito público e que visa à satisfação direta e imediata dos fins do Estado, que é 
conservar o bem-estar individual e o progresso social. 
Abrangência 
A função administrativa abrange o exercício das seguintes atividades: 
● Fomento: é a concessão de incentivos pelo Poder Público aos interessados 
colaboradores do interesse público. 
● Polícia administrativa: é a limitação da liberdade e propriedade do particular em 
nome do interesse público. 
● Serviço público: prestado pela Administração ou por seus delegados para 
satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade. 
● Intervenção: é a interferência do Estado no domínio econômico. 
 Administração pública e administração privada 
Na Administração Pública, o administrador recebe as ordens e instruções de como 
agir, das leis e regulamentos. Sua finalidade de atuação é buscar o bem comum da 
coletividade administrada. 
Na Administração Privada, o administrador recebe as ordens e instruções de como 
agir do proprietário. Sua finalidade de atuação é buscar satisfazer os interesses do 
proprietário. 
Administração e propriedade 
O administrador é quem cuida dos bens e interesses alheios, possuindo, dessa forma, 
poderes de zelo e conservação de bens e interesses. 
O proprietário é quem cuida dos bens e interesses próprios, possuindo, dessa forma, 
poderes de disponibilidade. 
https://bit.ly/memorex-topo
 
 
Direito administrativo 
Conceito 
É ramo do Direito Público, formado por um conjunto de normas jurídicas, que regem 
a Administração Pública. 
Critérios de definição 
Critério do serviço público: o Direito Administrativo está ligado à prestação de 
serviços públicos (crítica: é muito restrito). 
Critério do Poder Executivo: o Direito Administrativo diz respeito a toda a atuação 
do Poder Executivo (crítica: nem toda a atuação do executivo é analisada no Direito 
Administrativo, pois existem as funções atípicas). 
Critério das relações jurídicas: o Direito Administrativo trata das relações entre o 
Estado e o administrado (crítica: outros ramos do direito também o fazem). 
Critério residual: afasta a função legislativa, judiciáriae atividades de direito privado. 
Critério teleológico (finalidade): o Direito Administrativo estuda toda a atuação do 
Estado visando interesse da coletividade (crítica: critério insuficiente). 
 
Critério da administração pública ou critério funcional (Hely Lopes Meireles): o 
Direito Administrativo é um conjunto harmônico de princípios que regem os órgãos, os 
agentes e a atividade pública para a realização dos fins desejados pelo Estado de 
forma direta (independente de provocação), concreta (diferente da função 
Legislativa que é geral e abstrata) e imediata (resolve problemas de governo 
específicos, diferentemente da função política). 
Sistema administrativo 
O Direito Administrativo brasileiro adota o sistema administrativo inglês ou judicial, 
pois os únicos órgãos que tomam decisões definitivas sobre assuntos de interesse da 
Administração Pública são os do Poder Judiciário. 
Critérios de interpretação 
A boa compreensão do Direito Administrativo exige o entendimento dos seguintes 
critérios de interpretação: 
● Existência de desigualdade jurídica entre a Administração Pública e o administrado. 
● Existência da presunção de legitimidade dos atos da Administração Pública. 
● Existência dos poderes discricionários para a Administração Pública. 
https://bit.ly/memorex-topo
 
 
Fontes do direito administrativo 
Introdução 
O Direito Administrativo, no Brasil, não se encontra codificado, isto é, os textos 
administrativos não estão reunidos em um só corpo de leis, como ocorre com outros 
ramos como o Direito Processual, o Direito Penal e o Direito Civil. 
As normas administrativas estão espalhadas, tanto no texto da Constituição Federal, 
como em diversas leis ordinárias e complementares e em outros diplomas normativos 
como decretos-leis, medidas provisórias, regulamentos e decretos do Poder 
Executivo. 
Fontes 
São fontes do Direito Administrativo: 
Lei: é a fonte primária do Direito Administrativo, abrangendo a Constituição, as leis 
ordinárias, delegadas e complementares e os regulamentos administrativos. 
Doutrina: é resultante de estudo feito por especialistas, que analisam o sistema 
normativo, resolvem contradições e formulam definições e classificações. 
Jurisprudência: é o conjunto de decisões reiteradas e uniformes, proferidas pelos 
órgãos jurisdicionais ou administrativos, em casos idênticos ou semelhantes. 
Costume: é a norma jurídica não escrita, originada da reiteração de certa conduta por 
determinado grupo de pessoas, durante certo tempo, com a consciência de sua 
obrigatoriedade. 
PRINCÍPIOS: 
No Direito Administrativo é fundamental o estudo dos princípios, porque eles são 
postulados que inspiram o modo de agir de toda Administração Pública, trazendo 
dinamismo ao sistema. 
Eles representam a conduta do Estado no exercício de suas atividades essenciais. 
 
Em suma, os princípios são a forma de raciocinar o Direito Administrativo e de 
compreender toda sua lógica. 
https://www.dicasconcursos.com/principios-da-administracao-publica/
 
 
Princípios explícitos – LIMPE 
Legalidade 
O Princípio da Legalidade decorre da existência do Estado de Direito como uma 
Pessoa Jurídica responsável por criar o direito, no entanto submissa ao 
ordenamento jurídico por ela mesmo criado e aplicável a todos os cidadãos. 
Diferente da legalidade aplicada ao particular, o administrador só pode fazer o que a 
lei permitir. 
Impessoalidade 
O Princípio da Impessoalidade se traduz na ideia de que a atuação do agente público 
deve-se pautar pela busca dos interesses da coletividade, não visando a beneficiar ou 
prejudicar ninguém em especial. 
Além disso, a impessoalidade deve ser enxergada também sob a ótica do agente, isto 
é, a atividade deste deve imputada ao Estado (e não ao agente estatal). 
Moralidade 
O Princípio da Moralidade exige a honestidade, lealdade, boa-fé de conduta no 
exercício da função administrativa – ou seja, a atuação não corrupta dos gestores 
públicos, ao tratar com a coisa de titularidade do Estado. 
Publicidade 
Este princípio tem por finalidade garantir o conhecimento público acerca das 
atividades praticadas no exercício da função administrativa. 
Em um estado democrático de Direito, não se pode admitir que assuntos da 
Administração, que são do interesse de todos, sejam ocultados. 
Eficiência 
Eficiência é produzir bem, com qualidade e com menos gastos. 
Uma atuação eficiente da atividade administrativa é aquela realizada com presteza e, 
acima de tudo, um bom desempenho funcional. 
Assim, buscam-se sempre melhores resultados práticos e menos desperdício nas 
atividades estatais, uma vez que toda a coletividade se beneficia disso. 
 
 
Princípios implícitos 
Supremacia do interesse público sobre o privado 
Define a ideia de que o interesse público é supremo sobre o interesse particular, e 
todas as condutas estatais têm como finalidade a satisfação das necessidades 
coletivas. 
Nesse sentido, os interesses da sociedade devem prevalecer diante das necessidades 
específicas dos indivíduos, havendo a sobreposição das garantias do corpo 
coletivo, quando em conflito com as necessidades de um cidadão isoladamente. 
Este princípio justifica as prerrogativas e garantias do Estado. 
Indisponibilidade do interesse público 
Este princípio define os limites da atuação administrativa e decorre do fato de que 
a impossibilidade de abrir mão do interesse público deve estabelecer ao administrador 
os seus critérios de conduta. 
Assim, o agente estatal não pode deixar de atuar quando as necessidades da 
coletividade exigirem, uma vez que suas atividades são necessárias à satisfação dos 
interesses do povo. 
Portanto, pode-se dizer que a indisponibilidade do interesse público se configura como 
um contrapeso do princípio da supremacia estatal. 
Resumos esquematizados (com mapas mentais) - ATUALIZAÇÕES 2024 EM 
ANDAMENTO BAIXAR 
Contraditório e ampla defesa 
É o direito conferido ao particular de saber o que acontece no processo administrativo 
ou judicial de seu interesse, bem como o direito de se manifestar na relação 
processual, requerendo a produção de provas e provocando sua tramitação. 
Assim, é a ciência bilateral dos atos e termos processuais e possibilidade de contrariá-
los utilizando todos os meios de prova admitidos no Direito. 
Razoabilidade e proporcionalidade 
Razoabilidade 
O Princípio da Razoabilidade visa impedir uma atuação desarrazoada ou 
despropositada do Administrador, definindo que o agente não se pode valer de seu 
https://bit.ly/memorex-topo
https://bit.ly/memorex-topo
https://bit.ly/memorex-topo
 
 
cargo ou função, com a falsa intenção de cumprir a lei, para agir de forma ilegal e 
arbitrária fora dos padrões éticos e adequados ao senso comum. 
Proporcionalidade 
A grande finalidade deste preceito é evitar abusos na atuação de agentes públicos, ou 
seja, impedir que as condutas desses agentes ultrapassem os limites no que tange à 
adequação, no desempenho de suas funções em relação aos fatos que ensejaram a 
conduta do Estado. 
Autotutela 
Representa o poder que a Administração Pública possui de controlar seus próprios 
atos, podendo ela mesma revê-los para trazer regularidade às suas condutas. 
Assim, o ente estatal tem a garantia de anular os atos praticados em suas atividades 
essenciais, quando ilegais, ou revogá-los, quando inoportunos ou inconvenientes, 
sem que seja necessária a interferência do Poder Judiciário. 
Motivação 
O Princípio da Motivação representa o dever imposto ao ente estatal de indicar os 
pressupostos de fato e de direito que determinaram a prática dos atos administrativos. 
Dessa forma, a validade da atuação administrativa depende da apresentação formal 
dos fundamentos fáticos e jurídicos justificadores da decisão adotada, assim como da 
correlação lógica entre esses motivos e a conduta deles decorrentes. 
Continuidade 
A atividade administrativa deve ser ininterrupta. 
Observaçõesao princípio da continuidade 
→ Direito de greve: o militar não o possui, mas os servidores públicos civis possuem 
(norma de eficácia limitada, aplicando-se a lei geral de greve até que lei especial 
superveniente seja editada). 
→ É possível a interrupção do serviço público por inadimplemento? Sim, não configura 
violação ao princípio, desde que haja a situação de urgência e que haja aviso prévio 
⟶ supremacia do interesse público sobre o privado (alguns doutrinadores discordam). 
→ É possível exceção de contrato não cumprido no Direito Administrativo? Sim, se a 
administração pública for inadimplente por até 90 dias (exceção de contrato não 
cumprido diferida ou postergada). 
 
 
PODERES ADMINISTRATIVOS: 
Conceito 
São os instrumentos de trabalho que o administrador público usa para realizar o bem 
comum, podendo ser entendidos também como deveres, pois são exercidos em 
benefício da coletividade. Podem ser usados de forma isolada ou cumulativa. 
São inerentes à Administração da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios. 
Note que os Poderes do Estado não se confundem com os Poderes da 
Administração, pois não são instrumentais, são poderes estruturais que realizam a 
atividade pública (Executivo, Legislativo e Judiciário). 
Abuso de poder 
O abuso de poder pode decorrer de condutas comissivas – quando o ato 
administrativo é praticado fora dos limites legalmente postos – ou de condutas 
omissivas – situações nas quais o agente público deixa de exercer uma atividade 
imposta a ele por lei, ou seja, quando se omite no exercício de seus deveres. 
Em ambos os casos, o abuso de poder configura ilicitude que atinge o ato decorrente 
dele. 
Se divide em duas espécies: 
● Excesso de poder: vício de competência (sanável). 
● Desvio de poder: vício de finalidade. 
Espécies 
● Quanto à organização e disciplina: poder hierárquico e disciplinar. 
● Quanto à finalidade normativa: poder regulamentar. 
● Quanto à limitação aos direitos individuais: poder de polícia. 
● Quanto à liberdade de atuação: poder vinculado e discricionário. 
Poder regulamentar ou normativo 
Poder conferido à Administração Pública de expedir normas gerais, ou seja, atos 
administrativos gerais e abstratos com efeito erga omnes. 
Não se confunde com edição de lei, sendo apenas mecanismo para edição de normas 
complementares à lei. 
https://www.dicasconcursos.com/poderes-da-administracao-publica/
https://www.dicasconcursos.com/poderes-da-administracao-publica/
 
 
Há duas espécies de regulamento: 
Executivo: aquele expedido para fiel execução da lei. Caso inove o ordenamento 
jurídico haverá violação ao Princípio da Legalidade. 
Autônomo: aquele expedido para substituir o texto legal e possui o condão de inovar 
o ordenamento jurídico, determinando normas sobre matérias não disciplinadas em 
lei. 
No Direito brasileiro, é possível afirmar, inclusive com respaldo da jurisprudência do 
STF, que é permitida edição de decreto autônomo, em dois casos: 
● Organização e funcionamento da Administração Pública, quando não implicar 
aumento de despesa, nem criação ou extinção de órgãos. 
● Extinção de cargos ou funções públicas, quando vagos. 
A competência para editar decreto autônomo pode ser delegada ao Ministro de 
Estado, ao Advogado-Geral da União ou ao Procurador-Geral da República. 
 
Poder disciplinar 
É o poder de apurar infrações, aplicando sanções e penalidades por parte do Poder 
Público a todos aqueles que possuam vínculo de natureza especial com o Estado 
(servidores ou não, normalmente por relação hierárquica ou contratual). 
Não é possível, portanto, aplicação deste poder a particulares, que por não possuírem 
vínculo com a Administração não estão sujeitos à disciplina interna do Estado. 
O ato disciplinar deve ser motivado mencionando sempre o fundamento legal e a 
causa da sanção disciplinar. 
A Administração não pode escolher entre punir ou não punir tendo conhecimento da 
falta do servidor, sob pena de cometer o crime do art. 320 do CP e de praticar ato de 
improbidade administrativa. 
Poder hierárquico 
Poder de estruturação interna da atividade pública (atribuição para organizar, distribuir 
e escalonar funções dos órgãos). Não existe manifestação hierárquica externa (entre 
pessoas jurídicas distintas). 
Hierarquia é a relação de coordenação e subordinação existente entre os diversos 
órgãos e agentes da Administração Pública. 
Em razão da hierarquia, surge para o superior hierárquico os poderes de delegar, 
avocar, disciplinar, ordenar, normatizar, controlar, comandar e revisar. 
https://bit.ly/memorex-topo
 
 
Avocação 
É a tomada temporária de competência legalmente atribuída a um agente subordinado 
por outro agente de hierarquia superior. 
Só pode ocorrer quando não se tratar de competência exclusiva. 
Delegação 
É a extensão ou ampliação temporária de competência/atribuições de um órgão a 
outro de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior, tornando-se os dois competentes 
para prática do ato enquanto durar a delegação. 
 
Poder de polícia 
Conceito 
É o poder que a Administração tem de restringir o exercício de liberdades individuais 
e o uso/gozo/disposição da propriedade privada, sempre para adequálos ao interesse 
público. 
É uma atividade tipicamente administrativa e aplica-se a todos os particulares, sem 
necessidade de demonstração de qualquer vínculo de natureza especial. 
Polícia Administrativa X Polícia Judiciária 
Polícia judiciária visa a prevenção e a repressão à pratica de ilícitos criminais e tem 
seu estudo situado nas disciplinas de Direito Processual Penal, incidindo sobre 
pessoas. 
Já a polícia administrativa, estabelecida no art. 78 do CTN, incide sobre bens e 
direitos, condicionando-os à busca pelo interesse da coletividade. 
 
Atributos do poder de polícia 
● Discricionariedade: liberdade estabelecida em lei ao administrador para decidir 
diante do caso concreto e só pode ser reconhecida como atributo do poder de polícia 
quando este for entendido em sentido amplo. 
● Autoexecutoriedade: é a possibilidade de a Administração Pública executar seus 
atos sem precisar de ordem judicial. Só existe quando houver previsão legal ou 
quando, não previsto em lei, for urgente para assegurar a segurança da coletividade. 
● Coercibilidade: é a possibilidade de a Administração Pública impor seus atos, 
independentemente do consentimento do administrado. 
https://bit.ly/memorex-topo
 
 
Não confunda autoexecutoriedade das sanções de polícia com punição sumária e sem 
defesa: só é possível a aplicação de sanção sumariamente e sem defesa em situações 
urgentes, capazes de colocar em risco a segurança ou saúde pública (ex.: a interdição 
de um bar que está vendendo coxinhas estragadas) ou quando se tratar de situação 
de flagrância. Em todos os demais casos é necessária a instauração de processo 
administrativo. 
Espécies 
● Poder de polícia originário: é o exercido pela Administração direta. 
● Poder de polícia delegado: é o exercido pela Administração indireta. 
Prescrição das sanções de polícia 
O prazo prescricional das ações punitivas decorrentes do exercício do poder de polícia 
é de cinco anos contados da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou 
continuada, do dia em que tiver cessado. 
Se o fato constituir crime aplicam-se os prazos da prescrição penal. 
Prescrição intercorrente: 
Há hipótese de prescrição intercorrente em procedimento administrativo decorrente 
do exercício de poder de polícia, quando o procedimento ficar paralisado por mais de 
três anos pendente de julgamento ou despacho. 
Nesse caso, o processo será arquivado e será apurada a responsabilidade funcional 
decorrente da paralisação. 
Interrupção da prescrição 
As hipóteses de interrupção da prescrição das ações punitivas decorrentes do 
exercício do poder de polícia são: 
● Citação do indiciado ou acusado. 
● Qualquer ato inequívoco que importe apuração do fato.● Decisão condenatória recorrível. 
Suspensão da prescrição 
As hipóteses de suspensão da prescrição das ações punitivas decorrentes do 
exercício do poder de polícia são: 
 
 
● Durante a vigência dos compromissos de cessação ou de desempenho assumidos 
perante o CADE. 
● Durante a vigência do termo de compromisso firmado com a CVM. 
Discricionariedade e vinculação 
Vinculação 
Se a lei não dá opções ao administrador público, estabelecendo qual a forma de agir, 
o poder é vinculado. Nesse caso, a lei estabelece a única solução possível diante da 
situação de fato, fixando todos os requisitos. 
Discricionariedade 
Se a lei dá opções ao administrador público, ou seja, certa margem de liberdade de 
decisão de acordo com os critérios de oportunidade, conveniência, justiça e equidade, 
o poder é discricionário. 
Cabe ressaltar que não existe poder totalmente discricionário, pois alguns elementos 
são sempre vinculados: forma, finalidade e competência. 
 
 
ATOS ADMINISTRATIVOS 
Conceito 
São atos por meio dos quais a Administração Pública atua, no exercício da função 
administrativa, sob o regime de direito público e ensejando manifestação de vontade 
do Estado ou de quem lhe faça as vezes. 
Atos administrativos x Atos da administração 
Nem todo ato praticado pela Administração Pública é ato administrativo. 
Algumas vezes ela atua na esfera privada ou praticando atos no exercício da função 
política, ou ainda, exercendo atividades meramente materiais, que não traduzem 
manifestação de vontade. Todo ato administrativo tem que manifestar vontade. 
Assim, atos da administração são gênero, do qual são espécies os atos 
administrativos. 
 
 
Os atos da administração podem ser: 
● Atos privados: regime de direito privado. 
● Atos materiais (fatos administrativos): mera execução de atividade. 
● Atos políticos: exercício da função política. 
● Atos Administrativos: regime de direito público. 
Classificação dos Atos Administrativos 
Quanto aos destinatários 
● Atos gerais (ou regulamentares), os quais não têm destinatários específicos. 
● Atos individuais (ou especiais), os quais possuem destinatários certos. 
Quanto ao alcance 
● Atos internos: destinados a produzir efeitos dentro da Administração Pública. 
● Atos externos: alcançam os administrados, os contratantes e, em certos casos, os 
próprios servidores. Somente entram em vigor depois de divulgados pelo órgão 
oficial. 
Quanto ao regramento 
● Atos vinculados: para os quais a lei estabelece os requisitos e condições de sua 
realização (não existe liberdade de opção para o administrador público). 
● Atos discricionários: os quais a Administração pode praticar com liberdade de 
escolha de seu conteúdo, de seu destinatário, de sua conveniência, de sua 
oportunidade e do modo de sua realização. 
Quanto à formação 
● Ato simples: resultante da manifestação de vontade de um único órgão. 
● Ato complexo: se forma pela conjugação de vontades de mais de um órgão. 
● Ato composto: resultante da vontade única de um órgão, mas que depende da 
verificação por parte de outro para se tornar exequível. 
Efeito prodrômico: acontece nos atos administrativos que dependem de duas 
manifestações de vontade. Este efeito se configura com o dever da segunda 
autoridade se manifestar quando a primeira já o fez. Esse dever vem antes do 
aperfeiçoamento do ato, que se chama preliminar ou prodrômico. 
 
 
Quanto à estrutura 
● Ato concreto: exaure-se em uma única aplicação (ex.: concessão de férias). 
● Ato abstrato: comporta reiteradas aplicações, sempre que se apresente a hipótese 
nele prevista (ex.: aplicação de penalidade). 
Elementos dos atos administrativos 
Forma 
Modelo determinado pela lei para exteriorização do ato administrativo. A regra para os 
atos administrativos é a forma escrita. No entanto, existem atos que são praticados de 
forma verbal, através de sinais (ex.: semáforo) ou outros sons (ex.: apito do guarda de 
trânsito). 
No processo administrativo federal (Lei n. 9.784/99, art. 22) vigora o princípio do 
informalismo: “os atos do processo administrativo não dependem de forma 
determinada senão quando a lei expressamente a exigir”. 
Finalidade 
É o escopo do ato. É tudo aquilo que se busca proteger com a prática do ato 
administrativo. 
O ato administrativo tem que atender duas finalidades: 
● Finalidade Genérica: tutela do interesse público (pode ser expressa ou implícita na 
lei). 
● Finalidade Específica: finalidade prevista na lei que rege a prática do ato, de forma 
explícita ou implícita. 
A infração da finalidade leva à ilegalidade do ato por desvio de poder. 
Competência 
Refere-se à pessoa que pratica o ato administrativo. 
A competência funda-se na necessidade de divisão do trabalho entre os agentes 
estatais. Há necessidade de distribuir a intensa quantidade de tarefas decorrentes de 
cada uma das funções entre os vários agentes do Estado. 
A competência administrativa é irrenunciável, porque criada por lei e atribuída ao cargo 
ou função, não ao indivíduo. Então, o sujeito pode renunciar ao cargo que ocupa, mas 
não pode manter o cargo e eliminar a competência correspondente. 
 
 
Objeto 
 
Aquilo que o ato enumera, dispõe, declara, enuncia, certifica, extingue, autoriza, 
modifica. 
Consiste em determinar qual o efeito jurídico imediato que o ato produz. 
Para que serve determinado ato? O objeto é o que se cria, modifica, extingue, adquire, 
resguarda, transfere na ordem jurídica. 
Motivo 
É a situação de fato e de direito que determina ou autoriza a realização do ato 
administrativo, que serve de fundamento para a prática do ato administrativo. 
A situação de direito é a descrita na lei, já a situação de fato é o conjunto de 
circunstâncias que levam a Administração a praticar o ato. 
Motivação 
A motivação se relaciona à forma do ato e consiste na exposição formal do motivo. 
O motivo é o processo mental interno ao agente que pratica o ato. 
A motivação consiste na exteriorização formal do motivo, visando a propiciar o controle 
quanto à regularidade do ato. 
Todo ato deve ter um motivo, mas não é obrigatória a motivação. 
Motivação aliunde 
Em algumas situações, a motivação do ato não precisa estar expressa em sua 
redação, se admitindo, no ordenamento jurídico brasileiro, o que se convencionou 
denominar motivação aliunde, presente sempre que, ao invés de expor os motivos 
que deram ensejo à prática do ato, o administrador público remete sua motivação 
aos fundamentos apresentados por um ato administrativo anterior que o justificou. 
Teoria dos motivos determinantes 
Por essa teoria, os atos administrativos, quando tiverem sua prática motivada, 
vinculam-se aos motivos expostos, que devem corresponder perfeitamente à 
realidade. Os atos discricionários, se motivados, ficam vinculados aos motivos dados. 
 
 
Atributos do ato administrativo 
Presunção de legitimidade 
Todo ato administrativo é presumivelmente legítimo, cabendo ao particular provar o 
contrário. 
Significa que, uma vez praticado o ato administrativo, este presume-se que foi 
praticado em conformidade com a lei, e que os atos e fatos alegados pelo 
administrador são verdadeiros e morais. 
Essa presunção é relativa, ou seja, admite prova em contrário, cabendo o ônus dessa 
prova ao administrado. 
Imperatividade 
A imperatividade significa que o ato administrativo constitui obrigações 
unilateralmente. 
É o atributo do ato administrativo que impõe a coercibilidade para seu cumprimento 
ou execução. 
Autoexecutoriedade 
Possibilidade de a Administração executar determinados atos administrativos 
diretamente, independentemente de ordem judicial. Cabível quando prevista em lei ou 
em casos de urgência. 
Assim, a Administração Pública pode colocar em prática as decisões que tomou sem 
a necessidade de recorrer ao Poder Judiciário, gozando, para isso, de mecanismos 
coercitivos próprios, inclusive o uso da força se necessáriofor. 
Tipicidade 
Tipicidade é o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras 
definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados. Para 
cada finalidade que a Administração pretende alcançar existe um ato definido em lei. 
A tipicidade é uma garantia para o administrado e afasta a possibilidade de ato 
totalmente discricionário. A tipicidade só existe nos atos unilaterais. É uma decorrência 
do princípio da legalidade. 
Formas de extinção dos atos administrativos 
São formas de extinção do ato administrativo: 
 
 
● Anulação: é motivada pela ilegalidade. 
● Revogação: é motivada pela conveniência e/ou oportunidade da Administração. 
● Cassação: quando o beneficiário descumpre requisitos que permitem a manutenção 
do ato e de seus efeitos. 
● Extinção natural: é o cumprimento dos efeitos do ato. 
● Extinção subjetiva: é o desaparecimento do beneficiário do ato. 
● Extinção objetiva: é o desaparecimento do objeto do ato. 
● Caducidade: nova legislação impede a permanência da situação antes consentida 
pelo Poder Público. 
● Contraposição: extinção por ato superveniente com fundamento em competência 
diversa de efeitos contrapostos. 
● Renúncia: o beneficiário abre mão de uma vantagem que antes desfrutava. 
 
ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO 
Introdução 
Centralização 
A centralização administrativa ocorre quando o Estado executa suas tarefas por meio 
dos órgãos e agentes integrantes da Administração Direta. 
Não há transferência de competência de uma pessoa para outra. 
Descentralização 
A transferência dos serviços a pessoas jurídicas diversas recebe o nome de 
descentralização, haja vista o fato de que a prestação, até então, centralizada é 
entregue a outra entidade. 
A descentralização poderá ser feita mediante a transferência na prestação de serviços 
públicos a particulares, por meio de contratos de concessão ou permissão de 
serviços públicos, nos termos da legislação aplicável. 
Além disso, a descentralização pode ser executada com a transferência na prestação 
do serviço a pessoas jurídicas criadas pela própria Administração Pública, 
especializadas na execução daquela atividade. 
São os chamados entes da Administração Indireta ou entes da Administração 
Descentralizada, os quais se dividem em autarquias, fundações públicas, empresas 
públicas e sociedades de economia mista. 
 
 
Concentração e Desconcentração 
A concentração administrativa ocorre quando, dentro da pessoa jurídica, não há 
divisão interna de serviços. Já a desconcentração há distribuição de competências 
dentro da mesma pessoa jurídica. 
Tanto a concentração como a desconcentração são técnicas administrativas 
existentes na Administração Direta e Indireta. 
Resumindo 
● Prestação direta ou centralizada do serviço (centralização): União, Estados, 
Municípios e Distrito Federal. 
● Prestação indireta ou descentralizada (descentralização): particulares ou 
entidades da administração indireta (autarquias, fundações públicas, empresas 
públicas e sociedades de economia mista). 
● Desconcentração: especialização interna, já que não houve transferência das 
atividades da administração direta para a indireta e vice-versa. 
 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA OU CENTRALIZADA 
É o conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas do Estado. 
Estão inseridos na chefia do Executivo e nos órgãos auxiliares da chefia do Executivo. 
Enquanto a Administração Direta é composta de órgãos internos do Estado, a 
Administração Indireta se compõe de pessoas jurídicas. 
Cabe ressalvar que a Administração Pública Direta existe não apenas no Poder 
Executivo, mas também nos demais poderes, Legislativo e Judiciário, pois todos os 
poderes exercem função administrativa. 
Esfera Federal 
Na esfera federal, a estruturação da Administração Direta é composta pela 
Presidência da República, Vice-Presidência da República, Ministros e órgãos de apoio 
(assessoria em geral). 
Esfera Estadual 
Na esfera estadual, a Administração Direta será composta pela Governadoria do 
Estado, pelos órgãos de assessoramento direto do Governador e pelas Secretarias 
Estaduais. 
 
 
Esfera Municipal 
Na esfera municipal, a Administração Direta é composta pela Prefeitura, pelos órgãos 
de apoio direto ao Prefeito e pelas Secretarias Municipais. 
Órgãos Públicos 
Conceito 
Os órgãos públicos não são pessoas jurídicas, mas integrantes de uma. 
Todos eles são meros instrumentos de ação do Estado, não podendo ser sujeitos de 
direitos e obrigações. 
São centros de competência especializada, dispostos, na intimidade de uma pessoa 
jurídica, com a intenção de garantir especialização nas atividades prestadas e, 
consequentemente, maior eficiência. 
Teorias 
Teoria da representação: o agente e o órgão público são representantes do Estado 
(crítica: o Estado não é incapaz). 
Teoria do mandato: o agente e o órgão público são mandatários do Estado (crítica: 
não é uma relação contratual). 
Teoria do órgão (imputação volitiva): em virtude de lei e considerando que os 
agentes fazem parte do Estado, a vontade dos agentes e órgãos é imputada à pessoa 
jurídica do Estado. 
Classificação 
Quanto à posição estatal ou hierarquia 
● Independentes: estão no topo da hierarquia administrativa, sendo que, na esfera 
administrativa, não cabe recurso contra suas decisões (ex.: Presidência da 
República). 
● Autônomos: imediatamente inferiores aos órgãos independentes, gozam de 
autonomia financeira e administrativa (ex.: Ministério da Fazenda). 
● Superiores: não tem independência ou autonomia, mas podem proferir decisões 
para determinar as formas de ação de seus agentes (ex.: Procuradoria Geral da 
Fazenda Nacional). 
● Subalternos: órgãos de mera execução de atividades (ex.: Coordenadoria Geral de 
RH). 
 
 
Quanto à esfera 
● Central: tem competência em toda a extensão da pessoa jurídica que ele integra 
(ex.: TJ-BA). 
● Local: tem competência limitada a parte territorial da pessoa jurídica a que ele 
integra (ex.: TRT 5ª região). 
● Quanto à estrutura 
● Simples: tem estrutura formada por um único órgão (exemplo: Senado Federal). 
● Composto: estrutura formada por dois ou mais órgãos (exemplo: Congresso 
Nacional). 
Quanto à atuação funcional 
● Singulares: manifestam a vontade de um agente. 
● Colegiados: manifestam a vontade de dois órgãos (exemplo: Assembleia 
Legislativa). 
Quanto às funções 
● Ativos: atuam diretamente na execução da atividade pública. 
● Consultivos: emitem opinião, mas não produzem manifestação de vontade e não 
geram obrigação. 
● Controle: atuam no controle da administração pública. 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA OU DESCENTRALIZADA 
Conceito 
É o conjunto de pessoas jurídicas administrativas (não tem capacidade de legislar) 
com personalidade jurídica própria (aptidão para adquirir direitos e contrair 
obrigações) que, vinculadas à Administração Direta, têm a competência para o 
exercício, de forma descentralizada, de atividades administrativas. 
Composição 
A Administração Indireta é composta da seguinte forma: 
● Autarquias. 
● Fundações públicas. 
 
 
● Empresas públicas. 
● Sociedades de economia mista. 
Características 
Na Administração Indireta, são características comuns: 
● Possuir personalidade jurídica própria 
● Possuir patrimônio próprio. 
● Vinculação à Administração Pública Direta. 
Autarquias 
Conceito 
As Autarquias serão criadas por lei. 
Elas são pessoas jurídicas de direito público que desenvolvem atividade típica de 
Estado, com liberdade para agirem nos limites administrativos da lei específica que as 
criou. 
Assim como os demais entes da Administração Indireta, não estão hierarquicamente 
subordinadas aos entes federativos, mas se sujeitam a controle finalístico exercido 
pelos entes da Administração Direta responsável pela sua criação. 
Tem imunidade tributária recíproca, privilégios processuais (prazos dilatados, remessa 
necessária),responsabilidade civil objetiva e regime de pessoal estatutário. 
Espécies 
Autarquias profissionais 
Autarquias profissionais são aquelas que exercem o serviço de fiscalização de 
profissões regulamentadas, por delegação do poder público, mediante autorização 
legislativa (ex.: CREA, CRM). 
Os Conselhos de Profissão gozam de parafiscalidade, ou seja, a eles é transferida a 
capacidade tributária. 
O Supremo Tribunal Federal já se manifestou no sentido de que a OAB não ostenta a 
qualidade de autarquia. A OAB é serviço público independente, não sendo integrante 
da Administração Indireta, o que, inclusive, afasta a incidência do controle 
orçamentário, financeiro, operacional e patrimonial exercido pelo Tribunal de Contas 
da União. 
 
 
Autarquias em regime especial 
Algumas autarquias, por terem regime legal diferenciado, gozam de mais liberdade 
em face dos entes da administração direta do que as demais autarquias, as comuns. 
São elas: 
● Universidades públicas: possuem independência pedagógica e forma diferenciada 
de escolha dos dirigentes, os quais possuem um mandato certo. 
● Agências reguladoras: buscam fiscalizar, regular e normatizar a prestação de 
serviços públicos por particulares, evitando, assim, a busca desenfreada pelo lucro 
dentro do serviço público. 
Agências executivas 
As agências executivas são autarquias ou fundações públicas que, por iniciativa da 
Administração Direta, recebem status de agência, e, por estarem ineficientes, 
celebram contrato de gestão com o Ministério supervisor. 
Ao celebrar o contrato de gestão, a autarquia comum ganha status de agência 
executiva, adquirindo vantagens especiais (concessão de mais independência e mais 
orçamento), mas, em troca, se compromete a cumprir um plano de reestruturação 
definido no próprio contrato de gestão para se tornar, mais eficiente. 
Extinto o contrato de gestão, volta a ser autarquia comum, o que denota o fato de que 
a qualificação de agência executiva é temporária, durando somente o prazo de 
duração do contrato celebrado com o ministério supervisor. 
Fundações Públicas 
São formadas pela destinação de um patrimônio público à criação de uma nova 
pessoa jurídica, dependem de lei específica para sua criação, têm finalidade pública 
e integram a Administração Indireta do ente instituidor. 
Pode ser criada como pessoa jurídica de direito público ou como pessoa jurídica de 
direito privado. No primeiro caso, ela é considerada uma autarquia fundacional, 
seguindo o regime de autarquia; no segundo caso, ela é uma fundação 
governamental, seguindo o regime misto/híbrido (sem as prerrogativas dadas as 
autarquias, mas submetendo às limitações impostas às mesmas). 
Nos termos do art. 37, XIX, CF, somente por lei específica poderá ser criada autarquia 
e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de 
fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua 
atuação. 
 
 
Empresas estatais 
Aspectos comuns 
Engloba as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ambas 
sociedades civis ou comerciais, que possuem o Estado como controlador acionário, 
criadas por meio de autorização de lei específica. 
A personalidade jurídica é de direito privado, todavia, submetem-se, em diversas 
situações, a regras e princípios de direito público, derrogadores deste re- 
 
gime privado. 
As empresas estatais podem ser criadas com a finalidade de prestar serviços 
públicos mediante delegação do ente estatal, ou para exploração de determinadas 
atividades econômicas de interesse da sociedade. 
É importante salientar que, ainda que sejam criadas para fins de exploração de 
atividades econômicas, a finalidade destas empresas estatais deve ser o interesse 
público, não sendo possível a criação de entidade com a finalidade de obtenção de 
lucro. 
Diferenças 
● Capital: na empresa pública, o capital é 100% público, não se admitindo 
investimento de particular; na sociedade de economia mista, o capital é misto com 
maioria do capital votante pertencente ao poder público. 
● Forma: as empresas públicas podem ser criadas sobre qualquer forma societária 
prevista no direito, já a sociedade de economia mista tem que ser necessariamente 
S/A. 
Consórcios Públicos – Autarquias Interfederativas 
Consórcio público é uma pessoa jurídica criada por lei com a finalidade de executar 
a gestão associada de serviços públicos, onde os entes consorciados, que podem 
ser a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no todo ou em parte, 
destinarão pessoal e bens essenciais à execução dos serviços transferidos. 
Assim, o consórcio público forma uma nova pessoa jurídica, não se confundindo com 
os entes consorciados. 
Pode ter personalidade jurídica de direito público, hipótese em que faz parte da 
Administração indireta de cada um dos entes consorciados (como uma espécie de 
autarquia). 
https://bit.ly/memorex-topo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cons%C3%B3rcio_p%C3%BAblico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cons%C3%B3rcio_p%C3%BAblico
 
 
Além disso, pode ter personalidade jurídica de direito privado, caso em que não 
será integrante da Administração Pública, no entanto, será formada com verba estatal, 
sujeitando-se ao controle efetivado pelo Tribunal de Contas. 
TERCEIRO SETOR 
As entidades do terceiro setor, também chamadas de paraestatais, atuam ao lado do 
Estado na proteção do interesse público. Não integram a estrutura da administração 
pública e não precisam realizar concurso para contratação de seus empregados. 
Organizações sociais 
Organização social é uma associação civil sem fim lucrativo ou fundação que, em 
virtude do preenchimento de certos requisitos legais, é submetida a um regime jurídico 
especial, que contempla benefícios especiais do Estado para a execução de 
determinadas atividades de interesse coletivo. 
Celebram com o Poder Público contrato de gestão – elaborado de comum acordo 
entre o órgão ou entidade supervisora e a organização social, com discriminação das 
atribuições, responsabilidades e obrigações do Poder Público e da organização social. 
Serviços sociais autônomos 
Os serviços sociais autônomos são entes paraestatais, organizados para fins de 
amparo, de educação ou de assistência social, comunitária ou restrita a 
determinadas categorias profissionais, com patrimônio e renda próprios, que, no 
caso da União, pode ser auferida por contribuições parafiscais, tudo obedecendo a 
parâmetros constitutivos instituídos por lei, que lhes confere delegação legal no campo 
do ordenamento social e do fomento público. 
Organizações da sociedade civil de interesse público 
É uma qualificação especial ou título jurídico concedido pelo Poder Público. 
Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público as 
pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, desde que os respectivos 
objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos instituídos pela Lei n. 
9.790/99. 
Entidades de apoio 
São formadas por servidores públicos em nome de determinada entidade estatal e 
com seus próprios recursos. A forma pode ser de fundação, associação ou 
cooperativa. 
 
 
O vínculo jurídico com a Administração Pública é estabelecido por meio de convênio. 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO 
Introdução 
O surgimento e a evolução do Estado de Direito fazem nascer a ideia de que a 
Administração Pública se submete ao direito posto, assim como os demais sujeitos de 
direitos da sociedade. 
Nesse sentido, ela tem o dever de ressarcir particulares por danos decorrentes de atos 
praticados por seus agentes. 
Esse dever de ressarcir particulares por danos causados é manifestação da 
responsabilidade extracontratual, uma vez que não decorre de qualquer contrato ou 
vínculo anterior com o sujeito indenizado. 
Responsabilidade Civil do Estado na CF/88 
As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privadoprestadoras de serviços 
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a 
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou 
culpa. 
Assim, a responsabilidade do Estado, estampada no texto constitucional, é objetiva, 
mas a responsabilização do agente, perante o Estado, é subjetiva, decorrendo de 
comprovação de dolo ou de culpa. 
Agentes da Responsabilidade Civil 
Não é apenas o Estado que responde, uma vez que o texto constitucional abarca todos 
aqueles que atuam na prestação de serviços públicos. 
Assim, estão incluídas as pessoas jurídicas de Direito Público da Administração Direta 
(os entes políticos) e indireta (autarquias e fundações públicas de Direito Público). 
As Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista somente se incluem neste 
dispositivo, quando criadas para a prestação de serviços públicos. Dessa forma, a 
responsabilidade civil do Estado não abarca as empresas estatais que exploram 
atividade econômica. 
https://www.dicasconcursos.com/responsabilidade-civil-do-estado/
https://www.dicasconcursos.com/responsabilidade-civil-do-estado/
https://www.dicasconcursos.com/responsabilidade-civil-do-estado/
 
 
Além dos entes da administração direta e indireta, também se submetem a esse 
regime os particulares prestadores de serviço público por delegação, como é o caso 
das concessionárias e permissionárias de serviços. 
Nesses casos em que o particular prestador do serviço ou entidade da administração 
indireta causa o dano, por conduta de seus agentes, a responsabilidade da 
concessionária (ou entidade da administração indireta) é objetiva e o Estado tem 
responsabilidade subsidiária – e objetiva – por esta atuação. 
Responsabilidade Objetiva 
A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito público e das prestadoras de 
serviços públicos não depende da comprovação de elementos subjetivos ou 
ilicitude, baseando-se somente em três elementos, quais sejam conduta de agente 
público, dano e nexo de causalidade. 
Teoria do Risco Administrativo 
Por meio dessa teoria, a obrigação econômica de reparação de dano pelo Estado 
surge pelo simples fato de se assumir o risco de exercer tal atividade, 
independentemente da má prestação do serviço ou da culpa do agente público faltoso. 
Nessa teoria, são admitidas as causas excludentes de responsabilidade. 
É a regra adotada pelo ordenamento jurídico brasileiro. 
Teoria do Risco Integral 
Segundo essa teoria, o ente público é garantidor universal e a simples existência do 
dano e do nexo causal é suficiente para que surja a obrigação de indenizar para a 
Administração, pois não admite nenhuma das excludentes de responsabilidade. 
A doutrina majoritária indica que esta Teoria do Risco Integral deve ser aplicada em 
determinados casos, quais sejam: 
● Atividade nuclear. 
● Dano ao meio ambiente. 
● Acidente de trânsito (DPVAT). 
● Crimes ocorridos a bordo de aeronaves que estejam sobrevoando o espeço aéreo 
brasileiro. 
● Danos decorrentes de ataques terroristas. 
 
 
Teoria do Risco Criado 
Pela Teoria do Risco Criado ou Suscitado, a responsabilidade civil do Estado é 
objetiva, mesmo sem a conduta do agente. Ela se aplica nas situações em que 
existem pessoas ou coisas sob custódia do Estado. 
Exemplos: 
● Preso foge de presídio e causa danos na vizinhança. 
● Preso se suicida dentro do presídio. 
● Crianças morrem na escola em virtude de um tiroteio. 
Responsabilidade Subjetiva 
Teoria da Culpa do Serviço 
A Teoria da Culpa do Serviço diz respeito à responsabilidade civil do Estado em casos 
de omissão. 
É considerada subjetiva e seus elementos são: 
● Conduta estatal omissa. 
● Dano 
● Nexo causal. 
● Faute du service (culpa do serviço), ou seja, no caso ou o serviço não funcionou ou 
funcionou mal ou funcionou atrasado – tudo isso por dolo ou culpa por parte do 
Estado. 
● Se o Estado tivesse atuado e fosse possível atuar, o dano teria sido evitado. 
Assim, em se tratando de responsabilidade civil subjetiva, deve-se comprovar que o 
dano ocorreu pela má execução do serviço. 
Responsabilidade do Agente Público 
Os agentes públicos respondem somente de forma subjetiva – ou seja, após a análise 
de dolo ou culpa – perante o Estado em ação de regresso. 
Sendo assim, não obstante a responsabilidade seja atribuída à Pessoa Jurídica, o 
agente que ensejou o dano não se exime de ressarcir os prejuízos causados ao ente 
público. 
Responsabilidade do Estado por atos legislativos e judiciais 
Atos legislativos: em regra não haverá para o Estado responsabilidade decorrente 
de atos legislativos, exceto se houver lei declarada inconstitucional (ou em controle 
 
 
difuso ou em controle concentrado) causadora de dano ao particular – por se tratar de 
atuação indevida por parte do Poder Legislativo. 
Atos judiciais: haverá a responsabilidade do Estado no caso de erro judiciário 
conforme estabelecido no art. 5º, LXXV, CF: “o Estado indenizará o condenado por 
erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença” ou 
em se tratando de condutas manifestamente dolosas por parte do magistrado (nos 
termos do art. 143 do CPC/2015). 
SERVIÇOS PÚBLICOS 
Conceito 
Serviço público é todo aquele prestado pela Administração Pública ou por seus 
delegados, sob as normas e controle estatais, para satisfazer necessidades 
essenciais ou secundárias da coletividade ou até mesmo simples conveniências do 
Estado (art. 175, CF). 
Classificação 
Quanto à utilização: 
Individuais: são aqueles em que há a possibilidade de mensurar a utilização 
individual, ou seja, serviços em que o Estado tem como medir o quanto cada pessoa 
utiliza. São custeados mediante taxa ou tarifa. Exemplo: energia elétrica. 
Gerais: são aqueles prestados a todos e usufruído por todos simultaneamente e, por 
isso, é impossível saber o quanto cada pessoa utiliza de cada serviço, dessa forma, 
esses serviços são custeados pelo Estado com a receita geral decorrente de impostos. 
Exemplo: iluminação pública. 
Quanto à prestação: 
Exclusivos Indelegáveis: são aqueles serviços que o Estado tem o dever de prestar 
diretamente. Nesse caso, não se admite a prestação mediante delegação a 
particulares ou pessoas jurídicas de direito privado. Exemplo: segurança pública. 
Exclusivos Delegáveis: são aqueles serviços que o Estado tem o dever de prestar, 
mas que pode prestar de forma direta ou indireta. Exemplo: transporte público. 
Exclusivos de delegação obrigatória: são aqueles que o Estado tem o dever de 
prestar, mas também tem o dever de delegar, ou seja, aqueles serviços que o Estado 
não pode prestar com monopólio. Exemplo: televisão e rádio. 
https://www.dicasconcursos.com/poder-legislativo/
https://www.dicasconcursos.com/poder-legislativo/
 
 
Não exclusivos de Estado: serviços públicos de prestação obrigatória pelo Estado e 
facultativa pelos particulares. Como não existe delegação, não é uma prestação 
indireta pelo Estado, é uma prestação por conta e risco do particular. Exemplos: 
saúde, educação, previdência. 
OBS.: quando o particular atuar na prestação de serviço não exclusivo de Estado, 
esse serviço não será considerado serviço público propriamente dito, será chamado 
de serviço de utilidade pública ou de relevante utilidade pública. 
Princípios dos Serviços Públicos 
Continuidade 
Também denominado de princípio da permanência, indica que os serviços públicos 
não devem sofrer interrupção, a fim de evitar que sua paralisação provoque o colapso. 
Exceções: 
Em situação de emergência. 
Após prévio aviso, quando: 
● Motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações. 
● Por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade. 
Atualidade 
Os serviços públicos devem ser continuamente atualizados, assimilando novas 
tecnologias e tendências, evitando-se a obsolescência. A doutrina costuma denominá-
lo de princípio do aperfeiçoamento,da adaptabilidade ou da mutabilidade, também 
sendo reconhecido como cláusula do progresso. 
Generalidade 
Por força dos princípios da generalidade e da universalidade, os serviços públicos 
devem ser prestados, sem discriminação, a todos que satisfaçam as condições para 
sua obtenção, sendo imprescindível a observância de um padrão uniforme em relação 
aos administrados. 
Modicidade das tarifas 
O prestador do serviço público deve ser remunerado de maneira razoável, a fim de 
assegurar o equilíbrio econômico-financeiro do contrato. Contudo, os usuários não 
devem ser onerados de maneira excessiva, ou seja, as tarifas devem ser módicas, 
acessíveis. 
 
 
Competência para prestação de serviço 
Competência da União: em matéria de serviços públicos, abrange os que lhe são 
privativos (art. 21, CF) e os que lhe são comuns (art. 23), permitindo atuação paralela 
dos Estados membros e Municípios. 
Competência do Município: restringe-se aos serviços de interesse local. A 
Constituição Federal elegeu determinados serviços de interesse local como dever 
expresso dos Municípios, como o transporte coletivo, a educação pré-escolar, o 
ensino fundamental, os serviços de atendimento à saúde da população e outros. 
Competência do Estado membro: é residual. A única exceção diz respeito à 
exploração e distribuição dos serviços de gás canalizado (art. 25, §2º). Assim, 
pertencem aos Estados todos os serviços não reservados à União nem distribuídos 
ao Município. 
Concessão de Serviço Público 
Conceito e características 
É o contrato administrativo pelo qual a Administração Pública delega a outrem a 
execução de um serviço público, para que o faça em seu nome, por sua conta e 
risco, assegurada a remuneração mediante tarifa paga pelo usuário ou outra forma 
de remuneração decorrente da exploração de serviço (art. 175, CF). 
Tem as mesmas características dos demais contratos administrativos, além dessas 
exclusivas: 
● Só existe concessão de serviço público quando se tratar de serviço próprio do 
Estado, definido em lei. 
● O Poder Público transfere ao particular apenas a execução dos serviços, 
continuando a ser seu titular. 
● A concessão deve ser feita sempre por meio de licitação, na modalidade 
concorrência. 
● O concessionário executa o serviço em seu próprio nome e corre os riscos normais 
do empreendimento. 
● A tarifa tem a natureza de preço público e é fixada em contrato. 
● O usuário tem direito à prestação dos serviços. 
● A rescisão unilateral da concessão antes do prazo estabelecido, por interesse 
público, denomina-se encampação. 
● A rescisão unilateral por inadimplemento denomina-se caducidade ou decadência. 
● Em qualquer caso de extinção da concessão é cabível a incorporação dos bens dos 
concessionários mediante indenização (é o que se chama de reversão). 
 
 
Espécies de concessão 
Concessão Comum: 
A concessão comum se divide em: 
Concessão simples: são contratos cujo objeto se resume à transferência da 
execução do serviço público para o particular, que o executará por sua conta e risco 
mediante cobrança de tarifa dos usuários. 
Concessão precedida de obra: são contratos de concessão nos quais o ente público 
determina ao particular que realize uma obra pública de relevância para a sociedade 
e indispensável à prestação do serviço público delegado. Nestes casos, o particular 
deverá executar a obra às suas expensas, sendo remunerado, posteriormente, pela 
exploração do serviço decorrente da obra. 
Concessão Especial – Parceria Público-Privada (PPP): 
Pode existir nas modalidades: 
Patrocinada: quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários, 
contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado. 
Administrativa: quando a Administração Pública for a usuária direta ou indireta, ainda 
que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens. 
É vedada a Parceria Público-Privada nas seguintes hipóteses: 
● Valor do contrato inferior a R$ 10 milhões; 
● Período de prestação do serviço seja inferior a cinco anos e superior a 35 anos; 
● Que tenha como objeto único o fornecimento de mão de obra, o fornecimento e 
instalação de equipamentos ou a execução de obra pública. 
Permissão de Serviço Público 
Trata-se de contrato administrativo, precedido de licitação (não necessariamente na 
modalidade concorrência) que, mediante delegação, transfere a execução de 
serviços públicos a particulares, os quais podem ser pessoa física ou jurídica. 
Diferencia-se da concessão na medida em que admite outras modalidades de 
licitação, admite celebração por pessoa física, é realizada a título precário e 
independe de lei específica. 
https://www.dicasconcursos.com/modalidades-de-licitacao/
https://www.dicasconcursos.com/modalidades-de-licitacao/
 
 
A Lei n. 12.869/2013 regulou nova forma de permissão, a permissão lotérica, 
assim considerada como a outorga, a título precário e mediante licitação, do 
serviço de comercialização das loterias federais e de outros produtos 
autorizados, bem como a delegação de outros serviços definidos na 
legislação, como é o caso de serviços bancários, figurando como outorgante 
a Caixa Econômica Federal e como outorgado o permissionário lotérico 
particular. 
Autorização de Serviço Público 
A autorização de serviço público é ato administrativo unilateral, discricionário e 
precário, que não deve ser precedido de procedimento licitatório. 
Diferentemente da concessão e da permissão, não é contrato administrativo, mas ato 
administrativo. 
AGENTES PÚBLICOS 
Conceito 
Qualquer pessoa que age em nome do Estado é agente público, independentemente 
de vínculo jurídico, ainda que atue sem remuneração e transitoriamente. 
Assim, uma vez que o Estado que está atuando por via do sujeito, responderá pelos 
atos praticados, sendo a responsabilidade objetiva do Estado, conforme vimos 
Classificação 
Agentes políticos 
Para a doutrina majoritária, são agentes políticos os detentores de mandato eletivo e 
os secretários e ministros de Estado. 
O Supremo Tribunal Federal acrescenta os membros da Magistratura e os membros 
do Ministério Público como agentes políticos, haja vista atuarem no exercido de 
funções essenciais ao Estado e praticarem atos inerentes à soberania do Estado. 
Particulares em colaboração 
São aqueles que, sem perderem a qualidade de particulares, atuam em situações 
excepcionais, em nome do Estado, mesmo em caráter temporário ou ocasional, 
independentemente do vínculo jurídico estabelecido, exercendo função pública. 
Podem ser divididos em: 
“ 
 
 
● Designados: atuam em virtude de convocação efetivada pelo Poder Público. 
Também são chamados de agentes honoríficos. Ex.: mesário e jurado. 
● Voluntários: atuam voluntariamente em repartições, escolas, hospitais públicos ou 
em situações de calamidade, nas hipóteses em que o ente estatal realiza programa 
de voluntariado. 
● Delegados: atuam na prestação de serviços públicos mediante delegação do 
Estado. 
● Credenciados: atuam em nome do Estado em virtude de convênios celebrados com 
o Poder Público. 
Agentes Administrativos 
Também são chamados de Servidores Estatais, têm vínculo com o Estado, no 
exercício da função administrativa. Possuem vínculo de dependência e sua natureza 
de trabalho é não eventual, haja vista possuírem relação de trabalho de natureza 
profissional com os entes. 
Podem ser divididos em: 
Servidores Temporários 
Todos aqueles contratados para atendimento, em caráter excepcional, de 
necessidades não permanentes dos órgãos públicos. Dessa forma, a contratação de 
servidores temporários deve ser para um serviço temporário de interesse público e de 
caráter de excepcional. 
O tipo de serviço deve ser definido por meio de lei específica que determine seus 
contornos e características, os limites máximos de duração dos contratos, além de 
regulamentar o regime aplicado a estes servidores, devidamente justificado pela 
autoridaderesponsável pela contratação, dentro das hipóteses permitidas em lei. 
Servidores Celetistas 
Possuem vínculo permanente com o Estado, com prazo indeterminado, sob relação 
de emprego, sendo-lhes aplicável o regime da CLT, subsidiariamente às normas 
estipuladas por lei especifica. 
Devem-se submeter a concurso público de provas ou de provas e títulos, além de 
respeitar a aplicação do teto remuneratório. 
Submetem-se a regime geral de previdência social, entre outras normas de direito 
privado a eles aplicáveis. 
Não possuem estabilidade. 
 
 
Servidores estatutários 
Possuem vínculo permanente com a Administração, de natureza profissional, com 
prazo indeterminado, para execução de atividades permanentes de interesse do 
Estado. 
Deve ser aprovado em um concurso público para provimento de cargos e, após 
nomeação, ao assinar o termo de posse, se submete a todas as normas dispostas na 
legislação para sua carreira. 
Cargo Público x Emprego Público 
Cargo Público 
Os servidores estatutários são aqueles que ocupam cargo público perante a 
Administração Pública direta (União, Estados, DF e Municípios) e à Administração 
Pública Indireta autárquica e fundacional (Autarquias e Fundações Públicas). 
Eles estão sujeitos ao regime estatutário e são escolhidos através de concurso 
público. 
Além disso, possuem estabilidade, que é uma garantia constitucional de permanência 
no serviço público após 3 (três) anos de estágio probatório e aprovação em avaliação 
especial de desempenho. 
Emprego Público 
Por sua vez, os empregados públicos são os que ocupam emprego público e 
também são selecionados mediante concurso público. 
Entretanto, são regidos pela CLT – Consolidação das Leis Trabalhista – e estão 
localizados na administração pública indireta, especialmente nas Empresas Públicas 
e Sociedades de Economia Mista. 
Os empregados públicos não gozam da garantia constitucional da estabilidade. 
Acessibilidade aos cargos e empregos públicos 
A investidura em cargo ou emprego público depende de prévia aprovação em 
concurso público de provas ou de provas e títulos, salvo as nomeações para cargo 
em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. 
O concurso tem validade de até dois anos, contados da homologação, prorrogável 
uma vez, por igual período (artigo 37, III, CF). 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
 
 
Paridade de vencimentos 
A remuneração e os subsídios do funcionalismo público e dos membros de qualquer 
dos poderes da União, dos Estados, do DF e dos Municípios detentores de mandato 
eletivo, bem como os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos 
cumulativamente ou não, incluídas todas as vantagens, não poderão exceder o 
subsídio mensal dos ministros do STF, aplicando-se como limites: 
● No Executivo, o subsidio dos prefeitos nos Municípios, e o subsídio do governador, 
nos Estados e DF. 
● No Legislativo, o subsídio dos deputados estaduais. 
● No Judiciário, o subsídio dos desembargadores do TJ, limitado a 90,25% do 
subsídio dos ministros do STF (este limite também se aplica aos membros do MP, 
procuradores e defensores públicos). 
Acumulação de cargos, empregos e funções públicas 
A regra constitucional é pela vedação de qualquer hipótese de acumulação 
remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários e 
observado o teto salarial dos ministros do STF (artigo 37, XVI, CF): 
● A de dois cargos de professor; 
● A de um cargo de professor com outro técnico científico; 
● A de dois cargos privativos de profissional de saúde, desde que com profissão 
regulamentada. 
Estabilidade 
São requisitos para a aquisição de estabilidade: 
● Nomeação para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. 
● Efetivo exercício por três anos (estágio probatório). 
● Avaliação especial e obrigatória de desempenho por comissão instituída para essa 
finalidade. exoneração não é penalidade, mas simples dispensa do servidor, por não 
convir à Administração sua permanência. 
Já a demissão se constitui em pena administrativa e poderá ser aplicada ao servidor 
que cometa infração disciplinar ou crime funcional regularmente apurado em processo 
administrativo ou judicial. 
Uma vez adquirida a estabilidade, o servidor somente poderá perder o cargo: 
● Em virtude de sentença judicial transitada em julgado. 
● Mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa. 
 
 
● Mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma da lei 
complementar, assegurada ampla defesa. 
Vitaliciedade 
A vitaliciedade é garantia de maior expressão, quando se assegura ao seu beneficiário 
a titularidade do cargo, só o perdendo, de um modo geral, ressalvadas outras 
hipóteses expressas na Constituição Federal, através de sentença judiciaria. 
A conferição de tal direito originou-se por se entender necessário dar aos seus titulares 
maior independência para pleno exercício de suas funções. 
Aposentadoria dos Servidores Públicos 
Por incapacidade permanente: no cargo em que estiver investido, quando 
insuscetível de readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de 
avaliações periódicas para verificação da continuidade das condições que ensejaram 
a concessão da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo. 
Compulsória: com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 
(setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei 
complementar. 
Voluntária: no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, 
e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima estabelecida mediante emenda às 
respectivas Constituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os 
demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo ente federativo. 
Fica vedada a percepção de mais de uma aposentadoria, ressalvadas as 
aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma da CF, que deverão 
obedecer ao limite fixado. 
Formas de Provimento dos cargos Públicos 
Originária: pressupõe a inexistência de uma relação jurídica anterior mantida entre o 
Servidor e a Administração. A única forma de Provimento Originário é a nomeação, 
que pode ser realizada em caráter Efetivo ou para Cargos de Provimento em 
Comissão. 
Derivada: as formas derivadas de provimento dos cargos públicos decorrem de um 
vínculo anterior entre Servidor e Administração. São elas: 
● Promoção 
 
 
● Readaptação 
● Reversão 
● Aproveitamento 
● Reintegração 
● Recondução 
 
Promoção 
É a elevação de um servidor de uma classe para outra dentro de uma mesma carreira. 
Com isso, há a vacância do cargo inferior e consequentemente o provimento do cargo 
superior. 
Readaptação 
É a passagem do servidor para outro cargo compatível com a deficiência física que 
ele venha a apresentar. 
Reversão 
É o retorno ao serviço ativo do servidor aposentado por invalidez quando 
insubsistentes os motivos da aposentadoria, pode acontecer para o mesmo cargo se 
ele ainda estiver vago ou para outro semelhante.

Mais conteúdos dessa disciplina