Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

<p>Prova Matemática da Existência de Deus</p><p>Ao longo de séculos e milênios foram dadas inúmeras “provas” da</p><p>existência de Deus − por filósofos e teólogos. No nosso entendimento, de</p><p>ińıcio deve-se esclarecer o que é uma prova e o que é Deus, se você não</p><p>conhece o objeto de sua prova, pergunto: você vai provar o que mesmo?</p><p>Via de regra uma prova matemática contém dois elementos: o pri-</p><p>meiro denominado hipótese (T), o segundo denominado tese (T).</p><p>Utilizando a hipótese devemos demonstrar a tese, veja o esquema:</p><p>H T</p><p>Se . . . então . . .</p><p>(Marcelo Malheiros/Filósofo)</p><p>Somente o Absoluto é único. Desse Absoluto nada</p><p>podemos dizer, a não ser que constitui a totalidade das</p><p>possibilidades de existência; um puro Nada e, por isso,</p><p>fundamento de todo o Ser. [. . . ] Não é uma pessoa,</p><p>mas o próprio infinito.</p><p>O Absoluto contém tudo o que é pasśıvel</p><p>de ser experienciado, mas, sem o experien-</p><p>ciador, essas coisas são o mesmo que nada.</p><p>Aquilo que torna posśıvel a experiência é o</p><p>Absoluto, o que a torna atual é o Ser.</p><p>Mas qual a verdadeira natureza da</p><p>consciência? Talvez a melhor definição,</p><p>ainda que por analogia, seja “vazio”. O</p><p>fato é que ela não pode ser objeto de</p><p>conhecimento porque é irredutivelmente</p><p>sujeito (a condição de toda experiência).</p><p>A única coisa que podemos saber é o que</p><p>ela torna posśıvel. [Consciência] o núcleo</p><p>senśıvel de qualquer representação, seja</p><p>esta uma sensação, uma percepção, um</p><p>pensamento ou uma emoção. Sua possi-</p><p>bilidade, sua realidade, está para além do</p><p>próprio conhecimento discursivo, descri-</p><p>tivo, embora seja a própria raiz da reali-</p><p>dade, visto que é a possibilidade de qual-</p><p>quer coisa, uma vez que permite a per-</p><p>cepção e a conscientização. Enfim, por</p><p>não ser “alguma coisa”, torna posśıvel</p><p>todas as coisas, à medida que estas só</p><p>são quando percebidas. Nesse sentido,</p><p>ela é um nada (que torna tudo posśıvel);</p><p>e como nada, uma unidade, um absoluto.</p><p>(A Potência do Nada/Marcelo Malheiros/Filósofo)</p><p>Andrei Linde/F́ısico</p><p>Uma ‘Teoria de tudo’ jamais se es-</p><p>tabelecerá com sucesso, sem considerar</p><p>a interação entre realidade e observa-</p><p>dor . . . incluindo áı . . . a presença de uma</p><p>consciência, como posśıvel fator de es-</p><p>trutura do universo. (Andrei Linde)</p><p>O universo e o observador existem</p><p>como um par. Não consigo imaginar</p><p>uma teoria consistente do universo que</p><p>ignore a consciência.</p><p>“O universo e o observador existem</p><p>como um par.”</p><p>Nota: Observe que esta afirmação do f́ısico</p><p>concorda com o Postulado Áureo.</p><p>Ou ainda, assumindo a hipótese como verdadeira devemos provar que a</p><p>tese se verifica − é verdadeira.</p><p>Antes de definir Deus precisamos de um conceito anterior.</p><p>Definição 1 (Absoluto). Absoluto é a totalidade das possibilidades</p><p>(potencialidades) de existência.</p><p>Definição 2 (Deus). Deus é como o homem interpreta (decodifica) o</p><p>“poder superior” − uma das possibilidades do Absoluto.</p><p>Assumiremos como Hipótese a seguinte declaração:</p><p>Postulado Áureo</p><p>Tudo o que apreendemos, seja perceptiva ou conceitualmente,</p><p>é desprovido de natureza inerente própria, ou identidade, indepen-</p><p>dentemente dos meios pelos quais seja conhecido. Objetos perce-</p><p>bidos, ou entidades observáveis, existem em relação às faculdades</p><p>sensoriais ou sistemas de medição pelos quais são detectados −</p><p>não de modo independente no mundo objetivo.</p><p>Todos os fenômenos [ tanto percept́ıveis quanto conceituais ] podem ser</p><p>postulados como existentes apenas em relação a uma estrutura cognitiva</p><p>de referência. (B. Alan Wallace)</p><p>Podemos tomar como um exemplo de</p><p>“Estrutura cognitiva de referência”, a</p><p>mente humana, com todas as suas pro-</p><p>gramações culturais, em particular as de</p><p>caráter religiosas − dáı o chip.</p><p>Teorema. Se vale o Postulado Áureo então Deus existe.</p><p>Prova: Deus é um conceito, portanto, segundo o Postulado Áureo, existe</p><p>em relação com uma estrutura cognitiva de referência. ■</p><p>Observe que, ainda segundo o Postulado Áureo (PA), Deus não tem</p><p>uma existência objetiva, isto é, independente de uma estrutura cognitiva</p><p>de referência. Faremos duas analogias. Considere os dois quadros:</p><p>Poder-se-ia até afirmar que a realidade subatômica, enquanto inobservável, não</p><p>é constituida de objetos, mas de relações, e que as part́ıculas individuais não existem</p><p>como entidades f́ısicas reais. Somente possuem significado dentro da totalidade das</p><p>relações que mantêm com as demais entidades, sobretudo com a consciência do</p><p>observador. (Marcelo Malheiros/Filósofo) Que seria a tua felicidade, ó grande astro, se não tivesses aqueles que iluminas!</p><p>(Nietzsche/Zaratustra)</p><p>Boa Vista-RR/12.05.2022 gentil.iconoclasta@gmail.com</p><p>Observe que o conteúdo do primeiro quadro se harmoniza com o PA.</p><p>Tal como as part́ıculas subatômicas Deus não têm existência individual,</p><p>depende de uma estrutura cognitiva de referência (ECR). Numa analogia</p><p>com o quadro à direita, suponha que o sol seja o Absoluto, a luz seja</p><p>Deus, e o olho a ECR. A luz não tem existência individual, depende do</p><p>sol e do olho. Deus não tem existência individual, depende do Absoluto</p><p>e da ECR.</p>

Mais conteúdos dessa disciplina