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<p>Professor Wagner Damazio</p><p>1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo (Resolvidas e Comentadas)</p><p>1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>505</p><p>1436</p><p>e) Demonstrada a existência de vagas e a necessidade de serviço, não pode a Administração</p><p>deixar transcorrer o prazo de validade a seu bel prazer para nomear outras pessoas que não</p><p>aquelas já aprovadas em concurso válido.</p><p>Comentários</p><p>A) INCORRETA. Porque, de acordo com o STF (RE 837311), o cadastro de reserva se trata de legítimo</p><p>instrumento de planejamento da Administração que atende o melhor interesse público e que</p><p>privilegia, sobretudo, a gestão eficiente, afastando, a priori, a denominada proteção da confiança</p><p>legitima.</p><p>B) INCORRETA. Porque, de acordo com o STF (RE 837.311), o candidato classificado no cadastro de</p><p>reserva possui expectativa de direito e, a depender da situação concreta demonstrar arbítrio ou</p><p>preterição, a expectativa pode ser convolada em direito subjetivo.</p><p>C) INCORRETA. Porque, de acordo com o STF (RE 837.311), “o Estado Democrático de Direito</p><p>republicano impõe à Administração Pública que exerça sua discricionariedade entrincheirada não,</p><p>apenas, pela sua avaliação unilateral a respeito da conveniência e oportunidade de um ato, mas,</p><p>sobretudo, pelos direitos fundamentais e demais normas constitucionais em um ambiente de perene</p><p>diálogo com a sociedade”. Portanto, a discricionariedade não é livre (nas palavras do STF ela é</p><p>reduzida a zero).</p><p>D) INCORRETA. Porque para o surgimento do direito subjetivo à nomeação deve ocorrer, dentre</p><p>outras hipóteses, o surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso durante a validade</p><p>do certame anterior, com a preterição de candidatos de forma injustificada e imotivada por parte</p><p>da Administração. A publicação de novo edital de concurso público ou o surgimento de novas vagas</p><p>durante a validade de outro anteriormente realizado não caracteriza, por si só, a necessidade de</p><p>provimento imediato dos cargos. Em resumo: “a discricionariedade da Administração quanto à</p><p>convocação de aprovados em concurso público fica reduzida ao patamar zero</p><p>(ErmessensreduzierungaufNull), fazendo exsurgir o direito subjetivo à nomeação, verbi gratia, nas</p><p>seguintes hipóteses excepcionais: i) Quando a aprovação ocorrer dentro do número de vagas dentro</p><p>do edital (RE 598.099); ii) Quando houver preterição na nomeação por não observância da ordem de</p><p>classificação (Súmula 15 do STF); iii) Quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso</p><p>durante a validade do certame anterior, e ocorrer a preterição de candidatos aprovados fora das</p><p>vagas de forma arbitrária e imotivada por parte da administração nos termos acima.”</p><p>E) CORRETA. Se demonstrada a existência de vagas e a necessidade de serviço, de fato a</p><p>Administração não pode deixar transcorrer o prazo de validade de forma discricionário e até</p><p>arbitrária para nomear outras pessoas que não aquelas já aprovadas em concurso válido (STF RE</p><p>837311).</p>