Animais e coisas não podem ser considerados sujeitos passivos em crimes porque o conceito jurídico de sujeito implica a capacidade de ser titular de direitos e deveres, o que não se aplica a eles. No direito penal, o sujeito passivo é aquele que sofre a ação criminosa, e essa posição é reservada a seres humanos, que possuem personalidade jurídica. Embora existam leis que protejam os animais, como a Lei de Crimes Ambientais, o interesse protegido é, na verdade, o bem-estar da sociedade e não um direito do animal em si. Portanto, a proteção legal se dá em função do impacto que a crueldade contra animais pode ter na sociedade, e não porque os animais sejam considerados sujeitos passivos no sentido jurídico. Assim, a exclusão de animais e coisas como sujeitos passivos em crimes se deve à falta de capacidade legal para serem titulares de direitos, sendo que a proteção a eles é mediada pelo interesse humano.