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Prévia do material em texto

<p>ESTOQUE,</p><p>ARMAZENAMENTO</p><p>E MOVIMENTAÇÃO</p><p>Prof. LINDOLFO ALVES DOS SANTOS JÚNIOR</p><p>Reitor</p><p>Márcio Mesquita Serva</p><p>Vice-reitora</p><p>Profª. Regina Lúcia Ottaiano Losasso Serva</p><p>Pró-Reitor Acadêmico</p><p>Prof. José Roberto Marques de Castro</p><p>Pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Ação Comunitária</p><p>Profª. Drª. Fernanda Mesquita Serva</p><p>Pró-reitor Administrativo</p><p>Marco Antonio Teixeira</p><p>Direção do Núcleo de Educação a Distância</p><p>Paulo Pardo</p><p>Coordenadora Pedagógica do Curso</p><p>Inserir nome da coordenadora responsável</p><p>Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico</p><p>B42 Design</p><p>*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos</p><p>que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos.</p><p>Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A</p><p>violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.</p><p>Universidade de Marília</p><p>Avenida Hygino Muzzy Filho, 1001</p><p>CEP 17.525–902- Marília-SP</p><p>Imagens, ícones e capa: ©envato, ©pexels, ©pixabay, ©Twenty20 e ©wikimedia</p><p>G915b Sobrenome, Nome autor</p><p>Titulo Disciplina [livro eletrônico] / Nome completo autor. -</p><p>Marília: Unimar, 2020.</p><p>PDF (XXX p.) : il. color.</p><p>ISBN XXX-XX-XXXXX-XX-X</p><p>1. palavra 2. palavra 3. palavra 4. palavra 5. palavra 6.</p><p>palavra 7. palavra 8. palavra I. Título.</p><p>CDD – 610.6952017</p><p>2</p><p>005 Aula 01:</p><p>019 Aula 02:</p><p>029 Aula 03:</p><p>039 Aula 04:</p><p>054 Aula 05:</p><p>065 Aula 06:</p><p>077 Aula 07:</p><p>087 Aula 08:</p><p>100 Aula 09:</p><p>110 Aula 10:</p><p>119 Aula 11:</p><p>131 Aula 12:</p><p>143 Aula 13:</p><p>155 Aula 14:</p><p>174 Aula 15:</p><p>186 Aula 16:</p><p>A Armazenagem e o Estoque</p><p>Estratégias de Estoque para a Distribuição</p><p>Calculo de Estoque e Previsão</p><p>Classificação de Materiais</p><p>Gestão de Estoque para a Logística</p><p>O Planejamento do Estoque</p><p>A Avaliação do Estoque</p><p>Fundamentos de Controle de Estoque</p><p>Fundamentos Básicos de Armazenagem</p><p>Tipos de Armazenagem</p><p>Vantagens e Desvantagens do Armazenamento</p><p>Layout e Otimização de Espaços</p><p>Localização dos Centros de Distribuição</p><p>Gerenciamento e Formação da Cadeia de</p><p>Suprimentos</p><p>Sistemas para a Gestão e Movimentação de</p><p>Mercadorias e Insumos</p><p>Tendências e Inovações de Estoque, Armazenagem e</p><p>Movimentação</p><p>3</p><p>Introdução</p><p>Estudante, vamos iniciar um caminhar de descobrimento e ampliar nossos horizontes em três componentes</p><p>logísticos que, embora sejam próximos, para muitos ainda são distantes no conceito e na aplicação, mas</p><p>cuja proximidade promove muitos ganhos a empresa.</p><p>Primeiro, vamos compreender o tamanho da diferença entre estoque e armazenagem e como uma</p><p>empresa pode projetar um estoque que lhe aumente os lucros e com isso melhore a qualidade de seu</p><p>atendimento. Como lucro, temos que o gestor passará a fazer melhor previsão de quanto estoque precisa</p><p>ter e com isso estar certo de que não tem dinheiro parado e sim materiais aguardando produção e</p><p>produtos aguardando expedição.</p><p>Para conhecer melhor os conceitos de armazenagem, faremos um apanhado de outros conceitos paralelos</p><p>tais como as formas de controle de estoque, seu planejamento e avaliação, e ao trabalhar com layout e</p><p>otimização de espaços estaremos prontos para reconhecer as melhores formas de armazenagem.</p><p>A integração será um ponto bastante trabalhado nesta disciplina e com isso trataremos de como o sistema</p><p>de armazenamento da empresa precisa estar integrado e de que em muitos casos o gestor deverá compor</p><p>sua cadeia de suprimentos e que não conseguirá sucesso sem integrar estoque, armazenagem e</p><p>movimentação.</p><p>Por fim, amarrando todas as pontas, trataremos de como a integração entre estoque e dos tipos de</p><p>armazenagem dependerá das técnicas de movimentação elencadas para a empresa e como a sua</p><p>especificidade demandará soluções muitas vezes únicas e sofisticadas.</p><p>Bons estudos!</p><p>4</p><p>01</p><p>A Armazenagem e o</p><p>Estoque</p><p>5</p><p>Olá, aluno!</p><p>Vamos direto ao ponto e dizer que estoque e armazenagem não são a mesma coisa,</p><p>mas provavelmente em algum momento de sua vida (assim como eu da minha) já</p><p>vimos o uso dos dois termos como sendo a mesma coisa.</p><p>Então, podemos começar clareando esses conceitos dizendo que um está dentro do</p><p>outro, e que estoque – e não estocar – é o aglomerado de insumos, matéria-prima,</p><p>produtos acabados. Já armazenagem – e não armazém – é o ato de armazenar, de</p><p>compor o estoque.</p><p>Com o passar dos anos, o estoque e os processos de armazenagem do varejo físico</p><p>(das lojas de rua) e virtual (do comércio eletrônico) ganharam corpo e praticidade com</p><p>as novas tecnologias de desempenho logístico e mudaram muito, distanciando-se das</p><p>antigas estruturas para galpões inundados de tecnologia e robôs. Neste sentido,</p><p>Jacinto et al. (2011, p. 01) afirmam que:</p><p>O desenvolvimento econômico e social tem levado as empresas a</p><p>investirem em mecanismos e estratégias inovadoras com vistas a</p><p>maiores vantagens competitivas, qualidade de serviços, satisfação do</p><p>cliente e permanência no mercado. Nessa busca pela inovação, a</p><p>logística tem sido um caminho viável, permitindo uma maior</p><p>flexibilidade na gestão empresarial.</p><p>A cada dia, milhões de pessoas compram algo pela internet e, em muitos casos, trata-</p><p>se da primeira compra. E quando o processo de compra completo, do pedido ao</p><p>recebimento, é considerado bom, o cliente tende a repetir e até criar um hábito, mas</p><p>esse aumento diário no desempenho das empresas de varejo gera grande estresse</p><p>nos processos logísticos das empresas.</p><p>6</p><p>Figura 1 - Ruptura – A falta de mercadorias e a gestão do estoque</p><p>Fonte: Ribeiro, 2017, on-line.</p><p>E quando o cliente percebe que a empresa tem problemas de gestão de estoque? No</p><p>caso dos supermercados, por exemplo, isso tem nome: ruptura, ou como gosto de</p><p>nomear, “quebra de prateleira”, e ocorre quando existem seções vazias em uma</p><p>prateleira de mercado pela ausência de produtos.</p><p>Para Ribeiro (2017, on-line),</p><p>(...) a ruptura é considerada por muitos especialistas como a</p><p>principal inimiga das vendas, podemos defini-la como a falta do</p><p>produto na gôndola. Portanto, a partir do momento que o</p><p>consumidor vai até sua loja para comprar um produto e ao chegar</p><p>na prateleira se depara com ela vazia, está concretizada a ruptura.</p><p>Nessa situação o cliente tem três alternativas para lidar com esse</p><p>problema:</p><p>1 – Abrir mão da compra, por ser fiel ao produto e à loja (adiar a</p><p>compra).</p><p>2 – Comprar o produto de outra marca.</p><p>3 – Comprar o produto em outra loja.</p><p>7</p><p>A ruptura pode acontecer em algumas situações, mas há momentos em que pode ser</p><p>apenas um caso de má gestão do abastecimento que resulta em prateleira vazia e</p><p>estoque cheio. Em outros momentos, pode haver desabastecimento, estoque zerado,</p><p>como culpado pela ruptura, mas em qualquer que seja a situação o efeito da ruptura</p><p>será o mesmo no cliente, e não será positivo.</p><p>A gestão do estoque, assim como do pessoal encarregado em manter as</p><p>prateleiras cheias, é a única forma de evitar a ruptura. Complementos à</p><p>gestão, nesse caso, são os sistemas de controle de estoque e o</p><p>estabelecimento de rotinas claras quanto à reposição das mercadorias.</p><p>Com o aumento das vendas, temos um efeito dominó em toda a estrutura logística da</p><p>empresa, e não é difícil encontrar casos em que essa sobrecarga provocou situações</p><p>desastrosas e descontentamento ao cliente, seja por atraso, por dano no produto ou</p><p>até mesmo por desvio de produtos. Portanto, a armazenagem e o estoque destas</p><p>empresas de varejo devem ser muito bem desenvolvidos, assim como defendem</p><p>Jacinto et al. (2011, p. 01): “Neste processo logístico, armazenagem e estocagem têm</p><p>papel fundamental, pois oferecem valor de tempo e lugar determinando o material na</p><p>quantidade e momento certo.”.</p><p>O interessante dos processos de armazenagem e do estoque é o fato de que são</p><p>desenvolvidos e aprimorados para serem apreciados pelos clientes e custarem  cada</p><p>vez menos em termos de recursos humanos, financeiros e tecnológicos para as</p><p>empresas, mas precisamos compreender que fazem parte de um todo complexo e</p><p>trabalhoso carinhosamente nomeado Logística, assim suas partes são, conforme</p><p>apresenta</p><p>sem esta informação nenhum modelo pode ser</p><p>verdadeiramente efetivo.</p><p>Pre�são de Demanda</p><p>Quando começamos argumentando sobre a integração do estoque em toda a</p><p>empresa (até mesmo ao departamento que faz o café diário), pode ter soado como</p><p>exagero do professor, mas quando chegamos ao ponto de ter que falar de demanda e</p><p>sua previsão, fica tudo mais claro, pois a demanda é uma informação que</p><p>praticamente todo setor da empresa utiliza ativamente, sendo vital a composição do</p><p>estoque e sua gestão, definição de planos e modelos. De acordo com Martins e</p><p>Laugeni (2005 apud COUTO, ESPÍRITO SANTO, 2013, p. 84):</p><p>60</p><p>[...] previsão pode ser definida como um processo metodológico para</p><p>a determinação de dados futuros baseado em modelos estatísticos,</p><p>matemáticos ou econométricos ou, ainda, em modelos subjetivos</p><p>apoiados em uma metodologia de trabalho clara e previamente</p><p>definida.</p><p>Acesse o link: Disponível aqui</p><p>É fundamental ao processo de tomada de decisão ser apoiado por uma</p><p>quantidade ideal de informação precisa, relevante e atualizada, com o artigo:</p><p>“A importância da Previsão de Demanda no processo de tomada de decisão.”</p><p>Você pode perceber melhor porque a previsão de demanda também é</p><p>instrumental ao processo de tomada de decisão.</p><p>Conhecer a demanda é tão importante para a empresa que pode até mesmo impedir</p><p>seu nascimento. A informação de uma demanda futura menor ou maior vai mostrar</p><p>aos gestores se a empresa deve investir ou não em determinado produto ou serviço,</p><p>e não ter essa informação pode causar tanto desabastecimento quanto excesso de</p><p>estoque.</p><p>Fato é que desconhecer demanda é o mesmo que sair na rua sem saber a previsão do</p><p>tempo: é uma verdadeira loteria e se manter uma empresa é estar envolto em grande</p><p>incerteza, estar ignorante a demanda é jogar apenas na sorte empresarial. Para</p><p>Queiroz e Cavalheiro (2003 apud COUTO, ESPÍRITO SANTO, 2013, p. 84), do ponto de</p><p>vista da produção, a previsão da demanda é:</p><p>61</p><p>http://www.crea-sc.org.br/portal/index.php?cmd=artigos-detalhe&id=3370#.XyxW6ShKiM8</p><p>[...] um dos seus principais subsídios. A previsão tem a função de</p><p>fornecer informações sobre a demanda futura dos produtos para</p><p>que a produção possa ser planejada com antecedência, permitindo</p><p>que os recursos produtivos estejam disponíveis na quantidade,</p><p>momento e qualidade adequada.</p><p>Mas você deve estar pensando, estudante: Então basta calcular, estimar a previsão da</p><p>demanda que minha empresa está a salvo? Bem, aqui a coisa complica um pouco, e</p><p>podemos começar dizendo que ter empresa será sempre uma luta contra as</p><p>incertezas do mercado, pois nem mesmo a previsão de demanda será totalmente</p><p>segura e muito menos deixará o gestor em condições de extrema tranquilidade.</p><p>Primeiro, é preciso estabelecer um método de previsão de demanda de acordo com a</p><p>empresa e seu mercado consumidor. Para Martins e Laugeni (2005 apud COUTO,</p><p>ESPÍRITO SANTO, 2013, p. 85):</p><p>A escolha do método a ser adotado para a previsão de demanda</p><p>depende da natureza do produto e de vários fatores, tais como</p><p>disponibilidade de dados históricos, horizonte de previsão a longo,</p><p>médio ou curto, precisão necessária, orçamento disponível e padrão</p><p>dos dados existentes (horizontal, sazonal, cíclico ou tendência).</p><p>Existem vários métodos para a elaboração das previsões, desde</p><p>meras estimativas intuitivas até modelos bastante sofisticados que</p><p>utilizem avançadas técnicas com excelentes algoritmos</p><p>computacionais.</p><p>62</p><p>Como a intuição faz pre�são de demanda?</p><p>Para empresas de pequeno porte ou maior, não se pode olhar para o céu</p><p>toda vez que alguém precisa definir uma estratégia, ou seja, no caso do</p><p>cálculo da previsão de demanda, não se pode operar pela intuição. Com</p><p>isso, faça um bate-papo com alguns dos comerciantes de seu bairro para</p><p>descobrir como eles fazem sua previsão de demanda. Claro que quando for</p><p>fazer isso, não pergunte: Como o senhor faz previsão de demanda? O risco é</p><p>de que o empreendedor não conheça bem o conceito. Mas use a seguinte</p><p>estratégia de perguntar como ele sabe o quanto precisa comprar de cada</p><p>item. A previsão de demanda tem sempre uma base na série histórica. Seu</p><p>amigo comerciante já deve ter passado por momentos de falta de estoque e</p><p>outros de excesso e, com o tempo, passou a ajustar os pedidos até chegar às</p><p>quantidades que ele compra hoje em dia. Não quero com isso validar o</p><p>instinto como metodologia de cálculo de demanda, mas é preciso</p><p>compreender bem o uso do histórico de vendas como parte do processo.</p><p>Os métodos de previsão de demanda são classificados como quantitativos e</p><p>qualitativos, e segundo Lemos (2006 apud ANDRADE 2011, p. 07): “Os métodos</p><p>qualitativos dependem muito da experiência acumulada pelos especialistas para</p><p>predizer a probabilidade do resultado de eventos. Podem ser apoiados por uma</p><p>análise formal ou não.”.</p><p>Já os métodos quantitativos, de acordo com Archer (1980 apud ANDRADE 2011, p. 07)</p><p>são divididos em séries temporais e métodos casuais, em que as séries temporais</p><p>envolvem análise estatística de dados passados, e os métodos causais são baseados</p><p>em análises estatísticas de realizações passadas relacionadas às variáveis de interesse</p><p>para a previsão solicitada.</p><p>63</p><p>64</p><p>06</p><p>O Planejamento do Estoque</p><p>65</p><p>O mundo todo sabe o quanto o brasileiro é um povo trabalhador e extremamente</p><p>criativo. Por criatividade, estou me referindo à gigantesca capacidade do brasileiro em</p><p>encontrar saídas inusitadas e únicas a situações do dia a dia doméstico e empresarial,</p><p>até mesmo em situações de falta de produtos ou insumos.</p><p>É comum ver soluções criativas sendo feitas quando algum material falta na empresa</p><p>mesmo que isso possa prejudicar o produto envolvido ou a qualidade do atendimento</p><p>ao cliente. O planejamento vem de encontro a este problema, pois soluções criativas</p><p>nem sempre proporcionam o mesmo efeito da solução normatizada, oficial, e em</p><p>casos que envolvem produtos químicos, alimentos ou itens de segurança, a</p><p>criatividade pode até causar danos ao cliente.</p><p>Por Que Planejar o Estoque?</p><p>Segurança é procedimento, e para não faltar estoque, só mesmo com planejamento,</p><p>conforme defende Zorzo (2015, p.84) “É o planejamento que vai garantir que não</p><p>haverá ausência de material, tanto de matéria-prima quanto de material</p><p>intermediário ou material secundário, de uso geral. Isso, porém não basta.” Portanto,</p><p>para que a empresa não fique na criatividade, com seu estoque na medida, sem</p><p>excesso e sem falta, é preciso planejar, e neste sentido Palomino e Carli (2008 apud</p><p>COELHO E NASCIMENTO, 2015, p. 04):</p><p>Um planejamento de estoque feito com excelência faz com que o</p><p>administrador tenha dados importantes para analisar se seus</p><p>recursos estão sendo bem investidos e empregados. Sendo uma</p><p>gestão eficiente o administrador consegue ter recursos suficientes</p><p>para manter a empresa sem que ela tenha problemas com faltas ou</p><p>excessos de estoque.</p><p>Em muitas empresas, o peso financeiro do estoque é muito maior que qualquer outro</p><p>custo, e isso faz com que seja muito mais crítica a gestão, de acordo com Dias (2005</p><p>apud COELHO E NASCIMENTO, 2015, p. 04): “[...] avaliar positivamente uma seção de</p><p>estoques é diminuir custos. Sendo assim, não se deve ter excesso de estoques para</p><p>atender demandas, mas somente a quantidade necessária para que haja eficácia nos</p><p>processos produtivos.”.</p><p>66</p><p>Novamente chegamos a um argumento que nos diz que é preciso colocar o estoque</p><p>integrado a toda a empresa, pois até mesmo no momento de planejar o estoque, tal</p><p>planejamento deverá ser constituído em conjunto com o planejamento da empresa,</p><p>assim como define Diniz (2019, p. 10)</p><p>O planejamento estratégico das empresas inclui o estoque como um</p><p>dos pontos principais, pois os processos da organização dependem</p><p>diretamente da cadeia de suprimento e para isso os gestores utilizam</p><p>diversos sistemas e o LEC (Lote Econômico de Compra) é um deles.</p><p>Para manter a empresa devidamente conectada com seu estoque, ele deve fazer</p><p>parte do planejamento global das operações, e hoje não existe forma eficiente e eficaz</p><p>de se produzir bons resultados com essa integração se não for pelo uso de</p><p>um bom</p><p>sistema do tipo MRP (Materials Requirement Planning), conforme defende Dias (2010, p.</p><p>110):</p><p>Os sistemas de Planejamento de Materiais preocupam-se</p><p>basicamente com o dimensionamento correto dos estoques.</p><p>Reduções de custo ou maximização de lucro, provenientes de uma</p><p>perfeita adequação dos estoques ao tamanho das necessidades,</p><p>podem ser alcançadas através da utilização de métodos e sistemas</p><p>de planejamento e controle especialmente projetados para esta</p><p>finalidade.</p><p>O uso da Inteligência Arti�cial na Redução de</p><p>Perdas de Estoque</p><p>Existe muita tecnologia sendo desenvolvida com o objetivo de mitigar um sério</p><p>problema que afeta praticamente toda empresa: as perdas de estoque. Milhões de</p><p>dólares em estoque são perdidos anualmente e cada empresa busca tratar o</p><p>problema de acordo com suas peculiaridades e com a proporção com que ocorrem.</p><p>Quanto maior a movimentação do estoque, maiores são os índices de perda</p><p>encontrados, o que pode ser extremamente prejudicial ao lucro da operação:</p><p>67</p><p>O mais preocupante é que em segmentos como o varejo, por</p><p>exemplo, nos quais as margens são apertadas, a perda pode ser</p><p>proporcionalmente igual ao lucro líquido do negócio. Por isso, é</p><p>comum que as empresas mantenham áreas dedicadas a resolver este</p><p>problema. (CASTRO, 2018, on-line).</p><p>Com o uso da inteligência artificial dentro de sistemas informatizados – a exemplo</p><p>daqueles encontrados nas gigantes do varejo – é possível uma melhor composição do</p><p>estoque ao se analisar em tempo real dados de mercado e comportamento de</p><p>compra, dentre outros fatores.</p><p>No cenário atual, os algoritmos de reabastecimento e lot sizing dos</p><p>varejistas geralmente vêm embarcados dentro dos sistemas de</p><p>gestão, conhecidos como ERPs, como um módulo do sistema. Por não</p><p>ser a principal especialização dos desenvolvedores de sistemas de</p><p>gestão, as soluções geralmente são alicerçadas em alguns modelos</p><p>estatísticos simplificados que são utilizados para uma infinidade de</p><p>itens. (CASTRO, 2018, on-line).</p><p>Com o uso da Inteligência Artificial, a empresa passa a ter melhor resposta</p><p>de seu estoque ao conseguir desenvolver cenários que a permita traçar</p><p>ações preventivas mais precisas e com isso sofrer menos com perdas.</p><p>68</p><p>O chão de fábrica na Indústria 4.0 é altamente informatizado; pranchetas e papéis</p><p>não fornecem dinamicidade que acompanhe a evolução e rapidez das operações</p><p>logísticas modernas. Sobre o uso dos MRPs, Dias (2011 apud DINIZ, 2019, p. 10) afirma</p><p>que:</p><p>O sistema MRP (Materials Requirement Planning), traduzido como</p><p>Planejamento das Necessidades de Materiais, define estratégias e</p><p>regras de decisão quanto às necessidades existentes em relação à</p><p>produção, obedecendo a uma sequência lógica para os itens que</p><p>compõem determinado produto. [...] o modo consiste em criar uma</p><p>forma mais segura para o planejamento de materiais na empresa.</p><p>Os MRPs são sistemas disponíveis em módulos customizáveis de acordo com a</p><p>necessidade da empresa, então cada especificidade pode ser tratada e, com isso, a</p><p>empresa passa a ter seu planejamento implementado sistematicamente. A imagem a</p><p>seguir apresenta algumas das funcionalidades globais desta categoria de sistema:</p><p>69</p><p>Figura 1 - Integrações do MRP</p><p>Fonte: Ensino e Informação (2019,  on-line)</p><p>Assim como demonstra a imagem, o MRP é o centro sistemático para as empresas</p><p>que fazem uso desse sistema, e cada setor diferente da empresa pode encontrar nele</p><p>a integração e comunicação que precisa. Para Dias (2010, p. 110) o MPR é capaz de:</p><p>70</p><p>[...] planejar as necessidades de materiais a cada alteração na</p><p>programação de produção, registros de inventários</p><p>Dimensionamento e Controle de Estoques 1 1 1 ou composição de</p><p>produtos. Em outras palavras, trata-se de um sistema que se propõe</p><p>a definir as quantidades necessárias e o tempo exato para utilização</p><p>dos materiais na fabricação dos produtos finais.</p><p>Para Diniz (2019, p. 12):</p><p>“Os objetivos do MRP [...] buscam estabelecer uma empresa mais</p><p>equilibrada, onde a lucratividade é o alvo principal, por intermédio</p><p>de estabelecer quantidades corretas para atender a demanda e, por</p><p>outro lado, manter o nível que corresponda ao custo estipulado.”</p><p>De forma prática, em todo processo de produção, de acordo com Martelli, Dandaro</p><p>(2015 apud Diniz, 2019, p. 12): “[...] precisa especificar a composição do produto e no</p><p>MRP isso é identificado na Lista de materiais, assim como o bolo, por exemplo,</p><p>necessita de analogia para o seu preparo.”</p><p>Um ponto bastante relevante (embora os demais tenham suas importâncias relativas</p><p>à posição de quem as analisa) são os relatórios emitidos pelos MRPs e como</p><p>fornecem subsídio à tomada de decisão. Nesses relatórios, estarão contidos os</p><p>requisitos de materiais demandados, e esses requisitos são submetidos a um ciclo</p><p>conforme a imagem a seguir:</p><p>71</p><p>Figura 2 - Sistema MRP</p><p>Fonte: Dias (2010, p. 112)</p><p>A imagem demonstra o fluxo de processo de um MRP e suas etapas, e com isso</p><p>podemos perceber que o programa mestre deve abastecer o MRP com as</p><p>necessidades do respectivo ciclo produtivo e onde cada setor deve se responsabilizar</p><p>pela qualidade e veracidade das informações inseridas.</p><p>Talvez o grande problema dos MRPs seja a dependência da acurácia do elemento</p><p>humano no processo, pois uma quantidade equivocada de um insumo pode disparar</p><p>um pedido de compras extra que não existe, por exemplo. De acordo com Diniz</p><p>(2019, p. 12) as informações precisas são importantes:</p><p>Para se obter o produto final é necessário que conheça exatamente a</p><p>composição deste produto, para que o processo produtivo não seja</p><p>interrompido e desestabilize o curso da manufatura. Por conseguinte,</p><p>o MRP propõe um modelo para determinar toda a estrutura que</p><p>envolve o produto.</p><p>72</p><p>Acesse o link: Disponível aqui</p><p>A recomendação de leitura desta aula é um interessante artigo sobre ERP</p><p>(Enterprise Resources Planning), que se apresenta como um sucessor do</p><p>Sistema MRP. Dessa forma indico o artigo: Enterprise Resources Planning:</p><p>Evolução, Conceitos e Estrutura. Este artigo abrirá para você aluno, novos</p><p>horizontes em relação a mudanças tecnológicas na maneira de se estruturar</p><p>a Gestão de Produção.</p><p>Just in time</p><p>O JIT, ou Just in Time, é um sistema de administração da produção mais utilizado</p><p>quando a empresa tem por objetivo o estoque mínimo em seu sistema produtivo. O</p><p>objetivo de tratarmos dele aqui é para demonstrar até onde o planejamento de</p><p>estoque pode chegar em termos de estoque mínimo, e como sua sofisticação, embora</p><p>avançada e eficiente, requer esforço de toda a organização. Para Dias (2010, p. 121), o</p><p>JIT representa:</p><p>A ideia do Just in Time surgiu no Japão na década de 70 e foi sendo</p><p>assimilada pela indústria ocidental, de forma mais efetiva, a partir</p><p>dos anos 80. A Toyota Motor Company, sentindo a necessidade de</p><p>coordenação da produção com as diferentes solicitações da</p><p>demanda por veículos (modelos, cores etc.), foi quem primeiro</p><p>aplicou a teoria do JIT a suas linhas de montagem.</p><p>73</p><p>http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2000_E0089.PDF</p><p>Se você nunca viu uma empresa operar em Just in Time basta responder a seguinte</p><p>pergunta: Já levou seu veículo ao mecânico? Agora você, estudante, deve estar se</p><p>perguntando o que uma oficina mecânica tem a ver com o JIT? A Resposta é simples:</p><p>nada!</p><p>74</p><p>Vamos pensar em alguns usos para o Just In Time?</p><p>De forma básica podemos dizer que em um sistema JIT o material chega à</p><p>empresa apenas no momento que vai ser utilizado no processo produtivo –</p><p>o que funciona muito bem em casos de produção de veículos, por exemplo,</p><p>mas na empresa onde você trabalha, ou alguma empresa que você conheça,</p><p>caso não usem JIT, poderiam utilizar?</p><p>A brincadeira aqui é pensar empresas onde o uso do JIT seria inusitado.</p><p>Sabemos que em muitos casos, principalmente das micro e pequenas</p><p>empresas, a compra em lotes é o que lhes permite alguma economia,</p><p>portanto um JIT seria bem complicado de implementar devido à ausência</p><p>desse lote econômico, mas um contrato de fornecimento pode ajudar.</p><p>Vou entrar na brincadeira:</p><p>Para mim, poderíamos implementar uma espécie de JIT em uma lanchonete</p><p>onde o cliente traz seu próprio hambúrguer no momento em que seu</p><p>pedido é produzido. Com isso, o estabelecimento não precisa armazenar</p><p>carne.</p><p>Agora é sua vez:</p><p>Qual empresa ou tipo de empresa/ramo de atividade você acredita ser</p><p>possível se trabalhar com estoque zero no modelo JIT?</p><p>Antes que fique confuso, digo que em muitas oficinas mecânicas não existe estoque</p><p>de peças, pois a quantidade de modelos e marcas de automóveis é tamanha que o</p><p>estoque, mesmo que mínimo, para uma operação otimizada seria gigantesco e</p><p>inviável ao empresário.</p><p>75</p><p>Embora oficinas mecânicas possuam algum estoque de materiais gerais como velas,</p><p>pastilhas de freios e filtros de óleo e ar que podem ser aplicados a uma quantidade</p><p>maior de modelos, itens mais específicos são adquiridos no momento de seu uso, o</p><p>que, sim, assemelha-se muito ao modelo JIT. Neste sentido, Dias (2010, p. 122) afirma</p><p>que o JIT atua com estoque praticamente inexistente:</p><p>Considerado uma “filosofia” de aplicabilidade universal, o JIT é</p><p>comumente associado a algumas expressões, como, por exemplo,</p><p>produção sem estoques, eliminação do desperdício, melhoria</p><p>contínua de processos etc. Veremos a seguir que a filosofia do JIT</p><p>envolve, de fato, a utilização de todos esses conceitos.</p><p>Se comparado com metodologias produtivas mais tradicionais o JIT seria Pull, de</p><p>acordo com Dias (2010, p. 122): “Ao contrário da abordagem tradicional dos sistemas</p><p>de produção, que ‘empurram’ os estoques, o JIT caracteriza-se como um sistema de</p><p>‘puxar’ a produção ao longo do processo, de acordo com a demanda.”</p><p>76</p><p>07</p><p>A Avaliação do Estoque</p><p>77</p><p>Conceitualmente falando, estoque é o local onde diversos tipos de materiais são acondicionados para</p><p>serem utilizados no processo produtivo e/ou depois de serem beneficiados. Mas de uma forma mais</p><p>básica, podemos dizer que estoque é uma função dentro da empresa e seu objetivo é gerenciar todo e</p><p>qualquer material que esteja armazenado ou em circulação dentro da empresa.</p><p>A Avaliação como uma Visão de</p><p>Controle de Estoque</p><p>Para compreender melhor o que representa o estoque dentro de uma empresa, vamos analisar sob o</p><p>ponto de vista da sua avaliação e logo isso nos levará a considerar o estoque pelo seu impacto</p><p>financeiro. De acordo com Dias (2010, p. 131), avaliar significa controlar:</p><p>Todas as formas de registro de estoque objetivam controlar a quantidade de materiais</p><p>em estoque, tanto o volume físico quanto o financeiro. Contudo, a avaliação de estoque</p><p>anual deverá ser realizada em termos de preço, para proporcionar uma avaliação</p><p>exata do material e informações financeiras atualizadas. A avaliação dos estoques</p><p>inclui o valor das mercadorias e dos produtos em fabricação ou produtos acabados.</p><p>Para se fazer uma avaliação desse material, tomamos por base o preço de custo ou de</p><p>mercado, preferindo-se o menor entre os dois. O preço de mercado é aquele pelo qual a</p><p>matéria-prima é comprada e consta da nota fiscal do fornecedor. No caso de materiais</p><p>de fabricação da própria empresa, o preço de custo será aquele da fabricação do</p><p>produto.</p><p>Faz todo sentido enxergar o estoque não apenas pelos materiais nele contidos, mas pelo valor</p><p>financeiro nele investido, afinal, compor um estoque requer boa soma de recursos financeiros, o que</p><p>nos remete à contabilidade: “A avaliação adequada dos materiais recebidos e localizados no estoque é</p><p>uma importante questão para a contabilidade.” (DIAS, 2010, p. 131).</p><p>Máquinas de alta performace são frequentemente avaliadas para que sejam mantidas em seu melhor</p><p>desempenho, e existem diversos sensores, aparelhos de medição e outros artifícios que permitem</p><p>fazer esta aferição. Já o estoque não é visto como máquina, mas seu desempenho também pode ser</p><p>acompanhado em tempo real com o uso de equipamentos, câmeras, sensores e até mesmo</p><p>tecnologias como a Inteligência Artificial e o Machine Learning.</p><p>O importante é que o gestor compreenda que precisa ter seu olhar focado para o estoque e promover</p><p>o uso das ferramentas de avaliação adequadas às suas necessidades e peculiaridades. Para realizar a</p><p>avaliação dos estoques, vamos tratar de três formas distintas: Custo Médio, PEPS e UEPS.</p><p>78</p><p>Custo Médio</p><p>A primeira forma de avaliação de estoque que trataremos é a do custo médio, que avalia o custo de</p><p>cada item do estoque pelo seu valor médio sendo atualizado a cada nova compra, para mais ou para</p><p>menos, conforme define Dias (2010, p. 132):</p><p>A avaliação feita através do custo médio é a mais frequente. Tem por base o preço de</p><p>todas as retiradas, ao preço médio do suprimento total do item em estoque. Esse</p><p>método age como um estabilizador, pois equilibra as flutuações de preços; e, a longo</p><p>prazo, reflete os custos reais das compras de material. Analisando a tabela que segue e</p><p>com a ajuda do exemplo, vamos compreender melhor uma avaliação do custo médio.</p><p>A seguir, vamos acompanhar um exemplo de entradas e saídas de um produto em estoque e, com isso,</p><p>conseguir compor seu custo médio:</p><p>no estoque de uma empresa entraram, em 7-8, 500 unidades de uma peça, ao preço de $ 15,00</p><p>cada uma,</p><p>e no dia 23-9 saíram do estoque 150 unidades. Com a aquisição de 500 unidades a $ 15,00 cada</p><p>uma, totalizando $ 7.500,00, o preço médio é o próprio preço unitário da primeira aquisição.</p><p>Com a compra de mais 200 unidades a $ 20,00 cada uma, que totalizam $ 4.000,00, ficam 700</p><p>unidades em estoque, no valor de $ 11.500,00.</p><p>Como existiram duas entradas de material no estoque com preços unitários diferentes, o custo</p><p>médio vai alterar-se, senão vejamos: através da média aritmética obtemos uma medida central</p><p>(média) do custo das quantidades adquiridas. Como houve a saída de 150 unidades, o preço</p><p>médio é aquele da última aquisição, ou seja, $ 16,43.</p><p>79</p><p>O estoque e o Imposto de Renda</p><p>A avaliação de estoque possui também importância jurídica a empresa, pois é utilizada para</p><p>fins de apuração do Imposto de Renda (IR). Nesta circunstância, todo o estoque de materiais</p><p>da empresa é avaliado ao final de cada exercício para fins fiscais. De acordo com Giungi (2018,</p><p>on-line), existe a forma apropriada de se levantar e avaliar o custo do estoque para o IR:</p><p>Os estoques, obrigatoriamente, deverão ser avaliados pelo custo de aquisição</p><p>e, em relação aos produtos em fabricação e acabados, serão avaliados pelo</p><p>custo de produção. Contudo, os mesmos poderão ser avaliados, ainda, pelo</p><p>custo médio, valor realizável líquido ou pelo PEPS (primeiro que entre</p><p>primeiro que sai), sendo que o mais comum é, justamente, o custo médio.</p><p>Fica claro, neste momento, que a correta gestão e avaliação do estoque não é importante</p><p>apenas para a produção, a contabilidade faz uso das informações dos lotes de compra,</p><p>históricos de preços unitários, mas em muitas ocorrências não se encontra uma unificação</p><p>das informações, o que leva a empresa a um processo de arbitragem, como apresenta Giungi</p><p>(2018, on-line):</p><p>Caso a pessoa jurídica não mantenha um sistema de contabilidade de custo</p><p>integrado e coordenado com o restante da escrituração, os estoques deverão</p><p>ser avaliados por arbitramento nos moldes do art. 294, do RIR/1999, ou pelo</p><p>inventário periódico (estoque inicial, acrescentado às compras e diminuído o</p><p>estoque final).</p><p>Sobre a periodicidade da avaliação do estoque para o IR, Giungi (2018, on-line) afirma que tem</p><p>relação com a forma da empresa apurar seu IR: “[...] as pessoas jurídicas optantes do lucro</p><p>real trimestral, avaliam seus estoques em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de</p><p>dezembro.”</p><p>Para realizar o cálculo de forma mais efetiva, é preferível que se apresentem os dados em forma de</p><p>tabela, conforme podemos observar a seguir:</p><p>80</p><p>Tabela 1 - Movimento de Estoques e Cálculo do Custo Médio</p><p>Fonte: Dias (2010: 132)</p><p>Dia NF</p><p>Entradas Saídas Saldos</p><p>Qte</p><p>Preço</p><p>Unit.</p><p>Total Qte</p><p>Preço</p><p>Unit.</p><p>Total Qte Total Médio</p><p>7 -</p><p>8</p><p>001 500 15 7.500       500 7.500 15</p><p>8 -</p><p>8</p><p>002 200 20 4.000       700 11.500 16,43</p><p>23</p><p>- 9</p><p>150  16,43 2.464,50 550 9.035,50 16,43</p><p>Simplificando o que foi dito, temos que a média é construída pela multiplicação da quantidade em</p><p>estoque no respectivo dia pelo</p><p>valor unitário e em seguida. Se uma nova compra for feita e o valor</p><p>unitário for diferente, serão somadas as quantidades da primeira e segunda compra e será somado</p><p>bem como seu valor financeiro, o novo valor unitário, ou custo médio, será o resultado da divisão entre</p><p>o valor financeiro total e a quantidade total em estoque.</p><p>·       MétodoPEPS (FIFO)</p><p>A sigla PEPS significa “o primeiro a entrar será o primeiro a sair”, ou em inglês FIFO (First in First out), e</p><p>representa uma forma de avaliação de estoque que usa uma sequência da movimentação deste</p><p>estoque onde o primeiro lote de determinado material que é recebido pela empresa deve ser o</p><p>primeiro material a ser enviado para a produção. Assim, conforme defende Dias (2010, p. 133):</p><p>A avaliação por este método é feita pela ordem cronológica das entradas. Sai o material</p><p>que primeiro integrou o estoque, sendo substituído pela mesma ordem cronológica em</p><p>que foi recebido, devendo seu custo real ser aplicado. Quando o giro dos estoques</p><p>ocorre de maneira rápida ou quando as oscilações normais nos custos podem ser</p><p>absorvidas no preço do produto, ou quando se dispõe de material que esteja mantido</p><p>por longo prazo, esse tipo de avaliação serve também para valorização dos estoques.</p><p>Consequentemente, os estoques são mantidos em contas do ativo, com valores</p><p>aproximados dos preços atuais de mercado.</p><p>Vamos a um exemplo de aplicabilidade do PEPS construído por Dias (2010, p. 133): “[...] numa empresa</p><p>entraram em estoque, no dia 6-5, 100 unidades, de peça, ao preço de $ 15,00 cada uma; no dia 7-5</p><p>entraram mais 150 unidades a $ 20,00 cada uma; no dia 8-5, saíram de estoque 150 unidades.”</p><p>81</p><p>Tabela 2 - Movimento de estoques e cálculo do custo médio pelo método PEPS.</p><p>Fonte: Dias (2010: 133)</p><p>Dia NF</p><p>Entradas Saídas Saldos</p><p>Qte Preço Total Qte Preço Total Qte Médio</p><p>6 -5 1 100 15 1.500       100 1.500</p><p>7 - 5 2 150 20 3.000       250 4.500</p><p>8 - 5         100 15 1.500 150 3.000</p><p>50 20 1.000 100 2.000</p><p>Perceba que, diferentemente do método do custo médio, as saídas serão do lote mais antigo, e com</p><p>isso o custo unitário utilizado como referência sempre será o custo do respectivo lote. Se o lote a ser</p><p>produzido é maior que o primeiro lote, este primeiro lote é utilizado completamente, e a ele é acrescido</p><p>a quantidade que falta para a quantidade necessária a respectiva saída.</p><p>·       Variaçãodo método PEPS</p><p>O método PEPS possui uma variação chamada de Primeiro que EXPIRA é o Primeiro que sai, e de</p><p>acordo com Kummer (2012, p. 60), este método “é destinado àqueles produtos que tem prazos de</p><p>validade. Muitas vezes um produto comprado em determinada data poderá ter um prazo de validade</p><p>superior a um produto comprado posteriormente”.</p><p>Esta variante do PEPS é importante principalmente para fabricantes como a Nestlé, por exemplo, que</p><p>mantém estoques em diversos distribuidores (chamados brokers), em que as empresas podem</p><p>comprar desses inúmeros fornecedores produtos que podem apresentar datas diferentes. Tal método</p><p>permite ajustar esta variação de datas.</p><p>82</p><p>Acesse o link: Disponível aqui</p><p>O PEPS: ampliando conceitos</p><p>Para saber mais sobre o sistema PEPS (Primeiro que entra, primeiro que sai) e assim ter</p><p>condições de ampliar seus conhecimentos a respeito do assunto, faço a recomendação de</p><p>leitura do artigo: “Vantagens e Limitações do Método Peps na Avaliação de Estoque.” Este</p><p>artigo apresenta como é aplicado o sistema FIFO numa empresa, e demonstra suas limitações</p><p>ou diferenças em relação a outros métodos de avaliação, como: UEPS (Último que entra,</p><p>primeiro que sai) e custo médio ponderado.</p><p>• Método UEPS (LIFO)</p><p>O método de avaliação do estoque UEPS significa “o último a entrar será o primeiro a sair” (LIFO - Last in</p><p>First out). Neste método, o valor unitário do item em questão será sempre o valor pago pelo último lote</p><p>a ser acondicionado no estoque da empresa. De acordo com Dias (2010, p. 134) podemos definir UEPS</p><p>como:</p><p>É o método mais adequado em períodos inflacionários, pois uniformiza o preço dos</p><p>produtos em estoque para venda no mercado consumidor. Baseia-se teoricamente na</p><p>premissa de que o estoque de reserva é o equivalente ao ativo fixo. O emprego desse</p><p>método pela administração de material por certo período de tempo tende a estabilizar</p><p>o estoque, enquanto é avaliada a utilização corrente do mesmo, também em função</p><p>dos preços, a fim de que sejam refletidos os valores e custos do mercado.</p><p>Veja o exemplo a seguir e como fica a dinâmica do preço unitário e o saldo financeiro do estoque:</p><p>83</p><p>http://conic-semesp.org.br/anais/files/2017/trabalho-1000025283.pdf</p><p>Tabela 3 - Movimento de Estoques e Cálculo do Custo Médio pelo Método UEPS</p><p>Fonte: Dias (2010: 134)</p><p>Dia NF</p><p>Entradas Saídas Saldos</p><p>Qte Preço Total Qte Preço Total Qte Médio</p><p>2 - 3 1 150 15 2.250       150 2.250</p><p>3 - 3 4 100 20 2.000       250 4.250</p><p>5 - 3         100 20 2.000 150 2.250</p><p>50 15 750 100 1.500</p><p>Sendo o inverso do PEPS, quando um lote que será encaminhado à produção é maior que o último lote</p><p>comprado, será utilizado todo o lote e acrescido o que falta do lote imediatamente anterior a este.</p><p>84</p><p>Imagem 1 - Pote de Macarrão</p><p>Fonte: Disponível aqui</p><p>Faça em sua casa o Custo Médio, PEPS e UEPS: esta abordagem prática está</p><p>estrategicamente posicionada no final deste capítulo para que você possa utilizar seus</p><p>conhecimentos adquiridos sobre estas 3 técnicas de avaliação do estoque e você fará isso</p><p>com itens de sua própria dispensa!</p><p>Como precisamos de um item que a grande maioria de vocês estudantes terá em casa (e que</p><p>você perceberá que se encaixa muito bem em nosso estudo), vamos ao macarrão. A imagem</p><p>a seguir mostra o nosso alvo: o pote de plástico onde acondicionamos as sobras dos pacotes</p><p>de macarrão tipo espaguete.</p><p>Agora começa a parte divertida!</p><p>Muitos utilizam o pote como na imagem: retiram todo o macarrão do pacote e acondicionam</p><p>dentro. Mas outros tantos Brasil a fora utilizam para acondicionar o pacote com o que sobrou</p><p>de macarrão e com isso controlar quando o produto foi colocado dentro do pote. A parte</p><p>85</p><p>https://www.etna.com.br/p/pote-para-espaguete-hermetico-kilner-de-vidro-2-2l/0413832</p><p>engraçada aqui é que em várias ocasiões pode acontecer da pessoa esquecer e abrir novo</p><p>pacote de macarrão, ou ainda precisar de uma quantidade maior do que tem dentro do pote</p><p>e com isso abre mais um e volta a colocar outro tanto de macarrão dentro do pote</p><p>acompanhado do companheiro mais antigo.</p><p>Faça o experimento: faça o Custo Médio, PEPS e UEPS de uma macarronada feita (pode ser</p><p>hipoteticamente) de 3 embalagens diferentes de macarrão compradas a preços diferentes e</p><p>compare o resultado ao utilizar como custo da macarronada o custo unitário de acordo com</p><p>cada método de avaliação. Imagine se o dono de um restaurante popular faz esta avaliação</p><p>em seu estoque com todo novo lote que adquire para seu estabelecimento? Fica claro, com</p><p>essas formas de avaliação, que o estoque pode ser a diferença entre lucro e prejuízo para a</p><p>empresa e cuidar bem do estoque não é nada fácil.</p><p>86</p><p>08</p><p>Fundamentos de Controle</p><p>de Estoque</p><p>87</p><p>Ter um estoque organizado é ter em ordem uma importante parte da logística e seu</p><p>sucesso depende de diversos processos, procedimentos, técnicas e sistemas.</p><p>Portanto, se uma empresa deseja começar a organizar seu estoque, terá que</p><p>organizar a casa toda.</p><p>Uma empresa desorganizada, sem controles de estoque e com o armazenamento</p><p>desestruturado não terá sucesso algum, e ainda por cima causará grande frustração</p><p>aos envolvidos se implementar isoladamente qualquer ação de correção, pois você</p><p>deve lembrar que o estoque, a armazenagem, são partes de um todo integrado pela</p><p>Logística.</p><p>A Revolução do Estoque</p><p>Na história recente da humanidade, muitos países precisaram se reestruturar para</p><p>vencer momentos de adversidade e hoje são grandes potências mundiais, como o</p><p>Japão e seu incrível processo de ressurgimento pós-guerra, conforme apresenta</p><p>Szabo (2015, p. 118):</p><p>Na década de 1950, após a Segunda Guerra Mundial, o Japão iniciou</p><p>um processo de reformulação de sua indústria que</p><p>transformou um</p><p>país derrotado em uma potência industrial. Foi criado um novo</p><p>modelo de gestão com baixos estoques (Just in Time), bem como</p><p>processos que deram ao país a posição de referência como sinônimo</p><p>de produto de qualidade e desbancaram uma poderosa indústria</p><p>norte americana de automóveis e eletrônicos.</p><p>São diversos os fatores que podem apontar uma empresa na direção do sucesso em</p><p>seu mercado consumidor, mas tais fatores são diversos e muitas vezes complexos de</p><p>se dominar, a exemplo da formação de uma equipe de alto desempenho e, em nossa</p><p>discussão, nos processos relativos ao estoque, assim como define Andrade, Oliveira</p><p>(2011, p. 06):</p><p>88</p><p>Desde os primeiros habitantes que viviam em sociedade e</p><p>comunidade relacionadas ao comércio ou pequenos negócios, já</p><p>existiam fatores indispensáveis para a realização com sucesso de</p><p>uma empresa. Vivemos no momento de globalização, porém o</p><p>controle de estoque é fundamental, tanto na vida das empresas</p><p>como no controle do próprio país. O controle de estoque é o</p><p>procedimento adotado para registrar, fiscalizar e gerir a entrada e</p><p>saída de mercadorias e produtos, seja numa indústria ou no</p><p>comércio.</p><p>Outro ponto importante que indica se a empresa tem alguma chance de sucesso está</p><p>em um argumento que já fizemos em nossas aulas: na sua integração e sinergia</p><p>interna, como define Andrade, Oliveira (2011, p. 06): “[...] um bom controle de estoque</p><p>passa primeiramente pelo planejamento, onde é necessário haver inteiração entre a</p><p>empresa, para que o planejamento das ações se realize a contento de todas as partes</p><p>[...]”.</p><p>89</p><p>A caixa de canetas</p><p>Que tal fazer o controle de estoque de uma caixa de canetas esferográficas</p><p>azuis? Você, estudante, deve estar se perguntando o que tem de tão</p><p>importante em uma simples caixa de canetas azuis, pequena, barata, fácil de</p><p>comprar até como consumidor final. Bem, tenho certeza que neste</p><p>momento muitos de vocês já pegaram o fio da meada aqui: canetas são,</p><p>dentre os materiais que uma empresa possui, os itens com maior índice de</p><p>perda, provavelmente pelo seu valor reduzido e talvez por descuido dos</p><p>usuários. Fato é que uma caixa de canetas pode revelar uma experiência</p><p>interessante, então vamos lá:</p><p>O desafio é fazer o controle de estoque de uma caixa de canetas qualquer.</p><p>Se você não trabalha diretamente com materiais, peça ajuda a pessoa que</p><p>faz este controle ou que controla a distribuição de materiais.</p><p>A experiência: pegue ao menos duas caixas de canetas e para uma delas</p><p>deixe disponível com outros materiais de escritório e sem qualquer controle,</p><p>aviso ou restrição. Para a segunda caixa, coloque ao lado dela um formulário</p><p>de requisição onde quem desejar uma caneta deve preencher. Após 30 dias</p><p>contabilize quantas canetas restam em ambas as caixas!</p><p>O que esperar?: se a caixa sem controle acabar muito cedo, nos primeiros</p><p>quinze dias, demonstra grande desapego a normas de controle de estoque</p><p>pelos colaboradores que não são do estoque, algo a ser trabalhado em sua</p><p>equipe, mesmo se tratando de algo pequeno e de baixo custo como uma</p><p>caneta. Além disso, se os colaboradores que forem à caixa com necessidade</p><p>de preenchimento de formulário e se queixarem da burocracia, isso será</p><p>outro sinal que a equipe precisa de uma melhor “visão de dono” ao valorizar</p><p>os recursos como sendo eles mesmos que o tivessem pagado.</p><p>90</p><p>Você acredita que o Japão venceu seu pós-guerra sem total integração dentro de suas</p><p>empresas? No caso do estoque, sem integração ele deixa de ser relevante e passa a</p><p>ser problema, deixa de ser estratégico para ser um dos grandes motivos que uma</p><p>empresa pode ter ao deixar de crescer. Segundo Fenerich (2016, p. 137) “os estoques</p><p>podem ser divididos em algumas categorias de acordo com o tipo de produto (itens a,</p><p>b e c) e em relação ao modo como eles são criados (itens d, e, f e g)”, como demonstra</p><p>logo a baixo:</p><p>Matéria-</p><p>prima</p><p>trata-se do estoque representado pelos insumos, ou seja, pela</p><p>matéria-prima necessária para a produção.</p><p>Produto</p><p>acabado</p><p>é a categoria de estoques de produtos que estão disponíveis</p><p>para a venda, ou seja, produtos acabados, que já foram</p><p>processados e aguardam entrega.</p><p>Produto</p><p>semiacabado</p><p>forma-se por componentes ou produtos que serão finalizados</p><p>geralmente após a venda e de acordo com o pedido.</p><p>Em trânsito</p><p>refere-se àquele produto que já foi processado e vendido, mas</p><p>que ainda não foi entregue, ou seja, está em transporte para</p><p>ser entregue e ainda é de responsabilidade da empresa.</p><p>Cíclico</p><p>funciona como um ciclo, estabelecido quando definidos o</p><p>tamanho do lote e o tempo entre os pedidos.</p><p>Antecipação</p><p>é o estoque que existe para absorver variações irregulares da</p><p>demanda, como no caso dos produtos sazonais, em que se</p><p>prevê a necessidade de aumento (ou redução) da taxa de</p><p>produção ao longo do tempo. O estoque vai sendo formado</p><p>para absorver a necessidade da demanda em um dado</p><p>momento futuro</p><p>Segurança</p><p>trata-se do estoque que serve para assegurar que na ocasião de</p><p>algum evento inesperado (falta do fornecedor, quebra de</p><p>máquina, greve de funcionário) haverá produto ou matéria-</p><p>prima suficiente para continuar atendendo à demanda.</p><p>91</p><p>Figura 1 - Tipos de estoque</p><p>Fonte: Chiavenato (2008)</p><p>Segundo Chiavenato (2008 apud PAULINO E RABELO, 2018, p. 9) o que o armazém</p><p>estoca pode receber cinco tipos de nomenclatura em sua classificação:</p><p>[...] existem cinco tipos de estoque de matéria-prima (MP); de</p><p>materiais em processamento ou em trânsito de uma unidade ou</p><p>seção para outra; de materiais semiacabados, isto é, estocados após</p><p>algumas operações e que serão transformados em um ou mais</p><p>produtos; de materiais acabados ou componentes, que são peças</p><p>isoladas e resultados de sub montagem; e de produtos acabados</p><p>(PA), conforme mostra a Figura 1 [imagem: tipos de estoque, a</p><p>seguir].</p><p>Chiavenato (2008 apud PAULINO E RABELO, 2018, p. 9) explica “[...] que como o</p><p>estoque representa um enorme capital empatado pela a empresa para a garantia de</p><p>um bom funcionamento, é necessário que ele seja bem controlado.” E novamente</p><p>lembrando o sucesso no crescimento do Japão após ser devastado pelas bombas</p><p>atômicas de Hiroshima e Nagasaki, podemos concluir que grande parte do sucesso e</p><p>notoriedade da qualidade de seus produtos foi alcançada por meio de extensas</p><p>melhorias em seus processos, e as melhores práticas de armazenagem lá</p><p>empregadas fizeram escola e ainda hoje são referência.</p><p>92</p><p>A qualidade do controle de estoque vem exatamente da utilização de informação</p><p>fidedigna e acessível a todos, assim como apresenta Francischini et al. (2002, p. 48):</p><p>“Dentro do controle de estoque eficaz é necessário que o fluxo de informações seja</p><p>adequado e documentado, onde esses documentos terão uma variação de empresa</p><p>para empresa” (ANDRADE E OLIVEIRA, 2011, p. 06). Dessa forma, um modelo básico de</p><p>controle de estoque deve registrar:</p><p>Data de entrada, tipo, quantidade, custo unitário e custo total de cada</p><p>mercadoria adquirida;</p><p>Data de saída, tipo, quantidade, custo unitário e custo total de cada mercadoria</p><p>vendida;</p><p>Saldo entre mercadorias adquiridas e vendidas.</p><p>Disponível em: Disponível aqui</p><p>As empresas estão buscando formas de se manter no mercado e serem</p><p>competitivas. Uma importante ferramenta utilizada para atingir esses</p><p>objetivos é a Gestão de Estoque, que corresponde à boa parte dos ativos</p><p>financeiros da empresa. Logo, faço a indicação de leitura do artigo: “A</p><p>importância da gestão de estoques na administração do capital de giro da</p><p>empresa” A leitura desse artigo irá reforçar os conhecimentos sobre</p><p>Controle de estoque, além de trazer uma pesquisa de Campo de uma</p><p>empresa real, o Grupo Colorado de Lins, SP, em que irá demonstrar a</p><p>importância do gerenciamento de estoque para administração do capital de</p><p>giro da mesma.</p><p>93</p><p>http://www.salesianolins.br/universitaria/artigos/no15/artigo116.pdf</p><p>Princípios do Controle de Estoques</p><p>Qual é o objetivo da empresa? Qual é o padrão de qualidade da empresa? Quais são</p><p>os recursos que os gestores buscam para dar aos seus encarregados as ferramentas</p><p>adequadas de controle de estoque? Ao responder tais</p><p>perguntas gerenciais, podemos</p><p>identificar os parâmetros gerais que a empresa mantém e, com isso, visualizar o que</p><p>ela consegue entregar em termos de qualidade tanto para seus clientes quanto para</p><p>seus acionistas.</p><p>MRPII, uma ferramenta que integra a armazenagem a toda empresa</p><p>A sigla MRP significa Manufacturing Resource Planning, em inglês, ou, em português,</p><p>Planejamento de Recursos de Produção e, de acordo com Olivo (2013, apud DINIZ E</p><p>VIANNA, 2018, p. 04), surgiu em 1980 como uma evolução a ferramenta MRP e passou</p><p>a se integrar melhor com os demais departamentos “[...] através da avaliação de</p><p>demanda nas áreas de financeira, engenharia, pessoas e equipamentos, conseguindo</p><p>uma análise mais eficaz do planejamento de produção.”</p><p>Portanto, o MRPII age como uma extensão do MRP e integra, de acordo com Diniz e</p><p>Vianna (2018, p. 08) recursos como: “mão de obra, equipamentos e instalações, que</p><p>prevê uma sequência de cálculos, verificações e decisões, visando chegar a um plano</p><p>de produção que seja viável [...]”.</p><p>São diversas as vantagens no uso do MRPII como a redução de custo, de níveis de</p><p>estoque, na qualidade dos serviços prestados ao cliente, no cumprimento de prazos</p><p>de entrega e conforme apresenta Diniz e Vianna (2018, p. 08):</p><p>Os benefícios e vantagens na utilização do MRP II são relacionados à</p><p>redução de custos e níveis de estoque, melhorias nos serviços de</p><p>qualidade prestados ao cliente, comprometimento com os prazos na</p><p>entrega, maior coordenação e controle da produção e feedback dos</p><p>dados e controle online abrangendo toda a rapidez e agilidade de</p><p>resposta à demanda e melhorias na tomada de decisão rápida e</p><p>precisa para as atividades dentro organização.</p><p>94</p><p>Perceba um argumento que sempre volta: o sucesso do sistema de controle do</p><p>estoque depende não somente da sua robusta construção e teste, mas também que</p><p>esteja sendo executado e implementado por uma empresa que já opera de forma</p><p>integrada a sua logística. A informação que vai alimentar tal sistema deve ser lapidada</p><p>de forma que possa produzir relatórios fantásticos tão necessários ao processo de</p><p>tomada de decisão pelo gestor.</p><p>Dias (2010, p. 21) afirma que:</p><p>Para organizar um setor de controle de estoques, inicialmente</p><p>deveremos descrever seus objetivos principais, que são:</p><p>a) determinar “o que” deve permanecer em estoque: número de item;</p><p>b) determinar “quando” se devem reabastecer os estoques:</p><p>periodicidade;</p><p>c) determinar “quanto” de estoque será necessário para um período</p><p>predeterminado: quantidade de compra;</p><p>d) acionar o departamento de compras para executar aquisição de</p><p>estoque: solicitação de compras;</p><p>e) receber, armazenar e guardar os materiais estocados de acordo</p><p>com as necessidades;</p><p>f) controlar os estoques em termos de quantidade e valor; fornece</p><p>informações sobre a posição do estoque;</p><p>g) manter inventários periódicos para avaliação das quantidades e</p><p>estados dos materiais estocados;</p><p>h) identificar e retirar do estoque os itens obsoletos e danificados.</p><p>Não se deve buscar o sucesso sem planejamento, pois a sorte, quando tida como</p><p>estratégia empreendedora, tende a falhar e provocar grandes danos aos envolvidos,</p><p>restando ao gestor consciente planejar suas ações:</p><p>Existem diversos aspectos que devem ser definidos antes de se</p><p>montar um sistema de controle de estoques. O primeiro deles refere-</p><p>se aos diferentes tipos de estoque existentes na empresa. Outro diz</p><p>respeito aos diferentes critérios quanto ao nível adequado de estoque</p><p>que deve ser mantido para atender às suas necessidades. Um</p><p>terceiro ponto seria a relação entre o nível do estoque e o capital</p><p>necessário envolvido. (DIAS, 2010, p. 21):</p><p>Para Martins e Alt (2009 apud PAULINO E RABELO, 2018, p. 10), existem vários</p><p>indicadores de produtividade na análise e controle dos estoques, que são:</p><p>95</p><p>Inventário</p><p>físico</p><p>consiste na contagem física dos itens de estoque, pode ser feito</p><p>em qualquer empresa para auxiliar o fluxo de caixa que é</p><p>referente aos inventários. O inventário físico pode ser efetuado</p><p>de dois modos: periódico ou rotativo. Ele é periódico quando</p><p>em determinados períodos faz a contagem física de todos os</p><p>itens do estoque, e é chamado de rotativo quando há</p><p>permanência de contagem dos itens de estoque.</p><p>Acurácia dos</p><p>controles</p><p>ao terminar o inventário é possível calcular a acurácia dos</p><p>controles, ela mede a porcentagem de itens que está correto,</p><p>tanto em quantidade e quanto em valor.</p><p>Nível de</p><p>serviço ou</p><p>nível de</p><p>atendimento</p><p>ele indica quão eficaz foi o estoque para atender às solicitações</p><p>dos usuários, o nível de serviço será maior quando houver mais</p><p>requisições atendidas, nas quantidades e especificações</p><p>solicitadas.</p><p>Giro de</p><p>estoques</p><p>ele mede quantas vezes, por unidade de tempo, o estoque</p><p>renovou ou girou</p><p>Cobertura</p><p>de estoque</p><p>indica o número de unidades de tempo, ou seja, dias que o</p><p>estoque médio será suficiente para cobrir a demanda média</p><p>Demanda</p><p>versus</p><p>consumo</p><p>a demanda representa a vontade do consumidor em comprar</p><p>ou requisitar, essa vontade ou necessidade pode ser ou não ser</p><p>atendida plenamente. Se ela for atendida plenamente, pode-se</p><p>dizer que o consumo foi igual à demanda, e se a disponibilidade</p><p>do produto for insuficiente para atender à vontade ou</p><p>necessidade do consumidor, pode-se dizer que houve uma</p><p>demanda reprimida.</p><p>Localização</p><p>dos estoques</p><p>são uma forma de endereçamento dos itens estocados para</p><p>que eles possam ser facilmente localizados.</p><p>Redução de</p><p>estoques</p><p>para que haja a diminuição máxima do estoque de produtos</p><p>acabados, a empresa deve contar com um sistema de</p><p>distribuição eficaz, já os produtos de estoques em processo</p><p>96</p><p>podem ser reduzidos com a utilização de células de manufatura,</p><p>produção sincronizada e teoria das restrições</p><p>Sistemas de Controles de Estoques</p><p>Muito evoluiu no âmbito da armazenagem desde o ocorrido em Hiroshima e Nagasaki</p><p>para que hoje o gestor tenha ao seu dispor um aparato de apoio aos processos de</p><p>tomada de decisão, como os controles de estoque e sistemas informatizados</p><p>conectados. Segundo Fenerich (2016, p. 138): “os sistemas de controle de estoques</p><p>têm a função de equilibrar os custos de estoques e seus parâmetros fundamentais,</p><p>como quantidade mínima e máxima, tempo de reposição, custo de armazenagem e</p><p>custo de pedidos”.</p><p>A seguir, listamos os sistemas de controle de estoque conforme vários autores apud</p><p>Paulino e Rabelo (2018, p. 16-21):</p><p>97</p><p>Sistema duas</p><p>gavetas</p><p>Segundo Szabo, esse sistema consiste em guardar o material</p><p>em duas gavetas, sendo que primeiro é usado o material da</p><p>primeira gaveta e quando este acabar significa que está na</p><p>hora de fazer um pedido de renovação de estoque, e é</p><p>fundamental que o material guardado na segunda gaveta</p><p>dure até o novo pedido de renovação chegar.</p><p>Sistemas dos</p><p>máximos –</p><p>mínimos</p><p>Conforme Dias, o sistema de máximos – mínimos é usado,</p><p>quando existe uma dificuldade de determinação do</p><p>consumo e pelas variações do tempo de reposição, ele</p><p>também pode ser chamado de sistema de quantidades fixas.</p><p>Sistemas das</p><p>revisões</p><p>periódicas</p><p>Para Chiavenato, esse é o sistema de controle de estoque</p><p>em que a renovação é feita em períodos de tempo</p><p>previamente estabelecidos, ou seja, é o período ou intervalo</p><p>de tempo que define a renovação de estoque, onde cada</p><p>item do estoque tem o seu período de tempo calculado para</p><p>minimizar o custo de estocagem.</p><p>MRP</p><p>De acordo com Szabo, o MRP I (material requirements</p><p>planning – planejamento das necessidades de material) é um</p><p>sistema de controle de estoques de produtos cuja demanda</p><p>é dependente (depende da demanda de outro item).</p><p>Just in time</p><p>Segundo Chiavenato, sistema Just in Time (JIT) foi</p><p>desenvolvido na Toyota com o propósito de eliminar ou</p><p>reduzir desperdícios, onde toda a atividade que consome</p><p>recursos e que não agrega valor ao produto é considerada</p><p>um desperdício.</p><p>Sistema da</p><p>reposição</p><p>contínua;</p><p>De acordo com Martins e Alt, o sistema da reposição</p><p>contínua pode ser chamado de sistema do ponto de pedido</p><p>ou lote padrão, esse sistema é o mais utilizado nas 21</p><p>fábricas, ele consiste em disparar o processo de compra</p><p>quando o estoque de certo item atinge</p><p>um nível</p><p>previamente determinado.</p><p>98</p><p>Caixeiro</p><p>viajante</p><p>(Representante)</p><p>Segundo Martins e Alt, o caixeiro viajante consiste em um</p><p>vendedor visitar os clientes, e se tiver faltando mercadoria</p><p>no estoque o vendedor faz um acordo com o cliente fazendo</p><p>um novo pedido. Com a revolução das comunicações esse</p><p>sistema está desaparecendo.</p><p>Contrato de</p><p>Fornecimento</p><p>Segundo Martins E Alt, no contrato de fornecimento o</p><p>processo de compra é iniciado em função de uma</p><p>necessidade de produção, e quando o material é necessário</p><p>o próprio sistema do computador emite e envia uma ordem</p><p>de compra. Esse sistema está ganhando muita importância.</p><p>Perceba que os esforços para o controle do estoque são para cuidar bem de dois</p><p>clientes: o interno e o externo. Neste sentido, quando a empresa promove melhorias</p><p>nos processos de controle e avaliação do estoque, ela está buscando reduzir a um</p><p>mínimo aceitável a ocorrência de problemas internos para que nada de errado ocorra</p><p>com os pedidos de seus clientes externos.</p><p>99</p><p>09</p><p>Fundamentos Básicos de</p><p>Armazenagem</p><p>100</p><p>Que tal começar a falar de armazenagem diferenciando-a de estocagem? A</p><p>estocagem representa o acondicionamento com caráter mais permanente que a</p><p>armazenagem que, por sua vez, tem um sentido muito mais amplo e dinâmico, pois</p><p>se refere a todos os processos, equipamentos e pessoas, além do local – o armazém.</p><p>Pense na estocagem como algo mais relativo à proteção de algum material, sua</p><p>guarda, já a armazenagem, para Casadevante e Mújica (1974, p. 26) é como a</p><p>movimentação ao dizer que: “[...] tratam de etapas fundamentais do fluxo logístico,</p><p>isto é, da preparação, da colocação e do posicionamento dos materiais de forma que</p><p>os processos logísticos sejam facilitados.”</p><p>Armazenagem</p><p>Veja como armazenagem é muito mais do que colocar algo em uma prateleira:</p><p>envolve processos que se encaixam no fluxo da logística da empresa pois tão ágil e</p><p>seguro devem ser recebidos e sair para a produção. Para armazenar algo dentro de</p><p>um ciclo, um fluxo:</p><p>[...] um conjunto de funções de recepção, de descarga, de</p><p>carregamento, de arrumação e da conservação de matérias-primas,</p><p>mas este processo apenas produz resultados quando é realizada</p><p>uma operação com objetivo de acrescentar valor. (CASADEVANTE E</p><p>MÚJICA,1974, p. 26)</p><p>Para Rodrigues (2003, p. 59), armazenagem representa o ato de eficazmente gerenciar</p><p>um espaço em três dimensões proporcionando ao sistema logístico um ambiente</p><p>seguro, adequado à guarda dos materiais, permitindo sua rápida e fácil</p><p>movimentação. A integridade dos materiais é levada em conta ao se desenhar quais</p><p>técnicas e tecnologias serão utilizadas neste processo de armazenagem.</p><p>101</p><p>A Tecnologia aprimorando a Armazenagem</p><p>Existe um limite onde um excelente profissional da armazenagem pode promover um</p><p>armazém logisticamente integrado, conectado e apto a operar dentro da Indústria 4.0,</p><p>e atualmente não mais é viável fazer armazenamento sem o uso de alguma</p><p>tecnologia, sistemas, computadores, leitores de códigos de barras, como define</p><p>Soriano e Salgado Junior (2014, p. 199): “A tecnologia é ferramenta primordial para a</p><p>redução dos custos envolvidos no processo de armazenagem.”.</p><p>A automatização de processos é tamanha neste setor que existem armazéns que</p><p>funcionam exclusivamente com robôs, coletando materiais, compondo pedidos,</p><p>fechando e etiquetando caixas, enfim, a tecnologia permite uma armazenagem</p><p>otimizada, lean, com um mínimo de pessoal. Segundo Alves (2000, p. 154), “cada vez</p><p>mais as empresas buscam na Tecnologia da Informação (TI) alternativas para facilitar</p><p>o gerenciamento de suas atividades, visando aumentar o controle e obter</p><p>informações precisas”</p><p>Existe uma espécie de hub que integra todas as soluções que a empresa venha a</p><p>elencar em seu arsenal tecnológico logístico tornando seu armazenamento mais ágil e</p><p>dinâmico, e tal hub pode ser representado por sistemas como os WMS (Warehouse</p><p>Management System).</p><p>O WMS pode ser definido, segundo Rodrigues (2011 apud SORIANO E SALGADO</p><p>JUNIOR, 2014, p. 200), como a “integração entre hardware, software e equipamentos</p><p>periféricos para gerenciar o estoque, o espaço físico, os equipamentos utilizados na</p><p>movimentação interna, bem como auxiliar os colaboradores que nesta área atuam”.</p><p>Complementando, Banzato (2005 apud SORIANO E SALGADO JUNIOR, 2014, p. 200)</p><p>apresenta que tais ferramentas otimizam: “[...] atividades operacionais (fluxo de</p><p>materiais) e também as administrativas (fluxo de informação), atuando sobre o</p><p>recebimento, a estocagem, a separação de pedidos, a expedição e o inventário.”</p><p>Dentro do sistema logístico, os objetivos da armazenagem são, conforme Sampaio</p><p>(2015 apud GIMENES ET AL., 2018, p. 05):</p><p>102</p><p>[...] maximizar o uso dos espaços, facilitar o acesso aos itens do</p><p>depósito, proteger e abrigar os materiais, facilitar a movimentação</p><p>interna do depósito, maximizar a utilização de mão de obra e</p><p>equipamentos, minimizar os custos de uma rede logística definindo</p><p>as posições mais racionais para as edificações, baseada numa</p><p>previsão de demanda e um nível de serviço estabelecido,</p><p>dimensionamento do espaço Físico.</p><p>Sendo o contexto da armazenagem algo bastante global dentro da empresa e do ciclo</p><p>logístico, devemos considerar que a gestão da armazenagem, e não do armazém, tem</p><p>maior complexidade e, portanto, seu papel estratégico da gestão de armazenagem é:</p><p>a necessidade de espaço do armazém aumentou;</p><p>os custos operacionais estão aumentando mais rapidamente do que o ganho;</p><p>os custos da mão de obra mudaram significativamente;</p><p>o espaço disponível para realizar as atividades do armazém diminuiu;</p><p>o congestionamento está aumentando;</p><p>erros de expedição e outras medições de serviços diminuíram;</p><p>o tempo de ciclo de pedidos diminuiu significativamente;</p><p>as instalações externas estão sendo utilizadas;</p><p>ajustes de curto prazo são necessários;</p><p>as questões de gerenciamento e controle do estoque estão em alta. (BANZATO</p><p>ET AL., 2003, p. 80)</p><p>103</p><p>Acesse o link: Disponível aqui</p><p>Os pontos cegos da armazenagem</p><p>Para saber mais sobre armazenagem e estar conectado com as novas</p><p>soluções de como resolver pontos fracos em armazenagem, faço a</p><p>recomendação de leitura do artigo: “Seu armazém tem pontos cegos?” Este</p><p>artigo nos traz importantes informações sobre monitoramento de tecnologia</p><p>para de forma que a gestão de armazenamento e armazéns se torne mais</p><p>eficiente.</p><p>Claro que a armazenagem não é extremamente complexa em todas as empresas. Em</p><p>muitas delas, seu grau de importância em termos de dinamismo e velocidade de</p><p>processamento é menor e mais gerenciável. Empresas de menor porte logístico, ou</p><p>seja, que têm menor necessidade de processos complexos, equipamentos</p><p>extravagantes, para se tornarem mais competitivas, estão se fazendo valer das</p><p>melhores técnicas para serem cada vez mais eficientes. Assim, segundo Silva et al.</p><p>(2014, p. 03): “Dependendo do tipo da organização e do seu porte, o armazenamento</p><p>adquire maior ou menor importância e complexidade dentro do sistema.”.</p><p>Antes de prosseguir, temos que conceituar melhor o espectro de ações da</p><p>armazenagem para que ela se integre à empresa e não a domine; para que ela se</p><p>integre à logística e não a substitua. As atividades que compõem a armazenagem são</p><p>segundo Casadevante (1974, p. 46):</p><p>104</p><p>https://www.imam.com.br/logistica/noticias/armazenagem/3086-seu-armazem-tem-pontos-cegos</p><p>Recebimento</p><p>é o conjunto de operações que envolvem a identificação do</p><p>material recebido, analisar o documento fiscal com o pedido, a</p><p>inspeção do material e a sua aceitação formal.</p><p>Estocagem</p><p>é o conjunto de operações relacionadas à guarda do material. A</p><p>classificação dos estoques constitui-se em: estoque de produtos</p><p>em processo, estoque de matéria – prima e materiais auxiliares,</p><p>estoque operacional, estoque de produtos acabados e estoques</p><p>de materiais administrativos.</p><p>Distribuição</p><p>está relacionada à expedição do material, que envolve a</p><p>acumulação do que foi recebido da parte de estocagem, a</p><p>embalagem que deve ser adequada e assim a entrega ao seu</p><p>destino final. Nessa atividade normalmente precisa-se de nota</p><p>fiscal</p><p>de saída para que haja controle do estoque.</p><p>Fatores que Afetam a Armazenagem</p><p>Cada processo produtivo, cada produto acabado, cada matéria-prima, cada clima vai</p><p>exigir uma série de medidas a serem implementadas pelo responsável da gestão da</p><p>armazenagem, pois cada um dos fatores que influenciam no processo de fabricação e</p><p>prestação de serviços precisa ser endereçado e tratado, sob o risco de redução da</p><p>eficiência de princípios ativos, das especificações e das características de qualidade do</p><p>que se armazena.</p><p>105</p><p>Atacarejo e o armazém múltiplo</p><p>Primeiro, vamos ao termo “atacarejo”: designa o estabelecimento comercial</p><p>semelhante a um supermercado, mas onde comerciantes e pessoas físicas</p><p>podem comprar seus produtos favoritos em quantidades maiores com</p><p>desconto. Se você nunca foi a um atacarejo, eu explico: é como andar dentro</p><p>do estoque de uma indústria, ou melhor, é como andar em um</p><p>supermercado híbrido com um armazém gigantesco. Em um atacarejo, o</p><p>consumidor pode observar as prateleiras praticamente idênticas as de um</p><p>supermercado, mas com caixas e pallets a vista.</p><p>Seu desafio: Vá a um atacarejo e ande por todos os corredores e seções</p><p>observando e anotando algo que tem tudo a ver com esta unidade: como</p><p>diferentes produtos são mantidos dentro do atacarejo? Anote detalhes como</p><p>o tipo de prateleira ou banca, iluminação, altura do teto, temperatura,</p><p>qualquer característica que torne cada secção única diante das demais. A</p><p>ideia aqui é perceber como cada material é mandito de uma forma distinta</p><p>dependendo de suas características e ao visitar e observar um atacarejo</p><p>você perceberá tais diferenças.</p><p>Neste sentido, Casadevante (1974, p. 45) define que: “na armazenagem pode-se</p><p>considerar que intervém uma série de variáveis, as quais se denominam fatores. Estes</p><p>possuem uma influência específica para cada caso e têm um papel preponderante na</p><p>realização de uma boa armazenagem).”</p><p>Sobre os principais fatores e sua influência, temos:</p><p>106</p><p>Quadro 1 - Fatores que Afetam a Armazenagem.</p><p>Fonte: Casadevante, 1974, p. 72.</p><p>O</p><p>material</p><p>O material é destacado como o principal item da armazenagem.</p><p>Este pode ser diferenciado pela sua utilização, consumo, e</p><p>apresentação, bem como outras características especiais que</p><p>podem ser determinantes nas medidas a adaptar, devendo-se por</p><p>isso classificar os materiais tendo em conta diversos itens.</p><p>A espera</p><p>A espera é destacada como grande impulsionadora da</p><p>armazenagem. Esta se traduz na antecipação com que os materiais</p><p>devem ser colocados na empresa à espera de serem utilizados no</p><p>processo.</p><p>A</p><p>existência</p><p>A existência traduz-se na acumulação ou reunião de materiais em</p><p>situação de espera. Este conceito também se pode estender à</p><p>quantidade de cada material em espera num armazém.</p><p>O tráfego</p><p>O tráfego está incutido no processo de armazenagem, pois este</p><p>envolve a reunião de homens, máquinas e principalmente dos</p><p>materiais. O tráfego contém geralmente operações com:</p><p>Desacomodação; Carregamento; Movimentações internas do local;</p><p>Movimentações externas do local; Descarregamento; Colocações.</p><p>Um estoque, por mais que seja limpo e organizado, jamais fará as vezes de um</p><p>armazém no que diz respeito aos processos logísticos. A logística depende do</p><p>armazém eficiente, organizado e capaz de se integrar ao seu ciclo produtivo, de</p><p>movimentação e distribuição, por isso, Rodrigues (2010, p. 120) ainda define alguns</p><p>princípios essenciais na armazenagem:</p><p>107</p><p>Quadro 02 - Princípios da Armazenagem</p><p>Planejamento</p><p>No processo de planejamento analisa-se a área destinada a</p><p>armazenagem, averiguando se as condições físicas e técnicas</p><p>do local se adequam ao recebimento adequado do produto;</p><p>Flexibilidade</p><p>operacional</p><p>Destina-se a agilidade na operação, onde o foco principal</p><p>está na movimentação eficiente dos produtos, ou seja, um</p><p>arranjo físico adequado aos corredores, embarque e</p><p>desembarque dos produtos, e transito adequado dos</p><p>equipamentos e funcionários;</p><p>Simplificação</p><p>Promover a diminuição dos gargalos, a fim de simplificar os</p><p>processos de armazenagem e aumentar significativamente a</p><p>produtividade;</p><p>Integração</p><p>Projetar em conjunto concomitantemente as atividades</p><p>desse processo;</p><p>Aprimoramento</p><p>do espaço físico</p><p>Utilização das três dimensões existente, layout adequado</p><p>para melhor movimentação e estrutura capaz de suportar os</p><p>produtos sem danos;</p><p>Melhoria nos</p><p>equipamentos e</p><p>mão de obra</p><p>Proporcionar equipamentos em boas condições e</p><p>adequados a cada tipo de atividade e capacitação dos</p><p>funcionários ao padrão do sistema adotado;</p><p>Verticalização</p><p>Beneficiar dos espaços perpendiculares ao chão, a fim de</p><p>economizar na área;</p><p>Mecanização</p><p>Fazer análise custo benefício aos se obter equipamentos</p><p>mecanizados, analisando as reais exigências;</p><p>Automação</p><p>Avaliar a necessidade em relação ao custo-benefício de</p><p>automatizar o sistema de gerenciamento da armazenagem;</p><p>Controle Fazer relatórios constantes para ter controle das atividades,</p><p>108</p><p>Fonte: Adaptado RODRIGUES (2010, p. 120)</p><p>suprindo necessidades que aparecerem e solucionar</p><p>possíveis erros;</p><p>Segurança</p><p>Aderir sistemas que assegurem tanto à integridade física do</p><p>local, como dos produtos armazenados e dos funcionários.</p><p>Fica claro que existe um grande propósito em desenvolver o armazenamento em uma</p><p>empresa. Quando o gestor for pensar em melhorar sua armazenagem, deverá</p><p>começar avaliando se as mudanças que pretende fazer vão atender ao objetivo da</p><p>empresa, quais técnicas pretende utilizar e como vai integrar seu armazenamento aos</p><p>demais processos e departamentos.</p><p>Não podemos deixar de concluir nesta aula que as especificidades dos materiais</p><p>devem ser atendidas pela moldagem que se dará ao armazém. Aqui, o gestor deve</p><p>pensar que quanto melhor tratar os materiais, menos vai perder, mais rápidos serão</p><p>os ciclos produtivos e logísticos e, com isso, tanto a produção quanto os clientes se</p><p>beneficiarão.</p><p>109</p><p>10</p><p>Tipos de Armazenagem</p><p>110</p><p>Para quem absorveu o conteúdo sobre armazenagem, fica claro que não mais se trata</p><p>de estocagem, de algo mais estático e permanente – pelo contrário: o bom armazém é</p><p>bastante movimentado.</p><p>A origem do termo armazém vem do termo árabe al-mahazán, que significa “sótão”, e</p><p>hoje é onde estão acondicionados todos os tipos de materiais que a empresa</p><p>necessita para a sua operação.</p><p>Os armazéns têm tanta relevância que para algumas empresas, como as</p><p>distribuidoras, representa a maior parte de sua operação e, por diversos motivos, sua</p><p>constituição deve ser tal que não só abrigue seus materiais, mas que os mantenha em</p><p>condições ideais de uso pelos processos produtivos e administrativos. Segundo Pozo</p><p>(2010, p. 11) o armazenamento é um processo que:</p><p>[...] envolve administração dos espaços necessários para manter os</p><p>materiais estocados. Esta atividade envolve fatores como localização,</p><p>arranjo físico, equipamentos de movimentação e grande necessidade</p><p>de recursos financeiros e humanos. Seus custos podem absorver de</p><p>10 a 40% das despesas logísticas, porém, se bem administrada,</p><p>agrega valor ao produto, se diferenciando no atendimento aos</p><p>clientes.</p><p>111</p><p>Tipos de Armazenagem</p><p>Dependendo da operação da empresa, seu mercado consumidor e do que necessita</p><p>armazenar, esse processo pode apresentar grande complexidade ou grande</p><p>simplicidade. O grau de complexidade da estrutura de armazenamento, dos</p><p>equipamentos, sistemas e pessoal será sempre determinado pelas características</p><p>específicas de cada material. A seguir, podemos observar algumas das características</p><p>que tornam complexa a gestão de materiais:</p><p>Fragilidade;</p><p>Combustibilidade;</p><p>Volatizarão;</p><p>Oxidação;</p><p>Explosividade;</p><p>Intoxicação;</p><p>Radiação;</p><p>Corrosão;</p><p>Inflamabilidade;</p><p>Volume;</p><p>Peso;</p><p>Forma. (VIANA, 2010, p. 314).</p><p>Como não existe nenhuma empresa que opere isolada do meio externo (afinal, onde</p><p>anunciaria e venderia seus produtos e serviços?), o armazenamento também depende</p><p>dos fatores que são externos. Portanto, todo modelo de armazenagem projetado</p><p>deverá incorporar elementos das características dos materiais sem deixar de lado</p><p>questões tais como geografia, condições climáticas e de distribuição e escoamento</p><p>da</p><p>mercadoria.</p><p>112</p><p>A fragilidade dos materiais</p><p>O transporte e armazenamento de itens frágeis requer maior cuidado do</p><p>que itens mais robustos, fato é que as embalagens destes materiais são</p><p>mais complexas e contém diversos recursos de absorção de impacto como</p><p>isopor, bolsas de ar e muito mais. Mas em muitas empresas os recursos</p><p>para a movimentação de materiais frágeis são considerados caros demais e</p><p>com isso não são implementados, fazendo com que a equipe desenvolva</p><p>suas próprias soluções ou que aceite certos níveis de avarias e perdas de</p><p>produtos.</p><p>Sua tarefa: busque na sua empresa ou em algum distribuidor as principais</p><p>estratégias de cuidados com a movimentação de materiais frágeis. Verifique</p><p>se a empresa utiliza equipamentos que previnem danos aos materiais e</p><p>pergunte sobre quantas eram as ocorrências de danos antes da sua</p><p>implementação. Você pode fazer sua investigação mesmo que a empresa</p><p>não movimente materiais frágeis, pois o que nos interessa é a relação entre</p><p>o desempenho da prevenção de danos aos materiais com ou sem o uso de</p><p>equipamento especializado.</p><p>De acordo com Viana (2010, p. 314):</p><p>Os materiais sujeitos à armazenagem complexa demandam, entre outras, as</p><p>seguintes necessidades básicas:</p><p>Preservação espacial;</p><p>Equipamentos especiais de preservação de incêndios;</p><p>Equipamentos de movimentação espaciais;</p><p>Meio ambiente especiais;</p><p>113</p><p>Estrutura de armazenagem especial;”</p><p>Manuseio especial, por intermédio de EPIs (Equipamentos de proteção individual</p><p>adequados)</p><p>A armazenagem deverá seguir a estrutura do que pretende armazenar, será seu guia</p><p>e, para isso, o gestor deve compreender todas as especificidades dos materiais que</p><p>necessita em sua operação: se o material é muito leve ou muito pesado; se possui</p><p>dimensões exageradas ou diminutas; se fica bem acondicionado em um pallet ou</p><p>direto na prateleira.</p><p>Além das características inerentes aos materiais, o gestor deve levar em conta que a</p><p>somatória dos materiais demandará uma metragem de espaço específica, a</p><p>necessidade de prateleiras simples ou industriais, sistemas de correias</p><p>transportadoras, empilhadeiras e paleteiras compondo sua estrutura ideal.</p><p>E não para por aí, as necessidades de segurança aumentam muito dependendo do</p><p>tipo e do valor do material, assim como as necessidades de adequações do espaço ao</p><p>fluxo de materiais e o acesso do modal de transporte utilizado. Além disso, as</p><p>necessidades do sistema produtivo poderão exigir layouts específicos.</p><p>Armazenamento de In�amáveis</p><p>Há pouco falamos sobre as câmaras frias e como elas são uma escolha melhor do</p><p>distribuidor do que pequenos refrigeradores, mas e quando o material a ser</p><p>armazenado é inflamável? A empresa pode decidir o nível de cuidado que será</p><p>dispensado ao seu armazenamento?</p><p>Bem, por se tratar de material que oferece claro risco à saúde e à integridade física</p><p>das pessoas, a empresa deve seguir normativas tais como a NR 20, nomeada</p><p>Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis e conforme</p><p>apresenta Lopes (2015 apud CICCOTTI, 2018, p. 03):</p><p>Os procedimentos de segurança e saúde no trabalho com inflamáveis</p><p>e combustíveis são regidos pela Norma Regulamentadora (NR) 20 do</p><p>Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Essa norma, juntamente</p><p>com outras voltadas para estas atividades, tem o intuito de obter</p><p>preservação da saúde do trabalhador no exercício de suas funções, e</p><p>também a implementação de medidas que possibilitem uma melhor</p><p>eficiência na gestão de atividades de alto risco.</p><p>114</p><p>A NR 20, bem como tantas outras, foi criada pelo Ministério do Trabalho e visa, antes</p><p>de qualquer efeito, promover a saúde e a segurança do trabalhador, dos demais</p><p>colaboradores e da comunidade que cerca a fábrica. De acordo com Ciccotti (2018, p.</p><p>03): “Sua implantação é obrigatória a todas as empresas públicas ou privadas no qual</p><p>possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).”</p><p>Como todo procedimento normatizado, a NR 20 apresenta:</p><p>[...] requisitos mínimos para a gestão da segurança e saúde no</p><p>trabalho contra os fatores de risco de acidentes provenientes das</p><p>atividades de extração, produção, armazenamento, transferência,</p><p>manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis. Sua</p><p>abrangência é aplicável nas atividades que:</p><p>a) extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e</p><p>manipulação de inflamáveis, nas etapas de projeto, construção,</p><p>montagem, operação, manutenção, inspeção e desativação da</p><p>instalação;</p><p>b) extração, produção, armazenamento, transferência e manuseio de</p><p>líquidos combustíveis, nas etapas de projeto, construção, montagem,</p><p>operação, manutenção, inspeção e desativação da instalação.</p><p>(CICOTTI, 2018, p. 03)</p><p>Nos casos em que a atividade de armazenamento recebe norma, o treinamento dos</p><p>colaboradores deve ser de qualidade e atualizado constantemente. Usando como</p><p>exemplo os postos de combustível, fica claro que é preciso estabelecer</p><p>procedimentos operacionais e normas que promovam a segurança de todos e da</p><p>comunidade (RACHO, 2017 apud CICOTTI, p. 03, 2018).</p><p>115</p><p>Como se armazena carne bovina em um distribuidor? Em uma empresa que</p><p>mantém largo estoque de grandes peças bovinas, é de se esperar que a</p><p>armazenagem seja feita construindo uma grande câmara fria ao invés de se</p><p>utilizar refrigeradores menores, pois tal material perecível requer tanto a</p><p>baixa temperatura quanto facilidade de transporte e circulação. Em um</p><p>supermercado, a carne bovina se encontra fracionada em porções pequenas</p><p>ao consumidor final, mantém-se o refrigerador, mas em escala menor e,</p><p>com isso, o custo da estrutura é também menor.</p><p>Não existe um modelo de armazenagem indicado especificamente a algum tipo de</p><p>material, pois, via de regra, além dos materiais as empresas possuem peculiaridades</p><p>em suas operações, e por isso o tipo ideal de armazenagem é uma composição de</p><p>diversos modelos e estratégias diferentes.</p><p>Os tipos de armazenagem por arranjo físico mais utilizados são:</p><p>Armazenagem por grupo - esse critério facilita as tarefas de arrumação e busca, mas</p><p>nem sempre permite o melhor aproveitamento do espaço.</p><p>Armazenagem por tamanhos (acomodabilidade) - esse critério permite bom</p><p>aproveitamento do espaço.</p><p>Armazenagem por frequência - Esse critério implica em armazenar tão próximo</p><p>quanto possível da saída, os materiais que tenham maior frequência de movimento.</p><p>Armazenagem especial - por meio desse critério, destacam-se:</p><p>Ambiente climatizado: destina-se a materiais cujas propriedades físicas exigem</p><p>tratamento especial;</p><p>Infamáveis: os produtos inflamáveis devem ser armazenados em ambientes</p><p>próprios e isolados, sob rígidas normas de segurança.</p><p>116</p><p>“Independentemente, de qualquer critério ou consideração quanto à seleção de</p><p>método de armazenamento, é oportuno salientar a conveniência a respeito às</p><p>indicações contidas nas embalagens em geral, por meio de símbolos convencionais</p><p>que indicam os cuidados a serem seguidos no manuseio, transporte e armazenagem,</p><p>de acordo com a carga contida. A figura a seguir demonstra alguns avisos de</p><p>advertência mais conhecidos:</p><p>Armazenagem em área externa - Devido a sua natureza, muitos materiais podem</p><p>ser armazenados em áreas externas, contíguas ao almoxarifado, o que diminui os</p><p>custos e em paralelo, amplia o espaço interno para materiais que necessitam de</p><p>proteção em área coberta. [...] podem ser colocados nos pátios externos do</p><p>117</p><p>Fonte: Viana (2010, p. 314)</p><p>Almoxarifado, além de materiais a granel, tambores e contentores, peças fundidas,</p><p>chapas de metal e outros. O uso de contentores viabiliza a armazenagem externa à</p><p>medida que protege os materiais ali contidos.</p><p>Coberturas alternativas - A escassez de área e o custo de construção são dois</p><p>componentes significativos na determinante de um almoxarifado. [...] a utilização de</p><p>coberturas plásticas, as quais possuem vantagem de dispensar fundações, permite a</p><p>guarda de materiais ao menor custo de armazenagem.</p><p>Quando evita utilizar uma solução de armazenamento genérica e parte para uma</p><p>solução mais customizada, a empresa está determinando sua prioridade e o quanto</p><p>seu estoque</p><p>é estratégico ao seu modelo de negócio. Essa complexidade indica que é</p><p>uma boa ideia a empresa buscar uma consultoria pra criar um projeto de</p><p>armazenagem que cubra com qualidade todas as necessidades de seus materiais.</p><p>Acesse o link: Disponível aqui</p><p>Para saber mais sobre armazenagem de matérias e suas especificidades,</p><p>faço a recomendação de leitura do artigo: “Onde é guardado o lixo nuclear</p><p>das usinas brasileiras?” Este artigo traz uma interessante abordagem sobre</p><p>o armazenamento de lixo nuclear, um armazenamento complexo e de que</p><p>deve respeitar inúmeros protocolos para que seja feito de forma eficiente.</p><p>118</p><p>https://super.abril.com.br/mundo-estranho/onde-e-guardado-o-lixo-nuclear-das-usinas-brasileiras/</p><p>11</p><p>Vantagens e Desvantagens</p><p>do Armazenamento</p><p>119</p><p>Muitos gestores e proprietários de empresas dizem que manter estoque representa</p><p>um custo muito grande o que os faz temer ter que partir para tal estratégia. E quando</p><p>falamos de armazenagem, que envolve muito mais que estocar materiais, o gestor</p><p>terá outros custos a considerar e com isso sua reação tende a ser ainda mais</p><p>negativa.</p><p>Não podemos generalizar! Ter ou não ter que fazer armazenagem depende de</p><p>diversos fatores tais como o mercado de atuação da empresa, do seu fluxo de vendas,</p><p>da capacidade de entregas no prazo por seu fornecedor, enfim, em muitos casos o</p><p>gestor se vê obrigado a ter estoque e armazenar materiais que darão fluxo ao seu</p><p>negócio.</p><p>Claro que em muitos casos, também, se for opção do gestor em manter estoque ou</p><p>não, significa que optar por uma ou outra abordagem será uma questão de estratégia</p><p>empresarial. Sabemos que ter estoque, a tal da “pronta entrega”, agrega muito valor</p><p>em situações de varejo, ao passo que ter um estoque mínimo faz bastante sentido em</p><p>empresas de produção em massa que necessitam investir também em outros</p><p>projetos.</p><p>Vantagens de Armazenar</p><p>Antes de o artesanato virar manufatura, e da manufatura dar lugar às máquinas, o</p><p>armazenamento já beneficiava as empresas – há registros bíblicos de que José do</p><p>Egito construiu os primeiros sistemas de armazenamento, e sua inspiração para a</p><p>criação do sistema veio de um sonho do Rei que lhe apresentava o futuro com sete</p><p>anos de fartura seguidos por sete anos de escassez.</p><p>Com essa revelação em mente, José do Egito tratou de construir um sistema de</p><p>armazenagem para mantimentos e, nesse espaço, colocou materiais importantes</p><p>durante os sete anos de abundância para ter como sobreviver nos momentos de</p><p>fome nos sete anos seguintes.</p><p>Um caso moderno que se encaixa bem no que passou José do Egito está nos</p><p>produtores de acessórios de higiene e banho que utilizam como matéria-prima a</p><p>bucha vegetal. O problema desse material não está na fragilidade, uma vez que é bem</p><p>120</p><p>resistente ao ponto de ser utilizado como abrasivo em buchas de banho, e seu</p><p>armazenamento não requer nada de especial, mas o problema é a sazonalidade de</p><p>sua produção.</p><p>A forma com que muitos fabricantes desses acessórios de banho que utilizam bucha</p><p>vegetal encontraram para vencer a sazonalidade foi justamente o armazenamento de</p><p>grandes quantidades que chegam a suprir um semestre de produção.</p><p>No quadro a seguir, teremos outras vantagens além da mitigação do problema da</p><p>sazonalidade, em que Casadevante (1974, p. 28) nos aponta algumas vantagens em</p><p>investimentos de armazenagens, segue abaixo:</p><p>121</p><p>Redução de</p><p>risco de</p><p>acidente e</p><p>consequente</p><p>aumento da</p><p>segurança</p><p>As boas condições ambientais e disposição organizada de</p><p>materiais melhoram a segurança diminuindo os riscos de</p><p>acidentes.</p><p>Satisfação e</p><p>aumento da</p><p>motivação dos</p><p>trabalhadores</p><p>Com a diminuição de acidentes, ambientes mais seguros e</p><p>organizados facilitam e agilizam as operações, e os</p><p>trabalhadores ficam mais satisfeitos e motivados.</p><p>Incremento na</p><p>produção e</p><p>maior utilização</p><p>da tecnologia</p><p>A possibilidade de otimizar as operações e a manutenção</p><p>organizada do estoque armazenado, a implantação de</p><p>ferramentas tecnológicas, não somente se torna possível,</p><p>como facilitada.</p><p>Melhor</p><p>aproveitamento</p><p>do espaço</p><p>Aproveitando ao máximo o volume de armazenamento</p><p>disponível.</p><p>Redução dos</p><p>custos de</p><p>movimentações</p><p>bem como das</p><p>existências</p><p>Permite economias em grande escala com o</p><p>aperfeiçoamento dos processos, administração mais</p><p>competente das informações, aumento da qualidade dos</p><p>serviços, um melhor gerenciamento de inventários, melhoria</p><p>nas técnicas de manuseio e movimentação de materiais,</p><p>agilidade de pedidos e metodologia de estocagem.</p><p>Facilidade na</p><p>fiscalização do</p><p>processo e</p><p>consequente</p><p>diminuição de</p><p>erros</p><p>Uma vez organizado os estoques na forma de uma</p><p>armazenagem adequada, e com a implantação de sistemas</p><p>inteligentes de gestão, a fiscalização se torna viável, e dessa</p><p>forma possível o gerenciamento de erros.</p><p>Redução de</p><p>perdas e</p><p>Permite que as tendências de mercado sejam monitoradas</p><p>com seus compradores, o que possibilita uma estocagem de</p><p>122</p><p>Fonte: Adaptado de Casadevante (1974, p. 28)</p><p>inutilidades produtos para determinados ciclos de compra.</p><p>Versatilidade</p><p>perante novas</p><p>condições</p><p>Com a utilização de um sistema de armazenagem, é possível</p><p>uma adequação das empresas a novas condições. As</p><p>mudanças podem ser feitas com maior facilidade.</p><p>Se a empresa tem uma estrutura muito mais voltada ao estoque do que à</p><p>armazenagem, manter estoque é algo vantajoso, pois os custos logísticos serão</p><p>menores que em outras situações. Outro ponto indiscutível em relação à vantagem</p><p>em se armazenar materiais como produtos acabados e matéria-prima está no fato de</p><p>que isso permite à empresa um melhor controle da oferta e da procura – sem deixar</p><p>de mencionar que existe muita economia envolvida na compra de lotes maiores pela</p><p>redução do frete por produto, pelo custo menor do lote e pela agilidade no processo</p><p>de armazenagem.</p><p>Portanto, se a empresa tem caixa para dedicar à composição do estoque e deseja</p><p>aproveitar e antecipar sua demanda por certos materiais, pode optar por armazenar</p><p>tal material e, com isso, em um lote só resolver questões como frete, procedimentos</p><p>de armazenamento, demais procedimentos operacionais feitos em uma só entrada e</p><p>ainda conseguir descontos por comprar lote maior.</p><p>123</p><p>Existe muita vantagem operacional em se ter um bom estoque e vou lhe dar um</p><p>exemplo pessoal: já contei que há alguns anos trabalhei em uma distribuidora de</p><p>cosméticos como encarregado do estoque, e costumávamos receber uma entrega por</p><p>mês.</p><p>Por se tratar de distribuidora exclusiva a entrega era sempre bem grande e não era</p><p>paletizada, portanto, o processo de retirar caixa por caixa do caminhão levava um dia</p><p>inteiro de trabalho, e organizar tudo no seu devido lugar levava mais outro dia. As</p><p>operações não eram interrompidas durante esses procedimentos, mas em diversas</p><p>ocasiões a empresa contratava freelances para ajudar no descarregamento da</p><p>entrega, e mesmo com ajuda extra, a operação sempre ocorria em ritmo mais lento</p><p>que nos demais dias.</p><p>Imagine os benefícios se a empresa tivesse a possibilidade de comprar um lote duas</p><p>vezes maior que o de costume e com isso ficar dois meses sem receber nova carga?</p><p>Podemos imaginar que a encomenda maior tomaria mais tempo para ser processada,</p><p>mas não seria o equivalente a duas entregas – e isso daria um melhor desempenho</p><p>operacional ao estoque.</p><p>Acesse o link: Disponível aqui</p><p>Para saber mais sobre as vantagens de desenvolver a armazenagem de</p><p>materiais para indústrias, faço a recomendação de leitura do artigo: “Os</p><p>Impactos Da Armazenagem Própria no Custo de Transporte de Curta</p><p>Distância: Um Estudo de Caso em Uma Indústria Química”. O artigo analisa</p><p>os impactos que a mudança do modelo de armazenagem pode acarretar em</p><p>uma indústria de médio porte do segmento químico.</p><p>124</p><p>https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/5968639.pdf</p><p>Desvantagens em Armazenar</p><p>Indo direto ao ponto, grande parte das desvantagens do armazenamento está na sua</p><p>má gestão ou na ausência de recursos diversos tais com financeiro, espaço, pessoal,</p><p>etc. Krippendorff (1972, p. 24) nos aponta algumas desvantagens em investimentos de</p><p>armazenagens, segue abaixo:</p><p>Custo</p><p>Financeiro</p><p>com:</p><p>Moura (2005 apud JACINTO, HEIT, SOUZA E RODRIGUES 2011, p. 03):</p><p>8</p><p>As atividades logísticas envolvem, segundo Moura (2005): transporte,</p><p>estocagem, estocagem do material de consumo e manutenção,</p><p>embalagem, movimentação de materiais, atendimento ao pedido,</p><p>previsão de estoques, planejamento da produção, suprimentos,</p><p>serviço ao cliente, localização, controle de estoque/inventários,</p><p>produção, controle de qualidade, distribuição física e segurança.</p><p>Fica claro que temos uma boa caminhada pela frente e que, ao tratar os temas</p><p>estoque, armazenagem e movimentação, vamos cobrir o coração da logística,</p><p>principalmente no que diz respeito às operações do varejo e como este tripé é capaz</p><p>de promover tanta agilidade como visto hoje.</p><p>Armazenamento</p><p>O termo armazenamento por si só já exprime grande parte de seu significado, mas</p><p>dependendo da empresa, as proporções do que se armazena são muito grandes e/ou</p><p>o cuidado com o tipo de material representa que armazenagem também é cuidado e</p><p>investimento em qualidade e vai impactar, mesmo que indiretamente, na experiência</p><p>do consumidor final.</p><p>Se você ficou curioso sobre qual o impacto que a armazenagem pode ter em relação</p><p>ao cliente e rapidamente lembrou que dentro dos armazéns produtos podem ser</p><p>danificados de diversas maneiras, é isso mesmo: o acondicionamento do produto</p><p>pode destruir todos os esforços que a fábrica se empenhou em empregar e são</p><p>relativos a problemas de manuseio, empilhamento acima do recomendado, condições</p><p>climáticas como temperatura, humidade, contaminação com outros produtos, etc.</p><p>Antes denominado almoxarifado, o termo armazenagem veio a ser amplamente</p><p>utilizado depois de 1953, como apresentam Jacinto et al. (2011, p. 04):</p><p>9</p><p>No final da década de 1960, empresas de grande porte nos Estados</p><p>Unidos da América deram importância ao controle de material. Nos</p><p>anos 1970 cresceram os armazéns e nos anos 1980 surgiu a filosofia</p><p>de estoque zero, o conceito Toyota para controle de inventário.</p><p>Até um pouco antes do final da primeira guerra mundial o método de</p><p>movimentação de materiais mais comum nos armazéns era manual.</p><p>Durante a segunda guerra mundial as empilhadeiras e paletes de</p><p>madeira foram introduzidos, ampliando o conceito de utilização de</p><p>espaço e provocando a movimentação mais rápida de mercadorias.</p><p>No decorrer desta disciplina vamos gradativamente aprofundar os conceitos sobre</p><p>armazenagem e estoque, mas é necessário preparar o terreno e com isso vamos</p><p>compreender melhor a diferença conceitual entre armazenagem e estocagem, de</p><p>acordo com Moura (2005, p. 20, apud JACINTO, HEIT, SOUZA E RODRIGUES 2011, p.</p><p>04);</p><p>Armazenagem é a denominação genérica e ampla que inclui todas as</p><p>atividades de um ponto destinado à guarda temporária e à</p><p>distribuição de materiais (depósitos, almoxarifados, centros de</p><p>distribuição, etc.) e estocagem é uma das atividades do fluxo de</p><p>materiais no armazém e o ponto destinado à locação estática dos</p><p>materiais. Dentro de um armazém podem existir vários pontos de</p><p>estocagem. A estocagem é uma parte da armazenagem.</p><p>Sendo armazenamento o ato de cuidar de algo físico como produtos acabados, e</p><p>também lógico como dados de um sistema informatizado e estoque é, segundo</p><p>Ballou (2006, p. 271): “[...] acumulações de matérias primas, suprimentos,</p><p>componentes, materiais em processo e produtos acabados que surgem em</p><p>numerosos pontos do canal de produção e logística das empresas.”</p><p>A armazenagem é de fato extremamente estratégica para a empresa,</p><p>independentemente do ramo de atuação, embora quando muitos gestores observam</p><p>os valores em mercadorias contidos em seu comando, em sua armazenagem,</p><p>costumam perder noites de sono. Mas fato é que não se produz nada sem um</p><p>armazém repleto de insumos e matéria-prima, e o problema está na quantidade que</p><p>se deve manter.</p><p>10</p><p>Estoque</p><p>A logística tem um de seus braços mais fortes no estoque, afinal, como continuar</p><p>uma cadeia de suprimentos sem estoque? Aqui, o lema é equilíbrio, considerando</p><p>históricos de venda, capacidade produtiva e momento atual do   mercado dentre</p><p>outros elementos para conseguir chegar ao montante de estoque ideal, sem sobras e</p><p>sem excessos.</p><p>Com esse argumento, fica fácil entender por que o estoque deve ser o setor da</p><p>empresa mais movimentado, não é? Um estoque bem constituído e dimensionado</p><p>está em constante movimentação e renovação, e isso ajuda a empresa a ter mais</p><p>oportunidades de negócio e consequentemente mais lucro.</p><p>11</p><p>Leia o artigo completo em: Disponível aqui</p><p>Situações da Gestão de Estoque em um Supermercado</p><p>Quanto maior o número de itens no portfólio da empresa maiores serão os</p><p>desafios da gestão do estoque. Imagine o que isso representa em um</p><p>supermercado com milhares de itens! Não tem segredo: é preciso muita</p><p>gestão, eficiente e eficaz ao ponto de deixar as prateleiras sempre cheias. De</p><p>acordo com Marchon et al.(2018, p. 2), “um objetivo relevante da gestão de</p><p>estoques é equilibrar o nível de estoque da empresa com o nível de</p><p>demanda dos clientes, atendendo tanto aos seus interesses quanto aos da</p><p>empresa.”</p><p>Em um supermercado, os desafios da gestão de estoques são maiores que</p><p>em muitos outros casos devido à enorme quantidade de itens, do volume de</p><p>estoque de cada item e também do elevado fluxo de vendas, e com isso não</p><p>é de se estranhar que existam momentos nos quais as prateleiras ficam</p><p>momentaneamente vazias.</p><p>A esse momento em que as prateleiras se encontram desabastecidas,</p><p>damos o nome de ruptura – algo extremamente danoso à imagem do</p><p>supermercado perante seus clientes. A ruptura ocorre por vários motivos,</p><p>desde promoções com elevados descontos até má gestão da reposição e do</p><p>próprio estoque.</p><p>12</p><p>https://core.ac.uk/download/pdf/268396525.pdf</p><p>Que tal uma experiência sobre ruptura?</p><p>Leia o artigo acima indicado para saber as formas com que o autor resolveu</p><p>o problema de estoque do supermercado estudado, mas investigue você</p><p>mesmo algum caso de ruptura em supermercado para saber se ocorreu por</p><p>falta de mão de obra ou de estoque ou se foi devido a alguma promoção e</p><p>indique ao gestor quais formas ele pode atacar e resolver o problema! Mais</p><p>uma coisa: pergunte a amigos e familiares se eles já encontraram prateleiras</p><p>vazias e o que fizeram, se deixaram o supermercado ou se compraram</p><p>algum produto similar/substituto.</p><p>Existe uma medida certa para o tamanho do estoque, embora alguns modelos</p><p>modernos de gestão de empresa coloquem sempre este tamanho num mínimo</p><p>possível, o que nos leva a falar de Kiichiro Toyoda, fundador da Toyota, e do modelo</p><p>lean que ele desenvolveu para sua montadora e que ainda hoje representa</p><p>vanguarda e inovação tanto em gestão empresarial quanto em gestão de estoque,</p><p>como define Zorzo (2015, p. 10):</p><p>Esse modelo foi inspirado pelo modelo de produção adotado pelo</p><p>modelo de produção adotado pela Toyota. De acordo com os</p><p>gestores do modelo lean, o estoque deve ser evitado a qualquer</p><p>custo, pois ele disfarça os problemas do sistema, fazendo que os</p><p>administradores se tornem tolerantes à situação.</p><p>Bem, se depender de Toyoda, lean significa estoque praticamente zero, ou melhor:</p><p>insumos e matéria-prima indo direto para a produção, sem ficarem parados</p><p>acumulando poeira. Interessante, mas aqui o gestor não fará a gestão do estoque, e</p><p>sim dos materiais nele contidos, assim como salienta Zorzo (2015, p. 08):</p><p>13</p><p>A gestão de materiais é essencial para o funcionamento saudável de</p><p>uma empresa. Somente por meio dela ficamos sabendo o que</p><p>devemos manter em estoque, quando e quanto devemos reabastecer</p><p>e o que deve ser retirados dos estoques por não ser mais necessário.</p><p>Além disso, ela inclui o acionamento dos departamentos que cuidam</p><p>das compras, da produção, dos recebimentos, dos estoques e da</p><p>distribuição de produtos aos clientes.</p><p>Para estocar materiais e produtos, podemos fazer uso de armazéns e depósitos, por</p><p>exemplo. Gasnier (2011 apud ZORZO, 2015, p. 08) cita sete princípios fundamentais</p><p>relacionados ao estoque:</p><p>14</p><p>01</p><p>Princípio do</p><p>estoque como</p><p>sistema</p><p>Em qualquer parte da cadeia de abastecimento, é</p><p>possível entender o estoque como um processo</p><p>Descrição</p><p>Juros</p><p>Os materiais armazenados estão sujeitos a capitais os quais</p><p>se traduzem em juros a pagar;</p><p>Espaço</p><p>A armazenagem requer a ocupação de recintos próprios ou o</p><p>aluguel que se traduz em rendas;</p><p>Perdas e</p><p>Substituições</p><p>A mercadoria armazenada tem prazos de validade que</p><p>devem ser respeitados;</p><p>Pessoal A armazenagem requer serviços administrativos;</p><p>Equipamentos</p><p>e Sistemas</p><p>Um armazém de grandes dimensões implica elevados custos</p><p>de movimentações;</p><p>Maquinário</p><p>especializado</p><p>Um armazém de grande porte necessita de máquinas com</p><p>tecnologia.</p><p>125</p><p>Grande parte dos problemas ou desvantagens da armazenagem são, na</p><p>verdade, desafios inerentes ao processo de armazenagem, e com isso</p><p>podem ser mitigados, eliminados. Quando a empresa desenvolve um</p><p>projeto para um sistema de armazenamento logístico, ela roteiriza, cria</p><p>processos para as diferentes etapas do procedimento de recepção,</p><p>acondicionamento e movimentação dos materiais, e com isso transforma</p><p>qualquer problema em uma fonte de inovação.</p><p>O Custo da Armazenagem: uma Desvantagem</p><p>Um tema que me agrada muito é o do empreendedorismo, mas algo que ainda me</p><p>causa estranheza é o fato de que muitos MEIs, microempreendedores, proprietários</p><p>de pequenos estabelecimentos de bairro não estão a par do que estamos discutindo</p><p>nestas unidades sobre armazenamento.</p><p>O ponto que me causa grande preocupação é a falta de valorização do estoque e de</p><p>investimentos na estrutura de armazenamento que sempre apresenta a desculpa do</p><p>custo. Mas o pequeno gestor deixa de avaliar o custo das perdas frequentes por ter</p><p>um armazenamento deficiente e pior: tais custos de suas perdas costumeiramente</p><p>passam do valor de algumas boas soluções.</p><p>Sim, não podemos deixar de ter como perspectiva que uma das desvantagens do</p><p>armazenamento de materiais é o alto custo que isso implica, obviamente quando</p><p>feito de acordo com as necessidades da empresa, do material, e de acordo com Sage</p><p>(2018, on-line) podemos definir o custo da armazenagem como:</p><p>126</p><p>[...] múltiplos fatores influenciam o chamado custo de armazenagem,</p><p>que nada mais é do que o preço que se paga para manter produtos</p><p>armazenados por um determinado período. Podemos resumir,</p><p>portanto, custo de armazenagem como todo o valor gasto com um</p><p>produto ou matéria-prima a partir do momento que ele é</p><p>armazenado no estoque.</p><p>O ponto em que muito empreendimento falha com seu estoque não é exatamente</p><p>onde os olhos podem ver, pois grande parte dos gestores de pequenos negócios e</p><p>negócios de bairro, por exemplo, conseguem promover um armazenamento</p><p>organizado.</p><p>O problema do armazenamento que o gestor não vê pode ser descrito, de acordo</p><p>com Sage (2018: online) como sendo: “A lista de fatores envolvidos no custo de</p><p>armazenagem vai muito além daquela que podemos concluir apenas pela aparência</p><p>do estoque em si.”.</p><p>Um grande custo de se manter estoque é o mesmo que o inicia: o custo financeiro. O</p><p>gestor precisa compreender que o estoque não custa apenas o que custeou sua</p><p>aquisição e sim o que ele gasta ao redor das caixas armazenadas para que fiquem</p><p>com a mesma qualidade da obtida no dia de sua entrega até o dia em que vai para</p><p>um processo produtivo ou para o uso de seu cliente. Existem formas de se mitigar os</p><p>custos com o armazenamento</p><p>Criar processos mais eficientes visando a redução do lead time;</p><p>Reduzir os níveis de estoque a partir da análise de histórico;</p><p>Implemente rotinas de melhorias contínuas;</p><p>Adote um sistema de controle de estoque integrado aos demais departamentos;</p><p>Organize o espaço físico do estoque;</p><p>Faça endereçamento logístico, por meio da identificação de prateleiras e</p><p>corredores;</p><p>Automatize a entrada e saída de itens usando tecnologias do tipo RFID;</p><p>Tenha um controle eficaz sobre produtos de pouco giro;</p><p>Posicione estrategicamente produtos com alto giro de estoque. (SAGE, 2018, on-</p><p>line)</p><p>Portanto o gestor deve sempre avaliar o custo das soluções que precisa adotar para</p><p>manter seu estoque em condições ideais ao ponto de observar que, via de regra, são</p><p>menores que as perdas por uma gestão de armazenamento negligente.</p><p>127</p><p>Outro ponto a acrescentar nesta questão é o fato de que a boa gestão engloba a</p><p>empresa toda, não apenas o armazenamento, e que seus custos devem ser parte da</p><p>composição dos preços de venda de produtos e serviços, sendo assim uma forma de</p><p>não usar do argumento que manter um estoque com qualidade custa caro.</p><p>Para Gomes (2011, p. 22), “Na armazenagem pode-se considerar que intervém uma</p><p>série de variáveis, as quais se denominam ‘fatores’. Estes possuem uma influência</p><p>específica para cada caso e têm um papel preponderante na realização de uma boa</p><p>armazenagem.” Portanto temos a seguir um detalhamento destes fatores que vão lhe</p><p>dar, caro estudante, uma melhor perspectiva do que a armazenagem bem</p><p>desenvolvida pretende sanar:</p><p>O material: O material é destacado como o principal item da</p><p>armazenagem. Este pode ser diferenciado pela sua utilização,</p><p>consumo, e apresentação, bem como outras características especiais</p><p>que podem ser determinantes nas medidas a adaptar, devendo-se</p><p>por isso classificar os materiais tendo em conta diversos itens.</p><p>A espera: A espera é destacada como grande impulsionadora da</p><p>armazenagem. Esta se traduz na antecipação com que os materiais</p><p>devem ser colocados na empresa à espera de serem utilizados no</p><p>processo.</p><p>A existência: A existência traduz-se na acumulação ou reunião de</p><p>materiais em situação de espera. Este conceito também se pode</p><p>estender à quantidade de cada material em espera num armazém.</p><p>O tráfego: O tráfego está incutido no processo de armazenagem, pois</p><p>este envolve a reunião de homens, máquinas e principalmente de</p><p>materiais. O tráfego contém geralmente operações como:</p><p>• Desacomodação;</p><p>• Carregamento;</p><p>• Movimentações internas do local;</p><p>• Movimentações externas do local;</p><p>• Descarregamento;</p><p>• Colocações.</p><p>Espero que a esta altura você tenha percebido que a armazenagem como um</p><p>processo integrado sempre trará vantagens, e as desvantagens virão na forma de</p><p>desafios que poderão ou não ser solucionados dependendo do desempenho da</p><p>gestão, da robustez do projeto e da capacitação dos envolvidos.</p><p>128</p><p>Quem causa mais prejuízo ao estoque: um roedor ou um</p><p>péssimo gestor?</p><p>O exercício desta vez é avaliar o quanto de dano pode ser causado</p><p>financeiramente se um gestor for severamente negligente com seu estoque,</p><p>com os processos de armazenagem. Vamos conhecer o desempenho de um</p><p>produto considerando alguns fatores tais como o quanto gasta de aluguel</p><p>no espaço que ocupa, quantos itens são recebidos e quantos realmente</p><p>saem da loja na sacola do cliente em perfeitas condições de uso.</p><p>Sua missão: Encontrar algum gestor que esteja enfrentando problemas com</p><p>perdas em estoque e que esteja disposto a compartilhar o desempenho de</p><p>estoque de ao menos um produto. O valor e o nome do produto podem ser</p><p>ocultados. Faça a avaliação com base em 30 dias corridos.</p><p>Em posse dos números preencha a seguinte ficha:</p><p>a) Nome do produto ou apelido;</p><p>b) Quantidade em estoque no primeiro dia de apuração;</p><p>c) Quantidade de estoque no último dia de apuração;</p><p>d) Valor da locação do imóvel convertida por metro quadrado;</p><p>e) Área ocupada pelo produto no estoque;</p><p>Se você tiver acesso ao valor total que a empresa obteve com a venda do</p><p>produto e o custo de sua aquisição, poderá dar ao gestor o valor final</p><p>descontadas as perdas para que ele perceba o real desempenho do produto</p><p>e fique mais apto a ouvir conselhos sobre possíveis despesas de</p><p>implementação de melhorias. Com essas informações em mãos, fale com o</p><p>gestor sobre as principais causas das perdas de produtos e sobre as que são</p><p>relativas ao armazenamento. Discuta com ele quais soluções ele já</p><p>129</p><p>considerou implementar e o ajude a encontrar o melhor caminho propondo</p><p>pequenas mudanças simples e lógicas que o ajudarão pelo menos a mitigar</p><p>os danos.</p><p>Para finalizar, destaco que a gestão do conhecimento (GE) interfere em outro</p><p>elemento crítico da empresa e está cada vez mais sendo estudado, implementado e</p><p>aprimorado. A GE é a precursora de toda</p><p>inovação e coloca a empresa em uma</p><p>constante espiral de conhecimento para que os processos tais como os logísticos e de</p><p>armazenamento sejam sempre construídos com as melhores práticas e com</p><p>profissionais atualizados e capacitados.</p><p>130</p><p>12</p><p>Layout e Otimização de</p><p>Espaços</p><p>131</p><p>O layout e sua Finalidade nos Espaços de Armazenamento</p><p>Vamos tratar agora de uma porção da armazenagem que mais a simboliza como</p><p>sistema e não simples estocagem: o layout, o arranjo físico do local de armazenagem.</p><p>Está tudo ligado no endereçamento, pois nestes sistemas de armazenamento</p><p>logístico, os materiais estarão em locais pré-determinados tanto em sua prateleira</p><p>quanto em uma rua específica devidamente marcada.</p><p>Em um sistema logístico, todos os seus componentes são desenhados para que</p><p>produzam sua melhor performance, até mesmo o próprio barracão onde temos o</p><p>armazenamento dos materiais. Pensando neste aspecto a disposição dos materiais</p><p>será organizada de acordo com a frequência de uso o que implica em desenhar uma</p><p>estrutura de ruas devidamente identificadas para o deslocamento de máquinas e</p><p>pessoas, o layout, e neste sentido, Paoleschi (2014, p. 106) define layout como:</p><p>Dentro de uma empresa, a finalidade do leiaute (arranjo físico) é</p><p>planejar e integrar os caminhos dos componentes de um produto ou</p><p>serviço, a fim de obter o relacionamento mais eficiente e econômico</p><p>entre o pessoal, equipamentos e materiais que se movimentam.</p><p>Definir o arranjo físico é decidir como posicionar as instalações,</p><p>máquinas, equipamentos e pessoal do almoxarifado.</p><p>Segurança de pessoas, de equipamentos e de materiais é outro ponto levado em</p><p>consideração no projeto do layout de um arranjo físico na armazenagem. Quando se</p><p>mistura maquinário pesado com pessoas e grande quantidade de caixas, se não</p><p>existir ordem e coordenação, acidentes acontecerão, e isso é algo extremamente</p><p>temido pelas empresas.</p><p>Para Paoleschi (2014: 106): “O arranjo fisco procura uma combinação ótima das</p><p>instalações industriais e de tudo que concorre para a produção, dentro de um espaço</p><p>disponível”. Voltamos a falar que a organização deve se construir baseada em extenso</p><p>planejamento e nada mais evidente que seu sistema de armazenamento faça parte de</p><p>tal plano, e nesta aula vamos conhecer as bases desta construção e porque se faz tão</p><p>importante.</p><p>132</p><p>Informações Importantes para o Planejamento e Layout do</p><p>Almoxarifado:</p><p>A produtividade da empresa aumenta na medida em que ela investe em tecnologias</p><p>como o layout de armazenamento. Dentro do planejamento do layout, os envolvidos</p><p>deverão buscar todas as informações referentes ao produto a ser produzido, as</p><p>especificidades dos materiais e sua necessidade de localização que mais contribui</p><p>para a agilidade do processo produtivo. Para este efeito, é preciso que se considere</p><p>uma série de fatores, como:</p><p>Buscar no banco de dados os itens identificados como de responsabilidade do</p><p>almoxarifado.</p><p>Analisar cada item e determinar seu consumo médio mensal.</p><p>Identificar o peso líquido de cada item.</p><p>Calcular a quantidade de peças permitida por embalagem.</p><p>Identificar o tipo de embalagem para cada item.</p><p>Especificar quais embalagens serão movimentadas manualmente.</p><p>Determinar quais embalagens serão movimentadas por equipamentos de</p><p>movimentação.</p><p>Calcular a quantidade de embalagens necessárias ao trabalho do almoxarifado.</p><p>Determinar a largura das ruas do almoxarifado de acordo com o tipo de</p><p>movimentação a ser executado.</p><p>133</p><p>Definir o empilhamento máximo permitido.</p><p>Determinar os tipos de prateleiras e porta-paletes necessários.</p><p>Calcular a quantidade de prateleiras e de porta-paletes necessária ao</p><p>desenvolvimento do trabalho do almoxarifado.</p><p>Identificar o peso máximo permitido no piso do almoxarifado. (PAOLESCHI, 2014,</p><p>p. 107)</p><p>Embora sejam básicos, todos esses pontos vão contribuir para que você, estudante,</p><p>compreenda o desafio de se compor um layout de armazenamento logístico eficiente,</p><p>além de demonstra a necessidade de tratar essa construção como um projeto dentro</p><p>dos demais projetos da empresa.</p><p>O preparo de um layout de arranjo físico de armazenamento busca a</p><p>integração harmônica entre pessoal, equipamentos, materiais, processos de</p><p>estocagem com a movimentação através da designação de vias, corredores,</p><p>alamedas de forma a viabilizar os processos por ela implementados. Ao</p><p>buscar a composição de um layout, o objetivo é um só: encontrar o melhor</p><p>desenho que integre todos os componentes, de forma a extrair deles o</p><p>melhor desempenho e agilidade para que tanto pessoas quanto materiais</p><p>percorram a menor distância no menor tempo, otimizando a operação.</p><p>134</p><p>Tipos de Arranjo Físico</p><p>Assim como a composição dos recursos, das máquinas e dos profissionais que devem</p><p>compor um sistema de armazenamento é única em cada empresa, o arranjo físico</p><p>também segue essa premissa. Portanto, o arranjo físico é determinado por aquilo que</p><p>a empresa produz, pelas características dos materiais utilizados na produção e pelo</p><p>volume a ser produzido. Devido a tantos fatores a considerar, existem diversos tipos</p><p>de arranjos físicos, mas vamos tratar dos quatro tipos básicos e mais utilizados:</p><p>Arranjo posicional ou por posição fixa: relativo à construção e organização de</p><p>maquinário, materiais e pessoas ao longo do processo e do que está sendo</p><p>fabricado. Aqui é o processo que vai até o material e não o contrário.</p><p>Arranjo funcional ou por processo: neste modelo, os processos similares são</p><p>colocados lado a lado para a melhor ocupação do espaço e distribuição de</p><p>recursos. Hospitais costumam utilizar este tipo de arranjo ao se organizar em</p><p>setores como cardiologia, enfermaria, etc.</p><p>Arranjo linear ou por produto: muito comum em linhas de produção</p><p>automobilística ou de eletrodomésticos, em que o produto percorre diversos</p><p>setores que lhe agregam algum componente.</p><p>Arranjo de grupo ou celular: cada célula abriga seu miniecossistema produtivo.</p><p>135</p><p>Cozinhas industriais: arranjo físico e muito pouco espaço!</p><p>Se você já visitou alguma indústria ou trabalha em uma já percebeu o que o</p><p>arranjo físico representa em termos visuais com ruas, caminhos para</p><p>pessoas, caminhos para máquinas e até mesmo semáforos. Mas vamos</p><p>fazer um exercício de apoio empreendedor ao próximo e com isso perceber</p><p>que não somente o armazenamento dentro de uma indústria se beneficia</p><p>com um arranjo físico.</p><p>Sua missão: localizar algum restaurante ou lanchonete em seu bairro e</p><p>visitar a cozinha. Fale com o proprietário ou gerente se a disposição dos</p><p>materiais, dos ingredientes, maquinário, geladeiras, fogões, etc. segue</p><p>alguma lógica. Nosso alvo aqui é encontrar alguém que não tenha feito</p><p>qualquer planejamento em seu layout, para que você dialogue sobre os</p><p>ingredientes e sua frequência de uso buscando indicar onde cada item deve</p><p>ficar com o objetivo de ser mais fácil e rápido o seu manuseio. Embora talvez</p><p>você entenda nada ou muito pouco sobre restaurantes, lanchonetes e suas</p><p>cozinhas, será capaz de usar seus conhecimentos desta disciplina e oferecer</p><p>usas considerações sobre o local exato de cada item!</p><p>Embora tais arranjos estejam centrados na produção, dentro de um contexto de</p><p>integração total o armazenamento deverá se construir ou moldar ao redor de tais</p><p>processos para ser efetivo. A seguir, trataremos dos princípios que devem ser</p><p>estudados no processo de elaboração de layout:</p><p>136</p><p>Quadro 1 - Princípios para Elaboração de um Layout.</p><p>Fonte: Adaptado de Paoleschi (2014, p. 106)</p><p>Integração</p><p>Todos os elementos, sejam eles diretos ou indiretos à</p><p>produção, devem estar integrados, tendo que se um deles</p><p>falhar o processo estará comprometido.</p><p>Mínima</p><p>distância</p><p>Como o transporte nada acrescenta ao produto ou serviço.</p><p>Deve-se procurar uma maneira de reduzir ao mínimo as</p><p>distâncias entre as operações para evitar esforços inúteis,</p><p>confusões e custos.</p><p>Obediência ao</p><p>fluxo de</p><p>operações</p><p>As disposições das áreas e dos locais de trabalho devem</p><p>obedecer às exigências das operações de maneira que</p><p>homens, materiais e equipamentos se movem em fluxo</p><p>contínuo, organizado e de acordo com a sequência lógica do</p><p>processo de</p><p>manufatura ou serviço movimento. Os</p><p>cruzamentos e retornos devem ser evitados e obstáculos</p><p>devem ser eliminados.</p><p>Racionalização</p><p>de espaço</p><p>Se possível, deve-se utilizar o espaço de uma forma melhor,</p><p>nas três dimensões.</p><p>Satisfação e</p><p>segurança</p><p>As áreas de trabalho com um melhor aspecto, os</p><p>trabalhadores se sentem mais satisfeitos e seguros. Isso</p><p>promove a elevação de autoestima quanto à redução de</p><p>riscos de acidentes.</p><p>Flexibilidade</p><p>O layout deve ser capaz de se adaptar a constante evolução</p><p>tecnológica, mudanças de projeto nos métodos e sistemas de</p><p>trabalho.</p><p>Novamente temos que a criação de um arranjo físico transforma qualquer estocagem</p><p>em armazenamento ao colocar cada material, cada equipamento e pessoa no local</p><p>mais adequado para seu melhor desempenho.</p><p>137</p><p>Acesse o link: Disponível aqui</p><p>Até mesmo o layout muda com o tempo, e sua empresa?</p><p>Para saber mais sobre layout e como uma correta implantação possibilita a</p><p>otimização espaços e com isso o processo produtivo, faço a recomendação</p><p>de leitura do artigo: “Proposta de Melhoria de Layout como Fator Para a</p><p>Otimização do Processo Produtivo Organizacional.” Este artigo aborda o</p><p>desenvolvimento de um novo layout tendo como base os princípios da</p><p>produção enxuta.</p><p>A criação de um arranjo físico competente depende de uma equipe que compreenda</p><p>as características de seu processo produtivo, dos materiais e das pessoas para não</p><p>ser sub ou superdimensionada, e com isso é preciso adotar a melhor metodologia,</p><p>que pode ser feita conhecendo os cinco passos a seguir:</p><p>138</p><p>https://periodicos.ufsm.br/reaufsm/article/download/25157/pdf</p><p>Fonte: Adaptado de Paoleschi (2014, p. 107)</p><p>Definir a</p><p>localização de</p><p>todos os</p><p>obstáculos.</p><p>Ao desenhar o layout, é necessário identificar todos os</p><p>obstáculos naturais do almoxarifado, como hidrantes,</p><p>extintores, lugar da maca, passagem de água, passagem de ar</p><p>comprimido e outros, para depois identificar os obstáculos</p><p>necessários à segurança da movimentação de equipamentos e</p><p>pessoas, tais como faixas para pedestres e outros.</p><p>Localizar as</p><p>áreas de</p><p>recebimento</p><p>e expedição.</p><p>Elas devem ficar próximas à portaria da empresa, a fim de</p><p>facilitar a entrada e saída de veículos.</p><p>Localizar as</p><p>áreas de</p><p>separação de</p><p>pedidos e de</p><p>estocagem.</p><p>Para localizar essas áreas, antes de tudo será necessário</p><p>identificar o tamanho adequado à execução dessas tarefas e</p><p>depois determinar o local exato de funcionamento. É</p><p>importante ressaltar que a área de separação de pedidos deve</p><p>ficar próxima à saída do almoxarifado de atendimento aos</p><p>clientes e a área de estocagem vai depender dos materiais que</p><p>ficarão guardados. Conforme distribuímos os materiais no</p><p>estoque, determinamos suas localizações.</p><p>Definir o</p><p>sistema de</p><p>localização de</p><p>estoque</p><p>A definição do sistema de localização de estoque vai depender</p><p>dos tipos de materiais que ficarão estocados, podendo ser</p><p>eletrônico ou manual, utilizando placas direcionais.</p><p>Avaliar as</p><p>alternativas</p><p>de leiaute do</p><p>almoxarifado.</p><p>Avaliar as alternativas de layout do almoxarifado. É necessário</p><p>identificar todas as possibilidades que podem ser aprovadas</p><p>definitivamente e, após análise crítica dessas alternativas,</p><p>aprovar o layout de menor custo. O arranjo físico é a</p><p>disposição dos equipamentos, pessoas e materiais, da maneira</p><p>mais adequada ao processo produtivo. Significa a colocação</p><p>racional dos diversos elementos combinados para</p><p>proporcionar a movimentação dos seus itens.</p><p>139</p><p>Ainda para Paoleschi (2014) a composição do arranjo físico ocorre mediante o</p><p>planejamento do espaço que será ocupado coordenando como será utilizado, neste</p><p>sentido, os principais aspectos são:</p><p>Identificar o visual de movimentação e proteção.</p><p>Utilizar os métodos de visualização que mais se adéquam às atividades de</p><p>movimentação e aos métodos de visualização para a proteção dos materiais e</p><p>dos funcionários que ali trabalham.</p><p>A cara final de um arranjo físico, a realidade por trás do projeto é de que seja feito</p><p>para atender o perfil da empresa que a desenvolve, e para isso é preciso que se</p><p>considerem fatores tais como a utilização ou não de paleteiras, como serão</p><p>configurados os corredores, a localização dos portais de acesso e o aproveitamento</p><p>do espaço vertical, conforme quadro a seguir:</p><p>Quadro 2 - Fatores Chave dos Arranjos Físicos.</p><p>Fonte: Paoleschi (2014, p. 108)</p><p>Porta-</p><p>paletes e</p><p>prateleiras</p><p>deve-se considerar o melhor custo-benefício. Se a escolha recair</p><p>sobre um sistema de porta-paletes automatizado, será necessário</p><p>rever o layout.</p><p>Corredores</p><p>a largura dos corredores deve atender às necessidades de</p><p>manobra dos equipamentos de movimentação.</p><p>Portas de</p><p>acesso</p><p>as portas de acesso ao almoxarifado devem ser localizadas o mais</p><p>próximo possível do recebimento e da expedição.</p><p>Espaço</p><p>vertical</p><p>a utilização do espaço vertical deve levar em conta os</p><p>equipamentos de movimentação que serão utilizados e suas</p><p>capacidades de elevação.</p><p>A seletividade é bom parâmetro dentro do aprimoramento da taxa de ocupação do</p><p>arranjo físico ao permitir acesso a todos os itens proporcionando um nível adequado</p><p>de serviço e onde cada material deve ser analisado pelas suas características únicas</p><p>bem como as da empresa em questão.</p><p>140</p><p>Organização dos Estoques</p><p>Boa parte da complexidade dos desenhos de arranjos físicos em soluções integradas</p><p>de armazenamento está na necessidade de se atender às características e</p><p>necessidades de cada material utilizado pela empresa. Detalhes como forma da</p><p>embalagem, empilhamento máximo, peso máximo permitido, bem como o arranjo</p><p>físico da produção, vai determinar a organização do estoque.</p><p>Em um sistema logístico de armazenamento, também será necessário complementar</p><p>o arranjo físico com soluções individuais de identificação para a total eficiência do</p><p>processo, e um sistema de armazenamento jamais seria integrado a outros processos</p><p>logístico/produtivos sem tal identificação. Segundo Paoleschi (2014, p. 109)</p><p>A identificação dos itens no estoque pode ser feita de maneira</p><p>individual, isto é, cada peça vai receber uma etiqueta de</p><p>identificação. Nesse caso, é recomendada a identificação por código</p><p>de barras com ou sem o sistema RFID. Quando a identificação é feita</p><p>pelo lote de materiais, fica mais barata a identificação por etiqueta</p><p>de papel ou plástico elaborada manualmente. O importante é que</p><p>todos os itens do estoque sejam identificados.</p><p>Dentro do arranjo físico de armazenagem logística, cada item será organizado e</p><p>identificado da seguinte maneira:</p><p>Armazém Letra ou número (alfanumérico).</p><p>Quadra Letra ou número (alfanumérico).</p><p>Rua Letra ou número (alfanumérico).</p><p>Prateleira Letra ou número (alfanumérico).</p><p>Gaveta Apenas número.</p><p>Área externa Letra ou número (alfanumérico).</p><p>141</p><p>Esse conceito permite a identificação do material de forma fácil e rápida, pois</p><p>contribui para o endereçamento dentro do layout projetado, agilizando os</p><p>deslocamentos de maquinário e pessoal. Tal procedimento de endereçamento</p><p>permite, inclusive, o uso de robôs.</p><p>142</p><p>13</p><p>Localização dos Centros de</p><p>Distribuição</p><p>143</p><p>Agora vamos falar de um tópico da Logística tão importante que em muitos casos</p><p>define onde uma empresa vai se instalar e até mesmo se o projeto do novo</p><p>empreendimento é viável. O motivo está no fato de que o acesso aos recursos deve</p><p>sempre ser o mais fácil possível para a empresa, o que significa que quanto mais</p><p>longe estiver um recurso como alguma matéria-prima importante, esta terá custo</p><p>maior a empresa e isso pode tornar seu produto inaceitavelmente mais caro que o</p><p>similar da concorrência.</p><p>Se você, estudante, pudesse voltar no tempo e observar os homens das cavernas</p><p>vivendo tão primitivamente, perceberia uma coisa interessante: eles eram nômades,</p><p>pois migravam constantemente em busca de recursos para sua subsistência como</p><p>alimento, abrigo e água. A modernidade trouxe as cidades, e a comodidade dessa</p><p>nova vida fez com que os recursos pudessem ser levados de uma região para outra.</p><p>Centros de Distribuição</p><p>A questão da disponibilidade de recursos é central em qualquer plano de negócio e</p><p>fica mais evidente em empresas que vão produzir</p><p>ou distribuir algo, pois quanto</p><p>maior a distância que um recurso precisar percorrer, mais desafiadores serão os</p><p>problemas a serem resolvidos, maior será o custo.</p><p>Uma das formas de se mitigar os problemas de disponibilidade e distância para com</p><p>os recursos é com a criação de centros de distribuição, que ao concentrar a atividade</p><p>logística de movimentação em um ponto, este aumento em escala permite economia</p><p>na forma da redução do custo unitário do transporte e armazenamento, e como</p><p>define Rodrigues e Pizzolato (2003, p. 01): “O Centro de Distribuição é uma</p><p>configuração regional de armazém onde são recebidas cargas consolidadas de</p><p>diversos fornecedores”.</p><p>Ainda conforme Rodrigues e Pizzolato (2003), a consolidação das cargas é feita com</p><p>elas sendo fracionadas, facilitando a separação correta dos materiais a fim de serem</p><p>encaminhadas aos seus respectivos pontos de venda, como podemos observar na</p><p>figura a seguir:</p><p>144</p><p>Figura 1 - Centro de Distribuição.</p><p>Fonte: Adaptado de Calazans (2001, on-line)</p><p>Uma cadeia de suprimentos vai ser construída de forma que disponibilize</p><p>estrategicamente centros de distribuição que façam o trabalho de servirem como</p><p>entreposto dos materiais, produzindo redução de custo de transporte e</p><p>armazenamento, e com isso evita impactar o valor final do que distribui. Segundo</p><p>Ballou (2006, apud BRITO JUNIOR E SPEJORIM, 2012, p. 39), localizar instalações ao</p><p>longo de uma cadeia de suprimentos é um importante problema de decisão que dá</p><p>forma, estrutura e contornos ao conjunto completo dessa cadeia.</p><p>145</p><p>Métodos de Localização</p><p>Assim como o volume de estoque pode ser cientificamente, matematicamente</p><p>dimensionado, a escolha do local correto para a implementação de um CD (centro de</p><p>distribuição) pode seguir alguns métodos, como apresenta Campos (2009, p. 01):</p><p>Um dos problemas mais comuns e dos mais importantes para os</p><p>profissionais de logística é a definição da localização de instalações,</p><p>sejam elas fábricas, armazéns ou terminais de transporte. Localizar</p><p>instalações ao longo de uma cadeia de suprimentos consiste numa</p><p>decisão que dá forma, estrutura e conformidade ao sistema logístico.</p><p>Esta decisão é tão importante para a empresa, que, muitas vezes, é</p><p>responsável pela competitividade e sobrevivência da mesma.</p><p>A agressividade dos mercados consumidores não mais permite que o gestor entregue</p><p>à sua intuição decisões importantes como a escolha do local de criação do CD pelo</p><p>gestor, mesmo que tal gestor tenha vasta experiência, conforme defende Campos</p><p>(2009, p. 01): “A escolha da localização adequada de centros de distribuição,</p><p>146</p><p>especialmente no Brasil, se apresenta como um dos principais desafios na</p><p>implantação de novos centros devido às grandes distâncias e as diferentes</p><p>características de cada região.”</p><p>A empresa precisa se convencer que fará este processo se baseando em um</p><p>robusto e compreensivo projeto, e que este dependerá da total</p><p>compreensão do modelo de negócio da empresa.</p><p>Podemos dizer também que a existência de diversos centros de distribuição tem</p><p>relação com os mercados consumidores que a empresa pretende atingir com seus</p><p>produtos. É perfeitamente possível que uma empresa, cuja fábrica se localiza no Rio</p><p>Grande do Sul, venda produtos em São Paulo, a centenas de quilômetros de distância,</p><p>mas tal feito só é possível se for possível viabilizar um centro de distribuição que</p><p>aproxime os produtos do mercado paulista.</p><p>Para Brito Junior e Spejorim (2012, p. 39): “Decisões sobre localização envolvem a</p><p>determinação do número, local e proporções das instalações a serem utilizadas.”, o</p><p>que significa que o projeto deverá ter como base os preceitos de um projeto</p><p>tradicional de armazenamento de materiais, no sentido de ter que dimensionar as</p><p>necessidades da operação, do material, do local onde vai instalar o centro de</p><p>distribuição e onde está seu cliente.</p><p>A busca por oferecer emprego aos seus cidadãos leva a esmagadora maioria dos</p><p>municípios brasileiros a oferecer espaço para que empresas montem suas fábricas ou</p><p>centros de distribuição, mas por mais tentadores que sejam as vantagens, os</p><p>incentivos, a decisão final sempre levará em conta o projeto desenvolvido e as</p><p>necessidades estratégicas de desempenho demandadas para a cadeia de suprimento,</p><p>conforme complementa Brito Junior e Spejorim (2012, p. 39):</p><p>147</p><p>As decisões sobre localização são estratégicas e fazem parte integral</p><p>do processo de planejamento. Em matéria de localização, nada pode</p><p>ser negligenciado. Às vezes, detalhes aparentemente pequenos,</p><p>quando não levados em conta, podem trazer desvantagens sérias.</p><p>Aspectos negativos da localização devem provavelmente receber</p><p>tanta atenção quanto os aspectos positivos.</p><p>O que o gestor deve compreender é que o grande desconto que a prefeitura quer lhe</p><p>conceder por décadas pode ser inferior que o custo maior que ele terá ao</p><p>implementar seu centro de distribuição no local ofertado, em detrimento de opções</p><p>mais estratégicas e que lhe permitam economia no tempo e custo dos transportes.</p><p>Existem outros fatores que contribuem para a complexidade na escolha do local de</p><p>implementação de um centro de distribuição:</p><p>Cada empresa tem suas particularidades, fazendo com que o</p><p>problema de localização seja específico a cada situação. Algumas</p><p>empresas considerarão mais importante estarem próximas aos</p><p>clientes, outras serão atraídas pela proximidade das matérias-primas</p><p>e/ou dos componentes. Outras, ainda, se dirigirão para locais onde a</p><p>mão de obra seja abundante e/ou bem treinada. (BRITO JUNIOR E</p><p>SPEJORIM (2012: 39)</p><p>Brito Junior e Spejorim (2012: 40): À primeira vista, as decisões de localização parecem</p><p>aplicar-se prioritariamente a novos empreendimentos. Entretanto, sem negar a</p><p>importância desses casos, empresas já existentes e operando também enfrentam</p><p>problemas de localização.</p><p>De acordo com Brito Junior e Spejorim (2012) fica claro que indiferente do estágio de</p><p>desenvolvimento da empresa (se nova ou existente), as decisões sobre a melhor</p><p>localização são de longo prazo e exigem grande disposição dos gestores para sua</p><p>correta implementação.</p><p>Custos nas Decisões de Localização</p><p>Portanto a localização do CD (centro de distribuição), passa a ser considerada não</p><p>apenas como uma estratégia de localização, de economia de recursos e passa a</p><p>contribuir para o desenvolvimento do projeto da logística de armazenamento.</p><p>148</p><p>Segundo Bowersox (2001 apud Brito Junior e Spejorim 2012: 40), os custos de</p><p>armazenagem podem ser divididos em três componentes principais:</p><p>Quadro 1 - Divisão dos Custos de Armazenagem.</p><p>Fonte: Adaptado de Bowersox (2001 apud Brito Junior e Spejorim 2012: 40)</p><p>Custos de</p><p>manuseio</p><p>composto de mão de obra e equipamentos proporcionalmente</p><p>ao fluxo anual de produtos através do armazém.</p><p>Custos fixos</p><p>capturam todos os componentes de custo que não são</p><p>proporcionais ao fluxo de produtos através do armazém. Os</p><p>custos fixos variam na forma de escada proporcional ao</p><p>tamanho dos armazéns ou a abertura deles.</p><p>Custos de</p><p>manutenção</p><p>de estoques</p><p>trata-se dos custos de oportunidade de manter estoques, sendo</p><p>proporcionais aos níveis de estoque em cada armazém.</p><p>A otimização do local de instalação de um CD (Centro de Distribuição), dentro de um</p><p>projeto de logística, deve promover o menor custo total da cadeia criada e seu</p><p>aumento em número de CD´s instalados tende a afetar a performance da rede toda,</p><p>se feito corretamente.</p><p>Segundo Brito Junior e Spejorim (2012: 41) gráfico que exibe trade-offs (as trocas</p><p>compensatórias) de custos logísticos mostra que: “os custos com o transporte</p><p>diminuem de acordo com o número de armazéns presentes no sistema de</p><p>distribuição. À medida que mais armazéns são colocados no sistema, eles estão mais</p><p>próximos dos clientes.</p><p>Assim, como já mencionado, a medida em que o material se localiza mais e mais</p><p>distante do armazém, todos os custos envolvidos serão maiores, embora tal aumento</p><p>possa ser dissolvido com a implementação de mais CD´s que permitam, por exemplo,</p><p>o transporte de cargas fechadas, otimizando o processo.</p><p>149</p><p>Ligando os pontos</p><p>Já que você, estudante,</p><p>compreende melhor o que representa localizar,</p><p>escolher o local de implementação de um CD, para “perceber” esta</p><p>localização faça o seguinte exercício:</p><p>a) Encontre em sua cidade alguns centros de distribuição (dica:</p><p>supermercados costumam ter diversos!);</p><p>b) Pesquise ao menos 3 CD´s e encontre o que apresentar a maior</p><p>distância em relação a fábrica;</p><p>c) Se puder, faça algumas simulações de frete entre as duas localizações</p><p>(da fábrica até o CD);</p><p>d) Enumere outros fatores que justifiquem a existência deste CD (o mais</p><p>distante da fábrica que você encontrou), em sua cidade.</p><p>Este exercício é quase que um “sentir na pele” para que possamos</p><p>compreender o impacto do transporte e da localização no custo logístico do</p><p>armazenamento.</p><p>Os custos de materiais que chegam ao armazém aumentam devido ao aumento da</p><p>distância da origem até o armazém, mas os custos dos materiais expedidos se</p><p>reduzem de maneira muito mais significativa que o aumento dos materiais que</p><p>chegam. A curva do custo do transporte continua a diminuir até que o número de</p><p>armazéns usados na rede seja tal que deixe de ser viável o envio de cargas fechadas</p><p>para todos os armazéns, conforme apresenta Brito Junior e Spejorim (2012: 42):</p><p>150</p><p>A curva do custo de manutenção de estoques e de armazenagem</p><p>apresenta um crescimento menor à medida que aumenta o número</p><p>de armazéns na rede. Trata-se de um resultado primário da política</p><p>de estoque da empresa e também da maneira pela qual essa política</p><p>é posta em prática.</p><p>Outro fator que promove elemento decisivo na escolha do local de implementação</p><p>dos CD´s está na dinâmica de giro do referido estoque. Um CD, com capacidade</p><p>adequada de armazenamento e processamento, eleva a qualidade do serviço</p><p>realizado e Segundo Ballou (2006 apud Brito Junior e Spejorim 2012: 42):</p><p>Para os clientes, isso também   pode   significar   ressuprimentos</p><p>mais   frequentes   de   menores   quantidades, implicando em</p><p>menores níveis de estoque para esses clientes. Por outro lado, um</p><p>maior número de armazéns no sistema logístico acarreta impactos</p><p>substanciais no estoque em trânsito e no estoque de segurança.</p><p>Quanto maior o número de armazéns, menores são os níveis de</p><p>estoque em trânsito, por que o tempo total de produtos em trânsito</p><p>para atender o cliente é reduzido.</p><p>Melachrinoudis e Hokey (2007 apud Brito Junior e Spejorim 2012: 42) observam que</p><p>uma rede de armazéns corretamente estabelecida pode gerar uma economia de 5 a</p><p>10% de custos totais da logística.</p><p>151</p><p>Acesse o link: Disponível aqui</p><p>Centros de Distribuição e os Modelos de Localização</p><p>Para saber mais sobre centros de distribuição e entendemos um pouco</p><p>sobre modelos de localização, faço recomendação de leitura do artigo:</p><p>“Utilização do método Centro de Gravidade para identificação da localização</p><p>de uma empresa de alimentos em conservas.”</p><p>O artigo aborda de maneira inteligente o planejamento da localização de</p><p>instalações de uma empresa, utilizando-se do método Centro de Gravidade.</p><p>Também será abordado um breve conceito de métodos de localização dos</p><p>centros de distribuição.</p><p>Boa leitura!</p><p>Fatores Determinantes nas Decisões de Localização</p><p>Assim como o projeto do sistema de armazenamento vai levar em conta uma série de</p><p>características e necessidades dos materiais, da operação, do mercado consumidor,</p><p>etc. o processo de tomada de decisão da localização, e demais elementos logísticos,</p><p>levará em conta um conjunto de fatores, como podemos observar no quadro a seguir:</p><p>152</p><p>http://www.aprepro.org.br/conbrepro/2017/down.php?id=3027&q=1</p><p>Quadro 2 - Fatores para a escolha da localização de um CD.</p><p>Localização</p><p>das matérias-</p><p>primas</p><p>Um primeiro motivo para que as firmas procurem se localizar</p><p>junto às fontes de matéria-prima é a condição da mesma. Se a</p><p>matéria-prima, uma vez obtida, não puder ser transportada</p><p>por distâncias razoáveis, ou se as condições são muitos</p><p>onerosas para o transporte, isso tenderá a atrair a empresa</p><p>para perto do depósito ou fonte dessas matérias-primas. Há</p><p>casos em que a empresa possui inúmeros fornecedores.</p><p>É impossível à empresa localizar-se perto de todos eles ou dos</p><p>mais importantes. Nessas circunstâncias, uma solução possível</p><p>seria buscar a otimização do custo total de transporte de</p><p>matérias-primas e de produtos acabados [...]</p><p>Mão de obra</p><p>Uma empresa deve verificar se os locais pré-selecionados para</p><p>a localização possuem oferta de mão de obra em quantidade e</p><p>qualidade suficientes. Algumas não desejam altos custos de</p><p>treinamento de pessoal, embora para outras isso seja</p><p>relativamente comum, dadas as atividades muito específicas</p><p>que realizam. A força dos sindicatos pode operar contra uma</p><p>determinada localização, pois em algumas regiões, onde (por</p><p>quaisquer motivos históricos) os sindicatos locais influenciam</p><p>fortemente os trabalhadores, dando-lhes uma consciência de</p><p>classe e, principalmente, poder significativo junto aos</p><p>empregadores.</p><p>Localização</p><p>dos mercados</p><p>consumidores</p><p>No caso de atividades industriais é muito difícil estar ao</p><p>mesmo tempo próximo dos mercados fornecedores e dos</p><p>mercados consumidores. Os custos de transporte de matérias-</p><p>primas em relação aos produtos acabados e à estratégia</p><p>competitiva estarão entre os fatores decisórios.</p><p>As atitudes</p><p>da</p><p>comunidade e</p><p>o local</p><p>definitivo</p><p>Após a escolha das alternativas possíveis para a localização, a</p><p>busca será então pelo local definitivo. Nesse momento, além</p><p>dos fatores apresentados anteriormente, será relevante</p><p>também considerar as atitudes da comunidade quanto à</p><p>instalação de novas empresas. Existem comunidades que</p><p>procuram atrair empresas, inclusive oferecendo incentivos, tais</p><p>153</p><p>Fonte: Brito Junior e Spejorim (2012: 44)</p><p>como cessão de terreno, isenção de impostos por certo tempo,</p><p>construção imediata da infraestrutura e assim por diante.</p><p>A escolha do local ideal a implementação de um CD entrelaça com as decisões que</p><p>são tomadas no projeto do sistema de armazenamento, compartilhando inúmeros</p><p>fatores, principalmente no que diz respeito a localização da matéria-prima, afinal,</p><p>sendo de difícil localização, ou distante, apresentará ao sistema um custo superior</p><p>que o contido em projeto.</p><p>154</p><p>14</p><p>Gerenciamento e Formação</p><p>da Cadeia de Suprimentos</p><p>155</p><p>A Formação das Cadeias de</p><p>Suprimento</p><p>Vamos, caro Estudante, a outro capítulo de nossa saga de como o Armazenamento faz</p><p>parte relevante dos processos logísticos com a formação das Cadeias de Suprimento,</p><p>onde os pontos de armazenamento serão como elos desca corrente. A gestão da</p><p>cadeia de suprimentos, conhecida amplamente como Supply Chain Management</p><p>(SCM), pode ser definida, de acordo com Castro e Santos (2018: 04), como:</p><p>Nos tempos atuais muito se fala em Gestão da Cadeia de</p><p>Suprimentos. Trata-se de uma ferramenta eficiente que possibilita a</p><p>uma empresa colocar-se a frente de seus concorrentes no mercado</p><p>global, reduzindo custos operacionais, aproximando-as de seus</p><p>fornecedores buscando melhorias tanto na qualidade dos serviços</p><p>prestados como na redução de custos operacionais e nos conflitos de</p><p>informações gerados ao longo de toda cadeia de suprimentos.</p><p>Podemos dizer que as SC (Supply Chains ou Cadeias de Suprimento) tem por objetivo</p><p>integrar os diversos elementos logísticos como fornecedores, modais de transporte,</p><p>centros de distribuição e os pontos de venda e seu maior desafio é, de acordo com</p><p>Castro e Santos (2018: 04):</p><p>[...] gerir de forma eficiência a montante e a jusante ao longo de toda</p><p>cadeia, ou seja, como trabalhar de forma a proporcionar um</p><p>aumento de lucratividade e excelência nas operações da empresa</p><p>não importando o segmento desenvolvido. São várias as ferramentas</p><p>e soluções em software de gerenciamento disponíveis no mercado. As</p><p>aplicações em T.I prometem revolucionar os mercados, mas, um dos</p><p>maiores problemas é como saber qual delas utilizar, ou melhor, qual</p><p>deles se encaixa melhor dentro dos processos de cada empresa.</p><p>Desta forma podemos perceber o quanto são integrados, ou ao menos devem ser</p><p>integrados, os processos logísticos nos quais as Cadeias de Suprimento e os Centros</p><p>de Distribuição</p><p>de suprimentos.</p><p>Identi�cação dos Membros da Cadeia</p><p>Biazús (2008: 27)</p><p>[...] é importante escolher alguns parâmetros para determinar quais são os membros</p><p>críticos para o sucesso da empresa e da cadeia como um todo, e também para</p><p>conseguir alocar os recursos e a atenção administrativa corretamente.</p><p>164</p><p>Lambert e Cooper (2000 apud Biazús 2008: 27) distinguem ainda quem são os</p><p>membros primários e os membros de suporte.</p><p>Os</p><p>membros</p><p>primários</p><p>são todas aquelas companhias autônomas ou unidades de negócio</p><p>estratégico que executam atividades agregadoras de valor</p><p>(operacionais e/ou gerenciais) nos processos principais, ou seja,</p><p>produzem algo particular para um cliente ou para um mercado</p><p>específico.</p><p>Os</p><p>membros</p><p>de</p><p>suporte</p><p>são todas aquelas companhias que fornecem simplesmente</p><p>conhecimentos, utilidades ou recursos para os membros primários.</p><p>Como exemplo de membros de suporte podemos citar bancos que</p><p>emprestam dinheiro para financiamento de algum ativo, empresas</p><p>que fornecem equipamentos para produção ou empresas que</p><p>terceirizam serviços de secretaria.</p><p>Na figura abaixo, Lambert e Cooper (2000 apud Biazús 2008: 32): “[...] desenvolvem</p><p>um framework inter-relacionando os oito processos considerados chave para a gestão</p><p>da cadeia de suprimentos, com os fluxos de produto e informação, consumidores,</p><p>fornecedores e setores das empresas.”</p><p>165</p><p>Figura 3 - Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Integrando e Gerenciando</p><p>Processos ao Longo da Cadeia de Suprimentos.</p><p>Fonte: extraído de Lambert e Cooper (2000 apud Biazús 2008: 32)</p><p>Abaixo são descritos cada um dos processos mais detalhadamente:</p><p>166</p><p>Quadro 3 - Detalhamento dos Processos das Cadeias de Suprimento.</p><p>Gerenciamento</p><p>do</p><p>relacionamento</p><p>com o cliente</p><p>o primeiro passo para a integração do SCM é a</p><p>identificação do consumidor chave ou do grupo de</p><p>consumidores. A partir disso, é possível definir os níveis e</p><p>especificações dos produtos e serviços oferecidos.</p><p>Gerenciamento</p><p>dos serviços para</p><p>o cliente</p><p>permite a obtenção de informações instantâneas junto aos</p><p>consumidores, sobre datas de entrega e disponibilidade</p><p>dos produtos e cria uma interface direta com a manufatura</p><p>e distribuição da organização.</p><p>Gerenciamento</p><p>da demanda</p><p>a variabilidade está presente no processo, no fornecedor e</p><p>na demanda. Contudo, a demanda do consumidor</p><p>apresenta a maior fonte de variabilidade e incerteza, por</p><p>isso gerenciar essa demanda, através de informações nos</p><p>pontos de venda e em históricos, representa um ponto</p><p>chave para o desenvolvimento da SCM.</p><p>Cumprimento</p><p>dos pedidos</p><p>atingir altos índices nas entregas dos produtos nas datas</p><p>combinadas deve ser uma obsessão da cadeia. Isso exige</p><p>uma integração muito grande entre manufatura,</p><p>distribuição e transporte, por isso alianças com os</p><p>membros-chave da cadeia necessitam ser desenvolvidas.</p><p>Gerenciamento</p><p>do fluxo de</p><p>produção</p><p>na SCM, a produção deixa de ser baseada na planta e passa</p><p>a ser gerenciada pelas necessidades do consumidor. A</p><p>manufatura precisa ser mais flexível e conseguir responder</p><p>rapidamente à demanda. As ordens de produção são</p><p>processadas baseadas no just-in-time e em lotes mínimos,</p><p>evitando os custos de estoque e de produção de produtos</p><p>sem necessidade imediata.</p><p>Processo de</p><p>obtenção</p><p>desenvolver alianças com um grupo pequeno de</p><p>fornecedores, nos quais é possível criar um relacionamento</p><p>de benefícios mútuos, principalmente, no que tange à</p><p>comunicação rápida entre as empresas, como, por</p><p>exemplo, mecanismos eletrônicos ou intranet</p><p>167</p><p>Fonte: Biazús (2008: 30)</p><p>Desenvolvimento</p><p>e</p><p>comercialização</p><p>de produtos</p><p>empresas fornecedoras e consumidoras devem estar</p><p>integradas no desenvolvimento de novos produtos,</p><p>buscando a redução do tempo de entrada no mercado.</p><p>Retorno</p><p>um efetivo gerenciamento do retorno obtido, permite</p><p>visualizar oportunidades de melhoria na produtividade e</p><p>em projetos novos.</p><p>Acesse o link: Disponível aqui</p><p>Para saber mais sobre cadeias de suprimentos e como está o seu cenário</p><p>atual, recomendo o artigo: “Gestão da cadeia de suprimentos: o que há de</p><p>novo nos últimos 10 anos?”</p><p>O artigo indicado aborda a Gestão da cadeia de suprimento em uma visão</p><p>bastante atual, englobando assuntos como sustentabilidade e consciência</p><p>de responsabilidade, além das questões sociais e ambientais.</p><p>Boa leitura!</p><p>168</p><p>https://www.researchgate.net/publication/321035452_Gestao_da_cadeia_de_suprimentos_o_que_ha_de_novo_nos_ultimos_10_anos_Supply_Chain_Management_What's_New_in_the_Last_10_Years</p><p>Figura 4 - Gestão da Cadeia de Suprimentos: Componentes Fundamentais de</p><p>Gerenciamento</p><p>Fonte: traduzido pelo autor de Lambert, Cooper e Pagh (1998 apud Biazús 2008: 33)</p><p>Componentes de Gerenciamento da Cadeia</p><p>Nas cadeias de suprimentos muitos elementos são replicados, são comuns em</p><p>inúmeros processos, Lambert, Cooper e Pagh (1998) identificaram dentro de dois</p><p>grupos distintos: “[...] o físico e técnico, que inclui os componentes mais visíveis,</p><p>tangíveis, mensuráveis e fáceis de mudar, e o administrativo e comportamental, que</p><p>inclui os componentes menos visíveis e tangíveis, difíceis de avaliar e mudar.” Na</p><p>imagem a seguir estes dois grupos são detalhados:</p><p>169</p><p>A necessidade de se desenvolver as cadeias de suprimento também indica que a</p><p>empresa que o realiza, está em crescimento, opera em mercado consumidor de</p><p>elevada competitividade, agressividade, e que precisa fornecer ferramentas para o</p><p>sucesso da operação, como apresenta Biazús (2008: 33)</p><p>Os métodos de controle e planejamento são fundamentais para levar</p><p>a organização ou a cadeia de suprimentos na direção desejada. O</p><p>planejamento conjunto entre as empresas, em busca de um objetivo</p><p>comum, impacta fortemente no sucesso de toda a cadeia. Controles</p><p>devem ser criados, a fim de mensurar os parâmetros de performance</p><p>da cadeia de suprimentos.</p><p>Abaixo é descrito cada um dos componentes de gerenciamento da cadeia de</p><p>suprimentos conforme Lambert e Cooper (2000 apud 2008: 33):</p><p>170</p><p>O fluxo de</p><p>trabalho</p><p>indica como a cadeia realiza as suas tarefas e atividades. O</p><p>nível de integração dos processos ao longo da cadeia serve</p><p>como medida da estrutura organizacional.</p><p>A estrutura</p><p>organizacional</p><p>pode se referir à empresa individual e à cadeia inteira. A</p><p>utilização de times com funções interfirmas facilita o processo</p><p>de aproximação. Esses times permitem que a cadeia seja</p><p>mais integrada, pois atuam de forma sistêmica.</p><p>A comunicação</p><p>e os fluxos de</p><p>informação</p><p>são componentes-chave na cadeia de suprimentos.  O tipo de</p><p>informação que passa ao longo da cadeia e a sua frequência</p><p>de atualização possuem uma influência muito grande na</p><p>eficiência da cadeia.</p><p>O fluxo do</p><p>produto</p><p>refere-se à estrutura da rede de trabalho, ou seja,</p><p>fornecimento, manufatura e distribuição. Racionalizar a</p><p>network da cadeia de suprimentos possui implicações para</p><p>todos os membros, com estoques e logística mais</p><p>apropriados à demanda da cadeia.</p><p>Os métodos de</p><p>gerenciamento</p><p>incluem a filosofia corporativa e as técnicas gerenciais.</p><p>Empresas com estruturas organizacionais diferentes, como</p><p>por exemplo, verticais e horizontais trarão maiores</p><p>dificuldades para a integração da cadeia.</p><p>A estrutura de</p><p>poder e</p><p>liderança</p><p>define a forma da cadeia de suprimentos. Uma forte empresa</p><p>focal fornece a direção a toda a cadeia. Geralmente, existem</p><p>uma ou duas firmas líderes entre os membros da cadeia</p><p>O risco e a</p><p>recompensa</p><p>são antecipados e compartilhados ao longo da cadeia,</p><p>criando um comprometimento de longo prazo entre os</p><p>membros.</p><p>A cultura e a</p><p>atitude</p><p>são fatores importantes que não podem ser subestimados.</p><p>Trabalhar a cultura e as atitudes individuais consome tempo,</p><p>mas é necessário para que as empresas integrem a cadeia.</p><p>171</p><p>Por se tratar de uma rede logística onde integração se traduz, muitas vezes, em</p><p>compatibilidade, falar a mesma linguagem, é preciso que todos os pontos da SC sejam</p><p>interligados, mas que as mudanças promovidas no decorrer das atividades, sejam</p><p>transmitidas e realizadas por todos os componentes.</p><p>Logística e Supply Chain: mesmo objetivo, mas diferentes</p><p>conceitos</p><p>Pelo fato de que existem diversas diferenças e</p><p>O manuseio</p><p>mecanizado</p><p>muitas vezes é</p><p>complementado</p><p>por</p><p>equipamentos</p><p>semiautomáticos.</p><p>Veículos guiados</p><p>automaticamente (AGV): Um</p><p>sistema AGV (automated guided</p><p>vehicles) em geral substitui veículos</p><p>de reboque e carretas mecanizados.</p><p>A diferença essencial é de que os</p><p>AGVs são automaticamente guiados</p><p>e posicionados, além de ser</p><p>ativados sem um motorista;</p><p>Separação automatizada: À</p><p>medida que os produtos são</p><p>selecionados no depósito e</p><p>colocados em uma esteira rolante</p><p>para movimentação até a doca de</p><p>carregamento, eles são separados</p><p>em combinações específicas;</p><p>Robótica: Envolve Robôs. O robô é</p><p>uma máquina que pode ser</p><p>programada para realizar uma ou</p><p>mais atividades sem a intervenção</p><p>de um operador ou condutor;</p><p>Prateleiras móveis: As prateleiras</p><p>móveis contêm esteiras rolantes e</p><p>são construídas para serem</p><p>abastecidas na parte traseira. A</p><p>parte de trás da estante é mais alta</p><p>que a frente, causando um fluxo</p><p>gravitacional em direção à frente.</p><p>Quando as caixas ou unidades de</p><p>carga são retiradas da parte da</p><p>frente, todas as outras caixas ou</p><p>unidades naquela estante específica</p><p>fluem para a frente.</p><p>Sistemas</p><p>automatizados</p><p>Substitui a mão</p><p>de obra por</p><p>Separação de pedidos: dispositivo</p><p>de separação de pedidos, com uma</p><p>180</p><p>Fonte: Giacomelli e Pires (2016: 56)</p><p>investimentos em</p><p>equipamentos. A</p><p>tecnologia da</p><p>informação</p><p>controla o</p><p>equipamento de</p><p>separação</p><p>automatizada e</p><p>interage com o</p><p>WMS.</p><p>série de prateleiras empilhadas</p><p>verticalmente, automatizado</p><p>previamente carregado com o</p><p>produto.</p><p>Estocagem/coleta automatizadas:</p><p>Um sistema automatizado de</p><p>manuseio de unidades de carga, ou</p><p>Sistema de Estocagem e Coleta</p><p>Automatizadas (AS/RS – automated</p><p>storage and retrieval system), que usa</p><p>armazenamento em estruturas</p><p>verticais elevadas, é uma forma</p><p>popular de automação.</p><p>Perceba que dentro de uma produção existem diversas configurações e layouts que</p><p>determinam os recursos necessários ao seu andamento, e em fábricas que possuem</p><p>grande volume de produção existe a necessidade por uma estrutura que velozmente</p><p>movimente os materiais dentro das fases de produção.</p><p>Acesse o link: Disponível aqui</p><p>Para saber mais sobre armazenagem e movimentação e manuseio de</p><p>materiais, faço a indicação de leitura do artigo: “Tendência: Armazenagem</p><p>automatizada”</p><p>O artigo aborda as novas tendências de armazenagem automatizadas, novas</p><p>tecnologias e desenvolvimentos. Além de soluções inovadoras em</p><p>sustentabilidade.</p><p>Boa leitura!</p><p>181</p><p>https://www.imam.com.br/consultoria/artigo/pdf/tendencia-armaz-automatizada.pdf</p><p>Com a necessidade de velocidade vem a necessidade do emprego de tecnologias de</p><p>movimentação com esteiras, sensores e acompanhamento por vídeo, para que seja</p><p>um processo rápido e preciso. Segundo Francischini e Gurgel (2002 Oliveira e Martins</p><p>2008: 03) existe algumas leis básicas desenvolvidas especialmente para a atividade de</p><p>movimentação de materiais que visam maximizar os fluxos existentes no interior dos</p><p>armazéns, são elas:</p><p>182</p><p>Quadro 3 - Leis da Maximização da Movimentação de Materiais.</p><p>Obediência</p><p>ao fluxo das</p><p>operações</p><p>consiste em dispor a trajetória dos materiais de forma qual a</p><p>mesma seja a sequência de operações. Ou seja, utilizar sempre</p><p>que possível, o arranjo tipo linear;</p><p>Mínima</p><p>distância</p><p>reduzir distância e transporte pela eliminação de “ziguezagues”</p><p>no fluxo dos materiais;</p><p>Mínima</p><p>manipulação</p><p>reduzir a frequência de transporte manual. O transporte</p><p>mecânico custa menos que as operações de carga e descarga,</p><p>levantamento e armazenamento;</p><p>Segurança e</p><p>satisfação</p><p>levar sempre em conta a segurança dos operadores e o pessoal</p><p>circulante, quando selecionar o equipamento de transporte de</p><p>materiais;</p><p>Padronização</p><p>usar equipamento padronizado na medida do possível. O custo</p><p>inicial é mais baixo, a manutenção é mais fácil e mais barata e</p><p>utilização desse equipamento é mais variada por ser mais</p><p>flexível que equipamentos especializados;</p><p>Flexibilidade</p><p>capacidade de satisfazer ao transporte de vários tipos de</p><p>cargas, em condições variadas de trabalho;</p><p>Máxima</p><p>utilização da</p><p>gravidade</p><p>usar a gravidade sempre que possível. Pequenos trechos</p><p>motorizados de transportadores podem elevar a carga a uma</p><p>altura conveniente para suprir trechos longos de transportes</p><p>por gravidade;</p><p>Máxima</p><p>utilização do</p><p>espaço</p><p>disponível</p><p>empilhar cargas ou utilizar suportes especiais para isso;</p><p>Método</p><p>alternativo</p><p>consiste em fazer uma previsão de um método alternativo de</p><p>movimentação em caso de falhas;</p><p>183</p><p>Fonte: Francischini e Gurgel (2002 Oliveira e Martins 2008: 03).</p><p>Menor custo</p><p>total</p><p>selecionar equipamentos na base de custos totais e não</p><p>somente do custo inicial mais baixo, ou do custo operacional,</p><p>ou somente de manutenção. O equipamento escolhido deve</p><p>ser aquele que apresenta o menor custo total para uma vida</p><p>útil razoável e a uma taxa de retorno do investimento</p><p>adequado</p><p>184</p><p>Quanto o tempo é o maior custo!</p><p>Certa vez trabalhei em uma empresa que estava começando a distribuir um</p><p>produto que por sua vez também era novo no mercado, e com isso nos</p><p>primeiros dias tudo era feito na mão, inclusive o descarregamento de 14</p><p>pallets de bebida energética.</p><p>O tempo e o desgaste consumidos pelo fato de que a atividade foi feita</p><p>manualmente foram tremendos. Mas para uma empresa que está</p><p>começando, comprar uma empilhadeira, por exemplo, pode passar dos R$</p><p>80.000,00, algo proibitivo a grande maioria das micro e pequenas empresas.</p><p>Para as entregas seguintes optamos pela locação por hora dos serviços de</p><p>uma empilhadeira, que reduziu em 30 a 50 minutos o trabalho que levou 3</p><p>horas na outra vez, e mesmo custando R$ 100,00 a hora, compensou pela</p><p>agilidade e pelo fato de que não provocou desgaste da equipe.</p><p>Sua tarefa é simples:</p><p>Encontre alguma empresa que desconheça os serviços de uma empilhadeira</p><p>de aluguel e indique o serviço. Volte depois de alguns dias ou semana para</p><p>saber do gestor se a mudança provocou algum efeito e qual foi.</p><p>Nesta sua atividade, que é opcional, você verá como existem empresas com</p><p>boa clientela mas que ainda operam com conceitos e equipamentos tão</p><p>ultrapassados que fica difícil compreender como estão sobrevivendo.</p><p>A produção em maça emprega as mais diversas formas e misturas de movimentação</p><p>de materiais e com isso deixam a produção mais enxuta e precisa. O uso da</p><p>conectividade, de sensores e até mesmo da inteligência artificial tem permitido as</p><p>indústrias elevaram seu padrão de automação, aceleração de processos e até mesmo</p><p>maior qualidade do produto final.</p><p>185</p><p>16</p><p>Tendências e Inovações de</p><p>Estoque, Armazenagem e</p><p>Movimentação</p><p>186</p><p>Estoque, Armazenagem e</p><p>Mo�mentação na Indústria 4.0</p><p>Nesta unidade vamos dialogar sobre os rumos do armazenamento de da</p><p>movimentação de materiais e podemos começar falando sobre padrão de qualidade.</p><p>O conceito de padrão de qualidade é simples, mas conhecer qual é o padrão de seu</p><p>mercado consumidor é uma tarefa complexa.</p><p>Qualidade em seu sentido amplo significa que algo, produto ou serviço, atende e</p><p>excede a expectativa de qualidade do consumidor, e em nosso tema, tal padrão de</p><p>qualidade vem sendo elevado dia a dia por novas tecnologias, novos processos e cabe</p><p>aos gestores ingressarem nesta contínua busca por melhorias.</p><p>A algumas décadas a globalização começou seu processo de redesenhar o mundo dos</p><p>negócios onde a competição entre empresas, não mais se limitava ao seu mercado</p><p>doméstico, onde empresas passaram a buscar clientes em outros países.</p><p>Acesse o link: Disponível aqui</p><p>Para saber mais sobre inovações na ampla área de Logística, e dessa foram</p><p>ampliar seus conhecimentos a respeito do assunto, faço a indicação de</p><p>leitura do artigo: “Tendências da Logística em 2020.”</p><p>O artigo aborda as inovações e destaca a importância da logística nas</p><p>relações de consumo. Algumas das mais relevantes inovações no campo da</p><p>tecnologia na Logística serão abordadas de maneira direta.</p><p>Boa leitura!</p><p>187</p><p>https://diavanti.com.br/tendencias-logistica-2020/</p><p>Com a internet, o e-commerce, podemos dizer que foi concluída a eliminação, ao</p><p>menos virtual, de qualquer fronteira empresarial e hoje temos empresas de qualquer</p><p>ou</p><p>sistema. Basta percebê-lo como algo que apresenta</p><p>entradas e saídas, sendo que a entrada de materiais</p><p>aumenta o saldo de item em estoque, e a saída, diminui.</p><p>02</p><p>Princípio da</p><p>causa</p><p>Há sempre uma razão para existir um estoque.</p><p>Eliminando a razão, não precisamos mais do estoque.</p><p>Vamos entender melhor as razões para as existências de</p><p>estoques mais adiante e, com isso, saberemos também</p><p>como eliminar ou reduzir os estoques.</p><p>03</p><p>Princípio da</p><p>consequência</p><p>Geralmente, as consequências dos estoques são</p><p>negativas para empresas. Além de representarem uma</p><p>quantidade (geralmente alta) de dinheiro parado, que</p><p>poderia estar rendendo em alguma aplicação, os</p><p>estoques estão associados a custos.</p><p>04</p><p>Princípio dos</p><p>fluxos</p><p>distintos</p><p>Os estoques funcionam como barreiras, amortecedores</p><p>ou pulmões entre os dois processos. Isso significa que os</p><p>estoques podem garantir que uma parada uma variação</p><p>de ritmo de um processo não atrapalhe outro processo.</p><p>05</p><p>Princípio de</p><p>estoque</p><p>dinâmico</p><p>Se o produto fica parado por muito tempo no estoque,</p><p>ele perde seu valor. Ele deve entrar e sair (girar) de forma</p><p>rápida e simultânea. O ideal é que exista um sistema de</p><p>gerenciamento e operação que imponha um alto giro de</p><p>estoques.</p><p>06 Princípio da</p><p>finalidade</p><p>Essencialmente, o estoque impede ou minimiza os</p><p>efeitos da incerteza, do erro. Veja as seguintes situações.</p><p>·  Não sei se o cliente vai comprar algo amanhã ou</p><p>quando comprará: mantenho um estoque como</p><p>garantia;</p><p>·  Não sei se o fornecedor entregará no prazo: mantenho</p><p>um estoque de matéria-prima;</p><p>·  Não sei se uma máquina vai quebrar ou diminuir o</p><p>ritmo: mantenho estoque de material em processo entre</p><p>15</p><p>Fonte: Adaptado de Gasnier (2011 apud Zorzo, 2015, p. 08)</p><p>as máquinas;</p><p>·  Acredito que o preço do produto irá subir ano que vem:</p><p>deixo um material em estoque para vender quando a</p><p>cotação estiver melhor.</p><p>07</p><p>Princípio da</p><p>Administração</p><p>Estoque</p><p>As incertezas são, muitas vezes, desconfortáveis, pois</p><p>podem causar sérios impactos nas empresas. Justamente</p><p>para isso, elas tornam os profissionais da área</p><p>necessários.</p><p>Existe e sempre existirá muita incerteza com relação ao estoque. O que o bom gestor</p><p>deve fazer é estar sempre munido da melhor informação sobre seu mercado e</p><p>incomodá-lo buscando não apenas esperar pela demanda, mas provocar esta</p><p>demanda. Existem muitos consumidores que compram apenas quando existe a</p><p>disponibilidade imediata do item, e uma boa propaganda nesse sentido pode</p><p>promover vendas também.</p><p>16</p><p>Tipos de Estoque</p><p>Creio que seja o momento de deixar registrado que estoque é algo extremamente</p><p>positivo e estratégico para qualquer empresa de qualquer ramo, de qualquer</p><p>tamanho e em qualquer fase de seu desenvolvimento. Mas também não é fácil</p><p>mantê-lo em ordem principalmente quando seu ramo de atividade exige um estoque</p><p>com milhares de itens de categorias diferentes.</p><p>Trago uma de minhas experiências de vida para ajudar a compreender em qual ponto</p><p>o estoque pode ficar frustrante e em qual pode ficar interessante: passei um ano em</p><p>uma distribuidora de cosméticos onde atuei diretamente no estoque e na expedição,</p><p>e com isso tive muito contato com os eventos que cercam a manutenção de um</p><p>estoque com dezenas de itens diferentes.</p><p>O que quero deixar de contribuição desta experiência é que em um barracão com</p><p>algumas dezenas de metros quadrados, eram mantidos centenas de milhares de reais</p><p>em estoque, e mesmo assim ao menos mensalmente recebíamos nova entrega. No</p><p>período em que estive na empresa, tive apenas uma situação de produto que chegou</p><p>na data final do prazo de validade – um número muito bom considerando a variedade</p><p>de itens e o tamanho da operação.</p><p>Leia o artigo completo em: Disponível aqui</p><p>Outra forma de compreender os conceitos de Estoque e Armazenamento é</p><p>analisando suas diferenças, com isso faço recomendação da leitura do</p><p>artigo: “Aprenda a diferença entre logística de estoque e armazenagem!”</p><p>Este artigo reforça os conceitos de estoque e armazenagem, além de</p><p>apresentar de forma prática a diferença entre eles. Dessa forma você terá</p><p>informações extras de extrema importância para o total entendimento sobre</p><p>o assunto.</p><p>17</p><p>https://www.evolutionplasticos.com.br/blog/armazenagem-e-estocagem/armazenagem-e-estocagem-em-que-se-diferem</p><p>Portanto, se o gestor conhece o fluxo de entradas e saídas de seu estoque, o</p><p>montante que armazena sempre será otimizado, mas para isso ele precisa</p><p>compreender o comportamento deste estoque, com podemos conceituar a seguir:</p><p>Estoque cíclico – O Estoque cíclico pode ser definido como uma quantidade</p><p>média de estoque destinada a satisfazer a demanda existente entre entregas</p><p>consecutivas do fornecedor.</p><p>Estoque de segurança – O Estoque de segurança é criado para servir de</p><p>segurança no caso da demanda exceder as expectativas e serve para combater a</p><p>incerteza.</p><p>Estoque sazonal – O estoque sazonal é criado para minimizar a variabilidade</p><p>previsível da demanda. (FERREIRA, 2012, p. 12)</p><p>Se a empresa não compreende a ciclicidade e a sazonalidade do estoque, fica</p><p>impossível compor um estoque de segurança com alguma acurácia, e com isso vão</p><p>ocorrer situações em que o gestor terá um estoque em demasia e outros momentos</p><p>em que as vendas serão canceladas por falta de produto.</p><p>18</p><p>02</p><p>Estratégias de Estoque para</p><p>a Distribuição</p><p>19</p><p>Podemos dizer, caro aluno, que no mundo dos negócios existe muita estratégia, e</p><p>quem faz bom uso de diversas estratégias tende a ter maior sucesso, seja qual for seu</p><p>ramo de atuação. Em qualquer ramo do comércio existem os que vivem por instinto,</p><p>comprando seu estoque como que escolhendo as dezenas de uma loteria, e existem</p><p>os que se fazem valer de seus históricos de venda e até mesmo de alguma orientação.</p><p>Já os que seguem uma estratégia, principalmente no que diz respeito ao estoque,</p><p>vão sempre estar um passo à frente.</p><p>De um modo até simplista, você já deve ter tido contato com algumas estratégias de</p><p>gestão de materiais em algum supermercado. Gosto de falar dos supermercados</p><p>porque é neles que podemos ver como os estoques são vivos e dinâmicos, pois boa</p><p>parte fica exposta aos clientes nas prateleiras.</p><p>Portanto, em um supermercado existe estratégia até na disposição das diferentes</p><p>categorias de produtos – e você já percebeu que diversos itens mudam de lugar</p><p>dependendo do dia da semana ou da data comemorativa que se aproxima? Em um</p><p>mercado, a estratégia está em conduzir as compras dos clientes: nada no layout é por</p><p>acaso ou porque o gestor acha melhor assim, é tudo uma grande estratégia para</p><p>promover o maior ticket médio (média do valor total gasto por cliente) possível.</p><p>De acordo com Zorzo (2015, p. 57),</p><p>A competitividade tem impulsionado diferentes abordagens ou</p><p>estratégias para gerir os materiais, criando diferenciação. Essas</p><p>estratégias podem criar vantagens competitiva em relação aos</p><p>concorrentes por meio de melhor atendimento, custos menores ou</p><p>uma composição dos dois.</p><p>Gasnier (2011 apud ZORZO 2015, p. 57) elencou várias técnicas e estratégias de</p><p>diferenciação da gestão de estoques que foram divididas em cinco grupos, assim</p><p>especificados:</p><p>20</p><p>Tabela 1 - Estratégias de diferenciação da gestão de estoques</p><p>Fonte: Gasnier (2011 apud Zorzo 2015: 57)</p><p>1</p><p>Estratégias</p><p>de</p><p>Planejamento</p><p>Forecast, planejamento MRP, planejamento consolidado,</p><p>planejamento e reposição colaborativos.</p><p>2</p><p>Estratégias</p><p>de aquisição</p><p>Compra sob encomenda, compra antecipada, compra por</p><p>projeto, aquisição direta pelo usuário. Aquisição direta</p><p>pelo cliente, contabilização de estoque, milk-run, lote</p><p>econômico de compra, pedido mínimo, cota do</p><p>fornecedor, reposição expressa, aquisição no concorrente,</p><p>e-procurement, consignação de terceiros.</p><p>3</p><p>Estratégia</p><p>para</p><p>estoques</p><p>Cobertura especulativa, cobertura estratégica, cobertura</p><p>estatística, estoque excedente, ponto de ruptura,</p><p>reabastecimento contínuo.</p><p>4</p><p>Estratégias</p><p>de Produção</p><p>Fabricar por encomenda, montar sob encomenda,</p><p>postponement, empurrar a produção, puxar a produção,</p><p>kanban, kanban-pert, push-pull.</p><p>5</p><p>Estratégias</p><p>de</p><p>distribuição</p><p>Embalar sob encomenda, transferir sob encomenda,</p><p>consignar em terceiros,</p><p>encontrar</p><p>Transporte</p><p>194</p><p>mercadorias</p><p>desaparecidas.</p><p>Impressão 3D, imprimindo peças na hora</p><p>que surge o pedido.</p><p>Diminuição do</p><p>volume de</p><p>estoque; maior</p><p>durabilidade;</p><p>reduz custos de</p><p>transporte e</p><p>armazenagem.</p><p>Armazenagem,</p><p>manutenção</p><p>do estoque.</p><p>Software WMS (sistema de</p><p>gerenciamento de armazém), utiliza</p><p>tecnologias de AIDC (do inglês,</p><p>identificação automática e captura de</p><p>dados) e RFID (Identificação por</p><p>Radiofrequência), como código de barras,</p><p>dispositivos móveis e redes locais sem fio</p><p>para monitorar o fluxo de produtos, além</p><p>do momento de suprir o estoque.</p><p>Rápida</p><p>identificação dos</p><p>produtos;</p><p>melhora</p><p>utilização do</p><p>espaço e reduz</p><p>custos de</p><p>armazenagem e</p><p>tempo de</p><p>espera.</p><p>Armazenagem,</p><p>manutenção</p><p>do estoque.</p><p>Movimentação</p><p>de materiais;</p><p>suprimentos.</p><p>SRM (Gestão de Relacionamento com</p><p>Fornecedores): um sistema</p><p>informatizado, armazenando informação</p><p>detalhadas de cada fornecedor,</p><p>analisando os melhores desempenhos.</p><p>Ganho de</p><p>qualidade de</p><p>informação,</p><p>garantindo uma</p><p>base confiável</p><p>com</p><p>fornecedores,</p><p>reduzindo custos</p><p>de aquisição.</p><p>Suprimentos</p><p>Softwares capazes de acompanhar o</p><p>estoque ao mesmo tempo em que é</p><p>recebido o pedido, garantindo a</p><p>disponibilidade do item.</p><p>Ganho de tempo</p><p>e auxilia no</p><p>menor prazo de</p><p>entrega,</p><p>evitando</p><p>Processamento</p><p>de pedidos</p><p>195</p><p>Fonte: adaptado de Silva e Kawakame (2019: 07)</p><p>cancelamento de</p><p>pedidos.</p><p>Processo de rastreabilidade</p><p>automatizado em embalagens</p><p>cartonadas, possuindo um código que o</p><p>consumidor pode fazer controle de sua</p><p>qualidade, como origem, processamento.</p><p>Traz</p><p>transparência e</p><p>segurança ao</p><p>consumidor.</p><p>Embalagem</p><p>Mas como o gestor decidirá quando aprimorar sua fábrica? Como ele saberá qual o</p><p>nível tecnológico sua empresa deve ter? Bem, estar atualizado é obrigatório ao bom</p><p>gestor, mas seu nível de tecnologia dependerá se suas metas de crescimento, da</p><p>agressividade de seu mercado consumidor e, de quanto dinheiro tem a disposição</p><p>para as atualizações. Em alguns casos, este gestor deve se munir de financiamentos e</p><p>empréstimos para que sua empresa se mantenha relevante em seu mercado.</p><p>196</p><p>Conclusão</p><p>Um dos pontos mais conclusivos a respeito da tríade Estoque, Armazenamento e Movimentação é a</p><p>necessidade de serem vistos como parte de um único elemento: a produção industrial. Durante as 16</p><p>unidades, você, estudante, deve ter notado a frequência com que usei os termos: integrado, conectado e</p><p>outros similares, e isso significa que não se deve enxergar esses três componentes logísticos, assim como</p><p>nenhum outro, como departamentos isolados.</p><p>Outro ponto que fica evidente nos diálogos durante os capítulos, que parte do pressuposto da</p><p>conectividade dos elementos como estoque, dos processos de armazenagem e das formas de</p><p>movimentação, é representado pela gerência integrada da empresa e como esta integração deve orientar</p><p>para que os processos sejam criados e conduzidos de forma a criar um fluxo positivo em todas as etapas da</p><p>produção.</p><p>Não queremos com dizer que tudo se trata da aplicação da logística, pois muitos dos modelos utilizados</p><p>também possuem origem nas técnicas de constituição e gerenciamento das cadeias de suprimento. Quando</p><p>o gestor resolve a forma com que vai atacar seus objetivos e metas decidindo por integrar os processos, as</p><p>tecnologias, ele deverá entrar nos dois mundos: na logística e no gerenciamento de uma cadeia de</p><p>suprimento.</p><p>Com mais um ponto bem esclarecido, podemos concluir que ter estoque não é necessariamente ter</p><p>dinheiro parado ou até mesmo algo indesejado, pois uma vez que este estoque está corretamente bem</p><p>dimensionado, inserido em uma cadeia de suprimentos, seu giro será sempre constante e sua existência</p><p>passa a agregar valor à empresa.</p><p>Por fim, deixo registrado que os elementos, técnicas e tecnologias de movimentação de materiais não</p><p>devem ser vistos apenas como um custo e sim como formas de promover agilidade e segurança para os</p><p>materiais movimentados, preservando pessoas e máquinas e oferecendo a empresa o dinamismo</p><p>necessário para estar sempre relevante em seu mercado.</p><p>197</p><p>Material Complementar</p><p>Livro</p><p>NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais</p><p>Técnicas</p><p>Autor: Wanderley Begnon</p><p>Editora: Viena</p><p>Sinopse: “As normas regulamentadoras (NRs) são leis relacionadas à segurança</p><p>e a saúde ocupacional de diversas categorias de profissionais. Elas são</p><p>elaboradas pelo Ministério do Trabalho e são referência para o desenvolvimento</p><p>das ações e obrigações das empresas públicas e privadas, que possuem</p><p>empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A NR 11 é a</p><p>norma que dispõe sobre o transporte, a movimentação, a armazenagem e o</p><p>manuseio de materiais.”</p><p>Comentário: Dentro do universo de procedimentos logísticos a NR 11 atua na</p><p>segurança para que tais processos promovam agilidade e custo reduzido sem</p><p>deixar de lado a segurança do trabalhador.</p><p>Filme</p><p>A Meta (The Goal)</p><p>Ano: 1988</p><p>Sinopse: O filme explica brilhantemente, com exemplos do dia a dia, os</p><p>conceitos que aumentam o desempenho em produtividade. Um exemplo é</p><p>aquele em que Alex leva seu filho e um grupo de escoteiros em uma expedição</p><p>de caminhada. Aqui, Alex enfrenta e aprende a lidar adequadamente com um</p><p>gargalo, na forma do garoto mais lento, chamado Herbie, para melhorar</p><p>significativamente o desempenho do sistema. Alex, então, mostra como aplicou</p><p>esses princípios à sua fábrica.</p><p>Disponível no Youtube.</p><p>Web</p><p>Para quem já trabalhou em alguma produção industrial de alimentos que</p><p>utilizava as câmaras frias, deve imaginar as vantagens de se ter o ambiente</p><p>inteiro climatizado e com isso deixar de ficar transitando entre ambientes de</p><p>temperaturas diferentes. Existem diversas vantagens ao se utilizar o ambiente</p><p>inteiro refrigerado e no artigo “Armazenamento Refrigerado” de Brackmann Et</p><p>al.(2004: online), você, estudante, aprenderá mais um pouco sobre esta peculiar</p><p>estratégia de armazenamento.</p><p>Acesse o link</p><p>198</p><p>https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/7ArmazenamentoRefrigeradoPoscolheita_000fid292ms02wyiv80z4s473tip1h23.pdf</p><p>ANDRADE, Leonardo Felix de; OLIVEIRA, Itamar Pereira de. Controle de Estoque. 2011. Disponível em:</p><p>http://www.revista.fmb.edu.br/index.php/fmb/article/view/48/43 Acesso em: 08 ago. 2020.</p><p>ANDRADE, Rafael Quintao de. Gestão De Estoques: Uma Revisão Teórica dos Conceitos e Características.</p><p>2011. Disponível em: http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2011_TN_STP_135_857_19270.pdf Acesso</p><p>em: 06 ago. 2020.</p><p>BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: logística empresarial; tradução Raul</p><p>Rubenich. 5. ed. 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São Paulo: Pearson Education do Brasil. 2015.</p><p>201</p><p>https://c2ti.com.br/blog/o-que-e-a-quarta-revolucao-industrial-empreendedorismo</p><p>http://e-revista.unioeste.br/index.php/csaemrevista/article/view/15618</p><p>https://www.infovarejo.com.br/o-que-sao-rupturas-e-como-evitar/</p><p>http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2003_tr0112_0473.pdf</p><p>https://blog.sage.com.br/o-que-e-custo-de-armazenagem/</p><p>https://cepein.femanet.com.br/BDigital/arqTccs/1011260247.pdf</p><p>https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-10022012-183034/publico/FernandoScandiuzziVC.pdf</p><p>https://bomcontrole.com.br/inventario-de-estoque-como-fazer/</p><p>http://aprepro.org.br/conbrepro/2019/anais/arquivos/09272019_160930_5d8e6626548f1.pdf</p><p>http://propi.ifto.edu.br/ocs/index.php/jice/5jice/paper/viewFile/6379/3283</p><p>https://producaoonline.org.br/rpo/article/download/1582/1112</p><p>http://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/49713/Marcelo%20Nedival%20Swiech.pdf?sequence=1</p><p>A Armazenagem e o Estoque</p><p>Estratégias de Estoque para a Distribuição</p><p>Calculo de Estoque e Previsão</p><p>Classificação de Materiais</p><p>Gestão de Estoque para a Logística</p><p>O Planejamento do Estoque</p><p>A Avaliação do Estoque</p><p>Fundamentos de Controle de Estoque</p><p>Fundamentos Básicos de Armazenagem</p><p>Tipos de Armazenagem</p><p>Vantagens e Desvantagens do Armazenamento</p><p>Layout e Otimização de Espaços</p><p>Localização dos Centros de Distribuição</p><p>Gerenciamento e Formação da Cadeia de Suprimentos</p><p>Sistemas para a Gestão e Movimentação de Mercadorias e Insumos</p><p>Tendências e Inovações de Estoque, Armazenagem e Movimentação</p><p>vendor management inventory.</p><p>Quando o assunto na empresa é crescimento contínuo, não dá para ficar no arroz</p><p>com feijão. A gestão do estoque deixa de ser o tratamento das compras, níveis de</p><p>estoque, acondicionamento, etc. e passa a representar uma estratégia que estará em</p><p>sincronismo com os objetivos da empresa e suas metas de crescimento. Sobre o</p><p>papel do gerenciamento de estoques, Pinto et al. (2003, p. 02) afirma que:</p><p>21</p><p>O gerenciamento de estoques tem papel relevante dentro das</p><p>empresas, pois o controle de custos e as formas para manter seus</p><p>produtos sempre próximos do mercado consumidor alvo fazem parte</p><p>das estratégias das organizações modernas para se manterem</p><p>competitivas. O ponto fundamental da gestão operacional da</p><p>empresa está nos setores de compras e estoques, pois é necessário</p><p>saber quanto comprar, qual estoque mínimo de segurança para</p><p>evitar falta de produtos bem como para não investir excessivo capital</p><p>de giro em produção desnecessária.</p><p>Estoque representa capital, investimento, e o bom gestor detesta manter estoque</p><p>sem necessidade, pois isso significa que recursos financeiros estão parados nas</p><p>prateleiras de seu armazém até que tais produtos sejam vendidos. Portanto, a grande</p><p>sacada aqui é encontrar o equilíbrio deste estoque, porém, o gestor deve ter</p><p>consciência em buscar uma quantidade considerável de informações para fazer essa</p><p>determinação, como defende Zorzo (2015, p. 58):</p><p>Como se pode presumir, não é bom ter estoque demais nem de</p><p>menos. É preciso, então, recorrer a um método que determine quanto</p><p>manter em estoque, em termos de máximo ou mínimo. A diferença</p><p>entre esses dois pontos é quanto devemos comprar. Para determinar</p><p>esses valores, máximo, máximo e mínimo e quanto comprar,</p><p>utilizando a prática cotidiana, podemos utilizar três formas básicas.</p><p>Dentro da composição da estratégia da gestão do estoque existirão fatores internos e</p><p>externos que vão impor condições e onde o gestor deverá agir. Se um fornecedor</p><p>impõe um pedido mínimo que acaba se tornando o pedido habitual da empresa, ela</p><p>pode se adequar a tal restrição variando não a quantidade, mas a distância no tempo</p><p>entre um pedido e outro, sendo um exemplo de fator externo.</p><p>22</p><p>Porque fazer controle de estoque?</p><p>A grande verdade é que diversas empresas, pequenas lojas de bairro e</p><p>pequenos mercados não fazem sofisticados controles de estoque, e nesses</p><p>estabelecimentos a palavra “estratégia” chega a ser até um sacrilégio. Mas o</p><p>mercado é impiedoso e embora o empresário seja bem pouco gestor, neste</p><p>aspecto, ele corre o risco de seus descuidos arruinarem o negócio</p><p>definitivamente. Em pequenos mercados de bairro é comum que o</p><p>representante comercial faça a gestão do estoque, pois quando faz sua</p><p>rotineira visita para fechar o pedido do mês, checa o que foi vendido no</p><p>período e calcula o quanto precisa repor de mercadoria. Não existe nada de</p><p>errado nesta operação, mas em nossa atividade prática temos aqui que</p><p>considerar alguns pontos e no final você, estudante, vai decidir se a gestão</p><p>de estoques pode mesmo ser “terceirizada” dessa forma.</p><p>Vamos pontuar alguns detalhes interessantes sobre o representante comercial:</p><p>Tem seus objetivos, que podem ou não ser os mesmos que os do proprietário</p><p>do estabelecimento;</p><p>Com o tempo, o representante sabe o que vende e o que não vende, inclusive as</p><p>quantidades suficientes;</p><p>Assim como ao proprietário, ao comerciante não existe nenhum interesse em</p><p>sofrer com a ruptura e o desabastecimento;</p><p>A confiança do proprietário pode fazer com que o representante tome atitudes</p><p>exclusivamente em seu interesse.</p><p>E agora? O que você faria? Deixaria o representante usar de sua experiência e</p><p>comandar a compra dos produtos por ele representados? Ou faria você mesmo o</p><p>controle e apenas passaria ao representante as quantidades?</p><p>23</p><p>O objetivo aqui é promover a sensibilidade do controle de estoque e demonstrar,</p><p>mesmo que brevemente, a atuação fantástica e complexa dos representantes</p><p>comerciais.</p><p>No caso de a empresa ter um volume de pedidos mínimo de um determinado</p><p>produto, poderá condicionar seus pedidos a uma quantidade que usará a soma do</p><p>mínimo mais a diferença entre o mínimo e a demanda esperada para compor seu</p><p>pedido, mantendo um período de pedido mensal, por exemplo, o que determina que</p><p>temos um fator interno influenciando a gestão de estoque.</p><p>A seguir, temos algumas estratégias que norteiam as decisões sobre estoque:</p><p>Quadro 1 - Estratégias de gestão de estoque.</p><p>Fonte: Chiavenato (2008, p.127 apud Zorzo, 2015, p. 58)</p><p>1</p><p>Estoque</p><p>mínimo,</p><p>ou duas</p><p>gavetas.</p><p>A quantidade pedida (vamos chamar de Q) é sempre</p><p>constante. Então, o que pode variar é a diferença de tempo de</p><p>cada pedido. Assim, estabelecemos um valor de segurança,</p><p>um estoque reserva (vamos chamar de ER). Se a demanda for</p><p>muito alta, rapidamente chegaremos ao ER, e o pedido é</p><p>disparado. Caso seja uma demanda menor, o ponto de pedido</p><p>levará mais tempo para chegar.</p><p>2</p><p>Reposição</p><p>periódica.</p><p>Já o método da renovação periódica é diferente. O intervalo</p><p>de um tempo para se fazer o pedido é fixo. O que varia é</p><p>quantidade. Funciona mais ou menos assim: estabelece-se</p><p>uma rotina para o pedido, normalmente baseada na</p><p>conveniência. Por exemplo, faz-se o pedido todas segundas</p><p>feiras, ou todo dia 1° de cada mês, após a contagem de</p><p>estoque.</p><p>3</p><p>Estoque</p><p>para fim</p><p>específico.</p><p>[...] o que vale é o conhecimento da demanda do produto.</p><p>Este método requer experiência e uma boa dose de bom</p><p>senso para se estabelecer o que deve ser comprado.</p><p>24</p><p>Acesse o link: Disponível aqui</p><p>Para saber mais sobre Estratégias de estoque para a distribuição, faço</p><p>recomendação da leitura do artigo: Logística (Gestão de estoque e</p><p>distribuição): Dilemas de uma empresa no polo Industrial De Manaus</p><p>(Pim). Este artigo traz de forma abrangente as principais dificuldades e</p><p>obstáculos que uma empresa apresenta no processo de logística (gestão de</p><p>estoque e distribuição), fixando assim os conhecimentos já adquiridos,</p><p>adquirindo novos conhecimentos e, dessa forma, expandir novos horizontes</p><p>em relação às estratégias de estoque para a distribuição.</p><p>Independentemente da estratégia de gestão de estoque da empresa, invariavelmente</p><p>ela terá estabelecido o seu lote mínimo, de segurança e o lote econômico. Para Zorzo</p><p>(2015, p. 58), o lote econômico representa um modelo matemático simplificado: “[...] A</p><p>ideia é bem simples. Qual a quantidade ideal a comprar? Existe uma quantidade</p><p>econômica? Como representá-la? Voltemos às bases de comportamento. Nesse caso,</p><p>qual o comportamento? As opções são comprar lotes maiores ou lotes menores.”.</p><p>Ao comprar lotes menores, temos que comprar várias vezes. Isso aumenta o</p><p>custo de compra e transporte.</p><p>Por outro lado, comprando lotes maiores, o volume de estoque tende a</p><p>aumentar. Isso provoca um custo de estoque maior.</p><p>Prevenção de perdas</p><p>Cuidar de um estoque também envolve lidar com perdas, seja por extravio, por dano,</p><p>por vencimento da validade e até por catástrofes naturais, quedas de aviões, enfim,</p><p>são diversas as formas de se perder mercadoria. Agir nesse sentido é obrigatório,</p><p>caso contrário, toda estratégia de gestão de estoque, de otimização de pedidos e de</p><p>agilidade terá sua economia em custo delapidada nessas perdas.</p><p>25</p><p>http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2013_tn_sto_177_009_23366.pdf</p><p>Segundo a Gs1 Brasil (2018, on-line), podemos definir perdas como:</p><p>As perdas podem ser representadas por quebras, furtos e roubos ou,</p><p>ainda, por má gestão do estoque e geração errada de pedidos. Tudo</p><p>isso acarreta em receita menor que a planejada no início da</p><p>operação, comprometendo o faturamento e, consequentemente, os</p><p>compromissos financeiros da empresa.</p><p>Claro que a boa gestão de estoque elimina muitas das fontes de perdas, e isso deixa</p><p>evidente a afirmação de que os estoques não são amontoados de caixas e</p><p>mercadorias, e sim são como organismos vivos que se movimentam com frequência e</p><p>como tal precisam de manutenção cuidadosa de sua gestão. Nesse sentido, prevenir</p><p>perda é</p><p>[...] antecipar-se aos acontecimentos com métodos e soluções que</p><p>inibam a ação de pessoas</p><p>mal-intencionadas ou erros funcionais e,</p><p>assim, evitar o prejuízo. A prevenção desperta para a definição de</p><p>papéis e responsabilidades dentro do negócio, como controle de</p><p>estoque, alimentação do sistema, recebimento de mercadorias e</p><p>análise de performance do produto. (GS1 BRASIL, 2018, on-line)</p><p>A gestão moderna cuida da questão da perda de mercadorias e de sua prevenção</p><p>com o uso de sistemas informatizados, sensores, câmeras e até inteligência artificial,</p><p>que contribui na criação de simulações e cenários de prevenção. Portanto, cabe ao</p><p>gestor ser moderno também e estar atento a essa forma digital de atuar com perdas</p><p>de mercadorias, insumos e matéria-prima.</p><p>26</p><p>Estamos tratando de estoques, mas não pense, estudante, que o estoque é um</p><p>departamento isolado da empresa, até mesmo porque este conceito de</p><p>departamento isolado não existe na prática, embora dentro de uma empresa</p><p>possamos encontrar departamentos divididos e separados por paredes e até em</p><p>edificações distintas.</p><p>O estoque e sua gestão são importantes à organização, aos seus clientes e</p><p>parceiros, portanto, um estoque jamais será isolado dentro e fora da</p><p>empresa, e isso é algo que representa muito quando estamos falando sobre</p><p>a implementação de uma melhor gestão, de adoção de sistemas, tecnologias</p><p>que agilizem processos e previnam perdas.</p><p>27</p><p>Nesse sentido, Pinto et al. (2003, p. 02) complementam argumentando que a</p><p>dinamicidade dos estoques representam a implementação de verdadeiras políticas de</p><p>gerenciamento de estoque, pois tal empreitada significa uma função bastante ampla</p><p>para a organização. Portanto, adotar uma política de gerenciamento do estoque</p><p>coerente pode representar um maior e melhor fluxo do ciclo produtivo e</p><p>administrativo de toda a organização e com essa agilidade, a direção tem condições</p><p>de aperfeiçoar seus projetos, bem como organizar e implementar novos.</p><p>28</p><p>03</p><p>Calculo de Estoque e</p><p>Previsão</p><p>29</p><p>Quantas vezes você, como cliente, já ouviu a frase: “Desculpa, mas está em falta!”</p><p>Bem, eu já ouvi mais vezes do que posso contar, e invariavelmente isso me levou a</p><p>deixar o estabelecimento em busca do item mesmo que eu precisasse comprar mais</p><p>itens. Agora, do ponto de vista da empresa, você, estudante, já falou para algum</p><p>cliente que não tinha estoque do produto?</p><p>Creio que você está chegando onde eu também estou: na gestão de estoques. Mas</p><p>dentro deste tema, temos outro que pode ajudar – e muito – a evitar que você diga ou</p><p>ouça que algo está em falta: o cálculo do estoque, que Zorzo (2015, p. 84) conceitua</p><p>como: “[...] o planejamento que vai garantir que não haverá ausência de material,</p><p>tanto de matéria-prima quanto de material intermediário ou material secundário, de</p><p>uso geral. Isso, porém, não basta.”.</p><p>Cálculo de Estoque</p><p>Temos que ir com calma aqui para que algum gestor despreparado pense que a</p><p>solução de seus problemas de estoque está na compra de uma quantidade muito</p><p>maior de cada item. Fazer esta compra exagerada não é financeiramente viável, muito</p><p>menos livre de problemas, pois, com excesso de estoque, o gestor terá problemas em</p><p>girar tal estoque bem como a possibilidade maior de perdas, de perder perecíveis por</p><p>validade vencida e perder em vendas por ter algo obsoleto.</p><p>O segredo aqui é que calcular o estoque vai dizer ao gestor a quantidade certa,</p><p>independentemente de qual seja. Quando digo que a quantidade pode ser qualquer</p><p>uma, o que quero dizer é que se a sua demanda por um item for de 1 milhão de</p><p>unidades, mesmo que o gestor costuma comprar mil unidades, terá fluxo para 1</p><p>milhão sem que exista desabastecimento entre uma entrega e outra.</p><p>Vamos pensar que nem sempre foi assim; nem sempre a gestão de estoque</p><p>considerou tantos fatores em sua composição, muito menos calcular a quantidade</p><p>certa. Se o armazém estivesse cheio num dia e vazio noutro, gerava orgulho ao gestor,</p><p>mas sabemos que atualmente não se tem tal certeza e muito menos se consegue</p><p>arbitrariamente lotar um estoque e esperar que milagrosamente seja vendido no dia</p><p>seguinte. Nesse sentido, Zorzo (2015, p. 85) afirma que: “Tradicionalmente, o</p><p>planejamento de materiais não era integrado à atividade logística e tinha importância</p><p>menor.”.</p><p>30</p><p>Para termos um contexto melhor que nos explique o porquê da questão do cálculo de</p><p>estoque ter demorado tanto para avançar dentro da logística, temos o que apresenta</p><p>Ballou (1993 apud ZORZO, 2015, p. 85) resgatando que: “até os anos 1950, o</p><p>transporte era gerenciado pela equipe de produção, enquanto os estoques eram</p><p>responsabilidade do marketing ou finanças.”</p><p>Mas uma organização moderna orienta os seus processos em volta de outros</p><p>processos, amarrando a questão do estoque em um ciclo que tem no marketing os</p><p>cuidados com cliente e demanda, em que a produção determina os recursos que</p><p>serão adquiridos pelo setor de compras e, por fim, temos que a gestão deve organizar</p><p>sua política geral de estoque (ZORZO, 2015, p. 85)</p><p>Quando se trabalha com políticas bem estabelecidas e comunicadas a todos os</p><p>setores, temos uma organização ciente de seus objetivos, além do lucro, e de como</p><p>vão alcançar esses objetivos, Para Pozo (2009, p. 40 apud ZORZO, 2015, p. 86), os</p><p>objetivos do planejamento e controle do estoque são:</p><p>Garantir o suprimento adequado de material de qualquer natureza para o</p><p>processo de fabricação;</p><p>Manter o estoque no nível mais baixo possível para atender às necessidades</p><p>vendidas;</p><p>Identificas itens obsoletos e defeituosos no estoque, para eliminá-los;</p><p>Não permitir falta ou excesso com relação às vendas;</p><p>Evitar perdas, danos, extravios e mau uso;</p><p>Manter os registros das quantidades em relação às necessidades;</p><p>Manter os custos nos níveis mais baixos possíveis.</p><p>Uma política não pode representar uma coletânea arbitrária de regras e imposições,</p><p>principalmente quando se trata de estoque, pois ao representar grande investimento,</p><p>um estoque jamais pode ser tratado sem ciência, metodologia e cálculo.</p><p>31</p><p>O que é um inventário de estoque?</p><p>“Entender o que é um inventário de estoque é relativamente simples. No</p><p>entanto, não é tão fácil manter 100% de controle sobre um estoque.</p><p>Inventário basicamente é uma lista de bens e materiais disponíveis em</p><p>estoque que são armazenados por uma empresa, internamente ou</p><p>externamente. (...) Essa prática deve ser padronizada para ser efetiva e</p><p>confiável. Ou seja, trata-se de uma rotina para identificar, classificar e contar</p><p>todas as mercadorias de uma empresa. (...) Existem normas e leis que</p><p>regulamentam a criação de um inventário. No Brasil, a instituição que é</p><p>responsável por isso é o Conselho Federal de Contabilidade. Assim, por meio</p><p>das Normas Brasileiras de Contabilidade, existem padrões a serem seguidos</p><p>para fazer um inventário.” (SCHULTZ, 2019, on-line)</p><p>32</p><p>Para Zorzo (2015, p. 86): “Então para determinar a política adequada, é necessário</p><p>primeiro avaliar os objetivos de estoque.” São dois os principais objetivos: objetivo de</p><p>custo e objetivo de nível de serviço.</p><p>Quando a política trabalha o objetivo de custo, ela busca minimizar o custo total do</p><p>processo logístico ao qual o estoque pertence, mas quando o foco é no nível de</p><p>serviço, Zorzo (2015: 86) afirma que:</p><p>Objetivo de nível de serviço: O que está em jogo é até que ponto é</p><p>possível a falta ou o atraso na entrega ao cliente.   Sabe-se que é</p><p>necessário muito mais estoque para garantir 99% de entrega no</p><p>prazo do que para garantir 97%. Se quisermos subir para 99,5%, o</p><p>aumento de estoque ainda é maior que o incremento de 97% para</p><p>99%. A dificuldade vai crescer ainda mais. Na teoria, um nível de</p><p>100% de estoque só seria possível com estoque infinito.</p><p>Ao tratar de estoque, não podemos perder de perspectiva o que ele também atende:</p><p>aos desejos e necessidades dos consumidores, o que significa que um estoque bem</p><p>dimensionado proporciona qualidade ao atendimento da empresa, o que podemos</p><p>entende melhor pela figura a seguir:</p><p>33</p><p>Figura 1 - Curva de Nível de Serviço em relação ao Estoque.</p><p>Fonte: Zorzo (2015: 86)</p><p>Em se tratando de métodos, não existe o método certo, pois cada situação, cada</p><p>empresa, cada mercado e até cada</p><p>momento econômico determinará a estratégia a</p><p>ser utilizada na empresa como um todo, com reflexo no estoque. Para Zorzo (2015, p.</p><p>88), existem diversos métodos de planejamento de estoque: “[...] Quantidade</p><p>econômica das requisições; Lote econômico; Lote padrão de requisição; Estoque</p><p>mínimo; Estoque mínimo”.</p><p>34</p><p>Lote Econômico</p><p>Aparentemente, o termo “lote econômico” por si só indica que a busca está pelo</p><p>menor custo, tanto na aquisição quanto na estocagem da quantidade ideal de</p><p>material em um determinado período. Em outras palavras, o lote é dimensionado de</p><p>acordo com a necessidade da empresa para um ciclo produtivo, levando em conta o</p><p>valor do frete, descontos em quantidade e o que será gasto para acondicionar tudo</p><p>de forma segura.</p><p>Acesse o link: Disponível aqui</p><p>Para uma melhor compreensão de como a programação de lote econômicos</p><p>é importante para a melhoria continua de processos produtivos, recomendo</p><p>a leitura do artigo: “A Determinação de um lote econômico na Indústria de</p><p>Plásticos.” Esse artigo apresenta uma importante abordagem de</p><p>programação de lotes econômicos de produção em indústrias que possuem</p><p>processos produtivos em linha. Assunto complexo e enriquecedor!</p><p>35</p><p>https://docplayer.com.br/29094658-A-determinacao-de-um-lote-economico-na-industria-de-plasticos.html</p><p>Para Santos (2013, p. 25), podemos definir o lote econômico como sendo:</p><p>“Na administração de compras um método disponível para chegar a</p><p>uma quantidade de compra que atenda a uma demanda por certo</p><p>período é o lote econômico de compras. O objetivo maior deste</p><p>modelo é determinar um lote ou quantidade de um produto a ser</p><p>comprado, minimizando assim os custos de aquisição e</p><p>armazenagem.”</p><p>A seguir, temos os princípios que norteiam o uso dos lotes econômicos:</p><p>O consumo do item não sofre alterações e se mantém constante;</p><p>O item é produzido e comprado em lotes;</p><p>Os custos incidentes são dois; custos relacionados à manutenção do item em</p><p>estoque e o custo de preparação do pedido;</p><p>Não devem existir incertezas com relação à demanda, tempo de entrega ou</p><p>suprimento;</p><p>Faltas não são permitidas. (SANTOS, 2013, p. 26)</p><p>Que tal ampliar o conceito de Santos (2013) que trata como um princípio não</p><p>ter incerteza sobre o tempo de entrega do estoque e trabalhar sobre como</p><p>isso pode ser feito pelas empresas? Primeiro, entenda que prazos podem</p><p>ser distorcidos tanto por quem compra como por quem envia, e isso dificulta</p><p>muito nosso trabalho.</p><p>Mas faça o seguinte exercício: busque ao menos duas empresas com as</p><p>quais você tem contato. Pode ser a empresa onde você trabalha e mais uma,</p><p>e pergunte aos setores de compras e estoque quanto tempo um pedido</p><p>levou para ser entregue e compare com a informação do prazo fornecido</p><p>pela empresa que enviou a mercadoria.</p><p>36</p><p>Embora não seja o tema desta aula, vamos exercitar aqui algo muito importante na</p><p>logística, que é a escolha de fornecedores e a construção de um relacionamento mais</p><p>próximo com estes parceiros tão importantes.</p><p>Se a pergunta que você fez no exercício acima revelar que existe discrepância</p><p>negativa entre o que o fornecedor promete e o que ele cumpre, talvez seja o</p><p>momento de a empresa fazer uma análise da qualidade deste fornecedor e de outros</p><p>para encontrar um parceiro mais adequado e, com isso, não sofrer com</p><p>desabastecimento – ou pior, ter que manter estoque maior para suprir essa falha.</p><p>Em alguns casos, a empresa que compra atua com a logística de transporte, e com</p><p>isso não fica na dependência do transporte do fornecedor, embora em muitos casos</p><p>não seja algo que garanta praticidade e muito menos o menor custo.</p><p>Concluindo, antes de atuar com lote econômico de compra, descubra se o fornecedor</p><p>é de confiança, se não vai fazer com a empresa o mesmo que um avião faz ao viajar</p><p>com o combustível exato para a viagem: se algo o desviar do caminho, desastre!</p><p>Na base de cálculo do lote econômico, segundo Santos (2013), duas variáveis são</p><p>empregadas: o custo de aquisição e da estrutura administrativa, e os custos da</p><p>burocracia do processo de compra, armazenagem e movimentação interna. O lote</p><p>econômico de compras será o equilíbrio de todos esses fatores.</p><p>37</p><p>Segundo Santos (2013), um detalhe no qual o modelo de lote econômico pode</p><p>provocar falhas é ao usar em sua base de cálculo uma demanda estável, algo</p><p>extremamente incomum de encontrar. Nesse sentido, é de se esperar que a demanda</p><p>flutue e, em outro ponto, o cálculo não leva em conta que as entregas podem atrasar.</p><p>Alguns problemas podem ser notados neste modelo, uma delas é que</p><p>deve sempre considerar a demanda estável não sofrendo alterações</p><p>durante algum período, visto que nos dias atuais as mudanças são</p><p>constantes principalmente no mercado de negócios. Outro fator</p><p>negativo é que se deve sempre considerar que a entrega dos pedidos</p><p>será sempre no prazo correto não tolerando falhas.</p><p>Enfim, ao atuar com formas de calcular o estoque, nunca se deve pensar apenas no</p><p>estoque, e sim em todo o ciclo produtivo: no fornecedor, no transporte, nos custos do</p><p>processo e na tecnologia do estoque e da produção, pois está tudo conectado.</p><p>38</p><p>04</p><p>Classificação de Materiais</p><p>39</p><p>Vou começar esta aula com uma pergunta: por qual motivo uma pessoa estuda</p><p>recursos humanos?  Não sei você, estudante, mas para este seu professor, o estudo</p><p>dos Recursos Humanos é importante para que a empresa possa investir melhor na</p><p>qualidade de vida no trabalho, mostrando e dando ferramentas ao gestor que o</p><p>permitam conhecer melhor as peculiaridades de cada colaborador.</p><p>Mas qual a relação do RH com o estoque? Se você precisa gerenciar algo, precisa</p><p>conhecer o que vai gerenciar, pois das peculiaridades é que virão os maiores desafios.</p><p>Dentro de um estoque, cada produto pode apresentar necessidades diferentes em</p><p>termos de condições de armazenamento e, além disso, a frequência de uso, dentre</p><p>outros tantos fatores, vai condicionar até mesmo onde será localizado determinado</p><p>item no armazém da empresa.</p><p>Formas de Classi�cação de</p><p>Materiais</p><p>Com isso em mente, o gestor deve conhecer as formas de classificação dos</p><p>materiais que vão compor seu estoque, conforme afirma Viana (2000, p. 51 apud</p><p>FELINI, 2013, p. 18), a classificação “é o processo de aglutinação de materiais por</p><p>características semelhantes”. Mas qual a razão de classificarmos materiais?</p><p>Responderei rapidamente a essa questão dizendo que o bom gestor só toma decisões</p><p>baseado em boa informação. Ao classificar os materiais que a empresa utiliza, esse</p><p>gestor está aumentando seu leque de informações que facilitarão sua tomada de</p><p>decisão.</p><p>Segundo Arnold (1999 apud MARTELLI, DANDARO, 2015, p. 177), “[...] existem muitas</p><p>maneiras de classificar estoques. Uma classificação frequentemente utilizada se</p><p>relaciona ao fluxo de materiais que entra em uma organização, passa por ela e dela</p><p>sai”. Os principais tipos de estoques dentro de uma empresa são:</p><p>40</p><p>a) Matéria - prima: são itens comprados e recebidos que ainda não</p><p>entram no processo de produção;</p><p>b) Produtos em processo: matérias – primas que já entraram no</p><p>processo de produção e estão em operação;</p><p>c) Produtos acabados: são os produtos que saíram do processo de</p><p>produção e aguardam para serem vendidos como itens completos.</p><p>(ARNOLD, 1999 apud MARTELLI, DANDARO, 2015, p. 177).</p><p>41</p><p>Atributos da Classi�cação de</p><p>Materiais</p><p>A classificação de materiais vai levar em conta as qualidades a serem elencadas para</p><p>que algum material seja identificado. Não existe aqui um número mínimo ou máximo,</p><p>a regra é que o resultado seja satisfatório ao produto e ao sistema produtivo da</p><p>empresa.</p><p>Segundo Viana (2000 apud FELINI, 2013, p. 18, grifo nosso), são três os atributos de</p><p>um bom sistema de classificação:</p><p>Abrangência = a classificação deve abordar uma série de características dos</p><p>materiais, caracterizando-os de forma abrangente. Aspectos físicos, financeiros,</p><p>contábeis; são todos fundamentais em um sistema de classificação abrangente.</p><p>Flexibilidade = segundo Viana (2000), um sistema de classificação flexível é</p><p>aquele que permite interfaces entre os diversos tipos de classificação, de modo</p><p>a obter</p><p>uma visão ampla da gestão de estoques. Enquanto a abrangência tem a</p><p>ver com as características do material, a flexibilidade refere-se à “comunicação”</p><p>entre os tipos de classificação, bem como à possibilidade de adaptar e melhorar</p><p>o sistema de classificação sempre que desejável.</p><p>Praticidade = a classificação deve ser simples e direta, sem demandar do gestor</p><p>procedimentos complexos. Ainda, deve prover informações objetivas.</p><p>Por mais que a classificação de muitos itens seja complexa em definições, deve ser</p><p>prática o suficiente para que seja de fácil entendimento e contribua para a</p><p>organização do estoque. No quadro a seguir, podemos observar um exemplo de</p><p>aplicação da classificação de materiais:</p><p>42</p><p>Quadro 1 - Aplicação dos atributos de classificação de materiais.</p><p>Fonte: Viana (2000 apud Felini 2013, p. 18)</p><p>Abrangência Flexibilidade Praticidade</p><p>Material de</p><p>consumo ou</p><p>permanente?</p><p>Acabamento</p><p>Dimensão</p><p>Forma de</p><p>apresentação</p><p>Acondicionamento</p><p>Etc.</p><p>Material de</p><p>estoque ou</p><p>não?</p><p>Material</p><p>crítico ou</p><p>não?</p><p>Material A, B</p><p>ou C?</p><p>Etc.</p><p>Código 33800</p><p>Medidas: 5/16”x2”</p><p>Forma de apresentação:</p><p>Cabeça sextavada, rosca inteira, classe de</p><p>resistência, rosca UNF 24[24</p><p>fios/polegada]</p><p>Acabamento: bicromatizado</p><p>Acondicionamento:</p><p>Embalagem original de fábrica com</p><p>identificação e quantidade de material.</p><p>Seja para a normatização do estoque ou para um uso mais direto no sistema</p><p>produtivo, a classificação de materiais vai contribuir muito para a mitigação de erros</p><p>que ocorrem quando um material diferente entra em uma fabricação e para casos de</p><p>prevenção de perdas temporárias pela colocação de materiais fora de seus locais</p><p>designados no estoque.</p><p>Etapas da Classi�cação de</p><p>Materiais</p><p>Para Felini (2013, p. 19), “além dos atributos de um sistema de classificação, há de se</p><p>abordar as etapas (ou princípios) que regem a classificação de materiais”.</p><p>O processo de classificação de um material segue uma metodologia própria, que</p><p>deverá ser utilizada em todo e qualquer material que for classificado na mesma</p><p>empresa. Essa homogeneização de procedimentos se mostra vital para que tal</p><p>classificação seja compreendida no sistema produtivo, e não em apenas um grupo de</p><p>itens da empresa.</p><p>A seguir, faremos a descrição de cada etapa do processo de classificação:</p><p>43</p><p>Quadro 2 - Etapas da classificação de materiais.</p><p>Fonte: Adaptado de Felini (2013, p. 19)</p><p>Catalogação</p><p>arrolamento de todos os itens de material existentes em</p><p>estoque, permitindo uma ideia geral do conjunto;’</p><p>Simplificação</p><p>redução da diversidade de itens de material em estoque que</p><p>se destinam a um mesmo fim. Caso existam dois itens de</p><p>material que são empregados para a mesma finalidade, com o</p><p>mesmo resultado – indiferentemente, opta-se pela inclusão no</p><p>catálogo de materiais de apenas um deles. A simplificação é</p><p>uma etapa que antecede a padronização;</p><p>Identificação</p><p>(Especificação)</p><p>descrição minuciosa do material, possibilitando sua</p><p>individualização em uma linguagem familiar ao mercado;</p><p>Normalização</p><p>estabelecimento de normas técnicas para os itens de material</p><p>em si, ou para seu emprego com segurança. Pode-se dizer, da</p><p>mesma forma, que a normalização de itens de material é</p><p>necessária para a consecução da padronização em sua</p><p>completude. Um exemplo de material a ser normalizado são</p><p>os medicamentos – a bula é, nesse caso, o produto final da</p><p>normalização. Para outros tipos de materiais, a entidade</p><p>oficial de normalização no Brasil é a Associação Brasileira de</p><p>Normas Técnicas (ABNT). Há de se ressaltar que nem todos os</p><p>materiais carecem de normalização;</p><p>Padronização</p><p>uniformização do emprego e do tipo do material. Facilita o</p><p>diálogo com o mercado, facilita o controle, permite a</p><p>intercambialidade de sobressalentes ou demais materiais de</p><p>consumo (peças, cartuchos de impressoras padronizadas,</p><p>bobinas de fax, etc.);</p><p>Codificação</p><p>atribuição de uma série de números e/ou letras a cada item</p><p>de material, de forma que essa informação, compilada em um</p><p>único código, represente as características do item. Cada item</p><p>terá, assim, um único código.</p><p>44</p><p>Analisando o estoque pela perspectiva da sua classificação, fica claro que organizar o</p><p>estoque dessa forma causa ramificações em todos os departamentos, principalmente</p><p>naqueles ligados à produção.</p><p>O motivo dessa ramificação está no fato de que cada material apresenta semelhanças</p><p>e diferenças, e o uso de um material diferente do especificado em um produto pode</p><p>causar prejuízo à empresa ao oferecer riscos claros de danos ao maquinário e de</p><p>acidentes de trabalho, e se o produto chegar ao cliente e causar potencial</p><p>prejuízo/acidente, isso pode gerar custos jurídicos e de reparação.</p><p>“Classificação do material: agrupá-lo segundo sua forma, dimensão, peso,</p><p>tipo e uso. Codificação do material: representar todas as informações</p><p>necessárias, suficientes e desejadas por meio de números e/ou letras, com</p><p>base na classificação obtida do material.” (OLIVEIRA, 2017, on-line).</p><p>A classificação de materiais ajuda nos processos de inventário ao se organizar de</p><p>forma lógica e coerente o estoque, assim, de acordo com Felini (2013, p. 19): “O</p><p>resultado é a otimização dos controles de estoque, dos procedimentos de</p><p>armazenagem e da operacionalização dos almoxarifados (locais de armazenagem dos</p><p>itens de material, na organização).”.</p><p>45</p><p>Critérios de Classi�cação de</p><p>Materiais</p><p>Devido a uma gigantesca quantidade de materiais diferentes, a classificação pode</p><p>seguir o mesmo grande número de possibilidades, pois será determinada em relação</p><p>ao tipo de material, à empresa e aos anseios da direção dentro de seu processo de</p><p>tomada de decisão. Os principais tipos de classificação são:</p><p>Possibilidade de fazer ou comprar;</p><p>Por demanda;</p><p>Por aplicação na organização;</p><p>Por periculosidade;</p><p>Por perecibilidade;</p><p>Por importância operacional – a classificação XYZ;</p><p>Por valor de demanda – a classificação ABC;</p><p>A seguir, tratemos um pouco dos principais tipos de classificação e a que se destinam:</p><p>Por Aplicação na Organização</p><p>Nesta classificação, os materiais são separados de acordo com seu estado no</p><p>processo produtivo e por sua participação nele.</p><p>Por matéria-prima, são inclusos todos os materiais que estão armazenados da</p><p>mesma forma com que foram entregues pelo fornecedor, e embora já apresentem</p><p>sinais de que foram processados, não foram ainda processados nesta indústria.</p><p>Por produto intermediário, temos os itens em processo produtivo, podendo ser</p><p>relativo a produtos acabados e que entram na composição do produto final</p><p>inalterados, como uma bateria para um veículo automotor.</p><p>Os produtos em estado de produção final, também chamados de acabados, são de</p><p>definição simples, como o próprio nome indica.</p><p>Por fim, estão todos os outros materiais que não entram na composição do produto,</p><p>seja qual for a forma (inalterado ou transformado), mas é considerado essencial ao</p><p>andamento do processo, a exemplo dos lubrificantes de uma máquina que produz</p><p>parafusos.</p><p>46</p><p>Fonte: Felini (2013, p; 21)</p><p>Assim, podemos definir esta classificação de forma resumida de acordo com a figura a</p><p>seguir:</p><p>Figura 1 - Classificação de materiais por aplicação na organização</p><p>A classificação por aplicação na organização tem um aspecto genérico e pode ser</p><p>aplicada em praticamente toda organização. A seguir, trataremos de algumas</p><p>classificações que não terão um uso tão amplo quanto esta, mas que carregam seu</p><p>peso, dependendo do tipo de organização que a emprega.</p><p>47</p><p>Por Periculosidade</p><p>Embora existam empresas que lidam exclusivamente com, em sua maioria, matérias</p><p>inofensivas, como, por exemplo, fábricas de refrigerante, em muitos outros casos,</p><p>como nas indústrias químicas, existem ali diversos materiais que apresentam variados</p><p>níveis de risco à saúde e possibilidade de combustão, dentre outros perigos.</p><p>Por isso, faz-se necessária uma classificação que deixe claro o risco a quem manuseia</p><p>o material, mesmo que esta pessoa não tenha qualquer contato com a produção, e se</p><p>tiver, que saiba com precisão os riscos que o material apresenta e suas condições</p><p>ideias de manuseio.</p><p>“Materiais perigosos são aqueles que oferecem</p><p>risco em especial durante as</p><p>atividades de manuseio e transporte. Nessa categoria, estão inseridos os</p><p>explosivos, líquidos e sólidos inflamáveis, materiais radioativos, corrosivos,</p><p>oxidantes, etc.” (FELINI, 2013, p. 22).</p><p>48</p><p>Fonte: Escotécnica (2015, on-line)</p><p>Qual é o perigo do material perigoso perigosamente mal</p><p>classi�cado?</p><p>Brincadeiras com o título à parte, para compreender a necessidade de se</p><p>classificar o risco que determinados materiais podem apresentar, vá ao</p><p>supermercado mais próximo de sua residência e procure por itens</p><p>perigosos. Claro que o supermercado não é o melhor lugar para se</p><p>compreender a classificação por periculosidade, mas lhe permitirá conhecer</p><p>parâmetros, símbolos e formas de alertas que alguns produtos podem</p><p>apresentar. Um bom local do supermercado com itens de graus variados de</p><p>periculosidade é o departamento de produtos de limpeza. Neste</p><p>departamento, observe as restrições de uso, de mistura e de</p><p>armazenamento que alguns produtos possuem. No caso da soda cáustica,</p><p>muito utilizada para o desentupimento de tubulações, existem diversas</p><p>advertências, como a imagem a seguir:</p><p>49</p><p>Mas se você atua em uma empresa que possui materiais mais perigosos que</p><p>a soda cáustica, é praticamente certo que exista, em casos de</p><p>derramamento, algum kit de emergência próximo ao produto, dispositivos</p><p>de proteção individual, dispositivo para lavagem dos olhos, etc., algo não</p><p>encontrado nos supermercados tendo em vista que o manuseio no</p><p>supermercado é com a embalagem fechada e lacrada.</p><p>Por ser Perecível</p><p>Por material perecível, Felini (2013, p. 22) entende que se trata de “[...] uma</p><p>classificação que leva em conta o desaparecimento das propriedades físico-químicas</p><p>do material”. Portanto, classificar um material como perecível prevê uma série de</p><p>cuidados que garantam sua perecibilidade original e com isso mantenha o material</p><p>em condições de uso ideais em todo o período de validade designado.</p><p>São classificados como materiais perecíveis os gêneros alimentícios, as vacinas e</p><p>alimentos, entre outros, e tais materiais são considerados perecíveis por estarem</p><p>sujeitos à deterioração e à decomposição: “Para esse tipo de material, há de se</p><p>dispensar especial atenção quanto aos prazos de vencimento”. (FELINI, 2013, p. 22).</p><p>Por Importância Operacional – a Classi�cação</p><p>XYZ</p><p>Quando a empresa classifica os materiais por importância operacional, está</p><p>elencando o grau de criticidade, ou o quanto cada material é indispensável para a</p><p>produção, na prestação do serviço ou na operação da empresa. Pense em uma caneta</p><p>esferográfica azul em comparação com um rolamento industrial: se a fábrica produz</p><p>motores, o rolamento fará muito mais falta se ausente do que a caneta, correto?</p><p>50</p><p>Neste sentido, a empresa busca classificar seus materiais pela sua importância e</p><p>pelos hipotéticos problemas que pode causar se por algum motivo se tornar</p><p>indisponível. De acordo com Mendes e Castilho (2009 apud FELINI, 2013, p. 22), os</p><p>materiais podem ser classificados pela criticidade nas classes X. Y e Z:</p><p>Fonte: Mendes e Castilho (2009 apud FELINI, 2013, p. 22)</p><p>Classificação por importância operacional</p><p>Classe Definição</p><p>Classe</p><p>X</p><p>Materiais de baixa criticidade, cuja falta não implica paralisação da</p><p>produção, nem riscos à segurança pessoal, ambiental e patrimonial.</p><p>Ainda, há facilidade de sua obtenção no mercado.</p><p>Classe</p><p>Y</p><p>Materiais que apresentam grau de criticidade intermediária, podendo,</p><p>ainda, ser substituídos por outros com relativa facilidade.</p><p>Classe</p><p>Z</p><p>Materiais de máxima criticidade, não podendo ser substituído por</p><p>outros equivalentes em tempo hábil sem acarretar prejuízos</p><p>significativos. A falta desses materiais provoca a paralisação da</p><p>produção, ou coloca em risco as pessoas, o ambiente ou o patrimônio</p><p>da empresa.</p><p>Esta classificação por importância operacional se ramifica em todos os setores da</p><p>empresa, pois quando um item é classificado com elevado grau de importância, a</p><p>gestão do estoque deve promover melhores mecanismos de controle de prevenção</p><p>de perda, o setor de compras deve buscar suprimento constante e a preço justo e a</p><p>produção o manuseará com maior cautela.</p><p>Por Valor de Demanda – A Classi�cação ABC</p><p>Para Gonçalves (2007 apud FELINI, 2013, p. 23) o principal objetivo da análise ABC é</p><p>identificar os itens de maior valor de demanda e sobre eles exercer uma gestão mais</p><p>refinada, especialmente por representarem altos valores de investimentos e, muitas</p><p>51</p><p>vezes, com impactos estratégicos para a sobrevivência da organização.</p><p>Não vamos confundir as coisas aqui, mas esta Curva ABC também separa os itens por</p><p>importância, porém, neste caso, está mais relativa ao fluxo ou ciclo de estoque de</p><p>cada produto;</p><p>Devemos frisar que, na sistemática da Curva ABC, os itens de material</p><p>em estoque são usualmente classificados de acordo com seu valor de</p><p>demanda, mas existe a possibilidade de adoção de outros critérios,</p><p>como, por exemplo, impacto na linha de produção, ou itens mais</p><p>requisitados pelos setores da organização. No método da Curva ABC,</p><p>os itens em estoque são classificados em três classes:</p><p>• Classe A: itens de maior valor de demanda, em determinado</p><p>período;</p><p>• Classe B: itens de valor de demanda intermediário;</p><p>• Classe C: itens de menor valor de demanda. (FELINI, 2013, p. 23).</p><p>Acesse o link: Disponível aqui</p><p>Para aprofundar ainda mais seus conhecimentos sobre Curva ABC e de</p><p>como utilizá-la, utilizar o menor capital possível, prestando um bom nível de</p><p>serviço ao seu cliente, faço a recomendação de leitura do artigo: “Como</p><p>utilizar a curva ABC para gestão de estoque.” Este artigo traz de uma</p><p>maneira prática como utilizar a curva ABC para otimizar os processos de</p><p>Gestão de Estoque.</p><p>Portanto, a classificação ABC não vai ser a única forma de classificar materiais dentro</p><p>da empresa, mas tem sua importância ao mostrar para o gestor tomador de decisão</p><p>quais itens dão mais retorno.</p><p>52</p><p>https://endeavor.org.br/estrategia-e-gestao/curva-abc-gestao-estoque/</p><p>Fonte: Felini (2013, p. 23)</p><p>Classe</p><p>% do critério selecionado (geralmente é</p><p>o valor (R$) de demandas)</p><p>% Quantidade</p><p>aproximada em</p><p>estoque</p><p>A 80% 20%</p><p>B 15% 30%</p><p>C 5% 50%</p><p>Com a curva ABC, repetimos o argumento de que o estoque não é apenas um</p><p>aglomerado de caixas, mas representa grande investimento, muitas vezes milhões de</p><p>reais em dinheiro investido para o conforto do cliente e, com isso, ao se fazer valer da</p><p>curva ABC, o gestor pode dinamizar e flexibilizar seus lotes de compra para que</p><p>atenda a seus objetivos.</p><p>Reforçando, não se preocupe, estudante, em buscar a melhor forma de classificar os</p><p>materiais de sua empresa, pois isso não existe! O que existe e é o que eu recomendo</p><p>que você persiga é encontrar as técnicas e parâmetros de classificação que mais se</p><p>adequem aos materiais que sua empresa usa.</p><p>53</p><p>05</p><p>Gestão de Estoque para a</p><p>Logística</p><p>54</p><p>Estudante, como já devo ter argumentado algumas vezes, o estoque de uma empresa</p><p>não é movimentado apenas porque o departamento de estoque possui, em geral, um</p><p>grande fluxo de pessoas e materiais, mas porque está (ou deveria estar) integrado à</p><p>logística da empresa.</p><p>De fato, não existe nenhum setor da empresa que seja verdadeiramente isolado, pois</p><p>isso não seria prático tão pouco útil, e o estoque é um dos exemplos onde um setor</p><p>só consegue alcançar sua eficiência máxima de for devidamente integrado nos</p><p>demais processos da empresa.</p><p>Portanto é de se esperar que a gestão de estoque seja complexa e desafiadora ao</p><p>gestor moderno, embora ele tenha diversas ferramentas ao seu dispor para que</p><p>possa pensar seu estoque dentro dos demais processos logísticos.</p><p>Integração do Estoque</p><p>Para Martins e Alt (2009, p. 172 apud SZABO, 2015, p. 27), a gestão do estoque dentro</p><p>de uma perspectiva logística é vital: “[...] na composição do custo final e,</p><p>consequentemente, no preço de venda, a participação relativa do custo da matéria-</p><p>prima é cada vez maior. Isso se deve ao fato de as empresas tornaram-se cada vez</p><p>mais enxutas.”.</p><p>Existem estoques que acondicionam centenas de reais em materiais, mas existem</p><p>também os armazéns que abrigam</p><p>milhões de reais, com isso, sua gestão tem que ser</p><p>muito bem controlada. Imagine que o estoque promova grande peso financeiro na</p><p>operação e com isso sobre os custos de venda, observe no quadro a seguir a</p><p>composição do preço de venda dividido em três elementos:</p><p>55</p><p>Quadro 1 - Elementos do preço de venda</p><p>Fonte: Szabo (2015, p. 27)</p><p>1</p><p>MD</p><p>(material</p><p>direto)</p><p>ou seja, matéria-prima e estoque. À medida que a matéria-</p><p>prima vai sendo transformada, vira estoque de material em</p><p>processo e, depois, estoque de produto acabado.</p><p>2</p><p>MOD (mão</p><p>de obra</p><p>direta)</p><p>Custos com o pessoal envolvido diretamente na fabricação.</p><p>São aqueles números que crescem se precisamos produzir</p><p>mais, como os operadores.</p><p>3</p><p>GIF (gastos</p><p>indiretos</p><p>de</p><p>fabricação)</p><p>Aqui, entra a mão de obra indireta, como o pessoal de</p><p>tecnologia de informação, contabilidade e equipes que não</p><p>precisam crescer diretamente com o aumento de produção.</p><p>Também estão outros gastos, como publicidade, impostos,</p><p>lucro (para compor o preço) ETC.</p><p>Dizer que a empresa está integrando seu estoque implica dizer que ela precisa se</p><p>integrar totalmente, pois o estoque conversa com todos os departamentos, da</p><p>produção ao marketing, do comercial ao faturamento. Se um novo produto será</p><p>lançado, a produção precisa se preparar, o estoque precisa se preparar, o setor</p><p>comercial precisa se preparar, portanto, temos que falar sempre em integrar o</p><p>estoque à empresa toda, assim como contextualiza Swiech (2003, p. 12):</p><p>No início a Gestão de Estoque era vista como um meio de reduzir os</p><p>custos totais associados com a aquisição e a gestão de materiais.</p><p>Quando a gestão de estoque não é colocada como um conceito</p><p>integrado, esses diferentes estágios são gerenciados geralmente por</p><p>departamentos diferentes, ou seja, o diretor de produção será</p><p>responsável pela fábrica, o diretor de compras pelo de compras e o</p><p>diretor de vendas contratará a função de distribuição física.</p><p>Veja o que apresenta Andrade (2011, p. 05): “A gestão de estoques deve considerar</p><p>todos os custos incorridos de qualquer decisão ou metodologia que venha a ser</p><p>empregada na organização. O dinamismo do mercado, sobretudo, influencia</p><p>diretamente nesses meios apresentados.”</p><p>56</p><p>Com o argumento de Andrade você, estudante, acredita que possa existir um estoque</p><p>isolado, desconectado do resto da empresa e mesmo assim obter sucesso?</p><p>O estoque é como um órgão para a empresa; como os órgãos do corpo humano: não</p><p>é capaz de operar sozinho, e sozinho não realiza qualquer função relevante. Embora</p><p>empresas de varejo possam ter, dependendo de seu tamanho e ramo de atividade,</p><p>uma relação de menor importância com seu estoque, para empresas envolvidas em</p><p>produção isso não ocorre, e o estoque passa a ser um dos grandes componentes da</p><p>estrutura logística, assim como acrescenta Andrade (2011, p. 05):</p><p>Torna-se indispensável que as organizações definam suas políticas</p><p>logísticas a priori. Estabelecer quanto tempo levará para se entregar</p><p>produtos até o cliente, definir número de depósitos e suas respectivas</p><p>localizações, bem como os materiais que ficarão estocados em cada</p><p>um deles; decidir qual será o nível de flexibilidade ao cliente,</p><p>antecipar compras visando menores custos de aquisição, entre</p><p>muitos outros. Todas são políticas que a empresa pode optar na</p><p>busca por maior competitividade no mercado.</p><p>Via de regra, para Andrade (2011), o estoque deve estar em um contexto mais</p><p>estratégico nas empresas, e tomar decisões sobre seus objetivos passa a ser o mesmo</p><p>que definir os rumos da empresa como um todo.</p><p>57</p><p>O Processo Decisório e a Tecnologia</p><p>Ter grande poder de decisão é, para o gestor moderno, uma questão de ter boas</p><p>informações e sistemas que o ajude a interpretar, criar cenários, analisar tudo sob</p><p>uma perspectiva mais avançada, estratégica.</p><p>Neste sentido, o gestor se faz valer de inovações em sistemas de informação que vão</p><p>lhe dar suporte a obtenção, tratamento e disponibilidade das informações que vão</p><p>compor seu processo decisório e segundo (Moura, 2010 apud OLIVEIRA, 2012, p. 30)</p><p>O uso da tecnologia de informação na gestão de estoque possibilita</p><p>informações mais acuradas e se consegue mais eficiência nos</p><p>serviços e nas informações. A tecnologia da informação é a principal</p><p>força motriz na busca de melhorias de lucratividade no campo</p><p>logístico.</p><p>Os sistemas de informações gerenciais referem-se a todo equipamento,</p><p>procedimento e pessoal que criam um fluxo de informações utilizadas nas operações</p><p>diárias de uma organização e no planejamento e controle global das atividades. Outra</p><p>definição é a de Ballou (2006 apud OLIVEIRA, 2012, p. 30):</p><p>[...] um sistema de informações gerenciais é um sistema integrado</p><p>homem/máquina, que providencia informações para apoiar as</p><p>funções de operação, gerenciamento e tomada de decisão numa</p><p>organização. O sistema utiliza hardware e software de</p><p>computadores, procedimentos manuais, modelos gerenciais e de</p><p>decisão e uma base de dados.</p><p>Vale frisar que o gestor deve compreender as necessidades que o sistema de</p><p>informações gerenciais demanda e, com isso, saber que deverá ter sua empresa</p><p>integrada para que tal sistema seja eficiente. Ele terá também que ter seu estoque</p><p>integrado, conectado, caso contrário, terá sempre um gargalo, uma imprecisão em</p><p>sua obtenção de informação.</p><p>O controle do estoque deve ser integrado, e se deve controlar quantidades e valores</p><p>em um contexto global e sempre se buscar técnicas, sistemas e procedimentos que</p><p>melhorem a eficiência da utilização desses recursos. Neste contexto, Garcia et al.</p><p>(2006) destacam as principais decisões referentes à gestão de estoques:</p><p>58</p><p>a) Quanto pedir: especificação da quantidade requerida com base</p><p>em demandas futuras esperadas, restrições de suprimentos,</p><p>descontos existentes e custos envolvidos.</p><p>b) Quando pedir: momento exato de emitir uma nova ordem</p><p>determinado pelo ponto de pedido, ou seja, data através da qual o</p><p>pedido atende exatamente às necessidades da empresa, que depende</p><p>do lead time de ressuprimento, da demanda esperada e do nível de</p><p>serviço desejado.</p><p>c) Com que frequência revisar os níveis de estoque: continuamente ou</p><p>periodicamente, dependendo da tecnologia presente e dos custos de</p><p>revisão, dentre outros fatores.</p><p>d) Onde localizar os estoques: decisões de localização se houver a</p><p>possibilidade de haver centros de distribuição; depende dos custos de</p><p>distribuição, restrições de serviço, tempo em que os clientes aceitam</p><p>esperar, tempo de distribuição, custos de estoque e custos das</p><p>instalações.</p><p>e) Como controlar o sistema: utilização de indicadores de</p><p>desempenho e monitoramento das operações para apoiar medidas</p><p>corretivas e ações de contingência, se o sistema logístico estiver fora</p><p>de controle.</p><p>Mas não pense que colocar a gestão de estoque dentro do contexto das decisões</p><p>gerenciais da empresa significa que a empresa passa a ocupar grande parte de seu</p><p>tempo planejando esse estoque – isso não seria nada produtivo e poderia levar a</p><p>conflitos de decisões e até mesmo ao prejuízo. O que a empresa faz é promover o</p><p>desenvolvimento de sua política de gestão de estoque, ou seu próprio modelo.</p><p>59</p><p>Modelos de Gestão de</p><p>Estoques</p><p>Fato é que o gestor passa seus dias tomando diversas decisões, mas o bom gestor usa</p><p>formas para que não precise promover extensas deliberações em seu processo</p><p>decisório. Ao se estabelecer um modelo para a gestão de estoques, o gestor passa a</p><p>ter um parâmetro a seguir ao invés de sempre ter que esmiuçar cada situação que</p><p>encontrar. São diversos os modelos de gestão de estoques, e caberá ao gestor</p><p>desenvolver o seu para a realidade e especificidade de sua empresa.</p><p>Santoro (2006) divide esses modelos em dois grandes grupos:</p><p>a) Modelos reativos: não é necessário obter previsões sobre a demanda para tomar</p><p>as decisões de abastecimento de estoques.</p><p>b) Modelos ativos: baseiam-se fortemente em previsões sobre a demanda futura</p><p>para tomar tais decisões.</p><p>Claro que como todo modelo gerencial, o modelo de gestão de estoque só funciona</p><p>se for bem construído e para modelos desta natureza existe imenso peso na análise</p><p>da demanda, digamos que</p>encontrar
Transporte
194
mercadorias
desaparecidas.
Impressão 3D, imprimindo peças na hora
que surge o pedido.
Diminuição do
volume de
estoque; maior
durabilidade;
reduz custos de
transporte e
armazenagem.
Armazenagem,
manutenção
do estoque.
Software WMS (sistema de
gerenciamento de armazém), utiliza
tecnologias de AIDC (do inglês,
identificação automática e captura de
dados) e RFID (Identificação por
Radiofrequência), como código de barras,
dispositivos móveis e redes locais sem fio
para monitorar o fluxo de produtos, além
do momento de suprir o estoque.
Rápida
identificação dos
produtos;
melhora
utilização do
espaço e reduz
custos de
armazenagem e
tempo de
espera.
Armazenagem,
manutenção
do estoque.
Movimentação
de materiais;
suprimentos.
SRM (Gestão de Relacionamento com
Fornecedores): um sistema
informatizado, armazenando informação
detalhadas de cada fornecedor,
analisando os melhores desempenhos.
Ganho de
qualidade de
informação,
garantindo uma
base confiável
com
fornecedores,
reduzindo custos
de aquisição.
Suprimentos
Softwares capazes de acompanhar o
estoque ao mesmo tempo em que é
recebido o pedido, garantindo a
disponibilidade do item.
Ganho de tempo
e auxilia no
menor prazo de
entrega,
evitando
Processamento
de pedidos
195
Fonte: adaptado de Silva e Kawakame (2019: 07)
cancelamento de
pedidos.
Processo de rastreabilidade
automatizado em embalagens
cartonadas, possuindo um código que o
consumidor pode fazer controle de sua
qualidade, como origem, processamento.
Traz
transparência e
segurança ao
consumidor.
Embalagem
Mas como o gestor decidirá quando aprimorar sua fábrica? Como ele saberá qual o
nível tecnológico sua empresa deve ter? Bem, estar atualizado é obrigatório ao bom
gestor, mas seu nível de tecnologia dependerá se suas metas de crescimento, da
agressividade de seu mercado consumidor e, de quanto dinheiro tem a disposição
para as atualizações. Em alguns casos, este gestor deve se munir de financiamentos e
empréstimos para que sua empresa se mantenha relevante em seu mercado.
196
Conclusão
Um dos pontos mais conclusivos a respeito da tríade Estoque, Armazenamento e Movimentação é a
necessidade de serem vistos como parte de um único elemento: a produção industrial. Durante as 16
unidades, você, estudante, deve ter notado a frequência com que usei os termos: integrado, conectado e
outros similares, e isso significa que não se deve enxergar esses três componentes logísticos, assim como
nenhum outro, como departamentos isolados.
Outro ponto que fica evidente nos diálogos durante os capítulos, que parte do pressuposto da
conectividade dos elementos como estoque, dos processos de armazenagem e das formas de
movimentação, é representado pela gerência integrada da empresa e como esta integração deve orientar
para que os processos sejam criados e conduzidos de forma a criar um fluxo positivo em todas as etapas da
produção.
Não queremos com dizer que tudo se trata da aplicação da logística, pois muitos dos modelos utilizados
também possuem origem nas técnicas de constituição e gerenciamento das cadeias de suprimento. Quando
o gestor resolve a forma com que vai atacar seus objetivos e metas decidindo por integrar os processos, as
tecnologias, ele deverá entrar nos dois mundos: na logística e no gerenciamento de uma cadeia de
suprimento.
Com mais um ponto bem esclarecido, podemos concluir que ter estoque não é necessariamente ter
dinheiro parado ou até mesmo algo indesejado, pois uma vez que este estoque está corretamente bem
dimensionado, inserido em uma cadeia de suprimentos, seu giro será sempre constante e sua existência
passa a agregar valor à empresa.
Por fim, deixo registrado que os elementos, técnicas e tecnologias de movimentação de materiais não
devem ser vistos apenas como um custo e sim como formas de promover agilidade e segurança para os
materiais movimentados, preservando pessoas e máquinas e oferecendo a empresa o dinamismo
necessário para estar sempre relevante em seu mercado.
197
Material Complementar
Livro
NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais
Técnicas
Autor: Wanderley Begnon
Editora: Viena
Sinopse: “As normas regulamentadoras (NRs) são leis relacionadas à segurança
e a saúde ocupacional de diversas categorias de profissionais. Elas são
elaboradas pelo Ministério do Trabalho e são referência para o desenvolvimento
das ações e obrigações das empresas públicas e privadas, que possuem
empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A NR 11 é a
norma que dispõe sobre o transporte, a movimentação, a armazenagem e o
manuseio de materiais.”
Comentário: Dentro do universo de procedimentos logísticos a NR 11 atua na
segurança para que tais processos promovam agilidade e custo reduzido sem
deixar de lado a segurança do trabalhador.
Filme
A Meta (The Goal)
Ano: 1988
Sinopse: O filme explica brilhantemente, com exemplos do dia a dia, os
conceitos que aumentam o desempenho em produtividade. Um exemplo é
aquele em que Alex leva seu filho e um grupo de escoteiros em uma expedição
de caminhada. Aqui, Alex enfrenta e aprende a lidar adequadamente com um
gargalo, na forma do garoto mais lento, chamado Herbie, para melhorar
significativamente o desempenho do sistema. Alex, então, mostra como aplicou
esses princípios à sua fábrica.
Disponível no Youtube.
Web
Para quem já trabalhou em alguma produção industrial de alimentos que
utilizava as câmaras frias, deve imaginar as vantagens de se ter o ambiente
inteiro climatizado e com isso deixar de ficar transitando entre ambientes de
temperaturas diferentes. Existem diversas vantagens ao se utilizar o ambiente
inteiro refrigerado e no artigo “Armazenamento Refrigerado” de Brackmann Et
al.(2004: online), você, estudante, aprenderá mais um pouco sobre esta peculiar
estratégia de armazenamento.
Acesse o link
198
https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/7ArmazenamentoRefrigeradoPoscolheita_000fid292ms02wyiv80z4s473tip1h23.pdf
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http://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/49713/Marcelo%20Nedival%20Swiech.pdf?sequence=1
	A Armazenagem e o Estoque
	Estratégias de Estoque para a Distribuição
	Calculo de Estoque e Previsão
	Classificação de Materiais
	Gestão de Estoque para a Logística
	O Planejamento do Estoque
	A Avaliação do Estoque
	Fundamentos de Controle de Estoque
	Fundamentos Básicos de Armazenagem
	Tipos de Armazenagem
	Vantagens e Desvantagens do Armazenamento
	Layout e Otimização de Espaços
	Localização dos Centros de Distribuição
	Gerenciamento e Formação da Cadeia de Suprimentos
	Sistemas para a Gestão e Movimentação de Mercadorias e Insumos
	Tendências e Inovações de Estoque, Armazenagem e Movimentação

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