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<p>Sequestro e cárcere privado (art. 148)</p><p>josenabucofilho.com.br/home/direito-penal/parte-especial/sequestro-e-carcere-privado-art-148/</p><p>Bem jurídico</p><p>O tipo do sequestro e cárcere privado tutela a liberdade física, chamada liberdade</p><p>de ir e vir.</p><p>Sujeitos do crime</p><p>Sujeito ativo é qualquer pessoa (crime comum).</p><p>Sujeito passivo é qualquer pessoa.</p><p>Tipo objetivo</p><p>A conduta é privar, no sentido de tolher, restringir a liberdade. Pode ser feita</p><p>mediante detenção ou retenção. Detenção se dá com o deslocamento da vítima de</p><p>um lugar para outro, onde ficará com a liberdade privada, como no caso em que a</p><p>pessoa está na rua e é levada em um veículo até determinado lugar. Já a retenção</p><p>é a privação da liberdade da vítima no lugar onde ela já se encontrava, como no</p><p>exemplo do marido que priva a liberdade da esposa, impedindo-a de sair da própria</p><p>casa.</p><p>Pode ser feito com qualquer meio, violência, grave ameaça, fraude ou substância</p><p>que impeça a reação da vítima (drogas, soníferos).</p><p>A diferença entre sequestro e cárcere privado é que no sequestro a privação da</p><p>liberdade é menos intensa. Existe o enclausuramento, que pode ser em uma</p><p>chácara, casa ou ilha deserta. Já o cárcere privado contém uma restrição à</p><p>liberdade mais intensa, havendo o confinamento em um cubículo, quarto, banheiro</p><p>ou porta-malas de um veículo.</p><p>Tipo subjetivo</p><p>Trata-se de crime doloso, que exige a vontade livre e consciente de privar a</p><p>liberdade da vítima. Não há previsão de nenhum elemento subjetivo, o que, aliás, é</p><p>a distinção do crime de extorsão mediante sequestro (vide item 6).</p><p>Consumação e tentativa</p><p>Consuma-se com a privação de liberdade. O sequestro e cárcere privado é crime</p><p>permanente, cuja consumação se prolonga no tempo. Enquanto houver a privação</p><p>de liberdade, independentemente do tempo de duração, o crime estará se</p><p>consumando, o que torna possível a prisão em flagrante, além de ser relevante para</p><p>a contagem do prazo prescricional e para a questão da lei penal no tempo.</p><p>09/10/2024, 17:52 Sequestro e cárcere privado (art. 148)</p><p>https://www.printfriendly.com/p/g/Vmuy6Y 1/4</p><p>https://josenabucofilho.com.br/home/direito-penal/parte-especial/sequestro-e-carcere-privado-art-148/</p><p>A tentativa é teoricamente possível “O crime de seqüestro é material e não formal.</p><p>Admite, pois, a figura da tentativa” (STF – HC – Rel. Antônio Neder –RT 509/452).</p><p>Concurso aparente de normas</p><p>Em face de outros crimes mais graves, que podem ter a privação de liberdade como</p><p>meio, constata-se que o sequestro e cárcere privado é crime subsidiário.</p><p>O sequestro e cárcere privado distingue-se da extorsão mediante sequestro (art.</p><p>159, CP) simplesmente em razão da finalidade do agente. Na extorsão mediante</p><p>sequestro basta que o sequestro tenha sido feito com a finalidade de obtenção do</p><p>resgate.</p><p>“Provado que o agente privou alguém da faculdade de locomoção, condicionando a</p><p>liberação ao pagamento de resgate, sua conduta se insere no modelo desenhado no</p><p>art. 159 do CP, não se podendo desclassificá-la para o art. 148 do CP, porque neste</p><p>o seqüestro é desprovido da finalidade que animou o primeiro comportamento, qual</p><p>seja, obter vantagem como condição ou preço do resgate” (TJMG – 1.ª C. – AP</p><p>318.962-6 – Rel. Audebert Delage – j. 07.03.2001 – RT 794/691).</p><p>No tipo do art. 148 existe apenas o dolo de privar a liberdade da vítima, no do art.</p><p>159, além do dolo de privar a liberdade, há o elemento subjetivo do tipo, que é o fim</p><p>de obter vantagem com o resgate. A diferença, pois, é puramente subjetiva.</p><p>No crime de roubo, há a previsão de uma causa de aumento de pena, se o autor</p><p>mantiver a vítima “em seu poder, restringindo sua liberdade”. Nessa hipótese, a</p><p>privação de liberdade da vítima é menos intensa[3] e é feita com a finalidade</p><p>exclusiva de efetivar a subtração.[4]</p><p>“Ocorre roubo qualificado previsto no art. 157, § 2.º, V, do CP, na hipótese em que o</p><p>agente mantém a vítima por cerca de 15 minutos em seu poder, restringindo a sua</p><p>liberdade, tempo esse mais do que suficiente para a configuração da qualificadora,</p><p>porquanto o verbo ‘restringir’, utilizado pelo legislador, é de menor intensidade que a</p><p>privação referida no art. 148 do mesmo diploma legal, sendo certo que, se o período</p><p>for prolongado, nasce um crime autônomo, de seqüestro e cárcere privado, a ser</p><p>considerado em concurso material” (TACRIM-SP – AP 1.225.801/5 – Rel. Roberto</p><p>Mortari – j. 06.02.2001 – RJTACRIM-SP 50/146).</p><p>“O crime de seqüestro, previsto no art. 148 do Código Penal, pressupõe a vontade</p><p>livre, consciente e autônoma de privar o ofendido da liberdade de locomoção. Não</p><p>há falar na incidência do art. 148 do CP, mas, sim, do art. 157, § 2.º, V, do mesmo</p><p>diploma material, se a privação da liberdade da vítima, se dá unicamente para a</p><p>prática do crime de roubo. Tal circunstância, todavia, poderá influir no quantum de</p><p>acréscimo decorrente da aplicação da causa especial de aumento de pena” (STJ –</p><p>RE 265.344 – Rel. Hamiltom Carvalhido – j. 26.03.2002 – RSTJ 168/576).</p><p>09/10/2024, 17:52 Sequestro e cárcere privado (art. 148)</p><p>https://www.printfriendly.com/p/g/Vmuy6Y 2/4</p><p>Muito semelhante é a diferença do sequestro e cárcere privado da extorsão</p><p>majorada (art. 158, § 2º, CP), crime que se pratica com violência ou grave ameaça,</p><p>na qual a restrição de liberdade ocorre para obrigar a vítima a fazer ou deixar de</p><p>fazer algo que represente vantagem econômica para o autor.</p><p>“Os agentes que, armados, adentram a residência do gerente de banco, rendem</p><p>seus familiares, e o obrigam a ir até a agência e abrir o cofre para a retirada do</p><p>dinheiro, praticam o delito de extorsão majorada pelo concurso de pessoas e pelo</p><p>emprego de arma. Uma vez que a vantagem patrimonial visada pelos agentes não</p><p>está consubstanciada na exigência de um preço ou uma condição para o resgate de</p><p>alguém, não há que se falar em crime de extorsão mediante seqüestro. Impossível o</p><p>reconhecimento do delito previsto no art. 148, em concurso material, porquanto a</p><p>privação da liberdade dos familiares da vítima mediante ameaça foi meio para a</p><p>obtenção da vantagem patrimonial indevida. Solução diversa acarretaria</p><p>intolerável bis in idem” (TAMG – 2.ª C. Mista – AP 409.542-7 – Rel. Alexandre Victor</p><p>de Carvalho – j. 11.11.2003 – RT 821/670).</p><p>Diferencia-se do crime de subtração de incapazes (art. 249, CP), pois este é um</p><p>crime contra o pátrio poder, em que se retira o incapaz de quem de direito, sem que</p><p>haja privação de sua liberdade. A subtração de um recém-nascido da maternidade,</p><p>para criar a criança como se seu filho fosse, não configura o delito de sequestro e</p><p>cárcere privado, pois não há a privação de liberdade física da vítima, mas sua</p><p>subtração de quem o tem sob sua guarda.</p><p>“Provada que a intenção do agente não era de privar a criança de sua liberdade de</p><p>locomoção, mas ao contrário, de tê-la para si, e criá-la como se sua fora, impõe-se a</p><p>desclassificação do crime de seqüestro a ele atribuído para o delito de subtração de</p><p>incapazes previsto no art. 249 do CP” (TJSP – AP – Rel. Péricles Piza –</p><p>RT 698/327).</p><p>Figuras qualificadas</p><p>Circunstâncias do § 1º</p><p>A pena será de 2 a 5 anos de reclusão, se ocorrer umas das seguintes situações:</p><p>Se o crime for contra ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente</p><p>ou maior de 60 anos (I).</p><p>Se ocorrer mediante internação, hipótese mais grave por se caracterizar mediante</p><p>fraude (II).</p><p>Se durar mais do que 15 dias, o que significa uma maior lesão à liberdade da vítima</p><p>(III).</p><p>Se a vítima tiver menos de 18 anos, o que é considerado pelo legislador como</p><p>indicador de maior fragilidade da vítima (IV).</p><p>09/10/2024, 17:52 Sequestro e cárcere privado (art. 148)</p><p>https://www.printfriendly.com/p/g/Vmuy6Y 3/4</p><p>Se o crime for cometido com fins libidinosos. Não é necessário que o ato libidinoso</p><p>se realize, bastando a finalidade do autor. Caso a violência sexual seja praticada,</p><p>haverá concurso material de delitos (art. 69, CP), com a aplicação cumulativa das</p><p>penas. Porém, se a privação de liberdade ocorrer apenas como meio para a prática</p><p>do estupro, o crime de sequestro e cárcere privado fica absorvido pelo de estupro</p>(art. 213, CP).
Grave sofrimento
Se houver “grave sofrimento físico ou moral”, decorrente de maus-tratos ou da
natureza da privação da liberdade, a pena será de 2 a 8 anos. É a hipótese em que
o sofrimento é extraordinário, além do sofrimento inerente à privação de liberdade,
ou seja, é preciso que se demonstre que o sofrimento foi além daquele que,
ordinariamente, resulta do crime.
Maus-tratos ocorre com o uso de violência, privação de alimentos ou de cuidados.
“O crime de cárcere privado, com grave sofrimento (físico e moral) para a vítima,
está plenamente configurado pela circunstância de ter o agente prendido a amásia
com corrente, algemas e cadeado, infligindo-lhe sofrimento. Não tem procedência a
pretensão de desclassificar-se tal infração para a definida no art. 146 do CP, porque
são essentialia deste último delito, a imposição de fazer ou não fazer algo que a lei
respectivamente não manda, ou ao revés, permite; a efetiva consecução do fim do
agente: o dolo específico” (TJSP – AP – Rel. Prestes Barra – RJTJSP 53/318).
Natureza da detenção é a forma como é feita a privação de liberdade, como do
exemplo de alguém confinado em um cubículo úmido ou pouco ventilado.
“Faz-se presente a qualificadora do seqüestro, pela ‘natureza da detenção’ (§ 2.º do
art. 148 do CP), se a vítima fica confinada, durante horas, no porta-malas do
automóvel dos seqüestradores, portanto em lugar sem ventilação, agravando-se os
sofrimentos, em excesso à forma simples do crime” (TJSP – AP – Rel. Bittencourt
Rodrigues – RT 752/567).
09/10/2024, 17:52 Sequestro e cárcere privado (art. 148)
https://www.printfriendly.com/p/g/Vmuy6Y 4/4

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