Logo Passei Direto
Buscar
Material
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

<p>DIREITO PENAL - CARREIRAS POLICIAIS</p><p>RESUMOS</p><p>ILUSTRADOS</p><p>MARCELOMAPAS</p><p>Gostaria de te parabenizar por adquirir esse</p><p>material. O nosso material é feito com muita</p><p>dedicação para te ajudar a alcançar os seus objetivos</p><p>nos estudos. Espero que você goste!</p><p>Olá, tudo bom?</p><p>Esse material destina-se exclusivamente a exibição</p><p>privada. É proibida toda forma de divulgação de</p><p>reprodução, distribuição ou comercialização do conteúdo.</p><p>Qualquer compartilhamento seja por google drive,</p><p>torrent, mega, whatsapp, redes sociais ou</p><p>quaisquer outros meios se classificam como ato de</p><p>pirataria, conforme o art. 184 do Código Penal.</p><p>Entretanto, acreditamos que você</p><p>é uma pessoa de bem e que</p><p>jamais faria uma coisa dessas.</p><p>Agradecemos a sua compreensão</p><p>e desejamos um ótimo estudo.</p><p>Resumosmapasdireito</p><p>Marcelo.mapaseresumos@gmail.com</p><p>Crimes contra a vida ........................................................................................................................................................04</p><p>Induzimento, instigação ao suicídio ............................................................................................................................16</p><p>Infanticídio............................................................................................................................................................................21</p><p>Aborto ...................................................................................................................................................................................23</p><p>Lesão Corporal ...................................................................................................................................................................29</p><p>Crimes Contra a Honra ....................................................................................................................................................40</p><p>Dos crimes contra a liberdade individual ..................................................................................................................51</p><p>Inviolabilidade de Domicílio ............................................................................................................................................75</p><p>Inviolabilidade de segredos ...........................................................................................................................................79</p><p>Dos crimes contra o Patrimônio...................................................................................................................................84</p><p>Dos Crimes Contra a Dignidade Sexual ...................................................................................................................161</p><p>Peculato ............................................................................................................................................................................194</p><p>Excesso de Exação.........................................................................................................................................................196</p><p>Concussão.........................................................................................................................................................................197</p><p>Corrupção Ativa...............................................................................................................................................................198</p><p>Corrupção Passiva..........................................................................................................................................................199</p><p>Prevaricação.....................................................................................................................................................................200</p><p>SUMÁRIO</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>DIREITO PENAL</p><p>CRIMES CONTRA A VIDA</p><p>HOMICÍDIO SIMPLES</p><p>Art. 121. Matar alguém: Pena – reclusão, de 6 (seis) a 20</p><p>(vinte) anos.</p><p>CASO DE DIMINUIÇÃO DE PENA</p><p>§ 1º Se o agente comete o</p><p>crime impelido por motivo de</p><p>relevante valor social ou</p><p>moral, ou sob o</p><p>domínio de violenta emoção,</p><p>logo em seguida a injusta</p><p>provocação da vítima, o juiz</p><p>pode reduzir a</p><p>pena de 1/6 (um sexto) a 1/3</p><p>(um terço).</p><p>SUJEITO ATIVO SUJEITO PASSIVO</p><p>AUTOR- Crime comum,</p><p>praticado por qualquer pessoa.</p><p>VÍTIMA - SER HUMANO VIVO.</p><p>4</p><p>Produz resultado naturalístico, ou</p><p>seja, se consuma com a morte da</p><p>vítima</p><p>Se doloso, será o</p><p>tribunal do júri.</p><p>É o dolo (direto ou eventual),</p><p>consciente vontade de realizar</p><p>o tipo penal.</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>DIREITO PENAL</p><p>CRIMES CONTRA A VIDA</p><p>QUANDO SE INICIA A VIDA EXTRAUTERINA?</p><p>CRIME MATERIAL</p><p>COMPETÊNCIA</p><p>O crime de homicídio tem como</p><p>limite mínimo o começo do</p><p>nascimento, marcado pelo início</p><p>das contrações expulsivas.</p><p>ELEMENTO SUBJETIVO</p><p>5</p><p>DIREITO PENAL</p><p>CRIMES CONTRA A VIDA</p><p>COMPETÊNCIA</p><p>DIMINUIÇÃO DE PENA OU HOMICÍDIO PRIVILEGIADO</p><p>RELEVANTE VALOR SOCIAL</p><p>Diz respeito aos interesses de</p><p>toda uma coletividade, logo, o</p><p>motivo deve ser nobre e</p><p>altruístico.</p><p>RELEVANTE VALOR MORAL</p><p>De interesse pessoal, atrelado aos sentimentos de piedade,</p><p>misericórdia e compaixão. Ex.: Apressar a morte de</p><p>paciente desenganado pela medicina.</p><p>DE 1/6 A 1/3</p><p>SOB O DOMÍNIO DE VIOLENTA EMOÇÃO</p><p>Aqui o sujeito ativo, logo em seguida a injusta provocação da</p><p>vítima, reage, de imediato, sob intenso choque emocional,</p><p>capaz de anular sua capacidade de autocontrole</p><p>durante o cometimento do crime.</p><p>Ex.: Indignação contra um traidor da pátria</p><p>6</p><p>DIREITO PENAL</p><p>CRIMES CONTRA A VIDA</p><p>Ex.: O agente está no caixa de uma loja aguardando</p><p>para efetuar o pagamento quando o vendedor chega o</p><p>acusando injustamente de furto, o agente perde</p><p>totalmente o controle de suas emoções e acaba</p><p>matando o vendedor.</p><p>SOB O DOMÍNIO DE VIOLENTA EMOÇÃO</p><p>HOMICÍDIO QUALIFICADO - § 2º Se o homicídio é cometido:</p><p>RECLUSÃO DE 12 A 30 ANOS</p><p>I - Mediante paga ou promessa de</p><p>recompensa ou por outro motivo</p><p>torpe (qualificadora subjetiva)</p><p>Motivo torpe - quando a razão</p><p>do delito for vil, ignóbil,</p><p>repugnante, abjeta.</p><p>Ex.: O matador profissional que mata para receber recompensa</p><p>7</p><p>II - POR OUTRO MOTIVO FÚTIL (QUALIFICADORA SUBJETIVA)</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>DIREITO PENAL</p><p>CRIMES CONTRA A VIDA</p><p>Motivo fútil - quando há real</p><p>desproporção entre o delito e sua</p><p>causa moral. A pessoa mata por</p><p>bobeira, coisa insignificante.</p><p>Ex.: O agente mata a vítima por ela</p><p>não ter lhe dado R$ 2,00 quando lhe</p><p>foi solicitado.</p><p>III - COM EMPREGO DE (QUALIFICADORA OBJETIVA):</p><p>Este inciso qualifica o homicídio</p><p>cruel, que aumenta inutilmente</p><p>o sofrimento da vítima, ou que</p><p>possa resultar perigo comum,</p><p>capaz de atingir número</p><p>indeterminado de pessoas.</p><p>Veneno;</p><p>Fogo;</p><p>Explosivo;</p><p>Asfixia;</p><p>Tortura;</p><p>Meio Cruel;</p><p>Perigo comum;</p><p>Meio insidioso;</p><p>8</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>DIREITO PENAL</p><p>CRIMES CONTRA A VIDA</p><p>À traição (qualificadora subjetiva);</p><p>Dissimulação; (qualificadora</p><p>Objetiva)</p><p>Emboscada;</p><p>Recurso que Dificulte ou;</p><p>torne impossível a defesa da vítima.</p><p>Ex.: Atirar na vítima pelas costas ou durante o sono.</p><p>V- PARA ASSEGURAR: (Qualificadora subjetiva)</p><p>A Execução;</p><p>A ocultação;</p><p>A Impunidade;</p><p>Vantagem</p><p>de outro crime</p><p>FEMINICÍDIO</p><p>VI - Contra a mulher por razões da condição de sexo</p><p>feminino. (qualificadora objetiva)</p><p>O feminicídio, é uma violência de</p><p>gênero, é a morte de mulher em</p><p>razão da condição do sexo feminino.</p><p>9</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>DIREITO PENAL</p><p>CRIMES CONTRA A VIDA</p><p>O art. 121, § 2º-A, do CP foi acrescentado para esclarecer</p><p>quando a morte da mulher deve ser considerada em razão</p><p>da condição do sexo feminino:</p><p>Violência doméstica e familiar;</p><p>menosprezo ou discriminação à</p><p>condição de mulher.</p><p>A Lei 13.104/15 acrescentou o art. 121, § 7º, do CP, o qual prevê</p><p>um AUMENTO DE PENA QUE ELEVA DE 1/3 (um terço) até a 1/2</p><p>(metade) a pena do FEMINICÍDIO se o crime for praticado:</p><p>Durante gestação;</p><p>Até três meses após o parto;</p><p>Contra menor de 14 anos;</p><p>Contra maior de 60 anos;</p><p>Contra pessoa com deficiência ou que tenha</p><p>doenças degenerativas que acarretem</p><p>vulnerabilidade física ou mental;</p><p>Na presença física ou virtual</p><p>subtração acontece em momento</p><p>anterior ao constrangimento (a</p><p>subtração, em si, é feita sem violência</p><p>ou grave ameaça);</p><p>2) Relação de imediatidade entre a</p><p>subtração e o constrangimento;</p><p>102</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ROUBO IMPRÓPRIO - ART. 157, §1º, CP</p><p>REQUISITOS:</p><p>3) Violência ou grave ameaça</p><p>como meios executórios (Roubo</p><p>impróprio só é admitido com</p><p>violência própria);</p><p>4) Intenção especial de assegurar</p><p>a impunidade do crime ou a</p><p>detenção da coisa;</p><p>5) segundo o STJ (REsp 1.025.162) não cabe tentativa, pois</p><p>trata-se de crime unissubsistente.</p><p>ROUBO PRÓPRIO ROUBO IMPRÓPRIO</p><p>Utiliza a violência/grave</p><p>ameaça antes ou</p><p>durante a subtração do</p><p>bem. Admite a violência</p><p>imprópria (redução da</p><p>capacidade de resistência</p><p>da vítima)</p><p>Utiliza a violência/grave</p><p>ameaça após a</p><p>subtração, com o objetivo</p><p>de assegurar a impunidade</p><p>do crime ou detenção da</p><p>coisa.Não admite a</p><p>violência imprópria,</p><p>somente a violência</p><p>própria.</p><p>103</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ROUBO CAUSAS DE AUMENTO DE PENA</p><p>Se há o concurso de duas ou mais pessoas:</p><p>A causa de aumento de pena é aplicável ainda que um dos</p><p>envolvidos seja inimputável (pela menoridade ou qualquer</p><p>outra causa) ou desconhecido;</p><p>Se a vítima está em</p><p>serviço de transporte de</p><p>valores e o agente</p><p>conhece tal</p><p>circunstância:</p><p>Indispensável que a vítima esteja transportando valores a</p><p>serviço de alguém. Se estiver transportando seus valores</p><p>por si mesmo, não se aplica. O agente também deve ter</p><p>ciência desta situação.</p><p>Se a subtração for de veículo automotor que venha a ser</p><p>transportado para outro Estado ou para o exterior:</p><p>O objeto material da subtração deve ser veículo automotor;</p><p>é indispensável que haja efetiva transposição da fronteira</p><p>do Estado ou da Nação.</p><p>1/3</p><p>ATÉ</p><p>1/2</p><p>104</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ROUBO CAUSAS DE AUMENTO DE PENA</p><p>Se o agente mantém a vítima em seu poder,</p><p>restringindo sua liberdade:</p><p>O ladrão deve permanecer com a vítima por tempo</p><p>superior ao necessário para execução do roubo, seja para</p><p>assegurar o objeto do roubo, seja para escapar da ação</p><p>policial.</p><p>Se a subtração for de</p><p>substâncias explosivas ou de</p><p>acessórios que, conjunta ou</p><p>isoladamente, possibilitem</p><p>sua fabricação, montagem ou</p><p>emprego:</p><p>Aqui a substância explosiva é o objeto material do crime de</p><p>roubo. Ex.: sujeito que, mediante violência ou grave ameaça,</p><p>subtrai uma banana de dinamite</p><p>Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego</p><p>de arma branca.</p><p>105</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ROUBO CAUSAS DE AUMENTO DE PENA</p><p>Se o agente mantém a vítima em seu poder,</p><p>restringindo sua liberdade:</p><p>O ladrão deve permanecer com a vítima por tempo</p><p>superior ao necessário para execução do roubo, seja para</p><p>assegurar o objeto do roubo, seja para escapar da ação</p><p>policial.</p><p>Se a subtração for de</p><p>substâncias explosivas ou de</p><p>acessórios que, conjunta ou</p><p>isoladamente, possibilitem</p><p>sua fabricação, montagem ou</p><p>emprego:</p><p>Aqui a substância explosiva é o objeto material do crime de</p><p>roubo. Ex.: sujeito que, mediante violência ou grave ameaça,</p><p>subtrai uma banana de dinamite</p><p>Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego</p><p>de arma branca.</p><p>106</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ROUBO CAUSAS DE AUMENTO DE PENA 2/3</p><p>Se a violência ou ameaça é exercida com emprego de</p><p>arma de fogo: Esta majorante se aplica unicamente a</p><p>arma de fogo de uso permitido.</p><p>Se há destruição ou rompimento</p><p>de obstáculo mediante o emprego</p><p>de explosivo ou de artefato</p><p>análogo que cause perigo comum:</p><p>Para incidir esta majorante a pessoa</p><p>não deve estar armada, portando</p><p>somente os artefatos explosivos,</p><p>além disto, é imprescindível que do</p><p>seu emprego cause perigo comum.</p><p>Se a violência ou grave ameaça é</p><p>exercida com emprego de arma de</p><p>fogo de uso restrito ou proibido,</p><p>aplica-se em dobro a pena prevista</p><p>no caput deste artigo.</p><p>107</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ROUBO CAUSAS DE AUMENTO DE PENA 2/3</p><p>CUIDADO, NÃO CONFUNDA!</p><p>Hoje temos três hipóteses que devem ser diferenciadas:</p><p>1) Roubo praticado mediante o emprego de arma branca:</p><p>causa de aumento de 1/3 a ½.</p><p>2) Roubo praticado com emprego de arma de fogo de uso</p><p>permitido: causa de aumento de pena de 2/3.</p><p>3) Roubo praticado com</p><p>emprego de arma de fogo de</p><p>uso restrito ou proibido:</p><p>aplica-se em dobro a pena</p><p>prevista no caput.</p><p>108</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ATENÇÃO! NÃO se admite a aplicação das causas de</p><p>aumento de pena ao roubo qualificado.</p><p>LATROCÍNIO (ART. 157, §3º, CP)</p><p>Se da violência resulta:</p><p>I – Lesão corporal grave, a pena é de</p><p>reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito)</p><p>anos;</p><p>II – Morte, a pena é de reclusão de 20</p><p>(vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.</p><p>CUIDADO, Latrocínio não é “roubo seguido de morte”</p><p>como dizem por aí. É roubo qualificado pelo</p><p>resultado morte, que pode ocorrer antes ou depois</p><p>da subtração, embora no mesmo contexto.</p><p>REQUISITOS:</p><p>1) Que a morte seja</p><p>decorrente da violência</p><p>empregada pelo agente;</p><p>109</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>LATROCÍNIO (ART. 157, §3º, CP)</p><p>REQUISITOS:</p><p>2) Que a violência causadora da</p><p>morte tenha sido empregada</p><p>durante o contexto fático do roubo;</p><p>3) Que haja nexo causal entre a violência provocadora da</p><p>morte e o roubo em andamento (violência empregada em</p><p>razão do roubo);</p><p>4) Estes resultados podem ser dolosos ou culposos.</p><p>ATENÇÃO: haverá roubo qualificado pela morte,</p><p>ainda que a violência tenha sido empregada em face</p><p>de pessoa diversa da proprietária do bem (ex.:</p><p>alguém foi ajudar a socorrer a vítima e morreu).</p><p>110</p><p>Subtração consumada e morte</p><p>tentada = tentativa de</p><p>latrocínio;</p><p>Subtração tentada e morte</p><p>consumada = latrocínio</p><p>consumado (súmula 610 do STF).</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>LATROCÍNIO (ART. 157, §3º, CP)</p><p>Momento consumativo do latrocínio (de acordo com o</p><p>STJ/STF):</p><p>Subtração consumada e morte consumada = latrocínio</p><p>consumado;</p><p>Subtração tentada e morte tentada = tentativa de latrocínio;</p><p>IMPORTANTE:</p><p>Para que haja latrocínio tentado, não importa a natureza</p><p>das lesões, podendo ser leves, graves ou gravíssimas,</p><p>desde que tenha sido demonstrado o animus necandi do</p><p>agente (dolo de matar), não realizado por circunstâncias</p><p>alheias à sua vontade.</p><p>111</p><p>COMPETÊNCIA: CRIME HEDIONDO:</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>LATROCÍNIO (ART. 157, §3º, CP)</p><p>Súmula 603, STF. A</p><p>competência para o</p><p>processo e julgamento de</p><p>latrocínio é do juiz singular</p><p>e não do tribunal do júri.</p><p>Com o Pacote Anticrime,</p><p>tanto o latrocínio quanto</p><p>o roubo qualificado pela</p><p>lesão corporal grave são</p><p>considerados crime</p><p>hediondo</p><p>112</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>EXTORSÃO</p><p>Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou</p><p>grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para</p><p>outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que</p><p>se faça ou deixar de fazer alguma coisa:</p><p>Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, e multa.</p><p>BEM JURÍDICO TUTELADO:</p><p>Crime pluriofensivo: protege o</p><p>patrimônio, a liberdade individual,</p><p>além da integridade física.</p><p>COMO IDENTIFICAR A EXTORSÃO?</p><p>O agente depende da</p><p>colaboração da vítima / o agente</p><p>busca vantagem mediata.</p><p>113</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>EXTORSÃO</p><p>SUJEITOS DO CRIME: Sujeito ativo: crime comum.</p><p>A pessoa atingida pela</p><p>violência ou grave ameaça;</p><p>Sujeito passivo:</p><p>A pessoa que suporta o</p><p>prejuízo patrimonial.</p><p>A pessoa que faz, deixa de</p><p>fazer ou tolera que se faça algo;</p><p>CONSUMAÇÃO: o crime se consuma no momento em que a</p><p>vítima se sente constrangida a adotar o comportamento</p><p>determinado pelo agente, ainda que ele não obtenha a</p><p>vantagem econômica indevida.</p><p>Tentativa: É cabível por tratar-</p><p>se de crime plurissubsistente.</p><p>114</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>EXTORSÃO</p><p>CAUSAS DE AUMENTO DE PENA:</p><p>ATENÇÃO! Ao contrário do que</p><p>acontece no roubo, aqui se</p><p>ADMITE a aplicação das causas de</p><p>aumento de pena à extorsão</p><p>qualificada.</p><p>§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com</p><p>emprego de arma, aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até</p><p>1/2 (metade).</p><p>Cometido por duas</p><p>ou mais pessoas:</p><p>Computa-se o inimputável e</p><p>eventuais agentes não identificados;</p><p>A jurisprudência admite o concurso de</p><p>crimes entre extorsão majorada pelo</p><p>concurso de pessoas e corrupção de</p><p>menores ou associação criminosa, por</p><p>se tratarem de bens jurídicos distintos.</p><p>115</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>EXTORSÃO Mediante o uso de arma:</p><p>Engloba arma de fogo e arma</p><p>branca; Lembrando que, quanto à</p><p>arma de fogo, deve-se analisar a</p><p>potencialidade lesiva. (ex.: arma</p><p>desmuniciada e arma de brinquedo).</p><p>EXTORSÃO QUALIFICADA PELA LESÃO CORPORAL GRAVE</p><p>OU MORTE:</p><p>§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o</p><p>disposto no §3º do artigo anterior. LOGO, se da violência</p><p>resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de 7 (sete)</p><p>a 18 (dezoito) anos, além da multa;</p><p>Se resulta morte, a reclusão é</p><p>de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos,</p><p>sem prejuízo da multa.</p><p>116</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>Extorsão mediante restrição da liberdade da</p><p>vítima - SEQUESTRO RELÂMPAGO</p><p>ATENÇÃO: TRATA-SE DE CRIME HEDIONDO.</p><p>§3º - Se o crime é cometido</p><p>mediante a restrição da</p><p>liberdade da vítima, e essa</p><p>condição é necessária para a</p><p>obtenção da vantagem econômica,</p><p>a pena é de reclusão, de 6 (seis) a</p><p>12 (doze) anos, além da multa;</p><p>se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as</p><p>penas previstas no art. 159, §§ 2º e 3º, respectivamente.</p><p>Resultado Lesão Corporal</p><p>grave: reclusão, de 16 a 24</p><p>anos (sem multa); Resultado</p><p>morte: reclusão, de 24 a 30</p><p>anos (sem multa).</p><p>117</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>Extorsão mediante restrição da liberdade da</p><p>vítima - SEQUESTRO RELÂMPAGO</p><p>REQUISITOS:</p><p>A vítima deve ter a sua</p><p>liberdade de locomoção</p><p>CERCEADA POR CERTO</p><p>TEMPO, durante o qual fica</p><p>submetida ao poder do agente.</p><p>A restrição da liberdade deve ser usada como FORMA DE</p><p>COMPELIR A VÍTIMA A SATISFAZER A PRETENSÃO DO AGENTE:</p><p>o pagamento de resgate a ser efetivado pela própria vítima.</p><p>118</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>Extorsão MEDIANTE SEQUESTRO</p><p>Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou</p><p>para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do</p><p>resgate: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.</p><p>ATENÇÃO: TRATA-SE DE CRIME HEDIONDO</p><p>Como identificar A EXTORSÃO mediante sequestro?</p><p>O especial fim de agir é essencial para a</p><p>identificação deste tipo penal, que não tem</p><p>outra finalidade especial a não ser o</p><p>cerceamento do direito ambular da vítima.</p><p>Além disto, a vantagem obtida pelo agente</p><p>é prestada por 3º pessoa, diversa daquela</p><p>que tem sua liberdade cerceada.</p><p>BEM JURÍDICO TUTELADO:</p><p>Crime pluriofensivo: protege o</p><p>patrimônio, a liberdade individual,</p><p>além da integridade física.</p><p>119</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>Extorsão MEDIANTE SEQUESTRO</p><p>SUJEITOS DO CRIME:</p><p>Sujeito ativo e passivo: crime</p><p>comum.</p><p>Pessoa jurídica pode ser sujeito</p><p>passivo – quando o prejuízo</p><p>patrimonial recai sobre ela.</p><p>CONSUMAÇÃO E TENTATIVA:</p><p>CRIME PERMANENTE - Sua consumação se inicia quando</p><p>ocorre a privação da liberdade da vítima, perdurando durante</p><p>todo o tempo de cerceamento.</p><p>CRIME FORMAL - não</p><p>se exige que o agente</p><p>alcance a vantagem</p><p>pretendida, basta agir</p><p>com tal intenção.</p><p>CRIME</p><p>PLURISSUBSISTENTE –</p><p>admite tentativa. Enquanto</p><p>não houver submissão da</p><p>vítima ao poder do agente,</p><p>será apenas tentativa.</p><p>120</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>SEQUESTRO QUALIFICADO</p><p>Se o sequestro dura + de 24 horas;</p><p>Contra menor de 18 ou maior de 60 anos;</p><p>Praticado por bando ou quadrilha (três ou</p><p>mais pessoas); PENA DE 12 a 20 anos de</p><p>Reclusão</p><p>Se do fato resulta lesão de natureza grave - PENA DE 16 a 24</p><p>anos de Reclusão; Se resulta a morte: PENA DE 24 a 30 anos de</p><p>Reclusão</p><p>DELAÇÃO PREMIADA</p><p>§ 4 º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que</p><p>o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do</p><p>sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.</p><p>EXTORSÃO INDIRETA</p><p>Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de</p><p>dívida, abusando da situação de alguém,</p><p>documento que pode dar causa a procedimento</p><p>criminal contra a vítima ou contra terceiro: Pena -</p><p>reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.</p><p>121</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DA USURPAÇÃO ALTERAÇÃO DE LIMITES</p><p>Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou</p><p>qualquer outro sinal indicativo de linha divisória, para</p><p>apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia:</p><p>Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, e multa.</p><p>§1º - NA MESMA PENA INCORRE QUEM:</p><p>USURPAÇÃO DE ÁGUAS</p><p>I - desvia ou represa, em proveito</p><p>próprio ou de outrem, águas alheias;</p><p>ESBULHO POSSESSÓRIO</p><p>II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou</p><p>mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou</p><p>edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.</p><p>§ 2º - Se o agente usa</p><p>de violência, incorre</p><p>também na pena a esta</p><p>cominada.</p><p>§ 3º - Se a propriedade</p><p>é particular, e não há</p><p>emprego de violência,</p><p>somente se procede</p><p>mediante queixa.</p><p>122</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DA USURPAÇÃO</p><p>SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DE MARCA EM ANIMAIS</p><p>Art. 162 - Suprimir ou alterar,</p><p>indevidamente, em gado ou</p><p>rebanho alheio, marca ou sinal</p><p>indicativo de propriedade:</p><p>Pena - detenção, de seis meses a</p><p>três anos, e multa.</p><p>DO DANO - DANO SIMPLES</p><p>Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:</p><p>Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.</p><p>Tipicidade objetiva: Há três verbos</p><p>figurando no núcleo do tipo:</p><p>✓ Destruir - aniquilar, eliminar;</p><p>✓ Inutilizar - é tornar imprestável,</p><p>sem uso, sem aplicação para a sua</p><p>finalidade.</p><p>123</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DA USURPAÇÃO DO DANO - DANO SIMPLES</p><p>Tipicidade objetiva: Há três verbos figurando no núcleo</p><p>do tipo:</p><p>2ª - Inutilizar - é tornar imprestável, sem uso, sem</p><p>aplicação para a sua finalidade.</p><p>3ª - Deteriorar - significa</p><p>estragar, arruinar, ou seja, mesmo</p><p>sem a destruição da coisa ela</p><p>perde parte de seu valor</p><p>econômico ou sua utilidade, sendo</p><p>algo mais leve que a inutilização.</p><p>Sujeitos do crime: Crime comum.</p><p>Tipo penal misto alternativo.</p><p>Crime de forma livre.</p><p>Bem jurídico tutelado: patrimônio.</p><p>Objeto material do delito: é a coisa alheia móvel ou imóvel.</p><p>Princípio da Insignificância: Não há o delito em caso de coisa</p><p>com valor ínfimo, aplicando-se o princípio da insignificância.</p><p>124</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DO DANO</p><p>Crime doloso - não existe a modalidade culposa.</p><p>O tipo penal do "caput" é crime de menor potencial ofensivo.</p><p>No dano simples (caput) e no</p><p>furto qualificado por motivo</p><p>egoístico ou considerável prejuízo:</p><p>Ação penal privada. (art. 167, CP).</p><p>Nas demais hipóteses: Ação penal pública incondicionada.</p><p>DANO QUALIFICADO: Não é cabível a aplicação do princípio da</p><p>insignificância ao dano qualificado.</p><p>Parágrafo único - Se o crime é cometido:</p><p>I - com violência à pessoa ou grave</p><p>ameaça;</p><p>A violência, pode ser material ou</p><p>moral, e é uma forma de se alcançar a</p><p>coisa que se planeja danificar.</p><p>125</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DO DANO</p><p>Parágrafo únic o - Se o crime é cometido:</p><p>II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o</p><p>fato não constitui crime mais grave;</p><p>III - contra o patrimônio da União, de Estado,</p><p>do Distrito Federal, de Município ou de</p><p>autarquia, fundação pública, empresa</p><p>pública, sociedade de economia mista ou</p><p>empresa concessionária de serviços</p><p>públicos;</p><p>IV - por motivo egoístico ou com prejuízo</p><p>considerável para a vítima:</p><p>Motivo egoístico - é aquele</p><p>baseado na satisfação de</p><p>um interesse futuro,</p><p>econômico ou moral, desde</p><p>que exacerbado.</p><p>Prejuízo considerável - não</p><p>deve ser avaliado pelo valor</p><p>da coisa danificada, mas</p><p>pelas consequências</p><p>econômicas que o ato</p><p>acarreta ao sujeito passivo.</p><p>Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa,</p><p>além da pena correspondente à violência.</p><p>126</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>Introdução ou abandono de animais</p><p>em propriedade alheia</p><p>Art. 164 - Introduzir ou deixar animais</p><p>em propriedade alheia, sem</p><p>consentimento de quem de direito,</p><p>desde que o</p><p>fato resulte prejuízo:</p><p>Pena - detenção, de quinze dias a seis</p><p>meses, ou multa.</p><p>Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico</p><p>Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada</p><p>pela autoridade competente em virtude de valor artístico,</p><p>arqueológico ou histórico: Pena - detenção, de seis meses a</p><p>dois anos, e multa.</p><p>Alteração de local especialmente protegido</p><p>DO DANO</p><p>Art. 166 - Alterar, sem licença da</p><p>autoridade competente, o aspecto de</p><p>local especialmente protegido por lei:</p><p>Pena - detenção, de um mês a um ano,</p><p>ou multa.</p><p>127</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA</p><p>Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de</p><p>que tem a posse ou a detenção: Pena - reclusão,</p><p>de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.</p><p>Para a consumação deste tipo</p><p>penal, o agente deverá</p><p>receber da própria vítima a</p><p>posse do bem e não a restituir.</p><p>Deve haver a POSSE LÍCITA e DESVIGIADA. Aqui NÃO abrange</p><p>coisa imóvel.</p><p>Sujeitos do crime:</p><p>Ativo: Crime comum;</p><p>Passivo: Proprietário.</p><p>Elemento subjetivo:</p><p>A apropriação</p><p>indébita só existe na</p><p>forma dolosa.</p><p>Consumação: Consuma-</p><p>se a partir do momento em</p><p>que o agente passa a</p><p>exercer atos de domínio</p><p>sobre a coisa móvel alheia.</p><p>128</p><p>Causas de aumento de pena:</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA</p><p>Atualmente, a jurisprudência não mais aceita a</p><p>extinção da punibilidade pelo delito de apropriação</p><p>indébita. Portanto, caso restituída a coisa apropriada,</p><p>poderá haver poderá haver a privilegiadora, na forma do</p><p>art. 155, §2º ou arrependimento posterior (art. 16, CP).</p><p>Tentativa: Admite-se a tentativa.</p><p>Tornam o delito de elevado potencial ofensivo:</p><p>§ 1º - A pena é aumentada de 1/3 (um terço), quando o</p><p>agente recebeu a coisa:</p><p>I - em depósito necessário;</p><p>II - na qualidade de tutor, curador,</p><p>síndico, liquidatário, inventariante,</p><p>testamenteiro ou depositário</p><p>judicial;</p><p>129</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA</p><p>Tutor - administra os bens e cuida de</p><p>pessoa menor de dezoito anos.</p><p>Curador - Cuida do maior de idade</p><p>incapaz, também administrando seus</p><p>bens.</p><p>Liquidatário - pessoa que tem o poder</p><p>para promover a liquidação.</p><p>Inventariante - Encarregado de administrar o espólio.</p><p>Testamenteiro - Pessoa responsável por dar efetivo</p><p>cumprimento às disposições do testamento</p><p>III - em razão de ofício, emprego ou profissão.</p><p>Depositário judicial - Pessoa</p><p>responsável pela salvaguarda de</p><p>objetos apreendidos em ações judiciais.</p><p>Síndico - O “síndico” que trata o artigo é</p><p>sindico da massa falida (que hoje é</p><p>chamado de administrador judicial), e não</p><p>o síndico de condomínio.</p><p>130</p><p>SUJEITOS DO CRIME:</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA</p><p>Art. 168-A - Deixar de repassar à previdência social as</p><p>contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma</p><p>legal ou convencional: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco)</p><p>anos, e multa.</p><p>O crime de apropriação indébita</p><p>previdenciária tutela a Seguridade</p><p>Social, mais precisamente o</p><p>sistema previdenciário.</p><p>Ativo: Crime comum;</p><p>Passivo: é a União Federal que, por meio da Receita Federal do</p><p>Brasil, arrecada e fiscaliza as contribuições previdenciárias.</p><p>Norma penal em branco homogênea: deve ser complementada</p><p>pela legislação previdenciária.</p><p>Crime comum;</p><p>Crime instantâneo;</p><p>Crime de forma livre;</p><p>Crime unissubjetivo;</p><p>Crime doloso;</p><p>Crime unissubisistente;</p><p>Crime omissivo próprio - Portanto, não</p><p>admite tentativa</p><p>131</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA</p><p>Insignificância: Não se aplica o princípio da insignificância</p><p>aos crimes de sonegação de contribuição previdenciária e</p><p>apropriação indébita previdenciária, tendo em vista a</p><p>elevada reprovabilidade dessas condutas, que atentam</p><p>contra bem jurídico de caráter supraindividual e contribuem</p><p>para agravar o quadro deficitário da Previdência Social (STJ.</p><p>6ª Turma. AgRg no REsp 1783334/PB, Rel. Min. Laurita Vaz,</p><p>julgado em 07/11/2019).</p><p>Formas equiparadas - § 1.º, o art. 168-A</p><p>§ 1º Nas mesmas penas ( reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco)</p><p>anos, e multa) incorre quem deixar de:</p><p>I - recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância</p><p>destinada à previdência social que tenha sido descontada de</p><p>pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do</p><p>público;</p><p>II - recolher contribuições devidas à</p><p>previdência social que tenham</p><p>integrado despesas contábeis ou</p><p>custos relativos à venda de produtos</p><p>ou à prestação de serviços;</p><p>132</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA</p><p>Formas equiparadas</p><p>III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas</p><p>cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela</p><p>previdência social.</p><p>Causa extintiva da punibilidade (§2º).</p><p>§ 2º É extinta a punibilidade se o agente,</p><p>espontaneamente, declara, confessa e</p><p>efetua o pagamento das contribuições,</p><p>importâncias ou valores e presta as</p><p>informações devidas à previdência social, na</p><p>forma definida em lei ou regulamento, antes</p><p>do início da ação fiscal.</p><p>ATENÇÃO: embora o artigo fale em</p><p>“antes do início da ação fiscal”, existem</p><p>julgados dizendo que o pagamento</p><p>integral do débito tributário, a qualquer</p><p>tempo, até mesmo após o trânsito em</p><p>julgado da condenação, é causa de</p><p>extinção da punibilidade do agente, nos</p><p>termos do art. 9º, § 2º, da Lei nº</p><p>10.684/2003.</p><p>133</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA</p><p>O pagamento integral do débito previdenciário, ainda que no</p><p>curso da execução penal, é causa de extinção da punibilidade</p><p>(STF, 2ª Turma, RHC 128245, j. 23/08/16).</p><p>Portant o, tenha cuidado se o enunciado vai pedir a letra da lei ou o</p><p>entendimento dos Tribunais Superiores!</p><p>Perdão judicial e aplicação isolada da</p><p>pena de multa: § 3º - É facultado ao juiz</p><p>deixar de aplicar a pena ou aplicar</p><p>somente a de multa se o agente for</p><p>primário e de bons antecedentes,</p><p>desde que:</p><p>I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de</p><p>oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social</p><p>previdenciária, inclusive acessórios; ou</p><p>Sobre o inciso I, explica o professor Cléber Masson: “A</p><p>hipótese disciplinada pelo inciso I não mais se aplica, em</p><p>decorrência da regra contida no art. 9.º, § 2.º, da Lei</p><p>10.684/2003 (ver art. 168-A, item 2.8.4.17), permissiva</p><p>do pagamento do débito previdenciário a qualquer tempo,</p><p>até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória,</p><p>para fins de extinção da punibilidade.”</p><p>134</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA</p><p>II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios,</p><p>seja igual ou inferior àquele estabelecido pela</p><p>previdência social, administrativamente, como sendo o</p><p>mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.</p><p>§ 4º - A faculdade prevista no § 3º deste artigo não</p><p>se aplica aos casos de parcelamento de</p><p>contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios,</p><p>seja superior àquele estabelecido,</p><p>administrativamente, como sendo o mínimo para o</p><p>ajuizamento de suas execuções fiscais.</p><p>DA APROPRIAÇÃO</p><p>INDÉBITA</p><p>Apropriação de coisa havida</p><p>por erro, caso fortuito ou força</p><p>da natureza</p><p>Art. 164 - Apropriar-se alguém de coisa</p><p>alheia vinda ao seu poder por erro, caso</p><p>fortuito ou força da natureza: Pena -</p><p>detenção, de um mes a um ano, ou multa.</p><p>Parágrafo único: Na mesma pena incorre:</p><p>135</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA</p><p>Apropriação de tesouro:</p><p>I - Quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou</p><p>em parte, da quota a que tem direito o proprietário do prédio:</p><p>Apropriação de coisa achada:</p><p>II - Quem acha coisa alheia perdida e</p><p>dela se apropria, total ou</p><p>parcialmente, deixando de restituí-la</p><p>ao dono ou legítimo possuidor ou de</p><p>entregá-la à autoridade competente,</p><p>dentro no prazo de quinze dias.</p><p>Art. 170 - Nos crimes previstos neste capítulo, aplica-se o</p><p>disposto no artigo 155, §2º.</p><p>136</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ESTELIONATO</p><p>Art. 171. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita,</p><p>em</p><p>prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro,</p><p>mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento.</p><p>Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.</p><p>CO</p><p>NC</p><p>EI</p><p>TO</p><p>:</p><p>É o crime contra o patrimônio em que o agente</p><p>se vale de fraude para enganar a vítima e</p><p>obter, para si ou para outrem, uma vantagem</p><p>indevida em prejuízo alheio.</p><p>Se tenho fraude e não tenho prejuízo alheio</p><p>Se tenho fraude e não tenho vantagem</p><p>Se tenho prejuízo e vantagem, mas não tenho fraude</p><p>Crime de médio potencial</p><p>ofensivo – pena mínima de 1</p><p>ano, cabendo suspensão</p><p>condicional do processo.</p><p>NÃO HÁ ESTELIONATO:</p><p>137</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ESTELIONATO</p><p>Núcleo do tipo: “OBTER”, a obtenção deve ser por meio de:</p><p>Induzindo (o próprio agente que gera na vítima a falsa percepção da</p><p>realidade) ou Mantendo a vítima em erro (a vítima já está</p><p>enganada e o agente se aproveita disso – fica em silêncio);</p><p>Mediante:</p><p>Artifício (fraude material – documento falso,</p><p>falso bilhete premiado, falso uniforme);</p><p>Ardil (fraude intelectual – conversa enganosa);</p><p>Qualquer outro meio fraudulento (inclusive</p><p>por omissão).</p><p>Sujeito ativo: qualquer pessoa que emprega a fraude.</p><p>Sujeito passivo: tanto quem é ludibriado pelo agente como</p><p>quem sofre diminuição do patrimônio. .</p><p>SUJEITOS DO DELITO:</p><p>A fraude deve ser endereçada a uma</p><p>pessoa física (é imprescindível que</p><p>seja alguém com discernimento), mas</p><p>o dano patrimonial pode ser causado</p><p>tanto a uma pessoa física como</p><p>também a uma pessoa jurídica.</p><p>138</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ESTELIONATO</p><p>Elemento subjetivo: dolo, com especial fim de agir.</p><p>Tentativa: é crime plurissubsistente, sendo cabível a tentativa.</p><p>Havendo fraude bilateral (do</p><p>agente e da vítima), há exclusão</p><p>do crime? R.: Prevalece na doutrina</p><p>que a torpeza bilateral não afasta o</p><p>crime, tendo em vista que a boa-fé</p><p>da vítima não é elementar do tipo.</p><p>Adulterar o sistema de medição da energia elétrica</p><p>para pagar menos que o devido: estelionato (não é</p><p>furto mediante fraude): A alteração do sistema de</p><p>medição, mediante fraude, para que aponte resultado</p><p>menor do que o real consumo de energia elétrica configura</p><p>estelionato. STJ. 5ª Turma. AREsp 1.418.119-DF, Rel. Min.</p><p>Joel Ilan Paciornik, julgado em 07/05/2019 (Info 648).</p><p>§ 1º - Se o criminoso é primário, e</p><p>é de pequeno valor o prejuízo, o</p><p>juiz pode aplicar a pena conforme</p><p>o disposto no art. 155, § 2º.</p><p>139</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ESTELIONATO</p><p>§ 2º - Nas mesmas penas (reclusão, de 1 a 5 anos, e</p><p>multa) incorre quem:</p><p>Disposição de coisa alheia</p><p>como própria</p><p>I - vende, permuta, dá em</p><p>pagamento, em locação ou</p><p>em garantia coisa alheia como</p><p>própria;</p><p>Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria</p><p>II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia</p><p>coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou</p><p>imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante</p><p>pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer</p><p>dessas circunstâncias;</p><p>Defraudação de penhor</p><p>III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo</p><p>credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando</p><p>tem a posse do objeto empenhado;</p><p>140</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ESTELIONATO</p><p>Fraude na entrega de coisa</p><p>IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa</p><p>que deve entregar a alguém;</p><p>Fraude para recebimento de</p><p>indenização ou valor de seguro:</p><p>V - destrói, total ou parcialmente,</p><p>ou oculta coisa própria, ou lesa o</p><p>próprio corpo ou a saúde, ou</p><p>agrava as consequências da lesão</p><p>ou doença, com o intuito de haver</p><p>indenização ou valor de seguro;</p><p>Fraude no pagamento por meio de cheque</p><p>VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em</p><p>poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.</p><p>A súmula 246 do STF prevê que “comprovado não ter</p><p>havido fraude, não se configura o crime de emissão de</p><p>cheque sem fundos”. Assim, deve estar caracterizada a</p><p>má-fé, a intenção de obtenção de vantagem indevida.</p><p>Se for mero descuido, não configurará o crime, sendo fato</p><p>atípico por ausência de previsão da modalidade culposa.</p><p>141</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ESTELIONATO</p><p>Fraude eletrônica - Art. 171. § 2º-A. A pena é de reclusão, de</p><p>4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se a fraude é cometida com</p><p>a utilização de informações fornecidas pela vítima ou por</p><p>terceiro induzido a erro por meio de redes sociais, contatos</p><p>telefônicos ou envio de correio eletrônico fraudulento, ou por</p><p>qualquer outro meio fraudulento análogo.</p><p>Art. 171. § 2º-B. A pena prevista</p><p>no § 2º-A deste artigo,</p><p>considerada a relevância do</p><p>resultado gravoso, aumenta-se</p><p>de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois</p><p>terços), se o crime é praticado</p><p>mediante a utilização de</p><p>servidor mantido fora do</p><p>território nacional.</p><p>O agente obtém vantagem ilícita por meio de informações</p><p>da vítima que ele obteve da própria vítima ou de um terceiro</p><p>que foram induzidos em erro.</p><p>O grande diferencial aqui é que a atuação do agente foi</p><p>por meio eletrônico.</p><p>142</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ESTELIONATO</p><p>Estelionato Previdenciário</p><p>§3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido</p><p>em detrimento de entidade de direito público ou de instituto</p><p>de economia popular, assistência social ou beneficência.</p><p>A grande diferença entre o estelionato</p><p>em seu tipo fundamental e o</p><p>estelionato previdenciário reside no</p><p>sujeito passivo, aqui a fraude será</p><p>empregada em detrimento de</p><p>entidade de direito público ou de</p><p>instituto de economia popular,</p><p>assistência social ou beneficência,</p><p>hipótese em que haverá uma causa de</p><p>aumento de pena</p><p>Duas condutas que ensejam o estelionato previdenciário:</p><p>1ª - A do terceiro que implementa fraude para que uma</p><p>pessoa diferente possa lograr o benefício;</p><p>143</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ESTELIONATO</p><p>2ª - A do beneficiário acusado pela</p><p>fraude, que comete crime</p><p>permanente enquanto mantiver</p><p>em erro o INSS.</p><p>Ex.: um terceiro apresenta documentos falsos, em favor</p><p>de alguém, para fraudar o Instituto Nacional da Seguridade</p><p>Social – INSS, causando o recebimento indevido de</p><p>benefícios previdenciários ao longo de vários meses.</p><p>ATENÇÃO! Quando o estelionato é</p><p>praticado contra o FGTS ou</p><p>Previdência Social, não se admite a</p><p>aplicação do princípio da</p><p>insignificância, em razão da</p><p>relevância do prejuízo ocasionado.</p><p>Também não se admite a extinção</p><p>da punibilidade pelo pagamento</p><p>antes do recebimento da denúncia.</p><p>144</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ESTELIONATO</p><p>Estelionato contra idoso ou vulnerável - §3º - A</p><p>pena aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o</p><p>crime é cometido contra idoso ou vulnerável,</p><p>considerada a relevância do resultado gravoso.</p><p>(Redação dada pela Lei nº 14.155, de 2021)</p><p>Ação Penal no Crime de Estelionato</p><p>(Alteração Pela Lei 13.964/2019)</p><p>Art. 171. § 5º Somente se procede mediante</p><p>representação, salvo se a vítima for:</p><p>I - a Administração Pública, direta ou indireta;</p><p>II - criança ou adolescente;</p><p>III - pessoa com deficiência mental; ou</p><p>IV - maior de 70 (setenta) anos ou</p><p>incapaz.</p><p>REGRA: Ação penal pública</p><p>condicionada à representação.</p><p>145</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ESTELIONATO</p><p>Exceção: Ação penal pública incondicionada quando o</p><p>estelionato for perpetrado em face de:</p><p>Ação Penal no Crime de Estelionato - (Alteração Pela Lei</p><p>13.964/2019)</p><p>Administração Pública, direta ou indireta;</p><p>Criança ou adolescente;</p><p>Incapaz</p><p>Pessoa com deficiência mental; ou</p><p>Maior de 70 (setenta) anos de idade.</p><p>A exigência de representação da</p><p>vítima no crime de estelionato não</p><p>retroage aos processos cuja</p><p>denúncia já foi oferecida. STJ. 3ª</p><p>Seção. HC 610201/SP, Rel. Min.</p><p>Ribeiro Dantas, julgado em</p><p>24/03/2021 (Info 691).</p><p>146</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES</p><p>Duplicata simulada - Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou</p><p>nota de venda que não corresponda à mercadoria vendida,</p><p>em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado. Pena -</p><p>detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. Nas mesmas penas</p><p>incorrerá aquele que falsificar ou</p><p>adulterar</p><p>a escrituração do Livro de</p><p>Registro de Duplicatas.</p><p>Abuso de incapazes</p><p>Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de</p><p>necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou da</p><p>alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo</p><p>qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir efeito</p><p>jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro:</p><p>Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.</p><p>147</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES</p><p>Induzimento à especulação - Art.</p><p>174 - Abusar, em proveito próprio</p><p>ou alheio, da inexperiência ou da</p><p>simplicidade ou inferioridade</p><p>mental de outrem, induzindo-o à</p><p>prática de jogo ou aposta, ou à</p><p>especulação com títulos ou</p><p>mercadorias, sabendo ou devendo</p><p>saber que a operação é ruinosa:</p><p>Pena - reclusão, de um a três anos,</p><p>e multa.</p><p>Fraude no comércio - Art. 175 - Enganar, no exercício de</p><p>atividade comercial, o adquirente ou consumidor:</p><p>I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria</p><p>falsificada ou deteriorada;</p><p>II - entregando uma</p><p>mercadoria por outra:</p><p>Pena - detenção, de seis</p><p>meses a dois anos, ou multa.</p><p>148</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES</p><p>§ 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a</p><p>qualidade ou o peso de metal ou substituir, no mesmo</p><p>caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de</p><p>menor valor; vender pedra falsa por verdadeira; vender,</p><p>como precioso, metal de outra qualidade: Pena -</p><p>reclusão, de um a cinco anos, e multa.</p><p>§ 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º.</p><p>Outras fraudes - Art. 176 -</p><p>Tomar refeição em restaurante,</p><p>alojar-se em hotel ou utilizar-se</p><p>de meio de transporte sem</p><p>dispor de recursos para efetuar</p><p>o pagamento:</p><p>Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.</p><p>Parágrafo único - Somente se procede mediante</p><p>representação, e o juiz pode, conforme as</p><p>circunstâncias, deixar de aplicar a pena.</p><p>149</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES</p><p>Fraudes e abusos na fundação ou administração de</p><p>sociedade por ações - Art. 177 - Promover a fundação</p><p>de sociedade por ações, fazendo, em prospecto ou em</p><p>comunicação ao público ou à assembleia, afirmação</p><p>falsa sobre a constituição da sociedade, ou ocultando</p><p>fraudulentamente fato a ela relativo:</p><p>Pena - reclusão, de um a quatro</p><p>anos, e multa, se o fato não</p><p>constitui crime contra a</p><p>economia popular.</p><p>§ 1º - Incorrem na mesma pena,</p><p>se o fato não constitui crime</p><p>contra a economia popular:</p><p>I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações, que,</p><p>em prospecto, relatório, parecer, balanço ou comunicação ao</p><p>público ou à assembleia, faz afirmação falsa sobre as</p><p>condições econômicas da sociedade, ou oculta</p><p>fraudulentamente, no todo ou em parte, fato a elas relativo;</p><p>II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer</p><p>artifício, falsa cotação das ações ou de outros títulos da</p><p>sociedade;</p><p>150</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES</p><p>§ 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui</p><p>crime contra a economia popular:</p><p>III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo à</p><p>sociedade ou usa, em proveito próprio ou de terceiro, dos</p><p>bens ou haveres sociais, sem prévia autorização da</p><p>assembleia geral;</p><p>IV - o diretor ou o gerente</p><p>que compra ou vende, por</p><p>conta da sociedade, ações</p><p>por ela emitidas, salvo</p><p>quando a lei o permite;</p><p>V - o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito</p><p>social, aceita em penhor ou em caução ações da própria</p><p>sociedade;</p><p>VI - o diretor ou o gerente que, na</p><p>falta de balanço, em desacordo</p><p>com este, ou mediante balanço</p><p>falso, distribui lucros ou</p><p>dividendos fictícios;</p><p>151</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES</p><p>§ 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui</p><p>crime contra a economia popular:</p><p>VII - o diretor, o gerente ou o</p><p>fiscal que, por interposta</p><p>pessoa, ou conluiado com</p><p>acionista, consegue a</p><p>aprovação de conta ou parecer;</p><p>VIII - o liquidante, nos casos dos n.ºs. I, II, III, IV, V e VII;</p><p>IX - o representante da sociedade anônima estrangeira,</p><p>autorizada a funcionar no País, que pratica os atos</p><p>mencionados nos n.ºs. I e II, ou dá falsa informação ao</p><p>Governo.</p><p>§ 2º - Incorre na pena de detenção,</p><p>de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e</p><p>multa, o acionista que, a fim de</p><p>obter vantagem para si ou para</p><p>outrem, negocia o voto nas</p><p>deliberações de assembleia- geral.</p><p>152</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES</p><p>Emissão irregular de conhecimento de depósito ou</p><p>“warrant”</p><p>Fraude à execução - Art. 179 - Fraudar execução, alienando,</p><p>desviando, destruindo ou danificando bens, ou simulando</p><p>dívidas: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.</p><p>Art. 178 - Emitir conhecimento de</p><p>depósito ou warrant, em desacordo</p><p>com disposição legal:</p><p>Pena - reclusão, de um a quatro</p><p>anos, e multa.</p><p>Parágrafo único - Somente</p><p>se procede mediante queixa.</p><p>153</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>RECEPTAÇÃO</p><p>Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou</p><p>ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe</p><p>ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de</p><p>boa-fé, a adquira, receba ou oculte: Pena - reclusão, de</p><p>um a quatro anos, e multa.</p><p>Crime acessório/parasitário</p><p>- depende da existência de</p><p>crime antecedente. Não há</p><p>necessidade de prévio ajuste</p><p>entre o receptor e quem</p><p>praticou o delito anterior</p><p>Sujeito passivo: proprietário da coisa que foi objeto</p><p>material do delito antecedente.</p><p>Sujeito ativo: Qualquer pessoa.</p><p>Elemento subjetivo: dolo direto</p><p>(“SABE”), com finalidade especial</p><p>de agir (proveito próprio ou alheio).</p><p>Em caso de dolo eventual, poderá</p><p>configurar receptação culposa.</p><p>154</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>RECEPTAÇÃO</p><p>Objeto material: coisa que</p><p>o agente sabe SER</p><p>PRODUTO DE CRIME.</p><p>Prevalece que deve ser</p><p>coisa móvel.</p><p>Crime de médio</p><p>potencial ofensivo e</p><p>admitindo a concessão</p><p>da fiança por parte do</p><p>delegado de polícia.</p><p>RECEPTAÇÃO PRÓPRIA</p><p>Quando o agente pratica um dos primeiros</p><p>núcleos, ficando ele próprio com a coisa que sabe</p><p>ser produto de crime.</p><p>✓ Adquirir</p><p>✓ Receber</p><p>✓ Transportar</p><p>✓ Conduzir</p><p>✓ Ocultar</p><p>Admite tentativa. Crime material.</p><p>155</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>RECEPTAÇÃO IMPRÓPRIA</p><p>Quando o agente influi para que terceiro, de boa-fé,</p><p>a adquira, receba ou oculte. É o intermediário.</p><p>Crime formal.</p><p>Tentativa só é possível se a</p><p>influência for por escrito.</p><p>RECEPTAÇÃO DOLOSA QUALIFICADA</p><p>§1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em</p><p>depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à</p><p>venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou</p><p>alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial,</p><p>coisa que deve saber ser produto de crime. Pena -</p><p>reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.</p><p>Elemento subjetivo especial: O crime</p><p>deve ser praticado com a intenção de</p><p>haver a coisa “em proveito próprio ou</p><p>alheio”, ou seja, com animus lucrandi.</p><p>156</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>RECEPTAÇÃO DOLOSA QUALIFICADA</p><p>“O princípio da insignificância, bem como o benefício da</p><p>suspensão condicional do processo não são aplicáveis ao</p><p>delito de receptação qualificada” HC 105963/PE, rel. Min.</p><p>Celso de Mello, 24.4.2012.(HC-105963)</p><p>Para o STF, o § 1º do art. 180</p><p>pune tanto o agente que</p><p>atua com dolo eventual como</p><p>também no caso de dolo</p><p>direto. STF. 1ª Turma. RHC</p><p>117143/RS, rel. Min. Rosa</p><p>Weber, 25/6/2013 (Info 712).</p><p>§2º - (Cláusula de equiparação): Equipara-se à</p><p>atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior,</p><p>qualquer forma de comércio irregular ou</p><p>clandestino, inclusive o exercício em residência.</p><p>157</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>RECEPTAÇÃO CULPOSA</p><p>§3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela</p><p>desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de</p><p>quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso:</p><p>Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa, ou</p><p>ambas as penas.</p><p>§4º (Norma explicativa): A receptação é punível, ainda que</p><p>desconhecido</p><p>ou isento de pena o autor do crime de que</p><p>proveio a coisa.</p><p>§5º - (Benefícios): Na hipótese do</p><p>§3º, se o criminoso é primário, pode o</p><p>juiz, tendo em consideração as</p><p>circunstâncias, deixar de aplicar a</p><p>pena. Na receptação dolosa aplica-</p><p>se o disposto no art. 155, §2º do CP.</p><p>§6º - (Qualificadora): Tratando-se de bens do patrimônio da</p><p>União, de Estado, do Distrito Federal, de Município ou de autarquia,</p><p>fundação pública, empresa concessionária de serviços públicos,</p><p>aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo.</p><p>158</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>RECEPTAÇÃO DE ANIMAL</p><p>Art. 180-A - Adquirir, receber,</p><p>transportar, conduzir, ocultar, ter em</p><p>depósito ou vender, com a finalidade de</p><p>produção ou de comercialização,</p><p>semovente domesticável de produção,</p><p>ainda que abatido ou dividido em partes,</p><p>que deve saber ser produto de crime.</p><p>Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.</p><p>Inserido no CP pela lei 13.330/2016,</p><p>visando punir mais severamente a</p><p>conduta de receptar animais. Assim</p><p>como na qualificadora do furto, que já</p><p>explicamos, são animais domesticáveis</p><p>de produção, ainda que abatidos ou</p><p>divididos em partes.</p><p>Não é admissível a tentativa;</p><p>Crime de elevado potencial ofensivo (não admite</p><p>suspensão condicional do processo).</p><p>159</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>EXCUSAS ABSOLUTÓRIAS</p><p>IMUNIDADES ABSOLUTAS - Art.181, CP - Com isenção de</p><p>penas, se cometido em prejuízo:</p><p>Do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;</p><p>De ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo</p><p>ou ilegítimo, seja civil ou natural.</p><p>IMUNIDADES RELATIVAS - ART.182, CP</p><p>Do cônjuge desquitado ou judicialmente</p><p>separado;</p><p>De irmão, legítimo ou ilegítimo;</p><p>De tio ou sobrinho, com quem o agente</p><p>coabita.</p><p>Somente se procede mediante</p><p>representante, se cometido em prejuízo:</p><p>EXCLUSÃO DAS IMUNIDADES - ART. 183, CP</p><p>Se o crime é de roubo ou de extorsão, ou em geral, quando</p><p>haja o emprego de grave ameaça ou violência à pessoa;</p><p>Ao estranho que participa do crime;</p><p>Se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou</p><p>superior a 60 (sessenta) anos.</p><p>NÃO se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:</p><p>160</p><p>CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ESTUPRO</p><p>Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave</p><p>ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que</p><p>com ele se pratique outro ato libidinoso: Pena - reclusão,</p><p>de 6 (seis) a 10 (dez) anos.</p><p>SUJEITOS</p><p>ATIVO QUEM PRATICA O ATO - CRIME COMUM</p><p>PASSIVO QUEM SOFRE O CONSTRANGIMENTO - CRIME COMUM</p><p>Obs.: Admite coautoria, participação e autoria mediata,</p><p>inclusive à distância.</p><p>Ex.: Coautoria e Participação:</p><p>mulher segura a outra para que uma</p><p>terceira pratique com ela atos</p><p>libidinosos diversos da conjunção</p><p>carnal. A que segurou é coautora da</p><p>que praticou os atos, sendo esta</p><p>autora. Caso alguém a tivesse</p><p>instigado, até mesmo via WhatsApp,</p><p>por exemplo, seria partícipe.</p><p>161</p><p>CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ESTUPRO</p><p>EX.: Autoria mediata: garoto convence irmão, doente mental</p><p>a estuprar uma mulher. Ele é autor mediato do estupro, tendo</p><p>se valido de inimputável para a prática do crime.</p><p>CLASSIFICAÇÃO:</p><p>Crime de elevado potencial ofensivo,</p><p>hediondo em todas as modalidades,</p><p>comum, comissivo, de forma livre,</p><p>material, de dano, instantâneo,</p><p>unissubjetivo e plurissubsistente.</p><p>CONSUMAÇÃO E</p><p>TENTATIVA:</p><p>Se consuma com a prática da</p><p>conjunção carnal ou dos atos</p><p>libidinosos. Admite tentativa.</p><p>TIPO OBJETIVO:</p><p>Pune os atos de libidinagem</p><p>(gênero) praticados com</p><p>violência ou grave ameaça;</p><p>162</p><p>CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ESTUPRO</p><p>ESPÉCIES:</p><p>CONJUNÇÃO CARNAL (pênis/vagina): sexos opostos.</p><p>ATOS LIBIDINOSOS</p><p>(sexo oral, anal, toques íntimos,</p><p>dentre outras práticas):</p><p>indiferente o sexo dos envolvidos.</p><p>ATENÇÃO!</p><p>A jurisprudência e doutrina majoritária entendem que o crime de</p><p>estupro DISPENSA o contato físico entre o sujeito ativo e passivo. Ex.:</p><p>Comete crime o agente que, para satisfazer sua lascívia, obriga a</p><p>vítima a se masturbar enquanto a contempla.</p><p>Caso o ato sexual se inicie contra a</p><p>vontade da vítima, mas durante a</p><p>vítima concorde e termine consentido,</p><p>resta desconfigurado o estupro.</p><p>Por outro lado, caso o ato sexual se inicie com o consentimento</p><p>das duas partes, mas durante o ato, por uma razão qualquer um</p><p>dos envolvidos não queira continuar, exige-se da outra parte que</p><p>seja cessada a sua atuação, sob pena de caracterizar o estupro.</p><p>163</p><p>CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ESTUPRO</p><p>QUALIFICADORAS:</p><p>Estupro qualificado pela idade</p><p>da vítima:</p><p>§1º - Se da conduta resulta lesão</p><p>corporal de natureza grave ou se a</p><p>vítima é menor de 18 (dezoito) ou</p><p>maior de 14 (catorze) anos:</p><p>(Incluído pela Lei n.º 12.015, de</p><p>2009) Pena - reclusão, de 8 (oito) a</p><p>12 (doze) anos</p><p>Estupro qualificado pela lesão corporal grave ou morte:</p><p>§2º - Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei n.º</p><p>12.015, de 2009). Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta)</p><p>anos</p><p>Em ambos os casos o resultado</p><p>gravoso deve ser preterdoloso.</p><p>Se o agente teve dolo de realmente</p><p>matar, por exemplo, responderá por</p><p>estupro + homicídio.</p><p>164</p><p>CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE</p><p>OU ESTELIONATO SEXUAL</p><p>Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato</p><p>libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que</p><p>impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da</p><p>vítima: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.</p><p>Parágrafo único. Se o crime é</p><p>cometido com o fim de obter</p><p>vantagem econômica, aplica-se</p><p>também multa.</p><p>Aqui não há violência ou grave ameaça, mas</p><p>apenas fraude ou outro meio que impeça ou</p><p>dificulte a livre manifestação de vontade da</p><p>vítima. EX.: EMBRIAGUEZ MODERADA.</p><p>CUIDADO: A FRAUDE UTILIZADA NÃO PODE ANULAR COMPLETAMENTE</p><p>A CAPACIDADE DE RESISTÊNCIA DA VÍTIMA, POIS, CASO ASSIM</p><p>OCORRA, O DELITO SERÁ DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL.</p><p>EX.: IRMÃO GÊMEO QUE SE FAZ PASSAR PELO OUTRO IRMÃO PARA TER</p><p>RELAÇÃO SEXUAL COM A NAMORADA DELE.</p><p>165</p><p>CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE</p><p>OU ESTELIONATO SEXUAL</p><p>CLASSIFICAÇÃO:</p><p>Crime de elevado potencial ofensivo, bicomum, material, de</p><p>forma livre, comissivo, instantâneo de dano, unissubjetivo e</p><p>plurissubsistente.</p><p>CONSUMAÇÃO</p><p>E TENTATIVA:</p><p>Se consuma com a prática do ato</p><p>de libidinagem. Admite tentativa.</p><p>166</p><p>CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>IMPORTUNAÇÃO SEXUAL</p><p>Art. 215-A. Constranger alguém com o intuito de obter</p><p>vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o</p><p>agente da sua condição de superior hierárquico ou</p><p>ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou</p><p>função. Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.</p><p>§2º - A pena é aumentada em</p><p>até um terço se a vítima é</p><p>menor de 18 (dezoito) anos.</p><p>Superior hierárquico ou</p><p>ascendente em relação</p><p>profissional</p><p>ATIVO</p><p>PASSIVO</p><p>SUJEITOS</p><p>Subordinado ou empregado</p><p>de menor escalão</p><p>167</p><p>CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>IMPORTUNAÇÃO SEXUAL</p><p>É possível a configuração de delito de assédio sexual na</p><p>relação entre professor e aluno?</p><p>O crime de assédio sexual — art. 216-A do CP, é geralmente</p><p>associado à superioridade hierárquica em relações de emprego</p><p>— pode ser caracterizado no caso de constrangimento cometido</p><p>por professores contra alunos (Resp. 1.759.135/SP, 6ª Turma,</p><p>Julgado em 01/10/2019).</p><p>CLASSIFICAÇÃO:</p><p>Trata-se de crime de menor potencial</p><p>ofensivo na modalidade simples.</p><p>Crime bipróprio, crime formal, de</p><p>forma livre, comissivo, instantâneo,</p><p>de dano, unissubjetivo e pode ser</p><p>unissubsistente ou plurissubsistente.</p><p>168</p><p>CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ASSÉDIO SEXUAL</p><p>Art. 216-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência</p><p>ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia</p><p>ou a de terceiro: Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos,</p><p>se o ato não constitui crime mais grave.</p><p>O tipo exige que o ato libidinoso</p><p>seja praticado contra alguém.</p><p>Ou seja: pressupõe pessoa</p><p>específica a quem se dirige o ato</p><p>de autossatisfação.</p><p>É essa pessoa determinada que</p><p>diferencia o crime de</p><p>importunação sexual do crime de ato obsceno.</p><p>EX.: pessoa se masturba em</p><p>frente a alguém pois aquela</p><p>pessoa específica lhe</p><p>desperta impulso sexual -</p><p>Importunação sexual.</p><p>EX.: pessoa se masturba em</p><p>praça pública sem visar</p><p>pessoa específica - ato</p><p>obsceno.</p><p>CLASSIFICAÇÃO:</p><p>Trata-se de crime de médio potencial</p><p>ofensivo, bicomum, material,</p><p>comissivo, de forma livre, de dano,</p><p>instantâneo, unissubjetivo e</p><p>plurissubsistente. Não é hediondo.</p><p>169</p><p>CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>REGISTRO NÃO AUTORIZADO DA</p><p>INTIMIDADE SEXUAL</p><p>Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por</p><p>qualquer meio, conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou</p><p>libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos</p><p>participantes: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um)</p><p>ano, e multa.</p><p>Tanto o sujeito ativo como o sujeito</p><p>passivo podem ser qualquer pessoa;</p><p>Pode ser praticado por uma das pessoas</p><p>que teve sua imagem registrada;</p><p>Na hipótese de divulgação pornografia que envolva</p><p>criança ou adolescente, haverá o crime do art. 240 do ECA</p><p>(princípio da especialidade).</p><p>A CENA REGISTRADA DEVE TER SIDO</p><p>PRATICADA EM CARÁTER ÍNTIMO E PRIVADO.</p><p>SE O AGENTE FILMA UM CASAL MANTENDO</p><p>RELAÇÕES SEXUAIS EM UMA PRAÇA, POR</p><p>EXEMPLO, NÃO CONFIGURA O CRIME.</p><p>170</p><p>CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>REGISTRO NÃO AUTORIZADO DA</p><p>INTIMIDADE SEXUAL</p><p>Classificação: Trata-se de infração de menor potencial ofensivo, crime</p><p>instantâneo e de forma livre, crime formal, crime plurissubsistente.</p><p>FIGURA EQUIPARADA</p><p>Parágrafo único. Na mesma pena incorre</p><p>quem realiza montagem em fotografia,</p><p>vídeo, áudio ou qualquer outro registro</p><p>com o fim de incluir pessoa em cena de</p><p>nudez ou ato sexual ou libidinoso de</p><p>caráter íntimo.</p><p>NO CAPUT, A CENA REGISTRADA É VERDADEIRA.NESTE PARÁGRAFO ÚNICO, POR</p><p>OUTRO LADO, A FOTOGRAFIA, VÍDEO OU ÁUDIO É FALSO. FOI REALIZADA UMA</p><p>MONTAGEM, OU SEJA, FORAM ACRESCENTADOS ELEMENTOS QUE NÃO</p><p>OCORRERAM NA REALIDADE. EX.: O AGENTE PEGA IMAGEM DE UMA MODELO NUA E,</p><p>POR MEIO DO PROGRAMA DE COMPUTADOR, PHOTOSHOP, TROCA O ROSTO DA MODELO</p><p>PELO DA VÍTIMA.</p><p>O crime se consuma ainda que o agente tenha feito a</p><p>montagem com o intuito apenas de diversão, ou seja,</p><p>com a intenção de “brincar” com a vítima.</p><p>IMPORTANTE</p><p>171</p><p>CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ESTUPRO DE VULNERÁVEL</p><p>Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato</p><p>libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: Pena:</p><p>reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.</p><p>§1º - Incorre na mesma pena quem</p><p>pratica as ações descritas no</p><p>caput com alguém que, por</p><p>enfermidade ou deficiência</p><p>mental, não tem o necessário</p><p>discernimento para a prática do</p><p>ato, ou que, por qualquer outra</p><p>causa, não pode oferecer</p><p>resistência.</p><p>CLASSIFICAÇÃO:</p><p>Crime hediondo, de elevado potencial</p><p>ofensivo, comum, material, de forma</p><p>livre, comissivo, instantâneo, de dano,</p><p>unissubjetivo e plurissubsistente.</p><p>172</p><p>CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ESTUPRO DE VULNERÁVEL</p><p>VÍTIMA MENOR DE 14 ANOS:</p><p>VULNERABILIDADE ABSOLUTA, PRESUMIDA</p><p>NA LEI. ASSIM, NÃO IMPORTA SE HOUVE</p><p>CONSENTIMENTO, POIS ESTE</p><p>CONSENTIMENTO É TIDO COMO VICIADO</p><p>(SÚMULA 593-STJ).</p><p>SUJEITOS PASSIVOS: A PESSOA VULNERÁVEL.</p><p>PESSOA QUE NÃO PODE OFERECER RESISTÊNCIA: É A VÍTIMA QUE,</p><p>EMBORA NÃO PADEÇA DE NENHUMA ANOMALIA MENTAL, EMBRIAGA-SE ATÉ</p><p>A INCONSCIÊNCIA E É SUBMETIDA AO ATO SEXUAL SEM PODER CONSENTIR.</p><p>DEFICIENTE MENTAL: NÃO SE TRATA DE</p><p>VULNERABILIDADE ABSOLUTA. SÓ É CRIME SE</p><p>O AGENTE PRATICAR RELAÇÃO SEXUAL OU</p><p>OUTRO ATO LIBIDINOSO COM ALGUÉM QUE</p><p>NÃO TEM O NECESSÁRIO DISCERNIMENTO</p><p>PARA A PRÁTICA DO ATO SEXUAL.</p><p>173</p><p>QUALIFICADORAS</p><p>§3º - SE DA CONDUTA RESULTA LESÃO</p><p>CORPORAL DE NATUREZA GRAVE: PENA -</p><p>RECLUSÃO, DE 10 (DEZ) A 20 (VINTE) ANO.</p><p>CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ESTUPRO DE VULNERÁVEL</p><p>Lembrando: Para se configurar ato libidinoso, não se exige</p><p>contato físico entre ofensor e vítima.</p><p>ATENÇÃO:</p><p>A qualidade de vulnerável da vítima</p><p>deve ser conhecida pelo agente.</p><p>Se desconhece a vulnerabilidade</p><p>do sujeito passivo e o crime foi</p><p>cometido com violência ou grave</p><p>ameaça ⇒ Estupro - art. 213, CP.</p><p>Se desconhece a vulnerabilidade do sujeito passivo</p><p>e o crime foi cometido mediante qualquer outro</p><p>meio (inclusive com consentimento) ⇒ fato atípico</p><p>por se tratar de erro de tipo.</p><p>174</p><p>CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ESTUPRO DE VULNERÁVEL - QUALIFICADORAS</p><p>§5º - As penas previstas no caput e nos</p><p>§§ 1º, 3º e 4º deste artigo aplicam-se</p><p>independentemente do consentimento</p><p>da vítima ou do fato de ela ter mantido</p><p>relações sexuais anteriormente ao crime</p><p>CLASSIFICAÇÃO:</p><p>CORRUPÇÃO DE MENORES</p><p>Art. 218: Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a</p><p>satisfazer a lascívia de outrem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5</p><p>(cinco) anos.</p><p>Comum, material, de forma</p><p>livre, comissivo, instantâneo,</p><p>de dano, unissubjetivo e</p><p>plurissubsistente.</p><p>CONDUTA: INDUZIR É CRIAR IDEIA QUE NÃO EXISTIA.</p><p>§4º - Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12</p><p>(doze) a 30 (trinta) anos.</p><p>O agente deve ter ciência da idade da vítima. Caso o intuito</p><p>do autor seja satisfazer a sua própria lascívia, haverá</p><p>estupro de vulnerável (art. 217-A do CP).</p><p>175</p><p>CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>Consumação: há divergência na doutrina:</p><p>1ª posição – Bittencourt: O crime de corrupção de menores</p><p>consuma-se no momento em que a vítima é convencida pelo</p><p>sujeito ativo a satisfazer a lascívia de outrem.</p><p>CORRUPÇÃO DE MENORES</p><p>2ª posição – Greco, Noronha,</p><p>Mirabete: Para a consumação do</p><p>delito não basta o simples</p><p>convencimento da vítima, sendo</p><p>necessário que a esta pratique</p><p>ao menos algum ato tendente à</p><p>satisfação da lascívia de outrem.</p><p>SATISFAÇÃO DE LASCÍVIA MEDIANTE</p><p>PRESENÇA DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE</p><p>Art. 218-A: Praticar, na presença de alguém menor de 14</p><p>(catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal</p><p>ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou</p><p>de outrem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.</p><p>176</p><p>CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>SATISFAÇÃO DE LASCÍVIA MEDIANTE</p><p>PRESENÇA DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE</p><p>CLASSIFICAÇÃO:</p><p>Crime de elevado potencial</p><p>ofensivo, comum, formal, de forma</p><p>livre, comissivo, instantâneo, dano,</p><p>unissubjetivo, plurissubsistente.</p><p>CONDUTAS TÍPICAS:</p><p>Induzir a presenciar:</p><p>O autor faz nascer, na</p><p>mente do menor, a</p><p>ideia de testemunhar</p><p>atos libidinosos.</p><p>Praticar: O sujeito ativo</p><p>pratica, na presença do</p><p>menor, conjunção carnal</p><p>ou atos libidinosos</p><p>diversos;</p><p>IMPORTANTE!</p><p>Não há nenhum contato físico do agente com o menor. Conforme</p><p>a doutrina majoritária, não se exige a presença física do menor,</p><p>pode ser por exemplo, virtual.</p><p>177</p><p>CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU DE OUTRA</p><p>FORMA DE EXPLORAÇÃO</p><p>SEXUAL DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE OU DE VULNERÁVEL</p><p>Art. 218-B: Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra</p><p>forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito)</p><p>anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não</p><p>tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-</p><p>la, impedir ou dificultar que a abandone: Pena - reclusão, de 4</p><p>(quatro) a 10 (dez) anos.</p><p>§1º - Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem</p><p>econômica, aplica-se também multa.</p><p>Figuras Equiparadas: §2º - Incorre</p><p>nas mesmas penas:</p><p>I - quem pratica conjunção carnal</p><p>ou outro ato libidinoso com alguém</p><p>menor de 18 (dezoito) e maior de</p><p>14 (catorze) anos na situação</p><p>descrita no caput deste artigo;</p><p>II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que</p><p>se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo.</p><p>178</p><p>CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU DE OUTRA</p><p>FORMA DE EXPLORAÇÃO</p><p>SEXUAL DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE OU DE VULNERÁVEL</p><p>§3º Na hipótese do inciso II do §2º, constitui efeito obrigatório</p><p>da condenação a cassação da licença de localização e de</p><p>funcionamento do estabelecimento.</p><p>Cuidado! não confundir com o</p><p>crime do art. 218 - mediação para</p><p>servir a lascívia de outrem.</p><p>No art. 218, o agente induz a vítima a</p><p>satisfazer a lascívia de pessoa certa</p><p>e determinada.</p><p>No favorecimento (art. 218-B), o agente leva, atrai, propicia ou</p><p>retém a vítima, visando desta o exercício da prostituição,</p><p>consistente em satisfazer a lascívia de pessoa indeterminada.</p><p>CLASSIFICAÇÃO:</p><p>Crime hediondo, crime comum (exceto na hipótese do § 2º, II), material,</p><p>de forma livre, instantâneo (“submeter”, “induzir”, “atrair” e “facilitar”) ou</p><p>permanente (“impedir” e “dificultar”), comissivo (excepcionalmente,</p><p>omissivo impróprio), unissubjetivo e plurissubsistente.</p><p>179</p><p>CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU DE OUTRA</p><p>FORMA DE EXPLORAÇÃO</p><p>SEXUAL DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE OU DE VULNERÁVEL</p><p>CONDUTAS TÍPICAS:</p><p>Lenocínio acessório – o</p><p>sujeito ativo facilita ou</p><p>explora a corrupção ou</p><p>prostituição que já existe.</p><p>Lenocínio principal –</p><p>conduta em que o sujeito</p><p>ativo toma a iniciativa</p><p>pela corrupção ou</p><p>prostituição da vítima.</p><p>DIVULGAÇÃO DE CENA DE ESTUPRO OU DE CENA DE</p><p>DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL, DE CENA DE SEXO OU DE PORNOGRAFIA</p><p>Art. 218-C: Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender</p><p>ou expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer</p><p>meio - inclusive por meio de comunicação de massa ou</p><p>sistema de informática ou telemática -, fotografia, vídeo ou</p><p>outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou</p><p>de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a</p><p>sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de</p><p>sexo, nudez ou pornografia: Pena - reclusão, de 1 (um) a 5</p><p>(cinco) anos, se o fato não constitui crime mais grave.</p><p>180</p><p>CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DIVULGAÇÃO DE CENA DE ESTUPRO OU DE CENA DE</p><p>DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL, DE CENA DE SEXO OU DE PORNOGRAFIA</p><p>CLASSIFICAÇÃO:</p><p>Trata-se de crime de médio potencial</p><p>ofensivo, bicomum, formal, de forma livre,</p><p>comissivo, misto alternativo (mais de um</p><p>núcleo no mesmo contexto fático é crime</p><p>único), instantâneo (na maioria dos</p><p>núcleos) ou permanente (transmitir,</p><p>disponibilizar e expor à venda), de dano,</p><p>unissubjetivo e plurissubsistente.</p><p>Objeto material: Fotografia, vídeo ou outro</p><p>registro audiovisual que contenha o quê?</p><p>Cena de estupro ou de estupro de vulnerável;</p><p>Que faça apologia ou induza a sua prática;</p><p>Sem o consentimento da vítima, cena de sexo,</p><p>nudez ou pornografia.</p><p>181</p><p>CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DIVULGAÇÃO DE CENA DE ESTUPRO OU DE CENA DE</p><p>DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL, DE CENA DE SEXO OU DE PORNOGRAFIA</p><p>IMPORTANTE!</p><p>Princípio da subsidiariedade expressa – o crime só vai</p><p>subsistir se não houver crime mais grave. Assim, se</p><p>houver um estupro ou estupro de vulnerável com</p><p>posterior divulgação do registro, o estupro vai absorver o</p><p>art. 218-C por expressa previsão legal.</p><p>O receptor das fotos ou vídeos também</p><p>incorre neste delito?</p><p>R.: Não. O verbo “receber” não está nos núcleos do</p><p>tipo, é atípico. Aqui, o crime não se caracteriza nem</p><p>mesmo se quem recebeu “salvar” a foto (mas neste</p><p>caso de armazenamento, pode consistir no tipo do</p><p>art. 241-B se for de criança ou adolescente).</p><p>Aumento de pena - §1º - A pena é aumentada de 1/3 (um terço)</p><p>a 2/3 (dois terços) se o crime é praticado por agente que</p><p>mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima</p><p>ou com o fim de vingança ou humilhação.</p><p>182</p><p>CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DIVULGAÇÃO DE CENA DE ESTUPRO OU DE CENA DE</p><p>DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL, DE CENA DE SEXO OU DE PORNOGRAFIA</p><p>“pornografia de vingança”, situação</p><p>em que ex namorados, por exemplo,</p><p>divulgam imagens das antigas parceiras</p><p>nuas ou em cenas de sexo no intuito de</p><p>delas se vingarem pelo fim da relação.</p><p>AUMENTO DE PENA</p><p>Atenção! mesmo que o agente que mantém ou tenha</p><p>mantido relação íntima de afeto com a vítima</p><p>divulgue as imagens SEM o intuito de vingança ou</p><p>humilhação a majorante restará configurada.</p><p>Exclusão de ilicitude - §2º - Não há crime quando o agente</p><p>pratica as condutas descritas no caput deste artigo em</p><p>publicação de natureza jornalística, científica, cultural ou</p><p>acadêmica com a adoção de recurso que impossibilite a</p><p>identificação da vítima, ressalvada sua prévia autorização,</p><p>caso seja maior de 18 (dezoito) anos.</p><p>183</p><p>CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>AÇÃO PENAL</p><p>Art. 225 - Todos os crimes contra a dignidade sexual são de</p><p>ação penal pública INCONDICIONADA. Não há exceções!</p><p>CAUSAS DE AUMENTO DE PENA</p><p>Destas causas de aumento, os incisos</p><p>I e II se aplicam a todos os delitos</p><p>anteriores, e o inciso IV, às formas</p><p>coletivas ou corretivas de estupro.</p><p>Art. 226 - A pena é aumentada:</p><p>I – De quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2</p><p>(duas) ou mais pessoas;</p><p>Essa causa não se aplica ao estupro e nem do estupro de</p><p>vulnerável (art. 213 ou 217-A), pois eles têm uma causa de</p><p>aumento específica do estupro coletivo.</p><p>II - De metade, se o agente é</p><p>ascendente, padrasto ou madrasta, tio,</p><p>irmão, cônjuge, companheiro, tutor,</p><p>curador, preceptor ou empregador da</p><p>vítima ou por qualquer outro título tiver</p><p>autoridade sobre ela;</p><p>184</p><p>CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>Ascendentes – engloba todos os parentescos em linha reta</p><p>para a cima, independentemente do grau. Info 866/STF.</p><p>Descendentes – Não estão incluídos na causa de aumento.</p><p>Colaterais – engloba somente TIOS e IRMÃOS, não prevendo</p><p>outros parentes colaterais.</p><p>Art. 226 - A pena é aumentada: Inciso II</p><p>IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois</p><p>terços), se o crime é praticado:</p><p>ESTUPRO COLETIVO</p><p>A) mediante concurso de 2 (dois) ou</p><p>mais agentes: A causa de aumento do</p><p>inciso I não se restringe ao estupro,</p><p>sendo aplicável a todos os crimes dos</p><p>capítulos I e II. Já a do inciso IV se</p><p>direciona ao estupro e tem fração de</p><p>aumento maior.</p><p>b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima: A</p><p>pena mais grave se justifica na motivação do agressor para violentar</p><p>a vítima, que torna o ato ainda mais cruel. Ex.: Pais, irmãos ou</p><p>familiares, estupram a vítima, geralmente lésbica, bissexual ou</p><p>transexual, para “corrigir” sua orientação sexual ou gênero.</p><p>185</p><p>CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>Mediação para Servir a Lascívia de Outrem</p><p>Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem:</p><p>Pena - reclusão, de um a três anos.</p><p>Trata-se de crime de médio</p><p>potencial ofensivo na modalidade</p><p>do caput e elevado nas</p><p>qualificadoras, comum, material, de</p><p>forma livre, comissivo, instantâneo,</p><p>unissubjetivo e plurissubsistente.</p><p>CLASSIFICAÇÃO:</p><p>QUALIFICADORAS - §1º - Se a vítima é maior de 14 (catorze) e</p><p>menor de 18 (dezoito) anos, ou se o agente é seu ascendente,</p><p>descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou curador</p><p>ou pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de</p><p>tratamento ou de guarda: Pena - reclusão, de dois a cinco anos.</p><p>§2º - Se o crime é cometido com</p><p>emprego de violência, grave ameaça</p><p>ou fraude: Pena - reclusão, de dois a</p><p>oito anos, além da pena</p><p>correspondente à violência.</p><p>§3º - Se o crime é cometido com o fim</p><p>de lucro, aplica-se também multa.</p><p>186</p><p>CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>Favorecimento da Prostituição ou Outra</p><p>Forma de Exploração Sexual</p><p>Art. 228 - Induzir ou atrair alguém à prostituição ou</p><p>outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir</p><p>ou dificultar que alguém a abandone: Pena - reclusão,</p><p>de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.</p><p>ATENÇÃO! Se a vítima for pessoa menor de 18 anos, o crime</p><p>será o do 218-B, que já foi explicado.</p><p>QUALIFICADORAS - §1º - Se o agente é</p><p>ascendente, padrasto, madrasta, irmão,</p><p>enteado, cônjuge, companheiro, tutor</p><p>ou curador, preceptor ou empregador da</p><p>vítima, ou se assumiu, por lei ou outra</p><p>forma, obrigação de cuidado,</p><p>proteção ou vigilância: Pena -</p><p>reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos.</p><p>§2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave</p><p>ameaça ou fraude: Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez)</p><p>anos, além da pena correspondente à violência.</p><p>§3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também</p><p>multa.</p><p>187</p><p>CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>Casa de Prostituição</p><p>Art. 229 - Manter, por conta própria ou de terceiro,</p><p>estabelecimento</p><p>em que ocorra exploração sexual, haja, ou</p><p>não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou</p><p>gerente: Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.</p><p>CLASSIFICAÇÃO:</p><p>Crime comum, formal, de forma livre,</p><p>comissivo, habitual, unissubjetivo e</p><p>plurissubsistente. Trata-se de crime</p><p>habitual, haja vista que o verbo é</p><p>“manter”.</p><p>Segundo doutrina majoritária, é também crime permanente,</p><p>cuja consumação se prolonga no tempo enquanto o</p><p>estabelecimento é mantido.</p><p>Rufianismo</p><p>Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando</p><p>diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no</p><p>todo ou em parte, por quem a exerça: Pena - reclusão, de um</p><p>a quatro anos, e multa.</p><p>188</p><p>CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>Rufianismo</p><p>Diferença entre mediação para satisfazer a lascívia de</p><p>outrem com o fim de lucro e rufianismo: Enquanto no</p><p>rufianismo a pessoa explorada exerce a prostituição→</p><p>habitualidade. Na mediação para servir a lascívia de outrem, a</p><p>pessoa explorada não se prostitui e o delito é instantâneo.</p><p>QUALIFICADORAS - §1º - Se o agente</p><p>é ascendente, padrasto, madrasta,</p><p>irmão, enteado, cônjuge,</p><p>companheiro, tutor ou curador,</p><p>preceptor ou empregador da vítima,</p><p>ou se assumiu, por lei ou outra forma,</p><p>obrigação de cuidado, proteção ou</p><p>vigilância:Pena - reclusão, de 3 (três)</p><p>a 6 (seis) anos.</p><p>§2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave</p><p>ameaça ou fraude: Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez)</p><p>anos, além da pena correspondente à violência.</p><p>§3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se</p><p>também multa.</p><p>189</p><p>CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>Promoção de Migração Ilegal</p><p>Art. 232-A: Promover, por qualquer meio, com o fim de obter</p><p>vantagem econômica, a entrada ilegal de estrangeiro em</p><p>território nacional ou de brasileiro em país estrangeiro:</p><p>Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.</p><p>Figura Equiparada: § 1°- Na</p><p>mesma pena incorre quem</p><p>promover, por qualquer meio, com o</p><p>fim de obter vantagem econômica,</p><p>a saída de estrangeiro do</p><p>território nacional para ingressar</p><p>ilegalmente em país estrangeiro.</p><p>CAUSAS DE AUMENTO DA PENA</p><p>§ 2° A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço) se:</p><p>I – o crime é cometido com violência; ou</p><p>II – a vítima é submetida a condição desumana ou degradante.</p><p>§ 3° A pena prevista para o crime</p><p>será aplicada sem prejuízo das</p><p>correspondentes às infrações</p><p>conexas.</p><p>190</p><p>CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>Ato Obsceno</p><p>Art. 233: Praticar ato obsceno em lugar público, ou</p><p>aberto ou exposto ao público: Pena - detenção, de</p><p>três meses a um ano, ou multa.</p><p>DIFERENCIAÇÕES:</p><p>Lugar público: acessível por qualquer</p><p>pessoa. Ex.: rua.</p><p>Lugar aberto ao público: embora tenha</p><p>entrada controlada, o público pode</p><p>frequentar. Ex.: cinema.</p><p>Lugar exposto ao público: embora o</p><p>público não possa adentrar, é possível</p><p>que visualize o que acontece neste local.</p><p>Ex.: interior de veículo estacionado na rua,</p><p>Escrito ou Objeto Obsceno</p><p>Art. 234: Fazer, importar, exportar,</p><p>adquirir ou ter sob sua guarda, para fim</p><p>de comércio, de distribuição ou de</p><p>exposição pública, escrito, desenho,</p><p>pintura, estampa ou qualquer objeto</p><p>obsceno: Pena – detenção, de seis</p><p>meses a dois anos, ou multa.</p><p>191</p><p>CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>Escrito ou Objeto Obsceno</p><p>IMPORTANTE - Para se caracterizar este delito é exigido o</p><p>elemento subjetivo específico, que é a vontade de ofender a</p><p>moralidade pública.</p><p>Figura equiparada: Parágrafo único. Incorre na mesma pena</p><p>quem: I – vende, distribui ou expõe à venda ou ao público</p><p>qualquer dos objetos referidos neste artigo;</p><p>III – realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo</p><p>rádio, audição ou recitação de caráter obsceno.</p><p>CAUSAS DE AUMENTO DE PENA:</p><p>II – realiza, em lugar público ou</p><p>acessível ao público, representação</p><p>teatral, ou exibição cinematográfica</p><p>de caráter obsceno, ou qualquer</p><p>outro espetáculo, que tenha o</p><p>mesmo caráter;</p><p>Art. 234-A: Nos crimes previstos neste Título (todos os</p><p>crimes contra a dignidade sexual) a pena é aumentada: De</p><p>metade a 2/3 (dois terços), se do crime resulta gravidez.</p><p>192</p><p>CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>Escrito ou Objeto Obsceno</p><p>CAUSAS DE AUMENTO DE PENA:</p><p>De 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o agente transmite</p><p>à vítima doença sexualmente transmissível de que sabe</p><p>ou deveria saber ser portador, ou se a vítima é idosa ou</p><p>pessoa com deficiência.</p><p>Art. 234-B - Os processos em</p><p>que se apuram crimes</p><p>definidos neste Título correrão</p><p>em segredo de justiça.</p><p>193</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>DIREITO PENAL</p><p>PECULATO</p><p>Art. 312- Apropriar-se o funcionário público de</p><p>dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público</p><p>ou particular, de quem tem a posse em razão do</p><p>cargo, ou desviá-ló, em proveito próprio ou alheio.</p><p>PALAVRAS-CHAVE</p><p>DINHEIRO</p><p>VALOR</p><p>QUALQUER OUTRO BEM MÓVEL, PÚBLICO OU PARTICULAR.</p><p>- APROPRIAR-SE DE:</p><p>APROPRIAÇÃO FURTO</p><p>O agente tem posse e detenção do</p><p>bem, se vale DA FACULDADE que</p><p>lhe proporciona a qualidade de</p><p>funcionário público para realizar a</p><p>subtração</p><p>O agente tem a posse do</p><p>bem e passa a comporta-</p><p>se como dono fosse.</p><p>194</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>DIREITO PENAL</p><p>PECULATO</p><p>SUJEITO ATIVO</p><p>Somente o funcionário público e as pessoas a ele</p><p>equiparadas.</p><p>EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE</p><p>Reparação do dano deve ser feita antes do</p><p>trânsito em julgado da sentença criminal.</p><p>NÃO EXCLUI A SANSÃO ADMINISTRATIVA.</p><p>Caso não seja feita a reparação de início e</p><p>somente POSTERIORMENTE haverá a</p><p>redução da pena pela metade.</p><p>DESVIO</p><p>CULPOSO O funcionário concorre culposamente.</p><p>Peculato próprio - O agente tem a posse e lhe</p><p>dá destino diverso.</p><p>O particular que contribuiu, ou concorre para que seja</p><p>praticado essa prática defeituosa, também responderá pelo</p><p>peculato, pois as circunstâncias de caráter pessoal não se</p><p>comunica, salvo elementares do crime</p><p>195</p><p>Art. 316 - Exigir o funcionário tributo ou contribuição social que</p><p>sabe ou deveria saber indevido, ou quando, emprega na</p><p>cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza.</p><p>DIREITO PENAL</p><p>EXCESSO DE EXAÇÃO</p><p>EXIGÊNCIA INDEVIDA</p><p>Quando não há autorização legal;</p><p>Valor já quitado;</p><p>Quantia que excede a prevista em lei.</p><p>COBRANÇA VEXATÓRIA OU GRAVOSA NÃO AUTORIZADA</p><p>EM LEI</p><p>A contribuição é devida. O meio gravoso ou vexatório</p><p>não está na lei.</p><p>CONSUMAÇÃO</p><p>Ocorre quando com o</p><p>emprego do meio vexatório</p><p>ou gravoso/ cobrança ou</p><p>exigência feita.</p><p>TENTATIVA</p><p>Admite-se</p><p>196</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>DIREITO PENAL</p><p>CONCUSSÃO</p><p>Art. 316 - Exigir, pra si ou para outrem direta ou</p><p>indiretamente, ainda que fora da função antes de</p><p>assumi-lá, mas em razão dela, vantagem indevida.</p><p>PALAVRAS-CHAVE</p><p>A última cede as exigências</p><p>ante o temor de represálias.</p><p>Exigir;</p><p>Ordenar;</p><p>reivindicar;</p><p>Impor.</p><p>PENA De 2 a 8 anos de reclusão, e multa.</p><p>CONSUMAÇÃO</p><p>Admite-se quando a</p><p>mera exigência da</p><p>vantagem indevida.</p><p>197</p><p>Vantagem indevida a funcionário.</p><p>DIREITO PENAL</p><p>CORRUPÇÃO ATIVA</p><p>Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a</p><p>funcionário público, para determina-lo a praticar, omitir ou</p><p>retardar ato de ofício.</p><p>PALAVRAS-CHAVE OFERECER;</p><p>PROMETER;</p><p>TENTATIVA Sim, admite-se a tentativa.</p><p>AUMENTO 1/3</p><p>Acontece quando o</p><p>funcionário retarda ou</p><p>omite o ato de ofício, ou</p><p>prática ato que inflige seu</p><p>dever funcional.</p><p>198</p><p>PALAVRAS-CHAVE</p><p>CLASSIFICAÇÃO</p><p>CONSUMAÇÃO</p><p>AUMENTO 1/3</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>DIREITO PENAL</p><p>CORRUPÇÃO PASSIVA</p><p>Art.317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem,</p><p>direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou</p><p>antes de assumi-la, em razão dela, vantagem indevida,</p><p>ou aceitar promessa de tal vantagem.</p><p>SOLICITAR</p><p>RECEBER</p><p>IMPRÓPRIO PRÓPRIO</p><p>É a prática de ato</p><p>legítimo, lícito e justo. O funcionário público deixa de</p><p>praticar ou prática ato de ofício</p><p>para benefíciar Alguém</p><p>Ocorre o ato de solicitar, receber ou</p><p>aceitar a promessa de vantagem indevida.</p><p>Retarda ou deixa de praticar ato</p><p>de ofício que lhe competia</p><p>desempenhar ou termina</p><p>praticando.</p><p>199</p><p>Art.319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de</p><p>ofício, ou praticá-lo contra</p><p>disposição expressa da lei para</p><p>satisfazer interesse ou sentimento pessoal.</p><p>CORRUPÇÃO PASSIVA</p><p>Quando o ato for acordado</p><p>anteriormente entre o</p><p>funcionário PÚBLICO E</p><p>PARTICULAR;</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>DIREITO PENAL</p><p>PREVARICAÇÃO</p><p>PALAVRAS-CHAVE</p><p>Retardar;</p><p>Deixar de praticar;</p><p>Praticar.</p><p>Ato de ofício para satisfazer INTERESSE ou</p><p>SENTIMENTO PESSOAL</p><p>200</p><p>de descendentes</p><p>ou ascendentes da vítima;</p><p>Em descomprometido da medida protetiva</p><p>(Incisos I, II e III, do art. 22 da lei 11.340/2006).</p><p>10</p><p>HOMICÍDIO FUNCIONAL (QUALIFICADORA SUBJETIVA):</p><p>DIREITO PENAL</p><p>CRIMES CONTRA A VIDA</p><p>Contra autoridade ou agente descrito</p><p>nos arts. 142 e 144 da Constituição:</p><p>Integrantes do</p><p>sistema prisional:</p><p>Diretor da penitenciária,</p><p>agentes penitenciários,</p><p>guardas, e etc;</p><p>Forças Armadas, constituídas pela</p><p>Marinha, pelo Exército e pela</p><p>Aeronáutica (art. 142).</p><p>Órgãos de segurança pública: polícia</p><p>federal, polícia rodoviária federal,</p><p>polícia ferroviária federal, polícias civis,</p><p>polícias militares e corpos de</p><p>bombeiros militares, guardas civis e</p><p>agentes de trânsito (art. 144).</p><p>Contra cônjuge, companheiro ou parente</p><p>consanguíneo até 3º grau de algum dos agentes</p><p>acima mencionados.</p><p>Integrantes da Força</p><p>Nacional de Segurança</p><p>Pública: polícia da União.</p><p>11</p><p>NO HOMICÍDIO FUNCIONAL NÃO SE APLICA:</p><p>CRIMES CONTRA A VIDA</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>DIREITO PENAL</p><p>Membros do judiciário e seus servidores; Polícia legislativa</p><p>da câmara dos deputados; ex-autoridades ou ex-agentes;</p><p>Membros do ministério público e seus servidores.</p><p>VIII - Com emprego de arma de fogo de uso restrito ou</p><p>proibido (qualificadora objetiva).</p><p>IMPORTANTE:</p><p>Dentro das qualificadoras, existe a</p><p>classificação entre qualificadoras</p><p>objetivas (que dizem respeito ao</p><p>meio de execução e ao modo de</p><p>execução) e as qualificadoras</p><p>subjetivas ( que se liga a motivação</p><p>do crime).</p><p>Sendo a qualificadora do homicídio classificada como</p><p>objetiva, há a possibilidade de aplicação em</p><p>conjunto com outra qualificadora de natureza</p><p>subjetiva, ou mesmo cumulação com alguma</p><p>hipótese de homicídio privilegiado.</p><p>12</p><p>CRIMES CONTRA A VIDA</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>DIREITO PENAL</p><p>CAUSAS DE AUMENTO DE PENA</p><p>Nos delitos dolosos, aumenta a</p><p>pena do homicídio (simples,</p><p>privilegiado ou qualificado) quando</p><p>praticado:</p><p>Contra pessoa menor de 14(quatorze) anos;</p><p>Contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos.</p><p>AUMENTO DE 1/3 (UM TERÇO)</p><p>Nos delitos dolosos, aumenta a</p><p>pena do homicídio (simples,</p><p>privilegiado ou qualificado)</p><p>quando praticado:</p><p>Por milícia privada, sob o pretexto de prestação de</p><p>serviço de segurança. Ex.: pessoas armadas que matam</p><p>pra devolver a paz de sociedades carentes.</p><p>Por grupo de extermínio. Ex.: grupo de justiceiros que</p><p>matam marginais;</p><p>AUMENTO DE 1/3 (UM TERÇO) ATÉ 1/2 (METADE)</p><p>13</p><p>CRIMES CONTRA A VIDA</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>DIREITO PENAL</p><p>Diz-se culposo o homicídio quando o agente, com</p><p>manifesta imprudência, negligência ou imperícia, deixa</p><p>de empregar a atenção ou diligência de que era capaz,</p><p>provocando, com sua conduta, a morte de alguém.</p><p>Se a morte foi prevista -</p><p>culpa consciente;</p><p>Se a morte foi previsível -</p><p>culpa inconsciente.</p><p>CAUSAS DE AUMENTO DE</p><p>PENA NO HOMICÍDIO CULPOSO</p><p>Omissão de socorro;</p><p>Inobservância de regra técnica de</p><p>profissão, arte ou ofício;</p><p>Não procurar diminuir as consequências</p><p>do comportamento;</p><p>Se o agente foge para evitar a prisão</p><p>em flagrante.</p><p>AUMENTO DE</p><p>1/3 (UM TERÇO)</p><p>14</p><p>CRIMES CONTRA A VIDA</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>DIREITO PENAL</p><p>PERDÃO JUDICIAL</p><p>O perdão judicial aplica-se</p><p>somente ao homicídio culposo,</p><p>quando o juiz poderá deixar de</p><p>aplicar a pena, se as</p><p>consequências da infração</p><p>atingirem o próprio agente de</p><p>forma tão grave que a sanção</p><p>penal se torne desnecessária.</p><p>15</p><p>AÇÃO PENAL: Sempre</p><p>será Ação penal pública</p><p>incondicionada.</p><p>DIREITO PENAL</p><p>INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO A</p><p>Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a</p><p>suicidar-se ou a praticar</p><p>automutilação ou prestar-lhe auxílio</p><p>material para que o faça: Pena -</p><p>reclusão, de 6 (seis) meses a 2</p><p>(dois) anos.</p><p>SUICÍDIO OU A AUTOMUTILAÇÃO</p><p>SUJEITO ATIVO:</p><p>Crime comum - pode ser</p><p>cometido por qualquer</p><p>pessoa, e admite-se o</p><p>concurso de pessoas.</p><p>SUJEITO PASSIVO:</p><p>Apenas pessoa capaz</p><p>pode ser sujeito passivo</p><p>- maiores de 14 anos.</p><p>VOLUNTARIEDADE:</p><p>Somente é punido o</p><p>dolo, não se admite a</p><p>figura culposa.</p><p>16</p><p>ATENÇÃO:</p><p>DIREITO PENAL</p><p>INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO A</p><p>SUICÍDIO OU A AUTOMUTILAÇÃO</p><p>CONSUMAÇÃO E TENTATIVA:</p><p>Crime formal - Não exige o resultado</p><p>naturalístico, o mero induzimento,</p><p>instigação ou auxílio já consumam o</p><p>crime. Admite a tentativa.</p><p>O suicídio e a automutilação não são puníveis, uma vez</p><p>que a lesividade não ultrapassa a esfera individual.</p><p>A conduta do agente, tanto no induzimento, instigação e</p><p>auxílio à automutilação, quanto ao suicídio, DEVE ser dirigida</p><p>a uma ou mais pessoas DETERMINADAS, ainda que o crime</p><p>tenha ocorrido por meio eletrônico.</p><p>Ex.: ideias suicidas em espetáculos,</p><p>obras literárias endereçadas ao</p><p>público em geral, não configuram</p><p>este crime, serão atípicas.</p><p>17</p><p>DIREITO PENAL</p><p>INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO A</p><p>SUICÍDIO OU A AUTOMUTILAÇÃO</p><p>Induzimento ao suicídio ou á automutilação: induzir é</p><p>criar na mente da vítima o desejo do suicídio, é criar a</p><p>ideia, um pensamento até então inexistente.</p><p>Instigação ao suicídio</p><p>ou á automutilação:</p><p>instigar é estimular, é</p><p>reforçar uma ideia</p><p>preexistente, é insistir</p><p>na ideia da vítima.</p><p>Auxílio ao suicídio ou á</p><p>automutilação: auxiliar</p><p>é participar</p><p>materialmente, é dar o</p><p>meio para o suicídio.</p><p>QUALIFICADORAS</p><p>Prevê o § 1º do art. 122 do CP que: Se da automutilação ou da</p><p>tentativa de suicídio resultar lesão corporal de natureza</p><p>grave ou gravíssima, a punição será a reclusão de 1 a 3 anos.</p><p>Prevê o § 2º do art. 122 do CP que: Se o suicídio se</p><p>consumar ou se da automutilação resultar morte, a pena</p><p>será de reclusão, de 2 a 6 anos.</p><p>18</p><p>DIREITO PENAL</p><p>INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO A</p><p>SUICÍDIO OU A AUTOMUTILAÇÃO</p><p>CAUSAS DE AUMENTO DE PENA</p><p>A pena é duplicada se (§ 3º do art.</p><p>122 do CP):</p><p>I – se o crime é praticado por motivo</p><p>egoístico, torpe ou fútil;</p><p>II – se a vítima é menor (Menor de 18</p><p>anos e maior que 14 anos) ou tem</p><p>diminuída, por qualquer causa, a</p><p>capacidade de resistência.</p><p>A pena é aumentada até</p><p>o dobro se a conduta é</p><p>realizada por meio da rede</p><p>de computadores, de rede</p><p>social ou transmitida em</p><p>tempo real (§ 4º do art.</p><p>122 do CP);</p><p>Aumenta a pena em</p><p>metade se o agente</p><p>é líder ou</p><p>coordenador de grupo</p><p>ou de rede virtual (§</p><p>5º do art. 122 do CP).</p><p>19</p><p>DIREITO PENAL</p><p>INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO A</p><p>SUICÍDIO OU A AUTOMUTILAÇÃO</p><p>CAUSAS DE AUMENTO DE PENA</p><p>Se o crime de que trata o § 1º resulta em lesão corporal de</p><p>natureza gravíssima e é cometido contra menor de 14</p><p>(quatorze) anos ou contra quem, por enfermidade ou</p><p>deficiência mental, não tem o necessário discernimento</p><p>para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não</p><p>pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime</p><p>descrito no § 2º do art. 129 deste Código (Pena –</p><p>reclusão, de dois a oito anos).</p><p>Se o crime de que trata o § 2º é</p><p>cometido contra menor de 14</p><p>(quatorze) anos ou contra quem</p><p>não tem o necessário</p><p>discernimento para a prática do</p><p>ato, ou que, por qualquer outra</p><p>causa, não pode oferecer</p><p>resistência, responde o agente</p><p>pelo crime de homicídio, nos</p><p>termos do art. 121 do CP (Pena:</p><p>reclusão, de seis a vinte anos).</p><p>20</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>DIREITO PENAL</p><p>INFANTICÍDIO</p><p>Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal,</p><p>o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena -</p><p>detenção, de dois a seis anos.</p><p>CRIME PRÓPRIO: SOMENTE A MÃE, A PARTURIENTE;</p><p>A morte pode ser causada de forma livre,</p><p>por ação (ex.: morte por asfixia) ou</p><p>omissão (ex.: faltar com a amamentação),</p><p>por meios diretos ou indiretos.</p><p>DURANTE O PARTO OU APÓS O PARTO</p><p>Antes do parto, a morte do feto será aborto, e se não se</p><p>verificar, pelo menos, logo após, será homicídio.</p><p>O DELITO SÓ É PUNIDO A TÍTULO DE</p><p>DOLO, NÃO PODE SER CRIME CULPOSO.</p><p>O CRIME É MATERIAL E A TENTATIVA É</p><p>ADMITIDA.</p><p>DOUTRINA</p><p>Para alguns doutrinadores, é tido</p><p>como homicídio privilegiado.</p><p>21</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>DIREITO PENAL</p><p>INFANTICÍDIO</p><p>CONCURSO DE PESSOAS</p><p>Mãe e terceiro praticam</p><p>atos executórios</p><p>conjuntamente: Ambos</p><p>coautores de infanticídio;</p><p>Terceiro, induzido pela mãe,</p><p>pratica atos executórios</p><p>sozinho: divergência</p><p>→ 1ª corrente: ambos respondem</p><p>por homicídio.</p><p>→ 2ª corrente: ambos respondem</p><p>por infanticídio.</p><p>Mãe, auxiliada por</p><p>terceiro, pratica atos</p><p>executórios: Mãe - autora</p><p>e terceiro - partícipe;</p><p>22</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ABORTO</p><p>O aborto é a interrupção da gravidez, a qual resulta na</p><p>morte do feto, embrião ou óvulo.</p><p>QUAL O MOMENTO INICIAL DA GRAVIDEZ?</p><p>Para a doutrina penal majoritária, a</p><p>gravidez tem início com a NIDAÇÃO, que é</p><p>a fixação do óvulo fecundado no útero.</p><p>ESPÉCIES DE ABORTO</p><p>ABORTO NATURAL: Interrupção espontânea</p><p>da gravidez, não há crime;</p><p>ABORTO ACIDENTAL: Provocado por quedas,</p><p>acidentes, traumatismos e etc. Não há crime;</p><p>ABORTO PERMITIDO: São os</p><p>abortos necessário e sentimental,</p><p>quando a lei faculta o seu</p><p>acontecimento (art. 128 do CP).</p><p>23</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ABORTO</p><p>ABORTO PERMITIDO:</p><p>Necessário: É praticado</p><p>por médico, em casos de</p><p>perigo de morte da</p><p>gestante e quando não há</p><p>outro meio para salvá-la.</p><p>Sentimental: É praticado</p><p>por médico, com o</p><p>consentimento da</p><p>gestante (ou</p><p>representante legal) em</p><p>casos de estupro.</p><p>ABORTO CRIMINOSO: Temos três tipos penais, que</p><p>explicaremos mais adiante.</p><p>ESPÉCIES DE ABORTO PROIBIDOS</p><p>ABORTO EUGÊNICO - Aborto praticado para evitar o</p><p>nascimento de criança com gravidade enfermidade, no caso</p><p>de má formação do feto.</p><p>EXCEÇÃO: NO CASO DE</p><p>ANENCEFALIA O STF JÁ DECIDIU</p><p>QUE PODE HAVER O ABORTO.</p><p>24</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ABORTO</p><p>ESPÉCIES DE ABORTO PROIBIDOS</p><p>ABORTO MISERÁVEL - Realizado para</p><p>evitar a condição de miserabilidade da</p><p>mãe e da família.</p><p>ABORTO "HONORIS CAUSA" -</p><p>Realizado para esconder gravidez.</p><p>ABORTOS CRIMINOSOS</p><p>AUTOABORTO E ABORTO CONSENTIDO</p><p>Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou</p><p>consentir que outrem lhe provoque: Pena –</p><p>detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.</p><p>BEM JURÍDICO TUTELADO: Vida humana intrauterina;</p><p>SUJEITOS DO CRIME:</p><p>SUJEITO ATIVO: Crime de mão</p><p>própria, realizado somente pela</p><p>gestante. Admite participação, mas</p><p>não coautoria.</p><p>SUJEITO PASSIVO: O FETO.</p><p>25</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ABORTO</p><p>VOLUNTARIEDADE: Crime de dolo necessário, em todas as</p><p>modalidades, ou seja, NÃO EXISTE A MODALIDADE CULPOSA.</p><p>CONSUMAÇÃO:</p><p>Crime material;</p><p>Se consuma com a morte do feto.</p><p>ADMITE TENTATIVA</p><p>CONDUTAS:</p><p>AUTOABORTO: A gestante realiza o aborto em si mesma (com ou</p><p>sem auxílio de terceiro).</p><p>ATENÇÃO: A mãe responderá pelo art. 124, enquanto o terceiro</p><p>participante responderá nas penas do art. 126 do CP.</p><p>ABORTO CONSENTIDO: A gestante</p><p>se limita a consentir que terceira</p><p>pessoa realize o aborto, não pratica</p><p>nenhum ato executório. A gestante</p><p>responde pelo art. 124.</p><p>26</p><p>Art. 23, CP</p><p>SEM consentimento;</p><p>Crime comum - Praticado por qualquer</p><p>pessoa;</p><p>Dupla subjetividade passiva: Feto e gestante.</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ABORTO</p><p>MÉTODOS CONTRACEPTIVOS Exercício regular do direito</p><p>Art. 125 - Provocar aborto, SEM o consentimento da</p><p>gestante: Pena – Reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos.</p><p>Art. 125 - Provocar aborto, COM o consentimento da</p><p>gestante: Pena – Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.</p><p>COM consentimento; obs.: se</p><p>antes da interrupção da gravidez a</p><p>gestante desistir do intento</p><p>criminoso, responderá por aborto</p><p>não consentido o terceiro que</p><p>insistir em provocá-lo;</p><p>Crime comum - praticado por</p><p>qualquer pessoa;</p><p>Sujeito passivo: apenas o Feto.</p><p>27</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ABORTO</p><p>ATENÇÃO:</p><p>O art. 126, parágrafo único, do CP desconsidera a vontade</p><p>positiva da gestante quando menor de 14 anos, alienada</p><p>ou débil mental, ou se o seu consentimento foi obtido</p><p>mediante fraude, grave ameaça ou violência.</p><p>Nestas hipóteses, aplica-se ao terceiro</p><p>provocador a pena do art. 125 do CP</p><p>(reclusão, de 3 a 10 anos), ficando a</p><p>gestante isenta de sanção penal.</p><p>CRIME DE ABORTO SERÁ MAJORADO/AUMENTADO:</p><p>a) Se, em consequência do aborto ou das manobras</p><p>abortivas, a gestante sofre lesão corporal de natureza</p><p>grave (art. 129, §§ 1º e 2º, do CP);</p><p>b) Se, por qualquer dessas causas (aborto ou meios</p><p>empregados), lhe sobrevém a morte.</p><p>atenção! Essas causas de aumento somente se aplicam</p><p>aos crimes definidos nos arts. 125 e 126 (“dois artigos</p><p>anteriores”).</p><p>28</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>Sujeito passivo: Regra - crime</p><p>comum - qualquer pessoa.</p><p>Exceções:</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DAS LESÕES CORPORAIS</p><p>A LESÃO PODERÁ SER:</p><p>Leve ⇾ Art. 129, caput;</p><p>Grave ⇾ Art. 129, §1º;</p><p>Gravíssima ⇾ Art. 129, §2º;</p><p>Seguida de morte ⇾ Art. 129,</p><p>§3º;</p><p>Culposa ⇾ Art. 129, §6º.</p><p>Bem jurídico tutelado: Integridade corporal; Saúde</p><p>fisiológica; Saúde Mental.</p><p>Sujeito ativo: Crime</p><p>comum - Qualquer pessoa.</p><p>Sujeito passivo: Regra -</p><p>crime comum - qualquer</p><p>pessoa.</p><p>Art. 129, §1º, IV: gestante;</p><p>Art. 129, §2º, V: gestante.</p><p>29</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DAS LESÕES CORPORAIS</p><p>Exceções:</p><p>Art. 129, §9: pessoa que se enquadre como ascendente,</p><p>descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem</p><p>conviva ou tenha convivido, ou mantenha relações</p><p>domésticas, de coabitação ou de hospitalidade com o agente</p><p>do ato delituoso.</p><p>Art. 129, §12: autoridade ou</p><p>agente descrito nos arts.</p><p>142 e 144 da CF, no</p><p>exercício das funções ou em</p><p>decorrência dela, bem como</p><p>seus familiares descritos no</p><p>parágrafo.</p><p>Crime de Ação livre: Admite qualquer meio executório,</p><p>desde que aptos a causar a lesão.</p><p>ATENÇÃO! é desnecessário que haja violência física. A</p><p>atuação sobre o psiquismo da vítima pode produzir danos ao</p><p>seu funcionamento orgânico ou mental.</p><p>30</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DAS LESÕES CORPORAIS</p><p>LESÃO CORPORAL LEVE: Art. 129 - Ofender a integridade</p><p>corporal ou a saúde de outrem: Pena: detenção, de três</p><p>meses a um ano.</p><p>O crime pode ser doloso ou culposo.</p><p>Crime de menor potencial</p><p>ofensivo;</p><p>Admite-se os institutos</p><p>despenalizadores;</p><p>Ação penal pública</p><p>condicionada a representação;</p><p>SUBSTITUIÇÃO DE PENA</p><p>§5º do art. 129 - No caso de lesões leves, o juiz pode</p><p>substituir a pena de detenção pela de multa em duas</p><p>hipóteses:</p><p>I - Se o agente comete o crime</p><p>impelido por motivo de relevante</p><p>valor social ou moral ou sob o domínio</p><p>de violenta emoção;</p><p>II - se as lesões são recíprocas.</p><p>31</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DAS LESÕES CORPORAIS</p><p>LESÃO CORPORAL GRAVE:</p><p>I- Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de</p><p>trinta dias:</p><p>Ocupações habituais - Significa qualquer atividade do</p><p>dia a dia, desde que seja lícita.</p><p>Por se tratar de crime que deixa vestígios, é</p><p>indispensável a realização de exame de corpo de delito.</p><p>II - Perigo de vida:</p><p>Lesão coloque em risco a vida da</p><p>vítima;</p><p>Se trata de crime preterdoloso, pois</p><p>caso esse risco seja doloso o crime</p><p>será de tentativa de homicídio;</p><p>Exemplo de perigo de vida: Traumatismo cranioencefálico;</p><p>III – Debilidade permanente de membro, sentido ou</p><p>função:</p><p>Debilidade: Diminuição ou enfraquecimento da</p><p>capacidade funcional de membro, sentido ou</p><p>função da vítima (se for total, é gravíssima.)</p><p>Membros são os braços, antebraços e mãos;</p><p>coxas, pernas e pés.</p><p>32</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DAS LESÕES CORPORAIS</p><p>LESÃO CORPORAL GRAVE:</p><p>IV – Aceleração do parto:</p><p>Parto prematuro;</p><p>O agente precisa saber da gravidez;</p><p>Crime preterdoloso;</p><p>Não confundir quando a lesão causa aborto, pois, nessa</p><p>hipótese, será lesão corporal gravíssima.</p><p>§ 2º Se resulta:</p><p>I- Incapacidade permanente para o trabalho:</p><p>Aqui a vítima não pode mais</p><p>trabalhar;</p><p>Diferente do que era tratado</p><p>na lesão grave, está ligado a</p><p>uma atividade remunerada.</p><p>II - Enfermidade incurável:</p><p>Não há cura ou tratamento certo</p><p>segundo a medicina.</p><p>33</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DAS LESÕES CORPORAIS</p><p>III – Perda ou inutilização do membro, sentido ou função:</p><p>A vítima, neste caso, perde a função por inteiro;</p><p>IV – Deformidade permanente:</p><p>Para o STJ, a qualificadora</p><p>“deformidade permanente” do crime</p><p>de lesão corporal não é afastada por</p><p>posterior cirurgia estética reparadora</p><p>que elimine ou minimize a</p><p>deformidade na vítima. Isso porque, o</p><p>fato criminoso é valorado no</p><p>momento de sua consumação, não o</p><p>afetando providências posteriores</p><p>(Inf. 562).</p><p>Ex.: cegueira dos dois olhos. A</p><p>perda de um braço ou de uma</p><p>perna também poderá gerar a</p><p>lesão corporal gravíssima;</p><p>Diante de órgãos duplos, a lesão deverá</p><p>atingir os dois para ser gravíssima.</p><p>34</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DAS LESÕES CORPORAIS</p><p>V – Aborto:</p><p>Deve ser preterdoloso;</p><p>Caso haja dolo antecedente</p><p>e</p><p>consequente, haverá o crime de aborto</p><p>mesmo;</p><p>O agente deve saber que a vítima está</p><p>gravida.</p><p>LESÃO CORPORAL COM RESULTADO MORTE (QUALIFICADORA)</p><p>§3º - Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o</p><p>agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de</p><p>produzi-lo. Pena: reclusão, de quatro a doze anos.</p><p>Também chamada de</p><p>“homicídio preterdoloso”.</p><p>"Agente não quis o resultado" -</p><p>A morte, aqui, é sempre</p><p>culposa;</p><p>crime preterdoloso por</p><p>excelência;</p><p>Não admite tentativa.</p><p>35</p><p>MEIOS DE PROVAS</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DAS LESÕES CORPORAIS</p><p>Corpo de delito;</p><p>Testemunhal (Art.167, CPP);</p><p>Art. 158, do CPP</p><p>LESÃO CORPORAL DOLOSA PRIVILEGIADA</p><p>§4º - Se o agente comete o crime impelido por motivo de</p><p>relevante valor social (interesses de toda uma coletividade) ou</p><p>moral (interesse pessoal) ou sob o domínio de violenta</p><p>emoção (sob intenso choque emocional, capaz de anular sua</p><p>capacidade de autocontrole), logo em seguida a injusta</p><p>provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de 1/6 a 1/3.</p><p>AUMENTO DE PENA NA Lesão corporal dolosa (§7º do art.</p><p>129) - Aumenta-se a pena de 1/3, quando:</p><p>O crime for praticado contra menor de 14 anos;</p><p>O crime for praticado contra maior de 60 anos</p><p>O crime for praticado por</p><p>milícia privada, sob pretexto de</p><p>prestação de serviço de</p><p>segurança;</p><p>O crime for praticado por grupo</p><p>de extermínio.</p><p>36</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DAS LESÕES CORPORAIS</p><p>LESÃO CORPORAL CULPOSA - §6º - Se a lesão é culposa:</p><p>Pena: detenção, de dois meses a um ano.</p><p>Crime de menor potencial ofensivo;</p><p>Ação penal pública condicionada a</p><p>representação;</p><p>Aqui, POUCO IMPORTA o grau da</p><p>lesão, se é leve, grave ou gravíssima.</p><p>Importa o elemento subjetivo: culpa.</p><p>AUMENTO DE PENA NA Lesão corporal CULPOSA (§8º do</p><p>art. 129) - A lesão corporal culposa será majorada de 1/3,</p><p>quando:</p><p>O crime resultar de inobservância de regra técnica de</p><p>profissão, arte ou ofício;</p><p>O agente deixar de prestar</p><p>imediato socorro à vítima;</p><p>O agente não procura diminuir</p><p>as consequências do seu ato;</p><p>O agente foge para evitar</p><p>prisão em flagrante.</p><p>37</p><p>Embora a Lei Maria da Penha se direcione à proteção da mulher,</p><p>ela alterou os §§9º, 10 e 11 do artigo 129, que protegem AMBOS</p><p>OS SEXOS, desde que as lesões ocorram no âmbito familiar ou</p><p>doméstico</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DAS LESÕES CORPORAIS</p><p>PERDÃO JUDICIAL - §8º DO ART. 129.</p><p>O perdão judicial é admitido em casos de lesão</p><p>corporal culposa, nas mesmas hipóteses em que</p><p>se admite no crime de homicídio culposo.</p><p>VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR (ART. 129, §§ 9º, 10, 11)</p><p>Art. 129, §9º - Se a lesão for praticada</p><p>contra ascendente, descendente, irmão,</p><p>cônjuge ou companheiro, ou com quem</p><p>conviva ou tenha convivido, ou, ainda,</p><p>prevalecendo-se o agente das relações</p><p>domésticas, de coabitação ou de</p><p>hospitalidade: Pena - 03 meses a 03</p><p>anos.</p><p>Este parágrafo trata da LESÃO LEVE qualificada em razão de</p><p>violência doméstica ou familiar. Caso a LESÃO SEJA GRAVE,</p><p>GRAVÍSSIMA OU SEGUIDA DE MORTE, o agente não responderá</p><p>pelo §9º, mas sim pelo resultado qualificador, com a causa de</p><p>aumento (1/3) do §10º do art. 129.</p><p>38</p><p>§ 12 - Se a lesão for praticada contra autoridade ou</p><p>agente descrito nos arts. 142 e 144 da</p><p>Constituição Federal, integrantes do sistema</p><p>prisional e da Força Nacional de Segurança Pública,</p><p>no exercício da função ou em decorrência dela, ou</p><p>contra seu cônjuge, companheiro ou parente</p><p>consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa</p><p>condição, a pena é aumentada de um a dois terços.</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DAS LESÕES CORPORAIS</p><p>Lesão Corporal Contra Autoridade ou</p><p>Agente de Segurança Pública:</p><p>No §11, temos uma majorante caso a violência</p><p>doméstica e familiar ocorra contra pessoa portadora de</p><p>deficiência (aumento de 1/3).</p><p>Lesão Corporal Praticada Contra Mulher: § 13 - Se a lesão</p><p>for praticada contra a mulher, por razões da condição do sexo</p><p>feminino, nos termos do § 2º-A do art. 121 deste Código: Pena</p><p>- reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro anos).”</p><p>A Lesão corporal</p><p>praticada contra mulher</p><p>no contexto de violência</p><p>doméstica e familiar;</p><p>Aqui se pune duas situações distintas:</p><p>E a Lesão corporal</p><p>praticada contra mulher</p><p>em razão de menosprezo</p><p>ou discriminação ao seu</p><p>gênero.</p><p>39</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DOS CRIMES CONTRA A HONRA</p><p>a HONRA É UM bem jurídico estabelecido E RESGUARDADO</p><p>PELA CARTA MAGNA, EM SEU art. 5º, inciso X.</p><p>CONCEITO: Honra é um conjunto de atributos inerentes à</p><p>personalidade, relacionados a aspectos de valor individual</p><p>e social, tanto de ordem moral, quanto intelectual e física.</p><p>Injúria - Honra Subjetiva</p><p>Difamação - Honra objetiva</p><p>Calúnia - Honra objetiva</p><p>DIFERENÇA ENTRE HONRA OBJETIVA E SUBJETIVA:</p><p>HONRA OBJETIVA HONRA SUBJETIVA</p><p>Reputação que determinado</p><p>indivíduo ostenta perante a</p><p>sociedade;</p><p>Os delitos que ofendem a</p><p>honra objetiva se consumam</p><p>quando terceira pessoa toma</p><p>conhecimento da imputação;</p><p>Em regra, admitem retratação.</p><p>Conceito que alguém tem de si</p><p>mesmo, relacionada à dignidade,</p><p>autoestima;</p><p>A consumação se dá quando a</p><p>própria vítima toma</p><p>conhecimento do que foi falado;</p><p>Não admitem retratação (o</p><p>prejuízo à autoestima já ocorreu</p><p>com a ofensa).</p><p>40</p><p>DIFERENÇA ENTRE CALÚNIA, DIFAMAÇÃO E INJÚRIA</p><p>Art. 138 do CP: Na CALÚNIA, o</p><p>agente imputa, falsamente, um</p><p>fato determinado, previsto</p><p>como crime. Pena: detenção, 6</p><p>meses a 2 anos, e multa.</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DOS CRIMES CONTRA A HONRA</p><p>Art. 139 do CP: Na DIFAMAÇÃO, o agente imputa um fato</p><p>desonroso, mas não criminoso, que pode ser verdadeiro ou</p><p>falso. Pena: detenção, 3 meses a 1 ano, e multa. Ex.: Luiz diz que</p><p>viu José, que é casado, entrando no motel com outra mulher.</p><p>Ex.: Joana diz que foi Claúdia quem furtou o notebook da aluna</p><p>Fernanda durante a aula, no dia tal.</p><p>Art. 140 do CP: Na INJÚRIA, o</p><p>agente atribui uma qualidade</p><p>negativa à vítima. Pena: detenção,</p><p>1 a 6 meses, ou multa.Pode</p><p>envolver tanto aspectos físicos</p><p>(ex.: dizer que a vítima é orelhuda</p><p>ou feia) quanto morais (ex.: dizer</p><p>que a vítima é burra).</p><p>41</p><p>Sujeito ativo – Qualquer pessoa.</p><p>Sujeito passivo – Qualquer</p><p>pessoa, inclusive INIMPUTÁVEIS,</p><p>pessoas desonradas, pessoa</p><p>jurídica (em caso de crime</p><p>ambiental), mortos.</p><p>Crime formal - Apenas a calúnia</p><p>escrita admite tentativa;</p><p>CALÚNIA</p><p>A calúnia pode ser feita na presença ou na ausência do</p><p>ofendido, por qualquer forma (palavras, gestos, escritos,</p><p>desenhos etc.); Somente se configura o crime se a</p><p>imputação for falsa</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DOS CRIMES CONTRA A HONRA</p><p>A honra é um bem jurídico disponível, de modo que o</p><p>consentimento (anterior ou contemporâneo à ofensa) da</p><p>vítima exclui a ilicitude da conduta.</p><p>PROPAGAÇÃO OU DIVULGAÇÃO DA CALÚNIA</p><p>O art. 138, §1º, do Código Penal estende a</p><p>aplicação do tipo penal àquele que toma</p><p>conhecimento da imputação e, sabendo-a</p><p>falsa, contribui para difundi-la, alastrá-la.</p><p>42</p><p>DIREITO PENAL</p><p>CALÚNIA - EXCEÇÃO DA VERDADE</p><p>DOS CRIMES CONTRA A HONRA</p><p>Aplicado em regra; A calúnia é a falsa imputação de fato</p><p>criminoso determinado a alguém;</p><p>A lei confere ao sujeito que está</p><p>sendo acusado da prática de</p><p>calúnia a possibilidade de se</p><p>defender demonstrando a</p><p>veracidade daquilo que foi falado;</p><p>ATENÇÃO!</p><p>Há três hipóteses nas quais a exceção da</p><p>verdade é proibida:</p><p>1- se, o fato imputado como crime se</p><p>proceder por ação privada, e o</p><p>ofendido não foi condenado por</p><p>sentença irrecorrível;</p><p>2- se o fato é imputado ao Presidente da República ou a</p><p>chefe de governo estrangeiro.</p><p>3- se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido</p><p>foi absolvido por sentença irrecorrível.</p><p>43</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DOS CRIMES CONTRA A HONRA</p><p>DIFAMAÇÃO - Pode ser feita na presença ou na ausência do</p><p>ofendido, por qualquer forma (palavras, gestos, escritos,</p><p>desenhos etc.</p><p>Sujeito ativo – Qualquer pessoa.</p><p>Sujeito passivo – Qualquer pessoa,</p><p>inclusive o inimputável, a pessoa</p><p>desonrada e a pessoa jurídica.</p><p>A jurisprudência cível é pacífica no sentido de que a pessoa</p><p>jurídica possui reputação a zelar, fazendo jus à indenização</p><p>por danos morais quando sofre abalo em sua imagem;</p><p>Não se pune criminalmente a difamação</p><p>contra os mortos;</p><p>Admite-se a tentativa.</p><p>EXCEÇÃO DA EXCEÇÃO</p><p>A exceção da verdade somente se</p><p>admite se o ofendido é funcionário</p><p>público e a ofensa é relativa ao</p><p>exercício de suas funções.</p><p>44</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DOS CRIMES CONTRA A HONRA</p><p>INJURIA- O crime se consuma a partir do conhecimento da</p><p>ofensa pela vítima (ainda que ela não se sinta ofendida), não</p><p>importando que ela chegue ao conhecimento de terceira</p><p>pessoa.</p><p>Sujeito ativo – Qualquer pessoa.</p><p>Sujeito passivo – Qualquer pessoa capaz de compreender a</p><p>injúria – pois, embora não se exija que a pessoa se sinta</p><p>ofendida, o tipo clama essa possibilidade, já que o que se</p><p>protege aqui é a honra subjetiva.</p><p>A pessoa jurídica não pode ser</p><p>vítima de injúria, pois só possui</p><p>honra objetiva.</p><p>Crime formal - Admite-se a</p><p>tentativa apenas na injúria escrita.</p><p>NÃO se admite exceção da verdade.</p><p>PERDÃO JUDICIAL : É aplicável apenas para o crime de injúria</p><p>(art. 140, §1º, CP). Será possível nas seguintes hipóteses:</p><p>1- Quando o ofendido, de forma reprovável, provocou</p><p>diretamente a injúria;</p><p>2- No caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria;</p><p>45</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>A Lei 14.532/2023, publicada em 11/01/2023 trouxe uma</p><p>alteração na redação do art. 140, §3º, do CP, uma vez que antes</p><p>desta lei, a injúria racial era composta de sete modalidades (raça,</p><p>cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou portadora</p><p>de deficiência da vítima), agora a nova tipificação do crime reduziu</p><p>as modalidades de injúria preconceituosa.</p><p>DIREITO PENAL</p><p>IINJÚRIA REAL - (art. 140, §2º, CP): É a modalidade de injúria</p><p>em que o agente, para ofender a vítima, não emprega palavra,</p><p>mas violência ou vias de fato consideradas humilhantes</p><p>Ex.: Cuspe no rosto, tapa</p><p>na cara etc.</p><p>Menor potencial</p><p>ofensivo.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A HONRA</p><p>INJÚRIA RACIAL OU PRECONCEITUOSA (ART. 140, §3º, CP):</p><p>Se a injúria consiste na utilização de elementos</p><p>referentes a:</p><p>religião;</p><p>ou à condição de pessoa idosa;</p><p>ou com deficiência:</p><p>Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.</p><p>46</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>Crime prescritível e afiançável;</p><p>Ação Pública condicionada à representação.</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DOS CRIMES CONTRA A HONRA</p><p>INJÚRIA RACIAL OU PRECONCEITUOSA (ART. 140, §3º, CP):</p><p>E as outras modalidades? As</p><p>outras modalidades foram</p><p>transferidas para a Lei n.º 7.716,</p><p>de 5 de janeiro de 1989 (Lei do</p><p>Crime Racial), equiparadas ao</p><p>crime de racismo.</p><p>Injuriar alguém, ofendendo-lhe a</p><p>dignidade ou o decoro, em razão de:</p><p>raça,</p><p>cor,</p><p>etnia,</p><p>ou procedência nacional.</p><p>Pena: reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.</p><p>Ex.: “Você é um negro safado!”</p><p>47</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7716.htm</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>Essas modalidades, apesar de</p><p>continuarem a ser crime de injúria,</p><p>não são mais tratadas pelo art. 140</p><p>do CP, mas sim pela Lei n.º</p><p>7.716/89 (Lei do crime racial).</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DOS CRIMES CONTRA A HONRA</p><p>INJÚRIA RACIAL OU PRECONCEITUOSA (ART. 140, §3º, CP):</p><p>Crime imprescritível e inafiançável;</p><p>Ação Penal Pública incondicionada.</p><p>ATENÇÃO:</p><p>AÇÃO PENAL - REGRA GERAL</p><p>Segundo o art. 145, os</p><p>crimes contra a honra, se</p><p>procedem mediante queixa,</p><p>ou seja, são crimes de ação</p><p>penal privada.</p><p>48</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DOS CRIMES CONTRA A HONRA</p><p>AÇÃO PENAL - EXCEÇÕES:</p><p>Injúria que resulte em lesão corporal leve: Ação penal</p><p>pública condicionada à representação do ofendido;</p><p>Injúria que resulte em</p><p>lesões grave,</p><p>gravíssima ou</p><p>seguida de morte:</p><p>Ação penal pública</p><p>incondicionada</p><p>Contra a honra de funcionário público: conforme o</p><p>STF, de acordo com a Súmula 714, haverá</p><p>legitimidade concorrente, ou seja, poderá se dar por</p><p>ação penal privada ou por pública condicionada à</p><p>representação do ofendido.</p><p>Se forem contra a honra</p><p>do Presidente da</p><p>República ou de chefe</p><p>de governo estrangeiro:</p><p>Ação penal pública</p><p>condicionada à</p><p>requisição do Ministro da</p><p>Justiça;</p><p>Injúria preconceituosa/racial:</p><p>Ação penal pública condicionada</p><p>à representação do ofendido.</p><p>49</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DOS CRIMES CONTRA A HONRA</p><p>CAUSAS DE AUMENTO - Aumenta-se a pena de 1/3 (um</p><p>terço), se qualquer dos crimes é cometido (art.141):</p><p>Contra o Presidente da</p><p>República, ou contra chefe de</p><p>governo estrangeiro;</p><p>Contra funcionário público,</p><p>em razão de suas funções;</p><p>Na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite</p><p>a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria;</p><p>Contra pessoa maior de 60 anos ou portadora de</p><p>deficiência, exceto no caso de injúria;</p><p>Atenção!</p><p>Se o crime é cometido mediante</p><p>paga ou promessa de recompensa,</p><p>aplica-se a pena em dobro (Art.</p><p>141, §1°, CP – Lei 13.964/2019)</p><p>Se o crime é cometido ou divulgado em quaisquer</p><p>modalidades das redes sociais da rede mundial de</p><p>computadores, aplica-se em triplo a pena. (Art. 141, §2°, CP</p><p>– Lei 13.964/2019)</p><p>50</p><p>O crime de constrangimento ilegal</p><p>tutela a liberdade pessoal e a</p><p>autodeterminação.</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL</p><p>Art. 146 - Constranger alguém, mediante</p><p>violência ou grave ameaça, ou depois de lhe</p><p>haver reduzido, por qualquer outro meio, a</p><p>capacidade de resistência a não fazer o que a lei</p><p>permite, ou a fazer o que ela não manda. Pena:</p><p>Detenção de três meses a um ano, ou multa.</p><p>CONSTRANGIMENTO ILEGAL</p><p>Assim, à luz do disposto no art. 5.º,</p><p>inciso II, da CF/88, somente a lei pode</p><p>obrigar alguém a adotar determinado</p><p>comportamento, ou então proibi-lo de</p><p>agir ao seu livre arbítrio.</p><p>O CRIME PODE OCORRER EM DUAS HIPÓTESES:</p><p>Quando a vítima é compelida a</p><p>fazer algo (conduta comissiva</p><p>ou positiva). Ex.: beber um copo</p><p>de cerveja, andar sem sapatos</p><p>em via pública etc;</p><p>51</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL</p><p>CONSTRANGIMENTO ILEGAL</p><p>Quando a vítima é compelida a deixar de fazer</p><p>algo (conduta omissiva ou negativa). Ex: não</p><p>fumar em local permitido.</p><p>Sujeito ativo – crime comum.</p><p>Sujeito passivo – crime comum - Qualquer pessoa, desde</p><p>que dotada de capacidade de autodeterminação.</p><p>Doentes mentais e crianças de tenra</p><p>idade: não podem ser vítimas deste</p><p>delito. SERÃO objeto do crime.</p><p>EX.: O agente apontou arma de fogo</p><p>para criança portadora de síndrome de</p><p>Down, visando a constranger os pais.</p><p>Criança ou Adolescente:</p><p>se o menor de 18 anos</p><p>estiver sob a guarda do</p><p>agente e for submetido a</p><p>vexame ou</p><p>constrangimento, haverá</p><p>crime previsto no art. 232</p><p>do ECA.</p><p>Idoso: se o idoso for</p><p>coagido, de qualquer</p><p>modo, a doar, contratar,</p><p>testar ou outorgar</p><p>procuração, haverá o</p><p>delito previsto no art. 107</p><p>do Estatuto do idoso.</p><p>52</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL</p><p>CONSTRANGIMENTO ILEGAL</p><p>Consumidor: utilizar, na cobrança de dívidas, ameaça,</p><p>coação, constrangimento físico ou moral, haverá crime</p><p>previsto no art. 71 do CDC.</p><p>Não se admite a modalidade culposa;</p><p>Trata-se de crime material e instantâneo;</p><p>admite tentativa.</p><p>Presidente da República, Presidente do</p><p>Senado, Presidente da Câmara ou</p><p>Presidente do STF: caso esse</p><p>constrangimento ilegal se dê por motivos</p><p>políticos, haverá um crime contra a</p><p>segurança nacional.</p><p>CAUSAS DE AUMENTO de pena - As penas aplicam-se</p><p>CUMULATIVAMENTE e EM DOBRO, quando:</p><p>Para a execução do crime se</p><p>reúnem mais de 3 pessoas (exige-</p><p>se, no mínimo, 4 pessoas).</p><p>53</p><p>CAUSAS DE EXCLUSÃO DO CRIME</p><p>A intervenção médica ou</p><p>cirúrgica, sem o consentimento</p><p>do paciente ou de seu</p><p>representante legal, se</p><p>justificada por iminente perigo</p><p>de vida;</p><p>A coação exercida para</p><p>impedir suicídio.</p><p>DIREITO PENAL</p><p>CONSTRANGIMENTO ILEGAL</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL</p><p>CAUSAS DE AUMENTO de pena:</p><p>Se houver emprego de arma (doutrina majoritária entende</p><p>que consiste em qualquer tipo de instrumento com</p><p>potencialidade lesiva, ex. faca de cozinha).</p><p>54</p><p>AMEAÇA</p><p>Crime de menor potencial ofensivo;</p><p>Ação penal pública condicionada à</p><p>representação (inclusive no âmbito</p><p>da Maria da Penha);</p><p>Crime de forma livre; Crime comum;</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>DIREITO PENAL</p><p>AMEAÇA</p><p>A AMEAÇA PODE SER:</p><p>Explícita: clara e induvidosa;</p><p>Implícita: de forma velada</p><p>Art. 147, CP - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou</p><p>gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de</p><p>causar-lhe mal</p><p>injusto e grave: Pena - detenção, de um a seis meses, ou</p><p>multa.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL</p><p>Direta:o mal prometido atinge a própria vítima da ameaça;</p><p>Indireta: o mal prometido será causado em terceira pessoa;</p><p>55</p><p>Crime formal - Admite a tentativa;</p><p>Sujeito ativo – crime comum;</p><p>Sujeito passivo – qualquer pessoa, desde que seja:</p><p>AMEAÇA</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>DIREITO PENAL</p><p>AMEAÇA</p><p>Incondicional: não depende, para efetivar-</p><p>se, de acontecimento futuro;</p><p>Condicional: depende, para efetivar-se, de</p><p>um acontecimento futuro.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL</p><p>A AMEAÇA PODE SER:</p><p>Pessoa certa; determinada; capaz de</p><p>entender o mal prometido.</p><p>NÃO podem ser sujeito passivo, por não apresentarem</p><p>condições de tomar consciência do mal:</p><p>Pessoas indeterminadas;</p><p>As crianças de pouca idade;</p><p>Doentes mentais;</p><p>56</p><p>AMEAÇA</p><p>PROGRESSÃO DA PENA</p><p>DIREITO PENAL</p><p>AMEAÇA</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL</p><p>NÃO podem ser sujeito passivo, por não apresentarem</p><p>condições de tomar consciência do mal:</p><p>Absolutamente embriagados</p><p>(a não ser que a ameaça se</p><p>reflita sobre outras pessoas,</p><p>capazes de adverti-los);</p><p>Pessoas jurídicas (a não ser que</p><p>recaia sobre os componentes);</p><p>Pessoas incapazes, no caso concreto, de entenderem a</p><p>ameaça (exemplo: um surdo em relação a uma ameaça</p><p>verbal).</p><p>Não há necessidade de ser a ameaça proferida na</p><p>presença da vítima. Basta que chegue ao seu</p><p>conhecimento.</p><p>57</p><p>CRIME DE PERSEGUIÇÃO OU “STALKING”</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>Art. 147-A. Perseguir alguém, reiteradamente e por</p><p>qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física ou</p><p>psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção</p><p>ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua</p><p>esfera de liberdade ou privacidade.</p><p>Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.</p><p>A Lei 14.132/2021 inseriu</p><p>o artigo 147-A ao Código</p><p>Penal, tipificando a conduta</p><p>de perseguição, também</p><p>conhecida pelo termo em</p><p>inglês “stalking”.</p><p>Bem jurídico tutelado: É a</p><p>liberdade pessoal, bem como a</p><p>integridade física da vítima.</p><p>Sujeitos do crime:</p><p>Ativo – crime comum;</p><p>Passivo – crime comum.</p><p>58</p><p>CRIME DE PERSEGUIÇÃO OU “STALKING”</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>Tipo objetivo: “Perseguir” - molestar, assediar, importunar. E a</p><p>lei exige, que a perseguição se dê reiteradamente, ou seja,</p><p>trata-se de crime habitual.</p><p>Crime de forma livre, em outras</p><p>palavras, a perseguição pode se</p><p>dar por qualquer meio. Ex.: em</p><p>redes sociais e por meio de</p><p>mensagens eletrônicas.</p><p>Ameaçar a integridade</p><p>física ou psicológica da</p><p>vítima:</p><p>A perseguição pode</p><p>ocorrer por meio de</p><p>reiteradas ameaças,</p><p>inclusive enviadas por</p><p>meio digital, contra a</p><p>vítima, afetando a sua</p><p>liberdade individual.</p><p>Restringir-lhe a</p><p>capacidade de locomoção:</p><p>A simples limitação na</p><p>capacidade de locomoção já</p><p>é suficiente para configurar</p><p>o crime. Ex.: O perseguidor</p><p>se coloca a frente da casa</p><p>da vítima, fazendo com que</p><p>esta opte pelo recolhimento</p><p>ao lar.</p><p>59</p><p>CRIME DE PERSEGUIÇÃO OU “STALKING”</p><p>De qualquer forma, invadir ou perturbar sua esfera de</p><p>liberdade ou privacidade:</p><p>Esfera de liberdade: busca-se proteger outras liberdades</p><p>constitucionais diversas da liberdade de locomoção, como a</p><p>liberdade religiosa, a de manifestação do pensamento, etc.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>Esfera de privacidade: se refere ao</p><p>âmbito em que se desenvolve a vida</p><p>interior do indivíduo, alcançando seu</p><p>círculo íntimo de relações</p><p>interpessoais (amizades, vínculos</p><p>familiares e românticos).</p><p>Os paparazzi, que perseguem as</p><p>celebridades em busca de flagras,</p><p>podem, ser acusados desse crime?</p><p>SIM, a depender do caso concreto.</p><p>Quando os paparazzi registram as</p><p>celebridades que estejam em locais</p><p>públicos, não há crime.</p><p>60</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>Os paparazzi, que perseguem as celebridades em busca</p><p>de flagras, podem, ser acusados desse crime?</p><p>... ameaçando a sua integridade física ou psicológica,</p><p>restringindo a sua capacidade de locomoção ou invadindo,</p><p>perturbando a sua esfera de liberdade ou privacidade.</p><p>Por outro lado, o crime pode</p><p>ser configurado se o</p><p>paparazzi extrapola o</p><p>trabalho normal e promove</p><p>uma perseguição reiterada</p><p>sobre determinado artista...</p><p>Concurso de crimes: Em</p><p>havendo o uso de violência,</p><p>haverá a incidência do</p><p>concurso material de crimes,</p><p>em que as sanções penais</p><p>serão aplicadas em conjunto,</p><p>conforme o disposto no § 2º</p><p>do art. 147-A.</p><p>61</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>Causas de aumento de pena: A pena é aumentada de</p><p>metade se o crime é cometido:</p><p>Mediante o emprego de arma - qualquer instrumento</p><p>dotado de potencialidade lesiva e que possa ser usado</p><p>para ataque ou defesa.</p><p>Contra criança, adolescente</p><p>ou idoso;</p><p>Mediante o concurso de 2</p><p>ou mais pessoas;</p><p>Contra mulher por razões da condição de sexo feminino</p><p>- O que são as razões de condição de sexo feminino:</p><p>(a) Violência doméstica e familiar</p><p>contra a mulher;</p><p>(b) Menosprezo ou discriminação</p><p>à condição de mulher.</p><p>62</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>CRIME DE VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA CONTRA A MULHER</p><p>Art. 147-B. Causar dano emocional à mulher que a prejudique</p><p>e perturbe seu pleno desenvolvimento ou que vise a degradar</p><p>ou a controlar suas ações, comportamentos, crenças e</p><p>decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação,</p><p>manipulação, isolamento, chantagem, ridicularização, limitação</p><p>do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que cause prejuízo à</p><p>sua saúde psicológica e autodeterminação:</p><p>Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a</p><p>conduta não constitui crime mais grave.</p><p>Bem jurídico tutelado: O delito de</p><p>violência psicológica tutela o direito</p><p>fundamental “a uma vida livre de</p><p>violência, tanto na esfera pública como</p><p>na esfera privada” (Convenção de Belém</p><p>do Pará, Decreto n. 1.973/1996, art. 3º).</p><p>Sujeitos do crime:</p><p>Ativo – crime comum;</p><p>Passivo – crime próprio (sexo feminino). Inclui-se a mulher</p><p>transgênero, ainda que não tenha se submetido a cirurgia de</p><p>redesignação sexual ou alterado o nome e sexo no registro civil.</p><p>63</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>CRIME DE VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA CONTRA A MULHER</p><p>Tipo objetivo:</p><p>“Causar dano emocional à mulher” que a prejudique e</p><p>perturbe seu pleno desenvolvimento;</p><p>“Causar dano emocional à mulher” visando degradar ou</p><p>controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões.</p><p>Tipo Subjetivo:</p><p>O dolo é o elemento necessário</p><p>para a prática do crime, o agressor,</p><p>com consciência e vontade, ameaça,</p><p>constrange, humilha, manipula, isola,</p><p>chantageia, ridiculariza, limita o direito</p><p>de ir e vir ou qualquer outro meio que</p><p>cause prejuízo à sua saúde</p><p>psicológica e autodeterminação.</p><p>Ação penal: A ação penal é pública incondicionada, não</p><p>dependendo o Ministério Público do pedido-autorização da</p><p>vítima.</p><p>64</p><p>SUJEITOS DO CRIME</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO</p><p>Art. 148, CP - Privar alguém de sua liberdade,</p><p>mediante sequestro ou cárcere privado: Pena:</p><p>Reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.</p><p>Bem jurídico tutelado - Liberdade</p><p>de locomoção. Prevalece hoje que</p><p>é bem DISPONÍVEL. Ex.: reality</p><p>show BBB.</p><p>Ativo: crime comum;</p><p>Passivo: crime comum;</p><p>Paralíticos, paraplégicos e</p><p>tetraplégicos:</p><p>podem ser vítimas de sequestro ou</p><p>cárcere privado, mesmo que, para</p><p>movimentarem-se, necessitem de</p><p>auxílio de aparelhos ou de terceiros.</p><p>65</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO</p><p>TIPO OBJETIVO:</p><p>A ação incriminada consiste na privação da liberdade de</p><p>alguém. Os meios são o sequestro e o cárcere privado.</p><p>SEQUESTRO CÁRCERE PRIVADO</p><p>Há privação da liberdade,</p><p>mas sem confinamento.</p><p>Ex.: O sequestrado está</p><p>em uma chácara ou em</p><p>uma ilha e tem liberdade</p><p>de andar por elas.</p><p>Há um confinamento, é</p><p>mais restrito, ficando o</p><p>sequestrado preso em um</p><p>cômodo de uma casa, por</p><p>exemplo.</p><p>O dolo, ou seja, Não se</p><p>admite a modalidade</p><p>culposa.</p><p>TIPO SUBJETIVO:</p><p>66</p><p>DOS CRIMES</p><p>CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO</p><p>O CRIME É PERMANENTE E MATERIAL.</p><p>Por se tratar de crime permanente,</p><p>cuja consumação se protrai no tempo,</p><p>caso surja lei penal mais gravosa</p><p>enquanto o agente permanece</p><p>cometendo o delito, é permitida a sua</p><p>aplicação (Súmula 711 do STF).</p><p>SEQUESTRO E</p><p>CÁRCERE PRIVADO</p><p>No sequestro ou cárcere</p><p>privado a privação da</p><p>liberdade da vítima</p><p>prolonga-se no tempo.</p><p>No constrangimento ilegal a</p><p>privação da liberdade da</p><p>vítima é momentânea,</p><p>somente para que esta faça</p><p>ou deixe de fazer alguma</p><p>coisa. Ex.: vítima compelida</p><p>a dar fuga a um criminoso</p><p>em seu automóvel.</p><p>CONSTRANGIMENTO ILEGAL</p><p>67</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO</p><p>Qualificadoras - Reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos:</p><p>Se a vítima é ascendente,</p><p>descendente, cônjuge ou</p><p>companheiro do agente;</p><p>Se a vítima é maior de 60</p><p>(sessenta) anos;</p><p>Se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos;</p><p>Se o crime é praticado mediante internação da vítima</p><p>em casa de saúde ou hospital;</p><p>Se a privação da liberdade dura mais de quinze dias;</p><p>Se o crime é praticado com fins libidinosos.</p><p>Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito)</p><p>anos: Se resulta à vítima, em</p><p>razão de maus-tratos ou da</p><p>natureza da detenção, grave</p><p>sofrimento físico ou moral.</p><p>68</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>REDUÇÃO DE CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVIDÃO</p><p>Art. 149 - Reduzir alguém a condição análoga à de escravo,</p><p>quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada</p><p>exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de</p><p>trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua</p><p>locomoção em razão de dívida contraída com o empregador</p><p>ou preposto:</p><p>Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa, além da</p><p>pena correspondente à violência.</p><p>Bem jurídico tutelado:</p><p>Tutela-se, a liberdade</p><p>individual da vítima, a</p><p>integridade corporal, a saúde</p><p>e a dignidade humana do</p><p>trabalhador.</p><p>SUJEITOS DO CRIME:</p><p>Sujeito ativo – crime comum;</p><p>Sujeito passivo – crime comum.</p><p>69</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>REDUÇÃO DE CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVIDÃO</p><p>Tipo objetivo: O núcleo</p><p>do tipo é "reduzir", que</p><p>significa sujeitar,</p><p>submeter, subjugar a</p><p>vítima a viver como</p><p>viviam os escravos.</p><p>Tipo subjetivo: É o</p><p>dolo. Não é punida a</p><p>modalidade culposa.</p><p>É desnecessária a imposição de</p><p>maus-tratos, e também não se</p><p>exige a comprovação do sofrimento</p><p>suportado pelo sujeito passivo.</p><p>Basta o cerceamento da sua</p><p>liberdade individual.</p><p>Trata-se de crime material e permanente. Admite-se a</p><p>tentativa.</p><p>CONDUTAS EQUIPARADAS: § 1º Nas mesmas penas</p><p>incorre quem:</p><p>I - Cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte</p><p>do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho;</p><p>70</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>REDUÇÃO DE CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVIDÃO</p><p>CONDUTAS EQUIPARADAS:</p><p>II – Mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou</p><p>se apodera de documentos ou objetos pessoais do</p><p>trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho.</p><p>Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa,</p><p>além da pena correspondente à violência.</p><p>causas de aumento de pena -</p><p>Aumenta-se de metade, se o</p><p>crime é cometido:</p><p>I – contra criança ou adolescente;</p><p>II – por motivo de preconceito de</p><p>raça, cor, etnia, religião ou origem.</p><p>71</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>TRÁFICO DE PESSOAS</p><p>Art. 149-A - Agenciar, aliciar, recrutar, transportar,</p><p>transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante</p><p>grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a</p><p>finalidade de:</p><p>I - Remover-lhe órgãos,</p><p>tecidos ou partes do corpo;</p><p>II - Submetê-la a trabalho em</p><p>condições análogas à de</p><p>escravo;</p><p>III - submetê-la a qualquer tipo de servidão;</p><p>IV - Adoção ilegal; ou</p><p>V - Exploração sexual.</p><p>Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.</p><p>Sujeitos do crime - Crime comum.</p><p>Tipo objetivo - Trata-se de tipo penal</p><p>misto alternativo, em que, havendo a</p><p>prática de mais de um núcleo no mesmo</p><p>contexto fático, haverá crime único.</p><p>72</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>TRÁFICO DE PESSOAS</p><p>Trata-se de crime de forma vinculada, pois deve acontecer,</p><p>necessariamente, mediante grave ameaça, violência,</p><p>coação, fraude ou abuso, visando uma das especiais</p><p>finalidades de agir elencadas.</p><p>Tipo subjetivo: Dolo + Elemento especial subjetivo do tipo.</p><p>O tipo penal prevê as seguintes finalidades especiais:</p><p>Remover órgãos, tecidos ou</p><p>partes do corpo;</p><p>Submeter a trabalho em</p><p>condições análogas à de escravo;</p><p>Submeter a qualquer tipo de</p><p>servidão;</p><p>Realizar adoção ilegal;</p><p>Realizar exploração sexual.</p><p>Crime formal. Admite-se a</p><p>tentativa.</p><p>Ação penal pública</p><p>incondicionada.</p><p>73</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>TRÁFICO DE PESSOAS</p><p>Causas de aumento de pena - A pena é aumentada de um</p><p>terço até a metade se:</p><p>I - o crime for cometido por funcionário público no</p><p>exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las;</p><p>II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou</p><p>pessoa idosa ou com deficiência;</p><p>III - o agente se prevalecer de</p><p>relações de parentesco,</p><p>domésticas, de coabitação, de</p><p>hospitalidade, de dependência</p><p>econômica, de autoridade ou de</p><p>superioridade hierárquica</p><p>inerente ao exercício de</p><p>emprego, cargo ou função; ou</p><p>IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território</p><p>nacional.</p><p>74</p><p>COMUM</p><p>INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>Art. 150 - Entrar ou permanecer, em casa alheia ou em</p><p>uma de suas dependências, de forma:</p><p>CLANDESTINA - oculta, sem ser visto;</p><p>ASTUCIOSA - Por meio de engano,</p><p>fraude;</p><p>FORÇADA - Contra a vontade expressa</p><p>ou tácita de quem de direito.</p><p>Pena: Detenção, de 1 (um) a 3</p><p>(três) meses, ou multa.</p><p>Quem de direito - É a pessoa que pode controlar a entrada</p><p>e a saída do domicílio:</p><p>FAMÍLIA;</p><p>REPUBLICA DE ESTUDANTES - Quaisquer deles;</p><p>CONDOMÍNIO - Síndico (Para as áreas comuns).</p><p>CRIME</p><p>Pode ser perpetrado por</p><p>qualquer pessoa (Incluindo</p><p>proprietário da casa alugada,</p><p>que ingressa na residência sem</p><p>anuência do indivíduo).</p><p>75</p><p>INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>O agente deve ter a intenção de</p><p>entrar na casa ou ali permanecer,</p><p>contra a vontade de Morador.</p><p>INEXISTE A MODALIDADE CULPOSA.</p><p>CRIME DOLOSO</p><p>CRIME MENOR potencial ofensivo, ainda que na forma</p><p>qualificada - QUALIFICADORAS:</p><p>CRIME COMETIDO Á NOITE - Vai do anoitecer ao alvorecer;</p><p>LUGAR ERMO - Local afastado do centro urbano;</p><p>VIOLÊNCIA - Contra pessoa (Lesão corporal).</p><p>EMPREGO DE ARMAS - Seja</p><p>ela própria ou imprópria. A arma</p><p>de brinquedo não qualifica o</p><p>crime, bem como simulação de</p><p>uso de arma;</p><p>POR DUAS OU MAIS PESSOAS - O que</p><p>dificulta a defesa da vítima para impedir a</p><p>entrada ou permanência em seu domicílio.</p><p>PENA: Detenção, de 6 (seis) meses a 2</p><p>(dois) anos, além da pena correspondente</p><p>a violência.</p><p>76</p><p>INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>NORMA PENAL PERMISSIVA (PODE ENTRAR):</p><p>Durante o dia - com observância</p><p>das formalidades, para efetuar</p><p>prisão ou outra diligência;</p><p>A qualquer hora do dia ou da</p><p>noite, no caso de flagrante.</p><p>AUTORIZADOS</p><p>Flagrante delito;</p><p>Desastre (Ex.: explosão de botijão de gás);</p><p>Prestar socorro ao morador (Ex.: enfarto ou queda);</p><p>Durante o dia por determinação judicial (18 as 6 horas).</p><p>COMPREENDE A EXPRESSÃO "CASA":</p><p>Qualquer compartimento habitado;</p><p>Aposento ocupado de habitação coletivos (Repúblicas,</p><p>Quarto de hotel, casa, apartamento, barracos, etc);</p><p>Compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce</p><p>profissão ou atividade: Escritório, consultório, oficina.</p><p>77</p><p>INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>NÃO COMPREENDE A EXPRESSÃO "CASA":</p><p>HOSPEDARIA - Local destinado a</p><p>receber hóspedes, (Hotel, Motel,</p><p>etc).</p><p>ESTALAGEM - Local também</p><p>destinado a receber hóspedes, em</p><p>menor proporção, como é o caso</p><p>da pensão.</p><p>QUALQUER OUTRA HABITAÇÃO COLETIVA (Campina, etc);</p><p>BARES E RESTAURANTES;</p><p>CASA DE JOGOS E OUTRAS DO MESMO GÊNERO (Teatros</p><p>e cinemas).</p><p>78</p><p>A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DIVULGAÇÃO DE SEGREDO</p><p>Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo</p><p>de</p><p>documento particular ou de correspondência confidencial, de que</p><p>é destinatário ou detentor (crime próprio), e cuja divulgação</p><p>possa produzir dano a outrem:</p><p>Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.</p><p>QUALIFICADORA</p><p>§ 1º-A - Divulgar, sem justa causa,</p><p>informações sigilosas ou reservadas,</p><p>assim definidas em lei, contidas ou não</p><p>nos sistemas de informações ou banco</p><p>de dados da Administração Pública:</p><p>Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro)</p><p>anos, e multa.</p><p>REGRA GERAL: Ação penal pública condicionada a</p><p>representação.</p><p>EXCEÇÃO: Quando resultar prejuízo para a Administração</p><p>Pública, a ação penal será pública incondicionada.</p><p>79</p><p>A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS</p><p>DIREITO PENAL</p><p>VIOLAÇÃO DO SEGREDO PROFISSIONAL</p><p>Art. 154 - Revelar alguém, sem</p><p>justa causa, segredo, de que tem</p><p>ciência em razão de função,</p><p>ministério, ofício ou profissão</p><p>(crime próprio), e cuja revelação</p><p>possa produzir dano a outrem:</p><p>Pena - detenção, de três meses</p><p>a um ano, ou multa</p><p>Invasão de dispositivo informático ou Lei Carolina Dieckmann</p><p>Art. 154-A. Invadir dispositivo informático de uso alheio</p><p>(crime comum), conectado ou não à rede de</p><p>computadores, com o fim de (dolo específico) obter,</p><p>adulterar ou destruir dados ou informações sem</p><p>autorização expressa ou tácita do usuário do dispositivo</p><p>ou de instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita:</p><p>Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.</p><p>80</p><p>A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS</p><p>DIREITO PENAL</p><p>VIOLAÇÃO DO SEGREDO PROFISSIONAL</p><p>FIGURA EQUIPARADA</p><p>§ 1º Na mesma pena incorre quem</p><p>produz, oferece, distribui, vende ou</p><p>difunde dispositivo ou programa de</p><p>computador com o intuito de permitir a</p><p>prática da conduta definida no caput.</p><p>Causa de Aumento: § 2º Aumenta-se a pena de</p><p>1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se da invasão</p><p>resulta prejuízo econômico.</p><p>QUALIFICADORA</p><p>§ 3º Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de</p><p>comunicações eletrônicas privadas, segredos</p><p>comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim</p><p>definidas em lei, ou o controle remoto não autorizado do</p><p>dispositivo invadido: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco)</p><p>anos, e multa.</p><p>81</p><p>A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS</p><p>DIREITO PENAL</p><p>VIOLAÇÃO DO SEGREDO PROFISSIONAL</p><p>Em qualquer uma das hipóteses citadas, aumenta-</p><p>se a pena de um a dois terços se houver divulgação,</p><p>comercialização ou transmissão a terceiro, a</p><p>qualquer título, dos dados ou informações obtidos.</p><p>Causas de aumento: aumenta-se a pena de um terço à</p><p>metade se o crime for praticado contra:</p><p>I - Presidente da República,</p><p>governadores e prefeitos;</p><p>II - Presidente do Supremo Tribunal</p><p>Federal;</p><p>III - Presidente da Câmara dos</p><p>Deputados, do Senado Federal, de</p><p>Assembleia Legislativa de Estado, da</p><p>Câmara Legislativa do Distrito Federal</p><p>ou de Câmara Municipal; ou</p><p>IV - dirigente máximo da administração direta e indireta</p><p>federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal.</p><p>82</p><p>A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS</p><p>DIREITO PENAL</p><p>VIOLAÇÃO DO SEGREDO PROFISSIONAL</p><p>AÇÃO PENAL</p><p>Art. 154-B. Nos crimes definidos</p><p>no art. 154-A, somente se</p><p>procede mediante</p><p>representação, salvo se o crime é</p><p>cometido contra a administração</p><p>pública direta ou indireta de</p><p>qualquer dos Poderes da União,</p><p>Estados, Distrito Federal ou</p><p>Municípios ou contra empresas</p><p>concessionárias de serviços</p><p>públicos.</p><p>83</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>FURTO SIMPLES</p><p>Art. 155, CP - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia</p><p>móvel. Pena: Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.</p><p>Objeto material:</p><p>“Coisa alheia móvel”.</p><p>“Móvel”: Todo e qualquer</p><p>bem suscetível de</p><p>apreensão e de transporte.</p><p>Logo, imóveis não são</p><p>objetos de furto.</p><p>Objeto jurídico:</p><p>Conforme a doutrina</p><p>majoritária, os bens</p><p>tutelados são a</p><p>propriedade, a posse e a</p><p>detenção legítimas.</p><p>SUJEITO PASSIVO - Proprietário,</p><p>possuidor ou detentor do bem</p><p>(legítimos).</p><p>Se o ladrão1 subtrai do ladrão2 objeto</p><p>furtado por este, responde por algum</p><p>crime, já que a posse do segundo é</p><p>ilegítima? R.: Sim, responde normalmente</p><p>por furto. Porém, o sujeito passivo não será</p><p>o ladrão2, mas o proprietário legítimo do</p><p>bem (lesado do crime de furto pelo</p><p>ladrão1).</p><p>84</p><p>Caso o proprietário de um bem subtraia</p><p>coisa sua que esteja sob a legítima</p><p>posse de terceiro, a exemplo de um</p><p>bem que está empenhado por dívida,</p><p>cometerá crime de furto? R.: Conforme</p><p>a doutrina majoritária, NÃO. Justamente</p><p>por ser coisa própria, faltando a</p><p>elementar “alheia”. Pode ser</p><p>caracterizado o crime previsto no art. 346</p><p>do CP, qual seja, defraudação de penhor.R</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>FURTO SIMPLES</p><p>SUJEITO ATIVO - Qualquer pessoa, menos o proprietário,</p><p>possuidor ou detentor do bem (legítimos), já que nestes casos</p><p>faltaria a elementar “alheia”.</p><p>Elemento subjetivo: Exige dolo genérico + dolo específico:</p><p>Exige dolo genérico:</p><p>furto é crime</p><p>exclusivamente</p><p>doloso.</p><p>Exige dolo específico: para</p><p>si ou para outrem “animus</p><p>rem sibi habendi”, que é o dolo</p><p>de assenhoramento definitivo</p><p>da coisa.</p><p>85</p><p>CONSUMAÇÃO: O furto se</p><p>consuma com a inversão da</p><p>posse do bem (STF-HC 114.329).</p><p>Teoria da amotio: a consumação</p><p>se dá quando há a inversão da</p><p>posse, ou seja, quando a coisa</p><p>subtraída passa para o poder do</p><p>agente, ainda que por uma</p><p>brevidade de tempo.</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>FURTO SIMPLES</p><p>NÚCLEO DO TIPO: “subtrair” - Consiste na retirada da</p><p>coisa com consequente diminuição patrimonial para o</p><p>sujeito passivo.</p><p>Não há necessidade de deslocamento da coisa, nem de</p><p>que haja a posse mansa e pacífica do bem.</p><p>TENTATIVA: É ADMISSÍVEL.</p><p>86</p><p>✓ Intenção, desde o início, de uso momentâneo da coisa</p><p>subtraída;</p><p>✓ Ausência do animus de assenhoramento.</p><p>✓Coisa não consumível (se for coisa consumível, nunca</p><p>será possível restituir as mesmas coisas nos mesmos</p><p>moldes ao sujeito passivo);</p><p>✓ Restituição imediata e integral à vítima.</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>FURTO DE USO</p><p>São necessários os seguintes requisitos para ser</p><p>enquadrado como furto de uso:</p><p>FURTO NOTURNO</p><p>Art. 155, CP - Subtrair, para si ou</p><p>para outrem, coisa alheia móvel.</p><p>Pena: Reclusão, de 1 (um) a 4</p><p>(quatro) anos e multa.</p><p>§ 1º - A pena aumenta-se de 1/3</p><p>(um terço), se o crime é praticado</p><p>durante o repouso noturno.</p><p>87</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>FURTO NOTURNO</p><p>IMPORTANTE: DURANTE O REPOUSO NOTURNO:</p><p>Não há horário definido. Deve ser verificado o costume</p><p>da localidade (“costume interpretativo”).</p><p>Pode ser noite e não se verificar o repouso noturno.</p><p>ex.: avenida movimentada de bares em SP às 23h:</p><p>embora seja noite, não há repouso noturno.</p><p>Nunca será durante o dia, mesmo que a vítima esteja</p><p>dormindo.</p><p>1.</p><p>2.</p><p>3.</p><p>FURTO PRIVILEGIADO:</p><p>Art. 155, CP - Subtrair, para si ou para</p><p>outrem, coisa alheia móvel. Pena: Reclusão,</p><p>de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.</p><p>§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de</p><p>pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode</p><p>substituir a pena de reclusão pela de</p><p>detenção, diminuí-la de um a dois terços,</p><p>ou aplicar somente a pena de multa.</p><p>88</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>FURTO NOTURNO</p><p>Natureza jurídica: Causa de diminuição de pena.</p><p>Requisitos: Primariedade do agente + pequeno valor da</p><p>coisa.</p><p>Primariedade do agente: Pelas</p><p>regras de reincidência do art. 62 a</p><p>65 do CP, é primário:</p><p>Pequeno valor: a</p><p>jurisprudência tem admitido em</p><p>casos que a coisa tem valor de</p><p>até 1 salário mínimo.</p><p>Aquele que não apresenta</p><p>condenação irrecorrível anterior;</p><p>Aquele que, depois de 5 anos da extinção da pena a que foia</p><p>condenado pela pratica de outro delito, vier a cometer um</p><p>furto. (Maus antecedentes).</p><p>89</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>FURTO NOTURNO</p><p>Furto privilegiado cometido</p><p>durante o repouso noturno:</p><p>o furto cometido durante o</p><p>repouso noturno é causa de</p><p>aumento de pena compatível com</p><p>o privilégio.</p><p>Furto privilegiado-qualificado:</p><p>Súmula 511, STJ: No caso de crime de furto qualificado,</p><p>tratando-se de réu primário, se o objeto subtraído for de</p><p>pequeno valor e a qualificadora for de ordem objetiva, será</p><p>permitido o reconhecimento de furto privilegiado.</p><p>FURTO DE ENERGIA</p><p>ELÉTRICA</p><p>§ 3º - é equiparada à coisa móvel a</p><p>energia elétrica, ou ainda qualquer</p><p>outra energia capaz de ter valor</p><p>econômico.</p><p>90</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>FURTO DE ENERGIA ELÉTRICA</p><p>Furto de energia elétrica - (“gato”) x Estelionato para o</p><p>consumo com fraude no medidor:</p><p>No FURTO DE ENERGIA</p><p>ELÉTRICA, o agente não</p><p>está autorizado a consumir</p><p>a coisa – há uma ligação</p><p>clandestina.</p><p>No ESTELIONATO, o</p><p>agente está autorizado a</p><p>consumir a coisa, mas</p><p>utiliza a fraude para que</p><p>o medidor não mostre</p><p>seu real consumo, para</p><p>pagar menos.</p><p>Furto Qualificado (art. 155, §4º, CP) - A pena é de reclusão</p><p>de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa, se o crime é cometido:</p><p>Com destruição ou rompimento de</p><p>obstáculo à subtração da coisa;</p><p>No rompimento o obstáculo é danificado,</p><p>mas continua existindo.</p><p>Na destruição o obstáculo desaparece.</p><p>O rompimento deve ser sobre uma coisa</p><p>exterior à coisa subtraída.</p><p>91</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>Furto Qualificado (art. 155, §4º, CP)</p><p>O reconhecimento da qualificadora de</p><p>rompimento de obstáculo exige a</p><p>realização de exame pericial, o qual</p><p>somente pode ser substituído por</p><p>outros meios probatórios quando</p><p>inexistirem vestígios.</p><p>A pena é de reclusão de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa,</p><p>se o crime é cometido: com abuso de confiança, ou</p><p>mediante fraude, escalada ou destreza;</p><p>Abuso de confiança – única qualificadora de ordem</p><p>subjetiva</p><p>O agente tem uma</p><p>relação especial de</p><p>confiança com a vítima;</p><p>O agente se aproveita</p><p>dessa confiança para</p><p>subtrair a coisa.</p><p>92</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>Furto Qualificado (art. 155, §4º, CP)</p><p>Aqui o agente utiliza</p><p>artifício.</p><p>Ex.: O agente, em um</p><p>restaurante, se utiliza de um</p><p>falso uniforme de garçom para</p><p>subtrair pertences da mesa de</p><p>clientes.</p><p>FRAUDE MATERIAL</p><p>O agente utiliza-se de conversa</p><p>enganosa, para enganar a vítima</p><p>e subtrair seus bens.</p><p>Ex.: Se o agente coloca um produto</p><p>caro numa caixa de produtos baratos,</p><p>enganando o caixa acerca do</p><p>conteúdo que está levando.</p><p>FRAUDE INTELECTUAL</p><p>Mediante escalada – Aqui o sentido de “escalada” é o de</p><p>transpor um difícil obstáculo. o furto qualificado pela</p><p>escalada exige uma via de acesso anormal + esforço</p><p>incomum.</p><p>Mediante Destreza -</p><p>Habilidade incomum que</p><p>permite ao agente subtrair o</p><p>bem que está junto ao corpo</p><p>da vítima sem que esta note.</p><p>Ex.: batedor de carteiras.</p><p>93</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>Furto Qualificado (art. 155, §4º, CP) - A pena é de reclusão</p><p>de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa, se o crime é cometido:</p><p>Cometido com emprego de chave falsa;</p><p>Qualquer instrumento, com ou sem a forma de chave, que</p><p>se destine a abrir fechaduras (ex.: arame, grampo, prego,</p><p>mixa, cópia da chave verdadeira, etc.).</p><p>Cometido mediante concurso de</p><p>duas ou mais pessoas;</p><p>Para a doutrina majoritária, autores e</p><p>partícipes são contabilizados,</p><p>inclusive os inimputáveis.</p><p>A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, e multa,</p><p>se o crime é cometido:</p><p>Com emprego de explosivo ou de artefato análogo que</p><p>cause perigo comum; (CRIME HEDIONDO)</p><p>Trata-se de qualificadora de ordem</p><p>objetiva, motivo pelo qual se</p><p>comunica aos coautores e</p><p>partícipes do crime (art. 30, CP).</p><p>94</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>Com emprego de explosivo ou de artefato análogo que</p><p>cause perigo comum; (CRIME HEDIONDO)</p><p>É imprescindível que o emprego do</p><p>explosivo cause perigo comum, ou</p><p>seja, deve haver o risco ou a</p><p>probabilidade de dano à vida, à</p><p>integridade física ou patrimônio de um</p><p>número indeterminado de pessoas.</p><p>Art. 155, §4-B: Furto mediante fraude cometido por meio</p><p>de dispositivo eletrônico ou informático (Lei 14.155/2021)</p><p>A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se:</p><p>Se o furto mediante fraude é</p><p>cometido por meio de dispositivo</p><p>eletrônico ou informático, conectado</p><p>ou não à rede de computadores, com</p><p>ou sem violação de mecanismo de</p><p>segurança ou a utilização de</p><p>programa malicioso, ou por qualquer</p><p>outro meio fraudulento análago.</p><p>95</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>Art. 155, §4-B: Furto mediante fraude cometido por meio</p><p>de dispositivo eletrônico ou informático (Lei 14.155/2021)</p><p>A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se:</p><p>Exemplo: O agente invade o</p><p>computador da vítima, lá instala um</p><p>malware (programa malicioso),</p><p>descobre sua senha e subtrai</p><p>valores de sua conta bancária.</p><p>O furto qualificado mediante fraude terá uma CAUSA DE</p><p>AUMENTO de pena variável, a ser escolhida pelo critério da</p><p>relevância do resultado gravoso:</p><p>Aumenta-se de 1/3 (um terço) a</p><p>2/3 (dois terços), se o crime é</p><p>praticado mediante a utilização</p><p>de servidor mantido fora do</p><p>território nacional;</p><p>96</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>Art. 155, §4-B: Furto mediante fraude cometido por meio</p><p>de dispositivo eletrônico ou informático (Lei 14.155/2021)</p><p>Aumenta-se de 1/3 (um terço) ao</p><p>dobro, se o crime é praticado</p><p>contra idoso (igual ou superior a 60</p><p>anos) ou vulnerável (pessoa menor</p><p>de 14 anos e pessoa sem</p><p>discernimento causado por</p><p>enfermidade ou deficiência mental).</p><p>FURTO QUALIFICADO (§5º, §6º e §7º): A pena é de reclusão</p><p>de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, se:</p><p>Se a subtração é de veículo automotor que venha a ser</p><p>transportado para outro Estado ou para o exterior.</p><p>A pena é de reclusão</p><p>de 2 (dois) a 5 (cinco)</p><p>anos, e multa, se:</p><p>97</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>FURTO QUALIFICADO (§5º, §6º e §7º):</p><p>Se a subtração for de semovente</p><p>domesticável de produção, ainda</p><p>que abatido ou dividido em partes</p><p>no local da subtração.</p><p>São requisitos da qualificadora:</p><p>1) Animal domesticável;</p><p>2) Destinado à reprodução;</p><p>3) Tem que estar vivo no momento da subtração (ainda</p><p>que mate ou divida em partes no local da substração).</p><p>A pena é de reclusão de 4 (quatro)</p><p>a 10 (dez) anos, e multa, se:</p><p>Se a subtração for de substâncias</p><p>explosivas ou de acessórios que,</p><p>conjunta ou isoladamente, possibilitem</p><p>sua fabricação, montagem ou emprego</p><p>98</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>FURTO DE COISA COMUM</p><p>Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou</p><p>sócio, para si ou para outrem, a quem</p><p>legitimamente a detém, a coisa comum: Pena -</p><p>detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.</p><p>COISA COMUM: o comportamento</p><p>ilícito recai sobre coisa que não é</p><p>completamente alheia, mas</p><p>pertencente a mais de uma</p><p>pessoa, aí se incluindo o</p><p>responsável pela subtração.</p><p>Sujeito ativo: crime bipróprio:</p><p>1- Proprietário;</p><p>2- Possuidor;</p><p>3 - Detentor da coisa alheia móvel;</p><p>4 - Sócio;</p><p>5 - Co-herdeiro;</p><p>6 - Condômino.</p><p>99</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>FURTO DE COISA COMUM</p><p>CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES:</p><p>Crime de menor potencial ofensivo;</p><p>Somente se procede mediante</p><p>representação.</p><p>Não é punível a subtração de</p><p>coisa comum fungível, cujo valor</p><p>não excede a quota a que tem</p><p>direito o agente.</p><p>100</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ROUBO</p><p>Art.157, CP - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou</p><p>para outrem, mediante grave ameaça ou violência á</p><p>pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio,</p><p>reduzido à impossibilidade de resistência.</p><p>Pena: Reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, e multa.</p><p>ROUBO PRÓPRIO (CAPUT)</p><p>VIOLÊNCIA PRÓPRIA VIOLÊNCIA IMPRÓPRIA</p><p>Subtrair, mediante grave</p><p>ameaça ou violência: é a</p><p>imposição de força</p><p>física sobre o corpo da</p><p>vítima,</p><p>independentemente de</p><p>dano.</p><p>depois de havê-la, por</p><p>qualquer meio, reduzido à</p><p>impossibilidade de</p><p>resistência: qualquer outra</p><p>forma que reduz a</p><p>capacidade de resistência</p><p>da vítima.</p><p>Ex.: sonífero, etc.</p><p>101</p><p>DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>ROUBO PRÓPRIO (CAPUT) TENTATIVA:</p><p>é cabível quando o agente emprega violência à pessoa ou</p><p>grave ameaça mas, por circunstâncias alheias a sua</p><p>vontade, não consegue se apoderar do bem.</p><p>ROUBO IMPRÓPRIO - ART. 157, §1º, CP</p><p>Art.157, CP - (...) - §1º Na mesma pena incorre quem, logo</p><p>depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa</p><p>ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime</p><p>ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.</p><p>REQUISITOS:</p><p>1) A</p>

Mais conteúdos dessa disciplina