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<p>DERMATOLOGIA – PARTE 1</p><p>AULA 04/09/2019</p><p>ANTIBIÓTICOS E QUIMIOTERÁPICOS NA DERMATOLOGIA</p><p>Alexander Fleming foi o responsável por descobrir a Penicilina em 1928. Já Selman</p><p>Abraham Waksman foi um bioquímico ucraniano, responsável pela descoberta da</p><p>estreptomicina, em 1943. A seguir, alguns termos que merecem ser conceituados:</p><p>→ Antibiótico: é uma substância química produzida por organismos vivos, com</p><p>capacidade de inibir a reprodução ou destruir outros microrganismos, em geral bactérias.</p><p>→ Quimioterápicos: são substâncias químicas obtidas sinteticamente e que trata</p><p>doenças.</p><p>Ambas as substâncias podem ser classificadas como:</p><p>– Bactericidas: destroem os microrganismos;</p><p>– Bacteriostáticos: inibem o crescimento dos microrganismos.</p><p>Infecções na Dermatologia</p><p>Obs.:</p><p>– Flora residente: existe naturalmente na superfície da pele;</p><p>– Flora transitória: formada por microrganismos que são hóspedes acidentais da</p><p>pele, cuja sobrevivência sobre o território cutâneo é fraca e temporária.</p><p>A flora bacteriana normal da pele em seres humanos é composta principalmente</p><p>por Gram-positivos (corineformes, micrococos, estafilococos, estreptococos) e, com</p><p>menor frequência, por Gram-negativos (Acinetobacter spp). Contudo, apesar de viverem</p><p>na pele humana, tais microrganismos não causam doenças em condições normais,</p><p>graças aos diversos mecanismos de defesa da pele.</p><p>As infecções dermatológicas mais frequentes são causadas pelos</p><p>Streptococcus beta-hemolíticos do grupo A e Staphylococcus coagulase-positivos,</p><p>responsáveis pelos casos de impetigo, foliculites e erisipelas.</p><p>Antimicrobiano Ideal</p><p>O antimicrobiano ideal deve conter:</p><p>– Elevada atividade sobre os patógenos cutâneos;</p><p>– Baixa capacidade de induzir resistência;</p><p>– Ausência de resistência cruzada com antimicrobianos de uso sistêmico;</p><p>– Boa tolerância;</p><p>– Penetração adequada na pele intacta e em crostas;</p><p>– Facilidade de administração e adesão ao tratamento;</p><p>– Menores efeitos adversos sistêmicos;</p><p>– Atividade conhecida sobre os germes locais;</p><p>– Baixo custo.</p><p>Os antimicrobianos</p><p>Os 4 melhores antibióticos tópicos são, nessa ordem: (MAIS IMPORTANTES, TEM</p><p>QUE SABER, VAI CAIR NA PROVA):</p><p>1. Ácido Fusídico (Verutex): Tal antibiótico é um bacteriostático, pois age</p><p>inibindo a replicação bacteriana e não matando-as. É bom para</p><p>Staphylococcus aureus (até mesmo as cepas meticilina-resistentes) e todas</p><p>as cepas de Streptococcus sp. Seu uso tópico é muito utilizado no</p><p>tratamento de impetigo, paroníquea, furúnculo, piodermites, eritrasma e</p><p>no tratamento de carreadores nasais de S. aureus meticilina-resistentes</p><p>(quando associado ao cotrimoxazol). Pode causar dermatite de contato e</p><p>lesões semelhantes à acantose nigricans. Custa cerca de R$60.</p><p>2. Mupirocina (Bacrocin, Bactroban): antibiótico tópico muito utilizado nas</p><p>piodermites – infecções causadas por estafilococos e estreptococos-,</p><p>eczemas, queimadura e úlcera de pele. Droga efetiva no tratamento das</p><p>piodermites por Staphylococcus sp. e Streptococcus sp. e na erradicação de</p><p>S. aureus nos portadores nasais e outros orifícios naturais crônicos.</p><p>Ademais, deve ser utilizado para fazer desinfecção e profilaxia em pacientes</p><p>com infecção recorrente de furúnculo. Obs: É o agente mais efetivo no</p><p>tratamento de eczemas, queimaduras e úlceras com infecção secundária</p><p>quando comparado com os outros antibióticos tópicos.</p><p>3. Gentamicina (Garamicina®): é um antibiótico aminoglicosídeo utilizado</p><p>para infecções mais graves, que possui boa ação contra Gram-negativos e</p><p>aeróbios. Contudo, seu uso tópico deve ser limitado. Pode apresentar</p><p>reação cruzada e resistência cruzada com a neomicina.</p><p>4. Neomicina (Cicatrene®, Nebacetin®): também é um aminoglicosídeo e</p><p>suas indicações são as mesmas da gentamicina. Atua mais sobre as</p><p>espécies altamente sensíveis que como, E.coli, E.aerogenis, Klebisiella.</p><p>Contudo, é frequente causador de reações de hipersensibilidade (inclusive</p><p>de natureza anafilactóide). Medicamente antigo, provoca resistência na</p><p>maior parte das pessoas, mas é muito distribuído (grande disponibilidade no</p><p>mercado) pelo SUS. Todo médico deve saber prescrever esse</p><p>medicamento. Custa cerca de R$6 a R$10.</p><p>Obs: Aminoglicosídeos:</p><p>● Usados principalmente no tratamento de pacientes com infecções graves</p><p>causadas por bactérias gram-negativas e aeróbios.</p><p>● O uso tópico deve ser limitado, pois sua principal indicação reside nas</p><p>infecções sistêmicas por gram-negativos.</p><p>● A ação dos aminoglicosídeos sobre Streptococcus sp. é quase</p><p>desprezível e a atividade sobre Staphylococcus sp. só é significativa com</p><p>a gentamicina.</p><p>Outros antibióticos Tópicos:</p><p>1. Ácido Azeláico (Azelan): Utilizado principalmente no tratamento contra acnes.</p><p>Também pode servir de tratamento para as lesões hiperpigmentadas, residuais,</p><p>muito comuns em mulheres jovens. Não possui efeitos colaterais, como por</p><p>exemplo a piora do quadro de acne no início do tratamento e nem descamação da</p><p>pele. Pode ser utilizado durante a gravidez e amamentação. Pode ser manipulado</p><p>a 10%. Seu principal incômodo, relatado por pacientes, é uma ardência e</p><p>queimação local após o uso.</p><p>2. Bacitracina (Cicatrene, Nebacetin): É um antibiótico com boa atividade sobre</p><p>cocos gram-positivos, contudo, penetra pouco na pele e está muito associado a</p><p>reações frequentes de hipersensibilidade (inclusive de natureza anafilactoide),</p><p>sendo contraindicada em pacientes com história de reação aos medicamentos da</p><p>fórmula. Por isso, usualmente encontra-se associado à polimixina B ou neomicina.</p><p>Na prática é preferível utilizar o ácido fusídico, pois gera menos dermatite de</p><p>contato.</p><p>3. Clindamicina (Clinagel): Antibiótico cujo uso deve se limitar ao tratamento tópico</p><p>da acne vulgar, contudo, vale ressaltar que tal fármaco não cura a acne, apenas a</p><p>mantém sob controle. Possui uma eficácia semelhante à eritromicina nessa</p><p>situação, sendo tão efetiva quanto a tetraciclina ou minociclina orais no tratamento</p><p>da acne e da rosácea. Aconselhar o paciente passar o medicamento com o dedo,</p><p>visto que o algodão desperdiça parte do produto.</p><p>4. Eritromicina (Eryacnen, Ilosone®, Stiemycin®): é a primeira opção de antibiótico</p><p>para tratamento de acne vulgar, pois tem ação sobre o Propionybacterium acnes,</p><p>principal microrganismo envolvido na patogênese da acne. E uma droga eficaz,</p><p>segura, bem tolerada e seu uso associado ao peróxido de benzoíla pode lentificar o</p><p>desenvolvimento de resistência. Custa cerca de R$20.</p><p>5. Metronidazol (Rozex): Muito utilizado na dermatologia, mas também eficaz no</p><p>tratamento de algumas patologias dermatológicas como a rosácea. Talvez pelo seu</p><p>efeito antibiótico, antioxidante e antiinflamatório, com resultados semelhantes a</p><p>baixas doses de tetraciclina oral. É ineficaz no tratamento de lesões inflamatórias</p><p>da acne. Não deve ser associado com Mebendazol, pois há risco de aparecimento</p><p>da síndrome de Stevens-Johnson (tipo de hipersensibilidade grave, que causa</p><p>lesão da pele, olhos e mucosas, podendo ocasionar processos de necrose). Pode</p><p>ser manipulado em gel a 0,75%</p><p>6. Peróxido de Benzoíla (Benzac): Quimioterápico que tem a capacidade de matar</p><p>bactérias através da liberação de oxiênio (igual ao açúcar). É uma substância</p><p>esfoliante, com ação queratolítica, grande poder bactericida e ação</p><p>anti-inflamatória. Tem atividade bacteriostática sobre o Propionibacterium acnes,</p><p>sendo tão efetiva quanto a Clindamicina na acne inflamatória, diminuindo a</p><p>quantidade e tamanho das lesões da acne, mas pode causar irritação,</p><p>descamação, ressecamento e dermatite de contato. Deve-se alertar aos usuários</p><p>que tal droga pode provocar manchas em roupas coloridas. Orientar o paciente</p><p>usar durante a noite e de preferência pijamas brancos. Produto bom e barato. Não</p><p>confundir com Benzoato de Benzila.</p><p>7. Retapamulina (Altargo): indicada para tratamento tópico de curta duração de</p><p>impetigo primário e lesões traumáticas com infecção secundária (ex:</p><p>pequenas lacerações, abrasões e ferimentos suturados). Sua aplicação deve ser</p><p>feita 2x ao dia, durante apenas 5 dias (corresponde a sua dose terapêutica).</p><p>8. Sulfadiazina de prata (Dermazine, Dermacerium®): possui</p><p>atividade bacteriana</p><p>ampla, com ação contra S aureus e P. Aeruginosa. É utilizado no tratamento de</p><p>queimaduras de segundo e terceiro grau, contudo, aplicações repetidas podem</p><p>causar hiperpigmentação local, devido ao depósito de grânulos de prata. Muito</p><p>utilizado pela cirurgia plástica no tratamento de grandes queimados.</p><p>Antibióticos Sistêmicos:</p><p>→ Beta-lactâmicos</p><p>1. Penicilinas: A penicilina é um antibiótico natural derivado do bolor produzido</p><p>pelo fungo Penicillium chrysogenum, sendo o primeiro antibiótico a ser utilizado com</p><p>sucesso. Tais antibióticos não são prescritos em seu uso tópico, pois causam muita</p><p>sensibilização (em 70% dos pacientes). Seu principal efeito colateral são as reações de</p><p>hipersensibilidade imediata, sob a forma de choque anafilático, exantemas e síndrome de</p><p>Stevens-Johnson. Apresentam 4 gerações, sendo as 2 primeiras mais usadas na</p><p>dermatologia.</p><p>– 1ª Geração: Penicilinas G – benzatina, procaína, cristalina; Isoxazolil-</p><p>penicilinas – oxacilina, dicloxacilina;</p><p>– 2ª Geração: Aminopenicilinas – ampicilina e amoxacilina</p><p>As penicilinas se distribuem por vários tecidos, tendo dificuldade em atravessar a</p><p>barreira cérebro-sangue íntegra. Elas não são biotransformadas no organismo e são</p><p>eliminadas pelos rins. Atuam principalmente sobre gram-positivos.</p><p>As formas farmacêuticas atuais mais responsáveis por essas reações são as</p><p>parenterais e orais. Um paciente que jamais tomou penicilina pode desenvolver reação de</p><p>hipersensibilidade se esteve exposto anteriormente à fontes naturais de fungos</p><p>produtores de penicilina.</p><p>As reações alérgicas às penicilinas são classificadas como imediatas, tardias,</p><p>aceleradas e menos comuns, sendo as imediatas as mais perigosas, iniciando em até 30</p><p>minutos após a administração do fármaco. Os sintomas são provocados pela liberação de</p><p>histamina e outras substâncias por mastócitos e basófilos. Contudo, as mais frequentes</p><p>são as reações tardias, que aparecem dias ou semanas após sua administração. Já as</p><p>reações menos comuns raramente ocorrem e são representadas por febre, anemia</p><p>hemolítica, infiltração pulmonar, eosinofilia, vasculite, eritema multiforme etc.</p><p>1.1 Penicilina G</p><p>– Pode ser administrada pelas vias oral, IM e IV. Contudo, por via oral pode ocorrer</p><p>inativação do fármaco por suco gástrico e, assim, sua absorção é imprevisível.</p><p>Quando administrada oral, por adultos em jejum, tem-se o nível sérico máximo da</p><p>droga em 30-60 minutos.</p><p>– Ademais, o alimento retarda a absorção de tal penicilina e, por isso, quando</p><p>administrada por via oral, deve ser feita em 2-3 horas antes ou depois das</p><p>refeições;</p><p>– P o r via IM os níveis sanguíneos máximos da droga são atingidos em 15-30</p><p>minutos, após a injeção de penicilina cristalina em solução aquosa;</p><p>– P o r via IV, os níveis séricos máximos são atingidos imediatamente. Ademais,</p><p>esses níveis são de 4-5x maiores do que os obtidos por via oral.</p><p>– Benzilpenicilina (penicilina G) é a primeira escolha no tratamento de infecções</p><p>causadas por cocos gram-positivos em pacientes não alérgicos (ex: estreptococos</p><p>dos grupos A, B e D não-enterococos; S. Viridans e S. Pneumoniae); contudo, os</p><p>enterococos são menos sensíveis a esses fármacos.</p><p>– A maioria dos Staphylococus produz beta-lactamase e é resistente ao antibiótico.</p><p>– A benzilpenicilina também é a droga de eleição para os cocos Gram-negativos</p><p>sensíveis, inclusive a Neisseria meningitidis e a N. gonorrhoeae. Algumas raças de</p><p>N. gonorrhoeae são produtoras de penicilinases e são resistentes (PPNG).</p><p>– Também é preferida para infecções causadas por certos bacilos Gram-positivos.</p><p>Alguns bacilos Gram-negativos também são sensíveis à benzilpenicilina.</p><p>– Os enterococos são menos sensíveis à benzilpenicilina. Apesar disso, a</p><p>benzilpenicilina (em associação com a gentamicina ou estreptomicina) é útil em</p><p>certas infecções enterocócicas, sobretudo na endocardite. Ex.: S. faecalis, S.</p><p>durans, S.liquefaciens e S. zymogens.</p><p>Penicilina G Benzatina: Seu uso é exclusivo IM. Apresenta latência de 8 horas,</p><p>com níveis podendo perdurar por 3 a 30 dias no sangue, mas é importante ressaltar que</p><p>esses níveis vão decaindo gradativamente e, na dependência do microrganismo, as</p><p>concentrações mínimas podem ser atingidas mais rapidamente ou não. Assim, como a</p><p>Benzatina, a penicilina G benzatina também permanece no organismo por tempo</p><p>prolongado e, por isso, ambas são chamadas de penicilinas de longa duração o u de</p><p>depósito. É a droga de escolha para sífilis primária, secundária, terciária e latente e para</p><p>profilaxia da Febre Reumática. Não usá-la em gonorreia e/ou outras uretrites!</p><p>Penicilina G Cristalina: sua administração é IM ou IV, latência de 30 minutos e</p><p>duração por 4 a 6 horas. Ela atravessa a barreira hematoencefálica. É utilizada no</p><p>tratamento de meningites (meningococos ou pneumococos sensíveis à penicilina),</p><p>endocardite bacteriana por S. viridans ou enterococos, nas infecções puerperais ou</p><p>neonatais por S. agalactiae, nas infecções pulmonares por anaeróbicos e nas infecções</p><p>por Clostridium sp.</p><p>Penicilina G Procaína: administrada IM ou IV, com latência de 1 a 3 horas e</p><p>duração por até 12 horas. Utilizada para tratar pneumonias adquiridas nas comunidades</p><p>(por pneumococos), infecções de pele e tecido celular subcutâneo como impetigo,</p><p>erisipela e celulite (S. pyogenes) e gonorreia (nesse caso é a droga de escolha).</p><p>Ampicilina: penicilina de amplo espectro, é resistente ao suco gástrico, contudo,</p><p>sua absorção ao nível gastrointestinal varia de 30-50% da dose ingerida e a presença de</p><p>alimento no TGI reduz a absorção do antibiótico. É sensível às beta-lactamases. Pode ser</p><p>administrada por via oral, IM e IV. É eliminada via renal e, por isso, ao prescrevê-la</p><p>deve-se perguntar ao paciente se ele é doente renal crônico ou se tem alergia à</p><p>medicação. É eficaz contra infecções urinárias, tópicas e respiratórias. É ativa in vitro</p><p>contra a maioria das bactérias Gram-positivas, estafilococos, estreptococos, com exceção</p><p>dos estafilococos produtores de beta-lactamases. Além de cocos Gram-positivos,</p><p>bactérias anaeróbias com exceção de algumas bactérias. É ativa contra algumas</p><p>bactérias Gram-Negativas. A ampicilina é hidrolisada pelas beta-lactamases produzidas</p><p>por diversas bactérias.</p><p>A ampicilina é bem tolerada e os efeitos colaterais são brandos, representados por</p><p>exantemas e diarreia. A ocorrência de prurido tegumentar em alguns pacientes levou a</p><p>interromper sua utilização.</p><p>INDICAÇÕES: É bactericida, possui elevado índice terapêutico. Cistite aguda</p><p>bacteriana, pielonefrite aguda, epidídimo- orquite aguda, gonorreia não complicada ou</p><p>disseminada, meningite, pneumonia, infecções cutâneas, otite média aguda, sinusite</p><p>aguda, entre outros.</p><p>Amoxicilina: resiste à ação do suco gástrico também, mas sua absorção pelo TGI</p><p>atinge 75-80% da dose oral e, nesse fármaco, a alimentação não interfere de maneira</p><p>significativa na absorção do mesmo, motivo pelo qual é preferido em lugar da ampicilina,</p><p>por via oral. Uma a 2 horas após a administração de uma dose de 500 mg, atingem-se as</p><p>concentrações séricas máximas.</p><p>Indicado em infecções estreptocócicas (faringite, amigdalite, otite média, sinusite,</p><p>impetigo, erisipela, pneumonia), infecções pneumocócicas, gonocócicas, estafilocócicas</p><p>(broncopneumonia, septicemia, meningoencefalites, abcessos, osteomielites, furúnculos),</p><p>sífilis, infecções por bacilos gram-negativos e infecções por pseudomonas.</p><p>Oxacilina: São indicadas prioritariamente nas infecções por S.aureus produtores</p><p>de penicilinases. Utilizada via parenteral em osteomielite e tem seu uso exclusivamente</p><p>hospitalar.</p><p>2. Cefalosporinas: são divididas em 4 gerações e, à medida em que se avança</p><p>nas gerações, o espectro de ação sobre Gram-positivos diminui enquanto sobre</p><p>Gram-negativos aumenta. Nessa classe de fármacos as reações de hipersensibilidade</p><p>imediatas, como anafilaxias, são mais raras, ademais, 5-10% dos pacientes alérgicos às</p><p>penicilinas também são alérgicos às cefalosporinas. São contraindicadas em indivíduos</p><p>com história de reação anafilática às penicilinas, pois existe risco de reação cruzada</p><p>entre</p><p>estas drogas, estimado em 6-10%. Ademais, uma variedade de reações de</p><p>hipersensibilidade pode ocorrer, como febre, exantemas, nefrites, granulocitopenias,</p><p>anemia hemolítica e anafilaxia. Vale ressaltar ainda que, se essas drogas forem</p><p>administradas em pacientes que estejam recebendo anticoagulação oral, antiplaquetários,</p><p>trombolíticos ou heparina, há um aumento do risco de sangramento. Há diminuição de</p><p>sua atividade bactericida se associado ao cloranfenicol e à tetraciclina.</p><p>A ceftriaxona foi associada a uma síndrome de bile espessa, dose-dependente, e a</p><p>colelitíase, devido à precipitação do fármaco ao ultrapassar sua solubilidade na bile. A</p><p>administração em longo prazo de 2 g/dia ou mais é um fator de risco para essa</p><p>complicação. A cefepima pode estar associada a uma maior taxa de neurotoxicidade,</p><p>particularmente em altas doses e com nefropatia concomitante.</p><p>Na dermatologia, utiliza-se mais as cefalosporinas de 1ª geração.</p><p>Cefalosporinas de 1a Geração: São mais efetivas contra Gram-positivos, inativas</p><p>contra enterococos e possuem pouca atividade contra Gram-negativos, além de não</p><p>serem efetivas contra bactérias anaeróbias. Melhor atividade contra S.aureus sensíveis à</p><p>meticilina. Tais fármacos são utilizados para tratar infecções de pele e tecidos moles mais</p><p>leves – como celulite e abscesso de tecidos moles. São as principais: Cefalexina (VO) e</p><p>Cefalotina (IV). (Prova!). Cefadroxila (VO).</p><p>Cefalosporinas de 2a Geração: são menos efetivas do que as de primeira</p><p>geração contra os Gram-positivos, mas são ativas contra maior número de bacilos</p><p>Gram-negativos aeróbios. Ex: Cefaclor (VO). São elas: cefaclor (VO), cefuroxima (IM),</p><p>cefoxitina (IV), cefprozil (VO).</p><p>Cefalosporinas de 3a Geração: essas possuem maior espectro contra</p><p>Gram-negativos e redução relativa de atividade contra G-positivos. São utilizadas em</p><p>infecções mais graves. Ex: Cefriaxona (IM, IV) → tal fármaco foi associado a uma</p><p>síndrome de bile espessa, que é dose-dependente, e à colelitíase, devido à precipitação</p><p>desse remédio ao ultrapassar sua solubilidade na bile. A ceftriaxona está indicada para</p><p>gonorreia,cancroide e formas mais graves da doença de Lyme. Ademais, a administração</p><p>em longo prazo de 2g/dia ou mais é um fator de risco para essa complicação. Drogas:</p><p>ceftriaxona (IM, IV), cefotaxima (IV), cefodizima (IM, IV), cefoperazona (IV), ceftazidima</p><p>(IV), cefetamet (VO), cefixima (VO), cefpodoxima (VO).</p><p>Cefalosporinas de 4a Geração: possuem maior atividade que as de 3a geração</p><p>contra algumas espécies de enterobactérias, especialmente Enterobacter sp. Apresentam</p><p>atividade contra P. aeruginosa semelhante à da ceftazidima e ganham também atividade</p><p>contra G+, inclusive S. aureus, oxacilina-sensíveis. Ex: Cefepima (pode estar associada a</p><p>uma maior taxa de neurotoxicidade, principalmente em altas doses e com nefropatia</p><p>concomitante) e Cefpiroma.</p><p>3. Macrolídeos: são antibióticos que atuam contra Gram-positivos,</p><p>Gram-negativos e anaeróbios. Por apresentarem concentração intracelular em várias</p><p>células, podem tratar infecções provocadas por patógenos intracelulares. Ademais,</p><p>podem atuar como bacteriostáticos e bactericidas, de acordo com sua concentração,</p><p>densidade bacteriana e fase de crescimento. Costumam apresentar maior atividade em</p><p>pH alcalino.</p><p>Eritromicina (prova): possui um amplo espectro de ação (maioria das</p><p>Gram-positivas), mas nas infecções estafilocócicas deve-se limitar às infecções</p><p>moderadas de pele e organismos resistentes. É um medicamente pouco usado em</p><p>dermatologia por via oral, pois demora 3 dias pra agir sistemicamente. Contudo, é uma</p><p>boa opção para quem tem alergia a penicilinas, sendo fármaco de alternativa no</p><p>tratamento da sífilis primária e secundária e, em forma tópica, pode ser usado para acne</p><p>vulgar. Os efeitos colaterais mais frequentes são os gastrintestinais.</p><p>Apresenta propriedades semelhantes às da eritromicina, diferenciando-se desta</p><p>por sua meia vida prolongada. Melhor comodidade posológica do que a eritromicina. É um</p><p>medicamento barato.</p><p>Roxitromicina: é um macrolídio derivado da eritromicina, com melhor comodidade</p><p>posológica que a outra, pois sua meia vida é prolongada (1 comprimido ao dia).</p><p>Azitromicina: possui espectro semelhante a eritromicina com melhor ação nas</p><p>uretrites por Chlamydia trachomatis. Ademais, possui excelente experiência com o seu</p><p>uso para o tratamento da acne vulgar, com a posologia de pulsoterapia (3 dias na</p><p>semana, durante 3 semanas). Deve-se evitar a administração de azitromicina com</p><p>antiácidos, pois diminui a absorção da mesma. É uma droga bem tolerada e os efeitos</p><p>colaterais são poucos frequentes, de pequena intensidade e geralmente gastrointestinais.</p><p>Claritromicina: possui espectro semelhante à eritromicina e é muito utilizada em</p><p>pacientes com AIDS, quando iniciam-se as infecções oportunistas. Trata também</p><p>infecções dermatológicas como impetigo, furunculose, celulites e ectima, causadas por</p><p>estreptococos e estafilococos. Administração é por VO. Reações adversas são pouco</p><p>freqüentes.</p><p>4. Tetraciclinas: são bacteriostáticos muito utilizados para acne. Atuam em</p><p>gram negativos e gram-positivos, inibindo a síntese proteica dos microorganismos</p><p>sensíveis. Como efeito adversos tem-se alterações no TGI, deficiência de vitaminas do</p><p>complexo B, hipoplasia dentária e deformidades ósseas (por depósito do fármaco nos</p><p>ossos e dentes) – sendo assim não deve ser ingerida por crianças, grávidas e mães em</p><p>período de amamentação. Pode reduzir os efeitos dos anticoncepcionais orais, por</p><p>competição enzimática hepática. Apresentam ação imunológica. Otimizada na ausência</p><p>de alimentos.</p><p>Doxiciclina e Aminociclina (Longa duração): devem ser ingeridas com</p><p>alimentos, para minimizar distúrbios no TGI.</p><p>Tetraciclina e oxitetraciclina (Ação curta ou convencionais): usadas nas</p><p>dermatoses não infecciosas, são primeira escolha na acne, rosácea, dermatite perioral e</p><p>penfigoide bolhoso.</p><p>5. Derivados do Enxofre:</p><p>Sulfonamidas: São bacteriostáticos, sendo o mais utilizado o Sulfametoxazol</p><p>associado à trimetoprima, constituindo a associação denominada CLOTRIMOXOZOL</p><p>(Média duração) → utilizado para tratamento de impetigo, foliculite, acne e hidrosadenite.</p><p>Contra-indicado em doenças hepáticas e hematológicas, deficiência de G6PD, gestantes</p><p>e neonatos.</p><p>O sulfametoxazol é comumente empregado em associação com a trimetoprima,</p><p>uma diamino-pirimidina, associação mais conhecida como cotrimoxazol.</p><p>Sulfadiazina (VO; curta duração): Usada na toxoplasmose e na nocardiose.</p><p>Sulfona (Dapsona) – prova!: É um quimioterápico bacteriostático utilizado para 13</p><p>coisas: 1) acne conglobata e cística; 2) dermatite herpetiforme; 3) granuloma anular</p><p>generalizado; 4) hanseníase; 5) lúpus eritematoso; 6) micetoma actinomicótico; 7)</p><p>parapsoríase em placas; 8) penfigoide bolhoso; 9) penfigóide cicatricial; 10) pioderma</p><p>gangrenoso; 11) policondrite recidivante; 12) psoríase vulgar; 13) pustulose subcórnea</p><p>(Sneddon- Wilkinson).</p><p>Ademais, tal fármaco pode causar hemólise, neuropatias periféricas,</p><p>farmacodermias, "síndrome sulfona” e metahemoglobinemia (prova) → essa última é</p><p>uma condição relativamente rara na qual existe acentuada formação de meta-</p><p>hemoglobina, que é a forma oxidada da hemoglobina. Essa oxidação da hemoglobina</p><p>(Fe2+) para meta-hemoglobina (Fe3+) ocorre pela intoxicação com substâncias</p><p>oxidantes, como nitritos, sulfonamidas e lidocaína. Clinicamente o paciente exibe</p><p>cianose, anemia aguda e, eventualmente, uma policitemia ocorre secundariamente. O</p><p>diagnóstico é feito através da dosagem de meta-hemoglobina no sangue, que exibirá</p><p>níveis superiores a 1%.</p><p>Já a “síndrome sulfona” é uma rara e grave reação de hipersensibilidade à sulfona,</p><p>com curso clínico imprevisível, que cursa com febre, hepatite, dermatite esfoliativa,</p><p>linfonodomegalia, anemia hemolítica e atipia linfocitária. Trata-se de uma rara e grave</p><p>reação de hipersensibilidade à sulfona com curso clínico imprevisível.</p><p>6. Metronidazol: utilizado em VO ou tópica, é indicado no tratamento de</p><p>rosácea. Bactericida e protozoaricida: anaeróbios, H.pylori, Gardnerella</p><p>vaginalis,</p><p>amebíase, giardíase, tricomoníase. Indicado na Acne e Rosácea (tópico ou sistêmico).</p><p>Alternativa na colite pseudomembranosa. Provoca efeitos semelhantes ao dissulfiram:</p><p>vômitos intensos, congestão generalizada, cefaleia, confusão mental e estado psicótico.</p><p>Não é recomendado no primeiro trimestre de gestação.</p><p>Rifampcina: é um bactericida ativo contra germes gram-positivos, micobactérias e</p><p>alguns gram-negativos. É utilizada principalmente no tratamento de tuberculose e</p><p>hanseníase. Seus principais efeitos colaterais são hepatotoxicidade,</p><p>farmacodermias, e “Síndrome pseudo-gripal” - febre, calafrios, cefaleia e</p><p>osteoalgias. Podem vir acompanhadas de distúrbios gastrointestinais, dermatite,</p><p>hepatite e púrpura trombocitopênica. que acontecem em tratamentos intermitentes</p><p>(doses mensais) após 1 ou 2 horas da administração da rifampcina, notadamente no</p><p>3 ou 6º mês de tratamento. Ademais, podem reduzir efeito dos anticoncepcionais.</p><p>Confere coloração laranja à saliva, escarro, lágrimas e suor. Aumento da</p><p>degradação (diminuição do efeito) da Varfarina, glicocorticoides, analgésicos,</p><p>narcóticos, antidiabetéticos orais e anticoncepcionais.</p><p>8. Griseofulvina (Fulcin): Antibiótico antimicótico. Usada</p><p>principalmente no tratamento oral de micoses de pele, do cabelo e das unhas, causadas</p><p>por dermatófitos. Administrada VO. Tratamento precisa ser longo e não deve ser usado</p><p>em grávidas. Extremamente hepatotóxico. Pacientes em uso desse medicamento não</p><p>podem beber nem tomar sol, pois correm o risco de desenvolver um quadro de hepatite</p><p>medicamentosa. Alterações gastrointestinais (hepatite medicamentosa se associado com</p><p>álcool), cefaleia, e fotossensibilidade.</p>