Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

<p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 1</p><p>Gerencial III</p><p>Assistência Técnica</p><p>e Gerencial</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária</p><p>Este curso tem</p><p>30 horas</p><p>©2017. SENAR - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Administração Central.</p><p>Todos os direitos reservados.</p><p>A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação</p><p>dos direitos autorais (Lei Nº 9.610).</p><p>Informações e Contato</p><p>SGAN 601 –Módulo K</p><p>Edifício Antônio Ernesto de Salvo – 1º andar</p><p>Brasília – CEP 70830-021</p><p>Telefone: 61 2109-1300</p><p>www.senar.org.br</p><p>Presidente do Conselho Deliberativo</p><p>João Martins da Silva Júnior</p><p>Entidades integrantes do Conselho Deliberativo</p><p>Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA</p><p>Confederação dos Trabalhadores na Agricultura - CONTAG</p><p>Ministério do Trabalho e Emprego - MTE</p><p>Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA</p><p>Ministério da Educação - MEC</p><p>Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB</p><p>Agroindústrias / indicação da Confederação Nacional da Indústria - CNI</p><p>Secretário Executivo do SENAR</p><p>Daniel Klüppel Carrara</p><p>Coordenação de Assistência Técnica e Gerencial</p><p>Matheus Ferreira Pinto da Silva</p><p>Gerencial III</p><p>Assistência Técnica</p><p>e Gerencial</p><p>Curso da Faculdade de Tecnologia CNA</p><p>Sumário</p><p>Ponto de Partida! .............................................................................................................. 5</p><p>Introdução do módulo ..................................................................................................... 10</p><p>Tema 1 | Introdução ao estudo de indicadores ................................................................. 12</p><p>Encerramento do tema .................................................................................... 52</p><p>Atividade de passagem ................................................................................... 53</p><p>Tema 2 | Indicadores das Principais Cadeias Produtivas .................................................. 54</p><p>Encerramento do tema .................................................................................. 114</p><p>Atividade de passagem ................................................................................. 115</p><p>Tema 3 | Principais formas de interpretação de indicadores técnicos e econômicos ...... 116</p><p>Encerramento do tema .................................................................................. 152</p><p>Atividade de passagem ................................................................................. 153</p><p>Linha de Chegada .......................................................................................................... 155</p><p>Gabarito ..................................................................................................................... 157</p><p>Referências ................................................................................................................... 159</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 5</p><p>Fonte: Banco de imagens do SENAR</p><p>Ponto de Partida!</p><p>Olá! Bem-vindo(a) ao quarto módulo do curso Assistência Técnica e Gerencial –</p><p>Pecuária, da Faculdade CNA a distância.</p><p>Esse curso tem como objetivo principal abordar a dinâmica no campo e o dia a dia</p><p>de um Técnico de Campo, capacitando-o para as diferentes situações que envolvem</p><p>a Assistência Técnica e Gerencial da propriedade rural.</p><p>Vamos relembrar os objetivos de cada um dos módulos que compõem o curso?</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 6</p><p>M1 - Metodologia de</p><p>Assistência Técnica e</p><p>Gerencial</p><p>Dispor conhecimentos metodológicos para o desem-</p><p>penho necessário de ações de Assistência Técnica e</p><p>Gerencial, destacando as competências requeridas ao</p><p>exercício da atividade.</p><p>M2 - Gerencial I da</p><p>Assistência Técnica e</p><p>Gerencial</p><p>Compreender de forma ampla os conceitos gerenciais</p><p>que envolvem a Assistência Técnica e Gerencial.</p><p>M3 - Gerencial II da</p><p>Assistência Técnica e</p><p>Gerencial</p><p>Contextualizar os conceitos gerenciais da Metodolo-</p><p>gia de Assistência Técnica e Gerencial.</p><p>M4 - Gerencial III da</p><p>Assistência Técnica e</p><p>Gerencial</p><p>Calcular e interpretar indicadores técnicos e econômi-</p><p>cos nas principais cadeias produtivas da pecuária ou</p><p>da pecuária.</p><p>M5 - Planejamento da</p><p>propriedade rural</p><p>Definir em que consiste o planejamento estratégico da</p><p>propriedade rural assistida pela metodologia de ATeG,</p><p>facilitando sua compreensão e aplicabilidade.</p><p>Perceba que os conteúdos a serem trabalhados em cada módulo são interligados e</p><p>complementares entre si. Ao final do curso, sua formação na Assistência Técnica e</p><p>Gerencial será completa.</p><p>Fonte: Banco de imagens do SENAR</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 7</p><p>Para ter um melhor aproveitamento do curso e utilizar com qualidade todos os re-</p><p>cursos disponíveis, confira se as configurações do computador atendem as especi-</p><p>ficações mínimas para acesso:</p><p>• computador com acesso à internet (é recomendado o uso de banda larga);</p><p>• navegador Internet Explorer 9, Firefox versão 45 ou Chrome versão 50 (ou</p><p>superiores);</p><p>• cookies liberados no navegador;</p><p>• plug-in do Flash 10 (ou superior) instalado;</p><p>• JavaScript liberado no navegador;</p><p>• caixa de som (para ouvir os vídeos ao longo do conteúdo);</p><p>• configuração mínima necessária do monitor: 1024 x 768.</p><p>Atividades de passagem</p><p>A navegação pelo conteúdo de cada módulo será linear, ou seja, você deverá acessar</p><p>o primeiro tema, conferir todos os tópicos e realizar a atividade de passagem para,</p><p>depois, acessar o tema seguinte. Veja os tipos de atividades que teremos ao longo</p><p>dos módulos:</p><p>Atividade de passagem</p><p>A atividade de passagem será composta por uma questão com o ob-</p><p>jetivo de verificar se você teve um bom aproveitamento em relação ao</p><p>conteúdo do tema correspondente. É importante responder à ativida-</p><p>de para poder acessar o tema seguinte.</p><p>Fórum</p><p>O fórum proporciona o debate e a troca de conhecimento entre você e o</p><p>tutor. Haverá um fórum por módulo, que ficará aberto durante todo o seu</p><p>período de estudos nesse módulo, permitindo que você faça a postagem</p><p>de novas percepções enquanto trilha seu processo de aprendizagem.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 8</p><p>Simulado</p><p>Ao finalizar o conteúdo, isto é, quando você tiver passado por todos</p><p>os temas do módulo e respondido à última atividade, deverá se pre-</p><p>parar para responder ao simulado, que será composto por 17 ques-</p><p>tões de múltipla escolha. Você pode respondê-lo de uma a três vezes,</p><p>para se preparar adequadamente para a avaliação.</p><p>Avaliação</p><p>A avaliação é obrigatória e tem caráter avaliativo, tendo como objeti-</p><p>vo verificar o seu desempenho em cada módulo. Ela é composta por</p><p>17 questões objetivas, assim como o simulado. Você poderá respon-</p><p>dê-la apenas uma vez, depois da conclusão dos 3 temas de estudo e</p><p>após realizar o simulado.</p><p>Estudo de caso</p><p>É obrigatório, com caráter avaliativo. O estudo de caso consiste em</p><p>uma questão reflexiva, relacionada aos temas estudados. No primei-</p><p>ro módulo, como resposta para a questão, você deverá gravar um ví-</p><p>deo respondendo oralmente à pergunta lançada no estudo de caso. A</p><p>partir do segundo módulo ela será discursiva.</p><p>Outra atividade importante para realizar no Ambiente de Estudos é a pesquisa de</p><p>satisfação. Com essa pesquisa, poderemos analisar a qualidade do curso por meio</p><p>das suas respostas e, assim, melhorá-lo cada vez mais.</p><p>Composição da nota de cada módulo</p><p>A nota do módulo é composta por uma média simples entre a nota</p><p>da avaliação e o estudo de caso. A nota pode variar de 0 a 10, sendo</p><p>que na avaliação a correção é automática; no estudo de caso você</p><p>receberá a nota junto com o feedback do tutor. Para ser considerado</p><p>aprovado no curso, você precisa alcançar a média final igual ou su-</p><p>perior a 6. Ela é obtida por meio de uma média simples de suas notas</p><p>em cada módulo.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 9</p><p>Certificado</p><p>Ao final do percurso, com o desempenho esperado, você terá seu certificado de con-</p><p>clusão do curso. Para obtê-lo, você deverá:</p><p>• percorrer o conteúdo dos módulos e seus temas;</p><p>principais fatores que in-</p><p>fluenciam este indicador, o qual tem sua importância destacada por estar direta-</p><p>mente relacionado com a renda obtida pelo produtor.</p><p>Tome nota</p><p>Este indicador é utilizado somente em propriedades que trabalham</p><p>com terminação.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 59</p><p>Taxa de desmame (%)</p><p>Para o cálculo deste indicador, utiliza-</p><p>-se o número de animais desmamados</p><p>durante o ano em relação ao número</p><p>de matrizes do rebanho. O indicador é</p><p>influenciado por índices reprodutivos</p><p>e de mortalidade, bem como pelo de-</p><p>sempenho do animal.</p><p>Taxa de desmame % =</p><p>Número de bezerros desmamados x 100</p><p>Número de matrizes</p><p>Esse valor é calculado com base nas matrizes e não nos bezerros nascidos. Esse</p><p>indicador também pode ser usado na avaliação da eficiência reprodutiva.</p><p>Produção/área para pecuária (arrobas/ha/ano)</p><p>É o resultado da divisão da produção anual de arrobas pela área total utilizada para</p><p>pecuária de corte, incluídas as áreas de reserva, de preservação permanente e todas</p><p>as demais áreas da propriedade, desde que não se desenvolva outra atividade.</p><p>Para a maioria das regiões, a produtividade por área é o melhor</p><p>indicador técnico para predizer se a propriedade é ou não eficiente</p><p>economicamente, já que envolve um conjunto de fatores necessá-</p><p>rios à melhoria desse indicador.</p><p>É preciso trabalhar com reprodução adequada, ganho de peso satisfatório, idade</p><p>ao primeiro parto baixa, alta taxa de lotação, bons índices de intervalo de partos e</p><p>grande produtividade de volumosos. Todos esses fatores influenciarão a produção</p><p>por área para a pecuária.</p><p>Gastos com concentrado na atividade (R$/ano)</p><p>Um dos indicadores mais importantes</p><p>na bovinocultura é o gasto com con-</p><p>centrado, que remete ao total dos gas-</p><p>tos com a alimentação concentrada do</p><p>rebanho, ao longo do ano.</p><p>Fonte: Banco de Imagens do SENAR.</p><p>Fonte: Banco de Imagens do SENAR.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 60</p><p>Gasto com mão de obra contratada na atividade (R$/ano)</p><p>Total dos gastos com pagamento da mão de obra contratada para manejo do reba-</p><p>nho ao longo do ano, incluídas despesas com encargos trabalhistas.</p><p>Estoque de capital em benfeitorias, máquinas, equipamentos,</p><p>forrageiras não anuais e animais (R$/ano)</p><p>Está relacionado ao capital médio referente a todas as benfeitorias, máquinas, equi-</p><p>pamentos e forrageiras não anuais da propriedade, somado ao valor total dos ani-</p><p>mais – exceto em casos de fazendas que só possuem a fase de terminação, em que</p><p>os animais não se caracterizam como estoque.</p><p>Custos</p><p>Veja a seguir os principais indicadores de custos presentes nesta cadeia produtiva:</p><p>Custo operacional efetivo / arroba (R$/arroba)</p><p>Custo operacional efetivo no ano dividido pela produção anual de arrobas, ou seja,</p><p>desembolso necessário para produzir uma arroba.</p><p>Fórmula =</p><p>COE</p><p>Produção</p><p>Custo operacional total / arroba (R$/arroba)</p><p>Custo operacional total no ano dividido pela produção anual de arrobas, isto é, o custo</p><p>operacional total referente à produção de uma arroba.</p><p>Fórmula =</p><p>COT</p><p>Produção</p><p>Custo total / arroba (R$/arroba)</p><p>Custo total no ano dividido pela produção anual de arrobas, que equivale a todos os</p><p>gastos envolvidos para a produção de uma arroba de carne.</p><p>Fórmula =</p><p>CT</p><p>Produção</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 61</p><p>Custo operacional efetivo médio / preço da arroba (%)</p><p>Porcentagem do preço da arroba comprometida para pagar o custo operacional efetivo.</p><p>Fórmula =</p><p>(COE / Produção)</p><p>Preço médio ponderado da arroba</p><p>O preço médio ponderado (PMP) da arroba é dado pela fórmula:</p><p>PMP =</p><p>Renda de carne vendida</p><p>Arrobas vendidas</p><p>Custo operacional total médio / preço da arroba (%)</p><p>Porcentagem do preço da arroba comprometida para pagar o custo operacional total.</p><p>Fórmula =</p><p>(COT / Produção)</p><p>Preço médio ponderado da arroba</p><p>Custo total / preço da arroba (%)</p><p>Porcentagem do preço da arroba comprometida para pagar o custo total.</p><p>Fórmula =</p><p>(CT / Produção)</p><p>Preço médio ponderado da arroba</p><p>Gasto com mão de obra contratada / renda bruta da atividade (%)</p><p>Corresponde à porcentagem do gasto com a mão de obra contratada ao longo do</p><p>ano, em relação à renda bruta da atividade.</p><p>Fórmula =</p><p>Gasto com mão de obra</p><p>Renda bruta da atividade</p><p>Tome nota</p><p>Este indicador é utilizado para mensurar o quanto da renda da ati-</p><p>vidade está comprometido para pagar a mão de obra. Ele é muito</p><p>importante, pois a mão de obra é um componente essencial do custo,</p><p>especialmente em casos onde a escala de produção é baixa.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 62</p><p>Gasto com volumosos na atividade / renda bruta da atividade (%)</p><p>Corresponde à porcentagem de gasto com volumosos ao longo do ano, em rela-</p><p>ção à renda bruta. Consideramos tanto as despesas relacionadas à manutenção</p><p>das forrageiras não anuais, como aquelas associadas a forrageiras anuais, além da</p><p>compra e produção de feno, silagem e pré-secado.</p><p>Fórmula =</p><p>Gasto com alimentos volumosos</p><p>Renda bruta da atividade</p><p>Margem Bruta</p><p>A margem bruta é a diferença entre a renda bruta da atividade e o COE.</p><p>MB = RB-COE</p><p>Este indicador pode ser analisado sob vários aspectos. Veja a seguir os possíveis</p><p>desdobramentos:</p><p>Margem bruta</p><p>unitária</p><p>(R$/arroba)</p><p>Margem bruta da atividade dividida pela produção</p><p>anual de arrobas.</p><p>Fórmula =</p><p>MB</p><p>Produção de arrobas</p><p>Margem bruta por</p><p>área para pecuária</p><p>(R$/ha)</p><p>Margem bruta da atividade dividida pela área total utili-</p><p>zada para a pecuária, incluindo reservas, áreas de pre-</p><p>servação permanente e demais áreas da propriedade,</p><p>caso apenas essa atividade seja desenvolvida no local.</p><p>Este indicador, assim como a taxa de retorno do capi-</p><p>tal, é utilizado para comparar com outras atividades.</p><p>Fórmula =</p><p>MB</p><p>Área em hectares</p><p>Margem bruta por animal vendido (R$/cabeça)</p><p>Entre os indicadores de margem bruta, vamos destacar a margem bruta por animal</p><p>vendido, que é o valor da margem bruta da atividade dividido pelo número médio de</p><p>animais vendidos para abate ao longo do ano. Ela tem a função de mostrar qual é o</p><p>ganho direto com a venda de um animal.</p><p>Fórmula =</p><p>MB</p><p>Animais vendidos</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 63</p><p>Tome nota</p><p>Vale destacar que se a propriedade trabalhar com venda de animais</p><p>terminados e de bezerros, a renda bruta e o COE devem ser separa-</p><p>dos. Define-se uma MB por categoria (MB = RB-COE) e aplica-se a</p><p>fórmula a cada uma delas. Chega-se então à margem bruta por be-</p><p>zerro e à margem bruta por animal terminado. Assim, o gestor pode</p><p>definir qual categoria deixa maior contribuição para o sistema.</p><p>Margem líquida</p><p>A margem líquida é a diferença entre a renda bruta e o COT:</p><p>ML = RB-COT</p><p>Também calculamos por arroba e por hectare. Acompanhe:</p><p>Margem líquida unitária (R$/arroba)</p><p>Margem líquida da atividade dividida pela produção anual de arrobas.</p><p>Fórmula =</p><p>ML</p><p>Produção de arrobas</p><p>Margem líquida por área para pecuária (R$/ha)</p><p>Margem líquida da atividade dividida pela área total utilizada para a pecuária.</p><p>Fórmula =</p><p>ML</p><p>Área em hectares</p><p>Margem líquida por animal vendido (R$/cabeça)</p><p>Margem líquida da atividade dividida pelo número de animais vendidos ao longo do ano.</p><p>Quando a propriedade vende animais em categorias diferentes, o gestor deve separar</p><p>a renda e os custos</p><p>de cada uma das categorias para calcular a margem líquida por</p><p>animal em cada uma delas. Para qualquer categoria a fórmula para o cálculo será.</p><p>Fórmula =</p><p>ML da categoria</p><p>Nº de animais vendidos da categoria</p><p>Avance para o próximo tópico!</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 64</p><p>Tópico 2: Indicadores na suinocultura e</p><p>na avicultura</p><p>A partir de agora, vamos conhecer os indicadores aplicados à suinocultura e à avi-</p><p>cultura. Essas são cadeias bastante presentes, com particularidades que devem ser</p><p>consideradas no momento do plano de gestão e gerenciamento. Gerenciar correta-</p><p>mente uma propriedade dessas cadeias ajudará a alavancar ainda mais este setor.</p><p>Siga em frente!</p><p>Objetivos</p><p>Neste tópico vamos estudar mais a fundo os indicadores das cadeias</p><p>de suinocultura e avicultura, entendendo suas particularidades.</p><p>Indicadores na suinocultura</p><p>Vamos começar o estudo da suinocultura pelos indicadores das fases de reprodu-</p><p>ção e gestação.</p><p>Fonte: Banco de imagens do SENAR</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 65</p><p>Indicadores técnicos</p><p>Acompanhe os indicadores a seguir:</p><p>Idade de reprodução</p><p>É a idade em que a marrã atinge sua</p><p>maturidade sexual, ou seja, idade à pri-</p><p>meira cobertura. A referência é de 210</p><p>a 240 dias de idade. Esse indicador ex-</p><p>pressa o resultado do manejo empre-</p><p>gado na recria das marrãs.</p><p>Idade a primeira cria</p><p>É a idade em que a marrã teve seu primeiro parto. A referência para esse indicador é</p><p>de 324 a 354 dias de idade.</p><p>Na prática</p><p>A idade de reprodução é de 210 a 240 dias e o período de gestação</p><p>da matriz suína é de 3 meses, 3 semanas e 3 dias (114 dias). Assim,</p><p>a idade ao primeiro parto é:</p><p>210 a 240 + 114</p><p>Ou seja, 324 a 354 dias.</p><p>Taxa de concepção</p><p>É a porcentagem de matrizes que emprenham, no universo de matrizes cobertas. É</p><p>calculada seguindo a fórmula abaixo:</p><p>Taxa de concepção = Matrizes prenhes</p><p>Coberturas realizadas( (x 100</p><p>Fonte: Banco de Imagens do SENAR.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 66</p><p>Intervalo entre a desmama e a cobertura fértil</p><p>É o intervalo entre a desmama (separação da matriz dos leitões) e a cobertura que</p><p>gerou a nova gestação. O monitoramento desse período é muito importante para a</p><p>suinocultura, pois ele influencia o intervalo de partos na granja.</p><p>A referência para este indicador é de 5 a 10 dias.</p><p>Taxa de reposição das matrizes</p><p>É a porcentagem de substituição de matrizes devido a problemas sanitários,</p><p>reprodutivos, baixa habilidade materna, baixa produção de leitões e idade. Para ob-</p><p>tê-la, basta seguir a fórmula:</p><p>Taxa de reposição =</p><p>Matrizes novas</p><p>Total de matrizes( (x 100</p><p>A referência para este indicador é de cerca de 33%.</p><p>Vida útil das matrizes</p><p>A vida útil das matrizes é o tempo médio que elas per-</p><p>manecem em produção no rebanho.</p><p>A referência para este indicador é de 2,5 a 3 anos..</p><p>Matrizes por varrão</p><p>Expressa a relação entre os reprodutores machos e</p><p>o número de matrizes, ou seja, quantas matrizes há</p><p>para cada varrão. Esse monitoramento é importante,</p><p>pois sobrecarregar os varrões pode comprometer a</p><p>reprodução, ao passo que subutilizá-los requer au-</p><p>mentar o capital investido em varrões.</p><p>A referência para este indicador é de 1 varrão para 20</p><p>matrizes.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 67</p><p>Indicadores da maternidade</p><p>Acompanhe os indicadores a seguir:</p><p>Intervalo de partos</p><p>Abrange o período compreendido entre um parto e outro. É um importante indicador</p><p>de eficiência no manejo reprodutivo.</p><p>A referência para este indicador é de 145 a 150 dias.</p><p>Partos por matriz/ano</p><p>Expressa a média de partos das matrizes do rebanho em um ano. Este indicador é</p><p>calculado dividindo 365 dias do ano pelo intervalo de partos médio. Veja a fórmula:</p><p>Partos por ano =</p><p>365 dias</p><p>Intervalo de partos médio em dias</p><p>Pare para pensar</p><p>Talvez você possa pensar que a diferença de 2,1 para 2,5 partos por</p><p>ano é pequena. Contudo, veja abaixo o resultado dessa variação para</p><p>uma granja de 2.000 matrizes:</p><p>• 2,1 partos x 12 leitões = 25 leitões/matriz/ano, aproximadamente;</p><p>• 2,5 partos x 12 leitões = 30 leitões/matriz/ano;</p><p>• 5 leitões/matriz x 2000 matrizes = 10.000 leitões/ano;</p><p>• 10.000 animais abatidos x 90 kg de peso no abate = 900.000 kg</p><p>de peso vivo não comercializados naquele ano.</p><p>Ou seja, 900.000 kg x R$ 4,00 por kg de peso vivo = R$ 3.600.000,00</p><p>a menos de faturamento para a granja no ano.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 68</p><p>Indicadores da fase de maternidade</p><p>Veja a seguir os principais indicadores da fase de maternidade:</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Leitões desmamados por matriz/ano</p><p>Este indicador permite avaliar o potencial genético das matrizes para produzir leitões, assim</p><p>como o manejo na maternidade e, por fim, o manejo na fase de reprodução, ou seja, é um indi-</p><p>cador muito amplo, que deve ser constantemente monitorado pelos gestores.</p><p>A referência para este indicador é de 23 a 30 leitões/matriz/ano.</p><p>Fórmula =</p><p>Leitões desmamados</p><p>Nº de matrizes</p><p>Leitões nascidos vivos por parto</p><p>Este indicador pode expressar se ocorreram problemas de manejo na maternidade ou mesmo</p><p>questões sanitárias envolvendo as matrizes.</p><p>A referência para este indicador é de 11 a 13 na média das matrizes.</p><p>Fórmula =</p><p>Leitões nascidos vivos no ano</p><p>Nº de partos no ano</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 69</p><p>Porcentagem de leitões nascidos mortos</p><p>Este indicador também pode demonstrar problemas de manejo na maternidade, problemas</p><p>sanitários ou até problemas de acasalamentos.</p><p>A referência é de 3%.</p><p>Fórmula =</p><p>Leitões nascidos mortos</p><p>Leitões nascidos</p><p>Leitões desmamados / parto</p><p>Esse indicador expressa o manejo na maternidade e o potencial genético das matrizes de pro-</p><p>duzirem leitões. Ele não está influenciado pelo manejo reprodutivo.</p><p>A referência para este indicador varia de 10 a 12 leitões por parto.</p><p>Fórmula =</p><p>Leitões desmamados no ano</p><p>Nº de partos no ano</p><p>Essa análise pode ser feita restrita a cada parto. Assim basta contar quantos animais foram</p><p>desmamados pela matriz avaliada.</p><p>Ganho de peso médio diário</p><p>O ganho de peso dos leitões expressa o manejo em que eles estão sendo submetidos, influen-</p><p>cia na idade ao desmame e também pode evidenciar problemas sanitários ou nutricionais.</p><p>A referência para este indicador é de 250 gramas de ganho de peso diário.</p><p>Fórmula =</p><p>Peso médio dos animais avaliados</p><p>Idade em dias</p><p>Este indicador é muito utilizado na avaliação dos leitões de cada matriz. Depois é feita a média</p><p>de todas as matrizes, para saber o resultado médio da granja.</p><p>Peso dos leitões aos 21 dias</p><p>O peso dos leitões na saída no desmame é um importante indicador, pois se estiverem abaixo</p><p>do peso indicado eles podem ter seu desenvolvimento comprometido nas outras fases.</p><p>A referência para este indicador é de 6,7 kg.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 70</p><p>Indicadores da creche</p><p>Veja os indicadores a seguir:</p><p>Mortalidade</p><p>O indicador de mortalidade expressa a situação sanitária do plan-</p><p>tel e o efeito do manejo ao qual esses animais são submetidos.</p><p>A referência para esse indicador é de 1,5%.</p><p>Fórmula =</p><p>Leitões mortos</p><p>Total de leitões nesta fase</p><p>Conversão</p><p>alimentar</p><p>A conversão alimentar mostra o quanto de ração um animal con-</p><p>some para converter em um quilo de peso vivo. O gasto com ração</p><p>é o principal custo a partir dessa fase, logo, a conversão de alimen-</p><p>to em peso é muito importante para a saúde financeira da granja.</p><p>Conversão alimentar =</p><p>Ração fornecida no período</p><p>Peso ganho no período</p><p>Este indicador demonstra, além do efeito da nutrição na produ-</p><p>ção animal, o efeito de todo o sistema, pois animais com proble-</p><p>mas sanitários, submetidos a estresse térmico, sem conforto,</p><p>entre outros problemas, não expressarão o seu potencial gené-</p><p>tico de produção.</p><p>A referência para</p><p>este indicador é de 2 kg de ração para converter em 1 kg de peso</p><p>vivo nessa fase.</p><p>Peso de</p><p>referência</p><p>na saída da</p><p>creche</p><p>O peso na saída da creche representa o trabalho realizado nessa</p><p>fase. Esse peso também é influenciado pelos indicadores da fase</p><p>de maternidade.</p><p>A referência para este indicador é de 20 a 23 kg,</p><p>com idade de cerca de 60 dias.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 71</p><p>Indicadores de crescimento e terminação</p><p>Acompanhe os indicadores a seguir:</p><p>Mortalidade</p><p>A mortalidade nesta fase pode sinalizar diversos problemas nutricionais e sanitá-</p><p>rios, entre outros.</p><p>A referência para esta fase é de 0,6% de mortalidade.</p><p>Conversão alimentar</p><p>Com as mesmas importâncias definidas nas fases anteriores, a referência para este</p><p>indicador é de 2,4 a 2,6 kg de ração para converter em 1 kg de peso vivo.</p><p>Conversão alimentar =</p><p>Ração fornecida no período</p><p>Peso ganho no período</p><p>Peso na saída para abate</p><p>Este indicador depende da idade em que os animais forem abatidos. Seguem abaixo</p><p>os indicadores de referência para cada idade de abate (em kg). Veja na tabela a seguir:</p><p>Aos 133 dias 83,0 kg</p><p>Aos 140 dias 90,0 kg</p><p>Aos 147 dias 97,0 kg</p><p>Aos 154 dias 103,0 kg</p><p>Informação extra</p><p>Você pode conferir a fonte dos dados da tabela acima, além de</p><p>conhecer outras informações, no artigo “Boas práticas de produ-</p><p>ção de suínos”, disponível na Biblioteca do Ambiente de Estudos,</p><p>e também no link a seguir: http://www.cnpsa.embrapa.br/sgc/sgc_</p><p>publicacoes/publicacao_k5u59t7m.pdf</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 72</p><p>Indicadores de produtividade e econômicos na</p><p>suinocultura</p><p>Compreenda os indicadores a seguir:</p><p>Indicadores de produtividade na suinocultura</p><p>Indicador Fórmula Unidade Função</p><p>Produção média de</p><p>carne/matriz/ano</p><p>Produção total de carne</p><p>Nº médio de matrizes</p><p>Kg/cabeça/</p><p>ano</p><p>Avaliar a produtividade</p><p>da matriz</p><p>Comercializados/</p><p>matriz/ano</p><p>Total de animais</p><p>comercializados</p><p>(cevados)</p><p>Nº médio de matrizes</p><p>Cabeça</p><p>Avaliar a produtividade</p><p>da matriz com enfoque</p><p>em animais terminados</p><p>Produção média de</p><p>carne/funcionário/</p><p>mês</p><p>Produção total de carne</p><p>Nº de funcionários</p><p>Kg/</p><p>funcionário/</p><p>Mês</p><p>Avaliar a produtividade</p><p>da mão de obra</p><p>Produção média de</p><p>carne/metragem</p><p>total dos barracões</p><p>Produção total de carne</p><p>Metragem total dos</p><p>barracões</p><p>Kg/m² Avaliar a produtividade</p><p>das instalações</p><p>Indicadores econômicos na suinocultura</p><p>Ainda sobre suinocultura, veja alguns indicadores econômicos importantes.</p><p>Indicador Fórmula Unidade Observações</p><p>Renda bruta</p><p>unitária</p><p>Renda bruta</p><p>Produção total de carne</p><p>R$/Kg</p><p>Riqueza gerada por</p><p>funcionário no mês</p><p>Renda bruta</p><p>Nº de funcionários</p><p>R$/func/</p><p>mês</p><p>COE/Kg de cevado</p><p>COE</p><p>Produção total de carne</p><p>R$/Kg Avaliar o custo por</p><p>animal terminado</p><p>COT/Kg de cevado</p><p>COT</p><p>Produção total de carne</p><p>R$/Kg Avaliar o custo por</p><p>animal terminado</p><p>CT/Kg de cevado</p><p>CT</p><p>Produção total de carne</p><p>R$/Kg Avaliar o custo por</p><p>animal terminado</p><p>COE/Renda bruta</p><p>unitária</p><p>COE</p><p>Renda bruta unitária</p><p>x 100 %</p><p>Avaliar a % da renda</p><p>comprometida com</p><p>o COE.</p><p>COT/Renda bruta</p><p>unitária</p><p>COT</p><p>Renda bruta unitária</p><p>x 100 %</p><p>Avaliar a % da renda</p><p>comprometida com</p><p>o COT.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 73</p><p>Indicador Fórmula Unidade Observações</p><p>CT/Renda bruta</p><p>unitária</p><p>CT</p><p>Renda bruta unitária</p><p>x 100 %</p><p>Avaliar a % da renda</p><p>comprometida com</p><p>o CT.</p><p>Gasto com ração/</p><p>RB da atividade</p><p>Gasto com ração na atividade x 100</p><p>RB da atividade</p><p>%</p><p>Avaliar a % da renda</p><p>comprometida com</p><p>ração</p><p>Gasto com MDO/RB</p><p>da atividade</p><p>Gasto com MDO na atividade x 100</p><p>RB da atividade</p><p>%</p><p>Avaliar a % da renda</p><p>comprometida com</p><p>MDO</p><p>Gasto com ração/</p><p>Produção anual de</p><p>carne</p><p>Gasto com ração</p><p>Produção anual de carne</p><p>R$/Kg</p><p>Definir quanto em</p><p>R$ de concentrado é</p><p>necessário para pro-</p><p>duzir 1 kg de carne</p><p>Margem bruta</p><p>unitária</p><p>Margem bruta</p><p>Produção anual de carne</p><p>R$/KG</p><p>Avaliar a margem</p><p>de contribuição de</p><p>cada kg de carne</p><p>produzio</p><p>Margem bruta por</p><p>matriz</p><p>Margem bruta</p><p>Nº médio de matrizes</p><p>R$/cabeça</p><p>Avaliar a margem</p><p>de contribuição de</p><p>cada matriz</p><p>Margem líquida</p><p>unitária</p><p>Margem líquida</p><p>Produção anual de carne</p><p>R$/KG</p><p>Margem líquida por</p><p>matriz</p><p>Margem líquida</p><p>Nº médio de matrizes</p><p>R$/cabeça</p><p>Lucro anual Renda bruta - CT R$</p><p>Lucro unitária</p><p>Lucro</p><p>Produção anual de carne</p><p>R$/KG</p><p>Lucro por matriz</p><p>Lucro</p><p>Nº médio de matrizes</p><p>R$/cabeça</p><p>Estoque de capital</p><p>por Kg de cevado</p><p>Estoque de capital</p><p>Produção anual de carne</p><p>R$/Kg</p><p>Avaliar a eficiência</p><p>na utilização do</p><p>capital (estrutura,</p><p>maquinas etc)</p><p>Estoque de capital</p><p>por matriz</p><p>Estoque de capital</p><p>Nº médio de matrizes</p><p>R$/cabeça</p><p>Avaliar a eficiência</p><p>na utilização do</p><p>capital (estrutura,</p><p>maquinas etc)</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 74</p><p>Indicadores na avicultura</p><p>Vamos agora apresentar os principais</p><p>indicadores desta área, especialmente</p><p>na avicultura de corte.</p><p>Índice de eficiência produtiva (IEP)</p><p>O Índice de Eficiência Produtiva é o principal indicador a ser utilizado para ana-</p><p>lisar o desempenho zootécnico de um lote de frangos de corte. Ele é um índice</p><p>composto, influenciado por 3 outros: ganho de peso diário (kg), viabilidade (%) e</p><p>conversão alimentar (kg).</p><p>Entenda cada um dos componentes deste índice clicando sobre o respectivo nome.</p><p>Conversão</p><p>alimentar</p><p>É o parâmetro zootécnico de maior influência sobre o IEP e possui</p><p>grande importância para a avicultura, visto que a ração represen-</p><p>ta o item de maior valor na planilha de custo da atividade.</p><p>A conversão é o resultado da divisão do consumo de ração</p><p>pelo peso total do lote na retirada das aves para o abate.</p><p>A ração consumida pelas aves que morrem é contabilizada. Por-</p><p>tanto, quanto maior a mortalidade, pior a conversão alimentar.</p><p>Conversão</p><p>alimentar =</p><p>Consumo de ração do lote de animais</p><p>Peso dos animais do lote retirado para abate</p><p>Ganho de</p><p>peso diário</p><p>Nada mais é do que o produto da divisão do peso médio do lote</p><p>pela sua idade, em dias. Assim como a conversão alimentar, é</p><p>grandemente influenciado pela idade dos animais, já que o ganho</p><p>de peso não é linear.</p><p>GPD =</p><p>Peso final do lote - peso inicial médio do lote</p><p>Período em dias</p><p>Fonte: Banco de Imagens do SENAR.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 75</p><p>Viabilidade</p><p>(%)</p><p>É a diferença entre as aves alojadas e as retiradas para o abate,</p><p>em percentagem. Entre as aves não abatidas, é importante fazer</p><p>distinção entre as refugadas e as mortas. Aceita-se como normal</p><p>uma mortalidade de até 0,8% na primeira semana e 0,5% por sema-</p><p>na deste ponto em diante (MENDES; PATRÍCIO, 2004).</p><p>Viabilidade =</p><p>Aves retiradas para abate</p><p>Aves alojadas</p><p>O cálculo do índice de eficiência produtiva é feito da seguinte forma:</p><p>IEP =</p><p>Ganho de peso diário (kg) x Viabilidade (%)</p><p>Conversão alimentar (kg)</p><p>Muitas empresas utilizam esta medida de eficiência para remunerar seus produto-</p><p>res associados.</p><p>Pare para pensar</p><p>Na sua opinião, após estudar este tópico, quais são as principais di-</p><p>ferenças entre os indicadores das cadeias produtivas apresentadas?</p><p>Com qual item se deve ter mais atenção em cada um deles?</p><p>Indicadores econômicos</p><p>Assim como para a produção de aves, a produção de suínos requer o acompanha-</p><p>mento de alguns indicadores econômicos. Confira!</p><p>refugadas</p><p>As aves refugadas são</p><p>os animais impróprios</p><p>para o abate (devido a</p><p>doenças, desuniformida-</p><p>de com o lote, canibalis-</p><p>mo e outros).</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 76</p><p>Indicador Fórmula Unidade Observações</p><p>Renda bruta</p><p>unitária</p><p>Renda bruta</p><p>Produção total de carne</p><p>R$/Kg</p><p>Riqueza gerada</p><p>por funcionário no</p><p>mês</p><p>Renda bruta</p><p>Nº de funcionários</p><p>R$/fun-</p><p>cionários/</p><p>mês</p><p>COE/Kg de carne</p><p>de frango</p><p>COE</p><p>Produção total de carne</p><p>R$/Kg Avaliar o custo por</p><p>kg de carne</p><p>COT/Kg de carne</p><p>de frango</p><p>COT</p><p>Produção total de carne</p><p>R$/Kg Avaliar o custo por</p><p>kg de carne</p><p>CT/Kg de carne de</p><p>frango</p><p>CT</p><p>Produção total de carne</p><p>R$/Kg Avaliar o custo por</p><p>kg de carne</p><p>COE/Renda bruta</p><p>unitária</p><p>COE</p><p>Renda bruta unitária</p><p>x 100 %</p><p>Avaliar a % da ren-</p><p>da comprometida</p><p>com o COE.</p><p>COT/Renda bruta</p><p>unitária</p><p>COT</p><p>Renda bruta unitária</p><p>x 100 %</p><p>Avaliar a % da ren-</p><p>da comprometida</p><p>com o COT.</p><p>CT/Renda bruta</p><p>unitária</p><p>CT</p><p>Renda bruta unitária</p><p>x 100 %</p><p>Avaliar a % da ren-</p><p>da comprometida</p><p>com o CT.</p><p>Gasto com ração/</p><p>RB da atividade</p><p>Gasto com ração na atividade x 100</p><p>RB da atividade</p><p>%</p><p>Avaliar a % da ren-</p><p>da comprometida</p><p>com ração</p><p>Gasto com MDO/</p><p>RB da atividade</p><p>Gasto com MDO na atividade x 100</p><p>RB da atividade</p><p>%</p><p>Avaliar a % da ren-</p><p>da comprometida</p><p>com MDO</p><p>Gasto com ração/</p><p>Produção anual de</p><p>carne</p><p>Gasto com ração</p><p>Produção anual de carne</p><p>R$/Kg</p><p>Definir quanto em</p><p>R$ de concentrado</p><p>é necessário para</p><p>produzir 1 kg de</p><p>carne</p><p>Margem bruta</p><p>unitária</p><p>Margem bruta</p><p>Produção anual de carne</p><p>R$/KG</p><p>Avaliar a margem</p><p>de contribuição de</p><p>cada kg de carne</p><p>produzio</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 77</p><p>Indicador Fórmula Unidade Observações</p><p>Margem bruta por</p><p>frango vendido</p><p>Margem bruta</p><p>Nº frangos vendidos</p><p>R$/cabeça</p><p>Avaliar a margem</p><p>de contribuição de</p><p>cada matriz</p><p>Margem líquida</p><p>unitária</p><p>Margem líquida</p><p>Produção anual de carne</p><p>R$/KG</p><p>Margem líquida</p><p>por frango vendido</p><p>Margem líquida</p><p>Nº frangos vendidos</p><p>R$/cabeça</p><p>Lucro unitário</p><p>Lucro</p><p>Produção anual de carne</p><p>R$/KG</p><p>Lucro por frango</p><p>vendido</p><p>Lucro</p><p>Nº médio de matrizes</p><p>R$/cabeça</p><p>Estoque de capital</p><p>por Kg de frango</p><p>vendido</p><p>Estoque de capital</p><p>Produção anual de carne</p><p>R$/Kg</p><p>Avaliar a eficiência</p><p>na utilização do</p><p>capital (estrutura,</p><p>maquinas etc)</p><p>Avance para o próximo tópico!</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 78</p><p>Tópico 3: Indicadores na</p><p>ovinocaprinocultura</p><p>A ovinocaprinocultura é uma atividade econômica bastante explorada em todo o</p><p>mundo. Ela está presente em áreas sob as mais diversas características climáticas,</p><p>edáficas e botânicas.</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Objetivos</p><p>Neste tópico vamos estudar os indicadores das cadeias de ovinos</p><p>e caprinos, entendendo suas particularidades e como interpretá-los.</p><p>No Brasil, os produtos originados da ovinocaprinocultura têm registrado crescente</p><p>procura e aceitação. Para atender à demanda de mercado, começam a ser observa-</p><p>das mudanças nos segmentos de produção e comercialização, com o surgimento</p><p>de criadores cada vez mais especializados na caprinocultura de corte ou leite e na</p><p>ovinocultura de corte, que têm em muito superado a condição de produtores para o</p><p>mercado local ou autoconsumo. O abastecimento dos mercados urbanos de carne,</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 79</p><p>leite e seus derivados constitui o foco principal da atividade, na qual a carne assume</p><p>uma posição de destaque e é comercializada em ambientes especializados a preços</p><p>compensadores. E é neste cenário de mudanças no perfil da atividade que a gestão</p><p>deve ser inserida, subsidiando a correta tomada de decisões.</p><p>Área para pecuária (ha)</p><p>É a área total destinada à ovinocapri-</p><p>nocultura. Inclui a produção de volu-</p><p>mosos, construções, estradas, açudes</p><p>etc. Não são contabilizadas as áreas</p><p>de reserva neste item. Essa mensura-</p><p>ção deve ser a mais precisa possível,</p><p>já que irá influenciar diretamente indi-</p><p>cadores importantes, como produção</p><p>por área para pecuária, números de</p><p>fêmeas em lactação por área para pe-</p><p>cuária e ainda o capital empatado na</p><p>ovinocaprinocultura.</p><p>Áreas para pecuária considerando a reserva (ha)</p><p>Área total destinada à ovinocaprinocultura somada às áreas de reserva da proprie-</p><p>dade, incluindo-se as áreas de preservação permanente (APPs). Caso sejam desen-</p><p>volvidas mais que uma atividade na mesma propriedade, deve-se proceder o rateio</p><p>dessas áreas improdutivas de acordo com o percentual de uso da terra em cada</p><p>uma das atividades.</p><p>Total de matrizes (cab/mês)</p><p>É a média mensal do número de matrizes na propriedade. Esse valor é proveniente</p><p>da evolução do rebanho, conforme cálculo feito mensalmente. Neste item são leva-</p><p>dos em consideração o número de animais no início do período, as compras reali-</p><p>zadas, as vendas e mortes, bem como o montante de matrizes no final do período.</p><p>Indicadores técnicos</p><p>Acompanhe os indicadores técnicos a seguir:</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 80</p><p>Total de matrizes / total do rebanho (%)</p><p>Esta porcentagem é o resultado da divisão entre o número de matrizes pelo total</p><p>de animais da propriedade, multiplicando-se o resultado por 100 (referente à por-</p><p>centagem). Inclui as categorias de animais adultos, em fase de cria e recria, exceto</p><p>animais de serviço. Este indicador depende da evolução de rebanho, cujo cálculo é</p><p>feito mensalmente pelo técnico.</p><p>Total de matrizes / área para pecuária (cab/ha)</p><p>É o resultado da divisão do número total de matrizes pela área total utilizada para</p><p>pecuária. A quantidade de matrizes por área mostra o nível de intensificação e de</p><p>exploração da terra.</p><p>Este indicador deve ser interpretado em conjunto com os indi-</p><p>cadores de número de partos por matriz por ano e de número de</p><p>desmamados por matriz por ano, uma vez que um dos nossos</p><p>produtos são os cordeiros e/ou cabritos.</p><p>Juntos, demonstram eficiência reprodutiva, prolificidade dos animais, habilidade</p><p>materna, além de eficiência do manejo da fase de cria. Para conseguir bons índices,</p><p>é preciso ter uma ótima produção de volumosos – fator essencial para aumentar a</p><p>capacidade de alojar os animais.</p><p>Informação extra</p><p>Como parâmetro de referência recomenda-se ao menos quatro ma-</p><p>trizes para cada hectare destinado à ovinocaprinocultura. Já para</p><p>o cálculo do total de partos por matriz (partos/matriz/ano), consi-</p><p>dera-se a somatória do número de partos ocorridos durante o ano,</p><p>dividido pelo total de matrizes do rebanho na média anual.</p><p>Total de</p><p>partos por</p><p>matriz</p><p>=</p><p>Nº de partos ocorridos durante o ano</p><p>Total de matrizes do rebanho na média anual</p><p>Números de animais desmamados por matriz</p><p>É o número de cordeiros/cabritos desmamados no ano dividido pelo número de ma-</p><p>trizes. Recomenda-se que se tenha pelo menos 1,5 animal/matriz/ano.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 81</p><p>Produção anual de carne ou leite (kg/ano ou L/ano)</p><p>Produção de carne ou leite ao longo dos</p><p>12 meses analisados. Neste item, leva-</p><p>mos em consideração a carne ou leite</p><p>vendidos, além do que é consumido pela</p><p>mão de obra.</p><p>Este volume será utilizado para determinação da renda bruta da atividade, da</p><p>produtividade da mão de obra e da área para pecuária.</p><p>Por isso, no momento de fazer o levantamento deste valor, mês a mês, nenhum</p><p>montante deve ser deixado para trás, pois isso levaria a erro no cálculo de outros</p><p>indicadores fundamentais para a tomada de decisão dentro da empresa rural.</p><p>Produção / área para pecuária (kg/ha/ano ou L/ha/ano)</p><p>É o resultado da divisão da produção anual de carne de cordeiros/cabritos e/ou de</p><p>leite de ovelhas/cabras, pela área total utilizada para a ovinocaprinocultura. Para a</p><p>maioria das regiões, a produtividade por área é o indicador técnico mais usado para</p><p>predizer se a propriedade é eficiente na parte econômica ou não. Entretanto, deve-se</p><p>observar a estrutura de custos da propriedade analisada.</p><p>Produção anual de carne e/ou de leite</p><p>Área total</p><p>Na prática</p><p>Uma pequena propriedade pode ter uma ótima produção por área,</p><p>porém baseada em alto uso de insumos (rações, volumosos no co-</p><p>cho, mão de obra etc.), o que poderia torná-la ineficiente.</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 82</p><p>É necessário um conjunto de fatores para obter melhorias neste indicador. É preciso</p><p>trabalhar com reprodução adequada, idade ao primeiro parto baixa, boa prolificidade</p><p>das matrizes, manejo adequado em todas as fases para abate do maior número de</p><p>cordeiros/cabritos, além de peso adequado. Todos esses indicadores influenciarão</p><p>a produtividade por área.</p><p>Parâmetro de referência: para a produção de carne, a produtividade genérica re-</p><p>comendada é de pelo menos 100 kg/ha/ano. Isso equivale a quatro matrizes por</p><p>hectare que produzem aproximadamente 1,5 desmamados/ano com peso médio de</p><p>18 kg por animal abatido.</p><p>Como o capital</p><p>empatado da atividade costuma ser alto, deve ser levado em consi-</p><p>deração o preço da terra da região. Por isso, cada região deve dispor de um padrão</p><p>de produtividade por área, pois quanto maior for o capital empatado em relação à</p><p>área, maior deverá ser a produtividade, para diluir os custos fixos.</p><p>Informações econômicas</p><p>Clique e arraste para a esquerda e para a direita e conheça as duas primeiras infor-</p><p>mações econômicas a serem consideradas na ovinocaprinocultura:</p><p>Continue acompanhando as demais informações relevantes sobre os gastos na</p><p>ovinocaprinocultura:</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 83</p><p>Gasto com</p><p>concentrado na</p><p>ovinocaprinocultura</p><p>(R$/ano)</p><p>Representa o total dos gastos com a alimentação con-</p><p>centrada do rebanho ao longo do ano para a produção</p><p>de caprinos e ovinos.</p><p>Gasto com mão de</p><p>obra contratada na</p><p>ovinocaprinocultura</p><p>(R$/ano)</p><p>Mostra o total dos gastos com pagamento da mão de</p><p>obra contratada para manejo do rebanho ao longo do</p><p>ano para a produção de caprinos e ovinos.</p><p>Custos</p><p>Veja os custos envolvidos na ovinocaprinocultura, a seguir.</p><p>Custo operacional efetivo da ovinocaprinocultura (R$/ano)</p><p>Total dos gastos diretos ao longo do ano para a produção de carne de cordeiros/</p><p>cabritos e/ou de leite de cabras/ovelhas, envolvendo as despesas com mão de obra,</p><p>insumos em geral, impostos e taxas, manutenção de máquinas e benfeitorias etc.</p><p>COE = somatória simples das despesas diretas</p><p>Custo operacional total da ovinocaprinocultura (R$/ano)</p><p>O custo operacional total se dá pela somatória do COE mais a mão de obra e a</p><p>depreciação.</p><p>COT = COE + mão de obra + depreciação</p><p>Custo total da ovinocaprinocultura (R$/ano)</p><p>O custo total da atividade é obtido pela soma do COT ao CO do capital empatado na</p><p>ovinocaprinocultura, ao longo do ano. Utiliza-se a taxa de juros de 6% ao ano.</p><p>Ponto de cobertura total (PCT)</p><p>Custo total da atividade no ano dividido pelo preço médio de venda da carne de cordei-</p><p>ros/cabritos e/ou do litro de leite de cabras/ovelhas ao longo do período. Representa</p><p>o equivalente em quilos de carne ou litros de leite (kg/ano ou L/ano) necessários para</p><p>cobrir o CT da atividade.</p><p>PCT =</p><p>CT da atividade no ano</p><p>Preço médio de venda da carne ou do leite no período</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 84</p><p>Ponto de cobertura operacional efetivo (PCOE)</p><p>Custo operacional efetivo da atividade no ano dividido pelo preço médio de venda da</p><p>carne de cordeiros/cabritos e/ou de leite de cabras/ovelhas ao longo do período.</p><p>PCOE =</p><p>COE da atividade no ano</p><p>Preço médio de venda da carne ou do leite no período</p><p>Ponto de cobertura operacional total (PCOT)</p><p>Custo operacional total da atividade no ano dividido pelo preço médio de venda da</p><p>carne e/ou de leite de caprinos e ovinos ao longo do período.</p><p>PCOT =</p><p>COT da atividade no ano</p><p>Preço médio de venda da carne ou do leite no período</p><p>Custo operacional efetivo / preço do quilo de carne ou litro de leite (%)</p><p>Custo operacional efetivo da atividade no ano dividido pelo preço médio de venda do</p><p>quilo da carne de cordeiros/cabritos e/ou do litro de leite de cabras/ovelhas ao longo</p><p>do período, multiplicado por 100 (referente à porcentagem). Este indicador nos mostra</p><p>o quanto da renda bruta está comprometido com o pagamento do COE.</p><p>COE / preço do</p><p>quilo de carne e/ou</p><p>do litro de leite (%)</p><p>=</p><p>CT da atividade no ano</p><p>x 100</p><p>Preço médio de venda da</p><p>carne ou do leite no período</p><p>Custo operacional total / preço do quilo de carne ou do litro de leite (%)</p><p>Custo operacional total da atividade no ano dividido pelo preço médio de venda da</p><p>carne e/ou do leite de ovinos e caprinos ao longo do período, multiplicado por 100</p><p>(referente à porcentagem). Este indicador nos mostra o quanto da renda bruta está</p><p>comprometido com o pagamento do COT.</p><p>COT / preço do</p><p>quilo de carne ou</p><p>do litro de leite (%)</p><p>=</p><p>COT da atividade no ano</p><p>x 100</p><p>Preço médio de venda da</p><p>carne ou do leite no período</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 85</p><p>Custo total / preço do quilo de carne ou litro de leite (%)</p><p>Custo total da atividade no ano dividido pelo preço médio de venda da carne de cor-</p><p>deiros/cabritos e/ou do litro de leite de cabras/ovelhas ao longo do período, multipli-</p><p>cado por 100 (referente à porcentagem). Este indicador nos mostra o quanto da renda</p><p>bruta está comprometido com o pagamento do CT.</p><p>CT / preço do quilo</p><p>de carne ou litro</p><p>de leite (%)</p><p>=</p><p>CT da atividade no ano</p><p>x 100</p><p>Preço médio de venda da</p><p>carne ou do leite no período</p><p>Além dos indicadores mencionados acima, temos outros que já foram estudados</p><p>neste módulo e também se aplicam a esta área. Não se esqueça de considerá-los</p><p>em seu processo de gestão e gerenciamento!</p><p>Custo total / quilo de carne ou litro de leite (R$/kg ou R$/L)</p><p>Este é um dos indicadores mais importantes, pois</p><p>vem ao encontro do anseio de muitos produtores:</p><p>conhecer seu custo de produção por unidade produ-</p><p>zida (quilo, arroba, caixa etc.). Com base nisso, ele</p><p>poderá decidir quando e como comercializar seus</p><p>produtos, a fim de obter o melhor retorno financeiro</p><p>por seus esforços em produzir. Este indicador é cal-</p><p>culado dividindo-se o custo total da atividade no ano</p><p>pela produção anual de carne de cordeiros/cabritos</p><p>e/ou litros de leite de cabras/ovelhas.</p><p>CT da atividade no ano</p><p>Produção anual de carne ou litros de leite</p><p>Gasto com mão de obra contratada na atividade / renda bru-</p><p>ta da atividade (%)</p><p>Porcentagem que corresponde ao gasto com os trabalhadores contratados ao lon-</p><p>go do ano em relação à renda bruta da ovinocaprinocultura. É obtido por meio da</p><p>divisão do gasto com a mão de obra contratada pela renda bruta, multiplicando-se</p><p>o resultado por 100 (referente à porcentagem).</p><p>Gasto com a mão de obra contratada</p><p>x 100</p><p>Renda bruta</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 86</p><p>Como demonstrado anteriormente, o custo da mão de obra</p><p>contratada configura um dos principais componentes do cus-</p><p>to de produção. Para conseguir diluir esse custo, é necessário</p><p>aumentar a produtividade por d/h (dia/homem), por meio do au-</p><p>mento da produção na mesma estrutura.</p><p>Gasto com concentrados na atividade leiteira / renda bruta</p><p>da atividade (%)</p><p>Porcentagem que corresponde ao gasto com concentrado ao longo do ano em relação</p><p>à renda bruta da atividade. Ao contrário da mão de obra, o menor gasto possível de con-</p><p>centrado não corresponde a uma rentabilidade maior, pois a produtividade das matrizes</p><p>e o ganho de peso dos animais são reduzidos, diminuindo a receita da atividade.</p><p>Gasto anual com concentrado</p><p>x 100</p><p>Renda bruta da atividade</p><p>Em sistemas de alta produtividade animal, o comprometimento da rentabilidade</p><p>vem justamente por meio da elevação dos custos variáveis. Portanto, é preciso ter</p><p>equilíbrio na utilização desse insumo.</p><p>Margem bruta</p><p>Veja como podemos analisar a margem bruta na ovinocaprinocultura:</p><p>Margem bruta</p><p>anual da atividade</p><p>(R$/ano):</p><p>Renda bruta da ovinocaprinocultura, descontando-se o</p><p>custo operacional efetivo da atividade.</p><p>Margem bruta</p><p>unitária da</p><p>atividade</p><p>(R$/kg ou R$/L):</p><p>Margem bruta da atividade dividida pela produção anual</p><p>de carne e/ou de leite.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 87</p><p>Margem bruta por</p><p>área para pecuária</p><p>(R$/ha):</p><p>Margem bruta da atividade dividida pela área total utiliza-</p><p>da para a pecuária. Tal indicador, assim como a taxa de</p><p>retorno do capital, é utilizado para comparar com outras</p><p>atividades. É possível utilizá-lo para determinar se a ovino-</p><p>caprinocultura é mais atrativa, ou menos, do que o arren-</p><p>damento da propriedade, já que se trata apenas de sobra</p><p>monetária, ou seja, do pagamento dos custos variáveis.</p><p>Margem bruta por</p><p>matriz (R$/cabeça):</p><p>Margem bruta da atividade dividida pelo número médio</p><p>de matrizes ao longo do ano.</p><p>Interpretações da margem bruta</p><p>MB</p><p>estão sendo maiores do que as receitas.</p><p>Margem bruta negativa</p><p>MB>0</p><p>MB=0</p><p>Margem bruta igual a zero</p><p>Margem bruta positiva</p><p>Quando a margem bruta for maior que zero, a atividade está sendo</p><p>economicamente viável, pelo menos no curto prazo. Nesse caso, a análise</p><p>deve avançar para a margem líquida e para o lucro.</p><p>Quando a margem bruta for igual a zero, ainda é sinal de alerta, pois apesar</p><p>de cobrir os custos operacionais efetivos, não está pagando a própria mão</p><p>de obra familiar e nenhum dos custos fixos. Nesse caso, a atividade</p><p>continua sendo economicamente inviável no curto prazo.</p><p>Margem líquida</p><p>Veja as diferentes margens líquidas a seguir:</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 88</p><p>Margem líquida da</p><p>atividade (R$/ano)</p><p>Renda bruta da atividade, descontando-se o custo ope-</p><p>racional total da atividade, que inclui a remuneração da</p><p>mão de obra familiar e as depreciações.</p><p>Margem líquida</p><p>unitária</p><p>(R$/kg ou R$/L)</p><p>Margem líquida da atividade dividida pela produção</p><p>anual de carne de cordeiros/cabritos e/ou de leite de</p><p>cabras/ovelhas.</p><p>Margem líquida por</p><p>área para pecuária</p><p>(R$/ha)</p><p>Margem líquida da atividade dividida pela área total utiliza-</p><p>da para a pecuária</p><p>Margem líquida por</p><p>matriz (R$/cabeça)</p><p>Margem líquida da atividade dividida pelo número médio</p><p>de matrizes ao longo do ano.</p><p>Interpretações da margem líquida</p><p>Margem líquida negativa</p><p>Quando a margem líquida for menor que zero (com MB > 0), a atividade está pagan-</p><p>do os custos variáveis, mas não consegue cobrir todas as depreciações e os gastos</p><p>com mão de obra familiar. Além disso, não remunera o capital investido na atividade.</p><p>Analisando economicamente, podemos dizer que a atividade é viável apenas no cur-</p><p>to prazo e, caso a situação de margem líquida negativa persista, ocorrerá o empo-</p><p>brecimento da empresa, inviabilizando a atividade no médio prazo e no longo prazo.</p><p>Margem líquida igual a zero</p><p>Quando a margem líquida for igual a</p><p>zero, significa que, pelo menos no mé-</p><p>dio prazo, o produtor se mantém na</p><p>atividade, pois consegue manter o seu</p><p>sistema de produção. Contudo, não re-</p><p>munera o capital investido na atividade</p><p>e, portanto, não é economicamente vi-</p><p>ável no longo prazo.</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 89</p><p>Margem líquida positiva</p><p>Quando a margem líquida for maior que zero, a atividade está sendo economica-</p><p>mente viável tanto no curto prazo como no médio prazo. Nesse caso, a análise deve</p><p>avançar para o lucro da atividade.</p><p>Lucro</p><p>Interpretações do lucro</p><p>Lucro negativo</p><p>Quando o lucro for menor que zero (com ML > 0), a remuneração da atividade não</p><p>está sendo suficiente para cobrir o custo de oportunidade do capital de acordo com</p><p>a taxa de 6% estabelecida pela metodologia. Isso caracteriza que a atividade não</p><p>está sendo atrativa economicamente, ou seja, caso o empresário invista todo o ca-</p><p>pital imobilizado na propriedade em outro negócio que apresente maior rentabilida-</p><p>de, estará fazendo melhor negócio. No longo prazo, manter-se na situação de lucro</p><p>negativo pode inviabilizar a atividade.</p><p>Lucro igual a zero</p><p>O lucro igual a zero é a situação que chamamos de lucro normal, pois há remuneração</p><p>do capital investido pela mesma taxa de mercado (poupança). Essa é a meta mínima</p><p>para a maioria das empresas, já que, nesse ponto, todos os custos estão sendo pagos</p><p>e com a atratividade mínima alcançada (custo de oportunidade do capital).</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 90</p><p>Tome nota</p><p>Quando a empresa atinge este patamar, está no seu ponto de cober-</p><p>tura total (PCT).</p><p>Lucro positivo</p><p>Quando o lucro é maior que zero, significa que a empresa vem cobrindo todos os</p><p>custos de produção, o CT. Dessa forma, a atividade pode ser considerada atrativa</p><p>economicamente e viável no curto, no médio e no longo prazo. Esta situação mostra</p><p>que o empresário deve investir mais na atividade, pois ela vem remunerando os seus</p><p>investimentos acima da taxa média de mercado.</p><p>Agora quer você já está afiado nos indicadores da ovinocaprinocultura, vamos</p><p>seguir em frente e conhecer mais atividades, como a aquicultura e a apicultura.</p><p>Tenha em mente que todos estes conceitos sempre o ajudarão em seu trabalho,</p><p>garantindo seu sucesso.</p><p>Siga em frente, bons estudos!</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 91</p><p>Tópico 4: Indicadores na aquicultura</p><p>Na aquicultura, temos o cultivo de peixes, crustáceos, moluscos, algas, répteis e</p><p>qualquer outra forma de vida aquática, geralmente num espaço confinado e con-</p><p>trolado. Aqui também se aplicam os indicadores técnicos e econômicos. Sabendo</p><p>como interpretá-los, teremos embasamento para a tomada de decisões, pensando</p><p>assertivamente em prol do crescimento da propriedade rural.</p><p>Fonte: Banco de imagens do SENAR</p><p>Objetivos</p><p>Neste tópico vamos estudar mais a fundo a aquicultura, entendendo</p><p>suas particularidades e seus indicadores, como interpretá-los e criar</p><p>um bom plano de gestão e gerenciamento para esta cadeia produtiva.</p><p>Área total (ha)</p><p>Em viveiros escavados, mede-se a área total destinada à atividade. Inclui as áreas</p><p>dos viveiros, das construções, das estradas, da reserva legal etc.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 92</p><p>A mensuração das áreas deve ser a mais precisa possível, pois</p><p>irá influenciar diretamente o indicador de taxa de retorno do ca-</p><p>pital com terra e também o capital empatado na atividade.</p><p>Área de tanques em produção (ha, m² ou m³)</p><p>A mensuração das áreas dos viveiros deve ser a mais precisa possível, pois influen-</p><p>cia diretamente o indicador da produtividade por área, seja em hectares de lâmina</p><p>d’água (ha), seja em metros quadrados (m²) ou metros cúbicos (m³).</p><p>Entenda cada um desses métodos de cálculo.</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>O método de cálculo de m² e ha de lâmina d’água refere-se aos cultivos em tanques es-</p><p>cavados. Utiliza fórmulas específicas conforme o formato da área – por exemplo, a área</p><p>de retângulo é calculada pelo comprimento x largura, enquanto a área de um triângulo é a</p><p>base x altura / 2.</p><p>Sabe-se que 1 ha equivale a 10.000 m², por isso a medida mais comum é em hectares, por</p><p>se tratar de uma medida universal.</p><p>Já o cálculo de m³ é utilizado para a mensuração dos sistemas de tanques-rede (ou gaio-</p><p>las) e de tanques circulares, também mediante fórmulas específicas. Exemplo: Tanque</p><p>quadrado = comprimento x largura x profundidade.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 93</p><p>Em todos os casos, a área identificada como útil para a atividade desconsidera</p><p>APP’s, reserva legal, estradas, construções, áreas de taludes (em torno dos tanques</p><p>escavados) etc.</p><p>Entenda os indicadores a seguir:</p><p>Produção (kg)</p><p>É a produção de pescados no período analisado. Este vo-</p><p>lume é utilizado para determinação da renda bruta e da</p><p>produtividade por área em quilos por hectare, m² ou m³.</p><p>Ao fazer o levantamento, nenhum valor deve ser</p><p>esquecido, pois isso levaria a erro no cálculo de outros</p><p>indicadores fundamentais para a tomada de decisão</p><p>dentro da empresa rural.</p><p>Produção por área</p><p>(kg/ha, kg/m² ou</p><p>kg/m³)</p><p>Produção de pescados no período analisado pela área de</p><p>produção.</p><p>Renda bruta do</p><p>ciclo (R$/ciclo)</p><p>Renda obtida com a venda da produção e dos subprodutos</p><p>do beneficiamento da produção, se houver.</p><p>Preço médio de</p><p>venda (R$/ciclo) Fonte: Shutterstock.</p><p>Preço médio recebido a cada quilo vendido ao longo do</p><p>período analisado. Como já foi descrito anteriormente, o</p><p>valor é calculado por meio de uma média ponderada pelo</p><p>volume vendido em cada mês.</p><p>Aqui, também temos outros indicadores ativos, que já fo-</p><p>ram estudados neste módulo e que também se aplicam a</p><p>esta área. Não se esqueça de considerá-los em seu pro-</p><p>cesso de gestão e gerenciamento!</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 94</p><p>Gasto com mão de</p><p>obra contratada</p><p>na atividade</p><p>(R$/ciclo)</p><p>Total dos gastos com pagamento da mão de obra contra-</p><p>tada para a produção de pescados ao longo do período</p><p>analisado.</p><p>Custo da mão de</p><p>obra familiar para</p><p>a atividade</p><p>(R$/ciclo)</p><p>Valor atribuído para a mão de obra familiar utilizada</p><p>para</p><p>a atividade ao longo do período.</p><p>Custos</p><p>Veja mais alguns dos custos envolvidos na aquicultura:</p><p>Custo operacional efetivo da atividade (R$/ciclo)</p><p>Total dos gastos diretos ao longo do ano para produção de pescados. Envolve os gas-</p><p>tos com mão de obra, insumos em geral, impostos e taxas, manutenção de máquinas</p><p>e benfeitorias etc.</p><p>Custo operacional total da atividade (R$/ciclo)</p><p>Custo operacional efetivo da produção de pescados somado às despesas com a mão</p><p>de obra familiar e às depreciações dos bens utilizados na atividade, ao longo do ciclo.</p><p>Custo total da atividade (R$/ciclo)</p><p>Custo operacional total da atividade somado ao custo de oportunidade investido na</p><p>atividade, ao longo do ciclo. Utiliza a taxa de juros de 6% ao ano.</p><p>Estoques de capital</p><p>Na aquicultura temos ainda diferentes tipos de estoque. Veja:</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 95</p><p>Estoque de capital</p><p>em benfeitorias,</p><p>máquinas e equipa-</p><p>mentos (R$/ciclo)</p><p>É o capital médio</p><p>referente a todas as</p><p>benfeitorias, máqui-</p><p>nas e equipamentos</p><p>cadastrado para a</p><p>atividade, somado ao</p><p>valor total da terra</p><p>usada na atividade.</p><p>Estoque de capital</p><p>em benfeitorias,</p><p>máquinas, equipa-</p><p>mentos e terra</p><p>(R$/ciclo)</p><p>É o capital médio</p><p>referente a todas as</p><p>benfeitorias, máqui-</p><p>nas e equipamentos</p><p>cadastrado para a</p><p>propriedade, somado</p><p>ao valor total da terra.</p><p>Estoque de capital</p><p>em benfeitorias (R$)</p><p>É o capital médio</p><p>referente a todas</p><p>as benfeitorias</p><p>cadastrado para a</p><p>propriedade.</p><p>Estoque de capital</p><p>em máquinas e equi-</p><p>pamentos (R$)</p><p>É o capital médio</p><p>referente a todas as</p><p>máquinas e equipa-</p><p>mentos cadastrado</p><p>para a propriedade.</p><p>Estoque de capital</p><p>em terra (R$)</p><p>É o capital total refe-</p><p>rente a toda a área da</p><p>propriedade.</p><p>Custo operacional e custo efetivo</p><p>Veja, a seguir, mais alguns indicadores de custos:</p><p>Ponto de cobertura</p><p>Total (PCT)</p><p>(Kg/ano)</p><p>Custo total da atividade no ano dividido pelo preço médio</p><p>de venda do quilograma do pescado ao longo do período.</p><p>CT da atividade no ano</p><p>Preço médio de venda no período</p><p>Ponto de cobertura</p><p>operacional efetivo</p><p>(PCOE) (Kg/ano)</p><p>Custo operacional efetivo da atividade no ano dividido</p><p>pelo preço médio de venda do quilograma do pescado ao</p><p>longo do período.</p><p>COE da atividade no ano</p><p>Renda bruta no período</p><p>Ponto de cobertura</p><p>operacional total</p><p>(PCOT) (Kg/ano)</p><p>Custo operacional total da atividade no ano dividido pelo</p><p>preço médio de venda do pescado ao longo do período.</p><p>COT da atividade no ano</p><p>Preço médio de venda no período</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 96</p><p>Custo operacional</p><p>efetivo/ preço do</p><p>quilo do pescado</p><p>(R$/Kg)</p><p>Custo Operacional Efetivo da atividade no ano dividido</p><p>pela produção de pescados no período.</p><p>COE da atividade no ano</p><p>Renda bruta no período</p><p>Custo operacional</p><p>total/ preço do quilo</p><p>do pescado (R$/Kg)</p><p>Custo Operacional Total da atividade no ano dividido pela</p><p>produção de pescados no período.</p><p>COT da atividade no ano</p><p>Renda bruta no período</p><p>Custo total/ preço</p><p>do quilo do pescado</p><p>(R$/Kg)</p><p>Custo Total da atividade no ano dividido pelo preço mé-</p><p>dio de venda do pescado no período, multiplicado por 100</p><p>(referente à porcentagem). Este indicador nos mostra o</p><p>quanto da Renda Bruta está comprometida com o paga-</p><p>mento do CT.</p><p>CT da atividade no ano</p><p>x 100</p><p>Renda bruta no período</p><p>Custo operacional</p><p>efetivo/preço do</p><p>quilo do pescado</p><p>(%)</p><p>Custo Operacional Efetivo da atividade no ano dividido</p><p>pelo preço médio de venda do pescado.</p><p>COE da atividade no ano</p><p>Preço médio de venda do pescado</p><p>Custo operacional</p><p>total/preço do quilo</p><p>do pescado (%)</p><p>Custo Operacional Total da atividade no ano dividido pelo</p><p>preço médio de venda do pescado.</p><p>COT da atividade no ano</p><p>Preço médio de venda do pescado</p><p>Custo total/preço</p><p>do quilo do pescado</p><p>(%)</p><p>Custo Total da atividade no ano dividido pelo preço médio</p><p>de venda do quilo do pescado.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 97</p><p>Margem bruta</p><p>Veja como podemos analisar a margem bruta:</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Margem bruta do ciclo (R$/ciclo)</p><p>Renda bruta da atividade descontando o custo operacional efetivo da atividade.</p><p>Margem bruta unitária da atividade (R$/kg)</p><p>Margem bruta da atividade dividida pela produção de pescados no período analisado.</p><p>Margem bruta por área produtiva (R$/ha, R$/m² ou R$/m³)</p><p>Margem bruta da atividade dividida pela área total utilizada para a atividade. Este</p><p>indicador, assim como a taxa de retorno do capital, é utilizado para comparar com</p><p>outras atividades.</p><p>Interpretações da margem bruta</p><p>Acompanhe as interpretações da margem bruta a seguir:</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 98</p><p>Margem bruta negativa</p><p>Quando a margem bruta for negativa, significa que a atividade está sendo antieco-</p><p>nômica, pois o produtor não está conseguindo pagar os seus custos operacionais</p><p>efetivos. Podemos dizer que o produtor está pagando para produzir pescados, já que</p><p>seus desembolsos estão sendo maiores que suas receitas. Neste caso, o produtor</p><p>terá menos prejuízo se deixar a atividade.</p><p>Margem bruta igual a zero</p><p>Mesmo se a margem bruta for igual a zero, ainda é sinal de alerta, pois, apesar de pa-</p><p>gar os custos operacionais efetivos, o produtor não está pagando o custo da própria</p><p>mão de obra (mão de obra familiar) e nenhum dos seus custos fixos. Neste caso, a</p><p>atividade se mostra inviável no curto prazo.</p><p>Margem bruta positiva</p><p>Quando a margem bruta for maior que zero, significa que, pelo menos no curto prazo,</p><p>a atividade está sendo viável. Neste caso, a análise deve avançar para a margem lí-</p><p>quida e para o lucro.</p><p>Margem líquida</p><p>Margem líquida da</p><p>atividade (R$/ciclo)</p><p>Renda bruta da atividade, descontando o custo</p><p>operacional total da atividade.</p><p>Margem líquida unitária</p><p>(R$/kg)</p><p>Margem líquida da atividade dividida pela produ-</p><p>ção de pescados no período analisado.</p><p>Margem líquida por área</p><p>(R$/ha, R$/m² ou R$/m³)</p><p>Margem líquida da atividade dividida pela área to-</p><p>tal utilizada para a produção de pescados.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 99</p><p>Interpretações da margem líquida</p><p>Margem líquida negativa</p><p>Quando a margem líquida for menor que zero, significa que a atividade está cobrindo</p><p>os custos variáveis, mas não consegue cobrir todas as depreciações e o custo com</p><p>a mão de obra familiar. Além disso, não remunera o capital investido na atividade.</p><p>Analisando economicamente, podemos dizer que a atividade</p><p>é viável apenas no curto prazo e, caso a situação de margem</p><p>líquida negativa persista, ocorrerá o empobrecimento da em-</p><p>presa, inviabilizando a atividade tanto no médio prazo como no</p><p>longo prazo.</p><p>Margem líquida igual a zero</p><p>Quando a margem líquida for igual a zero, significa que, pelo menos no médio prazo,</p><p>o produtor pode continuar na atividade, pois ele consegue manter o seu sistema de</p><p>produção. Cabe ressaltar que não é estável no longo prazo, pois normalmente existe</p><p>a necessidade de investir em novas tecnologias e modelos produtivos que neces-</p><p>sitam de novos investimentos, tornando o sistema produtivo atual obsoleto e não</p><p>mais competitivo no mercado.</p><p>Margem líquida positiva</p><p>Quando a margem líquida for maior que</p><p>zero, isso significa que a atividade está</p><p>sendo economicamente viável tanto no</p><p>curto prazo como no médio prazo. Nes-</p><p>te caso, a análise deve avançar para o</p><p>lucro da atividade.</p><p>Lucro</p><p>Conheça os tipos de lucro encontrados na aquicultura.</p><p>Lucro total da atividade (R$/ciclo)</p><p>Renda bruta da atividade descontando o custo total da atividade.</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 100</p><p>Lucro unitário da atividade (R$/kg)</p><p>Lucro total da atividade dividido pela produção de pescados.</p><p>Lucro por área (R$/ha, R$/m² ou R$/m³)</p><p>Lucro da atividade dividido pela área total utilizada para a produção de pescados.</p><p>Interpretações do lucro</p><p>Acompanhe a seguir:</p><p>Lucro negativo</p><p>Quando o lucro for menor que zero (com ML ></p><p>0), significa que a remuneração da atividade não</p><p>está sendo suficiente para cobrir o custo de opor-</p><p>tunidade do capital de acordo com a taxa de 6%</p><p>estabelecida pela metodologia. Isso</p><p>caracteriza</p><p>que a atividade não está sendo atrativa economi-</p><p>camente, ou seja, caso todo o capital imobilizado</p><p>na propriedade for investido em outra atividade</p><p>que apresente maior rentabilidade, o produtor es-</p><p>tará fazendo um melhor negócio. No longo prazo,</p><p>manter-se na situação de lucro negativo pode in-</p><p>viabilizar a atividade.</p><p>Lucro igual a zero</p><p>O lucro igual a zero é a situação que chamamos de</p><p>lucro normal e é buscado pela maioria das empre-</p><p>sas, pois neste ponto todos os custos estão sendo</p><p>pagos e se obtém a atratividade mínima determi-</p><p>nada (custo de oportunidade do capital). Quando</p><p>a empresa atinge esse patamar, está no seu Ponto</p><p>de Cobertura Total.</p><p>Lucro positivo</p><p>Quando o lucro é maior que zero, temos o que se</p><p>chama de lucro supernormal. Isso significa que a</p><p>empresa está cobrindo todos os custos de pro-</p><p>dução, tanto os variáveis quanto os fixos. Assim,</p><p>a atividade pode ser considerada atrativa econo-</p><p>micamente e viável no curto, no médio e no lon-</p><p>go prazo. Esta situação mostra que o empresário</p><p>deve investir mais na atividade, pois ela está remu-</p><p>nerando seus investimentos.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 101</p><p>Capital empatado por quilograma produzido (R$/kg)</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>É a soma do capital médio empatado na atividade dividido pela produção total no</p><p>período analisado. Demonstra a eficiência de uso dos bens para a produção de pes-</p><p>cados. Quanto menor o valor por quilograma, melhor estão sendo utilizados os bens</p><p>para produzir. Por outro lado, valores elevados por quilo podem indicar que a produção</p><p>alcançada está sendo insuficiente para justificar os investimentos em infraestrutura</p><p>produtiva. Como a aquicultura é um ramo de negócio muito versátil e com muitas es-</p><p>pecificidades, não é possível traçarmos valores padronizados para servirem de meta.</p><p>Estoque de capital médio empatado na atividade</p><p>Produção total</p><p>Fazenda São João</p><p>O Brasil é um país privilegiado no cenário da aquicultura, graças ao seu tamanho e</p><p>à riqueza de suas bacias hidrográficas. Vamos conhecer a Fazenda São João, uma</p><p>propriedade praticante da aquicultura, onde a Natália, Técnica de Campo, está atu-</p><p>ando junto ao proprietário, o Sr. Antônio.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 102</p><p>Veja mais</p><p>A Fazenda São João é a proprie-</p><p>dade do Sr. Antônio, cuja ativida-</p><p>de principal é a aquicultura, com a</p><p>criação de tilápias, a espécie com</p><p>maior produção no país. Em 2016,</p><p>ela produziu muito bem, trazendo</p><p>grande satisfação a seu proprietá-</p><p>rio, que agora passou a contar com</p><p>a Assistência Técnica e Gerencial.</p><p>Agora que você estudou este tópico e os demais, como se deve proceder o resgate</p><p>de dados implementados pela Natália, e qual seria a finalidade desse resgate?</p><p>Através da reflexão que acabamos de fazer, podemos perceber que o resgate de</p><p>dados tem por finalidade identificar os resultados alcançados no exercício ante-</p><p>rior da atividade, nos moldes de análise da metodologia de Assistência Técnica e</p><p>Gerencial, acelerar análise comparativa com o exercício atual e auxiliar a gestão do</p><p>negócio de forma mais rápida e eficiente.</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 103</p><p>Tópico 5: Indicadores na apicultura</p><p>A apicultura tem como objetivo a produção de mel, própolis, geleia real, pólen, cera</p><p>de abelha e outros produtos.</p><p>Fonte: Banco de imagens do SENAR</p><p>Objetivos</p><p>Neste tópico estudaremos mais a fundo a apicultura para entender</p><p>suas particularidades e seus indicadores e saber como interpretá-</p><p>-los, fornecendo subsídios para o futuro planejamento e gerencia-</p><p>mento da atividade.</p><p>Um maior intercâmbio de técnicas e experiências contribuiu decisivamente para o</p><p>estabelecimento da apicultura como setor importante da produção agropecuária</p><p>brasileira. Hoje, temos um número significativo de produtores atuando nesta cadeia,</p><p>o que reforça a importância de um bom gerenciamento das empresas rurais que</p><p>atuam neste setor.</p><p>Vamos conhecer melhor os seus indicadores?</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 104</p><p>Número de colmeias (unidades)</p><p>A mensuração do número de colmeias é obtida por meio da média mensal durante o</p><p>ano apícola das quantidades de colmeias que estão em produção, somadas àquelas</p><p>que vão começar a produzir (ninhos).</p><p>As caixas para colmeias que estão armazenadas, ou seja, sem enxames, não são</p><p>contabilizadas.</p><p>Estratificação da produção (kg ou unid)</p><p>Nas colmeias são produzidos mel, própolis, cera, pólen apícola, geleia real, enxames,</p><p>abelha rainha e apitoxina. Portando, podemos ter vários subprodutos que poderão</p><p>se tornar subatividades produtivas na apicultura ao mesmo tempo. No cálculo da</p><p>renda bruta da atividade, devemos somar todos os produtos e subprodutos comer-</p><p>cializados, considerando sua produção anual.</p><p>Preço médio de venda do produto (R$/kg ou R$/unid.)</p><p>É o preço médio recebido a cada kg ou unidade vendida ao longo do período anali-</p><p>sado. Como já foi descrito anteriormente, o valor é calculado por meio de uma média</p><p>ponderada pela quantidade vendida do produto em cada mês.</p><p>Renda bruta da apicultura</p><p>É a renda obtida com a comercialização de mel, própolis, cera, pólen apícola, geleia</p><p>real, enxames, abelha rainha e apitoxina no ano apícola.</p><p>Você sabia?</p><p>Caso o foco do empresário rural seja somente mel, ele pode obter sua</p><p>renda bruta calculando a quantidade de mel vendido em quilos multi-</p><p>plicada pelo preço médio ponderado no período avaliado.</p><p>Representatividade por produto</p><p>É a porcentagem da renda do produto comercializado em relação à renda total da</p><p>atividade apícola.</p><p>Caso um empresário rural tenha foco na produção de mel e esse produto represente</p><p>80% do faturamento da atividade apícola, a representatividade do mel será de 80%.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 105</p><p>Essa porcentagem será utilizada para rateio dos custos. O mesmo raciocínio vale</p><p>para todos os produtos da apicultura.</p><p>Custo operacional efetivo da atividade (R$/ano)</p><p>Total dos gastos diretos ao longo do ano para produção dos produtos nas colmeias.</p><p>Envolve os gastos com mão de obra, impostos e taxas, manutenção de máquinas e</p><p>benfeitorias etc.</p><p>Caso um empresário rural tenha foco na produção de enxames</p><p>e esse produto represente 60% do faturamento da atividade apí-</p><p>cola, o custo operacional efetivo da produção de enxames será</p><p>60% do custo operacional efetivo da atividade apícola.</p><p>Custo operacional efetivo por colmeia</p><p>(R$/colmeia)</p><p>É o custo operacional efetivo da atividade apícola dividido pelo número de colmeias.</p><p>COE da atividade apícola</p><p>Nº de colmeias</p><p>Custo operacional efetivo por produto</p><p>(R$/kg ou R$/unid)</p><p>É o custo operacional efetivo da atividade apícola multiplicado pela porcentagem de</p><p>representatividade do produto no faturamento e dividido pela quantidade do produto</p><p>que foi produzido no ano apícola.</p><p>Na prática</p><p>Uma fazenda produtora de própolis precisa calcular seu custo opera-</p><p>cional efetivo. Veja seus dados:</p><p>• Representatividade da própolis no faturamento: 80%</p><p>• Custo operacional efetivo da atividade apícola: R$ 6.000/ano</p><p>• Produção de própolis: 50 kg/ano</p><p>Assim, temos:</p><p>80 (%) * 6.000,00 (R$) = 4.800,00 (R$)</p><p>R$ 4.800,00 / 50 kg = R$ 96,00</p><p>Ou seja, o custo operacional efetivo por kg de própolis produzido foi</p><p>de R$ 96,00 naquele ano.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 106</p><p>Custo operacional total da atividade (R$/ano)</p><p>Total dos gastos diretos para obtenção dos produtos das colmeias, somados às</p><p>despesas com a mão de obra familiar e às depreciações dos bens utilizados na ati-</p><p>vidade ao longo do ano.</p><p>Caso um empresário rural tenha foco na produção de pólen apí-</p><p>cola e esse produto represente 65% do faturamento da atividade</p><p>apícola, o custo operacional total para a produção de pólen será</p><p>65% do custo operacional total da atividade apícola.</p><p>Custo operacional total por colmeia</p><p>(R$/colmeia)</p><p>É o custo operacional total da atividade apícola dividido pelo número de colmeias.</p><p>Custo operacional total por produto</p><p>(R$/kg ou R$/unid)</p><p>É o custo operacional total da atividade apícola multiplicado pela porcentagem</p><p>da</p><p>representatividade do produto e dividido pela quantidade do produto que foi produ-</p><p>zido no ano apícola.</p><p>Na prática</p><p>Ainda considerando a fazenda produtora de própolis, vamos ver</p><p>como realizar o cálculo do custo operacional total por produto:</p><p>• Representatividade da própolis no faturamento: 80%</p><p>• Custo operacional total da atividade apícola: R$ 10.000/ano</p><p>• Produção de própolis: 50 kg/ano</p><p>80 (%) * 10.000,00 (R$) = 8.000,00 (R$)</p><p>R$ 8.000,00 / 50 kg = R$ 160,00.</p><p>Assim, o custo operacional total por kg de própolis produzido é de R$</p><p>160,00 naquele ano.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 107</p><p>Aqui, também temos outros indicadores ativos que já foram estudados neste mó-</p><p>dulo e também se aplicam a esta área. Não se esqueça de considerá-los em seu</p><p>processo de gestão e gerenciamento!</p><p>Custo total da atividade (R$/ano)</p><p>Custo operacional total da atividade</p><p>somado aos custos de oportunidade</p><p>do capital empatado na atividade ao</p><p>longo do ano.</p><p>Custo total por colmeia (R$/colmeia)</p><p>É o custo total da atividade apícola dividido pelo número de colmeias.</p><p>Custo total por produto (R$/kg ou R$/unid.)</p><p>É o custo total da atividade apícola multiplicado pela porcentagem da representativida-</p><p>de do produto e dividido pela quantidade do produto que foi produzido no ano apícola.</p><p>Na prática</p><p>Caso o foco do empresário rural seja própolis, veja o exemplo abaixo:</p><p>• Representatividade: 80%</p><p>• Custo total da atividade apícola: R$ 12.000/ano</p><p>• Produção de própolis: 50 kg/ano</p><p>80,00(%) * 12.000,00 (R$) = 9.600,00 (R$)</p><p>R$ 9.600,00 / 50 kg = R$ 192,00</p><p>Assim, o custo total por kg de própolis produzido foi de R$ 192,00</p><p>naquele ano.</p><p>Fonte: Banco de imagens do SENAR.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 108</p><p>Margem bruta</p><p>Conheça os indicadores de margem bruta na apicultura:</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Margem bruta da atividade apícola (R$/ano)</p><p>Renda bruta da atividade descontando o custo operacional efetivo da atividade.</p><p>Margem bruta por colmeia (R$/colmeia)</p><p>Margem bruta da atividade dividida pelo número de colmeias.</p><p>Margem bruta por produto (R$/kg ou R$/unid)</p><p>Margem bruta da atividade apícola multiplicada pela especificação e dividida pela produção do</p><p>produto no período analisado.</p><p>Na prática</p><p>Ainda considerando uma propriedade produtora de própolis, vamos</p><p>calcular sua margem bruta por produto:</p><p>• Representatividade: 80%</p><p>• Margem bruta da atividade: R$ 4.000/ano</p><p>• Produção de própolis: 50 kg/ano</p><p>80 (%) * 4.000,00 (R$) = 3.200,00 (R$)</p><p>R$ 3.200,00 / 50 kg = R$ 64,00</p><p>Assim, a margem bruta por kg de própolis produzido foi de R$ 64,00</p><p>naquele ano.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 109</p><p>Interpretações da margem bruta</p><p>Margem bruta negativa</p><p>Quando a margem bruta for negativa, isso indica que a atividade está sendo an-</p><p>tieconômica, pois o produtor não está conseguindo pagar os seus custos opera-</p><p>cionais efetivos.</p><p>Podemos dizer que o produtor está pagando para produzir, já</p><p>que seus desembolsos estão sendo maiores que suas receitas.</p><p>Nesse caso, o produtor terá menos prejuízo se deixar a atividade.</p><p>Margem bruta igual a zero</p><p>Quando a margem bruta for igual a zero, ainda é sinal de alerta, pois, apesar de pagar</p><p>os custos operacionais efetivos, ele não está pagando o custo da própria mão de</p><p>obra (mão de obra familiar) e nenhum dos seus custos fixos. Neste caso, a atividade</p><p>continua sendo inviável no curto prazo.</p><p>Margem bruta positiva</p><p>Quando a margem bruta for maior que zero, isso significa que, pelo menos no curto</p><p>prazo, a atividade está sendo viável. Nesse caso, a análise deve avançar para o cál-</p><p>culo da margem líquida e do lucro.</p><p>Margem líquida</p><p>Explore a margem líquida e seus desdobramentos.</p><p>Margem líquida</p><p>da atividade apícola</p><p>(R$/ano)</p><p>Renda bruta da atividade, descontando</p><p>o custo operacional total da atividade.</p><p>Margem líquida da atividade dividida</p><p>pelo número de colmeia.</p><p>Margem líquida</p><p>por colmeia</p><p>(R$/colmeia)</p><p>Margem líquida da atividade apícola</p><p>multiplicada pela representatividade</p><p>específica do produto, dividida pelo</p><p>volume produzido no período analisado.</p><p>Margem líquida</p><p>por produto</p><p>(R$/Kg ou R$/Unid.)</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 110</p><p>Na prática</p><p>Considerando uma propriedade produtora de mel, vamos calcular a</p><p>margem líquida desse produto:</p><p>• Representatividade: 80%</p><p>• Margem líquida: R$ 5.000/ano</p><p>• Produção de mel: 2.000 kg/ano</p><p>80,00 (%) * 5.000 (R$) = 4.000,00 (R$)</p><p>R$ 4.000,00 / 2.000 kg = R$ 2,00</p><p>Assim, a margem líquida por kg de mel produzido foi de R$ 2,00 na-</p><p>quele ano.</p><p>Interpretação da margem líquida</p><p>Margem líquida negativa</p><p>Quando a margem líquida for menor que zero (com MB > 0), significa que a ativi-</p><p>dade está cobrindo os custos variáveis, mas não consegue cobrir todas as depre-</p><p>ciações e o custo com mão de obra familiar. Além disso, não remunera o capital</p><p>investido na atividade. Analisando economicamente, podemos dizer que a ativi-</p><p>dade é viável apenas no curto prazo. Caso a situação de margem líquida negativa</p><p>persista, ocorrerá o empobrecimento da empresa, inviabilizando a atividade tanto</p><p>no médio prazo como no longo prazo.</p><p>Margem líquida igual a zero</p><p>Se a margem líquida for igual a zero,</p><p>isso significa que, pelo menos no médio</p><p>prazo, o produtor pode continuar com a</p><p>atividade, pois ele consegue manter o</p><p>seu sistema de produção. Cabe ressal-</p><p>tar que ela não é viável no longo prazo,</p><p>pois normalmente existe a necessida-</p><p>de de investir em novas tecnologias e</p><p>modelos produtivos que necessitam de</p><p>novos investimentos, tornando o siste-</p><p>ma produtivo atual obsoleto e não mais</p><p>competitivo no mercado.</p><p>Fonte: Banco de imagens do SENAR.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 111</p><p>Margem líquida positiva</p><p>Quando a margem líquida for maior que zero, isso significa que a atividade está sen-</p><p>do economicamente viável no curto prazo e no médio prazo. Nesse caso, a análise</p><p>deve avançar para o cálculo do lucro da atividade.</p><p>Lucro</p><p>Veja os indicadores de lucro que encontramos na atividade apícola:</p><p>Lucro total da atividade apícola (R$/ano ou R$/biênio)</p><p>Renda bruta da atividade descontando o custo total da atividade.</p><p>Lucro unitário da atividade (R$/colmeia)</p><p>Lucro total da atividade dividido pelo número de colmeias.</p><p>Interpretações do lucro</p><p>Lucro negativo</p><p>Quando o lucro for menor que zero (com ML > 0), significa que a remuneração da</p><p>atividade não está sendo suficiente para cobrir o custo de oportunidade do capital</p><p>de acordo com a taxa de 6% estabelecida pela metodologia. Isso caracteriza que</p><p>a atividade não está sendo atrativa economicamente, ou seja, caso todo o capital</p><p>imobilizado na propriedade seja investido em outra atividade que apresente maior</p><p>rentabilidade, o empresário estará fazendo um melhor negócio. No longo prazo,</p><p>manter-se na situação de lucro negativo inviabiliza a atividade.</p><p>Lucro igual a zero</p><p>O lucro igual a zero é a situação que chamamos de lucro normal e é buscado pela</p><p>maioria das empresas, pois nesse ponto todos os custos estão sendo pagos e se</p><p>tem a atratividade mínima determinada (custo de oportunidade do capital). Quando</p><p>a empresa atinge esse patamar, está no seu PCT.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 112</p><p>Lucro positivo</p><p>Quando o lucro é maior que zero, temos</p><p>o que se chama de lucro supernormal.</p><p>Isso significa que a empresa está co-</p><p>brindo todos os custos de produção,</p><p>tanto variáveis quanto fixos. Dessa for-</p><p>ma, a atividade pode ser considerada</p><p>atrativa economicamente e viável no</p><p>curto, no médio e no longo prazo. Esta</p><p>situação mostra que o empresário deve</p><p>investir mais na atividade, pois ela está</p><p>remunerando seus investimentos.</p><p>Capital empatado por colmeia (R$/colmeia)</p><p>Demonstra a eficiência de uso dos bens para a produção nos apiários. Quanto me-</p><p>nor for o valor por colmeia, melhor será a utilização dos bens para a produção. Con-</p><p>forme citado e exemplificado anteriormente, também pode ser calculado o capital</p><p>empatado por produto produzido nos apiários. Como exemplo, pode ser citado o</p><p>capital empatado por kg de mel produzido.</p><p>Ponto de cobertura total</p><p>Corresponde à quantidade</p><p>de colmeias (enxames que estão em produção mais os</p><p>ninhos) que a empresa deve possuir para cobrir os custos totais de produção. O</p><p>indicador é obtido dividindo o custo total da atividade apícola pelo resultado obtido</p><p>com a divisão da renda bruta da atividade apícola pela quantidade de colmeias.</p><p>Fonte: Banco de imagens do SENAR.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 113</p><p>Na prática</p><p>Vamos novamente considerar uma propriedade de atividade apícola</p><p>para a qual calcularemos o PCT:</p><p>• Renda bruta da atividade apícola: R$ 15.000,00/ano</p><p>• Número de colmeias com enxames e ninhos: 100</p><p>• Custo total da atividade apícola: R$ 20.000,00/ano</p><p>• Renda bruta por colmeia = R$ 15.000,00 / 100 = R$ 150,00/</p><p>colmeia</p><p>PCT = R$ 20.000,00 / R$ 150,00 = 133,33 colmeias</p><p>Caso as estruturas de custos e a produtividade média das colmeias</p><p>não se alterem, serão necessárias 133,33 colmeias para o empresá-</p><p>rio rural cobrir todos os custos da atividade apícola.</p><p>Também pode-se calcular o ponto de cobertura total por produto</p><p>produzido nos apiários. Veja o exemplo do cálculo do ponto de co-</p><p>bertura total da própolis:</p><p>• Preço do kg da própolis: R$ 150,00/kg</p><p>• Quantidade da própolis produzida: 50 kg/ano</p><p>• Custo total da própolis: R$ 9.000,00/ano</p><p>• Ponto de cobertura total = R$ 9.000,00/150,00 = R$ 60,00/kg</p><p>PCT = R$ 9.000,00 / R$ 150/kg = 60 kg</p><p>Isso significa que para cobrir seus custos totais o produtor deverá</p><p>produzir 60 kg, desde que não se altere estrutura de custos identifi-</p><p>cada (variáveis + fixos).</p><p>E, agora que você já conhece os indicadores aplicados às principais cadeias produ-</p><p>tivas, pode seguir adiante para estudar ainda mais detalhadamente os indicadores</p><p>técnicos e econômicos.</p><p>Esperamos que estes ensinamentos realmente façam a diferença para seu cresci-</p><p>mento profissional.</p><p>Nós nos veremos no próximo tema!</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 114</p><p>Neste tema, pudemos estudar diversos indicadores técnicos e econômicos das</p><p>principais cadeias produtivas da pecuária em nosso país.</p><p>Você pôde perceber que não há grande variação na forma como estes indicadores</p><p>são obtidos e na finalidade para a qual são utilizados, porém também pôde observar</p><p>que a sua correta anotação e mensuração são fundamentais para a análise de via-</p><p>bilidade técnica e econômica dos negócios rurais.</p><p>Estas informações serão de grande utilidade nos estudos que desenvolveremos no</p><p>tema seguinte, pois você deverá aplicar estes conhecimentos para a identificação</p><p>de entraves tecnológicos ou de gestão.</p><p>Vídeos</p><p>Antes de prosseguir, veja o vídeo que está o ambiente de estudos,</p><p>que preparamos especialmente para você e realize as atividades de</p><p>aprendizagem.</p><p>Parabéns, e mantenha-se firme nos estudos!</p><p>Encerramento do tema</p><p>Indicadores das Principais Cadeias Produtivas</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 115</p><p>Atividade de passagem</p><p>Chegamos ao final do segundo tema. A seguir, você responderá a uma questão rela-</p><p>cionada ao conteúdo estudado até aqui. Preparado?</p><p>Atenção!</p><p>Se você estiver com alguma dúvida quanto ao assunto, retorne ao</p><p>conteúdo do módulo ou, se preferir, entre em contato com o tutor.</p><p>Questão</p><p>No tema 2, estudamos os indicadores técnicos e econômicos do gado de corte, aves,</p><p>suínos, ovinocaprinocultura e apicultura.</p><p>Sobre indicadores econômicos e técnicos das cadeias, podemos afirmar:</p><p>A. Os indicadores das cadeias de aves e suínos surgiram a partir dos indicado-</p><p>res adotados na cadeia de gado de corte.</p><p>B. Cada cadeia agropecuária possui os seus indicadores, conhecer e compre-</p><p>ender as particularidades de cada cadeia contribui para o planejamento de</p><p>ações assertivas.</p><p>C. Os indicadores econômicos são semelhantes entre as cadeias. Os indica-</p><p>dores técnicos, por sua vez, são específicos para cada cadeia.</p><p>A. Somente A é verdadeira.</p><p>B. Somente B é verdadeira.</p><p>C. Somente C é verdadeira.</p><p>D. A e B são verdadeiras.</p><p>E. B e C são verdadeiras.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 116</p><p>Tema 3</p><p>Principais formas de interpretação de indicadores</p><p>técnicos e econômicos</p><p>Fonte: Banco de imagens do SENAR</p><p>Conforme visto anteriormente, o processo produtivo, em qualquer empresa, ocorre</p><p>basicamente em dois ambientes: externo (custo dos insumos, inflação, preço de</p><p>mercado, juros, política agrícola etc.) e interno (dimensionamento da produção, efi-</p><p>ciência do processo, custos etc.).</p><p>Por mais que os produtores possuam pouco ou nenhum controle sobre os fatores</p><p>externos, eles devem conhecê-los para que possam ajustar suas decisões inter-</p><p>namente na empresa rural, em consonância com a realidade pela qual atravessam,</p><p>permitindo o aproveitamento máximo das condições favoráveis.</p><p>O objetivo desse tema é o entendimento dos indicadores que apontam a situação da</p><p>empresa no momento da análise, sendo o reflexo dos custos e receitas da proprieda-</p><p>de. Interpretando os indicadores, teremos embasamento para tomada de decisões.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 117</p><p>Para atingir os objetivos, este tema está estruturado em cinco tópicos:</p><p>Tópico 1:</p><p>Análise e composição</p><p>de custos</p><p>Nesse tópico você entenderá como analisar os custos</p><p>os fatores que o compõem.</p><p>Tópico 2:</p><p>Interpretação dos</p><p>indicadores técnicos</p><p>e econômicos</p><p>Nesse tópico você terá a oportunidade de aprofundar</p><p>seus conhecimentos sobre os indicadores a utilizar na</p><p>gestão do seu negócio.</p><p>Tópico 3:</p><p>Análise comparativa</p><p>Nesse tópico você entenderá melhor os métodos de</p><p>análise para comparar os valores encontrados nos</p><p>cálculos realizados ao longo do curso.</p><p>Tópico 4:</p><p>Evolução dos</p><p>indicadores</p><p>Nesse tópico você aprenderá a aferir se o trabalho de-</p><p>senvolvido dentro da propriedade está gerando resul-</p><p>tados positivos, se as metas estão sendo alcançadas</p><p>e, até mesmo, verificar a necessidade de alterações no</p><p>que foi planejado devido a mudanças no cenário inter-</p><p>no ou externo da propriedade.</p><p>Tópico 5:</p><p>Aplicando as</p><p>principais formas</p><p>de interpretação dos</p><p>indicadores</p><p>Nesse tópico que encerra o tema, você entenderá</p><p>como aplicar os conceitos vistos ao longo do módulo</p><p>no exemplo da Fazenda Santa Felicidade.</p><p>Te desejamos ótimos estudos!</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 118</p><p>Tópico 1: Análise da composição</p><p>de custos</p><p>A análise segmentada das estruturas de custos é uma alternativa rápida e altamente</p><p>viável de ser implementada na maioria das empresas rurais. Vamos conhece-la melhor?</p><p>Fonte: Banco de imagens do SENAR</p><p>Objetivos</p><p>Nesse tópico vamos estudar como os indicadores podem mostrar</p><p>pontos críticos presentes nas propriedades e que, muitas vezes, são</p><p>negligenciados. Veremos como é importante estar atento aos cálcu-</p><p>los e resultados de todos os indicadores para um bom gerenciamento.</p><p>Esse é um ponto de partida para a redução dos custos totais de produção, que cul-</p><p>minará numa perspectiva de maior lucro ao final do período apurado. Note que não</p><p>estamos afirmando que uma redução de custos é garantia de maior lucro. Isso por-</p><p>que o lucro irá variar não somente em função de fatores internos (custos), mas tam-</p><p>bém de fatores externos, como nos preços dos produtos pagos ao produtor.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 119</p><p>A seguir temos um esquema básico, que demonstra a inter-relação existente entre</p><p>as estruturas do Custo Total (CT), para facilitar o entendimento e a tomada de deci-</p><p>sões, ajudando a identificar a origem de tal custo e onde o administrador deve agir.</p><p>Conforme tratado anteriormente, o CT pode ser entendido como a somatória dos</p><p>Custos Operacionais Efetivos (variáveis) com os Custos Fixos (CT = COE + CF). Outra</p><p>fórmula que vimos foi somarmos o Custo Operacional Total (COT) ao Custo de Opor-</p><p>tunidade sobre o capital empatado na atividade (CO) (CT = COT + CO).</p><p>De forma mais detalhada, temos também que:</p><p>CT = COE + MDOF + d + CO</p><p>Onde:</p><p>CT = Custo Total</p><p>COE = Custo Operacional Efetivo</p><p>CF = Custos Fixos</p><p>COT = Custo operacional Total</p><p>CO = Custo de Oportunidade sobre o capital empatado na atividade.</p><p>MDOF = mão de obra familiar</p><p>d = Depreciação</p><p>Veja o fluxo a seguir para compreender melhor o</p><p>• realizar a atividade de passagem de cada tema;</p><p>• realizar o simulado de cada módulo;</p><p>• realizar a avaliação de cada módulo;</p><p>• responder ao estudo de caso em cada módulo;</p><p>• alcançar um desempenho de 60% na média final do curso.</p><p>Agora que você está bem informado, poderá dar início ao seu curso e realizar o</p><p>acesso ao conteúdo. Conte sempre com a ajuda da tutoria e da monitoria caso tenha</p><p>alguma dúvida quanto ao curso ou Ambiente de Estudos. Aproveite a oportunidade</p><p>para participar das atividades propostas, como os fóruns e enquetes.</p><p>Lembre-se de que você terá sucesso garantido na busca por crescimento pessoal e</p><p>profissional se mantiver a organização e a dedicação durante esse processo.</p><p>Siga em frente e bons estudos!</p><p>Introdução do módulo</p><p>Fonte: Banco de imagens do SENAR</p><p>Olá!</p><p>A partir de agora você participará do Módulo Gerencial III da Assistência Técnica e</p><p>Gerencial!</p><p>Iniciaremos nossos estudos entendendo cálculos, definições e interpretações de in-</p><p>dicadores técnicos e econômicos, assim como sua aplicação nas principais cadeias</p><p>da pecuária.</p><p>Vamos conhecer melhor o desempenho, suas dimensões e subdimensões. Lembra-</p><p>mos que o desempenho, para ser avaliado, precisa ser medido, por isso, avançare-</p><p>mos em nossos estudos para a coleta de informações técnicas e econômicas. Por</p><p>meio dessas informações, conseguiremos também calcular os indicadores.</p><p>As cadeias produtivas da pecuária são muito heterogêneas, ou seja, cada uma</p><p>tem suas particularidades técnicas. Por isso, conheceremos os indicadores</p><p>técnicos e econômicos aplicados a cada uma das principais cadeias, entenden-</p><p>do como são calculados e qual é a origem das referências.</p><p>Por fim, veremos como interpretar os indicadores, usando decomposição dos cus-</p><p>tos, análise comparativa e análise evolutiva.</p><p>Indicadores</p><p>Indicadores são ferra-</p><p>mentas utilizadas na</p><p>medição do desempe-</p><p>nho e para a tomada de</p><p>decisões.</p><p>10Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 11</p><p>Ao final deste curso, você deverá estar apto a utilizar os indicadores</p><p>técnicos e econômicos na gestão das principais cadeias produtivas</p><p>da pecuária e poderá definir, calcular, interpretar e usá-los como guia</p><p>na tomada de decisões e no monitoramento do negócio.</p><p>Para atingir esses objetivos, este módulo está estruturado em três temas:</p><p>• Tema 1: Introdução ao estudo de indicadores</p><p>• Tema 2: Indicadores das principais cadeias da pecuária</p><p>• Tema 3: Principais formas de interpretação dos indicadores técnicos e eco-</p><p>nômicos</p><p>Indicadores são ferramentas importantes para guiar as melhores decisões e moni-</p><p>torar constantemente o desempenho das empresas. Dominar suas definições, cál-</p><p>culos e resultados o ajudará a ser um gestor cada vez melhor.</p><p>Vídeos</p><p>Antes de avançar, assista ao vídeo no ambiente de estudos, onde</p><p>iremos acompanhar o trabalho da Helena, Ténica de Campo que</p><p>está atendendo a Fazenda Fartura, que é de propriedade do Sr. José</p><p>Maria, empresário rural da área de suinocultura.</p><p>A missão de Helena é ajudar o Sr. José Maria a sanar dúvidas como:</p><p>Quais são os tipos de indicaores técnicos e econômicos a</p><p>considerer?</p><p>Esses indicadores são iguais para todas as cadeias rodutivas da</p><p>pecuária?</p><p>Uma vez calculados como devem ser interpretados os dados forne-</p><p>cidos pelos pelos indicadores técnicos e econômicos?</p><p>Acompanhe essa jornada e confira!</p><p>Muito legal, não é mesmo? Com este módulo, esperamos ajudá-lo a conduzir seus</p><p>negócios ao sucesso!</p><p>Tome nota</p><p>Você chegou ao quarto módulo do curso de Assistência Técnica e</p><p>Gerencial. Até aqui, aprendeu muitas coisas novas e garantimos que</p><p>irá continuar se aprimorando ainda mais. Porém, também gostaría-</p><p>mos de saber sua opinião sobre o curso e quais assuntos você acre-</p><p>dita que deverá aprender para auxiliá-lo em seu trabalho.</p><p>Reflita sobre o conteúdo estudado até aqui.</p><p>Bons estudos!</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 12</p><p>Iniciaremos este tema estudando o desempenho em suas duas dimensões: esforço</p><p>e resultado. Podemos dizer que o esforço compreende os meios utilizados para se</p><p>atingir determinado resultado, esperado pela organização.</p><p>Nem sempre os esforços realizados com precisão obtêm o resultado esperado. Por</p><p>isso, o desempenho precisa ser medido. A mensuração é feita por meio do que cha-</p><p>mamos de indicadores técnicos e econômicos, que são capazes de medir o esforço</p><p>e os resultados.</p><p>Neste tema, veremos esses conceitos aplicados na bovinocultura de leite. En-</p><p>tender a composição e a interpretação dos indicadores é a base para a gestão.</p><p>Para um bom gerenciamento, é importante medir o desempenho nas proprie-</p><p>dades e evitar que as decisões sejam tomadas empírica e automaticamente,</p><p>pois corre-se o risco de que os resultados encontrados sejam aleatórios.</p><p>Tema 1</p><p>Introdução ao estudo de indicadores</p><p>Fonte: Banco de imagens do SENAR</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 13</p><p>Ao final deste tema você conhecerá os conceitos de desempenho e seus indicado-</p><p>res; saberá diferenciar informações técnicas e econômicas de indicadores técnicos</p><p>e econômicos, assim como realizar corretamente os cálculos de indicadores, apli-</p><p>cando esses conceitos na bovinocultura leiteira.</p><p>Para atingir os objetivos, este tema está estruturado em cinco tópicos:</p><p>Tópico 1:</p><p>Gestão do</p><p>desempenho</p><p>Você conhecerá o conceito de desempenho em suas</p><p>duas dimensões: esforço e resultado.</p><p>Tópico 2:</p><p>Introdução aos</p><p>indicadores técnicos</p><p>e econômicos</p><p>Você terá a oportunidade de aprofundar seus conhe-</p><p>cimentos para poder calcular e definir quais indicado-</p><p>res deve utilizar na gestão do seu negócio.</p><p>Tópico 3:</p><p>Indicadores e</p><p>informações técnicas</p><p>e econômicas</p><p>Aqui estão as principais informações técnicas e eco-</p><p>nômicas que fundamentam a produção de indicado-</p><p>res técnicos e econômicos.</p><p>Tópico 4:</p><p>Aplicação dos</p><p>indicadores técnicos</p><p>na bovinocultura de</p><p>leite</p><p>Neste tópico você aprenderá a aplicar os indicadores</p><p>técnicos para avaliar a bovinocultura leiteira.</p><p>Tópico 5:</p><p>Aplicação dos</p><p>indicadores</p><p>econômicos na</p><p>bovinocultura de</p><p>leite</p><p>Neste último tópico você aprenderá a aplicar os indi-</p><p>cadores econômicos na bovinocultura leiteira.</p><p>Fique atento, dedique-se! O sucesso virá com sua aplicação aos estudos.</p><p>Desejamos a você uma boa aprendizagem!</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 14</p><p>Tópico 1 – Gestão de desempenho</p><p>A palavra desempenho está sujeita a algumas variações em sua interpretação, po-</p><p>rém, no âmbito de negócios, existe um consenso para o seu entendimento.</p><p>Fonte: Banco de imagens do SENAR</p><p>Objetivos</p><p>Neste tópico, vamos conhecer o que são indicadores, quais são os</p><p>tipos de desempenho e como analisar os resultados obtidos, de</p><p>modo a ter em mente todos os aspectos que envolvem essa etapa</p><p>da gestão.</p><p>O desempenho pode ser definido pela quantidade de esforços, aplicada num siste-</p><p>ma de produção, que foi capaz de alcançar os resultados predefinidos pela organi-</p><p>zação. A equação simplificada seria:</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 15</p><p>Para sua aplicação prática, o desempenho precisa ser medido. Essa mensuração é</p><p>realizada pelos indicadores, os quais são distribuídos de forma setorizada pelo sis-</p><p>tema de produção para dimensionar ESFORÇOS e RESULTADOS.</p><p>Indicadores são instrumentos de gestão essenciais nas atividades de monitora-</p><p>mento e avaliação das propriedades, pois permitem:</p><p>Acompanhar</p><p>o alcance das</p><p>metas</p><p>Identificar</p><p>avanços</p><p>Melhorias de</p><p>qualidade</p><p>Correção de</p><p>problemas</p><p>Verificação de</p><p>necessidades</p><p>de mudança</p><p>Isso significa que os indicadores são as ferramentas de mensuração do desempenho.</p><p>Não se gerencia o que não se mede, não se</p><p>mede o que não se define, não se define o que</p><p>não se entende, não há sucesso no que não se</p><p>gerencia (William Edwards Deming).</p><p>Sistema de produção e cadeia de valor</p><p>O sistema de produção é o conjunto de processos e ações realizadas sobre uma</p><p>base de recursos (máquinas, equipamentos, benfeitorias, pessoas, terra, animas e</p><p>vegetais) para se produzir algo.</p><p>No meio agropecuário os sistemas são</p><p>amplos e complexos,</p><p>custo total:</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 120</p><p>Analisando de maneira detalhada e entendendo intimamente a estrutura de custos,</p><p>o administrador poderá tomar decisões mais assertivas para o seu negócio, do pon-</p><p>to de vista gerencial.</p><p>No fluxo apresentado, é interessante observarmos a ligação indireta</p><p>que há entre o custo fixo e o estoque de capital médio (inventário da</p><p>infraestrutura da empresa rural), cuja entrada nos custos de produ-</p><p>ção se dá através das depreciações e remunerações sobre o capital</p><p>empatado na atividade. Assim, quanto maior o estoque, maiores se-</p><p>rão os custos em depreciações e juros anuais, e vice-versa.</p><p>Esse tipo de análise de composição dos custos indica os principais pontos que, ao</p><p>serem trabalhados, podem causar maior impacto nos resultados financeiros da em-</p><p>presa rural. Por exemplo, ao analisarmos detalhadamente os grupos de despesa que</p><p>compõem o Custo Operacional Efetivo (COE) e identificarmos quais estão onerando</p><p>mais o COE, indicam-se os gargalos da atividade na empresa rural.</p><p>Tome nota</p><p>Essas definições são fundamentais na tomada de decisões e na de-</p><p>terminação das metas estabelecidas no planejamento, a fim de al-</p><p>cançarmos melhores resultados econômicos. Esse princípio é ba-</p><p>seado na Lei de Pareto. “A Lei de Pareto (também conhecida como</p><p>princípio 80-20) afirma que, para muitos fenômenos, 80% das con-</p><p>sequências advêm de 20% das causas”. As causas seriam os grupos</p><p>de elementos de despesa que compõem o custo de produção e as</p><p>consequências seriam os resultados econômicos.</p><p>Confira a seguir, um exemplo de composição do COE na atividade apícola em uma</p><p>propriedade.</p><p>19,73% Transporte</p><p>Mão de obra contrata</p><p>Produção</p><p>Administração e gestão</p><p>Comercialização</p><p>Manutenção do apiário</p><p>Alimentação dos enxames</p><p>Compras</p><p>28,97%</p><p>0,10%</p><p>0,66%</p><p>8,89%</p><p>11,01%</p><p>13,80%</p><p>16,84%</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 121</p><p>No exemplo, podemos observar que três grupos de despesas (alimentação dos en-</p><p>xames, transporte e mão de obra contratada) representam mais de 60% do desem-</p><p>bolso do produtor no período analisado. Se no planejamento de melhorias focarmos</p><p>em mais eficiência na utilização desses insumos e fatores de produção, com certeza</p><p>poderemos alcançar melhores resultados econômicos.</p><p>Tome nota</p><p>É importante ressaltar que o trabalho de gestão do custo de produ-</p><p>ção não é simples e depende de análise técnica especializada. Em</p><p>alguns momentos, ao invés de reduzir custos, talvez seja necessário</p><p>aumentar, para que se possa alcançar os resultados almejados atra-</p><p>vés da economia de escala. Esse é um processo que deve ser tratado</p><p>permanentemente pelo Técnico de Campo da Assistência Técnica e</p><p>Gerencial, para alcançar o equilíbrio dos custos.</p><p>Além disso, ao identificar o grupo de elementos de despesas que será alvo da inter-</p><p>venção na empresa, o Técnico de Campo precisa avaliar quais os elementos são mais</p><p>impactantes, ou seja, qual está contribuindo mais para o somatório das despesas.</p><p>Pare para pensar</p><p>É bastante comum que a ideia inicial de quem quer “cortar custos”</p><p>seja eliminar os gastos considerados supérfluos, uma vez que, à</p><p>primeira vista, eles não são indispensáveis ao processo produtivo.</p><p>Nessa ótica, um gasto “supérfluo” pode ser a própria contratação da</p><p>Assistência Técnica e Gerencial. Afinal, o produtor tende a pensar que</p><p>“antes de contratar a assistência, eu já produzia”. Entretanto, a lógica</p><p>do equilíbrio de custos é focar nas despesas mais impactantes para</p><p>o custo total. Sem essas orientações gerenciais, a tomada de deci-</p><p>sões pode ser equivocada. Pense nisso!</p><p>Por exemplo, ao identificar o gasto com a</p><p>mão de obra contratada como o mais re-</p><p>levante item de despesa, devemos colocar</p><p>em prática ações que visem à melhoria do</p><p>resultado desse elemento de despesa. Pelo</p><p>investimento em mais produção (ganhos de</p><p>escala), tecnologias, sistemas de bonifica-</p><p>ção, bom relacionamento entre patrão e co-</p><p>laborador, treinamento e capacitação da mão</p><p>de obra, entre outras ações, visam à melhor</p><p>eficiência da mão de obra na atividade.Fonte: Banco de imagens do SENAR.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 122</p><p>Não podemos esquecer que também deve ser analisada a composição dos custos</p><p>totais, pois é onde verificamos, principalmente, o impacto dos custos fixos (depre-</p><p>ciações, custo de oportunidade da mão de obra familiar e custo de remuneração do</p><p>capital – juros anuais).</p><p>Veja um exemplo de composição de custos fixos e variáveis em uma atividade rural.</p><p>Custos variáveis</p><p>Custos fixos20%</p><p>80%</p><p>Essa é uma análise importante, pois os custos fixos tendem a ser “invisíveis” ao pro-</p><p>dutor. Se a atividade não estiver pagando esses custos fixos, a propriedade entrará</p><p>numa fase de descapitalização, não podendo substituir seus bens ou investir mais</p><p>na atividade, inviabilizando o negócio em médio e longo prazo.</p><p>Tome nota</p><p>Os custos fixos tendem a se manter constantes em curto e médio</p><p>prazos, não sofrendo alterações significativas de valor global, de</p><p>acordo com o volume produzido – mantendo-se as mesmas estru-</p><p>turas. A retirada de bens do inventário, por meio da venda, doação,</p><p>ou desfazimento em caso de benfeitorias, pode contribuir para a</p><p>redução dos Custos Fixos. Uma vez que cessará a incidência de</p><p>depreciação sobre o valor do bem e impactará na redução do capital</p><p>empatado para atividade.</p><p>Entretanto, é possível dilui-los individualmente nas unidades pro-</p><p>duzidas, através do ganho de escala - mantendo-se as mesmas</p><p>estruturas.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 123</p><p>Para finalizar, dentro de uma visão sistêmica genérica, podemos dizer que não há</p><p>parâmetro de limite financeiro para o COE, pois este irá variar de acordo com o volu-</p><p>me que se deseja produzir. O que, porém, não anula a necessidade de analisarmos</p><p>frequentemente sua composição e participação esperada dentro de cada sistema</p><p>analisado, de acordo com parâmetros técnicos médios do mercado.</p><p>No que tange ao COT, este deve ser o mais próximo possível do COE, o que indicará baixo</p><p>impacto das depreciações e da mão de obra familiar na estrutura de custos da empresa</p><p>rural. Consequentemente, o CT também deverá ser o mais próximo possível do COT, o que</p><p>indicará baixo impacto do custo de oportunidade do capital empatado na atividade.</p><p>O gráfico a seguir apresenta dois cenários distintos. A primeira barra representa o</p><p>elevado distanciamento entre COE, COT e CT, demonstrando ineficiência na gestão</p><p>dos custos fixos. Na segunda barra, há proximidade entre os indicadores de custos,</p><p>demonstrando uma boa gestão dos custos fixos.</p><p>0% 20% 40% 60% 80% 100%</p><p>COE</p><p>COT</p><p>CT</p><p>0% 20% 40% 60% 80% 100%</p><p>COE</p><p>COT</p><p>CT</p><p>Agora, vamos acompanhar o exemplo:</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 124</p><p>Veja mais</p><p>Considere duas propriedades rurais hipotéticas, que produzem os mesmos produtos,</p><p>obtêm as mesmas receitas, os mesmos custos variáveis e contam com a mesma es-</p><p>trutura da mão de obra familiar.</p><p>Nas análises comparativas a partir do cálculo do COT, elas apresentam diferenças sig-</p><p>nificativas, conforme mostra a tabela.</p><p>Descrição</p><p>Propriedades</p><p>A B</p><p>Renda Bruta (RB) R$ 600.000,00 R$ 600.000,00</p><p>Custo Operacional Efetivo (COE) R$ 350.000,00 R$ 350.000,00</p><p>Custo Operacional Total (COT) R$ 450.000,00 R$ 500.000,00</p><p>Custo Total (CT) R$ 490.000,00 R$ 560.000,00</p><p>Lucro R$ 110.000,00 R$ 40.000,00</p><p>Levando em conta a mesma estrutura de custos da mão de obra familiar, podemos</p><p>atribuir essa discrepância de lucro entre ambas as propriedades aos dois outros com-</p><p>ponentes de custo fixo: a depreciação e os juros.</p><p>Nesse caso, cabe ao Técnico de Campo analisar se há “excesso” de infraestrutura ou</p><p>subutilização na propriedade de menor lucro, impactando os custos de depreciação,</p><p>e se é possível um aumento de produção para diluir os custos de depreciação e juros,</p><p>tendo isso como objetivo futuro. Também deve ser analisado se a produção está mal</p><p>dimensionada, fazendo um planejamento mais adequado junto ao produtor rural para</p><p>solucionar o quadro em que a empresa se encontra.</p><p>É</p><p>interessante ressaltar que, na maioria dos casos, ao se deparar com propriedades</p><p>em situação como as apresentadas no exemplo, o Técnico de Campo notará que am-</p><p>bos os produtores dirão que obtêm o mesmo lucro em suas respectivas atividades,</p><p>quando na realidade estão calculando o que, na metodologia de ATeG é caraterizado</p><p>como Margem Bruta que é expressa pela fórmula MB= RB – COE. Ou seja, os custos</p><p>fixos, por não exigirem desembolso físico de capital, estão sendo negligenciados –</p><p>ou são desconhecidos.</p><p>O Técnico de Campo deve também analisar se este “excesso de estrutura” não fazia</p><p>parte do planejamento estratégico da empresa, onde a mesma estaria ciente deste</p><p>impacto, com um planejamento para a produção atingir tal patamar futuramente.</p><p>Portanto, fique sempre atento!</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 125</p><p>Tópico 2: Interpretação de indicadores</p><p>técnicos e econômicos</p><p>Depois de estimar os custos de produção e seus gargalos, o próximo passo consiste</p><p>na análise dos resultados técnicos e econômicos para identificar a viabilidade eco-</p><p>nômica e a perpetuidade da atividade em questão.</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Objetivos</p><p>Nesse tópico vamos aprender a interpretar detalhadamente o que os</p><p>indicadores apontam, de modo a criar estratégias gerenciais inteli-</p><p>gentes com suas indicações, entre os aspectos da propriedade.</p><p>É importante destacar que a literatura reúne uma grande variedade de indicadores</p><p>técnicos e econômicos. O importante, porém, não é o cálculo do maior número de</p><p>indicadores possíveis, mas sim de um conjunto que permita conhecer a situação da</p><p>propriedade rural, segundo o grau de profundidade pretendido pela análise aplicada.</p><p>A quantidade de indicadores que deve ser utilizada depende exclusivamente da pro-</p><p>fundidade que se pretende da análise.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 126</p><p>Podemos segmentar a interpretação de indicadores em duas vertentes: uma técnica</p><p>e outra econômica.</p><p>Os índices técnicos são indicativos do desempenho animal ou da planta den-</p><p>tro do sistema produtivo, podendo ser analisados individual ou coletivamente,</p><p>possibilitando um diagnóstico sobre a eficiência do sistema e fornecendo da-</p><p>dos para a tomada de decisões gerenciais. Eles são obtidos por meio da escri-</p><p>turação da propriedade, abastecida pela coleta e registro de dados específico</p><p>para cada cadeia produtiva.</p><p>Esses dados são muito importantes e devem ser monitorados no decorrer do pro-</p><p>cesso produtivo, devendo permanecer por todo o período, a fim de evitar possíveis</p><p>distorções. A partir deles, o técnico e o produtor poderão observar se os resultados</p><p>alcançados a cada etapa estão dentro do esperado para a atividade escolhida, na</p><p>época e na região em que está inserida.</p><p>Você sabia?</p><p>O Técnico de Campo deve sensibilizar seu grupo de produtores as-</p><p>sistidos sobre a importância das anotações relativas à propriedade,</p><p>e que estas devem ser realizadas no momento de sua ocorrência, a</p><p>fim de garantir maior fidelidade à realidade.</p><p>Uma tática de sucesso, em proprieda-</p><p>des atendidas pela Assistência Técnica</p><p>e Gerencial, tem sido o envolvimento da</p><p>família (cônjuge, filhos etc.) no processo</p><p>de gestão. Isso se faz necessário por-</p><p>que o produtor (a) muitas vezes atribui</p><p>os problemas inerentes à gestão à “falta</p><p>de tempo” ou ao “cansaço”. Um terceiro</p><p>envolvido pode ser um fator motivador</p><p>para que a metodologia seja aplicada.</p><p>Isso se torna ainda mais relevante quando consideramos que há um alto índice de</p><p>analfabetismo adulto nas comunidades rurais, o que pode inviabilizar as anota-</p><p>ções de campo.</p><p>Fonte: Banco de imagens do SENAR.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 127</p><p>Tome nota</p><p>Uma boa dica para o Técnico de Campo é demonstrar sua organi-</p><p>zação pessoal. Por exemplo, apresentar uma planilha de controle de</p><p>custos mostrando que entende dos pontos necessários para a exe-</p><p>cução da assistência técnica. Assim, ficará mais confortável ao re-</p><p>alizar a cobrança dos dados junto ao produtor, não caindo no dito</p><p>popular “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.</p><p>Acompanhe o exemplo a seguir:</p><p>Veja mais</p><p>Em uma determinada propriedade de produção de gado de corte, o Técnico de Cam-</p><p>po encontra uma produtividade anual de 7@/ha/ano. Tendo a referência de produ-</p><p>tividade igual a 10@/ha/ano, fica nítido que a propriedade se encontra abaixo do</p><p>esperado. Tal situação irá comprometer os resultados econômicos da propriedade,</p><p>uma vez que esse indicador está fortemente atrelado ao sucesso, ou não, da ativida-</p><p>de. Por si só, essa constatação não irá alterar o resultado econômico, devendo haver</p><p>uma tomada de decisão no campo prático. É aí que entra o conhecimento técnico.</p><p>A causa para o fraco desempenho deste indicador deverá ser investigada:</p><p>Nutrição</p><p>(pastagens)?</p><p>Doenças</p><p>que estão</p><p>influenciando</p><p>a reprodução?</p><p>Baixa</p><p>eficiência dos</p><p>reprodutores?</p><p>Baixa taxa de</p><p>lotação do</p><p>pasto?</p><p>Muitas</p><p>vacas por</p><p>reprodutor?</p><p>Baixo índice</p><p>de prenhez na</p><p>inseminação?</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 128</p><p>O Técnico de Campo deverá realizar uma investigação completa no sistema de pro-</p><p>dução, a fim de identificar corretamente qual (ou quais) dos pontos analisados deve</p><p>ser investigado, por conta do resultado encontrado.</p><p>A interpretação de indicadores econômicos visa analisar apenas</p><p>os resultados financeiros apurados no período analisado. Portanto,</p><p>para o entendimento correto dos resultados obtidos, é imprescindí-</p><p>vel o conhecimento conjunto dos indicadores técnicos e econômi-</p><p>cos, que estão intimamente ligados.</p><p>Por meio dessa visão de conjunto, em que a análise técnica é utilizada para melho-</p><p>rias econômicas, que a ATeG se diferencia das demais metodologias em nível de</p><p>exigência e comprometimento do Técnico de Campo, além de limitar o número de</p><p>propriedades em que o mesmo irá atuar.</p><p>Assim, a metodologia se baseia na melhoria dos resultados econômicos das pro-</p><p>priedades assistidas. Se não “ganhar dinheiro”, o produtor não precisa de assistên-</p><p>cia técnica. Nesse sentido, é fundamental que os Técnicos de Campo conheçam e</p><p>usem o quadro a seguir, que resume indicadores econômicos já estudados:</p><p>Situação Se a RB for: Resultado Tendência</p><p>1 RB CT Lucro positivo (su-</p><p>pernormal)</p><p>Possibilidade de</p><p>investimentos</p><p>Onde:</p><p>• RB: renda bruta</p><p>• COE: custo operacional efetivo</p><p>• COT: custo operacional total</p><p>• CT: custo total</p><p>O alinhamento da produção com o mercado consumidor é fundamental na etapa</p><p>de planejamento, antes do início da atividade, para a interpretação dos indicadores,</p><p>para o planejamento da atividade em curso e futura. Assim, o produtor poderá miti-</p><p>gar os efeitos do meio externo, ajustando-se ao preço-demanda e possibilitando a</p><p>atuação em um mercado com preços justos e custos competitivos.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 129</p><p>Informação extra</p><p>Uma vez fixado o conceito de que é necessário ficar atento aos va-</p><p>lores dos indicadores técnicos como forma de obtermos um melhor</p><p>retorno econômico da atividade, podemos lançar mão de uma óti-</p><p>ma ferramenta para avaliarmos o desempenho da atividade moni-</p><p>torada. A ferramenta consiste em criar um quadro de referências</p><p>bibliográficas para aquela cultura, de preferência na região em que</p><p>se está trabalhando.</p><p>É muito importante buscar esses dados de produção locais para termos compara-</p><p>tivos mais realistas, não frustrando expectativas ao superestimar os indicadores,</p><p>ou mesmo o risco de subestimá-los em sua região, gerando a sensação de que a</p><p>produção está dentro do ótimo referenciado, uma vez que não se considerou as ca-</p><p>racterísticas edafoclimáticas e econômicas locais.</p><p>Estudo de caso: Fazenda Boa Esperança</p><p>e Fazenda Campo Santo</p><p>Vamos conhecer um exemplo para a bovinocultura leiteira, uma das cadeias mais</p><p>estudadas da pecuária</p><p>e que possui muitas referências técnico-econômicas, com</p><p>índices hipoteticamente alcançados em duas fazendas (fictícias) atendidas pela</p><p>ATeG: Fazenda Boa Esperança e Fazenda Campo Santo:</p><p>Indicadores técni-</p><p>co-econômicos Referência Fazenda Boa</p><p>Esperança</p><p>Fazenda</p><p>Campo Santo</p><p>Total de vacas em lactação (VL)</p><p>sobre o total de vacas (TV)</p><p>83% 70% 95%</p><p>Total de vacas em lactação (VL)</p><p>sobre o total do rebanho (TR)</p><p>40% 39% 20%</p><p>Gasto com concentrado sobre</p><p>COE do leite</p><p>30% 34% 15%</p><p>Observando a tabela, é possível que gestores realizem diversas análises que irão</p><p>subsidiar a tomada de decisões na empresa rural. Essas medidas de referência de-</p><p>vem ser sempre levadas em consideração como um parâmetro a ser atingido, po-</p><p>rém, não significa que, ao alcançar essas metas, será possível dizer que o negócio é</p><p>totalmente viável, pois teremos que considerar as características locais do negócio.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 130</p><p>Ao analisarmos o indicador “Total de vacas em lactação (VL) sobre o total de vacas</p><p>(TV)”, temos a referência de 83%, sendo esta a meta. Na fazenda Boa Esperança, o</p><p>alcançado foi de apenas 70%. Já na fazenda Campo Santo, o alcançado foi superior</p><p>ao esperado, 95%. Em ambos os casos os gestores devem realizar um levantamento</p><p>de dados para complementar a análise desse cenário.</p><p>Além disso, no caso da fazenda Boa Esperança, fica nítido que há um grande núme-</p><p>ro de vacas secas, que deveriam estar em produção. O dever, agora, é investigar o</p><p>motivo para essa situação. Reprodução? Compra de animais vazios, aumentando o</p><p>rebanho de vacas? Erros técnicos no momento da inseminação? Problemas sanitá-</p><p>rios e/ou nutricionais? A medição utilizada foi mensal ou uma média anual?</p><p>No segundo caso os questionamentos também deverão ser realizados, pois se</p><p>esse indicador se mantiver, poderá haver período de escassez do produto, pois</p><p>as vacas deverão passar por manejo para “secar” próximo ao parto, o que levará</p><p>a uma queda brusca desse indicador. Houve muito descarte de vacas secas? En-</p><p>fim, tudo deve ser analisado, já que um grande número de fatores está envolvido.</p><p>Na segunda análise, estudou-se o “Total de vacas em lactação (VL) sobre o total do</p><p>rebanho (TR)”. Na primeira fazenda, vimos que o índice alcançado foi bem próximo</p><p>ao desejado (40%) 39%. Isso indica que o rebanho está estabilizado, e essa dife-</p><p>rença pode ter sido causada por alguma retenção de animais além do esperado ou</p><p>compra de vacas vazias.</p><p>Fonte: Banco de imagens do SENAR.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 131</p><p>No segundo caso, é possível notar que a fazenda possui grande quantidade de ani-</p><p>mais em fase não produtiva (novilhas, bezerras e bezerros), o que faz com o que o</p><p>índice alcançado fique abaixo do ideal. Porém, ao analisarmos de forma conjunta esse</p><p>indicador com o encontrado anteriormente, podemos supor que o produtor está pas-</p><p>sando por um período de renovação do rebanho.</p><p>Pode ter havido um grande descarte de vacas secas (com padrão genético/produtivo</p><p>não desejado para suas metas) e consequente aquisição ou alta retenção de animais</p><p>melhorados, em consonância com seu planejamento estratégico para o negócio.</p><p>Tome nota</p><p>Tudo deve ser levado em consideração no momento de finalizar a</p><p>análise, para não “decretarmos” a falência antecipada do negócio,</p><p>sem observar o momento pelo qual a empresa atravessa, assim</p><p>como o seu planejamento.</p><p>Após analisarmos dois indicadores técnicos, iremos analisar um econômico, deno-</p><p>minado de “Gasto com concentrado sobre COE do leite”, cuja referência é o limite de</p><p>30% do COE. Na fazenda Boa Esperança, o alcançado foi de 34%; na fazenda Campo</p><p>Santo, foi de 15%.</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 132</p><p>Conforme visto em tópicos anteriores, especialmente ao tratarmos sobre o COE, vi-</p><p>mos que este exerce forte impacto nos custos totais de produção, porém, sua análise</p><p>é cercada de complexidades por ser justamente um custo “obrigatório” ao se decidir</p><p>produzir, não havendo uma determinação para seus limites mínimos ou máximos. É</p><p>importante termos um parâmetro para um de seus componentes (gastos com concen-</p><p>trado e mão de obra contratada) mais importantes. Uma vez definido em porcentagem,</p><p>e não em valores, ele sofrerá alterações sempre que o COE Total foi modificado.</p><p>No primeiro caso, devemos observar a rotina da propriedade para identificarmos o</p><p>motivo desse distanciamento da meta, como por exemplo:</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 133</p><p>Assim, notamos que deverão ser avaliados diversos fatores antes da tomada de</p><p>decisão de reduzir, manter ou até mesmo aumentar o alcançado nesse indicador.</p><p>Na análise da segunda propriedade, identificamos que a empresa opera abaixo do</p><p>limite estabelecido, indicando uma boa gestão desse recurso. No entanto, é preciso</p><p>analisar o cenário em que essa empresa se encontra, pois poderemos identificar se</p><p>deveremos reduzir ainda mais o indicador, por meio dos mesmos questionamentos</p><p>realizados para a fazenda Boa Esperança, ou se deveremos aumentar esse gasto,</p><p>para que a empresa alcance um maior patamar produtivo, diluindo custos fixos, au-</p><p>mentando sua participação no mercado e alcançando competitividade suficiente</p><p>para discutir preços com fornecedores e clientes.</p><p>Pare para pensar</p><p>Você acredita que é importante analisarmos de forma conjunta os</p><p>indicadores técnicos e econômicos, de forma a traçarmos um pano-</p><p>rama da empresa rural, subsidiando a tomada de decisões gerenciais</p><p>e a elaboração do planejamento com valiosas informações?</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 134</p><p>Tópico 3: Análise comparativa</p><p>Preparado para continuar o estudo desse módulo?</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Objetivos</p><p>Nesse tópico aprenderemos a interpretar comparativamente os indi-</p><p>cadores, entendendo melhor suas particularidades quando analisa-</p><p>dos paralelamente, entre os índices da propriedade rural e também</p><p>em relação a outras propriedades.</p><p>A Análise comparativa pode ser feita de várias formas: dentro da fazenda, entre fa-</p><p>zendas, entre grupos de produtores, entre regiões, entre estados etc. O produtor,</p><p>juntamente com o Técnico de Campo, deve mensurar e classificar índices técnicos e</p><p>econômicos de sua propriedade segundo cada sistema, identificando unidades pro-</p><p>dutoras de referência ou benchmarking. A utilização de índices dentro da empresa</p><p>rural é importante na avaliação da capacidade produtiva do negócio e adequação da</p><p>tecnologia utilizada, com vistas às metas estabelecidas no planejamento.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 135</p><p>Tome nota</p><p>Caso sejam realizadas comparações com outras empresas rurais,</p><p>elas sempre devem ser feitas com empresas bem-sucedidas. O ob-</p><p>jetivo das comparações com essas empresas é poder identificar os</p><p>pontos a serem trabalhados, conhecendo o caminho que já levou a</p><p>bons resultados.</p><p>A seguir, vamos analisar a Fazenda Sal-</p><p>tador, com foco na produção de rãs. O</p><p>Técnico de Campo realizou o diagnósti-</p><p>co e identificou seus indicadores técni-</p><p>cos e econômicos mais relevantes, con-</p><p>forme mostra o quadro a seguir. Porém,</p><p>para fugir da visão limitada que essa</p><p>análise possibilita, ele resolveu fazer a</p><p>comparação com a média obtida nas 10</p><p>propriedades superiores da região em</p><p>que a propriedade rural está inserida.</p><p>Indicadores técnicos e</p><p>econômicos Unidade Fazenda</p><p>Saltador</p><p>Fazendas</p><p>Superiores Variação</p><p>Produção por área de ranário kg/m² 8,8 10 12%</p><p>COE por área de ranário R$/ m² 289,75 273,55 -5,59%</p><p>CT por quilo R$/kg 42,80 33,88 -20,83%</p><p>CT por área de ranário R$/ m² 376,68 331,74 -11,93%</p><p>Ele pôde notar que, mesmo com uma produção aparentemente boa por área de ra-</p><p>nário, a propriedade possui desempenho inferior à média de produção (12%), quan-</p><p>do comparada às 10 propriedades superiores de sua região. Caso ele se aprofunde</p><p>mais na análise, buscando a propriedade isoladamente superior nesse indicador em</p><p>específico, poderia descobrir uma discrepância maior que a atual, uma vez que o</p><p>termo “média” significa assumir que metade dos valores</p><p>está abaixo e outra metade</p><p>está acima do valor encontrado. Para solucionar esse “problema”, será necessária</p><p>uma análise de mercado e de indicadores técnicos que justifique a busca do valor</p><p>superior (10 kg/m²), podendo defini-lo como meta no planejamento.</p><p>Na análise financeira, observou-se que a propriedade está com sua estrutura de</p><p>custos, desde o COE até o CT, mais elevada que a média das 10 propriedades supe-</p><p>riores em sua região. Assim, também deverá buscar soluções para essa situação,</p><p>que são basicamente gerenciais (ambiente interno).</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 136</p><p>Estudo de caso: fazenda Campo Largo</p><p>Vamos conhecer agora a fazenda Cam-</p><p>po Largo, com foco na produção de</p><p>peixes redondos (Colossoma macropo-</p><p>mum - tambaqui) em tanques escava-</p><p>dos no solo. Nela, o Técnico de Campo</p><p>realizou o diagnóstico e identificou seus</p><p>indicadores técnicos e econômicos,</p><p>conforme mostra o quadro a seguir.</p><p>Porém, para fugir da visão limitada que</p><p>essa análise possibilita, ele também re-</p><p>solveu fazer a comparação com a média obtida nas 25 propriedades superiores da</p><p>região em que a propriedade rural está inserida.</p><p>Indicadores técnicos e</p><p>econômicos Unidade</p><p>Fazenda</p><p>Campo</p><p>Largo</p><p>Superiores Variação</p><p>Produção por hectare de</p><p>lâmina d’água</p><p>Kg/ha 5.000 7.000 28,57%</p><p>COE por hectare de lâmina</p><p>d’água</p><p>R$/ha R$ 4.300,00 R$ 5.200,00 17,31%</p><p>CT por Kg R$/Kg R$ 2,90 R$ 2,40 -20,83%</p><p>CT por hectare de lâmina</p><p>d’água</p><p>R$/ha R$ 14.500,00 R$ 16.800,00 13,69%</p><p>Notou-se que, mesmo com uma produção aparentemente boa por área alagada (lâ-</p><p>mina d’água), a propriedade possui desempenho inferior nesse indicador (28,57%),</p><p>com média de produção das 25 propriedades superiores.</p><p>Para solucionar esse “problema”, deverá haver uma análise de mercado e de indi-</p><p>cadores técnicos que justifique a busca pelo valor superior (7.000 kg/ha), podendo</p><p>defini-lo como meta no planejamento.</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 137</p><p>Além disso, deverão ser considerados os reflexos ambientais e eco-</p><p>nômicos dessa decisão, pois para elevar a produtividade, a fazenda</p><p>precisará investir em tecnologias (como aeradores mecânicos, para</p><p>incorporar oxigênio na água ou intensificar a renovação de água). Tal</p><p>atitude irá alterar os custos variáveis com energia elétrica, custos fi-</p><p>xos com depreciação e juros anuais, assim como seu licenciamento</p><p>ambiental para a atividade, no qual deverá constar que haverá uma</p><p>geração de carga poluidora (efluentes) divergente da anteriormente</p><p>prevista - para isso, a propriedade deverá realizar o ajuste perante os</p><p>órgãos públicos competentes.</p><p>Já na análise comparativa dos indicadores financeiros, observa-se que essa fazen-</p><p>da possui um COE inferior (17,31%) à média das propriedades superiores. Entretanto,</p><p>devemos ter em mente que a produção por hectare também é menor, o que justifica o</p><p>menor gasto com rações, por exemplo, principal componente do COE na piscicultura.</p><p>Pare para pensar</p><p>De outro modo, mesmo com o COE mais oneroso, as propriedades</p><p>superiores apresentam uma média de CT por quilograma inferior</p><p>(20,83%) à fazenda analisada. Isso se dá, principalmente, pela dilui-</p><p>ção dos custos fixos em um maior volume produzido em uma mesma</p><p>área, mesmo que o CT por hectare seja maior (13,69%). Assim, será</p><p>obtida uma maior renda bruta na comercialização devido ao volume,</p><p>considerando-se a prática dos mesmos preços para ambos.</p><p>Benchmarking</p><p>Lembra que apresentamos esse conceito no módulo 1 deste curso? Vamos entender</p><p>melhor o que é Benchmarking!</p><p>Benchmarking trata-se de um processo de comparação de produtos, serviços e práti-</p><p>cas empresariais, com valores de referência de empresas bem-sucedidas para aper-</p><p>feiçoamento de métodos e melhoria de desempenho de negócios. Esses valores são</p><p>obtidos por meio de pesquisas para comparar as ações de cada empresa.</p><p>O objetivo é melhorar as funções e os processos de determinada empresa, além de</p><p>ser um importante aliado para vencer a concorrência, uma vez que os valores de</p><p>referência podem determinar estratégias e possibilitar à empresa criar e ter ideias</p><p>novas em cima do que já é realizado.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 138</p><p>Tome nota</p><p>É importante ressaltar que os valores de referência devem ser utiliza-</p><p>dos para comparação entre propriedades com a mesma realidade de</p><p>produção ou de uma mesma região, além de serem analisados sob</p><p>o mesmo crivo metodológico. Dessa forma, os valores ficam reais e</p><p>alcançáveis para cada situação.</p><p>Na literatura ainda não foram definidos os melhores índices produtivos para as em-</p><p>presas rurais, de forma padronizada e aplicável em todo o território nacional. Tal fato</p><p>deve-se à diversidade edafoclimática brasileira, que leva a grandes diferenças nos</p><p>sistemas de produção, com diferentes níveis de sucesso em explorações mais ou</p><p>menos complexas.</p><p>Nesse quesito, a ATeG possui um óti-</p><p>mo diferencial, uma vez que o Técnico</p><p>de Campo atuará em propriedades ru-</p><p>rais inseridas em uma mesma região,</p><p>geralmente com uma amostragem de</p><p>dados elevada (até 25 propriedades</p><p>por técnico).</p><p>A busca pelo benchmarking nas pro-</p><p>priedades trabalhadas é um processo</p><p>constante, mesmo dentro de um grupo</p><p>onde um único Técnico de Campo atende. Isso porque a produção agropecuária é</p><p>dinâmica e as estruturas de custos e tecnologias são sempre alteradas. O processo</p><p>deve levar em consideração indicador por indicador. Se, dentro do grupo, uma úni-</p><p>ca propriedade detiver os melhores indicadores técnicos e econômicos, ótimo, mas</p><p>isso será um fato pouco comum. Sob essa ótica, uma propriedade listada como a</p><p>melhor colocada em determinado indicador, na próxima análise pode não ser mais.</p><p>Assim, o produtor deverá adequar seu sistema produtivo em busca de melhorias.</p><p>O objetivo do benchmarking é, portanto, estimular e facilitar as mudanças or-</p><p>ganizacionais e a melhoria de desempenho através da aprendizagem com os</p><p>outros. O processo de avaliação e comparação pode ser efetuado para a pro-</p><p>priedade como um todo ou verificar apenas um determinado processo, ativida-</p><p>de ou unidade de negócio.</p><p>Fonte: Banco de imagens do SENAR.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 139</p><p>A força do benchmarking concentra-se</p><p>em possibilitar a tomada de decisões</p><p>baseadas em fatos, e não em intuições,</p><p>e apresenta um potencial enorme de be-</p><p>nefícios para as empresas rurais quan-</p><p>do usado como um processo contínuo,</p><p>identificador de áreas de potencial mu-</p><p>dança e como um processo de medição</p><p>para monitorar as melhorias atingidas.</p><p>Conforme você deve ter notado, a metodologia de ATeG adota dois indicadores dife-</p><p>rentes quando o assunto é “área” em hectares:</p><p>Um primeiro onde é</p><p>contabilizada somente</p><p>a quantidade de</p><p>hectares destinada à</p><p>atividade, ou seja, a área</p><p>produtiva, podendo ser</p><p>denominada de área</p><p>para pecuária, área de</p><p>pomar etc.</p><p>E um segundo chamado</p><p>de área total da</p><p>propriedade.</p><p>1 2</p><p>No processo de análise de benchmarking, é crucial analisarmos separadamente esses</p><p>dois indicadores, visto que o Brasil é um país de dimensões continentais, apresentan-</p><p>do diversos biomas, e uma das mais completas (e complexas) legislações ambientais</p><p>do mundo. Consequentemente, esses fatos podem gerar divergências nas análises,</p><p>caso comparemos propriedades que estão localizadas em diferentes biomas.</p><p>Tome nota</p><p>A delimitação de área para Reserva Legal irá variar não somen-</p><p>te em função do bioma, mas também em relação à sua localização</p><p>geográfica.</p><p>Fonte: Banco de imagens do SENAR.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 140</p><p>Veja um exemplo: ao analisar duas fazendas distintas com cálculos simples, uma</p><p>localizada no Estado do Acre e outra no Estado de Goiás, temos os seguintes dados:</p><p>Item Fazenda Acreana Fazenda Goiana</p><p>Bioma Amazônico Cerrado</p><p>Área de Reserva Legal* 80% 20%</p><p>Área total da propriedade 100 hectares 100 hectares</p><p>Área para produção (máximo) 20 hectares 80 hectares</p><p>* Sem considerar Área de Preservação Permanente (APP) e demais tratativas do Novo Código Florestal</p><p>Brasileiro (Lei nº 12.651,</p><p>de 25 de maio de 2012)</p><p>Caso esses detalhes não sejam observados pelo gestor, poderão ocorrer graves er-</p><p>ros ao se buscar comparações técnicas e econômicas de propriedades rurais em</p><p>outras regiões. Por outro lado, ao eliminar esse efeito por meio do estudo das áreas</p><p>realmente utilizadas para as atividades, isso poderá se constituir em uma rica fer-</p><p>ramenta de gestão, uma vez que esta deverá sempre evoluir, conforme evoluem as</p><p>tecnologias, os processos produtivos e gerenciais.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 141</p><p>Tópico 4: Evolução de indicadores</p><p>Você sabe como analisar a evolução dos indicadores? Vamos continuar com o estudo!</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Objetivos</p><p>Nesse tópico vamos entender melhor como analisar a evolução dos</p><p>indicadores, com exemplos práticos para ajudá-lo a interpretar e fixar</p><p>os conceitos.</p><p>Por meio da análise de evolução dos indicadores, é possível medir e aferir se o</p><p>trabalho desenvolvido dentro da propriedade está gerando resultados positivos,</p><p>se as metas estão sendo alcançadas e, até mesmo, verificar a necessidade de</p><p>alterações no que foi planejado devido a mudanças no cenário interno ou externo</p><p>da propriedade.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 142</p><p>Tome nota</p><p>Devemos ter cuidado nas análises de evolução para verificar se fa-</p><p>tores externos, como anomalias no mercado ou na propriedade, não</p><p>influenciaram, de maneira significativa, os resultados. Essas influ-</p><p>ências podem ser tanto positivas quanto negativas, mascarando</p><p>os resultados e levando a uma avaliação equivocada do trabalho</p><p>desenvolvido.</p><p>Esta análise representa o último grau de sofisticação na interpretação de indicado-</p><p>res, pois para que se chegue a ela é necessário preservar sistematicamente os da-</p><p>dos obtidos em ciclos anteriores, mantendo a mesma metodologia e rigor na identi-</p><p>ficação de custos e resultados.</p><p>Além disso, nessa etapa há um processo de melhoria interna, uma</p><p>espécie de autoconcorrência, em que se busca resultados superio-</p><p>res aos anteriores, mesmo que ainda não se tenha atingido o ben-</p><p>chmarking ou mesmo já o tenha superado.</p><p>Para muitos gestores, é mais difícil encontrar as limitações ou gargalos internos da</p><p>empresa, uma vez que estão inclusos na atividade, do que simplesmente buscá-los</p><p>em referências externas e traçar suas metas. É o que se chama de ciclo vicioso da</p><p>rotina de trabalho – por isso é tão importante a consultoria, trazendo uma visão</p><p>sistêmica e externa do negócio.</p><p>Vejamos algumas análises de evolução de indicadores abaixo em uma mesma fa-</p><p>zenda, ao longo de vários ciclos (anos):</p><p>Indicador Ano 0* Ano 1 Ano 2 Variação no</p><p>último ano</p><p>Área para produção</p><p>(hectares)</p><p>80 80 50 - 37,5%</p><p>* “Ano 0” diz respeito ao diagnóstico realizado na propriedade, referente ao ciclo anterior à implantação da metodologia de ATeG.</p><p>Ao analisar esse indicador, observou-se que a área destinada à produção durante o</p><p>primeiro ano da Assistência Técnica e Gerencial (ano 1) manteve-se igual ao exercí-</p><p>cio anterior (80 hectares), porém, no segundo ano (ano 2) houve uma redução dessa</p><p>mesma área na ordem de 37,5% em relação ao ciclo anterior.</p><p>Com base nesses dados, podemos fazer uma série de conjecturas para descobrir o</p><p>que houve com essa área, além de atualizar o cálculo de todos os indicadores téc-</p><p>nicos e econômicos.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 143</p><p>Digamos que, por exemplo, ao descobrir</p><p>o valor da margem bruta por hectare, o</p><p>produtor resolveu comparar seu índice</p><p>com os índices alcançados pelo arren-</p><p>damento para a cultura do arroz na sua</p><p>região. Identificando que sua atividade</p><p>estava rendendo menos, aceitou a pro-</p><p>posta de arrendar parte de suas terras</p><p>produtivas para terceiros realizarem o</p><p>plantio, uma vez que essa não é sua ex-</p><p>pertise de produção e os valores pagos</p><p>foram economicamente atrativos. As-</p><p>sim sendo, essa área arrendada (ex.: 30</p><p>hectares) deverá sair do inventário de</p><p>recursos da atividade, afinal de contas,</p><p>trabalhamos com o conceito de cen-</p><p>tro de custos de cada atividade, e essa</p><p>área não pertence mais a ela.</p><p>Na prática</p><p>Na tabela abaixo, vamos analisar a evolução do indicador mortalidade</p><p>de cordeiros até a desmama aos 60 dias, em uma fazenda com foco na</p><p>produção de ovinos de corte. O objetivo é compreender por que é tão</p><p>importante não apenas registrar os indicadores e adotar medidas para</p><p>corrigi-los, mas também compartilhar esses dados com seus produ-</p><p>tores (feedback), estimulando-os a manterem-se na busca constante</p><p>por melhores resultados ou na manutenção dos mesmos.</p><p>Indicador Ano 0 Ano 1 Ano 2 Variação no</p><p>último ano</p><p>Mortalidade até</p><p>desmama (60 dias) 30% 5% 2% 60%</p><p>Esse é um indicador muito importante em todos os rebanhos, pois</p><p>é um reflexo claro do manejo que a propriedade adota. Mais impor-</p><p>tante ainda quando se trabalha com rebanhos de corte, pois estes</p><p>animais que estão morrendo, antes mesmo da desmama, seriam</p><p>os produtos para comercialização. Portanto, isso irá refletir direta-</p><p>mente na renda obtida na atividade, uma vez que haverá menos ani-</p><p>mais a ofertar ao mercado, assim como também haverá um menor</p><p>quantitativo para se diluir os custos fixos da atividade por unidade</p><p>produzida (CFM = Custo Fixo Médio).</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 144</p><p>Mesmo não havendo um parâmetro claro que informe ao Técnico de Campo qual a</p><p>porcentagem ideal para se manter, ele deve saber que este deve ser o mais próximo</p><p>possível de zero. Mas esta é uma meta, geralmente, inatingível em rebanhos comer-</p><p>ciais de corte (e quanto maior o rebanho, mais precário fica este controle individuali-</p><p>zado dos animais nascidos). E ao constatar esta taxa de 30% de mortalidade, o Téc-</p><p>nico de Campo deverá utilizar de toda a sua experiência para identificar corretamente</p><p>quais os fatores estão credenciando a propriedade e obter este péssimo índice.</p><p>Veja o exemplo</p><p>Suponhamos que o Técnico de Cam-</p><p>po identificou que as matrizes de uma</p><p>propriedade não estavam sendo devi-</p><p>damente imunizadas durante a ges-</p><p>tação, acarretando uma baixa eficiên-</p><p>cia na transferência de informações</p><p>imunológicas às crias, tornando-as</p><p>mais suscetíveis à contração de en-</p><p>fermidades. Além disso, os animais</p><p>pariam nas baias do aprisco sus-</p><p>pensas do solo, especialmente feitas</p><p>para animais adultos, na qual, não se</p><p>realizava a cura do umbigo logo após</p><p>o nascimento, pois acreditava-se que</p><p>o ambiente era saudável devido ser</p><p>longe do chão contaminado.</p><p>Ao se deparar com este cenário, o técnico prontamente sugeriu ao produtor que pro-</p><p>videnciasse o uso de uma antiga baia de equinos desocupada, em solo, forrada com</p><p>casca de arroz ou raspas de madeira. Também instaurou um cronograma sanitário que</p><p>contemplava a vacinação das matrizes gestantes, de acordo com as necessidades da</p><p>região, assim como uma rotina de cura de umbigo de animais recém-nascidos. Assim,</p><p>foi possível uma queda brusca de 30 para 5%, ou seja, uma variação de 500%.</p><p>Quando apresentou os dados obtidos com a implementação das melhorias ao produtor,</p><p>este ficou muito empolgado, e resolveu acompanhar mais de perto este processo. Assim,</p><p>ele pôde observar que no rebanho haviam matrizes com baixa habilidade materna.</p><p>Por isso, ficou atento em fornecer colostro individualmente aos animais rejeitados,</p><p>orientando ainda o descarte destas matrizes do rebanho.</p><p>Para finalizar, o técnico deve estar atento para realizar essa análise de evolução em</p><p>conjunto com a análise comparativa, em especial com as propriedades superiores</p><p>(benchmarking). Da mesma forma que a propriedade evolui individualmente, tam-</p><p>bém estão em constante evolução as referências (indicadores) superiores, forçando</p><p>a revisão e o estabelecimento de novas metas. Afinal, a gestão é um processo con-</p><p>tínuo, e não estático.</p><p>Fonte: Banco de imagens do SENAR.</p><p>baixa habilidade</p><p>materna</p><p>A baixa habilidade</p><p>materna é um fenô-</p><p>meno que se observa</p><p>em fêmeas com partos</p><p>sempre dificultosos,</p><p>seleção de cria (quando</p><p>em parto gemelar) ou</p><p>até mesmo a recusa em</p><p>aceitar</p><p>o recém-nascido,</p><p>que acaba não maman-</p><p>do o colostro – secreção</p><p>espessa e rica em imu-</p><p>noglobulinas, produzida</p><p>após o parto, e que irá</p><p>transmitir as informa-</p><p>ções imunológicas.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 145</p><p>Tópico 5: Aplicando as principais for-</p><p>mas de interpretação de indicadores</p><p>Para concluir nossos estudos sobre indicadores, vamos aplicar os conceitos vistos</p><p>nesse módulo no nosso exemplo da fazenda Santa Felicidade!</p><p>Fonte: Banco de imagens do SENAR.</p><p>Objetivos</p><p>Nesse tópico encerramos os assuntos desse módulo, aplicando-os</p><p>na fazenda Santa Felicidade e entendendo melhor como analisar to-</p><p>dos os indicadores na prática.</p><p>Só para te ajudar a refrescar a memória: a fazenda Santa Felicidade foi apresentada</p><p>a você no módulo 2, sendo produtora de milho e bovinos de leite. Ela é propriedade</p><p>do Sr. Ariovaldo, que recebe acompanhamento técnico em prol do gerenciamento e</p><p>da gestão para o crescimento da propriedade.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 146</p><p>Iniciamos nossa avaliação do negócio pela margem bruta. Vamos lá?</p><p>A fazenda Santa Felicidade possui margem bruta positiva, conforme vemos:</p><p>Fonte: Banco de imagens do SENAR.</p><p>MB = RB – COE</p><p>RB = R$ 170.807,23</p><p>COE = R$ 101.411,90 [LSCR2]</p><p>MB = R$ 170.807,23 – R$ 101.411,90</p><p>MB = R$ 69.395,33</p><p>Interpretação</p><p>MB positiva significa que esse negócio é sustentável no curto prazo.</p><p>Comparação</p><p>As propriedades da pecuária não devem comprometer mais que 70% de sua renda</p><p>para pagar o COE. Isso as tornariam muito suscetíveis a variações de mercado. As</p><p>mais eficientes na atividade leiteira comprometem entre 50 a 70% da renda bruta com</p><p>o COE, ou seja, possuem margem bruta de 30 a 50% da renda bruta.</p><p>Sendo assim:</p><p>A fazenda Santa Felicidade possui:</p><p>MB</p><p>x 100</p><p>RB</p><p>R$ 69.395,33</p><p>x 100 = 40%</p><p>R$ 170.807,23</p><p>Ou seja, a margem bruta corresponde a 40% da renda, ficando na faixa desejável.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 147</p><p>Estratificação dos custos</p><p>Mesmo estando com uma margem bruta saudável, será que o negócio explora bem</p><p>os custos?</p><p>Para isso, é necessário decompor os custos em seus vários componentes e analisar</p><p>a participação percentual de cada estrato no custo total. Segue abaixo a distribui-</p><p>ção dos custos da fazenda Santa Felicidade.</p><p>Despesas de custeio Valor anual %</p><p>Concentrado R$ 42.705,00 42,11%</p><p>Silagem R$ 14.000,00 13,81%</p><p>Aleitamento artificial R$ 6.086,90 6,00%</p><p>Medicamentos R$ 6.000,00 5,92%</p><p>Manutenção de pastagens R$ 5.750,00 5,67%</p><p>INSS + contribuição SENAR + impostos R$ 4.350,00 4,29%</p><p>Minerais R$ 3.950,00 3,90%</p><p>Mão de obra temporária R$ 3.000,00 2,96%</p><p>Energia e combustível R$ 2.400,00 2,37%</p><p>Reparos de máquinas e equipamentos R$ 2.350,00 2,32%</p><p>Material de ordenha R$ 2.300,00 2,27%</p><p>Inseminação artificial R$ 2.115,00 2,09%</p><p>Manutenção de canavial R$ 2.000,00 1,97%</p><p>Reparos de benfeitorias R$ 1.870,00 1,84%</p><p>Outros gastos de custeio R$ 1.535,00 1,51%</p><p>Hormônios R$ 800,00 0,79%</p><p>Manutenção de capineira R$ 200,00 0,20%</p><p>Total R$ 101.411,90 100,00%</p><p>Nessa distribuição de custos, o empresário procura as oportunidades de melhoria,</p><p>ou seja, verifica onde é possível reduzir os custos sem perder eficiência.</p><p>Evolução</p><p>A fazenda Santa Felicidade, no ano anterior, possuía uma margem bruta de R$</p><p>38.998,53, que correspondia a 22% da renda, ou seja, no ano atual melhorou o valor</p><p>absoluto e também a participação da MB na renda. Ao avaliar a evolução do indica-</p><p>dor, o produtor e o Técnico de Campo elencaram as seguintes justificativas:</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 148</p><p>Melhorou o fluxo de produção, com menor dependência de</p><p>mão de obra externa</p><p>Isso foi medido no indicador de eficiência da mão de obra, que era de 150 litros de</p><p>leite/dia homem, e agora é de 385 litros/dia homem.</p><p>Ajustes no manejo da recria</p><p>Permitiram que as novilhas fossem vendidas mais cedo e as da reposição entras-</p><p>sem para produção mais rápido. Tudo isso gerou receitas que anteriormente eram</p><p>geradas de forma tardia. Essas mudanças foram conferidas nos seguintes indica-</p><p>dores técnicos:</p><p>• Idade ao primeiro parto reduziu de 36 para 25 meses.</p><p>• Ganho de peso na recria saiu de 300 g/dia para 800 g/dia.</p><p>Melhor planejamento da produção de volumoso</p><p>Resultou em volumoso de melhor e maior qualidade, consequentemente menor de-</p><p>manda por concentrado, principal item da planilha de custo. Isso foi constatado nos</p><p>seguintes indicadores:</p><p>• Gasto com concentrado/renda bruta do leite.</p><p>• Produção de silagem em toneladas/hectare saiu de 32 toneladas/hectare</p><p>para 49 toneladas por hectare.</p><p>Essa análise nos permite afirmar que a fazenda Santa Felicidade, operando na ati-</p><p>vidade leiteira, é viável no curto prazo e possui uma boa estrutura de COE. Mas a</p><p>escala de produção justifica a estrutura?</p><p>Para responder essa questão, precisamos evoluir a análise para a margem líquida.</p><p>Veja os dados da fazenda Santa Felicidade:</p><p>• RB = R$ 170.807,23</p><p>• COT = R$ 130.113,57</p><p>ML = R$ 170.807,23 - R$ 130.113,57 = R$ 40.693,66</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 149</p><p>Interpretação</p><p>A fazenda Santa Felicidade possui margem líquida positiva. Isso significa que a es-</p><p>cala de produção trabalhada nessa unidade produtiva, que já possui margem bruta</p><p>positiva, é capaz de justificar depreciações e o serviço da mão de obra familiar. Po-</p><p>demos concluir que esse negócio se sustenta no longo prazo, mantendo sua estru-</p><p>tura de recursos ativa e renovando-os sempre que necessário.</p><p>Você sabia?</p><p>Se uma empresa rural possui margem bruta positiva e suficiente para</p><p>pagar as depreciações e a mão de obra familiar, poderá se tornar</p><p>mais eficiente e atrativa aumentando sua escala de produção, pois</p><p>os valores da depreciação não se alteram à medida que a produção</p><p>aumenta, desde que não seja necessária uma revisão na estrutura.</p><p>Observe no exemplo a seguir os gráficos que simulam a situação de renda e custos</p><p>da fazenda Santa Felicidade no cenário 1, no qual ela produz 100 litros de leite por</p><p>dia, e no cenário 2, no qual ela produz 400 litros usando a mesma estrutura.</p><p>Cenário 1</p><p>Produzindo 100 litros</p><p>COE</p><p>d</p><p>MOF</p><p>Renda bruta</p><p>COE = Custo Operacional Efetivo</p><p>d = depreciação</p><p>MOF = Mão de Obra Familiar</p><p>Cenário 2</p><p>Produzindo 400 litros</p><p>COE</p><p>d</p><p>MOF</p><p>Renda bruta</p><p>COE = Custo Operacional Efetivo</p><p>d = depreciação</p><p>MOF = Mão de Obra Familiar</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 150</p><p>Observe que no cenário 1, se a Fazenda Santa Felicidade produzisse uma média de</p><p>100 litros por dia, não seria capaz de cobrir o COE, DEP e MOF. No cenário 2, com pro-</p><p>dução de 400 litros por dia, a propriedade foi viável. Como a renda bruta aumentou</p><p>em maior proporção que o COE e o custo de depreciações e da mão de obra familiar</p><p>não variou, isso resultou em um ganho de escala (estudado no Módulo Gerencial 1).</p><p>Por fim, vem a questão: esse negócio é atrativo</p><p>economicamente?</p><p>Para responder, evoluímos a avaliação para o indicador lucro. Veja os dados da fa-</p><p>zenda Santa Felicidade:</p><p>• RB = R$ 170.807,23</p><p>• CT = R$ 143.103,39</p><p>• L = R$ 170.807,23 - R$ 143.103,39 = R$ 27.703,84</p><p>Interpretação</p><p>A fazenda Santa Felicidade possui lucro maior que zero, ou seja, lucro supernor-</p><p>mal. Dessa forma, podemos dizer que o negócio é atrativo economicamente. Para</p><p>verificar o quanto o negócio é atrativo, devemos evoluir a avaliação para a Taxa de</p><p>Retorno do Capital, com e sem a terra. Acompanhe:</p><p>A) TRC sem a terra</p><p>TRC sem a terra =</p><p>Margem líquida</p><p>ECST</p><p>Dados:</p><p>Estoque de capital sem terra = R$ 214.197,00</p><p>ML = R$ 40.693,66</p><p>TRCST =</p><p>R$ 40.693,66</p><p>= 18,99%</p><p>R$ 214.197,00</p><p>B) TRC com terra</p><p>TRC com terra =</p><p>Margem líquida</p><p>ECCT</p><p>Dados:</p><p>Estoque de capital sem terra = R$ 214.197,00</p><p>ML = R$ 40.693,66</p><p>TRCST =</p><p>R$ 40.693,66</p><p>= 9,8%</p><p>R$ 414.197,00</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 151</p><p>Em termos médios, ambas as taxas de retorno são boas e mostram a viabilidade</p><p>econômica de longo prazo, pois estão acima dos 6%, considerados como referên-</p><p>cia mínima. Porém, cada produtor pode definir qual é a sua própria taxa mínima de</p><p>atratividade, de acordo com o custo de oportunidade que</p><p>ele tem para o seu capital.</p><p>Tome nota</p><p>Em linhas gerais, a taxa de retorno do capital sem-terra de 18,99%</p><p>com terra de 9,8% representa bons resultados econômicos.</p><p>Viu só como, com muito estudo e dedicação, os cálculos e interpretações ficam</p><p>mais fáceis? Lembre-se de que eles são fundamentais para seu bom desempenho</p><p>enquanto Técnico de Campo.</p><p>Veja e reveja os indicadores sempre que precisar. Conte conosco para se tornar, a</p><p>cada dia, um profissional melhor.</p><p>Nos vemos adiante!</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 152</p><p>Nesse tema você teve a oportunidade de conhecer uma série de indicadores técni-</p><p>cos e econômicos que se tornam importantíssimas ferramentas na gestão de qual-</p><p>quer empresa.</p><p>Vimos também que os indicadores refletem, em números objetivos, os custos e as</p><p>receitas da propriedade. O indicador não pode ser responsabilizado pela situação</p><p>(positiva ou negativa) da empresa; ele apenas permite a mensuração das operações</p><p>e a consequente tomada de decisão do gerente.</p><p>Devemos ter este cuidado porque muitas vezes são revelados números “catastrófi-</p><p>cos” do resultado da atividade. Mesmo que exista capital no caixa da empresa, você</p><p>viu que nem tudo é lucro após o pagamento das despesas diretas, não é mesmo?</p><p>Com esse conhecimento sobre indicadores técnicos e econômicos, você será capaz</p><p>de identificar o principal entrave na empresa analisada e, caso a empresa não este-</p><p>ja sendo eficiente naquilo em que se propõe a gerar, poder compreender se há um</p><p>fraco desempenho técnico, o que irá refletir negativamente no aspecto econômico.</p><p>Vídeos</p><p>Assista ao vídeo que preparamos para você no ambiente de estudos!</p><p>No próximo módulo, vamos aplicar no planejamento da empresa rural todo o conhe-</p><p>cimento adquirido até aqui.</p><p>Bons estudos e sucesso!</p><p>Encerramento do tema</p><p>Principais formas de interpretação de indicadores</p><p>técnicos e econômicos</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 153</p><p>Atividade de aprendizagem</p><p>Chegamos ao final do terceiro tema. A seguir, você responderá a uma questão rela-</p><p>cionada ao conteúdo estudado até aqui. Preparado?</p><p>Atenção!</p><p>Se você estiver com alguma dúvida quanto ao assunto, retorne ao</p><p>conteúdo do módulo ou, se preferir, entre em contato com o tutor.</p><p>Questão</p><p>Os indicadores são ferramentas importantes para análise técnica e econômica dos</p><p>negócios, porém, para que essas ferramentas auxiliem o gestor na tomada de de-</p><p>cisão, ele precisa saber interpretá-las. Para isso, fazemos distribuição dos custos,</p><p>benckmarking e evolução destes. Com base no estudo de interpretação dos indica-</p><p>dores, assinale a alternativa correta.</p><p>A. Entender o percentual dos itens de custo serve para o gestor limitar os gas-</p><p>tos de cada item, não autorizando a equipe a gastar mais do que o previsto.</p><p>Isso auxilia o controle dos custos. No meio rural, ganha-se muito adotando</p><p>a lei dos custos mínimos.</p><p>B. Benchmarking consiste em comparar seus resultados, processos e práticas</p><p>com os de empresas referência. Especialmente se norteado por aqueles que</p><p>obtêm os melhores resultados em sistemas semelhantes ao seu.</p><p>C. O acompanhamento da evolução dos indicadores tem como função cons-</p><p>tantemente aumentar as metas das equipes e, dessa forma, melhorar os</p><p>resultados da empresa. No mundo dos negócios não pode-se retroagir.</p><p>D. Uma função importante do benchmarking é copiar as ações das empresas</p><p>que obtêm maiores ganhos sem as devidas adaptações. Afinal, se deu certo</p><p>na fazenda dele, vai dar certo na minha.</p><p>E. A análise dos indicadores de custo não serve para eu tomar a decisão de</p><p>gastar mais de um determinado insumo. Analisar os custos pela lógica é</p><p>para gastar menos. Se estou gastando pouco é bom. Temos de avaliar nos-</p><p>sas ações que permitem manter isso.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 154</p><p>Encerramento do módulo</p><p>Nesse módulo aprofundamos o processo de gestão de um negócio, abordando o</p><p>que são os indicadores e como podemos utilizá-los para a tomada de decisão nas</p><p>principais cadeias produtivas da pecuária.</p><p>Vimos que os indicadores são as ferramentas que temos para medir o desempe-</p><p>nho nas dimensões do esforço e do resultado. O objetivo do gestor é, com o menor</p><p>esforço possível, buscar o maior resultado possível. No entanto, em cada cadeia</p><p>produtiva e em cada sistema de produção existem níveis ótimos dos indicadores.</p><p>Primeiramente precisamos coletar informações, produzir os indicadores, interpre-</p><p>tá-los, saber se operamos em níveis ótimos e fazer o acompanhamento de forma</p><p>perene. A gestão só termina com o fechamento da empresa.</p><p>A principal mensagem que queremos deixar nesse módulo é que, em qualquer ca-</p><p>deia produtiva que você escolha para trabalhar, a técnica e a tecnologia são meios</p><p>para que o empresário rural ganhe mais dinheiro. Jamais poderão ser o fim, ou</p><p>seja, o objetivo do negócio.</p><p>Antes de implementar uma mudança de processo ou qualquer tecnologia estrutural</p><p>na propriedade, pergunte-se: “O que eu vou ganhar com isso”? Faça uma análise mais</p><p>profunda de seus investimentos, usando todas as ferramentas gerenciais apresenta-</p><p>das aqui, e crie um planejamento antes de implantar qualquer técnica ou tecnologia.</p><p>Aliás, como fazer esse planejamento é o tema de nosso próximo módulo!</p><p>Não deixe de ver o vídeo que preparamos para você no ambiente de estudos e de</p><p>realizar as atividades de aprendizagem:</p><p>Até a próxima aula!</p><p>As referências das obras utilizadas nesse curso estão disponíveis</p><p>na biblioteca do ambiente de estudos, confira!</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 155</p><p>Parabéns pelo seu percurso até aqui! Bom, chegamos em mais um momento para</p><p>você aplicar seus conhecimentos! Para finalizar o módulo, você deverá realizar três</p><p>atividades:</p><p>Simulado</p><p>São 17 questões objetivas sobre os três temas deste módulo.</p><p>Você pode respondê-lo até três vezes. O objetivo é que você</p><p>se prepare bem para a avaliação. A realização dessa atividade</p><p>é obrigatória, porém, não afere nota. Essa é uma ótima opor-</p><p>tunidade para verificar o seu conhecimento, estudar e ter uma</p><p>prévia de como será a avaliação.</p><p>Avaliação</p><p>Realizado o simulado, você terá acesso à avaliação. Ela também</p><p>é composta por 17 questões objetivas e contempla todo o con-</p><p>teúdo estudado no módulo. Essa atividade é obrigatória e vale</p><p>nota. O seu desempenho nessa atividade será contabilizado na</p><p>sua média. A correção é automática, ou seja, é o LMS que fará a</p><p>correção da atividade.</p><p>Linha de Chegada</p><p>Fonte: Banco de Imagens do SENAR.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 156</p><p>Estudo de caso</p><p>Será apresentada uma situação problema (relacionada aos te-</p><p>mas estudados no módulo) e você deverá respondê-la fazendo</p><p>uma análise da situação. No Módulo 1, você deverá gravar um</p><p>vídeo de até 3 minutos respondendo à pergunta lançada no es-</p><p>tudo de caso. O upload do vídeo deverá ser feito no LMS, dentro</p><p>da atividade estudo de caso. Essa atividade será corrigida pelo</p><p>tutor, que atribuirá uma nota e um feedback. Nos módulos 2, 3, 4</p><p>e 5 você deverá responder ao estudo de caso em forma de texto.</p><p>Tanto o simulado quanto a prova são compostos por 17 questões</p><p>de múltipla escolha, que têm como objetivo verificar o seu conheci-</p><p>mento com base no que você estudou durante o curso.</p><p>Para acessar essas atividades, clique no menu do seu ambiente de estudos e clique</p><p>em Minhas avaliações.</p><p>Como informamos no início do</p><p>curso, o tempo total para encerra-</p><p>mento do módulo é  45 dias. Veja</p><p>no seu planejamento quantos dias</p><p>ainda faltam para encerrar o prazo</p><p>e aproveite para estudar e se pre-</p><p>parar para a avaliação do módulo.</p><p>Fonte: Shutterstock</p><p>A avaliação estará disponível somente depois que você passar pelo simulado.</p><p>Comece quando se sentir seguro e confiante em seu aprendizado, pois aqui</p><p>você terá somente uma tentativa de acerto.</p><p>Não se preocupe se houver uma queda de energia, pois você não perderá o que já</p><p>respondeu! O sistema de avaliações, incluindo o simulado, salva automaticamente</p><p>as suas respostas.</p><p>Para obter informações mais detalhadas sobre como acessá-lo ou se tiver qualquer</p><p>dúvida, entre em contato</p><p>pelo Tira-Dúvidas ou pelo e-mail faleconoscoead@facul-</p><p>dadecna.com.br, ou ainda via telefone, pelo 0800 006 4849, de segunda a sexta-fei-</p><p>ra, das 8h às 12h e das 14h às 18h, no horário de Brasília.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 157</p><p>Gabarito</p><p>Questão tema 01</p><p>Resposta correta: D</p><p>Feedback:</p><p>Todas as afirmações são verdadeiras, veja o feedback sequencial delas:</p><p>A. Entre outras funções, a mensuração do esforço permite que o gestor verifi-</p><p>que se são realizados os procedimentos e as técnicas previstas. Ao passo</p><p>que medir o resultado permite ao gestor verificar se o esforço empregado</p><p>está produzindo os resultados técnicos e econômicos esperados.</p><p>B. As informações técnicas são os dados do sistema que permitem ao gestor</p><p>produzir indicadores e tomar decisões. Sem informação não existe gestão.</p><p>C. Os indicadores econômicos são a conversão de informações e números ca-</p><p>pazes de mensurar o desempenho econômico nas atividades.</p><p>D. Esta alternativa é verdadeira e muito importante: diversos gestores, especial-</p><p>mente os de formação na área, incidem em uma falha clássica que é querer</p><p>o maior desempenho do animal sem considerar os aspectos econômicos.</p><p>E. A produtividade medida em litros de leite/hectare/ano expressa todas as</p><p>operações técnicas aplicadas na propriedade, podendo promover avanços</p><p>ou retrocessos. Se em uma propriedade for melhorado o sistema de recria,</p><p>reduzindo a idade do primeiro parto em três meses, vai aumentar a produção</p><p>de leite, pois a mesma lotação animal passou a produzir mais.</p><p>Questão tema 02</p><p>Resposta correta: E</p><p>Feedback:</p><p>A afirmação A é incorreta porque os indicadores utilizados nas cadeias não fo-</p><p>ram adaptações de outros. A afirmação B está correta pois realmente conhecer</p><p>as especificidades de cada cadeia ajuda a propor um plano de ação mais as-</p><p>sertivo. Da mesma forma, a afirmativa C é correta pois os indicadores técnicos</p><p>variam conforme as características de cada atividade e cadeia.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 158</p><p>Questão tema 03</p><p>Resposta correta: B</p><p>Feedback:</p><p>É muito importante comparar os produtores que estejam em sistemas de pro-</p><p>dução semelhantes e que possuem bons resultados. Dessa forma, você pode</p><p>definir o que fazer para melhorar o seu sistema, sem ter de trocá-lo.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 159</p><p>Referências</p><p>BAHIA, J. Veja a importância de um bom gerenciamento para a empresa. In Revis-</p><p>ta Gestão em Negócios. Disponível em: http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/</p><p>artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/#.</p><p>Último acesso em 11/01/2017.</p><p>BERNARDO, L.T., QUEIROZ, A. M. Revista de Economia, Anápolis, v.7, n.2, p. 48-65,</p><p>jul./dez- ISSN: 1809 970-X. 2011. Disponível em: . Acesso em: 13 out. 2016.</p><p>UECKER, G. L., BRAUN, M. e UECKER, A. D. A gestão dos pequenos empreendimen-</p><p>tos rurais num ambiente competitivo global e de grandes estratégias. In: XLIII Con-</p><p>gresso Brasileiro de Economia e Sociologia Rural – Anais... SOBER, 2005, Ribeirão</p><p>Preto-SP, 2005.</p><p>DALCIN. D ; OLIVEIRA, S.V. ; TROIAN, A. . Gestão rural e a tomada de decisão: estudo</p><p>de caso no setor olerícula. In: SOBER, 2010, Campo Grande. 48ª SOBER- Sociedade</p><p>Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural: tecnologias, desenvolvi-</p><p>mento e integração social., 2010.</p><p>http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/</p><p>http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/</p><p>http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/</p><p>http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/</p><p>http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/</p><p>http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/</p><p>http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/</p><p>http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/</p><p>http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/</p><p>http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/</p><p>http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/</p><p>http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/</p><p>http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/</p><p>http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/</p><p>http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/</p><p>http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/</p><p>http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/</p><p>http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/</p><p>http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/</p><p>http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/</p><p>http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/</p><p>http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/</p><p>http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/</p><p>http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/</p><p>http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/</p><p>http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/</p><p>http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/</p><p>http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/</p><p>http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/</p><p>http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/</p><p>http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/</p><p>_tyjcwt</p><p>_GoBack</p><p>_1t3h5sf</p><p>_Hlk483223504</p><p>_2s8eyo1</p><p>_3rdcrjn</p><p>_35nkun2</p><p>OLE_LINK1</p><p>_GoBack</p><p>Botão 178:</p><p>Página 1:</p><p>Página 51:</p><p>Página 62:</p><p>Página 73:</p><p>Página 84:</p><p>Página 95:</p><p>Página 116:</p><p>Página 127:</p><p>Página 138:</p><p>Página 149:</p><p>Página 1510:</p><p>Página 1611:</p><p>Página 1712:</p><p>Página 1813:</p><p>Página 1914:</p><p>Página 2015:</p><p>Página 2116:</p><p>Página 2217:</p><p>Página 2318:</p><p>Página 2419:</p><p>Página 2520:</p><p>Página 2621:</p><p>Página 2722:</p><p>Página 2823:</p><p>Página 2924:</p><p>Página 3025:</p><p>Página 3126:</p><p>Página 3227:</p><p>Página 3328:</p><p>Página 3429:</p><p>Página 3530:</p><p>Página 3631:</p><p>Página 3732:</p><p>Página 3833:</p><p>Página 3934:</p><p>Página 4035:</p><p>Página 4136:</p><p>Página 4237:</p><p>Página 4338:</p><p>Página 4439:</p><p>Página 4540:</p><p>Página 4641:</p><p>Página 4742:</p><p>Página 4843:</p><p>Página 4944:</p><p>Página 5045:</p><p>Página 5146:</p><p>Página 5247:</p><p>Página 5348:</p><p>Página 5449:</p><p>Página 5550:</p><p>Página 5651:</p><p>Página 5752:</p><p>Página 5853:</p><p>Página 5954:</p><p>Página 6055:</p><p>Página 6156:</p><p>Página 6257:</p><p>Página 6358:</p><p>Página 6459:</p><p>Página 6560:</p><p>Página 6661:</p><p>Página 6762:</p><p>Página 6863:</p><p>Página 6964:</p><p>Página 7065:</p><p>Página 7166:</p><p>Página 7267:</p><p>Página 7368:</p><p>Página 7469:</p><p>Página 7570:</p><p>Página 7671:</p><p>Página</p><p>7772:</p><p>Página 7873:</p><p>Página 7974:</p><p>Página 8075:</p><p>Página 8176:</p><p>Página 8277:</p><p>Página 8378:</p><p>Página 8479:</p><p>Página 8580:</p><p>Página 8681:</p><p>Página 8782:</p><p>Página 8883:</p><p>Página 8984:</p><p>Página 9085:</p><p>Página 9186:</p><p>Página 9287:</p><p>Página 9388:</p><p>Página 9489:</p><p>Página 9590:</p><p>Página 9691:</p><p>Página 9792:</p><p>Página 9893:</p><p>Página 9994:</p><p>Página 10095:</p><p>Página 10196:</p><p>Página 10297:</p><p>Página 10398:</p><p>Página 10499:</p><p>Página 105100:</p><p>Página 106101:</p><p>Página 107102:</p><p>Página 108103:</p><p>Página 109104:</p><p>Página 110105:</p><p>Página 111106:</p><p>Página 112107:</p><p>Página 113108:</p><p>Página 114109:</p><p>Página 115110:</p><p>Página 116111:</p><p>Página 117112:</p><p>Página 118113:</p><p>Página 119114:</p><p>Página 120115:</p><p>Página 121116:</p><p>Página 122117:</p><p>Página 123118:</p><p>Página 124119:</p><p>Página 125120:</p><p>Página 126121:</p><p>Página 127122:</p><p>Página 128123:</p><p>Página 129124:</p><p>Página 130125:</p><p>Página 131126:</p><p>Página 132127:</p><p>Página 133128:</p><p>Página 134129:</p><p>Página 135130:</p><p>Página 136131:</p><p>Página 137132:</p><p>Página 138133:</p><p>Página 139134:</p><p>Página 140135:</p><p>Página 141136:</p><p>Página 142137:</p><p>Página 143138:</p><p>Página 144139:</p><p>Página 145140:</p><p>Página 146141:</p><p>Página 147142:</p><p>Página 148143:</p><p>Página 149144:</p><p>Página 150145:</p><p>Página 151146:</p><p>Página 152147:</p><p>Página 153148:</p><p>Página 154149:</p><p>Página 155150:</p><p>Página 156151:</p><p>Página 157152:</p><p>Página 158153:</p><p>Página 159154:</p><p>Botão 171:</p><p>Botão 147:</p><p>Botão 150:</p><p>Botão 151:</p><p>Botão 153:</p><p>Botão 154:</p><p>Botão 156:</p><p>Botão 157:</p><p>Botão 31:</p><p>Página 5:</p><p>Página 61:</p><p>Página 72:</p><p>Página 83:</p><p>Página 94:</p><p>Página 115:</p><p>Página 126:</p><p>Página 137:</p><p>Página 148:</p><p>Página 159:</p><p>Página 1610:</p><p>Página 1711:</p><p>Página 1812:</p><p>Página 1913:</p><p>Página 2014:</p><p>Página 2115:</p><p>Página 2216:</p><p>Página 2317:</p><p>Página 2418:</p><p>Página 2519:</p><p>Página 2620:</p><p>Página 2721:</p><p>Página 2822:</p><p>Página 2923:</p><p>Página 3024:</p><p>Página 3125:</p><p>Página 3226:</p><p>Página 3327:</p><p>Página 3428:</p><p>Página 3529:</p><p>Página 3630:</p><p>Página 3731:</p><p>Página 3832:</p><p>Página 3933:</p><p>Página 4034:</p><p>Página 4135:</p><p>Página 4236:</p><p>Página 4337:</p><p>Página 4438:</p><p>Página 4539:</p><p>Página 4640:</p><p>Página 4741:</p><p>Página 4842:</p><p>Página 4943:</p><p>Página 5044:</p><p>Página 5145:</p><p>Página 5246:</p><p>Página 5347:</p><p>Página 5448:</p><p>Página 5549:</p><p>Página 5650:</p><p>Página 5751:</p><p>Página 5852:</p><p>Página 5953:</p><p>Página 6054:</p><p>Página 6155:</p><p>Página 6256:</p><p>Página 6357:</p><p>Página 6458:</p><p>Página 6559:</p><p>Página 6660:</p><p>Página 6761:</p><p>Página 6862:</p><p>Página 6963:</p><p>Página 7064:</p><p>Página 7165:</p><p>Página 7266:</p><p>Página 7367:</p><p>Página 7468:</p><p>Página 7569:</p><p>Página 7670:</p><p>Página 7771:</p><p>Página 7872:</p><p>Página 7973:</p><p>Página 8074:</p><p>Página 8175:</p><p>Página 8276:</p><p>Página 8377:</p><p>Página 8478:</p><p>Página 8579:</p><p>Página 8680:</p><p>Página 8781:</p><p>Página 8882:</p><p>Página 8983:</p><p>Página 9084:</p><p>Página 9185:</p><p>Página 9286:</p><p>Página 9387:</p><p>Página 9488:</p><p>Página 9589:</p><p>Página 9690:</p><p>Página 9791:</p><p>Página 9892:</p><p>Página 9993:</p><p>Página 10094:</p><p>Página 10195:</p><p>Página 10296:</p><p>Página 10397:</p><p>Página 10498:</p><p>Página 10599:</p><p>Página 106100:</p><p>Página 107101:</p><p>Página 108102:</p><p>Página 109103:</p><p>Página 110104:</p><p>Página 111105:</p><p>Página 112106:</p><p>Página 113107:</p><p>Página 114108:</p><p>Página 115109:</p><p>Página 116110:</p><p>Página 117111:</p><p>Página 118112:</p><p>Página 119113:</p><p>Página 120114:</p><p>Página 121115:</p><p>Página 122116:</p><p>Página 123117:</p><p>Página 124118:</p><p>Página 125119:</p><p>Página 126120:</p><p>Página 127121:</p><p>Página 128122:</p><p>Página 129123:</p><p>Página 130124:</p><p>Página 131125:</p><p>Página 132126:</p><p>Página 133127:</p><p>Página 134128:</p><p>Página 135129:</p><p>Página 136130:</p><p>Página 137131:</p><p>Página 138132:</p><p>Página 139133:</p><p>Página 140134:</p><p>Página 141135:</p><p>Página 142136:</p><p>Página 143137:</p><p>Página 144138:</p><p>Página 145139:</p><p>Página 146140:</p><p>Página 147141:</p><p>Página 148142:</p><p>Página 149143:</p><p>Página 150144:</p><p>Página 151145:</p><p>Página 152146:</p><p>Página 153147:</p><p>Página 154148:</p><p>Página 155149:</p><p>Página 156150:</p><p>Página 157151:</p><p>Página 158152:</p><p>Página 159153:</p><p>Botão 32:</p><p>Página 5:</p><p>Página 61:</p><p>Página 72:</p><p>Página 83:</p><p>Página 94:</p><p>Página 115:</p><p>Página 126:</p><p>Página 137:</p><p>Página 148:</p><p>Página 159:</p><p>Página 1610:</p><p>Página 1711:</p><p>Página 1812:</p><p>Página 1913:</p><p>Página 2014:</p><p>Página 2115:</p><p>Página 2216:</p><p>Página 2317:</p><p>Página 2418:</p><p>Página 2519:</p><p>Página 2620:</p><p>Página 2721:</p><p>Página 2822:</p><p>Página 2923:</p><p>Página 3024:</p><p>Página 3125:</p><p>Página 3226:</p><p>Página 3327:</p><p>Página 3428:</p><p>Página 3529:</p><p>Página 3630:</p><p>Página 3731:</p><p>Página 3832:</p><p>Página 3933:</p><p>Página 4034:</p><p>Página 4135:</p><p>Página 4236:</p><p>Página 4337:</p><p>Página 4438:</p><p>Página 4539:</p><p>Página 4640:</p><p>Página 4741:</p><p>Página 4842:</p><p>Página 4943:</p><p>Página 5044:</p><p>Página 5145:</p><p>Página 5246:</p><p>Página 5347:</p><p>Página 5448:</p><p>Página 5549:</p><p>Página 5650:</p><p>Página 5751:</p><p>Página 5852:</p><p>Página 5953:</p><p>Página 6054:</p><p>Página 6155:</p><p>Página 6256:</p><p>Página 6357:</p><p>Página 6458:</p><p>Página 6559:</p><p>Página 6660:</p><p>Página 6761:</p><p>Página 6862:</p><p>Página 6963:</p><p>Página 7064:</p><p>Página 7165:</p><p>Página 7266:</p><p>Página 7367:</p><p>Página 7468:</p><p>Página 7569:</p><p>Página 7670:</p><p>Página 7771:</p><p>Página 7872:</p><p>Página 7973:</p><p>Página 8074:</p><p>Página 8175:</p><p>Página 8276:</p><p>Página 8377:</p><p>Página 8478:</p><p>Página 8579:</p><p>Página 8680:</p><p>Página 8781:</p><p>Página 8882:</p><p>Página 8983:</p><p>Página 9084:</p><p>Página 9185:</p><p>Página 9286:</p><p>Página 9387:</p><p>Página 9488:</p><p>Página 9589:</p><p>Página 9690:</p><p>Página 9791:</p><p>Página 9892:</p><p>Página 9993:</p><p>Página 10094:</p><p>Página 10195:</p><p>Página 10296:</p><p>Página 10397:</p><p>Página 10498:</p><p>Página 10599:</p><p>Página 106100:</p><p>Página 107101:</p><p>Página 108102:</p><p>Página 109103:</p><p>Página 110104:</p><p>Página 111105:</p><p>Página 112106:</p><p>Página 113107:</p><p>Página 114108:</p><p>Página 115109:</p><p>Página 116110:</p><p>Página 117111:</p><p>Página 118112:</p><p>Página 119113:</p><p>Página 120114:</p><p>Página 121115:</p><p>Página 122116:</p><p>Página 123117:</p><p>Página 124118:</p><p>Página 125119:</p><p>Página 126120:</p><p>Página 127121:</p><p>Página 128122:</p><p>Página 129123:</p><p>Página 130124:</p><p>Página 131125:</p><p>Página 132126:</p><p>Página 133127:</p><p>Página 134128:</p><p>Página 135129:</p><p>Página 136130:</p><p>Página 137131:</p><p>Página 138132:</p><p>Página 139133:</p><p>Página 140134:</p><p>Página 141135:</p><p>Página 142136:</p><p>Página 143137:</p><p>Página 144138:</p><p>Página 145139:</p><p>Página 146140:</p><p>Página 147141:</p><p>Página 148142:</p><p>Página 149143:</p><p>Página 150144:</p><p>Página 151145:</p><p>Página 152146:</p><p>Página 153147:</p><p>Página 154148:</p><p>Página 155149:</p><p>Página 156150:</p><p>Página 157151:</p><p>Página 158152:</p><p>Página 159153:</p><p>Botão 179:</p><p>Botão 180:</p><p>sujeitos a forças</p><p>da natureza (clima, vegetação, solo, bio-</p><p>logia etc.). Isso faz com que parte do</p><p>sistema de produção não esteja sempre</p><p>sob o controle de decisão do gestor.</p><p>Já a cadeia de valor é definida como o</p><p>somatório de toda ação ou processo</p><p>necessário para gerar ou entregar pro-</p><p>dutos ou serviços a um beneficiário. É</p><p>uma representação organizacional que permite melhor visualização do valor ou do</p><p>benefício agregado no processo, sendo utilizada amplamente na definição dos re-</p><p>sultados e impactos de organizações.</p><p>Fonte: Banco de Imagens do SENAR.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 16</p><p>Mensurar o desempenho com base nos elementos da cadeia de valor permite que as</p><p>organizações analisem suas principais variáveis associadas ao cumprimento dos</p><p>seus objetivos:</p><p>• Quantos e quais insumos são requeridos.</p><p>• Quais ações serão executadas.</p><p>• Quantos e quais produtos/serviços serão entregues.</p><p>• Quais impactos finais serão alcançados.</p><p>Fonte: Banco de Imagens do SENAR.</p><p>Modelo dos “6 Es” do desempenho</p><p>O modelo dos “6 Es” é uma sistematização da análise do desempenho. O estudo</p><p>desse modelo nos permite entender o desempenho sob a ótica de 6 subdimensões</p><p>que derivam do esforço e do resultado. O detalhamento desse estudo é a base para</p><p>a análise dos indicadores técnicos e econômicos que estudaremos nos próximos</p><p>tópicos. Os indicadores são as ferramentas utilizadas para medir o desempenho em</p><p>suas subdimensões.</p><p>Os “6 Es” são distribuídos da seguinte forma: 3 na dimensão do esforço e 3 na</p><p>dimensão do resultado.</p><p>Dimensão de esforço</p><p>Dentro de um sistema de</p><p>produção são definidos</p><p>procedimentos, tarefas e</p><p>metas a serem alcança-</p><p>das, que são as bases</p><p>para a mensuração do</p><p>esforço. Ele se divide</p><p>em três pilares, os quais</p><p>vamos conhecer melhor</p><p>a seguir.</p><p>Dimensão de resultado</p><p>As três dimensões dos</p><p>resultados estão mais</p><p>ligadas aos indicadores</p><p>econômicos, pois são a</p><p>expressão dos esfor-</p><p>ços. As dimensões dos</p><p>resultados podem sofrer</p><p>alterações devido às</p><p>dimensões dos esforços.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 17</p><p>Conheça cada uma das subdimensões:</p><p>Economicidade</p><p>Excelência</p><p>Execução</p><p>Efetividade</p><p>Eficácia</p><p>Eficiência</p><p>Dimensões de esforço</p><p>Dimensões de esforço</p><p>Dimensões de resultado</p><p>Dimensões de esforço</p><p>Dimensões de resultado</p><p>Dimensões de esforço</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 18</p><p>1. Economicidade</p><p>Está alinhada ao conceito de obtenção e uso de recursos com o menor ônus possí-</p><p>vel – em resumo, produzir mais com menos. São aspectos da economicidade:</p><p>Qualidade dos</p><p>recursos</p><p>Representa a adequação entre as características dos</p><p>produtos e serviços adquiridos, assim como os requi-</p><p>sitos e as necessidades da organização.</p><p>Quantidade de</p><p>recursos</p><p>É o nível de oferta e disponibilidade de um produto ou</p><p>serviço, gerado por um determinado fornecedor ou</p><p>sistema.</p><p>Acessibilidade É a capacidade da empresa de captar bens e serviços.</p><p>Cobertura</p><p>É o nível de disponibilidade de um determinado insu-</p><p>mo crítico para a execução de programas, projetos e</p><p>processos.</p><p>Risco</p><p>Avalia a possibilidade de ocorrência de falhas no for-</p><p>necimento de recursos para a produção, como o ris-</p><p>co da falta de volumoso para alimentar o rebanho por</p><p>causa da seca.</p><p>2. Excelência</p><p>É a conformidade com critérios e padrões de qualidade para a realização dos pro-</p><p>cessos, atividades e projetos, na busca da melhor execução e economicidade.</p><p>Conformidade</p><p>Representa a adequação</p><p>dos projetos, ações e</p><p>processos aos padrões e</p><p>requisitos relacionados a</p><p>algumas características.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 19</p><p>Pare para pensar</p><p>Você já parou para pensar em palavras-chave que indicam critérios e</p><p>padrões buscados pela excelência? Veja algumas delas:</p><p>• Responsabilidade ambiental</p><p>• Conforto</p><p>• Confiabilidade</p><p>• Inovação</p><p>• Prazo</p><p>• Transparência</p><p>• Confidencialidade</p><p>• Retrabalhos</p><p>• Erros</p><p>• Medidas e especificações</p><p>• Acessibilidade</p><p>Além das características apresentadas, temos ainda que considerar a segu-</p><p>rança (acidentes por horas trabalhadas) e os padrões de excelência gerencial</p><p>(IAGP) quando falamos de conformidade.</p><p>São critérios de excelência:</p><p>Riscos</p><p>Avalia a probabilidade de ocorrência de falhas ou da</p><p>entrega de produtos fora dos padrões de qualidade</p><p>exigidos pelo contrato ou legislações vigentes.</p><p>Causalidade</p><p>Análise histórica de fatores que impactam ou influen-</p><p>ciam o comportamento (ou resultado) de determinado</p><p>procedimento, processo ou mesmo o produto final; é</p><p>um indicador que avalia a adequação a padrões, nor-</p><p>mas e especificações.</p><p>Comunicação</p><p>São os fluxos de informação, a ação dos interlocuto-</p><p>res, a utilização dos canais, as formas de mensagem</p><p>e os códigos para cada situação, que verificam a exis-</p><p>tência ou não de falhas no processo de comunicação.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 20</p><p>3. Execução</p><p>Refere-se à realização dos processos, projetos e planos de ação previamente esta-</p><p>belecidos. Divide-se em dois tipos:</p><p>4. Efetividade</p><p>É a capacidade para a empresa gerar determinado efeito, positivo ou negativo, ou</p><p>seja, trata-se do que foi realizado de fato. Veja a seguir os aspectos da efetividade.</p><p>Impacto intermediário Impacto final</p><p>Resultado intermediário gerado pelos</p><p>produtos e serviços de um determinado</p><p>sistema.</p><p>Exemplo: para um confinamento de gado</p><p>de corte, previa-se plantar 100 hectares de</p><p>milho. Efetivamente foram plantados 87</p><p>hectares. Impacto: menor quantidade de</p><p>alimento disponível.</p><p>Resultado de um processo,</p><p>procedimento ou ação.</p><p>Exemplo: usando a situação anterior, o</p><p>impacto intermediário da falta de alimentos</p><p>gerou um impacto final de aumento nos</p><p>gastos com concentrado ou redução no</p><p>número de arrobas ao final do ciclo naquele</p><p>confinamento.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 21</p><p>5. Eficácia</p><p>É a quantidade e a qualidade de produtos e serviços entregues ao usuário (benefici-</p><p>ário direto dos produtos e serviços da organização). A eficácia trata da relação entre</p><p>os resultados pretendidos e os resultados obtidos.</p><p>6. Eficiência</p><p>É a relação entre os produtos/serviços gerados (outputs) com os insumos empre-</p><p>gados (inputs) usualmente sob a forma de custos ou produtividade. São aspectos</p><p>da eficiência:</p><p>Custo-efetividade</p><p>Relação entre os insumos para a prestação de um de-</p><p>terminado serviço ou elaboração de um produto e a</p><p>efetividade, isto é, o grau de contribuição de um in-</p><p>sumo, programa ou ação no atendimento de metas e</p><p>objetivos.</p><p>Produtividade</p><p>Relação entre o nível de produção (serviços e produ-</p><p>tos) e os recursos utilizados, como capital humano,</p><p>imobilizado, investimentos ou tempo.</p><p>Tempo</p><p>Tempo decorrido entre o início e o fim de um determi-</p><p>nado programa, projeto ou processo.</p><p>Custo unitário</p><p>Soma de todos os custos (fixos, variáveis, reais, atri-</p><p>buídos, específicos e não específicos) de uma ativida-</p><p>de produtiva dividida pelo total produzido, resultando</p><p>no custo por unidade de produto ou serviço gerado.</p><p>Benefício-custo</p><p>(qualidade do gasto)</p><p>Relação entre os dispêndios realizados por um deter-</p><p>minado sistema e os retornos obtidos por esses dis-</p><p>pêndios; é a relação entre os custos dos insumos e o</p><p>valor dos produtos gerados.</p><p>O entendimento sobre as subdimensões do desempenho pelo modelo dos “6 Es”</p><p>nos permite identificar que o desempenho pode e deve ser medido nas empresas</p><p>em todas suas dimensões. E a mensuração do desempenho é a base para que</p><p>o gestor de um empreendimento tome decisões técnicas ou econômicas. Existe</p><p>uma máxima que diz:</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 22</p><p>O que não se mede não se gerencia”</p><p>Na prática das atividades agropecuárias, geramos dados por meio de medições</p><p>dentro do sistema de produção e, para que esses dados se tornem úteis para toma-</p><p>das de decisões nas empresas, nós os transformamos em indicadores técnicos e</p><p>econômicos.</p><p>Os indicadores serão o tema de nossos próximos estudos.</p><p>Conectando os conceitos</p><p>Estudamos o desempenho para entender que, nas empresas, as tomadas de de-</p><p>cisões assertivas dependem da mensuração do desempenho na</p><p>dimensão do</p><p>esforço e na dimensão do resultado. Medimos o desempenho quando geramos</p><p>indicadores técnicos e econômicos.</p><p>Nos vemos no próximo tópico.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 23</p><p>Tópico 2 – Introdução aos indicadores</p><p>técnicos e econômicos</p><p>Quando falamos de indicadores técnicos e econômicos, a mensuração é parte es-</p><p>sencial de um modelo de gestão do desempenho. Mas ela vai muito além!</p><p>Fonte: Banco de imagens do SENAR</p><p>Objetivos</p><p>Neste tópico você aprenderá a mensurar os indicadores e entenderá</p><p>as diferenças entre quantidade e qualidade, assim como as caracte-</p><p>rísticas técnicas e econômicas inerentes a eles.</p><p>A mensuração não deve se restringir apenas à ação que apura, em sentido estrito,</p><p>por meio de indicadores, valores ou medidas dos esforços e resultados. Um sistema</p><p>de mensuração é muito mais que apenas a geração de indicadores.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 24</p><p>Antes de realizar uma mensuração, devemos considerar os fatores a seguir:</p><p>Dimensões distintas</p><p>de esforços e</p><p>resultados</p><p>A geração de indicadores em dimensões distintas de</p><p>esforços e resultados, com diferentes pesos entre</p><p>eles (uma vez que representam medidas de impor-</p><p>tâncias distintas). Isso porque, do ponto de vista de</p><p>negócios, esforços sem resultados não conduzem a</p><p>empresa ao sucesso.</p><p>Uma nota para cada</p><p>indicador</p><p>A geração de uma nota para cada indicador, ou seja,</p><p>o resultado de cada indicador tem sentido apenas</p><p>quando associado a um parâmetro a ser alcançado. A</p><p>distância entre o realizado e o esperado direciona as</p><p>decisões gerenciais.</p><p>Mensuração</p><p>agregada e</p><p>ponderada</p><p>É necessário encontrar uma mensuração agregada e</p><p>ponderada, que permita a geração de uma nota global,</p><p>a qual, de certa forma, carregará nela um componente</p><p>avaliativo (do real apurado em relação a um ideal).</p><p>Para o trabalho com indicadores de desempenho, deve-se esquecer o mito da “me-</p><p>dição absoluta”. Não é necessário monitorar e controlar tudo e todos ao mesmo</p><p>tempo e na mesma hora.</p><p>A postura correta é a alta seletividade. Medir apenas o que é importante e sig-</p><p>nificativo. A quantidade ideal sofrerá mudanças pelo nível de amadurecimento</p><p>da propriedade, principalmente no que tange ao tratamento das questões que</p><p>envolvem avaliação de performance e desempenho.</p><p>Tome nota</p><p>É possível começar com poucos indicadores, medindo apenas os</p><p>processos básicos, e aumentar gradativamente, de acordo com o</p><p>amadurecimento gerencial dos envolvidos.</p><p>Os indicadores apontam a situação da empresa no momento da análise, porém não</p><p>são os culpados pela situação do empreendimento, mas apenas o reflexo dos cus-</p><p>tos e receitas da propriedade. Interpretando os indicadores, constituímos um emba-</p><p>samento para a tomada de decisão.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 25</p><p>Qualidade e quantidade de indicadores</p><p>A qualidade dos indicadores depende da qualidade dos dados coletados na empresa</p><p>rural. Para garantir a qualidade dessas informações é importante que o gestor verifique</p><p>se as informações condizem com a realidade do sistema de produção. Isso pode ser</p><p>feito com revisão dos registros, controle de estoque, entrevistas com a equipe e che-</p><p>cagem in loco. Enfim, é fundamental a proximidade do gestor com os setores, para que</p><p>ele garanta que o realizado está próximo do planejado e que o registrado foi o realizado.</p><p>Com relação à quantidade de indicadores, é importante que se produzam os indica-</p><p>dores que serão utilizados na tomada de decisão. Produzir indicadores e não tomar</p><p>decisões pode desmotivar a equipe, pois causa a percepção de pura burocracia.</p><p>Na prática</p><p>Vejas só: uma propriedade que possui, em seu inventário de recur-</p><p>sos, diversos itens elétricos, mas não tem registros de despesas com</p><p>energia elétrica, possivelmente tem falhas nos registros dos custos</p><p>de vários itens. Isso pode comprometer os indicadores gerados a</p><p>partir deles!</p><p>A medição tem que ser orientada para a melhoria do desempenho e vice-versa. Se, com</p><p>a medição, consegue-se extrair informações de gestão, o procedimento terá qualidade.</p><p>A medição deve começar a partir do momento em que o gestor e/ou</p><p>consultor inicia um processo produtivo. No meio rural, as pessoas</p><p>possuem certa aversão a registros e anotações, porém, é necessária</p><p>a conscientização do empresário rural para que registre informações</p><p>técnicas, mantendo o controle de sua propriedade e da produção.</p><p>A gestão do desempenho precisa ser dinâmica e gerar indicadores úteis para a to-</p><p>mada de decisões e a melhoria dos resultados do negócio.</p><p>Tome nota</p><p>Tomar uma decisão não é sinônimo de promover alterações. Manter</p><p>um processo, procedimento ou método, também é uma tomada de</p><p>decisão. A medição dos indicadores deve ser realizada a partir do</p><p>momento que eles passam a ser discutidos. Dessa forma, o empre-</p><p>sário (produtor rural) entenderá a importância da medição.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 26</p><p>É importante destacar que, mesmo que uma meta seja atingida, o indicador deve</p><p>continuar sendo medido. Manter bons indicadores é mais difícil do que alcançá-los,</p><p>especialmente no meio rural, devido a fatores não controláveis.</p><p>Uma propriedade chegou à produção média por vaca em</p><p>lactação de 30 litros por dia. Logo após a mudança de um</p><p>colaborador, essa média caiu para 18 litros/vaca em</p><p>lactação/dia. Desesperado, o proprietário foi checar os</p><p>procedimentos e identificou que o novo colaborador não estava</p><p>executando a dieta conforme o recomendado e, por isso, muitas</p><p>vacas estavam apresentando mastite na ordenha, entre outros</p><p>problemas.</p><p>Observe que a simples mudança de um colaborador</p><p>desencadeou uma série de problemas. Na rotina das fazendas</p><p>isso é muito comum e, portanto, ressaltamos a importância de</p><p>definir bem os padrões de procedimento, com o objetivo de</p><p>manter a excelência.</p><p>Veja o exemplo</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 27</p><p>Assim, podemos elencar algumas utilidades para os indicadores:</p><p>Mensurar</p><p>os resulta-</p><p>dos e gerir o</p><p>desempenho.</p><p>Embasar a</p><p>análise crítica</p><p>dos resulta-</p><p>dos obtidos e</p><p>do processo</p><p>de tomada</p><p>decisão.</p><p>Contribuir</p><p>para a melho-</p><p>ria contínua</p><p>dos proces-</p><p>sos organiza-</p><p>cionais.</p><p>Facilitar o pla-</p><p>nejamento e</p><p>o controle do</p><p>desempenho.</p><p>Viabilizar</p><p>a análise</p><p>comparativa</p><p>do desem-</p><p>penho da</p><p>organização.</p><p>Para alcançarmos um melhor entendimento, dividimos os indicadores em:</p><p>• Indicadores técnicos</p><p>• Indicadores de produção</p><p>• Indicadores de produtividade</p><p>• Indicadores econômicos</p><p>Ao longo de nossos estudos, verificamos que os indicadores são utilizados na</p><p>mensuração dos esforços e dos resultados e, assim, fundamentam as tomadas de</p><p>decisão nas empresas rurais. Por meio da análise dos indicadores, o gestor pode</p><p>estratificar seus custos, comparar sua empresa em períodos diferentes e, com ou-</p><p>tras empresas similares, estabelecer metas entre outras funções.</p><p>A utilização dos indicadores depende da qualidade das informações coletadas, logo</p><p>é importante definir uma rotina de análise de consistência dos dados registrados na</p><p>empresa. “O papel aceita qualquer coisa”, porém o administrador precisa de discer-</p><p>nimento para avaliar os números.</p><p>E, por fim, tudo isso só tem valor se usado na tomada de decisão. Números, registros</p><p>e planilhas: se usados, chamamos de controle; se não usados, chamamos de buro-</p><p>cracia. Então, cuidado no dimensionamento de seus indicadores, para que eles não</p><p>se tornem ferramentas caras e inúteis.</p><p>Vamos avançar no estudo dos indicadores</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 28</p><p>Tópico 3 – Indicadores e informações</p><p>técnicas e econômicas</p><p>Dados de dimensionamento do sistema de produção e seus componentes (proces-</p><p>sos, procedimentos, ações e recursos), assim como os dados de produção de cada</p><p>componente do sistema, são conhecidos como informações técnicas.</p><p>Fonte: Banco de imagens do SENAR</p><p>Objetivos</p><p>Neste tópico você conhecerá os tipos de informações e de indicado-</p><p>res técnicos e econômicos, aprendendo sobre a sua importância e a</p><p>forma como devem ser interpretados durante o processo de gestão.</p><p>Assistência</p><p>Técnica e Gerencial - Pecuária 29</p><p>Informações técnicas</p><p>As informações técnicas são essenciais para fundamentar a elaboração dos in-</p><p>dicadores. Elas podem estar presentes em diversos momentos. Conheça a seguir</p><p>cada um deles!</p><p>Número de animais</p><p>e de inseminações</p><p>Data de parto e</p><p>de cobertura</p><p>Mortes e nascimentos</p><p>Compras e vendas</p><p>Entrada e saída</p><p>de funcionários</p><p>Estoque de insumos</p><p>(entrada e saída)</p><p>Quantidade de</p><p>alimentos fornecidos</p><p>Quantidade de fertilizantes</p><p>e defensivos aplicados.</p><p>Tarefas realizadas</p><p>e pendências</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 30</p><p>Indicadores técnicos</p><p>Os indicadores técnicos são obtidos relacionando as informações técnicas entre si,</p><p>para analisar o desempenho do sistema de produção. Com eles, é possível avaliar o seu</p><p>negócio ou atividade agropecuária específica, considerando os “6 Es” do desempenho.</p><p>Para sua boa utilização, deve-se dividir o sistema de produção e atribuir a cada se-</p><p>tor os indicadores que melhor representam um bom desempenho.</p><p>Você sabia?</p><p>A setorização permite uma análise mais específica sobre cada área</p><p>de uma atividade agropecuária. É importante ressaltar que não é pre-</p><p>ciso medir tudo. O processo de gestão de indicadores deve amadu-</p><p>recer junto com a empresa. Dessa forma, adotamos os indicadores</p><p>mais representativos de um setor e, aos poucos, vamos aprofundan-</p><p>do a análise.</p><p>É importante destacar que a setorização não é padrão para todas as propriedades</p><p>que trabalham na mesma atividade. Cada propriedade tem suas peculiaridades no</p><p>sistema de produção (porte, estrutura, mão de obra, mecanização etc.). Consequen-</p><p>temente, o número de setores é definido de acordo com a complexidade do sistema.</p><p>Veja abaixo um exemplo de setorização e de definição de indicadores por setor,</p><p>numa hipotética propriedade de bovinocultura leiteira:</p><p>Setor Indicadores</p><p>1. Ordenha</p><p>• Contagem bacteriana total (indicador de nível de</p><p>contaminação e qualidade na conservação do leite)</p><p>• Contagem de células somáticas (indicador de sanidade</p><p>de úbere)</p><p>2. Cria e recria</p><p>• Ganho de peso das bezerras e novilhas</p><p>• Idade ao primeiro parto</p><p>• Peso ao primeiro parto</p><p>3. Alimentação</p><p>• Quilos de concentrado / litro de leite</p><p>• % de sobras</p><p>4. Produção de</p><p>volumoso</p><p>• Toneladas de silagem / hectare</p><p>• Lotação de pastagem (unidade animal / hectare)</p><p>5. Reprodução</p><p>• Intervalo de partos</p><p>• Período de serviço</p><p>• Taxa de concepção</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 31</p><p>Porém, não basta apenas calcular os indicadores. Eles devem ser fornecidos e</p><p>discutidos com o responsável de cada setor, pois faz com que ele seja capaz de medir</p><p>o resultado do seu trabalho, o que representa um importante motivador da equipe.</p><p>Informações econômicas</p><p>As informações econômicas são, basicamente, os dados de despesas e receitas.</p><p>Essas informações podem ser discriminadas por itens ou grupos, especialmente no</p><p>caso das receitas.</p><p>Conheça a seguir quais são os grupos de despesas:</p><p>Energia e combustíveis</p><p>Aluguel e mão de obra</p><p>Concentrados proteicos</p><p>e energéticos</p><p>Medicamentos preventivos</p><p>e curativos</p><p>Fertilizantes</p><p>Manutenção de forrageiras,</p><p>máquinas e equipamentos</p><p>Manutenção de benfeitorias</p><p>e ferramentas</p><p>Suplementação mineral</p><p>Impostos e taxas</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 32</p><p>Essas informações devem passar por uma análise de consistência, pois é preciso</p><p>tomar cuidado para não esquecer nenhum registro e, ao mesmo tempo, não atribuir</p><p>às atividades despesas que não são delas.</p><p>Na prática</p><p>Uma propriedade que trabalha com atividade leiteira e recria os ma-</p><p>chos para corte possui duas atividades: leite e corte. Muitas vezes, as</p><p>despesas e receitas se misturam.</p><p>O produtor compra sal mineral e concentrados para as duas ativida-</p><p>des, devendo separar os custos para uma e outra.</p><p>Nesse caso, para melhorar a gestão, segue uma dica: o bezerro da</p><p>atividade leiteira, quando desmamado, deve ser vendido para a ati-</p><p>vidade de corte, compondo uma nova atividade, com despesas</p><p>separadas.</p><p>O estoque de capital médio investido na atividade também faz parte das informa-</p><p>ções econômicas. Ele pode ser:</p><p>• Estoque de capital em terra</p><p>• Estoque de capital médio em</p><p>benfeitorias</p><p>• Estoque de capital médio em</p><p>máquinas e equipamentos</p><p>• Estoque de capital em animais,</p><p>como já explicado quando tratamos</p><p>de taxa de retorno de capital</p><p>Fonte: Shutterstock</p><p>Indicadores econômicos</p><p>Indicadores econômicos são relações feitas com os itens de despesas, receitas, re-</p><p>cursos de produção e informações técnicas que permitam ao gestor tomar decisões.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 33</p><p>Veja alguns exemplos de indicadores econômicos:</p><p>Custo / litro</p><p>de leite</p><p>Gasto com</p><p>concentra-</p><p>do / renda</p><p>bruta</p><p>COT / renda</p><p>bruta</p><p>Margem</p><p>bruta / kg</p><p>de carne</p><p>Margem</p><p>líquida /</p><p>litro de leite</p><p>Margem</p><p>líquida /</p><p>animal</p><p>Lucro / kg</p><p>de carne</p><p>Fluxo de</p><p>caixa</p><p>Custo /</p><p>arroba</p><p>Gasto com</p><p>mão de</p><p>obra / renda</p><p>bruta</p><p>CT / renda</p><p>bruta</p><p>Margem</p><p>bruta / área</p><p>Margem</p><p>líquida /</p><p>arroba</p><p>Margem</p><p>líquida em</p><p>equivalentes</p><p>unidades</p><p>produzidas</p><p>Lucro / área</p><p>Taxa de re-</p><p>muneração</p><p>do capital</p><p>sem a terra</p><p>Custo / kg</p><p>de carne</p><p>Gasto com</p><p>alimento</p><p>volumoso /</p><p>animal</p><p>Margem</p><p>bruta / litro</p><p>de leite</p><p>Margem</p><p>bruta /</p><p>animal</p><p>Margem</p><p>líquida / kg</p><p>de carne</p><p>Lucro / litro</p><p>de leite</p><p>Lucro /</p><p>animal</p><p>Taxa de re-</p><p>muneração</p><p>do capital</p><p>com terra</p><p>Custos em</p><p>equivalentes</p><p>COE / renda</p><p>bruta</p><p>Margem</p><p>bruta /</p><p>arroba</p><p>Margem</p><p>bruta em</p><p>equivalentes</p><p>unidades</p><p>produzidas</p><p>Margem lí-</p><p>quida / área</p><p>Lucro /</p><p>arroba</p><p>Lucro em</p><p>equivalentes</p><p>unidades</p><p>produzidas</p><p>Os indicadores econômicos, assim como os técnicos, podem auxiliar na avaliação</p><p>do desempenho dos setores e também do negócio como um todo.</p><p>A implementação de uma técnica ou tecnologia não quer dizer que o negócio ficou</p><p>mais lucrativo. A análise da evolução dos indicadores econômicos permite ao ges-</p><p>tor verificar se suas decisões estão tornando o negócio mais rentável.</p><p>Na prática</p><p>Uma propriedade produtora de aves de corte, por meio da imple-</p><p>mentação de tecnologias de nutrição e genética, consegue abater os</p><p>frangos sete dias antes do convencional.</p><p>Quer dizer que ela é mais lucrativa? Não, isso só poderá ser afirmado</p><p>após a análise dos indicadores econômicos desse negócio.</p><p>O exemplo mostra a principal função dos indicadores econômicos. Eles medem o</p><p>resultado dos esforços aplicados na produção sob o ponto de vista financeiro. Po-</p><p>rém, nem sempre esses esforços resultam em ganhos. Fique atento!</p><p>Vídeos</p><p>Complemente seus estudos assistindo ao vídeo disponível no am-</p><p>biente de estudos e conheça muito mais.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 34</p><p>Tópico 4 – Aplicação dos indicadores</p><p>técnicos na bovinocultura de leite</p><p>Chegou a hora de aplicar os indicadores que aprendemos!</p><p>Fonte: Banco de imagens do SENAR</p><p>Objetivos</p><p>Neste tópico vamos estudar mais a fundo a aplicação dos indica-</p><p>dores aprendidos, assim como suas informações técnicas e o que</p><p>podem ressaltar quando tratamos da bovinocultura de leite.</p><p>Produção por vaca em lactação</p><p>Um dos indicadores técnicos mais usados pelo produtor rural é a produção por vaca</p><p>em lactação, que permite a ele avaliar a evolução genética das vacas quanto à pro-</p><p>dução média de leite, considerando o ambiente específico da propriedade e seus</p><p>fatores de produção.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 35</p><p>Se o produtor tem um rebanho leiteiro especializado com baixa produção média,</p><p>isso pode representar um problema nutricional, reprodutivo, sanitário ou outro qual-</p><p>quer. O cálculo desse indicador é bem simples; primeiro ele é compilado mensal-</p><p>mente, como segue:</p><p>Produção por vaca em lactação =</p><p>OBS.: a produção considera Leite vendido + Leite consumido + Leite para aleitamento.</p><p>Produção total anual</p><p>Total de vacas em lactação</p><p>A avaliação final desse indicador deve ser feita sobre a média dos resultados de 12</p><p>meses. Isso se deve à sazonalidade da produção em algumas propriedades, tendo</p><p>em vista a concentração de partos em determinadas épocas, de acordo com o sis-</p><p>tema de produção.</p><p>Na prática</p><p>Em sistemas de produção a pasto, o produtor organiza os partos</p><p>da vaca no período chuvoso, quando há maior disponibilidade de</p><p>alimento. Isso faz com que a média de produção das vacas nes-</p><p>se período fique maior, quando comparada ao período de estiagem.</p><p>Assim, é recomendado utilizar, para a avaliação, a média desse in-</p><p>dicador em 12 meses.</p><p>Veja este exemplo:</p><p>Mês JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Média</p><p>Litros/</p><p>vaca/dia 18 17 16 15 14 13 12 11 10 13 16 20 14,6 litros</p><p>Ao longo do ano, o número de vacas em lactação é variável. Para esse cálculo, re-</p><p>gistra-se a quantidade de vacas em lactação por mês (normalmente, esse registro é</p><p>feito sempre na mesma época, por exemplo, todo quinto dia do mês) e então calcu-</p><p>la-se a média entre os 12 meses.</p><p>Produção por total de vacas</p><p>Este indicador tem praticamente os mesmos objetivos do indicador produção por</p><p>vacas em lactação, porém, o intuito é avaliar a situação da reprodução do rebanho.</p><p>Deve ser calculado anualmente, para não ser influenciado por uma concentração</p><p>de partos estratégica para a propriedade, seguindo o mesmo raciocínio utilizado</p><p>no cálculo da produção por vaca em lactação. Vale destacar que uma diferença su-</p><p>perior a 20% entre esse indicador e o indicador da produção por vaca em lactação</p><p>pode significar um problema reprodutivo ou um problema de baixa persistência na</p><p>lactação das vacas.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 36</p><p>A referência para este indicador depende da genética e do manejo</p><p>adotado para o rebanho.</p><p>Para definir a quantidade de vacas, usa-se a mesma estratégia</p><p>usada no cálculo das vacas em lactação. Soma-se ao registro de</p><p>vacas em lactação o registro mensal da quantidade de vacas secas</p><p>para definir o total de vacas do mês. Depois, calcula-se a média</p><p>dos 12 meses.</p><p>Produção por total de vacas =</p><p>Produção</p><p>Nº de vacas em lactação +</p><p>Nº de vacas secas</p><p>Porcentagem de vacas em lactação (% VL)</p><p>A porcentagem de vacas em lactação sobre o total de vacas é outro indicador que</p><p>mostra o manejo reprodutivo do rebanho.</p><p>Como o leite é o principal produto para geração de renda na atividade leiteira, quanto</p><p>mais alto for este indicador, mais eficiente é o negócio.</p><p>O cálculo deste indicador é feito mensalmente, segundo a fórmula:</p><p>%VL = Vacas em lactação x 100</p><p>Total de vacas</p><p>Uma referência usual para esse indicador é calculada dividindo o período de lacta-</p><p>ção (PL) esperado pelo intervalo entre partos (IP) esperado. Veja a fórmula:</p><p>% VL no total de vacas =</p><p>PL = período de lactação</p><p>x 100PL</p><p>IP</p><p>IP = intervalo de partos</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 37</p><p>Na prática</p><p>Em rebanhos com nível de especialização leiteira média, o período</p><p>de lactação esperado é de 10 meses e o intervalo de parto esperado</p><p>é de 12 meses. Nesse caso, a referência será:</p><p>% VL no total de vacas = PL x 100</p><p>IP</p><p>% VL no total de vacas = 10 x 100</p><p>12</p><p>% VL no total de vacas = 83,3%</p><p>Logo a % de VL desejada num rebanho é de aproximadamente 83%</p><p>Porém, em rebanhos de alta produção cujas vacas demonstram alta persistência em</p><p>lactação, essa referência pode ser reavaliada, pois aceita-se um maior período de</p><p>lactação e, consequentemente, um maior intervalo de parto.</p><p>Dessa forma, o valor de referência para rebanhos de alta produção deve ser calcula-</p><p>do de acordo com a realidade de cada propriedade. Se o período de lactação é longo,</p><p>ultrapassando os 10 meses, e o intervalo de partos também é longo, a porcentagem</p><p>de vacas em lactação esperada pode aumentar.</p><p>Na prática</p><p>Numa propriedade em que o período de lactação é de 12 meses e</p><p>o intervalo entre partos é de 14 meses, a referência para o % VL no</p><p>total de vacas é:</p><p>% VL no total de vacas = 12 x 100</p><p>14</p><p>% VL no total de vacas = 85,7%</p><p>Para a apuração da situação reprodutiva do rebanho, é necessário registrar e calcu-</p><p>lar a média de 12 meses das porcentagens de vacas em lactação sobre o total de va-</p><p>cas do rebanho. Esse é um processo a ser repetido mês a mês, pois o resultado pode</p><p>variar se ocorrer uma concentração de partos. Veja um exemplo na tabela a seguir:</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 38</p><p>JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Média</p><p>%VL sobre</p><p>o total de</p><p>vacas</p><p>68 72 79 85 86 89 91 88 83 78 75 71 80,42</p><p>Vacas em lactação / total do rebanho</p><p>Este indicador expressa a pressão para</p><p>manter um fluxo de caixa positivo em</p><p>relação às vacas em lactação, ou seja,</p><p>quanto maior a porcentagem de vacas</p><p>em lactação no rebanho, menor será a</p><p>pressão sobre o fluxo de caixa.</p><p>A seguir, veremos alguns fatores que</p><p>podem influenciar o cálculo do total do</p><p>rebanho.</p><p>Decisão gerencial de manter machos no rebanho</p><p>É interessante que, após o desmame, a atividade leiteira “venda” os machos para a</p><p>atividade de corte a preços de mercado, para separar o centro de custos de leite e de</p><p>corte. Assim, o produtor pode avaliar a eficiência dos dois sistemas.</p><p>Um erro comum no sistema misto (leite e corte) é o produtor acreditar que quem</p><p>gera lucro é o bezerro. Nesses casos, todas as despesas da atividade de corte são</p><p>lançadas na atividade leiteira. Logo, sem despesas, o dinheiro aparece livre para o</p><p>produtor no momento da venda dos animais para corte.</p><p>Tome nota</p><p>Este indicador não quer dizer que a atividade de corte não seja viável,</p><p>apenas mostra que convém manter a separação dos centros de cus-</p><p>tos para um cálculo correto.</p><p>Taxa de seleção de refugos</p><p>No sistema de produção de leite, especialmente em baixa escala de produção, uma</p><p>retirada do produtor pode comprometer grande porcentagem da renda, portanto, é</p><p>necessário selecionar com critério os animais a serem recriados.</p><p>Fonte: Banco de Imagens do SENAR.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 39</p><p>Normalmente, o fluxo de caixa e o tamanho da propriedade não</p><p>comportam recriar todas as crias do rebanho, especialmente porque</p><p>as fêmeas precisam ter idade de 24 meses para o primeiro parto.</p><p>Confira os itens a seguir:</p><p>Idade ao primeiro</p><p>parto das novilhas</p><p>Representa a eficiência técnica na recria. Se os ani-</p><p>mais demoram a parir e, portanto, a produzir renda, a</p><p>porcentagem de vacas em lactação no rebanho cai.</p><p>Todo ano nascem novas filhas, aumentando o reba-</p><p>nho, porém as novilhas demoram a se tornar vacas.</p><p>Dessa forma, o rebanho aumenta em animais impro-</p><p>dutivos e a porcentagem de vacas em lactação cai.</p><p>VL no total de vacas</p><p>Se esse indicador estiver abaixo do esperado, auto-</p><p>maticamente a eficiência do rebanho se reduz, pois</p><p>aumenta a participação de vacas secas e diminui a</p><p>rentabilidade do negócio leiteiro.</p><p>Período de serviço</p><p>O período de serviço é o intervalo entre o parto e a</p><p>concepção, ou seja, quanto tempo a vaca demorou</p><p>para emprenhar após o parto. Este indicador está as-</p><p>sociado ao período de espera voluntário (PEV), que é</p><p>o tempo que o produtor espera até que a vaca entre no</p><p>cio sem intervenção. Nas propriedades, esse tempo</p><p>varia de 45 a 60 dias.</p><p>Intervalo entre partos</p><p>Já o intervalo entre partos é o tempo</p><p>compreendido entre um parto e outro.</p><p>Este indicador depende do período de</p><p>serviço, pois como o tempo médio de</p><p>gestação é de 282 dias, o que varia no</p><p>intervalo é o período de serviço.</p><p>Fonte: Banco de Imagens do SENAR.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 40</p><p>O intervalo médio entre partos pode ser calculado com a fórmula:</p><p>IP = Parto previsto - Parto atual</p><p>Essa conta é feita para todas as vacas com prenhez confirmada. Com todos os re-</p><p>sultados encontrados, é calculada a média. O parto previsto é calculado assim:</p><p>Parto previsto = data da cobertura confirmada + 282 dias</p><p>Outra forma de calcular o intervalo entre partos é somando o período de serviço com</p><p>o período de gestação.</p><p>IP = Período de serviço + Período de gestação</p><p>Este é um importante indicador da reprodução no rebanho e, conforme já apren-</p><p>demos, as referências para esse indicador variam, conforme a especialização do</p><p>rebanho, de 12 a 15 meses.</p><p>Observe o esquema que o ajudará a memorizar os conceitos aprendidos:</p><p>Período</p><p>de</p><p>serviço Período</p><p>seco</p><p>Lactação: 305 dias</p><p>Período de lactação</p><p>após cobertura(80 a 90</p><p>dias) (60 dias)</p><p>Assim, o intervalo entre partos é de aproximadamente 12 meses.</p><p>Taxa de concepção</p><p>Este indicador define a porcentagem de vacas que emprenharam em relação ao nú-</p><p>mero de inseminações ou coberturas realizadas. Veja a fórmula:</p><p>Taxa de concepção = Número de vacas prenhas x 100</p><p>Número de coberturas ou inseminações</p><p>Ele é utilizado para avaliar o trabalho do inseminador, a qualidade do sêmen e/ou a</p><p>sanidade reprodutiva das vacas e touros.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 41</p><p>Taxa de reposição das vacas</p><p>A taxa de reposição das vacas mede a porcentagem de vacas substituídas no reba-</p><p>nho no período de um ano. Ela é calculada pela fórmula:</p><p>Taxa de reposição = Vacas substituídas x 100</p><p>Total de vacas</p><p>Essa taxa é utilizada especialmente para medir a eficiência no manejo sanitário do</p><p>rebanho. Problemas reprodutivos, mastites e afecções podais são os fatores que</p><p>mais afetam este indicador.</p><p>Idade ao primeiro parto</p><p>Como medida que expressa a eficiência de recria dos animais, este indicador está</p><p>associado ao peso no parto. A primípara pode parir com dois anos, mas não deve</p><p>estar abaixo do peso, pois gastaria boa parte da dieta de vaca em lactação para</p><p>crescimento e recuperação.</p><p>A referência para este indicador é de 24 a 30 meses, com peso vivo</p><p>entre 450 kg e 550 kg, dependendo da raça.</p><p>Ganho de peso diário (GPD)</p><p>Mostra a eficiência da recria ao longo do processo. Este indicador pode ser usado</p><p>para verificar o efeito do manejo e da nutrição sobre a capacidade das bezerras e</p><p>novilhas de ganharem peso.</p><p>Veja a fórmula para calcular o ganho:</p><p>GPD = Peso atual - Peso anterior</p><p>Intervalo (dias) entre pesagens</p><p>É uma fórmula simples: calculamos o peso que o animal ganhou num intervalo de</p><p>tempo e depois dividimos o valor encontrado pela quantidade de dias desse interva-</p><p>lo, para saber o ganho diário.</p><p>Trabalhamos com a referência de 500 a 800 gramas/dia.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 42</p><p>Taxa de mortalidade até o desmame</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Este é um importante indicador para</p><p>avaliar os cuidados iniciais com as</p><p>crias, principalmente colostragem e</p><p>cura de umbigo. Ele também expressa</p><p>a qualidade do trabalho realizado na</p><p>fase de aleitamento, abrangendo o sis-</p><p>tema de criação, manejo, alimentação e</p><p>ambiência. É calculado com a fórmula:</p><p>%TMD = bezerros mortos / bezerros desmamados x 100</p><p>Indicadores de produtividade da terra</p><p>Vacas em lactação / área total</p><p>Este indicador, assim como os outros, é calculado anualmente, pela simples divisão</p><p>da média de vacas em lactação pela área utilizada para toda a produção leiteira, in-</p><p>clusive áreas de reserva e benfeitorias, estradas e pátios. Não pode ser confundido</p><p>com lotação de pastagem.</p><p>VL / Área total = Média de vacas em lactação / área total</p><p>A média de vacas em lactação é calculada somando o número de vacas em lactação</p><p>de cada mês e dividindo o total por 12. Exemplo:</p><p>MESES JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL</p><p>VACAS EM</p><p>LACTAÇÃO</p><p>NO MÊS</p><p>20 18 22 21 24 20 21 22 19 20 21 22 250</p><p>Média Vacas em Lactação = Soma do número de vacas em cada mês / 12</p><p>Média Vacas em Lactação = 20+18+22+21+24+20+21+22+19+20+21+22 = 250</p><p>Média Vacas em Lactação = 250/12 = 20,83</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 43</p><p>Se a propriedade deste exemplo tem 10 hectares, o cálculo da quantidade de vacas</p><p>em lactação sobre a área total é o seguinte:</p><p>VL / Área total = Média de vacas em lactação / área total</p><p>VL / Área total = 20,83/10 = 2,083 vacas/hectare</p><p>Este indicador é afetado pelo manejo reprodutivo e pela persistência das vacas no</p><p>que diz respeito a maximizar a porcentagem de fêmeas em lactação. Expressa tam-</p><p>bém a eficiência da utilização da terra para a atividade leiteira.</p><p>O indicador é calculado pela fórmula:</p><p>VL por área total = média de vacas em lactação em 12 meses</p><p>área total da propriedade</p><p>Atenção! Há necessidade de rateio das áreas improdutivas em propriedades</p><p>que possuam mais de uma atividade.</p><p>Pare para pensar</p><p>Quando o produtor reduz a quantidade de terra enquanto mantém a</p><p>produção (desenvolvendo novas atividades, vendendo ou arrendando</p><p>uma parte), ele se torna mais eficiente na utilização do recurso terra?</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 44</p><p>Confira os itens a seguir:</p><p>Lotação de pastagem</p><p>(unidade animal/</p><p>hectare)</p><p>A lotação de pastagem é utilizada de forma localiza-</p><p>da sobre cada área de pastagem e também pode ser</p><p>obtida de forma média, considerando o total de uni-</p><p>dades animais e o total de áreas de pastagens. Uma</p><p>unidade animal corresponde a 450 kg de peso vivo.</p><p>Lotação de pastagem = UA / área de pastagem</p><p>Toneladas de</p><p>silagem/hectare</p><p>Já as toneladas de silagem/hectare visam verificar a</p><p>produção de silagem por hectare. Isso permite ao pro-</p><p>dutor comparar a qualidade das sementes, os níveis</p><p>de fertilização e a aplicação de tecnologias na produ-</p><p>ção de silagem, comparando a produção ao longo dos</p><p>anos ou com uma testemunha.</p><p>Litros/hectare/ano</p><p>Este é um importante indicador de eficiência dos sistemas de produção de leite e</p><p>está atrelado a diversos fatores, tais como:</p><p>Genética Reprodução Recria Nutrição Sanidade</p><p>• Persistência de</p><p>lactação da vaca.</p><p>• Média de produ-</p><p>ção das vacas.</p><p>• Afeta a média</p><p>de produção das</p><p>vacas.</p><p>• Porcentagem</p><p>de vacas em</p><p>lactação.</p><p>• Precocidade das</p><p>novilhas ao pri-</p><p>meiro parto. Per-</p><p>mite ao produtor</p><p>produzir mais na</p><p>mesma área.</p><p>• Afeta a média de</p><p>produção diá-</p><p>ria de leite das</p><p>vacas.</p><p>• Afeta a reprodu-</p><p>ção, causando os</p><p>efeitos já citados.</p><p>• Afeta a média de</p><p>produção das va-</p><p>cas por motivos</p><p>diversos (abortos,</p><p>mastite etc.).</p><p>Para se definir a área da propriedade usada nos indicadores de utilização da terra</p><p>em todas as cadeias produtivas do agronegócio, é preciso considerar toda a área da</p><p>propriedade, ou seja, APP, reserva legal, área de construção, estradas e outras não</p><p>produtivas. Numa propriedade que tenha mais de uma atividade, essas áreas não</p><p>produtivas devem ser rateadas com base na área útil ocupada em cada atividade.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 45</p><p>Tópico 5 – Aplicação dos indicadores</p><p>econômicos na bovinocultura de leite</p><p>Já aprendemos sobre os principais indicadores e informações técnicas aplicados na</p><p>bovinocultura de leite. Agora, vamos entender melhor os indicadores econômicos.</p><p>Fonte: Banco de imagens do SENAR</p><p>Objetivos</p><p>Neste tópico vamos estudar mais a fundo os indicadores econômi-</p><p>cos e sua aplicação na área de bovinocultura leiteira, ajudando-o a</p><p>interpretá-los corretamente.</p><p>Conforme sabemos, indicadores econômicos servem para medir as diferentes rotas</p><p>que podem ser tomadas pela atividade econômica em nível empresarial ou de ren-</p><p>tabilidade, ajudando a tomar decisões importantes pensando no futuro.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 46</p><p>Custo operacional efetivo em equivalentes de</p><p>litros de leite (litros/ano) – PCOE</p><p>O custo operacional efetivo da atividade é o valor encontrado durante o ano dividido</p><p>pelo valor médio de venda do leite ao longo do período. Esse resultado permite fazer</p><p>uma análise histórica dos custos, verificando o quanto da produção está compro-</p><p>metido para pagar o COE.</p><p>Custo operacional total da atividade em equiva-</p><p>lentes de litros de leite (litros/ano) – PCOT</p><p>O custo operacional total da ativida-</p><p>de no ano é dividido pelo valor médio</p><p>de venda do leite ao longo do perío-</p><p>do. Esse resultado permite uma análi-</p><p>se histórica dos custos, verificando o</p><p>quanto da produção está comprometi-</p><p>do para pagar o COT.</p><p>PCOT =</p><p>Preço</p><p>COT</p><p>Custo total da atividade em equivalentes de li-</p><p>tros de leite (litros/ano) – PCT</p><p>O custo total da atividade no ano é calculado dividindo o valor total encontrado pelo</p><p>valor médio de venda do leite ao longo do período. Esse resultado permite uma aná-</p><p>lise histórica dos custos, verificando o quanto da produção está comprometido para</p><p>pagar o CT. Ele é também chamado de ponto de cobertura total.</p><p>PCT =</p><p>preço do leite</p><p>CT</p><p>Fonte:</p><p>Shutterstock.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 47</p><p>Custo operacional efetivo / litro de leite (R$/litro)</p><p>O custo operacional efetivo do leite no ano é obtido</p><p>pela divisão do custo pela produção anual de leite.</p><p>COE</p><p>Produção anual</p><p>Esse resultado permite ao gestor analisar o custo e</p><p>o preço de comercialização, assim como tomar de-</p><p>cisões mais adequadas ao seu negócio. Adotar es-</p><p>tratégias para manter os resultados também é uma</p><p>tomada de decisão.</p><p>Custo operacional total / litro de leite (R$/litro)</p><p>É o custo dividido pela produção anual de leite. A análise deste indicador segue o</p><p>mesmo raciocínio adotado no cálculo do COE/litro.</p><p>COT</p><p>Produção anual</p><p>Custo operacional efetivo / preço do leite (%)</p><p>É a porcentagem que corresponde ao custo operacional efetivo do litro de leite em</p><p>relação ao preço médio do litro de leite ao longo do ano.</p><p>Parâmetro: O COE deve representar entre 65 e 70% do preço recebido pelo leite</p><p>COE</p><p>Preço médio do litro de leite</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 48</p><p>Custo operacional total / preço do leite (%)</p><p>É a porcentagem que corresponde ao custo operacional total do litro de leite em</p><p>relação ao preço médio do litro ao longo do ano.</p><p>COT</p><p>Preço médio do litro de leite</p><p>Custo total do leite / preço do leite (%):</p><p>É a porcentagem que corresponde ao custo total do litro de leite em relação ao preço</p><p>médio do litro de leite ao longo do ano.</p><p>CT</p><p>Preço médio do litro de leite</p><p>Parâmetro: O CT deve ficar o mais próximo possível do valor do COT, demonstrando</p><p>o baixo efeito dos custos fixos na produção.</p><p>Gasto com mão de obra contratada na atividade</p><p>leiteira / renda bruta do leite (%)</p><p>Trata-se da porcentagem que corres-</p><p>ponde ao gasto com a mão de obra</p><p>contratada ao longo do ano em relação</p><p>à renda bruta do leite. Como se sabe, o</p><p>custo da mão de obra contratada é um</p><p>dos principais componentes do custo</p><p>da produção de leite. Para diluir esse</p><p>custo, é necessário aumentar a produ-</p><p>tividade d/h (dia-homem). Aqui, adota-</p><p>-se como parâmetro de referência um</p><p>valor menor que 15%.Fonte: Banco de Imagens do SENAR.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 49</p><p>Gasto com volumosos na atividade leiteira / renda bruta do</p><p>leite (%)</p><p>O produtor também tem o gasto com</p><p>volumosos. O indicador representa a</p><p>porcentagem correspondente a esse</p><p>gasto ao longo do ano em relação à ren-</p><p>da bruta do leite. Aqui, consideramos</p><p>despesas relacionadas à manutenção</p><p>das forrageiras não anuais e todas as</p><p>despesas das forrageiras anuais. O pa-</p><p>râmetro de referência, assim como no</p><p>gasto com a mão de obra contratada, é</p><p>menor que 15%.</p><p>Gasto com concentrado na atividade leiteira /</p><p>renda bruta do leite (%)</p><p>Este indicador representa a porcentagem correspondente ao gasto com concentra-</p><p>do ao longo do ano em relação à renda bruta do leite.</p><p>Você sabia?</p><p>O gasto com concentrado é o maior componente do custo de pro-</p><p>dução de leite na maioria dos sistemas de produção no Brasil. Ao</p><p>contrário da mão de obra, o menor gasto possível de concentrado</p><p>não corresponde à maior rentabilidade, pois com menos concentra-</p><p>do, a produtividade dos animais se torna muito baixa, diminuindo a</p><p>receita da atividade.</p><p>Quando existe um gasto excessivo em sistemas de alta produtividade animal, o</p><p>comprometimento da rentabilidade vem justamente pela elevação dos custos variá-</p><p>veis. Portanto, é preciso ter equilíbrio na utilização deste insumo. Aqui, o parâmetro</p><p>de referência é de 30% aproximadamente.</p><p>É importante avaliar o que a soma dos gastos com concentrados e</p><p>com a mão de obra representa em relação à receita, pois, em sis-</p><p>temas de confinamento, o concentrado chega a representar 40%</p><p>dela. Quando isso ocorre, deve haver uma compensação do gasto</p><p>com a mão de obra, que então não deve ultrapassar 10%. Ou seja,</p><p>o somatório desses dois indicadores deve girar entre 45 e 50% (no</p><p>máximo), para não inviabilizar a atividade.</p><p>Fonte: Banco de Imagens do SENAR.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 50</p><p>Acompanhe os subtópicos a seguir sobre a margem bruta:</p><p>Margem bruta</p><p>anual da</p><p>atividade leiteira</p><p>(R$ por ano)</p><p>É a renda bruta do leite descontando o custo operacional</p><p>efetivo da atividade.</p><p>Veja a fórmula:</p><p>MB = RB – COE</p><p>Este indicador permite ao gestor analisar a capacidade que</p><p>o negócio tem para se manter no curto prazo. A margem</p><p>não deve ser confundida com fluxo de caixa.</p><p>Margem bruta</p><p>unitária da</p><p>atividade leiteira</p><p>(R$/litro):</p><p>A margem bruta unitária é um indicador dado pela margem</p><p>bruta da atividade dividida pela produção anual de leite.</p><p>MB unitária</p><p>MB produção anual</p><p>Este indicador permite ao gestor saber quanto sobra por</p><p>litro após pagar o COE. Conhecendo a sobra por litro, o ges-</p><p>tor pode definir a produção necessária para atingir deter-</p><p>minada meta financeira.</p><p>Na prática</p><p>Considere um produtor que deseja comprar um carro cujas presta-</p><p>ções são de R$ 2.000,00. Ele quer saber quanto de leite deve produ-</p><p>zir a mais, por mês, para pagar as prestações. Sabendo que a mar-</p><p>gem bruta unitária é de R$ 0,40, basta dividir a meta de R$ 2.000,00</p><p>(valor das prestações a serem pagas) pelo valor da margem. Logo,</p><p>ele precisa aumentar sua produção em 5.000 litros/mês.</p><p>Volume de produção adicional necessário para atingir a meta finan-</p><p>ceira neste exemplo:</p><p>Volume de produção adicional necessário para</p><p>atingir a meta financeira neste exemplo</p><p>R$ 2.000,00</p><p>R$ 0,40</p><p>Meta financeira</p><p>MB unitária</p><p>=</p><p>=</p><p>R$ 2.000,00</p><p>R$ 0,40</p><p>Volume de produção adicional necessário para</p><p>atingir a meta financeira neste exemplo</p><p>= 5.000 litros/mês</p><p>=</p><p>fluxo de caixa</p><p>O fluxo de caixa consiste</p><p>nas entradas e saídas</p><p>de dinheiro do negócio.</p><p>Por exemplo, entradas e</p><p>saídas de empréstimos</p><p>bancários não são com-</p><p>ponentes do COE, mas</p><p>sim do fluxo de caixa.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 51</p><p>Margem bruta por</p><p>área para pecuária</p><p>(R$/ha)</p><p>É a margem bruta da atividade dividida pela área total</p><p>utilizada para a pecuária. Este indicador, assim como</p><p>a taxa de retorno do capital, é utilizado na compara-</p><p>ção com outras atividades.</p><p>Margem Bruta</p><p>Área total</p><p>Antes de analisar possíveis alternativas, é interessan-</p><p>te verificar se estamos sendo eficientes na atividade</p><p>atualmente trabalhada. Uma vez analisadas as opor-</p><p>tunidades na atividade exercida, este indicador serve</p><p>como base para comparação com outras atividades,</p><p>permitindo avaliar a capacidade de cada atividade ge-</p><p>rar retorno para remuneração dos custos fixos e para</p><p>compor o lucro do empresário por unidade de área.</p><p>Margem bruta por</p><p>vaca em lactação</p><p>(R$/cabeça)</p><p>É a margem bruta da atividade, dividida pelo número</p><p>médio de vacas em lactação ao longo do ano.</p><p>Margem Bruta</p><p>Média de vacas em lactação</p><p>Podemos interpretá-la de três formas: margem bruta</p><p>negativa, igual a zero ou maior que zero, conforme já</p><p>estudamos no Módulo 3.</p><p>Até aqui você aprendeu muita coisa nova, não é mesmo?</p><p>Conheça muito mais</p><p>Acesse o Ambiente de Estudos e saiba mais sobre custo total vendo</p><p>o vídeo disponível.</p><p>Vamos prosseguir, pois ainda temos diversos conceitos aplicados às cadeias pro-</p><p>dutivas para apresentar.</p><p>Até o próximo tema!</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 52</p><p>Neste tema trabalhamos os conceitos de desempenho nas dimensões do esforço e</p><p>dos resultados. Muito esforço com pouco resultado representa perda de energia e,</p><p>consequentemente, de dinheiro.</p><p>Essa constatação deve levar a mudanças de processos e procedimentos. Para</p><p>chegar a essa conclusão, é necessário medir o esforço e o resultado por meio dos</p><p>indicadores.</p><p>São as métricas dos indicadores que direcionam a tomada de decisão nos</p><p>negócios.</p><p>O monitoramento dos indicadores faz com que a empresa busque empreender o</p><p>mínimo esforço para alcançar o máximo resultado. Devemos ter em mente que, para</p><p>calcular os indicadores técnicos e econômicos, é fundamental registrar e coletar os</p><p>dados que vão gerar esses indicadores e transformar os dados em informações.</p><p>Ao final deste tema você aprendeu como são calculados os indicadores técnicos</p><p>e econômicos da bovinocultura leiteira e entendeu melhor</p><p>os valores de referência</p><p>para a tomada de decisão.</p><p>No próximo tema veremos a aplicação dos indicadores técnicos e econômicos nas</p><p>demais cadeias produtivas da pecuária. Mas, antes de prosseguir, veja o vídeo que</p><p>preparamos especialmente para você e realize as atividades de aprendizagem.</p><p>Vídeos</p><p>Antes de prosseguir, acesse o Ambiente de Estudos e veja o vídeo que</p><p>preparamos especialmente para você!</p><p>Bons estudos a todos e muito sucesso!</p><p>Encerramento do tema</p><p>Introdução ao estudo de indicadores</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 53</p><p>Atividade de passagem</p><p>Chegamos ao final do primeiro tema. A seguir, você responderá a uma questão rela-</p><p>cionada ao conteúdo estudado até aqui. Preparado?</p><p>Atenção!</p><p>Se você estiver com alguma dúvida quanto ao assunto, retorne ao</p><p>conteúdo do módulo ou, se preferir, entre em contato com o tutor.</p><p>Questão</p><p>Ao longo de nossos estudos no tema 1, aprendemos a importância da gestão do</p><p>desempenho, medindo nas organizações o esforço e os resultados obtidos. Para</p><p>confirmar isso, é importante realizar o registro das informações técnicas. A partir</p><p>delas, é possível gerar indicadores, que são ferramentas importantes para a medi-</p><p>ção do desempenho nas empresas. Por fim, vimos a aplicação desses conceitos na</p><p>bovinocultura de leite, abordando os indicadores técnicos e econômicos. Com base</p><p>em seus estudos, indique quais das afirmações a seguir estão corretas:</p><p>A. Para as organizações, a mensuração do esforço e dos resultados é impor-</p><p>tante pois permite avaliar o andamento das ações propostas, o que possi-</p><p>bilita ao gestor avaliar se os esforços empregados produzem os resultados</p><p>esperados.</p><p>B. Informações técnicas são registros que circundam a produção em qualquer</p><p>atividade. Ex.: produção, data de parto, data de cobertura, número de inse-</p><p>minações etc.</p><p>C. Indicadores econômicos referem-se ao processamento das informações</p><p>econômicas, transformando-as em números que são utilizados pelo gestor</p><p>para tomar decisões.</p><p>D. Os indicadores técnicos e econômicos devem ser analisados em conjunto,</p><p>pois uma melhoria nos indicadores técnicos que comprometa os indicado-</p><p>res econômicos não faz sentido do ponto de vista empresarial.</p><p>E. A produtividade na bovinocultura leiteira é medida em litros de leite/hec-</p><p>tare/ano; esse é um indicador influenciado por todas as ações técnicas na</p><p>propriedade produtora de leite, tanto da parte zootécnica quanto da parte</p><p>agronômica.</p><p>A. A, B, C e D</p><p>B. B, C e E</p><p>C. A, B, D e E</p><p>D. A, B, C, D e E</p><p>E. C, B e D</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 54</p><p>Tema 2</p><p>Indicadores das Principais Cadeias Produtivas</p><p>Fonte: Shutterstock</p><p>Dando continuidade aos estudos iniciados no tema anterior, iremos apresentar a</p><p>você os indicadores das principais cadeias produtivas da pecuária. Conforme vimos,</p><p>os indicadores são capazes de medir o esforço e os resultados. Veremos agora os</p><p>conceitos de indicadores aplicados na bovinocultura de corte, na suinocultura, na</p><p>avicultura, na ovinocaprinocultura, na aquicultura e na apicultura.</p><p>Ao final deste tema, você deverá ser capaz de entender o desempenho, diferenciar</p><p>os conceitos que envolvem os indicadores técnicos e econômicos e saber como</p><p>aplicá-los nas cadeias produtivas citadas, realizando os cálculos corretos.</p><p>Para atingir os objetivos, este tema está estruturado em cinco tópicos:</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 55</p><p>Tópico 1:</p><p>Indicadores na</p><p>bovinocultura de corte</p><p>Neste tópico, você verá a aplicação</p><p>do conteúdo de indicadores na bovi-</p><p>nocultura de corte.</p><p>Tópico 2:</p><p>Indicadores na</p><p>suinocultura e na</p><p>avicultura</p><p>Neste tópico você verá a aplicação</p><p>do conteúdo de indicadores nas ati-</p><p>vidades de suínos e aves.</p><p>Tópico 3:</p><p>Indicadores na</p><p>ovinocaprinocultura</p><p>Neste tópico você verá a aplica-</p><p>ção do conteúdo de indicadores na</p><p>ovinocaprinocultura.</p><p>Tópico 4:</p><p>Indicadores na</p><p>aquicultura</p><p>Neste tópico você verá a aplica-</p><p>ção do conteúdo de indicadores na</p><p>aquicultura.</p><p>Tópico 5:</p><p>Indicadores na</p><p>apicultura</p><p>Neste tópico você verá a aplica-</p><p>ção do conteúdo de indicadores na</p><p>apicultura.</p><p>Entendendo as particularidades de cada cadeia, você poderá adaptar os conceitos</p><p>aprendidos aos diferentes tipos de propriedades, traçando planos de gestão e ge-</p><p>renciamento assertivos.</p><p>Desejamos ótimos estudos!</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 56</p><p>Tópico 1: Indicadores na bovinocultura</p><p>de corte</p><p>Quando analisamos a bovinocultura de corte, vemos muitas características comuns à</p><p>produção leiteira, porém com indicadores bem distintos. Vamos iniciar o estudo das</p><p>cadeias produtivas por esta atividade, que é uma das mais presentes em nosso país.</p><p>Lembre-se que, nos últimos anos, o Brasil alcançou</p><p>excelentes índices de produção e exportação de carne</p><p>bovina. Isso se deve a inúmeros fatores, entre eles a</p><p>qualidade do sistema produtivo nacional e a confiança</p><p>crescente no conceito de alimento saudável, especial-</p><p>mente pela produção de carne de qualidade.</p><p>Objetivos</p><p>Neste tópico vamos estudar os indicadores técnicos e econômicos</p><p>da bovinocultura de corte, entender suas particularidades e como</p><p>interpretá-los.</p><p>Preparado para conhecer a atividade de bovinocultura de corte? Vamos lá!</p><p>Indicadores técnicos</p><p>Área para pecuária (ha)</p><p>É a área total destinada à atividade. Inclui área de produção de volumosos,</p><p>construções, estradas, açudes, reservas etc. A mensuração das áreas deve ser a</p><p>mais precisa possível, pois ela influencia diretamente o indicador da produtividade</p><p>da área para pecuária, a taxa de lotação e também o capital empatado na atividade.</p><p>Informação extra</p><p>Além da área total, temos que considerar, em algumas situações,</p><p>aquela destinada à atividade somada aos locais de reserva da pro-</p><p>priedade, incluindo áreas de preservação permanente (APPs).</p><p>Fonte: Banco de Imagens do SENAR.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 57</p><p>Total de matrizes e animais no rebanho (cab/mês)</p><p>O total de matrizes é dado pela média mensal do número de vacas e novilhas em</p><p>reprodução da propriedade. Esse valor é proveniente da evolução do rebanho, con-</p><p>forme cálculo feito mensalmente pelo técnico, de acordo com as informações levan-</p><p>tadas pelo produtor. Neste item, leva-se em consideração o número de matrizes no</p><p>início do período, as compras realizadas, as vendas e mortes, além do número de</p><p>animais no final do período.</p><p>A apuração do total de animais no re-</p><p>banho requer um levantamento preciso</p><p>e imprescindível, uma vez que esse va-</p><p>lor determina a taxa de natalidade, taxa</p><p>de desmame, percentual de matrizes</p><p>em relação ao total do rebanho, entre</p><p>outros indicadores. Podemos dizer que</p><p>ele indica a média mensal do número</p><p>de animais no rebanho.</p><p>Tome nota</p><p>Para o cálculo dessa informação, inclua todas as categorias, com ex-</p><p>ceção dos animais de serviço.</p><p>Taxa de lotação (UA/ha)</p><p>A taxa de lotação animal é o número de</p><p>unidades animal (UA) suportadas por</p><p>hectare de terra. Uma unidade animal</p><p>corresponde a um animal de 450 kg.</p><p>Esse indicador demonstra o nível de in-</p><p>tensidade de exploração.</p><p>Para calcular a taxa de lotação de uma área basta aplicar a fórmula abaixo:</p><p>Taxa de lotação =</p><p>(Peso total dos animais do pasto / 450 kg)</p><p>Área do pasto</p><p>Fonte: Banco de Imagens do SENAR.</p><p>Fonte: Banco de Imagens do SENAR.</p><p>Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 58</p><p>Se você não conhecer o peso dos animais pode usar os valores de aproximação</p><p>(média). Veja a seguir quais são os valores médios recomendados.</p><p>Bezerros de</p><p>0 a 1 ano</p><p>Novilhos de</p><p>1 a 2 anos</p><p>Novilhos de</p><p>2 a 3 anos Vaca e bois Touros</p><p>0,25 UA 0,5 UA 0,75 UA 1 UA 1,25 UA</p><p>Informações adaptadas de Lopes, M. A. e Vieira, P. F. (1998).</p><p>Produção anual de arrobas (arrobas/ano)</p><p>Este indicador se refere à produção de arrobas num período de 12 meses. Para um</p><p>rebanho a produção é calculada assim:</p><p>Produção de arrobas = Peso inicial – Peso final.</p><p>Peso médio de abate (arrobas/animal)</p><p>Indicador que leva em consideração o peso do animal no momento da sua venda</p><p>para o abate. O manejo nutricional e a genética são os</p>

Mais conteúdos dessa disciplina