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<p>EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 3ª REGIÃO.</p><p>JOÃO DA SILVA, brasileiro, casado, profissão, inscrito no CPF nº 123.456.789-00, RG nº 9876543-2, nascido em 10 de janeiro de 1980, residente na Rua das Flores, nº 123, Bairro Feliz, Belo Horizonte/MG,ora identificado como reclamante, atravez de seu advogado regularmente constituído, (procuração anexa), amparado nos arts. 1º, caput, 7º, inciso III, ambos da Lei nº 12.016/09; art. 5º, incisos LV, LXIX e LXXVIII e art. 114, inciso IV, ambos da CRFB/88; bem como, a Súmula nº 414, inciso II, do Tribunal Superior do Trabalho, impetrar o presente</p><p>MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO LIMINAR</p><p>contra ato da autoridade judicial praticado pelo JUIZ DO TRABALHO em atividade na 48ª VARA DO TRABALHO DE BELO HORIZONTE/MG, nos aludidos autos da reclamatória trabalhista nº 0010100- 20.2023.5.03.0048, a qual determinou a quebra de sigilo dos dados do ora IMPETRANTE, violando assim, seu direito líquido e certo, conforme se evidenciará , tendo como litisconsorte passivo necessário a XYZ TECNOLOGIA S.A., pessoa jurídica de direito privado, com sede na Avenida Principal, nº 789, Bairro Industrial, Belo Horizonte/MG, inscrita no CNPJ sob o nº 12.345.678/0001-23.</p><p>DOS FATOS</p><p>O impetrante ajuizou reclamação trabalhista contra a XYZ Tecnologia S.A. (autos nº 0010100-20.2023.5.03.0048), requerendo o reconhecimento de vínculo de emprego e seus consectários, assim como o reconhecimento de dispensa discriminatória pelo fato de estar acometido de câncer de próstata, com a condenação da reclamada ao pagamento de indenizações</p><p>Na contestação, foi alegado que a contratação de João por meio da pessoa jurídica da qual é sócio foi lícita, eis que, ausente a pessoalidade, requisito essencial para o reconhecimento do vínculo de emprego, nos termos do art. 3º da CLT. No que diz respeito à dispensa discriminatória, a reclamada defendeu-se aduzindo que a rescisão do contrato de prestação de serviços se deu pela finalização do projeto para o qual o reclamante foi contratado, e não em virtude da moléstia.</p><p>Na audiência inicial, em que houve a apresentação de defesa, ocorrida em 24/01/2024, a empresa XYZ Tecnologia S.A. formulou o seguinte requerimento, que constou na respectiva ata: A reclamada requer seja oficiada a companhia telefônica ABC Comunicação Ltda. para que junte aos autos as informações de geolocalização obtidas por meio de Estação Rádio Base, ou seja, que junte ao processo os relatórios que informam a exata localização do obreiro durante todo o período de prestação de serviço, a fim de comprovar que ele não realizava suas atividades para a empresa com a alegada habitualidade.</p><p>O requerimento foi deferido pelo juízo, que determinou que a secretaria da 48ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte/MG expeça o mencionado ofício no prazo de 30 (trinta) das corridos. O reclamante não concorda com o deferimento, razão pela qual ele requereu a consignação dos seus protestos antipreclusivos na ata de audiência.</p><p>O reclamante indignado com a quebra do seu sigilo, defende que o deferimento das provas digitais é inócuo, além de violar sua privacidade, na medida em que o processo judicial é público e que qualquer um poderá saber onde ele estava em cada um dos dias do interregno da prestação de serviços.</p><p>DO DIREITO</p><p>Na audiência inicial, em que houve a apresentação de defesa, ocorrida em 24/01/2024, a empresa XYZ Tecnologia S.A. formulou o seguinte requerimento, que constou na respectiva ata: A reclamada requer seja oficiada a companhia telefônica ABC Comunicação Ltda. para que junte aos autos as informações de geolocalização obtidas por meio de Estação Rádio Base, ou seja, que junte ao processo os relatórios que informam a exata localização do obreiro durante todo o período de prestação de serviço, a fim de comprovar que ele não realizava suas atividades para a empresa com a alegada habitualidade</p><p>Ademais a nossa carta Magna em seu art. 5º, inciso X, dispõe sobre o direito à intimidade, ao passo que o inciso XII preceitua sobre a inviolabilidade das comunicações, bem como a Proteção de Dados – LGPD (Lei nº 13.709/18), em especial, seus arts. 1º e 2º, e do denominado Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/14), em particular, o seu art. 7º.</p><p>Portanto é evidente que a ordem jurídica pátria foi violada pela decisão judicial proferida pelo juízo da 48ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte/MG, diante da supracitada explanação, requer a concessão da segurança, isto é, a cassação da decisão que determinou a quebra do sigilo relativo à geolocalização do Impetrante.</p><p>DA MEDIDA LIMINAR</p><p>Evidenciado a demora da prestação jurisdicional ocasionará a violação à intimidade e a vida privada do obreiro. Não bastasse a A verossimilhança das alegações resta demonstrada pela violação à ordem legal e constitucional, que resulta da determinação de quebra de sigilo dos dados de geolocalização.</p><p>Importante ressaltar que o art. 7º da Lei nº 12.016/09, em seu inciso III e § 1º, autoriza o requerimento de medida liminar na petição inicial, com o objetivo de suspender os efeitos do ato impugnado.</p><p>JUSTIÇA GRATUITA</p><p>A luz do artigo 790 CLT, dado que prescreve o art. 790, parágrafos 3º e 4º, da CLT, com a redação dada pela Lei 13.467 /2017, que</p><p>"é facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, [...] àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% do limite máximo dos benefícios do regime geral de previdência social" e, ainda, "que o benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo". Lado outro, o art. 1º da Lei 7.115/83, conjugado com o art. 99, parágrafo 3º, do CPC/15, preconizam que basta a declaração firmada pela parte, sob as penas da lei, com a alegação da insuficiência de recursos, que gozará de presunção de veracidade. Dos dispositivos legais citados, que se harmonizam com o ordenamento jurídico, a juntada de declaração de pobreza conforme disposto no art. 99, §3º, do CPC/15.</p><p>Portanto é cabível formular tal pretensão, o que requer.</p><p>DO PEDIDO</p><p>Ante o exposto, requer:</p><p>1) Seja concedida a medida liminar;</p><p>2) Seja notificada a autoridade coatora;</p><p>3) Seja, ao fim, concedida a segurança, confirmando a decisão liminar de determinar a autoridade coatora que se abstenha de exigir dados de geolocalização do impetrante.</p><p>4) Seja deferida a justiça gratuita</p><p>Dá-se à causa o valor de R$ xxxxxxxxxxx.</p><p>Nesses termos, pede deferimento.</p><p>Local(...), data(...)de (....)de (...).</p><p>Advogado :(...)</p><p>OAB/SP Nº (...)</p>