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<p>1</p><p>FACULDADE DO MACIÇO DE BATURITE</p><p>DEPARTAMENTO DE PÓS - GRADUAÇÃO</p><p>ESPECIALIZAÇÃO / MBA ____________________________</p><p>IMPACTOS PSICÓLOGICOS EM MÃES DE PACIENTES ESPECIAIS NO</p><p>MUNICÍPIO DE ALEXANDRIA - RN</p><p>CÂNDIDA LARISSA DE SOUSA</p><p>ALEXANDRIA – RN</p><p>2024</p><p>2</p><p>CÂNDIDA LARISSA DE SOUSA</p><p>IMPACTOS PSICÓLOGICOS EM MÃES DE PACIENTES ESPECIAIS NO</p><p>MUNICÍPIO DE ALEXANDRIA - RN</p><p>Trabalho de Conclusão de Curso</p><p>apresentado à Faculdade do Maciço de</p><p>Baturité – FMB - como um dos</p><p>pré-requisitos para a obtenção do título de</p><p>especialista em _____________________</p><p>Orientador (a): Prof. Me/Dr.</p><p>ALEXANDRIA - RN</p><p>2024</p><p>3</p><p>TERMO DE APROVAÇÃO</p><p>CÂNDIDA LARISSA DE SOUSA</p><p>IMPACTOS PSICÓLOGICOS EM MÃES DE PACIENTES ESPECIAIS NO</p><p>MUNICÍPIO DE ALEXANDRIA - RN</p><p>Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade do Maciço de Baturité –</p><p>FMB - como um dos pré-requisitos para a obtenção do título de especialista em</p><p>_____________________.</p><p>Artigo aprovado em ___/___/_____ Nota: _____</p><p>_______________________________________________</p><p>CANDIDA LARISSA DE SOUSA</p><p>Banca Examinadora:</p><p>_______________________________________________</p><p>Prof. Me. Mozart Pereira da Silva Neto</p><p>_______________________________________________</p><p>Prof. Convidado</p><p>_______________________________________________</p><p>Prof. Convidado</p><p>ALEXANDRIA - RN</p><p>2024</p><p>4</p><p>DEDICATÓRIA</p><p>XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX</p><p>XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX</p><p>XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX</p><p>XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX</p><p>XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX</p><p>5</p><p>AGRADECIMENTO</p><p>XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX</p><p>6</p><p>“...tu te tornas eternamente responsável, por aquilo que</p><p>cativas. ”</p><p>Antoine de Saint-Exupéry</p><p>RESUMO</p><p>7</p><p>XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX</p><p>Palavras-Chave: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX;</p><p>ABSTRACT</p><p>XXXXX</p><p>Keywords: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX.</p><p>8</p><p>9</p><p>SUMÁRIO</p><p>INTRODUÇÃO 9</p><p>1 – A PSICOMOTRICIDADE 11</p><p>1.1 A psicomotricidade nas crianças de 03 a 06 anos 15</p><p>1.2 Quais os recursos utilizáveis para motricidade infantil 18</p><p>2 – A DANÇA 20</p><p>2.1História da dança 22</p><p>2.2 Cantigas de roda 26</p><p>3 – OS BRINQUEDOS E JOGOS. 28</p><p>3.1 O que é uma brincadeira? 32</p><p>3.2 O que é um jogo? 35</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS 37</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 41</p><p>10</p><p>11</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A pesquisa sobre os impactos psicológicos em mães de pacientes especiais</p><p>no município de Alexandria demanda uma abordagem cuidadosa e abrangente. É</p><p>crucial explorar a complexidade das experiências emocionais dessas mães, que</p><p>frequentemente lidam com altos níveis de estresse, ansiedade e até depressão</p><p>decorrentes das demandas físicas, emocionais e cognitivas associadas ao cuidado</p><p>de um filho com necessidades especiais.</p><p>Além disso, é fundamental investigar a disponibilidade e eficácia dos recursos</p><p>de apoio psicológico oferecidos a essas mães em Alexandria. Compreender como a</p><p>rede de suporte formal e informal opera nesse contexto pode fornecer insights</p><p>valiosos para aprimorar os serviços disponíveis e garantir que atendam</p><p>adequadamente às necessidades emocionais dessas mulheres.</p><p>A pesquisa também deve se aprofundar na análise das estratégias de</p><p>enfrentamento utilizadas por essas mães para lidar com os desafios diários,</p><p>examinando como tais estratégias impactam sua saúde mental e bem-estar geral.</p><p>Identificar quais mecanismos de enfrentamento são mais eficazes e como podem</p><p>ser promovidos e fortalecidos é essencial para desenvolver intervenções</p><p>psicológicas direcionadas e personalizadas.</p><p>Além disso, é fundamental considerar os fatores específicos relacionados à</p><p>condição especial dos filhos dessas mães que influenciam sua saúde mental,</p><p>levando em conta elementos culturais, sociais e econômicos presentes no contexto</p><p>de Alexandria. A interseção entre as demandas de cuidado, as expectativas sociais</p><p>e as próprias necessidades emocionais dessas mães é um ponto crucial a ser</p><p>explorado para compreender de forma holística os impactos psicológicos envolvidos.</p><p>Portanto, uma investigação abrangente e aprofundada sobre os impactos</p><p>psicológicos em mães de pacientes especiais em Alexandria é essencial para não</p><p>apenas preencher lacunas de conhecimento, mas também para fornecer insights</p><p>valiosos que possam informar políticas públicas, práticas clínicas e intervenções</p><p>psicológicas direcionadas que visem melhorar a qualidade de vida e o bem-estar</p><p>emocional dessas mulheres tão dedicadas e resilientes.</p><p>A escolha desse tema se justifica pela importância de investigar e</p><p>compreender os efeitos psicológicos que o cuidado de um filho com necessidades</p><p>12</p><p>especiais pode ter sobre as mães. Tais impactos podem ser profundos e duradouros,</p><p>afetando não apenas a saúde mental das mães, mas também o bem-estar da família</p><p>como um todo. Portanto, é fundamental abordar essa questão para promover</p><p>intervenções eficazes e suporte adequado a essas mulheres.</p><p>Diante da escassez de recursos e apoio especializado voltados para as mães</p><p>de pacientes especiais em Alexandria - RN, torna-se evidente a urgência de</p><p>investigar os desafios psicológicos enfrentados por essas mulheres. A falta de</p><p>suporte adequado pode agravar o estresse, a ansiedade e outras questões</p><p>emocionais, impactando negativamente a qualidade de vida das mães e a dinâmica</p><p>familiar.</p><p>O objetivo geral deste estudo é analisar os impactos psicológicos vivenciados</p><p>por mães de pacientes especiais em Alexandria - RN, visando contribuir para a</p><p>implementação de estratégias de apoio e intervenções psicológicas direcionadas a</p><p>esse grupo específico.</p><p>Para trabalhar minuciosamente esse projeto, tem-se como objetivos</p><p>especificos: Investigar os principais fatores que influenciam a saúde mental das</p><p>mães de pacientes especiais em Alexandria – RN; Identificar as estratégias de</p><p>enfrentamento adotadas por essas mães para lidar com os desafios emocionais</p><p>decorrentes do cuidado de seus filhos; Propor recomendações para a melhoria do</p><p>suporte psicológico oferecido às mães de pacientes especiais no município de</p><p>Alexandria - RN.</p><p>Para obter informações sobre os impactos psicológicos em mães de pacientes</p><p>especiais no município de Alexandria, será adotada uma abordagem metodológica</p><p>mista que combina métodos qualitativos e quantitativos.</p><p>Inicialmente, será realizada uma revisão bibliográfica abrangente para</p><p>embasar teoricamente o estudo, identificando pesquisas anteriores, teorias</p><p>relevantes e instrumentos de mensuração utilizados em contextos semelhantes.</p><p>Em seguida, a coleta de dados qualitativos será realizada por meio de</p><p>entrevistas semiestruturadas com mães de pacientes especiais em Alexandria. As</p><p>entrevistas buscarão explorar em profundidade as experiências emocionais dessas</p><p>mães, os desafios enfrentados, as estratégias de enfrentamento utilizadas e as</p><p>percepções sobre os recursos de apoio disponíveis.</p><p>13</p><p>Para complementar as informações qualitativas, será aplicado um</p><p>questionário estruturado a uma amostra representativa de mães de pacientes</p><p>especiais na região. O questionário incluirá escalas de avaliação de estresse,</p><p>ansiedade, depressão e qualidade de vida, bem como perguntas sobre o uso de</p><p>recursos de apoio psicológico e estratégias de enfrentamento.</p><p>Além disso, será realizada análise documental de dados secundários, como</p><p>registros de atendimentos em serviços de saúde e relatórios de instituições que</p><p>oferecem suporte a pacientes especiais em Alexandria, a fim de contextualizar os</p><p>resultados obtidos nas entrevistas e questionários.</p><p>Por fim, a análise dos dados qualitativos será realizada por meio da análise de</p><p>conteúdo, enquanto os dados quantitativos serão submetidos a análises estatísticas</p><p>descritivas e inferenciais para identificar padrões, associações e correlações</p><p>relevantes.</p><p>Essa abordagem metodológica mista permitirá uma compreensão abrangente</p><p>e aprofundada dos impactos psicológicos em mães de pacientes especiais em</p><p>Alexandria, fornecendo insights valiosos para o desenvolvimento de intervenções e</p><p>políticas que visem melhorar o bem-estar emocional dessas mulheres.</p><p>14</p><p>1. Aspectos</p><p>Psicológicos da Parentalidade de Crianças com</p><p>Necessidades Especiais</p><p>A parentalidade de crianças com necessidades especiais é uma experiência</p><p>que envolve uma complexa intersecção de desafios e recompensas, marcada por</p><p>aspectos psicológicos que influenciam tanto os pais quanto as crianças. A criação de</p><p>filhos que apresentam deficiências físicas, intelectuais ou emocionais exige uma</p><p>adaptação constante à realidade, trazendo à tona uma série de emoções e reações</p><p>que podem impactar a dinâmica familiar.</p><p>Explica De Lima (2021) que é fundamental entender como esses aspectos</p><p>psicológicos moldam não apenas a relação entre pais e filhos, mas também a saúde</p><p>mental e o bem-estar dos cuidadores.</p><p>Um dos principais aspectos psicológicos que permeiam a parentalidade de</p><p>crianças com necessidades especiais é o luto pela perda das expectativas. Os pais,</p><p>ao receberem o diagnóstico, muitas vezes passam por um processo de luto, que</p><p>pode ser comparado ao luto por uma perda. Para Fernandes (2024) Esse luto não é</p><p>necessariamente pela morte, mas pela morte de um ideal – o sonho de ter um filho</p><p>típico, que se encaixe em padrões sociais e familiares.</p><p>Esse sentimento pode gerar emoções intensas, como tristeza, raiva e culpa,</p><p>que afetam a relação familiar e a saúde mental dos pais. O reconhecimento e a</p><p>aceitação dessa realidade são etapas cruciais para a construção de uma nova</p><p>dinâmica familiar que valorize as singularidades da criança.</p><p>Além disso, a sobrecarga emocional que os pais enfrentam pode levar ao</p><p>estresse crônico, à ansiedade e à depressão. O cuidado diário de uma criança com</p><p>necessidades especiais frequentemente exige mais tempo, atenção e recursos, o</p><p>que pode resultar em exaustão física e emocional. Explica Mokarin (2023) que essa</p><p>sobrecarga não afeta apenas o pai ou a mãe individualmente, mas reverbera em</p><p>toda a estrutura familiar, podendo gerar conflitos entre os cônjuges e afastamento de</p><p>outras relações sociais.</p><p>A maternagem atípica na contemporaneidade apresenta uma</p><p>complexa dinâmica caracterizada por uma multiplicidade de</p><p>expectativas, demandas, ambivalências, antagonismos e imposições</p><p>coercitivas e opressivas. Diante desse contexto, surge a necessidade</p><p>de investigar a autopercepção das mulheres que vivenciam a</p><p>maternagem atípica, buscando compreender como elas entendem a</p><p>forma como são percebidas e como interpretam seu papel como</p><p>15</p><p>mães atípicas na atualidade – sendo o estigma e o estresse</p><p>elementos que participam desta vivência e que carecem de maior</p><p>compreensão. (MOKARIN, p.11, 2023)</p><p>O suporte emocional e a busca por redes de apoio, como grupos de pais e</p><p>profissionais, são fundamentais nesse contexto, permitindo que os cuidadores</p><p>compartilhem experiências, encontrem compreensão e desenvolvam estratégias de</p><p>enfrentamento.</p><p>Por outro lado, a parentalidade de crianças com necessidades especiais</p><p>também pode trazer um profundo senso de propósito e fortalecimento emocional.</p><p>Muitos pais relatam que, apesar das dificuldades, a relação com seus filhos os</p><p>transforma, ensinando lições valiosas sobre resiliência, empatia e amor</p><p>incondicional. Essa perspectiva positiva pode promover uma reavaliação das</p><p>prioridades e valores familiares, levando a uma maior união e compreensão entre os</p><p>membros da família.</p><p>O reconhecimento das pequenas conquistas da criança, por exemplo, pode</p><p>fortalecer a autoestima dos pais e a percepção de que, apesar das adversidades, é</p><p>possível ter uma vida plena e significativa.</p><p>Ademais, a educação e a conscientização sobre as necessidades especiais</p><p>são essenciais para a construção de uma sociedade mais inclusiva, que respeite e</p><p>valorize a diversidade.</p><p>O apoio social e a promoção de políticas públicas de acordo com Campos</p><p>(2023) deve ser priorizado de forma que visem a inclusão e a acessibilidade são</p><p>fundamentais para aliviar o peso da parentalidade e garantir que as crianças com</p><p>necessidades especiais tenham as mesmas oportunidades de desenvolvimento e</p><p>integração que as demais.</p><p>A educação da sociedade como um todo é um passo importante para reduzir</p><p>o estigma associado às deficiências e para promover um ambiente onde tanto as</p><p>crianças quanto os pais se sintam valorizados e respeitados.</p><p>Em suma, os aspectos psicológicos da parentalidade de crianças com</p><p>necessidades especiais são multifacetados e exigem uma compreensão profunda</p><p>das emoções, desafios e recompensas que surgem nesse contexto. O luto pelas</p><p>expectativas, o estresse e a sobrecarga emocional convivem com o fortalecimento</p><p>de vínculos e a ressignificação de valores familiares.</p><p>16</p><p>Para que essa experiência seja mais saudável e equilibrada, é imprescindível</p><p>que os pais busquem apoio, tanto emocional quanto social, e que a sociedade</p><p>trabalhe na promoção de uma cultura de inclusão. Assim, será possível transformar</p><p>os desafios em oportunidades de crescimento e aprendizado para toda a família.</p><p>1.2. Impactos Sociais e Econômicos na Vida das Famílias</p><p>Os impactos sociais e econômicos na vida das famílias que têm crianças</p><p>com necessidades especiais são profundos e multifacetados, refletindo uma</p><p>realidade que abrange desde a dinâmica familiar até as condições de vida e as</p><p>oportunidades de desenvolvimento.</p><p>A presença de uma criança com deficiência demanda uma reavaliação das</p><p>prioridades familiares, implicando ajustes significativos em diversos aspectos da vida</p><p>cotidiana. Essa realidade é marcada por desafios que, muitas vezes, extrapolam as</p><p>barreiras do lar e se inserem em um contexto social mais amplo, influenciando as</p><p>condições econômicas e sociais das famílias.</p><p>Em primeiro lugar, é importante considerar os custos diretos e indiretos</p><p>associados ao cuidado de uma criança com necessidades especiais. As despesas</p><p>com tratamentos médicos, terapias, medicamentos e equipamentos adaptados</p><p>podem ser substanciais e, em muitos casos, onerosas para as famílias.</p><p>A ausência de políticas públicas eficazes que garantam acesso à saúde e à</p><p>educação inclusiva agrava essa situação, fazendo com que muitos pais se vejam</p><p>obrigados a arcar com custos elevados, comprometendo sua estabilidade financeira.</p><p>Além disso, explica Santana (2019) que muitos cuidadores, frequentemente mães,</p><p>podem ter que reduzir sua carga horária de trabalho ou até mesmo abandonar suas</p><p>carreiras para dedicar-se ao cuidado da criança, resultando em perda de renda e,</p><p>consequentemente, em um empobrecimento da família.</p><p>Essa redução da renda gera um ciclo vicioso, onde a falta de recursos limita</p><p>o acesso a serviços essenciais e a oportunidades de desenvolvimento para a</p><p>criança, perpetuando a desigualdade.</p><p>Os impactos sociais também são significativos e se manifestam nas</p><p>interações familiares e comunitárias. Para Papim (2020) As famílias de crianças com</p><p>necessidades especiais podem se sentir isoladas, devido à falta de compreensão e</p><p>17</p><p>empatia por parte da sociedade. O estigma que muitas vezes acompanha as</p><p>deficiências pode levar ao afastamento social, dificultando a formação de laços com</p><p>outras famílias e a participação em atividades comunitárias.</p><p>O isolamento não apenas afeta a saúde mental dos pais, que podem se</p><p>sentir sozinhos em suas lutas, mas também impede que as crianças desenvolvam</p><p>habilidades sociais e construam relacionamentos saudáveis. O apoio social,</p><p>portanto, se torna um elemento crucial, pois o fortalecimento de redes de suporte</p><p>não apenas ajuda na troca de experiências, mas também na construção de um</p><p>ambiente mais acolhedor e inclusivo.</p><p>Silva (2012, p. 22), afirma que crianças com TEA</p><p>[...] apresentam muitas dificuldades na socialização, com variados</p><p>níveis de gravidade. Existem crianças com problemas mais severos,</p><p>que praticamente se isolam em um mundo impenetrável; outras não</p><p>conseguem se socializar com ninguém; e aquelas que apresentam</p><p>dificuldades muito sutis, quase imperceptíveis para a maioria das</p><p>pessoas, inclusive para alguns profissionais. Estas últimas</p><p>apresentam apenas traços do autismo, porém não fecham</p><p>diagnóstico.</p><p>Além disso, as dificuldades enfrentadas por essas famílias</p><p>podem influenciar</p><p>a estrutura de apoio social e comunitário. Quando as famílias são sobrecarregadas,</p><p>a capacidade de engajamento em iniciativas comunitárias diminui, resultando em</p><p>uma diminuição da participação ativa na sociedade. Esse fenômeno pode levar à</p><p>marginalização dessas famílias, fazendo com que suas necessidades e desafios não</p><p>sejam adequadamente reconhecidos ou abordados em políticas públicas.</p><p>A falta de representação e voz nas decisões que afetam suas vidas pode</p><p>perpetuar a invisibilidade social e a exclusão, tornando ainda mais desafiador o</p><p>acesso a recursos e oportunidades.</p><p>Por outro lado, a luta diária das famílias de crianças com necessidades</p><p>especiais pode ser um catalisador para a transformação social. Muitas dessas</p><p>famílias se tornam defensoras da inclusão e dos direitos das pessoas com</p><p>deficiência, mobilizando-se para criar redes de apoio. Essa militância pode levar a</p><p>mudanças significativas nas políticas públicas, promovendo a inclusão e o respeito à</p><p>diversidade.</p><p>18</p><p>Explica Rezende (2023) quando pais e cuidadores se unem para lutar por</p><p>melhores condições de vida para seus filhos, eles não apenas transformam suas</p><p>próprias realidades, mas também contribuem para uma sociedade mais justa e</p><p>inclusiva.</p><p>Em síntese, os impactos sociais e econômicos na vida das famílias com</p><p>crianças com necessidades especiais são profundos e exigem uma atenção integral.</p><p>Desde os custos financeiros que podem comprometer a estabilidade econômica até</p><p>o isolamento social que dificulta a construção de uma rede de apoio, essas famílias</p><p>enfrentam desafios que exigem uma resposta coletiva.</p><p>O fortalecimento de políticas públicas inclusivas e a promoção de uma</p><p>cultura de empatia e compreensão são fundamentais para garantir que essas</p><p>famílias possam viver com dignidade e acesso a oportunidades. Assim, a luta pela</p><p>inclusão e pelo reconhecimento dos direitos das crianças com necessidades</p><p>especiais se torna não apenas uma responsabilidade individual, mas um</p><p>compromisso social que beneficia a todos.</p><p>2. Intervenções e estratégias de apoio psicológico que podem ajudar as</p><p>mães a lidar com os desafios que enfrentam</p><p>O diagnóstico de autismo em crianças traz à tona uma série de desafios que</p><p>podem impactar profundamente a vida das mães. O estigma social, a necessidade</p><p>de adaptação a novas rotinas e a busca por intervenções eficazes são apenas</p><p>algumas das questões que essas mães enfrentam diariamente.</p><p>Nesse contexto, intervenções e estratégias de apoio psicológico se tornam</p><p>fundamentais para que elas possam lidar com essa realidade de forma mais</p><p>saudável e equilibrada. Este texto argumenta sobre a importância dessas</p><p>intervenções, apresentando algumas das principais estratégias que podem ser</p><p>implementadas.</p><p>Em primeiro lugar, a terapia psicológica individual é uma das intervenções</p><p>mais relevantes. As mães que recebem o diagnóstico de autismo de seus filhos</p><p>frequentemente experimentam uma montanha-russa emocional, que pode incluir</p><p>sentimentos de tristeza, frustração e até culpa. Explica Stravogiannisa (2024) que a</p><p>terapia oferece um espaço seguro para que essas mães possam expressar suas</p><p>19</p><p>emoções, processar o impacto do diagnóstico e desenvolver mecanismos de</p><p>enfrentamento.</p><p>A terapia cognitivo-comportamental (TCC), por exemplo, pode ajudar as</p><p>mães a reestruturar pensamentos negativos e a lidar com a ansiedade que muitas</p><p>vezes acompanha a maternidade de uma criança com autismo.</p><p>Além da terapia individual, o apoio em grupo pode ser extremamente</p><p>benéfico. Grupos de suporte formados por mães que compartilham experiências</p><p>semelhantes oferecem um espaço de empatia e solidariedade. Esses encontros</p><p>permitem que as mães troquem dicas, falem sobre suas lutas e celebrem</p><p>conquistas, criando um senso de comunidade e reduzindo o isolamento. Para</p><p>Campos (2023) A interação com outras mulheres que enfrentam desafios</p><p>semelhantes pode ser uma fonte de força e motivação, além de proporcionar um</p><p>ambiente onde as mães se sintam compreendidas e apoiadas.</p><p>Outro aspecto importante é a educação sobre o autismo, Workshops e</p><p>palestras que abordam o transtorno, suas características e formas de intervenção</p><p>podem equipar as mães com informações valiosas. Explica Monteiro (2021) que</p><p>compreender o autismo e as diferentes abordagens terapêuticas disponíveis (como</p><p>terapia ocupacional, fonoaudiologia e intervenção comportamental) permite que elas</p><p>se tornem defensoras mais efetivas de seus filhos. O conhecimento gera</p><p>empoderamento e ajuda a reduzir a incerteza que muitas vezes acompanha o</p><p>diagnóstico.</p><p>Além disso, técnicas de autocuidado são essenciais para o bem-estar</p><p>emocional das mães. O cuidado com a saúde mental não deve ser negligenciado,</p><p>visto que a maternidade de uma criança com autismo pode ser desgastante.</p><p>Incentivar práticas como meditação, exercícios físicos, hobbies e momentos de lazer</p><p>pode ajudar as mães a recarregar suas energias e a manter um equilíbrio emocional.</p><p>Essas atividades são fundamentais para que elas possam cuidar de si mesmas e,</p><p>consequentemente, oferecer um suporte mais eficaz a seus filhos.</p><p>Por fim, é importante que o apoio psicológico às mães de crianças com</p><p>autismo seja visto como uma responsabilidade coletiva. Governos e instituições de</p><p>saúde devem promover políticas que garantam acesso a serviços de saúde mental,</p><p>grupos de suporte e informações sobre o autismo. Conforme Selarim (2022) A</p><p>conscientização sobre a importância do apoio psicológico deve ser ampliada,</p><p>20</p><p>garantindo que todas as mães tenham a oportunidade de receber o suporte</p><p>necessário.</p><p>Em suma, as intervenções e estratégias de apoio psicológico são cruciais</p><p>para ajudar as mães a lidarem com os desafios que surgem junto ao diagnóstico do</p><p>autismo em seus filhos. A terapia individual, os grupos de suporte, a educação sobre</p><p>o autismo e as práticas de autocuidado formam um conjunto de ferramentas que</p><p>podem fornecer alívio emocional e empoderamento. Ao valorizar e implementar</p><p>essas estratégias, não apenas promovemos o bem-estar das mães, mas também</p><p>contribuímos para o desenvolvimento saudável das crianças, criando um ambiente</p><p>familiar mais harmonioso e acolhedor.</p><p>21</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Contação de histórias, pode levar as crianças a desenvolverem seu</p><p>imáginario, assim como suas habilidades,desenvolvendo meios de lidar com seus</p><p>valores, fazendo com que saibam lidar com conflitos.</p><p>A compreensão e a interação dos pais na leitura, destaca-se a compreensão</p><p>de que a prática da leitura entre pais e filhos, possibilita o extreitamento de laços</p><p>afetivos fundamental para a influência da aprendizagem alimentada pela</p><p>cumplicidade e pela confiança recíproca.</p><p>Felizes são aqueles que têm sensibilidade para perceber que o futuro</p><p>depende da maneira como educam as crianças em que foram confiados.</p><p>22</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>DE LIMA PEDROSA, Rúbia Eliza; FONTES, Márcia Barroso. Considerações acerca</p><p>do bem estar do cuidador famíliar da pessoa com transtorno mental. Brazilian</p><p>Journal of Development, v. 7, n. 2, p. 20093-20105, 2021.</p><p>FERNANDES, Jade. Do luto à luta: a escuta de pais de crianças diagnosticadas com</p><p>autismo no município de Mogi Mirim. UNIVERSITAS, n. 35, 2024.</p><p>MOKARIN, Gabriela Brasil et al. Estigma e estresse na maternagem de pessoas</p><p>com transtorno do espectro do autismo. 2023.</p><p>CAMPOS, Luciana Mara de Oliveira Palma. Mãe solo com filho Autista: quem cuida</p><p>daquela que cuida?. 2023.</p><p>SANTANA, Andreia. Cuidar de quem Cuida. 2019. Tese de Doutorado.</p><p>PAPIM, Angelo Antonio Puzipe. Autismo e aprendizagem: os desafios da Educação</p><p>Especial. 2020.</p><p>SILVA, A. B. B. Mundo singular: entenda o autismo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.</p><p>REZENDE, Vanessa da Costa. Percepções de pais de filhos com transtorno do</p><p>espectro autista sobre o impacto nas ocupações paternas. 2023.</p><p>STRAVOGIANNIS, Andrea Lorena. Autismo: Quando o diagnóstico chega. Literare</p><p>Books, 2024.</p><p>MONTEIRO, Renata Prohaska Batista et al. Famílias TEA-neurodiversas em Recife:</p><p>autismo como fator transformativo do cotidiano.</p><p>2021.</p><p>SELARIM, Luiza Laroza. Opinião de mães de crianças com autismo sobre os</p><p>serviços de apoio, satisfação parental e suporte social. 2022.</p><p>23</p>