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<p>1. Estrutura</p><p>Sabemos que, para escrever um texto, devemos atender a uma estrutura, que temos internalizada. Para efeitos</p><p>pedagógicos, dividiremos a estrutura em textual e sintática. A estrutura textual envolve o encadeamento de ideias, fatos,</p><p>argumentos, início, meio e fim. Já a estrutura sintática pressupõe a organização da frase (sujeito + verbo+ complemento),</p><p>as unidades de significado, os elementos de ligação entre essas unidades e como elas influenciam umas às outras.</p><p>O significado das palavras (semântica) e a sua função na estrutura da oração devem atuar juntos para a construção do</p><p>texto. A junção dessas estruturas é o que confere à linguagem a coesão e a coerência, fazendo com que as ideias fluam de</p><p>maneira harmoniosa e a mensagem seja transmitida sem ruídos.</p><p>2.Coesão</p><p>A coesão textual tem a função de estabelecer relações textuais, pois “[...] um texto não é apenas uma soma ou sequência</p><p>de frases isoladas” (KOCH, 2010, p. 15). Os artigos, as preposições, as conjunções, os pronomes são todos mecanismos</p><p>de junção de elementos, para que o texto faça sentido. “É por meio de mecanismos como estes que se vai tecendo o</p><p>“tecido” (tessitura) do texto. A este fenômeno é que se denomina coesão textual” (KOCH, 2010, p. 16).</p><p>a. Na oração</p><p>Considerando a estrutura frasal, sabemos que o sujeito terá como unidade principal um substantivo, que poderá ser</p><p>acompanhado de adjetivos, pronomes, numerais ou artigos; o verbo pode vir acompanhado de substantivos e os</p><p>advérbios, por sua vez, também podem influenciar a relação entre os termos da frase, acrescentando ideia de tempo,</p><p>modo, dentre outras.</p><p>b. No período composto</p><p>Partindo para uma visão mais ampla, quando juntamos orações, temos os períodos compostos, e as conjunções atuarão</p><p>como agentes de ligação, conferindo valor de adição, contestação, enumeração etc. Além disso, para evitarmos</p><p>repetições, utilizamos as estratégias coesivas, que consistem em alinhavar as partes do texto, fazendo com que ele</p><p>tenha sentido e seja mais preciso.</p><p>c. Exemplos</p><p>"O padre nos passou um sermão. Eu fiquei calado. Eu não queria me sentir mais constrangido do que estava." Podemos</p><p>evitar a repetição de “Eu” e melhorar a fluidez das ideias da seguinte maneira: "O padre nos passou um sermão, mas eu</p><p>fiquei calado, pois não queria me sentir mais constrangido do que estava." Ou então dessa forma: "O padre nos passou</p><p>um sermão. Eu, no entanto, fiquei calado, já que não queria me sentir mais constrangido do que estava."</p><p>Percebeu a diferença? Tanto na primeira quanto na segunda reescrita, as ideias fluíram melhor e a narrativa do ocorrido</p><p>ficou mais clara. A conclusão é que, quanto mais atentos aos elementos e à variedade de mecanismos coesivos, mais</p><p>coeso e bem escrito será nosso texto. É tudo uma questão de prática e muita leitura!</p><p>Atividade 1</p><p>Texto 1 - Quadrilha (Carlos Drummond de Andrade)</p><p>João amava Teresa que amava Raimundo</p><p>que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili,</p><p>que não amava ninguém.</p><p>João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,</p><p>Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,</p><p>Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes</p><p>que não tinha entrado na história.</p><p>ANDRADE, Carlos Drummond de. Quadrilha. In: ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma Poesia. Rio de Janeiro: Record, 2002.</p><p>Texto 2 – Flor da idade (Chico Buarque)</p><p>[...] Carlos amava Dora que amava Lia que amava Léa que amava Paulo que amava Juca que amava Dora que amava</p><p>Carlos amava Dora que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava</p><p>Carlos amava Dora que amava Pedro que amava tanto que amava a filha que amava Carlos que amava Dora que amava</p><p>toda a quadrilha</p><p>BUARQUE, Chico; PONTES, Paulo. Flor da idade. Gota D’Água. Trilha sonora. Gravadora RCA Victor, 1975.</p><p>1. Após a leitura dos dois textos, percebemos que Chico Buarque fez um diálogo com o poema de Drummond. Ambos os</p><p>textos utilizam o recurso de repetição do elemento coesivo, para imprimir ritmo ao texto, trabalhando a linguagem de</p><p>maneira poética. Dessa forma, percebemos que não existe uma fórmula correta para a utilização dos recursos linguísticos,</p><p>pois eles irão variar de acordo com a proposta e os objetivos de cada texto.</p><p>Reescreva os textos 1 e 2, utilizando os recursos coesivos necessários para que o texto siga a norma-padrão de um texto</p><p>em prosa. Isso significa que você terá de eliminar os recursos estilísticos que produzem a musicalidade no texto.</p><p>Esta atividade é bem trabalhosa de se fazer, mas não é impossível. Pegue um dicionário e fique com ele enquanto faz a reescrita</p><p>dos textos. Vá fazendo e relendo, e faça as mudanças que achar necessárias. Quando achar que está tudo pronto, peça para</p><p>alguém de sua confiança ler e dar sugestões, para você aprimorar seu texto.</p><p>Atividade 2</p><p>Texto</p><p>Mineirinho (Clarice Lispector)</p><p>[...] Esta é a lei. Mas há alguma coisa que, se me faz ouvir o primeiro e o segundo tiro com um alívio de segurança, no terceiro me</p><p>deixa alerta, no quarto desassossegada, o quinto e o sexto me cobrem de vergonha, o sétimo e o oitavo eu ouço com o coração</p><p>batendo de horror, no nono e no décimo minha boca está trêmula, no décimo primeiro digo em espanto o nome de Deus, no décimo</p><p>segundo chamo meu irmão. O décimo terceiro tiro me assassina — porque eu sou o outro. Porque eu quero ser o outro.</p><p>Essa justiça que vela meu sono, eu a repudio, humilhada por precisar dela. Enquanto isso durmo e falsamente me salvo. Nós, os</p><p>sonsos essenciais. [...]</p><p>A violência rebentada em Mineirinho que só outra mão de homem, a mão da esperança, pousando sobre sua cabeça aturdida e</p><p>doente, poderia aplacar e fazer com que seus olhos surpreendidos se erguessem e enfim se enchessem de lágrimas. Só depois que</p><p>um homem é encontrado inerte no chão, sem o gorro e sem os sapatos, vejo que esqueci de lhe ter dito: também eu. [...]</p><p>Quero uma justiça que tivesse dado chance a uma coisa pura e cheia de desamparo em Mineirinho — essa coisa que move</p><p>montanhas e é a mesma que o fez gostar “feito doido” de uma mulher, e a mesma que o levou a passar por porta tão estreita que</p><p>dilacera a nudez; é uma coisa que em nós é tão intensa e límpida como uma grama perigosa de radium, essa coisa é um grão de vida</p><p>que se for pisado se transforma em algo ameaçador — em amor pisado; essa coisa, que em Mineirinho se tornou punhal, é a mesma</p><p>que em mim faz com que eu dê água a outro homem, não porque eu tenha água, mas porque, também eu, sei o que é sede; e</p><p>também eu, que não me perdi, experimentei a perdição.</p><p>A justiça prévia, essa não me envergonharia. Já era tempo de, com ironia ou não, sermos mais divinos; se adivinhamos o que seria a</p><p>bondade de Deus é porque adivinhamos em nós a bondade, aquela que vê o homem antes de ele ser um doente do crime. Continuo,</p><p>porém, esperando que Deus seja o pai, quando sei que um homem pode ser o pai de outro homem. [...]</p><p>Foi fuzilado na sua força desorientada, enquanto um deus fabricado no último instante abençoa às pressas a minha maldade</p><p>organizada e a minha justiça estupidificada: o que sustenta as paredes de minha casa é a certeza de que sempre me justificarei,</p><p>meus amigos não me justificarão, mas meus inimigos que são os meus cúmplices, esses me cumprimentarão; o que me sustenta é</p><p>saber que sempre fabricarei um deus à imagem do que eu precisar para dormir tranqüila e que outros furtivamente fingirão que</p><p>estamos todos certos e que nada há a fazer. [...]</p><p>LISPECTOR, Clarice. Mineirinho. In: LISPECTOR</p><p>e como acabamos demonstrando sadismo e</p><p>indiferença em relação a outros seres humanos.</p><p>Leia o texto de Lispector e marque os elementos coesivos que você conseguir identificar. Escolha três deles e escreva um texto sobre</p><p>o valor semântico (significado) de cada um deles e que partes do texto eles unem. Faça, também, uma breve interpretação do texto,</p><p>relacionando-o com nossa realidade atual e nosso histórico social de violência.</p><p>Disponível em: https://escolaweb.educacao.al.gov.br/roteiro-de-estudo/producao-escrita-e-coesao-textual-56084</p>

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