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<p>MEDIAÇÃO DE CONFLITOS</p><p>2</p><p>Sumário</p><p>MEDIAÇÃO DE CONFLITOS ................................................................................. 1</p><p>NOSSA HISTÓRIA ..................................................................................................... 4</p><p>INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 5</p><p>ORIGEM DOS MEIOS ALTERNATIVOS DE SOLUÇÃO DE ..................................... 6</p><p>CONFLITOS ............................................................................................................... 6</p><p>Art. 5º CF – ............................................................................................................. 6</p><p>Artigo 5º Constituição Federal ................................................................................ 7</p><p>NEGOCIAÇÃO ........................................................................................................... 8</p><p>NEGOCIAÇÃO COMO MÉTODO DE SOLUÇÃO DE ................................................ 9</p><p>CONFLITOS. .............................................................................................................. 9</p><p>POSSÍVEIS CAUSASQUE GERAM OS CONFLITOS ............................................. 10</p><p>TÉCNICAS DE NEGOCIAÇÃO ................................................................................ 11</p><p>RAPPORT: TÉCNICA DE PERSUASÃO UTILIZADA NA NEGOCIAÇÃO .... 12</p><p>CONCILIAÇÃO ......................................................................................................... 13</p><p>DISPOSITIVOS LEGAIS QUE SÃO ENVOLVIDOS NA ....................................... 13</p><p>CONCILIAÇÃO ..................................................................................................... 13</p><p>CONCILIAÇÃO: UM PROCESSO DE AUTOCOMPOSIÇÃO ............................... 16</p><p>AS CONCILIAÇÕES PODEM SER....................................................................... 17</p><p>MEDIAÇÃO .............................................................................................................. 18</p><p>O MEDIADOR ....................................................................................................... 19</p><p>VANTAGENS DO PROCESSO DE MEDIAÇÃO ...................................................... 20</p><p>DE QUE FORMA SE DÁ O PROCESSO DE MEDIAÇÃO? ................................. 21</p><p>PRINCÍPIOS DO PROCESSO DE MEDIAÇÃO ................................................... 22</p><p>file:///X:/JURÍDICA/PSICOLOGIA%20JURÍDICA/MEDIAÇÃO%20DE%20CONFLITOS/APOSTILA-%20MEDIAÇÃO%20DE%20CONFLITOS.docx%23_Toc149299332</p><p>3</p><p>São princípios do processo de mediação: ......................................................... 22</p><p>ASPECTOS IMPORTANTES E AS DIFERENÇAS ENTRE ..................................... 22</p><p>NEGOCIAÇÃO, CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO ....................................................... 22</p><p>Negociação ........................................................................................................... 23</p><p>Conciliação ........................................................................................................... 23</p><p>Mediação .............................................................................................................. 24</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 25</p><p>REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 26</p><p>4</p><p>NOSSA HISTÓRIA</p><p>A nossa história inicia-se com a ideia visionária e da realização do sonho de</p><p>um grupo de empresários na busca de atender à crescente demanda de cursos de</p><p>Graduação e Pós-Graduação. E assim foi criado o Instituto, como uma entidade capaz</p><p>de oferecer serviços educacionais em nível superior.</p><p>O Instituto tem como objetivo formar cidadão nas diferentes áreas de</p><p>conhecimento, aptos para a inserção em diversos setores profissionais e para a</p><p>participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e assim, colaborar na sua</p><p>formação continuada. Também promover a divulgação de conhecimentos científicos,</p><p>técnicos e culturais, que constituem patrimônio da humanidade, transmitindo e</p><p>propagando os saberes através do ensino, utilizando-se de publicações e/ou outras</p><p>normas de comunicação.</p><p>Tem como missão oferecer qualidade de ensino, conhecimento e cultura, de</p><p>forma confiável e eficiente, para que o aluno tenha oportunidade de construir uma</p><p>base profissional e ética, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no</p><p>atendimento e valor do serviço oferecido. E dessa forma, conquistar o espaço de uma</p><p>das instituições modelo no país na oferta de cursos de qualidade.</p><p>5</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>O presente trabalho tem como escopo conceituar os meios alternativos de</p><p>solução de conflitos, em especial a negociação, conciliação e mediação, institutos</p><p>utilizados com a finalidade de solucionar os conflitos existentes entre pessoas que</p><p>buscam ou tutelam algo.</p><p>Mostrar a importância da resolução dos conflitos, como e qual momento são</p><p>aplicados. Estes possuem uma importância singular para o sistema judiciário, pois o</p><p>congestionamento no judiciário brasileiro tem prejudicado em muito o andamento dos</p><p>processos, por deixá-lo demasiadamente lento dificultando, assim, inúmeros</p><p>profissionais do direito e os seus clientes; para pôr fim a esse imbróglio, tem-se</p><p>estimulados os mecanismos alternativos de solução de conflitos.</p><p>O papel destes métodos é que se gere maior satisfação entre as partes</p><p>envolvidas, pois nestes meios a real intenção é, não só resolver o conflito em questão,</p><p>mas principalmente que o conflito solucionado atenda equilibradamente ambas as</p><p>partes em choque, não necessitando passar por toda a lentidão da burocrática</p><p>jurisdição estatal, desafogando, também, o Poder Judiciário.</p><p>Abordaremos as diferenças e os principais aspectos relevantes desses</p><p>conflitos e também a atuação do mediador e do conciliador, que são as pessoas</p><p>responsáveis por direcionar esses litígios, cujo objetivo principal é fazer com que as</p><p>partes se comuniquem e cheguem a um denominador comum, que é o acordo.</p><p>6</p><p>ORIGEM DOS MEIOS ALTERNATIVOS DE SOLUÇÃO DE</p><p>CONFLITOS</p><p>Antes de iniciarmos sobre as peculiaridades de cada método utilizado na</p><p>resolução de conflito, há a necessidade de explanarmos sobre o motivo pelo qual</p><p>esses meios alternativos surgiram com tamanha eficiência em nosso país e</p><p>consequentemente mostrar sua real importância. Antigamente, nas fases primitivas</p><p>da trajetória humana, não havia a intervenção do Estado para dirimir os conflitos da</p><p>população, estes eram resolvidos através da imposição da vontade do mais forte ou</p><p>da concessão direta de uma parte em nome da paz, ou seja, criando assim algo que</p><p>hoje conhecemos como autotutela ou autodefesa.</p><p>Como eram as partes envolvidas no conflito que os resolviam, chamamos isso</p><p>de auto composição. Com o passar dos anos, sacerdotes, anciãos ou pessoas de</p><p>grande poder econômico envolvidas nesse jogo de forças, passaram a tomar decisões</p><p>em nome das partes, o que tornava tal decisão obrigatória por ser tomada por um</p><p>terceiro e que não tinha relação com o conflito, surgindo então a heterocomposição,</p><p>ou seja, um conflito que era dirimido mediante os valores de uma terceira pessoa.</p><p>Mediante esse aspecto e posteriormente construído, encontramos um sistema que é</p><p>um exemplo de heterocomposição, o Sistema Judiciário, que como já sabemos é lento</p><p>e vem mostrando de forma bastante clara sua dificuldade</p><p>em lidar com as</p><p>controvérsias sociais, familiares, econômicas, empresariais, políticas, criminais e etc.,</p><p>pelo meio do consagrado e tradicional Processo Judicial. Entretanto, o artigo 5º da</p><p>nossa Carta Magna menciona os direitos e deveres individuais e coletivos do cidadão,</p><p>assegurando em seu inciso XXXV o acesso da população ao Poder Judiciário, quando</p><p>houver lesão ou ameaçar o direito dos cidadãos.</p><p>Art. 5º CF –</p><p>Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,</p><p>garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade</p><p>7</p><p>do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos</p><p>seguintes: XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário 1 lesão ou</p><p>ameaça a direito. Destarte, entendemos que a Constituição permite ao cidadão que</p><p>procure o Poder Judiciário a fim de ter seus direitos assegurados pela mesma. Nesse</p><p>sentido, Araújo comenta que o Poder Judiciário: “garante a imparcialidade de quem</p><p>julga e protege a parte menos forte ou mais desprotegida da relação em conflito.</p><p>Garante, além disso, a igualdade perante a lei a todos os cidadãos, a gratuidade do</p><p>sistema e não deixa ao livre arbítrio das partes a interpretação de normas de</p><p>cumprimento imperativo ou a aplicação de direitos que a lei considera como</p><p>irrenunciáveis por parte dos particulares, além de outros benefícios.”</p><p>Portanto, conforme exposto vemos por parte do Estado uma proteção ao</p><p>cidadão, criando desse modo uma pré-noção por parte do povo de que somente o</p><p>Estado possui a capacidade e a responsabilidade de resolver os problemas da</p><p>sociedade, ou seja, as pessoas sentem que o seu direito está resguardado e protegido</p><p>por meio de sentença proferida por juiz. Devido este pensamento por parte da</p><p>sociedade, de que somente por meio de processo nos tribunais é que se consegue</p><p>resolver os litígios, que ocasionou essa superlotação do nosso sistema judiciário,</p><p>havendo dessa forma vários problemas, entre eles, demora nos julgamentos dos</p><p>processos.</p><p>Artigo 5º Constituição Federal</p><p>ARAÚJO, Luís Alberto Gómez. "Os mecanismos alternativos de solução de</p><p>conflitos como ferramentas na busca da paz". In Mediação – métodos de resolução</p><p>de controvérsias, n. 1, coord. Ângela Oliveira. São Paulo: LTr, 1999, p.127 –</p><p>132.dificuldade de acesso à justiça, trazendo ao cidadão uma sensação de</p><p>impotência.</p><p>Com o intuito de desafogar esse sistema falido, começou então a serem</p><p>desenvolvidas novas possibilidades heterocompositivas e também uma forma</p><p>autocompositiva que estão contidas nos Meios Extrajudiciais ou Alternativos de</p><p>8</p><p>Solução de Conflitos que, basicamente, são a Arbitragem, a Negociação, a</p><p>Conciliação e a Mediação.</p><p>O seu objetivo, em resumo, é possibilitar que os interessados na solução dos</p><p>litígios não dependam da decisão da Justiça Estatal, surgindo no meio dos negócios</p><p>(políticos e comerciais), havendo um incentivo para que as partes litigantes encontrem</p><p>soluções com maior liberdade, por si próprias, ainda que ajudadas por um terceiro,</p><p>independente, ou mesmo se submetam ao julgamento de um Juiz Privado por elas</p><p>escolhido, livremente, como é o caso da Arbitragem.</p><p>Diante do exposto, explanaremos a seguir sobre a negociação, conciliação e</p><p>mediação.</p><p>NEGOCIAÇÃO</p><p>Palavra que tem a sua origem vinda do latim “negotium”. “Neg” significa “Não”</p><p>e “Otium” quer dizer “Descanso”, ócio. Podemos concluir que significa ausência do</p><p>descanso, ausência de folgo, é negar ao ócio, logo, todo esse contexto do significado</p><p>da palavra NEGOCIAÇÃO, nos remete a pensar em trabalho. Contudo, é visto que</p><p>seja no trabalho, em casa, na faculdade, ou onde quer que estejamos certamente em</p><p>dado momento nos veremos em meio a uma negociação; a negociação é algo que</p><p>faz parte do nosso dia-a-dia, é algo corriqueiro em nossa rotina. Negociar é usar de</p><p>métodos para que através de diálogo e interação, possamos acordar a fim de que</p><p>tenhamos de outrem, alguma coisa e vice versa, de forma que ambos tenham</p><p>satisfação no negócio. É importante citar que, aqueles que apresentam em suas vidas</p><p>particulares facilidades em negociar, de certo, vivem de forma mais proveitosa em</p><p>nosso meio onde a comunicação é imprescindível.</p><p>Por fim vale ressaltar a falsa crença de que negociar seja tirar vantagem sobre</p><p>algo ou alguma pessoa – ERRADO – Negociar não é obter vantagem, pois seu</p><p>resultado é temporário e não permanente.</p><p>9</p><p>NEGOCIAÇÃO COMO MÉTODO DE SOLUÇÃO DE</p><p>CONFLITOS.</p><p>Para que possamos falar de Negociação como forma de solução de conflitos,</p><p>se faz necessário destacarmos como ponto fulcral a diferença entre esta e a</p><p>conciliação, mediação e arbitragem, pois, na negociação não é necessária a</p><p>intervenção de um terceiro para que, por fim, tenha-se a favor das partes um acordo</p><p>feito em prol de um negócio com êxito.</p><p>Além disso, na negociação, não é necessário formalidade, até porque, como</p><p>já citamos acima, na negociação são as próprias partes conflitantes que, através do</p><p>diálogo, visam a melhor forma para que possam obter um acordo de forma satisfatória</p><p>e aceitável por ambas.</p><p>Portanto as partes envolvidas no conflito, através de técnicas de negociação</p><p>chegarão a um denominador comum, assim, estas devem efetuar um planejamento</p><p>para estabelecer objetivos, patamares e alinhamentos para se chegar mais próximo</p><p>do que se deseja, tornando assim a reciprocidade um ponto importante, ou seja, o</p><p>desejo das partes deve ser considerado para se atingir um resultado.</p><p>O objeto final da negociação, que é o acordo, deve conter pontos que</p><p>satisfaçam as partes envolvidas, desta forma este processo deve possuir começo,</p><p>meio e fim. É também preciso possuir o controle sobre o objeto de uma negociação,</p><p>seja ele total ou parcial.</p><p>Desta forma, negociar não é barganhar, pois para negociar deve-se utilizar de</p><p>técnicas, estratégias e argumentações sobre os pontos divergentes do conflito em</p><p>questão. No entanto é preciso conhecer as possíveis causas que geram estes</p><p>conflitos para que, posteriormente, possamos atingir o êxito de solucioná-los.</p><p>Por fim, vejamos uma citação curta e clara acerca deste assunto, para que</p><p>possamos ter uma melhor compreensão: “negociação é um processo de comunicação</p><p>com o propósito de atingir um acordo agradável sobre diferentes ideias e</p><p>necessidades”.</p><p>10</p><p>POSSÍVEIS CAUSASQUE GERAM OS CONFLITOS</p><p>Muitas vezes ignoramos a origem dos conflitos antes de resolvê-lo, porém</p><p>esta questão é ponto importante para que se chegue a uma solução. A maioria dos</p><p>conflitos que geram uma negociação é proveniente de: Experiência de frustração</p><p>de uma ou ambas as partes: incapacidade de atingir uma ou mais metas e/ou</p><p>satisfazer os seus desejos, por algum tipo de limitação pessoal, técnica ou</p><p>comportamental;</p><p>Diferenças de personalidade: são invocadas como explicação para as</p><p>desavenças tanto no ambiente familiar como no ambiente de trabalho, e reveladas no</p><p>relacionamento diário de algumas características indesejáveis na outra parte</p><p>envolvida;</p><p>Metas diferentes: é muito comum estabelecermos e/ou recebermos</p><p>metas/objetivos a serem atingidos e que podem ser diferentes dos ACCUF. “As</p><p>Principais</p><p>Ferramentas envolvidas em uma negociação”. Disponível em: de outras</p><p>pessoas e de outros departamentos, o que nos leva à geração de tensões em busca</p><p>de seu alcance;</p><p>Diferença em termos de informações e percepções: costumeiramente</p><p>tendemos a obter informações e analisá-las à luz dos nossos conhecimentos e</p><p>referenciais, sem levar em conta que isso ocorre também com o outro lado com quem</p><p>temos de conversar e/ou apresentar nossas ideias,</p><p>e que este outro lado pode ter</p><p>uma forma diferente de ver as coisas. E chegando ao conhecimento de como surge</p><p>um conflito, seja ele proveniente de qualquer uma destas nascentes, precisamos</p><p>seguir alguns passos para resolvê-los de maneira eficaz, utilizando de técnicas de</p><p>negociação.</p><p>11</p><p>TÉCNICAS DE NEGOCIAÇÃO</p><p>Não se pode ter sucesso em uma negociação o indivíduo que se encontra</p><p>fechado a aceitar as necessidades da parte contrária, ou que sua teimosia seja</p><p>tamanha que o impossibilite de analisar seus próprios erros. Ao entrar em uma</p><p>negociação, esperando dela um bom resultado, deve-se saber que em alguns</p><p>momentos vamos ceder, para que o objeto final possa agradar reciprocamente as</p><p>partes, no entanto existem técnicas que podem ser usadas de modo que possibilita a</p><p>exposição dos pontos de vista e elimine alguns pontos contraditórios iniciais. São</p><p>astécnicas de uma negociação eficaz: Criar uma atmosfera afetiva (Harmonia);Criar</p><p>uma situação de afinidade ou similaridade com a parte contrária. Estabelecer as</p><p>percepções (Rapport); Técnica persuasiva da programação neurolinguística Focalizar</p><p>em necessidades individuais e compartilhadas (Colocar-se no lugar do outro);</p><p>Enxergar da mesma forma que a parte contrária auxilia os momentos de</p><p>controvérsias. Construir um poder positivo e compartilhado</p><p>(Flexibilidade); O elemento mais flexível é quem controla o sistema. Olhar para</p><p>o futuro e, em seguida, aprender com o passado (Fazer o outro se enxergar); Utilizar</p><p>comparações de fato que a parte contrária assuma seus erros. Gerar opções de</p><p>ganhos mútuos; Desenvolver passos para a ação a ser efetivada; Estabelecer</p><p>acordos de benefícios mútuos. Mas, para que seja possível a concretização desses</p><p>passos aqui expostos, as partes precisam saber se comunicar, ouvir, perguntar,</p><p>colaborar, livrar-se do caráter competitivo, não se acomodar e serem comprometidas</p><p>com todas as questões envolvidas. O manejo de situações de conflito é essencial para</p><p>as pessoas e as organizações como fonte geradora de mudanças, pois das tensões</p><p>conflitivas, dos diferentes interesses das partes envolvidas é que nascem</p><p>oportunidades de crescimento mútuo.</p><p>12</p><p>RAPPORT: TÉCNICA DE PERSUASÃO UTILIZADA NA</p><p>NEGOCIAÇÃO</p><p>O dicionário “The American Heritage” define o rapport como “Relação,</p><p>especialmente única de confiança mútua ou afinidade emocional”. Este é um bom</p><p>começo, contudo não suficiente para fazer essa técnica atuar a seu favor.</p><p>No mundo da Programação Neurolinguística, criar o rapport pode ser</p><p>entendido como o estabelecimento de confiança, harmonia e cooperação em uma</p><p>relação. Uma vez mais a palavra confiança aparece na definição. Assim você está</p><p>começando a perceber que aquele rapport conduz a confiar, e talvez você esteja</p><p>começando a também notar como essa técnica é importante para a negociação.</p><p>Quando o rapport se transforma em persuasão, tiver grande espelhamento com o</p><p>outro pode conduzir a uma situação de aceitação incondicional de uma sugestão. Isto</p><p>é devido ao nível de confiança que vem com o espelhamento.</p><p>Se houver confiança, então o outro estará aberto a aceitar o que você tem a</p><p>dizer. A primeira e mais importante etapa para saber sobre o rapport é, contudo tão</p><p>simples que frequentemente as pessoas a omitem. Para ser efetivo com o</p><p>espelhamento você tem que PRESTAR ATENÇÃO! Isto significa que a parte da</p><p>negociação que irá utilizar desta técnica deve focalizar na pessoa a sua frente.</p><p>Observe a outra parte com o qual você está interagindo. As técnicas do rapport são</p><p>muitas, mas todas as habilidades do mundo não lhe ajudarão em nada se você não</p><p>prestar atenção na outra pessoa com quem você está negociando.</p><p>Esta é uma valiosa habilidade para qualquer tipo de relação, seja ela de</p><p>negócios, reunião social ou de família. Se você presta atenção, todas suas outras</p><p>habilidades de relacionamento serão potencializadas. Imitar e espelhar foram</p><p>determinados como os principais fatores para se criar estados poderosos de rapport.</p><p>Igualando os movimentos da outra pessoa, a postura, os atributos vocais, as frases</p><p>chaves e até mesmo a sua respiração. Também é muito poderoso poder igualar os</p><p>seus sistemas de representação. O Rapport é uma prática fascinante e pode conduzir</p><p>o negociador numa viagem de descoberta na direção de entender a parte contrária.</p><p>13</p><p>CONCILIAÇÃO</p><p>“Conciliação: s.f. Ação de conciliar, resultado dessa ação. Acordo entre duas</p><p>partes em litígio. Alguns sinônimos: acordo, concordância, concórdia.”</p><p>A palavra conciliação deriva do latim “conciliatione”, que tem como significado</p><p>ato ou ação de conciliar acordo entre pessoas, acerto de diferenças. É difícil apontar</p><p>a origem da conciliação, pois se entende que faz parte da natureza humana. Por isso</p><p>este instituto não é novo no país, tão pouco em nosso ordenamento jurídico.</p><p>Curiosamente, há uma passagem na Bíblia que se refere à conciliação,o que prova a</p><p>existência da mesma em meio aos povos antigos: “Concilia-te depressa com o teu</p><p>adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o</p><p>adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue aooficial, e te encerrem na prisão.</p><p>Eu te garanto: daí não sairás, enquanto não pagares até o último centavo”</p><p>Também na Roma Antiga, base do nosso Direito, prestigiava-se a conciliação em</p><p>atributo à deusa Concórdia. Exercida geralmente por força de lei, a conciliação é um</p><p>meio de solução de controvérsias onde um terceiro, o conciliador, age para resolver</p><p>um conflito entre as partes, aproximando-as, aconselhando e sugerindo soluções. O</p><p>conciliador é imparcial e trata somente do assunto a que se refere o conflito. Na</p><p>conciliação o papel do juiz torna-se tão respeitável quanto nos processos tradicionais,</p><p>pois além de julgar e manter a justiça, ainda se faz mister a função de pacificação</p><p>mediante as partes para que as relações permanecem da melhor forma possível após</p><p>o fim da conciliação entre as mesmas.</p><p>DISPOSITIVOS LEGAIS QUE SÃO ENVOLVIDOS NA</p><p>CONCILIAÇÃO</p><p>O Novo Código de Processo Civil prezou pelos métodos alternativos de</p><p>resolução de conflitos. E trouxe, assim, a previsão, no procedimento comum, da</p><p>audiência de mediação e conciliação, disposta no art. 334 do Novo CPC. Dessa forma,</p><p>é uma das etapas preliminares do processo, a qual, contudo, pode ser dispensada</p><p>por vontade das partes.</p><p>14</p><p>Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o</p><p>caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação</p><p>ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o</p><p>réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência.</p><p>§1oO conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na</p><p>audiência de conciliação ou de mediação, observando o disposto neste Código, bem</p><p>como as disposições da lei de organização judiciária.</p><p>§2oPoderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação,</p><p>não podendo exceder a 2 (dois) meses da data de realização da primeira sessão,</p><p>desde que necessárias à composição das partes.</p><p>§3oA intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu</p><p>advogado.</p><p>§4oA audiência não será realizada:</p><p>I – se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na</p><p>composição consensual;</p><p>II – quando não se admitir a autocomposição.</p><p>§5oO autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na</p><p>autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias</p><p>de antecedência, contados da data da audiência.</p><p>§6oHavendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve</p><p>ser manifestado por todos os litisconsortes.</p><p>§7oA audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio</p><p>eletrônico, nos termos da lei.</p><p>15</p><p>§8oO não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de</p><p>conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado</p><p>com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da</p><p>causa, revertida em favor da União ou do Estado.</p><p>§9oAs partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores</p><p>públicos.</p><p>§10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração</p><p>específica, com poderes para negociar e transigir.</p><p>§11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por</p><p>sentença.</p><p>§12. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será organizada</p><p>de modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e</p><p>o início da seguinte.</p><p>(1) O art. 334 do Novo CPC dispõe, então, sobre a designação da audiência</p><p>de mediação e conciliação. Para o juiz, contudo, designar a audiência de mediação</p><p>e conciliação, é preciso que:</p><p> A petição inicial preencha os requisitos necessários (art. 319 do Novo</p><p>CPC);</p><p> Não seja o caso de improcedência liminar do pedido (art. 332 do Novo</p><p>CPC);</p><p> Não haja manifestação na petição inicial de recusa ou dispensa da</p><p>audiência de mediação e conciliação.</p><p> A natureza da causa permita a mediação e conciliação.</p><p>(2) Portanto, cumpridos os itens acima, o juiz designará a audiência de</p><p>mediação e conciliação com antecedência mínima de 30 dias. O réu, dessa</p><p>maneira, deverá ser citado com pelo menos 20 dias de antecedência da conciliação.</p><p>16</p><p>(3) É importante observar, enfim, que as partes podem estabelecer “pacto de</p><p>mediação ou conciliação extrajudicial prévia obrigatória, inclusive com a correlata</p><p>previsão de exclusão da audiência de conciliação ou de mediação prevista no art.</p><p>334” e “pacto de exclusão contratual da audiência de conciliação ou de mediação</p><p>prevista no art. 334”, conforme o Enunciado 19 do Fórum Permanente de</p><p>Processualistas Civis (FPPC).</p><p>(4) Por fim, os prazos do artigo não se aplicam aos processos de</p><p>competência dos juizados especiais, sem prejuízo da adoção de técnicas de</p><p>mediação e conciliação, consoante o Enunciado 509 do FPPC.</p><p>CONCILIAÇÃO: UM PROCESSO DE AUTOCOMPOSIÇÃO</p><p>A conciliação é uma forma de autocomposição dos conflitos porque as partes</p><p>interessadas encontram meios para terminar o conflito através de uma negociação,</p><p>sem a presença de um terceiro que proponha a solução (mediação) ou a imponha</p><p>(arbitragem e jurisdição) Apesar de a Lei nº 9.958/00 estabelecer a existência de</p><p>terceiros, os conciliadores, a conciliação continua sendo forma de autocomposição,</p><p>porque, como destoa José Augusto Rodrigues Pinto sobre o instituto: "a atividade de</p><p>alguém que tenta aproximar os protagonistas de um conflito de interesses,</p><p>estimulando-os a encontrar solução negociada que lhe ponha fim".</p><p>A conciliação obtida na forma acima mencionada também representa uma</p><p>transação, que é um negócio jurídico bilateral no qual, atravésde concessões mútuas,</p><p>os interessados previnem ou extinguem obrigações litigiosas ou que envolvem a res</p><p>dubia (quando há incerteza subjetiva quanto ao devido) e para que verdadeiras</p><p>renúncias não ocorram, a atuação dos conciliadores será fundamental não permitindo</p><p>que outros interesses venham a fraudar, impedir ou desvirtuar os preceitos contidos</p><p>nas normas de proteção do direito do trabalho, ressaltando-se que os conciliadores</p><p>não representam as entidades sindicais, portanto eles não têm o poder de validar as</p><p>renúncias que estes órgãos podem negociar e que são previamente garantidas por</p><p>nossa Constituição Federal de 1988 em seu artigo. 7º, VI, XIII e XIV. Se os</p><p>17</p><p>conciliadores não impedirem as renúncias unilaterais dos trabalhadores, muitas vezes</p><p>tentados pelo desejo de se tornar efetivo, de imediato, um crédito que o empregador</p><p>não quer pagar em sua totalidade, tenha ou não fundamento para assim agir, acredita-</p><p>se que havendo prova do vício de consentimento o Poder Judiciário poderá solicitar a</p><p>nulidade da suposta transação.</p><p>Espera-se que os trabalhadores não sejam levados à renúncia, mas que</p><p>ocorram verdadeiras transações, fruto da conciliação entre os atores das relações</p><p>trabalhistas, uma vez que a conciliação faz parte da natureza do ser humano. Temos</p><p>que exercitá-la e as Comissões de Conciliação Prévia são um incentivo.</p><p>AS CONCILIAÇÕES PODEM SER</p><p>No Brasil, a conciliação pode ser extrajudicial ou judicial. A conciliação</p><p>extrajudicial depende exclusivamente da vontade das partes e pode ser feita a</p><p>qualquer momento.Já a conciliação judicial pode ser facultativa ou obrigatória. Na</p><p>facultativa, as partes tomam a iniciativa, já na obrigatória, a iniciativa é dever do juiz.</p><p>A partir da reforma do Código de Processo Civil, em 1994, a conciliação judicial foi</p><p>revigorada, pois, em vários dispositivos, a tentativa de conciliação foi privilegiada,</p><p>permitindo ao juiz, a qualquer momento, tentar conciliar as partes,mesmo nas causas</p><p>não sujeitas à audiência.</p><p>No Processo do Trabalho, de acordo com os artigos 846 e 847 da CLT, a</p><p>conciliação é proposta após a defesa do reclamado e renovada depois das razões</p><p>finais, nos termos do artigo 850 da consolidação. Mas nem sempre o juiz exerce essa</p><p>figura de conciliador de maneira produtiva, pois assume uma postura de decidi dor</p><p>dos conflitos, e não se preocupa em trabalhar sua capacidade conciliatória. Desta</p><p>forma, para melhor entendimento, podemos resumir da seguinte forma: Conciliação</p><p>judicial cabe à autoridade judiciária ou por representante tutelado. É endoprocessual,</p><p>ou seja, é realizada dentro do processo, como aponta os artigos já citados. A</p><p>conciliação é obrigatória, cabendo ao juiz a tentativa ao decurso do processo, sendo</p><p>cabível a qualquer momento do mesmo; A conciliação extrajudicial e denominada</p><p>extraprocessual ou préprocessual, é empregada antes de intentada a ação, ou seja,</p><p>18</p><p>é de exclusiva vontade das partes. Apesar de levar o nome pré-processual pode ser</p><p>executada a qualquer momento também.</p><p>O tempo de pendência de uma ação judicial é excessivamente longo e</p><p>oneroso. Nossa legislação é de caráter muito técnico, tornando muito dificultoso o</p><p>entendimento de um não jurista. O decorrer dos processos é de extrema formalidade.</p><p>O juiz, no decorrer do processo, normalmente desconhece o que pensam e o que</p><p>preocupa as partes; ele conhece apenas a versão apresentada pelos advogados nos</p><p>articulados, fato que estes muitas vezes distorcem a sua realidade. Todos esses</p><p>fatores fazem da conciliação o melhor caminho para as partes. Garante celeridade na</p><p>resolução do litígio, e tem como objetivo, também, agradar ambas as partes. O que,</p><p>se julgado em processo pelo juiz, não acontece, sempre acaba por dar vantagem a</p><p>uma das partes somente.</p><p>MEDIAÇÃO</p><p>Mediação é o ato do qual ocorre a interferência de um mediador para a busca</p><p>de entendimento e composição entre partes em conflito. A origem etimológica do</p><p>termo "mediação" é latina, de "mediare", vindo de "meditationis", com o sentido de</p><p>intervenção. Esta é um processo de facilitação de comunicação para que se construa</p><p>uma relação em que se possa por um fim no conflito.</p><p>O mediador é um terceiro neutro, imparcial entre as partes, que, por elas</p><p>voluntariamente escolhido e de sua confiança, tem como função auxiliar a solucionar</p><p>o conflito, incentivando os envolvidos a aceitarem voluntariamente uma solução</p><p>reciprocamente favorável, ou seja, é um canal de comunicação que busca facilitar o</p><p>diálogo. O mediador torna viável essa negociação; cabe a ele encontrar na realidade</p><p>dos envolvidos</p><p>os instrumentos necessários aos acordos convenientes. No lugar dos</p><p>problemas e das frustrações, o mediador cria opções de êxito comum, enfatizando</p><p>um futuro cooperativo e gerando economia de dinheiro, tempo e energia, ou seja, o</p><p>mediador age como um facilitador, um catalisador, que utilizando da arte de mediar,</p><p>leva as partes a encontrar a solução de seus imbróglios.</p><p>19</p><p>A mediação é uma ótima opção. Embora ainda pouco utilizada no Brasil, é</p><p>comum em outros países que estão servindo de exemplos, fomentando reflexões e</p><p>impulsionando experiências em diversas áreas.</p><p>“Nos Estados Unidos, por exemplo, a mediação de conflitos é estimulada há</p><p>mais de trinta anos, ocasionando o descongestiona mento dos tribunais, enquanto na</p><p>Europa a técnica é adotada por diversas empresas, principalmente no âmbito</p><p>comercial.”</p><p>Nesses casos, a simples comunicação e sincera vontade dos envolvidos de</p><p>resolveram o imbróglio, de modo rápido e em que ambos fiquem satisfeitos com a</p><p>solução do conflito, não havendo a necessidade do juiz togado ou do árbitro impor</p><p>uma solução, e sim dos próprios envolvidos, dando-se assim uma autocomposição.</p><p>Desta forma, a mediação sendo um método clássico para resolução de</p><p>controvérsias, tem como objeto final uma assunção de maior responsabilidade das</p><p>partes. Por outro lado, a mediação espelha autocomposição, o que se afirma na exata</p><p>medida em que o mediador se restringe a orientar as partes, de tal sorte que não</p><p>pode, como faz o juiz ou o árbitro, impor qualquer decisão. No processo de mediação</p><p>existe a preocupação de (re)criar vínculos entre as pessoas, estabelecer pontes de</p><p>comunicação, transformar e prevenir conflitos.</p><p>O MEDIADOR</p><p>É ponto vencido o fato do terceiro (mediador) ser imparcial/neutro, de</p><p>confiança e escolhido pelas partes, porém um profissional capaz de tal façanha</p><p>precisa de uma formação multidisciplinar,que transcenda o domínio dos textos legais,</p><p>até porque a lide que ele resolve é sociológica e não apenas jurídica; é real e não</p><p>apenas formal. É a ética na prática, fonte que o direito perdeu nos excessos do</p><p>positivismo</p><p>Na mediação, de maneira diversa, este mediador, neutro e imparcial, apenas</p><p>auxilia as partes a solucionar o conflito sem sugerir ou impor a solução e também sem</p><p>interferir nos termos do acordo, apenas conduzindo as partes negociantes a</p><p>20</p><p>identificarem os pontos de conflito. O resultado útil da conciliação e da mediação é a</p><p>transação, ou seja, o acordo entre as partes que, igualmente, podem transacionar</p><p>sem o auxílio de um conciliador ou mediador.</p><p>Neste ponto vale ressaltar a diferença do mediador para o conciliador. Por</p><p>mais que sejam procedimentos parecidos, há diferenças e não podemos confundi-los.</p><p>Em nossa cultura, exercemos a conciliação por força de lei e compulsoriamente por</p><p>servidor público que usa a autoridade de seu cargo para tentar promover a solução</p><p>do conflito. Já o mediador é um profissional treinado meio a arte de mediar, qualificado</p><p>a conduzir uma sessão de mediação, pois conhece muito bem o universo da</p><p>negociação.</p><p>VANTAGENS DO PROCESSO DE MEDIAÇÃO</p><p>Assim como todo e qualquer MESC - método extrajudicial de solução de</p><p>controvérsias -, a mediação é:</p><p>a) PRÁTICA, pois é menos onerosa, menos demorada, e de mais fácil</p><p>acesso, se comparada ao processo judicial, além de que, por certo ponto de vista,</p><p>não implica em perdas, uma vez que é a própria parte quem decide os termos do</p><p>acordo;</p><p>b) Possibilita um maior CONTROLE do processo que é mais previsível,</p><p>mais participativo e menos formal que o processo judicial;</p><p>c) Apresenta SOLUÇÕES criativas, práticas e realizáveis, uma vez que</p><p>estas são encontradas pelas próprias partes, que sabem, muito bem, o que são</p><p>capazes de cumprir, e o que não são;</p><p>d) Um processo que procura garantir ao máximo a PRIVACIDADE do</p><p>problema, mantendo todos os dados apresentados ao mediador em sigilo,</p><p>evitando precedentes capazes de “prejulgar” problemas futuros;</p><p>21</p><p>e) Voltado à manutenção das RELAÇÕES contínuas, uma vez que é um</p><p>processo não adversarial de solução de controvérsias.</p><p>f) Possibilita às partes: Compreender melhor seus próprios objetivos;</p><p>Explorar as opções possíveis; Aumentar a capacidade pessoal para resolver</p><p>conflitos; Participar de forma ativa na tomada de decisões Reconhecer e respeitar</p><p>a situação da outra parte; Ver as coisas de outra maneira; Reconhecer outras</p><p>formas de solução do problema.</p><p>DE QUE FORMA SE DÁ O PROCESSO DE MEDIAÇÃO?</p><p>A mediação é presidida pelo mediador, que, como já dito antes, é uma terceira</p><p>pessoa estranha à controvérsia que irá ajudar na comunicação das partes de maneira</p><p>imparcial, sem dar sua opinião pessoal, e sem apresentar possíveis soluções, as</p><p>quais deverão ser encontradas pelas próprias partes. Apesar de a informalidade ser</p><p>uma de suas características, a mediação possui um procedimento próprio que deverá</p><p>ser seguido.</p><p>Primeiramente o mediador deve se apresentar e conhecer as partes e, a</p><p>seguir, fazer uma breve introdução ao processo, apresentando o regulamento da</p><p>Câmara de Mediação a qual pertença, e o acordo em que ambas as partes aceitam</p><p>submeter-se ao processo de mediação.</p><p>Em seguida, devem as partes fazer um relato do conflito, apresentando os</p><p>pontos principais de divergência. É importante salientar que ambas as partes devem</p><p>ter igual possibilidade de se expressar livremente.</p><p>O mediador deve, então, esclarecer quais as questões principais a serem</p><p>resolvidas, resumindo os pontos de discordância. Na sequência, o mediador deverá</p><p>estimular as partes a formularem opções para cada uma das questões que foram</p><p>identificadas. Após a apresentação das opções, deverá ser feita uma análise de cada</p><p>22</p><p>uma delas, para que as partes possam chegar a um acordo, que, tão logo seja</p><p>atingido, deverá ser reduzido a termo e assinado pelas partes e pelo mediador. Não</p><p>encontrando uma solução adequada, as partes podem dar por terminada a mediação.</p><p>As partes podem, também, firmar um acordo provisório enquanto trabalham em um</p><p>acordo permanente.</p><p>As partes têm como responsabilidade participar do processo de boa fé,</p><p>compartilhando toda informação relevante para a solução da controvérsia. Estas</p><p>devem dispor de uma comunicação aberta e construtiva, escutando ativamente os</p><p>demais participantes e manter a mente aberta e disposta a usar o processo para</p><p>expressar-se e entender melhor as opções.</p><p>Estar disposta a entender os interesses da outra parte e os seus próprios é</p><p>ponto importante para buscar opções que possam satisfazer aos interesses de ambas</p><p>as partes.</p><p>PRINCÍPIOS DO PROCESSO DE MEDIAÇÃO</p><p>São princípios do processo de mediação:</p><p>Impessoalidade; devem-se focalizar as questões e não as pessoas; Mútua</p><p>satisfação; é necessário criar opções que satisfaçam interesses de cada uma das</p><p>partes em separado, e de ambas ao mesmo tempo; Objetividade na avaliação das</p><p>opções, sem pressões de qualquer espécie.</p><p>ASPECTOS IMPORTANTES E AS DIFERENÇAS ENTRE</p><p>NEGOCIAÇÃO, CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO</p><p>Após conceituarmos cada um dos métodos de solução de conflitos,</p><p>abordaremos as principais características e diferenças entre eles.</p><p>23</p><p>Negociação</p><p>• A Negociação é feita pelas próprias partes que, de forma espontânea,</p><p>sem interferência de um terceiro, podem ou não chegar a um acordo.</p><p>• Ela é utilizada a todo o momento em todos os lugares, sempre que</p><p>houver duas ou mais pessoas que tenham interesse em algo, ex: relação de consumo</p><p>onde ambos negociam valores sobre a coisa, ou seja, existe</p><p>uma negociação das</p><p>partes envolvidas, que possuem o mesmo objetivo, saírem satisfeito com o acordo.</p><p>Conciliação</p><p>• A Conciliação ocorre geralmente em juízo, sob a direção do próprio juiz</p><p>do Estado, ou quando fora do Poder Judiciário, na presença e com a participação de</p><p>um conciliador privado que busca obter um acordo para prevenir ou terminar o litígio.</p><p>• O Conciliador atua avaliando a controvérsia em conjunto com as partes</p><p>sugerindo soluções, estimulando o acordo, interferindo nas controvérsias com suas</p><p>opiniões.</p><p>• Há um objetivo claro e pré-estabelecido: chegar a um acordo pela</p><p>conciliação das partes.</p><p>• Cada parte faz concessões para a outra e a Conciliação representa o</p><p>acordo para finalizar a controvérsia.</p><p>• Limitação da conciliação para abordar e resolver a complexidade do</p><p>conflito. O Conciliador, seja quem for, fica na superfície do conflito, sem entrar nos</p><p>fatores que ocasionaram o conflito, limitando-se mais às vantagens de um acordo,</p><p>onde cada um cede um pouco, para sair do problema.</p><p>• A Conciliação fica muito limitada a vantagens econômicas, para</p><p>equilibrar as perdas e ganhos monetários das partes. • A Conciliação é adversária, as</p><p>partes estão em oposição defendendo suas posições e interesses.</p><p>24</p><p>Mediação</p><p>• A Mediação é método não adversário, visando a autocomposição entre</p><p>as partes.</p><p>•O mediador previamente treinado utiliza técnicas de negociação, juntamente</p><p>com aspectos legais e psicológicos, para a reconstrução dos relacionamentos.</p><p>• O Mediador não julga, nem intervém na decisão das partes, somente</p><p>facilita a comunicação entre elas visando ajudá-las a entender a complexidade da</p><p>polêmica e sua mudança para uma situação melhor, procurando, assim, criar um</p><p>vínculo.</p><p>• As partes podem chegar, ou não, a uma solução sobre a controvérsia.</p><p>• Durante o processo, existe um aumento do poder de decidir por si</p><p>próprios, sem confiar a decisão por um terceiro.</p><p>• O objetivo principal da Mediação não é chegar a um acordo. O acordo é</p><p>uma das possibilidades decorrentes do procedimento de Mediação, mas não é a</p><p>finalidade da Mediação.</p><p>25</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Após explanarmos sobre os métodos alternativos de solução de conflitos,</p><p>compreendemos a sua real importância no processo de pacificação social,</p><p>colaborando para que as partes envolvidas saiam satisfeitas, bem como na</p><p>contribuição direta desses meios com o sistema judiciário, diminuindo os</p><p>procedimentos e consequentemente desafogando a sua parte administrativa. Com</p><p>nosso estudo, conseguimos verificar a sua eficiência, bem como a agilidade e a</p><p>segurança que esses métodos representam para os que o procuram, pois</p><p>independente de serem meios extrajudiciais, possuem a segurança que a sociedade</p><p>precisa, além da celeridade que os conflitos são solucionados.</p><p>Diante do exposto, o que se espera é que aja maior divulgação por parte do</p><p>Estado, apoiando a utilização desses métodos, para que a sociedade ao se deparar</p><p>com um conflito possa saber da qualidade e eficiência desses meios.</p><p>26</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>GARCIA, Antônio. “As Principais Ferramentas envolvidas em uma negociação”.</p><p>disponível em: http://www.gestiopolis.com/canales8/ger/herramientas-</p><p>paralanegociacion.htm</p><p>ACCUF. “As Principais Ferramentas envolvidas em uma negociação”.Disponível em:</p><p>http://www.gestiopolis.com/canales8/ger/herramientas-para-</p><p>lanegociacion.htm.Acesso em 08 de setembro de 2012.</p><p>ASSARA. Igor “Aspectos da Conciliação e o projeto do novo Código de</p><p>Processo Civil”. Disponível em: http://www.artigonal.com/doutrina-artigos</p><p>PETINATI, Rafael. “Conciliação – Um http://www.artigonal.com/doutrina-artigos</p><p>Conceito”. Disponível em: GOUVEIA, Mariana França. “A causa de pedir na ação</p><p>declarativa”. 2004</p><p>"Conciliação". Disponível em: www.dicio.com.br/conciliacao. Acesso em 09 de</p><p>setembro de 2012.</p><p>Cartilha de Mediação – OAB/MG, pág. 4 – 2009</p><p>PINTO, José Augusto Rodrigues. "Direito Sindical e Coletivo do Trabalho". São Paulo,</p><p>editora Ltr., 1998, p. 258</p><p>ARAÚJO, Luís Alberto Gómez. "Os mecanismos alternativos de solução de conflitos</p><p>como ferramentas na busca da paz". In Mediação – métodos de resolução de</p><p>controvérsias, n. 1, coord. Ângela Oliveira. São Paulo: LTr, 1999</p><p>http://www.gestiopolis.com/canales8/ger/herramientas-para-lanegociacion.htm</p><p>http://www.gestiopolis.com/canales8/ger/herramientas-para-lanegociacion.htm</p><p>http://www.gestiopolis.com/canales8/ger/herramientas-para-lanegociacion.htm</p><p>http://www.gestiopolis.com/canales8/ger/herramientas-para-lanegociacion.htm</p><p>http://www.artigonal.com/doutrina-artigos</p><p>http://www.artigonal.com/doutrina-artigos</p>