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<p>Imprimir</p><p></p><p>GOVERNANÇA CORPORATIVA</p><p>Aula 1 - Estrutura e Pilares da Governança Corporativa</p><p>Aula 2 - Gestão de Riscos e Compliance</p><p>Aula 3 - Transparência Fiscal</p><p>Aula 4 - Anticorrupção</p><p>Aula 5 - Revisão da Unidade</p><p>Referências</p><p>02/09/2024, 10:52 clldd_23.2_u4_esg</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=1101573 1/31</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Olá, estudante!</p><p>Nesta aula vamos explorar os fundamentos e os princípios que norteiam a governança corporativa, bem como</p><p>a sua importância no ambiente organizacional.</p><p>A governança corporativa é essencial para promover a transparência, a responsabilidade e a e�ciência nas</p><p>organizações. Ela abrange um conjunto de práticas, processos e estruturas que visam garantir uma gestão</p><p>sólida, equilibrando os interesses dos stakeholders e da sociedade como um todo.</p><p>Na virada do século 21, a temática da governança ganhou ainda mais relevância devido a escândalos</p><p>corporativos que abalaram empresas norte-americanas renomadas e esses eventos desencadearam intensas</p><p>discussões acerca da divulgação de informações �nanceiras e do papel desempenhado pelas empresas de</p><p>auditoria.</p><p>Portanto, é fundamental compreender como esses episódios históricos moldaram a evolução da governança</p><p>corporativa e como as práticas estabelecidas têm impacto direto nas estratégias e na gestão das organizações</p><p>modernas.</p><p>Ao longo desta aula, você terá a oportunidade de compreender os sistemas de governança e sua aplicação em</p><p>diferentes contextos, incluindo empresas públicas, privadas e organizações do terceiro setor. Por meio dessa</p><p>compreensão, você será capaz de analisar e avaliar a e�cácia dos mecanismos de governança em diversas</p><p>situações.</p><p>Prepare-se para explorar esses aspectos durante a aula, adquirindo conhecimentos valiosos para sua atuação</p><p>pro�ssional e contribuindo para uma cultura corporativa íntegra e bem-sucedida.</p><p>Bons estudos!</p><p>DESVENDANDO A GOVERNANÇA</p><p>A governança tem suas origens desde os primórdios da civilização humana, quando as sociedades começaram</p><p>a se organizar e estabelecer estruturas para tomar decisões coletivas e lidar com questões importantes. A</p><p>etimologia da palavra governança remonta à raiz grega kybernan e ao termo latino gubernare, ambos</p><p>Aula 1</p><p>ESTRUTURA E PILARES DA GOVERNANÇA CORPORATIVA</p><p>Nesta aula vamos explorar os fundamentos e os princípios que norteiam a governança corporativa,</p><p>bem como a sua importância no ambiente organizacional.</p><p></p><p>02/09/2024, 10:52 clldd_23.2_u4_esg</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=1101573 2/31</p><p>relacionados à ideia de guiar, conduzir ou mostrar um caminho (ALENCASTRO; ALVES, 2017).</p><p>A governança é um conceito que está intrinsecamente ligado às práticas adotadas pelos diferentes agentes</p><p>que compõem a sociedade, sejam eles governos, organizações do terceiro setor ou empresas, com o</p><p>propósito de modi�car o ambiente em que estão inseridos (SILVEIRA, 2015). Trata-se, portanto, de um</p><p>conjunto de boas práticas que visa melhorar a situação da sociedade em geral, assim como dos acionistas,</p><p>colaboradores e demais envolvidos.</p><p>Entretanto, é importante entender a diferença entre governança e governabilidade para não causar confusão</p><p>sobre seus signi�cados. A governança estabelece as regras do jogo, de�ne os papéis e responsabilidades e</p><p>busca assegurar uma gestão ética, transparente e e�ciente. É voltada para a forma como uma organização é</p><p>conduzida, toma decisões e presta contas aos seus stakeholders, que são indivíduos, grupos ou entidades que</p><p>têm interesse ou são afetados pelas atividades, decisões e resultados de uma organização.</p><p>No setor público, o objetivo da governança é garantir a transparência, a e�ciência e a prestação de contas na</p><p>gestão dos recursos públicos. Isso inclui a de�nição de políticas claras, a separação entre as funções de</p><p>propriedade, controle e operação, e a criação de mecanismos de supervisão e controle.</p><p>Ao longo do tempo, com o crescimento das grandes corporações e a separação entre propriedade e</p><p>controle, tornou-se necessário estabelecer mecanismos para garantir a proteção dos interesses dos</p><p>acionistas. Isso levou ao surgimento de sistemas de governança corporativa, com o objetivo de assegurar</p><p>a transparência, a prestação de contas e a responsabilidade dos gestores perante os acionistas.</p><p>O sistema de governança é um conjunto de estruturas, processos, políticas e práticas que tem como objetivo</p><p>orientar e controlar as organizações (HÚNGARO, 2020). Ele estabelece as regras e os procedimentos para a</p><p>tomada de decisões, o monitoramento do desempenho e a prestação de contas e visa garantir que a</p><p>organização seja conduzida de forma ética, transparente e e�ciente.</p><p>Por outro lado, a governabilidade refere-se às condições e capacidades de um sistema político ou</p><p>organizacional para exercer a governança de maneira e�caz e está relacionada à estabilidade, legitimidade e</p><p>capacidade de resposta do sistema às demandas e necessidades da sociedade (HÚNGARO, 2020).</p><p>A governança tem se tornado um assunto cada vez mais relevante nos últimos anos, como resultado, passou</p><p>a ser aplicada não apenas em empresas privadas, mas também em instituições públicas e várias outras</p><p>formas de associações sociais.</p><p>Figura 1 | Governança no setor público</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p></p><p>02/09/2024, 10:52 clldd_23.2_u4_esg</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=1101573 3/31</p><p>A governança no terceiro setor é aplicada a organizações sem �ns lucrativos, como instituições de caridade,</p><p>OSCs e fundações. Nesse contexto, a governança visa assegurar a realização da missão e dos objetivos das</p><p>organizações, além de garantir a e�ciência na utilização dos recursos e a prestação de contas aos doadores e</p><p>bene�ciários. Princípios como transparência, participação, prestação de contas e responsabilidade social são</p><p>fundamentais nesse setor.</p><p>No contexto corporativo, a governança se concentra na relação entre acionistas, conselho de administração e</p><p>gestão executiva e visa estabelecer mecanismos que assegurem a transparência, a prestação de contas e a</p><p>proteção dos direitos dos acionistas. Isso inclui a de�nição de políticas e diretrizes claras, a segregação de</p><p>funções, a criação de comitês de supervisão, a divulgação de informações relevantes e a garantia da</p><p>conformidade com leis e regulamentos.</p><p>Vale a pena ressaltar que o sistema de governança não é estático e pode evoluir com o tempo, sendo</p><p>in�uenciado por fatores externos, como mudanças nas leis e regulamentações, avanços tecnológicos e</p><p>demandas da sociedade. Portanto, é essencial estar atualizado sobre as melhores práticas de governança e</p><p>acompanhar as tendências e os desenvolvimentos nessa área.</p><p>GOVERNANÇA PARA O SUCESSO ORGANIZACIONAL EM DIVERSOS SETORES</p><p>A origem da governança remonta ao momento em que as organizações começaram a ser administradas por</p><p>terceiros, em substituição aos proprietários do capital. Essa transferência de autoridade e poder para os</p><p>administradores permitiu que eles passassem a gerir os recursos pertencentes aos donos da empresa. No</p><p>entanto, é importante ressaltar que essa situação gera con�itos de interesse, uma vez que os administradores</p><p>têm a possibilidade de maximizar seu próprio bem-estar em detrimento dos detentores do capital (SILVEIRA,</p><p>2015).</p><p>Para mitigar esse problema, as empresas e seus acionistas começaram a adotar uma série de medidas para</p><p>alinhar os interesses das partes envolvidas, destacando-se práticas de monitoramento, controle e ampla</p><p>divulgação de informações. Esse conjunto de práticas �cou conhecido como governança corporativa.</p><p>Conforme de�nição do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC, “governança corporativa é o</p><p>sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo</p><p>os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de �scalização e controle e</p><p>demais partes interessadas” (IBGC, 2023, n.pn).</p><p>A governança corporativa re�ete os padrões de conduta da empresa e está intrinsecamente ligada aos valores</p><p>e comportamentos</p><p>de corrupção do mundo e</p><p>mostrou que o Brasil caiu cinco pontos e mais de 20 posições no ranking, desde 2012.</p><p>Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.</p><p></p><p>02/09/2024, 10:52 clldd_23.2_u4_esg</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=1101573 25/31</p><p>https://comunidade.transparenciainternacional.org.br/indice-de-percepcao-da-corrupcao-2022</p><p>TRILHANDO CAMINHOS ÉTICOS: A JORNADA DA TRANSPARÊNCIA E INTEGRIDADE EMPRESARIAL</p><p>A crescente complexidade e competitividade do ambiente organizacional demandam a adoção de práticas</p><p>sólidas e e�cazes para garantir a sustentabilidade e a prosperidade das empresas. Nesse contexto, a</p><p>governança corporativa emerge como um pilar fundamental para o sucesso e a longevidade das empresas, ao</p><p>utilizar práticas e mecanismos que visam equilibrar os interesses dos stakeholders.</p><p>Um sistema de governança bem estruturado estabelece regras claras de atuação e delimita as</p><p>responsabilidades dos diversos órgãos de administração. A implementação de uma governança sólida permite</p><p>mitigar con�itos de interesse, aumentar a e�ciência da empresa e fortalecer sua imagem perante o mercado e</p><p>a sociedade.</p><p>Juntamente com a governança corporativa, a gestão de riscos desempenha um papel crucial na proteção e</p><p>preservação dos ativos e interesses da organização. Os riscos empresariais são inerentes a qualquer atividade</p><p>e sua identi�cação e tratamento adequados são essenciais para evitar prejuízos �nanceiros e de reputação. A</p><p>gestão de riscos envolve a avaliação sistemática dos possíveis cenários adversos, a de�nição de medidas</p><p>preventivas e a criação de planos de contingência para enfrentar eventuais crises. Ao adotar essa abordagem</p><p>proativa, as empresas se tornam mais resilientes e capazes de enfrentar desa�os imprevistos (FURTADO,</p><p>2020).</p><p>Paralelamente, o compliance se refere ao cumprimento de normas, leis e regulamentações internas e</p><p>externas que regem a atuação da empresa. A adoção de um programa de compliance efetivo é uma resposta</p><p>à crescente demanda por ética nos negócios e à necessidade de prevenir a ocorrência de práticas ilícitas e</p><p>antiéticas. Além disso, a implementação de políticas de compliance proporciona uma vantagem competitiva,</p><p>pois empresas que demonstram integridade são mais con�áveis aos olhos dos clientes e investidores</p><p>(FREITAS, 2020).</p><p>A transparência �scal é um componente importante da governança corporativa e do compliance, que</p><p>consiste em revelar, de forma clara e precisa, as informações relativas aos tributos pagos pela empresa.</p><p>A divulgação desses dados é essencial para promover a transparência, a responsabilidade e a</p><p>legitimidade das atividades �scais da organização. Além disso, a transparência �scal é cada vez mais</p><p>valorizada por governos e investidores, que buscam evitar práticas de evasão �scal e sonegação de</p><p>impostos.</p><p>Aula 5</p><p>REVISÃO DA UNIDADE</p><p></p><p>02/09/2024, 10:52 clldd_23.2_u4_esg</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=1101573 26/31</p><p>Em suma, os sistemas de governança corporativa, gestão de riscos, compliance, transparência �scal e</p><p>anticorrupção são fundamentais para a sustentabilidade e o sucesso das organizações no cenário empresarial</p><p>contemporâneo. Por meio da implementação desses pilares, as empresas podem aprimorar o seu</p><p>desempenho, atrair investidores e clientes e contribuir para o desenvolvimento econômico e social de forma</p><p>ética e responsável. A busca pela excelência em práticas de governança e gestão torna-se, portanto, uma</p><p>jornada imprescindível para o alcance do crescimento sustentável e da legitimidade no mundo dos negócios.</p><p>REVISÃO DA UNIDADE</p><p>Olá, estudante! Você já se perguntou como as empresas são dirigidas de forma e�ciente e ética? No nosso</p><p>vídeo de hoje, vamos explorar os alicerces da governança corporativa, mergulhar na gestão de riscos e</p><p>compliance, entender a importância da transparência �scal e desvendar as políticas anticorrupção. Prepare-se</p><p>para adquirir as habilidades essenciais para o mundo dos negócios! Não perca, é uma oportunidade única</p><p>para expandir sua compreensão.</p><p>ESTUDO DE CASO</p><p>Olá, estudante! Você foi contratado para trabalhar na área de governança corporativa em uma empresa</p><p>�ctícia de mineração chamada Minerex. A Minerex é uma empresa renomada no setor, conhecida por suas</p><p>operações seguras e e�cientes. Recentemente, porém, a empresa tem acompanhado de perto os</p><p>desdobramentos do trágico acidente ocorrido com outra empresa �ctícia de mineração, a Planalto, na �ctícia</p><p>cidade de Sobralzinho do Oeste. O acidente em uma das barragens desta empresa foi catastró�co, ao gerar,</p><p>entre outras consequências, a morte de dezenas de pessoas, além de causar danos ambientais incalculáveis.</p><p>Esse acontecimento gerou na Minerex uma nova e forte onda de re�exão sobre a importância da governança</p><p>corporativa, compliance e gestão de riscos.</p><p>Diante desta preocupação, existe a necessidade de se fortalecer ainda mais as práticas de governança,</p><p>compliance e gestão de riscos na Minerex, a �m de evitar qualquer possibilidade de um evento semelhante ao</p><p>de Sobralzinho do Oeste ocorrer na empresa, e garantir a segurança das operações, além de cumprir com</p><p>todas as regulamentações pertinentes.</p><p>Para tanto, você está sendo convidado neste momento para aplicar os conceitos aprendidos sobre</p><p>governança corporativa, compliance e gestão de riscos que estudamos.</p><p>Imagine, então, a seguinte situação hipotética: por meio da análise do caso da Planalto, você identi�cou dois</p><p>aspectos da estrutura de governança que tiveram um papel crucial no desastre e que podem ser utilizados</p><p>como base do seu plano de ações na Minerex: a falta de conformidade e uma gestão inadequada de riscos.</p><p>Sabendo disso, você também diagnosticou alguns pontos de atenção na própria Minerex, os quais serão</p><p>relatados a seguir.</p><p>Ainda que a estrutura de governança corporativa da Minerex esteja bem de�nida, com conselhos de</p><p>administração e diretoria executiva claramente estabelecidos, você sabe que existem lacunas na comunicação</p><p>entre os níveis hierárquicos, o que poderá eventualmente comprometer a tomada de decisão e�ciente.</p><p>Na área de gestão de riscos, você identi�cou um cenário em que os riscos são adequadamente reconhecidos e</p><p>avaliados, porém, as estratégias de mitigação não são efetivas.</p><p>Em relação às práticas de compliance, você observou que os procedimentos estão sendo seguidos, mas a</p><p>cultura organizacional não atende integralmente aos padrões éticos e de conformidade esperados.</p><p>Por �m, o combate à corrupção é uma questão de extrema relevância para o ambiente de negócios. A</p><p>implementação de práticas anticorrupção visa eliminar atos ilícitos, subornos e favorecimentos indevidos,</p><p>tanto dentro da empresa quanto em suas relações com fornecedores e parceiros. A adoção de um programa</p><p>anticorrupção efetivo não apenas protege a empresa contra sanções legais, mas também promove a</p><p>integridade e a reputação, aumentando a con�ança dos stakeholders e fomentando uma cultura empresarial</p><p>ética e responsável.</p><p></p><p>02/09/2024, 10:52 clldd_23.2_u4_esg</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=1101573 27/31</p><p>Nesse contexto, analise como os riscos são identi�cados, avaliados e mitigados na Minerex e proponha</p><p>melhorias no processo de gestão de riscos para prevenir possíveis incidentes. Por �m, elabore um plano de</p><p>ação abrangente para fortalecer a governança corporativa, o compliance e a gestão de riscos na Minerex.</p><p> Re�ita!</p><p>Estudante, no cenário vivido pela Minerex, você deverá aplicar de forma prática e integrada os</p><p>conhecimentos de governança corporativa, contribuindo para a construção de uma gestão de riscos mais</p><p>sólida e segura na empresa. Lembre-se de que seu papel como protagonista nesse cenário é crucial para</p><p>evitar possíveis desdobramentos negativos e garantir que a empresa opere com responsabilidade e</p><p>respeito às normas e à sociedade como um todo.</p><p>RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO</p><p>Olá, estudante! Ao saber que a estrutura de governança corporativa da Minerex está bem de�nida, com</p><p>conselhos de administração</p><p>Acesso em: 4 ago. 2023.</p><p>PE. PARLAMENTO EUROPEU. Diretiva UE 2019/1937 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de outubro,</p><p>relativa à proteção das pessoas que denunciam violações do direito da União. Jornal O�cial da União</p><p>Europeia, L. 305/17, 2019. Disponível em: https://eur-lex.europa.eu/legal-content/pt/TXT/?</p><p>uri=CELEX%3A32019L1937. Acesso em: 4 ago. 2023.</p><p>ROCHA JÚNIOR, F. A. R. M.; GIZZI, G. F. T. B. Fraudes corporativas e programas de compliance. Curitiba:</p><p>InterSaberes, 2018.</p><p></p><p>02/09/2024, 10:52 clldd_23.2_u4_esg</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=1101573 30/31</p><p>https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/35542</p><p>https://www.bts.senac.br/bts/article/view/879</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12741.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/l14020.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/l14020.htm</p><p>https://periodicos.ufv.br/revistadir/article/view/13764</p><p>https://revista.cgu.gov.br/Revista_da_CGU/article/view/80</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12846.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9613.htm</p><p>https://repositorio.cgu.gov.br/handle/1/29691</p><p>https://eur-lex.europa.eu/legal-content/pt/TXT/?uri=CELEX%3A32019L1937</p><p>https://eur-lex.europa.eu/legal-content/pt/TXT/?uri=CELEX%3A32019L1937</p><p>TRANSPARENCY INTERNATIONAL. What is corruption? Disponível em:</p><p>https://www.transparency.org/en/what-is-corruption. Acesso em: 4 ago. 2023.</p><p>Aula 5</p><p>FREITAS, D. Compliance e políticas anticorrupção. Curitiba: Contentus, 2020.</p><p>FURTADO, L. L. Gestão de riscos. Curitiba: Contentus, 2020.</p><p></p><p>02/09/2024, 10:52 clldd_23.2_u4_esg</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=1101573 31/31</p><p>https://www.transparency.org/en/what-is-corruption</p><p>da sociedade em que está inserida.</p><p>Nesse contexto, alguns termos amplamente utilizados para descrever os valores da governança corporativa</p><p>são: fairness, disclosure, accountability e compliance (SILVEIRA, 2015).</p><p>Fairness ou equidade está relacionada à busca por tratamento justo e imparcial de todas as partes</p><p>interessadas, incluindo acionistas, colaboradores, clientes, fornecedores e comunidade em geral. Isso</p><p>implica em tomar decisões que levem em consideração os interesses de todos, evitando privilégios</p><p>indevidos e práticas discriminatórias.</p><p>A transparência ou disclosure trata-se da divulgação de informações relevantes sobre a empresa, suas</p><p>operações, desempenho �nanceiro, estrutura de governança e riscos envolvidos. A transparência</p><p>contribui para a con�ança dos investidores e demais partes interessadas, permitindo que tomem</p><p>decisões informadas e avaliem a saúde �nanceira e a sustentabilidade da organização.</p><p>Accountability é um princípio que enfatiza a prestação de contas por parte dos gestores e</p><p>administradores da empresa. Envolve a de�nição de metas claras, a avaliação de desempenho e a</p><p>responsabilidade por eventuais falhas ou práticas inadequadas. Os líderes são responsáveis por suas</p><p>ações e devem ser capazes de explicar e justi�car suas decisões e seus resultados.</p><p>Compliance ou conformidade refere-se ao cumprimento das leis, regulamentações, normas e padrões</p><p>éticos aplicáveis à empresa. Isso inclui a implementação de mecanismos de controle, auditoria interna e a</p><p>promoção de uma cultura organizacional baseada na ética e na integridade.</p><p>Figura 2 | Compliance</p><p></p><p>02/09/2024, 10:52 clldd_23.2_u4_esg</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=1101573 4/31</p><p>Capacidade de resposta refere-se à agilidade na tomada de decisões, na implementação de políticas</p><p>públicas e na prestação de serviços de qualidade.</p><p>A integridade implica agir de acordo com os princípios éticos e morais, promovendo a transparência, a</p><p>honestidade, a imparcialidade e a responsabilidade na gestão dos recursos públicos.</p><p>A con�abilidade inclui a adoção de práticas transparentes, a prestação de serviços con�áveis e a busca</p><p>pela excelência na gestão.</p><p>A melhoria regulatória busca eliminar burocracias desnecessárias, reduzir entraves e simpli�car os</p><p>processos regulatórios.</p><p>A prestação de contas refere-se à obrigação dos gestores públicos de prestar informações claras e</p><p>transparentes sobre suas ações e decisões, incluindo o uso de recursos públicos. Responsabilidade</p><p>envolve a atribuição de consequências para as ações dos gestores públicos, sejam elas positivas ou</p><p>negativas.</p><p>A transparência contribui para o fortalecimento da con�ança da sociedade nas instituições públicas e</p><p>para o combate à corrupção e envolve a divulgação ampla e acessível de informações relevantes sobre as</p><p>atividades e decisões do governo.</p><p>A governança corporativa, além de ser um tema crucial para as empresas e governo, também é para</p><p>organizações do terceiro setor. Isso se deve ao fato de que o con�ito de interesses pode surgir nesses</p><p>contextos, exigindo mecanismos e�cazes de gestão. Nesse sentido, a International Federation of</p><p>Accountants – IFAC elege três princípios que servem como diretrizes para a construção de um sistema</p><p>e�ciente de governança: transparência, integridade e responsabilidade em prestar contas, também</p><p>conhecida como accountability (IFAC, 2001).</p><p>A transparência permite que as partes interessadas compreendam e avaliem a conduta e o desempenho da</p><p>entidade. A integridade implica na adoção de valores morais e éticos, assim como na prevenção de con�itos</p><p>de interesse e na busca do bem comum. Accountability implica na responsabilidade dos gestores em justi�car</p><p>suas escolhas, responder pelos resultados obtidos e se submeter a auditorias e avaliações externas, quando</p><p>necessário.</p><p>Em suma, independentemente do contexto em que é aplicada, a governança busca promover a con�ança, a</p><p>integridade e o fortalecimento da imagem da organização.</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Na governança pública, os princípios são diretrizes fundamentais que orientam a maneira como a</p><p>administração pública deve ser conduzida, buscando atender às necessidades da sociedade de forma</p><p>responsável, conforme estabelecido no artigo 3º do Decreto nº 9.203/2017. Os princípios da governança</p><p>pública são: a capacidade de resposta, integridade, con�abilidade, melhoria regulatória, prestação de contas e</p><p>responsabilidade e transparência (BRASIL, 2017).</p><p></p><p>02/09/2024, 10:52 clldd_23.2_u4_esg</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=1101573 5/31</p><p>O CAMINHO DA GOVERNANÇA PARA O SUCESSO DA EMPRESA DE COSMÉTICOS BRASILEIRA</p><p>Uma famosa empresa multinacional brasileira, Natura, é uma das maiores empresas de cosméticos, produtos</p><p>de higiene e beleza do mundo, atua com uma abordagem de negócios com foco no meio ambiente e no bem-</p><p>estar social.</p><p>Figura 3 | Meio ambiente</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Sua governança corporativa é baseada em três pilares fundamentais: transparência, equidade e prestação de</p><p>contas. A empresa adota uma estrutura organizacional que promove a tomada de decisões colegiadas e a</p><p>participação dos acionistas. Além disso, possui um conselho de administração independente, com membros</p><p>experientes e quali�cados, que garantem uma gestão responsável e estratégica.</p><p>A transparência é um elemento essencial na governança corporativa da empresa, que divulga regularmente</p><p>relatórios �nanceiros e de sustentabilidade, fornecendo informações detalhadas sobre seu desempenho</p><p>econômico, social e ambiental. Isso permite que os acionistas e outros stakeholders tenham uma visão clara</p><p>das atividades e de seu impacto na sociedade.</p><p>A equidade é outro princípio-chave na governança corporativa da empresa, que valoriza a diversidade e a</p><p>inclusão, promovendo a igualdade de oportunidades e o respeito aos direitos humanos. Tem políticas de</p><p>remuneração justa e possui um programa de compartilhamento de lucros, no qual os colaboradores recebem</p><p>uma participação nos lucros da empresa com base no desempenho.</p><p>A prestação de contas é um aspecto crucial da governança corporativa, que estabeleceu mecanismos de</p><p>controle interno robustos para garantir o cumprimento das leis, regulamentos e normas éticas. Além disso,</p><p>mantém um diálogo constante com seus stakeholders, buscando ouvir suas preocupações e expectativas.</p><p>Também possui um canal de denúncias para relatar violações ou comportamentos inadequados, garantindo</p><p>que todas as questões sejam tratadas de forma adequada e responsável.</p><p>A empresa também se destaca por seu compromisso com a sustentabilidade ao adotar práticas responsáveis</p><p>em toda a sua cadeia de valor, desde a obtenção de ingredientes naturais até a embalagem e o descarte de</p><p>seus produtos. A empresa busca minimizar seu impacto ambiental, promovendo a conservação da</p><p>biodiversidade e a redução das emissões de carbono. Além disso, investe em projetos sociais e comunitários,</p><p>contribuindo para o desenvolvimento sustentável das regiões onde atua.</p><p>Esses princípios de governança corporativa têm sido fundamentais para o sucesso da empresa, que</p><p>conquistou reconhecimento nacional e internacional por sua gestão responsável e sustentável. Também tem</p><p>sido reconhecida como uma das empresas mais éticas do mundo, de acordo com o Índice de Ética</p><p>Empresarial da Ethisphere.</p><p></p><p>02/09/2024, 10:52 clldd_23.2_u4_esg</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=1101573 6/31</p><p>Além de ser reconhecida por sua governança corporativa, a empresa também ganhou destaque por seu bem-</p><p>sucedido processo de abertura de capital. Em 2004, realizou sua oferta pública inicial de ações – IPO e</p><p>ingressou na Bolsa de Valores de São Paulo - B3.</p><p>Em resumo, a Natura é um exemplo notável de governança corporativa bem-sucedida. Sua abordagem</p><p>transparente, equitativa e responsável tem sido fundamental para seu crescimento e sucesso contínuo. A</p><p>empresa demonstra um forte compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade social, posicionando-</p><p>se como uma referência no setor de cosméticos</p><p>e inspirando outras empresas a adotarem práticas de</p><p>governança semelhantes.</p><p>VIDEOAULA</p><p>Neste vídeo, vamos mergulhar no mundo da governança. Exploraremos o sistema de governança e sua</p><p>importância nos setores público, privado e terceiro setor. Vamos entender como a governança contribui para</p><p>a e�ciência, transparência e prestação de contas nas organizações. Veremos também a diferença entre</p><p>governança e governabilidade e como esses conceitos se relacionam. Prepare-se para descobrir o papel da</p><p>governança nas empresas, administração pública e entidades sociais, in�uenciando seu desempenho e</p><p>impacto na sociedade.</p><p> Saiba mais</p><p>A política de governança na administração pública federal é um tema de extrema importância e</p><p>relevância no contexto brasileiro. Ao longo da história, o Brasil passou por diferentes fases e</p><p>transformações em seu sistema de governança, buscando aprimorar a e�ciência, a transparência e a</p><p>prestação de serviços à sociedade. Atualmente, a política de governança na administração pública federal</p><p>continua em constante evolução. Novas leis e regulamentações são estabelecidas para promover a</p><p>transparência, a participação social, a gestão de riscos e o uso e�ciente dos recursos públicos. A busca</p><p>por uma administração pública cada vez mais transparente, e�ciente e voltada para o interesse da</p><p>sociedade é um desa�o constante, mas essencial para o desenvolvimento do Brasil.</p><p>Acesse o link para conhecer mais profundamente este tema fundamental para seus estudos.</p><p>Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.</p><p></p><p>02/09/2024, 10:52 clldd_23.2_u4_esg</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=1101573 7/31</p><p>https://www.gov.br/casacivil/pt-br/centrais-de-conteudo/downloads/guia-da-politica-de-governanca-publica</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Olá, estudante!</p><p>Nesta aula, você terá acesso aos conceitos e melhores práticas internacionais e brasileiras de governança</p><p>corporativa, gestão de riscos e compliance.</p><p>Será destacada a importância da criação de mecanismos como a Lei Sarbanes-Oxley e o funcionamento dos</p><p>órgãos sociais: assembleia geral, conselho de administração, diretoria e conselho �scal.</p><p>Você aprenderá como gerenciar e controlar riscos e compliance, estabelecendo procedimentos e�cientes que</p><p>minimizem os riscos de negócios em níveis aceitáveis.</p><p>No Brasil, o tema do compliance ganhou destaque especialmente devido à operação Lava Jato da Polícia</p><p>Federal, que popularizou o termo. Durante entrevistas concedidas à mídia durante o caso, um dos</p><p>funcionários de uma das empresas investigadas mencionou os riscos que as empresas correm ao focar</p><p>apenas na preocupação com a documentação necessária para cumprir as regras.</p><p>Portanto, é fundamental saber como as empresas devem realizar esse cumprimento normativo, a�nal, uma</p><p>gestão de riscos e�caz e um programa de compliance bem estruturado, além de minimizar os riscos</p><p>�nanceiros, legais e operacionais, contribuem para a tomada de decisões, aumentam a con�ança dos</p><p>investidores e fortalecem a reputação da empresa.</p><p>Prepare-se para aprender ferramentas e adquirir conhecimentos para identi�car, avaliar e mitigar os riscos</p><p>que as empresas enfrentam, além de garantir a conformidade com as leis e regulamentações.</p><p>Bons estudos!</p><p>CONCEITUANDO GESTÃO DE RISCOS E COMPLIANCE NAS ORGANIZAÇÕES</p><p>A gestão de riscos é um processo sistemático e contínuo que envolve identi�car, analisar, avaliar, tratar,</p><p>monitorar e comunicar os riscos que uma organização enfrenta. Isso envolve a identi�cação dos riscos</p><p>operacionais, �nanceiros, legais e estratégicos que podem afetar a organização. Visa minimizar a possibilidade</p><p>de eventos adversos ocorrerem e reduzir o impacto negativo caso esses ocorram (FURTADO, 2020).</p><p>Aula 2</p><p>GESTÃO DE RISCOS E COMPLIANCE</p><p>Nesta aula, você terá acesso aos conceitos e melhores práticas internacionais e brasileiras de</p><p>governança corporativa, gestão de riscos e compliance.</p><p></p><p>02/09/2024, 10:52 clldd_23.2_u4_esg</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=1101573 8/31</p><p>Figura 1 | Gestão de riscos</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>O início dos anos 2000 foi marcado por escândalos corporativos que revelaram falhas graves na governança</p><p>corporativa e na gestão de riscos das empresas envolvidas, como os casos Enron e WorldCom, que abalaram a</p><p>con�ança dos investidores nos mercados �nanceiros.</p><p>A Enron Corporation, uma empresa de energia dos EUA, foi à falência em 2001 após a revelação de práticas</p><p>contábeis fraudulentas e da ocultação de dívidas signi�cativas. Da mesma forma, a WorldCom, uma empresa</p><p>de telecomunicações, também entrou em colapso após a descoberta de uma contabilidade fraudulenta que</p><p>in�ou seus lucros.</p><p>Esses eventos, que foram marcados pela falta de controles internos adequados, pela manipulação de</p><p>informações �nanceiras e pela falta de transparência, chamaram a atenção do público e do governo para a</p><p>necessidade de ações regulatórias para prevenir e detectar práticas contábeis fraudulentas. Como resultado,</p><p>a Lei Sarbanes Oxley ou SOX foi promulgada para aumentar a transparência, fortalecer a governança</p><p>corporativa, melhorar os controles internos e garantir a responsabilidade dos executivos e auditores</p><p>independentes.</p><p>A Lei Sarbanes-Oxley ou SOx é uma legislação dos Estados Unidos promulgada em 2002 como resposta a uma</p><p>série de escândalos corporativos, como o caso Enron. Estabeleceu requisitos rigorosos para a governança</p><p>corporativa, transparência �nanceira e responsabilidade das empresas de capital aberto. A SOx exige que as</p><p>empresas estabeleçam controles internos e�cazes sobre a geração e a divulgação de informações �nanceiras,</p><p>bem como a avaliação e a divulgação de riscos �nanceiros (BLOCK, 2020).</p><p>Para que a empresa opere de acordo com as regras e os regulamentos relevantes, o compliance é necessário,</p><p>pois refere-se ao cumprimento de leis, regulamentos, políticas e padrões éticos aplicáveis a uma organização.</p><p>No caso da SOx, o compliance é essencial para garantir que as empresas estejam cumprindo as disposições</p><p>da lei, como a divulgação adequada de informações �nanceiras, a implementação de controles internos e a</p><p>responsabilidade dos executivos.</p><p>No Brasil, o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC e a Rede Governança Brasil</p><p>desempenham papéis importantes na promoção de boas práticas de governança e na disseminação de</p><p>conhecimentos relacionados à gestão de riscos e compliance.</p><p>O IBGC é uma organização sem �ns lucrativos que tem como objetivo disseminar e desenvolver boas práticas</p><p>de governança corporativa no Brasil. Ele oferece orientações, promove debates e realiza pesquisas sobre o</p><p>tema. O instituto incentiva a adoção de práticas de gestão de riscos e compliance adequadas por meio da</p><p></p><p>02/09/2024, 10:52 clldd_23.2_u4_esg</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=1101573 9/31</p><p>A Rede Governança Brasil é uma iniciativa que reúne organizações públicas e privadas, bem como</p><p>pro�ssionais, acadêmicos e demais interessados na promoção da governança corporativa no país. Seu</p><p>objetivo principal é fortalecer a cultura de governança nas organizações brasileiras, incentivando a troca de</p><p>experiências e conhecimentos entre os membros da rede, por meio de eventos, seminários e grupos de</p><p>discussão sobre diversos temas relacionados à governança corporativa, incluindo gestão de riscos e</p><p>compliance (RGB, 2023).</p><p>A transparência, prestação de contas, a integridade e a ética nos negócios ajudam a garantir que as</p><p>organizações atuem de acordo com os interesses dos acionistas, das partes interessadas e da sociedade em</p><p>geral. Além de fortalecer a imagem da empresa e melhorar seu desempenho �nanceiro e competitivo, com</p><p>vistas à sustentabilidade e a longevidade, minimizam exposições a riscos signi�cativos e protegem sua</p><p>reputação.</p><p>APRENDENDO A GERIR RISCOS E GARANTIR COMPLIANCE NAS ORGANIZAÇÕES</p><p>No contexto do mundo que vivemos, enfrentamos desa�os que são caracterizados como VUCA, um acrônimo</p><p>que representa volatility ou volatilidade, uncertainty ou incerteza, complexity ou complexidade e ambiguity</p><p>ou</p><p>ambiguidade. Esses elementos têm uma in�uência signi�cativa na gestão de riscos em todas as esferas da</p><p>sociedade, desde o nível individual até para as organizações e os governos (SANTOS, 2021).</p><p>Em contrapartida, Jamais Cascio propôs o conceito de mundo BANI, como uma atualização do termo VUCA.</p><p>Acrônimo de brittle ou frágil, anxious ou ansioso, nonlinear ou não linear e incomprehensible ou</p><p>incompreensível; o mundo BANI foi proposto para re�etir melhor as características emergentes do ambiente</p><p>global em constante transformação e destacar as novas complexidades e incertezas enfrentadas pela</p><p>sociedade moderna (THORNBURG; CASCIO, 2021).</p><p>Desta forma, o conceito de mundo BANI busca atualizar a compreensão das complexidades e incertezas do</p><p>mundo contemporâneo, reconhecendo os novos desa�os que enfrentamos e a necessidade de desenvolver</p><p>resiliência, adaptabilidade e mentalidade ágil para prosperar nesse ambiente em constante transformação.</p><p>Figura 2 |Mundo VUCA</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Os avanços tecnológicos, as �utuações econômicas, as transformações políticas e até mesmo as mudanças</p><p>climáticas podem gerar uma série de riscos inesperados e as organizações precisam ser ágeis e adaptáveis</p><p>para lidar com esse ambiente volátil, incerto, complexo e ambíguo. Os problemas enfrentados não têm</p><p>soluções lineares e simples e exigem uma abordagem holística e sistêmica e a gestão de riscos e�caz requer a</p><p>capacidade de avaliar múltiplas perspectivas e tomar decisões com base em informações con�áveis.</p><p>elaboração de códigos, manuais e diretrizes que abordam essas áreas. O IBGC também oferece treinamentos</p><p>e capacitação para pro�ssionais interessados em aprimorar seus conhecimentos sobre esses assuntos (IBGC,</p><p>2023).</p><p>02/09/2024, 10:52 clldd_23.2_u4_esg</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=1101573 10/31</p><p>O objetivo principal da gestão de riscos é se antecipar e lidar proativamente com os riscos, em vez de reagir</p><p>de forma improvisada e, para isso, o processo de gestão de riscos geralmente envolve as seguintes etapas:</p><p>Identi�cação de riscos: consiste em identi�car e descrever os eventos ou situações que podem afetar</p><p>negativamente os objetivos da organização e pode incluir riscos �nanceiros, operacionais, estratégicos,</p><p>legais, tecnológicos, entre outros.</p><p>Análise de riscos: os riscos são analisados em termos da probabilidade de ocorrência e do impacto</p><p>potencial e essa análise ajuda a priorizar os riscos e determinar quais merecem maior atenção e</p><p>recursos.</p><p>Avaliação de riscos: pode incluir a de�nição de níveis de tolerância a riscos e a determinação da</p><p>aceitabilidade ou inaceitabilidade de certos riscos.</p><p>Comunicação dos riscos: compartilhamento de informações sobre riscos identi�cados, probabilidades e</p><p>impactos e estratégias de tratamento implementadas, com as partes interessadas relevantes.</p><p>Tratamento dos riscos: seleção e implementação de medidas adequadas para lidar com os riscos</p><p>identi�cados; pode incluir a mitigação dos riscos, por meio da implementação de controles internos,</p><p>políticas e processos adequados; transferência dos riscos para terceiros por meio de seguros ou</p><p>contratos; aceitação dos riscos com a implementação de planos de contingência ou até mesmo evitar</p><p>certos riscos quando possível.</p><p>A gestão de riscos é um processo contínuo e os riscos devem ser monitorados regularmente para garantir que</p><p>as estratégias de resposta estejam funcionando adequadamente. Também deve abranger a avaliação e a</p><p>mitigação dos riscos relacionados ao não cumprimento de leis e regulamentações, a�nal, a falta de</p><p>conformidade pode resultar em penalidades �nanceiras, litígios, danos à reputação e até mesmo impactos</p><p>legais mais sérios, como multas e sanções (FURTADO, 2020).</p><p>Nesse aspecto, as práticas sólidas de compliance na gestão de risco de uma empresa são fundamentais</p><p>porque ajudam a garantir a integridade dos dados �nanceiros, a proteção dos ativos, a con�ança dos</p><p>stakeholders e a sustentabilidade dos negócios.</p><p>O compliance representa a conformidade da organização com as normas externas e internas, tais como leis,</p><p>regulamentações e políticas corporativas. Além disso, é fundamental ressaltar que a adoção de práticas éticas</p><p>e responsáveis também faz parte desse processo. Os resultados das ações de compliance mostram não</p><p>apenas o quanto a organização está aderente a políticas, diretrizes, normas, regulamentos, legislação e</p><p>procedimentos, mas também evidenciam seu compromisso com a integridade e a transparência em suas</p><p>operações (SILVEIRA, 2015).</p><p>Implantar um programa efetivo de compliance requer um planejamento cuidadoso e uma abordagem</p><p>estruturada, conforme apresentado no Quadro 1:</p><p>Quadro 1 | Dez etapas para adoção de práticas de compliance</p><p>Etapa Descrição</p><p>1</p><p>Identi�cação dos principais</p><p>regramentos aplicáveis</p><p>Seleção das regulamentações externas a serem cumpridas pelo</p><p>programa de compliance.</p><p>2</p><p>Elaboração das diretrizes,</p><p>políticas e normas internas</p><p>Revisão e desenvolvimento de diretrizes e políticas, desde a</p><p>elaboração de documentos até a de�nição de políticas com</p><p>exemplos de comportamentos esperados em situações do dia a</p><p>dia.</p><p>3</p><p>Estruturação organizacional da</p><p>área de compliance</p><p>Designação do executivo encarregado da centralização das</p><p>atividades de conformidade, além do estabelecimento dos</p><p>procedimentos de prestação de contas e relatórios do gestor de</p><p>conformidade e do comitê à diretoria e ao conselho. É crucial</p><p>alocar recursos humanos, �nanceiros e tecnológicos adequados à</p><p>relevância do assunto para a organização.</p><p></p><p>02/09/2024, 10:52 clldd_23.2_u4_esg</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=1101573 11/31</p><p>4</p><p>Avaliação dos principais riscos e</p><p>ameaças de não conformidade</p><p>Identi�cação das áreas, funções e unidades que apresentam os</p><p>riscos mais signi�cativos de não conformidade, considerando tanto</p><p>a probabilidade de ocorrência quanto os impactos para a</p><p>organização</p><p>5</p><p>Implantação de ações de</p><p>treinamento, conscientização e</p><p>comunicação</p><p>Implementação de programas de treinamento com o objetivo de</p><p>garantir a compreensão das políticas vigentes, as penalidades em</p><p>caso de descumprimento e a conexão com os valores da empresa.</p><p>Estabelecer um canal de comunicação para esclarecer dúvidas</p><p>relacionadas às políticas corporativas e aos comportamentos</p><p>desejados.</p><p>6</p><p>Criação de canal de denúncias</p><p>para reporte de violações por</p><p>funcionários e outros</p><p>stakeholders</p><p>Estabelecimento de mecanismos para denúncia de violações por</p><p>parte dos colaboradores e outras partes interessadas.</p><p>Implementação de uma ouvidoria independente e criação de</p><p>mecanismos para relatar voluntariamente aos reguladores as</p><p>eventuais não conformidades relevantes identi�cadas.</p><p>7</p><p>Monitoramento periódico e</p><p>independente das práticas</p><p>adotadas</p><p>Condução de auditorias independentes e due diligence de</p><p>compliance, especialmente nas atividades identi�cadas como de</p><p>maior risco. O processo de due diligence abrange a investigação da</p><p>organização, incluindo questões �nanceiras, legais, operacionais,</p><p>gestão pessoal, aspectos ambientais, perspectivas futuras e outros</p><p>aspectos relevantes para o negócio.</p><p>8</p><p>Documentação de todas as</p><p>atividades de compliance</p><p>Registro e armazenamento da documentação relacionada às</p><p>atividades de conformidade, incluindo gerenciamento das normas</p><p>e políticas em um repositório centralizado que possibilite a rápida</p><p>distribuição aos envolvidos em caso de atualização de normas,</p><p>políticas ou regulamentos.</p><p>9</p><p>Incorporação do compliance na</p><p>avaliação dos executivos</p><p>Inclusão de aspectos relacionados à conformidade no processo de</p><p>avaliação de desempenho dos executivos, com possíveis</p><p>repercussões na remuneração e promoção na carreira</p><p>10</p><p>Criação de indicadores para</p><p>avaliação do programa de</p><p>compliance</p><p>Desenvolvimento de relatórios com base em métricas objetivas</p><p>para permitir que a diretoria e o conselho monitorem o</p><p>desempenho do programa.</p><p>Fonte: Silveira (2015, p. 111-112).</p><p>O investimento nessas dez etapas terá pouco valor se as organizações assumirem o compliance</p><p>como um</p><p>conjunto de regras frias e distantes do cotidiano, que devem ser mantidas sob responsabilidade exclusiva de</p><p>escalões inferiores. A chave real para o sucesso está na criação de uma cultura de con�ança e integridade,</p><p>com o envolvimento direto da alta gestão, em especial do diretor-presidente e demais líderes.</p><p>Assim, a integração da gestão de riscos ao programa de compliance fortalece a governança corporativa, uma</p><p>vez que permite à alta gestão ter uma visão holística dos desa�os enfrentados pela organização. Isso facilita a</p><p>tomada de decisões informadas, o gerenciamento proativo de riscos e a construção de uma cultura</p><p>empresarial resiliente e orientada para a conformidade.</p><p>DA CORRUPÇÃO AO COMPLIANCE: UMA TRANSFORMAÇÃO EXEMPLAR</p><p>Uma empresa multinacional alemã que atua nos setores de energia, tecnologia da informação, transporte e</p><p>saúde, durante o período de 2001 a 2008, esteve envolvida em um escândalo de corrupção de proporções</p><p>signi�cativas.</p><p>Durante esse período, estima-se que a empresa tenha desembolsado cerca de US$ 1,4 bilhão em propinas</p><p>para ganhar contratos ilegalmente em todo o mundo. Esses pagamentos ilícitos incluíam licitações para obras</p><p>do metrô no estado de São Paulo, que foram divulgadas somente em 2013.</p><p></p><p>02/09/2024, 10:52 clldd_23.2_u4_esg</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=1101573 12/31</p><p>No Brasil, especi�camente, as investigações revelaram que a empresa estava envolvida em um cartel que</p><p>manipulava licitações de projetos de infraestrutura, incluindo obras do metrô em São Paulo. A empresa</p><p>admitiu ter participado de práticas ilegais, pagando propinas a políticos e funcionários públicos para garantir</p><p>contratos vantajosos.</p><p>Atualmente, a empresa tem aproximadamente 600 colaboradores dedicados em tempo integral ao</p><p>compliance, o que demonstra o compromisso em prevenir e detectar práticas corruptas. Esses colaboradores</p><p>estão sob a supervisão de um diretor-executivo de compliance, também conhecido como chief compliance</p><p>o�cer, que tem autoridade e responsabilidade para garantir a conformidade com as leis e regulamentações.</p><p>A empresa implementou um programa de compliance com base no tripé prevenir-detectar-solucionar. Isso</p><p>signi�ca que adota medidas preventivas para evitar casos de corrupção, incluindo a implementação de</p><p>políticas e procedimentos claros, treinamentos regulares para os funcionários e a criação de um ambiente de</p><p>trabalho ético e transparente. Além disso, a empresa também se concentra em detectar possíveis violações e</p><p>agir prontamente para resolvê-las.</p><p>Uma medida importante adotada pela empresa foi a inclusão de métricas relacionadas ao compliance na</p><p>política de remuneração variável dos principais executivos. Isso signi�ca que o desempenho em relação ao</p><p>cumprimento das normas éticas e legais agora é levado em consideração na avaliação e na remuneração dos</p><p>executivos da empresa. Essa abordagem vincula diretamente os incentivos �nanceiros à conformidade e</p><p>reforça a importância do cumprimento das regras em todos os níveis da organização.</p><p>Essas ações demonstram o comprometimento da empresa em promover uma cultura de integridade e ética</p><p>corporativa, pois reconheceu os erros do passado e trabalhou fortemente para estabelecer um novo padrão</p><p>de conduta, tornando-se uma referência no campo do compliance e da governança corporativa.</p><p>Figura 3 | Corrupção x compliance</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>O pagamento de propina era considerado uma prática rotineira e parte integrante do modelo de negócios da</p><p>empresa naquele período e essa conduta não apenas era tolerada, mas também incentivada como um meio</p><p>de garantir contratos lucrativos em diversos países.</p><p>O escândalo veio à tona em 2006, quando autoridades alemãs iniciaram uma investigação sobre corrupção na</p><p>empresa e descobriu-se que ela utilizava um sistema so�sticado de pagamentos ilegais, por meio de contas</p><p>secretas e intermediários, para conquistar contratos em vários países ao redor do mundo.</p><p>O escândalo teve um impacto signi�cativo no cenário político e econômico do Brasil. Além das consequências</p><p>legais para a empresa e os envolvidos, o caso gerou um debate sobre a necessidade de reformas no sistema</p><p>de licitações públicas e no combate à corrupção no país.</p><p>Após a revelação do escândalo, a empresa cooperou com as autoridades e implementou medidas para</p><p>prevenir e combater a corrupção; enfrentou multas substanciais e buscou reestruturar sua imagem e</p><p>práticas de negócios.</p><p></p><p>02/09/2024, 10:52 clldd_23.2_u4_esg</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=1101573 13/31</p><p>VIDEOAULA</p><p>Neste vídeo, você vai descobrir as melhores estratégias de gestão de riscos e compliance para garantir a</p><p>conformidade nas organizações. Serão exploradas boas práticas recomendadas pelo IBGC e Rede Governança</p><p>Brasil, para você aprender como alcançar excelência na governança corporativa. Também será apresentado</p><p>um caso elucidativo que tem por �nalidade mostrar como uma empresa se reinventou após escândalos de</p><p>corrupção, tornando-se referência em práticas de compliance.</p><p> Saiba mais</p><p>A ISO 31000 é uma norma internacional desenvolvida pela International Organization for Standardization</p><p>– ISO que estabelece os princípios e diretrizes para a gestão de riscos em organizações. Publicada pela</p><p>primeira vez em 2009 e revisada em 2018, a ISO 31000 tem como objetivo principal promover uma</p><p>abordagem sistemática e integrada para a gestão de riscos, a �m de melhorar a capacidade das</p><p>organizações de lidar com a incerteza e alcançar seus objetivos. A norma reconhece que o risco é</p><p>inerente a qualquer atividade e que as organizações precisam estar preparadas para enfrentar os</p><p>desa�os e as oportunidades decorrentes desses riscos.</p><p>Acesse o artigo para conhecer um estudo sobre a implementação de uma sistemática de gestão de riscos</p><p>que realiza o monitoramento por KRI's, com foco no ESG.</p><p>Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Olá, estudante!</p><p>O conceito principal abordado nesta aula é a integração entre a lei da transparência �scal, accountability e</p><p>LGPD, com destaque para a importância de uma governança transparente, responsável e alinhada com a</p><p>proteção de dados pessoais na organização. Compreender esses conceitos é fundamental para garantir uma</p><p>Aula 3</p><p>TRANSPARÊNCIA FISCAL</p><p>O conceito principal abordado nesta aula é a integração entre a lei da transparência �scal,</p><p>accountability e LGPD, com destaque para a importância de uma governança transparente,</p><p>responsável e alinhada com a proteção de dados pessoais na organização.</p><p></p><p>02/09/2024, 10:52 clldd_23.2_u4_esg</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=1101573 14/31</p><p>https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/35542</p><p>gestão e�ciente e ética, promovendo a participação cidadã, o combate à corrupção e o respeito à privacidade</p><p>dos indivíduos.</p><p>Ao compreender e aplicar esses conceitos, você estará apto a promover práticas de transparência �scal,</p><p>prestando contas de forma adequada, garantindo a proteção dos dados pessoais e atendendo às exigências</p><p>legais da LGPD. Essa habilidade contribuirá para a construção de uma carreira sólida e ética, além de ser um</p><p>diferencial na atuação pro�ssional em um contexto cada vez mais voltado para a transparência e a proteção</p><p>de dados.</p><p>Lembre-se de que o conhecimento adquirido nesta aula é essencial para entender as dinâmicas</p><p>organizacionais e seu impacto na sociedade. Ao se aprofundar nesse tema, você estará preparado para lidar</p><p>com os desa�os e as oportunidades da atualidade, contribuindo para a construção de um ambiente mais</p><p>justo, transparente e responsável.</p><p>Esteja motivado em sua jornada de estudo e aproveite as descobertas que o aguardam no universo da</p><p>transparência �scal, accountability e proteção de dados!</p><p>Bons estudos!</p><p>A IMPORTÂNCIA DA TRANSPARÊNCIA FISCAL, ACCOUNTABILITY E LGPD NAS ORGANIZAÇÕES</p><p>Transparência refere-se à divulgação aberta e acessível das informações relacionadas às �nanças e aos gastos</p><p>públicos de uma entidade governamental, seja em nível nacional,</p><p>estadual ou municipal. É um princípio crucial</p><p>em democracias, pois permite que os cidadãos e as partes interessadas entendam como o dinheiro público</p><p>está sendo arrecadado, gerenciado e usado para o benefício da sociedade (GUARIDO, 2020).</p><p>Práticas de transparência �scal incluem publicação de orçamentos, demonstrações �nanceiras, relatórios de</p><p>receitas e despesas, contratos com fornecedores, dados sobre impostos e outras informações relevantes. A</p><p>transparência �scal ajuda a combater a corrupção, promove a responsabilidade dos governantes e permite a</p><p>participação ativa dos cidadãos no controle dos recursos públicos.</p><p>Figura 1 | Transparência �scal</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p></p><p>02/09/2024, 10:52 clldd_23.2_u4_esg</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=1101573 15/31</p><p>Nesse contexto, o direito à informação �scal é considerado um direito fundamental de quarta geração, o que</p><p>signi�ca que é um direito que se desenvolveu em um contexto digital, relacionado à era da informação e à</p><p>participação cidadã no âmbito �scal. Desta forma, a Lei da Transparência Fiscal contribuiu para o alcance da</p><p>cidadania tributária, ou seja, os cidadãos têm acesso adequado às informações �scais e podem compreendê-</p><p>las.</p><p>A transparência é um elemento fundamental para garantir a accountability, pois quando as informações são</p><p>disponibilizadas de forma transparente, ou seja, são acessíveis e compreensíveis para todos, torna-se mais</p><p>fácil para os cidadãos, partes interessadas e órgãos reguladores avaliarem as ações e decisões tomadas por</p><p>uma organização ou um governo.</p><p>Ao fornecer informações detalhadas sobre atividades, orçamentos, despesas e resultados alcançados, a</p><p>transparência permite que as pessoas avaliem a e�ciência, e�cácia e a conformidade das ações dos</p><p>responsáveis pelo uso dos recursos e poder. Desta forma, accountability surge como resultado da</p><p>transparência.</p><p>A proteção de dados refere-se às medidas e práticas para garantir que as informações pessoais e sensíveis de</p><p>indivíduos sejam tratadas com privacidade e segurança. Com o aumento do uso da tecnologia e a coleta</p><p>massiva de dados digitais, a proteção da privacidade tornou-se uma preocupação crítica em muitos setores,</p><p>incluindo governos, empresas e serviços online.</p><p>A Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD é uma legislação brasileira que tem como objetivo garantir a</p><p>privacidade e a segurança das informações pessoais dos cidadãos. Foi inspirada no Regulamento Geral de</p><p>Proteção de Dados – GDPR da União Europeia e entrou em vigor no Brasil em 18 de setembro de 2020</p><p>(KOHLS; DUTRA; WELTER, 2022).</p><p>A LGPD se aplica a todas as organizações que processem dados pessoais de cidadãos brasileiros,</p><p>independentemente de sua localização, o que signi�ca que empresas estrangeiras que tratam dados de</p><p>pessoas no Brasil também precisam cumprir a lei. A legislação visa proteger os direitos dos titulares dos</p><p>dados, que são as pessoas físicas às quais os dados se referem.</p><p>FORTALECENDO A GOVERNANÇA CORPORATIVA COM TRANSPARÊNCIA FISCAL, ACCOUNTABILITY</p><p>E PROTEÇÃO DE DADOS</p><p>A transparência �scal é um pilar essencial para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa, responsável</p><p>e comprometida com o bem-estar coletivo e, conforme o artigo 150, § 5º da Constituição Federal (BRASIL,</p><p>1988, n.p.), “a lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que</p><p>incidam sobre mercadorias e serviços”.</p><p>A Lei da Transparência Fiscal, Lei nº 12.741/2012 (BRASIL, 2012), representa um marco importante na</p><p>legislação brasileira ao regulamentar o disposto no art. 150, §5º da Constituição Federal (BRASIL, 1988), que</p><p>determina a divulgação de informações relativas aos tributos incidentes sobre produtos e serviços. Essa lei</p><p>tem como objetivo proporcionar maior transparência aos cidadãos em relação à carga tributária embutida</p><p>nos produtos e serviços que eles consomem diariamente. O foco é abordar a importância de disponibilizar</p><p>informações �scais aos cidadãos e o papel fundamental dessas informações no desenvolvimento da</p><p>sociedade.</p><p>Accountability, ou responsabilidade, refere-se à obrigação dos detentores de poder, autoridade ou recursos</p><p>de prestar contas de suas ações e decisões perante aqueles que são afetados por elas. No contexto</p><p>governamental e organizacional, está relacionada ao cumprimento dos deveres, obrigações e</p><p>responsabilidades pelos gestores, servidores públicos e líderes empresariais (ALVES, 2021).</p><p>Quando se fala em accountability, é essencial que os gestores e governantes sejam responsabilizados por</p><p>suas ações, especialmente em relação ao uso dos recursos públicos e ao cumprimento das políticas e</p><p>leis.</p><p></p><p>02/09/2024, 10:52 clldd_23.2_u4_esg</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=1101573 16/31</p><p>Nesse aspecto, a Lei da Transparência Fiscal (BRASIL, 2012) surge como um avanço signi�cativo da cidadania</p><p>�scal ao reforçar a importância de empoderar os cidadãos, tornando-os mais conscientes, a respeito do</p><p>esclarecimento da carga tributária que incide sobre os produtos e serviços consumidos.</p><p>Ao fornecer essas informações no comprovante de compra, os consumidores têm uma melhor compreensão</p><p>da carga tributária que estão indiretamente pagando ao adquirir produtos ou serviços. Essa transparência</p><p>tem o objetivo de promover a conscientização e informar os cidadãos sobre como os impostos contribuem</p><p>para o preço �nal dos bens e serviços.</p><p>Ao realizar os cálculos de tributos em uma nota �scal, o estabelecimento deve considerar os principais</p><p>impostos que incidem sobre produtos e serviços no Brasil, destacando-se: Imposto sobre Circulação de</p><p>Mercadorias e Serviços ou ICMS; Imposto sobre Produtos Industrializados ou IPI; Imposto sobre Serviços ou</p><p>ISS; Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social ou COFINS, entre outros.</p><p>Cada um desses tributos deve ser apresentado separadamente na nota �scal, com os valores especí�cos para</p><p>cada um, a �m de facilitar a visualização do cidadão para veri�car o cálculo do valor total dos tributos pagos.</p><p>Quando as informações são disponibilizadas de forma transparente, os indivíduos ou entidades responsáveis</p><p>por tomar decisões e gerenciar recursos são colocados em posição de prestação de contas. Diante deste fato,</p><p>o conceito de accountability se destaca como um elemento essencial na governança e se refere à</p><p>responsabilização dos atores governamentais e gestores de organizações pela gestão dos recursos públicos e</p><p>privados.</p><p>Uma forma simpli�cada de expressar a relação entre accountability e seus fatores-chave foi apresentada por</p><p>Taylor (2019, p, 1318), no qual sugere que “accountability (A) é resultado da transparência (T), �scalização (F) e</p><p>sanção (S), moderados pelo grau de efetividade (E) das instituições, ajustado pelo grau de dominância política</p><p>(D)”:</p><p>Transparência (T): se refere à disponibilidade e acessibilidade de informações relevantes sobre as</p><p>atividades governamentais e organizacionais e o uso dos recursos.</p><p>Fiscalização (F): envolve o monitoramento contínuo das atividades governamentais por meio de órgãos</p><p>independentes, como tribunais de contas, agências reguladoras, organizações da sociedade civil e mídia,</p><p>que veri�cam se o governo está cumprindo suas responsabilidades de forma adequada.</p><p>Sanção (S): são consequências ou punições que podem ser aplicadas caso agentes governamentais ou</p><p>instituições não cumpram adequadamente suas obrigações e se envolvam em práticas inadequadas ou</p><p>corruptas.</p><p>Efetividade das instituições (E): diz respeito à capacidade das estruturas governamentais de operar de</p><p>forma e�ciente, responsiva e competente.</p><p>Grau de dominância política (D): quanto mais concentrado o poder de um determinado grupo ou partido</p><p>político, maior pode ser a tendência de evitar a responsabilização, uma vez que a oposição e os</p><p>mecanismos de controle podem ser enfraquecidos.</p><p>Além da transparência na gestão �scal, é necessário garantir a transparência nos processos de coleta e</p><p>utilização de dados dos usuários e clientes. A privacidade dos dados é um aspecto</p><p>crucial nos negócios atuais</p><p>e a Lei Geral de Proteção de Dados ou LGPD é uma legislação que busca justamente proteger os direitos dos</p><p>titulares de dados.</p><p>A LGPD, que entrou em vigor no Brasil em setembro de 2020, impõe uma série de requisitos e</p><p>responsabilidades para as empresas que coletam e processam dados pessoais e é fundamental que as</p><p>empresas estejam plenamente cientes da legislação e adequem seus processos e políticas para garantir a</p><p>conformidade com ela. Os principais aspectos da LGPD são (BRASIL, 2018):</p><p>Figura 2 | LGPD</p><p></p><p>02/09/2024, 10:52 clldd_23.2_u4_esg</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=1101573 17/31</p><p>Consentimento: a coleta e o processamento de dados pessoais exigem o consentimento explícito do</p><p>titular, que deve ser livre, informado e inequívoco. Destaca-se que o titular tem o direito de revogar o</p><p>consentimento a qualquer momento.</p><p>Finalidade: os dados pessoais só podem ser coletados para �nalidades especí�cas e legítimas e as</p><p>organizações devem informar claramente para qual �m os dados serão utilizados.</p><p>Direitos dos titulares: a lei concede aos titulares diversos direitos em relação aos seus dados, como o</p><p>direito de acesso, reti�cação, exclusão, portabilidade, entre outros.</p><p>Segurança: as empresas são obrigadas a adotar medidas de segurança técnicas e organizacionais para</p><p>proteger os dados pessoais contra acessos não autorizados, perda ou vazamento.</p><p>Responsabilidade: as organizações são responsáveis pelo tratamento dos dados pessoais e devem</p><p>designar um Encarregado de Proteção de Dados ou DPO para supervisionar as atividades de tratamento</p><p>de dados.</p><p>Compartilhamento de dados: o compartilhamento de dados com terceiros só é permitido mediante</p><p>consentimento ou em situações previstas em lei.</p><p>Incidentes de segurança: as empresas são obrigadas a comunicar qualquer incidente de segurança que</p><p>possa resultar em risco ou causar dano aos titulares dos dados e à Autoridade Nacional de Proteção de</p><p>Dados ou ANPD.</p><p>A LGPD tem como objetivo principal garantir a privacidade, a transparência e o controle dos dados pessoais</p><p>dos cidadãos, promovendo uma cultura de segurança e respeito à privacidade tanto no setor público quanto</p><p>no privado. A legislação prevê penalidades para o descumprimento, que podem variar de advertências e</p><p>multas até a proibição total ou parcial das atividades de tratamento de dados da empresa infratora.</p><p>Em síntese, a transparência �scal, a accountability e a proteção de dados são princípios essenciais para</p><p>promover a boa governança, a responsabilidade dos líderes e a proteção dos direitos dos cidadãos em uma</p><p>sociedade moderna. Esses conceitos trabalham em conjunto para fortalecer a con�ança nas instituições</p><p>públicas e privadas e garantir que o uso de informações seja feito de maneira ética e responsável.</p><p>O CASO DA EMPRESA ENRON E O ACCOUNTABILITY NO COMBATE À CORRUPÇÃO</p><p>A Enron foi uma empresa dos Estados Unidos que em 2001 tornou-se protagonista de um dos mais famosos</p><p>casos de escândalo contábil da história. A companhia era uma distribuidora de gás natural e chegou ao</p><p>ranking de 5ª maior empresa norte-americana, sendo também considerada por anos uma das melhores</p><p>empresas para se trabalhar (BORGERTH, 2018).</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p></p><p>02/09/2024, 10:52 clldd_23.2_u4_esg</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=1101573 18/31</p><p>Como se tratava de uma empresa muito bem-vista no mercado, qualquer suspeita de fraudes ou atos de</p><p>corrupção eram logo desacreditados, considerando, portanto, a reputação da organização.</p><p>O que não se esperava e o que de fato aconteceu naquele cenário: alguns dos seus executivos, devido aos</p><p>seus interesses em obter grandes vantagens a partir dos resultados relevantes da companhia, manipularam</p><p>dados e informações contábeis (BORGERTH, 2018).</p><p>Algumas manobras adotadas por eles, citadas por Borgerth (2018, p.3), foram:</p><p>Proteção de investimentos: criaram empresas “apenas no papel” para transferências de ações da</p><p>companhia;</p><p>Transferência de ativos: vendia ativos considerados “de risco” para os resultados da companhia para a</p><p>empresa falsa, e recompravam posteriormente.</p><p>Disfarce de empréstimos: os executivos estabeleciam contratos de empréstimos �ctícios entre duas</p><p>partes, apenas para os registros contábeis e para evitar que a empresa parecesse endividada.</p><p>Para que essas ações fossem tomadas, o conhecimento dos executivos sobre como o sistema de governança</p><p>funcionava era explícito, como pode ser observado a seguir:</p><p>A Enron tinha como empresa auditora a Arthur Andersen, uma das maiores consultorias do mundo, e que</p><p>também estava envolvida no esquema de corrupção, indo à falência juntamente à companhia na qual ela agia</p><p>ativamente.</p><p>Estes casos apresentados e outros escândalos motivaram a necessidade de se estabelecer mecanismos de</p><p>prestação de contas (accountability) e de responsabilização aos membros da governança das grandes</p><p>corporações, visando o aprimoramento da conduta ética e justa na gestão e no tratamento com as partes</p><p>interessadas das empresas como acionistas e colaboradores, que são afetados diretamente por qualquer</p><p>episódio de fraudes e casos de corrupção.</p><p>Você já deve ter observado, caro estudante, outros tantos casos de escândalos corporativos tanto na gestão</p><p>de empresas privadas quanto, também, em empresas públicas e de terceiro setor, incluindo situações como</p><p>desvios de recursos �nanceiros, oferta de informações privilegiadas para acionistas, fraudes em processos de</p><p>licitações (compras) entre outras.</p><p>É importante destacar que o caminho da accountability é desa�ador e é fundamental aprender com os</p><p>sucessos e fracassos para aprimorar as práticas de combate à corrupção em qualquer tipo de organização em</p><p>que a governança seja a sistemática gerencial.</p><p>VIDEOAULA</p><p>Neste vídeo, você vai compreender o conceito de accountability e �cará sabendo sobre a transparência �scal e</p><p>a Lei Geral de Proteção de Dados. Também vai entender como os três conceitos são interligados e se</p><p>complementam. A transparência �scal contribui para a accountability, uma vez que a divulgação de</p><p>informações sobre as �nanças públicas permite que os cidadãos e os órgãos de controle possam</p><p>responsabilizar os gestores por suas ações. A LGPD também está relacionada à transparência e accountability,</p><p>pois a proteção dos dados pessoais contribui para a transparência nas relações entre as organizações e os</p><p>indivíduos, além de estabelecer regras claras para a responsabilização em caso de violação.</p><p>Além das manipulações contábeis, descobriu-se que o código de ética da empresa, embora</p><p>existente, era constantemente objeto de exceções e não-conformidades. Ademais,</p><p>decisões eram aprovadas sem que tivessem passado por todas as instâncias de controle</p><p>interno esperadas e nem todas as decisões relevantes eram submetidas à aprovação do</p><p>Conselho de Administração da Empresa, que, consequentemente, recebia apenas</p><p>informações parciais.</p><p>— (BORGERTH, 2018, p. 3)</p><p>Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.</p><p></p><p>02/09/2024, 10:52 clldd_23.2_u4_esg</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=1101573 19/31</p><p> Saiba mais</p><p>A Lei Geral de Proteção de Dados ou LGPD estabelece uma série de princípios e regras que devem ser</p><p>seguidos no tratamento de dados, incluindo coleta, armazenamento, uso, compartilhamento e exclusão</p><p>dessas informações. Além disso, também prevê os direitos dos titulares dos dados, como o direito de</p><p>acesso, correção, exclusão e portabilidade de seus dados.</p><p>A implementação de uma cultura de proteção de dados é um dos pilares fundamentais da LGPD. Isso</p><p>signi�ca que as organizações não devem tratar a privacidade como uma mera obrigação legal, mas, sim,</p><p>como uma �loso�a que permeia todas as suas práticas e decisões relacionadas ao tratamento de dados</p><p>pessoais.</p><p>Acesse o artigo para conhecer um estudo que visa demonstrar a importância do uso da LGPD nas</p><p>empresas, além do mero cumprimento normativo, buscando uma abordagem proativa e consciente em</p><p>relação à proteção de dados.</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Olá, estudante!</p><p>Em um mundo em constante transformação, a luta contra a corrupção assume um papel de inegável</p><p>importância. Nesta aula, você vai �car sabendo como as políticas anticorrupção e a adoção de boas práticas</p><p>em canais de denúncia e proteção ao denunciante são fundamentais para garantir a integridade,</p><p>transparência e responsabilidade nos setores público e privado.</p><p>Exploraremos a signi�cativa relevância dos canais de denúncia seguros, os quais se tornam poderosas</p><p>ferramentas para expor práticas ilícitas, além de garantir a proteção àqueles que têm a bravura de denunciar.</p><p>Por meio desta aula, apresentaremos as estratégias que se mostram e�cazes no combate a esse �agelo,</p><p>levando-nos a compreender a sua prevenção, detecção e erradicação.</p><p>Convidamos cada um de vocês a embarcar nessa jornada pelo universo da transparência e da ética, essenciais</p><p>para a construção de uma sociedade mais justa e íntegra.</p><p>Bons estudos!</p><p>Aula 4</p><p>ANTICORRUPÇÃO</p><p>Em um mundo em constante transformação, a luta contra a corrupção assume um papel de inegável</p><p>importância.</p><p></p><p>02/09/2024, 10:52 clldd_23.2_u4_esg</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=1101573 20/31</p><p>https://periodicos.ufv.br/revistadir/article/view/13764</p><p>POLÍTICAS ANTICORRUPÇÃO E BOAS PRÁTICAS EM CANAIS DE DENÚNCIA E PROTEÇÃO AO</p><p>DENUNCIANTE</p><p>A corrupção é o abuso do poder con�ado para ganho privado (TRANSPARENCY INTERNATIONAL, 2023) e</p><p>representa uma das principais ameaças ao desenvolvimento econômico e social, minando a con�ança nas</p><p>instituições e prejudicando a e�ciência e a justiça na administração pública.</p><p>Esse abuso pode se manifestar de diversas formas, como subornos, desvios de recursos, trá�co de in�uência</p><p>e nepotismo. A corrupção ocorre em todos os níveis da sociedade e pode afetar tanto o setor público quanto</p><p>o privado.</p><p>Nesse contexto, foi adotado em 31 de outubro de 2003, pela Assembleia Geral das Nações Unidas, a</p><p>Convenção das Nações Unidas contra Corrupção, também é conhecida como UNCAC – United Nations</p><p>Convention against Corruption. O tratado tem como objetivo principal combater a corrupção em todas as suas</p><p>formas, abrangendo tanto o setor público quanto o setor privado.</p><p>As políticas anticorrupção são estratégias e mecanismos estabelecidos para prevenir, detectar e combater</p><p>atos ilícitos e práticas corruptas e incluem a implementação de normas, regulamentos e códigos de conduta</p><p>que orientam o comportamento ético dos agentes públicos e privados (FREITAS, 2020).</p><p>No contexto político, as políticas anticorrupção visam fortalecer a integridade das instituições públicas,</p><p>promover a transparência, a prestação de contas e a participação cidadã. Essas políticas também buscam criar</p><p>mecanismos e�cazes de investigação e punição dos envolvidos em práticas corruptas. Por isso, os canais de</p><p>denúncia são essenciais. Tratam-se de mecanismos estabelecidos pelas organizações para que colaboradores</p><p>e terceiros possam relatar de forma segura e con�dencial suspeitas de irregularidades, fraudes, assédio e,</p><p>principalmente, casos de corrupção (ROCHA JÚNIOR; GIZZI, 2018).</p><p>Esses canais têm o intuito de fomentar uma cultura ética nas organizações e para garantir que informações</p><p>relevantes cheguem aos responsáveis pela investigação e resolução adequada dos casos. Uma boa prática em</p><p>canais de denúncia é a garantia de anonimato ao denunciante, protegendo-o de possíveis retaliações e</p><p>incentivando a colaboração com informações cruciais para as investigações. Além disso, é fundamental que as</p><p>organizações promovam campanhas de conscientização sobre a existência desses canais, para que todos os</p><p>membros da equipe conheçam seus direitos e saibam como utilizá-los.</p><p>A UNCAC é o primeiro tratado global dedicado exclusivamente à corrupção e representa um marco</p><p>signi�cativo no esforço internacional para prevenir e combater esse problema. Reconhece que a corrupção é</p><p>um obstáculo ao desenvolvimento econômico, político e social, minando a democracia, a justiça e o estado de</p><p>direito. Além disso, a corrupção prejudica a igualdade, a transparência e a responsabilidade nos sistemas</p><p>políticos e econômicos (MTFC, 2016).</p><p>Figura 1 | Políticas anticorrupção</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Entretanto, a proteção ao denunciante é um aspecto crítico para o sucesso dos canais de denúncia e para</p><p>encorajar mais pessoas a se manifestarem contra a corrupção e outras irregularidades. Muitas vezes, o</p><p>denunciante enfrenta riscos signi�cativos ao expor práticas ilícitas, podendo sofrer consequências negativas</p><p></p><p>02/09/2024, 10:52 clldd_23.2_u4_esg</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=1101573 21/31</p><p>Desta forma, políticas anticorrupção são essenciais para combater um dos problemas mais graves que afetam</p><p>as sociedades contemporâneas. Os canais de denúncia e a proteção ao denunciante desempenham um papel</p><p>fundamental nesse combate, permitindo que as irregularidades sejam identi�cadas e enfrentadas de forma</p><p>ética e e�caz.</p><p>INTEGRIDADE ORGANIZACIONAL: PREVENÇÃO E COMBATE À CORRUPÇÃO</p><p>A corrupção é um grave desa�o contemporâneo que prejudica os investimentos públicos e privados e o</p><p>combate à corrupção requer planejamento, implementação, análise e monitoramento efetivos.</p><p>O Brasil tem uma série de leis e políticas anticorrupção para combater a corrupção em diversos setores da</p><p>sociedade, conforme a seguir:</p><p>Lei Anticorrupção: conhecida como Lei da Empresa Limpa, responsabiliza as empresas por atos de</p><p>corrupção praticados contra a administração pública nacional ou estrangeira. Prevê a aplicação de</p><p>sanções administrativas às empresas envolvidas em atos de corrupção, como multas, publicação</p><p>extraordinária da decisão condenatória e até mesmo a dissolução compulsória da empresa (BRASIL,</p><p>2013).</p><p>Lei de Lavagem de Dinheiro: essa lei trata do crime de lavagem de dinheiro e busca combater a prática de</p><p>ocultação de bens, direitos e valores provenientes de atividades ilícitas, incluindo a corrupção (BRASIL,</p><p>1998).</p><p>Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção: o Brasil é signatário dessa convenção, que estabelece</p><p>medidas de prevenção e combate à corrupção em âmbito internacional. A Convenção prevê a cooperação</p><p>entre países para enfrentar a corrupção transnacional e os principais objetivos são: promover e fortalecer</p><p>medidas para prevenir e combater a corrupção em todos os níveis; estabelecer regras e mecanismos de</p><p>cooperação internacional para a recuperação de ativos roubados e a repatriação desses bens aos seus</p><p>legítimos proprietários; promover a integridade, responsabilidade e transparência no setor público e</p><p>privado; fomentar a participação ativa da sociedade civil e o envolvimento do setor privado no combate à</p><p>corrupção; estabelecer mecanismos para monitorar a implementação da Convenção pelos países</p><p>signatários (MTFC, 2016).</p><p>Nas organizações, as políticas anticorrupção têm como objetivo estabelecer uma cultura organizacional</p><p>baseada na transparência, ética e responsabilidade, buscando garantir que a empresa atue de maneira</p><p>íntegra e em conformidade com as leis e os regulamentos aplicáveis.</p><p>A importância das políticas anticorrupção reside no fato de que a corrupção pode ter impactos devastadores</p><p>nas organizações e na sociedade como um todo. Além de prejudicar a reputação da empresa, a corrupção</p><p>pode resultar em perdas �nanceiras signi�cativas, afetar a e�ciência operacional, minar a con�ança dos</p><p>stakeholders e criar um ambiente tóxico de trabalho. Por isso, estabelecer políticas anticorrupção é</p><p>fundamental para mitigar esses riscos e promover uma cultura de integridade.</p><p>em sua vida pessoal e pro�ssional.</p><p>Uma das boas práticas em proteção ao denunciante é a con�dencialidade absoluta do processo,</p><p>garantindo que a identidade do informante seja mantida em sigilo durante todo o processo de</p><p>investigação. Além disso, é importante estabelecer mecanismos de acompanhamento para garantir que</p><p>o denunciante não sofra represálias e, caso ocorram, que haja ações efetivas para protegê-lo (PE, 2019).</p><p>As principais boas práticas das políticas anticorrupção de uma organização</p><p>são: códigos de ética e conduta;</p><p>controles internos e auditoria; treinamentos e conscientização; due diligence de terceiros; transparência;</p><p>canais de denúncia (FREITAS, 2020).</p><p>Um código de ética e conduta deve estabelecer os princípios e valores fundamentais da organização. Esse</p><p>código deve servir como um guia para colaboradores, fornecedores, parceiros e demais envolvidos,</p><p>mostrando o comportamento esperado em todas as atividades relacionadas à empresa.</p><p>Figura 2 |Canal de denúncia</p><p></p><p>02/09/2024, 10:52 clldd_23.2_u4_esg</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=1101573 22/31</p><p>A implementação de controles internos e�cazes visa garantir a transparência e a conformidade com as</p><p>normas e os regulamentos. Além disso, a auditoria interna é uma ferramenta importante para monitorar e</p><p>avaliar a e�cácia desses controles, bem como identi�car possíveis vulnerabilidades e áreas de melhoria.</p><p>É essencial que as políticas anticorrupção sejam comunicadas e disseminadas de forma efetiva em toda a</p><p>organização. Isso pode ser alcançado por meio de treinamentos regulares e campanhas de conscientização,</p><p>que ajudam a educar os colaboradores sobre os riscos da corrupção, os procedimentos para reportar práticas</p><p>suspeitas e as consequências de violar as políticas estabelecidas.</p><p>As organizações também devem realizar due diligence ou diligência prévia em seus parceiros de negócios e</p><p>fornecedores para garantir que eles estejam em conformidade com as políticas anticorrupção. Isso ajuda a</p><p>evitar associações com entidades que possam representar riscos para a integridade da organização.</p><p>A divulgação transparente das transações �nanceiras é outra característica essencial das políticas</p><p>anticorrupção. Manter um registro preciso e transparente das transações comerciais ajuda a prevenir práticas</p><p>corruptas, ao mesmo tempo em que facilita a detecção de possíveis irregularidades.</p><p>A existência de canais de denúncia efetivos é um elemento-chave das políticas anticorrupção. Esses canais</p><p>permitem que colaboradores e terceiros relatem anonimamente qualquer suspeita de corrupção ou conduta</p><p>inadequada, garantindo que essas denúncias sejam tratadas de forma adequada e sigilosa.</p><p>As políticas anticorrupção são uma parte fundamental da governança corporativa de uma organização e</p><p>ajudam a criar um ambiente ético e transparente. Ao promoverem uma cultura de integridade, as empresas</p><p>se posicionam como agentes de mudança positiva na sociedade, contribuindo para o desenvolvimento</p><p>sustentável e para o fortalecimento da con�ança dos stakeholders. O cumprimento rigoroso dessas políticas é</p><p>essencial para a proteção dos interesses da empresa, de seus colaboradores e da comunidade em que ela</p><p>está inserida.</p><p>HOTLINE: FORTALECENDO A ÉTICA E A TRANSPARÊNCIA NAS ORGANIZAÇÕES</p><p>Hotline ou Canal de Denúncias é uma ferramenta crucial na gestão de empresas e instituições, fornecendo um</p><p>meio seguro e con�dencial para que colaboradores, clientes ou terceiros relatem irregularidades,</p><p>comportamentos inadequados ou violações éticas. Esses canais desempenham um papel signi�cativo no</p><p>fortalecimento da cultura organizacional, promovendo a transparência, a responsabilidade e a conformidade</p><p>com normas e leis.</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p></p><p>02/09/2024, 10:52 clldd_23.2_u4_esg</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=1101573 23/31</p><p>O conceito de Hotline teve origem nas décadas de 1970 e 1980, quando escândalos corporativos e a</p><p>necessidade de uma abordagem mais estruturada para lidar com questões éticas e legais se tornaram</p><p>evidentes. Esse instrumento evoluiu ao longo do tempo e, atualmente, é uma prática recomendada em muitas</p><p>organizações para evitar problemas internos, reduzir riscos e promover a integridade empresarial.</p><p>No Brasil, a Lei da Anticorrupção foi um propulsor para a implementação da Hotline nas organizações com o</p><p>principal objetivo de proporcionar uma via segura para que qualquer pessoa possa denunciar, anonimamente</p><p>ou não, eventuais problemas que identi�que.</p><p>O responsável pelo Hotline pode variar de acordo com a organização mas, normalmente, a responsabilidade é</p><p>atribuída ao setor de compliance, departamento de recursos humanos, ou uma equipe dedicada</p><p>especi�camente ao gerenciamento do Canal de Denúncias. Em alguns casos, a empresa pode terceirizar o</p><p>serviço para uma empresa especializada em fornecer soluções de denúncia, garantindo a imparcialidade e a</p><p>con�dencialidade dos relatos.</p><p>O funcionamento de uma Hotline pode variar de acordo com a organização, mas geralmente envolve os</p><p>seguintes passos:</p><p>Criação do canal: a empresa estabelece ao Hotline, disponibilizando meios de comunicação como</p><p>telefone, e-mail ou plataforma online para receber as denúncias.</p><p>Divulgação: a organização promove amplamente o canal de denúncias, garantindo que todos os</p><p>funcionários e partes interessadas estejam cientes de sua existência e compreendam a importância de</p><p>utilizá-lo.</p><p>Figura 3: | Hotline</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>As situações que podem ser recebidas pelo canal de denúncias são variadas e podem incluir relatos de</p><p>comportamentos abusivos ou inadequados entre colegas de trabalho, supervisores e subordinados;</p><p>denúncias sobre discriminação com base em gênero, raça, religião, orientação sexual, entre outros; indicações</p><p>de práticas ilícitas, desvios de recursos ou manipulação �nanceira; relatos de situações onde interesses</p><p>pessoais de indivíduos possam afetar as decisões e objetivos da empresa; informações sobre o não</p><p>cumprimento de normas internas e externas que regem a empresa; denúncias relacionadas a ameaças à</p><p>segurança física dos colaboradores ou clientes.</p><p></p><p>02/09/2024, 10:52 clldd_23.2_u4_esg</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=1101573 24/31</p><p>Anonimato e con�dencialidade: para incentivar a participação e proteger os denunciantes, a opção de</p><p>relatar anonimamente é frequentemente oferecida, garantindo a con�dencialidade das informações</p><p>fornecidas.</p><p>Recebimento das denúncias: as denúncias são recebidas por pro�ssionais designados ou por uma</p><p>empresa terceirizada, especializada em serviços de denúncia.</p><p>Investigação: as denúncias são analisadas e encaminhadas para a área responsável, que conduzirá uma</p><p>investigação imparcial e adequada.</p><p>Resolução e proteção: caso a denúncia seja con�rmada, as medidas apropriadas são tomadas para</p><p>corrigir a situação e proteger o denunciante contra represálias.</p><p>Hotline ou Canal de Denúncias é uma ferramenta indispensável para as organizações que buscam manter</p><p>uma cultura ética e transparente, garantindo a conformidade com as leis e os regulamentos e fortalecendo a</p><p>con�ança de seus colaboradores e clientes. Ao fornecer um ambiente seguro para denúncias, as empresas</p><p>podem identi�car e resolver problemas internos antes que se tornem crises maiores, promovendo uma</p><p>gestão responsável e sustentável.</p><p>VIDEOAULA</p><p>Neste vídeo, você vai embarcar em uma jornada de conhecimento essencial para entender o mundo das</p><p>políticas anticorrupção, boas práticas em canais de denúncia e a proteção ao denunciante, a �m de promover</p><p>a integridade nas organizações. Descubra como essas medidas são cruciais no combate à corrupção e como</p><p>você pode contribuir para um ambiente mais ético e transparente. Não perca essa oportunidade de se</p><p>capacitar e fazer a diferença!</p><p> Saiba mais</p><p>O Índice de Percepção da Corrupção é um importante indicador global de corrupção, criado pela ONG</p><p>Transparência Internacional no ano de 1995. Avalia 180 países e territórios, atribuindo-lhes notas numa</p><p>escala de 0 a 100. No relatório de 2022, o IPC destaca como a corrupção e os con�itos armados estão</p><p>interligados, alimentando-se mutuamente e ameaçando a paz. O estudo aponta que a corrupção</p><p>compromete a capacidade do Estado de proteger seus cidadãos, enfraquecendo suas instituições e</p><p>criando um ambiente favorável para a proliferação da corrupção.</p><p>Acesse o relatório para conhecer o estudo realizado pela ONG Transparência Internacional sobre Índice</p><p>de Percepção da Corrupção de 2022. Este estudo é o principal indicador</p>Acesso em: 4 ago. 2023. PE. PARLAMENTO EUROPEU. Diretiva UE 2019/1937 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de outubro, relativa à proteção das pessoas que denunciam violações do direito da União. Jornal O�cial da União Europeia, L. 305/17, 2019. Disponível em: https://eur-lex.europa.eu/legal-content/pt/TXT/? uri=CELEX%3A32019L1937. Acesso em: 4 ago. 2023. ROCHA JÚNIOR, F. A. R. M.; GIZZI, G. F. T. B. Fraudes corporativas e programas de compliance. Curitiba: InterSaberes, 2018. 02/09/2024, 10:52 clldd_23.2_u4_esg https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=1101573 30/31 https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/35542 https://www.bts.senac.br/bts/article/view/879 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12741.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/l14020.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/l14020.htm https://periodicos.ufv.br/revistadir/article/view/13764 https://revista.cgu.gov.br/Revista_da_CGU/article/view/80 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12846.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9613.htm https://repositorio.cgu.gov.br/handle/1/29691 https://eur-lex.europa.eu/legal-content/pt/TXT/?uri=CELEX%3A32019L1937 https://eur-lex.europa.eu/legal-content/pt/TXT/?uri=CELEX%3A32019L1937 TRANSPARENCY INTERNATIONAL. What is corruption? Disponível em: https://www.transparency.org/en/what-is-corruption. Acesso em: 4 ago. 2023. Aula 5 FREITAS, D. Compliance e políticas anticorrupção. Curitiba: Contentus, 2020. FURTADO, L. L. Gestão de riscos. Curitiba: Contentus, 2020. 02/09/2024, 10:52 clldd_23.2_u4_esg https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=1101573 31/31 https://www.transparency.org/en/what-is-corruption