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<p>PRÁTICA DE ENSINO:</p><p>ESTRATÉGIAS E TECNOLOGIAS</p><p>#CURRÍCULO LATTES#</p><p>Professor Jhonatan Phelipe Peixoto</p><p>● Especialista em Atendimento Educacional Especializado: Educação Especial e</p><p>Inclusiva – Universidade Cesumar (UniCesumar).</p><p>● Especialista em Docência no Ensino Superior: Tecnologias Educacionais e</p><p>Inovação – Universidade Cesumar (UniCesumar).</p><p>● Especialista em Docência na Educação Superior – Centro Universitário</p><p>Metropolitano de Maringá (Unifamma).</p><p>● Graduação em Pedagogia – Centro Universitário Metropolitano de Maringá</p><p>(Unifamma).</p><p>● Formação Complementar em Neurodidática – Universidade Cesumar</p><p>(UniCesumar).</p><p>● Formação Complementar em Introdução de Libras - Universidade Cesumar</p><p>(UniCesumar).</p><p>● Formação Complementar em As competências do Pedagogo - Universidade</p><p>Cesumar (UniCesumar).</p><p>● Formação Complementar em Afetividade no Ambiente Escolar e Familiar -</p><p>Universidade Cesumar (Unicesumar).</p><p>● Formação Complementar em Adolescência e suas Características Psicossociais.</p><p>● Professor Mediador no Ensino Superior na modalidade EAD.</p><p>Acesse o meu currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/9252033019618489</p><p>EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA</p><p>Professor Jhonatan Phelipe Peixoto</p><p>Plano de Estudo:</p><p>• Afinal, o que é tecnologia?</p><p>• As tecnologias e Educação</p><p>• O ensino na sociedade da informação</p><p>• A ação docente e o uso das tecnologias</p><p>Objetivos de Aprendizagem:</p><p>• Compreender o que é a tecnologia</p><p>• Analisar como acontece a interligação entre tecnologia e Educação</p><p>• Identificar como ocorre o ensino na sociedade da informação</p><p>• Compreender como ocorre a ação docente por meio do uso das novas tecnologias</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Caro(a) acadêmico(a), seja bem-vindo(a) à disciplina de Prática de Ensino:</p><p>Estratégias e Tecnologias.</p><p>No primeiro momento iremos entender o que é a Tecnologia, de forma que você</p><p>compreenda sobre as mais diferentes contextualizações sobre tal assunto desde o início</p><p>dos tempos até os dias atuais. Além disso, será possível analisar como a evolução do</p><p>conhecimento aconteceu por meio das revoluções tecnológicas e com o aporte da</p><p>ciência, de forma que seja possível compreender a diferença entre esses dois campos:</p><p>tecnologia e ciência.</p><p>No segundo momento será possível analisar como se dá a interligação entre</p><p>tecnologia e Educação, a fim de que você possa identificar como ocorreu/ocorre o</p><p>desenvolvimento da ciência associado ao desenvolvimento da tecnologia, vez que os</p><p>aspectos tecnológicos podem ser entendidos como uma forma de aplicar o conhecimento</p><p>científico. Será possível, também, compreender a diferença entre TIC, TIDIC e NTIC e</p><p>como passam a ser incorporadas e utilizadas no contexto educacional.</p><p>Já no terceiro momento será possível identificar como se dá o ensino na</p><p>sociedade da informação, verificando como o processo de aprendizagem e tecnologia</p><p>pode ser analisado no contexto de tal sociedade, levando em consideração o papel dos</p><p>docentes como a peça-chave para a relação entre teoria e prática.</p><p>Por fim, no quarto e último momento, você poderá compreender como ocorre a</p><p>ação docente por meio do uso das novas tecnologias, ou seja, como se dá a prática do</p><p>professor frente aos novos recursos tecnológicos e como deve acontecer a formação</p><p>inicial e continuada.</p><p>1 AFINAL, O QUE É A TECNOLOGIA?</p><p>Caro(a) acadêmico(a), para dar início a nossa discussão sobre Prática de Ensino:</p><p>Estratégias e Tecnologia, é necessário que você tenha em mente qual é a definição sobre</p><p>tal assunto. Portanto, o que é tecnologia?</p><p>Na concepção de Kenski (2015), a discussão acerca das tecnologias é algo tão</p><p>antigo quanto a origem da espécie humana, pois não está relacionada somente a objetos</p><p>e técnicas digitais recentes; e, por conta da engenhosidade humana, foram surgindo as</p><p>mais variadas técnicas e recursos de tecnologia. Isso se dá, pois, o uso do raciocínio</p><p>lógico pelo ser humano garante um processo de muitas inovações, dando origem aos</p><p>mais variados instrumentos, ferramentas, recursos e produtos que envolvem a tecnologia</p><p>e criação desses recursos.</p><p>Desde o início dos tempos, o domínio de certas informações, distinguem</p><p>os seres humanos. Tecnologia é poder. Na Idade da Pedra, os homens –</p><p>que eram frágeis fisicamente diante dos outros animais e das</p><p>manifestações da natureza – conseguiram garantir a sobrevivência da</p><p>espécie e sua supremacia, pela engenhosidade e astúcia com que</p><p>dominavam o uso de elementos da natureza. A água, o fogo, um pedaço</p><p>de pau ou osso de um animal eram utilizados para matar, dominar, ou</p><p>afugentar os animais e outros homens que não tinham os mesmos</p><p>conhecimentos e habilidades (KENSKI, 2015, p. 15).</p><p>Logo, podemos observar que as tecnologias são discutidas há muito tempo e</p><p>estão relacionadas a tudo que é pensado e desenvolvido para melhoria da condição e</p><p>necessidade dos homens, e não está relacionada somente ao uso de internet,</p><p>smartphones, computadores e outros recursos tecnológicos atuais.</p><p>Com a evolução do conhecimento, novas tecnologias passaram a ser criadas, não</p><p>somente para a defesa, mas para o ataque e dominação. “[...] um momento</p><p>revolucionário deve ter ocorrido quando alguns grupos primitivos deixaram de lado os</p><p>machados de madeira e pedra e passaram a utilizar lanças e setas de metal para</p><p>guerrear” (KENSKI, 2015, p. 16). Assim, com o uso de inovações tecnológicas cada vez</p><p>mais atualizadas, os homens procuravam ampliar os domínios e seus bens materiais.</p><p>De acordo com Wunsch e Fernandes Junior (2018, p. 18), “Para analisar o que é</p><p>tecnologia, precisamos pensar nas ações que realizamos hoje, as quais não eram</p><p>possíveis há 50 ou 100 anos, como falar com uma pessoa do outro lado do mundo em</p><p>tempo real, por exemplo”. Os autores enfatizam que a principal conceituação de</p><p>tecnologia está relacionada a um produto da ciência que se relaciona a diversos métodos,</p><p>recursos e técnicas, tendo como principal ideia a resolução de problemas relacionados</p><p>às mais diversas áreas da informação.</p><p>O termo vem do grego tekhne, que significa “técnica”, “arte” ou “ofício”. O</p><p>filósofo italiano Umberto Galimberti (2006, p. 76), ao traçar um paralelo</p><p>da concepção de alma do filósofo Nietzsche, ressalta que, em razão de</p><p>sua incompletude, o homem se vê obrigado a construir “um conjunto de</p><p>artifícios (ou técnicas) capazes de suprir a insuficiência de códigos</p><p>naturais”, fazendo o pensamento técnico surgir como compensação. [...]</p><p>conclui que a “técnica é, pois, a condição da existência humana”</p><p>(WUNSCH; FERNANDES JUNIOR, 2018, p. 19 - 20).</p><p>Com isso, é possível compreender que o conceito de tecnologia está associado</p><p>aquilo que é pertinente a condição humana, sendo essa uma ciência da técnica que</p><p>investiga a materialização da realidade do indivíduo no que se relaciona aos</p><p>instrumentos e máquinas (WUNSCH; FERNANDES JUNIOR, 2018).</p><p>Para compreender a tecnologia, temos duas vertentes a seguir em relação ao</p><p>significado, sendo essas a de possibilidade e a de recurso. A de possibilidade está</p><p>relacionada à tecnologia como um instrumento para resolver problemas, ou seja, um</p><p>recurso que visa o apoio capaz de solucionar problemas, mesmo com as inúmeras</p><p>dificuldades de análise dessas consequências (WUNSCH; FERNANDES JUNIOR,</p><p>2018). Para tanto, é necessário compreender a diferença entre tecnologia e ciência, pois</p><p>muitas pessoas levam a uma certa confusão.</p><p>Figura 1 - Diferença entre Ciência e Tecnologia</p><p>Fonte: Wunsch e Fernandes Junior (2018, p. 21).</p><p>Partindo agora para uma discussão mais recente sobre a definição de tecnologia,</p><p>Veraszto et al. (2009, p. 22) enfatizam que não é possível apresentarmos uma definição</p><p>exata, pois ao longo da história da sociedade, o conceito deste termo é interpretado de</p><p>inúmeras maneiras, de acordo com cada contexto social. Os autores afirmam que “[...]</p><p>em diferentes momentos da história da tecnologia vem registrada junto com a história</p><p>das técnicas, com a história do trabalho</p><p>se tornam complementares na medida em que os alunos interagem com</p><p>os grupos utilizando as variadas tecnologias digitais, se intensifica a troca de</p><p>experiências e conhecimentos.</p><p>Figura 2 - Definição de ensino híbrido de acordo com o modelo de Clayton Christensen</p><p>Institute</p><p>Fonte: Bacich; Tanzi Neto; Trevisani (2015, p. 75).</p><p>Complementar à isso Kraviski (2020) nos informa que, na perspectiva do ensino</p><p>híbrido, os alunos realizam seus estudos em diferentes ambientes de ensino, executando</p><p>tarefas e estratégias mais ativas e atividades práticas, em que participa de forma ativa</p><p>na resolução de projetos e discussões acerca dos conteúdos estudados, de forma que</p><p>possa realizar pesquisas para fundamentar suas ações, juntamente com a mediação dos</p><p>docentes, que irá conduzir os discentes para um aprendizado ativo e autônomo aliado</p><p>ao uso dos mais variados recursos tecnológicos.</p><p>A aplicação do ensino híbrido teve início nas escolas de educação básica,</p><p>principalmente nos Estados Unidos, Canadá e Europa. Essa abordagem</p><p>pode ser aplicada a todos os níveis de educação, podendo ser adaptada</p><p>a partir de diferentes modelos. No Brasil, o ensino superior foi o nível de</p><p>ensino que mais teve cursos adaptados a esse novo modelo, mas as</p><p>escolas de educação básica, morosamente, estão se integrando à</p><p>abordagem de ensino híbrido, adequando seu professorado, pais, alunos</p><p>e gestores, de acordo com a diligência e disseminação na educação do</p><p>país (KRAVISKI, 2020, p. 8).</p><p>A autora complementa que, no Brasil, a portaria nº 1428/18, regulamenta a oferta</p><p>de até 40% da carga horária total das matrizes curriculares dos cursos de Ensino</p><p>Superior presencial com a oferta do ensino a distância, e, por conta desta portaria as</p><p>possibilidades de aulas online e semipresencial se expandem nos currículos dos cursos</p><p>de graduação, o que conclui que o ensino híbrido está cada vez mais implementado nos</p><p>cursos superiores.</p><p>SAIBA MAIS</p><p>O Ensino Híbrido: emergência ou tendência?</p><p>No ano mais extraordinário de nossas vidas, começamos nas escolas na sala de</p><p>aula presencial, depois fomos empurrados para o ensino remoto possível e estamos no</p><p>processo de retorno testando diversos formatos de modelos híbridos. Constatamos que</p><p>muitas das atividades que imaginávamos que fossem viáveis só no presencial (como a</p><p>aprendizagem por projetos, em times, maker) puderam ser realizadas com bastante</p><p>qualidade, nos ambientes digitais síncronos e assíncronos, embora não por todos. A</p><p>separação entre espaços físicos presenciais e digitais diminuiu, se reconfigurou - como</p><p>em outras áreas da nossa vida - e há um crescente consenso de que construiremos, a</p><p>partir de agora, muitas propostas diferentes de ensinar e de aprender híbridas, mais</p><p>flexíveis, personalizadas e participativas, de acordo com a situação, necessidades e</p><p>possibilidades de cada aprendiz.</p><p>No Brasil, o híbrido começou nos anos 90 como semipresencial. No Ensino</p><p>Superior os cursos presenciais podiam incluir até vinte por cento de atividades a</p><p>distância. Em países de língua inglesa predominou o termo b-learning ou blended</p><p>learning, (aprendizagem bi modal ou misturada). No Brasil esse termo foi traduzido nos</p><p>últimos anos como Ensino Híbrido, dando ênfase ao papel do docente no desenho de</p><p>percursos personalizados com apoio das plataformas e aplicativos digitais. Legalmente</p><p>não existe no Brasil a modalidade híbrida, porque o MEC só reconhece, até o momento,</p><p>o ensino presencial e a educação a distância. O Ensino Híbrido se expande, na prática,</p><p>no Ensino Superior, a partir da permissão de 40% de atividades a distância em cursos</p><p>presenciais e de 20%, na Educação Básica.</p><p>O ensino híbrido, na sua concepção básica, combina e integra atividades didáticas</p><p>em sala de aula com atividades em espaços digitais visando oferecer as melhores</p><p>experiências de aprendizagem a cada estudante. No Ensino Híbrido o foco está mais na</p><p>ação pedagógica dos docentes (no planejamento, desenvolvimento e avaliação do</p><p>processo). O conceito de educação híbrida é mais abrangente ao envolver toda a</p><p>comunidade escolar no redesenho das melhores combinações possíveis na integração</p><p>de espaços, tempos, metodologias, tutoria para oferecer as melhores experiências de</p><p>aprendizagem a cada estudante de acordo com suas necessidades e possibilidades.</p><p>E quais são as perspectivas a partir de agora? Na Educação Básica predominará</p><p>a aprendizagem ativa em ambientes presenciais com integração - sempre que</p><p>necessário/possível - de plataformas, aplicativos e atividades digitais. Continuarão os</p><p>modelos mais conhecidos, como a aula invertida, rotação por estações e rotação</p><p>individual. Mas no Ensino Médio e nos anos finais do Fundamental testaremos modelos</p><p>mais personalizados e online, como os modelos flex (roteiros personalizados online com</p><p>o professor por perto), a la carte (fazer um, ou mais módulos online) ou virtual enriquecido</p><p>(parte presencial, parte online). A hibridização será progressiva, de acordo com a idade</p><p>e o avanço do estudante no currículo e as condições de acesso das escolas, docentes e</p><p>estudantes. Os modelos híbridos predominarão no Ensino Superior e na educação</p><p>continuada nos próximos anos.</p><p>[...]</p><p>Os modelos ativos híbridos fazem mais sentido quando são organizados com</p><p>políticas públicas sólidas, coerentes e com visão de longo prazo, (o que não vemos</p><p>atualmente). Eles fazem mais sentido quando estão planejados institucionalmente e de</p><p>forma sistêmica, como componentes importantes de reorganização do currículo por</p><p>competências e projetos, de forma flexível, com diversas combinações de acordo com</p><p>as necessidades do estudante (personalização), intenso trabalho ativo em equipes,</p><p>tutoria/mentoria (projeto de vida) com suporte de multiplataformas digitais integradas.</p><p>Apesar dos avanços, são muitos os desafios a enfrentar para termos uma educação</p><p>híbrida de qualidade para todos.</p><p>Fonte: Moran (2021).</p><p>#SAIBA MAIS#</p><p>3 ENSINO REMOTO EMERGENCIAL</p><p>Em 2020, devido a pandemia da COVID-19, que atingiu o mundo todo, tivemos</p><p>que nos resguardar em nossas casas e praticar o isolamento e distanciamento social.</p><p>Por conta disso, uma área que foi muito afetada devido a tal momento foi a Educação, e</p><p>o que se discutiu muito foi o ensino remoto emergencial, afinal, a Educação não pode</p><p>parar, concorda, aluno(a)?</p><p>No Brasil, essa discussão se deu precisamente a partir do mês de março de 2020,</p><p>quando escolas de Educação Básica e Ensino Superior tiveram que fechar suas portas</p><p>devido às influências da COVID-19. Com isso, foi necessário repensar o ensino e como</p><p>não deixar a Educação estacionada e sem continuidade para não afetar o andamento</p><p>dos estudos, bem como o processo de ensino e aprendizagem dos alunos em todos os</p><p>níveis de educação.</p><p>Pensando nisso, se deu como andamento a prática de atividades de ensino</p><p>remota como caráter de exceção, como no caso de pandemias, quando o acesso às</p><p>instituições de ensino não é possível. Devido a permanência da quarentena em todo o</p><p>país, o Ministério da Educação publicou a Portaria nº 544, no dia 16 de junho de 2020, a</p><p>qual dispõe sobre a substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais,</p><p>enquanto durar a situação de pandemia do novo Coronavírus (COVID-19). Em seu artigo</p><p>1º é estabelecido que autoriza,</p><p>[...] em caráter excepcional, a substituição das disciplinas presenciais, em</p><p>cursos regularmente autorizados, por atividades letivas que utilizem</p><p>recursos educacionais digitais, tecnologias de informação e comunicação</p><p>ou outros meios convencionais, por instituição de educação superior</p><p>integrante do sistema federal de ensino, de que trata o art. 2º do Decreto</p><p>nº 9.235, de 15 de dezembro de 2017 (BRASIL, 2020, p. 1).</p><p>No inciso 2º deste mesmo artigo é enfatizado que a definição dos componentes</p><p>escolares e curriculares que serão substituídos é de responsabilidade das instituições</p><p>escolares, bem como a disponibilização</p><p>de recursos aos alunos para que eles possam</p><p>acompanhar as atividades letivas ofertadas e a realização de avaliações durante esse</p><p>período (BRASIL, 2020).</p><p>Diante do fato acontecido, tivemos que adotar inúmeras mudanças em todos os</p><p>setores da sociedade, devido às medidas de prevenção e distanciamento social por</p><p>conta da COVID-19, e com isso, um dos setores mais afetados foi o educacional, pois as</p><p>atividades pedagógicas presenciais foram suspensas e os responsáveis por esse</p><p>contexto deram como indicação para a continuidade dos estudos e dos semestres letivos</p><p>o uso das atividades remotas (RONDINI; PEDRO; DUARTE, 2020).</p><p>[...] o ensino remoto emergencial difere da modalidade de Educação a</p><p>Distância (EAD), pois a EAD conta com recursos e uma equipe</p><p>multiprofissional preparada para ofertar os conteúdos e atividades</p><p>pedagógicas, por meio de diferentes mídias em plataformas on-line. Em</p><p>contrapartida [...] o intuito do ensino remoto não é estruturar um</p><p>ecossistema educacional robusto, mas oferecer o acesso temporário aos</p><p>conteúdos curriculares que seriam desenvolvidos presencialmente.</p><p>Assim, em decorrência da pandemia, o ensino remoto emergencial</p><p>tornou-se a principal alternativa de instituições educacionais de todos os</p><p>níveis de ensino, caracterizando-se como uma mudança temporária em</p><p>circunstâncias de crise (RONDINI; PEDRO; DUARTE, 2020, p. 43).</p><p>Por conta da COVID-19, a escola passa a ser entendida como um dos espaços</p><p>mais propícios para o risco de transmissão, pois, por conta de sua multiplicidade e</p><p>heterogeneidade, cria vínculos entre as pessoas que são menos propensas aos sintomas</p><p>da doença. Nas escolas, crianças e adolescentes possuem o contato com diversos</p><p>grupos familiares devido sua socialização com os docentes, profissionais das escolas e</p><p>familiares de forma geral, e devido a isso, as políticas públicas mundiais de retorno às</p><p>atividades coletivas vêm deixando as escolas em último plano de retomada, conforme</p><p>informações e dados da ONU e UNESCO (ARRUDA, 2020).</p><p>Devido a essa não volta das escolas, o bloqueio do acesso a retomada de</p><p>atividades presenciais nas instituições escolares reconfigurou a sociedade e passou a</p><p>ser entendido mais do que apenas um problema educacional, vez que nas medidas</p><p>tomadas de tempos e movimentos foram modificados “famílias passaram a coadunarem</p><p>as responsabilidades do trabalho e da vida dos estudantes em tempos ampliados e em</p><p>contexto ora da necessidade da manutenção do emprego [...], ora no contexto de</p><p>confinamento de espaços [...]” (ARRUDA, 2020, p. 259).</p><p>No ERE, professor e aluno estão online, conectados via dispositivos</p><p>computacionais, durante a mesma carga horária que teria a aula</p><p>presencial, ou seja, tem-se aí uma transposição do ensino presencial</p><p>físico para contextos digitais. [...] Acredita-se que o uso das TDI’s deve ir</p><p>além da mera adoção de aplicativos e softwares, que permitam não a</p><p>transposição do conteúdo analógico (livro, caderno) e da aula expositiva</p><p>para as telas dos computadores, tablets e smartphones, mas que</p><p>fomentem o engajamento nas atividades didáticas, a interação, a</p><p>interatividade, com conteúdos das aulas (OLIVEIRA; CORRÊA; MORÉS,</p><p>2020, p. 7).</p><p>Ao considerar-se o ensino remoto emergencial como uma metodologia de ensino</p><p>temporária, é importante salientar a ideia de consolidação do Ensino Híbrido como</p><p>modalidade educacional mais adequada para associar as aulas presenciais e as aulas</p><p>on-line. Porém, é importante ressaltar que isso não se dá apenas na ideia de utilizar as</p><p>Tecnologias Digitais de forma interativa, mas sim permitir que os alunos e professores</p><p>coletem e personalizem as aulas que estão programadas nos currículos escolares e</p><p>institucionais, a partir de um formato de ensino que busque a integração de recursos</p><p>tecnológicos e momentos de aulas presenciais.</p><p>Oliveira, Corrêa e Morés (2020) complementam que, devido à pandemia, as aulas</p><p>remotas impulsionaram muitas mudanças no que diz respeito ao modo de planejar,</p><p>desenvolver, executar e avaliar o processo de ensino e aprendizagem que está inserido</p><p>neste contexto, é algo válido a ser informado e que é preciso recursos corretos para que</p><p>os professores consigam superar suas dificuldades perante as novas tecnologias, para</p><p>poderem contribuir de maneira assertiva para o fortalecimento educacional de seus</p><p>discentes. Contudo, para que isso aconteça, é necessário se pensar na necessidade de</p><p>formação docente qualificada e de um espaço educativo para que a mediação do</p><p>conhecimento ocorra e elaboração de materiais pedagógicos de apoio.</p><p>Para que o ensino remoto emergencial aconteça nas instituições de ensino, é</p><p>necessário rever que grande parte das disciplinas teóricas e práticas passam a ser</p><p>ministradas de forma on-line, em ambientes virtuais de aprendizagem dentro de um</p><p>sistema institucional oferecido pelas escolas e universidades, bem como a integração de</p><p>ferramentas como Google Classroom e Google Meet. Porém, devido a facilidade de</p><p>acesso às redes para quase todas as pessoas, outras formas e alternativas foram</p><p>pensadas para alcançar o número máximo de pessoas envolvidas no contexto</p><p>educacional, tais como o uso de aplicativos, como o WhatsApp, Telegram, e redes</p><p>sociais, como Facebook, Instagram e Youtube, por meio das conhecidas lives, pois esses</p><p>outros meios são reconhecidos como alternativa por facilitar o acesso aos mais variados</p><p>diálogos, desde que os alunos e os docentes possuam acesso a conexão de alguma</p><p>rede de internet, o que é um item de extrema importância para que essa forma de ensino</p><p>aconteça. Por isso é importante enfatizar que devemos repensar em todas as</p><p>metodologias e busca de recursos, pois nem todos os alunos possuem os mesmos</p><p>acessos e facilidades aos recursos tecnológicos (VALENTE et al., 2020).</p><p>Logo, podemos compreender que o ensino remoto emergencial passa a ser</p><p>compreendido como uma adaptação temporária dos currículos escolares em todos os</p><p>níveis e modalidades de ensino, pensado como uma alternativa para que as atividades</p><p>acadêmicas e escolares ocorram sem interrupção na formação dos alunos. Essa</p><p>adaptação do ensino está associada ao uso de soluções de ensino totalmente remotas,</p><p>que seriam ministradas de forma presencial nas instituições escolares, ou até mesmo de</p><p>forma híbrida, a qual voltaria ao formato presencial assim que a crise pandêmica</p><p>acabasse, porém isso se estendeu no ano de 2020 toda e se perpassa, até o momento,</p><p>no ano de 2021 (VALENTE et al., 2020).</p><p>SAIBA MAIS</p><p>Artigo: O Ensino Remoto Emergencial e a Educação a Distância</p><p>A situação de emergência atual fez com que muitas instituições educacionais</p><p>migrassem para o Ensino Remoto Emergencial (ERE) para dar cobertura aos seus</p><p>estudantes enquanto as instituições de ensino superior (IES) continuam fechadas e</p><p>segue o confinamento em casa.</p><p>O Ensino Remoto Emergencial e a Educação a Distância não podem ser</p><p>compreendidos como sinônimos, por isso é muito importante, no contexto que estamos</p><p>vivendo, clarificar esses conceitos. O termo “remoto” significa distante no espaço e se</p><p>refere a um distanciamento geográfico. O ensino é considerado remoto porque os</p><p>professores e alunos estão impedidos por decreto de frequentarem instituições</p><p>educacionais para evitar a disseminação do vírus. É emergencial porque do dia para</p><p>noite o planejamento pedagógico para o ano letivo de 2020 teve que ser engavetado.</p><p>[...]</p><p>Acostumados à sala de aula presencial, os docentes tiveram que deixar seu</p><p>universo familiar e se reinventar, pois a grande maioria não estava preparada e nem</p><p>capacitada para isso. Podemos, portanto, dizer que o Ensino Remoto Emergencial (ERE)</p><p>é uma modalidade de ensino que pressupõe o distanciamento geográfico de professores</p><p>e alunos e foi adotada de forma temporária nos diferentes níveis de ensino por</p><p>instituições educacionais do mundo inteiro para que as atividades escolares não sejam</p><p>interrompidas.</p><p>Dessa forma, o ensino presencial</p><p>físico precisou ser transposto para os meios</p><p>digitais. No ERE, a aula ocorre num tempo síncrono (seguindo os princípios do ensino</p><p>presencial), com videoaula, aula expositiva por sistema de webconferência, e as</p><p>atividades seguem durante a semana no espaço de um ambiente virtual de</p><p>aprendizagem (AVA) de forma assíncrona. A presença física do professor e do aluno no</p><p>espaço da sala de aula presencial é “substituída” por uma presença digital numa aula</p><p>online, o que se chama de ‘presença social’. Essa é a forma como se projeta a presença</p><p>por meio da tecnologia. E como garanti-la? Identificando formas de contato efetivas pelo</p><p>registro nas funcionalidades de um AVA, como a participação e discussões nas aulas</p><p>online, nos feedbacks e nas contribuições dentro do ambiente.</p><p>[...]</p><p>Assim, é preciso diferenciar, neste momento, que a maior parte das instituições</p><p>de ensino não está fazendo Educação a Distância, e sim Ensino Remoto Emergencial.</p><p>Essa mudança drástica do dia para a noite exigiu que os docentes assumissem o</p><p>processo de planejamento, criação, adaptação dos planos de ensino, o desenvolvimento</p><p>de cada aula e a aplicação de estratégias pedagógicas online. Os docentes precisaram</p><p>e continuam, mais do que nunca, necessitando de muito apoio e ajuda para construir</p><p>competências digitais e lidar com um ambiente desconhecido até então. Logo, o que</p><p>iremos aprender nessa jornada de migração seja para o ERE ou a EAD?</p><p>[...]</p><p>Oriento, caro(a) aluno(a), que você faça a leitura na integra do texto por meio da</p><p>referência:</p><p>Fonte: BEHAR, Patricia Alejandra. O Ensino remoto emergencial e a Educação a Distância. Universidade</p><p>Federal do Rio Grande do Sul, 2020. Disponível em: https://www.ufrgs.br/coronavirus/base/artigo-o-</p><p>ensino-remoto-emergencial-e-a-educacao-a-distancia/. Acesso em: 24 mar. 2021.</p><p>#SAIBA MAIS#</p><p>4 A EDUCAÇÃO NO SÉCULO XXI</p><p>Agora que você, caro(a) aluno(a), já compreendeu quais são as conceituações de</p><p>Educação a Distância (EAD), Ensino e Educação Híbrida e Ensino Remoto Emergencial,</p><p>é importante que se adentre ao que se refere à Educação no Século XXI, este que pode</p><p>ser compreendido como era digital e contemporaneidade. Para isso, iremos discutir um</p><p>pouco mais sobre como ocorre a Educação neste século e como as novas tecnologias</p><p>se associam a esse campo do conhecimento.</p><p>Bates (2017) enfatiza que, na era digital em que estamos inseridos, passamos a</p><p>ter acesso de forma imersiva nas novas tecnologias da informação e da comunicação, e</p><p>com isso o uso desses recursos estão nos levando a grandes mudanças na forma de</p><p>nos comunicarmos e nos relacionarmos com as outras pessoas, e na educação isso não</p><p>é diferente. Porém, o que se deve levar em consideração sobre este fato, e de que,</p><p>nossas instituições escolares foram pensadas e criadas para uma questão industrial e</p><p>não digital.</p><p>No século XXI a Educação e o conhecimento estão sendo vistos fora da redoma,</p><p>onde antes somente o professor era visto como detentor do saber, e com isso, as antigas</p><p>formas de ensino já não suprem as necessidades atuais, vez que temos um ensino cada</p><p>vez mais voltado ao uso das tecnologias e, consequentemente, ao ter qualquer</p><p>informação com apenas um clique ou uma rápida digitação e “pela primeira vez na</p><p>história, percebemos que a educação não acontece só durante um período determinado</p><p>de tempo, maior ou menor [...], mas ao longo da vida de todos os cidadãos em todos os</p><p>espaços” (SILVA, 2018, p. 9).</p><p>As tecnologias estão cada vez mais presentes em sala de aula, o</p><p>professor tem que se preocupar em preparar o aluno para ser atuante em</p><p>um mundo de transformação e ajudá-lo a desenvolver as tão faladas</p><p>competências específicas para o século XXI, certo? Tudo certo, exceto</p><p>pelo fato de que ninguém sabe exatamente que competências são essas</p><p>[...] (SILVA, 2018, p. 11-12).</p><p>Um dos fatores que estão mais associados com a educação no século XXI, como</p><p>já mencionado, é o uso dos recursos tecnológicos. Mas, afinal, qual é o impacto disso na</p><p>educação do século atual? Ora, podemos observar que um dos grandes desafios que as</p><p>instituições escolares apresentam é a falta de conhecimento em relação aos novos</p><p>modelos de metodologias e recursos educacionais baseados nas novas tecnologias e,</p><p>com isso, esse pode ser entendido como um dos fatores mais indicados para a sua não</p><p>utilização, de forma assertiva e efetiva no que se relaciona ao processo de ensino e</p><p>aprendizagem (BITTENCOURT, ALBINO, 2017).</p><p>Os autores supracitados mencionam que estamos vivendo em uma nova</p><p>realidade de Educação, baseada na era da informação e da tecnologia, em que alunos</p><p>e professores mudaram seus pensamentos e formas de agir, assim como tudo mudou</p><p>nos últimos anos. Com isso, é perceptível que as novas tecnologias estão cada vez mais</p><p>inseridas no contexto social e educacional dos alunos, e é necessário repensarmos as</p><p>práticas pedagógicas e o que abordar em sala de aula, de forma que não sejamos</p><p>considerados analfabetos tecnológicos, desafio esse que se enquadra aos docentes e</p><p>discentes. Por conta disso, as escolas possuem o papel de preparar em seus alunos a</p><p>intenção de serem cidadãos críticos e ativos na sociedade em que estão inseridos,</p><p>passam a identificar a necessidade de seguirem o ritmo de desenvolvimento da</p><p>tecnologia.</p><p>A utilização cada vez maior, das mídias digitais no ambiente acadêmico</p><p>e corporativo como estratégia, com um público cada vez mais envolvido</p><p>com a tecnologia, trazem para as instituições várias opções de recursos</p><p>didáticos para lhes dar a oportunidade de responder às diferenças</p><p>individuais e às múltiplas facetas da aprendizagem. [...] Há algum tempo</p><p>as mídias digitais estão disponíveis para a utilização em vários locais,</p><p>como: empresas, supermercados, em casa, em terminais de agência</p><p>bancária, [...] Provavelmente um dos locais em que menos se utiliza as</p><p>mídias digitais seriam as escolas, principalmente pelos docentes no</p><p>ensino-aprendizagem e no processo educacional (BITTENCOURT;</p><p>ALBINO, 2017, p. 209).</p><p>Destarte a isso, Masetto (2015), nos menciona que em relação aos desafios para</p><p>a docência na contemporaneidade relacionados ao cenário da revolução das TICs</p><p>envolvem eixos de ensino que precisam de uma certa atenção e discussões para</p><p>imediatas soluções. Dentre essas, a construção e socialização do conhecimento</p><p>interdisciplinar, a valorização do processo de aprendizagem e a formação de</p><p>profissionais capazes de atuarem de forma assertiva e efetiva.</p><p>Com isso, entramos em uma discussão de que refletir a educação no século XXI</p><p>é algo complexo, pois temos uma associação obsoleta do passado e o que se esperar</p><p>do futuro, o que acaba gerando uma incerteza, vez que também precisamos focar no</p><p>presente. Tal discussão se torna complexa, devido ao fato de que a Educação, assim</p><p>como a sociedade em geral, passa por inúmeras transformações nos diferentes</p><p>contextos sociais e precisamos seguir fielmente essas mudanças, vez que não há como</p><p>desenvolver, no nosso caso, uma educação de qualidade se ficarmos presos ao passado</p><p>e não identificarmos as potencialidades apresentadas no século XXI, principalmente no</p><p>que se refere o uso das novas tecnologias (CLOCK et al., 2018).</p><p>Assim, no século XXI, houve a emergência de transformações tanto da</p><p>escola como da profissão docente, para que se tornassem apropriadas</p><p>às demandas sociais de seu tempo. De fato, o século XXI aportou</p><p>mudanças que abalam as instituições educativas em todas as instâncias</p><p>como, por exemplo, o abandono da concepção predominante de que a</p><p>profissão docente se restringe à transmissão de conhecimento</p><p>acadêmico – uma visão obsoleta para os dias atuais. Recentemente, a</p><p>formação docente tem se voltado, cada vez mais, à criação de espaços</p><p>de participação, reflexão e formação de modo que as pessoas possam</p><p>aprender e se adaptar a mudanças e incertezas (CLOCK et al., 2018, p.</p><p>79).</p><p>Logo,</p><p>podemos identificar que as instituições escolares se desenvolvem em</p><p>contextos marcados pelos ritmos acelerados de inovação e tecnologia, onde a Educação</p><p>passa a ser entendida como um campo de atuação e formação de indivíduos que seguem</p><p>as atualizações da sociedade, bem como dos recursos e metodologias que podem ser</p><p>utilizados para um melhor atendimento do processo de ensino e aprendizagem, aliados</p><p>às novas tecnologias da comunicação.</p><p>Com isso, se torna necessário pensar em novas formas de se entender a</p><p>educação, a escola e os professores, uma vez que as escolas não podem mais focar</p><p>apenas na transmissão do conhecimento que é produzido apenas pelos métodos</p><p>tradicionais, mas sim se aliarem, também, aos aspectos éticos, coletivos e</p><p>comportamentais que são necessários para termos uma educação democrática e</p><p>formarmos futuros cidadãos pensantes e críticos.</p><p>O mundo contemporâneo é perpassado por mudanças que afetam as</p><p>estruturas sociais, contexto no qual se insere a escola. O professor</p><p>inserido nessa totalidade, necessita adequar-se às novas formas de</p><p>educação relacionadas à transformação de suas práticas educativas e</p><p>pedagógicas, pois a sociedade intervém com muitas demandas e,</p><p>consequentemente, muitos desafios recaem sobre o trabalho do</p><p>professor (CLOCK et al., 2018, p. 81).</p><p>Diante de tudo o que foi discutido, precisam pensar que a Educação para o século</p><p>XXI precisa ser vista na perspectiva progressista, a qual colabora para a transformação</p><p>de uma sociedade e foque em um ensino de qualidade e que atenda às demandas</p><p>tecnológicas que nos são apresentadas cada vez mais no contexto educacional. Vemos</p><p>aí que o processo de ensino e aprendizagem não pode ser entendido como apenas uma</p><p>mera transmissão, repetição e decoração de conteúdos programáticos, mas sim estarem</p><p>vinculadas a realidades que permeiam a escola, os docentes e alunos em sua realidade</p><p>social, para que, com isso, formemos discentes que sejam capazes de ter consciência</p><p>de sua realidade e responsabilidade enquanto cidadão crítico e reflexivo, utilizando-se</p><p>de forma correta dos recursos digitais e todas as tecnologias que lhe são apresentadas,</p><p>de forma que as utilize como uma estratégia de ensino.</p><p>REFLITA</p><p>Caro(a) aluno(a), levando em consideração que a Educação do século XXI é</p><p>impactada pelo uso dos recursos tecnológicos, qual é o impacto disso na educação do</p><p>século atual?</p><p>Fonte: o autor.</p><p>#REFLITA#</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Caro(a) aluno(a), chegamos ao final de nossa segunda unidade de discussão</p><p>sobre a disciplina de Prática de ensino: Estratégias e Tecnologias.</p><p>Em nosso primeiro momento de discussão, foi possível que você compreendesse</p><p>o que é a Educação a Distância e o Ensino a Distância, ambos conhecidos pela sigla</p><p>EAD. Nesse tópico, você pôde verificar que a EAD é uma modalidade de ensino em que</p><p>professor e aluno estão em lugares diferentes, ou seja, fora da sala de aula tradicional</p><p>de ensino que estamos acostumados, porém participando do processo de ensino e</p><p>aprendizagem, principalmente pela ajuda de recursos tecnológicos.</p><p>No segundo tópico, analisamos as conceituações e informações acerca do Ensino</p><p>Híbrido e Educação Híbrida. Foi possível constatar que pode ser compreendido como</p><p>um modelo de ensino que se associa ao uso das TIDICs com as atividades educacionais</p><p>que são realizadas pelos docentes na sala de aula comum, sendo entendido como uma</p><p>metodologia que apresenta e combina as atividades presenciais com atividades</p><p>realizadas de forma on-line.</p><p>Já no terceiro momento, apresentamos algumas informações sobre o Ensino</p><p>Remoto Emergencial, metodologia de ensino que veio à tona, com ênfase no ano de</p><p>2021, devido o momento da COVID-19, sendo compreendido como uma alternativa de</p><p>ensino para que a Educação não fique parada por conta do isolamento social.</p><p>Por fim, no último tópico de nossa disciplina, foi possível que você, caro(a)</p><p>aluno(a), compreendesse um pouco mais sobre a Educação no Século XXI, ou seja,</p><p>como esse campo da sociedade vem sendo entendido e trabalhada no século atual, onde</p><p>temos cada vez mais o acesso facilitado às TICs, sendo, assim, necessário inseri-las no</p><p>processo de ensino e aprendizagem.</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR</p><p>EaD, CURRÍCULO E HEGEMONIA: O NECESSÁRIO DEBATE</p><p>Silvia Eliane de Oliveira Basso - silviabasso_2005@hotmail.com - IFPR</p><p>Renata Oliveira Santos -re.mga@hotmail.com - UEM</p><p>Dayane Horwat Imbriani de Oliveira - dayane.horwat@hotmail.com - UEM</p><p>Patrícia Lakchmi Leite Mertzig - patriciamertzig@gmail.com - UNOESTE</p><p>Maria Luisa Furlan Costa - luisafurlancosta@gmail.com - UEM</p><p>RESUMO: Como resultado dos estudos do Grupo de Pesquisa de Educação a Distância</p><p>e Tecnologias Educacionais (GPEaDTEC) da Universidade Estadual de Maringá (UEM)</p><p>este texto, apresentado como ensaio teórico firmado sobre conceitos basilares e autores</p><p>referenciais de currículo e EaD, tem como objetivo problematizar a Educação a Distância</p><p>(EaD) na discussão curricular. Compreende-se a EaD como modalidade educacional</p><p>crescente no Ensino Superior, e o currículo como um campo em disputa, em que existem</p><p>aspectos fundamentais como hegemonia e conflito, na dialética relação entre a</p><p>sociedade e as políticas públicas educacionais. Considera-se, nesse sentido, a</p><p>necessidade do debate curricular com vistas à consolidação da EaD diante de um cenário</p><p>educacional tão mercadológico para essa modalidade.</p><p>Palavras-chave: Educação a Distância. Currículo. Hegemonia. Políticas Públicas</p><p>[…]</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Desde a década de 1990, quando as discussões nacionais em educação levaram</p><p>ao estabelecimento da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LBD – Lei n°</p><p>9394/96), a Educação a Distância (EaD) foi se desenhando como modalidade</p><p>educacional.</p><p>Em um cenário em que o Banco Mundial e seus organismos apontavam para os</p><p>atrasos da educação brasileira, incitando-lhe postura de avanço, o mesmo órgão</p><p>direcionava políticas econômicas de cortes de gastos públicos ou redução de</p><p>investimentos. Assim, o Ministério da Educação passava a direcionar, por meio de</p><p>financiamentos, editais, portarias e decretos, a expansão do Ensino Superior via</p><p>Educação a Distância, ao passo que as Universidades viam seus investimentos</p><p>congelados. Sem a ampliada discussão sobre os impactos das Tecnologias de</p><p>Informação e Comunicação (TICs) para a educação em todos os níveis, e a sensação</p><p>de transferência de recursos para uma “experiência” em demérito de cursos e instituições</p><p>existentes, estabelecia-se uma distinção que ainda vige na atualidade entre o que se</p><p>deve pensar, discutir e realizar para o ensino presencial e o ensino a distância.</p><p>Neste texto se objetiva abordar a Educação a Distância (EaD) em sua</p><p>necessidade de real inserção na discussão curricular em educação. Para tanto,</p><p>considera-se a historicidade da modalidade e o currículo como campo cultural em</p><p>disputa. Apresentado na forma de ensaio teórico, pauta-se em autores basilares aos</p><p>conceitos fundamentais para a discussão de currículo e tecnologias de informação e</p><p>comunicação, tanto quanto em pesquisadores da educação e suas contribuições no</p><p>debate sobre as políticas de EaD e democratização do ensino. Este trabalho resulta dos</p><p>estudos, investigações e discussões realizados pelo Grupo de Pesquisa de Educação a</p><p>Distância e Tecnologias Educacionais (GPEaDTEC) da Universidade Estadual de</p><p>Maringá, coordenado pela Professora Maria Luisa Furlan Costa. O grupo se dedica às</p><p>questões históricas, metodológicas, políticas e práticas mediadas pelas tecnologias de</p><p>informação e comunicação, com ênfase nas ações institucionais e governamentais</p><p>desenvolvidas na modalidade de educação a distância.</p><p>2 CONTEXTUALIZANDO A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO CURRÍCULO</p><p>Escolas, sistemas, redes e metodologias são predicados da educação como</p><p>instituição humana; portanto, apresentam-se como historicamente construídos. Tratá-los</p><p>nessa essência é substancial</p><p>na cuidadosa apreciação dos fatos e feitos que constituem</p><p>nossa capacidade de aprender e ensinar.</p><p>Instituições educacionais guardam aspectos físicos e organizativos classificados</p><p>por vezes como estáticos e conservadores, chegando a ser taxadas como instituições</p><p>que não acompanham a evolução social. É certo que na Era Industrial as transformações</p><p>são céleres no mercado, onde a velocidade da produção é transformada em voracidade</p><p>de consumo para gerar mais produção e atender ao sistema pautado no lucro. Inserida</p><p>nessa mesma sociedade – a capitalista – a escola (em qualquer nível) recebe o</p><p>impactodesse modo de produção e, embora também atenda ao mercado, não se</p><p>restringe a ele (ou não deve).</p><p>Dessa forma, demandas sociais chegam à educação exigindo de seus</p><p>profissionais o repensar de práticas e concepções ao tempo em que estão no trabalho</p><p>educativo e o público atendido segue partindo e chegando. Com as tecnologias de</p><p>comunicação o desafio é ainda maior, pois essa velocidade/voracidade encurta o tempo</p><p>disponível para a reflexão, debate e mudança.</p><p>Ao avaliar os desafios de implantação do Sistema Universidade Aberta do Brasil</p><p>(UAB) em Instituições de Ensino Superior Pública (IES) no estado do Paraná, por</p><p>exemplo, Costa (2010) aponta para a importância do movimento que trazia a EaD como</p><p>objeto formal de educação para o âmbito nacional, no início dos anos 2000, deixando de</p><p>ser mecanismo supletivo e emergencial. Para tanto, a pesquisadora evidencia todo o</p><p>contexto político da década de 1990, em que o governo brasileiro assumiu, diante dos</p><p>organismos financiadores internacionais, o compromisso de expandir o acesso da</p><p>população de 18 a 24 anos ao Ensino Superior, encontrando, na educação a distância,</p><p>que já tinha uma trajetória na Europa, a possibilidade de cumprir a tarefa em um tempo</p><p>menor.</p><p>Intensificavam-se, assim, ações oficiais por meio de legislação e financiamento</p><p>público para abertura de cursos de formação de professores que se dispunham a atender</p><p>a duas demandas: a democratização do acesso ao Ensino Superior e a carência de</p><p>professores na educação básica. Ao longo das últimas décadas, centenas de</p><p>profissionais e cursos, milhares de estudantes e polos se espalharam pelo país, e o</p><p>acesso galgou números impressionantes, mas o público deu espaço ao privado, e a</p><p>democratização continua na pauta.</p><p>[…]</p><p>Oriento, caro(a) acadêmico(a), que, para melhor compreensão do texto e dos conteúdos</p><p>apresentados em nossa disciplina, especificamente nesta unidade, faça a leitura</p><p>completa do artigo, por meio da referência a seguir:</p><p>Fonte: BASSO, Silvia Eliane de Oliveira, et al. EaD, currículo e Hegemonia: o necessário debate. EmRede</p><p>– Revista de Educação a Distância, v. 7, n. 1, p. 225-241, 2020. Disponível em:</p><p>https://www.aunirede.org.br/revista/index.php/emrede/article/view/559. Acesso em: 24 mar. 2021.</p><p>LIVRO</p><p>• Título: Metodologias Ativas: para a educação presencial,</p><p>blended e a distância</p><p>• Autor: João Mattar (2017).</p><p>• Editora: Artesanato Educacional.</p><p>• Sinopse: Blended learning (aprendizagem híbrida), sala de</p><p>aula invertida (flipped classroom), peer instruction, método</p><p>do caso, aprendizagem baseada em problemas e</p><p>problematização, aprendizagem baseada em projetos,</p><p>pesquisa, aprendizagem baseada em games e gamificação,</p><p>dramatização e simulação, design thinking, colaboração,</p><p>avaliação por pares, autoavaliação, portfólios...</p><p>Neste livro, João Mattar aborda essas metodologias ativas com orientações e exemplos</p><p>para a educação presencial, semipresencial e a distância, na educação básica,</p><p>corporativa e no ensino superior. Se você é um professor, aluno, gestor ou interessado</p><p>na área, encontrará aqui um rico material que combina metodologias de ensino e</p><p>aprendizagem inovadoras com o uso de novas tecnologias em educação, como games.</p><p>Uma imersão na área com uma linguagem dialógica e uma ampla bibliografia de</p><p>referência.</p><p>FILME/VÍDEO</p><p>• Título: Educação a distância e ensino remoto na</p><p>pandemia</p><p>• Ano: 2020.</p><p>• Sinopse: Especialistas falam sobre as diferenças</p><p>entre a Educação a Distância e o ensino remoto emergencial adotado durante a</p><p>pandemia do coronavírus.</p><p>• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=CiD-KSbSQnY</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ARRUDA, E. P. Educação remota emergencial: elementos para políticas públicas na</p><p>educação brasileira em tempos de Covid-19. EmRede – Revista de Educação a</p><p>Distância, v.7, n. 1, p. 257-275, 2020.</p><p>BACICH, L.; MORAN, J. Aprender e ensinar com foco na educação híbrida. Revista</p><p>Pátio, n. 25, p. 45-47, jun. 2015.</p><p>BACICH, L.; TANZI NETO, A.; TREVISANI, F. de M. Ensino híbrido: personalização e</p><p>tecnologia na Educação. In: BACICH, L.; TANZI NETO, A.; TREVISANI, F. de M.</p><p>(Orgs.). Ensino híbrido: personalização e tecnologia na Educação. Porto Alegre:</p><p>Penso, 2015. p. 67-93.</p><p>BASSO, S. E. de O. et al. EaD, currículo e Hegemonia: o necessário debate. EmRede</p><p>– Revista de Educação a Distância, v. 7, n. 1, p. 225-241, 2020. Disponível em:</p><p>https://www.aunirede.org.br/revista/index.php/emrede/article/view/559. Acesso em: 24</p><p>mar. 2021.</p><p>BATES, T. Educar na era digital: design, ensino e aprendizagem. São Paulo:</p><p>Artesanato Educacional, 2017.</p><p>BEHAR, P. A. O Ensino remoto emergencial e a Educação a Distância.</p><p>Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2020. Disponível em:</p><p>https://www.ufrgs.br/coronavirus/base/artigo-o-ensino-remoto-emergencial-e-a-</p><p>educacao-a-distancia/. Acesso em: 24 mar. 2021.</p><p>BITTENCOURT, P. A. da S.; ALBINO, J. P. O uso das tecnologias digitais na educação</p><p>do século XXI. Revista Ibero-Americana de Estudoss em Educação, Araraquara, v.</p><p>12, n. 1, p. 205-214, 2017.</p><p>BRASIL. Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017. Regulamenta o art. 80 da Lei nº</p><p>9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação</p><p>nacional. Brasília, 2017.</p><p>BRASIL. Portaria nº 544, de 16 de junho de 2020. Dispõe sobre a substituição das</p><p>aulas presenciais por aulas em meios digitais, enquanto durar a situação de pandemia</p><p>do novo coronavírus – Covid-19. Brasília: MEC, 2020. Disponível em:</p><p>https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-544-de-16-de-junho-de-2020-261924872.</p><p>Acesso em: 22 mar. 2021.</p><p>CLOCK, L. M.; PEREIRA, A. L.; LUCAS, L. B.; MENDES, T. C. Profissão docente no</p><p>século XXI: concepções do professor sobre seu papel na sociedade contemporânea.</p><p>Conjuctura: Filos. Educ., Caxias do Sul, v. 23, n. 1, p. 77-96, jan./abr. 2018.</p><p>CORTELAZZO, I. B. de C. Prática pedagógica, aprendizagem e avaliação em</p><p>educação a distância. Curitiba: InterSaberes, 2013.</p><p>FERNANDES, S. M.; HENN, L. G.; KIST, L. B. O ensino a distância no Brasil: alguns</p><p>apontamentos. Research, Society and Development, v. 9, n. 1, 2020.</p><p>KRAVISKI, M. R. Ensino Híbrido. Curitiba: Contentus, 2020.</p><p>MASETTO, M. T. Desafios para a docência no Ensino Superior na contemporaneidade.</p><p>In: CAVALCANTE, M. M. D.; SALES, J. A. M. de; FARIAS, I. M. S. de F.; LIMA, M. do</p><p>S. L. (org). Didática e prática de ensino: diálogos sobre a escola e formação de</p><p>professores e a sociedade. Fortaleza: EdUECE, 2015, v. 4, p. 779-795.</p><p>MATTAR, J.; MIRANDA, C. ABC da EaD. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.</p><p>MORAN, J. 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Monografia</p><p>(Especialização em Docência no Ensino Superior) – Idaam Posgrado, 2018.</p><p>VALENTE, G. S. C. et al. O ensino remoto frente às exigências do contexto de</p><p>pandemia: reflexões sobre a prática docente. Reseach, Society and Development, v.</p><p>9, n. 9, 2020.</p><p>VIDAL, E. Ensino à Distância vs Ensino Tradicional. 2002. 76 f. Dissertação</p><p>(Mestrado) - Universidade Fernando Pessoa, Porto, 2002.</p><p>UNIDADE III</p><p>HUMANIDADES DIGITAIS – FORMAÇÃO EM CULTURA DIGITAL</p><p>Professor Jhonatan Phelipe Peixoto</p><p>Plano de Estudo:</p><p>• Tecnopólio</p><p>• Cibercultura</p><p>• Virtualização</p><p>• Humanidades Digitais</p><p>Objetivos de Aprendizagem:</p><p>• Conceituar e contextualizar o Tecnopólio</p><p>• Compreender a Cibercultura</p><p>• Estabelecer a técnica da Virtualização</p><p>• Compreender as Humanidades Digitais</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à Unidade III, intitulada “Humanidades</p><p>Digitais – formação em Cultura Digital”.</p><p>Nesta etapa você irá compreender um pouco mais sobre algumas informações</p><p>importantes referentes à formação por meio da cultura digital.</p><p>No primeiro tópico de discussão desta unidade, iremos definir o que é Tecnopólio,</p><p>a fim de que você possa compreender como acontece esse fator relacionado à formação</p><p>acadêmica por meio das tecnologias, que nada mais é do que a rendição das pessoas à</p><p>cultura digital.</p><p>No segundo momento de discussão, será abordada a definição e as principais</p><p>informações acerca da Cibercultura, de forma que você possa analisar como essa cultura</p><p>estruturada pela utilização das novas tecnologias contemporânea vem sendo discutida</p><p>na sociedade atual.</p><p>No terceiro tópico iremos discutir sobre a Virtualização, para que a partir dessa</p><p>discussão você possa analisar como esse processo vem acontecendo cada vez mais em</p><p>nossa sociedade atual.</p><p>Já no quarto e último tópico, por fim, iremos destacar as principais definições,</p><p>conceituações e informações sobre as Humanidades digitais, a fim de que seja possível</p><p>identificar como esse novo campo do saber vem sendo discutido no que se refere à</p><p>formação acadêmica em cultura digital.</p><p>Bons Estudos!!!</p><p>1 TECNOPÓLIO</p><p>Caro(a) aluno(a), iremos iniciar nossa discussão acerca das humanidades digitais</p><p>e formação em cultura digital discutindo sobre o Tecnopólio, que nada mais é do que a</p><p>rendição da cultura à tecnologia, ou seja, as pessoas, em uma sociedade geral,</p><p>apresentam uma crença fiel e exagerada no que diz respeito às tecnologias e a ciência,</p><p>levando a ideia de que ambas devem definir os rumos que as pessoas devem seguir</p><p>enquanto civilização consciente. Logo, por meio dessa crença, os indivíduos são</p><p>educados a aceitar tal realidade e deixar que continuem suas vidas sem questionar seus</p><p>rumos (CARRER, 2016).</p><p>Nesse sentido, Postman (1994) sugere como alternativa ao Tecnopólio a</p><p>importância de não tratar da ciência e da tecnologia como coisas naturais.</p><p>Assim, a história da humanidade necessitaria ser considerada em nossas</p><p>aulas. Trabalhar historicamente a construção de determinado</p><p>conhecimento é importante ideologicamente, pois nos apresenta a C&T</p><p>como ciência mutáveis [...] (CARRER, 2016, p. 2).</p><p>Nesse sentido, é importante compreender que no Tecnopólio a tecnologia passa</p><p>a assumir cada vez mais partes de nossas vidas e instituições que quando menos</p><p>percebermos ministrando assuntos e conteúdos sem motivos aparentes, simplesmente</p><p>pelo fato de que o processo que deve acontecer é dessa forma, dando origem à diversos</p><p>questionamentos, como: Por que ensinar determinado conteúdo? De quem é o interesse</p><p>em tais assuntos?, entre outros, pois para o Tecnopólio não é interessante</p><p>questionarmos a atual sociedade (CARRER, 2016).</p><p>Sobre isso, Silva, Grimaldi e Fell (2013) complementam que o soberano do</p><p>conhecimento passou a ser a tecnologia e a sociedade entendida como seu servo,</p><p>pensando em três momentos: a utilização de ferramentas, a tecnologia e o tecnopólio.</p><p>Com isso, o tecnopólio passa a ser entendido como um estado de cultura que envolve</p><p>seus próprios dogmas, e define o rumo e o ritmo da sociedade. Por meio dela a técnica</p><p>se torna o principal reconhecimento social do homem, ou seja, encontra o sentido para</p><p>as suas ações na tecnologia.</p><p>Não há mais pensamento crítico ou até analítico no tecnopólio, a máquina</p><p>faz tudo, pensa em tudo. O trabalhador não precisa mais pensar em como</p><p>realizar o seu serviço, a máquina diz e ele faz. Não há mais seres críticos</p><p>e pensantes, há seres alienados. Tudo passa a ser técnico e perde-se a</p><p>necessidade de entender o porquê das coisas, apenas se aceita</p><p>passivamente a ordem estabelecida. O tecnopólio produz uma espécie</p><p>de amnésia sobre o passado, em que tudo é substituído pelas</p><p>abordagens variáveis e tecnicistas. É como se as visões e os princípios</p><p>dos indivíduos que compõem a sociedade, antes fundamentadas em</p><p>hábitos e valores tradicionais, fossem afetados no seu modo de refletir</p><p>acerca do que se constitui verdade mediante a realidade enraizada e</p><p>disseminada como senso cultural [...] (SILVA; GRIMALDI; FELL, 2013, p.</p><p>203).</p><p>Nesse sentido, mediante ao que os autores apresentam, percebemos o quanto as</p><p>tecnologias estão disseminando suas utilizações em todos os cantos da sociedade, e o</p><p>quanto estamos nos tornando dependentes da mesma e de compreender suas</p><p>especificidades. Vemos isso, por exemplo, nas grandes indústrias, em que a mão de</p><p>obra foi substituída por máquinas de cunho tecnológico avançado, um único aparelho faz</p><p>o trabalho de diversos homens, dando cada vez mais abertura aquilo que é tecnológico</p><p>e isso se dá, pois as novas tecnologias mudam nossos pensamentos e aquilo que</p><p>entendemos como conhecimento e verdade e os nossos hábitos de pensar que dão à</p><p>sociedade um senso crítico de como é a realidade ao natural e real das coisas.</p><p>À medida que os avanços da ciência e tecnologia (tecnocracia) migraram</p><p>para um estado em que o domínio tecnológico sobre o comportamento</p><p>da sociedade passou a predominar, o conteúdo informacional também</p><p>cresceu proporcionalmente, dissimulando na ideia de solução para os</p><p>problemas de escassez de informação. Os suportes tecnológicos</p><p>mudaram, as pessoas adquiriram computadores, a internet chegou às</p><p>escolas, às residências, às empresas e o que parecia distante e,</p><p>praticamente, impossível de ser alcançado, tornou-se perceptível graças</p><p>à convergência entre tecnologia e telecomunicações: a informação em</p><p>seu estado mais disperso (SILVA; GRIMALDI; FELL, 2013, p. 203 - 204).</p><p>Diante disso, vemos que o tecnopólio proporcionou, de certa forma, um acesso</p><p>mais facilitado à informação; às pessoas e a sociedade em geral foram afetadas por uma</p><p>grande variação de informações que apresentam um distúrbio de dados incapazes de</p><p>suprirem as necessidades dos indivíduos, caso não esteja preparado para sua produção,</p><p>uso e comunicação (SILVA; GRIMALDI; FELL, 2013).</p><p>Podemos complementar, na visão de Venturi (2017), que o tecnopólio nos</p><p>apresenta um movimento de passagem das ferramentas comuns para a tecnocracia, e</p><p>da tecnocracia ao tecnopólio como uma possível referência para uma análise ideológica,</p><p>história e social do avanço da tecnologia nos variados contextos sociais. Logo, nessa</p><p>cultura, as pessoas se encontram alienadas ao conhecimento crítico, vivendo somente a</p><p>favor dos novos recursos tecnológicos, levando ao fato de que não mais perceberiam as</p><p>ilusões da tecnologia, se tornando, assim, dependentes e sujeitando-se à manipulação</p><p>por grupos de interesse que predominam a produção de tais recursos.</p><p>[...] O tecnopólio, assim, concorreria com a tecnologia (ciência e</p><p>tecnologia como forças determinantes do conhecimento e da verdade),</p><p>associando-se às telecomunicações em uma avalanche informacional.</p><p>Por isso, o autor recomenda que se mantenha uma postura</p><p>crítica diante</p><p>deste movimento cultural sob o critério da humanização da máquina ou</p><p>da maquinização do homem, devendo-se perguntar pela tendência</p><p>ideológica e visão de mundo que o meio tecnológico a que se estiver</p><p>sujeito contém [...] (VENTURI, 2017, p. 45).</p><p>Destarte a isso, Silva, Grimaldi e Fell (2013, p. 204 ) enfatizam que o autor</p><p>Postman defende que uma forma de “definir um tecnopólio é dizer que seu sistema de</p><p>defesa contra a informação é inoperante [...]”, metaforizando-o como uma forma de Aids</p><p>Cultural, entendida como síndrome de deficiência anti-informação, entendendo-se,</p><p>muitas vezes, como informação sem regra que pode ser letal, por isso, percebe-se que</p><p>o tecnopólio pode ser compreendido como uma faca de dois gumes.</p><p>Consiste na deificação da tecnologia, o que significa que ele [indivíduo]</p><p>procura sua autorização na tecnologia, encontra sua satisfação e recebe</p><p>ordens da tecnologia. [...] Aqueles que se sentem mais confortáveis no</p><p>tecnopólio são as pessoas que estão convencidas de que o progresso</p><p>técnico é a realização suprema da humanidade e o instrumento com o</p><p>qual podem ser solucionados nossos dilemas mais profundos. Também</p><p>pensam que a informação é uma bênção pura, que com sua produção</p><p>contínua e não controlada e sua disseminação oferece mais liberdade,</p><p>criatividade e paz de espírito. O fato de que a informação não faz nada</p><p>disso – mas sim o contrário – parece mudar poucas opiniões, pois essas</p><p>crenças resolutas são um produto inevitável da estrutura do tecnopólio</p><p>(POSTMAN, 1994, p. 79 apud BARBOSA; MARCELINO; BAZZO, 2012,</p><p>p. 4).</p><p>Os autores supracitados complementam que apesar de pessimista, essa ideia</p><p>reflete a realidade do século XXI, quando muitas pessoas passaram a enxergar na</p><p>ciência e na tecnologia uma maneira de se “salvar” de doenças, produzir alimentos e</p><p>diminuir distâncias. Com isso, é possível perceber que o tecnopólio apresenta grande</p><p>presença de estatísticas na sociedade, como uma forma de quantificar as coisas e as</p><p>pessoas, em que tudo precisa ser verificado e comprovado, valorizando apenas as</p><p>pesquisas de opinião pública e testes de Q.I.</p><p>Pensando num contexto educacional voltado ao tecnopólio Barbosa, Marcelino e</p><p>Bazzo (2012) apresentam como exemplo o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM),</p><p>surgido em 1998, com a função de ser um processo de autoavaliação para os alunos</p><p>dessa etapa do ensino da Educação Básica. Porém, no ano de 2009, teve sua estrutura</p><p>toda modificada, passando a ter como intuito, basicamente: servir como autoavaliação,</p><p>seleção para o mercado de trabalho, uma maneira de ter continuidade nos estudos e</p><p>avaliar as escolas e alunos.</p><p>Seguindo os parâmetros do PISA, o ENEM se baseia na avaliação de</p><p>Habilidades e Competências do aluno. A primeira se relaciona</p><p>diretamente aos procedimentos, ao plano imediato do saber fazer,</p><p>enquanto a segunda é a mobilização de informações e habilidades para</p><p>o conhecimento ou resolução de problemas (BRASIL, 2000, p. 5).</p><p>Entretanto, Postman já criticava este modelo de educação em 1992: “O</p><p>ideal de um tecnocrata – uma pessoa sem nenhum compromisso e</p><p>nenhum ponto de vista, mas com uma abundância de habilidades</p><p>vendáveis” (POSTMAN, 1994, p. 192 apud BARBOSA; MARCELINO;</p><p>BAZZO, 2012, p. 8).</p><p>De forma geral, a prova do ENEM possui como principal objetivo que a educação</p><p>seja a eficiência e a “melhoria dos índices e da elevação do Brasil nos rankings de</p><p>avaliação internacional”, o que somente é possível caso haja melhoras nos resultados</p><p>obtidos pelos estudantes do Ensino Médio, Ensino Superior e Ensino fundamental, por</p><p>meio das provas ENEM, ENADE e Prova Brasil, respectivamente.</p><p>Vemos que as notas obtidas são baseadas na aplicação de cálculos meramente</p><p>técnicos, deixando de lado a capacidade e possibilidade de análise humana e, com isso,</p><p>passam apenas a comparar a inteligência humana à uma coisa ou objeto, que é natural</p><p>e independente do contexto social, em que apenas a aplicação de cálculos e a ciência</p><p>natural são levadas em consideração, e, a partir disso, vemos a inteligência sendo</p><p>associada apenas enquanto pode ser medida ou atribuída de um valor (BARBOSA;</p><p>MARCELINO, BAZZO, 2012).</p><p>Em seu livro sobre o tecnopólio, Postman aborda a transformação da educação e</p><p>propõe que seja pensado, em debate, a possibilidade de um combate afetuoso a este</p><p>modelo de avaliação que é imposto pela sociedade, pensando, assim, em ações que não</p><p>visem somente uma preocupação do escritor, mas podem ser vistas nas discussões de</p><p>outras obras literárias (BARBOSA; MARCELINO, BAZZO, 2012).</p><p>REFLITA</p><p>“O professor americano Neil Postman nos deixa uma questão para pensar: o ser humano</p><p>está se tornando um escravo da tecnologia e/ou um crente alienado da ciência?”</p><p>(BARBOSA; MARCELINO; BAZZO, 2012, p. 5).</p><p>O que você pensa sobre isso, caro (a) aluno (a)?</p><p>Fonte: Barbosa, Marcelino e Bazzo (2012).</p><p>#REFLITA#</p><p>2 CIBERCULTURA</p><p>Neste tópico iremos falar sobre a condição social denominada como Cibercultura.</p><p>Para discutirmos esse assunto, é necessário enfatizarmos que no decorrer dos dias</p><p>presenciamos cada vez mais as transformações em nossa sociedade, transformações</p><p>essas que são oriundas da tecnologia. Com isso, cada vez mais as pessoas passam a</p><p>se integrar ao espaço público, de forma que sejam criados e alterados conteúdos de</p><p>multimídia, como, por exemplo, os dispositivos móveis que nos permitem que estejamos</p><p>conectados a todo momento.</p><p>De acordo com Santos (2011), a cibercultura é a cultura contemporânea</p><p>estruturada pela utilização das novas tecnologias em redes do ciberespaço. Seus</p><p>primeiros estudos sobre o assunto apontam que a cibercultura pode ser entendida como</p><p>um modelo híbrido da internet e infraestrutura tecnológica, com as pessoas envolvidas</p><p>em processos de comunicação por meio das redes sociais.</p><p>Atualmente, principalmente por conta da emergência das tecnologias e</p><p>dispositivos móveis, compreendemos a cibercultura cada vez mais como</p><p>a cultura da e na interface entre o ciberespaço e as cidades – e por que</p><p>não falarmos também nos campos? Afinal, a capilaridade do acesso à</p><p>rede mundial vem se estendendo a cada ano. Além disso, a influência</p><p>das tecnologias digitais em rede vem afetando os cotidianos em suas</p><p>mais populares dimensões (SANTOS, 2011, p. 82).</p><p>Carvalho (2020) relata que o que deu origem ao que chamamos hoje de</p><p>cibercultura, está relacionado com um conjunto de técnicas, práticas culturais e</p><p>tecnologias que foram desenvolvidas conseguinte a segunda metade do século XXI, e</p><p>pode ser compreendida como uma nova interligação entre a sociabilidade e a novas</p><p>tecnologias, dando origem a uma cultura contemporânea.</p><p>Essa cultura contemporânea, mundial, virtual e desenvolvida no</p><p>ciberespaço potencializa a produção, o compartilhamento, a distribuição</p><p>e a apropriação de bens simbólicos. Nesse sentido, podemos afirmar que</p><p>o ciberespaço representa um ambiente midiático, sendo a</p><p>infraestrutura em que se dá a comunicação digital e também o</p><p>conjunto de informações que ela abriga (CARVALHO, 2020, p. 14,</p><p>grifo do autor).</p><p>Dentre as principais atribuições estão a “interconexão dialógica, estabelecimento</p><p>de comunidades virtuais como espaços de cooperação e encontro e inteligência coletiva,</p><p>resultante da colaboração e compartilhamento de informações” (CARVALHO, 2020, p.</p><p>14). Logo, podemos perceber que está relacionada nada mais, nada menos com a</p><p>maneira como acontecem as trocas de ideias por meio de metodologias tecnológicas.</p><p>Mesmo proporcionando uma mudança no processo comunicacional entre</p><p>emissor-mensagem-receptor e no modelo de cultura de massa, a</p><p>cibercultura não chega a ser uma completa superação desse modelo,</p><p>mas apresenta-se, sim, como uma ampliação do ambiente midiático</p><p>contemporâneo, uma forma mais complexa de reconfiguração ou</p><p>remediação do campo midiático, econômico, político e cultural</p><p>(CARVALHO, 2020, p. 14, grifo</p><p>do autor).</p><p>Pensando no contexto brasileiro, é claro que a muito tempo a questão virtual está</p><p>inserida em nossa sociedade sem ao menos notarmos isso, vez que viemos</p><p>acompanhando o desenvolvimento das gerações que estão relacionadas com a</p><p>tecnologia e como utilizar a mesma, onde o comportamento das pessoas deixou de se</p><p>limitar apenas aos relacionamentos pessoais e passaram a evidenciar cada vez mais o</p><p>uso dos recursos tecnológicos e da internet (REZENDE, 2020).</p><p>Analisando de uma forma geral e completa, tudo que está relacionado à cultura</p><p>digital relacionado com os aspectos técnicos relacionados “à cultura, à religião, ao</p><p>comportamento humano e principalmente ao uso e mudança da tecnologia pode ser</p><p>considerado de cibercultura” (REZENDE, 2020, p. 6).</p><p>Portanto temos, sim, uma mudança cultural e de hábitos da população: a</p><p>mobilidade como fator preponderante, o consumo expressivo de vídeos</p><p>para a informação, o uso constante da internet em plataformas de</p><p>comunicação como redes sociais, aplicativos como WhatsApp, Tinder,</p><p>etc. [...] entre os brasileiros é frequente o uso desses serviços, porém isso</p><p>demonstra grande preocupação com relação à sua privacidade</p><p>(REZENDE, 2020, p. 16).</p><p>O autor supracitado complementa que toda a transformação da cultura digital no</p><p>Brasil ocorreu em três momentos: Web 1.0, Web 2.0 e Web 3.0. No que se relaciona ao</p><p>primeiro momento, a web possuía características muito próprias relacionadas à questão</p><p>acadêmica e não possuía grandes expectativas a não ser a conexão de computadores.</p><p>Nesse momento, o acesso à internet era baixo, e nem todos possuíam acesso;</p><p>consequentemente, não acontecia muito a interatividade entre usuários da rede, sem</p><p>possibilidades de expansão ou modificação.</p><p>O conceito de Web 2.0, apresentado por Tim O’Reilly, define a web como</p><p>uma plataforma na qual se consome e se produz conteúdo e pela</p><p>facilidade de publicação, deu poder ao indivíduo, transformando-o de um</p><p>simples consumidor de conteúdo da web 1.0 para também um produtor</p><p>de conteúdo. Esse conceito aproveita a inteligência coletiva com a</p><p>contribuição do usuário e cria uma rede de informações por meio da</p><p>contribuição dos integrantes da rede (REZENDE, 2020, p. 17).</p><p>Já em relação a Web 3.0, a geração que estamos atualmente, se caracteriza como</p><p>sendo a última geração da internet, essa com mais recursos e mais inteligente, tendo</p><p>como sua característica mais marcante a capacidade de máquinas passarem a assumir</p><p>as atividades que antes eram realizadas de forma manual, pela mão de obra do homem.</p><p>Logo, entendemos que a Web 3.0 passa a se apropriar de semântica e se torna cada</p><p>vez mais um recurso de inteligência, sendo muitas vezes comparada com a inteligência</p><p>artificial (REZENDE, 2020).</p><p>Por fim, em relação à cibercultura na Educação, podemos compreender que,</p><p>entendida na EaD, é baseada cada vez mais nos meios de massa como a imprensa, e</p><p>se torna cada vez mais on-line. Percebe-se que a dinâmica da cibercultura e</p><p>comunicação on-line entram em conflito com os fundamentos norteadores do ensino</p><p>tradicional, em que o professor é visto como o único responsável pela transmissão dos</p><p>conteúdos e do conhecimento (SILVA, 2008).</p><p>Na cibercultura os autores da comunicação tendem à interatividade e não</p><p>mais à separação da emissão e recepção própria da mídia de massa.</p><p>Para se posicionar nesse contexto e aí educar, os professores precisarão</p><p>dar-se conta do hipertexto, isto é, do não sequencial, da montagem de</p><p>conexões em rede, que permite uma multiplicidade de recorrências</p><p>entendidas como conectividade, diálogo e participação. Eles precisarão</p><p>dar-se conta de que, de menos disparadores de lições-padrão, deverão</p><p>se converter em formuladores de interrogações, coordenadores de</p><p>equipes de trabalhos, sistematizadores de experiências (SILVA, 2008, p.</p><p>72).</p><p>Com isso, o docente poderá construir sua mediação e atuação pedagógica</p><p>inspiradas em proporcionar oportunidades de múltiplas experimentações, conexões em</p><p>rede como ocorrências, provocar situações de inquietação e criação, arquitetar percursos</p><p>hipertextuais e mobilizar a experiência do conhecimento, sendo necessário, assim, que</p><p>o professor acione a participação do receptor e garantir a bidirecionalidade da emissão</p><p>e recepção de informações por meio da comunicação (SILVA, 2008).</p><p>Figura 1 - Docência interativa</p><p>Fonte: Silva (2008, p. 73)</p><p>Neste contexto, o professor precisa enfatizar a questão da interatividade, ou seja,</p><p>deixar de ser apenas um transmissor de conhecimentos e tornar-se um formulador de</p><p>problemas, provocando em seus alunos interrogações e trabalhos em equipe,</p><p>sistematizando experiências vivas de uma educação que valoriza o diálogo (SILVA,</p><p>2010).</p><p>Figura 2 - Modalidades de comunicação</p><p>Fonte: Silva (2010, p. 43).</p><p>Logo, com base na Figura 2, podemos compreender que os fundamentos da</p><p>interatividade, característica da cibercultura, podem ser encontrados de forma ampla e</p><p>completa nas mídias on-line, tendo como exemplo a participação e intervenção, a</p><p>bidirecionalidade-hibridação e a permutabilidade-potencialidade (SILVA, 2010).</p><p>SAIBA MAIS</p><p>Educação 4.0: mais que um conceito, a própria realidade</p><p>O termo vai além de uma tendência educacional e sim uma necessidade de</p><p>adaptação para as gerações futuras A Educação 4.0 é uma consequência da Indústria</p><p>4.0, também conhecida como a Quarta Revolução Industrial. Ela também pode ser</p><p>compreendida como uma resposta às perguntas: o que se espera da escola do século</p><p>XXI? Quais são as novas demandas dos alunos das próximas gerações? Estamos</p><p>preparando nossos alunos para o mundo que os espera quando saírem da escola? E</p><p>como será este mundo? Será que as habilidades que desenvolvemos hoje vão suprir as</p><p>necessidades destes futuros profissionais?</p><p>Diante de todas as inovações causadas pela revolução tecnológica, surge uma</p><p>proposta de educação diferenciada, em que se prioriza a experiência prática e</p><p>experimentação dos alunos com o learning by doing, assim como a realização de projetos</p><p>que permitam que eles coloquem a mão na massa – Cultura Maker. Há também uma</p><p>valorização da criatividade, interdisciplinaridade, utilização de ferramentas tecnológicas</p><p>na sala de aula e criação de ambientes inovadores. Isso torna o ambiente escolar mais</p><p>colaborativo e dinâmico.</p><p>Mas, a Educação 4.0 não significa apenas oferecer computadores, tablets e</p><p>equipamentos tecnológicos de última geração. Na verdade, ela demanda uma mudança</p><p>maior na abordagem do ensino, baseando-se em quatro pilares:</p><p>•Modelo sistêmico: é a avaliação que as instituições devem fazer do cenário atual,</p><p>onde pretendem chegar e qual estratégia será usada na elaboração de um plano de</p><p>inovação efetivo.</p><p>•Mudança do senso comum: a busca por referenciais teóricos baseados em uma</p><p>educação científica e tecnológica, permitindo uma base sólida para a elaboração das</p><p>aulas.</p><p>• Engenharia e gestão do conhecimento: refere-se ao estudo das competências e</p><p>habilidades dos alunos.</p><p>•Cibercultura: a preparação dos espaços de aprendizagem, para que sirvam ao</p><p>propósito da Educação 4.0.</p><p>Fonte: O Regional (2021).</p><p>#SAIBA MAIS#</p><p>3 VIRTUALIZAÇÃO</p><p>Caro(a) acadêmico(a), agora iremos discutir um assunto muito importante e</p><p>pertinente a tudo que vimos até agora em nossa disciplina. Falaremos sobre a</p><p>virtualização.</p><p>De acordo com Lévy (1996, p. 17), “a virtualização pode ser defendida como o</p><p>movimento inverso da atualização [...]”; caracteriza-se como sendo uma passagem do</p><p>atual para o virtual. Logo, não é uma desrealização, “mas uma mutação de identidade,</p><p>um deslocamento do centro de gravidade ontológico do objeto considerado: em vez de</p><p>se definir principalmente por sua atualidade [...], a entidade passa a encontrar</p><p>consistência essencial num campo problemático [...]”. Com isso, podemos entender que</p><p>virtualizar uma entidade se refere a descobrir algo que se relaciona,</p><p>de forma geral, com</p><p>fazer mutar a entidade em relação a sua problemática e rever sua ideia atual como uma</p><p>resposta particular.</p><p>A atualização ia de um problema a uma solução. A virtualização passa de</p><p>uma solução dada a um (outro) problema. Ela transforma a atualidade</p><p>inicial em caso particular de uma problemática mais geral, sobre qual</p><p>passa a ser colocada a ênfase ontológica. Com isso, a virtualização</p><p>fluidifica as distinções instituídas, aumenta os graus de liberdade, cria um</p><p>vazio motor. Se a virtualização fosse apenas a passagem de uma</p><p>realidade a um conjunto de possíveis, seria desrealizante. Mas ela implica</p><p>a mesma quantidade de irreversibilidade em seus efeitos, de</p><p>indeterminação em seu processo e de invenção em seu esforço quanto à</p><p>atualização. A virtualização é um dos principais vetores da criação da</p><p>realidade (LÉVY, 1996, p. 18).</p><p>Complementar a isso, Pimenta (2001) evidencia que, em sua obra, Pierre Lévy</p><p>apresenta o quão fácil e enganosa é a oposição entre real e virtual. O virtual se opõe ao</p><p>atual, conforme tende a se atualizar sem que se chegue a uma ideia concreta e efetiva.</p><p>Ainda argumenta que o virtual se diferencia, também, do possível devido a já estar</p><p>construído e latente, pronto para se tornar algo real, não tendo a criatividade do virtual.</p><p>Por meio disso, o virtual passa a ter uma condição de fornecimento de tensões</p><p>para o processo de criação no qual se utiliza da atualização, de forma que não seria algo</p><p>previsível e estático, pois essa ideia de virtual se relaciona com a produtividade textual</p><p>resultante do trabalho da desconstrução (PIMENTA, 2001).</p><p>[...] Para ele, a virtualização, ou seja, o movimento de passagem do atual</p><p>para o virtual inclui uma dinâmica do particular para uma problemática</p><p>mais geral, sobre qual passa a ser colocada a ênfase ontológica. Ou seja,</p><p>o virtual assume o lugar do significado, ou matriz geradora, em oposição</p><p>à atualização particular do significante, ou o atual. Neste ponto, Lévy</p><p>chega a comparar o virtual a um “vazio motor”, ou seja, novamente</p><p>retorna ao conceito de estrutura ausente, incluindo aí sua força</p><p>generativa (PIMENTA, 2001, p. 2).</p><p>Conseguinte a isso, o autor supracitado enfatiza que a virtualização aumenta a</p><p>variação de espaços e tempos; novos meios de comunicação passam a estabelecer</p><p>diferentes modalidades de tempo e espaço que diferenciam aqueles que estão</p><p>relacionados entre si e também aos que estão fora do sistema, chegando a serem criadas</p><p>qualidades de história diferentes.</p><p>Sobre este assunto, Jungblut (2004), enfatiza que se fala da virtualização como</p><p>algo que sugere a desrealização do mundo, vez que é introduzida pela informática em</p><p>várias de suas aplicações operantes, com isso, pode ser entendida como um processo</p><p>de construção de uma imitação do que é real e passa a ser valorizado como uma</p><p>realidade ideal.</p><p>[...] Interessa somente a constatação geral que está em andamento um</p><p>processo de “virtualização” – que também pode ser nomeado de</p><p>processo de “digitalização” - de amplas atividades que compõem o</p><p>cotidiano de milhões de pessoas e instituições. Mas, mais</p><p>fundamentalmente ainda, interessa entender um pouco da essência disso</p><p>que hoje chamamos de “virtual”, particularmente em sua complexa</p><p>relação com o que, grosso modo, é colocado em oposição a isso: o real,</p><p>o sensual, o off-line (JUNGBLUT, 2004, p. 1).</p><p>O autor complementa que na visão de Lévy, algo que também é fundamental no</p><p>entendimento acerca da virtualização se refere aquilo que o autor denomina como uma</p><p>“virtualização como êxodo”; É entendida a capacidade que tem meios de virtualização</p><p>de possibilitar a comunicação e a socialização das pessoas, sem que seja necessário</p><p>estarem presentes de forma física no mesmo lugar e ao mesmo tempo.</p><p>Sobre os efeitos de virtualização o filósofo Pierre Lévy, propõe a questão</p><p>através de uma abordagem conceitual, contextualizada e reflexiva,</p><p>desmistificando convenções de convenções, dentre elas o conceito do</p><p>termo virtual, [...]. Segundo Lévy o virtual não é o contrário de real, [...]</p><p>mas sim tudo aquilo que tem potencialidade para se concretizar. Assim,</p><p>o virtual seria uma potência, ou seja, um devir outro do ser humano. O</p><p>fenômeno da virtualização afeta nossa sensibilidade e inteligência dos</p><p>sujeitos expostos. O que corrobora para provar isto é o estado das coisas,</p><p>por exemplo, nas tecnologias da comunicação e o comportamento das</p><p>sociedades, lembrando Jean Baudrillard, determinada por contaminação,</p><p>vem sendo modificada a partir de seus efeitos mediante a utilização e</p><p>apropriação (MENDES, 2010, p. 35).</p><p>Com base nisso, entendemos que esse fenômeno que envolve a virtualização</p><p>afeta o aspecto cognitivo dos indivíduos, e passa a instaurar um conceito de inteligência</p><p>coletiva, potencializada pelas novas tecnologias e recursos tecnológicos, por meio da</p><p>interação entre as pessoas e suas trocas de conhecimento de maneira coletiva. Com</p><p>isso, é viável destacar que a virtualização amplia um campo de estudo e pesquisa amplo</p><p>na medida em que a tecnologia e a cibercultura avança, passam a propiciar ainda mais</p><p>estranhezas sobre a investigação, modificação e cognição humana (MENDES, 2010).</p><p>SAIBA MAIS</p><p>O virtual, o real e o atual — como é viver numa sociedade virtual (baseado em</p><p>Pierre Lévy)</p><p>“O virtual não se opõe ao real, mas sim ao atual”. Virtual vem do virtus latim, que</p><p>significa força, potencial, o que pode vir a ser. O virtual é uma extensão natural do real,</p><p>e é basicamente uma transformação daquilo que é atual em algo potencial. Confuso!</p><p>Mas vamos tentar entender esse conceito, porque a ideia de virtualização para Lévy é</p><p>realmente ampla (e interessante).</p><p>Oposições</p><p>O primeiro ponto a entender são os antônimos. Lévy toma emprestado uma</p><p>distinção entre possível e real, feita por Deleuze em “Diferença e Repetição”. O possível</p><p>tem todas as características do real, mas de forma latente. Para que ocorra uma</p><p>passagem possível ou real, basta efetivar sua existência. “O possível é exatamente como</p><p>o real: a falta de presença […] A diferença entre o possível e o real é, portanto, puramente</p><p>lógico”. Um edifício pode ter sua distinção de um edifício real apenas um fato deste último</p><p>existir e outro não. “Cada entidade carrega e produz suas virtualidades […] Uma</p><p>atualização é criação, criação de uma forma a partir de uma configuração dinâmica de</p><p>forças e finalidades”.</p><p>O processo de atualização leva a mudanças irreversíveis, ou a virtualização leva</p><p>apenas as possibilidades. Nesse sentido, o oposto do real seria possível, e sobraria</p><p>para o virtual ser oposto do atual. Essa diferenciação parece banal, mas é fundamental</p><p>para entender o que realmente é a virtualização que estamos falando nesse texto (e na</p><p>obra de Lévy).</p><p>Fonte: Oliveira (2020).</p><p>#SAIBA MAIS#</p><p>4 HUMANIDADES DIGITAIS</p><p>Para finalizar nossa unidade, caro(a) aluno(a), neste momento iremos falar sobre</p><p>as Humanidades Digitais.</p><p>Representando uma forte ligação entre a investigação em Humanidades</p><p>e a incorporação de métodos e ferramentas das Tecnologias Digitais, o</p><p>termo «Humanidades Digitais» foi cunhado internacionalmente há pouco</p><p>mais de uma década. Aparentemente, terá sido usado pela primeira vez</p><p>por John Unsworth, um professor universitário americano, em 2002, mas</p><p>foi a publicação do livro Companion to Digital Humanities, em 2004, que</p><p>marcou o início da sua utilização em larga escala. Em parte, o sucesso</p><p>desta designação assentou no facto de ela facilmente abarcar um</p><p>conjunto de outras designações anteriores, como Computação para as</p><p>Humanidades, Informática Aplicada à História, Linguística</p><p>Computacional, Património e Computação, Arte Digital, entre outras</p><p>(ALVES, 2016, p. 91).</p><p>Entende-se que são muitas as definições de Humanidades Digitais como qualquer</p><p>outra área, para esse momento, de acordo com Susan Hockey, é uma área acadêmica</p><p>de cunho interdisciplinar que apresenta metodologias específicas</p><p>pautadas em recursos</p><p>tecnológicos para serem associados na investigação dos campos das humanidades de</p><p>maneira geral.</p><p>As Humanidades Digitais são uma área do conhecimento dinâmica e</p><p>interdisciplinar, assente na conexão e articulação de domínios do</p><p>conhecimento com diferentes metodologias de investigação. No âmbito</p><p>das Humanidades Digitais, têm particular relevância as bibliotecas digitais</p><p>construídas para os investigadores. Atualmente, existem dois tipos de</p><p>bibliotecas digitais, as que apresentam o acervo em modo de imagem e</p><p>as que apresentam a informação em modo texto. Estas últimas, se não</p><p>forem devidamente estruturadas, não permitem a reutilização da</p><p>informação através da programação informática. O modelo das</p><p>bibliotecas digitais está em evolução e procura adaptar-se às atuais</p><p>exigências dos especialistas e do público (GUERREIRO; BORBINHA,</p><p>2014, p. 1).</p><p>Por meio disso, podemos entender que as Humanidades Digitais podem ser</p><p>entendidas como um novo campo do saber e como apresenta os indicadores de um</p><p>campo firmado por meio de diversas associações, estudos e programas de ensino e</p><p>investigação do ensino. Essa nova maneira de investigação e desenvolvimento sobre as</p><p>áreas de humanidades e ciências da informação orientam uma parte de pesquisa para</p><p>identificar, definir e descrever métodos, práticas e normas que o sustentam.</p><p>O alcance das humanidades digitais ultrapassa largamente a mera</p><p>transferência do analógico para o meio digital, centrando-se no desafio</p><p>epistemológico e na articulação com os conhecimentos e os métodos</p><p>utilizados nas ciências humanas como um mundo digital. As bibliotecas,</p><p>em sua forma analógica, foram essenciais para o desenvolvimento das</p><p>humanidades ao longo dos séculos, assumindo-se como instituições</p><p>guardiãs da memória e do conhecimento que ia sendo produzido.</p><p>Atualmente, esse papel foi ampliado, pois, além de continuarem a ter</p><p>funções de custódia, alargada ao mundo digital, também devem incluir a</p><p>produção nos novos meios (GUERREIRO; BORBINHA, 2014, p. 2).</p><p>Pimenta (2016, p. 20) complementa que “as Humanidades Digitais são um campo</p><p>auto-reflexivo capaz e desejante de que a aplicação das tecnologias digitais voltadas às</p><p>Humanidades seja ela própria o objeto de investigação do pesquisador”. A partir disso,</p><p>podemos compreender que as humanidades digitais são marcadas pelas questões que</p><p>envolvem a sua prática e sua técnica, que fazem parte de um canal de diálogo entre</p><p>essas duas questões.</p><p>De fato, o uso da expressão “Humanidades Digitais” pode ser apenas a</p><p>ponta visível de um processo mais profundo: a crescente integração de</p><p>tecnologias computacionais às pesquisas em ‘humanidades’ – processo</p><p>que alguns consideram inexorável, e que colocaria desafios importantes</p><p>para as humanidades e suas práticas tradicionais. Para alguns</p><p>pesquisadores, essa integração e os desafios que ela coloca mereceram</p><p>atenção suficiente para compor uma comunidade de práticas unida em</p><p>torno de um termo próprio, como vimos (SOUSA, 2015, p. 1).</p><p>As humanidades digitais definem uma transdisciplinar de métodos, dispositivos e</p><p>perspectivas ligadas ao meio digital no domínio das ciências humanas e sociais, vez que</p><p>as ciências humanas, hoje, são um grande campo de estudos em que a inserção das</p><p>novas tecnologias e diversos recursos tecnológicos passaram a destacar uma inflexão</p><p>multidisciplinar, que, para a Ciência da Informação, talvez aponte para uma necessidade</p><p>de ser discutida, vez que muitas informações tornam-se características para a</p><p>compreensão para aquilo que levou a definir as Humanidades Digitais (PIMENTA, 2016).</p><p>Conhecida igualmente como Computing Humanities, as HD configuram-</p><p>se, portanto, como uma espécie de campo híbrido não apenas de estudo</p><p>e pesquisa, mas de ensino e, principalmente de acesso à informação e</p><p>inovação. É neste mesmo campo híbrido que se destacam os conteúdos</p><p>informacionais produzidos e circulantes nos espaços web informacionais</p><p>[...] Estes conteúdos podem representar e atuar direta e indiretamente na</p><p>produção do conhecimento de qualquer área da ciência. De certo, para</p><p>fins de objetividade deste artigo, buscamos dar destaque aqui ao caso</p><p>das humanidades (PIMENTA, 2016, p. 22).</p><p>Destarte a isso, Almeida e Damian (2015) relatam que o termo Humanidades</p><p>Digitais surge como o entendimento de um novo campo interdisciplinar que reflete as</p><p>práticas suscitadas pelas mudanças sociais devido à introdução cada vez maior e em</p><p>grande escala das tecnologias digitais no contexto social, em que, neste campo se</p><p>discutem diversos campos e enfoques, como: as tecnologias aplicadas às disciplinas</p><p>enquadradas das áreas tradicionais de humanas e as novas áreas de pesquisa e ensino</p><p>na educação. Logo, entendemos que as Humanidades Digitais refletem a exclusiva</p><p>preocupação com a utilização de recursos tecnológicos nas áreas das humanidades.</p><p>Além disso, as Humanidades Digitais se configuram não só como objeto</p><p>de pesquisas, como também, cada vez mais, como um âmbito de ensino</p><p>na graduação e na pós-graduação, e de intervenção da Universidade e</p><p>de seus pesquisadores nos processos sociais. Projetos de pesquisa-</p><p>ação, ou parcerias com instituições e movimentos sociais, são bastante</p><p>frequentes nessa área emergente (ALMEIDA; DAMIAN, 2015, p. 8).</p><p>As humanidades digitais podem ser vistas como um grande campo para o</p><p>desenvolvimento de inúmeras políticas públicas e culturais, pensando desde o acesso a</p><p>informações históricas e culturais, no empoderamento das pessoas e da sociedade em</p><p>geral por meio da utilização das TICs, sendo assim, vistas como um espaço de saberes</p><p>acadêmicos e protagonismo social (ALMEIDA; DAMIAN, 2015).</p><p>REFLITA</p><p>“É preciso lembrar que a BNCC também apresenta, entre as competências gerais que</p><p>os estudantes devem desenvolver até o fim da educação básica, os conceitos de cultura</p><p>digital, pensamento crítico e comunicação, entre outros, que dialogam diretamente com</p><p>a ideia de educação midiática” (THOBIAS, 2021, p.1).</p><p>Oriento que leia a reportagem completa para entender a questão abaixo:</p><p>Sobre isso, como você entende que as Humanidades Digitais podem espelhar na</p><p>Educação?</p><p>Fonte: Thobias (2021).</p><p>#SAIBA MAIS#</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Caro(a) aluno(a), chegamos ao final de nossa terceira unidade de discussão sobre</p><p>a disciplina de Prática de ensino: Estratégias e Tecnologias.</p><p>Em nosso primeiro momento de discussão, foi possível que você compreendesse</p><p>um pouco mais sobre o Tecnopólio, que se caracteriza como sendo a rendição da</p><p>sociedade à tecnologia, em que as pessoas, de forma geral, veem a tecnologia e a</p><p>ciência como uma crença fiel, de forma que ambas possam designar os rumos da</p><p>sociedade em geral. Com isso, percebe-se que a tecnologia passa a ser peça principal</p><p>em nosso cotidiano e, sem ao menos percebermos, passamos a criar hipóteses apenas</p><p>por acreditar que isso seja o correto.</p><p>No segundo tópico de discussão foram apresentadas as definições de</p><p>Cibercultura, que pode ser entendida como uma cultura contemporânea que passa a</p><p>ser estruturada por meio da utilização das novas tecnologias da informação e da</p><p>comunicação em redes de ciberespaço. Em suas primeiras discussões e definições era</p><p>vista como um modelo híbrido da internet e tecnologia, vez que envolve pessoas em</p><p>processos de comunicação por meio das redes sociais.</p><p>No terceiro momento discutimos sobre a Virtualização, e foi possível verificar que</p><p>é entendida como uma diferenciação da atualização, vez que ela é vista como sendo a</p><p>transição do atual para o virtual, o que deixa de lado a realidade, e aumenta-se a variação</p><p>de espaços, tempos e comunicações.</p><p>Por fim, discutimos sobre as Humanidades Digitais. Você pode verificar que se</p><p>refere a um novo campo do conhecimento e do saber; de forma acadêmica, possui cunho</p><p>interdisciplinar entre os campos das humanidades em geral, vez que apresenta</p><p>metodologias específicas associadas a recursos tecnológicos.</p><p>e da produção do ser humano”.</p><p>Hoje em dia a produção tecnológica é inerente e própria ao homem. Este</p><p>converteu-se em uma criatura pensante em virtude de sua capacidade de</p><p>construir e, por sua vez, o produto fez do homem um ser pensante. Em</p><p>efeito, no último milhão de ano, o gênero humano introduziu significativas</p><p>modificações nos instrumentos, produtos da evolução da mão e do</p><p>aperfeiçoamento do cérebro. O indivíduo converteu-se em uma criatura</p><p>biológica e culturalmente mais refinada, e devido a isso, os produtos de</p><p>seu talento foram tornando-se cada vez mais funcionais e ganhando em</p><p>qualidade, do qual temos evidências contundentes que permitem</p><p>reafirmar a capacidade tecnológica dos homens e mulheres pré-</p><p>históricos (VERASZTO et al., 2009, p. 25-26).</p><p>De acordo com a concepção intelectualista, a tecnologia pode ser compreendida</p><p>como um conhecimento prático do desenvolvimento de um conhecimento teórico e</p><p>científico por meio de recursos derivados da ciência e do conhecimento teórico, tendo o</p><p>entendimento de tecnologia como algo hierárquico. É entendida como uma subordinada</p><p>das ciências e dos conhecimentos científicos (VERASZTO et al., 2009).</p><p>Já na concepção utilitarista, a tecnologia é considerada como um sinônimo da</p><p>técnica, “ou seja, o processo envolvido em sua elaboração em nada se relaciona com a</p><p>tecnologia, apenas a sua finalidade e utilização são pontos levados em consideração”</p><p>(VERASZTO et al., 2009, p. 28).</p><p>Na concepção da tecnologia como sinônimo de ciência, ela é compreendida como</p><p>ciência natural e matemática, enquanto, na concepção instrumentalista, é uma ideia mais</p><p>relacionada ao nosso cotidiano atual, pois entende que a máquina é a peça chave e mais</p><p>importante como forma de opinião da sociedade, entendendo a tecnologia como apenas</p><p>recursos elaborados para diversas utilidades (VERASZTO et al., 2009).</p><p>Nesse sentido, a tecnologia se distingue da ciência também nos seus</p><p>modos de avaliação. O valor da pesquisa e da atividade tecnológica é o</p><p>da utilidade e eficácia dos inventos e da eficiência no processo de</p><p>produção. Portanto, não é também uma simples invenção. Enquanto um</p><p>inventor trabalha no mundo de suas ideias como um artista, o profissional</p><p>da tecnologia trabalha geralmente em equipe com objetivos determinados</p><p>(VERASZTO et al., 2009, p. 36).</p><p>A tecnologia abrange todo um contexto relacionado ao seu aspecto cultural, pois</p><p>aborda metas, valores e códigos éticos, sendo assim, um fator de organização nos mais</p><p>diferentes setores da sociedade. A tecnologia não deve ser entendida como algo</p><p>manipulável e de fácil compra ou venda, mas sim como algo que se adquire pela</p><p>educação e pela pesquisa tecnológica (VERASZTO et al., 2009).</p><p>SAIBA MAIS</p><p>Como alunos e faculdades se adaptaram ao ensino a distância: estudantes</p><p>e universidades relatam suas experiências depois de um ano assistindo as aulas</p><p>a distância devido à pandemia</p><p>Em março de 2021, completamos um ano em casa, o que impôs novos desafios</p><p>à sociedade como um todo. É, também, o caso das instituições de ensino superior que</p><p>encararam o mesmo dilema do ano passado para cá: como manter as atividades</p><p>acadêmicas durante a pandemia? A solução, é claro, estava nas aulas remotas, com</p><p>auxílio da internet. Mesmo assim, este não foi um trabalho simples de ser realizado.</p><p>Da sala de aula física à sala de aula virtual</p><p>Para muitos universitários, a transição da “sala de aula física” para a “sala de aula</p><p>virtual” teve início ainda no primeiro mês de pandemia, em março de 2020. Caroline Belo,</p><p>que concluiu a graduação em jornalismo na Universidade Veiga de Almeida no fim do</p><p>ano passado, conta que, inicialmente, a instituição deu quinze dias para os alunos</p><p>ficarem em casa. Mas, após perceberem que o retorno demoraria mais, as aulas online</p><p>começaram.</p><p>Nesta universidade do Rio de Janeiro, as aulas foram realizadas com auxílio de</p><p>uma plataforma para EaD (educação a distância) que já fazia parte da realidade da</p><p>instituição. A jornalista conta que os professores também utilizaram outros recursos,</p><p>como a ferramenta de videoconferência do Microsoft Teams e o Google Drive.</p><p>Ainda assim, nem todos começaram no mesmo momento. Inês Lopa, que estuda</p><p>direito na Unirio (Universidade Federal do Rio de Janeiro), conta que suas aulas só</p><p>tiveram início em outubro de 2020. Nesta instituição, as atividades foram realizadas</p><p>através das plataformas Google Classroom e Google Meet.</p><p>Também é importante lembrar que esta não é uma realidade de todos. Conforme</p><p>aponta um relatório da UNICEF apresentado em agosto, 463 milhões de crianças em todo</p><p>mundo não conseguiram acessar o ensino a distância durante o fechamento das escolas.</p><p>Além disso, segundo a TIC Domicílios 2019, 28% dos lares brasileiros não possuem</p><p>acesso à internet, especialmente nas zonas rurais.</p><p>[...]</p><p>Oriento que você faça a leitura completa do texto em:</p><p>DE BLASI, Bruno Gall. Como alunos e faculdades se adaptaram ao ensino a distância. Tenoblog, 2021.</p><p>Disponível em: https://tecnoblog.net/430313/como-alunos-e-faculdades-se-adaptaram-ao-ensino-a-</p><p>distancia/. Acesso em: 14 abr. 2021.</p><p>#SAIBA MAIS#</p><p>1.1 As Tecnologias e a Educação</p><p>Caro(a) aluno(a), agora que você já sabe o que é tecnologia, como ela se</p><p>desenvolveu e como é compreendida desde o passado até os dias atuais, é importante</p><p>que seja analisado como acontece a relação entre Tecnologia e Educação. Tal</p><p>importância se dá, pois, afinal, você está cursando uma licenciatura e sua principal</p><p>atuação será a docência, ou seja, o campo da Educação.</p><p>Brito e Purificação (2015) enfatizam que o desenvolvimento da ciência está</p><p>associado ao desenvolvimento da tecnologia, vez que os aspectos tecnológicos podem</p><p>ser entendidos como uma forma de aplicar o conhecimento científico, como foi visto no</p><p>tópico anterior. Com isso, podemos compreender que o homem, por meio de suas</p><p>invenções, criou a ciência, a tecnologia e apresentou mudanças assertivas em relação à</p><p>sociedade e a natureza.</p><p>Porém, é válido ressaltar que, os diferentes contextos e grupos sociais que são</p><p>evoluídos de acordo com o passar dos anos vão criando novas formas de transmitir os</p><p>“[...] conhecimentos, valores, regras, normas e procedimentos, com o intuito de garantir</p><p>o convívio entre homens e difundir a cultura de cada sociedade, o que ocorre por meio</p><p>da educação” (BRITO; PURIFICAÇÃO, 2015, p. 22).</p><p>Quando nos referimos à educação, queremos expressar nosso</p><p>entendimento de que ninguém escapa a ela, uma vez que está</p><p>entrelaçada à vida cotidiana – na rua, na igreja ou na escola -, no ato de</p><p>aprender, de ensinar, de aprender e ensinar, de saber, de fazer ou</p><p>conviver. Todos os dias misturamos a vida e a educação (BRITO;</p><p>PURIFICAÇÃO, 2015, p. 22).</p><p>A educação, em conjunto com a tecnologia, é entendida como uma maneira de</p><p>proporcionar aos indivíduos uma construção de seu conhecimento de forma atualizada,</p><p>para que, assim, as pessoas estejam preparadas para criar recursos tecnológicos, saber</p><p>utilizá-los e desenvolvê-los a fim de sempre compreender a importância de sua ligação</p><p>e constantes mudanças.</p><p>Para darmos continuidade no entendimento da relação entre tecnologias e</p><p>educação, é necessário que você, caro(a) aluno(a), compreenda a descrição de algumas</p><p>siglas relacionadas às práticas educacionais com tecnologias.</p><p>Figura 2 - Definição de TIC</p><p>Fonte: Wunsch e Fernandes Junior (2018, p. 60).</p><p>Figura 3 - Definição de TDIC</p><p>Fonte: Wunsch e Fernandes Junior (2018, p. 60).</p><p>Figura 4 - Definição de NTIC</p><p>Fonte: Wunsch e Fernandes Junior (2018, p. 60).</p><p>É válido ressaltar que o uso desses três termos é correto, pois depende de sua</p><p>aplicação no discurso, uma vez que uma enfatiza a descrição do uso dos recursos</p><p>eletrônicos como fonte de comunicação e busca de informação. Outra é empregada para</p><p>descrever todos os recursos digitais utilizados, enquanto a última está relacionada aos</p><p>recursos eletrônicos,</p><p>Para uma ampliação do conhecimento acerca dos assuntos abordados nesta</p><p>unidade, não deixe de acessar os materiais complementares dispostos a seguir.</p><p>Até a próxima, bons estudos!</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR</p><p>Cibercultura e Mobilidade: a Era da Conexão</p><p>Por André Lemos</p><p>Introdução</p><p>Estamos vivenciando profundas modificações no espaço urbano, nas formas sociais e</p><p>nas práticas da cibercultura com a emergência das novas formas de comunicação sem</p><p>fio. Duas formas técnicas e correlatos fenômenos sociais serão analisados aqui: as</p><p>práticas com telefonia celular, que estão transformando o telefone móvel em um “controle</p><p>remoto do quotidiano”, e as práticas de conexão à internet sem fio, conhecido como “Wi-</p><p>Fi”, oferecendo novas dinâmicas de acesso e de uso da rede nas metrópoles</p><p>contemporâneas. A partir dessas tecnologias de comunicação sem fio, analisaremos as</p><p>práticas conhecidas como “smart mobs” e “flash mobs”. O que pretendemos mostrar é</p><p>que a era da informação, caracterizada pela transformação de átomos em bits</p><p>(Negroponte, 1995), pela convergência tecnológica e pela informatização total das</p><p>sociedades contemporâneas (Castells, 1996) passa hoje por uma nova fase, a dos</p><p>computadores coletivos móveis, que chamaremos aqui de “era da conexão” (Weinberger,</p><p>2003), caracterizando-se pela emergência da computação ubíqua, pervasiva (“pervasive</p><p>computing”, permeante, disseminada) ou senciente3.</p><p>Cidade, cibercultura e conexão</p><p>A informatização da sociedade, que começa na década de 70 do século XX, parece já</p><p>estar estabelecida nas principais cidades ocidentais desenvolvidas. O que está em jogo</p><p>nesse começo de século XXI é o surgimento de uma nova fase da sociedade da</p><p>informação, iniciada com a popularização da internet na década de 80, e radicalizada</p><p>com o desenvolvimento da computação sem fio, pervasiva e ubíqua, a partir da</p><p>popularização dos telefones celulares, das redes de acesso à internet sem fio (“Wi-Fi” e</p><p>“Wi-Max”) e das redes caseiras de proximidade com a tecnologia “bluetooth”4. Trata-se</p><p>de transformações nas práticas sociais, na vivência do espaço urbano e na forma de</p><p>produzir e consumir informação. A cibercultura (Lemos, 2002) solta as amarras e</p><p>desenvolve-se de forma onipresente, fazendo com que não seja mais o usuário que se</p><p>desloca até a rede, mas a rede que passa a envolver os usuários e os objetos numa</p><p>conexão generalizada.</p><p>O desenvolvimento da cibercultura se dá com o surgimento da microinformática</p><p>nos anos 70, com a convergência tecnológica e o estabelecimento do personal computer</p><p>(PC). Nos anos 80-90, assistimos a popularização da internet e a transformação do PC</p><p>em um “computador coletivo”, conectado ao ciberespaço, a substituição do PC pelo CC</p><p>(Lemos 2003). Aqui, a rede é o computador e o computador uma máquina de conexão.</p><p>Agora, em pleno século XXI, com o desenvolvimento da computação móvel e das novas</p><p>tecnologias nômades (laptops, palms, celulares), o que está em marcha é a fase da</p><p>computação ubíqua, pervasiva e senciente, insistindo na mobilidade. Estamos na era da</p><p>conexão. Ela não é apenas a era da expansão dos contatos sobre forma de relação</p><p>telemática. Isso caracterizou a primeira fase da internet, a dos “computadores coletivos”</p><p>(CC). Agora temos os “computadores coletivos móveis (CCm)”. Podemos esboçar uma</p><p>pequena cronologia.</p><p>[...]</p><p>Caro(a) aluno(a), oriento que você faça a leitura do material na íntegra:</p><p>Fonte: LEMOS, André. O que é cibercultura? Professor Wagner Verchai de Lima, Porto Alegre, 2013.</p><p>Disponível em: https://profwagner.wordpress.com/2013/09/05/o-que-e-cibercultura/. Acesso em: 30 mar.</p><p>2021.</p><p>LIVRO</p><p>• Título: Cibercultura e formação de professor</p><p>• Autor: Maria Teresa de Assunção Freitas</p><p>• Editora: Autêntica.</p><p>• Sinopse: O tema da formação de professores se faz</p><p>presente em interessantes publicações brasileiras,</p><p>focalizando a partir de diferentes abordagens. No entanto,</p><p>ainda é pouco o que se tem publicado sobre as possíveis</p><p>relações entre a cibercultura e a formação de professores.</p><p>FILME/VÍDEO</p><p>• Título: Humanidades digitais e os desafios do Ensino</p><p>Aprendizagem Onlife</p><p>• Ano: 2020</p><p>• Sinopse: ESUD 2020 - Dia 13, 14h - Humanidades</p><p>digitais e os desafios do Ensino Aprendizagem Onlife</p><p>Introdução: Raniê Solarevisky Palestrante: Sara Dias-Trindade Mediação: Karina</p><p>Márcon</p><p>• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=4kessKV2Mlk</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ALMEIDA, M. A. de; DAMIAN, I. P. M. Humanidades digitais: um campo praxiológico</p><p>para mediações e políticas culturais. In: XVI Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência</p><p>da Informação, 2015, João Pessoa. Anais [...], João Pessoa: ENANCIB, 2015.</p><p>ALVES, D. As humanidades digitais como uma comunidade de práticas dentro do</p><p>formalismo acadêmico: dos exemplos internacionais ao caso português. Ler História,</p><p>2016.</p><p>BARBOSA, L. C. A.; MARCELINO, L.; BAZZO, W. A. O Tecnopólio de Postman vem</p><p>contaminando a educação atual? In: III Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e</p><p>Tecnologia, 2012, Ponta Grossa. Anais [...], Ponta Grossa: SINECT, 2012.</p><p>CARRER, J. Técnica conduzindo vidas. Criar Educação – Revista do programa de</p><p>Pós-Graduação em Educação da UNESC, 2016.</p><p>CARVALHO, G. G. Estudos Sociais. Curitiba: Contentus, 2020.</p><p>GUERREIRO, D.; BORBINHA, J. L. Humanidades Digitais: novos desafios e</p><p>oportunidades. Revista Internacional del Libro, Digitaliización y Bibliotecas, v. 2, n.</p><p>2, 2014.</p><p>JUNGBLUT, A. L. A heterogenia do mundo on-line: algumas reflexões sobre</p><p>virtualização, comunicação mediada por computador e ciberespaço. Horizontes</p><p>antropológicos, Porto Alegre, v. 10, n. 21, jan./jun. 2004.</p><p>LEMOS, A. O que é cibercultura? Professor Wagner Verchai de Lima, Porto Alegre,</p><p>2013. Disponível em: https://profwagner.wordpress.com/2013/09/05/o-que-e-</p><p>cibercultura/. Acesso em: 30 mar. 2021.</p><p>LÉVY, P. O que é virtual? São Paulo: Editora 34, 1996.</p><p>MENDES, J. N. B. Virtualização: o virtual em mídias e Educação no Ensino</p><p>Profissional. 2002. 59f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Mídias e</p><p>Educação) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010.</p><p>O REGIONAL. Educação 4.0: mais que um conceito, a própria realidade. Catanduva,</p><p>2021. Disponível em: https://oregional.com.br/opiniao/educacao-4-0-mais-que-um-</p><p>conceito-a-propria-realidade/. Acesso em: 14. abr. 2021.</p><p>OLIVEIRA, B. O virtual, o real e o atual – como é viver em uma sociedade virtual,</p><p>2020. 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Ciclo de Conferências:</p><p>Congresso Humanidades Digitais em Portugal (Universidade Nova de Lisboa,</p><p>8/10/2015), CIDEHUS (Universidade de Évora, 6/10/2015), Programa Materialidades</p><p>da Literatura (Universidade de Coimbra, 12/10/2015). 2015. Disponível em:</p><p>http://humanidadesdigitais.org/hd2015/. Acesso em: 31 mar. 2021.</p><p>THOBIAS, E. Afinal, o que é a Educação midiática? Gazeta do povo, Curitiba, 2021.</p><p>Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/educacao-e-midia/afinal-o-que-</p><p>e-educacao-midiatica/. Acesso em: 14 abr. 2021</p><p>VENTURI, E. R. Desafios da tecnopolítica e do tecnopólio a partir da filosofia</p><p>contemporânea do direito e do estado. Percurso, Curitiba, v. 2, n. 21, p. 43-46, 2017.</p><p>UNIDADE IV</p><p>EDUCAR NA ERA DIGITAL</p><p>Professor Jhonatan Phelipe Peixoto</p><p>Plano de Estudo:</p><p>• Métodos de Ensino On-line</p><p>• A Educação Onlife</p><p>• Nativos ou Nômades Digitais</p><p>Objetivos de Aprendizagem:</p><p>• Compreender os métodos de Ensino On-line</p><p>• Compreender a Educação Onlife</p><p>• Conceituar sobre os Nativos e Nômades digitais</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à Unidade IV, intitulada “Educar na Era Digital”,</p><p>da disciplina de Prática de Ensino: Estratégias e Tecnologias.</p><p>Nesta etapa, você irá compreender um pouco mais sobre algumas informações</p><p>importantes referentes à formação do profissional docente por meio da era digital em que</p><p>estamos inseridos.</p><p>No primeiro tópico de discussão desta unidade iremos discutir sobre os métodos de</p><p>ensino on-line, e você poderá compreender e analisar quais são os métodos de ensino/aulas</p><p>mais utilizados como estratégias pedagógicas na atual sociedade, a da Era Digital.</p><p>No segundo momento de discussão, será abordada a definição de educação onlife,</p><p>de forma que você possa verificar a definição dessa nova experiência de realidade</p><p>hiperconectada, não fazendo mais sentido questionar-se se estamos on-line ou off-line.</p><p>No terceiro tópico iremos conceituar e compreender sobre os Nativos Digitais e sobre</p><p>os Nômades Digitais. Você poderá identificar em qual perfil estamos inseridos atualmente e</p><p>como esses perfis se enquadram em nossas práticas, sejam pedagógicas ou profissionais.</p><p>Bons Estudos!!!</p><p>1 MÉTODOS DE ENSINO ON-LINE</p><p>Caro(a) aluno(a), neste primeiro tópico de discussão de nossa última unidade</p><p>iremos compreender mais sobre os diferentes métodos de ensino on-line, e para</p><p>fundamentar nossa leitura, iremos nos basear, principalmente na obra de Tony Bates</p><p>(2017) intitulada Educar na era digital: design, ensino e aprendizagem.</p><p>Bates (2017) enfatiza que a aprendizagem abordada de maneira on-line tem</p><p>influenciado, de maneira cada vez mais ativa, o ensino conhecido tradicionalmente como</p><p>presencial, que acontece dentro das escolas, proporcionando, assim, novos métodos e</p><p>modelos de ensino e aprendizagem.</p><p>Um avanço similar ocorreu com a aprendizagem online. Inicialmente,</p><p>havia duas influências distintas: designs do ensino em sala de aula e</p><p>designs herdados da educação a distância baseada em livros ou</p><p>multimídia. Ao longo do tempo, entretanto, novos designs que exploravam</p><p>as características únicas da aprendizagem online começaram a emergir.</p><p>A grande mudança é o ambiente de aprendizagem. Sendo assim, em vez</p><p>de falar sobre métodos de ensino (aplicáveis para a sala de aula e online),</p><p>começo a falar sobre modelos de design, em que um método de ensino é</p><p>deliberadamente adaptado ao ambiente de aprendizagem (BATES, 2017,</p><p>p. 156).</p><p>Dando início, então, a nossa discussão será acerca dos métodos de ensino on-</p><p>line, os quais se referem ao ensino presencial, mas foram adaptados para um modelo</p><p>que atendesse os recursos e formatos tecnológicos. O primeiro exemplo que temos é a</p><p>Gravação de aulas expositivas:</p><p>Esta tecnologia, que automaticamente grava as aulas, foi originalmente</p><p>criada para enriquecer o modelo de sala de aula, possibilitando que os</p><p>alunos regulares de uma sala pudessem assistir às aulas expositivas</p><p>quantas vezes quisessem — em outras palavras, uma forma de tarefa de</p><p>casa ou revisão (BATES, 2017, p. 157).</p><p>De acordo com Godoy (1997b, p. 75), no método de aula expositiva “[...] é a</p><p>técnica de ensino mais antiga e difundida na educação de nível superior”. Ela é</p><p>apresentada como a forma de ensino mais utilizada e que as alternativas desta</p><p>metodologia têm sido utilizadas mais para integrá-la do que a substituir.</p><p>[...] normalmente tem estado mais voltada à transmissão de</p><p>conhecimentos. Buscando, fundamentalmente, a aquisição e</p><p>compreensão de novos conhecimentos por parte dos alunos, ela tem</p><p>sido frequentemente criticada por estimular situações que favorecem</p><p>aprendizagens do tipo receptiva (reprodutiva), uma vez que na</p><p>exposição do conteúdo daquilo que deverá ser aprendido é</p><p>apresentado ao estudante na sua forma final [...] (GODOY, 1997b, p.</p><p>75).</p><p>As aulas expositivas possuem como características fundamentais: a</p><p>representação de novos assuntos ao aluno, fazendo com que ele busque o</p><p>desenvolvimento de uma atitude favorável para possíveis aprendizagens futuras;</p><p>despertar um interesse específico ao acadêmico; apresentação do plano de ensino no</p><p>início da disciplina, de forma que o aluno passe a entender e saber o que irá estudar;</p><p>(GODOY, 1997b).</p><p>Pensando neste mesmo contexto, temos a técnica de Ensino em Pequenos</p><p>Grupos, muito utilizada no ensino on-line. Essa técnica vem sendo debatida desde o</p><p>início do século XXI, tendo sua origem no movimento da Escola Nova, quando se era</p><p>questionada a escola de cunho autoritário que era vigente naquela época. De acordo</p><p>com Godoy e Cunha (1997), em algumas pesquisas é notável que no trabalho em</p><p>pequenos grupos, os estudantes utilizam um nível de raciocínio superior. Vale ressaltar</p><p>que,</p><p>[...] também chamado de aprendizagem cooperativa, o ensino em</p><p>pequenos grupos vem recebendo atenção como alternativa às aulas</p><p>expositivas. Nesta forma de trabalho, o estudante ganha papel principal,</p><p>é na sua atividade que se concentram professor e aluno (GODOY;</p><p>CUNHA, 1997, p. 83).</p><p>As autoras supracitadas ainda relatam que nessa técnica de ensino os objetivos</p><p>são de levar os discentes a se expressarem durante o processo de ensino e</p><p>aprendizagem, de forma que possam falar e pensar para que haja um desenvolvimento</p><p>e crescimento pessoal de competência. É importante ressaltar que, para a modalidade</p><p>EAD, essa metodologia de ensino se torna válida pelo fato de que os alunos não</p><p>possuem, muitas vezes, a presença física do professor, podendo, assim, utilizar por</p><p>meio do grupo de estudos um novo meio de buscar uma aprendizagem mais</p><p>significativa.</p><p>Outra metodologia que a autora defende é a metodologia de ensino baseado</p><p>em recursos tecnológicos e ensino individualizado é utilizada há mais de 50 anos</p><p>e para o ensino superior na modalidade EAD é a metodologia mais discutida. Parte-se</p><p>da ideia de que o aluno pode aprender de forma mais eficiente a partir do momento em</p><p>que estuda sozinho por intermédio de materiais e recursos desenvolvidos pelo</p><p>movimento denominado “Tecnologia da Educação” (GODOY, 1997a).</p><p>A expressão ensino individualizada é utilizada para aquelas formas de</p><p>instrução que priorizam o indivíduo ao invés do grupo. Muitas propostas</p><p>de ensino individualizado foram desenvolvidas a partir dos anos 60.</p><p>Dentre elas podemos citar: o Plano Keller, o Módulo Instrucional, o</p><p>Mastery Learning, o IPI (Individually Prescribed Instruction), o Plan</p><p>(Program for Learning in Accordance with Needs), o Audiotutorial</p><p>Approach e a Instrução por Computador. Apesar desta diversidade,</p><p>algumas características básicas orientam tais propostas (GODOY,</p><p>1997a, p. 102).</p><p>Tal ideia de individualização de ensino parte do pressuposto de que as</p><p>metodologias e didáticas</p><p>de ensino que tratam todos os alunos de maneira igualitária e</p><p>similar não conseguem identificar e atender as dificuldades de todos os discentes</p><p>envolvidos no contexto de ensino e aprendizagem.</p><p>As abordagens aqui apresentadas, a saber: a aula expositiva, o trabalho em</p><p>grupos e o ensino individualizado, vêm sendo muito utilizadas nas salas de aula do</p><p>Ensino Superior na educação a distância. No entanto, compreende-se que utilizadas de</p><p>forma descontextualizada ou sem a compreensão de que o processo de ensino e</p><p>aprendizagem se dá por meio da interação e mediação entre professor e aluno. Essas</p><p>metodologias não promovem uma aprendizagem significativa, pois o objeto do</p><p>conhecimento não é aproximado à realidade social do acadêmico.</p><p>Bates (2017) menciona sobre os cursos utilizando ambientes virtuais de</p><p>aprendizagem – AVAs: são softwares que possibilitam aos docentes e alunos se</p><p>conectarem e trabalharem dentro de um ambiente on-line de aprendizagem que são</p><p>protegidos por sistemas de senhas. Tais modelos de AVAs, como o moodle, por</p><p>exemplo, são pensados justamente para serem utilizados como se fossem, de fato, uma</p><p>réplica da sala de aula tradicional e presencial.</p><p>Há unidades ou módulos semanais, o professor seleciona e apresenta o</p><p>material aos alunos em sala ao mesmo tempo, um grupo grande de</p><p>matriculados pode ser organizado em seções menores com seus</p><p>próprios professores, há oportunidades para discussões (online), os</p><p>alunos trabalham com os materiais seguindo um ritmo semelhante e a</p><p>158 Educar na era Digital avaliação e os trabalhos ocorrem ao final do</p><p>curso (BATES, 2017, p. 157-158).</p><p>Outro modelo de ensino on-line mencionado pelo autor supracitado é a</p><p>aprendizagem colaborativa on-line, na qual é enfatizado que a concordância de</p><p>abordagens construtivistas para o processo de ensino e aprendizagem e a disseminação</p><p>das redes de internet levaram ao desenvolvimento de uma forma de ensino</p><p>construtivista, chamada de comunicação medida por computadores (CMC), ou</p><p>aprendizagem em rede. Ela evoluiu para o que chamamos hoje de aprendizagem</p><p>colaborativa on-line, em inglês online collaborative learning (OCL).</p><p>A teoria da OCL propõe um modelo de aprendizagem em que os alunos</p><p>são encorajados e apoiados para trabalhar juntos a fim de construir</p><p>conhecimento: para inventar, explorar maneiras de inovar e, assim,</p><p>buscar o conhecimento conceitual necessário para resolver problemas</p><p>em vez de recitar o que eles acreditam ser a resposta correta. Apesar de</p><p>a teoria da OCL encorajar os aprendizes a serem ativos e engajados,</p><p>isso ainda não é considerado suficiente para a aprendizagem e a</p><p>construção de conhecimento [...]. Na teoria da OCL, o professor assume</p><p>um papel-chave não como um aprendiz-parceiro, mas como um elo para</p><p>a comunidade de conhecimento ou estado da arte naquela disciplina. A</p><p>aprendizagem é definida como uma mudança conceitual e é primordial</p><p>na construção de conhecimento. As atividades de aprendizagem</p><p>precisam ser informadas e guiadas pelas normas da disciplina e um</p><p>processo de discurso que enfatize a aprendizagem conceitual e construa</p><p>conhecimento (HARINSM, 2012 apud BATES, 2017, p. 164).</p><p>Percebemos, então, que a OCL integra as teorias do desenvolvimento cognitivo,</p><p>que possuem como foco a aprendizagem baseada de forma convencional, em maneiras</p><p>de aprendizagens profundas, desenvolvimento do pensamento crítico e acadêmico e a</p><p>construção do conhecimento científico (BATES, 2017).</p><p>O papel do professor ou instrutor nesse processo é considerado</p><p>fundamental, não somente como facilitador do processo e provedor de</p><p>recursos e atividades para a aprendizagem, mas também como</p><p>representante de uma comunidade de conhecimento ou assunto</p><p>específico, assegurando que os conceitos, práticas, padrões e princípios</p><p>essenciais do assunto estudado sejam completamente integrados ao</p><p>ciclo de aprendizagem (BATES, 2017, p. 165).</p><p>Figura 1 - Aplicação da OCL</p><p>Fonte: Harasim (2012 apud BATES, 2017, p. 166).</p><p>Por fim, Bates (2017) apresenta, em suas discussões, a aprendizagem baseada</p><p>em competências, que nada mais é do que iniciar pela identificação de competências e</p><p>habilidades específicas, de forma que possibilite aos alunos desenvolver cada habilidade</p><p>ou competência de acordo com o seu próprio ritmo de aprendizagem, o que geralmente</p><p>utiliza de um mentor em seu processo de ensino e aprendizagem.</p><p>Nessa metodologia de ensino on-line, os discentes podem desenvolver somente</p><p>as competências ou habilidades que acreditam serem necessárias para si mesmos, ou</p><p>até mesmo combinarem um conjunto de competências pensados em uma qualificação</p><p>como, por exemplo, uma certificação, uma medalha ou até mesmo uma graduação</p><p>(BATES, 2017).</p><p>Os alunos trabalham individualmente, normalmente online, em vez de em</p><p>turmas. Caso os aprendizes possam demonstrar proficiência em certa</p><p>competência ou habilidade, por meio de um teste ou alguma forma de pré-</p><p>avaliação, são autorizados a avançar para o próximo nível de competência</p><p>sem ter que repetir um curso prescrito para aquela competência. A</p><p>aprendizagem baseada em competências é uma tentativa de fugir do</p><p>modelo da sala de aula regularmente agendada, em que os alunos</p><p>estudam a mesma matéria ao mesmo tempo em grupo (BATES, 2017, p.</p><p>172).</p><p>Dessa forma, mediante ao que foi citado, podemos compreender que o valor</p><p>referente à aprendizagem baseada por competências para o desenvolvimento de</p><p>competências e habilidades práticas e vocacionais é cada vez mais entendido e é o</p><p>modelo que vem cada vez mais sendo utilizado na Educação que pretende esse</p><p>desenvolvimento.</p><p>SAIBA MAIS</p><p>Aprendizagem Baseada em Competências na EaD</p><p>Embora os modelos tradicionais ofereçam aprendizado baseado em competências</p><p>há muito tempo, o setor de eLearning acaba de começar a ver todo o seu potencial.</p><p>O que é a aprendizagem baseada em competências?</p><p>Embora essa abordagem de aprendizado tenha muitos benefícios, apenas alguns</p><p>instrutores e designers podem implementar adequadamente o conceito em seus</p><p>treinamentos on-line. Por esse motivo, apresentamos este artigo para mostrar os</p><p>principais conceitos de aprendizagem baseada em competências (CBL). Neste artigo,</p><p>veremos o que é o aprendizado baseado em competências, seus principais conceitos e</p><p>como implementá-lo pode beneficiar seu treinamento online.</p><p>Para começar, o que é competência? Competência é a capacidade de uma pessoa</p><p>praticar o conhecimento adquirido ao longo do tempo. A competência é mensurável, pois</p><p>você pode comparar as habilidades e o conhecimento de dois ou mais indivíduos com</p><p>base no desempenho em um trabalho específico. Ser competente significa que você não</p><p>apenas possui o conhecimento necessário para executar uma tarefa, mas também possui</p><p>as habilidades necessárias para fornecer soluções importantes para os problemas da</p><p>vida real.</p><p>A aprendizagem baseada em competências é uma abordagem de aprendizagem</p><p>em que os alunos passam de um nível de aprendizado para um nível mais alto, com base</p><p>na demonstração de conhecimento, e não no tempo gasto em um curso específico. Essa</p><p>abordagem de aprendizado garante que os alunos aprendam no seu próprio ritmo e se</p><p>concentrem mais no domínio do conhecimento e de habilidades valiosas. Não se trata de</p><p>despejar e forçar o conhecimento dos alunos. Em vez disso, garante que os alunos</p><p>mantenham o conhecimento e obtenham um grau específico de domínio de um</p><p>determinado assunto antes de passar para o próximo nível de aprendizado.</p><p>Benefícios práticos da implementação da CBL em seu treinamento online</p><p>Concentre-se no domínio</p><p>O principal objetivo do aprendizado baseado em competências é que os alunos</p><p>não podem passar para o próximo nível de treinamento, a menos que demonstrem</p><p>domínio de algumas habilidades específicas. Para garantir os melhores resultados, você</p><p>deve definir um resultado de aprendizado claro e claro desde o início dos módulos do</p><p>curso. Ao fazer isso, os alunos são capazes de entender o que precisa ser feito para</p><p>alcançar o domínio das habilidades. Além disso, assegure-se de fornecer feedback de</p><p>qualidade quando necessário para ajudá-los a progredir e adquirir o conhecimento certo.</p><p>Desenvolvimento Integrado</p><p>Um dos benefícios da aprendizagem baseada em competências é que ela se</p><p>concentra no desenvolvimento holístico dos alunos. Com essa abordagem de</p><p>aprendizado, os alunos podem aprender a adquirir conhecimentos e habilidades e aplicá-</p><p>los a problemas da vida real. Também os ajuda a desenvolver a atitude de querer</p><p>aprender mais e desenvolver suas habilidades.</p><p>Relevância para o mundo real</p><p>Sem dúvida, a aprendizagem baseada em competências ajuda os alunos a se</p><p>tornarem relevantes no mundo real. Isso porque se concentra mais na aplicação prática</p><p>do conhecimento adquirido. Portanto, para permitir que seus funcionários se tornem</p><p>relevantes com seu aprendizado baseado em competências, assegure-se de criar</p><p>módulos instrucionais eficazes. No entanto, garanta que os módulos não exponham fatos,</p><p>mas também utilizem estudos de caso e cenários que acionem a aplicação prática do</p><p>conhecimento.</p><p>Fonte: APRENDIZAGEM baseada em Competências na EaD. Instituto de Desenho Instrucional,</p><p>Curitiba, 2021.Disponível em: https://www.desenhoinstrucional.com/post/aprendizagem-baseada-em-</p><p>compet%C3%AAncias-na-ead. Acesso em: 2 abr. 2021.</p><p>#SAIBA MAIS#</p><p>2 A EDUCAÇÃO ONLIFE</p><p>De acordo com Schlemmer, Di Felice e Serra (2020), o termo onlife se refere a</p><p>uma nova experiência de realidade hiperconectada em que não faz mais sentido</p><p>questionar-se se estamos on-line ou off-line. Nesse manifesto, compreende-se que as</p><p>tecnologias digitais não são mais vistas apenas como ferramentas ou recursos a serem</p><p>utilizados em nosso dia a dia, mas sim vistas como forças ambientais que modificam</p><p>quem somos, as nossas maneiras de socialização, nossa concepção de realidade e</p><p>nossas interações com a realidade.</p><p>Os autores supracitados reforçam que o manifesto entendido como onlife percebe</p><p>que a hiperconectividade provoca quatro transformações macro em nossa sociedade,</p><p>são elas:</p><p>a) a distinção difusa entre realidade e a virtualidade; b) a distinção difusa</p><p>entre humano, máquina e natureza; c) a mudança da informação escassa</p><p>para a informação abundante; d) a mudança da ênfase nas propriedades</p><p>individuais e binárias, para a primazia das interações, processos e redes</p><p>[...]</p><p>O OnLIFE, onde “real” e “virtual” se (con)fundem é algo que nos instiga a</p><p>repensar, de forma imprescindível, todas as atividades humanas e,</p><p>principalmente, a Educação. A começar pelos conceitos de “real” e</p><p>“virtual”. Compreendemos que o específico dessa nova realidade, o que</p><p>faz com que ela seja hiperconectada, é o digital, em rede, sendo o virtual</p><p>(virtus-potencia), o que emerge dessa nova realidade e, enquanto</p><p>potência, não é específico do digital, mas sempre existiu, na história da</p><p>humanidade. Por outro lado, o digital também possui uma realidade que</p><p>não é feita de átomos, mas de bit. Trata-se, portanto, de uma realidade</p><p>de outra natureza que, acoplada à realidade de átomo, potencializa a</p><p>hiper-realidade. O humano, assim como todas as coisas, se prolongam no</p><p>digital, se acoplam e se hibridizam com ele. Enquanto humano, amplia,</p><p>potencializa e exterioriza sua identidade, alteridade, seu viver e conviver,</p><p>numa nova realidade hiperconectada, OnLIFE (SCHLEMMER; DI</p><p>FELICE; SERRA, 2020, p. 1).</p><p>Logo, por meio desse cenário, entendemos que a Educação Onlife acontece por</p><p>meio das relações que acontecem através das redes de conexão, por atos conectivos</p><p>entre seres humanos e não humanos. No caso dos não humanos, ela não se reduz às</p><p>máquinas que operam com instruções humanas, mas sim, que possuem uma inteligência</p><p>própria, que interage com o ser humano por meio de dados e realização de Learning</p><p>Analytics.</p><p>É interessante perceber que o Manifesto inicia com a afirmação de que as</p><p>restrições e permissões trazidas pelo mundo digital desafiam os</p><p>pressupostos da modernidade. No entanto, a partir do que estamos</p><p>vivenciando com o Covid-19, compreendemos que as restrições e</p><p>permissões trazidas pelo mundo biológico (vírus) e físico (urbano),</p><p>também tem desafiado os pressupostos da modernidade, nos levando a</p><p>questionar a visão antropocêntrica, antropomórfica e dualista que temos</p><p>do mundo e, consequentemente da educação. Nesse contexto, para além</p><p>de uma teoria da ação, centrada no sujeito e que resulta numa pedagogia</p><p>ativa e, consequentemente, em metodologias e práticas também</p><p>conhecidas como ativas, propomos o ato conectivo, a parti, produzido nas</p><p>interações ecossistêmicas entre humanos e não humanos (atores-redes).</p><p>Nessas, não há centralidade, mas rede, que pela conectividade se</p><p>interliga a outras redes, desenhando uma arquitetura ecossistêmica. Isso</p><p>nos instiga a pedagogias relacionais, conectivas, em rede, capaz de</p><p>produzir metodologias e práticas inventivas, intervencionistas, reticulares</p><p>e conectivas, num habitar atópico (SCHLEMMER; DI FELICE; SERRA,</p><p>2020, p. 1).</p><p>Com isso, percebemos que esse é o momento ideal para efetivamente discutirmos</p><p>sobre a Educação Onlife, quando temos contato com as tecnologias atuais e</p><p>desenvolvem-se pedagogias para a nova realidade hiperconectada. Essa educação</p><p>indica que seja um contexto em que não haja o dualismo entre off-line e on-line, e que os</p><p>recursos tecnológicos não sejam vistos apenas como instrumentos.</p><p>Estamos frente a uma discussão em que devemos inovar o ponto de vista</p><p>educacional e não reproduzirmos metodologias da modalidade presencial para a on-line,</p><p>em que vemos uma situação de aprendizagem invertida, que nos exige muito mais do</p><p>que resolvermos problemas, implicando em uma problematização que o mundo provoca.</p><p>A partir disso, vemos que estamos passando por um momento de mudança na</p><p>aprendizagem. As escolas feitas por sala de aulas passam a ser uma ecologia de</p><p>plataformas de dados, acesso, coprodução e compartilhamento de informações de</p><p>maneira interativa, o que nos leva a superar a ideia de uma educação numa perspectiva</p><p>de cosmograma da rede compartilha de uma ecologia de aprendizagem num processo</p><p>de educação onlife, numa relação de atores humanos e não humanos (SCHLEMMER; DI</p><p>FELICE; SERRA, 2020).</p><p>Na realidade, mais do que esta visão redutora da tecnologia, é necessário</p><p>mudar de paradigma, para o paradigma do Onlife, termo que teve origem</p><p>no projeto Iniciativa Onlife, lançado pela Comissão Europeia, que se</p><p>preocupou, essencialmente, em compreender o que significa ser humano</p><p>numa realidade hiperconectada. No The Onlife Manifesto (FLORIDI,</p><p>2015), publicação resultante do projeto, onde se defende o fim da</p><p>distinção entre o offline e o online, concluiu-se que as TD e as redes de</p><p>comunicação não podem ser encaradas como meras ferramentas,</p><p>instrumento, recurso, apoio, mas forças ambientais que, cada vez mais,</p><p>afetam a nossa auto-conceção (quem somos), as nossas interações</p><p>(como socializamos), como ensinamos e como aprendemos, enfim, a</p><p>nossa concepção de realidade e as nossas interações com a realidade.</p><p>Sendo que, em cada um dos casos, as TD possuem significado em termos</p><p>éticos, legais e políticos provocando o enfraquecimento da distinção entre</p><p>realidade e virtualidade; o enfraquecimento da distinção entre humano,</p><p>máquina e natureza; a reversão de uma situação de escassez para</p><p>abundância de informação; e a passagem da primazia das propriedades,</p><p>individualidades e relações binárias para a primazia das conectividades,</p><p>processos e redes (MOREIRA; SCHLEMMER, 2020, p. 25).</p><p>Vemos, então, que essa compreensão de realidade hiperconectada é resultado de</p><p>uma hibridização do mundo biológico, do físico e do digital, que nos exige rever as</p><p>epistemologias e teorias que não conseguem alcançar sua complexidade, pois limitam o</p><p>agir apenas de humanos, numa visão antropocêntrica. Esta é evidenciada tanto com as</p><p>tecnologias digitais, usadas como ferramenta de apoio a serem usadas pelos humanos,</p><p>quanto com as tecnologias digitais enquanto inteligências, que tem o humano como</p><p>produtor, numa composição de desenvolvimento de consciência crítica (MOREIRA;</p><p>SCHLEMMER, 2020).</p><p>REFLITA</p><p>Baseando-se na ideia de que concepção OnLIFE se refere à uma nova experiência de</p><p>hiperconectividade, em que não é mais viável discutir se estamos on-line ou off-line, como</p><p>essa nova realidade interfere no atual momento da educação?</p><p>Fonte: o autor.</p><p>#REFLITA#</p><p>3 NATIVOS OU NÔMADES DIGITAIS</p><p>Caro(a) acadêmico(a), neste momento de nossa apostila de estudos iremos</p><p>discutir sua formação na era digital, compreendendo as questões acerca de Nômades</p><p>Digitais e Nativos Digitais. Em qual perfil nos enquadramos? Vamos descobrir?</p><p>O termo nativo digital foi criado por Marc Prensky e caracteriza um nativo digital</p><p>como aquele indivíduo que nasceu e cresceu com as tecnologias presentes em seu</p><p>cotidiano e em suas práticas, caracterizando, assim, novos alunos para a atualidades,</p><p>esses considerados “falantes nativos” da linguagem digital dos computadores, vídeo</p><p>games e internet (PRENSKY, 2001).</p><p>Neste contexto, os nativos digitais são acostumados a ter todas as informações</p><p>que querem muito rapidamente, independentemente de sua idade, vez que já nascem</p><p>envolvidos com a tecnologia, o que de certa forma, remete a eles o gosto de processar</p><p>várias coisas ao mesmo tempo e realizar diversas tarefas juntas. Eles preferem, na</p><p>maioria das vezes, um acesso aleatório e ligação a uma rede de contatos, pois é mais</p><p>fácil buscar uma informação de forma on-line, com apenas um clique, do que ler vários</p><p>livros, essa é a realidade dessas pessoas.</p><p>Bittencourt e Albino (2017) complementam que, no atual cenário em que nossa</p><p>sociedade está inserida, há mais espaço para as tecnologias digitais que já existem e as</p><p>que ainda estão por vir. Por conta disso, nos deparamos a todo momento com recursos</p><p>tecnológicos em nosso meio; crianças e adolescentes possuem acesso facilitado a</p><p>dispositivos móveis, smartphones e tablets. Vemos como exemplo uma criança de 4 - 5</p><p>anos de idade, acessando facilmente vídeos e jogos infantis sem a mediação de um</p><p>adulto, tudo isso devido ao fato de, desde o seu nascimento e devido a era digital que</p><p>estamos inseridos, ter o acesso cada vez mais facilitado aos mais variados recursos</p><p>tecnológicos, deixando de lado as brincadeiras tradicionais e se tornando reféns da</p><p>tecnologia para realizarem todas as suas demandas.</p><p>[...] o termo nativo digital foi sugerido para designar os nascidos a partir</p><p>de 1990 e que apresentam características como familiaridade com o</p><p>computador, com os recursos da internet e a capacidade de receber em</p><p>informações rapidamente, processar em vários assuntos</p><p>simultaneamente e desempenhar em múltiplas tarefas. Como nem todos</p><p>têm fácil acesso ao computador e aos recursos da internet, pode- se</p><p>falar em usuários nativos digitais sem associá-los diretamente a uma faixa</p><p>etária específica (BITTENCOURT; ALBINO, 2017, p. 212).</p><p>Bates (2017) ressalta que os nativos digitais são aquelas pessoas/alunos que têm</p><p>acesso e imersão facilitados com a tecnologia digital, eles pensam e aprendem de</p><p>maneira diferente do ensino tradicional – sem uso de recursos tecnológicos – como sendo</p><p>um resultado dessa imersão sobre as mídias digitais. Hoje, a maioria dos estudantes</p><p>nascem e crescem envolvidos com a tecnologia e as mídias sociais, eles utilizarão as</p><p>novas tecnologias da informação e comunicação para o processo de ensino e</p><p>aprendizagem.</p><p>[...]os nativos digitais têm habilidades para usar as TDIC, além de se</p><p>relacionarem com outras pessoas por meio das novas mídias, blogs e</p><p>redes sociais e de aproveitarem, assim, as possibilidades disponibilizadas</p><p>pelas novas tecnologias. Baseado em uma revisão de literatura sobre as</p><p>características particulares apresentadas pelos nativos digitais e em sua</p><p>própria pesquisa, [...] confere a esses jovens atributos como a convivência</p><p>com computadores e videogames; conexão online constante; expressão</p><p>e comunicação por meios mediados pelas tecnologias digitais;</p><p>relacionamento com muitas pessoas nas redes sociais com quem</p><p>compartilham fotos e vídeos, vários dos quais nunca conheceram</p><p>pessoalmente; pesquisas sobre informações necessárias ou desejadas</p><p>nas ferramentas de busca; tendência a executar várias atividades</p><p>simultaneamente, ou seja, multitarefas; e recebimento e processamento</p><p>rápido de informações (COSTA; DUQUEVIZ; PEDROZA, 2015, p. 604).</p><p>Com isso, percebemos que o uso de recursos tecnológicos digitais aliados ao</p><p>desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem está ligado a uma nova</p><p>construção simbólica da cultura, uma vez que está sendo resultante de um impacto na</p><p>constituição subjetiva de como os nativos digitais aprendem. Por conta disso, os sujeitos</p><p>envolvidos nesse contexto passam a ser peças na cultura digital, possuindo</p><p>conhecimentos das tecnologias e recursos cada vez mais facilitados (COSTA;</p><p>DUQUEVIZ; PEDROZA, 2015).</p><p>Essa geração nasceu, cresceu e se desenvolveu em um período de</p><p>grandes transformações tecnológicas e, por suas correlações com esse</p><p>meio digital, adquiriram competências e habilidades que lhes permitem</p><p>desenvolverem diferentes atividades a partir desses novos meios de</p><p>comunicação tecnológica (COELHO, 2012, p. 90).</p><p>Complementando todo o contexto apresentado, Coelho (2012) menciona que os</p><p>nativos digitais possuem como habilidade a realização de inúmeras coisas ao mesmo</p><p>tempo, característica essa muito frequente na geração atual. Nessa nova geração os</p><p>indivíduos/crianças não se amedrontam diante de desafios gerados pelas tecnologias,</p><p>experimentam e vivenciam muitas possibilidades que são oferecidas pelos recursos</p><p>digitais.</p><p>Destarte a isso, compreendemos então, que os chamados nativos digitais passam</p><p>grande parte de seus dias e de suas atividades de forma on-line, trocando mensagens,</p><p>navegando na internet, acessando jogos, tudo isso de maneira simultânea e cada vez</p><p>mais natural, devido ao fácil e desenvolvido acesso às redes de internet e recursos</p><p>tecnológicos, desde quando nascem.</p><p>Já os Nômades digitais são vistos como aquelas pessoas que se aproveitam da</p><p>tecnologia como um instrumento facilitador para realização das tarefas diárias de sua</p><p>profissão de forma remota. Por conta disso, não dependem de uma base fixa para</p><p>trabalharem, conduzindo seu estilo de vida de maneira nômade, pois podem exercer suas</p><p>funções em qualquer lugar que tenha acesso à internet e recursos tecnológicos.</p><p>De acordo com Gomes (2019, p. 6), “os nômades digitais representam um novo</p><p>estilo de vida, caracterizado principalmente pela liberdade constante utilizando a</p><p>tecnologia como aliado para conciliar o turismo e o trabalho no seu dia a dia [...]”. Com</p><p>isso, entendemos que essas pessoas representam um novo meio de trabalho emergente</p><p>e com muitos desafios específicos devido à associação do trabalho remoto com os</p><p>recursos tecnológicos.</p><p>[...] os nômades digitais são pessoas com habilitações literárias de nível</p><p>superior, que já não se identificam com uma vida de trabalho considerada</p><p>“normal” na sociedade atual. Os nômades digitais normalmente viajam</p><p>acompanhados e procuram seguir, mesmo que minimamente, uma rotina</p><p>para manter a organização do trabalho. Em cada novo destino começam</p><p>por ter comportamentos bastante aproximados de alguns turistas</p><p>alternativos já conhecidos e parecem trazer alguns impactos positivos na</p><p>economia local, bem como ao nível da preocupação com a preservação</p><p>e conservação local (GOMES, 2019, p. 6).</p><p>Os nômades digitais possuem como ideal de trabalho navegar pelos diferentes</p><p>locais da mesma forma como navegam pelas redes móveis, tendo, assim, uma nova</p><p>possibilidade de trabalho devido aos grandes avanços das tecnologias e os seus impactos</p><p>em nossa sociedade, formando assim</p><p>uma sociedade de rede (MATOS, 2018). Com isso,</p><p>podemos concluir que, devido ao advento das novas tecnologias, acaba surgindo o</p><p>movimento chamado “nômades digitais”, que são as pessoas que buscam na tecnologia uma</p><p>melhor maneira de realizar o seu trabalho remotamente, no local que julgar necessário e</p><p>mais fácil, reinventando, assim, as formas de trabalhar que conhecemos e estamos</p><p>acostumados a lidar. Isso tudo devido a facilidade que as novas tecnologias nos</p><p>proporcionam para atuarmos em qualquer lugar e hora, bastando apenas</p><p>ter a sua disposição um dispositivo móvel conectado à internet.</p><p>REFLITA</p><p>Pensando nessas informações acerca dos nativos e nômades digitais – um desde quando</p><p>nasce possui o acesso facilitado aos recursos tecnológicos, e o outro se apropria desses</p><p>recursos como facilitador de seu trabalho –, você se considera um nativo ou nômade</p><p>digital?</p><p>Fonte: o autor.</p><p>#REFLITA#</p><p>SAIBA MAIS</p><p>Tecnologia na Educação: entenda os benefícios e desafios</p><p>Quando pensamos em tecnologia na educação, a primeira ideia que vem à mente</p><p>são aparelhos como tablets, computadores inteligentes e robôs. Realmente, esses</p><p>recursos estão cada vez mais inseridos nas salas de aula, entretanto a tecnologia e a</p><p>inovação fazem parte do ambiente escolar há mais de três séculos.</p><p>A evolução da tecnologia da educação</p><p>Em 2010, os jornalistas Benjamin Innes e Charles Wilson, em seu artigo “Learning</p><p>Machines” (Máquinas de Aprendizado), publicado no jornal estadunidense The New York</p><p>Times, abordaram a evolução das tecnologias no processo de ensino-aprendizagem ao</p><p>longo da história, desde o seu início, em 1450.</p><p>Na época, os educadores utilizavam uma chapa de madeira com letras e figuras</p><p>impressas, chamada Hornbook, para alfabetizar as crianças, através de textos religiosos.</p><p>Com o passar dos anos, a ascensão do capitalismo e a Revolução Industrial no</p><p>século XVIII, impulsionaram a criação de novas tecnologias, como o quadro negro, o</p><p>lápis, o retroprojetor, o rádio e a TV.</p><p>Até então, os recursos utilizados nas salas de aula tinham como foco a</p><p>disseminação e a apresentação da informação, do professor para o estudante. Neste</p><p>processo, pode-se dizer então, que a atuação dos alunos tinha caráter receptivo, ou seja,</p><p>a criança recebia aquele conteúdo, mas não necessariamente participava na produção</p><p>do conhecimento.</p><p>A partir do século 20, a chegada da internet e a ampliação do acesso à</p><p>computadores e dispositivos eletrônicos, deu origem a uma vasta gama de equipamentos</p><p>e softwares que transformaram a sociedade atual.</p><p>Fonte: Vieira (2021).</p><p>#SAIBA MAIS#</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Caro(a) aluno(a), chegamos ao final de nossa quarta e última unidade de</p><p>discussão sobre a disciplina de Prática de ensino: Estratégias e Tecnologias.</p><p>Em nosso primeiro momento de discussão foi possível que você compreendesse</p><p>um pouco mais sobre os diferentes métodos de ensino on-line. Foram destacados os</p><p>principais, que são: gravação de aulas expositivas e aulas expositivas, o ensino em</p><p>pequenos grupos, o ensino baseado em recursos tecnológicos e individualizado, o uso</p><p>de ambientes virtuais de aprendizagens, a aprendizagem colaborativa on-line e a</p><p>aprendizagem baseada em competências.</p><p>No segundo tópico de discussão foram apresentadas as principais informações</p><p>acerca da educação onlife. Você, caro(a) aluno(a), pode compreender que não há mais</p><p>a necessidade de definirmos se estamos on-line ou off-line devido à experiência da nova</p><p>realidade hiperconectada.</p><p>No terceiro momento discutimos sobre a conceituação dos Nativos Digitais e</p><p>Nômades Digitais, compreendendo que os nativos estão relacionados àqueles que já</p><p>nascem e crescem envolvidos com a tecnologia, desenvolvendo novos alunos para a</p><p>atual educação. Os nômades digitais são aqueles que aproveitam a tecnologia como um</p><p>recurso facilitador para a realização de suas práticas profissionais de forma remota, não</p><p>necessitando de uma base fixa para trabalharem.</p><p>Para uma ampliação do conhecimento acerca dos assuntos abordados nesta</p><p>unidade, não deixe de acessar os materiais complementares dispostos a seguir.</p><p>Até uma próxima, bons estudos!</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR</p><p>AMPLIANDO CONCEITOS PARA O PARADIGMA DE EDUCAÇÃO DIGITAL ONLIFE</p><p>Eliane Schlemmer</p><p>José António Moreira</p><p>Resumo</p><p>A sociedade hiperconectada que vem se potencializando, a partir do desenvolvimento de</p><p>tecnologias digitais em rede, tem exigido movimentos disruptivos em diferentes contextos</p><p>do viver e do conviver em suas distintas dimensões. O campo da educação,</p><p>principalmente, devido à pandemia do COVID-19 que impossibilitou a continuidade do</p><p>desenvolvimento dos processos de ensino e de aprendizagem em contexto de sala de</p><p>aula física, pela exigência do isolamento físico, viu-se forçado a usar tecnologias digitais,</p><p>em rede, a fim de viabilizar a continuidade de seus processos. Essa situação emergencial</p><p>evidenciou a necessidade de discutir e clarificar diferentes conceitos, tais como o de</p><p>ensino remoto emergencial, ensino a distância, educação a distância, educação online,</p><p>educação aberta, educação digital, entre outros, trazidos por Moreira e Schlemmer</p><p>(2020). Assim, na continuidade da apresentação desses conceitos e, com o intuito de</p><p>ampliar e adensar a compreensão, bem como identificar o potencial de cada um deles no</p><p>contexto do hibridismo e da multimodalidade na educação, irão ser analisados neste texto</p><p>os conceitos de mobile learning, pervasive learning, ubiquitous learning, immersive</p><p>learning, gamification learning, game based learning, entre outros. Assim o nosso objetivo</p><p>principal com este texto, de cariz eminentemente teórico, é contribuir com elementos que</p><p>possibilitem a reflexão, auxiliando professores e gestores na superação de desenhos</p><p>educacionais baseados na transposição de metodologias e práticas do ensino presencial</p><p>na geografia física para uma educação digital em rede e na construção de desenhos</p><p>disruptivos para uma educação OnLIFE.</p><p>Caro(a) aluno(a), sugiro que faça a leitura do artigo completo por meio da referência:</p><p>Fonte: SCHLEMMER, Eliane; MOREIRA, José Antonio. Ampliando conceitos para o paradigma da</p><p>Educação Digital OnLIFE. Revista Interacções, Santarém, v. 16, n. 55, p. 103-122, 2020.</p><p>LIVRO</p><p>• Título: 20% a distância e agora? Orientações práticas para o uso de</p><p>tecnologia de educação a distância no ensino presencial.</p><p>• Autor: Alda Luiza Carlini e Rita Maria Lino Tarcia (2010).</p><p>• Editora: Pearson Education do Brasil.</p><p>• Sinopse: Diante de leis que, em alguns casos, permitem que 2 %</p><p>das disciplinas de um curso sejam ministradas on-line, os gestores e</p><p>profissionais da educação se depararam com uma grande questão: como implantar essa</p><p>porcentagem de modo eficiente? Respondendo a essa e a outras questões, 2 % a</p><p>distância - e agora?, além de explicar o que de fato significam os 2 % das aulas</p><p>ministradas on-line, apresenta diversas ferramentas - como blogs, vídeos, podcasts e</p><p>WebQuests - que podem ser usadas por professores e alunos para a ampliação da</p><p>qualidade dos processos de ensino e aprendizagem, em sintonia com as demandas da</p><p>educação contemporânea. Ideal para professores e gestores das mais diversas áreas e</p><p>instituições de ensino superior, é também leitura obrigatória para profissionais da</p><p>educação ligados ao ensino médio e à educação corporativa.</p><p>FILME/VÍDEO</p><p>• Título: Humanidades Digitais e Educação OnLIFE</p><p>• Ano: 2020.</p><p>• Sinopse: Com a pandemia foi-se necessário repensar e</p><p>criar novos métodos de ensino e aprendizagem, e para discutir a temática, a Revista</p><p>Espaço Acadêmico (REA), do Departamento de Ciências Sociais (DCS) da Universidade</p><p>Estadual de Maringá (UEM) promove nesta segunda-feira (23), às 19h, em parceria com</p><p>o Projeto Diversitas, a live ‘Humanidades digitais e educação Onlife’, que faz parte do I</p><p>Ciclo Onlifes.</p><p>Para a palestrante Renata Oliveira</p><p>dos Santos, doutoranda do Programa de Pós-</p><p>Graduação em Educação- UEM, na área Política e Gestão, é importante refletir sobre as</p><p>tecnologias digitais que podem ser meios para transmitir uma boa educação. “Em um ano</p><p>que tivemos que adotar o ensino remoto emergencial, se faz necessário refletir sobre a</p><p>educação em tempos de pandemia e os desdobramentos do uso digital para o ensino e</p><p>a aprendizagem”, conclui.</p><p>• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=A5zcte82rKc</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>APRENDIZAGEM baseada em Competências na EaD. Instituto de Desenho</p><p>Instrucional, Curitiba, 2021. Disponível em:</p><p>https://www.desenhoinstrucional.com/post/aprendizagem-baseada-em-</p><p>compet%C3%AAncias-na-ead. Acesso em: 2 abr. 2021.</p><p>BATES, T. Educar na era digital: design, ensino e aprendizagem. São Paulo:</p><p>Artesanato Educacional, 2017.</p><p>BITTENCOURT, P. A. S.; ALBINO, J. P. O uso das tecnologias digitais na educação do</p><p>século XXI. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 12, n.</p><p>1, p. 205-214, 2017.</p><p>COELHO, P. M. F. Os nativos digitais e as novas competências tecnológicas. Texto</p><p>livre – Linguagem e tecnologia, v. 5, n. 2, 2012.</p><p>COSTA, S. R. S.; DUQUEVIZ, B. C.; PEDROZA, R. L. S. Tecnologias Digitais como</p><p>instrumentos mediadores da aprendizagem dos nativos digitais. Revista Quadrimestral</p><p>da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, São Paulo, v. 19, n.</p><p>3, p. 603-610, set./dez. 2015.</p><p>GODOY, A. S.; CUNHA, M. A. V. C. Ensino em pequenos grupos. In: MOREIRA.</p><p>D. A. Didática do ensino superior: técnicas e tendências. São Paulo: Pioneira,</p><p>1997. p. 83-99.</p><p>GODOY, A. S. Recursos tecnológicos e ensino individualizado. In: MOREIRA, D. A.</p><p>Didática do ensino superior: técnicas e tendências. São Paulo: Pioneira, 1997a,</p><p>p. 101-113.</p><p>GODOY, A. S. Revendo a aula expositiva. In: MOREIRA. Daniel Augusto. Didática do</p><p>ensino superior: técnicas e tendências. São Paulo: Pioneira, 1997b, p. 75-82.</p><p>GOMES, N. S. Nômades digitais: quem são estes novos turistas. 2019. 156f.</p><p>Dissertação (Mestrado em Turismo e Desenvolvimento de Destinos e Produtos) –</p><p>Universidade de Évora, Évora, 2019.</p><p>MATOS, P. Nómadas digitais e a era dos sujeitos móveis: questões de mobilidade,</p><p>comunicação e trabalho num estilo de vida location independent. In: ARAÚJO, E.;</p><p>RIBEIRO, R.; ANDRADE, P.; COSTA, R. (Eds.), Viver em/a mobilidade: rumo a</p><p>novas culturas de tempo, espaço e distância. Livro de atas, Braga: CECS, 2018. p.</p><p>36-48.</p><p>MOREIRA, J. A.SCHLEMMER, E. Por um novo conceito e paradigma de educação</p><p>digital onlife. Revista UFG, v. 20, 2020.</p><p>PRENSKY, M. Digital natives, digital immigrants. On the Horizon, University Press, v.</p><p>9, n. 5, out. 2001.</p><p>SCHLEMMER, E.; DI FELICE, M.; SERRA, I. M. R. de S. Educação OnLIFE: a</p><p>dimensão ecológica das arquiteturas digitais de aprendizagem. Educar em Revista,</p><p>Curitiba, v. 36, 2020.</p><p>SCHLEMMER, E.; MOREIRA, J. A. Ampliando conceitos para o paradigma da</p><p>Educação Digital OnLIFE. Revista Interacções, Santarém, v. 16, n. 55, p. 103-122,</p><p>2020.</p><p>VIEIRA, L. P. Tecnologia na educação: entenda os benefícios e desafios. Revista</p><p>Quero, São José dos Campos, 2020. Disponível em:</p><p>https://querobolsa.com.br/revista/tecnologia-na-educacao-entenda-os-beneficios-e-</p><p>desafios. Acesso em: 14 abr. 2021.</p><p>WUNSCH, L. P.; FERNANDES JUNIOR, A. M. Tecnologias na educação: conceitos e</p><p>práticas. Curitiba: InterSaberes, 2018.</p><p>CONCLUSÃO GERAL</p><p>Caro(a) aluno(a), chegamos ao final de mais uma etapa do curso e com ela a</p><p>disciplina de Prática de Ensino: Estratégias e Tecnologias.</p><p>Ao longo das quatro unidades foram debatidos assuntos pertinentes a esse tema.</p><p>Na Unidade I foi possível compreender que a discussão acerca das tecnologias é algo</p><p>tão antigo quanto a origem da espécie humana, pois não está relacionada somente a</p><p>objetos e técnicas digitais recentes e, por conta da engenhosidade humana, foram</p><p>surgindo as mais variadas técnicas e recursos de tecnologia. Com base nisso, podemos</p><p>compreender que a tecnologia está associada àquilo que é pertinente à condição</p><p>humana, uma ciência da técnica que investiga a materialização da realidade do</p><p>indivíduo no que se relaciona aos instrumentos e máquinas. Em relação à Educação,</p><p>esta, em conjunto com a tecnologia, é vista como uma forma de proporcionar aos</p><p>indivíduos uma construção de seu conhecimento de forma atualizada, para que, assim,</p><p>as pessoas estejam preparadas para criar recursos tecnológicos, saber utilizá-los e</p><p>desenvolvê-los, a fim de sempre compreender a</p><p>importância de sua ligação e constantes mudanças.</p><p>Na Unidade II você pode analisar as definições de Educação e Ensino a Distância,</p><p>Educação e Ensino Híbrido, Ensino Remoto Emergencial e a Educação no Século XXI.</p><p>Nesse tópico, foi possível entender que a Educação e Ensino a Distância (EAD),</p><p>entendida como uma modalidade de ensino em que os docentes e alunos estão em</p><p>lugares separados, ou seja, fora da sala de aula tradicional. Esta é pensada das mais</p><p>variadas formas pelas instituições escolares e, para tal processo, faz-se o uso de</p><p>diversas tecnologias da informação e recursos tecnológicos envolvidos no processo de</p><p>ensino e aprendizagem.</p><p>A partir da Unidade III foi possível uma compreensão maior acerca das</p><p>Humanidades Digitais e a formação em cultura digital, compreendendo sobre o</p><p>Tecnopólio, a Cibercultura, a Virtualização e as Humanidades Digitais. Na definição de</p><p>Tecnopólio, foi possível analisar que nada mais é do que a rendição da cultura à</p><p>tecnologia, ou seja, as pessoas em uma sociedade geral apresentam uma crença fiel e</p><p>exagerada no que diz respeito às tecnologias e a ciência, levando a ideia de que ambas</p><p>definem os rumos que as pessoas devem seguir enquanto civilização consciente e por</p><p>conta disso a tecnologia passa a assumir cada vez mais partes de nossas vidas e</p><p>instituições. Já a Cibercultura pôde ser compreendida como a cultura contemporânea</p><p>estruturada pela utilização das novas tecnologias em redes do ciberespaço, tendo como</p><p>sinalização, em seus primeiros estudos sobre o assunto apontavam que esta pode ser</p><p>entendida como um modelo híbrido da internet e infraestrutura tecnológica, com as</p><p>pessoas envolvidas em processos de comunicação por meio das redes sociais, estando</p><p>relacionada à um conjunto de técnicas e práticas culturais envolvidas com as novas</p><p>tecnologias da informação e da comunicação, sendo vista como uma nova relação entre</p><p>a sociedade e a tecnologia.</p><p>Em relação à Virtualização, você, caro(a) aluno(a), pôde identificar que é vista</p><p>como uma inversão da atualização, pois se caracteriza como sendo uma passagem entre</p><p>o real e o virtual. Em relação às Humanidades Digitais, a compreensão sobre esse</p><p>assunto se deu ao entendimento de que temos muitas definições sobre Humanidades</p><p>Digitais como qualquer outra área da sociedade. Pode ser entendida como uma área</p><p>acadêmica interdisciplinar que apresenta diferentes metodologias específicas</p><p>apropriadas de recursos tecnológicos.</p><p>Por fim, na Unidade IV discutimos sobre Educar na Era Digital, analisando os</p><p>métodos de ensino on-line, a Educação onlife e Nativos Digitais ou Nômades digitais. Foi</p><p>possível analisarmos que os métodos de ensino on-line se referem aquilo que os</p><p>docentes se utilizam para apropriar em suas aulas de maneira on-line, e como tais</p><p>métodos podem agregar e auxiliar em suas aulas, enquanto na educação onlife,</p><p>passamos para uma discussão em que não é mais necessário definirmos se estamos</p><p>on-line ou off-line. Ou seja, uma nova experiência de realidade hiperconectada, que</p><p>provoca quatro transformações macros em nossa sociedade: a) a distinção difusa entre</p><p>realidade e a virtualidade; b) a distinção difusa entre humano, máquina e natureza; c) a</p><p>mudança da informação escassa para a informação abundante; d) a mudança da ênfase</p><p>nas propriedades individuais e binárias, para a primazia das interações, processos e</p><p>redes.</p><p>Em relação aos nativos digitais,</p><p>compreendemos que esse termo é designado</p><p>aquelas pessoas que nascem e crescem envolvidos com os novos recursos tecnológicos</p><p>em seu cotidiano e em suas práticas pessoais e educacionais, sendo entendidos como</p><p>falantes nativos da linguagem digital de computadores e internet, enquanto que os</p><p>nômades digitais são entendidos como as pessoas que usam a tecnologia como um</p><p>recurso para facilitar a realização de seu trabalho e de suas tarefas diárias sem ter,</p><p>necessariamente, uma base fixa de trabalho, precisando apenas de um dispositivo móvel</p><p>conectado a uma rede de internet.</p><p>Desejo a você, caro(a) aluno(a), muito sucesso em sua formação acadêmica e</p><p>profissional!</p><p>Até breve!!!</p><p>digitais ou não.</p><p>As novas tecnologias de comunicação (TIC’s), sobretudo a televisão e o</p><p>computador, movimentaram a educação e provocaram novas mediações</p><p>entre a abordagem do professor, a compreensão do aluno e o conteúdo</p><p>veiculado. A imagem, o som e o movimento oferecem informações mais</p><p>realistas em relação ao que está sendo ensinado. Quando bem utilizadas,</p><p>provocam a alteração dos comportamentos de professores e alunos,</p><p>levando-os ao melhor conhecimento e maior aprofundamento do</p><p>conteúdo estudado. [...] Encaradas como recursos didáticos, elas ainda</p><p>estão muito longe de serem usadas em todas as suas possibilidades para</p><p>uma melhor educação (KENSKI, 2015, p. 45).</p><p>Logo, por meio dessa colocação, podemos perceber que a escola utiliza a</p><p>tecnologia, mas apenas como um recurso de ajuda para determinados momentos,</p><p>deixando de lado a busca de sua verdadeira maneira de auxílio em sala de aula, pois por</p><p>mais que as instituições escolares utilizem computadores e internet, ainda são muito</p><p>restritos e ligados apenas a determinadas disciplinas ou currículos escolares.</p><p>A utilização de mídias digitais como uma estratégia didática no cenário</p><p>educacional está cada vez maior, pois é notório que, nas últimas décadas, as escolas</p><p>estão recebendo cada vez mais alunos envolvidos com os mais diversos contextos</p><p>tecnológicos, trazendo, assim, o uso dessa estratégia como uma forma de oportunizar</p><p>uma resposta para as diferenças individuais e as mais variadas maneiras de</p><p>aprendizagem.</p><p>Com isso, é notório perceber que o ambiente que menos utiliza as tecnologias de</p><p>forma mais assertiva e objetiva seriam as escolas, principalmente pelos professores e</p><p>demais envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, visto que ainda existem</p><p>muitas questões a serem debatidas, como, por exemplo, a maneira correta como as</p><p>tecnologias devem ser utilizadas em sala de aula e quais os recursos tecnológicos</p><p>viáveis a serem utilizados (BITTENCOURT; ALBINO, 2017).</p><p>Sabendo que a educação é o pilar fundamental para o processo de</p><p>desenvolvimento dos discentes, é necessário levar em consideração o que já vem sendo</p><p>debatido por envolvidos na educação ao longo dos anos, percebendo, assim, que</p><p>neste contexto a educação enfrenta desafios, seja de reflexão no ensino-</p><p>aprendizagem e na capacitação dos educadores, que são pessoas que</p><p>se esforçam para se adaptar ao uso das novas tecnologias [...], e estão</p><p>acostumados com outra didática e outras formas de ensino-</p><p>aprendizagem (BITTENCOURT; ALBINO, 2017, p. 210).</p><p>Além de que</p><p>Não há dúvida de que as novas tecnologias de comunicação e</p><p>informação trouxeram mudanças consideráveis e positivas para a</p><p>educação. [...] Para que as TIC’s possam trazer alterações no processo</p><p>educativo, no entanto, elas precisam ser compreendidas e incorporadas</p><p>pedagogicamente. Isso significa que é preciso respeitar as</p><p>especificidades do ensino e da própria tecnologia para poder garantir que</p><p>o seu uso, realmente, faça a diferença. Não basta usar a televisão ou o</p><p>computador, é preciso saber usar de forma pedagogicamente correta a</p><p>tecnologia escolhida (KENSKI, 2015, p. 46).</p><p>Quando se fala em tecnologias educacionais, precisamos levar em consideração</p><p>que todos os recursos tecnológicos são viáveis, desde que ocorra uma ligação com o</p><p>contexto educacional e social em que a escola está inserida, que seja levado em</p><p>consideração cada etapa do processo de ensino e aprendizagem dos alunos que fazem</p><p>acesso a tais recursos e que o professor os utilize em sua ação pedagógica.</p><p>Em suma, com base no exposto, você, caro(a) aluno(a), poderá compreender que</p><p>as tecnologias e inovação estão presentes cada vez mais na Educação. Porém, é</p><p>necessário repensar o seu uso no contexto educacional, vez que não é simplesmente</p><p>inserir um computador ou uma rede de internet na instituição escolar que o uso</p><p>tecnológico já acontecerá de forma assertiva.</p><p>É preciso analisar e avaliar, também, se o meio em que a escola está inserida</p><p>possui acesso à rede de internet e computadores em suas casas. Por exemplo, se a</p><p>equipe pedagógica e docente está preparada metodologicamente para a inserção de</p><p>recursos tecnológicos, ou seja, deve acontecer uma análise pedagógica para</p><p>identificação de possíveis metodologias a serem utilizadas em sala de aula.</p><p>SAIBA MAIS</p><p>Tecnologia na Educação: integração inevitável?</p><p>A tecnologia tem evoluído de forma tão acelerada e exponencial que, atualmente,</p><p>vivemos numa sociedade baseada no conceito IoT – Internet of Things, com grande</p><p>influência na indústria, levando, até, ao que muitos defendem como a nova revolução</p><p>industrial. Nesta nova sociedade onde tudo está ligado, onde a informação e os dados</p><p>podem ser facilmente partilhados, agora é possível adicionar novas potencialidades e</p><p>funcionalidades, desde o mais simples aparelho do nosso quotidiano até às grandes</p><p>linhas de produção industrial.</p><p>[…]</p><p>A escola não pode ignorar esta evolução e a integração da tecnologia na</p><p>educação é indispensável para que os nossos alunos, que se encontram em processo</p><p>de educação e formação, conheçam e dominem as diferentes abordagens e</p><p>potencialidades que a tecnologia vem proporcionando à vida económica, social e cultural,</p><p>constituindo-se, além disso, numa mais-valia para a aquisição de conhecimentos e</p><p>competências importantes — que os qualificam e lhes permitirão enfrentar com</p><p>vantagem, ao longo da vida, os desafios de uma sociedade que acelera na era digital</p><p>como nunca.</p><p>[…]</p><p>A tecnologia tem de ser integrada na educação como um meio, para que as</p><p>escolas disponham de mais ferramentas para explorar novas metodologias inovadoras.</p><p>Com acesso a novos conteúdos e plataformas, as escolas podem aprofundar a</p><p>diferenciação pedagógica e proporcionar ao aluno um percurso de aprendizagem ao seu</p><p>ritmo e com maior autonomia. Através do acesso a recursos educativos digitais que</p><p>facilitam o acesso à informação e ao conhecimento de uma forma universal, podem</p><p>assegurar a inclusão de cada aluno, respondendo, de forma mais eficaz, ao contexto ou</p><p>necessidades especiais de cada um. A integração da tecnologia terá também de valorizar</p><p>a formação, o trabalho cooperativo e a partilha de práticas pedagógicas no</p><p>desenvolvimento profissional dos professores e de outros técnicos.</p><p>[...]</p><p>Caro (a) aluno (a), oriento que você faça a leitura da reportagem na íntegra, acessando:</p><p>GASPAR, Luis. Tecnologia na Educação: integração inevitável? Observador, Lisboa,</p><p>2021. Disponível em: https://observador.pt/opiniao/tecnologia-na-educacao-integracao-</p><p>inevitavel/.</p><p>#SAIBA MAIS#</p><p>1.2 O Ensino na Sociedade da Informação</p><p>Caro(a) aluno(a), agora que você já compreende como se dá o processo entre as</p><p>tecnologias e a Educação, e como tal recurso pode ser visto e entendido nos mais</p><p>variados contextos sociais e educacionais, é importante que façamos uma explanação</p><p>sobre o ensino na sociedade da informação. Vamos lá?</p><p>Moran, Masetto e Behrens (2015) nos afirmam que o processo de aprendizagem</p><p>e tecnologia pode ser analisado por meio de quatro pontos, são eles: o conceito de</p><p>aprender, o papel do aluno, o papel do professor e o uso da tecnologia, em que</p><p>O conceito de aprender está ligado diretamente a um sujeito (que é</p><p>aprendiz) que, por suas ações, envolvendo ele próprio, outros colegas e</p><p>o professor, busca e adquire informações, dá significado ao</p><p>conhecimento, produz reflexões e conhecimentos próprios, pesquisa,</p><p>dialoga, debate, desenvolve competências pessoais e profissionais,</p><p>atitudes éticas, políticas, muda comportamentos, transfere</p><p>aprendizagens, [...] desenvolve sua criticidade, a capacidade de</p><p>considerar e olhar para os fatos e fenômenos de diversos ângulos,</p><p>compara posições e teorias, resolve problemas. Numa palavra, o</p><p>aprendiz cresce e desenvolve-se (MORAN; MASETTO; BEHRENS,</p><p>2015, p. 142).</p><p>Já em relação aos docentes, os autores enfatizam que passam a ter a</p><p>oportunidade de abordar o seu verdadeiro</p><p>ofício que é o de mediador do conhecimento</p><p>no processo de ensino e aprendizagem de seus alunos, sendo ele um facilitador e</p><p>incentivador desse processo pelo qual seus discentes passam. Vemos aí, então, que o</p><p>professor nada mais é do que a peça-chave para a interligação entre a teoria, ou seja,</p><p>os conteúdos apresentados, com o momento de apreensão pelos alunos durante o</p><p>processo de aprendizagem.</p><p>O professor assume, com isso, novas atitudes em relação ao aprendizado de seus</p><p>alunos, mesmo que, por muitas vezes, ele ainda seja visto como aquele profissional que</p><p>desempenha “o papel de especialista que possui conhecimentos e/ou experiências a</p><p>comunicar, o mais das vezes ele vai atuar como orientador das atividades do aluno, [...]</p><p>facilitador, [...] trabalhando em equipe com o aluno buscando os mesmos objetivos [...]”,</p><p>ou seja, ele vai desenvolver um papel de mediador pedagógico (MORAN; MASETTO;</p><p>BEHRENS, 2015, p. 142).</p><p>Já em relação às tecnologias, trabalhar com elas no contexto escolar, criando</p><p>aulas mais atrativas e motivadoras, não significa inserir a tecnologia em sala e privilegiar</p><p>apenas ela. “[...] não significa simplesmente substituir o quadro negro e o giz por algumas</p><p>transparências, por vezes tecnicamente mal elaboradas [...]”, é necessário repensar todo</p><p>o processo pedagógico, desde o projeto político pedagógico da escola para verificar</p><p>como os recursos tecnológicos podem ser abordados nas instituições de ensino</p><p>(MORAN; MASETTO; BEHRENS, 2015, p. 143).</p><p>Mas, pensando agora na proposta deste tópico, que é abordar sobre o ensino da</p><p>sociedade da informação, afinal, o que é uma Sociedade da Informação? Coutinho e</p><p>Lisbôa (2011, p. 6) enfatizam que</p><p>A ideia subjacente ao conceito de SI é o de uma sociedade inserida num</p><p>processo de mudança constante, fruto dos avanços na ciência e na</p><p>tecnologia. Tal como a imprensa revolucionou a forma de aprendermos,</p><p>através da disseminação da leitura e da escrita nos materiais impressos,</p><p>o despertar das tecnologias da informação e da comunicação tornou</p><p>possíveis novas formas de acesso e distribuição do conhecimento. [...]</p><p>Uma nova realidade que exige dos indivíduos competências e habilidades</p><p>para lidar com a informatização do saber [...].</p><p>Logo, podemos compreender, caro(a) aluno(a), que a Sociedade da Informação</p><p>nada mais é do que a inserção da sociedade num processo de modernização por conta</p><p>das atualizações na área da ciência e da tecnologia, vez que o acesso, cada vez mais</p><p>facilitado, evidencia um novo olhar sobre as tecnologias da informação e comunicação</p><p>como uma maneira de transmitir o conhecimento de forma mais rápida e assertiva.</p><p>Na Sociedade da Informação, a comunicação e a informação possuem um papel</p><p>de mediar as atividades e as tomadas de decisão nos mais variados contextos da</p><p>sociedade, como, por exemplo, a política, a cultura, a ciência e tecnologia e a educação,</p><p>logo, por conta disso, a sociedade passa a operar em redes. Em suma, se desenvolve</p><p>por meio da operacionalização de informações e conteúdos sob a demanda da</p><p>conectividade tecnológica (MIRANDA, 2000).</p><p>Já em relação ao ensino, é necessário compreender que, por conta da sociedade</p><p>da informação, surgiram novos desafios em relação ao processo de ensino e</p><p>aprendizagem, vez que a maneira em que a construção do conhecimento é vista se</p><p>alterou, e, com isso, o próprio saber passou a ser entendido como algo instável e</p><p>necessitado de atualizações (CRUZ, 2008).</p><p>A forma tradicional de conhecimento presente nas escolas centrava-se</p><p>na figura do professor, sendo este tratado como “dono do saber”. Hoje,</p><p>percebemos mudanças nesse cenário. Na era da informação, o espaço</p><p>de saber docente foi dando lugar ao de mediador e problematizador do</p><p>aprender: ele passou a ser visto como aquele que desafia os alunos,</p><p>mostrando-lhes, entre várias possibilidades de aprendizagem, caminhos</p><p>que poderão ser percorridos (CRUZ, 2008, p. 1).</p><p>Logo, por meio disso, podemos compreender que o papel da escola e do professor</p><p>não é simplesmente apresentar coisas e informações, mas sim apresentar uma forma de</p><p>evidenciar e mediar o conhecimento. Com isso, a escola que apenas transmite e propaga</p><p>o uso da memorização, passa a dar lugar para uma instituição escolar que aborda o</p><p>conhecimento e a descoberta das coisas utilizando das mais diversas formas de</p><p>informações já apresentadas na sociedade, dando, assim, maior foco da educação</p><p>escolar.</p><p>A evolução das tecnologias da informação apresentou uma nova maneira de</p><p>transformação da educação escolar, em que a utilização da tecnologia passou a ser</p><p>muito evidente em boa parte das escolas públicas que utilizam o ensino tradicional.</p><p>“Numa sociedade em que produtores e consumidores do media interagem, onde os</p><p>jovens frequentemente dão mais importância aos meios de divulgação [...] será</p><p>indispensável que a escola aprenda interiorizar uma ‘cultura de convergência’ [...]”</p><p>(RUIVO; MESQUITA, 2013, p. 11).</p><p>Então, professor e aluno terão de aprender a lidar com as novas</p><p>tecnologias e também com os métodos tradicionais para adquirir as</p><p>informações necessárias para a sua formação profissional e pessoal.</p><p>Como se percebe, o desafio não é simples, requer que professores e</p><p>alunos se preparem para trabalhar com um universo tecnológico no qual</p><p>eles ainda estão iniciando (CRUZ, 2008, p. 1).</p><p>Isso se dá, pois, se analisarmos na íntegra, estamos inseridos em uma sociedade</p><p>em que a educação tradicional passou a ter como aliada a internet e, com isso, ambas</p><p>passaram a ser aliadas no processo educativo. Por isso é importante ressaltar que o</p><p>ensino na sociedade da informação pode ser entendido como uma complementação do</p><p>ensino que já conhecemos com as novas tecnologias que surgem cada vez mais, de</p><p>forma que toda a sociedade, inclusive no âmbito educacional, precisa estar sempre</p><p>atualizada perante essas atualizações.</p><p>Dessa forma, ensinar ou aprender na era da informação se torna uma mudança</p><p>de padrões de ensino já existentes, de forma que as tecnologias sejam utilizadas de</p><p>forma consciente e que auxilie o processo educacional, buscando sempre a</p><p>transformação das novas informações recebidas em conhecimentos, pois a interligação</p><p>desses contextos permite “[...] aperfeiçoar o pensamento reflexivo como instrumento de</p><p>emancipação humana” (CRUZ, 2008, p. 1).</p><p>Podemos dizer que, na sociedade da informação, aprende quem</p><p>descobre mais e mais profundos padrões. A aprendizagem está,</p><p>principalmente, na habilidade de estabelecer conexões, revê-las e refazê-</p><p>las. Com isso, a aprendizagem deixa de ser algo passivo para tornar-se</p><p>uma obra de reconstrução permanente, dinâmica entre sujeitos que se</p><p>influenciam mutuamente. É fundamental saber ler a realidade com</p><p>acuidade, para nela saber intervir com autonomia. Em síntese,</p><p>compreende-se que a aprendizagem na era das novas tecnologias da</p><p>informação exige uma política de produção de si e do mundo (CRUZ,</p><p>2008, p. 1).</p><p>Além disso, é importante frisar que a educação e o uso das novas tecnologias da</p><p>informação e comunicação no contexto escolar deve ser compreendido como uma união</p><p>de recursos e metodologias em busca de habilidades e competências para o êxito</p><p>profissional e social do aluno e não somente como um meio fácil de utilizar em todos os</p><p>processos de aprendizagem (RUIVO; MESQUITA, 2013).</p><p>REFLITA</p><p>Caro(a) aluno(a), vimos que a tecnologia está cada vez mais presente na</p><p>Educação e nos mais variados contextos sociais, porém é necessário repensar na</p><p>realidade que cada estado, cada cidade e cada escola estão inseridas, para, somente</p><p>assim, identificar quais são os benefícios da inserção das novas tecnologias no contexto</p><p>escolar.</p><p>Portanto, ao se pensar em utilizar esses recursos, aliados às metodologias de</p><p>ensino, a principal ação e mais importante é analisar o Projeto Político Pedagógico das</p><p>escolas e verificar quais são suas necessidades e potencialidades,</p><p>de forma que sejam</p><p>identificadas as melhores maneiras de utilizar essas ferramentas.</p><p>Fonte: o autor (2021).</p><p>#REFLITA#</p><p>1.3 A Ação Docente e o Uso das Tecnologias</p><p>Caro(a) aluno(a), chegamos ao último tópico de discussão em nossa Unidade I.</p><p>Agora que você já conhece o que é tecnologia, qual é sua relação com a educação</p><p>e como acontece o ensino na sociedade da informação, é necessário que compreenda</p><p>como acontece a ação docente e o uso dos recursos tecnológicos.</p><p>Wunsch e Fernandes Junior (2018) relatam que ao se pensar sobre a prática</p><p>docente, aliada às novas tecnologias, é válido enfatizar que em muitas vezes está</p><p>relacionada a competências docentes em duas vertentes: a primeira de uma visão</p><p>técnica, que visa apenas uma educação tradicional, e a segunda visando o processo de</p><p>ensino e aprendizagem como coletivo, ou seja, envolvendo todos que fazem parte do</p><p>contexto educacional.</p><p>Masetto (2015, p. 779) reforça que "desde as últimas décadas do século passado,</p><p>nossa sociedade vem sofrendo profundas transformações provocadas principalmente</p><p>pela revolução das tecnologias da informação e da comunicação (TICs)”. Por conta disso,</p><p>a educação foi afetada em uma construção, socialização e valorização do conhecimento</p><p>e do processo de aprendizagem e a formação docente, vez que precisam estar</p><p>preparados para tal ação. Além disso, o autor enfatiza que o acesso às informações se</p><p>encontra cada vez mais fácil e à disposição das pessoas, apenas com um clique, porém</p><p>nenhum docente pode querer dominar os mais variados conhecimentos de forma geral de</p><p>sua área do saber e transmitir aos seus alunos de forma organizada, resumida e</p><p>sistematizada. Mas, afinal, qual é então a competência de um professor? Veja a seguir</p><p>algumas definições.</p><p>Figura 5 - Definições das competências docentes</p><p>Fonte: Wunsch e Fernandes Junior (2018, p. 129).</p><p>No período desde o final do século passado, o termo competência</p><p>docente ganhou visibilidade. Além de fazer referência a uma concepção</p><p>larga do currículo na globalidade formativa desse profissional, ficou</p><p>comprovado que, além das habilidades tecnicistas de conteúdo, a</p><p>atividade docente pode ser definida como algo complexo, multifacetado</p><p>e carregado de valor, necessitando de uma aprendizagem ao longa da</p><p>vida. Somente assim é possível perceber o seu papel como protagonista</p><p>em relação às tendências de mudança da atual ordem social (WUNSCH;</p><p>FERNANDES JUNIOR, 2018, p. 129).</p><p>Logo, compreender que o uso das tecnologias no contexto escolar se torna um</p><p>desafio, podendo, assim, perceber que o professor da atualidade não pode ser</p><p>caracterizado apenas como um profissional que apenas aplica conhecimentos já</p><p>produzidos, mas que seja um profissional que assuma sua prática pedagógica a partir</p><p>de sua atuação docente. Além disso, é necessário que seja capaz de estruturar e orientar</p><p>sua prática, selecionando conteúdos e aprimorando suas competências, para, assim,</p><p>criar oportunidades de expansão do conhecimento, e isso não se diferencia em relação</p><p>ao uso dos recursos tecnológicos, vez que o docente precisará repensar sua prática e</p><p>analisar como e quais métodos utilizar (CUNHA, 2009).</p><p>A natureza múltipla do conhecimento e dos seus processos, exigem do</p><p>professor que saiba, sobretudo, dominar e compreender as novas</p><p>linguagens e experiências, bem como saber articulá-las com uma outra</p><p>competência, baseada no processo de mediação e diálogo com os alunos.</p><p>Processo em que o professor deve ter um papel essencial, para que a</p><p>partir de sua intermediação todos possam informar, comunicar, discutir,</p><p>participar, criar, estimular o acesso a novas linguagens, como forma de</p><p>ampliar o grau de compreensão e as vivências dos sujeitos (CUNHA,</p><p>2009, p. 1053).</p><p>Compreendemos que o professor deve ser capaz de desenvolver novas</p><p>habilidades profissionais para compreender a realidade social em que está inserido, e ter</p><p>como prática profissional a formação de cidadãos que sejam capazes de serem autores</p><p>de seus próprios caminhos. Com isso, o professor não pode ficar apenas no</p><p>conhecimento inicial e teórico construído por meio de sua experiência profissional, mas</p><p>buscar um conhecimento que o capacite para mediar as informações e saber adequá-</p><p>las ao contexto educacional que está inserido (CUNHA, 2009).</p><p>Diante disso, percebemos que fazendo uso das novas tecnologias, sendo estas</p><p>algo novo para os docentes e discentes, o professor deve atuar como mediador do</p><p>processo de ensino e do conhecimento, levando seus alunos a compreenderem a</p><p>realidade dos conteúdos ensinados, aliados ao uso das tecnologias em sala de aula,</p><p>uma vez que têm cada vez mais facilidade para o acesso à tecnologia, levando o</p><p>professor a não ficar somente apoiado aos conhecimentos exclusivamente acadêmicos</p><p>e teóricos.</p><p>A utilização das tecnologias no contexto educacional, oferecem condições</p><p>efetivas para aplicação metodológica construtiva para os envolvidos no</p><p>processo de ensino-aprendizagem. Pois, ao lidar com equipamentos</p><p>tecnológicos, programas ou aplicativos, tanto os profissionais quanto os</p><p>estudantes estarão envoltos em processos de inovação na maneira de</p><p>ensinar e de aprender. As práticas educativas</p><p>com uso da TIC, agregam novas possibilidades de adentrar em um</p><p>campo do conhecimento estimulante que se utiliza de interatividade,</p><p>multimidialidade, entre outras características, reconhecimento às</p><p>habilidades dos discentes, pois atualmente, as novas tecnologias são os</p><p>principais passatempos deles [...] (RODRIGUES; CASTRO, 2020, p. 3).</p><p>Por conta disso, caro(a) aluno(a), é possível compreendermos que as tecnologias</p><p>aliadas à educação permitem uma reestruturação, modificação e adaptação dos mais</p><p>variados contextos relacionados ao processo de ensino e aprendizagem. A utilização das</p><p>TIC como recursos metodológicos pode ser feita de diversas formas, levando o docente</p><p>a apresentar de maneiras diferentes e inovadoras as informações pertinentes às suas</p><p>aulas e disciplinas ministradas.</p><p>Porém, como mencionado anteriormente, é necessário repensar todo o contexto</p><p>social em que a escola está inserida para verificar as possibilidades de utilização dos</p><p>recursos tecnológicos em seu currículo programático. Com isso, os desafios da</p><p>educação referente a esse assunto estão no fato de precisar compreender e suprir as</p><p>necessidades das instituições escolares, tanto em questão de equipamentos, como de</p><p>formação adequada dos profissionais para que saibam utilizar de forma correta e</p><p>assertiva esses recursos, de forma que contribuam para suas aulas e aperfeiçoamento</p><p>de suas práticas pedagógicas (RODRIGUES; CASTRO, 2020).</p><p>Pensando em um viés social, a educação, assim como as demais esferas da</p><p>sociedade, está sendo pressionada pela mudança, pela atualização e pela inovação, vez</p><p>que o contexto histórico em que estamos inseridos nos emerge em uma contínua</p><p>utilização de novas tecnologias, pois cada vez mais surgem novos recursos tecnológicos</p><p>aplicáveis nos diversos setores da sociedade, dentre eles a Educação.</p><p>Outro fator muito importante a ser levado em consideração sobre a ação docente</p><p>e o uso das tecnologias é sobre a formação dos professores para atuarem como</p><p>mediadores do conhecimento neste contexto e, por conta disso, inserir as novas</p><p>tecnologias no processo educacional se torna um grande desafio para muitos</p><p>professores, vez que tal assunto deve ser objeto de pesquisa nos cursos de formação</p><p>docente e demais profissionais das instituições escolares.</p><p>Atualmente, diante das tecnologias apresentadas aos alunos, o professor</p><p>tem a função de mediador dessa maneira de ensino, dando suporte</p><p>indispensável ao uso apropriado e responsável dos insumos</p><p>tecnológicos. Para que isto aconteça, o professor precisa buscar</p><p>formação e atualização além de sua especialidade, percebendo nas</p><p>tecnologias o aporte para atuar em suas práticas pedagógicas no</p><p>cotidiano escolar (RODRIGUES; CASTRO, 2020,</p><p>p. 6).</p><p>É notável que as novas tecnologias no ensino oferecem novas perspectivas</p><p>decisivas em relação à educação, mas além disso, é necessário levar em consideração</p><p>que temos diversos problemas ainda sobre a inserção deste recurso nas escolas, como,</p><p>por exemplo, a falta de estrutura ou acesso à internet. Destarte a isso, é um desafio ao</p><p>professor modificar sua maneira de lecionar por meio de uma nova metodologia de</p><p>ensino, e é por conta desse desafio que o docente deve manter sua formação acadêmica</p><p>de forma continuada, sempre buscando aprimoramentos e especializações voltadas às</p><p>inovações tecnológicas que são apresentadas no contexto social e educacional.</p><p>Pode-se dizer que utilizar as tecnologias no contexto escolar passa a ser</p><p>entendido como uma forma de interagir e contextualizar os conteúdos programáticos das</p><p>instituições escolares, de forma que reconheça as relações e conexões existentes entre</p><p>um conteúdo e outro, criando, assim, a produção do conhecimento por meio dos recursos</p><p>tecnológicos.</p><p>Essas possibilidades nos remetem a questões relacionadas à formação</p><p>de professores para o uso das tecnologias digitais, de modo a contribuir</p><p>nos processos de produção do conhecimento e no desenvolvimento</p><p>intelectual e cultural dos alunos. Entendemos que o movimento da</p><p>formação inicial voltado para o uso das tecnologias digitais deve ter</p><p>prosseguimento com a formação continuada, uma vez que as tecnologias</p><p>estão em constante avanço. Deste modo, investir na formação inicial e</p><p>continuada do professor, representa fortalecimento para a educação,</p><p>permitindo ao professor maior autonomia no uso das tecnologias digitais,</p><p>implementando, dessa forma, suas práticas pedagógicas (FRIZON et al.,</p><p>2015, p. 10193).</p><p>É notório que o avanço tecnológico tem causado inúmeras mudanças na</p><p>sociedade e, por isso, a escola também precisa ser repensada para atender todas as</p><p>demandas relacionadas às inovações para que o processo de aprendizagem seja efetivo.</p><p>Esse repensar sobre a escola parte inicialmente pela reavaliação do professor e sua</p><p>formação inicial, em que os cursos de licenciaturas precisam rever suas matrizes a fim</p><p>de preparar os futuros docentes para o uso assertivo nos novos recursos tecnológicos,</p><p>para que possa contribuir com o desenvolvimento das habilidades e competências de</p><p>todos os discentes (FRIZON et al., 2015).</p><p>“Diante das exigências decorrentes da presença das tecnologias digitais no</p><p>contexto educacional faz-se necessário repensar o fazer pedagógico [...]” de forma que</p><p>possa se atentar para todas as necessidades e demandas educacionais apresentadas</p><p>por seus alunos (FRIZON et al., 2015, p. 10194). Por isso essa ação é entendida como</p><p>política de formação inicial e continuada, promovendo o avanço no conhecimento do</p><p>professor e do aluno.</p><p>A capacidade de utilizar pedagogicamente as tecnologias digitais</p><p>pressupõe que a formação de professores sinalize perspectivas para as</p><p>novas formas de se relacionar com o conhecimento, com os outros</p><p>indivíduos e com o mundo. A formação continuada de professores, deste</p><p>modo, deve ser vista como a possibilidade de ir além dos cursos de cunho</p><p>técnico e operacional, mas que assegure que o professor reflita acerca</p><p>do uso das tecnologias digitais na e para a democratização da educação</p><p>(FRIZON et al., 2015, p. 10196).</p><p>Dessa forma, podemos dizer que a formação de docentes na perspectiva do uso</p><p>de novas tecnologias e novos recursos tecnológicos se torna muito discutida e tende a</p><p>modificar o modelo tradicional de ensino que, por muitas vezes, é discutido pelas</p><p>políticas públicas de formação de professores. Por conta disso, formar professores</p><p>inseridos no contexto de tecnologias educacionais exige que haja condições para que</p><p>busque a construção de seus conhecimentos sobre os novos recursos, entende o porquê</p><p>e como utilizar tais recursos em sua prática pedagógica, bem como ser capaz de romper</p><p>as metodologias antigas impostas pela sociedade.</p><p>REFLITA</p><p>Caro(a) aluno(a), baseado no que foi explanado neste tópico de discussão e nas</p><p>leituras complementares, na sua opinião, todos os professores estão preparados para</p><p>utilizar as novas tecnologias em suas práticas pedagógicas?</p><p>Fonte: o autor (2021).</p><p>#REFLITA#</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Caro(a) aluno(a), chegamos ao final de nossa primeira unidade de discussão</p><p>sobre a disciplina de Prática de ensino: Estratégias e Tecnologias.</p><p>Em nosso primeiro momento de discussão, foi possível que você compreendesse</p><p>sobre o que é, afinal, a tecnologia e como ela vem sendo modificada desde os primórdios</p><p>das sociedades. Identificamos que a discussão sobre as tecnologias é algo muito antigo</p><p>e que não estão relacionadas somente a objetos e recursos tecnológicos recentes, mas</p><p>sim desde a aceleração da engenhosidade humana, que deu origem aos mais variados</p><p>e diferentes instrumentos e ferramentas. Com isso, é possível compreender que o</p><p>conceito de tecnologia está associado àquilo que é pertinente à condição humana, sendo</p><p>essa uma ciência da técnica que investiga a materialização da realidade do indivíduo no</p><p>que se relaciona aos instrumentos e máquinas.</p><p>Já no segundo tópico discutido, você pôde verificar sobre como ocorre o processo</p><p>de ensino e aprendizagem relacionado à associação entre Educação e tecnologia, sendo</p><p>possível identificar que o uso dos recursos tecnológicos, como metodologias e</p><p>estratégias de ensino, pode ser entendido como uma forma de apresentar aos alunos</p><p>uma construção do seu conhecimento de modo atualizado, de forma que os indivíduos</p><p>sejam preparados para criar e saber utilizar tais recursos de forma clara e assertiva.</p><p>Neste mesmo tópico foi possível identificar as diferenças entre TIC, TIDIC e NTIC,</p><p>compreendendo que o uso dessas três classificações está correto, pois depende de sua</p><p>aplicação no discurso, vez que uma enfatiza a descrição do uso de dos recursos</p><p>eletrônicos como fonte de comunicação e busca de informação, a outra é empregada</p><p>para descrever todos os recursos digitais utilizados, enquanto a última está relacionada</p><p>aos recursos eletrônicos, digitais ou não.</p><p>No terceiro tópico de discussão, caro(a) aluno(a), foi o momento de</p><p>compreendermos como ocorre o ensino na Sociedade da Informação, sociedade</p><p>entendida como aquela onde ocorre a inserção da sociedade num processo de</p><p>modernização por conta das atualizações na área da ciência e da tecnologia, vez que</p><p>cada vez mais temos o acesso facilitado a todos os novos recursos digitais. Nessa</p><p>discussão você pode verificar que trabalhar com a tecnologia na Educação não significa</p><p>apenas apresentar recursos tecnológicos para se ter aulas mais atrativas, mas sim</p><p>repensar todo o processo que envolve as instituições escolares, desde o Projeto Político</p><p>Pedagógico, a fim de verificar como esses recursos podem contribuir e serem utilizados</p><p>nas escolas. Diante disso, é importante compreender que devido a sociedade da</p><p>informação foram surgindo novos desafios relacionados ao processo de ensino e</p><p>aprendizagem, pois o saber passou a ser visto como algo instável que está sendo</p><p>atualizado, levando à escola e ao professor uma tarefa que não se resume somente em</p><p>apresentar informações aleatórias de forma tradicional e apenas expositiva, mas sim se</p><p>utilizarem de novas maneiras de mediar o conhecimento.</p><p>Por fim, no último tópico de nossa primeira unidade, verificamos como ocorre a</p><p>atuação docente mediante as novas tecnologias e como o uso delas interfere no contexto</p><p>escolar. Como isso, foi possível analisar que o uso de recursos tecnológicos se torna um</p><p>desafio, pois o professor da atualidade não pode ser entendido como um profissional que</p><p>somente impõe conhecimentos já prontos, mas um profissional que revê sua prática</p><p>pedagógica e assume uma postura inovadora, atualizando, assim, sua prática docente e</p><p>criando oportunidades assertivas de mediação do conhecimento.</p><p>Outro fator muito importante que foi discutido</p><p>em nosso último tópico foi sobre a</p><p>formação dos professores para atuarem como mediadores do conhecimento mediante</p><p>aos novos recursos tecnológicos, em que o docente precisa buscar uma formação que</p><p>não seja somente inicial, mas sim continuada, sempre buscando especializações que lhe</p><p>auxiliem a ter uma melhor prática pedagógica.</p><p>Para ampliar mais o seu conhecimento acerca da Educação e Tecnologias não</p><p>deixe de consultar as referências, bem como a indicação de leitura complementar, livro</p><p>e filme.</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR</p><p>NOVAS TECNOLOGIAS E EDUCAÇÃO: A EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO</p><p>E APRENDIZAGEM NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA</p><p>Renildo Franco da Silva. Mestre em Ciências da Educação – professor dos cursos de</p><p>Letras e Pedagogia da FVJ – Faculdade do Vale do Jaguaribe. E-mail:</p><p>francobellarte@hotmail.com</p><p>Emilce Sena Correa. Doutora em pela Universidad Carlos III de Madrid, Espanha.</p><p>(2004). Professora de pós-graduação Stricto Sensu na Universidade Americana</p><p>(Paraguai).</p><p>RESUMO: Este trabalho de investigação objetiva discutir a relação entre a educação e</p><p>as novas tecnologias no processo evolutivo do ensino e da aprendizagem nessa</p><p>sociedade contemporânea, abordando algumas questões desafiadoras apresentadas</p><p>para uma busca de reflexões em torno das constantes evoluções dessa sociedade,</p><p>especialmente no que diz respeito à agregação das ferramentas tecnológicas em sala</p><p>de aula. A partir disso, buscou-se incorporar diálogos voltados para a ação do educador</p><p>e dos gestores educacionais visando encontrar caminhos para a aplicabilidade das</p><p>diversas mídias dentro da escola. A tendência da educação contemporânea é firmar a</p><p>necessidade de que o educando deve vivenciar a aprendizagem de sala de aula de forma</p><p>mais dinâmica e significativa, por esse motivo, propõe-se nessa pesquisa analisar os</p><p>benefícios e malefícios da modernidade tecnológica apontando caminhos para uma</p><p>prática pedagógica que se pretende desconstruir-se para se reconstruir numa nova</p><p>perspectiva de ensino e aprendizagem.</p><p>[...]</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Mediante ao grande desenvolvimento tecnológico que vem sendo apresentado na</p><p>sociedade contemporânea, faz-se necessário discutir sobre os benefícios do uso das</p><p>ferramentas tecnológicas na construção do conhecimento. Para nortear essa</p><p>investigação partimos do seguinte questionamento geral: Como acontece a relação entre</p><p>a educação e as novas tecnologias no processo evolutivo do ensino e da aprendizagem</p><p>na sociedade contemporânea? Para respondê-lo, objetivamos compreender a relação</p><p>entre a educação e as novas tecnologias no processo evolutivo do ensino e da</p><p>aprendizagem nessa sociedade tão multifacetada. A partir do objetivo geral da pesquisa</p><p>construímos algumas questões geradoras dos objetivos específicos. Foram elas: Qual a</p><p>relação existente entre a educação e as novas tecnologias no ambiente escolar</p><p>contemporâneo? Qual a importância das novas tecnologias no processo de ensino e</p><p>aprendizagem? Qual o papel do professor antes do desenvolvimento tecnológico e o seu</p><p>papel após esse desenvolvimento? Quais são os desafios impostos pela sociedade</p><p>contemporânea diante da diversidade de conhecimentos no mundo globalizado? Os</p><p>objetivos específicos gerados pelas questões foram: estabelecer relação entre a</p><p>educação e as novas tecnologias no ambiente escolar contemporâneo; analisar a</p><p>importância das novas tecnologias no processo de ensino e aprendizagem na sociedade</p><p>contemporânea; comparar o papel exercido pelo professor antes do desenvolvimento</p><p>tecnológico e o papel do professor contemporâneo e apresentar os desafios impostos</p><p>pela sociedade contemporânea diante da diversidade de conhecimentos no mundo</p><p>globalizado. Após os questionamentos e objetivos delineados buscou-se uma imersão</p><p>nos trabalhos de alguns autores que também discutem temas voltados para as</p><p>tecnologias, motivação, educação contemporânea, o papel do professor etc. O</p><p>dinamismo das novas tecnologias nos impulsiona a entender a educação de forma</p><p>diferente. Leva-nos à reflexão de nossa prática e nos impulsiona a novos paradigmas</p><p>que reflitam essa necessidade humana de se completar, de desvendar, descobrir e se</p><p>refazer.</p><p>[....]</p><p>Oriento que você, caro(a) aluno(a), leia o texto na íntegra por meio da referência</p><p>apresentada:</p><p>SILVA, Renildo Franca da.; CORREA, Elenice Sena. Novas tecnologias e educação: a</p><p>evolução do processo de ensino e aprendizagem na sociedade contemporânea.</p><p>Educação e linguagem, São Paulo, n. 1, p. 23-35, jun. 2014.</p><p>LIVRO</p><p>• Título: Tempos digitais: ensinando e aprendendo com tecnologia.</p><p>• Autor: Hélio Lemes Costa Jr.</p><p>• Editora: Editora da Universidade Federal de Rondônia.</p><p>• Sinopse: Em um mundo em ebulição, nada permanece estável</p><p>por muito tempo. O livro traz à tona essa implacável realidade. Ele</p><p>retrata um professor que vê o mundo se transformando diante de</p><p>seus olhos. Toda a sólida maneira de se fazer as coisas e todo o controle sobre elas,</p><p>escorrendo por entre os dedos.</p><p>FILME/VÍDEO</p><p>• Título: Juventude Conectada</p><p>• Ano: 2016</p><p>• Sinopse: A Educação é um dos pilares da segunda</p><p>educação da Pesquisa Juventude Conectada. Descubra como a tecnologia dentro e fora</p><p>das salas de aula, promete inovas nas formas de aprendizagem e ajudar professores a</p><p>avaliarem seus alunos, conectando quem ensina a quem aprende</p><p>• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=CFX3qA7-3aY</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BITTENCOURT, P. A. S.; ALBINO, J. P. O uso das tecnologias digitais na educação do</p><p>século XXI. Revista Ibero-Americana de estudos em Educação, Araraquara, v. 12,</p><p>n. 1, p. 205-214, jan./mar. 2017.</p><p>BRITO, G. S.; PURIFICAÇÃO, I. da. Educação e novas tecnologias: um (re) pensar.</p><p>2. ed. Curitiba: InterSaberes, 2015.</p><p>COUTINHO, C.; LISBÔA, E. Sociedade da informação, do conhecimento e da</p><p>aprendizagem: desafios para a educação no século XXI. Revista de Educação, Braga,</p><p>v. 18, n. 1, p. 5-22, 2011.</p><p>CRUZ, J. M. de O. Processo de ensino-aprendizagem na sociedade da informação.</p><p>Educação & Sociedade, Campinas, v. 29, n. 105, set./dez. 2008.</p><p>CUNHA, M. J. dos S. Formação de professores: um desafio para o século XXI. In:</p><p>Congresso Internacional Galego-Português de Psicopedagogia, 10., 2009. Braga,</p><p>Portugal. Anais [...]. Braga, Portugal: Universidade do Minho, 2009. p. 1048-1056.</p><p>Disponível em:</p><p>https://www.educacion.udc.es/grupos/gipdae/documentos/congreso/xcongreso/pdfs/t3/t</p><p>3c73.pdf. Acesso em: 05 fev. 2021.</p><p>DE BLASI, B. G. Como alunos e faculdades se adaptaíam ao ensino a distância. 2021.</p><p>Disponível em: https://tecnoblog.net/430313/como-alunos-e-faculdades-se-adaptaíam- ao-</p><p>ensino-a-distancia/. Acesso em: 14 abí. 2021.</p><p>FRIZON, V. et al. A formação de professores e as tecnologias digitais. In: EDUCERE –</p><p>XII Congresso Nacional de Educação, 12., 2015, Curitiba. Anais [...]. Curitiba: PUCRS,</p><p>2015. p. 10192-10205.</p><p>GASPAR, L. Tecnologia na Educação: integração inevitável? Observador, Lisboa,</p><p>2021. Disponível em: https://observador.pt/opiniao/tecnologia-na-educacao-integracao-</p><p>inevitavel/. Acesso em: 27 fev. 2021.</p><p>KENSKI, V. M. Educação e tecnologias: O novo ritmo da informação. Campinas:</p><p>Papirus, 2015.</p><p>MASETTO, M. T. Desafios para a docência no Ensino Superior na contemporaneidade.</p><p>In: CAVALCANTE, M. M. D.; SALES, J. A. M. de; FARIAS, I. M. S. de F.; LIMA, M. do</p><p>S. L. (Orgs.). Didática e prática de ensino: diálogos sobre a escola e formação de</p><p>professores e a sociedade. Fortaleza: EdUECE, 2015, v. 4, p. 779-795.</p><p>MIRANDA, A. Sociedade da Informação: globalização, identidade cultural e conteúdos.</p><p>Ciência da Informação, Brasília, v. 29, n. 2, maio/ago. 2000.</p><p>MORAN, J. M.; MASETTO, M. T.; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e mediação</p><p>pedagógica. Campinas: Papirus, 2015.</p><p>RODRIGUES, R. F.; CASTRO, D. T. Os desafios da educação frente as novas</p><p>tecnologias. Revista Observatório, Palmas, v. 6, n. 1, p. 1-14, jan./mar. 2020.</p><p>RUIVO, J.; MESQUITA, H. A escola na</p><p>sociedade da informação e do conhecimento.</p><p>In: RUIVO, J.; CARREGA, J. A escola e as TIC na sociedade do conhecimento.</p><p>Castelo Branco: RVJ, 2013. p. 11-28.</p><p>SILVA, R. F. da.; CORREA, E. S. Novas tecnologias e educação: a evolução do</p><p>processo de ensino e aprendizagem na sociedade contemporânea. Educação e</p><p>linguagem, São Paulo, n. 1, p. 23-35, jun. 2014.</p><p>VERASZTO, E. V. et al. Tecnologia: buscando uma definição para o conceito. Revista</p><p>Prima.com, Porto, n. 8, 2009.</p><p>WUNSCH, L. P.; FERNANDES JUNIOR, A. M. Tecnologias na educação: conceitos e</p><p>práticas. Curitiba: InterSaberes, 2018.</p><p>UNIDADE II</p><p>CONCEITUAÇÕES: EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, ENSINO HÍBRIDO, ENSINO A</p><p>DISTÂNCIA, ENSINO REMOTO</p><p>Professor Jhonatan Phelipe Peixoto</p><p>Plano de Estudo:</p><p>• Educação a Distância e Ensino a Distância</p><p>• Educação Híbrida e Ensino Híbrido</p><p>• Ensino Remoto Emergencial</p><p>• A Educação no século XXI</p><p>Objetivos de Aprendizagem:</p><p>• Conceituar e definir o que é Educação a Distância e Ensino a Distância</p><p>• Conceituar e definir o que Educação Híbrida e Ensino Híbrido</p><p>• Compreensão sobre o Ensino Remoto Emergencial</p><p>• Analisar a Educação do século XXI</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Caro(a) acadêmico(a), seja bem-vindo(a) à Unidade II, intitulada “Conceituações:</p><p>Educação a Distância, Ensino Híbrido, Ensino a Distância, Ensino Remoto”, da disciplina</p><p>de Prática de Ensino: Estratégias e Tecnologias.</p><p>Nesta etapa, você irá compreender um pouco mais sobre algumas conceituações</p><p>e definições importantes que irão nortear seus estudos.</p><p>No primeiro momento iremos compreender a conceituação de Educação a</p><p>Distância e Ensino a Distância, a fim de que você possa compreender como essa</p><p>modalidade de ensino se integra à Educação e um pouco sobre sua história e a</p><p>legislação que a rege em relação ao processo de ensino e aprendizagem.</p><p>No segundo momento será possível analisar as informações acerca do Ensino</p><p>Híbrido e da Educação Híbrida, de forma a compreendermos como essa metodologia de</p><p>ensino está sendo aplicada nos dias atuais no que se relaciona ao uso das novas</p><p>tecnologias da informação e da comunicação na Educação.</p><p>Já no terceiro momento você terá acesso a informações acerca do Ensino Remoto</p><p>Emergencial, uma modalidade de ensino que veio à tona, principalmente, a partir no ano</p><p>de 2020, devido a pandemia da COVID-19, como uma alternativa de dar continuidade</p><p>aos estudos por conta das exigências de distanciamento e isolamento social.</p><p>Por fim, no quarto e último tópico de nossa unidade será abordada a Educação</p><p>no século XXI. Você poderá compreender um pouco mais como acontece a Educação</p><p>no século atual, mas conhecido como a era digital, e como as novas tecnologias da</p><p>informação e comunicação impactam o ensino.</p><p>1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E ENSINO A DISTÂNCIA</p><p>Caro(a) acadêmico(a), para dar início em nossa unidade sobre as conceituações</p><p>de Educação e Ensino, iremos discutir neste tópico, primeiramente, sobre a Educação a</p><p>Distância e posteriormente sobre o Ensino a Distância. Mas, afinal, como surgiu a</p><p>Educação a distância (EAD)? Para se pensar nisso, é válido ressaltar que ela pode ser</p><p>explicada em três momentos: primeira, segunda e terceira geração.</p><p>A primeira geração está relacionada ao primeiro conceito de educação a distância</p><p>que foram os cursos por correspondência, ofertados por anúncios e jornais desde a</p><p>década de 1720. Porém a EAD surge especificamente em meados do século XIX, devido</p><p>ao desenvolvimento dos meios de transporte e comunicação pelo ensino por</p><p>correspondência, vez que os materiais desses cursos eram impressos e enviados para</p><p>as casas das pessoas pelo correio. Por meio dessas iniciativas foram surgindo diversas</p><p>sociedades e institutos escolares, dando origem aos cursos técnicos de extensão</p><p>universitária (MATTAR; MIRANDA, 2007).</p><p>A segunda geração está relacionada às novas mídias e universidades abertas.</p><p>Nessa geração houve o acréscimo de novas mídias, como a televisão, o rádio e o</p><p>telefone, por exemplo. Por conta disso, deu-se origem às universidades abertas de</p><p>ensino a distância influenciadas pelo modelo de educação britânico, que se utilizava de</p><p>rádio e TV em centros de estudos para realização de experiências pedagógicas.</p><p>Por fim, a terceira geração está relacionada com a EAD on-line. Por meio desta</p><p>se introduziu o videotexto, o microcomputador e a tecnologia em geral, caracterizando-</p><p>se, assim, em educação a distância on-line. Por meio dessa geração passamos a ter</p><p>mais acesso a uma vasta integração dos recursos tecnológicos.</p><p>A terceira geração da evolução da EaD seria marcada pelo</p><p>desenvolvimento das tecnologias da informação e da comunicação. Por</p><p>volta de 1995, com o desenvolvimento explosivo da Internet, ocorre um</p><p>ponto de ruptura na história da educação a distância. Surge então um</p><p>novo território para a educação, o espaço virtual da aprendizagem, digital</p><p>e baseado na rede (MATTAR; MIRANDA, 2007, p. 22).</p><p>Destarte a isso, sobre a Educação a distância (EAD), é importante ressaltar que</p><p>ela passou por diversas denominações em muitos países do mundo, sendo entendida</p><p>“[...] como estudo ou educação por correspondência (Reino Unido); estudo em casa e</p><p>estudo independente (Estados Unidos); estudos externos (Austrália); telensino ou ensino</p><p>a distância (Espanha); teleducação (Portugal)” (MATTAR; MIRANDA, 2007, p. 6).</p><p>Na concepção dos autores supracitados, a EAD é entendida como uma</p><p>modalidade de ensino em que os docentes e alunos estão em lugares separados, ou</p><p>seja, fora da sala de aula tradicional, a qual é pensada das mais variadas formas pelas</p><p>instituições escolares e que, para tal processo, se faz uso de diversas tecnologias da</p><p>informação e recursos tecnológicos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem.</p><p>Em geral, a sigla EaD é aplicada a atividades de ensino e aprendizagem</p><p>que o aluno e o professor estão separados fisicamente, o que as</p><p>distinguem, por exemplo, do ensino presencial. Em EaD ocorre uma</p><p>separação geográfica e espacial entre o aluno e o professor, e mesmo</p><p>entre os próprios alunos, ou seja, eles não estão presentes no mesmo</p><p>lugar, como no caso do ensino tradicional. A EaD prescinde, portanto, da</p><p>presença física em um local para que ocorra a educação (MATTAR;</p><p>MIRANDA, 2007, p. 6).</p><p>Com isso, podemos compreender que a metodologia que fundamenta essa</p><p>proposta de ensino está pautada em defender que o aprendizado não deve ocorrer</p><p>apenas na sala de aula, de forma presencial, o que se torna muito evidente pensando na</p><p>sociedade da informação em que estamos inseridos. Logo, em alguns casos, a EAD é</p><p>mesclada com alguns encontros presenciais ou semipresenciais.</p><p>Percebemos aqui, caro(a) aluno(a), que a educação a distância passa a</p><p>possibilitar, a todos os envolvidos nos contextos educacionais, uma possibilidade de</p><p>manipulação do espaço e do tempo em favor da Educação, pelo fato de que o aluno</p><p>estuda onde quiser e puder. Com isso, ele se programa para estudar de acordo com o</p><p>seu tempo e disponibilidade, mas deixando claro que isso não minimiza a</p><p>responsabilidade que o acadêmico precisa ter com os seus estudos, vez que a sua</p><p>programação de estudos deve favorecer um momento de aprendizagem assertivo e</p><p>efetivo (MATTAR; MIRANDA, 2007).</p><p>Cortelazzo (2013, p. 93, grifo do autor) apresenta que, pelo Decreto nº 2.494/98,</p><p>a definição de Educação a Distância está relacionada à uma “forma de ensino que</p><p>possibilita a autoaprendizagem, com a mediação de recursos didáticos [...]</p><p>apresentados em diferentes suportes de informação [...] e veiculados pelos diversos</p><p>meios de comunicação”.</p><p>Pensando em um viés legal e legislativo, a Educação a distância é discutida no</p><p>Decreto n° 9.057, de 25 de maio de 2017, que regulamenta o artigo 80 da Lei de</p><p>Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN):</p><p>[...] considera-se educação a distância a modalidade educacional na qual</p><p>a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e</p><p>aprendizagem ocorram com</p><p>a utilização de meios e tecnologias da</p><p>informação e comunicação, com pessoal qualificado, com políticas de</p><p>acesso, com acompanhamento e avaliação compatíveis, entre outros, e</p><p>desenvolva atividades educativas por estudantes e profissionais da</p><p>educação que estejam em lugares e tempos diversos (BRASIL, 2017, p.</p><p>1).</p><p>Neste mesmo decreto é enfatizado sobre algumas questões para oferta da EAD,</p><p>como: possibilidade da educação básica e superior ser ofertada nesta modalidade,</p><p>criação, organização e oferta de cursos a distância, desde que pensadas e vistas as</p><p>formas corretas sobre o desenvolvimento dessas ofertas, para que o processo de ensino</p><p>e aprendizagem, aliado com a tecnologias, seja assertivo.</p><p>Pensando agora na questão do ensino a distância, Fernandes, Henn e Kist (2020,</p><p>p. 4) relatam que “são necessárias apenas três letras – EAD – para abarcar vários</p><p>significados. Educação a distância, ensino a distância, educação aberta a distância, entre</p><p>outros [...]”. Logo, podemos verificar que o ensino a distância e a educação a distância</p><p>abarcam basicamente a mesma proposta de relacionar a educação em lugares</p><p>diferentes, de forma física, por meio dos recursos tecnológicos e de comunicação.</p><p>O ensino à distância acontece quando o educador e o educando estão</p><p>separados por uma distância física, e é usada tecnologia para fazer a</p><p>“ponte” entre os dois. [...] Este tipo de ensino permite, que os adultos</p><p>tenham, numa sociedade cada vez mais exigente em termos de</p><p>formação, novas oportunidades que lhes permitem frequentar um curso</p><p>especializado, de chegar a quem sente a sua formação prejudicada por</p><p>falta de tempo, pela distância, ou incapacidade física, ou ainda permitir</p><p>reciclar a formação de trabalhadores dentro do seu próprio emprego</p><p>(VIDAL, 2002, p. 19).</p><p>A autora supracitada complementa que o ensino à distância pode ser entendido</p><p>como “uma arte, metodologia ou processo que permite ensinar mediante diferentes</p><p>métodos, técnicas, estratégias e meios e em que entre o formador e o formando existe</p><p>uma separação física, temporal ou local” (VIDAL, 2002, p. 21).</p><p>Logo, com base nas informações apresentadas anteriormente, podemos entender</p><p>que a Educação a distância se refere à uma modalidade de ensino em que o processo</p><p>de aprendizagem ocorre diferente dos modelos tradicionais, tendo a mediação</p><p>pedagógica acontecendo em lugares diferentes ao mesmo tempo, professor em um local</p><p>e o aluno em outro, tudo isso aliado ao uso das tecnologias e recursos tecnológicos.</p><p>REFLITA</p><p>Ao longo deste tópico, caro(a) aluno(a), foi possível identificar que a Educação</p><p>pode ser promovida por meio da tecnologia e pela modalidade EAD. Com isso, como</p><p>você vê a importância do ensino a distância no Brasil?</p><p>Fonte: o autor.</p><p>#REFLITA#</p><p>2 EDUCAÇÃO HÍBRIDA E ENSINO HÍBRIDO</p><p>Caro(a) acadêmico(a), agora que você já conhece um pouco mais sobre a</p><p>educação a distância, suas definições e principais informações, é necessário que você</p><p>compreenda um pouco mais sobre uma forma de ensino que passou a ser muito mais</p><p>discutida a partir do ano de 2020: o Ensino Híbrido.</p><p>De acordo com Kraviski (2020), o ensino híbrido, também conhecido como blended</p><p>learning, é entendido como um modelo de ensino que se associa ao uso das Tecnologias</p><p>Digitais de Informação e Comunicação (TIDIC), com as atividades realizadas pelos</p><p>professores durante o processo de ensino e aprendizagem. Com isso, entende-se que o</p><p>ensino híbrido é uma metodologia de ensino que combina atividades presenciais com</p><p>atividades on-line, realizadas por meio de recursos tecnológicos.</p><p>Híbrido significa misturado, mesclado, blended. A Educação sempre foi</p><p>misturada, híbrida, sempre combinou vários espaços, tempos, atividades,</p><p>metodologias, públicos. Esse processo, agora, com a mobilidade e a</p><p>conectividade, é muito mais perceptível, amplo e profundo: é um</p><p>ecossistema mais aberto e criativo. Podemos ensinar e aprender de</p><p>inúmeras formas, em todos os momentos, em múltiplos espaços. Híbrido</p><p>é um conceito rico, apropriado e complicado. Tudo pode ser misturado,</p><p>combinado, e podemos, com os mesmos ingredientes, preparar diversos</p><p>“pratos”, com sabores muito diferentes (MORAN, 2015 apud KRAVISKI,</p><p>2020, p. 6 - 7).</p><p>Complementando isso, a autora supracitada ainda menciona que o ensino híbrido</p><p>deve ser compreendido muito mais do que apenas um ensino semipresencial, como é</p><p>mais conhecido nas instituições de ensino, ele deve ser entendido como uma</p><p>combinação das atividades com suas diferentes perspectivas, baseando-se em inserir o</p><p>acadêmico/aluno no centro do processo de ensino e aprendizagem, sendo o professor</p><p>um mediador do conhecimento, e não simplesmente um transmissor do conhecimento</p><p>como prevê a educação pautada nos métodos tradicionais.</p><p>Figura 1 - O ensino híbrido</p><p>Fonte: Bacich, Tanzi Neto e Trevisani (2015, p. 37).</p><p>Destarte a isso, Moran (2015) nos apresenta que a educação pode ser vista como</p><p>híbrida, pois acontece no contexto de uma sociedade imperfeita e contraditória em suas</p><p>políticas públicas e modelos de ensino, tendo muitas vezes as competências e</p><p>habilidades, valores e comportamentos não coerentes por parte de alguns gestores,</p><p>docentes e todos os envolvidos nos processos de escolarização.</p><p>O ensino é híbrido, também, porque não se reduz ao que planejamos</p><p>institucional e intencionalmente. Aprendemos por meio de processos</p><p>organizados, junto com processos abertos, informais. Aprendemos</p><p>quando estamos com um professor e aprendemos sozinho, com colegas,</p><p>com desconhecidos. Aprendemos de modo intencional e de modo</p><p>espontâneo, quando estudamos e também quando nos divertimos.</p><p>Aprendemos com o sucesso e com o fracasso [...] (MORAN, 2015, p. 42).</p><p>Logo, podemos entender que o ensino é híbrido, pois todos nós somos aprendizes</p><p>e professores produtores de informação e de conhecimento, onde passamos de apenas</p><p>consumidores para produtores de informação por meio dos mais variados recursos</p><p>tecnológicos, e todos podem aprender uns com os outros das mais diversas maneiras.</p><p>Bacich e Moran (2015) apresentam que discutir sobre educação híbrida deve partir</p><p>do pressuposto de que não temos uma única e correta maneira de aprender e ensinar,</p><p>visto que existem inúmeras metodologias de ensino e, em relação ao ensino híbrido, o</p><p>trabalho colaborativo está aliado ao uso de recursos tecnológicos e das tecnologias</p><p>digitais para propiciar momentos de aprendizagem que se expandam apenas na</p><p>realização nas salas de aulas tradicionais, pois aprender com os pares envolvidos no</p><p>processo educativo se torna ainda mais significativo quando existe um objetivo em</p><p>comum a ser buscado.</p><p>A educação híbrida precisa ser pensada no âmbito de modelos</p><p>curriculares que propõem mudanças, privilegiando a aprendizagem ativa</p><p>dos alunos – individualmente e em grupo, escolhendo-se</p><p>fundamentalmente dois caminhos: um mais suave, de mudanças</p><p>progressivas, e outro mais amplo, de mudanças profundas. No caminho</p><p>mais suave, elas mantêm o modelo curricular predominante (disciplinar),</p><p>mas priorizam o envolvimento maior do aluno, com metodologias ativas,</p><p>como o ensino híbrido, para a realização de projetos, jogos de cunho mais</p><p>interdisciplinar e, em especial, a aula invertida para iniciar com a primeira</p><p>aproximação a um tema ou atividade no ambiente virtual e realizar o</p><p>aprofundamento com a mediação do professor no ambiente presencial</p><p>(BACICH; MORAN, 2015, p. 47).</p><p>Falando um pouco mais sobre a conceituação de ensino híbrido, Bacich, Tanzi</p><p>Neto e Trevisani (2015) abordam em seus escritos que é possível encontrarmos diversas</p><p>definições para tal assunto, porém todas elas apresentam, de forma geral, a associação</p><p>do modelo de ensino presencial que ocorre dentro das salas de aulas comuns e o modelo</p><p>de ensino de forma on-line, o qual se utiliza de diversas tecnologias digitais para mediar</p><p>o ensino. Com isso, é possível afirmarmos que esses dois ambientes de ensino e</p><p>aprendizagem</p>