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<p>CENTRO UNIVERSITÁRIO DE LINS</p><p>UNILINS CURSO DE FARMÁCIA</p><p>UESLIN ANDRADE MOURA BARBOSA</p><p>ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)</p><p>LINS – SP</p><p>2020</p><p>CENTRO UNIVERSITÁRIO DE LINS</p><p>UNILINS CURSO DE FARMÁCIA</p><p>UESLIN ANDRADE MOURA BARBOSA</p><p>ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)</p><p>Projeto de Pesquisa do Curso de Farmácia, apresentado</p><p>como requisito para aprovação na Disciplina</p><p>Metodologia da Pesquisa e do Trabalho Científico, sob a</p><p>responsabilidade do Prof Dr. Angelo Antonio Sadi.</p><p>LINS – SP</p><p>2020</p><p>SUMÁRIO</p><p>1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 4</p><p>1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 4</p><p>1.2 ASSUNTO A SER ESTUDADO ....................................................................................... 5</p><p>1.3 DELIMITAÇÃO DO TEMA ............................................................................................. 5</p><p>1.4 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ........................................................................................ 6</p><p>1.5 DEFINIÇÃO DAS HIPÓTESES ....................................................................................... 7</p><p>1.6 OBJETIVOS DO TRABALHO ........................................................................................ 8</p><p>1.6.1 OBJETIVO GERAL....................................................................................................... 8</p><p>1.6.2 OBJETIVO (S) ESPECÍFICO (S) ................................................................................ 8</p><p>2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................... 8</p><p>2.1 EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA PARA ATUAÇÃO EM ASSISTÊNCIA</p><p>FARMACÊUTICA NO SUS: DESAFIOS E PERSPECTIVAS. ....................................... 16</p><p>3. METODOLOGIA ............................................................................................................... 18</p><p>4. TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS ................................................................................. 18</p><p>5. CRONOGRAMA ................................................................................................................ 21</p><p>6. ORÇAMENTO (OMITIDO) ............................................................................................. 21</p><p>7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 22</p><p>1. INTRODUÇÃO</p><p>As diferentes situações e mudanças que hoje acontecem no mundo e que trazem reflexos</p><p>importantes em diferentes segmentos da sociedade tem provocado também significativas</p><p>ocorrências nas grandes áreas do conhecimento ligada a atuação do farmacêutico no sus.</p><p>Conduzindo a necessidade de aumentar cada vez mais o interesse na realização de</p><p>diferentes linhas de pesquisas e estudos específicos no setor, particularmente no que se diz</p><p>respeito a orientação, tecnologia, planejamento, segurança e outras novas forma de</p><p>conhecimento. Este projeto, neste contexto, apresenta a sua estrutura a necessidade de despertar</p><p>o interesse para a realização de ações e atividades direcionadas especificadamente para uma</p><p>linha de pesquisa nessa área, buscando assim um maior aprofundamento do conhecimento</p><p>cientifico no setor.</p><p>1.1 JUSTIFICATIVA</p><p>O sistema único de saúde (SUS) tem como princípios a universalidade, a equidade e a</p><p>integralidade e está em constante desenvolvimento para garantir a melhor conduta para o</p><p>paciente.</p><p>Atualmente a clínica farmacêutica, inicialmente implantada como projeto piloto pelo</p><p>ministério da Saúde, tem apresentado resultados significativos tanto na adesão aos</p><p>tratamentos propostos, quanto na redução de gastos, contribuindo na melhoria da qualidade de</p><p>vida do paciente e uso racional do medicamento. Esta pesquisa teve como objetivo descrever</p><p>sobre a atuação do profissional farmacêutico na rede pública de saúde, descrevendo a sua</p><p>atuação e as intervenções realizadas, bem como a satisfação do paciente em relação as consultas</p><p>farmacêuticas.</p><p>No Brasil o sistema único de saúde (SUS), estabelecido pela constituição federal de</p><p>1988 (BRASIL, 2011), tem como princípios doutrinários a universalidade, a equidade e a</p><p>integralidade e está organizado sob as diretrizes organizativas da descentralização e</p><p>regionalização-hierarquização, resolubilidade, participação da comunidade e da</p><p>complementariedade do setor privado (MENDES, 2013; SANTOS, 2010).</p><p>Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os sistemas de atenção à saúde são</p><p>um conjunto de atividades cujo propósito é promover, restaurar e manter a saúde de uma</p><p>população. Assim, os sistemas de atenção à saúde podem ser entendidos como respostas</p><p>sociais deliberadas às necessidades de saúde da população, que se expressam em situações</p><p>demográficas e epidemiológicas singulares (MENDES, 2010).</p><p>Deste modo, a atenção básica à saúde caracteriza um conjunto de ações de saúde, no</p><p>âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de</p><p>agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da</p><p>saúde, como objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de saúde e</p><p>de autonomia das pessoas e nos determinantes de saúde das coletividades (BRASIL, 2011b,</p><p>SANTOS, 2010).</p><p>Nesse sentido, a nova Política Nacional de Atenção Básica reforça que a atenção básica</p><p>deve ser a principal porta de entrada e o centro de comunicação com toda a Rede de Atenção à</p><p>Saúde (RAS) (BRASIL, 2011b).</p><p>1.2 ASSUNTO A SER ESTUDADO</p><p>O assunto definido neste projeto abrange a grande área do conhecimento na área da</p><p>saúde, propondo um estudo sobre a atuação do farmacêutico no SUS.</p><p>1.3 DELIMITAÇÃO DO TEMA</p><p>Nessa área foi delimitado um tema para estudo, intitulado “Atenção farmacêutica na</p><p>unidade básica de saúde”, sobre o qual estarão sendo norteados os objetivos, propostas de</p><p>pesquisa e análise.</p><p>Deste modo, a Atenção Básica à Saúde caracteriza-se por um conjunto de ações de</p><p>saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a</p><p>prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a</p><p>manutenção da saúde, com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte na</p><p>situação de saúde e de autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de saúde</p><p>das coletividades (BRASIL, 2011b, SANTOS, 2010). Nesse sentido, a nova Política Nacional</p><p>de Atenção Básica (PNAB) reforça que a atenção básica deve ser a principal porta de entrada e</p><p>o centro de comunicação com toda a Rede de Atenção à Saúde (BRASIL, 2011b).</p><p>Uma das etapas da atenção básica de saúde é a assistência farmacêutica, caracterizada</p><p>como um conjunto de ações, desenvolvidas pelo farmacêutico em conjunto com outros</p><p>profissionais de saúde, focadas no medicamento (desde sua seleção até a dispensação), voltadas</p><p>à promoção, à proteção e à recuperação da saúde (BRASIL, 2012; IVAMA et al., 2002).</p><p>Dentro da assistência farmacêutica existe a atenção farmacêutica (MENEZES 2000;</p><p>PINHEIRO, 2010), que engloba ações específicas do profissional farmacêutico no contexto da</p><p>assistência ao paciente, que visam à promoção do Uso Racional de Medicamentos e melhoria</p><p>da qualidade de vida do paciente através do acompanhamento farmacoterapêutico (IVAMA,</p><p>2002; CORRER et al., 2013).</p><p>Em um contexto mais moderno ainda como eixo da assistência farmacêutica, está o</p><p>cuidado farmacêutico, sendo desenvolvido na unidade básica de saúde, através da consulta</p><p>farmacêutica (PMC, 2013), onde ocorre a orientação terapêutica,</p><p>o acompanhamento</p><p>farmacoterapêutico, a revisão da farmacoterapia, a conciliação dos medicamentos e a avaliação</p><p>e promoção da adesão terapêutica do usuário (BRASIL 2005; 2012; CORRER et al., 2013;</p><p>NETO et al., 2011). Entretanto este exercício enquanto ação de saúde construída na relação</p><p>com o usuário exige habilidade, competência, reflexão, atitude e autonomia do farmacêutico,</p><p>que atua integrado à equipe de saúde, com a finalidade de obter resultados concretos de</p><p>segurança e efetividade do tratamento (BRASIL, 2008, 2012). Deste modo, o presente estudo</p><p>teve como objetivo descrever a atuação do farmacêutico no dia a dia no SUS com a delimitação</p><p>para o posto de saúde, com o foco em consultas farmacêuticas assim como, as intervenções</p><p>realizadas e a satisfação do paciente em relação as consultas farmacêuticas.</p><p>1.4 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA</p><p>A Assistência Farmacêutica tem caráter sistêmico, multidisciplinar e envolve o acesso</p><p>a todos os medicamentos considerados essenciais. Um dos problemas definidos são as</p><p>atividades relacionadas com o medicamento, destinadas a apoiar as ações de saúde demandadas</p><p>por uma comunidade.</p><p>O Sistema Único de Saúde é constituído pelo conjunto de ações e serviços de saúde</p><p>prestados por órgãos e instituições públicos federais, estaduais e municipais e,</p><p>complementarmente, por iniciativa privada que se vincule ao Sistema (BRASIL, 1998).</p><p>De acordo com o artigo 196 da Constituição da República Federativa do Brasil: "A</p><p>Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantida mediante políticas sociais e econômicas,</p><p>que visem à redução dos riscos de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário</p><p>às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação." (BRASIL, 1988)</p><p>Contemplando os preceitos constitucionais a Lei Orgânica da Saúde (Lei n.º 8.080, de</p><p>19 de setembro de 1990) estabelece que, entre seus campos de atuação, está incluída a execução</p><p>da assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica e entre as ações, a formulação da</p><p>Política Nacional de Medicamentos (PNM). (BRASIL, 1990)</p><p>Esta política tem como finalidade principal garantir a necessária segurança, eficácia e</p><p>qualidade dos medicamentos, a promoção do uso racional e o acesso da população àqueles</p><p>considerados essenciais. (BRASIL, 1998)</p><p>Neste contexto, os profissionais farmacêuticos precisarão estar preparados para suprir</p><p>as necessidades do sistema de saúde com conhecimentos e competências que viabilizem a</p><p>implementação da assistência farmacêutica como uma política de saúde, e o seu papel é</p><p>fundamental para a promoção do acesso aos medicamentos com o uso racional.</p><p>Em 1994, a Organização Mundial de Saúde (OMS) solicitou a todos os países membros</p><p>que definissem a função do farmacêutico na promoção e na aplicação da política farmacêutica</p><p>nacional, para proporcionar saúde para todos. Ficou definido que os farmacêuticos e suas</p><p>entidades exerçam a vigilância sanitária a fim de assegurar a qualidade dos produtos e dos</p><p>serviços farmacêuticos, se encarreguem da gestão dos sistemas de aquisição e administração</p><p>dos medicamentos e forneçam informações sobre os medicamentos, a fim de promover o seu</p><p>uso racional, a participação ativa na prevenção de doenças e na promoção da saúde. Dessa</p><p>forma se torna fundamental o trabalho do farmacêutico na assistência farmacêutica no âmbito</p><p>do SUS.</p><p>1.5 DEFINIÇÃO DAS HIPÓTESES</p><p>1.5.1. Os pacientes que hoje dependem do SUS, bem como dos medicamentos para seu</p><p>tratamento faz uso racional destes medicamentos.</p><p>1.5.2. Quais ferramentas o SUS disponibiliza para que possa ser usada em pro do</p><p>paciente, e se de fato as mesmas são postas em práticas.</p><p>1.5.3. Como o uso correto das medicações vão trazer uma qualidade de vida melhor para</p><p>o paciente.</p><p>1.5.4. Qual verdadeiro papel do farmacêutico em uma unidade básica de saúde.</p><p>1.5.5. Através de um trabalho de atenção farmacêutica na UBS e principalmente o</p><p>acompanhamento em sua residência, podemos chegamos em um tratamento de bem</p><p>mais seguro para o paciente, e reduzindo gastos para o setor público.</p><p>1.6 OBJETIVOS DO TRABALHO</p><p>1.6.1 Objetivo Geral</p><p>Objetivo geral é mostrar é mostrar o quão importante é a profissão do farmacêutico, e</p><p>quais são as melhores condutas que um profissional deve tomar, tanto no SUS em geral como</p><p>também na unidade básica de saúde.</p><p>1.6.2 Objetivo (s) específico (s)</p><p>1.6.2.1. Verificar atuação do farmacêutico no SUS especificamente nas unidades</p><p>básicas de saúde, para melhorar cada vez mais a eficiência do atendimento ao paciente.</p><p>1.6.2.2. Apresentar ideias e projetos de atenção farmacêutica.</p><p>1.6.2.3. Mostrar que o trabalho feito em conjunto com outras áreas da saúde pode levar</p><p>um tratamento de excelência, bem como a diminuição de gastos para setor público</p><p>1.6.2.4. Buscar entender como os pacientes armazenamos medicamentos e que forma</p><p>eles fazem o uso dos medicamentos</p><p>2. REFERENCIAL TEÓRICO</p><p>Este estudo teve como referencial teórico uma concepção abrangente de tecnologia em</p><p>saúde, ou seja, “constituída pelo saber e por seus desdobramentos materiais e não-materiais na</p><p>produção dos serviços de saúde” (Gonçalves, 1994). Neste sentido, procurou-se fugir da mera</p><p>redução do conceito aos aspectos relacionados aos instrumentos de trabalho e suas funções</p><p>técnicas nos processos produtivos.</p><p>Delineamento do estudo: o referencial teórico deste estudo é uso de tecnologias em</p><p>saúde, consubstanciada em uma pesquisa qualitativa (Gonçalves, 1994; Minayo, 2000; Novaes,</p><p>2000).</p><p>De acordo com Araújo et al (2008), um avanço importante para a ampliação da</p><p>assistência farmacêutica no mundo foi à conferência mundial sobre atenção primária à saúde,</p><p>realizada em Alma-Ata. Nessa assembleia, foram discutidos pontos importantes em relação a</p><p>mesma, destacando-se, entre outros: O abastecimento dos medicamentos essenciais, que foi</p><p>considerado um dos oito elementos básicos da atenção primária a saúde; recomendação para</p><p>que os governos formulassem políticas e normas nacionais de importação, produção local,</p><p>venda e distribuição de medicamentos e produtos biológicos de modo a assegurar, pelo menor</p><p>custo possível, a disponibilidade de medicamentos essenciais nos diferentes níveis dos cuidados</p><p>primários a saúde; que adotassem medidas específicas para prevenir a excessiva utilização de</p><p>medicamentos; que incorporassem medicamentos tradicionais de eficácia comprovada e</p><p>estabelecessem sistemas eficientes de administração e fornecimento.</p><p>A assistência farmacêutica é uma grande área composta por, pelo menos, duas subáreas</p><p>distintas, porém complementares, ou seja, uma relacionada à tecnologia de gestão do</p><p>medicamento (garantia de acesso) e a outra relacionada à tecnologia do uso do medicamento</p><p>(utilização correta do medicamento), sendo que a atenção farmacêutica pode ser considerada</p><p>como uma especialidade da tecnologia do uso do medicamento e privativa do farmacêutico. A</p><p>busca pelas práticas terapêuticas não-convencionais (fitoterapia, acupuntura, homeopatia,</p><p>dentre outras) demonstra a necessidade de reconhecer e refletir a possibilidade do</p><p>estabelecimento de um diálogo construtivo entre a tradição e a medicina moderna, resultando</p><p>em melhor qualidade de vida para os pacientes. Finalmente, contribui para as decisões dos</p><p>profissionais que trabalham na área, através da preservação, acomodação ou uma nova</p><p>padronização dessas práticas para orientar a participação do paciente no seu processo de busca</p><p>da saúde (Medeiros, 1997).</p><p>O processo saúde-doença inclui tanto a dimensão coletiva, já que a saúde dos sujeitos</p><p>é influenciada pela saúde do contexto no qual estão inseridos, como pela dimensão</p><p>individual, pois o sofrimento e o adoecimento, embora possam ser compartilhados</p><p>com outras pessoas, são experiências pessoais e singulares (Lacerda, 2002).</p><p>Nas últimas décadas, o interesse da população mundial por práticas não convencionais</p><p>em saúde vem aumentando</p><p>substancialmente, estimulando os órgãos gestores da saúde mundial</p><p>como a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação e a Organização</p><p>Mundial da Saúde e de diversos países à implementação e ao desenvolvimento de medidas que</p><p>visem a corresponder aos anseios da sociedade nessa área (Teixeira, 2005; Pagliaro; Luz, 2001).</p><p>No Brasil, visando corresponder aos anseios e procura pelas práticas não convencionais</p><p>em saúde, em 3 de maio de 2006 entrou em vigor a Portaria n. 971, que aprovou a Política</p><p>Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde, considerando</p><p>que o Ministério da Saúde entende que as práticas acima citadas compreendem o universo de</p><p>abordagens denominado pela OMS de medicina tradicional e complementar alternativa, sendo</p><p>as seguintes: acupuntura, homeopatia, fitoterapia, termalismo social e crenoterapia (BRASIL,</p><p>2006).</p><p>Juntamente com esse contexto mundial, segundo qual a população busca melhor</p><p>qualidade de vida, sabe-se que a utilização de medicamentos é um processo complexo com</p><p>múltiplos determinantes e envolve diferentes fatores. E para que ocorra de modo racional, são</p><p>influenciados por fatores de natureza cultural, social, econômica e política (Perini et al., 1999).</p><p>A atenção farmacêutica é a provisão responsável da farmacoterapia com o objetivo de</p><p>alcançar resultados definidos que melhorem a qualidade de vida, podendo reduzir os problemas</p><p>preveníveis relacionados à farmacoterapia, sendo muito importante como agente de promoção</p><p>para o uso racional dos medicamentos (Cosendey et al., 2000).</p><p>Conjunto de ações voltadas à promoção, proteção, e recuperação da saúde, tanto</p><p>individual quanto coletiva, tendo o medicamento como insumo essencial, que visa promover o</p><p>acesso e o seu uso racional; esse conjunto de ações envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a</p><p>produção de medicamentos e insumos, bem como a sua seleção, programação, aquisição,</p><p>distribuição, dispensação, garantia da qualidade dos produtos e serviços, acompanhamento e</p><p>avaliação de sua utilização, na perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria</p><p>da qualidade de vida da população. (Brasil, 2004, p.1)</p><p>Neste contexto, também é considerado que as ações de assistência farmacêutica que</p><p>envolvem aquelas exclusivamente desenvolvidas pelo profissional farmacêutico, referentes à</p><p>atenção farmacêutica, que é entendida como um modelo de prática farmacêutica, desenvolvida</p><p>no contexto da Assistência Farmacêutica e compreendendo atitudes, valores éticos,</p><p>comportamentos, habilidades, compromissos e corresponsabilidades na prevenção de doenças,</p><p>promoção e recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde. É a interação direta</p><p>do farmacêutico com o usuário, visando uma farmacoterapia racional e a obtenção de resultados</p><p>definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida. Esta interação deve</p><p>envolver as concepções de seus sujeitos, respeitadas as suas especificidades biopsicossociais,</p><p>sob a ótica da integralidade das ações de saúde. (Brasil, 2004, p.1)</p><p>A construção destes conceitos, que trazem uma perspectiva de reorientação da atuação</p><p>do farmacêutico para os interesses sociais, decorre, sobretudo, da mobilização que se deu a</p><p>partir do final da década de 1980. A discussão envolvendo o uso de medicamentos nos serviços</p><p>públicos de saúde brasileiros intensificou-se a partir do movimento de reforma sanitária,</p><p>especialmente a partir de 1988, com a institucionalização do SUS (Perini, 2003).</p><p>Na Lei 8.080, de 1990, que estabelece a organização básica das ações e serviços de</p><p>saúde, consta que, entre os campos de atuação do SUS, está incluída a execução de ações de</p><p>“assistência terapêutica integral, inclusive a farmacêutica”, bem como a “formulação da política</p><p>de medicamentos” (Brasil, 2007b, p.15). Configura-se uma nova fase no contexto político e</p><p>institucional de saúde no país, implicando a construção de um conceito de assistência</p><p>farmacêutica “capaz de orientar novas posturas profissionais e institucionais que procuravam</p><p>se contrapor às ações desarticuladas e submissas ao interesses econômicos” (Perini, 2003, p.9).</p><p>Esta proposta de reorientação da assistência farmacêutica influenciou importantes</p><p>avanços, como a Política Nacional de Medicamentos, em 1998, e a Lei de Genéricos, em 1999.</p><p>Contudo, Vieira (2008) aponta para a lacuna de dez anos entre o estabelecimento do SUS e a</p><p>inclusão da assistência farmacêutica na agenda governamental. O processo de descentralização</p><p>das ações de saúde e a busca pela consolidação da atenção básica, da universalização do acesso,</p><p>da equidade e da integralidade em saúde implicaram a necessidade de conformação de novas</p><p>estratégias para ampliação da capacidade de gestão dos estados e municípios, que passaram a</p><p>assumir novas responsabilidades, exigindo mobilização de conhecimentos e habilidades</p><p>técnicas, gerenciais e políticas no que se refere à assistência farmacêutica (Marin et al., 2003).</p><p>Destacam-se, porém, em 2003, as deliberações da 12ª Conferência Nacional de Saúde e</p><p>da 1ª Conferência Nacional de assistência farmacêutica, que forneceram subsídios para a</p><p>normatização das ações governamentais na área e se concretizaram, em 2004, na política</p><p>nacional de assistência farmacêutica, aprovada através da Resolução nº 338. O Conselho</p><p>Nacional de Saúde preconiza que esta política “deve ser compreendida como política pública</p><p>norteadora de políticas setoriais”, com destaque para a “de medicamentos, de ciência e</p><p>tecnologia, de desenvolvimento industrial e de formação de recursos humanos” (Brasil, 2004,</p><p>p.1).</p><p>No âmbito do SUS, além da necessária atuação na pesquisa e produção de</p><p>medicamentos, e junto a serviços gerenciais e de gestão, constata-se a necessidade de o</p><p>farmacêutico atuar no contato direto com os usuários do sistema, visando uma</p><p>farmacoterapêutica racional e a produção do cuidado. Neste sentido, nos últimos anos, a atuação</p><p>do farmacêutico na atenção à saúde vem sendo discutida na perspectiva de qual é o melhor</p><p>modo para a atenção farmacêutica, o qual seria o modelo de prática que aposta no</p><p>restabelecimento da relação terapêutica entre este profissional e o paciente (Brasil, 2007a).</p><p>Como iniciativa governamental que envolve a inserção do farmacêutico no SUS, dentre</p><p>outros profissionais, para atuação junto às equipes do Programa Saúde da Família, destaca-se a</p><p>criação dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família, pelo Ministério da Saúde, através da Portaria</p><p>nº 154, em 2008. Com o objetivo de ampliação da resolubilidade e do escopo das ações da</p><p>atenção básica, para os Núcleos de Apoio à Saúde da Família é previsto fomento financeiro</p><p>para a contratação, a critério dos gestores municipais, de farmacêuticos para atuação nestes</p><p>núcleos (Brasil, 2008).</p><p>A perspectiva atual é de reorientação da atuação do farmacêutico para a atenção à saúde,</p><p>num contexto em que a formação de competências que correspondam às necessidades em saúde</p><p>da população tem se apresentado como um desafio. No Brasil, o ensino farmacêutico iniciou-</p><p>se, formalmente, em 1832, com a criação dos cursos de Farmácia vinculados às escolas de</p><p>medicina da Bahia e do Rio de Janeiro. Da segunda metade do século XIX até o início do século</p><p>passado, o farmacêutico estabelecia uma relação próxima com a comunidade, a partir de sua</p><p>atuação como boticário, sua denominação na época (Haddad et al., 2006). A partir de 1920,</p><p>com o desenvolvimento da industrialização do medicamento no país, incrementado pela</p><p>abertura da economia ao capital estrangeiro, teve início um processo de desaparecimento das</p><p>boticas (denominação, da época, para as farmácias), implicando a conversão do farmacêutico</p><p>em um simples intermediário comercial entre o usuário e a indústria. Especialmente a partir da</p><p>década de 1960, verifica-se um desdobramento da profissão para as áreas de análises clínicas e</p><p>toxicológicas, bem como para a da indústria de medicamentos</p><p>e de alimentos, o que envolvia</p><p>habilidades para procedimentos prioritariamente técnicos, desconectados com a atenção à saúde</p><p>(Campese, 2006).</p><p>Este processo de descaracterização do farmacêutico como profissional de saúde</p><p>agravou-se, também, em função das lacunas na formação acadêmica em farmácia. Após 1961,</p><p>quando foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que estabeleceu os</p><p>currículos mínimos para os cursos de graduação, tanto no primeiro Currículo Mínimo para os</p><p>Cursos de Farmácia, do ano de 1962, quanto no segundo, de 1969, a concepção de mercado fica</p><p>clara no perfil desejado do egresso, bem como “a tendência à fragmentação do conteúdo a ser</p><p>transmitido na formação do farmacêutico” (Haddad et al., 2006, p.173).</p><p>Em 1974, “apenas 4% do alunado faziam opção por farmácia, 82% pelo setor de análises</p><p>clínicas e toxicológicas e 14% pela área de tecnologia” (Estefan, 1986, p.515). Tal contexto</p><p>contribuiu com a conformação de problemas relativos à formação tradicional do profissional</p><p>farmacêutico, como “a visão tecnicista, com uma atuação exclusiva ou excessivamente.</p><p>Ivama et al. (2003, p.19) apontam, também, para o desafio de se contemplarem, de forma</p><p>equilibrada, as atividades “relacionadas à tecnologia (pesquisa, desenvolvimento, produção,</p><p>controle de qualidade) e aquelas relacionadas à atenção à saúde (gerenciais e assistenciais do</p><p>farmacêutico)”.</p><p>Como iniciativa governamental de integração do ensino farmacêutico com o SUS,</p><p>destaca-se, em 2007, a ampliação do Programa Nacional de Reorientação da Formação</p><p>Profissional em Saúde (Pró-Saúde) para os cursos de farmácia, dentre demais cursos da área da</p><p>saúde (Brasil, 2007). Nesse mesmo ano, também é criada a Associação Brasileira do Ensino</p><p>Farmacêutico, que deixa clara sua orientação para o SUS. Considerando que as políticas de</p><p>saúde e educacionais não são suficientes para a realização de mudanças na formação de</p><p>profissionais de saúde, Ronzani (2007, p.42) afirma que, para se “ultrapassar a barreira formal</p><p>das reformas curriculares”, deve ser considerada a “mudança de crenças e atitudes em relação</p><p>à prática em saúde”. Nesse sentido, argumenta que “o que os profissionais de saúde, estudantes</p><p>e professores pensam sobre as práticas em saúde, junto com o contexto em que tais reformas</p><p>estão inseridas, são situações suficientemente fortes para dificultar a efetividade das ações</p><p>formais”. No país, “o debate articulado em torno da educação farmacêutica foi alvo de poucas</p><p>investigações sistemáticas e poucos registros formais” (Soares et al., 2008, p.274).</p><p>Assim, este estudo teve como objetivo compreender as percepções do graduando em</p><p>Farmácia acerca da atuação e da assistência farmacêutica no SUS, frente aos contextos</p><p>sociopolítico e educacional em saúde. Na perspectiva de verificar o que representa, para esse</p><p>graduando, tal campo de atuação, a orientação deste trabalho se deu em função dos seguintes</p><p>questionamentos: qual noção os graduandos têm acerca da amplitude das ações envolvidas na</p><p>assistência farmacêutica no SUS? O que influencia o interesse ou desinteresse nesta área?</p><p>Qual relação o graduando estabelece entre o perfil do farmacêutico preconizado pelas</p><p>diretrizes curriculares nacionais para os cursos de farmácia, a formação que receberam e a</p><p>assistência farmacêutica no sus?</p><p>Este é um estudo descritivo, exploratório, cujos referenciais metodológicos decorrem</p><p>dos princípios da pesquisa qualitativa. Na busca por um espaço mais profundo das relações,</p><p>processos e fenômenos, de acordo com Minayo (2006), esta abordagem trabalha com</p><p>significados, crenças, motivos, valores e atitudes, visando uma aproximação com o objeto de</p><p>estudo. Na pesquisa qualitativa, a realidade é tomada como uma construção social da qual o</p><p>investigador participa, sendo que os fenômenos só podem ser compreendidos dentro de uma</p><p>perspectiva multidimensional, em que se levem em consideração os sujeitos e seus contextos</p><p>em interações recíprocas (Minayo, 2006).</p><p>A assistência farmacêutica no SUS como um campo de trabalho em construção O</p><p>entendimento dos estudantes acerca do significado da assistência farmacêutica e de suas</p><p>atividades relacionadas envolveu dois tipos principais de interpretação, discutidos logo a seguir,</p><p>a saber: a assistência farmacêutica como um campo amplo ou como a prática da atenção</p><p>farmacêutica. Na primeira perspectiva, muitos consideraram o aspecto logístico para o acesso</p><p>ao medicamento:</p><p>“É um campo extremamente amplo [...] abrange tudo na questão do medicamento, da</p><p>organização, planejamento, aquisição, em volta do planejamento de distribuição do</p><p>medicamento” (E.4)4”</p><p>[...] tem que implantar o ciclo, as etapas, pra você ter o acesso, tanto no particular com</p><p>o no público”. (E. 8)</p><p>Conforme colocado por Barreto (2007, p.108), no âmbito das práticas dos serviços</p><p>farmacêuticos “vigora o enfoque no fornecimento dos medicamentos”, sendo que este</p><p>entendimento limitado da assistência farmacêutica “leva a supor que o conceito adotado na</p><p>legislação federal ainda não está consolidado no país”.</p><p>Ao se argumentar sobre a limitação da ideia de ciclo da assistência farmacêutica, em</p><p>Perini (2003), é colocado que o termo etapas pode prejudicar a compreensão da assistência</p><p>farmacêutica como um sistema complexo, levando ao entendimento de uma simples sequência</p><p>de atividades, sendo considerada a “necessidade de um redirecionamento do campo: é preciso</p><p>ampliar essa percepção, extrapolando a cadeia de gestão do medicamento como foco da</p><p>conceituação, para que o paciente seja assumido como o usuário do medicamento que necessita</p><p>ou que participa da assistência à saúde” (Perini, 2003, p.16).</p><p>Ainda considerando uma maior amplitude do campo, foi feito uma menção à produção</p><p>dos medicamentos como algo importante para o conhecimento do farmacêutico, nestes casos,</p><p>como fazendo parte da assistência farmacêutica.</p><p>A visão da assistência farmacêutica exclusivamente voltada à atuação em hospitais foi</p><p>também verificada, aspecto também verificado por Furtado (2008, p.109). Quanto à segunda</p><p>perspectiva que preponderou nos depoimentos sobre assistência farmacêutica, a qual envolve</p><p>orientações aos usuários dos medicamentos, ficou nítido um entendimento voltado à atenção</p><p>farmacêutica como principal ou exclusiva área de atuação.</p><p>A assistência farmacêutica é como se fosse um apoio pro paciente pra ele estar sabendo</p><p>como ele deve tomar o medicamento, porque às vezes o médico não explica direito como ele</p><p>deve tomar”. (E. 12)</p><p>Considerando que a atenção farmacêutica deva ser compreendida como fazendo parte</p><p>das ações da assistência farmacêutica, a limitação da compreensão da assistência farmacêutica</p><p>como atenção farmacêutica parece demonstrar falta de apreensão adequada dos conceitos das</p><p>mesmas durante a formação, ou seja, que não está ocorrendo uma integração dos conteúdos, de</p><p>maneira a garantir a percepção de um cenário abrangente das práticas e áreas de atuação em</p><p>assistência farmacêutica. Sendo de grande importância o trabalho do farmacêutico no SUS é</p><p>mencionadas possíveis atuações em farmácias centrais ou outros departamentos de Secretarias</p><p>municipais ou estaduais de saúde, em órgãos reguladores, em instituições de ensino de pesquisa</p><p>e em laboratórios oficiais.</p><p>Assim como Cordeiro e Leite (2008) e Barreto (2007), a maioria dos profissionais de</p><p>saúde considera a assistência farmacêutica no SUS como não devidamente implantada, ainda</p><p>em processo de construção:</p><p>“O farmacêutico não tem espaço no SUS, eu acho que não tem, e a assistência</p><p>farmacêutica ainda tá muito engatinhando mesmo, precisa de muita coisa pra melhorar [...] a</p><p>assistência farmacêutica ainda tem que acontecer”. (E. 13)</p><p>A falta do profissional farmacêutico no sistema público de saúde, como característica</p><p>do cenário brasileiro, também foi muito enfatizada pelos estudantes, permeando as respostas de</p><p>muitos dos questionamentos,</p><p>o que evidenciou sua influência no desinteresse dos profissionar</p><p>em atuar em assistência farmacêutica no SUS. Outro aspecto que influencia o desinteresse na</p><p>atuação na área se relaciona à desvalorização profissional:</p><p>“Não tem retorno no sentido de haver reconhecimento do seu trabalho”. (E. 2) “[...] não</p><p>dá dinheiro, a gente vai trabalhar com assistência farmacêutica aonde, pensando diretamente”?</p><p>(E. 11)</p><p>Desta forma as condições salariais dos profissionais farmacêuticos que atuam em</p><p>assistência farmacêutica no SUS são precárias, sendo um ponto negativo para atuação do</p><p>profissional no sistema público de saúde, sendo que Vieira (2008) aponta para o fato de que</p><p>não foram desenvolvidos estudos acerca da relação do número de farmacêuticos que atuam em</p><p>assistência farmacêutica nos serviços públicos em municípios e estados.</p><p>Assim como no depoimento a seguir, no estudo de Saturnino et al. (2007) também foram</p><p>apontados, por estudantes de farmácia, a falta de apoio e incentivo da faculdade como fatores</p><p>que contribuem para o desinteresse dos profissionais pelas atividades relacionadas ao SUS.</p><p>“Eu não sei se o que é dado na faculdade inspira tanto os estudantes a querer trabalhar</p><p>no SUS, porque a idéia que se tem é que você vai trabalhar muito pra ganhar pouco e ser mal</p><p>tratado [...] falta um direcionamento pra saúde pública”. (E. 4)</p><p>Embora alguns poucos sujeitos percebam o SUS como efetivo e importante para a</p><p>população brasileira, verificou-se que a maioria dos estudantes o considera como “bom só na</p><p>teoria”, com profissionais descompromissados e desqualificados. Quanto aos poucos</p><p>profissionais que declararam ter interesse em atuar em assistência farmacêutica no SUS, tal</p><p>interesse é relacionado com a possibilidade de inovação na área, consideração que vai ao</p><p>encontro da percepção de uma área de trabalho em construção. Considerando o contexto em</p><p>que vem sendo esboçada uma mudança de paradigma para a profissão farmacêutica e de</p><p>demandas por serviços farmacêuticos de qualidade, Cordeiro e Leite (2008, p.21-2), ao</p><p>discutirem sobre comentários de que “a profissão farmacêutica está em crise”, argumentam que</p><p>“é muito bom estar em crise”, no sentido de que:</p><p>Etimologicamente, crise (crítica) vem de busca da verdade. [...] a tão propalada “crise”</p><p>ou “procura de identidade” são aspectos salutares, dinâmicos, geradores de reflexões</p><p>e de uma práxis motivacional direcionadas para as mudanças exigidas por um novo</p><p>século. (Cordeiro, Leite, 2008, p.22)</p><p>2.1 EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA PARA ATUAÇÃO EM ASSISTÊNCIA</p><p>FARMACÊUTICA NO SUS: DESAFIOS E PERSPECTIVAS.</p><p>A percepção de que o momento é de transição também no âmbito da educação</p><p>farmacêutica igualmente fica demonstrada nas falas dos profissionais, numa perspectiva de que</p><p>a qualidade da formação está imbricada com a dos serviços de saúde:</p><p>“[...] inserindo o farmacêutico no SUS, eu acho que isso implicaria imediatamente numa</p><p>melhora do sistema educacional mesmo, da formação do farmacêutico, acho que isso vai vir de</p><p>cima, mas eu acho que já está mudando [...] futuramente vai ter um impacto positivo”. (E. 9)</p><p>Tal momento de mudanças também é avaliado por estudantes de farmácia ligados ao</p><p>movimento estudantil em nível nacional, sendo percebido, em relação às dificuldades inerentes:</p><p>Estamos em uma zona cinzenta. Um momento de transição que provoca certa</p><p>inquietude, desconhecimento e ansiedade. Isso é gerado pelo momento atual, onde temos a</p><p>implantação parcial do novo projeto de educação farmacêutica. (EXECUTIVA NACIONAL</p><p>DOS ESTUDANTES DE FARMÁCIA, 2008, p.4)</p><p>Considerando que as diretrizes curriculares nacionais para os cursos de farmácia</p><p>preconizam a formação de um profissional que atue em prol da transformação social, ao serem</p><p>questionados sobre o papel social do farmacêutico, dentre as considerações feitas pelos</p><p>estudantes, destaca-se:</p><p>Eu acho que tem que sair um pouco do papel [...], cansei de teoria já, cansei de ouvir o</p><p>farmacêutico e seu papel, tá bom, mas você tá exercendo onde e quando? [...] não adianta nada</p><p>ter um papel no papel e na prática não ter nada”. (E. 5)</p><p>Embora seja percebida uma maior proximidade entre o que é preconizado e a realidade</p><p>do curso, em função de disciplinas que procuram uma aproximação com conteúdos e práticas</p><p>relativos à assistência farmacêutica ao SUS, estas não são devidamente conduzidas e</p><p>valorizadas pela maioria dos estudantes. A relação que a maioria destes estabelece da temática</p><p>‘social’ com a experiência vivenciada na formação revela, de certa forma, um distanciamento</p><p>do curso com conteúdo ou vivências no âmbito coletivo.</p><p>“Apesar de estar escrito, isso é uma coisa que eu sinto falta no curso, não tem nada de</p><p>humanista, pelo contrário, a gente chega aqui e fica assim, focado, mais nesse caso de orientar</p><p>sobre o medicamento, orientar como deve usar, não é nem uma atenção farmacêutica”. (E. 6)</p><p>“Chega nestas matérias, assim, a gente sempre desconsidera um pouco [...] a gente</p><p>acredita que uma matéria de assistência farmacêutica, você usa o bom senso, decora umas oito</p><p>palavras chave, então a gente acaba que não dedica tanto assim, são matérias que a gente lê”.</p><p>(E. 8) “A gente na verdade não leva estas matérias à sério”. (E. 11)</p><p>3. METODOLOGIA</p><p>O método de pesquisa a ser utilizado será o Hipotético Dedutivo, através de</p><p>procedimentos quanti qualitativo, que apresenta inicialmente como proposta, uma revisão</p><p>bibliográfica e documental sobre a atuação do farmacêutico no SUS.</p><p>Essa metodologia tem como papel fundamental facilitar a identificação de</p><p>particularidades do projeto que será desenvolvido, procurando através das técnicas e</p><p>procedimentos de pesquisa caracterizar os principais aspectos das consultas farmacêuticas.</p><p>A metodologia qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais</p><p>importantes, descrevendo o comportamento humano em sua complexidade. Proporciona uma</p><p>análise minuciosa sobre as investigações, os costumes, as atitudes e as tendências de</p><p>comportamento, sendo referenciado a atuação do farmacêutico no SUS.</p><p>O estudo foi realizado através do acompanhamento de consultas farmacêuticas</p><p>realizadas pelos profissionais integrantes das equipes.</p><p>Para um bom atendimento farmacêutico no SUS é importante ter o prontuário do</p><p>paciente atendido na consulta e a ficha de serviço de clínica farmacêutica anteriores, sendo</p><p>importantes verifica-los, para análise das intervenções que já haviam sido realizadas e dos</p><p>resultados obtidos. A pesquisa é complementada com um questionário de pesquisa, onde é</p><p>coletado os seguintes dados: gênero, idade, escolaridade, ocupação, se toma o medicamento</p><p>sozinho, com quem mora, onde guarda os medicamentos, se a consulta farmacêutica mudou ou</p><p>melhorou o tratamento, se o farmacêutico atendeu a todas as dúvidas, se foi orientado de como</p><p>tomar os medicamentos, se os problemas em relação ao tratamento foram solucionados através</p><p>da consulta, se o farmacêutico atendeu em consultório e com privacidade e para atribuir uma</p><p>nota para o atendimento. Sendo assim é de extrema importância a atuação do farmacêutico no</p><p>que tange essas informações ao paciente. Pontos específicos de atuação que o profissional deve</p><p>ter conhecimento.</p><p>4. TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS</p><p>Inicialmente através da pesquisa bibliográfica e documental preliminar, foi mapeado os</p><p>principais autores, trabalhos e artigos publicados no campo nacional ou internacional sobre o</p><p>tema do presente projeto de pesquisa. Essa fundamentação teórica de natureza exploratória</p><p>explicativa e descritiva, estará identificando e direcionando as linhas de pesquisas e a coleta de</p><p>dados, para permitir a análise e levantar aspectos que venham comprovar ou defrontar ideias</p><p>com as hipóteses levantadas no projeto. A abordagem na coleta de dados e informações será</p><p>através da técnica quantitativa e qualitativa, que poderá nos mostrar um resultado</p><p>mais próximo</p><p>dos objetivos do projeto. A utilização de questionários e entrevistas permitirão um</p><p>levantamento de dados bem próximo dos grupos dos profissionais que atuam no SUS.</p><p>Foi de grande importância para o desenvolvimento do projeto de pesquisa. A realização</p><p>de um estudo de caso na área de atuação do farmacêutico no sistema público de saúde.</p><p>Permitindo uma visão realística dos futuros profissionais.</p><p>A pesquisa etnográfica permitirá uma aproximação com as pessoas envolvidas no</p><p>contexto no projeto, fazendo com que a conclusão possa ser direcionada de forma mais</p><p>específica. A pesquisa ação permitirá o convívio com o grupo selecionado, bem a possibilidade</p><p>de proposta de ações direcionadas para os objetivos da pesquisa.</p><p>Ações técnico-gerencias que o farmacêutico deve atuar: Participar do planejamento,</p><p>estruturação e organização da assistência farmacêutica no âmbito municipal; Coordenar e</p><p>elaborar o planejamento anual de compras para o município de forma a manter a regularidade</p><p>no abastecimento de medicamentos; Executar, acompanhar e assegurar a aquisição dos</p><p>medicamentos; Receber e armazenar adequadamente os medicamentos; Promover a correta</p><p>distribuição de medicamentos para os serviços de saúde, permitindo sua rastreabilidade;</p><p>Elaborar, junto a outros profissionais, a Relação Municipal de Medicamentos utilizando</p><p>critérios preconizados pelo Ministério da Saúde, promovendo sua divulgação para os diversos</p><p>profissionais de saúde; Definir os medicamentos a serem fracionados e manipulados e</p><p>acompanhar sua produção; Elaborar, em conjunto com outros profissionais, informes técnicos,</p><p>protocolos terapêuticos e materiais informativos sobre Assistência Farmacêutica e</p><p>medicamentos, bem como promover sua divulgação; Elaborar e acompanhar a implementação</p><p>de normas e Procedimentos Operacionais Padrão das ações da Assistência Farmacêutica para</p><p>organização dos serviços, bem como divulgá-los e revisá-los periodicamente.</p><p>Acompanhar o processo de utilização de medicamentos no município, realizando</p><p>Estudos de Utilização de Medicamentos, elaborando propostas para melhor utilização;</p><p>Elaborar, junto à equipe multiprofissional, protocolos e regulações relativas ao fornecimento</p><p>de medicamentos aos usuários e à dispensação de medicamentos; Viabilizar e acompanhar a</p><p>utilização de protocolos terapêuticos; Planejar e promover capacitações e treinamento de</p><p>farmacêuticos e auxiliares da farmácia; Promover a captação e acompanhamento de estagiários</p><p>e acadêmicos de Farmácia; Elaborar e implementar, em conjunto com outros</p><p>profissionais, plano de ação para a farmácia, com acompanhamento e avaliações periódicas;</p><p>Promover discussões com gestor e equipe de saúde sobre a assistência farmacêutica; Promover</p><p>e intermediar, junto aos profissionais de saúde, ações que disciplinem a prescrição e a</p><p>dispensação; Fazer a interlocução entre as unidades e serviços de saúde de diferentes níveis de</p><p>complexidade, mantendo o fluxo de informações sobre medicamentos no município; Participar</p><p>da elaboração de propostas de ações que visem a gestão do risco em saúde; Acompanhar e</p><p>monitorar as ações de Assistência Farmacêutica no município, definindo indicadores para sua</p><p>avaliação; Realizar avaliações periódicas das ações de assistência farmacêutica com sugestões</p><p>de mudanças para sua melhoria.</p><p>O processo de descentralização das ações de saúde e a busca pela consolidação da</p><p>atenção básica, da universalização do acesso, da equidade e da integralidade em saúde</p><p>implicaram a necessidade de conformação de novas estratégias para ampliação da capacidade</p><p>de gestão dos estados e municípios, que passaram a assumir novas responsabilidades, exigindo</p><p>mobilização de conhecimentos e habilidades técnicas, gerenciais e políticas no que se refere à</p><p>assistência farmacêutica (Marin et al., 2003).</p><p>Para o desenvolvimento da pesquisa foi realizado um levantamento nas principais bases</p><p>de dados do campo da saúde. Após este levantamento foram definidas as Bases de Dados que</p><p>fizeram parte do estudo, tendo como principal eixo orientador o quantitativo de autores, de</p><p>instituições e de textos bibliográficos produzidos sobre o tema: atenção farmacêutica no SUS.</p><p>Atualmente, a demanda de usuários a procura de assistência farmacêutica é constante e</p><p>crescente, fazendo-se necessário que o profissional e a rede de distribuição responsável pelos</p><p>medicamentos dentro do estabelecimento de saúde motivem-se pelo grande desafio de atuar</p><p>com qualidade e eficácia no seu dia-a-dia. As reflexões contidas nesse projeto resgatam o</p><p>histórico, funcionamento e pontos importantes a serem discutidos sobre a atenção farmacêutica</p><p>e seus procedentes: o medicamento, a farmácia, o farmacêutico e o usuário. O trabalho resgata</p><p>ainda, a farmácia como estabelecimento de saúde com enfoque na atenção básica, e do</p><p>medicamento como insumo crítico, mas útil para promoção e recuperação da saúde.</p><p>Tendência para uma maior aproximação com o usuário, com vistas à adesão ao</p><p>tratamento farmacológico e alcance de resultados concretos de melhoria da qualidade de vida.</p><p>Acredita-se que o presente trabalho atendeu aos objetivos propostos no sentido de Investigar a</p><p>atenção farmacêutica no SUS. A pesquisa bibliográfica evidenciou a melhoria da qualidade</p><p>dessa atenção, a qualidade das medicações disponíveis na rede pública e a deficiência dos</p><p>profissionais farmacêuticos e prescritos das medicações com relação à falta de informação para</p><p>com o usuário.</p><p>Com isso se percebe que qualquer mudança advinda da atuação farmacêutica deva partir</p><p>de uma reflexão de cada profissional a partir de sua realidade prática. É a partir desta</p><p>conscientização que os mesmos adquirem uma nova visão assistencial dotada de compromisso</p><p>e qualidade, informatizando melhor os usuários sobre as medicações. Nesta circunstância, é</p><p>imprescindível orientar o paciente sobre o uso correto do medicamento e supostamente adesão</p><p>e uso racional do mesmo.</p><p>5. CRONOGRAMA</p><p>O planejamento das atividades a serem desenvolvidas neste projeto de pesquisa estarão</p><p>obedecendo o cronograma abaixo, o que poderá sofrer modificações caso exista a necessidade</p><p>de ajustes e de novas ações a serem implementadas para a realização do projeto.</p><p>6. ORÇAMENTO (OMITIDO)</p><p>7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde no Brasil: desafios e perspectivas. Brasília:</p><p>Ministério da Saúde, 1998. 45p.</p><p>BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília. 1988.</p><p>BRASIL. Lei Federal 8.080, de 19 de setembro de 1990. Lei Orgânica do Sistema Único</p><p>de Saúde, Brasília. 1990.</p><p>A. REGINA. Manual de Normalização deTrabalhos Acadêmicos. 1ª ed. Viçosa, MG,</p><p>2011. Disponível em < http://www.bbt.ufv.br/>. Acesso em 14 Nov. 2020</p><p>SALORIO, M. S.; AIRES, T. R. Nome da Obra. 3ª ed. Natal – RN. Espanha, 2010</p><p>SEVERINO, A.J. Metodologia do Trabalho Científico. 22ª ed. São Paulo - SP. Cortez,</p><p>2002.</p><p>ARAÚJO, A. L. A; UETA, J. M; FREITAS, O. Assistência farmacêutica como um</p><p>modelo tecnológico em atenção primária à saúde. Rev. Ciênc. Farm. Básica Apl., v. 26, n.2, p.</p><p>87-92, 2005</p><p>SCHENKEL et al. Assistência farmacêutica. Saúde no Brasil - contribuições para a</p><p>Agenda de Prioridade de pesquisas. Ministério da Saúde. Brasília. 2004</p><p>LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Metodologia científica. 4 ed, São Paulo: Atlas,</p><p>2004 6.</p><p>WILKEN, P. R. C. Assistência farmacêutica nos hospitais do ministério da saúde no rio</p><p>de janeiro: estudo de caso. Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro. 1998</p><p>SCHENKEL et al. Assistência farmacêutica. Saúde no Brasil - contribuições para a</p><p>Agenda de Prioridade de pesquisas. Ministério da Saúde. Brasília. 2004 8. ARAÚJO, A. L. A</p><p>et al. Perfil da assistência farmacêutica na atenção primária do Sistema Único de Saúde. Ciênc.</p><p>saúde coletiva vol.13 suppl. Rio</p><p>de Janeiro Apr. 2008.</p><p>ANGONESI, D e SEVALHO, G. Atenção Farmacêutica: fundamentação conceitual e</p><p>crítica para um modelo brasileiro. Ciênc. saúde coletiva vol.15 supl.3 Rio de Janeiro nov. 2010</p><p>SEVALHO G. O medicamento percebido como objeto híbrido: uma visão do uso</p><p>racional. Medicamentos e Assistência Farmacêutica. Belo Horizonte: Coopmed; 2001. p. 1-8.</p><p>ANGONESI, D e RENNÓ, M. U. P. Dispensação farmacêutica: proposta de um modelo</p><p>para a prática. Ciênc. saúde coletiva vol.16 no.9 Rio de Janeiro set. 2011</p><p>BARRETO, J.L. Análise da gestão descentralizada da assistência farmacêutica: um</p><p>estudo em municípios baianos. 2007. Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade</p><p>Federal da Bahia, Salvador. 2007.</p><p>BARROS, J.A.C. Políticas farmacêuticas: a serviço dos interesses de saúde Brasília:</p><p>Unesco, 2004. BRASIL. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos.</p><p>Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Dispensação de</p><p>medicamentos e a visão institucional. 29 slides. Brasília: Ministério da Saúde, 2009</p><p>NASCIMENTO JÚNIOR, J.M. A universidade concebendo o farmacêutico generalista</p><p>para o Sistema Único de Saúde – SUS: as necessidades do gestor estadual da Assistência</p><p>Farmacêutica. In: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos</p><p>Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. O ensino e as</p><p>pesquisas da atenção farmacêutica no âmbito do SUS. 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