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CARLOS RAFAEL VAZ
ELAINE CAMPANA SANCHES BORNIA
JOSÉ GILBERTO PEREIRA
MARCEL PEREIRA RANGEL
PATRÍCIA MINATOVICZ FERREIRA DOBLINSKI
ROBERTA NUNES
ROSEANE LEANDRA DA ROSA
SABRINA HOCHHEIM
SIMONA RENZ BALDIN
SUIANNE LETICIA ANTUNES MOTA
SUZANA GONÇALVES CARVALHO
ORGANIZADOR
LILIANI CAROLINI THIESEN
TÓPICOS 
ESPECIAIS 
EM FARMÁCIA
Coordenador(a) de Conteúdo 
Liliani Carolini Thiesen
Projeto Gráfico e Capa
Arthur Cantareli Silva
Editoração
Camila Luiza Nardelli
Isabella Santos Magalhães
Design Educacional
Patricia Peteck
Revisão Textual
Ariane Fabreti
Carla Cristina Farinha
Ilustração
André Azevedo
Fotos
Shutterstock e Envato
Impresso por: 
Bibliotecária: Leila Regina do Nascimento - CRB- 9/1722.
Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).
Núcleo de Educação a Distância. VAZ, Carlos Rafael; BORNIA, Elaine Campana 
Sanches; PEREIRA, José Gilberto; RANGEL, Marcel Pereira; DOBLINSKI, Patrícia 
Minatovicz Ferreira; NUNES, Roberta; ROSA, Roseane Leandra da; HOCHHEIM, Sabrina; 
BALDIN, Simona Renz; MOTA, Suianne Leticia Antunes; CARVALHO, Suzana Gonçalves.
Tópicos Especiais em Farmácia / Carlos Rafael Vaz; Elaine Campana Sanches 
Bornia; José Gilberto Pereira; Marcel Pereira Rangel; Patrícia Minatovicz Ferreira 
Doblinski; Roberta Nunes; Roseane Leandra da Rosa; Sabrina Hochheim; Simona Renz 
Baldin; Suianne Leticia Antunes Mota; Suzana Gonçalves Carvalho.; Organizadora: Liliani 
Carolini Thiesen - Florianópolis, SC: Arqué, 2024.
206 p.
ISBN papel 978-65-6083-334-0
ISBN digital 978-65-6083-328-9
1. Tópicos Especiais 2. Farmácia 3. EaD. I. Título.
CDD - 615.10711 
EXPEDIENTE
FICHA CATALOGRÁFICA
N964
614995
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/20897
RECURSOS DE IMERSÃO
Utilizado para temas, assuntos ou con-
ceitos avançados, levando ao aprofun-
damento do que está sendo trabalhado 
naquele momento do texto. 
APROFUNDANDO
Uma dose extra de 
conhecimento é sempre 
bem-vinda. Aqui você 
terá indicações de filmes 
que se conectam com o 
tema do conteúdo.
INDICAÇÃO DE FILME
Uma dose extra de 
conhecimento é sempre 
bem-vinda. Aqui você 
terá indicações de livros 
que agregarão muito na 
sua vida profissional.
INDICAÇÃO DE LIVRO
Utilizado para desmistificar pontos 
que possam gerar confusão sobre o 
tema. Após o texto trazer a explicação, 
essa interlocução pode trazer pontos 
adicionais que contribuam para que 
o estudante não fique com dúvidas 
sobre o tema. 
ZOOM NO CONHECIMENTO
Este item corresponde a uma proposta 
de reflexão que pode ser apresentada por 
meio de uma frase, um trecho breve ou 
uma pergunta. 
PENSANDO JUNTOS
Utilizado para aprofundar o 
conhecimento em conteúdos 
relevantes utilizando uma lingua-
gem audiovisual.
EM FOCO
Utilizado para agregar um con-
teúdo externo.
EU INDICO
Professores especialistas e con-
vidados, ampliando as discus-
sões sobre os temas por meio de 
fantásticos podcasts.
PLAY NO CONHECIMENTO
PRODUTOS AUDIOVISUAIS
Os elementos abaixo possuem recursos 
audiovisuais. Recursos de mídia dispo-
níveis no conteúdo digital do ambiente 
virtual de aprendizagem.
4
145U N I D A D E 3
INTERAÇÃO: ALIMENTOS X MEDICAMENTOS X PLANTAS MEDICINAIS . . . . . . . . .146
COSMETOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .168
PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE INVASIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .190
7U N I D A D E 1
ÉTICA E LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
POLÍTICA PÚBLICA DE SAÚDE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26
FARMACOEPIDEMIOLOGIA E FARMACOVIGILÂNCIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .48
71U N I D A D E 2
DEMANDAS JUDICIAIS NA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . .72
PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .96
REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS (RAMS) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .122
5
SUMÁRIO
UNIDADE 1
MINHAS METAS
ÉTICA E LEGISLAÇÃO 
FARMACÊUTICA
Compreender as funções dos conselhos de Farmácia.
Adquirir conhecimento sobre as legislações vigentes que regem a prática farmacêutica.
Reconhecer as atribuições da vigilância sanitária na regulação sanitária do Estado.
Compreender o conceito de ética profissional.
Aprender sobre a Conduta Ética do Profissional Farmacêutico.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 1
8
INICIE SUA JORNADA
Iniciaremos os nossos estudos relembrando a respeito da ética e da legislação 
farmacêutica. Primeiro, você se lembra do que é um conselho profissional? Além 
dos conselhos, existem legislações específicas que regulamentam o exercício da 
profissão e a fiscalização das atividades farmacêuticas. É importante conhecer 
todas as normas, para desenvolver um trabalho correto na profissão, sempre 
respaldado pelas leis.
A criação do Conselho Federal de Farmácia (CFF) ocorreu após a 2ª Semana de 
Farmácia em São Paulo, em 1936. Em 1957 foi encaminhado um projeto ao governo 
e, com apoio de líderes do governo, por meio da Lei nº 3.820, de 11 de novembro 
de 1960 (BRASIL, 1960), foram criados o CFF e os Conselhos Regionais de Farmácia 
(CRF), os quais devem zelar pelos princípios da ética e da disciplina da classe que 
exerce qualquer atividade farmacêutica (CFF, 2008).
O Conselho Federal e os Conselhos Regionais têm como missão a valorização 
do profissional farmacêutico, visando à defesa da sociedade, e como objetivo, 
promover a assistência farmacêutica em benefício da sociedade e em consonância 
com os direitos do cidadão (CFF, 2008).
Para você compreender melhor a importância dos princípios éticos que norteiam a 
conduta dos farmacêuticos, ouça este podcast. Recursos de mídia disponível no 
conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem.
PLAY NO CONHECIMENTO
UNIASSELVI
9
TEMA DE APRENDIZAGEM 1
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
CONSELHO FEDERAL E CONSELHOS REGIONAIS DE 
FARMÁCIA
A Lei Federal nº 3.820, de 11 de novembro de 1960, cria os Conselhos Regionais 
(CRF) e Federal (CFF) de farmácia, com o objetivo de fiscalizar a prática da ética 
e o exercício profissional, garantindo a qualidade dos serviços farmacêuticos. Em 
1995, a Lei nº 9.120 (BRASIL, 1995) altera dispositivos da lei anterior. 
O CFF é um órgão representativo, regulador e fiscalizador dos profissionais 
farmacêuticos no Brasil. De acordo com o art. 3º da lei, o CFF é formado por 
27 conselheiros federais ativos e 27 conselheiros federais suplentes, ou seja, dois 
representantes de cada estado. Lembrando que todos os membros dos CFFs são 
eleitos pelos Conselhos Regionais. 
VAMOS RECORDAR?
Vamos recordar alguma das atribuições do Conselho Federal de Farmácia? (CFF, 
2008). São elas:
• Expedir resoluções, a fim de definir ou modificar atribuições e competências dos 
profissionais farmacêuticos.
• Propor as modificações que forem necessárias à regulamentação do exercício 
profissional.
• Ampliar o limite de competência do exercício profissional.
• Colaborar com a disciplina das matérias de Ciência e Técnica Farmacêutica ou 
outras matérias que, de qualquer forma, digam respeito à atividade profissional
• Organizar o Código de Ética Farmacêutica.
• Deliberar sobre questões oriundas do exercício e das atividades afins às do 
farmacêutico. 
• Zelar pela saúde pública, promovendo a assistência farmacêutica.
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1
Os CRFs estão localizados em todos os estados do país e possuem sedes 
espalhadas em diferentes cidades, tendo como funções fiscalizar o exercício da 
profissão, registrar os farmacêuticos e habilitá-los ao exercício farmacêutico (CFF,2008). Dentre suas atribuições, estão:
• Defender o âmbito profissional e esclarecer dúvidas relativas à competência 
do profissional farmacêutico.
• Garantir, em suas respectivas áreas de jurisdição, que a atividade farmacêu-
tica seja exercida por profissionais legalmente habilitados.
• Habilitar o farmacêutico, por meio de inscrição, para o exercício legal da
profissão.
• Manter registro sobre o local de atuação do farmacêutico no mercado de
Trabalho. 
Quer saber mais sobre a história do CFF? Acesse o site, a seguir, e você encontrará 
a cronologia do CFF bem como os aspectos históricos. Recursos de mídia dispo-
nível no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem.
EU INDICO
VAMOS RECORDAR?
Quer saber mais sobre a história do CFF? Acesse o site, a seguir, e você encontrará 
a cronologia do CFF bem como os aspectos históricos. 
Aprofunde seus conhecimentos sobre a criação dos conselhos por meio da leitura, 
na íntegra, da lei sobre a criação do CFF e dos CRF.
Recursos de mídia disponível no conteúdo digital do ambiente virtual de 
aprendizagem.
UNIASSELVI
1
1
TEMA DE APRENDIZAGEM 1
DECRETOS QUE REGULAMENTAM O EXERCÍCIO DA 
PROFISSÃO FARMACÊUTICA
Como em todas as profissões, leis e decretos devem regulamentar o exercício da 
profissão, a fim de habilitar o farmacêutico a atuar em diversas áreas do mercado 
de trabalho.
Decreto nº 21.377
O Decreto nº 20.377, de 8 de setembro de 1931 (BRASIL, 1931, on-line), aprovou 
o regulamento do exercício profissional farmacêutico no Brasil. Com isso, surgiu 
o primeiro regulamento específico da profissão, o qual listou todas as áreas em 
que o farmacêutico pode atuar, como:
• Manipulação e comércio dos medicamentos ou remédios magistrais.
• Comércio direto com o consumidor de todos os medicamentos oficiais, 
especialidades farmacêuticas, produtos químicos, galênicos, biológicos etc. e 
plantas de aplicações terapêuticas.
• Fabricação dos produtos biológicos e químicos oficiais, análises para clínicas 
médicas, função de químico bromatologista, biologista e legista.
1
2
Decreto nº 85.878
O Decreto nº 85.878, de 7 de abril de 1981 (BRASIL, 1981, on-line), estabeleceu 
normas sobre o exercício da profissão de farmacêutico, entre outras providências. 
A partir dele, aumentaram-se as atribuições privativas do farmacêutico, sendo 
algumas delas:
• Desempenhar a função de dispensação ou manipulação de fórmulas ma-
gistrais e farmacopeicas, quando a serviço do público em geral ou mesmo de 
natureza privativa.
• Assessoramento e responsabilidade técnica em estabelecimentos industriais 
farmacêuticos, estabelecimentos farmacêuticos de controle e/ou inspeção de qua-
lidade de produtos diagnósticos para determinar dependência química e física.
• Estabelecimentos farmacêuticos que pratiquem extração, purificação, con-
trole de qualidade, inspeção de qualidade, análise prévia de insumos farmacêu-
ticos de origem animal, vegetal e mineral e depósitos de produtos farmacêuticos 
de qualquer natureza.
• Fiscalização profissional sanitária de empresas, estabelecimentos e setores 
pertinentes.
• Elaboração de laudos e perícias técnicos sobre atividades pertinentes às 
áreas farmacêuticas. 
Realize a leitura do Código de Ética da Profissão Farmacêutica, um compêndio 
de leis, decretos e resoluções que orientam a conduta dos farmacêuticos durante 
o exercício de suas atividades profissionais, a fim de garantir que a prática farma-
cêutica seja pautada pelos princípios éticos, contribuindo, assim, para a promoção 
da saúde e bem-estar da população. Recursos de mídia disponível no conteúdo 
digital do ambiente virtual de aprendizagem.
EU INDICO
ÉTICA 
A ética, a moral e a bioética são temas que transcendem o âmbito profissional, 
estendendo-se igualmente à esfera pessoal da vida.
UNIASSELVI
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3
TEMA DE APRENDIZAGEM 1
A ética é o estudo da conduta e do caráter, relacionando-se com a determinação 
sobre o que é bom ou valioso para os indivíduos, grupos de indivíduos e a sociedade 
em geral. Atos considerados éticos refletem compromisso com padrões além das 
preferências pessoais, padrões os quais indivíduos, profissões e sociedades se 
empenham para alcançar (POTTER; PERRY, 2009).
A ética profissional e a ética para os profissionais são os princípios orientadores 
em sua interação com pacientes, com outros profissionais e com as instituições 
onde trabalham (MILLER, 2000). Ética e moral são termos complementares. 
Ética, com origem no grego ethos, significa “modo de ser”, “caráter”. Moral, do 
latim mor ou moris, significa “costume”, ou seja, um conjunto de normas ou regras 
adquiridas, por uso ordinário, pelo ser humano (GRISARD, 2006).
Nas relações profissionais, a ética consubstancia-se mediante a responsabili-
dade, o compromisso com o trabalho e com o outro e pelo respeito e afetividade 
às pessoas. Para tanto, ela desenvolve-se na formação profissional quando ati-
tudes, valores e habilidades são construídos no exercício da prática da profissão 
(ALARCÃO, 2001).
Na área da Saúde, ética é uma competência dos futuros profissionais, entendi-
da como a capacidade autônoma de percepção, reflexão crítica e decisão coerente 
em relação às condutas humanas no cuidado à saúde e à vida. O desenvolvimento 
dessa competência requer docentes capacitados e dispostos a assumir a discussão 
de aspectos relativos à prática educativa, de modo a favorecer a formação cen-
trada no educando e qualificada para a sociedade que subsidia e depende dessa 
formação (FINKLER et al., 2008).
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4
ÉTICA FARMACÊUTICA
A ética farmacêutica é o que guia as bases de conhecimentos e as atitudes na car-
reira profissional, tanto no cuidado do paciente quanto com outros profissionais 
de saúde. “A dimensão ética farmacêutica é determinada, em todos os seus atos, 
pelo benefício ao ser humano, à coletividade e ao meio ambiente, sem qualquer 
discriminação” (CFF, 2014, p. 26).
Ela pode ser reconhecida como um conjunto de normas e procedimentos, 
valores e condutas profissionais aplicados às peculiaridades do profissional far-
macêutico no exercício das atribuições profissionais e nas relações com a comu-
nidade. Desse modo, a profissão deve ser exercida com responsabilidade e seguir 
os preceitos do Código de Ética Farmacêutica.
CÓDIGO DE ÉTICA FARMACÊUTICO
O CFF — autarquia especial de direito público criada por lei — desempenha o 
papel de fiscalizar o exercício profissional e a ética farmacêutica no país, sendo 
responsável pela elaboração do Código de Ética Farmacêutica (CFF, 2014).
Esse código contém as normas que devem ser observadas pelos farmacêuticos 
e os demais inscritos nos CRF, para o exercício do âmbito profissional respectivo, 
inclusive nas atividades relativas a ensino, pesquisa e administração de serviços 
de saúde bem como quaisquer outras atividades em que seja utilizado o conhe-
cimento advindo do estudo de Farmácia, em prol do zelo pela saúde (CFF, 2014).
UNIASSELVI
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
Resolução nº 596, de 21 de fevereiro de 2114
A Resolução nº 596 (CFF, 2014) dispõe sobre o Código de Ética Farmacêutica 
— o Código de Processo Ético — e estabelece as infrações e regras de aplicação 
das sanções disciplinares aos farmacêuticos. Esse código deve ser integralmente 
seguido por todos os profissionais em exercício da profissão.
A seguir, veremos uma parte relativa somente ao exercício profissional, mas 
é essencial conhecer o Código de Ética Farmacêutico (CFF, 2014) completo.
TÍTULO I – Do Exercício Profissional
CAPÍTULO I – Dos Princípios Fundamentais
Art. 1º O exercício da profissão farmacêutica tem dimensões de valores éticos 
e morais que são reguladas por este Código, além de atos regulatórios e diplomas 
legais vigentes, cuja transgressão poderá resultar em sanções disciplinares por 
parte do Conselho Regional de Farmácia (CRF), após apuração de sua Comissão 
de Ética, observado o direito ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla 
defesa, independentemente das demais penalidades estabelecidas pela legislaçãoem vigor no país.
Art. 2º O farmacêutico atuará com respeito à vida humana, ao meio ambiente 
e à liberdade de consciência nas situações de conflito entre a ciência e os direitos 
e garantias fundamentais previstos na Constituição Federal.
Art. 3º A dimensão ética farmacêutica é determinada em todos os seus atos, 
sem qualquer discriminação, pelo benefício ao ser humano, ao meio ambiente e 
pela responsabilidade social.
Art. 4º O farmacêutico responde individual ou solidariamente, ainda que por 
omissão, pelos atos que praticar, autorizar ou delegar no exercício da profissão.
Art. 5º O farmacêutico deve exercer a profissão com honra e dignidade, 
devendo dispor de condições de trabalho e receber justa remuneração por seu 
desempenho.
Art. 6º O farmacêutico deve zelar pelo desempenho ético, mantendo o pres-
tígio e o elevado conceito de sua profissão.
1
6
Art. 7º O farmacêutico deve manter atualizados os seus conhecimentos téc-
nicos e científicos para aprimorar, de forma contínua, o desempenho de sua 
atividade profissional.
Art. 8º A profissão farmacêutica, em qualquer circunstância, não pode ser 
exercida sobrepondo-se à promoção, à prevenção e à recuperação da saúde e com 
fins meramente comerciais.
Art. 9º O trabalho do farmacêutico deve ser exercido com autonomia técnica 
e sem a inadequada interferência de terceiros, tampouco com objetivo mera-
mente de lucro, finalidade política, religiosa ou outra forma de exploração em 
desfavor da sociedade.
Art. 10º O farmacêutico deve cumprir as disposições legais e regulamentares 
que regem a prática profissional no país, sob pena de aplicação de sanções disci-
plinares e éticas regidas por este regulamento.
CAPÍTULO II – Dos Direitos
Seguem os artigos e as orientações para melhor entendimento.
Art. 11. É direito do farmacêutico:
I - Exercer a sua profissão sem qualquer discriminação, seja por motivo de 
religião, etnia, orientação sexual, raça, nacionalidade, idade, condição social, 
opinião política, deficiência ou de qualquer outra natureza vedada por lei.
Orientação: manter a postura, o hábito e as atitudes apropriadas leva à con-
quista de respeito no ambiente profissional, evitando conduta abusiva por parte 
de terceiros.
II - Interagir com o profissional prescritor, quando necessário, para garantir a 
segurança e a eficácia da terapêutica, observado o uso racional de medicamentos.
Orientação: interagir de forma cordial, formal e amigável, demonstrando seu 
interesse no cuidado adequado ao paciente, e propor alternativas fundamentadas 
tecnicamente, quando necessário.
III - Exigir dos profissionais da saúde o cumprimento da legislação sanitária 
vigente, em especial quanto à legibilidade da prescrição.
UNIASSELVI
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
Orientação: manter-se atualizado quanto às legislações vigentes, para que a 
interação com o prescritor seja realizada com embasamento legal, além do téc-
nico. Demonstrar também seu interesse na segurança e eficácia do tratamento 
do paciente, além de garantir o direito desse como consumidor.
IV - Recusar-se a exercer a profissão em instituição pública ou privada sem 
condições dignas de trabalho ou que possam prejudicar o usuário, com direito 
a representação às autoridades sanitárias e profissionais.
Orientação: ao identificar irregularidades no ambiente de trabalho, apresen-
tá-las aos responsáveis, propondo soluções fundamentadas técnica e legalmen-
te, de forma documentada. Não havendo regularização, recursar-se a exercer a 
profissão nessas condições e denunciar aos Órgãos competentes, como CRF-SP, 
Vigilância Sanitária e Ministério Público.
V - Opor-se a exercer a profissão ou suspender a sua atividade em instituição 
pública ou privada sem remuneração ou condições dignas de trabalho, ressal-
vadas as situações de urgência ou emergência, devendo comunicá-las imediata-
mente às autoridades sanitárias e profissionais,
Orientação: ao constatar irregularidades trabalhistas, expô-las aos respon-
sáveis de forma amigável, por meio da apresentação das atribuições de sua com-
petência na área de atuação, e solicitar adequação da situação, de forma docu-
mentada.
VI - Negar-se a realizar atos farmacêuticos que sejam contrários aos ditames 
da ciência, da ética e da técnica, comunicando o fato, quando for o caso, ao 
usuário, a outros profissionais envolvidos e ao respectivo Conselho Regional de 
Farmácia.
Orientação: manter-se atualizado quanto aos conhecimentos técnicos e às 
legislações vigentes, para que possa argumentar a recusa em realizar atos farma-
cêuticos ilícitos ou não reconhecidos.
VII - Ser fiscalizado no âmbito profissional e sanitário, obrigatoriamente, 
por farmacêutico.
Orientação: este direito está normatizado pelo Decreto nº 85.878/81 e pela 
Resolução CFF nº 539/10 e garante que a fiscalização seja realizada por pro-
fissional igualmente capacitado, permitindo a correta avaliação das atividades 
profissionais do farmacêutico e da matéria sanitária.
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8
VIII - Exercer sua profissão com autonomia, sem ser obrigado a prestar ser-
viços que contrariem os ditames da legislação vigente.
Orientação: demonstrar competência técnica e postura profissional, de modo 
a garantir sua autonomia na recusa da realização de atos ilícitos.
IX - Ser valorizado e respeitado no exercício da profissão, independentemente 
da função que exerce ou cargo que ocupe.
Orientação: transmitir a imagem de profissional de saúde, de maneira a 
tornar-se referência na sua função ou cargo, manter postura, hábito e atitudes 
apropriadas leva à conquista de respeito e valorização no ambiente profissional.
X - Ter acesso a todas as informações técnicas relacionadas ao seu local de 
trabalho e ao pleno exercício da profissão.
Orientação: identificar as necessidades do local de trabalho no exercício da 
profissão e solicitar ao responsável acesso às informações pertinentes ao seu bom 
desempenho profissional.
XI - Decidir, justificadamente, sobre o aviamento ou não de qualquer pres-
crição, bem como fornecer as informações solicitadas pelo usuário.
Orientação: manter-se atualizado no aspecto técnico e com relação às legis-
lações vigentes, para que a interação com o usuário seja realizada de forma em-
basada, justificando a ele sua decisão quanto à prescrição, focada na segurança e 
eficácia do tratamento, orientando-o a respeito dos riscos e benefícios decorrentes.
XII - Não ser limitado, por disposição estatutária ou regimental de esta-
belecimento farmacêutico, tampouco de instituição pública ou privada, na 
escolha dos meios cientificamente reconhecidos a serem utilizados no exer-
cício da sua profissão. 
Orientação: manter-se atualizado em relação aos meios cientificamente re-
conhecidos, para que possa argumentar quanto à necessidade de sua utilização 
no exercício profissional.
Confira a aula referente a este tema. Recursos de mídia disponível no conteúdo 
digital do ambiente virtual de aprendizagem.
EM FOCO
UNIASSELVI
1
9
TEMA DE APRENDIZAGEM 1
NOVOS DESAFIOS
Aprendemos a importância da ética profissional. A ética é a conduta do pro-
fissional com as situações do dia a dia, é o que distingue o certo do errado. 
Além disso, ela orienta o comportamento e o caráter do indivíduo, tanto pessoal 
quanto profissional.
O CFF criou o código de ética da profissão com normas a serem seguidas 
pelos profissionais, garantindo o trabalho digno e responsável para a população, 
sem sobrepor nenhum tipo de interesse financeiro ou sem tirar vantagem de 
ninguém e de nenhuma situação.
Os Conselhos Regionais de Farmácia (CRF) e o CFF têm as responsabilidades 
de preservar os princípios éticos da classe e fiscalizar o exercício da profissão. Sua 
missão é valorizar o profissional em prol da defesa da sociedade.
2
1
1. O Conselho Federal de Farmácia é uma entidade fiscalizadora do exercício profissional e 
da ética farmacêutica no país que, após a Segunda Semana de Farmácia em São Paulo e 
por meio da Lei nº 3.280, foi criado. A partir disso, em qual ano foi criado o Conselho Federalde Farmácia?
a) 1963.
b) 1966.
c) 1960.
d) 1961.
e) 1970.
2. Em 1957, foi encaminhado um projeto ao governo e, com apoio de líderes governamentais, 
por meio da Lei nº 3.820, de 11 de novembro de 1960, foram criados o CFF e os Conselhos 
Regionais de Farmácia (CRF), os quais devem zelar pelos princípios da ética e da disciplina 
da classe que exerce qualquer atividade farmacêutica. A partir disso, descreva três atribui-
ções que competem ao Conselho Federal de Farmácia.
3. Os CRF estão localizados em cada estado e possuem sedes espalhadas em algumas ci-
dades, tendo como funções fiscalizar o exercício da profissão, registrar os farmacêuticos e 
habilitá-los ao exercício farmacêutico. Existem várias atribuições que competem ao Con-
selho Regional de Farmácia. Qual das alternativas a seguir não apresenta uma atribuição 
dos Conselhos Regionais de Farmácia?
a) Defender o âmbito profissional e esclarecer dúvidas relativas à competência do profis-
sional farmacêutico.
b) Garantir, em suas respectivas áreas de jurisdição, que a atividade farmacêutica seja exer-
cida por profissionais legalmente habilitados.
c) Deliberar sobre questões oriundas do exercício e de atividades afins às do farmacêutico.
d) Manter registro sobre o local de atuação do farmacêutico no mercado de trabalho.
e) Habilitar o farmacêutico, por meio de inscrição, para o exercício legal da profissão.
AUTOATIVIDADE
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1
4. A Resolução nº 596, de 21 de fevereiro de 2014, dispõe sobre o Código de Ética Farmacêu-
tica, o Código de Processo Ético e estabelece as infrações e as regras de aplicação das 
sanções disciplinares aos farmacêuticos. Descreva essas regras.
5. Há uma norma que descreve: “O farmacêutico é um profissional da saúde, cumprindo-lhe 
executar todas as atividades inerentes ao âmbito profissional farmacêutico, de modo a 
contribuir para a salvaguarda da saúde e, ainda, todas as ações de educação dirigidas à 
coletividade na promoção da saúde”. Assinale a alternativa que apresenta essa norma. 
a) Decreto nº 20.377.
b) Lei nº 3.820.
c) Resolução nº 596.
d) Decreto nº 85.878.
e) Decreto nº 9.120.
AUTOATIVIDADE
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REFERÊNCIAS
ALARCÃO, I. Escola reflexiva e nova racionalidade. Porto Alegre: Artmed, 2001. 
BRASIL. Decreto nº 20.377 de 8 de setembro de 1931. Aprova a regulamentação do exercí-
cio da profissão farmacêutica no Brasil. Rio de Janeiro: Diário Oficial da União, 1931. Disponível 
em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1930-1939/decreto-20377-8-setembro-
-1931-498354-publicacaooriginal-1-pe.html. Acesso em: 2 dez. 2023. 
BRASIL. Decreto nº 85.878 de 7 de abril de 1981. Estabelece normas para execução da lei 
3.820, de 11 de novembro de 1960, sobre o exercício da profissão de farmacêutico, e dá outras 
providências. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 1981. Disponível em: https://legislacao.presi-
dencia.gov.br/atos/?tipo=DEC&numero=85878&ano=1981&ato=3a1gXT650MrRVT589. Acesso 
em: 12 dez. 2023. 
BRASIL. Lei nº 3.820, de 11 de novembro de 1960. Cria o Conselho Federal e os Conselhos 
Regionais de Farmácia, e dá outras providências. Rio de Janeiro: Diário Oficial da União, 1960. 
Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l3820.htm. Acesso em: 12 dez. 2023.
BRASIL. Lei nº 9.120, de 26 de outubro de 1995. Altera dispositivos da Lei nº 3.820, de 11 de 
novembro de 1960, que dispõe sobre a criação do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais 
de Farmácia. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 1995. Disponível em: https://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/l9120.htm. Acesso em: 12 dez. 2023.
CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Código de Ética da Profissão Farmacêutica: Reso-
lução nº 596, de 21 de fevereiro de 2014. Brasília, DF: CFF, 2014. Disponível em: https://www.cff.
org.br/userfiles/file/C%c3%b3digo%20de%20Etica%2003fev2014.pdf. Acesso em: 12 dez. 2023.
CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Farmácia Comunitária: O farmacêutico no exercício 
da farmácia comunitária. v. 1. Brasília, DF: CFF, 2008. 
FINKLER, M. et al. Metodologias ativas no processo ensino-aprendizagem: possibilidade para 
uma prática educativa mais participativa na área da saúde. Abeno, [s. l.], v. 8, n. 2, p. 140-145, 2008.
GRISARD, N. Manual de orientação ética e disciplinar. Florianópolis: Conselho Regional de Me-
dicina de Santa Catarina, 2006.
MILLER, S. What use are ethical codes? An analysis of three possible rationales for the use of 
ethical cades in medical schools and a review of the evidence relating to them. Med Educ., [s. l.], 
v. 34, p. 428-429, 2000. 
POTTER, P.; PERRY, A. Fundamentos de enfermagem. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2009.
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https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1930-1939/decreto-20377-8-setembro-1931-498354-publicacaooriginal-1-pe.html
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/Legislacao.nsf/b110756561cd26fd03256ff500612662/c83df8fa3fa86d37032569fa0071fb00?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/Legislacao.nsf/b110756561cd26fd03256ff500612662/c83df8fa3fa86d37032569fa0071fb00?OpenDocument
https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=DEC&numero=85878&ano=1981&ato=3a1gXT650MrRVT589
https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=DEC&numero=85878&ano=1981&ato=3a1gXT650MrRVT589
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l3820.htm
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.120-1995?OpenDocument
1. Opção C. As demais alternativas estão incorretas, pois, conforme a Lei nº 3.820, de 11 de 
novembro de 1960, foi em 1960 que criaram o Conselho Federal de Farmácia. 
2. Expedir resoluções, definindo ou modificando atribuições, competências dos profissionais 
farmacêuticos. Propor as modificações que forem necessárias à regulamentação do exercício 
profissional. Ampliar o limite de competência do exercício profissional. Organizar o Código 
de Ética Farmacêutica. Deliberar sobre questões oriundas do exercício e das atividades 
afins às do farmacêutico. Zelar pela saúde pública, promovendo a assistência farmacêutica. 
3. Opção C. As demais estão incorretas, pois deliberar sobre questões oriundas do exercício 
e de atividades afins às do farmacêutico é função do Conselho Federal de Farmácia e não 
do Regional. 
4. As sanções disciplinares aos farmacêutico consistem em: advertência; multa no valor de um 
a três salários-mínimos regionais; suspensão de três meses a um ano; eliminação. 
5. Opção C. A alternativa A é incorreta, pois o Decreto nº 20.377 aprova a regulamentação do 
exercício da profissão farmacêutica no Brasil. 
A opção B é incorreta, pois a Lei nº 3.820 cria o Conselho Federal e os Conselhos Regionais 
de Farmácia, e dá outras Providências.
A opção D é incorreta porque o Decreto nº 85.878 estabelece normas para execução de Lei 
nº 3.820, de 11 de novembro de 1960, sobre o exercício da profissão de farmacêutico, e dá 
outras providências.
A opção E é incorreta, pois é a Lei nº 9.120 e não decreto. 
GABARITO
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MINHAS ANOTAÇÕES
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MINHAS METAS
POLÍTICA PÚBLICA DE SAÚDE
Compreender a saúde pública no Brasil.
Associar o contexto histórico com a construção do cenário de saúde no Brasil.
Analisar a estruturação do Sistema Único de Saúde (SUS), avaliando a sua constituição e 
prestação do cuidado à população.
Compreender as redes de atenção à saúde.
Explorar os principais programas específicos de saúde.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 2
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INICIE SUA JORNADA
Olá, estudante! Este tema levará você a refletir sobre a realidade da saúde pública 
em nosso país e os desafios para assegurar o atendimento a todo cidadão com 
dignidade e em igualdade de condições.
A gestão do sistema nacional de saúde é bastante complexa, se pensarmos 
em atingir de forma equânime todas as pessoas que dependem do serviço públi-
co num contexto com desigualdades e desafios sociais aos governos. Concorda 
Zetzsche (2014, p. 3) ao dizer que “Cuidar da saúde significa manter a naçãoem condições de progresso e trabalho, com uma população saudável e menores 
índices de adoecimento e transmissão de doenças”.
O sistema de saúde brasileiro engloba uma rede de serviços prestados por 
instituições públicas e privadas aos cidadãos que utilizam de uma multiplicidade 
de atendimentos, visando a assegurar o acesso universal à saúde, contemplando 
desde a Atenção Básica até procedimentos de mais complexidade, com o propósito 
de atender às diversas necessidades e demandas da população.
Considerado exemplo de política pública pelo acesso universal à população, o 
sistema de saúde brasileiro demanda participação ainda maior da sociedade nos 
conselhos e conferências municipais, para o efetivo controle social na adminis-
tração pública. O fortalecimento da política pública de saúde depende sobretu-
do de investimentos que assegurem as ações e programas impulsionadores dos 
indicadores de saúde a um nível favorável; é fundamental a melhoria da infraes-
trutura, com a ampliação e modernização dos locais de atendimento, expansão 
da qualidade dos serviços oferecidos e da capacidade técnica dos profissionais 
contratados para a gestão.
Competência administrativa, visão política e gerencial, profundo conheci-
mento da história do país e de sua dinâmica social, visão epidemiológica e crítica 
e visão ontológica — noção de respeito e reconhecimento do ser humano (alvo 
dos programas e políticas de saúde) — são os requisitos mais que necessários 
àqueles que trabalharão em gestão de saúde, seja de caráter público, seja de caráter 
privado (ZETZSCHE, 2014).
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
Estudante, ouça este podcast que fala sobre o Sistema Único de Saúde. Um dos 
maiores, senão o maior e mais completo sistema de saúde pública do mundo. Recur-
sos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem.
PLAY NO CONHECIMENTO
VAMOS RECORDAR?
O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores e mais complexos sistemas de 
saúde pública do mundo. Abrange desde o simples atendimento para avaliação 
da pressão arterial, por meio da Atenção Primária, até o transplante de órgãos, 
garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a população do país 
(BRASIL, [202-?]).
O SUS proporcionou o acesso universal ao sistema público de saúde sem 
discriminação, permitiu o acesso de todos os brasileiros ao cuidado da saúde. A 
atenção integral à saúde, e não somente aos cuidados assistenciais, passou a ser 
um direito de todos os brasileiros desde a gestação e por toda a vida, com foco na 
saúde com qualidade de vida, visando à prevenção e à promoção da saúde.
A gestão das ações e dos serviços de saúde deve ser solidária e participativa 
entre os três entes da Federação: a União, os estados e os municípios. A rede 
que compõe o SUS é ampla e abrange tanto ações quanto os serviços de saúde. 
Engloba a atenção primária, as média e alta complexidades, os serviços de 
urgência e emergência, a atenção hospitalar, as ações e serviços das vigilâncias 
epidemiológica, sanitária e ambiental bem como a assistência farmacêutica.
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DESENVOLVA SEU POTENCIAL
CONCEITO DE SAÚDE
Temos como conceito de saúde, segundo a OMS ([20--?], p. 1): “Saúde é um 
estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não consiste apenas na 
ausência de doença ou de enfermidade”. Essa concepção induz a novas condutas 
quanto à promoção de saúde e à prevenção de doenças. O indivíduo é inserido 
numa rede de cuidados permanentes, visando a mais qualidade de vida, mesmo 
que aconteça a doença. A vida mais saudável demanda novos hábitos, os quais 
incluem: alimentação adequada, lazer, convívio social, esportes e atividade física 
como práticas diárias.
Mesmo para aqueles que lidam com doenças crônicas, a concepção de saú-
de como um processo contínuo permite a convivência mais harmônica com a 
condição de saúde, tornando esses indivíduos menos dependentes da assistência 
médica, pois eles adquirem hábitos que ajudam na melhora do estado de saúde. 
É o que Zetzsche (2014, p. 13) define como: “comportamentos mais saudáveis 
e que desenvolvem o seu autocuidado, possibilitando que, desta forma, [você] 
acabe vivendo mais e melhor depois de seu adoecimento, por mais incrível que 
isto pareça, à primeira vista”. 
Nesse contexto, percebe-se que a população está adotando um estilo de vida 
mais saudável, com atitudes de prevenção para a saúde física e mental. Este mo-
vimento se estende a outros ambientes, por exemplo, no trabalho e na educação, 
visto que a qualidade de vida está diretamente relacionada ao modo como as 
pessoas vivem.
Você sabia que as cidades devem oferecer espaços coletivos, parques, praças, 
centros de convivência, para que a comunidade usufrua de qualidade de vida? 
Essa ação, comprovadamente, vem reduzindo os custos em serviços médicos e 
assistenciais nos municípios.
PENSANDO JUNTOS
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
Essa é uma realidade possível, de acordo com Zetzsche (2014, p. 9):
 “ [...] a amplitude do escopo de ações em saúde vai abranger inter-
venções e estratégias nos mais variados setores, como meio am-
biente, sustentabilidade, manejo agrícola, controle de endemias e 
pandemias, definição dos níveis aceitáveis de desenvolvimento e 
qualidade de vida, saneamento básico, manejo de recursos hídri-
cos e naturais, ambientes de trabalho, acesso ao lazer, educação, 
moradia, entre tantos outros, pois é nestas boas condições de vida 
que a saúde é mais fácil de se obter e de se conservar.
A transformação social, a partir da saúde, busca incutir nas pessoas atitudes 
frente a fatores de influência negativa, por exemplo, a mídia, com a demasiada 
publicidade de produtos alimentícios industrializados, que não trazem bene-
fícios à saúde e contribuem para a obesidade e sobrepeso, ou ainda, o álcool 
e cigarro, os quais levam a problemas comportamentais e afetam a família.
 “ [...] a obesidade na população brasileira está se tornando bem 
mais frequente do que a própria desnutrição infantil, sinali-
zando um processo de transição epidemiológica que deve ser 
devidamente valorizado no plano da saúde coletiva. As doen-
ças [...] estão relacionadas, em grande parte, com a obesida-
de e com práticas alimentares e estilos de vida inadequados 
(BRASIL, 2008, p. 14).
Além dos problemas decorrentes da vida moderna que afetam a saúde da 
população, temos ainda doenças epidemiológicas, tais como dengue, malária 
e tuberculose, por exemplo, e que causam a morte de milhões de pessoas no 
mundo todo. Essas doenças são decorrentes da miséria, da precariedade no 
abastecimento de água potável e no saneamento básico bem como pela falta 
de acesso aos serviços públicos de saúde e educação. A globalização fortaleceu 
esse processo de disseminação de doenças ao redor do mundo, principalmente 
pelo contingente de populações migratórias.
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SAÚDE: DIREITO DE TODOS E DEVER DO ESTADO
A Constituição da República Federativa de 1988 dispõe em seu art. 196: “A saúde 
é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e 
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao 
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e 
recuperação” (BRASIL, 1988, p. 118-119).
No Brasil, temos um sistema de saúde garantido pela Constituição Federal, que 
se constitui no Sistema Único de Saúde (SUS). Para Campos et al. (2006, p. 
531 apud ZETSZCHE, 2014, p. 87), o SUS é:
 “ [...] o arranjo organizacional do Estado Brasileiro que dá suporte à 
efetivação da política de saúde no Brasil, e traduz em ação os prin-
cípios e diretrizes desta política. Compreende um conjunto organi-
zado e articulado de serviços e ações de saúde, e aglutina o conjunto 
das organizações públicas de saúde existentes nos âmbitos estadual, 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
municipal e nacional, e ainda os serviços privados de saúde que o 
integram funcionalmente para prestação de serviços aos usuários do 
sistema, de forma complementar,quando contratados ou convenia-
dos para tal fim. O SUS foi instituído com o objetivo de coordenar e 
integrar as ações das três esferas de governo e pressupõe a articulação 
de subsistemas verticais (de vigilância e assistência à saúde) e subsis-
temas de base territorial – estaduais, regionais e municipais – para 
atender de maneira funcional às demandas por atenção à saúde.
Historicamente, a população brasileira era desassistida de assistência médica e, 
quando acometida de doença, recorria às crenças e à medicina natural; o auxílio 
ao povo era feito pelas Santas Casas de Misericórdia. Somente a partir da indus-
trialização no país e dos movimentos sindicalistas é que o Estado passou a atuar 
na área da saúde, com a criação das caixas de aposentadoria e pensão, mas elas 
permitiam somente aos contribuintes o acesso à assistência médica, enquanto 
a maior parcela da população ficou à margem desse direito. Durante o período 
militar, a iniciativa privada começou a ter participação no sistema, por meio dos 
convênios e planos de saúde.
Essas medidas contribuíram para a Reforma Sanitária que levou à criação do 
SUS. Este, segundo Arouca (1998 apud ZETZSCHE, 2014, p. 79):
 “ [...] nasceu na luta contra a ditadura, com o tema Saúde e Democra-
cia, e estruturou-se nas universidades, no movimento sindical, em 
experiências regionais de organização de serviços. Esse movimento 
social consolidou-se na 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986, 
na qual, pela primeira vez, mais de cinco mil representantes de to-
dos os segmentos da sociedade civil discutiram um novo modelo 
de saúde para o Brasil. O resultado foi garantir na Constituição, 
por meio de emenda popular, que a saúde é um direito do cidadão 
e um dever do Estado.
3
2
Posteriormente, em 1990, foi promulgada a Lei Orgânica do SUS, com as Leis n° 
8.080 (BRASIL, 1990a, on-line) e n° 8.142 (BRASIL, 1990b, on-line), que têm como 
base de sustentação os princípios norteadores do Sistema Único de Saúde brasileiro:
• PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE 
Estabelece a todos o direito de atendimento pelo Sistema Único de Saúde.
• PRINCÍPIO DA INTEGRALIDADE
Relaciona dois aspectos do SUS. O primeiro refere-se à compreensão do ser humano 
biopsicossocial que requer um atendimento em sua integralidade; o segundo aspecto 
integra as ações do Sistema Único de Saúde para o atendimento integral entre os 
diferentes níveis de complexidade de atenção à saúde.
• PRINCÍPIO DA IGUALDADE
Possibilita as mesmas condições de acesso ao Sistema Único de Saúde no país, onde 
ninguém pode solicitar um atendimento diferenciado, seja por meio de apadrinhamen-
to político, seja pelo nível social, por raça ou gênero.
Leia na íntegra, a Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as 
condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o 
funcionamento dos serviços correspondentes. Recursos de mídia disponíveis no 
conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem.
EU INDICO
O SUS pode ser considerado um direito humano fundamental e representa a prin-
cipal conquista do povo brasileiro no âmbito das políticas públicas. Consolidado 
como um sistema referencial no cenário global de saúde, o SUS se destaca por sua 
fundamentação na Constituição, a qual estabelece claramente a premissa de que 
o acesso à saúde é um direito de todos e, simultaneamente, um dever do Estado.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
AS REDES DE ATENÇÃO EM SAÚDE
O SUS opera por meio de uma intrincada rede de serviços conhecida como 
Rede de Atenção à Saúde, a qual classifica os atendimentos em níveis de aten-
ção primária, secundária e terciária, conforme a exigência do serviço que será 
prestado ao usuário. 
A rede compreende-se em âmbito estadual e regional, numa articulação in-
terfederativa, cujos serviços de saúde são executados em uma região de saúde 
determinada por um espaço geográfico de municípios limítrofes, o qual, segun-
do o Decreto n° 7.508/2011, art. 2°, I, será “delimitado a partir de identidades 
culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de 
transportes compartilhados [...]” (BRASIL, 2011, on-line).
Trata-se de uma organização complexa que identifica os diversos atendimentos por 
meio de um Mapa da Saúde. Este, segundo o Decreto n° 7.508/2011, art. 2°, V, faz a 
distribuição “[...] de recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo 
SUS e pela iniciativa privada, considerando-se a capacidade instalada existente, 
os investimentos e o desempenho aferido a partir dos indicadores de saúde do 
sistema” (BRASIL, 2011, on-line).
A Rede de Atenção à Saúde (RAS) atua a partir da Unidade Básica de Saúde 
ou USF (Unidade de Saúde da Família), onde é iniciado o trabalho junto à comu-
nidade. As consultas são realizadas pelo médico generalista e, se for necessário, 
encaminha aos médicos especialistas que integram o setor de atenção secundária.
A Unidade Básica de Saúde realiza os atendimentos em nível de atenção 
primária: “[...] enfatizando a função resolutiva dos cuidados primários sobre 
os problemas mais comuns de saúde e a partir do qual se realiza e coordena o 
cuidado em todos os pontos de atenção” (BRASIL, 2010, p. 4 apud ZETZSCHE, 
2014, p. 32). Do setor terciário fazem parte os hospitais especializados, as Uni-
dades de Tratamento Intensivo (UTI), os centros de hemodiálise, entre outros. 
Os encaminhamentos feitos aos usuários são formais, por meio de referências e 
contrarreferências, que são os registros das consultas e dos procedimentos utili-
zados pelos médicos e agentes de saúde.
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4
A Portaria n° 4.279, de 30 de dezembro de 2010 (BRASIL, 2010), designou as 
seguintes temáticas das Redes de Atenção à Saúde:
1. Rede Cegonha.
2. Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE).
3. Rede de Atenção Psicossocial (Raps).
4. Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência.
5. Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas.
Cada rede temática é formada por componentes específicos (BRASIL, 2014), sendo:
“Pontos de atenção à saúde são entendidos como espaços em que se ofertam 
determinados serviços de saúde, por meio de uma produção singular. Os domi-
cílios, as unidades básicas de saúde, as unidades ambulatoriais especializadas, 
os serviços de hemoterapia e hematologia, os centros de apoio psicossocial, as 
residências terapêuticas, entre outros. Os hospitais podem abrigar distintos pontos 
de atenção à saúde: o ambulatório de pronto atendimento, a unidade de cirurgia 
ambulatorial, o centro cirúrgico, a maternidade, a unidade de terapia intensiva, a 
unidade de hospital/dia, entre outros. Todos os pontos de atenção à saúde são 
igualmente importantes para que se cumpram os objetivos da rede de atenção à 
saúde e se diferenciam, apenas, pelas distintas densidades tecnológicas que os 
caracterizam” (BRASIL, 2010, p. 4 apud ZETSCHE, 2014, p. 32).
ZOOM NO CONHECIMENTO
• REDE CEGONHA
Pré-natal; parto e nascimento; puerpério e Atenção Integral à Saúde da Criança; siste-
ma logístico: transporte sanitário e regulação.
• REDE DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
Promoção e prevenção; Atenção Primária; Unidades Básicas de Saúde; UPA e outros 
serviços com funcionamento 24 horas; Samu 192; portas hospitalares de atenção às 
urgências; leitos de retaguarda; atenção domiciliar e hospitais-dia.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
O Ministério da Saúde tem adotado a estratégia de Redes de Atenção à Saúde 
para tentar responder às necessidades de cuidado das populações, identificando 
redes prioritárias, como gestantes, urgência e emergência, atenção a pessoas com 
deficiência e de atenção psicossocial (O SUS..., 2014). 
• REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
Eixo 1 – Ampliação do acesso à Rede de Atenção Integral de Saúde aos usuários de ál-
cool, crack e outras drogas; Eixo 2 – Qualificação da rede de Rede de Atenção Integral 
de Saúde; Eixo 3 – Ações intersetoriais para reinserção social e reabilitação; Eixo 4 – 
Ações de prevenção e de redução de danos; Eixo 5 – Operacionalização da rede.• REDE DE CUIDADOS À PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Atenção Básica; atenção especializada em reabilitação auditiva, física, intelectual, visual, 
ostomia e em múltiplas deficiências e atenção hospitalar e de urgência e emergência.
• REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE DAS PESSOAS COM DOENÇAS CRÔNICAS
Atenção Básica; atenção especializada (ambulatorial especializada, hospitalar, urgên-
cia e emergência); sistemas de apoio; sistemas logísticos e regulação.
APS
ATENÇÃO BÁSICA
MÉDIA
COMPLEXIDADE
ALTA
COMPLEXIDADE
Figura 1 - Níveis de sistemas hierárquicos para as Redes de Atenção à Saúde / Fonte: Mendes (2011, p. 84)
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DIVERSOS ATENDIMENTOS EM SAÚDE
Para desenvolver a política pública de saúde é preciso, inicialmente, diagnosticar 
a condição de saúde da população brasileira. Segundo as informações divulga-
das pela Agência IBGE (2023), a estimativa de vida do brasileiro aumentou para 
75,5 anos em média, passando a viver mais tempo; em contrapartida, a taxa de 
natalidade decresceu de 6,2 filhos por mulher nos anos 1960 para 1,6 filhos por 
mulher em 2022.
Nessa perspectiva, constatamos que a população no Brasil está envelhecendo, 
pois as pessoas vivem mais tempo e nascem menos crianças; o índice de mortali-
dade aumentou devido a doenças crônicas que afetam 79,1% dos idosos de 65 anos 
ou mais. Segundo Mendes (2012, p. 34-35 apud ZETSCHE, 2014, p. 21): “Ade-
mais, 31,3% da população geral, em torno de 60 milhões de pessoas, têm doenças 
crônicas, e 5,9% dessa população total têm três ou mais dessas doenças crônicas”.
Diariamente, o SUS presta atendimento a milhares de usuários que furtivamen-
te adoecem, necessitando de intervenção médica, realização de exames, cirurgias 
e internações em hospitais; são considerados atendimentos de problema agudo, 
pois, quando solucionado, o paciente é liberado. Para o atendimento de gestantes 
ou usuários de drogas, álcool e/ou portadores de doenças sexualmente transmissí-
veis, que necessitam de acompanhamento, é requerido o agendamento da consulta.
O atendimento em domicílio feito pelo médico da Unidade Básica de Saúde visa 
atender pessoas impossibilitadas de deslocamento em virtude de graves acidentes, 
por exemplo. São realizados os procedimentos mais comuns de recuperação, por 
meio de curativos e fisioterapia; além desses, também se inclui aqui o atendimento 
a pacientes acometidos das doenças ocupacionais, como LER e DORT, o que leva 
um grande número de trabalhadores à incapacidade funcional.
Descrição da Imagem: a figura traz um infográfico de pirâmide. Esse gráfico se apresenta na forma de um 
triângulo dividido em seções horizontais rotuladas por hierarquia, onde estão descritas a organização da saúde 
pública em seus três níveis de atenção: primária, secundária e terciária. Os níveis de atenção também podem ser 
compreendidos como Redes de Atenção à Saúde (RAS), já que as necessidades dos usuários são atendidas por 
meio do avanço desses níveis conforme a complexidade de cada caso.
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7
TEMA DE APRENDIZAGEM 2
Muitos atendimentos, no entanto, seguem uma inversão do modelo de atenção 
à saúde, “[...] demandado pela maioria das pessoas e denominado de queixa 
conduta”, como afirma Zetzsche (2014, p. 23). Após a consulta e a prescrição de 
exames, o paciente sente-se melhor e desiste dos exames. Os sintomas ressurgem, 
a doença se instala com gravidade, e o retorno ao médico é inevitável, o que re-
presenta alto custo para o SUS bem como maior ganho para a iniciativa privada, 
pela quantidade de exames de alto custo, e para a indústria farmacêutica, pela 
quantidade de medicamentos.
POLÍTICAS DE SAÚDE E PROGRAMAS ESPECÍFICOS
Pela complexidade de atuação do SUS em todo o território nacional, criaram-
se políticas nacionais para o combate de doenças e prevenção, coordenadas 
pelo Ministério da Saúde e operacionalizadas em programas específicos no 
combate a enfermidades.
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PROVAB
O Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (PROVAB) tem, como 
funções, estimular a formação do médico para a real necessidade da população 
brasileira e levar esse profissional a localidades com mais carência desse serviço.
PROGRAMA ACADEMIA DA SAÚDE
Desde 2011, o Ministério da Saúde vem promovendo a implantação e implementação 
de polos da Academia da Saúde nos municípios brasileiros. Os polos são espaços 
físicos dotados de equipamentos, estrutura e profissionais qualificados, com o objetivo 
de contribuir para a promoção da saúde e a produção do cuidado e de modos de vida 
saudáveis da população.
MAIS MÉDICOS
O Programa Mais Médicos faz parte de um amplo pacto de melhoria do atendimento 
aos usuários do Sistema Único de Saúde, que prevê mais investimentos em infraes-
trutura dos hospitais e unidades de saúde, além de levar mais médicos para regiões 
onde há escassez e ausência de profissionais.
MELHOR EM CASA
Melhorar e ampliar a assistência no SUS a pacientes com agravos de saúde que pos-
sam receber atendimento humanizado, em casa, e perto da família.
FARMÁCIA POPULAR
O Governo Federal criou o Programa Farmácia Popular do Brasil para ampliar o acesso 
aos medicamentos voltados às doenças mais comuns entre os cidadãos. O programa 
possui uma rede própria de Farmácias Populares e a parceria com farmácias e droga-
rias da rede privada, chamada de “Aqui tem Farmácia Popular”.
No Brasil, temos várias políticas de saúde operacionalizadas por pro-
gramas presentes em todo o país, Vejamos algumas:
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
CARTÃO NACIONAL DE SAÚDE
O Cartão Nacional de Saúde é um instrumento que possibilita a vinculação dos proce-
dimentos executados no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) ao usuário, ao pro-
fissional que os realizou e, também, à unidade de saúde onde esses procedimentos 
foram realizados. Para tanto, é necessária a construção de cadastros de usuários, de 
profissionais de saúde e de unidades de saúde. A partir desses cadastros, os usuários 
do SUS e os profissionais de saúde recebem um número nacional de identificação.
PRONTO ATENDIMENTO UPA 24H
As Unidades de Pronto Atendimento UPA 24h são estruturas de complexidade inter-
mediária entre as Unidades Básicas de Saúde e as portas de urgência hospitalares. 
Com essas últimas, a UPA 24h compõe uma rede organizada de Atenção às Urgências.
HUMANIZA SUS
A Política Nacional de Humanização existe desde 2003 para efetivar os princípios do 
SUS no cotidiano das práticas de atenção e gestão, qualificando a saúde pública no 
Brasil e incentivando trocas solidárias entre gestores, trabalhadores e usuários.
DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
O Sistema Nacional de Transplantes (SNT), instituído pelo Decreto n° 2.268, de 30 de 
junho de 1997, é a instância responsável pelo controle e pelo monitoramento dos 
transplantes de órgãos, de tecidos e de partes do corpo humano, realizados no Brasil.
PNAN – POLÍTICANACIONAL DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO
A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), aprovada no ano de 1999, 
integra os esforços do Estado brasileiro que, por meio de um conjunto de políticas 
públicas, propõe respeitar, proteger, promover e prover os direitos humanos à saúde 
e à alimentação. Nos dez anos de publicação da PNAN, deu-se início ao processo de 
atualização e aprimoramento das suas bases e diretrizes, de forma a consolidar-se 
como uma referência para os novos desafios a serem enfrentados no campo da ali-
mentação e nutrição, no Sistema Único de Saúde (SUS).
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Nesse cenário, o trabalho da Vigilância Epidemiológica é fundamental para pre-
ver as ações que o Estado deve realizar a partir da coleta de informações do 
perfil epidemiológico da população. A Vigilância Epidemiológica acompanha a 
evolução de determinadas doenças e adota medidas que impedem que as pessoas 
sejam expostas ao contágio de doenças transmissíveis.
Confira a aula referente a este tema. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo 
digital do ambiente virtual de aprendizagem.
EM FOCO
NOVOS DESAFIOS 
No cenário dinâmico da saúde pública brasileira, os novos desafios quese apre-
sentam aos futuros profissionais tornam-se evidentes. A concepção de saúde para 
todos, dentro do contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), está constantemen-
te evoluindo e enfrentando adaptações necessárias para atender às crescentes 
demandas da sociedade. Como estudante que visa a adentrar esse campo em 
constante transformação, é imperativo você compreender que a construção de 
uma saúde pública de qualidade é um desafio contínuo e coletivo.
Aos futuros profissionais que almejam atuar na saúde pública, a necessida-
de de um conhecimento abrangente sobre o SUS é premente. A compreensão 
profunda da dinâmica do sistema, aliada ao entendimento do processo saúde-
doença das famílias, é crucial para fornecer serviços de saúde com excelência e 
em conformidade com os princípios e diretrizes estabelecidos pelo SUS. Diante 
das constantes mudanças e inovações, os profissionais do futuro deverão estar 
preparados no enfrentamento desses desafios com flexibilidade, empenho e visão 
centrada no bem-estar da população a qual servirão.
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1. Conforme determinado pela Constituição Federal de 1988, a questão da saúde pública é 
dever do Estado, sendo operacionalizado pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Sem dúvida, 
atender a essa demanda é um enorme desafio pelas dimensões e complexidades existen-
tes em nosso país para garantir a todos qualidade nas políticas públicas de saúde. Nesse 
contexto, analise as sentenças, a seguir:
I - O SUS (Sistema Único de Saúde) precisa estar em constante evolução, sendo um pro-
cesso contínuo de construção.
II - O SUS é um dos maiores programas de saúde do mundo.
III - A Constituição Federal de 1988 estabeleceu que o sistema de saúde não fosse estatizado, 
ou seja, deveria ser assegurado pela iniciativa privada.
IV - A ESF (Estratégia de Saúde da Família) é considerada a porta de entrada no sistema SUS.
É correto o que se afirma em:
a) I, II e IV, apenas.
b) III, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II, III e IV. 
2. No contexto do atendimento ao usuário do sistema de saúde, a estrutura para promover 
esses procedimentos está dividida em níveis de atenção. Considerando o assunto, analise 
as sentenças, a seguir: 
I - A atenção básica é caracterizada por ser a porta de entrada dos tratamentos do SUS.
II - O usuário atendido no nível de atenção básica não poderá receber tratamento nos de-
mais níveis de atenção.
III - São considerados atenção secundária os serviços realizados pelo SAMU (Serviço de 
Atendimento Móvel de Urgência) e UPA (Unidades de Pronto Atendimento).
IV - Os serviços de atenção terciária são realizados nos consultórios médicos.
É correto o que se afirma em:
a) I e III, apenas.
b) II e IV, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I e IV, apenas.
e) I, II, III e IV. 
AUTOATIVIDADE
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3. No contexto do modelo de saúde, existe a classificação de níveis de atenção, os quais estão 
divididos em primário, secundário e terciário. Sabemos que o maior número de atendimen-
tos aos usuários do sistema de saúde concentra-se no nível de atenção primária. Dessa 
forma, disserte sobre o que trata a Política Nacional de Atenção Básica.
4. O sistema de saúde pode ser definido como um conjunto de relações econômicas, polí-
ticas e institucionais que se refletem na condução das atividades promotoras da saúde, 
com serviços que visam a alcançar esses resultados. De que forma o Sistema de Saúde 
Brasileiro é considerado?
a) Privado.
b) Parcial.
c) Universal.
d) Público.
e) Convênio.
5. “A Organização Mundial de Saúde (OMS) menciona o saneamento básico precário como 
uma grave ameaça à saúde humana. Apesar de disseminada no mundo, a falta de sanea-
mento básico ainda é muito associada à pobreza, afetando, principalmente, a população 
de baixa renda, que é mais vulnerável devido à subnutrição e, muitas vezes, à higiene pre-
cária. Doenças relacionadas a sistemas de água e esgoto inadequados e a deficiências na 
higiene causam a morte de milhões de pessoas todos os anos, com prevalência nos países 
de baixa renda (PIB per capita inferior a US$ 825,00). Dados da Organização Mundial de 
Saúde (OMS) apontam que 88% das mortes por diarreia no mundo são causadas pela falta 
de saneamento básico. Dessas mortes, aproximadamente 84% são de crianças. Estima-se 
que 1,5 milhão de crianças morram a cada ano, sobretudo em países em desenvolvimento, 
em decorrência de doenças diarreicas. No Brasil, as doenças de transmissão feco-oral, es-
pecialmente as diarreias, representam, em média, mais de 80% das doenças relacionadas 
ao saneamento ambiental inadequado [...]” (TRATA BRASIL, 2012, p. 1). 
Fonte: TRATA BRASIL. Esgotamento Sanitário Inadequado e Impactos na Saúde da Popula-
ção. São Paulo: Instituto Trata Brasil, 2012. Disponível em: https://tratabrasil.org.br/wp-content/
uploads/2022/09/Release-Esgotamento-sanitario-e-Doencas.pdf. Acesso em: 8 jan. 2024. 
Com base nas informações e nos dados apresentados, redija um texto dissertativo acerca 
da abrangência, no Brasil, dos serviços de saneamento básico e seus impactos na saúde da 
população. Em seu texto, mencione as políticas públicas já implementadas e apresente uma 
proposta para a solução do problema apresentado no enunciado da questão.
AUTOATIVIDADE
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REFERÊNCIAS
BRASIL [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 
DF: Senado Federal, 2016. Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/
id/518231/CF88_Livro_EC91_2016.pdf. Acesso em: 8 jan. 2024.
BRASIL. Decreto n° 7.508, de 28 de junho de 2011. Regulamenta a Lei n° 8.080, de 19 de setem-
bro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde – SUS, o planejamento 
da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras providências. Brasília, 
DF: Diário Oficial da União, 2011. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2011/decreto/d7508.htm. Acesso em: 8 jan. 2024.
BRASIL. Implantação das Redes de Atenção à Saúde e outras estratégias da SAS. Brasília, DF: 
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, 2014.
BRASIL. Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, 
proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspon-
dentes e dá outras providências. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 1990a. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm. Acesso em: 8 jan. 2024. 
BRASIL. Lei n° 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a participação da comunidade 
na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de 
recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. Brasília, DF: Diário Oficial da 
União, 1990b. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm. Acesso em: 
8 jan. 2024.
BRASIL. Sistema Único de Saúde. Ministério da Saúde, Brasília-DF, [202-?]. Saúde de A a Z. 
Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/sus. Acesso em: 
8 jan. 2024. 
BRASIL. Política nacional de alimentação e nutrição. 2. ed. rev. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 
2008. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_alimen-
tacao_nutricao_2ed.pdf. Acesso em: 8 jan. 2024.
BRASIL. Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010. Estabelece diretrizes para a organiza-
ção da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília, DF: Diá-
rio Oficial da União, 2010. Disponível em: https://conselho.saude.gov.br/ultimas_noticias/2011/
img/07_jan_portaria4279_301210.pdf. Acesso em: 8 jan. 2024. 
4
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https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/sus.Acessado
REFERÊNCIAS
EM 2022, expectativa de vida era de 75,5 anos. Agência IBGE, Rio de Janeiro, 29 nov. 2023. Esta-
tísticas Sociais. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-impren-
sa/2013-agencia-de-noticias/releases/38455-em-2022-expectativa-de-vida-era-de-75-5-a-
nos. Acesso em: 8 jan. 2024.MENDES, E. V. As redes de atenção à saúde. Brasília, DF: Organização Pan-Americana da Saú-
de, 2011.
OMS – ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Constituição da Organização Mundial da Saúde 
(OMS/WHO) - 1946. Nova York: OMS, [20--?]. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/plugin-
file.php/5733496/mod_resource/content/0/Constitui%C3%A7%C3%A3o%20da%20Organiza%-
C3%A7%C3%A3o%20Mundial%20da%20Sa%C3%BAde%20%28WHO%29%20-%201946%20-%20
OMS.pdf. Acesso em: 8 jan. 2024.
O SUS, as Redes de Atenção e a Atenção Básica. Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio 
Arouca, Rio de Janeiro, 2014. Disponível em: https://dms.ufpel.edu.br/sus/files/U00.html. Aces-
so em: 8 jan. 2024.
ZETZSCHE, M. F. Sistema e organização de Saúde no Brasil. Indaial: Uniasselvi, 2014. 
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1. Opção A. A sentença III é incorreta, pois a Constituição Federal compreende o SUS como 
um conjunto organizado e articulado de serviços e ações de saúde, e aglutina o conjunto 
das organizações públicas de saúde existentes nos âmbitos estadual, municipal e nacional 
bem como os serviços privados de saúde que o integram funcionalmente para prestação 
de serviços aos usuários do sistema, de forma complementar, quando contratados ou con-
veniados a tal fim. 
2. Opção D. A sentença II está incorreta, pois, no setor de atenção secundária, adentramos em 
policlínicas de especialidades, ambulatórios e Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). A 
sentença III está incorreta, pois o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) tem 
como objetivo chegar precocemente à vítima após ter ocorrido alguma situação de urgência 
ou emergência de natureza clínica, cirúrgica, traumática, obstétrica, pediátrica, psiquiátrica, 
dentre outras, que possa levar ao sofrimento, a sequelas, ou mesmo, à morte. Trata-se de um 
serviço pré-hospitalar que visa conectar as vítimas aos recursos dos quais elas necessitam 
e com a maior brevidade possível. 
3. A Política Nacional de Atenção denomina a atenção básica como várias ações de saúde, 
disponibilizadas ao indivíduo ou de forma coletiva, que visam promover a saúde, ofertar 
tratamento, reabilitação, diminuição de danos e manutenção da saúde, com o objetivo de 
desenvolver atenção integral. Considera a Atenção Básica o contato mais importante dos 
usuários com os sistemas de saúde. 
4. Opção C. De acordo com a Lei Orgânica do SUS, com as leis n° 8.080 e n° 8.142, que têm 
como base de sustentação os princípios norteadores do Sistema Único de Saúde brasileiro, 
é previsto o Princípio da Universalidade que estabelece a todos o direito de atendimento 
pelo Sistema Único de Saúde. 
5. Em termos de atendimento à proposta, espera-se que o estudante estabeleça relação entre 
a qualidade do serviço de esgotamento sanitário e de tratamento da água e o agravamento 
do número de casos de internação e morte por diarreia entre a população brasileira: geral-
mente, quanto maior a abrangência dos serviços, menor a ocorrência de internações por 
essa moléstia e menores os gastos com os tratamentos de saúde. Espera-se, também, que 
o estudante mencione, pelo menos, duas políticas públicas implementadas para buscar 
resolver o problema e que proponha uma ação visando contribuir com a solução. 
GABARITO
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MINHAS ANOTAÇÕES
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MINHAS METAS
FARMACOEPIDEMIOLOGIA E 
FARMACOVIGILÂNCIA
Explorar os princípios e práticas da medicina baseada em evidências. 
Compreender o papel do farmacêutico no processo da medicina baseada em evidências.
Entender os conceitos de farmacoepidemiologia e farmacovigilância.
Compreender a importância da farmacoepidemiologia e farmacovigilância.
Aprender a avaliação da relação risco-benefício de um medicamento.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 3
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INICIE SUA JORNADA
Estudaremos agora a saúde baseada em evidências. Você entenderá como ela 
é importante para o desenvolvimento da ciência e, acima de tudo, para que as 
melhores decisões sejam tomadas, a fim de garantir a segurança e o bem-estar 
de nossos pacientes. A saúde baseada em evidências é uma abordagem que usa 
diferentes ferramentas, como a farmacoepidemiologia, na busca pelas melhores 
decisões ao tratamento dos pacientes.
Você já ouviu alguém falar sobre a saúde baseada em evidências e a farmacoepi-
demiologia? O conceito de saúde baseada em evidências parte da premissa de que a 
prática clínica não deve ser pautada somente na experiência do indivíduo. O ideal é 
haver embasamento científico e que diagnósticos e tratamentos sejam decididos de 
acordo com a literatura médica, ou seja, de acordo com o que a ciência determina.
Dessa forma, os profissionais da saúde precisam trabalhar em consonância 
com a saúde baseada em evidências, a fim de proporcionar tratamentos eficientes 
bem como prevenir intercorrências e mortes.
Agora, te convido a fazer uma reflexão muito séria acerca dos 
fatos que vivemos muito recentemente: a pandemia de 
Covid-19 que enfrentamos entre 2020 e 2022. Duran-
te a pandemia, o Brasil testemunhou o incentivo ao 
uso de hidroxicloroquina para o tratamento contra 
a Covid-19. Você se lembra disso? Quero que refli-
ta: mesmo sendo contraindicado pela Organização 
Mundial da Saúde (OMS), muitas pessoas acredita-
ram no tratamento precoce, e mortes foram atestadas 
em decorrência do uso inadequado do medicamento. 
Você acredita que a atitude dessa pessoas foi certa?
Quero que você reflita e mergulhe neste tema com muita 
vontade de aprender. Ao analisar tudo o que vivemos durante a pandemia e tudo 
o que a comunidade científica viveu, responda: o que mudou?
Como uma entidade, a exemplo da AMB, pode emitir pareceres tão distintos 
e em tão pouco tempo? Até que ponto essas mudanças de posicionamento estão 
relacionadas a este tema? A chamada “saúde baseada em evidências”?
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
Quero que, durante o estudo deste tema, você reflita sobre o que vivemos 
durante a pandemia e tudo o que a saúde baseada em evidências representa para 
garantir a saúde da população e traçar estratégias eficazes no combate a qualquer 
enfermidade. Para isso, você precisa mergulhar neste material, com a finalidade 
de entender como a saúde baseada em evidências deve ser conduzida. Podemos 
tirar vários aprendizados de tudo o que foi vivido nesses momentos de pandemia.
Todos os dias, nas clínicas, nos hospitais e nos serviços de saúde, profissio-
nais precisam tomar decisões importantes acerca da vida e do bem-estar de um 
paciente. Para tanto, precisam contar com a ciência, isto é, com a saúde baseada 
em evidências, associada, é claro, com o conhecimento científico.
 Este tema mostrará a você como a saúde baseada em evidências e a farmacoepi-
demiologia impactam o cuidado dos pacientes. Continue a leitura para saber tudo!
Estudante, vamos aprofundar seu conhecimento sobre uma lista padronizada 
de medicamentos adquiridos que são disponibilizados à população? Ouça o po-
dcast! Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual 
de aprendizagem. 
PLAY NO CONHECIMENTO
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DESENVOLVA SEU POTENCIAL 
MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS 
No dia a dia com os pacientes, os profissionais da saúde, os quais incluem médicos, 
farmacêuticos e enfermeiros, deparam-se com as mais variadas dúvidas para as 
quais devem encontrar respostas. No entanto, essas respostas nem sempre são 
encontradas com muita facilidade. Geralmente, a solução é usar a experiência 
e o conhecimento técnico acumulado para encontrar essas respostas de forma 
pessoal ou por meio da consulta de um colega mais experiente na equipe. Quem 
nunca viveu isso? Ou seja, sair perguntando a todos da equipe se alguém já teria 
vivenciado algo parecido em algum momento da vida. 
Às vezes, dá certo. Quando essa estratégia não traz o resultado esperado, os 
profissionais, então, procuram a literatura médica e os estudos referentes.
Essa abordagem clássica, ainda que muito praticada, não é adequada. Gene-
ralizar a partir da experiência não sistematizada própria ou alheia e obtida por 
um número limitado de casos pode ser perigosoe, com frequência, induz a erros 
importantes (BISSON, 2016).
Em inglês, esse movimento foi chamado de evidence-based medicine, que pode 
ser traduzido para o português como “medicina baseada em evidências”. Embora 
o conceito e/ou a ideia não seja novo, esse acontecimento está ligado à introdu-
ção da estatística e do método epidemiológico na prática médica, além do desen-
volvimento de ferramentas que permitem a revisão sistemática da bibliografia e 
a adoção da avaliação crítica da literatura científica como uma forma de graduar 
tanto a utilidade quanto a validade.
ZOOM NO CONHECIMENTO
No ano de 1991, em um editorial do periódico ACP Journal Club, Gordon Guyatt 
utilizou pela primeira vez, na literatura médica, a expressão Medicina Baseada 
em Evidências (MBE) para descrever uma nova forma de se pensar e praticar 
a medicina. Privilegiam-se as habilidades de pesquisa na literatura, a “avaliação 
crítica de artigos científicos e síntese de informação para a tomada de decisões 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
clínicas individualizadas, em detrimento do apelo à autoridade dos profissionais 
mais experientes e dos livros-texto” (MAIA et al., 2022, p. 2). A denominada 
MBE originou-se do movimento da epidemiologia clínica anglo-saxônica ini-
ciado na Universidade McMaster, no Canadá, no início dos anos de 1990. 
A medicina baseada em evidências é uma maneira de abordar os problemas 
clínicos e também é utilizada para solucionar os resultados da investigação cien-
tífica. Nas palavras dos próprios precursores, representa a utilização consciente, 
judiciosa e explícita das melhores evidências na tomada de decisões sobre o cui-
dado dos pacientes. Na prática médica habitual, são usadas medidas introduzidas 
de modo empírico e que são aceitas sem crítica aparente. A medicina baseada em 
evidências pretende que essa prática se adeque à investigação clínica disponível, 
de modo que, localizada e avaliada pelo médico, seja aplicada para a melhoria 
do cuidado dos pacientes e da própria prática (BISSON, 2016).
David Sackett, um dos pioneiros da epidemiologia clínica, definiu a MBE como:
 “ “[...] o uso consciente, explícito e judicioso da melhor evidência 
para a tomada de decisões no cuidado a pacientes individuais”. A 
prática da MBE incorpora, portanto, a melhor evidência científica, 
a experiência e expertise do profissional e as particularidades, in-
cluindo valores e preferências do paciente, para uma melhor escolha 
(MAIA et al., 2022, p. 2).
Com o surgimento desse conceito, também foi possível extrapolar o con-
ceito de saúde baseada em evidências. Essa é uma abordagem que utiliza as 
ferramentas da epidemiologia clínica, da estatística, da metodologia científica 
e da informática, a fim de trabalhar a pesquisa, o conhecimento e a atuação em 
saúde. O intuito é oferecer a melhor informação disponível para a tomada de 
decisão nesse campo (BISSON, 2016).
A medicina baseada em evidências é definida:
 “ como o elo entre a boa pesquisa científica e a prática clínica. Em 
outras palavras, a MBE utiliza provas científicas existentes e dis-
poníveis no momento, com boa validade interna e externa, para a 
aplicação de seus resultados na prática clínica (El DIB, 2007, p. 1).
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É importante lembrar que, quando falamos em tratamento e em evidências, estamos 
nos referindo necessariamente a efetividade, eficiência, eficácia e segurança.
A efetividade diz respeito ao tratamento que funciona nas condições do 
mundo real. A eficiência se refere ao tratamento barato e acessível para que os 
pacientes possam usufruir dele. Referimo-nos à eficácia quando o tratamento 
funciona em condições de mundo ideal. Por último, a segurança expressa que 
uma intervenção tem características confiáveis e “que tornam improvável a ocor-
rência de algum efeito indesejável para o paciente” (El DIB, 2007, p. 1). 
Assim, um estudo com boa validade interna deve apresentar todos esses com-
ponentes. A opinião de diferentes autores sobre os passos a serem seguidos para a 
prática da medicina baseada em evidência são bem semelhantes. Segundo Maia et 
al. (2022, p. 2), a “prática de MBE e, portanto, o seu ensino e a sua avaliação devem 
compreender cinco passos (ou domínios), como sumarizado pela Sicily Statement”: 
PERGUNTAR (ASK)
Compreender o cenário clínico e desenvolver uma pergunta estruturada que possa 
ser respondida.
PESQUISAR (SEARCH)
Construir uma sintaxe de busca apropriada, com descritores e operadores booleanos, 
e identificar as bases de dados apropriadas.
AVALIAR CRITICAMENTE (APPRAISE)
Avaliar criticamente a metodologia e os resultados de um artigo em relação às suas 
validades internas e externas.
INTEGRAR (INTEGRATE)
Integrar os resultados da pesquisa avaliada criticamente ao cuidado de um paciente 
específico.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
Para o médico e o farmacêutico de atenção primária, são especialmente úteis as 
revisões sistemáticas, as metanálises e os guias de prática clínica de qualidade, 
visto que evitam a tarefa de recolher toda a literatura relevante (BISSON, 2016).
AVALIAR A PRÁTICA (EVALUATE)
Avaliar mudanças na prática médica atual e identificar oportunidades para melhoria.
VOCÊ SABE RESPONDER?
Qual o papel do farmacêutico no processo da medicina baseada em evidências?
No processo da medicina baseada em evidências, o farmacêutico pode atuar na 
pesquisa bibliográfica de protocolos farmacoterapêuticos existentes e verificar 
quais deles se encaixam na realidade da instituição, independentemente de ela 
ser um hospital, um ambulatório, uma farmácia, um atendimento domiciliar ou 
um posto de saúde. Com base nesses protocolos pesquisados, é importante avaliar 
qual deles apresenta os melhores resultados farmacoeconômicos (BISSON, 2016).
Além disso, a pesquisa pode colaborar na elaboração de um manual de informa-
ção com dados comparativos sobre medicamentos, feedback de padrões de conduta 
médica, custos comparados com o estilo de prescrição, visitas educativas, distribui-
ção de artigos com recomendações, organização de cursos curtos de atualização 
médica e elaboração de lembretes a serem colados nos prontuários, no caso dos 
pacientes hospitalares. Os resultados esperados, segundo Bisson (2016), são:
• Reduzir a hospitalização.
• Diminuir a permanência média e as consultas na emergência.
• Minimizar as faltas nas escalas de trabalho.
• Melhorar a qualidade de vida percebida pelas crianças e pelos pais.
• Reduzir as ausências dos pais no trabalho.
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FARMACOEPIDEMIOLOGIA 
Um conceito importante no contexto da medicina baseada em evidência é a 
farmacoepidemiologia. Os estudos epidemiológicos são muito importantes 
para essa prática, pois:
 ■ Habilitam o profissional de saúde a aumentar a base de conhecimento, 
tornando-o mais crítico.
 ■ Aumentam a confiança do profissional na tomada de decisões.
 ■ Aperfeiçoam a técnica de pesquisa computadorizada e melhoram a co-
municação entre médicos e pacientes sobre o manejo das decisões.
A farmacoepidemiologia simboliza o estudo do uso e dos efeitos dos medica-
mentos nas populações. Esse campo está em ascensão, pois, cada vez mais, tem 
sido reconhecida a importância dele para vários intervenientes entenderem, na 
prática, o uso dos medicamentos.
Para fornecer cuidados seguros e com melhor relação custo-eficácia, o go-
verno, os pacientes, os formuladores de políticas e outros profissionais precisam 
compreender o uso dos medicamentos em um grande número de pessoas. 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
As pesquisas farmacoepidemiológicas podem contribuir aos esforços de 
vigilância pós-comercialização, por meio de: identificação de novas indicações 
para os medicamentos, avaliações das intervenções, descrição das tendências 
de uso dos medicamentos e instrução da política. Em detrimento do potencial da 
farmacoepidemiologia, os profissionais de saúde precisam compreendê-la melhor 
e contribuir para o progresso dela. 
A partir de agora, mergulharemos um pouco nesse universo, a fimde entender-
mos o que é a farmacoepidemiologia e qual a sua importância.
William Osler (apud BISSON, 2016, p. 89) observou que “um desejo de 
utilizar medicamentos talvez seja a grande característica que distingue o ho-
mem de outros animais”. A farmacoepidemiologia simboliza a aplicação do 
raciocínio epidemiológico, dos métodos e do conhecimento no estudo dos 
usos e efeitos (benéficos e adversos) de drogas em populações humanas. As 
pesquisas farmacoepidemiológicas examinam a população, as doenças para as 
quais são usadas as drogas bem como os problemas e os benefícios que esses 
medicamentos podem trazer (BISSON, 2016). Essas pesquisas são críticas para 
assegurar quais drogas vão ao encontro das necessidades de saúde e quais são 
ótimas, eficazes e seguramente usadas. 
O termo “farmacoepidemiologia” apareceu pela primeira vez na literatura 
médica em um editorial do British Journal of Medicine, redigido por Lawson, em 
1984. No entanto, o uso de drogas e vacinas na luta contra doenças humanas já 
despertava, desde o início do século XX, o interesse dos epidemiologistas. Logo, 
a prática da farmacoepidemiologia (ou epidemiologia de drogas) não é nova.
Esses estudos farmacoepidemiológicos identificaram perigos não previamen-
te reconhecidos de medicamentos e refutaram outros, cujas alegações sobre as 
doenças induzidas por medicamento foram comprovadas como falsas (BISSON, 
2016). De acordo com Romano-Lieber (2008, p. 37):
 “ A pesquisa e a introdução de novos medicamentos têm permitido 
importantes avanços na terapia de doenças que levavam à morte 
ou deixavam seqüelas, permitindo sua cura, o prolongamento da 
vida ou mesmo a melhora da qualidade de vida do seu usuário. 
Entretanto, não é incomum que esses mesmos medicamentos pro-
duzam efeitos não desejados.
5
6
Segundo Edwards; Aronson (2000), essa ambigüidade se justifica, 
pois é de se esperar que uma substância com atividade farmaco-
lógica potencial possa atuar como um remédio e um veneno em 
um organismo vivo. Essa perspectiva particular, na qual o medi-
camento é estudado como determinante de saúde ou de doença 
em uma população ou grupo específico, é o objeto de estudo da 
Farmacoepidemiologia.
De acordo com esses princípios, segundo Romano-Lieber (2008, p. 37):
 “ [...] são várias as propostas de definição para esse ramo da ciência. 
Tognoni; Laporte (1989) estabelecem que a “epidemiologia dos me-
dicamentos e dos tratamentos é o estudo do uso e dos efeitos desses 
insumos”. Strom (1994) define de forma mais específica, propondo a 
Farmacoepidemiologia como o “estudo do uso e dos efeitos dos medi-
camentos em um grande número de pessoas”. Para esse autor, trata-se 
de um campo de conhecimento que faz uma ponte entre a Farmaco-
logia Clínica e a Epidemiologia, utilizando os métodos desta última 
na área da primeira. Porta; Hartzema; Tilson (1998), por sua vez, con-
ceituam essa disciplina como a aplicação de raciocínio, conhecimento 
e métodos epidemiológicos ao estudo do uso dos medicamentos e de 
seus efeitos, quer sejam eles benéficos ou adversos, em populações 
humanas. Com os fundamentos teóricos da Epidemiologia, afirmam 
que a Farmacoepidemiologia pode colaborar no processo de desen-
volvimento, prescrição e uso de novos medicamentos. 
Desse modo, fica claro deduzirmos que um dos principais interesses dos estudos 
farmacoepidemiológicos está ligado à responsabilidade dos governos em assegu-
rar que apenas os medicamentos seguros e eficazes sejam comercializados para 
a população. Todavia, devemos nos lembrar de que a possibilidade de o uso de 
medicamentos resultar em reações adversas já é conhecida antes mesmo das 
preocupações com a eficácia terapêutica deles.
O marco da falta de segurança dos medicamentos foi uma epidemia de fo-
comelia entre filhos de mães que haviam tomado o medicamento Talidomida 
durante a gravidez. O número total de casos de focomelia foi de cerca de 4 mil 
em todo o mundo, dos quais 498 foram levados a óbito (TOGNONI; LAPORTE, 
1989 apud ROMANO-LIEBER, 2008).
UNIASSELVI
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7
TEMA DE APRENDIZAGEM 3
A farmacoepidemiologia é uma disciplina em desenvolvimento que aplica 
técnicas epidemiológicas para estudar o uso dos medicamentos em uma gran-
de população. Assim como a própria palavra sugere, a farmacoepidemiologia 
combina a farmacologia clínica com a epidemiologia, este último, um estudo 
dos efeitos dos medicamentos nos seres humanos.
 “ Refere-se ao uso da farmacocinética e da farmacodinâmica para pre-
ver o efeito medicamentoso no paciente. Epidemiologia é o estudo 
dos fatores que determinam a ocorrência e a distribuição das doenças 
nas populações. Os epidemiologistas estudam a grandeza da doença 
em determinada área, quem contrai a doença e quais fatores especí-
ficos colocam os indivíduos em risco (WEST-STRUM, 2013, p. 1).
Em geral, a epidemiologia é dividida em epidemiologia de doenças infecciosas e 
de doenças crônicas. A sua atuação nos casos crônicos depende de uma amostra 
complexa e de métodos estatísticos. Ela é empregada, com frequência, nos estu-
dos de farmacoepidemiologia, a fim de avaliar a exposição ao medicamento ao 
longo do tempo. Combinando os interesses da farmacologia e da epidemiologia, a 
farmacoepidemiologia aplica os princípios epidemiológicos no estudo dos efeitos 
dos medicamentos nas populações humanas. Os estudos nessa área quantificam 
os padrões de uso e os efeitos adversos dos fármacos.
Por exemplo, os estudiosos se interessam em compreender os padrões de 
prescrição do medicamento, a conveniência do uso dele, os padrões de adesão 
e de persistência ao tratamento e a identificação de fatores prognósticos para o 
uso do medicamento. Os fármacos epidemiologistas também conduzem estudos 
confiáveis relativos ao uso do fármaco em grandes populações. São alvos de 
interesse as reações medicamentosas adversas comuns previsíveis, assim como 
aquelas raras e imprevisíveis (WEST-STRUM, 2013).
Partindo do princípio de que a epidemiologia pode ser definida como o estudo 
da distribuição e de determinantes de doenças em populações, os estudos epi-
demiológicos podem ser divididos em dois tipos principais:
5
8
1. A epidemiologia descritiva 
descreve a doença e/ou a 
exposição e pode consistir em 
calcular taxas de, por exemplo, 
incidência e prevalência. Tais 
estudos não usam grupos de 
controle e podem gerar 
somente hipóteses. Estudos 
de utilização de drogas 
geralmente pertencem aos 
estudos descritivos.
2. A epidemiologia analítica 
inclui dois tipos de estudos: 
observacionais, como 
caso-controle e estudos de 
coorte e experimentais, que 
incluiriam testes clínicos 
randomizados. Os estudos 
analíticos comparam um grupo 
exposto com um grupo de 
controle e normalmente são 
projetados como hipóteses que 
testam os estudos (BISSON, 
2016).
Figura 1 - Tipos de estudo epidemiológicos / Fonte: a autora.
Descrição da Imagem: a figura apresenta dois quadrados, à esquerda, de cor verde, e à direita, de cor amarela, 
separados entre si por um círculo com duas cores, metade verde e metade amarelo. O lado verde corresponde 
ao quadrado da esquerda, onde se lê: “1. A epidemiologia descritiva descreve a doença e/ou a exposição e pode 
consistir em calcular taxas de, por exemplo, incidência e prevalência. Tais estudos não usam grupos de controle 
e podem gerar somente hipóteses. Estudos de utilização de drogas geralmente pertencem aos estudos descriti-
vos”. O lado amarelo do círculo corresponde ao quadrado da direita, onde se lê: “2. A epidemiologia analítica inclui 
dois tipos de estudos: observacionais, como caso-controle e estudos de coorte e experimentais, que incluiriam 
testes clínicos randomizados. Os estudos analíticos comparam um grupo exposto com um grupo de controle e 
normalmente são projetados como hipóteses que testam os estudos (BISSON, 2016)”. Estudos epidemiológicos 
podem ser divididos em dois tipos: o descritivo, que descreve a doença e/ou a exposição, e o analítico, que é 
dividido em dois estudos: observacionaise experimentais.
É importante que façamos uma reflexão, a fim de entendermos o motivo pelo qual 
a farmacoepidemiologia é importante, especialmente, para a saúde pública.
PENSANDO JUNTOS
Levando em consideração que temos uma crescente demanda por novos fár-
macos, concebidos, muitas vezes, sob forte pressão comercial, a farmacoepide-
miologia, com as próprias contribuições, passa a ter importância estratégica na 
operação de sistemas de saúde em praticamente todos os países do mundo.
UNIASSELVI
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9
TEMA DE APRENDIZAGEM 3
Antes que a comercialização de um medicamento seja aprovada, é realizada 
uma série de estudos chamados de pré-comercialização. Os estudos farmacoepi-
demiológicos podem suplementar as informações obtidas nesses estudos preli-
minares. Os estudos de pré-comercialização:
 “ [...] de maneira geral, são feitos com poucos pacientes e excluem 
aqueles com contra indicações, como gestantes, idosos e crianças. 
Também se evita envolver indivíduos que apresentem outras pato-
logias. A dose de estudo, geralmente, é fixa e as condições de segui-
mento são rigorosas. Além disso, costumam durar pouco tempo, 
de dias a semanas. Todo esse quadro faz com que a estratégia nos 
estudos pré-comercialização seja artificial e bastante diferente da 
prática clínica habitual. Assim sendo, estudos efetuados na popula-
ção, quando o medicamento está sendo comercializado, podem for-
necer dados importantes sobre sua segurança e efeitos nos grupos 
não previamente investigados (ROMANO-LIEBER, 2008, p. 38).
Além disso, podem ser detectados efeitos raros ou retardados de uso. Os padrões 
de prescrição dos medicamentos, a utilização por parte do paciente e as eventuais 
superdoses também podem ser avaliados apenas por meio de estudos farmacoepi-
demiológicos pós-comercialização, quando o medicamento já está no mercado. 
A farmacoepidemiologia se propõe, portanto, a ser uma forma de abordagem 
capaz de ultrapassar essas limitações usualmente observadas nos estudos das 
ações dos fármacos. 
Para tanto, essa ciência, fazendo uso de duas grandes áreas de conhecimento 
(farmacologia e epidemiologia), organiza-se em dois grandes grupos de ações: a 
farmacovigilância e os estudos de utilização de medicamentos.
Como é visível na Figura 2, essas duas atividades articulam as diferentes ações 
que compõem esse ramo da ciência nos próprios objetivos, que são: conhecer, 
analisar e avaliar o impacto dos medicamentos sobre as populações humanas 
(ROMANO-LIEBER, 2008).
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1
FARMACOLOGIA EPIDEMIOLOGIA
FARMACOEPIDEMIOLOGIA
FARMACOVIGILÂNCIA ESTUDOS DE UTILIZAÇÃO
DE MEDICAMENTOS
- Relato de casos 
- Série de casos
- Análise de sério temporal/ Estudo ecológico
- Estudo clínico controlado
- Estudo de coorte e caso-controle
- Estudos Quantitativos
- Estudos Qualitativos
Figura 2 - Divisões da farmacoepidemiologia / Fonte: adaptada de Romano-Lieber (2008).
Descrição da Imagem: a figura apresenta, no centro, um retângulo verde cujo interior mostra a palavra “Farma-
coepidemiologia”. Nos quatro cantos do retângulo estão as seguintes palavras, em sentido horário: “Epidemiologia”, 
“Estudos de utilização de medicamentos”, “Farmacovigilância” e “Farmacologia”. As palavras “Farmacologia” e 
“Epidemiologia” têm setas apontando para baixo, em direção ao retângulo da palavra “Farmacoepidemiologia”. 
A seta de “Farmacovigilância” aponta para baixo, em direção às suas subdivisões, que são: “Relato de casos”, 
“Série de casos”, “Análise de série temporal/Estudo ecológico”, “Estudo clínico controlado”, “Estudo de coorte e 
caso-controle”. A seta da expressão “Estudos de utilização de medicamentos” também aponta para baixo, em 
direção às suas subdivisões, que são: “Estudos quantitativos” e “Estudos qualitativos”.
FARMACOVIGILÂNCIA 
Não podemos falar de farmacoepidemiologia sem entendermos um termo muito 
importante e que fará parte da sua vida profissional, especialmente quando você 
abordar a segurança no uso de medicamentos. Esse termo é farmacovigilância. 
A farmacovigilância representa o processo em que são identificados e res-
pondidos assuntos de segurança a respeito de drogas comercializadas. É com 
base nela que a farmacoepidemiologia foi fundada (BISSON, 2016). Tognoni e 
Laporte (1989 apud ROZENFELD, 1998, p. 238) conceituam farmacovigilância 
como: "[...] a identificação e avaliação dos efeitos do uso, agudo e crônico, dos 
tratamentos farmacológicos no conjunto da população ou em subgrupos de pa-
cientes expostos a tratamentos específicos”.
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1
TEMA DE APRENDIZAGEM 3
Mais recentemente, a Organização Mundial da Saúde (2005) apresentou a 
farmacovigilância como a ciência e as atividades relativas a detecção, determina-
ção, compreensão e prevenção de efeitos adversos ou de qualquer outro possível 
problema relacionado a medicamentos. A OMS ressalta, ainda, que a abrangência 
da farmacovigilância deve ser ampliada para incluir a segurança de toda tecno-
logia relativa à saúde, incluindo medicamentos, vacinas, produtos do sangue, 
biotecnologia, fitoterápicos e a medicina tradicional.
A farmacovigilância, também conhecida como “ensaios pós comercializa-
ção” ou “estudo clínico de fase IV”, tem como um de seus principais objetivos a 
detecção precoce de reações adversas, especialmente as desconhecidas. Como 
comentado anteriormente, os ensaios clínicos pré-comercialização apresentam 
várias limitações, o que dificulta a detecção de reações adversas, principalmente 
aquelas consideradas raras (ROMANO-LIEBER, 2008). 
Fica muito evidente a inter-relação entre estes dois importantes termos: far-
macoepidemiologia e farmacovigilância. 
A farmacoepidemiologia e a farmacovigilância são utilizadas para garantir a 
vigilância das drogas na fase de comercialização. Respostas para perguntas de 
segurança e eficácia de drogas nem sempre podem ser providas, mesmo pelos 
estudos clínicos mais válidos, complexos e prolongados. Essas respostas só 
podem ser obtidas por meio de estudos epidemiológicos na fase pós-marketing. 
Um exemplo dessa vigilância foi a descoberta de uma possível associação entre a 
ocorrência de doença cardíaca valvular com o uso da fenfluramina. Como resultado, 
o fabricante em questão concordou em retirar o produto de todo mercado mundial.
A farmacoepidemiologia, segundo Bisson (2016, p. 91): 
 “ [...] também tem o potencial para examinar o impacto dos fatores 
prescritos, paciente, doença e legislação e de fatores econômicos 
no uso das drogas. Por exemplo, o uso de múltiplas drogas (po-
lifarmácia) está intimamente ligado à idade. Dentro do grupo de 
pacientes que recebem mais de cinco itens por prescrição, mais de 
50% estão com mais de 65 anos de idade. Na ausência de um registro 
de doença, podemos calcular a prevalência de uma certa condição 
por meio dos dados de prescrição.
6
2
De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (2005, p. 39): 
 “ farmacovigilância é também um instrumento importante para a Aten-
ção Farmacêutica na medida em que provê informações sobre medi-
camentos, permitindo uma melhor avaliação da relação risco/bene-
fício de um medicamento, otimizando os resultados da terapêutica. 
Confira a aula referente a este tema. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo 
digital do ambiente virtual de aprendizagem.
EM FOCO
NOVOS DESAFIOS
Você consegue perceber a importância da farmacoepidemiologia e farmacovigi-
lância para a sociedade e o papel do farmacêutico nessa atividade?
Vale lembrar que 
 “ após o registro dos produtos farmacêuticos, toda e qualquer in-
formação sobre sua segurança deve ser monitorada pelas auto-
ridades sanitárias e pelas indústrias farmacêuticas. Problemas 
comuns podem ser resolvidos pela adaptação de informações 
(por exemplo, incluindo na bula os novos efeitos adversos, adver-
tências ou alterações de indicação). Também podem ser necessá-
rias ações restritivas, como limitação de uso e venda, a retirada 
do produto do mercado ou a suspensão de sua comercialização 
(ROMANO-LIEBER, 2008, p. 39). 
A monitorizaçãoda segurança não deve ser destinada exclusivamente aos novos 
medicamentos ou às novidades terapêuticas. Ela tem um papel importante na 
introdução dos genéricos e na revisão do perfil de segurança de antigos medi-
camentos já disponíveis. 
UNIASSELVI
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3
1. A prática da medicina baseada em evidências deve compreender cinco passos, também 
chamados de domínios. Apresente esses passos e explique como eles se caracterizam.
2. A farmacoepidemiologia é o estudo do uso e dos efeitos dos fármacos em um grande 
número de pessoas, sendo muito importante para a saúde pública. Considerando a farma-
coepidemiologia, analise as afirmativas, a seguir:
I - A farmacoepidemiologia representa a aplicação do raciocínio epidemiológico, de méto-
dos e de conhecimentos no estudo relativo aos usos e aos efeitos (benéficos e adversos) 
de drogas em populações humanas.
II - A farmacoepidemiologia simboliza a aplicação do raciocínio epidemiológico, de métodos 
e de conhecimentos no estudo relativo aos usos e aos efeitos adversos de drogas em 
populações humanas.
III - As pesquisas farmacoepidemiológicas examinam a população, as doenças para as quais 
são usadas drogas, os problemas e os benefícios que esses medicamentos podem trazer 
ao ser humano.
IV - A farmacoepidemiologia também pode ser definida como o estudo do uso e dos efeitos 
dos medicamentos em um restrito número de pessoas. 
V - Um dos objetivos do estudo da farmacoepidemiologia é a perspectiva particular, na 
qual o medicamento é estudado como determinante de saúde ou de doença em uma 
população ou em um grupo específico.
É correto o que se afirma em:
a) I, II e IV, apenas.
b) I, III e V, apenas.
c) I, III, IV e V, apenas.
d) III, IV e V, apenas.
e) I, II, III, IV e V.
AUTOATIVIDADE
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4
3. Existem vários métodos de farmacovigilância que podem ser utilizados para o monitora-
mento em condições reais de reações adversas aos medicamentos. Considerando esse 
assunto, assinale a alternativa correta:
a) A farmacovigilância representa o processo de identificar e responder assuntos de se-
gurança a respeito de drogas ainda não comercializadas. É com base nela que a farma-
coepidemiologia foi fundada.
b) A farmacovigilância, também conhecida como “ensaios pós-comercialização”, ou “fase 
II”, tem como um de seus principais objetivos a detecção precoce de reações adversas, 
especialmente aquelas já conhecidas.
c) A Organização Pan-Americana da Saúde defende que a farmacovigilância é um instru-
mento importante para a atenção farmacêutica, tendo em vista que se ela é capaz de 
prover informações sobre medicamentos. Isso permite melhor avaliação da relação ris-
co-benefício de um medicamento, otimizando os resultados da terapêutica do paciente.
d) A notificação do tipo relato de caso é o método mais amplamente usado por diversos 
sistemas de farmacovigilância de base populacional.
e) A farmacovigilância simboliza o processo de identificar e responder assuntos de segu-
rança a respeito de drogas comercializadas. É com base nela que surgiu o movimento 
da atenção farmacêutica.
4. Para fornecer cuidados seguros e com a melhor relação custo-eficácia, o governo, os formu-
ladores de políticas e outros profissionais precisam compreender o uso dos medicamentos 
em muitas pessoas. Devido a isso, como as pesquisas farmacoepidemiológicas podem 
contribuir para esse fim?
5. A pesquisa é capaz de colaborar na elaboração de um manual de informação com dados 
comparativos sobre medicamentos, feedback de padrões de conduta médica, custos com-
parados com o estilo de prescrição, visitas educativas, distribuição de artigos com recomen-
dações, organização de cursos curtos de atualização médica e elaboração de lembretes 
a serem colados nos prontuários no caso dos pacientes hospitalares, trazendo melhores 
resultados farmacoeconômicos. Quais são esses resultados? Assinale a alternativa correta: 
a) Diminuir a hospitalização.
b) Aumentar a permanência média e as consultas na emergência.
c) Aumentar as faltas nas escalas de trabalho.
d) Aumentar as ausências dos pais no trabalho.
e) Diminuir a taxa de nascimento. 
AUTOATIVIDADE
6
5
REFERÊNCIAS
BISSON, M. P. Farmácia clínica & atenção farmacêutica. 3. ed. Barueri: Manole, 2016.
EI DIB, R. P. Como praticar a medicina baseada em evidências. Jornal Vascular Brasileiro, [s. l.], 
v. 6, n. 1, p. 1-4, 2007.
MAIA, F. G. S. da S. et al. Versão brasileira da ferramenta Assessing Competencies in Evidence-
-BasedMedicine (ACE): um estudo de validação. Revista Brasileira de Educação Médica, [s. l.], 
v. 46, n. 3, p. 1-6, 2022.
OMS – ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. A importância da Farmacovigilância: Monitora-
mento de segurança de medicamentos. Brasília, DF: Organização Mundial da Saúde, Organiza-
ção Pan-Americana da Saúde, 2005. 
ROMANO-LIEBER, N. S. Princípios de farmacoepidemiologia. In: STORPIRTIS, S. et al. Farmácia 
clínica e atenção farmacêutica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. p. 37-45.
ROZENFELD, S. Farmacovigilância: elementos para a discussão e perspectivas. Cad. Saúde Pú-
blica, Rio de Janeiro, v. 14, n. 2, p. 237-263, abr./jun. 1998. 
WEST-STRUM, D. Introdução à farmacoepidemiologia. In: YANG, Y.; WEST-STRUM, D. Com-
preendendo a farmacoepidemiologia. Porto Alegre: AMGH, 2013. p. 1-16. 
6
6
1. Perguntar (ask): Compreender o cenário clínico e desenvolver uma pergunta estruturada 
que possa ser respondida.
Pesquisar (search): Construir uma sintaxe de busca apropriada, com descritores e operadores 
booleanos, e identificar as bases de dados apropriadas. 
Avaliar criticamente (appraise): Avaliar criticamente a metodologia e os resultados de um 
artigo em relação às suas validades internas e externas.
Integrar (integrate): Integrar os resultados da pesquisa avaliada criticamente ao cuidado de 
um paciente específico. 
Avaliar a prática (evaluate): Avaliar mudanças na prática médica atual e identificar oportuni-
dades para melhoria. 
2. Opção B. A II é incorreta, pois afirma que a farmacoepidemiologia se concentra apenas nos 
efeitos adversos de drogas, o que não é verdadeiro. Ela abrange tanto os efeitos benéficos 
quanto os adversos. A IV é incorreta, pois a farmacoepidemiologia não é limitada ao estudo 
de um número restrito de pessoas. Pelo contrário, busca avaliar o uso e os efeitos de me-
dicamentos em populações mais amplas para extrapolar resultados à sociedade em geral. 
3. Opção C. Alternativa a) é incorreta, pois a farmacovigilância trata da detecção, avaliação, 
compreensão e prevenção de efeitos adversos ou de qualquer problema relacionado ao 
uso de medicamentos, incluindo aqueles já comercializados. A farmacoepidemiologia e a 
farmacovigilância são inter-relacionadas, mas não são a mesma coisa. A farmacoepidemio-
logia refere-se ao estudo do uso e dos efeitos dos medicamentos em grandes populações. 
Alternativa b) é incorreta porque a farmacovigilância não é conhecida como “ensaios pós-co-
mercialização” ou “fase II”. Ensaios pós-comercialização, geralmente, se referem a estudos 
clínicos conduzidos após a aprovação de um medicamento, para avaliar continuamente sua 
segurança e eficácia. Alternativa d) é incorreta porque, embora os relatos de caso sejam uma 
forma de notificação em sistemas de farmacovigilância, não são o método mais amplamente 
usado. Outros métodos incluem relatórios de profissionais de saúde, dados de prescrição, 
monitoramento ativo, entre outros. Alternativa e) é incorreta, pois a farmacovigilância não é o 
processo de identificar e responder a questões de segurança apenas para drogas comercia-
lizadas. Também abrange medicamentos em fase de desenvolvimento e seu foco principal 
é a detecção, avaliação e prevenção de eventos adversos relacionados a medicamentos em 
todas as fases do seu ciclo de vida, incluindo a fase de pré-comercialização. O movimento 
de atenção farmacêutica tem uma ênfase diferente, centrada na relação entre o profissional 
farmacêutico e o paciente para otimizar a terapêutica. 
GABARITO
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7
4. As pesquisas farmacoepidemiológicaspodem contribuir aos esforços de vigilância pós-comer-
cialização, por meio de: identificação de novas indicações para os medicamentos, avaliações 
das intervenções, descrição das tendências de uso dos medicamentos e instrução da política. 
5. Opção A. Alternativa b) é incorreta porque uma intervenção eficaz na prescrição de medi-
camentos pode contribuir para a diminuição das hospitalizações, não para o aumento da 
permanência média ou das consultas na emergência. Alternativa c) é incorreta, pois a pesquisa 
voltada para melhorias na prescrição de medicamentos e na prática médica não deveria 
resultar no aumento de faltas nas escalas de trabalho. Pelo contrário, a ideia é melhorar a 
eficiência do sistema de saúde. Alternativa d) é incorreta O objetivo da pesquisa seria otimizar 
a prescrição de medicamentos para melhorar os resultados de saúde dos pacientes. Não 
deve estar relacionado ao aumento das ausências dos pais no trabalho, mas sim à melhoria 
da eficácia do tratamento e à redução da necessidade de hospitalizações. Alternativa e) é 
incorreta porque os resultados visam a melhorar a qualidade de vida percebida pelas crianças 
e pelos pais, e não diminuir a taxa de nascimento. 
GABARITO
6
8
MINHAS ANOTAÇÕES
6
9
UNIDADE 2
MINHAS METAS
DEMANDAS JUDICIAIS NA 
ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
Conhecer a judicialização de medicamentos.
Entender os aspectos principais da demanda judicial de medicamentos no SUS.
Conhecer a atuação do farmacêutico na judicialização de medicamentos.
Saber como orientar sobre a disponibilidade de medicamentos e a busca por alternativas 
às necessidades terapêuticas da população.
Compreender os aspectos legais envolvidos e as estratégias para otimizar o processo de 
fornecimento de medicamentos.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 4
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2
INICIE SUA JORNADA
Seria a judicialização de medicamentos resultado da ineficiência das políticas 
públicas de saúde e da assistência farmacêutica em um sistema complexo e com 
recursos limitados?
A demanda judicial por medicamentos reflete a complexidade do cenário em 
que ela está inserida. Esse embate entre saúde e Justiça, no Brasil, é influenciado 
não apenas pela dificuldade de acesso aos medicamentos, mas também por fatores 
ligados ao mercado e às pressões da indústria farmacêutica por maiores lucros.
Decisões judiciais favoráveis ao fornecimento desses medicamentos têm ge-
rado sérios impactos no financiamento da assistência farmacêutica, ampliando 
as desigualdades no acesso aos tratamentos. A judicialização é um fenômeno 
contínuo no sistema de saúde, o que demanda regulamentação e racionalidade 
para equilibrar benefícios os à saúde com o impacto econômico.
Estratégias como os Núcleos de Apoio Técnico do Judiciário, com a partici-
pação efetiva de farmacêuticos, têm contribuído para a abordagem mais coerente 
da demanda judicial por medicamentos. No entanto há muito a ser feito para 
organizar e otimizar esse problema, inclusive é sobre isso que falaremos aqui. 
Vamos juntos?
Antes de se aprofundar neste conteúdo, convido você a escutar o podcast sobre 
a assistência farmacêutica, o qual te ajudará a compreender melhor esse mundo 
da judicialização de medicamentos. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo 
digital do ambiente virtual de aprendizagem.
PLAY NO CONHECIMENTO
UNIASSELVI
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3
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
POLÍTICA NACIONAL DE MEDICAMENTOS
Na grande maioria dos casos, os medicamentos são considerados a intervenção 
terapêutica com a melhor relação custo-efetividade, desde que prescritos e uti-
lizados racionalmente. 
As fontes de informação para análise de custo-efetividade, geralmente, são 
os resultados dos desfechos avaliados na pesquisa clínica, revisões sistemáticas 
e metanálises. Nesse contexto, tal análise aplicada aos tratamentos farmacoló-
gicos é realizada à luz da Medicina baseada em evidências, prática atualmente 
empregada nas tomadas de decisões clínicas e no estabelecimento de diretrizes 
terapêuticas (GUIMARÃES et al., 2007).
 “ Os medicamentos, em conjunto com os recursos de diagnóstico e 
a terapêutica, representam a expressão mais nítida entre a saúde de 
uma sociedade e a ação do Estado, seja por se constituírem instru-
mentos relevantes para a saúde e a qualidade de vida, seja no que 
diz respeito aos custos significativos para os sistemas de saúde. Para 
cumprir esta função, é essencial que os medicamentos sejam segu-
ros, eficazes, de boa qualidade, prescritos e usados racionalmente, e 
apresentem adequada relação custo-efetividade (OMS, 2000, p. 2).
O acesso aos medicamentos no SUS ainda é um dos principais desafios para a 
melhoria da atenção à saúde, tendo em vista o grau de complexidade que envol-
ve o tema, as diversas interfaces necessárias e os diversos atores envolvidos. A 
Política Nacional de Medicamentos tem como propósito a promoção do acesso 
e o uso racional de medicamentos, garantindo as necessárias segurança, eficácia 
e qualidade deles. 
TEMA DE APRENDIZAGEM 4
7
4
De acordo com o art. 6º da Lei nº 8.080/90, está incluída ainda no campo de 
atuação do Sistema Único de Saúde (SUS) a execução de ações de assistência 
terapêutica integral, inclusive farmacêutica, sendo que a Constituição Federal 
de 1988, no seu Art. 196, define que a saúde é direito de todos e dever do Estado, 
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco 
de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e ser-
viços para sua promoção, proteção e recuperação (BRASIL, 1988; 1990; 1998).
POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA 
A Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF) destaca a garantia da 
provisão da assistência farmacêutica e terapêutica aos usuários do SUS, visando 
melhorar sua qualidade de vida. A PNAF, no seu eixo geral, é integrada pela 
manutenção de serviços de assistência farmacêutica na rede de atenção à saúde 
nos seus diferentes níveis e considera a necessária articulação e observância das 
prioridades regionais definidas em cada uma das instâncias gestoras do SUS, 
pactuadas nas Comissões Intergestores Tripartite e Bipartite, considerando as 
fontes recursos e os mecanismos de financiamento, procurando, dessa forma, 
racionalizar a prestação coletiva da assistência farmacêutica (BRASIL, 2004). 
Para aprofundar seus conhecimentos, leia, na íntegra, a Política Nacional de Medi-
camentos. O seu objetivo é garantir a segurança, eficácia e qualidade dos medica-
mentos, a promoção do uso racional e o acesso da população àqueles remédios 
considerados essenciais. Recursos de mídia disponível no conteúdo digital do 
ambiente virtual de aprendizagem.
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O acesso aos medicamentos no SUS é organizado e gerenciado, no Ministério 
da Saúde, pelo Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos 
(DAF), instituído no ano de 2003, por meio do Decreto nº 4.726, de 9 de junho de 
2003, vinculado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SC-
TIE), que tem como objetivo principal a execução de ações de garantia e ampliação 
do acesso da população a medicamentos de qualidade, segurança e eficácia, e de 
promoção do uso racional deles em acordo com a PNAF (BRASIL, 2022).
Leia, na íntegra, a Resolução nº 338, de 6 de maio de 2004, que aprova a Política 
Nacional de Assistência Farmacêutica. Recursos de mídia disponível no conteúdo 
digital do ambiente virtual de aprendizagem.
EU INDICO
No Brasil, a organização dos serviços de assistência farmacêutica, com sistemas 
descentralizados de abastecimento de medicamentos que prestem serviços de 
qualidade, ainda se constitui em um desafio. 
A implementação de melhorias na gestão dos sistemas de Assistência Far-
macêutica (AF) tem sido gradativamente buscada nas três esferas de gestão, em 
constante ajuste, em consonância com o processo de descentralização do SUS. 
Há deficiências na gestão, nos mecanismos de financiamento e na integração 
das ações de assistência farmacêutica às ações de saúde,integração, muitas vezes, 
restrita à disponibilização de medicamentos, sem estruturação e organização 
claras dos serviços de assistência, principalmente nas etapas finais do processo 
(OPAS, 2005; CONASS, 2015).
O acesso a medicamentos como um direito humano requer que eles não ape-
nas estejam disponíveis num determinado território, mas também devem estar 
acessíveis para a população. Estar acessível implica quatro dimensões, quais sejam:
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Apesar dos avanços nas políticas e ações públicas de assistência farmacêutica, 
no Brasil, identificam-se dificuldades de acesso da população aos medicamentos 
necessários, o que implica prejuízo à assistência integral à saúde. 
A incorporação de novos medicamentos no mercado, a utilização, pela in-
dústria, de estratégias na busca de novos usuários, e a ampliação da percepção 
e do reconhecimento do direito à saúde têm feito o cidadão buscar um tipo de 
alternativa mais rápida e efetiva de acesso aos medicamentos (CHIEFFI; BARATA, 
2010; PEPE et al., 2010).
ACESSIBILIDADE GEOGRÁFICA:
É crucial que os remédios estejam disponíveis em todas as regiões do país. Isso tem 
impacto significativo na criação dos métodos de distribuição de remédios e envolve 
iniciativas voltadas para garantir a saúde para todos. 99106 5869
ACESSIBILIDADE ECONÔMICA:
É fundamental que os medicamentos sejam financeiramente acessíveis a todos, in-
cluindo os segmentos mais carentes da população. Esse aspecto acarreta implicações 
significativas tanto no financiamento dos remédios quanto na maneira como os preços 
são estabelecidos no sistema.
Não discriminação: é fundamental que os medicamentos estejam disponíveis sem 
discriminação de critérios como gênero, raça, origem étnica ou posição socioeconômi-
ca. A ideia de não discriminação pode demandar intervenções do Estado para garantir 
que o acesso aos remédios seja equitativo a todos os setores da sociedade, incluindo 
minorias em situação de vulnerabilidade.
INFORMAÇÕES CONFIÁVEIS:
Por último, é crucial que haja acesso a informações confiáveis sobre medicamentos 
para pacientes e profissionais da saúde, a fim de permitir que esses tomem decisões 
embasadas e utilizem os remédios de maneira segura.
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São duas as vias pelas quais os pacientes demandam o 
fornecimento de medicamentos. A primeira é a extrajudicial, 
a qual ocorre quando os medicamentos são solicitados dire-
tamente ao gestor da saúde que, após avaliação pela equipe 
técnica da assistência farmacêutica, decide pelo fornecimen-
to ou não dos medicamentos prescritos. A segunda é a via 
judicial, caracterizada pela impetração de ações judiciais, na 
maioria das vezes, por demandante individual que requer, na 
Justiça, o fornecimento de medicamentos pelo gestor do SUS 
(PEREIRA; PEPE, 2014).
JUDICIALIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS
O número de mandados judiciais na saúde tem crescido de 
forma exponencial nesses últimos anos e, em sua maioria, 
esses mandados buscam garantir o acesso das pessoas a me-
dicamentos, bem como a procedimentos diagnósticos e tera-
pêuticos. A população tem se valido do Poder Judiciário para 
garantir a execução dessa prestação. Com isso, o Judiciário 
tem sido instigado a coagir o gestor público a fornecer bens e 
serviços de saúde. 
Essa grande demanda de ações judiciais tem recebido 
diversas denominações, tais como “judicialização da saúde”, 
“judicialização da assistência farmacêutica”, ou ainda, “judi-
cialização de medicamentos” (PEREIRA; PEPE, 2014).
A decisão frente à demanda judicial de medicamentos é 
bastante complexa, pois envolve elementos que vão além dos 
fatores técnicos e administrativos. A análise cuidadosa da pres-
crição médica, que é a base do pedido judicial, tem sido aceita 
praticamente sem contestação nas decisões judiciais, o que 
tem se constituído numa importante distorção relacionada ao 
uso da via judicial na garantia do acesso aos medicamentos. 
Somado a isso, devem ser levadas em conta as dificuldades 
administrativas decorrentes do cumprimento de ordens judi-
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ciais, pois, até mesmo as simples obrigações de fornecimento de medicamentos 
exigem procedimentos administrativos para sua compra que, por sua vez, é ba-
seada em processos licitatórios (PEPE et al., 2010).
No cenário da judicialização de medicamentos, há um contraponto 
importante, além da questão da falta de acesso pela população: é a pressão 
da indústria farmacêutica sobre a administração pública, os prescritores e 
advogados, para ampliar a comercialização de seus produtos, em especial, os 
de alto custo recém-lançados no mercado. Essa ação se traduz por meio de prá-
ticas como a suspensão da produção de medicamentos-chave por alegação de 
“razões mercadológicas”. Estas se exprimem na reduzida faixa de lucro na venda 
desses produtos, o que leva ao desabastecimento, forçando a aquisição de equi-
valentes terapêuticos mais caros e mais rendosos à indústria. Outra estratégia 
assemelhada é a desconsideração dos editais de licitação de compra pública de 
medicamentos, o que força o gestor público a outros formatos de aquisição que 
favoreçam as vendas, pela indústria, por preços maiores. Ainda, uma tática já 
bem conhecida é a propaganda médica. Ela interfere diretamente na prescrição 
e oferece vantagens aos profissionais que recomendam o uso dos lançamentos 
da indústria aos seus pacientes.
Uma novidade no contexto da judicialização tem sido a investida da indústria 
farmacêutica nos escritórios de advocacia, estimulando a demanda de ações judi-
ciais de pedidos de medicamentos patrocinados. Uma verdadeira rede se forma 
entre a indústria farmacêutica, médicos, advogados e pacientes, para impor, por 
meio de ordem judicial, a aquisição e o fornecimento, pelo gestor público, de 
medicamentos patrocinados demandados (PEREIRA; PEPE, 2014).
O viés da pressão da indústria farmacêutica para incorporar tecnologias inovadoras 
no SUS e, com isso, obter lucros astronômicos da venda em escala ao Estado, 
passa por estratégias obscuras e antiéticas de bonificação financeira de médicos e 
advogados com fins de criação de demandas judiciais injustificadas.
O caminho pelo qual, por meio do Poder Judiciário, pode ser requerido um me-
dicamento denomina-se processo judicial, que nada mais é do que uma ação 
jurídica iniciada, visando a uma sentença de mérito, uma decisão de um juiz ou 
a decisão de um tribunal baseada em um direito que foi violado. 
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O processo judicial segue um rito comum que organiza os atos processuais e 
pressupõe, minimamente, três pessoas fundamentais, a saber: 
 “ Autor/Requerente do processo: aquele que ajuíza a ação e provoca 
o juízo. Demonstrará fatos que constituem seu direito.
Réu/Requerido: A pessoa oposta ao autor da ação que deverá de-
monstrar fatos extintivos ou modificativos do direito do autor. 
Juiz: Indivíduo investido pelo Estado, responsável por analisar e 
julgar o caso, sendo imparcial nas questões colocadas pelo autor e 
pelo réu (PROCESSO..., c2023, on-line).
A Figura 1 representa, de modo sumário, o processo judicial comum de uma 
demanda de medicamentos contra o gestor público (réu). 
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1
AUTOR PODER JUDICIÁRIO RÉU
Prescrição
e laudo
médico
Petição inical
Demanda
atendida
provisóriamente
Atendimento
definitivo da
demanda
Sentença
Concessão
da tutela
antecipada
Andamento
processual
Atendimento à
ordem judicial -
aquisição do
medicamento
Favorável ao
réu suspende a
obrigação do
fornecimento
Favorável ao
autor manutenção
da obrigação
do fornecimento
Figura 1 - Resumo do processo judicial de solicitação de medicamentos / Fonte: o autor.
Descrição da Imagem: a figura representa o fluxo de um processo judicial de solicitação de medicamentos. No 
cabeçalho, apresentam-se, lado a lado, os atores do processo: autor, Poder Judiciário e réu, o fluxo é representado 
por figuras geométricas inseridas em três campos correspondentes aos atores do processo. O fluxo tem início no 
campodo autor, no interior de um retângulo azul, está escrito “Prescrição e laudo médico”, esse retângulo está 
conectado, por uma seta branca, ao termo “Petição inicial” , o qual está localizado no interior de um retângulo 
branco segmentado, este, por sua vez, está conectado, por uma seta branca, a um losango verde no campo do 
Poder Judiciário, no interior desse losango está o termo “Concessão da tutela antecipada”, ela está conectada, 
por uma seta branca, a um hexágono cinza no campo do réu, no interior desse hexágono está o termo “Atendi-
mento à ordem judicial - Aquisição do medicamento”; este encontra-se conectado, por uma seta branca, a uma 
forma oval rosa no campo do autor, no interior dessa forma está o termo “Demanda atendida provisoriamente”. 
No campo do Poder Judiciário, retângulos brancos segmentados e sobrepostos trazem, em seu interior, o termo 
“Andamento processual”; logo abaixo, um losango laranja traz o termo “Sentença judicial”, o qual se conecta, por 
meio de duas setas brancas, a dois hexágonos cinzas, posicionados um embaixo do outro. O hexágono superior 
tem em seu interior o termo “Sentença favorável ao réu” – Suspende obrigação do fornecimento”, o hexágono 
inferior traz o termo “Sentença favorável ao autor - Manutenção da obrigação do fornecimento”, este último está 
conectado, por uma seta branca, a uma forma oval rosa localizada no campo do autor, a qual traz em seu interior 
o termo “Atendimento definitivo da demanda”.
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1
O representante judicial do demandante selecionará a vara judiciária na qual a 
petição inicial dará entrada, são mais comuns a Fazenda Pública e as Varas Fede-
ral e a Cível. Na petição, define-se o tipo de ação, notadamente, ação ordinária 
e civil pública com pedido de antecipação de tutela ou mandado de segurança, 
pois esses tipos de ação asseguram o fornecimento imediato do medicamento. 
O réu, também apontado na inicial, pode se referir à pessoa do gestor (se-
cretários de saúde do município ou estado, ou o ministro da saúde), ou à pessoa 
pública (município, estado e União), ainda, o réu é único ou composto (quando 
a ação é impetrada a mais de um réu). Na petição inicial, caberá ao demandante e 
seu representante legal fazerem a juntada e a apresentação de provas técnicas bem 
fundamentadas sobre a necessidade do medicamento, assim como da condição 
de hipossuficiência financeira do paciente (PEREIRA; PEPE, 2014).
Ao receber a petição, o juiz analisará e deliberará sobre o pedido de tutela 
antecipada. Em mais de 90% das petições, o juiz determina a antecipação da tu-
PETIÇÃO INICIAL:
Peça processual em que o autor pleiteia a jurisdição estatal para a resolução de um 
conflito de interesses. É a peça inicial do processo.
TUTELA ANTECIPADA:
A pedido do autor de uma ação, o juiz pode antecipar total ou parcialmente a tutela 
pretendida no pedido inicial da ação. Para isso, deverá existir prova capaz de conven-
cer o magistrado da verossimilhança da alegação.
ORDEM JUDICIAL:
Resolução expedida pelo juiz, determina o cumprimento de uma obrigação.
SENTENÇA:
Pronunciamento em que o juiz encerra a fase de conhecimento do procedimento co-
mum, ou seja, encerra o processo na primeira instância e analisando ou não o mérito, 
ou seja, a questão principal da ação.
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tela e emite ordem judicial ao réu para que esse forneça, em caráter imediato, o 
medicamento ao demandante, sob pena de aplicação de sanções, que vão desde 
multa até detenção, no caso de descumprimento da ordem. 
A partir dessa decisão judicial, segue-se o rito do processo judicial carac-
terizado pelo direito de defesa do réu e as contrarrazões de ambas as partes, 
convocação de perícia médica independente para emissão de parecer técnico 
consubstanciado. 
Ao final, o juiz profere a sentença concedendo ou não a demanda do autor. 
Todo esse processo ocorre na primeira instância judicial (juizado local), sendo 
possível ao réu ou ao autor, a partir da sentença, recorrer à segunda (Tribunal 
de Justiça do Estado e Tribunal Regional Federal) e terceira instância (Supremo 
Tribunal Federal) da Justiça, quando uma das partes discordar da sentença.
Ao gestor público é exigido por lei que proceda à apelação na segunda ins-
tância de uma sentença condenatória na primeira instância. Assim, a grande 
maioria das ações judiciais de medicamentos alcançam a segunda instância, po-
dendo ser conduzida à terceira, se for pertinente. 
As demandas judiciais também podem ter caráter coletivo. Isso acontece 
quando o Ministério Público impetrar ação judicial representando grupos de 
pacientes com a mesma doença e que pleiteiam o mesmo medicamento para o 
seu tratamento. Neste caso, uma sentença favorável beneficiará todos os pacientes 
envolvidos (PEREIRA; PEPE, 2014).
As ordens judiciais para que os gestores forneçam medicamentos aos pacien-
tes requer a reorganização da assistência farmacêutica da União e dos estados ao 
atendimento da demanda judicial de medicamentos, já que um número cada vez 
mais crescente de ações tem sido deflagrado em todo país. 
A gestão da demanda judicial de medicamentos está mais centrada nas Se-
cretarias Estaduais de Saúde (SES) que, por meio das farmácias do componente 
especializado fazem esse atendimento. As SES, de modo geral, criaram no seu 
organograma setores de atendimento à demanda judicial de medicamentos. Esses 
setores recebem as ordens judiciais, cadastram essas ordens e seus demandantes, 
fazem a aquisição dos medicamentos e os distribuem às farmácias especializadas 
localizadas nas várias regiões do estado, e essas farmácias fazem chegar os medi-
camentos até os pacientes nos municípios de domicílio. 
É responsabilidade das farmácias especializadas a dispensação, monitorização 
e programação dos medicamentos fornecidos, enquanto cabe às farmácias 
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municipais a orientação do uso correto dos medicamentos e o acompanhamento 
para identificação de problemas relacionados ao seu uso. 
Quando a ordem judicial de fornecimento é dirigida exclusivamente à União, 
o Ministério da Saúde faz a aquisição e o envio dos medicamentos, por serviço 
postal, até a residência do paciente (PEREIRA; PEPE, 2014).
Entendendo melhor algumas características processuais da demanda judicial de 
medicamentos (PEREIRA, 2013):
Decisão liminar/antecipação de tutela 
É a antecipação de um ou mais pedidos feitos pelo autor na ação. Exige alguns 
requisitos, como a possibilidade de que a demora no julgamento da causa resulte 
em prejuízo irreparável à parte bem como a existência de provas que convençam 
o juiz da veracidade da alegação.
Tempo de tramitação da ação judicial
Tempo decorrido pela série de atos prescritos para o andamento do processo ou 
pelo seu desenvolvimento pelos trâmites legais. 
Natureza do representante judicial do autor da ação 
Designa o caráter próprio da personalidade que presta assistência jurídica ao autor 
da ação.
Réu(s) da ação 
Parte contra quem se demanda ou é intentada a ação judicial.
ZOOM NO CONHECIMENTO
A judicialização é um meio legítimo de acesso aos 
medicamentos, no entanto, tem gerado impactos 
orçamentários e organizacionais capazes de afetar a 
execução das políticas públicas de saúde, pois, com a 
judicialização, grande parte dos recursos do SUS — 
em cifras exorbitantes — está sendo utilizada para atender uma pequena parcela 
da população com medicamentos de alto custo, o que compromete a equidade 
na prestação da assistência à saúde. 
Para ilustrar essa disparidade, apresentamos o caso do medicamento Nusi-
nersena 2,4 mg/mL, utilizado no tratamento da atrofia muscular espinhal (AME), 
doença que atinge cerca de 7.000 pessoas no Brasil. Embora exista um PCDT es-
A judicialização é 
um meio legítimo 
de acesso aos 
medicamentos
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tabelecido para a AME, publicado em 2019, e o medicamento esteja contemplado 
no CEAF, ainda assim, a demanda judicial, no ano de 2020, foi de 704 unidades 
do medicamento, o que levou a um gastode R$ 112 milhões na aquisição dele 
pelo Ministério da Saúde, para tratar cerca de 117 pacientes no ano. Com isso, 
o custo de tratamento de um paciente com AME, somente com o Nusinersena, 
fica próximo de R$ 1 milhão/ano (BRASIL, 2022).
A execução financeira do Ministério da Saúde, com assistência farmacêutica, 
em 2020, foi de R$ 19,8 bilhões, mantendo-se praticamente no mesmo patamar 
do ano anterior (redução de 2,4%). Já o gasto geral com saúde teve aumento 
expressivo (25%) devido à pandemia de Covid-19, totalizando R$ 161,4 bilhões.
Os gastos com judicialização, de 2010 a 2016, cresceram mais de 600%, es-
tabilizando-se, nos últimos anos, num patamar elevado. Destacamos que não 
estão incluídos aí os custos administrativos, fiscais e judiciários envolvidos no 
processo de judicialização, o que compõe, com a aquisição, um valor muito maior 
(INESC, 2021).
Desde os anos 1990 têm sido desenvolvidas, no país, políticas públicas de 
acesso a medicamentos. Todavia a disponibilidade deles em quantidades ade-
quadas nos territórios dos usuários continua sendo um desafio à assistência far-
macêutica no SUS. 
Para grande parcela da população mais carente, é o SUS a única possibili-
dade de obter medicamentos e, da mesma forma que falta acesso ao sistema de 
saúde, a população também não tem acesso ao sistema de Justiça, com isso, fica 
evidente que não é a população carente que demanda judicialmente os medica-
mentos necessários aos seu tratamento. O perfil do demandante é caracterizado 
por cidadãos com suficiência econômica e elevada escolaridade, que pleiteiam 
medicamentos de alto custo, cuja aquisição afeta o orçamento familiar. Para a ad-
ministração pública, os gastos com judicialização não estão previstos nos Planos 
Anuais de Saúde e nas Leis Orçamentárias, de forma que o financiamento dessa 
demanda vem dos demais componentes existentes, o que esvazia as dotações 
orçamentárias e, consequentemente, requer complementação de recursos. 
O impacto desses gastos é sentido com mais intensidade pelos municípios, 
pois eles possuem menor capacidade de lidar com custos imprevisíveis oriundos 
de ordens judiciais (OLIVEIRA; BORGES; YARID, 2021).
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A judicialização de medicamentos, como vem se apresentando, tem sido funda-
mentada exclusivamente no direito do paciente em ter acesso ao tratamento pres-
crito. Sob a ótica do sistema de Justiça, a prescrição médica é uma ordem indiscutí-
vel e incontestável que deve ser cumprida para o bem-estar do paciente junto com 
a visão de a saúde ser a garantia constitucional como direito de todos e dever do 
Estado, por meio de ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. 
Esta tem sido a base das decisões judiciais que determinam o fornecimento 
dos medicamentos, sem medir as consequências econômicas ao sistema de saúde 
ou os riscos e danos que a farmacoterapia pode acarretar ao usuário do medica-
mento e, em algumas situações, a real efetividade do tratamento para a indicação 
recomendada (PEREIRA; PEPE, 2014).
No sentido de tornar a demanda judicial mais racional, aspectos como a real 
necessidade de utilização do medicamento e sua adequação ao tratamento, exis-
tência de evidências robustas de eficácia e segurança, tratamentos equivalentes ou 
alternativos disponíveis no SUS, registro na Anvisa para a indicação pretendida, 
disponibilidade no mercado nacional, deveriam ser analisados antes mesmo de 
se iniciar uma ação judicial. 
De outra forma, faz-se necessária a ampliação da análise judiciária da deman-
da, que, em princípio, dispõe somente do laudo médico pericial confirmatório 
da doença ou agravo declarado pelo demandante, sem considerar os aspectos da 
racionalidade do uso do medicamento solicitado. 
Cabe ao réu (gestor) trazer ao processo subsídios técnico-científicos do uso 
do medicamento para melhor embasar as decisões judiciais, a exemplo das me-
todologias empregadas na incorporação de tecnologias no SUS pela Conitec 
e na elaboração de Diretrizes Terapêuticas, ou seja, apresentar ao Judiciário 
O excesso de judicialização da saúde tem prejudicado políticas públicas, pois de-
cisões judiciais favoráveis a poucas pessoas, por mais importantes que sejam seus 
problemas, comprometem o orçamento total destinado a milhões de pessoas que 
dependem do Sistema Único de Saúde (SUS). Dê um play no vídeo e veja o que diz 
o Supremo Tribunal Federal sobre a obrigatoriedade do Estado em fornecer medi-
camentos de alto custo não padronizados no SUS. Recursos de mídia disponível 
no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem.
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Pareceres Técnico-Científicos (PTC), estes são instrumentos de resposta rápi-
da, em linguagem acessível, que dão suporte à tomada de decisão com base em 
evidências científicas.
Quando são oferecidas ao Judiciário informações que acrescentem maior 
grau de conhecimento sobre a matéria sub judice, maior será a responsabilidade 
do magistrado nas suas tomadas de decisões, evitando, assim, a concessão judicial 
indiscriminada de medicamentos (GONÇALVES; NÓBREGA, 2020; OLIVEI-
RA; BORGES; YARID, 2021).
Gostou do que discutimos até aqui? Tenho mais para conversar com você a respei-
to deste tema, vamos lá?! Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do 
ambiente virtual de aprendizagem.
EM FOCO
NOVOS DESAFIOS
Você sabe qual é o papel do farmacêutico na judicialização de medicamentos?
O farmacêutico, pela sua visão global do sistema de saúde, qualificação na 
busca de informações por meio de evidências científicas em fontes confiáveis e 
pleno conhecimento técnico-científico sobre medicamentos, tem papel funda-
mental na demanda judicial de medicamentos, pois ele atua desde a fase pré-pro-
cessual até a pós-processual.
Ainda no âmbito administrativo, o farmacêutico pode elaborar pareceres 
técnicos que possibilitem a resolução da demanda antes mesmo de sua judicia-
lização, prestando apoio técnico ao Ministério Público, à Defensoria Pública, aos 
Núcleos de Conciliação e Mediação e às Secretarias de Saúde. Nesta etapa, o far-
macêutico identifica os medicamentos solicitados, orienta usuários e prescritores 
sobre as opções terapêuticas padronizadas e o fluxo de solicitações ao CEAF, ou 
na elaboração de justificativas para solicitação administrativa de medicamentos 
não padronizados. Na fase processual, além de dar suporte técnico-científico ao 
réu (gestor), o farmacêutico é elemento essencial na constituição dos NATJUS, 
cuja atribuição principal é a elaboração de PTC, que inclui a avaliação econômica 
e o impacto orçamentário do tratamento demandado. Na vigência da decisão 
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liminar, a qual concede a tutela antecipada do medicamento, e depois de profe-
rida sentença favorável ao autor, cabe ao farmacêutico, tendo em mãos a ordem 
judicial, organizar todo o processo de fornecimento do medicamento, desde sua 
aquisição até a monitorização do tratamento (CFF, 2018).
O Decreto nº 85.878, de 7 de abril de 1981, que regulamenta a Lei nº 3.820, de 
11 de novembro de 1960, dispõe sobre o exercício da profissão de farmacêutico 
e legitima a sua competência técnica na elaboração de Notas Técnicas (NT), Pa-
receres Técnico-Científicos (PTC) e Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS). 
Essas práticas configuram o suporte direto que o farmacêutico pode prestar ao 
Poder Judiciário no exame das ações judiciais de medicamentos e o habilitam a 
atuar como membro assessor e consultor dos NATJUS. 
A demanda judicial de medicamentos, porém, implica a reorganização e a 
diferenciação das ações gerenciais, logísticas e clínicas da assistência farmacêu-
tica, uma vez que o atendimento às ordens judiciais requer a definição de pro-
cessos especializados para garantir o cumprimento dessas ordens, assim como 
o acesso eficiente dos medicamentos pelos pacientes. Para tanto, o farmacêutico 
precisa imergir em áreas diversas do conhecimento, dentre as quais se destacam 
as noções básicas do Direito, incluindo o Código do Processo Civil,e as bases 
da Medicina Baseada em Evidências e Epidemiologia Clínica, necessárias ao 
desenvolvimento da Avaliação de Tecnologias em Saúde.
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1. A incorporação de novos medicamentos no mercado, a utilização, pela indústria, de estra-
tégias na busca de novos usuários, e a ampliação da percepção e do reconhecimento do 
direito à saúde têm feito o cidadão buscar um tipo de alternativa mais rápida e efetiva de 
acesso aos medicamentos (CHIEFFI; BARATA, 2010; PEPE et al., 2010).
Fonte: CHIEFFI, A. L.; BARATA, R. de C. B. Ações judiciais: estratégia da indústria farmacêutica para intro-
dução de novos medicamentos. Revista de Saúde Pública, [s. l.], v. 44, n. 3, p. 421-429, 2010. Disponível 
em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-547939. Acesso em: 12 dez. 2023. 
PEPE, V. L. E. et al. A judicialização da saúde e os novos desafios da gestão da assistência farmacêutica. 
Ciência & Saúde Coletiva, [s. l.], v. 15, n. 5, p. 2405-2414, 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/j/
csc/a/L4m7NMGV397wCRGnZthwJrD/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 12 dez. 2023.
Descreva e caracterize as duas vias pelas quais os pacientes demandam o fornecimento de 
medicamentos não padronizados no SUS.
2. O caminho pelo qual, por meio do Poder Judiciário, pode ser requerido um medicamento 
denomina-se processo judicial, que nada mais é do que uma ação jurídica iniciada, visando 
a uma sentença de mérito, uma decisão de um juiz ou a decisão de um tribunal baseada 
em um direito que foi violado. 
O processo judicial segue um rito comum que organiza os atos processuais e pressupõe, 
minimamente, três pessoas fundamentais. Identifique e caracterize essas três pessoas ne-
cessárias ao desenvolvimento do rito processual judiciário.
3. Numa ação judicial de solicitação de fornecimento de medicamentos, ao receber a petição 
inicial, o juiz analisará e deliberará sobre o pedido de tutela antecipada. 
Assinale, dentre as alternativas, a seguir, aquela que define corretamente o significado de 
tutela antecipada: 
a) Trata-se da conceção da justiça gratuita ao autor da ação.
b) Configura a aplicação de penalização ao réu por descumprimento de ordem judicial.
c) Concede ao autor da ação o acesso imediato ao objeto pleiteado.
d) Confirma, em caráter definitivo, a decisão do juiz.
e) Isenta o réu do atendimento à decisão liminar.
AUTOATIVIDADE
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4. Como forma de dar mais embasamento ao Judiciário nas demandas judiciais de medica-
mentos, os tribunais, em parceria com os gestores de saúde, têm criado Núcleos de Apoio 
Técnico do Judiciário (NATJUS). 
Assinale, dentre as alternativas, a seguir, aquela afirmativa que está corretamente relacionada 
às características dos NATJUS:
a) Os núcleos são compostos exclusivamente pelos operadores do Direito.
b) Os núcleos foram criados por resolução legislativa do Conselho Nacional de Saúde (CNS).
c) O farmacêutico, por sua qualificação técnica, pode se tornar membro de um NATJUS.
d) Cabe ao juiz da ação elaborar Pareceres Técnico-Científicos (PTC) para embasar suas 
decisões.
e) Uma base de dados eletrônica dos PTC elaborados ao longo do tempo, hospedada no 
DataSUS, foi denominada e-NATJUS.
5. Apesar dos avanços nas políticas e ações públicas de assistência farmacêutica, no Brasil, 
são identificadas dificuldades de acesso da população aos medicamentos necessários, o 
que implica prejuízo à assistência integral à saúde e leva à judicialização da assistência 
farmacêutica.
Assinale, dentre as alternativas a seguir, aquela que representa corretamente uma das cau-
sas da judicialização, além da falta de acesso aos medicamentos pela população: 
a) A introdução no mercado farmacêutico de inovações tecnológicas.
b) A pressão da indústria farmacêutica para comercializar os seus produtos de alto custo.
c) As dificuldades impostas pelos processos licitatórios de compra pública de medica-
mentos.
d) A incorporação de novos medicamentos no SUS pela CONITEC.
e) A elaboração de Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas pelo Ministério da Saúde.
AUTOATIVIDADE
9
1
BRASIL. Ações e resultados DAF/SCTIE/MS: Biênio 2019/2020. 1. ed. revisada. Brasília, DF: Mi-
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resultados_bienio_2019_2020rev.pdf. Acesso em: 12 dez. 2023.
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proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspon-
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REFERÊNCIAS
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https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/avaliacao_assistencia_farmaceutica_estrutura_resultados.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/avaliacao_assistencia_farmaceutica_estrutura_resultados.pdf
1. São duas as vias pelas quais os pacientes demandam o fornecimento de medicamentos. A 
primeira é a extrajudicial, a qual ocorre quando os medicamentos são solicitados diretamente 
ao gestor da saúde que, após avaliação pela equipe técnica da assistência farmacêutica, 
decide pelo fornecimento ou não dos medicamentos prescritos. A segunda é a via judicial, 
caracterizada pela impetração de ações judiciais, na maioria das vezes, por demandante 
individual que requer, na Justiça, o fornecimento de medicamentos pelo gestor do SUS.
2. 1. O autor ou requerente: ajuíza a ação, demonstrando os fatos que constituem o seu direito. 
O autor pode eleger um representante judicial (advogado) para promover a ação.
2. O réu ou requerido: pessoa oposta ao autor que deverá demonstrar fatos que modificam 
ou extinguem o direito do autor.
3. O juiz: indivíduo investido pelo Estado para receber, analisar e julgar o caso, respeitando 
a imparcialidade entre as partes e, também, mantém-se acima delas. 
3. Opção C. A tutela antecipada concede ao autor da ação o acesso imediato ao objeto pleiteado. 
Opção A está incorreta. A tutela antecipada não está relacionada à concessão da justiça 
gratuita. A justiça gratuita refere-se à isenção de custas judiciais e despesas processuais 
por parte da parte autora.
Opção B está incorreta. A tutela antecipada não é uma penalização ao réu. Pelo contrário, é 
uma medida que antecipa, total ou parcialmente, os efeitos do julgamento final, concedendo 
ao autor o acesso imediato ao objeto pleiteado.
Opção D está incorreta. A tutela antecipada não confirma em caráter definitivo a decisão. 
Ela antecipa parte ou a totalidade dos efeitos que seriam alcançados com a sentença final, 
mas a decisão ainda está sujeita a ser proferida.
Opção E está incorreta. A tutela antecipada pode ser concedida por meio de decisão liminar, 
mas isso não isenta o réu do atendimento à decisão, pois a decisão liminar é provisória, e o 
mérito da causa ainda será julgado. O réu deve cumprir a decisão liminar enquanto aguarda 
o julgamento final.
GABARITO
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4. Opção C. O farmacêutico pode se tornar membro de um NATJUS.
Opção A está incorreta. Os NATJUS não são compostos exclusivamente por operadores do 
Direito. Eles são estruturados para incluir profissionais de saúde, como farmacêuticos, mé-
dicos e outros, que contribuem com seu conhecimento técnico para embasar as decisões 
judiciais relacionadas a medicamentos.
Opção B está incorreta. Os NATJUS não foram criados por resolução legislativa do Conselho 
Nacional de Saúde (CNS). Na verdade, a criação desses núcleos é uma iniciativa dos tribu-
nais, em parceria com os gestores de saúde, para fornecer subsídios técnicos às demandas 
judiciais de medicamentos. 
Opção D está incorreta. A elaboração de Pareceres Técnico-Científicos (PTC), geralmente, 
não é de responsabilidade direta do juiz. Os NATJUS são criados para fornecer suporte 
técnico ao judiciário, e profissionais de saúde, como farmacêuticos, podem contribuir na 
elaboração desses pareceres. 
Opção E está incorreta. Até a última atualização em janeiro de 2022, não há informações sobre 
uma base de dados eletrônica chamada e-NATJUS hospedada no DataSUS. Portanto, esta 
afirmação não está correta, com base nos conhecimentos até essa data.
5. Opção B. A pressão da indústria farmacêutica para comercializar seus produtos com alto 
custo é uma das causa de judicialização. 
Opção A está incorreta. A introdução de inovações tecnológicas no mercado farmacêutico, 
por si só, não é uma causa direta da judicialização. A judicialização, geralmente, está associada 
a questões como a falta de acesso a medicamentos essenciais, não apenas à introdução 
de novas tecnologias.
Opção C está incorreta. Embora os processos licitatórios possam apresentar desafios, eles 
não são uma causa direta da judicialização, ela ocorre mais frequentemente quando os 
processos de compra pública não conseguem garantir o acesso adequado da população 
a medicamentos essenciais.
Opção D está incorreta. A incorporação de novos medicamentos no SUS pela Conitec pode 
influenciar a disponibilidade de medicamentos, mas não é uma causa direta da judicialização. 
Ela, geralmente, está relacionada a questões de acesso e disponibilidade de medicamentos 
essenciais.
Opção E está incorreta. A elaboração de Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas visa a 
padronizar o tratamento. Esta ação, quando bem implementada, contribui com a eficiência e 
qualidade da assistência farmacêutica. A judicialização, muitas vezes, está associada a falhas 
na implementação desses protocolos e não à sua elaboração em si.
GABARITO
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MINHAS ANOTAÇÕES
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MINHAS METAS
PRÁTICAS INTEGRATIVAS E 
COMPLEMENTARES
Conceituar as Práticas Integrativas e Complementares, contextualizando sua aplicação 
no Sistema Único de Saúde.
Compreender a Política Nacional das Práticas Integrativas e Complementares.
Conhecer as 29 Práticas Integrativas e Complementares disponibilizadas no Sistema 
Único de Saúde.
Expor as vertentes envolvidas nas práticas e sua ampla aplicabilidade (promoção da 
saúde e tratamento de doenças).
Inteirar-se sobre a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterapia.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 5
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INICIE SUA JORNADA
Você já teve contato ou experimentou alguma Prática Integrativa e Comple-
mentar? Exploraremos essas abordagens, também chamadas de PIC, que têm 
desempenhado um papel crucial na recuperação abrangente da saúde de várias 
pessoas. Trata-se de métodos terapêuticos fundamentados em conhecimentos 
tradicionais, com foco na prevenção de uma variedade de enfermidades. Tam-
bém são aplicados como medidas paliativas e de reabilitação da saúde, priori-
zando a empatia na escuta, a construção de uma relação terapêutica sólida e a 
conexão entre indivíduo, ambiente e sociedade. 
Vale ressaltar que muitas dessas práticas estão disponíveis gratuitamente pelo 
Sistema Único de Saúde (SUS) no nosso país, fato que destaca a relevância de 
conhecê-lasainda mais. Estudaremos essas práticas, seu funcionamento e os 
benefícios que proporcionam, fornecendo informações essenciais para com-
preendê-las melhor e aproveitar seus recursos no cuidado da saúde.
VOCÊ SABE RESPONDER?
Você conhece ou já fez uso de alguma Prática Integrativa e Complementar? 
As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PIC) são recursos terapêuticos 
baseados em conhecimentos tradicionais, voltados para prevenir diversas doenças, 
além de serem usados como tratamento paliativo e recuperação da saúde, com 
ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na 
integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade (BRASIL, 2015).
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E 
COMPLEMENTARES 
As práticas foram institucionalizadas por meio da Política Nacional de Prá-
ticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS, sendo que dentre as 
principais diretrizes dessa política está o aumento da resolutividade dos servi-
ços de saúde, realizada a partir da integração entre os modelos de cuidado e de 
racionalidades cujos olhar e atuação mais ampliados agem de forma integrada 
e/ou complementar no diagnóstico, na avaliação e no cuidado (BRASIL, 2015).
Fazendo uma retrospectiva, no Brasil, o debate sobre as PIC se iniciou no 
final da década de 1970, após a Declaração da Alma-Ata, e validada nos anos 
1980, com a 8ª Conferência Nacional de Saúde, onde se discutiu as demandas e 
necessidades da população sob um olhar que questionasse o modelo hegemônico 
de ofertar cuidado, sem legitimar saberes e práticas. 
Nesse momento, foi iniciado o movimento de busca por outras formas de 
autocuidado e cuidado nos âmbitos do bem-estar físico, mental e social, quan-
do o Governo Federal, em conjunto com gestores de saúde, entidades de classe, 
conselhos, academia e usuários do SUS, instituiu uma política pública perma-
nente que considerasse não só os mecanismos naturais de prevenção de agravos 
e recuperação da saúde, mas a abordagem ampliada do processo saúde-doença 
e a promoção global do cuidado humano (BRASIL, 2015). 
Nesse contexto, embasado pelas diretrizes da OMS, o Ministério da Saúde 
aprovou, por meio da Portaria nº 971, de 3 de maio de 2006, a Política Nacional 
de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS (BRASIL, 2006).
Estudante, você conhece o relógio biológico? Que tal escutar o podcast sobre 
esse assunto e se aprofundar nesse conhecimento da Medicina Tradicional Chi-
nesa? Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual 
de aprendizagem.
PLAY NO CONHECIMENTO
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As práticas foram institucionalizadas por meio da PNPIC, ao longo dos anos. 
Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece, de forma integral e gra-
tuita, 29 procedimentos de Práticas Integrativas e Complementares (PIC) 
à população, sendo elas: medicina tradicional chinesa/acupuntura, medicina 
antroposófica, homeopatia, plantas medicinais e fitoterapia, termalismo social/
crenoterapia, arteterapia, ayurveda, biodança, dança circular, meditação, mu-
sicoterapia, naturopatia, osteopatia, quiropraxia, reflexoterapia, reiki, shantala, 
terapia comunitária integrativa, ioga, apiterapia, aromaterapia, bioenergética, 
constelação familiar, cromoterapia, geoterapia, hipnoterapia, imposição de mãos, 
ozonioterapia e terapia de florais (BRASIL, 2015).
Conheça a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS: 
Atitude de ampliação de acesso. Livro que define as abordagens da PNPIC no SUS 
e trata da necessidade de conhecer, apoiar, incorporar e implementar experiências 
já desenvolvidas na rede pública estadual e municipal. Recursos de mídia disponí-
veis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem.
EU INDICO
PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES INSERIDAS 
NO SUS
A seguir, apresentam-se as práticas integrativas e complementares de saúde que fo-
ram incorporadas e estão disponíveis no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Apiterapia
A apiterapia é uma prática terapêutica mencionada por Hipócrates e utilizada 
desde a Antiguidade, além de ter sido descrita em textos chineses e egípcios. 
Consiste em usar produtos derivados de abelhas — apitoxinas, mel, pólen, geleia 
real, própolis — para promoção da saúde e fins terapêuticos (BRASIL, 2023).
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
Aromaterapia
A aromaterapia abrange um conhecimento secular e consiste em uma prática te-
rapêutica que utiliza as propriedades dos óleos essenciais — concentrados voláteis 
extraídos de vegetais — na recuperação do equilíbrio e da harmonia no organismo, 
com objetivo de promoção tanto da saúde quanto do bem-estar físico e mental.
Representa uma terapia que, frequentemente, é associada com outras prá-
ticas, por exemplo, terapia de florais e cromoterapia, a fim de potencializar 
os resultados do tratamento. A aromaterapia tem sido adotada por diversos 
profissionais de saúde — enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, médicos, 
veterinários, terapeutas holísticos e naturistas — além de ser empregada em 
diferentes setores da área, auxiliando no reequilíbrio físico e/ou emocional dos 
indivíduos (BRASIL, 2023).
Arteterapia
A arteterapia é uma atividade milenar, praticada com expressividade artística e 
visual. Age como elemento terapêutico na análise do consciente e do inconscien-
te, possibilitando a união dos universos interno e externo de cada indivíduo, por 
meio da simbologia, e desse modo, contribui na saúde física e mental. 
A arte livre, quando conectada a um processo terapêutico, transforma-se 
em uma técnica especial, sendo usada com fim em si mesma (foco no processo 
criativo, no fazer) ou na análise/investigação de suas simbologias (arte como 
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recurso terapêutico). Nessa prática, são usados, no processo terapêutico, instru-
mentos como pintura, colagem, modelagem, poesia, dança, fotografia, tecelagem, 
expressão corporal, teatro, sons, músicas ou criação de personagens. O processo 
terapêutico pode ser individual ou em grupo, numa produção artística que via-
biliza a recuperação da saúde (BRASIL, 2023).
Ayurveda
O ayurveda significa ciência ou conhecimento da vida, é uma terapia de 
origem indiana, considerada uma das mais antigas abordagens do cuidado. 
Surgiu da observação e do uso de recursos naturais para desenvolver um sis-
tema único de cuidado, o que gerou um conhecimento estruturado que, por 
sua vez, abrange princípios relativos à saúde do corpo físico, considerando os 
campos energético, mental e espiritual. 
Para o ayurveda, indivíduo saudável é aquele que tem os doshas (humores) 
em equilíbrio, os dhatus (tecidos) com nutrição adequada, as malas (excre-
ções) eliminadas adequadamente e que apresenta alegria e satisfação na mente 
e espírito. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aborda sucintamente o 
ayurveda, reconhecendo sua utilização para prevenir e curar doenças. Além 
disso, reconhece que essa prática perpassa um sistema terapêutico, sendo uma 
maneira de viver (BRASIL, 2023).
No ayurveda, o corpo humano é composto por cinco elementos: éter, ar, fogo, água 
e terra, os quais compõem o organismo, os estados energéticos e emocionais e, 
em desequilíbrio, induzem o surgimento de doenças. Para processo de investiga-
ção diagnóstica, o ayurveda considera os tecidos corporais afetados, os humores, 
o local onde a doença está localizada, a resistência e vitalidade, a rotina diária, 
os hábitos alimentares, a gravidade das condições clínicas, a condição de diges-
tão, os detalhes pessoais e sociais, a situação econômica e ambiental da pessoa. 
Em sua maioria, os tratamentos ayurvédicos compõem a singularidade de cada 
pessoa e utilizam técnicas de relaxamento, massagens, plantas medicinais, mi-
nerais, posturas corporais (ásanas), pranayamas (técnicas respiratórias), mudras 
(posições e exercícios) e cuidados dietéticos (BRASIL, 2023).
APROFUNDANDO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
Biodança
A biodançaé uma prática de expressão corporal que proporciona vivências 
integradoras por meio da música, do canto, da dança e de atividades em grupo, 
com intuito de promover o equilíbrio afetivo e a renovação orgânica para o desen-
volvimento humano. Essa prática consiste em exercícios e músicas organizados 
que atuam na coordenação bem como no equilíbrio físico e emocional, a fim de 
aumentar a resistência ao estresse, promover a renovação orgânica e melhorar a 
comunicação e o relacionamento interpessoal (BRASIL, 2023).
Bioenergética
A massagem não pode ser considerada uma habilidade única, pois abrange vá-
rios métodos usados pelos vários sistemas. Em se tratando de conceito, o mais 
apropriado é este: a massagem é uma coleção de habilidades. A bioenergética 
engloba a capacidade de compreender o ser humano e o fenômeno da vida (bio) 
a partir de uma visão energética.
O objetivo dessa terapia é conduzir o indivíduo a entrar em contato consigo 
mesmo, por meio da linguagem do seu próprio corpo e de seus registros psicofísi-
cos, fazendo com que esse mesmo indivíduo perceba como inibe ou bloqueia o flu-
xo energético no seu corpo, como limita sua respiração, restringe seu movimento 
e reduz sua autoexpressão, contribuindo para entender o porquê dessas inibições. 
Com isso, a massagem bioenergética tem sido utilizada com intuito de au-
xiliar na dissolução de couraças energéticas, por meio de respiração consciente, 
manobras, toques suaves com ritmo e pressão controlados, a fim de dissolver, 
relaxar e energizar as musculaturas contraídas, mudando o próprio circuito ener-
gético e a disposição. Assim, o estado vibracional do indivíduo é qualificado, 
nutrido e potencializado, o que melhora a qualidade de vida.
A técnica da massagem bioenergética estimula a circulação sanguínea e linfática, 
o relaxamento, a consciência sobre o respirar e o corpo, a redução dos sintomas 
de depressão e ansiedade, das dores de cabeça e enxaquecas, o alívio das dores 
físicas, a melhora das funções intestinais e da autoestima, a ativação do fluxo 
energético, além de reduzir cansaços e insônias.
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Constelação familiar
A constelação familiar é uma terapia breve que pode ser feita em grupo, du-
rante workshops, ou em atendimentos individuais, abordando um tema a cada 
encontro. Consiste em um método psicoterapêutico de abordagem sistêmica, 
energética e fenomenológica, a qual busca reconhecer a origem dos problemas 
mencionados pelo usuário, assim como o que está encoberto nas relações familia-
res e, por meio do conhecimento e das forças que atuam no inconsciente familiar 
e das leis do relacionamento humano, encontrar a ordem, o pertencimento e o 
equilíbrio. Desse modo, é possibilitado ao usuário a reorientação ao seu movi-
mento em direção à cura e ao crescimento. 
Cromoterapia
A cromoterapia é uma prática que utiliza as cores do espectro solar — vermelho, 
laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta — para restaurar o equilíbrio físico e 
energético do corpo. 
As cores são classificadas em quentes (luminosas, com vibrações que causam 
sensações mais físicas e estimulantes: vermelho, laranja e amarelo) e frias (mais 
escuras, com vibrações mais sutis e calmantes: verde, azul, anil e violeta), sendo 
que a cor violeta é a de vibração mais alta no espectro de luz, com sua frequência 
atingindo as camadas mais sutis e elevadas do ser (campo astral) (BRASIL, 2023).
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
Dança circular
A dança circular é uma prática corporal expressiva, normalmente, realizada em 
grupo. Utiliza a dança de roda tradicional e contemporânea, o canto e o ritmo 
para compor a aprendizagem e a interconexão harmoniosa do corpo humano. 
As pessoas dançam em conjunto, em círculos, acompanhando com cantos e mo-
vimentos de mãos e braços. Assim, elas internalizam os movimentos, liberando 
mente e coração, corpo e espírito (BRASIL, 2023). 
Essa prática é baseada em culturas de danças mundiais tradicionais coletadas 
e ressignificadas pelo bailarino alemão Bernhard Wosien em 1976, que acrescen-
tou novas coreografias e ritmos, estimulando os integrantes da roda a respeitar 
as diversidades do grupo.
Geoterapia
A geoterapia é uma prática baseada na utilização de argila, barro e/ou lamas 
medicinais, além de pedras e cristais (frutos da terra), com objetivo de, por meio 
dos diferentes tipos de energia e propriedades químicas desses elementos, cuidar 
de desequilíbrios físicos e emocionais. 
As pedras e os cristais são muito utilizados como ferramentas de equilíbrio 
dos centros energéticos e meridianos do corpo, a fim de promover o contato 
com o “eu interior” e atuando nas zonas reflexológicas e amenizar desequilíbrios 
tanto físicos quanto emocionais. A energia dos raios solares ativa os cristais, pro-
movendo um processo dinâmico e vitalizador que viabiliza benefícios ao corpo 
humano (BRASIL, 2023).
Hipnoterapia
A hipnoterapia consiste em um conjunto de técnicas que induzem intenso rela-
xamento e concentração, direcionando a pessoa a um estado de consciência au-
mentado, o qual permitirá que a pessoa altere condições ou comportamentos inde-
sejados, como medos, fobias, insônia, depressão, angústia, estresse, dores crônicas. 
Em combinação com outras formas de terapia, a hipnoterapia auxilia na con-
dução de uma série de problemas físicos e emocionais (BRASIL, 2023).
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Homeopatia
A terapia com homeopatia reflete em uma abordagem de caráter holístico e 
vitalista que vê a pessoa como um todo. 
O método terapêutico envolve três princípios fundamentais:
 ■ Lei dos semelhantes.
 ■ Experimentação no homem sadio.
 ■ Ultradiluição de medicamentos.
Os tratamentos são realizados com base nos sintomas específicos de cada indi-
víduo, por meio de substâncias altamente diluídas que buscam desencadear o 
sistema de cura natural do corpo. 
Os medicamentos homeopáticos da farmacopeia homeopática brasileira es-
tão incluídos na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) 
(BRASIL, 2023).
Imposição de mãos
A imposição de mãos é uma prática terapêutica de origem secular que con-
siste no aplicador estar em estado meditativo para a transferência de energia 
vital (Qi, prana), por meio das mãos, com intuito de reestabelecer o equilíbrio 
do campo energético humano e, assim, auxiliar no processo saúde-doença 
(BRASIL, 2023).
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Medicina antroposófica
Essa abordagem terapêutica é baseada na antroposofia, que integra as teorias e 
práticas da medicina moderna com conceitos específicos antroposóficos, os quais 
avaliam o ser humano a partir da trimembração, quadrimembração e biografia, 
contribuindo com recursos terapêuticos específicos (BRASIL, 2023).
A medicina antroposófica atua de maneira integrativa e utiliza diversos re-
cursos terapêuticos, portanto, concilia medicamentos e terapias convencionais 
com outros específicos, como aplicações externas, banhos terapêuticos, terapias 
físicas, arteterapia, aconselhamento biográfico, quirofonética. 
Essa abordagem é fundamentada em um entendimento espiritual-cientí-
fico do ser humano, considerando bem-estar e doença como eventos ligados 
ao corpo, à mente e ao espírito do indivíduo. A medicina antroposófica realiza 
abordagem holística (salutogenesis) com foco em fatores que sustentam a saúde 
por meio de reforço da fisiologia do paciente e da individualidade, em vez de 
apenas tratar os fatores que causam a doença (BRASIL, 2023).
Medicina Tradicional Chinesa (MTC)
A abordagem terapêutica da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é milenar, 
baseada nas teorias do yin-yang, dos cinco elementos (madeira, fogo, terra, metal 
e água) e a dos Zang (órgãos) e Fu (vísceras), usadas como bases fundamentais na 
avaliação do estado energético e orgânico do indivíduo, com objetivo de tratar, 
na integralidade, quaisquer desequilíbrios. 
Os pilares filosóficos da MTC se concentram no budismo, taoísmo e con-
fucionismo, nos quais as doenças são apenas caminhos para a transformação 
pessoal. Desde então,muitos métodos foram desenvolvidos no ocidente e incor-
porados às técnicas antigas, devido à inovação tecnológica. A associação com a 
medicina ocidental é vista a ideal, possibilitando que os profissionais tenham uma 
visão mais abrangente e com maior número de ferramentas que visam à saúde 
integral do indivíduo. A acupuntura e a auriculoterapia fazem parte da MTC. 
Segundo Reichmann (2002), a acupuntura é o procedimento que trata dis-
funções ou promove analgesia pela inserção de agulhas em pontos específicos 
do corpo, localizados em canais energéticos chamados de meridianos. O pro-
cedimento estimula fibras sensitivas do Sistema Nervoso Periférico (SNP), fa-
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zendo com que ocorra uma transmissão elétrica via neurônios, para produzir 
alterações no Sistema Nervoso Central (SNC), o qual passa a liberar substâncias 
(exemplo: cortisol, endorfinas, dopamina, noradrenalina, serotonina) que pro-
movem bem-estar, prevenção e tratamento de doenças psicológicas, biológicas 
e/ou comportamentais. 
A auriculoterapia é uma técnica que promove a regulação psíquico-orgânica 
do indivíduo via estímulos nos pontos energéticos localizados na orelha, onde 
todo o organismo encontra-se representado como um microssistema, por meio 
de agulhas, esferas de aço, ouro, prata, plástico, ou sementes de mostarda, pre-
viamente preparadas a esse fim (BRASIL, 2023). 
Meditação
A arte da meditação é o método mais antigo para tranquilizar a mente e relaxar 
o corpo. É uma prática mental milenar que, em essência, consiste no treinamento 
sistemático da atenção, de modo não analítico ou discriminativo, promovendo, 
com isso, a redução do pensamento repetitivo e a reorientação cognitiva, o que 
proporciona maior integração entre mente, corpo e mundo exterior. Ela tem como 
objetivo desenvolver a capacidade de concentração e enriquecer nossa percepção. 
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Talvez o principal efeito da meditação seja proporcionar ao corpo o repouso 
profundo, enquanto a mente se mantém alerta, o que faz baixar a pressão sanguí-
nea e diminuir o ritmo do coração, ajudando o corpo a se recuperar do estresse.
Musicoterapia
A musicoterapia é uma prática integrativa realizada individualmente ou em 
grupo. Ela utiliza a música e seus elementos, tais como: som, ritmo, melodia e 
harmonia, a fim de facilitar e promover a comunicação, a relação, a aprendiza-
gem, a mobilização e expressão, entre outros objetivos terapêuticos, no sentido 
de atender a necessidades físicas, emocionais, mentais, espirituais, sociais e cog-
nitivas (BRASIL, 2023).
Naturopatia
A naturopatia é uma prática terapêutica com visão ampliada e multidimensional 
do processo vida-saúde-doença e que utiliza um conjunto de métodos e recursos 
naturais no cuidado e na atenção à saúde. Representa um processo educativo tan-
to preventivo quanto reequilibrador no tratamento dos distúrbios já instalados 
no organismo (BRASIL, 2023).
Osteopatia
A osteopatia é uma prática terapêutica que adota uma abordagem integral no 
cuidado em saúde e utiliza várias técnicas manuais para auxiliar no tratamen-
to de doenças, como a manipulação do sistema musculoesquelético (ossos, 
músculos e articulações), do stretching, dos tratamentos para a disfunção 
da Articulação Temporomandibular (ATM) e da mobilidade das vísceras 
(BRASIL, 2023).
Ozonioterapia
A ozonioterapia é uma prática integrativa comprovada e reconhecida que utiliza 
a aplicação de uma mistura dos gases oxigênio e ozônio, por diversas vias de 
administração, com finalidade terapêutica. 
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O ozônio medicinal pode ajudar a recuperar de forma natural a capacidade 
funcional do organismo humano. Alguns setores de saúde adotam regularmen-
te essa prática em seus protocolos de atendimento, por exemplo, os setores de 
odontologia, neurologia e oncologia (BRASIL, 2023).
Quiropraxia
A quiropraxia é uma prática terapêutica que atua no diagnóstico, tratamento 
e prevenção das disfunções mecânicas do sistema neuromusculoesquelético e 
seus efeitos na função normal do sistema nervoso e na saúde geral. É baseada em 
tratamento manual, como a terapia de tecidos moles e a manipulação articular, 
ou “ajustamento”, levando a ajustes na coluna vertebral e outras partes do corpo, o 
que resulta na correção de problemas posturais, no alívio da dor e na capacidade 
natural do organismo de autocura (BRASIL, 2023).
Reflexoterapia
A reflexoterapia é baseada no princípio de que o corpo se encontra atravessado 
por meridianos que o dividem em diferentes regiões, as quais têm o seu reflexo, 
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principalmente nos pés ou nas mãos e, quando massageados, esses meridianos 
têm a reativação da homeostase e do equilíbrio nas regiões com algum tipo de 
bloqueio. Dessa forma, representa uma prática terapêutica que usa de diferentes 
estímulos em áreas reflexas tanto nos microssistemas quanto nos pontos reflexos 
do corpo existentes nos pés, mãos e orelhas, auxiliando na eliminação de toxinas, 
na sedação da dor e no relaxamento. 
Também recebe as denominações de reflexologia ou terapia reflexa, por tra-
balhar com os microssistemas, áreas específicas do corpo (pés, mãos, orelhas) 
que se conectam energeticamente e representam o organismo em sua totalidade.
Reiki
O reiki é uma prática terapêutica que utiliza a imposição das mãos com objetivo 
de canalização da energia vital para promover o equilíbrio energético necessário 
ao bem-estar físico e mental. 
Fortalece os locais onde se encontram bloqueios chamados nós energéticos/
chakras (centros energéticos) e, assim, elimina as toxinas e equilibra o pleno 
funcionamento celular, restabelecendo o fluxo de energia vital (Qi), o equilíbrio 
físico, mental e espiritual, pois trata o ser como um todo e, dessa forma, tra-
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ta muitas enfermidades agudas e crônicas, sem contraindicações ou restrições 
(FREITAG; ANDRADE; BADKE, 2015).
Shantala
A shantala representa uma prática terapêutica composta por uma série de mo-
vimentos que favorecem o vínculo entre pais e filhos e proporcionam uma série 
de benefícios decorrentes do alongamento dos membros e da ativação da circu-
lação, consistindo na manipulação (massagem) em bebês e crianças pelos pais, 
conforme mencionado (BRASIL, 2023). 
Além disso, promove saúde integral, pois harmoniza e equilibra os diferentes 
sistemas: imunológico, respiratório, digestivo, circulatório e linfático; estimula as 
articulações e a musculatura; auxilia de forma significativa no desenvolvimento 
motor; facilita movimentos, como rolar, sentar, engatinhar e andar. Importante 
destacar que reforça vínculos afetivos, cooperação, confiança, criatividade, se-
gurança, equilíbrios físico e emocional (BRASIL, 2023).
Terapia comunitária integrativa
A terapia comunitária integrativa atua como instrumento de promoção da 
saúde e autonomia do cidadão, consiste em uma prática coletiva destinada aos 
membros da comunidade e que atua em espaço aberto. Essa prática realiza ativi-
dades que utilizam os recursos e competências dos indivíduos, famílias e comu-
nidades para construir de redes sociais solidárias à promoção da vida. 
Nessa terapia, o saber produzido pela experiência de vida de cada um e o 
conhecimento tradicional são elementos fundamentais na construção de laços 
sociais, no apoio emocional, na troca de experiências e diminuição do isolamento 
social (BRASIL, 2023).
Terapia floral
A terapia floral é uma prática que utiliza essências derivadas de flores para 
atuar nos estados mentais e emocionais. A terapia de florais de Bach, cria-
da pelo médico inglês Edward Bach (1886-1936) é o sistema precursor dessa 
prática. Exemplos de outros sistemas de florais: australianos, californianos, 
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de Minas, de Saint Germain, do cerrado, Joel Aleixo, Mystica, do Alasca, do 
Havaí (BRASIL, 2023). 
Devido à sua natureza específica, a terapia floral ainda não é integralmente 
nem compreendida nem explicada de maneira satisfatória pela visão científica.Pesquisas recentes sobre psiconeuroimunologia, porém, mostram que há uma 
relação fundamental entre a atitude psíquica e o poder da resistência física. Por-
tanto, quando a harmonia entre o espírito, a mente e o corpo se rompem, surgem 
os mais diversos estados emocionais negativos bem como os conflitos, e ambos 
preparam terreno para a doença física (SANTOS, 2018).
Termalismo social
O termalismo social é uma prática terapêutica que consiste no uso da água 
com propriedades físicas, térmicas, radioativas, entre outras, como agentes em 
tratamentos de saúde. 
O recurso à água como agente terapêutico remonta aos povos que habitavam 
nas cavernas, recurso esse que foi adotado por esses povos depois de observarem 
o que faziam os animais feridos. 
Destaca-se que a eficiência do termalismo no tratamento de saúde está asso-
ciada à composição química da água (que pode ser classificada como sulfurada, 
radioativa, bicarbonatada, ferruginosa etc.), à forma de aplicação (banho, sauna 
etc.) e à sua temperatura (BRASIL, 2023).
Ioga
A ioga é uma prática corporal e mental de origem oriental que utiliza de técni-
cas corporais associadas à meditação para controlar corpo e mente. Dentre os 
principais benefícios obtidos por meio dessa prática estão a redução do estresse, 
a regulação do sistema nervoso e respiratório, o equilíbrio do sono e da produ-
ção hormonal, a expansão da vitalidade psicofísica, o fortalecimento do sistema 
imunológico, o aumento da capacidade de concentração e de criatividade e a 
promoção da reeducação mental com consequente melhoria dos quadros de 
humor, o que reverbera na qualidade de vida dos praticantes (BRASIL, 2023). 
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Fitoterapia
O termo “fitoterapia” tem origem nas palavras gregas phython (planta) e the-
rapeia (terapia), ou seja, significa terapia com as plantas e visa ao estudo das 
espécies consideradas medicinais e às suas aplicações no tratamento de doenças 
(CARVALHO, 2004 apud ROSA, 2013). 
Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos
O objetivo da Política e do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterá-
picos é garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas 
medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o de-
senvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional (BRASIL, [202-?]).
O Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos propõe: Incorpo-
rar plantas medicinais e fitoterápicos com segurança e qualidade ao SUS, seguin-
do as diretrizes da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares; 
reconhecer e promover práticas tradicionais de uso, envolvendo a agricultura 
familiar na produção; estabelecer regulamentação em toda a cadeia produtiva, 
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por meio da adoção de boas práticas de cultivo e produção; fomentar pesquisa, 
desenvolvimento e inovação nessa área; implementar estratégias de comunica-
ção, formação e capacitação técnico-científica e incentivar o uso sustentável da 
biodiversidade (BRASIL, [202-?]).
VOCÊ SABE RESPONDER?
Você sabe onde encontramos as Práticas Integrativas e Complementares? 
As PIC no Brasil
No Brasil, as PIC estão presentes em quase 54% dos municípios distribuídos pelos 
27 estados e Distrito Federal. Considerando a Atenção Básica e os serviços de 
média e alta complexidade, existem, atualmente, 9.350 estabelecimentos de saú-
de no país ofertando 56% dos atendimentos individuais e coletivos em Práticas 
Integrativas e Complementares nos municípios brasileiros, o que corresponde 
a 8.239 estabelecimentos na Atenção Básica que ofertam as PIC, ou seja, 19%, 
distribuídos em 3.173 municípios (BRASIL, 2023).
Com relação à distribuição dos serviços de PIC por nível de complexidade, 
tem-se: 78% de atendimentos na Atenção Básica; 18% da média complexidade 
e 4% na alta complexidade. Em números, é representada por 2 milhões de aten-
dimentos das PIC nas UBS, com mais de 1 milhão deles realizados na Medicina 
Tradicional Chinesa, incluindo acupuntura (85 mil), fitoterapia (13 mil), homeo-
patia (926 mil) e outras práticas integrativas que não possuíam código próprio 
para registro, mas que com a publicação da Portaria nº 145/2017, passaram a ter 
(BRASIL, 2023). 
Nesse sentido, percebe-se que o Brasil é referência mundial na área de práticas 
integrativas e complementares na Atenção Básica (BRASIL, 2023).
Estudante, vimos que as PIC, em sua maioria, iniciam os atendimentos na 
Atenção Básica, principal porta de entrada para o SUS. Todavia, são práticas 
transversais e podem estar presentes em todos os pontos da Rede de Atenção à 
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Saúde, pois conforme comentamos anteriormente, as PIC compõem uma abor-
dagem de visão ampliada do processo saúde-doença e da promoção global do 
cuidado humano, especialmente do autocuidado.
Evidências científicas têm mostrado os benefícios do tratamento integrado 
entre medicina convencional e Práticas Integrativas e Complementares. Além 
disso, há um crescente número de profissionais capacitados e habilitados bem 
como maior valorização dos conhecimentos tradicionais, dos quais se originam 
grande parte dessas práticas (BRASIL, 2015). 
Apesar do aumento no uso das PIC e do potencial terapêutico dessas práticas, 
suas contribuições para a saúde ainda são pouco exploradas/pesquisadas no SUS. 
Ainda, o modelo biomédico atual, somado à tendência na área da saúde, infeliz-
mente, mercadológica, tem transformado os saberes e práticas em mercadorias, 
representando uma limitação nos avanços esperados a essas práticas, desse modo, 
há o desafio de aprofundar o cuidado em um modelo integral de assistência, a 
fim de superar a supremacia/hegemonia da lógica de serviços. 
Destacam-se, ainda, outros desafios importantes relacionados à capacitação 
e ao incentivo da equipe de saúde, assim como a percepção e a compreensão 
das perspectivas das PIC. Esses fatores são essenciais para o sucesso da inserção 
das PIC no SUS. 
NOVOS DESAFIOS
Estudante, vimos que as PIC vêm com o objetivo de aumentar as abordagens 
de cuidado e, também, as possibilidades terapêuticas para os usuários do SUS, 
visando contemplar a integralidade e a resolutividade da atenção à saúde.
Nós, futuros profissionais da saúde, poderemos trabalhar com essas práticas 
em prol da saúde e do bem-estar dos nossos pacientes, não só no Sistema Único 
de Saúde, como também nas nossas clínicas ou consultórios. 
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1. Faz parte de um conjunto de técnicas terapêuticas com origem nas escolas chinesa e 
francesa, onde a brasileira representa a fusão de ambas. É uma técnica que promove a 
regulação psíquico-orgânica do indivíduo, por meio de estímulos nos pontos energéticos 
localizados na orelha, em que todo o organismo encontra-se representado como um mi-
crossistema, por meio de agulhas, esferas de aço, ouro, prata, plástico, ou sementes de 
mostarda, previamente preparadas para esse fim. Sobre a terapia que corresponde a essa 
caracterização, assinale a alternativa correta:
a) Terapia floral.
b) Acupuntura.
c) Auriculoterapia.
d) Reflexologia podal.
e) Bioenergética.
2. As práticas foram sendo institucionalizadas por meio da PNPIC ao longo dos anos. Atual-
mente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece, de forma integral e gratuita, 29 procedi-
mentos de Práticas Integrativas e Complementares (PIC) à população, dentre elas:
a) Reiki, acupuntura, auriculoterapia, thetahealing.
b) Geoterapia, aromaterapia, terapia floral, reiki.
c) Imposição de mãos, barra de access, medicina antroposófica.
d) Ayuverda, medicina antroposófica, cromoterapia, mindfulness.
e) Reiki, auriculoterapia, thetahealing, barra de access.
3. Dentre as PIC, tem-se uma prática terapêutica composta por uma série de movimentos que 
favorecem o vínculo entre pais e filhos e proporcionam uma série de benefícios decorrentes 
do alongamento dos membros e da ativação da circulação, consistindo na manipulação em 
bebês e crianças pelos pais, promovendo saúde integral, harmonizando e equilibrando os 
diferentessistemas. Além de reforçar vínculos afetivos, cooperação, confiança, criatividade, 
segurança, equilíbrios físico e emocional. Assinale a alternativa que apresenta a prática 
compatível com essa descrição:
a) Massagem bioenergética.
b) Terapia floral.
c) Auriculoterapia.
d) Geoterapia.
e) Shantala.
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4. Considerando o objetivo da Política e do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitote-
rápicos, que é: garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas 
medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvi-
mento da cadeia produtiva e da indústria nacional, descreva quais são as propostas desse 
importante programa.
5. Considerando que as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PIC) são recursos 
terapêuticos baseados em conhecimentos tradicionais, voltados para prevenir diversas 
doenças, além de serem usados como tratamento paliativo e recuperação da saúde, com 
ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração 
do ser humano com o meio ambiente e a sociedade, descreva os objetivos desenvolvidos 
pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares a serem aplicados no SUS.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Plantas medicinais e fitoterápicos no SUS. Ministério da Saúde, Brasília, DF, [202-?]. Dis-
ponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/sectics/daf/pnpmf/plantas-medi-
cinais-e-fitoterapicos-no-sus. Acesso em: 9 jan. 2024. 
BRASIL. Recursos terapêuticos PICS. Ministério da Saúde, Brasília, DF, 25 ago. 2023. Disponível 
em: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/pics/recursos-teraupeticos. Acesso 
em: 9 jan. 2024.
BRASIL. Política nacional de práticas integrativas e complementares no SUS: atitude de am-
pliação de acesso. 2. ed. Brasília, DF: Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, De-
partamento de Atenção Básica, 2015. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publica-
coes/politica_nacional_praticas_integrativas_complementares_2ed.pdf. Acesso em: 9 jan. 2024. 
BRASIL. Portaria nº 971, de 3 de maio de 2006. Aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas 
e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 2006. 
Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt0971_03_05_2006.
htm. Acesso em: 9 jan. 2024.
FREITAG, V. L.; ANDRADE, A.; BADKE, M. R. O Reiki como forma terapêutica no cuidado à saúde: 
uma revisão narrativa da literatura. Enferm. Glob., [s. l.], n. 38, p. 346-356, abr. 2015. Disponível em: 
https://scielo.isciii.es/pdf/eg/v14n38/pt_revision5.pdf. Acesso em: 9 jan. 2024. 
REICHMANN, B. Auriculoterapia: fundamentos de Acupuntura Auricular. 3. ed. Curitiba: Tecno-
data, 2002. 
ROSA, R. L. da. Avaliação do potencial gastroprotetor e antiúlcera das sementes da Eugenia 
involucrata DC. (cereja do mato) e Artocapus heterophyllus Lam. (jaca) em roedores. 2013, 96 
f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2013. 
SANTOS, M. C. N. G. dos. Tratado de medicina floral. 3. ed. São Paulo: Madras, 2018.
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https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt0971_03_05_2006.htm
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt0971_03_05_2006.htm
1. Opção C. Alternativa a) incorreta, pois a terapia floral envolve o uso de essências florais 
para equilibrar as emoções e não está relacionada aos estímulos nos pontos energéticos 
na orelha. Alternativa b) incorreta, pois embora a acupuntura também seja uma técnica te-
rapêutica chinesa que utiliza agulhas, ela não se concentra especificamente na orelha, mas 
sim em pontos específicos ao longo do corpo. Alternativa d) incorreta, a reflexologia podal 
envolve a aplicação de pressão em pontos específicos dos pés para promover o equilíbrio 
e o bem-estar, e não na orelha. Alternativa e) incorreta porque a bioenergética refere-se a 
uma abordagem terapêutica que combina técnicas psicológicas com o entendimento da 
energia corporal, mas não está diretamente relacionada à estimulação de pontos na orelha. 
2. Opção B. Alternativa a) incorreta. Embora reiki, acupuntura e auriculoterapia façam parte 
das PIC, o thetahealing não é uma prática reconhecida oficialmente pelo SUS. Alternativa c) 
incorreta. Apesar de a imposição de mãos e a medicina antroposófica fazerem parte das PIC 
oferecidas pelo SUS, a barra de access não é reconhecida oficialmente. Alternativa d) incor-
reta. Embora ayurveda, medicina antroposófica e mindfulness façam parte das PIC oferecidas 
pelo SUS, a cromoterapia não está entre as práticas oficialmente reconhecidas. Alternativa 
e) incorreta Embora reiki e auriculoterapia estejam entre as PIC do SUS, o thetahealing e a 
barra de access não são práticas reconhecidas oficialmente. 
3. Opção E. Alternativa a) incorreta. A massagem bioenergética é uma técnica diferente e não 
está diretamente relacionada à descrição fornecida sobre a prática que envolve pais e filhos. 
Alternativa b) incorreta. A terapia floral envolve o uso de essências florais e não está relacio-
nada à manipulação física entre pais e filhos. Alternativa c) incorreta A auriculoterapia envolve 
a estimulação de pontos na orelha e não está relacionada à descrição de manipulação em 
bebês e crianças pelos pais. Alternativa d) incorreta. A geoterapia envolve o uso de argilas e 
outros elementos da terra para tratamentos terapêuticos, não aborda a manipulação entre 
pais e filhos descrita na questão. 
GABARITO
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4. Integrar plantas medicinais, fitoterápicos e serviços vinculados à fitoterapia de maneira se-
gura, eficaz e com elevados padrões de qualidade no âmbito do Sistema Único de Saúde 
(SUS), alinhando-se rigorosamente às diretrizes da Política Nacional de Práticas Integrativas 
e Complementares no SUS. Reconhecer e fomentar as práticas populares e tradicionais 
no uso de plantas medicinais e remédios caseiros. Facilitar a participação da agricultura 
familiar nas cadeias e nos arranjos produtivos que envolvem plantas medicinais, insumos e 
fitoterápicos. Desenvolver e aprimorar um marco regulatório abrangente em todas as fases 
da cadeia produtiva de plantas medicinais e fitoterápicos, fundamentando-se em modelos 
e experiências tanto nacionais quanto internacionais. Promover a adoção generalizada das 
boas práticas de cultivo, manipulação e produção desses recursos. Estabelecer instrumentos 
eficazes de apoio à pesquisa, desenvolvimento de tecnologias e inovações em plantas me-
dicinais e fitoterápicos, com diferentes etapas da cadeia produtiva. Implementar estratégias 
abrangentes de comunicação, formação técnico-científica e capacitação no setor de plantas 
medicinais e fitoterápicos. Estimular ativamente o uso sustentável da biodiversidade como 
elemento integral dessas iniciativas, por meio da promoção de práticas que respeitem e 
preservem a diversidade biológica.
5. Incorporar e implementar as Práticas Integrativas e Complementares no SUS, na perspectiva 
da prevenção de agravos e da promoção e recuperação da saúde, com ênfase na Atenção Bá-
sica voltada ao cuidado continuado, humanizado e integral em saúde. Contribuir ao aumento 
da resolubilidade do sistema e ampliação do acesso à PNPIC, garantindo qualidade, eficácia, 
eficiência e segurança no uso. Promover a racionalização das ações de saúde, estimulando 
alternativas inovadoras e socialmente contributivas ao desenvolvimento sustentável de 
comunidades. Estimular as ações referentes ao controle/participação social, promovendo o 
envolvimento responsável e continuado dos usuários, gestores e trabalhadores nas diferentes 
instâncias de efetivação das políticas de saúde.
GABARITO
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MINHAS ANOTAÇÕES
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MINHAS METAS
REAÇÕES ADVERSAS A 
MEDICAMENTOS (RAMS)
Conceituar Reações Adversas a Medicamentos.
Compreender as implicações clínicas das reações adversas.
Relembrar as interações farmacológicas.
Explorar os princípios e as práticas do uso racional de medicamentos.Conhecer conceitos importantes associados ao uso racional de medicamentos, à medi-
calização e à resistência bacteriana.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 6
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INICIE SUA JORNADA
Você já ouviu falar em reações adversas a medicamentos? Sabe quando essas rea-
ções têm maior ou menor potencial para acontecer? Será que é possível prever o 
aparecimento de uma reação adversa a medicamento? A partir do estudo deste 
tema, você observará que todas essas perguntas, além de outras, serão respondidas.
Geralmente, as reações adversas a medicamentos ocorrem quando essas subs-
tâncias utilizam o mesmo tipo de receptor ou a mesma via de transdução da res-
posta que outras substâncias (sejam elas, endógenas ou exógenas) para promoção 
do efeito farmacológico. Por isso, é importante conhecer sobre o mecanismo 
de ação pelo qual cada fármaco atua para evitar a ocorrência de interações que 
poderão produzir respostas potencializadas, tóxicas ou respostas nulas. 
Estudante, um aspecto fundamental para compreender as ocorrências de reações 
adversas a medicamentos (RAMs) e de interações farmacológicas é entender a 
importância do uso racional de medicamentos. Ouça este podcast que prepara-
mos sobre esse assunto e amplie seu conhecimento! Recursos de mídia disponí-
veis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem.
PLAY NO CONHECIMENTO
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS (RAM)
Os medicamentos exercem papel fundamental no processo de cuidar das pes-
soas, sejam as doentes, sejam as que se beneficiam pelo seu poder preventivo ou 
para fins de diagnóstico; contudo, também, são potenciais causadores de eventos 
indesejáveis (SOUSA et al., 2018). 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 6
Segundo a OMS (2005), as reações adversas a medicamentos (RAMs) 
são definidas como uma resposta nociva e não intencional ao uso de um 
medicamento que ocorre em doses, normalmente, utilizadas em seres humanos 
para profilaxia, diagnóstico ou tratamento de doenças ou para a modificação de 
função fisiológica e constituem um tipo particular de evento adverso a medi-
camento (EAM), que ocorrem apesar do uso correto desses insumos. 
Não são consideradas reações adversas os efeitos que ocorrem depois do uso 
acidental ou intencional de doses maiores que as habituais (toxicidade absoluta). 
A terapêutica medicamentosa constitui-se uma prática essencial para o trata-
mento e controle de inúmeras enfermidades. Entretanto nenhum medicamento 
é completamente seguro. Todos, em menor ou maior grau, podem desencadear 
uma RAM (LIMA et al., 2017).
Inúmeros fatores podem influenciar no aparecimento de RAM, tais como 
idade, sexo, gênero, comorbidades, uso concomitante de vários medicamentos, 
entre outros. Alguns influenciam o aparecimento de RAM de maneira mais di-
reta, e outros, de forma insidiosa (MODESTO et al., 2016). 
O idoso é, especialmente, vulnerável às RAM, em virtude de fatores que o 
caracterizam: particularidades farmacocinéticas e farmacodinâmicas, presença 
de múltiplas doenças, uso de número elevado de medicamentos e os tipos de 
medicamentos prescritos. Enfim, o envelhecimento, por si só, é um fator de risco 
para muitas doenças, criando a demanda por mais cuidados, o que implica o uso 
de grande número de medicamentos, e estes, por sua vez, aumentam o risco da 
ocorrência de RAM (LIMA et al., 2017).
Devido aos avanços tecnológicos, temos à disposição inúmeros aplicativos dis-
poníveis para smartphones que trazem informações importantes sobre os medi-
camentos, abordando as interações medicamentosas e as ocorrências de RAMs. 
Dntre eles, temos o Prodoctor, o MedSUS e o Medscape.
EU INDICO
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Na comunidade, no entanto, o consumo de medicamentos é um reflexo da am-
pla disponibilidade do produto no mercado farmacêutico, com suas inúmeras 
especialidades farmacêuticas, algumas consideradas 
de valor intrínseco não elevado, desnecessárias ou 
até perigosas, fator que, associado ao marketing da 
indústria farmacêutica, pode resultar na indução ou 
no estímulo ao uso inadequado de medicamentos 
(SOUSA et al., 2018). 
A incidência de RAMs em pacientes hospitalizados é alta, devido à quantida-
de de medicamentos administrados conjuntamente. Segundo alguns autores, essa 
taxa pode variar de 1,2 a 24,1% dos pacientes internados, sendo que a incidência 
de RAMs fatais pode variar entre 0,23 e 0,41% (LIEBER; RIBEIRO, 2012).
De modo geral, as RAMs são associadas a desfechos negativos da terapia, 
visto que podem aumentar, de modo significativo, o tempo de permanência 
hospitalar ou, até mesmo, conduzir ao óbito. Em muitos casos, o tratamento da 
RAM inclui a inserção de novos medicamentos à terapêutica, elevando o risco da 
cascata de prescrição, ou seja, a cascata de prescrição ocorre quando um novo 
medicamento é prescrito para “tratar” uma reação adversa de um medicamento, 
no princípio de que uma nova condição clínica está presente. 
Todos esses fatores acarretam um aumento considerável dos gastos públicos 
em saúde, o que ressalta sua importância no âmbito da saúde pública (LIMA et al., 
2017; SOUSA et al., 2018).
Além dos fatores relacionados ao paciente e dos fatores inerentes ao fármaco, 
decorrentes do seu mecanismo de ação, a falta ou insuficiência de orientação so-
bre o tratamento, a prescrição de medicamentos inapropriados, a não adesão ao 
tratamento e a falta de acompanhamento terapêutico podem levar à ocorrência 
de RAMs (SOUSA et al., 2018). 
Uma atenção maior dos profissionais de saúde pode auxiliar na identificação 
das RAMs e na sua prevenção (MODESTO et al., 2016). As RAMs são mais 
comuns do que se pode esperar e nunca se pode garantir que um medicamento 
seja completamente seguro. A determinação precisa do número de RAMs ocor-
ridas é, virtualmente, impossível, devido à dificuldade em se avaliar a relação de 
causalidade e pela baixa proporção de notificações de RAMs. 
Consumo de 
medicamentos é um 
reflexo da ampla 
disponibilidade do 
produto 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 6
A variedade da gravidade e dos medicamentos, pelos quais são causadas e 
dos sítios de ocorrência, faz da identificação de uma RAM um processo muito 
complexo (SOUSA et al., 2018; LIMA et al., 2017; PEREIRA, 2010).
Alguns dos seguintes aspectos, como dados epidemiológicos prévios, relação 
temporal com o uso do fármaco, resposta diante da cessação e reintrodução do 
fármaco, identificação de causas alternativas, presença de alterações nos exames 
de laboratório ou na concentração plasmática do fármaco suspeito, ou de ambos, 
devem ser observados na identificação e no estabelecimento de validade de uma 
suspeita de RAM. 
Outro enfoque na identificação de RAM refere-se à gravidade com que se 
apresentam. Aquelas consideradas de leve à moderada são, geralmente, encontra-
das durante a realização de ensaios clínicos; já as graves e sérias requerem maior 
atenção, uma vez que a incidência ocorre principalmente na pós-comercialização, 
podendo determinar a elevação dos custos em saúde e prejuízo irreparável aos 
pacientes afetados (PEREIRA, 2010). 
VOCÊ SABE RESPONDER?
Você consegue perceber a importância de os profissionais da área da saúde 
notificarem as RAMS?
A notificação das RAMs ocorridas no país pode contribuir para que os medi-
camentos utilizados pela sociedade brasileira sejam eficazes e seguros, uma vez 
que podem subsidiar decisões para alterações de bulas, restrições de uso e até a 
retirada de medicamentos do mercado ou mudança da categoria de venda desses 
produtos pela autoridade sanitária reguladora (PEREIRA, 2010).
Dentre as causas das RAMs, as interações medicamentosas ou farmaco-
lógicas se destacam, podendo ser definidas como o evento clínico em que os 
efeitos de um fármaco são alterados pela presença de outro fármaco (interações 
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farmacológicas), alimento (interação fármaco-alimento), bebida (por exemplo: 
interação fármaco-álcool) ou algum agente químico ambiental. 
As interações farmacêuticas (ou incompatibilidades), também,podem ser 
consideradas interações farmacológicas, diferindo das anteriores por ocorrerem 
in vitro e aquelas in vivo. Há, também, as interferências de fármacos em exames 
de laboratório, seja por efeito in vivo, seja por interferência analítica (PFAFFEN-
BACH; CARVALHO; BERGSTEN-MENDES, 2002).
Quando dois ou mais medicamentos são administrados concomitantemente 
em um paciente, eles podem agir de forma independente entre si; podem propi-
ciar aumento ou diminuição de efeito terapêutico ou, ainda, potencializar o efeito 
tóxico de um ou de outro (MOURA; ACURCIO; BELO, 2009).
INTERAÇÕES FARMACOLÓGICAS
Classificar e conhecer as interações farmacológicas pelo modo e sítio em que 
ocorrem permite predizer, identificar e evitar seu surgimento. Assim, elas podem 
ser classificadas como interações farmacodinâmicas ou farmacocinéticas, 
quando ocorrem in vivo e incompatibilidade (ou interação farmacêutica) quando 
in vitro (WHO, 2008).
As interações farmacodinâmicas são aquelas em que os efeitos de um fármaco 
são alterados pela presença do outro no seu sítio de ação ou no mesmo sistema 
fisiológico; induzem mudança na resposta do paciente a outro fármaco (VIDOT-
TI, 2010). São as mais previsíveis e as mais frequentes, evidentemente, quando se 
conhecem as ações dos fármacos; infelizmente, nem sempre se presta a devida 
atenção. Na prática, esse tipo de interação ocorre com extraordinária frequência, 
não só aumentando um efeito farmacológico, como também diminuindo ou 
suprimindo um efeito tóxico (GOODMAN; GILMAN, 2019). 
A seguir, os tipos de mudanças de respostas, devido às interações farmaco-
dinâmicas, e suas características.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 6
SINERGISMO
Nos casos em que dois ou mais fármacos administrados conjuntamente têm o mesmo 
efeito farmacológico. Por exemplo, a administração de trimetoprima e sulfametoxazol 
tem efeito benéfico pela atuação dos fármacos em etapas diferentes do metabolismo 
bacteriano cujo resultado são o aumento do espectro bacteriano e o aumento na ativi-
dade antimicrobiana, que passa de bacteriostática para bactericida. De outra forma, o 
efeito aditivo pode ser prejudicial, como nos casos do uso concomitante de depresso-
res do SNC e álcool, cujos efeitos vão desde a redução das habilidades psicomotoras 
até coma e morte. No sinergismo, pode ocorrer uma potencialização do efeito, ou seja, 
a presença simultânea dos dois medicamentos no organismo provoca efeito maior do 
que a soma de seus efeitos isolados.
ANTAGONISMO
A administração conjunta de fármacos pode levar à diminuição do efeito, por exemplo, 
por competição ou bloqueio do receptor. A administração conjunta de levodopa, 
usada no tratamento da doença de Parkinson, com antipsicóticos, que apresentam 
Parkinsonismo como efeito adverso, leva à redução do efeito da levodopa. Hipogli-
cemiantes têm efeito reduzido pela administração conjunta de glicocorticoides. De 
outra forma, o antagonismo é benéfico quando uma substância é empregada como 
corretivo e como antídoto.
ALTERAÇÕES NO EQUILÍBRIO HIDROELÉTRICO
A sensibilidade do miocárdio aos glicosídeos digitálicos pode aumentar, resultando 
em aumento da toxicidade dos glicosídeos pela redução nas concentrações plasmáti-
cas de potássio, causada por diuréticos, como a furosemida. Os teores plasmáticos de 
lítio podem aumentar se diuréticos tiazídicos (hidroclorotiazida) forem utilizados, pois a 
depuração do lítio pelos rins é modicada, provavelmente, como resultado de mudan-
ças na excreção de sódio provocada pelos diuréticos.
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Medicamentos administrados por infusão contínua são mais suscetíveis a inte-
rações farmacêuticas, em especial, quando o uso é concomitante e em via única. 
As interações farmacêuticas devem-se a reações químicas ou físico-químicas 
que resultam em alterações organolépticas, como mudanças de cor, consistência 
(sólidos), opalescência, turvação, formação de cristais, floculação, precipitação, 
associadas, ou não, à mudança de atividade farmacológica. Formação de novo 
composto (ativo, inócuo, tóxico), diminuição da atividade ou inativação de um 
ou mais dos fármacos originais e aumento da toxicidade de um ou mais dos 
fármacos originais, também, podem ocorrer (KATZUNG, 2013; SECOLI, 2001).
As interações farmacodinâmicas podem ser benéficas e úteis, como na prescrição 
de anti-hipertensivos e diuréticos, em que o diurético aumenta o efeito do anti-hi-
pertensivo ou reduz seus efeitos adversos. Algumas vezes, a interação farmacoló-
gica reduz a eficácia de um fármaco, por exemplo, tetraciclina sofre quelação por 
antiácidos e alimentos lácteos, sendo excretada nas fezes, sem produzir o efeito 
antimicrobiano desejado. O desfecho de uma interação farmacológica pode ser 
perigoso, quando promove aumento da toxicidade de um fármaco. Assim, pacien-
tes que fazem uso de varfarina podem ter sangramento se passarem a usar um 
anti-inflamatório não-esteroide (AINE), sem reduzir a dose do anticoagulante. A 
diminuição do efeito de um fármaco por outro pode ser necessária em casos de 
dose excessiva, como o uso da naloxona, como antídoto para morfina, e de fluma-
zenil, como antagonista de benzodiazepínicos (MOURA; ACURCIO; BELO, 2009).
APROFUNDANDO
As interações farmacocinéticas ocorrem quando um fármaco modifica o processo 
pelo qual outro é absorvido, distribuído, biotransformado ou excretado. 
As interações farmacêuticas (incompatibilidade) ocorrem in vitro, isto é, antes da 
administração dos fármacos no organismo, quando se misturam dois ou mais fár-
macos em uma mesma seringa, equipo ou outro recipiente. 
ZOOM NO CONHECIMENTO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 6
A ausência de alterações macroscópicas não garante a inexistência da intera-
ção farmacêutica; por isso, é indispensável a adoção de cuidados para evitá-las. 
Isso pode ser feito quando se conhecem as características do produto, tais 
como solubilidade, reconstituição, armazenamento e modo de administração. 
Recomenda-se que os medicamentos não sejam adicionados diretamente a 
sangue, soluções de aminoácidos ou emulsões lipídicas. Certos fármacos, quando 
adicionados a fluidos intravenosos, podem ser inativados por alteração do pH, 
por precipitação ou por reação química (KATZUNG, 2013; VIDOTTI, 2010).
As interações fármaco-alimento são um problema de grande relevância 
na prática clínica, devido às alterações na relação risco/benefício do uso do 
medicamento. Essas interações são facilitadas, pois os medicamentos, na sua 
maioria, são administrados por via oral. Os nutrientes podem modificar os efeitos 
dos fármacos por interferirem em processos farmacocinéticos, como absorção, 
distribuição, biotransformação e excreção, acarretando prejuízo terapêutico. A 
absorção dos nutrientes e de alguns fármacos ocorre por mecanismos semelhantes 
e, frequentemente, competitivos e, portanto, apresentam como principal sítio de 
interação o trato gastrointestinal (MOURA; REYES, 2002).
As interações entre nutrientes e fármacos podem alterar a disponibilidade, 
a ação ou a toxicidade de uma dessas substâncias ou de ambas, contudo muitas 
dessas combinações não produzem interações ou resultam em interações sem 
importância clínica. As interações, quando ocorrerem, podem ser físico-quími-
cas, fisiológicas e patofisiológicas. Interações físico-químicas são caracterizadas 
por complexação entre componentes alimentares e os fármacos. As fisiológi-
cas incluem as modificações induzidas por medicamentos no apetite, digestão, 
esvaziamento gástrico, biotransformação e clearance renal. As patofisiológicas 
ocorrem quando os fármacos prejudicam a absorção e/ou inibição do processo 
metabólico de nutrientes (MOURA; REYES, 2002; VIDOTTI, 2010).
Alguns medicamentos são, preferentemente, administrados com alimento, 
seja para aumentar a absorção, seja para diminuir o efeito irritante sobre a mucosa 
gastrointestinal; de modo oposto, há medicamentos que têm a disponibilidade e 
a eficácia diminuídas se administrados com alimentos. Nesses casos, a adminis-tração deve ser feita com estômago vazio, ou seja, uma hora antes ou duas horas 
depois das refeições, como o antimicrobiano azitromicina.
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Os fármacos, também, podem modificar o metabolismo de nutrientes, por exem-
plo, o metotrexato e a ciclosporina lesam a mucosa intestinal, diminuindo a ab-
sorção de cálcio. Antiácidos, laxativos e antimicrobianos podem causar a perda 
de nutrientes. Nesses e em outros casos, uma suplementação dietética pode ser 
necessária para restabelecer as condições normais de nutrição do paciente. Zinco, 
magnésio, ácido ascórbico e riboflavina apresentam função de grande relevân-
cia na biotransformação hepática de fármacos; o zinco, por exemplo, é elemento 
básico para a atividade de enzimas específicas do processo de biotransformação 
(VIDOTTI, 2010).
APROFUNDANDO
Você já ouviu falar que o uso de medicamentos associado ao uso de álcool pode 
produzir interações, como diminuição ou potenciação do efeito do fármaco?
O risco causado pelo uso concomitante de bebidas alcoólicas e medicamentos 
é, muitas vezes, negligenciado pela população, sobretudo, em situações festivas 
nas quais se observa exposição aguda ao álcool ou em condições crônicas, como 
no etilismo. Percebe-se pouca clareza na compreensão dos eventos biológicos, 
decorrentes do consumo do álcool, por indivíduos sob tratamento farmacológico, 
acarretando interações medicamentosas. 
Existem classes de medicamentos que, em uso simultâneo com álcool, podem ter 
seus efeitos exacerbados ou reduzidos, devido à capacidade de o álcool alterar a 
expressão e o funcionamento de enzimas microssomais do citocromo P450 2E1, 
responsável pela metabolização do álcool e de alguns fármacos que agem nessa 
mesma rota metabólica (OLIVEIRA NETO, 2018).
APROFUNDANDO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 6
Os medicamentos são as principais fontes de variação nos resultados de exames 
laboratoriais e nem sempre o uso deles pode ser interrompido para realização 
desses exames. Alguns fármacos podem levar a resultado falso negativo ou falso 
positivo, e ter acesso a essa informação é muito importante para a rotina do 
laboratório e para a clínica médica e a assistência farmacêutica, pois pode gerar 
mudança no diagnóstico clínico laboratorial e interferir no monitoramento e na 
avaliação do prognóstico do paciente (SILVA et al., 2021).
Assim, você pode observar a importância dos profissionais que trabalham 
em laboratórios clínicos e outros envolvidos na assistência aos pacientes, para 
reconhecerem quais os tipos de interferências que os medicamentos podem 
causar nos resultados dos exames laboratoriais, visto que podem alterar alguns 
marcadores e interferir na conduta dos profissionais de saúde. Além disso, o 
Você observou que a prática de associar o uso de bebidas alcoólicas durante o 
regime farmacoterapêutico resulta na perda da eficácia e segurança do trata-
mento com diversas classes de medicamentos, destacando-se aqueles que são 
prescritos com maior frequência, como os benzodiazepínicos, anti-inflamatórios, 
antimicrobianos e hipoglicêmicos. É evidente, também, o aumento de eventos 
adversos com o “efeito antabuse”, ou “efeito dissulfiram”, que ocorre quando fár-
macos, como metronidazol, ampicilina e cefalosporinas, interagem com a enzima 
aldeído desidrogenase produzindo sintomas desagradáveis, devido ao acúmulo 
do acetaldeído. A presença de sintomas, como vômitos, cefaleias, mal-estar, risco 
de hemorragias gastrointestinais e hipoglicemia, promovida em decorrência des-
se tipo de interação, ocorre devido às alterações na absorção, inibição ou indução 
enzimática, à modificação do tempo de meia-vida de metabólitos ativos e tóxicos 
ou, ainda, à alteração de rotas metabólicas de fármacos (OLIVEIRA NETO, 2018).
APROFUNDANDO
VOCÊ SABE RESPONDER?
Você já se perguntou se alguns medicamentos podem produzir interferências em 
exames laboratoriais. Você já ouviu falar nessa possibilidade? 
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cuidado deve ser maior com pacientes tratados com vários medicamentos con-
comitantemente, por tempo prolongado, pois as chances de interferências são 
maiores (SILVA et al., 2021).
Dessa forma, é imprescindível a obtenção de dados sobre os medicamentos e 
seu tempo de uso pelo paciente nos últimos dez dias, antes da coleta do material 
biológico para a realização do exame laboratorial. Comumente, os pacientes se es-
quecem de relatar alguns fármacos que usam ao pessoal do laboratório, portanto, é 
necessário ficar atento diante de anormalidades nos exames (SANTOS et al., 2017).
USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS
Você já ouviu falar sobre uso racional de medicamentos (URM)? Refere-se à ne-
cessidade de o paciente receber o medicamento apropriado, na dose correta, por 
adequado período de tempo e a baixo custo. Medicamentos racionalmente sele-
cionados e usados propiciam benefícios individuais, institucionais e nacionais. 
Para o usuário, a escolha racional proporciona maior garantia de benefício 
terapêutico (eficácia e segurança) a menor custo, contribuindo para a integrali-
dade do cuidado à saúde (ESHER; COUTINHO, 2017; WANNMACHER, 2012).
Segundo a WHO (2010), mais de 50% de todos os medicamentos são incor-
retamente prescritos, dispensados ou vendidos; e mais de 50% dos pacientes os 
usam incorretamente. Mais de 50% de todos os países não implementam políticas 
básicas para promover uso racional de medicamentos.
 Há, ainda, vários fatores que impedem o URM, dentre eles, diagnósticos in-
completos das doenças podem resultar em inadequada escolha dos tratamentos; 
prescritores podem obter informação sobre tratamentos a partir das companhias 
farmacêuticas em vez de reportar-se a fontes baseadas em evidências; pacientes 
buscam na internet versões de medicamentos caros com
preços mais convidativos, mas de qualidade não assegurada; intervenções 
promotoras de URM geram desconfiança nos pacientes que têm suas crenças 
reforçadas pelas propagandas que estimulam o consumo no lugar de o educar 
(ESHER; COUTINHO, 2017; WANNMACHER, 2012).
No Brasil, o uso incorreto de medicamentos deve-se à polifarmácia, ao uso in-
discriminado de antibióticos, à prescrição não orientada por diretrizes, à autome-
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dicação inapropriada e ao desmedido armamentário terapêutico, disponibilizado 
comercialmente. O uso abusivo, insuficiente ou inadequado de medicamentos 
lesa a população e desperdiça os recursos públicos. 
Para a implementação do URM, é necessário desenvolver estratégias, como a 
seleção de medicamentos, a construção de formulários terapêuticos, o gerencia-
mento adequado dos serviços farmacêuticos, a dispensação e o uso apropriado 
de medicamentos, a farmacovigilância e a educação dos usuários quanto aos 
riscos da automedicação, da interrupção e da troca de medicamentos prescritos.
Estratégias de regulação são, também, essenciais, porque vão pautar as rela-
ções na produção, na comercialização e na prescrição. Sem dúvida, os aspectos 
mais sujeitos a influências perniciosas de indução ao uso não racional dos me-
dicamentos (ESHER; COUTINHO, 2017).
A falta de políticas para a implantação do URM, associada ao crescimento 
excessivo no uso de medicamentos em muitos países, é apontada como impor-
tante barreira para o não alcance do URM, favorecendo situações, como auto-
medicação, medicalização e resistência bacteriana. 
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), a automedicação refere-se à seleção 
e ao uso de medicamentos para tratar sintomas e doenças autorreferidas sem o 
aconselhamento do profissional de saúde qualificado para determinada função, 
compreendendo a etapa do autocuidado.
A automedicação é uma prática bastante difundida não apenas no Brasil, mas 
também em outros países. Em alguns países, com sistema de saúde pouco es-
truturado, a ida à farmácia representa a primeira opção procurada para resolver 
um problema de saúde, e a maior parte dos medicamentos consumidos pela 
população é vendida sem receita médica. 
Mesmo na maioria dos países industrializados,contudo, vários medicamen-
tos de uso mais simples e comum estão disponíveis em farmácias, drogarias ou 
supermercados e podem ser obtidos sem necessidade de receita médica (anal-
gésicos, antitérmicos etc.) (DOMINGUES et al., 2017).
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A automedicação, no entanto, possui riscos inerentes, mesmo constituindo im-
portante forma de autocuidado na população. A utilização de medicamentos sem 
prescrição pode ocasionar graves consequências à saúde individual e coletiva da 
população, como quadros de intoxicação e até morte (DOMINGUES et al., 2017).
Você já ouviu falar em medicalização? O termo pode ser definido como a 
tradução ou a transformação das condições humanas, recursos e capacidades 
em oportunidades de intervenção farmacêutica, ou seja, é o processo que trans-
forma, artificialmente, questões não médicas em problemas médicos. Problemas 
de diferentes ordens são apresentados — como doenças, transtornos e distúrbios 
—, uma vez classificadas como doentes, e as pessoas tornam-se pacientes e, con-
sequentemente, consumidoras de tratamentos, terapias e medicamentos, que 
transformam o seu próprio corpo no alvo dos problemas que, na lógica medica-
lizante, deverão ser sanados individualmente (NAVES et al., 2010).
A aprendizagem e os modos de ser e agir são campos de grande complexidade 
e diversidade que têm sido alvos preferenciais da medicalização, que torna trans-
tornos, tais como o déficit de atenção, a depressão, a bipolaridade, entre outros, 
em sintomas comuns e que podem ser combatidos com o uso de medicamentos 
e intervenções médicas, indicando o cuidado do sintoma, e não da pessoa. 
A medicalização, assim, cumpre os papéis de controlar e submeter pessoas, 
abafando questionamentos e desconfortos; cumpre, inclusive, o papel ainda mais 
perverso de ocultar violências físicas e psicológicas, transformando essas pessoas 
em portadores de distúrbios de comportamento e de aprendizagem (FARIA; 
FERREIRA; PINTO, 2020). A resistência bacteriana é um fator que devemos 
considerar, quando abordamos o tema URM. Você entende o problema que a 
resistência bacteriana pode trazer para a saúde individual e coletiva?
Uma das principais preocupações mundiais, quanto ao uso racional de medi-
camentos, está relacionada aos antimicrobianos. O uso indiscriminado desses 
medicamentos contribui para o desenvolvimento de resistência bacteriana; além 
disso, o uso abusivo desses fármacos pode originar bactérias multirresistentes, 
definidas como aquelas não suscetíveis a, pelo menos, um agente em três ou mais 
categorias de antimicrobianos. 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 6
O aumento da resistência bacteriana a vários agentes acarreta maiores cui-
dados no manejo de infecções e contribui para o aumento dos custos do sistema 
de saúde. Monitorar o consumo de antimicrobianos pode auxiliar avaliações 
em diversos níveis, como hábitos de prescrição, introdução de novas drogas e 
variação da flora bacteriana local. Dentre os benefícios do uso correto de anti-
microbianos, destacam-se a melhor evolução do paciente, a redução de eventos 
adversos, a melhora das taxas de suscetibilidade aos antimicrobianos escolhidos 
e a otimização do uso dos recursos (FURTADO et al., 2019).
NOVOS DESAFIOS
Estudante, o conhecimento sobre os fatores que podem levar às RAMs é im-
portante, principalmente, quando ocorrem associações entre diversos medica-
mentos. As RAMs, de modo geral, estão associadas aos desfechos negativos da 
terapia, visto que podem aumentar, de modo significativo, o tempo de perma-
nência hospitalar ou até mesmo conduzir ao óbito. Entender o mecanismo de 
ação dos fármacos é fundamental para prever se ocorrerá, ou não, a interação 
farmacológica, principalmente, quando houver a associação de vários fármacos.
É possível evitar tais interações medicamentosas, por meio do espaçamento 
de horários entre as administrações ou da busca de medicamentos que não 
interajam entre si. 
Um outro ponto importante que você deverá observar é sobre a importância 
das notificações das RAMs, principalmente, aquelas que não são previsíveis. As 
interações fármaco-alimento e as alterações que alguns fármacos podem pro-
duzir em resultados de exames laboratoriais, também, são pontos fundamentais 
que deverão ser observados e, se possível, corrigidos.
As RAMs podem ser evitadas quando o URM é praticado pelos profissionais 
de saúde, uma vez que tal conduta pode reduzir a automedicação, a medicali-
zação e o uso indiscriminado de antimicrobianos, o que reduz, por sua vez, a 
resistência bacteriana.
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1. As interações medicamentosas ou farmacológicas são definidas como o evento clínico em 
que os efeitos de um fármaco são alterados pela presença de outro fármaco (interações 
farmacológicas), alimento (interação fármaco-alimento), bebida (por exemplo: interação 
fármaco-álcool). São reações comuns de ocorrer, principalmente, entre pacientes hospi-
talizados ou que fazem uso de grande quantidade de medicamentos, ao mesmo tempo 
(polifarmácia). 
Sobre esse assunto, analise as afirmativas a seguir:
I - A modificação da velocidade de excreção de um fármaco, devido à associação com outro 
fármaco, é classificada como um tipo de interação farmacodinâmica.
II - A associação entre sulfametoxazol e trimetoprim é classificada como interação farma-
codinâmica sinérgica.
III - Fármacos que utilizam a mesma via de biotransformação de fármacos indutores ou ini-
bidores enzimáticos poderão sofrer interações farmacológicas do tipo farmacocinéticas.
IV - A administração conjunta de levodopa (tratamento da doença de Parkinson) com antip-
sicóticos (podem produzir tremores como efeito adverso) leva à redução do efeito da 
levodopa, caracterizando uma interação farmacocinética.
V - A alcalinização do pH estomacal por alguns fármacos pode reduzir a absorção de fár-
macos ácidos, caracterizando uma interação do tipo farmacocinética.
É correto o que se afirma em:
a) I, III e IV, apenas.
b) I, II e III, apenas.
c) II e IV, apenas.
d) III, IV e V, apenas.
e) II, III e V, apenas.
2. Segundo a WHO (2010), mais de 50% de todos os medicamentos são incorretamente pres-
critos, dispensados ou vendidos, e mais de 50% dos pacientes os usam incorretamente. 
Mais de 50% de todos os países não implementam políticas básicas para promover o uso 
racional de medicamentos (URM) (WHO, 2010).
Sobre o URM, assinale a alternativa correta:
AUTOATIVIDADE
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a) O URM refere-se à seleção e ao uso de medicamentos para tratar sintomas e doenças 
autorreferidas sem o aconselhamento do profissional de saúde qualificado para deter-
minada função.
b) O URM refere-se à necessidade de o paciente receber o medicamento apropriado, na 
dose correta, por adequado período de tempo e a baixo custo.
c) O URM contempla a prática da polifarmácia, uso indiscriminado de antibióticos, prescri-
ção não orientada por diretrizes, automedicação inapropriada e desmedido armamen-
tário terapêutico, disponibilizado comercialmente.
d) O URM favorece situações, como automedicação, medicalização e aparecimento de 
resistência bacteriana.
e) O URM está associado a um número cada vez maior de reações adversas a medicamen-
tos notificadas pelos estabelecimentos de saúde.
3. O risco causado pelo uso concomitante de bebidas alcoólicas e medicamentos são, muitas 
vezes, negligenciados pela população, sobretudo, em situações festivas nas quais se ob-
serva exposição aguda ao álcool ou em condições crônicas como no etilismo. Um paciente 
que faz uso contínuo de fenobarbital (barbitúrico, anticonvulsivante) resolve fazer uso de 
uma dose elevada de álcool. Explique os riscos que estará correndo devido à potencial 
interação fenobarbital e álcool.
4. Um paciente diabético e portador da doença de Parkinson faz uso de gliclazida (hipoglice-
miante) e levodopa+benserazida (tratamento da doença de Parkinson). Nos últimos exames, 
apresentou elevação da glicose sanguínea (hiperglicemia), porém, no exame de urina, não 
foi constatado glicosúria (aumento de glicose sendoeliminada pela urina). Explique se o 
resultado negativo para glicose na urina apresentado por esse paciente pode ser um re-
sultado falso-negativo e ter relação com a utilização do levodopa+benserazida.
5. A promoção do uso racional de medicamentos é essencial para garantir a eficácia e segu-
rança no tratamento de diversas condições de saúde. 
No Brasil, o uso incorreto de medicamentos deve-se à que? 
a) Farmácia.
b) Uso correto de antibióticos. 
c) Prescrição orientada por diretrizes. 
d) Sem automedicação inapropriada.
e) Uso inadequado, insuficiente de medicamentos.
AUTOATIVIDADE
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REFERÊNCIAS
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sa medicamentos e erros de medicação: a necessidade de uma padronização nas definições e 
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1. Opção E. A afirmativa I está incorreta, a modificação da velocidade de excreção de um 
fármaco, devido à associação com outro fármaco, é classificada como um tipo de intera-
ção farmacodinâmica. O tipo de interação é farmacocinético (excreção). A afirmativa II está 
correta, associação entre sulfametoxazol e trimetoprim é classificada como interação far-
macodinâmica sinérgica benéfica. A administração de trimetoprima e sulfametoxazol tem 
efeito benéfico pela atuação dos fármacos em etapas diferentes do metabolismo bacteriano 
(farmacodinâmica) cujo resultado são o aumento do espectro bacteriano e o aumento na 
atividade antimicrobiana, que passa de bacteriostática para bactericida. A afirmativa III está 
correta, fármacos que utilizam a mesma via de biotransformação de fármacos indutores ou 
inibidores enzimáticos poderão sofrer interações farmacológicas do tipo farmacocinéticas. 
Alterações no processo de biotransformação de um fármaco produzido pela associação com 
outro fármaco indutor ou inibidor enzimático fazem parte de interações farmacocinéticas. A 
afirmativa IV está incorreta, a administração conjunta de levodopa (tratamento da doença de 
Parkinson), com antipsicóticos (podem produzir tremores como efeito adverso) leva à redução 
do efeito da levodopa, caracterizando uma interação farmacocinética. O tipo de interação 
é farmacodinâmico. A afirmativa V está correta, a alcalinização do pH estomacal por alguns 
fármacos pode reduzir a absorção de fármacos ácidos, caracterizando uma interação do 
tipo farmacocinética. Alterações no processo de absorção de um fármaco produzido pela 
mudança de pH do meio estomacal, induzida por outro fármaco, caracterizam interação 
farmacocinética.
2. O fenobarbital, como o álcool, são substâncias classificadas como depressoras das atividades 
do Sistema Nervoso Central. Tal associação é perigosa e deverá ser evitada, uma vez que, 
devido ao sinergismo da ação das duas substâncias, o paciente corre o risco de ter um quadro 
de depressão respiratória e, se não socorrido, poderá vir a óbito.
3. O uso de alguns medicamentos pode influenciar nos resultados dos exames laboratoriais. 
A utilização do medicamento levodopa+benserazida produz interferência na determinação 
da presença de glicose na urina. Nesse caso, a reação, provavelmente, é falsa negativa, uma 
vez que o quadro de hiperglicemia está associado à glicosúria.
4. Opção E. O uso incorreto de medicamento se deve ao uso inadequado, insuficiente de 
medicamentos. 
GABARITO
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5. Opção B. O URM refere-se à necessidadede o paciente receber o medicamento apropria-
do, na dose correta, por adequado período de tempo e a baixo custo. A alternativa A está 
incorreta. O uso racional de medicamentos envolve a orientação de profissionais de saúde 
qualificados, e não a automedicação. A alternativa C está incorreta. O uso racional de medi-
camentos busca evitar práticas, como a polifarmácia e o uso indiscriminado de antibióticos, 
promovendo uma prescrição orientada e apropriada. A alternativa D está incorreta. O uso 
racional de medicamentos busca prevenir situações, como a automedicação, medicalização 
excessiva e o desenvolvimento de resistência bacteriana. A alternativa E está incorreta. O uso 
racional de medicamentos visa minimizar as reações adversas, e não as favorecer.
GABARITO
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MINHAS ANOTAÇÕES
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UNIDADE 3
MINHAS METAS
INTERAÇÃO: ALIMENTOS X 
MEDICAMENTOS X PLANTAS 
MEDICINAIS
Conceituar a intoxicação, suas classificações e mecanismos, para uma correta 
abordagem terapêutica.
Associar os sinais e sintomas específicos dos diferentes tipos de intoxicação para uma 
resposta terapêutica adequada.
Entender as intoxicações relacionadas a fitoterápicos e as circunstâncias que podem 
levar à ocorrência desse evento.
Investigar os principais fitoterápicos utilizados e suas potenciais interações com alimentos 
e/ou medicamentos.
Compreender diretrizes, objetivos e implicações da Política Nacional de Plantas 
Medicinais e Fitoterápicos.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 7
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INICIE SUA JORNADA
Você já se sentiu mal após comer alguma coisa? Ou teve uma indisposição ao in-
gerir algum tipo de bebida/infusão preparada com plantas? Isso pode ser mais co-
mum do que você imagina. Segundo os Centros de Assistência e Informação Toxi-
cológica, as interações alimentares e com produtos de origem vegetal representam 
uma boa parte das notificações de efeitos toxicológicos, atualmente (KLAASSEN; 
WATKINS, 2012). Desse modo, os próprios centros possuem folders explicativos 
com uma listagem de produtos capazes de provocar esses tipos de efeitos, com 
objetivo de orientar melhor a população que, pelo simples fato de consumir uma 
planta cultivada no próprio quintal, pensa estar isenta desses efeitos.
Nesse sentido, este tema tem como objetivo orientar melhor você, futuro(a) 
profissional da saúde, nesse aspecto. Após esta introdução, convido você a fazer 
uma breve busca sobre as principais interações alimentares, fitoterápicas e medi-
camentosas que provocaram qualquer efeito adverso. Garanto que se surpreen-
derá com o número de casos e a gravidade dos sintomas. Vamos lá?
Estudante, antes de iniciar este tema, convido você a mergulhar no fascinante 
mundo da fitoterapia, explorando como as plantas medicinais têm desempenha-
do um papel significativo na promoção da saúde no Brasil. Ouça este podcast que 
preparamos sobre este assunto e amplie seu conhecimento! Recursos de mídia 
disponível no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem.
PLAY NO CONHECIMENTO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 7
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
INTOXICAÇÃO 
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que de 1,5 a 3% da população 
é intoxicada, anualmente. Isso representa, a cada ano, uma média de 4.800.000 
novos casos. Aproximadamente 0,1 a 0,4% dos casos de intoxicação resultam em 
óbitos (ZAMBOLIM et al., 2008). 
No Brasil, existe o Sistema Nacional de Informação Tóxico-Farmacológica 
(Sinitox/MS/Fiocruz) que divulga estatísticas anuais referentes a casos de in-
toxicação registrados pelos Centros de Assistência e Informação Toxicológica 
(KLAASSEN; WATKINS, 2012).
Intoxicação
Processo patológico causado por substâncias endógenas ou exógenas que leva 
ao desequilíbrio fisiológico, em consequência das alterações bioquímicas no or-
ganismo. Esse processo é evidenciado por sinais e sintomas ou mediante exames 
laboratoriais. 
APROFUNDANDO
A intoxicação é caracterizada como a introdução voluntária ou involuntária de 
substância danosa ao organismo, capaz de produzir consequências de alterações 
significativas das funções vitais. A intoxicação pode advir por inalação, ingestão 
ou contato direto.
Agora, discutiremos os principais aspectos a serem analisados em relação às 
suas classificações, as quais, segundo Oga (2021) e Klaassen e Watkins (2012), 
podem ser de acordo com:
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Tempo de exposição
Intoxicação aguda: decorre de um único contato (dose única/relacionado 
à potência da droga) ou múltiplos contatos (efeitos cumulativos) com o agente 
tóxico, num período de tempo aproximado de 24 horas. Os efeitos surgem de 
imediato ou no decorrer de alguns dias. 
Intoxicação subaguda: ocorre devido a exposições repetidas a substâncias 
químicas. Normalmente, essa exposição ocorre em um período menor ou igual 
a um mês. 
Intoxicação crônica: efeito tóxico após exposição prolongada a doses cumu-
lativas do toxicante num período prolongado que varia, geralmente, de mais de 
três meses a anos. 
Severidade leve: intoxicação rapidamente reversível que desaparece com o 
fim da exposição. 
Moderada: quando os distúrbios são reversíveis e não o suficiente para pro-
vocar danos. 
Severa: quando ocorrem mudanças irreversíveis suficientemente severas 
para produzir lesões graves ou morte. 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 7
PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS
As interações entre fitoterápicos e alimentos bem como entre medicamentos 
em geral são, muitas vezes, confundidas com leves sintomas e, frequentemente, 
negligenciados pelas pessoas, o que as faz não procurarem um sistema de saúde. 
Entretanto as intoxicações com esse tipo de interação são, na maioria das vezes, 
muito mais perigosas ao organismo do que podem parecer. Isso ocorre porque 
as pessoas, na demora em procurar ajuda especializada, passam da fase aguda 
do processo de intoxicação para crônica, um problema localizado, muitas vezes, 
torna-se sistêmico e, também, muito mais perigoso e difícil de ser revertido.
Duas populações devem ser consideradas de alto risco: a idosa e a infantil. 
A idosa utiliza, na sua grande maioria, a polifarmácia, ou seja, muitos medica-
mentos, e o risco de interação aumenta quando associado a possíveis problemas 
hepáticos e renais. Já em relação à infantil, deve-se levar em consideração que a 
ingestão é acidental ou mesmo provocada pelos pais, quando a criança se remete 
a sintomas inespecíficos, como choro e dores abdominais, o que pode dificultar 
a percepção do problema.
Segundo a RDC n° 26, de 13 de maio de 2014, da Agência Nacional de Vigilân-
cia Sanitária, a Anvisa (BRASIL, 2014), o fitoterápico é definido como medicamento 
produzido a partir de extratos de plantas medicinais que apresentem alguma ação 
terapêutica. Sua eficácia e segurança bem como efeitos terapêuticos comprova-
dos, composição padronizada e segurança de uso para a população. A qualidade 
deve ser alcançada mediante o controle das matérias-primas, do produto acaba-
do, dos materiais de embalagem, formulação farmacêutica e estudos de esta-
bilidade que são validados por meio da etnofarmacologia, das documentações 
científicas publicadas e por ensaios clínicos, devidamente fiscalizados pela Anvisa 
(SIMÕES et al., 2007).
APROFUNDANDO
Sabe-se que a prática da fitoterapia cresce a cada dia, muito impulsionada pelo 
seu custo mais acessível, fácil acesso e vasto interesse da população por tera-
pias menos agressivas, além de ser uma prática comum na sociedade, fazendo 
com que as pessoas enxerguem na fitoterapia um método de cura e prevenção 
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mais acessível. Desse modo, a Organização Mundial da Saúde (OMS), durante 
a conferência em Alma-Ata, em 1978, reconheceu oficialmente o uso de plantas 
medicinais e fitoterápicos com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para 
fins de diagnóstico (HARAGUCHI; CARVALHO, 2010).
No Brasil, em 22 de junho de 2006, foi aprovada a Política Nacional de Plan-
tas Medicinais e Fitoterápicos e criado um Grupo de Trabalho Interministerial, 
com a participação da sociedadecivil, visando à elaboração do Programa Nacio-
nal de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, cujo objetivo era estabelecer medidas 
voltadas tanto à garantia de acesso seguro quanto de uso racional e correto de 
plantas medicinais e fitoterápicos pela população, com segurança e eficácia (BRA-
SIL, 2006). Medida necessária, uma vez que a falta de informação da população a 
respeito dos seus efeitos adversos, com o comércio facilitado dos medicamentos, 
frequentemente, fazem com que esses sejam consumidos sem a devida orientação 
de um profissional qualificado. Principalmente porque a crença popular “se é 
natural não faz mal”, muitas vezes, é um equívoco e inibe os indivíduos de relatar 
ocorrências de reações adversas causadas pelo uso de remédios populares. Assim, 
utilizar um composto de forma inadequada, mesmo quando ele apresenta baixa 
toxicidade, pode provocar riscos à saúde (HOEFLER, 2008).
Leia, na íntegra, a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, que tem 
como objetivo garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de 
plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversi-
dade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional. Recursos 
de mídia disponível no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem.
EU INDICO
Portanto, sabe-se que quando a população não recebe a devida orientação, mos-
tra-se mais suscetível aos efeitos danosos produzidos pelas plantas medicinais e 
fitoterápicas. Esses efeitos nocivos são decorrentes da administração isolada ou 
quando associados aos medicamentos sintéticos. 
Desse modo, agora, analisaremos os principais pontos das interações que 
resultam nas intoxicações nos fitoterápicos (SIMÕES et al., 2007). O processo 
de intoxicação vegetal pode ser: 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 7
• Fulminante: quando leva à morte do indivíduo.
• Aguda: quando o organismo apresenta defesa orgânica;.
• Crônica: quando o indivíduo apresenta equilíbrio funcional orgânico 
que bloqueia a atividade tóxica. 
Destaca-se que os compostos que agem sobre os centros nervosos são bem mais 
lesivos para o ser humano (HOEFLER, 2008).
As intoxicações fitoterápicas são comuns e ocorrem por inúmeros motivos, 
tais como: falta de informações a respeito do cultivo, reações adversas, posologia, 
duração do tratamento, entre outras. Interações entre plantas e fármacos costu-
mam levar a alterações farmacológicas e, ainda, à toxicidade do medicamento. 
Essas interações podem ser do tipo:
Farmacodinâmicas: há aumento ou diminuição do efeito do fármaco, devido 
ao sinergismo ou antagonismo (OGA, 2021). Esses efeitos sinérgicos descritos 
nos fitoterápicos, normalmente, estão relacionados à combinação de extratos 
com distintos tipos de métodos de extração, como no caso da erva-de-são-joão 
(Hypericum perforatum L.), largamente utilizada como fitoterápico, que tem 
sido objeto de vários estudos de sinergia entre componentes de extratos vegetais. 
Estudos in vitro corroboram essa hipótese, mostrando que procianidinas presen-
tes no extrato, desprovidas de ação antidepressiva, são capazes de potencializar a 
ação da hypericina. O mecanismo proposto para esse efeito sinérgico é o aumento 
da solubilidade em água da hypericina em presença desaas procianidinas, com 
destaque para a procianidina B2 (15), a qual se traduz em aumento considerável 
(140-160%) na biodisponibilidade da primeira (NEWMAN; CRAGG, 2016).
Farmacocinéticas: desencadeiam alterações na absorção e disposição do 
fármaco no organismo, levando à alteração na concentração plasmática. Podem 
acontecer na absorção, distribuição, metabolismo ou excreção. Na absorção, 
interferem tanto na velocidade, o que conduz à mudança na intensidade do 
efeito farmacológico, quanto na redução ou aumento da quantidade de fármaco 
a ser absorvido. 
Interações que alteram a metabolização são as mais comuns e podem ocorrer 
devido a alguns compostos de determinada planta, os quais causam indução ou 
inibição das enzimas responsáveis pelo metabolismo oxidativo pertencentes ao 
citocromo P450, o principal responsável por eliminar a droga do organismo 
(OGA, 2021).
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A cada ano, são registrados diversos casos de intoxicações por plantas tóxicas 
ornamentais que envolvem, principalmente, crianças e pequenos animais de esti-
mação que ingeriram, de forma acidental, plantas ornamentais tóxicas. Não é raro 
tais plantas serem cultivadas dentro das residências, como plantas ornamentais. As 
plantas tóxicas são encontradas em todos os lugares, seja dentro das residências, 
seja nos jardins e praças. Além disso, é bastante comum a ocorrência de plantas 
tóxicas nas áreas rurais, as quais não são conhecidas pelas populações locais, fa-
vorecendo o acontecimento de intoxicações (OSÓRIO-DE-CASTRO, 2010).
Agora, relacionaremos as principais interações entre os medicamentos e os 
fitoterápicos:
Ginkgo biloba (Ginkgo biloba L .): 
O uso do ginkgo biloba deve ser evitado concomitante ao omeprazol, fármaco 
utilizado no tratamento da úlcera péptica e do refluxo gastroesofágico, o qual 
apresenta metabolização, principalmente, via isoforma CYP2C19 do sistema 
hepático P450. Estudos demonstram que a interação entre esses fármacos promove 
a redução da biodisponibilidade e aumenta a concentração plasmática do seu 
metabólito ativo. Este resultado indica que o ginkgo é capaz de induzir a isoforma 
CYP2C19 e, com isso, reduzir a concentração plasmática do omeprazol (HOEFLER, 
2008).
Além desse efeito, o uso do ginkgo biloba deve ser evitado concomitante a:
• Anticoagulantes e/ou antiplaquetários: podem aumentar o risco de complicações 
hemorrágicas, já que esses medicamentos aumentam a fluidez sanguínea.
• Nifedipina (antagonista dos canais de cálcio): é capaz de aumentar a frequência 
de efeitos adversos desse anti-hipertensivo, tais como cefaleia, rubor e edema do 
tornozelo.
• Anticonvulsivantes: a eficácia deles é reduzida (GONÇALVES, 2019). 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 7
Boldo (Peumus boldus Molina) 
A boldina causa inibição da agregação plaquetária decorrente da não formação do 
tromboxano A2, desse modo, pacientes que estão sob a terapia de anticoagulantes 
não devem ingerir, concomitantemente, medicamentos contendo boldo, por causa 
da ação aditiva à função antiplaquetária de anticoagulante. Outro efeito importante 
ocorre no uso prolongado e abusivo do boldo como laxativo, pois poderá ocorrer 
intensificação da ação de fármacos antiarrítmicos, como a quinidina, a qual afeta os 
canais de potássio (FILHO; CECCONI; ZANCHETT, 2021).
Ginseng (Panax ginseng C. A. Meyer) 
Destaca-se a interação com estrogênios, cujos efeitos adversos ocorrem devido 
ao aumento da atividade estrogênica, por exemplo, mastalgia e excesso de 
sangramento menstrual, provavelmente, causados pela atividade estrogênica 
sinérgica. Ainda, destaca-se que o ginseng pode interagir com os hipoglicemiantes, 
levando à hipoglicemia por mecanismos ainda não elucidados, mas provavelmente, 
pelo fato de o ginseng aumentar a sensibilidade aos receptores de insulina (FILHO; 
CECCONI; ZANCHETT, 2021).
Hipérico (Hypericum perforatum Linaeus ou erva-de-são-joão) Promove redução 
do nível sérico de vários fármacos, provavelmente, por indução das enzimas 
hepáticas (citocromo P450–isoenzima CYP1A2). Há relatos de interações do hipérico 
com drogas antirretrovirais, momento em que há o risco de interferência na ação do 
indinavir, diminuindo significativamente a concentração plasmática do inibidor de 
protease, no qual os outros inibidores de protease (nelfinavir, ritonavir e saquinavir) 
interagem, talvez, de maneira similar. Há, ainda, a interação com a sinvastatina e 
digoxina, que têm seus níveis plasmáticos diminuídos pelo hipérico (GONÇALVES, 
2019).
Camomila (Matricaria recutita L .)
 Interage com anticoagulantes, como a varfarina, resultando no aumento do risco de 
sangramento. Também há indícios da sua interação com os barbitúricos, representado 
pelo fenobarbital e outrossedativos, neste caso, a camomila intensifica e aumenta 
a ação depressora do sistema nervoso central, portanto, reduz a absorção de ferro 
ingerido (GONÇALVES, 2019).
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Chá verde (Camellia sinensis [L.] Kuntze) 
Sua composição tem cafeína, esta, por sua vez, interage com a efedrina, podendo 
interferir em fatores cardiovasculares e causar aumento da pressão arterial, risco de 
infarto e ataque cardíaco (SIMÕES et al., 2007).
Eucalipto (Eucalyptus globulus) 
Óleo essencial obtido a partir das folhas do eucalipto, induz enzimas hepáticas 
envolvidas no metabolismo de fármacos, e a ação de outras drogas pode ser 
diminuída quando são administradas concomitantemente. Relatos clínicos associam 
a administração oral do óleo de eucalipto com dificuldade de raciocínio e alterações 
no sistema nervoso; estes sintomas correm o risco de ser intensificados quando essa 
droga é administrada conjuntamente com medicamentos que atuam no sistema 
nervoso central, por exemplo, benzodiazepínicos, barbitúricos, narcóticos, alguns 
antidepressivos e álcool (GONÇALVES, 2019).
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TEMA DE APRENDIZAGEM 7
Uso racional: 
A toxicidade de fitoterápicos tem se tornado um sério problema de saúde pública, 
isso porque, além de causar reações adversas pelos seus próprios constituintes, 
promove interações com alimentos ou medicamentos, sendo fundamental a orien-
tação direcionada ao uso racional. O entendimento do uso racional de medicamen-
tos está pautado no processo que compreende a prescrição apropriada, a disponi-
bilidade oportuna e a preços acessíveis, a dispensação em condições adequadas 
e o consumo nas doses indicadas, nos intervalos definidos e no período de tempo 
indicado, de medicamentos eficazes, seguros e de qualidade (TAVARES, 2012).
As dificuldades encontradas no sistema de saúde, entretanto, aliadas aos fatores 
como o baixo poder aquisitivo, falta de programas educativos em saúde para 
a população em geral, além de outros aspectos, leva as pessoas a praticarem a 
automedicação, baseando-se em qualquer informação recebida por leigos e que 
são tomadas como verdadeiras para o restabelecimento da saúde. Desse modo, a 
cultura popular na utilização de plantas medicinais, trazida através dos tempos, 
corrobora o uso indiscriminado de plantas medicinais dentro do contexto da au-
tomedicação, esta entendida como a utilização de medicamentos sem prescrição, 
orientação e/ou o acompanhamento. 
Assim, em setembro de 2003, o Relatório Final da Primeira Conferência Na-
cional de Medicamentos e Assistência Farmacêutica, ocorrida em Brasília-DF, 
evidenciou as propostas sobre o uso de fitoterápicos, considerando a necessi-
dade de políticas que englobassem o aconselhamento do seu uso correto, a fim 
de evitar o desenvolvimento dos efeitos indesejáveis (TAVARES, 2012; FILHO; 
CECCONI; ZANCHETT, 2021).
O risco é definido como a probabilidade de ocorrer um efeito adverso, com 
base na exposição e potência de um ou mais agentes tóxicos. A determinação do 
risco de intoxicação é calculada por meio de estudos de avaliação ou monitora-
mento da exposição aos agentes potencialmente danosos, tendo como interface 
de pesquisa a ótica ambiental e biológica. Dentre os fatores que podem influen-
ciar o quadro de intoxicação, a idade dos indivíduos expostos ganha destaque. 
Crianças e idosos são considerados grupos mais suscetíveis a intoxicação, quando 
expostos a um agente sabidamente tóxico (OGA, 2021).
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As crianças têm características que as tornam mais susceptíveis aos acidentes 
tóxicos, destacando-se a imaturidade física e mental, a inexperiência e a incapaci-
dade para prever e evitar situações de perigo bem como a curiosidade e motiva-
ção em realizar tarefas. Desse modo, acidentes na infância constituem um sério 
problema de saúde pública no mundo. As intoxicações exógenas envolvendo 
crianças menores de cinco anos são frequentes no mundo inteiro e costumam 
responder por, aproximadamente, 7% de todos os acidentes, dos quais 2% evo-
luem para óbito. Nos países desenvolvidos, as intoxicações exógenas constituem 
a principal causa de mortalidade nas crianças acima de um ano de idade. Além 
disso, os acidentes não fatais representam importante custo aos sistemas de saúde 
(KLAASSEN; WATKINS, 2012).
Interações entre fitoterápicos e alimentos
O uso de medicamentos de origem vegetal ou de plantas medicinais, assim como 
medicamentos alopáticos, está sujeito a interações com alimentos, o que aumenta 
as chances de o organismo reduzir a absorção do próprio princípio ativo e, também, 
dos nutrientes essenciais.
Como já foi abordado, os fitoterápicos são constituídos por uma mistura com-
plexa de vários compostos químicos, o que torna a previsão de interações mais 
difícil de identificar. Alguns fitoterápicos diminuem a absorção de sais minerais, 
como o ferro e cálcio, gerando deficiência alimentar (COSTA, 2017).
Uma alimentação equilibrada e variada possibilita a manutenção da saúde, 
pois proporciona os nutrientes necessários e os compostos bioativos que reduzem 
os riscos de doenças. Os alimentos ou ingredientes que aleguem propriedades 
funcionais básicas produzem efeitos metabólicos e/ou fisiológicos, e devem ser 
consumidos de forma segura, sem supervisão médica.
Alguns compostos minerais presentes nas plantas possuem um papel pre-
ventivo no combate de doenças, entretanto, o desequilíbrio eletrolítico pode ser 
tóxico ao organismo, principalmente o de magnésio, zinco, manganês e selênio, 
uma vez que atuam em importantes vias metabólicas (POLACOW, 2020; FILHO; 
CECCONI; ZANCHETT, 2021).
As interações entre nutrientes dependem, na sua maioria, dos hábitos alimen-
tares do indivíduo e não apresentam muitas consequências clínicas, se houver 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 7
consumo de dieta equilibrada. O desequilíbrio no consumo dos alimentos e o 
uso crônico de alguns fármacos devem ser considerados, pois podem ocasionar 
algumas dessas interações negativas (COSTA, 2017).
A ocorrência da interação depende da natureza física e química do medica-
mento, da formulação na qual o medicamento é administrado, do tipo e volume 
da refeição, da ordem de ingestão entre alimento e medicamento, do intervalo 
de tempo entre alimentação e administração do medicamento, da idade e estado 
nutricional do indivíduo (POLACOW, 2020).
Deve-se destacar que com o aumento de doenças crônicas em grande parte 
da população, aumentou, também, a procura por hábitos alimentares mais sau-
dáveis. Uma das categorias alimentares mais procuradas é a dos novos alimentos/
ingredientes, substâncias bioativas, alimentos para fins especiais e, até mesmo, 
medicamentos fitoterápicos derivados de alimentos (TAVARES, 2012).
As interações de alimentos atrasam o esvaziamento gástrico e reduzem a 
absorção de muitos fármacos; a quantidade total absorvida de fármaco pode ser 
ou não reduzida. Para garantir o uso eficaz e seguro, é necessário identificar os 
possíveis riscos de interações aos quais estão expostos os indivíduos que fazem 
o uso concomitante desses compostos com tipos diferenciados de alimentos. 
Portanto, agora, apresentaremos as principais interações entre fitoterápicos 
e alimentos presentes na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais, a 
Rename (TAVARES, 2012).
SENE (SENNA ALEXANDRINA MILL):
Fitoterápico utilizado como laxante, reduz a absorção de nutrientes dos alimentos.
SALGUEIRO (SALIX ALBA L .):
Fitoterápico utilizado como antitérmico, anti-inflamatório e analgésico, reduz a absor-
ção de ferro (POLACOW, 2020).
PSYLIUM (PLANTAGO OVATA):
Fitoterápico utilizado para reduzir os níveis de colesterol circulante, reduz a absorção 
de cálcio (POLACOW, 2020).
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HORTELÃ-PIMENTA (MENTHA PIPERITA L .):
Fitoterápico utilizado para cólica e gases intestinais, reduz a absorção de ferro.
CASCARA SAGRADA (RHAMNUS PURSHIANA D.C.):
Fitoterápico utilizado para constipação intestinal, interfere na absorção de nutrientes e 
alimentos (COSTA, 2017).
ALHO (ALLIUM SATIVUM L .):
Se utilizadocom anticoagulantes orais como a varfarina, pode aumentar o tempo de 
sangramento e intensificar o efeito de drogas hipoglicemiantes (insulina e glipizida), 
levando à hipoglicemia (SIMÕES et al., 2007).
ALCAÇUZ (GLYCYRRHIZA GLABRA):
Desencadeia possível quadro de pseudoaldosteronismo por ação mineralocorticoide 
(caracterizado por retenção de sódio, cloro e água, edema, hipertensão arterial e, oca-
sionalmente, mioglobinúria) (COSTA, 2017).
Após essas observações, fica evidente que o controle na utilização e prescrição 
dos fitoterápicos é imprescindível para evitar efeitos adversos e toxicológicos. 
Desse modo, resoluções examinadas com intuito de controlar essas prescrições 
foram elaboradas na Resolução CFN nº 525/2013, recentemente promulgada, 
a qual “Regulamenta a prática da fitoterapia pelo nutricionista, atribuindo-lhe 
competência para, nas modalidades que especifica, prescrever plantas medici-
nais, drogas vegetais e fitoterápicos como complemento da prescrição dietética 
e, dá outras providências” (BRASIL, 2013, on-line).
Essa medida foi necessária, uma vez que a prescrição de fitoterapia exige o 
domínio de um vasto cabedal de conhecimentos e demanda cuidadosa análise 
do efeito terapêutico, avaliação de dosagem, forma de apresentação, duração do 
tratamento, efeitos colaterais adversos, interações com medicamentos, outros 
fitoterápicos e alimentos, pois as interações desencadeiam efeitos duplicados, 
opostos, alterações na absorção, no metabolismo e na excreção, ou seja, essas inte-
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TEMA DE APRENDIZAGEM 7
rações implicam, muitas vezes, toxicidade, ineficácia do tratamento, deficiências 
nutricionais, entre outras consequências (COSTA, 2017).
NOVOS DESAFIOS
Estudante, para a prescrição de fitoterápicos de forma segura, é imperioso que 
o profissional busque capacitação específica voltada ao desenvolvimento de co-
nhecimentos e habilidades, com objetivo de minimizar os potenciais riscos que 
a utilização desses fitoterápicos venha a trazer, garantindo a eficácia deles, sem o 
desenvolvimento dos efeitos tóxicos ao organismo.
Ao terminarmos o estudo conceitual deste tema, esperamos que você tenha 
se conscientizado da importância da análise e prescrição do fitoterápico no co-
tidiano das pessoas. 
Assim, aqui vai o nosso último desafio: que tal analisar quais fitoterápicos 
você ou alguém da sua família faz ou já fez uso e levantar quais as possíveis inte-
rações que eles teriam? Vamos lá?
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1. As análises de interação medicamentosa são imprescindíveis tanto no uso dos fitoterápi-
cos quanto na sua possível interação com os alimentos. Desse modo, avalie as seguintes 
asserções e a relação proposta entre elas. 
I - Produtos de origem vegetal apresentam, em sua composição, inúmeros metabólitos 
ativos com potencial terapêutico, assim, devem passar por testes que comprovem qual 
sua dose efetiva e tóxica
PORQUE
II - mesmo sendo de origem vegetal, podem apresentar interações entre compostos ativos 
de outras substâncias e, também, com alimentos ingeridos diariamente pelas pessoas.
 A respeito das asserções, assinale a assertiva correta: 
a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I.
b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são proposições falsas.
2. Os conceitos da toxicologia são amplos e complexos, entretanto, seu estudo é impres-
cindível, atualmente, em diversas áreas. Desse modo, descreva o conceito de intoxicação. 
3. Composto que promove redução do nível sérico dos fármacos quando associados, uma vez 
que induz a concentração das enzimas hepáticas, em especial, a CP450. Sua interferência 
ocorre principalmente quando associado aos inibidores de protease. 
Assinale a alternativa que descreve corretamente a substância que possui o tipo de interação 
de apresentado:
a) Ginkgo.
b) Hipérico.
c) Sene.
d) Alho.
e) Psyllium.
AUTOATIVIDADE
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4. Composto utilizado para reduzir os níveis de colesterol sérico, entretanto interfere na ab-
sorção de cálcio. 
Assinale a alternativa que descreve corretamente a substância que possui o tipo de interação 
apresentado: 
a) Ginkgo.
b) Hipérico.
c) Sene.
d) Alho.
e) Guaco.
5. No Brasil, em 22 de junho de 2006, foi aprovada a Política Nacional de Plantas Medicinais 
e Fitoterápicos e criado um Grupo de Trabalho Interministerial, com a participação da so-
ciedade civil, visando à elaboração do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitote-
rápicos, cujo objetivo era estabelecer medidas voltadas tanto à garantia de acesso seguro 
quanto de uso racional e correto de plantas medicinais e fitoterápicos pela população, com 
segurança e eficácia (BRASIL, 2006, on-line). 
Fonte: BRASIL. Decreto nº 5.813, de 22 de junho de 2006. Aprova a Política Nacional de Plantas Medici-
nais e Fitoterápicos e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2006. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/decreto/d5813.htm. Acesso em: 13 dez. 2023.
Quais são as medidas necessárias exigidas pela Anvisa para a qualidade do fitoterápico? 
AUTOATIVIDADE
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto nº 5.813, de 22 de junho de 2006. Aprova a Política Nacional de Plantas Me-
dicinais e Fitoterápicos e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2006. 
Disponível em: https://l1nk.dev/fxDWd. Acesso em: 13 dez. 2023.
BRASIL. Resolução CFN nº 525, de 25 de junho de 2013. Regulamenta a prática da Fitoterapia 
pelo nutricionista, atribuindo-lhe competências para, nas modalidades que especifica, pres-
crever plantas medicinais e chás medicinais, medicamentos fitoterápicos, produtos tradicionais 
fitoterápicos e preparações magistrais de fitoterápicos como complemento da prescrição dieté-
tica e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2013. Disponível em: https://
www.cfn.org.br/wp-content/uploads/resolucoes/Res_525_2013.html. Acesso em: 13 dez. 2023.
BRASIL. Resolução da Diretoria Colegiada nº 26, de 13 de maio de 2014. Dispõe sobre o regis-
tro de medicamentos fitoterápicos e o registro e a notificação de produtos tradicionais fitoterá-
picos. Brasília, DF: Presidência da República, 2014. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/
bvs/saudelegis/anvisa/2014/rdc0026_13_05_2014.pdf. Acesso em: 13 dez. 2023.
COSTA, E. A. Tratamento alternativo através das plantas. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2017.
FILHO, V. C.; CECCONI, C.; ZANCHETT, C. Fitoterapia Avançada. Porto Alegre: Artmed, 2021.
GONÇALVES, J. S. Manual de Prescrição de Fitoterápicos pelo Nutricionista. São Paulo: Athe-
neu, 2019.
HARAGUCHI, L. M. M.; CARVALHO, O. B. Plantas Medicinais. São Paulo: Secretaria do Verde e do 
Meio Ambiente, 2010.
HOEFLER, R. Interações medicamentosas. In: BRASIL. Formulário terapêutico nacional 2008: 
Rename 2006. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2008. p. 30-33.
KLAASSEN, C. D.; WATKINS, J. B. Fundamentos de Toxicologia de Casarett e Doull. 2. ed. Porto 
Alegre: AMGH, 2012. 
NEWMAN, D. J.; CRAGG, G. M. Natural products as sources of new drugs over the 30 years from 
1981 to 2014. Journal of Natural Products, [s. l.], v. 69, n. 629, 2016.
OGA, S. Fundamentos de toxicologia. 5. ed. São Paulo: Atheneu, 2021. 
OSÓRIO-DE-CASTRO, C. G. S. Interações Medicamentosas. In: FUCHS, F. D.; WANNMACHER, L. 
(ed.). Farmacologia clínica: fundamentos da terapêutica racional. 4. ed. Rio de Janeiro: Guana-
bara Koogan, GEN, 2010. p. 115-123.
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3
REFERÊNCIAS
POLACOW, M. Nutracêutica Clínica Estética Esportiva e Prescrição de Fitoterápicos. Barueri: 
Manole, 2020.
SIMÕES, C. M. O. et al. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 6. ed. Porto Alegre: Editora 
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2007.
TAVARES, J. C. Formulário Médico-Farmacêutico de Fitoterapia Avançada. 3. ed. São Paulo: 
Pharmabooks,2012. 
ZAMBOLIM, C. M. et al. Perfil das intoxicações exógenas em um hospital universitário. Revista 
Médica de Minas Gerais, [s. l.], v. 18, n. 1, p. 5-10, 2008.
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1. Opção B. A análise das asserções indica que ambas são verdadeiras, mas a II não é uma 
justificativa direta da primeira I.
2. Intoxicação é o processo patológico causado por substâncias endógenas ou exógenas, o que 
leva ao desequilíbrio fisiológico. Ela é determinada por existir evidências de sinais e sintomas, 
ou ainda, alterações patológicas detectadas mediante provas diagnósticas, caracterizando 
os efeitos nocivos provocados pela interação do intoxicante com o organismo. 
3. Opção B. Hipérico é o composto que promove redução do nível sérico dos fármacos quando 
associados, uma vez que induz a concentração das enzimas hepáticas, em especial, a CP450. 
Sua interferência ocorre, principalmente, quando associado aos inibidores de protease. 
4. Opção E. Guaco é o composto utilizado para reduzir os níveis de colesterol sérico, entretanto, 
interfere na absorção de cálcio. 
5. O fitoterápico deve ter sua eficácia e segurança, por meio de efeitos terapêuticos compro-
vados, composição padronizada e segurança de uso para a população. A qualidade deve 
ser alcançada mediante o controle das matérias-primas, produto acabado, materiais de 
embalagem, formulação farmacêutica e estudos de estabilidade que são validados por 
meio da etnofarmacologia, documentações científicas publicadas e por ensaios clínicos, 
devidamente fiscalizados pela Anvisa
GABARITO
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MINHAS ANOTAÇÕES
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MINHAS ANOTAÇÕES
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MINHAS METAS
COSMETOLOGIA
Conhecer conceitos básicos de cosmetologia.
Compreender as principais matérias-primas e técnicas de preparo das formulações 
cosméticas.
Conhecer os ensaios realizados com os produtos cosméticos para avaliar a eficácia, quali-
dade e aceitação desses produtos pelo consumidor.
Realizar a análise teórica das rotulagens cosméticas a partir das propriedades intrínsecas 
das matérias-primas.
Entender as formulações, regulamentação, indicações e reações dos cosméticos.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 8
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INICIE SUA JORNADA
Quantos fármacos e cosméticos você usa em um dia?
Observe esta narração: “Ana acorda, depois de repousar a noite em seu traves-
seiro, ainda com o aroma do amaciante de flores do campo na fronha. Levanta-se 
e segue para o banho matinal, com seu sabonete e xampu, e sem esquecer de de-
pois escovar os dentes com o creme dental com flúor. Então, abre uma gaveta do 
seu armário, de onde retira uma cartela de anticoncepcional e vai para a cozinha 
tomar o seu café da manhã. Delicia-se com uma fatia de bolo, saindo fresquinho 
da padaria, e o suco de pêssego em caixa e, então, bebe o comprimido com água. 
Em seguida, volta ao quarto para se vestir e se maquiar: base, rímel, batom... E, 
antes de sair, ainda vê na TV uma propaganda de protetor solar”. 
Percebeu a infinidade de fármacos, produtos cosméticos e de higiene pessoal 
que utilizamos em nosso dia a dia?
Pois bem, os cosméticos apresentam um mercado com importantes avanços 
tecnológicos, além de despertar o interesse de milhares de consumidores, sejam 
eles do sexo feminino, sejam do masculino. O mercado de cosméticos e da beleza 
surge com o objetivo de proporcionar prazer e bem-estar, garantindo resultados 
palpáveis e, consequentemente, melhor qualidade de vida.
O Brasil é o terceiro maior mercado de produtos de higiene pessoal, perfu-
maria e cosméticos, atrás apenas dos Estados Unidos (1º) e do Japão (2º), o que 
nos permite inferir que nosso país possui grande espaço para profissionais da 
estética e para profissionais que elaboram esses produtos, como farmacêuticos, 
químicos, entre outros profissionais.
Neste tema, veremos os conceitos básicos da área de cosmetologia; os proce-
dimentos para declarar um cosmético eficaz e seguro; as regulamentações vigen-
tes; e as principais matérias-primas e metodologias utilizadas para a formulação 
desses produtos.
Estudante, ouça agora o podcast sobre a proibição do uso de animais em testes 
para cosméticos. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente 
virtual de aprendizagem.
PLAY NO CONHECIMENTO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
COSMETÍCOS
Os Cosméticos são substâncias, misturas ou formulações usadas para melhorar 
ou para proteger a aparência ou odor do corpo humano. 
Dentro do campo dos cosméticos, há uma infinidade de produtos que abrangem 
desde a pele até o sistema capilar, as unhas, os lábios, os órgãos genitais externos, 
os dentes e as membranas mucosas da cavidade oral. Todos esses produtos têm 
como principais objetivos limpeza, proteção e correção de aparência ou odores 
corporais.
HISTÓRIA DOS COSMÉTICOS
Existem muitos relatos históricos dos povos primitivos sobre substâncias usadas 
para maquiagem e embelezamento, demonstrando que, já na Pré-História, existia 
a preocupação com a aparência. Desde aquela época, os rostos eram pintados, e 
os corpos, tatuados, para agradar os deuses e afugentar os maus espíritos.
A história dos cosméticos acompanhou, por meio dos tempos, a própria his-
tória do Homem e esteve sempre ligada à sua evolução científica e cultural. No 
Egito, em tumbas com cerca de 5.000 anos, foram encontrados recipientes com 
materiais usados para fins cosméticos. Das folhas de henna os egípcios extraíam 
os corantes usados para colorir as palmas das mãos, as plantas dos pés, as unhas 
e o cabelo (HEEMANN et al., 2010).
 “ Em sarcófagos e tumbas datadas de cerca de 1400 a.C. também 
foram encontrados recipientes contendo preparações, segundo os 
historiadores, semelhantes aos cremes, incensos, óleos diversos e 
equipamentos para a decoração e tratamento do corpo. Cleópatra, a 
última rainha do Egito, representou o símbolo da cosmetologia pe-
los seus cuidados cosméticos (VIGLIOGLIA; RUBIN, 1991, p. 26).
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Os cosméticos estiveram presentes durante todas as épocas e civilizações, no Re-
nascimento, por exemplo, os cosméticos deram ênfase à beleza da mulher, fatos 
que foram evidenciados em quadros de pintores famosos, como o de Leonardo da 
Vinci. A obra Gioconda, tão referenciada e destacada na UNIASSELVI, tem como 
objetivo destacar a beleza das mulheres daquela época (HEEMANN et al., 2010).
Apesar dos extremos cuidados dedicados à aparência, contudo, persistia a 
falta de higiene e, como resultado, o odor desagradável era exalado pelas pessoas. 
Destacava-se, então, a grande preocupação com o preparo de perfumes. A produ-
ção de perfumes iniciou em Paris, onde, até os dias atuais, constitui importante 
fator para a economia francesa (HEEMANN et al., 2010).
 “ Já na Idade Contemporânea, a liberação feminina caracterizou 
maior consumo de cosméticos e a busca pela maior diversidade de 
produtos de beleza. Para suprir essa necessidade mercado, surgiram 
as indústrias fornecedoras de novas matérias-primas para cosméti-
cos e, mundialmente, as indústrias de cosméticos fabricavam uma 
grande variedade de produtos, que, ao final do Século XIX, conso-
lidaram-se no mercado (VIGLIOGLIA; RUBIN, 1991, p. 29).
A partir de então, modernas 
tecnologias em matérias-pri-
mas, embalagens, equipamen-
tos industriais, dentre outros, 
foram incorporados no se-
tor. Também, foi necessário 
aprimorar os conhecimentos 
sobre tecidos cutâneos, técni-
cas de absorção, fotoproteção 
bem como emulsões e nano-
partículas; ainda foi necessá-
rio adquirir conhecimento 
técnico sobre testes de esta-
bilidade, segurança e eficácia 
(HEEMANN et al., 2010).
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
PRINCIPAIS DEFINIÇÕES NA COSMETOLOGIA
A palavra “cosméticos” vem de kosméticos, do grego, relativo a adorno, a prática 
ou a habilidade de adornar. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVI-
SA), na Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 211, de 14 de julho de 2005, 
define produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes como sendo: 
 “ Preparações constituídas por substânciasnaturais ou sintéticas, de 
uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema 
capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas 
mucosas da cavidade oral, com o objetivo exclusivo ou principal de 
limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência e ou corrigir odores 
corporais e ou protegê-los ou mantê-los em bom estado.
Os cosméticos são produtos que não alteram as condições fisiológicas agindo 
somente na epiderme (camada superficial da pele). Exemplos de cosméticos 
incluem maquiagens em geral, perfumes e hidratantes. No entanto é comum, 
na área da cosmetologia, o uso de outros produtos, além dos cosméticos. Esses 
produtos são denominamos: cosmecêutico, nutracêutico e nutricosmético.
COSMECÊUTICO
Quando um produto cosmético afeta, de maneira considerável, a funcionalidade 
da pele, denominamos esse produto como cosmecêutico (mistura das palavras 
cosmético e farmacêutico). São produtos ativos que possuem a capacidade de 
alterar estruturalmente a pele, ou seja, agem na camada profunda da pele, a der-
me. Nesse caso, o produto é um cosmético, mas com promessas de benefícios, 
como um produto farmacêutico. O cosmecêutico tem mecanismo de ação co-
nhecido, eficácia comprovada e, muitas vezes, utilizam os mesmos princípios 
ativos utilizados em medicamentos com ação terapêutica, porém em menores 
concentrações (RIBEIRO, 2010).
Observe que o mecanismo de ação seria o conhecimento de onde esse cosme-
cêutico atua, em qual receptor ele se liga e qual a resposta desencadeada. A eficácia 
de um cosmecêutico seria a capacidade desse produto se ligar ao seu receptor. 
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Segundo Pereira (2013, p. 23), 
 “ [...] os cosmecêuticos enquadram-se entre os segmentos de cosmé-
ticos e farmacêuticos. Apresentam como característica serem de 
uso tópico, com propriedades biológicas devido à capacidade de 
alterar a estrutura da pele, diferentemente de cosméticos que apenas 
adornam a pele, mas não agem como um medicamento.
Esses produtos podem ser vendidos e manipulados prontos e não necessitam de 
receita médica para serem comprados. Contudo é necessário que haja orientação 
de um profisional qualificado (biomédicos, farmacêuticos, entre outros profis-
sionais, com pós-graduação em estética), visto que cada produto/princípio ativo 
se adequa melhor a cada tipo de pele. 
Exemplos de cosmecêutico incluem:filtros solares, produtos utilizados para 
clareamento da pele (pellings), tratamento de acne, estrias, dentre outros (PE-
REIRA, 2013).
NUTRACÊUTICO
Esse segmento está atrelado às indústrias de alimentos e farmacêuticas e são 
definidos como produtos que possuem propriedades terapêuticas, incluindo 
prevenção ou tratamento de doenças, e, fundamentalmente, devem auxiliar na 
promoção da saúde e melhora do estado nutricional. Esses produtos incluem 
desde nutrientes isolados, suplementos dietéticos e produtos herbais até cápsulas 
contendo misturas de vitaminas, minerais e proteínas (PEREIRA, 2013).
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
NUTRICOSMÉTICO
Esses produtos surgem da união das indústrias de cosméticos e alimentos. 
São caracterizados por possuírem propriedades antioxidantes e antienvelhe-
cimento e, geralmente, são formulados em forma de alimento ou suplementos 
(PEREIRA, 2013).
VOCÊ SABE RESPONDER?
Então, qual a diferença entre produto nutracêutico e nutricosmético? 
O nutracêutico possui mais caráter terapêutico, já o produto nutricosmético é 
voltado para benefício da aparência.
É necessário, todavia, ter cuidado, pois, muitas vezes, o termo “nutracêutico” é 
confundido com o termo “alimento funcional”. Veja, alimento funcional seria aque-
le alimento que promove mais do que uma simples nutrição, ele promove efeitos 
fisiológicos benéficos aos consumidores. Já os produtos nutracêuticos são consti-
tuintes bioativos comercializados na forma de produtos farmacêuticos, como cáp-
sulas, soluções, géis, pós e granulados. Essa variedade de produtos não pode ser 
verdadeiramente classificada como alimentos, então, surgiu esse termo eletivo 
chamado nutracêutico (LIRA et al., 2009).
ZOOM NO CONHECIMENTO
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COSMÊCEUTICO NUTRACÊUTICO
NUTRICOSMÊ-
TICO
Forma 
Farmacêutica
Formulações
cosméticas (cre-
mes e loções).
Suplementos ou
cápsulas, bebidas,
balas, pós e
granulados.
Suplementos ou
cápsulas, bebi-
das e balas.
Vias de 
Administração
Tópica Oral Oral
Principais 
Aplicações
Tratamento 
antirrugas, acne, 
machas, celulite, 
antiqueda 
capilar.
Antioxidante, redu-
ção de colesterol,
energizantes, pre-
venção de doenças.
Antienvelheci-
mento,
anticelulite, 
proteção
solar, drenante, 
nutrição
capilar, 
fortalecimento
de unhas, cabelo 
e pele.
Quadro 1 - Diferenças entre cosmecêutico, nutracêutico e nutricosmético / Fonte: adaptado de Pereira (2013).
COSMÉTICOS ECOLOGICAMENTE CORRETOS 
O mercado de cosméticos orgânicos tem crescido nos últimos anos devido ao 
interesse de um grupo de consumidores que busca produtos “mais verdes”, que 
não causem danos ao meio ambiente, além de minimizar os impactos danosos à 
saúde. Cosméticos orgânicos são feitos à base de produtos naturais, produzidos 
de forma sustentável, sem agrotóxicos ou aditivos químicos, devendo utilizar 
embalagens recicláveis e ecologicamente corretas (PEREIRA, 2013). 
VOCÊ SABE RESPONDER?
Mas qual a diferença de um cosmético natural e de um cosmético orgânico? 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
COSMÉTICOS NATURAIS
Algumas empresas e consumidores consideram que, para considerar um produto 
como cosmético natural, esse produto deve ser apenas composto de matérias-
primas de origem natural. Além da origem desses insumos, são avaliados seus 
processos produtivos, sua toxicidade e sua biodegradabilidade. Diversos tipos 
de processamento químico e físico não são considerados sustentáveis para a fa-
bricação de produtos naturais, ou seja, não minimizam os impactos ambientais 
e sociais (TOZZO; BERTONCELLO; BENDER, 2012).
Ao desenvolver um produto cosmético natural, diferentes tipos de desafios 
são encontrados, a restrição de ingredientes é uma delas. Corantes sintéticos, fra-
grâncias sintéticas, polietilenoglicóis (PEGs), quaternários de amônio, silicones, 
conservantes sintéticos, dietanolamidas e derivados de petróleo são ingredientes 
cujo uso em produtos naturais é proibido pelos principais órgãos certificadores.
O cosmético natural deve apresentar, ao menos, um ingrediente derivado de 
substância natural, extraído diretamente de uma planta, não produzido por síntese 
(exemplos: esfoliantes obtidos de cascas e sementes, óleos vegetais e corantes 
minerais). Existem, também, cosméticos naturais com percentuais de ingredientes 
orgânicos. No entanto preste atenção! Um produto orgânico é um produto natural, 
mas o contrário não necessariamente é verdadeiro. O cosmético orgânico deve ter 
sua produção, utilização e eliminação com o menor impacto possível ao meio am-
biente. Um cosmético dessa categoria pode não ser natural ou orgânico, mais do 
que isso, é possível que seja totalmente sintético e continuar sendo vegano. Exem-
plos de ingredientes veganos são a parafina e a vaselina, utilizadas para substituir 
a cera de abelha (ROMERO et al., 2018).
ZOOM NO CONHECIMENTO
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Dessa forma, a lista de ingredientes permitidos para uso em produtos naturais 
é mais limitada, dificultando o processo de desenvolvimento de formulações. As 
principais dificuldades encontradas por causa da proibição de ingredientes são a es-
tabilização e o desempenho dos produtos (FLOR; MAZIN; FERREIRA, 2019).
O uso de conservantes sintéticos usados tradicionalmente no mercado de cosmé-
ticos, como fenoxietanol (Phenoxyethanol), DMDM hidantoína (DMDM Hydantoin), 
metilcloroisotiazolinona (Methylchloroisothiazolinone) e metilisotiazolinona (Me-
thylisothiazolinone), é proibido em produtos naturais, por serem potencialmente 
alergênicos. Para fazer a conservação desse tipo de produto, podem ser utiliza-
dos os seguintes compostos: ácido benzoico (Benzoic acid), ácido deidroacético(Dehydroacetic acid), álcool benzílico (Benzyl alcohol), benzoato de potássio (Potas-
sium benzoate), benzoato de sódio (Sodium benzoate), sorbato de potássio (Potas-
sium sorbate) e ácido sórbico (Sorbic acid) (FLOR; MAZIN; FERREIRA, 2019).
APROFUNDANDO
Outra grande restrição na execução de produtos naturais são os custos, visto 
que as matérias-primas de origem natural são, normalmente, mais caras que as 
sintéticas. Além disso, essa restrição faz com que, consequentemente, os produtos 
fiquem mais caros para os consumidores, que, muitas vezes, não se dispõem a 
pagar (FLOR; MAZIN; FERREIRA, 2019).
COSMÉTICOS VEGANOS
Os Cosméticos veganos possuem regras semelhantes àquelas estabelecidas para 
produtos naturais. Nesse caso, são considerados cosméticos veganos os produtos 
que não são testados em animais e cuja composição não inclui matérias-primas 
de origem animal e/ou que tenham sido testadas em animais (FLOR; MAZIN; 
FERREIRA, 2019).
É importante salientar que não existe definições oficiais para cosméticos 
veganos, dado seu caráter moral relacionado ao estilo de vida individual. 
Contudo instituições, ONGs e alguns sistemas de certificação estabelecem que 
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os cosméticos veganos são aqueles que satisfazem às condições de não terem sido 
testados em animais e não conterem ingredientes de origem animal, tais como 
ácidos graxos, ácidos nucleicos, albumina (agente coagulante em cosméticos), 
alantoína (ingrediente para tratamento de feridas), aminoácidos, biotina (textu-
rizador), carmina (pigmento), caroteno (pigmento), caseína, colesterol, esquale-
no (agente tensoativo), gelatina, geleia real, glicerina, gorduras e óleos animais, 
lactose, lanolina (emoliente), lecitina, mel (corante e emoliente), óleo de castor 
(fixador de fragrâncias), pólen de abelhas, polipeptídeos, proteína animal hidro-
lisada, quitosana, sebo, vitaminas (A, B, D, H), dentre outros. Tais ingredientes 
devem ser substituídos por ingredientes sintéticos ou de origem vegetal/mineral 
(PETA, 2024).
Existem vários sistemas de certificação aplicáveis a cosméticos com intuito de 
assegurar o caráter natural, orgânico e vegano dos cosméticos. O quadro, a seguir, 
descreve os sistemas de certificação mais comumente verificados em cosméticos 
comercializados no Brasil.
DOS SISTEMAS DE CERTIFICAÇÃO
SISTEMAS DE CERTIFICAÇÃO LOGOTIPO 
DOS SISTEMAS DE CERTIFICAÇÃO
ECOCERT – Especializado na
certificação de produtos orgânicos,
mas oferece outros serviços,
como certificação de cosméticos
orgânicos e naturais.
IBD – Certificação de produtos
orgânicos e sustentabilidade.
NATRUE – Especializada em
cosméticos naturais e orgânicos.
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B – Certificação de
cosméticos, produtos de higiene
pessoal, produtos de limpeza que
não são testados em animais.
THE LEAPING BUNNY – Especializada em 
produtos não testados em animais.
VEGANO SVB – Certificação de
produtos veganos.
Quadro 2 - Sistemas de certificação de cosméticos comercializados no brasil/ Fonte: a autora.
Em 8 de outubro de 2008, entrou em vigor a Lei nº 11.794/2008, que define os pa-
drões de pesquisas com animais no Brasil, além da criação do Conselho Nacional 
de Controle de Experimentação Animal (CONCEA), cuja atribuição é formular 
e zelar pelo cumprimento de normas relativas à utilização humanitária de ani-
mais com finalidade de ensino e pesquisa científica. Em 2014, entrou em vigor 
a Lei n° 15.316/2014, que proíbe a utilização de animais para desenvolvimento, 
experimentos e teste de produtos cosméticos no estado de São Paulo.
Desde a aprovação da Portaria n° 15.316/2014, métodos alternativos ao uso 
de animais vêm sendo utilizados para avaliação da eficácia e da toxicidade dos 
cosméticos. Atualmente, existem 17 métodos alternativos aprovados, dentre eles: 
procedimentos para avaliar irritação e corrosão da pele, irritação e corrosão ocu-
lar, fototoxicidade, absorção cutânea, sensibilização cutânea, toxicidade aguda e 
genotoxicidade (ANVISA, 2017).
Em 24 de fevereiro de 2023, entrou em vigor a Resolução n° 58, que dis-
põe sobre a proibição do uso de animais vertebrados, exceto seres humanos, 
em pesquisa científica, desenvolvimento e controle de produtos de higiene pes-
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
soal, cosméticos e perfumes que utilizem, em suas formulações, ingredientes ou 
compostos com segurança e eficácia já comprovadas cientificamente e dá outras 
providências. 
SEGURANÇA E EFICÁCIA DOS PRODUTOS COSMÉTICOS
Um cosmético seguro e eficaz pode ser definido como sendo aquele que cumpre 
o objetivo proposto com baixa probabilidade de ocorrência de danos ao usuário, 
já que a ausência total de riscos é impossível. Para a ANVISA, a atribuição de 
algum benefício ao produto cosmético obriga o fabricante a comprová-lo por 
meio de testes validados e realizados por profissionais qualificados. A descrição 
da rotulagem atribuindo benefícios deve estar de acordo com os resultados en-
contrados nos testes de eficácia, que devem ser realizados após a certificação de 
que o produto apresenta estabilidade físico-química, microbiológica e é seguro 
para o uso, portanto, é necessária a comprovação da eficácia e, posteriormente, 
da segurança (RIBEIRO, 2010).
Para garantir a eficácia e segurança dos produtos cosméticos, é necessário 
estar atento às matérias-primas utilizadas na formulação desses produtos. Essas 
matérias devem ser avaliadas em relação aos seus potenciais toxicológicos bási-
cos, ou seja, absorção cutânea, estudo do potencial de efeito sistêmico, alergênico, 
risco irritativo, efeito na reprodução (infertilidade) e fotomutagenicidade, além 
de risco irritativo potencial (RIBEIRO, 2010).
No Brasil, a RDC n° 343/05 e a RDC nº 211/05 classificam os produtos cos-
méticos, de higiene e perfumaria quanto ao grau de risco que representam à 
saúde humana, correlacionando com a sua segurança de uso, em duas categorias 
gerais de produtos.
GRAU 1
Incluem formulações que se caracterizam por possuírem propriedades básicas ou ele-
mentares, cuja comprovação não seja inicialmente necessária e não requeiram infor-
mações detalhadas quanto ao seu modo de usar e suas restrições de uso, devido às 
características intrínsecas do produto. Produtos com risco mínimo. Exemplos: cremes, 
loções e óleos para as mãos, corpo e rosto, maquiagens e desodorantes.
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O grau de risco é o nível de efeitos adversos que cada tipo de produto pode, ou 
não, oferecer considerando a formulação, a finalidade e o modo de uso. Os cri-
térios para essa classificação foram definidos levando-se em conta a finalidade 
de uso do produto, as áreas do corpo abrangidas, o modo de usar e os cuidados 
a serem observados em relação à sua utilização (RIBEIRO, 2010).
Os produtos classificados como Grau 1 devem ser notificados eletronica-
mente à ANVISA, com previsão do início de sua comercialização no mercado 
brasileiro, não necessitando de registro. Os produtos classificados como Grau 
2 só podem ser comercializados após registro. Para tal, é exigida a apresen-
tação dos resultados das avaliações de segurança e/ou eficácia. Os fabricantes 
devem ter dados comprobatórios que atestem a qualidade, segurança e eficácia 
de seus produtos e a idoneidade das respectivas descrições contidas nos rótulos, 
os quais deverão ser apresentados aos órgãos de vigilância sanitária sempre que 
solicitados. Isso obriga os fabricantes a avaliarem seus produtos quanto à eficácia, 
segurança e qualidade, seja qual for a categoria na qual eles se enquadrarem.
Como visto anteriormente, é proibida a utilização de animais para desen-
volvimento, experimentos e teste de produtos cosméticos. Diante disso, novas 
metodologias estão sendo utilizadas para determinar a eficácia e segurança de 
produtos cosméticos, dentre eles, os ensaios in vitro. Os ensaios in vitro são pro-
cedimentos realizados em laboratório fora de sistemas vivos, ou seja, são utiliza-
dos células, tecidos ou outras metodologias que não utilizem animais. 
Dentre todos os métodos paraavaliação da eficácia e segurança de cosmé-
ticos citados no quadro anterior, a utilização da pele humana 3D é a que mais 
possui vantagens, visto que a maioria dos modelos contém no máximo um ou 
dois tipos de células, dentre os mais de 15 tipos presentes na pele humana, e 
não apresentam vasculatura e apêndices (folículo capilar, glândulas sudorípara 
e sebácea) (BERNADES, 2018).
GRAU 2
Incluem formulações que possuem indicações específicas, cujas características 
exigem comprovação de segurança e/ou eficácia, informações e cuidados, modo e 
restrições de uso. Produtos com risco potencial. Exemplos: protetores solares, anti-
transpirantes para axilas ou pés, maquiagens com benefícios específicos, perfumes, 
esmaltes, produtos para alisar, ondular e tingir cabelos e produtos infantis.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
NOVOS DESAFIOS
Estudante, neste tema, tratamos alguns conteúdos relevantes relacionados à cos-
metologia. Os cosméticos são produtos que não alteram as condições fisiológicos 
da pele. Atualmente, há grande procura pelos consumidores de produtos mais 
“verdes”, dentre eles, destacam-se os cosméticos naturais, orgânicos e veganos, 
todos têm a finalidade de causar o menor impacto possível ao meio ambiente.
Para que haja uma comprovação quanto às matérias-primas e aos procedi-
mentos utilizados para a fabricação de produtos naturais, orgânicos e veganos, 
lembre-se que existem sistemas de certificação que fiscalizam desde os materiais 
utilizados até a comprovação de eficácia e segurança. Falando em eficácia e se-
gurança, todos os produtos cosméticos devem ser testados quanto ao seu perfil 
Estudante, caso o assunto de métodos alternativos para avaliação da eficácia e 
segurança de cosméticos tenha chamado sua atenção, aprofunde seu conhe-
cimento e leia o Guia para Avaliação de Segurança de Produtos Cosméticos, da 
ANVISA. Recursos de mídia disponível no conteúdo digital do ambiente virtual 
de aprendizagem.
EU INDICO
Confira a aula referente a este tema. Recursos de mídia disponível no conteúdo 
digital do ambiente virtual de aprendizagem.
EM FOCO
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toxicológico. Os produtos não 
podem causar nenhum tipo de 
reação alérgica ou sensibilizan-
te, muito menos reações sistêmi-
cas ou carcinogênicas. Hoje, no 
Brasil, é proibida a utilização de 
animais para desenvolvimento, 
experimentos e teste de produ-
tos cosméticos.
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1. Os cosméticos são classificados de acordo com o seu grau de risco. A Anvisa classifica grau 
de risco 1 os que se caracterizam por possuírem propriedades básicas e que não precisam 
de comprovação nem detalhamento do modo de uso. Já o grau 2 exige comprovação de 
segurança e/ou eficácia bem como modo e restrições de uso. 
De acordo com a classificação do grau de risco dos cosméticos, analise as afirmativas a 
seguir:
I - O protetor solar e o bronzeador fazem parte do grau de risco II. 
II - O sabonete e o shampoo infantil fazem parte do grau de risco I. 
III - A loção hidratante e o creme hidratante fazem parte do grau de risco I. 
IV - O protetor labial e o pó facial fazem parte do grau de risco II. 
V - O antirruga e o anticelulite fazem parte do grau de risco II.
É correto o que se afirma em:
a) I, III e V, apenas.
b) I, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II, III e IV, apenas.
e) II, apenas.
2. Com relação aos produtos naturais, orgânicos e veganos, analise as alternativas a seguir 
e assinale a correta:
a) Derivados de petróleo é um ingrediente cujo uso em produtos naturais é utilizado.
b) Todo produto natural é considerado um produto orgânico.
c) São considerados cosméticos veganos os produtos que são testados em animais e cuja 
composição não inclui matérias-primas de origem animal e/ou que tenham sido testadas 
em animais.
d) Todo produto orgânico é um produto natural.
e) Cosméticos orgânicos não precisam seguir padrões de certificados. 
3. A Portaria n° 15.316/2014 determina a proibição do uso de animais para desenvolvimento, 
experimentos e teste de produtos cosméticos. Nesse sentido, o que são sistemas de cer-
tificação? Qual sua finalidade?
AUTOATIVIDADE
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4. A ANVISA possui uma classificação quanto aos riscos que os cosméticos podem causar ao 
usuário. Assim, diferencie os cosméticos de graus 1 e 2.
5. Os cosméticos orgânicos e naturais são produtos formulados e produzidos com matérias-
primas orgânicas ou naturais certificadas. No Brasil, existem dois órgãos certificadores: a 
Ecocert e a IBD. 
Sobre a definição que diferenciam um cosmético orgânico de um natural, classifique V para 
as sentenças verdadeiras e F para as falsas: 
I - Cosmético natural, segundo a IBD, é aquele que tem, pelo menos, 5% de matérias-pri-
mas certificadas orgânicas. Os 95% restantes da formulação podem ser compostos por 
matérias-primas naturais.
II - Cosmético orgânico, segundo a IBD, é aquele que têm, no mínimo, 95% de matérias-pri-
mas orgânicas e 5% de matérias-primas de origem animal.
III - Cosmético natural, segundo a Ecocert, é aquele que tem, no máximo, 5% de ingredientes 
de origem animal, no mínimo, 5% de ingredientes certificados orgânicos e, no mínimo, 
90% de ingredientes vegetais.
IV - Cosméticos orgânicos, segundo a Ecocert, é aquele que tem 95% de matérias-primas 
orgânicas em relação à quantidade total das matérias-primas vegetais na formulação. 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
a) V, F, F, F.
b) F, V, F, F.
c) F, V, V, F.
d) V, F, V, F.
e) V, V, V, F
AUTOATIVIDADE
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REFERÊNCIAS
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sher%2Fview_content&_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_assetEntryId=427267&_101_INSTAN-
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2012. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/cos-
meticos/manuais-e-guias/guia-para-avaliacao-de-seguranca-de-produtos-cosmeticos.pdf/
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ANVISA. Resolução nº 211, de 14 de julho de 2005. O Diretor-Presidente da Agência Nacional 
de Vigilância Sanitária – Anvisa, no uso da atribuição que lhe confere o inciso IV do artigo 13 do 
Regulamento da Anvisa aprovado pelo Decreto 3.029, de 16 de abril de 1999. Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2005/rdc0211_14_07_2005.html. Acesso em: 
9 jan. 2024.
ANVISA. Resolução nº 343, de 13 de dezembro de 2005. A Diretoria Colegiada da Agência Na-
cional de Vigilância Sanitária, no uso da atribuição que lhe confere o art. 11, inciso IV, do Regu-
lamento da Anvisa, aprovado pelo Decreto no 3.029, de 16 de abril de 1999, c/c o art. 111, inciso 
I, alínea “b”, § 1º do Regimento Interno aprovado pela Portaria nº 593, de 25 de agosto de 2000, 
republicada em 22 de dezembro de 2000, em reunião realizada em 28 de novembro de 2005. 
Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2005/rdc0343_13_12_2005.
html. Acesso em: 9 jan. 2024.
BERNADES, J. Pele impressa em 3D substitui animais em teste cosméticos. Jornal da USP,15 
jan. 2018. Disponível em: https://jornal.usp.br/ciencias/pele-impressa-em-3d-substitui--ani-
mais-em-teste-de-cosmeticos/. Acesso em: 24 mar. 2020.
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PETA. People for the ethical treatment of animals. Animal-derived ingredientslist. c2024. Dispo-
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RIBEIRO, C. J. Cosmetologia aplicada à dermoestética. 2. ed. São Paulo: Pharmabooks, 2010.
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mr/v6n3/a03v6n3.pdf. Acesso em: 9 jan. 2024.
ROMERO, V. et al. Diferenças entre cosméticos orgânicos e naturais: literatura esclarecedora 
para prescritores. Surgical And Cosmetic Dermatology, v. 10, n.3, p. 188-193, 2018. 
TOZZO, M.; BERTONCELLO, L.; BENDER, S. Biocosmético ou cosmético orgânico: revisão de 
literatura. Revista Thêma et Scientia, Cascavel, n. 1, v. 2, 2012.
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1. Opção A. A afirmativa II está incorreta, os cosméticos infantis fazem parte do grau de risco 
II. A afirmativa IV está incorreta, o protetor labial e pó facial fazem parte do grau de risco I. 
2. Opção C. Produtos naturais e orgânicos são termos distintos, e nem todo produto natural 
é automaticamente considerado orgânico. Produtos naturais referem-se a substâncias ou 
ingredientes derivados da natureza, enquanto produtos orgânicos têm uma definição mais 
específica, relacionada ao método de cultivo ou produção, geralmente, seguindo padrões 
orgânicos certificados, sem o uso de pesticidas sintéticos, fertilizantes químicos, entre outros.
3. Os sistemas de certificação referem-se a processos organizados e regulamentados que 
concedem uma certificação a produtos, serviços ou práticas que atendem a determinados 
critérios estabelecidos por normas ou padrões específicos. Essas certificações são frequente-
mente utilizadas para indicar que um produto ou serviço cumpre com determinados requisitos 
de qualidade, segurança, sustentabilidade ou conformidade com padrões estabelecidos.
4. Grau 1: incluem formulações que se caracterizam por possuírem propriedades básicas ou ele-
mentares, cuja comprovação não seja inicialmente necessária e não requeiram informações 
detalhadas quanto ao seu modo de usar e suas restrições de uso, devido às características 
intrínsecas do produto. Produtos com risco mínimo. Exemplos: cremes, loções e óleos para 
as mãos, corpo e rosto, maquiagens e desodorantes.
Grau 2: incluem formulações que possuem indicações específicas, cujas características 
exigem comprovação de segurança e/ou eficácia bem como informações e cuidados, modo 
e restrições de uso. Produtos com risco potencial. Exemplos: protetores solares, antitrans-
pirantes para axilas ou pés, maquiagens com benefícios específicos, perfumes, esmaltes, 
produtos para alisar, ondular e tingir cabelos e produtos infantis.
5. Opção A. A sentença A é falsa. A IBD considera um cosmético natural quando possui, pelo 
menos, 5% de matérias-primas certificadas orgânicas. A sentença B é falsa. A IBD não permite 
o uso de matérias-primas de origem animal em cosméticos orgânicos certificados por eles. 
A sentença C é falsa. A Ecocert define um cosmético natural com, pelo menos, 50% de in-
gredientes vegetais e permite o uso de até 5% de ingredientes de origem animal. A sentença 
D está incorreta. A Ecocert exige que, para ser considerado um cosmético orgânico, pelo 
menos, 95% do total de ingredientes vegetais devem ser de origem orgânica.
GABARITO
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MINHAS ANOTAÇÕES
1
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MINHAS METAS
PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE 
INVASIVOS
Conhecer os procedimentos minimamente invasivos.
Compreender as técnicas e os procedimentos envolvendo o uso de toxina botulínica, 
preenchedores, bioestimulantes, mesoterapia (intradermoterapia) e procedimento 
estético injetável para microvasos (PEIM).
Investigar a indicação e as contraindicações associadas aos procedimentos minimamente 
invasivos.
Aprender a base da aplicação dos procedimentos minimamente invasivos.
Conhecer os mecanismos de ação dos procedimentos minimamente invasivos.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 9
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INICIE SUA JORNADA
A beleza é vista como um conjunto de atributos que são confortáveis aos olhos 
e que são capazes de agradar o observador. A definição de beleza é versátil, de 
acordo com aspectos culturais e do ponto de vista pessoal. O envelhecimento 
é um processo biológico e constante, que é ocasionado por razões intrínsecas 
ou extrínsecas. O processo de envelhecimento intrínseco é um evento natural 
e inevitável com o passar dos anos, o extrínseco ocorre de forma precoce por 
exposição do organismo a fatores ambientais, como a exposição ao sol. Durante 
o período de envelhecimento, ocorrem alterações bioquímicas e estruturais das 
fibras de colágeno, diminuindo sua síntese e aumentando sua degradação, como 
resultado acontece a modificação do volume facial, a perda de elasticidade, os 
sulcos e as marcas de expressões (VASCONCELOS et al., 2020).
A perda de colágeno é um dos principais contribuintes para o envelheci-
mento facial. O colágeno é uma proteína fibrosa que dá estrutura e sustentação 
à pele. Quando o conteúdo de colágeno da pele diminui com a idade, dá origem 
a sinais típicos de envelhecimento, como flacidez e rugas.
Procedimentos mínimamente invasivos, incluindo neurotoxinas, preenchi-
mentos dérmicos, ácidos, lasers, bioestimuladores, mesoterapia, procedimento 
estético injetável para microvasos (PEIM) e microagulhamento, oferecem com-
plementos poderosos e menos agressivos que a cirurgia e são altamente eficazes 
em pacientes selecionados. Esses procedimentos visam solucionar irregulari-
dades faciais, incluindo rugas e linhas finas, diminuição de volume, contorno e 
gordura indesejada. Determinar a melhor abordagem para determinado paciente 
envolve uma consideração cuidadosa das condições de saúde do paciente, carac-
terísticas anatômicas únicas, qualidade do tecido e resultados desejados.
VOCÊ SABE RESPONDER?
Você já parou para pensar se o farmacêutico poderá atuar nessa área, na Farmácia 
Estética, realizando os procedimentos minimamente invasivos? 
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DESENVOLVA SEU POTENCIAL
TOXINA BOTULÍNICA
A toxina botulínica, também conhecida popularmente como botox, é desenvol-
vida por uma bactéria denominada Clostridium botulinum, passando por um 
processo de purificação antes da sua utilização na prática estética. É amplamente 
utilizada com a finalidade de reduzir a hipertonia muscular e bloquear a liberação 
de acetilcolina no nervo pré-sináptico. Existem vários tipos de toxinas produzidas 
pela bactéria, conhecidas como A, B, C, D, E, F e G, porém a toxina botulínica 
tipo A é a mais amplamente utilizada na aplicação estética por ser a mais potente 
e a menos agressiva para o corpo humano (LEMOS, 2019).
Gostaria de convidá-lo a acessar o nosso podcast educativo, em que abordaremos 
as resoluções que regulamentam o farmacêutico na estética. Recursos de mídia 
disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem.
PLAY NO CONHECIMENTO
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O nome “botox” vem do nome comercial da toxina botulínica do tipo A, produzida 
pela indústria Allegan Inc., cujonome comercial é BOTOX®. 
O mecanismo de ação da toxina botulínica compreende o bloqueio da liberação 
de acetilcolina nos terminais pré-sinápticos, reduzindo, dessa forma, a contração 
do músculo. Quando a forma de aplicação é injetada diretamente no músculo, a 
neurotoxina é internalizada por meio de um receptor que se encontra na junção 
neuromuscular. A toxina, no entanto, realiza a quebra das ligações peptídicas da 
proteína SNARE (do inglês, Soluble N-ethylmaleimide-sensitive fator attachment 
protein receptor), que funde as vesículas de acetilcolina com as membranas na 
terminação pré-sináptica (SILVA et al., 2016).
Figura 1 - O mecanismo de ação da Toxina Botulínica / Fonte: adaptada de Flávio (2018).
Descrição da Imagem: de acordo com a figura, a toxina botulínica é injetada no músculo, e a molécula da toxina 
se liga irreversivelmente aos receptores de membrana pré-sináptica do terminal nervoso motor e, após, sofrerá 
uma clivagem proteolítica seletiva, tornando-se ativa e dando origem a duas cadeias polipeptídicas (leve e pe-
sada). A cadeia leve é liberada no citoplasma neuronal, bloqueando a acetilcolina e não ocorrendo a contração 
muscular. Fim da descrição.
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Para a aplicação de toxina botulínica com finalidade estética, é necessário co-
nhecer a anatomia facial, a função de cada músculo sobre a expressão facial e as 
linhas de expressão que ele produz.
Figura 2 - A natomia facial e linhas de expressão 
Descrição da Imagem: a figura demonstra quatro rostos com a anatomia facial e musculatura, o direcionamento 
da musculatura e as linhas de expressão. Fim da descrição. 
As “rugas de expressão”, também chamadas de dinâmicas, são provocadas por 
contrações repetitivas de certos músculos faciais, que, ao longo do tempo, trans-
formam-se em estáticas, devido ao envelhecimento. Podem ser causadas por 
exposição solar excessiva, insuficiência de fibras colágenas e elásticas nas células, 
tabagismo, ressecamento superficial da pele e fatores genéticos.
Os principais músculos para aplicar a toxina com o objetivo de rejuvenesci-
mento facial são: orbicular dos olhos, frontal, nasal, prócero, corrugador, levan-
tador do lábio e levantador de ângulo da boca. Seu uso aumenta a autoestima e 
diminui as imperfeições estéticas, como: modelamento de sobrancelha e nariz, 
linhas de expressão na testa, levantar os cantos da boca, suavizar rugas dinâmicas, 
tanto na face como no pescoço e colo, e corrigir assimetrias faciais.
O uso da toxina botulínica é seguro e eficaz na estética facial, quando com-
parado com um procedimento cirúrgico, e raramente provoca efeitos adversos. 
Todavia seu uso requer conhecimentos anatômicos, musculares e subcutâneos 
da pele. Não existem relatos na literatura de efeitos adversos letais de aplicação 
da toxina botulínica. Podem ocorrer efeitos mínimos e isolados, como edemas, 
cefaleia e hematomas locais, em função da alta vascularização da região da face 
e de pequenos traumas causados pela aplicação, que regridem logo após as pri-
meiras horas, não havendo a necessidade de qualquer tratamento, embora a dor 
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possa ser amenizada com o uso de pomadas anestésicas e com o uso de agulhas 
de menor calibre.
Dentre as principais complicações, a ptose palpebral (queda da pálpebra su-
perior) é uma das mais temidas e está relacionada à técnica utilizada durante a 
aplicação que paralisa o músculo levantador da pálpebra superior. Além disso, 
aplicações próximas à área orbital ou manipulação do local após a aplicação são 
fatores que aumentam a possibilidade de intercorrências. Geralmente, esses sin-
tomas aparecem entre sete e dez dias após a aplicação, mas, normalmente, tendem 
a ser leves e regridem espontaneamente em duas a quatro semanas. Além da 
queda da pálpebra, os pacientes, também, sentem sensação de peso e dificuldade 
de movimentar os olhos .
Figura 3 - Ptose palpebral
Descrição da Imagem: a figura demonstra ptose palpebral no olho direito, que é a queda da pálpebra. Fim da 
descrição.
Atualmente, há várias marcas de toxina tipo A disponíveis no mercado para apli-
cação estética no tratamento de rugas dinâmicas. O desafio maior é o resultado 
que cada uma desenvolve nos pacientes, pois, apesar de serem do mesmo tipo e 
possuírem mecanismos de ação similares, diferem na formulação, na maneira 
de fabricação, no tamanho do complexo etc.
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No Brasil, há cinco marcas aprovadas pela Anvisa, sendo elas:
• Botox® - Toxina onabotulínica A: ONA (Allergan, Inc., Irvine, Califórnia).
• Dysport® - Toxina abobotulínica A: ABO (Ipsen Ltd., Berkshire, Reino Unido).
• Prosigne® - TBA (Lanzhou, China).
• Xeomin® - Toxina incobotulínica A: INCO (Merz Pharma, Frankfurt).
• Botulift® - TBA (MedyTox Inc., Coreia do Sul).
Existem algumas contraindicações do uso da toxina botulínica que devem 
ser respeitadas, que são: o uso da toxina em gestantes ou lactantes; locais que 
apresentem riscos de infecções; pessoas com distúrbios neurológicos e neuro-
musculares; e pacientes sensíveis aos componentes da fórmula da toxina ou da 
albumina humana.
PREENCHEDORES
Preenchedores são substâncias atóxicas e biocompatíveis que são aplicadas na 
pele, desempenhando funções estéticas e corrigindo imperfeições e/ou disfun-
ções. O preenchedor mais amplamente utilizado para aplicação estética é o ácido 
hialurônico (SILVA et al., 2016).
O ácido hialurônico é um polissacarídeo que é encontrado naturalmente na matriz 
extracelular da pele e, devido ao seu caráter aniônico, desempenha importantes 
funções relacionadas à hidratação, ao preenchimento e à estabilização. Por ser 
uma substância biocompatível, são raras as manifestações de rejeição, sendo 
reações comuns pequenos hematomas e processos inflamatórios pós-aplicação 
(SILVA et al., 2016).
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Atualmente, vem sendo usado na estética com o objetivo de promover a susten-
tação da porção externa dos olhos, a elevação lateral das sobrancelhas e a dimi-
nuição das rugas periorbitárias. Essas vantagens apresentadas têm conquistado 
o público, uma vez que o procedimento é menos traumático que cirurgias, com 
menos efeitos adversos, menores custos e com resultados rápidos.
Além disso, tem como vantagem a disponibilidade de um tratamento alter-
nativo em casos de complicações no tratamento. A hialuronidase, uma enzima 
utilizada, tem capacidade de diminuir a viscosidade intercelular e aumentar a 
permeabilidade e a absorção dos tecidos.
Com a finalidade de obter uma aparência mais harmônica, o ácido hialurôni-
co surge como alternativa para melhorar as alterações do contorno facial, oriun-
das do processo de envelhecimento. Uma face considerada atrativa é aquela que 
apresenta simetria, bochechas altas e contornos marcados. Na análise da simetria 
da face, utiliza-se a técnica que divide a face em três terços horizontalmente.
O ácido hialurônico é uma das principais substâncias usadas em procedimen-
tos estéticos, ajudando a elevar a autoestima e reestruturar a face. As principais 
indicações são nos preenchimentos dos sulcos nasojugais, nasogenianos, rugas 
glabelares, rugas finas e na rinomodelação.
Durante o preenchimento, são utilizadas duas técnicas: as volumizadoras e as 
bioestimuladoras. A volumizadora tem o objetivo de devolver o volume da face, e 
a bioestimuladora tem a função de estimular a produção de colágeno e elastina. O 
ácido hialurônico age corrigindo as imperfeições causadas pelo envelhecimento, 
ajudando a melhorar aspectos indesejados na pele. 
APROFUNDANDO
Apesar de a técnica ser considerada segura, o procedimento não está livre de ris-
cos e de eventos adversos. Por isso, é recomendado aplicar até 2 ml, no máximo, 
em cada região. Caso seja necessário mais produto, recomenda-se outra sessão. 
O profissional, também, deve ter conhecimento da técnica, já que aplicações 
muito superficiais podem causar irregularidades aparentes, enquanto aplicações 
profundas podem ser ineficazes.
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Técnicas incorretas na aplicação do produto podem levar a complicações, 
como: reações inflamatórias no local, hematomas, vermelhidão, infecção, nódu-
los, abscessos e necrose tecidual. A região da glabela é uma das áreas mais propí-
cias ao aparecimento desses sinais, devido a ser um local de grande quantidade de 
vasos sanguíneos, e seu comprometimento pode levar a graves efeitos colaterais. 
Mesmo sendo um procedimento pouco invasivo, algumas contraindicações 
merecem destaque para a realização do procedimento, são elas: gravidez, lacta-
ção, doenças sistêmicas autoimunes e imunodepressão, distúrbios de coagulação 
ou uso de anticoagulantes, inflamação ou infecção no local a ser tratado.
BIOESTIMULADORES
Os Bioestimuladores são substâncias que, após injetadas sob a superfície da 
pele, restauram o volume e melhoram a sua aparência. Eles funcionam estimu-
lando a produção natural de fibroblastos (células que criam colágeno e elastina) 
do corpo. O objetivo dos bioestimuladores de colágeno é ativar a renovação do 
colágeno na pele e, assim, ajudar a restaurar sua estrutura e volume internos 
(LEMOS, 2019).
Um bioestimulador de colágeno consiste em uma substância que é injetada na 
derme profunda, a camada intermediária da pele. Uma vez injetada, a substância 
estimulará a produção de colágeno. Um tratamento com um bioestimulador de 
colágeno é o chamado tratamento minimamente invasivo. O efeito é gradual e 
os resultados, geralmente, são visíveis alguns meses após o tratamento inicial, 
durando até dois anos ou mais. Os bioestimuladores de colágeno fornecem re-
sultados duradouros, em vez de uma solução rápida. Isso ocorre porque seus 
resultados se acumulam ao longo do tempo, à medida que sua pele começa a 
restaurar o colágeno perdido. Isso oferece uma progressão natural de melhorias 
sem revelar grandes mudanças da noite para o dia (LEMOS, 2019).
O primeiro bioestimulador de colágeno lançado utiliza ácido poli-L-láctico 
(PLLA) para revitalizar a produção de colágeno. O PLLA é uma substância que 
é usada em pontos dissolúveis para o tratamento de feridas.
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As contraindicações para esses bioestimuladores incluem: gravidez e ama-
mentação, alergias e distúrbios hemorrágicos. 
MESOTERAPIA (INTRADERMOTERAPIA)
A intradermoterapia, também conhecida como mesoterapia, consiste na aplica-
ção de injeções intradérmicas de substâncias farmacológicas diluídas diretamen-
te na região a ser tratada, como enzimas, extratos naturais, hormônios, vitaminas, 
minerais, fármacos e medicamentos, como antibióticos e vasodilatadores. Foi, 
inicialmente, realizada, na década de 1950, por um médico francês. Desde então, 
tornou-se um tratamento opcional para diversas condições, incluindo disfunções 
estéticas, como gordura localizada, rugas e linhas de expressão, flacidez e celulite, 
e os resultados podem ser obtidos pela combinação de diferentes substâncias.
A intradermoterapia pode ser aplicada por meio de agulhas ou pela técnica 
pressurizada. Tradicionalmente, múltiplas injeções intradérmicas ou subcutâneas 
são aplicadas usando agulhas de calibre muito fino, diretamente sobre ou perto 
dos locais afetados. O método de intradermoterapia pressurizada, ao contrário, 
utiliza uma tecnologia sem agulha, que visa liberar a substância terapêutica na pele 
ou no tecido subcutâneo por meio de forças, pressões de gás e ondas de choque 
mecânicas, sem a necessidade de injetá-las com agulhas, proporcionando maior 
conforto ao paciente durante a aplicação.
Esse sistema de entrega foi descrito, pela primeira vez, em 1936 por Marshall 
Lockhart. Em 1940, Higson e outros pesquisadores desenvolveram dispositivos 
de alta pressão que usavam jatos finos de fluido para penetrar na pele e depositar 
fármacos no tecido subjacente. Isso permitiu a administração de medicamentos 
altamente viscosos, que as agulhas tradicionais, muitas vezes, não conseguiam 
gerenciar, tornando a aplicação menos dolorosa (SILVA et al., 2016).
O uso da intradermoterapia para o tratamento da gordura localizada envolve 
o uso de medicamentos, reagentes e extratos de plantas nas camadas de gordura e 
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tecido conjuntivo da pele. Consiste em uma ampla gama de agentes usados para 
abrir vasos sanguíneos, como enzimas, nutrientes, antibióticos e hormônios. Esse 
tratamento é indicado para pequenas áreas com excesso de gordura ou depósitos 
de gordura localizada. Um exemplo clássico de intradermoterapia é a aplicação 
de lipoenzimas, amplamente utilizada na biomedicina estética para o tratamento 
de gorduras localizadas (SILVA et al., 2016).
Usos mais populares: celulite, gordura localizada, rejuvenescimento facial, 
alopecia e estrias.
Os efeitos adversos desse procedimento podem incluir: dor, inflamação, 
náusea, sensibilidade, contusão, coceira, inchaço no local de aplicação, verme-
lhidão, irritação à pele, cicatrizes, infecção e manchas.
Como se trata de um procedimento minimamente invasivo, a recuperação é 
imediata, muitas pessoas conseguem realizar suas atividades normais no mesmo 
dia e algumas necessitam de, pelo menos, um dia de folga devido a dores frequentes.
PROCEDIMENTO ESTÉTICO INJETÁVEL PARA 
MICROVASOS (PEIM)
TÉCNICAS DE INJEÇÃO DE MESOTERAPIA: 
• PONTO POR PONTO
Técnica relatada, pela primeira vez, pelo médico francês Dr. Pistor, abrangendo a injeção 
de 0,02 a 0,05 ml de ativos, de forma perpendicular à pele (aproximadamente, 4 mm de 
profundidade), dada de 1 a 2 cm de distância entre as aplicações.
• NAPPAGE (DO FRANCÊS, PARA “COBRIR”)
Trata-se de injeções superficiais (aproximadamente, 2 mm de profundidade) com agu-
lha de 4 mm, envolvendo uma grande área. As injeções são aplicadas com um ângulo 
de, aproximadamente, 45º da pele, ao passo que é aplicada uma pressão positiva leve 
e constante no êmbolo, o aplicador rapidamente sacode o pulso. Em cada área, uma 
gota de ativo é introduzida. Em comparação, essa é uma técnica mais desconfortável 
para o paciente.
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O PEIM é um procedimento estético realizado com a finalidade de eliminar os 
microvasos que surgem no corpo, principalmente, nas pernas, tornando-se um 
incômodo do ponto de vista estético. Esses microvasos são denominados telan-
giectasias. O aparecimento dessas telangiectasias pode estar relacionado com o 
refluxo sanguíneo decorrente em veias profundas, podendo ser ocasionado por 
problemas nas válvulas que direcionam o sangue para a direção correta. Existem, 
além disso, mais fatores que influenciam no surgimento dos microvasos, como 
fatores genéticos, gestações, posições que prejudiquem a circulação, atividades 
físicas de alto impacto, sobrepeso, sedentarismo, tabagismo, diabetes e uso de 
medicamentos anticoncepcionais, que podem dificultar a circulação do sangue 
nas pernas, desencadeando na formação de microvasos (TONI; PEREIRA, 2017).
Os microvasos são considerados dilatações de veias, artérias ou capilares infe-
riores a 2 milímetros de diâmetro, que afetam cerca de seis em cada dez mulheres, 
ocorrendo praticamente sempre nas pernas. Há uma predisposição genética em 
90% dos casos. Raramente, os microvasos indicam problemas relacionados à 
saúde, sendo na maioria apenas um problema relacionado à estética, classifica-
do como tipo I, sem caráter patológico. O procedimento estético injetável para 
microvasos (PEIM) tem sido amplamente utilizado para eliminar esses vasos de 
menor calibre (TONI; PEREIRA, 2017).
A aplicação consiste na utilização de uma agulha de pequeno calibre e bem 
fina para injeção no interior do vaso sanguíneo, com soluções de glicose hi-
pertônica z (50 ou 75%) com anestésico (lidocaína). Nas primeiras aplicações, 
o paciente pode sentir incômodo e dor, porém, devido à presença do anestésico, 
• EPIDÉRMICO
Técnica mais superficial (1 mm de profundidade) em comparação às demais, sendo que, 
por essa técnica, não ocorre penetração na camada basal. O tamanho da agulha varia 
entre 27 e 31 calibres com o bisel orientado para longe da pele e empurradocom uma 
pressão leve e positiva aplicada ao êmbolo. É realizado um padrão de grade com in-
tervalos de 1 cm em toda a área de aplicação. Injeções múltiplas com doses reduzidas 
de ativos, em locais precisos, em uma única sessão, são altamente exigentes para o 
esteticista.
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a dor logo desaparece. A glicose é a substância mais indicada por ser biocompá-
tivel e não causar reações adversas. Esse procedimento pode durar de uma a seis 
sessões (TONI; PEREIRA, 2017).
CARBOXITERAPIA
A carboxiterapia foi originada na década de 1930, na França. O tratamento era 
realizado por meio da pele, por uma via denominada percutânea, por meio de 
banhos de água gaseificada aquecida. O procedimento, a princípio, era utilizado 
para o tratamento de úlceras e arteriopatia, porém, com o tempo, foi ganhando 
novas aplicações. Após muitos estudos do procedimento, a técnica deixou de ser 
tópica e passou a ser infundida, de forma direta, no tecido subcutâneo, oferecen-
do, dessa forma, melhores resultados.
A carboxiterapia é uma técnica que utiliza administrações de dióxido de 
carbono para o tratamento de olheiras, celulites e estrias. Mostra uma melhora, 
principalmente, na elasticidade da pele, em linhas de expressão e na circulação 
sanguínea, porém, também, tem atividade na redução de gordura, auxilia no 
reparo de colágeno da pele, além de atuar na redução de olheiras por elevar o 
fluxo sanguíneo nas pálpebras. Os principais locais de aplicação dessa técnica 
são: rosto, glúteos, pescoço, abdômen, coxas, pálpebras e braços.
AS PRINCIPAIS APLICAÇÕES DA CARBOXITERAPIA SÃO EM:
• ESTRIAS
Nas estrias, a carboxiterapia atua na estimulação da síntese de colágeno, fazendo com 
que melhore o aspecto visual da pele.
• OHEIRAS
O principal motivo das causas de olheiras é a má circulação, dessa forma, a carboxite-
rapia atua promovendo a circulação e reduzindo o acúmulo de coloração azulada.
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Essa técnica apresenta segurança e eficácia comprovada, sendo aprovada pela 
Food and Drug Administration (FDA) e não demonstra praticamente nenhuma 
reação adversa. Em poucos casos, pode causar hematomas no local da aplicação, 
principalmente, em braços e pernas, sendo que o paciente pode retornar às suas 
atividades normais após a realização do procedimento estético (utilizar banheira 
ou nadar somente um dia após a aplicação). Para que o tratamento seja realizado 
com sucesso, são necessárias entre sete e dez sessões.
NOVOS DESAFIOS
Estudante, a saúde estética é uma área que vem sendo bastante procurada pelos 
farmacêuticos. Mas reforço que, para atuar nessa área, o farmacêutico estará capa-
citado para exercer procedimentos estéticos desde que seja egresso de programa 
de pós-graduação Lato Sensu reconhecido pelo Ministério da Educação, na área 
de saúde estética, ou egresso de curso livre, na área de estética, reconhecido pelo 
Conselho Federal de Farmácia. 
• CELULITES
A carboxiterapia atua na gordura subcutânea, fazendo com que células de gordura se-
jam rompidas, sendo uma alternativa segura e eficaz para o tratamento das celulites, 
com estudos comprovados.
• ALOPECIA
Como uma das causas da alopecia é a má circulação, o procedimento pode favorecer 
o tratamento da alopecia.
Confira a aula referente a este tema. Recursos de mídia disponível no conteúdo 
digital do ambiente virtual de aprendizagem.
EM FOCO
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1. A toxina botulínica, também conhecida popularmente como botox, é desenvolvida por uma 
bactéria denominada Clostridium botulinum, passando por um processo de purificação antes 
da sua utilização na prática estética.
Sobre a toxina botulínica, assinale a alternativa correta:
a) É utilizada com a finalidade de aumentar a hipertonia muscular e liberar acetilcolina no 
nervo pré-sináptico.
b) Existem vários tipos de toxinas produzidas pela bactéria, conhecidas como A, B, C, D, E e 
F, porém a toxina botulínica tipo C é a mais amplamente utilizada na aplicação estética.
c) O nome botox vem do nome comercial da toxina botulínica do tipo A, produzida pela 
indústria Allegan Inc., cujo nome comercial é BOTOX®.
d) O mecanismo de ação da toxina botulínica compreende a liberação de acetilcolina nos 
terminais pré-sinápticos, aumentando, dessa forma, a contração do músculo.
e) Dentre os principais efeitos benéficos do botox na estética, é a ptose palpebral (queda 
da pálpebra superior). 
2. A gordura localizada é definida como uma modificação das células adiposas, podendo ser 
descrita, também, como uma alteração no metabolismo da gordura ou crescimento desen-
freado de gordura, um dos principais motivos de insatisfação estética entre ambos os sexos. 
Sobre a gordura localizada e os métodos existentes para o seu tratamento, classifique V para 
as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) A toxina botulínica é um método eficaz no tratamento de gorduras localizadas, pois blo-
queia a liberação de acetilcolina nos terminais pré-sinápticos, diminuindo a contração 
muscular.
( ) O PEIM é uma ótima alternativa estética para o tratamento de gorduras localizadas.
( ) A intradermoterapia é uma tecnologia que visa liberar medicamentos na pele, permi-
tindo o tratamento de diferentes aspectos estéticos, como gordura localizada, flacidez 
e celulite.
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Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
a) V, V, F.
b) F, F, V.
c) V, V, V.
d) V, F, V.
e) V, V, V.
3. Preenchedores são procedimentos minimamente invasivos, denominados como substân-
cias biocompatíveis, que não causam toxicidade em humanos, sendo administrados na pele 
e desempenham funções estéticas importantes, corrigindo imperfeições e/ou disfunções. 
Sobre os preenchedores, assinale a alternativa correta:
a) A toxina botulínica é um exemplo de preenchedor.
b) O ácido hialurônico é o preenchedor mais comumente aplicado na estética.
c) São responsáveis pela estimulação direta da produção de colágeno.
d) Atuam no tratamento de gorduras localizadas.
e) São utilizados para o tratamento da PEIM. 
4. O envelhecimento é um processo biológico que ocorre em todas as pessoas com o passar 
dos anos. Desencadeado por uma série de fatores, o envelhecimento, no entanto, pode 
ocorrer por fatores intrínsecos e extrínsecos. Explique cada um desses fatores e exempli-
fique.
5. A toxina botulínica é um composto natural e biológico produzida a partir de um microrga-
nismo denominado Clostridium botulinum, atuando. Principalmente. no tratamento de linhas 
de expressão, como um procedimento minimamente invasivo. Descreva o mecanismo de 
ação da toxina botulínica para tal tratamento.
AUTOATIVIDADE
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REFERÊNCIAS
FLÁVIO, A. Botulinum Toxin for Facial Harmony. [S. l.]: Quintessence, 2018.
LEMOS, J. R. O. de M. As principais queixas de disfunções estéticas faciais em mulheres trata-
das pelo farmacêutico esteta. 2019. 56 f. Monografia (Graduação em Farmácia) – Faculdade de 
Enfermagem Nova Esperança de Mossoró, Mossoró, 2019. 
OLIVEIRA, A. L. et al. Curso didático de estética. 2. ed. São Caetano do Sul: Yendis, 2014a. v. 1.
OLIVEIRA, A. L. et al. Curso didático de estética. 2. ed. São Caetano do Sul: Yendis, 2014b. v. 2.
SABOIA, T. P. S.; CABRAL, M. R. L.; NERES, L. L. F. G. O uso do ácido hialurônico na harmonização 
facial. Research, Society and Development, [s. l.], v. 10, n. 14, p. 1-7, out. 2021. 
SILVA, J. G. M.; FILONI, E.; FITZ, F. F. Physical therapy in the treatment of body aesthetics dys-
functions - literature review. Manual Therapy, Posturology & Rehabilitation Journal, [s. l.], v. 12, 
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SILVA, J. S. P. et al. Procedimentos minimamente invasivos utilizados pelobiomédico esteta no 
tratamento do fotoenvelhecimento. In: AVINCH, 11., 2016, Curitiba. Anais […]. Curitiba: UNIBRASIL, 
2016. Disponível em: https://portaldeperiodicos.unibrasil.com.br/index.php/anaisevinci/arti-
cle/view/1101. Acesso em: 9 jan. 2024.
SPOSITO, M. M. M. Toxina botulínica tipo A – propriedades farmacológicas e uso clínico. Acta 
Fisiátrica, São Paulo,v. 11, n. 1, 2004.
STÜCKER, M. et al. The cutaneous uptake of atmospheric oxygen contributes significantly to 
the oxygen supply of human dermis and epidermis. The Journal of Physiology, [s. l.], v. 538, p. 
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TONI, T. Z.; PEREIRA, P. P. Procedimento estético injetável de microvasos com glicose 75% e 
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cplayer.com.br/52969552-Procedimentoestetico-injetavel-de-microvasos-com-glicose-75-e-
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VASCONCELOS, S. C. B. et al. O uso do ácido hialurônico no rejuvenescimento facial. Revista 
Brasileira Militar de Ciências, [s. l.], v. 6, n. 14, p. 8-15, 2020.
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1. Opção C. A alternativa A está incorreta. A toxina botulínica tem a finalidade oposta; ela atua 
bloqueando a liberação de acetilcolina, reduzindo a contração muscular e diminuindo a 
hipertonia muscular. A alternativa B está incorreta, o tipo mais comum utilizado na aplicação 
estética é o tipo A, e não o tipo C. A alternativa D está incorreta. Na verdade, o mecanismo 
de ação da toxina botulínica envolve a inibição da liberação de acetilcolina nos terminais 
pré-sinápticos, resultando na paralisia temporária do músculo e na redução das rugas faciais. 
A alternativa E está incorreta. Dentre as principais complicações, está a ptose palpebral, e 
não um efeito benéfico. 
2. Opção B. A sentença A é falsa. A toxina botulínica não é eficaz no tratamento de gorduras 
localizadas, pois seu principal mecanismo de ação é a paralisação temporária dos músculos, 
não afetando diretamente as células de gordura. A sentença B é falsa. O PEIM (Procedimento 
Estético Injetável para Microcirculação) não é utilizado para o tratamento de gorduras loca-
lizadas, ele é mais associado ao tratamento microvasinhos. 
3. Opção B. A toxina botulínica não é um preenchedor. Ela atua paralisando temporariamente 
os músculos para reduzir rugas e linhas de expressão. Preenchedores, geralmente, não são 
responsáveis pela estimulação direta da produção de colágeno. No entanto a injeção de 
preenchedores pode indiretamente estimular a produção de colágeno devido à resposta 
natural do corpo ao processo de cicatrização. O PEIM é um Procedimento Estético Injetável 
para Microcirculação. 
4. O processo de envelhecimento intrínseco é um processo natural, biológico e necessário 
com o decorrer dos anos. Decorre por fatores, tais como a perda de colágeno causada por 
variações bioquímicas e redução de água corpórea. O processo extrínseco, por sua vez, ocorre 
precocemente devido à exposição do indivíduo a fatores ambientais, como a exposição ao sol. 
5. A toxina botulínica atua bloqueando a liberação de acetilcolina nos terminais pré-sinápticos, 
fazendo com que ocorra a redução da contração muscular e, consequentemente, reduzindo 
linhas de expressão. Quando aplicada, de forma direta, no músculo, a toxina é internalizada 
por um receptor na junção neuromuscular.
GABARITO
2
1
7
MINHAS ANOTAÇÕES
2
1
8
	unidade 1
	ÉTICA E LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA
	POLÍTICA PÚBLICA DE SAÚDE
	FARMACOEPIDEMIOLOGIA E FARMACOVIGILÂNCIA
	unidade 2
	DEMANDAS JUDICIAIS NA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
	PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES
	REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS (RAMS)
	unidade 3
	INTERAÇÃO: ALIMENTOS X MEDICAMENTOS X PLANTAS MEDICINAIS
	COSMETOLOGIA
	PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE INVASIVOS
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