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Prévia do material em texto

<p>Sistema Penitenciário</p><p>e Execução Penal</p><p>Responsável pelo Conteúdo:</p><p>Prof. Dr. Reinaldo Zychan de Moraes</p><p>Revisão Textual:</p><p>Aline Gonçalves</p><p>Órgãos da Execução Penal</p><p>Órgãos da Execução Penal</p><p>• Entender a importância e competência de cada um dos órgãos que atuam na execução penal.</p><p>OBJETIVO DE APRENDIZADO</p><p>• Introdução;</p><p>• Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária;</p><p>• Juízo da Execução;</p><p>• Ministério Público;</p><p>• Conselho Penitenciário;</p><p>• Departamentos Penitenciários;</p><p>• Patronato;</p><p>• Conselho da Comunidade;</p><p>• Defensoria Pública;</p><p>• Polícia Penal.</p><p>UNIDADE Órgãos da Execução Penal</p><p>Introdução</p><p>O artigo 61 apresenta a relação dos chamados órgãos da execução penal.</p><p>Lei das Execuções Penais</p><p>Art. 61. São órgãos da execução penal:</p><p>I – o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária;</p><p>II – o Juízo da Execução;</p><p>III – o Ministério Público;</p><p>IV – o Conselho Penitenciário;</p><p>V – os Departamentos Penitenciários;</p><p>VI – o Patronato;</p><p>VII – o Conselho da Comunidade;</p><p>VIII – a Defensoria Pública.</p><p>A LEP apresenta os principais órgãos que atuam na execução penal, contudo essa</p><p>relação não comporta todas as possibilidades, havendo outros que podem participar</p><p>dessa atividade.</p><p>Apesar de a execução ser predominantemente uma atividade estatal, há participação</p><p>da sociedade, em especial, por meio do Conselho da Comunidade e do Patronato.</p><p>Vamos conhecer cada um desses órgãos.</p><p>Conselho Nacional de Política</p><p>Criminal e Penitenciária</p><p>O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária é um órgão subordinado</p><p>ao Ministério da Justiça composto por 13 membros efetivos designados pelo titular da</p><p>pasta, dentre professores e profissionais da área do Direito Penal, Processual Penal,</p><p>Penitenciário e ciências correlatas, bem como por representantes da comunidade e dos</p><p>Ministérios da área social.</p><p>O mandato de seus membros é de dois anos, sendo que a cada ano ocorre a renova-</p><p>ção de um terço de seus membros.</p><p>As atribuições do conselho encontram-se definidas no artigo 64 da LEP, sendo que</p><p>se destacam as seguintes:</p><p>• propor diretrizes da política criminal quanto à prevenção do delito, administração</p><p>da Justiça Criminal e execução das penas e das medidas de segurança;</p><p>• estabelecer regras sobre a arquitetura e construção de estabelecimentos penais e</p><p>casas de albergados;</p><p>• inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos penais, propondo às autoridades res-</p><p>ponsáveis as medidas necessárias ao seu aprimoramento;</p><p>8</p><p>9</p><p>• representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa para instauração</p><p>de sindicância ou procedimento administrativo, em caso de violação das normas</p><p>referentes à execução penal;</p><p>• representar à autoridade competente para a interdição, no todo ou em parte, de</p><p>estabelecimento penal.</p><p>Juízo da Execução</p><p>O juízo da execução possui grande relevância na forma como é realizada a efetivação</p><p>da sanção imposta, em razão de sua capacidade de decisão em diversas situações, as</p><p>quais influenciam muito a situação do condenado.</p><p>Esse juízo é estabelecido na forma estipulada na Lei de Organização Judiciária de</p><p>cada Estado (no caso do Poder Judiciário Estadual) e na Lei de Organização Judiciária</p><p>da União.</p><p>Figura 1</p><p>Fonte: Pixabay</p><p>Na ausência de designação por essas normas, as medidas que lhe são próprias devem</p><p>ser realizadas pelo juiz que sentenciou o processo condenatório.</p><p>A competência do juízo da execução está firmada no artigo 66 da LEP, sendo assim</p><p>estabelecida:</p><p>Lei das Execuções Penais</p><p>Art. 66. Compete ao Juiz da execução:</p><p>I – aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favore-</p><p>cer o condenado;</p><p>II – declarar extinta a punibilidade;</p><p>III – decidir sobre:</p><p>a) soma ou unificação de penas;</p><p>b) progressão ou regressão nos regimes;</p><p>9</p><p>UNIDADE Órgãos da Execução Penal</p><p>c) detração e remição da pena;</p><p>d) suspensão condicional da pena;</p><p>e) livramento condicional;</p><p>f) incidentes da execução.</p><p>IV – autorizar saídas temporárias;</p><p>V – determinar:</p><p>a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e fiscalizar</p><p>sua execução;</p><p>b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa em privativa</p><p>de liberdade;</p><p>c) a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos;</p><p>d) a aplicação da medida de segurança, bem como a substituição da</p><p>pena por medida de segurança;</p><p>e) a revogação da medida de segurança;</p><p>f) a desinternação e o restabelecimento da situação anterior;</p><p>g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca;</p><p>h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º, do artigo 86,</p><p>desta Lei;</p><p>i) (VETADO).</p><p>VI – zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida de segurança;</p><p>VII – inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando</p><p>providências para o adequado funcionamento e promovendo, quando for</p><p>o caso, a apuração de responsabilidade;</p><p>VIII – interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal que estiver</p><p>funcionando em condições inadequadas ou com infringência aos dispo-</p><p>sitivos desta Lei;</p><p>IX – compor e instalar o Conselho da Comunidade;</p><p>X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir.</p><p>Algumas dessas competências mostram uma atuação fiscalizatória das atividades de</p><p>gestão do cotidiano dos condenados, tal como ocorre com o dever de realizar inspeções</p><p>mensais aos estabelecimentos penais, onde pode ser verificada a forma como a execu-</p><p>ção está sendo, efetivamente, realizada; a adequação das condições desses estabeleci-</p><p>mentos; o respeito aos direitos dos condenados.</p><p>Há, também, itens de sua competência que estão diretamente relacionadas com a</p><p>atuação jurisdicional, tal como na aplicação aos casos julgados de lei posterior que, de</p><p>qualquer forma, favorece o condenado (a chamada novatio legis in mellius); na declara-</p><p>ção da extinção da punibilidade em relação às condenações em execução; nas diversas</p><p>outras decisões que pode adotar.</p><p>O procedimento em que as decisões do juízo da execução são proferidas é iniciado:</p><p>• De ofício pelo próprio juiz;</p><p>• A requerimento:</p><p>» do Ministério Público;</p><p>10</p><p>11</p><p>» do interessado;</p><p>» de quem o representa (em especial seu advogado ou defensor);</p><p>» de seu cônjuge, parente ou descendente;</p><p>• Mediante proposta:</p><p>» do Conselho Penitenciário;</p><p>» da autoridade administrativa.</p><p>É o que ocorre, por exemplo, com um pedido dirigido ao juízo da execução para que</p><p>se aprecie a possibilidade de progressão de regime pelo condenado. Esse tipo de pleito</p><p>pode ser requerido pelo próprio interessado, por seu advogado, por seu cônjuge etc. Além</p><p>dessas várias possibilidades, o próprio juízo da execução, ao constatar que o condenado</p><p>cumpre com os requisitos para essa medida, pode concedê-la de ofício.</p><p>O procedimento é bastante simplificado, seguindo o esquema a seguir:</p><p>Portaria ou Petição Requerendo a Medida</p><p>Decisão</p><p>Há</p><p>necessidade de</p><p>produção de provas</p><p>Juiz determina a</p><p>produção da prova</p><p>em audiência ou não</p><p>Não há</p><p>necessidade de</p><p>produção de provas</p><p>Prazo de 3 dias</p><p>Prazo de 3 dias –</p><p>salvo se requereu</p><p>a medida</p><p>Manifestação do Ministério Público</p><p>Manifestação do Condenado</p><p>Figura 2 – Procedimento no juízo das execuções</p><p>Recebido o requerimento ou instaurado o procedimento por portaria (a última, par-</p><p>ticularmente, quando iniciado de ofício), haverá a autuação e, em seguida, são ouvidos</p><p>sucessivamente o condenado e o Ministério Público, cada qual no prazo de três dias.</p><p>Essa manifestação não será necessária se o procedimento se iniciou por requerimento</p><p>de um ou outro.</p><p>Se não houver a necessidade de produção de provas (além daquelas que eventual-</p><p>mente já acompanham a petição que inaugurou o procedimento), o juiz decide a questão</p><p>no prazo de três dias.</p><p>Se houver a necessidade de produção de prova (em audiência ou não), o juiz determi-</p><p>na a produção dessa prova e, em seguida, decide.</p><p>11</p><p>UNIDADE Órgãos da Execução Penal</p><p>A parte sucumbente poderá se insurgir por meio de agravo em execução que não</p><p>possui efeito suspensivo, sendo que este segue o procedimento do recurso em sentido</p><p>estrito – artigo 581 e seguinte do CPP.</p><p>Ministério</p><p>Público</p><p>O Ministério Público tem atuação fiscalizatória marcante na execução das penas e</p><p>das medidas de segurança. Além disso, ele obrigatoriamente oficia em todos os proces-</p><p>sos executórios que tramitam no juízo da execução e em seus incidentes.</p><p>Dentro dessa atuação fiscalizatória, deve o Ministério Público visitar os estabelecimen-</p><p>tos penais, buscando verificar a ocorrência de irregularidades, podendo, dentre as suas</p><p>atribuições, propor ações judiciais e outras medidas para correção e responsabilizações.</p><p>A LEP ainda menciona as seguintes atribuições do Ministério Público:</p><p>Lei das Execuções Penais</p><p>Art. 68. Incumbe, ainda, ao Ministério Público:</p><p>I – fiscalizar a regularidade formal das guias de recolhimento e de inter-</p><p>namento;</p><p>II – requerer:</p><p>a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo</p><p>executivo;</p><p>b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução;</p><p>c) a aplicação de medida de segurança, bem como a substituição da</p><p>pena por medida de segurança;</p><p>d) a revogação da medida de segurança;</p><p>e) a conversão de penas, a progressão ou regressão nos regimes e a re-</p><p>vogação da suspensão condicional da pena e do livramento condicional;</p><p>f) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior.</p><p>III – interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária,</p><p>durante a execução.</p><p>[...]</p><p>Conselho Penitenciário</p><p>Em cada Estado, há um Conselho Penitenciário cujos integrantes são nomeados pelo</p><p>Governador, dentre professores e profissionais da área do Direito Penal, Processual Pe-</p><p>nal, Penitenciário e ciências correlatas, bem como por representantes da comunidade,</p><p>sendo o mandato de seus membros de quatro anos.</p><p>12</p><p>13</p><p>Figura 3</p><p>Fonte: Pixabay</p><p>Além do disposto na Lei das Execuções Penais, esses conselhos são regidos por lei</p><p>elaborada pelo respectivo Estado.</p><p>Esse órgão possui funções consultivas, bem como realiza a fiscalização da execução</p><p>da pena. Suas principais atribuições estão dispostas no artigo 70 da LEP.</p><p>Lei das Execuções Penais</p><p>Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário:</p><p>I – emitir parecer sobre indulto e comutação de pena, excetuada a hipóte-</p><p>se de pedido de indulto com base no estado de saúde do preso;</p><p>II – inspecionar os estabelecimentos e serviços penais;</p><p>III – apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cada ano, ao Conselho</p><p>Nacional de Política Criminal e Penitenciária, relatório dos trabalhos efe-</p><p>tuados no exercício anterior;</p><p>IV – supervisionar os patronatos, bem como a assistência aos egressos.</p><p>Departamentos Penitenciários</p><p>Há duas estruturas com essa designação:</p><p>• O Departamento Penitenciário Nacional (Depen);</p><p>• Os Departamentos Penitenciários de cada Estado.</p><p>Departamento Penitenciário Nacional (Depen)</p><p>O Departamento Penitenciário Nacional (Depen) é um órgão do Ministério da Justiça,</p><p>com funções eminentemente executivas, que tem por missão o acompanhamento e con-</p><p>trole da aplicação da LEP e das diretrizes da Política Penitenciária Nacional, emanadas,</p><p>principalmente, do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP).</p><p>13</p><p>UNIDADE Órgãos da Execução Penal</p><p>Sobre as atribuições desse departamento, estabelece a LEP:</p><p>Lei das Execuções Penais</p><p>Art. 72. São atribuições do Departamento Penitenciário Nacional:</p><p>I – acompanhar a fiel aplicação das normas de execução penal em todo</p><p>o Território Nacional;</p><p>II – inspecionar e fiscalizar periodicamente os estabelecimentos e servi-</p><p>ços penais;</p><p>III – assistir tecnicamente as Unidades Federativas na implementação dos</p><p>princípios e regras estabelecidos nesta Lei;</p><p>IV – colaborar com as Unidades Federativas mediante convênios, na im-</p><p>plantação de estabelecimentos e serviços penais;</p><p>V – colaborar com as Unidades Federativas para a realização de cursos</p><p>de formação de pessoal penitenciário e de ensino profissionalizante do</p><p>condenado e do internado;</p><p>VI – estabelecer, mediante convênios com as unidades federativas, o cadas-</p><p>tro nacional das vagas existentes em estabelecimentos locais destinadas ao</p><p>cumprimento de penas privativas de liberdade aplicadas pela justiça de outra</p><p>unidade federativa, em especial para presos sujeitos a regime disciplinar;</p><p>VII – acompanhar a execução da pena das mulheres beneficiadas pela</p><p>progressão especial de que trata o § 3º do art. 112 desta Lei, monitoran-</p><p>do sua integração social e a ocorrência de reincidência, específica ou não,</p><p>mediante a realização de avaliações periódicas e de estatísticas criminais.</p><p>§ 1º. Incumbem também ao Departamento a coordenação e supervisão</p><p>dos estabelecimentos penais e de internamento federais.</p><p>§ 2º. Os resultados obtidos por meio do monitoramento e das avaliações</p><p>periódicas previstas no inciso VII do caput deste artigo serão utilizados</p><p>para, em função da efetividade da progressão especial para a ressocializa-</p><p>ção das mulheres de que trata o § 3º do art. 112 desta Lei, avaliar eventual</p><p>desnecessidade do regime fechado de cumprimento de pena para essas</p><p>mulheres nos casos de crimes cometidos sem violência ou grave ameaça.</p><p>Além dessas funções, cabe ao Depen realizar a gestão:</p><p>• do Sistema Penitenciário Federal;</p><p>• do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen), criado pela Lei Complementar 79, de</p><p>7 de janeiro de 1994.</p><p>O Sistema Penitenciário Federal é, atualmente, composto por cinco estabelecimentos</p><p>situados em:</p><p>• Brasília/DF;</p><p>• Porto Velho/RO;</p><p>• Campo Grande/MS;</p><p>• Catanduvas/PR;</p><p>• Mossoró/RN.</p><p>14</p><p>15</p><p>Figura 4</p><p>Fonte: Pixabay</p><p>O Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) é importante instrumento da política peni-</p><p>tenciária nacional, sendo que os recursos que o compõem são oriundos de:</p><p>• dotações orçamentárias da União;</p><p>• doações, contribuições em dinheiro, valores, bens móveis e imóveis, que venha a</p><p>receber de organismos ou entidades nacionais, internacionais ou estrangeiras, bem</p><p>como de pessoas físicas e jurídicas, nacionais ou estrangeiras;</p><p>• recursos provenientes de convênios, contratos ou acordos firmados com entidades</p><p>públicas ou privadas, nacionais, internacionais ou estrangeiras;</p><p>• recursos confiscados ou provenientes da alienação dos bens perdidos em favor da</p><p>União Federal;</p><p>• multas decorrentes de sentenças penais condenatórias com trânsito em julgado;</p><p>• fianças quebradas ou perdidas, em conformidade com o disposto na lei proces-</p><p>sual penal;</p><p>• 3% do montante arrecadado dos concursos de prognósticos, sorteios e loterias, no</p><p>âmbito do Governo Federal;</p><p>• rendimentos de qualquer natureza, auferidos como remuneração, decorrentes de</p><p>aplicação do patrimônio do Funpen;</p><p>• outros recursos que lhe forem destinados por lei.</p><p>Os recursos desse Fundo são utilizados, em especial, na construção, reforma, amplia-</p><p>ção e aprimoramento de estabelecimentos penais, bem como para formação, aperfeiço-</p><p>amento e especialização do serviço penitenciário e de seus integrantes.</p><p>Departamentos Penitenciários Locais</p><p>Cada Estado pode criar o seu Departamento Penitenciário Local ou órgão similar,</p><p>com as atribuições que lhe forem deferidas pela lei estadual que regula a sua atividade.</p><p>15</p><p>UNIDADE Órgãos da Execução Penal</p><p>Esses departamentos têm por finalidade supervisionar e coordenar os estabelecimen-</p><p>tos penais da Unidade da Federação a que pertencem.</p><p>Em vários Estados ocorreu a criação de órgãos com essa nomenclatura, e em outros</p><p>essa supervisão e coordenação é realizada por secretarias de Estado.</p><p>Ao tratar do quadro do pessoal penitenciário, a LEP estipula que ele deve ser organi-</p><p>zado em diferentes categorias funcionais, segundo as necessidades do serviço.</p><p>Sobre o pessoal administrativo, ele é dividido em três grandes categorias:</p><p>• pessoal especializado;</p><p>• pessoal de instrução técnica;</p><p>• pessoal de vigilância.</p><p>Na escolha dos integrantes desses quadros, além da vocação, deve haver uma espe-</p><p>cial atenção para a preparação profissional e os antecedentes pessoais do candidato.</p><p>Além disso, o ingresso nos quadros, bem como a progressão ou a ascensão funcional,</p><p>depende de cursos específicos de formação, bem como é sempre necessária a recicla-</p><p>gem periódica dos servidores em</p><p>exercício.</p><p>Exceto em relação ao pessoal técnico especializado, a lei estabelece que nos estabe-</p><p>lecimentos penais destinados às mulheres somente se permitirá o trabalho de pessoal</p><p>do sexo feminino.</p><p>Para o cargo de diretor de estabelecimento penal, há a necessidade de se atender aos</p><p>seguintes requisitos:</p><p>• ser portador de diploma de nível superior de Direito, ou Psicologia, ou Ciências</p><p>Sociais, ou Pedagogia, ou Serviços Sociais;</p><p>• possuir experiência administrativa na área;</p><p>• ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o desempenho da função.</p><p>Além disso, o diretor deve residir no estabelecimento, ou nas proximidades, e se de-</p><p>dicar em tempo integral à sua função.</p><p>Patronato</p><p>Um importante instrumento regulado pela LEP para assistência aos egressos e alber-</p><p>gados é o patronato.</p><p>Em primeiro lugar, faz-se necessário estabelecer quem é o “egresso”, alvo da atuação</p><p>desse órgão.</p><p>Lei das Execuções Penais</p><p>Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei:</p><p>I – o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída do</p><p>estabelecimento;</p><p>II – o liberado condicional, durante o período de prova.</p><p>16</p><p>17</p><p>Já o albergado é aquele que está cumprindo sua pena em regime aberto utilizando a</p><p>Casa do Albergado.</p><p>Essa instituição, o patronato, pode ser organizada pelo Poder Público ou por entida-</p><p>des particulares, sendo que suas funções estão descritas no artigo 79 da LEP.</p><p>Lei das Execuções Penais</p><p>Art. 79. Incumbe também ao Patronato:</p><p>I – orientar os condenados à pena restritiva de direitos;</p><p>II – fiscalizar o cumprimento das penas de prestação de serviço à comu-</p><p>nidade e de limitação de fim de semana;</p><p>III – colaborar na fiscalização do cumprimento das condições da suspen-</p><p>são e do livramento condicional.</p><p>Embora seja um importante órgão da execução penal, em pouquíssimos locais o</p><p>patronato está devidamente organizado e instalado. Os poucos que efetivamente funcio-</p><p>nam encontram grande dificuldade para a realização de suas atividades, particularmente</p><p>em razão da falta de apoio comunitário e público.</p><p>Conselho da Comunidade</p><p>A participação da sociedade na execução penal tem como uma de suas mais im-</p><p>portantes manifestações o Conselho da Comunidade, que é composto e instalado pelo</p><p>Juiz das Execuções. Em cada comarca deve ser organizado um desses conselhos, sendo</p><p>composto, no mínimo, por:</p><p>• um representante de associação comercial ou industrial;</p><p>• um advogado indicado pela Seção da Ordem dos Advogados do Brasil;</p><p>• um Defensor Público indicado pelo Defensor Público Geral;</p><p>• um assistente social escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho Nacional de</p><p>Assistentes Sociais.</p><p>Se alguma dessas instituições deixar de realizar a indicação de um representante, o</p><p>Juiz das Execuções poderá realizar a escolha do participante do Conselho.</p><p>Lei das Execuções Penais</p><p>Art. 81. Incumbe ao Conselho da Comunidade:</p><p>I – visitar, pelo menos mensalmente, os estabelecimentos penais existen-</p><p>tes na comarca;</p><p>II – entrevistar presos;</p><p>III – apresentar relatórios mensais ao Juiz da execução e ao Conselho</p><p>Penitenciário;</p><p>IV – diligenciar a obtenção de recursos materiais e humanos para</p><p>melhor assistência ao preso ou internado, em harmonia com a direção</p><p>do estabelecimento.</p><p>17</p><p>UNIDADE Órgãos da Execução Penal</p><p>Defensoria Pública</p><p>A Defensoria Pública é uma das funções essenciais à Justiça, conforme o estabeleci-</p><p>do no Capítulo IV do Título IV da Constituição Federal.</p><p>Constituição Federal</p><p>Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função</p><p>jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do</p><p>regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção</p><p>dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial,</p><p>dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessita-</p><p>dos, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal.</p><p>[...]</p><p>Quando falamos em Defensoria Pública, na verdade, devemos ter em mente que há:</p><p>• A Defensoria Pública da União, cuja principal norma reitora é a Lei Complemen-</p><p>tar 80/1994;</p><p>• A Defensoria Pública do Distrito Federal;</p><p>• As Defensorias Públicas dos Estados.</p><p>Cada Estado e o Distrito Federal organizam as suas Defensorias por meio de lei local,</p><p>que, no entanto, deve seguir as normas gerais de organização estabelecidas pela Lei Com-</p><p>plementar 80/1994.</p><p>Originalmente, a Defensoria Pública não estava classificada pela LEP como um dos</p><p>Órgãos da Execução Penal, tendo ganhado esse status com a Lei 12.313/2010, que</p><p>acrescentou naquela norma os artigos 81-A e 81-B. O reconhecimento da importância</p><p>dessa instituição se deu, particularmente, em razão dos avanços que nos últimos anos</p><p>ela recebeu, em muito impulsionada com a maior efetividade do direito de acesso ao Po-</p><p>der Judiciário e a necessidade de o Estado prover assistência jurídica integral e gratuita</p><p>aos que comprovarem insuficiência de recursos.</p><p>Com atuação voltada para a defesa individual e coletiva daqueles que não possuem</p><p>capacidade para a contratação de um advogado, a Defensoria Pública deve velar pela</p><p>“regular execução da pena e da medida de segurança, oficiando, no processo executivo</p><p>e nos incidentes da execução”, artigo 81-A da LEP.</p><p>As atribuições da Defensoria Pública explicitamente apresentadas pela lei podem ser</p><p>divididas da seguinte forma:</p><p>• Atribuições no processo de execução:</p><p>Lei das Execuções Penais</p><p>Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública:</p><p>I – requerer:</p><p>a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo</p><p>executivo;</p><p>b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que de qualquer</p><p>modo favorecer o condenado;</p><p>c) a declaração de extinção da punibilidade;</p><p>18</p><p>19</p><p>d) a unificação de penas;</p><p>e) a detração e remição da pena;</p><p>f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução;</p><p>g) a aplicação de medida de segurança e sua revogação, bem como a</p><p>substituição da pena por medida de segurança;</p><p>h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a suspensão</p><p>condicional da pena, o livramento condicional, a comutação de pena</p><p>e o indulto;</p><p>i) a autorização de saídas temporárias;</p><p>j) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior;</p><p>k) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca;</p><p>l) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º do art. 86</p><p>desta Lei.</p><p>• Atribuições recursais no processo de execução:</p><p>Lei das Execuções Penais</p><p>Art. 81-B. [...]</p><p>III – interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária ou</p><p>administrativa durante a execução.</p><p>• Atribuições ligadas à efetivação e ao respeito dos direitos dos condenados:</p><p>Lei das Execuções Penais</p><p>Art. 81-B. [...]</p><p>II – requerer a emissão anual do atestado de pena a cumprir;</p><p>IV – representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa para</p><p>instauração de sindicância ou procedimento administrativo em caso de</p><p>violação das normas referentes à execução penal;</p><p>V – visitar os estabelecimentos penais, tomando providências para o</p><p>adequado funcionamento, e requerer, quando for o caso, a apuração de</p><p>responsabilidade;</p><p>VI – requerer à autoridade competente a interdição, no todo ou em parte,</p><p>de estabelecimento penal.</p><p>Parágrafo único. O órgão da Defensoria Pública visitará periodicamente</p><p>os estabelecimentos penais, registrando a sua presença em livro próprio.</p><p>Polícia Penal</p><p>A Emenda Constitucional 104, de 4 de dezembro de 2019, criou a Polícia Penal, cuja</p><p>destinação é realizar a segurança dos estabelecimentos penais. Muito embora essa mu-</p><p>dança não tenha sido acompanhada de alterações na LEP, particularmente em relação</p><p>aos órgãos da Execução Penal, é claro que essa nova estrutura deve ser destacada em</p><p>razão da sua clara ligação com o assunto.</p><p>Há, na verdade, várias polícias penais, pois:</p><p>• ela deve ser organizada no âmbito federal, distrital e estadual;</p><p>19</p><p>UNIDADE Órgãos da Execução Penal</p><p>• no âmbito federal, embora não haja indicação no texto constitucional, ela deve ser</p><p>subordinada ao Ministério da Justiça e Segurança</p><p>Pública, onde, inclusive estão</p><p>situados o Departamento Penitenciário Nacional, a Polícia Federal, a Polícia Rodo-</p><p>viária Federal e a Polícia Ferroviária Federal;</p><p>• nos âmbitos distrital e estadual, cada unidade federativa deverá estabelecer a melhor</p><p>alocação para esse órgão, que, em geral, deverá ser junto às demais estruturas de seu</p><p>sistema de execução penal – como Secretarias de Segurança Pública, Secretarias de</p><p>Justiça, Secretarias de Administração Penitenciária – ou nomenclatura semelhante.</p><p>As polícias penais distrital e estaduais são subordinadas – juntamente com as polícias</p><p>civis, polícias militares e corpos de bombeiros militares – aos governadores de seu res-</p><p>pectivo ente federativo (artigo 144, § 6º, CF).</p><p>Em relação aos seus integrantes, o artigo 4º da Emenda Constitucional estabelece</p><p>dois caminhos:</p><p>• Preenchimento dos seus quadros por meio de concursos públicos;</p><p>• Transformação dos cargos isolados, dos cargos de carreira dos atuais agentes peni-</p><p>tenciários e dos cargos públicos equivalentes para esses novos órgãos.</p><p>Sobre essas formas de provimento dos cargos, é importante destacar que a segunda</p><p>forma deverá ser a inicialmente utilizada, em razão de já existir, em regra, agentes públicos</p><p>que já se dedicavam a essa função. Uma vez realizadas essas transformações, somente</p><p>será admitido o caminho do provimento dos cargos por meio de concursos públicos.</p><p>20</p><p>21</p><p>Material Complementar</p><p>Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:</p><p>Leitura</p><p>Execução provisória da sentença penal condenatória em face dos princípios constitucionais</p><p>https://bit.ly/3pIL1KR</p><p>A realidade controversa e aspectos relevantes da lei de execução penal</p><p>https://bit.ly/3qP0sCz</p><p>A realidade do sistema de execução penal brasileiro</p><p>https://bit.ly/2ZIGNrZ</p><p>A ressocialização não como finalidade da pena, mas como instrumento de prevenção na execução penal</p><p>https://bit.ly/3sp1e9s</p><p>21</p><p>UNIDADE Órgãos da Execução Penal</p><p>Referências</p><p>MARCÃO, R. Curso de execução penal. 16. ed. São Paulo: Saraiva Educação,</p><p>2018. (e-book)</p><p>NUCCI, G. de S. Curso de execução penal. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2020. (e-book)</p><p>NUNES, A. Comentários à lei de execução penal. Rio de Janeiro: Forense,</p><p>2016. (e-book)</p><p>22</p>

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