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<p>ÉTICA, DIVERSIDADE E</p><p>DIREITOS HUMANOS</p><p>Jussara Parada</p><p>SUMÁRIO</p><p>1. ÉTICA .............................................................................................................................................. 2-8</p><p>2. CIDADANIA ..................................................................................................................................... 2-7</p><p>3. DIREITOS HUMANOS ...................................................................................................................... 2-7</p><p>4. DIVERSIDADE .................................................................................................................................. 2-8</p><p>5. DIVERSIDADE E EQUIDADE DE GÊNERO ......................................................................................... 2-6</p><p>6. DIVERSIDADE ÉTNICO-RACIAL ............................................................................................ 2-6</p><p>2</p><p>ÉTICA</p><p>2</p><p>1. ÉTICA</p><p>Introdução</p><p>Chegou a hora de aprimorar ainda mais seu conhecimento sobre ética.</p><p>Para isso, veremos alguns conceitos importantes que a constituem.</p><p>Primeiramente, veremos como o conceito de ética, ao longo do</p><p>tempo, perpassa por filósofos gregos e pensadores que refletem o</p><p>nosso próprio século, o século XXI.</p><p>E como a ética se relaciona com a política? Na entrevista com o</p><p>professor Dr. Fernando Amed, você pôde entender essa relação. Então</p><p>vamos compreender melhor como os dilemas de nosso comporta-</p><p>mento se ajusta às diferentes sociedades e leis.</p><p>Quando abordamos o tema ética e as relações sociais, nos focamos</p><p>na inclusão social daqueles que possuem alguma deficiência física</p><p>ou mental, procurando entender os direitos e as leis conquistadas</p><p>por este segmento bastante significativo de nossa sociedade. Vamos</p><p>então reforçar a relevância do debate da ética no trabalho para</p><p>compreender melhor este tema.</p><p>3</p><p>1.1 A ética e a moral</p><p>Definição: de origem grega, a palavra ethos significa costumes,</p><p>hábitos.</p><p>Conceito: investigação dos princípios que agem no comportamento</p><p>humano, como normas, valores e prescrições presentes em qual-</p><p>quer realidade social.</p><p>Onde a ética aparece?</p><p>A ética está presente nas mais variadas relações humanas, como o</p><p>trabalho, a religião, leis, família, sexo/gênero, diversidade étnica e</p><p>na política.</p><p>1.2 A ética uma perspectiva histórica</p><p>Para Sócrates, as virtudes morais visam ser coerentes. Para Platão, a</p><p>verdade e o bem podem ser alcançados através da busca da verdade.</p><p>Para Aristóteles, o ato de agir bem consiste na real finalidade da</p><p>ação humana – todos têm que buscar o bem para si próprio. Ainda</p><p>antes de Cristo, os estoicos destacavam o viver em harmonia com</p><p>a natureza. Percebia-se mais claramente que tudo tem um início,</p><p>meio e fim.</p><p>Sócrates</p><p>Com o Cristianismo, o eixo mudou para o campo subjetivo, se assim</p><p>podemos dizer. Surge a ideia de amar o outro como a si próprio, sendo</p><p>possível alcançar tal paradigma colocando-se no lugar do outro.</p><p>4</p><p>Damos um salto no tempo e encontramos, no Renascimento, o polê-</p><p>mico Maquiavel, que afirma que a ética estava nos fins, que por sua</p><p>vez justificavam os meios. Ou seja, havia aqueles que pretendiam</p><p>ganhar, não importando de que forma. Já o inglês Thomas Hobbes</p><p>afirma que o homem é o lobo do homem, dado a necessidade de</p><p>haver controle do ser humano.</p><p>Na França do século XVIII, Rousseau acreditava que o ser humano</p><p>nascia bom, mas que a sociedade é que o corrompia. No mesmo</p><p>século, na Alemanha, Kant advertia que agir bem é o que devemos</p><p>fazer. Dentro do racionalismo alemão, a questão que se fazia era a</p><p>de que, se conhecemos o bem, por que fazer o mal?</p><p>Chegando ao século XX e XXI, o utilitarismo se ajusta ao homem</p><p>contemporâneo, observando que o que nos torna feliz é o que não</p><p>nos deixa sofrer, daí a necessidade de se afastar de todo o sofrimento.</p><p>1.3 Ética, política e demoracia</p><p>Em entrevista com o professor Dr. Fernando Amed, este nos falou</p><p>sobre questões envolvendo a política, a democracia e a corrupção.</p><p>Em tempos de muitas turbulências no cenário político contem-</p><p>porâneo, é muito importante refletirmos sobre a ética na política</p><p>mediante tantos casos de corrupção. Afinal, é possível haver ética na</p><p>política diante desse cenário?</p><p>O professor destaca que a ética é uma questão comportamental.</p><p>Assim, cada sociedade acolhe os comportamentos que julga</p><p>melhores. Dessa forma, é possível haver ética na política.</p><p>5</p><p>E por que é preciso ética na democracia?</p><p>Para o professor, sem a existência de regras ou normas de compor-</p><p>tamento, nenhum sistema político funciona, inclusive a democracia.</p><p>A ética entendida como comportamento aceito sempre existirá, seja</p><p>qual for o governo, para o bem ou para o mal.</p><p>Sobre a existência das leis, o professor afirma que, sem elas, vive-</p><p>ríamos num caos. As leis refletem o comportamento desejado por</p><p>uma sociedade de acordo com seus valores.</p><p>1.4 Ética e relações sociais</p><p>Para deixar bem claro: o termo deficiente foi uma exigência esta-</p><p>belecida pelo próprio grupo. Anteriormente, este era denominado</p><p>como portadores de necessidades especiais, termo que o próprio</p><p>grupo veio a rejeitar.</p><p>Quem são os deficientes? São aqueles que têm suas capacidades</p><p>limitadas por conta de seus impedimentos físicos, mentais ou senso-</p><p>riais, de longo prazo, e que podem dificultar a convivência.</p><p>O Brasil possui 45,6 milhões de pessoas com alguma deficiência</p><p>visual, auditiva, motora, mental ou intelectual. Apesar de repre-</p><p>sentar 23% da população brasileira, estas pessoas não vivem em</p><p>uma sociedade adaptada.</p><p>6</p><p>A relevância do tema está na inclusão do conjunto dessas pessoas</p><p>à sociedade, assegurando-lhes seus direitos de cidadão. Igualmente</p><p>importante é a conscientização da população sobre a necessi-</p><p>dade de se oferecer a esse grupo uma vida de qualidade e dignidade,</p><p>impedindo que ocorra restrição de participação.</p><p>Nossa Constituição prevê a “educação como direito de todos, dever</p><p>do Estado e da família com a colaboração da sociedade, visando</p><p>pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da</p><p>cidadania e sua qualificação para o trabalho”.</p><p>Para a inclusão daqueles que têm dificuldades para a mobilidade</p><p>física, o Estado aplicou isenções no pagamento de alguns impostos,</p><p>como IPI, ICMS e IPVA.</p><p>Tivemos assim a oportunidade de verificarmos juntos a importância</p><p>de se inserir na sociedade um grupo relevante: o dos deficientes,</p><p>percebendo que é um grupo numericamente significativo, que tem</p><p>direito à educação, trabalho, saúde, deslocamento e isenção de</p><p>impostos. Não por assistencialismo, mas pela humanização da socie-</p><p>dade brasileira como um todo.</p><p>1.5 Ética na atividade profissional</p><p>A ética na atividade profissional está vinculada aos seus direitos e</p><p>deveres neste campo. É fundamental ter conhecimento sobre seus</p><p>direitos e observar o tratamento respeitoso, que reserve a</p><p>igualdade entre os indivíduos independentemente de seu</p><p>sexo/gênero, ideologia, idade, religião ou raça.</p><p>É relevante trabalhar eticamente de acordo com as escolhas</p><p>profissionais, respeitando os princípios norteadores das ações em</p><p>respeito à vida. Temos que estar atentos às questões presentes no</p><p>universo de nosso trabalho.</p><p>A corrupção e o corruptor desvirtuam a materialização e orientação</p><p>da construção social. Os exemplos disso são numerosos, como:</p><p>explorar o trabalho de um colega, mentir para o colega a fim de ter</p><p>os elogios dos resultados alcançados pela equipe etc.</p><p>7</p><p>Conclusão</p><p>A ética é como um termômetro de uma sociedade que mede seus</p><p>costumes e comportamentos, e que ao longo da história foi adap-</p><p>tando-se às necessidades humanas. Portanto, a democracia ou qual-</p><p>quer outro sistema político espelha a</p><p>sua sociedade, ajustando-se</p><p>às suas normas e dentro do ambiente de trabalho, podendo ser</p><p>uma forma de alerta para a existência de direitos sequer percebidos</p><p>como existentes.</p><p>8</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>COLABORATIVISMO. CGU | Campanha combate pequenas corrupções. 2015. Disponível em: <https://</p><p>www.youtube.com/watch?v=kR3nW9fsWmU>. Acesso em: 06 jun. 2018.</p><p>CORTELLA, Mario Sergio; BARROS FILHO, Clovis de. Ética e vergonha na cara. Campinas: Ed. Papirus/</p><p>Sete Mares. 2014.</p><p>JORNAL DE BRASÍLIA. Falsificação de atestados médicos no DF. 2015. Disponível em: <https://www.</p><p>youtube.com/watch?v=14fbzJTv148>. Acesso em: 06 jun. 2018.</p><p>http://www.youtube.com/watch?v=kR3nW9fsWmU</p><p>http://www/</p><p>CIDADANIA</p><p>2</p><p>2 CIDADANIA</p><p>2.1. O que é cidadania?</p><p>Ao longo da história ocidental, a cidadania se configurou de acordo</p><p>com as necessidades e normas de cada povo. Sendo assim, a cida-</p><p>dania espelha os direitos e deveres dentro de uma sociedade, garan-</p><p>tindo a dignidade de cada cidadão.</p><p>A cidadania é um conjunto de ideias e práticas que expressam os</p><p>direitos e deveres do cidadão e do Estado, por exemplo: a coleta de</p><p>lixo, a água tratada, saneamento básico, guia rebaixada para maior</p><p>acessibilidade de deficientes, ou ainda a inclusão digital. Tais práticas</p><p>nos propiciam melhor qualidade de vida e convívio social.</p><p>2.2. Cidadania: histórico</p><p>Ao longo da história, a cidadania foi se organizando de forma dife-</p><p>rente. Passamos por Atenas, onde havia os direitos com sua corre-</p><p>lação com os deveres; em Roma, os direitos foram conquistados</p><p>pelos plebeus após muitas lutas. Já no Cristianismo, declarava-se que</p><p>todos eram iguais perante Deus. Portanto, a lei maior seria a religião</p><p>e a fé, e não a lei escrita, como a que os romanos idealizaram.</p><p>Atenas</p><p>3</p><p>Roma</p><p>Com a Declaração dos Direitos do Homem, a ideia é de que todos</p><p>são iguais perante a lei. Não existe o privilégio de sangue nem a</p><p>proteção divina. Na lei todos nascemos iguais e livres.</p><p>2.3. Cidadania no mundo: movimentos sociais</p><p>Mais uma vez, contamos com a história para nos demonstrar que</p><p>em tempos já passados, Moisés, como líder dos hebreus, lutava pelo</p><p>direito de possuir terras e combater a escravidão.</p><p>Em Roma, os irmãos Graco (século II a.C.) lutaram pela reforma</p><p>agrária, reconhecendo a importância do cultivo e comércio. Ainda</p><p>em Roma, Espartacus luta contra os maus tratos que os romanos</p><p>aplicavam aos escravos, contribuindo assim para uma revolta de</p><p>escravos no século I a.C.</p><p>No século XVIII, a Independência dos Estados Unidos e a Revolução</p><p>Francesa foram os marcos da história Moderna, os quais ainda se</p><p>refletem em nossa contemporaneidade.</p><p>Ao longo dos séculos XIX, XX e XXI, a luta pelo direito dos trabalha-</p><p>dores, das mulheres, dos afrodescendentes, de gênero, refugiados,</p><p>entre tantos outros movimentos, marcam nossas buscas e novos</p><p>arranjos sociais.</p><p>4</p><p>2.4. Cidadania no Brasil: movimentos sociais</p><p>Explicamos os movimentos sociais a partir das lutas da população</p><p>por direitos. Muitas dessas manifestações acabaram sendo repri-</p><p>midas pelo governo de sua época, mas este, diante dos movimentos</p><p>sociais, se viu na obrigação de rever suas normas arbitrárias. A Revolta</p><p>da Chibata, por exemplo, foi um movimento muito representativo</p><p>de marinheiros que reivindicavam a retirada dos castigos corporais</p><p>e a melhora do salário.</p><p>Na década de 60, assistimos a diferentes movimentos contra o</p><p>governo da Ditadura Militar. Eram jovens, velhos, homens, mulheres,</p><p>negros, brancos e pardos se mobilizando contra um governo que se</p><p>arrogava legítimo, mas que alterou a Constituição e retirou direitos</p><p>identificados com a democracia. Eram músicos, intelectuais, traba-</p><p>lhadores e sindicatos se mobilizando ao longo de mais de 20 anos</p><p>para conquistar a redemocratização do Brasil.</p><p>Mais recentemente, em 2013, vimos a tomada das ruas em dife-</p><p>rentes cidades do Brasil. Um movimento que se iniciou pelo não</p><p>aumento das passagens de ônibus e que incorporou questões mais</p><p>amplas, como a intolerância à corrupção e à impunidade dos polí-</p><p>ticos. Também se reivindicou melhor distribuição de renda, a fim de</p><p>diminuir as desigualdades sociais.</p><p>5</p><p>2.5. Inclusão de pessoas com deficiência</p><p>Quem são os deficientes físicos, quantos são e que direitos eles têm?</p><p>Os deficientes são aqueles que têm suas necessidades limitadas por</p><p>conta de seus impedimentos físicos, mentais, intelectuais ou sensoriais.</p><p>Desde 2009, o termo deficiente foi promulgado no Brasil pelo decreto</p><p>n. 6.949, portanto, algo recente.</p><p>Apesar de representarem 24% da população brasileira, estas pessoas</p><p>não vivem em uma sociedade ajustada ou adaptada.</p><p>Quando os números revelam que 1/4 da população brasileira possui</p><p>alguma deficiência, apontamos algumas delas, como a síndrome de</p><p>Down. Estima-se que em cada 700 pessoas, 1 venha a nascer com</p><p>Down. Vendo com outros números a mesma questão, são 270 mil</p><p>pessoas no Brasil com Down.</p><p>Tivemos alguns avanços constitucionais para aqueles que são defi-</p><p>cientes auditivos, como a regulamentação da profissão de tradutor</p><p>intérprete da Língua Brasileira de Sinais, que denominamos de</p><p>LIBRAS, atendendo a um grupo de deficientes auditivos e assim</p><p>possibilitando sua inclusão.</p><p>Quanto ao mercado de trabalho, as empresas com 100 ou mais</p><p>empregados, por exemplo, devem preencher de 2% a 5% das vagas</p><p>por beneficiários reabilitados ou pessoas com deficiência.</p><p>6</p><p>Conclusão</p><p>Quando verificamos que a cidadania é algo que conquistamos ao</p><p>longo do tempo, não deixamos de verificar o quanto nossa socie-</p><p>dade se humanizou, trazendo para si aqueles que foram excluídos,</p><p>chamando a responsabilidade de todos que vivem em sociedade.</p><p>7</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>CUNHA, Sérgio Sérvilo da. Ética. São Paulo: Ed. Saraiva, 2012.</p><p>Diário da Inclusão Social. Disponível em: <https://diariodainclusaosocial.com/>. Acesso em: 07 jun. 2018.</p><p>Instituto Rodrigo Mendes. Disponível em: <https://institutorodrigomendes.org.br>. Acesso em: 07</p><p>jun. 2018.</p><p>SINGER, Peter. Ética prática. São Paulo: Ed. Martins Fontes. 2002.</p><p>DIREITOS HUMANOS</p><p>2</p><p>3 DIREITOS HUMANOS</p><p>Como foi constituído o conceito de direitos humanos a partir da</p><p>Independência dos EUA e da Revolução Francesa? Este será um dos</p><p>temas que veremos nesta etapa de nossa disciplina. Estudaremos</p><p>também as organizações internacionais, como a ONU e as ONGs,</p><p>além da Constituição de 1988 no Brasil.</p><p>3.1. Os direitos humanos</p><p>O conceito de direitos humanos está na essência da preservação da</p><p>vida do homem. Todos temos direito à vida, ao direito de ir e vir, de</p><p>ser livre, de pensar livremente, de escolher uma religião etc.</p><p>A partir da preservação destes direitos, constrói-se a dignidade</p><p>humana, o respeito às diferenças e às orientações sexuais e políticas.</p><p>A Revolução Francesa foi o primeiro passo dado neste sentido na</p><p>história do Ocidente, o de garantir direitos e liberdade a todos</p><p>perante a lei.</p><p>Posteriormente, foram criadas organizações internacionais, como</p><p>a ONU, em razão das barbaridades cometidas na Segunda Guerra</p><p>Mundial. O uso de armas químicas e de alta letalidade usadas</p><p>3</p><p>intensamente contra civis chamaram a atenção daqueles que eram</p><p>contra tamanha atrocidade. Então surgiu a necessidade de se criar</p><p>uma instituição que tivesse uma representação internacional.</p><p>Com a criação da ONU em 1945, criou-se ao menos a perspectiva de</p><p>dar suporte àqueles povos, etnias ou minorias que se encontravam</p><p>sem proteção pela fragilidade em que se encontravam, por dife-</p><p>rentes motivos.</p><p>No Brasil, nosso avanço foi dado com a Constituição de 1988, também</p><p>chamada de Constituição Cidadã, pois garantiu</p><p>maior dignidade aos</p><p>trabalhadores e às minorias, e trouxe a democracia que durante 21</p><p>anos ficou subjugada pela ditadura militar.</p><p>A democracia resguardada pela Constituição preserva a liberdade</p><p>de ir e vir, mantém a liberdade dos costumes (consuetudinária), do</p><p>pensamento e da livre expressão.</p><p>A cidadania é garantida quando a Constituição é preservada. Caso</p><p>contrário, o que verificamos é a perseguição a minorias, como</p><p>ciganos ou indígenas, e em casos internacionais, a falta de proteção</p><p>a fugitivos de guerra ou problemas políticos.</p><p>3.2. Construção dos direitos humanos</p><p>A Independência dos EUA também foi um passo importante em</p><p>relação às garantias dos direitos humanos. Isso se deu por conta da</p><p>influência das ideias iluministas de igualdade, liberdade e fraterni-</p><p>dade que os norte-americanos e o restante da América Latina reali-</p><p>zaram em suas respectivas independências.</p><p>4</p><p>A Revolução Francesa também deixou heranças para a nossa contem-</p><p>poraneidade. Foi a partir dela que se pôs em prática os novos direitos</p><p>humanos e do cidadão, colocando um fim à monarquia absoluta e</p><p>iniciando a República. Foi a partir deste momento que os cidadãos</p><p>passaram a ter direitos e deveres em relação ao Estado, e o Estado</p><p>passou a ter limites em suas práticas, os quais eram estabelecidos</p><p>pela Constituição.</p><p>Os direitos fundamentais são os direitos jurídicos, os quais são insti-</p><p>tucionalmente garantidos e limitados no tempo e espaço, como por</p><p>exemplo: todos são iguais perante a lei.</p><p>3.3. Organização das Nações Unidas - ONU</p><p>Como já apontamos, a ONU foi criada a partir do fim da Segunda</p><p>Guerra Mundial com o objetivo de garantir a paz através do bom</p><p>relacionamento entre os países.</p><p>A ONU é a maior organização internacional, e seu objetivo principal</p><p>é o de colocar em prática mecanismos que possibilitem a segurança</p><p>internacional, desenvolvimento, respeito aos direitos humanos e ao</p><p>progresso social.</p><p>Em 2017 a ONU contou com a presença de 193 estados soberanos e</p><p>diversas organizações autônomas.</p><p>5</p><p>EUA, China, Rússia, Reino Unido e França fazem parte do Conselho</p><p>de Segurança. Este grupo tem poder de voto sobre qualquer reso-</p><p>lução da ONU.</p><p>A ONU é mantida com contribuições financeiras feitas pelos países</p><p>membros, sendo que os países que mais contribuem são: EUA,</p><p>Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá.</p><p>A ONU também conta com a colaboração da OMS (Organização</p><p>Mundial de Saúde), PAM (Programa Alimentar Mundial) e UNICEF</p><p>(Fundo das Nações Unidas para a Infância).</p><p>O Brasil integra a ONU desde 1945 e contribui em diferentes circuns-</p><p>tâncias de necessidade de ajuda humanitária em locais como África,</p><p>Ásia, América Latina, Europa e Caribe.</p><p>3.4. As Organizações Não-Governamentais</p><p>As ONGs são organizações não governamentais sem fins lucrativos,</p><p>portanto consideradas autônomas.</p><p>Estas organizações se caracterizam por ações solidárias no campo</p><p>da política pública e são legítimas quando fazem pressão política</p><p>em proveito de populações excluídas das condições de cidadania e</p><p>dignidade de vida.</p><p>Muitas ONGs trabalham com voluntários, e seus trabalhos, muitas</p><p>vezes, atendem àqueles que dormem nas ruas. Também atuam no</p><p>6</p><p>combate à violência contra as mulheres, crianças, entre outros. Auxi-</p><p>liam idosos abandonados por suas famílias e pessoas que perderam</p><p>sua sanidade mental.</p><p>Podemos perceber que as ONGs podem completar o trabalho do</p><p>Estado, podendo receber financiamentos e doações dele, assim</p><p>como de entidades privadas para tal fim.</p><p>3.5. Direitos humanos e a Constituição - 1988</p><p>Como anteriormente apontamos, a Constituição de 1988 foi deno-</p><p>minada como Constituição Cidadã. Ela foi importante porque após</p><p>21 anos de ditadura, a Constituição estabeleceu a inviolabilidade</p><p>de direitos e liberdades básicas, como igualdade de gênero, crimi-</p><p>nalização do racismo, proibição total da tortura e a promoção de</p><p>direitos sociais, como educação, trabalho e saúde para todos.</p><p>Com a Constituição de 1988, as eleições voltaram a ser universais,</p><p>sem distinção de classe ou gênero, embora obrigatória para maiores</p><p>de 18 anos.</p><p>Conclusão</p><p>Grande parte das conquistas sociais foram feitas a partir do século</p><p>XVIII e XIX, mas foi efetivamente no século XX que houve uma maior</p><p>organização internacional visando a paz e o bem social, lembrando</p><p>também que foi por conta das guerras ocorridas ao longo do século</p><p>XIX e XX que ocorreram as maiores atrocidades contra o homem.</p><p>7</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>COLOMBO, Artur. Voluntariado cresce em Porto Alegre. 2017. Disponível em: <https://medium.com/</p><p>betaredacao/voluntariado-cresce-em-porto-alegre-714471cc3ca8>. Acesso em: 08 jun. 2018.</p><p>Nações Unidas do Brasil. Disponível em: <http://nacoesunidas.org/conheca/historia>. Acesso em: 08</p><p>jun. 2018.</p><p>ONU Brasil. Brasileira foi essencial para menção à igualdade de gênero na Carta da ONU. 2016. Dispo-</p><p>nível em: <http://www.youtube.com/watch?time_continue=131&v=UfJhUisAQJo>. Acesso em: 08</p><p>jun. 2018.</p><p>http://nacoesunidas.org/conheca/historia</p><p>http://nacoesunidas.org/conheca/historia</p><p>http://www.youtube.com/watch?time_continue=131&v=UfJhUisAQJo</p><p>http://www.youtube.com/watch?time_continue=131&v=UfJhUisAQJo</p><p>DIVERSIDADE</p><p>2</p><p>4 DIVERSIDADE</p><p>Vamos compreender agora o que vem a ser a diversidade social, os</p><p>fundamentos da diversidade na religião, xenofobia e imigração, e o</p><p>que se compreende por minorias sociais.</p><p>4.1. O que é diversidade</p><p>A diversidade social é o conjunto de diferenças e valores comparti-</p><p>lhados pelos seres humanos na vida social. São expressões sociocul-</p><p>turais, étnicos, religiosas, físicas, modo de vida etc., ou seja, trata-se</p><p>da pluralidade daqueles que compõem a sociedade.</p><p>No entanto, sabemos que existem aqueles que não toleram aquilo</p><p>que é “diferente”, ou seja, o que pertence ao grupo da diversidade.</p><p>Os intolerantes são aqueles que compõem correntes xenofóbicas,</p><p>homofóbicas e misóginas.</p><p>Quando a intolerância se faz presente, aprofundam-se os problemas</p><p>das minorias, e estas experimentam o exílio em sua própria sociedade.</p><p>No Brasil, temos a presença da miscigenação, mas também temos a</p><p>presença do mito da democracia racial.</p><p>3</p><p>4.2. Fundamentos e princípios da diversidade na religião</p><p>Um dos nossos principais temas aqui abordados é o da diversidade</p><p>religiosa, e nossa convidada para responder nossas questões foi a</p><p>professora Dra. Danit Pondé.</p><p>Verificamos que o Brasil é um país de muitas religiões, as quais</p><p>foram introduzidas desde os tempos coloniais. Assim, presenciamos</p><p>as religiões indígena, africana e católica existindo simultaneamente.</p><p>Percebemos que há uma diversidade religiosa entre o povo brasi-</p><p>leiro, e esta religiosidade está presente desde os primórdios de</p><p>nossa colonização, quando europeus se deparavam com indígenas,</p><p>africanos e mesmo outros europeus, e todos adotavam religiões</p><p>diferentes daquelas que os portugueses eram adeptos.</p><p>Nossa diversidade religiosa pode ser verificada pela presença,</p><p>no meio urbano, de diferentes templos religiosos, como cristãos,</p><p>judeus, muçulmanos e terreiros de umbanda e candomblé.</p><p>No Brasil, as pessoas podem exercer suas religiões ou credos livre-</p><p>mente, o que não quer dizer que foi sempre assim. Sabemos que há</p><p>regiões no Brasil em que as tradições religiosas possuem uma carac-</p><p>terística mais tradicional, sendo assim, nestes lugares mais conser-</p><p>vadores, percebemos que não há uma diversificação tão intensa</p><p>quanto nos grandes centros urbanos.</p><p>Percebemos que ao longo de nossa história, poucos foram os</p><p>conflitos religiosos, e quando não há respeito à diversidade, sem</p><p>dúvida estamos desrespeitando outras culturas também, abrindo</p><p>mão das diferenças.</p><p>4</p><p>4.3. Correntes migratórias e xenofobia</p><p>Por que as pessoas migram?</p><p>As pessoas migram porque querem buscar melhores condições de</p><p>vida nos setores econômico, político ou social. Também há os casos</p><p>em que são obrigadas a fugirem de guerras, catástrofes naturais,</p><p>perseguições religiosas, crises financeiras ou por decisão pessoal.</p><p>No Brasil, um tipo de migração muito comum é o êxodo rural, em que</p><p>as pessoas migram do campo em direção à zona urbana. Esse processo</p><p>migratório se intensificou no país depois do aparecimento das indús-</p><p>trias na região Sudeste, para onde diversas pessoas, principalmente</p><p>nordestinos, se deslocaram em massa em busca de emprego.</p><p>Em muitos países, as políticas para receber imigrantes são muito</p><p>rígidas. Dessa forma, muitas pessoas migram ilegalmente, passando</p><p>a serem imigrantes clandestinos e se sujeitando a péssimas condi-</p><p>ções de vida. Temos como exemplo os mexicanos nos EUA, mas há</p><p>também os africanos na Europa e, mais recentemente, os sírios, por</p><p>conta das guerras em seu país de origem.</p><p>Diante desse cenário, surge um tipo de preconceito chamado de</p><p>xenofobia, caracterizado pela aversão, hostilidade, repúdio ou ódio</p><p>aos estrangeiros, e pode estar fundamentada em fatores históricos,</p><p>culturais, religiosos, dentre outros.</p><p>5</p><p>A xenofobia corresponde a um problema social baseado na intole-</p><p>rância e/ou discriminação social frente a determinadas nacionali-</p><p>dades ou culturas.</p><p>A xenofobia também gera violência entre as nações, e também está</p><p>associada à humilhação, constrangimento, agressão física, moral e</p><p>psíquica. Tudo isto promovido principalmente pela não aceitação</p><p>das diferentes identidades culturais.</p><p>4.4. Homofobia e misoginia</p><p>De acordo com o professor Luiz Mott, doutor em antropologia pela</p><p>UFBA, a homofobia inclui tanto o ódio contra o homossexual quanto</p><p>o medo de ter emoções ou desejos homoeróticos.</p><p>Segundo ele, o brasileiro é um povo grotescamente contraditório,</p><p>pois sendo o mesmo que escolheu Roberta Close (transexual famosa)</p><p>como um dos modelos de beleza da mulher brasileira de uma época,</p><p>é no Brasil onde mais gays e travestis são assassinados, com uma</p><p>média de 1 homicídio a cada 26 horas.</p><p>Quanto maior é a visibilidade homoafetiva, maior é a reação dos</p><p>homofóbicos.</p><p>Em relação à misoginia, que é o ódio ou aversão às mulheres, nos</p><p>dias de hoje, da mesma forma que ocorre com a homofobia e o</p><p>racismo, a misoginia é estruturada como um distúrbio de comporta-</p><p>mento que pertence à esfera individual, e não coletiva.</p><p>6</p><p>4.5. As minorias</p><p>As minorias sociais abrangem os homossexuais, idosos, negros,</p><p>mulheres, indígenas, deficientes etc. São chamadas de mino-</p><p>rias não em razão de seu número, mas sim pela situação de</p><p>desvantagem social, fazendo com que exista comportamento</p><p>discriminatório e preconceituoso.</p><p>Os direitos humanos como Direitos Fundamentais devem ser consi-</p><p>derados pela legislação de uma nação e garantidos a todos os indi-</p><p>víduos. No caso das minorias, tal consideração é especialmente</p><p>importante, posto que se tratam de grupos já discriminados.</p><p>Na democracia, há o direito à expressão para as minorias e realização</p><p>de leis políticas públicas que atendam aos seus interesses, mesmo</p><p>que estes não correspondam aos desejos da maioria da população.</p><p>Na legislação brasileira raramente se utiliza o termo “minoria” para</p><p>caracterizar a situação de vulnerabilidade de grupos minoritários.</p><p>Na Constituição Federal, são encontrados artigos que colaboram</p><p>para que os direitos sejam assegurados, por exemplo: O Estado</p><p>protegerá as manifestações culturais populares, indígenas e afro-</p><p>-brasileiras, e de outros grupos participantes do processo civiliza-</p><p>tório nacional.</p><p>7</p><p>Lei 7716/89</p><p>Estabelece punições para crimes resultantes de discriminação rela-</p><p>cionados à raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Alguns</p><p>crimes são: impedir acesso ao serviço público, negar contratação,</p><p>impedir acesso aos cargos públicos, deixar de atender clientes, impedir</p><p>acesso a transporte público etc.</p><p>Conclusão</p><p>Neste bloco percebemos que as minorias sofrem ações de desprezo,</p><p>dificultando suas vidas dentro da sociedade. Também aprendemos</p><p>que imigrantes/emigrantes podem ser objeto de ódio xenofóbico.</p><p>E vimos que a diversidade é algo inerente do processo civilizatório.</p><p>8</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ALVES, Mariana Castro. Xenofobia na Europa: Onda migratória de refugiados reacende preconceito</p><p>contra estrangeiros. Revista Pré Univesp. Dez. 2016/Jan. 2017. Disponível em: <http://pre.univesp.br/</p><p>xenofobia-na-europa#WuDZWqQvy00>. Acesso em: 12 jun. 2018.</p><p>OLIVEN, Rubens George. A parte e o todo: A diversidade no Brasil Nação. São Paulo: Ed. Vozes. 1992.</p><p>Xenofobia. Toda matéria. Disponível em: <http://www.todamateria.com.br/xenofobia>. Acesso em: 12</p><p>jun. 2018.</p><p>WHITE, Leslie A. Conceito de cultura. São Paulo: Contraponto. 2009.</p><p>http://pre.univesp.br/</p><p>http://www.todamateria.com.br/xenofobia</p><p>DIVERSIDADE E EQUIDADE</p><p>DE GÊNERO</p><p>2</p><p>4. DIVERSIDADE E EQUIDADE DE GÊNERO</p><p>Nesta etapa da nossa disciplina, tratamos de temas que estão rela-</p><p>cionados a algumas minorias. Abordamos a violência que muitas</p><p>mulheres brasileiras sofrem, tanto de ordem psíquica como física.</p><p>Nesse contexto, a Lei Maria da Penha passou a ser um tema, pois</p><p>foi um caso emblemático de nossa sociedade. O caso de Maria da</p><p>Penha tomou repercussão por ter havido várias denúncias junto</p><p>a diferentes instâncias de nosso Judiciário, porém suas denúncias</p><p>nunca eram levadas à cabo, até o caso ir parar na esfera dos direitos</p><p>humanos, só então o Estado brasileiro passou a se posicionar de</p><p>forma diferente quanto à violência sofrida pelas mulheres.</p><p>Também tratamos sobre como os transexuais e homossexuais lidam</p><p>com o mercado de trabalho em nosso país, e em que medida a</p><p>educação poderia ser um meio de debates e esclarecimentos sobre</p><p>esse assunto.</p><p>5.1. Conceito de gênero</p><p>O gênero, por ser um conceito construído socialmente, pode ser</p><p>construído e desconstruído, ou seja, pode ser entendido como algo</p><p>mutável, e não limitado como define a ciência biológica, em que as</p><p>definições se restringem a sexo feminino e masculino.</p><p>Podemos assim pensar que a identidade de um gênero, ou identi-</p><p>dade social, é um sentimento individual que atende às necessidades</p><p>daquele indivíduo. Para uma simples demonstração do conceito de</p><p>identidade de gênero, podemos pegar como exemplo uma pessoa</p><p>que biologicamente nasceu com o sexo masculino, mas se identifica</p><p>com o papel social do gênero feminino, portanto, passa a ser social-</p><p>mente reconhecida como mulher. Essa pessoa é denominada trans-</p><p>gênera, pois possui uma identidade de gênero diferente da biológica.</p><p>3</p><p>5.2. Violência de gênero: violência contra a mulher</p><p>Por meio das estatísticas, fica evidente como as mulheres no Brasil,</p><p>ainda hoje, são vítimas da violência.</p><p>Os dados são alarmantes tanto nos centros urbanos como em locais</p><p>de um Brasil mais “distante”. Números apontam a ocorrência de</p><p>1 estupro a cada 11 minutos; todos os dias há notificações de 10</p><p>estupros coletivos junto ao sistema de saúde do país; e ainda há a</p><p>violência doméstica, como foi o caso de Maria da Penha. Esta reali-</p><p>dade muitas vezes vem acompanhada de assassinatos praticados</p><p>por pessoas próximas às vítimas. Estas estatísticas conferem uma</p><p>frágil segurança das mulheres em nosso país.</p><p>4</p><p>5.3. Gênero e mercado de trabalho</p><p>Em muitas profissões, principalmente nos cargos executivos de</p><p>grandes corporações, as mulheres são remuneradas de maneira</p><p>diferente que os homens, seus salários são menores ou dificilmente</p><p>são oferecidas tais posições.</p><p>Transexuais e homossexuais também são vítimas de preconceito</p><p>dentro de nossa sociedade, pois ainda existe uma resistência na</p><p>compreensão da diversidade, e muitas vezes, por conta deste</p><p>Acesso em: 13 jun. 2018.</p><p>Politize! Cotas raciais no Brasil: entenda o que são! Disponível em: <http://www.politize.com.br/cotas-</p><p>-raciais-no-brasil-o-que-sao>. Acesso em: 13 jun. 2018.</p><p>http://tvcul-/</p><p>http://www.politize.com.br/cotas-</p><p>http://www.politize.com.br/cotas-</p>Acesso em: 13 jun. 2018. Politize! Cotas raciais no Brasil: entenda o que são! Disponível em: <http://www.politize.com.br/cotas- -raciais-no-brasil-o-que-sao>. Acesso em: 13 jun. 2018. http://tvcul-/ http://www.politize.com.br/cotas- http://www.politize.com.br/cotas-