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<p>ATENÇÃO A DOMICILIO</p><p>PORTARIA Nº5 -</p><p>· Atenção Domiciliar (AD): modalidade de atenção à saúde integrada às Rede de Atenção à Saúde (RAS), caracterizada por um conjunto de ações de prevenção e tratamento de doenças, reabilitação, paliação e promoção à saúde, prestadas em domicílio, garantindo continuidade de cuidados;</p><p>· Serviço de Atenção Domiciliar (SAD): serviço complementar aos cuidados realizados na atenção básica e em serviços de urgência, substitutivo ou complementar à internação hospitalar, responsável pelo gerenciamento e operacionalização das Equipes Multiprofissionais de Atenção Domiciliar (EMAD) e Equipes Multiprofissionais de Apoio (EMAP);</p><p>· cuidador: pessoa(s), com ou sem vínculo familiar com o usuário, apta(s) para auxiliá-lo em suas necessidades e atividades da vida cotidiana e que, dependendo da condição funcional e clínica do usuário, deverá(ão) estar presente(s) no atendimento domiciliar.</p><p>Dentre os objetivos do SAD estão:</p><p>1- reduzir a demanda por atendimento hospitalar;</p><p>2- reduzir período de internação;</p><p>3- humanizar a atenção à saúde, com aumento da autonomia do paciente;</p><p>4- desinstitucionalização e otimização de recurso financeiro e estrutural da RAS;</p><p>A atenção domiciliar prega por:</p><p>1- ampliação e equidade de acesso, acolhimento, humanização e integralidade da assistência;</p><p>2- estar incorporada ao sistema de regulação;</p><p>3- ter práticas clínicas baseadas nas necessidades de cada usuário, diminuindo a fragmentação da assistência e valorizando o trabalho multiprofissional e interdisciplinar;</p><p>4- tem participação ativa dos profissionais da saúde, usuário, família e cuidador.</p><p>Quando está indicado a atenção domiciliar?</p><p>“ para pessoas em estabilidade clínica que necessitam de atenção de saúde em situações de restrição de leito, em lar de maneira temporária ou definitiva, grau de vulnerabilidade em que a AD é considerada a oferta mais oportuna para tratamento, paliação, reabilitação e prevenção de agravos, levando sempre em consideração a autonomia do usuário, família e cuidador.”</p><p>apresenta 3 modalidades:</p><p>· AD 1 - paciente que tem indicação para AD, porém com cuidados de menor frequência e com menos intervenções multiprofissionais, já que apresenta estabilidade e cuidados satisfatórios pelos cuidadores. é de responsabilidade da equipe de atenção básica, por meio de acompanhamento regular em domicílio, de acordo com as especificidades de cada caso.</p><p>· AD 2 - paciente que tem a necessidade de abreviar ou evitar hospitalização (afecções agudas ou crônicas agudizadas com necessidade de cuidados intensivos e sequências; afecções crônico-degenerativas que demande atendimento no mínimo semanal; cuidado paliativo semanal para controle de dor e sofrimento; prematuridade e baixo peso em crianças que precisam de ganho ponderal). Responsabilidade do SAD</p><p>· AD 3 - qualquer usuário listado na modalidade AD 2, com necessidade de cuidado multiprofissional mais frequente, uso de equipamento ou procedimentos de maior complexidade (VM, paracentese de repetição, NPO). Responsabilidade do SAD.</p><p>Nessas 3 modalidades, as equipes têm como contribuição:</p><p>· trabalho em equipe multiprofissional integrada ao RAS;</p><p>· identificar, orientar e capacitar o cuidador;</p><p>· acolher demandas, queixas e dúvidas;</p><p>· promover espaço de cuidado e de trocas de experiências;</p><p>· utilizar linguagem acessível;</p><p>· pactuar fluxos para atestado de óbito, devendo ser preferencialmente emitido por médico da EMAD ou da Equipe de Atenção Básica do respectivo território;</p><p>· articular fluxos para admissão e alta dos usuários, por meio de busca ativa e reuniões periódicas;</p><p>· participar de processos de educação permanente e capacitação.</p><p>Será inelegível para AD o usuário que apresentar pelo menos uma das seguintes situações:</p><p>1 - Necessidade de monitorização contínua;</p><p>2- assistência contínua da enfermagem;</p><p>3- necessidade de propedêutica complementar, com demanda potencial para a realização de vários procedimentos diagnósticos, em sequência, com urgência;</p><p>4- tratamento cirúrgico de urgência;</p><p>5- uso de VM invasiva.</p><p>Os usuários em AD que tenham intercorrências agudas terão atendimento garantido, transporte e retaguarda para UPA.</p><p>A equipe do SAD é composta por:</p><p>· EMAD tipo 1 - médico com carga horária semanal (CHS) de no mínimo 40h de trabalho por equipe, enfermeiro com CHS de 40h de trabalho por equipe, fisioterapeuta ou assistente social CHS 30h de trabalho por equipe, auxiliares ou técnicos de enfermagem com CHS 120h de trabalho por equipe;</p><p>· EMAD tipo 2 - médico com CHS de 20h de trabalho, enfermeiro com CHS de 30h de trabalho, fisioterapeuta ou assistente social com CHS de 30h de trabalho, auxiliares ou técnicos de enfermagem com CHS de 120h de trabalho.</p><p>· Equipe Multiprofissional de Apoio (EMAP) - A EMAP terá composição mínima de 3 (três) profissionais de nível superior, escolhidos entre as ocupações listadas a seguir, cuja soma das CHS de seus componentes será de, no mínimo, 90 (noventa) horas de trabalho</p><p>· A EMAD realizará atendimento, no mínimo, 1 (uma) vez por semana a cada usuário, com a EMAP sendo acionada para dar suporte e complementar as ações da EMAD.</p><p>· Estima-se, em média, o atendimento de 60 (sessenta) usuários para cada EMAD Tipo 1 e 30 (trinta) usuários para cada EMAD Tipo 2, mensalmente.</p><p>Não é obrigatório que o SAD possua sede própria, podendo estar sediado em estabelecimento de saúde, conforme regras definidas em normativa específica.</p><p>O SAD é organizado em uma base territorial, sendo referência em atenção domiciliar, se relacionando com os demais serviços, em especial a atenção básica. Durante o período em que o usuário estiver sob os cuidados do SAD, a equipe de atenção básica de sua referência deverá compartilhar o cuidado, participando na elaboração do Projeto Terapêutico Singular (PTS) daquele usuário.</p><p>O SAD ofertará, no mínimo, 12 (doze) horas/dia de funcionamento, de modo que o trabalho da EMAD seja no formato de cuidado horizontal (diarista) em dias úteis e nos finais de semana e feriados, de forma a assegurar a continuidade da atenção em saúde, podendo utilizar, nestas ocasiões, o regime de plantão.</p><p>A infraestrutura ofertada será:</p><p>1- equipamentos;</p><p>2- material permanente e de consumo;</p><p>3- aparelho telefônico;</p><p>4- veículo para transporte.</p><p>O que ter para ter um SAD?</p><p>1- população com 20.000 ou mais habitantes;</p><p>2- hospital de referência no município ou região;</p><p>3- SAMU 192 habilitado e em funcionamento;</p><p>CADERNO DE ATENÇÃO DOMICILIAR</p><p>Um dos eixos centrais da AD é a “desospitalização”. Proporciona celeridade no processo de alta hospitalar com cuidado continuado no domicílio; minimiza intercorrências clínicas, a partir da manutenção de cuidado sistemático das equipes de atenção domiciliar; diminui os riscos de infecções hospitalares por longo tempo de permanência de pacientes no ambiente hospitalar, em especial, os idosos; oferece suporte emocional necessário para pacientes em estado grave ou terminal e familiares; institui o papel do cuidador, que pode ser um parente, um vizinho, ou qualquer pessoa com vínculo emocional com o paciente e que se responsabilize pelo cuidado junto aos profissionais de saúde; e propõe autonomia para o paciente no cuidado fora do hospital.</p><p>A AD possibilita, assim, a desinstitucionalização de pacientes que se encontram internados nos serviços hospitalares, além de evitar hospitalizações desnecessárias a partir de serviços de pronto-atendimento e de apoiar as equipes de atenção básica no cuidado àqueles pacientes que necessitam (e se beneficiam) de atenção à saúde prestada no domicílio, de acordo com os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), em especial, acesso, acolhimento e humanização.</p><p>O conceito de AD demarcado pela Portaria nº 2.527 traz elementos muito importantes e, por isso, serão discutidos neste tópico:</p><p>- Modalidade de atenção “substitutiva ou complementar”: pode tanto substituir o cuidado prestado em outro ponto da Rede de Atenção à Saúde, a exemplo do hospital, como complementar os cuidados iniciados em qualquer um dos pontos, a exemplo das Unidades</p><p>Básicas de Saúde e do próprio hospital. Assim, “a atenção domiciliar pode ser trabalhada como um dispositivo para a produção de desinstitucionalização do cuidado”.</p><p>- Ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação em saúde: não é focando somente na assistência, mas também em aspectos de prevenção, promoção e reabilitação, utilizando, para isso, estratégias para a educação em saúde e tendo como uma das finalidades o aumento no grau de autonomia do paciente, de seu cuidador e familiares;</p><p>- Continuidade do cuidado: a atenção domiciliar possibilita que não existam rupturas no cuidado prestado ao paciente ao potencializar a construção de “pontes” entre os pontos de atenção e a pessoa, em seu próprio domicílio;</p><p>- Integrada às Redes de Atenção à Saúde: a AD potencializa a transversalidade da atenção ao colocar o usuário e suas necessidades no centro.</p><p>A atenção básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde.</p><p>Dentro desse enfoque, é responsabilidade das equipes de atenção básica atenderem os cidadãos conforme suas necessidades em saúde. Essas necessidades, que são produzidas socialmente, muitas vezes se traduzem também pela dificuldade que algumas pessoas possuem em acessar os serviços de saúde, seja pelas barreiras geográficas, pelas longas distâncias, pela forma como são organizados, seja pelo seu estado de saúde, que, muitas vezes, os impedem de se deslocarem até esses serviços, exigindo que a assistência seja dispensada em nível domiciliar.</p><p>Ao cuidador competem as seguintes atribuições:</p><p>· Ajudar no cuidado corporal: cabelo, unhas, pele, barba, banho parcial ou completo, higiene oral e íntima;</p><p>· Estimular e ajudar na alimentação;</p><p>· Ajudar a sair da cama, mesa, cadeira e a voltar;</p><p>· Ajudar na locomoção e atividades físicas apoiadas (andar, tomar sol, movimentar as articulações);</p><p>· Participar do tratamento diretamente observado (TDO);</p><p>· Fazer mudança de decúbito e massagem de conforto;</p><p>· Servir de elo entre o usuário, a família e a equipe de saúde;</p><p>· Administrar medicações, exceto em vias parenterais, conforme prescrição;</p><p>· Comunicar à equipe de saúde as intercorrências;</p><p>· Encaminhar solução quando do agravamento do quadro, conforme orientação da equipe;</p><p>· Dar suporte psicológico aos pacientes em AD.</p><p>Critérios de inclusão da AD na atenção básica:</p><p>· Ter tido alta da AD2/AD3, mantendo interface entre as equipes de atenção domiciliar e as da atenção básica;</p><p>· Ter, no domicílio, infraestrutura física compatível com a realização da AD; nos casos em que as condições físicas precárias implicam aumento de riscos para a saúde do usuário, elas deverão ser avaliadas pela equipe multidisciplinar;</p><p>· Ter o consentimento informado do usuário (se consciente) e/ou de seu representante legal;</p><p>· Estar impossibilitado de se deslocar até o serviço de saúde;</p><p>· Necessitar de cuidados numa frequência de visitas e atividades de competência da atenção básica;</p><p>· Não se enquadrar nos critérios de inclusão nas modalidades AD2 e AD3.</p><p>Critérios de desligamento da AD:</p><p>· Mudança de área de abrangência, devendo ser transferido para a equipe responsável pela área do novo domicílio;</p><p>· Impossibilidade da permanência do cuidador no domicílio;</p><p>· Não aceitação do acompanhamento;</p><p>· Recuperação das condições de deslocamento até a unidade de saúde;</p><p>· Piora clínica que justifique AD2/AD3 ou internação hospitalar;</p><p>· Cura;</p><p>· Óbito.</p><p>FERIDAS E COBERTURAS</p><p>· CLASSIFICAÇÃO DAS ÚLCERAS</p><p>As úlceras podem ser classificadas, quanto à causa, em: cirúrgicas, não cirúrgicas; segundo o tempo de reparação, em agudas e crônicas, e, de acordo com a profundidade, em relação à extensão da parede tissular envolvida (epiderme, derme, subcutâneo e tecidos mais profundos, como músculos, tendões, ossos e outros), em graus, I, II, III e IV.</p><p>· Grau I: ocorre um comprometimento da epiderme; a pele se encontra íntegra, mas apresenta sinais de hiperemia (que não branqueia a digito-pressão), descoloração ou endurecimento.</p><p>· Grau II: ocorre a perda parcial de tecido envolvendo a epiderme ou a derme; a ulceração é superficial e se apresenta em forma de escoriação ou bolha. O tecido adiposo e tecidos profundos não são visíveis; tecido de granulação, esfacelos e escara não estão presentes.</p><p>· Grau III: existe comprometimento da epiderme, derme e hipoderme (tecido subcutâneo). Pode apresentar epíbole; esfacelos; escaras; túneis ou deslocamentos. Não há exposição de fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem e/ou osso.</p><p>· Grau IV: comprometimento da epiderme, derme, hipoderme e tecidos mais profundos. Há exposição de fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem e/ou osso. Pode apresentar epíbole; esfacelos; escaras; túneis ou deslocamentos.</p><p>OBS: Quando o esfacelo ou escara prejudica a identificação da extensão da perda tissular, deve-se classificá-la como lesão por pressão não classificável.</p><p>· Lesão por pressão tissular profunda: pele intacta ou não, com área localizada e persistente de descoloração vermelho escura, marrom ou púrpura que não embranquece.</p><p>· AVALIAÇÃO DE ÚLCERA</p><p>Ao avaliar a úlcera, é importante considerar os seguintes pontos:</p><p>1) História do doente: verificar a queixa principal, presença de fatores que interferem na cicatrização, data do início da úlcera, causa, se é a primeira ou uma úlcera recorrente; presença de dor e tratamentos já utilizados anteriormente.</p><p>2) Exame físico:</p><p>3) Avaliação psicossocial:</p><p>4) Autocuidado: identificar esta possibilidade em relação à sua úlcera, orientando-o e estimulando-o a realizar seu curativo, para adaptar-se às atividades da vida diária.</p><p>5) Características da úlcera e da pele ao seu redor: podem indicar alterações da pele, como: hiperemia, calor, edema, dor, maceração, ressecamento, descamação, eczema, hiperpigmentação, ou outras alterações, também valiosas para direcionar o tratamento.</p><p>6) Características do exsudato: podem ser indicadores valiosos para determinar o tratamento. No processo de cicatrização, os fluidos das úlceras contêm enzimas e são consideradas normais nas primeiras 48 a 72 horas. Depois desse período, a presença de exsudato é sinal de prejuízo à cicatrização. A coloração e a consistência deste, podem variar. Os fluidos serosos e sanguinolentos são considerados normais. O exsudato purulento indica processo infeccioso. A quantidade de exsudato pode ser estimada por observação clínica e quantificada pela drenagem. Uma úlcera seca não apresenta exsudato; a úlcera ligeiramente úmida possui exsudato escasso, não mensurável; a molhada, com pequena quantidade de exsudato envolve uma área menor ou igual a 25% de sua cobertura; um exsudato moderado corresponde a uma úlcera saturada, com uma drenagem que envolve entre 25% a 75% da cobertura; um exsudato em grande quantidade corresponde a uma úlcera banhada de fluidos, com drenagem livre, envolvendo mais que 75% da cobertura.</p><p>7) Aparência da úlcera: o tipo de tecido presente indica a fase do processo de cicatrização em que a úlcera se encontra:</p><p>a) Tecido necrótico: varia de coloração, desde a cor preta, cinza, esbranquiçada, marrom, até a esverdeada. Corresponde ao tecido morto, desidratado, podendo estar presente também o pus e o material fibroso, que favorecem a multiplicação de microorganismos. A crosta é um tipo de tecido desvitalizado, devido a sua exposição ao ar, ocasionado pelo ressecamento e desidratação celular.</p><p>b) Tecido fibrinoso: apresenta cor amarela, de consistência cremosa, devido à quantidade de degradação celular. A fibrina pode recobrir toda a extensão da úlcera ou se apresentar como pontos de fibrina recobrindo parcialmente a lesão.</p><p>c) Tecido de granulação: tem aspecto vermelho, brilhante e úmido. O tecido doente tem aspecto pálido-escuro, podendo sangrar espontaneamente e com aparência friável (que se parte facilmente), indicando processo infeccioso em andamento.</p><p>d) Tecido de epitelização:</p><p>tem aspecto branco rosado, que migra a partir da margem para o centro da úlcera.</p><p>8) Mensuração da úlcera: permite acompanhar a evolução do processo de cicatrização. Esta mensuração pode ser realizada das seguintes formas:</p><p>a) Medida simples: com uma régua, medir em centímetros a região de maior comprimento e largura. A profundidade da úlcera pode ser verificada com uma pinça, cotonete estéril ou sonda uretral fina, que deve ser inserido no ponto mais profundo da úlcera. A precisão desse tipo de mensuração pode ser prejudicada, se for realizada por várias pessoas, ou se existir tecido necrosado ou desvitalizado. O tamanho real da úlcera só será evidente após o desbridamento. É necessário ao utilizar este tipo de medida, uma descrição da aparência da úlcera e dos tecidos envolvidos nas diversas camadas da pele.</p><p>b) Decalque: consiste em traçar a forma da úlcera em material transparente. O mais utilizado é o papel de acetato. Esta mensuração não dá informações sobre a profundidade e aparência da úlcera. A área pode ser calculada colocando-se o decalque por cima de um papel quadriculado e contando-se o número de quadrados inteiros.</p><p>c) Fotografia: proporciona uma evidência visual da aparência de uma úlcera, no entanto, não detecta a profundidade da mesma. Esse método exige a repetição do procedimento, em intervalos regulares, sob o mesmo ângulo, luminosidade e distância focal constante, para permitir comparações futuras. O inconveniente deste método é que nem todos os profissionais têm treinamento e acesso a uma boa câmera.</p><p>d) Sistemas computadorizados para medidas de úlceras: existem vários dispositivos ou aparelhos planejados especialmente para calcular as dimensões das úlceras; no entanto, o seu uso ainda está muito restrito, em nossa prática, devido ao custo elevado dos equipamentos, além da falta de pessoal especializado para o seu manuseio.</p><p>9) Monitoramento do tratamento de úlceras: para uma completa assistência, deve-se monitorar o progresso da cicatrização e avaliar a efetividade das intervenções e do tratamento utilizado.</p><p>· TIPOS DE ÚLCERAS</p><p>NEUROTRÓFICA</p><p>VENOSA</p><p>ARTERIAL</p><p>HIPERTENSIVA</p><p>PRESSÃO</p><p>Prevenção</p><p>- Inspeção diária - Hidratação e lubrificação da pele</p><p>- Monitoramento da sensibilidade</p><p>- Proteção na Atividade da Vida Diária (AVD)</p><p>- Uso de palmilhas e calçados adequados</p><p>-Elevação das pernas</p><p>- Uso de meias com média compressão</p><p>-Caminhadas</p><p>-Exercícios para panturrilha</p><p>- Evitar traumatismos</p><p>- Controlar hipertensão e diabetes</p><p>- Elevar a cabeceira da cama</p><p>- Evitar traumatismos</p><p>- Controlar hipertensão, diabetes e obesidade</p><p>- Reduzir fumo</p><p>- Alívio periódico de pressão</p><p>- Proteção de proeminências ósseas</p><p>Causa</p><p>-Microangiopatia - Falta de sensibilidade protetora</p><p>Estase venosa</p><p>Arteriosclerose</p><p>HAS</p><p>Pressão contínua</p><p>Dor</p><p>- Ausência de dor</p><p>Moderada</p><p>- Severa</p><p>- Aumenta com a elevação das pernas</p><p>Muito severa</p><p>Presente ou não</p><p>Localização</p><p>Superfície plantar</p><p>- Maléolo medial</p><p>- Terço distal da perna</p><p>- Perna</p><p>- Calcanhar - Dorso do pé e artelhos</p><p>-Face pósterolátero</p><p>-distal da perna</p><p>- Proeminências ósseas - 7 locais clássicos: Sacral / Trocanters / Maléolos / Calcâneos</p><p>Outra característica</p><p>- Borda circular - Geralmente desenvolve em áreas de alta pressão plantar</p><p>- Área da úlcera é quente e rosada</p><p>- Pode ser superficial ou profunda</p><p>- Pode ser infectada ou não - Associadas às calosidades</p><p>- Borda irregular</p><p>- Base vermelha</p><p>- Pigmentação perilesional</p><p>- Edema</p><p>- Pulsos presentes</p><p>- Eczema</p><p>- Borda irregular</p><p>- Base pálida e fria</p><p>- Multifocal</p><p>- Tendência de ser necrótica</p><p>- Pulsos reduzidos ou ausentes - Cianose</p><p>- Ausência de pêlos</p><p>- Muito dolorosa</p><p>Variada com acometimento da epiderme e tecidos mais profundos</p><p>· CURATIVOS</p><p>As coberturas podem ser classificadas como primária, secundária e mista.</p><p>-> A cobertura primária é o produto que permanece em contato direto com o leito da úlcera na pele adjacente, com a finalidade de absorver seu exsudato, facilitando o fluxo livre das drenagens, preservando o ambiente úmido e a não-aderência. Esse tipo de curativo requer permeabilidade aos fluidos, não-aderência e impermeabilidade às bactérias.</p><p>-> A cobertura secundária é o produto que recobre a cobertura primária, com a finalidade de absorver o excesso de drenagem, proporcionando proteção e compressão. Esse tipo de curativo necessita ter capacidade satisfatória de absorção e proteção.</p><p>-> A cobertura mista é o produto que possui as duas camadas, uma em contato com o leito da úlcera e outra em contato com o ambiente externo.</p><p>OBS: A crosta, antigamente, era considerada como uma cobertura natural para proteger a úlcera de bactérias e auxiliar na regeneração epitelial. Entretanto, têm-se notado que úlceras sem crosta cicatrizam mais rapidamente, além do fato de que fluidos podem se juntar embaixo da crosta e favorecer a infecção. A crosta também pode interferir na cicatrização, evitando a contração da úlcera. Ela é constituída de material protéico do tecido desvitalizado, composto por colágeno, fibrina e elastina, caracterizado pela coloração amarela.</p><p>· TIPOS DE CURATIVOS - O QUE TIVER SUBLINHADO É O QUE CAI NA PROVA SEGUNDO A JANA!!!!!</p><p>1. CURATIVO COM GAZES UMEDECIDAS EM SF</p><p>Composição: gaze estéril e solução fisiológica a 0,9%.</p><p>Mecanismo de ação: mantém a umidade na úlcera, favorece a formação de tecido de granulação, amolece os tecidos desvitalizados, estimula o desbridamento autolítico, absorve exsudato.</p><p>Indicação: manutenção da úlcera úmida, indicada para todos tipos de úlcera. Contra-indicações: não tem.</p><p>2. HIDROCOLÓIDES - são curativos que podem ser apresentados sob a forma de placa, pasta, gel e grânulos.</p><p>Composição: o hidrocolóide em placa é um curativo sintético derivado da celulose natural, que contém partículas hidrofílicas que formam uma placa elástica auto-adesiva. A sua face externa contém uma película de poliuretano semipermeável não aderente. A camada de poliuretano proporciona uma barreira protetora contra bactérias e outros contaminantes externos.</p><p>Mecanismo de ação: as partículas de celulose expandem-se ao absorver líquidos e criam um ambiente úmido, que permite às células do microambiente da úlcera fornecer um desbridamento autolítico. Esta condição estimula o crescimento de novos vasos, tecido de granulação e protege as terminações nervosas. Ele mantém o ambiente úmido, enquanto protege as células de traumas, da contaminação bacteriana, e mantém também o isolamento térmico.</p><p>Indicação: Feridas crônicas pouco ou não exsudativas e em feridas agudas superficiais nos estágios finais da cicatrização, queimaduras superficiais de espessura parcial, áreas doadoras, feridas pós-operatórias, abrasões de pele e prevenção de lesões cutâneas.</p><p>Contra-indicação: são contra-indicados em casos de infecção, principalmente por anaeróbicos, porque estes produtos são impermeáveis ao oxigênio, e não podem ser usados em casos com excessiva drenagem, devido à limitada capacidade de absorção. Não devem ser usados se houver exposição de músculos, ossos ou tendões.</p><p>3. FILME TRANSPARENTE</p><p>Composição: o filme transparente é um curativo estéril constituído por uma membrana de poliuretano, coberto com adesivo hipoalergênico. Possui um certo grau de permeabilidade ao vapor de água, dependendo do fabricante. Não adere à superfície úmida da ferida; são coberturas finas, transparentes, semipermeáveis e não absorventes.</p><p>Mecanismo de ação: mantém um ambiente úmido entre a úlcera e o curativo, favorece o desbridamento autolítico, protege contra traumas, favorecendo a cicatrização. A umidade natural reduz a desidratação e a formação de crosta, o que estimula a epitelização. Pode proporcionar barreiras bacterianas e virais, dependendo de sua porosidade. Permite visualizar a úlcera, além de permanecer sobre a mesma por vários dias, diminuindo o número de trocas. Pode também ser utilizado como curativo secundário.</p><p>Indicação: deve ser utilizado em úlceras superficiais com drenagem mínima, em grau I, cirúrgicas limpas com pouco exsudato, queimaduras superficiais, áreas doadoras</p><p>de pele, dermoabrasão, fixação de catéteres, proteção da pele adjacente a fístulas e na prevenção de úlceras de pressão.</p><p>4. ALGINATO DE CÁLCIO</p><p>Composição: o alginato é um polissacarídeo composto de cálcio, derivado de algumas algas. Realiza a hemostasia, a absorção de líquidos, a imobilização e retenção das bactérias na trama das fibras. Este tipo de tratamento pode ser encontrado com sódio em sua composição.</p><p>Mecanismo de ação: este tipo de curativo tem propriedade desbridante. Antes do uso, é seco e, quando as fibras de alginato entram em contato com o meio líquido, realizam uma troca iônica entre os íons cálcio do curativo e os íons de sódio da úlcera, transformando as fibras de alginato em um gel suave, fibrinoso, não aderente, que mantém o meio úmido ideal para o desenvolvimento da cicatrização.</p><p>Indicação: Feridas de moderada a altamente exsudativas, de qualquer etiologia; Feridas Oncológicas; Feridas Sangrantes; Feridas recém desbridadas, cirúrgicas ou com instrumento cortante;</p><p>Modo de usar: a sua colocação deve ser feita de maneira frouxa, para possibilitar a expansão do gel. Após o seu uso, observa-se no leito da úlcera uma membrana fibrinosa, amarelo pálida, que deve ser retirada somente com a irrigação. Pode ser usado em associação com outros produtos. As trocas devem ser mediante a saturação dos curativos, geralmente após 24 horas. Apresenta como vantagem a alta capacidade de absorção, e desvantagem, a potencialidade de macerar quando em contato com a pele sadia.</p><p>5. CARVÃO ATIVADO</p><p>Composição: este tipo de curativo possui uma cobertura composta de uma almofada contendo um tecido de carvão ativado cuja superfície é impregnada com prata, que exerce uma atividade bactericida, reduzindo o número de bactérias presentes na úlcera, principalmente as gram negativas. O curativo não deve ser cortado, porque as partículas soltas de carvão podem ser liberadas sobre a úlcera e agir como um corpo estranho.</p><p>Mecanismo de ação: esta cobertura possui um alto grau de absorção e eliminação de odor das úlceras. O tecido de carvão ativado remove e retém as moléculas do exsudato e as bactérias, exercendo o efeito de limpeza. A prata exerce função bactericida, complementando a ação do carvão, o que estimula a granulação e aumenta a velocidade da cicatrização. É uma cobertura primária, com uma baixa aderência, podendo permanecer de 3 a 7 dias, quando a úlcera não estiver mais infectada. No início, a troca deverá ser a cada 24 ou 48 horas, dependendo da capacidade de absorção.</p><p>Indicação: é indicado em úlceras exsudativas, infectadas com odores acentuados, em fístulas e gangrenas.</p><p>6. SULFADIAZINA DE PRATA</p><p>Composição: Sulfadiazina de prata a 1%, hidrofílico.</p><p>Mecanismos de ação: o íon prata causa precipitação de proteínas e age diretamente na membrana citoplasmática da célula bacteriana, e tem ação bacteriostática residual, pela liberação deste íon.</p><p>Indicação: prevenção de colonização, tratamento de queimadura e lesões contaminadas.</p><p>Contra-indicação: hipersensibilidade.</p><p>Modo de usar: lavar a úlcera com soro fisiológico a 0,9%, remover o excesso do produto e tecido desvitalizado. Espalhar uma fina camada (5mm) do creme sobre as gazes e aplicá-las por toda a extensão da lesão. Cobrir com cobertura secundária, de preferência estéril.</p><p>7. ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS OU TRIGLICERIL DE CADEIA MÉDIA</p><p>Composição: é um produto originado de óleos vegetais polissaturados, composto fundamentalmente de ácidos graxos essenciais que não são produzidos pelo organismo, como: ácido linoléico, ácido caprílico, ácido cáprico, vitamina A, E, e a lecitina de soja. Os ácidos graxos essenciais são necessários para manter a integridade da pele e a barreira de água, e não podem ser sintetizados pelo organismo.</p><p>Mecanismo de ação: promovem quimiotaxia (atração de leucócitos) e angiogênese (formação de novos vasos sangüíneos), mantêm o meio úmido e aceleram o processo de granulação tecidual. A aplicação tópica em pele íntegra tem grande absorção: forma uma película protetora, previne escoriações, devido a alta capacidade de hidratação, e proporciona nutrição celular local.</p><p>Indicação: prevenção e tratamento de dermatites, úlceras de pressão, venosa e neurotrófica; tratamento de úlceras abertas com ou sem infecção.</p><p>Modo de usar: irrigar o leito da lesão com soro fisiológico a 0,9 %, remover o exsudato e tecido desvitalizado, se necessário. Aplicar o AGE diretamente no leito da úlcera ou aplicar gaze úmida o suficiente para mantê-la úmida até a próxima troca. Ocluir com cobertura secundária (gaze, chumaço gaze e compressa seca) e fixar. A periodicidade de troca deverá ser até que o curativo secundário esteja saturado ou a cada 24 horas.</p><p>8. PAPAÍNA</p><p>Composição: a papaína é uma enzima proteolítica retirada do látex do vegetal mamão papaia (Carica Papaya). Pode ser utilizada em forma de pó ou em forma de gel. Essa substância atende às exigências de qualidade da farmacopéia americana, com 6.000 USDP U/mg*.</p><p>Mecanismo de ação: provoca dissociação das moléculas de proteínas, resultando em desbridamento químico. Tem ação bactericida e bacteriostática, estimula a força tênsil da cicatriz e acelera a cicatrização.</p><p>Indicação: tratamento de úlceras abertas, infectadas e desbridamento de tecidos desvitalizados ou necróticos.</p><p>Modo de usar: irrigar com soro fisiológico a 0,9%, lavar abundantemente com jato de solução de papaína. Em presença de tecido necrosado, cobrir esta área com fina camada de papaína em pó. Na presença de crosta necrótica, fazer vários pequenos cortes longitudinais de pequena profundidade, para facilitar a absorção. Remover o exsudato e o tecido desvitalizado; se necessário, colocar gaze em contato, embebida com solução de papaína, e ocluir com cobertura secundária, fixando o curativo. A periodicidade de troca deverá ser no máximo de 24 horas, ou de acordo com a saturação do curativo secundário. A papaína em pó deve ser diluída em água destilada. A papaína gel deve ser conservada em geladeira.</p><p>OBS: A concentração da papaína para a úlcera necrótica deve ser a 10%, em casos com exsudato purulento, de 4 a 6%, e, com tecido de granulação, à 2%.</p><p>9. ÓLEO MINERAL</p><p>Composição: oleo mineral puro.</p><p>Mecanismo de ação: facilita a hidratação, realiza lubrificação e evita o ressecamento da pele.</p><p>Indicação: pele íntegra, ressecada, anestésica e ou hipoestésica e com calosidades.</p><p>Modo de usar: após a hidratação da pele íntegra, aplicá-lo, massageando o local, para maior absorção do produto.</p><p>10. HIDROFIBRA COM PRATA</p><p>Composição: hidrofibra (tecido) + Ag</p><p>Mecanismo de ação: absorver grandes quantidades de exsudato e bactérias presentes no leito da ferida, formando um gel macio e coesivo, que se adapta à superfície da ferida formando um meio úmido que auxilia na remoção de tecidos necróticos (desbridamento autolítico).</p><p>Indicação: Feridas de qualquer etiologia com média a alta exsudação, com ou sem infecção.</p><p>Modo de usar: Aplique a cobertura de forma que a borda do curativo ultrapasse a borda da ferida em pelo menos 1 cm em toda a circunferência da ferida. Ocluir a cobertura secundária apropriada e observe nível de exsudação.</p><p>11. ESPUMA DE POLIURETANO COM PRATA</p><p>Composição: espuma + Ag</p><p>Mecanismo de ação: Na presença de exsudatos, a prata (antimicrobiana) é liberada continuamente no leito da ferida por até 7 dias. Se adapta totalmente ao leito da ferida proporcionando absorção superior mesmo sob compressão.</p><p>Indicação: Feridas de moderada a intensa exsudação e feridas estagnadas. Queimadura de 2º grau. Feridas Crônicas infectadas ou com biofilme</p><p>Modo de usar: Aplique o curativo sobre a ferida, pelo lado que não tem a marca do produto, esse lado com o registro da marca deve ficar para o lado externo da lesão. Se necessário aplique um curativo secundário.</p><p>12. FOAM</p><p>Mecanismo de ação: Absorção do exsudato; Minimiza as forças de pressão, cisalhamento e fricção; Prevenção de lesão por pressão com a classificação Braden de alto risco. COBERTURA SECUNDÁRIA!</p><p>Indicação: Prevenção de lesões por pressão. E em lesão por pressão em estágio 1 e 2.</p><p>Modo de</p><p>usar: Aplicar o curativo sobre a ferida, fixando-o com suas bordas adesivas nas bordas íntegras.</p><p>CUIDADOS PALIATIVOS</p><p>CONCEITO: consistem em uma abordagem que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e de seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais.</p><p>** Cuidados paliativos precoces: propõe oferecer cuidados paliativos com o objetivo de aliviar o sofrimento em fases precoces, de preferência logo após o diagnóstico de uma doença incurável. Nesses casos, o paciente possui uma doença crônica, mas ainda passível de ser controlada com tratamentos modificadores de doenças. Outros tratamentos que prolongam a vida ainda podem oferecer benefícios, e a condição pode se prolongar por anos.</p><p>Apresenta como princípios:</p><p>· Fornecer alívio para a dor e outros sintomas que geram sofrimento, como fadiga, anorexia, dispneia e sintomas gastrintestinais;</p><p>· Afirmar a vida e considerar a morte como um processo natural;</p><p>· Não acelerar e tampouco postergar a morte;</p><p>· Integrar os aspectos psicológicos, sociais e espirituais do cuidado ao paciente;</p><p>· Oferecer um sistema de suporte para ajudar os pacientes a viverem o mais ativamente possível até sua morte;</p><p>· Oferecer um sistema de apoio para ajudar a família a lidar com a doença do paciente e com seu próprio luto;</p><p>· Utilizar uma abordagem multidisciplinar para abordar as necessidades dos pacientes e suas famílias, incluindo suporte ao luto, se indicado;</p><p>· Melhorar a qualidade de vida, o que pode também influenciar positivamente o curso da doença;</p><p>· Se possível, iniciar os cuidados precocemente no curso da doença, conjuntamente com outros tratamentos que visam prolongar a vida, como quimioterapia e radioterapia, além de incluir as investigações necessárias para entender e manejar melhor as complicações clínicas que causam sofrimento.</p><p>· INDICAÇÕES DE CUIDADOS PALIATIVOS</p><p>INDICAÇÕES DE CUIDADOS PALIATIVOS SEGUNDO AS CONDIÇÕES DO PACIENTE</p><p>Paciente não é candidato à terapia curativa</p><p>Paciente tem uma doença grave e prefere não ser submetido a tratamento de prolongamento da vida</p><p>Nível inaceitável de dor por mais de 24h</p><p>Sintomas não controlados (náusea, dispnéia, vômito etc)</p><p>Sofrimento psicossocial e/ou espiritual não controlado</p><p>Visitas frequentes ao atendimento de emergência (mais de 1x no mês pelo mesmo diagnóstico)</p><p>Mais do que uma admissão hospitalar pelo mesmo diagnóstico nos últimos 30 dias</p><p>Internação prolongada sem evidência de melhora</p><p>Internação prolongada em UTI</p><p>Prognóstico reservado documentado pela equipe médica</p><p>CÂNCER</p><p>Qualquer paciente com câncer metastático ou inoperável</p><p>DOENÇAS CARDÍACAS</p><p>Sintomas de insuficiência cardíaca congênita durante o repouso</p><p>FE <20%</p><p>Uma nova disritmia</p><p>Ataque cardíaco, síncope ou AVC</p><p>Idas frequentes ao PS devido aos sintomas</p><p>DOENÇAS PULMONARES</p><p>Dispneia durante o repouso</p><p>Sinais ou sintomas de insuficiência cardíaca direita</p><p>Saturação de O2 < 88%</p><p>PCO2 > 50</p><p>Perda de peso não intencional</p><p>DEMÊNCIA</p><p>Incapacidade para andar</p><p>Incontinência</p><p>Menos de seis palavras inteligíveis Albumina < 2,5 ou menor ingestão por via oral</p><p>Idas frequentes ao PS</p><p>DOENÇAS HEPÁTICAS</p><p>TP > 5 segundos</p><p>Albumina < 2,5</p><p>Ascite refratária</p><p>Peritonite bacteriana espontânea</p><p>Icterícia</p><p>Desnutrição ou perda de massa muscular</p><p>DOENÇAS RENAIS</p><p>Não candidato à diálise</p><p>Depuração da creatinina < 15 ml/minuto Creatinina sérica > 6,0</p><p>SÍNDROME DA FRAGILIDADE</p><p>Idas frequentes ao PS</p><p>Albumina < 2,5</p><p>Perda de peso não intencional</p><p>Úlceras de decúbito</p><p>Confinamento ao leito/ ao domicílio</p><p>1ª ETAPA - Procurar por indicadores gerais de piora da saúde:</p><p>1. Internações hospitalares não programadas;</p><p>2. Capacidade funcional ruim ou em declínio com limitada reversibilidade (a pessoa passa na cama ou na cadeira mais de 50% do dia)</p><p>3. Dependente de outros para cuidados pessoais devido a problemas físicos e/ou de saúde mental.</p><p>4. Perda de peso significativa nos últimos 3-6 meses e/ou um baixo índice de massa corporal.</p><p>5. Sintomas persistentes apesar do tratamento otimizado das condições de base.</p><p>6. A pessoa ou sua família solicita cuidados paliativos, interrupção ou limitação do tratamento ou um foco na qualidade de vida.</p><p>2ª ETAPA - realizar a avaliação prognóstica do paciente</p><p>Quanto maior a pontuação pior o prognóstico!!!!</p><p>3ª ETAPA - avaliar declínio funcional e clínico</p><p>ESCALA DE PERFORMANCE DE KARNOFSKY</p><p>100% - Sem sinais ou queixas, sem evidência de doença</p><p>90% - Mínimos sinais e sintomas, capaz de realizar suas atividades com esforço</p><p>80% - Sinais e sintomas maiores, realizar suas atividades com esforço</p><p>70% - Cuida de si mesmo, não é capaz de trabalhar</p><p>60% - Necessita de assistência ocasional, capaz de trabalhar</p><p>50% - Necessita de assistência considerável e cuidados médicos frequentes</p><p>40% - Necessita de cuidados médicos especiais</p><p>30% - Extremamente incapacitado, necessita de hospitalização, mas sem iminência de morte</p><p>20% - Muito doente, necessita de suporte</p><p>10% - Moribundo, morte iminente</p><p>REF:</p><p>https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5906161/mod_folder/content/0/Manual-de-cuidados-paliativos-ANCP.pdf</p><p>https://cuidadospaliativos.org/uploads/2020/12/Manual-Cuidados-Paliativos.pdf</p><p>Cuidados Paliativos CREMESP volume 01</p><p>SINAIS CLÍNICOS INDICATIVO DE MORTE</p><p>Como identificar a proximidade da morte?</p><p>· Exacerbação de sintomas;</p><p>· Declínio funcional e cognitivo;</p><p>· Alterações comportamentais;</p><p>· Quadro grave e irreversível.</p><p>Dentre os sinais e sintomas:</p><p>1. Anorexia - “fisiológico”</p><p>2. Imobilidade - corpo torna-se rígido</p><p>3. Sonolência - comum na fase agônica</p><p>4. Alteração da cognição - pode surgir alucinações</p><p>5. Dor - manter tratamento até o final da vida</p><p>6. Dispneia - anticolinérgico</p><p>7. Mioclonus - espasmos musculares involuntários</p><p>8. Náuseas e vômito - observar possíveis causas como dieta forçada ou distúrbios hidroeletrolíticos</p><p>Sinais e sintomas das últimas 48h</p><p>1. Broncorreia - “Gasping”, o que mais incomoda os familiares</p><p>2. Colapso periférico - palidez cutânea, extremidades frias, pele marmórea, cianose periférica, livedo</p><p>3. Sudorese</p><p>4. Alteração mandibular - queda da mandíbula, boca tende a permanecer aberta</p><p>5. Alteração no padrão miccional e evacuatório - diminuição da quantidade de urina, alteração da cor, perda do controle dos esfíncteres, fezes com melena</p><p>6. Hipotensão - 70x50 mmHg</p><p>REF:</p><p>https://wp.ufpel.edu.br/francielefrc/files/2020/07/Fase-ativa-de-morte.pdf</p><p>https://wp.ufpel.edu.br/francielefrc/files/2020/07/7-Sinais-e-sintomas-da-fase-ag%C3%B4nica-ou-fase-ativa-de-morte.pdf</p><p>SONDAS</p><p>· SONDA NASOENTÉRICA : localizada na porção duodenal ou jejunal do intestino. Utilizada principalmente quando o paciente não é capaz de deglutir alimentos, mas ainda é capaz de digeri-lo mesmo que parcialmente e absorvê-lo.</p><p>Indicações: Casos em que o estômago não está funcional;</p><p>Pacientes inconscientes;</p><p>Pacientes com dificuldade de deglutição;</p><p>Administração medicamentos e alimentos;</p><p>Pacientes com alto risco de broncoaspiração e</p><p>Pacientes com pancreatites agudas, fístulas esofágicas ou gástricas.</p><p>Contra-indicações: Nos casos de pacientes com desvio de septo importante;</p><p>Traumatismo crânio-enfefálico;</p><p>Obstrução intestinal mecânica;</p><p>Sangramento gastrintestinal;</p><p>Vômitos incontroláveis;</p><p>Diarréia intratável;</p><p>Isquemia gastrintestinal;</p><p>Íleo paralítico prolongado;</p><p>Inflamação do trato gastrintestinal;</p><p>Tumor de boca e hipofaringe e varizes esofágicas.</p><p>Desvantagens: Desconforto causado pela passagem da sonda; A sonda localizada no jejuno está associada à maior incidência de diarreias; Menor absorção dos alimentos e consequentemente uma menor utilização metabólica dos nutrientes.</p><p>· SONDA NASOGÁSTRICA :</p><p>Indicações: Via de escolha em pacientes que necessitem de aporte nutricional e possuem a função</p><p>gástrica preservada.</p><p>Drenagem de conteúdo gástrico,</p><p>Realização de lavagem gástrica e</p><p>Administração de medicações ou alimentos.</p><p>Em pacientes com suspeita de traumatismo crânio encefálico é recomendada a sondagem orogástrica.</p><p>Contra-indicações: Casos de má formação ou obstrução do septo nasal (no caso da nasogástrica);</p><p>Sangramentos gastroesofágicos;</p><p>Desconforto respiratório importante;</p><p>Pacientes com traumatismo crânio encefálico (utilizar apenas sonda orogástrica);</p><p>Má formação ou obstrução do trato gastrointestinal;</p><p>Hérnia de hiato importante;</p><p>Pancreatite;</p><p>Neoplasias de boca, faringe, esôfago ou estômago.</p><p>· GASTROSTOMIA: É um procedimento cirúrgico que estabelece o acesso à luz do estômago através da parede abdominal. Dependendo da técnica aplicada pode ser realizado através de laparotomia, por via endoscopia ou laparoscopia.</p><p>Indicação: Necessidade de nutrição prolongada (>1 mês);</p><p>Descompressão gástrica;</p><p>Alimentação em pacientes em que se deseja evitar o desconforto e os riscos do emprego de sonda nasogástrica;</p><p>Usado para cuidado paliativo em pacientes portadores de neoplasias malignas irressecáveis e outras condições que afetam a motilidade da língua, da faringe e do esôfago, as quais comprometem a deglutição.</p><p>Contra-indicação: Coagulopatias não corrigidas;</p><p>Peritonite;</p><p>Ascite maciça;</p><p>Obesidade mórbida;</p><p>Hérnia hiatal volumosa;</p><p>Expectativa curta de sobrevida</p><p>· JEJUNOSTOMIA: A jejunostomia é um procedimento cirúrgico que permite acessar à luz do jejuno proximal através da parede abdominal.</p><p>Indicação: Necessidade de nutrição enteral prolongada;</p><p>Refluxo gastroesofágico intenso;</p><p>Gastroparesia não responsiva a procinéticos;</p><p>Pancreatite aguda grave;</p><p>Estenose cáustica envolvendo esôfago e estômago;</p><p>Alterações anatômicas ou gastrostomia prévia;</p><p>Utilizada também para cuidados paliativos em pacientes portadores de neoplasia maligna irressecável do estômago;</p><p>Doenças neurológicas como demências, esclerose lateral amiotrófica, sequelas de acidente vascular cerebral em que a gastrostomia não pode ser realizada;</p><p>Pós gastrectomia total.</p><p>· SONDA VESICAL: Existem dois tipos de sondagens, a sondagem de alívio, a qual pode ser realizada de maneira intermitente e a sondagem de demora.</p><p>1. Cateterismo vesical intermitente - O procedimento permite o esvaziamento da bexiga em intervalos regulares conforme a necessidade através da introdução da sonda vesical.</p><p>Indicação - Paciente com retenção urinária aguda para o alívio da distensão vesical, quando o período de necessidade do cateterismo é pequeno;</p><p>Obtenção de amostra de urina estéril para exame laboratorial;</p><p>Exame da urina residual após o esvaziamento da bexiga</p><p>Instilação intravesical de medicamentos;</p><p>Tratamento a longo prazo em de pacientes com lesão da medula espinhal, degeneração neuromuscular ou bexiga incompetente.</p><p>2. Cateterismo vesical de demora -</p><p>Indicação - Monitorização contínua da diurese em pacientes graves;</p><p>Pacientes com retenção urinária obstrutiva ou funcional (bexiga neurogênica);</p><p>Fornecer via para aplicação de fármacos intravesicais;</p><p>Esvaziar a bexiga para facilitar o procedimento cirúrgico e diminuir o risco de lesão;</p><p>Doenças da uretra, bexiga e da próstata;</p><p>Falta de controle esfincteriano adequado.</p><p>MANEJO DA DOR</p><p>COMO ESCOLHER O PLANO ANALGÉSICO?</p><p>· Para todos: suporte emocional + comunicação da família com equipe multiprofissional;</p><p>· 1º degrau (EVN até 4): dor leve: anlgésico não opioide e drogas adjuvantes;</p><p>· 2º degrau (EVN:5 a 7): dor moderada: opioides fracos e drogas adjuvantes;</p><p>· 3º degrau (EVN: 8 a 10): dor severa: opioides fortes e drogas adjuvantes;</p><p>· 4º degrau (EVN: 8 a 10): opioides por outras vias (EV, SUBC, espinal, intratecal) e técnicas anestésicas e neurocirúrgicas intervencionistas.</p><p>· FÁRMACOS ANALGÉSICOS NÃO OPIÓIDES E AINE</p><p>· FÁRMACOS ADJUVANTES</p><p>Tratam-se dos antidepressivos e gabapentinoides, utilizados principalmente em dor neuropática ou quando há sensibilização central.</p><p>· OPIÓIDES</p><p>Doses iniciais devem ser implementadas com ajustes de 30% para mais ou menos, até atingir o controle da dor sob a presença de efeitos colaterais controláveis, sempre se levando em conta a meia-vida do fármaco. Ademais, nunca se deve suspender abruptamente o opioide por risco de síndrome de abstinência. Ao substituir um opioide por outro analgésico, deve-se sempre considerar a equivalência entre as drogas.</p><p>* Hiperalgesia induzida por opioides: traduz-se com o deslocamento da curva dose-resposta para baixo, exacerbando a dor preexistente que se torna não responsiva ao aumento das doses. Paralelamente, contudo, a dor apresenta melhora com a redução da dose administrada.</p><p>* Tolerância: a redução do efeito do opioide secundária ao downregulation que se instala durante o tempo em que o paciente está sob terapia.</p><p>* Dependência física: instala-se após a utilização crônica de um fármaco, causando síndrome de abstinência em sua retirada ou redução abrupta.</p><p>RELAÇÃO DE CONVERSÃO ENTRE OPIÓIDES</p><p>Opioide</p><p>Morfina</p><p>Hidromorfona oral</p><p>4</p><p>Metadona</p><p>1-20</p><p>21-40</p><p>41-60</p><p>61-80</p><p>4</p><p>8</p><p>10</p><p>12</p><p>Morfina oral</p><p>1</p><p>Morfina parenteral</p><p>3</p><p>Oxicodona</p><p>1,5</p><p>Fentanil transdérmico</p><p>2,4</p><p>** EFEITOS ADVERSOS:</p><p>REF: CUIDADOS PALIATIVOS CREMESP volume 01</p><p>image11.png</p><p>image5.png</p><p>image7.png</p><p>image8.png</p><p>image9.png</p><p>image3.png</p><p>image10.png</p><p>image12.png</p><p>image4.png</p><p>image2.png</p><p>image1.png</p><p>image6.png</p>