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<p>EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>Letícia Osório Da Rosa e Vanessa Cristina Brambilla</p><p>SUMÁRIO</p><p>Esta é uma obra coletiva organizada por iniciativa e direção do CENTRO SU-</p><p>PERIOR DE TECNOLOGIA TECBRASIL LTDA – Faculdades Ftec que, na for-</p><p>ma do art. 5º, VIII, h, da Lei nº 9.610/98, a publica sob sua marca e detém os</p><p>direitos de exploração comercial e todos os demais previstos em contrato. É</p><p>proibida a reprodução parcial ou integral sem autorização expressa e escrita.</p><p>CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC</p><p>Rua Gustavo Ramos Sehbe n.º 107. Caxias do Sul/ RS</p><p>REITOR</p><p>Claudino José Meneguzzi Júnior</p><p>PRÓ-REITORA ACADÊMICA</p><p>Débora Frizzo</p><p>PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO</p><p>Altair Ruzzarin</p><p>DIRETOR DE ENSINO A DISTÂNCIA (EAD)</p><p>Rafael Giovanella</p><p>Desenvolvido pela equipe de Criações para o Ensino a Distância (CREAD)</p><p>Coordenadora e Designer Instrucional</p><p>Sabrina Maciel</p><p>Diagramação, Ilustração e Alteração de Imagem</p><p>Igor Zattera, Thaís Munhoz</p><p>Revisora</p><p>Luana dos Reis</p><p>EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CIDADANIA 4</p><p>EDUCAÇÃO AMBIENTAL – UM POUCO DE HISTÓRIA 8</p><p>PROCESSOS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL 15</p><p>OS ESTUDOS AMBIENTAIS 19</p><p>DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 20</p><p>SÉRIE ISO 14000 DE GESTÃO AMBIENTAL (SGA) 26</p><p>A PREVENÇÃO DE POLUIÇÃO 30</p><p>O GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS 36</p><p>FLUXOGRAMA DA ELABORAÇÃO, REVISÃO E IMPLEMENTAÇÃO DO</p><p>PLANO DE GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS 38</p><p>CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS 38</p><p>SEGREGAÇÃO DOS RESÍDUOS 40</p><p>ACONDICIONAMENTO DOS RESÍDUOS 40</p><p>TRATAMENTO EXTERNO OU DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS 40</p><p>TRANSPORTE DOS RESÍDUOS 41</p><p>PROJETOS E PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 44</p><p>INTRODUÇÃO 45</p><p>ESTRUTURA DE UM PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 46</p><p>PROJETOS E PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 49</p><p>3EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>APRESENTAÇÃO</p><p>Graduandos! Sejam bem-vindos à disciplina de Educação ambiental.</p><p>Atualmente, vivemos em meio a uma crise ambiental e tecnológica, onde a natureza</p><p>tem sido cada vez mais atingida pela mão e ação do homem, quebrando um equilíbrio con-</p><p>quistado em milhões de anos de evolução. Os primeiros seres humanos, por volta de cinco</p><p>milhões de anos, habitaram o Planeta e enfrentaram inúmeras dificuldades e desafios, pois</p><p>“a natureza era mais poderosa que os homens”, e afetava-os mais do que era afetada por</p><p>eles. A partir disso, o interesse pela proteção e conservação ambiental tem aumentado cada</p><p>vez mais, principalmente em função do meio em que vivemos.</p><p>Fala-se em preservar, em reciclar o lixo, em reutilizar, recuperar, enfim, em preocu-</p><p>pação com o impacto ambiental, por esse motivo, o desafio de hoje é garantir a qualidade e</p><p>dignidade de vida para a nossa geração atual e para as gerações futuras (conceito de desen-</p><p>volvimento sustentável), mas sem abrir mão do conforto adquirido.</p><p>Nesse sentido, a Educação Ambiental envolve não só uma visão ampla de mundo, mas tam-</p><p>bém a clareza da finalidade do ato educativo, onde o aluno é o principal elemento na aprendi-</p><p>zagem pretendida, participando de forma ativa, tanto no diagnóstico dos problemas quanto na</p><p>busca de soluções, sendo preparado como um agente da transformação. Esse tipo de educação</p><p>deve buscar valores que conduzam a uma convivência harmoniosa com o ambiente e as demais</p><p>espécies, fazendo com que eles considerem que a natureza não seja inesgotável, devendo ser</p><p>utilizada de forma consciente e racional, evitando os desperdícios e tendo a reciclagem como</p><p>um processo vital, além disso, salientando que todas as espécies merecem nosso respeito.</p><p>O ambiente de aprendizagem como um todo, deve ser um lu-</p><p>gar de socialização para se adquirir um comportamento e atitudes de</p><p>preservação ambiental, com vistas a contribuir para a formação do</p><p>caráter e para o desenvolvimento de atividades que sejam eficazes na</p><p>geração de uma sociedade mais consciente. Por meio da sistematiza-</p><p>ção do conhecimento e de uma prática coerente, há de se iniciar uma</p><p>nova era de cidadãos críticos e conscientes de seu papel enquanto</p><p>seres que interferem no meio ambiente, a fim de que tal interferên-</p><p>cia com o meio passe a ser de forma responsável e sustentável.</p><p>No mundo atual, o meio ambiente está sendo prejudicado pela</p><p>própria ação do homem que não tem, em muitas situações, noção do</p><p>que está fazendo, tal atitude que muitas vezes é decorrente da falta</p><p>de informação e educação. Nesse sentido, o papel do ensino é fun-</p><p>damental para a formação e desenvolvimento de cidadãos críticos e</p><p>responsáveis com o meio ambiente.</p><p>Portanto, nesta disciplina, procuraremos conhecer as con-</p><p>ceituais, a fundamentação e os problemas com o meio ambiente,</p><p>bem como com a educação ambiental, analisando seus problemas,</p><p>tentando planejar possíveis soluções que priorizem a melhoria da</p><p>qualidade de vida, da qualidade do meio ambiente e também da</p><p>sociedade em que vivemos.</p><p>4</p><p>EDUCAÇÃO</p><p>AMBIENTAL E</p><p>CIDADANIA</p><p>A cada momento, os problemas ambientais estão crescendo, com tal</p><p>situação há uma grande preocupação com o que se tem feito para frear</p><p>esse desenvolvimento que aparece constantemente. E você, preocupa-se</p><p>com essa questão?</p><p>por Vanessa Cristina Brambilla</p><p>5EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>A preocupação com o desenvolvimento está relacionada diretamen-</p><p>te com o fator poluição: “alteração indesejável nas características físicas,</p><p>químicas e biológicas da atmosfera, litosfera, ou hidrosfera que cause ou</p><p>possa causar prejuízo à saúde, à sobrevivência ou às atividades dos seres</p><p>humanos ou outras espécies ou ainda deteriorar materiais.” A poluição</p><p>pode ser observada em diferentes situações, com diferentes seres vivos,</p><p>em diferentes meios, como poderemos analisar nas imagens ilustrativas.</p><p>Nos últimos 50 anos, o número de habitantes do mundo mais que</p><p>duplicou, passando de 2 bilhões e 500 mil em 1950, atingindo 7,2 bi-</p><p>lhões em 2014.</p><p>Considerando o grande aumento populacional, podemos analisar que esse é incompatível com um am-</p><p>biente finito, em que os recursos e a capacidade de absorção e reciclagem de resíduos são limitados. Devemos</p><p>saber que o lixo sempre existiu, mas com o crescimento da população e com o surgimento das grandes cidades</p><p>e indústrias, a quantidade de lixo foi aumentando gradualmente. Além dessa quantidade em demaseio, deve-</p><p>mos observar também a forma com que estes resíduos estão sendo descartados após o uso.</p><p>A imagem representa a relação entre a população, o uso dos recursos naturais e a poluição.</p><p>O lixo é um fenômeno puramente humano, que gerou a degradação da natureza, a qual era pura, não</p><p>conhecia o lixo, porém, com o desenvolvimento, fomos agregando ao ambiente elementos de renovação e re-</p><p>construção. Logo, a preocupação acontece em relação ao descarte incorreto de todos os resíduos, que são ge-</p><p>rados diariamente pela população, originando contaminação do ar, da água, do solo e todos os tipos de seres</p><p>vivos habitáveis no ambiente.</p><p>6EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>A expansão e a forma errônea de descarte do grande volume de resíduos está aumentando cada vez mais. Desse</p><p>modo, não podemos deixar de mencionar os principais fatores populacionais que afetam todos os aspectos de um de-</p><p>senvolvimento sustentável:</p><p>• pobreza;</p><p>• urbanização;</p><p>• HIV/Aids;</p><p>• envelhecimento;</p><p>• segurança do meio ambiente;</p><p>• migração;</p><p>• questões de gênero e de saúde reprodutiva.</p><p>Considerando tal relação de crescimento populacional, poluição e recursos naturais, devemos mencionar a Educação</p><p>Ambiental. Ela possui grande importância para a mudança de comportamentos de uma sociedade, tendo sua relevância pela</p><p>população em geral, mesmo nos diferentes níveis de ensino. Além disso, pela Política Nacional de Educação Ambiental, a</p><p>Lei nº 9.795/1999, em seu Art. 1º, entende-se por “educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a co-</p><p>letividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do</p><p>meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”.</p><p>Existem diversas maneiras ou programas de edu-</p><p>além de</p><p>outros trabalhos citados no decorrer do capítulo.</p><p>46EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>ESTRUTURA DE UM PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>A palavra projeto tem origem no latim “projectum” e significa “algo lançado à frente”,</p><p>podendo ser definido como um plano para a realização de uma ação. Os projetos trazem vi-</p><p>vências e experiências muito significativas para a formação daqueles que estão participan-</p><p>do ativamente das suas etapas. Eles são compostos por diferentes etapas, tais como: plane-</p><p>jamento, execução e divulgação, as quais podem ser evidenciadas na Figura 1. Cabe ressaltar</p><p>que estas etapas podem apresentar flexibilizações, dependendo do contexto.</p><p>PLANEJAMENTO</p><p>Em um projeto, esta etapa é fundamental, pois nela estão indicados quais são os de-</p><p>safios do projeto e como o projeto será realizado. Além disso, um plano de projeto, muitas</p><p>vezes, é fundamental para pleitear a fomentos e financiamentos, no caso do licenciamento</p><p>ambiental, pode estar vinculado a alguma condicionante.</p><p>Os elementos básicos de um plano de projeto são:</p><p>Figura 1 - Etapas um projeto</p><p>Fomento e financiamento de projetos</p><p>Existem fontes de financiamento para projetos, com editais permanentes</p><p>ou que são abertos anualmente, alguns deles são direcionados para</p><p>projetos de educação ambiental. O site Capta disponibiliza alguns destes</p><p>editais. Para saber mais acesse: aqui!</p><p>a. título;</p><p>b. identificação do proponente;</p><p>c. resumo;</p><p>d. introdução/contextualização;</p><p>e. público-alvo;</p><p>f. justificativa;</p><p>g. objetivo geral e específicos;</p><p>h. métodos e atividades;</p><p>i. avaliação;</p><p>j. resultados esperados;</p><p>k. recursos/orçamento e</p><p>l. cronograma.</p><p>47EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>Destaca-se que essa estrutura pode variar, uma vez que as agências de fomento podem</p><p>possuir formatos específicos para o envio do plano de projeto. Nesta fase, também é importan-</p><p>te estabelecer contato com as partes interessadas (stakeholders), ou público-alvo, realizando</p><p>diagnósticos iniciais e, a partir desses resultados, elaborar o plano de educação ambiental. O</p><p>público-alvo deve participar ativamente do diagnóstico dos problemas ambientais, buscando</p><p>soluções para ser o protagonista da transformação da sua realidade.</p><p>Ao escrever o plano de projeto, fique atento ao tempo verbal!</p><p>O plano de projeto deve ser impessoal, evite a construção de oração na</p><p>primeira pessoa. Além disso, utilize tempo verbal futuro para propor o</p><p>que será realizado.</p><p>Ferramentas e diretrizes que auxiliam no planejamento de projetos de</p><p>educação ambiental.</p><p>Existem algumas ferramentas e metodologias que podem ser aplicadas</p><p>no planejamento de projetos de Educação Ambiental, tais como a 5W2H</p><p>e a Theory of change (Teoria da Mudança).</p><p>A 5W2H é uma ferramenta de gestão de projetos composta por sete</p><p>questionamentos que serão desenvolvidos, direcionando a execução do</p><p>projeto. Observe o Quadro 1.</p><p>Quadro 1 - Ferramenta 5W2H (Baseado em Rebolho, 2013)</p><p>A Theory of change (Teoria da Mudança) é uma metodologia para planeja-</p><p>mento, participação e avaliação que será utilizada principalmente com ob-</p><p>jetivo de promover mudanças sociais. Para conhecer mais, assista ao vídeo</p><p>Theory Of Change, da DIY Toolkit, disponível: aqui! Atenção: o vídeo está em</p><p>inglês, porém, você pode ativar a legenda em português nas configurações.</p><p>Além disso, no momento de elaborar uma proposta de educação ambien-</p><p>tal é interessante partir de algumas diretrizes, tais como: os Objetivos de</p><p>Desenvolvimento Sustentável (ODS), Padrões de Desempenho sobre Sus-</p><p>tentabilidade Socioambiental do International Finance Corporation (IFC),</p><p>Padrões do Global Reporting Initiative (GRI) e Padrões do Account Ability.</p><p>Perguntas Ações (Estrutura do Projeto)</p><p>What? O que será feito? Ação</p><p>Why? Por que será feito? Justificativa</p><p>Where? Onde será feito? Local de execução</p><p>When? Quando será feito? Tempo, cronograma</p><p>Who? Por quem será feito? Responsabilidade pela ação</p><p>How? Como será feito? Método, processo que será utilizado</p><p>How much? Quanto custará fazer? Custo ou investimento envolvido no projeto</p><p>48EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>EXECUÇÃO</p><p>Após a realização do planejamento, dá-se o início à execução do projeto. Esta é a etapa</p><p>em que serão realizadas as atividades planejadas, sendo importante que todos os integran-</p><p>tes estejam alinhados para que tudo ocorra dentro do planejado. Além disso, é importante</p><p>que o cronograma esteja bem alinhado e detalhado para ser acompanhado por todos. Fazem</p><p>parte da etapa de execução as seguintes atividades:</p><p>• a promoção do projeto;</p><p>• o acompanhamento da execução das atividades propostas no plano;</p><p>• a realização de avaliações periódicas;</p><p>• possíveis realinhamentos de ações, e</p><p>• a avaliação final.</p><p>DIVULGAÇÃO</p><p>Após finalizado um projeto, os resultados devem ser divulgados para as partes in-</p><p>teressadas através de folders, boletins informativos, palestras, vídeos, cartazes, podcast,</p><p>entre outros. Caso o projeto tenha recebido algum tipo de auxílio financeiro, muitas ve-</p><p>zes, é necessária a apresentação de relatórios finais. Os relatórios finais devem conter os</p><p>seguintes elementos:</p><p>a. título;</p><p>b. identificação do proponente;</p><p>c. resumo;</p><p>d. introdução/contextualização;</p><p>e. justificativa;</p><p>f. objetivos;</p><p>g. público-alvo;</p><p>h. métodos/atividades/avaliação;</p><p>i. resultados e discussão;</p><p>j. recursos utilizados e</p><p>k. conclusões.</p><p>Ao escrever o relatório final, fique atento ao tempo verbal!</p><p>Como no plano de projeto, o relatório final deve ser impessoal, evite a</p><p>construção de oração na primeira pessoa. Além disso, utilize o tempo</p><p>verbal passado para relatar o que foi feito.</p><p>49EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>PROJETOS E PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>As práticas desempenhadas para o exercício da educação ambiental, em pro-</p><p>gramas e projetos, serão realizadas por diferentes sujeitos em diferentes localida-</p><p>des. Esses sujeitos são órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Meio</p><p>Ambiente (SISNAMA), instituições educacionais públicas e privadas dos sistemas</p><p>de ensino, órgãos públicos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, envol-</p><p>vendo entidades não governamentais, entidades de classe, meios de comunicação e</p><p>demais segmentos da sociedade. Sendo que a efetividade desses programas e proje-</p><p>tos depende de recursos do poder público e da iniciativa privada, que proporcionam</p><p>o exercício de educação ambiental, em busca de um futuro sustentável.</p><p>EXEMPLOS DE PROJETOS E PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>Ao realizarmos uma pesquisa na internet, não é difícil encontrarmos projetos</p><p>de educação ambiental, logo, serão elencados alguns deles. A elaboração dos textos</p><p>foi baseada nos sites das organizações, elencados na sequência.</p><p>Instituto Costa Brasilis: é organização não-governamental, sem fins lucrati-</p><p>vos, que possui programas de educação ambiental voltados às questões dos recursos</p><p>hídricos e lixos nos mares. Maiores informações podem ser encontradas acessando:</p><p>http://costabrasilis.org.br/o-instituto/.</p><p>50EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>Instituto Orbis de Proteção e Conservação da Natureza: é a primeira OSCIP (Organi-</p><p>zação da Sociedade Civil de Interesse Público) ambiental de Caxias do Sul, que promove ati-</p><p>vidades de educação ambiental, oportunizando o desenvolvimento sustentável. Saiba mais</p><p>em: http://institutoorbis.blogspot.com/.</p><p>Instituto Elisabetha Randon: é uma Organização da Sociedade Civil com Interesse Pú-</p><p>blico (OSCIP), que tem por objetivo promover a cidadania e o desenvolvimento social, de-</p><p>senvolvendo ações direcionadas à educação, à cultura, à assistência social. Ele é mantido</p><p>pelas empresas Randon e possui programas como o Florescer - um programa de responsa-</p><p>bilidade social que dispõe de atividades de conscientização ambiental. Para conhecer o Ins-</p><p>tituto Elisabetha Randon, acesse: https://ier.randon.com.br/pt/programas.</p><p>Pé no Parque: é uma iniciativa de valorização dos parques nacionais brasileiros, que</p><p>promovem cursos e ações de educação ambiental. Esse</p><p>movimento é uma realização da As-</p><p>sociação O Eco, com apresentação do WikiParques e patrocínio da Fundação Grupo Boticário</p><p>de Proteção à Natureza. Para saber mais, acesse: http://penoparque.org.br/.</p><p>Instituto Arvoredo: é uma organização da sociedade civil, que tem como intuito faci-</p><p>litar o acesso às ações e ao conhecimento ambiental, despertando de forma didática e efeti-</p><p>va o interesse social à preservação, conservação e desenvolvimento sustentável. O instituto</p><p>é uma série de projetos sociais, incluindo educação ambiental, inclusive com parcerias em-</p><p>presariais. Saiba mais em: https://arvoredo.org.br/projetos-sociais/.</p><p>Instituto Curicaca: é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, que</p><p>trabalha em prol da conservação da natureza, da valorização da cultura e da promoção do</p><p>ecodesenvolvimento, principalmente na Mata Atlântica, no Pampa, na Zona Costeiro-Ma-</p><p>rinha e na Amazônia. Eles possuem uma série de programas e projetos em andamentos, en-</p><p>tre eles, o Programa de Educação Ambiental e Cultura, que pode ser acessado em: https://</p><p>www.curicaca.org.br/copia-programas.</p><p>Fundação Gaia: é uma entidade sem fins lucrativos, que possibilita a perpetuação da</p><p>atuação na luta ambiental de seu fundador e presidente, José Lutzenberger (reconhecido</p><p>pelo seu trabalho em defesa do meio ambiente). A Fundação Gaia possui forte atuação com</p><p>promoção de ações de educação ambiental. Você pode verificar mais detalhes em: http://</p><p>www.fgaia.org.br/educacao.html.</p><p>Datas comemorativas e a educação ambiental</p><p>A nível nacional e mundial, alguns dias ou semanas também são</p><p>destacados para a comemoração de datas em prol ao meio ambiente,</p><p>sendo realizadas várias ações e atividades de educação ambiental. Um</p><p>exemplo é a Semana Nacional do Meio Ambiente, realizada na primeira</p><p>semana do mês de junho, instituída pelo Decreto Federal nº 86.028/1981,</p><p>bem como o dia 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente.</p><p>51EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ÂMBITO DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL</p><p>Programas de educação ambiental, rotineiramente, são contemplados em empreen-</p><p>dimentos que estão sendo instalados ou em operação. Isso acontece, pois estes programas</p><p>de educação ambiental são apresentados como medidas mitigadoras ou compensatórias,</p><p>em cumprimento às condicionantes das licenças ambientais, conforme a IN nº 02/2012 do</p><p>IBAMA e demais legislações pertinentes.</p><p>Como são estes Programas de Educação Ambiental?</p><p>Para ficar mais claro, será apresentada a estrutura do Programa de Educação Ambiental</p><p>do Aproveitamento Hidrelétrico Belo Monte, Pará. No AHE Belo Monte, foram propostos um</p><p>conjunto de ações compostas por planos, programas e projetos ambientais para serem colo-</p><p>cados em práticas durante as diferentes fases do empreendimento. Na Figura 2, pode-se ter a</p><p>visão geral do Plano de Gestão Ambiental, sendo destacado o Plano de Relacionamento com a</p><p>População, em que está inserido o Programa de Educação Ambiental (PEA).</p><p>Figura 2 - Plano de Gestão Ambiental do RIMA Aproveitamento Hidrelétrico Belo Monte (LEME, 2009).</p><p>Plano de</p><p>Valorização</p><p>de</p><p>Patrimônio</p><p>Plano</p><p>Ambiental de</p><p>Construção</p><p>Plano de Gerenciamento</p><p>Integrado da Volta</p><p>Grande do rio Xingu</p><p>Plano de Gestão</p><p>de Recursos</p><p>Hídricos</p><p>Plano de Conservação</p><p>dos Ecossistemas</p><p>Terrestres</p><p>Plano de</p><p>Requalificação</p><p>Urbana</p><p>Plano de Conservação</p><p>dos Ecossistemas</p><p>Aquáticos</p><p>PACUERA</p><p>Plano de</p><p>Atendimento à</p><p>População Atingida</p><p>Plano de</p><p>Saúde</p><p>Pública</p><p>Plano de</p><p>Acompanhamento</p><p>Geológico-</p><p>Geotécnico e de</p><p>Recursos Minerais</p><p>Plano de</p><p>Relacionamento</p><p>com a População</p><p>Plano de</p><p>Articulação</p><p>Institucional</p><p>Plano de</p><p>Sustentabilidade</p><p>Econômica da</p><p>População Indígena</p><p>Plano de Melhoria</p><p>das Habitações</p><p>Indígenas</p><p>Plano de Saneamento</p><p>Básico para as</p><p>Comunidades</p><p>Indígenas</p><p>Plano de Readequação</p><p>do Serviço de</p><p>Educação para a</p><p>População Indígena</p><p>Plano de</p><p>Fortalecimento</p><p>Institucional e</p><p>Direitos Indígenas</p><p>PLANO</p><p>DE GESTÃO</p><p>AMBIENTAL</p><p>*Plano Ambiental de</p><p>Conservação e Uso do Entorno</p><p>de Reservatório Artificial –</p><p>PACUERA</p><p>52EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>O objetivo do PEA do RIMA Aproveitamento Hidrelétrico, segundo</p><p>LEME (2009), é “sensibilizar e desenvolver ações junto à comunidade</p><p>escolar e demais públicos interessados, visando o uso racional dos re-</p><p>cursos naturais, principalmente da água e a produção de energia no rio</p><p>Xingu.” O programa possui diferentes públicos-alvo:</p><p>• educação ambiental formal: voltada para a comunidade escolar,</p><p>localizada na Área de Influência Direta (AID);</p><p>• educação ambiental não formal: voltada para os trabalhadores</p><p>nos canteiros de obra; e</p><p>• educação ambiental não formal: voltada para as comunidades dos</p><p>municípios diretamente afetados pelo AHE Belo Monte, incluindo</p><p>as cidades e as comunidades das áreas rurais da Área de Influência</p><p>Direta (AID) e da Área Diretamente Afetada (ADA).</p><p>Além disso, esse programa possui o Projeto de Educação Ambiental</p><p>Voltado para a População Indígena, exclusivo para a população indígena.</p><p>53EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>SÍNTESE</p><p>A Educação Ambiental é assegurada pela legislação brasileira, demonstrando a sua importância. Neste ca-</p><p>pítulo, você verificou a estrutura de um projeto de educação ambiental, sendo apresentadas as etapas de plane-</p><p>jamento, execução e divulgação. Destaca-se que a etapa de planejamento é fundamental para o sucesso de um</p><p>projeto e deve-se realizar o diagnóstico juntamente com as partes interessadas. Você também verificou projetos</p><p>e programas de educação ambiental, sendo demonstrados alguns exemplos, além disso, foi apresentada a edu-</p><p>cação ambiental no âmbito do licenciamento ambiental.</p><p>54EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>EXERCÍCIOS SUMÁRIO</p><p>1. Você conhece ou já participou de um projeto de educação am-</p><p>biental? Como foi a sua experiência?</p><p>2. Faça uma busca na internet, encontre e cite um projeto de edu-</p><p>cação ambiental que tenha vínculo com o setor empresarial.</p><p>3. Correlacione as fases do projeto com as ações que devem ser</p><p>realizadas em cada fase.</p><p>(P) Planejamento (E) Execução (D) Divulgação</p><p>( ) Apresentação de relatórios finais.</p><p>( ) Apresentação dos resultados obtidos para as partes inte-</p><p>ressadas.</p><p>( ) Busca de fomento/financiamento do projeto.</p><p>( ) Elaboração do plano de projeto.</p><p>( ) Realização de avaliação periódicas.</p><p>( ) Realização de possíveis realinhamentos.</p><p>( ) Diagnósticos com as partes interessadas.</p><p>( ) Realização das atividades propostas no plano.</p><p>DESAFIOS</p><p>• Os projetos são compostos por ações ou atividades. O seu desafio será propor uma ação destinada para um pro-</p><p>jeto de educação ambiental. Realize pesquisas na internet para servir de inspiração e faça o detalhamento da</p><p>sua ação, utilizando como base o quadro.</p><p>• Seu novo desafio será encontrar recursos para financiar projetos educacionais. Acesse o site https://capta.org.</p><p>br/fontes-de-financiamento/oportunidades/ e encontre algum edital para propostas em educação ambiental,</p><p>elaborando três itens que são solicitados no edital do projeto.</p><p>Item Descrição</p><p>Atividade</p><p>Tema</p><p>Carga horária</p><p>Conteúdo</p><p>Público-alvo</p><p>Objetivos</p><p>Materiais</p><p>Procedimentos e atividades desenvolvidas</p><p>Estratégias de avaliação</p><p>55EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>REFERÊNCIAS SUMÁRIO</p><p>ACADEMIA, P. Gestão ambiental. São Paulo: Person Education do Brasil, 2011.</p><p>ANDRADE, R. O. B.; TACHIWA, T.; DE CARVALHO, A. B. Gestão ambiental: enfoque estratégico aplica-</p><p>do ao desenvolvimento sustentável. São Paulo: Makron, 2000.</p><p>CARVALHO, E. F. Meio ambiente e direitos humanos. Curitiba: Juruá, 2007.</p><p>CHIUVITE, Telma Bartolomeu Silva. Direito ambiental: resumão Jurídico. São Paulo: Ed. Barros & Fis-</p><p>cher Associados, 2007.</p><p>CONAMA 5, de 15 de junho de 1989. Disponível em http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res89/</p><p>res0589.html. Acesso em agosto 2014 (a).</p><p>CONAMA 3, de 28 de junho de 1990. Disponível em http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res90/</p><p>res0390.html. Acesso em agosto 2014 (b).</p><p>CONAMA 128: 2006. Disponível em https://www.univates.br/unianalises/media/imagens/Anexo_</p><p>IV_61957_3.pdf. Acesso em agosto 2014 (b).</p><p>CONAMA 129:2006. Disponível em http://www.sema.rs.gov.br/upload/Resolu%C3%A7%C3%A3o%20</p><p>CONSEMA%20n%C2%BA%20129_2006%20-%20Dispoe%20sobre%20a%20defini%C3%A7%-</p><p>C3%A3o%20crit%20e%20padroes%20emissao%20toxic%20efluent%20liqu%20lan%C3%A7a-</p><p>dos%20nas%20aguas%20superf%20RS.pdf. Acesso em agosto 2014 (b).</p><p>CONAMA 382, de 26 de dezembro de 2006. Disponível em http://www.mma.gov.br/port/conama/le-</p><p>giabre.cfm?codlegi=520. Acesso em agosto 2014 (c).</p><p>CONAMA 436, de 22 de dezembro de 2011. Disponível em http://www.mma.gov.br/port/conama/legia-</p><p>bre.cfm?codlegi=660. Acesso em mar 2012 (d).</p><p>56EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>REFERÊNCIAS SUMÁRIO</p><p>CORBUCCI, E. M. Políticas públicas ambientais e participação social no Brasil, In: Espaço & Geografia,</p><p>v. 6, n. 2 (2003).</p><p>DIAS, R. Gestão ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. São Paulo: Atlas, 2011.</p><p>DONAIRE, D. Gestão ambiental na empresa. São Paulo: Atlas, 1995.</p><p>FIORILLO, C. A. P. Curso de Direito Ambiental Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2011.</p><p>FORGEP – Projeto de Formação de Gestores Públicos (2016). Caderno de Formação 2. – Elaboração de</p><p>Projetos Sociais. Disponível em: http://flacso.org.br/files/2016/08/forgep_elaboracaodeprojeto.pdf</p><p>GIORDANO, G. Análise e formulação de processos para tratamento dos chorumes gerados em aterros</p><p>de resíduos sólidos urbanos. Rio de Janeiro – RJ, 2003. 257 p. Tese de Doutorado (Engenharia Meta-</p><p>lúrgica e de Materiais) PUC-Rio, 2003.</p><p>GOUVEIA, N., FREITAS, C.U., MARTINS, L. C., MARCÍLIO, I. O. Hospitalizações por causas respirató-</p><p>rias e cardiovasculares associadas à contaminação atmosférica no Município de São Paulo, Brasil.</p><p>Cadernos de Saúde Pública, v. 22, n. 12, p. 2669-2677, 2006.</p><p>IBRAHIN, F. I. D. Educação ambiental: estudo dos problemas, ações e instrumentos para o desenvolvi-</p><p>mento da sociedade . Editora Saraiva, 2014.</p><p>KIPERSTOK, Asher et al. Prevenção da poluição. Brasília: SENAI/DN, 2002.</p><p>KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica – da ciência e iniciação à pesquisa. Pe-</p><p>trópolis: Editora Vozes, 2011.</p><p>LEME. RIMA- Relatório de impacto ambiental. Aproveitamento hidrelétrico Belo Monte, Pará, 2009.</p><p>57EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>REFERÊNCIAS SUMÁRIO</p><p>LIMA, J. L. Sistema de gestão ambiental e ISO 14000. Tecnologia hoje: Disponível em: http://www.tec-</p><p>noje.com.br. Acesso em 23.01.03.</p><p>MACHADO, P. A. L. Direito Ambiental Brasileiro. São Paulo; Saraiva, 2011.</p><p>MAIMON, Dália. Eco-estratégia nas empresas brasileiras: realidade ou discurso? RAE – Revista de</p><p>Administração de Empresas, v. 34, n. 4, p. 119-30, 1994.</p><p>MARCONI, Andrade, M. D., LAKATOS, Maria, E. Fundamentos de metodologia científica. 8. ed. São</p><p>Paulo: Atlas, 2019.</p><p>MILARÉ, E. Direito do Ambiente. São Paulo; RT, 2007.</p><p>MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (2012). Instrução Normativa nº 2, de 27 de março de 2012 - Estabe-</p><p>lece as bases técnicas para programas de educação ambiental.</p><p>ONU, Organização das Nações Unidas do Brasil. Fundo de População das Nações Unidas. Disponível</p><p>em: http:/ www.onu.org.br. Acesso em 25.10.14</p><p>PHILIPPI Jr, et al. Municípios e meio ambiente: perspectivas para a municipalização da gestão am-</p><p>biental no Brasil. São Paulo: ANAMA, 1999.</p><p>PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, CASA CIVIL (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.</p><p>PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, CASA CIVIL (1999). Lei Nº 9.795, de 27 de abril de 1999 – Dispõe sobre</p><p>a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências.</p><p>PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, CASA CIVIL (2002). Lei Nº 4.281, de 25 de junho de 2002 – Regulamenta</p><p>a Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental, e dá ou-</p><p>tras providências.</p><p>58EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>REFERÊNCIAS SUMÁRIO</p><p>REBOLHO, B.C.S; SILVA, C. (2013). Projetos Ambientais. Escola Técnica Aberta do Brasil - e-Tec Brasil.</p><p>REICHERT, G. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENGENHARIA SANTIÁRIA E AMBIENTAL. Gerenciamento</p><p>de Resíduos Sólidos. Porto Alegre, 1998 1v. capítulo V.</p><p>RIBEIRO, Maurício Andrés et al. Manual de saneamento e proteção ambiental para os municípios. 2</p><p>ed. Belo Horizonte: FEAM, 1998.</p><p>SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. São Paulo: Oficina de Textos, 2008.</p><p>SEIFFERT, M. E. B. ISO 14000 sistemas de gestão ambiental: implantação objetiva e econômica. São</p><p>Paulo: Atlas, 2008.</p><p>SILVA, Elisa Marie Sette; PENEIREIRO, Fabiana Mongeli; STRABELI, José; CARRAZZA, Luis Roberto.</p><p>(2014). Guia de elaboração de pequenos projetos socioambientais para organizações de base comu-</p><p>nitária. 1. ed. Brasília: Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).</p><p>SIRVINSKAS, L. P. Manual de direito ambiental. 6ª ed. Revista. São Paulo: Saraiva, 2008.</p><p>TACHIZAWA, T. Gestão ambiental e responsabilidade social corporativa: estratégias de negócios fo-</p><p>cadas na realidade brasileira. São Paulo: Atlas, 2009.</p><p>TRINDADE, A. A. C. Direitos humanos e meio-ambiente: paralelo dos sistemas de proteção interna-</p><p>cional. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 1993.</p><p>VEIGA, J. Trindade para monitorar o desenvolvimento sustentável, 2009.</p><p>VIEIRA, P. F.; WEBER, J. Gestão de recursos naturais renováveis e de desenvolvimento: novos desa-</p><p>fios para a pesquisa ambiental. São Paulo: Cortez, 1997.</p><p>cação ambiental que podem ser aplicados, inseridos e</p><p>trabalhados na sociedade, de forma a contribuir na for-</p><p>mação e desenvolvimento de cidadãos críticos e respon-</p><p>sáveis com o meio ambiente. É importante mencionar-</p><p>mos, nesse contexto, alguns exemplos de programas de</p><p>educação ambiental:</p><p>• acabar com a fome e a miséria;</p><p>• educação básica de qualidade para todos;</p><p>• igualdade entre sexos e valorização da mulher;</p><p>• reduzir a mortalidade infantil;</p><p>• melhorar a saúde das gestantes;</p><p>• combater as doenças;</p><p>• qualidade de vida e respeito ao meio ambiente;</p><p>• toda população trabalhando pelo desenvolvimento.</p><p>7EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>A partir do censo crítico dos cidadãos e da preocu-</p><p>pação com o meio ambiente, podemos pensar em chegar</p><p>aos objetivos básicos de educação ambiental, os quais</p><p>devemos traçar como metas até o próximo milênio:</p><p>• erradicar a pobreza extrema e a fome;</p><p>• atingir o ensino básico universal;</p><p>• promover igualdade entre os gêneros e autonomia</p><p>das mulheres;</p><p>• reduzir a mortalidade infantil;</p><p>• melhorar a saúde materna;</p><p>• combater doenças como AIDS e malária;</p><p>• garantir a sustentabilidade ambiental;</p><p>• estabelecer uma parceria mundial para o desen-</p><p>volvimento.</p><p>8EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>EDUCAÇÃO AMBIENTAL – UM POUCO DE HISTÓRIA</p><p>POLÍTICAS PÚBLICAS DE MEIO AMBIENTE EM NÍVEL NACIONAL</p><p>Conforme a Legislação Ambiental, a Política Nacional de Meio Ambiente precisa ob-</p><p>servar as normas ambientais postas, que objetivam o desenvolvimento econômico e o meio</p><p>ambiente equilibrado, com qualidade para todas as formas de vida do planeta. A respectiva</p><p>legislação é uma estruturada para atender a contradição do setor industrial x poluição –</p><p>focada no licenciamento, a legislação é das mais avançadas do mundo, com capacidade de</p><p>implementação limitada, desde sua origem garantiu a participação social no processo de</p><p>tomada de decisão e do sistema federativo – com gestão compartilhada e descentralizada</p><p>(FIORILLO, 2011: MACHADO, 2011: MILARÉ, 2007).</p><p>Todas as atividades econômicas deverão observar os requisitos legais inerentes a sua</p><p>atividade, para tanto, adotando medidas que possam evitar os danos ambientais.</p><p>O cumprimento da Legislação Ambiental traz algumas vantagens e desvantagens na</p><p>perspectiva do empreendedor (FIORILLO, 2011: MACHADO, 2011: MILARÉ, 2007):</p><p>• diminuição de riscos pela prevenção;</p><p>• redução de gastos com multas, indenizações, medidas compensatórias;</p><p>• inserção em mercado privilegiado;</p><p>• melhor colocação do produto no mercado pelo marketing ambiental;</p><p>• exigência do consumidor por produtos mais limpos;</p><p>• custos com a reparação;</p><p>• imagem da empresa.</p><p>9EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>No Brasil, a política ambiental oficial é executada em nível nacional, desde 1985, na Nova</p><p>República pelo SISNAMA (Sistema Nacional do Meio Ambiente), CONAMA (Conselho Nacional</p><p>de Meio Ambiente), como órgão consultivo e normativo e, em nível técnico e executor das po-</p><p>líticas federais, pelo IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais) (FIO-</p><p>RILLO, 2011: MACHADO, 2011: MILARÉ, 2007).</p><p>A lei 6.938/81 foi a responsável pela estruturação da Política e do Sistema Nacional do</p><p>Meio Ambiente (PNMA e SISNAMA). O Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) e pa-</p><p>drões como o CONAMA, que são órgãos colegiados com competência regulamentar e de re-</p><p>visão de imposição de penalidades, além de competências consultivas, o IBAMA, que é órgão</p><p>fiscalizador. No âmbito estadual, são os órgãos como CETESB e Polícia Militar (FIORILLO,</p><p>2011: MACHADO, 2011).</p><p>De maneira sintetizada, a estrutura ambiental brasileira apresenta-se conforme (FIO-</p><p>RILLO, 2011: MACHADO, 2011):</p><p>• SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente.</p><p>• CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente.</p><p>• SISEPRA – RS – Sistema Estadual de Proteção Ambiental.</p><p>• CONSEMA – RS – Conselho Estadual do Meio Ambiente.</p><p>• MUNICÍPIO.</p><p>10EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>POLÍTICAS PÚBLICAS DE MEIO AMBIENTE EM NÍVEL INTERNACIONAL</p><p>O surgimento da educação ambiental ocorreu há cerca de três décadas, pela necessi-</p><p>dade de mudarem os hábitos e até mesmo a consciência do ser humano com relação ao meio</p><p>ambiente. Com o passar do tempo, as consequências da destruição pela própria ação do ser</p><p>humano, começaram a se confrontarem. Ao longo do tempo, a educação ambiental vem pas-</p><p>sando por vários marcos históricos. Agora, vamos comentar um pouco sobre essa história,</p><p>para que possamos entender melhor o surgimento da educação ambiental.</p><p>Em 1972, em Estocolmo, Suécia, foi realizada a Conferência das Nações Unidas sobre</p><p>o homem e o meio ambiente, reunindo diversos chefes de Estado para debaterem sobre o</p><p>meio ambiente e o desenvolvimento do planeta. A conferência foi marcada por meio da po-</p><p>lêmica gerada pelo documento do Clube de Roma, bem como pela formação de dois blocos</p><p>de países: os que defendiam o desenvolvimento zero (países desenvolvidos) e os que defen-</p><p>diam o desenvolvimento a qualquer custo (países subdesenvolvidos). O Brasil, nesta oca-</p><p>sião, tomara partido claramente: a posição brasileira, já no período pré-Estocolmo, defen-</p><p>dia o desenvolvimento econômico como a forma de correção dos desequilíbrios ambientais</p><p>e sociais. Portanto, as considerações ambientais deveriam ser incorporadas ao processo de</p><p>desenvolvimento integral, sem prejuízo do desenvolvimento econômico (CORBUCCI, 2003).</p><p>No Brasil, possivelmente em resposta às questões levantadas na Conferência, criou-se</p><p>a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), em 1973, vinculada ao Ministério do Inte-</p><p>rior e, em 1981, publicou-se a Lei nº 6.938, de Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA).</p><p>Essa lei criou o Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), composto pelo Conselho</p><p>Nacional de Meio Ambiente (CONAMA). No entanto, esses instrumentos só entraram em</p><p>atividade em 1984 (DIAS, 2011). O objetivo do SISNAMA era estabelecer um conjunto arti-</p><p>culado e descentralizado de ações para a gestão ambiental no país, integrando e harmoni-</p><p>zando regras e práticas específicas que se complementam nos três níveis de governo (LIMA,</p><p>2003; REICHERT, 1998).</p><p>Em 1983, mais de dez anos após a conferência da Suécia, a ONU encarregou uma co-</p><p>missão que, sob a presidência de Gro Harlem Brundtland, primeira ministra da Noruega, a</p><p>qual apresentara, em 1987, o relatório Nosso Futuro Comum. O respectivo relatório, além de</p><p>buscar abrandar os efeitos antagônicos provocados em Estocolmo, preconizava a concilia-</p><p>ção entre o desenvolvimento e o meio ambiente pela implementação de uma concepção de</p><p>desenvolvimento sustentável. Assim, definiu-se desenvolvimento sustentável como aque-</p><p>le “que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações</p><p>futuras atenderem as suas próprias necessidades” (CARVALHO, 2007).</p><p>A Constituição Federal de 1988 inseriu os princípios do desenvolvimento sustentável</p><p>em seu artigo 225. Em 1989, criou-se o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recur-</p><p>sos Naturais Renováveis (IBAMA), reunindo as competências dos demais órgãos setoriais de</p><p>meio ambiente extintos, como o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF),</p><p>a Superintendência de Desenvolvimento da Borracha (SUDHEVEA), a Superintendência de</p><p>Desenvolvimento da Pesca (SUDEPE) e a SEMA. Esse fato aparenta ter sido uma resposta</p><p>governamental às fortes pressões ambientalistas internas e externas e que culminaram com</p><p>11EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>o assassinato de Chico Mendes, em 1988. Tendo em vista, ainda, a conferência da ONU que</p><p>aconteceria no Rio de Janeiro, recriou-se, em 1990, a Secretaria Especial do Meio Ambien-</p><p>te, que relacionada à Presidência da República, aparentemente lhe dava maior importância</p><p>(CARVALHO, 2007: CORBUCCI, 2003: DIAS, 2011).</p><p>Conhecida como ECO-92 e RIO-92, realizada na cidade do Rio de Janeiro (Brasil), foi</p><p>considerada a primeira reunião expressiva de chefes de Estado após o término da Guerra</p><p>Fria e caracterizou-se pelo diálogo, a prevalência dos</p><p>interesses gerais sobre os individuais,</p><p>a intensa participação das ONG’s e o papel que passaram a exercer como fiscalizadoras do</p><p>cumprimento das ações da Agenda 21. Os seguintes documentos originaram-se neste even-</p><p>to: Declaração do Rio, Agenda 21 e Declaração de Princípios sobre as Florestas. Também se</p><p>aprovou a realização de outras duas convenções: a do Quadro sobre Mudanças Climáticas e</p><p>a da Diversidade Biológica. No Brasil, uma das repercussões desse evento foi a extinção da</p><p>Secretaria Especial do Meio Ambiente da Presidência da República e a criação do Ministério</p><p>do Meio Ambiente (MMA), em 1992 (CARVALHO, 2007: CORBUCCI, 2003: DIAS, 2011).</p><p>RIO+10 foi outra convenção realizada na África do Sul, a qual reafirmou os compromis-</p><p>sos da conferência anterior. Também possibilitou que os líderes, ali reunidos, acordassem</p><p>regras históricas para o desenvolvimento social, a proteção ambiental e o desenvolvimento</p><p>econômico em bases sustentáveis no âmbito local, regional, nacional e global. Produziu a</p><p>Declaração de Johanesburgo e o Plano de Implementação, porém, apresentou poucos resul-</p><p>tados práticos. O JUSCANZ (Japão, Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia), gru-</p><p>po liderado pelos norte-americanos e apoiado pelos países árabes, grandes produtores de</p><p>petróleo, boicotou, entre outras, as propostas do Brasil e da União Europeia sobre energia (a</p><p>energia solar, a eólica, a geotermal, a das pequenas hidrelétricas e a da biomassa) (CARVA-</p><p>LHO, 2007: CORBUCCI, 2003: DIAS, 2011).</p><p>Todos esses grandes eventos de cunho internacional repercutiram sobre a agenda</p><p>das políticas públicas brasileiras, transformando o desenvolvimento sustentável numa das</p><p>principais metas do poder público. Eis que surgem, nesta conjuntura, as chamadas políticas</p><p>públicas ambientais (DIAS, 2011).</p><p>Ao falarmos de políticas públicas, conforme mencionado nas linhas anteriores, deve-</p><p>-se ter em vista que, por se tratarem de intervenções do Estado, em conjunto ou não com a</p><p>sociedade civil (ONG, grupos empresariais, comunidades, entidades internacionais e etc.),</p><p>estas devem, necessariamente, contemplar um determinado fim ou uma área específica da</p><p>realidade cotidiana (CARVALHO, 2007: CORBUCCI, 2003: DIAS, 2011).</p><p>Contudo, por conta da expansão econômico-industrial internacional e os já constatados</p><p>efeitos nocivos da intervenção humana no meio ambiente (aquecimento global, emissão ex-</p><p>cessiva de CO2, desertificação, desmatamento, extinção de espécies, derretimento das calotas</p><p>polares, contaminação de fontes d’água, chuvas ácidas, exaurimento de recursos naturais, caça</p><p>e pesca predatórias, entre outros), tais políticas, por terem um papel tão incisivo e decisivo no</p><p>modo de vida e nos modos de produção, passam a ter um papel fundamental como instrumen-</p><p>tos não só de desenvolvimento econômico-social, mas também, como forma de garantia de</p><p>preservação de recursos às futuras gerações (CARVALHO, 2007: CORBUCCI, 2003: DIAS, 2011).</p><p>12EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>As políticas públicas ambientais assumiram papel primordial de</p><p>proteger o meio ambiente, integrando sua proteção aos demais obje-</p><p>tivos da vida em sociedade, como forma de proporcionar qualidade de</p><p>vida (CARVALHO, 2007).</p><p>Internacionalmente, a preocupação com a “causa” ambiental</p><p>sempre foi relevada por conta da contraposição aos interesses dos</p><p>grandes grupos econômicos e das nações desenvolvidas. No entanto,</p><p>movimentos antes liderados por ativistas, isoladamente começaram</p><p>a ganhar força e visibilidade até que, na Conferência organizada pe-</p><p>las Nações Unidas, em 1972, em Estocolmo, foi assinada a Decla-</p><p>ração de Estocolmo que, significativamente, instituiu o Plano das</p><p>Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (CARVALHO, 2007:</p><p>CORBUCCI, 2003: DIAS, 2011).</p><p>Assim foram lançadas as bases do “compromisso” humano com</p><p>o meio ambiente, posteriormente ratificadas através de diversos do-</p><p>cumentos, dentre os quais podemos citar a Carta Mundial da Natu-</p><p>reza, a Declaração do Rio (Agenda 21), o Protocolo de 13 Kyoto, entre</p><p>outros. Contudo, os índices de poluição e destruição do meio ambiente</p><p>estão cada vez maiores, apesar dos esforços internacionais em conter</p><p>tal avanço (CARVALHO, 2007: CORBUCCI, 2003: DIAS, 2011).</p><p>13EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>PONTOS DE REFLEXÃO E ANÁLISE</p><p>• Conceito de poluição.</p><p>• Relação entre crescimento populacional e o fator poluição.</p><p>• Importância do descarte correto dos resíduos (lixo).</p><p>• Conceito de educação ambiental.</p><p>• Relação da educação ambiental.</p><p>14EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>EXERCÍCIOS SUMÁRIO</p><p>1. Por que a Revolução Industrial foi um divisor de águas na evolu-</p><p>ção das relações entre o homem e o meio ambiente?</p><p>2. Por que a Conferência de Estocolmo revolucionou as discussões</p><p>sobre meio ambiente?</p><p>3. Quais foram os principais pontos do Protocolo de Kyoto?</p><p>4. Qual foi o impacto da ECO-92?</p><p>5. O que você entende por poluição? Comente a relação entre cresci-</p><p>mento populacional e poluição:</p><p>6. Vivemos em uma sociedade extremamente consumista, haven-</p><p>do grande utilização dos recursos naturais e degradação ambien-</p><p>tal. Com os atuais modos de produção e consumo, você acha que é</p><p>possível alcançar o desenvolvimento sustentável? Comente:</p><p>15</p><p>PROCESSOS</p><p>DE AVALIAÇÃO</p><p>DE IMPACTO</p><p>AMBIENTAL</p><p>Podemos definir impacto ambiental como sendo uma modificação no</p><p>meio ambiente, causada pela própria ação do homem. Como resultado</p><p>dessa atitude, o impacto ambiental afeta não só a natureza, mas também</p><p>todos os seres vivos. Devemos, cada vez mais, pensar nas gerações</p><p>atuais e futuras. Pensar de que maneira podemos utilizar os recursos da</p><p>natureza sem que esses se esgotem para as próximas gerações. Pensar</p><p>de que forma vamos utilizar os recursos naturais e devolvê-los ao meio</p><p>ambiente, sem que venhamos contribuir à poluição.</p><p>por Vanessa Cristina Brambilla</p><p>16EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>O impacto ambiental pode ser definido como sendo uma modifi-</p><p>cação causada pela ação do homem no meio ambiente. Dessa maneira,</p><p>existem impactos ambientais de todos os tipos, desde os menores, que</p><p>não modificam substancialmente o meio ambiente natural, até aqueles</p><p>que não só afetam profundamente a natureza, como também podem pro-</p><p>vocar diretos problemas para o ser humano e demais seres vivos, como a</p><p>poluição do ar, das águas e do solo (DIAS, 2011; SÁNCHEZ, 2008).</p><p>De acordo com a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente</p><p>(CONAMA), considera-se impacto ambiental qualquer alteração das pro-</p><p>priedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causadas por</p><p>qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades huma-</p><p>nas, que direta ou indiretamente afetam (DIAS, 2011; SÁNCHEZ, 2008):</p><p>• a saúde, a segurança e o bem-estar da população;</p><p>• as atividades sociais e econômicas;</p><p>• a biota;</p><p>• as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;</p><p>• a qualidade dos recursos ambientais.</p><p>Os impactos causados por grandes empreendimentos são mais perceptíveis e os efeitos que geram mais</p><p>significativos. Entre as atividades modificadoras do meio ambiente, que dependem da elaboração de Estu-</p><p>dos de Impacto Ambiental (EIA), bem como do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) estão, entre outras:</p><p>rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, oleodutos, gasodutos, emissários de esgotos sanitários, barragens,</p><p>aterros sanitários, complexo e unidades industriais, zonas e distritos industriais, projetos agropecuários,</p><p>etc. (DIAS, 2011; SÁNCHEZ, 2008).</p><p>A legislação brasileira prevê que a localização, construção, ampliação, modificação e operação de qual-</p><p>quer empreendimento e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetivas ou potencial-</p><p>mente poluidoras, assim como os empreendimentos capazes, sob qualquer forma, de causar degradação am-</p><p>biental, dependerão de prévio licenciamento do órgão ambiental competente (DIAS, 2011; SÁNCHEZ, 2008).</p><p>A Licença Ambiental, para ser obtida, dependerá do Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA) e respectivo</p><p>Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente (RIMA). O licenciamento ambiental está previsto nos vários níveis</p><p>de competência pública (municipal, estadual e federal) em função do âmbito de abrangência do impacto ambien-</p><p>tal. Assim, dependerá do porte ou do impacto produzido pelo empreendimento ou atividade, o âmbito em que</p><p>será emitido o licenciamento (DIAS, 2011; SÁNCHEZ, 2008).</p><p>Na legislação, estão previstas as seguintes licenças ambientais: a Licença Prévia (LP), a Licença de Ins-</p><p>talação (LI) e a Licença de Operação (LO) (DIAS, 2011; SÁNCHEZ, 2008).</p><p>A LICENÇA PRÉVIA (LP), caracteriza-se por ser a primeira fase do licenciamento, que tem que ser requerida</p><p>na etapa de planejamento da atividade, quando ainda não foi definida a localização (ACADEMIA PEARSON, 2011).</p><p>17EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>A respeito do detalhamento do projeto, dos processos tecnológicos, do conjunto de me-</p><p>didas e equipamentos de controle ambiental, sua concessão fundamenta-se nas informações</p><p>prestadas pelo empreendedor, em croquis, anteprojetos e estimativas, representando o com-</p><p>promisso do poder público em aprovar o projeto executivo, sempre que o empreendedor aten-</p><p>da às condições e restrições impostas no documento da licença (ACADEMIA PEARSON, 2011).</p><p>Uma vez detalhado o projeto executivo e definidas as medidas e equipamentos de prote-</p><p>ção ambiental, deve ser requerida a Licença de Instalação (LI), cuja concessão autoriza o início</p><p>da construção do empreendimento (ACADEMIA PEARSON, 2011).</p><p>Para a análise, será necessária a apresentação de informações detalhadas sobre a distri-</p><p>buição espacial das unidades que compõem o projeto, os métodos construtivos, os processos, as</p><p>tecnologias, os sistemas de tratamento e disposição de rejeitos, os corpos receptores, etc. A LI</p><p>define os parâmetros do projeto e as condições de realizações das obras, que deverão ser obe-</p><p>decidas para garantir que a implantação da atividade não cause impactos ambientais negativos</p><p>além dos limites aceitáveis e estabelecidos na legislação ambiental (ACADEMIA PEARSON, 2011).</p><p>A Licença de Operação (LO) requerida, quando do término da construção e depois de</p><p>verificada a eficiência das medidas de controle ambiental, autoriza o início do funciona-</p><p>mento da atividade, sendo obrigatória tanto para os novos empreendimentos quanto àque-</p><p>les anteriores à vigência do sistema. Nesses casos, é definido um prazo para que a atividade</p><p>possa se adequar as exigências legais, implantando os dispositivos de controle apropriados</p><p>(ACADEMIA PEARSON, 2011).</p><p>A LO estabelece todas as condições que o empreendimento deverá obedecer du-</p><p>rante a permanência, funcionamento ou operação, determinando os padrões de quali-</p><p>dade dos efluentes líquidos e gasosos que deverão ser observados, bem como todos os</p><p>critérios de controle ambiental a serem respeitados. Estabelece, ainda, o programa de</p><p>monitoramento dos efeitos ambientais, determinando os parâmetros e a periodicidade</p><p>das medições, cujos resultados servem para o acompanhamento da atividade pelo órgão</p><p>ambiental licenciador (ACADEMIA PEARSON, 2011).</p><p>18EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>Com a LO, o empreendedor pode dar início ao funcionamento das atividades.</p><p>Antes que faltem 120 dias para a expiração da licença, o empresário deve procurar o</p><p>órgão ambiental e solicitar a sua renovação (ACADEMIA PEARSON, 2011).</p><p>A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) é considerada um instrumento de polí-</p><p>tica ambiental preventivo, pois pretende identificar, quantificar e minimizar as con-</p><p>sequências negativas sobre o meio ambiente, antes que o empreendimento inicie suas</p><p>atividades. Desse modo, tal instrumento permite aplicação de medidas que evitem ou</p><p>diminuam os impactos ambientais inaceitáveis ou fora dos limites previamente esta-</p><p>belecidos, levando em consideração os limites de assimilação, dispersão e regenera-</p><p>ção dos ecossistemas e como afetarão a sociedade (DIAS, 2011; SÁNCHEZ, 2008).</p><p>A avaliação de impacto ambiental constitui um instrumento que busca mini-</p><p>mizar os custos ambientais e sociais de um projeto determinado e maximizar seus</p><p>benefícios, através da adoção de condicionantes que o conduzam a maior eficiência</p><p>possível em termos ambientais (DIAS, 2011; SÁNCHEZ, 2008).</p><p>A Resolução CONAMA, de dezembro de 1997, prevê que os municípios pode-</p><p>rão licenciar ambientalmente atividades que possam causar degradação ambien-</p><p>tal, caso os efeitos dos impactos sejam locais e desde que a localidade possua es-</p><p>trutura administrativa adequada, além de lei municipal onde conste a exigência</p><p>do Estudo de Impacto Ambiental e os critérios do licenciamento respectivo (DIAS,</p><p>2011; SÁNCHEZ, 2008).</p><p>19EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>OS ESTUDOS AMBIENTAIS</p><p>A AIA revelou-se um mecanismo eficiente, sendo rapidamente institu-</p><p>cionalizada como instrumento de gestão ambiental, consolidando-se na déca-</p><p>da de 80, gerando discussões sobre a sua concepção, fases de execução e atores</p><p>sociais envolvidos, assim como a sua inserção no processo de decisão. Foi um</p><p>importante avanço que teve como denominador comum a ampliação do cará-</p><p>ter participativo da AIA, inserindo o público em diferentes fases do processo</p><p>de avaliação e uma maior transparência e efetividade da ação administrativa</p><p>(DIAS, 2011; SÁNCHEZ, 2008).</p><p>O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) só foi introduzido na legislação bra-</p><p>sileira em 1980, na lei de zoneamento industrial, em área crítica de poluição,</p><p>que tornou obrigatória a apresentação de estudos especiais de alternativas e de</p><p>avaliações de impacto para a localização de polos petroquímicos, cloroquími-</p><p>cos, carboquímicos e instalações nucleares (DIAS, 2011; SÁNCHEZ, 2008).</p><p>Este estudo, EIA, integra um conjunto de instrumentos de que a gestão</p><p>ambiental dispõe para monitorar os efeitos das suas atividades sobre o meio</p><p>ambiente. Em geral, o EIA constitui uma etapa anterior à execução do projeto,</p><p>quando são estimadas as possíveis implicações de empreendimentos com ele-</p><p>vado potencial de degradação ambiental (ACADEMIA PEARSON, 2011).</p><p>A exigência do EIA e do RIMA foi estabelecida em 1986 pela resolução do CONAMA, que ajustou di-</p><p>retrizes gerais para o uso e a implementação da Avaliação de Impacto Ambiental. Essa resolução estabe-</p><p>leceu que o EIA/RIMA deveria ser realizado por equipe multidisciplinar habilitada, que será responsável</p><p>tecnicamente pelos resultados apresentados, e que não poderá depender direta ou indiretamente do</p><p>proponente do projeto (DIAS, 2011; SÁNCHEZ, 2008). O EIA é uma etapa abrangente, pois inclui o plano</p><p>de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, análise</p><p>preliminar de risco, recuperação de área degradada e o próprio RIMA (ACADEMIA PEARSON, 2011).</p><p>O RIMA funciona como a conclusão do EIA: todos os componentes do estudo de impacto ambiental</p><p>são levados em conta para redigir uma avaliação final. É no relatório que a equipe expressa sua decisão</p><p>final, declarando se o projeto é ou não um risco para o meio ambiente (ACADEMIA PEARSON, 2011).</p><p>O Plano de Controle Ambiental (PCA), juntamente com o Relatório de Controle Ambiental (RCA),</p><p>tem sido exigido por alguns órgãos do meio ambiente para o licenciamento de várias atividades indus-</p><p>triais (SIRVINSKAS, 2008).</p><p>Esses documentos devem ser elaborados de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo órgão am-</p><p>biental competente, contendo as informações que permitam caracterizar o empreendimento a ser li-</p><p>cenciado e, como objeto principal, os resultados dos levantamentos e estudos realizados pelo empreen-</p><p>dedor, os quais permitirão identificar as não conformidades legais referentes ao meio ambiente. Assim,</p><p>o RCA será o documento norteador das ações mitigadoras a serem propostas no PCA-Plano de Controle</p><p>Ambiental, visando a solucionar os problemas detectados (SIRVINSKAS, 2008).</p><p>20EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL</p><p>O desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprome-</p><p>ter a possibilidade</p><p>das gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades. Quando pensamos em</p><p>desenvolvimento sustentável, podemos pensar em dois conceitos chaves:</p><p>1. as “necessidades”, sobretudo as necessidades essenciais dos pobres no mundo, que devem receber</p><p>a máxima prioridade;</p><p>2. a noção das limitações que o estágio da tecnologia e da organização social impõe ao meio ambiente,</p><p>impedindo-o de atender às necessidades presentes e futuras (...).</p><p>Quando pensamos em desenvolvimento sustentável, é importante observar a figura que nos mos-</p><p>trará três eixos importantes: a equidade social, a conservação ambiental e a viabilidade econômica. No</p><p>momento que se consegue atingir um equilíbrio entre esses três eixos, pode-se dizer que o desenvol-</p><p>vimento sustentável foi atingido.</p><p>O princípio do desenvolvimento sustentável está presente na Agenda 21,</p><p>sendo definido e conceituado como um dos pensamentos mais modernos e im-</p><p>portantes para o meio ambiente. Também está presente no caput do artigo 25,</p><p>da CRFB/88 - “Todos têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equili-</p><p>brado, bem de uso comum do povo e essencial de vida, impondo-se ao Poder</p><p>Público e a Coletividade do dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes</p><p>e futuras gerações” (ANDRADE, 2000).</p><p>Atualmente, ainda nos encontramos longe de um modelo de desenvolvi-</p><p>mento sustentável. Hoje, o que podemos presenciar nos diferentes empreendi-</p><p>mentos é este modelo representado pela figura:</p><p>Fonte: Prof. DRA. NEIDE PESSIN</p><p>21EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>Desse modo, vimos a utilização, bem como a retirada de recursos naturais para os diferen-</p><p>tes processos, como fatores que geram resíduos que são descartados no meio ambiente, muitas</p><p>vezes causando impactos a esse meio.</p><p>Ainda existem empreendimentos que só se preocupam com esses impactos no momento</p><p>em que são visitados, notificados e até mesmo multados por uma fiscalização ativa. Assim, é</p><p>muito importante que exista uma conscientização de todos, tanto na geração, no descarte e no</p><p>tratamento dos resíduos, de forma a minimizar cada vez mais esses impactos ao meio ambiente.</p><p>A estratégia para se atingir um desenvolvimento sustentável visa promover uma harmonia</p><p>entre os seres humanos, entre a humanidade e a natureza. É importante pensarmos que, para a</p><p>busca do desenvolvimento sustentável, algumas situações devem acontecer:</p><p>• um sistema político que assegure a efetiva participação dos cidadãos no processo decisório;</p><p>• um sistema econômico capaz de gerar excedentes e know-how técnico em bases confiáveis</p><p>e constantes;</p><p>• um sistema social que possa resolver as tensões causadas por um desenvolvimento</p><p>não-equilibrado;</p><p>• um sistema de produção que respeite a obrigação de preservar a base ecológica do de-</p><p>senvolvimento;</p><p>• um sistema tecnológico que busque constantemente novas soluções;</p><p>• um sistema internacional que estimule padrões sustentáveis de comércio e finan-</p><p>ciamento;</p><p>• um sistema administrativo flexível e capaz de autocorrigir-se.</p><p>No momento em que acontecer um equilíbrio entre os três eixos importantes e</p><p>significativos (equidade social, viabilidade econômica e conservação ambiental), che-</p><p>garemos ao modelo de desenvolvimento sustentável.</p><p>A imagem demonstra a representação de um modelo sustentável.</p><p>Fonte: Prof. DRA. NEIDE PESSIN</p><p>22EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E AGENDA 21</p><p>A Agenda 21 pode ser definida como um instrumento de planejamento para a cons-</p><p>trução de sociedades sustentáveis, em diferentes bases geográficas, que concilia métodos</p><p>de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica (ANDRADE, 2000). Também, o</p><p>mesmo autor discorre que o Brasil foi o primeiro a tratar desse assunto no mundo, dando</p><p>caráter legal a sua aplicabilidade (ANDRADE, 2000).</p><p>A Agenda 21 Brasileira é um instrumento de planejamento participativo para o desen-</p><p>volvimento sustentável do país, resultado de uma vasta consulta à população brasileira. Foi</p><p>coordenado pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e Agenda 21 (CPDS);</p><p>construído a partir das diretrizes da Agenda 21 Global; e entregue à sociedade, por fim, em</p><p>2002 (ANDRADE, 2000).</p><p>A Agenda 21 Local é o processo de planejamento participativo de um determinado ter-</p><p>ritório que envolve a implantação, neste caso, de um Fórum de Agenda 21. Composto por</p><p>governo e sociedade civil, o Fórum é responsável pela construção de um Plano Local de De-</p><p>senvolvimento Sustentável, que estrutura as prioridades locais por meio de projetos e ações</p><p>de curto, de médio e a longo prazos. Assim como no Fórum são definidos os meios de im-</p><p>plementação e as responsabilidades do governo e dos demais setores da sociedade local na</p><p>implementação, acompanhamento e revisão desses projetos e ações (ANDRADE, 2000).</p><p>Para construir a Agenda 21 Local, o Programa Agenda 21 do MMA publicou o passo a</p><p>passo da Agenda 21 Local, que propõe um roteiro organizado nas etapas (ANDRADE, 2000):</p><p>• mobilizar para sensibilizar governo e sociedade;</p><p>• criar um Fórum de Agenda 21 Local;</p><p>• elaborar um diagnóstico participativo;</p><p>• elaborar, implementar, monitorar e avaliar um plano local de desenvolvimento sus-</p><p>tentável.</p><p>Além disso, para que o público possa saber mais sobre as experiências de Agenda 21</p><p>Local no Brasil, o MMA criou o Sistema Agenda 21 – um banco de dados de gestão descen-</p><p>tralizada que permite o compartilhamento de informações (ANDRADE, 2000).</p><p>A Agenda 21 Local pode ser construída e implementada em municípios ou em quaisquer</p><p>outros arranjos territoriais - como bacias hidrográficas, regiões metropolitanas e consór-</p><p>cios intermunicipais, por exemplo (ANDRADE, 2000).</p><p>Para que uma Agenda 21 Local seja constituída, é imperativo que sociedade e governo</p><p>participem de sua construção (ANDRADE, 2000).</p><p>23EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>FORTALECIMENTO DE PROCESSOS DE AGENDA 21</p><p>O MMA apoia os processos da Agenda 21 Local e conta com a parceria da Rede</p><p>Brasileira de Agendas 21 Locais, cujo objetivo geral é fortalecer a implementação de</p><p>Agendas 21 Locais mediante o intercâmbio de informações e o estímulo à construção</p><p>de novos processos (ANDRADE, 2000).</p><p>Assim, por intermédio do Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA), o MMA</p><p>apoia, desde 2001, a execução de 93 projetos de construção de Agenda 21 Local, abran-</p><p>gendo 167 municípios brasileiros (ANDRADE, 2000).</p><p>RECURSOS</p><p>A Agenda 21 integra o Plano Plurianual do Governo Federal (PPA) 2008/2011. O</p><p>desenvolvimento do Programa Agenda 21 fundamenta-se na execução de três ações</p><p>finalísticas (ANDRADE, 2000):</p><p>• elaboração e implementação das Agendas 21 Locais;</p><p>• formação continuada em Agenda 21 Local;</p><p>• fomento a projetos de Agendas 21 Locais (por meio do FNMA).</p><p>24EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>PONTOS DE REFLEXÃO</p><p>• Entendimento do conceito.</p><p>Aprender os estudos ambientais (EIA/RIMA, RCA e PCA);</p><p>• Legislação brasileira para a avaliação do impacto ambiental. Reconhecer e analisar o</p><p>modelo de desenvolvimento sustentável.</p><p>• Modelo atual e o modelo que se deseja alcançar. Reconhecer e analisar o modelo de</p><p>desenvolvimento sustentável – Agenda 21.</p><p>• Definições, fortalecimento de processos da Agenda 21 e recursos.</p><p>25EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>EXERCÍCIOS SUMÁRIO</p><p>1. FLUXO DE LICENCIAMENTO COM EIA/RIMA: Para um procedimento de licencia-</p><p>mento ambiental das atividades que necessitam elaborar EIA/RIMA, deverão ser</p><p>obedecidas as seguintes etapas:</p><p>Você deve numerar, em ordem crescente, as etapas de licenciamento:</p><p>a. ( ) vistoriar o local;</p><p>b. ( ) dar publicidade que recebeu a LP;</p><p>c. ( ) dar publicidade às informações referentes à realização da Audiência Pública;</p><p>d. ( ) iniciar a análise do EIA/RIMA;</p><p>e. ( ) iniciar o recebimento de sugestões relacionadas ao RIMA;</p><p>f. ( ) dar publicidade que o EIA/RIMA foi aceito;</p><p>g. ( ) requerer a LP;</p><p>h. ( ) marcar a data para realização da Audiência Pública;</p><p>i. ( ) constituir grupo de trabalho;</p><p>j. ( ) elaborar Termo de</p><p>Referência;</p><p>k. ( ) deferir ou indeferir a LP;</p><p>l. ( ) verificar se é caso de apresentação de EIA/RIMA;</p><p>m. ( ) dar publicidade que recebeu a LP;</p><p>n. ( ) elaborar o EIA/RIMA;</p><p>o. ( ) realizar a Audiência Pública;</p><p>p. ( ) intimar a apresentar EIA/RIMA, de acordo com o Termo de Referência;</p><p>q. ( ) solicitar a realização de Audiência Pública;</p><p>r. ( ) considerar as sugestões selecionadas da Audiência Pública;</p><p>s. ( ) recebimento do EIA/RIMA, pelo órgão ambiental;</p><p>t. ( ) dispor o RIMA para consulta pública;</p><p>u. ( ) dar publicidade que recebeu o Termo de Referência.</p><p>2. Após os conceitos trabalhados no capítulo 2, comente o que você entendeu por desenvolvi-</p><p>mento sustentável:</p><p>3. Qual o objetivo da Agenda 21 brasileira?</p><p>4. Quem está elaborando a Agenda 21 brasileira e como o conceito de desenvolvimento sustentá-</p><p>vel se insere nas ações do governo?</p><p>5. O que é e para que serve a Agenda 21 local?</p><p>6. Quais os conceitos que norteiam a metodologia de elaboração na Agenda 21 brasileira?</p><p>26</p><p>SÉRIE ISO 14000</p><p>DE GESTÃO</p><p>AMBIENTAL (SGA)</p><p>A Gestão Ambiental é um sistema de administração empresarial que dá</p><p>ênfase à sustentabilidade. Assim, é um tipo de gestão que visa o uso de</p><p>algumas práticas e métodos administrativos capazes de reduzir ao máximo</p><p>o impacto ambiental das atividades econômicas nos recursos da natureza.</p><p>A adoção da gestão ambiental é importante para uma empresa por</p><p>diversos motivos. Em primeiro lugar, porque ela associa sua imagem com</p><p>a preservação ambiental, melhorando no mercado as imagens das marcas</p><p>de seus produtos. Empresas que adotam esse sistema conseguem reduzir</p><p>seus custos, evitando desperdícios e reutilizando materiais que antes eram</p><p>descartados. Empresas com gestão ambiental melhoram suas relações</p><p>comerciais com outras empresas que também seguem estes princípios.</p><p>por Vanessa Cristina Brambilla</p><p>27EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>Uma proposta de Gestão Ambiental deve incluir, no mínimo, três dimensões (BURSZTYN,</p><p>1994: SEIFFERT, 2008):</p><p>• a dimensão espacial, que diz respeito à área em que a gestão tenha eficácia, podendo ser</p><p>global, regional, nacional, local, setorial, empresarial e outros;</p><p>• a dimensão temática, que demarca as questões ambientais envolvidas nas ações, como ar,</p><p>águas, solo, fauna e flora, recursos minerais e outras;</p><p>• a dimensão institucional, que é relativa aos agentes que tomaram as ações de gestão, como</p><p>empresas, governo, sociedade civil, instituição multilateral e outros.</p><p>As preocupações ambientais das organizações são influenciadas por três conjuntos de for-</p><p>ças interdependentes e de interações recíprocas: o governo, o mercado e a sociedade.</p><p>A solução exige uma nova postura dos administradores, que “devem passar a considerar o</p><p>meio ambiente em suas decisões e adotar concepções administrativas e tecnológicas que contri-</p><p>buam para ampliar a capacidade de suporte do planeta”(BURSZTYN, 1994: SEIFFERT, 2008).</p><p>A série ISO 14000 é uma Norma Internacional de certificação da implantação do Sistema</p><p>de Gestão Ambiental numa organização/empresa, que corresponde a um conjunto de normas de</p><p>gestão ambiental, não obrigatórias e de âmbito internacional, que fornecem à administração dos</p><p>negócios uma estrutura para gerenciar os impactos ambientais, ainda, possibilita que a organi-</p><p>zação obtenha a certificação ambiental, caso o controle esteja bem conduzido. O SGA corresponde</p><p>a ISO 14.001, o qual permite a certificação por terceiros (certificadoras) de um Sistema</p><p>de Gestão Ambiental, sendo a única cujo conteúdo é efetivamente auditado na forma</p><p>de requisitos obrigatórios de um SGA (SEIFFERT, 2008).</p><p>O SGA é uma estrutura organizacional que permite à empresa avaliar e contro-</p><p>lar os impactos ambientais de suas atividades, produtos ou serviços. Também pode</p><p>ser definido como um conjunto de ações sistematizadas que visam o atendimento das</p><p>Boas Práticas, das Normas e da Legislação Ambiental (SEIFFERT, 2008).</p><p>A Certificação Ambiental é o atendimento a um conjunto de Normas Internacio-</p><p>nais de implantação e operação de um Sistema de Gestão Ambiental, com o objetivo</p><p>de promover a melhoria ambiental contínua pelo atendimento e aprimoramento dos</p><p>aspectos relacionados a Política Ambiental, ao Planejamento/Operação, a Difusão dos</p><p>Requisitos e Verificação e Correção (SEIFFERT, 2008).</p><p>As exigências do SGA na Indústria são (SEIFFERT, 2008):</p><p>• racionalização do uso de Matéria-Prima;</p><p>• racionalização e controle do descarte de resíduos e efluentes líquidos;</p><p>• conhecimento dos aspectos e impactos ambientais;</p><p>• controle operacional;</p><p>• otimização do uso da água e energia.</p><p>28EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>São cinco os elementos importantes de um SGA (SEIFFERT, 2008):</p><p>Política ambiental: empresa estabelece suas metas e compromissos com seu desempe-</p><p>nho ambiental:</p><p>• Educação Ambiental</p><p>• Marketing Ambiental</p><p>Rotulagem Ambiental: é a certificação de produtos adequados ao uso e que apresentam me-</p><p>nor impacto no meio ambiente em relação a outros produtos comparáveis, disponíveis no mer-</p><p>cado. O rótulo é voltado para os consumidores. A certificação ambiental às indústrias de recursos.</p><p>Planejamento: a empresa analisa o impacto ambiental de suas atividades:</p><p>• Gerenciamento de Risco</p><p>• Gerenciamento de Passivos Ambientais</p><p>• Produção mais limpa (P+L)</p><p>• Análise do ciclo de vida: é uma ferramenta que permite quantificar ou analisar o impacto</p><p>ambiental de um produto, sistema ou processo.</p><p>• Avaliação de impactos</p><p>• Ecoeficiência</p><p>Implementação e operação: são o desenvolvimento e a execução de ações para</p><p>atingir as metas e os objetivos ambientais:</p><p>• Rotulagem</p><p>• P+L</p><p>• Análise do ciclo de vida</p><p>• Avaliação de impactos</p><p>• Ecoeficiência</p><p>Verificação e ação corretiva (revisão geral): onde é feito o monitoramento das</p><p>implementações para a verificação de suas eficiências, a fim de atingir as metas deter-</p><p>minadas e aplicadas às ações corretivas para tal.</p><p>• Auditoria ambiental</p><p>• Ecoeficiência</p><p>• Avaliação de impactos</p><p>Melhoria contínua: após a auditoria, são consideradas possíveis mudanças nos</p><p>cenários internos e externos, como novas pressões de mercado, os dados do monito-</p><p>ramento quando retornados serão analisados e, se necessário, voltam ao planejamen-</p><p>to para repensar os métodos de produção ou serviços do empreendimento.</p><p>29EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>• Análise do ciclo de vida</p><p>• P+L</p><p>• Ecodesign</p><p>• Educação ambiental</p><p>• Marketing ambiental</p><p>• Gerenciamento de riscos</p><p>A estrutura/implementação do SGA- ISO 14.000 é apresentada na figura:</p><p>Os objetivos e consequências da Implantação do SGA são (SEIFFERT, 2008):</p><p>De acordo com os aspectos externos:</p><p>• globalização;</p><p>• exigências dos negócios;</p><p>• eventos na mídia;</p><p>• protocolos internacionais;</p><p>• cadeia de suprimentos;</p><p>• exigências dos órgãos reguladores.</p><p>De acordo com os aspectos internos:</p><p>• redução de custos a médio prazo;</p><p>• diminuição de acidentes ambientais;</p><p>• melhoria no desempenho ambiental;</p><p>• redução do passivo ambiental;</p><p>• redução de processos legais;</p><p>• minimização do risco de paralisação.</p><p>30EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>A PREVENÇÃO DE POLUIÇÃO</p><p>A prevenção de poluição significa reduzir o impacto ambiental de uma empresa, evi-</p><p>tando, reduzindo ou controlando a geração, emissão ou descarga de poluentes ou rejeitos</p><p>(DONAIRE, 1995: KIPERSTOK, 2002).</p><p>A prevenção à poluição é uma abordagem de gerenciamento ambiental que prioriza</p><p>a redução dos resíduos na fonte, como forma de preservar os recursos naturais e reduzir o</p><p>desperdício de materiais, água e energia, em contraposição à abordagem tradicional, que se</p><p>apoia nas tecnologias de controle e tratamento de resíduos. Apesar de resultar em benefí-</p><p>cios ambientais e econômicos, existe uma série de barreiras que impede uma maior disse-</p><p>minação das práticas de prevenção à poluição nas indústrias, dentre as quais a principal é a</p><p>falta de conscientização em relação aos benefícios (DONAIRE, 1995: KIPERSTOK, 2002).</p><p>Para</p><p>eliminar esta barreira, faz-se necessário o desenvolvimento e a divulgação dos</p><p>conceitos e ferramentas de apoio ao processo de identificação de oportunidades, ferramen-</p><p>tas para o monitoramento e avaliação da performance ambiental dos processos produtivos,</p><p>bem como de estudos de caso, propondo alternativas de prevenção à poluição, para os dife-</p><p>rentes setores industriais (DONAIRE, 1995).</p><p>A poluição pode ser entendida como qualquer alteração em um meio, de modo a tor-</p><p>ná-lo prejudicial ao homem e as outras formas de vida que este ambiente normalmente</p><p>abriga, ou que prejudique um uso previamente definido para ele (DONAIRE, 1995).</p><p>Assim, qualquer mudança em um ambiente, resultante da introdução de poluentes</p><p>neste, na forma de matéria ou energia, pode ser entendida como poluição (DONAIRE, 1995).</p><p>Geralmente, associa-se a poluição aos malefícios que possam ser causados ao homem.</p><p>No entanto, ela pode resultar em danos à fauna e à flora, e até mesmo ao meio ambiente. A</p><p>figura 11 ilustra a relação entre o desenvolvimento e problemas ambientais.</p><p>A legislação brasileira define poluição como a degradação da qualidade ambiental re-</p><p>sultante de atividades que direta ou indiretamente (DONAIRE, 1995: KIPERSTOK, 2002):</p><p>• prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;</p><p>• criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;</p><p>31EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>• afetam desfavoravelmente a biota;</p><p>• afetam as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;</p><p>• lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.</p><p>O lançamento de produtos químicos ou de resíduos no solo pode resultar na sua</p><p>poluição. As fontes de poluição do solo são uma aplicação de defensivos agrícolas ou de</p><p>fertilizantes, despejo de resíduos sólidos, lançamento de esgotos domésticos ou indus-</p><p>triais e dejetos de animais. Entretanto, as principais fontes de poluição são as atividades</p><p>industriais que armazenam e manipulam produtos químicos, geram efluentes líquidos e</p><p>gasosos e resíduos sólidos, áreas de estocagem, tratamento e descarte de efluentes e re-</p><p>síduos (KIPERSTOK, 2002).</p><p>Em um Sistema de Gestão Ambiental, a prática relacionada à Prevenção da Poluição</p><p>pode ser feita de diversas maneiras, dentre elas (KIPERSTOK, 2002):</p><p>• redução de fontes poluidoras;</p><p>• eliminação de fontes poluidoras;</p><p>• alteração de processos;</p><p>• alteração de produtos;</p><p>• alteração de serviços;</p><p>• uso eficiente de recursos;</p><p>• uso eficiente de materiais;</p><p>• uso eficiente de energia;</p><p>• substituição de energia;</p><p>• reutilização;</p><p>• recuperação;</p><p>• reciclagem;</p><p>• regeneração;</p><p>• tratamento.</p><p>32EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>Um elemento fundamental para assegurar o desempenho econômico, produtivo e ambiental de uma empresa</p><p>industrial é a utilização de tecnologias ambientais. O uso da tecnologia já vem se mostrando um fator importante</p><p>nas últimas décadas para assegurar a rentabilidade e a competitividade da maioria das empresas industriais. No</p><p>caso da proteção ambiental, as tecnologias ambientais envolvem:</p><p>• tecnologias de controle de poluição (end-ofpipe): principal objetivo é combater as saídas indesejáveis de</p><p>resíduos do processo produtivo (poluição), sem realizar intervenções no próprio processo. Trata-se de equi-</p><p>pamentos de controle de emissões e efluentes, tais como filtros purificadores, incineradores e redes de tra-</p><p>tamento de água e esgoto, entre outros, que removem os resíduos poluentes ou reduzem sua toxicidade;</p><p>• tecnologias de prevenção da poluição: são centradas no processo produtivo a fim de torná-lo mais eficien-</p><p>te, ou seja, ampliar a taxa de utilização dos insumos nos produtos fabricados. Essas tecnologias permitem</p><p>não só reduzir os resíduos e poluentes na fonte, mas também reutilizar ou reciclar os resíduos produzidos,</p><p>preferencialmente, ainda na planta industrial, voltando diretamente ao processo produtivo, e, em último</p><p>caso, tratar os resíduos que não podem ser eliminados, reutilizados ou reciclados;</p><p>• tecnologias de produtos e processos: encontra-se no que foi conceituado pelo Programa das Nações Unidas</p><p>para o Meio Ambiente (PNUMA) como a aplicação contínua de uma estratégia ambiental preventiva integra-</p><p>da aos processos e produtos para reduzir riscos aos seres humanos e ao meio ambiente (WHAT,1994). Para os</p><p>processos produtivos, a estratégia ambiental inclui a conservação de matérias-primas e energia, a elimina-</p><p>ção de matérias-primas tóxicas e a redução da quantidade e toxicidade de todas as emissões e resíduos antes</p><p>de deixarem o processo. Para os produtos, a estratégia concentra-se na redução de impactos por todo o ciclo</p><p>de vida do produto, da extração das matérias-primas, até a disposição final do produto.</p><p>33EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>O emprego de tecnologias de produtos e processos concorre a uma série de benefícios para</p><p>uma empresa proativa, ambientalmente, dentre os quais se podem destacar (MAIMON, 1994;</p><p>DONAIRE, 1994; ROOME, 1994):</p><p>• melhorias na eficiência produtiva com menor utilização de energia e materiais por uni-</p><p>dade de produto;</p><p>• minimização da quantidade de resíduos dispostos no meio ambiente;</p><p>• desenvolvimento de tecnologias mais limpas, que se transformam em vantagens competitivas</p><p>e até mesmo em produto, com a possibilidade de auferir receitas com transferência de tecno-</p><p>logia, como por exemplo, o licenciamento de patentes, a prestação de assistência técnica, etc.;</p><p>• desenvolvimento de novos produtos para novos mercados, seja mediante o reaproveita-</p><p>mento de resíduos e sua utilização como um novo produto, seja mediante o desenvolvimen-</p><p>to de produtos com atributos ambientais;</p><p>• maior segurança pública e minimização dos impactos ambientais de produtos;</p><p>• melhoria da imagem pública e das relações com os órgãos governamentais, com a comuni-</p><p>dade e grupos ambientalistas, permitindo até um maior escopo para auxiliar e influenciar</p><p>os governos em novas regulamentações;</p><p>• melhoria nas condições de segurança e saúde dos trabalhadores e nas relações de trabalho;</p><p>• maior comprometimento de todo o staff da empresa.</p><p>Entretanto, não é a mera posse da tecnologia que assegura o sucesso de sua im-</p><p>plementação, mas sua apropriada gestão. Nesse sentido, é que as empresas indus-</p><p>triais que buscam a proteção ambiental vêm incorporando uma nova função admi-</p><p>nistrativa em sua estrutura, com um corpo técnico específico e um sistema gerencial</p><p>especializado. Essa nova função administrativa, ou seja, um departamento ambiental</p><p>na estrutura da organização, permite que a empresa industrial administre adequa-</p><p>damente suas relações com o meio ambiente, avaliando e corrigindo os problemas</p><p>ambientais presentes, minimizando os impactos negativos futuros, integrando arti-</p><p>culadamente todos os setores da empresa quanto aos imperativos ambientais e rea-</p><p>lizando um trabalho de comunicação ativo, interno e externo.</p><p>Em estudos realizados com empresas norte-americanas de diversos setores,</p><p>Hunt e Auster (1995) verificaram que o departamento ambiental de empresas pro-</p><p>ativas é provido de pessoal com indivíduos determinados, motivados, de alto nível,</p><p>que têm um conceito de gestão ambiental que vai muito além da ideia do policia-</p><p>mento e da prevenção da poluição.</p><p>34EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>PONTOS DE REFLEXÃO</p><p>A aplicação da Série Isso 14000 de Gestão Ambiental (SGA) com a estratégica</p><p>sustentável de:</p><p>• racionalização do uso de matéria-prima;</p><p>• racionalização e controle do descarte de resíduos e efluentes líquidos.</p><p>Prevenção de poluição e as tecnologias ambientais envolvendo:</p><p>• utilização de tecnologias de controle de poluição (end-ofpipe), tecnologias de</p><p>prevenção da poluição, tecnologias de produtos e processos.</p><p>35EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>EXERCÍCIOS SUMÁRIO</p><p>1. O aluno visitará o site de uma empresa dotada de um sistema de gestão ambien-</p><p>tal, segundo critérios da ISO 14001. Em seguida, identificará as medidas tomadas</p><p>para cumprir as cinco etapas do SGA, propostas pela norma, que conforme vimos</p><p>são: requisitos gerais, política ambiental, planejamento, verificação e avaliação.</p><p>2. Uma vez concluída a pesquisa, comente, de acordo com seu ponto de vista:</p><p>• O sistema é eficiente?</p><p>• Que vantagens e desvantagens o sistema SGA dessa empresa possui?</p><p>• Você implantaria esse sistema em sua empresa? Justifique.</p><p>36</p><p>O GERENCIAMENTO</p><p>DOS RESÍDUOS</p><p>O gerenciamento de resíduos sólidos constitui um conjunto de</p><p>procedimentos de gestão, planejados e implementados, com o</p><p>objetivo de minimizar a produção desses resíduos, proporcionando</p><p>aos resíduos gerados a adequada coleta, armazenamento, tratamento,</p><p>transporte e destino final, com vistas à preservação da saúde pública e</p><p>à qualidade do meio ambiente. Todo esse sistema deve estar presente</p><p>em um documento chamado de Plano de Gerenciamento de Resíduos</p><p>Sólidos (PGRS), que aponta e descreve as ações relativas ao manejo dos</p><p>resíduos sólidos, observando suas características e riscos, no âmbito</p><p>dos estabelecimentos geradores de resíduos das diversas atividades,</p><p>contemplando os aspectos referentes à segregação, coleta, manipulação,</p><p>o acondicionamento, o transporte, armazenamento, tratamento a</p><p>reciclagem, bem como a disposição final dos resíduos sólidos.</p><p>por Vanessa Cristina Brambilla</p><p>37EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>A hieraquização para implantar programas de gerenciamento deve obedecer uma sequência</p><p>lógica e natural, expressa pelas seguintes providências (AMBIANCE, 2004):</p><p>• Redução na fonte: consiste na prevenção da geração de resíduos, através do uso de matérias-</p><p>-primas menos tóxicas e/ou mudanças de processo.</p><p>• Minimização da geração de resíduos por meio de modificações no processo produtivo, ou pela</p><p>adoção de tecnologias limpas, mais modernas, que permitem, em alguns casos, eliminar com-</p><p>pletamente a geração de materiais tóxicos.</p><p>• Reprocessamento dos resíduos gerados, transformando-os novamente em matérias-primas</p><p>ou utilizando para gerar energia.</p><p>• Reutilização dos resíduos gerados por uma indústria como matéria-prima para outra indústria.</p><p>• Separação de substâncias tóxicas das não tóxicas, reduzindo o volume total de resíduo que</p><p>deva ser tratado ou disposto de forma controlada.</p><p>• Processamento físico, químico ou biológico do resíduo, de forma a torná-lo menos perigoso ou</p><p>até inerte, possibilitando sua utilização como material reciclável.</p><p>• Incineração, com o correspondente tratamento dos gases gerados e a disposição adequada das</p><p>cinzas resultantes.</p><p>• Disposição dos resíduos em locais apropriados, projetados e monitorados, de forma a assegu-</p><p>rar que venham, no futuro, contaminar o meio ambiente.</p><p>A prioridade no gerenciamento de resíduos sólidos industriais deve obedecer</p><p>a seguinte hierarquia, conforme mostra a figura.</p><p>Podemos considerar que essas soluções, na sequência em que estão apresenta-</p><p>das, decrescem em eficácia, pois partem de um conceito de eliminação do problema</p><p>(o de evitar a geração do resíduo) e terminam na disposição controlada deste resí-</p><p>duo gerado (isto é, em um aterro ou uma lagoa) (AMBIANCE, 2004: BACKER, 1995).</p><p>O objetivo do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) é basea-</p><p>do na Legislação vigente, onde são estabelecidos os princípios básicos da mini-</p><p>mização da geração de resíduos, identificando e descrevendo as ações relativas</p><p>ao seu manejo adequado, levando em consideração os aspectos referentes a to-</p><p>das as etapas. As mesmas que compreendem a geração, segregação, acondicio-</p><p>namento, identificação, coleta, transporte interno, armazenamento temporário,</p><p>tratamento interno, armazenamento externo, coleta e transporte externo, tra-</p><p>tamento externo e disposição final, devidamente licenciada pelo órgão ambien-</p><p>tal competente (AMBIANCE, 2004).</p><p>38EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>FLUXOGRAMA DA ELABORAÇÃO, REVISÃO E IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DE</p><p>GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS</p><p>O fluxograma de elaboração, de revisão e de implementação do Plano de gerenciamen-</p><p>to dos resíduos sólidos defini-se:</p><p>CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS</p><p>A classificação dos resíduos sólidos é realizada de acordo com a norma NBR 10.004 –</p><p>Resíduos Sólidos – (Classificação), que os classifica quanto aos riscos potenciais ao meio</p><p>ambiente e à saúde pública, indicando quais deles devem ter manuseio e destinação rigida-</p><p>mente controlados (AMBIANCE, 2004).</p><p>A classificação dos resíduos envolve a identificação do processo ou atividade que lhes</p><p>deu origem, assim como de seus constituintes, características e comparação desses consti-</p><p>tuintes, com listagens de resíduos e substâncias, cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é</p><p>conhecido. A identificação dos constituintes a serem avaliados na caracterização do resíduo</p><p>deve ser criteriosa e estabelecida de acordo com as matérias-primas, insumos e o processo</p><p>que lhe deu origem (AMBIANCE, 2004: BRESSAN, 1996).</p><p>Segundo a Norma NBR 10.004, de 2004, os resíduos são classificados em dois grupos –</p><p>Perigosos e Não perigosos, estando esse último grupo subdividido em Não inertes e Inertes.</p><p>• Resíduos Classe I – Perigosos</p><p>São aqueles que apresentam periculosidade, inflamabilidade, corrosividade, reativi-</p><p>dade, toxicidade ou patogenicidade.</p><p>39EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>• Resíduos Classe II – Não Inertes e Inertes</p><p>Divididos em A e B, são os que não se enquadram na clas-</p><p>sificação de resíduos Classe I.</p><p>• Resíduos Classe II A – Não inertes</p><p>São aqueles que não se enquadram nas classificações de</p><p>resíduos Classe I – Perigosos ou de resíduos Classe II B – Iner-</p><p>tes, nos termos da NBR 10.004/04. Os resíduos Classe II A – Não</p><p>Inertes podem ter propriedades, tais como: biodegradabilidade,</p><p>combustibilidade ou solubilidade em água.</p><p>• Resíduos Classe II B – Inertes</p><p>Qualquer resíduo amostrado de forma representativa,</p><p>segundo a NBR 10007 – (Amostragem de resíduos sólidos), e</p><p>submetido a um contato dinâmico ou estático com água des-</p><p>tilada ou deionizada, à temperatura ambiente, conforme NBR</p><p>10.006. – Procedimento para obtenção de extrato solubilizado</p><p>de resíduos sólidos, que não tiverem nenhum de seus consti-</p><p>tuintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões</p><p>de potabilidade de água, excetuando-se os padrões de aspecto,</p><p>cor, turbidez, dureza e sabor.</p><p>Ainda, os resíduos são classificados em função de</p><p>suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas,</p><p>com base na identificação de contaminantes presentes na</p><p>massa. Essa identificação, contudo, é bastante complexa</p><p>em inúmeros casos. Portanto, um conhecimento prévio do</p><p>processo industrial é imprescindível para a classificação do</p><p>resíduo, identificação das substâncias presentes nele e ve-</p><p>rificação de sua periculosidade.</p><p>Quando um resíduo tem origem desconhecida, o tra-</p><p>balho para classificá-lo se torna ainda mais complexo. Mui-</p><p>tas vezes, mesmo aqueles com origem conhecida, apresen-</p><p>tam dificuldade para conseguir uma resposta conclusiva e,</p><p>nesses casos, será necessário analisar parâmetros indiretos</p><p>ou mesmo realizar bioensaios (BACKER, 1995).</p><p>O fluxograma apresentará a metodologia a ser adota-</p><p>da na caracterização e classificação de resíduos, segundo a</p><p>NBR 10.004.</p><p>Obs.: os resíduos radioativos não se enquadram nessa</p><p>classificação, pois o gerenciamento é de competência exclu-</p><p>siva da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).</p><p>40EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>SEGREGAÇÃO DOS RESÍDUOS</p><p>A segregação dos resíduos é a separação dos mesmos de acordo com suas caracterís-</p><p>ticas químicas, físicas e biológicas, no momento e local em que são gerados. Também são</p><p>segregados pelo seu estado físico e pelo risco envolvido (AMBIANCE, 2004).</p><p>Essa separação, no momento da geração, evita que os resíduos sejam contaminados</p><p>com outros resíduos de classes diferentes e minimiza os riscos com a manipulação dos mes-</p><p>mos. Também facilita o reconhecimento dos resíduos, maximiza o reuso e a reciclagem.</p><p>É recomendado que a empresa siga o código de cores para os diferentes tipos de resí-</p><p>duos estabelecidos na Resolução do CONAMA nº 275, de 25 de Abril de</p><p>2001, conforme segue</p><p>(AMBIANCE, 2004):</p><p>ACONDICIONAMENTO DOS RESÍDUOS</p><p>O acondicionamento é o ato de acomodar os resíduos em sacos ou recipientes que evi-</p><p>tem vazamentos, antes de sua coleta e transporte, não devendo ocorrer a mistura das clas-</p><p>ses. Cada resíduo segregado deve ser acondicionado em local diferente, cuja capacidade deve</p><p>ser compatível com a geração e frequência da coleta (AMBIANCE, 2004).</p><p>Quando tambores forem utilizados, esses deverão estar em perfeito estado de conser-</p><p>vação e possuírem tampa.</p><p>Os resíduos perigosos, caso sejam acondicionados em tambores, deverão ter o tambor</p><p>revestido internamente com saco plástico resistente, visando proteger o tambor e manter</p><p>suas características físicas de contenção intactas (BACKER, 1995).</p><p>TRATAMENTO EXTERNO OU DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS</p><p>Os métodos mais utilizados para o tratamento e disposição final de resíduos são</p><p>(AMBIANCE, 2004):</p><p>• Compostagem: processo de obtenção de composto por meio de tratamento aeróbico</p><p>de lodos de esgoto, resíduos agrícolas, industriais e, em especial, dos resíduos urba-</p><p>nos. Esse processo tem como resultado final um produto – composto orgânico – que</p><p>pode ser aplicado no solo para melhorar suas características.</p><p>AZUL: papel/ papelão</p><p>VERMELHO: plástico</p><p>VERDE: vidro</p><p>AMARELO: metal</p><p>PRETO: madeira</p><p>LARANJA: resíduos perigosos</p><p>MARROM: resíduos orgânicos</p><p>CINZA: resíduo geral não reciclável ou</p><p>misturado, ou contaminado não passível de</p><p>separação.</p><p>BRANCO: resíduos ambulatoriais e de serviços</p><p>de saúde.</p><p>41EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>• Coprocessamento: destruição térmica através de fornos de cimento; diferente das</p><p>outras técnicas, usamos o resíduo como potencial energético ou em substituição de</p><p>matéria-prima na indústria cimenteira. Devido as altas temperaturas, a destruição</p><p>do resíduo é total e não gera cinzas, uma vez que o material da queima é incorporado</p><p>à matriz do clínquer, eliminando a disposição em aterros. Ressaltamos que não são</p><p>todos os resíduos que podem ser coprocessados.</p><p>• Reprocessamento: processo onde existe o reaproveitamento de subprodutos,</p><p>oriundos de diversos processos produtivos. Essa técnica fundamenta-se na fusão</p><p>de resíduos após reação química, fazendo com que os produtos obtidos sejam, ge-</p><p>ralmente, considerados materiais seguros na produção de matéria-prima para a</p><p>fabricação de outros produtos.</p><p>• Incineração: consiste no processo de oxidação térmica sob alta temperatura, na qual</p><p>ocorre a decomposição da matéria orgânica (resíduo), transformando-a em uma fase</p><p>gasosa e outra sólida. Tem a finalidade de diminuir o volume, peso ou eliminá-lo e, as</p><p>cinzas devem ser devidamente dispostas em aterros industriais quando for constata-</p><p>do resíduo de alta periculosidade. Deve ser conhecido o resíduo a ser incinerado de-</p><p>vido a poluição dos gases gerados, tendo todas as medidas e dispositivos de controle.</p><p>• Reciclagem: aproveitamento dos detritos que eram considerados lixo e reutilizá-los</p><p>no ciclo de produção de onde foram originados. São coletados, processados para se-</p><p>rem utilizados como matéria-prima na manufatura de novos produtos.</p><p>• Aterro Classe I: destinam-se os resíduos considerados perigosos. Ex:</p><p>cinzas de incineradores, resíduos Classe I que não podem ser copro-</p><p>cessados, assim como não podem receber outro tipo de tratamento.</p><p>O aterro é dotado de uma estrutura capaz de minimizar os riscos</p><p>de contaminação do lençol freático, pois é operado com cobertura, a</p><p>fim de evitar a formação de percolado devido a incidência das águas</p><p>pluviais e, possui um sistema de impermeabilização, protegendo o solo</p><p>e lençóis de águas subterrâneas.</p><p>• Aterro Classe II – A: abrange o destino de resíduos não perigosos</p><p>e não inertes. Os aterros Classe II-A possuem impermeabilização</p><p>com argila e geomembrana de PEAD, sistema de drenagem e trata-</p><p>mento de efluentes líquidos e gasosos.</p><p>• Aterro Classe II – B: destina-se aos resíduos inertes.</p><p>TRANSPORTE DOS RESÍDUOS</p><p>Os resíduos Classe I devem ser transportados por empresa que pos-</p><p>sua Licença de Operação para a Atividade de Fontes Móveis de Poluição,</p><p>acompanhado do Manifesto de Transporte de Resíduos e Ficha de Emer-</p><p>gência e Envelope (BRESSAN, 1996).</p><p>42EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>PONTOS DE REFLEXÃO</p><p>Gerenciamento de resíduos, como</p><p>proceder?</p><p>• Entendimento da importância do</p><p>tema e de obedecer a hierarquia:</p><p>evitar, minimizar, reusar, reci-</p><p>clar, reaproveitar, tratar e dispor</p><p>os resíduos.</p><p>43EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>EXERCÍCIOS SUMÁRIO</p><p>1. Em uma sociedade de consumo como a nossa, é cada vez maior a produção de materiais descartados diariamente,</p><p>trazendo uma série de problemas que interferem diretamente na qualidade de vida. O Decreto Estadual n.º 38.356/98,</p><p>que regulamenta a Lei Estadual de Resíduos Sólidos n.º 9.921/93 (In: Universidade Regional do Noroeste do Estado</p><p>do Rio Grande do Sul, 2003), estabelece um modelo de gestão que combina diversas técnicas para o manejo dos di-</p><p>ferentes componentes do fluxo de resíduos. O mesmo fundamenta-se em alguns princípios que visam a diminuição</p><p>do desperdício, do volume de resíduos, proporcionam economia de recursos naturais e de energia, assim como re-</p><p>duzem a poluição do solo, da água e do ar.</p><p>Podemos sintetizar esses princípios, na seguinte ordem:</p><p>a. não geração ou redução/minimização; reutilização/ reaproveitamento; reciclagem; tratamento adequado e cor-</p><p>reta disposição final;</p><p>b. não geração ou redução/minimização; compostagem; reciclagem; reutilização/reaproveitamento;</p><p>c. geração ou aumento/maximização; reutilização/reaproveitamento; reciclagem; correta disposição final;</p><p>d. não geração ou redução/minimização; reutilização/ reaproveitamento; incineração; correta disposição final;</p><p>e. geração; reciclagem; compostagem; tratamento adequado e correta disposição final.</p><p>2. Aprendemos, neste capítulo, a respeito de todos os resíduos que devem ser separados, armazenados e reciclados ou</p><p>destinados de forma correta, evitando sempre a contaminação e poluição do meio ambiente. Com base neste estudo,</p><p>de forma breve, comente quais são as maneiras corretas de descarte para o destino de resíduos sólidos industriais.</p><p>44</p><p>PROJETOS E</p><p>PRÁTICAS DE</p><p>EDUCAÇÃO</p><p>AMBIENTAL</p><p>Você conhece projetos de educação ambiental? Sabe onde eles são</p><p>aplicados? Para saber as respostas dessas questões, leia este capítulo!</p><p>por Letícia Osório Da Rosa</p><p>45EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>SUMÁRIO</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Segundo o artigo 225 da Constituição da República Federativa do Brasil de</p><p>1988: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de</p><p>uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder</p><p>Público e à coletividade e dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes</p><p>e futuras gerações.” A Constituição Federal defende a todos o direito ao meio</p><p>ambiente ecologicamente equilibrado, e a efetividade desse direito é assegura-</p><p>da também pela promoção da educação ambiental em todos os níveis de ensino</p><p>e pela conscientização pública para a preservação do meio ambiente. A Educa-</p><p>ção Ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional,</p><p>devendo ser realizado em todos os níveis e modalidades do processo educativo</p><p>formal (que compreende a Educação Básica, Educação Superior, Educação Espe-</p><p>cial, Educação Profissional e Educação de Jovens e Adultos) e não formal (exem-</p><p>plo: ecoturismo e sensibilização ambiental de agricultores) (Casa Civil, 1999).</p><p>A Educação Ambiental é legalmente estabelecida no Brasil, desempenhando o</p><p>papel de conscientizar e instrumentalizar o dever de defender e proteger o meio</p><p>ambiente, sendo executado por diferentes atores, tanto do poder público quan-</p><p>to da iniciativa privada. Uma das formas de colocá-la em prática é por meio de</p><p>programas e projetos, os quais serão apresentados neste capítulo. O texto ela-</p><p>borado foi baseado nas obras de: Köche (2011); Rebolho & Silva (2013); Silva et</p><p>al. (2014); Ibrahin (2014); FORGEP (2016); e Marconi & Lakatos (2019);</p>