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Gestão Ambiental

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Gestão ambiental
U
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ESTÃ
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 A
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B
IEN
TA
L
ISBN 978-85-68075-53-1
9788568075531_UNOPAR_gestao_ambiental.indd 1 24/06/2014 15:31:45
Gestão 
ambiental
Book_Gestao_ambiental.indb 1 6/25/14 5:09 PM
Book_Gestao_ambiental.indb 2 6/25/14 5:09 PM
Gestão 
ambiental
Fernanda Caroline Jaques
Luciana Borba Benetti
Regiane Alice Brignoli Moraes
Tathyane Lucas Simão
Vânia de Almeida Silva Machado
Book_Gestao_ambiental.indb 3 6/25/14 5:09 PM
© 2014 by Editora e Distribuidora Educacional S.A. 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida 
ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, 
incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e 
transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora 
e Distribuidora Educacional S.A.
Diretor editorial e de conteúdo: Roger Trimer
Gerente de produção editorial: Kelly Tavares
Supervisora de produção editorial: Silvana Afonso
Coordenador de produção editorial: Sérgio Nascimento
Editor: Casa de Ideias
Editor assistente: Marcos Guimarães
Revisão: Luciane Gomide
Capa: Bruno Portezan Jorge e Sheila Ueda Piacentini Barison
Diagramação: Casa de Ideias
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 Jaques, Fernanda Caroline
J36g Gestão ambiental / Fernanda Caroline Jaques, Regiane 
Alice Brignoli Moraes, Vânia de Almeida Silva Machado, 
Tathyane Lucas Simão, Luciana Borba Benetti. 
– Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2014.
 192 p.
 ISBN 978-85-68075-53-1
 1. Gerenciamento. 2. Recursos Hídricos. I. Moraes, 
Regiane Alice Brignoli. II. Machado, Vânia de Almeida 
Silva. III. Simão, Tathyane Lucas. IV. Benetti, Luciana 
Borba. V. Título.
 CDD 628.4
Book_Gestao_ambiental.indb 4 6/25/14 5:09 PM
Unidade 1 — Gerenciamento ambiental ........................1
Seção 1 Gerenciamento ambiental ....................................................3
1.1 Gerenciamento ambiental ....................................................................4
1.2 Fundamentos e conceitos .....................................................................9
1.3 Gerenciamento ambiental ..................................................................12
Seção 2 Legislação ambiental ..........................................................21
2.1 Legislação ambiental .........................................................................21
Seção 3 Saneamento ambiental .......................................................32
3.1 Revisão histórica do saneamento ambiental no Brasil ........................32
3.2 Definição ...........................................................................................34
3.3 Doenças da carência de saneamento ................................................34
Seção 4 Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho ..39
4.1 Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho ..................39
Unidade 2 — Recursos hídricos ...................................47
Seção 1 Conceito .............................................................................50
1.1 Aumento da população ......................................................................57
1.2 Urbanização ......................................................................................58
1.3 Diminuição das águas com qualidade ...............................................59
Seção 2 Efluentes – classificação ......................................................66
2.1 Caracterização dos efluentes ..............................................................68
2.2 Formas de os efluentes atingirem o corpo receptor .............................77
Seção 3 Tratamento de efluentes .....................................................80
3.1 Tratamento de efluentes gasosos ........................................................80
3.2 Tratamento de efluentes líquidos ........................................................83
Seção 4 Efluentes industriais – como reduzi-los? .............................90
Sumário
Book_Gestao_ambiental.indb 5 6/25/14 5:09 PM
vi G E S T Ã O A M B I E N T A L
Unidade 3 — Resíduos .................................................97
Seção 1 Resíduos sólidos urbanos e industriais ................................99
1.1 Resíduos sólidos urbanos e industriais .............................................100
Seção 2 Gestão e gerenciamento de resíduos ................................105
2.1 Gestão e gerenciamento de resíduos ................................................105
2.2 Gerenciamento integrado dos resíduos sólidos ................................109
2.3 Classificação dos resíduos ................................................................115
Seção 3 Formas de minimização de geração e segregação .............123
3.1 Formas de minimização de geração e segregação ............................123
Seção 4 Acondicionamento seguro ................................................128
4.1 Acondicionamento seguro ...............................................................128
Unidade 4 — Cuidados finais .....................................139
Seção 1 Cuidados no transporte interno e externo ........................141
1.1 Transporte interno e externo.............................................................141
Seção 2 Técnicas de disposição final ambiental correta .................146
2.1 Métodos de tratamento e disposição final ........................................146
2.2 Disposição final dos resíduos sólidos ...............................................154
Seção 3 Gestão de sustentabilidade ..............................................165
3.1 Concepções e conceitos ..................................................................167
3.2 As dimensões da sustentabilidade ....................................................169
3.3 A sustentabilidade e seus desafios ....................................................171
3.4 Indicadores de sustentabilidade .......................................................173
Book_Gestao_ambiental.indb 6 6/25/14 5:09 PM
Caro(a) acadêmico(a),
Na primeira unidade você será instigado a compreender sobre gestão 
ambiental, sendo que algumas ações, por pequeninas que sejam, podem 
contribuir e muito na preservação de nosso planeta Terra. A importância de 
utilizarmos de forma eficiente os recursos e com menor desperdício possível. 
Principalmente em se tratando de materiais não renováveis, os quais são esgo-
táveis. Além, claro, de que uma boa gestão representa economia e dinheiro.
Na segunda unidade serão apresentados os conceitos sobre recursos hí-
dricos e como o homem interage com esse bem precioso e vital que detém. 
Quais os cuidados que dispensamos aos efluentes industriais, seus males e 
como minimizá-los ou até eliminarmos, o que seria o ideal. Tratar de água é 
sem sombra de dúvida estarmos dispensando cuidados com a própria vida 
do homem e os demais seres que dependem desse líquido universal. Mais 
que a metade da Terra é ocupada por água, no entanto a preocupação deve 
ser em preservar água em estado potável para consumo.
Na terceira unidade falaremos sobre a problemática dos resíduos sólidos, e 
a necessidade que se tem de gerenciamento desses resíduos, o conhecimento 
de suas características, bem como formas de amenizar os impactos ambientais 
causados pela sua geração e disposição. A geração de resíduos, embora seja 
inevitável, uma vez que toda atividade resulta em alguns resíduos. Um dos 
mecanismos para sanar, em parte, trata-se da reciclagem, aproveitamento 
pela segunda vez ou mais, dependendo do material em questão.
Na quarta unidade abordaremos os cuidados que devemos ter uma 
atenção especial com a destinação final de nossos resíduos. Abordar alguns 
métodos de pré-tratamento para, na maioria dos casos, facilitar a destinação 
final. Não podemos falar de destinação final sem apresentar alguns cuidados 
que devem sertomados como no transporte desses resíduos, uma vez que 
Apresentação
Book_Gestao_ambiental.indb 7 6/25/14 5:09 PM
viii G E S T Ã O A M B I E N T A L
vários tipos podem ser tóxicos. A sustentabilidade passa pelo controle eficiente 
eficaz dos resíduos. Visando obter economia dos recursos naturais tanto finitos 
quanto renováveis. Utilizarmos de forma consciente os recursos nos remete a 
um futuro mais tranquilo do ponto de vista da sobrevivência das espécies. “Está 
em nossas mãos o futuro do planeta.’’
Excelentes estudos!
Book_Gestao_ambiental.indb 8 6/25/14 5:09 PM
Gerenciamento 
ambiental
Unidade 1
Regiane Alice Brignoli Moraes
Objetivos de aprendizagem: Nesta unidade você será levado a 
compreender sobre gestão ambiental, verificará que pequenas ações 
rotineiras podem proteger o meio ambiente, comparará o impacto 
causado por uma indústria, e conhecerá os mecanismos de uso da 
gestão ambiental a fim de minimizar os danos trazidos pelo produto 
desenvolvido por ela. 
 Seção 1: Gerenciamento ambiental
O que é gerenciamento ambiental? Esta é uma per-
gunta talvez não muito simples de responder, pois 
refere-se a um assunto muito polêmico que envolve 
atividade econômica, meio ambiente e seres humanos. 
Hoje as empresas têm como obrigação desenvolver 
suas atividades de modo sustentável, e foi a partir 
dessa necessidade e obrigatoriedade que surgiram os 
gestores ambientais.
 Seção 2: Legislação ambiental
Para que o meio ambiente seja protegido as autori-
dades criaram através de leis meios de protegê-lo. O 
meio ambiente é constituído por recursos naturais em 
geral e sem a imposição legislativa o homem o degra-
dava sem qualquer responsabilidade. Nos dias atuais 
as empresas que exploram o meio ambiente devem 
encontrar meios de usar a natureza sem prejudicá-la.
Book_Gestao_ambiental.indb 1 6/25/14 5:09 PM
 Seção 3: Saneamento ambiental
Esse assunto refere-se ao tratamento de água po-
tável, ações socioeconômicas que buscam atingir 
a salubridade ambiental. Para atingir esse objetivo 
não basta atender à necessidade de água potá-
vel, abrangendo também tratamento nas coletas 
e disposição sanitária de resíduos sólidos, líquidos 
e gasosos, ações as quais resultam no controle de 
doenças transmissíveis.
 Seção 4: Condições sanitárias e de conforto 
nos locais de trabalho
Nessa seção estudaremos a NR-24, norma pouco 
divulgada. Muito se fala sobre normas de proteção, 
mas pouco se divulga sobre condições do ambiente 
de trabalho. Faremos comparativos com a atual si-
tuação de muitos trabalhadores com as observações 
apresentadas na NR.
Book_Gestao_ambiental.indb 2 6/25/14 5:09 PM
G e r e n c i a m e n t o a m b i e n t a l 3
Introdução ao estudo
Caro aluno,
O estudo aqui abordado procura demonstrar os impactos ambientais trazi-
dos pelas empresas, e, de forma a não trazer tão grandes danos a essa riqueza 
dada a nós de forma gratuita, apresentamos o sistema de gestão ambiental. 
Esse sistema foi criado porque a própria sociedade passou a preocupar-se com 
a qualidade do ambiente; a preservação ao meio ambiente não acontece so-
mente na diminuição de cortes de árvores, pois os ataques estão no destino dos 
lixos, cuidados com rios e marés, fauna e flora. Para que possa haver harmonia 
em todos os aspectos ecológicos foram criadas leis ambientais que obrigam 
as organizações a encontrar meios de não emitirem poluentes diretamente na 
natureza e sim passarem por processo de minimização do impacto. Isso também 
acontece para os resíduos sólidos, cuja destinação precisa ser feita de forma 
consciente, inclui o uso responsável de recursos naturais — a extração do re-
curso impõe à organização o novo plantio para não haver extinção da espécie.
Toda essa exigência parte de um mercado em constante crescimento; para 
esse crescimento não trazer destruição ao ar que respiramos, à água que be-
bemos e até aos alimentos que comemos, há ambientalistas e ecologistas em 
luta constante pela conscientização do uso desses recursos.
O meio ambiente obteve grande vitória e as legislações impostas às em-
presas não vieram sozinhas, junto com elas surgiram selos verdes, normas de 
preservação e a série ISO 14001, mecanismos usados pelas empresas a fim de 
atender às exigências legislativas bem como construir uma imagem ambienta-
lista perante a sociedade.
A implantação dos sistemas de gestão ambiental tem sido a ação tomada 
pelas entidades para responder ao conjunto de pressões impostas pela empresas. 
A gestão é composta por ações tecnológicas e produção dos “produtos verdes”.
Seção 1 Gerenciamento ambiental
Este é um assunto sobre o qual ouvimos muitas discussões. Na década de 
1960 pouco se falava dos problemas ambientais, não se criava nas pessoas cons-
cientização de preservação, que era um tema restrito, somente debatido entre 
um pequeno grupo de ecologistas, exatamente porque trazer esse problema à 
Book_Gestao_ambiental.indb 3 6/25/14 5:09 PM
4 G E S T Ã O A M B I E N T A L
sociedade era irrelevante; os problemas sociais da época eram maiores e ne-
cessitavam de resoluções rápidas, e dar atenção a um assunto pouco divulgado 
não criaria ações concretas.
A evolução tecnológica e industrial trouxe problemas ambientais caracte-
rísticos de determinadas atividades. Citamos um exemplo: detectaram polui-
ção nos rios através de lixos sólidos descarregados pelas indústrias, naquele 
momento não se media o impacto que essa ação poderia trazer. Com estudos 
avançados hoje é possível prever os problemas ambientais, caso providências 
de preservação não sejam tomadas. Conforme a percepção e constante busca 
por conscientização da humanidade, por parte dos ambientalistas e ecolo-
gistas, o reconhecimento da gravidade da crise ambiental hoje se eleva em 
nível planetário, o tema tornou-se muito importante e as indústrias/empresas 
precisam adequar suas atividades de modo a não afetarem o meio ambiente; 
para conseguirem essa adequação elas seguem modelos de gestão ambiental.
1.1 Gerenciamento ambiental
Por que gestão ambiental?
Temas como aquecimento global, recursos naturais limitados e o acúmulo de 
lixo são exemplos de problemas que deixaram de ser apenas previsões futuras 
e passaram a fazer parte da realidade mundial, com presença certa e constante 
em nossa vida, independentemente do lugar onde moramos, conforme pode 
ser observado nas Figuras 1.1 e 1.2, que mostram uma disposição inadequada 
do lixo e a degradação do recurso natural solo, respectivamente. Tais questões 
chamam a atenção para a necessidade de gerir de forma sustentável os proces-
sos de produção e demais atividades cotidianas praticadas pela humanidade.
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G e r e n c i a m e n t o a m b i e n t a l 5
 Figura 1.1 Disposição de resíduos sólidos urbanos em um “lixão” 
 Fonte: Dos autores (2003).
 Figura 1.2 Erosão do solo em lavoura de tomate — Londrina — PR
 Fonte: Dos autores (2003).
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6 G E S T Ã O A M B I E N T A L
1.1.1 O que é gestão ambiental?
O que você pensa sobre a gestão ambiental? Será que é apenas uma atitude 
politicamente correta? Ela é capaz de oferecer vantagens competitivas para as 
organizações nas quais for implantada? E onde ela pode ser utilizada, será que 
existem limitações para sua aplicação? Por exemplo, pode ser aplicada apenas 
em empreendimentos urbanos e/ou industriais? A gestão do ambiente é capaz 
de assegurar o uso racional dos recursos naturais? O que é gestão ambiental, 
afinal? Vamos tentar responder a essa pergunta?
A gestão ambiental pode ser entendida como um processo responsável pela ad-
ministração do exercício de atividades econômicas e sociais, de forma a utilizar de 
maneira racional os recursos naturais. Esse processo, segundo Seiffert (2010, p. 23), 
Surgiu como uma alternativa para buscar a sustentabili-
dade dos ecossistemas antrópicos (aqueles onde há in-
terferência humana), harmonizando suas interações com 
os ecossistemasnaturais, nos quais a sustentabilidade é 
a regra. 
Também dá para dizer que a gestão ambiental envolve agentes com in-
teresses conflitantes, muitas vezes, em relação à forma de utilização de um 
determinado bem ou recurso ambiental. Para isso, ao longo dos anos, foram 
criados vários instrumentos de gestão do ambiente, para mediar essa relação 
tão complexa, homem versus meio ambiente.
A gestão ambiental não é um conceito novo, nem uma necessidade nova, 
conforme nos relata Seiffert (2010), mas algo que foi amadurecendo ao longo 
dos anos como consequência natural da evolução do pensamento da humani-
dade em relação à utilização dos recursos naturais, a partir das contribuições de 
várias áreas de conhecimento, com destaque para as engenharias, a geografia, a 
geologia, as ciências biológicas e a administração. A gestão ambiental evoluiu 
das necessidades relacionadas com o sistema de saneamento básico, em decor-
rência da concentração urbana, para um enfoque próprio de gestão, induzido 
pela engenharia de produção e pela administração. Também é uma questão de 
princípio, que emana do desenvolvimento sustentável e que deve considerar 
uma escala de valores não tangíveis (como a ética e a cultura, por exemplo), 
valores ecológicos e valores econômicos. Isso porque a gestão ambiental lida 
com situações complexas em uma realidade inadequada e problemática, cujas 
condições precisam ser melhoradas com mudanças desafiadoras, tais como a 
reestruturação da matriz energética, o controle da natalidade via planejamento 
familiar, a distribuição de renda, a construção de um sistema educacional de 
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G e r e n c i a m e n t o a m b i e n t a l 7
melhor qualidade, uma fiscalização ambiental eficaz e isenta de corrupção, 
ainda de acordo com Seiffert (2010). Cada um desses exemplos é um desafio 
num país de dimensões continentais como o Brasil, que luta diariamente contra 
os desmandos herdados de uma longa história de dominação colonial.
Você pode citar um exemplo prático de gestão ambiental? É interessante 
lembrar que contempla desde pequenas atitudes, realizadas em âmbito indi-
vidual, até ações complexas, implantadas pelo poder público e pela iniciativa 
privada, na forma de pessoas jurídicas (empresas). Quer alguns exemplos? 
Reduzir o tempo gasto no banho é uma decisão de cada pessoa que pode ser 
entendida como uma prática de gestão ambiental, dentro de um processo de 
gestão ambiental de sua residência, e não depende de nenhuma lei para ser 
implantada, só da vontade e decisão individuais. Já a destinação de resíduos 
sólidos depende de uma ação conjunta entre poder público e sociedade, 
norteada pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei n. 
12.305/2010 (BRASIL, 2010). Também pode ser citada a proteção de nascentes 
de água, cuja legislação pertinente (o Código Florestal, em processo de alte-
ração), por si só, não garante a prática, que depende de uma ação individual 
de quem detém a posse de uma determinada área de terra onde existam uma 
ou mais nascentes de água (Figura 1.3).
 Figura 1.3 Nascente de água protegida à base de solo-cimento — 
Londrina — PR
 Fonte: Dos autores (2011).
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8 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Você conhece alguma nascente de água protegida? Que tipo de prote-
ção é utilizado? Essa proteção está de acordo com o Código Florestal 
para a sua região?
Questões para reflexão
Observe a complexidade da gestão ambiental, nas palavras de Seiffert 
(2010, p. 46):
A gestão ecológica, base do processo de gestão ambien-
tal, não questiona a ideologia do crescimento econô-
mico, que é a principal força motriz das atuais políticas 
econômicas e, tragicamente, da destruição do ambiente 
global. Mas implica rejeitar a busca cega do crescimento 
econômico irrestrito, entendido em termos puramente 
quantitativos, como maximização dos lucros ou do Pro-
duto Nacional Bruto (PNB).
A gestão ecológica implica reconhecimento de que o 
crescimento econômico ilimitado em um planeta finito 
não pode levar a um desastre. Dessa forma, faz-se uma 
restrição ao conceito de crescimento, introduzindo-se a 
sustentabilidade ecológica como critério fundamental de 
todas as atividades de negócios.
Concordamos com a afirmação de Seiffert (2010) de que a gestão ambiental 
busca a condução harmoniosa dos processos dinâmicos e interativos que 
ocorrem entre os diversos componentes do ambiente natural e antrópico, de-
terminados pelo padrão de desenvolvimento almejado pela sociedade. Requer, 
assim, conhecimento das dinâmicas que envolvem ambos os ecossistemas, pois 
processos humanos (que abrangem os aspectos sociais, econômicos e culturais 
de uma determinada região) estão em constante interação com os processos 
naturais. Quer um exemplo dessa interação? A produção de alimentos (arroz, 
feijão, frutas, verduras, carnes).
É correto definir gestão ambiental como um sistema ou como um 
processo de transformação?
Questões para reflexão
Book_Gestao_ambiental.indb 8 6/25/14 5:09 PM
G e r e n c i a m e n t o a m b i e n t a l 9
 1. Assinale a alternativa incorreta:
a) A gestão ambiental implica reconhecer que o crescimento desen-
freado das indústrias tendem a ser uma catástrofe ecológica.
b) A gestão ambiental somente é aplicada às gestões públicas.
c) Podemos dizer que a gestão ambiental tem como característica a 
responsabilidade social.
Atividades de aprendizagem
1.2 Fundamentos e conceitos
O homem é o principal agente transformador do ambiente natural, pro-
movendo nele alterações para adequá-lo às suas necessidades individuais 
ou coletivas, produzindo, assim, o ambiente urbano, transformado nas mais 
diversas conformações e escalas. Para Philippi Junior e Silveira (2004), o am-
biente urbano é resultado de aglomerações localizadas em ambientes naturais 
transformados que necessitam, para a sua sobrevivência, dos recursos existentes 
no ambiente natural, e aqui tem início o processo de gestão ambiental.
O modo como o homem administra, gerencia ou gere esses recursos é o fator 
que determina o aumento ou a diminuição dos impactos. Esse processo de gestão, 
segundo os autores, está baseado em três variáveis: 1) a diversidade dos recursos 
extraídos do ambiente natural; 2) a velocidade de extração desses recursos (que 
permite ou não a sua reposição) e 3) a forma de disposição e tratamento dos 
resíduos e efluentes. A somatória dessas variáveis e a forma de geri-las definem a 
intensidade do impacto do ambiente urbano (artificial) sobre o ambiente natural.
Você sabe qual fato agravou o processo de alteração do ambiente natural, 
comentado anteriormente? Se você pensou na aglomeração de pessoas nos 
ambientes urbanos, acertou! Quanto maior for essa aglomeração, maiores 
serão as adaptações e transformações do ambiente natural, e maiores serão a 
diversidade e a velocidade de recursos extraídos, maiores serão a quantidade 
e a diversidade de resíduos gerados e menor será a velocidade de reposição 
desses recursos (PHILIPPI JUNIOR; SILVEIRA, 2004). Vamos ver o exemplo do 
Brasil? Em 1950, 64% da população brasileira vivia no ambiente rural e 36% 
no urbano. Em 1970, essa proporção começou a se inverter, com 44% da po-
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10 G E S T Ã O A M B I E N T A L
pulação rural e 56% urbana. No Censo 2006, o Brasil tinha apenas 19% de sua 
população rural e 81% urbana. Alguns anos depois, dos 190.755.799 brasileiros 
contados pelo Censo 2010, 84,36% (160.925.792) estavam residindo no meio 
urbano, com uma densidade demográfica média de 22,43 habitantes/km2, 
variando de 2,01, em Roraima, a 444,07 habitantes/km2, no Distrito Federal.
No município de Londrina, de onde escrevo este texto que você lê agora, o 
Censo 2010 registrou apenas 2,6% dos londrinenses residindo no meio rural, equi-
valente a 13.181 pessoas, contra 493.520 residentes no meio urbano (IBGE, 2010).
Quantos habitantes há no estado e no município ondevocê mora? 
Qual a proporção entre população urbana e população rural? E qual 
a densidade demográfica?
Questões para reflexão
Bem, se hoje a realidade é urbana, existe perspectiva de alterá-la e voltarmos 
a viver maciçamente no meio rural? Parece que essa perspectiva é quase nula, 
pois o homem que habita a Terra, atualmente, demonstra preferir viver em aglo-
merações urbanas cada vez maiores, demandando quantidades gigantescas de 
recursos e gerando resíduos na mesma proporção em que consome os recursos 
naturais. Como viver, então, nesses ambientes urbanos? Como continuar utili-
zando sem esgotar os recursos naturais disponíveis? Cabe à gestão ambiental 
ordenar esse processo, mas de que forma?
Uma primeira forma de abordagem organizada é a gestão 
ambiental urbana consciente. A tomada de consciência é 
o ato de conhecer todas as questões que envolvem esta 
tão estreita trama de variáveis que compõem a realidade 
das cidades e parte da solução do problema. Isso signi-
fica dizer que o conhecer precede o agir. As cidades ou 
aglomerações urbanas, que incluem os setores indus-
trial, residencial, comercial, de serviços públicos e de 
transporte, são organismos vivos e pulsantes e, como os 
próprios organismos humanos, necessitam de alimentos, 
água e oxigênio, emitindo no processo o gás carbônico, 
entre outros, e produzindo resíduos. Por sua vez, absor-
vem matérias-primas e as transformam em produtos indus-
trializados, gerando excedentes residuais. O transporte 
desses materiais, brutos ou acabados, in natura ou prontos 
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G e r e n c i a m e n t o a m b i e n t a l 11
para o consumo, e o transporte diário das populações 
envolvidas nesses processos demandam quantidades di-
versificadas de energia e insumos e geram quantidades 
e intensidades diversificadas de impactos. Vale ressaltar 
aqui que as populações rurais também utilizam a cidade 
para a aquisição de bens manufaturados e para as ativida-
des de comércio e serviços, na utilização do seu sistema 
viário e de laboratórios, que geram suporte tecnológico 
para a melhoria da própria atividade do campo (PHILIPPI 
JUNIOR; SILVEIRA, 2004, p. 4).
Conhecidos o problema e as variáveis ambientais afetadas pelo ambiente 
urbano e pelos seus processos de expansão, o próximo aspecto a considerar é 
como enfrentar os impactos produzidos, de forma multidisciplinar, como já se 
discutiu anteriormente. Se os problemas são complexos, não dá para resolvê-los 
de forma isolada, nem abordá-los com um único tipo de conhecimento, detido 
por algum profissional de formação específica ou que atue em todas as áreas 
de todas as ciências envolvidas no processo. Assim, para gerir o ambiente é 
necessária a formação de uma equipe multidisciplinar, direcionada à atuação 
interdisciplinar com contínuo e progressivo diálogo de saberes, priorizando aná-
lises e decisões que contemplem a inter-relação entre as disciplinas envolvidas 
no processo, na busca de soluções exequíveis para uma gestão ambiental eficaz.
Tudo bem até aqui? Vamos continuar, então.
Você percebeu que em vários momentos usamos a palavra processo, para 
designar a gestão ambiental e as relações do homem que transformam o am-
biente natural em um ambiente urbano? Mas o que é um processo? Ferreira 
(2004) fornece diferentes significados: 1) ato de proceder, de ir por diante; 
2) sucessão de estados ou de mudanças e 3) modo por que se realiza ou exe-
cuta uma coisa; método, técnica. E ainda tem o significado jurídico, em que 
processo é igual à demanda.
Juntando os termos, um processo de gestão ambiental pode ser entendido 
como o modo através do qual se realiza ou executa a gestão de um determinado 
ambiente. Uma cidade, uma empresa, uma propriedade rural, por exemplo.
Em termos gerais, a gestão ambiental visa ordenar as ações humanas para 
que causem o menor impacto possível sobre o meio onde são realizadas. Esse 
processo ordenado ou organizado vai desde a escolha das melhores técnicas 
até o cumprimento da legislação e destinação correta de recursos humanos e 
financeiros. A gestão ambiental também pode ser entendida como o ato de gerir 
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12 G E S T Ã O A M B I E N T A L
as ações decorrentes do processo de geração de bens de consumo, de modo a 
minimizar seus impactos no ambiente, seja no âmbito local, regional, nacional 
ou no ambiente mundial, fruto da globalização a que o planeta foi submetido 
nos últimos anos. Também é importante entender o termo gerir, que, junto com 
seu sinônimo gerenciar, significa saber manejar as ferramentas existentes e não 
necessariamente desenvolver a técnica ou a pesquisa ambiental em si.
1.3 Gerenciamento ambiental
A realidade das organizações hoje é uma alta cobrança pelo comprome-
timento com responsabilidade social e meio ambiente, destacamos nesse 
contexto a exigência que as empresas são obrigadas a cumprir para proteção 
ao meio ambiente.
Nos dias atuais esse assunto tem grande impacto, o sistema de preservação 
aborda um arcabouço de itens, influências na ciência, política e legislação 
específica a cada situação ou atividade, não podemos nos esquecer de comen-
tar os investimentos obrigatórios das empresas em elaborar formas de gestão 
vinculada a um planejamento, para atender o cumprimento com órgãos regu-
ladores e fiscalizadores.
A pressão governamental sobre as empresas é grande, porém não é a única, 
pois a sociedade também exige que as entidades se comprometam em desen-
volver seus produtos/serviços sem causar danos ao meio ambiente. Alguns 
prejuízos trazidos pelas indústrias podem ser vistos a olho nu, por exemplo, 
as emissões de gases poluentes: a fumaça jogada no ar por uma indústria traz 
problemas à saúde das pessoas, por isso os consumidores estão mais atentos 
a esse quesito. Assim, somente ofertar um produto de qualidade no mercado 
não basta para ganhar o cliente, as organizações devem incluir em sua gestão 
formas de preservação a esse bem tão precioso que é natureza. 
Vários estudos apontaram o grande erro que o ser humano vinha come-
tendo há anos: o homem desmatava sem limites, o crescimento da civilização 
fazia-se necessário e para dar lugar às indústrias e fazer crescer a economia 
construções eram levantadas sem pensar nos males que trariam ao homem 
quando ele destruía algo tão rico. Demorou um pouco, mas com dados levan-
tados por ecologistas foi possível levar até as autoridades os graves problemas 
de desmatamento e saneamento, e demonstrar o efeito da poluição na vida 
do ser humano. Com a consciência das autoridades, criaram-se leis e uma 
política da preservação que obrigaram as empresas a implantarem uma ges-
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G e r e n c i a m e n t o a m b i e n t a l 13
tão ambiental, exatamente por terem sido julgadas “culpadas” pelos efeitos 
destruidores causados à natureza.
Com a obrigação de serem entidades sustentáveis as empresas passam a ter 
não somente uma gestão econômica e também uma gestão ambiental. Vamos 
entender a que isso se refere.
A gestão ambiental dentro de uma empresa parte de uma ação em identifica-
ção, criar monitorações de controle e avaliações nas quais resultam em redução 
dos impactos ambientais. A implantação dessa gestão tem como ferramenta a 
norma ISO (1996) que define:
Impacto ambiental como qualquer modificação do meio 
ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou 
em parte, das atividades, produtos ou serviços de uma 
organização. 
A norma responsabiliza a entidade por qualquer impacto ambiental e dentre 
suas definições apresenta que empresas que desenvolvam produtos ou serviços 
precisam conjugar com o meio ambiente, caso o tratamento correto não venha 
ser importante para ela, o elemento (produto) desenvolvido é definido como o 
“causador” do impacto. 
Ressaltamos um risco comum, as instalações industriais: ao pensarmos 
em uma instalação industrial, lembremo-nos dos envolventes (comunidade e 
meio ambienteexternos). O dano causado por essa atividade econômica no meio 
ambiente leva bons anos de recuperação, e o mesmo ocorre com a comuni-
dade: o uso de substâncias químicas liberadas pode trazer às pessoas que vivem 
naquela região graves problemas de saúde, por isso os impactos precisam ser 
identificados na gestão ambiental.
Para melhor explicar os efeitos sofridos pela natureza, apresentamos uma 
tabela classificando-os por tema, aspecto e impacto (Tabela 1.1).
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14 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Tabela 1.1 Principais impactos ambientais
Tema Aspecto ambiental 
Impacto ambiental 
primário (*)
Ar
Emissão atmosférica Poluição do ar
Contribuição à chuva ácida
Redução da camada 
de ozônio
Contribuição ao efeito estufa
Formação de “smog” 
fotoquímico
Ruído Incômodo à comunidade
Radiação Contaminação radioativa
Solo
Movimentação da Terra Erosão
Resíduos sólidos Poluição do solo
Água Efluentes líquidos
Poluição da água
Acidificação
Eutrofização
Flora Desmatamento Supressão da vegetação
Fauna
Movimentação 
de equipamentos
Perturbação/evasão 
de fauna
Efluente líquido Ecotoxicidade
Sociedade
Atividades do 
empreendimento
Geração de empregos
Geração de tributos
Dinamização da 
economia regional
Uso do solo
Recursos naturais Extração dos recursos naturais Exaustão dos recursos naturais
(*) o primeiro de uma cadeia de impactos subsequentes 
Fonte: Epelbaum (2004).
Conforme puderam observar, os danos abrangem toda a cadeia do meio 
ambiente. 
Na Tabela 1.1 definimos as categorias dos impactos por temas (ar, solo, água, 
flora, fauna, sociedade, recursos naturais) e para melhor explicar objetivamos os 
temas nas ações produzidas, especificando cada ação sofrida. Em simplificação 
na tabela relacionamos os impactos ambientais causados. 
Há empresas com maiores riscos de acidente ambiental, como exemplo as 
petrolíferas: em qualquer acidente ocorrido nessa atividade o prejuízo pode ser 
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G e r e n c i a m e n t o a m b i e n t a l 15
todos os impactos demonstrados na tabela. É por causa de tão grandes danos ocor-
ridos no meio ambiente que as organizações precisam estar atentas e incluir em 
seu planejamento ações de prevenção, realizando um gerenciamento ambiental.
Gerenciamento ambiental tem como característica um sistema que dê 
apoio aos gestores para a empresa realizar sua produção sem afetar o meio 
ambiente, e como grande auxiliador a Série ISO 14000, modelo de sistema de 
gestão bastante conhecido, ferramenta cuja implantação nas empresas tem dado 
muito resultado positivo. Essa ferramenta visa à obtenção de uma certificação. 
No Brasil os sistemas de gestão ambiental utilizados são: 
 NBR Série ISO 14001;
 Programa de Ação Responsável.
A NBR Série ISO 14001 (1996) cita:
As normas de gestão ambiental têm por objetivo prover 
às organizações os elementos de um sistema ambiental 
eficaz, passível de integração com outros elementos de 
gestão, de forma a auxiliá-las a alcançar os seus objetivos 
ambientais e econômicos
Esta é uma norma bastante completa, pois atende ao sistema de gestão ge-
rencial incluindo o sistema de gestão ambiental. Para dar eficácia ao trabalho ela 
abrange a auditoria ambiental, inspeções ambientais, rotulagem dos produtos, 
produtividade da empresa bem como sua avaliação de desempenho ambien-
tal. Toda atividade do sistema trabalha com os objetivos da organização não 
deixando de cuidar da preservação do meio ambiente; a ISO busca trabalhar, 
de forma unificada, meio ambiente e objetivo econômico.
O trabalho do Sistema Gestão diante da Série ISO 14001 é composto pelos 
elementos-chave: 
1. Política ambiental. 
2. Planejamento. 
3. Implementação e operação.
4. Verificação e ação corretiva.
5. Análise crítica.
1.3.1 Política ambiental
Segundo a norma NBR Série ISO 14000 (1996), política ambiental é:
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16 G E S T Ã O A M B I E N T A L
[…] a declaração da organização, expondo suas intenções 
e princípios em relação ao seu desempenho ambiental 
global, que provê uma estrutura para a ação e definição 
de seus objetivos e metas ambientais.
Conceituamos como uma forma de estabelecer orientações fixas dos prin-
cípios norteadores de ações da organização constituir uma política, parte da 
elaboração de um documento formal, o qual leva o nome de carta de com-
promisso, cujo conteúdo vem dos valores da organização e o reconhecimento 
do produto mediante o meio ambiente, incluirá também os requisitos para o 
atendimento da política, sendo estes os objetivos, metas e programas ambientais. 
Reis e Queiroz (2002 p. 14) consideram:
[…] a política ambiental como a grande declaração de 
comprometimento empresarial, relativo ao meio ambiente, 
constituindo a fundação ou base do sistema de gestão. 
O autor defende a ideia de que a política ambiental contém as diretrizes 
básicas na qual define e revê os objetivos e metas ambientais da empresa; 
percebam que a norma orienta uma ação gerencial dentro da organização.
É mais comum vermos a implantação da política ambiental dentro de gran-
des empresas. Isso acontece porque, se fizermos uma comparação entre uma 
indústria de revenda de doces caseiros e uma pequena empresa que revende o 
mesmo produto, avaliamos a indústria e toda a sua produção, e ela não conse-
guirá seguir suas obrigatoriedades se não houver um sistema de gerenciamento 
indicando como agir quando um determinado lote de produtos não sair com 
a qualidade exigida. No sistema de gestão ambiental, quando tal situação 
acontecer, este informará qual será a destinação correta do produto; já no caso 
de uma pequena empresa, ela poderá dar o destino correto de forma manual. 
A ISO também é buscada pelas maiores empresas para qualificação de seus 
produtos pelo certificado de qualidade ISO.
Ressaltamos a implementação da série nas organizações e destacamos que 
ela deve assegurar em sua política ambiental:
 escala e os impactos ambientais pertinentes às atividades;
 e incluir na política ambiental o compromisso de melhoria contínua 
minimização de elementos de poluição;
 cumprimento com a legislação e normas ambientais;
 a política ambiental deve estar disponível para o público.
Book_Gestao_ambiental.indb 16 6/25/14 5:09 PM
G e r e n c i a m e n t o a m b i e n t a l 17
1.3.2 Planejamento
Assim como qualquer organização necessita de um planejamento para 
atingir seus objetivos e metas econômicas, o gerenciamento ambiental segue 
o mesmo sistema e recomenda uma formulação de um plano a ser cumprido 
através da política ambiental.
O plano deve estar composto por:
 Aspectos ambientais.
 Requisitos legais.
 Objetivos e metas.
 Programas de gestão ambiental.
1. Aspectos ambientais. Têm como objetivo identificar todos os impactos 
ambientais significativos, por exemplo: derramamento de óleo nos rios ou 
lagos, a organização se responsabilizará por cada aspecto identificado. 
A norma esclarece o aspecto como os efeitos ambientais classificando 
como adversos ou benéficos.
2. Requisitos legais. Caracterizam-se pelo atendimento à legislação, normas 
ambientais aplicáveis. Nesta etapa, seguem os critérios para o cadastra-
mento e a divulgação da legislação ambiental, cada organização deve 
desenvolver os códigos de conduta aplicáveis vinculando as situações 
específicas da empresa, incluindo os compromissos ambientais.
3. Objetivos e metas. A política ambiental segue o mesmo padrão de ob-
jetivo e meta das demais políticas empresariais, o diferencial está em 
alcançar objetivos em um determinado período de tempo, sempre vol-
tados a atender os objetivos ambientais com responsabilização definida.
4. Programas de gestão ambiental. É composto por objetivos e metas traba-
lhados com um cronograma de execução, o qual permitirá comparação 
entre o realizado e o previsto, dar atenção aos recursos financeiros dis-
poníveis e os recursos alocados às atividades.
1.3.3 Implementaçãoe operação
O desenvolvimento de mecanismo de apoio para atender aos objetivos e 
às metas ambientais divide-se em:
1. Estrutura organizacional e responsabilidade. Definir funções, as respon-
sabilidades e as autoridades, fornecer material humano, financeiros, tec-
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18 G E S T Ã O A M B I E N T A L
nológicos e logísticos, estruturas necessárias à implantação e ao controle 
do sistema de gestão ambiental.
2. Treinamento, conscientização e competência. A organização deve incluir 
em sua política ambiental treinamento no qual incluam a conscientização 
dos colaboradores diante da importância e da responsabilidade quanto 
ao objetivo e às metas determinados na política ambiental, devendo o 
treinamento incluir ações de preservação quando a atividade provocar 
impactos ambientais significativos.
3. Comunicação. Comunicação interna e externa diante dos aspectos 
ambientais e do sistema de gestão ambiental. Dessa forma, a empresa 
selecionará canais favoráveis à comunicação clara. 
4. Documentação do sistema de gestão ambiental. A empresa define os tipos 
de documentos, que podem ser de forma física ou eletrônica, contendo 
os procedimentos específicos ao sistema bem como controle de usuários 
externos, tais como fornecedores, os documentos precisam prescindir-se 
de atualizações e exposições aos interessados. 
5. Controle de documentos. Os documentos exigidos pela Série ISO 14001 
devem obedecer a procedimentos para o seu controle; o controle aqui 
apresentado comporta em organização de localização, referindo as leis, 
regulamentos e critérios ambientais com revisão periodicamente.
6. Controle operacional. O controle operacional identificará as operações 
e atividades potencialmente poluidoras. 
7. Preparação e atendimento a emergências. Estabelecer mecanismos de 
atendimento emergenciais para impactos ambientais não esperados.
1.3.4 Verificação e ação corretiva
A norma complementa, em verificações e ações corretivas, averiguar se a 
operação da empresa está em acordo com o programa de gestão ambiental, 
tratando também de medidas preventivas.
A verificação e ação corretiva são etapas divididas em quatro etapas básicas: 
 Monitoramento e medição. 
 Não conformidades e ações corretivas e preventivas.
 Registros. 
 Auditoria do SGA.
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G e r e n c i a m e n t o a m b i e n t a l 19
1.3.5 Análise crítica
Após a auditoria, a qual detecta possíveis mudanças nos cenários internos 
e externos, a análise vem com as pressões de mercado e tendências influentes 
no ambiente externo da empresa, compreendendo também o compromisso de 
melhoria contínua requerido pela SGA.
Diante de todo o contexto comentado sobre sistema de gestão ambiental 
é possível afirmar que ele deve atender a, no mínimo, cinco requisitos: a po-
lítica ambiental, sendo esta o documento que formalize o comprometimento 
da empresa com o meio ambiente, a composição resume as etapas de me-
lhorias no desempenho ambiental; a identificação dos impactos ambientais 
trazidos pela atividade; exames, avaliações, testes, junto à política ambiental, 
ações de minimização desse dano; objetivos e metas definidos para eliminar 
o problema sendo esta a definição de um cronograma de ações incluindo 
recursos necessários; um programa de gerenciamento, o qual vem destacar o 
acompanhamento das ações preventivas, realizando monitoramento e auditoria 
assegurando o correto funcionamento do sistema para que seja trabalhado de 
forma eficaz e eficiente. 
O desempenho ambiental muitas vezes é medido mediante análises ou auditorias. Ocorre que 
essas duas ferramentas não são suficientes, pois o objetivo de um desempenho ambiental inclui 
atender à política ambiental e para a obtenção de toda informação é preciso estruturar um 
sistema de gestão que inclua a atividade da organização com o sistema de gestão ambiental. 
Para um estudo mais aprofundado sobre sistema de gestão ambiental, acesse: 
<http://www.abnt.org.br/imagens/ApresentacoesRio20/17_06/17_06_Haroldo%20Mattos%20
de%20Lemos.pdf>.
Para saber mais
Qual é o procedimento correto para realizar uma auditoria no sistema 
de gestão ambiental segundo a ISO 14001?
Questões para reflexão
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20 G E S T Ã O A M B I E N T A L
 1. Assinale F (falso) ou V (verdadeiro)
( ) A ISO 14001 é um processo que contempla elementos importan-
tes na gestão de uma organização no intuito de identificar aspectos 
qualitativos e quantitativos relativos ao meio ambiente possíveis 
de ser controlados pela empresa.
( ) O surgimento da ISO foi em 1972 em Estocolmo (Suécia).
( ) A ISO 14001 auxilia gestores no controle de poluição e de outros 
impactos ambientais de forma sistêmica tendo também como 
prioridade dar qualidade e segurança às atividades desenvolvidas 
pelos colaboradores da empresa. 
 2. Comente sobre o impacto econômico que a ISO 14001 traz a um 
empreendimento. 
Atividades de aprendizagem
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G e r e n c i a m e n t o a m b i e n t a l 21
Seção 2 Legislação ambiental
Muitas catástrofes ambientais foram sofridas pelo planeta por causa dos 
efeitos colaterais causados pelo crescimento econômico mundial, o desenvol-
vimento em tecnologias, máquinas, indústrias entre outros, trouxe grandes con-
quistas e, em consequência, trouxe grandes impactos ambientais. O homem não 
media suas ações e para criar devastava, poluía, destruía recursos ambientais sem 
pensar nos problemas que causava para si e suas futuras gerações. A natureza 
aos poucos vai sumindo e conseguimos ver as causas dessas atitudes descon-
troladas do homem ao querer produzir sem medir o impacto por ele motivado.
Apesar de toda atitude do homem em avançar na ciência, ambientalistas 
manifestaram-se a favor da preservação, que veio a ser um dos temas mais 
presentes em nossa atualidade.
Visto que essa preservação veio de uma necessidade, os governos foram 
a favor e reuniram-se com entes econômicos e sociedade civil a fim de lidar 
com a situação e buscar meios de preservação eficaz; realizaram constantes 
pesquisas e uniram muitos esforços com entidades ambientais para determinar 
caminhos de utilização dos recursos de forma consciente e com reposição da 
exploração realizada.
O Brasil possui a legislação ambiental mais completa do mundo no qual 
tem como conceito criar estado socioambiental de modo a conjugar desenvol-
vimento econômico com o desenvolvimento sustentável.
2.1 Legislação ambiental
A base legislativa inicial está em nossa Constituição Federal/88 art. 225:
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à 
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e 
à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para 
as presentes e futuras gerações.
§ 1o Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe 
ao Poder Público:
I — preservar e restaurar os processos ecológicos essen-
ciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecos-
sistemas (BRASIL, 2014a).
Book_Gestao_ambiental.indb 21 6/25/14 5:09 PM
22 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Já na Constituição Federal havia a preocupação com o meio ambiente; per-
ceba que a atenção existia por força de lei, o grande detalhe é que muitas leis 
existem e não são cumpridas, essa desobediência ocorre exatamente porque 
não tem divulgação.
O mais comum é ouvir muito sobre os artigos da constituição federal que 
tratam da cidadania e direitos humanos, leis específicas como o meio ambiente se-
quer eram mencionadas, não havendo então qualquer manifesto, o fato é, há uma 
lei de preservação, e para impor seu cumprimento era necessária readequação.
É importante ressaltarmos que o desmatamento em nosso país vem desde 
1500, com a chegada dos portugueses em busca do pau-brasil. O agravamento 
veio com grandes desmatamentos realizados por empresas que exploravam 
a natureza sem limites, e a partir do século XXI osambientalistas passaram a 
ter espaço e a legislação adequou-se às necessidades atuais, vinculando não 
somente o meio ecológico como também o crescimento econômico. 
O grande impasse das organizações ainda é adequar a atividade econômica 
de modo a atender à preservação; essa ação resulta em investimentos por parte 
dos gestores. Em certas situações se faz necessário adequar até a elaboração 
do produto de modo a não prejudicar a natureza.
Vejamos conceitos e princípios, para melhor compreensão das leis referentes 
a esse assunto:
 O conceito do meio ambiente é representado pelos recursos naturais, 
espaços urbanos e meios culturais.
 Recursos naturais são: recursos hídricos, fauna, flora.
 Espaços urbanos são: edificações, equipamentos públicos.
 Meio cultural define-se como: histórico, artístico, turístico, paisagístico 
e arqueológico.
Diante da representatividade comentada anteriormente, a proteção ao meio 
segue através de princípios:
a) Princípio da defesa do meio ambiente.
Segundo Derani (1997 p. 71),
Este conceito de meio ambiente não se reduz a ar, água, 
terra, mas deve ser definido como o conjunto das con-
dições de existência humana, que integra e influencia 
o relacionamento entre os homens, sua saúde e seu de-
senvolvimento. O conceito de meio ambiente deriva do 
movimento da natureza dentro da sociedade moderna: 
como recurso-elemento e como recurso-local. 
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G e r e n c i a m e n t o a m b i e n t a l 23
b) Princípio do dever do Estado com o ambiente.
Ressaltamos que é dever do Estado proteger o meio ambiente, pois terras e 
matas, florestas entre outros são muitas vezes de propriedade governamental, 
ficando-lhe, então, a responsabilidade de realizar atividades de preservação. 
Como a própria CF trata, “qualidade ambiental é de uso comum”, sendo um 
uso para todos os cidadãos, compete ao Estado as ações de preservação, haja 
vista que a atitude tomada pelo Poder Público segue as regras e os contornos 
previstos na Constituição e nas leis.
c) Princípio do poluidor-pagador ou da responsabilidade pelo dano ambiental.
Derani (1997, p. 159) afirma que:
A objetivação deste princípio pelo direito ocorre ao dispor 
ele de normas do que se pode e do que não se pode fazer, 
bem como regras flexíveis, tratando de compensações, 
dispondo, inclusive, de taxas a serem pagas para a utili-
zação de um determinado recurso natural. 
Entendamos esse princípio como uma ferramenta econômica e também 
ambiental. Ele cobra do poluidor (autor identificado pelo dano) custear todas 
as medidas preventivas dos danos ambientais causado por ele, seja o causador 
pessoa física ou jurídica.
Os princípios partem da preservação em toda sua esfera ambiental, junto 
a este a própria Constituição Federal (BRASIL, 2014a), em seus artigos 23, 24 e 
225, reafirma a responsabilidade por parte do poder público:
É competência comum da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios:
VI — proteger o meio ambiente e combater a poluição 
em qualquer de suas formas;
VII — preservar as florestas, a fauna e a flora. 
A competência tratada no Art. 24 da CF (BRASIL, 2014a) refere-se ao direito 
de legislar da União, dos Estados e Distrito Federal em ações e medidas de 
preservação conforme apresenta o presente inciso:
VI — florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natu-
reza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do 
meio ambiente e controle da poluição;
VII — proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, 
turístico e paisagístico;
VIII — responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao 
consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, 
histórico, turístico e paisagístico;
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24 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Em compreensão aos artigos da Constituição aqui apresentados, podemos 
perceber que havia interesse no cuidado com nossa riqueza gratuita, porém o 
desenvolvimento tecnológico veio ganhando espaço e a atenção dos governantes 
passou a ser o crescimento econômico, exatamente porque o país com cres-
centes indústrias chamava a atenção dos investidores e a economia tornava-se 
segura. Esse avanço desenfreado trouxe consequência ao meio ambiente físico 
que compreende os recursos naturais, pois a natureza até então estava ali para 
servir ao homem. Essa ideia mantida pelo ser humano, de usar os recursos sem 
o devido cuidado e controle, fez com que espécies entrassem em extinção, o 
desmatamento criou um grande buraco na camada de ozônio, utilização da 
água com consumo moderado, entre tantos outros danos realizados pelo pró-
prio homem. Foi somente no início do século XXI que esse assunto começou a 
ganhar destaque, porém o legislativo já havia se manifestado e constituído em 
1981 a Lei n. 6.938/81 que trata da Política Nacional do Meio Ambiente.
Segundo o artigo 3o da Lei n. 6.938/1981:
I — meio ambiente: o conjunto de condições, leis, influ-
ências e interações de ordem física, química e biológica, 
que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas 
(BRASIL, 2014c). 
Essa lei veio para organizar as atitudes tomadas pelas empresas de atacar 
o meio ambiente sem se importar com os seres viventes em meio à natureza. 
A imposição aplicada por essa política buscou melhorar e recuperar a quali-
dade ambiental sem deixar de atender ao desenvolvimento socioeconômico, 
demonstrando que o cuidado com o meio resultava em qualidade de vida a 
toda uma população, e seu cumprimento incluía atender aos interesses da 
segurança nacional.
A imposição do poder público para uma coletividade de defesas em preser-
vação da natureza e de seus recursos consegue que todos tenham uma sadia 
qualidade de vida no presente e nas gerações futuras.
Ressaltamos o que menciona o Inciso 3 do artigo 225 
§ 3 — As condutas e atividades consideradas lesivas ao 
meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas 
ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, inde-
pendentemente da obrigação de reparar danos causados 
(BRASIL, 2014a).
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G e r e n c i a m e n t o a m b i e n t a l 25
A lei foi composta por atos de preservação e o não cumprimento acarreta 
multa e processos, visto que a preocupação está não somente em proteção ao 
meio ambiente mas também em responsabilizar o agressor para que repare a 
natureza e os danos causados. É fato que a aplicação de multas e processos 
administrativos não supriria a necessidade da reparação, haja vista que certas 
lesões provocadas pelo homem são irreparáveis. 
A promulgação da lei tem como caracterização punir o poluidor e conferir 
ao Ministério Público a função de agente defensor do meio ambiente. A lei teve 
sua divulgação e as atividades econômicas foram obrigadas a readequar seus 
sistemas de gestão de modo a atender às exigências por ela trazidas.
2.1.1 Objetivos da PNMA
O objetivo na criação da lei está em unir o desenvolvimento econômico 
social com o meio ambiente de modo que se mantenha o equilíbrio ecológico 
por meio de qualidade de vida e preservação ao meio ambiente. Ocorre que 
para atingir tal objetivo União, Estados e o Distrito Federal priorizaram ações re-
lativas a esse equilíbrio, tendo como significado que implantações de atividades 
econômicas explorando o meio ambiente submetem-se a regras e normas que 
limitaram o uso dos recursos e ações preservação; está incluído neste objetivo 
o desenvolvimento de pesquisas tecnológicas, e mesmo para atividades que 
envolvem pesquisa o uso é restrito.
Tem como finalidade também divulgar as informações sobre a necessidade 
de preservação ambiental, exatamente para que todos venham a ter o equilíbrio 
ecológico para a correta utilização racional dos recursos obtendo-o sempre com 
disponibilidade permanente. A Política Nacional do Meio Ambiente frisa que toda 
sua exigência tem como objetivo final manter qualidade de vida para todo cidadão.
2.1.2 Princípios da PNMA 
A instituição da lei acontece pela necessidadede uma nação, uma norma 
imposta para que o cidadão obtenha sua defesa mediante um amparo jurídico, 
o mesmo aconteceu com a Lei n. 6.938/81 (BRASIL 2014c): os parlamentares 
estabeleceram normas de procedimento para entidades e pessoas físicas no 
intuito de assegurar respeito ao meio ambiente e um uso consciente. Toda a 
elaboração da lei parte de princípios e objetivos; no tópico anterior informamos 
os objetivos, percorramos então os princípios.
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26 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Os princípios por ela definidos têm como base a preservação do meio am-
biente físico, urbano e cultural.
I — Comprometimento de ações governamentais em manter o equilíbrio 
ecológico, por meio de recursos e mão de obra física, dar a manutenção do pa-
trimônio público a fim de assegurar e proteger, lembrando que é de uso coletivo.
II — Uso moderado do solo e subsolo, da água e do ar. 
III — Cobrar planejamentos, fiscalizações periódicas nas empresas as quais 
utilizam os recursos ambientais. 
VI — Dar incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias, de forma que 
as mesmas tragam atitude de preservação e proteção ao meio ambiente. 
VII — Realizar por meio de profissionais um acompanhamento do estado 
da qualidade ambiental. 
VIII — Áreas as quais foram agravadas pelo não cuidado ante esta política 
necessitam de recuperação. 
IX — Uma vez recuperada, a área precisa ser protegida. 
X — Educação ambiental a todos os níveis do ensino, nossas crianças pre-
cisam ser educadas de forma a compreender o bem que a natureza traz ao ser 
humano.
2.1.3 Instrumento PNMA
Em um conjunto de elaboração de uma legislação estão necessidade, fina-
lidade, princípios e determinar meios para alcançar os objetivos propostos pela 
Lei n. 6.938, estes são os instrumentos usados pelos entes federativos para que 
possam efetivar a cidadania na esfera administrativa. 
De uma forma resumida, atentemo-nos a estes instrumentos:
O primeiro instrumento da Lei n 6.938/81 trata: “I — o estabelecimento de 
padrões de qualidade ambiental” (BRASIL, 2014c). 
Para padronizar os estabelecimentos e obter a qualidade ambiental necessá-
ria à sua preservação e ao controle do ente federativo, criou-se por força de lei 
um sistema de informações sobre o meio ambiente no qual se padronizaram as 
ações das atividades econômicas diante dos recursos naturais, a padronização 
teve como norma as resoluções determinadas no Conama (Conselho Nacional 
do Meio Ambiente), as quais vieram impactar sobre os envios de poluentes 
na atmosfera, definindo medidas preventivas para minimização desse agente.
Há o instrumento zoneamento ambiental, “II — o zoneamento ambiental”. 
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G e r e n c i a m e n t o a m b i e n t a l 27
Esse instrumento acontece normalmente através do Plano Diretor do municí-
pio, tendo como objetivo definir limitações de zonas com características comuns 
em um espaço territorial, em conjunto com planejamento de crescimento do 
município visando sempre desenvolver com um futuro mais sustentável.
Em ações práticas da Lei temos um importante instrumento: “III — a ava-
liação de impactos ambientais”. 
Este resulta em um estudo com base em relatórios de impactos ambientais; 
com esses documentos o Conama ou órgão fiscalizador conseguirá delimitar 
os impactos trazidos pela operação do empreendimento. 
A Resolução Conama n. 001, de 23 de janeiro de 1986, no art. 1 define 
impacto ambiental como:
Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas 
e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer 
forma de matéria ou energia resultante das atividades 
humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, 
a segurança e o bem-estar da população; as atividades 
sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e 
sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos 
ambientais (BRASIL, 2014g).
Outro instrumento que auxilia a avaliação de impacto é o licenciamento, o 
trabalho da avaliação acontece em conjunto com o licenciamento.
Segundo a Resolução n. 237, de 19 de dezembro de 1997, art. 1 o licen-
ciamento é:
I — O procedimento administrativo pelo qual o órgão 
ambiental competente licencia a localização, instalação, 
ampliação e a operação de empreendimentos e atividades 
utilizadores de recursos ambientais, consideradas efe-
tiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob 
qualquer forma, possam causar degradação ambiental, 
considerando as disposições legais e regulamentares e 
as normas técnicas aplicáveis ao caso.
O procedimento administrativo aqui apresentado comporta-se em três etapas: 
 Licença Prévia (LP) — Esta licença é solicitada sempre que o empreendi-
mento estiver em fase de planejamento da implantação, alteração ou am-
pliação. Em estudo a viabilidade ambiental da empresa não autoriza para 
iniciar o projeto de implantação de início das obras.
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28 G E S T Ã O A M B I E N T A L
 Licença Instalação (LI) — Resulta em aprovação dos projetos. Ela permite 
o início da obra, implantação de uma indústria e somente é obtida após 
atender a todas as condições exigidas na Licença Prévia.
 Licença de Operação (LO) — Quando o empreendimento obtém a Li-
cença Prévia, a Licença de Operação também é concedida, e nessa etapa 
é autorizado o início do funcionamento do empreendimento/obra. 
A Lei n. 6.938, em seu inciso estabelece:
XIII — instrumentos econômicos,como concessão 
florestal,servidão ambiental, seguro ambiental (BRASIL, 
2014c).
Nesse momento, ela vem dar ao Poder Público a possibilidade de criar, em 
níveis federal, estadual e municipal, reservas ecológicas, áreas de proteção 
ambiental bem como espaços territoriais protegidos.
Assim como trouxemos o Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), 
que tem o objetivo de padronizar ações para minimizar o impacto ambiental, 
informamos também que ele não atua sozinho; de modo a compartilhar o 
instrumento de gestão temos o Sistema Nacional de Informações sobre o Meio 
Ambiente, responsável por organizar, realizar interações, compartilhar todos 
os acessos e disponibilizações de informação ambientais em todo o Brasil. 
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o Sinima possui três eixos 
estruturantes: 
VII — o sistema nacional de informações sobre o meio 
ambiente;
O desenvolvimento de ferramentas de acesso à infor-
mação baseadas em programas computacionais livres; a 
sistematização de estatísticas e elaboração de indicadores 
ambientais; a integração e interoperabilidade de sistemas 
de informação de acordo com uma Arquitetura Orientada 
a Serviços — SOA (BRASIL, 2014g).
Compondo a lista de instrumentos da PNMA citamos o inciso X da Lei:
X — a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Am-
biente, a ser divulgado anualmente IBAMA a instituição 
e divulgação anual do Relatório de Qualidade do Meio 
Ambiente (BRASIL, 2014g). 
IBAMA é a sigla para Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Na-
turais Renováveis, que é uma autarquia federal, criada pela Lei n. 7.735/1989:
Book_Gestao_ambiental.indb 28 6/25/14 5:09 PM
G e r e n c i a m e n t o a m b i e n t a l 29
instrumento de informação ambiental que tem como obje-
tivo informar a sociedade brasileira o status da qualidade 
ambiental dos diversos ecossistemas brasileiros ou mais 
intrinsecamente dos seus compartimentos ambientais 
(BRASIL, 2014b).
Inclui também como responsabilidade o inciso VIII dos instrumentos da 
PNMA:
VIII — o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instru-
mento de Defesa Ambiental (BRASIL, 2014c).
Atividades definidas pelo Instituto como “um registro obrigatório de pessoas 
físicas ou jurídicas que se dedicam às atividades potencialmente poluidoras ou 
à extração, produção, transporte e comercialização de produtos potencialmente 
perigosos ao meio ambiente, assim como de produtos e subprodutos da fauna 
e flora” (BRASIL, 1989).
Em resumo ao conteúdo aqui abordado, tivemos como enfoque o estudo 
inicialem proteção ambiental com base em nossa constituição. A Constituição 
Federal foi criada em 1988 e naquela época já se falava em proteção ao meio 
ambiente, conforme apresentamos no contexto desta seção o desejo avassalador 
de crescimento econômico falou mais alto. Apesar dessa visão de economia, é 
importante ressaltarmos que naquele período já se previa o prejuízo ambiental 
exatamente porque a PNMA (Política Nacional do Meio Ambiente) foi criada 
em 1981, e nossa Constituição Federal (CF) veio ter sua última edição em 1988, 
lembrando que antes desse ano o Brasil estava na sétima versão da CF, sendo 
esta a da redemocratização após o período militar.
O desenvolvimento econômico trouxe tecnologias e ferramentas usadas 
também para avaliar os impactos ambientais causados pelo homem; em uma 
visão mais moderna foi possível iniciar uma conscientização no uso de nossos 
recursos e também foi graças às ferramentas e tecnologias que obtivemos um 
conhecimento maior sobre o assunto, o que readequou a legislação ambiental 
e ações de preservação.
Tratar sobre meio ambiente traz uma série de fatores, não basta falarmos 
sobre preservação a ações preventivas vindo de organizações através de um 
gerenciamento de gestão. Faz-se necessário abordarmos assuntos como sanea-
mento básico, em conjunto com informações ambientais; veremos na próxima 
seção conceitos e a importância do saneamento básico.
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30 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Na leitura desta seção foi possível obter informações importantes so-
bre a Política Nacional do Meio Ambiente. Em sua opinião, a política 
adotada tem falhas? É possível melhorá-la?
Questões para reflexão
No contexto buscamos trazer assuntos em destaque sobre a legislação ambiental, é sabido que 
as legislações sofrem constantes alterações, que ocorrem para adequar-se à necessidade do 
momento. Para um estudo mais informativo, acessem os links a seguir, que se referem a duas 
legislações em uso; também não deixem de ler na íntegra a Lei n. 6.938/1981.
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm> e 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm>. 
Para saber mais
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G e r e n c i a m e n t o a m b i e n t a l 31
 1. Assinale a alternativa correta:
a) Licenciamento ambiental é um ato administrativo autorizado por 
um órgão judiciário competente no qual se licenciam empreen-
dimentos que venham a causar deterioração ambiental.
b) Licenciamento ambiental é um procedimento judicial manifestado 
pelo Ministério Público para dar competência ao licenciamento 
do empreendimento o qual possa causar degradação ambiental.
c) Licenciamento ambiental é um procedimento administrativo pelo 
qual o órgão ambiental autoriza através de uma licença de insta-
lações, alterações de empreendimentos que causam degradação 
ambiental.
d) Licenciamento ambiental é um ato administrativo pelo qual o ente 
federativo ambiental competente licencia empreendimentos que 
causam deterioração ambiental.
e) Licenciamento ambiental é um ato administrativo de instalações 
ambientais autorizadas pelo IBAMA.
 2. A divisão das etapas do licenciamento são:
a) Uma etapa.
b) Nenhuma etapa, ele é um ato administrativo único.
c) Duas etapas.
d) Três etapas.
e) Três etapas, sendo que a última permite ao empreendimento ex-
plorar os recursos naturais.
Atividades de aprendizagem
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32 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Seção 3 Saneamento ambiental
O saneamento básico, ou ambiental, é fator determinante na qualidade de 
vida da população. São poucas pessoas que conseguem viver expostas a lixos 
e esgotos, por isso a implementação do saneamento é de responsabilidade 
pública, e se refere a um comprometimento com a saúde pública, o bem-estar 
social e a preservação do meio ambiente, compromissos esses que têm como 
base legislativa a Constituição Federal. Não há como buscar uma qualidade de 
vida sem se referir ao meio ambiente, pois essas ações estão inter-relacionadas.
A preservação do meio ambiente é um fato necessário e determinado em 
legislação para que o cumprimento aconteça, incluindo a implementação de 
saneamento ambiental nos municípios.
3.1 Revisão histórica do saneamento 
ambiental no Brasil
Vamos iniciar a nossa revisão histórica pela década de 1970. Naquela época 
não se dava a devida atenção aos serviços de saneamento básico e não havia 
um órgão específico para execução do serviço, que era realizado por diver-
sos órgãos. As entidades que realizavam esse trabalho eram contratadas pelo 
município, porque a responsabilidade da atividade cabia a ele. As políticas de 
saneamento eram elaboradas pelos órgãos federais, estaduais, municipais junto 
com a Fundação Sesp — Fundação Serviços de Saúde Pública, uma entidade 
supervisionada pelo Ministério da Saúde. A supervisão maior sempre acontecia 
sobre os estados e municípios com maiores receitas e os serviços prestados 
eram: abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto. A contratação 
dessas entidades para a execução do trabalho se dava por meio de autarquias 
e pelos órgãos públicos.
No ano de 1971, criou-se o Planasa (Plano Nacional de Saneamento), que 
tinha por finalidade determinar fontes de financiamento e criar formas de me-
lhorias para a situação do saneamento no país.
A ação do plano se dava basicamente no abastecimento de água e esgota-
mento sanitário, usando os recursos do FGTS gerados pelo BNH (Banco Nacional 
da Habitação).
Criações de companhias estaduais de saneamento (água e esgoto) eram de 
responsabilidade do BNH, controladas por empresas públicas.
Book_Gestao_ambiental.indb 32 6/25/14 5:09 PM
G e r e n c i a m e n t o a m b i e n t a l 33
A Planasa tinha como atributo defender a ideia de que o sistema de sanea-
mento deveria gerar recursos, por meio de tarifas, uma forma de autofinanciar e 
também ressarcir os investimentos realizados. No primeiro momento o atrativo 
do Planasa estava no retorno financeiro trazido por ele e não na qualidade da 
saúde da população.
A economia no Brasil entrou em crise nas décadas de 1980 e 1990, quando 
os estados trabalham de forma seletiva, a solicitação pelo serviço, apesar da 
crise, encontrava-se em um bom momento e crescia continuamente. Naquela 
época houve um grande deslocamento de pessoas que viviam nos campos e 
buscavam nas cidades condições melhores de moradias. Foi então que a Planasa 
definiu metas de atendimento, e 90% da meta de abastecimento de água foi 
alcançada, para os serviços de esgoto sanitário, foi estipulada a meta de 60%; 
mas não foi atendida.
Na década de 1990, constatou-se o fracasso e foi extinta a Planasa; então, 
na época do governo de Fernando Henrique Cardoso, fomentou-se campanha 
para a privatização do setor, o argumento dado pela privatização era a melhoria 
dos serviços e custo baixo, vantagens competitivas nas quais quem ganhava 
eram os cidadãos brasileiros, uma máscara usada pelos parlamentares para 
justificar o investimento não realizado para melhoria dos serviços; o governo 
também alegava ausência de recursos.
Os brasileiros brigaram para que essa privatização não acontecesse e, por 
causa da pressão causada por manifestantes, o plano de privatização não 
avançou. Contudo, em 1997, foi constado que 22,3% de moradias não tinham 
abastecimento de água e 57,1% de todas as moradias do país não estavam 
ligadas à rede de esgoto.
Foi em 2003, no governo Lula, que os investimentos em serviços de sa-
neamentos foram retomados, e os recursos disponibilizados para as empresas 
públicas e prefeituras municipais.
O governo importou-se com saneamento a tal modo que criou a Secretaria 
de Saneamento Ambiental, responsável por formular e articular políticas de 
saneamento para estados e municípios em conjunto com o governo federal. 
Salientamos a importância na nova lei da Política Nacional de Saneamento, 
que tem como conceito de saneamento básicoos chamados saneamentos am-
bientais, incluindo em sua política águas pluviais, resíduos sólidos e controle 
de vetores.
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34 G E S T Ã O A M B I E N T A L
3.2 Definição
Segundo definição do Ministério das Cidades (BRASIL, 2014e).
Saneamento ambiental é também conhecido como sanea-
mento básico, no qual envolve conjunto de ações técnicas 
e socioeconômicas, entendidas fundamentalmente como 
de saúde pública, tendo por objetivo alcançar níveis cres-
centes de salubridade ambiental, e tendo por finalidade 
promover e melhorar as condições de vida urbana e rural.
O saneamento ambiental é executado através de ações, vejamos:
 Abastecimento de água: não requer somente abastecer os reservatórios, é 
preciso acompanhar a quantidade disponível e potencializar os serviços, 
tais como captação, tratamento, adução, reserva e distribuição.
 Evitar doença para a população e agressão ao meio ambiente por meio 
de coleta, tratamento e disposição final.
 Realização de limpeza urbana e destinação correta dos resíduos sólidos.
 Tratamento de água das chuvas por meio de sistema composto por estru-
tura de engenharias.
 Controle ambiental de vetores e reservatórios de doenças.
 Controle ambiental de exploração e uso do solo.
 Prevenção e controle de excesso de ruídos e poluições.
Conforme tratamos, esse serviço prestado à população tem caráter público 
(municipal), por isso todas as ações de saneamento ambiental são de respon-
sabilidade das ações públicas as quais têm como objetivo promover a saúde 
pública, a ação para prevenção e obtenção da saúde da população pelo controle 
de vetores transmissores de doenças prejudiciais ao homem. Quando o próprio 
município não realiza o serviço, ele se associa a outros municípios, adere a 
uma empresa prestadora e faz com ela uma autarquia municipal.
3.3 Doenças da carência de saneamento 
Parece estranho falarmos em doenças causadas por falta de saneamento 
básico em pleno século XXI, mas infelizmente elas ainda existem e, para con-
siderarmos esse contexto, abordaremos neste tópico algumas doenças causadas 
pela não prestação do serviço de saneamento básico. As doenças causadas na 
população procedentes de ausência de saneamento decorrem de:
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G e r e n c i a m e n t o a m b i e n t a l 35
 Qualidade e quantidade das águas de abastecimento.
 Destinação inadequada dos esgotos sanitários.
 Destinação dos resíduos sólidos.
 Ausência de drenagem adequada para as águas pluviais.
 Falta de educação sanitária.
De modo a melhor entender a ações provadas por essas doenças, classifi-
camos como doenças infecciosas e relacionamos o modo de transmissão.
3.3.1 Doenças infecciosas relacionadas com a água
Toda água a ser consumida precisa ser tratada, pois a saúde do ser humano 
é o seu bem maior, e o consumo e uso inadequados de água causam sérios 
problemas à saúde do homem. Pode parecer estranho, porém há situações nas 
quais encontramos doenças infecciosas trazidas pela água até quando a usamos 
para higienizar os ambientes, bem como no preparo dos alimentos.
São doenças causadas por agentes microbianos e agentes químicos. Pode-se 
contrair essas doenças na ingestão da água ou por algum alimento já contaminado. 
As doenças relacionadas com a água são:
 Cólera.
 Febre tifoide.
 Disenteria bacilar.
 Hepatite infecciosa.
Ressaltamos a importância de não se ingerir água de fonte desconhecida.
As doenças trazidas pela água não ocorrem somente por ingestão ou 
contato com alimentos, elas aparecem também quando não há higienização 
correta. Várias pesquisas foram realizadas em comunidades carentes e foi con-
cluído que a quantidade de água tem tanta importância quanto a qualidade, 
em destaque a importância maior à quantidade. Foi provado que o aumento 
de volume de água usado pela comunidade reduz a incidência de algumas 
doenças do trato intestinal; constatou-se também que a falta de água influen-
cia diretamente na higiene pessoal e doméstica, provocando doenças como:
 Diarreias.
 Infecções de pele e olhos.
 Infecções causadas por piolhos.
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36 G E S T Ã O A M B I E N T A L
3.3.2 Doenças infecciosas relacionadas com excretas (esgotos)
São doenças causadas por vírus, bactérias, protozoários e helmintos, os 
quais existem nas excretas humanas (sistema humano composto pelos rins, 
bexiga e uretra).
A transmissão desses vírus ou bactérias ocorre através de insetos, que se 
reproduzem em locais altamente poluídos.
A medida mais eficaz para evitar a contaminação é a coleta e o tratamento 
dos esgotos, o fornecimento de água sem restrição a quantidades e com qua-
lidade adequada para a população, bem como inspecionar os alimentos, pois 
eles também são causas de contaminação por bactérias e vírus.
3.3.3 Doenças infecciosas relacionadas com o lixo
O lixo é um assunto bastante comentado. O lixo tem como conceito am-
biental ser resíduos sólidos e a não disposição destes resíduos atrai moscas, 
que são as responsáveis pela transmissão de inúmeras doenças. 
O lixo acumulado traz insetos de todo tipo, bem como ratos, sendo estes 
agentes transmissores de doenças como: peste bubônica, leptospirose e febres.
O lixo também favorece acúmulo de água, o qual pode facilitar a reprodução 
do mosquito transmissor da dengue.
Para evitar o aparecimento de seres tão indesejados é preciso:
 Haver uma coleta de lixo eficiente.
 Manter as latas e acondicionamento de lixo sempre tampado.
3.3.4 Doenças infecciosas relacionadas com a habitação
Dentre as doenças aqui apresentadas temos também as contraídas por causa 
da localização da moradia.
Há localização de habitações cujos moradores estão sempre próximos 
a depósitos de lixo e águas estagnadas, essas moradias são um risco para a 
saúde dos habitantes, expostos a doenças como malária e dengue. É preciso 
uma intervenção pública e a retirada desses moradores do local de modo a 
preservar sua saúde.
São encontradas doenças infecciosas transmitidas através do ar, por isso 
as habitações precisam ser construídas de modo a proporcionar adequada 
ventilação ao morador.
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G e r e n c i a m e n t o a m b i e n t a l 37
Contudo é preciso compreender que o poder público tem a responsabilidade 
de ofertar à população serviços de saneamento com qualidade, porém, assim 
como em qualquer situação, devemos fazer a nossa parte. Com os avanços 
tecnológicos, são poucas as regiões no país que não possuem saneamento 
básico. O maior problema enfrentado pelo país é a destinação do lixo, e o 
governo busca conscientizar a população da necessidade da separação de re-
síduos sólidos, o desafio está na destinação, vários noticiários são publicados 
com informações de acúmulo de lixo reciclável. É claro que para tais resíduos 
terem o fim correto são necessários investimentos por parte dos municípios e 
às vezes muitos não possuem. Estima-se que até 2030 o mundo produzirá 1,3 
bilhão de toneladas de lixo, e o problema agrava em países de baixa renda, 
pois não possuem recursos para destinação correta. 
A ação condizente ao assunto resulta em cada um fazer o melhor para o seu 
meio ambiente, família e vizinhos, cobrar das autoridades a responsabilidade 
que é delas: dar à população saneamento básico para uma melhor qualidade 
de vida. Com a ação da população e o governo cumprindo com o dever, a na-
tureza contribui dando-nos o que ela tem de melhor, sua beleza e sua riqueza.
Você conhece a tecnologia usada para a realização de um saneamento 
básico?
Você conhece qual o procedimento realizado para reciclar papéis?
Questões para reflexão
O assunto sobre saneamento é muito rico em informação, conceituá-lo não é dizer o seu signifi-
cado, em outros fatores tratamos de responsabilidade, ações e medidas, de modo a conjugar o 
meio ambiente e sua legislação. No intuito de ter mais enriquecimento profissional sobre o assunto, 
acesse olink: 
<http://www.esgotoevida.org.br/saude_saneamento.php>.
Para saber mais
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38 G E S T Ã O A M B I E N T A L
 1. De acordo com dados da ONU, estima-se que 2,6 bilhões de pes-
soas — 40% da população mundial — não têm acesso a instalações 
sanitárias, sendo os países em desenvolvimento os mais afetados. 
Segundo essa mesma fonte, somente nos países da América Latina e 
Caribe, mais de 100 milhões de pessoas carecem de acesso a essas 
instalações. Pode-se considerar que as principais características do 
saneamento no Brasil foram estabelecidas durante a década de 1970, 
por meio de qual implementação?
a) Plano Nacional de Saneamento Básico (Planasa).
b) Companhias Estaduais de Saneamento Básico (CESBs).
c) Lei Nacional de Saneamento 2007.
d) Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).
e) Consórcios públicos.
 2. Avalie a asserção a seguir:
“Chamamos de saneamento a prevenção de doenças por eliminação 
ou controle dos fatores ambientais que formam os elos da cadeia de 
transmissão.” Um esquema desse aspecto de trabalho de sanidade 
pública é: 
a) Controle na vigilância sanitária.
b) Saneamentos nos alimentos.
c) Controle nas atividades empresariais.
d) Coleta de lixo deficiente.
e) Higiene comercial.
Atividades de aprendizagem
Book_Gestao_ambiental.indb 38 6/25/14 5:09 PM
G e r e n c i a m e n t o a m b i e n t a l 39
Seção 4 Condições sanitárias e de conforto 
nos locais de trabalho
A Norma Regulamentadora n. 24 (ISO, 1996) e a CLT — Consolidações 
das Leis Trabalhistas — definem condições mínimas de conforto nos locais 
de trabalho, com destaque para: instalações sanitárias, vestiários, refeitórios, 
cozinhas, entre outras, em cada local por ela determinado deve-se observar a 
necessidade da obtenção das mínimas condições para uso e higiene.
Poucos conhecem essa norma regulamentadora, sua divulgação é bastante 
restrita, e por causa da não informação muitas organizações não se preocupam 
em dar um local de higienização adequado aos seus colaboradores. É muito 
comum tais situações acontecerem na construção civil, quanto ao início de 
obras, as construtoras enviam seus empregados ao local para construírem sem 
dar atenção às necessidades mínimas para eles, infringindo a NR 24. Nesta 
seção especificaremos as condições exigidas conforme essa norma.
4.1 Condições sanitárias e de conforto nos 
locais de trabalho
A norma regulamentadora conceitua exigências mínimas nas condições 
sanitárias; nela obtemos a informações necessárias para adequar a organização 
de modo a oferecer conforto no ambiente de trabalho.
Passamos uma jornada de oito horas em nosso trabalho, de modo geral 
seis dias na semana, a produtividade é exigida a todo momento em todos 
os setores, porém o alcance dos objetivos definidos pela empresa acontece 
desde que ela tenha preocupação com sua equipe, oferecendo-lhe conforto 
no ambiente empresarial. Claro que o conforto aqui comentado não é ter um 
local para que o trabalhador possa descansar ou mesmo dormir — seria muito 
bom se assim fosse, concordam? O conforto refere-se aos ambientes sanitá-
rios, mas, como é sabido, as empresas constituem-se somente com o objetivo 
de obter lucratividade, não fazem planejamento, não se atentam em atender 
às exigências do meio ambiente, pouco menos dão importância a conceder 
aos empregados um local de higienização, contratam homens e mulheres e 
disponibilizam o mesmo sanitário aos dois sexos, entre outras situações. A 
NR 24 vem trabalhar exatamente nesse quesito, orientar as entidades de que 
sua necessidade também é a do outro, os gestores preocupam-se muito em 
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40 G E S T Ã O A M B I E N T A L
estarem no mercado e manterem-se competitivos, mas esquecem que a com-
petitividade só acontecerá se tiverem uma equipe formada para lutar por isso 
e nenhuma empresa obtém sucesso com trocas constantes de trabalhadores. 
A formação acontece quando os gestores passam a dar importância aos seus 
empregados; essa importância não significa que o trabalhador ganhará mimos, 
como lembrancinhas ou mesmo um reajuste salarial, pois do que adianta re-
munerar bem e tratar mal? Por exemplo: sou empregada doméstica em uma 
residência onde moram quatro pessoas, tenho um salário agradável, mas para 
usar o banheiro eu preciso sair da residência e ir ao sanitário de uso comum 
dos empregados do condomínio.
Você concorda que esse exemplo se refere a uma situação constrangedora 
vivida pela empregada? Está correta a atitude desses gestores (patrões)? Essa 
situação é caracterizada como discriminatória?
O impacto do exemplo o surpreendeu, e você pode ter pensado: “isso 
não existe!”. Pois venho informar que, por necessidade de dinheiro, muitos 
trabalhadores se submetem a situações desconhecidas. A justiça do trabalho 
recebe vários processos por dia de casos de discriminação entre empregados e 
empregadores, e o exemplo aqui apresentado é um caso dentre tantos outros. 
É por essas condições de imposições de trabalho e outras que o Ministério do 
Trabalho vem em constante luta com os empresários para fazê-los dar o mínimo 
de condições para que todos trabalhem realizados.
E nesse mínimo entramos na abordagem da NR 24, a qual tem como obje-
tivo as instalações sanitárias.
Talvez para você seja uma informação desnecessária, porém a NR 24 traz 
em seu item 24.1.2.1 a seguinte orientação: “As instalações sanitárias deverão 
ser separadas por sexo” (BRASIL, 2014e).
Essa exigência veio porque fiscais do Ministério do Trabalho constataram 
uso comum de sanitários para homens e mulheres em diversas organizações, 
e também não havia qualquer cuidado com higienização nos locais. Por meio 
de imposição legislativa o órgão fiscalizador veio obrigá-las a conceder a seus 
empregados sanitários separados, e a ordem veio por completo: junto à mesma 
norma há as exigências mínimas dessas instalações.
NR 24 item 24.1.1 Denomina-se, para fins de aplicação da presente NR, 
a expressão: 
a) aparelho sanitário: o equipamento ou as peças desti-
nadas ao uso de água para fins higiênicos ou a receber 
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G e r e n c i a m e n t o a m b i e n t a l 41
águas servidas (banheira, mictório, bebedouro, lavatório, 
vaso sanitário e outros); 
b) gabinete sanitário: também denominado de latrina, 
retrete, patente, cafoto, sentina, privada, WC, o local 
destinado a fins higiênicos e dejeções; 
c) banheiro: o conjunto de peças ou equipamentos que 
compõem determinada unidade e destinado ao asseio 
corporal (BRASIL, 2014e; ISO, 1996). 
Ressaltamos que essa exigência está submetida à condição de a organização 
ter mais de dez trabalhadores, na referida norma as exigências englobam também 
ventilação no sanitário, pisos impermeáveis, sendo empresa com grande número 
de empregados, a disponibilização de chuveiros (um a cada dez trabalhadores), 
determinação específica para organizações que expõem empregados a agentes 
nocivos ou a calor intenso.
As entidades que exigem de seus colaboradores troca de roupas devem 
disponibilizar vestiário e armários individuais para que se sintam em conforto 
ao mudar suas roupas e guardar seus pertences. 
Você acredita que o não cumprimento da NR 24 acarreta processo 
trabalhista em uma empresa? Por quê?
Questões para reflexão
Leia a Norma Regulamentadora 24, acesse o link: 
<http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BF2D82F2347F3/nr_24.pdf>.
Para saber mais
 1. Conforme a Norma Regulamentadora NR-24, é correto afirmar:
a) O mictório de utilização coletiva deve ter no mínimo de 0,60 m, 
correspondente a um mictório do tipo cuba.
Atividades de aprendizagem
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42 G E S T Ã O A M B I E N T A L
b) Todos os lavatórios de uma empresa poderão ser formados por 
calhas feitas de materiais laváveis.
c) A norma exige um conjunto de instalações sanitárias, contendo 
lavatório para cada cinco trabalhadores nasatividades ou opera-
ções insalubres.
d) A norma exige que a empresa conceda a seus empregados um 
chuveiro para cada cinco trabalhadores caso venha expor seus 
operários às atividades.
e) Não se faz necessário disponibilizar aos empregados armários 
para guardarem seus pertences.
 2. Segundo a NR 24 assinale a alternativa incorreta:
a) Os chuveiros poderão ser de metal ou de plástico, e deverão ser 
comandados por registros de metal à meia altura na parede. 
b) Deverão ficar adjacentes aos refeitórios e com ligação para os 
mesmos, através de aberturas por onde serão servidas as refeições.
c) Os alojamentos deverão ter área de circulação interna, nos dor-
mitórios, com a largura mínima de 3 m.
d) Os locais de trabalho serão mantidos em estado de higiene com-
patível com o gênero de atividade.
e) O serviço de limpeza será realizado, sempre que possível, fora 
do horário de trabalho e por processo que reduza ao mínimo o 
levantamento de poeiras.
Esta unidade teve como característica tratar de assuntos ambientais, em 
gerenciamento ambiental, o contexto informou sobre a necessidade da 
preservação, e a necessidade de uma gestão ambiental por parte das 
atividades econômicas, o impacto ambiental causado por uma indústria 
química, por exemplo, tem grande danos irreversíveis, a verdade é que 
Fique ligado!
Book_Gestao_ambiental.indb 42 6/25/14 5:09 PM
G e r e n c i a m e n t o a m b i e n t a l 43
não podemos criticar e dizer que essas e outras empresas precisam im-
plantar meios de preservação, mas podemos começar a buscar adquirir 
produtos de empresas que ajam em favor do meio ambiente, produzindo 
de forma sustentável. 
Em nosso estudo sobre legislação descobrimos que a preocupação já 
vem de décadas, mas agir custava caro e foi preferível deixar acontecer. 
Hoje a imposição legislativa cria meios para que nós, cidadãos comuns, 
possamos nos unir na preservação e exigir um futuro ambiental com quali-
dade. Diante do conhecimento em saneamento básico voltamos no tempo 
e buscamos entender desde quando essa prioridade para a vida humana 
existe, vimos também as consequências trazidas em ambiente no qual 
não há o saneamento básico, como este é um dever do estado e cobrar 
das autoridades é a solução. Por fim estudamos a NR 24, norma pouco 
divulgada pela mídia, e você, como conhecedor do assunto, pode agora 
aprofundar cada tópico comentado e debater tão importantes assuntos 
para que cada vez possa ganhar conhecimento e compreensão em todos 
os temas pertinentes ao seu curso. Acesse: <http://www.mma.gov.br/>
A unidade agrupou um conjunto de informações as quais tiveram como 
enfoque o meio ambiente. Tratar de um assunto tão amplo requer medidas 
moderadas de conhecimento, assim o estudo trouxe conceitos e ações a 
serem tomadas de modo a adequar-se às exigências atuais e preparar a 
empresa para um gerenciamento ambiental. O termo gerenciamento era 
até algum tempo atrás característico de finanças, mas a evolução signi-
ficativa vivida hoje por nós muda essa característica e a traz para a vida 
em outras situações a serem gerenciadas, como as emoções. O conceito 
de trabalho não aborda somente produtividade, e sim visão futura e é 
nesse eixo de percepção que o gerenciamento ambiental faz a diferença 
em uma organização.
Para concluir o estudo da unidade
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44 G E S T Ã O A M B I E N T A L
 1. Gestão ambiental é um sistema de administração empresarial que 
dá ênfase à sustentabilidade. Ela visa ao uso de práticas e métodos 
administrativos que reduzam ao máximo o impacto ambiental. Quais 
são os métodos e os principais objetivos da gestão ambiental?
 2. O que é ISO 14000?
 3. Responsabilidade ambiental é um conjunto de atitudes, individuais 
ou empresariais, voltadas para o desenvolvimento sustentável do 
planeta. Cite um exemplo que envolva a responsabilidade ambiental 
empresarial.
 4. Toda água a ser consumida precisa ser tratada; a saúde do ser humano 
é o seu bem maior, e o consumo e uso de água inadequados causam 
sérios problemas à saúde do homem. Pode parecer estranho, mas há 
situações nas quais encontramos doenças infecciosas trazidas pela 
água até quando a usamos para higienizar os ambientes. Quais são 
as doenças contraídas por ingestão de água?
 5. Assinale a alternativa correta:
a) Norma Regulamentadora 24 define condições mínimas de con-
forto, nos locais de trabalho, destacando-se as instalações de uso 
em comum.
b) A NR 24 traz em seu item 24.1.2.1 a seguinte orientação: as 
instalações sanitárias deverão ser padronizadas para homens e 
mulheres.
c) Para organizações com mais de dez trabalhadores, a referida 
norma exige que nos sanitários tenham ventilação adequada e 
disponibilização de 3 chuveiros para cada dez trabalhadores.
d) Nas indústrias de sapatos e roupas, o isolamento das privadas 
deverá ser o mais rigoroso possível, a fim de evitar poluição ou 
contaminação dos locais de trabalho.
e) Os pisos deverão ser lavados a cada seis dias, de acabamento liso, 
inclinado para os ralos de escoamento providos de sifões hidráulicos. 
Atividades de aprendizagem da unidade
Book_Gestao_ambiental.indb 44 6/25/14 5:09 PM
G e r e n c i a m e n t o a m b i e n t a l 45
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BRASIL. Lei n. 7.804, de 18 de julho de 1989. Altera a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 
1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de 
formulação e aplicação, a Lei nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989, a Lei nº 6.803, de 2 
de julho de 1980, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
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______. Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território. 
Guia prático para medições de ruído ambiente no contexto do Regulamento Geral do 
Ruído tendo em conta a NP ISO 1996. Disponível em: <http://www.apambiente.pt/_zdata/
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Book_Gestao_ambiental.indb 45 6/25/14 5:09 PM
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Book_Gestao_ambiental.indb 46 6/25/14 5:09 PM
Recursos hídricos
Unidade 2
Vânia de Almeida Silva Machado
Objetivos de aprendizagem: Nesta unidade serão apresentados 
os conceitos sobre recursos hídricos e como o homem interage 
com esse bem precioso e vital que detém. Abordaremos ainda os 
efluentes industriais, seus males e como diminuí-los.
 Seção 1: Conceito
Os recursos hídricos podem ser conceituados basica-
mente como a quantidade de água “doce” disponível 
à humanidade, para seus diversos usos. Essa simples 
conceituação permite a você, caro aluno, já entender 
a razão de toda a água disponível no planeta não 
poder ser considerada consumível.
Assim, nessa seção serão explorados os conceitos de 
recursos hídricos, apresentando dados que demons-
tram a quantidade de água disponível para a popu-
lação, e explicando os motivos pelos quais algumas 
regiões mundiais sofrem com a escassez de água.
 Seção 2: Efluentes — classificação
Conectando-se à primeira seção, apresentaremos os 
conceitos e a classificação dos efluentes industriais, 
uma das fontes mais poluidoras das águas doces. É 
notório que a captação da água para uso pessoal 
ocorre a montante, enquanto as indústrias tentam 
destinar seus efluentes a jusante da captação. 
Book_Gestao_ambiental.indb 47 6/25/14 5:09 PM
Entretanto, não é sempre que essa prática ocorre. E, 
numa dada região, o que é jusante pode significar 
montante para outra. Assim, nessa seção serão apre-
sentados os efluentes industriais e sua nocividade 
para manutenção dos recursos hídricos.
 Seção 3: Tratamentos de efluentes
É de grande relevância que as indústrias amenizem 
os efeitos de seus dejetos, principalmente para a 
manutenção sadia dos recursos hídricos locais, e, 
até mesmo, regionais. Assim, apresentaremos alguns 
conceitos de tratamentos. 
Contudo, essa seção não aprofundará todos os 
tratamentos disponíveis, e sim abordará a respon-
sabilidade de se realizar esse tratamento, pois os 
resíduos industriais estão intimamente ligados com 
a natureza da produção. Ora, uma indústria de con-
fecção com área de tingimento não apresentará os 
mesmo resíduos que uma indústria farmacêutica. 
Assim, é inviável e também fora do objeto proposto 
que apresentemos todos os tipos de tratamentos de 
efluentes existentes.
 Seção 4: Efluentes industriais — como reduzi-los?
Se há algo que podemos fazer para ajudar a impedir, 
ou pelo menos retardar, a notícia profética dada no 
início desta unidade, é reduzir significativamente os 
efluentes industriais. Somente assim poderíamos di-
minuir a poluição das águas e ajudar na manutenção 
dos recursos hídricos.
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Novamente não abordaremos o tema de modo par-
ticular, e sim de modo geral, demonstrando a impor-
tância em adotar tais medidas.
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50 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Introdução ao estudo
Falar sobre água parece uma tarefa fácil. Afinal, a água cobre dois terços 
da superfície terrestre. Inspirou Guilherme Arantes a compor “Planeta Água”, 
que imortalizou o refrão: “Terra planeta água”. É vista por astrobiólogos como 
necessidade primordial para existência de vida extraterrestre. Está presente até 
mesmo na nossa estrela guia. 
Poderíamos citar vários outros dados estatísticos da água que ostentariam a 
relevância dessa molécula, formada por dois hidrogênios e um oxigênio, para 
nossa vida. Podemos ainda difundir a ideia de abundância dessa matéria em 
nosso planeta, e responsabilizá-la pela incrível biodiversidade que habita a Terra.
Porém, vou optar pela dramaticidade: a água vai acabar. Também não utili-
zarei de futurologia e, sob alto risco de erro, tentarei determinar uma data. Com 
base tão apenas nos estudos científicos, predigo que a insistência nas técnicas de 
uso irracional desse bem levará ainda neste século, assim como ocorreu para o 
petróleo, à ocorrência de grandes guerras em busca do elemento-chave da vida.
Imagino que você, caro aluno, esteja se questionando sobre essa previsão, 
talvez surpreso, talvez incrédulo. Nas próximas seções você poderá entender o 
conceito de recursos hídricos, e entender o porquê de todo recurso hídrico ser 
água, mas nem toda água ser recurso hídrico. Entenderá também o que são os 
efluentes e suas implicações. Talvez se questione: será que concordo ou con-
cordarei com a previsão catastrófica apresentada? Mas essa não é a pergunta 
que me motiva. Acredito que a grande questão seja: Será que posso alterar este 
panorama, e proporcionar esperança para o futuro da água?
É importante, caro aluno, que primeiro você entenda o que acontece com 
a água, seu ciclo, suas proporções, os usos pela raça humana. Depois entenda 
um pouco sobre a utilização industrial desse bem. Lendo esta unidade, você 
terá essa dimensão. Logo após poderá ou não concordar com a previsão.
Seção 1 Conceito
Na manhã do dia 12 de abril de 1961, por volta das 9h00, um russo — na-
quela época soviético — de nome Iuri Alekseievitch Gagarin, com 27 anos de 
idade recém completados, diria uma das frases mais famosas do mundo: “A Terra 
é azul... Olhei para todos os lados, mas não vi Deus”. Apesar da segunda parte 
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R e c u r s o s h í d r i c o s 51
dessa fala ser bastante questionável e ser atribuída a Nikita Khrushchev, que 
impunha a campanha antirreligião do Estado Soviético, a primeira parte reflete 
uma característica fundamental do nosso planeta — a abundância de água.
Cerca de dois terços da superfície do planeta Terra são cobertos por água. 
Incoerente? Pode ser, mas nosso planeta poderia se chamar Água, mas é cha-
mado mesmo de Terra.
Toda essa abundância de água está rigorosamente dividida entre suas for-
mas naturais: salgada — encontradanos mares; sólida — nas geleiras; gasosa 
— diluída na atmosfera; e doce — aquela utilizada pelo homem de várias ma-
neiras. É importante ressaltar que a quantidade total de água no planeta é fixa, 
ou seja, ela não varia com o tempo. Estima-se que nas fases líquida e sólida, 
existam cerca de 1,4 bilhão de quilômetros cúbicos de água (VILLIERS, 2002).
Se a quantidade de água é fixa, não varia, por qual motivo falamos em 
escassez daqui a certo tempo?
Questões para reflexão
Antes de apontarmos a proporção de cada uma, vamos entender o ciclo 
hidrológico, ou seja, o movimento da água no planeta. Esse movimento é bas-
tante simples, e não há um começo ou fim. Executa-se de modo incessante. Em 
termos técnicos, é denominado “moto perpétuo”. De modo didático, vamos 
adotar que o ciclo se inicia com a evaporação da água. Essa evaporação é 
impulsionada pela luz e calor provenientes do sol. Atinge as águas dos mares/
oceanos, dos cursos de águas superficiais (rios e lagos), dos solos, bem como 
a neve e as geleiras. Há ainda a transpiração de plantas e animais que lançam 
água para a atmosfera.
A água evaporada/transpirada mistura-se com o ar, e se movimenta pela 
Terra pela ação dos ventos. Quando sobe a certa altura, se condensa nas nu-
vens. Pela ação da temperatura ou da pressão, precipita em forma de chuva, 
neve, granizo, nevoeiro ou geada. A água que atinge regiões mais altas pode 
tomar dois caminhos: escoar superficialmente para os lugares mais baixos, 
ou, durante esse movimento, pode ocorrer o segundo caminho: penetrar no 
solo e formar os lençóis, que é denominado de infiltração. A água que segue 
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52 G E S T Ã O A M B I E N T A L
a trajetória superficial se junta aos rios, que retornarão aos oceanos. Esta é a 
eternidade do ciclo hidrológico. A Figura 2.1 ilustra este ciclo.
Figura 2.1 Ciclo hidrológico 
Fonte: Sperling (2005, p. 18).
Na atmosfera, a água evaporada/ transpirada pode atingir alturas da ordem 
de 15 km. Já na infiltração, pode chegar a 50 km de profundidade. Entendido 
o ciclo hidrológico, vamos relatar agora as proporções de águas salgadas, 
doces, geleiras etc.
Conforme já mencionado, somente a água doce interessa ao consumo 
humano, qualquer que seja esse uso. E estima-se que existam cerca de 1,4 
bilhão de km³ de água na Terra. Ou seja, 1.400.000.000.000.000.000.000 
de litros de água — 1,4 sextilhão de litros de água. Noventa e sete por cento 
(97,20%) desse volume está no oceano. Bom, então ainda nos sobram 2,8%. 
Certo? Errado. Destes, 2,38% são geleiras, e não poderiam ser descongeladas 
em hipótese alguma, pois causariam desequilíbrio; 0,39% estão subterrâneas 
(de difícil acesso); 0,029% estão em lagos e rios e 0,001% está na atmosfera. 
(SPERLING, 2005; PEREIRA JUNIOR, 2004; VICTORINO, 2007). A Figura 2.2 
mostra essa distribuição.
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R e c u r s o s h í d r i c o s 53
Figura 2.2 Distribuição das águas na Terra
Fonte: Victorino (2007).
Se fizer as contas, verá que temos aproximadamente 33,6 milhões de km³ de 
água doce disponível para o consumo. O número é gigantesco ainda, e parece 
suprir a necessidade humana. Afinal, somos cerca de 7 bilhões de pessoas, e 
essa quantidade de água representaria um consumo médio de 4,8 milhões de 
m³ per capita, bem acima dos 1.000 m³ que a OMS recomenda.
Mas é justamente na distribuição dessa água sobre a superfície terrestre 
que começamos a entender o problema da escassez. O Brasil, como será 
demonstrado a seguir, é um país privilegiado nessa distribuição. Porém, isso 
não impede de haver seca no Nordeste brasileiro. Outro fator preponderante 
está no fato de o homem não poder esgotar o recurso de determinado local, à 
espera da natureza para repô-lo. Por exemplo, não poderíamos esgotar a água 
de determinado rio, na expectativa de o ambiente preenchê-lo novamente.
Sendo assim, a água de uso deve estar atrelada a uma fonte renovável natural. 
No ciclo hidrológico só verificamos um momento do movimento da água que 
podemos considerar contínuo — as precipitações.
É durante as chuvas que as águas são repostas nos rios, oceanos, lençóis 
subterrâneos etc. A “exploração da água” num volume maior que o volume da 
chuva certamente causará um desequilíbrio nesse sistema. Aliado a essa nova 
informação começa a ficar ainda mais clara a situação de escassez. 
Anualmente, a parcela de água doce renovável no planeta atinge o volume 
médio de 40 mil km³. Entretanto, cerca de dois terços desse volume retornam 
rapidamente aos cursos dos rios e oceanos, impossibilitando o uso pelo homem. 
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54 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Assim, apenas 14 mil km³/ano correspondem ao volume passível de uso (PEREIRA 
JUNIOR, 2004). 
Conforme expressado anteriormente, é na distribuição dessa água sobre o 
globo que se inicia o problema de escassez. Dessa quantidade, o continente 
americano detém cerca de 46%. A Ásia possui cerca de 32% e a África apenas 
9%. Veja a Figura 2.3 e o Quadro 2.1, para entender um pouco do problema.
Figura 2.3 Distribuição da disponibilidade de água sobre o planeta 
Fonte: MMA/ANA (2007).
Quadro 2.1 Comparativo território/população/disponibilidade de água
Continente
Área territorial 
(km²)
Porcentagem 
territorial
População 
(milhões)
Porcentagem 
populacional
Distribuição 
da água (%)
África 30.230.000 22,27% 1.101 15,42% 9,00%
América 42.215.000 31,09% 958 13,41% 46,00%
Ásia 44.482.000 32,76% 4305 60,28% 32,00%
Europa 10.360.000 7,63% 740 10,36% 7,00%
Oceania 8.480.000 6,25% 38 0,53% 6,00%
Total 135.767.000 100,00% 7.142 100,00% 100,00%
Fonte: Dos autores (2014).
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R e c u r s o s h í d r i c o s 55
Analisando o Quadro 2.1, levando em conta o território, verificamos que 
a África é o continente que mais sofre com distribuição de água, enquanto a 
América pode ser considerada a mais privilegiada. Se se considerar a popula-
ção, a grande vítima dessa distribuição é a Ásia, enquanto percebemos, que, 
novamente, a América se mostra agraciada.
Isso condiz com os dados levantados pela OMS. Atualmente, 26 países 
convivem com menos de 1.000 m³ de água anual por habitante, sendo onze 
localizados na África (Argélia, Botswana, Burundi, Cabo Verde, Djibuti, Egito, 
Líbia, Mauritânia, Quênia, Ruanda e Tunísia), nove estão no Oriente Médio 
(Arábia Saudita, Barheim, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Israel, Jordânia, 
Kuwait, Qatar e Síria), quatro na Europa (Bélgica, Holanda, Hungria e Malta), 
um nas Antilhas (Barbados), e um no Extremo Oriente (Singapura) (PEREIRA 
JUNIOR, 2004).
O Brasil ostenta uma situação tranquila. A Figura 2.3 aponta que 12% das 
águas mundiais disponíveis estão situadas em nosso país. Nossa quantidade de 
água é maior que a dos continentes africano ou europeu. Possuímos o equiva-
lente a 70% da água disponível em toda a América do Norte, e pouco mais de 
40% daquela disponível no continente asiático.
Esses números podem ser justificados pela dimensão do país, que possui 
proporções continentais, e pela localização tropical e equatorial. Contudo, a 
incrível quantidade de água mencionada não impede que a região Nordeste 
do Brasil apresente regiões de extrema seca, impedindo inclusive o cultivo 
agrícola ou a prática pecuarista.
O Brasil, por uma questão gerencial dos recursos hídricos, está subdividido 
em 12 regiões hidrográficas, conforme demonstra a Figura 2.4. Esta distribuição 
se organiza diante da localização das principais bacias hidrográficas do país.
Caro aluno, você está deparando com algumas terminologias que não foram explicadas: regiões 
hidrográficas, bacias hidrográficas. Procure conhecer mais a definição desses termos, para 
ampliar seu conhecimento. Veja a seguir uma sugestão de link: 
http://www.meioambiente.pr.gov.br/arquivos/File/coea/pncpr/Conceito_Bacia_Hidrografica.pdf
Para saber mais
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56 GE S T Ã O A M B I E N T A L
Figura 2.4 Regiões hidrográficas do Brasil
Equador
OCEANO
ATLÂNTICO
Trópico de Capricórni
o
50°O
0°
MATO GROSSO
RONDÔNIA
AMAZONAS
ACRE
RORAIMA
AMAPÁ
MARANHÃO
TOCANTINS
GOIÁS
DF
BAHIA
PIAUÍ
CEARÁ RIO GRANDE
DO NORTE
PARAÍBA
ALAGOAS
MINAS
GERAIS
ESPÍRITO SANTO
RIO DE JANEIRO
SÃO PAULO
MATO GROSSO
DO SUL
PARANÁ
RIO GRANDE
DO SUL
PARÁ
PERNAMBUCO
SERGIPE
SANTA CATARINA
Amazônica
Atlântico Sudeste
do Parnaíba
Paraná
Atlântico Leste
Atlântico Nordeste Ocidental
Uruguai
São Francisco
Tocantins-Araguaia
Atlântico Sul
Atlântico Nordeste Oriental
Paraguai
Região hidrográfica
0 270 km
GA_Figura 1.4
Fonte: Adaptado de MMA/ANA (2007).
Como se pode imaginar, a região hidrográfica Amazônica detém pouco mais 
de 70% das águas superficiais disponíveis, enquanto a Nordeste representa 
pouco mais de 2%. Já a região hidrográfica São Francisco, que compreende 
parte do Nordeste brasileiro, representa 12,5% das águas brasileiras.
Caro leitor, não ficaremos presos novamente na mesma temática apresentada 
para o território mundial. Assim como ocorreu anteriormente, veremos que 
aqui no Brasil também dispomos de recursos hídricos em demasia em regiões 
menos habitadas, gerando um desequilíbrio com as regiões mais habitadas.
Entretanto, não é objeto desta unidade apontar as discrepâncias naturais 
existentes. E sim, demonstrar as consequências da ação humana sobre os re-
cursos hídricos. É importante buscar essa realidade, para entendermos as várias 
previsões de escassez desse bem mais valioso para a humanidade.
Vamos agora delimitar três pontos principais, abordando brevemente os dois 
primeiros e explorando com maior ênfase o terceiro. A diminuição da demanda 
de água pode ser descrita por três fatores principais:
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R e c u r s o s h í d r i c o s 57
 Aumento da população.
 Urbanização.
 Diminuição das águas com qualidade.
1.1 Aumento da população
São notórias e bastante divulgadas as informações que dão conta do aumento 
da população humana. Com a revolução industrial e o aumento da qualidade 
de vida, bem como o aumento da expectativa de vida, estimulou-se o cresci-
mento demográfico mundial.
A ciência divide a evolução da população em três fases temporais:
 1ª fase: Regime Demográfico Primitivo. Perdura até a metade do século 
XVIII. Nessa época possuíamos uma alta taxa de natalidade, estimulada 
pela vida agrícola, quando os pais necessitavam da mão de obra dos 
filhos para auxiliar nos serviços. Porém havia, em contrapartida, uma 
elevada taxa de mortalidade, em decorrência de fome, pouca higiene, 
epidemias, guerras etc. A expectativa de vida era baixa, e, portanto, não 
se vislumbrava acentuada elevação da população humana. A população 
humana em 1750 estava estimada em 800 milhões de pessoas.
 2ª fase: Revolução Demográfica. Inicia-se na metade do século XVIII e 
perdura até a década de 1940. Começa com a Revolução Industrial e 
revolução agrícola. Esses dois mecanismos melhoraram a qualidade de 
vida, e contribuíram significativamente para a diminuição da taxa de 
mortalidade, principalmente nos países mais desenvolvidos. Como a taxa 
de natalidade se mantinha praticamente constante em relação à primeira 
fase, há uma expansão na população mundial, estimulada principalmente 
pelos países mais ricos. No fim da década de 1940, a população mundial 
já atingia cerca de 2,5 bilhões de pessoas.
 3ª fase: Regime Demográfico Moderno — Explosão Demográfica. O efeito 
da globalização começa a ser sentido após a Segunda Guerra Mundial, 
e a transmissão das técnicas de saúde, práticas agrícolas e educação 
estimula a diminuição drástica da taxa de mortalidade nos países sub-
desenvolvidos. Há, portanto, uma elevação significativa na população 
mundial. Só para se ter uma ideia, no início da década de 1960, havia 
3 bilhões de pessoas no globo. Em 1997, essa população saltou para 6 
bilhões, ou seja, dobrou em pouco menos de meio século. Atualmente, 
ultrapassamos os 7 bilhões e estima-se que, em 2050, seremos 9 bilhões.
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58 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Esses dados foram apontados para que você, caro leitor, possa ter uma noção 
do quanto a população mundial aumentou e que, obviamente, isso se refletirá 
na disponibilidade de água potável. A população triplicou no século XX, e os 
recursos hídricos, como mencionado, são constantes. 
Entretanto, vale ressaltar que somente os recursos disponíveis na região 
hidrográfica do Amazonas são suficientes para abastecer toda a população hu-
mana hoje e, se utilizada de modo satisfatório, supre essa necessidade até 2050.
Vejamos então que, apesar de o aumento da população ser um fator con-
tributivo para a diminuição na disponibilidade de recursos hídricos, não pode 
ser considerado um fator determinante para sua escassez, visto que apenas uma 
única bacia hidrográfica localizada em território brasileiro teria a capacidade 
de abastecer a população mundial inteira.
1.2 Urbanização
A urbanização pode ser descrita como um processo de desenvolvimento 
econômico e social, derivado da transferência da economia rural para a eco-
nomia de serviços, centralizados em território urbano. A urbanização ocorreu 
mais fortemente no século XX. Para se ter uma ideia, no início do século XX, 
apenas 13% da população mundial se concentrava em áreas urbanas. Esse 
índice saltou para quase 50% em 2007.
No Brasil, saltamos em pouco menos de 40 anos, contando de 1970, quando 
55% da população vivia em centros urbanos, para 2007, quando a porcenta-
gem atingiu 83%. Nesse período a população passou de 90 para 190 milhões.
O grande problema da urbanização é a parcela mínima de território que 
ela ocupa. Para se ter uma noção, aqueles 83% da população brasileira habita 
apenas 0,25% do território nacional. Ou seja, se dividirmos o Brasil em 400 
partes, teremos em apenas uma única parte 158 milhões de brasileiros (dados 
de 2007. Atualmente essa parcela é ainda maior.) Metade da população mundial 
ocupa apenas 2,8% do território global. 
O desenvolvimento urbano ocorre, em geral, de jusante para montante 
numa bacia hidrográfica, ou seja, de seu ponto mais baixo para seu ponto mais 
alto. A água que abastecerá uma determinada região urbanizada é coletada a 
montante da bacia hidrográfica, ou ainda em poços subterrâneos, ou combi-
nando essas duas formas.
Porém, conforme mencionado anteriormente, a fonte mais acessível são as 
águas superficiais. Assim, é natural que a região urbanizada opte por se insta-
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R e c u r s o s h í d r i c o s 59
lar próximo a bacias hidrográficas, com águas superficiais de grande volume, 
facilitando o acesso à água.
Entretanto, conforme verificamos, na urbanização há uma grande quan-
tidade de pessoas num pequeno espaço territorial. É natural, portanto, que 
o consumo de água nessa região seja elevado, e que, dependendo da fonte 
abastecedora, não haja quantidade suficiente para suprir a demanda.
Assim, o processo de urbanização se mostra favorável à escassez regional 
dos recursos hídricos, por elevar o consumo em determinado local. Obviamente 
que um bom planejamento poderia contornar essa situação. 
1.3 Diminuição das águas com qualidade
O uso da água, principalmente para higiene e alimentação, deve observar 
requisitos de qualidade mais exigentes. Por se tratar de algo proveniente da 
natureza, sua simples utilização, sem um prévio tratamento, pode acarretar 
danos à saúde coletiva, em especial nos centros urbanizados.
Todavia, antes de iniciarmos o assunto da qualidade da água, vamos elencar 
as maneiras como a humanidade costuma utilizar a água:
1. Abastecimento doméstico.
2. Indústria.
3. Irrigação.
4. Dessedentação de animais.
5. Preservação da fauna e da flora.
6. Recreação e lazer.
7. Criação de espécies.
8. Geração de energia elétrica.
9. Navegação.
10. Harmonia paisagística.
11. Diluição e transporte de despejos(SPERLING, 2005).
Podemos afirmar que os motivos elencados nos itens de 1 a 4 implicam a 
retirada da água de seu percurso natural, ou seja, no desvio da trajetória do 
recurso hídrico. Já os outros itens podem ou não motivar esse deslocamento, 
porém, na maioria das situações, não o fazem.
Quanto à qualidade, os itens 1 e 2 oferecem maior atenção, pois nos dois 
casos as águas devem estar livres de substâncias ou microrganismos nocivos 
ao homem.
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60 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Ainda sobre o uso, no mundo todo, 63% da água retirada de seu curso é uti-
lizada nas irrigações, 21% no uso industrial e apenas 7,5% para uso doméstico. 
Os outros usos somam juntos 9,5%. Já em regiões mais desenvolvidas, como 
Europa e América do Norte, o uso industrial chega a 54% e 42%, respectivamente.
Elucidado o uso, vamos agora entender o mecanismo de transporte da água 
captada num determinado componente de um recurso hídrico disponível.
A água bruta é captada na fonte (rio, lago ou lençol subterrâneo). Para 
satisfazer aos critérios de uso, a água é tratada na estação de tratamento. Dali 
ela parte para a rede de distribuição, que a levará para os locais de uso. Após 
o uso, a água é canalizada para o sistema de esgoto. Esse esgoto vai para a 
estação de tratamento, onde são eliminados os poluentes mais nocivos. Junto 
com as águas pluviais captadas pelo sistema de drenagem, o esgoto tratado 
é destinado ao corpo receptor, constituído por algum rio ou lago. Em alguns 
casos, o esgoto tratado pode ser reutilizado. Vejam o esquema da Figura 2.5.
Figura 2.5 Ilustração do sistema de abastecimento de água
Legenda : 1: Captação da fonte; 2: Estação de tratamento; 3: Rede de abastecimento; 
4: Rede de esgoto; 5: Estação de tratamento de esgoto; 6: Corpo receptor; 
7: Sistema de drenagem das águas pluviais. 
Fonte: Dos autores (2014).
Bem, o esquema apresentado na Figura 2.5 está bastante simplificado, mas 
já nos oferece uma noção de como funciona um sistema de abastecimento pla-
nejado. Ainda nesse esquema a fonte corresponde também ao corpo receptor. 
Essa prática é bastante comum no sistema de fornecimento de água para centro 
urbanizado. A água é captada a montante, ou seja, em locais mais altos do rio, e 
o esgoto é despejado a jusante, ou seja, em locais mais baixos do curso do rio.
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R e c u r s o s h í d r i c o s 61
Vamos agora entender nesse sistema controlado o porquê da diminuição da 
qualidade da água. Verificamos que o sistema de captação tende a determinar 
a fonte num local mais a montante. A água é previamente tratada para que 
satisfaça aos critérios de aceitação.
Para a água doméstica esses critérios são estabelecidos em normativas. A 
Portaria n. 518 do Ministério da Saúde estabelece o padrão de potabilidade 
da água. Com base nela, as empresas de saneamento básico devem fornecer a 
água com as especificações contidas nessa normativa.
A qualidade da água pode ser medida pelos seus aspectos físicos, químicos 
e biológicos. Entre os aspectos físicos, podemos citar a coloração, a turbidez e 
sabor e odor. Na química, é interessante controlar pH, dureza, oxigênio dissol-
vido, matérias orgânicas dissolvidas e micropoluentes orgânicos ou inorgânicos. 
Já em relação à biologia, temos que considerar a presença de bactérias, algas 
e outros microrganismos nocivos à saúde humana.
Os parâmetros de qualidade, contudo, variam conforme a utilização da 
água. Veja o Quadro 2.2, que relaciona alguns desses parâmetros com o tipo 
de uso da água.
Quadro 2.2 Relação entre o uso da água e os parâmetros de qualidade necessários
Uso geral Uso específico Qualidade requerida
Abastecimento 
de água 
doméstico
-
Isenta de substâncias químicas nocivas à saúde.
Isenta de microrganismos nocivos à saúde.
Adequada para serviços domésticos.
Baixa agressividade e dureza.
Esteticamente agradável (baixa turbidez; cor, 
sabor e odor; ausência de macro-organismos).
Abastecimento 
industrial
Água incorporada ao 
produto (medicamentos, 
alimentos, bebidas)
Isenta de substâncias químicas nocivas à saúde.
Isenta de microrganismos nocivos à saúde.
Esteticamente agradável (baixa turbidez; cor, 
sabor e odor; ausência de macrorganismos).
Água entra em contato 
com o produto
Variável com o produto.
Água não entra em 
contato com o produto 
(caldeiras, refrigeração)
Baixa dureza.
Baixa agressividade.
continua
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62 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Irrigação
Hortaliças, produtos 
ingeridos com cascas ou 
crus
Isenta de substâncias químicas nocivas à saúde.
Isenta de microrganismos nocivos à saúde.
Salinidade não excessiva.
Demais plantações
Isenta de substâncias químicas prejudiciais ao 
solo e às plantações.
Salinidade não excessiva.
Dessedentação 
de animais
-
Isenta de substâncias químicas nocivas à saúde 
dos animais.
Isenta de microrganismos nocivos à saúde dos 
animais.
Preservação da 
flora e da fauna
- Variável.
Pecuária -
Isenta de substâncias químicas nocivas à saúde 
dos animais e dos consumidores.
Isenta de microrganismos nocivos à saúde dos 
animais e dos consumidores.
Disponibilidade de nutrientes.
Recreação e 
lazer
Contato primário 
(natação, esqui, surfe)
Isenta de substâncias químicas nocivas à saúde.
Isenta de microrganismos nocivos à saúde.
Baixos teores de sólidos em suspensão e óleos e 
graxas.
Contato secundário 
(navegação de lazer, 
pesca etc.)
Aparência agradável.
Geração de 
energia
Hidrelétricas
Baixa dureza.
Baixa agressividade.
Usinas nucleares ou 
termoelétricas
Baixa dureza.
Transporte -
Baixa presença de material grosseiro que possa 
pôr em risco as embarcações.
Diluição de 
despejos
- -
Fonte: Adaptado de Sperling (2005).
Esclarecidos os padrões de qualidade, vamos continuar com o raciocínio 
e entender o porquê da diminuição dos recursos hídricos que oferecem água 
com qualidade. Verificamos na Figura 2.5 que em sistemas nos quais a capta-
ção da água é feita em recursos superficiais, como rios e lagos, locais estes de 
continuação
Book_Gestao_ambiental.indb 62 6/25/14 5:09 PM
R e c u r s o s h í d r i c o s 63
acesso mais fácil, opta-se por adquirir a água a montante. Naquele esquema 
ainda verificamos que a rede de esgoto, após tratada, tem como corpo coletor 
o mesmo local da captação, porém a jusante da origem.
Na prática, isso é bastante comum para os sistemas de abastecimento do-
mésticos. As empresas captam a água em determinado rio e despejam as águas 
residuais nesse mesmo rio, porém mais abaixo, de forma que aquelas impurezas 
lançadas ali não atinjam o ponto de captação.
Contudo, imaginem um rio que atravesse diversas cidades. A cidade locali-
zada mais a montante do rio, ou seja, mais acima, captará sua água e depositará 
seus resíduos mais abaixo. A segunda cidade captará a sua água abaixo do 
ponto de despejo daquela cidade, e o depositará mais abaixo, e assim suces-
sivamente. Veja a Figura 2.6.
Figura 2.6 Esquema de sistemas de captação subsequentes numa 
mesma fonte 
CIDADE A
CIDADE B
CIDADE C
Fonte: Dos autores (2014).
Verificando a Figura 2.6, podemos dizer claramente que a cidade C coletará 
uma água com qualidade inferior à da cidade A. Obviamente que um rio, para 
abastecer três municípios, deve possuir uma vazão bastante elevada. Assim, a 
diluição dos dejetos lançados fará com que o sistema de captação das cidades 
B e C não herdem todas as impurezas lançadas anteriormente.
Entretanto, há alguns fatores agravantes nesses cenários. A implantação da 
rede de tratamento de esgoto demanda altíssimos investimentos. Além disso, 
em cidades mais antigas, esse sistema não era visto como uma necessidade, 
pois se acreditava na impossibilidade de carência de recursos hídricos, devido 
à abundância visual vislumbrada.
Assim, no Brasil, apenas 37,5% do esgoto gerado é tratado. Ou seja, o 
restante não é tratado e é lançado diretamente em rios, lagos ou mares. FicaBook_Gestao_ambiental.indb 63 6/25/14 5:09 PM
64 G E S T Ã O A M B I E N T A L
claro, caro leitor, o motivo da disponibilidade de água com qualidade estar 
diminuindo.
Essa situação se agrava se pensarmos nos detritos gerados pelas indústrias, 
onde se utilizam diversos recursos químicos e bioquímicos para produção do 
produto desejado.
Há, ainda, alguns casos de indústrias que se instalam próximo a cursos de 
rios e lançam diretamente seus rejeitos na correnteza, sem tratamento prévio, 
ou com tratamento insuficiente. Diversos casos, inclusive da Casa da Moeda do 
Brasil, já foram alvos de fiscalização e multa por órgãos ambientais. Entretanto, 
muitos são os problemas que ocorrem que deixam de ser fiscalizado seja por 
omissão, falta de perícia, ou desconhecimento dos órgãos públicos.
Acesse os sites a seguir e veja alguns casos em que a empresa foi multada pela fiscalização de 
órgãos ambientais por ter despejado resíduos sem prévio tratamento ou com tratamento ina-
dequado em rios/lagos.
<http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2012/11/inea-multa-casa-da-moeda-em-mais-de- 
r-860-mil-por-danos-ambientais.html>.
<http://brusque.sc.gov.br/web/noticia.php?noticia=7366:Fiscalizacao_de_descarte_ 
de_efluentes_no_Itajai-Mirim_resulta_em_multa_a_quatro_tinturarias>.
<http://www.uberaba.mg.gov.br/portal/conteudo,30786>.
<http://noticias.hojecentrosul.com.br/2014/01/iap-multa-empresa-por-poluicao-de.html>.
<http://www.jornaldelondrina.com.br/online/conteudo.phtml?id=1316118>.
Para saber mais
Essa diminuição da qualidade das águas talvez seja o grande responsável 
pela diminuição dos recursos hídricos. É um fator resultante do mau uso desse 
bem precioso para a saúde humana, e também da tecnologia. Vamos então, na 
próxima seção, aprofundar um pouco mais o estudo sobre resíduos gerados em 
decorrência da utilização da água. Mas, antes, façam as atividades desta seção.
Book_Gestao_ambiental.indb 64 6/25/14 5:09 PM
R e c u r s o s h í d r i c o s 65
 1. Acerca dos recursos hídricos, podemos afirmar:
I — Estão em crescente elevação no mundo.
II — São afetados pela disponibilidade territorial.
III — Podem ser considerados como toda a água existente no globo.
IV — Diminui em decorrência do seu mau uso.
V — É insuficiente para suprir as necessidades de toda a população 
mundial.
Agora assinale a alternativa correta:
( ) As afirmativas I e II estão corretas.
( ) As afirmativas II e V estão corretas.
( ) As afirmativas II e IV estão corretas.
( ) As afirmativas III e V estão corretas.
 2. São componentes dos sistemas de abastecimento de água utilizados 
em centros urbanizados:
I — Rede de abastecimento.
II — Estação de tratamento de esgoto/sistema de drenagem/corpo 
coletor.
III — Estação de tratamento da água.
IV — Rede de esgoto.
V — Captação.
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
( ) V — III — I — IV — II.
( ) IV — I — II –V — III.
( ) V — I — III — IV — II.
( ) V — III — I — II — IV.
 3. Analise a seguinte afirmativa: “Todo recurso hídrico é água, mas nem 
toda água é recurso hídrico”. Comente sobre essa afirmação.
Atividades de aprendizagem
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66 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Seção 2 Efluentes — classificação
Terminamos a primeira seção reportando os esgotos. Entretanto, agora va-
mos denominar e conceituar a palavra efluente: são os dejetos resultantes de 
processos produtivos ou de esgotos domésticos urbanos que são lançados no 
meio ambiente.
Você verificará que em dicionários a palavra possui outros sentidos. Porém, 
para nosso estudo vamos no ater ao apresentado anteriormente. Mencionamos 
que os efluentes são resíduos descartados no meio ambiente. Entretanto, não 
falamos em líquido, gasoso ou sólido. Assim, a primeira forma de se classificar 
um efluente é quanto ao seu estado físico.
Classificação dos efluentes segundo seu estado físico:
 Gasoso. São os produtos gasosos lançados no meio ambiente, resultantes 
da ação humana. Estão mais presentes em áreas urbanas industrializadas, 
em decorrência não só das indústrias, mas dos veículos automotores. Os 
poluentes mais comuns são o dióxido de enxofre, o ácido fluorídrico e o 
ácido clorídrico. Podem impactar o homem pela poluição do ar, causando 
transtornos respiratórios e consequentes problemas cardíacos. Danificam 
ainda a vegetação, eliminando espécies sensíveis aos poluentes, removendo 
espécies dominantes, reduzindo, assim, a diversidade e a biomassa. Ao 
planeta, causa o aumento das temperaturas globais, e consequente aumento 
das águas dos oceanos, uma vez que o aumento de temperatura causa o 
derretimento das geleiras, bem como a destruição da camada de ozônio, 
barreira que impede a entrada de raios ultravioletas na atmosfera terrestre. 
 Líquido. São os dejetos líquidos lançados no meio ambiente, em decor-
rência da ação humana. Esses detritos são lançados, em geral, em corpos 
coletores — rios, lagos, oceanos. É a forma predominante de poluição no 
planeta, e, por isso, merece especial atenção. Como atinge os recursos 
hídricos, pode ocasionar contaminação e doenças ou intoxicações em 
seres humanos, mortalidade da fauna e flora aquática, odores desagra-
dáveis em locais próximos aos corpos coletores, desequilíbrio ambiental, 
eutrofização, entre outros.
Como estamos falando de recursos hídricos, enfatizaremos nesta unidade 
os efluentes líquidos. Entretanto, serão mencionados os tipos de tratamentos 
mais empregados para efluentes gasosos na próxima seção.
Book_Gestao_ambiental.indb 66 6/25/14 5:09 PM
R e c u r s o s h í d r i c o s 67
Os efluentes líquidos podem ainda ser subdivididos em quatro classes 
principais:
 Efluentes líquidos domésticos. Correspondem aos gerados em decorrência 
do uso dos recursos hídricos para a higiene humana. São os derivados 
das descargas de sanitários, lavagem de talheres e utensílios domésticos, 
lavagem das roupas, banhos etc. Esses efluentes são ricos em matéria 
orgânica, óleos, detergentes, sólidos em suspensão, microrganismos etc. 
Eventualmente, podem conter a presença de papel higiênico, fraldas 
descartáveis, absorventes íntimos, entre outros.
 Efluentes industriais. Correspondem aos gerados em decorrência dos 
recursos hídricos em indústrias. Possuímos aqui uma enormidade de 
possibilidades de contaminantes. Só para se ter uma noção, estima-se 
que haja mais de 7 milhões de substâncias químicas em uso, das quais 
cerca de 100 mil façam parte do uso diário, e 7 mil sejam produzidas em 
grande escala. Por ano, mil novos compostos químicos são sintetizados. 
E ainda 79% desses produtos não possuem informações acerca de sua 
toxicidade. Isso, porque estamos falando apenas da indústria química. 
Diante disso, esse tipo de efluente pode possuir qualquer tipo de conta-
minação e deve ser caracterizado individualmente.
 Efluentes líquidos agrícolas. São aqueles gerados da lixiviação da plan-
tação pelas águas pluviais, com a deposição em corpos coletores. Nesse 
tipo de efluentes podemos encontrar materiais orgânicos provenientes de 
vegetais em decomposição no solo, e substâncias agrotóxicas utilizadas 
no controle de pragas agrícolas. O grande problema é que dificilmente 
passa por algum tipo de tratamento.
 Efluentes líquidos pluviais. Em centros urbanizados, a água proveniente 
da chuva é captada pelo sistema de drenagem e conduzida até os cor-
pos coletores. Contudo, a água faz uma verdadeira varredura nas vias e 
conduz tudo aquilo que está ali. Assim, podemos encontrar desde sólidos 
(latas, garrafas PET, papéis etc.) até material orgânico e inorgânico.
Quais os outros tipos de indústrias e quais são as possibilidades de uso 
dos recursos hídricos com geração de efluentes nocivos?
Questões para reflexão
Book_Gestao_ambiental.indb 67 6/25/14 5:09 PM
68 G E S T Ã O A M B I E N T A L
2.1 Caracterização dos efluentes
Além da classificação dos efluentes, é importante ainda sua caracterização. 
É somente com esse procedimento que oprofissional poderá determinar o 
melhor tipo de tratamento para esse resíduo.
É importante ter em mente que a caracterização química de qualquer 
efluente se mostraria muito complexa e onerosa, uma vez que os efluentes cor-
respondem a misturas relativamente complexas. Assim, é inviável e impossível 
determinar todas as substâncias químicas presentes num efluente.
Por tempos, considerava-se que os efluentes domésticos dispunham de 
substâncias de alta degradabilidade, ou seja, de fácil degradação por meios 
naturais. Entretanto, com a incorporação de várias substâncias aos hábitos 
humanos (cosméticos, produtos de limpeza, fármacos, alimentos, embala-
gens), estima-se que cerca de 10 mil substâncias diferentes possam alcançar 
os efluentes domésticos.
Já os efluentes industriais dispensam comentários. Por outro lado, é mais 
fácil o próprio gerador controlar e caracterizar seu efluente. Entretanto, quando 
uma planta industrial, com várias unidades, possui um único sistema coletor 
dos efluentes, tal caracterização se mostra dispendiosa.
Assim, para melhor caracterização, foi gerada uma “linguagem” universal, 
com a adoção de parâmetros analíticos passíveis de mensuração para qualquer 
tipo de efluente, possibilitando, assim, uma caracterização uniforme.
Antes de citar esses parâmetros, vamos ainda comentar sobre a dificuldade 
em se caracterizar o efluente em decorrência de sua vazão variável, e do tempo 
entre a coleta de amostra e a realização da análise.
A vazão de qualquer efluente dificilmente é constante, assim como sua 
composição. Não se pode imaginar, mesmo nos efluentes domésticos, que haja 
uma uniformidade na sua geração. Portanto, dependendo do momento da coleta 
da amostra, a composição química de um efluente poderá variar relativamente.
Os efluentes, como dito, são misturas bastante complexas, com milhares de 
substâncias químicas diferentes, e podendo conter microrganismos ou sólidos 
insolúveis. Assim, é possível que ocorram diversas reações, entre seus próprios 
constituintes, ou ainda com a ação de agentes externos. Em decorrência disso, 
existe um padrão de coleta de amostras de efluentes, para se evitar que ocor-
ram essas reações no período compreendido entre a coleta e a efetiva análise.
Book_Gestao_ambiental.indb 68 6/25/14 5:10 PM
R e c u r s o s h í d r i c o s 69
Vamos entender as variações possíveis na amostra, para entender os meca-
nismos que se devem adotar para manter a qualidade dessa amostra. É possível 
ocorrerem transformações biológicas, químicas e físicas nas amostras:
 Biológicas: degradação de constituintes, principalmente os de natureza 
orgânica, pela ação de microrganismos. Para diminuir essas reações, pode 
ser resfriada a amostra a temperaturas próximas de 5° C.
 Químicas: o oxigênio atmosférico pode ocasionar a oxidação de consti-
tuintes da amostra. Geralmente o grau dessa reação é desprezível, porém, 
para evitá-lo, podemos colocar a amostra numa atmosfera inerte, com a 
presença de nitrogênio, por exemplo.
 Física: durante o transporte da amostra, podem ocorrer os efeitos da de-
cantação, da coalescência das emulsões, ou formação de filmes sobre 
as paredes dos frascos coletores. Para solucionar o problema, utiliza-se 
a agitação para tentar solubilizar a amostra, ou a adição de surfactante.
Vamos, agora, citar e explicar as formas de análises de parâmetros globais 
adotados para caracterizar os diversos tipos de efluentes:
 Demanda química de oxigênio (DQO).
 Demanda bioquímica de oxigênio (DBO).
 Carbono orgânico dissolvido (COD).
 Outros parâmetros.
2.1.1 Demanda química de oxigênio
Podemos definir demanda química de oxigênio (DQO) como a quantidade 
necessária de oxigênio para oxidar uma determinada substância. Para efluentes, 
é a quantidade de oxigênio necessária para oxidar todas as substâncias passíveis 
de oxidação presente na mistura.
Caro leitor, espero que goste um pouco de química, pois, agora, a expli-
cação do método se baseará nessa ciência. A DQO é determinada mediante 
um método simples e indireto. É adicionada uma quantidade conhecida de 
um oxidante bastante forte à solução, geralmente o dicromato (Cr2O7
-2) ou o 
permanganato (MnO4
-), em meio fortemente ácido.
Após a adição, aguarda-se o período de duas horas, e verifica-se a quanti-
dade de oxidante que ainda persiste na mistura. Para tanto, utiliza-se a titulação 
com sulfato ferroso amoniacal. Por diferença, obtém-se a quantidade de oxi-
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70 G E S T Ã O A M B I E N T A L
dante consumido. Após, converte-se a quantidade de matéria orgânica oxidada 
em termos de oxigênio equivalente.
Espécies inorgânicas existentes nos efluentes são oxidadas também na 
DQO. Assim, Fe2+, Mg2+, sulfetos e outros componentes metálicos passíveis de 
oxidação serão expressos como resultado na DQO, indicando, portanto, uma 
DQO inorgânica também.
Há a possibilidade de interferentes na reação, como os cloretos. Quando 
houver suspeita de presença de cloretos, deve ser utilizado sulfato de mercúrio, 
para inibir a ação desse ânion. Ainda, pode-se utilizar o sulfato de prata para 
catalisar a reação de oxidação.
O importante agora, caro leitor, é que você entenda que a DQO expressa 
a quantidade necessária de oxigênio para que seja oxidada toda a matéria 
orgânica (e inorgânica também) existente num efluente.
2.1.2 Demanda bioquímica de oxigênio
A demanda bioquímica de oxigênio (DBO) expressa a quantidade de matéria 
orgânica biologicamente degradável, na presença de oxigênio, ou seja, exprime 
a concentração de matéria orgânica presente num determinado efluente, pas-
sível de degradação com a utilização de microrganismos aeróbicos.
É o índice mais importante que determina quantitativamente, de modo indi-
reto, as substâncias orgânicas biodegradáveis. O material orgânico é utilizado 
pelos microrganismos como fonte de energia ou para a sua reprodução. 
Para se determinar a DBO, adiciona-se a amostra uma pequena quantidade 
de esgoto ou microrganismo adaptado ao dejeto (principalmente em efluentes 
industriais), e lacra-se o frasco, que deve conter excesso de oxigênio molecular, 
e ser mantido em temperatura de 20° C, em incubadora, por certo período de 
dias. Além disso, não pode incidir luz no frasco, o pH deve ser mantido entre 
6,5 e 7,5 e deve haver a presença de nutrientes.
Durante o período reacional, há a proliferação do microrganismo, que 
consumirá os compostos orgânicos, e também o oxigênio. Após o período de 
reação, que se convencionou em cinco dias, é mensurada a quantidade de 
oxigênio restante. Por diferença, chega-se à quantidade de oxigênio consumido, 
que, após convertido, nos dará a DBO.
A DBO, como ficou expresso, é um ensaio que simula a biodegradação de um 
efluente quando alcança seu corpo coletor. A DBO completa perdura por vários 
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dias, e em decorrência da necessidade de respostas mais rápidas, foi convencio-
nado o período de cinco dias. O resultado após esse período convencionado é 
expresso por DBO5. Quando se atinge a DBO completa — ou seja, aguarda-se 
pela total biodegradação dos materiais orgânicos passíveis — temos o valor 
denominado de DBO última, expresso como DBOu. A relação entre a DBO5 e 
a DBOu (DBO5/DBOu) fica, para muitos efluentes, entre 0,5 e 0,8. Corresponde, 
portanto, que a DBO5 expressa geralmente entre 50% a 80% do resultado final.
Após a DBOu que consumiu todo o material orgânico, e, por isso, é deno-
minada de DBO carbonácea, inicia-se a DBO nitrogenada, que é realizada 
por bactérias nitrificantes, que consomem o nitrogênio, na forma de amônia, 
nitrito de nitrato, contido no efluente, na presença de oxigênio. A quantidade 
de nitrogênio no efluente varia bastante, sendo baixo para efluentes domésticos, 
e podendo ser bastante representativo em amostras de efluentes industriais.
A Figura 2.7 apresenta um gráfico representativo da evolução de um ensaio 
de DBO.Figura 2.7 Variação típica de DBO em ensaio de longa duração
Fonte: Dezotti (2008, p. 26).
O teste possui alguns interferentes, mas a principal característica é que a 
variabilidade das amostras e o uso de microrganismo contribuem para uma re-
produtibilidade baixa. Assim, ensaios com desvios-padrão altos e erros médios 
da ordem de 20% são frequentemente verificados.
O fato de a DBON apresentar resultados tardios não quer dizer que ela não 
esteja ocorrendo nos primeiros dias. A reação com o nitrogênio ocorre con-
comitantemente com a da matéria orgânica, porém, de modo bem mais lento. 
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Assim, para alguns tipos de efluentes, principalmente de natureza industrial, a 
DBO20 (aquela mensurada após 20 dias de reação) é muito importante.
2.1.3 Relação DQO/ DBO
Verificamos que a DQO fornece a quantidade de oxigênio necessário para 
oxidar toda a matéria orgânica (e inorgânica) de um efluente. Já a DBO fornece 
a quantidade de oxigênio necessária para biodegradar a matéria orgânica (e 
inorgânica) de um efluente.
A DQO é a reação que ocorre num ambiente controlado, manipulado e imposto. 
Em outros termos, não ocorre de modo natural. Já a DBO simula a biodegradação 
que o efluente sofreria caso fosse diretamente despejado em corpos receptores.
Apesar de neste momento parecer que a DBO apresenta resultados mais 
importantes, por aparentar a situação natural, não podemos subestimar a im-
portância da DQO, pois, em decorrência de seu método, apresenta resultados 
mais precisos, com maior rapidez, e com menor possibilidade de interferentes.
Ambos os ensaios nos dão a dimensão de poluição do efluente, pois, quanto 
maiores forem, mais poluído estará o efluente. Contudo, é a relação deles que 
será de grande relevância para a proposta de tratamento. O valor de DQO será 
sempre maior que o valor da DBO. Para efluentes em que os poluentes são 
biodegradáveis, o valor de DBOu deve se aproximar bastante do valor da DQO. 
Já para efluentes em que haja abundância de materiais não biodegradáveis, o 
valor de DQO superará em muito o da DBO. 
Assim, quando se relacionam DQO/DBO5 e obtêm-se valores 1,5 e 2,5, 
considera-se que boa parte dos materiais orgânicos dissolvidos são biodegra-
dáveis. Porém tais intervalos variam de autor para autor. Entretanto, valores 
muito altos para essa relação indicam a existência de grande quantidade de 
material não biodegradável, exigindo, portanto, uma adequação na planta de 
tratamento desse efluente, para decompor esses compostos não biodegradáveis, 
denominados de poluentes orgânicos persistentes.
Veja o Quadro 2.3, que exemplifica algumas relações de DQO/DBO para 
alguns tipos de efluentes:
Quadro 2.3 Exemplos de relação de DQO/DBO para efluentes
Efluente Relação DQO/DBO
Esgoto doméstico 1,5 – 2,5
continua
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R e c u r s o s h í d r i c o s 73
Efluente industrial (celulose e papel) 3 – 5
Efluente industrial (cervejarias) 1,5 – 2,0
Efluente industrial (refinarias de 
petróleo, após separação do óleo)
2,5 – 3,5
Lixiviado de aterro sanitário antigo 
(Gramado, RS)
20 – 30
Fonte: Adaptado de Dezotti (2008, p. 31).
Leia a introdução do livro Poluentes orgânicos persistentes e compostos orgânicos voláteis, 
disponível em:
<ht tp : / /www.ebah.com.br /content /ABAAAAi lEAK/po luentes -organ icos -per-
sistentes-compostos-organicos-volateis>.
Para saber mais
Qual dos efluentes apresentados no Quadro 2.3 apresenta maior toxicidade 
para o homem? (necessária a leitura do box “Para saber mais” anterior).
Questões para reflexão
2.1.4 Carbono orgânico total
O carbono orgânico total (COT) consiste numa técnica recente, que vem 
ganhando destaque e oferecendo confiança, em que toda a matéria orgânica 
presente no efluente é oxidada a CO2, o qual é determinado por sensores. 
Existem basicamente três tipos de equipamentos para determinação do COT: 
termoquímico; físico-químico; fotoquímico:
 Termoquímico. A amostra é injetada e conduzida a um forno de alta 
temperatura (700° C-1.250° C), com presença de oxigênio. Toda a ma-
téria orgânica é convertida a CO2, o qual é detectado por um sensor de 
infravermelho. É um excelente equipamento, pois quase toda a matéria 
orgânica é convertida a CO2.
 Físico-químico. A amostra passa por uma coluna contendo um catalisador 
oxidativo (geralmente o óxido de cobalto), em altas temperaturas. A matéria 
orgânica é convertida em CO2, que é detectado por sensor de infravermelho.
continuação
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 Fotoquímico. A amostra é reagida com persulfato na presença de luz ul-
travioleta, oxidando a matéria orgânica em CO2, que também é detectado 
por sensor de infravermelho. Porém, essa técnica não consegue oxidar 
substâncias mais complexas, como taninos, ligninas etc., não apresen-
tando, portanto, resultados satisfatórios.
Em todos os métodos, é necessário que a amostra esteja livre de sólidos. Assim, 
o que se está determinando realmente é a quantidade de carbono orgânico total 
dissolvido (COD). Esses equipamentos detectam o carbono total (CT) — orgânico 
(COT) e inorgânico (CIT) — e, através da relação COT = CT – CIT, fornece o 
parâmetro desejado, que é o carbono orgânico total. Para determinar o carbono 
inorgânico, representado pelos carbonatos, o equipamento acidifica previamente 
a amostra com ácido fosfórico, que converte o carbonato em gás carbônico. Esse 
CO2 é detectado pelo sensor infravermelho, que corresponde ao CIT.
Novamente, temos um parâmetro muito importante quando relacionado 
com a DQO. A DQO também será sempre maior que o COT, pois engloba os 
materiais inorgânicos oxidados. Assim, quando se tem a relação DQO/COT, 
valores muito altos significam a existência predominante de material inorgâ-
nico na amostra, enquanto valores próximos de 1,0 demonstram quantidades 
grandes de material orgânico no efluente.
2.1.5 Outros parâmetros
Correspondem a outros 14 fatores importantes na caracterização dos efluen-
tes. Não apresentam resultados tão globais como os parâmetros mencionados 
anteriormente, mas são muito importantes, pois a legislação permite o descarte 
de determinadas substâncias conforme sua classificação. Esses parâmetros en-
volvem estas substâncias ou estes itens de mensuração da qualidade:
1. Turbidez: representa o grau de interferência da passagem de luz pela 
amostra. Alta turbidez confere aparência turva às amostras. Está relacio-
nada com a presença de sólidos em suspensão, como partículas de rocha, 
argila, silte, algas ou microrganismos, entre outros dejetos industriais e 
domésticos. A turbidez é medida em Unidades Nefelométricas de Tur-
bidez (UNT), as quais são mensuradas através de soluções padrão de 
formazina. A coloração da amostra pode interferir negativamente nessa 
determinação, pois substâncias com coloração absorvem a luz.
2. Cor: a coloração do efluente pode ser determinada por diversas técnicas, 
tais como: visual (comparação com soluções mistas de cloroplatinato de 
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R e c u r s o s h í d r i c o s 75
potássio e cloreto de cobalto), fotometria ou espectrometria. O problema 
de efluentes com coloração serem descartados em corpos receptores é 
que as substâncias que conferem cor aos efluentes absorvem luz solar, 
impedindo a penetração da luz na água, reduzindo, desse modo, a ação 
fotossintética das espécies vegetais clorofiladas existentes no corpo 
coletor, diminuindo a presença de oxigênio dissolvido e aumentando 
a presença de gás carbônico. Geralmente a coloração decorre da pre-
sença de metais como ferro ou manganês, ou ainda da decomposição 
de matéria orgânica na água. Pode, contudo, apresentar outras fontes, 
quando provenientes de efluentes industriais.
3. Concentração de oxigênio: corresponde à quantidade de oxigênio 
dissolvido. Esse parâmetro é de suma importância, pois a quantidade 
de oxigêniodissolvido determina a possibilidade de vida aquática. 
Concentrações da ordem de 3,0 a 4,0 mg/L são consideradas críticas. A 
concentração de saturação ao nível do mar é de 9,2 mg/L. Concentra-
ções maiores indicam alta presença de algas, enquanto concentrações 
muito baixas apontam para existência de matéria orgânica (que será 
degradada por bactérias aeróbicas) ou ainda de poluentes que interferem 
na vida vegetal aquática. Concentrações nulas indicam a existência de 
condição anaeróbica, que geram maus odores.
4. pH: representa a concentração de H3O
+ (ou H+) no efluente. Variações 
bruscas no pH interferem significativamente na vida aquática, pois a 
vida só é possível em pHs próximos da neutralidade. O pH varia de 
0 a 14, porém, muito raramente, pode ocorrer fora dessa faixa, diante 
da concentração do poluente. Valores baixos de pH indicam acidez, 
e apresentam alto potencial de corrosividade para as tubulações, en-
quanto valores altos indicam alcalinidade, e oferecem maiores riscos 
de incrustações para as tubulações.
5. Dureza: está relacionada com a presença de cátions multimetálicos 
no efluente, sendo os mais frequentemente associados os íons Ca2+ e 
Mg2+. Altas concentrações desses metais elevam a dureza do efluente. 
Durezas elevadas favorecem a formação de incrustações em tubulações, 
enquanto, em nível de problemas sanitários, podem apresentar efeito 
laxativo e alterar o sabor da água. 
6. Alcalinidade: corresponde à quantidade de íons presentes no efluente 
que reagirão com os íons hidrogênios (H+); também descrita como a 
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capacidade do efluente em neutralizar ácidos. Estão relacionados com 
a presença de bicarbonatos (HCO3
-), carbonatos (CO3
-) e hidróxidos 
(OH-). Valores de pH maiores que 9,4 indicam a presença de carbonato 
e hidróxidos, enquanto valores entre 8,3 e 9,4 apontam para carbonatos 
e bicarbonatos. Entre 4,4 e 8,3 temos apenas bicarbonato. A alcalini-
dade pode prejudicar a biodegradação de compostos orgânicos, pois 
durante o processo a alcalinidade é consumida pelos microrganismos 
e diminui drasticamente o pH, afetando a taxa de crescimento desses 
microrganismos. Interfere também nos processos de tratamento de água 
para abastecimento.
7. Sólidos totais dissolvidos: os sólidos dissolvidos nos efluentes podem 
ser orgânicos ou inorgânicos. Os orgânicos, quando passíveis de oxi-
dação, levam à diminuição do oxigênio dissolvido no corpo coletor, 
ocasionando, eventualmente, odor e sabor na água. Já os inorgânicos 
estão constantemente presentes nos efluentes, e podem ocasionar in-
crustações ou corrosões nas tubulações.
8. Sólidos em suspensão: é expresso em mg/L e, quando atingem o corpo 
coletor, se depositam em suas margens ou no fundo. Nas margens, po-
dem diminuir a quantidade de oxigênio dissolvido ou ainda sofrer de-
composições anaeróbicas, provocando odores desagradáveis. No fundo, 
podem cobrir locais de desova e inibir a propagação da fauna aquática.
9. Sólidos flutuantes: são constituídos de óleos e graxas, com destaque, 
aqui, para o petróleo. Tornam o corpo receptor visualmente desagra-
dável, além de bloquear a entrada de luz solar na água, e interferir na 
reaeração. São tóxicos à vida aquática e destroem a vegetação lindeira, 
propiciando erosões e desmoronamentos.
10. Concentração de material tóxico: podem ser encontrados em efluentes 
industriais e são substâncias conhecidas por sua toxicidade. Podem ser de 
natureza orgânica (como defensivos agrícolas, produtos farmacêuticos), 
ou inorgânica (metais pesados, como Cr6+, Cu+, Pb2+, Hg2+).
11. Temperatura: efluentes com temperaturas altas são comuns em termoe-
létricas ou em indústrias que utilizam o recurso hídrico em sistemas de 
refrigeração. Provoca a diminuição do oxigênio dissolvido e o aumento 
da atividade bioquímica no corpo coletor, resultando em migração da 
fauna aquática para regiões mais favoráveis às condições metabólicas.
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R e c u r s o s h í d r i c o s 77
12. Nitrogênio: o nitrogênio pode ocorrer na forma de nitratos, nitritos, amô-
nia, ou nitrogênio molecular (N2). É indispensável para a vida de qualquer 
ser vivo. Entretanto, em níveis excessivos causa vários males. Para corpos 
coletores, excesso de nitrogênio ocasiona a eutrofização. Na forma amo-
níaca, apresenta toxicidade para peixes e outros organismos aquáticos. O 
excesso de nitrogênio está associado a efluentes industriais, domésticos 
e fertilizantes.
13. Fósforo: pode ser encontrado em efluentes na forma de ortofosfatos, 
polifosfatos, ou fosfatos orgânicos. É um elemento indispensável para 
o crescimento das algas. Porém, seu excesso, assim como o de nitrogê-
nio, causa eutrofização. Está associado com a ocorrência de efluentes 
domésticos e industriais, fertilizantes e detergentes.
14. Microrganismos patogênicos: as bactérias são os microrganismos mais 
representativos, porém podem ocorrer fungos, protozoários, vírus e 
algas. A determinação dos microrganismos patogênicos é realizada 
pela contagem bacteriana, que referencia o número de colônias que se 
desenvolvem em meio ágar nutritivo, no período de 24 horas e à tempe-
ratura de 37° C. Pode ainda ser determinada pelo Índice de Coliformes, 
que representa a presença de bactérias de origem caracteristicamente 
intestinal do homem e de animais de sangue quente. Esses microrga-
nismos estão mais presentes em efluentes domésticos.
Temos disponível na arte cinematográfica uma obra que relata a existência de uma indústria 
que deixou de tratar adequadamente seus efluentes e acabou por contaminar quase uma cidade 
inteira. Convido você, caro leitor, a assistir ao filme e descobrir qual o agente tóxico relatado. 
Ressalto ainda que o enredo se baseou em história verídica. O nome do filme é Erin Brockovich, 
uma mulher de talento. Tem como protagonista Julia Roberts.
Para saber mais
2.2 Formas de os efluentes atingirem 
o corpo receptor
Antes de finalizarmos a seção e iniciarmos os modos de tratamento de 
efluentes, vamos entender os dois modos existentes de um efluente atingir 
um corpo d’água:
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78 G E S T Ã O A M B I E N T A L
 Pontual. O efluente atinge o corpo coletor de forma concentrada no es-
paço, como o depósito de efluente industrial num determinado rio (Figura 
2.8).
Figura 2.8 Efluente depositado de modo pontual 
Fonte: Sperling (2005, p. 49).
 Difusa. O efluente atinge o corpo d’água em vários pontos, distribuídos ao 
longo de parte de sua extensão (Figura 2.9). Muito comum nos efluentes 
carreados por águas pluviais que é descarregada no corpo receptor de 
uma forma distribuída.
Figura 2.9 Efluente depositado de modo distribuído
Fonte: Sperling (2005, p. 49).
Caro leitor, terminamos aqui a seção 2. Em seguida, será demonstrado 
como tratar os efluentes. Para fixar melhor o conteúdo aprendido, resolva as 
questões a seguir.
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R e c u r s o s h í d r i c o s 79
 1. Acerca dos efluentes líquidos, podemos afirmar:
I — São originados pelo uso de recursos hídricos na produção 
industrial.
II — São originados pelo uso de recursos hídricos nas atividades 
higiê nicas do homem.
III — São todos os resíduos, líquidos e gasosos, que atingem o meio 
ambiente.
IV — Corresponde a um dos poluentes de maior impacto no meio 
ambiente.
V — Podem ser de origem agrícola.
Agora assinale a alternativa correta:
( ) As afirmativas I, II e III estão corretas.
( ) As afirmativas II e V estão corretas.
( ) As afirmativas I, II, III e IV estão corretas.
( ) As afirmativas I, II, III e V estão corretas.
 2. Para caracterização dos efluentes, dispomos de vários parâmetros. 
Assinale a alternativa que aponta aqueles parâmetros mais relevantes 
para determinar seu tratamento:
a) DBO, DQO, Turbidez.
b) DQO, COT, Turbidez.
c) DQO, DBO, COT.
d) DBO, Turbidez, Índice de coliformes.
Atividades deaprendizagem
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80 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Seção 3 Tratamento de efluentes
Verificamos até aqui a importância dos recursos hídricos e o efeito poluente 
dos efluentes para o meio ambiente, e consequentemente para a vida humana. 
Vamos abordar agora a forma de tratar os efluentes gerados pelo homem, de 
modo a minimizar os efeitos nocivos desses poluentes.
Em um primeiro momento, vamos brevemente apresentar os tipos de tra-
tamentos dos efluentes gasosos. Logo após, vamos abordar as etapas de trata-
mentos dos efluentes líquidos.
3.1 Tratamento de efluentes gasosos
A legislação brasileira impõe que todas as empresas devem quantificar e 
conter todo material particulado produzido. Para tanto, as indústrias utilizam 
máquinas específicas. Essas máquinas vão corresponder ao tipo de tratamento 
adotado pela empresa. Existem basicamente seis tipos de equipamentos que 
realizam essa atividade de tratamento de efluentes gasosos:
 Filtros manga: o fluxo de ar é empurrado através de um filtro, que retém 
o material particulado (Figura 2.10).
Figura 2.10 Filtro manga
Fonte: ABNT (2001, p. 293).
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R e c u r s o s h í d r i c o s 81
 Coletores inerciais ou gravitacionais: o fluxo entra numa câmara e, através 
da gravidade, há a deposição do material particulado, em espécies de 
silos (Figura 2.11).
Figura 2.11 Coletor gravitacional
Fonte: ABNT (2001, p. 303).
 Coletores úmidos ou lavadores de gás: o fluxo é forçado contra a gravi-
dade e uma irrigação gotejada. Essa irrigação choca-se contra o material 
particulado, aglutinando as partículas, e depositando no fundo do coletor 
(Figura 2.12).
Figura 2.12 Coletores úmidos 
Fonte: ABNT (2001, p. 317).
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82 G E S T Ã O A M B I E N T A L
 Ciclones: o fluxo é impulsionado por uma força centrífuga, gerando um 
movimento centrífugo. Esse movimento induz que as partículas se cho-
quem contra as paredes do equipamento, conduzindo-as para fora do 
fluxo (Figura 2.13).
Figura 2.13 Ciclones 
Fonte: ABNT (2001, p. 307).
 Pós-queimadores: são mais utilizados pelas indústrias petroquímicas, para 
eliminar partículas orgânicas e resíduos de combustíveis. Neles, os mate-
riais particulados são esquentados a temperaturas elevadas, oxidando-se 
a CO2.
 Precipitadores eletrostáticos: o material particulado é carregado eletros-
taticamente, e placas metálicas coletam essas partículas e as depositam 
em locais adequados (Figura 2.14).
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R e c u r s o s h í d r i c o s 83
Figura 2.14 Precipitadores eletrostáticos 
Fonte: Lisboa e Schirmer (2007, p. 38).
Caro leitor, caso você tenha interesse em saber um pouco mais sobre o controle dos efluentes 
gasosos, acesse o trabalho de Lisboa e Schirmer no link 
<http://www.lcqar.ufsc.br/adm/aula/Cap%207%20MetControle%20PATM.pdf.>
Para saber mais
3.2 Tratamento de efluentes líquidos
As estações de tratamento de águas residuárias (ETAR), conhecidas no Brasil por 
estações de tratamento de efluentes (ETE) são os locais de tratamento de efluente 
de origem doméstica e industrial. Nesses locais, as águas residuárias passam por 
diversas etapas de processamento, para posteriormente, com um nível de poluição 
“aceitável”, ser encaminhadas a corpos receptores — lagos, rios, mares.
Importante destacar aqui o aceitável, pois esses níveis se submetem a 
normativas legais, que variam nos estados brasileiros, e se mostram bastante 
confusas. É imperativo que as medidas a serem adotadas no tratamento de um 
efluente considerem aspectos técnicos, tais como:
 Qualidade do corpo receptor.
 Características necessárias para o uso dos recursos hídricos a jusante do 
ponto de lançamento.
 Capacidade de autodepuração e diluição do corpo receptor.
 Consequências ambientais do lançamento dos efluentes, considerando 
a sua composição.
Book_Gestao_ambiental.indb 83 6/25/14 5:10 PM
84 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Geralmente, há a necessidade de várias etapas para realizar o adequado 
tratamento de determinado efluente, a fim de que se enquadre em parâmetros 
aceitáveis. Podemos classificar esses processos em cinco módulos subsequentes: 
pré-tratamento, tratamento primário; tratamento secundário, tratamento terciário 
e sistema de lodo. Vamos entender cada uma dessas etapas.
3.2.1 Pré-tratamento
O pré-tratamento visa retirar os sólidos grosseiros, com grandes dimensões. 
A retirada desses materiais possibilita proteger os sistemas de transporte dos 
efluentes e as unidades de tratamento subsequentes. É realizado em duas etapas:
 Gradeamento ou peneiramento: primeira fase de tratamento do efluente. 
Nela há a passagem do efluente através de um sistema de grades, com-
postas de três classes: as grades grosseiras, com abertura de 5 a 10 cm; 
grades médias, com aberturas entre 2 e 4 cm; e as grades finas, com 
aberturas entre 1 e 2 cm. 
 Desaneração: são dispositivos com a finalidade de reter sólidos suspensos 
de rápida deposição. Entre esses detritos, podemos citar terra, partículas de 
metal, carvão, cascalho etc. A remoção visa à proteção de bombas e outros 
acessórios, contra a abrasão e obstrução. O processo ocorre nas caixas de 
areia (Figura 2.15), e o efluente deve ter sua velocidade de vazão diminuída, 
para valores da ordem de 0,3 m/s (considerado ideal). O material orgânico 
suspenso e partículas mais leves não devem ser retidos nesse momento, 
devendo correr o fluxo do efluente.
Figura 2.15 Caixa de areia
Fonte: Dezotti (2008, p. 61).
Para alguns efluentes há ainda a necessidade de caixas de gordura, que 
retiram materiais flutuantes como gorduras, óleos e graxas, além de outros ma-
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R e c u r s o s h í d r i c o s 85
teriais com densidade menor que a água. Terminado o pré-tratamento, inicia-se 
o tratamento primário.
3.2.2 Tratamento primário
O tratamento primário é composto por processos físico-químicos que buscam 
equalizar e neutralizar a carga do efluente. Nessa etapa podemos destacar cinco 
etapas: sedimentação, equalização, neutralização, coagulação e floculação.
 Sedimentação. Consiste no processo de remoção dos sólidos em suspen-
são não retidos no pré-tratamento. Ocorre nos decantadores (também 
denominados de sedimentadores), que podem ter formato circular ou 
retangular. Possuem uma profundidade de 3 a 4 m, e o efluente deve 
permanecer nesse local pelo período de 2 a 3 horas. Quando chega ao 
sedimentador, o efluente tem sua velocidade dissipada por um anteparo, 
que dirige o fluxo para baixo. Os sólidos decantados são raspados por 
uma régua fixa, sendo direcionados para um poço.
 Equalização. A equalização é uma etapa com o objetivo de controlar as 
variações intrínsecas do efluente, como fluxo e concentração. São com-
postos de tanques que podem equalizar a vazão ou a concentração do 
efluente, ou ainda as duas operações simultâneas. Isso impede que haja, 
por exemplo, uma sobrecarga ao sistema, ou uma distribuição variável 
dos poluentes.
 Neutralização. Como o próprio nome diz, é o momento em que é corri-
gido o pH do efluente, de tal modo que se aproxime daquele projetado. 
Pode ser empregada a mistura de diferentes tipos de efluentes (ácido e 
básico), processo este chamado de neutralização por equalização; ou 
ainda a correção direta do pH, com adição de ácidos ou bases. 
 Coagulação. A coagulação visa reunir dejetos que se encontram em 
suspensão fina ou ainda dissolvidos. Depois de coaguladas, essas im-
purezas podem ser removidas por decantação ou filtração. Para realizar 
essa operação, utilizam-se coagulantes, que devem ser adicionados ao 
efluente, e rapidamente distribuídos por toda a massa de água residual. 
Para tanto, utilizam-se as câmaras de misturas rápidas, que possuem sis-
temas agitadores. Os coagulantes são eletrólitos que reagem com a água, 
formando espécies hidrolisadas com carga positiva, que desestabilizama carga superficial das espécies poluentes.
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86 G E S T Ã O A M B I E N T A L
 Floculação. É a etapa subsequente à coagulação. Desestabilizados pela ação 
do coagulante, os poluentes descarregados se aglomeram e formam flocos. 
Para isso, as câmaras de floculação devem quebrar a velocidade do fluxo do 
efluente, permitindo, desse modo, o contato entre os poluentes coagulados. 
A velocidade do fluxo deve variar entre 0,1 e 0,4 m/s. Logo após, o efluente 
retorna aos decantadores, possibilitando que os flocos sedimentem. 
3.2.3 Tratamento secundário
Consiste na etapa biológica do tratamento do efluente. Nesse processo, que 
ocorre em tanques de aeração, é adicionado ao efluente o lodo ativado, que 
consiste numa cultura microbiológica em forma de flocos. Esses microrganismos 
oxidarão a matéria orgânica remanescente no efluente, na presença de oxigênio. 
O oxigênio, por sua vez, pode ser fornecido ao sistema através de um sistema 
de aeração mecânica ou ainda pela introdução do gás oxigênio puro, mantendo 
níveis de concentração da ordem de 1,50 a 2,0 mg/L.
A mistura do efluente com o lodo ativado é denominada licor. As vazões de 
entrada e saída do efluente no tanque de aeração devem ser determinadas con-
forme a DBO.
Ainda nessa etapa do tratamento, há, subsequente ao tanque de aeração, o 
tanque de decantação secundário. Nele, os flocos de lodo ativado são separados 
do licor. O efluente segue para o tratamento terciário, se necessário, enquanto 
o lodo ativado é reutilizado ou descartado. O descarte do lodo ativado será 
feito na quinta etapa do tratamento (Figura 2.16).
Figura 2.16 Esquema da etapa secundária de tratamento de efluentes
Fonte: Dezotti (2008, p. 78)
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3.2.4 Tratamento terciário
O tratamento terciário é empregado para remover poluentes específicos de 
efluentes. Essa etapa é também denominada de “polimento”. São empregados 
quando o corpo receptor não possui vazão suficiente para diluir o efluente 
originado dos tratamentos primários e secundários, ou quando se deseja a 
reutilização da água originada do tratamento do efluente, porém, com uma 
qualidade superior.
Os métodos empregados no tratamento terciário são, em regra, mais dis-
pendiosos, e são aplicados em virtude da qualidade que se deseja atingir para 
o efluente, bem como da natureza e composição desse efluente.
Vamos citar alguns exemplos de tratamento terciário, ressaltando que são várias 
as possibilidades, diante da intenção e da necessidade em se tratar esse efluente. 
O efluente sai do tratamento secundário ainda com carga remanescente de 
matéria orgânica, e sem que tenha se tentado retirar nutrientes como o fósforo 
e o nitrogênio, que são responsáveis pela eutrofização. Além disso, não se vis-
lumbrou, nos processos descritos anteriormente, algum que faça a desinfecção 
do efluente, ou seja, a remoção de microrganismos patogênicos.
Assim, quando o destino final do efluente forem córregos ou lagos, princi-
palmente que servem de paisagens urbanísticas, é necessária a retirada desses 
nutrientes, bem como o processo de desinfecção. 
Para a oxidação de matéria orgânica remanescente podemos utilizar o mé-
todo da ozonização, que consiste no bombardeamento do efluente com gás 
ozônio, promovendo, assim, a oxidação dos compostos orgânicos. Podemos 
ainda utilizar filtros com carvão ativado para remoção de compostos orgânicos, 
principalmente aqueles que ainda se encontram em suspensão ou diluídos.
Para remoção do fósforo, podem ser utilizados sais de ferro ou alumínio, na 
forma de cloretos ou sulfatos. Na presença desses cátions, o fósforo precipitará, 
formando um lodo químico, de difícil tratamento, mas de fácil remoção.
Já a retirada de nitrogênio pode ser efetuada por meio de bactérias desnitri-
ficantes, com carência de oxigênio, ou ainda convertido em amônia e liberados 
por torres de remoção específica.
A desinfecção pode ser realizada com a cloração, em que são adicionados 
compostos contendo cloro ativo, que possui ação bactericida. Em contrapartida, 
a cloração auxilia ainda na redução de odores indesejados nos efluentes. A 
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88 G E S T Ã O A M B I E N T A L
ozonização e a incidência de luz ultravioleta também correspondem a meios 
empregados para a desinfecção.
Como mencionado, outros procedimentos devem ser empregados diante das 
necessidades alheias ao efluente tratado. Porém, completados os tratamentos 
terciários, o efluente estará pronto a ser lançado no corpo receptor.
3.2.5 Tratamento do sistema de lodo
Os lodos ativados empregados no tratamento secundário constituem um dos 
principais resíduos gerados pelas ETE’s. Assim, uma quinta etapa no tratamento 
de efluentes corresponde à adequada destinação desse resíduo.
Primeiro, verificamos que o lodo é reaproveitado. Porém, dependendo da 
DBO e do sistema empregado no tratamento, esse lodo tem uma vida útil, 
que varia de dias a semanas. Assim, a quantidade de lodo gerado numa ETE é 
bastante significativa.
O tratamento do lodo inicia-se pelo adensamento, que consiste no aumento 
da concentração de sólidos no lodo. Ele pode ser realizado por gravidade, flota-
ção, centrifugação ou ainda através de adensadores de esteira e tambor rotativo.
Logo após vem a estabilização, que consiste na redução de material orgânico 
volátil, que ocorre no reator, de forma aeróbica, evitando, assim, a putrefação 
do lodo e a concentração de microrganismos patogênicos. Em seguida vem o 
condicionamento, que visa melhorar as características de separação das fases 
do lodo (sólida e líquida). O condicionamento pode ser realizado mediante 
tratamento químico, com emprego de sais de alumínio ou ferro, ou ainda por 
processos físicos, via tratamento térmico.
Prosseguindo com o tratamento do lodo, vamos agora para sua desidrata-
ção, com o objetivo de reduzir a umidade no lodo, e, consequentemente, seu 
volume. Para tanto, utiliza-se de processos térmicos, como o aquecimento do 
lodo a temperaturas próximas de 180° C, por pelo menos 30 minutos. Esse 
aquecimento ocasiona a morte de grande parte dos microrganismos patogê-
nicos. Após esse processo, o lodo, agora denominado biossólido, pode ser 
conduzido ao destino final, que pode ser disposição no solo; disposição em 
aterros, disposição no mar; ou incineração.
Caro leitor, verificamos brevemente como se realiza o tratamento de 
efluentes. Um estudo mais profundo é necessário para aqueles que pretendem 
entender a fundo esses mecanismos. Assim, livros referenciados nesta unidade 
poderão ajudá-los a aprofundar seus conhecimentos, inclusive demonstrando 
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R e c u r s o s h í d r i c o s 89
os tratamentos em cada ramo industrial. Na próxima seção, verificaremos 
brevemente e de modo geral como diminuir a “produção” de efluentes. Mas, 
antes, responda às questões de fixação.
 1. As alternativas a seguir citam equipamentos que são utilizados no 
tratamento de efluentes líquidos, EXCETO:
a) Decantador.
b) Filtro manga.
c) Tanque de areia.
d) Tanque de aeração.
 2. O tratamento de efluentes líquidos envolve basicamente cinco etapas. 
Associe os itens utilizando os códigos a seguir, com os processos 
mencionados posteriormente.
I. Pré-tratamento.
II. Tratamento primário.
III. Tratamento secundário.
IV. Tratamento terciário.
V. Tratamento do lodo ativado.
( ) Gradeamento.
( ) Oxidação da matéria orgânica com lodo ativado.
( ) Ozonização.
( ) Desidratação.
( ) Sedimentação.
Agora, assinale a alternativa que representa a sequência correta:
a) II — III — IV — V — I.
b) I — III — IV — V — II.
c) I — III –V — IV — II.
d) I — II –V — IV — III.
Atividades de aprendizagem
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90 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Seção 4 Efluentes industriais — como 
reduzi-los?
Verificamos até o momento, caro leitor,a prática da geração de efluentes 
líquidos em decorrência do uso de recursos hídricos, a forma de caracterizar e 
tratar esses efluentes. Porém, diante da pronunciada projeção de escassez dos 
recursos hídricos, podemos nos perguntar: como reduzir os efluentes industriais?
A geração de efluentes industriais líquidos está ligada ao uso desse recurso 
hídrico em seu processo produtivo. Podemos destacar o uso da água em quatro 
momentos na indústria, que podem ou não ocorrer totalmente na mesma unidade: 
 Água como matéria-prima.
 Água utilizada no processo industrial.
 Água utilizada para resfriamento.
 Água utilizada em instalações sanitárias, refeitórios, limpeza.
A água utilizada como matéria-prima é de difícil redução. Somente altera-
ções na fórmula possibilitariam esse decréscimo de consumo. Ou ainda, a dimi-
nuição da produção, o que não é objetivo de nenhuma organização capitalista.
Para os outros tipos de uso, podemos mencionar aquele que é o melhor mé-
todo para diminuição dos efluentes industriais: a reutilização. A água utilizada 
em processos industriais poder servir, por exemplo, como meios reacionais. 
Assim, seria possível purificar essa água e reutilizá-la nos mesmos procedimen-
tos; ou ainda destiná-la para outras etapas produtivas, onde sua qualidade não 
é tão determinante para o processo.
Por exemplo, uma água tratada que serviu como meio reacional poderia servir 
para colunas de resfriamentos, ou ainda ser coletada e armazenada separada-
mente, e ser utilizada para a lavagem das instalações, ou regar plantas e jardins.
É evidente que todo processo de reutilização da água depende de seu uso pri-
mário e de sua composição. Algumas águas residuais podem ser empregadas em 
outros usos, sem nem mesmo terem sido tratadas, ou com tratamentos simples.
Porém, cabe à empresa empreender com pensamento voltado à sustenta-
bilidade, aliando a contenção dos custos com as questões ambientais. Nesse 
sentido, a reutilização da água vem se mostrando rentável em várias situações.
Caro leitor, como mencionado anteriormente, não é objeto deste livro de-
monstrar todas as possibilidades de redução dos efluentes industriais, citando 
as diversas formas de reutilização das águas. É dever de todos os profissionais 
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R e c u r s o s h í d r i c o s 91
criar uma análise crítica e verificar o ambiente que os rodeia e auxiliar na 
preservação desse bem inigualável para o ser humano.
 1. Os recursos hídricos podem ser utilizados em plantas industriais de 
diversos modos, sendo um deles como matéria-prima do produto. Nas 
alternativas abaixo estão listadas situações em que a água é matéria-
-prima do produto, EXCETO:
a) Indústria de cervejaria.
b) Indústria de refrigerante.
c) Indústria petrolífera.
d) Indústria de sucos.
 2. O reúso dos recursos hídricos mostra-se como a melhor alternativa 
para a diminuição dos efluentes industriais. Qual das situações abaixo 
é possível de ser empregada na reutilização da água?
a) Uma indústria química reutiliza a água captada do sistema de esgoto 
no processo produtivo, após submetê-la ao tratamento primário.
b) Uma termoelétrica utiliza sua água de resfriamento para a manu-
tenção de jardins e limpeza da área externa.
c) Uma indústria de saneante utiliza a água do processo produtivo 
(empregada em meios reacionais) como matéria-prima.
d) Uma indústria petroquímica capta a água utilizada na limpeza 
externa para utilizá-la nos sistemas de resfriamento.
Atividades de aprendizagem
Nesta unidade tivemos a oportunidade de compreender o que são recursos 
hídricos, e que a abundância de água verificada em nosso planeta não 
corresponde necessariamente à água disponível para o uso humano. Aliás, 
Fique ligado!
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92 G E S T Ã O A M B I E N T A L
a grande maioria de nossas águas forma o mar, que é impróprio para o 
uso humano, seja em seus afazeres domésticos, seja nas diversas cadeias 
produtivas. Esse cenário nos levou a verificar que todo recurso hídrico é 
água, mas nem toda água é recurso hídrico.
Há uma crescente preocupação quanto à escassez de água no planeta, 
por causa de três fatores preponderantes: aumento da população, processo 
de urbanização e diminuição das águas com qualidade, sendo que este 
último decorre do mau uso dos recursos hídricos. E esse mau uso gera 
os efluentes líquidos, que podem ser de natureza doméstica, industrial, 
agrícola ou ainda pluvial.
A preocupação aumenta ao saber que apenas cerca de 37% dos 
efluentes gerados no Brasil recebem tratamento prévio, antes de serem 
descartados em corpos receptores. Os efluentes são misturas complexas, 
cuja caracterização química se mostra praticamente impossível. Assim, a 
fim de universalizar a análise desses efluentes, foram criados parâmetros 
analíticos, que apontam esse grau de “poluição”, entre os quais se desta-
cam a DQO, a DBO e COT.
A demanda química de oxigênio demonstra a quantidade de oxigê-
nio necessária para oxidar toda a matéria orgânica de uma amostra, seja 
ela biodegradável ou não. Entretanto, no processo analítico, as reações 
acontecem também com materiais inorgânicos.
A demanda bioquímica de oxigênio mensura a quantidade de oxigê-
nio necessária para oxidar toda a matéria orgânica biodegradável numa 
amostra. Novamente, no processo analítico, pode ocorrer a oxidação do 
material inorgânico. A desvantagem desse método é sua demora. Assim, 
por convenção, adotou-se o uso da análise no período de cinco dias.
O carbono orgânico total aponta a quantidade de carbono proveniente 
apenas de material orgânico presente na amostra. É uma análise que 
vem despertando maior interesse analítico. Entretanto, é no comparativo 
entre os resultados de DQO/DBO e DQO/COT que temos interpretações 
expressivas da composição do efluente, auxiliando significativamente no 
planejamento técnico do processo de tratamento.
O tratamento dos efluentes deve se ater a parâmetros técnicos, e 
considerar a vazão e condição do corpo receptor e as características do 
efluente. Obviamente deve atender à legislação ambiental, porém as metas 
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R e c u r s o s h í d r i c o s 93
legais não devem ser objeto do tratamento, e sim as condições ideais de 
preservação do meio ambiente.
O tratamento de efluentes pode passar por cinco etapas, classifica-
das em pré-tratamento, tratamento primário, tratamento secundário e 
tratamento terciário, enquanto a quinta etapa corresponde ao tratamento 
de um resíduo do processo de tratamento de efluentes, o lodo ativado. 
O tratamento terciário está voltado para retirar particulas do efluente e 
melhorar sua qualidade, antes do despejo final, enquanto as outras fases 
do tratamento estão voltadas para diminuir a DBO e a DQO, bem como 
retirar sólidos suspensos do efluente.
Por fim, a diminuição na geração de efluentes passa necessariamente 
por um processo de planejamento, que engloba a reutilização da água em 
diversas fases do processo produtivo, de modo adequado, sem que interfira na 
qualidade do produto final ofertado, aliando, ainda, aos recursos financeiros.
Estes são os tópicos básicos apresentados na unidade. Convido você, 
caro leitor, a realizar as atividades de aprendizagem da unidade, a fim de 
fixar melhor o conteúdo aprendido.
Foi descrito nesta unidade que os recursos hídricos disponíveis ao homem, 
apesar de parecerem infinitos, estão se acabando em decorrência, prin-
cipalmente, da diminuição da qualidade dessas águas. Tal decréscimo é 
provocado, em especial, pelos resíduos industriais, domésticos e agrícolas 
produzidos pelo homem.
As diversas composições dos efluentes gerados pelo homem, seja na 
indústria, sejam os domésticos, dificulta significativamente o tratamento 
desses dejetos. Além disso, o fator financeiro está bastante relacionado 
com esse assunto.
Algumas pessoas podem pensar que a preservação do meio ambiente 
e mais precisamente dos recursos hídricosnão é atribuição de sua pro-
fissão. Porém, todo profissional tem participação nesses processos, seja 
conduzindo-os, seja projetando-os, ou ainda mantendo-os em segurança 
para os trabalhadores.
Para concluir o estudo da unidade
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94 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Caro leitor, convido você a verificar em sua residência o uso dos 
recursos hídricos. Está fazendo sua parte para preservar esse bem? E na 
empresa onde você trabalha? Será que o Brasil corre o risco de escassez? 
Aprofunde seus conhecimentos, tenha interesse. Este é um assunto que 
deve interessar a todas as pessoas.
 1. O ciclo hidrológico corresponde ao movimento da água no planeta. 
Após as chuvas, parte da água penetra no solo, alojando-se em rochas 
subterrâneas, formando os lençóis freáticos. Essa etapa de entrada no 
solo é denominada de:
a) Precipitação.
b) Infiltração.
c) Evaporação.
d) Escoamento superficial.
 2. Os recursos hídricos podem ser utilizados de diversas maneiras pelo 
homem. E esse uso determinará o grau de qualidade requerido. Na 
geração de energia em hidrelétricas, podemos mencionar como pa-
râmetros de qualidade:
a) Isenta de substâncias químicas nocivas a saúde.
b) Isenta de microrganismos nocivos à saúde.
c) Baixa dureza e baixa agressividade.
d) Baixos teores de sólidos em suspensão e óleos e graxas.
 3. A escassez dos recursos hídricos é causada por três fatores, sendo um 
deles majoritário. Assinale a alternativa que expressa corretamente 
esse fator.
a) Aumento da população mundial leva à escassez dos recursos 
hídricos, pois, como pode ser verificado pelos dados apresen-
tados, não há recursos hídricos disponíveis para abastecer uma 
população mundial maior que 6 bilhões de pessoas.
Atividades de aprendizagem da unidade
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R e c u r s o s h í d r i c o s 95
b) O processo de urbanização é o grande responsável pela escassez 
da água, pois gera o consumo desenfreado em grandes centros, 
levando à escassez pontual da água naquele local, sem afetar as 
bacias hidrográficas próximas.
c) A diminuição da qualidade da água, originada pelo mau uso 
dos recursos hídricos, que após a utilização pelo homem são 
retornados aos corpos coletores, ou seja, devolvidos aos ciclos 
hidrológicos, sem tratamento adequado.
d) O processo de urbanização aliado à sua rede de esgoto domés-
tico, que, em geral, despeja seus dejetos nos mares, ocasionando 
a dessanilização dessas águas marítimas.
 4. É um dos parâmetros analíticos mais importantes na caracterização 
do efluente, seja ele doméstico ou industrial. Indica a quantidade de 
oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica biodegradável. 
Possui como desvantagem a demora na análise. Assinale a alternativa 
que expressa corretamente a análise descrita acima:
a) Demanda química de oxigênio.
b) Demanda bioquímica de oxigênio.
c) Carbono orgânico total.
d) Turbidez.
 5. O tratamento de efluentes é realizado em cinco etapas, sendo quatro 
delas realizadas sobre o efluente e uma sobre o resíduo gerado em 
decorrência desse tratamento. Assinale a alternativa que corresponde 
ao momento em que são retirados os sólidos grosseiros do efluente, 
a fim de facilitar seu fluxo nas unidades de tratamento.
a) Pré-tratamento.
b) Tratamento primário.
c) Tratamento secundário.
d) Tratamento terciário.
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96 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Referências
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Brasil Série Temática: Recursos Hídricos. Brasília, 2007. 
DEZOTTI, Marcia. Processos e técnicas para o controle ambiental de efluentes líquidos. 
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HESPANHOL, Ivanildo. Reúso de água: uma alternativa viável. Revista Brasileira de 
Saneamento e Meio Ambiente, v. 11, n. 18, Rio de Janeiro, 2001.
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poluição atmosférica. 2007. Disponível em: <http://www.lcqar.ufsc.br/adm/aula/Cap%20
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MATTAR, M. S.; COSTA, H. B.; BELISÁRIO, M. Emprego de bioadsorventes na remoção 
de corantes de efluentes provenientes de indústrias têxteis. Disponível em: <http://www.
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PEREIRA JUNIOR, José de Sena. Recursos hídricos: conceituação, disponibilidades e 
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TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 
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VILLIERS, Marq de. Água: como o uso deste precioso recurso natural poderá acarretar a 
mais séria crise do século XXI. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002. 458 p.
Book_Gestao_ambiental.indb 96 6/25/14 5:10 PM
Resíduos
Unidade 3
Fernanda Caroline Jaques
Objetivos de aprendizagem: Caro(a) acadêmico(a), esta unidade tem 
como objetivo principal apresentar uma contextualização do tema 
resíduo sólido, seu conceito, bem como sua classificação, fatores que 
influenciam sua geração, composição e as implicações que a geração 
desses resíduos tem sobre o meio ambiente e a saúde pública. 
Objetivos específicos
 Definir resíduos sólidos industriais e urbanos.
 Apresentar uma breve contextualização da problemática 
dos resíduos sólidos ao longo da evolução da humanidade.
 Levantar questões relacionadas ao tema, e suas implica-
ções perante a sociedade de consumo, instalada após a 
Revolução Industrial.
 Classificar os resíduos sólidos segundo suas características 
e propriedades.
 Definir e discutir os sistemas de gestão e gerenciamento 
de resíduos sólidos e a necessidade de implantação de 
sistemas integrados de gerenciamento de resíduos sólidos.
 Identificar situações que influenciam as características e 
a quantidade de resíduos sólidos gerados.
 Levantar formas de minimização e geração dos resíduos 
sólidos, bem como as formas de acondicionamento seguro 
desses resíduos, para posterior coleta, transporte e desti-
nação final e/ou tratamento.
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 Seção 1: Resíduos sólidos urbanos e industriais
Apresenta algumas definições e aborda o tema de 
uma forma genérica; também traz uma contextuali-
zação dos resíduos sólidos ao longo da evolução do 
homem e formação dos centros urbanos.
 Seção 2: Gestão e gerenciamento de resíduos
Define gestão e gerenciamento de resíduos sólidos e 
introduz os sistemas de gerenciamento e critérios de 
escolha do sistema mais adequado em determinadas 
situações; e subseção 2.1 — Gerenciamento inte-
grado de RSU’s — faz a apresentação da necessidade 
de implantação de sistemas integrados de resíduos, 
para obtenção de melhor desempenho na gestão e 
gerenciamento; e subseção 2.2 — Classificação dos 
resíduos — classifica os resíduos sólidos.
 Seção 3: Formas de minimização de geração 
e segregação
Discorre sobre as formas de minimização de geração 
e segregação.
 Seção 4: Acondicionamento seguro
Apresenta os tipos de acondicionamento seguro.
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R e s í d u o s 99
Introdução ao estudo
Nesta unidadevocê será apresentado à problemática dos resíduos sólidos, 
e a necessidade que se tem de gerenciamento desses resíduos, o conhecimento 
de suas características, bem como formas de amenizar os impactos ambientais 
causados pela sua geração e disposição. A geração de resíduos é inevitável, 
levando-se em consideração que são as sobras das diversas atividades desen-
volvidas pelo homem.
Portanto, cabe ao homem criar mecanismos de gestão e gerenciamento 
desses resíduos, cada vez mais diversificados em função dos avanços tecno-
lógicos, inclusive, com o constante crescimento da população e dos padrões 
de consumo.
Atualmente, tem-se nos resíduos sólidos a maior problemática enfrentada 
pelo homem, levando-se em conta seu potencial de poluição, a redução da 
disponibilidade de locais para sua disposição adequada e de minimização da 
quantidade gerada, bem como dos seus efeitos deletérios ao meio ambiente.
Os resíduos sólidos fazem parte da área de saneamento, pois sua má dis-
posição e tratamento levam a sérios problemas de contaminação e poluição 
dos solos, das águas e do ar, provocando a proliferação de insetos, roedores e 
vetores que afetam direta e indiretamente a saúde da população.
Para melhor entendimento do tema, esta unidade está dividida em quatro 
seções.
Seção 1 Resíduos sólidos urbanos 
e industriais
A produção de lixo é milenar e inevitável, porém o padrão de consumo e 
consequentemente a quantidade de resíduos sólidos urbanos gerados tem se 
modificado ao longo da história e da evolução humana.
No passado, a geração de lixo era em pequena escala e praticamente de 
origem orgânica, como restos de alimentos, cascas de frutas e vegetais; com 
o passar dos anos, a evolução humana e o avanço tecnológico, bem como o 
crescimento populacional desordenado, têm ocasionado mudanças na com-
posição dos resíduos e ainda na quantidade gerada.
Portanto, faz-se necessário o entendimento desses fatores e transformações, 
bem como de gerenciamento e tratamento adequados desses resíduos, para que 
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100 G E S T Ã O A M B I E N T A L
o homem e o planeta não sofram as consequências negativas e os problemas 
de saúde gerados por esses resíduos.
Caro acadêmico, esta seção traz noções gerais da problemática dos resíduos 
sólidos ao longo da história do desenvolvimento humano, bem como definições 
intrínsecas ao tema necessárias ao bom entendimento. 
1.1 Resíduos sólidos urbanos e industriais
“A produção de lixo é milenar. Na Antiguidade, o homem não tinha a 
menor preocupação com os resíduos que produzia, já que eram orgânicos e 
sua decomposição, natural. Além disto, havia muito espaço para disposição” 
(KLIGERMAN, 2000, p. 15). 
“Já na Idade Média, quando a peste bubônica (doença transmitida por ratos), 
fez 43 milhões de vítimas na Europa, o homem descobriu a necessidade de 
enterrar o lixo” (OLIVEIRA; CARVALHO, 2005; p. 87).
O processo de geração de resíduos sólidos urbanos pode ser considerado 
um problema social que surgiu após o abandono da vida nômade pelo homem. 
A partir do século XX, os hábitos de consumo e de produção da população 
sofreram alterações, por causa principalmente da Revolução Industrial.
Segundo Kligerman (2000, p. 45):
Após a Revolução Industrial, surge a sociedade de 
consumo, e com esta, aumenta a necessidade de in-
fraestrutura (caminhões para transporte; locais para 
tratamento e destinação, como usina de reciclagem 
e compostagem, aterro sanitário), devido à crescente 
quantidade de lixo, mas também cresce a resistência à 
criação de locais para destinação devido ao incômodo 
e à desvalorização do imóvel.
Segundo Sisinno (2000, p. 18), incluído nas referências,
[...] a questão da coleta, tratamento e destino final ade-
quados do lixo, é um importante aspecto relacionado à 
saúde pública e que merece a devida importância não só 
das autoridades competentes, como do meio científico/
acadêmico e da população em geral.
O termo “lixo” foi substituído por “resíduos sólidos”, que 
passaram a ser encarados como responsáveis por graves 
problemas de degradação ambiental e compreendidos 
como ‘objetos’ com valor econômico agregado, por pos-
sibilitarem e estimularem reaproveitamento no próprio 
processo produtivo (KLIGERMAN, 2000, p. 61).
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R e s í d u o s 101
Etimologicamente, a palavra resíduo, surgida no século XIV, deriva do latim 
residuum, que traduz a diminuição do valor de uma matéria, de um objeto, até 
que se torne inutilizável num dado lugar e num dado tempo (PICHAT, 1995).
O mesmo autor ainda estudou que
[...] um resíduo é legalmente o que deve ser eliminado, 
porque, pode, com efeito, ser perigoso se for inflamável, 
explosivo, corrosivo, facilmente solúvel, quimicamente 
muito reativo, como o sódio, ou ainda radioativo. Um 
resíduo pode igualmente ser perigoso por poluir a biosfera 
(PICHAT, 1995, p. 93).
A Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 10.004 (ABNT, 2004) 
define resíduos sólidos como:
Resíduos no estado sólido e semissólido, que resultam 
de atividades de origem industrial, doméstica, hospi-
talar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. 
Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes 
de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados de 
equipamentos e instalações de controle de poluição, 
bem como determinados líquidos cujas particularida-
des tornem inviável o seu lançamento em rede pública 
de esgotos ou de corpo de água, ou exijam, para isso, 
soluções técnicas e economicamente inviáveis em face 
à melhor tecnologia disponível.
Os resíduos sólidos são materiais heterogêneos (inertes, 
minerais e orgânicos) resultantes das atividades humanas 
e da natureza, os quais podem ser parcialmente utiliza-
dos, gerando, entre outros aspectos, proteção da saúde 
pública e economia de recursos naturais (LIMA, 2001, 
p. 45).
“Resíduo sólido é qualquer material indesejável ou descartado que não seja 
gasoso ou líquido. Na natureza não existe resíduo sólido, pois os resíduos de 
um organismo transformam-se em nutrientes para outros organismos” (MILLER, 
2007, p. 446).
As diversas atividades humanas produzem resíduos sólidos orgânicos e inor-
gânicos. Os resíduos orgânicos são compostos de materiais que se putrificam, 
como fibras naturais, restos de alimentos, papéis, madeira; já os inorgânicos 
são constituídos por materiais sintéticos de difícil decomposição, como plásti-
cos (dos mais variados materiais), metais, vidros. Segundo Oliveira e Carvalho 
(2005, p. 90) “[...] essa distinção é importante para se estabelecer o tipo de 
tratamento e de destino final dos resíduos sólidos em cada caso”.
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102 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Miller (2007, p. 446) afirma que “[...] a maioria dos resíduos sólidos é um 
sintoma do desperdício de recursos, cuja produção causa poluição e degradação 
ambiental”.
Braga et al. (2005, p. 147, grifo do autor) também estudou que 
[…] o denominado “lixo”, em função de sua proveniência 
variada, apresenta também constituintes bastante diver-
sos, e o volume de sua produção varia de acordo com 
sua procedência, com o nível econômico da população 
e com a própria natureza da atividades econômicas na 
área onde é gerado. 
É importante destacarmos que o desenvolvimento econômico, o modo de 
vida e o número de habitantes de uma determinada comunidade influenciam 
diretamente na composição, características e também na quantidade de resí-
duos sólidos gerados.
Miller (2007) ainda identifica alguns dos resíduos sólidos descartados pelos 
consumidores americanos em uma economia que gera grande quantidade 
de dejetos:
 Alumínio suficiente para reconstruir a frota completa de aviões comerciais 
do país a cada três meses.
 Pneus que dariam a volta ao mundo quase três vezes todos os anos.
 Fraldas descartáveis que, enfileiradas, cobririam a distância equivalente 
a sete viagens de ida e volta para a Lua, todos os anos.
 Cerca de 130 milhõesde telefones celulares, 50 milhões de computa-
dores e 8 milhões de aparelhos de televisão por ano. Esse desperdício 
eletrônico é o problema relacionado com resíduos que mais cresce nos 
Estados Unidos e no mundo. É também uma fonte de dejetos tóxicos e 
perigosos, incluindo chumbo, mercúrio e cádmio, que podem contaminar 
o ar, as águas superficiais, as águas subterrâneas e o solo.
 Carpete suficiente para cobrir o estado de Delaware todos os anos.
 Cerca de 2,5 milhões de garrafas plásticas não retornáveis por hora.
 Aproximadamente 670 mil toneladas métricas de alimentos por ano.
 Papel sulfite o suficiente para construir um muro de 3,5 m atravessando 
o país, de Nova York até São Francisco, Califórnia.
 Cerca de 186 bilhões de correspondências (lixo postal) (uma média de 
660 unidades por americano) a cada ano, cerca de 45% delas são jogadas 
no lixo sem ao menos serem abertas.
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R e s í d u o s 103
Para Miller (2007, p. 446, grifo do autor): 
Sempre produzimos algum tipo de resíduo sólido direta 
ou indiretamente ao criarmos os produtos e serviços que 
utilizamos. O resíduo sólido produzido de modo direto 
chama-se lixo. Para a maioria das pessoas nos países de-
senvolvidos, caminhões de lixo levam esses resíduos — o 
que os olhos não veem, o coração não sente.
Segundo Ferreira (2000, p. 19), “[...] a questão dos resíduos sólidos é, atu-
almente, um dos temas centrais para aqueles que se preocupam com o meio 
ambiente, na perspectiva de garantir a existência de gerações”.
Lançado em qualquer lugar ou inadequadamente dis-
posto, o lixo é uma fonte dificilmente igualável de pro-
liferação de insetos e roedores, com os consequentes 
riscos para a saúde pública que daí derivam, além de ser 
causa de incômodos estéticos e de maus cheiro (BRAGA 
et al., 2005, p. 148).
Segundo Braga et al. (2005, p. 147):
Os resíduos sólidos de uma área urbana são constituídos 
por desde aquilo que denominamos “lixo” (mistura de 
resíduos produzidos nas residências, comércio e serviços 
e nas atividades públicas, na preparação de alimentos, 
no desempenho de funções profissionais e na varrição 
de logradouros) até resíduos especiais, e quase sempre 
mais problemáticos e perigosos, proveniente de processos 
industriais e de atividades médico-hospitalares.
Os resíduos sólidos industriais são resultantes dos mais diversos processos 
industriais, e, segundo Ferreira (2000, p. 35), “[...] podem ser apresentados nas 
formas de cinzas, lodos, óleos, metais, vidros, plásticos, orgânicos etc. e podem 
ou não apresentar periculosidade, dependendo das suas características”.
“A preocupação com os resíduos industriais e com os riscos potenciais 
de sua disposição inadequada no ambiente é recente e resultou dos enormes 
problemas decorrentes desta prática” (FERREIRA, 2000, p. 35).
O resíduo disposto incorretamente causa graves problemas ambientais, tais 
como poluição e contaminação do solo, da água e do ar, além dos inconvenien-
tes derivados dos odores e vetores de doenças. Os resíduos sólidos também são 
responsáveis por 6,7% da geração de gases de efeito estufa pela decomposição 
anaeróbica nos aterros sanitários no estado de São Paulo (CETESB, 2011 apud 
LEME; MARTINS; BRANDÃO, 2012).
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104 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Os autores Braga et al. (2005, p. 30) definiram que “[...] resíduos perigosos 
são aqueles que podem ser nocivos, no presente e no futuro, à saúde dos seres 
humanos, de outros organismos e ao meio ambiente”.
Você sabia que algumas empresas podem reduzir drasticamente sua poluição e produção de 
resíduos se passarem da venda de produtos para a venda de serviços que os produtos fornecem? 
(MILLER, 2007).
Para saber mais
Ainda segundo Braga et al. (2005, p. 22):
Diferentes países adotam práticas distintas para a iden-
tificação de resíduos perigosos, dependendo do resíduo 
em si, do modo pelo qual é utilizado e de como foi e é 
disposto no meio ambiente. Geralmente, tais resíduos pe-
rigosos são apresentados na forma de listas de substâncias 
ou de processos de indústrias que os geram.
Dentro dessa lógica, apresento o tema da próxima seção, que expõe as de-
finições de gerenciamento e gestão de resíduos, suas diferenças e as premissas 
básicas relacionadas à implantação de um sistema de gerenciamento de resíduos, 
bem como as implicações que garantem ou impedem seu bom funcionamento.
Você sabia que a maior parte dos resíduos sólidos gerados atualmente 
no mundo e no Brasil representa um sinal de como uma sociedade 
consumista e insatisfeita desperdiça recursos valiosos?
Questões para reflexão
 1. Quais os problemas ambientais e de saúde que os resíduos sólidos 
urbanos podem provocar quando inadequadamente gerenciados?
 2. Defina resíduos sólidos conforme seu entendimento e segundo a NBR 
10.004/2004 da ABNT.
Atividades de aprendizagem
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R e s í d u o s 105
Seção 2 Gestão e gerenciamento de resíduos
Tratando-se do tema “resíduos sólidos”, identifica-se a importância da 
implantação de um sistema de gerenciamento de resíduos consistente e ela-
borado com base em dados e características do local, visando principalmente 
a mudanças nos padrões de consumo e redução de geração.
O tema desta seção, gestão e gerenciamento de resíduos, tem a ver com a 
necessidade de tratamento e destinação adequados dos resíduos sólidos, tendo 
como premissa básica que a sua geração é inevitável.
Vale ressaltar, ainda, que um sistema adequado de gerenciamento de resí-
duos sólidos e sua disposição em locais adequados promovem a saúde pública, 
evitando a proliferação de moscas, insetos e roedores transmissores de doenças.
2.1 Gestão e gerenciamento de resíduos
O conceito de gestão de resíduos sólidos abrange atividades referentes à 
tomada de decisões estratégicas com relação aos aspectos institucionais, admi-
nistrativos, operacionais, financeiros e ambientais, enfim à organização do setor 
para esse fim, envolvendo políticas, instrumentos e meios (LIMA, 2001, p. 21).
Monteiro et al. (2001, p. 9) consideram um dos setores do saneamento 
básico a:
[…] gestão dos resíduos sólidos não tem merecido a 
atenção necessária por parte do poder público. Com isso, 
compromete-se cada vez mais a já combalida saúde da 
população, bem como se degradam os recursos naturais, 
especialmente o solo e os recursos hídricos. A interde-
pendência dos conceitos de meio ambiente, saúde e 
saneamento é hoje bastante evidente, o que reforça a 
necessidade de integração das ações desses setores em 
prol da melhoria da qualidade de vida da população.
Já o termo gerenciamento de resíduos sólidos, segundo Lima (2001, p. 21):
[...] refere-se aos aspectos tecnológicos e operacionais da 
questão, envolvendo fatores administrativos, gerenciais, 
econômicos, ambientais e de desempenho: produtividade 
de qualidade, por exemplo, e relaciona-se à prevenção, 
redução segregação, reutilização, acondicionamento, 
coleta, transporte, tratamento, recuperação de energia e 
destinação final de resíduos sólidos.
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106 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Para Miller (2007, p. 447), “[...] é possível gerenciar os resíduos sólidos que 
produzimos, reduzir ou prevenir sua produção”. Ainda segundo o mesmo autor 
“[...] podemos lidar com os resíduos sólidos que produzimos de duas maneiras: 
por meio do gerenciamento ou da redução de resíduos”. 
Jardim et al. (1995) expõem os responsáveis pelo gerenciamento dos diferentes 
tipos de resíduos (Quadro 3.1).
Quadro 3.1 Responsabilidade pelo gerenciamento de cada tipo de resíduo
Tipos de lixo Responsável
Domiciliar Prefeitura
Comercial Prefeitura*
De serviços Prefeitura 
Industrial Gerador (indústrias) 
Serviços de saúde Gerador (hospitais etc.) 
Portos, aeroportos e terminais 
ferroviários e rodoviários
Gerador (portos etc.) 
Agrícola Gerador (agricultor) 
Entulho Gerador*
RadioativoCNEN
Obs.: (*) a Prefeitura é corresponsável por pequenas quantidades (geralmente menos que 1 kg/hab/dia), e 
de acordo com a legislação municipal específica.
Fonte: Jardim et al. (1995).
A Lei n. 12.305, Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), dispõe sobre 
seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas 
à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluindo os perigo-
sos; às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos 
econômicos aplicáveis. Essa lei não se aplica aos rejeitos radioativos, que são 
regulados por legislação específica.
Segundo Ferreira (2000, p. 20) “[...] a atuação na busca de um ‘gerencia-
mento adequado, para os resíduos sólidos deve se dar em todos os países, tendo 
em vista os efeitos globais de comprometimento do ambiente”. 
Conforme estudou Miller (2007, p. 447, grifo do autor):
O gerenciamento de resíduos é uma abordagem ligada 
à alta produção de resíduos que considera a produção 
de dejetos inevitável para o crescimento econômico. 
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R e s í d u o s 107
Esse processo procura gerenciar os resíduos advindos 
do crescimento econômico a fim de diminuir o dano 
ambiental, principalmente misturando e com frequência 
compactando os resíduos para, em seguida, queimá-los, 
enterrá-los ou enviá-los para outro estado ou país.
A situação pode ser mais caótica nos países em desenvolvimento, pois:
[...] se confrontam, ainda, com a imposição do modelo 
consumista, como paradigma de crescimento econômico 
e modernidade e com a deterioração do ambiente cau-
sado por empresas nacionais e multinacionais, que tratam 
e dispõem seus resíduos de forma inadequada, em função 
das menores restrições legais e de capacidade de controle 
existentes (FERREIRA, 2000, p. 20).
Alguns cientistas e economistas estimam que de 60% a 80% dos resíduos 
sólidos produzidos podem ser eliminados reduzindo-se a produção de resíduos, 
reaproveitando e os reciclando os materiais (inclusive por compostagem) e 
reprojetando as instalações e os processos de fabricação para que produzam 
menos resíduos (MILLER, 2007, p. 447, grifo do autor).
Leme et al. (2012, p. 112) destacam que a educação nos processos de 
gestão ambiental:
[…] é fundamental para o grande desafio da construção 
de sociedades sustentáveis, ao fomentar a participação em 
discussões sobre nosso estilo de vida e sobre as implica-
ções da geração de resíduos e ao desencadear processos 
de sensibilização e formação política para que as pessoas 
busquem as soluções em níveis individuais e coletivos.
No Brasil, como um país em desenvolvimento, segundo Ferreira (2000, 
p. 20), faz se necessário que:
[...] tanto dos pontos de vista político e econômico — e 
principalmente — do ponto de vista ambiental que, na 
formulação do modelo de gerenciamento de resíduos 
sólidos, considerem-se as condições da sua realidade 
para que se projetem sistemas adequados e capazes de 
produzir uma efetiva evolução no trato dos resíduos e na 
redução dos seus impactos ambientais.
O Quadro 3.2 apresenta as prioridades sugeridas para gerenciar a utilização 
de materiais e resíduos sólidos. Até o presente momento, essas prioridades não 
estão sendo seguidas nos estados Unidos nem na maioria dos outros países 
(MILLER, 2007, p. 448).
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Quadro 3.2 Soluções: prioridades sugeridas para gerenciar a utilização de materiais 
de resíduos sólidos
Primeira prioridade Segunda prioridade Última prioridade
Prevenção de resíduos 
e poluição primária
 alterar os processos 
industriais para eliminar 
a utilização de substâncias 
químicas nocivas;
 comprar produtos 
diferentes;
 utilizar menos produtos 
nocivos;
 reduzir a embalagem e 
materiais nos produtos; e
 fabricar produtos que 
durem mais e sejam 
recicláveis, reaproveitáveis 
e fáceis de reparar.
Prevenção de resíduos 
e poluição secundária
 reaproveitar produtos;
 reparar produtos;
 reciclar;
 compostar; e
 comprar produtos 
reutilizáveis e recicláveis.
Gerenciamento de resíduos
 tratar os resíduos para 
reduzir a toxicidade;
 i ncinerar os resíduos;
 depositar os resíduos 
em aterros; e
 lançar os dejetos no meio 
ambiente para que sejam 
dispersos ou diluídos.
Fonte: Adaptado de Miller (2007, p. 448).
Segundo Ferreira (2000, p. 37-38) um sistema de gerenciamento de resíduos 
deve se estruturar da seguinte forma, de um modo geral:
 Identificação dos resíduos produzidos e seus efeitos na saúde e no meio 
ambiente.
 Conhecimento do sistema de disposição final para resíduos e líquidos.
 Estabelecimento de uma classificação dos resíduos segundo uma tipologia 
clara, compreendida e aceita por todos.
 Estabelecimento de normas e responsabilidades na gestão e eliminação 
dos resíduos.
 Previsão de formas de redução dos resíduos produzidos.
 Utilização efetiva dos meios de tratamento disponíveis.
Ainda segundo Ferreira (2000, p. 38), as etapas do sistema de gerenciamento 
de resíduos são:
 Redução dos resíduos produzidos: devem-se prever todas as formas pos-
síveis de redução na geração de resíduos. Algumas dessas formas são: em 
áreas urbanas — implantação de separação de resíduos na fonte (coleta 
seletiva); em instituições e empresas — aquisição correta de quantida-
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R e s í d u o s 109
des de produtos, reciclagem de produtos e materiais, redução do uso de 
material descartável etc.
 Acondicionamento: deve ser adequado ao manuseio e tratamento a que 
será submetido o resíduo.
 Acumulação interna: os resíduos devem ser acumulados em recipientes 
e/ou locais estanques.
 Transporte interno: o transporte deve ser feito de forma a evitar a ruptura 
do acondicionamento e disseminação do resíduo.
 Transporte externo: o transporte do resíduo deve ser feito por veículos 
que evitem espalhamento e vazamento dos mesmos.
 Disposição final dos resíduos: os resíduos devem ser dispostos de forma 
segura, sem gerar riscos para a saúde e impactos ambientais. As três for-
mas técnicas de tratamento e destino final utilizadas em todo o mundo 
são: o aterro sanitário, a compostagem e reciclagem (usinas para lixo 
domiciliar), bem como a incineração.
Sabe-se que os resíduos sólidos têm sua composição afetada pelas carac-
terísticas intrínsecas do local, como poder aquisitivo, número de habitantes, 
condições climáticas, portanto é necessária a implantação de um sistema de ge-
renciamento de resíduo mais voltado para essa localidade, e esse suporte pode 
ser adquirido tendo-se como base um Sistema de Gerenciamento Integrado de 
Resíduos Sólidos. Este é o tema que abordaremos na nossa próxima subseção.
2.2 Gerenciamento integrado dos resíduos sólidos
De acordo com o Instituto de Pesquisa Tecnológica do Estado de São 
Paulo (IPT) em publicação conjunta com o Compromisso Empresarial para a 
Reciclagem (CEMPRE), (IPT/CEMPRE, 2000), o gerenciamento integrado dos 
resíduos sólidos municipais deve começar pelo conhecimento de todas as suas 
características, pois vários fatores influenciam esse aspecto, como: número de 
habitantes do município; poder aquisitivo da população; condições climáticas; 
hábitos e costumes da população; e nível educacional. 
O gerenciamento integrado de resíduos sólidos urbanos 
é, em síntese, o envolvimento de diferentes órgãos da 
administração pública e da sociedade civil com o propó-
sito de realizar a limpeza urbana, a coleta, o tratamento 
e a disposição final de lixo, elevando assim a qualidade 
de vida da população e promovendo o asseio da cidade, 
levando em consideração as características das fontes de 
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produção, o volume e os tipos de resíduos — para serem 
dados tratamentos diferenciados e disposição adequada 
(MONTEIRO et al., 2001, p. 66).
Segundo Lima (2001, p. 145, grifo do autor):
Gerenciar os resíduosde forma integrada é articular ações 
normativas, operacionais, financeiras e de planejamento 
que uma administração municipal desenvolve, apoiada 
em critérios sanitários, ambientais e econômicos, para 
coletar, tratar e dispor o lixo de uma cidade, ou seja: é 
acompanhar de forma criteriosa todo o ciclo dos resíduos, 
da geração à disposição final (“do berço ao túmulo”), 
empregando as técnicas e tecnologias mais compatíveis 
com a realidade local.
“O estabelecimento de novos padrões comportamentais e culturais de-
pende de um trabalho de educação e conscientização e deveria ser tarefa da 
atual geração e das próximas, na construção de um novo modelo de mundo” 
(FERREIRA, 2000, p. 215).
Ferreira (2000, p. 49) ainda estudou que:
A atuação na busca de um ‘gerenciamento integrado’ para 
os resíduos sólidos deve se dar em todos os países, tendo 
em vista os defeitos globais de comprometimento do am-
biente. No entanto, não se podem ignorar as diferenças 
fundamentais de capacidade econômica, disponibilidade 
de qualificação técnica, características ambientais e 
demandas por necessidades básicas entre os países de-
senvolvidos e os em desenvolvimento.
De acordo com Jardim et al. (1995, p. 58), “[...] o planejamento das ativi-
dades de gerenciamento integrado deve assegurar um ambiente saudável, tanto 
no presente quanto no futuro”.
“Para a implementação de um Modelo de Gestão de Resíduos Sólidos no 
Brasil, que contemple os múltiplos aspectos que o trato da questão exige, faz-se 
necessário o conhecimento de como outros países enfrentam o problema, espe-
cialmente as nações que se adiantaram na busca de soluções” (LIMA, 2001, p. 76).
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) estabelece as seguintes estra-
tégias para gestão e gerenciamento de resíduos sólidos no Brasil (BRASIL, 2010):
Art. 9: Na gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos 
deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não 
geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento 
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R e s í d u o s 111
dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente 
adequada dos rejeitos.
§1 Poderão ser utilizadas tecnologias visando à recupera-
ção energética dos resíduos sólidos urbanos, desde que te-
nha sido comprovada sua viabilidade técnica e ambiental 
e com a implantação de programa de monitoramento de 
emissão de gases tóxicos aprovado pelo órgão ambiental.
Nessa ordem de prioridade podemos esquematizar a gestão integrada 
de resíduos sólidos urbanos conforme o fluxograma da Figura 3.1, segundo 
Tchobanoglous e Kreith (2002).
 Figura 3.1 Fluxograma da gestão integrada dos RSU
 Fonte: Tchobanoglous e Kreith (2002).
Obedecendo à ordem de prioridade estabelecida legalmente, Tchobanoglous 
e Kreith (2002) diferenciam oito estratégias para a gestão integrada de resíduos 
sólidos urbanos (RSU) no Brasil, sendo elas:
a) Não geração 
A não geração ocorre quando não são realizadas as etapas de extração 
de matéria-prima, confecção, transporte e o consumo final de bens de 
consumo. São observados aspectos de não geração de RSU em pequenas 
comunidades rurais onde o consumo, na maioria dos casos, restringe-se 
a alimentos naturais. As embalagens em quantidades restritas são reutili-
zadas para outros fins, enquanto os restos de alimentos são incorporados 
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ao solo. Nesses casos a não geração é alcançada mediante uma série de 
estratégias de gestão integrada (redução, reutilização, reciclagem etc.) 
realizada em pequena escala, in situ.
b) Redução
A redução na geração de RSU é possível quando for priorizado o con-
sumo de bens duráveis, por exemplo, a preferência por garrafas de vidro 
em substituição às garrafas plásticas. Isso requer incentivo e políticas 
públicas para produção de itens retornáveis. A redução na fonte requer 
o redimensionamento dos processos, a incorporação de circuitos fe-
chados de produção, estudo e implantação de novas matérias-primas, 
aumentando a durabilidade de produtos e bens de consumo.
c) Reutilização
A reutilização pode ser considerada uma técnica em que o resíduo 
sólido é usado para uma finalidade igual à ou distinta daquela que foi 
concebida originalmente, porém, sem que o resíduo sofra qualquer tra-
tamento que inclua uma transformação química ou tratamento térmico.
d) Reciclagem
A reciclagem é, provavelmente, dentre todas as estratégias, a mais po-
pular e representativa da gestão de resíduos sólidos urbanos. Consiste 
na reutilização de um resíduo sólido para a mesma ou diferentes finali-
dades daquelas que foram concebidas originalmente, porém com uma 
transformação físico-química no processo. Segundo, aumenta a eficácia 
das demais estratégias de um sistema de gestão de resíduos sólidos, 
pois materiais não aptos para compostagem ou alternativas de aprovei-
tamento energético, como vidros e metais, são segregados dos resíduos 
para reciclar.
e) Compostagem
A compostagem é uma técnica controlada e estruturada de provocar 
a decomposição aeróbica incompleta de matéria orgânica mediante a 
ação de microrganismos. O produto final é denominado “composto”, 
material sólido com aproximadamente 50% do volume inicial, rico em 
húmus e nutrientes como fósforo e nitrogênio.
Apesar de a compostagem ser amplamente praticada em alguns países, 
Tchobanoglous e Kreith (2002) citam que essa técnica apresenta os se-
guintes problemas operacionais se aplicada aos RSU:
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R e s í d u o s 113
 Geração de chorume que pode contaminar lençóis freáticos.
 Possibilidade de a biomassa a ser compostada estar contaminada por 
pesticidas e fungicidas, contribuindo para a periculosidade do chorume.
 Contaminação atmosférica por liberação de compostos orgânicos voláteis.
 Necessidade de grandes áreas para sua implantação.
 Baixa aceitação comercial do “composto” gerado a partir de RSU.
f) Aproveitamento energético
Consiste em considerar os resíduos sólidos urbanos fonte de energia 
renovável, podendo obter, aparentemente, várias vantagens ambientais 
e socioeconômicas, como: geração de energia elétrica; vapor; combus-
tíveis gasosos; líquidos e sólidos; redução de consumo de fontes não 
renováveis de energia, redução de emissões de gases etc.
g) Tratamentos físico-químicos
Essa técnica compreende uma série de tratamentos físico-químicos de 
resíduos sólidos que sejam quimicamente instáveis, perigosos, de grande 
volume e não aptos para a reutilização, reciclagem e/ou aproveitamento 
energético. Exemplos de tratamentos são: a inertização de cromo em 
cimento, incineração de medicamentos vencidos, incineração visando 
à redução de volume dos resíduos, entre outros. Dessa maneira, esses 
tipos de resíduos passam a ter um poder poluidor minimizado.
h) Disposição final ambientalmente adequada
A disposição final ambientalmente adequada é a estratégia a ser aplicada 
aos rejeitos das etapas anteriores com a distribuição ordenada em aterros, 
observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou 
riscos à saúde pública, à segurança e minimizar os impactos ambientais 
adversos.
Segundo Lima (2005, p. 42) “[...] a definição de um Sistema Integrado de 
Gerenciamento de Resíduos Sólidos (SIGRS) universalmente aceita deve ser 
baseada no princípio dos quatro R’s: redução, também conhecida como pre-
venção, reutilização, reciclagem e recuperação (recuperação material ou da 
energia)”. 
Faz-se necessária uma definição mais detalhada dos quatro R’s (redução, 
reutilização, reciclagem, recuperação) e eliminação final, como parte de um 
sistema integrado, a seguir (LIMA, 2005, p. 42-44):
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114 G E S T Ã O A M B I E N T A L
 Redução: a redução da fonte de produção de resíduos é uma estratégia 
preventiva e pode ser realizada somente com uma política especí-
fica executada por meio de instrumentos regulatórios, econômicos e 
sociais.
 Reutilização:é um método de gerenciamento de resíduos baseado no 
emprego direto do bem no mesmo uso para o qual foi originalmente 
concebido: um exemplo típico é a reutilização das garrafas de vidro.
 Reciclagem: é um método de gerenciamento de resíduos baseado no 
reaproveitamento do material pelo qual o bem é composto visando o 
mesmo ou um diferente uso para o qual foi originalmente concebido: um 
exemplo típico é a reciclagem de garrafas plásticas para produzir outras 
garrafas plásticas ou outros produtos.
 Recuperação: é um método de gerenciamento de resíduos baseado na 
transformação térmica, química, física e/ou biológica do material do 
qual o bem é feito, visando produzir material e/ou energia diretamente 
disponível para uso: exemplos típicos é incineração com recuperação 
de energia, reciclagem feedstock de resíduos plásticos, produção de 
refugos derivados de petróleo (RDP), compostagem, digestão anaeróbica 
e produção de biogás.
 Eliminação final: é o último método de gerenciamento de resíduos e 
deve ser restrita somente ao lixo ou a frações do mesmo que não sejam 
mais reutilizáveis, recicláveis ou recuperáveis. A eliminação final deve ser 
realizada em aterros sanitários. Por conseguinte, os aterros são elementos 
indispensáveis em um SIGRS, contando que os resíduos selecionados, 
reciclados, recuperados e incinerados com recuperação de energia sejam 
“aproveitáveis” e somente o restante dos resíduos seja depositado nos 
mesmos.
A nova Lei n. 12.305, Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) institui 
os princípios da gestão compartilhada dos resíduos sólidos, estabelece a obriga-
toriedade da apresentação de planos plurianuais por parte dos entes federados, 
institui o sistema da logística reversa e prioriza financiamentos para os muni-
cípios que se articulam em consórcios para resolverem problemas comuns na 
área de resíduos sólidos (BRASIL, 2010).
Com a nova Política Nacional de Resíduos Sólidos, o grande desafio bra-
sileiro é recuperar quase duas décadas de atraso, mesmo sabendo que a nova 
Lei não modificará o cenário brasileiro da noite para o dia, principalmente na 
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R e s í d u o s 115
erradicação dos incômodos “lixões”, que agora passam a ser proibidos (LEME; 
MARTINS; BRANDÃO, 2012).
Os mesmo autores ainda citam que:
A obrigatoriedade, por parte de todos os entes federados, 
de elaborar planos e promover pactos setoriais realmente 
consistentes é outro ponto alto da nova política, pois for-
necerá instrumentos adequados para que todo cidadão 
e cada setor da sociedade façam a sua parte na gestão 
compartilhada dos resíduos sólidos, observando-se a pre-
venção quanto à geração, à reutilização, à reciclagem, ao 
tratamento e à disposição final ambientalmente adequada 
(2012, p. 49).
Caro acadêmico(a), você sabia que para implantação de um bom sistema 
de gerenciamento integrado dos resíduos sólidos é necessário o conhecimento 
das características dos resíduos, em função do local, o poder aquisitivo e con-
dições socioeconômicas da comunidade atendida? Sendo assim, abordaremos 
esse assunto na subseção a seguir.
Você deve ter percebido que, dentre os vários assuntos abordados até agora nesta unidade, 
muito tem se falado em gestão e gerenciamento de resíduos sólidos. Portanto, caro acadêmico(a), 
faço o convite para que aprofunde seus conhecimentos com uma leitura complementar, que 
foi aguardada e discutida por décadas, é a Lei n. 12.305 de 2 de agosto de 2010, que institui 
a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, 
bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos só-
lidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos 
instrumentos econômicos aplicáveis. 
Para saber mais
2.3 Classificação dos resíduos
Existem variadas maneiras de classificação dos resíduos sólidos que se ba-
seiam em determinadas características ou propriedades, porém a mais comum 
é a classificação quanto aos riscos potenciais de contaminação do meio am-
biente e quanto à natureza e origem. A classificação é relevante para a escolha 
da estratégia de gerenciamento mais viável.
Segundo a NBR 10.004 (ABNT, 2004) os resíduos sólidos podem ser clas-
sificados em:
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116 G E S T Ã O A M B I E N T A L
 Classe I Perigosos: são aqueles que, em função de suas características 
intrínsecas da inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou 
patogenicidade, apresentam riscos à saúde pública através do aumento 
da mortalidade ou da morbidade, ou ainda provocam efeitos adversos ao 
meio ambiente quando manuseados ou dispostos de forma inadequada.
 Classe II Não perigosos: são subdivididos em: Resíduos Classe II A — Não 
inertes — são aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos 
classe I — Perigosos ou de resíduos classe II B — Inertes. Os resíduos classe 
II A — Não inertes — podem ter propriedades, tais como: biodegradabi-
lidade, combustibilidade ou solubilidade em água. Os resíduos classe II 
B — Inertes — são aqueles que, quando amostrados de uma forma repre-
sentativa, segundo a ABNT NBR 10.007, e submetidos a um contato dinâ-
mico e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente 
conforme ABNT NBR 10.006, não tiverem nenhum de seus constituintes 
solubilizados e concentrações superiores aos padrões de portabilidade de 
água, executando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.
Segundo Lima (2001, p. 32-33):
A composição dos resíduos varia de comunidade para 
comunidade, de acordo com os hábitos e costumes da 
população, numero de habitantes do local, poder aqui-
sitivo, variações sazonais, clima, desenvolvimento, nível 
educacional, variando ainda para a mesma comunidade 
com as estações do ano.
Conforme aponta Lima (2001, p. 32) os resíduos sólidos são classificados em:
a) Origem:
 Domiciliar.
 Comercial.
 Industrial.
 Serviços de saúde.
 Portos, aeroportos, terminais rodoviários e terminais ferroviários.
 Agrícola.
 Construção civil.
 Limpeza pública (logradouros, praias, feiras, eventos etc.).
 Abatedouros de aves.
 Matadouro.
 Estábulo.
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R e s í d u o s 117
 Serviços congêneres.
Segundo Barros (1995, p. 184-185), existe uma série de outras classificações 
de resíduos sólidos que nos ajudam a comparar situações, a pensar nas formas 
de lidar com eles. Um determinado resíduo pode ser enquadrado em mais de 
uma forma de classificação. A lista que se segue meramente enumera algumas 
classificações usuais:
 Lixo domiciliar: é gerado das atividades diárias nas residências, constituído 
de restos de alimentação, embalagens, plásticos, vidros, latas, material de 
varredura, folhagens, lodos de fossas sépticas etc.
 Lixo comercial: é produzido em estabelecimentos comerciais, e suas ca-
racterísticas dependem das atividades ali desenvolvidas. Por exemplo, no 
caso de restaurantes predominam os resíduos orgânicos, já nos escritórios 
verifica-se grande quantidade de papéis.
 Lixo institucional: é produzido em instituições públicas e privadas, sendo 
que suas características podem permitir sua classificação como lixo de 
tipo comercial.
 Lixo público: é produzido por resíduos de varrição, capina, raspagem, 
etc., provenientes dos logradouros públicos (ruas, praças etc.), bem como 
animais mortos, entulhos de obras, móveis velhos, galhos grandes e outros 
materiais deixados pela população indevidamente nas ruas ou retirados 
das residências via serviço de remoção especial.
 Lixo especial: é aquele que, pelas características peculiares que apresenta, 
necessita de cuidados especiais de acondicionamento, transporte, mani-
pulação e disposição final. Pode compreender lixo industrial, hospitalar e 
radioativo, e lodos provenientes de estação de tratamento de água e esgotos. 
Além destes, o lixo proveniente de portos, aeroportos, terminais ferroviáriose rodoviários pode requerer cuidados especiais em situações de emergên-
cia, principalmente visando à prevenção e ao controle de epidemias.
 Lixo de unidades de saúde (hospitalar): é constituído de resíduos prove-
nientes de hospitais, postos de saúde, farmácias, drogarias, laboratórios, 
clínicas médicas e odontológicas, veterinárias e assemelhados.
 Lixo séptico ou resíduos infectantes: é a parcela do lixo hospitalar que 
compreende os resíduos contagiosos ou suspeitos de contaminação e os 
materiais biológicos (sangue, animais usados em experimentação, excre-
ções, secreções, meios de cultura, órgãos, agulhas de seringas, resíduos 
de unidades de atendimento ambulatorial, de laboratórios de análises 
clínicas e sanitários, de unidades de internação de enfermaria etc.).
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118 G E S T Ã O A M B I E N T A L
 Lixo industrial: é originário das diferentes atividades industriais, com uma 
composição variada que depende do processo industrial. Os resíduos 
de alguns tipos de indústrias (como padarias e confecções) podem ser 
classificados como domiciliares ou comerciais.
 Lixo urbano: é composto por resíduos sólidos gerados em aglomerado 
urbano, excetuados os resíduos industriais perigosos, hospitalares sépticos 
e de aeroportos e portos.
b) Características físicas:
 Compressividade: é a redução do volume dos resíduos sólidos quando 
submetidos a uma pressão (compactação).
 Teor de umidade: compreende a quantidade de água existente na massa 
de resíduos sólidos.
 Composição gravimétrica: determina a porcentagem de cada constituinte 
da massa de resíduos sólidos, proporcionalmente ao peso.
 Per capita: é a massa de resíduos sólidos produzida por uma pessoa em 
um dia (kg/hab./dia).
A “geração per capita” relaciona a quantidade de resíduos urbanos gerada 
diariamente e o número de habitantes de determinada região. Muitos técnicos 
consideram de 0,6 a 0,97 kg/hab./dia como a faixa de variação média para o 
Brasil (IBAM, 2001; SNIS 2007). Na ausência de dados mais precisos, a geração 
per capita pode ser estimada no Quadro 3.3.
Quadro 3.3 Geração per capita de resíduos sólidos urbanos de acordo 
com o porte do município
Fonte: IBAM (2001).
 Peso específico: é o peso dos resíduos sólidos em relação ao volume.
c) Características químicas:
 Poder calorífico: indica a quantidade de calor desprendida durante a 
combustão de 1 Kg de resíduos sólidos.
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R e s í d u o s 119
 Teor de matéria orgânica: é o percentual de cada constituinte de matéria 
orgânica (cinzas, gorduras, macronutrientes, micronutrientes, resíduos 
minerais etc.).
 Relação carbono/nitrogênio (C/N): determina o grau de degradação da 
matéria orgânica.
 Potencial de hidrogênio (pH): é o teor de alcalinidade ou acidez da massa 
de resíduos sólidos.
d) Características biológicas:
 Na massa dos resíduos sólidos, apresentam-se agentes patogênicos e 
microrganismos, prejudiciais à saúde humana.
Além dessas características, os teores de cinzas, de matéria orgânica, de 
resíduo mineral e de outros compostos e o estudo da população microbiana 
e dos agentes patogênicos presentes no lixo contribuem para o conhecimento 
da natureza dos resíduos, visando a definição das formas mais adequadas de 
tratamento e disposição final (BARROS, 1995, p. 186).
Ainda segundo Barros (1995, p. 187) 
[...] com a contínua modificação dos tipos de materiais 
descartados (pilhas, baterias, substancias químicas, etc.), 
todos podendo conter contaminantes, os cuidados com o 
lixo devem ser redobrados, de modo a minimizar os riscos 
a saúde de quem tem algum contato com ele.
Acadêmico(a), você sabia que o conhecimento das características e da composição dos resíduos 
sólidos é importante para o planejamento de um sistema de limpeza urbana ou sobre o projeto 
de determinadas unidades que compõem tal sistema? 
Para saber mais
O Quadro 3.4 mostra essa influência, como podemos observar:
Quadro 3.4 Influência das características do lixo na limpeza urbana
Características Importância
Geração per capita
Fundamental para se projetarem as 
quantidades de resíduos a coletar e a dispor. 
Importante no dimensionamento de veículos. 
Elemento básico para a determinação da 
taxa de coleta, bem como para o correto 
dimensionamento de todas as unidades que 
compõem o sistema de limpeza urbana.
continua
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120 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Composição gravimétrica
Indica a possibilidade de aproveitamento 
das frações recicláveis para comercialização 
e da matéria orgânica para a produção 
de composto orgânico. Quando realizada 
por regiões da cidade, ajuda a se efetuar 
um cálculo mais justo da tarifa de coleta e 
destinação final.
Peso específico aparente
Fundamental para o correto dimensionamento 
da frota de coleta, assim como de contêineres 
e caçambas estacionárias.
Teor de umidade
Tem influência direta sobre a velocidade 
de decomposição da matéria orgânica 
no processo de compostagem. Influencia 
diretamente o poder calorífico e o peso 
específico aparente do lixo, concorrendo de 
forma indireta para o correto dimensionamento 
de incineradores e usinas de compostagem. 
Influencia diretamente o cálculo da produção 
de chorume e o correto dimensionamento do 
sistema de coleta de percolados.
Compressividade
Muito importante para o dimensionamento 
de veículos coletores, estações de transferência 
com compactação e caçambas compactadoras 
estacionárias. Poder calorífico influencia 
o dimensionamento das instalações de 
todos os processos de tratamento térmico 
(incineração, pirólise e outros).
pH
Indica o grau de corrosividade dos resíduos 
coletados, servindo para estabelecer o tipo 
de proteção contra a corrosão a ser usado 
em veículos, equipamentos, contêineres 
e caçambas metálicas.
Composição química
Ajuda a indicar a forma mais adequada de 
tratamento para os resíduos coletados. Relação 
C/N fundamental para se estabelecer a 
qualidade do composto produzido
Características biológicas
Fundamentais na fabricação de inibidores 
de cheiro e de aceleradores e retardadores 
da decomposição da matéria orgânica 
presente no lixo.
Fonte: Adaptado de IBAM (2001).
2.3.1 Fatores que influenciam nas características 
dos resíduos sólidos 
Conforme apresentado pelo IBAM (2001), os fatores que têm influência 
relevante nas características dos resíduos sólidos são:
continuação
Book_Gestao_ambiental.indb 120 6/25/14 5:10 PM
R e s í d u o s 121
 Em época de chuvas fortes o teor de umidade no lixo cresce. Há um au-
mento do percentual de alumínio (latas de cerveja e de refrigerantes) no 
carnaval e no verão. Portanto, é preciso tomar cuidado com os valores 
que traduzem as características dos resíduos, principalmente no que con-
cerne às características físicas, pois são muito influenciadas por fatores 
sazonais, que podem conduzir o projeto a conclusões equivocadas.
 Feriados e período de férias escolares influenciarão a quantidade de lixo 
gerada em cidades turísticas. Tais fatores se fazem mais perceptíveis e 
estão presentes de forma mais intensa conforme diminui o número de 
habitantes da localidade. Os principais fatores que exercem forte influên-
cia sobre as características dos resíduos estão listados no Quadro 3.5.
Quadro 3.5 Fatores que influenciam as características dos resíduos sólidos
Fatores Influência 
Climáticos 
Chuva aumento do teor de umidade
Outono aumento do teor de folhas
Verão 
 aumento do teor de embalagens de bebidas (vidros, latas e 
plásticos rígidos)
Épocas especiais
Carnaval 
 aumento do teor de embalagens de bebidas (vidros, latas e 
plásticos rígidos)
Natal/Ano Novo/Páscoa
 aumento do teor de embalagens (papel/papelão, plásticos 
maleáveis e metais)
Dia dos Pais/Mães 
 aumento do teor de embalagens (papel/papelão, plásticos 
maleáveis e metais)
Férias escolares
 esvaziamento de áreas da cidade em locais não turísticos
 aumento populacionalem locais turísticos
Demográficos 
População urbana
 quanto maior a população urbana, maior a geração per 
capita
Socioeconômico 
Nível cultural 
 quanto maior o nível cultural, maior a incidência de mate-
riais recicláveis e menor a incidência de matéria orgânica
Nível educacional
 quanto maior o nível educacional, menor a incidência de 
matéria orgânica
Poder aquisitivo
 quanto maior o poder aquisitivo, maior a incidência de ma-
teriais recicláveis e menor a incidência de matéria orgânica
Poder aquisitivo (no mês)
 maior o consumo de supérfluos perto do recebimento do 
mês (fim e início do mês)
continua
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122 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Poder aquisitivo (na semana) maior o consumo de supérfluos no fim de semana
Desenvolvimento tecnológico 
 introdução de materiais cada vez mais leves, reduzindo o 
valor do peso específico aparente dos resíduos 
Lançamento de novos produtos aumento de embalagens
Promoção de lojas comerciais aumento de embalagens
Campanhas ambientais
 redução de materiais não biodegradáveis (plásticos), e 
aumento de materiais recicláveis e/ou biodegradáveis 
(metais, vidros e papéis)
Fonte: Adaptado de IBAM (2001).
Conforme Lima (2001), a composição serve para mostrar as potencialidades 
econômicas do lixo, subsidiando informações para escolha do melhor e mais 
adequado sistema de tratamento e disposição final. Podemos dizer ainda que 
a eficiência dos sistemas de coleta e disposição final está fundamentada numa 
análise criteriosa das características físicas e químicas dos resíduos.
Portanto, faz-se necessário o estudo das formas de minimização de gera-
ção e a segregação dos resíduos sólidos para que o gerenciamento destes seja 
eficiente, de forma a incentivar a redução nos padrões de consumo e a pro-
porcionar menores riscos ao meio ambiente e à saúde da população em geral. 
Esse é o tema da nossa próxima seção
Caro acadêmico(a), nesta seção estudamos como as características dos resíduos sólidos são 
importantes para o dimensionamento dos sistemas de coleta e disposição final dos mesmos, 
inclusive quais são os fatores que influenciam na composição desses resíduos e quais implicações 
essa variação tem sobre seu gerenciamento.
Para saber mais
 1. Quais as formas de classificação dos resíduos sólidos, e quais os 
principais fatores que influenciam nas características dos resíduos?
 2. Cite os principais componentes de um sistema integrado de gestão 
de resíduos sólidos.
Atividades de aprendizagem
continuação
Book_Gestao_ambiental.indb 122 6/25/14 5:10 PM
R e s í d u o s 123
Seção 3 Formas de minimização de geração 
e segregação
Por causa do grande volume de resíduos sólidos gerados pelo homem no 
desenvolvimento de suas atividades, tem-se a necessidade de minimizar a 
geração, pois cada vez mais a falta de locais adequados para sua destinação 
e a onerosidade para tratá-los impulsionam a criação de formas de minimizar 
e segregar esses resíduos, bem como recuperar os custos despendidos para a 
fabricação de produtos e embalagens descartados.
Uma forma habitualmente conhecida e difundida atualmente de minimização 
e segregação de resíduos sólidos é a coleta seletiva, que proporciona o reapro-
veitamento dos materiais descartados em sua forma original, ou modificada por 
processos e que servem como matéria-prima para a geração de novos produtos.
Esta seção aborda formas de minimização e segregação de resíduos sólidos 
urbanos, bem como alguns fatores inerentes à coleta seletiva e reciclagem de 
matérias, como forma de minimização desses resíduos.
3.1 Formas de minimização de geração e segregação
Conforme estudou Ferreira (2000), um novo estilo de vida, com mudanças 
nos padrões de consumo e, portanto, nos padrões de produção e de geração 
de resíduos, se impõe para a humanidade:
Com o crescimento acentuado dos resíduos em escala 
mundial, surge a necessidade da busca de soluções para 
reduzir a sua geração e evitar, consequentemente, a de-
gradação ambiental e seus efeitos adversos à população. 
A prevenção da poluição surge como uma mudança 
fundamental nas relações entre as atividades humanas e 
o meio ambiente. É um novo paradigma ambiental em con-
fronto com a tecnologia convencional, que apenas trata 
da poluição a partir de padrões de emissões considerados 
adequados, o que, nessa forma de abordagem, se chama 
de tratamento fim de tubo (AZEVEDO, 2004, p. 129).
Azevedo (2004, p. 131) propõe um modelo de ações que visam atuar hie-
rarquicamente nos seguintes aspectos: 
 Redução da geração de resíduos por meio da redução de embalagens, 
do desperdício da matéria orgânica na residência, reúso de objetos e 
compostagem artesanal dos resíduos de jardim dentro da própria casa. 
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124 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Como na coleta domiciliar estão incluídos os resíduos comerciais e de 
praia, a proposta prevê que as cascas de coco (70% dos resíduos de praia) 
sejam devolvidas ao fornecedor e que a fibra seja aproveitada antes de 
sua entrada no circuito do sistema de gestão dos RSU. 
 Desvio de resíduos do aterro e retorno do produto à indústria, como matéria-
-prima, por meio da melhoria do programa de reciclagem (PEV e COOPCI-
CLA) e da implantação de unidades de compostagem para os resíduos de 
jardim, que seriam incorporados aos resíduos de podas/feira da cidade.
 Disposição em aterro sanitário do material que não puder ser desviado do 
aterro, mas tendo sempre em vista evitar esse tipo de solução fim de tubo.
O estudo realizado por Azevedo (2004) foi realizado na cidade de Salvador, 
mas pode ser extrapolado para outros municípios, desde que seja adequado 
às características locais.
Para viabilizar o modelo, as ações devem ser direcionadas para a criação de 
instrumentos de inclusão social, econômicos e regulatórios, além da melhoria 
do sistema de gestão, incluindo o planejamento, monitorização e implantação 
de equipamentos adequados, que apoiem a reutilização ou reciclagem de 
resíduos (AZEVEDO, 2004, p. 131).
Coletar o lixo significa recolher o lixo acondicionado por quem o produz 
para encaminhá-lo, mediante transporte adequado, a uma possível estação de 
transferência, a um eventual tratamento e à disposição final. Coleta-se o lixo 
para evitar problemas de saúde que ele possa propiciar.
A coleta do lixo deve ser feita em toda a cidade; de acordo com as caracte-
rísticas de cada região, com relação à frequência é comum adotar-se (BARROS 
et al., 1995, p. 194):
 Coleta diária: em áreas centrais ou comerciais, onde a produção de lixo 
é grande (geralmente noturna nas cidades maiores).
 Coleta em dias alternados: em áreas residenciais, menos adensadas.
 Coleta especial: em favelas, áreas de topografia acidentada, de urbanização 
desordenada e precária, onde, além de se atentar para os riscos advindos 
da existência de lixo espalhado (entupimentos de galerias, de drenagem, 
atração de vetores, etc.), aspectos estéticos não são menos importantes.
A coleta seletiva, a partir da viabilização da reciclagem, é uma das formas de 
minimização da geração de resíduos sólidos, pois, além de evitar que materiais 
de difícil degradação possam parar em aterros sanitários e/ou sejam depositados 
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R e s í d u o s 125
sem tratamento no solo e nos corpos de água, ainda tem menor consumo de 
energia despendido para seu beneficiamento, comparando-se com a energia 
que seria consumida para a fabricação de novos produtos.
O texto de Leme, Martins e Brandão (2012, p. 94) reafirma essa questão:
Reciclar é proceder à transformação físico-química de um 
material para obtenção de um novo produto ou matéria-
-prima. A reciclagem dos materiais (plástico, vidro, me-
tal, papel) é um processo industrial que contribui para 
a diminuição dos impactos socioambientais, pois utiliza 
menos recursos naturais (água e energia) do que seria 
consumido na nova produção desses materiais,aumenta a 
vida útil dos aterros, diminui gastos públicos e pode gerar 
renda para os catadores de material reciclável. Porém, é 
importante lembrar que a reciclagem não é a solução para 
os problemas do lixo. Ela é necessária, mas, sozinha, não 
é suficiente, pois também consome e demanda recursos.
A coleta seletiva de lixo é um sistema de recolhimento de materiais reci-
cláveis, tais como papéis, plásticos, vidros, metais e “orgânicos” previamente 
separados na fonte geradora. Esses materiais são vendidos às indústrias recicla-
doras ou aos sucateiros (CEMPRE, 1999 apud IPT/CEMPRE, 2000).
Mas, afinal, o que devemos separar para a coleta seletiva? 
A coleta seletiva recolhe apenas os materiais recicláveis 
(plásticos, vidros, metais, papéis, embalagens cartonadas 
entre outros). Os rejeitos (fraldas descartáveis, papel hi-
giênico, adesivos, tecidos etc.) devem ser encaminhados 
para a coleta regular de lixo da cidade e os orgânicos 
(restos de alimentos, cascas de frutas, verduras, poda e 
capina), quando possível, devem ser compostados, caso 
contrário, devem ir junto com os rejeitos para a coleta 
regular (LEME; MARTINS; BRANDÃO, 2012).
Antes de iniciar qualquer projeto que envolva a coleta e a reciclagem de 
lixo, é importante avaliar qualitativa e quantitativamente o perfil dos resíduos 
sólidos gerados em diferentes pontos do município. Essa caracterização permitirá 
estruturar melhor o projeto de coleta. No Brasil, muitos municípios apresentam 
características bem distintas ao longo de seus domínios (IPT/CEMPRE, 2000).
O sucesso da coleta seletiva está diretamente associado com os investimen-
tos feitos para a sensibilização e conscientização da população. Normalmente, 
quanto maior a participação voluntária em programas de coleta seletiva, menor 
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126 G E S T Ã O A M B I E N T A L
é seu custo de administração. Não se pode esquecer também a existência do 
mercado para os recicláveis (IPT/CEMPRE, 2000):
Por fim, destacamos que a educação nos processos de 
gestão ambiental é fundamental para o grande desafio da 
construção de sociedades sustentáveis, ao fomentar a par-
ticipação em discussões sobre nosso estilo de vida e sobre 
as implicações da geração de resíduos e ao desencadear 
processos de sensibilização e formação política para que 
as pessoas busquem as soluções em níveis individuais 
e coletivos (LEME; MARTINS; BRANDÃO, 2012, p. 76).
Miller (2007) afirma que os críticos dizem que a reciclagem não compensa 
se o custo para reciclar os materiais for maior do que para enviá-los para aterros 
ou para incinerá-los. Ele também afirma que algumas áreas não estão sofrendo 
de escassez de espaço para aterros sanitários, e, nesse caso, a reciclagem acaba 
sendo desnecessária.
O Quadro 3.6 relaciona as vantagens e as desvantagens da reciclagem. Se 
a reciclagem compensa economicamente depende de como você percebe seus 
custos e benefícios ambientais (MILLER, 2007).
Quadro 3.6 Vantagens e desvantagens da reciclagem
Reciclagem
Vantagens Desvantagens
 Reduz a poluição da água e do ar.
 Economiza energia.
 Reduz a demanda de minerais.
 Reduz a emissão de gases causadores do 
efeito estufa.
 Reduz o descarte de resíduos sólidos.
 Ajuda a proteger a biodiversidade.
 Pode economizar dinheiro para itens como 
papel, metais e alguns plásticos.
 Importante parte da economia.
 Não economiza espaço em aterros em 
áreas com vastas terras.
 Possível perda de dinheiro no caso do vidro 
e da maioria dos plásticos.
 Reduz os lucros de aterros sanitários e 
incineradores.
 A separação na fonte é inconveniente para 
algumas pessoas.
Fonte: Miller (2007).
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R e s í d u o s 127
Existem muitas divergências entre os críticos quanto à importância da coleta seletiva para a 
sociedade; muitos argumentam que esse processo deveria se autocustear, e os que a defendem 
alegam que os sistemas convencionais de descarte de lixo são financiados por taxas pagas por 
residências e empresas.
Para saber mais
 1. A coleta do lixo deve ser feita em toda a cidade, de acordo com as 
características de cada região. Cite os tipos de coleta mais comum 
quanto à frequência.
 2. Cite as vantagens da coleta seletiva.
Atividades de aprendizagem
Caro(a) acadêmico(a)! Como você avalia a questão da coleta seletiva 
e da reciclagem de materiais?
Você conhece, aí na sua região, algum caso de município que tem um 
sistema de coleta seletiva, bem-sucedida ou não?
Questões para reflexão
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Seção 4 Acondicionamento seguro
Acondicionar os resíduos sólidos domiciliares significa prepará-los para a 
coleta de forma sanitariamente adequada, além de compatível com o tipo e a 
quantidade de resíduos.
Nesta seção trataremos das formas de acondicionamento dos resíduos mais 
adequadas às necessidades locais e conforme o tipo e a quantidade gerada. 
Também serão levantados os inconvenientes dos diferentes recipientes para 
acondicionamento, suas implicações no serviço de coleta e na manutenção 
da limpeza pública dos logradouros.
4.1 Acondicionamento seguro
Caro acadêmico(a), esta seção apresenta as formas de acondicionamento 
dos resíduos sólidos, pois, para que a coleta seja eficiente e sanitariamente ade-
quada, eles devem estar devidamente acondicionados, evitando-se vazamentos, 
riscos à saúde dos coletores, proliferação de roedores e insetos e inclusive a 
geração de odores.
Segundo o IBAM (2001):
A qualidade da operação de coleta e transporte de lixo 
depende da forma adequada do seu acondicionamento, 
armazenamento e da disposição dos recipientes no local, 
dia e horários estabelecidos pelo órgão de limpeza urbana 
para a coleta. A população tem, portanto, participação 
decisiva nesta operação.
Acondicionamento é a fase na qual os resíduos sólidos são preparados de 
modo a serem facilmente manuseados nas etapas de coleta e de destinação 
final. Acondicionar significa dar ao lixo uma “embalagem” adequada, cujos 
tipos dependem de suas características e da forma de remoção, aumentando 
assim a segurança e a eficiência do serviço. (BARROS et al., 1995, p. 191).
Segundo Barros et al. (1995), um mau acondicionamento retarda o serviço 
e o encarece. Recipientes inadequados ou improvisados (pouco resistentes, mal 
fechados ou muito pesados), com materiais sem a devida proteção aumentam 
o risco de acidentes de trabalho.
Barros et al. (1995, p. 33) definem que:
Os limites máximos aceitáveis de peso e de volume do 
lixo a ser coletado regularmente são estabelecidos por 
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R e s í d u o s 129
normas municipais que devem refletir as peculiaridades 
locais, orientando e educando a população, cuja colabo-
ração é fundamental para a boa execução das atividades.
Ainda segundo Barros et al. (1995), idealmente os recipientes devem:
 Ser padronizados e estar disponíveis para o usuário.
 Obedecer a requisitos mínimos de funcionalidade e de higiene.
 Quando forem reutilizáveis: ter um formato que facilite seu esvaziamento, 
sem aderência nas paredes internas e nos cantos; ser de material resis-
tente e que evite vazamentos; ter sua capacidade limitada de modo a 
não tornar penosa a manipulação pelos operários (em torno de 20 kg/
homem); e ter tampas e alças laterais.
Segundo IBAM (2001), a importância do acondicionamento adequado está em:
 Evitar acidentes.
 Evitar a proliferação de vetores.
 Minimizar o impacto visual e olfativo.
 Reduzir a heterogeneidade dos resíduos (no caso de haver coleta seletiva).
 Facilitar a realização da etapa da coleta.
O acondicionamento adequado do lixo visa a atender 
a aspectos sanitários, como o controle de vetores e a 
proteção dos solos e da água, mantendo moradias, es-
tabelecimentos comerciais, indústrias e de saúde, vias 
públicas e áreas verdes limpas, asseadas e livres de con-
taminação. Quando mal acondicionado, o lixopropicia o 
desenvolvimento e a proliferação de artrópodes, roedores, 
insetos e outros vetores de doenças, além de promover a 
contaminação de solos e águas (OLIVEIRA; CARVALHO, 
2005, p. 89).
“Cabe à população acondicionar seu próprio lixo, mas os órgãos de saúde 
devem ter autoridade para exigir que esse acondicionamento seja feito em 
condições sanitárias corretas” (OLIVEIRA; CARVALHO, 2005, p. 109).
Nas cidades brasileiras a população utiliza os mais diversos tipos de reci-
pientes para acondicionamento do lixo domiciliar:
 Vasilhames metálicos (latas) ou plásticos (baldes).
 Sacos plásticos de supermercados ou especiais para lixo.
 Caixotes de madeira ou papelão.
 Latões de óleo, algumas vezes cortados ao meio.
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130 G E S T Ã O A M B I E N T A L
 Contêineres metálicos ou plásticos, estacionários ou sobre rodas.
 Embalagens feitas de pneus velhos.
Para Barros et al. (1995, p. 191), recipientes descartáveis (notadamente sacos 
plásticos) são mais práticos e higiênicos, pois facilitam a limpeza, evitam mau 
cheiro e aumentam a rapidez da coleta. No entanto essas embalagens apresen-
tam desvantagem de poder ser rompidas por animais ou por excesso de peso.
O correto uso de quaisquer que sejam as formas de recipientes é estabele-
cido por normas específicas da prefeitura. Deve ser fiscalizado o cumprimento 
dessas normas quanto ao acondicionamento, aos recipientes e aos horários de 
colocação do lixo para coleta, punindo-se eventuais transgressões. 
A Figura 3.2 ilustra vários dos recipientes para se colocar o lixo.
 Figura 3.2 Recipientes para acondicionamento do lixo.
 Fonte: Barros et al. (1995).
Existem algumas vantagens e desvantagens dos diferentes tipos de recipientes 
utilizados para o armazenamento dos resíduos sólidos domésticos. O Quadro 
3.7 apresenta essas vantagens e desvantagens, segundo Corbitt (apud Barros 
et al., 1995):
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R e s í d u o s 131
Quadro 3.7 Vantagens e desvantagens de recipientes para armazenamento de lixo doméstico
Alternativa Vantagens potenciais
Desvantagens 
potenciais
Condições favoráveis
Saco plástico ou 
de papel
 Diminui peso a ser 
levantado
 Reduz vazamentos 
e efeito de vento
 Elimina latas vazias 
nas calçadas
 Elimina maus 
odores e a limpeza 
de latas sujas
 Limita atração de 
vetores
 Aumenta velocidade 
e eficiência da 
coleta
 Reduz contato com 
o lixo
 Custo por saco
 Sacos se rompem 
quando muito 
cheios
 Pode atrair animais
 Inadequado para 
objetos pontudos, 
pesados ou 
volumosos
 Coleta na calçada
Recipientes 
metálicos ou 
plásticos
(75-120 L)
 Tamanho razoável 
para o coletor poder 
levantar
 Econômicos e 
reutilizáveis 
 Limpeza regular 
quando não usado 
com forro protetor
 Tampas podem 
se perder ou não 
funcionar após 
algum tempo
 Latas podem ser 
deixadas nas 
calçadas por 
períodos muito 
longos
 Coleta dentro dos 
lotes
 Se há animais que 
podem abrir os 
sacos
Recipientes para 
coleta mecanizada
 Mais eficientes que 
coleta manual
 Residentes 
não permitem 
armazenamento de 
lixo de terceiros nas 
suas propriedades
 Necessário espaço 
para recipientes
continua
Book_Gestao_ambiental.indb 131 6/25/14 5:10 PM
132 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Tambores (200 l) Nenhuma Baixa eficiência de 
coleta
 Peso excessivo 
provoca problemas 
nas costas e 
músculos de 
coletores
 Dificuldade de 
manuseio
 Falta de tampas 
permite procriação 
de insetos e 
escapamento de 
mau cheiro
 Ferrugem no fundo 
permite acesso de 
roedores
 Alternativa 
inaceitável
Latões 
estacionários
 Nenhuma Ineficiente (os 
latões devem 
ser esvaziados 
manualmente)
 Falta de cobertura 
adequada leva 
à infestação por 
insetos e roedores
 Risco à saúde pela 
necessidade de 
limpeza manual dos 
restos dos dejetos
 Alternativa 
inaceitável
Fonte: Corbitt apud Barros et al. (1995).
A escolha do tipo de recipiente mais adequado deve ser orientada conforme 
(IBAM, 2001):
 Das características do lixo. 
 Da geração do lixo.
 Da frequência da coleta.
 Do tipo de edificação.
 Do preço do recipiente.
O saco plástico de polietileno, composto por carbono, hidrogênio e oxigê-
nio, não polui a atmosfera quando corretamente incinerado. Não é biodegra-
dável, mas, como os aterros sanitários são métodos de destino praticamente 
definitivos, não há maiores objeções ao uso de sacos plásticos de polietileno 
como acondicionamento para lixo domiciliar (IBAM, 2001).
continuação
Book_Gestao_ambiental.indb 132 6/25/14 5:10 PM
R e s í d u o s 133
Ainda para Barros et al. (1995, p. 78), “[...] o produtor de grandes quanti-
dades de lixo ou de lixo especial é responsável pela sua remoção, obedecendo 
às normas municipais, inclusive no que se refere à destinação”.
Ainda relacionado à importância do adequado acondicionamento do lixo 
para a coleta, um dado importante a se ressaltar é a questão da atratividade 
que os resíduos exercem para os animais (IBAM, 2001):
 Nas áreas carentes e naquelas com menor densidade demográfica das 
cidades há, em geral, maior quantidade de animais soltos nas ruas, como 
cães, cavalos e porcos.
 Os cães costumam rasgar os sacos plásticos para ter acesso aos restos de 
alimentos; os cavalos sacodem violentamente os sacos plásticos, espa-
lhando lixo em grande área; os porcos aprendem até a derrubar contêi-
neres. Existem ainda os ratos que se alimentam e proliferam no lixo.
Segundo o IBAM (2001), para reduzir a ação danosa desses animais, 
recomenda-se que:
 a prefeitura promova regularmente ações de apreensão dos animais do-
mésticos, estudando, inclusive, a possibilidade de esterilizá-los;
 a coleta das áreas carentes seja efetuada com maior frequência, de pre-
ferência diariamente, e com regularidade no restante da cidade;
 a população seja instruída a colocar as embalagens em cima de muros 
ou de plataformas (o que não resolve para os animais de porte alto como 
os equinos);
 sejam providenciados contêineres plásticos para acondicionamento do 
lixo, com dispositivos especiais de ancoragem para maior estabilidade;
 o órgão de limpeza urbana se encarregue do combate aos ratos.
Nesses casos é recomendável abordagem especial, providenciando-se a 
colocação de contêineres plásticos padronizados (com rodas e tampas) em 
locais externos previamente determinados e a coleta diária (IBAM, 2001).
Caro(a) acadêmico(a), você sabia que, infelizmente, o que se verifica em muitas cidades é o 
surgimento espontâneo de pontos de acumulação de lixo domiciliar a céu aberto, expostos 
indevidamente ou espalhados nos logradouros, prejudicando o ambiente e pondo em risco a 
saúde pública (IBAM, 2001)?
Para saber mais
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134 G E S T Ã O A M B I E N T A L
 1. Cite duas formas de acondicionamento de resíduos sólidos e suas 
vantagens e desvantagens.
 2. Acondicionar os resíduos é uma das fases do sistema de coleta e tra-
tamento dos resíduos urbanos; por que essa fase é importante para o 
sistema?
Atividades de aprendizagem
Nesta unidade você aprendeu que:
 Os resíduos sólidos têm sua problemática aumentada após a Revolução 
Industrial, pois se intensificou a produção e o consumo de bens e ser-
viços, aumentando o adensamento da população em grandes centros 
urbanos com a consequente geração de resíduos sólidos, muito aquém 
dos índices de crescimento populacional.
 O termo “lixo” passou a ser tratado como “resíduo sólido” quando 
agregou valor econômico possibilitando seu reaproveitamento dentro 
do processo produtivo.
 As diversas atividades humanas produzem resíduos das mais variadas 
composições, podendo ser orgânicos e inorgânicos.
 O desenvolvimento econômico, o modo de vida e o número de ha-
bitantes de uma determinada comunidade influenciam diretamente 
na composição, características e também na quantidade de resíduos 
sólidos gerados.
 A problemática dos resíduos sólidos estáentre as mais importantes e 
difíceis de gestão, levando em conta seu potencial de poluição e de-
gradação do meio ambiente e de saúde pública.
 Para a implantação de um sistema de gerenciamento de resíduos con-
sistente, deve ser elaborado com base em dados e características do 
Fique ligado!
Book_Gestao_ambiental.indb 134 6/25/14 5:10 PM
R e s í d u o s 135
local, visando principalmente a mudanças nos padrões de consumo e 
à redução na geração.
 Na gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos, deve-se levar em conta 
uma ordem de prioridade, que é: não geração, redução, reutilização, 
reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambien-
talmente adequada dos rejeitos.
 A Lei n. 12.305, Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), dispõe 
sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as 
diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos 
sólidos, incluindo os perigosos; às responsabilidades dos geradores e 
do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis.
 Os resíduos podem ser classificados de diferentes formas; uma classi-
ficação mais usual adotada é: lixo domiciliar, comercial, institucional, 
público, especial, de unidade de saúde (hospitalar), séptico ou infec-
tante, industrial e urbano.
 A reciclagem possui vantagens e desvantagens, mas ela não compensa 
se o custo para reciclar os materiais for maior do que para enviá-los 
para aterros ou para incinerá-los.
 Acondicionamento é a fase em que os resíduos sólidos são preparados 
de modo a ser facilmente manuseados e posteriormente dispostos para 
o serviço de coleta ou para a destinação final e/ou tratamento.
 Os recipientes para acondicionamento dos resíduos devem ser padro-
nizados e adequados para o manuseio, atendendo padrões de higiene 
e funcionalidade, e quando reutilizáveis possuírem formato que facilite 
o manuseio.
 A escolha do tipo de recipiente mais adequado deve ser orientada em 
função: das características do lixo, da geração do lixo, da frequência 
da coleta, do tipo de edificação e do preço do recipiente.
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136 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Caro(a) acadêmico(a), o que você pode fazer quanto às questões relacio-
nadas aos resíduos sólidos?
Em sua cidade, em sua localidade ou estado como anda a temática 
dos resíduos sólidos, desde a geração até o acondicionamento de forma 
segura para o serviço de coleta?
Para concluir o estudo da unidade
 1. A má gestão dos resíduos sólidos pode gerar muitos problemas a 
saúde pública e ambiental. Cite e comente os principais problemas 
encontrados.
 2. A Lei federal n. 12.305 de 2 de agosto de 2010, que institui a Polí-
tica Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), cita que na gestão e no 
gerenciamento dos resíduos sólidos deve ser observada uma ordem 
de prioridade. Qual é essa ordem?
 3. Quais os fatores que influenciam nas características e composição 
dos resíduos sólidos urbanos? Cite no mínimo três.
 4. Qual a importância do acondicionamento seguro dos resíduos sólidos?
 5. Quais os fatores que devem ser levados em conta na escolha dos 
recipientes para acondicionamento dos resíduos sólidos.
Atividades de aprendizagem da unidade
Book_Gestao_ambiental.indb 136 6/25/14 5:10 PM
R e s í d u o s 137
Referências
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Cuidados finais
Unidade 4
Luciana Borba Benetti
Tathyane Lucas Simão
Objetivos de aprendizagem: Com o estudo desta unidade o acadê-
mico conhecerá os tipos de transporte para resíduos e os cuidados 
necessários para estes. Observará algumas técnicas de pré-trata-
mentos para facilitar a destinação final dos resíduos sólidos. Além 
de alguns tratamentos, conhecerá as formas corretas de disposição 
final dos resíduos.
Para que você tenha uma visão global dos resíduos sólidos, conhecerá 
a gestão de sustentabilidade e suas vantagens.
 Seção 1: Cuidados no transporte interno e externo
Cada tipo de resíduo possui uma forma adequada de 
transporte e nessa seção iremos conhecer um pouco 
sobre algumas formas de transportar os resíduos. 
Além do tipo de transporte, você poderá reparar nas 
vantagens e desvantagens de cada tipo e as normas 
a serem observadas.
 Seção 2: Técnicas de disposição final 
ambiental correta
Assim como o transporte, cada tipo de resíduo apre-
senta um tipo de disposição adequada. Às vezes é 
necessário fazer um pré-tratamento antes da dispo-
sição. Nessa seção você conhecerá os tipos de trata-
mento e disposição final ambientalmente adequados 
para diversos tipos de resíduos sólidos.
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 Seção 3: Gestão de sustentabilidadeNessa seção você entenderá um pouco mais sobre 
a sustentabilidade e sua gestão. A discussão da te-
mática sustentabilidade é recente e ainda encontra 
problemas sobre sua concepção, pois cada indivíduo 
interpreta de uma forma, dificultando a chegada 
a um objetivo comum. Você entenderá melhor os 
conceitos e concepções, as dimensões da sustenta-
bilidade, os indicadores de sustentabilidades entre 
outros aspectos.
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C u i d a d o s f i n a i s 141
Introdução ao estudo
Esta unidade apresenta os cuidados que devemos ter com a destinação fi-
nal de nossos resíduos, e abordará alguns métodos de pré-tratamento para, na 
maioria dos casos, facilitar a destinação final. Não podemos falar de destinação 
final sem apresentar alguns cuidados que devem ser tomados no transporte 
desses resíduos, uma vez que vários tipos podem até ser tóxicos.
Também será abordada a questão da sustentabilidade, uma vez que, ado-
tado um desenvolvimento sustentável, a geração de resíduos será equilibrada 
e teremos a consciência da reutilização e da utilização sustentável dos nossos 
recursos naturais.
Seção 1 Cuidados no transporte interno 
e externo
Quando falamos de resíduos sólidos e suas destinação final, não podemos 
deixar de observar a questão do transporte desses resíduos. Nesta seção você 
conhecerá os tipos de transporte e as vantagens de cada um.
Além disso, tomará conhecimento das legislações aplicadas ao transporte 
de resíduos.
1.1 Transporte interno e externo
Para Barros et al. (1995, p. 195):
Os serviços de limpeza pública utilizam normalmente 
caminhões comuns ou dotados de dispositivos compacta-
dores. Para escolha do veículo coletor, devem ser levados 
em consideração o tipo e a quantidade de lixo, os custos 
dos equipamentos, as condições e custos de operação e 
manutenção e outras condições locais, como a mão de 
obra, as características das vias (largura, declividade e 
pavimentação) e as densidades populacional e de tráfego. 
O Quadro 4.1 apresenta uma comparação entre os tipos de caminhões 
utilizados na coleta de lixo.
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142 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Quadro 4.1 Comparação entre tipos caminhões de coleta de lixo
Tipos Vantagens Desvantagens
Sem 
compactação
Caminhão 
basculante 
convencional
Possibilidade de utilização 
em outros serviços do 
município.
 O lixo pode se espalhar 
pela rua por ação do 
vento.
 A altura da carroceria 
exige dos coletores 
grande esforço na 
manipulação do lixo.
Caminhão baú 
ou “prefeitura”
 O lixo coletado 
pode ser mais bem 
arranjado, evitando-se 
que seja visto pelas 
pessoas ou se espalhe 
nas ruas.
 Dificulta a colocação no 
interior da carroceria.
Com 
compactação
Caminhões 
compactadores
 Capacidade de 
transportar muito mais 
lixo.
 Baixa altura de 
carregamento, 
facilitando o serviço 
dos coletores, que 
apresentam maior 
produtividade.
 Rapidez na operação 
de descarga do 
material, já que 
são providos de 
mecanismos de ejeção.
 Eliminação dos 
inconvenientes 
sanitários decorrentes 
da presença de 
trabalhador arrumando 
o lixo na carroceria 
ou do espalhamento 
do material na via 
pública.
 Preço elevado do 
equipamento.
 Manutenção mais 
complicada.
 Relação custo × benefício 
desfavorável em áreas 
de baixa densidade 
populacional.
Fonte: Barros et al. (1995).
Segundo Monteiro et al. (2001, p. 61):
A coleta e o transporte do lixo domiciliar produzido em 
imóveis residenciais, em estabelecimentos públicos e no 
pequeno comércio são, em geral, efetuados pelo órgão 
municipal encarregado da limpeza urbana. Para esses ser-
Book_Gestao_ambiental.indb 142 6/25/14 5:10 PM
C u i d a d o s f i n a i s 143
viços, podem ser usados recursos próprios da prefeitura, 
de empresas sob contrato de terceirização ou sistemas 
mistos, como o aluguel de viaturas e a utilização de mão 
de obra da prefeitura.
O lixo dos “grandes geradores” (estabelecimentos que 
produzem mais que 120 litros de lixo por dia) deve ser 
coletado por empresas particulares, cadastradas e auto-
rizadas pela prefeitura. Pode-se então conceituar como 
coleta domiciliar comum ou ordinária o recolhimento 
dos resíduos produzidos nas edificações residenciais, 
públicas e comerciais, desde que não sejam, estas últimas, 
grandes geradoras.
A conservação dos veículos e a sinalização adequada para transporte de 
resíduos sólidos são de suma importância para que não ofereça risco ao meio 
ambiente nem à sociedade. Seguem algumas normativas técnicas que devem 
ser obedecidas no transporte de resíduos sólidos:
 NBR 7500:2005 — Possibilita maior clareza à simbologia para identifi-
cação de transporte terrestre, facilitando a atuação das empresas do setor 
e dos organismos fiscalizadores.
 NBR 7501:2005 — Estabelece a terminologia aplicada no transporte 
terrestre de produtos perigosos.
 NBR 7503:2005 — Assinala as exigências necessárias para o preenchi-
mento da ficha de emergência e do envelope para o transporte terrestre 
de produtos perigosos.
 NBR 9735:2005 — Estabelece o conjunto mínimo de equipamentos para 
emergências no transporte terrestre de produtos perigosos.
 NBR 13221:2005 — Institui as condições para o transporte terrestre de 
resíduos, de modo a evitar danos ao meio ambiente e a proteger a saúde 
pública.
 NBR 14619:2005 — Fixa os critérios de incompatibilidade química a 
serem considerados no transporte terrestre de produtos perigosos.
 Decreto n. 96044/1988 — Regulamento Federal para o Transporte Ro-
doviário de Produtos Perigosos, complementares e suas revisões.
 Portaria n. 204/1997 do Ministério dos Transportes, complementares e 
suas revisões. 
 NBR 13221 — Transporte terrestre de resíduos.
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144 G E S T Ã O A M B I E N T A L
 NBR 7500:2003 — Identificação para o transporte terrestre, manuseio, 
movimentação e armazenamento de produtos.
 NBR 7501:2003 — Transporte terrestre de produtos perigosos — Terminologia.
 NBR 7503:2003 — Ficha de emergência e envelope para o transporte terres-
tre de produtos perigosos — Características, dimensões e preenchimento.
 NBR 9735:2003 — Conjunto de equipamentos para emergências no 
transporte terrestre de produtos perigosos.
 NBR 10004:1987 — Resíduos sólidos — Classificação.
 NBR 12235:1992 — Armazenamento de resíduos sólidos perigosos 
— Procedimento.
 NBR 12807:1993 — Resíduos de serviços de saúde — Terminologia.
 NBR 12808:1993 — Resíduos de serviços de saúde — Classificação.
 NBR 12809:1993 — Manuseio de resíduos de serviço de saúde — Procedimento.
 NBR 12810:1993 — Coleta de resíduos de serviços de saúde — Procedimento.
 NBR 14619:2003 — Transporte terrestre de produtos perigosos — Incom-
patibilidade química.
Entenda um pouco mais sobre cada tipo de resíduo acessando o link:
<http://www.sinir.gov.br/web/guest/residuos-solidos-urbanos;jsessionid=2809E57B7536A635
47C0AA3ACEA47E48>.
Para saber mais
É grande a quantidade (peso e volume) de lixo que sua cidade gera 
por dia e por ano? Como é transportado esse lixo?
Questões para reflexão
Book_Gestao_ambiental.indb 144 6/25/14 5:10 PM
C u i d a d o s f i n a i s 145
 1. Para escolher um veículo coletor, devemos observar o tipo e a quan-
tidade de lixo, as condições e os custos de operação e manutenção, 
as características das vias, entre outros. Qual caminhão possui como 
vantagem uma baixa altura de carregamento e mecanismos de ejeção 
que facilitam os serviços coletores? 
 2. Cada tipo de resíduo deve ser coletado por entidades distintas. No caso 
do lixo doméstico, será coletado por órgãos municipais, e o lixo produ-
zido por grandes geradoras deve ser coletado por empresas particulares. 
Conceitue resíduo doméstico. 
Atividades de aprendizagem
Book_Gestao_ambiental.indb 145 6/25/14 5:10 PM
146 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Seção 2 Técnicas de disposição final 
ambiental correta
Quando se fala em destinação final, devemos observar qualtipo de resíduo 
queremos depositar; além disso, devemos observar se existe algum tipo de 
pré-tratamento que podemos empregar para facilitar a destinação em aterros.
Todos os tipos de resíduos podem ser depositados em aterros sanitários, 
porém, para cada tipo de resíduo, existe um tipo de tratamento adequado. 
Esses tratamentos podem ser químicos, físicos ou biológicos e geram outros 
resíduos de fácil destinação.
Muitos tratamentos são confundidos com destinação; nesta seção faremos 
você entender esses conceitos.
2.1 Métodos de tratamento e disposição final
Para a escolha de uma destinação final adequada é necessário analisar o 
tipo de resíduo, o custo-benefício dentro de todas as possibilidades viáveis. 
Algumas técnicas serão descritas a seguir.
As variáveis mais comuns a serem avaliadas para a definição da destinação 
final de resíduos são:
 tipo de resíduo;
 classificação do resíduo;
 quantidade do resíduo;
 técnicas viáveis de tratamento ou disposição e que sejam ambientalmente 
corretas;
 disponibilidade dos métodos de tratamento ou disposição;
 resultados de longo prazo dos métodos de tratamento ou disposição;
 custos dos métodos de tratamento ou disposição.
É necessário, também, avaliar a possibilidade de aproveitamento dos resí-
duos gerados, pois pode trazer grandes benefícios, não só do ponto de vista 
ambiental como também reduzindo:
 a utilização de aterros;
 os gastos com acondicionamento e transporte;
 a utilização dos recursos naturais;
 os riscos ambientais proporcionados por esses resíduos.
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C u i d a d o s f i n a i s 147
Pode-se observar que são grandes os benefícios do aproveitamento dos 
resíduos no sentido ambiental. O aproveitamento também traz benefícios 
econômicos, pois reduz custos de transporte e da disposição legal do aterro, 
além da redução dos custos globais das matérias-primas.
Para escolher os métodos de tratamento e disposição final devem ser con-
sideradas variáveis técnicas, legais e econômicas. A seguir, descreveremos os 
principais métodos de tratamento e disposição final.
2.1.1 Processos químicos
Os processos químicos consistem na aplicação de técnicas de tratamento 
com a utilização de calor aos resíduos, que, dependendo da quantidade de 
calor utilizada, vão gerar produtos distintos.
Os processos térmicos mais utilizados são a incineração, o coprocessa-
mento, mas também fazem parte dessa técnica a pirólise e o plasma.
Incineração. A incineração de resíduos sólidos também é uma forma de 
tratamento, sendo que, para alguns países europeus cuja disponibilidade de 
espaço para a implementação de aterros sanitários é limitada, torna-se uma 
alternativa viável.
A incineração é um processo de redução de peso (em até 70%) e de volume 
(em até 90%) do lixo mediante combustão controlada, de 800 a 1.000 °C, vi-
sando à disposição final. O processo é realizado em fornos especiais, nos quais 
se pode garantir oxigênio para combustão, turbulência, tempos de permanência 
e temperatura adequados (BARROS et al., 1995).
Segundo Miller (2007), o Japão e alguns países europeus incineram a maior 
parte de seus resíduos urbanos, mas essa prática perdeu popularidade nos Es-
tados Unidos e na maioria dos países da Europa. 
No mundo, os resíduos sólidos urbanos são queimados em mais de mil 
gigantescos incineradores de produção de energia, que fervem a água a fim 
de produzir vapor para aquecer a água ou o ambiente, ou para produzir 
energia. A Figura 4.1 ilustra o fluxo desses materiais ao longo desse processo 
(MILLER, 2007).
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148 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Figura 4.1 Modelo de incinerador de produção de energia com controle de poluição
Fonte: Miller (2007).
As vantagens e desvantagens de se utilizarem incineradores para queimar 
resíduos sólidos e perigosos podem ser visualizadas no Quadro 4.2 (MILLER, 
2007).
Quadro 4.2 Vantagens e desvantagens da queima de resíduos sólidos em incineradores
Incineração
Vantagens Desvantagens
 Menor volume de lixo.
 Menor necessidade de aterros.
 Menor poluição da água.
 Rápida e fácil.
 Alto custo.
 Poluição do ar (principalmente 
dioxinas tóxicas).
 Produz cinzas altamente tóxicas.
 Incentiva a produção de resíduos.
 Desestimula a reciclagem 
e a redução de resíduos.
Fonte: Adaptado de Miller (2007).
A incineração reduz peso, volume e características de periculosidade dos 
resíduos, elimina matéria orgânica e as características de patogenicidade, 
Book_Gestao_ambiental.indb 148 6/25/14 5:10 PM
Guindaste
Turbina
Gerador
Eletricidade
Chaminé
Cal-
deira
Depurador
úmido
Precipitador
eletrostático
Água
suja
Cinzas
pesadas
Aterro
convencional Tratamento
de resíduos
Transpor-
tadora
Adição
de água
Poço de
resíduos
Aterro de
resíduos
perigosos
Poeira de cinzas
Vapor
Forno
C u i d a d o s f i n a i s 149
porém são gera resíduos resultantes da queima (cinzas) que devem ter correta 
disposição após o processo. 
Quando componentes orgânicos são incinerados, as cinzas apresentam altas 
concentrações de metais e devem ser aplicados processos de estabilização ou 
inertização para evitar a sua liberação para o meio ambiente. Para o melhor 
método de disposição, os resíduos sólidos resultantes da incineração devem 
ter sua composição analisada. Normalmente são utilizados aterros industriais.
Devem-se ter alguns cuidados ao utilizar essa técnica, o monitoramento 
de emissões atmosféricas, temperatura, tempo, oxigenação e composição das 
cinzas. Citaremos alguns exemplos de resíduos que podem ser tratados por 
incineração: 
 ascarel;
 embalagens, sacarias, bombonas, latas, tambores vazios;
 borras oleosas;
 lodo do tratamento de efluentes;
 óleo usado;
 resíduos associados (trapos, EPIs, madeira etc. contaminados com óleo);
 produtos químicos;
 resíduos de pintura e outros revestimentos;
 resíduos de poda de vegetação;
 serragem com óleo;
 solventes;
 plástico e borracha.
Em alguns países, o principal processo para a eliminação do lixo é a incineração, inclusive de 
lixo urbano. No Japão e na Suíça, por exemplo, a maior quantidade de lixo é eliminada por 
meio da incineração (72% e 88%, respectivamente).
Fonte: <http://www.infoescola.com/ecologia/incineracao-do-lixo/>.
Para saber mais
Legislações que devem ser lembradas quando falamos de incineração de 
resíduos:
 Legislação sobre resíduos sólidos: Lei n. 12.305/2010, institui a Política 
Nacional dos Resíduos Sólidos.
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150 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Legislação sobre incineração no Brasil:
 Resolução n. 316/2002 do Conama: regulamenta o processo da inci-
neração e seus limites de emissão. Permite incinerar resíduos urbanos, 
hospitalares, industriais e cadáveres.
 Norma da ABNT NBR 11175 — Incineração de resíduos sólidos perigo-
sos — Padrões de desempenho.
 Norma Técnica da CETESB E1 5011 — Incineração de resíduos.
Legislação sobre incineração de resíduos de serviços da saúde:
 Resolução n. 358/2005 do Conama: substitui a Resolução n. 283/2001 
do Conama. Dispõe sobre a destinação dos resíduos de serviços da saúde 
em concordância com a RDC 306/2004 da Anvisa.
 Resolução RDC n. 306/2004 da Anvisa: substitui a Resolução RDC n. 
33/2003 da Anvisa. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o geren-
ciamento de resíduos de serviços da saúde.
 Resolução n. 05/1993 do Conama, artigo 11: recomenda a incineração 
para resíduos de serviço da saúde, de portos e aeroportos.
 Resolução n. 283/2001 do Conama: exige a apresentação de um Plano de 
Gerenciamento de Resíduos de Serviços da Saúde dos geradores destes, 
onde se recomenda a incineração para lixo patogênico. Revogada.
 Resolução RDC n. 33/2003 da Anvisa: dispõe sobre o Regulamento Téc-
nico para o gerenciamento de resíduos de serviços da saúde.
Legislação da comunidade europeia
 2000/76/EG — Diretiva do Parlamento Europeu e do Conselho de 4 de 
dezembro de 2000, relativa à incineração deresíduos.
 91/689/CEE — Diretiva do Conselho de 12 de dezembro de 1991, relativa 
aos resíduos perigosos. Resíduos infecciosos: matérias que contenham 
microrganismos viáveis ou suas toxinas, em relação aos quais se saiba ou 
haja boas razões para crer que causam doenças no homem ou noutros 
organismos vivos.
 1999/31/EG — Normativa do Conselho de 26 de abril de 1999 sobre 
aterro de resíduos. Somente serão depositados em aterro resíduos tratados.
Coprocessamento. O coprocessamento é um processo de oxidação tér-
mica (queima) de resíduos industriais, líquidos, sólidos ou pastosos em fornos 
de cimento. Em fornos de cimento a temperatura chega a atingir 1.500 °C, 
temperatura que, em conjunto com o tempo de residência, é adequada para 
Book_Gestao_ambiental.indb 150 6/25/14 5:10 PM
C u i d a d o s f i n a i s 151
destruir termicamente a matéria orgânica. Assim como os equipamentos de 
incineração, esses fornos também devem ter mecanismos de controle de po-
luição atmosférica.
Esta é uma alternativa que se aplica a vários tipos de resíduos e é bastante 
utilizada por apresentar baixo custo. Essa técnica exige o monitoramento 
das emissões atmosféricas, temperatura, tempo, oxigenação, assim como na 
incineração.
Alguns resíduos que podem ser tratados por coprocessamento:
 borras oleosas;
 lodo de tratamento de efluentes;
 óleo usado;
 pneumáticos usados;
 óleos e graxas;
 tintas e solventes;
 plástico;
 borracha;
 solos contaminados;
 refratários usados;
 cinzas de fornos;
 EPIs contaminados.
Vantagens do coprocessamento: entre as alternativas de destinação de resí-
duos presentes no mercado, o coprocessamento reúne os melhores benefícios 
econômicos e ambientais. Veja por que:
a) Eliminação definitiva, técnica e ambientalmente segura dos resíduos.
b) Torna-se uma fonte de energia renovável.
c) Substitui a matéria-prima, preservando jazidas.
d) Como todo o resíduo é destruído, contribui para a saúde pública no 
combate a focos de doença.
e) Geração de novos empregos.
Pirólise. A pirólise pode ser definida como a degradação térmica de qualquer 
material orgânico na ausência parcial ou total de um agente oxidante, ou até 
mesmo em um ambiente com uma concentração de oxigênio capaz de evitar 
a gaseificação intensiva do material orgânico. A pirólise geralmente ocorre a 
uma temperatura que varia de 400 °C até o início da gaseificação (PEDROZA 
et.al., 2010). 
Book_Gestao_ambiental.indb 151 6/25/14 5:10 PM
152 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Os resíduos a serem degradados devem ser selecionados e triturados e 
posteriormente enviados ao reator pirolítico, em que, através de uma reação 
endotérmica, são separados em subprodutos a cada etapa. Vale lembrar que 
o balanço energético da pirólise é positivo, ou seja, produz mais energia do 
que consome; mesmo assim é necessário aquecer inicialmente os resíduos, em 
virtude da falta de oxigênio. 
O reator pirolítico apresenta três zonas específicas:
 Zona de secagem: nesta zona a temperatura está entre 100 e 150 °C. É 
a zona em que os resíduos passam por duas pré-secagens e a secagem 
propriamente dita.
 Zona de prirólise: é a zona em que ocorrem as reações de volatilização, 
oxidação e fusão. A temperatura nessa etapa varia entre 150 e 1.600 °C. 
São produzidos os subprodutos: alcoóis, óleo combustível, alcatrão etc.
 Zona de resfriamento: nesta zona são coletados os resíduos gerados pelo 
processo (cinzas e escória).
A vantagem desse processo é a limitação da produção de particulados e a 
desvantagem é o seu alto custo operacional. Vale ressaltar que esse processo 
não substitui o aterro sanitário, porém diminui consideravelmente a quantidade 
de resíduo encaminhada aos aterros. 
Plasma. O plasma é o gás ionizado por meio de temperaturas superiores a 
3.000 °C, quando os átomos perdem parte dos elétrons. Tal gás apresenta alta 
viscosidade e boa condutividade elétrica. Esse processo apresenta um tempo de 
reação curto quando comparado ao incinerador clássico, por sua característica 
de alta energia e temperatura do plasma. Com isso, a velocidade de destruição 
é mais alta e podem-se construir reatores menores.
As principais vantagens e desvantagens do uso de plasma na decomposição 
térmica de substâncias são:
a) Vantagens:
 rápida e completa decomposição da substância orgânica;
 os produtos vitrificados são similares a um mineral de alta dureza;
 reduções de volume superiores 99%.
b) Desvantagens:
 alto custo de investimento;
 volume de gases gerado é idêntico ao de outras formas de incineração;
Book_Gestao_ambiental.indb 152 6/25/14 5:10 PM
C u i d a d o s f i n a i s 153
 é necessário um sistema de lavagem de gases para retenção dos metais 
voláteis e dos gases ácidos;
 baixa eficiência quando a matéria orgânica aparece em quantidades 
significativas;
 necessita de tecnologias de recuperação térmica no que diz respeito à 
produção de dioxinas/furanos.
2.1.2 Processos físicos
Os processos físicos são pré-tratamentos para posterior encaminhamento 
dos resíduos a tratamento e/ou disposição final adequados. Englobam: centri-
fugação; separação gravitacional e redução de partículas.
Centrifugação. Processo mecânico que utiliza a força centrífuga de separa-
ção de mistura de substâncias de densidades diferentes. O equipamento gira em 
alta velocidade depositando no fundo as partículas mais densas. A centrifugação 
é muito empregada na separação de líquidos cujas densidades dão diferentes, 
podendo, também, ser utilizada para separar os sólidos.
Separação gravitacional. É uma técnica de separação que explora o próprio 
peso do resíduo e a velocidade terminal das partículas. 
Redução de partículas. Esse método é constituído por processos mecânicos 
de moagem e peneiramento montados em sequência a fim de reduzir a granu-
lometria do resíduo final ou para manter as características dos produtos finais 
dentro de limites desejados.
2.1.3 Processo biológico
Compostagem. Outro método de tratamento e disposição sanitariamente 
adequados dos resíduos sólidos é a compostagem. Por definição, é a transfor-
mação de resíduos orgânicos presentes no lixo, mediante processos físicos, 
químicos e biológicos, em material biogênico mais estável e resistente. O 
resultado final é o composto, excelente condicionador orgânico dos solos 
(BARROS et al., 1995).
Segundo Barros et al. (1995), o processo se constitui basicamente em 
duas etapas:
a) Física, em que se dá o preparo dos resíduos, fazendo-se uma separação 
entre a matéria a ser compostada e outros materiais (potencialmente 
recicláveis e/ou rejeitos), e em seguida uma homogeneização;
Book_Gestao_ambiental.indb 153 6/25/14 5:10 PM
154 G E S T Ã O A M B I E N T A L
b) Biológica, que consiste da fermentação e da digestão do material, rea-
lizadas sob condições controladas, num período que varia, geralmente, 
de 60 a 120 dias.
A Figura 4.2 mostra um esquema de usinas de compostagem para regiões 
com até 60 mil habitantes onde se utiliza a compostagem normal, somente 
com reviramento de leiras (BARROS et al., 1995).
Figura 4.2 Usina de compostagem de lixo para cidades de até 60 mil habitantes
Fonte: IPT (apud Braga et al., 2007).
Qualquer que seja o processo, devemos ressaltar as vantagens da compos-
tagem em relação ao aterro, que são: diminuição da área de aterros, disposição 
em aterros de materiais não agressivos ao meio ambiente, reciclagem de mate-
riais e geração de empregos formais, substituindo os catadores, que se sujeitam 
a condições de trabalhos insalubres, por empregos formais com condições e 
regime de trabalho adequados (BRAGA et al., 1995).
2.2 Disposição final dos resíduos sólidos
A disposição final dos resíduos sólidos pode ser feita de diversas maneiras, 
mas, seja qual for o método adotado, deve levar em conta a prevenção da 
poluição ambiental, bem como deve estar embasado em diversos fatores re-
presentativos das características e condições do local onde vai ser implantado.
Book_Gestao_ambiental.indb 154 6/25/145:10 PM
C u i d a d o s f i n a i s 155
Com o crescimento das cidades, o desafio da limpeza urbana não consiste 
apenas em remover o lixo de logradouros e edificações, mas, principalmente, 
em dar um destino final adequado aos resíduos coletados (IBAM, 2001).
Segundo o IBAM (2001), diante de um orçamento restrito, como ocorre em 
grande número das municipalidades brasileiras, o sistema de limpeza urbana 
não hesitará em relegar a disposição final para segundo plano, dando prioridade 
à coleta e à limpeza públicas.
Por essa razão, é comum observarmos nos municípios de menor porte a 
presença de “lixões”, ou seja, locais onde o lixo coletado é lançado diretamente 
sobre o solo sem qualquer controle e sem quaisquer cuidados ambientais, 
poluindo tanto o solo quanto o ar e as águas subterrâneas e superficiais das 
vizinhanças (IBAM, 2001).
A destinação final de resíduos sólidos nos municípios brasileiros é ainda 
preocupante, sendo que em 63,1% deles a destinação é feita a céu aberto, em 
13,7% os resíduos são destinados a aterros sanitários e, em 18,3%, são desti-
nados a aterros controlados (IBGE, 2000).
A gravidade do problema é relevante, levando-se em conta a última Pesquisa 
Nacional de Saneamento Básico, realizada pelo IBGE em 1989 (apud IBAM, 
2001), identificou as seguintes informações, conforme o Quadro 4.3:
Quadro 4.3 Situação da destinação final dos resíduos nas regiões brasileiras
Regiões Lixões
Aterros 
sanitários
Aterros 
controlados
Usinas Outros
Norte 89,70 3,67 3,99 2,58 0,06
Nordeste 90,67 2,25 5,45 0,74 0,89
Centro-oeste 54,05 13,10 27,00 5,02 0,83
Sudeste 26,58 24,62 40,48 4,41 3,91
Sul 40,72 51,97 4,91 0,98 1,42
Brasil 49,27 23,33 21,90 3,00 2,50
Fonte: Adaptado de IBAM (2001).
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156 G E S T Ã O A M B I E N T A L
2.2.1 Lixões
Uma forma de disposição dos resíduos sólidos, lamentavelmente ainda co-
mum em muitas cidades, consiste em simplesmente lançar e amontoar o lixo em 
algum terreno baldio, dando origem aos “lixões” (BRAGA et al., 2005, p. 149).
Ainda segundo Braga et al. (2005, p. 149):
Além dos já referidos problemas estéticos e de saúde 
pública, essa prática estimula a catação, com todos os 
enormes problemas sociais correlatos, e propicia episó-
dios de poluição hídrica e atmosférica (a matéria orgânica 
em biodegradação atinge temperaturas de combustão es-
pontânea, liberando grossos rolos de fumaça que chegam 
a sombrear e fustigar enormes áreas).
No lixão os resíduos são depositados no solo sem nenhum tipo de trata-
mento, tanto no solo como no resíduo em si, tendo como consequência sérios 
impactos ao meio ambiente e à saúde humana. É uma forma incorreta de dis-
posição final de resíduos, pois sem conhecer as características dos resíduos ali 
depositados os riscos de contaminação são iminentes. 
2.2.2 Aterros
Segundo o IBAM (2001):
A única forma de se dar destino final adequado aos re-
síduos sólidos é através de aterros, sejam eles sanitários, 
controlados, com lixo triturado ou com lixo compactado. 
Todos os demais processos ditos como de destinação 
final (usinas de reciclagem, de compostagem e de inci-
neração) são, na realidade, processos de tratamento ou 
beneficiamento do lixo, e não prescindem de um aterro 
para a disposição de seus rejeitos.
Aterro controlado. É uma forma de disposição final de resíduos, onde são 
adotadas medidas para tentar reduzir os impactos ambientais; geralmente são 
antigos lixões que passaram por algum tipo de tratamento técnico, mas que não 
atingiram a segurança e o controle de um aterro sanitário (MOUSINHO, 2003). 
Aterros sanitários. Os aterros sanitários manuais, segundo Obladen (2003), 
são geralmente usados em Pequenas localidades de até 20 mil habitantes ou 
10 toneladas de geração diária, geralmente dimensionados pelo método de 
trincheiras (valas). Caracterizam-se por possuírem escavação prévia e retirada 
de material de cobertura efetuados por máquinas a cada três ou quatro meses, 
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sendo que as tarefas de operação do movimento, transporte e acomodação 
dos resíduos são feitas manualmente com carrinho de mão, pás e picaretas, e 
a compactação é efetuada por tambores compressores.
No aterro sanitário o lixo é lançado sobre o terreno e reco-
berto com solo do local, de forma a isolá-lo do ambiente, 
formando ‘câmaras’. Pela própria movimentação das má-
quinas de terraplenagem na execução dessas ‘câmaras’, 
o lixo é compactado e seu volume, substancialmente 
reduzido (BRAGA et al., 2007, apud MORAIS, 2004, p. 4).
Braga et al. (2007, apud MORAIS, 2004, p. 4) ainda inferem que:
Nessas ‘câmaras’, cessada a biodegradação aeróbia com 
o esgotamento do pouco oxigênio existente, processa-
-se a biodegradação anaeróbia, com a liberação de gás 
e de uma substância liquida escura, constituída pelos 
resíduos orgânicos apenas parcialmente biodegradados, 
denominada chorume.
O chorume é bombeado do fundo do aterro, armazenado em tanques e 
encaminhado para uma usina de tratamento de esgoto comum ou para uma 
usina de tratamento no local. Quando o aterro enche, é coberto com argila, 
areia, cascalho e terra para impedir que a água infiltre (MILLER, 2007).
Barros et al. (2005) dizem que o aterro sanitário exige técnicas específicas, 
que visam inclusive ao uso futuro da área, e que incluem a seleção e o preparo 
da área, sua operação e monitoramento. A NBR 8419 fixa todos os procedi-
mentos necessários a uma correta elaboração do projeto. Um aterro sanitário 
contém necessariamente:
 instalação de apoio;
 sistema de drenagem de águas pluviais;
 sistema de coleta e tratamento de líquidos percolados e de drenagem de 
gases, formados da decomposição da matéria orgânica presente no lixo;
 impermeabilização lateral e inferior, de modo a evitar a contaminação 
do solo e do lençol freático.
O aterro sanitário é uma das práticas mais utilizadas em virtude de sua rela-
tiva simplicidade de execução e de seu relativo baixo custo, tendo como fator 
limitante a disponibilidade de áreas próximas aos centros urbanos (LIMA, 2001).
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158 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Matos (2006, p. 21-22 ) cita que:
Embora o aterro sanitário seja utilizado para disposição 
de diversos tipos de resíduos sólidos, sabe-se que os re-
jeitos constituídos por matéria orgânica conferem maior 
vida útil e regeneração rápida dos aterros, em função da 
biodegradabilidade, combustibilidade e solubilidade em 
água, que estes resíduos apresentam. A importância da 
preservação do aterro sanitário por meio da disposição de 
resíduos sólidos de natureza preferencialmente orgânica 
associa-se a necessidade de selecionar os demais rejeitos 
para atender a condições diversas, como periculosidade, 
reutilização e reciclagem.
É importante ressaltar que, segundo Barros et al. (2005), para os resíduos 
industriais enquadrados na classe I — perigosos (de acordo com a norma ABNT 
NBR — 10.004), a disposição final deve ser feita em um aterro industrial, con-
siderando as recomendações das seguintes normas da ABNT:
 NBR 8418: apresentação de projetos de aterros de resíduos industriais 
perigosos;
 NBR 10157: aterros de resíduos perigosos — critérios para projeto, cons-
trução e operação.
O aterro sanitário energético é uma evolução do aterro sanitário, no qual 
o chorume drenado é reaplicado (por meio de bombeamento) nas câmaras do 
aterro, visando aumentar o grau de biodegradação da matéria orgânica e de 
produção de gás. O gás drenado pode ser utilizado como combustível direta-
mente ou após prévia “lavagem” das impurezas (o poder calorífero do “gás de 
lixo” alcança cerca de 5.800 Kcal/kg m³) (BRAGA et al., 2005).
A Figura 4.3 apresenta um aterro sanitário de última geração projetado para 
eliminar ou minimizar os problemas ambientais que assolam os antigos aterros 
(MILLER, 2007).
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C u i d a d o sf i n a i s 159
Figura 4.3 Esquematização de um aterro sanitário em várias fases de operação
Fonte: Braga et al. (2005).
O Quadro 4.4 relaciona as vantagens e desvantagens em se utilizar os 
aterros sanitários para a disposição de resíduos sólidos, segundo Miller (2007).
Quadro 4.4 Vantagens e desvantagens da disposição dos resíduos sólidos em aterros sanitários
Aterros sanitários
Vantagens Desvantagens
 Ausência de queimadas a céu aberto.
 Pouco odor.
 Baixa poluição da água subterrânea se 
assentados de forma correta.
 Baixos custos operacionais.
 Comportam grandes quantidades de resíduos.
 Área aterrada pode ser utilizada para outros 
fins.
 Em muitas áreas não existe escassez de 
espaço para os aterros. 
 Ruído e tráfego.
 Poeira.
 Poluição do ar por gases tóxicos e compos-
tos orgânicos voláteis.
 Liberam gases que causam o efeito estufa 
(metano e dióxido de carbono), a menos 
que sejam coletados.
 Contaminação da água subterrânea.
 Lenta decomposição dos resíduos.
 Desestimulam a reciclagem e diminuição 
dos resíduos.
 Podem vazar em algum momento e conta-
minar a água subterrânea.
Fonte: Adaptado de Miller (2007).
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Lençol freático
Dreno de chorume
(saída para estação de tratamento)
Camada impermeabilizante
Solo de cobertura
Célula de lixo
Dreno de gás
Dreno de águas
de superfície
SETO
R DE
 PRE
PAR
AÇÃ
O
SETO
R CO
NCL
UÍDO
SETO
R EM
EXEC
UÇÃ
O
160 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Aterro industrial. Nos aterros industriais, os resíduos são confinados em 
grandes áreas especialmente projetadas para receber os tipos que estão sendo 
dispostos. Existem aterros para resíduos classe I e classe II (classificação segundo 
a norma NBR 10004), que diferem entre si no sistema de impermeabilização 
e controle necessário.
Em aterros industriais não são depositados:
 resíduos líquidos;
 resíduos que liberem gases explosivos ou venenosos;
 resíduos radioativos;
 resíduos que gerem reações exotérmicas com a água;
 substâncias altamente tóxicas;
 solventes orgânicos;
 substâncias altamente inflamáveis, entre outros.
As desvantagens do aterro industrial são a restrição de disposição de resíduos 
e o fato de que, após o uso para esse fim, a área fica imprópria para qualquer 
tipo de construção ou ampliação por pelo menos cem anos. Por isso, opta-se 
pela incineração, que, embora mais cara, reduz significativamente a quantidade 
de resíduos podendo ser depositadas suas cinzas em um aterro sanitário.
2.2.2.1 Panorama sobre a aplicação da logística reversa na 
gestão de resíduos sólidos industriais
O grande desafio das décadas atuais é desenvolver um sistema integrando as 
novas políticas ambientais, pois elas solicitam o rastreamento do ciclo de vida 
sendo rastreado do início ao fim de sua vida útil. Para a melhoria de controle 
desses fluxos, foi criado pela lei 12.305/10 o sistema de logística reversa, que 
por sua vez delimita e controla todos os fluxos de matérias-primas favorecendo 
a implementação de sistemas de reúso e de reciclagem (Figura 4.4).
A logística reversa pós-venda revela um panorama importante sobre o 
fluxo de consumo e perfil dos consumidores de cada localidade, pois através 
dela podemos observar o fluxo físico das mercadorias, descarte dos resíduos 
e razões comerciais. Na da logística reversa, o pós-consumo pode ser útil no 
processo de gestão ambiental de todas as organizações, seja ela pública ou 
privada (LACERDA, 2002). Podemos apontar como principais assuntos voltados 
à logística reversa pós-consumo:
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C u i d a d o s f i n a i s 161
 rastreamento de um produto após término de sua vida útil;
 estruturação para que este produto possa voltar ao ciclo de mercado.
Figura 4.4 Resumo de alguns produtos que devem ser incluídos no programa de logística reversa
Fonte: Reis (2011).
Benefícios do sistema de logística reversa. Conforme Lacerda (2002) o 
sistema de logística reversa:
 diminui a quantidade de resíduos encaminhados para aterros;
 estimula o uso eficiente dos recursos naturais;
 reduz as obrigações físicas e financeiras dos municípios para com a gestão 
de determinados resíduos;
 desenvolve os processos de reutilização, reciclagem e recuperação de 
produtos e materiais;
 promove processos de Produção mais Limpa (P+L).
Logística reversa versus inclusão social. A logística reversa vem padronizar 
os sistemas de coleta seletiva via cooperativas de reciclagem.
Essa padronização favorecerá um conjunto de ações, procedimentos e 
meios, destinados a facilitar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos, além 
de proporcionar as seguintes ações diretas (LACERDA, 2002):
 a disposição final adequada dos rejeitos;
 participação em forma de gestão associada;
 implantação de coleta;
 seletiva com a participação dos catadores.
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162 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Ciclo de vida nada mais é que um sistema de gerenciamento ambiental e econômico que prioriza 
a redução de impactos em ambos.
Para saber mais
Podemos definir ciclo de vida como o processo de extração da matéria-
-prima, manufatura, transporte, distribuição, uso, reúso, manutenção, recicla-
gem e, por fim, destinação final. Através do conhecimento de todo o ciclo de 
vida de um produto podemos ver de modo geral todos os impactos ocasionados 
ao meio ambiente em todos os processos envolvidos.
Obtendo esse conhecimento de um determinado resíduo, pode-se, assim, 
facilitar o sistema de gestão ambiental que estará focado na minimização de 
impactos ambientais e econômicos do seu gerador. Para o melhor entendimento 
consideramos fluxo todo e qualquer processo por que esse resíduo já passou.
Figura 4.5 Ciclo de vida dos produtos versus logística reversa
Fonte: Reis (2011).
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C u i d a d o s f i n a i s 163
A construção civil, entre todas as indústrias de transformação, é certamente a maior geradora 
de resíduos. O volume de entulho de construção e demolição gerado pode atingir duas vezes 
o volume de lixo sólido urbano. Observa-se que boa parte desses resíduos é depositada em 
aterros clandestinos favorecendo a proliferação parasita. Fonte: John (2002).
Para saber mais
Logística reversa versus lixo eletrônico. Primeiro, é importante definir o que 
é lixo eletrônico. Podemos definir como qualquer produto que utilize energia 
elétrica ou acumuladores como fonte de alimentação e se torna obsoleto.
Ocorre um grande equívoco quando mencionamos o termo lixo eletrônico. 
Grande parte da população associa lixo elétrico como proveniente de lixo da 
área de informática, o que não é procedente. Para melhor entendimento, po-
demos considerar como lixo eletrônico:
No que se refere à parte de legislação, o Plano Nacional de Resíduos Sóli-
dos trata, em seu art. 30, da responsabilidade compartilhada, o que gera uma 
cadeia de responsabilidades diferenciada aos resíduos eletroeletrônicos. Além 
de estabelecer em seu art. 3, inciso IX, a gestão integrada, este conjunto de 
soluções integradas pode apontar como ações integradas:
 Fabricantes e produtores: terão responsabilidade pelo produto eletroele-
trônica, mesmo após o fim da sua vida útil, obrigando-se a promover a 
logística reversa (art. 33, da PNRS).
 Fabricantes e produtores deverão realizar a correta rotulagem ambiental 
para possibilitar a efetivação dessa logística (art. 7, inciso XV, da PNRS).
 Fabricantes e produtores serão responsáveis pela ecoconcepção do pro-
duto a fim de prevenir os perigos decorrentes da transformação do produto 
em resíduo (art. 31, inciso I da PNRS).
 Comerciantes e distribuidores: a responsabilidade se traduz no dever de 
informar os clientes e consumidores no que tange à logística reversa e 
sobre os locais onde pode ser depositado o lixo eletrônico e de que forma 
esses resíduos serão valorizados (art. 31, inciso II da PNRS).
 Consumidores: assumem a obrigação decolaborar com a gestão dos 
REEE, depondo seletivamente o lixo eletrônico nos locais identificados 
pelos comerciantes e distribuidores (art. 33, §4°, da PNRS).
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164 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Logística reversa do lixo eletrônico depende, sobretudo, de uma elaboração 
cuidadosa dos planos setoriais de resíduos, previstos no art. 14 da PNRS.
A logística reversa terá uma grande influência nesse nicho de mercado, pois, 
além de contribuir para uma destinação mais adequada de resíduos, aumentará 
a vida útil dos aterros, minimizará a extração de matérias-primas não renováveis, 
e proporcionará um fluxo de criação de cooperativas seletoras desse material.
Por que ainda é difícil ter uma destinação adequada para os resíduos 
sólidos produzidos no país?
Questões para reflexão
 1. Sempre que falamos em resíduos sólidos, lembramo-nos da coleta 
seletiva e do reaproveitamento de alguns resíduos. Quais são as van-
tagens dessas práticas?
 2. A disposição final dos resíduos ocorre após o tratamento adequado 
deles. Essa disposição também deve ser adequada para que não 
prejudique o meio ambiente e a sociedade. Qual a melhor forma de 
disposição final para os resíduos? Justifique.
Atividades de aprendizagem
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C u i d a d o s f i n a i s 165
Seção 3 Gestão de sustentabilidade 
A temática do desenvolvimento sustentável está presente em discussões 
acadêmicas e em lugares mais populares, como uma comunidade, por exemplo, 
sendo considerada por diversos adjetivos: acalorada, reflexiva, pretensiosa e, 
até mesmo, esperançosa. Todas essas formas de identificar a temática têm a ver 
com as bases ideológicas e os modelos mentais tradicionais da população, que 
têm que ser modificados, pois o presente precisa ser abdicado em detrimento 
do futuro (SILVA; MENDES, 2005).
A raiz da grande polêmica encontra-se em dois locais: nos indivíduos e no 
objetivo comum, isto é, em cada indivíduo, além de uma noção e um conceito 
sobre desenvolvimento sustentável, há uma maneira implícita de como intera-
gir no processo com o ambiente. A dificuldade em se estabelecer um objetivo 
conjunto, mesmo considerando as mudanças e pretensões individuais especí-
ficas, reside na forma como cada indivíduo percebe esse “objetivo maior”: uns 
acreditam que o objetivo almejado seja o desenvolvimento sustentável, outros 
pensam que se trata do próprio processo, e outros, ainda, o percebem como 
um conjunto disso tudo (CAMARGO, 2003).
Os termos sustentabilidade e desenvolvimento sustentável seriam antagôni-
cos ou não? Alguns acreditam ser a sustentabilidade algo de difícil consecução, 
e desenvolvimento sustentável um conceito que denota um processo com vistas 
ao futuro, ou um presente adiado, porém sustentável, tratando, assim, o desen-
volvimento sustentável como um processo e a sustentabilidade como um fim.
Cientistas argumentam que o foco principal ao se discutir e se preocupar com 
a sustentabilidade está na vinculação do tema ao lugar a que se pretende chegar; 
enquanto, com o desenvolvimento, o foco está em como se pretende chegar. E 
continuam considerando que os dois termos não são contraditórios, mas com-
plementares, isto é, ao se discutir o desenvolvimento sustentável não se pode 
perder de vista a própria sustentabilidade, e o contrário também é verdadeiro. 
Finalizando a ideia, os autores acreditam que sustentabilidade e desenvolvi-
mento sustentável têm objetivos distintos, mas com interesses comuns (SILVA; 
MENDES, 2005).
Para Souza (2000), o abundante estoque de recursos naturais disponível nos 
primórdios da Revolução Industrial e a larga capacidade de absorver e reciclar 
os resíduos da produção afastavam qualquer possibilidade de crise. Por outro 
lado, o ritmo e o volume da produção mundial, o tamanho da população, seu 
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166 G E S T Ã O A M B I E N T A L
estilo de vida e consumo não representavam um problema a ser considerado. 
As críticas de hoje, por sua vez, surgem num contexto em que os problemas 
já são evidentes, modificam a qualidade de vida de milhões de pessoas, as-
sumem uma escala planetária e permitem antever situações de alta gravidade 
e irreversibilidade em longo prazo, caso não se tomem providências efetivas. 
Portanto, foi a partir da Revolução Industrial que os problemas ambientais 
começaram a agravar-se cada vez mais, praticamente em todo o planeta. Isso 
porque a degradação da natureza, embora possa ter ocorrido em pequena 
escala nas sociedades anteriores ao capitalismo, é algo típico do capitalismo 
e da industrialização. Um dos focos privilegiados da crítica ao modelo de 
desenvolvimento econômico dominante é a contradição existente entre uma 
proposta de desenvolvimento ilimitado a partir de uma base de recursos finita 
(LIMA, 1997).
Dentro de uma concepção preventiva, a problemática ambiental reflete a 
percepção de que o volume de impactos destrutivos gerados pela ação antró-
pica sobre os ecossistemas tem se ampliado a horizontes de longo prazo, de 
modo a repensar as atuais formas de desenvolvimento, tanto capitalistas como 
socialistas, favorecendo uma internalização efetiva do meio ambiente, enquanto 
recursos naturais, espaço e qualidade do hábitat, para que se transcenda a 
preocupação por suas repercussões no plano puramente biofísico, como tam-
bém no processo de intercâmbio entre fatores geobiofísicos e socioculturais 
(SAMPAIO, 2002).
Segundo o método Ecological Footprint (Pegada Ecológica), que avalia o 
espaço ecológico correspondente para sustentar um determinado sistema ou 
unidade, seriam necessários mais dois planetas Terra para sustentar os seres hu-
manos, tendo em vista o padrão de desenvolvimento adotado atualmente (DIAS, 
2002). Alertas cada vez mais fortes indicam que a capacidade de regeneração 
(resiliência) do ecossistema mundial já foi ultrapassada: estamos consumindo o 
estoque (o capital natural) formado pela biosfera, em vez de viver da produção 
líquida da fotossíntese (dos juros que a natureza proporciona) (CECCA, 2001).
O desenvolvimento moderno-ocidental transformou meios em fins. A per-
gunta que se verifica, considerando as constatações apontadas anteriormente, 
é: quanto é suficiente? Que nível de consumo a Terra pode sustentar?
O equívoco de se conceber o desenvolvimento como um processo sem fim 
aponta para que devamos discutir os fins do desenvolvimento. Com essa inten-
ção, alguns integrantes da comunidade mundial realizaram alguns encontros 
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C u i d a d o s f i n a i s 167
(reuniões e conferências) para reavaliar o modelo de desenvolvimento adotado 
pela economia: ligado apenas à ideia de crescimento. 
O Desenvolvimento Sustentável (DS, sustainable development ou nachhal-
tige Entwicklung) é um conceito aparentemente indispensável nas discussões 
sobre a política do desenvolvimento no final deste século (BECKER, 2002).
3.1 Concepções e conceitos
Torna-se necessário, antes de explorar a concepção de desenvolvimento 
sustentável e sustentabilidade, analisar os aspectos epistemológicos.
Desenvolvimento é uma noção das mais frequentes, tanto na literatura quanto 
no senso comum; também é uma noção universalmente desejada, que traz em si 
a noção de progresso e melhoria. Quando se fala em progresso, tende-se a igualar 
desenvolvimento e crescimento, porém, crescimento é condição indispensável 
para o desenvolvimento, mas não condição suficiente, isto é, o crescimento 
não conduz obrigatoriamente à igualdade nem à justiça social, pois não leva 
em conta nenhum outro aspecto da qualidade de vida a não ser o acúmulo de 
riquezas, que se faz nas mãos apenas de alguns indivíduos da população. Já 
desenvolvimento preocupa-se com a geração de riquezas, porém tem o objetivo 
de distribuí-las, de melhorar a qualidade de vida de toda a população, levando 
em consideração a qualidade ambiental do planeta (CAMARGO, 2003).
Sustentarsignifica suportar, apoiar, resistir, conservar; entre outras definições.
Sustentabilidade significa a possibilidade de se obterem continuamente con-
dições iguais ou superiores de vida para um grupo de pessoas e seus sucessores 
em dado ecossistema. Assim sendo, o conceito de sustentabilidade equivale à 
ideia de manutenção de nosso sistema de suporte da vida, isto é, trata-se do 
reconhecimento do que é biofisicamente possível numa perspectiva de longo 
prazo (FERREIRA, 2003).
O termo desenvolvimento sustentável não se apresentaria equivocado ou 
ambíguo? Pois une duas palavras que, em princípio, parecem não se entrosar.
O consenso sobre a definição dos termos desenvolvimento sustentável e 
sustentabilidade é de suma importância, uma vez que está profundamente 
associado com uma suposta nova visão de mundo que abrange os aspectos 
econômico, político, ecológico e educacional, isto é, considera todas as pers-
pectivas sociais numa nova ética ambiental (SOUZA, 2000).
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168 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Dentro de um contexto de crise, complexidade e incertezas, atualmente os 
seres humanos têm se mostrado, pelo menos a princípio, favoráveis ao desen-
volvimento sustentável, mesmo sem saber de seu real conceito, como promovê-
-lo e como introduzi-lo nos âmbitos da gestão pública e privada. Diante da 
situação atual, faz-se necessário elaborar um modo de operacionalização do 
desenvolvimento sustentável, como forma de garantir a continuação da vida 
no planeta. Embora plurívoco, não é de fácil operacionalização. Exige estudos, 
pesquisas e investigações para se tornar realizável (LAFER, 1996).
A base conceitual é tão fácil de explicar quanto difícil de implementar. 
Trata-se da gestão do desenvolvimento que deve considerar as dimensões am-
biental, econômica e social, e ter como objetivo a garantia da perenidade da 
base natural, da infraestrutura econômica e da sociedade (ALMEIDA, 2002).
A adesão à busca da sustentabilidade pressupõe uma noção clara da com-
plexidade e das sutilezas dos fatores tempo e espaço (ALMEIDA, 2002). No 
entanto, apesar da diversidade de abordagens, todas parecem buscar traduzir 
o espírito de responsabilidade comum e sinalizar uma alternativa às teorias e 
aos modelos tradicionais de desenvolvimento, desgastados numa série infinita 
de frustrações (CAMARGO, 2003).
A seguir está descrita uma síntese das características básicas que a susten-
tabilidade deve possuir, segundo Camargo (2003):
a) Caráter progressivo
 Tendência: a sustentabilidade apresenta-se como uma condição a ser 
introjetada em um processo em que se pretendam atingir determinadas 
metas, devendo ser continuamente construída e permanentemente 
reavaliada.
 Dinâmico: não se trata de algo tangível que se adquira definitiva e com-
pletamente, mas uma condição que deve interagir com o dinamismo 
da realidade em que se insere, adequando-se a fatores conjunturais, 
estruturais ou imprevisíveis.
b) Caráter holístico
 Plural: a sustentabilidade é pluridimensional e envolve aspectos básicos, 
tais como: ambientais, econômicos, sociais e políticos. Novas dimensões 
podem ser acrescentadas se o problema em questão assim o exigir.
 Indissociabilidade: além do caráter plural que pressupõe o envolvimento 
de vários aspectos, existe um vínculo indissociável entre eles, exigindo a 
sua plena consideração para que se garanta uma condição sustentável.
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C u i d a d o s f i n a i s 169
 Interdisciplinar: pela amplitude de interações que são contempladas 
em suas considerações, demanda a confluência de diferentes áreas do 
conhecimento, tanto para a construção de suas compreensões teóricas 
como de suas ações práticas.
c) Caráter histórico
 Temporal: a relação de tempo adquire uma importância fundamental 
no equacionamento das ações praticadas no passado, no presente e 
as que serão exercidas no futuro. Quando se trata do meio urbano, 
geralmente se adota o tempo social do universo antrópico.
 Espacial: embora a noção de sustentabilidade tenha um forte perfil de 
origem que valoriza as condições endógenas, ela não pode prescindir da 
inserção e interação dos contextos locais com os mais amplos, contem-
plando também as causas e consequências das “pegadas ecológicas”.
 Participativo: a preservação de uma condição sustentável tem uma 
forte interdependência com o aspecto da diversidade participativa dos 
agentes sociais, na medida em que a presença ou não desse fator pode 
tanto contribuir como comprometer as metas pretendidas.
A proposta sustentabilista surgiu no final do século XX como parte do pro-
cesso de reflexão para o equacionamento dos problemas ambientais. O novo 
conceito mostra que soluções isoladas são apenas paliativas e que é necessário 
transformar o modo de vida para recuperar a qualidade ambiental. A susten-
tabilidade, dessa forma, é algo que não pode ser obtido instantaneamente, ela 
é um processo de mudança, de transformação estrutural que necessariamente 
deve ter a participação da população e a consideração de suas diferentes di-
mensões (LIMA, 1997; SAMPAIO, 2002; SILVA; MENDES, 2005).
3.2 As dimensões da sustentabilidade
Os seres vivos interagem de forma dinâmica com o meio e tornam o objetivo 
da sustentabilidade mutante com o tempo. A construção histórica do desen-
volvimento sustentável está vinculada ao incremento da preocupação com a 
manutenção e existência de recursos naturais e a um ambiente propício para a 
continuidade das gerações futuras, rediscutindo o ritmo e a forma como o sistema 
capitalista propunha o desenvolvimento das sociedades (SILVA; MENDES, 2005).
O desenvolvimento sustentável deve, assim, ser considerado e alicerçado 
sob uma ótica multidisciplinar, com modelos mentais mesclados a fim de se 
Book_Gestao_ambiental.indb 169 6/25/14 5:10 PM
170 G E S T Ã O A M B I E N T A L
otimizar os estudos e avaliações do processo de desenvolvimento de um de-
terminado local, segundo dimensões diferentes (social, ambiental, econômica, 
espacial e cultural), mas interdependentes (SILVA; MENDES, 2005).
Sachs (1993) propõe considerar simultaneamente cinco dimensões para se 
planejar o desenvolvimento de uma sociedade rumo à sustentabilidade: social, 
ecológica, espacial, econômica e cultural (Figura 4.6):
Figura 4.6 As cinco dimensões da sustentabilidade de Sachs
 Fonte: Sachs (1993).
A dimensão social diz respeito à consolidação de um processo de desen-
volvimento baseado em outro tipo de crescimento e orientado por outra visão 
do que seja uma “boa” sociedade. A questão social envolve temas relativos à 
interação dos indivíduos e à sociedade em termos de sua condição de vida. A 
principal discussão, nessa ótica, recai sobre a pobreza e o ritmo de crescimento 
populacional. Sachs (1993) propõe que se defina um processo de desenvol-
vimento que leve a um crescimento estável com distribuição equitativa de 
renda, promovendo, então, a diminuição das diferenças sociais e a melhoria 
nos padrões de vida. A sustentabilidade ambiental ou ecológica deve refletir na 
inclusão de um novo capital para o sistema capitalista, o capital natural. Esse 
tipo de sustentabilidade deve ampliar a capacidade do planeta em fornecer 
recursos naturais, minimizando os impactos causados.
Para tanto, continua o autor, deve-se diminuir a utilização de combustíveis 
fósseis e a emissão de poluentes, aumentar a eficiência dos recursos explorados, 
substituir o uso de recursos não renováveis por renováveis, e promover políti-
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C u i d a d o s f i n a i s 171
cas que visem à conservação de matéria e energia, investindo em pesquisa de 
tecnologias limpas (SILVA; MENDES, 2005).
A percepção espacial ou geográfica da sustentabilidade diz respeito ao 
estabelecimento da real dinâmica do espaço considerado (município, região 
e outros), a fim de que se possam definir os objetivos e recursos existentes na 
localidade e refletir sobrea interação com os demais meios. Para atingir esse 
objetivo, deve-se procurar uma configuração rural-urbana mais adequada para 
proteger a diversidade biológica, ao mesmo tempo que melhora a qualidade 
de vida das pessoas (SILVA; MENDES, 2005).
A dimensão econômica deve levar em conta que existem outros aspectos 
importantes a serem considerados, não apenas a manutenção de capital e as 
transações econômicas. Nessa proposta, a economia deve possibilitar uma 
alocação e uma gestão mais eficiente dos recursos e um fluxo regular dos in-
vestimentos públicos e privados (SILVA; MENDES, 2005).
3.3 A sustentabilidade e seus desafios
O conceito de natureza é plural. Para uns é um ecossistema, para outros, 
capital; ainda há aqueles que defendem as paisagens por sua beleza e outros 
que proclamam sua sacralidade. O desafio ecológico enfrenta difícil contexto 
teórico-prático, buscando as respostas que tenham capacidade efetiva para 
preservar a biosfera e produzir uma relação sociedade-natureza equilibrada 
(GUDYNAS, 1998/99).
Entretanto, o mundo atual, apesar do reconhecimento da importância da 
concepção de desenvolvimento sustentável, caminha concretamente por rumos 
que desafiam qualquer noção de sustentabilidade. Assim, a operacionalização 
do desenvolvimento sustentável é o grande desafio civilizatório das próximas 
décadas (CAMARGO, 2003).
A aceitação quase unânime e a disseminação cada vez maior da noção de 
sustentabilidade geram a apreensão de que o desenvolvimento sustentável se 
torne mais um adjetivo incorporado ao sistema vigente, sem, no entanto, levar 
a mudanças efetivas. Isso se verifica por que muitas questões relativas ao tema 
continuam sendo polêmicas, ambíguas e causando divergências, tais como 
(VEIGA, 2006):
 O que é exatamente desenvolvimento sustentável?
 Que tipo de desenvolvimento se pretende?
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172 G E S T Ã O A M B I E N T A L
 O que se deve sustentar?
 O que se deve desenvolver?
 Como podemos, hoje, considerar as necessidades das futuras gerações?
 Quais as decisões que, tomadas hoje, não prejudicarão as futuras gerações?
 Em que medida a utilização dos recursos deve ser contida hoje, se dese-
jarmos tutelar o desenvolvimento no futuro?
 Quem seria realmente beneficiado nas futuras gerações: a maioria da 
população ou apenas os privilegiados?
 Qual a extensão do futuro a ser considerado?
As maiores divergências atuais concentram-se, contudo, em quatro pontos: o 
que deve ser sustentado; o que deve ser desenvolvido; os tipos de relação que 
devem prevalecer entre o que deve ser desenvolvido e o que deve ser sustentado; 
e a extensão do futuro a ser considerado (SACHS, 1993).
Coexistem tipos de relações bastante diferentes entre o que deve ser susten-
tado e o que deve ser desenvolvido: há os que se referem apenas a “sustentar” 
ou a “desenvolver” algo. Outros consideram que o que deve ser sustentado e o 
que deve ser desenvolvido são iguais em importância e devem estar ao mesmo 
tempo relacionados. Há também os que, embora reconheçam a importância do 
desenvolvimento sustentável, focam a atenção quase que totalmente em uma 
das duas palavras, isto é: “sustentar somente” ou “desenvolver principalmente” 
(NATIONAL RESEARCH COUNCIL, 1999).
Os grandes problemas que surgem da relação homem-natureza são densos, 
complexos e altamente correlacionados e, portanto, para serem compreendidos 
nas proximidades de sua totalidade, precisam ser observados numa ótica mais 
ampla, como a sistêmica. E, do ponto de vista sistêmico, as únicas soluções 
viáveis para o problema do desenvolvimento são as soluções sustentáveis. As 
dimensões prática, econômica, ética, temporal e social aparecem ora isoladas, 
ora de forma combinada nas várias dinâmicas que informam o processo de 
construção social do desenvolvimento sustentável; devem-se radicalizar as 
críticas, tomar postura de ruptura, para criar a nova noção de sustentabilidade 
que se volta para o novo. Uma visão radical de sustentabilidade das relações ser 
humano-sociedade-natureza, bem como reconhecer o movimento do todo e das 
partes, em suas interações constitutivas de uma realidade complexa, requerem 
outra estrutura de pensamento, isto é, outro paradigma (GUIMARÃES, 2003).
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C u i d a d o s f i n a i s 173
Tudo em nossa vida é feito de escolhas. A sustentabilidade é um caminho, 
uma opção, uma oportunidade que deve ser entendida de uma nova forma e 
razão: não se trata de trabalharmos por um futuro perfeito, mas sim por um 
futuro melhor.
Dessa forma, o desenvolvimento sustentável não deve ser visto como algo 
perfeito, acabado e completo; é necessário considerar a desordem, o obscuro, 
a incerteza e, principalmente, a incompletude do conhecimento para se pensar 
o ambiente. E essa proposta configura-se como um objetivo a ser alcançado 
pela sociedade e pela ciência para a construção de um modo de vida mais 
sustentável (MELO, 2003).
3.4 Indicadores de sustentabilidade
O debate sobre sustentabilidade necessita sair do plano teórico e se tornar 
operacional. Para que isso seja possível, torna-se necessário pensar uma maneira 
de quantificar essa sustentabilidade.
A identificação da informação relevante, capaz de poten-
cialmente esclarecera existência de quaisquer processos 
não sustentáveis de desenvolvimento na relação entre 
sociedade e meio ambiente, é algo somente possível para 
uma sociedade se ela dispuser de instrumentos técnico-
-científicos e políticos construídos com essa finalidade. A 
necessidade de mensurar sustentabilidade levanta-se como 
condição sine qua non para a construção de soluções 
sustentáveis em desenvolvimento (RIBEIRO, 2000, p. 3).
Ao se pensar o desenvolvimento de forma sustentável, é preciso ter em 
mente a necessidade de um acompanhamento simultâneo, também a ser cons-
tituído, que possibilite percepções em curto, médio e longo prazos. Conforme 
já mencionado no início deste trabalho, as necessidades de desenvolvimento 
de indicadores de sustentabilidade encontram-se nos capítulos 8 e 40 da 
Agenda XXI Global. O capítulo 8 orienta expressamente que os “[...] países 
devem desenvolver sistemas de monitoramento e avaliação do avanço para o 
desenvolvimento sustentável adotando indicadores que meçam as mudanças 
nas dimensões econômica, social e ambiental”. Já o capítulo 40 considera que, 
“[...] no desenvolvimento sustentável, cada pessoa é usuário e provedor de 
informação, considerada em sentido amplo, o que inclui dados, informações 
e experiências e conhecimentos adequadamente apresentados. A necessi-
dade deinformação surge em todos os níveis, desde o de tomada de decisões 
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174 G E S T Ã O A M B I E N T A L
superiores, nos planosnacional e internacional, ao comunitário e individual” 
(AGENDA XXI, 1995).
Inicialmente, as estatísticas eram voltadas para as atividades de recensea-
mento e informações sobre a população. Todavia, o crescente movimento 
democrático de massas, em quase todos os países, pressionou o surgimento 
de estatísticas e indicadores que retratassem a realidade social (BESSERMAN, 
2003). Portanto, nas últimas décadas tem aumentado muito o interesse pela 
busca de indicadores de sustentabilidade por parte de organismos governa-
mentais, não governamentais, institutos de pesquisa e universidades em todo o 
mundo. Muitas conferências já foram realizadas por entidades internacionais e 
por iniciativas de pesquisadores da área, em nível governamental e universitário 
(MARZALL; ALMEIDA, 2000).
Segundo Van Bellen (2005), a utilização de indicadores para avaliar a di-
nâmica de um sistema complexo (ambiente, organização, território etc.) deve 
levar em conta os objetivos essenciais para os quais o mesmo foi concebido. 
A priori, um indicador pode ter como objetivos (OECD, 1994; HAMMOND et 
al., 1995; IISD, 1999; EEA, 204; EPA, 1995):
a) Definir ou monitorar a sustentabilidade de uma realidade.
b) Facilitaro processo de tomada de decisão.
c) Evidenciar em tempo hábil modificação significativa em um dado sistema.
d) Caracterizar uma realidade, permitindo a regulação de sistemas integrados.
e) Estabelecer restrições em função da determinação de padrões.
f) Detectar os limites entre o colapso e a capacidade de manutenção de 
um sistema.
g) Tornar perceptíveis as tendências e as vulnerabilidades.
h) Sistematizar as informações, simplificando a interpretação de fenômenos 
complexos.
i) Ajudar a identificar tendências e ações relevantes, bem como avaliar o 
progresso em direção a um objetivo.
j) Prever o status do sistema, alertando para possíveis condições de risco.
k) Detectar distúrbios que exijam o replanejamento.
l) Medir o progresso em direção à sustentabilidade.
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C u i d a d o s f i n a i s 175
Todos esses objetivos tendem a potencializar as ações que buscam o au-
mento do protagonismo dos atores locais, isto é, podem contribuir para o 
aumento do nível de percepção social sobre a realidade local e oferecer infor-
mações que orientem a tomada de decisão e permitam a avaliação constante 
de todo o processo de desenvolvimento. A utilização de indicadores e índices, 
não raro, é alvo de controvérsia nos fóruns técnico-científicos, pelas simplifica-
ções que são efetuadas na aplicação dessas metodologias (CAMARGO, 2003).
O termo indicador é originário do latim indicare, que significa revelar ou 
apontar para anunciar ou tornar de conhecimento público, ou para estimar ou 
colocar valor. Podem-se considerar os indicadores fornecedores de indícios 
para um problema de grande significância ou tornar perceptível uma tendência 
ou fenômeno que não sejam imediatamente detectáveis (CAMARGO, 2003).
Para Hammond et. al (1995), os indicadores fornecem informação mais 
simples, são uma forma mais rapidamente compreensível que as estatísticas 
complexas ou outro tipo de dados econômicos ou científicos, pois ampliam 
um modelo ou conjunto de suposições que relatam o indicador para um fe-
nômeno complexo. Alerta ainda que os indicadores representam um modelo 
empírico da realidade, não a própria realidade; mas que podem ser avaliados 
analiticamente e ter uma metodologia de mensuração padronizada. 
Um indicador é uma ferramenta que permite a obtenção de informações 
sobre uma dada realidade, devendo ter como principal característica a capa-
cidade de sintetizar um conjunto complexo de informações, retendo apenas o 
significado essencial dos aspectos analisados.
Em função disso, pode ser definido como uma resposta sintomática às ati-
vidades exercidas pelo ser humano dentro de um determinado sistema.
Bossel (1999, p. 76) afirma serem os indicadores “[...] nossa ligação com 
o mundo”, pois condensam a complexidade de uma quantidade manuseável 
de informações significativas, influenciando nossas decisões e dirigindo nossas 
atitudes. Também acredita que eles ajudam a construir um retrato do estado 
do ambiente, sobre o qual se podem tomar decisões inteligentes para proteção 
e promoção do cuidado ambiental. Para ele, existem dois tipos essenciais de 
indicadores: aqueles que medem o estado do sistema (estoque ou níveis) e 
aqueles que mensuram a taxa de mudanças ocorridas no estado do sistema.
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176 G E S T Ã O A M B I E N T A L
Existem diferentes formas de avaliar a sustentabilidade (VAN BELLEN, 2005):
1. Índice de Sustentabilidade Ambiental (ESI) — O ESI é um projeto con-
duzido pela Força-tarefa Ambiental dos Líderes Globais para Amanhã 
e pelo Fórum Econômico Mundial (WEF), o Centro de Yale para Gestão 
e Políticas Ambientais, Universidade de Yale, a Rede de Informações 
Internacionais sobre Ciências da Terra (CIESIN), e a Universidadede 
Columbia. O ESI integra uma grande quantidade de informação por 
várias dimensões de sustentabilidade. O índice mede o progresso de 
cada país para sustentabilidade ambiental. O ESI (a) identifica assuntos 
de desempenho nacional (acima ou abaixo de expectativas); (b) investiga 
o conjunto de prioridades entre áreas de gestão dentro de países e re-
giões; (c) identifica tendências ambientais; (d) avalia quantitativamente o 
sucesso de políticas e programas; e (e) investiga a extensão da interação 
de desempenho ambiental e econômico e outros fatores que influenciam 
a sustentabilidade ambiental.
2. Índice de Desempenho Ambiental (EPI) — O EPI foi desenvolvido em 
paralelo com o ESI pelas mesmas instituições, e classifica países de acordo 
com qualidade do ar e da água, proteção de terra e prevenção de mudança 
climática. Esse índice foi criado para avaliar a performance das decisões 
e avaliar os resultados obtidos no ESI. O EPI, que ainda é experimental 
nessa fase, é derivado de um conjunto de dados agregados em quatro 
tipos de indicadores que medem a qualidade do ar e da água, emissões 
de gás de estufa, e proteção dos solos. Tais indicadores provêm medidas 
simultâneas sobre desempenho atual e taxa de mudança. O desempenho 
com o passar do tempo é localizado desde 1990, com as datas variando 
de acordo com a disponibilidade de dados. O índice é confrontado com 
problemas de dados para cumprir sua iniciativa, com relação aos dados 
de série de tempo para medida ambiental pode ser bastante pobre.
3. Índice de Bem-estar — O método desenvolvido por Prescott-Allen 
(2001) considera dois índices principais, isto é, um Índice de Bem-estar 
Humano, que mede a qualidade de vida; e um Índice de Bem-estar Am-
biental que mede a qualidade do ambiente. Eles são combinados para 
formar um Índice de Bem-estar. O bem-estar das nações está relacionado 
com pessoas e ecossistemas, com igual peso, por isso acredita que o 
desenvolvimento sustentável é uma combinação do bem-estar humano 
com o bem-estar ambiental.
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C u i d a d o s f i n a i s 177
4. Indicador de Progresso Verdadeiro (GPI) — Criado em 1995, esse índice 
anual mede com maior precisão o progresso para os Estados Unidos, e 
usa a mesma estrutura de estimativado PIB. O GPI soma as contribuições 
econômicas da família e trabalho voluntário e subtrai fatores como crime, 
poluição e desagregação familiar. Embora inclua uma noção maior de 
bem-estar humano, o GPI ainda é limitado, por não considerar como 
importantes assuntos relativos à natureza, que afetam o convívio social 
e a vida econômica.
5. Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) — Nos anos 1990, com o 
patente reconhecimento do caráter restritivo do PIB, surge o IDH como 
ferramenta para mensurar o desenvolvimento econômico e humano, 
sintetizando quatro aspectos: expectativa de vida; taxa de alfabetização; 
escolaridade e PIB per capita. Embora imperfeito, por tentar captar em um 
único número uma realidade complexa sobre desenvolvimento humano 
e privações de necessidades básicas, o IDH atua como isca para alargar o 
interesse do público para aspectos do desenvolvimento não estritamente 
econômicos. O objetivo era construir uma medida com o mesmo nível 
de vulgaridade do PIB — um único número — que, no entanto, não fosse 
cego aos aspectos sociais do desenvolvimento, como é o PIB. Entretanto, 
tanto o IDH quanto suas versões aperfeiçoadas, os chamados índices de 
terceira geração, por não contemplarem questões ambientais, são ina-
dequados como medida de desenvolvimento sustentável.
Pelo exposto, pode-se constatar que as tentativas de construção de indica-
dores ambientais e de sustentabilidade seguem três vertentes principais.
A vertente biocêntrica consiste principalmente na busca por indicadores biológicos, físico-químicos 
ou energéticos de equilíbrio ecológico de ecossistemas. A vertente econômica consiste em 
avaliações monetárias do capital natural e do uso de recursos naturais. Outra vertente busca 
construir indicadores de sustentabilidade e qualidade ambiental que combinem aspectos do 
ecossistema natural com aspectos do sistema econômico e da qualidade de vida humana.
Fonte: <http://www.anppas.org.br/encontro_anual/encontro1/gt/sustentabilidade_cidades/Braga%20-%20Freitas%20-%20Duarte.pdf>. Acesso em: 13 fev. 2013.
Para saber mais
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178 G E S T Ã O A M B I E N T A L
A avaliação das ações de desenvolvimento é um pré-requisito para a obtenção 
da sustentabilidade em um determinado território, constituindo-se em um 
elemento-chave para a formulação de políticas e a tomada de decisões. Dessa 
forma, a utilização de indicadores vem ganhando um peso crescente nas me-
todologias utilizadas para resumir a informação de caráter técnico e científico 
na forma original ou “bruta”, permitindo transmiti-la de uma forma sintética, 
preservando o essencial dos dados originais e utilizando apenas as variáveis 
que servem melhor aos objetivos e não todas as que podem ser medidas ou 
analisadas. A informação é assim mais facilmente utilizável por decisores, ges-
tores, políticos, grupos de interesse ou público em geral (VAN BELLEN, 2005).
Houve uma época em que se acreditava que os recursos naturais eram 
infinitos; hoje já se sabe que isso não é verdade. De que forma o de-
senvolvimento sustentável pode ajudar no desenvolvimento social sem 
afetar de forma significativa os recursos naturais? 
Questões para reflexão
 1. Quais características ambientais davam a ilusão de que nunca ocor-
reria uma crise ambiental?
 2. O que é resiliência ambiental?
 3. Podem-se entender as palavras crescimento e desenvolvimento como 
sinônimos? Justifique sua resposta.
 4. Explique as cinco dimensões da sustentabilidade propostas por Sachs 
em 1993.
Atividades de aprendizagem
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C u i d a d o s f i n a i s 179
Esta unidade apresenta uma pequena apresentação sobre a destinação 
final de resíduos e a sustentabilidade, porém são temas bastante vastos 
sobre os quais necessitará de um aprofundamento maior caso seja de seu 
interesse. Sugiro que realize pesquisas para ampliar o seu conhecimento.
Para concluir o estudo da unidade
Nesta unidade você pôde conhecer os tipos de transportes utilizados para 
os resíduos sólidos, bem como as vantagens e desvantagens de cada um. 
Observou algumas técnicas de pré-tratamento para facilitar a destinação 
final dos resíduos sólidos, e também os tipos de destino ambientalmente 
adequados para cada tipo de resíduo.
Como não podemos pensar somente na solução do problema, esta 
unidade trouxe um pouco mais da temática do desenvolvimento susten-
tável, suas vantagens e os indicadores que nos permitem a obtenção de 
informações sobre uma dada realidade para que possamos, assim, definir 
quais as melhores ações preventivas e/ou corretivas a serem adotadas.
Fique ligado!
 1. Quando falamos em destinação final, falamos em paralelo nos pré-
-tratamentos para facilitar a destinação de resíduos problemas. Qual 
alternativa apresenta apenas processos de pré-tratamentos:
( ) Centrifugação, coprocessamento, lixão.
( ) Aterro, plasma, separação gravitacional.
( ) Plasma, pirólise, aterro industrial.
( ) Centrifugação, plasma, pirólise.
Atividades de aprendizagem da unidade
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180 G E S T Ã O A M B I E N T A L
 2. A disposição final de resíduos deve ser feita de forma que não afete 
o meio ambiente nem a sociedade no entorno. Existem várias formas 
de aterros, como os controlados, os sanitários e os industriais. Quais 
são as vantagens de um aterro sanitário?
 3. Por que é importante a definição de indicadores de sustentabilidade 
nos processosde desenvolvimento sustentável?
 4. A seguir estão descritas algumas características de indicadores de 
desenvolvimento sustentável. Coloque, em seguida à definição, de 
qual indicador se trata:
a) Mensura o desenvolvimento econômico e humano, sintetizando 
quatro aspectos: expectativa de vida; taxa de alfabetização; es-
colaridade e PIB per capita. Indicador:
b) Soma as contribuições econômicas da família e trabalho voluntário 
e subtrai fatores como crime, poluição e desagregação familiar. 
Indicador: 
c) Conjunto de dados agregados em quatro tipos de indicadores que 
medem a qualidade do ar e da água, emissões de gás de estufa e 
proteção dos solos. Indicador: 
 5. Nos aterros industriais, os resíduos são confinados em grandes áreas 
especialmente projetadas para receber os resíduos das indústrias, 
porém alguns tipos de resíduos não podem ser depositados nesses 
tipos de aterro. Cite pelo menos cinco resíduos que não podem ser 
depositados no aterro industrial.
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C u i d a d o s f i n a i s 181
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ISBN 978-85-68075-53-1
9788568075531_UNOPAR_gestao_ambiental.indd 1 24/06/2014 15:31:45

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