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<p>1</p><p>MARINHA DO BRASIL</p><p>HOSPITAL NAVAL MARCÍLIO DIAS</p><p>VICE DIRETORIA DE ENSINO</p><p>ESCOLA DE SAÚDE</p><p>CURSO DE APERFEIÇOAMENTO EM ENFERMAGEM</p><p>C-AP-EF</p><p>ENFERMAGEM EM SITUAÇÕES DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA</p><p>2019</p><p>2</p><p>CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>C-AP-EF</p><p>2019</p><p>MARINHA DO BRASIL</p><p>HOSPITAL NAVAL MARCÍLIO DIAS</p><p>VICE DIRETORIA DE ENSINO</p><p>APOSTILA DIDÁTICA</p><p>1ª EDIÇÃO</p><p>3</p><p>ATO DE APROVAÇÃO</p><p>Aprovo, para uso no Curso de Especialização em Enfermagem, a apostila da Escola de Saúde</p><p>Edição 1ª/2017, elaborada pelo conteudista e coordenador da disciplina – Professor Civil</p><p>Magistério Tatyana Lós de Melo Matos, em 10 de julho de 2017, na Escola de Saúde.</p><p>Os direitos de edição são reservados para a Escola de Saúde, sendo proibida a reprodução</p><p>total ou parcial, sob qualquer forma ou meio.</p><p>Rio de Janeiro, RJ, 10 de Julho de 2017.</p><p>Maurício Amir de Azevedo</p><p>VICE DIRETOR DE ENSINO</p><p>CAPITÃO DE MAR E GUERRA (Md)</p><p>4</p><p>ÍNDICE</p><p>Folha de Rosto...........................................................................................................................2</p><p>Ato de Aprovação......................................................................................................................3</p><p>Índice..........................................................................................................................................4</p><p>Introdução..................................................................................................................................6</p><p>CAPÍTULO 1 – CONCEITO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA..... ................................9</p><p>ATENDMENTO PRÉ HOSPITALAR.....................................................10</p><p>CAPÍTULO 2- ESTRUTURAÇÃO DOS DIVERSOS NÍVEIS DE ASSISTÊNCIA.......11</p><p>CAPÍTULO 3 – PROTOCOLO START E ACIDENTES COM MÚLTIP LAS</p><p>VÍTIMAS.................................................................................................................................12</p><p>CAPÍTULO 4 – PROTOCOLO DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA E SUPORTE</p><p>BÁSICO DE VIDA NO TRAUMA........................................................................................20</p><p>CAPÍTULO 5 – TÉCNICAS DE TRANSPORTE DE VÍTIMAS E EX TRICAÇÃO DE</p><p>VÍTIMAS CLÍNICAS E DE TRAUMA....................... ........................................................42</p><p>CAPÍTULO 6- ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À VÍTIMAS EM SITUAÇÕES DE</p><p>URGÊNCIA E EMERGÊNCIA</p><p>4.1-Choques........................................................................................................49</p><p>4.2-Hemorragias................................................................................................52</p><p>4.3-Fratura, luxações e entorse.........................................................................55</p><p>4.4-.Queimaduras...............................................................................................58</p><p>4.5-Afogamento..................................................................................................62</p><p>4.6-Hipotermia, geladuras e intermação.........................................................65</p><p>4.7-Crise convulsiva...........................................................................................68</p><p>4.8-Intoxicação exógena....................................................................................69</p><p>4.9-Cetoacidose diabética..................................................................................70</p><p>4.10-Acidente vascular encefálico....................................................................72</p><p>4.11-Urgências abdominais não traumáticas..................................................73</p><p>4.12-Infarto agudo do miocárdio......................................................................76</p><p>4.13-Urgências pediátricas................................................................................77</p><p>4.14-Traumatismo raquimedular.....................................................................92</p><p>4.15-Trauma crânio encefálico e de face.........................................................97</p><p>4.16-Trauma de abdome...................................................................................105</p><p>4.17-Trauma de tórax aberto e fechado.........................................................112</p><p>4.18-Trauma músculo esquelético..................................................................125</p><p>4.19-Acidentes com animais peçonhentos......................................................128</p><p>CAPÍTULO 7- ABORDAGENS FARMACOLÓGICAS - PRINCIPAIS DROGAS</p><p>UTILIZADAS EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA................ .........................................129</p><p>5</p><p>CAPÍTULO 8 – CARACTERIZAÇÃO DE UM SERVIÇO DE EMERGÊ NCIA –</p><p>EQUIPAMENTOS E AMBULÂNCIA...............................................................................134</p><p>REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................140</p><p>6</p><p>INRODUÇÃO</p><p>1-PROPÓSITO</p><p>Esta apostila foi elaborada para fins de uso no curso de especialização em enfermagem</p><p>como forma de complementação aos conteúdos ministrados em aula.</p><p>2-DESCRIÇÃO</p><p>O presente material reúne um compilado das principais literaturas atualizadas acerca</p><p>dos temas de emergência usados no curso.</p><p>3-AUTORIA E EDIÇÃO</p><p>Tatyana Lós de Melo Matos</p><p>Graduada em Enfermagem pela Universidade do Estado do Rio Janeiro (2001) possui</p><p>especialização em Enfermagem em Cardiologia - Universidade Federal do Rio de Janeiro</p><p>(2002), especialização em Enfermagem do Trabalho - Universidade Gama Filho (2005) e</p><p>Mestrado em Enfermagem – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (2005).</p><p>Professora Civil da Escola de Saúde do Hospital Naval Marcílio Dias.</p><p>7</p><p>MARIINHA DO BRASIL</p><p>HOSPITAL NAVAL MARCÍLIO DIAS</p><p>ESCOLA DE SAÚDE</p><p>1)OBJETIVO GERAL DA DISCIPLINA</p><p>Caracterizar as necessidades básicas do paciente crítico em situações de urgência e</p><p>emergência, identificando os sinais e sintomas, equipamentos e cuidados necessários ao seu</p><p>tratamento.</p><p>2)LISTA DE UNIDADES DE ENSINO</p><p>1 – IDENTIFICAÇÃO DAS SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA E URGÊNCIA</p><p>1.1- Definição de urgência e emergência</p><p>1.2-Primeiros Socorros</p><p>1.3-Qualidades do profissional atuante</p><p>1.4- Prioridades na assistência</p><p>2- ATENDIMENTO À VÍTIMA</p><p>2.1-Exame físico primário</p><p>2.2-Exame físico secundário</p><p>2.3-Relação terapêutica</p><p>2.4-Condutas na imobilização</p><p>2.5-SBV e SBVT</p><p>3 – TÉCNICAS DE TRANSPORTE</p><p>3.1- Métodos utilizados na extricação de vítimas clínicas e de trauma</p><p>3.2- Cuidados específicos durante o transporte da vítima</p><p>4- ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À VÍTIMAS EM SITUAÇÕES DE URGÊNCIA E</p><p>EMERGÊNCIA</p><p>4.1-Choques</p><p>4.2-Hemorragias</p><p>4.3-Fratura, luxações e entorse</p><p>4.4-.Queimaduras</p><p>4.5-Afogamento</p><p>4.6-Hipotermia, geladuras e intermação</p><p>4.7-Crise convulsiva</p><p>4.8-Intoxicação exógena</p><p>4.9-Cetoacidose diabética</p><p>4.10-Acidente vascular encefálico</p><p>4.11-Urgências abdominais não traumáticas</p><p>4.12-Infarto agudo do miocárdio</p><p>4.13-Urgências pediátricas</p><p>4.14-Traumatismo raquimedular</p><p>4.15-Trauma crânio encefálico e de face</p><p>4.16-Trauma de abdome</p><p>4.17-Trauma de tórax aberto e fechado</p><p>8</p><p>4.18-Trauma músculo esquelético</p><p>4.19-Acidentes com animais peçonhentos</p><p>5- ABORDAGENS FARMACOLÓGICAS</p><p>5.1- Principais drogas utilizadas em urgência e emergência</p><p>5.2- Ações de enfermagem na administração de medicamentos</p><p>6 – CARACTERIZAÇÃO DE UM SERVIÇO DE EMERGÊNCIA 6.1- Estruturas,</p><p>organização e funcionamento</p><p>6.2-Normas técnicas sobre funcionamento e utilização de equipamentos em</p><p>emergência</p><p>3) DIRETRIZES ESPECÍFICAS</p><p>Serão utilizadas 80 horas para as aulas de exposição oral, estudo dirigido, trabalhos</p><p>individuais e/ou em grupo, discussão dirigida e estudo de casos.</p><p>4) AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM</p><p>a) Serão aplicadas duas prova objetivas</p><p>5) RECURSOS INSTRUCIONAIS</p><p>posterior e perfusão</p><p>capilar; 13-Prevenir e/ou tratar estado de choque; 14- Continuar com o atendimento e</p><p>avaliação durante o transporte; 15-Avaliar a necessidade de transportar ao Suporte Avançado.</p><p>CONDUTAS EM FRATURAS EXPOSTAS:</p><p>1- Priorizar a segurança; 2- Realizar o ABCDE observando a cinemática do trauma; 3-</p><p>Estanque a hemorragia, conforme o descrito anteriormente; 4- Não recoloque o osso exposto</p><p>no interior da ferida; 5- Não limpe ou passe qualquer produto na ponta exposta do osso; 6-</p><p>Tente alinhar a fratura gentilmente, caso haja resistência imobilize na posição em que o</p><p>membro se encontra; 7- Prevenir e/ou tratar estado de choque; 8- Avaliar a necessidade de</p><p>transportar ao Suporte Avançado.</p><p>CONDUTAS EM FRATURA DE PELVE:</p><p>Pé rodado para fora - sinal indicativo de fratura pélvica.</p><p>RECONHECIMENTO:</p><p>Pé rodado para a lateral do corpo; dor à palpação do púbis e cristas ilíacas; perda de</p><p>mobilidade dos membros inferiores; aplicar a cinemática do trauma associando o acidente</p><p>57</p><p>com a possibilidade da lesão (atropelamento, quedas em que a vítima caiu sentada, quedas de</p><p>altura, acidentes onde a vítima use cinto de segurança sub-abdominal); dificuldade de urinar.</p><p>CONDUTA: 1- Priorizar a segurança; 2- Realizar o ABCDE observando a cinemática</p><p>do trauma; 3- Realizar a elevação em monobloco; 4- Posicione a prancha longa e o KED</p><p>invertido embaixo da vítima; 5- Coloque o coxim do KED entre os membros inferiores e una</p><p>as pernas da vítima com faixas ou lençol; 6- Fixar a vítima na prancha longa; 7- Prevenir e/ou</p><p>tratar estado de choque; 8- Caso não tenha o KED disponível, com a vítima deitada de costas,</p><p>coloque um cobertor dobrado ou travesseiro entre as pernas e fixá-la em sobre a prancha</p><p>longa; 9- Avaliar a necessidade de transportar ao Suporte Avançado;</p><p>LUXAÇÃO:</p><p>Perda completa da superfície de contato entre os ossos de uma articulação;</p><p>RECONHECIMENTO</p><p>Deformidade acentuada da articulação; dor a qualquer tentativa de movimentação da</p><p>articulação.</p><p>CONDUTA:</p><p>1- Priorizar a segurança; 2- Realizar o ABCDE observando a cinemática do trauma; 3-</p><p>Aplicação de frio (gelo ou compressas úmidas e frias); 4- Imobilização da articulação com</p><p>talas ou material rígido; 5- Transporte em prancha longa; 6- Continuar com o atendimento e</p><p>avaliação durante o transporte.</p><p>ENTORSE:</p><p>É quando há o rompimento ou estiramento de ligamentos entre os tendões nas</p><p>articulações.</p><p>RECONHECIMENTO:</p><p>Deformidade e dor intensa no local da lesão; hematomas; inchaço.</p><p>CONDUTA: Priorizar a segurança; 1- Realizar o ABCDE observando a cinemática do</p><p>trauma; 2- Imobilização da articulação com talas ou material rígido; 3- Aplicação de frio (gelo</p><p>ou compressas úmidas e frias); 4- Transporte em prancha longa; 5- Continuar com o</p><p>atendimento e avaliação durante o transporte.</p><p>58</p><p>6.4 - QUEIMADURAS</p><p>Queimadura é um tipo de trauma de etiologia variável, em que várias estruturas</p><p>anatômicas podem ser acometidas e não somente a pele, como freqüentemente se associa. As</p><p>queimaduras podem ser de origem: térmica, elétrica, química ou radioativa.</p><p>A desnaturação das proteínas nas áreas lesadas caracteriza a destruição tecidual e</p><p>quanto maior o tempo de contato com o agente causador da queimadura maior serão os danos,</p><p>locais e/ou sistêmicos. Assim sendo, a primeira medida é interromper por resfriamento ou</p><p>abafamento o calor gerado nesse processo e retirar os adornos como anel, brinco, colar,</p><p>pulseira, relógio, piercing, pois o edema resultante da injúria se instala rapidamente.</p><p>Essa desnaturação das proteínas, resultante da agressão térmica e morte tecidual,</p><p>provoca alterações em três zonas concêntricas na queimadura de espessura total:</p><p>• zona de coagulação: área mais central da lesão, onde ocorre a desvitalização tecidual;</p><p>• zona de estase: circunda a parte central, ocorre o extravasamento de líquido para o</p><p>interstício, originando o edema;</p><p>• zona de hiperemia: área mais externa da lesão, onde predomina a hiperemia.</p><p>CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS:</p><p>As queimaduras são classificadas quanto: à profundidade; à extensão; à superfície</p><p>corporal queimada - “Regra dos nove”; à gravidade.</p><p>CLASSIFICAÇÃO QUANTO A PROFUNDIDADE:</p><p>a) QUEIMADURA DE 1º GRAU: atinge somente a epiderme; apresenta dor e vermelhidão</p><p>local.</p><p>b) QUEIMADURA DE 2º GRAU atinge a epiderme e a derme; apresenta dor e vermelhidão</p><p>local mais intensa; há formação de bolhas de água.</p><p>c) QUEIMADURA DE 3º GRAU: atinge todas as camadas da pele: epiderme, derme e</p><p>hipoderme. Podendo atingir até o tecido muscular e/ou tecido ósseo; existe pouca ou nenhuma</p><p>dor em seu centro; apresenta áreas escurecidas ou esbranquiçadas no local atingido.</p><p>59</p><p>CLASSIFICAÇÃO QUANTO A EXTENSÃO</p><p>a)Pequenas queimaduras - quando atinge menos de 10% da área do corpo; b)Médias</p><p>queimaduras - 10 a 30% da área do corpo; c)Grandes queimaduras - quando atinge mais de</p><p>30% da área do corpo.</p><p>CÁLCULO DA SUPERFÍCIE CORPORAL QUEIMADA</p><p>Para determinarmos a percentagem do corpo atingido normalmente é adotada uma</p><p>regra prática denominada “REGRA DOS NOVE”, que consiste em dividir o corpo humano</p><p>em áreas correspondentes a 9% da área corporal ou múltiplos de nove, conforme o desenho</p><p>abaixo:</p><p>https://lutofoli.wordpress.com/2017/05/17/medicina-forense-i-aula-9-agentes-fisicos/</p><p>60</p><p>http://itafono.blogspot.com/2013/03/queimaduras-x-classificacao-x-cuidados.html</p><p>Quando se tratar de uma criança ou lactente os valores são alterados nos membros</p><p>inferiores, que passam a corresponder a 14% da área corporal e na cabeça que passa a</p><p>corresponder a 18% da área corporal.</p><p>CLASSIFICAÇÃO QUANTO A GRAVIDADE:</p><p>Para determinarmos a gravidade de uma queimadura devemos sempre considerar os</p><p>seguintes aspectos: a) Profundidade da queimadura; b) Extensão corporal queimada; c)</p><p>Localização da queimadura; d) Idade da vítima; e) Presença de outras enfermidades</p><p>anteriores; f) Tipo da queimadura (elétrica, química ou térmica); g) Queimadura em toda a</p><p>circunferência de algum membro ou pescoço.</p><p>A vítima deve ser classificada grave ou grande queimado quando possuir:</p><p>Queimadura de 3º grau presente em mais de 10% da superfície corporal (adulto e criança);</p><p>Queimadura de 2º grau presente em mais de 25% da superfície corporal se adulto;</p><p>Queimadura de 2º grau presente em mais de 20% da superfície corporal se criança.</p><p>São consideradas também queimaduras graves aquelas que acontecem nas seguintes</p><p>regiões: região genital; nos pés e nas mãos; na face; nas articulações.</p><p>CONDUTAS DE ATENDIMENTO QUEIMADURAS TÉRMICAS:</p><p>61</p><p>1- Priorizar a segurança; 2- Realizar o ABCDE observando a cinemática do trauma; 3-</p><p>Se a vítima estiver com fogo nas vestes, apagar o fogo do corpo da vítima rolando-a no chão</p><p>ou usando um cobertor úmido ou uma gandola; 4- Administre oxigênio a 12 ou 15 l/min; 5-</p><p>Mantenha as vias aéreas desobstruídas e certifique-se que a vítima respira bem,</p><p>principalmente em queimaduras de face (cuidado com edema de glote); 6- Retire as partes da</p><p>roupa que não estejam grudadas na área queimada; 7- Retire pulseiras, relógios e anéis; 8-</p><p>Observe se a queimadura é na circunferência do pescoço, com risco de asfixia, ou membro e</p><p>se os pulsos distais estão palpáveis, comunique ao médico caso não estejam palpáveis; 9-</p><p>Estabeleça a profundidade, extensão e gravidade das lesões; 10- Nas pequenas e médias</p><p>queimaduras de 1º e 2º graus, lavar a área afetada em água fria ou soro fisiológico (em torno</p><p>de 15 minutos). Logo após, cubra-os com curativo úmido; 11- Vítimas com queimaduras em</p><p>grandes áreas corporais não devem receber irrigação ou ter curativos úmidos, pois isto pode</p><p>provocar hipotermia. Utilizar curativo estéril seco (ataduras de Rayon) ou cobertor</p><p>aluminizado para cobrir o ferimento (devido às dimensões da atadura de Rayon, em</p><p>queimaduras extensas, não é possível cobrir toda área queimada); 12- Nas queimaduras de 3º</p><p>grau também deve ser utilizado curativo estéril seco</p><p>(ataduras de Rayon) ou cobertor</p><p>aluminizado; 13- Cobrir a vítima com cobertor aluminizado, após a proteção do ferimento;</p><p>14- Não passar qualquer substância no local queimado (pomadas, mercúrio, óleos, pasta</p><p>dental, etc.); 15- Não perfurar as bolhas; 16- Cobrir com compressas macias de gazes,</p><p>embebidas em soro fisiológico ou água fria, a queimadura nos olhos e logo após fixar com</p><p>atadura de crepe sem efetuar pressão; 17- Prevenir e/ou tratar o estado de choque; 18-</p><p>Conduza a vítima até o atendimento médico especializado e informe a gravidade da</p><p>queimadura ao médico regulador.</p><p>CONDUTAS DE ATENDIMENTO QUEIMADURAS QUÍMICAS:</p><p>1-Priorizar a segurança; 2- Realizar o ABCDE observando a cinemática do trauma; 3-</p><p>Retirar as roupas da região atingida pelo produto; 4- Lavar a região atingida com água</p><p>corrente, sem pressão ou fricção, por 20 minutos; 5- Proteger a área queimada com ataduras</p><p>embebidas em soro fisiológico; 6- Prevenir e/ou tratar o estado de choque; 7- Conduzir ao</p><p>atendimento médico especializado e informar a gravidade da queimadura ao médico</p><p>regulador.</p><p>CONDUTAS QUEIMADURAS OLHOS QUÍMICA:</p><p>62</p><p>1- Priorizar a segurança; 2- Realizar o ABCDE observando a cinemática do trauma; 3-</p><p>Identifique o agente agressor; 4- Lave com água corrente e abundante, sem pressão ou fricção,</p><p>da posição medial para a lateral, por 20 minutos; 5- Logo após, cubra os olhos com</p><p>compressas macias de gaze umidificada em água fria ou soro fisiológico, fixando com atadura</p><p>de crepe sem efetuar pressão; 6- Retire a compressa e lave novamente os olhos da vítima por</p><p>05 minutos, se durante o transporte a vítima sentir queimação nos olhos; 7- Conduzir ao</p><p>atendimento médico especializado e informar a gravidade da queimadura ao médico</p><p>regulador.</p><p>6.5 – AFOGAMENTO</p><p>Definição: É a asfixia que ocorre devido à aspiração de líquido que venha inundar o</p><p>aparelho respiratório (pulmões), levando à morte.</p><p>Há interrupção da oxigenação do sangue e eliminação de gás carbônico, que se</p><p>acumula no organismo.</p><p>CAUSAS DE AFOGAMENTO</p><p>PRIMÁRIO - quando não se encontram indícios de uma causa orgânica que tenha</p><p>propiciado a imersão. Ex: pessoas que não sabem nadar. Vítimas de quedas inadvertidas</p><p>dentro da água, geralmente crianças menores na faixa etária de 2 aos 4 anos.</p><p>SECUNDÁRIO – nos casos em que houver um fator que impede o indivíduo de manter-se</p><p>na superfície. Ex: intoxicação por drogas, crise epilética, traumas e acidentes de mergulho,</p><p>hipotermia</p><p>Fisiopatologia</p><p>A aspiração da água promove insuficiência respiratória, comprometimento da troca gasosa</p><p>alvéolo-capilar e distúrbios ácido básico.</p><p>Ocorre a evolução para atelectasias, alveolites, edema pulmonar não cardiogênico,</p><p>comprometimento do surfactante.</p><p>� Mecanismo da lesão</p><p>� Diminuição da capacidade de expansão pulmonar, com alteração da troca gasosa</p><p>63</p><p>� Movimentos diafragmáticos involuntários aumentam a aspiração de líquidos e os</p><p>movimentos de deglutição, com vômitos na sequência</p><p>� Inundação total dos pulmões com perda de consciência, apnéia e morte</p><p>Causas de afogamento</p><p>� Falta de vigilância</p><p>� Desconhecimento do local de mergulho</p><p>� Excesso de confiança</p><p>� Exaustão dos nadadores</p><p>� Ingestão de bebidas alcoólicas</p><p>Situações críticas do afogamento</p><p>� Vítimas abaixo de 3 anos</p><p>� Submersão por mais de 5 min</p><p>� Ressuscitação demorou mais de 15 minutos após o resgate</p><p>� Postura motora anormal ou pupilas fixas</p><p>� Necessitou de RCP no serviço de emergência</p><p>� Coma persistente</p><p>O tratamento do afogado requer um esforço coordenado:</p><p>a) Resgate</p><p>b) Retirada da água</p><p>c) Manobras de reanimação in loco</p><p>d) Transporte</p><p>e) Serviço de emergência</p><p>f) Tratamento em CTI</p><p>� Cadeia de sobrevivência do afogamento</p><p>� Procedimentos no tratamento</p><p>� Medidas de reanimação – remoção da vítima da água, ventilação e drenagem de</p><p>líquidos ainda dentro d´água</p><p>64</p><p>� Com a vítima em terra – RCP por períodos prolongados</p><p>� Transporte ao hospital, preferencialmente, com O2 a 100%</p><p>Classificação do Afogado</p><p>� Resgate – paciente sem tosse e falta de ar.</p><p>� Grau I – paciente lúcido, apresentando tosse seca. Inicialmente o paciente está</p><p>taquicardico e taquipneico, mas melhora rapidamente a medida que se acalma. Não há</p><p>aspiração pulmonar significativa e tratamento na cena: repouso, aquecimento e</p><p>oxigenação.</p><p>� Grau II – lucidez ou agitação: elevação moderada das freqüências respiratória e</p><p>cardíaca, taquipnéicos, sem grande dificuldade respiratória. Há presença de tosse seca</p><p>e vômitos. Existe pequena quantidade de espuma na boca e no nariz. Óbito em 0,6%</p><p>dos casos.</p><p>� Grau III – paciente agitado e pouco colaborativo devido a falta de oxigênio.</p><p>Taquicárdico e taquipnéico, grave dificuldade respiratória e muitas vezes com cianose.</p><p>Ocorre tosse com espuma esbranquiçada ou rósea em quantidade. Óbito em 5,2% dos</p><p>caos</p><p>� Grau IV – semelhante ao Grau III, e o pulso radial está fraco ou ausente (sinais de</p><p>choque). Óbito em 19,4% dos casos.</p><p>� Grau V – presença de parada respiratória. Óbito em 44% dos casos.</p><p>� Grau VI – presença de PCR. Óbito em 93% dos casos.</p><p>CONDUTA:</p><p>1- Priorizar a segurança; 2- Existem técnicas adequadas para retirar uma vítima do</p><p>meio líquido; 3- Procure utilizar galhos, madeiras cordas ou algo que possa ser lançado a</p><p>vítima, a retirada de uma vítima de afogamento deverá ser feita com equipamento de</p><p>salvamento náutico adequado; 4- Realizar o A-B-C-D-E; 5- Não perder tempo tentando retirar</p><p>água dos pulmões da vítima; 6- Checar imediatamente os sinais vitais (atendimento inicial); 7-</p><p>Não havendo respiração ou pulso, iniciar as técnicas de reanimação cardiopulmonar</p><p>imediatamente, ainda durante o resgate; 8- Mantenha a vítima aquecida (prevenção da</p><p>hipotermia); 9- Ministre o oxigênio com máscara a 15 litros/min; 10- Tratar e/ou prevenir o</p><p>estado de choque; 11- Continuar com o atendimento e avaliação durante o transporte ou</p><p>aguarde o Suporte Avançado.</p><p>65</p><p>6.6 - HIPOTERMIA:</p><p>Está presente quando temperatura interna central é menor que 35 graus Celsius.</p><p>Durante sua instalação, se o resfriamento ocorre rapidamente, há redução da velocidade das</p><p>reações químicas de todos os órgãos. O fluxo de perfusão sanguínea cerebral cai</p><p>gradativamente de maneira equilibrada, com queda da demanda metabólica cerebral. Isto</p><p>explica o sucesso da ressuscitação cardiopulmonar sem danos cerebrais após longos períodos</p><p>de hipotermia. Entre as causas estão problemas que interferem com a manutenção da</p><p>temperatura corporal associado à exposição a ambiente com baixas temperaturas, por</p><p>exemplo: doenças do sistema nervoso central, intoxicação aguda por álcool, infecções, idade</p><p>avançada, prematuridade, problemas da glândula tireóide, etc.</p><p>RECONHECIMENTO:</p><p>Temperatura abaixo de 35 graus; rebaixamento do nível de consciência; movimentos</p><p>lentos, voz trêmula, reflexos diminuídos; redução da frequência cardíaca, frequência</p><p>respiratória e pressão arterial.</p><p>� Pode ser leve (32 a 35°C), moderada (27 a 32°C), grave (20 a 27°C) ou profunda (<</p><p>20°C).</p><p>� Sinais e sintomas</p><p>� HIPOTERMIA LEVE (32-35ºC) Taquicardia, hipertensão arterial, taquipneia,</p><p>broncorreia, broncoespasmo, tremores musculares, rigidez muscular, pele fria e pálida,</p><p>cianose de extremidades, confusão mental com desorientação ou apatia, ataxia e</p><p>incoordenação de movimentos, hiperreflexia, diurese induzida pelo frio.</p><p>� HIPOTERMIA MODERADA (30-32ºC) Bradicardia, hipotensão arterial, arritmias</p><p>atriais (como FA e taquicardia juncional), bradipneia, cessam os tremores, espasmos</p><p>musculares, depressão do SNC com torpor ou Coma, hiporreflexia, pupilas não</p><p>reativas, alucinações.</p><p>� HIPOTERMIA GRAVE (<30º C) Depressão profunda do SNC, arreflexia, rigidez,</p><p>bradicardia grave e hipotensão, bradipneia ou apneia, pode ocorrer edema pulmonar e</p><p>arritmias ventriculares. Alterações eletrocardiográficas: ondas J proeminentes (ondas</p><p>de Osborne), evidentes abaixo</p><p>de 33º.</p><p>66</p><p>CONDUTA:</p><p>1- Priorizar a segurança; 2- Realizar o ABCDE observando a cinemática do trauma; 3-</p><p>Acionar o suporte avançado de vida; 4- Colocar a vítima em posição decúbito dorsal; 5-</p><p>Manter vias aéreas pérveas; 6- Retirar a vítima do ambiente com temperatura reduzida, ou se</p><p>não for possível utilizar cobertor ou manta aluminizada para isolamento térmico; 7- Se a</p><p>vítima estiver com vestes molhadas, removê-las; 8- Manipular o mínimo possível pelo risco</p><p>de desencadear arritmia; 9- Administrar oxigênio a 15 litros por minuto; 10-Se disponível,</p><p>cobrir com cobertores durante o transporte; 11-Se houver sinais de congelamento de</p><p>extremidades, envolver as extremidades em ataduras secas na posição encontrada; 12-Se</p><p>houver sinais de congelamento de ponta de nariz, iniciar aquecimento da extremidade usando</p><p>contato pele congelada - pele aquecida (mão do socorrista com extremidade da vítima); 13-</p><p>Transportar a vítima ao encontro de uma unidade de suporte avançado ou proceder o</p><p>transporte para hospital de referência, segundo orientação do médico regulador.</p><p>GELADURA</p><p>É uma situação em que os tecidos são localmente lesados por exposição das</p><p>extremidades a temperaturas ambientes reduzidas. A lesão é provocada pela contração dos</p><p>vasos sanguíneos superficiais, situação que implica o aparecimento de edema (inchaço) dos</p><p>tecidos e de trombos no interior dos vasos que diminuem ainda mais a perfusão local.</p><p>RECONHECIMENTO:</p><p>• As áreas afetadas tornam-se pálidas, depois brancas como cera, cianóticas, à medida</p><p>que a falta de irrigação aumenta;</p><p>• Podem ocorrer bolhas;</p><p>• Diminuição dos movimentos locais;</p><p>• A vítima refere “picadas” e dores intensas, mas à medida que a lesão progride, a</p><p>região torna-se gradualmente dormente e a dor desaparece;</p><p>• Existe rigidez e insensibilidade térmica.</p><p>CONDUTA:</p><p>• Levar a vítima para um local aquecido;</p><p>67</p><p>• Retirar roupa e calçado molhado ou úmido, cortando se necessário;</p><p>• Aquecer a zona afetada gradualmente, de forma indireta, para evitar maior destruição</p><p>dos tecidos (optar por agasalhar e não por mergulhar as extremidades em água</p><p>quente);</p><p>• Prevenir o choque;</p><p>HIPERTERMIA: INSOLAÇÃO - INTERMAÇÃO:</p><p>A hipertermia é uma perturbação orgânica causada pela exposição prolongada do</p><p>indivíduo a ação direta dos raios solares (insolação) ou de temperaturas muito elevadas,</p><p>associada à perda ou insuficiência dos mecanismos de regulação térmica (intermação). São</p><p>indivíduos que possuem predisposição para o problema: as crianças, os idosos, os cardiopatas,</p><p>pessoas mal-nutridas, alcoólatras, enfermos graves, obesos e usuários de medicações que</p><p>reduzem a sudorese ou aumentam a diurese. As profissões mais associadas a hipertermia são</p><p>trabalhadores rurais, operários, militares, esportistas e trabalhadores em caldeiras e fundições.</p><p>Como a elevação da temperatura corpórea acima de 40 graus interfere com as atividades</p><p>normais das células, especialmente às do sistema nervoso, trata-se de uma condição de</p><p>emergência, pois pode causar lesão cerebral permanente ou morte.</p><p>RECONHECIMENTO:</p><p>Mal-estar geral; falta de ar e sensação de sufocação; respiração acelerada; cefaléia;</p><p>palidez; pele quente, seca (perda do mecanismo de regulação da temperatura pela</p><p>sudorese) e vermelha. Nos casos de intermação de esforço o mecanismo de sudorese não é</p><p>perdido e a pele pode estar enganosamente fria apesar da temperatura interna elevada;</p><p>diarréia e vômitos; tontura; cãibras e contrações musculares; perda da consciência.</p><p>CONDUTA</p><p>1- Priorizar a segurança; 2- Realizar o ABCDE observando a cinemática do trauma; 3-</p><p>Remover vítima para local fresco e arejado; 4- Retirar o máximo possível de roupas; 5- Iniciar</p><p>imediatamente o processo de resfriamento (aplicando compressas molhadas sobre fronte,</p><p>axilas e virilhas), com a vítima sentada se estiver consciente, ou em decúbito dorsal se</p><p>inconsciente; 6- Oferecer líquidos se vítima estiver em bom estado de consciência e conseguir</p><p>beber sem assistência do socorrista; 7- Administrar oxigênio a 15 litros por minuto; 8-</p><p>68</p><p>Monitorar a vítima com oxímetro de pulso, tentando manter saturação de oxigênio além de</p><p>94%; 9- Posicionar na maca, sem prancha, em decúbito dorsal com cabeceira elevada; 10-</p><p>Transportar a vítima ao encontro de uma unidade de suporte avançado ou proceder ao</p><p>transporte para hospital de referência, segundo orientação do médico regulador no caso de</p><p>vítima inconsciente.</p><p>6.7 – CRISE CONVULSIVA</p><p>Uma convulsão é a resposta a uma descarga elétrica anormal no cérebro. A</p><p>manifestação da convulsão depende da parte do cérebro que é afetada pela descarga elétrica</p><p>anormal. Ela pode envolver uma área mínima do cérebro, fazendo apenas que o indivíduo</p><p>perceba um odor ou sabor estranho, ou pode envolver grandes áreas, acarretando espasmos</p><p>musculares generalizados. O indivíduo pode apresentar perda da consciência, seguida por</p><p>período variável de confusão mental, perda do controle da bexiga e do esfíncter anal.</p><p>RECONHECIMENTO:</p><p>Sensações ou movimentos anormais, involuntários; perda temporária da consciência,</p><p>seguida de espasmos musculares intensos e contrações de todo o corpo, rotação acentuada da</p><p>cabeça para um lado, dentes firmemente cerrados e incontinência urinária; cefaléia, confusão</p><p>mental temporária e fadiga intensa pós-crise; status epilepticus ou crise convulsiva</p><p>subentrante (convulsões acompanhadas por intensas contrações musculares, que não se</p><p>interrompem espontaneamente e impedem a respiração adequada).</p><p>Fase tônica – dura de 15 a 20 segundos e se caracteriza por perda da consciência e</p><p>contração muscular contínua, inclusive do diafragma. No início desta fase a contração da</p><p>musculatura abdominal força o ar pela laringe fechada, produzindo um grito.</p><p>Fase clônica – dura de 30 a 60 segundos. Ocorre alternância entre contrações</p><p>musculares intensas e relaxamento em rápida sucessão. Pode haver para respiratória e perda</p><p>de controle esfincteriano. Ocorre salivação excessiva (sialorréia).</p><p>Estado pós-comicial – quando acaba as convulsões, onde ocorre o embotamento, ou</p><p>seja, estado de sonolência e desorientação, pode durar de 5 minutos a 1 hora.</p><p>CAUSAS DE CRISE CONVULSIVA</p><p>69</p><p>Epilepsia, hipoglicemia, overdose de cocaína, abstinência alcoólica, meningite, lesões</p><p>cerebrais: tumores, AVE, TCE, eclâmpsia e febre alta.</p><p>CONDUTA DE ATENDIMENTO - VÍTIMA EM CONVULSÃO:</p><p>1- Identificar o tipo e a fase da crise; 2- Afastar objetos ao redor da vítima e curiosos;</p><p>3- Afrouxar as suas vestes; 4- Proteger a cabeça sem restringir os movimentos da vítima; 5-</p><p>Manter liberadas as vias aéreas; 6- Não tentar colocar objetos ou cânula de Guedel durante a</p><p>crise; 7- Sempre que possível manter o paciente em decúbito lateral; 8- Aguardar a duração</p><p>normal da crise (1 a 5 minutos); 9- Aguardar a recuperação da confusão mental após a crise e</p><p>solicitar que procure assistência médica ambulatorial; 10-Não há necessidade de transporte</p><p>para hospital nestas condições.</p><p>INDICAÇÃO DE SUPORTE AVANÇADO:</p><p>Crise com duração superior a 5 minutos (há necessidade de medicamentos</p><p>anticonvulsivantes); vítima não respira ou com dificuldade respiratória; inconsciência</p><p>prolongada após a crise (> 5 minutos); transportar a vítima ao encontro de uma unidade de</p><p>suporte avançado ou proceder ao transporte para hospital de referência, segundo orientação do</p><p>médico regulador.</p><p>6.8 – INTOXICAÇÃO EXÓGENA</p><p>Intoxicação é o uso de quaisquer drogas em quantidade ou combinação intoleráveis ao</p><p>organismo. A maior parte das ocorrências acontece com substâncias como produtos químicos</p><p>de uso doméstico, entorpecentes e medicamentos, além de alimentos deteriorados e gases. A</p><p>maior parte das intoxicações ocorre por acidente, no entanto, podem acontecer de forma</p><p>intencional e até criminosa. Acontecem quando há ingestão, injeção, aspiração ou exposição</p><p>da vítima a um agente nocivo à sua saúde. Deve ser considerada a hipótese de intoxicação</p><p>quando a vítima apresentar-se sem razão aparente para estado que se encontra, ou tiver sido</p><p>encontrada próxima a algum agente que possa justificar a emissão ou contenção de</p><p>substâncias tóxicas.</p><p>RECONHECIMENTO:</p><p>70</p><p>Os sintomas podem demorar a se desenvolver, mas uma vez conhecida ou notificada a</p><p>intoxicação, as providências devem ser tomadas independentemente do aparecimento deles.</p><p>INGESTÃO:</p><p>Sinais ao redor da boca; odor incomum; hálito incomum; deglutição dificultada; dor</p><p>abdominal; náuseas, vômitos e diarréia; convulsões; alterações de consciência, pulso e/ou</p><p>respiração.</p><p>CONTATO:</p><p>Sinais e/ou coceira no local; irritação; dor de cabeça; temperatura do local aumentada.</p><p>INALAÇÃO:</p><p>Taquipnéia; tosse; irritação nos olhos; entre outros dependendo do produto.</p><p>CONDUTAS GERAIS:</p><p>1- Priorizar a segurança; 2- Realizar o A-B-C-D-E; 3- Identificar o produto; 4- Afastar a</p><p>vítima da substância; 5- Atentar para a segurança da equipe de socorro; 6- Transportar</p><p>imediatamente para unidade de saúde.</p><p>CONDUTA NO CASO DE INGESTÃO:</p><p>1- Não provocar vômito; 2- Não sugerir ingestão de qualquer outro produto; 3-</p><p>Prevenir o choque.</p><p>CONDUTA NO CASO DE INALAÇÃO:</p><p>1- Remover a vítima para local arejado; 2- Oxigenar a vítima.</p><p>CONDUTA NO CASO DE CONTATO:</p><p>1- Retirar as partes atingidas da roupa; 2- Lavar o local com água corrente em</p><p>abundância.</p><p>6.9 – CETOACIDOSE DIABÉTICA</p><p>71</p><p>É uma condição grave que pode resultar em coma ou até mesmo a morte do indivíduo,</p><p>devido a deficiência absoluta de insulina no organismo gerando uma hiperglicemia constante.</p><p>A insulina é responsável por fazer com que a glicose que está na corrente sanguínea</p><p>entre nas células do nosso corpo e gere energia.</p><p>Quando há falta de insulina, duas situações simultâneas ocorrem: o nível de glicose no</p><p>sangue vai aumentando e as células sofrem com a falta de energia. Para evitar que as células</p><p>parem de funcionar, o organismo passa a usar os estoques de gordura para gerar energia. Só</p><p>que nesse processo em que o corpo usa a gordura como energia, formam-se as cetonas.</p><p>As cetonas são ácidos que se acumulam no sangue e aparecem na urina. Níveis</p><p>elevados de corpos cetônicos podem envenenar o corpo. Quando os níveis ficam muito altos,</p><p>têm-se a cetoacidose diabética. Isso é uma emergência médica e deve ser tratada</p><p>imediatamente. A cetoacidose diabética ocorre mais comumente em pacientes com diabetes</p><p>tipo 1, mas também acontece em pacientes com diabetes tipo 2.</p><p>A cetoacidose diabética é geralmente desencadeada por:</p><p>• Uma doença, uma infecção ou outra doença pode fazer o corpo produzir níveis mais</p><p>elevados de certos hormônios, como a adrenalina ou cortisol. Infelizmente, esses</p><p>hormônios trabalham contra a insulina às vezes provocando um episódio de</p><p>cetoacidose diabética. Pneumonia e infecções do trato urinário estão comumente</p><p>ligados à cetoacidose diabética</p><p>• Problemas com a terapia de insulina: o tratamento com insulina feito adequadamente</p><p>pode deixar o paciente com muito pouca insulina, provocando um episódio de</p><p>cetoacidose diabética.</p><p>Outros possíveis gatilhos de cetoacidose diabética incluem: estresse, trauma físico ou</p><p>emocional, febre alta, cirurgia, infarto agudo do miocárdio, abuso de álcool ou de drogas,</p><p>especialmente cocaína.</p><p>O risco de desenvolver cetoacidose diabética pode aumentar se o paciente tem:</p><p>diabetes tipo 1, menos de 19 anos, um trauma físico ou emocional recente, estresse, febre alta,</p><p>AVC ou infarto agudo do miocárdio, vício em tabaco, histórico de abuso de drogas ou álcool.</p><p>72</p><p>Apesar da cetoacidose diabética ser mais rara em pessoas com diabetes tipo 2, pode</p><p>acontecer.</p><p>Os sintomas são: alteração de nível de consciência (pouco comum), taquicardia,</p><p>taquipneia, polidipsia, poliúria, hálito cetônico e mal-estar geral. Pode cursar com náuseas,</p><p>vômitos e dor abdominal.</p><p>O diagnóstico é realizado em ambiente hospitalar, e os critérios são: cetonúria</p><p>fortemente positiva ou cetonemia, acidose (pH < 7,3), glicemia capilar acima de 250mg/dL.</p><p>O socorrista ao avaliar o paciente deve primeiro verificar os sinais vitais e manter vias</p><p>aéreas pérveas, ventilação e circulação. O tratamento que pode ser instituído no pré-hospitalar</p><p>é a expansão volêmico e hidratação com solução fisiológica isotônica (SF0,9%). Deve-se</p><p>aguardar a dosagem de potássio, verificar se há hipocalemia, para poder iniciar</p><p>insulinoterapia, pois a hipocalemia pode ser agravada com a infusão de insulina.</p><p>6.10- ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO / CEREBRAL</p><p>No AVC ocorre o comprometimento súbito da função encefálica causado por</p><p>alterações histopatológicas que envolvem um ou vários vasos sanguíneos dentro do crânio.</p><p>RECONHECIMENTO:</p><p>A apresentação está relacionada ao local de irrigação, podem ocorrer:</p><p>Hemiparesias e/ou hemiplegias (paralisia ou diminuição da força muscular da metade</p><p>do corpo); afasias e/ou disartrias (impossibilidade ou dificuldade de falar); vertigens/síncopes</p><p>(vertigens ou desmaios); crises convulsivas focais ou generalizadas; cefaléia, anisocoria</p><p>(diferença de tamanho das pupilas), nistagmo (movimento ocular involuntário horizontal ou</p><p>vertical repetitivo), ptose palpebral (queda da pálpebra); rebaixamento do nível de consciência</p><p>(coma).</p><p>CONDUTA DE ATENDIMENTO DE VÍTIMAS DE AVC</p><p>1- Verificar a consciência da vítima; 2- Se consciente, proceder à avaliação rápida do</p><p>estado neurológico: a)Há paralisia de face? (peça para a vítima mostrar os dentes); b)Há perda</p><p>73</p><p>de força no membro superior? (solicite que permaneça com os braços estendidos por 10</p><p>segundos); c)Há dificuldade para falar? (verifique durante as etapas anteriores ou solicite que</p><p>fale uma frase simples). 3- Se algum dos itens for positivo, há probabilidade de 70% de se</p><p>tratar de acidente vascular encefálico; 4- Se inconsciente, solicitar o suporte avançado e</p><p>proceder aos cuidados da via aérea; 5- Desobstruir as vias aéreas com a extensão da cabeça e</p><p>elevação do queixo; 6- Inspecionar a via respiratória e avaliar a necessidade de retirada de</p><p>secreção ou corpos estranhos; 7- Administrar oxigênio a 15 l/min; 8- Posicionar na maca, sem</p><p>prancha, em decúbito dorsal com cabeceira elevada, mantendo a via aérea aberta; 9- Em caso</p><p>de vômitos, posicionar na maca na posição lateral de segurança (decúbito lateral esquerdo);</p><p>10- Monitorar a vítima com oxímetro de pulso, tentando manter saturação de oxigênio além</p><p>de 94%; 11-Transportar a vítima ao encontro de uma unidade de suporte avançado ou</p><p>proceder o transporte para hospital de referência, segundo orientação do médico regulador.</p><p>6.11 – URGÊNCIAS ABDOMINAIS NÃO TRAUMÁTICAS</p><p>A dor abdominal é um dos motivos mais frequentes de procura dos serviços de</p><p>urgências médicas em todo o mundo. As urgências abdominais não traumáticas podem ser</p><p>definidas como qualquer quadro álgico localizado no abdome, que tenha início recente e que</p><p>leve o paciente a procurar um serviço de urgência.</p><p>São exemplos de urgências abdominais não traumáticas:</p><p>- apendicite</p><p>- colecistite aguda</p><p>- úlcera perfurada</p><p>- pancreatite</p><p>-diverticulite</p><p>CONDIÇÃO LOCALIZAÇÃO</p><p>DA DOR</p><p>TIPO DE</p><p>DOR</p><p>SINTOMAS</p><p>ASSOCIADOS</p><p>SINAIS EXAMES COMPLEMENTARES</p><p>Apendicite Periumbilical ou</p><p>QID</p><p>Insidiosa,</p><p>evoluindo</p><p>para</p><p>aguda e</p><p>persistente</p><p>Anorexia. As</p><p>vezes</p><p>náuseas e</p><p>vômitos</p><p>Febre</p><p>baixa. Dor</p><p>à palpação</p><p>no QID</p><p>Leucocitose.</p><p>Confirmação por TC ou US</p><p>Obstrução Difusa Dor tipo Vômitos Distensão Distensão de alças intestinais. Presença</p><p>74</p><p>intestinal cólica de</p><p>início</p><p>súbito</p><p>abdominal.</p><p>Peristalse</p><p>de luta.</p><p>de níveis hidroaéreos.</p><p>Úlcera</p><p>perfurada</p><p>Epigástrica Início</p><p>súbito,</p><p>duração</p><p>contínua</p><p>Anorexia.</p><p>As vezes náuseas</p><p>e vômitos</p><p>Dor</p><p>epigástrica,</p><p>defesa</p><p>involuntária</p><p>Pneumoperitônio na radiografia de</p><p>abdome</p><p>Diverticulite QIE. Ataques</p><p>prévios</p><p>Inicio</p><p>gradual,</p><p>pode ser</p><p>contínua</p><p>ou em</p><p>cólica</p><p>Diarréia leve Febre, dor</p><p>abdominal</p><p>difusa</p><p>TC mostra massa inflamatória</p><p>Colecistite</p><p>aguda</p><p>Dor epigástrica ou</p><p>no QSD. Dor</p><p>referida no ombro</p><p>direito em alguns</p><p>casos.</p><p>Insidiosa Anorexia,</p><p>náuseas e</p><p>vômitos.</p><p>Dor à</p><p>palpação</p><p>em QSE</p><p>US mostra cálculos</p><p>Cólica biliar Dor no QSD,</p><p>intermitente.</p><p>Ataques prévios.</p><p>Início</p><p>súbito, dor</p><p>súbita</p><p>Anorexia,</p><p>náuseas e</p><p>vômitos.</p><p>Dor a</p><p>palpação</p><p>em QSE</p><p>US mostra cálculos</p><p>Ruptura de</p><p>aneurisma de</p><p>aorta</p><p>abdominal</p><p>Dor epigástrica e no</p><p>dorso</p><p>Dor</p><p>epigástrica</p><p>e no dorso</p><p>Variável Hipotensão</p><p>e choque</p><p>US e TC mostram o aneurisma</p><p>Cólica renal Costovertebral ou</p><p>ao longo do ureter</p><p>Súbita,</p><p>grave</p><p>Náuseas e</p><p>vômitos</p><p>Dor a</p><p>percussão</p><p>do flanco</p><p>Hematúria. TC mostra cálculo.</p><p>Colite</p><p>isquêmica</p><p>Dor epigástrica ou</p><p>difusa</p><p>Súbita, em</p><p>cólica</p><p>Diarréia</p><p>sanguinolenta</p><p>Dor a</p><p>palpação do</p><p>abdome.</p><p>Evidências</p><p>de doença</p><p>vascular.</p><p>TC</p><p>Pancreatite</p><p>aguda</p><p>Epigástrica com</p><p>irradiação para o</p><p>dorso</p><p>Aguda,</p><p>persistente</p><p>Anorexia,</p><p>náuseas e</p><p>vômitos.</p><p>Dor à</p><p>palpação do</p><p>epigástrio.</p><p>Elevação da lípase sérica. TC mostra</p><p>inflamação do pâncreas.</p><p>Prenhez</p><p>ectópica</p><p>Unilateral em</p><p>quadrante inferior</p><p>Súbita Nenhum Massa em</p><p>anexos</p><p>Us mostra massa em anexos ou sangue,</p><p>teste de gravidez positivo.</p><p>Avaliação</p><p>O exame físico do paciente pode e revelar alguns sinais que indicam afecções</p><p>abdominais. São eles:</p><p>Sinal de Rovsing é um sinal médico de apendicite. Se na palpação do quadrante</p><p>inferior esquerdo do abdome do paciente resultar em dor no quadrante inferior direito, diz-se</p><p>que o paciente é positivo para o sinal de Rovsing e que pode ter apendicite.</p><p>75</p><p>Sinal de Blumberg é um sinal medico percebido durante o exame físico, que é</p><p>indicativo de peritonite. Consiste na presença de dor durante uma descompressão súbita da</p><p>parede abdominal.</p><p>Tratamento</p><p>O suporte inicial visa tratar as situações com risco de morte imediato. As condutas a</p><p>serem executadas pelos socorristas são muito limitadas, pois para o correto manejo, são</p><p>necessários exames complementares e de imagem. Cabe ao socorrista:</p><p>1- Ter certeza de que a via aérea está aberta e a circulação e respiração estão adequadas.</p><p>2- Atenção para os vômitos. Vítimas com nível de consciência alterado devem ser</p><p>colocadas em decúbito lateral com aspirador preparado.</p><p>3- Administrar O2 em altas concentrações.</p><p>4- Obter acesso IV periférico.</p><p>76</p><p>5- Colocar a vítima em posição de conforto, de modo a facilitar o acesso as vias aéreas.</p><p>Geralmente o paciente tolera melhor o decúbito lateral com as pernas fletidas.</p><p>6- Não permitir que a vítima se movimente por meios próprios ou faça esforços.</p><p>7- Não permitir a ingestão de líquidos ou alimentos, pois a vítima pode necessitar de</p><p>cirurgia.</p><p>8- Monitorizar a vítima com oxímetro de pulso e verificar sinais vitais.</p><p>9- Transportar imediatamente para o Hospital, completando o exame detalhado no</p><p>caminho.</p><p>6.12 – INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO / PARADA CARDIO RESPIRATÓRIA</p><p>Emergência desencadeada pela obstrução de uma das artérias coronárias (artérias que</p><p>irrigam o músculo cardíaco) por um coágulo. É a necrose da célula miocárdica resultante da</p><p>oferta inadequada de oxigênio ao músculo cardíaco.</p><p>RECONHECIMENTO:</p><p>Dor intensa no peito, podendo irradiar-se para ombros, região cervical, mandíbula,</p><p>abdome e braço esquerdo; dificuldade respiratória; pele fria, úmida e pálida; fraqueza, perda</p><p>da consciência; ansiedade, náuseas e vômitos; pulso fraco; parada cardiopulmonar.</p><p>CONDUTA:</p><p>1-Acionar suporte avançado de vida; 2- Afrouxar as roupas e transmita segurança; 3-</p><p>Posicionar na maca, sem prancha, em decúbito dorsal com cabeceira elevada; 4- Não elevar</p><p>os membros inferiores (o aumento de retorno do sangue venoso pode piorar a congestão</p><p>pulmonar); 5- Administrar oxigênio a 15 l/min; 6- Monitorar a vítima com oxímetro de pulso,</p><p>tentando manter saturação de oxigênio além de 94%; 7- Se a vítima possuir e fizer uso</p><p>habitual de medicação sublingual, e ainda não tiver usado a medicação, o socorrista pode</p><p>auxiliar para sua administração; 8- Iniciar suporte básico de vida em caso de parada</p><p>respiratória ou cardiorrespiratória; 9- Transportar a vítima ao encontro de uma unidade de</p><p>suporte avançado ou proceder ao transporte para hospital de referência, segundo orientação do</p><p>médico regulador.</p><p>77</p><p>6.13 – URGÊNCIAS PEDIÁTRICAS</p><p>95% das PCR em crianças resultam de obstrução de vias aéreas e parada respiratória</p><p>5% são causadas por choque Os sinais e sintomas comuns na PCR da criança incluem:</p><p>ausência de reação; crise convulsiva; dificuldade ou ausência de respiração; ausência de sons</p><p>cardíacos; ausência de movimento torácico; pele fria e azulada; ausência de pulso braquial.</p><p>78</p><p>Quando suspeitar ou critérios de inclusão Na abordagem de pacientes pediátricos com</p><p>agravo clínico.</p><p>Conduta 1. Realizar impressão inicial: observação rápida (avaliação visual e auditiva</p><p>do paciente pediátrico nos primeiros segundos de atendimento), considerando: • Consciência:</p><p>alerta, irritável ou não responde; • Respiração: esforço respiratório, sons anormais (estridor,</p><p>chiado, gemência) ou ausência de movimentos respiratórios; • Coloração anormal da pele:</p><p>palidez, cianose ou aspecto de mármore.</p><p>2. Se o paciente não responde: um membro da equipe deve comunicar imediatamente a</p><p>Regulação Médica e solicitar apoio do suporte avançado de vida (SAV), enquanto o outro</p><p>profissional continua avaliando o paciente.</p><p>3. Se o paciente não responde e não respira ou apresenta gasping , checar pulso</p><p>simultaneamente e: • Se pulso ausente: reportar-se ao Protocolo de PCR; • Se pulso presente,</p><p>mas que permanece com frequência ≤ 60 batimentos por minuto (bpm) e com sinais de</p><p>perfusão insuficiente, apesar da oxigenação e ventilação adequadas: reportar-se ao Protocolo</p><p>de PCR; • Se pulso presente e > 60 bpm: reportar-se ao Protocolo de Parada Respiratória.</p><p>4. Se o paciente não responde, mas respira: solicitar apoio do SAV e realizar a</p><p>avaliação primária.</p><p>5. Se o paciente responde: realizar a avaliação primária.</p><p>79</p><p>Avaliação primária (A, B, C, D, E) 1. Avaliar a permeabilidade da via aérea e, se</p><p>indicado, corrigir situações de risco com as seguintes ações: • Permitir que o paciente adote</p><p>uma posição confortável espontaneamente; • Realizar a manobra de inclinação da cabeça e</p><p>elevação do queixo ou de anteriorização da mandíbula; • Inspecionar a cavidade oral: aspirar</p><p>secreções e retirar corpos estranhos; • Instalar cânula orofaríngea (somente em paciente</p><p>inconsciente).</p><p>2. Avaliar ventilação: • Frequência respiratória (taquipneia, bradipneia ou apneia):</p><p>frequência menor do que 10 ou maior do que 60 incursões por minuto (irpm), em qualquer</p><p>idade pediátrica, sugere problema potencialmente grave; • Sinais de esforço respiratório:</p><p>batimento de asa de nariz, retrações no tórax (intercostais e outras), balancim</p><p>toracoabdominal (tórax retrai e abdome expande durante a inspiração), balanço da cabeça ao</p><p>respirar, gemência; • Expansão e simetria torácica; • Oximetria de pulso: considerar a</p><p>administração de oxigênio (O2) se saturação de O2 < 94%; • Considerar suporte ventilatório:</p><p>máscara com reservatório ou ventilação assistida com dispositivo bolsa-valva-máscara (BVM)</p><p>(se orientado pela Regulação Médica); • Se for necessária ventilação assistida com BVM:</p><p>ventilar com volume sufi ciente apenas para garantir a elevação visível do tórax,</p><p>monitorizando oximetria de pulso (manter saturação de O2 entre 94 e 99%); cuidado para não</p><p>hiperventilar.</p><p>3. Avaliar estado circulatório: • Frequência cardíaca; • Pulsos periféricos ou centrais:</p><p>amplitude e simetria; • Tempo de enchimento capilar; • Pele: coloração, umidade e</p><p>temperatura; • Pressão arterial; • Na presença de sangramento ativo visível, realizar</p><p>compressão direta; • Na presença de sinais de choque, realizar contato com a Regulação</p><p>Médica imediatamente. ATENÇÃO: considerar os parâmetros vitais de acordo com a faixa</p><p>etária.</p><p>4. Avaliar estado neurológico:</p><p>• AVDI (alerta, verbal, dor e irresponsivo); • Escala de</p><p>Coma de Glasgow; • Avaliação pupilar: tamanho, fotorreatividade e simetria.</p><p>5. Exposição: • Manter o paciente confortável e aquecido; • Procurar por manchas e</p><p>lesões em pele, deformidades, etc.; • Buscar evidências de trauma ou sinais de maus tratos; •</p><p>Evitar hipotermia.</p><p>Observações</p><p>80</p><p>• Considerar os 3 “S”. • Atentar para o direito da criança de ter um acompanhante</p><p>(responsável legal ou outro). • O objetivo da avaliação primária é identificar e corrigir</p><p>situações de risco imediato de morte. Considera-se crítico todo paciente que apresentar</p><p>alterações significativas em qualquer etapa da avaliação. • Se o paciente for considerado</p><p>crítico, o tempo de permanência na cena deve ser o mínimo possível. • Para manter a</p><p>permeabilidade da via aérea: considerar o uso de manobras manuais e de dispositivos de</p><p>abertura de via aérea, com atenção para a técnica adequada de inserção da cânula orofaríngea</p><p>em pediatria. • Para determinar a frequência respiratória no paciente pediátrico, deve-se contar</p><p>por pelo menos 30 segundos e multiplicar por dois, para evitar imprecisões. • Lembrar que a</p><p>ventilação do paciente pediátrico deve ser realizada com técnica e equipamento adequados à</p><p>idade e peso. • Cuidado ao ventilar o paciente pediátrico: a ventilação muito agressiva ou com</p><p>grandes volumes correntes pode causar hiperinsuflação e barotrauma, além de levar à</p><p>distensão gástrica, resultando em regurgitação, aspiração e impedimento da ventilação</p><p>adequada pela limitação da movimentação do diafragma. • Repetir avaliação primária durante</p><p>o transporte.</p><p>Quando suspeitar ou critérios de inclusão na abordagem de pacientes pediátricos com</p><p>agravo clínico.</p><p>Conduta 1. Realizar entrevista SAMPLE (com o paciente, familiares ou terceiros): •</p><p>Nome e idade; • Queixa principal; S: sinais e sintomas no início da enfermidade; A: história</p><p>de alergias; M: medicamentos em uso e/ou tratamentos em curso; horário da última dose; P:</p><p>passado médico – problemas de saúde ou doença prévia; L: horário da última ingestão de</p><p>líquidos ou alimentos; E: eventos que levem à doença ou lesão atual. ATENÇÃO: Em</p><p>pacientes inconscientes ou impossibilitados de responder, buscar informações com</p><p>circundantes ou familiares.</p><p>2. Realizar avaliação complementar: • Monitorizar oximetria de pulso; • Avaliar</p><p>glicemia capilar: se < 60 mg/dL (ou < 50 mg/dL no neonato), informar imediatamente ao</p><p>médico regulador.</p><p>3. Realizar o exame físico da cabeça aos pés: • Objetivo: identificar condições não</p><p>detectadas na avaliação primária. • Técnicas a serem utilizadas: inspeção seguida de palpação.</p><p>Cabeça (crânio e face) • Inspecionar e palpar o couro cabeludo, orelhas, ossos da face, olhos,</p><p>pupilas (verificar diâmetro, reação à luz e simetria pupilar), nariz, boca; • Identificar</p><p>81</p><p>abaulamento e tensão de fontanela anterior (fechamento entre 9 e 18 meses); • Identificar</p><p>presença de secreções, sangue e/ou líquido em cavidades naturais; • Identificar presença de</p><p>corpos estranhos; • Identificar sinais de esforço respiratório: batimento de asa de nariz,</p><p>balanço da cabeça ao respirar; • Observar alterações na coloração e temperatura da pele e</p><p>mucosas. Pescoço • Inspecionar região anterior e posterior: procurar por contusões,</p><p>ferimentos, crepitações, deformidades; • Observar se há distensão das veias. Tórax •</p><p>Identificar sinais de esforço respiratório: retrações no tórax (intercostais e outras), balancim</p><p>toracoabdominal (tórax retrai e abdome expande durante a inspiração), gemência; • Observar</p><p>lesões e cicatrizes na pele; • Realizar a palpação cuidadosa em busca de crepitações</p><p>subcutâneas e/ou ósseas. Abdome • Observar distensão, contusões, abrasões, ferimentos,</p><p>equimoses, cicatrizes; • Pesquisar à palpação: dor, rigidez, presença de massas palpáveis.</p><p>Avaliação secundária do paciente pediátrico (agravo clínico)</p><p>Pelve • Observar formato da região, realizar palpação das cristas ilíacas em busca de</p><p>dor, realizando os dois testes de pressão (laterolateral e anteroposterior) uma única vez; •</p><p>Inspecionar a região genital na presença de história de trauma local e/ou de sangramentos</p><p>evidentes na região; • Inspecionar, nos bebês e crianças, a região sob as fraldas/roupas,</p><p>incluindo a região glútea, em busca de lesões sugestivas de maus tratos. Membros superiores</p><p>e inferiores • Observar à inspeção: deformidades, desvios, coloração e ferimentos; • Pesquisar</p><p>sensibilidade, crepitações, pulsos distais (descrever simetria e amplitude) e perfusão dos</p><p>membros; • Avaliar a força motora (exceto no membro com suspeita de fratura), solicitando</p><p>que o paciente (se possível para a idade): • Movimente os pés e/ou eleve uma perna de cada</p><p>vez; • Aperte a mão do profissional e/ou eleve um braço de cada vez; • Realizar a avaliação</p><p>sempre comparando um membro com o outro. Dorso (se possível) • Inspecionar a presença de</p><p>deformidades, contusões, hematomas, cicatrizes, ferimentos; • Palpar caixa torácica posterior</p><p>e a coluna vertebral em busca de dor.</p><p>4. Realizar avaliações seriadas dos sinais vitais, reenchimento capilar e nível de</p><p>consciência.</p><p>Observações</p><p>• Considerar os 3 “S”. • Atentar para o direito da criança de ter um acompanhante</p><p>(responsável legal ou outro). • A avaliação secundária é importante, porém não obrigatória,</p><p>principalmente nos pacientes críticos ou se a sua realização implicar em atraso de transporte. •</p><p>82</p><p>O objetivo da avaliação secundária é detectar problemas que não foram identificados na</p><p>avaliação primária e cuidar das condições que não ameaçam a vida. • Registrar</p><p>detalhadamente os achados da avaliação secundária. • No paciente pediátrico, estar sempre</p><p>atento à presença de lesões e sinais de maus tratos, mesmo quando a história não sugerir essa</p><p>hipótese. Procurar por lesões em áreas não expostas; reportar-se aos Protocolos: Avaliação</p><p>Primária e Secundária no Trauma e Maus Tratos.</p><p>Ovace na criança responsiva</p><p>Quando suspeitar ou critérios de inclusão Episódio testemunhado (ou referido) de</p><p>engasgo com tosse e/ou sinais de sufocação.</p><p>Conduta 1. Avaliar a gravidade: • Obstrução leve: paciente capaz de responder se está</p><p>engasgado. Consegue tossir, emitir alguns sons e respirar; • Obstrução grave: paciente</p><p>apresenta início súbito de grave dificuldade respiratória; não consegue tossir ou emitir</p><p>qualquer som (tosse silenciosa); pode apresentar o sinal de angústia (sinal universal de</p><p>asfixia).</p><p>2. Considerar abordagem específica: • OBSTRUÇÃO LEVE EM CRIANÇA</p><p>RESPONSIVA • Não realizar manobras de desobstrução; • Acalmar o paciente; • Incentivar</p><p>tosse vigorosa; • Observar atenta e constantemente; • Se evoluir para obstrução grave: ver</p><p>item Obstrução grave. • OBSTRUÇÃO GRAVE EM CRIANÇA RESPONSIVA • Executar a</p><p>manobra de Heimlich, conforme descrito a seguir: (Obs.: Lembrar-se de dosar a força</p><p>aplicada no paciente pediátrico.)</p><p>• Abaixar-se, posicionando-se atrás do paciente com os braços à altura da crista ilíaca;</p><p>• Fechar uma das mãos em punho e posicioná-la no abdome do paciente, na linha média,</p><p>acima do umbigo, com o polegar voltado para o abdome;</p><p>• Com a outra mão espalmada sobre a primeira, comprimir o abdome em movimentos</p><p>rápidos, direcionados para dentro e para cima (em J);</p><p>• Repetir a manobra até a desobstrução ou o paciente tornar-se irresponsivo.</p><p>• Após a expulsão do corpo estranho, realizar a avaliação primária e oferecer oxigênio</p><p>por máscara, se necessário.</p><p>Ovace na criança irresponsiva</p><p>83</p><p>• OBSTRUÇÃO GRAVE EM CRIANÇA IRRESPONSIVA • Se a criança tornar-se</p><p>irresponsiva, o profissional deve interromper a manobra de Heimlich e iniciar manobras de</p><p>ressuscitação cardiopulmonar; • Posicionar o paciente em decúbito dorsal em uma superfície</p><p>rígida; • Iniciar manobras aplicando inicialmente 30 compressões torácicas com o objetivo de</p><p>expelir o corpo estranho; • Abrir vias aéreas e, antes de ventilar, inspecionar a cavidade</p><p>oral e</p><p>remover o corpo estranho, se visível e facilmente alcançável (com os dedos ou pinça); • Caso</p><p>nada seja encontrado, realizar uma insuflação com dispositivo bolsa-valva-máscara; se o ar</p><p>não passar ou o tórax não expandir, reposicionar a cabeça e insuflar novamente; • Se ainda</p><p>assim o ar não passar ou o tórax não expandir, realizar 30 compressões torácicas (um</p><p>profissional) ou 15 compressões (dois profissionais) e inspecionar cavidade oral; • Na</p><p>ausência de sucesso, repetir ciclos de compressões e ventilações; • Considerar o transporte</p><p>imediato, mantendo as manobras básicas de reanimação; • Se o objeto for expelido e ocorrer a</p><p>passagem do ar (tórax expandir), realizar a avaliação primária e oferecer oxigênio; • Na</p><p>ausência de responsividade e de movimentos respiratórios, palpar pulso.</p><p>3. Atentar para ocorrência de parada cardiorrespiratória.</p><p>4. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada.</p><p>5. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou transporte para</p><p>a unidade de saúde.</p><p>Observações</p><p>• Considerar os 3 “S”. • Lembrar sempre de inspecionar a cavidade oral antes de cada</p><p>ventilação. • Não realizar a varredura digital às cegas para a localização e retirada de corpo</p><p>estranho.</p><p>Ovace no bebê</p><p>Quando suspeitar ou critérios de inclusão Episódio testemunhado (ou referido) de</p><p>engasgo com tosse e/ou sinais de sufocação em paciente < 1 ano de idade.</p><p>Conduta 1. Avaliar a gravidade: • Obstrução leve: paciente consegue tossir, emitir</p><p>alguns sons e respirar; • Obstrução grave: paciente apresenta início súbito de grave</p><p>dificuldade respiratória; não consegue tossir ou emitir qualquer som (choro ou tosse</p><p>silenciosos).</p><p>84</p><p>2. Considerar abordagem específica: • OBSTRUÇÃO LEVE EM BEBÊ</p><p>RESPONSIVO • Não realizar manobras de desobstrução; • Acalmar o paciente; • Permitir</p><p>tosse vigorosa; • Observar atenta e constantemente; • Se evoluir para obstrução grave: ver</p><p>abaixo:</p><p>• OBSTRUÇÃO GRAVE EM BEBÊ RESPONSIVO • Executar as manobras de</p><p>desobstrução, conforme descrito a seguir:</p><p>Obs.: Lembrar-se de dosar a força aplicada no paciente pediátrico.</p><p>O profissional deve sentar-se para realizar a manobra;</p><p>Posicionar o bebê em decúbito ventral sobre o antebraço do profissional, que deve</p><p>apoiar a região mentoniana do bebê com os dedos em fúrcula;</p><p>Apoiar o antebraço que suporta o bebê sobre sua coxa, mantendo a cabeça em nível</p><p>discretamente inferior ao tórax;</p><p>Aplicar ciclos repetidos de cinco golpes no dorso (entre as escápulas e com o</p><p>calcanhar da mão), seguidos de cinco compressões torácicas logo abaixo da linha</p><p>intermamilar, até que o objeto seja expelido ou o bebê torne-se irresponsivo.</p><p>• OBSTRUÇÃO GRAVE EM BEBÊ IRRESPONSIVO • Se o bebê tornar-se</p><p>irresponsivo, um dos profissionais da equipe deve entrar em contato com a Regulação Médica</p><p>e solicitar apoio do suporte avançado de vida; • Assim que o bebê tornar-se irresponsivo, o</p><p>profissional que realiza as manobras deve parar de aplicar golpes no dorso e, imediatamente,</p><p>iniciar manobras de ressuscitação cardiopulmonar; • Posicionar o paciente em decúbito dorsal</p><p>em uma superfície rígida; • Iniciar as manobras aplicando inicialmente 30 compressões</p><p>torácicas sobre o esterno, logo abaixo da linha intermamilar, com o objetivo de expelir o</p><p>corpo estranho; • Abrir vias aéreas e, antes de ventilar, inspecionar a cavidade oral e remover</p><p>(com os dedos) o corpo estranho, se visível e facilmente alcançável; • Caso nada seja</p><p>encontrado, realizar uma insuflação com dispositivo bolsa-valva-máquina; se o ar não passar</p><p>ou o tórax não expandir, reposicionar a cabeça e insuflar novamente; • Se ainda assim o ar não</p><p>passar ou o tórax não expandir, realizar 30 compressões torácicas (um profissional) ou 15</p><p>compressões (dois profissionais) e inspecionar a cavidade oral; • Repetir ciclos de</p><p>compressões e ventilações até que o objeto seja expelido; • Considerar o transporte imediato,</p><p>sob orientação da Regulação Médica, mantendo as manobras básicas de reanimação, com</p><p>85</p><p>ciclos de 30 compressões torácicas (com um profissional) ou 15 compressões (com dois</p><p>profissionais) e duas ventilações após inspecionar a cavidade oral; • Se o objeto for expelido e</p><p>ocorrer a passagem do ar (tórax expandir), realizar a avaliação primária e oferecer oxigênio; •</p><p>Na ausência de responsividade e de movimentos respiratórios, palpar pulso.</p><p>3. Atentar para ocorrência de parada cardiorrespiratória.</p><p>4. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada.</p><p>5. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou transporte para</p><p>a unidade de saúde.</p><p>Observação</p><p>• Considerar os 3 “S”. • Lembrar sempre de inspecionar a cavidade oral antes de cada</p><p>ventilação. • Não realizar a varredura digital às cegas para a localização e retirada de corpo</p><p>estranho.</p><p>Observação</p><p>• Considerar os 3 “S”. • Lembrar sempre de inspecionar a cavidade oral antes de cada</p><p>ventilação. • Não realizar a varredura digital às cegas para a localização e retirada de corpo</p><p>estranho.</p><p>Parada respiratória no paciente pediátrico</p><p>Quando suspeitar ou critérios de inclusão Paciente irresponsivo ao estímulo, com</p><p>respiração agônica ou ausente, com pulso central palpável e com frequência maior do que 60</p><p>batimentos por minuto (bpm).</p><p>Conduta 1. Checar responsividade: • No bebê: estímulo plantar; • Na criança: tocar os</p><p>ombros e chamar o paciente em voz alta.</p><p>2. Se paciente não responsivo: • Um dos profissionais da equipe deve comunicar</p><p>imediatamente a Regulação Médica e solicitar apoio do suporte avançado de vida (SAV),</p><p>além de providenciar o desfribilador externo automático (DEA) e os equipamentos de</p><p>emergência; • Outro(s) profissional(is) da equipe deve(m): • Permanecer com o paciente; •</p><p>Checar respiração e pulso simultaneamente. ATENÇÃO: checar pulso central por, no</p><p>máximo, 10 segundos: • No bebê: pulso braquial; • Na criança: pulso carotídeo ou femoral.</p><p>86</p><p>3. Posicionar o paciente em decúbito dorsal em superfície plana, rígida e seca.</p><p>4. Se respiração ausente ou agônica (gasping) e pulso presente e com frequência maior</p><p>do que 60 bpm: • Abrir via aérea e administrar insuflações com dispositivo bolsa-valva-</p><p>máscara (a insuflação de boa qualidade deve ter duração de 1 segundo e promover visível</p><p>elevação do tórax); • Administrar uma insufl ação de boa qualidade a cada 3 a 5 segundos (12</p><p>a 20 insuflações/minuto) e verifi car a presença de pulso a cada 2 minutos; • Lembrar da</p><p>proteção cervical na presença de trauma; • Instalar rapidamente suprimento de oxigênio 100%</p><p>em alto fluxo (10 a 15 L/min) na bolsa-valva-máscara; • Considerar a instalação da cânula</p><p>orofaríngea – Protocolo BPed 32; • Confirmar constantemente a efetiva insuflação (visível</p><p>elevação do tórax).</p><p>5. Instalar oxímetro de pulso.</p><p>6. Manter constante atenção para a ocorrência de parada cardiorrespiratória.</p><p>7. Se, a qualquer momento, ocorrer ausência de pulso, iniciar manobras de</p><p>ressuscitação cardiopulmonar (RCP), começando pelas compressões torácicas, e instalar o</p><p>DEA;</p><p>8. Se, a qualquer momento, ocorrer pulso com frequência ≤ 60 bpm, com sinais de</p><p>perfusão inadequada apesar da ventilação e oxigenação adequadas: iniciar manobras de RCP</p><p>(começando pelas compressões torácicas), rechecando o pulso a cada 2 minutos, e instalar o</p><p>DEA.</p><p>9. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada.</p><p>10. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e ou transporte</p><p>para a unidade de saúde.</p><p>Observações</p><p>• Considerar os 3 “S”. • Manter a reanimação ventilatória ininterruptamente até a</p><p>chegada do SAV ou até chegar ao hospital, ou se o paciente apresentar ventilação espontânea</p><p>(respiração, tosse e/ou movimento).</p><p>PCR e RCP no bebê e na criança</p><p>87</p><p>Quando suspeitar ou critérios de inclusão Identificar parada cardiorrespiratória (PCR)</p><p>quando o paciente pediátrico estiver irresponsivo</p><p>ao estímulo, com respiração agônica ou</p><p>ausente e sem pulso central palpável. Critérios de inclusão para a necessidade de ressuscitação</p><p>cardiopulmonar (RCP) em pediatria: • Paciente que apresente PCR; • Paciente irresponsivo e</p><p>com respiração agônica ou ausente, que apresente pulso central palpável mas com frequência</p><p>≤ 60 batimentos por minuto (bpm) e com sinais de perfusão insuficiente, apesar da oxigenação</p><p>e ventilação adequadas. Conduta 1. Checar responsividade: • No bebê: estímulo plantar; • Na</p><p>criança: tocar os ombros e chamar o paciente em voz alta.</p><p>2. Se paciente não responsivo: • Um dos profissionais da equipe deve comunicar</p><p>imediatamente a Regulação Médica e solicitar apoio do suporte avançado de vida (SAV),</p><p>além de providenciar o desfribilador externo automático (DEA) e os equipamentos de</p><p>emergência; • Outro(s) profissional(is) da equipe deve(m): • Permanecer com o paciente; •</p><p>Checar respiração e pulso simultaneamente. ATENÇÃO: checar pulso central por, no</p><p>máximo, 10 segundos: • No bebê: pulso braquial; • Na criança: pulso carotídeo ou femoral</p><p>3. Posicionar o paciente em decúbito dorsal em superfície plana, rígida e seca.</p><p>4. Se respiração ausente ou agônica (gasping), considerar: • SE PULSO PRESENTE E</p><p>MAIOR DO QUE 60 BPM (Protocolo Parada respiratória) • Abrir via aérea; • Aplicar uma</p><p>insuflação efetiva com dispositivo bolsa-valva-máscara (BVM) e oxigênio (O2) suplementar a</p><p>100% a cada 3 a 5 segundos (12 a 20 insuflações/min); • Verificar a presença de pulso a cada</p><p>2 minutos. • SE PULSO PRESENTE, MAS QUE PERMANECE COM FREQUÊNCIA</p><p>MENOR OU IGUAL A 60 BPM E COM SINAIS DE PERFUSÃO INADEQUADA,</p><p>APESAR DE VENTILAÇÃO E OXIGENAÇÃO ADEQUADAS • Iniciar imediatamente as</p><p>manobras de RCP (começando pelas compressões torácicas) e checar pulso a cada 2 minutos.</p><p>• SE PULSO AUSENTE • Iniciar imediatamente as manobras de RCP, começando pelas</p><p>compressões torácicas, enquanto é instalado o DEA: • Após 30 compressões torácicas (se um</p><p>profissional realiza as manobras), abrir manualmente as vias aéreas e aplicar duas insuflações</p><p>com dispositivo BVM com O2 suplementar a 100% (10 a 15 L/min).</p><p>A relação compressão e insuflação deve ser de: • 30:2 se houver apenas um</p><p>profissional realizando a RCP, com frequência de 100 a 120 compressões por minuto; • 15:2</p><p>se houver dois profissionais realizando a RCP (um para compressões e um para insuflações),</p><p>com frequência de 100 a 120 compressões por minuto. • Assim que o DEA estiver disponível</p><p>88</p><p>e sem interrupção dos ciclos de RCP, posicionar os eletrodos no tórax desnudo e seco do</p><p>paciente. Se o DEA for equipado com atenuador de carga, utilizar da seguinte forma: • No</p><p>bebê (< 1 ano): se disponível, usar DEA com sistema eletrodos-cabos pediátricos (que</p><p>atenuam a carga de energia); • Na criança entre 1 e 8 anos ou < 25 kg de peso: se disponível,</p><p>usar DEA com sistema eletrodos cabos pediátricos (que atenuam a carga de energia); • Na</p><p>criança > 8 anos ou > 25 kg: usar DEA com sistema eletrodos-cabos adulto. IMPORTANTE:</p><p>caso não disponha de sistema eletrodos-cabos pediátricos, podem ser utilizadas pás de adulto</p><p>em qualquer idade pediátrica, devendo assegurar-se de que as pás não se toquem ou se</p><p>superponham quando posicionadas no tórax do paciente; se necessário, pode ser colocada uma</p><p>pá na parede anterior do tórax e a outra no dorso (na região interescapular). • Interromper as</p><p>compressões torácicas para a análise do ritmo. • Seguir as orientações do DEA e aplicar</p><p>choque se indicado pelo aparelho. • Reiniciar ciclos de RCP (sempre começando pelas</p><p>compressões torácicas) imediatamente após: • A aplicação do choque ou • Na ausência de</p><p>pulso após o aparelho não ter indicado choque. • Se, a qualquer momento após a análise do</p><p>ritmo pelo DEA, o aparelho não indicar choque, deve-se checar o pulso e: • Se pulso não</p><p>palpável: reiniciar imediatamente os ciclos de RCP (começando pelas compressões torácicas);</p><p>• Se pulso palpável mas com frequência ≤ 60 bpm e sinais de perfusão inadequada (apesar de</p><p>ventilação e oxigenação adequadas) e respiração ausente, reiniciar imediatamente as</p><p>manobras de RCP (começando pelas compressões torácicas); • Se pulso palpável (e com</p><p>frequência > 60 bpm) e respiração ausente: seguir protocolo Parada Respiratória; • Se pulso</p><p>palpável e respiração presente ou paciente apresentando sinais de circulação (respiração</p><p>espontânea, tosse e/ou movimento): interromper as manobras de RCP e instituir Cuidados Pós</p><p>Ressuscitação.</p><p>5. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada.</p><p>6. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e ou transporte para</p><p>a unidade de saúde.</p><p>Observações</p><p>• Considerar os 3 “S”. • Atentar para o direito da criança de ter um acompanhante</p><p>(responsável legal ou outro). • Compressões torácicas de boa qualidade compreendem: •</p><p>Paciente pediátrico posicionado em decúbito dorsal horizontal, sobre superfície rígida e plana;</p><p>• No bebê: comprimir o esterno com dois dedos posicionados imediatamente abaixo da linha</p><p>89</p><p>intermamilar, deprimindo pelo menos 1/3 do diâmetro anteroposterior do tórax ou cerca de 4</p><p>cm; Fonte: PMSP. Manual de Prevenção de Acidentes e Primeiros Socorros nas Escolas,</p><p>2007. • Na criança: realizar compressões com uma ou duas mãos posicionadas na metade</p><p>inferior do esterno, deprimindo pelo menos 1/3 do diâmetro anteroposterior do tórax ou cerca</p><p>de 5 cm;</p><p>• Permitir o completo retorno do tórax após cada compressão; não se apoiar sobre o</p><p>tórax após cada compressão; • Minimizar ao máximo as interrupções nas compressões</p><p>torácicas (limitar as interrupções a menos de 10 segundos); • Comprimir na frequência de 100</p><p>a 120 compressões/min; • Alternar os profissionais que aplicam as compressões a cada 2</p><p>minutos. • Insuflações de boa qualidade compreendem: • Insuflação com duração de 1</p><p>segundo, com volume suficiente apenas para promover a elevação do tórax; e • Visível</p><p>elevação do tórax. • Utilizar o DEA assim que disponível, mantendo as manobras de</p><p>reanimação até a efetiva instalação e disponibilidade do equipamento. • Manter os ciclos de</p><p>RCP ininterruptamente até a chegada do apoio (SAV) ou até chegar à unidade de saúde,</p><p>conforme orientação da Regulação Médica, ou se o paciente apresentar sinais de circulação</p><p>(respiração espontânea, tosse e/ou movimento). • NÃO HÁ INDICADORES SEGUROS DE</p><p>RESULTADOS PARA ORIENTAR QUANDO TERMINAR OS ESFORÇOS DE</p><p>REANIMAÇÃO NO PACIENTE PEDIÁTRICO.</p><p>Cuidados pós-ressuscitação em pediatria</p><p>Quando suspeitar ou critérios de inclusão Paciente com retorno da circulação</p><p>espontânea após manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP).</p><p>Conduta 1. Manter os eletrodos do desfribilador externo automático (DEA) instalados</p><p>no tórax do paciente.</p><p>2. Otimizar a ventilação e oxigenação com ênfase para: • Manter permeabilidade da</p><p>via aérea: aspirar secreções e instalar cânula orofaríngea (Guedel) se necessário; • Se</p><p>respiração espontânea, oferecer oxigênio (O2) por máscara não reinalante 10 a 15 L/min, o</p><p>suficiente para: • Manter saturação de O2 ≥ 94% e < 100% (entre 94 e 99%); • Se saturação de</p><p>O2 < 90% após receber O2 100% por máscara não reinalante, considerar suporte ventilatório</p><p>com dispositivo bolsa-valva-máscara com reservatório, sob orientação da Regulação Médica;</p><p>• Se respiração ausente ou gasping e com pulso, considerar: • Se pulso presente e > 60</p><p>batimentos por minuto (bpm): aplicar uma insuflação efetiva com bolsa-valva-máscara e O2</p><p>90</p><p>suplementar a 100% a cada 3 a 5 segundos (12 a 20 insuflações/min) e verificar a presença de</p><p>pulso a cada 2 minutos. Seguir o Protocolo de Parada respiratória); • Se, a qualquer momento,</p><p>pulso presente mas ≤ 60 bpm com sinais de perfusão inadequada apesar de ventilação e</p><p>oxigenação adequadas: reiniciar imediatamente as manobras de RCP (começando pelas</p><p>compressões torácicas) e checar pulso a cada 2 minutos. Seguir o Protocolo de PCR e RCP.</p><p>3. Avaliar sinais</p><p>vitais.</p><p>4. Na presença de sinais de choque, realizar contato com a Regulação Médica</p><p>imediatamente;</p><p>5. Monitorar glicemia capilar: se hipoglicemia, comunicar imediatamente a Regulação</p><p>Médica.</p><p>6. Atentar para a recorrência de parada cardiorrespiratória e a necessidade de reiniciar</p><p>RCP, seguindo as orientações do DEA.</p><p>7. Preparar para o transporte, conforme orientação da Regulação Médica.</p><p>8. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada.</p><p>9. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou transporte para</p><p>a unidade de saúde.</p><p>Observações</p><p>• Considerar os 3 “S”. • Atentar para o direito da criança de ter um acompanhante</p><p>(responsável legal ou outro).</p><p>Algoritmo geral da RCP pediátrica – suporte básico</p><p>Verificar a segurança do local</p><p>Paciente não responde (irresponsivo) Um dos profissionais da equipe permanece com</p><p>o paciente. Outro profissional da equipe comunica imediatamente a Regulação Médica,</p><p>solicitando apoio do SAV, e providencia o DEA e os equipamentos de emergência.</p><p>RCP: iniciar com compressões torácicas O primeiro profissional inicia ciclos de 30</p><p>compressões de boa qualidade e duas insuflações eficientes com aporte de O2. Quando o</p><p>segundo profissional retornar, usar a relação de 15 compressões e duas insuflações. Assim que</p><p>91</p><p>o DEA estiver disponível, com os eletrodos instalados e ligado, interromper as compressões e</p><p>analisar o ritmo</p><p>O DEA analisa o ritmo. Ritmo chocável?</p><p>Aplicar um choque. Reiniciar imediatamente RCP por 2 minutos (até aviso do DEA</p><p>para verificação do ritmo).</p><p>Reiniciar RCP imediatamente por 2 minutos (até aviso do DEA para verifi cação do</p><p>ritmo)</p><p>Continuar as manobras até que o SAV assuma ou proceder conforme orientação do</p><p>médico regulador. Se houver retorno da circulação espontânea (paciente se movimentar),</p><p>seguir o Protocolo de Cuidados Pós Ressuscitação.</p><p>Verificar se não há respiração ou se apresenta somente gasping e verificar pulso</p><p>(simultaneamente). É possível sentir definitivamente o pulso em 10 segundos?</p><p>Monitorar até a chegada do SAV ou proceder conforme orientação do Médico</p><p>Regulador.</p><p>Respiração normal, com pulso</p><p>Sem respiração ou gasping, com pulso</p><p>Sem respiração ou apenas gasping, sem pulso</p><p>Sim, ritmo chocável Não, ritmo não chocável</p><p>Parada respiratória - Administrar insuflações com dispositivo BVM: uma insuflação a</p><p>cada 3 a 5 segundos (12 a 20 insuflações/min). - Realizar compressões torácicas se o pulso</p><p>permanecer ≤ 60 bpm com sinais de perfusão inadequada, apesar da oxigenação e ventilação</p><p>adequadas. - Contatar a Regulação Médica, solicitando apoio do SAV (caso ainda não o tenha</p><p>feito) após 2 minutos. - Manter as insuflações e verificar pulso a cada 2 minutos. - Na</p><p>ausência de pulso, iniciar RCP.</p><p>6.14 – TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR</p><p>O traumatismo raquimedular (TRM) é decorrente da ação da energia física sobre a</p><p>92</p><p>coluna vertebral. As causas mais comuns são os acidentes automotores (48%), ferimentos</p><p>penetrantes (15%), quedas (21%), lesões por esporte (14%) e outros (2%).</p><p>Por conta de exposição às atividades mais violentas e de alto risco, este trauma atinge</p><p>uma faixa etária jovem (16 a 35 anos), provocando seqüelas irreparáveis na fase produtiva,</p><p>além do prejuízo inestimável aos serviços de saúde.</p><p>A coluna espinhal é formada por 33 vértebras, posicionadas uma sobre as outras,</p><p>permitindo a formação do canal medular, por onde passa as fibras nervosas chamadas de</p><p>medula. Traumas envolvendo grande quantidade de energia podem provocar a fratura das</p><p>vértebras e lesionar parcial ou completamente a medula,desenvolvendo déficit de acordo</p><p>com o nível (cervical, torácico e lombar) comprometido.As articulações da coluna</p><p>vertebral têm capacidade de movimento, especialmente no segmento cervical e na</p><p>transição tóraco-lombar. Sua função é sustentar o corpo e proteger no interior do forame</p><p>vertebral a medula espinhal, que liga através de nervos o cérebro aos órgãos, permitindo</p><p>que este receba sensações e envie comandos. A interrupção da medula causa isolamento</p><p>do segmento corporal no nível e abaixo da lesão, desaparecendo a sensibilidade e a</p><p>capacidade de movimento.</p><p>Lesões de coluna vertebral mal conduzidas podem ocasionar a morte ou incapacidade</p><p>permanente. Aproximadamente 10% das lesões medulares ocorrem por manipulação</p><p>incorreta das vítimas de trauma por socorristas ou pessoal hospitalar. A proteção da coluna</p><p>cervical deve ser uma das prioridades do tratamento pré-hospitalar, a não ser que outra</p><p>situação esteja produzindo risco de vida iminente.</p><p>Mecanismo de lesão</p><p>Freqüentemente os mecanismos de lesão tendem a ocorrer em associação:</p><p>-Sobrecarga axial: se deve à compressão da coluna. Ocorre após impactos frontais da cabeça</p><p>contra um objeto fixo, quedas de alturas elevadas e mergulho em águas rasas.</p><p>-Flexão, lateralização, extensão ou rotaçãoexecessivas: a coluna é mais suscetível à flexão</p><p>lateral, sendo necessário um menor grau de movimento para produzir lesão do que na</p><p>extensão e flexão ântero-posteriores. Um choque lateral causa danos mais facilmente que um</p><p>impacto anterior ou posterior.</p><p>93</p><p>-Estiramento: a cabeça é mantida em uma posição fixa enquanto o movimento do tronco tende</p><p>a separá-los. Este é o mecanismo de lesão dos enforcamentos.</p><p>Classificação</p><p>As lesões medulares podem ser classificadas do ponto de vista clínico em completas e</p><p>incompletas. As completas resultam em perda total de função, ao exame o paciente não tem</p><p>movimentação ou sensação abaixo do nível de lesão; nas incompletas, há preservação de</p><p>algumas funções. Mesmo algumas lesões que parecem completas podem melhorar, deste</p><p>modo todos os pacientes devem ser tratados com o máximo de cuidado para evitar o Segundo</p><p>Trauma e danos secundários à medula espinhal.</p><p>Sinais clínicos</p><p>Como sinais clínicos que sugerem lesão na coluna vertebral, podemos citar: dor na região</p><p>correspondente à coluna, deformidades, dificuldade de movimentação dos membros ou</p><p>alteração da sensibilidade, priapismo e alterações esfincterianas. A dificuldade respiratória</p><p>pode se instalar, dependendo do nível da lesão, sendo mais comum em lesões cervicais altas</p><p>ou da junção craniovertebral.</p><p>Em relação aos déficits de força muscular, podemos sumariamente classificá-los como:</p><p>- paraplegia- ausência dos movimentos da cintura crural, afetando membros inferiores.</p><p>- tetraplegia- ausência dos movimentos nos membros superiores e inferiores.</p><p>- hemiplegia- ausência dos movimentos em dimídio direito ou esquerdo, sendo mais comuns</p><p>em lesões do encéfalo do que em lesões medulares.</p><p>Suspeitar de lesão medular nos seguintes casos:</p><p>1) Mecanismo de lesão sugestivo, mesmo sem sintomas.</p><p>2) Vítimas inconscientes.</p><p>3) Dor no pescoço ou dorso.</p><p>4) Traumatismo facial grave e traumatismo craniano (5% dos casos).</p><p>5) Perda sensitiva ou motora no tronco e membros.</p><p>94</p><p>6) Choque neurogênico.</p><p>ATENÇÃO</p><p>A capacidade de andar ou se movimentar não deve ser um fator na determinação de</p><p>necessidade de cuidados especiais e imobilização da vítima. Um número significativo de</p><p>pacientes com lesões instáveis de coluna chega andando até a emergência.</p><p>Conduta</p><p>A manipulação do paciente com cuidados especiais está indicada na presença de um</p><p>mecanismo de trauma sugestivo, na inconsciência, dor no pescoço ou dorso, traumatismos da</p><p>cabeça, perda sensitiva ou motora e choque neurogênico. A movimentação da vítima deve ser</p><p>em bloco com a estabilização manual mantida, até a imobilização definitiva. Em certas</p><p>situações como incêndios e desabamentos, com risco iminente no local, é preferível</p><p>transportar o paciente da melhor maneira possível arriscando uma lesão de coluna do que</p><p>deixá-lo enfrentar a morte certa.</p><p>O exame da cena permite avaliar a cinemática do trauma e suspeitar da presença de lesão</p><p>mesmo na ausência de sintomas. Em acidentes automobilísticos a velocidade, condições do</p><p>veículo, uso</p><p>de equipamentos de proteção, estado do pára-brisa e da barra de direção. Nas</p><p>quedas a posição de impacto com o solo e a altura envolvida, quando maior que 5m está</p><p>associada à lesão de vértebras lombares em 20% dos casos.</p><p>-Ventilação pulmonar</p><p>A ventilação pulmonar e oxigenação são importantes pois reduzem a lesão secundária da</p><p>medula. Em vítimas apresentando apnéia, insuficiência respiratória, depressão do sensório e</p><p>necessidade de ventilação sob pressão positiva, efetuar a ventilação com bolsa e máscara,</p><p>utilizando oxigênio suplementar.</p><p>- Circulação</p><p>Atuar imediatamente contendo hemorragias externas importantes e tratando o choque.</p><p>Nos pacientes hipotensos suspeitar inicialmente de hemorragias internas como causa da</p><p>instabilidade, e não de choque medular. Atentar para o choque neurogênico, que caracteriza-</p><p>se por ausência de taquicardia, de sinais de vasoconstrição (palidez e temperatura baixa),</p><p>95</p><p>pressão de pulso alargada (PA divergente) e sinais de lesões medulares. Acima da lesão</p><p>observamos vasoconstrição, ou seja, palidez.</p><p>- Imobilização cervical</p><p>Cabeça, pescoço, tórax, abdome e pelve devem ser imobilizados em bloco. Os pacientes</p><p>com indicação de cuidados especiais devem ter a coluna imobilizada, que se encontrem de pé,</p><p>sentados ou deitados no momento do socorro.</p><p>A posição mais estável para o transporte é o decúbito dorsal,que permite fácil acesso a</p><p>todos os segmentos corporais. Durante a estabilização manual, não exercer tração excessiva</p><p>que pode causar lesão por estiramento, nas vítimas de pé ou sentadas, deve ser feita tração</p><p>suficiente para retirar a carga exercida pela cabeça no pescoço. A estabilização manual da</p><p>cabeça e do pescoço tem que ser mantida até a imobilização em dispositivo definitivo estar</p><p>completada. Caso o paciente apresente dor, resistência, piora dos sintomas ao procedimento</p><p>não prosseguir com o alinhamento e imobilizar a cabeça na posição encontrada. A</p><p>imobilização manual alinhada deve ser efetuada por trás da vítima, pelo lado ou pela frente,</p><p>dependendo do acesso que o socorrista dispõe a seu corpo.</p><p>∙ Estabilização por Trás</p><p>Colocar a mãos sobre os ouvidos do paciente sem movimentar sua cabeça. Apoiar os</p><p>polegares sobre a região posterior do crânio. Os dedos mínimos apóiam o ângulo da</p><p>mandíbula. Separar os dedos sobre os planos laterais da face. Mover a cabeça lentamente até a</p><p>posição neutra.</p><p>∙Estabilização pelo Lado</p><p>Ficar ao lado do paciente. Passar o braço sobre o ombro da vítima e apoiar a região</p><p>posterior da cabeça com esta mão. Apoiar o polegar e o indicador da outra mão no bordo</p><p>inferior do arco zigomático. Mover a cabeça lentamente até a posição neutra.</p><p>Colar cervical</p><p>96</p><p>Equipamento obrigatório de ambulâncias de</p><p>resgate, utilizado na prevenção de lesões</p><p>medulares e o agravamento das já existentes,</p><p>protege também as vias aéreas impedindo</p><p>movimentos de flexão do pescoço. Em todos os</p><p>casos deve ser utilizado em conjunto com</p><p>estabilização manual da coluna até que o paciente</p><p>esteja imobilizado em outros dispositivos. Mesmo</p><p>os melhores colares não imobilizam</p><p>completamente, os movimentos de flexão são</p><p>reduzidos em 75%, os de extensão em 50%, os</p><p>movimentos laterais da coluna em impedidos em</p><p>40% de sua extensão normal. A compressão da</p><p>coluna é reduzida pelo colar que absorve o peso da</p><p>cabeça transmitindo-o à cintura escapular</p><p>Técnicas para aplicação</p><p>� Medir o colar.</p><p>� O colar pode ser aplicado com a vítimas sentada, em pé ou em decúbito dorsal.</p><p>� alinhar a cabeça e o pescoço do paciente, se não houver resistência ou dor, e mantém a</p><p>estabilização manual</p><p>� aplicar o colar de tamanho adequado ao pescoço da vítima.</p><p>� Pedir a pacientes lúcidos que não se movimente e explicar o procedimento.</p><p>� Manter a imobilização manual até fixação da cabeça na prancha longa ou KED</p><p>� Pedir ao paciente que abra a boca, caso ele não consiga colocar outro colar.</p><p>Imobilização do tronco</p><p>O tronco deve ser sempre fixado ao dispositivo imobilizador (prancha longa ou</p><p>KED) antes da cabeça para evitar angulação cervical. O tronco superior é fixado ao</p><p>dispositivo no nível dos ombros e o tronco inferior no nível das cristas ilíacas, opcionalmente,</p><p>pode ser acrescentada uma correia adicional sobre o abdome sem que seja exercida</p><p>97</p><p>compressão. O socorrista deve utilizar ainda, o estabilizador de cabeça par acompleta</p><p>imobilização da vítima.</p><p>6.15 – TRAUMA CRÂNIO ENCEFÁLICO E DE FACE</p><p>O trauma cranioencefálico (TCE) é considerado a principal causa de morte em</p><p>adultos jovens. Aqueles que sobrevivem, frequentemente desenvolvem invalidez,</p><p>comprometendo o trabalho e as atividades sociais. Por isso, a sua atuação no atendimento</p><p>aos clientes traumatizados e, em especial, aqueles com lesões cranianas, é muito</p><p>importante. Ao final desse estudo, pretende-se que você seja capaz de associar o</p><p>mecanismo do trauma aos achados na avaliação e, com isso, estabelecer as prioridades no</p><p>atendimento, evitando o desenvolvimento de lesões secundárias. Apesar de responder por</p><p>um alto índice de mortalidade, nem todos os impactos no crânio resultarão em lesão</p><p>cerebral.</p><p>98</p><p>Anatomia</p><p>80 % é composto pelo encéfalo;</p><p>10% LCR (líquido Cefaloraquidiano) – é o amortecedor de impactos do encéfalo; e</p><p>10% Sangue.</p><p>O LCR circula ao redor da medula no canal raquidiano, em movimento de entrada e saída</p><p>na caixa craniana. A propagação da corrente liquorica é atribuída ao efeito exercido pelas</p><p>pulsações cardíacas nas artérias do plexo coróideo (onde o LCR é fabricado), o qual provoca</p><p>uma onda de pressão.</p><p>O encéfalo tem a capacidade de auto regulação do Fluxo de Sangue Cerebral (FSC), que</p><p>é constante. Variando quando a PAM (Pressão Média Arterial) cai abaixo de 60 mm Hg. A</p><p>pressão encontrada dentro do crânio é chamada de pressão intracraniana (PIC) e reflete a</p><p>relação entre as estruturas como cérebro, sangue e LCR e o volume do crânio.</p><p>Normalmente, a pressão de perfusão cerebral (PPC) se mantém contínua e permite o</p><p>fluxo sanguíneo cerebral (FSC) constante, podendo haver alterações importantes de menor</p><p>ou maior gravidade dependendo da energia envolvida no momento do trauma.</p><p>Definição</p><p>Constitui qualquer agressão que acarrete lesão anatômica ou comprometimento funcional</p><p>do couro cabeludo, crânio, meninges ou encéfalo.Não tem natureza degenerativa ou</p><p>congênita. È causado por uma força física externa.</p><p>99</p><p>A incidência de TCE é maior para homens do que para mulheres em mais de 2:1. Mais de</p><p>50 % está entre as idades de 15 e 24 anos.</p><p>Tipos de lesão da cabeça</p><p>- Lesões de couro cabeludo:</p><p>Podem causar grandes sangramentos devido a vascularização da região. Nos adultos, os</p><p>hematomas sub-galeais (galoa) são úteis para determinar a força do traumatismo.</p><p>- Fraturas de crânio:</p><p>- Lineares ou simples- representam 80% das fraturas.</p><p>- Abertas- localizam-se sob lesões do couro cabeludo e têm maior potencial</p><p>para infecção.</p><p>- Fraturas deprimidas- ocorrem geralmente após lesões de baixa velocidade,</p><p>como impactos de pequenos objetos. Têm maior potencial para causar lesão cerebral, pois</p><p>fragmentos ósseos penetram na massa encefálica.</p><p>100</p><p>- Fraturasde base de crânio- a presença de sangramento pelo nariz (rinorragia)</p><p>ou pelo ouvido (otorragia) indica a posibiidade dessa lesão. A equimose periorbitária (olhos</p><p>de guaxinim) surge algumas horas após o trauma. A equimose de mastóide é um sinal</p><p>tardio(mais de 24 horas após lesão).</p><p>Fisiopatologia</p><p>Lesões primárias- decorrente da força agressora, ligada ao mecanismo do trauma. Podem</p><p>ocorrer de duas maneiras:</p><p>Impacto: energia é aplicada sobre área relativamente pequena, sendo dependente da</p><p>intensidade do impacto e do local do impacto</p><p>101</p><p>Inércias: quando o cérebro sofre mudança abrupta de movimento: Aceleração ou</p><p>Desaceleração por absorver energia cinética.</p><p>Lesões secundárias – As lesões surgem no momento do traumatismo</p><p>a) Data show;</p><p>b) apostilas; e</p><p>c) manequins e equipamentos para demonstrações práticas.</p><p>6) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>a) Atendimento Pré Hospitalar ao Traumatizado PHTLS/NAEMT (National Association</p><p>of Emergency Medical Technicians em cooperação com o comitê de trauma do</p><p>Colégio Americano de Cirurgiões). 2015.</p><p>b) CAMPBELL,JE; HICKS,ER. Basic Trauma Life Support. BTLS, 5ª.ed-2004.</p><p>c) GRAU- Grupo de resgata e atenção às urgências e emergências. Secretaria de Saúde</p><p>de São Paulo, 2ª. Ed, Manole, 2015.</p><p>d) MARTINS, S.; SOUTO, M. I. D.. Manual de Emergências Médicas- diagnóstico e</p><p>tratamento. Rio de Janeiro; Rovinte, 2ª. Ed-2004.</p><p>e) RIBEIRO CJR; ET AL. Manual Básico de Socorro de Emergência. 2ª. Ed., Atheneu,</p><p>São Paulo, 2007.</p><p>f) SANTORO, D. SITUAÇÕES DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA: Manual De Condutas Práticas -</p><p>Editora: Águia Dourada 2ª Ed. 2013.</p><p>g) Silva, GTR da; SILVA, SRLPT da. MANUAL DO TÉCNICO E AUXILIAR DE ENFERMAGEM,</p><p>SÃO PAULO: MARTINARI, 2014.</p><p>h) www.americanheart.org</p><p>i) www.itrauma.org.</p><p>9</p><p>CONCEITO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA</p><p>A Política Nacional de Atenção às Urgências foi instituída por meio da Portaria nº</p><p>1.863/GM, em 29 de setembro de 2003, que rege a implantação dos serviços de atendimento</p><p>móvel de urgências nos municípios brasileiros e da Portaria nº 2.972/GM, de 9 de dezembro</p><p>de 2008, que orienta a continuidade do Programa de Qualificação da Atenção Hospitalar de</p><p>Urgência no Sistema Único de Saúde.</p><p>Pode-se afirmar que os atendimentos das urgências e emergências têm como base</p><p>quatro estratégias que devem estar interligadas, como engrenagens de um motor, que são:</p><p>organização de redes assistenciais, humanização no atendimento dos pacientes, qualificação e</p><p>educação permanente dos profissionais de saúde que trabalham na área e implantação e</p><p>operação de central de regulação médica de urgências.</p><p>Conceito Formal: segundo o Conselho Federal de Medicina, em sua Resolução CFM</p><p>n° 1451, de 10/03/1995, temos:</p><p>URGÊNCIA: ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou sem risco potencial de vida,</p><p>cujo portador necessita de assistência médica imediata.</p><p>EMERGÊNCIA: constatação médica de condições de agravo à saúde que impliquem em risco</p><p>iminente de vida ou sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico imediato.</p><p>Emergências são situações que apresentem alteração do estado de saúde, com risco</p><p>iminente de vida. O tempo para resolução é extremamente curto, normalmente quantificado</p><p>em minutos. Tais como: perda de consciência sem recuperação, dificuldade respiratória de</p><p>forma aguda acompanhada de cianose, broncoespasmo, dor intensa súbita no peito</p><p>acompanhada de suor frio, falta de ar e vômitos; dificuldade de movimentação ou de fala</p><p>repentina; grande hemorragia; quadro alérgico grave com placas vermelhas, tosse, falta de ar e</p><p>edema; movimentos descoordenados em todo o corpo ou parte dele acompanhado de desvio</p><p>dos olhos, repuxo da boca com salivação excessiva; aumento súbito da pressão arterial,</p><p>acompanhado de cefaléia de forte intensidade. Acidentes domésticos graves com fraturas e</p><p>impossibilidade de locomoção do enfermo, queda de grandes alturas, choque elétrico,</p><p>afogamentos e intoxicações graves.</p><p>10</p><p>Urgências são situações que apresentem alteração do estado de saúde, porém sem risco</p><p>iminente de vida, que por sua gravidade, desconforto ou dor, requerem atendimento médico</p><p>com a maior brevidade possível. O tempo para resolução pode variar de algumas horas até um</p><p>máximo de 24 horas. Tais como: cefaléia súbita de forte intensidade, não habitual e que não</p><p>cedem aos medicamentos rotineiros; dor lombar súbita muito intensa acompanhada de</p><p>náuseas, vômitos e alterações urinárias; febre elevada em crianças de causa não esclarecida e</p><p>refratária a antitérmicos.</p><p>ASPECTOS LEGAIS DO SOCORRISMO OMISSÃO DE SOCORRO SEGUNDO O</p><p>CÓDIGO PENAL BRASILEIRO</p><p>ART. 135 – Deixar de prestar assistência quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança</p><p>abandonada e extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e</p><p>iminente perigo; ou não pedir, nesses casos o socorro da autoridade pública: Pena – detenção</p><p>de um a seis meses, ou multa Parágrafo único – A pena é aumentada de metade, se da omissão</p><p>resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.</p><p>OMISSÃO DE SOCORRO SEGUNDO A RESOLUÇÃO 311/2007 (CÓDIGO DE ÉTICA</p><p>DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM)</p><p>RESPONSABILIDADES E DEVERES Art. 22 - Disponibilizar seus serviços profissionais à</p><p>comunidade em casos de emergência, epidemia e catástrofe, sem pleitear vantagens pessoais.</p><p>PROIBIÇÕES Art. 26 - Negar Assistência de Enfermagem em qualquer situação que se</p><p>caracterize como urgência ou emergência. Art.129 - A pena de Cassação do Direito ao</p><p>Exercício Profissional é aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido nos artigos:</p><p>9º, 12; 26; 28; 29; 78 e 79 deste Código.</p><p>ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR (APH)</p><p>Atendimento Pré-Hospitalar é o conjunto de procedimentos técnicos realizados no</p><p>local da emergência e durante o transporte da vítima.</p><p>O objetivo é manter a vítima com vida e em situação mais próxima possível da</p><p>normalidade até sua chegada a unidade hospitalar. Alguns exemplos são as ações ligadas ao</p><p>socorro: controlar hemorragia, manter livres as vias aéreas, imobilizar fratura etc.</p><p>O atendimento pré-hospitalar compreende três etapas: atendimento na cena do</p><p>acidente; transporte rápido e com segurança até o hospital e chegada no hospital.</p><p>11</p><p>Uma assistência adequada e qualificada é fundamental para o paciente chegue ao</p><p>hospital com vida. Nomeamos esse atendimento adequado de RESGATE - é o grupo de</p><p>providências técnicas para a retirada de vítimas de locais de onde não conseguem sair por si e</p><p>sem risco. O objetivo é resgatar a vítima com as melhores condições possíveis para o APH.</p><p>Exemplo: vítima libertada das ferragens de um carro, etc.. SOCORRO BÁSICO - são os</p><p>procedimentos não invasivos. SOCORRO AVANÇADO- são os procedimentos invasivos.</p><p>1- ESTRUTURAÇÃO DOS DIVERSOS NÍVEIS DE ASSISTÊNCIA</p><p>Em busca da assistência imediata podem ser encontrados indivíduos em real condição</p><p>de emergência, os não caracterizados como urgência e aqueles que buscam o atendimento no</p><p>serviço pela proximidade, facilidade de acesso e não propriamente pela gravidade da</p><p>condição de saúde. Essa crescente demanda inadequadamente alocada resulta na</p><p>superlotação dos serviços de emergência e o risco de não atender adequadamente o paciente</p><p>grave, comprometendo significativamente a qualidade da assistência prestada.</p><p>Por isso, urge a necessidade de reordenar a atenção em saúde, de maneira que possa</p><p>efetivamente iniciar-se na atenção primária, de forma qualificada e resolutiva. A execução</p><p>de ações de promoção da saúde e prevenção de agravos reflete-se na diminuição da demanda</p><p>de atendimento de pacientes graves nos serviços de emergência e na redução dos índices de</p><p>internação hospitalar.</p><p>Um sistema de atenção ao paciente em estado crítico/potencialmente crítico exige a</p><p>conformação de uma rede assistencial hospitalar e extra-hospitalar que atue de forma</p><p>organizada. Com a instituição da Política Nacional de Atenção às Urgências, essa rede é</p><p>apresentada com a explicitação dos componentes envolvidos na atenção às urgências em</p><p>diferentes níveis. A intersetorialidade envolve as interfaces e as responsabilidades</p><p>assistenciais de todos os componentes, para oferecer ao usuário uma atenção qualificada e</p><p>humanizada nas diferentes fases do ciclo vital. Incorporando o princípio da complexidade</p><p>progressiva e da integralidade no cuidar, conduz à reflexão sobre o papel do cliente, do</p><p>profissional e da sociedade, como agentes transformadores da realidade.</p><p>Cabe ao poder público capacitar-se para responder às demandas de saúde, vinculadas à</p><p>assistência de paciente em estado crítico / potencialmente crítico, envolvendo:</p><p>12</p><p>• Componente pré-hospitalar móvel - Serviço de Atendimento</p><p>ou após um certo</p><p>período de tempo. Nas lesões secundárias podemos atuar interrompendo o processo</p><p>fisiopatológico de seu desenvolvimento, evitando o agravamento da lesão.</p><p>A)Hematomas intracranianos:</p><p>∙Extradurais – entre o crânio e a dura-mater, por laceração de vaso sanguineo.</p><p>∙Subdurais – entre a dura-mater e o cérebro, ruptura traumática de veias que vão do cortex aos</p><p>seios durais.</p><p>B) Concussão- Episódio de alteração do nível de consciência após um traumatismo da cabeça,</p><p>com retorno rápido ao normal.</p><p>C) Contusão cerebral- Ocorre geralmente em áreas em que o cérebro entra em contato com</p><p>protuberâncias ósseas, caracteriza-se por áreas de hemorragia no cérebro. Podem causar danos</p><p>permanentes ou resolver-se totalmente.</p><p>D) Hematomas intracerebrais- São causados por dano vascular no momento do impacto,</p><p>sendo que o quadro clínico vai depender da região do cérebro que foi afetada.</p><p>Achados clínicos</p><p>a) Convulsões: em virtude da hipoxia decorrente da obstrução de vias aéreas ou na</p><p>ventilação, ocorrem convulsões generalizadas; (esgotam nível de oxigênio e glicose</p><p>aumentando a isquemia)</p><p>b) Edema Cerebral e Hematomas Intracranianos: a medida que o edema se desenvolve</p><p>prejudica ainda mais o fornecimento de O2; o hematoma pode comprimir o tecido cerebral ou</p><p>levar a herniação. Resultando tanto o edema quanto o hematoma em aumento da Pressão</p><p>Intracraniana (PIC).</p><p>Avaliação</p><p>A avaliação neurológica considera-se em primeiro lugar o exame físico sumário</p><p>enfatizando a avaliação da escala de coma de Glasgow, reatividade pupilar e padrão</p><p>respiratório.</p><p>102</p><p>Resposta motora anormal</p><p>O Socorrista deve estar atento aos sinais e sintomas que sugerem aumento da pressão</p><p>intracraniana, que incluem:</p><p>- dores de cabeça</p><p>103</p><p>- diminuição do nível de consciência</p><p>- vômitos</p><p>- hipertensão arterial</p><p>- bradicardia</p><p>-diâmetro pupilar e fotorreação</p><p>Tratamento</p><p>- Proteção da coluna cervical e desobstrução e proteção de vias aéreas: São medidas</p><p>prioritárias pois a vítima de TCE é propensa a broncoaspiração e, hipoventilação e hipoxemia,</p><p>que produzem lesão cerebral secundária.</p><p>- Ventilação e oxigenação: Na presença de respiração inadequada, deve-se assistir a</p><p>ventilação do paciente. A utilização de oxigênio suplementar é obrigatória. A presença de</p><p>hipoxemia agrava o quadro clínico e aumenta a mortalidade.</p><p>-Circulação: Deve-se efetuar controle de sangramentos e reposição volêmica para corração da</p><p>hipotensão. Pacientes de TCE que apresentam hipotensão arteriaç têm risco dobrado de</p><p>mortalidade.</p><p>- Transporte rápido: é fundamental que a vítima obtenha cuidados hospitalares o mais rápido</p><p>possível.</p><p>- Estabilização de objetos introduzidos na cabeça: Estabilizar e remover a vítima com objeto</p><p>no local.</p><p>- Monitorização e reavaliação frequente.</p><p>4.2- Trauma de Face</p><p>O trauma de face pode ocasionar danos aos tecidos moles de modo isolado ou associado</p><p>às fraturas ósseas. Além do aspecto estético,as lesões podem acometer funções nobres, uma</p><p>vez que a faceica, reúne vários sentidos, como visão, audição, olfato e paladar, além da</p><p>sensibilidade, dos músculos da expressão facial e de estruturas que participam da deglutição</p><p>dos alimentos.</p><p>104</p><p>As causas mais frequentes são agressão, acidentes de trânsito e quedas. Nos acientes</p><p>automobilísticos, grande parte se deve a falta do cinto de segurança.</p><p>Incidência de fraturas</p><p>Fratura nasal- 35%</p><p>Fratura de mandíbula- 30%</p><p>Fratura malar- 20%</p><p>Tratamento:</p><p>- Fazer o exame primário respeitando a ordem de prioridades.</p><p>- Manter via aérea pérvea.</p><p>- Oferecer ventilação assistida.</p><p>- Controlar hemorragias e repor volumes.</p><p>- Realizar avaliação neurológica.</p><p>- Realizar exame detalhado com especial atenção a face, buscando lesões de ossos ou partes</p><p>moles que não tenham sido detectadas no primeiro exame.</p><p>- Transportar ao hospital para que a vítima possa receber tratamento especializado em</p><p>conjunto ( buco maxilo, otorrino, ortopedista, neurologista)</p><p>105</p><p>6.16 – TRAUMA DE ABDOME</p><p>Anatomia</p><p>O abdome contém os principais órgãos do sistema digestivo, endócrino,</p><p>urogenital, e os principais vasos do sistema circulatório.</p><p>A cavidade abdominal está delimitada:</p><p>• Parte superior: diafragma (4º espaço intercostal, anteriormente, o 6º espaço intercostal</p><p>lateralmente, e o oitavo espaço intercostal, posteriormente, durante a expiração</p><p>forçada);</p><p>• parte inferior: ossos da região pélvica (ílio, ísquio e púbis);</p><p>• parte anterior: costelas e músculos do abdome e flancos (reto abdominal e oblíquo);</p><p>parte posterior: coluna vertebral (porção lombar), musculatura paravertebral e os músculos</p><p>psoas.</p><p>• É dividido em dois espaços: Peritoneal e retroperitoneal.</p><p>Espaçoperitoneal: Contém o baço, o fígado, a vesícula biliar, o estômago, parte</p><p>do intestino grosso (cólon transverso e sigmoide), a maior parte do intestino delgado</p><p>(principalmente jejuno e íleo) e os órgãos do sistema reprodutor feminino (útero e ovários)</p><p>106</p><p>Espaçoretroperitoneal: Contém os rins, ureteres, a veia cava inferior, a aorta</p><p>abdominal, o pâncreas, grande parte do duodeno, os cólons ascendente e descendente e o reto.</p><p>A bexiga e os órgãos do sistema reprodutor masculino (pênis, testículo e</p><p>próstata) localizam-se inferiormente a cavidade abdominal.</p><p>Para fins de avaliação do paciente podemos dividir o abdome em quatro quadrantes:</p><p>QSD: Fígado e vesícula biliar</p><p>QSE: Baço e estômago</p><p>QID e QIE: Bexiga e basicamente o intestino</p><p>Fisiopatologia</p><p>A divisão dos órgãos em ocos, sólidos e vasculares ajuda a entender um pouco</p><p>sua fisiologia. Quando lesados os órgãos sólidos e vasculares (fígado, baço, aorta e cava)</p><p>107</p><p>sangram, enquanto que os ocos (intestino, vesícula biliar e bexiga) derramam seu conteúdo</p><p>dentro da cavidade peritoneal ou no espaço retroperitoneal. Esse derramamento leva a</p><p>PERITONITE (inflamação do peritônio que reveste a cavidade abdominal), sepse e</p><p>sangramento intra-abdominal.</p><p>Os acidentes automobilísticos respondem pela maioria dos traumas fechado</p><p>abdominais, lesionando com maior frequência os órgãos maciços. A hemorragia é a principal</p><p>causa de choque na vítima de trauma abdominal, responsável pela mortalidade nas primeiras</p><p>quatro horas após esse evento. Os primeiros sinais de hemorragia podem manifestar-se</p><p>rapidamente após o trauma, sendo identificado durante a avaliação primária, ou ocorrer</p><p>gradativamente, passando despercebido para os profissionais que o assistem.</p><p>O trauma abdominal é classificado em fechado e penetrante. No trauma fechado, a</p><p>lesão é desenvolvida pelo impacto direto. A energia envolvida provoca compressão dos</p><p>órgãos contra objetos sólidos, rompendo os órgãos (rins, intestino delgado e grosso) de seu</p><p>local de fixação ou ainda a laceração. Os mecanismos mais freqüentes são as quedas,</p><p>acidentes automobilísticos e agressões. No trauma penetrante, a lesão acontece devido à</p><p>ruptura da parede abdominal e laceração dos tecidos e órgãos. Os ferimentos por armas de</p><p>fogo (FAF) são considerados de média e alta energia, pois o projétil pode percorrer uma</p><p>trajetória maior, lesionando mais tecido. Já nos ferimentos por arma branca (FAB),</p><p>considerados de baixa energia, a lesão de entrada pode parecer pequena externamente e</p><p>extensa internamente.</p><p>Em relação ao mecanismo, vários fatores vão determinar a gravidade das lesões,</p><p>como o tipo de colisão e posição do cliente no veículo, extensão do dano no veículo,</p><p>deformidade do volante, dispositivos de segurança (cinto, air bags, criança contida em</p><p>cadeirinha), altura da queda, tipo de arma usada na agressão, quantidade de sangue no local</p><p>e outros. A avaliação é dirigida a fim de identificar a lesão antes mesmo de sua</p><p>manifestação ou,ainda,tentar relacionar a história com os achados do exame físico e dos</p><p>parâmetros vitais apresentados.</p><p>Durante a avaliação no APH, pode existir suspeita de trauma abdominal fechado se</p><p>for identificada</p><p>a presença de distensão, hematomas, escoriações e dor a palpação. Se o</p><p>cliente estiver hemodinamicamente instável, sem outras fontes hemorrágicas suspeitas, o</p><p>trauma abdominal responderá por essas alterações, entretanto, a sua confirmação só poderá</p><p>ser feita em um hospital. Nesta etapa do atendimento, você pode buscar junto aos familiares</p><p>108</p><p>todas as informações referentes ao mecanismo do trauma, lesões identificadas e</p><p>procedimentos realizados. Esses dados auxiliarão na investigação diagnóstica quando</p><p>associados às lesões e parâmetros vitais apresentados.</p><p>Arma branca: Os ferimentos por arma branca têm menor probabilidade de penetrar a cavidade</p><p>abdominal que os causados por arma de fogo devido a sua menor energia cinética. Apenas em</p><p>15% dos casos de ferimentos penetrantes com arma branca no abdome necessitam de</p><p>intervenção cirúrgica.</p><p>109</p><p>• Temos que suspeitar de lesão abdominal em todo o paciente com ferimento penetrante</p><p>no tórax abaixo da linha do diafragma, assim como ferimentos penetrantes nos flancos</p><p>e nos glúteos podem acometer órgãos abdominais.</p><p>• Trauma fechado: Com frequência os traumas fechados representam uma ameaça</p><p>maior à vida, porque as lesões potenciais comportam um diagnóstico mais desafiador</p><p>do que nos ferimentos penetrantes. O trauma fechado de órgãos intra-abdominal</p><p>resulta de compressão.</p><p>Compressão: Na compressão, os órgãos abdominais são comprimidos entre objetos sólidos,</p><p>como por exemplo, o volante e a coluna vertebral através de um mecanismo que chamamos</p><p>de desaceleração rápida que consiste em uma série de três colisões, como no exemplo citado</p><p>onde: 1º - o veículo colide com o objeto estático; 2º - o ocupante colide com o interior do</p><p>veículo; 3º - os órgãos internos colidem com a parte anterior do abdome. O aumento da</p><p>pressão intra-abdominal decorrente da compressão pode romper o diafragma, fazendo com</p><p>que os órgãos abdominais se desloquem para cima, para dentro da cavidade pleural. O</p><p>110</p><p>conteúdo intra-abdominal dentro da cavidade pleural pode comprometer a expansão pulmonar</p><p>e afetar as funções respiratórias e cardíacas.</p><p>Um cinto de segurança posicionado incorretamente acima da borda da pelve</p><p>pode causar lesões no pâncreas e em outros órgãos retroperitoneais, bem como a ruptura, por</p><p>explosão, do intestino delgado e do cólon.</p><p>Força de cisalhamento: No cisalhamento se rompem órgãos sólidos ou vasos sanguíneos na</p><p>cavidade abdominal devido a tração exercida sobre os ligamentos de fixação e os vasos.</p><p>O fígado e o baço podem romper e sangrar com facilidade e a perda de sangue</p><p>pode ser rápida. Fratura de bacia pode levar a uma perda de grande volume de sangue, devido</p><p>ao rompimento de vasos que ficam junto à pelve. Lesões de bexiga e uretra são também</p><p>complicações das fraturas pélvicas. A perda para cavidade abdominal, qualquer que seja a</p><p>fonte do sangramento, pode contribuir ou ser a causa primária para o choque.</p><p>• OBJETOS ENCRAVADOS</p><p>111</p><p>Nunca deve ser mobilizado ou retirado no pré-hospitalar, porque sua ponta</p><p>distal pode estar tamponando o sangramento. O socorrista deve estabilizar o objeto encravado</p><p>ou imobilizá-lo manual ou mecanicamente para evitar que se mexa no local e durante o</p><p>transporte. Se houver sangramento à volta do objeto, deve ser feita pressão direta à volta do</p><p>ferimento, com a palma da mão, em torno do objeto. Apoio psicológico é fundamental</p><p>principalmente quando o paciente está vendo o objeto. Nesses casos o abdome não deve ser</p><p>palpado.</p><p>• EVISCERAÇÃO</p><p>Ocorre evisceração quando um segmento do intestino ou outro órgão</p><p>abdominal sai através de um ferimento, ficando fora da cavidade abdominal. Não se deve</p><p>tentar reintroduzir o órgão eviscerado, proteger e umidificar, fazer um grande curativo seco</p><p>por cima da proteção umidificada para manter o paciente aquecido, porém deve-se estar</p><p>atento para umidificar sempre que preciso o curativo, manter suporte psicológico para evitar</p><p>choro, grito ou tosse o que pode aumentar a evisceração, proporcionar transporte adequado as</p><p>condições do paciente.</p><p>Avaliação</p><p>A avaliação do trauma abdominal pode ser muito difícil, principalmente com</p><p>os recursos limitados do ambiente pré-hospitalar. O índice de suspeita de lesão abdominal</p><p>deve ser baseado em muitas fontes de informação, incluindo biomecânica e achados de exame</p><p>físico, além de informações do paciente e testemunhas da ocorrência.</p><p>• Sinais de trauma abdominal</p><p>- Mecanismo de lesão compatível com desaceleração rápida ou forças de compressão</p><p>significativas;</p><p>- Volante entortado;</p><p>- Lesões de partes moles no abdome, flanco ou torso;</p><p>- Choque sem etiologia evidente;</p><p>- Nível de choque maior do que o explicado por outras lesões;</p><p>- Sinal do cinto de segurança;</p><p>112</p><p>- Sinais peritoneais</p><p>EXAME FÍSICO</p><p>Inspeção: O abdome deve ser exposto e examinado, procurando-se distensão, contusões,</p><p>abrasões, ferimentos penetrantes, evisceração, objetos encravados ou sangramento evidente.</p><p>Palpação: A palpação do abdome pode mostrar defeitos na parede abdominal ou provocar</p><p>dor na área palpada. Defesa involuntária do paciente, rigidez, pode indicar: laceração,</p><p>inflamação ou hemorragia.</p><p>Obs.: Evitar palpação profunda quando há evidência de lesão, já que pode aumentar a</p><p>hemorragia existente e piorar outras lesões.</p><p>Exame da pelve: Compressão latero-lateral (abre livro e fecha livro) e compressão da sínfise</p><p>púbica.</p><p>Tratamento</p><p>Tratar o que foi identificado durante a avaliação e deve incluir:</p><p>-Avaliação da cena.</p><p>-Oferta de O².</p><p>-Imobilização e transporte rápido para o hospital apropriado mais próximo.</p><p>-Reposição volêmica, se necessário a caminho do hospital.(Reposição criteriosa)</p><p>6.17 – TRAUMA DE TÓRAX ABERTO E FECHADO</p><p>As lesões de tórax são as principais causas de morte por trauma (uma em cada quatro),</p><p>embora a grande maioria de todos os traumas torácicos ( 90% dos traumas fechados e 70% a</p><p>85% dos ferimentos penetrantes) possam ser tratados sem cirurgia.</p><p>Lesões torácicas despercebidas ou não reconhecidas devido a uma avaliação</p><p>incompleta ou imprecisa podem prejudicar a ventilação ou os sistemas de troca de oxigênio e</p><p>produzir hipóxia tecidual (diminuição do oxigênio), hipercapnia (aumento do CO2 no sangue)</p><p>e acidose (acúmulo de acido e diminuição do pH sanguíneo).</p><p>113</p><p>AVALIAÇÃO</p><p>Como ocorre em todos os aspectos do atendimento médico a avaliação envolve</p><p>a coleta de uma história e a realização de exame físico. Em situação de trauma, consideramos</p><p>uma história AMPLAS, na qual se obtêm informações sobre alergias, medicação, passado</p><p>médico, os líquidos bem como a última refeição, ambiente do trauma e sintomas.</p><p>Observações:</p><p>- A vítima é observada quanto presença de choque.</p><p>- A traqueia está centralizada ou desviada?</p><p>- As veias jugulares estão distendidas?</p><p>Visual- Um exame visual minucioso do tórax deve ser feito em menos de 30 segundos. A</p><p>inspeção do pescoço e do tórax pode revelar escoriações, lacerações, distensão de veias do</p><p>pescoço, desvio de traqueia, enfisema subcutâneo, ferimento aberto de tórax, assimetria de</p><p>expansão ou movimento paradoxal da parede torácica</p><p>114</p><p>Palpação- A parede torácica deve ser levemente palpada com as mãos e os dedos para</p><p>pesquisar a presença de pontos dolorosos, crepitação (óssea ou enfisema subcutâneo) e</p><p>segmento instável de parede torácica.</p><p>Ausculta- Todo tórax é avaliado em quatro pontos sempre comparativos (ápice direito,</p><p>ápice esquerdo, base direita, base esquerda e bulhas cardíacas) . A diminuição do murmúrio</p><p>vesicular de um lado em relação ao outro pode indicar pneumotórax ou hemotórax.</p><p>Percussão- Um som abafado (maciço) pode indicar hemotórax, uma percussão hipertimpânica</p><p>pode indicar a presença de um pneumotórax.</p><p>Fraturas de costela</p><p>Apesar das costelas serem bem protegidas pelas musculaturas sobrejacentes,</p><p>fraturas das costelas são comuns nos traumas torácicos.</p><p>As</p><p>costelas superiores são amplas e espessas e particularmente bem protegidas</p><p>pela cintura escapular e por músculos. Como é necessária uma grande quantidade de energia</p><p>para fraturar as costelas superiores, essa vítima tem riscos de apresentar outras lesões</p><p>significativas, como ruptura da Aorta. A localização mais comum de fratura de costela é a</p><p>face lateral das costelas 4 e 8, que são finas e menos protegidas por musculatura.</p><p>Avaliação</p><p>As vítimas com fraturas simples de costelas podem apresentar poucos</p><p>sintomas. Com maior frequência, queixam-se de dor torácica e dispneia. Também podem ser</p><p>observadas dificuldades de respiração, sensibilidade na parede torácica e crepitação.</p><p>Tratamento</p><p>115</p><p>O tratamento inicial das vítimas com fratura simples de costelas é o alívio da</p><p>dor, e pode incluir a tranquilização da mesma e a utilização de uma tipóia e uma faixa no</p><p>braço da vítima. É importante fazer reavaliações freqüentes. Ventilações normais e tosse</p><p>devem ser encorajadas, apesar da dor associada, para evitar o colapso dos alvéolos</p><p>(atelectasia), desenvolvimento de pneumonia e outras complicações.</p><p>TORAX INSTÁVEL</p><p>O tórax instável ocorre quando duas ou mais costelas são fraturadas em pelo</p><p>menos dois lugares, o segmento da parede torácica que está instável perdeu o suporte ósseo e</p><p>a fixação à caixa torácica.Este segmento “livre” ira mover-se em direção oposta a do resto do</p><p>tórax durante a inspiração e a expiração. Na inspiração quando os músculos respiratórios se</p><p>contraem para elevar as costelas e abaixar o diafragma, o segmento contundido se move</p><p>paradoxalmente para dentro, em resposta a pressão negativa criada dentro da cavidade</p><p>torácica.</p><p>OBS.: É causado geralmente por impacto no externo ou na parede lateral do tórax.</p><p>116</p><p>Retalho costal móvel</p><p>Avaliação</p><p>Uma vítima com afundamento</p><p>de tórax, se mostra com dor</p><p>intensa, a frequência</p><p>respiratória se eleva e a vítima</p><p>não consegue respirar</p><p>profundamente.</p><p>Tratamento</p><p>O tratamento é voltado para o</p><p>alívio da dor, suporte</p><p>ventilatório , estabilizar o</p><p>segmento instável e</p><p>monitoramento de uma</p><p>possível piora do quadro.</p><p>Contusão pulmonar</p><p>Quando o tecido pulmonar é lacerado ou rompido por mecanismos contusos ou</p><p>penetrantes, o sangramento nos espaços aéreos alveolares pode causar contusão pulmonar.</p><p>Isso impede a troca gasosa, já que não há entrada de ar nestes alvéolos pela via aérea terminal.</p><p>117</p><p>A contusão pulmonar esta quase sempre presente no doente com tórax instável (retalho costal</p><p>móvel).</p><p>O mecanismo da lesão, e a presença de lesões associadas podem ser as únicas indicações de</p><p>uma contusão pulmonar potencial durante o exame detalhado de um paciente.</p><p>Avaliação</p><p>Os achados na avaliação da vítima são variáveis, dependendo da gravidade da</p><p>contusão (porcentagem do pulmão envolvida) a avaliação inicial pode não revelar dificuldade</p><p>respiratória.</p><p>Tratamento</p><p>A conduta se baseia no suporte ventilatório, deve-se administrar oxigênio</p><p>suplementar como objetivo de manter saturação do gás na faixa normal. Deve-se</p><p>repetidamente reavaliar a frequência respiratória. Na ausência de hipotensão (PA sistólica <</p><p>90mmhg), a administração agressiva de fluidos por via intravenosa pode aumentar ainda mais</p><p>o edema, comprometendo a ventilação e a oxigenação.</p><p>OBS.: Estado de hipotensão permissiva.</p><p>Pneumotórax</p><p>O pneumotórax esta presente em até 20% das lesões torácicas graves. Os três</p><p>tipos de pneumotórax representam níveis crescentes de gravidade: simples, aberto e</p><p>hipertensivo.</p><p>Pneumotórax simples é causado pela presença de ar no espaço pleural. À medida que o ar</p><p>aumenta, o pulmão naquele lado sofre colabamento.</p><p>Avaliação</p><p>Achados similares a aqueles da fratura de costelas, dor torácica (pleurítica) e</p><p>pode exibir sintomas e sinas de disfunção respiratória. Achados clássicos: diminuição dos</p><p>murmúrios vesiculares do lado da lesão e o hipertimpanismo à percussão.</p><p>Tratamento</p><p>118</p><p>Administrar oxigênio suplementar, instituir acesso venoso e se preparar para</p><p>tratar o choque, caso ele se desenvolva.</p><p>Pneumotórax Aberto</p><p>O pneumotórax aberto, do mesmo modo que o pneumotórax simples envolve a</p><p>entrada de ar no espaço pleural, causando o colabamento pulmonar.</p><p>A passagem do ar para dentro e para fora do orifício da parede torácica cria um</p><p>ruído, por isso a lesão é denominada “ferimento torácico soprante” uma vez que o fluxo de ar</p><p>segue a via de menor resistência, esse fluxo anormal através da parede torácica é mais</p><p>facilmente observada do que o normal, da via aérea superior até o pulmão, principalmente</p><p>quando o defeito apresenta tamanho similar ou maior do que a abertura da glote da via aérea</p><p>inferior. A resistência ao fluxo através do ferimento diminui com o aumento do tamanho do</p><p>defeito.</p><p>Mecanismos que levam ao pneumotórax aberto incluem ferimentos por arma</p><p>de fogo, explosivos, arma branca, empalamentos e ocasionalmente trauma contuso.</p><p>119</p><p>CURATIVO DE TRES PONTAS</p><p>A fixação do curativo oclusivo em apenas três lados produz um efeito de</p><p>válvula; desse modo, na expiração, tem-se a saída de ar que é impedido de retornar na</p><p>inspiração, evitando, assim, formar um pneumotórax hipertensivo ou hemotórax. Em desuso</p><p>no pré-hospitalar.</p><p>Avaliação</p><p>A vítima geralmente revela insuficiência respiratória evidente, estará ansioso,</p><p>pulso radial fino e rápido.</p><p>A observação da parede torácica revela o ferimento, que pode produzir ruídos</p><p>audíveis de aspiração durante a inspiração com borbulhamento durante a expiração.</p><p>Tratamento</p><p>120</p><p>Cobrir o ferimento com curativo oclusivo observando o pneumotórax</p><p>hipertensivo, a descompressão pode ser obtida através da própria ferida de forma funcionar</p><p>como uma saída do interior do tórax. Abrindo o curativo oclusivo ao redor da ferida por</p><p>alguns segundos, obtém - se a saída de ar para fora da abertura à medida que a pressão interna</p><p>é aliviada.</p><p>OBS: Administrar Oxigênio Suplementar.</p><p>Pneumotórax Hipertensivo</p><p>O pneumotórax hipertensivo é uma emergência com risco eminente de morte, à</p><p>medida que o ar continua a entrar no espaço pleural sem qualquer liberação.A maior pressão</p><p>no lado acometido do tórax pode por fim, empurrar as estruturas mediastinais para o lado</p><p>oposto.</p><p>Avaliação</p><p>Os achados dependem da quantidade de pressão acumulada no espaço pleural.</p><p>Os clássicos são: desvio traqueal no sentido contrário da lesão, diminuição do murmúrio</p><p>vesicular no lado da lesão, percussão hipertimpânica e turgência de jugulares.</p><p>Tratamento</p><p>Deve ser realizada a descompressão na presença de três achados: piora do</p><p>desconforto respiratório, ausência ou redução unilateral dos sons respiratórios, choque</p><p>descompensado (pressão sistólica <90mmhg).</p><p>Descompressão com agulha</p><p>121</p><p>A descompressão com agulha é realizada com a inserção de um cateter venoso</p><p>de silicone com guia metálica (grande calibre 10 a 14 com pelo menos 8 cm de comprimento.</p><p>Pode ser tentado com o calibre 16.) no segundo ou no terceiro espaço intercostal na linha</p><p>hemiclavicular do lado do tórax envolvido.</p><p>Obs.: Esse procedimento converte um pneumotórax hipertensivo em um “pneumotórax</p><p>aberto tratado”</p><p>Hemotórax</p><p>A presença de sangue no espaço pleural constitui um hemotórax. Como o</p><p>espaço pleural pode acomodar um grande volume de sangue (2.500 a 3.000 ml) o hemotórax</p><p>pode representar uma fonte de perda sanguínea importante.</p><p>Avaliação</p><p>Monitorar a vítima quanto aos sinais de choque: taquicardia, taquipnéia,</p><p>confusão, palidez e hipotensão. Os sons respiratórios do lado da lesão diminuídos ou ausentes,</p><p>mas a percussão é abafada (som maciço).</p><p>Tratamento</p><p>Altas concentrações de oxigênio devem ser administradas, com auxílio à</p><p>ventilação, se necessário, com bolsa-valva-máscara ou intubação endotraqueal se possível é</p><p>indicada. O transporte rápido para um hospital equipado capaz de fazer intervenção</p><p>cirúrgica imediata para o</p><p>tratamento definitivo do hemotórax.</p><p>122</p><p>Contusão cardíaca</p><p>Mais frequente com a aplicação de força na região anterior do tórax,</p><p>especialmente em um evento de desaceleração. O coração é tão comprimido pelo externo</p><p>anteriormente e a coluna vertebral posteriormente que essa compressão produz um aumento</p><p>abrupto na pressão dentro dos ventrículos causando uma contusão cardíaca.</p><p>Avaliação</p><p>Contusões sobre o esterno sugerem uma contusão cardíaca, a vítima pode se</p><p>queixar de dor, ou falta de ar, caso existam arritmias a vítima se queixará de palpitação.</p><p>Tratamento</p><p>Administração de oxigênio em alta concentração, deve ser estabelecido um</p><p>acesso venoso para reposição volêmica criteriosa, monitorar o paciente para a detecção de</p><p>arritmias e elevações da onda ST, caso surjam.</p><p>123</p><p>Tamponamento cardíaco</p><p>O tamponamento cardíaco ocorre quando um ferimento permite o acúmulo agudo de fluido</p><p>entre o saco pericárdico e o coração. Isso pode agravar a ponto de precipitar a atividade</p><p>elétrica sem pulso.</p><p>OBS.: deve-se sempre ter em mente a possibilidade de tamponamento cardíaco na</p><p>avaliação de qualquer vítima com lesão torácica penetrante.</p><p>Avaliação</p><p>Observação dos achados físicos. A tríade de Beck é um conjunto de achados</p><p>indicativos de tamponamento cardíaco: bulhas cardíacas abafadas ou distantes, turgência</p><p>jugular, hipotensão.</p><p>Tratamento</p><p>Exige um transporte rápido e monitorado até um hospital que possa efetuar</p><p>procedimentos cirúrgicos de emergência, que consiste em drenar parte do fluido pericárdio</p><p>por pericardiocentese, durante o transporte deve ser administrado oxigênio em alta</p><p>concentração, obter acesso venoso e iniciar reposição volêmica criteriosa.</p><p>124</p><p>Ruptura traumática da Aorta</p><p>Quando há uma desaceleração súbita do corpo, como ocorre em um impacto frontal em alta</p><p>velocidade, o coração e o arco aórtico continuam a se mover para frente em relação à aorta</p><p>descendente fixa (imóvel).</p><p>Avaliação</p><p>A avaliação baseia-se no índice de suspeita. Deve ser mantido um alto índice</p><p>em situações que envolvem desaceleração de alta energia. A avaliação cuidadosa pode</p><p>demonstrar que a qualidade do pulso pode ser diferente entre dois membros (pulso mais forte</p><p>no braço direito do que no esquerdo).</p><p>Tratamento</p><p>O tratamento no local do acidente é de suporte, Administrar oxigênio</p><p>suplementar em alta concentração, Acesso venoso é instalado, exceto em casos de em casos</p><p>de tempos de transportes curtos.</p><p>125</p><p>Ruptura de diafragma</p><p>Pequenas lacerações do diafragma podem ocorrer em lesões penetrantes da</p><p>região toracoabdominal. Como o diafragma sobe e desce com a respiração, qualquer</p><p>penetração abaixo do nível dos mamilos anteriormente ou no nível da ponta escapular</p><p>posteriormente apresenta risco de ter atravessado o diafragma.</p><p>Diferente das pequenas lacerações que em geral acompanham as lesões</p><p>penetrantes, as lacerações causadas por mecanismos contusos são, com freqüência, grandes e</p><p>permitem a herniação aguda das víseras abdominais para dentro da cavidade torácica. O</p><p>esforço respiratório é conseqüência da pressão dos órgão herniados sobre os pulmões</p><p>impedindo a ventilação eficaz. Esse déficit de ventilação e potencialmente fatal.</p><p>6.18 – TRAUMA MÚSCULO ESQUELÉTICO</p><p>Trauma de membros superiores e inferiores</p><p>Trauma de membros superiores e inferiores Este protocolo foi pautado nas mais</p><p>recentes evidências científi cas disponíveis. Adaptações são permitidas de acordo com as</p><p>particularidades dos serviços.</p><p>126</p><p>Quando suspeitar ou critérios de inclusão: Paciente de trauma de extremidades</p><p>apresentando algum dos seguintes sinais ou sintomas: dor, ferimento, deformidade,</p><p>crepitação, encurtamento, alterações sensitivas, vasculares ou motoras. Conduta: 1. Realizar</p><p>avaliação primária. 2. Realizar avaliação secundária. 3. Controlar sangramento externo com</p><p>curativo compressivo estéril. 4. Considerar breve limpeza/enxágue dos ferimentos abertos</p><p>com solução salina em caso de sujidade grosseira. 5. Cobrir ferimentos abertos com curativo</p><p>estéril. 6. Avaliar pulso periférico e perfusão, sensibilidade e mobilidade. 7. Realizar a</p><p>imobilização da parte afetada, conforme técnica mais apropriada; 8. Realizar a mobilização</p><p>cuidadosa e a imobilização adequada da coluna cervical e tronco em prancha longa com</p><p>alinhamento anatômico, sem atraso para o transporte. 9. Reavaliar pulso periférico e perfusão,</p><p>sensibilidade e mobilidade após a imobilização. 10. Realizar contato com a Regulação Médica</p><p>e passar os dados de forma sistematizada. 11. Aguardar orientação da Regulação Médica para</p><p>procedimentos e/ou transporte para a unidade de saúde.</p><p>Fratura exposta de extremidades</p><p>Quando suspeitar ou critérios de inclusão: Paciente de trauma de extremidade</p><p>apresentando: • ferimento com exposição óssea; ou • ferimento sem exposição óssea,</p><p>associado a pelo menos um dos seguintes sinais e sintomas: deformidade, crepitação,</p><p>encurtamento do membro, alterações sensitivas, vasculares e motoras. Conduta: 1. Realizar</p><p>avaliação primária. 2. Realizar avaliação secundária. 3. Controlar sangramento externo com</p><p>curativo compressivo estéril. 4. Considerar breve limpeza/enxágue dos ferimentos abertos</p><p>com solução salina em caso de sujidade grosseira. 5. Cobrir ferimentos abertos e/ou</p><p>extremidades ósseas com curativo estéril. 6. Avaliar pulso periférico e perfusão, sensibilidade</p><p>e mobilidade. 7. Realizar a imobilização do segmento afetado com ênfase para: • retorno à</p><p>posição anatômica, exceto se presença de dor signifi cativa e/ou resistência ao</p><p>reposicionamento; e • escolha da técnica mais apropriada. 8. Reavaliar pulso periférico e</p><p>perfusão, sensibilidade e mobilidade após a imobilização. 9. Realizar a mobilização cuidadosa</p><p>e a imobilização adequada da coluna cervical, tronco e membros, em prancha longa com</p><p>alinhamento anatômico, sem atraso para o transporte; 10. Realizar contato com a Regulação</p><p>Médica e passar os dados de forma sistematizada. 11. Aguardar orientação da Regulação</p><p>Médica para procedimentos e/ou transporte para a unidade de saúde.</p><p>127</p><p>Observações: • Considerar a cinemática do trauma e sempre buscar lesões associadas.</p><p>• O retorno à posição anatômica pode aliviar a compressão de artérias ou nervos e melhorar a</p><p>perfusão e a função neurológica. • Não recolocar o osso exposto para o interior do ferimento.</p><p>• Se as extremidades ósseas se retraírem para dentro da ferida durante a imobilização, anotar</p><p>essa informação na Ficha de Atendimento que deverá ser passada para a equipe do hospital.</p><p>Fratura exposta de extremidades Este protocolo foi pautado nas mais recentes</p><p>evidências científi cas disponíveis. Adaptações são permitidas de acordo com as</p><p>particularidades dos serviços.</p><p>Amputação traumática</p><p>Amputação traumática Este protocolo foi pautado nas mais recentes evidências científi</p><p>cas disponíveis. Adaptações são permitidas de acordo com as particularidades dos serviços.</p><p>Quando suspeitar ou critérios de inclusão: Quando na avaliação de um membro</p><p>traumatizado, o profi ssional se deparar com a perda/remoção de uma extremidade do corpo</p><p>(total ou parcial). Conduta: 1. Realizar avaliação primária com ênfase para a manutenção da</p><p>permeabilidade de vias aéreas e da boa ventilação. 2. Controlar hemorragia no segmento</p><p>afetado (iniciar com compressão direta e considerar o uso de torniquete). 3. Cobrir ferimento</p><p>com curativo seco. 4. Evitar manipular a lesão que não sangra (pode ser rompido o coágulo</p><p>sanguíneo e ocorrer novo sangramento). 5. Oferecer O2 suplementar por máscara não</p><p>reinalante 10 a 15 l/min se SatO2 < 94%. 6. Monitorizar a oximetria de pulso. 7. Considerar a</p><p>possibilidade de choque (Protocolo BT4). 8. Realizar avaliação secundária. 9. Realizar</p><p>cuidados com a parte amputada: • realizar breve limpeza com ringer lactato; • envolver em</p><p>gaze estéril umedecida com ringer lactato; • colocar em saco plástico e identifi car; •</p><p>colocar o</p><p>saco plástico em outro recipiente com gelo (não colocar a parte amputada em contato direto</p><p>com gelo); e • transportar o segmento amputado ao hospital adequado junto com o paciente.</p><p>10. Realizar a mobilização cuidadosa e considerar imobilização adequada da coluna cervical,</p><p>tronco e membros, em prancha longa com alinhamento anatômico, sem atraso para o</p><p>transporte; 11. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma</p><p>sistematizada.</p><p>128</p><p>Observações: • Considerar a cinemática do trauma e sempre buscar lesões associadas</p><p>em outros segmentos. • Na identifi cação deve constar, no mínimo: • nome do paciente (se</p><p>disponível); • segmento ou parte amputada; e • data e hora do evento. • Os cuidados com a</p><p>parte amputada visam aumentar o tempo de viabilidade do segmento amputado em caso de</p><p>eventual reimplante. • Não retardar o transporte na tentativa de localizar a parte amputada.</p><p>Policiais ou outros auxiliares devem permanecer no local para procurá-la e devem ser</p><p>orientados quanto aos cuidados e à forma de transportá-la, sendo informados sobre o hospital</p><p>de destino do paciente.</p><p>6.19 - ANIMAIS PEÇONHENTOS</p><p>Um animal peçonhento apresenta aparatos capazes de injetar a peçonha em uma vítima</p><p>(ex: serpentes), enquanto que animais venenosos são tóxicos por meio de mecanismos</p><p>passivos.</p><p>RECONHECIMENTO:</p><p>Relato da vítima; pequenas marcas causadas pela picada; dor local intensa; inchaço,</p><p>hematoma e bolhas no local; queda das pálpebras (cara de bêbado); alterações de cor e</p><p>volume da urina; distúrbios visuais; dificuldade respiratória; parada respiratória; náuseas e</p><p>vômitos; convulsões; torpor e inconsciência; choque anafilático; se for possível, o socorrista</p><p>poderá identificar e capturar o animal agressor, desde que esse procedimento não demande</p><p>muito tempo; se não conseguir identificar trate como se o animal fosse venenoso.</p><p>Diferenciação entre cobras Venosas e Não venosas</p><p>Características Venenosa Não venenosa</p><p>Cabeça Triangular Arredondada</p><p>Olhos Pequenos Grandes</p><p>Fosseta loreal Tem Não tem</p><p>Escamas Pequenas Em placa</p><p>Cauda Curta, afina bruscamente Longa, afina gradativamente</p><p>Dentes Presas Dentes pequenos e iguais</p><p>Picada Com uma ou mais marcas</p><p>profundas</p><p>Orifícios pequenos e mais ou</p><p>menos iguais</p><p>CONDUTA:</p><p>129</p><p>1- Mantenha a vítima em repouso absoluto; 2- Lave a ferida com água e sabão; 3- Não</p><p>se deve amarrar ou fazer torniquete; 4- Não cortar o local da ferida; 5- Não sugar o local da</p><p>ferida; 6- Não colocar nenhum produto sobre a ferida; 7- Dê bastante líquido para a vítima</p><p>beber; 8- Remova os anéis, braceletes e outros itens que estejam na extremidade afetada; 9-</p><p>Prevenir e/ou tratar o estado de choque; 10-Transporte urgente para o hospital mais próximo</p><p>ou, caso exista, para o hospital de referência para esse tipo de atendimento.</p><p>Observação nos acidentes por animais peçonhentos o socorrista não deve perder tempo</p><p>no local. O transporte da vítima deverá ser feito o mais rápido possível a fim de se iniciar o</p><p>tratamento com soro específico.</p><p>7- MEDICAÇÕES UTILIZADAS EM EMERGÊNCIA</p><p>O conhecimento e o domínio sobre as principais drogas utilizadas nas situações de</p><p>urgência e emergência são fundamentais para o técnico de enfermagem que presta cuidados</p><p>aos pacientes em estado crítico.</p><p>Indicação Ação ou indicação Cuidados de enfermagem</p><p>Adrenalina A Epinefrina é um fármaco adrenérgico;</p><p>antiasmático, vasopressor e estimulante</p><p>cardíaco</p><p>Observar para agitação,</p><p>nervosismo, tendência suicida,</p><p>alucinações e anginas</p><p>Aminofilina Indicado no tratamento de asma brônquica,</p><p>bronquite, insuficiência respiratória e</p><p>cardíaca</p><p>Monitorar balanço hídrico ou</p><p>sinais de desidratação e não deve</p><p>ser utilizado em gravidez ou</p><p>130</p><p>lactação.</p><p>Ampicilina Tratamento de infecções do trato</p><p>respiratório, gastrointestinal e</p><p>geniturinárias</p><p>Administrar com rapidez para</p><p>evitar a formação de cristais na</p><p>agulha de punção.</p><p>Amiodarona Antiarrítmico,Indicação arritmias</p><p>supraventriculares e ventriculares.</p><p>Ação: Age na excitabilidade e na</p><p>condutividade do estímulo elétrico.</p><p>No início da terapia ou durante o</p><p>ajuste da dose, monitore: PA, FC e</p><p>RC, diante de qualquer alteração,</p><p>comunique o médico</p><p>Alteplase Trombolítico.</p><p>Indicação: tromboembolia pulmonar, IAM.</p><p>Ação: Dissolução do trombo em casos de</p><p>obstrução de vasos sanguíneos.</p><p>OBS:arritmias, sangramento,</p><p>hipotenção.</p><p>Atropina Agente que atua no sistema parassimpático.</p><p>Indicação: bradicardia.</p><p>Ação: age aumentando a condução do</p><p>estímulo elétrico e consequentemente a</p><p>frequência cardíaca.</p><p>OBS:calor, rubor, taquicardia,</p><p>palpitaçõse.</p><p>Bicarbonato de sódio: solução</p><p>alcalina</p><p>Bicarbonato de sódio Solução alcalina</p><p>Indicação: correção da acidose metabólica.</p><p>Ação: neutraliza o meio ácido.</p><p>Em excesso pode causar alcalose</p><p>metabólica</p><p>Brometo de Ipratrópio Indicado como bronco-dilatador na DPOC</p><p>e outras patologias que causem bronco-</p><p>espasmo</p><p>Inspecionar a pele em busca de</p><p>rações cutâneas.</p><p>Captopril Indicado para HAS e ICC Monitorar a P.A. de 30 em 30</p><p>minutos. Observar sinais de edema</p><p>periférico</p><p>Cefalexina Amigdalite, otite, faringite e sinusite.</p><p>Infecções respiratórias baixas. Infecção da</p><p>pele e tecidos moles. Infecção</p><p>geniturinária.</p><p>Monitorar temperatura, reações</p><p>cutâneas, edema e diarréia.</p><p>Clopidogrel Antiagregante plaquetário</p><p>Indicação: redução de eventos</p><p>ateroesclerose.</p><p>Ação: inibi a formação da agregação das</p><p>OBS: sinais de hemoragia ou</p><p>sangramentos</p><p>131</p><p>plaquetas.</p><p>Dexametasona Corticóide</p><p>Indicação: diminui o processo inflamatório</p><p>através da retirada no líquido intracelular.</p><p>OBS: retenção de sódio,</p><p>hipertensão, aumento de peso</p><p>Diazepan Benzodiazepínico.Indicação: tratamento da</p><p>ansiedade. Relaxante muscular. Alívio</p><p>sintomático da abstinência alcoólica aguda,</p><p>sedação, crise convulsiva, miorrelaxante e</p><p>ansiolítico.</p><p>Ação: age no SNC</p><p>Monitorar estado cardíaco,</p><p>reações de hipersensibilidade e</p><p>diplopia.</p><p>Diltiazen Anti-hipertensivo</p><p>Indicação: hipertensão.</p><p>Ação: atua nos canais de cálcio.</p><p>OBS:Efeitos colaterais:</p><p>hipotensão, arritmias.</p><p>Dipirona Analgésico e antipirético Como há riscos para o</p><p>sangramento, evitar que o paciente</p><p>ande descalços, evitando quedas e</p><p>ferimentos.</p><p>Dobutamina Cardiotônico não digitálico</p><p>Ação: correção do desequilíbrio</p><p>hemodinâmico.</p><p>Ação: estimula os receptores beta</p><p>adrenérgico do músculo cardíaco</p><p>aumentando a força de contração.</p><p>Durante a terapia, monitore:</p><p>PA,ECG,fluxo urinário, débito</p><p>cardíaco, PVC, pressão sanguínea</p><p>pulmonar e pressão dos capilares</p><p>pulmonares</p><p>OBS:aumento da frequência</p><p>cardíaca.</p><p>Dopamina Alguns tipos de choque acompanhados de</p><p>oligúria e resistência vascular periférica</p><p>baixa ou normal. Choque cardiogênico e</p><p>bacteremia, hipotensão intensa seguida da</p><p>remoção da feocromocitoma.</p><p>Monitorar estado hídrico e reações</p><p>neurológicas.</p><p>Enalapril Indicado para tratar a HAS Monitorar pressão arterial e estado</p><p>hídrico. Podem ocorrer reações de</p><p>hipersensibilidade</p><p>Epinefrina Droga vasoativa</p><p>Indicação: reanimação cardipulmonar,</p><p>reações anafiláticas e asma.</p><p>Ação: vasoconstrição periférica.</p><p>Diminuição do débito urinário,</p><p>visão turva, fotofobia.</p><p>132</p><p>Estreptoquinase Trombolítico</p><p>Indicação: tromboembolia pulmonar e</p><p>IAM.</p><p>Ação: dissolução dos trombos em casos de</p><p>obstrução de vasos sanguíneos.</p><p>OBS:arritmias, sangramento,</p><p>hipotenção.</p><p>Fentanil (analgésico –narcótico) ação:Como a</p><p>morfina possui ação bimodal, realiza</p><p>depressão de áreas cerebrais como: córtex</p><p>cerebral, tálamo, córtex sensorial, os</p><p>centros da tosse e respiratório e estimulo da</p><p>medula espinhal, nervo vago, os centros de</p><p>vômito e o núcleo do terceiro par craniano.</p><p>Indicações:Consistem em sedação,</p><p>analgesia principalmente em intervenção</p><p>cirúrgica</p><p>Atentar para sinais de alteração de</p><p>comportamento: registrar escala</p><p>de sedação de Ransay</p><p>Fenitoína Convulsão; epilepsia; estado epilético;</p><p>nevralgia do trigêmeo</p><p>Ação: age no</p><p>córtex motor inibindo a</p><p>propagação da crise.</p><p>Atentar-se para alterações</p><p>neurológicas, principalmente na</p><p>fala. Monitorar estado</p><p>neurológico.</p><p>Haloperidol Agitação psicomotora em casos de</p><p>psicopatias agudas e crônicas, tipo mania,</p><p>demência, oligofrenia e esquizofrenia</p><p>Após a administração do</p><p>medicamento, promover o</p><p>descanso do paciente devido a</p><p>risco de movimentação</p><p>psicomotora involuntária.</p><p>Lidocaína Anestésico local ,antiarrítmico</p><p>Indicação: arritmias cardíacas.</p><p>Ação: age no sistema de condução elétrica</p><p>do coração.</p><p>Cuidado para reações de</p><p>hipersensibilidades.</p><p>Manitol diurético osmótico</p><p>Indicação: edema cerebral.</p><p>Ação: age diminuindo o edema por</p><p>diferença de concentração.</p><p>OBS:desidratação, cefaléia,</p><p>náuseas e vômitos</p><p>Midazolan benzodiazepínicos</p><p>Indicação: sedação, crise convulsiva,</p><p>miorrelaxante e ansiolítico.</p><p>Ação: age no SNC.</p><p>OBS:dependência química, ataxia,</p><p>diplopia, tontura, amnésia.</p><p>133</p><p>Nifedipino Indicado para HAS Monitorar pressão arterial.</p><p>Nistatina Candidíase oral e vulvovaginal Orientar o/a paciente a não ter</p><p>relações sexuais durante o</p><p>tratamento. Utilizar roupas íntimas</p><p>de algodão e orientar em relação</p><p>ao correto uso do aplicador</p><p>vaginal.</p><p>Nitratos e nitroglicerina Vasodilatador coronariano</p><p>Indicação: angina instável e estável.</p><p>Ação: vasodilatador arterial diminuindo o</p><p>consumo de oxigênio.</p><p>OBS:hipotensão e síncope.</p><p>Nitroprussiato de Sódio Vasodilatador arterial e venoso</p><p>Indicação: emergências hipertensivas.</p><p>Ação: vasodilatador arterial e venoso.</p><p>Hipotensão</p><p>Noradrenalina Droga vasopressora</p><p>Indicação: choque séptico, situações de</p><p>baixa resistência periférica.</p><p>Ação: age melhorando a resistência</p><p>vascular periférica, podendo diminuir o</p><p>débito cardíaco</p><p>Efeitos colaterais: cianose de</p><p>extremidades, hipoperfusão renal,</p><p>mesentérica e hepática.</p><p>Omeprazol Úlcera duodenal, úlcera gástrica, úlceras</p><p>resistentes. Esofagite de refluxo. Síndrome</p><p>de Zollinger- Ellison. Erradicação do</p><p>Helicobacter pylori em combinação com</p><p>antibióticos. Lesões gástricas provocadas</p><p>por drogas antiinflamatórias não</p><p>esteroidais.</p><p>Recomendar ao paciente o uso de</p><p>alimentos ricos em gorduras e</p><p>pouco saudáveis durante o</p><p>tratamento</p><p>Sulfato de Magnésio Eletrólito</p><p>Indicação: pré-eclampsia, “torsades de</p><p>pointes”</p><p>Ação: conversão do rtimo cardíaco.</p><p>Efeitos colaterais: redução da</p><p>frequência cardíaca e respiratória,</p><p>hipotonia, hipotensão transitória.</p><p>Tirofiban Trombolítico</p><p>Indicação: TEP, IAM e TVP.</p><p>Ação: dissolução dos trombos em casos de</p><p>obstrução de vasos sanguíneos.</p><p>Efeitos colaterais: arritmias,</p><p>sangramentos, hipotensão.</p><p>134</p><p>Tramadol É indicado para dor de intensidade</p><p>moderada a grave, de caráter agudo,</p><p>subagudo e crônico.</p><p>Monitorar pressão arterial e</p><p>atentar-se para náuseas e</p><p>vômitos.*Durante a terapia</p><p>monitore frequentemente a função</p><p>intestinal</p><p>8. CARACTERIZAÇÃO DE UM SERVIÇO DE EMERGÊNCIA – EQUIPAMENTOS E</p><p>AMBULÂNCIA</p><p>Estrutura e organização dos serviços de urgência e emergência</p><p>Quando uma pessoa sofre agravo agudo à saúde, deve ser acolhido em serviço do SUS</p><p>mais próximo de sua ocorrência, seja numa Unidade de Saúde da Família, pronto atendimento</p><p>ou pronto socorro. Caso haja necessidade de tratamento de maior complexidade, as centrais de</p><p>regulação têm a responsabilidade de identificar, dentre os recursos disponíveis no território de</p><p>abrangência, aquele que possa dar melhor resposta à demanda e redirecionar o atendimento.</p><p>Compete, portanto, ao Poder Público, ordenar o atendimento às urgências e emergências,</p><p>possibilitando acolhimento, atenção qualificada e resolutiva para pacientes com qualquer</p><p>nível de gravidade.</p><p>Componente pré-hospitalar fixo</p><p>A Portaria GM/MS nº 2.048 estabelece o acolhimento de clientes com quadros agudos em</p><p>unidades de saúde de baixa complexidade, como os estabelecimentos da atenção primária,</p><p>denominados pré-hospitalar fixo. Na estrutura física do componente pré-hospitalar fixo, como</p><p>a unidade básica de saúde, Unidade Saúde da Família, ambulatório de especialidades e serviço</p><p>de apoio diagnóstico, os casos de urgência devem ser acolhidos em ambiente previamente</p><p>estabelecido e organizado.</p><p>É necessário que todos os membros da equipe técnica e administrativa, especialmente a</p><p>equipe de enfermagem, conheçam a sala para o atendimento de urgência. É atribuição da</p><p>equipe de enfermagem organizar os materiais médico-hospitalares como laringoscópio com</p><p>lâminas adulto e infantil, cânula endotraqueal, material para realização de punção venosa,</p><p>sondas de aspiração e outros. Manter disponíveis medicamentos utilizados em caso de parada</p><p>cardiorrespiratória (PCR) e insuficiência respiratória, materiais e equipamentos para</p><p>oxigenoterapia, aspiração traqueal ventilação, desfibrilador externo automático (DEA) e</p><p>outros deverão estar disponibilizados.</p><p>135</p><p>Os recursos organizados permitem o atendimento e estabilização do cliente até que seja</p><p>transferido, de forma adequada para uma unidade de maior complexidade. Os profissionais</p><p>médicos, enfermeiros técnicos e auxiliares de enfermagem que atuam no pré hospitalar fixo</p><p>são capacitados para estabilizar e encaminhar adequadamente o cliente. A criação de</p><p>protocolos e rotinas e a sua aplicação auxiliam no tratamento, melhorando os resultados e</p><p>contribuindo para melhor organização do trabalho e salvando vidas. Serviços de média</p><p>complexidade ou intermediária podem funcionar até 24 horas, são estruturados para acolher</p><p>pacientes com quadros agudos ou crônicos agudizados, e funcionam à noite e finais de</p><p>semana, diminuindo a sobrecarga dos hospitais de maior complexidade.</p><p>Em alguns Estados do Brasil encontramos as Unidades de Pronto Atendimento (UPA).</p><p>Estes recursos foram implantados com base nos dados epidemiológicos de cada região. A</p><p>equipe médica é composta de clínico geral e pediatra, podendo ser ampliado com ortopedistas</p><p>e cirurgiões, equipe de enfermagem, equipe de apoio diagnóstico (laboratório e radiologia) e</p><p>profissionais da área administrativa. São disponibilizados medicamentos, leitos de observação</p><p>de 6 a 24 horas em algumas unidades e ambulância para o transporte. A estrutura física e</p><p>organização de fluxos devem funcionar de forma integrada, agilizando o desenvolvimento do</p><p>trabalho. São necessários, para estes estabelecimentos, recursos como monitor cardíaco com</p><p>desfibrilador e marca-passo externo, bomba de infusão, respirador, entre outros.</p><p>Medicamentos como antibióticos injetáveis, drogas vasoativas e psicotrópicos fazem parte dos</p><p>recursos pela condição clínica dos clientes acolhidos. A retaguarda hospitalar deve ser</p><p>assegurada por meio de pactuações prévias entre gestores para garantir o acesso a hospitais de</p><p>alta complexidade.</p><p>Componente pré-hospitalar móvel</p><p>O componente pré-hospitalar móvel foi estruturado e organizado para prestação de</p><p>serviços de saúde à pessoa que necessita de socorro em locais como domicílios, vias públicas,</p><p>estabelecimentos comerciais, entre outros. Ao pedir ajuda por meio da central de regulação</p><p>192 (Samu) ou 193 (Corpo de Bombeiro), o socorrista, parentes da vítima ou a própria vítima</p><p>recebe orientações do médico regulador que decide pelo envio de ambulância de suporte</p><p>básico ou avançado com equipe habilitada em atendimento a situações de urgência, caso</p><p>avalie que seja necessário disponibilizar esse recurso.</p><p>136</p><p>O médico regulador autoriza o transporte do cliente diante do problema de saúde</p><p>relatado pela equipe local de atendimento pré-hospitalar (APH), por meio de comunicação por</p><p>telefone ou rádio. Em se tratando de situações não caracterizadas como risco iminente de</p><p>vida, cabe ao médico regulador dar orientações sobre outras medidas a serem efetuadas pelo</p><p>solicitante. As equipes de saúde do APH são compostas por médico, enfermeiro, técnico e/ou</p><p>auxiliar de enfermagem, que recebem habilitação específica para esta atividade.</p><p>É necessário que conheçam suas atribuições, normas e rotinas</p><p>operacionais, bem como</p><p>desenvolvam seu trabalho baseado em protocolos de atendimento. A educação permanente</p><p>desses profissionais é primordial para assegurar a qualidade na prestação da assistência.</p><p>Outros profissionais como telefonista, rádio-operador, condutor de ambulância ou de veículos</p><p>aquáticos e aéreos fazem parte da equipe de APH. Primeiros socorros: atendimento prestado,</p><p>inclusive por leigos, para manter a vida e evitar o agravamento das condições até o</p><p>recebimento da assistência especializada. Atendimento pré-hospitalar: atendimento prestado</p><p>por profissionais da área da saúde, treinados e capacitados para prover os cuidados iniciais ao</p><p>cliente, de forma organizada e sistematizada, seguido de transporte até serviço de saúde que</p><p>proporcionará o tratamento definitivo. Resgate: consiste na retirada do indivíduo de um local,</p><p>por vezes de difícil acesso, de onde o mesmo não possa sair sozinho em segurança. Pode ser</p><p>necessário o uso de materiais e equipamentos especiais para efetuar a retirada, além de</p><p>treinamento específico para realizar esses procedimentos.</p><p>Definição: Ambulância é um veículo (terrestre, aéreo ou hidroviário) que se destina</p><p>exclusivamente ao transporte de enfermos.</p><p>TIPOS DE AMBULÂNCIAS</p><p>1-Tipo A : AMBULÂNCIA DE TRANSPORTE :</p><p>Veículo destinado ao transporte de enfermos que não apresentam risco de vida e são</p><p>utilizados para remoção simples e de caráter eletivo.</p><p>Obrigatoriamente deverá dispor: Sinalizador ótico e acústico, maca com rodas, suporte para</p><p>soro, oxigênio medicinal.</p><p>RECURSOS HUMANOS:</p><p>137</p><p>Motorista apenas quando o paciente for estável e sem risco. Se o paciente estiver recebendo</p><p>soro e/ ou oxigênio deve estar acompanhado de enfermeiro (a)</p><p>2- Ambulância Tipo B: AMBULÂNCIA DE SUPORTE BÁSICO</p><p>Veículo destinado ao transporte pré hospitalar de pacientes com risco de vida desconhecido e</p><p>inter hospitalar de pacientes, contendo equipamentos mínimos para a manutenção da vida.</p><p>EQUIPAMENTO MÍNIMO - sinalizador ótico e sonoro, rádio comunicação fixo, maca com</p><p>roda articulada, suporte para soro, instalação de rede de oxigênio com cilindros, válvula,</p><p>manômetro, O2 com régua tripla e fluxomêtro, pranchas curtas e longas, maleta de</p><p>emergência contendo: estetoscópio, ressuscitador manual, cânula oro faríngea, luvas</p><p>descartáveis, tesoura reta com ponta romba, esparadrapo, esfigmanômetro, ataduras de 15 cm.</p><p>Compressas cirúrgicas, pacote de gaze estéril, cateteres para 02, talas para imobilização,</p><p>conjunto de colares cervicais.</p><p>Maleta de parto contendo: luvas cirúrgicas, clamps umbilicais, estilete estéril, saco plástico,</p><p>absorvente higiênico, cobertor para recém nato, compressa cirúrgica estéril, pacotes de gaze</p><p>estéril, e bracelete de identificação.</p><p>RECURSOS HUMANOS – MOTORISTA , SOCORRISTA, ENFERMEIRO (a) com</p><p>experiência em emergência</p><p>AMBULÂNCIA Tipo C: AMBULÂNCIA DERESGATE</p><p>Veículo destinado ao atendimento de emergência pré hospitalar de pacientes com risco de</p><p>vida desconhecido, contendo equipamento necessário à manutenção da vida e de salvamento.</p><p>Equipamentos mínimo obrigatório: sinalizador ótico e acústico,equipamento de radio</p><p>comunicação fixo e móvel, maca com rodas articulável, suporte para soro, instalação de rede</p><p>de oxigênio tipo ambulância B, prancha longa e curta, conjunto de colares cervicais, cilindro</p><p>de O2 portátil para oxigenação externa de pacientes, maleta de emergência igual a ambulância</p><p>tipo B, acrescida de protetores de queimados e eviscerados, maleta de parto como descrito</p><p>para a ambulância tipo B, frascos de soro fisiológico, bandagem triangulares, talas para</p><p>138</p><p>imobilização de membros, cobertores, coletes refletivos para a tripulação, lanterna de mão,</p><p>óculos máscara e aventais, material de resgate de acordo com as especificações do corpo de</p><p>bombeiros, maleta de ferramentas, extintores de pó químico seco de 0,8 kg , cones para</p><p>isolamento de área</p><p>AMBULÂNCIA TIPO D :SUPORTE AVANÇADO</p><p>Veículo destinado ao transporte de pacientes de alto risco de emergência pré hospitalar</p><p>e de transporte inter hospitalar.</p><p>Equipamentos mínimos necessários - sinalizador ótico e acústico, rádio comunicação fixo e</p><p>móvel, maca com rodas articuladas,dois suportes para soro, cadeira de rodas dobrável,</p><p>instalação de rede de O2, respirador artificial, oxímetro, cardioversor, bomba de infusão,</p><p>maleta de vias áreas, estetoscópio, esfignomanômetro, maleta de acesso venoso, maleta de</p><p>parto, frasco de drenagem de tórax, caixa completa para pequena cirurgia, extensões para</p><p>dreno torácico, sondas vesicais e nasogástricas, coletores de urina, protetores para eviscerados</p><p>ou queimados, eletrodos descartáveis, equipos para drogas fotossensível e bomba de infusão,</p><p>circuito de respirador artificial, equipamento de proteção para equipe, cobertor de</p><p>conservação do calor corpóreo, campo cirúrgico, colares cervicais, prancha longa.</p><p>RECURSOS HUMANOS - MOTORISTA, ENFERMEIRO(a) E MÉDICO(a)</p><p>OUTROS TIPOS DE AMBULÂNCIAS:</p><p>5- AMBULÂNCIA DO TIPO E : AERONAVE</p><p>6- AMBULÂNCIA DO TIPO F: HIDROVIÁRIO</p><p>CONSIDERAÇÕES</p><p>- Antes de decidir pela remoção o médico deverá realizar entendimento com o hospital de</p><p>destino.</p><p>- O hospital previamente estabelecido como referência não pode negar o atendimento para</p><p>casos que se enquadrem dentro de sua capacidade de resolução.</p><p>139</p><p>- Para todo paciente que se proceda a remoção, obrigatoriamente o médico deverá preencher</p><p>relatório completo legível e assinado. (independente do contato telefônico). O relatório deverá</p><p>fazer parte do prontuário médico do paciente.</p><p>- Pacientes graves ou com risco de vida só poderá ser removido com equipe completa em</p><p>ambulância de suporte avançado.</p><p>- A responsabilidade inicial é do médico transferente até que o paciente seja efetivamente</p><p>recebido.</p><p>- Qualquer paciente transferido em ambulância deverá ser autorizado por médico, o qual</p><p>deverá selecionar a equipe quando for o caso.</p><p>- Não pode ser removido paciente em risco de vida eminente sem prévia e obrigatória</p><p>avaliação do atendimento básico respiratório e hemodinâmico.</p><p>140</p><p>Referências Bibliográficas:</p><p>Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Protocolos de Intervenção para o</p><p>SAMU 192 - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Brasília: Ministério da Saúde, 2a</p><p>edição, 2016. (SAV)</p><p>Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Protocolos de Intervenção para o</p><p>SAMU 192 - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Brasília: Ministério da Saúde,</p><p>2016. (SBV)</p><p>ESTADO DE GOIÁS SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA E JUSTIÇA CORPO</p><p>DE BOMBEIROS MILITAR, PROTOCOLO PARA O SUPORTE BÁSICO DE VIDA DO</p><p>CBMGO, 2011</p><p>Júnior C. R., Alvarez F. S., Silveira J. M. S., Silveira L. T. C., Canetti, Silva S. P. Manual</p><p>Básico de Socorro de Emergência, 2ª ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2007.</p><p>American Heart Association. Suporte avançado de vida cardiovascular – manual do</p><p>profissional. 2016</p><p>Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção</p><p>Especializada. Cartilha para tratamento de emergência das queimaduras / Ministério da</p><p>Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Especializada. – Brasília :</p><p>Editora do Ministério da Saúde, 2012. 20 p. : il. – (Série F. Comunicação e Educação em</p><p>Saúde)</p><p>Rocha, M. P. S.. Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência. AVM Instituto/W Pós.</p><p>Brasília, 2011</p><p>Curso de especialização profissional de nível técnico em enfermagem – livro do aluno:</p><p>urgência e emergência / coordenação técnica pedagógica Julia Ikeda Fortes ... [et al.]. São</p><p>Paulo : FUNDAP, 2010. (Programa de Formação de Profissionais de Nível Técnico para a</p><p>Área da Saúde no Estado de São Paulo)</p><p>Móvel de Urgências</p><p>(SAMU);</p><p>• Componente pré-hospitalar fixo - unidades básicas de saúde, unidades não-</p><p>hospitalares de pronto atendimento;</p><p>• Componente hospitalar - unidades de urgência / emergência hospitalares, enfermarias,</p><p>centro obstétrico, centro cirúrgico, unidade de hemodinâmica;</p><p>• Componente pós-hospitalar - casas de apoio, hospital dia, serviços de reabilitação,</p><p>internação domiciliar.</p><p>Essa condição crítica ou potencialmente crítica leva o cliente a procurar a assistência de</p><p>saúde no serviço de atendimento pré-hospitalar móvel ou no serviço hospitalar, cuja porta de</p><p>entrada é o pronto-socorro.</p><p>2- PROTOCOLO START – ACIDENTES COM MÚLTIPLAS VÍTIMAS</p><p>Com o intuito de qualificar o atendimento em situações de urgência e emergência, foram</p><p>desenvolvidos protocolos específicos aplicáveis em diversas situações, visando à</p><p>padronização e ordenação da seqüência das ações e das intervenções.</p><p>No atendimento em emergência, as prioridades podem ser estabelecidas a partir da</p><p>abordagem inicial, adotando as medidas de segurança, principalmente na assistência pré-</p><p>hospitalar, pois as condições e locais de atendimento geralmente costumam ser adversas.</p><p>Entretanto, as ações no ambiente hospitalar não está isentas de riscos. Por isso, é</p><p>fundamental que os profissionais fiquem atentos quanto às seguintes etapas:</p><p>Segurança da cena: antes de iniciar a assistência é preciso certificar-se quanto à segurança</p><p>para a realização das intervenções, pois algumas condições podem significar risco aos</p><p>profissionais envolvidos no atendimento, sendo fundamental a observação de três aspectos (3</p><p>S):</p><p>1. Segurança da cena: avaliar as condições locais ANTES de se aproximar da área onde está o</p><p>paciente;</p><p>2. Segurança do profissional: avaliar se não há risco ANTES de iniciar o atendimento;</p><p>13</p><p>3. Segurança da vítima: certificar-se que não há risco ao paciente durante o atendimento.</p><p>Considere inclusive a segurança das pessoas que estão ao redor do local, seja em área pública</p><p>ou no hospital.</p><p>Avaliação primária: uma vez certificada à segurança para iniciar o atendimento é</p><p>realizada a aproximação para a avaliação primária do paciente. É recomendável, quando</p><p>possível, apresentar-se ao cliente e aos familiares, obtendo a permissão para iniciar o</p><p>atendimento. Quando o indivíduo já recebeu os primeiros atendimentos prestados pela equipe</p><p>do serviço móvel de atendimento pré hospitalar, a continuidade da assistência no hospital é</p><p>extremamente favorecida, pois em geral os fatores de instabilidade do quadro já foram</p><p>identificados e controlados.</p><p>A avaliação primária fornece uma impressão geral quanto ao estado do cliente, aos</p><p>riscos potenciais e necessidades imediatas para a estabilização do quadro. Consiste na</p><p>identificação e tratamento imediato dos problemas que envolvem risco iminente à vida,</p><p>relacionados ao nível de consciência, capacidade respiratória e atividade cardíaca.</p><p>Essa avaliação é realizada em etapas, seguindo uma seqüência de prioridades,</p><p>facilmente memorizadas segundo a regra mnemônica A, B, C. Essa seqüência se refere às</p><p>ações básicas a serem respeitadas, independentemente da situação.</p><p>Em emergência clínica ou trauma, iniciar com A, B, C:</p><p>ETAPA Seqüência da Avaliação O que avaliar?</p><p>A Avaliação do nível de consciência Acordado? Se inconsciente proceder a</p><p>Abertura de Vias Aéreas (com controle</p><p>da coluna cervical, em caso de trauma)</p><p>B Boa respiração Avalie se há respiração</p><p>Ver, ouvir, sentir por 10 segundos</p><p>C Circulação Verifique se há pulso por 10 segundos.</p><p>Em caso de sangramento, controlar</p><p>hemorragia.</p><p>Avaliação secundária: após a realização da avaliação primária e tratamento imediato</p><p>das alterações que colocam a vida do paciente em risco inicia-se a avaliação secundária.</p><p>Consiste na realização de exame físico cuidadoso, em sentido céfalo-podal, com exposição de</p><p>cada segmento corporal, visando identificar outras lesões não visualizadas na primeira</p><p>avaliação (primária). Lembre-se de promover a exposição parcial, apenas da área a ser</p><p>visualizada, preservando a privacidade do cliente e prevenindo o risco de hipotermia.</p><p>14</p><p>SEGMENTO CORPORAL O que avaliar?</p><p>Cabeça</p><p>Lesões: ferimentos, sangramentos, edema, hematoma, fratura,</p><p>deformidade, depressões.</p><p>Integridade da face: fratura, mobilidade anormal, presença de corpo</p><p>estranho no olho, tamanho e foto reação pupilar, prótese ocular, sinais de</p><p>sangramento e saída de líquor pelos orifícios das narinas e ouvidos,</p><p>hematoma periorbital (olhos de Guaxinim) e hematoma retroauricular</p><p>(sinal de Battlle).</p><p>Boca: lesão, sangramento, prótese dentária, resíduo de alimentos,</p><p>vômitos, corpo estranho, integridade e coloração da mucosa e estruturas</p><p>da cavidade oral (língua, dente quebrado / solto).</p><p>Pescoço Região cervical: lesões, fratura, dor à palpação, déficit de sensibilidade e</p><p>movimentação, desvio da traqueia = pneumotórax hipertensivo, fratura</p><p>de traqueia, congestão de vasos = insuficiência cardíaca congestiva</p><p>Tórax Região torácica: simetria, expansibilidade, crepitação, abaulamento,</p><p>afundamento, tórax instável, respiração paradoxal, enfisema subcutâneo,</p><p>integridade da clavícula, esterno e costelas, contusão, lesão,</p><p>sangramento, orifício de projétil, ferimento penetrante. Padrão</p><p>respiratório: freqüência, esforço respiratório, tiragem, ruídos,</p><p>pneumotórax, hemotórax. Aparelho cardiovascular: freqüência, ritmo,</p><p>tamponamento cardíaco.</p><p>Abdome Visualizar o abdômen e identificar lesão, contusão, abrasão, hematoma,</p><p>objetos penetrantes, evisceração. Palpação: no trauma abdominal</p><p>fechado o abdome rígido e doloroso indica provável hemorragia interna.</p><p>Pelve Cuidadosa compressão anteroposterior e latero-lateral no quadril e</p><p>sínfise púbica, para identificar fraturas (dor, crepitação). Sinais de</p><p>hematúria após a cateterização vesical de demora.</p><p>Região Genital Inspecionar cuidadosamente à procura de lesões, ferimentos,</p><p>sangramentos (diferenciar entre sangramento anal e genital). Observar a</p><p>presença de priapismo (lesão raquimedular)</p><p>Membros Identificar integridade dos membros superiores e inferiores, coloração,</p><p>dor, lesão, edema, sangramento, crepitação, deformidade, fratura,</p><p>presença/ausência de pulso distal, preenchimento capilar, temperatura,</p><p>déficit motor e sensitivo.</p><p>Palpação do pulso: assimetria bilateral pode indicar obstrução arterial,</p><p>aneurisma.</p><p>Região Dorsal Em busca de alterações que possam passar desapercebidas: contusão,</p><p>ferimento, hematoma, orifícios de projétil, lesão da coluna torácica,</p><p>lombar e sacral.</p><p>Escala de Coma de Glasgow</p><p>A escala baseia-se em três parâmetros fisiológicos: melhor abertura ocular (1-4</p><p>pontos), melhor resposta verbal (1-5 pontos) e melhor resposta motora (1-6 pontos). A</p><p>resposta de cada parâmetro indica uma pontuação e a somatória dos valores dos três</p><p>parâmetros resulta no valor que indica o nível de consciência.</p><p>O resultado pode variar de 3 a 15 pontos, sendo que quanto menor o valor atribuído na</p><p>avaliação pior é a condição neurológica do cliente. O valor 3 indica coma e 15, integridade</p><p>15</p><p>neurológica. Valor menor ou igual a 8 indica comprometimento respiratório, sendo indicado</p><p>suporte para ventilação mecânica.</p><p>Na avaliação da resposta motora as pontuações 2 e 3 indicam posturas patológicas</p><p>como descerebração e decorticação, evidenciando o comprometimento crítico do sistema</p><p>nervoso central (SNC).</p><p>Princípios Gerais de Ação do Protocolo START</p><p>A triagem tem como objetivo racionalizar e organizar a atuação das equipes de</p><p>socorristas por meio do estabelecimento de prioridades, tanto de atendimento quanto de</p><p>transporte a uma unidade hospitalar para tratamento definitivo. Pensando nisso, podemos</p><p>concluir que a não realização de triagem prolonga o tempo no incidente e atrasa o tratamento</p><p>definitivo, diminuindo o número de sobreviventes e causando um desperdício de transporte</p><p>assim como hospitalizações desnecessárias.</p><p>O método de triagem mais utilizado atualmente</p><p>é o método Simple Triage And Rapid</p><p>Treatment (START), que, traduzindo para o português, significa Triagem Simples e</p><p>Tratamento Rápido. Ele foi criado em 1983 na Califórnia (EUA) pelas equipes do Hoag</p><p>Hospital e Newport Beach Fire Department, com o objetivo de atribuir prioridades de</p><p>atendimento à vítimas de forma fácil e rápida, sendo possível triar cada uma em até 60</p><p>segundos.</p><p>Para utilizar esse método, avaliamos quatro parâmetros: via aérea, padrão ventilatório,</p><p>padrão circulatório e resposta a comandos simples. Fica fácil se lembrarmos do mnemônico</p><p>ABCDE do Trauma:</p><p>A –Controlar a coluna cervical e fazer manutenção de vias aéreas pérvias</p><p>B– Avaliar o padrão respiratório e o processo de ventilação</p><p>C– Avaliar o padrão circulatório e controlar hemorragias</p><p>D –Fazer a avaliação neurológica</p><p>E– Expor as vestes da vítima nos locais lesionados e fazer a prevenção de hipotermia</p><p>16</p><p>Após a avaliação de cada vítima, atribuímos às mesmas cores que identificam a</p><p>prioridade de atendimento e evacuação (transporte) para a unidade hospitalar. São elas:</p><p>vermelho, amarelo, verde e preto.</p><p>De uma forma geral, as vítimas classificadas com:</p><p>Cor vermelha são aquelas que apresentam ferimentos graves, porém que tem bom</p><p>prognóstico de sobrevida como, por exemplo, uma hemorragia grave.</p><p>Cor amarela são aquelas que apresentam ferimentos moderados como, por exemplo,</p><p>fraturas de membros.</p><p>Cor verde as que possuem ferimentos leves como, por exemplo, escoriações e</p><p>contusões e que podem ser atendidas a nível ambulatorial.</p><p>Cor preta são definidas como irrecuperáveis, ou seja, aquelas que apresentam</p><p>ferimentos incompatíveis com a vida (decapitação por exemplo) e as em Parada</p><p>Cardiorrespiratória, casos em que mesmo com todos os esforços da equipe o prognóstico</p><p>permanece sombrio e a chance de sobrevida remota.</p><p>Segue abaixo o fluxo de avaliação:</p><p>17</p><p>http://enfermeironogueira.blogspot.com/2015/07/</p><p>O primeiro passo é identificar as vítimas que deambulam (andam) e que, portanto, são</p><p>classificadas com a cor verde.</p><p>Próximo passo que é avaliar as que não são capazes de deambular, da seguinte forma:</p><p>determinamos primeiramente se a vítima respira; se ela não respira, realizamos então uma</p><p>manobra para a abertura da via aérea e se, mesmo após a realização da manobra, a vítima</p><p>ainda não respira, ela será classificada com a cor preta. Essa vítima é considerada então</p><p>irrecuperável e não tem prioridade de atendimento. No entanto, se após a realização de</p><p>manobra de abertura de via aérea essa vítima volta a respirar, nós a classificamos com a cor</p><p>vermelha. Essa vítima então tem “prioridade 1”, tanto de atendimento quanto de transporte</p><p>para uma unidade hospitalar.</p><p>Nos casos em que encontramos a vítima respirando espontaneamente, nos atemos a</p><p>avaliar a função ventilatória da mesma por meio da frequência ventilatória. Pessoas que</p><p>apresentam acima de 30 incursões respiratórias por minuto (IRPM), são classificadas com a</p><p>18</p><p>cor vermelha, prioridade 1 de atendimento e transporte. Já nos casos em que a frequência</p><p>ventilatória está abaixo de 30 IRPM, passamos a avaliar um outro parâmetro: a função</p><p>circulatória, por meio do tempo de enchimento capilar. Para avaliar esse fluxo sanguíneo, é</p><p>utilizada uma técnica em que se pressiona a ponta dos dedos ou lábios e é contado o período</p><p>necessário para que o sangue retorne totalmente ao local pressionado. Vítimas que apresentam</p><p>um tempo de enchimento capilar maior que 2 segundos são classificadas com a cor vermelha</p><p>e têm prioridade 1 de atendimento e transporte. Se a vítima apresenta tempo de enchimento</p><p>capilar menor que 2 segundos, podemos passar para a avaliação do próximo parâmetro que é a</p><p>reposta a comandos simples.</p><p>A avaliação da resposta a comandos simples nada mais é que uma avaliação</p><p>simplificada da função neurológica da vítima, que é feita da seguinte forma: pede-se que a</p><p>vítima realize uma tarefa simples como apertar a mão, piscar os olhos ou erguer um membro.</p><p>É claro que fazemos um pedido de acordo com a capacidade da pessoa em realizar tais tarefas,</p><p>visto que ela pode apresentar lesões nos membros que a incapacitam de realizá-las, mesmo</p><p>que a sua função neurológica esteja intacta. Nessa etapa, pedimos então que a vítima realize</p><p>uma tarefa simples. Atribuímos àquelas que não são capazes de responder ao comando a cor</p><p>vermelha e as classificamos como prioridade 1 de atendimento e transporte. No entanto, se a</p><p>mesma for capaz de obedecer a comandos simples, é então identificada com a cor amarela e</p><p>prioridade 2 de atendimento e transporte.</p><p>19</p><p>http://www.bombeirosemergencia.com.br/start.html</p><p>Ao longo de todo esse processo de atendimento, alguns materiais são utilizados para</p><p>separar e identificar as vítimas de acordo com a sua classificação, a fim de facilitar e</p><p>organizar o atendimento das equipes de socorristas, tais como: lonas para alocação das</p><p>vítimas, coletes para identificação dos socorristas atuantes em cada grupo classificado e</p><p>crachás para identificação das vítimas. Ter conhecimento dos materiais e métodos utilizados</p><p>para auxiliar esses pacientes é essencial para que o socorrista possa concentrar sua atenção em</p><p>prestar o atendimento correto e salvar vidas.</p><p>• Organização definida de comando</p><p>• Hierarquização e priorização das ações</p><p>20</p><p>• Salvamento das vítimas do local do acidente e transporte até um ponto seguro, um</p><p>posto avançado</p><p>• Triagem e categorização das vítimas após a execução dos primeiros socorros</p><p>• Evacuação organizada e priorizada por gravidade das vítimas, até o hospital para</p><p>tratamento definitivo</p><p>As categorias de triagem são as prioridades de atendimentos:</p><p>Prioridade 1: vítimas que necessitam de algum tratamento antes de um transporte rápido ao</p><p>hospital, ou que precisam ir rapidamente ao hospital para cirurgia. Ex: insuficiência</p><p>respiratória, pneumotórax hipertensivo, hemorragia grave,choque, queimadura de face, lesões</p><p>por inalação, lesões intra-abdominais, lesões arteriais, lesões de face e olhos, queimaduras de</p><p>2º grau maior que 20 a 40% ou de 3º grau maior que 10 a 30%, lesões extensas de partes</p><p>moles, amputações.</p><p>Prioridade 2: vítimas que necessitam de algum atendimento no local e posterior transporte</p><p>hospitalar, porém não estejam em risco de vida imediato. Ex: fraturas, traumatismos</p><p>abdominais e torácicos, TCE leve ou moderado, ferimentos com sangramentos que necessitam</p><p>de suturas, queimaduras menores.</p><p>Prioridade 3: vítimas que apresentam pequenas lesões, geralmente estão sentadas ou</p><p>deambulando, sem risco de vida e podem ser avaliadas ambulatorialmente. Ex: contusões,</p><p>hematomas, escoriações, pequenos ferimentos</p><p>Prioridade 4 - vítimas em óbito. Naquelas situações em que há um desequilíbrio entre os</p><p>recursos médicos e o número de vítimas, todos os pacientes com traumatismos severos, com</p><p>poucas chances de sobrevida, também vão para essa área de prioridade. São os pacientes: em</p><p>óbito; múltiplos traumas graves; queimaduras de 2 e 3 grau extensas.</p><p>3- PROTOCOLO SUPORTE BÁSICO DE VIDA (SBV) E SUPORTE BÁSICO DE</p><p>VIDA NO TRAUMA (SBVT)</p><p>21</p><p>Antes de falarmos sobre suporte básico de vida é importante discorrer um pouco sobre</p><p>cinemática do trauma, pois através desse estudo poderemos antecipar alguns agravos na</p><p>vítima do trauma.</p><p>A cinemática do trauma estuda a transferência de energia de uma fonte externa para o</p><p>corpo da vítima.</p><p>O socorrista deve ser um bom observador na cena do acidente, extrair as informações que</p><p>a cena mostra e complementar com a parte subjetiva de perguntas aos que presenciaram o</p><p>trauma. Podemos definir claramente que há dois tipos de lesões segundo os seus sinais: as</p><p>visíveis e as não visíveis ou traumas fechados. Para que a equipe de resgate não cometa o erro</p><p>de deixar de atender uma vítima analisando apenas os sinais é importante a aplicação da</p><p>cinemática do trauma.</p><p>As lesões podem ser</p><p>descritas como interações entre vítima e a energia de um ambiente</p><p>pode ser: mecânica ou cinética, térmica, química, elétrica e radiação. A transmissão de</p><p>energia segue as leis da física, formando assim, padrões previsíveis de lesão.</p><p>Os fatores que devem ser considerados são a direção e velocidade do impacto, tamanho do</p><p>paciente e os sinais de liberação de energia.</p><p>Conduta: 1. Avaliar aspectos de cada tipo de trauma.</p><p>Observações:</p><p>COLISÕES AUTOMOBILÍSTICAS: Avaliar aspectos gerais: • Como se apresenta o</p><p>local? • Número de veículos? • Tipo de veículo? • Número de pacientes envolvidos? •</p><p>Adultos? Crianças? • Quem atingiu o que? • Direção do impacto? • Houve frenagem? •</p><p>Velocidade aproximada? • Pacientes utilizavam dispositivos de segurança? Airbag acionado?</p><p>Capacete? • Ocupantes foram ejetados? Colidiram com algo? • Estragos no carro? •</p><p>Considerar os padrões de lesão esperadas segundo os diferentes tipos de impacto:</p><p>Impacto Frontal</p><p>Lesões esperadas: • fratura de coluna cervical; • tórax instável anterior; • contusão</p><p>miocárdica; • pneumotórax; • secção de aorta; • lesão de baço ou fígado; • fratura ou luxação</p><p>de quadril e/ou de joelho e tornozelo; • ejeção. Obs: Considerar a trajetória possível: por cima</p><p>do volante (cabeça em direção ao parabrisa) ou por baixo do volante (cabeça em direção ao</p><p>22</p><p>painel). Achados no veículo: • deformidade na parte anterior; • deformidade no volante; •</p><p>marcas no painel; • parabrisa em “olho de boi”; • airbag acionado.</p><p>Impacto Lateral</p><p>Lesões esperadas: • fratura de clávicula; • fratura de costelas; • contusão pulmonar; •</p><p>pneumotórax; • compressão de órgãos sólidos; • entorse contralateral do pescoço; • fratura de</p><p>coluna cervical; • fratura de pelve ou acetábulo. Achados no veículo: • intrusão da porta •</p><p>intrusão de painel lateral</p><p>Capotamento</p><p>Lesões esperadas: • lesões variadas derivadas dos diferentes impactos sofridos; • lesões</p><p>de órgãos internos mesmo com uso de restritores de segurança; • ejeção. Achados no veículo:</p><p>• impactos de ângulos diferentes Obs: A ejeção coloca o paciente no grupo de risco de</p><p>praticamente todo tipo de lesão E a mortalidade aumenta consideravelmente.</p><p>Impacto Traseiro</p><p>Lesões esperadas: • lesão de coluna por hiperextensão (chicote). Achados no veículo: •</p><p>intrusão da parte posterior do veículo alvo. Obs: Avaliar posição do encosto de cabeça.</p><p>Atropelamento</p><p>Avaliar: • 3 impactos no adulto: contra MMII e quadril; tronco contra o capô; paciente</p><p>contra o chão; • peso e altura do paciente em relação à altura do veículo. Lesões esperadas: •</p><p>traumatismo craniano; • traumatismo raquimedular; • lesões torácicas e abdominais; • fraturas</p><p>das extremidades inferiores; • ejeção. Achados no veículo: • intrusão da parte anterior. •</p><p>parabrisa quebrado.</p><p>Colisões de motocicleta</p><p>Lesões esperadas: • traumatismo craniano; • traumatismo raquimedular; • lesão de MMII;</p><p>• lesões torácicas e abdominais; • fraturas das extremidades inferiores; Obs: Por não haver</p><p>contenção, há alto risco de ejeção e suas lesões decorrentes. Achados: • sinais de impacto no</p><p>capacete e no guidão.</p><p>Observações:</p><p>23</p><p>QUEDA: Avaliar aspectos gerais: • estimar a altura da queda, superfície sobre a qual o</p><p>paciente caiu e qual a primeira parte do corpo que entrou em contato com a superfície; •</p><p>alturas superiores a 3x a altura do paciente são graves. Lesões esperadas: • síndrome de Don</p><p>Juan: quando as primeiras partes a atingirem o solo forem os pés (lesão de calcâneos,</p><p>tornozelos, tíbias, fíbulas, joelhos, ossos longos e quadril); • traumatismo craniano; • lesões</p><p>torácicas e abdominais. • se o paciente cair para a frente sobre as mãos espalmadas: Fratura de</p><p>extremidades superiores. • se cair de cabeça: Traumatismo raquimedular.</p><p>FERIMENTOS PENETRANTES: Avaliar aspectos gerais: • tipo de objeto: Alta energia</p><p>(fuzis e metralhadoras), média energia (revolveres e rifles) e baixa energia (faca e picador de</p><p>gelo); • distância do agressor; • armas de baixa energia: sexo do agressor, lesão=trajetória,</p><p>arma foi removida? Órgãos próximos?; • armas de média energia: a cavidade temporária é 3 a</p><p>5 x maior que o projétil considerar ainda perfil desconhecido do projétil, rolamento e</p><p>fragmentação; • armas de alta energia: a cavidade temporária é até 25x maior que o projétil</p><p>considerar ainda perfil desconhecido do projétil, rolamento e fragmentação; • local do</p><p>ferimento (único ou múltiplo?); • características dos ferimentos externos.</p><p>LESÕES POR EXPLOSÃO: Avaliar aspectos gerais:</p><p>Primárias: onda de pressão atinge o paciente</p><p>com velocidades de até cerca três</p><p>quilômetros/segundo.</p><p>Padrão de lesão: amputação traumática de</p><p>membros, sangramento pulmonar,</p><p>pneumotórax, embolia gasosa, laceração de</p><p>pequenos vasos, rotura de tímpano, PCR e</p><p>explosão de pulmão.</p><p>Secundárias: paciente é atingido por</p><p>fragmentos primários, secundários ou ambos,</p><p>que voam e podem tornar-se projeteis.</p><p>Padrão de lesão:ferimentos penetrantes,</p><p>lacerações e fraturas, feridas cutâneas</p><p>superficiais, lesões torácicas e oculares.</p><p>Terciárias: quando o paciente é arremessada</p><p>contra um objeto (torna-se um projétil),</p><p>podendo ser atirada contra outros objetos ou</p><p>ao chão.</p><p>Padrão de lesão: semelhantes às lesões que</p><p>ocorrem em pacientes ejetados de um carro ou</p><p>que caem de alturas significativas.</p><p>Quaternárias: lesões provocadas por calor e</p><p>gases oriundos da explosão.</p><p>Padrão de lesão: queimaduras, lesões por</p><p>inalação e até asfixia.</p><p>Quinárias: causadas por aditivos colocados</p><p>nas bombas, como bactérias, radiação e</p><p>substâncias químicas e ataque suicida com</p><p>homem-bomba.</p><p>Padrão de lesão: lesões por encravamento por</p><p>restos humanos (ossos do homem bomba),</p><p>possíveis doenças infecciosas.</p><p>Observações:</p><p>24</p><p>SUSPEITAR DE TRAUMATISMO GRAVE: • Em quedas >1,5 vezes a altura do</p><p>paciente; • Atropelamento; • Colisões com veículos a mais de 30 Km/hora; • Ejeção do</p><p>paciente; • Morte de um ocupante de veículo acidentado; • Danos graves ao veiculo; •</p><p>Capotamentos; • Ferimentos penetrantes de cabeça, pescoço, tórax, abdome, pelve e coxa.</p><p>SUPORTE BÁSICO DE VIDA (SBV)</p><p>A parada cardíaca é a interrupção súbita da circulação sistêmica, podendo ocorrer</p><p>como consequência de cardiopatias estruturais (cardiomiopatia, doença valvar), não</p><p>estruturais (Infarto Agudo do Miocárdio) ou por causas secundárias (intoxicações, distúrbios</p><p>hidroeletrolíticos, arritmias). Os profissionais de saúde que atuam como socorristas</p><p>conseguem salvar incontáveis vidas, utilizando as técnicas de reanimação cardiopulmonar de</p><p>SBV. O suporte básico de vida é todo procedimento não invasivo realizado por leigo ou</p><p>socorrista que visa manter a viabilidade dos órgãos nobres até a intervenção do suporte</p><p>avançado.</p><p>O SBV constitui a fase inicial do atendimento, caracterizada pelo reconhecimento</p><p>imediato do evento de PCR e pela aplicação das intervenções imediatas, incluindo</p><p>acionamento do serviço médico de emergência, compressões torácicas externas efetivas e de</p><p>alta qualidade, abertura das vias aéreas, ventilação artificial não invasiva e desfibrilação</p><p>rápida.</p><p>25</p><p>A American Heart Association (AHA) desenvolveu o conceito de “corrente de</p><p>sobrevivência”, que se refere a uma série ordenada e interligada de medidas que devem ser</p><p>idealmente instituídas no atendimento a uma PCR para aperfeiçoar as taxas de sucesso da</p><p>RCP. Esse conceito destaca a importância do tempo na instituição dos esforços, realizando</p><p>cada etapa com segurança e rapidez. Os três primeiros elos correspondem ao SBV, sendo o</p><p>primeiro elo, o reconhecimento imediato da PCR e acionamento do serviço de emergência, o</p><p>segundo, RCP precoce, com ênfase nas compressões torácicas, e o terceiro a rápida</p><p>desfibrilação. Os últimos elos representam o serviço médico básico e avançado e suporte</p><p>avançado de vida e cuidados pós PCR.</p><p>Fonte AHA- Guideline 2015.</p><p>O SBV tem como principal característica</p><p>a manutenção da vida para garantir a oxigenação</p><p>tecidual e perfusão cerebral. São as ações básicas e prioritárias a serem realizadas como</p><p>medidas iniciais no atendimento em parada cardio-respiratória.</p><p>A avaliação inicial e imediata deve observar ao mesmo tempo, o nível de consciência e a</p><p>respiração da vítima. A avaliação do nível de consciência é feita por meio de estimulação tátil</p><p>e sonora, enquanto o padrão respiratório é avaliado pela elevação do tórax. A respiração</p><p>anormal (agônica ou gasping) deve ser considerada como ausência de respiração.</p><p>26</p><p>Fonte AHA- Guideline 2015.</p><p>Após o reconhecimento e ativação, deve-se verificar a presença de pulso carotídeo, de</p><p>5 até 10 seg. Se o pulso ausente, aplicar RCP, executando ciclos de 30 compressões e 2</p><p>ventilações até a chegada do DEA. A via aérea deve ser aberta por meio de inclinação da</p><p>cabeça em vítimas clínicas e por elevação da mandíbula em vítimas de traumas (jaw thrust).</p><p>Fonte AHA- Guideline 2015.</p><p>RCP (C-A-B)</p><p>C: Compressão Torácica</p><p>27</p><p>A:Via Aérea</p><p>B: Respiração</p><p>Estatísticas da desfibrilação</p><p>� A chance de sucesso na desfibrilação decai com o tempo.</p><p>� RCP precoce por leigos pode dobrar e até triplicar as chances de sobreviver a PCR.</p><p>� RCP e desfibrilação em 3 a 5 min após a perda da consciência pode representar</p><p>chances de sobrevivência entre 49 a 75%.</p><p>Fonte AHA- Guideline 2015.</p><p>-A frequência das compressões deve ser de 100 a 120/min.</p><p>-A profundidade das compressões em adultos de ver de pelo menos 2 polegadas (5 cm), mas</p><p>não deve ser superior a 2,4 polegadas (6 cm).</p><p>-Para que haja retorno total da parede do tórax após cada compressão, os socorristas devem</p><p>evitar apoiar-se no tórax entre as compressões.</p><p>-Os critérios para minimizar as interrupções são esclarecidos, com a maior meta possível na</p><p>fração de compressões torácicas, com alvo de pelo menos 60%.</p><p>Ponto de compressão</p><p>� Linha Intermamilar</p><p>� Dois dedos acima do apêndice xifóide</p><p>28</p><p>Técnica de compressão</p><p>� Manter os braços esticados.</p><p>� Utilizar o peso do tronco.</p><p>� Deprimir o esterno 5 cm.</p><p>� Tempo de compressão=Tempo de descompressão.</p><p>� Posicionamento das mãos:</p><p>� Colocar o calcanhar de uma das mãos no posto de compressão;</p><p>Colocar a outra mão sobre a primeira</p><p>� Limite as interrupções a menos de 10 segundos.</p><p>29</p><p>� Os socorristas devem se alternar na função das compressões a cada cinco ciclos ou 2</p><p>minutos.</p><p>Os socorristas devem trocar de função em menos de cinco segundos.</p><p>As diretrizes estabelecidas no protocolo padrão internacional da American Heart</p><p>Association orientam que essas ações obedeçam à seqüência denominada A, B, C, D:</p><p>C. Circulação: tem pulso?</p><p>A. Alerta? Inconsciente? Chame ajuda, peça um desfibrilador e inicie a Abertura de via</p><p>aérea.</p><p>B. Boa respiração?</p><p>D. Desfibrilação: analise o ritmo.</p><p>Veja nas figuras abaixo, a correspondência de cada letra em relação à manobra a ser</p><p>realizada</p><p>C - Circulation = Circulação</p><p>Observe que o avaliador posiciona os dedos indicadores e médios na região carotídea,</p><p>no mesmo lado onde se encontra. Não se recomenda palpar o pulso carotídeo na região contra</p><p>lateral, pelo risco de pressionar demasiadamente causar compressão traqueal. A outra mão</p><p>permanece na fonte para assegurar abertura da via aérea. Aguarde por até 10 segundos para</p><p>certificar-se da ausência ou presença de pulso.</p><p>A - Airway = Abertura das vias aéreas</p><p>Avaliamos a responsividade da vítima ao chamarmos por ela.</p><p>30</p><p>Indicada em situações de emergência clínica, posiciona-se uma das mãos na testa para</p><p>inclinar a cabeça para trás e com os dedos indicadores e médios da outra mão, colocamos sob</p><p>o queixo do cliente, realiza-se a abertura das vias aéreas. A língua é uma das principais causas</p><p>de obstrução no indivíduo inconsciente e com essas manobras é possível facilitar a</p><p>desobstrução.</p><p>Indicada para abertura da via aérea em caso de trauma, pois nessa situação, a cabeça é</p><p>mantida em posição neutra, visando à integridade da coluna em região cervical. Ao apoiar as</p><p>mãos na face, segurando bilateralmente, na articulação temporo-mandibular, é possível elevar</p><p>a mandíbula promovendo a abertura da via aérea, quando necessário. Essa manobra é indicada</p><p>apenas para profissionais da saúde, treinados e capacitados. Não é recomendada nem</p><p>orientada aos leigos, pelo risco de provocar luxação mandibular.</p><p>B- Breathing = Boa Respiração</p><p>Posicione a cabeça próxima da boca do cliente, procurando VER se há elevação</p><p>torácica, OUVIR algum som e SENTIR o fluxo de ar, no período de 10 segundos. Em geral,</p><p>quando o cliente está respirando, ainda que inconsciente, é recomendável a inserção da cânula</p><p>orofaríngea, para manter a permeabilidade da via aérea.</p><p>D – Defibrillation = Desfibrilação</p><p>A desfibrilação consiste na aplicação terapêutica de energia elétrica em situações de</p><p>fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular sem pulso.</p><p>Após as medidas iniciais de suporte básico de vida, outras manobras podem significar</p><p>maiores chances de sobrevida, configurando o suporte avançado de vida (SAV).</p><p>Como o próprio termo indica essas manobras não se limitam às ações básicas da</p><p>reanimação. São realizados procedimentos mais complexos e avaliações mais precisa para</p><p>estabelecer uma via aérea segura, punção venosa, infusão de fluidos e drogas e outros</p><p>procedimentos invasivos.</p><p>Cuidados gerais</p><p>Ao iniciar as manobras de reanimação fique atento ao posicionamento do cliente para</p><p>favorecer a eficácia da intervenção:</p><p>31</p><p>- Posicione o paciente sobre uma superfície rígida. Isso permite uma eficácia maior das</p><p>compressões torácicas;</p><p>- Defina o ponto de compressão torácica externa: sobre o esterno, localize o centro da linha</p><p>intermamilar;</p><p>- Posicione a região hipotênar da mão e entrelace os dedos da outra mão;</p><p>- Mantenha os cotovelos retos, com os ombros em ângulo de 90º em relação aos braços;</p><p>- Comprima o tórax rebaixando-o cerca de 5 cm. É importante que essa compressão seja feita</p><p>com a transferência do peso da pessoa que está realizando a compressão e não somente com a</p><p>aplicação da força dos membros superiores.</p><p>- Alivie a compressão sem perder contato da mão com o tórax: permita que o tórax retorne à</p><p>posição original, antes de iniciar a compressão seguinte.</p><p>A:Via aérea</p><p>A principal causa de obstrução de via aérea em pacientes inconscientes é a queda da</p><p>base da língua.</p><p>B- respiração</p><p>“Breathing”</p><p>32</p><p>� Evitar ventilação excessiva.</p><p>� As ventilações fornecidas devem ter</p><p>a duração de 1 seg cada.</p><p>� Cada ventilação deve elevar o tórax.</p><p>� 8 a 10 ventilações por min com via</p><p>aérea avançada.</p><p>� Para em pecientes em PCR o</p><p>dispositivo bolsa-válvula-máscara</p><p>deve ser enriquecido com oxigênio</p><p>com fluxo de 15 litros por minuto.</p><p>� VENTILAÇÃO ARTIFICIAL</p><p>- Observar a expansão do tórax</p><p>- Tórax imóvel= ventilação ineficaz</p><p>1- Má posição da cabeça</p><p>2- Vazamento (erro da técnica)</p><p>3- Obstrução baixa</p><p>O socorrista pode utilizar como recurso para manutanção da via aérea permeável a cânula</p><p>de Guedel.Indicação: desobstrução de VAS no paciente inconsciente. Ela está contra indicada</p><p>para paciente reativo a cânula. A medida da comissura labial ao ângulo da mandíbula deve ser</p><p>verificada pois o erro no número pode piorar a ventilação. A cânula auxilia muito na</p><p>ventilação com bolsa máscara.</p><p>33</p><p>DEA – Desfribilador Externo Automático</p><p>O DEA é um equipamento computadorizado que analisa o ritmo cardíaco por meio de</p><p>microprocessadores programados para reconhecer os traçados de fibrilação ventricular e</p><p>taquicardia ventricular e indicar a desfibrilação. O DEA pode ser utilizado por leigos</p><p>treinados em SBV e por profissionais de saúde.</p><p>Passos para utilização do DEA</p><p>1- Ligar o aparelho.</p><p>2- Conectar o cabo das pás adesivas.</p><p>3- Colocar as pás adesivas no tórax da vítima. Uma das pás adesivas é fixada na borda</p><p>esternal direita abaixo da clavícula e a</p><p>outra inferiormente ao mamilo esquerdo. A</p><p>posição correta das pás geralmente é ilustrada na embalagem.</p><p>4- Manter-se afastado da vítima e não permitir que toquem nela. Qualquer movimentação</p><p>na vítima pode interferir na avaliação do ritmo.</p><p>34</p><p>5- Manter-se atento para recomendação do aparelho. Aguardar se há indicação de</p><p>desfibrilação.</p><p>6- Aplicar choque quando recomendado pelo DEA. Certificar-se de que todos estão</p><p>afastados e pressionar o botão CHOQUE.</p><p>7- Reiniciar imediatamente as compressões torácicas externas após o CHOQUE..</p><p>8- Manter o DEA ligado e conectado à vítima e continuar seguindo as suas instruções até</p><p>a chegada da equipe de suporte avançado.</p><p>9- Não transportar a vítima com o DEA acoplado.</p><p>Cuidados especiais</p><p>•Tórax molhado</p><p>• Adesivo de medicamentos</p><p>• Portadores de marcapasso</p><p>• Pacientes cabeludos</p><p>• Crianças < 8 ano</p><p>- Tenha certeza que ninguém está encostado</p><p>TRÊS AFIRMAÇÕES!!</p><p>-Eu me afasto</p><p>-Você se afasta</p><p>-Nós nos afastamos</p><p>Não leve nem dê</p><p>choque em ninguém</p><p>35</p><p>Fonte: Guideleine AHA 2015.</p><p>RITMOS LETAIS</p><p>Podemos clasificar os ritmos encontrados em uma PCR como chocávéis e não</p><p>chocáveis, pois nem todos os ritmos podem ser revertidos através de desfibrilação, sendo</p><p>assim, os ritmos chocáveis são fibrilação ventricular e taquicardia ventricular sem pulso e</p><p>os ritmos não chocáveis são assistolia e atividade elétrica sem pulso. Para os ritmos não</p><p>chocáveis a conduta é a massagem cardíaca apenas.</p><p>∙ Assistolia</p><p>36</p><p>Ausência de qualquer atividade elétrica ou mecânica dos ventrículos.</p><p>ECG: não há atividade elétrica.</p><p>∙ Atividade elétrica sem pulso</p><p>Ausência de pulso detectável na vigência da atividade elétrica ventricular ao ECG.</p><p>∙ Fibrilação Ventricular</p><p>Atividade elétrica caótica que não produz contração ventricular.</p><p>ECG: linha irregular, onde não se define onda P ou complexo QRS.</p><p>∙ Taquicardia ventricular sem pulso</p><p>Três ou mais batimentos sucessivos originados no ventrículo que não produzem contração</p><p>ventricular.</p><p>ECG: taquicardia com QRS largo com dissociação átrio-ventricular.</p><p>37</p><p>1.3-CAUSAS de PCR</p><p>Em uma PCR, o socorrista deve sempre pensar nas causas reversíveis que podemos dividir da</p><p>segunte forma:</p><p>5H 5T</p><p>Hipovolemia Tensão no tórax por pneumotórax</p><p>Hipoxia Tamponamento cardíaco</p><p>Hidrogênio, ìon (acidemia) Toxinas</p><p>Hipo/Hipercalemia Trombose pulmonar</p><p>Hipotermia Trombose coronariana</p><p>1.4-Terapia Medicamentosa</p><p>No atendimentode uma parada cardíaca, os medicamentos devem ser utilizados sem</p><p>comprometer a realização das compressões torácicas de alta qualidade. Dentre as drogas</p><p>utilizadas, podemos destacar a Epinefrina, que é uma droga vasopressora, e a Amiodarona,</p><p>que é uma droga antiarrítmica.</p><p>Epinefrina</p><p>A dose recomendada é de 1mg acada 3 a 5 min. Se ela for feita em acesso venoso</p><p>periférico, deve-se fazer um bolus de 20 ml e elevação do menbro para que a medicação</p><p>chegue até a circulação central.</p><p>Amiodarona</p><p>Deve ser administrada na dose de 300 mg em bolus, por via endovenosa ou intraóssea,</p><p>podendo ser repetida em bolus de 150 mg.</p><p>38</p><p>39</p><p>40</p><p>41</p><p>RELEMBRANDO</p><p>Manobras de SBV Manobras de SAV</p><p>A Nível de consciência:</p><p>inconsciente?</p><p>• Chame ajuda (peça o</p><p>desfribilador)</p><p>• Abra a via aérea</p><p>• Proteção da via aérea</p><p>(entubação, dispositivo</p><p>supraglótico)</p><p>• Após a entubação: 1 ventilação</p><p>a cada 6 segundos (não é</p><p>necessário sincronizar com as</p><p>compressões)</p><p>• Monitorização</p><p>B Boa respiração?</p><p>• Ver, ouvir, sentir (10 segundos)</p><p>– não respira?</p><p>• 2 ventilações</p><p>• Avaliação de oximetria,</p><p>capnometria/ capnografia</p><p>• Suplemento de oxigênio</p><p>C Confirme o pulso: ausente?</p><p>• 30 compressões</p><p>• Alterne as 30 compressões e as</p><p>2 ventilações, verifique o pulso</p><p>após 5 ciclos (2 minutos)</p><p>Criança: pulso braquial ou</p><p>femoral</p><p>Adulto: pulso carotídeo</p><p>• Acesso venoso disponível?</p><p>• Possibilidade de acesso intra-</p><p>ósseo?</p><p>• Infusão de fluidos e drogas</p><p>• Mantenha as compressões</p><p>continuas (ritmo de 100 a</p><p>120min.), sem interrupção pela</p><p>ventilação</p><p>• Interrompa as compressões</p><p>apenas para análise do ritmo ou</p><p>verificar o pulso</p><p>D Desfribilação: confirme o ritmo</p><p>no monitor – Fibrilação</p><p>Ventricular (FV) ou Taquicardia</p><p>Ventricular (TV) sem pulso ou</p><p>aguarde a análise do</p><p>desfribilador externo automático</p><p>(DEA)</p><p>Carga no desfribilador:</p><p>• Aparelho bifásico = 200 J •</p><p>Aparelho monofásico = 360 J</p><p>Após o choque, reiniciar a RCP</p><p>e verificar o pulso/ ritmo no</p><p>monitor após 5 ciclos (2</p><p>minutos)</p><p>Diagnóstico diferencial:</p><p>identificar as prováveis causas</p><p>da PCR (6H e 5T)</p><p>Somente interrompa a RCP quando retornar a respiração e os batimentos cardíacos, se a</p><p>cena se tornar insegura para o socorrista ou após a constatação do óbito.</p><p>Diante do sucesso das manobras dá-se prosseguimento aos cuidados pós-reanimação</p><p>com a reavaliação geral do paciente, dos parâmetros vitais, manutenção da monitorização, e</p><p>da assistência ventilatória. Os cuidados incluem ainda a manutenção da permeabilidade dos</p><p>dispositivos, da infusão de fluidos e fármacos, indicando-se drogas vasoativas como</p><p>42</p><p>dopamina, dobutamina, noradrenalina, etc. É importante providenciar a coleta de material</p><p>para exames laboratoriais e preparar o paciente para exames radiológicos.</p><p>5- TÉCNICAS DE TRANSPORTE DE VÍTIMAS E EXTRICAÇÃO DE V ÍTIMAS</p><p>CLÍNICAS E DE TRAUMAS</p><p>A remoção da vítima do local do acidente para o hospital é tarefa que requer da pessoa</p><p>prestadora de primeiros socorros o máximo de cuidado e correto desempenho.</p><p>ANTES DA REMOÇÃO:</p><p>� TENTE controlar a hemorragia.</p><p>� INICIE a respiração de socorro.</p><p>� EXECUTE a massagem cardíaca externa.</p><p>� IMOBILIZE as fraturas.</p><p>� EVITE o estado de choque, se NECESSÁRIO.</p><p>Para o transporte da vítima podemos utilizar meios habitualmente empregados - maca ou</p><p>padiola, ambulância, helicóptero ou de recursos improvisados:</p><p>• Ajuda de pessoas.</p><p>• Maca.</p><p>• Cadeira.</p><p>• Tábua.</p><p>• Cobertor.</p><p>• Porta ou outro material disponível.</p><p>COMO PROCEDER</p><p>Vítima consciente e podendo andar: remova a vítima apoiando-a em seus ombros.</p><p>Vítima consciente não podendo andar: transporte a vítima utilizando dos recursos aqui</p><p>demonstrados, em casos de:</p><p>- Fratura, luxações e entorses de pé.</p><p>43</p><p>- Contusão, distensão muscular e ferimentos dos membros inferiores.</p><p>- Picada de animais peçonhentos: cobra, escorpião e outros.</p><p>http://bombeiroswaldo.blogspot.com/2013/10/transporte-de-vitimas-em-situacoes-de.html</p><p>Vítima inconsciente:</p><p>Como levantar a vítima do chão SEM AUXÍLIO DE OUTRA PESSOA:</p><p>http://bombeiroswaldo.blogspot.com/2013/10/transporte-de-vitimas-em-situacoes-de.html</p><p>44</p><p>http://bombeiroswaldo.blogspot.com/2013/10/transporte-de-vitimas-em-situacoes-de.html</p><p>Como levantar a vítima do chão COM A AJUDA DE UMA OU MAIS PESSOAS</p><p>45</p><p>http://bombeiroswaldo.blogspot.com/2013/10/transporte-de-vitimas-em-situacoes-de.html</p><p>Vítima consciente ou inconsciente:</p><p>Como remover a vítima, utilizando-se de cobertor ou material semelhante:</p><p>46</p><p>http://bombeiroswaldo.blogspot.com/2013/10/transporte-de-vitimas-em-situacoes-de.html</p><p>Como Remover Vítima de Acidentados Suspeitos de Fraturas de Coluna e Pelve:</p><p>- Utilize uma superfície dura - porta ou tábua (maca improvisada).</p><p>- Solicite ajuda de pelo menos cinco pessoas para transferir o acidentado do local encontrado</p><p>até a maca.</p><p>- Movimente o acidentado como um bloco, isto é, deslocando todo o corpo ao mesmo tempo,</p><p>evitando mexer separadamente a cabeça, o pescoço, o tronco, os braços e as pernas.</p><p>47</p><p>http://bombeiroswaldo.blogspot.com/2013/10/transporte-de-vitimas-em-situacoes-de.html</p><p>Como Remover Acidentado Grave Não Suspeito de Fratura de Coluna Vertebral ou</p><p>Pelve, em Decúbito Dorsal:</p><p>- Utilize macas improvisadas como: portas, cobertores, cordas, roupas, etc.;</p><p>IMPORTANTE:</p><p>• EVITE</p><p>paradas e freadas BRUSCAS do veículo, durante o transporte;</p><p>• PREVINA-SE contra o aparecimento de DANOS IRREPARÁVEIS ao acidentado,</p><p>movendo-o o MENOS POSSÍVEL</p><p>• SOLICITE, sempre que possível, a ASSISTÊNCIA DE UM MÉDICO na remoção de</p><p>acidentado grave.</p><p>• NÃO INTERROMPA, em hipótese alguma, a RESPIRAÇÃO DE SOCORRO e a</p><p>MASSAGEM CARDÍACA EXTERNA ao transportar o acidentado.</p><p>Tipos de imobilização:</p><p>48</p><p>http://bombeiroswaldo.blogspot.com/2013/10/transporte-de-vitimas-em-situacoes-de.html</p><p>Chave de Rautec</p><p>Retira rapidamente e sem equipamento, vítima de acidente automobilístico do banco</p><p>dianteiro. Está indicada em situações de risco de incêndio.</p><p>http://bombeiroswaldo.blogspot.com/2013/10/transporte-de-vitimas-em-situacoes-de.html</p><p>49</p><p>Rolamento de 90°</p><p>Vítimas que se encontram em posição dorsal.</p><p>Rolamento de 180°</p><p>Vítimas que se encontram em posição ventral.</p><p>Elevação a Cavaleiro:</p><p>Indicado em vítimas que se encontram em posição dorsal.</p><p>6- ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À VÍTIMAS EM SITUAÇÕES DE</p><p>URGÊNCIA E EMERGÊNCIA</p><p>6.1 - Choque</p><p>É caracterizado por um desequilíbrio entre a oferta e o consumo de oxigênio em nível</p><p>regional e sistêmico, prejudicando a irrigação e oxigenação dos tecidos. Incapacidade do</p><p>sistema cardiovascular de prover circulação sanguinea suficiente para os órgãos. É uma</p><p>condição de difícil controle, podendo levar ao óbito.</p><p>Classificação do choque em função das etiologias prevalentes</p><p>50</p><p>1. Choque cardiogênico: caracterizado pela falência do coração como bomba cardíaca,</p><p>pela diminuição da força de contração, diminuição do débito cardíaco, aumento da</p><p>pressão venosa central, gerando a má perfusão tecidual. Causado como complicações</p><p>de patologias cardíacas como infarto, arritmias, embolia, tamponamento cardíaco,</p><p>contusão cardíaca, pós-operatório de cirurgia cardíaca, entre outros.</p><p>2. Choque hipovolêmico: caracterizado pela perda de líquido, externa ou internamente.</p><p>Prevalece em casos de traumas com perda de sangue, queimaduras extensas, edema</p><p>intersticial, casos severos de diarréias e vômitos.</p><p>Tabela de classificação de acordo com a perda de volume</p><p>Classe I Perda > 15% da volemia</p><p>Classe II Perda 15 – 30 % da volemia</p><p>Classe III Perda 30 – 40 % da volemia</p><p>Classe IV Perda > 40 % da volemia</p><p>3. Choque obstrutivo: é a incapacidade em manter um débito cardíaco adequado mesmo</p><p>na vigência de volemia normal, obstrução do retorno venoso ao coração ou do</p><p>bombeamento cardíaco. É caracterizado nos quadros de obstrução mecânica como</p><p>tromboembolismo pulmonar, dissecção de aorta, tamponamento cardíaco.</p><p>4. Choque distributivo: ocorre em situações de má distribuição de volume caracterizada</p><p>no choque séptico, produzido pela dilatação dos vasos sanguíneos. Ocorre também a</p><p>paralisia vasomotora por causa da liberação de toxinas pelos agentes causadores da</p><p>infecção que normalmente são as bactérias e por vezes vírus e fungos. A causa básica</p><p>é a infecção generalizada por vários tipos de agentes tais como Escherichia coli,</p><p>Klebisiella, Neisseriameningitis, Stafilococcus aureus, entre outros.</p><p>Dentro dessa classificação destacamos ainda o choque anafilático, o neurogênico e o</p><p>séptico.</p><p>A- Choque anafilático suas principais causas estão relacionadas à ingestão acidental ou</p><p>não de medicamentos, alimentos, venenos, pólen ou outras substâncias alergênicas</p><p>para o indivíduo. Ocorre uma reação exacerbada do sistema imunológico, com</p><p>liberação de histamina e vasodilatação dos grandes vasos.</p><p>B- Choque neurogênico é a descontinuidade das fibras nervosas do sistema nervoso</p><p>autônomo, apresenta tônus vascular inadequado levando a bradicardia e a</p><p>51</p><p>vasodilatação. É comum em lesões medulares e casos de traumatismos crânio</p><p>encefálicos.</p><p>C- Choque Séptico (Sepse) – ocorre em infecções graves devidas à liberação de toxinas</p><p>pelos agentes causadores da infecção com efeito vasodilatador.</p><p>Fisiopatologia do choque</p><p>A fisiopatologia do choque se inicia, em uma primeira etapa, no sistema nervoso</p><p>simpático, com a liberação de uma descarga adrenérgica causando vasoconstrição periférica e</p><p>renal, a fim de garantir o suprimento de sangue para os órgãos nobres como coração, pulmão</p><p>e cérebro. Esse mecanismo é chamado compensatório.</p><p>Na medida em que o quadro de choque evolui, outros fatores internos do organismo</p><p>ocasionam a redução do débito cardíaco, levando à falência do coração como bomba e a</p><p>inadequada relação perfusão / oxigenação tissular de caráter irreversível e por fim ao óbito.</p><p>AVALIAÇÃO DO CHOQUE</p><p>SINAIS COMPENSADO DESCOMPENSADO</p><p>Pulso Taquicardia Taquicardia acentuada / Bradicardia</p><p>Pele Palidez, úmida Palidez cérea / sudorese intensa</p><p>Pressão arterial Normal Diminuída</p><p>Consciência Não alterada Alterada – da desorientação ao coma</p><p>O principal objetivo do tratamento do choque é o restabelecimento da circulação e</p><p>conseqüentemente, a perfusão tecidual dos órgãos e da perfusão periférica.</p><p>Tratar a causa básica do choque é fundamental. Pode ser feito por meio de suporte</p><p>ventilatório, monitorização hemodinâmica, antibioticoterapia, reposição volêmica,</p><p>administração de antídotos, correção de distúrbios metabólicos ou intervenções cirúrgicas.</p><p>• A reposição volêmica é feita por meio da infusão de soluções intravenosas como</p><p>ringer lactato, soro fisiológico 0,9%, albumina, outras soluções coloidais e</p><p>hemoderivados.</p><p>• A atenção do técnico de enfermagem deve estar concentrada no balanço hídrico após</p><p>punção de acesso venoso e administração dos líquidos.</p><p>• Suporte ventilatório, assegurar a permeabilidade das vias aéreas uma vez que a</p><p>entubação orotraqueal é um procedimento realizado precocemente para melhorar a</p><p>oxigenação, com o aumento da oferta de oxigênio.</p><p>52</p><p>• Caso o paciente necessite de sedação, é importante conhecer a ação e efeitos colaterais</p><p>das drogas. O intuito é diminuir a agitação e o consumo de oxigênio.</p><p>• Auxiliar na coleta de exames laboratoriais e atentar para os resultados é fundamental</p><p>para que as possíveis correções dos distúrbios eletrolíticos e ácidos básicos sejam</p><p>realizadas prontamente, pois podem oferecer risco iminente de morte.</p><p>• A administração de antibióticos, antiinflamatórios, antitérmicos faz parte do</p><p>tratamento medicamentoso, principalmente nos casos de choque séptico.</p><p>• Outros cuidados são monitorização hemodinâmica, observação do nível de</p><p>consciência, aquecimento do paciente, manutenção de acessos venosos, sondagens e</p><p>cuidados especiais com drogas, inotrópicas e vasoativas, tais como estabilidade,</p><p>incompatibilidade, fotossensibilidade.</p><p>Assim, a assistência de enfermagem visa colaborar na estabilização do paciente em estado</p><p>de choque evitando o colapso e falência sistêmica.</p><p>6.2 - Hemorragia</p><p>É definida como a perda de sangue devido ao rompimento de um vaso sanguineo.</p><p>Pode ser de origem arterial, venoso ou capilar.</p><p>As hemorragias podem ser classificadas em interna e externa. A hemorragia externa é</p><p>o sangramento de estruturas superficiais com exteriorização do sangramento, podem ser</p><p>controladas utilizando técnicas básicas de primeiros socorros. A hemorragia interna é o</p><p>sangramento de estruturas profundas, pode ser oculto ou se exteriorizar, as medidas básicas de</p><p>socorro não funcionam, deve ser tratado no hospital.</p><p>Reconhecemos uma hemorragia externa quando há: saída de sangue pela ferida ou por</p><p>orifícios naturais do corpo; presença de fraturas expostas; presença de hematoma; sinais vitais</p><p>anormais; sinais e sintomas do estado de choque.</p><p>E a hemorragia interna: sinais e sintomas do estado de choque; suspeitar em casos de:</p><p>rigidez ou distensão da parede abdominal, múltiplas fraturas, fratura de fêmur e/ou cintura</p><p>pélvica; presença de hematoma; natureza do acidente; usar a cinemática do trauma para</p><p>suspeitar de lesões principalmente nos rins, baço e fígado; sinais vitais anormais - indicativo</p><p>tardio que quando identificado significa que a hemorragia</p><p>está em um estágio mais avançado.</p><p>53</p><p>Portanto, não pode ser usado como fator isolado e soberano na constatação de uma</p><p>hemorragia interna.</p><p>CONDUTA DE HEMOSTASIA</p><p>Hemostasia é o controle de sangramento, pode ser realizado através dos mecanismos</p><p>normais de defesa do organismo isoladamente ou em associação com técnicas de tratamento</p><p>médico básicas e avançadas.</p><p>HEMORRAGIAS EXTERNAS:</p><p>O tratamento específico das hemorragias externas está contido na letra C da avaliação</p><p>primária e é idêntico ao estado de choque. Os procedimentos em vítimas com hemorragia são:</p><p>1- Priorizar a segurança através da “REGRA DOS TRÊS ESSES”; 2- Realizar o ABCDE</p><p>observando a cinemática do trauma; 3- Oxigenoterapia de 12 a 15 l/min; 4- Controle das</p><p>hemorragias externas. 5- No suporte avançado é feito a reposição volêmica; 6- Cobrir a vítima</p><p>com cobertor aluminizado; 7- Transportar o mais rápido possível ao suporte avançado. 8-</p><p>Continuar com o atendimento e avaliação durante o transporte.</p><p>PROCEDIMENTOS DE CONTENÇÃO DE HEMORRAGIA:</p><p>1- COMPRESSÃO DIRETA - Deverá ser feita primeiro o quanto antes sobre o</p><p>ferimento. A quantidade de pressão com as mãos é essencial para uma boa hemostasia. Caso</p><p>não seja possível a compressão com as mãos por um período prolongado, usar uma atadura de</p><p>crepom para amarrar as gazes com pressão no ferimento ou amarrar as compressas. Quando</p><p>não houver estes materiais usar um pedaço de roupa ou tecido, principalmente de algodão</p><p>para compressão. Quando uma atadura estiver saturada de sangue acrescentar mais ataduras</p><p>em cima não retirando as ataduras saturadas para não perder o trabalho de coagulação já</p><p>iniciado.</p><p>2- TORNIQUETE - Caso a hemorragia não possa ser controlada por compressão</p><p>direta, usar o torniquete. Os torniquetes foram deixados de ser usados por causa de suas</p><p>complicações, mas estudos científicos comprovam que aplicados adequadamente podem</p><p>salvar vidas. As principais complicações são as lesões em nervos e vasos, perda potencial do</p><p>membro por um tempo prolongado de uso do torniquete. Entre escolher perder um membro da</p><p>vítima ou salvar a vida a decisão é óbvia no uso do torniquete. As situações mais comuns de</p><p>utilização do torniquete são amputação, esmagamento de membros e lesão de grandes vasos.</p><p>54</p><p>OBSERVAÇÕES SOBRE O TORNIQUETE:</p><p>1- Usar uma faixa de 10 cm de largura (bandagem triangular), enrolar duas vezes e dar</p><p>um nó apertando-o suficientemente para estancar a hemorragia. Nos membros inferiores o</p><p>torniquete deverá ser aplicado com uma força maior do que com os membros superiores.</p><p>Colocar uma haste rígida de madeira ou metal e dar outro nó. Se a largura da faixa for maior</p><p>não será eficiente na hemostasia, assim como uma largura menor poderá promover lesões. O</p><p>esfigmomanômetro é uma boa alternativa como torniquete. Insuflar até a mínima pressão</p><p>capaz de interromper a hemorragia; 2- Aplicar o torniquete imediatamente proximal a lesão;</p><p>3- Anote o horário de inicio do procedimento e informar a equipe médica; 4- Não afrouxar o</p><p>torniquete. Antes era indicado aliviar a pressão para não acarretar lesões vasculares e necrose</p><p>dos tecidos, mas hoje estudos mostram que o torniquete pode ficar seguramente por um</p><p>período prolongado de até 120 minutos. Considerar o tempo de uso do torniquete dentro do</p><p>hospital, ou seja, transportar a vítima o mais rápido possível preparando a equipe hospitalar</p><p>ainda durante o transporte da mesma; 5- Não use arame, fios ou similares para não agravar as</p><p>lesões dos tecidos do membro.</p><p>As técnicas de elevação de membros e pontos de pressão deixaram de ser comentadas</p><p>e recomendadas por falta de estudos científicos e ausência de dados convincentes que</p><p>comprove a sua utilização. A elevação de membros pode acarretar em um agravamento de</p><p>fraturas e hemorragia interna.</p><p>Em adultos a perda de mais de 1 litro de sangue é considerada grave e pode levar a</p><p>vítima ao estado de choque.</p><p>Os socorristas devem usar o EPI completo, tomando todas as precauções para evitar</p><p>contato direto do sangue com sua pele, boca e olhos.</p><p>HEMORRAGIAS INTERNAS: O tratamento das hemorragias internas é cirúrgico. No</p><p>ambiente pré-hospitalar o tratamento é prevenir o estado de choque com os seguintes</p><p>procedimentos: 1- Priorizar a segurança; 2- Realizar o ABCDE observando a cinemática do</p><p>trauma; 3- Oxigenoterapia de 15 l/min (ver estado de choque); 4- Elevação dos membros</p><p>(melhorar a oxigenação cerebral) caso não haja complicações 5- Controle das hemorragias</p><p>externas; 6- Imobilização das fraturas. Podem diminuir as hemorragias internas; 7- Cobrir a</p><p>vítima com cobertor de lã ou alumínio; 8- Transportar o mais rápido possível ao suporte</p><p>55</p><p>avançado (ver transporte ao suporte avançado); 9- Continuar com o atendimento e avaliação</p><p>durante o transporte.</p><p>6.3 – FRATURAS, LUXAÇÃO E ENTORSE</p><p>As fraturas podem ser classificadas em: fechadas e expostas. Podemos reconhecer uma</p><p>fratura através de: dor local, hematoma, deformidade ou inchaço, incapacidade funcional ou</p><p>mobilidade anormal, pulso periférico deficiente (pode ocorrer); crepitação óssea; hemorragia</p><p>e exposição do osso (fratura exposta).</p><p>PERDA DE SANGUE INTERNO ASSOCIADA ÀS FRATURAS:</p><p>Tipo de fratura Perda sanguínea (aproximada)</p><p>COSTELA 125 ml</p><p>RÁDIO OU ULNA 250-500 ml</p><p>ÚMERO 500 – 750 ml</p><p>TÍBIA OU FÍBULA 500 – 1000 ml</p><p>FEMUR 1000 – 2000 ml</p><p>BACIA Acima de 1000</p><p>CONDUTAS EM FRATURAS DOS MEMBROS SUPERIORES:</p><p>1- Priorizar a segurança; 2- Realizar o ABCDE observando a cinemática do trauma; 3-</p><p>Sempre imobilize uma articulação proximal e uma distal; 4- Cheque pulso periférico do</p><p>membro afetado e a perfusão distal; 5- Cheque a motricidade e sensibilidade; 6- Use talas,</p><p>bandagens e ataduras. As ataduras serão utilizadas apenas nas articulações, elas não devem</p><p>envolver todo o membro como um processo de mumificação; 7- Use bandagem triangular</p><p>para fraturas na clavícula, escápula e cabeça do úmero; 8- Nas fraturas em articulações</p><p>imobilize na posição em que se encontra; 9- Nas fraturas anguladas, gentilmente tente alinhar</p><p>o membro antes de imobilizar; 10-A tentativa de se alinhar o membro deve ser feita</p><p>gentilmente, com leve tração e apenas uma única tentativa. Se encontrar resistência para</p><p>alinhamento imobilize na posição em que se encontra com tala rígida; 11- Após a</p><p>imobilização continue checando sensibilidade, pulso periférico e perfusão capilar; 12-Conter</p><p>as hemorragias; 13-Prevenir e/ou tratar estado de choque; 14-Avaliar a necessidade de</p><p>transportar ao suporte avançado (ver transporte ao suporte avançado).</p><p>CONDUTAS EM FRATURAS DOS MEMBROS INFERIORES:</p><p>56</p><p>Fratura de tíbia 1- Priorizar a segurança; 2- Realizar o ABCDE observando a</p><p>cinemática do trauma; 3- Sempre imobilize uma articulação proximal e distal; 4- Cheque</p><p>pulso pedioso ou tibial posterior do lado afetado; 5- Cheque a motricidade e sensibilidade; 6-</p><p>Use talas, bandagens e ataduras. As ataduras serão utilizadas apenas nas articulações, elas não</p><p>devem envolver todo o membro como um processo de mumificação; 7- Nas fraturas do joelho</p><p>e tornozelo imobilize na posição em que se encontram; 8- Fraturas de perna angulada,</p><p>gentilmente, com leve tração e apenas uma única tentativa; 9- Usar tala de tração femural, se</p><p>disponível, em fraturas de fêmur exceto quando: vítimas com lesões que comprometa a vida</p><p>(priorizar as lesões mais importantes); suspeita de fratura de quadril e colo do fêmur; avulsão</p><p>ou amputação do tornozelo; fraturas adjacentes ao tornozelo; 10- Se encontrar resistência para</p><p>alinhamento, imobilize na posição em que se encontra com tala rígida; 11- Fratura de fêmur</p><p>com coxa angulada não tente alinhar. Imobilize na posição em que se encontra com no</p><p>mínimo duas talas rígidas até o nível das costelas com duas bandagens entre a cintura pélvica</p><p>e o início das costelas. Uma tala deverá apoiar o membro na parte inferior; 12- Após a</p><p>imobilização continue checando sensibilidade, pulso pedioso ou tibial</p>

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