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<p>1. A sociedade moderna está alicerçada em uma visão política que estabelece o Estado como ‘ente’ político-jurídico</p><p>imparcial. Sua função, dentre outras, é garantir a liberdade, os direitos e intermediar as disputas sociais quando</p><p>necessário. Todavia, o Estado não pode se tornar cooptado por um grupo social ou classe, deve manter sua condição</p><p>imparcial. Como aponta Bobbio, o Estado representa o poder político estabelecido em uma sociedade:</p><p>“Aquilo que ‘Estado’ e ‘política’ têm em comum (e é inclusive a razão da sua intercambialidade) é a referência ao</p><p>fenômeno do poder. Do grego Kratos, ‘força’, ‘potência’, e arché, ‘autoridade’ nascem os nomes das antigas formas de</p><p>governo, ‘aristocracia’, ‘democracia’, ‘oclocracia’, ‘monarquia’, ‘oligarquia’ e todas as palavras que gradativamente</p><p>foram sendo forjadas para indicar formas de poder, ‘fisiocracia’, ‘burocracia’, ‘partidocracia’, ‘poliarquia’, ‘exarquia’ etc”</p><p>(Bobbio, 1987, p. 76.)</p><p>Fonte: adaptado de: BOBBIO, N. Estado, governo, sociedade: por uma teoria geral da política. Tradução de Marco</p><p>Aurélio Nogueira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. p. 76.Com base no exposto e partindo de uma concepção moderna</p><p>de Estado, como mediador e garantir de justiça, liberdade e direitos para todos os cidadãos, disserte sobre a relação de</p><p>tais atribuições do Estado e a desigualdade social a partir das classes sociais.</p><p>A concepção moderna do Estado como um ente político-jurídico imparcial, mediador de conflitos e garantidor de justiça,</p><p>liberdade e direitos, enfrenta desafios significativos quando confrontada com a realidade das desigualdades sociais. A</p><p>teoria política sugere que o Estado deve atuar de forma neutra, sem se deixar cooptar por interesses de grupos</p><p>específicos ou classes sociais. No entanto, na prática, essa neutralidade é frequentemente questionada, especialmente</p><p>em sociedades marcadas por profundas desigualdades econômicas e sociais.</p><p>A desigualdade social, muitas vezes enraizada em disparidades de classe, raça e gênero, pode influenciar a capacidade do</p><p>Estado de cumprir suas funções de maneira equitativa. Grupos economicamente poderosos podem exercer influência</p><p>desproporcional sobre as políticas públicas, resultando em uma distribuição desigual de recursos e oportunidades. Essa</p><p>captura do Estado por interesses particulares mina a sua função mediadora e compromete a imparcialidade necessária</p><p>para garantir justiça e igualdade de direitos.</p><p>Além disso, a desigualdade social pode limitar a participação política efetiva de grupos marginalizados, reduzindo sua</p><p>capacidade de influenciar decisões que afetam suas vidas. Isso cria um ciclo vicioso onde a falta de representação</p><p>política perpetua a desigualdade econômica e social, enquanto o Estado, idealmente um agente de equidade, falha em</p><p>corrigir essas disparidades.</p><p>Para que o Estado possa realmente funcionar como um mediador justo e garantir a liberdade e os direitos de todos os</p><p>cidadãos, é essencial que ele adote políticas que visem reduzir as desigualdades estruturais. Isso inclui a implementação</p><p>de medidas redistributivas, como a tributação progressiva e o investimento em serviços públicos de qualidade, que</p><p>possam nivelar o campo de jogo para todas as classes sociais. Além disso, é necessário fortalecer as instituições</p><p>democráticas para garantir que todos os cidadãos tenham voz e influência nas decisões políticas.</p><p>Em suma, a relação entre o Estado e a desigualdade social é complexa e multifacetada. Embora o Estado moderno tenha</p><p>o potencial de ser um agente de justiça e equidade, sua eficácia depende de sua capacidade de resistir à captura por</p><p>interesses particulares e de implementar políticas que promovam a inclusão e a igualdade para todos os cidadãos.</p><p>2. Na Modernidade surgem vários dos princípios que nortearam a constituição dos chamados ‘Estados Modernos’,</p><p>dentro do arranjo proporcionado por esta nova organização política viu-se surgir o desenvolvimento dos chamados</p><p>‘direitos dos cidadãos’, posteriormente se ampliando para ‘direitos humanos’. Sobre este tema, leia a citação que segue:</p><p>“A ideia de que todos os Estados são ‘igualmente responsáveis perante os acordos aos quais estão vinculados’ foi há</p><p>muito codificada em normas internacionais como as Convenções de Genebra – criadas em 1864 para proteger os feridos</p><p>em tempos de guerra e posteriormente ampliadas por uma série de protocolos, notadamente em 1949 e 1977…”</p><p>(Chomsky, 2009, p. 49-50).Fonte: adaptado de: CHOMSKY, Noam. Estados fracassados: o abuso do poder e o ataque à</p><p>democracia. Tradução de Pedro Jorgensen Jr. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2009.Conforme o texto apresentado e</p><p>sobre o tema Estado, cidadania e direitos humanos, disserte sobre a relação entre a constituição do Estado na</p><p>Modernidade e o conceito de cidadania para a formação de uma noção de direitos humanos.</p><p>A constituição dos Estados Modernos na Modernidade trouxe consigo uma reorganização política significativa que</p><p>impactou profundamente a noção de cidadania e, consequentemente, o desenvolvimento dos direitos humanos.</p><p>Durante este período, houve uma transição de estruturas políticas feudais e descentralizadas para estados centralizados</p><p>e soberanos, onde o poder era consolidado em torno de uma autoridade central. Este processo foi acompanhado pelo</p><p>surgimento do conceito de cidadania, que começou a ser visto como um conjunto de direitos e deveres atribuídos aos</p><p>indivíduos dentro de um estado.</p><p>Na Modernidade, a ideia de cidadania evoluiu para incluir não apenas a participação política, mas também a proteção</p><p>legal e social dos indivíduos. Esta evolução foi impulsionada por movimentos filosóficos e políticos, como o Iluminismo,</p><p>que enfatizavam valores como liberdade, igualdade e fraternidade. Filósofos como John Locke e Jean-Jacques Rousseau</p><p>contribuíram para a elaboração de teorias que defendiam o contrato social e os direitos naturais, conceitos</p><p>fundamentais para a formação da cidadania moderna.</p><p>A noção de cidadania, portanto, tornou-se um elemento central na estrutura dos Estados Modernos, servindo como</p><p>base para a reivindicação e proteção dos direitos dos indivíduos. À medida que os estados começaram a reconhecer</p><p>formalmente esses direitos, a ideia de cidadania expandiu-se para incluir direitos civis, políticos e sociais. Este</p><p>reconhecimento pavimentou o caminho para o desenvolvimento dos direitos humanos, entendidos como direitos</p><p>universais e inalienáveis que transcendem fronteiras nacionais.</p><p>As Convenções de Genebra, mencionadas na citação de Noam Chomsky, exemplificam como os princípios de direitos</p><p>humanos começaram a ser codificados em normas internacionais, refletindo a responsabilidade dos estados em</p><p>respeitar e proteger esses direitos. A ideia de que todos os estados são igualmente responsáveis perante os acordos</p><p>internacionais reforça a noção de que os direitos humanos devem ser garantidos independentemente das circunstâncias</p><p>políticas internas de cada país.</p><p>Em suma, a constituição dos Estados Modernos foi crucial para o desenvolvimento do conceito de cidadania, que por sua</p><p>vez, desempenhou um papel fundamental na formação e consolidação dos direitos humanos. Essa relação entre Estado,</p><p>cidadania e direitos humanos continua a ser um pilar central nas discussões contemporâneas sobre justiça social e</p><p>governança global.</p>

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