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<p>Aleitamento</p><p>Materno</p><p>SUMÁRIO</p><p>1. Definição ............................................................................................................3</p><p>2. Benefícios (para o bebê e para a mãe) ................................................................5</p><p>3. Fisiologia da amamentação e composição do leite materno................................9</p><p>Anatomia da mama ...................................................................................................... 9</p><p>Lactogênese ................................................................................................................. 9</p><p>Composição e características do leite ...................................................................... 11</p><p>4. Técnica de amamentação ................................................................................13</p><p>5. Retorno ao trabalho ..........................................................................................16</p><p>6. Contraindicações ..............................................................................................18</p><p>Referências .......................................................................................................................23</p><p>Aleitamento Materno   3</p><p>1. DEFINIÇÃO</p><p>Amamentar vai além do ato de nutrir uma criança, pois este ato engloba a relação</p><p>entre mãe-bebê e repercussões (em diversos níveis) para a saúde da mãe e de seu</p><p>filho.</p><p>Aleitamento materno é quando a criança recebe leite materno (direto da mama</p><p>ou ordenhado) independentemente de receber ou não outros alimentos. Apesar de</p><p>muitos estudos já comprovarem a importância do leite materno e da amamentação e</p><p>de um grande número de profissionais serem favoráveis ao estímulo do aleitamento,</p><p>a prevalência do aleitamento materno no Brasil está aquém das recomendadas. Isso</p><p>se deve ao fato de muitas mulheres sentirem-se desamparadas, com muitas dúvidas</p><p>e incertezas durante o processo e não possuírem, por vezes, profissionais dispostos</p><p>a dar um suporte ativo e informações precisas. Com isso, considera-se a relevância</p><p>do papel dos profissionais de saúde para o aumento da prevalência do aleitamento</p><p>materno.</p><p>De forma a contribuir com a mudança deste contexto no Brasil e no mundo, a</p><p>Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância</p><p>(UNICEF) atualizaram em 2018 o guia de apoio ao aleitamento materno nos hospi-</p><p>tais chamado “Dez passos para o sucesso do aleitamento materno”. Apesar do guia</p><p>enfatizar o papel dos hospitais, sabe-se da importância de que esse estímulo ao</p><p>suporte ativo dos profissionais aconteça nos diversos níveis de atenção à saúde da</p><p>gestante e posteriormente da mãe e da criança.</p><p>Aleitamento Materno   4</p><p>Figura 1: Dez passos para o sucesso do aleitamento materno.</p><p>Fonte: Autoria Própria</p><p>Conceito: Aleitamento materno é quando a criança recebe leite</p><p>materno (direto da mama ou ordenhado) independentemente de receber ou não</p><p>outros alimentos. No entanto, amamentar vai além do ato de nutrir uma criança,</p><p>pois este ato engloba a relação entre mãe-bebê e repercussões (em diversos</p><p>níveis) para a saúde da mãe e de seu filho.</p><p>Aleitamento Materno   5</p><p>Diante disso, é importante conhecer as definições/classificações de aleitamento</p><p>materno adotadas pela OMS:</p><p>• Aleitamento materno exclusivo: Quando a criança recebe exclusivamente leite</p><p>materno, seja ele ordenhado, diretamente da mama ou leite humano de outra</p><p>fonte;</p><p>• Aleitamento materno predominante: Quando além do leite materno a criança</p><p>recebe água ou bebidas à base de água (chás, sucos de frutas);</p><p>• Aleitamento materno complementado: Além do leite materno a criança recebe</p><p>alimentos sólidos ou semissólidos com a finalidade de complementar e não de</p><p>substituir o leite materno;</p><p>• Aleitamento materno misto ou parcial: Quando a criança recebe leite materno e</p><p>outros tipos de leite.</p><p>O Ministério da Saúde (MS) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) concordam</p><p>com a OMS no que diz respeito à duração ideal da amamentação ser exclusiva até</p><p>os 6 meses e complementada até os 2 anos ou mais.</p><p>2. BENEFÍCIOS (PARA O BEBÊ E PARA A</p><p>MÃE)</p><p>Devido a um período em que houve grande desvalorização do aleitamento ma-</p><p>terno, diversos estudos começaram a ser produzidos no intuito de evidenciar os di-</p><p>versos benefícios do mesmo. Atualmente não resta dúvidas quanto à superioridade</p><p>deste em relação aos outros, inclusive acerca da desvantagem da suspensão do</p><p>aleitamento materno precocemente. Devido aos diversos fatores existentes no leite</p><p>materno (os quais veremos tópico a seguir) este tem o impacto que mais nenhuma</p><p>outra estratégia possui na redução da mortalidade infantil em crianças menores de</p><p>5 anos, podendo evitar até 13% das mortes de causas evitáveis nessa faixa etária em</p><p>todo o mundo. Além disso, estudos demonstram que a amamentação na primeira</p><p>hora de vida pode ser um fator de proteção contra mortes neonatais.</p><p>Abaixo, elencaremos alguns desses benefícios:</p><p>• Melhor nutrição: O leite humano possui todos os nutrientes essenciais para o</p><p>completo desenvolvimento e crescimento da criança, sendo melhor digerido</p><p>pela mesma, sendo capaz de suprir sozinho todas as necessidades nutricionais</p><p>nos primeiros 6 meses e importante fonte de proteínas, gorduras e vitaminas</p><p>nos meses seguintes até o 2º ano de vida.</p><p>• Menor custo financeiro: Para uma família com pouca renda, não amamentar</p><p>e comprar fórmulas infantis pode representar grande parte da renda dessa</p><p>Aleitamento Materno   6</p><p>família. Em 2004, o gasto médio mensal para alimentar um bebê nos primeiros</p><p>6 meses vários de 38-133% do salário mínimo dependendo da marca da fórmu-</p><p>la infantil. Além de gastos com mamadeiras e gás de cozinha, acrescentam-se</p><p>os gastos com problemas de saúde que crianças não amamentadas costumam</p><p>ter mais comumente.</p><p>• Efeito positivo no desenvolvimento cognitivo: O aleitamento materno contribui</p><p>para o melhor desenvolvimento cognitivo. A maioria dos estudos comprova</p><p>que as crianças amamentadas apresentam vantagem nesse aspecto, sobretu-</p><p>do, quando comparadas com não amamentadas de baixo peso ao nascimento.</p><p>O mecanismo pelo qual isso se dá ainda não foi elucidado, havendo estudiosos</p><p>que defendem que a presença de substâncias no leite são as responsáveis pelo</p><p>melhor desenvolvimento cerebral, enquanto outros acreditam que são fatores</p><p>comportamentais ligados ao ato de amamentar.</p><p>• Evita diarreia: Fortes evidências mostram que o leite materno protege conta</p><p>diarreia, tal proteção diminui quando o aleitamento materno deixa de ser exclu-</p><p>sivo, assim como diminui com o avançar da idade da criança. Inclusive, crian-</p><p>ças não amamentadas apresentam um risco 3 vezes maior de desidratarem</p><p>e virem a óbito em decorrência da diarreia quando comparadas com crianças</p><p>amamentadas.</p><p>• Evita infecção respiratória: A proteção contra infecções respiratórias se man-</p><p>tém constante nos primeiros 2 anos de vida, sendo maior quando a amamenta-</p><p>ção é exclusiva até os 6 meses, assim como diminui a gravidade dos episódios</p><p>de infecção respiratória, sobretudo, pneumonia, bronquiolite e otites.</p><p>• Diminui o risco de alergias: A amamentação exclusiva nos primeiros meses de</p><p>vida diminui o risco de alergia à proteína do leite de vaca, dermatite atópica,</p><p>asma e outras alergias. A exposição a doses de leite de vaca nos primeiros</p><p>dias de vida parece aumentar o risco de alergia ao leite de vaca, por isso a im-</p><p>portância de evitar o uso de fórmulas infantis.</p><p>• Diminui risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes: Segundo revisão pu-</p><p>blicada pela OMS, indivíduos amamentados apresentam pressão sistólica e</p><p>diastólica mais baixas, menores níveis de colesterol total e menor risco (37%</p><p>menos) de desenvolver diabetes tipo 2 (DM2). Esse último benefício estende-</p><p>-se também à mãe, pois foi descrita uma redução de 15% na incidência de DM2</p><p>para cada ano de lactação devido a melhor homeostase da glicose em mulhe-</p><p>res que amamentam.</p><p>Aleitamento Materno   7</p><p>• Proteção contra câncer de mama: A relação entre aleitamento materno</p><p>e redu-</p><p>ção da prevalência de câncer de mama está bem estabelecida na literatura, es-</p><p>timando-se que a chance de desenvolver a doença caia 4,3% a cada 12 meses</p><p>de duração da amamentação. Tal proteção independe de idade, etnia e presen-</p><p>ça ou não de menopausa.</p><p>• Evita nova gestação: Nos primeiros 6 meses após o parto a amamentação é</p><p>um método anticoncepcional com 98% de eficácia, desde que a mãe esteja</p><p>amamentando exclusiva ou predominantemente e esteja em amenorreia.</p><p>Saiba mais! Costuma ocorrer uma grande confusão entre pacien-</p><p>tes e alguns profissionais acerca da intolerância à lactose (IL) e alergia à pro-</p><p>teína do leite de vaca (APLV). A primeira não se trata de um processo alérgico,</p><p>mas sim uma intolerância, ou seja, um processo secundário em que há defici-</p><p>ência da enzima (lactase) que digere o principal açúcar do leite: a lactose. A IL</p><p>costuma manifestar-se em crianças maiores e adultos e apresenta sintomas</p><p>gastrointestinais como: diarreia, cólicas e distensão abdominal; o tratamento</p><p>inicial é evitar produtos com leite e derivados até remissão dos sintomas, rein-</p><p>troduzindo gradualmente até o limiar sintomático do indivíduo, além disso, em</p><p>alguns casos é possível utilizar preparados com a enzima lactase que pode ser</p><p>adicionada à alimentos que contêm lactose. Já a APLV é um processo alérgico</p><p>decorrente de um mecanismo imunológico contra as proteínas do leite: caseí-</p><p>na, alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina. Costuma manifestar-se na infância</p><p>com sintomas digestivos, dermatológicos, respiratórios, tais como: vômitos,</p><p>cólicas, diarreia, dor abdominal, urticária, dermatite atópica, asma, rinite etc.,</p><p>além de poder causar reação anafilática, baixo ganho de peso e crescimento. O</p><p>tratamento consiste na retirada total do leite de vaca e seus derivados da dieta,</p><p>o que evita que o organismo da criança continue gerando anticorpos responsá-</p><p>veis pela reação alérgica o que possibilidade a remissão dos sintomas e ausên-</p><p>cia de alergia (ou seja, tolerância ao leite) no futuro.</p><p>Fonte: BVS, Biblioteca Virtual de Saúde. Programa Nacional Telessaúde, Brasil</p><p>Redes. Segunda Opinião Formativa- SOF. Disponível em: https://aps.bvs.br/aps/</p><p>qual-a-diferenca-entre-intolerancia-a-lactose-e-alergia-a-leite/; https://aps.bvs.</p><p>br/aps/quem-tem-alergia-a-proteina-do-leite-de-vaca-pode-tomar-a-mesma-enzi-</p><p>ma-que-o-intolerante-a-lactose/?post_type=aps&l=pt_BR.</p><p>Aleitamento Materno   8</p><p>Se liga! Revisão sistemática da Cochrane acerca da “Duração ideal</p><p>do aleitamento materno exclusivo”, publicada em 2012, teve como objetivo ava-</p><p>liar efeitos na saúde infantil e materna da amamentação exclusiva por 6 meses</p><p>em comparação com amamentação exclusiva por 3-4 meses e amamentação</p><p>mista a partir dos 6 meses. Ao avaliarem 23 estudos que se adequaram aos</p><p>critérios de seleção, os autores concluíram que: bebês amamentados exclusiva-</p><p>mente por 6 meses apresentam menor morbidade por infecção gastrointestinal</p><p>do que aqueles que são amamentados parcialmente a partir dos 3-4 meses;</p><p>além disso, nenhum déficit de crescimento foi encontrado em crianças de pa-</p><p>íses desenvolvimento ou em desenvolvimento que são alimentadas exclusiva-</p><p>mente por 6 meses. Logo, tal estudo corrobora com as recomendações da OMS</p><p>de aleitamento materno exclusivo até os 6 meses, uma vez que as evidências</p><p>disponíveis não mostram riscos para tal recomendação para crianças de países</p><p>desenvolvimento e em desenvolvimento.</p><p>Fonte: KRAMER, MS; KAKUMA, R. Optimal duration of exclusive breastfeeding</p><p>(Review). Cochrane Database of Systematic Reviews, 2012.</p><p>BENEFÍCIOS (PARA O BEBÊ E PARA A MÃE)</p><p>Evita diarreia Evita infecções</p><p>respiratórias</p><p>Melhor nutrição</p><p>Menor custo financeiro</p><p>Efeito positivo</p><p>no desenvolvimento</p><p>cognitivo</p><p>Diminui risco</p><p>de alergias</p><p>Diminui risco de HAS,</p><p>DM, colesterol alto</p><p>Proteção contra</p><p>câncer de mama</p><p>Evita nova gestação Legenda: HAS- Hipertensão Arterial</p><p>Sistêmica; DM- Diabetes Mellitus)</p><p>Aleitamento Materno   9</p><p>3. FISIOLOGIA DA AMAMENTAÇÃO E</p><p>COMPOSIÇÃO DO LEITE MATERNO</p><p>Anatomia da mama</p><p>A mama feminina é composta por glândulas túbulo-alveolares chamadas de lobos</p><p>mamários (cerca 15 a 20 em cada mama), os quais são constituídos por lóbulos (en-</p><p>tre 20-40). Cada lóbulo é composto por alvéolos envolvidos por células mioepiteliais.</p><p>O leite produzido nos alvéolos é conduzido até os seios lactíferos por uma rede de</p><p>ductos. Para cada lobo mamário há um seio lactífero com saída independente no</p><p>mamilo.</p><p>Figura 2: Anatomia da mama</p><p>Fonte: MatoomMi/shutterstock.com</p><p>Lactogênese</p><p>A lactogênese é dividida em 3 fases. Na fase I, já durante a gestação, a mama é</p><p>preparada para a amamentação, sobretudo, pela ação de alguns hormônios como</p><p>o estrogênio responsável pela ramificação dos ductos lactíferos, e pelo progesto-</p><p>gênio que forma os lóbulos e outros que contribuem para o crescimento mamário</p><p>Aleitamento Materno   10</p><p>(lactogênio placentário, prolactina e gonadotrofina coriônica). Na segunda metade</p><p>da gestação, os ácinos e alvéolos ficam distendidos devido ao acúmulo de colostro.</p><p>A fase II da lactogênese ocorre após o nascimento da crianças e expulsão da</p><p>placenta, quando ocorre uma queda acentuada do progestogênio, com consequente</p><p>liberação da prolactina pela hipófise anterior. A hipófise posterior, por sua vez, pro-</p><p>duz ocitocina, a qual contrai as células mioepiteliais que envolvem os alvéolos expul-</p><p>sando o leite contido nos mesmos. Logo após o nascimento, a produção de leite é</p><p>controlada principalmente por hormônios.</p><p>Após o 3º/4º dia após o parto ocorre a “descida do leite”, processo que ocorre</p><p>independente da criança realizar ou não a sucção. Com isso, inicia-se a fase III da</p><p>lactogênese, chamada galactopoiese, a qual depende primordialmente da sucção</p><p>do bebê e do esvaziamento da mama. O leite possui “peptídeos supressores da lac-</p><p>tação” que inibem a produção do leite e ao serem removidos pelo esvaziamento da</p><p>mama há a garantia da reposição do leite removido com o esvaziamento anterior.</p><p>O leite de uma mamada é produzido, em sua maior parte, enquanto a criança ma-</p><p>ma por meio do estímulo da prolactina (esta é inibida pela dopamina, logo, nesse</p><p>período, a dopamina tem sua liberação inibida) e da ocitocina. Esta última é liberada</p><p>através de alguns estímulos: sucção da criança, visão, cheiro e choro da criança, mo-</p><p>tivação, tranquilidade e autoconfiança; ao passo que, estresse, ansiedade, dor, des-</p><p>conforto e medo inibem a ejeção do leite, prejudicando a lactação.</p><p>Figura 3: Produção e ejeção do leite materno.</p><p>Fonte: toyotoyo/shutterstock.com</p><p>Aleitamento Materno   11</p><p>Composição e características do leite</p><p>Com exceção do leite materno de mulheres desnutridas em que tanto qualidade</p><p>e quantidade são inferiores, o leite possui uma composição semelhante para todas</p><p>as mulheres que amamentam no mundo. Além disso, o leite de mães de recém-nas-</p><p>cidos pré-termo tem mais calorias, lipídios, proteínas e lactose. Abaixo é possível</p><p>observar as diferenças do leite materno a termo, pré-termo e leite de vaca. Apesar</p><p>do leite de vaca ter mais proteínas do que o materno, a principal proteína deste é a</p><p>caseína, a qual tem difícil digestão se comparada com a principal proteína do leite</p><p>materno que é a lactoalbumina.</p><p>Nos primeiros 10 dias após o nascimento a secreção láctea é chamada colostro</p><p>que contém mais proteínas, menos gordura e mais IgA secretória do que o “leite</p><p>maduro”. Outra peculiaridade é a existente entre o leite que sai no início da mamada,</p><p>chamado de “leite anterior” e o leite que sai ao final da mamada ou “leite posterior”.</p><p>Este possui mais gordura, mais energia e, portanto, sacia mais a criança. Por esse</p><p>motivo é importante esvaziar toda a mama durante uma mamada, bem como é im-</p><p>portante explicar para as mães que não existe “leite fraco”, mas sim uma diferença</p><p>de concentração de gordura entre o leite que sai inicialmente e o que sai no fim. Com</p><p>isso, no início da mamada devido ao alto teor de água e componentes hidrossolúveis</p><p>o leite possui coloração de “água de coco”, no meio</p><p>da mamada o leite tende a ter</p><p>uma coloração branca opaca devido à caseína, enquanto que no final em virtude da</p><p>concentração de pigmentos lipossolúveis o leite fica mais amarelado.</p><p>Composição do colostro e leite maduro de mães de crianças a termo e</p><p>pré-termo e do leite de vaca</p><p>A termo Pré-termo</p><p>Colostro Maduro Colostro Maduro Leite de vaca</p><p>Calorias (kcal/</p><p>dL)</p><p>48 62 58 70 69</p><p>Lipídios (g/dL) 1,8 3,0 3,0 4,1 3,7</p><p>Proteínas (g/</p><p>dL)</p><p>1,9 1,3 2,1 1,4 3,3</p><p>Lactose (g/dL) 5,1 6,5 5,0 6,0 4,8</p><p>Fonte: Cadernos de atenção básica, 2015</p><p>Como vimos na aula de Dra. Nathalia, o leite não é composto somente pelos</p><p>nutrientes acima. Existem fatores imunológicos específicos e não específicos que</p><p>conferem muitos daqueles benefícios que citamos acima, garantindo proteção ati-</p><p>va e passiva para as crianças amamentadas. A principal imunoglobulina é a IgA</p><p>Aleitamento Materno   12</p><p>secretória que atua contra microorganismos que colonizam superfícies mucosas</p><p>(E.coli, Salmonella, rotavírus, poliovírus etc.), tal IgA tem sua concentração reduzida</p><p>no 1º mês e se mantêm constante em seguida. Na tabela abaixo, resumimos outros</p><p>importantes fatores imunológicos e suas principais funções:</p><p>Propriedades imunológicas do leite materno</p><p>Células (macrófagos,</p><p>neutrófilos, linfócitos</p><p>B e T)</p><p>São efetivas contra E. coli, S. aureus, C. albicans, herpes simples, citomegalovírus,</p><p>vírus da rubéola, da caxumba e do sarampo e vírus respiratório sincicial.</p><p>Macrófagos liberam IgA, produzem complemento, lactoferrina e lisozima, e agem</p><p>junto com os neutrófilos em processos inflamatórios da mama. Linfócitos B e T</p><p>promovem imunidade celular.</p><p>IgM e IgG</p><p>Proteção contra V. cholerae, E. coli, vírus da rubéola, citomegalovírus e vírus respira-</p><p>tório sincicial.</p><p>Fator bífido</p><p>Acidifica as fezes, dificultando a reprodução de enteropatógenos, tais como</p><p>Shigella, Salmonella e E. coli.</p><p>Lactoferrina</p><p>É uma potente proteína bacteriostática. Indisponibiliza ferro necessário para a so-</p><p>brevida de agentes infecciosos, principalmente E. coli e Candida albicans. Inibe o</p><p>crescimento de fungos.</p><p>Lisozima</p><p>Tem ação bactericida e anti-inflamatória; destrói a E. coli e algumas cepas de</p><p>Salmonella. Sua atividade aumenta a partir dos 6 meses.</p><p>Citoquinas e</p><p>quemoquinas</p><p>Ativam o sistema imune da criança.</p><p>Lactoperoxidase É efetiva contra Streptococcus.</p><p>Oligossacarídeos</p><p>Há cerca de 130 oligossacarídios diferentes no leite humano. Ajudam a bloquear a</p><p>aderência de antígenos ao epitélio intestinal, em especial o Pneumococcus.</p><p>Lipase É efetiva contra vários parasitas, como G. lamblia, E. histolytica,T. vaginalis.</p><p>Fonte: Tratado de pediatria, 2010</p><p>Aleitamento Materno   13</p><p>FISIOLOGIA DA AMAMENTAÇÃO E COMPOSIÇÃO DO LEITE MATERNO</p><p>Lactogênese</p><p>Composição</p><p>do leite</p><p>I – Mama preparada</p><p>para amamentação</p><p>I I – Após o nascimento</p><p>da criança e expulsão</p><p>placenta</p><p>III – Galactopoiese</p><p>(descida do leite)</p><p>Ramificação</p><p>ductos lactíferos</p><p>Formação dos lóbulos</p><p>Liberação da prolactina</p><p>Produção ocitocina</p><p>Sucção do bebê e</p><p>esvaziamento da mama</p><p>Primeiros 10 dias</p><p>(colostro)</p><p>Diferenças durante</p><p>a mamada Outros componentes</p><p>↑ Proteína; ↓ Gordura;</p><p>↑ IgA secretória</p><p>Início: “água de coco”</p><p>Meio: Branco – caseína</p><p>Final: Amarelado</p><p>Lipase; IgM e IgG;</p><p>Células imunológicas; etc</p><p>4. TÉCNICA DE AMAMENTAÇÃO</p><p>A sucção do leite pelo bebê é um ato reflexo, mas ainda assim faz-se necessário</p><p>que o bebê aprenda a retirar o leite do peito de forma eficiente, formando um lacre</p><p>perfeito entre a boca do mesmo e a mama, garantindo a formação do vácuo indis-</p><p>pensável para que o mamilo e aréola se mantenham dentro da boca do bebê. A téc-</p><p>nica de amamentação, ou seja, a forma como a mãe e a criança devem se posicionar</p><p>Aleitamento Materno   14</p><p>para amamentar/mamar e a pega/sucção são fundamentais para aquela retirada</p><p>eficiente dos leites anterior e posterior.</p><p>A amamentação deve ser iniciada logo após o parto, pois o quanto antes ocorra a</p><p>sucção há uma redução do risco de hemorragia materna e de icterícia no recém-nas-</p><p>cido. Vale ressaltar que, mesmo que a sucção espontânea do RN não ocorra imedia-</p><p>tamente o contato pele-pele por si só traz benefícios.</p><p>Uma pega inadequada dificulta o esvaziamento da mama, o que tem repercus-</p><p>sões para a nutrição da criança, bem como a redução da produção do leite e até</p><p>mesmo fissuras e dor na mama. Para uma pega adequada é preciso que mãe e bebê</p><p>estejam em posição confortável que não comprometa a capacidade da criança: abo-</p><p>canhar 2 cm de tecido mamário além do mamilo, respirar livremente, retirar o leite</p><p>efetivamente e deglutir; os lábios devem ficar um pouco voltados para fora; mãe</p><p>deve conseguir segurar com firmeza o bebê que está completamente voltado para</p><p>si, podendo segurar também a mama em formato de C com o dedo polegar na parte</p><p>superior e os outros dedos na parte inferior.</p><p>Figura 4: Pega adequada.</p><p>Fonte: Yulia Ogneva/shutterstock.com</p><p>Aleitamento Materno   15</p><p>Figura 5: Posições para amamentar</p><p>Fonte: bearsky23/shutterstock.com</p><p>A OMS destaca 8 pontos-chave para uma técnica adequada de amamentação, sendo</p><p>4 deles referente ao posicionamento e 4 referente a pega, são eles:</p><p>Pontos-chave para uma boa técnica de amamentação</p><p>Posicionamento</p><p>Rosto do bebê de frente para a mama, com nariz em oposição ao mamilo</p><p>Corpo do bebê próximo ao da mãe</p><p>Bebê com cabeça e tronco alinhados (pescoço não torcido)</p><p>Bebê bem apoiado</p><p>Pega</p><p>Aréola um pouco mais visível acima da boca do bebê</p><p>Boca bem aberta</p><p>Lábio inferior virado para fora</p><p>Queixo tocando a mama</p><p>Fonte: Tratado de pediatria, 2010</p><p>Na aula de Dra. Nathalia aprendemos alguns sinais de técnica inadequada: bo-</p><p>chechas encovadas em cada sucção, ruídos de língua, mama esticada ou deformada</p><p>em cada mamada, dor na amamentação, mamilos com estrias vermelhas ou áreas</p><p>esbranquiçadas quando o bebê solta.</p><p>O aleitamento materno deve ocorrer em livre demanda, de modo que um RN costu-</p><p>ma mamar de 8-12 vezes por dia, o que não significa que o leite esteja “fraco” ou insu-</p><p>ficiente. A amamentação sem restrições possui diversos benefícios: reduz a perda de</p><p>Aleitamento Materno   16</p><p>peso inicial do RN, favorece a recuperação mais rápida do peso, promove a “descida</p><p>do leite” mais rápida, aumenta a duração do aleitamento, estabiliza os níveis de glicose</p><p>do RN, diminui a incidência de hiperbilirrubinemia e previne ingurgitamento mamário.</p><p>Além disso, é importante que, independentemente do tempo que durar, a criança esva-</p><p>zie toda a mama, pois como já falamos é o “leite posterior” que contém mais calorias e</p><p>sacia o bebê.</p><p>5. RETORNO AO TRABALHO</p><p>O trabalho materno quando fora do lar pode causar algumas dificuldades quanto</p><p>a manutenção do aleitamento exclusivo, no entanto, o profissional de saúde deve</p><p>orientá-la quanto à possibilidade de manutenção do aleitamento materno. Para isto,</p><p>é preciso não somente o desejo da mãe, como o apoio de familiares e do ambiente</p><p>de trabalho para viabilizar o aleitamento.</p><p>Enquanto estiver em casa a mulher deve amamentar com frequência, porém 15</p><p>dias antes de retornar ao trabalho é importante praticar a ordenha (preferencialmen-</p><p>te manual) e iniciar o estoque de leite. Para realizar a ordenha é necessário seguir os</p><p>seguintes passos do fluxograma a seguir:</p><p>Figura 6: Técnica de ordenha.</p><p>Fonte: ravipat/shutterstock.com</p><p>Aleitamento Materno   17</p><p>Lavar e</p><p>secar mãos e</p><p>antebraço</p><p>TÉCNICA DE ORDENHA DO LEITE MATERNO</p><p>Usar máscara ou evitar</p><p>falar/tossir durante a ordenha</p><p>Dispor de vasilhame de vidro de</p><p>boca larga previamente esterelizado</p><p>Relaxar (pensar no bebê pode</p><p>auxiliar na ejeção do leite)</p><p>Curvar o tórax</p><p>sobre abdome</p><p>Massagear a mama</p><p>com movimentos circulares</p><p>da base à aréola</p><p>Usar mão correspondente à mama,</p><p>em formato de C com polegar acima</p><p>do mamilo e dedo indicador abaixo</p><p>Pressionar e soltar.</p><p>Desprezar os jatos iniciais.</p><p>Aleitamento Materno   18</p><p>Após a ordenha, o leite pode ficar armazenado por 12h na geladeira e por até 15</p><p>dias no congelador, devendo neste caso ser descongelado no fogo</p><p>em banho-maria.</p><p>Como a mamadeira deve ser evitada, é importante explicar a mãe como a mesma deve</p><p>orientar a pessoa que cuidará da criança como oferecer o leite em um copo, xícara ou</p><p>colher: acomodar o bebê no colo na posição sentada ou semi-sentada de modo que a</p><p>cabeça forme um ângulo de quase 90º com o pescoço, encostar a borda do copo no</p><p>lábio inferior e deixar o leite tocar o lábio, o bebê fará movimentos de lambidas e deglu-</p><p>tição. Deve-se alertar para que não se despeje o leite na boca do bebê.</p><p>Também é papel dos profissionais de saúde, quando pertinente, informar a mulher</p><p>sobre as Leis no Brasil que protegem a amamentação:</p><p>• Licença-maternidade: De acordo com a Constituição Federal, artigo 7º, a em-</p><p>pregada gestante tem assegurado licença de 120 dias consecutivos sem preju-</p><p>ízo do emprego e da remuneração, podendo ter início no primeiro dia do 9º mês</p><p>de gestação salvo antecipação por orientação médica. Em 2018, foi submetido</p><p>um Projeto de Emenda à Constituição que busca ampliar esse número para 180</p><p>dias.</p><p>• Garantia de emprego: É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa de tra-</p><p>balhadora durante o período de gestação ou lactação.</p><p>• Pausas para amamentar: Até que a criança complete 6 meses a mulher tem</p><p>direito, durante a jornada de trabalho, de dois descansos de 30 min cada para</p><p>amamentar. Caso a saúde da criança exigir esse tempo pode ser ampliado.</p><p>• Direito à creche: Estabelecimentos com mais de 30 mulheres com mais de 16</p><p>anos devem conter local apropriado para que mulher dê assistência ao seu</p><p>filho durante o período da amamentação, o que pode ser mantido através de</p><p>creches.</p><p>6. CONTRAINDICAÇÕES</p><p>A presença de algumas doenças maternas pode exigir cuidados especiais referen-</p><p>tes à amamentação com o intuito de que esta se mantenha, assim como outras situ-</p><p>ações o aleitamento materno deve ser contraindicado. Em se tratando deste último,</p><p>as contraindicações absolutas são: mães infectadas pelo HIV, HTLV 1 e 2, uso de</p><p>medicamentos incompatíveis com amamentação como radiofármacos e antineoplá-</p><p>sicos (o manual “Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias” deve</p><p>ser consultado antes para orientações e/ou prescrições acerca de susbtâncias) e</p><p>criança com galactosemia (que não pode ingerir qualquer leite com lactose, inclusive</p><p>o humano).</p><p>Aleitamento Materno   19</p><p>Curiosidade! Dia 19 de maio é o Dia Nacional de Doação do Leite</p><p>Humano, o qual foi definido durante o V Congresso Brasileiro de Bancos de Leite</p><p>Humano e o I Fórum de Cooperação Internacional em Bancos de Leite Humano,</p><p>realizados em 2010, em Brasília, com a presença de representantes de 23 países.</p><p>No Brasil, foi instituído este dia através da Lei nº 13.227 de 2015.Tanto a doadora</p><p>de leite quanto a criança que irá receber se beneficiam, pois é possível salvar vidas</p><p>de prematuros extremos e os que precisam amadurecer seu sistema imunológico,</p><p>assim como alivia os sintomas de mama cheia da doadora mantendo a produção</p><p>de leite para o seu bebê. Para mulher portadora de HIV (contraindicação absoluta</p><p>de amamentar) o leite humano pode ser utilizado de Bancos de Leite caso o leite</p><p>seja pausterizado (se não for pausterizado é contraindicado também o uso dessa</p><p>fonte), na ausência dessa possibilidade, recomenda-se o uso de fórmula infantil a</p><p>qual segundo o Ministério da Saúde, deve ser garantida pelo poder público caso a</p><p>família não tenha condições de manter.</p><p>Fonte: Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano: http://www.redeblh.fio-</p><p>cruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=378 ; Agência Nacional de Vigilância</p><p>Sanitária. Banco de leite humano: funcionamento, prevenção e controle de ris-</p><p>cos. Brasília. Anvisa, 2008; TRATADO DE PEDIATRIA, 2010.</p><p>A suspensão temporária da amamentação deve ser recomendada nas seguintes</p><p>situações:</p><p>• Infecção herpética: Quando vesícula situada na mama, a amamentação deve</p><p>ser mantida na mama sadia.</p><p>• Varicela: Caso haja presença de vesículas 5 dias antes ou 2 dias depois do</p><p>parto a mãe deve ficar em isolamento até que as lesões transformem-se em</p><p>crostas. Além disso, até 96h após o nascimento a criança deve receber imuno-</p><p>globulina antivaricela.</p><p>• Doença de Chagas: Na fase aguda ou se sangramento mamilar ativo.</p><p>• Consumo de drogas de abuso: A OMS não contraindica amamentação para</p><p>mulheres em uso de anfetaminas, ecstasy, cocaína, maconha e opioides, mas</p><p>recomenda que as mães que façam uso temporário de tais drogas suspendam</p><p>temporariamente a amamentação após o uso. Alguns autores recomendam pe-</p><p>ríodos de interrupção da amamentação após o uso:</p><p>Aleitamento Materno   20</p><p>Recomendação quanto ao tempo de interrupção do aleitamento materno</p><p>após consumo de drogas de abuso</p><p>Droga</p><p>Período recomendado de interrupção da</p><p>amamentação</p><p>Anfetamina, ecstasy 24 – 36 h</p><p>Barbitúricos 48 h</p><p>Cocaína, crack 24 h</p><p>Heroína, morfina 24 h</p><p>Maconha 24 h</p><p>LSD 48 h</p><p>Fonte: Cadernos de atenção básica, 2015.</p><p>Nesses casos em que a interrupção temporária é recomendada, deve-se orientar</p><p>a gestante a realizar ordenhas regulares para estimular a produção do leite até que</p><p>esta possa amamentar novamente seu filho.</p><p>Saiba mais! A Lei nº 11.265/2006 regulamenta a comercialização</p><p>de fórmulas infantis para lactentes e crianças da primeira infância com o obje-</p><p>tivo de, dentre outros, proteger o incentivo ao aleitamento materno exclusivo,</p><p>inclusive torna obrigatório que as embalagens contenham uma inscrição adver-</p><p>tindo que tal produto só deve ser utilizado por menores de 1 ano após indica-</p><p>ção expressa do médico. Apesar das fórmulas infantis terem sido criadas com</p><p>o intuito de se assemelharem ao leite materno, sua composição não se iguala</p><p>às propriedades fisiológicas do leite humano, bem como diferem em quantida-</p><p>de e qualidade das fontes de carboidratos, proteínas e outros componentes do</p><p>leite humano. Fonte: MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde.</p><p>Aleitamento materno, distribuição de leites e fórmulas infantis em estabeleci-</p><p>mentos de saúde e a legislação. Brasília, 2014; TRATADO DE PEDIATRIA, 2010.</p><p>Aleitamento Materno   21</p><p>Vale ressaltar que algumas condições podem deixar alguns profissionais de saú-</p><p>de em dúvida acarretando às vezes orientações incorretas quanto a parar a amamen-</p><p>tação, mas que não são condições que impedem a continuidade do aleitamento:</p><p>• Tuberculose: Mães não tratadas ou bacilíferas devem amamentar com o uso</p><p>de máscaras e restringir o contato próximo à criança devido à transmissão po-</p><p>tencial por gotículas respiratórias. Logo, o bebê deve tomar isoniazida 10 mg/</p><p>kg/dia durante 3 meses e após esse período realizar teste tuberculínico (PPD).</p><p>Caso o PPD seja positivo, deve-se proceder com investigação de tuberculose</p><p>pulmonar, uma vez que a criança tenha contraído a doença a terapêutica deve</p><p>ser reavaliada. Caso não tenha contraído a doença, a isoniazida deve ser manti-</p><p>da por mais 3 meses. Caso o PPD não seja positivo, pode-se suspender a medi-</p><p>cação e a criança deve ser vacinada com BCG.</p><p>• Hanseníase: Como a primeira dose da rifampicina é suficiente para que a mãe</p><p>não seja mais bacilífera, a amamentação deve ser mantida e o tratamento da</p><p>mãe deve ser iniciado.</p><p>• Hepatites: A vacina e imunoglobulina para o tipo B elimina o risco de transmis-</p><p>são; no caso do tipo C deve-se evitar fissuras na mama para evitar contato da</p><p>criança com sangue materno.</p><p>• Dengue: O leite materno possui um fato antidengue que protege a criança.</p><p>• Cigarro e álcool: Deve-se desestimular o consumo de ambos, mas o uso des-</p><p>tes não contraindica a amamentação. Quanto ao cigarro, os benefícios do leite</p><p>materno superam os riscos do cigarro, mas é importante recomendar que a</p><p>mãe evite fumar no mesmo espaço em que a criança costuma ficar. No caso do</p><p>álcool, doses ≥ 0,3g/kg podem reduzir a produção do leite, bem como o sabor e</p><p>odor do mesmo podem ser modificados por conta do álcool, o que pode acarre-</p><p>tar na recusa pelo lactente.</p><p>Aleitamento Materno   22</p><p>MAPA RESUMO</p><p>A termo</p><p>Colostro Maduro</p><p>Calorias (kcal/dL) 48 62</p><p>Lipídios (g/dL) 1,8 3,0</p><p>Proteínas (g/dL)</p><p>1,9 1,3</p><p>Lactose (g/dL) 5,1 6,5</p><p>Dispor de vasilhame</p><p>de vidro de boca</p><p>larga previamente</p><p>esterelizado</p><p>Usar mão</p><p>correspondente à</p><p>mama, em formato de</p><p>C com polegar acima</p><p>do mamilo e dedo</p><p>indicador abaixo</p><p>Pressionar e</p><p>soltar. Desprezar</p><p>os jatos iniciais.</p><p>• HIV</p><p>• HTLV 1 e 2</p><p>• Galactosemia</p><p>• Uso de</p><p>medicamentos</p><p>não indicados</p><p>durante</p><p>amamentação</p><p>Rosto do</p><p>bebê de frente</p><p>pra mama</p><p>Aréola mais</p><p>visível acima da</p><p>boca do bebê</p><p>Corpo de</p><p>frente para</p><p>a mãe</p><p>Boca bem</p><p>aberta</p><p>Corpo alinhado</p><p>Lábio inferior</p><p>voltado para</p><p>fora</p><p>Bebê bem</p><p>apoiado</p><p>Queixo</p><p>tocando mama</p><p>Evita diarreia Menor custo</p><p>financeiro</p><p>Proteção contra</p><p>câncer de mama</p><p>Evita infecções</p><p>respiratórias</p><p>Diminui risco</p><p>de alergias</p><p>Efeito positivo</p><p>na inteligência</p><p>Melhor nutrição Diminui risco de HAS,</p><p>DM, colesterol alto</p><p>Evita nova</p><p>gestação</p><p>Complementado</p><p>Exclusivo</p><p>Misto/Parcial</p><p>Predominante</p><p>Políticas do serviço de saúde</p><p>Boas práticas e não promover</p><p>substitutos do leite materno</p><p>Competências profissional</p><p>Apoiar as mães que</p><p>amamentam</p><p>Cuidados pré-natais</p><p>Debater a importância do</p><p>aleitamento materno</p><p>Cuidados no nascimento</p><p>Incentivar contato pele-pele</p><p>logo após o nascimento</p><p>Apoiar mães na amamentação</p><p>Verificar a técnica e dar suporte</p><p>Suplementos – Priorizar leite</p><p>humano de bancos de leite caso</p><p>seja necessário suplementar</p><p>Alojamento conjunto –</p><p>Assegurar que mãe e bebê</p><p>ficarão juntos mesmo se o</p><p>mesmo estiver doente</p><p>Alimentação adequada</p><p>Incentivar demanda livre</p><p>Mamadeiras e chupetas</p><p>Falar sobre usos e riscos</p><p>Alta Hospitalar</p><p>Orientar sobre apoio ao</p><p>aleitamento na comunidade</p><p>Classificação Benefícios</p><p>O leite10 passos para</p><p>o sucesso do</p><p>aleitamento materno</p><p>OrdenhaTécnica adequada</p><p>Contraindicações</p><p>Pré-termo tem</p><p>mais calorias</p><p>Posterior</p><p>tem mais</p><p>caloria</p><p>Fatores</p><p>imunológicos</p><p>Lactogênese</p><p>Esvaziar</p><p>a mama</p><p>Fase I: Estro-</p><p>gênio e pro-</p><p>gestogênio</p><p>Fase II:</p><p>Após o</p><p>nascimento</p><p>Fase III:</p><p>Galac-</p><p>topoiese</p><p>Hipófise</p><p>anterior:</p><p>prolactina</p><p>Hipófise</p><p>posterior:</p><p>ocitocina</p><p>Sucção</p><p>do bebê</p><p>Aleitamento Materno   23</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção</p><p>Básica. Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação comple mentar. 2. ed.</p><p>Brasí lia: Ministério da Saúde, 2015. (Cadernos de Atenção Básica; n. 23).</p><p>Sociedade Brasileira de Pediatria. Tratado de pediatria. 2. ed. Barueri: Manole, 2010.</p><p>Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Dez passos para o sucesso do</p><p>aleitamento materno. [acesso em 25 maio 2021]. Disponível em: https://www.unicef.</p><p>pt/media/2300/iab_10-medidas_sucesso-aleitamento-materno-2018-09.pdf.</p><p>Senado Federal (BR). Proposta de Emenda à Constituição, n. 1 de 2018. [acesso</p><p>em 25 maio 2021]. Disponível em: https://www25.senado.leg.br/web/atividade/</p><p>materias/-/materia/132207.</p><p>sanarflix.com.br</p><p>Copyright © SanarFlix. Todos os direitos reservados.</p><p>Sanar</p><p>Rua Alceu Amoroso Lima, 172, 3º andar, Salvador-BA, 41820-770</p>

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