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<p>UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL</p><p>CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM LETRAS – LÍNGUA PORTUGUESA POLO: CAPITÃO POÇO</p><p>DISCIPLINA: LITERATURA BRASILEIRA II PROFESSORA FORMADORA: PROFA. ÉLEN M. M. LISBÔA</p><p>TUTOR A DISTÂNCIA: PROF. ALMIR RODRIGUES TUTOR PRESENCIAL: PROFA. ANTONIA EDLEUZA ALVES</p><p>EQUIPE:</p><p>ANTONIA NILCIRLENE DA SILVA COSTA</p><p>ELANE PONTES GALVÃO SANTOS</p><p>JOSÉ LUIZ PADILHA COSTA</p><p>VAGNER MONTEIRO DA SILVA LIMA</p><p>AVALIAÇÃO 1 – A DISTÂNCIA</p><p>Para nosso momento avaliativo vamos abordar princípios naturalistas, para isso você deve escolher 02 tipos de determinismos para analisar e traçar suas considerações. Você pode acrescentar exemplos de trechos de obras nessa linha naturalista. (Atenção: seu texto deve ter no máximo 2 laudas).</p><p>Determinismo é um conceito filosófico que diz serem todos os fatos baseados em causas, ou seja, todo o acontecimento é regido pela determinação, seja de caráter natural ou sobrenatural.</p><p>O termo determinismo surgiu do verbo "determinar", que vem do latim determinar é que, literalmente, significa "não-terminar" ou "não-limitar". O determinismo é uma corrente de pensamento que defende a ideia de que as decisões e escolhas humanas não acontecem de acordo com um livre-arbítrio, mas sim por relações de casualidade.</p><p>Tudo no universo, segundo o determinismo, está limitado a leis imutáveis. Todos os fatos e ações humanas são predeterminadas pela natureza, sendo a "liberdade de escolha" uma mera ilusão da vida.</p><p>DETERMINISMO DO MEIO OU SOCIAL</p><p>O determinismo social é uma teoria que afirma que as características e comportamentos dos indivíduos são determinados principalmente pelo ambiente social em que vivem, e não por fatores inatos ou biológicos.</p><p>Segundo essa teoria, as condições sociais, econômicas e culturais em que uma pessoa cresce e se desenvolve influenciam fortemente a sua personalidade, habilidades, atitudes e comportamentos.</p><p>O determinismo social é muitas vezes associado à ideia de que as pessoas são moldadas pelo seu ambiente, e que as desigualdades sociais são causadas por fatores externos, como a classe social, raça, gênero, orientação sexual, etc.</p><p>Por exemplo, o determinismo social pode argumentar que uma pessoa nascida em uma família rica tem mais chances de se tornar bem-sucedida na vida do que uma pessoa nascida em uma família pobre, devido às oportunidades e recursos disponíveis.</p><p>Para entender melhor o determinismo, é possível utilizar o livro 'O Cortiço' de Aluísio de Azevedo como exemplo. O livro é um romance publicado em 1890 e trata-se de um dos principais representantes do Naturalismo no Brasil.</p><p>'O Cortiço' retrata a vida em uma habitação coletiva no Rio de Janeiro, expondo as condições de vida dos moradores e como o ambiente influencia suas ações e destino. Este romance é um exemplo clássico de determinismo na literatura, pois ilustra como o meio pode determinar o comportamento e o destino dos personagens.</p><p>O Naturalismo, movimento literário ao qual "O Cortiço" pertence, enfatiza o determinismo ambiental e social, sugerindo que o comportamento humano é influenciado por fatores externos, como o meio ambiente, a hereditariedade e as condições socioeconômicas. Azevedo usa a história de diversos personagens para mostrar como a vida no cortiço molda suas personalidades, decisões e destinos.</p><p>Um exemplo notável no livro é a transformação de Jerônimo, um imigrante português que inicialmente é trabalhador e de bons costumes, mas que, sob a influência do ambiente degradado do cortiço e da relação com Rita Baiana, uma das moradoras, acaba abandonando sua esposa e filha, adotando um estilo de vida dissoluto. Este personagem exemplifica a ideia de que o ambiente pode corromper a moral e alterar o comportamento de uma pessoa, um conceito central do determinismo.</p><p>DETERMINISMO BIOLÓGICO</p><p>O determinismo biológico, associado ao que conhecemos como darwinismo social, foi criado para justificar porque algumas etnias deveriam ser consideradas superiores às outras. O determinismo biológico foi usado como justificativa para várias situações tenebrosas da história da humanidade, como por exemplo, o nazismo, onde Adolf Hitler pregava a superioridade da "raça ariana" sobre as demais. O determinismo biológico é baseado em uma série de estereótipos, como por exemplo: todo asiático tem inteligência acima da média, negros são melhores em esportes e europeus são culturalmente mais elevados.</p><p>Esses estereótipos foram utilizados como forma de dominação social utilizando o falso pretexto de argumentação científica. Um caso famoso de tentativa de validar o determinismo biológico é o do médico e anatomista alemão Franz Joseph Gall, que no século XIX criou a frenologia, uma pseudociência que utilizava caracteres físicos craniais para determinar o caráter, personalidade e potencial para criminalidade. Baseando-se em medidas craniais, Franz alegava ser capaz de determinar se uma pessoa tinha potencial para cometer um crime ou não. Essa teoria foi utilizada para justificar muitas barbáries e sedimentar a “superioridade” que a etnia branca exercia sobre as demais.</p><p>A ciência é baseada em um método cuidadoso e utilizar falsos argumentos para tentar combatê-la ou sedimentar preconceitos é antiético e imoral. Somos todos humanos, membros da mesma espécie que possui uma grande diversidade cultural e física, o que nos torna só mais interessantes.</p><p>O determinismo biológico pode ser definido como a noção de que características biológicas dos seres humanos determinam o seu sucesso ou fracasso. Esta ideia tem-se manifestado na ciência sob diversas formas ao longo da história, sempre em diálogo com os avanços científicos de determinada época. Contudo, seja qual for a forma que assume, o determinismo biológico está sempre eivado de reducionismos e incoerências. Neste trabalho, três versões do determinismo (biológico, genético e epigenético) são apresentadas e discutidas. A conclusão é que a biologia humana não é um destino, mas a base sobre a qual construímos o desenvolvimento social humano.</p><p>Referências:</p><p>MACEDO, C. C. Q. (2016). A influência da frenologia no Instituto Histórico de Paris: raça e história durante a Monarquia de Julho (1830-1848). Humanidades em diálogo, 7, 127-145.</p><p>image1.jpeg</p>