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<p>KÊMILY MAGALHÃES DE ABREU</p><p>Análise das Diferenças Entre o Dever do Garantidor e o Crime de Abandono de Incapaz</p><p>Artigos 13, §2 e 133 do Código Penal Brasileiro</p><p>FRANCA</p><p>2024</p><p>Sumario</p><p>· Capítulo 1: Dever do Garantidor</p><p>· Conceito</p><p>· Exemplos</p><p>· Capítulo 2: Crime de Abandono de Incapaz</p><p>· Conceito</p><p>· Elementos do crime e exemplos</p><p>· Capítulo 3: Diferenças entre o Dever do Garantidor e o Crime de Abandono de Incapaz</p><p>· Comparação dos conceitos, natureza jurídica, forma de conduta, vítima e resultado.</p><p>· Referências: Listagem das obras e artigos consultados.</p><p>Capítulo 1: Dever do Garantidor</p><p>1.1 CONCEITO</p><p>O artigo 13 § 2º do Código Penal Brasileiro trata sobre a relevância da omissão. Nele está disposto:</p><p>· Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)</p><p>§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)</p><p>1. a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)</p><p>2. b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)</p><p>3. c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)</p><p>· Crimes Omissivos são aqueles em que a pessoa deixa de agir, não realizando uma ação exigida pela lei. Com essa a ação o indivíduo poderia evitar o resultado.</p><p>1.2 ExemplosCaso Joanna é como ficou conhecida no Brasil a morte da criança Joanna Cardoso Marcenal Marins, de cinco anos, ocorrida a 13 de agosto de 2010, após supostos maus-tratos e o atendimento criminoso por um falso médico em um hospital do Rio de Janeiro. Joanna morreu após 26 dias em coma.</p><p>· A menina estava sobre a guarda provisória de seu pai e madrasta devido a uma decisão de um juiz, durante o período em que ela estava com seu pai ela apresentou sinais de maus-tratos e negligência e em péssimo estado de saúde. A menina foi levada ao hospital com quadro de convulsões, hematomas e queimaduras pelo pai onde foi atendida por um residente que foi apresentado como médico. Dr. Alex medicou com remédios anticonvulsivos e deu alta com Joanna ainda em desacordada, depois da alta indevida a menina é levada a outro hospital e se encontrava em coma logo após Joanna vai a óbito. O pai e a Madrasta foram acusados de tortura e omissão de socorro. Já o Medico foi julgado por falsidade ideológica e por omissão de informações no prontuário medico e por negligência.</p><p>Esse caso se encaixa nos três dispositivos:</p><p>1-a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância</p><p>O pai e Madrasta tinham a obrigação legal de cuidado proteção e vigilância sobre a criança. A negligencia e os maus-tratos se enquadra perfeitamente. O medico também tinha essa obrigação mas, falhou negligenciando e não tomando as medida cabíveis contra os maus-tratos</p><p>2- b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado</p><p>O medico poderia ter impedido o resultado quando atendeu a menina, se tivesse tomado as medidas necessárias quanto a estado de saúde não teria se agravado e ocasionado a morte.</p><p>3-c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.</p><p>Pai e madrasta ao praticar atos de maus-tratos e negligência, o pai e a madrasta criaram um ambiente de risco para a vida e saúde de Joanna, o que culminou em sua morte. Eles, portanto, são responsáveis não apenas por omissão, mas por terem criado as condições que levaram ao resultado. O médico ao omitir o diagnóstico correto e não comunicar sinais evidentes de maus-tratos, ele pode ter contribuído para agravar a situação, mantendo a criança em risco ao invés de intervir adequadamente.</p><p>Capítulo 2: Crime de Abandono de Incapaz</p><p>2.1 CONCEITO Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono:</p><p>Pena - detenção, de seis meses a três anos.</p><p>§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:</p><p>Pena - reclusão, de um a cinco anos.</p><p>§ 2º - Se resulta a morte:</p><p>Pena - reclusão, de quatro a doze anos.</p><p>Aumento de pena</p><p>§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço:</p><p>I - se o abandono ocorre em lugar ermo;</p><p>II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima.</p><p>III - se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)</p><p>Exposição ou abandono de recém-nascido</p><p>São enquadram como incapazes:</p><p>· Menores de 16 Anos</p><p>· Menores Entre 16 e 18 Anos</p><p>· Pessoas com Deficiência Mental</p><p>· Pessoas com Deficiência Física Permanente (em certos casos)</p><p>· Pessoas Declaradas Inabilitadas por Decisão Judicial</p><p>2.2 EXEMPLOSBebê é abandonado em pátio de hotel na Barra da Tijuca</p><p>Um bebê foi abandonado no pátio de um hotel na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, na noite desta terça-feira (13). O recém-nascido foi encontrado por funcionários do local, que acionaram a Polícia Militar.</p><p>Policiais do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) resgataram a criança e a encaminharam para a Maternidade Leila Diniz, também na Barra da Tijuca. Lá, ele recebeu os primeiros atendimentos e permaneceu na unidade sob cuidados médicos. Ainda não há informações sobre o seu estado de saúde.</p><p>A Polícia Civil investiga o caso como abandono de incapaz. De acordo com a corporação, as imagens de câmeras segurança serão analisadas e diligências estão sendo realizadas para localizar os responsáveis.</p><p>Por Elza Gimenez, TV Globo</p><p>14/12/2022</p><p>· O Indivíduo que abandonou a criança não foi encontrado, mas certamente que se encontrasse seria julgado por abandono de incapaz por ser um recém-nascido.</p><p>Capítulo 3: Diferenças entre o Dever do Garantidor e o Crime de Abandono de Incapaz</p><p>3.1 Natureza Jurídica</p><p>· Dever do Garantidor: O dever do garantidor pode envolver qualquer individuo que esteja em risco, agindo para mudar o resultado com seu dever jurídico de agir.</p><p>· Abandono de Incapaz: O abandono de incapaz ocorre quando alguém abandona uma pessoa que se encontra em situação de INCAPACIDADE, as quais foram citadas nas paginas acima, ou seja, é um crime especifico enquanto o outro é mais aberto interpretação.</p><p>3.2 Forma de Conduta</p><p>· Dever do Garantidor: está relacionado ao ato de omitir, o dever jurídico de agir deve ser praticado por todos. Tendo assim o poder de intervir no resultado.</p><p>· Abandono de Incapaz: A conduta no crime de abandono de incapaz envolve tanto abandono quando omissão, que coloque o incapaz em uma situação vulnerável de perigo.</p><p>3.3 Resultado</p><p>· Dever do Garantidor: O resultado só é penalmente relevante quando o crime se concretiza, pois o garantidor teria poder e obrigação de intervir no resultado.</p><p>· Abandono de Incapaz: O resultado é imediato a partir do momento que coloca em risco a vida ou a saúde da vítima, a partir do momento que abandona ou omite coloca em risco o incapaz já é considerável penalmente.</p><p>Referências</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/busca?q=art.+13%2C+%C2%A7+2+do+c%C3%B3digo+penal</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/Caso_Joanna_Marcenal</p><p>https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2022/12/14/bebe-e-abandonado-em-patio-de-hotel-na-barra-da-tijuca.ghtml</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623587/artigo-133-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940</p><p>image1.png</p>

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