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<p>Filosofia Política</p><p>ARISTÓTELES</p><p>Aristóteles</p><p>As razões de</p><p>As razões de</p><p>Aristóteles</p><p>As faculdades e a finalidade da natureza humana</p><p>Faculdades comuns a todos os seres vivos: crescimento, reprodução e alimentação.</p><p>A vida é uma atividade e o responsável por essa atividade é uma determinada estrutura (psyche), mais tarde traduzida por “alma”.</p><p>Os animais, à diferença das plantas, locomovem-se e movimentam-se porque, têm sensação, percebem os objetos à sua volta e desejam ou têm aversão por eles.</p><p>As faculdades e a finalidade da natureza humana</p><p>Os homens possuem uma faculdade a mais: o logos ou razão.</p><p>Funções do logos:</p><p>descobrir os primeiros princípios das ciências,</p><p>deduzir conclusões a partir</p><p>deles,</p><p>deliberar sobre matérias de</p><p>ordem prática e decidir.</p><p>As faculdades e a finalidade da natureza humana</p><p>A razão oferece ao desejo uma idéia do bem para que este o siga e, a partir de materiais colhidos da experiência de cada um, mostra as formas de atingir o bem (deliberação, bouleusis).</p><p>Estrutura desse processo: dado o bem, que o intelecto apreende como princípio, e dada a experiência individual que faz conhecer quais seriam os meios para implementá-lo, deduz- se as providências ao alcance do agente.</p><p>A Prudência</p><p>A virtude da razão no seu uso prático recebe o nome de phronesis (prudentia), “sabedoria prática”, a conexão entre saber o que é o melhor a ser feito e saber como fazê-lo, em cada caso.</p><p>A Prudência e a finalidade da natureza humana</p><p>A razão é a faculdade propriamente humana e seu exercício deverá coincidir com a realização do telos da essência humana. Ser um ser humano é exercitar a razão na sua face teórica e na sua face prática.</p><p>O telos da vida humana consiste não somente em exercer a razão, mas em exercê-la bem.</p><p>Prudência – Finalidade - Eudaimonia</p><p>Esse exercício pleno das faculdades propriamente humanas coincidem com a plena realização de sua essência.</p><p>A plena realização de sua essência é a atividade propriamente humana (a eudaimonia ou “bem-estar”)</p><p>As bases da ética</p><p>A ciência prática suprema é a ciência da vida política, pois todas as demais lhe são subordinadas, uma vez que não existe indivíduo fora da vida social.</p><p>A ciência da vida política divide-se em ética e política.</p><p>As bases da ética</p><p>A ética de Aristóteles é, assim, uma ética política.</p><p>A Política é uma reflexão sobre a ética (boa parte de suas investigações na Política dizem respeito a como produzir boas instituições para produzir bons cidadãos).</p><p>As bases da ética</p><p>A finalidade última da vida humana é a eudaimonia. Toda ação que um agente pratica pretende propiciar-lhe a eudaimonia, ainda que ele procure buscar para si o prazer ou outro bem aparente qualquer.</p><p>As bases da ética</p><p>NÃO é a felicidade, palavra que designa um sentimento subjetivo de prazer permanente, profundo e sereno.</p><p>A eudaimonia é uma atividade acompanhada de prazer, mas que não se confunde com ele.</p><p>Características da eudaimonia:</p><p>É um bem final.</p><p>É auto-suficiente: uma vez atingido, qualquer coisa a mais que lhe for acrescentada será redundante. (Uma vez obtida a saúde, não se pode obter ainda mais saúde. Uma vez obtida a riqueza suficiente para o conforto, mais riqueza será redundante.)</p><p>Ela consiste numa atividade, num exercício, não na mera posse de uma potencialidade. (Areté = Excelência)</p><p>Definição de eudaimonia:</p><p>É uma atividade de conformidade com a virtude (excelência).</p><p>Classificação das virtudes:</p><p>Virtudes exclusivamente da faculdade racional, em sua função teórica ou prática.</p><p>Virtudes da faculdade apetitiva, aquela de onde surge o desejo.</p><p>Definição de virtude</p><p>A virtude é uma disposição que nos impele a escolher o ponto médio relativo a nós, determinado por uma regra tal como um homem dotado de sabedoria prática escolheria.</p><p>Os tipos de conhecimento</p><p>Classificação do conhecimento</p><p>Conhecimento teórico: conhecimento buscado por si mesmo para satisfazer uma necessidade intelectual humana muito peculiar, a curiosidade;</p><p>Conhecimento prático: buscado como uma regra de conduta e cujo objeto são as ações moralmente consideradas;</p><p>Conhecimento produtivo (poiético): buscado como uma regra para produzir algo de útil ou belo (das técnicas em geral, como as artes, a medicina, etc.).</p><p>Saber Teórico X Saber Prático</p><p>"Nossa discussão será adequada se tiver a clareza compatível com o assunto, pois não se pode aspirar à mesma precisão em todas as discussões, da mesma forma que não se pode atingi-la em todas as profissões. As ações boas e justas que a ciência política investiga parecem muito variadas e vagas, a ponto de se poder considerar a sua existência apenas convencional, e não natural. Os bens parecem igualmente vagos, pois para muitas pessoas eles podem até ser prejudiciais; com efeito, algumas pessoas no passado foram levadas à perdição por sua riqueza, e outras por sua coragem. Falando de tais assuntos e partindo de tais premissas, devemos nos contentar, então, com a apresentação da verdadeira forma rudimentar e sumária; quando falamos de coisas que são verdadeiras apenas em linhas gerais, partindo de premissas do mesmo gênero, não devemos aspirar a conclusões mais precisas. Cada tipo de afirmação, portanto, deve ser aceito dentro dos mesmos pressupostos; os homens instruídos se caracterizam por buscar a precisão em cada classe de coisas somente até onde a natureza do assunto permite, da mesma forma que é insensato aceitar raciocínios apenas prováveis de um matemático e exigir de um orador demonstrações rigorosas." (E.N., Livro I, p. 18, 1094b/10945a).</p><p>“A exatidão da matemática não se deve exigir em todos os casos” (Metafísica, 995a, 14-16).</p><p>As Razões de Aristóteles</p><p>Para Aristóteles há mais de uma racionalidade no campo do conhecimento.</p><p>- Apodítica (conhecimento demonstrativo</p><p>- Dialética (diálogo)</p><p>As Razões de Aristóteles</p><p>PRESSUPOSTOS ARISTÓTELES</p><p>1)- Metodológicos</p><p>Conceito de Razão Princípios Gerais</p><p>Dualismo da Razão:</p><p>- Razão Dialética (Prudencial) Phronesis</p><p>- Razão Apodítica</p><p>2)-Ideológico</p><p>Conceito de</p><p>Natureza - Physis: Ordem Cômica</p><p>Finalidade inscrita na Polis – Bem</p><p>Comum) Eudaimonia</p><p>Hierarquia Natural Helenos X Bárbaros</p><p>Concepção de</p><p>Homem Precedência da Polis sobre o Indivíduo</p><p>Antropologia otimista (O Homem é bom).</p><p>Sociabilidade natural (Zoon Politikon)</p><p>I - Apodítica</p><p>Segundos Analíticos</p><p>“Pensamos ter ciência de qualquer coisa em sentido próprio – vale dizer, não de modo sofistico, isto é, por acidente – no caso de pensarmos conhecer a causa pela qual a coisa é (aquilo que é), que ela é causa daquela coisa e que não é possível que seja diversamente” (I 2, 71b 9-12)</p><p>I - Apodítica</p><p>Segundos Analíticos</p><p>O conhecimento da causa (4 tipos)</p><p>Necessidade de suas conclusões</p><p>Ciência implica não somente saber o quê, mas também o porquê (A ciência aristotélica não é hipotética ou probabilística, como a ciência moderna)</p><p>I - Apodítica</p><p>O conhecimento necessário e causal é assegurado pela Silogismo Cientifico (“conjunto e discursos”)</p><p>Primeiros Analíticos – Silogismo em geral</p><p>Segundos Analíticos – Silogismo particular (científico)</p><p>I - Apodítica</p><p>Silogismo = um discurso (argumentação) na qual postas algumas premissas, alguma coisa de diverso delas (conclusão), resulta necessariamente.</p><p>Silogismo cientifico – Ocorre quando as premissas são “verdadeiras, primeiras, imediatas, mais conhecidas, anteriores e causas da conclusão”;</p><p>II - A Dialética</p><p>Tópicos e Refutações Sofísticas</p><p>“Nosso tratado se propõe encontrar um método (méthodos) de investigação graças ao qual possamos raciocinar, partindo de opiniões geralmente aceitas (éndoxa), sobre qualquer problema que nos seja proposto, e sejamos também capazes, quando replicamos a algum argumento, de evitar dizer alguma coisa que nos causa embaraços” (Tópicos I, 1, 100 a 18-21)</p><p>II - A Dialética</p><p>Dialética – geral e dialógica</p><p>Ex: “animal terrestre bípede é definição de</p><p>homem ou não?”</p><p>Processo</p><p>Perguntar</p><p>Argumentar</p><p>Contradição</p><p>(élenkhos = Refutação)</p><p>Regras</p><p>premissas que são conhecidas (“endoxa”)</p><p>opiniões autorizadas</p><p>Público ouvinte</p><p>Análise da contradição (evidência da</p><p>falsidade)</p><p>Apodítica X Dialética</p><p>“O raciocínio é uma "demonstração" quando as premissas das quais parte são verdadeiras e primeiras, ou quando o conhecimento que delas temos provém originariamente de premissas primeiras e verdadeiras: e, por outro lado, o raciocínio é "dialético" quando parte de opiniões geralmente aceitas (éndoxa). São "verdadeiras" e "primeiras" aquelas coisas nas quais acreditamos (pistin) em virtude de nenhuma outra coisa que não seja elas próprias; pois, no tocante aos primeiros princípios da ciência, é descabido buscar mais além o porquê e as razões dos mesmos; cada um dos primeiros princípios deve impor a convicção da sua verdade em si mesmo e por si mesmo. São, por outro lado, opiniões "geralmente aceitas" (éndoxa) aquelas que todo mundo admite (ta dokoúnta), ou a maioria das pessoas, ou os filósofos - em outras palavras: todos, ou a maioria, ou os mais notáveis e eminentes (éndoxoi) (Tópicos 100 a 27-b 23).</p><p>II - A Dialética</p><p>Filosofia</p><p>Primeiros Princípios (silogismo Apodítico)</p><p>Endoxa Autênticos (silogismo Dialético)</p><p>Sofística</p><p>Endoxa Aparentes (silogismo Erístico)</p><p>II - A Dialética</p><p>Utilidade da Dialética para a ciência:</p><p>Permite desenvolver as aporias em ambas as direções, facilitando a distinção do verdadeiro do falso</p><p>Ela possui o caminho para os princípios de todas as exposições científicas.</p><p>A dialética é o principio que se conclui com o Nous. Ela nada conhece, mas permite conhecer.</p><p>Proceder dialeticamente equivale a proceder no vazio.</p><p>II - A Dialética</p><p>Análise semântica como instrumento da Dialética.</p><p>Importância da análise dos diversos usos das palavras. As espécies e gêneros.</p><p>II - A Dialética e Filosofia Prática</p><p>A Ação caracteriza a filosofia prática seja como objetivo, sejam como objeto.</p><p>Estas são as tarefas da Ética e da Política de Aristóteles.</p><p>A ciência política visa conhecer o bem e também realizá-lo (ela é prescritiva)</p><p>Desenvolver a Sabedoria Prática (Phronesis)</p><p>Fim</p><p>image3.png</p><p>image4.png</p><p>image5.jpg</p><p>image6.jpg</p><p>image1.png</p><p>image2.png</p><p>image7.jpg</p><p>image8.jpg</p>