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<p>Içami Tiba</p><p>Não existe alguém</p><p>que nunca teve um professor na vida.</p><p>Assim como não há ninguém que nunca tenha tido um aluno.</p><p>Se existem analfabetos, provavelmente não é por vontade dos professores.</p><p>Se existem letrados, é porque um dia tiveram seus professores.</p><p>Se existe Prêmio Nobel,</p><p>é porque alunos superaram seus professores.</p><p>Se existem grandes sábios, é porque transcenderam suas funções de professores.</p><p>Quanto mais se aprende, mais se quer ensinar.</p><p>Quanto mais se ensina, mais se quer aprender.</p><p>“O diretor de uma unidade escolar é, antes de mais nada, um educador de educadores. O que isso significa? Que o diretor tem de ser uma pessoa saudável, competente e experiente no lidar com seres humanos sofridos. A escolha do diretor através de eleição compromete a liberdade de ação da pessoa que vai ocupar o cargo: ‘Vota em mim, que eu não pego no teu pé’. O maior erro inicial é, pois, decorrente do próprio sistema de escolha. Alega-se que, para ser democrático, tem de ser por votação. Porém, nem tudo na vida pode ser escolhido dessa maneira. Eu não embarco num avião se souber que o comandante foi escolhido pelos tripulantes. O educador de educadores tem de estar na plenitude da competência e da autoridade — sem ser autoritário — para poder educar.”</p><p>Rubens Portugal é pesquisador e doutor em Planejamento e Aplicações Militares e, durante sete anos e meio, esteve ligado a um programa de capacitação de professores no Paraná.</p><p>O mestre, o professor e o instrutor</p><p>As palavras mestre, professor e instrutor geralmente são associadas a pessoas que transmitem conhecimentos e educam, mas trazem consigo diferentes significados. Cesar Augusto Dionísio, professor, economista e colunista da revista Profissão Mestre, busca compreender as diferenças entre essas três figuras, além de incentivar os professores a serem verdadeiros mestres para seus alunos. Parabéns aos docentes que se esforçam para se tornar grandes mestres.</p><p>O Mestre pede aos alunos para ouvirem o barulho da chuva que cai lá fora.</p><p>O Professor reclama da chuva que cai lá fora.</p><p>O Instrutor não vai trabalhar porque está chovendo.</p><p>O Mestre olha para uma conclusão lógica e diz: “Aqui começa o conhecimento”, e isto o incomoda.</p><p>O Professor olha para uma conclusão lógica e diz: “Aqui termina o conhecimento”, e isto o pacifica.</p><p>O Instrutor só consegue trabalhar com conclusões lógicas, e isto paga o seu salário.</p><p>O Mestre crê que a poesia pode ser ressuscitada no momento em que for asfixiada.</p><p>O Professor crê que a poesia pode realmente ter morrido.</p><p>O Instrutor só quer saber onde será o enterro, depois de ter rezado para a poesia ter logo se suicidado.</p><p>O Mestre ouve, pensa e fala.</p><p>O Professor ouve, fala e pensa.</p><p>O Instrutor fala, fala e só fala.</p><p>O Mestre cuida da educação e seus interesses.</p><p>O Professor cuida do aluno e seus interesses.</p><p>O Instrutor cuida dele próprio e seus interesses.</p><p>O Mestre se orienta a partir dos que precisam dele e não entenderam o assunto.</p><p>O Professor se orienta a partir dos que não precisam dele e entenderam o assunto.</p><p>O Instrutor se desorienta na frente dos que não precisam dele, sem saber se entenderam ou não o assunto.</p><p>O Mestre demonstra ao aprendiz o valor do erro.</p><p>O Professor revela ao aprendiz o valor do acerto.</p><p>O Instrutor só se preocupa em acertar.</p><p>O Mestre avalia seus alunos para que eles possam se conhecer melhor.</p><p>O Professor avalia seus alunos para que possa conhecê-los melhor.</p><p>O Instrutor avalia seus alunos para ter uma forma de puni-los.</p><p>O Mestre sonha que a educação seja possível e acredita.</p><p>O Professor acredita que a educação seja um sonho.</p><p>O Instrutor sonha apenas com o fim da aula.</p><p>Quem pendura a moldura vazia de um quadro em uma parede e se põe diante dela em profunda reverência como se uma obra de arte estivesse lá para ser vista? Loucura, não é?</p><p>Pois é isso que fazemos quando identificamos a nós mesmos, e as outras pessoas, como um corpo, como um título acadêmico ou um cargo profissional. Quanto sofrimento por causa desta ilusão!</p><p>O corpo e outras aparências são apenas um tipo de moldura da nossa essência. Uma moldura tem algum valor na medida em que destaca a obra, mas, em si, não representa nada.</p><p>Nunca houve um tempo, como agora, em que os dotes físicos, a fama, o status e o poder aquisitivo fossem tão valorizados! A libertação dessa ditadura da aparência passa por des-cobrir a obra-prima única que somos, a manisfetação individualizada da Consciência Divina.</p><p>Lembra do Pequeno Príncipe? "O essencial é invisível aos olhos."</p><p>No processo de comunicação, quer na área organizacional, educacional ou familiar, a postura de TER RAZÃO é um dos fatores  de maior destrutividade dos relacionamentos. Constitui-se numa das maiores catástrofes na existência humana.</p><p>Quando percebemos que duas pessoas estão lenta e determinadamente destruindo a sua relação; que todo afeto, carinho e reconhecimento começaram a se quebrar, podemos dar por certo que o TER RAZÃO está minando a comunicação entre essas pessoas.</p><p>Vale aqui lembrar que a matemática é quem melhor nos explica o significado da palavra RAZÃO = DIVISÃO.</p><p>Razão é fração, percepção... que é o mesmo que PONTO DE VISTA, que é a vista de um ponto. Razão então é o que é verdadeiro para uma certa pessoa, como também podem existir outros pontos de vista diferentes, mas igualmente verdadeiros para outras pessoas.</p><p>Conclusão: razão não é "a verdade", mas, sim, a sua verdade (que, aliás, pode ser mudada).</p><p>Uma reflexão para o NOVO ANO que vem chegando:</p><p>Certo dia um professor aplicava uma prova na faculdade. Faltavam poucos minutos para terminar o horário estabelecido para finalizá-la quando um rapaz levantou o braço e perguntou:</p><p>– Professor! Pode me dar uma folha em branco, por favor?</p><p>O Professor então levou a folha até ele e perguntou-lhe porque queria mais uma folha em branco. E o aluno respondeu:</p><p>– Enquanto respondia as questões, rabisquei tudo, fiz uma confusão danada em algumas respostas, mas quero “passá-la a limpo” antes de entregá-la.</p><p>Moral da história: Todos os dias quando acordamos, recebemos da vida uma nova folha em branco. Talvez tenhamos preenchido algumas com rabiscos, confusões, tentativas frustradas, ou até deixado algumas delas em branco, quem sabe? Pode até ser que tenhamos decidido amassar algumas folhas e jogá-las na lixeira, optando pela ociosidade, gastando nosso tempo inutilmente.</p><p>Não importa a idade, condição financeira, religião, condição física… Este é o momento de tomar essa nova página em branco em nossas mãos e passar a vida a limpo. Não se preocupe em tirar nota dez ou ser o primeiro da turma; preocupe-se apenas em fazer o melhor que puder. Na redação final não poupe as palavras: dignidade, amizade, amor, fraternidade, ética, honestidade, sabedoria, esperança e fé.</p><p>Esta folha em branco é um “presente” que é lhe dado todos os dias, por isso, não a amasse nem rabisque de forma inconsequente, mas use-a com coragem e sabedoria.</p><p>Veja como esta singela fábula de Esopo consegue traduzir uma sublime verdade:</p><p>Um homem tinha um cavalo e um jumento. Um dia que ambos iam à cidade, o jumento, sentindo-se cansado, disse ao cavalo:</p><p>- Toma uma parte de minha carga se te interessa minha vida.</p><p>O cavalo, fazendo-se de surdo, não disse nada e o jumento caiu</p><p>vítima de fadiga e morreu ali mesmo. Então o dono passou toda a carga para cima do cavalo, inclusive a pele do jumento, e o cavalo, suspirando, disse:</p><p>-Que má sorte tenho!  Por não ter  querido carregar um fardo leve, agora tenho que carregar tudo, até a pele do jumento!</p><p>Cada vez que estendes tua mão para ajudar ao  próximo, sem que notes estás, na realidade, ajudando a ti mesmo.</p><p>VAMOS REFLETIR SOBRE ESTA HISTÓRIA INSPIRADORA:</p><p>Em tempos bem antigos, um rei colocou uma pedra enorme no meio de uma estrada.</p><p>Então, ele se escondeu e ficou observando para ver se alguém tiraria a imensa rocha do caminho.</p><p>Alguns mercadores e homens muito ricos do reino passaram por ali e simplesmente deram a volta pela pedra. Alguns até esbravejaram contra o rei dizendo que ele não mantinha as estradas limpas, mas, nenhum</p><p>deles tentou sequer mover a pedra dali.</p><p>De repente, passa um camponês com uma boa carga de vegetais.</p><p>Ao se aproximar da imensa rocha, ele pôs de lado a sua carga e tentou remover a rocha dali.</p><p>Após muita força e suor, ele finalmente conseguiu mover a pedra para o lado da estrada.</p><p>Ele, então, voltou a pegar a sua carga de vegetais, mas notou que havia uma bolsa amassada no local onde estava a pedra.</p><p>A bolsa continha muitas moedas de ouro e uma nota escrita pelo rei que dizia que o ouro era para a pessoa que tivesse removido a pedra do caminho.</p><p>O camponês aprendeu o que muitos de nós nunca entendemos:</p><p>"Todo obstáculo contém uma oportunidade para melhorarmos nossa condição".</p><p>Uma vez, uma filha se queixou ao seu pai que a sua vida era miserável e que ela não sabia como iria conseguir seguir em frente. Ela estava cansada de lutar e se esforçar o tempo todo. Parecia que, logo após resolver um problema, outro logo aparecia. Seu pai, um cozinheiro, a levou até a cozinha.</p><p>Ele encheu três panelas com água e colocou cada uma delas em fogo alto. Depois que as três panelas começaram a ferver, ele colocou batatas em uma panela, ovos na segunda e café moído na terceira. Então, ele deixou a água ferver. A filha, irritada, esperou impacientemente, imaginando o que ele estava fazendo.</p><p>Depois de vinte minutos, ele apagou o fogo...</p><p>Ele tirou as batatas da panela e colocou-as em uma tigela. Ele retirou os ovos e colocou-os em uma tigela. Ele pegou um filtro para coar o café e colocou-o em um copo.</p><p>Ele se virou para ela e perguntou. -“Filha, o que você vê?”</p><p>-“Batatas, ovos e café,” ela respondeu apressadamente.</p><p>-“Olhe mais de perto,” disse ele, “e toque nas batatas.”</p><p>Ela obedeceu e notou que elas estavam macias. Em seguida, ele pediu para ela pegar o ovo e quebrá-lo. Depois de retirar a casca, ela observou o ovo cozido. Finalmente, ele lhe pediu que tomasse um gole do café. Seu aroma rico trouxe um sorriso ao seu rosto.</p><p>-“Pai, o que significa isso?” perguntou a menina.</p><p>Ele então explicou que as batatas, os ovos e os grãos de café cada um tinha enfrentado a mesma adversidade, a água fervendo. No entanto, cada um reagiu de maneira diferente.</p><p>A batata entrou forte, firme e inflexível, mas na água fervente, tornou-se macia e mole. O ovo era frágil, sua casca fina protegendo o líquido interior, até que na água fervente o interior do ovo tornou-se duro. No entanto, os grãos de café eram diferentes. Depois que eles foram expostos à água fervente, ele mudou a água e criou algo novo.</p><p>“Qual deles é você?”</p><p>Quando a adversidade bate à sua porta, como você responde?</p><p>Você é uma batata, um ovo ou café?</p><p>Um mestre do Oriente viu quando um escorpião estava se afogando e decidiu tirá-lo da água, mas quando o fez, o escorpião o picou. Pela reação de dor, o mestre o soltou e o animal caiu de novo na água e estava se afogando. O mestre tentou tirá-lo novamente e outra vez o animal tentou picá-lo.</p><p>Alguém que estava observando se aproximou do mestre e lhe disse:</p><p>- Desculpe-me, mas você é teimoso! Não entende que todas as vezes que tentar tirá-lo da água ele irá picá-lo?</p><p>O mestre respondeu:</p><p>- A natureza do escorpião é picar, e isto não vai mudar a minha, que é ajudar.</p><p>Preocupe-se mais com sua consciência do que com sua reputação. Porque sua consciência é o que você é; e sua reputação é o que os outros pensam de você.</p><p>ENSINAR É INSPIRAR HISTÓRIAS</p><p>Aluísio Cavalcante Jr.</p><p>Ensinar é inspirar histórias.</p><p>... Quem ensina,</p><p>Traz em si as tintas</p><p>Da esperança.</p><p>Quem aprende</p><p>Utiliza estas tintas</p><p>Para pintar a vida</p><p>E escrever a alegria;</p><p>Com as suas mais perfeitas palavras,</p><p>E com as suas mais belas cores.</p><p>O PROFESSOR INSTRUTOR &</p><p>O PROFESSOR EDUCADOR</p><p>Miguel Almir L. de Araújo</p><p>O professor instrutor cumpre obrigações. O professor educador celebra paixões. O professor instrutor superestima o quantitativo, instrumentaliza para o ter que tende à coisificação e a mercadejação do humano. O professor educador realça a busca do qualitativo, da globalidade do ser, da dignidade e da beleza humana; conduz à vocação, à voz do coração.</p><p>O professor instrutor assume a função de mero transmissor e reprodutor dos saberes instituídos submetendo os indivíduos aos ditames estabelecidos, ao adestramento e à domesticação. O professor educador passa pelo já instituído e busca instituir novos saberes e sentires procurando rasgar os papéis e as máscaras que empacotam e escondem, instigando a autenticidade, o espírito criador e transgressivo.</p><p>O professor instrutor repete todo dia os mesmos cacoetes e recursos metodológicos na cadência decadente das rotinas emboloradas e desencantantes. O professor educador reinventa permanentemente seus procedimentos, renovando-se e reencantando-se com o aprendizado vigoroso de cada experiência vivida. O professor instrutor considera-se detentor do saber, pretensamente pronto e acabado. O professor educador concebe-se aprendiz inacabado nos fluxos do cotidiano.</p><p>O professor instrutor circunscreve-se na geometria do tempo linear do chronos. O professor educador descortina-se pelas curvas do tempo dinâmico do kairós. O professor instrutor dá aulas previsíveis, insípidas e frias. O professor educador tece aulas imprevisíveis, abertas ao fluxo das aventuras, ruminando o saber com sabor, convertendo-as em vivências vívidas e encantantes; em constantes ritos de iniciação e de renovação dos pensares e sentires. O professor instrutor percorre os caminhos já feitos do ordinário, mais fáceis e cômodos. O professor educador ousa as veredas ainda não trilhadas, mais desafiantes e difíceis, inaugurando caminhos novos, extraordinários.</p><p>O professor instrutor tende a reduzir as salas de aula em "selas de aula" aprisionantes e cinzentas, em que reinam a tristeza e o desprazer, e a vida, os sonhos são mortificados. O professor educador converte as salas de aula em espaços abertos e multicoloridos, em que vicejam a alegria e o prazer, e a vida, os sonhos são vicejados – em espaços de celebração da vida.</p><p>O professor instrutor obedece aos receituários das liturgias mecânicas e cristalizadas, com suas normas e ordens asfixiantes. O professor educador ultrapassa as receitas desodorizadas e move-se pelas buscas dinâmicas das transformações constantes e emancipadoras entre ordem e caos.</p><p>O professor instrutor transmite saberes. O professor educador rumina saberes e busca sorver sabedorias. O professor instrutor erige suas práticas pedagógicas com lógicas monológicas, metálicas e excludentes. O professor educador fundamenta-se em lógicas dialógicas, flexíveis e includentes.</p><p>O professor instrutor dita conteúdos para que os alunos copiem e assimilem de modo reflexo.  O professor educador problematiza conteúdos para que os alunos reflitam e compreendam criticamente. O professor instrutor encampa modelos uniformes lastreados em certezas fixas. O professor educador articula múltiplas referências fundadas em possibilidades abertas, em incertezas.</p><p>O professor instrutor privilegia o logos, a cognição, a mente. O professor educador entrelaça logos e eros, cognição e intuição, mente e corpo. O professor instrutor reduz-se aos muros/muralhas da escola, da sala de aula. O professor educador transpõe esses limites trespassando os horizontes expansivos do cotidiano movente da vida.</p><p>O professor instrutor professa voto de fidelidade às alianças cultuadoras das burocracias que tendem à domesticação e à subjugação. O professor educador concebe a necessidade mínima de burocracia, sendo esta, mero instrumento que deve estar a serviço dos direitos e liberdades fundamentais do ser humano.</p><p>O professor instrutor busca as competências técnica e teórica, a inteligência cognitiva. O professor educador busca as competências técnica e teórica, mas, principalmente, as competências éticas e estéticas, as inteligências cognitiva, intuitiva e emocional. O professor instrutor tende à intolerância e até ao abuso de poder, fala muito e quase não escuta. O professor educador prima pelos princípios da tolerância, da ética da solidariedade e da escuta sensível.</p><p>O professor instrutor</p><p>prima pelos vãos do ter. O professor educador prima pelos desvãos do ser. O professor instrutor busca a reluzência das performances externas dos indivíduos. O professor educador passa pela exterioridade como caminho que conduz às dimensões mais profundas da interioridade do ser, ao autoconhecimento.</p><p>O professor instrutor acomoda-se nas linhas retas e regulares das planícies. O professor educador aventura-se pelas curvas e acidentalidades das montanhas. O professor instrutor habitua-se à rotina das tartarugas e das galinhas que rastejam e ciscam a superfície da terra.</p><p>O professor educador, como a águia, nutre-se das energias da terra e alça seus vôos bailantes pelos ermos do incomensurável. O professor instrutor privilegia o desenvolvimento das dimensões mais instintivas que traduzem os aspectos mais materialistas do ser humano, as quais, isoladas, fomentam o espírito de competição e de arrogância que desembocam em brutalização e barbárie.</p><p>O professor educador assume as múltiplas dimensões do humano, passando pelo instinto e atingindo o coração e o espírito de fineza fomentando a solidariedade e a amorosidade. O professor instrutor confina o humano apenas à esfera do material/físico, do imediato e do visível (pedagogia do São Tomé). O professor educador educa para a imanência e para a transcendência, para o invisível, para os valores humanos – a espiritualidade.</p><p>A PEDRA</p><p>Autor desconhecido</p><p>O distraído nela tropeçou...</p><p>O bruto a usou como projétil.</p><p>O empreendedor, usando-a, construiu.</p><p>O camponês, cansado da lida, dela fez assento.</p><p>Para meninos, foi brinquedo.</p><p>Drummond a poetizou.</p><p>Já, Davi, matou Golias,</p><p>E Michelangelo extraiu-lhe a mais bela escultura...</p><p>Em todos esses casos, a diferença não esteve na pedra, mas no homem!</p><p>Não existe "pedra" no seu caminho que você não possa aproveitá-la para o seu próprio crescimento.</p><p>VIDA DE EDUCADOR</p><p>Madalena Freire</p><p>Educador</p><p>Educa a dor da falta</p><p>a dor cognitiva</p><p>Educando a busca de conhecimento.</p><p>Educador</p><p>Educa a dor do limite</p><p>a dor afetiva</p><p>Educando o desejo.</p><p>Educador</p><p>Educa a dor da frusração</p><p>a dor da perda</p><p>Educando o humano, na sua capacidade de amar.</p><p>Educador</p><p>Educa a dor do diferenciar-se</p><p>a dor da individuação</p><p>Educando a autonomia.</p><p>Educador</p><p>Educa a dor da imprevisão</p><p>a dor do incontrolável</p><p>Educando o entusiasmo da criação.</p><p>LER DEVIA SER PROIBIDO</p><p>Guiomar de Grammon</p><p>A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido.</p><p>Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.</p><p>Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação.</p><p>Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?</p><p>Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem, necessariamente, ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.</p><p>Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.</p><p>Não, não dêem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, pode levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, pode estimular um curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.</p><p>Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.</p><p>O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas lêem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. E esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura?</p><p>É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da alcova... Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um.</p><p>Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos. Para obedecer não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão. Para executar ordens, a palavra é inútil.</p><p>Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros sentimentos... A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.</p><p>Ler pode tornar o homem perigosamente humano.</p><p>MENSAGEM À FAMÍLIA</p><p>Eugênia Puebla</p><p>Na educação de nossos filhos</p><p>Todo exagero é negativo.</p><p>Responda-lhe, não o instrua.</p><p>Proteja-o, não o cubra.</p><p>Ajude-o, não o substitua.</p><p>Abrigue-o, não o esconda.</p><p>Ame-o, não o idolatre.</p><p>Acompanhe-o, não o leve.</p><p>Mostre-lhe o perigo, não o atemorize.</p><p>Inclua-o, não o isole.</p><p>Alimente suas esperanças, não as descarte.</p><p>Não exija que seja o melhor, peça-lhe para ser bom e dê exemplo.</p><p>Não o mime em demasia, rodeie-o de amor.</p><p>Não o mande estudar, prepare-lhe um clima de estudo.</p><p>Não fabrique um castelo para ele, vivam todos com naturalidade.</p><p>Não lhe ensine a ser, seja você como quer que ele seja.</p><p>Não lhe dedique a vida, vivam todos.</p><p>Lembre-se de que seu filho não o escuta, ele o olha.</p><p>E, finalmente, quando a gaiola do canário se quebrar, não compre outra...</p><p>Ensina-lhe a viver sem portas.</p><p>SEMEADOR DE SONHOS</p><p>Aluísio Cavalcante Jr</p><p>Conta-se que há muitos anos atrás,</p><p>Um professor encontrando um grande sábio</p><p>... Que visitava a sua cidade, perguntou-lhe:</p><p>- “ Mestre, como posso tornar-me um professor inesquecível,</p><p>Que inspire e transforme a vida</p><p>De cada aluno que passe em meu caminho?</p><p>”</p><p>O Mestre olhou-o nos olhos.</p><p>Tocou-o levemente os ombros e disse:</p><p>O segredo para se tornar um professor inesquecível,</p><p>É ver a escola como um jardim.</p><p>Os alunos são a terra deste jardim,</p><p>E aqueles que os ensinam, seus jardineiros.</p><p>Cabe então ao professor semear nesta terra,</p><p>A vida em seu modo mais intenso,</p><p>E depois cuidar para que esta vida cresça,</p><p>Alimentando-a com a esperança</p><p>Que em cada coração de professor é infinita.</p><p>É esta a missão maior de um quem ensina.</p><p>Semear, semear, semear...</p><p>Fazer feliz...</p><p>Ser feliz...</p><p>Todo aquele que é capaz de ensinar e entender esta lição,</p><p>Tem o dom de se tornar inesquecível,</p><p>Na vida dos alunos que passarem por seu caminho.”</p><p>O PROFESHOW E O PROFECHATO</p><p>Por Fabiano Brum</p><p>Atualmente o tema educação e o processo de ensino-aprendizagem têm sido amplamente discutidos em diversos meios de comunicação. Metodologias, materiais didáticos, integração da família na escola, capacitação de professores, são assuntos frequentemente abordados.</p><p>Quando vemos alguma informação ligada à educação, vez ou outra nos recordou de alguns professores que tivemos em nossa vida escolar. Do infantil até o ensino médio, na graduação  ou na pós-graduação, vários foram os profissionais que estiveram lecionando na sala de aula onde estávamos matriculados.</p><p>Alguns deles nos lembramos pelo companheirismo, outros pela rigidez na condução do conteúdo, uns pela excelente didática e outros pela total  ausência dela. O curioso é que normalmente nos lembramos daqueles que foram excelentes professores e, também, dos que foram péssimos. Raramente nos lembramos dos professores  medianos.</p><p>Isso porque ficam guardadas em nossa memória as experiências que se diferenciam das nossas expectativas, ou seja, aquelas que foram positivamente além daquilo que imaginávamos e, da mesma forma, temos facilidade de registrar aquelas que ficaram aquém.</p><p>Por que alguns professores conseguem envolver seus alunos na compreensão dos conteúdos, na discussão e participação em sala de aula e outros não? O que caracteriza esse professor considerado bem-sucedido? De qual natureza são os recursos internos de que dispõem os educadores e que desenham sua competência?</p><p>Educar pessoas não é uma tarefa fácil, e a profissão de educador é uma das mais desafiadoras e exigentes. O relacionamento com o aluno, lidar com a sensibilidade e a curiosidade da criança, a inquietude e o dinamismo da juventude, a  transformação de saberes e a internalização de valores educativos, são atividades que exigem profissionalismo, preparação e amor pela educação.</p><p>De uma forma geral percebemos que virou moda    “desacreditar” da profissão de professor, vemos até mesmo professores falando mau de seu próprio ofício. Porém temos visto professores que dão um verdadeiro show de desempenho em sala de aula. Para estes dou o nome de PROFESHOW!</p><p>O Profeshow é aquele que ama sua profissão, é pesquisador, movido por desafios e pela necessidade de aperfeiçoamento contínuo. Propicia aos seus alunos oportunidades de construção e reconstrução do conhecimento, fundamentado no aprender a aprender, no aprender a pensar, no aprender a ser, no aprender a conviver, como formas para ampliação da compreensão do mundo.</p><p>O Profeshow inova em sua metodologia,entende que não existem trinta alunos em sua sala, mas sim trinta pessoas, e que cada indivíduo necessita de estímulos diferentes para que ocorra o aprendizado. O Profeshow é motivado e motivador, inspirado e inspirador em suas atitudes. Excelente comunicador, ele sabe que é preciso conquistar a atenção, o respeito e a admiração.</p><p>O Profeshow fez a escolha pela área de educação, ele é “professor na plenitude da palavra”, dedicando-se a fazer o melhor pelos seus alunos, pela sua escola, colegas de trabalho, pela sociedade e pela sua profissão. Por outro lado, temos o PROFECHATO. O perfil do Profechato é exatamente o contrário do Profeshow. Está sempre de mau humor, critica sua profissão, completamente sem entusiasmo, encara o dia a dia do seu trabalho como um árduo fardo a ser carregado. Suas aulas são monótonas, sem conteúdo e sem vida. Aliás, vida é tudo o que falta para o Profechato.</p><p>Dizem que a nossa vida é feita de escolhas. Qual é a sua escolha? Ser um Profeshow ou um Profechato?</p><p>O ATO DE EDUCAR</p><p>Texto de Patrícia Fontes, adaptado por Regina Gregório</p><p>O ato de educar não é mecanicamente profissional</p><p>O ato de educar é de mais árdua paixão, de amor incondicional.</p><p>O ato de educar exige engajamento, comprometimento, abnegação.</p><p>É uma luta física e mental diária onde buscamos muito mais do que um simples salário no fim do mês...</p><p>Buscamos atingir todos os objetivos...</p><p>Desenvolver todas as habilidades...</p><p>Orientar todos os conhecimentos...</p><p>Facilitar todas as aprendizagens...</p><p>O prêmio? É a realização pessoal vinda através de um sorriso de criança frente a uma nova descoberta. Somos, sim! Sonhadoras de um mundo justo repleto de cidadãos críticos, questionadores, participantes, ativos numa Sociedade igualitária, digna, honesta...</p><p>Acreditamos no ato de educar em busca do nosso sonho.</p><p>Ousamos no desafio de inovar dentro da sala de aula.</p><p>A ESCOLA DOS MEUS SONHOS</p><p>Frei Betto</p><p>Na escola dos meus sonhos, os alunos aprendem a cozinhar, costurar, consertar eletrodomésticos, a fazer pequenos reparos de eletricidade e de instalações hidráulicas, a conhecer mecânica de automóvel e de geladeira e algo de construção civil. Trabalham em horta, marcenaria e oficinas de escultura, desenho, pintura e música. Cantam no coro e tocam na orquestra. Uma semana ao ano integram-se, na cidade, ao trabalho de lixeiros, enfermeiras, carteiros, guardas de trânsito, policiais, repórteres, feirantes e cozinheiros profissionais. Assim aprendem como a cidade se articula por baixo, mergulhando em suas conexões que, à superfície, nos asseguram limpeza urbana, socorro de saúde, segurança, informação e alimentação.</p><p>Não há temas tabus. Todas as situações-limite da vida são tratadas com abertura e profundidade: dor, perda, falência, parto, morte, enfermidade, sexualidade e espiritualidade. Ali os alunos aprendem o texto dentro do contexto: a Matemática busca exemplos na corrupção dos precatórios e nos leilões das privatizações; o Português, na fala dos apresentadores de TV e nos textos de jornais; a Geografia, nos suplementos de turismo e nos conflitos internacionais; a Física, nas corridas de Fórmula-1 e nas pesquisas do supertelescópio Huble; a Química, na qualidade dos cosméticos e na culinária; a História, na violência de policiais contra cidadãos, para mostrar os</p><p>antecedentes na relação colonizadores - índios, senhores - escravos, Exército - Canudos, etc.</p><p>Na escola dos meus sonhos, a interdisciplinaridade permite que os professores de Biologia e de Educação Física se complementem; a multidisciplinaridade faz com que a História do livro seja estudada a partir da análise de textos bíblicos; a transdisciplinaridade introduz aulas de meditação e dança e associa a história da arte à história das ideologias e das expressões litúrgicas. Se a escola for laica, o ensino religioso é plural: o rabino fala do judaísmo, o pai-de-santo, do candomblé; o padre, do catolicismo; o médium, do espiritismo; o pastor, do protestantismo; o guru, do budismo, etc. Se for católica, há periódicos retiros espirituais e adequação do currículo ao calendário litúrgico da Igreja. Na escola dos meus sonhos, os professores são obrigados a fazer periódicos treinamentos e cursos de capacitação e só são admitidos se, além da competência, comungam os princípios fundamentais da proposta pedagógica e didática. Porque é uma escola com ideologia, visão de mundo e perfil definido do que sejam democracia e cidadania. Essa escola não forma consumidores, mas cidadãos.</p><p>Ela não briga com a TV, mas leva-a para a sala de aula: são exibidos vídeos de anúncios e programas e, em seguida, analisados criticamente. A publicidade do iogurte é debatida; o produto adquirido; sua química, analisada e comparada com a fórmula declarada pelo fabricante; as incompatibilidades denunciadas, bem como os fatores porventura</p><p>nocivos à saúde. O programa de auditório de domingo é destrinchado: a proposta de vida subjacente, a visão de felicidade, a relação animador-platéia, os tabus e preconceitos reforçados, etc. Em suma, não se fecham os olhos à realidade, muda-se a ótica de encará-la. Há uma integração entre escola, família e sociedade. A Política, com P maiúsculo, é disciplina obrigatória. As eleições para o grêmio ou diretório estudantil são levadas a sério e, um mês por ano, setores não vitais da instituição são administrados pelos próprios alunos. Os políticos e candidatos são convidados para debates e seus discursos analisados e comparados às suas práticas.</p><p>Não há provas baseadas no prodígio da memória nem na sorte da múltipla escolha. Como fazia meu velho mestre Geraldo França de Lima, professor de História (hoje romancista e membro da Academia Brasileira de Letras), no dia da prova sobre a Independência do Brasil, os alunos traziam para a classe a bibliografia pertinente e, dadas as questões, consultavam os textos, aprendendo a pesquisar. Não há coincidência entre o calendário gregoriano e o curricular. João pode cursar a 5ª série em seis meses ou em seis anos, dependendo de sua disponibilidade, aptidão e seus recursos. É mais importante educar do que instruir; formar pessoas que profissionais; ensinar a mudar o mundo que ascender à elite. Dentro de uma concepção holística, ali a ecologia vai do meio ambiente aos cuidados com nossa unidade corpo-espírito e o enfoque curricular estabelece conexões com o noticiário da mídia.</p><p>Na escola dos meus sonhos, os professores são bem pagos e não precisam pular de colégio em colégio para se poderem manter. Pois é a escola de uma sociedade em que educação não é privilégio, mas direito universal, e o acesso a ela, dever obrigatório.</p><p>VER VENDO</p><p>Otto Lara Rezende</p><p>De tanto ver, a gente balaniza o olhar – ver... não vendo.</p><p>Experimente ver, pela primeira vez, o que você vê todo dia, sem ver.</p><p>Parece fácil, mas não é: o que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade.</p><p>O campo visual da nossa retina é como o vazio.</p><p>Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta.</p><p>Se alguém lhe pergunta o que você vê pelo caminho, você não sabe.</p><p>De tanto vê, você banaliza o olhar.</p><p>Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório.</p><p>Lá estava sempre, pontualíssimo, o porteiro.</p><p>Dava-lhe bom dia, às vezes, lhe passava um recado ou uma correspondência.</p><p>Um dia o porteiro faleceu.</p><p>Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima idéia.</p><p>Em 32 anos nunca consegui vê-lo.</p><p>Para ser notado o porteiro teve que morrer.</p><p>Se, um dia, em seu lugar tivesse uma girafa cumprindo o rito, pode ser, também, que ninguém desse por sua ausência.</p><p>O hábito suja os olhos e baixa a vontade. Mas a sempre o que ver; gente; coisa; bichos.</p><p>E vemos? Não, não vemos.</p><p>Uma criança vê aquilo que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpo para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez, o que, de tão visto, ninguém vê. O pai que raramente vê o próprio filho. O marido que nunca viu a própria mulher.</p><p>Os nossos olhos se gastam no dia a dia, opacos.</p><p>...e por ai que se instala no coração o monstro da indiferença.</p><p>GAIOLAS OU ASAS?</p><p>Rubem Alves</p><p>Picasso dizia: “Eu não procuro. Eu encontro”. Assim são os pensamentos. Eles aparecem de repente sem ter sido procurados. Pois, de repente, sem que o procurasse, esse pensamento me atacou: “Há escolas que são gaiolas. Há escolas que são asas”.</p><p>As gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Seu dono pode levá-los para onde quiser. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.</p><p>Asas não amam as gaiolas. O que elas amam é o vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.</p><p>Esse pensamento nasceu de um sofrimento: sofri conversando com professoras de segundo grau, em escolas de periferia. O que elas contam são relatos de horror e medo. Balbúrdia, gritaria, desrespeito, ofensas, ameaças...</p><p>Ouvindo os seus relatos vi uma jaula cheia de tigres famintos, dentes arreganhados, garras à mostra – e as domadoras com seus chicotes, fazendo ameaças fracas demais para a força dos tigres... Sentir alegria ao sair da casa para ir para a escola? Ter prazer em ensinar? Amar os alunos? O seu sonho é livrar-se de tudo aquilo. Mas não podem. A porta de ferro que fecha os tigres é a mesma porta que as fecham junto com os tigres.</p><p>Nos tempos da minha infância eu tinha um prazer cruel: pegar passarinhos. Fazia minhas próprias arapucas, punha fubá dentro e ficava escondido, esperando... O pobre passarinho vinha, atraído pelo fubá. Ia comendo, entrava na arapuca, pisava no poleiro – e era uma vez um passarinho voante. Cuidadosamente eu enfiava a mão na arapuca, pegava o passarinho e o colocava dentro de uma gaiola. O pássaro se lançava furiosamente contra os arames, batia as asas, crispava as garras, enfiava o bico entre os vãos, na inútil tentativa de ganhar de novo o espaço, ficava ensangüentado... Sempre me lembro com tristeza da minha crueldade infantil.</p><p>Violento, o pássaro que luta contra os arames da gaiola? Ou violenta será a imóvel gaiola que o prende? Violentos, os adolescentes de periferia? Ou serão as escolas que são violentas? As escolas serão gaiolas? Me falarão sobre a necessidade das escolas dizendo que os adolescentes de periferia precisam ser educados para melhorar de vida. De acordo. É preciso que os adolescentes, é preciso que todos tenham uma boa educação. Uma boa educação abre os caminhos para uma vida melhor.</p><p>O que é uma boa educação?</p><p>O que os burocratas pressupõem é que os alunos ganham uma boa educação se aprendem os conteúdos dos programas oficiais. E para se testar a qualidade da educação criam-se mecanismos, provas, avaliações, exames, testes.</p><p>Mas será mesmo? Será que a aprendizagem dos programas oficiais se identifica com o ideal de uma boa educação? Você sabe o que é “dígrafo”? E os usos da partícula “se”? E o nome das enzimas que entram na digestão? E o sujeito da frase “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heróico o brado retumbante”? Qual a utilidade da palavra “mesóclise”? Pobres professoras, também engaioladas pelos programas... São obrigadas a ensinar o que os programas mandam, sabendo que é inútil. Bruno Bettelheim relata sua experiência com as escolas: “Fui forçado (!) a estudar o que os professores haviam decidido o que eu deveria aprender – e aprender à sua maneira...”</p><p>Qual é o sujeito da educação? O sujeito da educação é o corpo. É o corpo que quer aprender para poder viver. Esse é o único objetivo da educação: viver e viver com prazer. A inteligência é um instrumento do corpo cuja função é ajudá-lo a viver. Nietzsche dizia que ela, a inteligência, era “ferramenta” e “brinquedo” do corpo. Nisso se resume o programa educacional do corpo: aprender “ferramentas”, aprender “brinquedos”. “Ferramentas” são conhecimentos que nos permitem resolver os problemas vitais do dia-a-dia. “Brinquedos” são todas aquelas coisas que, não tendo nenhuma utilidade como ferramentas, dão prazer e alegria à alma. No momento em que escrevo estou ouvindo uma sonata de Beethoven. Ela não serve para nada. Não é ferramenta. Não serve para nada. Mas enche a minha alma de felicidade. Nessas duas palavras, ferramentas e brinquedos, está o resumo educação.</p><p>Ferramentas e brinquedos não são gaiolas. São asas. Ferramentas me permitem voar pelos caminhos do mundo. Brinquedos me permitem voar pelos caminhos da alma. Quem está aprendendo ferramentas e brinquedos está aprendendo liberdade. Quem aprende liberdade não fica violento. Fica alegre, vendo as asas crescerem... Assim todo professor, ao ensinar, teria de perguntar: “Isso que vou ensinar é ferramenta? É brinquedo?” Se não for é melhor deixar de lado.</p><p>As estatísticas oficiais anunciam o aumento das escolas e o aumento dos alunos matriculados. Esses dados não me dizem nada. Não me dizem se são gaiolas ou asas. Mas eu sei que</p><p>há professores que amam o vôo dos seus alunos. Há esperança.</p><p>A BATALHA DOS MÉTODOS</p><p>Marlene Carvalho</p><p>Numa rua de subúrbio, uma criança estava sentada à porta de casa, olhando um livro ilustrado. Bem perto, havia uma escola e ali passavam muitas jovens que estavam se preparando para ser professoras.</p><p>Uma delas parou para ver a criança e disse:</p><p>— Que gracinha de menina!</p><p>— Me conta a história, disse a garota.</p><p>— Não, primeiro você tem de aprender a ler. Quer que eu te ensine? Olhando o título, a jovem apontou: a, o, e, u, i, o. Não, assim, não. Melhor assim: a, e, i, o, u.</p><p>A criança olhou desconsolada e pediu novamente para ouvir a história. A futura professora não desistiu.</p><p>— Veja, é fácil: a com i faz ai! Como você fala quando sente uma dor. E e com u faz eu! E apontava para o próprio peito, dizendo: eu, ai! eu, ai!</p><p>A criança, um pouco assustada, desviou o olhar e abriu o livro. A normalista aborreceu-se e foi para a aula de Métodos e Técnicas de Alfabetização contar para a professora que tinha encontrado uma pobre criança que era um caso típico de falta de prontidão para a leitura.</p><p>Logo depois passou outra jovem que se enterneceu com a cena da menina com o livro nas mãos.</p><p>— O que é que você está lendo?</p><p>— Não sei ler. Me conta a história?</p><p>— Vou ensinar a você. Como é seu nome?</p><p>— Betinha.</p><p>— Não, isso é seu apelido. Como é seu nome?</p><p>A menina pensou um pouco e olhou desolada para o livro:</p><p>— Me conta a história.</p><p>— Só se você me disser seu nome.</p><p>— Elisabete Maria de Oliveira.</p><p>— Ah, bom. Então vamos ver.</p><p>Puxando um caderninho da bolsa, a moça escreveu Elisabete e pediu à criança:</p><p>— Aqui está o seu nome: ELISABETE. Vamos ler apontando com o dedinho.</p><p>Apontando as nove letras, a menina leu: E-li-sa-be-te- ma-ri-a- de- o-li-vei-ra.</p><p>A jovem ficou embatucada e anotou a resposta para ir perguntar à professora de Psicogênese da Língua Escrita como interpretá-la.</p><p>— Tchau, querida! Outro dia eu te ensino, OK?</p><p>Não demorou muito, passou outra jovem de boa vontade e a criança lhe pediu:</p><p>— Me conta a história!</p><p>— Que gracinha! Eu conto se você me responder umas perguntas.</p><p>A criança olhou ressabiada.</p><p>— Você já sabe as letras do alfabeto?, disse a moça.</p><p>— Não.</p><p>— Você conhece as famílias silábicas?</p><p>— Quê?</p><p>— Deixa pra lá. Diga-me uma palavra que começa com pa. Por exemplo, pato, papai, palácio.</p><p>— Rei, princesa.</p><p>— Quê?</p><p>— Palácio, rei, princesa.</p><p>A futura professora suspirou. Saiu dali muito triste, achando que a menina era muito bonitinha, mas não tinha discriminação auditiva.</p><p>Daí a meia hora, passou um professor de Gramática, cansado e meio calvo, andando devagar. A menina resolveu tentar a sorte.</p><p>— Me conta a história!</p><p>— Não é assim. Fale de novo: conta-me a história.</p><p>— Hum?</p><p>— Conta-me a história, eu disse, respondeu o gramático.</p><p>— Mas eu não sei ler.</p><p>— Não, não é você que deve contá-la. Aliás, minha pobre criança, você não sabe nem falar.</p><p>A menina fechou o livro com força e fez uma careta de nojo para o gramático. Ele respondeu:</p><p>— Atrevida! Analfabeta! Iletrada! Anômala! Anojosa! Anacoluto! e retirou-se, muito satisfeito de possuir um vasto vocabulário para qualificar a pirralha.</p><p>Passou um tempinho, veio pela calçada uma professora de Sociolingüística, com seu gravador a tiracolo, e a menina resolveu tentar a sorte:</p><p>— Tia, me conta a história!</p><p>— Fala de novo, meu bem, disse a professora, e ligou o gravador. A menina era um exemplo magnífico de falante das classes populares do subúrbio do Rio, de modo que a pesquisadora não podia perder a oportunidade de entrevistá-la.</p><p>— Que que é isso?, perguntou a criança.</p><p>— Um gravador. Vou gravar o que você falar. Vamos conversar. Quantos anos você tem?</p><p>— Me conta a história.</p><p>— Depois eu conto. Converse um pouquinho comigo.</p><p>— Quero a história.</p><p>— Você me conta uma história. Eu gravo, depois passo tudo para o papel, pego a sua história e aí...</p><p>Mas a professora não pôde concluir: a menina já estava longe, pulando num pé só, fora do alcance da pesquisadora.</p><p>Logo na esquina, a menina encontrou o vendedor de cocadas que fazia ponto perto da escola normal. Pouco movimento, tarde parada. O vendedor olhou pra menina com o livro e perguntou:</p><p>— Já leu esse livro?</p><p>— Não, lê pra mim?, disse a menina, sem muita esperança de ser atendida.</p><p>— Hum, deixa eu ver.</p><p>O rapaz abriu o livro. Foi lendo devagar, como era possível, pois tinha aprendido a ler mal e mal, há muito tempo:</p><p>— Era uma vez uma menina chamada Chapeuzinho Vermelho. Um dia, a mãe dela cha-cha-mou-a e disse...</p><p>A menina deu um suspiro de prazer e sentou no muro da escola para ouvir a história. Lá dentro, alguém dava uma aula sobre Métodos de Alfabetização.</p><p>RECOMEÇAR</p><p>Não importa aonde você parou... em que momento da vida você cansou... o que importa é que sempre é possível e necessário “Recomeçar”.</p><p>Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo... é renovar as esperanças na vida e o mais importante... acreditar em você de novo.</p><p>Sofreu muito nesse período?</p><p>Foi aprendizado...</p><p>Chorou muito?</p><p>Foi limpeza da alma...</p><p>Ficou com raiva das pessoas?</p><p>Foi Para perdoá-las um dia...</p><p>Sentiu-se só por diversas vezes?</p><p>É por que fechaste a porta para os anjos...</p><p>Acreditou que tudo estava perdido?</p><p>Era o início de tua melhora...</p><p>Pois é... Agora é hora de reiniciar... de pensar na luz... de encontrar prazer nas coisas simples de novo.</p><p>Que tal um novo emprego?</p><p>Uma nova profissão?</p><p>Um corte de cabelo arrojado... diferente...?</p><p>Um novo curso...?</p><p>Ou aquele velho desejo de aprender a pintar... desenhar... dominar o computador... ou qualquer outra coisa...</p><p>Olha quanto desafio... quanta coisa nova nesse mundão de Deus te esperando.</p><p>Tá se sentindo sozinho?</p><p>Besteira... tem tanta gente que você afastou nesse seu período de isolamento... tem tanta gente esperando apenas um sorriso teu para chegar pertinho de você.</p><p>Quando nos trancamos na tristeza... nem nós mesmos nos suportamos... ficamos horríveis... o mal humor vai comendo nosso fígado... até a boca fica amarga.</p><p>Recomeçar... hoje é um bom dia para começar novos desafios.</p><p>Onde você quer chegar ?</p><p>Ir alto... ?</p><p>Então sonhe alto... queira o melhor do melhor... queira coisas boas para a vida... pensando assim trazemos pra nós aquilo que desejamos... se pensamos pequeno... coisas pequenas teremos... já se desejarmos fortemente o melhor e principalmente lutarmos pelo melhor... o melhor vai se instalar na nossa vida.</p><p>E é hoje o dia da faxina mental...</p><p>Vamos lá... joga fora tudo que te prende ao passado... ao mundinho de coisas tristes... fotos... peças de roupa... papel de bala... ingressos de cinema, bilhetes e viagens... e toda aquela tranqueira que guardamos quando nos julgamos apaixonados... jogue tudo fora... mas principalmente... esvazie seu coração... fique pronto para a vida... para um novo amos...</p><p>Lembre-se somos apaixonáveis... somos sempre capazes de amar muitas e muitas vezes... afinal de contas...</p><p>Nós somos o “Amor”...</p><p>Porque somos do tamanho daquilo que vemos, e não do tamanho da nossa altura.</p><p>image1.jpeg</p><p>image2.gif</p>

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