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<p>UNIVERSITÁRIO CLARETIANO</p><p>CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>NAIARA SAMPAIO DE OLIVEIRA - 8138720</p><p>PORTFÓLIO - ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA E SAÚDE MENTAL</p><p>BOA VISTA – RR</p><p>2023</p><p>A compreensão da loucura passou por diversas fases, refletindo as mudanças na</p><p>visão de mundo de cada época. Na antiguidade, as explicações para a loucura</p><p>frequentemente se ancoravam em mitos e crenças religiosas. Acreditava-se que a</p><p>loucura podia ser resultado de possessões demoníacas, maldições divinas ou</p><p>desequilíbrios nos humores do corpo. Nesse contexto, os tratamentos eram muitas</p><p>vezes rituais religiosos, exorcismos e práticas brutais destinadas a expulsar demônios.</p><p>Com o avanço da filosofia grega e o surgimento da medicina, houve uma transição</p><p>gradual para uma compreensão mais naturalista da loucura.</p><p>Durante a Idade Média, a visão religiosa da loucura prevaleceu novamente. Os</p><p>doentes mentais eram frequentemente considerados possuídos e tratados de maneira</p><p>desumana. Eles eram acorrentados em asilos, submetidos a exorcismos e às vezes</p><p>até mesmo queimados como bruxos. A Revolução Científica dos séculos XVI e XVII</p><p>trouxe avanços significativos na compreensão da mente humana. No entanto, as</p><p>concepções sobre a loucura ainda eram fortemente influenciadas pela religião e pela</p><p>superstição. O período também viu o surgimento dos primeiros hospitais psiquiátricos,</p><p>embora suas condições fossem frequentemente deploráveis.</p><p>A institucionalização da loucura, particularmente no século XIX, marcou um período</p><p>sombrio na história da saúde mental. À medida que as crenças religiosas começaram</p><p>a se misturar com uma visão mais científica das doenças mentais, surgiram hospitais</p><p>psiquiátricos, também conhecidos como asilos. Embora essas instituições tenham</p><p>sido criadas com a intenção de proporcionar cuidados aos doentes mentais, a</p><p>realidade era frequentemente sombria. Os pacientes eram frequentemente tratados</p><p>como prisioneiros, acorrentados e submetidos a tratamentos brutais. A falta de</p><p>higiene, superlotação e negligência eram generalizadas. Muitas vezes, as instituições</p><p>psiquiátricas se tornavam verdadeiros depósitos humanos, onde os doentes mentais</p><p>viviam em condições desumanas, isolados do restante da sociedade.</p><p>A institucionalização também contribuiu para o estigma em torno da doença mental.</p><p>Aqueles que eram internados em asilos eram frequentemente marginalizados e</p><p>estigmatizados. A sociedade os via como perigosos ou inúteis, o que perpetuava a</p><p>segregação e a discriminação.</p><p>Os horrores da Segunda Guerra Mundial, incluindo o Holocausto e os traumas de</p><p>combate, levaram a uma conscientização crescente sobre a importância da saúde</p><p>mental. Os modelos de assistência começaram a evoluir para refletir uma</p><p>compreensão mais abrangente das necessidades dos indivíduos em sofrimento</p><p>mental. Nesse contexto, as reformas psiquiátricas começaram a surgir em todo o</p><p>mundo, com o objetivo de reformular os sistemas de assistência à saúde mental. Um</p><p>dos principais princípios dessas reformas era a desinstitucionalização, que buscava</p><p>tirar os pacientes dos grandes hospitais psiquiátricos e reintegrá-los na sociedade.</p><p>A desinstitucionalização foi acompanhada pela ênfase na terapia e na psicoterapia</p><p>como abordagens importantes para o tratamento da doença mental. A psicoterapia</p><p>cognitivo-comportamental, a terapia de grupo e outras formas de terapia se tornaram</p><p>parte integrante da assistência à saúde mental. Além disso, houve um foco crescente</p><p>na atenção à comunidade. Os serviços de saúde mental ambulatoriais foram</p><p>desenvolvidos para oferecer tratamento e apoio aos pacientes em um ambiente</p><p>menos restritivo. Isso foi um passo importante em direção à reintegração social dos</p><p>doentes mentais. No entanto, as reformas psiquiátricas não foram isentas de desafios.</p><p>A desinstitucionalização nem sempre foi acompanhada pela criação de recursos</p><p>adequados na comunidade, resultando em pacientes em sofrimento mental sem</p><p>moradia ou apoio adequado. Além disso, a falta de financiamento adequado para</p><p>serviços de saúde mental ambulatoriais ainda é uma preocupação em muitos lugares.</p><p>Atualmente, a assistência às pessoas em sofrimento mental continua a evoluir. Os</p><p>modelos contemporâneos de assistência são cada vez mais holísticos, reconhecendo</p><p>que a saúde mental está intrinsecamente ligada à saúde física, emocional e social,</p><p>diferentes especialidades médicas podem melhorar a coordenação dos cuidados e</p><p>reduzir as barreiras à busca de ajuda, com serviços comunitários, ênfase na</p><p>reabilitação e inclusão social, programas de prevenção e conscientização, terapia e</p><p>apoio da rede de apoio. Os CAPS desempenham um papel fundamental nessa</p><p>abordagem, promovendo a desinstitucionalização e oferecendo cuidados</p><p>abrangentes. No entanto, é importante reconhecer que a assistência à saúde mental</p><p>pode variar significativamente de país para país e região para região, dependendo</p><p>dos recursos disponíveis e das políticas de saúde mental locais.</p>

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