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<p>O que é lubrificante?</p><p>Lubrificante é a substância entre duas superfícies com objetivo de reduzir a fricção ou atrito entre peças que se movem, ou seja, reduzir o desgaste.</p><p>Para que serve o lubrificante?</p><p>O lubrificante tem funções importantes para o funcionamento de máquinas e sistemas de transmissão. O principal objetivo do lubrificante é reduzir o atrito e o desgaste entre as peças.</p><p>Lubrificante líquido</p><p>De modo geral é composto por óleo básico e aditivo. Utilizado principalmente em aplicações que exigem alta velocidade e alta carga. Apresenta baixa viscosidade e, como resultado, baixa perda por atrito.</p><p>Usar lubrificante líquido, também produz baixa elevação de temperatura nos componentes do sistema de transmissão.</p><p>Caracteriscticas</p><p>Das inúmeras características dos lubrificantes tais como: cor, densidade, ponto de fluxão, ponto de inflamação, ponto de congelação, ponto de vaporização, TAN (número de acidez total), TBN (número de basicidade total), rigidez dieléctrica, volatilidade, resistência à oxidação, entre muitas outras, cuja importância varia em função das aplicações a que se destinam, vamos apenas abordar as consideradas fundamentais:</p><p>· Viscosidade: a viscosidade é a característica mais importante de um lubrificante, pois permite conhecer a capacidade de resistência da película de óleo, em manter separadas as superfícies metálicas em movimento. É o que, normalmente se afirma, quando se fala da maior ou menor fluidez de um lubrificante, ou ainda, quando se diz que um lubrificante é mais “espesso”, ou mais “fino”. Dum modo fácil podemos definir viscosidade como a medida da resistência de um fluido ao seu escoamento. Quanto maior for a viscosidade maior será a resistência oferecida pelo fluido. Em lubrificação, utiliza-se a viscosidade cinemática, que é igual à viscosidade dinâmica do lubrificante, dividida pela sua densidade. A medição da viscosidade cinemática é feita em aparelhos adequados designados por viscosímetros onde no caso mais comum, – sob a influência da gravidade – é medido o tempo de escoamento que um determinado volume de líquido leva a passar entre duas marcas, segundo condições bem definidas de temperatura. No SI a unidade de viscosidade cinemática é o mm²/s. (1 cSt = 1 mm²/s).</p><p>· Índice de viscosidade (IV): a viscosidade de um lubrificante modifica-se com a pressão e a temperatura a que este é sujeito, sendo a espessura da película lubrificante proporcional a estes factores, ou seja, tornam-se mais “finos”, quanto a temperatura sobe e mais “espessos” quando a temperatura desce. O índice de viscosidade (IV) é um parâmetro empírico que quantifica a variação da viscosidade com a temperatura. Quanto mais elevado for o valor do IV, menor a variação da viscosidade do óleo com a temperatura, ou seja, mais estável será a sua viscosidade. Esta estabilidade é importante, quer para o arranque a frio dos motores, quer para o seu funcionamento a elevadas temperaturas. Num lubrificante com IV adequado, nas baixas temperaturas, típicas do arranque a frio, a viscosidade não é demasiada alta de forma a bloquear ou dificultar o arranque do motor e, a altas temperaturas, a viscosidade e consequentemente a espessura da película de lubrificante não diminui demasiado, o que poderia provocar o seu rompimento, com o consequente desgaste do motor ou mesmo a sua gripagem.</p><p>· Ponto de inflamação: podemos definir como ponto de inflamação, a temperatura mais baixa, a que os vapores de um líquido se inflamam, sob a acção de uma chama. É uma indicação da capacidade de resistência ao fogo de um lubrificante, e deve constituir um aviso, quando se utilizam lubrificantes próximos de fontes de calor.</p><p>· Ponto de fluxão: os lubrificantes utilizados em motores que funcionam em ambientes frios devem manter-se suficientemente fluidos a baixas temperaturas, de modo a que, quando o motor é posto em funcionamento, o óleo rapidamente chegue a todos os pontos a lubrificar. Os factores que influenciam esta propriedade são a viscosidade, a capacidade de bombagem e o ponto de fluxão. O ponto de fluxão de um lubrificante é a temperatura mais baixa expressa em múltiplos de 3 ºC, à qual é observada ausência de fluidez quando é arrefecido sob condições de ensaio. Na prática, o óleo não deve ser usado se a temperatura ambiente for inferior a 10 ºC ao ponto de fluxão.</p><p>· Número de neutralização (BN): o número de neutralização de um lubrificante pode ser expresso pelo seu grau de acidez ou alcalinidade e é definido como a quantidade de base ou ácido (ambos expressos em miligramas de hidróxido de potássio – mgKOH/g), necessários para neutralizar o conteúdo ácido ou básico de um grama de amostra de óleo nas condições do ensaio.</p><p>Lubrificante sólidos (pastoso ou graxa)</p><p>A graxa é uma substância pastosa composta por óleo básico, aditivos e espessantes. Os espessantes são particulados sólidos que tem a função de aumentar a viscosidade dos óleos.</p><p>É um dos lubrificantes mais versáteis na lubrificação industrial. É usada numa ampla faixa de temperaturas, velocidades e cargas. Também é mais resistente a ambientes com contaminantes.</p><p>Vantagens da Lubrificação a Graxa:</p><p>· A aplicação de lubrificante é menos frequente com graxa do que com óleo, e, consequentemente, o custo final e a mão de obra são reduzidos. Essa aplicação pouco frequente é particularmente vantajosa em lugares de difícil acesso, tais como motores selados, mancais selados e outros sistemas;</p><p>· Agem com selo contra entrada de matérias estranhas. Da mesma maneira agem como selo contra vazamento de líquidos manipulados através de válvulas;</p><p>· O problema de gotejar ou salpicar é quase eliminado quando as máquinas são lubrificadas com graxa. Isso é particularmente vantajoso quando pode resultar em dano ao produto manufaturado, como por exemplo, tecidos ou alimentos. Quando os equipamentos são lubrificados com graxa, eles podem ser usados em posição vertical sem problemas de vazamento;</p><p>· Os sistemas de selagem para graxas são simples e de baixo custo, comparados aos requeridos para óleos;</p><p>· A graxa lubrificante mantém alguma lubrificação, mesmo quando o equipamento não foi lubrificado por um longo período. Exemplificamos com rolamentos, que são lubrificados na sua origem com graxas especiais, e que duram praticamente toda a vida na máquina em que operam;</p><p>· Se for usada uma graxa adequada, sua aderência às superfícies é maior que a dos óleos; portanto, o seu uso previne o enferrujamento das peças paradas por longo tempo, o que não aconteceria se óleo estivesse sendo usado;</p><p>· Graxas apropriadas resolvem problemas de lubrificação sem corrosão, mesmo em presença de água;</p><p>· Graxas têm a vantagem de minimizar o atrito inicial nos mancais planos e radiais;</p><p>· Em certos casos, as graxas reduzem ruídos e vibrações, agindo como amortecedores; por exemplo, em engrenagens dentadas;</p><p>· Graxas são preferíveis em condições extremas de operação, tais como altas temperaturas, extremas pressões, baixas velocidades, choques de cargas, etc;</p><p>· Em partes de máquinas já com muito uso (folga), a graxa é praticamente o único meio de lubrificação.</p><p>Desvantagens de Lubrificação a Graxa</p><p>· O óleo atua melhor em altas rotações. A graxa pode ocasionar elevado atrito fluido e aumento de temperatura.</p><p>· As graxas não são tão resistentes à oxidação quanto os óleos de alta qualidade.</p><p>· A graxa não dissipa bem o calor. Quando o lubrificante tiver de agir como refrigerante, o indicado é usar óleo.</p><p>Lubrificante sólido</p><p>O lubrificante sólido é aplicado entre as superfícies das peças que trabalham em atrito. Como resultado, consegue se deformar sob cisalhamento com mais facilidade que as superfícies. Dessa forma, é utilizado em condições extremas.</p><p>A durabilidade é incrementada pela adição de elementos aglomerantes que provêm um filme mais espesso e resistente.</p><p>Tipos de lubrificantes sólidos</p><p>· Grafite: Um dos lubrificantes sólidos mais conhecidos, o grafite é eficaz devido à sua estrutura em camadas que desliza facilmente. É frequentemente utilizado em condições de alta temperatura e em ambientes corrosivos.</p><p>· Dissulfeto de Molibdênio (MoS₂): Este material tem uma estrutura lamelar semelhante ao grafite, o que proporciona um excelente desempenho em altas pressões e temperaturas. É comumente usado em componentes de engenharia e em indústria automotiva.</p><p>· Bisulfeto de Tungstênio (WS₂): Similar ao dissulfeto de molibdênio, o WS₂ oferece boas propriedades de lubrificação em altas temperaturas e é resistente à oxidação.</p><p>· PTFE (Politetrafluoretileno): Também conhecido como teflon, o PTFE é um polímero que pode ser usado como lubrificante sólido. Ele tem uma baixa coeficiente de fricção e é resistente a muitos produtos químicos.</p><p>Características dos lubrificantes sólidos:</p><p>· Baixo Coeficiente de Fricção: Lubrificantes sólidos reduzem o atrito entre superfícies, ajudando a facilitar o movimento suave e a reduzir o desgaste. Isso é crucial em muitas aplicações industriais e mecânicas.</p><p>· Resistência a Altas Temperaturas: Muitos lubrificantes sólidos podem suportar temperaturas extremamente altas sem degradar ou perder suas propriedades. Por exemplo, o grafite e o dissulfeto de molibdênio são eficazes em condições de calor intenso.</p><p>· Resistência a Pressões Elevadas: Eles também são projetados para funcionar sob altas pressões. Isso os torna ideais para componentes que estão sujeitos a cargas pesadas e estresse mecânico.</p><p>· Estabilidade Química: Alguns lubrificantes sólidos, como o PTFE, são altamente resistentes a produtos químicos e corrosivos. Isso é útil em ambientes onde os líquidos poderiam ser corroídos ou causar reações adversas.</p><p>· Baixa Tendência a Vazamentos: Ao contrário dos lubrificantes líquidos, os sólidos não vazam ou se espalham, o que pode ser uma vantagem em sistemas onde a contaminação por óleo ou graxa é uma preocupação.</p><p>· Durabilidade e Longevidade: Eles têm uma vida útil longa e podem manter suas propriedades de lubrificação por períodos prolongados, reduzindo a necessidade de reaplicações frequentes.</p><p>· Propriedades de Auto-Lubrificação: Alguns lubrificantes sólidos possuem propriedades que permitem uma certa forma de auto-lubrificação, o que significa que eles podem continuar a funcionar bem mesmo com o desgaste gradual das superfícies.</p><p>Essas características tornam os lubrificantes sólidos uma escolha valiosa para muitas aplicações industriais e mecânicas, oferecendo soluções eficazes e confiáveis em situações onde os lubrificantes líquidos não são adequados.</p><p>Vantagens dos lubrificantes sólidos:</p><p>· Resistência a altas e baixas temperaturas: Eles funcionam em ambientes extremos sem perder suas propriedades lubrificantes.</p><p>· Operação limpa: Como não se depositam restos de lubrificante, há menos contaminação de partículas e sujeira.</p><p>· Durabilidade: Proporcionam maior vida útil ao equipamento, já que aderem firmemente à superfície, criando um filme protetor duradouro.</p><p>· Versatilidade de aplicação: Podem ser aplicados em diferentes materiais, como borracha, vidro, metais e plásticos.</p><p>· Efeito selante: Além de lubrificar, podem atuar como selantes em diversas aplicações.</p><p>· Uso combinado: Podem ser usados como base para lubrificantes líquidos, servindo de backup em caso de falha na aplicação da graxa, por exemplo.</p><p>Desvantagens dos lubrificantes sólidos:</p><p>· Capacidade de carga limitada: embora sejam eficazes em reduzir o atrito, os lubrificantes sólidos podem não suportar cargas tão altas quanto os lubrificantes líquidos, o que pode resultar em desgaste prematuro em algumas situações de alta pressão;</p><p>· Custo elevado: a produção e a aplicação de lubrificantes sólidos, especialmente os mais avançados, como o bissulfeto de molibdênio ou o nitreto de boro, podem ser mais caras do que os lubrificantes líquidos convencionais;</p><p>· Dificuldade de aplicação uniforme: dependendo do método de aplicação (pulverização, escovação, imersão), pode ser desafiador garantir uma camada uniforme de lubrificante sólido sobre a superfície, o que pode resultar em áreas com menor proteção;</p><p>· Aplicações limitadas: embora funcionem bem em certas condições extremas, os lubrificantes sólidos não são adequados para todas as aplicações. Em ambientes com muita umidade ou onde o lubrificante precisa ser reabastecido continuamente, eles podem não ser ideais;</p><p>· Sensibilidade ao ambiente: alguns lubrificantes sólidos, como o grafite, têm desvantagens em ambientes úmidos ou com presença de oxigênio. O grafite, por exemplo, pode oxidar em altas temperaturas, perdendo suas propriedades lubrificantes;</p><p>· Dificuldade de remoção: uma vez aplicados, os lubrificantes sólidos podem ser difíceis de remover ou substituir, exigindo processos mais complexos de limpeza e reaplicação.</p><p>Essas desvantagens mostram que, embora os lubrificantes sólidos sejam eficientes em condições específicas, sua utilização deve ser cuidadosamente avaliada em função das exigências da aplicação e das características operacionais do equipamento.</p><p>Lubrificante gasoso</p><p>Utilizamos o lubrificante gasoso quando deve-se ter camadas extremamente finas. Os gases normalmente usados como lubrificantes são o nitrogênio e o hélio.</p><p>Além de promoverem baixo atrito em razão da viscosidade, os lubrificantes gasosos podem ser usados em algumas faixas de temperatura. No entanto, eles têm baixa capacidade de carga e necessitam de componentes com bom acabamento.</p><p>Uma viscosidade adequada é o que mantém uma boa lubrificação. Por exemplo, se o lubrificante for líquido, chegará mais rápido ao local, mas não ficará lá por muito tempo. Quanto mais grosso, mais difícil de escorrer, deixando as peças mais lubrificadas.</p><p>Características dos lubrificantes gasosos:</p><p>· Viscosidade extremamente baixa: ao contrário dos lubrificantes líquidos, os lubrificantes gasosos têm uma viscosidade muito baixa, permitindo um fluxo fácil entre superfícies de contato, sem oferecer muita resistência ao movimento. Isso é ideal para sistemas de alta rotação.</p><p>· Capacidade de formar filmes finos: os lubrificantes gasosos criam uma película extremamente fina entre as superfícies em movimento, que é suficiente para reduzir o atrito e evitar o contato direto entre os componentes.</p><p>· Resistência a temperaturas extremas: por serem gases, eles são estáveis em uma ampla faixa de temperaturas, desde condições criogênicas até temperaturas muito altas. Essa característica os torna úteis em ambientes extremos, como na exploração espacial e em turbinas.</p><p>· Baixa capacidade de carga: em comparação com os lubrificantes líquidos e sólidos, os lubrificantes gasosos têm uma capacidade de carga bastante limitada. Eles funcionam melhor em sistemas de baixa carga, onde a força de atrito é mínima.</p><p>· Inércia química: muitos gases usados como lubrificantes, como o nitrogênio e o hélio, são quimicamente inertes. Isso significa que eles não reagem com os materiais da superfície ou com o ambiente, tornando-os adequados para aplicações sensíveis à contaminação química.</p><p>· Compatibilidade com ambientes limpos: por não deixarem resíduos ou contaminantes, os lubrificantes gasosos são amplamente usados em ambientes que requerem alta pureza, como na fabricação de semicondutores e em instrumentos científicos de precisão.</p><p>· Alta sensibilidade à pressão: a lubrificação com gases depende da pressão do gás aplicado, o que significa que o sistema deve ser projetado com folgas muito precisas entre as superfícies para que o gás se mantenha dentro do espaço de lubrificação.</p><p>· Necessidade de sistemas de controle avançados: para a lubrificação com gases, são necessários sistemas especializados para comprimir, controlar e distribuir o gás com precisão entre as superfícies de contato. Isso pode aumentar a complexidade do equipamento e os custos de operação.</p><p>· Baixo coeficiente de atrito: o atrito entre superfícies lubrificadas por gases é geralmente muito baixo, o que minimiza o desgaste e o consumo de energia em máquinas de alta rotação e baixa carga.</p><p>· Uso em vácuo: lubrificantes gasosos podem ser usados em ambientes de vácuo, como em satélites e outras aplicações espaciais, onde outros tipos de lubrificantes falhariam devido à ausência de pressão atmosférica.</p><p>image1.jpeg</p><p>image2.jpeg</p><p>image3.png</p><p>image4.jpeg</p>