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<p>matriz de Atividade INDIVIDUAL</p><p>Estudante: Alexandre Rossetto</p><p>Disciplina: Mediação e arbitragem</p><p>Turma: Gestão e Business Law</p><p>Introdução</p><p>A arbitragem tem se destacado como um método eficaz de resolução de controvérsias, especialmente em contratos complexos e de grande valor, como aqueles presentes no setor de petróleo e gás. No Brasil, a Lei de Arbitragem (Lei n. 9.307/96) proporciona uma estrutura robusta para que as partes envolvidas possam escolher resolver suas disputas fora do sistema judicial tradicional.</p><p>Este método é valorizado por sua celeridade, especialização dos árbitros e confidencialidade, que são essenciais para a resolução de questões técnicas e comerciais complexas. No contexto dos contratos de concessão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a arbitragem é frequentemente utilizada para garantir que as disputas sejam resolvidas de maneira eficiente e justa.</p><p>parte 1</p><p>a) Espécie de convenção de arbitragem presente no contrato e suas características</p><p>A Cláusula Trigésima Quarta do contrato trata do regime jurídico e estabelece a arbitragem como método de resolução de controvérsias para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis, nos termos da Lei nº 9.307/1996. As características incluem:</p><p>Arbitragem Institucionalizada: As partes podem optar por arbitragem na Corte Internacional de Arbitragem da Câmara de Comércio Internacional ou outra câmara reconhecida, conforme acordado pelas partes.</p><p>Objeto da Arbitragem: Controvérsias sobre penalidades contratuais, cálculos de indenizações e inadimplemento de obrigações contratuais.</p><p>Procedimento: Seleção da câmara de arbitragem em 30 dias. Se não houver acordo, a ANP definirá a câmara.</p><p>Execução: A sentença arbitral é definitiva e obriga as partes. A ANP pode quitar valores devidos através de precatório judicial.</p><p>b) Outros meios de solução de controvérsias</p><p>Antes da arbitragem, poderiam ser utilizados métodos como a mediação e a conciliação, que são mais econômicos e menos adversariais. Sugestão de cláusula:</p><p>Cláusula de Resolução de Conflitos:</p><p>"As partes comprometem-se a resolver amigavelmente quaisquer disputas relacionadas a este contrato. Inicialmente, buscarão uma solução através de mediação, conforme as regras do Centro de Mediação e Arbitragem da ANP. Caso não obtenham sucesso, recorrerão à conciliação, seguindo as diretrizes da Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal. Persistindo o conflito, submeterão a questão à arbitragem, conforme previsto na Cláusula Trigésima Quarta."</p><p>c) Vantagens e desvantagens da arbitragem</p><p>Vantagens:</p><p>Especialização: Árbitros com expertise técnica.</p><p>Celeridade: Processo mais rápido comparado ao judicial.</p><p>Confidencialidade: Mantém questões sensíveis fora do domínio público.</p><p>Flexibilidade: Procedimento mais flexível e adaptável às necessidades das partes.</p><p>Desvantagens:</p><p>Custos Elevados: Taxas e honorários podem ser significativos.</p><p>Limitação de Recursos: Decisões arbitrais são geralmente finais, com recursos limitados.</p><p>Complexidade Procedimental: Pode ser complexa e burocrática.</p><p>Dependência de Boas Práticas: Efetividade depende da qualidade da câmara de arbitragem e dos árbitros selecionados.</p><p>d) Análise crítica da Cláusula Trigésima Quarta e sugestões de melhoria</p><p>Análise Crítica:</p><p>Clareza: A cláusula é clara sobre os procedimentos e limitações.</p><p>Determinabilidade: Define bem os tipos de disputas que podem ser arbitradas.</p><p>Flexibilidade: Permite a escolha da câmara de arbitragem e a inclusão de peritos independentes.</p><p>Sugestões de Melhoria:</p><p>1. Prazo para Decisão: Incluir um prazo máximo para a conclusão do processo arbitral, evitando prolongamentos excessivos.</p><p>2. Escalabilidade: Adicionar etapas escalonadas de resolução antes da arbitragem, como mediação obrigatória.</p><p>3. Transparência: Detalhar mais as condições para a suspensão de atividades durante disputas, garantindo transparência e previsibilidade.</p><p>e) Procedimento necessário para a execução da sentença arbitral</p><p>Para executar uma sentença arbitral:</p><p>1. Reconhecimento e Homologação: Sentenças arbitrais estrangeiras devem ser homologadas pelo STJ.</p><p>2. Pedido de Execução: A parte interessada deve protocolar o pedido de execução no juízo competente.</p><p>3. Citação da Parte Adversa: A parte contra quem se executa deve ser citada para cumprir a sentença ou apresentar defesa.</p><p>4. Cumprimento de Sentença: Se não houver oposição ou após decisão favorável à execução, prossegue-se com o cumprimento da sentença, podendo envolver penhora de bens e outras medidas coercitivas.</p><p>f) Análise crítica e fundamentada sobre a decisão final do Poder Judiciário nesse processo</p><p>A decisão final do Superior Tribunal de Justiça (STJ) no Conflito de Competência nº 139.519 - RJ declarou a competência do Tribunal Arbitral da Corte Internacional de Arbitragem da Câmara de Comércio Internacional (CCI), prevalecendo a jurisdição arbitral sobre a estatal para decidir sobre a validade e aplicabilidade da Resolução RD 69/2014 da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Essa decisão reconheceu a natureza jurisdicional da arbitragem, alinhando-se aos princípios da competência-competência e autonomia da vontade das partes, conforme estipulado na Lei de Arbitragem (Lei n. 9.307/96).</p><p>A decisão está em conformidade com a Lei de Arbitragem e os princípios constitucionais que sustentam a arbitragem como meio legítimo de resolução de conflitos envolvendo direitos patrimoniais disponíveis.</p><p>É juridicamente coerente, fundamentada em precedentes relevantes e nos princípios de direito aplicáveis. O STJ reforçou a necessidade de observar a competência do juízo arbitral para decidir sobre sua própria jurisdição, conforme o princípio da competência-competência. Essa abordagem evita conflitos jurisdicionais desnecessários e promove a segurança jurídica.</p><p>A decisão favorece a eficiência na resolução de disputas ao reafirmar a validade da arbitragem, proporcionando uma via mais rápida e especializada para a solução de conflitos técnicos e complexos, típicos do setor de petróleo e gás. No entanto, também levanta preocupações sobre a acessibilidade do processo arbitral para partes não signatárias da cláusula compromissória, como o Estado do Espírito Santo, que argumentou a necessidade de proteger seus interesses financeiros. Embora essa decisão fortaleça a aplicação da arbitragem e promova a celeridade processual, ela também destaca a necessidade de considerar mecanismos adicionais para assegurar que todos os interessados, incluindo terceiros como o Estado do Espírito Santo, possam defender adequadamente seus direitos.</p><p>parte 2</p><p>Em experiências anteriores, lidamos com diversas discussões contratuais que foram totalmente judicializadas. Esses casos evidenciaram a morosidade dos processos judiciais, uma vez que as disputas se arrastaram por longos períodos antes de serem resolvidas. A lentidão do sistema judicial tornou claro que a solução de conflitos dessa natureza não apenas consumia tempo valioso, mas também recursos significativos, prejudicando a eficiência e a continuidade dos negócios.</p><p>Diante desse cenário, nosso departamento jurídico decidiu implementar uma cláusula de arbitragem e mediação nos novos contratos. Essa abordagem visa proporcionar um método mais ágil e eficaz para a resolução de disputas, buscando mitigar a morosidade dos processos judiciais e garantir uma resolução mais rápida e especializada. A inclusão desses mecanismos reflete uma estratégia para melhorar a eficiência na gestão de conflitos e minimizar os impactos negativos associados à lentidão dos tribunais</p><p>considerações finais</p><p>A análise do caso envolvendo a Petrobras e a ANP ilustra a importância da arbitragem como um mecanismo eficiente e especializado para a resolução de disputas complexas, especialmente em setores regulados e tecnicamente exigentes como o de petróleo e gás. A decisão do STJ de reconhecer a competência do Tribunal Arbitral da CCI destaca a relevância dos princípios da competência-competência e da autonomia</p><p>da vontade das partes.</p><p>Além disso, a experiência com a morosidade dos processos judiciais reforça a necessidade de métodos alternativos de resolução de conflitos, como a mediação e a arbitragem, para garantir celeridade e efetividade na solução das controvérsias. A inclusão de cláusulas de arbitragem e mediação nos contratos surge como uma estratégia fundamental para evitar os longos e custosos processos judiciais, promovendo uma gestão mais eficiente e segura das relações contratuais.</p><p>*Referências bibliográficas</p><p>BRASIL. Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996. Dispõe sobre a arbitragem. Diário Oficial da União: Brasília, DF, 24 set. 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9307.htm. Acesso em: 21 jul. 2024.</p><p>BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Conflito de Competência nº 139.519 - RJ. Relator: Ministro Napoleão Nunes Maia Filho. Rel. para Acórdão: Ministra Regina Helena Costa. Brasília, 2017. Disponível em: https://stj.jus.br/. Acesso em: 21 jul. 2024.</p><p>CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à Justiça. Tradução de Ellen Gracie Northfleet. Porto Alegre: Fabris, 2002.</p><p>GRINOVER, Ada Pellegrini; CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo. 22. ed. São Paulo: Malheiros, 2009.</p><p>CARMONA, Carlos Alberto. Arbitragem e Processo: um comentário à Lei 9.307/96. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009.</p><p>1</p><p>2</p><p>1</p><p>image1.emf</p><p>image2.wmf</p>

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