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Prévia do material em texto

<p>Autor: Prof. Lair da Silva Loureiro Filho</p><p>Colaboradores: Prof. Flávio Celso Müller Martin</p><p>Prof. Fábio Gomes da Silva</p><p>Profa. Angélica Lúcia Carlini</p><p>Prof. Marco Antonio Roccato Ferreroni</p><p>Profa. Elisângela M. O. Nogueira</p><p>Noções de Direito</p><p>Professor conteudista: Lair da Silva Loureiro Filho</p><p>Lair da Silva Loureiro Filho, natural da cidade de Santos/SP, é bacharel em Ciências Sociais pela Faculdade de</p><p>Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo – FFLCH/USP (1985), bacharel em Direito pela</p><p>Faculdade de Direito do Largo de São Francisco – FD/USP (1992), Especialista em Direito Constitucional pela Samford</p><p>University – AL/EUA (1994), Mestre em Direito do Estado pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco – FD/</p><p>USP (2002) e Doutorando em Direito pela mesma Instituição. É Professor Universitário desde 1987 e atua como</p><p>Professor e Coordenador Auxiliar do Curso de direito da Universidade Paulista – UNIP, Campus Norte. Membro do</p><p>Instituto dos Advogados de São Paulo – IASP, é autor de inúmeros livros (Notas e registros públicos, 4ª ed., ed. Saraiva;</p><p>Responsabilidade pública por atividade judiciária, ed. Revista dos Tribunais; Guia do concurso público, ed. Saraiva;</p><p>Introdução ao Direito, ed. Del Rey, entre outros) e artigos jurídicos.</p><p>© Todos os Direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou</p><p>quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem</p><p>permissão escrita da Universidade Paulista.</p><p>Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)</p><p>L892i Loureiro Filho, Lair da Silva</p><p>Instituições de direito / Lair da Silva Loureiro Filho. – São Paulo:</p><p>Editora Sol, 2013.</p><p>172 p., il.</p><p>Notas: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e</p><p>Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XIX, n. 2-003/13, ISSN 1517-9230.</p><p>1. Direito. 2. Instituições. 3. Contratos. I. Título.</p><p>CDU 342</p><p>Prof. Dr. João Carlos Di Genio</p><p>Reitor</p><p>Prof. Fábio Romeu de Carvalho</p><p>Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças</p><p>Profa. Melânia Dalla Torre</p><p>Vice-Reitora de Unidades Universitárias</p><p>Prof. Dr. Yugo Okida</p><p>Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa</p><p>Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez</p><p>Vice-Reitora de Graduação</p><p>Unip Interativa – EaD</p><p>Profa. Elisabete Brihy</p><p>Prof. Marcelo Souza</p><p>Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar</p><p>Prof. Ivan Daliberto Frugoli</p><p>Material Didático – EaD</p><p>Comissão editorial:</p><p>Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)</p><p>Dr. Cid Santos Gesteira (UFBA)</p><p>Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)</p><p>Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)</p><p>Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)</p><p>Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)</p><p>Apoio:</p><p>Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD</p><p>Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos</p><p>Projeto gráfico:</p><p>Prof. Alexandre Ponzetto</p><p>Revisão:</p><p>Virgínia Bilatto</p><p>Cristina Zordan</p><p>Elaine Pires</p><p>Sumário</p><p>Noções de Direito</p><p>APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9</p><p>INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9</p><p>Unidade I</p><p>1 INTRODUÇÃO AO DIREITO ........................................................................................................................... 11</p><p>1.1 Conceito de Direito .............................................................................................................................. 11</p><p>1.2 Origem e finalidade do Direito ....................................................................................................... 12</p><p>1.3 Direito objetivo e Direito subjetivo ............................................................................................... 14</p><p>1.4 Direito e moral ....................................................................................................................................... 16</p><p>1.5 Ramos do Direito .................................................................................................................................. 18</p><p>1.6 Fontes do Direito .................................................................................................................................. 20</p><p>1.7 Lei escrita ................................................................................................................................................. 23</p><p>1.8 Do processo legislativo ...................................................................................................................... 26</p><p>2 DIREITO CONSTITUCIONAL........................................................................................................................... 28</p><p>2.1 Noções introdutórias .......................................................................................................................... 28</p><p>2.1.1 Conceito...................................................................................................................................................... 28</p><p>2.1.2 Constituição .............................................................................................................................................. 28</p><p>2.1.3 Poder Constituinte ................................................................................................................................. 29</p><p>2.1.4 Espécies de Constituição e de normas constitucionais ........................................................... 31</p><p>2.1.5 Controle de constitucionalidade das Leis ..................................................................................... 32</p><p>2.2 Da organização nacional ................................................................................................................... 34</p><p>2.2.1 Do Estado federado ................................................................................................................................ 34</p><p>3 DA SEPARAÇÃO DOS PODERES ................................................................................................................. 38</p><p>3.1 Poder Executivo (CF, arts. 76 a 91) ................................................................................................ 39</p><p>3.2 Poder Legislativo (CF, arts. 44 a 75) .............................................................................................. 43</p><p>3.3 Poder Judiciário (CF, arts. 92 a 126) .............................................................................................. 47</p><p>4 DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS ..................................................................... 57</p><p>4.1 Gerações dos Direitos Fundamentais ........................................................................................... 57</p><p>4.2 Direitos e garantias individuais e coletivos (CF, 5º) ................................................................ 61</p><p>4.3 Da nacionalidade (CF, arts. 12 e 13).............................................................................................. 76</p><p>4.4 Dos direitos políticos (CF, arts. 14 a 16) ...................................................................................... 78</p><p>Unidade II</p><p>5 DIREITO CIVIL .................................................................................................................................................... 85</p><p>5.1 Da validade dos negócios jurídicos ............................................................................................... 85</p><p>5.1.1 Conceitos e requisitos ........................................................................................................................... 85</p><p>5.1.2 Dos defeitos do negócio jurídico ...................................................................................................... 87</p><p>5.2 Responsabilidade civil e ato ilícito (CC, arts. 186 a 188 e 927 a 954) ............................ 91</p><p>5.2.1 Conceito e requisitos .............................................................................................................................</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>2.1.4 Espécies de Constituição e de normas constitucionais</p><p>Espécies de Constituição</p><p>Em relação à forma, as Constituições podem ser escritas, contendo regras em documento elaborado</p><p>para fixar a organização fundamental; não escritas, quando baseadas nos usos e costumes reiterados.</p><p>Observação</p><p>Embora a Constituição da Inglaterra seja classificada como não escrita</p><p>ela é, na verdade, constituída por um conjunto de textos elaborados ao</p><p>longo dos séculos, sendo, portanto, escrita, mas não sistematizada.</p><p>Quanto à força que a legitima, são consideradas outorgadas, se positivadas por obra de um indivíduo</p><p>ou por um grupo de indivíduos (ex.: Constituição de 1967, Constituição do Império); ou promulgadas,</p><p>decorrentes da manifestação de uma Assembleia Popular Constituinte (ex.: Constituições Brasileiras de</p><p>1946 e 1988).</p><p>Em relação à possibilidade de sua alteração, são rígidas, se alteráveis por um processo especial,</p><p>dificultoso, mais qualificado que o processo de alteração da legislação ordinária; semirrígidas, alteráveis</p><p>em parte por processo especial, em parte por processo comum; flexíveis: alteram-se através de um</p><p>processo idêntico à legislação comum (ordinária); dogmáticas: Constituições escritas que se assentam</p><p>em princípios e dogmas.</p><p>Outras classificações as definem como Histórica, Constituição não escrita ou costumeira; garantia,</p><p>visa a garantir a liberdade, limitando o poder; balanço, é a Constituição que descreve e registra a</p><p>organização política estabelecida; dirigente, anuncia um ideal a ser alcançado, estabelecendo um plano</p><p>para dirigir uma evolução política.</p><p>Normas constitucionais</p><p>Quanto ao conteúdo as normas constitucionais são dividias em: materiais que, por seu conteúdo,</p><p>versam sobre a forma do Estado, do governo, modo de aquisição e exercício do poder, estrutura do</p><p>Estado e os limites de sua ação – ex.: organização dos Poderes (Título IV); organização do Estado (Título</p><p>III); princípios fundamentais (Título I); Direitos e garantias individuais –; formais são as que têm apenas</p><p>a forma de regra constitucional, não o seu conteúdo. Ex.: dispositivos relativos aos seringueiros (art. 54</p><p>do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT); Zona Franca de Manaus (art. 40 do ADCT);</p><p>Colégio Dom Pedro II (CF, art. 242); taxa de juros reais etc.</p><p>Quanto à possibilidade de aplicação, as normas são: autoexecutáveis, com aplicabilidade imediata,</p><p>não dependendo de legislação integrativa; não autoexecutáveis, de eficácia limitada, dependem de</p><p>legislação integrativa que as complemente; podem ser incompletas, condicionadas ou programáticas;</p><p>eficácia contida, aplicáveis desde logo, podendo ser contidas por Lei ou ato infraconstitucional.</p><p>Highlight</p><p>Highlight</p><p>32</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>2.1.5 Controle de constitucionalidade das Leis</p><p>É a verificação da adequação de um ato jurídico ou Lei à Constituição (FERREIRA FILHO, 2008, p.</p><p>34). A ideia de controle jurisdicional de constitucionalidade postula a da supremacia da Constituição no</p><p>quadro do Direito interno dos Estados.</p><p>O princípio da supremacia requer que todas as situações jurídicas se conformem com os</p><p>princípios e preceitos consagrados na Constituição, não se satisfazendo apenas com a atuação</p><p>positiva, ou seja, de acordo com a Constituição, mas também combate à inércia regulamentar, visto</p><p>que constitui conduta inconstitucional a omissão na elaboração de normas quando a Constituição</p><p>assim o determina.</p><p>Cabe aos mecanismos de controle de constitucionalidade das Leis verificarem a coordenação dos</p><p>atos jurídicos com a Constituição e, retirar do sistema toda norma de caráter inferior que esteja com</p><p>ela dissonante.</p><p>O Direito brasileiro adota as seguintes formas de controle de constitucionalidade:</p><p>• concentrado – é aquele no qual a competência para julgar ou examinar a constitucionalidade</p><p>pertence a um único órgão julgador. Por ser concentrado, não há disparidade de decisões para</p><p>questões iguais;</p><p>• difuso – permite a qualquer juiz apreciar a alegação de inconstitucionalidade. É o sistema adotado</p><p>pelos EUA a partir do emblemático caso Marbury vs. Madison (1803). Neste caso, permanece por</p><p>muito tempo a dúvida sobre a constitucionalidade, uma vez que diversos juízes apreciam questões</p><p>iguais e poderão ter opiniões diferentes, acarretando decisões que se contradizem entre si. Somente</p><p>com a manifestação do mais alto tribunal ficará definida a questão da constitucionalidade. Este</p><p>sistema foi denominado judicial review, ou difuso;</p><p>• político – há controle político sempre que a verificação de constitucionalidade é confiada a órgão</p><p>não pertencente ao Poder Judiciário. Seu fundamento principal é a alegação de que a Constituição</p><p>deve ser interpretada por órgãos com sensibilidade política, bem como evitar que se dê poder</p><p>aos juízes de anular as decisões do Legislativo e do Executivo, atentando contra o princípio da</p><p>separação dos poderes;</p><p>• judiciário – o controle judiciário se dá sempre que a verificação da concordância entre um ato e</p><p>as regras constitucionais é atribuída a órgão integrado no Poder Judiciário. As críticas residem na</p><p>judiciocracia;</p><p>• ação direta – exercido por meio de uma ação judicial com a finalidade específica de examinar a</p><p>constitucionalidade da Lei, sem que nenhuma relação jurídica esteja em discussão. A declaração</p><p>de inconstitucionalidade resulta na anulação da Lei, com efeitos erga omnes (direcionados a todas</p><p>as pessoas). Desta maneira, uma única decisão de uma Corte Constitucional resolve a questão</p><p>definitivamente;</p><p>33</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>• incidental – no curso de qualquer ação judicial, se uma das partes pretender a aplicação de uma</p><p>Lei e a outra poderá defender-se dessa pretensão alegando a inconstitucionalidade da referida Lei.</p><p>Procedente a alegação, a Lei não será aplicada pelo juiz à relação jurídica em litígio. Entendido no</p><p>sentido de defesa pode ser tanto do autor como do réu. A Lei continua em vigor em relação aos</p><p>que não participaram da causa, cuja decisão atinge apenas as partes litigantes;</p><p>• preventivo – opera antes que a Lei se aperfeiçoe, havendo um controle de constitucionalidade</p><p>do projeto de Lei, podendo ser entregue a um órgão de natureza jurisdicional. O controle prévio,</p><p>contudo, na maioria dos países é realizado sob a forma de autocontrole de constitucionalidade,</p><p>que se inicia com o exame do projeto de Lei na comissão de Constituição das casas legislativas,</p><p>prossegue no seu plenário e termina na ocasião da apreciação pelo Poder Executivo, que deve</p><p>vetá-lo se o julgar inconstitucional;</p><p>• repressivo – opera depois de perfeito o ato, de promulgada a Lei, havendo o controle de</p><p>constitucionalidade da Lei;</p><p>• abstrato – em tese porque, desvinculado de um caso concreto, de lesão a Direito, visa à declaração</p><p>de inconstitucionalidade da Lei ou ato normativo, podendo ser repressivo ou preventivo;</p><p>• concreto – vinculado apenas aos casos concretos;</p><p>• ação declaratória de constitucionalidade – a ADC veio a integrar o texto da Constituição por</p><p>obra do poder constituinte reformador, por meio da EC 3, de 17.03.1993. Por essa via, busca-se</p><p>a declaração de constitucionalidade de Lei ou ato normativo federal, ao contrário da ADIN. Tem</p><p>como fundamento, portanto, conferir segurança ao ordenamento jurídico nacional, havendo, por</p><p>trás de tal argumento, o verdadeiro intuito de defender o Governo Federal,</p><p>facilitando sua ação</p><p>executiva, em detrimento das garantias individuais;</p><p>• inconstitucionalidade por omissão – a inconstitucionalidade não implica apenas a contradição a</p><p>uma norma cogente, autoexecutável (porque se não o for não haverá omissão), da Constituição,</p><p>mas igualmente deixa de tomar as providências necessárias para a efetividade das normas</p><p>programáticas. Assim, este tipo de controle de constitucionalidade só pode ter como parâmetro</p><p>as normas constitucionais de eficácia limitada, que são aquelas cujos efeitos jurídicos dependem</p><p>da edição de regras infraconstitucionais. A omissão legislativa somente pode significar que</p><p>o legislador não faz algo que positivamente lhe era imposto pela Constituição. Não se trata,</p><p>apenas, de um não fazer, mas de não fazer aquilo a que, de forma concreta e explícita, estava ele</p><p>constitucionalmente obrigado;</p><p>• arguição de descumprimento de preceito fundamental – ADPF – previsto no art. 102, § 1º, da</p><p>Constituição, foi regulamentada pela LF nº 9.882/99. Ao ser avocada pelo Supremo Tribunal Federal,</p><p>atribui eficácia erga omnes (geral, contra todos) e vinculante, à ação cuja constitucionalidade de</p><p>ato federal, estadual ou municipal que esteja sendo apreciada por juízes ou tribunais regionais.</p><p>• modelos coexistentes no Direito Brasileiro:</p><p>34</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>I. Político (Preventivo).</p><p>I. 1. Veto do Presidente (66, § 1º).</p><p>I. 2. Sustação do ato pelo Congresso (49. V).</p><p>II. Jurídico (Repressivo).</p><p>II. 1. incidental, por via de defesa ou de exceção – modelo americano com adaptações (102, III, 97</p><p>e 52, X).</p><p>II. 2. Ação.</p><p>II.2.1. Positivo.</p><p>a. direta interventiva – Legit. Proc. Rep. (35, III);</p><p>b. direta de inconstitucionalidade – modelo austríaco sem Corte Constitucional (102, I, a);</p><p>c. declaratória de constitucionalidade (EC3/93);</p><p>d. ação de arguição de descumprimento de preceito fundamental (art. 102, § 1º).</p><p>II.2.2. Negativo.</p><p>• abstrata – direta de inconstitucionalidade por omissão (103, §2);</p><p>• legitimidade – o art. 103 da Constituição Federal elenca os legitimados à propositura de ADIN e ADC: I</p><p>– o Presidente da República; II – a Mesa do Senado Federal; III – a Mesa da Câmara dos Deputados;</p><p>IV – a Mesa da Assembleia Legislativa; V – o Governador de Estado; VI – o Procurador-Geral da</p><p>República; VII – o Conselho Federal da OAB; VIII – partido político com representação no Congresso</p><p>Nacional; IX – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.</p><p>2.2 Da organização nacional</p><p>2.2.1 Do Estado federado</p><p>Disposições gerais</p><p>Estado é uma associação humana (povo), radicada em base espacial</p><p>(território), que vive sob o comando de uma autoridade (poder) não</p><p>sujeita a qualquer outra (soberania). É uma ordem jurídica relativamente</p><p>centralizada, limitada no seu domínio espacial e temporal de vigência,</p><p>soberana e globalmente eficaz (FERREIRA FILHO, 2008, p. 49).</p><p>Em relação à forma, o Estado pode assumir a forma de República ou Monarquia, quanto ao sistema</p><p>de governo, parlamentarismo ou presidencialismo.</p><p>A teoria contemporânea entende o Estado como resultado da conjugação dos elementos: povo,</p><p>conjunto de todos aqueles para os quais vigora uma ordem jurídica; território, domínio espacial de</p><p>vigência de uma ordem jurídica estatal; poder, se traduz no cumprimento das normas estatais; soberania,</p><p>nota peculiarizadora do Estado na ordem internacional (ao contrário, por autonomia entendemos a</p><p>nota peculiarizadora do Estado que tem a ordem jurídica dividida em domínios particulares – União,</p><p>estados e municípios – interessando, portanto, à ordem interna).</p><p>35</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>Em relação à tipologia, o Estado pode ser: unitário, com descentralização seja administrativa,</p><p>política ou legislativa, depende do poder central, podendo ser suprimida; unitário descentralizado, com</p><p>descentralização apenas política (Brasil Império); constitucionalmente descentralizado, descentralização</p><p>inscrita no próprio texto constitucional, não dependendo do poder central (Itália); federado, com a</p><p>existência de poder constituinte próprio aos Estados-Membros, bem como com a sua participação no</p><p>Poder Central por meio de uma câmara (Senado); confederado, em que cada Estado não é apenas</p><p>autônomo, mas soberano. O pacto que os vincula é dissolúvel, ao passo que na federação é indissolúvel.</p><p>Saiba mais</p><p>Conferir:</p><p>DALLARI, D. Elementos da teoria geral do Estado. 30. ed. São Paulo:</p><p>Saraiva, 2011.</p><p>O Brasil adotou a forma de República Federativa, de inspiração norte americana. Todavia, ao contrário,</p><p>o federalismo brasileiro resultou de um processo de segregação, descentralização do Estado unitário em</p><p>razão de imperativos políticos, como a salvaguarda das liberdades e da eficiência administrativa, ao passo</p><p>que o norte americano resultou de um processo histórico de agregação de Estados que a ele preexistiam.</p><p>Saiba mais</p><p>Sobre a experiência norte-americana vale conferir:</p><p>TOCQUEVILLE, A. A democracia na América. Belo Horizonte: Itatiaia, 1998.</p><p>São elementos característicos do Estado Federado: nacionalidade única; competências diferenciadas</p><p>entre os entes integrantes (administrativa, tributária e legislativa); autonomia constitucional; intervenção</p><p>federal; possibilidade de criação de novo Estado ou modificação territorial; possibilidade de coexistência</p><p>de duas Câmaras – uma representante do povo, cuja representação é vinculada ao critério populacional</p><p>(Câmara dos Deputados); outra representando os Estados, assegurando o equilíbrio dos interesses</p><p>federativos (Senado Federal).</p><p>A rigidez constitucional, a existência de órgão responsável pelo controle de constitucionalidade –</p><p>Supremo Tribunal Federal (CF, art. 102) –, a previsão de processo de intervenção federal e estadual, as</p><p>vedações do art. 19 da Constituição representam elementos mantenedores da coesão federativa.</p><p>Adota a Carta de 1988, a estrutura tríplice (União, Estados-Membros e municípios) e não dúplice como</p><p>é usual no Estado federal. Três ordens são estabelecidas, a geral (União), a regional (Estado-Membro) e a</p><p>local (município), salientando ainda a presença de territórios e do Distrito Federal.</p><p>36</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>Observação</p><p>Não obstante a forma federativa, o Estado brasileiro apresenta</p><p>concentração excessiva de competências nas mãos da União.</p><p>Competência legislativa</p><p>A competência legislativa, no âmbito do Estado Federal, pode ser exclusiva, privativa, concorrente,</p><p>autorizada, comum e suplementar.</p><p>A competência exclusiva é aquela conferida a um dos entes federativos com exclusividade (CF, art.</p><p>21l); a privativa conferida sem exclusividade (CF, art. 22); a concorrente é conferida em comum a diversos</p><p>entes federativos, cabendo à União o estabelecimento de normas gerais, e aos estados e Distrito Federal</p><p>a edição de normas específicas. Na falta de normas gerais, a competência dos estados será plena (CF,</p><p>art. 24), a superveniência de Lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia de Lei estadual no que</p><p>lhe for contrário; a autorizada depende do estado de autorização a ser veiculada por Lei Complementar</p><p>(CF, art. 22); na comum, União, estados, Distrito Federal e municípios poderão dispor sobre as matérias</p><p>do art. 23 da Constituição, sendo dependentes de Lei Complementar nacional, que fixará as normas</p><p>para a cooperação entre aquelas pessoas, tendo por fundamento</p><p>o equilíbrio do desenvolvimento e do</p><p>bem-estar em âmbito nacional; a suplementar destina-se a conferir aos estados a possibilidade de, ao</p><p>lado da União, legislar também sobre normas gerais atinentes às questões arroladas no art. 24 do texto</p><p>constitucional.</p><p>Entes federativos:</p><p>• União (CF, arts. 20/24) – a União é pessoa jurídica de Direito público dotada de capacidade política</p><p>nos Estados do tipo federal. Atua como pessoa jurídica de Direito público interno ou em nome da</p><p>própria federação.</p><p>Figura 4 – Constituem símbolos da República Federativa do Brasil, a</p><p>Bandeira Nacional, o Hino Nacional, o Selo e as Armas da República</p><p>37</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>São bens da União (CF, art. 20), os atualmente pertencentes; os cursos de águas que banhem mais de</p><p>um estado, fronteira ou que venham ou se estendam a outros países; as terras devolutas de fronteiras/</p><p>fortificações/vias federais/reservas; as praias/ilhas oceânicas/ilhas fluviais ou lacustres fronteiriças; os</p><p>recursos da plataforma continental/zona econômica exclusiva; o mar territorial; os terrenos de marinha;</p><p>os potenciais de energia hidráulica; os recursos minerais/subsolo; as cavernas e sítios arqueológicos; as</p><p>reservas indígenas;</p><p>• Estados federados (CF, arts. 25/28) – são entes dotados de autonomia (não soberania), com</p><p>competência própria e governantes próprios. A necessidade de previsão constitucional para a União</p><p>intervir nos Estados é fator que ressalta a autonomia deste ente federativo. Possui autoridades</p><p>próprias como Poder Legislativo, Executivo e Judiciário. Possui ainda Poder Constituinte decorrente,</p><p>sendo permitida a elaboração do texto constitucional do Estado-Membro, conforme os princípios</p><p>norteadores da Constituição Federal;</p><p>• municípios (CF, arts. 29/31) – são entes dotados de autonomia e independência a nível interno. Sua</p><p>natureza de entidade federativa está prevista na Constituição (CF, art. 1º), que lhe atribui competências</p><p>(CF, art. 30), notadamente para tratar de interesse local, e lhe descrimina rendas (CF, art. 156).</p><p>Figura 5</p><p>Embora não sejam entes federativos plenos (não possuem Constituição ou Poder Judiciário),</p><p>possuem expressiva autonomia, compreendendo: autogoverno – possibilidade de eletividade das</p><p>autoridades próprias, prefeitos e vereadores (CF, art. 29, I e II). As garantias dos vereadores são restritas</p><p>àquelas inerentes ao exercício da vereança (inc. VIII), sendo as dos deputados mais abrangentes –;</p><p>auto-organização – a Lei orgânica do Município equivale à Constituição Municipal (CF, art. 29). Pela</p><p>Constituição anterior, os estados organizavam os municípios –; autoadministração – administração</p><p>própria para manter e prestar os serviços de interesse local –; capacidade normativa própria –</p><p>competência de elaboração de Leis municipais sobre áreas que são reservadas à sua competência</p><p>exclusiva e suplementar.</p><p>• Distrito Federal (CF, art. 32) – é ser dotado de autonomia, tem personalidade própria, autoridades</p><p>próprias (governador), poderes gerais e serviços próprios. Sede política do Estado brasileiro,</p><p>38</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>equipara-se aos estados, sendo governado por governador eleito diretamente pelo povo (CF, art.</p><p>32, § 2º). Seu status aproxima-se do Estado-Membro, reunindo as competências legislativas e</p><p>tributárias dos Estados e Municípios, vedada sua divisão em municípios;</p><p>Figura 6 – O Distrito Federal é formado por Brasília e pelas Cidades Satélites</p><p>• territórios (CF, art. 33) – pessoa jurídica de Direito público interno de capacidade meramente administrativa</p><p>e de nível constitucional, ligados à União, tem nesta a fonte de seu regime jurídico infraconstitucional. Os</p><p>territórios integram a União e não a Federação (CF, art. 18, § 2º e ADCT, arts. 14 e 15);</p><p>Observação</p><p>Atualmente o Brasil não possui território, após a transformação dos</p><p>territórios do Amapá e Roraima em estados pela Constituição de 1988</p><p>e a incorporação de Fernando de Noronha pelo estado de Pernambuco</p><p>(os estados do Acre e Rondônia foram territórios sob a égide da ordem</p><p>constitucional anterior).</p><p>• regiões metropolitanas (CF, art. 25, § 3º) – aglomerados de Municípios que, por apresentarem</p><p>características socioeconômicas homogêneas, demandam à realização conjunta de serviços de</p><p>interesses comuns. Não tem capacidade política nem administrativa, não se podendo falar que tenha</p><p>personalidade. Fica, portanto, afastada a ideia de um governo próprio da Região Metropolitana,</p><p>sendo órgão que se une apenas a título de colaboração. São criadas por Lei Complementar estadual.</p><p>No Estado de São Paulo temos três regiões metropolitanas, a da Grande São Paulo (LCF 14/73 e LCE</p><p>94/74); a da Baixada Santista (LCE 815/96) e a da região de Campinas (LCE 870/00). A competência</p><p>para a sua criação, portanto, deixou de ser da esfera federal para ser entregue à estadual.</p><p>3 DA SEPARAÇÃO DOS PODERES</p><p>O art. 2º da Constituição de 1988 consagra o princípio da separação dos poderes, ou check and</p><p>balances (freios e contrapesos), preconizando o relacionamento harmônico e independente. O art. 60,</p><p>§ 4º, III, ademais, assegura o princípio natureza de Cláusula Pétrea, sendo, portanto, imutável.</p><p>39</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>Como precedentes históricos, o Bill of Rights de 1689, forçando a divisão do poder real com o</p><p>parlamento, e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, são as referências empíricas de tais</p><p>ideais.</p><p>Saiba mais</p><p>Verificar a obra clássica:</p><p>MONTESQUIEU, C. L. O espírito das Leis. São Paulo: Martin Claret, 2010.</p><p>3.1 Poder Executivo (CF, arts. 76 a 91)</p><p>A função precípua do Poder Executivo é a de administrar a coisa pública (ou res publica), sendo esta</p><p>a sua função típica na doutrina tradicional da separação dos poderes, preconizada desde Aristóteles</p><p>(A República), passando por Locke (Segundo tratado sobre o governo civil) e Montesquieu (O espírito</p><p>das Leis), que a consagrou como a via encontrada para limitar o poder absoluto, a partir de sua divisão</p><p>interna.</p><p>Figura 7 – Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo Federal</p><p>Figura 8 – Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo Federal</p><p>40</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>Figura 9 – Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo Federal</p><p>a) Composição: o Poder Executivo é composto pela Presidência da República, Vice-Presidência, pelos</p><p>Ministérios (CF, arts. 87 e 88), pelos Conselhos da República (CF, arts. 89 e 90), de Defesa Nacional</p><p>(CF, art. 91), enfim pela Administração Civil e Militar.</p><p>b) Eleição: a eleição ocorre através do sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, em pleito</p><p>realizado no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo do mesmo</p><p>mês, em havendo segundo turno, do ano anterior ao término do mandato presidencial vigente.</p><p>c) Presidência da República: (chefia de Estado e do governo) no presidencialismo, sistema de governo</p><p>tradicionalmente adotado pelo Brasil e já confirmado por meio de plebiscito por duas vezes (1963</p><p>e 1993), a chefia de Estado e a chefia de governo encontram-se encerradas em um mesmo corpo, a</p><p>Presidência da República. Pela primeira, entende-se a representação</p><p>interna e externa da unidade</p><p>do Estado; pela segunda, a liderança política nacional da máquina administrativa.</p><p>d) Poderes da Presidência da República (CF, art. 84): iniciar o processo legislativo; sancionar ou vetar projetos</p><p>de Lei; representar o Estado nas relações internacionais; constituinte de outros poderes do Estado;</p><p>decretar estado de sítio, de defesa e intervenção federal; orientar a política global; chefiar a administração;</p><p>guardião da segurança nacional; defender o interesse público em geral. A extensa enumeração das</p><p>atribuições do Presidente encontrada no art. 84 da Constituição é meramente exemplificativa.</p><p>Figura 10 – O Presidente da República é Comandante em Chefe das Forças Armadas</p><p>41</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>e) Mandato: é fixado em quatro anos, admitida uma única reeleição, a teor da inovação trazida pela</p><p>EC 16/97. São requisitos para o cargo: brasileiro nato; gozo dos Direitos políticos; trinta e cinco</p><p>anos de idade; não ser inelegível.</p><p>f) Vacância da Presidência da República: vacância é a ausência definitiva do titular do cargo da</p><p>Presidência da República, verificada pelo Congresso Nacional (suscetível de apreciação pelo</p><p>Poder Judiciário) ou decorrente de condenação judicial. Ocorre nas seguintes hipóteses: morte</p><p>do Presidente; incapacidade absoluta; perda dos requisitos exigidos para o exercício do cargo,</p><p>ou pela verificação da inexistência desses à época da eleição; condenação por crime comum ou</p><p>de responsabilidade; ausência do país por mais de quinze dias, sem permissão do Congresso;</p><p>não assumir o cargo (salvo força maior) dentro de dez dias da data fixada para a posse; renúncia.</p><p>g) Impedimento do Presidente da República: ao contrário da vacância, que é definitiva, poderá o</p><p>Presidente estar impedido de exercer o cargo, sem, no entanto perdê-lo, encontrando-se apenas</p><p>afastado. O impedimento poderá ocorrer de forma voluntária ou involuntária, neste caso podemos</p><p>elencar: doença grave; aprisionamento pelo inimigo ou por sequestro; suspenso das funções em</p><p>razão de processo contra ele movido.</p><p>h) Ordem de sucessão do Presidente: seja na hipótese de vacância ou de impedimento, a substituição</p><p>do Presidente durará apenas o tempo necessário para o termo do mandato do antecessor, iniciando,</p><p>sempre, pelo Vice-Presidente seguido do Presidente Câmara, Presidente do Senado e Presidente</p><p>do Supremo Tribunal Federal.</p><p>Exceção feita ao Vice-Presidente, o exercício da presidência pelos demais é sempre provisória,</p><p>durando o tempo necessário até a eleição de novo Presidente e Vice. Se a vacância da presidência</p><p>ocorrer nos dois últimos anos do mandato, haverá eleição indireta pelo Congresso para Presidente e</p><p>Vice (CF, art. 81, § 1º). Se a vacância da presidência ocorrer nos dois primeiros anos do mandato, haverá</p><p>eleição direta em 90 (noventa) dias, a contar da abertura da última vaga.</p><p>i) Da Vice-Presidência: a principal função do Vice-Presidente é a de substituir o Presidente ou de</p><p>sucedê-lo, nas hipóteses de vacância ou de impedimento. Ademais, participará dos Conselhos da</p><p>República e de Defesa Nacional, entre outras funções. A eleição para a Vice-Presidência depende</p><p>exclusivamente da eleição para Presidente, não havendo eleição autônoma, não passando de</p><p>suplente inscrito na candidatura do titular.</p><p>j) Ministérios (CF, arts. 87 e 88): os Ministérios são os grandes setores especializados da máquina,</p><p>da burocracia estatal, sendo conduzidos pelos Ministros, a quem cabe o assessoramento e o</p><p>aconselhamento da Presidência da República, exercer a orientação, coordenação e supervisão</p><p>dos órgãos e entidades da administração federal na área de sua competência; referendar os atos</p><p>presidenciais; expedir decretos, instruções e regulamentos para a boa execução das Leis. São</p><p>funções de livre provimento pelo Presidente da República, desde que preenchidas as seguintes</p><p>condições: idade de vinte e um anos; pleno exercício dos Direitos políticos; brasileiros natos ou</p><p>naturalizados, exceção feita ao Ministério da Defesa.</p><p>42</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7 Figura 11</p><p>Figura 12 – Esplanada dos Ministérios</p><p>Figura 13 – Reunião ministerial</p><p>k) Órgãos de apoio: criados pela Constituição dois órgãos de consulta da Presidência da República,</p><p>a serem organizados e regulados por lei: Conselho da República e Conselho de Defesa Nacional.</p><p>l) Conselho da República (CF, arts. 89 e 90): é órgão superior de consulta da Presidência da República.</p><p>Tem por função pronunciar-se sobre: intervenção federal; estado de defesa; estado de sítio; questões</p><p>43</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>relevantes para a estabilidade das instituições democráticas. É composto pelo Vice-Presidente;</p><p>Presidente da Câmara e líderes da maioria e da minoria; Presidente do Senado e líderes da maioria e</p><p>da minoria; Ministro da Justiça; seis cidadãos (brasileiros natos com mais de trinta e cinco anos de</p><p>idade, para um mandato único de três anos), sendo dois escolhidos pelo Presidente da República,</p><p>dois eleitos pela Câmara, dois eleitos pelo Senado. Outros ministros poderão ser convidados pelo</p><p>Presidente da República, desde que a matéria diga respeito ao respectivo Ministério (a LF 8.041/90</p><p>dispõe sobre a organização e o funcionamento do Conselho da República).</p><p>m) Conselho de Defesa Nacional (CF, art. 91): é órgão superior de consulta da Presidência da República. Tem</p><p>a função de opinar em matéria ligada à defesa do território nacional: declaração de guerra; celebração</p><p>da paz; decretação de estado de sítio, de defesa e intervenção federal; uso efetivo de áreas indispensáveis</p><p>à segurança do território nacional (fronteiras e recursos naturais). É composto pelo Vice-Presidente;</p><p>Presidente da Câmara dos Deputados; Presidente do Senado Federal; Ministro da Justiça; Ministro da</p><p>Defesa; Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica (EC 23/99); Ministro das Relações</p><p>Exteriores; Ministro do Planejamento. (LF 8.183/91 – dispõe sobre a organização e o funcionamento do</p><p>Conselho de Defesa Nacional; Decreto 893/93 – regulamenta o Conselho de Defesa Nacional).</p><p>3.2 Poder Legislativo (CF, arts. 44 a 75)</p><p>Em regra a estrutura do Poder Legislativo obedece a dois sistemas, o Unicameral, com a existência de</p><p>uma única Câmara Legislativa, existentes em regimes autoritários ou de dimensões territoriais mínimas;</p><p>e Bicameral, prevista a existência de duas Câmaras Legislativas, uma representando os Estado e outra</p><p>o povo (Ex. EUA e Brasil). O sistema inglês prevê a coexistência da “Câmara Alta” (House of Lords) e</p><p>“Câmara Baixa” (House of Commons)</p><p>a) Congresso Nacional (CF, arts. 44 a 50): o Congresso Nacional é formado pela Câmara dos Deputados</p><p>e pelo Senado Federal (CF, art. 44). A Presidência do Congresso é exercida pelo Presidente do</p><p>Senado Federal (CF, art. 57, § 5º), sendo os demais cargos exercidos pelos ocupantes dos mesmos</p><p>cargos na mesa da Câmara e do Senado. A direção de cada Câmara é exercida por uma Mesa (CF,</p><p>art. 57, § 4º), livremente eleita por seus integrantes, composta por um presidente e outros cargos,</p><p>de acordo com a conveniência da Casa.</p><p>Figura 14</p><p>44</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>Figura 15 – Edifício do Congresso Nacional</p><p>Alguns atos são praticados pelo Congresso em sessão conjunta, entre outros: inaugurar a sessão legislativa</p><p>em 15 de fevereiro; elaborar o regimento comum, bem como regular os serviços comuns às duas casas;</p><p>receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente; conhecer do veto e sobre ele deliberar (CF, art. 57,</p><p>§ 3º, I, II, III e IV); deliberar sobre Medidas Provisórias (CF, art. 62); discutir e votar o orçamento (CF, art. 166).</p><p>b) Regras gerais de funcionamento (CF, art. 57): as sessões legislativas ocorrem de 15.02 a 30.06</p><p>e de 01.08 a 15.12, podendo haver convocações extraordinárias, pelo Presidente da República,</p><p>Presidente do Senado, da Câmara dos Deputados, pela maioria dos membros de ambas as casas. As</p><p>deliberações só serão válidas se presente a maioria dos membros da Câmara (CF, art. 47), ocorrendo</p><p>por maioria simples, salvo disposição constitucional em contrário. Há previsão de votação secreta</p><p>em casos específicos (CF, art. 66, § 4º), observando-se a representação proporcional dos partidos</p><p>ou blocos na composição das Comissões (CF, art. 58, § 1º).</p><p>c) Elegibilidade: ser brasileiro (privativo de brasileiro nato é a Presidência das Casas Legislativas); ser eleitor; ser</p><p>alfabetizado; idade mínima de 21 anos para a Câmara dos Deputados e de 35 anos para o Senado Federal.</p><p>d) Senado Federal (CF, art. 52): seus membros (Senadores) são eleitos pelo sistema majoritário, por</p><p>voto direto e secreto. É de 8 (oito) anos, renovável a cada 4 (quatro), na proporção de 1/3 e 2/3</p><p>alternadamente. A fonte de representação são os estados, sendo 3 (três) por estado.</p><p>Figura 16 – Sessão do Senado Federal</p><p>45</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>Possui entre suas funções, atribuições de competência concorrente com o Executivo,</p><p>competência concorrente com a Câmara e competência privativa, entre as quais se encontram</p><p>fiscalizar estados e municípios no tocante aos empréstimos externos contraídos (CF, art. 52, V);</p><p>Julgar o Presidente (CF, art. 52, I), bem como os Ministros do STF, o Procurador-Geral da República</p><p>e o Advogado Geral da União (CF, art. 52, II), nos crimes de responsabilidade; suspender a execução</p><p>de Leis e decretos declarados inconstitucionais pelo STF (CF, art. 52, X); aprovar a escolha de alguns</p><p>Magistrados, Ministros do Tribunal de Contas indicados pelo Presidente da República; Governador</p><p>de Território; Presidente e Diretores do Banco Central; Procurador-Geral da República; chefes de</p><p>missão diplomática de caráter permanente. Em todos esses casos, a aprovação ocorrerá mediante</p><p>arguição pública seguida de votação secreta (CF, art. 52, III, a a f e IV); indicar dois membros do</p><p>Conselho da República.</p><p>e) Câmara dos Deputados (CF, art. 51): seus membros (Deputados) são eleitos pelo voto direto e</p><p>secreto, pelo sistema proporcional. É de 4 (quatro) anos o mandato, sendo possível a reeleição</p><p>por sucessivas legislaturas. A fonte de representação (CF, art. 45, §§ 1º e 2º) é o povo, embora o</p><p>número mínimo de 8 (oito) e máximo de 70 (setenta) deputados cause uma distorção fatal na</p><p>representatividade da casa. Cada território terá direito a 4 (quatro) deputados. Exemplo: São</p><p>Paulo e Roraima, embora a diferença do número de deputados seja de 1/10, a do número de</p><p>eleitores é de 1/150.</p><p>Possui entre suas funções:</p><p>• atribuições de competência concorrente com o Executivo, competência concorrente com o</p><p>Senado e competência privativa, entre as quais se encontram (CF, art. 51) elaborar o Regimento</p><p>Interno; indicar dois membros do Conselho da República; declaração de procedência ou</p><p>improcedência de acusação contra o Presidente da República nos crimes comuns e de</p><p>responsabilidade; tomada de Contas do Presidente se não prestadas até sessenta dias após a</p><p>abertura da sessão legislativa;</p><p>• dispor sobre a organização, funcionamento e remuneração de seus serviços.</p><p>Figura 17</p><p>46</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>Figura 18 – Sessão da Câmara dos Deputados</p><p>Lembrete</p><p>CN = SF + CD</p><p>f) Comissões Parlamentares (CF, 58): deverá ser observada, na medida do possível, a representação</p><p>proporcional dos partidos ou blocos na sua composição. Podem ser permanentes, organizadas</p><p>para apreciar os projetos de Lei através de pareceres. Exemplo: Constituição e Justiça, Finanças</p><p>e Tributação, Agricultura, Transportes, Saúde, Educação, Direitos Humanos, Seguridade Social,</p><p>Defesa Nacional, Defesa do Consumidor, Minas e Energia etc.</p><p>Especiais e temporárias, criadas para a apuração de fato ou fatos determinados, ocorrendo a sua</p><p>dissolução após o transcurso do prazo que lhe foi dado. Nada impede, contudo, que seja prorrogada</p><p>desde que tenha por termo final o término da legislatura. Tem poderes de investigação próprios das</p><p>autoridades judiciais, que poderão ser acrescidos de outros de acordo com disposições constantes do</p><p>Regimento Interno da Casa.</p><p>Seus poderes investigatórios compreendem: possibilidade da quebra de sigilo bancário fiscal e de</p><p>dados; oitiva de testemunhas, inclusive com a possibilidade da condução coercitiva; ouvir investigados</p><p>ou indiciados, preservado o “Direito ao silêncio”; realização de perícias e exames necessários à dilação</p><p>probatória, bem como requisição de documentos e busca de todos os meios de provas legalmente</p><p>admitidos; determinar buscas e apreensões.</p><p>Contudo, não compreendem: decretar quaisquer hipóteses de prisão, salvo as prisões em flagrante</p><p>delito; determinar a aplicação de medidas cautelares, tais como indisponibilidade de bens, arrestos,</p><p>sequestros, hipoteca judiciária, proibição de ausentar-se da comarca ou do país; proibir ou restringir a</p><p>assistência jurídica aos investigados.</p><p>47</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>Figura 19 – As Comissões Permanentes atuam na fase constitutiva do processo legislativo</p><p>Figura 20 – Sessão de Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI</p><p>Lembrete</p><p>CPI não julga: investiga e encaminha o inquérito para o Ministério Público que,</p><p>se o caso, oferece a denúncia ao Poder Judiciário, cabendo a este o julgamento.</p><p>3.3 Poder Judiciário (CF, arts. 92 a 126)</p><p>Figura 21</p><p>48</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>São órgãos do Poder Judiciário: o Conselho Nacional de Justiça; o Supremo Tribunal Federal; o</p><p>Superior Tribunal de Justiça; os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; os Tribunais e Juízes do</p><p>Trabalho; os Tribunais e Juízes Eleitorais; os Tribunais e Juízes Militares; os Tribunais e Juízes dos Estados</p><p>e do Distrito Federal e Territórios.</p><p>STF</p><p>STJ TST TSE STM</p><p>TJ TRF TRT TRE TM</p><p>J.de dir. J. Fed. J.Trab J.Eleit. J.Militar</p><p>As chamadas “Justiças Especiais” (Militar, Eleitoral e Trabalhista) são vinculadas à União, portanto</p><p>federais, responsáveis pela sua organização, funcionamento e remuneração.</p><p>Quanto à competência, o Direito pátrio prevê justiças especializadas e justiça comum.</p><p>Por justiças especializadas devem-se entender aquelas cuja competência</p><p>não compreende mais que matéria determinada, com exclusividade. Para a</p><p>justiça comum caberá tudo aquilo que não foi expressamente reservado a</p><p>outra organização (FERREIRA FILHO, 2008, p. 255).</p><p>a) Conselho Nacional de Justiça (CF,</p><p>art. 103-b): o Conselho Nacional de Justiça, por ocasião da</p><p>EC nº 45/04, funciona como órgão destinado ao controle administrativo e financeiro, bem</p><p>como disciplinar dos magistrados em todo o território nacional, constituindo inegável avanço</p><p>necessário ao aperfeiçoamento da prestação jurisdicional e mesmo racionalização da atividade</p><p>administrativa no país.</p><p>Figura 22 – Sessão do CNJ – Conselho Nacional de Justiça</p><p>É composto de quinze membros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e seis anos de idade, com</p><p>mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo: I – um Ministro do Supremo Tribunal Federal, indicado</p><p>49</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>pelo respectivo tribunal; II – um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal;</p><p>III – um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal; IV – um desembargador</p><p>de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; V – um juiz estadual, indicado pelo Supremo</p><p>Tribunal Federal; VI – um juiz federal de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;</p><p>VII – um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; VIII – um juiz de Tribunal Regional do Trabalho,</p><p>indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; IX – um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do</p><p>Trabalho; X – um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da República; XI –</p><p>um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República dentre os nomes</p><p>indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual; XII – dois advogados, indicados pelo Conselho</p><p>Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; XIII – dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada,</p><p>indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.</p><p>Os membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a</p><p>escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. Não efetuadas as indicações previstas neste artigo, no</p><p>prazo legal, a escolha caberá ao Supremo Tribunal Federal.</p><p>Será presidido pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal, que votará em caso de empate, ficando</p><p>excluído da distribuição de processos naquele tribunal. O Ministro do Superior Tribunal de Justiça</p><p>exercerá a função de Ministro Corregedor e ficará excluído da distribuição de processos no tribunal,</p><p>competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as</p><p>seguintes: receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos magistrados e aos</p><p>serviços judiciários; exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição geral; requisitar e</p><p>designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de juízos ou tribunais, inclusive</p><p>nos estados, Distrito Federal e territórios.</p><p>Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República e o Presidente do Conselho Federal da</p><p>Ordem dos Advogados do Brasil.</p><p>Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do</p><p>cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem</p><p>conferidas pelo Estatuto da Magistratura: zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento</p><p>do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou</p><p>recomendar providências; zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação,</p><p>a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo</p><p>desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento</p><p>da Lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União; receber e conhecer das reclamações</p><p>contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos</p><p>prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializado, sem</p><p>prejuízo da competência disciplinar e correcional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em</p><p>curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais</p><p>ao tempo de serviço, e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa; representar ao</p><p>Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso de autoridade; rever, de</p><p>ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos</p><p>de um ano; elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade</p><p>50</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário; elaborar relatório anual, propondo as providências</p><p>que julgar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no país e as atividades do Conselho, o qual deve</p><p>integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por</p><p>ocasião da abertura da sessão legislativa.</p><p>b) Justiça Militar (CF, arts. 122 a 124): compõe a Justiça Militar em instância superior o Superior</p><p>Tribunal Militar (STM), composto por 15 Ministros, sendo 10 militares (4 do Exército, 3 da Marinha</p><p>e 3 da Aeronáutica) e 5 civis (3 advogados e 2 auditores ou membros do Ministério Público Militar).</p><p>Na segunda instância, figura o Tribunal de Justiça Militar nos estados cujos quadros superarem</p><p>determinado efetivo. Na primeira instância atuam os Conselhos de Justiça Militar, formados</p><p>por auditores, juízes civis que compõem o Conselho (indicados pelo Presidente da República,</p><p>preparam o processo), divididos em Conselhos Especiais de Justiça e Conselhos Permanentes de</p><p>Justiça, formados por um juiz civil vitalício e 4 oficiais com investidura determinada; e Conselhos</p><p>de Justiça, formados apenas por militares, para crimes de deserção e insubmissão.</p><p>A competência da Justiça Militar sofreu significativa redução em razão da volta do país à normalidade</p><p>democrática. Uma densa área nebulosa, contudo, ainda permanece dando azo a conflitos de competência.</p><p>c) Justiça Eleitoral (CF, arts. 118 a 121): compõe a Justiça Eleitoral em instância superior o Tribunal</p><p>Superior Eleitoral (TSE), formado por 7 Ministros, sendo 3 do STF, 2 do STJ e 2 advogados indicados</p><p>pelo Presidente da República em lista sêxtupla pelo STF para um mandato de 2 anos com uma</p><p>recondução. Em segunda instância, figura o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), formado por</p><p>7 juízes, sendo 2 desembargadores estaduais, 2 juízes estaduais, 1 desembargador federal do</p><p>TRF e 2 advogados indicados pelo Presidente da República, em lista sêxtupla pelo Tribunal de</p><p>Justiça (observar que a OAB não participa, ao contrário do que ocorre com o chamado “quinto</p><p>constitucional”) para um mandato de 2 anos com uma recondução. Na primeira instância atuam</p><p>as Juntas Eleitorais ou Juízes Eleitorais, formado por um juiz eleitoral da Justiça Comum e de 2 a</p><p>4 cidadãos indicados pelo Presidente do TRE com aprovação deste. A Justiça Eleitoral de primeiro</p><p>grau não tem competência penal.</p><p>Figura 23 – A estrutura da Justiça Eleitoral se faz visível durante o período eleitoral</p><p>51</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>Observar que o juiz eleitoral de primeiro grau é juiz da Justiça Comum Estadual</p><p>(que recebe</p><p>gratificação por exercer tal função federal), pois não seria razoável formar quadros para trabalho</p><p>eventual como são as eleições ou mesmo o trabalho administrativo realizado pelos cartórios, como</p><p>expedição de títulos de eleitor, mudança de domicílio eleitoral etc. O desenvolvimento tecnológico,</p><p>ademais, tem contribuído sobremaneira à agilização de racionalização de seus serviços, exigindo</p><p>quadros cada vez mais reduzidos.</p><p>A competência da Justiça Eleitoral compreende todo o processo eleitoral, desde a convenção, filiação,</p><p>candidaturas, eleição, apuração, diplomação e posse dos eleitos. A partir daí segue-se a competência da</p><p>Justiça Comum ou, se titular de prerrogativas especiais, a Constitucional.</p><p>d) Justiça Trabalhista (CF, arts. 111 a 117) a Justiça Trabalhista é formada, em instância superior pelo</p><p>Tribunal Superior do Trabalho, formado por 27 Ministros togados e vitalícios, bacharéis em Direito</p><p>(11 juízes concursados, 3 advogados e 3 do Ministério Público Trabalhista). Na segunda instância</p><p>está o Tribunal Regional do Trabalho, formado por um número variável, observada a composição</p><p>do TST. Em primeira instância, atuam as varas trabalhistas ou juízes trabalhistas, formada por um</p><p>juiz togado e vitalício. Nas comarcas em que não existirem varas trabalhistas, será atribuída sua</p><p>jurisdição aos juízes de Direito.</p><p>Figura 24 – A Justiça do Trabalho desempenha função de inegável</p><p>valor social, na defesa de Direitos conquistados em séculos de lutas</p><p>Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar as relações de trabalho regidas pela Consolidação</p><p>das Leis do Trabalho (CLT), não abrangendo, portanto, contratos de prestação de serviços e funcionários</p><p>estatutários. A Justiça do Trabalho, ademais, respeitadas as determinações legais e convencionais,</p><p>poderá estabelecer normas gerais sobre o trabalho e suas condições tendo, portanto, competência</p><p>normativa.</p><p>e) Justiça Federal (CF, arts. 106 a 110): após a sua extinção pela Carta de 1937, a Carta de 1946 cria</p><p>o Tribunal Federal de Recursos (TFR). A primeira instância, contudo, permanecia comum à Justiça</p><p>Estadual. Pelo AI 2/65, é criada a Justiça Federal, sendo seus magistrados indicados. A Constituição</p><p>de 1988 cria a segunda instância da Justiça Federal em cinco regiões e extingue o Tribunal Federal</p><p>de Recursos. Cria, como terceira instância, comum à Justiça Estadual, o Superior Tribunal de Justiça.</p><p>52</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>A Justiça Federal é competente para processar e julgar as causas em que a União figure como parte,</p><p>como impostos federais, servidores federais, questões ligadas a bens e serviços de interesse da União,</p><p>crimes federais (que envolvam mais de um estado) e internacionais, entre outros.</p><p>O Superior Tribunal de Justiça (STJ) é órgão de instância superior da Justiça Federal. Na segunda</p><p>instância, está o Tribunal Regional Federal (TRF – instalado por regiões: DF, PE, RS, SP, RJ), formado por</p><p>7 desembargadores federais (mínimo), observado o “quinto constitucional”.</p><p>f) Justiça Estadual (CF, art. 126): a mais abrangente de todos os ramos do Poder Judiciário, pois</p><p>será toda a matéria que não seja propriamente militar, celetista e federal (praticamente todo o</p><p>Direito privado, todo o Direito público municipal e estadual, todo o Direito Penal que não seja</p><p>de interesse da União). Ademais, é bom lembrar que a Justiça Eleitoral é formada, na primeira</p><p>instância, exclusivamente por juízes estaduais, competindo-lhe, ainda, a jurisdição trabalhista não</p><p>havendo vara trabalhista na comarca.</p><p>O Superior Tribunal de Justiça (STJ) também constitui o órgão de cúpula da instância superior da</p><p>Justiça Estadual. Na segunda instância está o Tribunal de Justiça (TJ) integrado por desembargadores e,</p><p>na primeira, o juiz de Direito.</p><p>g) Supremo Tribunal Federal (CF, arts. 101 a 103): é a mais importante Corte do país, o órgão máximo</p><p>do Poder Judiciário, guardião da Constituição. Também chamado de Excelso Pretório. Formado</p><p>por 11 Ministros, maiores de 35 e menores de 65 anos, de notável saber jurídico e reputação</p><p>ilibada, nomeados pelo Presidente da República e submetidos à aprovação pela maioria absoluta</p><p>do Senado.</p><p>Figura 25 – Sessão do Supremo Tribunal Federal – STF, a mais</p><p>importante Corte de Justiça do país</p><p>Cabe observar que não existe qualquer exigência que vincule o Ministro à carreira da Magistratura,</p><p>como ocorre com o STJ, malgrado seja o STF seu órgão máximo. A indicação dos Ministros do STF tem</p><p>gerado polêmica, notadamente em tempos de reforma do Judiciário, sendo pleiteada a participação da</p><p>Magistratura (ou da comunidade jurídica, incluindo o Ministério Público e a OAB), em ao menos parte</p><p>de seus quadros.</p><p>53</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>Em relação à competência, caberá ao Excelso Pretório processar e julgar precipuamente a violação</p><p>de dispositivos constitucionais, bem como:</p><p>• Originariamente (CFC, art. 102, I): ação direta de inconstitucionalidade de Lei ou ato normativo</p><p>federal ou estadual (CF, art. 103 dispõe sobre a legitimidade) e a ação declaratória de</p><p>constitucionalidade de Lei ou ato normativo federal; habeas corpus, sendo paciente o Presidente</p><p>da República, o Vice-presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e</p><p>o Procurador-Geral da República, os Ministros de Estado, os membros dos Tribunais Superiores,</p><p>os do tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente;</p><p>mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da</p><p>Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral</p><p>da República e do próprio Supremo Tribunal Federal; habeas corpus, quando o coator for Tribunal</p><p>Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam</p><p>sujeitos diretamente à jurisdição do STF, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em</p><p>uma única instância; mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora</p><p>for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do</p><p>Senado Federal, das mesas de uma das Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um</p><p>dos Tribunais Superiores ou do próprio STF;</p><p>• julgar, nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros</p><p>do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República; julgar, nas</p><p>infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes</p><p>da Marinha, do Exército e da Aeronáutica (ressalva feita aos crimes conexos com o Presidente da</p><p>República, conforme o art. 52, I), os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas</p><p>da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente;</p><p>• litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito</p><p>Federal ou o território; extradição solicitada por Estado estrangeiro; causas e conflitos entre a</p><p>União e os estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas</p><p>entidades da administração indireta; ação em que todos os membros da magistratura sejam</p><p>direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do</p><p>tribunal de origem estejam impedidos, ou seja, direta ou indiretamente interessados; conflitos</p><p>de competência entre o STJ e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e</p><p>qualquer outro tribunal;</p><p>• em grau de Recurso Ordinário (CF, art. 102, II): habeas corpus, habeas data, mandado de segurança</p><p>e mandado de</p><p>injunção, decididos em única instância pelos Tribunais Superiores e denegatória a</p><p>decisão.</p><p>Crime político</p><p>Em grau de Recurso Extraordinário (CF, art. 102, III): causas decididas em única ou última instância,</p><p>quando a decisão recorrida contrariar dispositivo desta Constituição; declarar inconstitucionalidade de</p><p>tratado ou Lei federal; julgar válida Lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.</p><p>54</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>Saiba mais</p><p>A Constituição e o STF, coletânea de julgados do STF, artigo por artigo,</p><p>em versão impressa ou disponível para download em <www.stf.jus.br>.</p><p>h) Superior Tribunal de Justiça – STJ (CF, arts. 104 e 105): é formado por no mínimo 33 Ministros</p><p>(mínimo), sendo maiores de 35 e menores de 65 anos, de notório saber jurídico e reputação</p><p>ilibada, nomeados pelo Presidente da República e submetidos à aprovação pela maioria absoluta</p><p>do Senado, observada a seguinte proporção: 1/3 (um terço) dentre os desembargadores federais,</p><p>em lista tríplice do próprio tribunal; 1/3 (um terço) dentre desembargadores estaduais, em lista</p><p>tríplice do próprio tribunal; 1/3 (um terço) dentre aqueles indicados pela OAB e pelo Ministério</p><p>Público (federal, estadual e do Distrito Federal), em lista sêxtupla.</p><p>Compete ao Superior Tribunal de Justiça, processar e julgar:</p><p>• originariamente: mandados de segurança e habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos</p><p>Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; habeas corpus,</p><p>quando o coator ou o paciente for governador de estado e do Distrito Federal, desembargadores</p><p>dos tribunais de Justiça dos estados e do Distrito Federal, membros dos Tribunais de Contas</p><p>dos estados e do Distrito Federal, os dos tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais</p><p>Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos municípios e os do</p><p>Ministério Público da União que oficiem perante tribunais, ou quando o coator for tribunal sujeito</p><p>à sua jurisdição, Ministro de estado ou Comandante da Marinha, do Exército e da Aeronáutica,</p><p>ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; mandado de injunção, quando a elaboração da</p><p>norma regulamentadora for atribuição se órgão, entidade ou autoridade federal, da administração</p><p>direta ou indireta, excetuados os casos de competência do STF e dos órgãos da Justiça Militar,</p><p>da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal; conflitos de competência entre</p><p>quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, o, bem como entre tribunal e juízes a</p><p>ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos; homologação das sentenças</p><p>estrangeiras e a concessão do exequatur às cartas rogatórias, que podem ser conferidas pelo</p><p>regimento interno ao seu Presidente;</p><p>• em grau de Recurso Ordinário (CF, art. 105, II): habeas corpus decididos em única ou última instância</p><p>pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos estados, do Distrito Federal e territórios,</p><p>quando a decisão for denegatória; mandados de segurança decididos em única instância pelos</p><p>Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos estados, do Distrito Federal ou territórios, quando</p><p>denegatória a decisão; causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional,</p><p>de um lado, e, do outro, município ou pessoa residente ou domiciliada no país;</p><p>• em grau de Recurso Especial (CF, art. 105, III): as causas decididas, em única ou última instância,</p><p>pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos estados, do Distrito Federal e territórios,</p><p>quando a decisão recorrida contraria tratado ou Lei federal, ou negar-lhes vigência; julgar válida</p><p>Highlight</p><p>55</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>Lei ou ato de governo local contestado em face de Lei federal; der a Lei federal interpretação</p><p>divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.</p><p>O Conselho da Justiça Federal funciona junto ao STJ, exercendo a supervisão administrativa e</p><p>orçamentária da Justiça Federal de 1º e 2º graus.</p><p>Lembrete</p><p>O STF é a Corte Constitucional, responsável pelo último pronunciamento</p><p>do Poder Judiciário Brasileiro.</p><p>Funções essenciais (CF, arts. 127 a 135)</p><p>a) Ministério Público:</p><p>É instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da</p><p>ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.</p><p>Compreende o Ministério Público da União (Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho,</p><p>Ministério Público Militar, Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) e os Ministérios Públicos Estaduais.</p><p>É o órgão incumbido do interesse geral, zelando pelo cumprimento da Lei e reclamando-o ao Poder</p><p>Judiciário. Sua função está inscrita entre aquelas do poder Executivo, a quem cabe indicação de sua</p><p>chefia, seja no plano federal ou estadual.</p><p>Quanto à indicação do Procurador-Geral da República, cumpre lembrar que deverá recair sobre membro</p><p>de carreira, com idade mínima de 35 (trinta e cinco) anos, que deverá ser nomeado pelo Presidente da</p><p>República, e submetida à autorização do Senado (que deverá ocorrer pelo voto da maioria absoluta).</p><p>Confere a nova Carta maior independência ao Procurador-Geral da República, ao garantir-lhe</p><p>mandato de 2 (dois) anos (CF, art. 128, § 1º), sendo prevista sua recondução. Ademais, sua exoneração,</p><p>antes do término do mandato previsto, dependerá de aprovação do Senado (CF, arts. 128, § 2º e 54, XI).</p><p>Suas funções estão elencadas no art. 129 da Constituição, cabendo, entre outras: promover</p><p>privativamente a ação penal pública; defender os Direitos e interesses difusos e coletivos; exercer o</p><p>controle externo da atividade policial; promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para</p><p>fins de intervenção da União e dos Estados.</p><p>b) Advocacia Pública</p><p>A Advocacia-Geral da União, criada pela Constituição de 1988, tem por função a representação</p><p>judicial e extrajudicial da União (reforçando a independência do Ministério Público Federal), cabendo a</p><p>representação dos estados e do Distrito Federal aos seus procuradores.</p><p>Highlight</p><p>Highlight</p><p>56</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>Figura 26 – A Advocacia Geral da União defende os</p><p>interesses da República Federativa do Brasil</p><p>O ingresso na carreira dar-se-á mediante concurso público de provas e títulos, com a participação</p><p>da OAB em todas as suas fases.</p><p>Sua chefia será de livre provimento pelo Presidente da República, sendo exigido o requisito etário de</p><p>35 (trinta e cinco) anos, bem como reputação ilibada e notório saber jurídico.</p><p>c) Advocacia</p><p>A Advocacia foi alçada à categoria constitucional, como porta-voz da sociedade diante da Justiça,</p><p>sendo considerada indispensável à administração da Justiça.</p><p>Saiba mais</p><p>Verificar sobre o exercício da Advocacia: LF nº 8.906/1994 – Estatuto da</p><p>Ordem dos Advogados do Brasil e Código de Ética e Disciplina.</p><p>Remanesce, contudo, nebulosa sua dispensa em sede de Juizados Especiais, nas causas que</p><p>não ultrapassem 20 (vinte) Salários Mínimos. Entendemos que dispositivos destinados a agilizar</p><p>a prestação jurisdicional – como é o da Lei 9.099/95, bem como alternativas à essa, como ocorre</p><p>com a Lei 9.037/96 (arbitragem) – não podem ser tidos inconstitucionais por contrariarem</p><p>interesses meramente corporativistas. Ademais, consagrada a possibilidade excepcional do</p><p>habeas</p><p>corpus e da revisão criminal, que podem ser postuladas por qualquer dos interessados</p><p>legitimados a fazê-lo.</p><p>Em relação à Defensoria Pública, é dever do Estado promover a assistência judiciária àqueles que</p><p>não podem custeá-la, devendo o ente público criar órgão próprio para a adequada prestação de serviço</p><p>tão relevante. O art. 5º, LXXIV da Constituição, ademais, reconhece a assistência judiciária como Direito</p><p>individual.</p><p>57</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>4 DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS</p><p>4.1 Gerações dos Direitos Fundamentais</p><p>A proteção conferida pelos países cultos aos Direitos Fundamentais constitui indisfarçável elemento</p><p>distintivo do grau de civilidade social. O arcabouço legal, nacional e internacional, construído em seu</p><p>proveito e destinado a lhe emprestar eficácia, surgiu após séculos de embates entre ideais nem sempre</p><p>harmônicos. Essa evolução foi consagrada pelos autores como as gerações dos Direitos Fundamentais.</p><p>Primeira geração</p><p>São aqueles de traço individualista, presentes nas declarações dos séculos XVIII e XIX até o início do</p><p>século XX, que têm por objetivo a defesa do indivíduo contra o Estado (Liberdade). Exigem do Estado um</p><p>dever de abstenção, posição negativa em face do indivíduo, uma obrigação de não fazer. Estão previstos</p><p>no art. 5º da Constituição Federal: liberdade de culto, reunião, associação, manifestação do pensamento,</p><p>locomoção etc.</p><p>Segunda geração</p><p>São os Direitos econômicos e sociais. Com origens no século XIX, tomam corpo no início do século</p><p>XX, notadamente a partir do aparecimento e desenvolvimento das ideias socializantes que vingaram a</p><p>partir do desenvolvimento do modo de produção capitalista e o crescimento da miséria. São os Direitos</p><p>econômicos e sociais que visam proteger o economicamente mais fraco por meio do Estado, limitando,</p><p>em certa medida a igualdade de todos perante a Lei e a liberdade de contatar, pedra de toque o</p><p>desenvolvimento capitalista (talvez agora assistamos a uma acomodação entre os opostos). A extensão</p><p>do sufrágio torna a observância de tais Direitos um imperativo do qual aqueles desejosos de assumir os</p><p>governos democráticos não podem se furtar (Igualdade). Exigem do Estado um dever de ação, positivo,</p><p>uma obrigação de fazer. Estão presentes na Constituição em capítulos destinados à ordem econômica e</p><p>social e aos Direitos sociais (Direitos trabalhistas, previdência e assistência social, educação, saúde etc.).</p><p>Figura 27 – O direito à educação constitui Direito Fundamental</p><p>do indivíduo e dever do Estado</p><p>Highlight</p><p>58</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>Figura 28 – O Direito ao trabalho também constitui Direito</p><p>fundamental de segunda geração</p><p>Figura 29 – Assim como o direito à moradia digna</p><p>Figura 30 – O Estado deve atuar de forma positiva a fim de assegurar o</p><p>respeito ao princípio da dignidade da pessoa humana,</p><p>previsto no art. 1º, III, da Constituição Federal</p><p>59</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>Terceira geração</p><p>São os Direitos de solidariedade. De vinculação ainda em construção, são os chamados Direitos difusos,</p><p>pertencentes a toda a coletividade, sem titularidade determinada. O direito à paz, ao desenvolvimento,</p><p>o respeito ao meio ambiente, ao patrimônio histórico, são exemplos dessa geração que tem recebido</p><p>considerável atenção por parte da comunidade jurídica, notadamente do Ministério Público, por meio</p><p>da ação civil pública (Solidariedade).</p><p>Figura 31 – O Direito ao ambiente ecologicamente equilibrado</p><p>pertence a toda a humanidade. É obrigação da geração presente</p><p>preservar as condições que tornem viáveis as gerações futuras</p><p>Figura 32 – O uso das fontes energéticas constitui</p><p>questão crucial na proteção ambiental, devendo ser evitadas</p><p>as matrizes não renováveis, especialmente as fósseis</p><p>60</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>Figura 33 – Qual o preço a ser pago pelo desenvolvimento?</p><p>Figura 34 – A proteção ambiental e a defesa do desenvolvimento</p><p>sustentável têm sido objeto de inúmeras conferências realizadas</p><p>no âmbito da ONU, como a ECO 92 e a RIO + 20</p><p>Classificação dos Direitos e Garantias Fundamentais (CF, arts. 5º/17) – optou-se pela subdivisão do</p><p>Título II (Direitos e garantias fundamentais) em cinco capítulos, constituindo estes cinco espécies do</p><p>gênero Direitos e garantias fundamentais. São eles: Direitos individuais e coletivos (CF, art. 5º); Direitos</p><p>sociais (CF, arts. 6º a 11); nacionalidade (CF, arts. 12 e 13); Direitos políticos (CF, arts. 14 a 16); Direitos</p><p>relacionados à organização dos partidos políticos (CF, art. 17).</p><p>Todavia, desde o art. 1º do texto constitucional, os fundamentos que regem a República Federativa</p><p>do Brasil são expostos, tais como a soberania, o pluralismo, a dignidade da pessoa humana entre outros,</p><p>seguido da separação dos Poderes (CF, art. 2º), objetivos da República (CF, art. 3º) e princípios que regem</p><p>as relações internacionais (CF, art. 4º).</p><p>Highlight</p><p>61</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>Figura 35 – O art. 4º da Constituição Federal estabelece os</p><p>princípios que regem as relações internacionais</p><p>Saiba mais</p><p>Obras sobre Direitos Humanos:</p><p>LAFER, C. A reconstrução dos Direitos humanos: um dialogo com o</p><p>pensamento de Hannah Arendt. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.</p><p>MORAES, A. Direitos humanos fundamentais. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2011.</p><p>PIOVESAN, F. Direitos humanos e o Direito constitucional internacional.</p><p>13. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.</p><p>4.2 Direitos e garantias individuais e coletivos (CF, 5º)</p><p>a) Igualdade (caput e inc. I): ao consagrar no caput do art 5º o princípio da igualdade de todos perante a Lei,</p><p>veda o texto constitucional qualquer discriminação quanto ao gozo de Direitos (vida, liberdade, igualdade,</p><p>segurança, liberdade) entre nacionais e estrangeiros, homens e mulheres etc. Presente, ademais, no inc. I do</p><p>mesmo artigo, no § 5º do art. 226, dentre outros. A LF nº 6.815/80 dispõe sobre o estatuto do estrangeiro; o</p><p>Decreto Legislativo n. 26/94, dispõe sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher.</p><p>Figura 36</p><p>Highlight</p><p>62</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>Figura 37</p><p>Figura 38</p><p>Figura 39</p><p>63</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>Figura 40 – O conceito de igualdade deve ser o mais amplo possível</p><p>Figura 41 – A formação multicultural do Brasil dá ao princípio da igualdade significado especial</p><p>b) Legalidade (II): ninguém pode ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa</p><p>senão em virtude</p><p>de Lei. Base do Estado de Direito, visa limitar o poder estatal assegurando os Direitos individuais</p><p>e sociais. Discute-se, a propósito, o alcance deste princípio tendo em vista ao alargamento da</p><p>concepção de Lei (atos com força de Lei, tais como decretos, medidas provisórias, regulamentos</p><p>etc.). Nesse sentido, estabelece a doutrina distinção entre o princípio da legalidade e o da</p><p>reserva legal. Pelo primeiro entendemos o princípio da submissão e do respeito à Lei, a atuação</p><p>da pessoa física ou jurídica dentro da esfera estabelecida pelo legislador. Genérico e abstrato,</p><p>todos os comportamentos humanos estão sujeitos a ele. Por outro lado, o princípio da reserva</p><p>legal aduz que a regulamentação de determinada matéria deverá ocorrer exclusivamente por Lei</p><p>formal, sendo, portanto, mais restrito, incidindo em campos específicos e próprios, definidos pela</p><p>Constituição.</p><p>c) Liberdade de pensamento (IV): a liberdade de pensamento, de consciência, de crença é aquela de</p><p>foro íntimo, não exteriorizada, sempre livre e inviolável (VI).</p><p>A liberdade de expressão, manifestação, de culto é aquela exteriorizada, podendo ser limitada pelo</p><p>direito do outro a quem o pensamento é manifestado, ou à coletividade, se contrário à ordem pública</p><p>ou aos bons costumes.</p><p>64</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>Figura 42 – Por decorrência da liberdade de manifestação do pensamento, a prática da censura é inconstitucional</p><p>Figura 43 – É o fundamento constitucional do direito de protestar e reivindicar</p><p>Figura 44</p><p>65</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>Temos aqui algumas consequências:</p><p>• quanto à liberdade de crença ou de pensamento, se invocada para escusar-se de obrigação legal</p><p>(VIII), haverá seu titular de ser obrigado à prestação alternativa, sob a pena de perda de Direitos</p><p>políticos;</p><p>• quanto à liberdade de culto, manifestação exterior da crença, deverá observar os limites mínimos</p><p>exigidos pela legalidade, não admitindo, por exemplo, sacrifícios humanos, ou exortação à prática</p><p>do racismo. Ademais, será assegurada a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e</p><p>militares de internação coletiva;</p><p>Figura 45</p><p>Figura 46</p><p>• quanto à manifestação do pensamento, vedado será o anonimato, sendo previsto o direito</p><p>de resposta àquele injustamente lesado (IV e V), na forma da Lei, cabendo, ainda, indenização</p><p>por danos morais e materiais. A propósito, convém aqui ressaltar a previsão expressa em texto</p><p>constitucional do dano moral e material extensivo, inclusive, às pessoas jurídicas. A liberdade da</p><p>palavra não exclui a responsabilidade por eventuais abusos cometidos;</p><p>66</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>• quanto à manifestação do pensamento, e ainda enquanto manifestação artística e cultural, deste</p><p>descabe a censura (IX), reiterando o texto constitucional a liberdade de expressão ao dispensar a</p><p>licença prévia, prevendo, contudo, a responsabilidade por eventuais abusos cometidos. O respeito</p><p>aos valores éticos e sociais da pessoa e da família (CF, arts. 220 e 221) balizam a regra geral que</p><p>veda toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística. A esse propósito, convém</p><p>lembrar que a recomendação etária, bem como a delimitação de horários não constitui prática</p><p>restritiva, mas, sim, proteção da ordem pública e dos bons costumes. Por certo, não é demais</p><p>lembrar, que tal sistema, concebido ainda no seio do Estado Nacional, resulta de eficácia duvidosa</p><p>quando pensamos em internet e TV por assinatura, situações em que variáveis temporais (horário)</p><p>e espaciais (território nacional) perdem em grande parte a sua relevância. Assegura, ademais, a</p><p>todos o acesso à informação resguardando, ainda o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício</p><p>profissional;</p><p>• quanto à manifestação do pensamento em termos de liberdade de ensino, o art. 206, II garante a</p><p>liberdade de comunicação de conhecimento.</p><p>d) Privacidade (X a XII): a integridade moral é assegurada no texto constitucional em respeito à</p><p>inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e imagem das pessoas, assegurando o</p><p>direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.</p><p>Figura 47</p><p>A inviolabilidade do domicílio (XI) é também aspecto da intimidade, consistindo em Direito relativo</p><p>à segurança pessoal. Por domicílio entende-se a residência do indivíduo. As hipóteses em que poderá</p><p>ocorrer a entrada em seu interior sem o consentimento do morador estão assim postas: durante a</p><p>noite, em caso de flagrante delito ou desastre e para prestar socorro; durante o dia além dessas, por</p><p>determinação judicial. Não sem importância a definição do que se entenda por dia ou noite, considerando</p><p>neste caso dia o período das 06h00min da manhã às 18h00min.</p><p>Quanto à manifestação do pensamento endereçada a destinatário específico não presente, ou</p><p>de forma sigilosa (por via telefônica, por rádio ou por carta), tutela a Constituição a liberdade de</p><p>correspondência, e mais, sua inviolabilidade (XII). Em face do crescimento do crime organizado, sua</p><p>67</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>restrição tem encontrado guarida, desde que realizada por ordem judicial, decorrendo, desta disposição,</p><p>a utilização de provas obtidas por meios ilícitos (LVI). A LF nº 9.296/96 dispõe sobre a utilização de provas</p><p>obtidas por meios ilícitos.</p><p>Cabível a distinção entre interceptação telefônica e gravação clandestina, por atingirem bens</p><p>jurídicos diversos, ainda que as consequências em ambos os casos sejam as mesmas. O desenvolvimento</p><p>tecnológico possibilita a manipulação e montagem de trechos da gravação, alterando substancialmente</p><p>o sentido de frases e mesmo montando períodos inteiros a partir de padrões vocais de determinado</p><p>indivíduo.</p><p>Comum a indagação sobre a validade das provas derivadas de provas ilícitas. Embora não pacífica,</p><p>a posição jurisprudencial do STF tem sido a da adoção da teoria dos “Frutos da árvore envenenada” (HC</p><p>72.588-PB1 e HC 73.351-SP2), entendendo que a prova ilícita originária contamina as demais provas dela</p><p>decorrentes. Em suma, as provas ilícitas, bem como todas aquelas derivadas, são constitucionalmente</p><p>inadmissíveis, devendo, pois, serem desentranhadas do processo, não tendo, porém, o condão de</p><p>anulá-lo, permanecendo válidas as demais provas lícitas e autônomas delas não decorrentes.</p><p>Diversa, contudo, a posição do Excelso Pretório (HC 74.678-1/SP3), no que tange à utilização da prova</p><p>ilícita como legítima defesa contra investida criminosa, constituindo verdadeira excludente da ilicitude.</p><p>Assim, a vítima de corrupção, chantagem, sequestro ou qualquer outro tipo de crime, poderá valer-se</p><p>de gravação obtida sem o conhecimento do interlocutor autor do crime, pois, como decidido pelo STF, é</p><p>inconsistente e fere o senso comum falar-se em violação do direito à privacidade quando interlocutor</p><p>grava diálogo com sequestradores, estelionatários ou qualquer tipo de chantagista (HC 75.338-8/RJ4).</p><p>e) Locomoção (XV): é a liberdade de ir, vir e permanecer, sendo a condição para todas as demais, a</p><p>primeira de todas. A primazia no tempo e na forma do habeas corpus (o remédio heroico destinado</p><p>91</p><p>5.2.2 Responsabilidade objetiva e subjetiva ........................................................................................... 92</p><p>5.2.3 Responsabilidade penal ........................................................................................................................ 94</p><p>5.2.4 Reparação do dano ................................................................................................................................ 94</p><p>5.3 Contratos ................................................................................................................................................. 97</p><p>5.3.1 Conceito e requisitos ............................................................................................................................. 97</p><p>5.3.2 Princípios contratuais ........................................................................................................................... 98</p><p>5.3.3 Fases da formação dos contratos (CC, arts. 427 a 435) .......................................................... 99</p><p>5.3.4 Classificação dos contratos ..............................................................................................................101</p><p>5.3.5 Pagamento, pagamento indireto e inadimplemento .............................................................103</p><p>5.3.6 Garantias contratuais ..........................................................................................................................108</p><p>5.3.7 Extinção dos contratos (CC, arts. 472 a 480) ............................................................................109</p><p>5.3.8 Confissão de dívida .............................................................................................................................. 110</p><p>6 DIREITO DO CONSUMIDOR........................................................................................................................111</p><p>6.1 Relação de consumo .........................................................................................................................111</p><p>6.2 A política nacional das relações de consumo (CDC, arts. 4º e 5º)...................................113</p><p>6.3 Diretos básicos do consumidor (CDC, arts. 6º e 7º) ..............................................................114</p><p>6.4 Práticas comerciais (CDC, arts. 29 a 45) ....................................................................................119</p><p>6.5 Proteção contratual (CDC, arts. 46 a 54) ..................................................................................121</p><p>7 DIREITO ADMINISTRATIVO .........................................................................................................................122</p><p>7.1 Conceitos fundamentais e estrutura da administração pública .....................................122</p><p>7.1.1 Conceitos ................................................................................................................................................. 122</p><p>7.1.2 Estrutura .................................................................................................................................................. 123</p><p>7.1.3 Princípios fundamentais ................................................................................................................... 127</p><p>7.1.4 Deveres e poderes da administração ........................................................................................... 128</p><p>7.2 Ato administrativo .............................................................................................................................132</p><p>7.2.1 Requisitos e atributos ........................................................................................................................ 132</p><p>7.2.2 Classificação e espécies (MEDAUAR, 2009, pp. 145-151) ................................................... 133</p><p>7.2.3 Controle dos atos administrativos ................................................................................................ 136</p><p>7.3 Atos administrativos vinculados e discricionários ................................................................140</p><p>7.4 Contratos administrativos ..............................................................................................................140</p><p>7.5 Licitação .................................................................................................................................................144</p><p>7.5.1 Disposições gerais ................................................................................................................................ 144</p><p>7.5.2 Princípios (art. 3º) ................................................................................................................................ 144</p><p>7.5.3 Fases .......................................................................................................................................................... 145</p><p>7.5.4 Modalidades licitatórias .................................................................................................................... 146</p><p>7.5.5 Contratação direta .............................................................................................................................. 147</p><p>8 PROPRIEDADE INDUSTRIAL: CONCEITO E DIVISÃO .........................................................................148</p><p>8.1 Criações industriais............................................................................................................................149</p><p>8.1.1 Patente conceito .................................................................................................................................. 149</p><p>8.2 Criações industriais............................................................................................................................156</p><p>8.2.1 Desenhos e modelos (DI) .................................................................................................................. 156</p><p>8.3 Sinais distintivos .................................................................................................................................157</p><p>8.3.1 Marcas ...................................................................................................................................................... 157</p><p>8.4 Sinais distintivos .................................................................................................................................164</p><p>8.4.1 Nome comercial ................................................................................................................................... 164</p><p>8.5 Sinais distintivos .................................................................................................................................164</p><p>8.5.1 Indicação geográfica .......................................................................................................................... 164</p><p>9</p><p>APRESENTAÇÃO</p><p>A disciplina apresenta uma introdução ao Direito, permeando os diversos ramos, como Direito</p><p>Constitucional, Direito Civil, Direito do Consumidor e Direito Administrativo de forma a demonstrar</p><p>que as organizações e os cidadãos estão inseridos em um sistema normativo que deve ser respeitado,</p><p>constituindo-se uma ameaça e ao mesmo tempo uma oportunidade.</p><p>Objetivos gerais:</p><p>• proporcionar aos alunos conhecimentos indispensáveis sobre os vários institutos jurídicos do</p><p>Direito Público e do Direito Privado, de modo a compreender o Estado de Direito, o comportamento</p><p>de cidadão e despertar o espírito de pesquisa;</p><p>• conhecimento/compreensão das principais áreas do Direito e seus respectivos enfoques dentro da</p><p>sociedade e da organização;</p><p>• percepção do Direito como parte do ambiente organizacional e, portanto, como fator de ameaças</p><p>e oportunidades. O administrador do futuro deve preocupar-se com os ambientes internos e</p><p>externos, contribuindo para o desenvolvimento da organização e da sociedade na qual está</p><p>inserida, em absoluta sintonia com o Estado.</p><p>Acrescenta-se a isso o fato de que, por meio das estratégias</p><p>à sua garantia) em relação aos demais remédios constitucionais a confirmam.</p><p>Tem por limite o bem comum, caso a liberdade de ir, vir e permanecer de um implique na restrição à</p><p>mesma liberdade do outro, ou da coletividade.</p><p>É assegurada a qualquer pessoa, em todo o território nacional, em tempo de paz.</p><p>Como decorrência, temos o respeito à liberdade pessoal, esculpido no inc. LXI do art. 5º da Constituição,</p><p>proibindo as prisões a não ser em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade</p><p>judicial competente. A propósito, cabe ressaltar a exceção expressamente feita ao militar, cuja prisão</p><p>poderá ocorrer por ordem de autoridade administrativa competente.</p><p>1 Disponível em: <http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/2881681/habeas-corpus-hc-72588-pb-stf>. Acesso</p><p>em: 5 nov. 2012.</p><p>2 Disponível em: <http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/744091/habeas-corpus-hc-73351-sp-stf>. Acesso</p><p>em: 5 nov. 2012.</p><p>3 Disponível em: <http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo79.htm>. Acesso em: 5 nov. 2012.</p><p>4 Disponível em: <http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/741241/habeas-corpus-hc-75338-rj-stf>. Acesso em: 5 nov. 2012.</p><p>68</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>Figura 48</p><p>Figura 49 – É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz</p><p>f) Reunião (XVI): a liberdade de reunião é garantida pela Constituição devendo ser observadas as</p><p>seguintes disposições: os participantes deverão estar desarmados (deve ser pacífica); poderá</p><p>se realizar em locais abertos ao público independentemente de autorização (no caso de locais</p><p>particulares, a proibição será medida excepcional a ser fundamentada), podendo haver restrição</p><p>ao respeito de outra reunião que se dê no mesmo local. A autoridade competente deverá, tão</p><p>somente, ser comunicada do local, data e horário da reunião, para evitar transtornos à ordem</p><p>pública ou confronto com outra reunião já comunicada.</p><p>Se o vínculo que une as pessoas passa a ser duradouro, a reunião passa para o campo da associação.</p><p>69</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>Figura 50</p><p>Figura 51 – A liberdade de reunião é corolário do Estado de Direito e da democracia</p><p>g) Associação (XVII a XXI): é assegurado o direito do indivíduo de coligar-se com outras pessoas, de</p><p>forma duradoura, para fim lícito. Da mesma forma, também o é à existência da pessoa jurídica</p><p>criada em decorrência de tal união.</p><p>Garante a Carta de 1988, a existência da associação; o direito do indivíduo a associar-se; à condição</p><p>de sua dissolução por meio de decisão judicial com trânsito em julgado; a vedação da interferência</p><p>estatal; a legitimação ativa às associações para a defesa dos interesses de seus filiados (judicial ou</p><p>extrajudicialmente), quando autorizadas. Condiciona o exercício de tais Direitos à licitude dos fins</p><p>colimados pela associação, sendo vedadas as de caráter paramilitar. Exemplo: a extinção das “torcidas</p><p>organizadas”, como a Mancha Verde e a Independente.</p><p>70</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>Figura 52 – Enquanto a reunião pode ser efêmera, a associação possui natureza de continuidade e permanência</p><p>h) Liberdade de Trabalho (XIII): cada um tem o direito de exercer o trabalho que lhe convier, conforme</p><p>sua vocação e aptidão. Como salvaguarda ao interesse público, admite algumas restrições em</p><p>defesa do próprio trabalhador (limitações relativas às condições de trabalho) e do interesse público</p><p>(as qualificações profissionais, como o exame de ordem).</p><p>Figura 53</p><p>i) Liberdade Sindical (CF, art. 8º) e Greve (CF, art. 9º): a Constituição garante a sindicalização a todo</p><p>o trabalhador, sendo vedada apenas as hipóteses taxativamente descritas no texto constitucional</p><p>(carreiras de estado e militares). O direito de greve, último recurso destinado à melhoria das</p><p>condições de vida do trabalhador, é garantido no texto constitucional, com as restrições que</p><p>lhe são apontadas às chamadas funções essenciais (que deverão comunicar a paralisação das</p><p>atividades com antecedência, mantendo um percentual mínimo em funcionamento), bem como</p><p>àquelas em que o recurso extremo é expressa e totalmente proibido (como os militares). A LF nº</p><p>7.783/89 dispõe sobre a greve, é a Lei de Greve.</p><p>71</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>Figura 54 – A sindicalização é livre e a greve permitida, como instrumento de</p><p>defesa dos Direitos, devendo ser exercida de forma responsável</p><p>j) Propriedade (XXII e XXXI): a Constituição Brasileira, ao mesmo tempo em que assegura o direito de</p><p>propriedade (XXII), condiciona-o à função social (XXIII). A propriedade aqui entendida é aquela de</p><p>conteúdo econômico, de natureza patrimonial, podendo ser móvel ou imóvel, corpórea ou incorpórea.</p><p>Figura 55</p><p>Como Direito Fundamental não apenas do Estado de Direito, mas também e principalmente do</p><p>próprio modo de produção que lhe dá estrutura, o capitalista, a expropriação somente poderá ocorrer à</p><p>hipótese prevista no próprio texto constitucional (XXIV), mediante condições expressamente definidas:</p><p>mediante prévia e justa indenização, que deverá ser paga em dinheiro.</p><p>Pela desapropriação deverá o bem ser transferido do patrimônio do particular para o público, desde que</p><p>o decreto expropriatório esteja fundado em necessidade pública (a expropriação do bem é indispensável</p><p>para atividade essencial do Estado); utilidade pública (a expropriação é conveniente para o desempenho de</p><p>atividade estatal, embora não lhe seja imprescindível); interesse social (a expropriação é conveniente para</p><p>a paz e progresso social). O Decreto-Lei nº 3.365/41 e a LF nº 6.602/78, dispõem sobre a desapropriação</p><p>por utilidade pública; a LF nº 4.132/62 dispõe sobre a desapropriação por interesse social; o Decreto-Lei nº</p><p>1.085/70 dispõe sobre a imissão de posse, initio litis, em imóveis residenciais urbanos.</p><p>72</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>Poderá ocorrer, ainda, a requisição temporária pelo Estado do bem particular (XXV), na hipótese de</p><p>iminente perigo público. Pela requisição, o poder público determina a retirada de um bem do patrimônio</p><p>particular para usá-lo conforme necessário. A indenização ocorrerá, contudo, em momento ulterior à</p><p>ocupação, e condicionada à existência de dano. Difere, portanto, da desapropriação por ser a indenização</p><p>posterior, e do confisco por haver indenização. Após o uso, o bem é devolvido à esfera patrimonial do</p><p>particular. O constituinte não enumera as hipóteses de seu cabimento (ex.: guerra, revolução, epidemias,</p><p>inundações, catástrofes etc.).</p><p>O confisco está previsto na Constituição (art. 243), para a hipótese de terras onde sejam localizadas</p><p>culturas ilegais de plantas psicotrópicas. A LF nº 8.257/91 dispõe sobre a expropriação das glebas</p><p>utilizadas para o cultivo de plantas psicotrópicas.</p><p>Prevê ainda a Constituição a impenhorabilidade da pequena propriedade rural, desde que trabalhada</p><p>pela família, em razão de débitos decorrentes de sua atividade produtiva (XXVI).</p><p>k) Propriedade</p><p>Intelectual (XXVII a XXIX): a Carta de 1988 assegura a propriedade não apenas</p><p>corpórea, mas também incorpórea, as criações do espírito. A saber, os direitos autorais e a</p><p>propriedade industrial foram alçados à tutela constitucional, decorrendo daí nova disciplina</p><p>infraconstitucional.</p><p>Figura 56</p><p>Figura 57</p><p>73</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>Figura 58</p><p>Figura 59 – Destruição de produtos ilícitos objeto de “pirataria”</p><p>Da proteção conferida ao direito de autor decorre a exclusividade de reprodução e de alteração. Tal</p><p>Direito sobrevive ao seu criador, sendo transmissível aos seus herdeiros, contudo, por tempo limitado por</p><p>Lei tendo em vista o relevante interesse da comunidade em sua difusão.</p><p>Consagra o texto, ainda, a proteção às participações individuais em obras coletivas, e a reprodução</p><p>da imagem (direito de Imagem) e voz humana, inclusive nas atividades desportivas (direito de Antena).</p><p>O direito do inventor explorar temporariamente seu invento também está plasmado na Carta de 1988</p><p>em seu art. 5º (XXIX), durante o prazo que a Lei fixar. As criações industriais, a propriedade das marcas,</p><p>os nomes de empresas e outros signos distintivos igualmente encontram guarida nesse dispositivo. A</p><p>LF nº 9.609/98, regulamentada pelo decreto nº 2.556/98, dispõe sobre a proteção autoral ao software.</p><p>A LF nº 9.610/98 dispõe sobre os direitos autorais e a LF nº 9.279/96, regulamentada pelo Decreto nº</p><p>2.553/98, sobre a propriedade industrial.</p><p>Ao assegurar o direito à herança em texto constitucional (XXX), se eleva à categoria constitucional</p><p>Direito antes previsto na esfera infraconstitucional da Lei civil.</p><p>74</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>A sucessão de bens de estrangeiros (XXXI) situados no país, ademais, será regulamentada pela Lei</p><p>brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, desde que não lhe seja mais favorável a Lei</p><p>pessoal do de cujus (“aquele de cuja sucessão se trata”).</p><p>l) Defesa do Consumidor (XXXII): encerrando os dispositivos relativos à propriedade e às relações</p><p>estritamente patrimoniais, após incursões ao campo civilístico como a proteção ao direito autoral</p><p>e à herança, prevê a Constituição (XXXII) a defesa do consumidor pelo Estado. Como expressão</p><p>máxima do chamado “dirigismo contratual” (intervenção do Estado nas relações contratuais em</p><p>favor da parte economicamente mais fraca com o objetivo de manter o equilíbrio da relação</p><p>jurídica), o CPDC inaugura nova e revolucionária era nas relações de consumo, tornando ainda</p><p>mais vetusta a disciplina puramente privatística até então dominante, consubstanciada na Lei</p><p>civil e comercial. A LF nº 8.078/90 institui o Código de Proteção e Defesa do Consumidor.</p><p>m) Estado de Direito: alguns princípios plasmados na Constituição asseguram o Estado de Direito,</p><p>informando não apenas os sistemas processuais civil e penal, mas todo o ordenamento jurídico de um</p><p>Estado Democrático, sem os quais a Lei Maior de uma nação não passará de um diploma destinado à</p><p>estruturação do aparelho de Estado. Mais do que Estado de Direito, deverá ser Estado de Justiça.</p><p>n) Devido Processo Legal (LIV): ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido</p><p>processo legal. Decorrente do due process of law do Direito anglo-americano, sua origem remonta</p><p>à Magna Carta que, em seu art. 39, promete o rei que “nenhum homem livre será preso ou privado</p><p>de sua propriedade ou de sua liberdade, declarado fora da Lei ou exilado ou de qualquer maneira</p><p>destruído, nem o castigaremos ou mandaremos força contra ele salvo julgamento legal feito por</p><p>seus pares ou pela Lei do país”.</p><p>o) Contraditório e ampla defesa (LV): aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos</p><p>acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos</p><p>a ela inerentes. Pelo primeiro, decorrente do devido processo legal, tem-se a imparcialidade do</p><p>julgamento, conferindo dialeticamente aos litigantes Direitos e obrigações iguais e equivalentes;</p><p>pelo segundo, entende-se o Direito ao acusado de provar a sua inocência por todos os meios de</p><p>provas permitidos por Lei, ou mesmo omitir-se ou calar-se.</p><p>p) Respeito aos Direitos Adquiridos: a Lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito</p><p>e a coisa julgada (XXXVI). Ao proscrever a retroatividade da Lei, nada mais faz a Constituinte de</p><p>1988 do que repetir aquilo que a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro já previu em</p><p>seu art. 6º.</p><p>A garantia constitucional, contudo, pode ter por efeito o fim da tese segundo a qual “sua garantia</p><p>estava adstrita à Lei civil por estar em uma Lei de Introdução ao Código Civil”, embora ainda não seja</p><p>esta a posição da maioria da doutrina.</p><p>Ato jurídico perfeito é aquele já consumado segundo a Lei vigente ao tempo em que se efetuou;</p><p>e por coisa julgada a decisão judicial de que já não caiba recurso. O respeito a tais institutos para a</p><p>segurança das relações jurídicas não enseja maiores controvérsias.</p><p>75</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>Ao contrário, por direito adquirido entende-se aquele cujo titular, ou alguém por ele, possa exercer,</p><p>assim como aquele cujo começo de exercício tenha termo prefixo, ou condições preestabelecidas,</p><p>inalteráveis a arbítrio de outrem. Sua restrição ou alteração por Lei posterior à sua aquisição, como se</p><p>percebe, não é vedada, limitando-se sua eficácia para o futuro.</p><p>Por Direito adquirido, portanto, entendemos aquele em que ocorreu a existência do fato aquisitivo,</p><p>já configurado por completo, mas ainda não exercido por seu titular. Se não configurado por completo</p><p>teremos, tão somente, mera expectativa de Direito. Embora polêmica, tais noções são de fundamental</p><p>importância tanto no Direito privado, cuja disciplina não constitui novidade, como no Direito público,</p><p>agora plasmado em dispositivo constitucional.</p><p>q) Inafastabilidade do controle pelo Poder Judiciário (XXXV): a Lei não excluirá da apreciação do</p><p>Poder Judiciário lesão ou ameaça a Direito. A separação de poderes impõe ao Judiciário o papel</p><p>de tutor dos Direitos individuais defluindo, daí, o direito do indivíduo fazer passar pelo crivo do</p><p>Judiciário toda lesão ou ameaça a Direitos. Destarte, qualquer cláusula que impeça o recurso ao</p><p>Judiciário será tida por inconstitucional.</p><p>O direito à atividade jurisdicional é, portanto, Direito constitucionalmente assegurado ao indivíduo,</p><p>sem o qual não haverá que se falar em Estado de Direito.</p><p>Figura 60 – O ambiente democrático proporciona não apenas consciência</p><p>dos Direitos, mas possibilidade de sua defesa que se dá pelo acesso ao Poder Judiciário</p><p>r) Segurança em matéria penal: comunicação de toda prisão ao juiz competente, o da</p><p>responsabilização das autoridades coatoras (LXII), o da plena defesa (LV), a proibição dos juízes</p><p>e tribunais de exceção (XXXVII), do júri (XXXVIII). E, ao lado desses, outros de Direito substantivo</p><p>de interesse de semelhante: o da anterioridade da Lei penal (XL); da individualização da pena</p><p>(XLVI); da proibição de penas que ultrapassem a pessoa dos delinquentes (XLV); da proibição das</p><p>penas de banimento, de prisão perpétua, de trabalhos forçados, de morte, exceto quanto a esta</p><p>última os casos previstos na legislação penal para a guerra externa (XLVII); a proibição da prisão</p><p>civil, salvo como sanção para o inadimplemento de obrigação alimentar e para a infidelidade</p><p>de</p><p>depositário (LXVII).</p><p>76</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>Destaca-se, entre os princípios relativos à segurança em matéria penal o da não extradição de</p><p>estrangeiro em razão de crime político, ou de opinião, e em caso algum de brasileiro (LI e LII). De</p><p>importância também seria o da assistência judiciária pelo Estado aos necessitados, se o inc. LXXIV não o</p><p>encarasse como mera concessão do Poder Público.</p><p>No afã de tentar coibir determinados crimes, como a prática de racismo e a ação de grupos civis ou</p><p>militares contra a ordem constitucional e o Estado democrático, converteram-se estes atos em crimes</p><p>inafiançáveis e imprescritíveis (XLII e XLIV).</p><p>Assegura ainda a indenização por erro judiciário ou por prisão por tempo superior ao previsto</p><p>na sentença (LXXV); a amamentação aos filhos de presidiárias (L); cria a figura dos chamados crimes</p><p>hediondos (XLIII).</p><p>Observação</p><p>Percebam que não há Direito absoluto, todos conhecem algum tipo de</p><p>limitação e prol da ordem pública, do bem comum e do interesse social.</p><p>Destinados à efetivação dos Direitos Fundamentais, encerram o art. 5º da Lei Maior os seguintes</p><p>dispositivos de insofismável relevância: as normas definidoras de Direitos e garantias fundamentais têm</p><p>aplicação imediata (CF, art. 5º, § 1º); os Direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem</p><p>outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que</p><p>a República Federativa do Brasil seja parte (§CF, art. 5º, 2º); os tratados e convenções internacionais</p><p>sobre Direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,</p><p>por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas Constitucionais</p><p>(CF, art. 5º, § 3º).</p><p>Observação</p><p>Os Direitos Fundamentais tem eficácia imediata, incluem aqueles</p><p>decorrentes de tratados internacionais que possuem status de norma</p><p>constitucional.</p><p>4.3 Da nacionalidade (CF, arts. 12 e 13)</p><p>É o status do indivíduo em face do Estado. O nacional é o sujeito natural do Estado. O</p><p>conjunto de nacionais é que constitui o povo sem o qual não pode haver Estado. De acordo</p><p>com o Direito Internacional Público, o nacional está preso ao Estado por um vínculo que o</p><p>acompanha em suas deslocações no espaço, inclusive no território de outros Estados (FERREIRA</p><p>FILHO, 2008, p. 107).</p><p>77</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>Figura 61</p><p>Figura 62</p><p>Formas de aquisição da nacionalidade: pode ser voluntária expressa, que transparece do pedido de</p><p>naturalização, há solicitação de nacionalidade; ou tácita, que decorre de não se opor o interessado à</p><p>aquisição de nacionalidade por determinação estatal, há aceitação de nacionalidade oferecida. Pode</p><p>ainda ser involuntária, decorrente do reconhecimento do Jus soli, em razão do local de nascimento</p><p>(do solo), normalmente preferido pelos países de imigração; ou Jus sanguinis; em razão da origem dos</p><p>ancestrais (do sangue), normalmente preferido pelos países de emigração.</p><p>São brasileiros natos: os nascidos no Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que aqui não</p><p>estejam a serviço de seu país – jus loci; os nascidos no estrangeiro de pai ou mãe brasileira, desde que</p><p>a serviço do Brasil; os nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileira, se registrado em repartição</p><p>brasileira competente, ou venham a residir no Brasil e optem em qualquer tempo pela nacionalidade</p><p>brasileira – jus sanguinis (EC de Revisão 3/94). No regime anterior, a opção deveria ocorrer até um ano</p><p>após a maioridade.</p><p>São brasileiros naturalizados os que preencherem os seguintes requisitos: aos originários de países</p><p>de língua portuguesa, residência por um ano ininterrupto; idoneidade moral; manifestação de vontade;</p><p>78</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>aos oriundos das demais nacionalidades: residência por 15 (quinze) anos ininterruptos; ausência de</p><p>condenação penal; manifestação de vontade.</p><p>Há também a hipótese prevista na legislação ordinária: o art. 112 da LF nº 6.815/80 – Estatuto do</p><p>Estrangeiro; os casos de radicação precoce para os admitidos no Brasil durante os primeiros cinco anos</p><p>de vida, optando pela nacionalidade brasileira até dois anos após a maioridade; e conclusão de curso</p><p>superior para os residentes no Brasil antes de atingida a maioridade, a requerendo em até um ano após</p><p>a formatura.</p><p>É proibida a distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo casos expressos em Lei. São cargos</p><p>privativos de brasileiros natos (CF, art. 12, § 3): Presidente/Vice-Presidente; Presidente da Câmara dos</p><p>Deputados; Presidente do Senado Federal; Ministro do Supremo Tribunal Federal; Carreira Diplomática;</p><p>Oficial das Forças Armadas; Vogais do Conselho da República (art. 89, VII).</p><p>Aos portugueses será assegurada a equiparação de Direitos, se houver reciprocidade, gozam de</p><p>status privilegiado em relação aos demais estrangeiros.</p><p>Ocorrerá a perda da nacionalidade pelo cancelamento judicial (decretação por sentença) de</p><p>naturalização por exercer atividade nociva ao interesse nacional; pela aquisição voluntária outra</p><p>nacionalidade, exceto se a aquisição recorrer do reconhecimento de nacionalidade originária por Estado</p><p>estrangeiro segundo a sua legislação, ou se houver sido imposta para a sua permanência para o exercício</p><p>de Direitos civis em Estado estrangeiro.</p><p>4.4 Dos direitos políticos (CF, arts. 14 a 16)</p><p>Cidadania é status ligado ao regime político, implicando a possibilidade de se intervir no processo</p><p>governamental. O exercício da cidadania exige o estabelecimento de um regime democrático,</p><p>pluripartidário, que se dará por meio do sufrágio universal; voto direto, secreto e periódico; igual valor</p><p>do voto.</p><p>Figura 63 – A cidadania apenas pode ser exercida</p><p>mediante o alistamento eleitoral e o exercício do voto</p><p>79</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>Nesse sentido, o exercício da cidadania dar-se-á da seguinte forma: democracia direta – decisões</p><p>fundamentais do Estado tomadas pelos cidadãos em Assembleia, sendo absolutamente inviável no</p><p>mundo contemporâneo; democracia indireta – também chamada de democracia representativa, o povo</p><p>se governa por meio de representantes eleitos que tomam, em seu nome e no seu interesse, as decisões</p><p>do governo; democracia semidireta – participação direta e imediata da população (referendo, plebiscito</p><p>e iniciativa popular) coexistindo com a participação através de representantes.</p><p>Plebiscito é a votação popular direta para a decisão sobre uma opção determinada, sendo também</p><p>instrumento da democracia semidireta. Tem por finalidade servir de instrumento de consulta à população</p><p>sobre questões de base, como a forma do Estado ou de governo, modificação das formas políticas,</p><p>alterações territoriais etc.; referendo: é a manifestação popular direta que decide, de modo final, sobre</p><p>ato normativo geral, sendo também instrumento da democracia semidireta. Limita-se a aceitar ou</p><p>rejeitar medida legislativa proposta, sendo consulta popular posterior à manifestação legislativa, de Lei</p><p>discutida e votada pelos seus representantes; iniciativa popular: é a proposição de Direito novo feita</p><p>diretamente pelo povo</p><p>ao poder Legislativo (CF, art. 61).</p><p>Lembrete</p><p>Instrumentos da democracia direta: plebiscito, referendo e iniciativa</p><p>popular de Lei.</p><p>A capacidade eleitoral ativa é exercida por meio do alistamento eleitoral e do voto, obrigatório para</p><p>os maiores de 18 (dezoito) anos; facultativo aos analfabetos; septuagenários; maiores 16 (dezesseis)</p><p>e menores de 18 (dezoito); vedado aos estrangeiros e conscritos, durante o período de serviço militar</p><p>obrigatório.</p><p>Elegibilidade é capacidade eleitoral passiva, é o direito de ser votado. Exige a nacionalidade brasileira,</p><p>o pleno exercício dos Direitos políticos, alistamento eleitoral, domicílio eleitoral e filiação partidária, bem</p><p>como idade mínima de 35 (trinta e cinco) para presidente/vice/senador; 30 (trinta) para governador/vice;</p><p>21 (vinte e um) para deputado federal/estadual/prefeito/vice/juiz de paz; 18 (dezoito) para vereador.</p><p>A reelegibilidade: introduzida no Direito brasileiro pela EC 16/97, admitindo a reeleição apenas para</p><p>o período imediatamente subsequente.</p><p>A inelegibilidade é uma medida destinada à defesa da democracia contra eventuais abusos. São</p><p>inelegíveis: os analfabetos; menores de 18 (dezoito) anos; salientando ainda a inelegibilidade, no território</p><p>de jurisdição do titular, do cônjuge, consanguíneos e afins até 2º grau e por adoção, do Presidente da</p><p>República, de governador de estado ou território, do distrito federal, de prefeito ou de quem os haja</p><p>substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato</p><p>à reeleição (inelegibilidade reflexa).</p><p>Quanto aos militares, apenas aos conscritos são negados o voto e a elegibilidade. Os militares</p><p>alistáveis são elegíveis, devendo, contudo, observar as seguintes condições: com menos de 10 (dez) anos</p><p>80</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>de atividade deverá ser afastado; com mais de 10 (dez) anos de afastamento temporário e, se eleito,</p><p>passará para reserva.</p><p>Poderá ocorrer a perda dos Direitos políticos pelo cancelamento da naturalização por sentença</p><p>judicial transitada em julgado (art. 15); recusa de obrigação legal ou prestação alternativa impostos aos</p><p>brasileiros em geral (arts. 5, VIII e 143, § 1º); ou sua suspensão por incapacidade civil absoluta (art. 15,</p><p>II); improbidade administrativa (art. 37, § 4º); condenação criminal (art. 15, III) enquanto perdurarem os</p><p>seus efeitos.</p><p>Figura 64 – Na democracia representativa é indispensável que os candidatos a</p><p>representantes do povo possuam passado ilibado, para que atuem na defesa do interesse geral</p><p>Resumo</p><p>Introdução ao Direito</p><p>O primeiro capítulo trata das noções fundamentais indispensáveis para a</p><p>compreensão do fenômeno jurídico, conceituado como sistema de controle</p><p>social dotado de eficácia sancionatória plena, indispensável à manutenção</p><p>da paz social ao mesmo tempo em que exerce a função de defesa contra o</p><p>arbítrio e a tirania.</p><p>A dicotomia Direito positivo e Direito natural, enseja a discussão sobre a</p><p>atuação do Estado na construção do ordenamento jurídico e a preexistência</p><p>de normas sedimentadas na gênese da sociedade. Nesse sentido aponta</p><p>a polêmica relação entre Direito e moral, porquanto o Direito, embora</p><p>decorra da moral como subsistema ético, mantém relativa independência e</p><p>autonomia, o que garante a pluralidade e heterogeneidade social.</p><p>81</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>A divisão tópica da ciência jurídica, delineada pelas grandes vertentes</p><p>do Direito público, lastreado no Direito constitucional, e Direito privado</p><p>embasado no Direito civil, com áreas mistas e novos ramos da ciência</p><p>jurídica, permitem visualizar a divisão da matéria.</p><p>Encerra o capítulo o estudo das fontes do Direito, fatos a partir dos</p><p>quais emanam regras e efeitos jurídicos, em cujo rol prepondera a Lei</p><p>escrita, admitida subsidiariamente a aplicação dos costumes, princípios</p><p>gerais de Direito, jurisprudência, analogia e doutrina. Especial atenção é</p><p>dada à elaboração da Lei, por meio da análise das espécies e do processo.</p><p>Direito constitucional</p><p>O Direito Constitucional está na base do ordenamento jurídico e dele</p><p>decorrem todos os demais ramos do Direito. O fenômeno constitucional</p><p>foi construído ao longo dos séculos, com o intuito de limitar o poder do</p><p>monarca cedendo espaço cada vez maior ao segmento social, representado</p><p>pelo Parlamento. Por decorrência, as espécies de Constituições e de normas</p><p>constitucionais estarão associadas às peculiaridades de cada povo.</p><p>A relação entre poder constituinte originário (poder ilimitado</p><p>decorrente de processo revolucionário ou de Assembleia Constituinte), e</p><p>derivado (emendas constitucionais e Constituições estaduais) demandará</p><p>a construção de um sistema de controle de constitucionalidade, devendo</p><p>todas as Leis e atos normativos guardar conformidade com o texto</p><p>constitucional, caracterizando o sistema brasileiro pela pluralidade de</p><p>controles.</p><p>A organização da República Federativa do Brasil é estudada sobre o</p><p>prisma das competências federativas dispostas nos planos da União,</p><p>estados e municípios, bem como na separação de funções entre os Poderes</p><p>Legislativo, Executivo e Judiciário, harmônicos e independentes entre si.</p><p>Encerra o capítulo o estudo dos Direitos e garantias fundamentais,</p><p>classificados como Direitos de primeira, segunda e terceira gerações,</p><p>plasmados no texto constitucional, com ênfase às liberdades públicas</p><p>relacionadas no artigo 5º da Lei Maior, seguidos dos Direitos de nacionalidade</p><p>de exercício da cidadania.</p><p>Exercícios</p><p>Questão 1. O Direito tem objeto de estudo muito amplo e a Lei, quase sempre, regulamenta todos os</p><p>aspectos de nossas vidas, até mesmo alguns que são de dimensão bastante íntima, como o casamento.</p><p>82</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>É no plano político, no entanto, que as Leis se manifestam de forma ainda mais vigorosa, disciplinando</p><p>toda a organização do Estado e de seus principais órgãos de atuação. É a Lei que, após organizar o sistema</p><p>legislativo com a atribuição de funções à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal, atribui à população,</p><p>ao cidadão comum, o direito de participar do processo legislativo. Essa participação ocorre por meio da:</p><p>A) Iniciativa popular, que é a proposição de Lei feita diretamente pelo povo ao Poder Legislativo.</p><p>B) Comissão Parlamentar de Inquérito, que sempre tem a participação de representantes do povo</p><p>entre seus membros.</p><p>C) Constituição Federal, que teve artigos que foram redigidos diretamente pelo povo e previamente</p><p>aprovados pelo Congresso Nacional.</p><p>D) Participação popular no Poder Executivo e no Judiciário.</p><p>E) Participação dos trabalhadores nas greves, que são garantidas pela Constituição Federal.</p><p>Resposta correta: alternativa A.</p><p>Análise das alternativas:</p><p>A) Alternativa correta.</p><p>Justificativa: a Constituição Federal previu que a população brasileira pode propor Leis ao Poder</p><p>Legislativo, por meio da chamada iniciativa popular, que será encaminhada quando houver uma</p><p>quantidade de assinaturas de cidadãos pedindo que aquela Lei seja aprovada. Foi o que aconteceu</p><p>recentemente no Brasil com a chamada Lei da Ficha Limpa, que foi enviada ao Poder Legislativo Federal</p><p>com mais de um milhão de assinaturas de brasileiros e foi aprovada.</p><p>B) Alternativa incorreta.</p><p>Justificativa: as comissões parlamentares de inquérito, ou CPI´s, como o próprio nome já diz, são</p><p>formadas por parlamentares,</p><p>ou seja, por membros do Poder Legislativo e estes, como vimos, são</p><p>deputados federais ou estaduais ou ainda vereadores, eleitos por voto direto do povo para representar</p><p>esse mesmo povo. Por isso é que as Comissões Parlamentares não precisam ter a presença dos cidadãos,</p><p>porque é formada por seus representantes livremente escolhidos pelo voto.</p><p>C) Alternativa incorreta.</p><p>Justificativa: a Constituição Federal não teve artigos escritos diretamente pelo povo. Teve a</p><p>contribuição dos cidadãos que encaminharam aos deputados federais eleitos para a Assembleia Nacional</p><p>Constituinte propostas que mais tarde foram aprovadas e incorporadas ao texto constitucional. Mas</p><p>essas propostas foram discutidas pelos deputados constituintes, modificadas, adaptadas e, somente</p><p>depois disso, aprovadas para compor a Constituição Federal.</p><p>83</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>D) Alternativa incorreta.</p><p>Justificativa: não há previsão legal para participação direta da população no Poder Judiciário</p><p>e nem no Poder Executivo, salvo em alguns órgãos que contam com representantes da sociedade,</p><p>como acontece com os conselhos municipais (do Executivo) e o Conselho Nacional de Justiça</p><p>(do Judiciário). Mas essa participação é limitada, ou seja, depende de serem atendidos requisitos</p><p>previamente fixados em Lei, e não são todos os cidadãos brasileiros que podem ser escolhidos para</p><p>essa finalidade.</p><p>E) Alternativa incorreta.</p><p>Justificativa: aos trabalhadores é facultado por Lei o exercício do direito de greve, em conformidade</p><p>com alguns requisitos que devem ser atendidos. Mas a participação em uma greve não faz do</p><p>trabalhador um participante do Poder Legislativo, como se refere a pergunta, razão pela qual a</p><p>alternativa é incorreta.</p><p>Questão 2. Guilherme Roma Guarapuava é portador de Síndrome de Down. Criado por uma família</p><p>que nunca enxergou essa condição como um problema, Guilherme tem um desenvolvimento totalmente</p><p>satisfatório e inclusive cursou escola com crianças não portadoras de necessidades especiais. Sabe ler,</p><p>escrever, expressa-se com alguma dificuldade, mas é facilmente compreendido se as pessoas tiverem um</p><p>pouco de paciência. Ele se candidatou a uma vaga na empresa que você administra. A vaga é para auxiliar</p><p>de escritório e suas incumbências principais são manter em ordem os arquivos, responder mensagens</p><p>eletrônicas e administrar os valores de menor monta que são utilizados diariamente pelo pessoal que faz</p><p>serviço externo na empresa. Você aprovou o currículo de Guilherme e foi questionado por seu superior</p><p>hierárquico que, de forma preconceituosa, não gostou de ter um portador de necessidades especiais</p><p>na empresa, principalmente porque ela não disponibiliza essas vagas. Você argumentou que ele tinha</p><p>condições intelectuais de desempenhar o trabalho para o qual foi contratado e que ele tinha o direito</p><p>de ser contratado. Sua afirmação está:</p><p>I – Correta e ancorada na legislação especial que protege o portador de necessidades especiais.</p><p>II – Incorreta, porque na verdade você contratou Guilherme porque ficou penalizado com a situação</p><p>do rapaz e resolveu agir com o coração.</p><p>III – Correta porque o texto constitucional garante a liberdade de trabalhar para todos aqueles que</p><p>têm condições para isso, esse é um Direito Fundamental do cidadão e expresso no texto da Constituição</p><p>Federal.</p><p>IV – Correta porque cada um tem o direito de exercer o trabalho que lhe convier conforme sua</p><p>vocação e aptidão e, no caso de Guilherme, a síndrome da qual ele é portador não atrapalhará o</p><p>desempenho para a tarefa para a qual foi contratado.</p><p>V – Incorreta, porque ele só pode exercer atividades próprias da síndrome da qual é portador, o que</p><p>não acontece neste caso.</p><p>84</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>Assinale a alternativa que contem as afirmativas corretas:</p><p>A) I e IV.</p><p>B) II e V.</p><p>C) V.</p><p>D) III e IV.</p><p>E) I e III.</p><p>Resolução desta questão na plataforma.</p><p>Blank Page</p><p>Blank Page</p><p>de trabalho e de avaliação, os alunos</p><p>deverão ter a oportunidade de desenvolver as seguintes competências:</p><p>• compreender que a organização está inserida dentro de uma sociedade, com um conjunto de</p><p>regras que devem ser respeitadas;</p><p>• identificar oportunidades com o conhecimento do ordenamento jurídico. As oportunidades aqui</p><p>mencionadas devem sempre respeitar os aspectos éticos e legais;</p><p>• senso crítico e capacidade de contextualização;</p><p>• trabalho em equipe;</p><p>• comunicação e expressão;</p><p>• desenvolvimento pessoal;</p><p>• capacidade de identificar, analisar e solucionar problemas.</p><p>Objetivos específicos</p><p>Espera-se que o aluno compreenda a relação do Direito com a Administração na empresa e nas</p><p>relações sociais, respeitando os preceitos éticos e legais. Com o conhecimento apreendido, deverá</p><p>identificar oportunidades para a organização.</p><p>10</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>O aluno deve compreender que as organizações têm de submeter-se a uma série de normas legais e</p><p>saber como identificá-las quando necessário.</p><p>Esperamos proporcionar aos alunos condições para perceber a presença do Direito em todas as</p><p>manifestações do homem na sociedade, principalmente na vida profissional do administrador.</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A disciplina Instituições do Direito tem por escopo possibilitar ao aluno do curso de Administração</p><p>a compreensão dos elementos fundamentais do sistema normativo de um país, o domínio de conceitos</p><p>fundamentais da ciência jurídica e a percepção da diversidade de sistemas normativos construídos pela</p><p>sociedade contemporânea, que é imprescindível a todo e qualquer cidadão.</p><p>Por meio desta disciplina, o aluno irá perceber que, no âmbito de sua vida privada regulamentada</p><p>pelo Direito Civil, no exercício da cidadania assegurada no texto constitucional, ou ainda no trato com</p><p>a Administração Pública, o Direito está sempre presente em todos os aspectos da vida social, induzindo</p><p>ou coibindo condutas, pois onde está a sociedade, está o Direito.</p><p>O aluno terá a possibilidade de otimizar potencialidades e reduzir custos, mormente considerados os</p><p>entraves e gargalos do chamado custo Brasil, pois se exige que o administrador domine as características</p><p>de um sistema normativo complexo e em constante transformação. Nesta quadra o curso oferece ao</p><p>aluno: a principiologia exposta no título Instituições do Direito; os elementos estruturais do Estado</p><p>Brasileiro plasmados no texto constitucional, acompanhado do arcabouço que assegura o exercício</p><p>dos Direitos Fundamentais; os atributos e requisitos que normatizam a atividade contratual privada</p><p>prevista no Código Civil e no Código de Defesa do Consumidor; o delineamento dos limites da atuação</p><p>da Administração Pública, seja coibindo ou regulamentando a atuação privada por meio do exercício</p><p>do poder de polícia, ou fomentando e estimulando atividade econômica por intermédio de sua atuação</p><p>contratual.</p><p>11</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>Unidade I</p><p>1 INTRODUÇÃO AO DIREITO</p><p>1.1 Conceito de Direito</p><p>A palavra Direito vem do latim directum, que corresponde à ideia de regra, direção, sem desvio, em</p><p>alemão recht, em italiano diritto, em francês droit, em espanhol derecho, tendo em todas essas línguas</p><p>o mesmo sentido. Os romanos denominavam-no de jus, diverso de justitia, que corresponde ao nosso</p><p>sentido de justiça, ou seja, qualidade do Direito.</p><p>Para o Professor Miguel Reale (2002, p. 10):</p><p>O Direito é Lei e ordem, isto é, um conjunto de regras obrigatórias que</p><p>garante a convivência social graças ao estabelecimento de limites à ação de</p><p>cada um de seus membros. Assim sendo, quem age de conformidade com</p><p>essas regras comporta-se Direito; quem não o faz, age torto.</p><p>O Direito é uma ciência cultural normativa de conteúdo ético, ou seja, de conteúdo normativo; é</p><p>também um subsistema de controle social dotado de eficácia sancionatória plena.</p><p>Distinção terminológica relevante é estabelecida pela dicotomia Direito positivo e Direito natural.</p><p>Direito positivo é aquele criado, posto, positivado pelo Estado, decorrente da atuação de seus órgãos,</p><p>do processo legislativo e da jurisprudência dos tribunais.</p><p>Os romanos distinguiam o ius civile, direito do cidadão romano, dos jus gentium, Direito dos estrangeiros</p><p>residentes no império romano. Depois, os distinguiram dos jus naturale, tendo por fonte a natureza.</p><p>Esta dicotomia atingiu maior expressão no século XIX, conforme lembrado por Nader (2004, pp. 364-365):</p><p>Durante o século XIX, o positivismo de inspiração comtiana alcançou ampla</p><p>repercussão no âmbito do Direito, colocando-se em posição antagônica ao</p><p>jusnaturalismo. A partir daí, estabeleceu-se a maior e definitiva cisão na área</p><p>da Filosofia do Direito, porque, enquanto o jusnaturalismo preconizava outra</p><p>ordem jurídica além da estabelecida pelo Estado, o positivismo reconhecia</p><p>como Direito apenas o positivo.</p><p>O Direito natural corresponde aos ideais de justiça presentes na sociedade, em todas as sociedades</p><p>desde tempos imemoriais, como o ideal de liberdade, igualdade, respeito à vida e à dignidade humana.</p><p>12</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>Do ponto de vista filosófico, a existência de um Direito inerente à própria natureza do homem surge</p><p>a partir dos séculos XVII e XVIII, fruto da laicização e racionalização (Descartes) ocorrida em países, em</p><p>regra, não católicos, o que faz surgir o Direito criado pela razão.</p><p>Defendem os jusnaturalistas (Grotius, Spinoza, Hobbes, Locke e Rousseau) que acima do Direito</p><p>positivo e, portanto das Leis humanas, existe um Direito natural, isto é, um conjunto de normas e</p><p>princípios válidos para todos os tempos e lugares, e que o Direito só é Direito se for compatível com o</p><p>Direito natural, isto é, se for justo.</p><p>Em contraposição, para os juspositivistas o Direito é apenas o Direito positivo, o ordenamento</p><p>vigente e a qualificação de uma conduta como de acordo com o Direito independe de sua justiça</p><p>ou injustiça.</p><p>Lembrete</p><p>Direito positivo é aquele legislado, criado pelo Estado, Direito</p><p>natural é aquele inerente à própria natureza do homem, reconhecido</p><p>pelo Estado.</p><p>1.2 Origem e finalidade do Direito</p><p>A viabilidade da vida social está condicionada ao desenvolvimento de alguma ordem jurídica,</p><p>com maior ou menor grau de positivação, mais ou menos vinculadas às manifestações religiosas ou</p><p>costumeiras da rica e dinâmica vida social.</p><p>Para evitar a luta de todos contra todos, a sociedade deverá lançar mão de um sistema de controle</p><p>social, de maior ou menor complexidade, conforme o seu grau de heterogeneidade social e cultura,</p><p>apresentado em determinado momento histórico.</p><p>Saiba mais</p><p>Conferir obra indispensável:</p><p>RIBEIRO, D. Processo civilizatório. São Paulo: Cia. das Letras, 1998.</p><p>Assim, ao longo da história, foram desenvolvidos diversos subsistemas de caráter normativo: a</p><p>família, a religião, a moral, a mídia, a economia e, enfim, o Direito. Todavia, desde os primórdios da</p><p>civilização, a função normativa foi exercida enfeixando Direito, moral e religião em um único polo, um</p><p>único centro emanador de poder e, portanto, de produção normativa.</p><p>13</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>Saiba mais</p><p>A religião sempre</p><p>exerceu papel de dominação social. No século XX, a</p><p>cultura de massas passou a servir a esse propósito. Conferir:</p><p>MORIN, E. Cultura de massas no século XX. 10. ed. Rio de Janeiro:</p><p>Forense Universitária, 2011. 2 v.</p><p>Como visto, para alcançar a mínima eficácia desejada, o Direito é o único dos subsistemas a utilizar a</p><p>força estatal. O Estado é detentor do monopólio do uso da força, a força organizada, fruto da evolução</p><p>histórica da sociedade que veda a justiça de mão própria, ou vendetta, salvo exceções previstas e</p><p>detalhadamente regulamentadas pelo próprio Estado de Direito, como a legítima defesa e o estado de</p><p>necessidade.</p><p>O Direito é, portanto, subsistema de caráter normativo dotado de eficácia sancionatória plena e</p><p>inafastável, que intervém de maneira efetiva ou potencial, direta e indiretamente em face do fato social,</p><p>utilizando a força organizada e monopolizada no âmbito do Estado.</p><p>Ademais, Direito é controle e defesa contra o controle, pois, como instrumento de controle, age</p><p>de forma a utilizar o poder estatal a fim de evitar a anarquia e o caos, o estado natural caracterizado</p><p>pela luta de todos contra todos, enfim, a ausência de poder. Enquanto instrumento de defesa contra o</p><p>controle, limita o poder estatal, impondo-lhe normas e procedimentos, rigorosamente observáveis sob o</p><p>prisma da legalidade estrita, a fim de evitar o excesso, o abuso de poder, a tirania.</p><p>Saiba mais</p><p>Sobre a origem do Estado Moderno e o contratualismo, verificar as</p><p>obras:</p><p>HOBES, T. O Leviatã. 2. ed. São Paulo: Martin Claret, 2008.</p><p>LOCKE, J. Segundo tratado sobre os Direitos civis. São Paulo: Martin</p><p>Claret, 2002.</p><p>MAQUIAVEL, N. O Príncipe. 18. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2007.</p><p>MONTESQUIEU, C. L. O espírito das Leis. São Paulo: Martin Claret, 2010.</p><p>ROUSSEAU, J. J. Contrato social. Tradução de Paulo Neves. Porto Alegre:</p><p>L & PM, 2007.</p><p>14</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>1.3 Direito objetivo e Direito subjetivo</p><p>Direito objetivo, ou norma agendi, costuma ser associado à ideia de ordenamento jurídico, conforme</p><p>preceitua Reale (2002, pp. 189-190):</p><p>O Direito objetivo, como conjunto de normas e modelos jurídicos, –</p><p>exatamente porque se destina a ter vigência e eficácia na universalidade</p><p>de um território, – constitui, no seu todo, um sistema global que,</p><p>através de um termo italiano já integrado em nossa língua, se denomina</p><p>ordenamento jurídico.</p><p>São características do ordenamento jurídico: a) universalidade, compreendida por meio do</p><p>enunciado ubi societas, ibi jus, porquanto presente em todas as sociedades; b) unidade, pois toda e</p><p>qualquer norma deverá estar em conformidade com um fundamento único, em regra a supremacia</p><p>constitucional; c) coerência implica a impossibilidade da manutenção (e não existência) das chamadas</p><p>antinomias, ou conflitos de Leis, pois não podem coexistir, em um mesmo tempo e sobre o mesmo</p><p>espaço, dois ou mais comandos antagônicos; d) completude, ao prever o recurso à integração do</p><p>Direito, ou o chamado fenômeno da colmatação de lacunas, toda vez que o juiz se deparar com</p><p>omissão normativa, recorrendo a outras fontes do Direito, como a analogia, os costumes e os princípios</p><p>gerais de Direito.</p><p>Saiba mais</p><p>Sobre ordenamento jurídico, vale conferir obra:</p><p>BOBBIO, N. Teoria do ordenamento jurídico. Tradução de Ari Marcelo</p><p>Solon. São Paulo: EDIPRO, 2011.</p><p>O Direito anglo-americano coloca uma pá de cal na questão, designando o Direito objetivo como</p><p>law e o subjetivo como right. No Direito brasileiro, a controvérsia acerca da exata compreensão do</p><p>conteúdo e alcance da expressão Direito subjetivo, atravessou as últimas décadas como um dos temas</p><p>mais controvertidos e debatidos pela doutrina.</p><p>Ao Direito subjetivo, parte da doutrina atribui à natureza de mera facultas agendi, ou seja, faculdade</p><p>de agir, de exercer Direitos, ou ainda o interesse juridicamente protegido enquanto atribui a alguém o</p><p>poder de querer.</p><p>15</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>Saiba mais</p><p>Sobre o conceito de Direito subjetivo:</p><p>REALE, M. Lições preliminares de Direito. 27. ed. São Paulo: Saraiva,</p><p>2002.</p><p>DINIZ, M. H. Compêndio de introdução ao estudo do Direito. 22. ed. São</p><p>Paulo: Saraiva, 2011.</p><p>Outra questão a ser debatida é a abrangência do Direito subjetivo, se pertinente a um indivíduo, a</p><p>uma coletividade ou a toda a sociedade.</p><p>Os Direitos individuais são aqueles em que, no polo ativo, é possível encontrar um único titular de</p><p>determinada pretensão. Em relação aos Direitos individuais homogêneos, há que se ressaltar que os</p><p>seus titulares, embora tenham identidade de causa em relação à origem de seus Direitos, apresenta-os</p><p>a partir de manifestações qualitativas e quantitativas distintas.</p><p>Os Direitos difusos são aqueles Direitos e interesses transindividuais indivisíveis, de que são titulares</p><p>pessoas indeterminadas ligadas por uma situação de fato. São transindividuais porque transcendem a</p><p>esfera subjetiva de um único titular, são de titularidade indeterminada por não ser possível quantificar</p><p>ou nomear os seus titulares, são indivisíveis porque não há como identificar o grau de lesão sofrida por</p><p>cada um. Seus titulares são ligados por uma situação de fato, pois não há uma relação jurídica de base</p><p>preexistente à lesão que vincula de antemão os seus titulares, sendo um fenômeno do mundo fático</p><p>a sua causa comum, como uma agressão ao meio ambiente, ao patrimônio histórico, paisagístico e</p><p>cultural, economia popular etc. São defendidos precipuamente pelo Ministério Público, por meio da</p><p>ação civil pública, entre outros instrumentos.</p><p>Os Direitos coletivos são, da mesma forma que os difusos, transindividuais. Sua titularidade, contudo,</p><p>pertence a pessoas determinadas, identificadas, nomeáveis e quantificáveis, ligadas por uma relação</p><p>jurídica de base, havendo entre os seus titulares um vínculo anterior à lesão sofrida, como os membros</p><p>de uma associação, partido, sindicato ou adquirentes de um determinado bem. São defendidos por</p><p>entidades, associações, partidos ou sindicatos constituídos há pelo menos um ano e com legítimo</p><p>interesse na causa, podendo também ocorrer a sua tutela por meio da atuação do Ministério Público,</p><p>pela via do mandado de segurança coletivo ou da ação civil pública.</p><p>Lembrete</p><p>Não confunda: Direitos coletivos são aqueles de titularidade</p><p>determinada, de uma coletividade ou categoria profissional; difusos são os</p><p>Direitos de titularidade indeterminada, de toda a sociedade.</p><p>16</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>1.4 Direito e moral</p><p>A ética é a ciência do comportamento humano, da conduta. Sob seu domínio, estão reunidos a moral, a</p><p>religião e o Direito. A partir de premissas distintas, empregando metodologia e instrumental diversos, cada qual</p><p>desses campos terá, no limite, afinidade teleológica, tendo em vista os fins desejados: regrar a conduta humana.</p><p>No campo do Direito foi preciosa a vinculação da ética centrada neste, a partir de um diferencial:</p><p>a definição do homem (ou pessoa), como paradigma. Por certo que o homem é o centro, a medida de</p><p>todas as coisas, mas de que forma esse personalismo ético pode se manifestar na defesa dos Direitos</p><p>subjetivos dos quais esse homem vem a ser titular?</p><p>A partir da graduação dos Direitos subjetivos, podem ser estabelecidas três esferas distintas e</p><p>interdependentes: a física, a moral e a patrimonial.</p><p>Tem-se, assim, a visualização do espectro de posições</p><p>subjetivas de que a pessoa é titular. Se o homem</p><p>é a medida de todas as coisas e o Direito é uma ciência cultural, infere-se, portanto, ser ele a única medida</p><p>possível do Direito. Este, por sua vez, deverá tutelar seus Direitos e interesses conforme a sua natureza jurídica.</p><p>Observação</p><p>O filósofo alemão Immanuel Kant representa o marco de maior</p><p>expressão da doutrina do personalismo ético, que entende ser o homem o</p><p>centro de todas as coisas.</p><p>As diferenças entre Direito e moral, entretanto, são mais numerosas, apesar do Direito nascer da</p><p>moral assim como o filho da mãe, mas, da mesma forma, adquire autonomia e vida própria.</p><p>Na verdade, nem todas as condutas lícitas são moralmente aceitas e, inversamente, nem todas as</p><p>condutas moralmente aceitas são lícitas. É certo que a grande zona comportamental está abrangida</p><p>pelos dois, havendo, contudo, pontos incongruentes o que comprova a distinção aqui esboçada.</p><p>Figura 1 – Algumas questões podem receber proteção jurídica embora sejam polêmicas sob o prisma moral</p><p>17</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>Podem-se visualizar as três situações distintas, a partir de dois círculos, um contendo o Direito e o</p><p>outro a moral.</p><p>Na primeira, a ordem jurídica estaria incluída totalmente no campo da moral, os dois círculos seriam</p><p>concêntricos, com o maior pertencendo à moral. É o caso das sociedades primitivas ou estagnadas, as</p><p>fundamentalistas religiosas, nas quais todo o Direito é regulamentado pela moral, não havendo espaço</p><p>nem liberdade para a existência de diferenças. D = M.</p><p>Na segunda situação, tem-se a separação total entre as duas esferas, o que dificilmente ocorrerá</p><p>por muito tempo, pois o Direito precisa e deve ter forte base na eficácia da moral social, sob pena de</p><p>se tornar letra morta, ineficaz. Neste caso, tem-se a imposição de uma ordem jurídica estranha à vida</p><p>social, o que poderia ocorrer durante a invasão ou a anexação de um Estado por outro, de culturas</p><p>distintas ou, até mesmo, antagônicas: D ≠ M.</p><p>A terceira visão estabelece uma grande zona coincidente entre Direito e moral, reservando, contudo, espaços</p><p>próprios para cada campo ético. Flexibiliza-se, assim, a vida social, respeitando as diferenças e possibilitando a</p><p>sua evolução. É a sociedade tolerante, plural, contemporânea e democrática. Nesse diapasão, emerge o Direito</p><p>como o mínimo de moral, o denominador comum, o ponto de intersecção necessário entre as diversas morais</p><p>individuais, o núcleo mínimo de condutas obrigatórias sem ao qual a sociedade não subsiste: D ~= M.</p><p>Observação</p><p>O Direito nasce da moral como o filho nasce da mãe, adquirindo</p><p>autonomia. Não são iguais, tampouco diferentes, apenas semelhantes.</p><p>O Direito é igual para todos, pois o mesmo ordenamento jurídico vincula todo um Estado,</p><p>independentemente do padrão moral de cada pessoa. Ressalvas, contudo, são feitas por Lei, levando-se</p><p>em conta a idade, a capacidade e o tirocínio, bem como outros aspectos.</p><p>A moral, contudo, é relativa, variando de pessoa para pessoa, construindo padrões que vão do mais</p><p>conservador ao mais liberal. Varia de acordo com a idade, religião, classe social, origem, procedência,</p><p>grau de instrução e outros fatores. A moral não é igual para todos.</p><p>A sanção jurídica é predeterminada, específica, tipificada e racional, resultante do longo processo</p><p>evolutivo do Direito positivo. Varia da multa à prestação de serviços, da restrição de Direitos à privativa</p><p>de liberdade, da prisão perpétua à pena de morte. Contudo, sempre predeterminada, possibilitando</p><p>ao infrator ou à sociedade em geral o seu conhecimento de antemão, prévio, percebendo quais serão</p><p>as consequências de sua violação. Ao contrário, a sanção moral é indeterminada, imprecisa, sendo</p><p>impossível prever a sua intensidade e natureza antes de seu descumprimento. Pode variar da negação</p><p>do afeto ao desapreço, da ruptura de uma amizade à agressão física, da vaia ao linchamento.</p><p>A assistência material que os pais devem prestar aos filhos necessitados ou a cessão de</p><p>assento na condução para pessoa idosa são matérias reguladas pelo Direito e com base na moral.</p><p>18</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>Há assuntos de alçada exclusiva da moral, como o pagamento de dívida prescrita, a atitude de</p><p>gratidão a um benfeitor ou a cessão de assento no transporte público a uma jovem carregada</p><p>de sacolas. De igual modo, há problemas jurídicos estranhos à ordem moral, como, por exemplo,</p><p>a divisão de competência entre um Tribunal Regional Federal e um Tribunal de Justiça Estadual.</p><p>Há ainda condutas antijurídicas toleradas pela moral como avançar semáforo fechado durante a</p><p>madrugada em via de fluxo pouco intenso.</p><p>Saiba mais</p><p>Sobre a evolução da sanção:</p><p>BECCARIA, C. Dos delitos e das penas. 5. ed. São Paulo: WM Martins</p><p>Fontes, 2005.</p><p>FOUCAULT, M. Vigiar e punir. 36. ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 2007.</p><p>1.5 Ramos do Direito</p><p>O Direito privado precede o Direito público. O Direito romano consagra essa afirmação, ao consolidar</p><p>os fundamentos do Direito privado contemporâneo, especialmente do Direito Civil.</p><p>As relações de Direito privado possuem estabilidade maior do que aquelas encontradas no Direito</p><p>público, porque são menos suscetíveis de variações políticas, remanescendo viáveis ainda que em</p><p>ambientes e contextos autoritários, o que por certo não ocorre com o Direito público.</p><p>Observação</p><p>No transcorrer do século XX o país teve sete Constituições na vigência</p><p>de um único Código Civil.</p><p>As relações jurídicas características do Direito privado apresentam perfil horizontal, pois tendem ao</p><p>equilíbrio. São, portanto, relações de coordenação.</p><p>Vigora, no âmbito do Direito privado, o princípio da liberdade das formas, da autonomia da vontade</p><p>das partes, da disponibilidade jurídica, observadas as devidas exceções. Sob o vasto campo, ao Direito</p><p>privado é lícito fazer tudo aquilo que não seja vedado por Lei, desde que seja o agente capaz, o objeto</p><p>lícito e a forma prescrita ou não de defesa em Lei.</p><p>Como principal ramo do Direito privado encontra-se o Direito Civil congregando as vastas áreas</p><p>das obrigações contratuais e extracontratuais, Direitos da personalidade, posse e propriedade, família e</p><p>sucessões.</p><p>19</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>Figura 2 – O direito de família é o ramo do Direito civil no qual as relações</p><p>entre particulares devem sofrer a menor intervenção possível</p><p>Têm-se, ainda, importantes ramos como o Direito Comercial com o estudo dos contratos mercantis,</p><p>sociedades comerciais, títulos de crédito, falência, propriedade industrial, marcas e patentes. Aponta-se</p><p>ainda o Direito Autoral, Direito Agrário e Direito do Trabalho. Em relação a este último, remanesce forte</p><p>controvérsia relegando-o à chamada área mista, em razão de sua origem fortemente impregnada da</p><p>intervenção estatal.</p><p>O Direito público tem origens relativamente recentes, associadas à evolução dos Direitos Fundamentais</p><p>e à consagração do contratualismo ou pactualismo, a partir da Carta Magna de 1215, na Inglaterra, bem</p><p>como os demais textos constitucionais ingleses (habeas corpus act, Bill of right, petition of right, entre</p><p>outros), estabelecendo a linha evolutiva do Direito público com forte impulso a partir da Revolução</p><p>Francesa de 1789, da Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, da Declaração de</p><p>Virgínia de 1776 e, enfim, da Constituição dos Estados</p><p>Unidos da América do Norte, de 1787.</p><p>As relações jurídicas características do Direito público apresentam perfil vertical, pois são marcadas</p><p>pela constante tensão entre Estado e sociedade, permanentemente em controle recíproco. São, portanto,</p><p>relações de subordinação, de poder.</p><p>Vigora, no âmbito do Direito público, o princípio da legalidade estrita, pois não é lícito ao agente</p><p>da administração fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude e na forma da Lei. Ao</p><p>contrário, a legalidade vista sob o prisma do Direito privado, o que não for expressamente proibido,</p><p>será permitido.</p><p>O Direito Constitucional compreende a doutrina da separação dos poderes, organização do Estado,</p><p>forma de Estado e sistema de governo, Direitos e garantias fundamentais. Tem-se, ainda, o Direito</p><p>Administrativo o qual incumbe o estudo do ato administrativo, o controle da administração, bens,</p><p>serviços e servidores públicos, a intervenção do Estado no domínio econômico. Ao lado do Constitucional,</p><p>forma a viga mestra do Direito público. Outros ramos da ciência jurídica integram o Direito público,</p><p>como o Direito Tributário (impostos, taxas e contribuições), Direito Ambiental, Direito Urbanístico,</p><p>Direito Internacional Público (relações entre Estados soberanos), todo o Direito Processual (Civil, Penal,</p><p>Trabalhista), o Direito Penal, entre outros.</p><p>20</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>A evolução de disciplinas como o BioDireito, a Informática Jurídica, o Direito Comunitário, entre</p><p>outros, demandam os desafios com os quais se depara a ciência jurídica no mundo contemporâneo.</p><p>Da mesma forma, a dicotomia público/privado vem perdendo força. Nas denominadas áreas mistas</p><p>encontram-se o Direito do Consumidor, o Direito Internacional Privado, o Direito do Trabalho e o</p><p>Previdenciário, além da publicização cada vez maior do Direito Civil. Assim, crê-se ter perdido relevância</p><p>a referida distinção, permanecendo válida apenas para fins didáticos e metodológicos.</p><p>Há ainda disciplinas zetéticas, não dogmáticas ou crítico-reflexivas, como História do Direito,</p><p>Sociologia Jurídica, Lógica Jurídica, Filosofia do Direito, Teoria do Direito, Introdução ao Estudo do</p><p>Direito, por estarem situadas em um plano lógico anterior à referida distinção público/privada, distinção</p><p>esta que apresenta ainda alguma relevância.</p><p>Lembrete</p><p>Direito público:</p><p>Constitucional, Administrativo, Tributário, Financeiro, Ambiental,</p><p>Urbanístico, Processual, Penal, Internacional, Previdenciário, Infância e</p><p>Juventude.</p><p>Direito privado:</p><p>Civil, Empresarial, Agrário, Autoral.</p><p>Misto:</p><p>Trabalho, Consumidor.</p><p>1.6 Fontes do Direito</p><p>São os processos ou meios destinados à formulação de regras e, portanto, normas com a</p><p>consequente produção de efeitos jurídicos. Com maior ou menor grau de positivação, fontes foram</p><p>construídas ao longo de toda sua evolução histórica, constituindo, nas sociedades contemporâneas,</p><p>complexo feixe capaz de fornecer ao operador do Direito os recursos necessários à pacificação dos</p><p>conflitos sociais.</p><p>São fontes do direito a Lei (a ser tratada em capítulo apartado em face de sua importância no</p><p>sistema brasileiro, de base romanista), os costumes, analogia, princípios gerais de Direito, equidade,</p><p>doutrina e a jurisprudência.</p><p>Os sistemas de origem romano-germânica (Europa continental e América Latina), também</p><p>denominados Civil Law, definem a Lei escrita como espinha dorsal do ordenamento jurídico, admitindo</p><p>Highlight</p><p>21</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>as demais fontes em caráter subsidiário, ou seja, secundário. Os países de tradição anglo-americana</p><p>(Inglaterra, EUA, Austrália, Nova Zelândia e também Índia e Japão), denominados Common Law, utilizam</p><p>os costumes e o precedente (jurisprudência), como principais fontes do Direito.</p><p>Na atualidade há expressiva aproximação entre as duas escolas, pois o sistema romano-germânico</p><p>adota cada vez mais os costumes e a jurisprudência, e a Common Law passou a produzir expressiva</p><p>atividade legislativa.</p><p>a) Costumes – observância reiterada de um hábito social, investido de autoridade. Estabelece-se,</p><p>assim, um elemento objetivo para a sua caracterização, a prática de um hábito reiterado, contínuo</p><p>e não eventual, ao lado de outro de maior subjetivismo, e o fato de ser revestido de autoridade,</p><p>faz com que não seja, portanto, qualquer hábito. Ao contrário da Lei, o costume deve ser provado</p><p>por quem o invoca, pois não goza do grau de objetividade da Lei escrita e nem da natureza estatal</p><p>de sua fonte.</p><p>Embora não seja a principal fonte de Direito na maioria dos ordenamentos jurídicos contemporâneos</p><p>é, sem dúvida, a mais antiga de todas, sendo encontrada na origem de todos os povos. Algumas sociedades</p><p>primitivas ainda possuem o costume como fonte exclusiva do Direito e mesmo nos ordenamentos</p><p>complexos ainda representa importante fonte, invariavelmente chamada a suprir lacunas no processo</p><p>de integração do Direito.</p><p>Saiba mais</p><p>Sobre sistemas jurídicos:</p><p>DAVID, R. Grandes sistemas do Direito contemporâneo. 4. ed. São Paulo:</p><p>Martins Fontes, 2002.</p><p>GILLISSEN, J. Introdução histórica ao Direito. 6. ed. Lisboa: Fundação</p><p>Calouste Gulbenkian, 2011.</p><p>SOARES, G. F. Common law: introdução ao Direito dos EUA. 2. ed. São</p><p>Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.</p><p>Se contrário à Lei (contra legem), o costume não poderá ser invocado como fonte de Direito. Se</p><p>estabelecidos à margem da Lei (praeter legem) ou conforme a Lei (secundum legem) será invocável</p><p>enquanto fonte do Direito, recebendo a denominação de costume jurídico.</p><p>b) Analogia – é o método integrativo por meio do qual o juiz, na ausência de Lei escrita e específica a</p><p>ser aplicada ao caso concreto, utiliza norma aplicável a situação fática semelhante. Na hierarquia</p><p>do art. 4º da Lei de Introdução ao Código Civil, a analogia inaugura o rol ali estabelecido, tendo</p><p>em vista sua origem positiva, eis que originária da atividade estatal.</p><p>22</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>Não se trata, portanto e propriamente, de modalidade de fonte do Direito, eis que a fonte a ser</p><p>aplicada à situação concreta não é a Lei, mas, sim, instrumento de colmatação de lacunas ou método</p><p>integrativo.</p><p>c) Princípios Gerais de Direito – são enunciados normativos situados na base da ciência jurídica,</p><p>paradigmas utilizados na construção das normas, institutos e sistemas jurídicos. São ideias</p><p>fundamentais que podem encontrar correspondente previsão positiva (como a ampla defesa, a</p><p>boa-fé, a equidade, a justa causa ou o devido processo legal) ou não constar expressamente de</p><p>nenhum texto ou dispositivo legal (viver honestamente, dar a cada um o que é seu), embora</p><p>estejam explícitos ou implícitos, a todo o tempo, no ordenamento.</p><p>d) Doutrina – embora não constitua fonte direta do Direito, assume papel de inegável relevo para o</p><p>operador do Direito. A partir dos trabalhos realizados pelos estudiosos, colhem-se elementos que</p><p>podem, ou não, ser considerados à formação da livre convicção do julgador. Sua natureza subjetiva,</p><p>eis que fruto do trabalho científico nem sempre desprovido de posicionamentos pessoais, leva a</p><p>colocá-la sob suspeita.</p><p>É, contudo, útil sob três prismas: na formação da Lei, no processo de interpretação do Direito positivo</p><p>e na crítica aos institutos vigentes. Contudo, malgrado a sua importância no campo do ensino jurídico e</p><p>o seu papel de servir à crítica científica,</p><p>embora útil ao julgado, não pode ser alçada à categoria de fonte</p><p>de direito da mesma forma que as demais.</p><p>e) Jurisprudência – é representada pelo conjunto das decisões de um determinado tribunal. Tem</p><p>por funções interpretar a Lei (pois a Lei é um preceito geral), vivificar a Lei (pois dá vida à norma</p><p>publicada no veículo oficial), humanizar a Lei (pois o fim da norma não é ser dura, mas justa),</p><p>suplementar a Lei (em face de suas inevitáveis lacunas) e rejuvenescê-la (adaptando-a à realidade</p><p>social e ao cotidiano).</p><p>Formada a partir das decisões colegiadas de segunda instância (tribunais estaduais, regionais ou</p><p>ainda de instância superior), decorrentes do julgamento dos recursos interpostos às sentenças proferidas</p><p>em primeiro grau (ou instância), constitui importante referência a ser observada em razão da apreciação</p><p>da lide por órgão jurisdicional inferior. Malgrado a sua importância e utilização cada vez maior não</p><p>representavam no ordenamento brasileiro, até o advento da Emenda Constitucional 45/2004, fonte de</p><p>Direito equiparável à Lei, pois não possuía efeito vinculante a instância inferior.</p><p>Nesse sentido, a adoção da súmula vinculante pela Emenda Constitucional 45/2004, expõe acalorado</p><p>debate. As súmulas expressam a posição uniforme e pacífica de um tribunal a respeito de determinada</p><p>tese jurídica, manifestadas por meio de verbetes aprovados pelos plenários das respectivas Cortes, mas</p><p>não possuíam, mesmo assim, efeito vinculante.</p><p>O art. 103-A da CF/88 institui a chamada Súmula Vinculante, com a seguinte redação:</p><p>O STF poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois</p><p>terços dos seus membros, depois de reiteradas decisões sobre matéria</p><p>23</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa</p><p>oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder</p><p>Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal,</p><p>estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento,</p><p>na forma estabelecida em Lei. Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido</p><p>em Lei, sua aprovação, revisão e cancelamento poderá ser provocado pelos</p><p>legitimados para a propositura da Adin, devendo a matéria controvertida</p><p>acarretar grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos</p><p>sobre questão idêntica.</p><p>f) Fonte Negocial – decorre da livre manifestação da vontade das partes, enquanto maiores</p><p>e capazes, o objeto lícito e a forma prescrita ou não defesa em Lei. Base das obrigações</p><p>contratuais, pode conter ou não correspondente legal, pois nem todos os negócios jurídicos</p><p>pertencem à modalidade dos contratos nominados. Um sem número de atos, pactos e negócios</p><p>são estabelecidos tendo por fonte a livre manifestação da vontade, pois sabido é que o contrato</p><p>faz Lei entre as partes.</p><p>1.7 Lei escrita</p><p>Lei é toda relação necessária, de ordem causal ou funcional, estabelecida entre dois ou mais fatos,</p><p>segundo a natureza que lhes é própria (REALE, 2002, p. 162).</p><p>Embora não seja a única fonte e tampouco a mais antiga, é a que, entre todas, apresenta o maior</p><p>grau de racionalidade e objetividade. É característica do sistema romano-germânico, embora presente,</p><p>e cada vez mais presente, em todas as sociedades cuja escrita seja conhecida.</p><p>A Lei tem origem certa, o costume não, pois em regra não se sabe bem ao certo como, quando e</p><p>por que um costume surgiu. A Lei possui numeração específica, vinculada à data de sua promulgação</p><p>e de publicação, além da menção ao local e autoridade da qual emana. A Lei é obrigatória, válida</p><p>igualmente para todos os indivíduos, enquanto que o costume é espontâneo, não possuindo a força</p><p>vinculante característica da Lei escrita. O trâmite da Lei é determinado, pautado por procedimentos</p><p>exatos, previamente conhecidos e esperados, com cada fase do processo legislativo disciplinada na</p><p>Constituição ou nos regimentos das casas legislativas. O caráter da Lei é racional, manifestação positivista</p><p>por excelência, enquanto que o costume é espontâneo, oriundo do convívio social.</p><p>A Lei escrita, conceituada como norma geral e permanente, editada por autoridade soberana e</p><p>dirigida coativamente aos cidadãos, pode ser caracterizada por ser genérica e abstrata, impessoal e</p><p>permanente, até que seja por outra revogada.</p><p>Seguem algumas consequências relevantes da aplicação da Lei escrita, fonte preponderante no</p><p>ordenamento jurídico brasileiro:</p><p>• Validade, vigência e eficácia da norma jurídica – para atingir os fins aos quais se destina, a norma</p><p>terá de ser válida, vigente e eficaz.</p><p>24</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>O plano da validade traz à tona o seu valor axiológico, sua correspondência com a valoração que a</p><p>sociedade, em um determinado momento histórico, empresta a determinado fato jurídico. Outra acepção</p><p>do aspecto da validade é o da validade formal, ou procedimental, consistindo na adequação às regras</p><p>previamente definidas nas normas que disciplinam o processo legislativo, tais como a Constituição, as</p><p>normas regimentais das Casas Legislativas.</p><p>O plano da vigência destaca o tempo de vida útil da norma, a teor do art. 1º e 2º da Lei de Introdução</p><p>às Normas do Direito Brasileiro. Na ausência da data de início de vigência da norma, dar-se-á 45 dias</p><p>depois de oficialmente publicada (no Diário Oficial ou em jornal de grande circulação). O lapso de</p><p>tempo compreendido entre a data de sua publicação e o início de vigência recebe o nome de vacatio</p><p>legis.</p><p>O plano da eficácia corresponde à aceitação social da norma, à observância de seus ditames pelo</p><p>destinatário da norma jurídica, ou seja, corresponder à expectativa social. Outro entendimento acerca</p><p>da ideia de eficácia traz o caráter instrumental ou operacional da norma, pois não haverá de se falar</p><p>em eficácia de uma norma que vise sanar um determinado problema ou implementar um determinado</p><p>plano caso não haja o adequado aparelhamento em sua implementação.</p><p>Lembrete</p><p>Validade: aspecto formal; vigência: aspecto temporal; e eficácia:</p><p>aceitação social.</p><p>Observação</p><p>O Professor Miguel Reale, autor da Teoria tridimensional do Direito</p><p>(Direito = fato+valor+norma), entende que a atenção é deslocada à</p><p>aplicação da Lei e não mais à sua elaboração.</p><p>• Interpretação da Lei – o processo de interpretação da Lei escrita é o mecanismo por meio</p><p>do qual o juiz adéqua a Lei in abstracto ao caso in concreto. Assim, o trabalho do intérprete</p><p>é o de “decodificar e, para isto, percorre inversamente o caminho seguido pelo codificador”.</p><p>O ordenamento jurídico dispõe sobre a sua previsão legal, ao vincular a aplicação da norma</p><p>jurídica ao seu proveito teleológico, caracterizado pela atenção aos preceitos do fim social</p><p>e bem comum a que a Lei se destina (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro –</p><p>LINDB –, art. 5º).</p><p>Observação</p><p>Na impossibilidade de se ter boas Leis e bons juízes, o que seria melhor,</p><p>boas Leis ou bons juízes?</p><p>25</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>• Integração do Direito – em face da omissão legislativa, o julgador deverá recorrer ao processo</p><p>integrativo do Direito, previsto no art. 4º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, que</p><p>estabelece a ordem a ser seguida na colmatação das lacunas: analogia, costumes e dos princípios</p><p>gerais do Direito. A soberania da Lei escrita, contudo, permanece inconteste,</p><p>pois só na sua</p><p>ausência é que as lacunas serão colmatadas.</p><p>Observação</p><p>Na integração não há Lei (art. 4º da LINDB), na interpretação há Lei (art.</p><p>5º da LINDB).</p><p>• Aplicação da Lei no tempo – a irretroatividade da Lei é princípio esculpido no inc. XXXVI do art. 5º</p><p>do texto constitucional e também no art. 6º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro,</p><p>tutela a segurança das relações jurídicas.</p><p>Entende-se por irretroatividade a produção dos efeitos da Lei nova apenas projetada ao futuro,</p><p>direcionada a partir da sua entrada em vigência, não atingindo situações jurídicas já consolidadas.</p><p>Assim, a Lei, em regra, não retroage, salvo em benefício do exercício de Direitos, a exemplo de</p><p>uma Lei que concede anistia fiscal a determinados grupos de contribuintes devedores, ou que</p><p>descriminaliza determinada conduta, decorrendo daí a soltura daqueles que cumpriam pena em</p><p>razão de sua infração.</p><p>Não serão, destarte, atingidos o ato jurídico perfeito (já consumado, segundo norma vigente, ao</p><p>tempo em que se efetuou) o direito adquirido (situação que tem início, mas não se consumou na</p><p>vigência da Lei anterior, sendo, portanto, atingido pela Lei nova em pleno curso de sua vigência) e a</p><p>coisa julgada (decisão judicial da qual não cabe mais recurso).</p><p>Saiba mais</p><p>DINIZ, M. H. Compêndio de introdução ao estudo do Direito. 22. ed. São</p><p>Paulo: Saraiva, 2011.</p><p>Lembrete</p><p>A dicotomia Civil Law/Common Law vem perdendo força no mundo</p><p>globalizado.</p><p>26</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>1.8 Do processo legislativo</p><p>Saiba mais</p><p>Sobre legística, técnica legislativa destinada à produção de um texto</p><p>legal claro e coerente, conferir a LC nº 35/98.</p><p>Deixemos de lado os procedimentos destinados à elaboração das Leis Delegadas (CF, art. 68), Decreto</p><p>Legislativo e Resolução (CF, art. 49), por serem pouco usuais e de interesse restrito ao âmbito deste</p><p>trabalho, para conferir ênfase à Emenda Constitucional, Lei Complementar, Lei Ordinária e Medida</p><p>Provisória.</p><p>Figura 3 – O processo legislativo é realizado no plano federal pelo Congresso Nacional,</p><p>composto pelo Senado Federal e Câmara dos Deputados</p><p>• Emenda Constitucional (CF, art. 60) – altera o texto constitucional, amplificando-o ou</p><p>restringindo-o, passando a integrar o texto constitucional, observadas as limitações postas pelo</p><p>art. 60 da Constituição Federal.</p><p>Pode ser proposta pelo Presidente da República; por 1/3 dos membros da Câmara ou do Senado (o</p><p>texto anterior exigia 1/3 de ambas as Casas); por mais da metade das assembleias estaduais com maioria</p><p>dos membros de cada uma delas (CF, art. 60, III).</p><p>Será considerada aprovada se obtiver quorum de 3/5 dos votos dos membros de cada uma das</p><p>Casas, observados dois turnos de votação, com apreciação em separado em cada Câmara – art.</p><p>60, §2º (limitações formais). Se rejeitada ou prejudicada, não poderá ser reapresentada na mesma</p><p>sessão legislativa. Não poderá ser votada durante a vigência de intervenção federal, estado de</p><p>sítio e de defesa – CF, art. 60, § 1º (limitações circunstanciais) não será objeto de ementa proposta</p><p>destinada a suprimir a forma federativa do Estado; voto direto, secreto, universal e periódico;</p><p>separação dos poderes; Direitos e garantias individuais – CF, art. 60, § 4º (limitações materiais –</p><p>chamadas “Cláusulas Pétreas”).</p><p>27</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>• Leis Complementares (CF, arts. 61 e 69): – o constituinte reserva certas matérias à disciplina</p><p>por Lei Complementar, evidenciando, assim, um tratamento distinto. A Constituição, claramente,</p><p>enuncia quais os dispositivos que deverão ser disciplinados por meio de Lei Complementar. Só</p><p>nessas matérias, expressamente indicadas, caberá a Lei Complementar, que deverá ser votada por</p><p>maioria absoluta (CF, art. 69) dos membros das duas Casas do Congresso.</p><p>• Lei Ordinária (CF, art. 61 a 67) – é o ato legislativo típico, geral e abstrato, um comando imposto</p><p>a todos. Resulta do processo legislativo composto por três fases: introdutória, constitutiva e</p><p>complementar:</p><p>— Fase introdutória – a iniciativa é o ato que o desencadeia. Pode ser geral, competindo</p><p>concorrentemente ao Presidente da República, a qualquer deputado ou senador, a qualquer</p><p>comissão de qualquer das casas, ao STF, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da</p><p>República e aos cidadãos (CF, art. 61); reservada, limitada a decisão de propor Direito novo aos</p><p>interessados de determinadas matérias; vinculada, se imposta pela Constituição; ou Popular</p><p>(CF, art. 61, §2º), para Leis Ordinárias e Complementares condicionada à manifestação de pelo</p><p>menos 1% (um por cento) do eleitorado nacional, distribuído em no mínimo cinco estados,</p><p>exigida em cada um deles a manifestação de 3/10 (três décimos) do seu eleitorado.</p><p>A iniciativa por parlamentar é depositada na mesa da Câmara a que pertence; a do Presidente</p><p>da República, do STF e Tribunais Superiores, bem como a popular deverá ser exercida perante a</p><p>Câmara dos Deputados.</p><p>— Fase constitutiva – é a principal fase do processo legislativo, compreendendo a deliberação e a</p><p>sanção. A primeira abrange a instrução do projeto, que deverá ser feita por comissão ou comissões,</p><p>conforme a natureza do projeto apresentado, que o preparam para a discussão e votação;</p><p>votação, o projeto votado por uma casa (iniciadora) será revisto pela outra casa (revisora). Caso a</p><p>casa revisora aprove o projeto, este seguirá para a apreciação pelo Executivo; caso o rejeite, será</p><p>arquivado; se emendado, voltará para a casa iniciadora para apreciação das emendas.</p><p>A apreciação pelo Executivo completa a fase constitutiva, podendo resultar em sanção ou veto.</p><p>A sanção transforma o projeto em Lei, congregando as vontades do Legislativo e do Executivo,</p><p>podendo ser expressa (formalizada no prazo de 15 dias úteis a contar do recebimento do projeto</p><p>– CF, art. 66) ou tácita (se deixa escoar esse prazo – CF, art. 66, § 3º). O veto evita que o projeto</p><p>de Lei aprovado pelo Congresso se transforme em Lei (art. CF, 66, § 1º). A recusa, contudo,</p><p>deverá ser fundamentada. Esta estará embasada na inconstitucionalidade (razão jurídica) ou</p><p>na inconveniência (razão política). O veto deverá ser sempre expresso, não há veto tácito.</p><p>Por determinação do art. 66, § 4º da Constituição, a apreciação do veto presidencial dar-se-á</p><p>em sessão conjunta das Casas do Congresso, necessitando do voto da maioria absoluta dos</p><p>deputados e senadores (em votação secreta), para a aprovação do projeto de Lei.</p><p>— Fase complementar – promulgação e publicação – a promulgação cabe ao Presidente da República</p><p>por ser ato que prepara a execução (CF, art. 66, § 5º), aliás, como ocorre com os atos normativos</p><p>em geral, exceção feita à emenda constitucional. Deverá, a partir da sanção ou da comunicação</p><p>28</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>da rejeição do veto, fazê-la em 48 (quarenta e oito) horas. Se inerte, terá o Presidente do Senado o</p><p>mesmo prazo, bem como o Vice-Presidente do Senado. A publicação, regida pela Lei de Introdução</p><p>às Normas do Direito Brasileiro (CF, art. 1º) é condição de eficácia do ato normativo.</p><p>• Medida Provisória (CF, art. 62) – são editadas pelo Presidente da República, observados os requisitos</p><p>de relevância, a questão disciplinada deverá ser importante a ponto de se “atropelar” o processo</p><p>legislativo ordinário; e urgência, a ausência de disciplina imediata poderá resultar</p><p>em transtornos</p><p>à ordem pública e ao interesse social.</p><p>Após a sua edição, o Congresso Nacional terá o prazo de 30 (trinta) dias, a partir de sua publicação, para</p><p>deliberação, podendo ser reeditadas uma única vez por igual período. Caso não sejam apreciadas em</p><p>45 (quarenta e cinco) dias, entrará em regime de urgência e a pauta será trancada, ou seja, nenhuma</p><p>outra votação poderá ocorrer. Se aprovadas, serão convertidas em Lei; se não forem apreciadas,</p><p>perderão a eficácia. Se rejeitadas, não poderão ser reeditadas na mesma sessão legislativa.</p><p>2 DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>2.1 Noções introdutórias</p><p>2.1.1 Conceito</p><p>Direito Constitucional “É o conhecimento sistematizado das regras jurídicas relativas à forma do</p><p>Estado, à forma do governo, ao modo de aquisição e exercício do poder, ao estabelecimento de seus</p><p>órgãos e aos limites de sua ação” (FERREIRA FILHO, 2008, p. 16).</p><p>O movimento denominado Constitucionalismo surge a partir da elaboração de documentos históricos</p><p>precedentes à Constituição, tais como os pactos, convenções entre monarcas e súditos concernentes ao</p><p>modo de governo e às garantias dos Direitos individuais, tendo como fundamento o acordo de vontades</p><p>(ex.: Magna Carta de 1215, Petition of rights de 1628); forais ou cartas de franquia: têm em comum com</p><p>os pactos a forma escrita e a matéria (proteção a Direitos individuais); contratos de colonização: história</p><p>das colônias da América do Norte, estabelecimento e organização do poder pelos próprios governados; Leis</p><p>Fundamentais do Reino: criação de regras para defender a coroa das fraquezas do monarca; doutrinas do</p><p>pacto social: a própria sociedade se funda num pacto, através de um acordo tácito entre os homens.</p><p>O contexto histórico que lhe dá substrato pode ser delineado pelo Iluminismo, ideologia revolucionária</p><p>do século XVIII, plasmada na supremacia do indivíduo a na razão, como meio de se atingir a felicidade e o</p><p>progresso; e pelo Liberalismo, ideologia que prega a não intervenção do Estado na atividade econômica,</p><p>livre concorrência e expansão do capitalismo.</p><p>2.1.2 Constituição</p><p>Conjunto de regras concernentes à forma do Estado, do governo, ao modo</p><p>de aquisição e exercício do poder, ao estabelecimento de seus órgãos, aos</p><p>limites de sua ação (FERREIRA FILHO, 2008, p.11).</p><p>Highlight</p><p>29</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>2.1.3 Poder Constituinte</p><p>É o poder capaz de estabelecer regras constitucionais, não se confundindo com o poder de</p><p>implementar normas de acordo com a Constituição. É considerado poder de fato, no sentido de que se</p><p>funda a si próprio, não se baseando em regra jurídica anterior, e poder de Direito, fundado num poder</p><p>natural de organizar a vida social.</p><p>O Poder Constituinte pode se manifestar de diversas formas, por outorga ou imposição; promulgação</p><p>ou Convenção (assembleia constituinte); referendum (consulta popular posterior ao ato que se pretende</p><p>legitimar); plebiscito (escolha popular prévia entre duas alternativas postas).</p><p>Espécies de poder constituinte:</p><p>• originário, por iniciar a organização jurídica fundamental, ao editar Constituição nova substituindo</p><p>a anterior ou criando um Estado. Inicial, pois não se funda noutro, nele se fundam os demais</p><p>poderes. Ilimitado, porque não sofre limitação; se sujeita ao Direito natural; incondicionado por</p><p>não ter fórmula prefixada;</p><p>• derivados, constituídos pelos originários, deles retiram a força que têm, podendo ser de Revisão,</p><p>previsto pela própria Constituição para alterá-la; ou decorrente, permitindo aos Estados-Membros</p><p>elaborar suas próprias Constituições. É derivado, pois provém de outro poder; subordinado porque</p><p>é limitado ao poder originário; condicionado, pois só pode agir nas condições fixadas pelas normas</p><p>constitucionais. A Constituição do Brasil de 1988 estabelece as seguintes limitações ao Poder</p><p>Constituinte Derivado:</p><p>— limitações formais: o órgão de poder de reforma (o Congresso Nacional), a iniciativa reservada</p><p>da proposta de ementa (CF, art. 60, I, II e III), o processo especial de elaboração (CF, art. 60, §§</p><p>2º, 3º e 5º);</p><p>— limitações circunstanciais: a Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção</p><p>federal, de estado de defesa ou de estado de sítio (CF, art. 60, § 1º);</p><p>— limitações temporais: a Constituição só pode ser alterada em épocas certas, espaçadas, podendo</p><p>ser, durante certo tempo, vedada a sua alteração (ou dificultada);</p><p>— limitações materiais (CF, 60, § 4º, I, II, III e IV), também denominadas Cláusulas Pétreas, sendo</p><p>estas as que seguem:</p><p>Art. 60, § 4º. Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente</p><p>a abolir:</p><p>I – a forma federativa do Estado;</p><p>II – o voto direto, secreto, universal e periódico;</p><p>Highlight</p><p>Highlight</p><p>30</p><p>Unidade I</p><p>1.</p><p>1.</p><p>1R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p><p>D</p><p>ia</p><p>gr</p><p>am</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: M</p><p>ár</p><p>ci</p><p>o</p><p>-</p><p>13</p><p>/1</p><p>2/</p><p>12</p><p>-</p><p>R</p><p>ed</p><p>im</p><p>en</p><p>si</p><p>on</p><p>ad</p><p>o</p><p>-</p><p>Re</p><p>vi</p><p>so</p><p>ra</p><p>: E</p><p>la</p><p>in</p><p>e</p><p>-</p><p>Di</p><p>ag</p><p>ra</p><p>m</p><p>aç</p><p>ão</p><p>: J</p><p>ef</p><p>fe</p><p>rs</p><p>on</p><p>-</p><p>3</p><p>0/</p><p>01</p><p>/2</p><p>01</p><p>7</p><p>III – a separação dos Poderes;</p><p>IV – os Direitos e garantias individuais (CF, 60, § 4º, I, II, III e IV).</p><p>a) A forma federativa de Estado – a República deixa de constituir dogma, até então existente em</p><p>todas as Constituições, desde a de 1891 (l891, art. 85, § 4º; 1934, art. 178, § 5º; 1946, art. 217, §</p><p>6º; 1967, art. 50, III, § 1º; 1969, art. 47, § 1º), acreditamos que em função de plebiscito popular</p><p>sobre a forma de governo (art. 2º do ADCT) realizado em 1993. De qualquer forma, determinados</p><p>países colocam somente como núcleo constitucional das Leis Magnas a república, como a França</p><p>de 1958, art. 89; a Itália, art. 139; outros acrescentam a Federação e a República, como os EUA e</p><p>o Brasil até então.</p><p>b) O voto direto, secreto, universal e periódico – tais elementos são essenciais para o exercício</p><p>da democracia e o fortalecimento do Estado Democrático de Direito. A periodicidade</p><p>encontra justificativa a evitar que pessoas ou grupos se perpetuem no poder, permitindo</p><p>a sua avaliação com consequente manutenção ou alternância a períodos previamente</p><p>estabelecidos (no caso brasileiro, constantemente alterados). A universalidade objetiva</p><p>evitar o voto censitário e outras formas de discriminação, exceção feita àqueles incapazes</p><p>e impedidos por expressa e prévia determinação legal (a propósito, deveria ser facultativo</p><p>para ser realmente democrático). Ser secreto é a garantia da liberdade de escolha,</p><p>fugindo às perseguições que certamente advirão em muitas regiões do país. O voto</p><p>direto, contudo, apesar de importante, não é imprescindível, para todos os cargos, para a</p><p>garantia da democracia, a exemplo do sistema parlamentarista e de democracias como a</p><p>norte-americana.</p><p>c) A separação dos Poderes – o princípio da separação dos poderes é marcado por certa interferência</p><p>de um poder sobre o outro, justamente para atingir o equilíbrio e estabelecer o sistema de freios</p><p>e contrapesos, visando a sua divisão em funções distintas, impedindo, assim, o despotismo ou o</p><p>predomínio absoluto de um poder sobre os demais. A independência dos poderes, portanto, não é</p><p>absoluta, implicando sua redução em conformação necessária à convergência harmônica de suas</p><p>atuações.</p><p>d) Os Direitos e garantias individuais – tomando os fundamentos da República Federativa</p><p>do Brasil (e a forma republicana não é mais cláusula pétrea) consistente em Estado</p><p>Democrático de Direito, consubstanciados no art. 1º, os objetivos fundamentais do art.</p><p>3º e os princípios regentes das relações internacionais dispostos no art. 4º, o extenso rol</p><p>do art. 5º e, para parte da doutrina, os Direitos sociais do art. 7º, todos da Constituição</p><p>Federal.</p><p>Observação</p><p>Cláusulas Pétreas só podem ser suprimidas por meio de nova</p><p>Constituição.</p><p>Highlight</p><p>31</p><p>1.</p><p>1.</p><p>2</p><p>1.</p><p>1.</p><p>3R</p><p>ev</p><p>is</p><p>ão</p><p>: V</p><p>irg</p><p>ín</p><p>ia</p><p>/</p><p>Cr</p><p>is</p><p>ti</p><p>na</p><p>-</p>

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