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<p>FACULDADE KURIOS – FAK LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA JACINTA LUCIA NOGUEIRA MELO</p><p>A APRENDIZAGEM E O LUDICO: CAMINHANDO JUNTOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL</p><p>ALTO SANTO 2015</p><p>JACINTA LUCIA NOGUEIRA MELO</p><p>A APRENDIZAGEM E O LÚDICO: CAMINHANDO JUNTOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL</p><p>Monografia apresentada para a Disciplina Orientação do Trabalho de Conclusão de Curso – Habilitação em Pedagogia – Licenciatura Plena da Faculdade Kuriós, como pré-requisito de Formação sob orientação do Professor Orientador: Ms. Eracyldo Viana Pessoa.</p><p>ALTO SANTO 2015</p><p>MELO, Jacinta Lucia Nogueira Melo. A aprendizagem e o lúdico: caminhando juntos na Educação Infantil.1. Edição: Alto Santo – Ceará, 2015, 46 páginas.</p><p>PALAVRAS-CHAVE: 1.Brincar; 2.Infancia; 3.Lúdico; 4.Aprendizagem; 5.Educação.</p><p>Monografia apresentada para à Faculdade Kuriós - FAK, como pré-requisito para obtenção de título de Licenciatura Plena em Pedagogia sob Orientação do Professor Mestre Eracyldo Viana Pessoa.</p><p>JACINTA LUCIA NOGUEIRA MELO</p><p>Data de entrega: / / .</p><p>ORIENTADOR:</p><p>Professor Ms. Eracyldo Viana Pessoa</p><p>Avaliado por:</p><p>Avaliador 1</p><p>Avaliador 2</p><p>Conceito geral:</p><p>Coordenador Cleison Rabelo</p><p>AGRADECIMENTOS</p><p>A Deus, pelo dom da vida...por me permitir realizar mais uma das minhas metas, cursar uma graduação de Pedagogia!</p><p>A minha família que me incentiva e me apoia, especialmente a minha maior inspiração, meu filho Levi! Que há sete anos me fez reconhecer ainda mais a maravilha do brincar, a magnitude do imaginar, do fazer de conta, me fazendo lembrar o quanto é bom ser criança, e vivenciar as mais diversas aventuras ao seu lado!!!</p><p>“...A brincadeira é a atividade espiritual mais pura do homem neste estágio e, ao mesmo tempo, típica da vida humana enquanto um todo...Ela da alegria, liberdade, contentamento, descanso externo e interno, paz com o mundo...O brincar em qualquer tempo não é trivial, é altamente sério e de profunda significação”</p><p>(Froebel, 1912)</p><p>RESUMO</p><p>Este trabalho monográfico de caráter bibliográfico, trata da relevância das atividades lúdicas, refletindo sobre a importância do brincar no desenvolvimento e aprendizagem das crianças da primeira infância. Tendo como tema central “O lúdico” na construção do processo de ensino e aprendizagem na Educação Infantil, que é de suma importância, fazendo deste assunto um fator primordial a ser trabalhado por todos os pedagogos, professores, comunidade escolar e familiares que tenham a intenção de educar, sabendo que isto não se limita a repassar informações ou mostrar apenas um caminho, mas sim ajudar a criança a tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade. Este estudo ainda traz considerações sobre os jogos, brincadeiras e brinquedos e como eles influenciam, se utilizados adequadamente no Ensino aprendizagem das crianças. Desta forma, esta pesquisa objetiva uma leitura mais consciente acerca da importância do brincar na vida do ser humano, o que o Ensino aliado ao lúdico pode favorecer as crianças.</p><p>Palavras-chave: 1.Brincar; 2.Infancia; 3.Lúdico; 4.Aprendizagem; 5.Educação.</p><p>SUMÁRIO</p><p>INTRODUÇÃO 8</p><p>EDUCAÇÃO INFANTIL NA ATUAL CONSTITUIÇÃO 12</p><p>O BRINCAR NOS REFERENCIAIS PARA EDUCAÇÃO INFANTIL 16</p><p>BRINQUEDOTECA NA ESCOLA, UM ESPAÇO DE BRINCAR 19</p><p>DEFINIÇOES SOBRE O BRINCAR 21</p><p>AS BRINCADEIRAS E O MOVIMENTO 24</p><p>2.3. O PAPEL DO BRINQUEDO NA ESCOLA 28</p><p>O LÚDICO NA EDUCAÇÃO SIM! 31</p><p>O TEMPO E O ESPAÇO DE BRINCAR 34</p><p>O PAPEL DO PROFESSOR NA EDUCAÇÃO LÚDICA 36</p><p>3.3 A IMPORTÂNCIA DAS INTERAÇÕES SOCIAIS NA INFÂNCIA 38</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS 40</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 41</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A Educação Infantil, vem aos poucos ganhando mais credibilidade, visto a situação em que ela iniciou no Brasil, apesar de tantos percalços, imagens distorcidas que foram criadas, em relação a quem de direito destinava-se o atendimento em creches e Pré escolas, hoje legalmente já houve uma evolução positiva, porem que ainda não cumpre efetivamente com todas as suas descrições de ofertas e qualidade.</p><p>Visto estas dificuldades no Ensino a primeira infância, nos alegra perceber que o brincar, o jogar, o interagir ainda é solicitado aos educadores infantis, talvez de forma ainda tímida, mas acontece. Pois nada no mundo é melhor para uma criança do que brincar, independente do ambiente, da idade, do que dispõe para que esse “ato” possa ser vivenciado, enfim, como descreveu tão sabiamente Platão:</p><p>“Importância de aprender brincando, em oposição à utilização da violência e da repressão." (Platão, 420 a.C.)</p><p>Portanto, este trabalho busca incentivar mais educadores, gestores escolares, e pais, que brincando as crianças aprendem sim, e muito! Que a rotina da Educação Infantil pode e deve contemplar variados momentos de ensino, mas de maneira lúdica, intencional e significativa. Dessa forma, o discente estará sendo estimulado em seus aspectos: Sociológico, psicológico, educacional e afetivo.</p><p>É interessante citar que para que este brincar tenha realmente êxito no ensino Infantil, devemos considerar que o espaço utilizado, a dedicação e conhecimento do professor, como também os recursos propostos, o tempo disponível para vivenciar as atividades fazem muita diferença, sendo essencial o conhecimento e a parceria de todos que fazem parte da comunidade escolar, favorecendo um trabalho mais eficaz e porque não, prazeroso!</p><p>Neste contexto, o brincar na educação infantil proporciona a criança construir regras individualmente e em grupo, contribuindo na integração do indivíduo na sociedade. Deste modo, à criança estará resolvendo conflitos e hipóteses de conhecimento e, ao mesmo tempo, desenvolvendo a capacidade de compreender pontos de vista diferentes, de fazer-se entender e de demonstrar sua opinião em relação aos outros, e ainda e nesse ato que podemos diagnosticar e prevenir futuros</p><p>22</p><p>problemas de aprendizagem infantil. É importante perceber e incentivar a capacidade criadora das crianças, sua socialização, e construção de valores essenciais a formação de um cidadão de bem consigo mesmo e com o mundo.</p><p>1. BREVE HISTORICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL</p><p>As construções teóricas e práticas em torno da educação da criança que se difundiram na Europa do século XIX e XX, não tardaram em se expandir a vários países, inclusive o Brasil. Até metade do século XIX, o atendimento da criança pequena fora do núcleo familiar e dos cuidados maternos em instituições, praticamente não existiam no nosso país. A partir da segunda metade do século XIX, esta preocupação começa a se modificar no cenário brasileiro, por influencias da organização política, econômica e social do Brasil.</p><p>Conforme KULLMANN (1998), durante as duas décadas iniciais do século XX foram implantadas as primeiras instituições pré-escolares assistencialistas no Brasil, as quais tinham como finalidade a prestação de assistência médica, dentária e de socorros funerários. Um dos primeiros passos, foram alguns congressos que ocorreram em 1916 e que tinham como objetivo o desenvolvimento de propostas relacionadas a criança tanto do ponto de vista social, medico, higiênico e até pedagógico, assim como também relatavam as relações da criança com o Estado, sociedade e família. Estes congressos tiveram influência na criação de creches no Brasil, principalmente por questões econômicas, pois as mães necessitavam de um local adequado para colocarem seus filhos enquanto vendiam sua força de trabalho (KULLMANN, 1998).</p><p>Esse novo cenário que se constituía no País, com perspectivas de uma nação moderna, possibilitou o entendimento por parte da elite do Brasil, das propostas educacionais do Movimento das Escolas Novas, elaboradas em meio a grandes transformações sociais ocorridas na Europa e trazidas ao Brasil pela influência americana e europeia (OLIVEIRA, 2005). O jardim de infância, é consequência destes movimentos, que veio a atender inicialmente as crianças das famílias ricas, enquanto a creche era destinada ao atendimento unicamente assistencialista,</p><p>1992. p. 35-48.</p><p>FREIRE, J. B. Métodos de confinamento e engorda: como fazer render mais porcos, galinhas, crianças...In: MOREIRA, W.W. (Org.) Educação Física e esportes: perspectivas para o século XXI. Campinas:Papirus, 2010</p><p>FRIEDMANN, A. Sugestões de atividades. In: . O direito de brincar: a brinquedoteca. São Paulo: Scritta/ABRINQ, 1992, P.229-232.</p><p>KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O Jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira, 1994.</p><p>KULLMANN, M. Infância e Educação Infantil: uma abordagem. Porto Alegre: Mediação, 1998.</p><p>LEONTIEV, A.N. Uma contribuição á teoria do desenvolvimento da psique infantil,1998.</p><p>MELLES DE OLIVEIRA, G. G. Brincando com sucata: a espontaneidade em jogo. 2005. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Universidade Estadual Paulista, Assis, 2005.</p><p>MUNIZ, M. C. S. A brinquedoteca no contexto escolar. Motus Corporis, Rio de Janeiro, v. 6, n. 1, p.143-153, 1999</p><p>OLIVEIRA, Z. R. Educação infantil: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2005.</p><p>PASCHOAL, J. D.; MACHADO, M. C. G. A história da Educação Infantil no Brasil: Avanços, retrocessos e desafios dessa modalidade educacional. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.33, p.78-95, mar.2009.</p><p>PIAGET. J. A Psicologia da Criança. Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.</p><p>REGO, Teresa Cristina. Brincar é coisa série. São Paulo: Fundação Samuel, 1992.</p><p>SAVIANI, D. Introdução. In: ARCE, A.; MARTINS, L. Ensinando aos pequenos de zero a três anos. São Paulo: Alínea, 20099.</p><p>TOLEDO, E.: VELARDI, M.: NISTA-PICCOLO, V.L. Os desafios da Educação Física escolar: seus conteúdos e métodos. In: MOREIRA, E. C.: NISTA-PICCOLO, V. L.(Orgs.) O que e como ensinar Educação física na escola. Jundiaí: Fontoura Editora, 2009.</p><p>WAJSKOP, G. Brinquedoteca: espaço permanente de formação de educadores. In: FRIEDMANN, A. (Org.). O direito de brincar: a brinquedoteca. São Paulo: Scritta, 1992. P.97-102.</p><p>VASCONCELOS, M.S. Ousar brincar. In: ARANTES, V.A. (Org.) Humor e alegria na educação. São Paulo: Summus Editorial, 2006.</p><p>VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. 6. Ed., São Paulo: livraria Martins Fontes, 1998.</p><p>image1.jpeg</p><p>das crianças pobres filhas dos operários. Em 1875 é fundado no Rio de Janeiro o primeiro Jardim de infância, sob a responsabilidade de entidades privadas. Somente alguns anos depois surgem os jardins de infância públicos, mesmo sendo instituições públicas eram direcionadas ao atendimento das crianças filhas de famílias mais afortunadas.</p><p>Apesar de acontecer de forma bem tímida, o lúdico era utilizado, no início do século XX através do jogo dirigido pelo professor como forma de garantir a</p><p>transmissão dos conteúdos escolares, os professores não distinguiam o lúdico do suporte material, ou seja, eles acreditavam que o simples uso de materiais concretos como suporte tinha sentido de jogo e/ou brincadeira. A criação de parques infantis na década de quarenta destinados ao atendimento da criança carente, geralmente filha de operários, promove discussões e a implementação da recreação como aliado no cuidado das crianças. A prioridade era o desenvolvimento do corpo e, concomitantemente, o desenvolvimento de habilidades cognitivas, morais e sociais (KISHIMOTO, 1993)</p><p>Na compreensão de Saviani (2009), foi a partir da luta expressiva dos movimentos populares que a Constituição Federal de 1988, ao compreender a educação como “direito de todos e dever do Estado”, em seu Artigo 208 estabeleceu o atendimento de crianças de zero a seis anos de idade, em creches e pré-escolas. Legalmente, a Educação Infantil deixou de ser entendida como assistencialista e tornou-se como um direito da criança possibilitando seu pleno desenvolvimento físico, emocional, social, motor e intelectual (PASCHOAL; MACHADO, 2009). A partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) de 1996, foi finalmente reconhecida, institucionalizada e garantida pelo Estado a Educação Infantil como um direito da criança de zero a seis anos independente de sua condição social, entretanto, no ano de 2006 a Lei nº 11.274/2006 ampliou o Ensino Fundamental para nove anos trazendo novos desafios para o processo de universalização do acesso á Educação Infantil, que passou a atender crianças de zero a cinco anos de idade.</p><p>Dois anos após a aprovação da Constituição Federal de 1988, foi aprovado o Estatuto da Criança e do Adolescente pela Lei número 8.069/90, que ao regulamentar o artigo 227 da Constituição Federal, inseriu as crianças no mundo dos direitos humanos. De acordo com seu a artigo 3º, a criança e o adolescente devem ter assegurados os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, para que seja possível, desse modo, ter acesso as oportunidades de “t [...] desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade” (BRASIL,1994 a).</p><p>Verifica-se um avanço considerável no que diz respeito aos direitos da criança pequena, uma vez que a Educação Infantil, além de ser considerada a primeira etapa da Educação Básica, embora não é obrigatória é um direito da criança e tem objetivo de proporcionar condições adequadas para o</p><p>desenvolvimento físico motor, emocional, social, intelectual e ampliação de suas experiências. Mas infelizmente, sabemos que o Ensino Infantil brasileiro ainda não consegue atender toda demanda de crianças que precisam deste atendimento, como também, deixa a desejar nos padrões de qualidades que nossas crianças merecem e que os docentes precisam para realizar um bom trabalho. Portanto, por mais que se tenha melhorado, ainda há muitos obstáculos que precisam ser superados, para que nossas crianças tenham realmente um cuidar e educar ideal!</p><p>1.1. EDUCAÇÃO INFANTIL NA ATUAL CONSTITUIÇÃO</p><p>A educação e o cuidado na primeira infância vêm sendo tratados como assuntos prioritários de governo, organismos internacionais e organizações da sociedade civil, por um número crescente de países em todo o mundo. No Brasil, a Educação Infantil - isto é, o atendimento a crianças de zero a seis anos em creches e pré-escolas - é um direito assegurado pela Constituição Federal de 1988. A partir da aprovação da Nacional, em 1996, a Educação Infantil passa a ser definida como a primeira etapa da Educação Básica. A Constituição Federal criou a obrigatoriedade de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade em seu artigo 208, inciso IV. Entretanto, até a presente data esse sonho do legislador constituinte de 1988 ainda não virou realidade. O artigo 211, § 2º, dispõe que os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na Educação Infantil. Para tanto, preceitua o artigo 212 que a União aplicará, anualmente, nunca menos de 18% (dezoito por cento) e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 25% (vinte e cinco por cento), no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na Educação. É notório que a Constituição estabeleceu diretrizes importantes para atendimento deste público tão especial que é o da primeira infância, porem o cumprimento efetivo ainda não pode ser comemorado pelo povo brasileiro.</p><p>A ciência mostra que o período que vai da gestação até o sexto ano de vida, particularmente de 0 a 3 anos de idade, é o mais importante na preparação das bases das competências e habilidades no curso de toda a vida humana. Nesse aspecto, os extraordinários avanços da neurociência têm permitido entender um pouco melhor como o cérebro humano se desenvolve. Particularmente do</p><p>nascimento até os 3 anos de idade, vive-se um período crucial, no qual se formarão mais de 90% das conexões cerebrais, graças à interação do bebê com os estímulos oriundos do ambiente em que vive. Acreditava-se, inicialmente, que a organização cerebral era determinada basicamente pela genética; agora, os cientistas comprovaram que ela é altamente dependente das influencias do meio.</p><p>No Brasil, dispomos de legislação avançada na área da educação, introduzida pela Constituição Federal de 1988: o "Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) "- Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) "- Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Além dessa legislação nacional específica temos acesso a pesquisas internacionais e estudos nacionais que apontam para os benefícios do investimento público na primeira infância. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, os Municípios passaram a ter responsabilidade pelos direitos da infância e adolescência, através da criação do Conselho Municipal, do Fundo Municipal e o Conselho Tutelar. Em seu artigo 227, a Constituição Federal consagra uma recomendação em defesa da criança ao dispor que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, com absoluta prioridade, dentre outros, o direito à educação. Essa perspectiva pedagógica passa a ver a criança como um ser social, histórico, pertencente a uma determinada classe social e cultural. Cumpre, inicialmente, estabelecer a diferença prevista no artigo 2º do ECA entre criança e adolescente. Criança é o menor entre zero e 12 anos e adolescente, o menor entre 12 e 18 anos de idade. O artigo 4º relata os direitos básicos da criança e do adolescente, dentre eles, à educação, à profissionalização e à cultura. No que diz respeito à educação e à cultura, o artigo 53 dispõe que a criança e o adolescente têm direito à educação, visando o pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho. Assim, a educação passa a ser um direito público subjetivo da criança e do adolescente, devendo ser garantida pelo Estado. Nesse contexto está o dever do Estado de assegurar à criança e ao adolescente o atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade, segundo dispõe o artigo 54, inciso IV do ECA.</p><p>Em 26 de dezembro de 1996, o legislador infraconstitucional, atendendo ao compromisso do legislador constituinte de 1988, referente ao direito do cidadão à educação, agasalhados na Constituição Federal nos artigos 205 a 214, editou a Lei nº 9.394 /96 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Nesse sentido, no que</p><p>tange a Educação</p><p>Infantil, o artigo 4º, inciso IV assegura a educação escolar pública com atendimento gratuito em creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos de idade. Nesse aspecto a LDB merece elogio haja vista que estendeu a garantia da gratuidade para as creches e pré-escolas, pois a Constituição prevê apenas o atendimento em creche e pré-escola às crianças daquela idade, silenciando quanto à gratuidade. Por outro lado, através de uma interpretação sistemática em face do disposto no artigo 30 desta Lei, a Educação Infantil não integra propriamente o domínio fundamental do ensino, por motivo de que na Educação Infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental.</p><p>A partir das interações que estabelece com pessoas próximas, a criança constrói o conhecimento. A família, primeiro espaço de convivência do ser humano, é um ponto de referência fundamental para a criança pequena, onde se aprende e se incorporam valores éticos, onde são vivenciadas experiências carregadas de significados afetivos, representações, juízos e expectativas (que são atendidas ou frustradas). Segundo o Programa Nacional de Educação (PNE) de 2001 “a articulação com a família visa, mais do que qualquer outra coisa, ao mútuo conhecimento de processos de educação, valores, expectativas, de tal maneira que a educação familiar e a escolar se complementem e se enriqueçam, produzindo aprendizagens coerentes, mais amplas e profundas. O resultado dessa troca produz efeitos sobre a autoestima da criança e no seu desenvolvimento.”</p><p>Um tema muito pouco explorado desde a publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) é o da natureza obrigatória da Educação Infantil. Assim, quando se fala no princípio da obrigatoriedade da educação, estamos falando na responsabilidade do Estado e da família. Tal previsão encontra-se no artigo 29 da LDB ao dispor que a Educação Infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. Por esse motivo, a discricionariedade ou a omissão administrativa do Poder Público em promover a Educação Infantil na sua rede oficial de ensino dá ensejo às ações judiciais cabíveis, e qualquer cidadão poderá demandar contra o Poder Público para exigir o acesso à educação por meio de mandado de segurança (artigo 5º, inciso LXIX, da Constituição Federal)</p><p>Um ponto a ser destacado foi a garantia à educação aos portadores de necessidades especiais. O Brasil tem uma importante legislação neste campo. A Constituição Federal estabelece, no artigo 208, inciso III, que é dever do Estado garantir o atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino. Essa determinação é ratificada por leis posteriores: Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) Lei nº 8.069 /90, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) Lei nº 9.394 /96 e, Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999.</p><p>Na LDB, a educação especial (artigo 58) é caracterizada como uma modalidade de educação escolar. Garante o atendimento em classes, escolas ou serviços especializados sempre que não for possível a integração nas classes comuns de ensino regular. Prevê ainda que a oferta de educação especial tem início na faixa etária de zero a seis anos de idade, durante a Educação Infantil. O artigo 59, inciso III, determina que os sistemas de ensino assegurarão professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns.</p><p>O Plano Nacional de Educação (PNE), promulgado em janeiro de 2001, alcançasse 50% das crianças de zero a três anos e 80% das crianças de 4 e 5 anos, metas que ainda persistem como um grande desafio a ser enfrentado pelo País. O PNE apontou várias metas qualitativas que não conseguiram ser alcançadas em seus dez anos de prazo, o que vem sendo almejado até os dias atuais, principalmente por pais, professores e crianças que mais utilizam o serviço.</p><p>Frente a todas estas transformações ao longo do tempo, a Educação Infantil vive um intenso processo de revisão de concepções sobre a educação de crianças em espaços coletivos. Nesse contexto, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, foram fundamentais para explicitar princípios e orientações para os sistemas de ensino na organização, articulação, desenvolvimento e avaliação de propostas pedagógicas. Embora os princípios colocados anteriormente não tenham perdido a validade, ao contrário, continuam cada vez mais necessário, porem notou-se a necessidade de reformulações. A partir daí a coordenadoria de Educação Infantil do MEC estabeleceu, com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), convenio de cooperação técnica na articulação de um processo nacional de estudos e debates sobre o currículo da Educação Infantil. Sendo estas</p><p>Diretrizes Curriculares de caráter mandatório, orientam a formulação de políticas, incluindo a de formação de professores e demais profissionais da educação, e também o planejamento, desenvolvimento e avaliação pelas unidades de seu Projeto Político Pedagógico e servem ainda para informar as famílias das crianças atendidas sobre as perspectivas de trabalho pedagógico que podem ocorrer.</p><p>Portanto, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, veio a aprimorar, como também criar alguns pontos relevantes na Lei que trata da primeira infantil, como a garantia da autonomia dos povos indígenas nas escolhas do modo de educação de suas crianças de 0 a 5 anos, dando opções a partir das propostas pedagógicas, considerando, crenças, identidades, valores, até mesmo adequando calendário letivos quando necessário. O incentivo ao respeito e valorização também das crianças filhas de agricultores, extrativistas, pescadores artesanais, ribeirinhos, assentados e acampados da reforma agraria, quilombolas, caiçaras, e povos da floresta. Registrando em sua Proposta Pedagógica, a vinculação a realidade dessas populações, suas culturas, tradições e identidades, assim como a prática ambientalmente sustentável.</p><p>Enfim, um árduo caminho foi feito até aqui, muitas mudanças, conquistas e vitorias no que tange o atendimento as crianças de 0 a 5 anos, porém muito ainda a ser feito, principalmente para a demanda dos menores, as crianças de creche, pois vê-se que nem mesmo há vagas suficientes para o número de crianças que precisam deste atendimento. Como também a qualidade ainda deixa muito a desejar, pois a intenção não é somente “atender”, mas sim acolher, cuidar, estimular, e verdadeiramente educar!</p><p>1.2. BRINQUEDOTECA NA ESCOLA, UM ESPAÇO DE BRINCAR</p><p>O termo “Brinquedoteca” lembra-nos brinquedo, brincadeira, jogo, enfim, brincar. Falar sobre brinquedoteca significa, portanto, falar sobre um espaço que se destina ao jogo. O surgimento da brinquedoteca, é colocado por CUNHA (1992): “Conhecida como Toy Library nos países de língua inglesa, como Inglaterra, Canadá e Austrália e Lekotek (ludoteca em sueco) nos países como Finlândia e Suécia, o serviço de empréstimo de brinquedos começou em Los Angeles, nos Estados Unidos, por volta de 1934, sendo chamado de Toy Loan. Posteriormente, no Brasil foi iniciado a partir de 1980 com a inauguração do Centro de Habilitação da Associação de Pais e Amigos dos excepcionais de São Paulo (APAE). Onde o setor de recursos pedagógicos centralizou os brinquedos existentes e iniciou um serviço de circulação destes parecido com o funcionamento de uma biblioteca. Este serviço despertou o interesse de educadores que, na época, pouco conheciam sobre brinquedoteca. Dessa forma, diversas escolas de educação e magistério foram criando e organizando suas próprias brinquedotecas. E com o passar dos anos, este ambiente foi se expandindo, ganhando cada vez mais espaço, apesar</p><p>que seria necessário um maior número de brinquedotecas para atender mais crianças brasileiras.</p><p>A brinquedoteca é um espaço cuidadosamente planejado e organizado para a concretização do brincar. Um arsenal variado de brinquedos coloridos, de madeira, plástico, metal, de sucata, pano etc. Que permitem a realização de desejos proporcionando à criança a oportunidade de brincar conforme sua vontade. Entretanto, a brinquedoteca não é composta somente de brinquedos. Os objetos inertes nas estantes, quando chegam as mãos da criança, adquirem vida. As brinquedotecas também podem ser itinerantes ao invés de fixas, sendo adaptadas a ônibus, caminhões ou até dentro de circos. KISHIMOTO (1992) diz que, inicialmente, a brinquedoteca tinha por objetivo apenas o empréstimo de brinquedos, porém, com o passar dos anos, evoluiu e passou a oferecer outros serviços, segundo as necessidades de cada país e comunidade. Portanto, podem existir brinquedotecas voltadas apenas para o empréstimo de brinquedos e outras especializadas no atendimento de crianças, adolescentes e até idosos.</p><p>Nas escolas, a brinquedoteca possui um objetivo pedagógico. Ela contribui para o desenvolvimento integral da criança e para sua aprendizagem, tanto</p><p>na Educação Infantil quanto no Ensino Fundamental. Também é possível perceber outras finalidades, como favorecer um ambiente de socialização para criança, de aprendizagem de regras e de vivencia de atividades lúdicas coletivas, além de possibilitar a todas as crianças atendidas o acesso universal aos brinquedos. Portanto, tem por objetivo constituir-se em mais um espaço que possibilita a concretização do jogo, contribuindo para o desenvolvimento e para aprendizagem da criança. MUNIZ (1999) completa essa ideia argumentando que a brinquedoteca na escola desempenha um papel próximo ao de um laboratório de experiências lúdicas.</p><p>No entanto, a existência de um espaço bem montado e proporcionam muitos recursos lúdicos disponíveis não é suficiente para garantir à criança a potencialização máxima da brincadeira. Para que isso efetivamente aconteça, o professor tem um papel fundamental como agente promotor e incentivador das atividades lúdicas. Também deve-se ter o olhar ampliado, em reconhecer na brinquedoteca como um espaço de formação de educadores. Para WAJSKOP (1992), ela representa um espaço continuo para a formação de educadores e a sua utilização na pesquisa e na investigação do brinquedo e do brincar infantil. Apresenta-se como uma possibilidade rica para observar, conhecer e entender atitudes e pensamentos infantis. FRIEDMANN (2006) aponta que, por meio da observação do brincar no contexto escolar, o professor pode obter um diagnóstico do comportamento geral do grupo de crianças, assim como do comportamento de cada uma. Além disso, isso pode ajudá-lo a descobrir em qual estágio de desenvolvimento cada criança se encontra e a conhecer seus valores, ideias, interesses, desejos, necessidades, conflitos, dificuldades e potenciais. Com isso, “o brincar é um meio para estimular o desenvolvimento cognitivo, afetivo, social, moral, linguístico e físico-motor da criança, propiciando aprendizagens especificas” (FRIEDMANN, 2006, P.38).</p><p>2. DEFINIÇOES SOBRE O BRINCAR</p><p>O brincar já existe na vida dos seres humanos há muito tempo, desde a antiguidade e ao longo do tempo histórico, nas diversas regiões geográficas. Vários indícios demostram que o homem sempre brincou. São antigos os indícios das existências de brinquedos, brincadeiras e jogos criados e vivenciados pelo homem nas mais diferentes culturas, em vários lugares do mundo. Vasconcelos (2006) apresenta alguns exemplos: o museu britânico em Londres, possui em seu acervo brinquedos com mais de cinco mil anos, pertencentes as civilizações egípcias e, no Brasil as cavernas de São Raimundo Nonato no Piauí guardam figuras gravadas que representam brinquedos e possíveis brincadeiras que envolviam crianças e adultos, datados de dez mil anos. Diante destas relíquias, podemos constatar que o lúdico acompanha o trajeto da humanidade “demostrando que o homem brinca e joga independente de seu tempo” (MELLES DE OLIVEIRA,2005, p.40). Mesmo existindo há tanto tempo e por tantas culturas experimentados, o brincar vem sofrido uma diminuição de uso, provavelmente pelo aparecimento das instituições escolares e cada vez mais a cobrança de pais e sistema educacional por conteúdos aprendidos precocemente, também pela evolução da indústria de brinquedos e pela forte influência da televisão e recursos tecnológicos como tabletes, vídeo games e celulares que fazem de tudo, até mesmo, ligações!</p><p>Por mais desafiante que seja, é essencial que a escola proporcione e favoreça o brincar. As brincadeiras são importantes por fazerem parte do mundo das crianças e por proporcionarem momentos agradáveis dando espaço à criatividade. Todos devemos buscar o bem-estar dos pequenos durante o processo de ensino e aprendizagem, resgatando assim o lúdico como instrumento de construção do conhecimento. O acesso gratuito à escola conforme nossa Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em seu artigo nº. 205, diz que: “A Educação é um direito de todos e dever do Estado […].” É condição indispensável para a garantia dessa premissa constitucional e para que se complete na totalidade do seu sentido, deve estar acompanhada de procedimentos que assegurem condições para sua concretização. O aprendizado acontece de maneira continuada e progressiva e requer ferramentas que possibilitem seu desenvolvimento, sabendo-se que a criança precisa de tempo para brincar.</p><p>De acordo com RONCA (1989, p. 27) “O movimento lúdico, simultaneamente, torna-se fonte prazerosa de conhecimento, pois nele a criança constrói classificações, elabora sequências lógicas, desenvolve o psicomotor e a afetividade e amplia conceitos das várias áreas da ciência”. Percebemos desse modo que brincando a criança aprende com muito mais prazer, destacando que o brinquedo, é o caminho pelo quais as crianças compreendem o mundo em que vivem e são chamadas a mudar. É a oportunidade de desenvolvimento, pois brincando a criança experimenta, descobre, inventa, exercita, vivendo assim uma experiência que enriquece sua sociabilidade e a capacidade de se tornar um ser humano criativo.</p><p>Para VIGOTSKY (1989, p.84) “As crianças formam estruturas mentais pelo uso de instrumentos e sinais. A brincadeira, a criação de situações imaginárias surge da tensão do indivíduo e a sociedade. O lúdico liberta a criança das amarras da realidade”. Verificamos, portanto que as atividades lúdicas propiciam à criança a possibilidade de conviver com diferentes sentimentos os quais fazem parte de seu interior, elas demonstram através das brincadeiras como vê e constrói o mundo, como gostaria que ele fosse quais as suas preocupações e que problemas a estão atormentando, ou seja, expressa-se na brincadeira o que tem dificuldade de expressar com palavras.</p><p>E aliar atividades lúdicas ao processo de ensino e aprendizagem pode ser de grande valia, para o desenvolvimento do aluno, um exemplo de atividade que desperta e muito o interesse do aluno é o jogo, sobre o qual nos fala Kishimoto: “O jogo como promotor da aprendizagem e do desenvolvimento, passa a ser considerado nas práticas escolares como importante aliado para o ensino, já que colocar o aluno diante de situações lúdicas como jogo pode ser uma boa estratégia para aproximá-lo dos conteúdos culturais a serem veiculados na escola”. (1994, p. 13). Dessa maneira percebemos a necessidade do professor de pensar nas atividades lúdicas nos diferentes momentos de seu planejamento. Lembrando que o jogo e a brincadeira exigem partilhas, confrontos, negociações e trocas, promovendo conquistas cognitivas, emocionais e sociais.</p><p>Destacando ainda mais a importância do lúdico, lembramos as palavras de Ronca: “O lúdico permite que a criança explore a relação do corpo com o espaço, provoca possibilidades de deslocamento e velocidades, ou cria condições mentais para sair de enrascadas, e ela vai então, assimilando e gastando tanto,</p><p>que tal</p><p>movimento a faz buscar e viver diferentes atividades fundamentais, não só no processo de desenvolvimento de sua personalidade e de seu caráter como também ao longo da construção de seu organismo cognitivo”. (1989, p.27). A tal ponto isso se faz verdade, que a criança sente e expressa a curiosidade e importante noção de que viver é brincar. E ao brincar, conhece a si própria e aos outros e realiza a dura tarefa de compreender seus limites e possibilidades e de inserir-se em seu grupo. Aí aprende e internaliza normas sociais de comportamentos e os hábitos fixados pela cultura, pela ética e pela moral.</p><p>De acordo com o Referencial Curricular Nacional Para Educação Infantil: “As brincadeiras de faz-de-conta, os jogos de construção e aqueles que possuem regras, como os jogos de sociedade (também chamados de jogos de tabuleiro) jogos tradicionais, didáticos, corporais, etc., propiciam a ampliação dos conhecimentos da criança por meio da atividade lúdica”. (l998, v1.p.28). E sobre esse ponto de vista o lúdico se torna de vital importância para a educação. Torna-se relevante na escola, porque pelo lúdico a criança faz ciência, pois trabalha com a imaginação e produz uma forma complexa de compreensão e reformulação de sua experiência cotidiana. Ao combinar informações e percepções da realidade problematizada, tornando-se criadora e construtora de novos conhecimentos. Também, segundo o Referencial Curricular Nacional Para Educação Infantil (1998, v1. p.27) “as atividades lúdicas, através das brincadeiras favorecem a autoestima das crianças ajudando-as a superar progressivamente suas aquisições de forma criativa”. Assim sendo entendemos que o lúdico contribui para o desenvolvimento da autoestima o que favorece a autoafirmação e valorização pessoal.</p><p>Ressaltando que segundo NOVAES (1992, p.28) “O ensino, absorvido de maneira lúdica, passa adquirir um aspecto significativo e efetivo no curso de desenvolvimento da inteligência da criança”. A partir dessas definições constatamos que o lúdico está relacionado a tudo o que possa nos dar alegria e prazer, desenvolvendo a criatividade, a imaginação e a curiosidade, desafiando a criança a buscar soluções para problemas com renovada motivação. Desse modo, brincando a criança vai construindo e compreendendo o mundo ao seu redor. Enfim, através da brincadeira e do jogo, a criança aprende a lidar com o mundo, formando sua personalidade, e adquirindo conhecimentos de forma significativa.</p><p>2.1. AS BRINCADEIRAS E O MOVIMENTO</p><p>O movimento é uma importante dimensão do desenvolvimento e da cultura humana. As crianças se movimentam desde que nascem, adquirindo cada vez mais, maior controle sobre seu próprio corpo e se apropriando cada vez mais das possibilidades de interação com o mundo. Wallon descreveu este estágio como sensório-motor ou (projetivo): “Um dos primeiros movimentos que os bebês executam logo ao nascer é sugar. Com o passar do tempo, o repertório aumenta e é aperfeiçoado com base no contato com entorno, as pessoas e os objetos. Essa oportunidade é importante para garantir a sobrevivência dos pequenos e a comunicação deles com o ambiente antes da aquisição da linguagem oral. Por meio de gestos, eles exploram e conhecem o mundo em que vivem” HENRI WALLON (1879-1962).</p><p>Desde o nascimento, o indivíduo com suas próprias experiências, se relaciona com o mundo das coisas e o mundo das pessoas por meio do seu corpo, que se transforma no elo que permite a ligação do ser humano com o meio que o cerca. Cada ser humano possui seu esquema de desenvolvimento, o qual define sua individualidade. Nasce dotado de características que determinam sua maneira de ser, agir e de pensar. Tudo o que faz para conhecer, se relacionar, para aprender, o faz pelo corpo! Nossas primeiras experiências vividas são essencialmente corporais. O corpo é o primeiro objeto que a criança percebe por meio de suas satisfações, de suas dores, das valiosas sensações visuais e auditivas. Portanto, é impossível exigir das crianças um comportamento inerte, impondo muitas vezes restrições as posturas normais a infância, exigindo longas horas somente sentadas, visando a “ordem”. Ou as vezes ordenando que fiquem quietas, sem se moverem. Como FREIRE (2010), colocou que a metodologia mais frequente nas escolas hoje é a do traserio, com crianças confinadas em salas e carteiras, mais imóveis que porcos e galinhas em seus habitats de engorda. Diz ainda o autor:</p><p>“Quem fica confinado em salas apertadas, sentado e imóvel em carteiras, milhares de horas durante boa parte da vida, aprende a ficar sentado nas carteiras, de onde talvez nunca mais venha a se erguer” (Freire, 2010,p.114)</p><p>Utilizar uma noção de motricidade a Educação Infantil requer utilizar diversificadas situações de movimento na rotina dos discentes, sempre de maneira</p><p>lúdica, refletindo que o ser humano não aprende somente com a sua inteligência. Aprende com todo o corpo, com a imaginação, sensibilidade e a troca de experiências com todos os envolvidos no Ensino.</p><p>As crianças, para gostarem do movimento, precisam, desde cedo, ter um contato intenso com o próprio corpo. Precisam de espaço para se moverem, de materiais para estimularem, de interação, olhar e toque. O prazer, muitas vezes manifestado nas realizações das atividades não deve estar associado ao que o aluno possa conseguir executar nem mesmo a algum “premio” que ele possa receber. O prazer deve estar no ato da brincadeira, em todo seu processo desde explicação de regras (se existirem), a socialização com os companheiros, o espaço e não somente no resultado da ação. Só assim é que desenvolvemos a ludicidade e oferecemos as crianças atividades adequadas a sua compreensão, interesse, e expectativas, Como explica Toledo; Velardi: Nista-Piccolo:</p><p>“Uma situação vivida em aula de forma prazerosa certamente poderá se transformar numa aprendizagem significativa e, cada vez que se retomar aquele conceito aprendido, virá junto uma sensação de alegria, de prazer e de satisfação”. (Toledo; Velardi: Nista-Piccolo, 2009)</p><p>O movimento para a criança pequena significa muito mais que mexer partes do corpo. Pois a criança se expressa e se comunica por meio dos gestos e das mimicas faciais. Ela interage utilizando fortemente o corpo. O ato motor faz-se presente em suas funções em toda sua rotina. Devendo sempre ser bem observado, para que possa ser compreendido e atendido.</p><p>O meio em que a criança está inserida, influência fortemente no desenvolvimento da sua motricidade infantil, pois os costumes, as crenças, os jogos, a dança enriquece fortemente a personalidade que ainda está em construção, sendo a creche e/ou a escola um lugar para valorizar e até incrementar as brincadeiras e costumes que o docente traz para sua instituição. Sendo indispensável que a comunidade escolar compreenda o caráter lúdico e expressivo das manifestações infantis, podendo ajudar o professor a organizar sua pratica, planejar, levando em consideração a cultura dos discentes.</p><p>2.2 O JOGO E A SUA RELEVANCIA</p><p>Associar a educação da criança ao jogo não é algo novo. Os jogos constituíram sempre uma forma de atividade do ser humano, tanto no sentido de recriar e de educar ao mesmo tempo. A relação entre o jogo e a educação são antigas, Gregos e Romanos, já falavam da importância do jogo para educar a criança. Portanto a partir do século XVIII que se expande a imagem da criança como ser distinto do adulto, o brincar destaca-se como típico da idade.</p><p>A criança, quando joga, vai muito além do ato de brincar. Ela joga, investiga, pensa, analisa, faz exercícios. Piaget acredita no brincar, no jogo como uma forma de construção do conhecimento, uma vez que convergem elementos diversos: curiosidades, exercícios de inteligência, cujos resultados são advindos de funções intelectuais já desenvolvidas. Para isso, Piaget (1998) classificou três tipos de jogos: jogo de exercício sensório-motor, jogo simbólico e jogo de regras.</p><p>O jogo sensório-motor é aquela atividade lúdica cujo predomínio se dá ao desenvolvimento orgânico-mecânico da criança. É um jogo</p><p>de prazer funcional. Esse tipo de atividade lúdica explora gestos, movimentos, toques, deslocamentos. Geralmente diz-se dos jogos do início da infância, reaparecem durante toda a vida, inclusive na fase adulta. Apesar de ser o caso de atividades relacionadas à manipulação de objetos, deslocamentos, montagem e desmontagem; o corpo sempre está a aprender novos movimentos e a desenvolver-se organicamente. Posteriormente, o andar de bicicleta, o aprender a nadar, o aprender um novo esporte são exemplos de jogos de exercícios sensório-motores de uma fase infantil mais avançada e/ou adulta.</p><p>O segundo tipo de jogo nessa classificação piagetiana são os jogos simbólicos ou chamados jogos de ficção ou imaginação de imitação. Geralmente na idade de dois a seis anos. É a fase do brincar infantil por prazer, havendo uma imitação da realidade.</p><p>É a fase cujo imaginário se confunde com o real, seja na metamorfose de objetivos (um cabo de vassoura que se transforma num cavalo, um pedaço de madeira num revólver, uma tampa de plástico arredondada num volante) ou o desempenho de papéis (brincar de escolinha, mãe e filho, médico e paciente). São atividades lúdicas que, apesar de o processo imaginário ser imenso, servem</p><p>especialmente para expressar experiências já vividas pela criança. No momento da brincadeira é o instrumento de representação do real.</p><p>Os jogos simbólicos transportam a criança a um mundo do faz-de-conta, dos sonhos, dos medos, das alegrias de um modo a sempre convergir com o seu ambiente social real, seja ele no âmbito do seio familiar ou escolar. Assim, contribui para a formação da subjetividade da criança. Essa atividade proporciona um momento de descontração e de informalidade que a escola pode utilizar mesmo que isso possa parecer um paradoxo já que o seu papel, por excelência, é o de oferecer o ensino formal, mas tendo também de exercer um papel fundamental na formação do sujeito e da sua personalidade. Portanto, passa a ser sua função inclusive a de oferecer atividades como a brincadeira.</p><p>Por fim, os jogos de regras pertencem a última e terceira classificação de Piaget para as atividades lúdicas. Correspondem aos jogos de tabuleiro, cartas, esportes. A criança começa a fazer analogias com as regras que vai adquirindo com seu cotidiano. Vale ressaltar que aqui o professor não precisa estimular valores competitivos, e sim tentar desenvolver atitudes cooperativas entre as crianças. Que o mais importante é participar ativamente e vivenciar o desenrolar do jogo.</p><p>Piaget tem as atividades lúdicas como de grande importância ao desenvolvimento da criança e as tem como de extrema importância para o seu crescimento e maturação.</p><p>Sabe-se que os jogos não são fórmulas mágicas, que solucionam todos os problemas da criança, porém ajudam no seu desenvolvimento como ser total, facilitando muitas descobertas relevantes no seu cotidiano. Através do contato com seu próprio corpo, com as coisas do seu ambiente, com a interação com outras crianças e adultos, a criança vai desenvolvendo a capacidade afetiva, a sensibilidade, a autoestima, o raciocínio, a atenção, os valores e a linguagem.</p><p>Utilizar o jogo como instrumento do ato educativo é oferecer a crianças uma forma de aprendizado sem cansaço. Por sinal, o cansaço e o desinteresse são os principais inimigos da aprendizagem. Sob essa perspectiva, Vygotsky, 1989 cita:</p><p>“O jogo torna-se, assim, um fator primordial para o desenvolvimento da criança, estabelecendo-se um vínculo de fundamental importância entre o jogo e o desenvolvimento”.</p><p>Apesar do jogo ser uma atividade espontânea nas crianças, isso não significa que o professor não necessite ter uma atitude ativa sobre ela, inclusive, uma atitude de observação e analise que lhe permitirá conhecer muito sobre as crianças com que trabalha.</p><p>A criação de espaços e tempos para os jogos é uma das tarefas mais importantes do professor, principalmente na escola de educação infantil. Cabe-lhe organizar os espaços de modo a permitir as diferentes formas de jogos, de forma, por exemplo, que as crianças que estejam realizando um jogo mais sedentário não sejam atrapalhadas por aquelas que realizam uma atividade que exige mais mobilidade e expansão de movimentos.</p><p>O educador precisa estar atento à idade e às capacidades de seus alunos para selecionar e deixar à disposição materiais adequados. O material deve ser suficiente tanto quanto à quantidade, como pela diversidade, pelo interesse que despertam pelo material de que são feitos. Lembrando sempre da importância de respeitar e propiciar elementos que favoreçam a criatividade das crianças. Rego descreve a relevância do jogo, refletindo:</p><p>“O jogo e a brincadeira não são por si só, uma situação de aprendizagem. As regras e a imaginação favorecem à criança comportamentos além dos habituais. Nos jogos ou brincadeiras a criança age como se fosse maior que a realidade, e isto, inegavelmente contribuem de forma intensa e especial para o seu desenvolvimento” (REGO, 1932).</p><p>2.3. O PAPEL DO BRINQUEDO NA ESCOLA</p><p>Muitos autores usam indistintamente o termo brinquedo para nomear tanto o jogo quanto à brincadeira. Daí, muitas vezes, ser impraticável distinguir estes termos com nitidez. Em seu livro “Brinquedo e Indústria Cultural”, Salles Oliveira (l986: p.25) aponta quatro possibilidades para se definir o que é o brinquedo, tiradas de um dos mais conhecidos dicionários brasileiros, organizado por Aurélio Buarque de Holanda Ferreira (apud Oliveira, 1986: p. 25).</p><p>1) Objeto que serve para as crianças brincarem;</p><p>2) Jogo de crianças, brincadeira;</p><p>3) Divertimento, passatempo, brincadeira;</p><p>4) Festa, folia, folguedo, brincadeira.</p><p>Reforçando também esta ideia de que em nossa língua os termos jogo e brincadeira são utilizados de forma similar, Bomtempo (1986) acrescenta, no entanto, que na maioria das vezes as pessoas se referem à palavra “jogo”, quando a brincadeira envolve regras, e “brinquedo”, quando se trata de uma atividade não estruturada.</p><p>O brinquedo e o ato de brincar, devem sempre estar presentes no mágico mundo infantil, pois é uma das principais formas de autodescobertas e vivências da própria criança, partindo da percepção de seus limites e de suas possibilidades, explorando seu ambiente através de suas brincadeiras de uma maneira saudável e produtiva, contribuindo assim, para a integração de suas primeiras experiências culturais. Que perpassarão a infância de todo ser, que um dia teve a oportunidade de brincar, imaginar, ser criança...</p><p>Para Vygotsky (1998) e Leontienv (1998), o brinquedo tem intrínseca relação com o desenvolvimento infantil, especialmente na idade pré-escolar. Embora os autores não o considerem como o único aspecto predominante na infância, é o brinquedo que proporciona o maior avanço na capacidade cognitiva da criança. É por meio do brinquedo que a criança se apropria do mundo real, domina conhecimentos, se relaciona e se integra culturalmente. Ao brincar e criar uma situação imaginaria, a criança pode assumir diferentes papeis: ela pode mudar se tornar o que a imaginação quiser, desde um herói, um personagem de desenho, um animal, ou uma fada; ela pode mudar o seu comportamento e agir da forma de alguém que admira; como a mãe, a professora ou um irmão mais velho. O brinquedo e o ato de brincar, completa o mundo mágico infantil, pois é uma das principais formas de autodescoberta e vivências da própria criança, partindo da percepção de seus limites e de suas possibilidades, explorando seu ambiente através de suas brincadeiras de uma maneira saudável e produtiva, contribuindo assim, para a integração de suas primeiras experiências culturais.</p><p>De acordo com Leontiev (1998a,1998b), o brinquedo surge na criança no início da idade pré-escolar, no momento em que ela sente a necessidade de agir não apenas com os objetos que fazem parte de seu ambiente físico e que são acessíveis a ela, mas com o objeto a que ela ainda não tem acesso, e que são objetos pertencentes ao mundo dos adultos. Para superar essa necessidade a criança brinca, e durante a atividade lúdica ela vai compreendendo</p><p>a sua maneira o</p><p>que faz parte desse mundo, esforçando-se para agir como um adulto, por exemplo, dirigir um carro, andar a cavalo, preparar uma comida. É na atividade e, sobretudo, no brinquedo que a criança supera os limites de manipulação dos objetos que a cercam e se inserem num mundo mais amplo. Reforça LEONTIEV,1998b:</p><p>“O brinquedo é a atividade principal da criança, aquela em conexão com a qual ocorrem as mais significativas mudanças no desenvolvimento psíquico do sujeito e na qual se desenvolvem os processos que preparam o caminho da transição da criança em direção a um novo e mais elevado nível de desenvolvimento”</p><p>Quando a criança brinca, sem interferência do adulto, muita coisa acontece. Pois a criança mergulha em sua atividade lúdica, sem reserva. O interesse que ela tem pelo momento, exercita sua capacidade de concentrar a atenção, de descobrir, de criar e, especialmente de permanecer em atividade. Assim, a criança estará aprendendo a engajar-se seriamente, gratuitamente, pela atividade em si. Aí estão sendo desenvolvidas a autonomia, socialização e cognição. Sem brincar, ela não vive a infância!</p><p>È essencial que a criança sinta-se atraída pelo brinquedo e cabe-nos mostrar a ela as possibilidades de exploração que ele oferece, permitindo tempo para observar e motivar-se. Devemos nos limitar a sugerir, estimular, explicar sem impor nosso gosto. Para que a criança aprenda descobrindo e compreendendo, e não por simples imitação. Porém, em certos momentos brincar junto reforça os laços afetivos, é uma manifestação preciosa do nosso amor à criança. A prova é, que os pequenos adoram brincar com os pais, com a professora, avos ou com irmãos. A participação do adulto na brincadeira eleva o nível de interesse, enriquece e tira alguma dúvida do jogo. Cunha (1998) acredita que o brinquedo estimula a inteligência, fazendo com que a criança solte sua imaginação e desenvolva a criatividade.</p><p>3. O LÚDICO NA EDUCAÇÃO SIM!</p><p>Na educação de modo geral, e principalmente na Educação Infantil o brincar é um potente veículo de aprendizagem experiencial, visto que permite, através do lúdico, vivenciar a aprendizagem como processo social. A proposta do lúdico é promover uma aprendizagem significativa na prática educacional, é incorporar o conhecimento através das características do conhecimento do mundo. O lúdico promove o rendimento escolar além do conhecimento, oralidade, pensamento e o sentido. Entretanto, compreender a relevância do brincar possibilita aos professores intervir de maneira apropriada, não interferindo e descaracterizando o prazer que o lúdico proporciona.</p><p>A incorporação de brincadeiras, jogos e brinquedos na prática pedagógica podem desenvolver diferentes atividades que contribuem para inúmeras aprendizagens e para a ampliação da rede de significados construtivos tanto para crianças como para os jovens. Segundo Vygotsky (1998), o educador poderá fazer o uso de jogos, brincadeiras, histórias e outros, para que de forma lúdica a criança seja desafiada a pensar e resolver situações problemáticas, para que imite e recrie regras utilizadas pelo adulto. O lúdico pode ser utilizado como uma estratégia de ensino e aprendizagem, assim o ato de brincar na escola sob a perspectiva de Santos (2002) está relacionado ao professor que deve apropriar-se de subsídios teóricos que consigam convencê-lo e sensibilizá-lo sobre a importância dessa atividade para aprendizagem e para o desenvolvimento da criança.</p><p>A essas ideias associamos nossas convicções sobre o brincar como prática pedagógica, sendo um recurso que pode contribuir não só para o desenvolvimento infantil, como também para o cultural. Brincar não é apenas ter um momento reservado para deixar a criança à vontade em um espaço com ou sem brinquedos e sim um momento que podemos ensinar e aprender muito com elas. A atividade lúdica permite que a criança se prepare para a vida, entre o mundo físico e social. Observamos, deste modo que a vida da criança gira em torno do brincar, é por essa razão que pedagogos têm utilizado a brincadeira na educação, por ser uma peça importante na formação da personalidade, tornando-se uma forma de construção de conhecimento.</p><p>Importante para o desenvolvimento, físico, intelectual e social, o jogo vem ampliando sua importância deixando de ser um simples divertimento e tornando-se</p><p>ponte entre a infância e a vida adulta. Vygotsky (1998) afirma que o jogo infantil transforma a criança, graças à imaginação, os objetivos produzidos socialmente. Assim, seu uso é favorecido pelo contexto lúdico, oferecendo à criança a oportunidade de utilizar a criatividade, o domínio de si, à firmação da personalidade, e o imprevisível. O desenvolvimento da criança e seu consequente aprendizado ocorrem quando participa ativamente, seja discutindo as regras do jogo, seja propondo soluções para resolvê-los. É de extrema importância que o professor também participe e que proponha desafios em busca de uma solução e de participação coletiva, o papel do educador neste caso será de incentivador da atividade. A intervenção do professor é necessária e conveniente no processo de ensino-aprendizagem, além da interação social, ser indispensável para o desenvolvimento do conhecimento.</p><p>De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 23):</p><p>“Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidado, brincadeiras e aprendizagem orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural.”</p><p>Por isso o educador é a peça fundamental nesse processo, devendo ser um elemento essencial. Educar não se limita em repassar informações ou mostrar apenas um caminho, mas ajudar a criança a tomar consciência de si mesmo, e da sociedade. É oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa escolher caminhos, aquele que for compatível com seus valores, sua visão de mundo e com as circunstâncias adversas que cada um irá encontrar.</p><p>Educar é acima de tudo a inter-relação entre os sentimentos, os afetos e a construção do conhecimento. Segundo este processo educativo, a afetividade ganha destaque, principalmente na Educação Infantil, pois acreditamos que a interação afetiva ajuda mais a compreender e modificar o raciocínio do aluno. E muitos educadores têm a concepção que se aprende através da repetição, não tendo criatividade e nem vontade de tornar a aula mais alegre e interessante, fazendo com que os alunos mantenham distantes, perdendo com isso a afetividade e o carinho que são tão necessários para a educação. A criança necessita de estabilidade emocional para se envolver com a aprendizagem. O afeto pode ser uma</p><p>maneira eficaz de aproximar o sujeito e a ludicidade em parceria com professor- aluno, ajuda a enriquecer o processo de ensino-aprendizagem. E quando o educador dá ênfase às metodologias que alicerçam as atividades lúdicas, percebe- se um maior encantamento do aluno, pois se aprende e muito brincando!</p><p>De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (1998) a partir da importância da ludicidade que o professor deverá contemplar jogos, brinquedos e brincadeiras, como princípio norteador das atividades didático- pedagógicas, possibilitando à criança uma aprendizagem prazerosa. Assim, a ludicidade tem conquistado um certo espaço na educação infantil. Mas ainda é necessário uma maior adesão e conhecimento do assunto dos educadores e comunidade escolar como um todo, á fim de aprimorar seus trabalhos, de reconhecerem que através do lúdico a aprendizagem é muito mais significativa e agradável. Dessa forma, a brincadeira já não deve ser mais atividade utilizada pelo professor apenas para recrear as crianças, mas como atividade em si mesma, que faça parte da Proposta Pedagógica da instituição, do plano de aula do educador. Portanto, cabe ao educador criar um ambiente que reúna os elementos</p><p>de motivação para as crianças. Criar atividades que proporcionam conceitos que preparam para a leitura, para os números, conceitos de lógica que envolvam classificação, ordenação, dentre outros.</p><p>O processo de ensino e aprendizagem na escola deve ser construído, então, tomando como ponto de partida o nível de desenvolvimento real da criança, num dado momento e com sua relação a um determinado conteúdo a ser desenvolvido, e como ponto de chegada os objetivos estabelecidos pela escola, supostamente adequados à faixa etária e ao nível de conhecimentos e habilidades de cada grupo de crianças. O percurso a ser seguido nesse processo estará demarcado pelas possibilidades das crianças, isto é, pelo seu nível de desenvolvimento potencial. Enfim, estar ao lado do aluno, acompanhando seu desenvolvimento, para levantar problemas que o leve a formular hipóteses. Brinquedos adequados para idade, com objetivo de proporcionar o desenvolvimento infantil e a aquisição de conhecimentos em todos os aspectos.</p><p>Podemos verificar que a ludicidade, as brincadeiras, os brinquedos e os jogos são meios que a criança utiliza para se relacionar com o ambiente físico e social de onde vive, despertando sua curiosidade e ampliando seus conhecimentos e suas habilidades, nos aspectos físico, social, cultural, afetivo, emocional e</p><p>cognitivo, e assim, temos os fundamentos teóricos para deduzirmos a importância que deve ser dada à experiência da Educação Infantil.</p><p>3.1. O TEMPO E O ESPAÇO DE BRINCAR</p><p>Na sociedade contemporânea, cada vez mais vemos a diminuição das brincadeiras em grupo, dos jogos nas ruas, da integração de crianças vivenciando o brincar. O que vivemos em nossas infâncias de forma muito simples e natural já não conseguimos tanto na criação dos nossos filhos. Evidente, que a evolução nos impõem uma série de mudanças, dentre elas, a saída das mães de família de casa, em busca de aumentar a renda familiar e oferecer um pouco mais de conforto aos filhos e esposo. Como também a evolução da tecnologia, que nos propõe uma infinidade de opções para perder o contato direto com outras crianças, nos oferecendo cada dia mais a opção de brincadeiras e brinquedos que confinam as crianças em casa, segura dos perigos da rua, que não deixa de ser assustador para as famílias.</p><p>Então, fica-se a indagação: Onde brincar, e com quem? Resta-nos o espaço da escola, onde se reúnem tantas crianças, há espaço e tempo. Será? Na escola “não dá tempo para brincar”, justificam os educadores e gestores escolares. Por quê? Há evidentemente um programa de ensino a ser cumprido e os objetivos a serem atingidos, para cada faixa etária. Com isso, os jogos e brincadeiras ficam relegados ao pátio ou destinado a “preencher” intervalos de tempo entre aulas. Quando muitas vezes as crianças chegam ao ponto de não lanchar, para que sobre mais tempo para brincar com os colegas. Entretanto, as brincadeiras podem e devem fazer parte das atividades curriculares, sobretudo nas modalidades de Educação Infantil e Ensino Fundamental I, e ter um tempo preestabelecido durante o planejamento, na sala de aula. Reforça o Referencial Curricular para Educação Infantil, Vol. I, Pag:54;</p><p>“A rotina representa, também, a estrutura sobre a qual será organizado o tempo didático, ou seja, o tempo de trabalho educativo realizado com as crianças. A rotina deve envolver os cuidados, as brincadeiras e as situações de aprendizagem orientadas.”</p><p>O jogo acontece em determinados momentos no cotidiano infantil. Partindo da ideia de que o jogo é uma necessidade para a criança, constata – se que o tempo para ela brincar tem se tornado cada vez mais escasso, tanto dentro como fora da escola. O desenvolvimento e o aprendizado da criança se dão também em outras instâncias de seu dia-a-dia, fora da escola, em contato com outras crianças e outros adultos e, sobretudo, de forma direta com os meios de comunicação. A televisão, a publicidade, a propaganda e toda a mídia eletrônica têm influência profunda na mente infantil. Embora a televisão ocupe um intervalo significativo de tempo, que deixa de ser dedicado à atividade lúdica, ela é uma fonte de informações, um estímulo rico que a criança processa se bem utilizado e na medida correta. Porém, Se a televisão tira todo o tempo do brincar, poderá ocasionar em vários problemas futuros. É na “dosagem” do aproveitamento que a criança faz do seu tempo livre deve entrar o papel do adulto, enfatizando o resgate do tempo do brincar no dia-a-dia infantil.</p><p>A brincadeira na rua ou em outros espaços abertos tem várias implicações (não considerando a questão da falta de segurança), já que a criatividade das crianças toma conta dos espaços e os transforma em função das suas “necessidades lúdicas”. Brincar na rua é um aprendizado e uma oportunidade para a criança interagir com outros parceiros e desenvolver jogos nos qual a atividade física predomina. O espaço reservado à atividade lúdica da criança dentro da casa (quando ele existe) muda de um contexto para o outro, podendo ser um quarto só para jogos, um quintal, um pátio, a área comum de um condomínio e outros. Dentro de suas possibilidades, a criança “transforma” esses espaços para adaptá-los a sua brincadeira.</p><p>Na escola é possível planejar os espaços das atividades lúdicas, onde encontram-se citadas no Referencial Curricular para Educação Infantil, como atividade permanente, ou seja, conteúdos que devem ser trabalhados com frequência de forma regular. Na sala de aula, o espaço de trabalho pode ser transformado em espaço de jogo, podem ser desenvolvidas atividades aproveitando mesas, cadeiras, divisórias, material de sucata, como recursos. Fora da sala, sobretudo no pátio, ou debaixo de uma arvore próxima a escola, a brincadeira “corre solta” e a atividade física predomina. Como alternativa, ainda, de espaços lúdicos, além dos parques e praças (escassos nas grandes cidades), surgiram desde o começo da década de 80 as chamadas brinquedotecas ou ludotecas. São espaços</p><p>públicos e/ou privados que funcionam como bibliotecas de brinquedos, organizados de forma que as crianças possam desenvolver criativamente suas atividades lúdicas. Em creches, escolas e universidades há brinquedotecas com fins especificamente educacionais.</p><p>Infelizmente, os espaços das nossas escolas ainda tem sido um problema para a maioria das instituições de Ensino, até mesmo nas escolas privadas, a falta de condições externas é um fato. Que muitas vezes, acarreta na “desculpa” de não desenvolverem atividades lúdicas, por não disponibilizarem deste espaço. O que não deve acontecer, pela relevância que o lúdico tem no Ensino aprendizagem, nas relações interpessoais, enfim na qualidade de vida de toda comunidade.</p><p>O espaço e o tempo definem, pois, as características de cada brincadeira. Sendo cada vez mais reconhecido como parte integrante de uma rotina diversificada para Educação Infantil, assim como cuidados com a higiene, contações de histórias e rodas de conversa.</p><p>3.2. O PAPEL DO PROFESSOR NA EDUCAÇÃO LÚDICA</p><p>A perspectiva teórica do sociointeracionismo destaca o papel do adulto frente ao desenvolvimento infantil, cabendo-lhe proporcionar experiências diversificadas e enriquecedoras, a fim de que as crianças possam fortalecer sua auto-estima e desenvolver suas capacidades.</p><p>“A esperança de uma criança, ao caminhar para a escola é encontrar um amigo, um guia, um animador, um líder – alguém muito consciente e que se preocupe com ela, que a faça pensar, tomar consciência de si e do mundo, que seja capaz de dar-lhe as mãos para construir com ela uma nova história e uma sociedade melhor. (ALMEIDA, 1987)”</p><p>De acordo com o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil; é o adulto, na figura do professor, portanto, que, na instituição infantil, ajuda a estruturar o campo das brincadeiras na vida das crianças. Consequentemente é ele que organiza sua base estrutural, por meio da oferta de determinados objetos, fantasias, brinquedos ou jogos, da delimitação e arranjo dos espaços e do tempo para brincar. Por meio das brincadeiras os professores</p><p>podem observar e constituir uma visão dos processos de desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada uma em particular, registrando suas capacidades de uso das linguagens, assim</p><p>como de suas capacidades sociais e dos recursos afetivos e emocionais que dispõem. É o professor quem deve administrar o tempo das atividades, não podendo as crianças ficarem sem um direcionamento, pois se não houver um direcionamento das atividades, estas podem não contribuir para o desenvolvimento dos participantes.</p><p>Para se ter dentro de instituições infantis o desenvolvimento de atividades lúdicas educativas, é de fundamental importância garantir a formação do professor e condições de atuação. Somente assim será possível o resgate do espaço de brincar da criança no dia-a-dia da escola. Assim a formação do Educador Infantil, ganha em qualidade se, em sua sustentação, se estiverem presentes três pilares: I. Formação teórica; II. Formação pedagógica e III. Formação lúdica. A decisão de se permitir envolver no mundo mágico infantil seria o primeiro passo que o professor de Educação Infantil deveria dar. Explorar o universo infantil exige do educador conhecimento teórico, prático, capacidade de observação, amor e vontade de ser parceiro da criança neste relevante processo do seu desenvolvimento.</p><p>Destaca-se que o professor que valoriza a brincadeira infantil poderá participar como mediador: estimulando a fantasia da criança, oferecendo materiais, assumindo papéis na brincadeira, incorporando as manifestações espontâneas, estimulando a participação daqueles que não estão tendo oportunidade, esclarecendo dúvidas etc. Como também sendo mero observador da brincadeira, visto que este momento representa uma diversidade de detalhes relevantes sobre cada participante ,que merece ser observado, anotado e trabalhado em várias situações em sala.</p><p>Portanto, o papel do adulto é o de sustentar a brincadeira, observando as ações e necessidades da criança para também oferecer recursos adicionais (humanos ou materiais) que garantam a progressão na aprendizagem. A medida que brincam e agem sobre a realidade, as crianças devem ser incentivadas a narrar e dar sentido a suas próprias atividades.</p><p>A genuína valorização do brincar das crianças permite-lhes desenvolver disposições positivas para aprenderem e serem ensinadas, capacitando-as a assumir a responsabilidade por sua própria aprendizagem. Aprender brincando é – e deve ser – uma viagem de descobertas para as crianças, que aprendem que aprender é algo que vale a pena e que, para aprender, é preciso correr riscos e ser</p><p>criativo. A excelência deve ser a de criança e educadores que aprendem juntos através de significativas experiências lúdicas.</p><p>3.3 A IMPORTÂNCIA DAS INTERAÇÕES SOCIAIS NA INFÂNCIA</p><p>Segundo a linha teórica interacionista – construtivista, deve-se destacar as interações sociais de uma criança com outras ou com adultos no processo de construção do conhecimento. Nessa interação, através da experiência social, a criança tem acesso à cultura, aos valores e aos conhecimentos históricos.</p><p>Vygotsky, que se aprofundou no estudo do papel das experiências sociais culturais a partir da análise do jogo infantil, afirma que no jogo a criança transforma, pela imaginação, os objetos produzidos socialmente. Ele ainda ressalta a importância dos signos para a criança “internalizar” os meios sociais. A certa altura do seu desenvolvimento, a criança amplia os limites de sua compreensão, integrando símbolos socialmente elaborados (valores, crenças sociais, o conhecimento acumulado da cultura e os conceitos científicos) ao seu próprio conhecimento. Esse processo dialético entre a criança e a sociedade tem na linguagem um dos signos mais importantes do desenvolvimento infantil.</p><p>No jogo, a criança pode experimentar tanto as convenções estipuladas na sociedade como as variações dessas convenções. Assim, durante o jogo, a criança pode escolher entre aceitar ou discordar de certas convenções, promovendo seu desenvolvimento social. O jogo oferece, muitas vezes, a possibilidade de aprender sobre solução de conflitos, negociação, lealdade e estratégias, tanto de cooperação como de competição social. Os padrões iniciais praticados durante o jogo são padrões de interações sociais que as crianças irão usar mais tarde nos seus encontros com o mundo.</p><p>O jogo pode ser muito significativo no que se refere ao conhecimento social mais amplo e à melhoria do comportamento em prol do social. As atividades lúdicas utilizadas em sala de aula são consideradas um meio pelo qual a criança desenvolve sua criatividade, seu espírito de liderança e a capacidade de atuar em grupo, sua capacidade de socialização, pois através dos jogos em grupo a crianças aprende a repartir, a ouvir e até mesmo a ter um espírito de liderança.</p><p>Ao brincar e ao jogar a criança constrói o conhecimento, não só o conhecimento acadêmico, mas sim o conhecimento do mundo que a cerca, através dos jogos e brincadeiras as crianças aprendem a se comunicar melhor com o mundo adulto, facilitando de forma significativa seu processo de socialização não somente na creche e pré escola, como em toda sua vida.</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Ao realizar este estudo, percebemos que o brincar sempre existiu na cultura humana, pois desde a antiguidade o homem já brincava. Com o passar dos tempos, a evolução foi redimensionando a pratica do brincar no mundo infantil. Provavelmente em decorrência da diminuição do tempo dos pais em estar com seus filhos, como também o espaço físico foi diminuído na maioria dos lares, e a modernidade que chegou aos brinquedos e recursos midiáticos, interferiram na qualidade e quantidade das brincadeiras infantis.</p><p>No transcorrer deste trabalho, procuramos apresentar os benéficos que o brincar pode proporcionar ao ensino aprendizagem das crianças da Educação Infantil, que ele deve ser resgatado o quanto antes pelos educadores e pais destes “pequenos”, sendo esta pratica a mais decisiva do seu desenvolvimento humano, e possivelmente a fase inesquecível também, pois comprovadamente a infância é muito marcante para todos.</p><p>Portanto, vimos que propor, facilitar e estimular as atividades lúdicas é essencial no trabalho do educador infantil do século XXI, sendo que para isso ele necessita de formação, estudo e sensibilidade para realizar seguramente o seu papel de “cultivador de sonhos”, de ser os “primeiros” e marcantes docentes para seus alunos.</p><p>O estudo permitiu compreender que o lúdico é essencial para a criança poder conhecer, compreender e construir seus conhecimentos de forma prazerosa e significativa, incentivando os discentes a pensar, saber resolver problemas e conflitos e sentir-se integrante da sociedade que está inserida.</p><p>É fato que os desafios que a educação para primeira infância precisa enfrentar são muitos e um deles é fazer com que a criança seja reconhecida como sujeito de direitos. É necessário assegurar a elas condições para o seu desenvolvimento, não somente em forma de Lei, mas no plano concreto e real onde o direito de brincar seja legitamente reconhecido, e executado, assim como o seu tempo e o seu espaço sejam respeitados e ganhem sua devida importância. PORQUE FALAR DE CRIANÇA, É FALAR DE BRINCADEIRAS, DE JOGOS E DE</p><p>BRINQUEDOS! E porque esta essência não pode estar na escola? Seria totalmente contraditório. Enfim, devemos reaprender a brincar!</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>ALMEIDA, M.T.P. Jogos divertidos e brinquedos criativos. Vozes, 2004.</p><p>BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil . de 5 de outubro de 1988.</p><p>BRASIL. Lei nº 9.394 . Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) . de 26 de dezembro de 1996.</p><p>BRASIL. Lei nº 8.069 . Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) . de 13 de julho de 1990.</p><p>BRASIL, Ministério da Educação e do desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.</p><p>CUNHA, N. H. S. Brinquedoteca: definição, histórico no Brasil e no mundo.In: FRIEDMANN, A. O direito de brincar: a brinquedoteca. São Paulo: Scritta; ABRINQ,</p>