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<p>Cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial</p><p>Transcrição infecções odontogênicas</p><p>As infecções odontogênicas pensando em cirurgia, é uma situação muito complicada e muito importante quando está instalada, das inúmeras cirurgias que você vai fazer após se formar que pode levar o paciente a óbito, essa é a situação. Hoje vamos abordar sobre como tratar essas infecções, de onde elas tem origem e o que podemos fazer.</p><p>De modo geral as infecções odontogênicas, tem duas origens básicas, infecções vindo do canal ou infecções pericoronais e periradiculadas (podemos levar em consideração as endodônticas). Existem 300 á 500 tipos de bactérias que podem ser catalogadas em minha boca, essa flora bacteriana bucal vai ser desde anaeróbios, aeróbios, cocos gram-positivos, gram-negativos, a gente tem uma polimicrobiologia, muitas das vezes essas bactérias fazem com que haja uma interação entre elas em alguma situação clínica alterada como em pericoronarite, que podem evoluir para situações clínicas complexas, quando eu falo em situações clínicas complexas, é aquela situação, que eu tenho uma infecção dentaria instalada, e ela progride para os espaços faciais.</p><p>· Espaços faciais: É um espaço, literalmente, formado por 2 estruturas ou mais, encontrados na face, um exemplo básico, um espaço formado entre músculo bucinador e a sua pele, delimitado posteriormente pelo masseter, é chamado de espaço bucal, então esse interstício entre os tecidos formam o espaço! Esses espaços podem ser colonizados por infecção odontogenicas.</p><p>Eu tenho vias de dissipação de uma infecção, pensem que eu tenho uma infecção em um elemento qualquer, um inferior! E ele progride para uma infecção, pergunto, quando eu tenho uma infecção do 46, para onde essa infecção progride? Para o ápice, eu tenho uma rarefação óssea, essa infecção quando por algum motivo se o sistema imune do paciente está alterado, ela tende a progredir, progredir para região mais próxima e de menor resistência, SEMPRE VAI PARA ÁREA DE MENOR RESISTENCIA (mais fina)</p><p>Se minha via de menor resistência for via oral, ou via cutânea, vai progredir fazendo um processo de fistulação, essa fístula serve para dissipar a infecção, outras vezes a via de menor resistência é do tecido conjuntivo, mais frequente no seio maxilar e os espaços faciais. Toda vez que eu tenho uma progressão dessas infecções, eu posso ter duas entidades patológicas: Abcesso e celulite</p><p>· Abcesso: secreção purulenta decorrente de um processo infeccioso, essa formação de pus dende a formar com o passar do tempo, onde vai haver bactérias, leva mais tempo.</p><p>· Celulite: processo de formação de infecção porém é mais rápida.</p><p>· Espaço facial Primário</p><p>Todo espaço facial primário está diretamente relacionado com infecção dentária, ou seja, que a infecção progrediu do dente para o espaço. Uma vez que essa infecção não é tratado nesse espaço funcional primário, tende a progredir para os espaços faciais secundários. Anatomia é muito fácil, os espaços faciais seguem a mesma facilidade para que você entenda. Ex: Onde eu localizo o espaço facial canino? Próximo ao elemento dentário canino. Você precisa saber as estrutura faciais e estruturas anatômicas e saber correlacionar, isso cai na prova? DESPENCA! Além dos espaços faciais secundários, eu tenho, outros espaços faciais: retro faríngeo, quando ele progride para região posterior da faringe, pré-vertebral, espaço localizado entre vértebra e região periosteal, faringe lateral localizado na amídala (garganta inflamada)</p><p>· Espaços primários da maxila</p><p>· Espaço facial primário canino: Entre o músculo elevador do ângulo da boca e lábio superior, relacionado com os dentes de 13 a 23 (canino a canino). Se tiver uma infecção odontogênica em algum desses dentes e a bolsa de pus drenar acima da inserção desses músculos, forma uma coleção de pus entre o músculo e a pele, então deve-se drenar por fora.</p><p>· Espaço facial primário Infra temporal: Relacionado com o 18 e 28.</p><p>Esse espaço está atrás da região do túber, medial ao ramo da mandíbula, lateral ao processo pterigoideo do esfenoide, abaixo da crista temporal. Não é possível apalpar essa região, então, clinicamente, manifesta-se com possível contaminação do 18 ou 28 e o paciente não consegue abrir a boca, relata trismo por conta do pterigoideo lateral que fica prejudicado com a infecção. Atenção: Nunca drenar essa região, tratar apenas com antibioticoterapia.</p><p>· Espaço facial primário bucal: É acometido tanto por dentes da maxila quanto da mandíbula, principalmente molares. Está localizado entre a pele e bucinador. Forma uma tumefação na bochecha do paciente. Para saber se é dente na maxila ou mandíbula avalia clinicamente e por exames de imagens.</p><p>Então a maxila tem 3 espaços faciais primários: canino, infra temporal e bucal, o bucal também é da mandíbula.</p><p>· Espaços primários da mandíbula</p><p>· Tenho 3 espaços faciais primários: Submentoniano, Submandibular e Sublingual</p><p>· SUBMENTONIANO: O nome já fala, é embaixo do mento, relacionado com os dentes anteriores, se tem uma raiz muito longa no incisivo central, lateral ou canino e a infecção se dissemina abaixo do músculo você forma uma bolsa de pus entre o ventre anterior do digástrico e a pele, vai haver uma infecção na região Submentoniano.</p><p>· SUBMANDIBULAR: Abaixo do Milohioideo e entre a pele, dentes envolvidos são os molares, Se ele drena acima do Milo-hioideo então ele é sublingual, se ele drena abaixo do Milo-hioideo ele é submandibular</p><p>· SUBLINGUAL: Um outro espaço facial primário mandibular é o sublingual, acima do milo-híoideo, abaixo da pele (mucosa oral) geralmente são os pré-molares, Tumefação do assoalho bucal. Sublingual! É dentro da boca, isso aqui é dentro da boca, quer dizer que essas raízes de pré-molares normalmente estão acima da inserção do músculo milo-hioideo.</p><p>· Espaço facial secundário</p><p>Infecção que envolve o espaço facial primário, esse espaço primário é preenchido por pus e acaba atingindo o espaço facial secundário adjacente a ele. Então, o espaço facial secundário é envolvido na infecção, se essa infecção não é tratada, aumenta a coleção de pus e esse pus se dissemina pra outros espaços, esses espaços que serão afetados serão os espaços faciais secundários. Pode progredir para região cervical, indo para região pré-traquial, essa região tende a progredir para região mais profunda, para mediastino (endocardite bacteriana) a maioria dos paciente que a infecção progredi para região de mediastino, tem uma alta incidência de morte! Quando eu tenho uma infecção maxilofacial que progride para espaços faciais profundos, eu tenho um aumento daquele edema tecidual, e isso faz com que forme *cacifes* (não sei como se escreve rs, mas é aquela impressão do dedo que fica no edema)</p><p>· Tipos de tratamento: o primeiro tratamento quando se tem infecção é o antibiótico, faço antibioticoterapia, e posso fazer mais tratamento cirúrgico e irrigação local. Sempre tem antibiótico.</p><p>1. Antibiótico</p><p>2. Antibiótico + tratamento cirúrgico</p><p>3. Antibiótico + tratamento cirúrgico + irrigação local</p><p>Obs.: O livro para estudar infecção odontogênicas é o Topazian</p><p>Os primeiros sinais clínicos que você tem como referência para indicar tratamento com o especialista bucomaxilo:</p><p>1. Infecções de progressão muito rápida: paciente fez um tratamento endodôntico pela manhã e à noite liga relatando estar com o rosto inchado, não consegue abrir a boca. Indicar sempre!</p><p>2. Paciente com dificuldade de respiração e deglutição: dispagia e dispneia</p><p>3. Infecções maxilo faciais com envolvimento faciais dos espaços faciais: Tem que ser tratado com serviço de urgência</p><p>4. Alteração de temperatura corpórea que não cessa a antitérmicos</p><p>5. Paciente com trismo acentuado</p><p>6. Transparência tóxica: Paciente apática, sofrida, não consegue fazer expressão facial</p><p>7. Comprometimento da defesa do hospedeiro: Diabetes, lúpus, HIV, leucemia</p><p>Eu didaticamente divido as infecções por: Leve, Moderada e grava (isso não tem em livro)</p><p>Professor apresenta 3 casos clínicos que foram atendidos por ele na época</p><p>de sua residência e discute com a turma, finalizando a aula</p><p>image7.png</p><p>image8.png</p><p>image2.jpg</p><p>image3.jpg</p><p>image4.png</p><p>image5.png</p><p>image6.png</p>