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<p>CÂNCER DE PRÓSTATA:</p><p>Estação 3 de 2024-06-22</p><p>O que é:</p><p>No Brasil, o câncer de próstata é o segundo</p><p>mais comum entre os homens (atrás</p><p>apenas do câncer de pele não melanoma).</p><p>A taxa de incidência é maior nos países</p><p>desenvolvidos em comparação aos países</p><p>em desenvolvimento. Incidência maior</p><p>também nos estados onde o acesso da</p><p>população aos médicos e às tecnologias</p><p>diagnósticas são mais fáceis.</p><p>A próstata é uma glândula do sistema</p><p>reprodutor masculino localizada na pelve,</p><p>logo abaixo da bexiga urinária e em frente</p><p>ao reto. Em homens adultos jovens, a</p><p>próstata tem aproximadamente o tamanho</p><p>de uma noz, medindo cerca de 4 cm de</p><p>largura, 3 cm de altura e 2 cm de</p><p>profundidade, e pesa entre 20 e 40 gramas.</p><p>Anatomicamente, a próstata é dividida em</p><p>2 lóbulos e várias zonas: a zona periférica,</p><p>onde a maioria dos cânceres de próstata se</p><p>desenvolve; a zona central, que envolve os</p><p>ductos ejaculatórios; e a zona de transição,</p><p>onde geralmente ocorre a hiperplasia</p><p>prostática benigna (BPH). A glândula é</p><p>envolvida por uma cápsula fibromuscular</p><p>que lhe confere suporte e estrutura.</p><p>Sua textura normal é fibroelástica</p><p>semelhante a ponta do nariz.</p><p>Fatores de Risco:</p><p>• Idade: O risco aumenta com a idade,</p><p>sendo mais comum em homens</p><p>acima dos 50 anos.</p><p>• Histórico Familiar: Homens com</p><p>parentes de primeiro grau (pai ou</p><p>irmão) que tiveram câncer de</p><p>próstata têm um risco maior.</p><p>• Raça: Homens afrodescendentes</p><p>têm maior probabilidade de</p><p>desenvolver câncer de próstata e</p><p>geralmente apresentam casos mais</p><p>agressivos.</p><p>• Dieta: Dietas ricas em gordura</p><p>animal e pobres em frutas e vegetais</p><p>podem aumentar o risco.</p><p>• Genética: Certas mutações genéticas</p><p>podem aumentar o risco de câncer</p><p>de próstata.</p><p>Achados Clínicos:</p><p>• Disúria</p><p>• Tenesmo vesical</p><p>• Dificuldade de ereção</p><p>• Fluxo urinário fraco ou</p><p>interrompido.</p><p>• Polaciúria, especialmente à noite.</p><p>• Hematúria, hemospermia.</p><p>• Dor no quadril, costas (coluna),</p><p>coxas ou outras áreas, devido à</p><p>disseminação do câncer.</p><p>• Linfonodos aumentados,</p><p>principalmente em região Inguinal.</p><p>Diagnóstico</p><p>1. Exame de Toque Retal (DRE):</p><p>Preparação:</p><p>Explicação: O médico explica o</p><p>procedimento ao paciente, incluindo dor e</p><p>o que esperar durante e após o exame.</p><p>Consentimento: O paciente é informado</p><p>sobre a importância do exame e dá seu</p><p>consentimento.</p><p>Posições:</p><p>Genupeitoral: O paciente fica de barriga</p><p>para baixo (decúbito ventral), com os</p><p>joelhos apoiados no leito ou na mesa de</p><p>exames. O peito repousa sobre a</p><p>superfície, permitindo melhor visualização</p><p>e acesso à região anal e retal:</p><p>A posição de Sims: O paciente é</p><p>posicionado deitado de lado, com o lado</p><p>esquerdo do corpo voltado para cima.</p><p>Nessa posição, as pernas são ligeiramente</p><p>afastadas e a perna esquerda, que está por</p><p>cima, é flexionada. Os membros superiores</p><p>podem ficar estendidos ou flexionados à</p><p>frente do corpo.</p><p>Procedimento:</p><p>Lubrificação: Usando luvas de</p><p>procedimento, dedo indicador do médico</p><p>é lubrificado para facilitar a inserção.</p><p>Inserção: O médico insere suavemente o</p><p>dedo indicador enluvado e lubrificado no</p><p>reto do paciente.</p><p>Avaliação: O médico palpa a superfície</p><p>posterior da próstata, verificando:</p><p>Tamanho: Avalia se a próstata está</p><p>aumentada, para esta estimativa,</p><p>podemos utilizar a polpa do dedo</p><p>fazendo a relação polpa = 10gr,</p><p>lembrando que a normalidade não</p><p>deve exceder 40gr.</p><p>Textura: Verifica a consistência da</p><p>próstata, deve ser firme, mas não</p><p>dura (fibroelástica).</p><p>Nódulos ou Irregularidades: Procura</p><p>por nódulos, áreas endurecidas ou</p><p>outras anomalias que possam indicar</p><p>câncer de próstata ou outras</p><p>condições.</p><p>Outros Órgãos: Além da próstata, o</p><p>médico pode avaliar outras</p><p>estruturas pélvicas, como a parede</p><p>do reto e esfíncter voluntario na</p><p>inspeção dinâmica, pedindo para</p><p>que o paciente faça uma força como</p><p>se tivesse terminando de defecar.</p><p>Descrever a lesão: Para descrever</p><p>uma lesão prostática, considere sua</p><p>localização lobular e horária, sua cor,</p><p>superfície, contorno, implantação,</p><p>consistência e tamanho.</p><p>2. Teste de PSA (Antígeno Prostático</p><p>Específico)</p><p>PSA total:</p><p>Abaixo de 4 ng/mL é considerado</p><p>dentro da faixa normal para homens</p><p>adultos.</p><p>Valores entre 4 e 10 ng/mL podem</p><p>indicar um risco aumentado de</p><p>câncer de próstata, mas também</p><p>podem ser devido a condições</p><p>benignas como a hiperplasia</p><p>prostática benigna (BPH).</p><p>Valores acima de 10 ng/mL são</p><p>frequentemente associados a um</p><p>risco aumentado de câncer de</p><p>próstata, especialmente se</p><p>continuarem a subir ao longo do</p><p>tempo.</p><p>PSA Livre:</p><p>Não está ligado a nenhuma</p><p>proteína.</p><p>Os valores de referência para o PSA</p><p>livre podem variar um pouco entre</p><p>diferentes laboratórios e métodos</p><p>de análise, mas em geral, a faixa de</p><p>referência para o PSA livre em</p><p>homens saudáveis é</p><p>aproximadamente de 0,1 a 1,0</p><p>ng/mL.</p><p>Relação PSA Livre/Total:</p><p>Normalmente, uma relação PSA</p><p>livre/total inferior a 0,15 (ou 15%)</p><p>pode indicar um maior risco de</p><p>câncer de próstata.</p><p>Uma relação superior a 0,25 (ou</p><p>25%) é geralmente considerada</p><p>como indicativa de um menor risco</p><p>de câncer de próstata.</p><p>Valores acima de 90% sugerem</p><p>hiperplasia prostática benigna (HPB).</p><p>3. Ecografia Trans retal com Biópsia da</p><p>Próstata: Se os resultados do DRE ou</p><p>do PSA forem anormais, uma biópsia</p><p>pode ser realizada para confirmar a</p><p>presença de câncer.</p><p>4. Imagem por Ressonância Magnética</p><p>(IRM): Usada para obter imagens</p><p>detalhadas da próstata e identificar</p><p>áreas suspeitas.</p><p>5. Tomografia Computadorizada (TC) e</p><p>Cintilografia Óssea: Utilizadas para</p><p>verificar a disseminação do câncer.</p><p>Conduta Terapêutica:</p><p>Vigilância Ativa (ou Vigilância Expectante):</p><p>Recomendado para cânceres de próstata</p><p>de baixo risco: Envolve monitoramento</p><p>regular do PSA, exames de toque retal e</p><p>possivelmente biópsias repetidas para</p><p>detectar mudanças no câncer.</p><p>O tratamento ativo pode ser iniciado se</p><p>houver sinais de progressão da doença.</p><p>Cirurgia (Prostatectomia Radical):Remoção</p><p>cirúrgica da próstata e tecido circundante</p><p>com ou sem esvaziamento linfo nodal.</p><p>Pode ser realizada por laparoscopia</p><p>robótica ou cirurgia aberta, dependendo</p><p>da experiência do cirurgião e do estágio do</p><p>câncer.</p><p>Radioterapia:</p><p>Pode ser externa (radioterapia externa) ou</p><p>interna (braquiterapia).</p><p>A radioterapia externa usa feixes de</p><p>radiação de alta energia para destruir</p><p>células cancerosas.</p><p>A braquiterapia envolve a inserção de</p><p>pequenas sementes radioativas</p><p>diretamente na próstata para liberar</p><p>radiação ao longo do tempo.</p><p>Terapia Hormonal (Terapia de Deprivação</p><p>de Androgênio):</p><p>Reduz os níveis de testosterona, hormônio</p><p>que alimenta o crescimento do câncer de</p><p>próstata.</p><p>Pode ser usado sozinho em estágios</p><p>avançados ou antes da radioterapia para</p><p>aumentar a eficácia do tratamento.</p><p>Quimioterapia: Usada principalmente em</p><p>estágios avançados ou cânceres que não</p><p>respondem a outras terapias.</p><p>Imunoterapia: Em estudos clínicos para</p><p>cânceres avançados de próstata. Estimula o</p><p>sistema imunológico a reconhecer e atacar</p><p>células cancerosas.</p><p>Terapias Combinadas:</p><p>Às vezes, dois ou mais tratamentos são</p><p>combinados para melhorar os resultados</p><p>ou abordar diferentes aspectos do câncer.</p><p>CLASSIFICAÇÃO DE CA DE</p><p>PROSTATA:</p><p>Sistema TNM</p><p>O sistema TNM (Tumor, Nódulo,</p><p>Metástase) é utilizado para descrever a</p><p>extensão do câncer de próstata:</p><p>T (Tumor): Descreve o tamanho e a</p><p>extensão do tumor primário.</p><p>T1: O tumor não é palpável nem visível por</p><p>imagem.</p><p>T1a: O câncer é encontrado</p><p>incidentalmente em menos de 5% do</p><p>tecido removido.</p><p>T1b: O câncer é encontrado em mais de 5%</p><p>do tecido removido.</p><p>T1c: O câncer é detectado por biópsia</p><p>devido a níveis elevados de PSA.</p><p>T2: O tumor está confinado à próstata.</p><p>T2a: O tumor envolve metade de um lobo</p><p>ou menos da próstata.</p><p>T2b: O tumor envolve mais da metade de</p><p>um lobo, mas não ambos.</p><p>T2c: O tumor envolve ambos os lobos da</p><p>próstata.</p><p>T3: O tumor se estende através da cápsula</p><p>prostática.</p><p>T3a: O tumor se estende além da cápsula,</p><p>mas não para as vesículas seminais.</p><p>T3b: O tumor invade as vesículas seminais.</p><p>T4: O tumor invade estruturas adjacentes,</p><p>como a bexiga ou o reto.</p><p>N (Nódulo): Descreve se o câncer se</p><p>espalhou para os linfonodos regionais.</p><p>N0: Não há metástase nos linfonodos</p><p>regionais.</p><p>N1: Metástase em um ou mais linfonodos</p><p>regionais.</p><p>M (Metástase): Descreve se o câncer se</p><p>espalhou para outras partes do corpo.</p><p>M0: Não há metástase distante.</p><p>M1: Há metástase distante.</p><p>M1a: Metástase em linfonodos não</p><p>regionais.</p><p>M1b: Metástase nos ossos.</p><p>M1c: Metástase em outros locais além dos</p><p>ossos.</p><p>2. Escala de Gleason:</p><p>Padrões Histológicos, as amostras de</p><p>tecido prostático são examinadas ao</p><p>microscópio para identificar dois padrões</p><p>predominantes de crescimento tumoral,</p><p>chamados de padrão primário e padrão</p><p>secundário.</p><p>Cada padrão é classificado em uma escala</p><p>de 1 a 5, onde:</p><p>Gleason 1-2: Células tumorais bem</p><p>diferenciadas, que se assemelham ao</p><p>tecido prostático normal (raro em prática</p><p>moderna).</p><p>Gleason 3: Células moderadamente</p><p>diferenciadas, com aparência irregular e</p><p>algum grau de organização glandular.</p><p>Gleason 4: Células mal diferenciadas, com</p><p>pouca ou nenhuma organização glandular.</p><p>Gleason 5: Células muito mal</p><p>diferenciadas, que invadem estruturas</p><p>adjacentes de forma desordenada.</p><p>Soma dos Escores:</p><p>O escore de Gleason total é a soma dos</p><p>escores atribuídos aos dois padrões</p><p>predominantes. Por exemplo, se o padrão</p><p>primário for 3 e o secundário for 4, o escore</p><p>total será 7 (3 + 4).</p><p>A escala total varia de 6 a 10:</p><p>Gleason 6 (3+3): Câncer bem diferenciado</p><p>e menos agressivo.</p><p>Gleason 7 (3+4 ou 4+3): Grau intermediário</p><p>de agressividade.</p><p>Gleason 8-10: Câncer de alto grau, mais</p><p>agressivo e com maior potencial de</p><p>crescimento e disseminação.</p>