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<p>33</p><p>3 Morfologia externa dos insetos</p><p>A grande diversidade de insetos vem acompanhada também de uma</p><p>grande diversidade de formas, cores e estruturas, sendo essencial conhe-</p><p>cê-las para identificá-los.</p><p>Os insetos têm um esqueleto externo, ou exoesqueleto, que pode</p><p>variar de rígido, como nos besouros adultos, até fino e flexível, como nas</p><p>larvas. O exoesqueleto desempenha funções de proteção (mecânica, física</p><p>e biológica), sustentação de músculos e órgãos, ponto de ligação entre</p><p>os apêndices (asas, pernas e outros) e evita a perda excessiva de água,</p><p>característica imprescindível ao sucesso dos insetos em ambiente terrestre.</p><p>O corpo dos insetos tem simetria bilateral, ou seja, os dois lados</p><p>são exatamente iguais, geralmente de forma alongada e cilíndrica. Pode</p><p>ser descrito de acordo com os seguintes eixos: longitudinal ou anterior</p><p>(cabeça) a posterior (abdome); dorsoventral ou dorsal (superior) a ventral</p><p>(inferior); e transversal ou lateral.</p><p>Os insetos apresentam o corpo dividido em três segmentos distintos:</p><p>cabeça, tórax e abdome, constituídos por um par de antenas, três pares de</p><p>pernas e, geralmente, dois pares de asas (Figura 1).</p><p>Figura 1 – Divisão do corpo de um inseto</p><p>Entomologia FlorEstal34</p><p>3.1 Cabeça</p><p>Na cabeça dos insetos estão localizados vários apêndices sensoriais, com</p><p>grande variação de tamanho e forma em função da espécie. Dentre as</p><p>principais funções da cabeça do inseto, destacam-se: a percepção sensorial</p><p>por meio das antenas, ocelos e olhos compostos; a intervenção nervosa,</p><p>pois é onde se encontra o sistema nervoso central; e o processamento da</p><p>alimentação por meio do aparelho bucal, que pode variar de acordo com</p><p>o hábito do inseto.</p><p>3.1.1 Olhos compostos e ocelos</p><p>A maioria das espécies de insetos tem algum tipo de visão e muitos pos-</p><p>suem um sistema visual altamente desenvolvido. Os olhos compostos e</p><p>os ocelos constituem os apêndices fixos da cabeça dos insetos.</p><p>Os olhos compostos são os mais importantes órgãos de sua visão e</p><p>ocorrem em número de dois nos insetos adultos e nas ninfas, dispostos</p><p>dorsolateralmente na cabeça. São estruturas complexas, formadas por</p><p>unidades chamadas omatídeos (cada omatídeo é uma lente visual), cujo</p><p>número difere de acordo com o hábitat e o comportamento do inseto,</p><p>podendo variar de seis, em insetos que vivem no solo, até 28 mil, nas</p><p>libélulas (Odonata). Os olhos compostos têm diversas formas, podendo</p><p>ser redondos, ovais e outros. Permitem distinguir formas, cores e diferen-</p><p>tes tipos e intensidades de luz. Assim, ajudam a capturar presas, fugir de</p><p>predadores, localizar parceiros e controlar o voo, entre outros.</p><p>Por sua vez, os ocelos ou olhos simples são estruturas mais simpli-</p><p>ficadas, que podem estar presentes em número de um a três nos adultos</p><p>e nas ninfas, localizados no dorso da cabeça. Apresentam função de um</p><p>órgão perceptor de luz, funcionando como fotômetros que adaptam os</p><p>olhos compostos à intensidade luminosa do ambiente. No entanto, não</p><p>são capazes de formar imagens. As larvas podem apresentar ocelos (olhos</p><p>simples) que conseguem formar imagens, porém com visão limitada a</p><p>pequenas distâncias; ou ocelos larvais (estemas), que podem variar de um</p><p>único ponto até sete de cada lado da cabeça, constituindo-se, cada um,</p><p>de numerosos fotorreceptores e células nervosas associadas (Figura 2).</p><p>Entomologia gEral 35</p><p>Figura 2 – Olhos compostos e ocelos de Diptera</p><p>3.1.2 Antenas</p><p>Os insetos apresentam um par de antenas (díceros), que são apêndices</p><p>móveis articulados. As antenas possuem as seguintes funções: sensitiva,</p><p>tátil, olfativa e auditiva. Além disso, auxiliam a prender a presa, equilibrar-se</p><p>durante o voo e, no caso do macho, a segurar a fêmea durante a cópula.</p><p>As antenas apresentam diversos artículos ou antenômeros, que são</p><p>divididos em três partes principais: a primeira é o escapo, que geralmente</p><p>é maior do que os outros artículos; a segunda é o pedicelo, responsável</p><p>pela mobilidade da parte apical da antena; e, por último, o flagelo, que, na</p><p>maioria das vezes, é filamentoso e multiarticulado (Figura 3).</p><p>As antenas dos machos são, geralmente, mais elaboradas e maiores</p><p>que as das fêmeas da mesma espécie, aumentando a área de superfície</p><p>disponível para a detecção de feromônios sexuais da fêmea e diminuindo</p><p>a probabilidade da fêmea ser localizada por predadores. São importantes</p><p>também no processo de corte e aproximação dos sexos para que ocorra a</p><p>cópula e reprodução dos insetos.</p><p>Figura 3 – Partes de uma antena</p><p>Fonte: Adaptada de Gallo et al. (2002).</p><p>Entomologia FlorEstal36</p><p>Tipos de antenas</p><p>Dependendo da característica dos antenômeros do flagelo, as antenas</p><p>podem ser classificadas em vários tipos específicos:</p><p>– Filiforme: é o tipo mais primitivo. Todas as partes têm o mesmo</p><p>tamanho, deixando a antena parecida com um fio. Exemplos: esperança,</p><p>grilo (Orthoptera) e barata (Blattodea) (Figura 4A).</p><p>– Pectinada: possui expansões laterais nos antenômeros, dando um</p><p>aspecto de pente à antena. Quando há expansão para ambos os lados é</p><p>chamada de bipectinada (machos de mariposas). Exemplos: mariposas das</p><p>famílias Arctiidae, Bombycidae e Megalopygidae (Lepidoptera); e besouros</p><p>(Coleoptera) (Figura 4B).</p><p>– Lamelada: os três últimos segmentos da antena são dilatados e,</p><p>juntos, formam lâminas que se sobrepõem. Exemplos: besouros escara-</p><p>beídeos (Coleoptera: Scarabaeidae) (Figura 4C).</p><p>– Setácea: os antenômeros vão diminuindo gradativamente de tama-</p><p>nho até a extremidade da antena, conferindo-lhe um aspecto de seta. Exem-</p><p>plo: aneladores (Coleoptera: Cerambycidae) (Figura 4D).</p><p>– Moniliforme: os antenômeros são esféricos ou ovoides, dando à</p><p>antena um aspecto de colar. Exemplo: cupins (Isoptera) (Figura 4E).</p><p>– Clavada: a extremidade do flagelo é dilatada, como uma clava. Exem-</p><p>plo: borboletas (Lepidoptera) (Figura 4F).</p><p>– Capitata: é semelhante à clavada, porém com a clava bastante dila-</p><p>tada. Exemplo: alguns besouros (Coleoptera).</p><p>– Serreada: possui antenômeros com expansões pontiagudas em um</p><p>ou ambos os lados, semelhantes a uma serra. Exemplo: besouros (Coleop-</p><p>tera: Buprestidae) (Figura 4G).</p><p>– Flabelada: antenômeros com expansões laterais em forma de</p><p>lâminas. Exemplos: besouros (Coleoptera) (Figura 5A) e microhimenóp-</p><p>teros (Hymenoptera).</p><p>– Aristada: o flagelo possui um único antenômero globoso, com</p><p>uma arista (pelo) ou arista com pelos. Exemplo: típica das moscas (Dip-</p><p>tera) (Figura 5B).</p><p>– Fusiforme: os antenômeros medianos são dilatados, dando aspecto</p><p>de fuso à antena. Exemplo: típica da família Hesperiidae (Figura 5C).</p><p>– Estiliforme: a extremidade do flagelo possui forma de estilete recur-</p><p>vado ou reto. Exemplos: mutucas (Diptera) e mariposas (Lepidoptera:</p><p>Sphingidae) (Figura 5D).</p><p>Entomologia gEral 37</p><p>– Geniculada: o pedicelo é alongado e forma um ângulo de 90° com o</p><p>flagelo, assemelhando-se a um cotovelo. Exemplo: formigas (Hymenoptera:</p><p>Formicidae) (Figura 5E).</p><p>– Genículo-clavada: é semelhante à geniculada, mas com uma</p><p>clava em sua extremidade. Exemplo: gorgulhos (Coleoptera: Curculio-</p><p>nidae) (Figura 5F).</p><p>Figura 4 – Tipos de antena: filiforme (A), bipectinada (B), lamelada</p><p>(C), setácea (D), moniliforme (E), clavada (F) e serreada (G)</p><p>Entomologia FlorEstal38</p><p>Figura 5 – Tipos de antena: flabelada (A), aristada (B), fusiforme</p><p>(C), estiliforme (D), geniculada (E) e genículo-clavada (F)</p><p>3.1.3 Aparelho bucal</p><p>O aparelho bucal de todos os insetos é formado por oito peças principais</p><p>que possuem forma e tamanho diferenciados em função dos hábitos ali-</p><p>mentares de cada espécie e do estágio de desenvolvimento.</p><p>Tipos de aparelhos bucais</p><p>Mastigador: é considerado o tipo de aparelho bucal mais primitivo; possui</p><p>mandíbulas desenvolvidas pois sua função principal é mastigar. É formado</p><p>por oito peças principais que têm forma e tamanho diferenciados de acordo</p><p>com o hábito alimentar e estágio de desenvolvimento do inseto. O aparelho</p><p>bucal mastigador é composto pela epifaringe, lábio superior (ou labro),</p><p>hipofaringe, duas mandíbulas, duas maxilas e lábio inferior. Exemplos:</p><p>ordens Orthoptera, Coleoptera e Hymenoptera: Formicidae (Figura 6).</p><p>Entomologia gEral 39</p><p>Figura 6 – Aparelho bucal mastigador. Epifaringe (EP), lábio superior</p><p>(LS), mandíbula (MD), hipofaringe (HP), maxila (MX) e lábio inferior (LI)</p><p>Sugador labial: esse tipo de aparelho bucal tem peças modificadas, for-</p><p>mando estiletes, com exceção do lábio superior, que é pouco desenvolvido.</p><p>O lábio inferior apresenta modificação em forma de tubo, que é conhecida</p><p>como rostro. No interior do rostro encontram-se os estiletes, cuja função</p><p>é perfurar, raspar o tecido ou sugar a seiva (insetos fitófagos), a hemolinfa</p><p>(insetos predadores) ou o sangue (insetos hematófagos, como os mosqui-</p><p>tos) (Figura 7). Conforme o número de estiletes, pode ser classificado em:</p><p>– Diqueta: dois estiletes. Exemplo: moscas (Diptera).</p><p>– Triqueta: três estiletes. Exemplo: tripes (Thysanoptera).</p><p>– Tetraqueta: quatro estiletes. Exemplo: percevejos e cigar-</p><p>rinhas (Hemiptera).</p><p>– Hexaqueta: seis estiletes. Exemplo: mosquitos (Diptera).</p><p>Sugador maxilar: as gáleas das maxilas compõem duas peças alonga-</p><p>das internamente sulcadas. Quando justapostas formam um canal alon-</p><p>gado e enrolado denominado probóscide ou espirotromba, por onde os</p><p>líquidos são sugados. Nesse aparelho estão os palpos labiais. As demais</p><p>peças do aparelho bucal são atrofiadas (Figura 8). Exemplos: mariposas e</p><p>borboletas (Lepidoptera).</p><p>Entomologia FlorEstal40</p><p>Figura 7 – Aparelho bucal sugador labial. Lábio superior (LS),</p><p>mandíbula (MD), hipofaringe (HP), maxila (MX) e lábio inferior (LI)</p><p>Figura 8 – Aparelho bucal sugador maxilar</p><p>Entomologia gEral 41</p><p>Lambedor: o lábio superior é normal, e as mandíbulas são adaptadas</p><p>para moldar a cera. As maxilas são alongadas e o lábio inferior forma um</p><p>órgão lambedor com pelos, como se fosse uma língua. Na alimentação, a</p><p>língua é mergulhada no néctar ou mel, que adere aos pelos. Depois ela é</p><p>recolhida, de forma que o líquido aderido seja carregado (Figura 9). Exem-</p><p>plo: abelhas (Hymenoptera: Apidae).</p><p>Figura 9 – Aparelho bucal lambedor. Lábio superior (LS),</p><p>mandíbula (MD), maxila (MX) e lábio inferior (LI)</p><p>A direção das peças do aparelho bucal do inseto em relação ao eixo</p><p>longitudinal de seu corpo pode ser classificada como:</p><p>– Hipognata: as peças do aparelho bucal estão direcionadas para</p><p>baixo, formando um ângulo de 90° em relação ao eixo do corpo. Exemplos:</p><p>Orthoptera e Coleoptera (Figura 10A).</p><p>– Opistognata: as peças do aparelho bucal estão direcionadas na</p><p>diagonal para baixo e para trás, formando um ângulo menor que 90° em</p><p>relação ao corpo do inseto. Exemplo: percevejos (Hemiptera) (Figura 10B).</p><p>– Prognata: as peças do aparelho bucal são direcionadas para frente,</p><p>deixando a cabeça na posição horizontal em relação ao corpo (180°). Exem-</p><p>plo: tesourinhas (Dermaptera) (Figura 10C).</p><p>Entomologia FlorEstal42</p><p>Figura 10 – Direção das peças bucais. Hipognata</p><p>(A), opistognata (B) e prognata (C)</p><p>Fonte: Adaptada de Romoser e Stoffolano (1998).</p><p>3.2 Tórax</p><p>O tórax é a região mediana do corpo dos insetos onde estão os apêndices</p><p>locomotores (pernas e asas). Os insetos têm três pares de pernas, de</p><p>forma que são chamados de hexápodes e, geralmente, dois pares de asas,</p><p>sendo denominados tetrápteros. Os insetos que têm asas são chamados</p><p>de alados. Aqueles com duas asas são nomeados de dípteros e os que não</p><p>têm asas são chamados de ápteros.</p><p>O tórax é dividido em três partes: protórax, contendo o primeiro par</p><p>de pernas e no qual não há asas; mesotórax, onde está inserido o segundo</p><p>par de pernas e o primeiro par de asas; e metatórax, com o terceiro par de</p><p>pernas e o segundo par de asas. As asas estão inseridas na parte superola-</p><p>teral do mesotórax e/ou do metatórax, e as pernas na região inferolateral.</p><p>3.2.1 Pernas</p><p>As pernas dos insetos podem ser usadas para locomoção no solo e na</p><p>água, para escavação do solo, coleta de alimento e captura de presas,</p><p>entre outros. A perna dos insetos é um apêndice articulado constituído das</p><p>seguintes partes: coxa, trocânter, fêmur, tíbia, tarso e pós-tarso (Figura 11).</p><p>O tarso é formado por segmentos (um a cinco), que são os tarsômeros.</p><p>Em relação à homogeneidade no número de segmentos dos tarsos, os</p><p>insetos podem ser classificados em: homômero, quando todas as pernas</p><p>Entomologia gEral 43</p><p>têm o mesmo número de segmentos tarsais; e heterômero, quando o</p><p>número de segmentos tarsais é diferente nos pares de pernas do inseto.</p><p>Quanto ao número de tarsômeros em cada perna, os insetos podem ser:</p><p>– monômero: um tarsômero;</p><p>– dímero: dois tarsômeros;</p><p>– trímero: três tarsômeros;</p><p>– tetrâmero: quatro tarsômeros;</p><p>– pentâmero: cinco tarsômeros.</p><p>Figura 11 – Partes da perna. Coxa (CX), trocânter (TR),</p><p>fêmur (FM), tíbia (TB), tarso (TS) e pós-tarso (PT)</p><p>Tipos de pernas</p><p>De acordo com o hábitat do inseto e a função da perna, partes da perna</p><p>podem ter adaptações para melhorar o desempenho de sua função. Desse</p><p>modo, existem diferentes tipos de pernas. Os principais são:</p><p>– Ambulatória: perna para andar e correr. Não possui nenhuma modi-</p><p>ficação especial. Exemplo: os três pares de pernas das formigas (Hyme-</p><p>noptera) (Figura 12A).</p><p>– Saltatória: possui fêmur e tíbia desenvolvidos que funcionam como</p><p>mola ou alavanca, permitindo grandes saltos. Exemplo: terceiro par de</p><p>pernas dos gafanhotos (Orthoptera) (Figura 12B).</p><p>– Natatória: o fêmur, a tíbia e o tarso são achatados, em forma de</p><p>remo, e podem apresentar pelos e esporões que auxiliam a locomoção</p><p>aquática do inseto. Exemplo: segundo e terceiro pares de pernas dos per-</p><p>cevejos aquáticos (Hemiptera) (Figura 12C).</p><p>– Preensora: o fêmur é desenvolvido e apresenta um sulco no qual</p><p>a tíbia recurvada se aloja, formando uma espécie de pinça utilizada para</p><p>Entomologia FlorEstal44</p><p>prender as presas. Exemplo: primeiro par de pernas da barata-d’água</p><p>(Hemiptera) (Figura 12D).</p><p>– Coletora: a tíbia tem uma área côncava para armazenar o pólen.</p><p>Exemplo: terceiro par de pernas das abelhas (Hymenoptera: Apidae)</p><p>(Figura 13A).</p><p>– Raptatória: possui o fêmur e a tíbia adaptados, com numerosos</p><p>espinhos que auxiliam na captura das presas. Exemplo: primeiro par de</p><p>pernas do louva-a-deus (Mantodea) (Figura 13B).</p><p>– Fossorial ou escavadora: o fêmur e/ou a tíbia são alargados, facili-</p><p>tando o processo de escavar o solo. Exemplo: primeiro par de pernas da</p><p>paquinha (Orthoptera) (Figura 13C).</p><p>Figura 12 – Tipos de pernas. Ambulatória (A),</p><p>saltatória (B), natatória (C) e preensora (D)</p><p>Entomologia gEral 45</p><p>Figura 13 – Tipos de pernas. Coletora (A), raptatória (B) e fossorial (C)</p><p>3.2.2 Asas</p><p>As asas são utilizadas na locomoção aérea dos insetos, podendo também</p><p>servir de proteção, como ocorre nos coleópteros. As asas são divididas</p><p>em nervuras e células.</p><p>Nervuras são filamentos quitinosos que sustentam a fina membrana</p><p>das asas. Podem ser longitudinais, quando dispostas no sentido do com-</p><p>primento da asa, e transversais, quando se unem às nervuras longitudinais.</p><p>As células são áreas delimitadas pelas nervuras e pelas bordas das</p><p>asas. Uma célula é dita fechada quando é completamente circundada por</p><p>nervuras. Caso contrário, ela é uma célula aberta.</p><p>As asas anteriores e posteriores de muitas ordens de insetos estão</p><p>acopladas uma à outra por meio de pequenos ganchos (hámulos), aumen-</p><p>tando a eficiência aerodinâmica do voo. A maioria dos insetos, com exceção</p><p>dos adultos de libélulas (Odonata) e efemérides (Ephemeroptera), dobra</p><p>Entomologia FlorEstal46</p><p>suas asas para trás sobre o abdome. Quando a asa posterior é maior do</p><p>que a anterior há um sistema de dobramento para acomodá-la sobre o</p><p>abdome e sob a asa anterior.</p><p>Tipos de asas</p><p>De acordo com as diferentes modificações estruturais, as asas dos</p><p>insetos podem ser:</p><p>– Membranosa: são frágeis, finas, flexíveis e com nervuras bem distin-</p><p>tas e abundantes, às vezes dobradas em leque. Podem ser recobertas por</p><p>pelos, cerdas ou escamas, coloridas ou hialinas. O segundo par de asas</p><p>dos insetos sempre é desse tipo. Exemplos: Lepidoptera e Hymenoptera</p><p>(Figura 14A).</p><p>– Élitro: são duras, resistentes</p><p>e quitinizadas. Servem de proteção às</p><p>asas membranosas. Exemplo: primeiro par de asas dos besouros (Coleop-</p><p>tera) (Figura 14B).</p><p>– Balancin: asas metatorácicas atrofiadas, para dar estabilidade e dire-</p><p>cionamento ao voo. Exemplo: segundo par de asas das moscas (Diptera)</p><p>(Figura 14C).</p><p>– Hemiélitro: a parte basal da asa é dura, e a apical, flexível. Exemplo:</p><p>primeiro par de asas dos percevejos (Hemiptera) (Figura 15A).</p><p>– Tégmina: têm aspecto coriáceo, são estreitas, alongadas, com poucas</p><p>nervuras, flexíveis, brilhantes e mais resistentes do que as membranosas.</p><p>Exemplos: primeiro par de asas do louva-a-deus (Mantodea), gafanhotos,</p><p>grilos e paquinhas (Orthoptera) (Figura 15B).</p><p>– Franjada: asa alongada com pelos longos nas laterais. Exemplo:</p><p>primeiro e segundo pares de asas dos tripes (Thysanoptera) (Figura 15C).</p><p>Figura 14 – Tipos de asas. Membranosa (primeiro e segundo pares)</p><p>(A), élitro (primeiro par) (B) e balancin (segundo par) (C)</p><p>Entomologia gEral 47</p><p>Figura 15 – Tipos de asas. Hemiélitro (primeiro par) (A), tégmina</p><p>(primeiro par) (B) e franjada (primeiro e segundo pares) (C)</p><p>3.3 Abdome</p><p>O abdome é a terceira parte do corpo dos insetos e divide-se em segmentos,</p><p>chamados urômeros. As principais funções do abdome são acomodar as</p><p>vísceras, armazenar nutrientes, realizar a circulação da hemolinfa e portar</p><p>a genitália destinada ao acasalamento. O abdome é portador também de</p><p>orifícios, com localização variável (no urômero ou na pleura), denomina-</p><p>dos espiráculos, que são estruturas por onde entra o ar oxigenado e que</p><p>servem de ponto de intercâmbio entre a parte interna e externa do inseto.</p><p>3.3.1 Tipos de abdome</p><p>A ligação do tórax com o abdome pode ser de três tipos:</p><p>– Séssil ou aderente: o abdome está ligado ao tórax em toda sua</p><p>extensão. Exemplos: gafanhotos (Orthoptera) e besouros (Coleoptera)</p><p>(Figura 16A).</p><p>– Livre: o abdome está ligado ao tórax por meio de um ponto e há uma</p><p>constrição semelhante a um cinto. Exemplos: borboletas (Lepidoptera),</p><p>moscas (Diptera) e abelhas (Hymenoptera) (Figura 16B).</p><p>– Pedunculado: o primeiro urômero do abdome sofre uma modifica-</p><p>ção, ligando-se ao tórax como um pedúnculo. Exemplos: formigas e vespas</p><p>(Hymenoptera) (Figura 16C).</p><p>Entomologia FlorEstal48</p><p>Figura 16 – Tipos de abdome. Séssil (A), livre (B) e pedunculado (C)</p><p>3.3.2 Apêndices abdominais</p><p>Os apêndices abdominais são peças fixadas na parte apical do abdome dos</p><p>insetos, que podem estar presentes em um estágio de desenvolvimento</p><p>ou por toda sua vida (Figura 17).</p><p>Tipos de apêndices abdominais:</p><p>– Cercos: têm função tátil, sensorial, preensora ou relacionada à</p><p>cópula. Estão presentes em pares. Exemplos: tesourinhas (Dermaptera)</p><p>e baratas (Blattodea).</p><p>– Estilos: possuem funções semelhantes aos cercos. Entretanto, os</p><p>estilos são menores e só ocorrem nos insetos machos. Também estão</p><p>presentes em pares. Exemplo: baratas (Blattodea).</p><p>– Sifúnculos ou cornículos: são pequenos tubos em pares no dorso</p><p>da maioria dos pulgões (Hemiptera: Aphididae), com função de eliminar</p><p>o excesso de seiva sugada.</p><p>Entomologia gEral 49</p><p>Figura 17 – Apêndices abdominais. Cercos, estilos e sifúnculos</p><p>3 Morfologia externa dos insetos</p><p>3.1 Cabeça</p><p>3.1.1 Olhos compostos e ocelos</p><p>3.1.2 Antenas</p><p>3.1.3 Aparelho bucal</p><p>3.2 Tórax</p><p>3.2.1 Pernas</p><p>3.2.2 Asas</p><p>3.3 Abdome</p><p>3.3.1 Tipos de abdome</p><p>3.3.2 Apêndices abdominais</p>

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