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MÓDULO 13 DA VIDEOAULA 4 DO AVANÇADO

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<p>CURSO DE TEOLOGIA MÓDULO 13 HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA PSICOLOGIA GERAL EXEGESE BÍBLICA II TCC - - TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DIREITO E RELIGIÃO (MATÉRIA SUPLEMENTAR) faculdade betesda Moldando vocacionados</p><p>Copyright © 2007 by Editora Betesda faculdade teológica betesda Moldando vocacionados Presidente: Sezar Cavalcante Diretor Danilo Moraes Diretor Pedagógico: Vanessa Cavalcante Secretaria Executiva: Proietti Corpo docente SEZAR CAVALCANTE Th.B Em Teologia DANILO MORAES Mestre em teologia, concentração em Antigo Testamento MARCIO FALCÃO Th.B em Teologia e Bacharel em Direito ZEEV HASHALOM Mestrado Em Letras, Grego e Hebraico RICARDO MAIOLINI Th.B Em Teologia, Especialista em Mística FRANCISCA DA SILVA Th.B Em Teologia ADRIANO LIMA Th.B em Teologia IZAIAS COUTINHO Th.B em Teologia ALESSANDRO VIEIRA Th.B em Teologia Professores convidados LUIZ Ph.D em Estudos Interculturais e Pós-doutor em Teologia Prática e Práxis Religiosa GABRIELE Ph.D em Filosofia e Pós-doutora em História das Mentalidades MARIA LEONARDO, Ph.D em Teologia e Antropologia Cultural BÁRBARA BURNS, Doutora em Missiologia CÉSAR Mestre em Teologia Prática e Ph.D em Eclesiologia MÁRCIO REDONDO, Ph.D em História e Doutor em Teologia Todas as referências bíblicas foram extraídas da Versão Almeida Revista e Atualizada, Edição de 1995 da Sociedade Bíblica do Proibida a reprodução por quaisquer meios, salvo em breves citações, com indicação da fonte. Coordenação editorial Danilo Moraes Projeto gráfico de capa e miolo Valdinei Gomes Revisão Danilo Moraes Todos os direitos desta obra em língua portuguesa reservados por: editora betesda Rua Azir Antonio Salto, 92- Jd. São Paulo São Paulo/SP CEP: 02046-010 Fone: (11) www.faculdadebetesda.com.br Miolo_modulo 13_FTB.indd 2 19/12/2013 10:34:46</p><p>APRESENTAÇÃO E INSTRUÇÕES Manual simplificado de uso do material didático FTB e prossigamos em conhecer ao Senhor" (Oseias 6.3). conhecimento sobre Deus não é apenas uma possibilidade, mas também um direito de todos os homens. A Bíblia Sagrada nos ensina que Deus, graciosamente, revela-se ao homem, convidando a todos para experimenta- rem sua bendita graça. É com essa visão, e sob o lema "Moldando que a FTB FACULDADE TEOLÓGICA BETESDA, uma instituição interdenominacional filiada às principais entidades da classe, oferece todos os seus cursos. Para que o seu aproveitamento como estudante FTB seja o melhor possível, e para que nós consigamos dar a você o suporte e apoio em sua jornada de estudos, é necessário que você SIGA EXATAMENTE as orientações que daremos a seguir, pois desta maneira você terá uma maior fixação do conteúdo e nos ajudará a atendê-lo sempre da melhor maneira MODALIDADES DE ENSINO Ensino à Distância: Frequentados por mais de 12 mil alunos, nossos cursos EAD têm sido recomendados por diversas lideranças e denominações evangélicas. Quando se trata de ensino à distância, a FTB é a mais completa do Brasil, oferecendo um suporte acadêmico inigualável. Além disso, todo o material didático necessário é pró- prio e já se encontra incluído no preço final. Ensino Presencial: AFTB mantém várias UNIDADES na Capital e na Grande São Paulo ministrando teologia do nível Básico até a com aulas semanais em sala de aula, inclusive aos sábados, e com profes- sores altamente qualificados, todos com formação superior e/ou pós-graduações. Ensino Semipresencial: Completando nossa atuação educacional, ainda oferecemos essa modalidade que cha- mamos de NÚCLEOS Numa parceria com a igreja local, instalamos uma sala de aula nas suas próprias dependências, onde uma nova turma de alunos estudará com a ajuda da FTB e do ministério local. Encontros presenciais: Com o objetivo de criar uma interação entre alunos de todas as modalidades, profes- sores e a diretoria, a FTB promove uma aula especial (INTENSIVÃO TEOLÓGICO) por mês, com renomados teólogos brasileiros e internacionais. Acesse nosso portal para conhecer a agenda e o local dessas aulas. REGRAS GERAIS Material didático: Ao receber seu material, confira-o. Se tiver alguma dúvida, entre em contato com o nosso SAA: Prazo de estudo: aluno deve estudar cada módulo por um tempo mínimo de 2 ME SES e no máxi- mo de 4 MESES, por isso planeje seus estudos dentro desse prazo, evitando transtornos administra- tivos com a escola. Plantão teológico: Alunos devidamente matriculados e em dia com seus pagamentos têm direito ao PLANTÃO 13_FTB.indd 3 19/12/2013 10:34:46</p><p>que funciona de segunda a sexta-feira no horário comercial. Ligue: (11) 2976-0899. Diplomação: Em todos os seus cursos a FTB fornece gratuitamente aos alunos aprovados Diploma e/ou Certificado, em cerimônias de formaturas programadas ao longo do ano letivo. Portal do Aluno: Por meio de nosso site www.faculdadebetesda.com.br o aluno dispõe de rico material acadêmico e serviços exclusivos, tais como: rádio on-line; bate-papo com convidados; estudos bíblicos; reportagens, etc. Visite-o ainda hoje! SOBRE os MÓDULOS O Curso Básico possui 05 MÓDULOS, o Curso Médio 09 MÓDULOS e o Curso Bacharel 13 Cada módulo corresponde a um livro de alta qualidade gráfica e de conteúdo, com 05 matérias cada um, sendo quatro tradicionais e uma especial, voltada à prática da teologia e da vida cristã, totalizando 65 ma- térias (ver grade na p. 6 e 7). Ao longo de cada uma das matérias, em todos os módulos, há vários exercícios que chamamos de Verifi- cação de Aprendizagem, que são questões que o ajudarão a fixar melhor o capítulo Você deve copiar e responder essas questões em um caderno à parte e depois conferir no capítulo para certificar se estão corretas ou não. No final de cada matéria há uma Avaliação com 10 questões. Você só deve fazer essa avaliação depois que terminar de estudar todos os capítulos da matéria. A última matéria, identificada como Matéria Suplemen- tar, contém apenas 5 Importante: o aluno deve enviar para a FTB apenas as avaliações. Não é necessário enviar as respostas da Verificação de A partir do dia em que a FTB receber as 5 Avaliações, ela terá 15 dias corridos para revisá-las. Se o aluno for aprovado com a NOTA MÍNIMA (7.0), enviará o módulo seguinte automaticamente. Caso não alcance a nota mínima, o aluno terá de refazê-lo. O aluno deve enviar as 5 Avaliações juntas para a FTB. Escolha uma das seguintes formas: 1. Pessoalmente: Rua Azir Antonio Salto, 92-Jd. São Paulo ou diretamente nos Intensivões no estande do SAA Serviço de Atendimento ao Aluno. 2. Pelo correio: Caixa Postal 12025 CEP 02046-010 São Paulo/SP. 3. Por e-mail: PREENCHIMENTO DAS AVALIAÇÕES A avaliação é individual, portanto cada aluno deve fazer a sua própria e não copiar de outro aluno ou enviar cópias com respostas idênticas, mesmo que haja parentesco ou estudo em grupo (somos cristãos e devemos sempre agir com honestidade). Caso sejam detectadas provas idênticas, elas serão automatica- mente canceladas. Coloque no cabeçalho (início da folha) as seguintes informações: nome completo, telefone atualizado, número da matrícula ou contrato, que é o seu RA (Registro do Aluno), e número do módulo. Exemplo: Fulano de tal Fone: (xx) 0000-0000 R.A. 00.000 Módulo 3 Espiritualidade Se a avaliação for manuscrita, escreva com letra legível, em um papel pautado (com linhas); se for digita- da, utilize papel branco, "de preferência" não reutilizado. Se preferir enviar suas avaliações via e-mail, você deve digitá-las em Word, sempre seguindo as orientações descritas neste manual, e anexá-las uma a uma (um documento para cada avaliação). Não coloque todas as avaliações num único documento. Depois envie para: Numere as avaliações na mesma ordem em que se encontram no módulo. Não escreva no verso da folha; faça somente uma avaliação por folha; nunca coloque duas avalia- ções na mesma folha para aproveitar papel; nunca use pedaços de papel para completar respostas; seja ordeiro e caprichoso ao fazer suas avaliações. Já recebemos avaliações totalmente mutiladas, 4 19/12/2013 10:34:46</p><p>sujas, amassadas, e isso pode gerar o cancelamento da sua prova e consequentemente a reprovação do aluno na matéria correspondente. Nunca envie somente as respostas. Sempre digite ou escreva a pergunta e depois a sua respectiva resposta, uma a uma. Fazendo assim você acelera o processo de correção das suas provas. As respostas devem expressar exatamente o conceito apresentado no módulo, exceto aquelas que sejam dissertativas. CURSOS OFERECIDOS BÁSICO EM TEOLOGIA (1 ano em média) MÉDIO EM TEOLOGIA (2 anos em média) BACHAREL EM TEOLOGIA (3 anos em média) PÓS-GRADUAÇÃO (1 ano em média) GREGO E HEBRAICO (6 meses) BÍBLICA (6 meses) MISSÕES TRANSCULTURAIS (6 meses) APOLOGÉTICA (1 ano) VOCAÇÃO MINISTERIAL (3 meses em média) TEOLOGIA TEEN (8 meses em média) CONFISSÃO DOUTRINÁRIA A FTB professa fé cristã como exemplificado pelos cinco lemas da Reforma Protestante: Sola Fide (Somente a fé); Sola Scriptura (Somente as Escrituras); Solus Christus (Somente Cristo); Sola Gratia (Somente a Graça); Soli Deo Gloria (A Deus toda glória): Cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus, divinamente inspirada e sem erro quando escrita em sua forma original, sendo a única regra de fé e de prática do cristão (2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21). Cremos em um só Deus Eterno que subsiste em uma Trindade de Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo (Jo 15. 26), as quais são coeternas e de igual dignidade e poder Mt 3.16-17). Cremos na divindade do Filho de Deus, na sua encarnação, no seu nascimento virginal (Lc 1.35), na sua morte expiatória (Ef 1.7), na sua ressurreição, bem como em sua ascensão e intercessão como nosso único mediador (Hb 7.25). Cremos na justificação somente pela fé (At 10.43; Rm 3.24, 10.13). Cremos na obra do Santo para a regeneração e para a santificação (Hb 9.14). Cremos que a verdadeira Igreja - o corpo de Cristo (Ef 1.23) - é formada por todos aqueles que confiam em Cristo como seu Salvador, somente pela fé (Ef 2.8-9; 1 Co 12.13), cuja responsabilidade e privilégio é proclamar o Evangelho até os confins da Terra (Mt 28.19-20). Cremos na imortalidade da alma, na segunda vinda do Senhor (Tt 2.13), na ressurreição do cor- po, no julgamento do mundo por Jesus Cristo, na bem-aventurança dos justos e na punição dos (1 Co 15.25-27). Miolo_modulo 13_FTB.indd 5 19/12/2013 10:34:46</p><p>CONHEÇA A GRADE MÓDULO NÍVEL FUNDAMENTAL 1. Doutrina de Deus Teologia 2. Doutrina da Bíblia Bibliologia 5 LIVROS DIDÁTICOS 3. Geografia Bíblica 4. Panorama do Antigo TAMANHO 21 CM X 27,5 CM Testamento 5. Metodologia Científica Obs.: Contendo Infográficos e (Matéria suplementar) ilustrações MÓDULO VI NÍVEL INTERMEDIÁRIO 1. Língua Portuguesa 2. Gestão Ministerial 4 LIVROS DIDÁTICOS 3. Cosmovisão + 5 MÓDULOS DO FUNDAMENTAL 4. Arqueologia Bíblica 5. Práticas Devocionais (Matéria suplementar) TAMANHO 21 CM CM Obs.: Contendo Infográficos e ilustrações NÍVEL BACHAREL MÓDULO X 1. Filosofia geral 4 LIVROS DIDÁTICOS 2. Sociologia + 9 MÓDULOS DO FUNDAMENTAL 3. Didática E INTERMEDIÁRIO 4. Exegese Bíblica 5. Cidadania TAMANHO 21 CM X 27,5 CM (Matéria suplementar) Obs.: Contendo Infográficos e ilustrações VANTAGENS EXCLUSIVAS AO ALUNO FTB: Matérias suplementares de práticas ministeriais. Assistência integral do coordenador do curso, tanto Com isso, será capacitado para viver o dia a dia pela Internet quanto por telefone ou pessoalmente; da igreja local; Estágios supervisionados nas igrejas, a fim Mensalmente, terá aulas intensivas presenciais de que desenvolva melhor suas habilidades e com professores renomados; conhecimentos;</p><p>CURRICULAR DA FTB MÓDULO MÓDULO III MÓDULO IV MÓDULO V 1. Doutrina de Cristo 1. Doutrina do Espírito 1. História da Igreja 1. Doutrina de Missões Cristologia Santo Pneumatologia 2. Doutrina da Igreja Missiologia 2. História de Israel 2. Doutrina do Pecado 3. Escatologia 2. Evangelismo Estratégico 3. Doutrina dos Anjos Hamartiologia 4. Heresiologia 3. Hermenêutica Angelologia 3. Doutrina do Homem 5. Louvor e Adoração 4. Homilética 4. Panorama do Novo Antropologia (Matéria suplementar) 5. Vida Familiar Testamento 4. Doutrina da Salvação (Matéria suplementar) 5. Práticas Litúrgicas Soteriologia (Matéria suplementar) 5. Espiritualidade (Matéria suplementar) MÓDULO VII MÓDULO VIII MÓDULO IX 1. História da Igreja 1. Teologia do Antigo 1. Liderança 2. Ética Testamento 2. Língua Grega 3. Heresiologia 2. Teologia do Novo 3. Apologética 4. Língua Hebraica Testamento 4. Aconselhamento Pastoral 5. Ministério Infantil 3. Hermenêutica 5. Planejamento da vida (Matéria suplementar) 4. Missões Transculturais (Matéria suplementar) 5. Estratégias de Comunicação (Matéria suplementar) MÓDULO XI MÓDULO XII MÓDULO XIII 1. História da igreja III 1. Filosofia Teológica 1. História da Igreja Brasileira 2. Arqueologia Bíblica 2. História de Missões 2. Psicologia Geral 3. Língua Hebraica 3. Pedagogia Geral 3. Exegese Bíblica II 4. Língua Grega 4. Religiões Comparadas 4. TCC Trabalho de 5. Política 5. Meio Ambiente Conclusão do Curso (Matéria suplementar) (Matéria suplementar) 5. Direito (Matéria suplementar) Carteirinha Funcional de Estudante, por meio da A grade de matérias mais completa do Brasil, qual terá desconto de até 50% em entradas de ampliando assim os seus conhecimentos; programas culturais e livrarias; Diploma de conclusão de caráter Aulas de reforço em nossos programas de rádio e interdenominacional e com o respaldo das TV e em nosso site na internet; principais igrejas evangélicas brasileiras. Miolo_modulo 13_FTB.indd 7 19/12/2013 10:34:47</p><p>HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA 9 19/12/2013 10:34:48</p><p>SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 13 PERÍODO INFRUTÍFERO 14 2. AANTECIPAÇÃO CATÓLICA 14 INÁCIO DE LOIOLAE A COMPANHIA DE JESUS 14 A TRAGÉDIA DA GUANABARA 15 A PRIMEIRA CONFISSÃO DE FÉ PROTESTANTE EM TERRAS BRASILEIRAS 16 A HOLANDESA 17 ANOS DE OMISSÃO 19 3. INICÍO DA SEMEADURA (SÉCULO XIX) 20 A FAMÍLIAREAL E AAÇÃO DA INGLATERRA 20 A COLONIZAÇÃO E 20 AS PRIMEIRAS TENTATIVAS 20 A CHEGADA DOS PRESBITERIANOS 21 AS DUAS INVESTIDAS METODISTAS 21 A CHEGADA DOS BATISTAS 22 4. A EXPLOSÃO EVANGÉLICA NO SÉCULO XX 23 os PRIMEIROS PENTECOSTAIS 23 CONGREGAÇÃO NO RASIL 23 ASSEMBLEIA DE DEUS 24 A MISSÃO EVANGÉLICA PENTECOSTAL DO BRASIL 24 IGREJA DO EVANGELHO QUADRANGULAR 24 EXÉRCITO DE SALVAÇÃO 25 OUTRAS DENOMINAÇÕES 25 AS PRIMEIRAS IGREJAS NATIVAS 26 IGREJAI DO AVIVAMENTO BÍBLICO 26 BRASIL PARA CRISTO 27 CASA DA BÊNÇÃO 27 IGREJA PENTECOSTAL DEUS É AMOR 28 os MOVIMENTOS DE RENOVAÇÃO 28 AS DENOMINAÇÕES NEOPENTECOSTAIS 28 IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS 29 IGREJADA GRAÇA 29 RENASCER EM CRISTO 29 IGREJA MUNDIAL DO PODER DE DEUS 30 MOVIMENTO CELULAR 30 Miolo_modulo 13_FTB.indd 11 19/12/2013 10:34:48</p><p>MÓDULO 13 I HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA 5. o PRESENTE SÉCULO XXI 32 ESTATÍSTICAS BRASILEIRAS 32 A DISTRIBUIÇÃO DAS IGREJAS NO TERRITÓRIO BRASILEIRO 33 SERTÃO NORDESTINO COMO A ÁREAMAIS CARENTE 34 ASPECTOS POSITIVOS DA IGREJA BRASILEIRA 34 ASPECTOS NEGATIVOS DA IGREJA BRASILEIRA 35 CONCLUSÃO 36 APÊNDICE 1 - CRONOLOGIA RELIGIOSA BRASILEIRA 37 APÊNDICE 2 - PEQUENA CRONOLOGIA DA BÍBLIA NO BRASIL 42 BIBLIOGRAFIA 43 12 CURSO DE TEOLOGIA Miolo_modulo 13_FTB.indd 12 19/12/2013 10:34:48</p><p>MÓDULO 13 HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA 1 INTRODUÇÃO Segundo algumas estimativas, a população evangélica do Brasil estaria se aproximando de 50 milhões em 2010, o que o colocaria entre uma das maiores populações do mundo. Seja essa avaliação precisa, ou não, a ver- dade é que o Evangelho no Brasil alcançou enorme êxito. Se levarmos em conta o título de "maior país católico do mundo", e a evangelização protestante tardia, temos um fenômeno notável de crescimento. Não podemos nos esquecer de que esta nação foi, até a primeira metade do século XX, um campo missio- Hoje ela tem enviado missionários para os quatro campos do globo e tem produzido, até certo ponto, um evangelho forte e comprometido. número de igrejas cresce A mídia, tanto aberta quanto específica, é cada vez mais ocupada por programação evangélica. Em diversos campos vemos o espaço sendo ocupado por evangélicos. Sem dúvida uma grande Diante desse quadro atual somos levados a perguntar: Quando e como tudo isso começou? Que pessoas foram instrumentos para tornar o Brasil a potência evangélica que é hoje? Quais foram as denominações e os missio- nários que ajudaram a lançar as bases da Igreja Brasileira? O que foi positivo? O que foi negativo? Todas essas perguntas fazem parte da inquirição histórica. Como disse Soren Aabye Kierkegaard, a vida só pode ser vivida para frente, mas só pode ser compreendida para trás. Tendo o propósito de compreendermos a vida da Igreja Evangélica no Brasil, retornamos no tempo, para a história entendermos e sabermos como chegamos até aqui. Oficialmente, o Brasil tem 500 anos de história. Em boa parte desse tempo, o catolicismo romano deteve a hegemonia. Qualquer outro grupo era impedido de atuar. Como resultado, o protestantismo teve uma penetra- ção tardia e lenta. Como veremos, isso só se deu na segunda metade do século XIX. Por mais de 300 anos a mensagem evangélica foi quase apagada, ou até mesmo inexistente, nessas terras de Cabral. Quando, porém, a pregação do Evangelho se iniciou, ondas e mais ondas de missionários foram chegando, a igreja brasileira se fortaleceu, até se tornar o que hoje nós podemos perceber. Claro que há espaço para muita crítica, inclusive podemos constatar algumas decepções. Não faltam escânda- los. Ainda assim, não podemos deixar de ver os frutos resultantes dos anos de semeadura. De norte a sul e de leste a oeste, esta nação tem sido povoada de igrejas, grandes e pequenas, de todos os estilos, de todas as tendências. Conhecer um pouco dessa história se faz amplamente necessária. CURSO DE TEOLOGIA 13 Miolo_modulo 3_FTB.indd 13 19/12/2013 10:34:48</p><p>MÓDULO 13 HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA 1 PERÍODO Talvez "infrutífero" não seja a palavra adequada para descrevermos esse período. De uma forma ou de outra, a Palavra de Deus sempre produz os seus frutos. O que queremos dizer realmente é que, por um bom tempo, as poucas tentativas do protestantismo de se estabelecer em solo brasileiro foram frustradas. O pouco que foi feito não foi o suficiente para que uma Igreja nascesse de fato. Seriam necessárias mudanças profundas no Brasil e no mundo para que isso viesse a acontecer. Ainda não podemos ignorar essas louváveis tentativas iniciais. A ANTECIPAÇÃO CATÓLICA O Brasil foi descoberto e colonizado por uma nação fortemente católica A Europa vivia o clima da onde havia um esforço contínuo e intenso para extinguir as ideias nascidas da Reforma Pro- testante, tendo como principais representantes Lutero, Calvino e Zwinglio, Dentre as principais forças que personificaram a Contrarreforma estava a Companhia de Jesus, ordem reli- giosa fundada por Inácio de Loiola em 1534, em Paris. Os como eram chamados os membros da ordem, tinham na obediência ao papa, na expansão da Igreja Católica e no combate ao protestantismo seus princípios centrais. Como resultado, o Brasil tornou-se um dos seus principais campos, fosse para aqui expandir a fé cató- lica, fosse para impedir que os protestantes aqui lançassem raízes INÁCIO DE LOIOLA E A COMPANHIA DE JESUS Inácio de Loiola tornou-se militar em 1517. Ferido em uma batalha em 1521, passou meses inválido na casa de seu pai, quando começou a ler livros católicos. Decide dedicar sua vida à conversão de na Terra Santa. Ao sair dali, livra-se dos equipamentos militares e passa a viver como as ordens mendicantes. Ele tem visões de Maria e decide se dedicar a ela, seguindo o espírito das ordens cavalheirescas anteriores (tem- plários e hospitalários). Em 1534, ele e outros seis fundam a Companhia de Jesus.Suz intenção era servir a Igreja Católica e o papa sem questionar. Obedecer como um cadáver. Sua principal obra foi Exercícios Sua obediência à Igreja Católica era extrema. Inácio de Loyola declarou: "Acredito que o branco que eu vejo é negro, se a hierarquia da igreja assim o tiver determinado". Essa afirmação deixa clara a qualidade de pregado- res que foram enviados ao Brasil. Em 1549, os primeiros jesuitas,acompanhando o Governador-Geral Tomé de Souza, chegariam à Bahia lide- rados pelo padre Manoel da Nóbrega. Seu trabalho se deu na área da catequese e da educação. Fundaram diver- SOS colégios, sendo que alguns deles deram origem a cidades, como foi o caso de São Paulo. Procuraram levar os índios ao catolicismo e, com o passar do tempo, assumiram a educação no Podemos destacar os seguintes jesuitas que vieram ao Brasil no século XVI: Padre Manoel da Nóbrega, Padre José de Anchieta e Padre Antônio Esses padres começaram suas atividades em Piratininga, em 25 de janeiro de 1554, construindo um colégio, o qual viria a ser o núcleo em torno do qual se ergueria o povoado e posteriormente a cidade de SP.Esse colégio pode ser considerado a maior obra no Brasil, já que foi ponto de origem da expansão territorial e da colonização do interior do Essa ação inicial em nossa nação infante fez com que o catolicismo se enraizasse profundamente no pensa- mento geral. Por mais de duzentos anos, não apenas mas diversas outras ordens religiosas foram enviada CURSO DE TEOLOGIA 14 13_FTB.indd 14 19/12/2013 10:34:49</p><p>MÓDULO 13 HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA para cá, tendo em vista fortalecer o catolicismo e impedir qualquer presença protestante. A ação dos e a presença do colono português católico resultaram na situação religiosa que predo- minou por quatro séculos. Ao longo do tempo, esse catolicismo mixou-se, com outras influências, tais como, a indígena e a africana, criando-se assim um catolicismo sincrético. Até mesmo no plano econômico, com efeito, os jesuitas não deixaram de marcar sua presença na terra, principalmente no tocante à criação de gado e animais domésticos, tais como, ovelhas, porcos, gali- nhas, patos e No séc. XVI, os jesuitas conquistaram o mérito da criação do ensino no Brasil, da arquitetura e do teatro; da introdução da medicina na Colônia; da preservação das línguas indígenas e do registro da crônica dos fatos importantes da história do seu tempo. Em 1760, alegando conspiração contra o reino português, o marquês de Pombal expulsou os do Bra- sil, confiscando os bens da ordem. Os numerosos bens da Companhia de Jesus foram confiscados e incorporados a Coroa.A ordem dos foi extinta pelo papa Clemente XIV. De qualquer forma, porém, essas raízes fizeram do Brasil a maior nação católica do mundo. A Igreja Protes- tante ainda era uma igreja infante, lutando para sobreviver no continente europeu. Não possuía estrutura e matu- ridade suficientes para se lançar em projetos missionários. Ainda assim, o Brasil foi alvo de ações missionárias por parte da Igreja Protestante. A religiosidade da época incluía uma consciência missionária generalizada e bem arraigada. An- tônio Vieira dizia: "os outros cristãos têm obrigação de crer a fé; o português tem obrigação de a crer e, mais, de a propagar" O rei Dom João III, filho de Dom Manuel I, lá pelo ano de 1549, confessou a Tomé de Sousa,primeiro gover- nador do Brasil, que o objetivo principal que o moveu a povoar as terras descobertas era "para que a gente delas se convertesse à nossa santa fé católica" Naturalmente, como aconteceu com outras nações católicas e protestantes, essa consciência missionária tinha relação com a expansão territorial, com o colonialismo e com o aumento do poder político. É como explica Char- les Boxer: "A aliança estreita e entre a cruz e a coroa, o trono e o altar, a fé e o império, era uma das principais preocupações comuns aos monarcas ibéricos, ministros e missionários em geral" A TRAGÉDIA DA GUANABARA O episódio da França Antártica entrou para os anais da historiografia brasileira como a primeira tentativa de implantar uma colônia protestante em nossas terras. Liderados por Nicolau DurandVillegaignon, e com o apoio do Almirante Gaspar Coligny, os huguenotes (protestantes franceses) buscaram refúgio no Brasil. Em 1555, os franceses planejaram, então, se fixar permanentemente na Baía da Guanabara, um ponto do litoral brasileiro que os portugueses ainda não tinham povoado. Os franceses se instalaram nas ilhas de Sergipe (hoje Villegaignon) e (hoje ilha do Governador), Uruçu-mirim (hoje Flamengo) e em Laje, e denominaram toda essa região de França Antártica. primeiro culto protestante foi realizado em 10 de março de 1557, uma quarta-feira. No dia 21 de março, domingo, foi realizada a primeira Santa Logo começaram atritos entre Villegaignon e os calvinistas franceses, até que, por fim, eles foram expulsos da ilha. A expulsão colocou os calvinistas em contato direto com os índios tupinambás, aos quais procuraram evangelizar, sendo esse evento o primeiro contato missionário protestante com um povo não europeu. Frustrados, os colonos resolveram então pegar um navio e retornar ao seu país. Pouco depois, quando o barco ameaçou naufragar, cinco calvinistas ofereceram-se para voltar a terra. Estes cinco Jean duBourdel, Matthieu Verneuil, Pierre Bourdon, André Lafon e Jacques Le Balleur foram prontamente aprisionados por Villegaignon, que apresentou-lhes uma série de questões e exigiu uma resposta por escrito dentro de doze horas. Esses leigos redigiram um notável documento, conhecido como Confissão de Fé da Guanabara, que CURSO DE TEOLOGIA 15 Miolo_modulo 13_FTB.indd 15 19/12/2013 10:34:49</p><p>MÓDULO 13 HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA posteriormente custou as suas vidas. Diante da recusa dos calvinistas em abjurar as suas Villegaignon condenou-os à morte. Bourdel, Verneuil e Bourdon foram estrangulados e lançados ao mar. André Lafon, sendo o único alfaiate da colônia, teve a vida poupada sob a condição de que não divulgasse as suas ideias religiosas (alguns historiadores dizem que ele negou sua fé). Jacques Le Balleur fugiu para o continente, indo parar em São Vicente, onde pregou as suas Por insistência dos jesuitas, foi levado para a capital colonial, Salvador, onde esteve aprisionado por vários anos (1559-1567). Em 1567, o governador geral, Mem de Sá, levou-o para o Rio de Janeiro,fundado há pouco tempo, onde ele foi enforcado e os últimos franceses foram finalmente expulsos. Terminou assim essa primeira tentativa frustrada de estabelecer o protestantismo no Brasil. Essa aventura nos rendeu alguns frutos, senão pela continuidade, pelo menos, como um finca-pé. A primeira ceia foi celebrada e, igualmente, uma primeira confissão foi elaborada e publicada, sendo conhecida como "a Confissão da A PRIMEIRA CONFISSÃO DE FÉ PROTESTANTE EM TERRAS BRASILEIRAS Como poderemos perceber, essa Confissão procura salientar não apenas os pontos principais do Cristianis- mo, como também os pontos nos quais o protestantismo difere do catolicismo. A verdade é que seus redatores bem sabiam que, ao elaborá-la, estavam assinando sua sentença de morte. A finalidade dessa declaração de fé, solicitada por Villegaignon, não era, de forma alguma, tornar pública a fé daqueles homens, mas sim declará-los hereges, usando para,tal propósito, suas próprias palavras. Independentemente dos propósitos e resultados de cada um dos lados, o documento é de uma riqueza imensa, servindo como marco do protestantismo em terras brasileiras: I. Cremos em um só Deus, imortal, invisível, criador do céu e da terra, e de todas as coisas, tanto como invisíveis, o qual é distinto em três pessoas: o Pai, o Filho e o Santo que não constituem senão uma mesma substância em essência eterna e uma mesma vontade; II. Adorando nosso Senhor Jesus Cristo, não separamos uma natureza da outra, confessando as duas nature- zas, a saber, divina e humana nele inseparáveis. III. Cremos, quanto ao Filho de Deus e ao Santo o que a Palavra de Deus e a doutrina apostólica, e o nos ensinam. IV. Cremos que nosso Senhor Jesus Cristo virá julgar os vivos e os mortos, em forma visível e humana como subiu ao céu, executando tal juízo na forma em que nos predisse no capítulo vinte e cinco de Mateus, tendo todo o poder de julgar, a Ele dado pelo Pai, sendo homem. V. Cremos que no santíssimo sacramento da ceia, com as figuras corporais do pão e do vinho, as almas fiéis são realmente e de fato alimentadas com a própria substância do nosso Senhor Jesus, como nossos corpos são alimentados de alimentos, e assim não entendemos dizer que o pão e ovinho sejam transformados ou transubs- tanciados no seu corpo, porque o pão continua em sua natureza e substância, semelhantemente ao vinho, e não há mudança ou alteração. VI. Cremos que, se fosse necessário pôr água no vinho, os evangelistas e São Paulo não teriam omitido uma coisa de tão grande consequência. VII. Cremos que não há outra consagração senão a que se faz pelo ministro, quando se celebra a ceia, recitando o ministro ao povo, em linguagem conhecida, a instituição desta ceia literal- mente, segundo a forma que nosso Senhor Jesus Cristo nos prescreveu, admoestando o povo quanto à morte e paixão do nosso Senhor. VII. Cremos que não há outra consagração senão a que se faz pelo ministro, quando se celebra a ceia, recitan- do o ministro ao povo, em linguagem conhecida, a instituição desta ceia literalmente, segundo a forma que nosso Senhor Jesus Cristo nos prescreveu, admoestando o povo quanto à morte e paixão do nosso Senhor. VIII. santo sacramento da ceia não é alimento para o corpo como para as almas (porque nós não imagina- mos nada de carnal, como declaramos no artigo quinto) recebendo-o por fé, a qual não é IX. Cremos que o batismo é sacramento de penitência, e como uma entrada na igreja de Deus, para sermos CURSO DE TEOLOGIA 16 16 19/12/2013 10:34:49</p><p>MÓDULO 13 HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA incorporados em Jesus Cristo. Representamos a remissão de nossos pecados passados e futuros, a qual é adqui- rida plenamente, só pela morte de nosso Senhor Jesus. X. Quanto ao livre arbítrio, cremos que, se o primeiro homem, criado à imagem de Deus, teve liberdade e vontade, tanto para bem como para mal, só ele conheceu o que era livre arbítrio, estando em sua integridade. Ora, ele nem apenas guardou este dom de Deus, assim como dele foi privado por seu pecado, e todos os que descen- dem dele, de sorte que nenhum da semente de Adão tem uma centelha do bem. O homem predestinado para a vida eterna, embora peque por fragilidade humana, todavia não pode cair em impenitência. XI. Cremos que peitence só à Palavra de Deus perdoar os pecados, da qual, como diz santo Ambrósio, o ho- mem é apenas o ministro; portanto, se ele condena ou absolve, não é ele, mas a Palavra de Deus que ele anuncia. XII. Quanto à imposição das mãos, essa serviu em seu tempo, e não há necessidade de conservá-la agora, porque pela imposição das mãos não se pode dar o Santo Espírito, porquanto isto só a Deus XIII. A separação entre o homem e a mulher legitimamente unidos por casamento não se pode fazer senão por causa de adultério, como nosso Senhor ensina (Mateus 19:5). XIV. São Paulo, ensinando que o bispo deve ser marido de uma só mulher, não diz que não lhe seja lícito tornar a casar, mas o santo apóstolo condena a bigamia a que os homens daqueles tempos eram muito afeitos; todavia, nisso deixamos o julgamento aos mais versados nas Santas Escrituras, não se fundando a nossa fé sobre esse ponto. XV. Não é lícito votar a Deus, senão o que ele aprova. Ora, é assim que os votos monásticos só tendem à cor- rupção do verdadeiro serviço de Deus. É também grande temeridade e presunção do homem fazer votos além da medida de sua vocação, visto que a santa Escritura nos ensina que a continência é um dom especial (Mateus 15 e 1 Coríntios 7). Portanto, segue-se que os que se impõem esta necessidade, renunciando ao matrimônio toda a sua vida, não podem ser desculpados de extrema temeridade e confiança excessiva e insolente em si mesmos. E por este meio, tentam a Deus, visto que o dom da continência é em alguns apenas temporal, e o que o teve por algum tempo não o terá pelo resto da vida. Por isso, pois, os monges, padres e outros tais que se obrigam e prometem viver em castidade, tentam contra Deus, por isso que não está neles o cumprir o que prometem. XVI. Cremos que Jesus Cristo é o nosso único Mediador, intercessor e advogado, pelo qual temos acesso ao Pai, e que, justificados no seu sangue, seremos livres da e por ele já reconciliados teremos plena vitória contra a morte. Quanto aos santos mortos, dizemos que desejam a nossa salvação e o cumprimento do Reino de Deus, e que o número dos eleitos se complete; todavia, não nos devemos dirigir a eles como intercessores para obterem alguma coisa, porque o mandamento de Deus. Quanto a nós, ainda vivos, enquanto estamos unidos como membros de um corpo, devemos orar uns pelos outros, como nos ensinam muitas passa- gens das Santas Escrituras. XVII. Quanto aos são Paulo, na Primeira Epístola aos Tessalonicenses, no capítulo quatro, nos proíbe entristecer-nos por eles, porque isto convém aos pagãos, que não têm esperança alguma de ressuscitar. O apósto- lo não manda e nem ensina orar por eles, o que não teria esquecido se fosse conveniente. A EXPERIÊNCIA HOLANDESA A segunda experiência protestante no Brasil ocorrerá em 1624, quando os holandeses conquistam Pernambu- e ali permanecem por trinta anos. Não se tratava de um empreendimento missionário de forma alguma, mas por este caminho a Igreja Reformada Holandesa foi transplantada no Brasil. Isto não significa que o protestantismo trazido pelos holandeses não apresentasse nenhuma influência, muito pelo contrário. Como acontecia com os países católicos, os países protestantes também viam nos empreendi- mentos comerciais uma oportunidade para divulgar sua fé. A Igreja na Holanda estava sendo influenciada pelo puritanismo e, por isso, procurava apresentar uma fé vigorosa. Foram designados diversos ofícios para pastorear o rebanho naquela terra de clima estranho. Havia pregado- res, diáconos, consoladores, mestres-escolas e proponentes. Suas funções iam desde pregar aos in- CURSO DE TEOLOGIA 17 Miolo_modulo 13_FTB.indd 17 19/12/2013 10:34:49</p><p>MÓDULO 13 HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA dígenas até cuidar da assistência social aos órfãos e viúvas. Os proponentes eram os aspirantes ao ministério que trabalhavam como auxiliares de Estima-se que no Brasil holandês havia aproximadamente 22 igrejas, 54 pastores e proponentes, 120 120 diáconos e mais 100 consoladores e mestres-escolas. Foi feito um excelente trabalho de evangelização aos indígenas, tendo sido escrito inclusive um catecismo em língua tupi. Muitos índios abraçaram e fé reformada, sendo que muitos desses já haviam sido anteriormente batizados como católicos. Os reformados não os batizava novamente, apenas faziam questão que eles soubessem proferir sua fé. Infelizmente, toda essa estrutura terminou com a expulsão dos holandeses pelos portugueses em 1654. Não só os holandeses tiveram de deixar o país, também os convertidos à fé reformada, tanto índios quanto e de outras nacionalidades, foram embora com eles. Embora a liberdade religiosa tenha predominado no Brasil Holandês, não resta dúvida de que conflitos com o catolicismo tenham sido inevitáveis. Não houve uma "Inquisição Protestante", mas a hegemonia da Igreja Re- formada Holandesa se chocou ocasionalmente com aquela que era a tradição religiosa brasileira. Em um trecho da Ata da Igreja Holandesa podemos ler: Há uma grande reclamação sobre a grande liberdade dos papistas [designação dada aos católicos romanos], mesmo nos lugares onde se submeteram aos nossos aqui no país, sem ter feito acordo. Pois pregam sem impe- dimento em igrejas públicas, os frades habitam em conventos e gozam de suas rendas, fazem procissão nas vias públicas, edificam templos sem o conhecimento das autoridades, casam mesmo a holandeses sem anúncio, o que não é permitido entre nós por várias razões, e ouvem em confissão aos condenados à morte. A classe resolveu falar a esse respeito e pedir ao Supremo Conselho que no futuro proíbam tais abusos sobre os quais não se tem procedente na República. Por esse documento, é fácil perceber a presença do catolicismo na região sob a vigilância da Igreja Reformada Vale lembrar que o Protestantismo, em seus primórdios, alimentou muito do autoritarismo católico, mesmo porque boa parte das igrejas protestantes também eram estatais. Outro trecho dessa mesma ata mostra ainda mais essa natureza hegemônica dos holandeses ao tratar da ques- tão dos judeus: Também não são poucas as reclamações sobre a grande liberdade que gozam os judeus no seu culto divino, a ponto de se reunirem publicamente em dois lugares no Recife, alugados por eles para esse fim. Tudo isso contraria a propagação da verdade, escandalizando os crentes e os portugueses, que julgam que somos meio judeus, em prejuizo da Igreja Reformada, onde esses com outros que também são inimigos da verdade gozam de igual liberdade. Sobre isso julgam urgente recomendar muito seriamente queo Supremo Conselho que empregue a sua auto- ridade para impedir tais abusos. Também é importante observar o compoitamento da Igreja Holandesa com relação aos negros, ressaltando que nada se alterou com a questão da Os negros eram comercializados livremente e utilizados livre- mente na produção da cana de açúcar. Sobre isso se lê na Ata: terceiro assunto é a grande desordem e irreligião cometidas quantos aos negros, que são: a) Não virem à Igreja b) Na compra e venda muitas vezes as pessoas casadas são separadas c) Cometem adultério e prostituição sem sofrerem pena d) Trabalham aos domingos CURSO DE TEOLOGIA 18 13_FTB.indd 18 19/12/2013 10:34:49</p><p>MÓDULO 13 HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA Como vemos, levando-se em conta o da época, a Igreja Reformada Holandesa não se de forma omissa no Brasil, pois ela procurava influenciar todos os grupos no Brasil e entendia sua missão de evangelizar e moralizar. os ANOS DE OMISSÃO Entre a tentativa de Guanabara e o estabelecimento da Igreja Reformada Holandesa no Nordeste, correram 63 anos. A próxima tentativa dessa natureza terá de esperar mais 187 anos, quando ocorrerá a imigração alemã e Os primeiros missionários vindos com intuito evangelístico só chegarão, de fato, em 1855, ou seja, 225 anos Um triste silêncio protestante nas terras de Cabral. Muitas foram as razões para essa omissão. Mesmo tendo o Protestantismo conquistado definitivamente seu direito de existir após o fim da Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), a situação ainda era As grandes por- ções da América do Sul estavam nas mãos de Espanha e Portugal, nações católicas em uma época em que religião e estado se confundiam. Mesmo na ala Protestante, a noção de que a religião do rei deveria ser a religião do povo prevalecia, a religião somente acompanhava os empreendimentos estatais. Além desse fato, a experiência com os holandeses endureceu o coração da liderança católica. A Inquisição aumentou suas atividades e todo estrangeiro foi proibido de entrar no país por um bom tempo. Mesmo com o grande mover missionário, iniciado na Inglaterra a partir do fim do século XVIII e início do XIX, o Brasil não parecia um campo propício, preferindo-se para o trabalho missionário as regiões da Ásia. Ficaríamos esquecidos pela obra missionária ainda por algum tempo. Temos o importante registro do missionário Henry Martim, que quando rumava para o seu campo nas Índias, passou uns dias em Salvador, na Bahia. Ele escreveu em seu diário: Que missionário será enviado para trazer o nome de Cristo a estas regiões ocidentais? Quando será que esta terra será libertada da idolatria e do cris- tianismo espúrio? Há cruzes em abundância; mas quando será levantada a doutrina da O anseio de seu coração teria de esperar ainda alguns anos para ser atendido satisfatoriamente. VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM Capitulo 1 1) Por que o protestantismo tardou a fincar raízes nas terras brasileiras? 2) que foi a Tragédia da Guanabara? 3) Em que consistiu a experiência protestante holandesa? 4) Que importância teve Henry Martim para a evangelização do Brasil? 1 REILY, Duncan Alexander. História Documental do Protestantismo no Brasil. São Aste, 2003. p. 49 CURSO DE TEOLOGIA 19 13_FTB.indd 19 19/12/2013 10:34:49</p><p>MÓDULO 13 HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA 3 INICÍO DA SEMEADURA (Século XIX) Mesmo sendo descrito como o "Grande Século Missões Protestantes", no Brasil ele foi apenas o início de um trabalho árduo. Com quase quatro séculos de hegemonia católica, inserido em uma estrutura religiosa estatal, não seria fácil introduzir aqui a mensagem do evangelho. Ainda assim alguns acontecimentos colaboraram para A terra foi arada e mais tarde estaria apta para uma maior semeadura e para uma grande colheita. A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA E A AÇÃO DA INGLATERRA As Guerras Napoleônicas tiveram um importante papel na história brasileira e de alguma forma também foram responsáveis pela primeira abertura ao Quando o rei D. João VI vem com a família real para o Brasil, fugindo de o principal motivo era sua amizade com a Inglaterra, um país protestante. Ao chegar aqui, uma de suas primeiras atitudes foi abrir os portos brasileiros para as nações amigas, sendo a preferência da Pelo tratado de 1810 os ingleses que aqui residissem ganharam liberdade para realizar seu culto sem serem prejudicados, desde que não fizessem prosélitos, os seus templos não parecessem igrejas ou seus praticantes não a boa ordem pública. Embora pequeno, esse passo seria importante abertura para a ação protestante, somada a outras que se seguiriam. Também por via inglesa, a Bíblia na língua portuguesa, traduzida por João Ferreira de Almeida, começaria a entrar no país. Em 1814, a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, introduziria, discretamente, as Escrituras no Brasil a bordo de navios portugueses que para cá se dirigiam. A COLONIZAÇÃO E os LUTERANOS Menos de dois anos após a Independência, começam a chegar as primeiras levas de alemães luteranos para o Brasil. A maior parte deles se dirigiu ao Rio Grande do Sul, mas alguns se estabeleceram em Nova Friburgo no Rio de Janeiro. Não constituía ainda um evento missionário. Os ministros religiosos que aqui vieram destinavam- -se apenas a atender as necessidades de sua comunidade. De fato, não houve qualquer esforço missionário por parte dos colonos, que permaneceram fechados em torno de si mesmos, tanto cultural quanto espiritualmente. Ainda assim, os eclesiásticos existentes recebiam proventos do Estado, à semelhança do que já acontecia com os padres católicos romanos. Essa atitude mostrava uma transformação no quadro religioso do Brasil. Já não se podia dizer que éramos um país cem por cento católico. Mesmo tendo de viver aqui sob restrições religiosas de diversas naturezas, novos ventos já sopravam. AS PRIMEIRAS TENTATIVAS A ação missionária para o Brasil tem início em 1855, exatos 355 anos depois de seu descobrimento. Os mis- sionários eram geralmente anglo-americanos, sendo a maioria proveniente dos EUA. Começou com os congre- gacionais, depois vieram os presbiterianos, os metodistas, os batistas e por fim os episcopais em 1889 Em geral eram homens dedicados, piedosos e com boa cultura Alguns podem ser descritos como duplamente vocacionados, sendo missionários e médicos, missionários e educadores, missionários e agrônomos, missionário e escritores. Fundaram igrejas, escolas, hospitais, seminários, institutos bíblicos, clínicas, jornais e editoras. Colocaram a Bíblia na mão do povo, lutaram em favor da liberdade religiosa no país e obrigaram a igreja a reconhecer e respeitar a diversidade. CURSO DE TEOLOGIA 20 modulo 20 19/12/2013 10:34:49</p><p>MÓDULO 13 HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA Não há estatísticas abrangentes do número de missionários que vieram para cá. Sabe-se que somente a Igreja Presbiteriana do Sul dos Estados Unidos enviou para as terras brasileiras 65 missionários. Destes, 47 eram casa- dos e dezoito eram solteiros. Entre os solteiros, havia 5 homens e 13 mulheres. Essa é apenas uma amostragem dos primórdios do esforço missionário para o Brasil. Nesses primórdios normalmente se omite o nome de Robert ReidKalley, um missionário congregacional que chegou ao Rio de Janeiro em 1855. Devido a sua alta posição cultural e econômica, ele teve acesso à elite brasileira nos tempos do Império, batizando inclusive membros da nobreza. O próprio Imperador, D. Pedro II, chegou a frequentar a casa de Kalley. No mesmo ano em que chegaram ao Rio, fundaram uma escola dominical que funcionava em sua luxuosa casa. Quando ele veio para o Brasil, trouxe com eles alguns irmãos que ele havia ganhado para Cristo na Ilha da Madeira, os quais ajudaram principalmente no trabalho de colportagem (venda de Bíblias), muito comum nesses primeiros tempos de evangelização. Embora fosse um congregacional de origem presbiteriana, ele era alheio a denominacionalismos e fórmulas rígidas de credos. A Igreja Evangélica Fluminense, por ele fundada, veio a ser a matriz da União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil. A CHEGADA DOS PRESBITERIANOS A vinda dos presbiterianos está ligada à história de Ashbel Green Simonton. Ele chegou ao Brasil em 1959 e permaneceu apenas por sete anos, mas sua dedicação tornou esse tempo bastante Desembarcou no Rio de Janeiro ainda solteiro, após ter se formado no seminário de Princenton e ser ordenado ao ministério. No curto período de tempo em que ele permaneceu aqui, ele fundou a primeira igreja presbiteriana (hoje, Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro), o primeiro jornal (Imprensa Evangélica), o primeiro presbitério, a primeira escola paroquial e o primeiro Recebeu em média dez profissões de fé por ano, escreveu ser- e poesias em português e participou da ordenação do primeiro pastor brasileiro, o ex-padre José Manuel da Conceição (1865). Este último foi uma grande aquisição para a igreja protestante no Brasil. Simonton morreu no Brasil, de febre amarela, aos 34 anos. AS DUAS INVESTIDAS METODISTAS Os metodistas, devido ao seu forte ardor missionário, haviam realizado uma primeira empreitada no Brasil na primeira metade do século XIX. Justus Spauding veio para cá em 1936; e Daniel Kidder, em 1937.Com a morte da esposa, Kidder voltou em 1940 e Spauding ausentou-se do Brasil no final de 1941, deixando uma congregação de 40 membros. Após isso, devido a problemas denominacionais e a Guerra da Secessão americana, os metodis- tas demoraram mais 25 anos para retornar ao Brasil. Em 1867, o cinquentenário Junius E. Newman recomeçou o trabalho aqui e permaneceu por 24 anos. Traba- lhou a maior parte do tempo em Saltinho, próxima a Campinas, junto aos colonos americanos que aqui estavam. Morreu em 1898, aos 76 anos. O segundo missionário metodista chegou ao Brasil em 1876, isto é, 22 anos depois de Chamava-se John James Ranson e tinha apenas 22 anos. Meses depois de chegar aqui, perdeu a esposa, vítima da febre ama- rela, casando-se novamente, quatro anos depois. Embora tenha vivido até os 80 anos, permaneceu por apenas 10 anos e meio no Brasil. Fundou o jornal Methodista Catholico, que no ano seguinte receberia o nome de Expositor Cristão, até hoje, órgão oficial da Igreja Metodista no Brasil O terceiro missionário metodista, James William Koger, chegou em 1881, tendo 29 anos de idade. Como Simonton, ele morreu de febre amarela aos 34anos de idade. Realizou, contudo, uma grande proeza. Recebeu autorização para construir em São Paulo o primeiro templo protestante com aparência externa de templo. Até a Proclamação da República, em 1889, somente os edifícios católicos possuíam esse direito. O primeiro pastor metodista brasileiro chamava-se Bernardo de Miranda e foi batizado por Koger no dia da organização da Igreja Metodista de São Paulo, em 1884. Foi ordenado pelo bispo Granbery, em agosto de 1890, CURSO DE TEOLOGIA 21 Miolo_modulo 3_FTB.indd 21 19/12/2013 10:34:49</p><p>MÓDULO 13 HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA teve apenas seis meses de ministério e depois morreu. Na verdade, a morte, geralmente por febre amarela, atingiu a Igreja Metodista mais do que outras denominações. A CHEGADA DOS BATISTAS trabalho batista começou com dois casais que aceitaram o convite para ser imigrantes americanos em São Paulo: William e Anna Bagby, que vieram primeiro, e no ano seguinte, chegaram Zacarias e Kate Taylor. casal Bagby chegou ao Rio de Janeiro em 2 de março de 1881, sem conhecer pessoa alguma. Mesmo as- sim, conseguiram fazer contatos e terminaram por se estabelecer primeiramente em Santa Bárbara d'Oeste, onde começaram a aprender a língua portuguesa. Seguiram depois para Campinas, indo para o Colégio Presbiteriano, a fim de continuarem os estudos da língua portuguesa e darem suporte nas atividades do referido Colégio. No ano seguinte, chegou o casal Taylor e, tendo terminado o aprendizado da língua portuguesa, decidiram partir para a Bahia, onde não havia nenhuma igreja evangélica. Um brasileiro, juntamente com sua família, acompanhou o casal Bagby. Tratava-se de um ex-padre, convertido pela pregação da Igreja Metodista que havia se mudado para Santa Bárbara d'Oeste. Foi assim que, em 15 de outubro de 1882, a Primeira Igreja Batista da Bahia surgiu, tendo apenas 5 membros. Em dezembro de 1883, havia 25 membros e 35 alunos matriculados da Escola Dois anos se passaram, e o casal Bagby resolvera se mudar para a capital do Império, Rio de Janeiro, onde seria aplicado o mesmo sistema para se iniciar o trabalho. Apesar da ajuda de outros missionários que foram chegando, a obra ali não cresceu muito. Após 18 anos, mudaram-se outra vez, agora, porém, para São Paulo. A missionária Anna já havia terminado a educação dos seus filhos e queria tornar-se mais ativa nas atividades da Igreja Batista. Através de seu esforço, foi criado o Colégio Batista Progresso Brasileiro, em 1902, com 70 alunas matriculadas. Em 1910, ela entregou o colégio à junta de educação, o qual passou a ser chamado Colégio Batista Brasileiro, localizado no Bairro de Perdizes. Anna veio a falecer em 1942, três anos após o falecimento de seu marido. VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM Capítulo 2 1) Em que sentido a vinda da família real portuguesa para o Brasil facilitou a entrada do protestantismo. 2) Quem foi Robert Kalley? 3) Por que a presença de luteranos no Brasil não representou um marco significativo na evangelização? 4) Como foi a vinda dos metodistas para as terras brasileiras? CURSO DE TEOLOGIA 22 22 19/12/2013 10:34:49</p><p>MÓDULO 13 HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA 4 A EXPLOSÃO EVANGÉLICA NO SÉCULO XX Estando as bases evangélicas lançadas no solo brasileiro, no século XX o país abrigaria um movimento que, tendo se iniciado no EUA, espalhava-se agora por toda terra o Movimento Pentecostal. Primeiramente, com Parham, e a partir de 1907, através do que se chamou Movimento da Rua Azusa, em Los Angeles, a experiência do batismo com o Espírito Santo e os dons espirituais passaram a obter É inegável que a entrada do Movimento Pentecostal no Brasil, mediante o trabalho das Assembleias de Deus e de outras denominações pentecostais, produziu um crescimento significativo na igreja evangélica. Prova disso é que as maiores denominações são pentecostais e outras igrejas mais tradicionais, mas tarde passaram por uma experiência de renovação. Ainda assim não podemos falar de um crescimento evangélico expressivo na primeira metade do século XX Nesse período, tanto as igrejas históricas, quanto as pentecostais, tiveram um desenvolvimento lento, mas cons- tante, embora dentro de um percentual baixo. Foi na última metade do século XX que esse crescimento se acele- rou, não somente nas igrejas "importadas", mas também entre as denominações que nasceram em solo brasileiro. Esse fato contribuiu significativamente para tornar a igreja brasileira uma das maiores do mundo. os PRIMEIROS PENTECOSTAIS O movimento pentecostal de hoje traça seus vestígios da sua comunidade a uma reunião de oração no Colégio Bíblico Betel em Topeka, Kansas em 1° de janeiro de 1901.Ali, muitos chegaram à conclusão de que falar em línguas era o sinal bíblico do batismo no Espírito Santo Charles Parham, o fundador dessa escola, que mais tarde passaria a ser estabelecida em Houston, Texas. Apesar da segregação racial em Houston, William J. Seymour, um pregador negro, foi autorizado a assistir às aulas bíblicas de Seymour viajou para Los Angeles, onde sua pregação provocou o Avivamento da Rua Azusa em 1906. Apesar do trabalho de vários grupos wesleyanos avivalistas, como Parham e D.L. Moody, o início do movimento pentecostal difundido nos Estados Unidos é ge- ralmente considerado como tendo sido iniciado com Seymour no avivamento da Rua Azusa. A partir dali sairiam diversos líderes para vários lugares do mundo, fundando igrejas segundo os mesmos princípios estabelecidos. CONGREGAÇÃO NO RASIL Ainda que seja apontado por boa parte da liderança evangélica como sendo uma seita, ou pelo menos como um movimento contraditório, a verdade é que a Congregação Cristão no Brasil é apontada por alguns como a primeira igreja pentecostal que aqui se estabeleceu. Louis Franscescone era um italo-americano, ligado à Primei- ra Igreja Presbiteriana de Chicago. Assim como os futuros fundadores da Assembleia de Deus, ele também teve contato com o movimento da Rua Azusa, embora essas igrejas apresentem características bem distintas. Em março de 1910, tendo primeiramente frequentado a Igreja Presbiteriana do Brás, desligou-se dela, e jun- tamente com Giacomo Lombardi e Pietro Ottolini, iniciou a Congregazione Christiana As pessoas que fizeram parte desse núcleo inicial eram geralmente de origem italiana. Entre eles havia dissidentes batistas, presbiteria- nos, metodistas e católicos. Dessa forma, o movimento pentecostal tinha início no Brasil, pouquíssimo tempo antes da chegada dos missionários suecos. CURSO DE TEOLOGIA 23 13_FTB.indd 23 19/12/2013 10:34:49</p><p>MÓDULO 13 HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA ASSEMBLEIA DE DEUS Em novembro de 1910 um navio de nome Clement, partindo de Nova chegava ao Pará trazendo a bordo dois homens que seriam os responsáveis pela maior denominação brasileira: os suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren. Chegando ao Pará, os missionários filiaram-se a Igreja Batista. Logo depois, devido a pressões, desligaram- -se desse grupo e com simpatizantes da experiência pentecostal fundaram a Missão da Fé Apostólica, no dia 18 de junho de 1911. Esse nome era utilizado por Seymour, um dos líderes da Rua Azusa em Los Angeles. O nome Assembleia de Deus só seria adotado seis anos e meio depois, em janeiro de 1918. Ao contrário das igrejas históricas, que se estabeleceram mais ao sul do país e, depois, dirigiram-se para as outras regiões, a Assembleia de Deus, tendo iniciado o seu trabalho missionário no Pará, somente mais tarde, chegou ao Rio de Janeiro e São Paulo. Tornou-se a maior denominação do país, com cerca de 22.000 templos espalhados por todo o território nacional. O número total de membros nas Assembleias de Deus é estimado entre 8 a 10 A MISSÃO EVANGÉLICA PENTECOSTAL DO BRASIL terceiro grupo pentecostal foi a Missão Evangélica Pentecostal do Brasil. Foi organizado pelo missionário Americano Harland Graham e pelo canadense Harold Matson. Não tinham a princípio o objetivo de estabelecer uma denominação, mas isso terminou por acontecer. Chegaram ao Brasil em 1939, na cidade de Manaus, capital do Amazonas. Este trabalho não teve início com membros de outras denominações, mas iniciou-se a partir de evangelismo e discipulado. Apesar de menos expressiva do que as duas primeiras, não pode ser esquecida dentro da historiografia evangélica pentecostal do Brasil. IGREJA DO EVANGELHO QUADRANGULAR A próxima denominação pentecostal a chegar ao Brasil foi a Igreja do Evangelho Quadrangular. Chegaria somente em 1951, vinda dos EUA, onde foi fundada por uma jovem canadense chamada Aimee Semple Trediti humilitati, McPherson. O nome da igreja deriva da interpretação de sua fundadora para os rostos dos quatro se- res viventes que o profeta Ezequiel viu no início de seu ministério. Eles seriam quatro ângulos do ministério de Jesus: Ele salva, Ele cura, Ele batiza com o Espírito Santo e Ele há de voltar. Quem implantou a Igreja Quadrangular no Brasil foi um ex-ator de filmes de faroeste, Harold Willians. Ele já havia uma experiência missionária na Bolívia durante 9 meses. Após uma longa viagem ele desembarcou em Santos, seguindo depois para Poços de Calda, no Sul de Minas. Após viajar por todo o país, a fim de conhecê-lo melhor, Harold completava 33 anos. Os quatro primeiros anos no Brasil não forammuito produtivos, dois anos em Poços de Caldas e dois anos em São Paulo, no bairro de São João da Boa Vista. Fundou então a Igreja Evangélica do Brasil, a partir da doutrina quadrangular, que era a mentora da Cruzada Nacional de Evangelização. Em 1958, sete anos depois, a igreja mudou de nome passando a se chamar Igreja do Evangelho Quadrangular como acontecia nos EUA. A partir de então, o trabalho teve um crescimento significativo, principalmente nos Estados de São Paulo e A Igreja Quadrangular deu bastante ênfase ao trabalho com tendas. A necessidade surgiu pelo fato de Harold ter trazido ao Brasil o evangelista e pregador de curas divinas Raymond Boatright. Como o apoio da Igreja Pres- biteriana Independente e da Igreja Metodista, ambos foram para a região de Presidente Prudente e Americana, no interior de São Paulo. Os lugares disponíveis para reunir o povo tornaram-se pequenos de mais, e por isso Willians foi para os EUA e trouxe uma tenda para 1.200 lugares. A mesma foi usada a primeira vez em 1954 no bairro do Cambuci em São Paulo. Em pouco tempo eles já possuíam cerca de 300 ministros ordenados e cada um deles recebeu uma tenda e um sistema de alto-falantes para realizar um trabalho itinerante. Uma das grandes contribuições dessa denominação pentecostal foi o fato de que, diferente das demais, ela CURSO DE TEOLOGIA 24 24 19/12/2013 10:34:50</p><p>MÓDULO 13 HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA deu ênfase ao preparo bíblico e teológico dos obreiros. Em 1957 Dorothy Marguerite Hawley viria ao Brasil para fundar o que hoje é o Instituto Teológico Outro destaque dessa denominação é o espaço concedido ao ministério Talvez pelo fato de possuir uma mulher como fundadora, uma boa parte das igrejas é conduzida por pastoras, sendo que em muitos casos a esposa é a titular da igreja. EXÉRCITO DE SALVAÇÃO Seria uma grande omissão deixar de citar nesse período a chegada do Exército de Salvação ao Brasil. Esse trabalho foi fundado,em 1865, por William Booth, um pastor metodista Os primeiros missionários dessa denominação chegaram aqui no ano de 1922, e ao contrário do que aconteceu com outros grupos, eles fizeram um trabalho com missionários de diferentes Havia oficiais (como eles denominam seus minis- tros, de modo geral) suecos, ingleses, dinamarqueses, alemães, canadenses, australianos, neozelan- deses, norte-americanos, japoneses, chilenos e argentinos. Com forte ênfase em obras sociais, o Exército de Salvação trabalhou muito em zonas de meretrício. Era mui- to comum ver jovens e adolescentes percorrendo os bairros sombrios das grandes cidades, entrando em bares e outros lugares escusos, divulgando seu jornal Brado de Guerra, hoje conhecido como David e Stella Miche, pioneiros do trabalho, permaneceram no Brasil pouco tempo: de maio de 1922 até agosto de 1928. David estava com 61 anos, quando,por motivos de saúde, retornou à onde viria a falecer, aos 71 anos de idade. O trabalho do Exército de Salvação prosseguiu desde então, contando com o apoio dos convertidos. Embora o Exército de Salvação não peitença ao grupo pentecostal, foi incluído aqui por ter sido uma das últimas grandes denominações a vir ao Brasil. Não podemos nos esquecer que este grupo, com sua ênfase no trabalho social permanece com uma das maiores organizações filantrópicas do mundo, além de destacar-se por seu zelo e missionário. OUTRAS DENOMINAÇÕES Com certeza, outros trabalhos missionários merecem ser lembrados como importantes instrumentos de Deus para o estabelecimento do evangelho em nossa nação. Entre eles, podemos falar da Igreja Nova Vida no Brasil. A Igreja Nova Vida é fruto do ministério do Bispo Robert McAlister, canadense, que chegou ao Brasil no ano de 1960 no Rio de Janeiro. Oriundo do pentecostalismo clássico e filho de pastores, sua origem religiosa está na Assembleia Pentecostal do Canadá. O Bispo Robert foi missionário em vários lugares do mundo e esteve pregando no Brasil em 1958/1959 a convite das Igrejas Assembleias de Deus e Evangelho Quadrangular. O seu ministério iniciou-se no Rio de Janeiro, através de um programa de rádio, a Voz de Nova Vida. Em 1961, foi realizado o primeiro culto na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no centro da cidade. A partir de então, o crescimento da igreja foi constante. Também merece ser mencionada a Igreja do Nazareno. É uma denominação centenária de nível internacional surgida durante o Movimento de Santidade, ocorrido na Europa e América do Norte ao longo do século XIX. A Igreja do Nazareno tem como base os princípios do Wesleyanismo e do Metodismo, sendo que em algumas regiões seus membros são referidos como Nazarenos. Em 2008, o número de membros já ultrapassava a marca de 1.837.393 membros de 23 mil templos diferentes em 155 lugares do mundo. O primeiro culto no Brasil foi realizado no dia 12 de outubro de 1958, em Campinas, quando a denomina- ção celebrava 50 anos. Participaram desse evento três famílias americanas, os Mosteller, Gates e Stegmoller, e alguns brasileiros. Logo após, vieram outros missionários norte-americanos e cabo-verdianos, formando assim o embrião que lideraria por anos os caminhos dessa igreja recém-nascida.O esforço dos missionários -americanos e cabo-verdianos, no final dos anos 60, foi fundamental para a implantação dessa denominação em terras brasileiras, mas foi mediante a figura de um homem, o pastor Aguiar Valvassoura, que a denominação CURSO DE TEOLOGIA 25 Miolo_modulo 25 19/12/2013 10:34:50</p><p>MÓDULO 13 HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA experimentou crescimento numérico e fortalecimento. Em Campinas, Valvassoura conseguiu transformar uma igreja de 225 membros em uma comunidade de 7 mil pessoas. Ele não somente construiu creches para crianças carentes e viabilizou a construção de acampamentos para jovens e adolescentes e a implantação de um colégio e uma faculdade, como também conduziu a multiplicação de novos trabalhos, propiciando assim saúde e cres- cimento ao distrito paulista, que chegou à lista dos três maiores líderes dessa denominação em todo o mundo. AS PRIMEIRAS IGREJAS NATIVAS Na segunda metade do século XX, começaram a surgir as primeiras denominações brasileiras, geralmente a partir dos círculos pentecostais. Alguns desses grupos cresceram de forma espantosa e hoje são grandes deno- minações, tendo centenas, ou até mesmo milhares, de igrejas espalhadas pelo país e até mesmo no exterior. A tendência geral desses trabalhos foi desenvolver-se a partir do carisma de um líder, embora nem sempre tenha sido assim. De qualquer forma, elas foram um importante acréscimo à igreja evangélica brasileira. IGREJA DO AVIVAMENTO BÍBLICO De modo oficial, podemos dizer que o Avivamento Bíblico nasceu a 7 de setembro de 1946, em meio aos eucaliptos que havia no pátio, aos fundos da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista do Brasil, em Rudge Ramos, município de São Bernardo do Campo. Isso a torna a primeira denominação pentecostal brasileira. A próxima denominação, O Brasil Para Cristo, nasceria somente em 1955, nove anos depois. Um grupo de irmãos metodistas, das igrejas de Tucuruvi e Vila Mazzei, bairros da capital paulista, estava crendo no batismo com o Santo como uma experiência pessoal (e muitos deles já haviam experimentado tal plenitude) e, reunidos nesse local, juntamente com os então seminaristas Mário Roberto Lindstron, Oswaldo Fuentes e Alídio Flora Agostinho, resolveram continuar a Obra iniciada no seio da igreja, sob qualquer circuns- tância. Esta decisão tornou oficial o Movimento, por isso que essa é a data em que se comemora o seu aniversário. Esse grupo de irmãos era conhecido como "grupo de clamor" porque orava intensamente por reavivamento no seio da igreja e pregava a experiência da santificação e do batismo como Espirito Santo como grande necessi- dade para os crentes. Tornou-se um grupo muito ativo em ambas as igrejas. Como era de se esperar, não podendo ser tolerado muito tempo no seio da de sair e organizar-se, pretendendo ser mais um movimento que uma denominação. Teve de escolher um nome que o caracterizasse, o qual foi Igreja Evangélica Avivamento Bíblico, como atualmente ainda é chamado. Quando jovem, Mário Roberto Lindstron, candidato ao ministério metodista, cursou uma faculdade de te- ologia em 1945, onde encontrou os estudantes Taisuke Sakuma e Kinzo Uchida, ambos pertencentes à Igreja Metodista Livre, que faziam seu curso no mesmo local, Kinzo foi o instrumento usado por Deus para pregar ao seminarista Mário, que estava insatisfeito com sua vida espiritual, a necessidade de buscar a "experiência de santificação e santidade" doutrina pregada pelo metodismo antigo. Ele e outros colegas entregaram-se à busca de poder e santificação orando intensamente. Mário Roberto Lindstron encontrou então o que buscava: o batis- mo com o Santo. Quando experimentou "a benção", profetizou a conversão de seu pai (que se cumpriu plenamente) e ouviu a VOZ do Senhor, o qual o mandou pregar um avivamento na igreja. Sendo obreiro nas igrejas de Tucuruvi e Vila Mazzei, Lindstron foi usado por Deus para anunciar a mensagem de que foi aceita por muitos. Os irmãos avivados tiveram profundas experiências com o Espírito Santo e se tornaram poderosos na oração. No ano seguinte, 1946, vieram para a mesma faculdade os jovens Oswaldo Fuentes e Alídio Flora Agostinho. Cada um deles tem sua própria história para contar, mas devido ao fato de, logo na chegada a faculdade, eles irem juntos com o jovem Mário Roberto orar a Deus, agradecendo pela boa viagem, o fogo de Deus se derramou expressivamente em todos eles. Ficaram, então, marcados do mesmo modo que o seu colega os do "grupo". Foi por isso que o 7 de setembro desse mesmo ano permitiu o encontro dos irmãos do "grupo de clamor", CURSO DE TEOLOGIA 26 Miolo_modulo 26 19/12/2013 10:34:50</p><p>MÓDULO 13 HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA com esses seminaristas, no pátio da Escola de Profetas da Igreja Metodista, para fixarem o indelével propósito de continuar, sob qualquer circunstância, o movimento de avivamento espiritual. A obra era de Deus. Nasceu então o Avivamento E depois desses acontecimentos, não podendo continuar no seio Metodista do Brasil, o grupo passou a se reunir fora, inicialmente na casa do irmão Edmundo Branquini e depois na humilde residência de um irmão, Lázaro Sansão, à Rua Floreal, 10, em Para isso, ele separou uma pequena "área coberta de sapé", anexa à sua casa. Foi escolhido o irmão Tertuliano Antunes como primeiro líder do "grupo", exercendo importantissima influência entre os seminaristas. BRASIL PARA CRISTO Foi iniciada por Manoel de Mello e Silva (1929-1990), um trabalhador da construção civil que veio a São Paulo,partindo do sertão pernambucano, membro da Assembleia de Deus, tendo participado, depois, da Cruzada Nacional de Evangelização (que passou a ser conhecida como a Igreja do Evangelho Quadrangular). Foi or- denado ministro pela International Church of the Foursquare Gospel, igreja norte-americana que organizou os trabalhos missionários que fundaram a Igreja Quadrangular no Brasil. Em 1955, Manoel teria tido uma visão de Jesus Cristo para iniciar um trabalho de evangelização, reaviva- mento espiritual e cura divina. Aigreja em áreas pobres e operárias da Zona Leste de São Paulo. Alcançou destaque entre as denominações pentecostais do Brasil, ainda que seja timidamente represen- tada no exterior. Desse movimento/denominação se originaram, pelo menos, duas outras denominações pentecostais: a Igreja Pentecostal Deus é Amor e a Casa da Benção. Manoel de Mello deixou a direção de sua igreja em 1986 e morreu em 05 de maio de 1990. Após a morte de seu fundador, ela perdeu seu inicial e certo número dos seus membros migrou para igrejas neopente- costais. Nesse sentido, houve significativa redução de seu rol de membros (teria chegado a agregar 1 milhão de pessoas na década de 1970), possuindo hoje, 4000 congregações,tendo 400 mil membros no Brasil e presença no Paraguai, Bolívia, Peru, Chile, Uruguai, Argentina, Portugal e nos EUA. CASA DA BÊNÇÃO A Igreja Tabernáculo Evangélico de Jesus (ITEJ) é uma denominação evangélica pentecostal, que hoje conta com aproximadamente 140 mil membros, conforme informações da própria denominação, sendo mais conhecida como Casa da Está mais presente nos grandes centros urbanos do que nas pequenas cidades. O primeiro culto foi realizado por Doriel de Oliveira,em 9 de junho de 1964, na praça Vaz de Melo, Belo Ho- rizonte, às 15 horas. Este foi o primeiro culto oficial, pois Doriel já tinha realizado vários cultos como ministro da Igreja O Brasil para Cristo. Eles se reuniram por 5 meses na praça até arranjarem um templo. O crescimento foi investigado pelo DOPS, sendo que alguns pastores foram até presos, visto estarem no período da ditadura militar. Em 1969, o líder decidiu ir para Brasília, instalar uma nova sede. Nessa época a denominação já contava com 40 congregações em toda a região de Belo Horizonte. Então, em maio de 1970, o casal Oliveira, e mais 500 membros, partiu para Brasília. Após se estabelecerem em Taguatinga cidade-satélite de Brasília, foi construído o primeiro templo e, em 1983, deu-se o trabalho para a construção da sede mundial, a Catedral da sendo inaugurado em 1985, durante a Convenção Nacional, com capacidade para 5 mil pessoas. Conforme informações da ITEJ, a igreja está presente em 14 países, tais como, como Estados Unidos, Gana e outros, possuindo 2 mil templos em todo o Brasil CURSO DE TEOLOGIA 27 13_FTB.indd 27 19/12/2013 10:34:50</p><p>MÓDULO 13 HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA IGREJA PENTECOSTAL DEUS É AMOR A Igreja Pentecostal Deus é Amor (IPDA) é uma das denominações evangélicas brasileiras originárias da se- gunda onda do Pentecostalismo. Foi fundada em 1962 pelo missionário David Martins Miranda. Seu rol total de membros foi estimado em 774.830 (conforme Censo de 2000, feito pelo IBGE) distribuídos em 11.000 igrejas. Sendo, pois, a quinta maior igreja em número de membros pentecostais no Brasil, ficando atrás da Assembleia de Deus, Congregação no Brasil, Igreja Universal do Reino de Deus e Igreja do Evangelho Quadrangular, e nono lugar entre as igrejas Protestantes Oficialmente a Igreja Pentecostal Deus é Amor foi fundada em 3 de junho de 1962, sendo esta data a de re- gistro como pessoa jurídica em a existir oficialmente perante a lei. Mas, de fato, ela teve início alguns meses antes, no mês de março de 1962. A denominação se caracteriza por sua rigidez nos costumes. Seu conservadorismo mantém os padrões dos primeiros grupos pentecostais da primeira metade do século os MOVIMENTOS DE RENOVAÇÃO Nas décadas de 60 e 70, houve no Brasil uma onde de avivamento que atingiu principalmente as denomina- ções Presbiterianos, batistas, metodistas, e até mesmo o Exército de Salvação, foram influenciados pelo movimento pentecostal. Esse fato deu origem a diversas denominações, dentre as quais, destacamos a Igreja Presbiteriana Renovada,a Igreja Batista Renovada e a Igreja Congregacional. Nem sempre o resultado desse avivamento foi a criação de outras denominações, embora o cisma possa ser apontado como um procedimento comum. Essas cismas ocorreram geralmente pela rejeição da experiência por parte da liderança das denominações. Os grupos que haviam experimentado o avivamento não viam outra opção senão o desligamento. Em alguns casos, porém, como no Exército de Salvação, grupos carismáticos ou pentecostais passaram a conviver lado a lado com grupos que rejeitavam tal experiência. AS DENOMINAÇÕES NEOPENTECOSTAIS O Neopentecostalismo é uma vertente do evangelicalismo que congrega denominações oriundas do pentecos- talismo clássico ou até mesmo das igrejas cristãs tradicionais (batistas, presbiterianos, luteranos, menonitas etc). Tais denominações surgiram sessenta anos após o movimento pentecostal do início do século XX (1906, na Rua Azusa), ocorrido nos Estados Unidos da América. Diferente do primeiro grupo de pentecostais que davam muita ênfase ao falar em línguas e profecias, esse grupo enfatizou a cura divina e o exorcismo. Outras características dos grupos neopentecostais, que merecem ser destacados é a sua rejeição aos costumes rígidos dos primeiros pentecostaise sua adesão à chamada "teologia da prosperidade" Dentro desse grupo, po- demos inserir, principalmente, as tais denominações: a Igreja Universal do Reino de Deus, a Igreja Internacional da Graça de Deus e a Renascer em Cristo. Entretanto, desde então, o estilo de culto e pregação passou a ser imitado por outras denominações mais tradicionais ou ser considerado integralmente como modelo para novas denominações. Os neopentecostais formaram um grupo coexistente com os pentecostais, mas com uma identidade distinta Possuem uma forma muito sobrenaturalista de encarar sua vida religiosa, com ênfase na busca de revelações di- retas da parte de Deus, de curas milagrosas para doenças e uma intensa batalha espiritual entre forças espirituais do bem e do mal, que afirmam ter consequências diretas em sua vida cotidiana. São, em geral, mais flexíveis e moderadas em questões referentes aos costumes, se forem comparados aos pentecostais tradicionais. CURSO DE TEOLOGIA 28 13_FTB.indd 28 19/12/2013 10:34:50</p><p>MÓDULO 13 HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS A Igreja Universal do Reino de Deus foi fundada em 1977, quando Edir Macedo, tendo o apoio de Romildo Soares, decidiu criar sua própria igreja. Após a criação da igreja, Soares desligou-se da IURD e fundou a Igreja Internacional da Graça de Deus.Antes de fundarem a IURD, ambos eram membros da Igreja Pentecostal de Nova Vida. A igreja foi criada a partir de reuniões ao ar livre, feitas por Edir Macedo, (eram chamadas de Cruzada para o Caminho Eterno). Mais tarde, as reuniões passaram a acontecer em um antigo cinema (Bruni Méier), e ainda depois, em outro cinema (Ridan). Em 9 de julho de 1977, nasceu oficialmente a igreja, a princípio sob o nome de Igreja da (nessa época, a igreja estava sediada em um galpão na antiga Avenida Suburbana, hoje Avenida Dom Hélder Câmara, zona norte do Rio de Janeiro). Três anos depois, foi aberto o primeiro templo nos EUA. Atualmente, a sede da IURD é a Catedral Mundial da Fé, localizada na Zona Norte do Rio de Janeiro, também conhecida como Templo da Glória do Novo Israel. Outra sede da igreja é o Templo Maior de São Paulo, locali- zado no bairro paulistano de Santo Amaro. Entre 1990 a 1995, a Igreja Universal passou de 900 mil para 3,5 milhões de fiéis, possuía mais de dois mil templos no Brasil (e sete mil pastores) e estava presente em 34 países, com 225 templos nos cinco continentes. A denominação é uma das mais polêmicas da linha neopentecostal, tanto pelos escândalos financeiros ocorridos, bem como pelo uso de objetos diversos em seus cultos. Além disso, há uma tendência favorável ao sincretismo dentro da mesma. IGREJA DA GRAÇA A Igreja Internacional da Graça de Deus é uma Igreja evangélica neopentecostal fundada pelo Missionário Romildo Ribeiro Soares (conhecido como Missionário R.R. Soares) em 1980, na Rua Lauro Neiva, no pio de Duque de Caxias, Rio de Romildo fundou a sua própria denominação logo após se separar de seu cunhado, o então pastor Edir Macedo (hoje bispo). Atualmente, a Igreja Internacional da Graça de Deus tem mais de dois mil templos abertos em todo o mun- do. Desse número, mais de cem igrejas se encontram no Rio de Janeiro, onde tudo começou. Conta ainda com todo um complexo de comunicação, que inclui um canal aberto de TV, programas em outras emissoras, revistas, livros, editora e gravadora. RENASCER EM CRISTO A Igreja Apostólica Renascer em Cristo é uma denominação da linha neopentecostal fundada em São Paulo, em 1986, por Estevam Hernandes e Sônia Hernandes. A denominação possui uma rede de TV, uma gravadora, rede de rádio, uma editora e uma linha de confecções. No Brasil há cerca de 1200 templos e mais de dois milhões de seguidores, segundo o site oficial. Isso tornaria a Renascer em Cristo a segunda maior denominação neopen- tecostal brasileira. Inicialmente, as reuniões eram feitas no apartamento do casal, sendo posteriormente alugado um salão, num piso superior do onde se encontrava a Pizzaria Livorno, na Rua Vergueiro, no bairro de Vila Mariana, em São Paulo.Co o aumento do número de membros, foi disponibilizado um espaço na Igreja Evangélica Árabe de São Paulo, também localizada na Vila Mariana. O foco principal era em cultos para jovens. Após um rápido crescimento, é adquirido um prédio na Avenida Lins de Vasconcelos, onde seria construida a sede internacional, com capacidade para cinco mil Desde então, aconteceu um crescimento vertiginoso. Em pouco tempo, já ocupara muitos espaços na mídia. A Igreja Renascer em Cristo foi alvo de diversas matérias na imprensa, geralmente destacando escândalos finan- ceiros. CURSO DE TEOLOGIA 29 3_FTB.indd 29 19/12/2013 10:34:50</p><p>MÓDULO 13 HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA IGREJA MUNDIAL DO PODER DE DEUS A Igreja Mundial do Poder de Deus (IMPD) é uma igreja neopentecostal. Foi fundada na cidade de Sorocaba, em 9 de março de 1998, pelo Apóstolo Valdemiro Santiago, (ex-bispo da Sua sede, o Grande Templo dos Milagres, funciona no galpão de uma antiga fábrica que tem 43 mil metros quadrados de área construída, localizada à Rua Carneiro Leão, no Brás, em São Paulo. Seu enfoque principal é a salvação, prosperidade financeira, a cura e os milagres, como ocorre com as demais igrejas denominadas neopentecostais. Seu impacto na mídia rapidamente superou o de seus antecessores, tornando-se um fenômeno, em pouco tempo de atuação. Valdemiro Santiago, o então bispo da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), dirigia as reuniões dos fiéis dos seus membros em Sorocaba e apresentava programas religiosos da IURD na Rede Record. Em apenas 13 anos, a IMPD cresceu rapidamente, construindo igrejas em todos os estados brasileiros, e até no exterior. Graças ao vasto trabalho pelo rádio e pela TV, conta com forte apoio, principalmente entre as camadas mais populares e de baixa renda. Em Portugal, como em outros países da Europa, todos os templos da Igreja do Caminho foram transferidos para a Igreja Mundial do Poder de Deus. Seu líder, o pastor Ronaldo faz parte do quadro de pastores da IMPD e ocupa a função de diretor de programação da Rede 21. MOVIMENTO CELULAR Esta nossa abordagem ficaria incompleta sem a menção do chamado Movimento Celular, ligado principal- mente ao G12, modelo de crescimento de igreja,proveniente da Colômbia e adotado em muitos segmentos neo- pentecostais Brasil na década de 90. Governo dos 12 ou Visão 12 ou G12 ou ainda grupo dos 12 é um sistema de crescimento de igreja inspirado na ideia de que cada cristão pode ensinar e liderar doze pessoas na fé cristã, seguindo o exemplo de Jesus. Segundo seus adeptos, o G12 busca a evangelização, ou seja, ganhar vidas para Deus, cumprindo o manda- mento do Senhor: "Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura", valendo-se, como estratégia de atuação, as células, pequenos grupos de oração e de estudo da Bíblia. Outra prática do G12 é a de trabalhar o discipulado nas células, fundamentado no versículo que diz: "Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Mateus 28:19. O movimento G12 foi criado pelo pastor colombiano César Castellanos Dominguez, da Missão Carismática Internacional (MCI). Castellanos iniciou seu movimento em 1983, inspirado no modelo de igreja em células implantado pelo pastor sul-coreano David (Paul) Yonggi Cho da Igreja do Evangelho Pleno. Com esse projeto, deu-se início ao MCI. Castellanos afirma, então, ter recebido uma revelação profética diretamente de Deus, em 1991, em resposta à sua oração em prol do crescimento de sua igreja, devido ao movimento inicial não ter obtido o êxito esperado. De acordo com a visão de Castellanos, a igreja deve ser subdividida em grupos. Esses grupos se reúnem nas casas, onde se realizam reuniões de estudos bíblicos e oração, sob a coordenação de um líder. O objetivo da célu- la é o crescimento e a multiplicação. Assim que a célula atinge a meta de 24 membros é dividida em duas células de 12 membros, e assim por diante. Algumas igrejas utilizam outros números de membros para a multiplicação. ideia, porém, é a mesma. Dessa forma, a visão, como costuma ser chamado o G12, é tratada como uma estratégia para frutificação rápida e eficaz da igreja, através da qual o evangelismo é sistematizado. É muito comum que algumas igrejas, adeptas do G12, estabeleçam metas de crescimento de modo a incentivar a multiplicação das células. Há, porém, outras versões para modelo de igrejas em células, mas no entanto NÃO possuem nenhum CURSO DE TEOLOGIA 30 13_FTB.indd 30 19/12/2013 10:34:51</p><p>MÓDULO 13 HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA ligamento com o G12 do pastor Cesar Castellanos: M12 de Terra Nova, o GG13 (Governo em Graça dos 13), de R. Coelho e assim por diante. G12 tem gerado grandes discussões no meio evangélico brasileiro, devido à sua conotação neopente- costal. Bem recepcionado e implantado em algumas igrejas, porém totalmente rejeitado em outras. A principal crítica ao movimento é com relação às doutrinas que os opositores alegam estar no G12. Muitas dessas doutrinas não são aceitas pelas denominações tradicionais e pentecostais clássicas, tais como: batalha espiritual, quebra de maldições, cobertura espiritual, atos proféticos, cura interior, regressão, hipnose etc. Há algumas críticas também pelo fato de o participante do encontro ter o seu para Cristo, a igreja tradicional não aceita o fato de que, para se ter um encontro com Deus, seja preciso no poder e outros ter- mos, tais como, "cair no chão", "sorrir no "saltar na unção de Deus" e outras expressões semelhantes, as quais os evangélicos pertencentes às denominações tradicionais tanto criticam,gerando um clima de um clima de descrédito com relação ao G12. VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM Capítulo 3 1) Quais foram as primeiras denominações pentecostais a vir para o Brasil? 2) Quais os primeiros grupos evangélicos verdadeiramente brasileiros? 3) O que é o Neopentecostalismo? 4) O que é o Movimento Celular? CURSO DE TEOLOGIA 31 31 19/12/2013 10:34:51</p><p>MÓDULO 13 HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA 5 o PRESENTE SÉCULO XXI ESTATÍSTICAS BRASILEIRAS Quando pensamos no Brasil, um país de dimensões continentais, pensamos nesses dados estatísticos. O número de evangélicos está atingindo a cifra de 25% da população, algo em torno 50 milhões de Mesmo assim, durante um bom tempo, a situação da região Nordeste apresentou o contraste mais significativo. Entre 1980 e 1981, o crescimento populacional da região nordeste foi de quase 2%, enquanto o crescimento de evangélicos foi de quase 6%. No período de 1991 a 2000, o crescimento populacional não chegou a 1,5% e o crescimento do número de evangélico nesse período chegou a quase Em um primeiro momento, esses números nos incentivam a glorificar a Deus e a pensar que tudo parece estar indo muito bem. Mas à medida que outros números vão surgindo, motivos para preocupações também se apresentam, porquanto esses novos números demonstram um quadro não tão positivo. Por projeção, o percentual de evangélicos na região nordeste atinge em 2009 a casa dos Alguém pode dizer que é um número expressivo, todavia, é o menor percentual das cinco regiões do Brasil, ficando atrás até mesmo da região sul. E ainda por cima, fica abaixo da média nacional que é de 25%. Logo, essa é a parcela mais carente, tendo pão e água apenas. Vale ressaltar que, dos 11 estados brasileiros que possuem municípios com população evangélica inferior a um por cento, sete deles estão na região nordeste. E se considerarmos os estados com municípios com menos de dois por cento, teremos também 11 estados sendo oito deles do nordeste. % da PROJEÇÕES população % da % da Brasil Denominações em 2000 número em 2010 TCA 2000-2010 brasileira número população número população 2010 2011 brasileira 2012 brasileira 2011 2012 Igreja Adventista 1.209.842 1.561.071 0,82% 2,6% 1.601.371 0,83% 1,642,712 0,84% Igreja Assembléia de Deus 12,314,410 6,46% 3,9% 12.791.850 6,63% 13.287.801 6,81% Igreja 3.162.691 3.723.853 1,95% 3,847,509 1,97% Igreja Congregação do Brasil 2.489.113 2.289.634 1,20% 2.270.587 1,18% 2.251.699 1,15% Igreja do Evangelho Quadrangular 1.318.805 1.808.389 0,95% 3.2% 1.866.393 0,97% 1.926.256 0,99% Igreja Luterana 1.062.145 999.498 0,52% -0.6% 993.440 0,51% 0,51% Igreja Metodista 340.963 340.938 0,18% 0,18% 340.933 0,17% Igreja Presbiteriana 981.064 921.209 0,48% -0,6% 0,47% 909.684 0,47% Igreja Brasil para Cristo 175.618 196.665 0,10% 1,1% 198.904 0,10% 201.168 0,10% Igreja Congregacional 148.836 109.591 0,06% -3,0% 106.287 0,06% 103.083 0,05% Igreja Nova Vida 92.315 90.568 0,05% -0,2% 90.395 0,05% 90.223 0,05% Igreja Maranata 277.342 356.021 0,19% 2,5% 365.024 0,19% 374.255 0,19% Igreja Deus é Amor 774.830 845,383 0,44% 0,9% 852.782 0,44% 860.247 0,44% Igreja Casa da Benção 128.676 125.550 0,07% -0,2% 125.242 0,06% 124,934 0,06% Igreja Universal do Reino de Deus 2.101.887 1.873.243 0,98% -1,1% 1.851.794 0,96% 1.830.590 0,94% POPULAÇÃO BRASILEIRA 169.872.856 190.755.799 192.980.366 195.230.875 Fonte: IBGE Censo 2010 Análise: MAI Ministério de Apoio com Informação Eunice Zillner julho/2012 Para efeitos comparativos, também seria importante conhecer o crescimento em outros grupos religiosos. CURSO DE TEOLOGIA 32 13_FTB.indd 32 19/12/2013 10:34:53</p><p>MÓDULO 13 HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA Ainda que o catolicismo venha diminuindo a cada novo censo, outros grupos ganham espaço, não só numérico, mas mesmo midiático. Não podemos esquecer que o espiritismo de influência kardecista tem no Brasil um de seus maiores repre- sentantes. Além dos praticantes, um número muito grande de simpatizantes do kardecismo pode ser encontrado. Muitos desses grupos cresceram espelhando-se nos evangélicos, mesmo que a eles se oponham. O número de pessoas que se declaram sem religião também tem crescido e, da mesma forma, os ateus militantes. Tudo isso precisa ser levado em consideração quando analisamos a igreja evangélica brasileira e seu crescimento. O quadro abaixo, com nos ajudará nessa perspectiva. % da população Religião 2000 2010 TCA 2000-2010 brasileira Católica Apostólica Romana 124.980.132 123.280.172 -0,1% 64,6% Evangélicas 26.184.941 42.275.440 4,9% 22,2% Sem religião 12.492.403 15.335.510 2,1% 8,0% 2.262.401 3.848.876 5,5% 2,0% Testemunhas de 1.104.886 1.393.208 2,3% 0,73% Umbanda e Candomblé 525.013 588.797 1,2% 0,31% Católica Apostólica Brasileira 500.582 560.781 1,1% 0,29% Budismo 214.873 243.966 1,3% 0,13% Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias 199.645 226.509 1,3% 0,12% Novas religiões orientais (Igreja Messiânica Mundial e outras) 151.080 155.951 0,3% 0,08% Católica Ortodoxa 38.060 131.571 13,2% 0,07% Judaísmo 86.825 107.329 2,1% 0,06% Tradições esotéricas 58.445 74.013 2,4% 0,04% Espiritualista 25.889 61.739 9,1% 0,03% Sem declaração 383.953 45.839 -19,1% 0,02% Islamismo 27.239 35.167 2,6% 0,02% Outras religiões orientais 7.832 9.675 2,1% 0,01% Hinduísmo 2.905 5.675 6,9% 0,00% População brasileira 169.872.856 190.755.799 1,2% *** Fonte: IBGE Censo 2010 Não podemos ignorar que esse crescimento, na maioria das vezes, é mais estatístico do que real. Muitas pes- soas que, há certo tempo, temiam declarar seu credo, ou até mesmo a ausência de seu credo, têm assumido suas posições como ou sem religião, quando antes se declaravam Com relação às igrejas evangélicas não podemos esquecer que já temos o fenômeno do "evangélico nomi- nal", que é uma pessoa que não frequenta uma igreja evangélica, mas que por formação religiosa se declara "evangélico". As estatísticas, na verdade, servem apenas como um norteador geral para revelar tendências. A DISTRIBUIÇÃO DAS IGREJAS NO TERRITÓRIO BRASILEIRO A Região Nordeste continua sendo a região do Brasil com as menores porcentagens de evangélicos, apesar de que o crescimento nessa região tenha sido muito A Região Sul continua necessitando de atenção, pois a taxa de crescimento anual dessa região é a menor do país. Estado do Rio Grande do Sul continua sendo o estado de menor crescimento de evangélicos do Acre, Ceará e Roraima foram os Estados onde os evangélicos mais cresceram. Comparando a taxa de crescimento anual entre 1991-2000 com a taxa de crescimento anual entre 2000-2010, concluímos que,nas últimas décadas, evangelho tem crescido razoavelmente no Enquanto nos anos noventa tínhamos seis estados com crescimento abaixo da média de crescimento nacional, CURSO DE TEOLOGIA 33 13_FTB.indd 33 19/12/2013 10:34:54</p><p>MÓDULO 13 HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA na última década (2000-2010) esse número caiu para 5. Santa Catarina e Mato Grosso saíram dessa faixa, entrando apenas o Rio de Janeiro. o SERTÃO NORDESTINO COMO A ÁREA MAIS CARENTE Principalmente devido ao forte catolicismo popular presente nessa região e às dificuldades geográficas natu- rais, o sertão tem sido foco de estudos e ações da Igreja Brasileira. A explicação parata fenômeno é que, embora um crescimento significativo tenha ocorrido em seu litoral, o interior necessita de um esforço missionário interno para acompanhar o restante do Brasil em termo de crescimento evangélico. Durante um bom tempo, a situação da região Nordeste apresentou o contraste mais significativo. Entre 1980 e 1981, o crescimento populacional da região nordeste foi de quase 2%, enquanto o crescimento de evangélicos foi de quase 6%. No período de 1991 a 2000, o crescimento populacional não chegou a 1,5% e o crescimento do número de evangélico nesse período chegou a quase Em um primeiro momento, esses números nos dão motivo para glorificar a Deus e a pensar que está tudo bem. Mas à medida que outros números surgem, igualmente surgem motivos para preocupações. Esses novos números mostram um quadro não tão positivo. Por projeção, o percentual de evangélicos na região nordeste atinge em 2009 a casa dos Alguém pode- rá dizer que é um número expressivo, todavia, é o menor percentual das cinco regiões do Brasil, ficando atrás até da região sul. E ainda por cima, encontrando-se abaixo da média nacional, que é de Logo, essa é a região mais carente, tendo apenas pão e água para realizar o seu Ainda é importante destacar que dos estados brasileiros que possuem municípios com população evangélica inferior a três por cento, a maioria deles está na região nordeste. Há duas faces do Nordeste: a e a litoral tem praias paradisiacas de água morna o ano todo, com shoppings modernos, movimentado comércio e grande concentração de igrejas evangélicas. À beira-mar a igreja nordestina tem crescido mais rapidamente que qualquer região do No sertão, contudo, temos um nordeste de evidente miséria humana, avassaladora injustiça social, predominância católica, extrema idolatria, onde a presença evangélica mostra-se infima. Sim, não passa de 3% da população!! As igrejas não passam de 20-30 membros e tem acanhada capacidade de expansão. Existe a necessidade de realização de projetos específicos, mobilização de plantadores de igrejas, parceria com igrejas treinamento formal e informal de sertanejos que permaneçam no sertão, vencendo assim a tentação do para o litoral. (MUN- ZIO, Rubens. A Importância Estratégica do Conhecimento São Paulo: SEPAL. autor é missionário da SEPAL. O texto citado, com negritos e itálicos, é de nossa total responsabilidade.) Em um país, cuja população evangélica é de 25%, uma região com 3% significa um disparate, carência de tudo, um alerta e um grande chamado para quem quer ver e ouvir. Se estivéssemos na Europa, divi- dida em diferentes países, poderíamos dizer que tínhamos um continente amplamente evangelizado, com um país não evangelizado em seu seio. Esse é o sertão nordestino. Esse é o nosso "país" não evangelizado. ASPECTOS POSITIVOS DA IGREJA BRASILEIRA Talvez o aspecto mais positivo da igreja evangélica no Brasil seja seu crescimento. Alguns a colocam como a terceira maior potência evangélica mundial. De fato, são inúmeras as denominações e igrejas existentes em solo brasileiro. Elas variam de tamanho, desde pequenas congregações em áreas rurais e subúrbios, até igrejas colossais nas grandes capitais. O crescimento do movimento evangélico no Brasil também se faz sentir na posse de outras instituições associadas ao trabalho evangélico: escolas, universidades, estações de TV, rádios, organizações filantrópicas, revistas, jornais, editoras, gravadoras, etc. Isso tem contribuído para a divulgação do pensamento evangélico. CURSO DE TEOLOGIA 34 34 19/12/2013 10:34:56</p><p>MÓDULO 13 HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA Outro ponto que merece destaque é o despertamento missionário. A Associação de Missões Transculturais Brasileiras (AMTB) é uma instituição que reúne cerca de 2.000 missionários brasileiros transculturais servindo em 92 agências e em 85 nações. A distribuição de Bíblias no Brasil também é outro fator que merece destaque. A Sociedade Bíblica do Brasil chega a distribuir cerca de um milhão de Bíblias e 142 milhões de porções anualmente. Os Gideões chegam a distribuir 10 milhões de Novos Testamentos. Isso sem falar no trabalho de inúmeras editoras de grande e médio porte. ASPECTOS NEGATIVOS DA IGREJA BRASILEIRA Infelizmente, há aspectos negativos que precisam ser levados em conta. Muito do crescimento é realizado com carência de ensino teológico, o que produz, às vezes, uma liderança imatura e incapaz de transmitir e ensinar os pontos básicos do evangelho. Muitas dessas dificuldades já foram superadas com a criação de seminários e cursos teológicos, inclusive por extensão, mas as necessidades não foram ainda completamente supridas. Outro fator preocupante são os inúmeros escândalos envolvendo autoridades evangélicas, muitas delas liga- das à política. ambiente político brasileiro é suscetível a todo tipo de corrupção, e os evangélicos nem sempre conseguem se Como desafio ainda permanece a necessidade de se criar estratégias para a evangelização nas regiões pouco evangelizadas, tais como, as populações ribeirinhas da Amazônia e o sertão nordestino. As favelas das grandes capitais tornaram-se zonas de grande risco onde há o predomínio dos cartéis do narcotráfico. Além desses dados apresentados, a ação do espiritismo no país precisa ser levada em consideração. De fato, talvez sejamos a maior nação do mundo, se considerarmos o espiritismo de origem africana, o kardecis- mo e o esoterismo crescente na Nova Era. Podemos também citar seitas, tais como, as Testemunhas de e os Mórmons, que têm no Brasil grandes rebanhos, aproximando-se da cifra de um milhão de adeptos. CURSO DE TEOLOGIA 35 35 19/12/2013 10:34:56</p><p>MÓDULO 13 HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA CONCLUSÃO A Igreja Brasileira não tem mais de 160 anos, e somente por esse motivo deve ser vista com sua influência e crescimento têm sido significativos. Sendo um campo missionário tardio, os resultados alcança- dos foram realmente surpreendentes. Nem sempre esse crescimento se deu de modo sadio, mas erros do passado foram pouco a pouco corrigidos e outros pontos estão sendo avaliados e trabalhados. De campo missionário o Brasil é hoje celeiro missionário e apesar do muito que foi feito ainda possui potencial para realizar muito mais. Os recursos disponíveis à Igreja, seja em termos financeiros ou recursos humanos possibilita ao Brasil fazer um grande impacto no mundo. Um fato a ser trabalhado, de modo mais expressivo, é a questão da unidade. Os últimos anos têm sido vítimas de uma incomparável explosão de denominações, provenientes, muitas vezes, de cismas religiosos marcados por conflitos não resolvidos. Considerando-se a Igreja Brasileira, mui- tos têm sentido que somente um novo avivamento poderá corrigir erros de longa data, colocando-a em seus devidos trilhos. VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM Capitulo 4 1) Quais as regiões mais e menos evangelizadas da nação brasileira? 2) Qual a situação do sertão nordestino? 3) Quais os aspectos positivos da igreja evangélica no Brasil? 4) Quais os aspectos negativos da igreja evangélica no Brasil? CURSO DE TEOLOGIA 36 13_FTB.indd 36 19/12/2013 10:34:56</p><p>MÓDULO 13 HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA APÊNDICE 1 - CRONOLOGIA RELIGIOSA BRASILEIRA CRONOLOGIA Brasil Colônia: 1500 (22 de abril) A armada portuguesa de dez naus e três caravelas, sob o comando de Pedro Álvares Cabral, de 33 anos, chega ao Brasil 1500 (26 de abril) Dom Henrique Soares de Coimbra celebra a primeira cerimônia cristã em solo bra- sileiro. No dia seguinte, à noite, João Faras, o astrônomo da armada, chama de Cruzeiro do Sul a constelação cujas principais estrelas formam o desenho de uma cruz. 1500 (1° de maio) Para comemorar a Paixão de Jesus Cristo, frei Henrique celebra a segunda missa, com a presença de mais de mil e cerca de 150 nativos. 1517 (31 de outubro) Martinho Lutero, com a idade de 34 anos, dá início oficial à Reforma Religiosa do Século XVI, depois de dois séculos de continuada decadência da A Europa pega fogo. 1538 Começam a chegar ao Brasil os primeiros escravos africanos. 1540 É iniciada a Contrarreforma, com a fundação da Companhia de Jesus, tendo à frente o basco Inácio de Loyola, então com 51 anos. As duas reformas alteram profundamente o clima religioso da Europa. 1549 (29 de março) Desembarcam na Bahia os seis primeiros missionários na companhia de mais de mil pessoas, entre soldados, funcionários públicos, colonos, artesãos e cerca de 400 degredados. Com eles vêm o primeiro governador do Brasil (Tomé de Sousa) e o padre Manoel da Nóbrega. 1557 (10 de março) Realiza-se na ilha de Serijipe, na Baía de Guanabara, o primeiro culto reformado abaixo da linha do Equador. O pastor calvinista Pierre Richier, de 50 anos, prega em francês sobre o verso 4 do Salmo 27: "Je demande à l'Eternel et une chose, que je désire ardenment: jevondrais habiter toute ma vie dans La maison de l'Eternel, pour contempler La magnificence de l'Eternel et pour admirer son temple". Onze dias depois, é organizada a primeira igreja evangélica do Brasil e da América do Sul, e celebrada, pela primeira vez, a Santa 1558 (9 de fevereiro) Nicolau Durant de Villegaignon, de 48 anos, manda estrangular e lançar ao mar na Baía de Guanabara três signatários da primeira confissão de fé reformada da América, conhecida como Confissão Fluminense. Um dos dezessete artigos diz: "Cremos que Jesus Cristo é o nosso único Mediador, Intercessor e Advogado, pelo qual temos acesso ao Pai, e que, justificados no seu sangue, seremos livres da morte, e, por Ele já reconciliados, teremos plena vitória sobre a morte". CURSO DE TEOLOGIA 37 13_FTB.indd 37 19/12/2013 10:34:56</p><p>MÓDULO 13 HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA 1597 (9 de julho) Morre, aos 63 anos, na cidade atualmente denominada Anchieta, no Estado do Santo, o missionário jesuita José de Anchieta, conhecido como apóstolo do Brasil" Seu corpo foi carregado até Vitória por seus fiéis, quase todos indígenas. Anchieta viveu 44 anos no Brasil. 1630 (15 de fevereiro) Tropas holandesas ocupam Pernambuco e criam no Nordeste brasileiro a Nova Holanda. São 67 navios, 3.700 tripulantes, 3.500 soldados e 1.170 canhões. 1645 (16 de junho) Um ano depois da partida do governador João Maurício de Nassau para a Europa, sol- dados holandeses e índios potiguares matam o padre André de Soveral e outros setenta fiéis durante a celebração da missa dominical na Capela de Nossa Senhora das Candeias, no Engenho Cunhaú, no Rio Grande do Norte. 1654 (26 de janeiro) Termina a invasão holandesa. Neste período de 24 anos foram organizadas 22 igrejas reformadas no Nordeste. Essas igrejas e demais ministérios paralelos foram servidos por 54 pastores, 120 pres- bíteros e igual número de diáconos e mais de 100 consoladores e mestres-escolas. 1804 (7 de março) É organizada, em Londres, a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, a primeira organização interdenominacional com o objetivo de distribuir a Bíblia no mundo inteiro. 1809 A Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira começa a editar a Bíblia em português na versão de João Ferreira de Almeida, morto em 1691. É a primeira Bíblia em português e a versão integral das Escrituras nas línguas modernas. público primeiramente visado são os refugiados portugueses que foram para a Inglaterra, quando Napoleão invadiu e ocupou Portugal, dois anos 1810 (19 de fevereiro) Assina-se o Tratado de Comércio e Navegação entre Portugal e Inglaterra, segundo o qual o governo de Portugal se obriga a que "os vassalos de Sua Majestade Britânica residentes em seus terri- tórios e domínios [inclusive o Brasil] não serão perturbados, inquietados, perseguidos ou molestados por causa da sua religião, mas antes terão perfeita liberdade de consciência e licença para assistirem e celebrarem o serviço divino em honra do Todo-Poderoso Deus, quer seja dentro de suas casas particulares, quer na suas particulares igrejas e capelas..." Todavia, essas igrejas e capelas têm de ser construídas de tal modo que externamente se as- semelhem a casas de habitação, não podendo também ter sinos. 1822 (26 de maio) Sob protestos do núncio papal Lourenço Coleppi, inaugura-se no Rio de Janeiro o pri- meiro templo protestante em solo brasileiro, sem aparência externa de templo, como reza o Tratado de Comércio e Navegação. Para impedir qualquer tumulto e por ordem de José Bonifácio de Andrade e Silva, Secretário de Estado dos Negócios do Reino e dos Negócios Estrangeiros, a polícia está de prontidão em volta da Capela An- glicana, na rua dos Barbonos (hoje Evaristo da Veiga). BRASILIMPÉRIO 1822 (7 de setembro) Em viagem a São Paulo, o regente Dom Pedro, ao tomar conhecimento das pressões de Portugal, resolve proclamar ali mesmo a Independência do Brasil. Menos de dois meses depois, será aclamado Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil. Ele tem, então, 24 anos. 1824 (25 de março) "Em nome da Trindade" é promulgada a Constituição Política do Império do Brasil. Artigo 5° reza que "a religião católica romana continuará a ser a religião oficial do Império. Todas as outras religiões serão permitidas com o seu culto doméstico ou particular, em casas para isso destinadas, sem forma alguma exterior de templo". CURSO DE TEOLOGIA 38 38 19/12/2013 10:34:56</p><p>MÓDULO 13 HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA 1824 Começam a chegar ao Brasil as primeiras levas de imigrantes alemães, em sua maioria luteranos. O governo brasileiro quer branquear sua população e o governo alemão quer se livrar dos contingentes humanos excedentes, alguns deles desempregados e de precária condição financeira, entre outros motivos de interesse comum. Os imigrantes se fixam especialmente no Rio Grande do Sul. 1837 Chega ao Brasil o missionário metodista americano Daniel ParishKidder, como correspondente da Sociedade Bíblica Americana, fundada 29 anos antes. É um jovem de 22 anos, já casado. Percorre o país de norte a sul com o propósito de divulgar a Palavra de Deus. 1846 (9 de novembro) O papa Pio IX publica a encíclica Que pluribus, na mesma linha das encíclicas anteriores de Pio VIII (Trediti humilitati, de 1829) e de Leão XII (Ubi primum, de 1824). As três encíclicas mos- tram a preocupação de Roma com a disseminação das Sagradas Escrituras pelas sociedades bíblicas protestantes. 1855 (10 de maio) Desembarca no Rio de Janeiro o primeiro casal de missionários protestantes, de caráter permanente: Sarah e Robert Kalley. Ele é médico, tem 46 anos e já trabalhou em Funchal, na Ilha da Madeira, onde fundou um hospital e várias escolas. Embora nascido no seio de uma família escocesa muito religiosa, Kalley era ateu até a idade de 26 anos, quando se (1835). 1859 (12 de agosto) Desembarca no Rio de Janeiro, jovem (26 anos) e solteiro, o missionário presbite- riano americano Ashbel Green Simonton. Menos de cinco anos antes, Simonton não poderia supor que seria missionário. Nessa época nem membro de igreja A mudança ocorreu no primeiro semestre de 1855, quando ele professou sua fé em Jesus, abandonou o curso de direito e foi para o Seminário de Princeton. 1860 (6 de maio) Dom Pedro II faz uma longa visita ao missionário congregacional Robert Kalley, em Conversam longamente sobre a Terra Santa, onde Kalley permaneceu por três anos antes de vir para o Brasil e depois de ser obrigado a fugir da Ilha da Madeira por motivo de intolerância religiosa. 1864 (5 de novembro) Começa a circular o primeiro jornal protestante do Brasil e da América do Sul, por iniciativa de Ashbel Simonton. Chama-se Imprensa Evangélica e tem o objetivo de alcançar pela palavra escrita os não alcançados pela palavra falada. Além do mais, pretende publicar artigos em defesa de reformas legais necessárias à completa liberdade de culto. 1865 (17 de fevereiro) Poucos dias antes de completar 43 anos, José Manoel da Conceição é ordenado pastor presbiteriano, na cidade de São Paulo. É o primeiro brasileiro a se tornar pastor protestante. Conceição nasceu em São Paulo no ano da Independência do Brasil e fez-se sacerdote católico aos 23 anos. Por causa de suas ênfases bíblicas, era chamado de padre protestante. Tornou-se evangélico em 1864. 1867 Com a chegada do quase cinquentenário Junius E. Newman, recomeça o trabalho metodista no Brasil. A primeira tentativa aconteceu em 1835 com Fountain Elliot Pitts, imediatamente seguido por R. Justus Spauding e Daniel Kidder. Por falta de recursos, a missão foi interrompida seis anos depois. 1867 (julho) Ashbel Simonton expõe ao Presbitério do Rio de Janeiro a seguinte estratégia missionária: 1) A santidade da igreja deve ser ciosamente mantida no testemunho de cada crente; 2) É preciso inundar o Bra- sil com Bíblias, livros e folhetos; 3) Cada crente deve comunicar o evangelho a outra pessoa; 4) É necessário formar um ministério nacional idôneo; 5) Escolas paroquiais para os filhos dos crentes devem ser estabelecidas. CURSO DE TEOLOGIA 39 13_FTB.indd 39 19/12/2013 10:34:56</p><p>MÓDULO 13 HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA 1868 (5 de janeiro) O jornal católico O Apóstolo publica: "Um brazileiro protestante tão mal como o nome do traidor a seu paiz e ao seu 1880 Um general derrotado da guerra civil americana, Alexandre Travis Hawthorne fogo na Junta de Até então, a Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos estava convencida de que não valeria a pena enviar missionários para o Brasil, por serem "tão grandes os obstáculos e tão pequena a esperança de vencê- Mas Hawthorne declara exatamente o contrário: "Não há outro país ao alcance dos trabalhos missionários que seja mais convidativo ou que ofereça resultados maiores e mais prontos, com igual dispêndio de dinheiro e Empolgada com o discurso inflamado do general, a Junta de Richmond resolve recrutar missionários para o Brasil. 1882 (31 de agosto) Chegam a Salvador, Bahia, os primeiros missionários enviados pelos batistas do sul dos Estados Unidos: William Buck Bagby, de 25 anos, e Zacarias Clay Taylor, de 31, e suas esposas Ann Luther e Kate Stevens, respectivamente. 1889 (26 de setembro) Duas semanas e meia antes da Proclamação da República, chega ao Brasil a última das denominações protestantes históricas, a Igreja Episcopal, ligada à Comunhão Anglicana. Os dois missioná- rios pioneiros chamam-se James Watson Morris, de 23 anos, e Lucien Lee Kinsolving, de 27. O interesse desses dois recém-formados pelo Brasil foi provocado pela filha de Ashbel Simonton, que morava nas proximidades do Seminário Teológico de Virgínia, onde os dois rapazes se formaram. BRASIL 1889 (15 de novembro) O alagoano Manuel Deodoro da Fonseca, de 62 anos, com o apoio de ou- tro alagoano, Floriano Vieira Peixoto, de 50 anos, proclama, de madrugada, a república brasileira, pon- do fim ao sistema imperial, que durou 67 anos. O golpe militar foi planejado na residência de Deodoro qua- tro dias antes e tornou-se possível porque a essa altura os fazendeiros, os militares e a igreja haviam retira- do seu apoio à monarquia. Pedro II, de 64 anos de vida e 49 anos de governo, e sua família, têm 24 horas para deixar o país. O marechal Deodoro da Fonseca assume o poder como chefe do Governo Provisório. 1891 (24 de fevereiro) É aprovada e promulgada a primeira constituição republicana, que estabelece a separação entre Igreja e Estado. O Artigo 72 institui o casamento civil, transfere para as autoridades municipais a administração dos cemitérios e acaba com o privilégio da subvenção oficial, bem como as relações de depen- dência ou aliança com o governo da União ou dos Estados. 1897 A Diretoria Geral de Estatística divulga os resultados do recenseamento realizado em 1890: o país tem 14.333.915 habitantes. Diz-se que o número está bem aquém da realidade, porque o censo foi feito por meio de formulários que deveriam ser preenchidos pessoalmente, não obstante dois terços da população não saber ler nem escrever. Os três estados mais populosos são Minas Gerais, Bahia e São Paulo. No censo anterior (1872), havia 10 milhões de habitantes. 1910 Depois de frequentar por um pequeno período a Igreja Presbiteriana do Brás, em São Paulo, o ita- liano Louis Francescon, de 44 anos, funda, na capital de São Paulo, a Congregação no Brasil, a primeira igreja pentecostal do país. Francescon morava nos Estados Unidos, onde recebeu influência do movimento pen- tecostal nascido em Topeka (Kansas) e continuado em Los Angeles CURSO DE TEOLOGIA 40 13_FTB.indd 40 19/12/2013 10:34:56</p><p>MÓDULO 13 HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA 1911 (18 de junho) Os missionários suecos Gunnar Vingren, de 32 anos, e Daniel Berg, de 27, organizam a primeira Assembleia de Deus do Brasil, em Belém do Pará, à qual dão primeiramente o nome de Missão da Fé Apostólica, o mesmo nome da igreja fundada por William J. Seymour em Los Angeles, em 1906. 1922 (8 de maio) O casal suíço Stelle e David Miche, ele de 55 anos, desembarca no Rio de Janeiro com a missão de organizar no Brasil o Exército de Salvação. No mesmo navio estão o cônsul brasileiro de Genebra e o senador Félix Pacheco, que prometem auxiliar no que for possível. 1942 Dá-se a fusão da Sociedade Bíblica Americana, no Brasil desde 1854, com a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, no país desde 1856. No relatório de 1876 da Sociedade Bíblica Americana, encontra-se este registro: "Os melhores dentre os brasileiros começam a sentir que não é a República ou a Monarquia, nem a maçonaria nem a superstição, muito menos a decantada civilização do século XIX, e menos ainda a negação de tudo que é sobrenatural, que será capaz de regenerar a sociedade brasileira, mas, sim, tão-somente as doutrinas de nosso Senhor Jesus Cristo, tais como se encontram na Palavra de Deus". 1948 (10 de junho) Organiza-se no Rio de Janeiro a Sociedade Bíblica do Brasil, cujo objetivo é "promo- ver e intensificar, sem escopo lucrativo, a difusão das Escrituras Sagradas como meio de elevação moral, social e espiritual do povo brasileiro". 1951 (15 de novembro) de Hollywood convertido em Los Angeles e batizado pela pastora Aimee Semple McPherson, fundadora da International Church of The Four-Square Gospel, Harold Williams, organiza, em São João da Boa Vista, São Paulo, a primeira Igreja do Evangelho Quadrangular do Brasil. 1955 O jovem pernambucano Manoel de Mello, de 26 anos, organiza em São Paulo a primeira igreja pentecostal brasileira (a Congregação Cristã fora "importada" dos Estados Unidos), com o nome de Igreja Evan- gélica Pentecostal Brasil para Cristo. Manoel de Mello é aquele que disse "Quero ser um urubu nas mãos de Deus e não uma ave bela e rara nas mãos do diabo". 1962 (março) O jovem paranaense David Miranda, de 26 anos, organiza em São Paulo a Igreja Pentecos- tal Deus é Amor. Ex-congregado mariano e devoto de São Gonçalo do Amarante, David Miranda experimentou uma profunda convicção de pecado que o levou à conversão dois dias antes de completar 22 anos. 1970 Dois missionários americanos residentes em Campinas, São Paulo, Harold J. Rahm, de 51 anos, e Edward J. Dougherty, de 29, dão início à Renovação Carismática Católica no Brasil. O movimento havia começado três anos antes, num retiro espiritual realizado por 25 estudantes e dois professores da Universidade do Santo em Duquesne, numa casa de retiro chamada The Arkandthe Dove, em Pittsburg, nos Estados Unidos. 1974 (6 de outubro) evangelista Billy Graham, de 56 anos, encerra a cruzada de evangelização realiza- da no Estádio do no Rio de Janeiro, com a presença de cerca de 250 mil 1977 Edir Macedo, de 33 anos, deixa a Igreja de Nova Vida, do bispo Robert McAlister, e o serviço secu- lar, e funda a Igreja Universal do Reino de Deus. CURSO DE TEOLOGIA 41 Miolo_modulo 41 19/12/2013 10:34:56</p><p>MÓDULO 13 HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA APÊNDICE 2 - PEQUENA CRONOLOGIA DA BÍBLIA NO BRASIL A implantação do cristianismo protestante no Brasil está estreitamente ligado à introdução das Escrituras Sa- gradas. Os pioneiros fizeram um amplo trabalho de colportagem, distribuindo Bíblias por toda a nação. Desde os primeiros presbiterianos aos primeiros pentecostais, a ideia de dar a Bíblia ao povo foi muito forte. A estratégia deu certo e prova disso é o fato da Sociedade Bíblica do Brasil ser uma das maiores do mundo. 1808 Família real portuguesa chega ao Brasil e D. João VI decreta a abertura dos portos. A Sociedade Bíbli- ca Britânica e Estrangeira (SBBE) produz o Novo testamento em língua portuguesa. Chega ao Brasil 12.000 (doze mil) exemplares do Novo Testamento em português, na tradução de João Fer- reira de Almeida, versão de 1753 publicada pela SBBE 1819 -SBBE publica sua primeira Bíblia COMPLETA em português também na tradução de Almeida, da versão de 1773. 1836 -Chegam ao Brasil os primeiros missionários da Igreja Metodista: Spalding e Kidder. Que passaram a distribuir exemplares do Novo Testamento em português da Sociedade Bíblica Americana. 1881 -Secretário executivo da SBBE no Brasil entrega ai Imperador D. Pedro II um exemplar da Bíblia; que hoje faz parte do acervo da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro. 1900 -SBBE publica a edição da Bíblia na tradução Almeida Revista e Corrigida, com títulos nos parágrafos, referências, texto alternativo nas margens e mapas. 1903 Sociedades Bíblicas no Brasil nomeiam uma Comissão de Tradução para desenvolver a Tradução Brasileira da Bíblia. 1908 -É publicado o Novo Testamento na tradução Brasileira. 1917- É lançada a Bíblia completa na tradução Brasileira. CURSO DE TEOLOGIA 42 19/12/2013 10:34:57</p><p>MÓDULO 13 HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA BIBLIOGRAFIA Florêncio Moreira. Simonton. Arapongas: Aleluia, 2008. CAIRNS, Earle E. Cristianismo Através dos Séculos. São Paulo: Vida Nova, 1995. CÉSAR, Elben M. Lenz. História da Evangelização do Brasil. Viçosa: Ultimato, 2000 CRESPIN, Jean. A Tragédia da Guanabara. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. M. PORTO FILHO. Congregacionalismo Brasileiro. Rio de Janeiro: 1983. GIRALDI, Luiz Antônio. História da Bíblia no Brasil. Barueri: SBB, 2008. FERREIRA, Júlio Andrade. História da Igreja Presbiteriana do Brasil. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1960 JOHNSTONE, Patrick e MANDRYK, Intercessão Mundial. Camanducaia: Horizontes, 2003 MACEDO, Carmen Cinira. Imagem do Eterno. São Paulo: Moderna, MIRANDA, Davi Martins. Autobiografia. São Paulo: Luz, 1992. REILY, Duncan Alexander. História Documental do Protestantismo no Brasil. São Paulo: Aste, 2003. SOUSA, João Bosco de. Metamorphosis e Nekrosis. Natal: DEI,2007. TUCKER, Ruth A. Até os Confins da Terra. São Paulo: Vida Nova, 1989. VAINFAS, Ronaldo e NEVES, Lúcia Bastos Pereira. Dicionário do Brasil Joanino. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000. VAINFAS, Ronaldo. Dicionário do Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000. CURSO DE TEOLOGIA 43 19/12/2013 10:34:57</p><p>faculdade betesda Moldando vocacionados AVALIAÇÃO HISTÓRIA DA IGREJA BRASILEIRA 1) Qual foi o grupo Católico que primeiro chegou ao Brasil, quem era o seu padre e em que ano foi? 2) Quais foram os objetos da primeira confissão de fé protestante em terras brasileiras? 3) Quando teve início a primeira ação missionária protestante no Brasil, de onde vieram os missionários e como eles eram? 4) Quando, onde e quais os missionários que fundaram a Igreja Assembleia de Deus no Brasil? 5) Qual foi a primeira igreja nativa, quando se deu sua fundação, quem eram os seus fundadores e como ficaram popularmente conhecidos? 6) Explique o que foi os movimentos de renovação que surgiram na década de 60 e 70. 7) Quais as características dos grupos neopentecostais? 8) Cite o nome das igrejas, data de fundação e o nome dos líderes de três movimentos neopentecostais. 9) De acordo com as estatísticas atuais, qual o percentual de evangélicos no Brasil e quantas pessoas re- presentam? 10)Enumere dois aspectos positivos e dois negativos da igreja brasileira. CARO(a) ALUNO(a): Responda cada QUESTÃO acima em folhas pautadas (com linhas) em letras de forma digite no computador, se preferir enviar via e-mail. Tanto via correio via e-mail, envie-nos as 5 Avaliações desse Módulo todas juntas, de acordo com as Regras Gerais (p.6): Via Correio: CAIXA POSTAL 12025 - CEP 02046-010 SÃO PAULO/SP Via E-mail: Em caso de dúvidas ligue para o nosso SAA - Serviço de Atendimento go Aluno. 19/12/2013 10:34:57</p><p>PSICOLOGIA GERAL 47 19/12/2013 10:34:57</p><p>MÓDULO 13 PSICOLOGIA GERAL SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 51 O QUE É PSICOLOGIA? 51 A SOCIEDADE GERA PSICOLOGIA 51 APRENDENDO COM O PASSADO 52 2. BREVE HISTÓRIA E SUAS DIFERENTES ESCOLAS 54 CONSTRUÇÃO DA CIÊNCIA PSICOLÓGICA 54 3. A PSICANÁLISE 56 ORIGEM DA PSICANÁLISE 56 A CONSCIÊNCIA DO INCONSCIENTE 57 4. METODOLOGIAS DE ESTUDO EM PSICOLOGIA 58 PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E COMPORTAMENTO 58 ESCOLA HUMANISTA 58 5. A DIVERSIFICAÇÃO EM PSICOLOGIA 61 6. DEUS COMO AGENTE DA PSICOLOGIA 63 A CONSCIÊNCIA 63 7. PROCESSOS PSICOLÓGICOS 67 AAPRENDIZAGEM 67 COGNIÇÃO 68 MOTIVAÇÃO 68 8. PSICOLOGIA SOCIAL 70 A IGREJA COMO INSTITUIÇÃO SOCIAL 71 9. A COMUNIDADE COMO SÍTIO SOCIAL 73 A IGREJA COMO AMBIENTE DE INCLUSÃO SOCIAL 74 O QUE É INCLUSÃO SOCIAL? 75 10.A BÍBLIA COMO RESPOSTA À PSICOLOGIA 76 LIBERTAÇÃO - MUDANÇAI DA 76 A PALAVRADE DEUS INTERAGE RESTAURANDO 77 NOSSO ESTADO PSICOLÓGICO 77 APÊNDICE 80 BIBLIOGRAFIA BÁSICA 89 CURSO DE TEOLOGIA 49 Miolo_modulo 13_FTB.indd 49 19/12/2013 10:34:58</p><p>MÓDULO 13 PSICOLOGIA GERAL INTRODUÇÃO QUE É PSICOLOGIA? Psicologia é o estudo (logia) dos processos da alma (psykhé). A Psicologia passou a ser autônoma somente em meados do século 19. Sempre esteve atrelada à Filosofia. Foi a partir da maturidade da Filosofia que a Psicolo- gia se projetou. A Psicologia então provém da Filosofia. Enquanto a Filosofia pensa, aprende e ensina a pensar, e também a conhecer e arguir, a Psicologia estuda como 'tudo' afeta o ser, e como o ser responde e corresponde em seu ambiente. Enquanto a Filosofia apreende padrões complexos, a partir da observação, a Psi- cologia estuda a complexidade do ser e suas reações. Como o ser reage em relação à sua própria existência? No passado, a Psicologia estava presente intrinsecamente nas discussões dos grandes pensadores, tanto pensadores inseridos na Filosofia, quanto pensadores situados nos domínios da Teologia. Entre os temas que figuravam nas discussões, encontramos: a aprendizagem, a memória e a percepção. De grande interesse nos estudos filosóficos eram os pesadelos, comportamentos anômalos, pulsões e bizarrices. As respostas que se buscam atualmente, de fato, não fogem das mesmas perguntas que eram feitas nos tempos de Platão e Aristóteles, formuladas há dois mil e quinhentos anos! A SOCIEDADE GERA PSICOLOGIA Psicologia é uma palavra de uso comum. Poderíamos contextualizar o ditado: "de médico e de louco, e tam- bém de psicólogo, todo mundo tem um pouco". Quando encontramos uma pessoa na área de vendas, que tem obtido sucesso em seu desempenho profissional, costumamos falar que tal pessoa tem Psicologia de vendas, ou que ela se vale de Psicologia. Quando encontramos alguém que saiba se relacionar muito bem com as pessoas, também dizemos que esse alguém tem Psicologia para entender as De modo geral, a sociedade 'acumu- la' informações sobre e alguns conceitos catedráticos das Cada profissão tem seu código, sua linguagem, suas 'manhas' e suas psicologias. Quando observamos as pessoas em seu cotidiano e alguém muda de atitude ou reage de forma diferente do padrão estabelecido, com o qual estamos acostumados, naturalmente identificamos um desvio de conduta e assim demonstramos que temos um senso comum de Psicologia. Qualquer pessoa que não corresponda a esse senso comum geralmente não fará parte do nosso vinculo social, ou, pelo menos discretamente, vamos nos afas- tar dessa pessoa. Se detectarmos algum pico de compoitamento incompatível com os nossos valores e conceitos mais óbvios, discretamente evitaremos conviver com essa pessoa. Essa Psicologia é denominada Psicologia do senso A Psicologia, entendida como Ciência, despontou principalmente pela necessidade de compreender por que pessoas reagem de uma forma tão diferenciada, às vezes até ocorrendo um contrassenso! Outra realidade que a Psicologia analisa é a disparidade de reações às mesmas ações. Por exemplo: duas pessoas têm a mesma classe social, as mesmas características, mas respondem de forma diferente a uma catástrofe específica. Por que, então, essas duas pessoas reagem de forma diferente a uma catástrofe específica se ambas pertencem à mesma classe social e possuem as mesmas características? A Psicologia, estudando o comportamento do ser humano e os processos que resultam das respostas que o ser humano devolve de si e por mesmo, consequentemente considera o funcionamento do espirito humano e sua interação com outras pessoas, estabelecerá alguns critérios para estudar o comportamento social Cada indivíduo que vive no mundo pode ser compreendido como um mundo em si mesmo. CURSO DE TEOLOGIA 51 13_FTB.indd 51 19/12/2013 10:34:58</p><p>MÓDULO 13 PSICOLOGIA GERAL Em outras palavras, a Psicologia estuda os diversos elementos que motivam as reações em uma pessoa. Ele- mentos externos que alimentam seus processos mentais, e através de seus sentidos, o que sua emoção, percepção e inteligência catalisam e convertem em reação como resposta. O indivíduo não vive só em uma ilha, mas vive em no mundo entendido com um 'sistema'. Contudo, o mesmo indivíduo possui um mudo introspectivo. Todos nós temos esse mundo interior, e o quanto esse mundo nos absorve, positiva ou negativamente, é o que faz a diferença. Uma mesma pessoa pode ter resposta diferente para o mesmo estímulo, dependendo de fatores interno, tais como: maturidade, clareza emotiva, conceitos, valores etc. E fatores externos: outras experiências anteriores semelhantes e reflexão sobre as consequências. Tal fenômeno é denominado estado intencional. divisor de águas da generalização da Psicologia para a Nova Psicologia está nas ferramentas utilizadas desde o final do século XIX. Até aquela época, a natureza humana era através da especulação, intuição e generalização. É a partir do estudo do "todo", para o estudo específico, com suas ferramentas provenientes de outras Ciências, que se forma um aglomerado de experiências específicas, compondo assim um corpo de tese. APRENDENDO COM PASSADO A Psicologia é uma Ciência que olha para o passado para se compreender no presente. Isso é real, tanto como Ciência, quanto também como ferramenta. A Psicologia olha para o passado, tendo em vista uma visão ampla de sua história; semelhantemente, na vida do "paciente" que estuda, a Psicologia precisa olhar para o passado, para o histórico de seu "paciente", para as pressões internas e forças e eventos externos, a fim de lhe dizer, ou trazer à tona, o que está presentemente adoecendo sua alma. Quando olhamos a história, seja a história da Psicologia, seja a do "paciente", podemos preencher as áreas e problemáticas que constituem os espaços "sombrios", que comumente chamamos de "espaços em branco" do presente. Tais "espaços em branco" (preenchidos com eventos históricos) contêm informações que esclarecem como a Ciência psicológica e o "paciente" chegaram aonde eles estão. Nesse sentido, podemos avaliar as rea- ções do "paciente" e as doutrinas da Psicologia. Concluímos, portanto, a pesquisa científica a qual nos fornece premissas naquele "paciente" e naquela abordagem. A abordagem psicológica visa reconstruir a história do "paciente" para compreender sua relação com as "en- fermidades" no presente. A história geral procurar inquirir também essa dificuldade, quando olhamos para um evento histórico. Quanto mais "distante" cronologicamente o evento estiver, menos informações encontraremos, ou mais difíceis de serem encontradas essas informações serão. Em Arqueologia, os historiadores que se valem de fragmentos coletados em sítios arqueológicos, para fazerem uma possível reconstrução, também enfrentam essa mesma dificuldade. Não é muito diferente o esforço que a Psicologia faz para reconstruir o passado de um "paciente", objetivando descobrir em que ponto do abismo ele está e qual o caminho menos árduo a percorrer, entretanto, a busca das lembranças em si já poderia ser considerada "descer" ainda mais no poço. É importante que a pessoa "fora do poço" esteja plenamente apta para suportar "levantar" o peso, e também é necessário que a corda suporte o peso e esteja em boas condições. Nesta quem precisa estar apto para "levantar" o peso é o profissional que exerce o de psicólogo, a 'corda' são as ferramentas que, já sendo ex- perimentadas pelo psicólogo, estão estatisticamente apropriadas para efetuar o elo entre o passado e a "doença" do "paciente", trazendo assim luz ao tratamento a ser adotado. objeto da Psicologia é o estudo científico do comportamento, dos seus processos mentais e da sua relação entre os dois. Nesse sentido, a Psicologia estuda o comportamento, isto é, todos os atos e reações observáveis, levando-se em consideração que cada pessoa tem um temperamento e controle maior, menor ou nulo sobre seu comportamento. Desde reações a pequenas gentilezas ou pequenas ignorâncias, até provocações e pressões em várias áreas. A Psicologia estuda também sentimentos, emoções, atitudes, pensamentos, representações men- tais, fantasias, percepções, isto é, os processos mentais considerados "mais sutis". 1 Analogia é mesmo que "semelhança" "comparação". CURSO DE TEOLOGIA 52 Miolo_modulo 13_FTB.indd 52 19/12/2013 10:34:58</p><p>MÓDULO 13 PSICOLOGIA GERAL VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1. Qual é o campo de atuação da Psicologia? 2. Explique o que é senso comum? 3. Quais os objetivos da Psicologia? 4. Por que a Psicologia precisa olhar para o passado? 5. Qual é o objeto de estudo da Psicologia? CURSO DE TEOLOGIA 53 53 19/12/2013 10:34:58</p><p>MÓDULO 13 PSICOLOGIA GERAL BREVE HISTÓRIA E SUAS 2 DIFERENTES ESCOLAS A Psicologia é bem recente, se comparada às outras Ciências. Foi somente no século XIX que se deu sua emancipação da Filosofia, pois até então ela se ocultava e caminhava entrelaçada à Filosofia. Diferente de outras Ciências, a Psicologia depende de "olhar" para o passado. Isso se aplica tanto ao próprio desenvolvimento da Psicologia, quanto aos estudos individuais de seus De modo geral, é com base em estatística, ainda que tal palavra não apareça tanto quanto é utilizada, é que se obtém a media comportamental. CONSTRUÇÃO DA CIÊNCIA PSICOLÓGICA Na Alemanha: Por mais de dois mil anos, a Psicologia era ofuscada pela Filosofia. Somente em 1879, os alemães Wilhelm Maximiliam Ernst Heinrich e Gustav Theodor Fechner4 contribuíram para a elaboração de ideias que começaram a estudar temas a partir dos quais emergiu a moderna Psicologia. Tomando forma independente da Filosofia, a moderna Psicologia passou a desenvolver uma sistematização da doutrina psicológica que fun- damentou a Psicologia. Seu postulado essencial afirmava que os fenômenos psicológicos deviam ser estudados segundo uma metodologia semelhante às Ciências experimentais da natureza. Isso significou que, a partir de es- tatísticas do do ser humano, seriam formuladas ferramentas para a observação científica. Wundt tomou uma direção mais ampla, criando o primeiro "laboratório" de Psicologia experimental, em 1879, na cida- de de Leipzig, Alemanha. Foi o precursor da Psicologia social. ser humano deveria ser visto como um todo, e não a somatória de suas partes. "O todo é mais que a soma de suas partes" Max Também surge a Gestalt, palavra alemã que transmite a ideia de ver o todo, sem fragmentá-lo, postulando assim a necessidade de ver a pessoa como um todo, tendo como foco essencial definir e compreender o ser humano. Estados Unidos: Outros pensadores passaram a discutir sobre o que viria a ser conhecido como objetivo era conhecer e estudar a estrutura consciente da mente, inquirindo os estados elementares da consciência como estrutura do sistema nervoso central, considerando a condição física do "paciente" para obter as respostas aos eventos. Pressupunha o Estruturalismo que tudo depende do estado do Nos Estados Unidos, William um dos mais influentes psicólogos, opôs-se ao estruturalismo, definin- do-o como artificial e limitado. Advogava que a consciência está continuamente se desenvolvendo, portanto, em constante alteração, ajustando-se ou adaptando-se aos seus ambientes. William James adaptou, assim, lampejos de Charles Darwin em sua visão de Psicologia. Surgiu nesse contexto também o considerado a primeira sistematização genuinamente nor- te-americana. foco dessa perspectiva visava responder a duas questões: "o que as pessoas fazem"? e "por que o fazem" ? entendendo que a consciência é o instrumento que as pessoas têm para se relacionarem consigo mesmas e com o exterior. 2 Wilhelm WUNDT 3 Ernest WEBER 1795-1878. 4 Gustav FECHNER 5 William JAMES CURSO DE TEOLOGIA 54 13_FTB.indd 54 19/12/2013 10:34:58</p><p>MÓDULO 13 PSICOLOGIA GERAL Edward Lee Thorndike6 formulou a lei do Efeito, assinalando que todo comportamento de uma pessoa tende a se repetir pela recompensa (efeito) imediatamente ao emitir o comportamento. Ou tenderá a não acontecer se punido (efeito) após recorrência. Este é o principal representante do "associacionismo" segundo essa escola, é determinante, pois afeta o ser Encontramos também nesse contexto o "comportamentalismo" tendo o pensador John B. Watson como o seu formulador. Exatamente como o nome indica baseia-se no comportamento observável. Para Watson, o pen- samento somente poderia ser conhecido através do que a pessoa diz ou faz, isto é, de suas ações. As perguntas que a pessoa "paciente" responde, tarefas que ela realiza ou problemas que ela é capaz de resolver, são todos mensuráveis e únicos medidores Surgia então a Psicologia Cognitiva, pressupondo a capacidade de conhecer. Sua relevância serviu de base para a formulação do definindo o fato psicológico, de modo concreto, a partir da noção de França: Na França, Alfred Binet9 elabora o primeiro teste de inteligência. Seu diferencial, perante a Psicologia la- boratorial de seus colegas, permitiu que ele elaborasse testes psicológicos que redefiniram a maneira exata e aprioristica. raciocínio é a principal ferramenta para analisar a pessoa Mudança de Polos Em todos os tempos em que os temas da psykhé humana foram tratados, eram feitos amálgamas com a Filo- sofia. A partir da cientificação da Psicologia, ela se sobressai e deixa de ser um ramo da Filosofia, mas ainda não totalmente autônoma, passando a estar associada a especialidades da Medicina. Essas três escolas: Associacio- nismo, Estruturalismo e Funcionalismo, foram substituídos, no século XX, por novas teorias. VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1. Quando surgiu a Nova Psicologia? 2. que é Gestalt? 3. Quais as principais escolas que surgiram no século XIX? 4. Quais os principais países onde a Nova Psicologia começou a ser formulada? 5. Pesquise e responda: o que é Cognição? 6 Edward Lee THORNDIKET 7 também conhecido como Behaviorismo, do inglês 8 Do inglês significando 9 Alfred BINET 1857-1911. CURSO DE TEOLOGIA 55 Miolo_modulo 13_FTB.indd 55 19/12/2013 10:34:58</p><p>MÓDULO 13 PSICOLOGIA GERAL 3 A PSICANÁLISE ORIGEM DA PSICANÁLISE No início do século XX, surge Sigmund exacerbado em suas pesquisas, usava seus "pacientes" neuróticos e fazia estudos sobre histeria. E para tal "propósito", valia-se do método da hipnose até chegar ao método da associação livre, isto é, o método da "conversação", o qual tornou a essência da terapia psicanalítica. Amplamente considerado o psicólogo mais influente em nossa época, Freud iniciou seus estudos como médico, tendo-se formado pela Universidade de Viena, foi ele quem cunhou a palavra "Psicanálise" Freud entendia, através de suas experiências, que todos são afetados pelas mesmas ansiedades, conflitos e frustrações. A diferença entre normalidade, surtos e anormalidade é em sua grande maioria uma questão de grau do efeito. Uma mesma calamidade desempenha reações diferentes em pessoas diferentes. Todos têm conflitos e frustrações na vida cotidiana, e como nos ajustamos a eles, e o grau de importância que lhes emprestamos, é o que faz a diferença. É justamente na primeira infância que nossos temperamentos são provados e equalizados. É na infância que estão contidos os estágios definidos e os períodos de transição e formação da personalidade. Freud então acreditava que os desajustamentos dos adultos tinham origens nas frustrações e conflitos ocor- ridos em suas Sua ênfase sobre a sexualidade infantil foi a mais conhecida, a mais dramática! A Psi- cologia freudiana tem sido a mais controvertida em sua popularidade, e também a mais radicalmente exótica. Freud pretendia construir uma Psicologia que explorasse a personalidade em profundidade e seus fenômenos inconscientes, olhando para as relações dos próprios fenômenos psíquicos interiores. É, portanto, a casualidade intrapsiquica um evento psicológico (interno) a causa da sequência do fenômeno psicológico. Tal estrutura do próprio aparelho psiquico humano explica, segundo a Psicanálise, os mesmos acontecimentos externos que produzem efeitos radicalmente distintos e conforme as estruturas idiossincrásicas dos indivíduos. Resumindo a visão de Freud, poderíamos dizer o seguinte: "em uma perspectiva linear da Psicologia (com características da uma ação externa ao indivíduo deveria deflagrar uma reação previsível em qual- quer indivíduo, o que não acontece", e Freud rejeitou essa tal perspectiva. A Psicanálise desenvolvida por Freud passou a demonstrar, então, que uma ação sobre um indivíduo deflagra- rá reação Reações e "visão do mundo" serão diferentes entre uma pessoa que teve infância (prin- cipalmente) e adolescência sadias e outra pessoa que teve uma infância manipulada e/ou erotizada, conforme o "grau" e "quem" das relações familiares e sociais a afligiram. Exemplificando "quem" da relação: uma mesma agressão inserirá sequelas mais profundas e danosas conforme a proximidade do agressor ao ambiente familiar. que o agressor representa na mente da criança é fundamental para descobrir a grau de desconstrução e como recomeçar a construção para uma pessoa confiante que possa ser capaz de superar o trauma. Apenas serão previsíveis as dificuldades futuras da criança molestada, se forem conhecidos o que exata- mente aconteceu e como isso afetou sua psykhé e como a criança vê a pessoa que o agrediu. As consequências podem ser amenizadas com um tratamento que restaure a autoestima, a segurança e a da criança, ressalvando-se que cada pessoa no mundo é "um mundo em si mesmo". 10 Sigmund FREUD 56 CURSO DE TEOLOGIA 56 19/12/2013 10:34:58</p>

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