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CURSO: DIREITO LEONARDO LIMA BASTOS LINDIANE MEIRELES DA SILVA PRÉ-PROJETO DE TCC A EFETIVIDADE DA LEI MARIA DA PENHA: UMA ANÁLISE DAS NUANCES E APLICABILIDADE EM DIFERENTES CONTEXTOS SOCIAIS E CULTURAIS FEIRA DE SANTANA – BA. 2024 LEONARDO LIMA BASTOS LINDIANE MEIRELES DA SILVA A EFETIVIDADE DA LEI MARIA DA PENHA: UMA ANÁLISE DAS NUANCES E APLICABILIDADE EM DIFERENTES CONTEXTOS SOCIAIS E CULTURAIS Projeto apresentado como requisito parcial avaliativo da disciplina TCC I, ministrada pela Profª. Ma. Ana Sheila Soares Mascarenhas Leite, no Curso de Direito, 9º semestre, na Faculdade Anísio Teixeira, semestre 2024.1. FEIRA DE SANTANA – BA. 2024 SUMÁRIO 1 TEMA ........................................................................................................................4 2 PROBLEMA................................................................................................................4 3 HIPÓTESE..................................................................................................................4 4 OBJETIVOS.................................................................................................................4 4.1 Objetivo Geral.........................................................................................................4 4.1 Objetivos Especificos..............................................................................................5 5 JUSTIFICATIVA............................................................................................................5 6 REFERENCIAL TEÓRICO.............................................................................................6 9 REFERÊNCIAS............................................................................................................9 4 1. TEMA A Efetividade da Lei Maria da Penha: Uma Análise das Suas Nuances e Aplicabilidade em Diferentes Contextos Sociais e Culturais. 2. PROBLEMA A efetividade da Lei Maria da Penha é influenciada por diferentes contextos sociais e culturais no que tange o combate à violência doméstica e apoio às vítimas? 3. HIPÓTESES A eficácia da Lei Maria da Penha é influenciada por diferentes contextos sociais e culturais. Criada com o objetivo de proteger mulheres contra a violência de gênero, a lei introduziu políticas públicas e serviços especializados para coibir esse tipo de violência. 4. OBJETIVOS 4.1 Objetivo geral Analisar à Lei Maria da Penha como funciona no contexto social e cultural brasileiro, destacando sua importância na prevenção da violência doméstica e no apoio às vítimas. 4.2 Objetivos Específicos • Pesquisar a efetividade das políticas públicas e serviços especializados introduzidos pela Lei Maria da Penha para coibir a violência de gênero, considerando sua aplicação prática e os impactos percebidos na prevenção e no apoio às vítimas. 5 • Investigar os desafios enfrentados na implementação da Lei Maria da Penha no contexto social e cultural brasileiro, identificando possíveis lacunas na legislação e nas políticas públicas relacionadas à prevenção e combate à violência doméstica. • Avaliar a eficácia das medidas integradas de prevenção, proteção e assistência adotadas por meio de políticas públicas para garantir a aplicação contínua e efetiva da Lei Maria da Penha, com foco na erradicação da violência contra a mulher. 5. JUSTIFICATIVA A Lei Maria da Penha representa um marco importante na luta contra a violência de gênero no Brasil, estabelecendo medidas protetivas e garantindo direitos às vítimas de violência doméstica. No entanto, sua efetividade é afetada por uma série de nuances sociais e culturais que podem comprometer sua aplicabilidade em diferentes contextos. Portanto, a justificativa para a realização deste estudo é a necessidade de compreender essas nuances e identificar os principais desafios que impactam a implementação eficaz da lei. Este estudo é relevante pois ao analisar as nuances da aplicabilidade da Lei Maria da Penha, podemos identificar os obstáculos que impedem as vítimas de acessarem a proteção prevista pela lei e desenvolver estratégias para superá-los, garantindo uma resposta mais eficaz à violência doméstica. Ao investigar como as normas culturais e sociais influenciam a percepção da violência de gênero e a aplicação da lei, este estudo contribui para a conscientização sobre as desigualdades de gênero e para o desenvolvimento de políticas mais inclusivas e equitativas. Os resultados deste estudo podem fornecer percepções valiosas para formuladores de políticas públicas, permitindo que desenvolvam medidas mais eficazes para combater a violência doméstica e proteger as vítimas, levando em consideração as nuances sociais e culturais presentes em diferentes contextos. 6 A relevância acadêmica deste estudo pauta-se na busca em preencher uma lacuna na literatura acadêmica ao analisar criticamente a efetividade da Lei Maria da Penha em diferentes contextos sociais e culturais, fornecendo informações relevantes para aprimorar a proteção das vítimas de violência doméstica e promover a igualdade de gênero no Brasil. 6. REFERENCIAL TEÓRICO A questão da violência contra a mulher é um tema que atravessa grande parte da história da civilização humana. Desde os tempos da antiga cidade-estado suméria, por volta de 5.000 a.C., até os dias atuais no século XXI, as mulheres tiveram uma jornada árdua para conquistar direitos básicos e serem reconhecidas em igualdade com os homens. Esse é um assunto que envolve aspectos políticos, sociais e culturais, com raízes nos primórdios da organização social. Nas grandes civilizações da antiguidade, as guerras eram travadas e lideradas principalmente por homens, o que conferia ao guerreiro um papel fundamental na estrutura do Estado armado. Como resultado, as mulheres frequentemente ocupavam posições secundárias no cenário político e social dessas cidades primordiais. Mesmo antes do estabelecimento das grandes cidades-estados, durante o período dos caçadores-coletores, as tarefas de caça de animais selvagens eram geralmente atribuídas aos homens, enquanto as mulheres cuidavam da agricultura e da criação dos filhos. A carne, como alimento valioso, também contribuía para a valorização do papel masculino. Hoje, embora tenhamos avançado em muitos aspectos, a luta contra a violência de gênero continua sendo uma batalha importante. A Lei Maria da Penha, no Brasil, representa um marco na proteção das mulheres, mas ainda há muito a ser feito para garantir que essas medidas sejam efetivas e que a dignidade da pessoa humana seja respeitada. No Brasil, herdeiro de uma vasta cultura de discriminação e violência contra a mulher, o início do século XX foi marcado pela elaboração e publicação do Código Civil de 1916. Esse código, extremamente tradicional, perpetuava a discriminação 7 feminina por meio de disposições que limitavam a capacidade obrigacional e contratual das mulheres. Além disso, o divórcio era proibido, o que criava uma dependência absoluta das esposas em relação aos maridos. O conceito antiquado de “pátrio poder” também estava presente, restringindo a atuação social das mulheres e favorecendo os homens em questões de herança. No entanto, a sociedade brasileira daquela época passava por mudanças significativas. Movimentos feministas externos influenciavam o país, e a introdução da mulher no mercado de trabalho estava em curso devido ao processo de industrialização. Na década de 1930, as mulheres conquistaram seus direitos políticos por meio do Código Eleitoral de 1932 e da Constituição varguistade 1934, que foi profundamente inspirada na Constituição Alemã de 1919. Em 1943, os direitos trabalhistas das mulheres foram assegurados por meio de um capítulo na Consolidação das Leis do Trabalho, visando à proteção de seus direitos no ambiente de trabalho. Esses avanços foram fundamentais para a busca da igualdade de gênero no Brasil. No que se refere especificamente a legislação de proteção a mulher contra a violência, cabe ressaltar que o Brasil tornou-se signatário da Convenção Sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, através do Decreto Legislativo no 43, obrigando-se a reprimir qualquer forma de discriminação ao sexo feminino, havendo, inclusive, menção a possibilidade de ações afirmativas, conhecidas como discriminações positivas, com a finalidade de equilibrar as relações entre homens e mulher, tanto na esfera privada quanto pública (NETO, 2021, p. 03). Quanto a Conferência Mundial dos Direitos Humanos: A Conferência Mundial dos Direitos Humanos, realizada em junho de 1993 em Viena, reconheceu no artigo 18 de sua Declaração que: “os direitos humanos das mulheres e das meninas são inalienáveis e constituem parte integrante e indivisível dos direitos humanos universais. A violência de gênero e todas as formas de assédio e exploração sexual são incompatíveis com a dignidade e o valor da pessoa humana e devem ser eliminadas. Os direitos humanos são parte integrante das atividades das Nações Unidas, que devem incluir a promoção de todos os instrumentos de direitos humanos relacionados à mulher” (MONTEBELLO, 2000, p. 155). 8 A Constituição Federal de 1988, conhecida como “Constituição Cidadã”, desempenhou um papel crucial na luta pelo fim da violência contra as mulheres e na promoção da igualdade de direitos. Nela, a dignidade humana é estabelecida como um princípio fundamental do Estado Democrático de Direito. Além disso, a Constituição reconhece que homens e mulheres têm os mesmos direitos e obrigações, protege a maternidade e o trabalho feminino, e elimina o antigo conceito de “pátrio poder”, atribuindo deveres familiares tanto ao homem quanto à mulher. Apesar desses avanços, o Brasil ainda enfrentava sérias dificuldades em combater diversos tipos de violência contra mulheres e meninas. Muitas vítimas, além de sofrerem violência, também se depararam com a falta de apoio estatal e a busca frustrada por justiça. Um exemplo emblemático é a história de Maria da Penha Maia Fernandes, uma bioquímica que sofreu múltiplas agressões de seu então marido, Marco Antônio Heredias Viveiros. O pior episódio ocorreu em 29 de maio de 1983, quando ele atirou em sua esposa enquanto ela dormia, deixando-a paraplégica. Apesar disso, o agressor permaneceu impune, alegando que o incidente havia sido um assalto. Essa impunidade o levou a tentar matá-la novamente poucos dias após sua alta hospitalar, quando ele tentou eletrocutá-la. Essa história destaca a necessidade contínua de combater a violência de gênero e garantir que as vítimas recebam a proteção e justiça que merecem. REFERÊNCIAS BRASIL. Lei 11.340/2006. Planalto, 2006. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm. NETO, Nilson Dias de Assis. Violência contra a mulher: Gênero, que história é essa? Revista eletrônica do Ministério Público do Estado do Piauí. 2021. Disponível em https://www.mppi.mp.br/internet/wp-content/uploads/2022/02/Viole%CC%82ncia- contra-a- Mulher-Ge%CC%82nero-que-histo%CC%81ria-e%CC%81-essa.pdf. 9 LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2014. LIRA, Higor. Aspectos históricos da discriminação de gênero e da violência doméstica contra a mulher. 2015. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/artigos/aspectos- historicos-da-discriminacao-de-genero-e-da-violência-domestica-contra-a- mulher/239941907. COELHO, Renata. A Evolução Jurídica da Mulher Brasileira - Breves Notas para Marcar o dia 24 de Fevereiro, quando publicado o Código Eleitoral 1932 e os 90 anos do voto precursor de Celina Viana. 2016. Disponível em https://www.mpf.mp.br/pgr/documentos/Evoluojurdicadacidadaniadamulherbrasileira _Renata Coelho.pdf. MONTEBELLO, Marianna. A Proteção Internacional aos Direitos da Mulher. Rio de Janeiro: Revista da EMERJ, no 11, 2000.