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[Digite aqui] 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 3 2 MEIO AMBIENTE ............................................................................................. 4 3 POLUIÇÃO DA ÁGUAS E QUALIDADE DAS ÁGUAS ..................................... 4 4 PADRÕES DE QUALIDADE DA ÁGUA............................................................ 6 5 Parâmetros físicos ............................................................................................ 7 5.1 Parâmetros químicos .................................................................................. 9 5.2 Parâmetros biológicos .............................................................................. 12 5.3 Padrão de potabilidade. ............................................................................ 14 5.4 Padrão de corpos d'água. ......................................................................... 14 6 FONTES DE POLUIÇÃO ................................................................................ 15 6.1 Classes de contaminantes emergentes determinadas no Brasil .............. 15 7 ÁGUAS RESIDUÁRIAS: ESGOTOS DOMÉSTICOS ..................................... 19 7.1 Constituição das águas residuárias e tipos de efluentes .......................... 20 7.2 Tratamento das águas residuárias ........................................................... 21 7.3 Fitodepuração como alternativa de tratamento de águas residuárias ...... 21 8 ÁGUAS PLUVIAIS .......................................................................................... 23 8.1 Reuso das águas pluviais em residências e suas vantagens ................... 27 9 EFLUENTES INDUSTRIAIS ........................................................................... 28 9.1 Reator anaeróbio UASB ........................................................................... 29 9.2 Tratamentos físico-químicos .................................................................... 30 9.3 Lagoas de estabilização ........................................................................... 32 9.4 Caracterização Quantitativa e Qualitativa. ............................................... 34 10 CONTROLE DA POLUIÇÃO. ......................................................................... 35 11 CONSEQUÊNCIAS DA POLUIÇÃO ............................................................... 36 12 POLUIÇÃO DO AR ......................................................................................... 38 12.1 Classificação dos poluentes ..................................................................... 38 12.2 Efluentes .................................................................................................. 39 12.3 Fontes poluidoras ..................................................................................... 40 12.4 Histórico da poluição atmosférica - principais episódios .......................... 41 13 Poluição sonora .............................................................................................. 45 14 Poluição visual ................................................................................................ 46 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 49 3 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 4 2 MEIO AMBIENTE O meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. Resumidamente, pode-se definir meio ambiente como o conjunto de elementos bióticos (organismos vivos) e abióticos (elementos não vivos, como a energia solar, o solo, a água e o ar) que integram a fina camada da Terra chamada biosfera, sustentáculo e lar dos seres vivos. (BRASIL, 2014). Meio Ambiente diz respeito à qualidade de vida, e é importante frisar que os direitos básicos da população, viabilizados pelo Assistente Social, e a própria garantia da qualidade de vida, dependem da qualidade do ambiente no qual se está inserido. (FREITAS, 2019). A Educação Ambiental é um tema que deve ser abordado no currículo escolar desde os anos iniciais até os cursos superiores, pois o estímulo e o desenvolvimento de ações voltadas para esse tema geram contribuições significativas para produzir uma sociedade mais consciente, uma vez que ações baseadas nos princípios definidos pela Política Nacional de Educação Ambiental(PNEA), favorecem a formação de sujeitos participativos e com senso de responsabilidade. A Educação Ambiental é a dimensão da educação formal que se orienta para a resolução dos problemas concretos do meio ambiente através de enfoques interdisciplinares, e de uma participação ativa e responsável de cada indivíduo e da coletividade. Nessa perspectiva, a Educação Ambiental pode contribuir significativamente para aperfeiçoar a relação entre a sociedade e o ambiente, porém, esta deve ter um enfoque voltado para a participação ativa e prazerosa. A presença, em todas as práticas educativas, da reflexão sobre as relações dos seres entre si, do ser humano com ele mesmo e do ser humano com seus semelhantes é condição imprescindível para que a Educação Ambiental ocorra. A Educação Ambiental deve ir além dos problemas ambientais, visando uma formação voltada ao exercício da cidadania e da formação de valores (SILVA, 2019). 3 POLUIÇÃO DA ÁGUAS E QUALIDADE DAS ÁGUAS O crescimento populacional nas últimas décadas provocou o aumento das demandas de água, energia e outros recursos naturais utilizados pelas atividades humanas. O uso intensivo dos recursos naturais para assegurar o desenvolvimento econômico e social gera consequências adversas aos sistemas ambientais, podendo 5 levar a alterações irreversíveis e comprometer a resiliência natural do planeta (STEFFEN et al., 2015). Fonte: encrypted- Dentre os desafios atuais na esfera dos problemas socioambientais, destaca- se a busca pela sustentabilidade hídrica. Essa preocupação ocorre devido ao valor social, econômico e cultural dos recursos hídricos, assim como, em função dos altos níveis de interferência antrópica na sua disponibilidade qualitativa e o registro de conflitos associados (RIBEIRO 2014; SOUZA et al., 2014). Entre os recursos naturais mais importantes para o homem destacam-se os recursos hídricos, devido à sua importância para a manutenção da biodiversidade e por estar presente em qualquer atividade humana. (GRIZZETTI et al., 2016). São utilizados para diversos fins, como agricultura, abastecimento urbano, dessedentação de animais, indústria,recreação e energia, o que pode comprometer sua disponibilidade e qualidade no meio natural, caso não sejam devidamente gerenciados. Nesse panorama, os estudos que permitam avaliar as condições dos ambientes aquáticos são imprescindíveis, já que auxiliam em tomadas de decisão, e possibilitam a conservação e proteção dos recursos hídricos, assegurando dessa forma o desenvolvimento dos grupos humanos. Especialmente regiões onde apresenta pouca disponibilidade hídrica, como o semiárido do Nordeste (SILVA, et al, 2014). A segurança hídrica de uma sociedade se caracteriza pela garantia de água em termos quantitativos e qualitativos para atender os usos múltiplos da água e, 6 também, para manter o funcionamento dos ecossistemas naturais, tornando-se assim um dos principais desafios socioambientais (PAHL-WOSTL, 2017). As principais alterações na qualidade das águas ocorrem em virtude das atividades antrópicas, que poluem os ecossistemas aquáticos por meio da liberação de substâncias e materiais que podem alterar as características desses ambientes, causando mudanças na sua dinâmica e funcionamento (GRIZZETTI et al., 2017). A deterioração da qualidade da água ocasiona crescentes aumentos nos custos de tratamento das águas destinadas ao abastecimento doméstico, principalmente nos custos associados ao uso de produtos químicos. Ao se projetar uma Estação de Tratamento de Água (ETA), leva-se em consideração tanto o volume de água a ser tratado, como a qualidade dessa água. Quanto melhor forem os parâmetros que indicam ser uma água adequada para sofrer o processo de potabilização, mais simples será o processo escolhido para se proceder ao tratamento da água e, consequentemente, menores serão os custos de implantação e de operação da ETA (BRASIL, 2014). 4 PADRÕES DE QUALIDADE DA ÁGUA Fonte:.wp.com/iusnatura.com.br O monitoramento da qualidade das águas é um instrumento importante para o planejamento e o gerenciamento dos recursos hídricos; permite avaliar a evolução da qualidade das águas e identificar áreas prioritárias para a gestão (CETESB, 2017). A avaliação contínua ou periódica dos parâmetros físicos, químicos e biológicos da água é importante para ter conhecimento sobre as características limnológicas dos 7 sistemas hídricos; além de possibilitar a identificação de possíveis fontes de poluição na bacia hidrográfica, pois a qualidade das águas de um curso hídrico reflete o grau de conservação de sua bacia de contribuição (ALILOU et al., 2019). No Brasil, os padrões de referência para o monitoramento das águas foram estabelecidos pela Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) Nº 357 de 17 de março de 2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos hídricos de acordo com seus usos preponderantes, estabelece diretrizes ambientais para o enquadramento das águas, bem como condições e padrões de lançamento de efluentes lançados aos corpos hídricos. A conformidade com os valores de referência é um bom indicativo da qualidade de um corpo hídrico (ANJINHO et al, 2020). A qualidade da água pode ser representada através de diversos parâmetros, que traduzem as suas principais características físicas, químicas e biológicas. 5 PARÂMETROS FÍSICOS Cor A cor da água é produzida pela reflexão da luz em partículas minúsculas de dimensões inferior a 1 µm – denominadas coloides – finamente dispersas, de origem orgânica (ácidos húmicos e fúlvicos) ou mineral (resíduos industriais, compostos de ferro e manganês). Corpos d’água de cores naturalmente escuras são encontrados em regiões ricas em vegetação, em decorrência da maior produção de ácidos húmicos. Um exemplo internacionalmente conhecido é o do Rio Negro, afluente do Rio Amazonas, cujo nome faz referência à sua cor escura, causada pela presença de produtos de decomposição da vegetação e pigmentos de origem bacteriana (Chromobacterium violaceum). Turbidez A turbidez pode ser definida como uma medida do grau de interferência à passagem da luz através do líquido. A alteração à penetração da luz na água decorre na suspensão, sendo expressa por meio de unidades de turbidez (também denominadas unidades de Jackson ou nefelométricas). A turbidez é provocada por partículas em suspensão, sendo, portanto, reduzida por sedimentação. Em lagos e represas, onde a velocidade de escoamento da água é menor, a turbidez pode ser bastante baixa. Além da ocorrência de origem natural, a turbidez da água pode, 8 também, ser causada por lançamentos de esgotos domésticos ou industriais. A turbidez natural das águas está, geralmente, compreendida na faixa de 3 a 500 unidades fins de potabilidade; a turbidez deve ser inferior a 1 unidade. Tal restrição fundamenta-se na influência da turbidez nos processos usuais de desinfecção, atuando como escudo aos micro-organismos patogênicos, minimizando a ação do desinfetante. Sabor A conceituação de sabor envolve uma interação de gosto (salgado, doce, azedo e amargo) com o odor. No entanto, genericamente usa-se a expressão conjunta: sabor e odor. Sua origem está associada tanto à presença de substâncias químicas ou gases dissolvidos, quanto à atuação de alguns micro-organismos, notadamente algas. Odor O odor, são obtidos odores que podem até mesmo ser agradáveis (odor de gerânio e de terra molhada etc.) além daqueles considerados como repulsivos (odor de ovo podre, por exemplo). Despejos industriais que contêm fenol, mesmo em pequenas concentrações, apresentam odores bem característicos. Vale destacar que substâncias altamente deletérias aos organismos aquáticos, como metais pesados e alguns compostos organossintéticos não conferem nenhum sabor ou odor à água. Para consumo humano e usos mais nobres, o padrão de potabilidade exige que a água seja completamente inodora. Temperatura A temperatura expressa a energia cinética das moléculas de um corpo, sendo seu gradiente o fenômeno responsável pela transferência de calor em um meio. A alteração da temperatura da água pode ser causada por fontes naturais (principalmente energia solar) ou antropogênicas (despejos industriais e águas de resfriamento de máquinas). A temperatura exerce influência marcante na velocidade das reações químicas, nas atividades metabólicas dos organismos e na solubilidade de substâncias. Os ambientes aquáticos brasileiros apresentam, em geral, temperaturas na faixa de 20ºC a 30ºC. Entretanto, em regiões mais frias, como no sul do país, a temperatura da água em períodos de inverno pode baixar a valores entre 5ºC e 15ºC, atingindo, em alguns casos, até o ponto de congelamento. Em relação às 9 águas para consumo humano, temperaturas elevadas aumentam as perspectivas de rejeição ao uso. Águas subterrâneas captadas a grandes profundidades frequentemente necessitam de unidades de resfriamento, a fim de adequá-las ao abastecimento (BRASIL, 2014) 5.1 Parâmetros químicos ph O potencial hidrogêniônico (pH) representa a intensidade das condições ácidas ou alcalinas do meio líquido, por meio da medição da presença de íons hidrogênio (H+). É calculado em escala antilogarítmica, abrangendo a faixa de 0 a 14 (inferior a 7: condições ácidas; superior a 7: condições alcalinas). O valor do pH influi na distribuição das formas livre e ionizada de diversos compostos químicos, além de contribuir para um maior ou menor grau de solubilidade das substâncias e de definir o potencial de toxicidade de vários elementos. As alterações de pH podem ter origem natural (dissolução de rochas, fotossíntese) ou antropogênica (despejos domésticos e industriais). Em águas de abastecimento, baixos Manual de Controle da Qualidade da Água para Técnicos que Trabalham em ETAS 21 valores de pH podem contribuir para sua corrosividade e agressividade, enquanto que valores elevados aumentam a possibilidade de incrustações. Para a adequadamanutenção da vida aquática, o pH deve situar-se, geralmente, na faixa de 6 a 9. Alcalinidade A alcalinidade indica a quantidade de íons na água que reagem para neutralizar os íons hidrogênio. Constitui-se, portanto, em uma medição da capacidade da água de neutralizar os ácidos, servindo, assim, para expressar a capacidade de tamponamento da água, isto é, sua condição de resistir a mudanças do pH. Os principais constituintes da alcalinidade são os bicarbonatos (HCO3-), carbonatos (CO3 2+) e hidróxidos (OH-). Outros ânions, como cloretos, nitratos e sulfatos, não contribuem para a alcalinidade. Acidez A acidez, em contraposição à alcalinidade, mede a capacidade da água em resistir às mudanças de pH causadas pelas bases. Ela decorre, fundamentalmente, da presença de gás carbônico livre na água. A origem da acidez tanto pode ser natural 10 (CO2 absorvido da atmosfera, ou resultante da decomposição de matéria orgânica, presença de H2 S – gás sulfídrico) como antropogênica (despejos industriais, passagem da água por minas abandonadas). De maneira semelhante à alcalinidade, a distribuição das formas de acidez também é função do pH da água: pH > 8.2 – CO2 livre ausente; pH entre 4,5 e 8,2 – acidez carbônica; pH < 4,5 – acidez por ácidos minerais fortes, geralmente resultantes Fundação Nacional de Saúde 22 de despejos industriais. Águas com acidez mineral são desagradáveis ao paladar, sendo desaconselhadas para abastecimento doméstico. Dureza A dureza indica a concentração de cátions multivalentes em solução na água. Os cátions mais frequentemente associados à dureza são os de cálcio e magnésio (Ca+2, Mg+2) e, em menor escala, ferro (Fe+2), manganês (Mn+2), estrôncio (Sr+2) e alumínio (Al+3). A dureza pode ser classificada como dureza carbonato ou dureza não carbonato, dependendo do ânion com o qual ela está associada. Águas de elevada dureza reduzem a formação de espuma, o que implica em um maior consumo de sabões e xampus, além de provocar incrustações nas tubulações de água quente, caldeiras e aquecedores, devido à precipitação dos cátions em altas temperaturas. Existem evidências de que a ingestão de águas duras contribui para uma menor incidência de doenças cardiovasculares. Ferro e manganês Os elementos ferro e manganês, por apresentarem comportamento químico semelhante, podem ter seus efeitos na qualidade da água abordados conjuntamente. Muito embora estes elementos não apresentem inconvenientes à saúde nas concentrações normalmente encontradas nas águas naturais, eles podem provocar problemas de ordem estética (manchas em roupas, vasos sanitários) ou prejudicar determinados usos industriais da água. Altas concentrações destes elementos são também encontradas em situações de ausência de oxigênio dissolvido, como, por exemplo, em águas subterrâneas ou nas camadas mais profundas dos lagos. Em condições de anaerobiose, o ferro e o manganês apresentam-se em sua forma solúvel (Fe2+ e Mn2+), voltando a precipitar-se quando em contato com o oxigênio (oxidação a Fe3+ e Mn4+). Cloretos 11 Os cloretos, geralmente, provêm da dissolução de minerais ou da intrusão de águas do mar, e ainda podem advir dos esgotos domésticos ou industriais. Em altas concentrações, conferem sabor salgado à água ou propriedades laxativas. Nitrogênio No meio aquático, o elemento químico nitrogênio pode ser encontrado sob diversas formas: Nitrogênio molecular (N2): nesta forma, o nitrogênio está, continuamente, sujeito a perdas para a atmosfera. Algumas espécies de algas fixar o nitrogênio atmosférico, o que permite o seu crescimento mesmo quando as outras formas de nitrogênio não estão disponíveis na massa líquida; Nitrogênio orgânico: constituído por nitrogênio na forma dissolvida (compostos nitrogenados orgânicos) ou particulada (biomassa de organismos); Íon amônio (NH4 +): forma reduzida do nitrogênio, sendo encontrada em condições de anaerobiose; serve, ainda, como indicador do lançamento de esgotos de elevada carga orgânica; Íon nitrito (NO2 -): forma intermediária do processo de oxidação, apresentando uma forte instabilidade no meio aquoso; e Íon nitrato (NO3 -): forma oxidada de nitrogênio, encontrada em condições de aerobiose. Além de ser fortemente encontrado na natureza, na forma de proteínas e outros compostos orgânicos, o nitrogênio tem uma significativa origem antropogênica, principalmente em decorrência do lançamento em corpos d’água de despejos domésticos, industriais e de criatórios de animais, assim como de fertilizantes. Fósforo O fósforo é, em razão da sua baixa disponibilidade em regiões de clima tropical, o nutriente mais importante para o crescimento de plantas aquáticas. Quando este crescimento ocorre em excesso, prejudicando os usos da água, caracteriza-se o fenômeno conhecido como eutrofização. A fração mais significativa no estudo do fósforo é a inorgânica solúvel, que pode ser diretamente assimilada para o crescimento de algas e macrófitas. A presença de fósforo na água está relacionada a processos naturais (dissolução de rochas, carreamento do solo, decomposição de matéria orgânica, chuva) ou antropogênicos (lançamento de esgotos, detergentes, fertilizantes, pesticidas). 12 Oxigênio dissolvido Trata-se de um dos parâmetros mais significativos para expressar a qualidade de um ambiente aquático. É sabido que a dissolução de gases na água sofre a influência de distintos fatores ambientais (temperatura, pressão, salinidade). As variações nos teores de oxigênio dissolvido estão associadas aos processos físicos, químicos e biológicos que ocorrem nos corpos d’água. Para a manutenção da vida aquática aeróbica são necessários teores mínimos de oxigênio dissolvido de 2 mg/L a 5 mg/L, exigência de cada organismo. A concentração de oxigênio disponível mínima necessária para sobrevivência das espécies piscícolas é de 4 mg/L para a maioria dos peixes e de 5 mg/L para trutas. Em condições de anaerobiose (ausência de oxigênio dissolvido) os compostos químicos são encontrados na sua forma reduzida (isto é, não oxidada), a qual é geralmente solúvel no meio líquido, disponibilizando, portanto, as substâncias para assimilação pelos organismos que sobrevivem no ambiente. Á medida em que cresce a concentração de oxigênio dissolvido os compostos vão se precipitando, ficando armazenados no fundo dos corpos d’água. Matéria orgânica A matéria orgânica da água é necessária aos seres heterótrofos, na sua nutrição, e aos autótrofos, como fonte de sais nutrientes e gás carbônico. Em grandes quantidades, no entanto, podem causar alguns problemas, como cor, odor, turbidez e consumo do oxigênio dissolvido pelos organismos decompositores. O consumo de oxigênio é um dos problemas mais sérios do aumento do teor de matéria orgânica, pois provoca desequilíbrios ecológicos, podendo causar a extinção dos organismos aeróbicos. Geralmente, são utilizados dois indicadores do teor de matéria orgânica na água: Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e Demanda Química de Oxigênio (DQO). A diferença entre DBO e DQO está no tipo de matéria orgânica estabilizada. Enquanto a DBO refere-se exclusivamente à matéria orgânica mineralizada por atividade dos micro-organismos, a DQO engloba, também, a estabilização da matéria orgânica ocorrida por processos químicos (BRASIL, 2014) 5.2 Parâmetros biológicos Organismos indicadores 13 As bactérias do grupo coliforme habitam normalmente o intestino de homens e animais, servindo, portanto, como indicadoras da contaminação de uma amostra de água por fezes. Como a maior parte das doenças associadas com a água é transmitida por via fecal, isto é, os organismos patogênicos, ao serem eliminados pelas fezes, atingem o ambiente aquático, podendo vir a contaminar as pessoas que se abasteçam de forma inadequada desta água, conclui-seque as bactérias coliformes podem ser usadas como indicadoras desta contaminação. Quanto maior a população de coliformes em uma amostra de água, maior é a chance de que haja contaminação por organismos patogênicos. As principais comunidades que habitam o ambiente aquático são: Plâncton: organismos sem movimentação própria, que vivem em suspensão na água, podendo ser grupados em fitoplâncton (algas, bactérias) e zooplâncton (protozoários, rotíferos, crustáceos). A comunidade planctônica exerce um papel fundamental na ecologia aquática, tanto na construção da cadeia alimentar, quanto na condução de processos essenciais, como a produção de oxigênio e a decomposição da matéria orgânica; Benton: é a comunidade que habita o fundo de rios e lagos, sendo constituída principalmente por larvas de insetos e por organismos anelídeos, semelhantes às minhocas. A atividade da comunidade bentônica influi nos processos de solubilização dos materiais depositados no fundo de ambientes aquáticos. Além disso, pelo fato de serem muito sensíveis e apresentarem reduzida locomoção e fácil visualização, os organismos bentônicos são considerados como excelentes indicadores da qualidade da água; Necton: é a comunidade de organismos que apresentam movimentação própria, sendo representada principalmente pelos peixes. Além do seu significado ecológico, situando-se no topo da cadeia alimentar, os peixes servem como fonte de proteínas para a população e também podem atuar como indicadores da qualidade da água (rotíferos, crustáceos). A comunidade planctônica exerce um papel fundamental na ecologia aquática, tanto na construção da cadeia alimentar, Manual de Controle da Qualidade da Água para Técnicos que Trabalham em ETAS 29 quanto na condução de processos essenciais, como a produção de oxigênio e a decomposição da matéria orgânica (BRASIL, 2014) 14 São feitas referências aos seguintes padrões de qualidade da água: 5.3 Padrão de potabilidade: Portaria de Consolidação Nº 5 Anexo XX do Ministério da Saúde e Portaria 2914 (2011) do Ministério da Saúde. 5.4 Padrão de corpos d'água: Resolução CONAMA 357 (2005), do Ministério do Meio Ambiente, e eventuais legislações estaduais. Os requisitos de qualidade de água em função do abastecimento doméstico são os seguintes: Isenta de substâncias químicas prejudiciais à saúde; Isenta de organismos prejudiciais à saúde; Adequada para serviços domésticos; Baixa agressividade e dureza; Esteticamente agradável (baixa turbidez, cor, sabor e odor, ausência de macrorganismos) (SAAE, 2020). A qualidade requerida está bem definida nas concentrações máximas permitidas para determinadas substâncias, conforme especificado nas Resoluções CONAMA 357/05, 396/08 e 430/2011, que dispõem sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas e superficiais e estabelecem as condições e padrões de lançamento de efluentes. Os principais indicadores da qualidade da água são separados sob os aspectos físicos, químicos e biológicos (BRASIL, 2014). 15 6 FONTES DE POLUIÇÃO Fonte: static.brasilescola Os ecossistemas aquáticos têm sido alterados de maneira significativa em função de múltiplos impactos ambientais advindos de atividades antrópicas, tais como: mineração, construção de barragens e represas, retilinização e desvio de curso natural de rios, lançamento de efluentes domésticos e industriais não tratados, desmatamento e uso inadequado do solo em regiões ripárias e planícies de inundação, superexposição de recursos pesqueiros, introdução de espécies exóticas. Tais alterações provocam desestruturação do ambiente físico-químico e alteração da dinâmica natural das comunidades biológicas (MARQUES et al, 2017). Diversas substâncias têm sido consideradas contaminantes emergentes, tais como: fármacos, compostos usados em produtos de higiene pessoal (ex: protetores solares), hormônios, alquilfenóis e seus derivados, drogas ilícitas, sucralose e outros adoçantes artificiais, pesticidas; subprodutos provenientes de processos de desinfecção de águas (DPB, do inglês, Desinfect by Products); retardantes de chama bromados; compostos perfluorados; siloxanos; benzotriazóis; ácidos naftênicos; percloratos; dioxinas; nanomateriais; líquidos iônicos e microplásticos. Além desses, alguns microorganismos e toxinas de algas também são considerados contaminantes emergentes (RICHARDSON et al, 2016). 6.1 Classes de contaminantes emergentes determinadas no Brasil Fármacos 16 Os fármacos pertencem a uma das classes de contaminantes emergentes mais estudadas em todo o mundo (sendo a segunda mais estudada no Brasil), pois são constantemente lançados no ambiente em grandes quantidades, além de serem produzidos com a finalidade de apresentarem efeitos biológicos. Muitos são persistentes e lipofílicos, podendo ser bioacumulados, outros são parcialmente metabolizados pelo organismo e seus metabólitos, lançados no ambiente, também podem causar efeitos à biota e ao homem (MONTAGNER et al, 2017). Os fármacos incluem todas as drogas consumidas com ou sem prescrição médica, de uso humano ou veterinário, e suplementos alimentares. Nas últimas décadas houve um aumento significativo no consumo de medicamentos em todo o mundo, inclusive no Brasil, principalmente aqueles vendidos sem prescrição médica, como os analgésicos e antitérmicos e aqueles de uso contínuo como os reguladores lipídicos, anticoncepcionais e antidepressivos. O mercado farmacêutico mundial movimenta bilhões de dólares anualmente, com um crescimento de mercado que tem se expandido tanto em quantidade como em variedade de novos princípios ativos72 As maiores preocupações são com os fármacos de origem hormonal, dado seu potencial de interferência endócrina; os fármacos psicoterápicos, que agem diretamente no sistema nervoso central; e os antimicrobianos devido ao fato de promoverem um aumento na quantidade de bactérias resistentes. Este último, vem recebendo grande destaque na Organização Mundial da Saúde (OMS ou WHO, do inglês World Health Organization) nos últimos anos e, em 2016 foi lançado um alerta mundial sobre esta problemática, a qual países do mundo todo deverão participar com ações de grande, médio e pequeno porte com objetivo de minimizar os efeitos da resistência aos antimicrobianos. De acordo com a OMS, são necessários inovações e investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos antimicrobianos, vacinas e instrumentos de diagnóstico (MONTAGNER et al, 2017). Produtos de higiene pessoal Os produtos de higiene pessoal referem-se aos cosméticos, fragrâncias, compostos antimicrobianos, antioxidantes e cremes preservativos, inseticidas repelentes e os protetores solares, cujo consumo mundial vem aumentando exponencialmente na última década. Muitos compostos usados nestes produtos são lipossolúveis e, portanto, possuem alto potencial de bioacumulação (RICHARDSON 17 et al, 2016), e além disso, alguns são parcialmente removidos pelos processos de tratamento convencionais de água e esgoto. Desde 2010, o Brasil ocupa a 3º posição no consumo mundial, perdendo apenas para os EUA e Japão, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), o que pode nos remeter a um cenário típico de contaminação ambiental, principalmente nas regiões sul e sudeste do país onde a densidade populacional é mais alta (LUO et al, 2014). Drogas ilícitas ou drogas de abuso Com relação às drogas ilícitas ou drogas de abuso, a preocupação ambiental foge do aspecto regulatório uma vez que são ilícitas. Os trabalhos descritos na literatura abordam métodos analíticos para a determinação em concentrações traços, apresentam dados de ocorrência em esgoto (Feitosa, et al, 2013) em corpos d'água superficiais e na água tratada,e buscam por endpoints ecotoxicológicos que possibilitem correlacionar um efeito a uma concentração, permitindo que uma avaliação do risco tanto para a biota aquática quanto para a saúde humana possa ser analisada com clareza (CAMPESTRINI et al, 2016) Compostos de uso industrial Alguns compostos de uso industrial também são classificados como contaminantes emergentes, tendo sido determinado em amostras de esgoto, águas superficiais e de abastecimento público no Brasil em concentrações entre 0,04 e 78250 ng L-1. Dentre eles, pode-se citar o bisfenol A, os alquilfenóis, as bifenilas policloradas, os ftalatos, os compostos perfluorados (PFC, do inglês perfluorinated compounds) e os retardantes de chama bromados. A maior preocupação está nas quantidades em que são lançados ao ambiente, uma vez que a maioria destes compostos não possui padrões de emissão e, portanto, não há um valor máximo designado especificamente ao lançamento deste tipo de contaminante pelo efluente. Alguns países têm adotados valores de referência para a gestão de algumas substâncias consideradas mais relevantes do ponto de vista de contaminação ambiental, como exemplos, a Directive 2008/105/EC da European Parliament and The Council e a Canadian Environmental Protection Act. Muitos são lipossolúveis e alguns deles são ainda classificados como poluentes orgânicos persistentes (LUO et al, 2014). 18 Pesticidas O cultivo agrícola gera um desequilíbrio biológico na natureza seja pela remoção de culturas competitivas, pelo uso de linhagens obtidas por seleção, falta de revezamento de culturas numa única área de plantio, adubação, irrigação, poda ou controle de pragas. O aumento da população mundial e, consequentemente, o aumento pela demanda de alimentos, aliado as práticas modernas de cultivo, consolidaram os pesticidas como a principal ferramenta para assegurar a proteção contra perdas na produção ou destruição de culturas. Há, portanto, uma disseminação de diferentes substâncias químicas desenvolvidas para atuar em um conjunto específico de pragas, mas que acabam sendo potencialmente danosas a organismos não alvos incluindo a biota e o homem. A preservação da qualidade ambiental é um dos principais desafios deste cenário, tendo em vista a grande quantidade de pesticidas que são lançados no ambiente (MONTAGNER et al, 2017). Dentre os contaminantes emergentes, alguns compostos são ainda classificados pelos seus potenciais ou capacidades de alterarem as funções do sistema endócrino e, consequentemente, causar efeitos adversos em um organismo saudável ou em seus descendentes. São denominados interferentes endócrinos e definidos pela USEPA como "um agente exógeno que interfere na síntese, secreção, transporte, ligação, ação ou eliminação dos hormônios naturais no corpo que são responsáveis pela manutenção da homeostase, reprodução, desenvolvimento e/ou comportamento" (MONTAGNER et al, 2017). Agências ambientais e organizações não-governamentais classificam os interferentes endócrinos em três classes principais: os estrogênios naturais, os estrogênios sintéticos e os xenoestrogênios. Os estrogênios sintéticos apresentam maior capacidade de interferir no sistema endócrino humano em comparação aos demais tipos de estrógenos, enquanto que os xenoestrogênios são menos potentes, porém mais prováveis de serem encontrados no ambiente. Estrogênios naturais Os estrogênios naturais fazem parte de um grupo de vários hormônios lipossolúveis produzidos principalmente nos ovários, mas também em quantidades consideráveis na placenta e em menores quantidades nos testículos e no córtex adrenal. Os hormônios estradiol, estrona e estriol são os três principais estrogênios 19 endógenos. Além destes, a progesterona e a testosterona são exemplos de outros hormônios naturais que, assim como os estrogênios, são excretados diariamente pela urina e podem ser determinados nos corpos d'água que recebem grandes aportes de esgoto doméstico (Machado et al, 2016). Estrogênios sintéticos Os estrogênios sintéticos, encontrados em produtos farmacêuticos, são esteróides que tiveram suas estruturas moleculares alteradas. Os principais usos estão relacionados aos contraceptivos, terapias de reposição hormonal e tratamento de neoplasias. São compostos sintetizados para agirem diretamente no sistema endócrino, por isso possuem alto potencial estrogênico. O termo xenoestrogênio é aplicado a uma série de substâncias químicas produzidas pelo homem que confundem os receptores celulares dos estrogênios no organismo, interferindo nas mensagens bioquímicas naturais. Podem ou não ser compostos do tipo esteroidais, tendo a habilidade de mimetizar ou bloquear a atividade dos hormônios endógenos, bem como alterar a forma como os hormônios e seus receptores proteicos atuam, são produzidos e/ou metabolizados. O mecanismo de ação depende da estrutura química de cada molécula, assim como o potencial estrogênico e, consequentemente, os efeitos observados nos organismos (MONTAGNER et al, 2017). 7 ÁGUAS RESIDUÁRIAS: ESGOTOS DOMÉSTICOS Fonte: encrypted- 20 As águas residuárias são uma combinação de efluentes domésticos, despejos industriais, efluentes de estabelecimentos comerciais e institucionais, águas pluviais e de drenagem urbana, assim como efluentes agropecuários (CORCORAN et al., 2010). Quando as águas residuárias permanecem paradas e sem tratamento, a decomposição da matéria orgânica nela contida pode produzir gases com odores fétidos e conduzir à redução no conteúdo do oxigênio dissolvido que afetará a vida aquática; adicionalmente, as águas residuárias podem conter microrganismos patogênicos que causam riscos à saúde humana e dos animais. Além dos efeitos da matéria orgânica e dos patógenos, e devido às preocupações ambientais são cada vez mais comuns os estudos para analisar compostos orgânicos específicos nos corpos de água. Entre esses compostos estão inclusos os agrotóxicos, potencialmente prejudiciais para a flora e fauna naturais; trihalometanos e outros compostos clorados, que podem prejudicar a saúde humana; e compostos químicos de origem industrial, que podem danificar a ecologia natural (ORTIZ et al, 2016). 7.1 Constituição das águas residuárias e tipos de efluentes A qualidade das águas residuárias varia de acordo com os tipos de efluentes envolvidos, como esgoto sanitário, deposição atmosférica húmida e seca, escoamento superficial urbano incluindo poluição advinda do tráfego veicular, escoamento agrícola; sendo que a diversidade de contaminantes pode ser ainda maior quando incluídos os efluentes industriais (RATOLA et al., 2012). De acordo com Shi (2014), existem muitos tipos de efluentes industriais com base nos diversos tipos de indústrias e contaminantes, no qual cada setor produz a sua própria combinação de poluentes. Dentre os setores industriais que o autor destaca estão o de ferro e aço, têxtil e couro, papel e celulose, petroquímica e refinarias, química, metais não ferrosos, microeletrônica e o de mineração. As águas residuárias domésticas apresentam concentrações típicas na ordem de 300 mg/L de DBO, 600 mg/L para DQO, 45 mg/L de nitrogênio total, 7 mg/L de fósforo total e 1100 mg/L de sólidos totais (VON SPERLING, 2012). Além da caracterização das águas residuárias é necessário estabelecer claramente a destinação final do esgoto, seja para reuso urbano, industrial, para irrigação, recarga de aquíferos, ou para seu lançamento em um corpo de água 21 receptor. Neste último caso, é fundamental realizar um modelamento da qualidade da água no corpo receptor. Dentre os objetivos do modelamento estão à previsão de condições futuras e o planejamento de níveis e eficiências do tratamento dos esgotos (ORTIZ et al, 2016). 7.2 Tratamento das águas residuárias As estações de tratamento de esgoto (ETE)são projetadas com diferentes propósitos como proteger a saúde pública e vida aquática, assim como preservar o melhor uso da água. O tipo de poluente varia de acordo com as fontes das águas residuárias. No caso do esgoto sanitário ou doméstico, a água foi utilizada por uma comunidade e pode conter todos os materiais adicionados ao líquido durante seu uso, como por exemplo, excretas humanas (fezes e urina), produtos de higiene pessoal e limpeza. O escasso tratamento das águas residuárias, é um problema no mundo todo, pois as tecnologias disponíveis para tal fim são muito custosas em muitos dos casos (ORTIZ et al, 2016). É certo que algumas empresas já se preocupam em buscar alternativas nesse sentido, pode-se citar o sistema convencional de lagoas como um desses mecanismos. Porém, atualmente os sistemas de tratamento do tipo wetlands são vistos pela comunidade cientifica como uma alternativa viável economicamente para locais com amplas áreas, e tem como principais atrativos a independência de energia elétrica para o processo, bem como, a não necessidade de produtos químicos além forte apelo ambiental e possibilidade de compor o paisagismo local (SILVA JUNIOR E ALMEIDA, 2015). 7.3 Fitodepuração como alternativa de tratamento de águas residuárias Fitodepuração refere-se a sistemas de tratamentos de efluentes que utilizam o conjunto planta para tratamento. Pode ser definido também como sistemas concebidos para tratamento de águas residuárias em zonas úmidas artificiais com o objetivo de reproduzir os processos de autodepuração natural em um ambiente controlável. Para isso são utilizadas plantas conhecidas como macrófitas aquáticas, onde as mesmas possuem a capacidade de absorverem poluentes de água contaminada por meio de suas raízes ou folhas. Uma das plantas mais citada em estudos como que visa o tratamento de efluentes é o aguapé. O aguapé é uma planta com raízes longas (até um metro), rizomas, estolões, pecíolos, folhas e 22 inflorescências, podendo atingir uma altura variando desde alguns centímetros fora d’água, até um metro (DIAS, 2019). Uma característica que deve ser notada no caso do aguapé é que, em seu processo metabólico, esta espécie pode absorver alguns elementos poluidores da água, e os transforma em biomassa fresca, através da fotossíntese; a matéria tóxica que é retirada por ele, cerca de 95 a 98%, acumula-se no sistema radicular, preservando as folhas da contaminação. As plantas aquáticas aparecem como alternativa viável a problemática dos recursos hídricos, desempenham uma função importante dentro dos ecossistemas, elas afetam a química da água por meio da absorção de substâncias que podem ser nutrientes ou elementos tóxicos presentes na composição do fluído o que proporciona circunstâncias favoráveis para a sobrevivência de vários espécimes aquáticos, e serve como componente alimentar para esses seres (BORBA et al., 2018). Eichhornia crassipes, popularmente conhecida como aguapé ou jacinto d’água, se caracteriza por ser uma macrófita aquática flutuante livre, nativa da América do Sul, pertencente à família Pontederidaceae. Se reproduz de duas formas: sexuadamente por sementes, e também de forma assexuada, por estolões (SOUZA, 2016). A espécie tem provado possuir elevado potencial econômico e ecológico para muitas regiões subtropicais e tropicais do mundo. O aguapé é listado como uma das plantas mais produtivas na terra, sendo sua logística de crescimento verificada em águas doces de mais de 50 países, nos cinco continentes. É especialmente difundida na América do Sul e Central, sudeste asiático, sudeste dos Estados Unidos, África central e ocidental (SOUZA, 2016). Para a pesquisa a espécie de Eichhornia crassipes (aguapé), foi coletada nas margens de um corpo hídrico, localizado na comunidade Calumbi, cerca de 10 km do perímetro urbano do município de Corrente Piauí. Para escolha da espécie apropriada para o experimento, foi selecionada as amostras mais saudáveis, adultas e com uma raiz, caule e folhas mais volumosas e desenvolvidas. Xanthosoma sagittifolium, é uma monocotiledônea herbácea, tropical, perene, rizomatosa, que pode atingir até dois metros de altura. Possui como características grandes folhas cordiformes encontradas em tons de verde e roxo escuro, com enormes limbos cerosos e carnosos e, com nervuras marcantes (MARTINEZ, 2018). 23 A planta é cultivada em praticamente todas as regiões do Brasil e por ser uma espécie tropical, necessita de temperaturas quentes, em torno de 25 a 28 graus Celsius. A taioba não tolera geada e em condições climáticas onde as temperaturas sejam inferiores a 15 graus Celsius, o crescimento da planta é muito comprometido. Para que se desenvolva bem, necessita de solos bem drenados, enriquecidos com matéria orgânica e cujo pH esteja entre 6 e 7 (MARTINEZ, 2018). As macrófitas exerceram efeito filtrante significativo sobre bactérias indicadoras de poluição fecal devido suas raízes ficarem cobertas com material orgânico e mucilaginoso permitindo a formação da comunidade periférica conforme o observado nas raízes das macrófitas utilizadas neste trabalho (DIAS et al., 2016). 8 ÁGUAS PLUVIAIS Fonte: image/jpeg O uso de tecnologias de aproveitamento de águas pluviais se deu desde o período antes de Cristo. No ano de 850 a.C., a pedra Mohabita, encontrada no Oriente Médio, é o primeiro registro feito sobre o tema, onde o rei Mesa sugere que seja criado um reservatório em cada casa para uso próprio. Durante o Império Romano foram construídas diversas instalações para aproveitamento de águas de chuvas, por toda Itália há registros dessas construções. Na cidade portuguesa de Tomar existem construções centenárias que ainda são utilizadas, como é o caso da Fortaleza dos Templários (OLIVEIRA, 2014) Água de chuva é definida como a água resultante de precipitações atmosféricas coletada em coberturas, telhados, onde não haja circulação de pessoas, 24 veículos ou animais. De acordo com a Portaria nº 518/2004 do Ministério da Saúde que normatiza a qualidade da água para consumo humano, tal água é considerada como não potável por suas características físico-químicas e biológicas. A água advinda da chuva vem com o ph alterado devido a várias substâncias encontradas no ar e no local de captação, tais como poeira, folhas, fezes de animais entre outros, por esse motivo ela é não se enquadra nos requisitos necessário para o consumo humano, devendo ser utilizada para usos domésticos entre outros e que não tenha contato com a alimentação do ser humano (QUIZA, 2017). De acordo com Andrade Neto (2013), para que a utilização de água da chuva seja de forma eficiente, é necessário que posteriormente a realização da coleta de água a mesma seja direcionada a um reservatório o mais rápido possível, sendo este uma cisterna, caixas d'águas, tambores plásticos entre outros da mesma natureza, considerando que a cisterna é o meio mais viável, diferente dos outros uma vez que são limitados quanto a sua capacidade. Em termos de eficiência de reaproveitamento, são necessárias algumas etapas que tornem o procedimento mais seguro e de fácil manuseio. Primeiramente deve ser feito o dimensionamento do Sistema, o que varia com a necessidade de cada usuário, em seguida se define o modelo do sistema que se enquadre da melhor forma com o perfil do local a ser implantado, logo após seriam estabelecidos os materiais utilizados e a instalação dos mesmos, sendo de suma importância a escolha correta do filtro e da bomba em casos em que esta se faça necessário. O sistema de captação de água funciona da seguinte maneira: a água pluvial chega no local de captação, neste caso o telhado residencial em seguida é conduzida pelas caneletas onde passa por um filtro para retira da das sujeiras mais grossas como folhas, galhos, pequenos animais, pedrasentre outros, em alguns casos pode-se utilizar o freio d'água, como o próprio nome sugere, é um dispositivo com intuito de diminuir a velocidade da água ao chegar no reservatório, assim prevenindo a fusão das partículas de impurezas com a água já decantada (ANDRADE et al, 2017). Conforme (ECV INSTALAÇÕES, 2018). Para a edificação que não possui uma devida estrutura de captação, prepõe-se a implantação do respectivo sistema, uma vez que todo imóvel exposto ao meio externo está apto a ser canal de captação de água pluvial. 25 Fonte: ejeamb.com.br É possível efetuar a instalação completa de captação utilizando os seguintes materiais: Bacia Coletora ou telhado para captar água da chuva; Calhas horizontais e verticais que direcionam a água captada; Filtro grosso para apreender os resíduos sólidos; Filtro de areia que retém parte das impurezas presente na água; Filtro desferrizador que retira o ferro de manganês presente na água; Separador de águas com função de descartar a primeira chuva; Unidade de desinfecção responsável por garantir a segurança sanitária através da adição de cloro ou ozônio; Reservatório para armazenar a água captada; 26 Sistema de pressurização para bombas; Sistema de segurança e automação que envia a água armazenada para caixas de alimentação reservatório elevado; Tubulação especifica para escoamento da água reservada. Destaca-se em Quiza (2017) que deve se descartar a água da primeira chuva ou dos primeiros minutos, pois esta fará a limpeza do telhado, com a retirada das impurezas. Tomaz (2010) relata que deve se instalar uma torneira na parte final do encanamento no intuito de facilitar o escoamento da primeira água captada. Posteriormente a esse processo de limpeza do telhado é que se aproveita a água das próximas chuvas, que são encaminhadas para o reservatório, este deve conter um dispositivo de liberação da água quando atingir seu limite de capacidade de armazenagem, o vulgo ladrão. Para reservatórios subterrâneos de grande capacidade de armazenagem, tendo este em geral a função de evitar à incidência de luz solar e consequentemente a proliferação de micro-organismos, devem ser instalados métodos de bombeamento que impulsione a água previamente armazenada para a caixa d'água, e esta deverá ser desassociada do reservatório de água potável. De acordo com Gestão de água SEBRAE (2015), mesmo que a água captada não seja utilizada para fins potáveis, é de grande importância manter o reservatório sempre limpo, principalmente no início do período chuvoso para que este esteja apto a receber a água captada, o mesmo deve ser bem tampado e sem rachaduras ou vazamentos. É necessário que se faça a adição de cloro ou água sanitária, assim evitado proliferação de microrganismos e mosquitos Aesdes Aegypti, que tem como foco a água parada. Estudos comprovam que cerca de 30% a 40% do consumo de água utilizada em uma residência são para fins não potáveis. Portanto a utilização das águas pluviais como fonte alternativa de consumo nas demandas menos implacáveis, em domicílios se torna uma excelente opção pois converte o que seria um problema nos períodos de excesso de chuva devido ao grande escoamento superficial em que alguns casos levam a ocasionar inundações, em solução parcial no processo de racionalização da água advinda da rede pública (ANDRADE et al, 2017). 27 8.1 Reuso das águas pluviais em residências e suas vantagens Conforme está descrita na Normatização da Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM (2017) destaca se como opções de uso das águas pluviais em residências as seguintes aplicações: Irrigação de jardins; Limpeza de pisos; Descargas em vasos sanitários; Abastecimento de sistema de ar condicionado e de combate a incêndio; Lavagem de veículos; Higienização de ambientes externos; Lavagem de roupas. Diante do pressuposto considera se fatores benéficos na utilização de águas pluviais nas cidades, a diminuição do consumo de água potável e o auxílio na distribuição para a drenagem da água precipitada. A princípio a água da chuva armazenada tem aspecto de limpa, mais ao contrário do que se parece, principalmente em regiões urbanas a mesma contem impurezas provenientes do contato da água com a poluição atmosférica, assim sendo esta não é recomendada para o consumo humano, ao passo que na região da Bavária na Alemanha esta foi liberada para a lavagem de roupas por conclui-se que os agentes patogênicos existentes na respectiva água são os mesmos encontrados nas máquinas de lavar e nas roupas que seriam lavadas (ANDRADE et al, 2017). Em 2005, a ANA – Agência Nacional de Águas, a FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e o SindusCon-SP – Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo juntamente com agentes públicos, empresas de tecnologia, fabricantes e instituições de ensino, pesquisa e desenvolvimento tecnológico, se reuniram para elaborar um manual de conservação e reuso de água em edificações, onde se estabelece padrões necessário para garantir o uso eficiente da água não-potável nas residências, sendo estes: Água para rega de jardins, descarga em vasos sanitário e lavagem de ambientes e veículos não podem ser abrasivas, nem estar com mau-cheiro ou conter componentes que ataquem as plantas, não podendo manchar superfícies, devendo ser livre de infecções, vírus ou bactérias nocivas ao homem; 28 Refrigeração e sistema de ar condicionado, além dos requisitos dos itens anteriores, as águas não devem danificar as peças e nem causar incrustações; Água para lavagem de roupa: deve ser incolor, inodora e livre de algas, vírus, bactérias, elementos sólidos, metais e substâncias que danifiquem os metais sanitários e as lavadoras. (Revista do CEDS 2014). 9 EFLUENTES INDUSTRIAIS Fonte: solucoesindustriais.com.br Segundo os autores Giordano; Surerus (2015), efluentes líquidos industriais são o conjunto de quaisquer águas descartadas pelas indústrias. A legislação ambiental corrobora com a realização da correta gestão ambiental (SANTOS PEIXOTO, 2018). Referente a este assunto, a resolução CONAMA n° 357/2005, posteriormente alterada para CONAMA n° 430/2011 enfatiza o correto destino dos efluentes. A resolução CONAMA n° 430/2011 aponta ainda uma lista com parâmetros cujos valores não devem ter seus limites ultrapassados (BRASIL, 2011). Existem diferentes tipos de tratamento para efluentes industriais, variando-se sua eficiência como: 29 9.1 Reator anaeróbio UASB Fonte: researchgate.net O reator anaeróbio de manta de lodo de fluxo ascendente (UASB) é composto por um manto de lodo, no qual o afluente entra na parte inferior do reator em movimento ascendente, e atravessa uma camada de lodo biológico. O efluente é então encaminhado para um separador de fases (gás-sólido-líquido) enquanto escoa em direção à superfície. A utilização desses reatores apresenta vantagens como baixo custo de implantação, simplicidade operacional, menor geração de lodo, menor consumo de energia elétrica, dentre outras. Além disso, verifica-se que a maior parte do material orgânico biodegradável presente no despejo é convertida em biogás (cerca de 70 a 90%), que pode ser aproveitado em diversas aplicações (SANTOS et al, 2016). Em termos de processo, o dispositivo mais característico do DAFA (como é conhecido no Brasil) é o separador de fases. Este é colocado no reator e o divide em uma parte inferior, onde há uma manta de lodo, responsável pela digestão anaeróbia, e uma parte superior ou zona de sedimentação. A água residuária entra pelo fundo do 30 reator anaeróbio e segue uma trajetória ascendente, passando pela zona de digestão, atravessando uma abertura existente no separador de fases e entrando para a zonade sedimentação. Quando a água residuária entra no reator, ocorre à mistura do material orgânico nela presente com o lodo anaeróbio presente na zona de digestão, propiciando então a digestão anaeróbia, o que resulta na produção de biogás e no crescimento de lodo (GOMIDES et al, 2020). Apesar da grande aceitação e de todas as vantagens inerentes aos reatores anaeróbios, tipo UASB, permanece nesses sistemas uma grande dificuldade de produzir, isoladamente, um efluente dentro dos padrões estabelecidos pela legislação ambiental do país. De forma similar à maioria dos processos compactos de tratamento, os reatores UASB, ainda que bem adequados à remoção da matéria carbonácea dos esgotos, não são eficientes na remoção de nutrientes (N e P), eliminação de organismos patogênicos (vírus, bactérias, protozoários e helmintos) e efluentes muito recalcitrantes, necessitando, portanto, de uma etapa de pós- tratamento de seus efluentes, como, por exemplo, tratamentos físico- químicos (SANTOS et al, 2016). 9.2 Tratamentos físico-químicos O tratamento físico-químico a base de coagulantes orgânicos, em substituição aos coagulantes inorgânicos, é uma técnica bastante estudada a fim de tratar o efluente dentro dos parâmetros estabelecidos pela legislação e encaminha-lo ao corpo hídrico receptor, minimizando impactos ao meio ambiente. Os coagulantes orgânicos apresentam vantagens em relação aos coagulantes inorgânicos por não apresentarem toxicidade e serem biodegradáveis, além de produzir lodo com menores concentrações de metais.No processo de tratamento físico-químico de efluentes, o principal objetivo é a remoção de sólidos presentes e a sedimentação utilizando produtos químicos ou 28 polímeros coagulantes, seguidos de uma mistura rápida para dispersá-los e logo após uma mistura lenta para a formação de flocos sedimentáveis. Esse processo se dá em laboratório por meio de um equipamento denominado Jar- test. Em um estudo para avaliar a eficácia do processo de coagulação e floculação como etapa de pré-tratamento de efluentes industriais, estudos obtiveram uma eficiência de 99% de remoção dos compostos analisados, sendo alguns deles: sólidos em suspensão, demanda química de oxigênio e fósforo (FRAISOLI, 2019). 31 Fonte: slideplayer com.br. A coagulação e a floculação são processos físico-químicos usados para agregarem colóides e partículas dissolvidas em flocos maiores, que podem ser facilmente sedimentados por gravidade e em seguida removidos, podendo ser usado no pré ou pós-tratamento biológico. Esse processo utiliza sais de metal hidrolizantes de ferro e alumínio que são amplamente usados como coagulantes primários para promover a formação de agregados em efluentes e reduzir a concentração de corantes e outros compostos orgânicos dissolvidos (NUNES, 2012). O tratamento por via da adsorção e precipitação vem sendo eficazmente aceito, sobretudo de efluentes que contenham corantes ou outras substâncias solúveis com características recalcitrantes. Adsorção é um fenômeno em que o soluto é retirado de uma fase e acumulado na superfície da segunda fase. O material adsorvido é denominado adsorbato e o meio em que se processa a adsorção é o adsorvente (CUNHA et al, 2019). O processo de tratamento de efluentes têxteis envolvendo a adsorção é uma das técnicas físico-químicas considerada bem mais eficaz em relação aos métodos convencionais e de custos relativamente moderados em relação às 32 novas técnicas de tratamento de efluentes. Ademais, a adsorção constitui uma alternativa tecnológica extremamente importante, principalmente pela possibilidade do uso de adsorventes de baixo custo em processos de controle de poluição. Visa-se, portanto, medir os mecanismos engendrados nas indústrias têxteis para a redução dos impactos originados durante os processos do beneficiamento têxtil (ROSSI, 2017). A adsorção de compostos orgânicos em carvão ativado é uma das tecnologias mais relevantes utilizada para tratamento de efluentes industriais. Seu poder adsorvente é proveniente da alta área superficial e de uma variedade de grupos funcionais em sua superfície (CUNHA et al, 2019). 9.3 Lagoas de estabilização As lagoas são escavações taludadas que possibilita alto tempo de detenção de esgoto sanitário sem necessidade de mecanização. Elas apresentam a vantagem de ter um baixo custo para a sua implantação, com projetos simples em sua concepção e operação além de baixo custo energético. Como desvantagens pode-se mencionar a necessidade de grandes áreas, algas no efluente final e os maus odores das lagoas anaeróbicas (MENDONÇA, 2017). O tratamento ocorre por meio de processos naturais chamados de autodepuração ou estabilização que acontece de forma parcialmente controlada. Neste processo, os compostos orgânicos putrescíveis são transformados em compostos minerais ou orgânicos com maior estabilidade utilizando-se para tanto organismos vivos como: protozoários, algas, bactérias e macroinvertebrados. O mecanismo de funcionamento das lagoas para tratamento de esgoto é bastante simples, nele ocorre a estabilização das matérias orgânicas pela ação das bactérias e tal processo necessita de lagos que possam receber o efluente a ser tratado. O tratamento dispensado poderá ser aeróbio ou anaeróbio a depender: da profundidade da lagoa; das condições físico-químicas 12 do efluente e também o nível de insolação que o local apresenta. O fluxo dos efluentes para as lagoas precisa ser coordenado tendo um tempo adequado para a retenção para que a autodepuração seja possível (GOMIDES et al, 2020). As lagoas podem receber diferentes tipos de classificação, dependendo do tipo de atividade biológica. Elas podem ser anaeróbias, aeróbias, facultativas e de maturação (UEHARA, VIDAL, 1989). Para Andrade Neto (1997) não existem lagoas 33 estritamente aeróbias visto que sempre se forma uma camada anaeróbia ao fundo da lagoa por mais que tem pouca espessura. Dentro dessa linha de entendimento o quadro a seguir apresenta as características de cada tipo de lagoa segundo sua função, eficiência e parâmetros do projeto propiciando o funcionamento adequado para cada lagoa (GOMIDES et al, 2020). Tabela 1 – Principais funções dos principais tipos de lagoa Em síntese as características que traçam distinção entre os três principais tipos de lagoas têm-se os aspectos dos principais tipos de lagos: As principais vantagens do método residem no fato de que estas produzem menor quantidade de lodo e dispensam a necessidade de aeração. Como desvantagens pode-se destacar o fato de que a estabilização completa necessitará de um processo adicional, o tratamento aeróbico. É interessante utilizar esse método 34 em situações em que existam maiores níveis de teor orgânico (proteínas e gorduras) sem que o esgoto não poderá conter substâncias tóxicas. Suas principais indicações estão voltadas ao tratamento de esgotos provenientes de matadouros e frigoríficos (MENDONÇA, 2017). No caso das lagoas anaeróbias a processo de estabilização se dá através do fenômeno de digestão ácida e fermentação metanogênica. A princípio, os micro- organismos facultativos, em decorrência da ausência do oxigênio dissolvido, passa a converter as substancias orgânicas complexas em compostos mais simples, em especial, os componentes orgânicos ácidos. Nesta etapa se pode observar que a síntese (produção de material celular), os compostos intermediários e o pH cai para valores entre 5 e 6 (MENDONÇA, 2017). Na etapa seguinte, aquelas bactérias (anaeróbias) responsáveis pela produção do metano convertem os ácidos orgânicos em metano e em dióxido de carbono e o pH volta a subir ficando em um nível entre 7.2 e 7.5 (GOMIDES et al, 2020). Vantagens e desvantagens dos sistemas de lagoas: Para definir um sistema ideal de tratamento sanitário, seriam necessáriosoutros estudos futuros. Estudos mais detalhados, como por exemplo, relacionando os custos de construção e operação, a formação de resíduos sólidos e os impactos ambientais provocado por cada possibilidade de tratamento exposto nesta pesquisa. Com isso, se poderia assegurar uma alternativa, para um processo de tratamento, com um melhor embasamento. 9.4 Caracterização Quantitativa e Qualitativa. A avaliação da qualidade das águas de rios, lagos e mares para atividade que envolvam o contato primário com as águas, deve atender aos padrões estabelecidos pela Resolução CONAMA 274, de 29 de novembro de 2000. De acordo coma referida resolução, as condições de uso das águas doces são avaliadas em categorias, 35 definida de acordo com os teores de coliformes fecais ou Escherichia coli. Este trabalho tem por objetivo reunir análises dos vários aspectos da água como seu grau de Trofía, salinidade e localização dos pontos de maior lançamento de resíduos residenciais e industriais, dentre outros aspectos que permitem o conhecimento da qualidade da água em diversos trechos dos rios que compõem a Bacia do Banabuiú possibilitando o uso ou não uso dessa água. Nos últimos anos têm sido utilizados índices para avaliar a qualidade das águas, o Índice de Qualidade da Água (IQA) da National Sanitation Foundation (NSF). Consiste em uma média ponderada no qual o resultado de múltiplos testes é representado em um único valor. Os parâmetros avaliados são: oxigênio dissolvido (OD), coliformes fecais, potencial hidrogeniônico (pH), demanda bioquímica de oxigênio (DBO), temperatura da água, turbidez, fosforo, nitrogênio e sólidos totais (RODRIGUES. 2019) 10 CONTROLE DA POLUIÇÃO. Fonte: encrypted- Entre as medidas de controle da poluição e de suas consequências, destacam- se práticas adequadas de destinação dos resíduos sólidos, evitando os depósitos de lixo a céu aberto, afastamento adequado entre os aterros sanitários e os recursos hídricos, para evitar que líquidos no solo, alcancem a água, execução de sistemas sanitários de destinação dos dejetos; devem ser evitados os lançamentos de dejetos no solo, a céu aberto e controle dos sistemas de tratamento de esgoto através de sua disposição no solo, que devem estar sempre distantes dos recursos hídricos e adotando-se medidas de controle da infiltração dos resíduos no terreno. Também tem 36 relevância controle da aplicação de defensivos agrícolas, incluindo: uso de produtos menos persistentes, tais como os inseticidas fosforados e proibição de aplicação desses produtos em áreas próximas aos mananciais além de obrigatoriedade do uso do receituário agronômico para utilização desses produtos e aplicação de pesticidas na dosagem correta e na época adequada (NAIME, 2019). O controle da utilização de fertilizantes deve ser realizado, evitando a sua aplicação em áreas onde possa haver riscos de poluição da água, sendo incrementado o uso de adubos orgânicos, em substituição aos produtos químicos. E remoção periódica dos dejetos de animais e destinação adequada para os mesmos. O controle da poluição da água deve ser essencialmente preventivo, surgindo como medida mais eficaz a execução de sistemas sanitários de coleta e tratamento de esgotos domésticos e industriais. Outras medidas devem ser adotadas visando ao controle da poluição da água como afastamento adequado entre sistemas de fossas e poços, controle do “chorume” produzido em aterros de resíduos sólidos, evitando que os mesmos alcancem os recursos hídricos e preservação das áreas vizinhas aos recursos hídricos superficiais, por meio da adoção de faixas de proteção marginais aos mesmos, as quais devem ser mantidas com vegetação (NAIME, 2019). 11 CONSEQUÊNCIAS DA POLUIÇÃO Fonte: image.slidesharecdn.com 37 Estudos sobre a poluição atmosférica e os efeitos na saúde da população têm demonstrado que, mesmo quando os poluentes se encontram abaixo dos níveis determinados pela legislação, estes são capazes de provocar efeitos na saúde das pessoas (GAVINIER; NASCIMENTO, 2014). Dentre as faixas etárias mais atingidas pelos efeitos da poluição do ar estão as crianças e os idosos. Pessoas que já sofrem de problemas respiratórios também se tornam mais suscetíveis a sofrer com a elevação nos níveis de poluentes atmosféricos (SILVA et al., 2013). Além de provocarem efeitos na saúde da população, os problemas causados pela poluição do ar também geram impactos negativos no que se refere à perspectiva econômica e social. Queda da produtividade agrícola, aumento de custos dos sistemas de saúde, maior vulnerabilidade das populações carentes pode ser vista como exemplos de problemas causados pela contaminação do ar (INSTITUTO DE ENERGIA E MEIO AMBIENTE, 2014). Os efeitos dos poluentes causados ao meio ambiente e à qualidade de vida das pessoas, além de afetarem as comunidades próximas à fonte de emissão, podem viajar milhares de quilômetros pela atmosfera, atingindo locais distantes. Os mecanismos pelos quais a poluição do ar interfere na saúde das pessoas ainda não são totalmente conhecidos. Diante disso, estudos epidemiológicos que avaliam essa questão são fundamentais, considerando-se comprovada morbidade respiratória e o efeito negativo que determinados poluentes são capazes de causar na qualidade de vida da população, sendo as hospitalizações apenas um dos efeitos gerados pela degradação do ar (NEGRISOLI; NASCIMENTO, 2013). A água potável é adequada para o consumo pois não contém microrganismos nocivos, não é prejudicial à saúde e exibe três características básicas: incolor, insípida e inodora. Quando as condições químicas da água são alteradas ela não é adequada para o consumo e pode resultar em doenças para as pessoas. As principais doenças associadas ao consumo de água contaminada são as infecções gastrointestinais, disenteria, leptospirose, cólera e hepatite (MAGALHÃES, 2015) https://www.todamateria.com.br/agua-potavel/ 38 12 POLUIÇÃO DO AR Fonte: planetaunimed.com.br Eventos críticos de poluição do ar são produtos de vários fatores que incluem densidade industrial, condições climáticas e topografia da localidade. Tais eventos ocorrem geralmente em regiões de baixas altitudes ou vales. Estes fatores convergem com a exacerbação de emissões de gases e partícculas poluentes para ―piora‖ aguda da qualidade do ar de determinada localidade, afetando drasticamente a qualidade de vida e saúde da população local em curto período de tempo. Um destes eventos ocorreu em Gasglow, Escócia, em 1909, quando 1063 mortes foram atribuídas a inversão térmica durante o inverno com a formação de intensa neblina sobre a cidade. Este evento foi discutido pelo Dr. Harold Antoine Des Voeux, que utilizou o termo ―smog, derivado de duas palavras da língua inglesa ―smoke-fog. O termo ―smog é utilzado para referência a formação de neblinas originadas de poluentes (SILVA et al, 2017). 12.1 Classificação dos poluentes O nível de poluição atmosférica é medido pela quantidade de substâncias poluentes presentes no ar. A variedade das substâncias que podem ser encontradas na atmosfera é muito grande, o que torna difícil a tarefa de estabelecer uma classificação. Para facilitar essa classificação, os poluentes são divididos em duas categorias: 39 Fonte: CETESB (2020) As substâncias poluentes podem ser classificadas da seguinte forma: Fonte: CETESB (2020) A interação entre as fontes de poluição e a atmosfera vai definir o nível de qualidade do ar, que determina por sua vez o surgimento de efeitos adversos da poluição do ar sobre os receptores, que podem ser o homem, os animais, as plantas e os materiais. A medição sistemática da qualidade do ar é restrita a um número de poluentes, definidos em razão de sua importância e dos recursos disponíveis para seu acompanhamento (CETESB,2020). 12.2 Efluentes Segundo a Resolução CONAMA no 03/1990 (BRASIL, 1990, Art. 1º, parágrafo único): 40 Entende-se como poluente atmosférico qualquer forma de matéria ou energia com intensidade e em quantidade, concentração, tempo ou características em desacordo com os níveis estabelecidos, e que tornem ou possam tornar o ar: impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde; inconveniente ao bem-estar público; danoso aos materiais, à fauna e flora; prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da comunidade. Primários e secundários Efluentes primários, emitidos diretamente das fontes na atmosfera e secundários, provenientes das reações dos efluentes com compostos da baixa atmosfera, geralmente catalisados pela radiação solar. Dentre os principais poluentes estão o dióxido de carbono (CO2), o monóxido de carbono (CO), os óxidos de nitrogênio (NOx), o dióxido de enxofre (SO2) e os materiais particulados (fuligens, fragmentos metálicos e de carvão, névoas ácidas dentre outros). Há ainda outros poluentes relevantes provenientes da volatilização e/ou combustão de combustíveis fósseis, dentre os principais estão os compostos orgânicos voláteis (COV’s) e os hidrocarbonetos poliaromáticos (HPA’s). Ambos apresentam toxicidade e os COV’s são altamente reativos e podem participar de reações na atmosfera formando poluentes secundários. Um exemplo dessas reações é a formação do ozônio na baixa atmosfera, produto da reação fotocatalisada pela luz solar, entre os óxidos de nitrogênio e os COV’s (CASELLI, et al.,2010). 12.3 Fontes poluidoras Dentre as principais causas da poluição hídrica, destacam-se as atividades agropecuárias e industriais que liberam efluentes direta ou indiretamente aos corpos hídricos (TUNDISI ET AL., 2015). Essas atividades têm causado efeitos negativos sobre os recursos hídricos. Um dos mais recorrentes é a eutrofização das águas (Le Moal et al., 2019), causada pelo enriquecimento da concentração de nutrientes, que podem chegar aos ecossistemas aquáticos por meio de formas pontuais e difusas de poluição. Os impactos oriundos da eutrofização são de natureza ambiental, econômica e social (LE MOAL ET AL., 2019), sendo que a diminuição destes implica em grandes gastos para a recuperação dos rios, lagoas e represas. Nesse sentido, avaliar a situação dos recursos hídricos por meio de parâmetros de qualidade da água é importante para a determinação do seu estado de conservação e para os usos múltiplos da água. 41 As fontes emissoras antrópicas são divididas em duas classes: fontes móveis e estacionárias. As principais fontes de emissões móveis são os veículos automotores como carros, caminhões, tratores dentre outros. Fontes estacionárias são oriundas de processos industriais, geralmente chaminés de caldeiras, fornos, termoelétricas e sistemas de exaustão (CASTRO; ARAÚJO e SILVA, 2013). 12.4 Histórico da poluição atmosférica - principais episódios A atmosfera é um sistema dinâmico que está sujeito modificações de suas características em níveis locais e globais. Geralmente estas modificações ocorrem por fatos naturais como erupções vulcânicas ou queimadas de origem natural. Atualmente é consenso que ações humanas podem modificar a composição da atmosfera, seja no entorno de grandes concentrações urbanas ou mesmo em esfera global. Tais mudanças em nível global podem ter efeitos severos na mudança do clima do planeta, especialmente a longo prazo. Em 2015, o Acordo de Paris, celebrado por 195 países, reconheceu que mudanças climáticas constituem uma ameaça iminente e com potencial irreversibilidade de efeitos sociais e para o planeta (ONU, 2015). Ações antrópicas que emitem a atmosfera agentes que podem modificar a qualidade do ar tem origem na descoberta do fogo por humanos ancestrais. Ações individuais ou de pequenos grupos causavam danos de difícil percepção, mas em grandes aglomerações, os efeitos somados tornaram-se mais claros. Na cidade de Roma, há dois mil anos, houveram as primeiras reclamações relativas a qualidade do ar. Na Idade Média, apesar de doenças como peste bubônica e varíola dizimarem parte da população, já era entendido que a poluição causada pelo homem era responsável por causar doenças (CAVALCANTE, 2010). As emissões de origem antrópica foram intensificadas a partir da Revolução Industrial, com o aumento da demanda por fontes energéticas e o uso especialmente de combustíveis fósseis. As indústrias eram geralmente concentradas em regiões geográficas específicas, tal condição somada a ausência de políticas de controle das emissões e preocupação com os impactos de poluentes sobre a sociedade, culminaram no surgimento de vários problemas locais relativos a poluição atmosférica (SILVA et al, 2017). No decorrer do século XX, a intensificação da queima de combustíveis fósseis, como carvão mineral e petróleo, para geração de energia, extração e processamento de materiais primas como minérios e ainda setores industriaisde base como fundições 42 e siderugicas, fábricas de cimento, vidro e indústrias químicas tornaram-se as principais fontes de emissões de poluição do ar. A partir deste contexto, a atual concepção dos danos decorrentes da descarga de poluentes na atmosfera e legislações em vários países do mundo são produto de eventos críticos no decorrer do século XX (SILVA et al, 2017). Efeitos sobre as propriedades químicas e físicas da atmosfera A poluição do ar tornou-se um dos principais fatores que afetam a qualidade de vida da população causando sérios danos ao meio ambiente (Guarieiro e Guarieiro, 2013). Uma projeção das emissões consiste em estimativas da evolução das emissões de poluentes atmosféricos com base em um conjunto de hipóteses sobre mudanças nos parâmetros-chave. A Projeção das emissões pode auxiliar nas premissas a serem feitas sobre os futuros níveis de atividades, como produção industrial, consumo de combustíveis ou de materiais, bem como a forma como os fatores de emissão podem mudar ao longo do tempo, em respostas as mudanças tecnológicas, ou a introdução de regulamentação adicional (Uk Naei, 2016). Atualmente no Brasil os poluentes atmosféricos padronizados são associados aos gases de efeito estuda (GEE): partículas totais em suspensão, fumaça, dióxido de enxofre (SO2), partículas inaláveis, monóxido de carbono (CO), ozônio (O3) e dióxido de nitrogênio (NO2). A Organização Mundial de Saúde – OMS considera que os poluentes atmosféricos são um dos 10 produtos químicos de maior preocupação para a saúde pública. As evidências científicas dos efeitos associados à poluição do ar estão bem estabelecidas na literatura, mas não há limite para “efeito zero” para os contaminantes mais estudados (PM10, PM2.5, NO2, SO2 e O3). Estima-se que para cada aumento de 10 mg/m3 de PM10 há um aumento de 0,5% no risco de morte. Os padrões vigentes variam muito de país para país, e alguns não estabelecem limites para alguns parâmetros ou usam limites maiores do que os recomendados pelas diretrizes da OMS (SANTOS et al, 2016). Efeito estufa O efeito estufa é o fenômeno que manteve a temperatura média da Terra bem maior durante bilhões de anos, tornando possível a evolução da vida como a conhecemos. Devido a esse fenômeno, a temperatura da Terra é, em média, 30ºC maior do que seria na ausência do efeito estufa. As trocas de energia entre a superfície 43 e atmosfera mantêm as atuais condições, que proporcionam uma temperatura média global, próxima à superfície, de 14ºC (ACS, 2016). O sol irradia energia em comprimentos de onda muito curtos, predominantemente na parte visível ou quase visível do espectro de luz (por exemplo, ultravioleta). Cerca de um terço da energia solar que atinge o topo da atmosfera da Terra é refletida diretamente de volta ao espaço. Os dois terços restantes são absorvidospela superfície e, em menor escala, pela atmosfera. Para equilibrar a energia absorvida, a Terra, em média, irradia a mesma quantidade de energia de volta para o espaço. Como a Terra é muito mais fria que o Sol, ela irradia em comprimentos de onda muito maiores, principalmente na parte infravermelha do espectro eletromagnético (IPCC, 2013). O efeito estufa produzido de forma moderada gera resultados positivos, pois com isso as temperaturas se mantem positivas e não negativas como ocorreria caso não existissem os gases que geram este acontecimento. o dióxido de carbono, que é liberado com a queima de combustíveis fosseis, o metano, que além de ser produzido pela queima de combustíveis fosseis, advém de fazendas através da digestão dos animais e de aterros sanitários, o dióxido de nitrogênio, o oxido nitroso, o hexafluoreto de enxofre, os perfluorcarbonos, os hidrocarbonetos e o vapor de água. Eles podem ser provocados por ações naturais ou por ações antrópicas. Alguns, mesmo que sejam produzidos naturalmente, se intensificam pelas ações humanas (CANEPPELE, 2019). O grande problema é que esses gases de efeito estufa estão se concentrando em quantidade maior do que deveriam, e o que poderia ser benéfico está se tornando negativo, aumentando demais a temperatura do planeta e por isso sendo alvo de diversas preocupações. Pois as indústrias vão crescendo, as fazendas aumentando, os carros ligando os motores com mais frequência e a natureza mudando de forma. É inegável, o aquecimento global está desenfreado. Apesar de evidências apontarem para o surgimento deste aquecimento na Revolução Industrial, as primeiras aparições de aquecimento surgiram anteriormente a esse acontecimento, as ações em usinas termoelétricas e industriais, além dos vários automóveis em movimento e as casas com sistemas de aquecimento fizeram com que a concentração de gases começasse a se intensificar (CANEPPELE, 2019). 44 As geleiras que antes eram belas paisagens de cartões postais, além de ótimos pontos turísticos, estão derretendo. Além disso, em 2003, um forte calor na Europa matou 35 mil pessoas. Em 2004, quatro furacões atingiram a Florida. No ano de 2005, em Las Vegas, Nevada, a temperatura chegou a ser de 47,2 °C. E ainda nesse ano de 2005 foram contabilizados 27 furacões nas diferentes regiões. Os resultados dessa mudança climática são alarmantes. Os dados são assustadores, porém refletem a realidade que o planeta enfrentará. Percebe-se que o problema vai além de mero aquecimento, pois conforme os ensinamentos de Rothschild as consequências são muito mais graves, como pessoas que não terão água e nem comida para consumir, o que leva a pensar em bilhões de mortes. (CANEPPELE, 2019). Padrões de qualidade do ar Em 28 de junho de 1990, foi publicado a Resolução CONAMA 03, em seu artigo primeiro, definiu que os padrões de qualidade do ar, as concentrações de poluentes atmosféricos que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde, a segurança e o bem-estar da população, bem como ocasionar danos à flora e à fauna, aos materiais e ao meio ambiente em geral. Em seu artigo segundo, foram estabelecidos os seguintes conceitos: I - Padrões Primários de Qualidade do Ar são as concentrações de poluentes que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população. II - Padrões Secundários de Qualidade do Ar são as concentrações de poluentes abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem-estar da população, assim como o mínimo dano à fauna, à flora, aos materiais e ao meio ambiente em geral. Abaixo a tabela mostra a fixação dos padrões nacionais de qualidade do ar. Para cada poluente medido é calculado um índice, que é um valor adimensional obtido pela razão entre a concentração de um determinado poluente e seu padrão primário multiplicado por 100 (valor percentual). Dependendo do índice obtido, o ar 45 recebe uma qualificação, que é uma nota para a qualidade do ar, além de uma cor, conforme mostra a tabela (CETESB, 2013). 13 POLUIÇÃO SONORA Fonte:i2.wp.com/nossavitoriape.com A poluição sonora é um conjunto de sons procedentes de uma ou mais fontes sonoras, que se manifestam ao mesmo tempo em um ambiente, seja por transmissão aérea ou por vibrações dos elementos. Esse tipo de poluição é considerado, atualmente, a terceira maior causa de poluição no mundo moderno (PROACUSTICA, 2018). Dentre as consequências para a saúde, destacam-se cefaleias, irritabilidade, instabilidade emocional, ansiedade, nervosismo, perda de apetite, insônia, fadiga e redução de produtividade (KHAFAIE et al. 2016). Contudo, muitos sinais passam despercebidos devido à tolerância e aparente adaptação e são de difícil reversão (RAASCHOU-NIELSEN et al, 2017). O trânsito, mais especificamente o tráfego de veículos representa uma importante fonte de ruído em diversos ambientes. Estudos citam o ruído urbano como a principal fonte de poluição sonora (VIANNA et al. 2015). 46 Estudos indicam efeitos da longa exposição aos ruídos de tráfego associados a um pequeno aumento nos riscos de mortalidade por doenças cardiovasculares14 e também uma associação positiva com a ocorrência de diabetes (CLARK, et al. 2017). A proteção ambiental presente nos trabalhos está sempre restrita ao ambiente hospitalar, como os resíduos gerados pelos serviços ou relacionado com os riscos à saúde do trabalhador ou da comunidade. Os estudos encontrados referentes as questões ambientais e a saúde humana, o que denota uma concepção frágil entre meio ambiente e saúde. A conscientização deve começar desde a formação, priorizando a interface saúde e ambiente, assim possibilitando o desenvolvimento de ações responsáveis com a preservação ambiental, com a tomada de decisão e a construção da cidadania, a partir de experiências vividas na comunidade e da reflexão individual (PERES et al. 2014). A necessidade de uma abordagem socioecológica da saúde, onde a comunidade possa escolher por seu potencial de saúde, através do controle dos fatores determinantes de sua saúde. Por ser a comunidade, um sistema social importante, em que os fatores socioculturais influenciam a relação entre ela e a situação de saúde de sua população, é necessário, compreender sua estrutura (GOMES, 2016). Por meio do acesso a informações e o encontro de alternativas práticas de superação das situações de vulnerabilidade, a participação popular pode alcançar melhores condições de vida e saúde, incluindo ainda programas de higiene pessoal e o envolvimento das escolas (SOCHARA, 2015). 14 POLUIÇÃO VISUAL 47 Fonte: s1.static.brasilescola.uol.com.br As constantes transformações crescentes nos centros urbanos trazem o surgimento de impactos ambientais negativos, como a poluição visual que acomete os grandes centros urbanos promovendo, muitas vezes, descaracterização da paisagem. Na maioria das vezes a poluição visual acontece de maneira gradativa, fazendo com que a população se acostume com a desarmonia visual. O avanço desse tipo de poluição nos espaços urbanos deve ser contido, a fim de garantir às presentes e futuras gerações a oportunidade de usufruir de um meio ambiente artificial mais harmônico (FIORILLO, 2012). Assim, a poluição visual pode ser considerada como um elemento de depreciação da paisagem que afeta constantemente o cenário das cidades, transformando esse ambiente urbano de forma descontrolada e o tornando desarmônico. A poluição visual muitas vezes passa despercebida pelas pessoas que diariamente convivem com a mesma, logo, tornando-se algo comum e integrando-se à paisagem. Diante disso, esse estudo pretende responder como a população urbana de Mossoró percebe a poluição visual no centro da cidade (GOMES et al, 2019). Na pesquisa realizada por Jana eDe (2015), em Bengala, onde foram entrevistados os transeuntes da região. A maioria dos participantes da pesquisa associou o lixo como um dos principais fatores de poluição visual presente no ambiente urbano. Levando em consideração que a problemática da poluição visual é relativamente nova, muitos dos entrevistados podem ainda não associar os excessos de cartazes, outdoors e propagandas de modo geral também como poluentes visuais. Quando indagados se a poluição visual pode afetar a estética urbana da cidade, 95,5% afirmaram que sim, enquanto 4,5% acreditam não ter interferência. Quanto a esse fator estético, a poluição visual muitas vezes está associada a questões culturais no casodos excessos de elementos de comunicação associado ao turismo, temos o exemplo de grandes metrópoles como Nova York e Tóquio, que incorporam a publicidade ao arlivre ao ambiente natural, diferentemente do Brasil que não possui nenhum projeto voltado aos conteúdos publicitários com potencial turístico nos centros urbanos (SALLES; ESCOBAR, 2014). 48 Já com relação à saúde, 90,9% acreditam que de fato a mesma pode ser afetada e 9,1% não veem relação entre esse tipo de poluição com o bem-estar da população. A paisagem tem grande importância nas áreas social, cultural e ambiental, dessa forma, ela contribui diretamente para a qualidade de vida da população. A saúde das pessoas mantém grande dependência com o seu bem- estar, modo de vida, e com o cenário onde vivem (GOMES et al, 2019). Um ambiente visualmente saudável, geralmente ligado a beleza natural como áreas verdes, tende a propiciar um alívio do estresse, em contrapartida, ambientes visualmente poluídos como é o caso de muitos centros urbanos, possui uma influência negativa como aumento da frequência cardíaca,acelerando a irritabilidade (KHANAL, 2018; JANA; DE, 2015). 49 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALILOU, H. et al., 2019. A novel approach for selecting sampling points locations to river water quality monitoring in data-scarce regions. Journal of Hydrology 573, 109-122. ANDRADE NETO, Cícero Onofre de. Aproveitamento imediato da água de chuva. Revista Eletrônica de Gestão e Tecnologias Ambientais (GESTA), vol 1, n. 1, 2013. 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