Prévia do material em texto
Medicina - 6º Semestre - Ana Paula Cuchera e Eduarda Costa Profº Arthur Henrique Pontin 7 de ago. de 2023 Definição - Aumento da pressão em um espaço confinado (compartimento osteofacial), reduzindo criticamente a irrigação sanguínea para os tecidos ● Pressão dentro do compartimento fica maior que a pressão arterial para levar sangue para dentro desse compartimento → para de entrar sangue arterial ● Isso gera cascata inflamatória ● Os sintomas são: ○ Necrose ○ Formigamento ○ Parestesia (ardência) ○ Dor desproporcional Epidemiologia - 3.1/100.000 ao ano - Jovens, masculino (10x mais) → trauma - Fraturas - 69% (principal causa) ● 1° Tíbia (2,7 a 15% de chance) ● 2° Partes Moles ● 3° Rádio ● 4° Esmagamentos ● 5° Antebraço 1 - Em crianças: ● 76% tíbia, rádio e ulna distal ● 2ª causa é iatrogenia - Fratura de baixa energia: ● 59% tíbia ● Fechada > exposta - Idoso: ● Fator proteção ○ Hipotrofia muscular + espaço - Segmentos do corpo: ● Fratura (Fx) de diáfise tibial → 36% ● Lesão partes moles → 23,2% ● Fratura de rádio distal → 9,8% ● Esmagamento → 7,9% ● Fx de antebraço → 7,9% ● Fx diáfise do fêmur → 3,0% ● Fx platô tibial → 3,0% 2 Patogênese - Membrana que ao inflamar, gera compressão e terá diferença de pressão transmural e extravasamento de mediadores inflamatórios → aumenta muito a pressão dentro do compartimento → não entra e nem sai sangue → necrose e dor insuportável ● Tem que abrir a pele e fazer um rasgo, para o músculo expandir e ele receber sangue → evita infecções e depois fechar novamente essa fáscia - Aceito: - Efeito sobre as VEIAS, ARTERÍOLAS, CAPILARES 1. Diminuição pressão transmural ● Diferença P intravascular e tecidual 2. Diminuição gradiente arteriovenoso 3. Oclusão microvascular (capilares) - Efeito sobreMUSCULATURA ● Necrose pro grupo central que depois expande para periferia ● Músculo esquelético tecido mais vulnerável ● Necrose final – principalmente central - Efeito sobre os NERVOS ● Mecanismo, tempo, pressão incertos ● Isquemia, compressão, efeitos tóxicos, acidose - Efeito sobre os OSSOS ● Diminuição capacidade de suprimento sanguíneo 3 Clínica - Primeiro sintoma: dor muito forte (desproporcional - não cessa) ● Contínua e forte ● Grave e desproporcional ● Pacientes inconscientes e crianças → agitação psicomotora ● Sensibilidade 19% e especificidade 97% OBS! Se o paciente tem problema neurológico e não sente a perna, ele pode ter síndrome compartimental sem dor. - Para saber se esse paciente tem síndrome compartimental precisa avaliar a o pulso distal - Dor após alongamento passivo ● Parestesia/hipoestesia – Sensibilidade 13%, Esp 98% (tardio) ● Paralisia – sinal tardio – baixa recuperação ● Ausência pulsos palpáveis – grande lesão arterial ou estágio avançados (FAZER ARTERIOGRAFIA) ● Edema – difícil de avaliar OBS! Imagem dos “5 P” cai na prova - Se tiver pelo menos “3 P” já pode ser considerado síndrome compartimental - Diagnóstico – combinação de sinais: ● 3 sinais → probabilidade de 90% ○ Se tiver pelo menos “3 P” já pode ser considerado síndrome compartimental ● Elevar o membro na suspeita de síndrome compartimental → Piora a isquemia Descompressão - Mede-se Pressão do compartimento ● Maior que 30 – 40 mmHg no compartimento = Síndrome compartimental - ΔP = PAM ou PAd – P membro ● <30 mmHg → Musculatura Normal ● 40 mmHg → para trauma = SG ● Método de Whitesides – P ○ Necessária para infundir líquido no compartimento 4 OBS! > 30 mm o paciente pode estar com síndrome compartimental Fasciotomia - Quando abre uma membrana o músculo de expande para fora e paciente melhora da DOR - Fasciotomia sempre quando: ● Queimaduras circulares ● Isquemia por lesão arterial com mais de 4h de evolução após revascularização Prognóstico - FASCIOTOMIA - Se fasciotomia realizada até 25 a 30 horas do início do quadro → Bom prognóstico - Se feita após 3 a 4 dias → sem benefício e infecta tecidos necrosados ● A exposição leva a putrefação e multiplicação de bactérias ● Melhor nao fazer, pois músculo morreu e o nervo já não vai funcionar ○ Ex: sequela de síndrome compartimental não tratada em antebraço ● Contratura de volkmann, mão em garra 5 Coxa - FASCIOTOMIA - Pode ser por único acesso lateral - Liberar septo intermuscular lateral - Dor e aumento volume coxa - Principal causa: ● Trauma contuso (com ou sem fratura) e lesão arterial - Coxa tem 2 compartimentos → anterior e posterior ● Então pode ser por acesso medial e lateral ● Pode ser feito por uma ou duas incisões 6 Perna - Na perna temos 4 compartimentos: ● Anterior ● Lateral ● Posterior Superficial ● Posterior Profundo - Principalmente no comp. anterior - Causa: primeiro fraturas e depois trauma contuso - Sexo masculino e idade menor que 55 - Duplo Acesso preferível ( visualização ) ● Medial e lateral ● Pode só lateral OBS! Os sintomas dependem do grupo muscular acometido 7 - Demonstração de incisão na perna, é feita por: ● Incisão a 2 cm da margem posterior medial tíbia – comp. posteriores ● Incisão entre fíbula e crista tibial – comp. Anterior e lateral 8 OBS! Deixa aberto até desinchar - Quando desinchar fecha a fáscia e a pele → Se não fechar a fáscia pode dar hérnia muscular Pé OBS! Síndrome compartimental é muito comum → principalmente emmotoqueiro - Os pés são compostos por 4 compartimentos: ● Medial ● Lateral ● Central ● Interósseo - 9 compartimentos ● Medial ● Lateral ● Central superficial ● Central profundo ● Interósseo x 4 ● Adutor hálux - Menos tolerante ao aumento da pressão 9 - Fasciotomia: ● Acesso dorsal sob 2° e 4° metatarso - compartimento interósseos e central ● Incisão medial – compartimento medial e lateral respectivamente - As duas vias de acesso: 10 Braço OBS! Não é muito comum - Fasciotomia em incisão posterior e anterior - Raramente necessita descomprimir o músculo deltóide Antebraço - Acomete mais o flexor profundo dos dedos e o flexor longo do polegar 11 OBS!Mais comum em trabalhadores que carregam peso - Abrir até o túnel do carpo - Normalmente o acesso volar é suficiente - Senão acesso dorsal 12 Mão - 10 compartimentos: ● Normalmente 2 incisões dorsais bastam (2º e 4º metatarso) ● Compartimento tenar (incisão) ● Compartimento hipotenar (incisão) 13 Fasciotomia - RESUMO - Abertura todo compartimento - Pele e tecido subcutâneo (TCSC) - Debridamento de mm necrosado - Second look – 48 horas (rever para saber se pode fechar) - Fechar se pele sem tensão ou NÃO FECHAR (pode voltar a ter síndrome compartimental) Complicações - Relacionado ao atraso da fasciotomia → mais de 6 horas - Contratura isquêmica de Volkmann → fica com rigidez de compartimento, perde músculo e tendões e perde a função. Síndrome Compartimental do Esforço - Elevação da pressão intra-compartimental durante o exercício ocasionando isquemia e dor ● Sente a dor de síndrome compartimental pelo esforço - Resolução dos sintomas com o repouso - Persistência do exercício pode levar a Síndrome compartimental aguda Síndrome Compartimental Crônica 14 - Isquemia reversível secundária a não expansão osteofascial, durante o exercício, comprimindo a musculatura. OBS! É reversível - Jovens adultos - Hipertrofia muscular (anabolizantes/creatina) + edema e aumento de fluxo sg durante exercício, pronação pé e apoio do calcâneo (fator dinâmico) - Compartimento anterior e lateralmais acometidos - Bilateralidade 75% - Hérnia muscular é FREQUENTE ● Devido a rompimento da fáscia - Clínica: ● Dor e rigidez mm. após 20-30 minutos de exercício (corrida) que melhora com repouso ● Parestesia é frequente ● Herniações musculares no EF - Pressão intracompartimental: ● Inicialmente em torno de 15 mmHg ● Após 1 min de exercício > 30 mmHg ● Após 5 min de repouso > 20 mmHg - Tratamento: ● Conservador ● Diminuir atividade física ● Sem resposta: indicar fasciotomia do compartimento afetado ● Fasciotomia do compartimento ○ Anterior tem 80 a 90% sucesso ○ Do posterior 50 a 70% 15 RESUMO 16