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GERENCIAL I 
DA ASSISTÊNCIA 
TÉCNICA E GERENCIAL
©2021. FATECNA - Faculdade CNA a Distância
Todos os direitos reservados.
A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, 
constitui violação dos direitos autorais (Lei Nº 9.610).
Fotos
Banco de imagens do SENAR
Getty Images
Shutterstock
Informações e Contato
SBN – Quadra 1, Bloco F. Edifício Palácio da Agricultura – 1º e 2º andar
Asa Norte - Brasília – CEP 70.040-908
Telefone: (061) 3878-9500
Site: www.faculdadecna.com.br/ead/
Presidente do Conselho Deliberativo
João Martins da Silva Júnior
Entidades integrantes do Conselho Deliberativo
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA
Confederação dos Trabalhadores na Agricultura - CONTAG
Ministério do Trabalho e Emprego - MTE
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA
Ministério da Educação - MEC
Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB
Agroindústrias / indicação da Confederação Nacional da Indústria - CNI
Diretor Geral
Daniel Klüppel Carrara
Coordenação de Assistência Técnica e Gerencial
Matheus Ferreira Pinto da Silva
Gerencial I da Assistência 
Técnica e Gerencial
Módulo 2
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 4
Sumário
Introdução do módulo ............................................................................................................... 6
Tema 1: O agronegócio ............................................................................................................10
Introdução ..............................................................................................................................10
Tópico 1: Introdução ao agronegócio................................................................................12
Tópico 2: Cadeias produtivas ..............................................................................................20
Tópico 3: Teoria geral de custos .........................................................................................31
Tópico 4: Economia de escala .............................................................................................41
Tópico 5: Elasticidade de preços ........................................................................................48
Encerramento do tema ........................................................................................................54
Atividade de Passagem ........................................................................................................56
Tema 2: Introdução ao gerenciamento ...............................................................................57
Introdução ..............................................................................................................................57
Tópico 1: Conceitos administrativos ..................................................................................59
Tópico 2: Gestão e gerenciamento da propriedade rural ..............................................67
Tópico 3: Características peculiares em uma empresa rural .........................................74
Tópico 4: Fatores que interferem na gestão de uma empresa rural ............................82
Tópico 5: Aplicação do gerenciamento em uma empresa rural....................................89
Encerramento do tema ........................................................................................................96
Atividade de Passagem ........................................................................................................98
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 5
Tema 3: Renda bruta da atividade ........................................................................................99
Introdução ..............................................................................................................................99
Tópico 1: Componentes da renda ....................................................................................101
Tópico 2: Critérios de definição de custos entre as atividades ...................................109
Tópico 3: Cálculo da renda bruta ......................................................................................115
Tópico 4: Peculiaridades no cálculo da renda bruta ......................................................121
Tópico 5: Aplicação do cálculo da renda bruta ..............................................................127
Encerramento do tema ......................................................................................................135
Atividade de Passagem ......................................................................................................137
Encerramento do módulo .................................................................................................... 138
Final de etapa ......................................................................................................................... 140
Gabarito das questões ......................................................................................................... 143
Referências .............................................................................................................................. 146
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 6
Introdução do módulo
Bem-vindo! Você está iniciando o módulo Assistência técnica e as propriedades 
rurais. Observe no infográfico a sua posição no curso e atente-se ao seu 
progresso!
Módulo 2
Gerencial I da 
Assistência 
Técnica e 
Gerencial
Reconhecer os 
conceitos gerenciais 
da Metodologia de 
Assistência Técnica 
e Gerencial.
Você está aqui!
Início da 
jornada Final da 
jornada
Módulo 1
Metodologia da 
Assistência Técnica 
e Gerencial
Aprimorar conhecimentos 
metodológicos para o 
desempenho necessário 
de ações de assistência 
técnica, destacando as 
competências requeridas 
ao exercício da atividade.
Módulo 4
Gerencial III 
da Assistência 
Técnica e 
Gerencial
Calcular e 
interpretar 
indicadores técnicos 
e econômicos nas 
principais cadeias 
produtivas da 
pecuária ou da 
agricultura.Módulo 3
Gerencial II 
da Assistência 
Técnica e 
Gerencial
Contextualizar os 
conceitos gerenciais 
da Metodologia de 
Assistência Técnica 
e Gerencial.
Módulo 5
Planejamento 
da Propriedade 
Rural
Definir em 
que consiste o 
planejamento 
estratégico da 
propriedade rural 
assistida pela 
Metodologia de 
ATeG, facilitando 
sua compreensão e 
aplicabilidade.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 7
Na prática, este módulo tem o objetivo de apresentar a você, os conceitos 
gerenciais da Metodologia de Assistência Técnica e Gerencial, deixando 
claro o diferencial da metodologia, que focaliza o trabalho e não fica apenas 
na transferência de conhecimentos técnicos, mas também traz informações 
administrativas e gerenciais.
Para isso, o módulo foi dividido em três temas:
Tema 1
O Agronegócio
Tema 2
Introdução ao 
Gerenciamento
Tema 3
Renda Bruta 
da Atividade
Nossa expectativa é que, ao final do módulo, você entenda os conceitos 
referentes à teoria geral de custos e aos efeitos da economia de escala 
no custo unitário de um produto, as dinâmicas de mercado e o reflexo 
das demandas e ofertas sobre o preço de um produto. Esperamos também 
que você fique familiarizado com conceitos importantes para o entendimento do 
gerenciamento do meio rural e sua correlação com a gestão de uma empresa 
rural, identificando suas peculiaridades.
Tudo isso para que você possa se tornar um autêntico educador agente de 
transformações no campo, capaz de:
• identificar os fatores de produção em uma propriedade rural que compõem a 
renda da atividade,
• definir a alocação de custos da atividade de acordo com os critérios indicados 
na metodologia de ATeG,
• calcular a renda bruta identificando os cenários de normalidade e de subatividade,
• identificar o momento de usar a variação de inventário para correção de eventuais 
anomaliasmatemáticas,
• aplicar o conceito de renda bruta na análise econômica de uma propriedade rural.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 8
Praticando…
Agora que você conhece os temas que serão trabalhados no módulo, o que 
acha de ver esses conceitos de forma mais prática?
Acesse o Ambiente de Estudos e assista a um vídeo 
que preparamos especialmente para você. Nele, você 
vai entender como poderá praticar e refletir durante 
todo o módulo, acompanhando a história do Técnico 
Marcelo e da Fazenda Santa Felicidade.
Desafios da jornada
Vale lembrar que o conteúdo é todo interligado. Por isso, você precisa conhecer 
o primeiro tema com todos os tópicos e realizar a Atividade de Passagem, para 
depois iniciar o tema seguinte.
Observe os ícones a seguir e relembre os tipos de desafios que você encontrará 
ao longo do módulo!
Pense e Decida
Situações práticas e objetivas em que você deve analisar o cenário 
e tomar uma decisão. Não possui valor para a certificação.
Atividade de Passagem
Tem objetivo de verificar se você teve um bom aproveitamento 
em relação ao conteúdo do tema correspondente e libera o acesso 
ao tema seguinte.
Estudo de Caso
Obrigatório e de valor avaliativo, o Estudo de Caso consiste em 
uma questão reflexiva, relacionada aos temas estudados.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 9
Simulado
Depois de passar por todos os temas do módulo e tiver completado 
a última atividade, você deverá responder o Simulado.
Avaliação
A Avaliação é obrigatória e tem como objetivo verificar o seu 
desempenho em cada módulo.
Fórum
O Fórum proporciona o debate e a troca de conhecimento entre 
você e o tutor. Existe um Fórum por módulo, que fica aberto 
durante todo o seu período de estudos nesta fase.
Ah, não se esqueça:
• Realize, no Ambiente de Estudos, a pesquisa de satisfação.
• A nota do módulo é composta por uma média simples.
• Para passar: Avaliação + Estudo de Caso / 2 = 6 ou mais.
Lembre-se de que é essencial voltar ao final de cada tema para realizar a sua 
Atividade de passagem, combinado?
Tenha uma ótima jornada de conhecimento e crescimento. Bons estudos!
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 10
Tema 1: O agronegócio
Introdução
Você está iniciando o primeiro tema do módulo. O objetivo é que você conheça 
a evolução do agronegócio, entendendo sua importância hoje para obter a 
melhor gestão da propriedade rural. Além disso, é essencial que você compreenda 
os conceitos relativos à metodologia de ATeG, como o funcionamento das 
cadeias produtivas, a teoria geral de custos, a economia em escala e a 
elasticidade de preço – conhecimentos fundamentais para uma boa gestão.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 11
Ao final deste tema, você será capaz de:
• reconhecer o histórico e a evolução do agronegócio,
• analisar o setor rural brasileiro diante do contexto apresentado,
• reconhecer a composição e a importância das cadeias produtivas,
• identificar os conceitos da teoria geral de custos e os efeitos da economia de 
escala no custo unitário de um produto,
• reconhecer o reflexo da demanda e da oferta em seu preço.
Estrutura do tema
Grandes são os desafios enfrentados pelos agentes da assistência técnica, por 
isso é necessário que todos estejam preparados e munidos de informações 
e conhecimentos. Para facilitar o entendimento deste conteúdo e garantir o 
acesso, cada tema é dividido em tópicos.
Veja os cinco tópicos que compõem o tema e conheça o objetivo de cada 
um dos tópicos.
Tema 1
Tópico 1
Tópico 2Tópico 5
Tópico 4 Tópico 3
Introdução ao agronegócio
Compreender a origem do agronegócio e 
a partir de quando ele passou a ter essa 
denominação.
Cadeias produtivas
Desenvolver a visão sistêmica 
da cadeia produtiva.
Elasticidade de preços
Compreender as dinâmicas 
de mercado, uma vez que 
os produtores rurais, em 
sua maioria, são tomadores 
de preços, não formadores. 
Economia de escala
Identificar corretamente os custos 
de produção, especialmente os 
de natureza fixa, associados às 
quantidades produzidas.
Teoria geral de custos
Conhecer os conceitos sobre 
custos de produção e a divisão 
clássica dos custos, de acordo 
com sua natureza.
Tópicos legais, não é mesmo? Entendido o que esperar de cada um, siga em 
frente!
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 12
Tópico 1: Introdução ao agronegócio
Afinal, o que é o agronegócio?
No decorrer deste tópico você vai conhecer a origem do conceito 
de agronegócio, a sua história, abrangência e importância para a 
movimentação econômica, em escala nacional e mundial.
Com a diversificação da base produtiva das criações de animais e do desenvolvimento 
tecnológico, ocorreu a integração entre atividades agropecuárias, atividades 
industriais e serviços.
Essa integração envolve atividades de produção agropecuária com indústrias 
de suporte* para as demais atividades de apoio e é chamada de agronegócio.
Indústrias responsáveis pelo fornecimento de máquinas e equipamentos, insumos, processamento, 
armazenamento e comércio de alimentos.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 13
O começo
Até meados da década de 1950, o negócio rural era 
entendido apenas como processos de transformação 
que aconteciam dentro das propriedades rurais. Ou 
seja, a produção de produtos primários que seriam 
ofertados ao mercado consumidor.
Em 1957, os pesquisadores da Universidade de 
Harvard John Davis e Ray Goldberg usaram o termo 
“agribusiness”.
Derivado de “agricultura”, esse termo abrange um conjunto de operações 
que envolve a produção, passa pela armazenagem e o processamento e 
se estende à distribuição de produtos agrícolas e derivados. 
Davis e Goldberg reconheceram que não era mais adequado analisar a 
economia rural nos moldes tradicionais (com setores isolados que fabricavam 
insumos, processavam os produtos e os comercializavam), mas sim como o 
conjunto de operações de todos os segmentos que contribuem para 
a produção rural.
1957
1980
Na década de 80, 
essa nova visão 
da agropecuária 
começou a ser 
usada no Brasil.
Nessa época surgiram a Associação 
Brasileira de Agribusiness (Abag) e o 
Programa de Estudos dos Negócios do 
Sistema Agroindustrial da Universidade 
de São Paulo (Pensa/USP).
O termo “agribusiness” se espalhou.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 14
Foi somente a partir da segunda metade da década de 1990 que o termo 
“agronegócio” começou a ser aceito e adotado nos livros-textos e na mídia, 
culminando com a criação dos cursos superiores de agronegócios em nível de 
graduação universitária.
Pare para pensar
Imagine uma propriedade familiar que produz frangos 
caipiras e hortaliças para vender nas feiras locais. Agora, 
pense em uma fazenda de gado para venda em grande 
escala a indústrias exportadoras. Em sua opinião, ambas 
podem ser consideradas agronegócios?
Escreva aqui o que acha e revisite sua resposta depois 
de finalizar este tema!
Hoje em dia
Atualmente, o termo “agronegócio” é estigmatizado em determinados segmentos 
da sociedade, pois tem sua imagem vinculada diretamente a grandes áreas 
de cultivo e a grandes empresas.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 15
Indústria
Serviços
Cultivam a terra 
Criam animais
Porém, o termo é abrangente e engloba todos aqueles que cultivam a terra e 
criam animais, em qualquer escala, além de qualquer indústria e serviço 
de apoio à produção de alimentos.
O agronegócio na economia brasileira
Para você entender melhor a importância do agronegócio dentro da economia 
brasileira, veja os números do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma 
dos valores monetários de todos os bens e serviços que um país produz em 
determinado período.
No Brasil, uma parte significativa da economia vem do agronegócio, que 
representa 21,46% do PIB nacional, conforme mostra o gráfico a seguir.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnicae Gerencial pg. 16
Participação do PIB do Agronegócio no PIB Total - Brasil 
(% PIB Agro)
27.00
27.00
24.00
21.00
18.00
15.00
12.00
9.00
6.00
3.00
1995 1996 1997 1998 1999
22.47
2000 2001 2002
(% PIB Agro)
2003
24.07
2004 2005 2006
20.83
2008
21.79
2010 2012
19.82 20.24 20.50
21.46
20142007 2009 2011 2013 2015
Fontes: Cepea (PIB Agro) e IBGE (PIB Total): elaboração Cepea
Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada / Cepea / Esalq / USP / Confederação 
da Agricultura e Pecuária do Brasil / CNA – 2016
Os processos de operações
Entendida a importância do agronegócio para a economia brasileira, siga agora 
a lógica das operações contínuas.
Por meio de uma visão sistêmica, é possível avaliar os processos que ocorrem 
antes da propriedade rural, os que ocorrem dentro dela e também os 
posteriores. Nessa visão, esses processos são denominados:
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 17
Antes da produção
Produção e fornecimento de insumos, máquinas, 
equipamentos e serviços especializados.
Depois da produção
Transporte, industrialização, 
distribuição e comercialização.
Durante a produção
Preparo e manejo de 
solos, tratos culturais, 
irrigação, colheita e 
criação animal.
DISTRIBUIDORA
Entenda melhor cada conceito!
Antes da produção
Os segmentos deste conceito se referem a tudo que ocorre antes da 
atividade na propriedade rural. Destacam-se os insumos, que podem ser 
conceituados como os fatores de produção que propiciam a produção 
primária. 
Aplicando esse conceito básico à atividade agropecuária, podemos chamar de 
insumos todos os bens e serviços que propiciam a produção do setor 
agropecuário, ou seja, tudo o que facilita, melhora ou aumenta a produção.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 18
Insumos também são caracterizados por exigirem despesas consideradas 
diretas (pagamentos), pois é necessária sua aquisição.
Exemplos de alguns insumos do agronegócio
• Sementes
• Energia
• Água
• Rações
• Equipamentos
• Máquinas
• Implementos
• Fertilizantes
• Sais minerais
• Produtos veterinários
• Equipamentos de irrigação
• Embalagens
Além desses fatores, existe o segmento de indústrias e empresas especializadas 
em seu fornecimento.
Durante a produção
Este segmento agropecuário, por sua vez, se refere à produção 
propriamente dita e engloba desde o preparo inicial do solo até a 
obtenção do produto para ser comercializado. 
Essa etapa é aquela em que o produtor que possui domínio define:
• cultura a ser implantada,
• volume ou nível de intensificação/tecnificação,
• período e escalonamento da safra,
• armazenamento,
• comercialização.
A tomada de decisões gerenciais feitas pelo produtor nessa etapa, em parte 
se refletirá nas demais (antes e depois da produção). Isso porque pode gerar 
menor ou maior demanda de insumos e, consequentemente, maior ou menor 
oferta de produtos ao mercado consumidor.
Depois da produção
Este segmento é constituído pelos atos de processamento e distribuição 
dos bens ou serviços, desde aqueles produzidos pela atividade 
agropecuária até os produtos que chegam aos consumidores finais. 
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 19
Geralmente, o comércio, as agroindústrias e os prestadores de serviços (como 
assistência técnica, pesquisa, crédito, marketing etc.) são os agentes envolvidos 
nesse processo.
Cabe destacar que esta etapa também está sujeita a certas características 
que não estão sob seu controle, por exemplo:
• sazonalidade de culturas,
• ataque de pragas e doenças,
• intempéries climáticas,
• alterações da demanda,
• políticas públicas ligadas ao setor.
A visão sistêmica do agronegócio potencializa benefícios para um desenvolvimento 
mais intenso e harmônico da sociedade brasileira. Para isso, é necessário vencer 
alguns desafios e conhecer as inter-relações das cadeias produtivas, de 
forma a indicar os requisitos para melhorar a competitividade, a sustentabilidade 
e a equidade.
Resumindo o tópico
Neste primeiro tópico, você:
Conheceu a origem 
e a evolução do 
agronegócio no Brasil 
e no mundo.
Reconheceu a 
importância do 
agronegócio para a 
economia brasileira.
Entendeu como 
funcionam os 
processos das 
operações na prática.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 20
Tópico 2: Cadeias produtivas
Você sabe efetivamente o que é uma cadeia produtiva 
na prática?
Neste tópico você verá o que são cadeias produtivas e como analisá-
las, entendendo sua estrutura, sua organização e seus melhores 
arranjos.
A globalização, a evolução dos mercados consumidores e os avanços tecnológicos 
de processos produtivos têm refinado cada vez mais o conceito de cadeia 
produtiva.
Inicialmente, ela foi definida como:
Um conjunto de elementos que interagem em um processo produtivo 
para a oferta de produtos ou serviços ao mercado consumidor.
O conceito de cadeia produtiva foi criado na França na década de 1960, 
quando foi definida como as sucessões de atividades ligadas à produção 
agropecuária.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 21
Especialmente no agronegócio, as cadeias produtivas podem ser vistas com 
a inter-relação de vários segmentos sob a lógica da oferta de bens e serviços 
ao mercado de produtos agropecuários in natura ou beneficiados.
Nelas, o ciclo produtivo possui os processos já conhecidos: antes, durante 
e depois da produção.
Antes da produção
Produção e fornecimento de insumos, máquinas, 
equipamentos e serviços especializados.
Depois da produção
Transporte, industrialização, 
distribuição e comercialização.
Durante a produção
Preparo e manejo de 
solos, tratos culturais, 
irrigação, colheita e 
criação animal.
DISTRIBUIDORA
Ao analisar uma cadeia produtiva, é preciso ter uma visão sistêmica de todas 
as interligações, elos coordenados por diferentes estruturas sob a pressão 
exercida pelos consumidores. Apenas dessa maneira será possível identificar 
os pontos críticos do setor produtivo em questão e usar essa visão como 
ferramenta para gerar melhorias do início ao fim da cadeia.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 22
Você sabia?
O termo “elo” no conceito da cadeia produtiva é uma 
alusão aos elos de uma corrente, que necessitam estar 
atrelados firmemente uns aos outros. Isso deve acontecer 
da mesma forma nos processos presentes na cadeia 
produtiva.
Quanto maior for a integração entre os agentes identificados como elos das 
cadeias produtivas, nas mais diferentes etapas do trabalho, melhores serão 
os resultados alcançados, a qualidade do produto final e a eficiência do uso 
dos recursos físicos e financeiros.
A figura a seguir representa esquematicamente uma cadeia produtiva com o 
exemplo de um produto de origem agropecuária. Observe!
Ambiente institucional (leis, normas, resoluções, padrões de comercialização)
Ambiente organizacional (órgãos do governo, instituições de crédito, empresas de pesquisa, agências credenciadoras)
Fornecedores 
de insumos
Mercado 
consumidor
Agricultores
Sistemas 
produtivos
(1,2,3,4...)
Processadores
Agroindústrias
Comerciantes
Atacadistas
Comerciantes
Varejistas
Fluxo de Capital Fluxo de Mercadoria
É possível entender a visão sistêmica do agronegócio por meio do conceito 
de cadeia produtiva. Repare que existem vários elementos interligados e 
interdependentes, como:
• os fornecedores de insumos (fertilizantes, defensivos e rações, por exemplo), 
crédito e sementes,
• os agricultores,
• os processadores,
• os comerciantes atacadistas e varejistas,
• o mercado consumidor.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 23
No esquema apresentado, os elementos da cadeia produtiva estão sujeitos a 
influências de dois ambientes: institucional e organizacional. Entenda!
Ambiente Institucional
Refere-se ao conjunto de normas, regulamentos, mecanismos, 
políticas, leis ambientais, trabalhistas, tributárias e comerciais, 
cujas característicasafetam significativamente a competitividade 
das cadeias produtivas. Esses são instrumentos que regulam as 
transações comerciais, ambientais e trabalhistas.
Ambiente Organizacional
É composto pelas próprias empresas (fornecedoras e 
agroindústrias), pelos agricultores/pecuaristas e pelas estruturas 
criadas para dar suporte ao funcionamento das cadeias 
produtivas, compreendidas por universidades, órgãos de pesquisa 
e normalização, órgãos de fiscalização e controle, associações, 
cooperativas e sindicatos.
Os arranjos das cadeias produtivas não seguem padrões preestabelecidos, 
pois dependem de inúmeras variáveis que normalmente estão associadas aos 
contextos regionais e às exigências de mercado. Vejamos, por exemplo, a 
cadeia produtiva da soja.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 24
Insumos para 
produção
Sementes, calcário, 
defensivos, 
fertilizantes etc.
Distribuição
Distribuidor, 
atacado, varejo, 
agente exportador 
como cooperativas, 
tradings e empresas 
privadas.
Consumidor 
final
Consumo interno 
como animal, 
humano e 
industrial / Consumo 
externo como grão, 
farelo e óleo.
Máquinas e 
equipamentos 
agrícolas
Pulverizador, trator.
Unidade 
produtiva
Produção de soja 
grão ou soja 
semente.
Unidade 
armazenadora
Cooperativas, 
empresas estatais e 
privadas.
Indústria
Farelo, óleo 
refinado, óleo bruto.
A análise da cadeia produtiva
A exigência dos consumidores aumentou, forçando o agronegócio a avançar nas 
operações de processamento e preservação de seus produtos. Isso resultou na 
expansão da atividade agropecuária, ultrapassando as divisas da propriedade 
rural e tornando as cadeias produtivas mais complexas.
Por isso, é tão importante que você entenda bem o conceito de cadeia produtiva 
e saiba que ele não diz respeito somente ao setor produtivo e à propriedade 
rural, mas também a todos os componentes antes e depois da produção.
 
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 25
Saiba Mais
O termo “cadeia produtiva”, em outras metodologias, 
pode ser tratado como cadeia de valor.
A abordagem sistêmica reconhece a importância de ações que afetam a 
competitividade da cadeia produtiva de maneira ampla e dos agentes que a 
integram. Assim, oferece o embasamento teórico necessário para a compreensão 
da forma como a cadeia funciona e aponta as variáveis que prejudicam o 
desempenho do sistema.
De forma objetiva, a análise sistêmica permite identificar os gargalos 
ou elos fracos da atividade produtiva pertencente a essa cadeia. São 
esses elos que impedem o seu pleno desenvolvimento!
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 26
A competitividade de uma cadeia produtiva é expressa pela sua capacidade de 
implementar um planejamento estratégico que lhe possibilite uma inserção 
sustentável no mercado. Portanto, as intervenções tecnológicas e as melhorias 
organizacionais obtidas por meio de boa coordenação são imprescindíveis para 
sua permanência, melhor inserção e estabilização no mercado.
Assim, dentro da empresa rural, intervenções tecnológicas e melhorias 
organizacionais aumentam sua capacidade de obter maior vantagem competitiva.
Organização e gerenciamento
Quanto mais organizada e tecnologicamente desenvolvida for uma cadeia 
produtiva, mais competitividade terão os produtores rurais que dela 
participam.
Gerenciar os segmentos de uma cadeia é determinante para a melhoria 
da produtividade. Entenda!
É essencial 
considerar os itens 
que determinam a 
forma de 
coordenação da 
cadeia.
São fatores que 
envolvem decisões, 
relações, estrutura e 
mecanismos 
administrativos, padrões 
de qualidade e eficácia 
de cada segmento.
Estão inclusos: 
logística, sistema 
de produção, 
preços praticados 
e controles 
exercidos.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 27
Essa competência não é atribuída a determinado elemento da cadeia, mas ao 
conjunto articulado de ações e relações que promovem a governança.
A governança também está presente na coordenação de uma cadeia produtiva, 
principalmente na estrutura dominante dentro dessa cadeia, que orienta e 
interfere em todo o processo produtivo e comercial. Essa interferência pode 
ser mais ou menos frágil ou intensa, o que determina o modo de produção e 
de comercialização dos produtos.
Entenda!
Na produção de 
hortaliças, são o mercado 
e, principalmente, 
o consumidor que 
determinam a qualidade do 
produto que irão adquirir, 
restando ao produtor 
atender aos padrões 
exigidos.
Na produção de laranjas, 
a indústria é quem decide 
a quantidade de toneladas 
de matéria-prima que irá 
comprar de cada produtor, 
devendo atender ao mínimo 
viável para que ela busque 
seu produto no cultivo, ou 
seja, controlando o volume 
a ser comercializado 
Isso quer dizer que em um ambiente de liberdade econômica, a coordenação 
da cadeia produtiva geralmente é feita pelo mercado*. Conheça um exemplo 
prático de coordenação!
O termo “mercado” não é restrito ao espaço físico onde produtos são comercializados; ele se 
refere também ao momento de interação entre compradores e vendedores de produtos ou 
serviços.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 28
Na prática
Um bom exemplo de coordenação foi apresentado por 
uma cooperativa de agricultores japoneses, chamada 
Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (Camta), no Pará.
Eles utilizavam um sistema agroflorestal baseado no cultivo 
sustentável com diversas espécies vegetais. Conforme 
Michinori Konagano, um dos diretores da cooperativa, 
o principal gargalo do setor é o mercado consumidor, o 
norteador dos processos. 
Esse exemplo é um modelo de geração de renda e 
desenvolvimento da região, especialmente quando se 
trabalha em sistemas de integração entre produtor e 
indústria.
Nesse sistema, o primeiro se compromete em fornecer 
a produção, e o segundo proporciona todos os insumos 
(sementes, fertilizantes, defensivos etc.). Depois, a 
cooperativa promove e orienta sobre a adoção do sistema 
por outras famílias, comprando toda a produção ao final 
do ciclo.
Em alguns ambientes, o mercado é extremamente agressivo. Em outros, 
é regulamentado por governos e normas internacionais. Existe também o 
ambiente saudável, em que o mercado é autorregulável, como será visto no 
tópico elasticidade de preço.
Nesse ambiente saudável, o lado que predomina na coordenação da cadeia 
produtiva é o que for mais organizado, mais forte.
Por exemplo: se os vendedores são organizados e unidos, é provável que 
a coordenação da cadeia produtiva caiba a eles. Em situação oposta, são 
os compradores que poderão coordenar a cadeia.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 29
No ramo do agronegócio, os produtores rurais não se enquadram na posição de 
coordenadores das cadeias produtivas, mas como meros tomadores de preços 
e não formadores de preços. Isso ocorre por causa da grande concorrência 
existente na produção rural.
Diante disso, é fundamental que esses produtores conheçam a gestão da 
propriedade rural e das estruturas de custos de produção, para que 
mantenham a sua competitividade. Essa situação fica nítida quando percebemos 
que o cenário médio que se apresenta, dependendo da cadeia produtiva 
analisada, é o seguinte:
do faturamento bruto 
do agronegócio fica na 
propriedade rural e
20%
fica no setor de 
transformação, transporte, 
comércio e serviços de apoio.
80%
Na prática
Um exemplo prático disso ocorreu nos anos 1990, quando 
ocorreu a eliminação do tabelamento governamental de 
preços dos produtos lácteos.
Naquela época, foi possível observar que no resultado do 
aumento dos preços praticados no mercado prevaleceram 
os interesses das indústrias sobre os dos produtores e 
consumidores.
Houve aumentos reais de preços ao consumidor que não 
foram acompanhados na mesma proporção pelos reajustes 
dos preços pagos ao produtor.
Entendendo melhor o que são cadeias produtivas, o que acha de pensar umpouco mais sobre isso?
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 30
 Pense e decida
Você começou a atender a uma atividade produtiva dentro de uma propriedade 
usando a metodologia de ATeG. Ao se aprofundar na gestão da atividade, 
percebeu que alguns pontos impactam diretamente na produtividade da 
propriedade. Concluiu, então, que uma análise precisa ser feita para gerar 
mudanças. Que tipo de análise é a ideal para esse caso?
 
Por meio de uma análise sistêmica 
da atividade produtiva.
Por meio de uma análise geral 
apenas da propriedade.
Justifique aqui a sua escolha!
Feedback
A atribuição do técnico é exclusiva para o atendimento da atividade 
produtiva dentro da propriedade rural. Uma análise geral da propriedade não 
faz parte das suas atribuições, além de não gerar informações necessárias 
para as mudanças que precisam acontecer.
Já a análise sistêmica da atividade produtiva permite identificar os 
gargalos ou elos fracos da cadeia, pois são eles que impedem o seu pleno 
desenvolvimento. A fragilidade ou inexistência de elos que compõem a 
atividade pode resultar no insucesso dela, seja qual for.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 31
Resumindo o tópico
Neste segundo tópico, você:
Compreendeu 
o que é e como 
funciona uma cadeia 
produtiva.
Entendeu como analisar 
uma cadeia produtiva, 
explorando suas 
peculiaridades.
Conheceu meios 
de gerenciamento 
e organização, 
identificando gargalos 
e melhorias.
Tópico 3: Teoria geral de custos
Muito se fala em custos em todo esse processo, mas você 
entende o que são custos e qual é a real importância deles?
A partir de agora, você verá o que são custos e a sua forma de 
classificação, entendendo como usá-los para melhor planejamento 
da sua propriedade.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 32
De forma geral, custos são despesas monetárias com os quais uma organização, 
uma pessoa ou um governo precisam arcar para atingir seus objetivos. 
Basicamente, são a soma dos valores monetários dos produtos e serviços 
usados na produção de outros bens ou serviços.
A determinação e a avaliação dos custos na agropecuária apresentam 
características próprias, que precisam de muita atenção. O correto entendimento 
do custo de produção é complexo, por causa de alguns fatores da produção 
rural. São eles:
Plantação simultânea de café e cereais e criação 
de animais para produção de leite ou corte.
Produção diversificada 
na mesma propriedade
A apropriação dos custos é subjetiva.
Elevada participação da 
mão de obra familiar
Em diferentes períodos, em que a apropriação 
dos custos é mais complexa.
Altos investimentos em 
terras, benfeitorias e 
máquinas
Em periodicidades anual, 
diária e mensal.
Ciclos diferenciados 
entre culturas
Comercialização em formatos de troca 
por insumos ou mercado futuro.
Comercialização
Os custos podem variar de safra 
para safra.
Possibilidade de 
estocagem do 
produto
Assim, para que o custo de produção seja o mais próximo da realidade, é 
fundamental ter um nível elevado de conhecimento e de registros da rotina da 
propriedade analisada. Isso porque a observação do processo é uma etapa 
fundamental para a apropriação correta de custos, realização de intervenções 
tecnológicas e auxílio no planejamento da atividade.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 33
Identificação dos custos
De modo geral, as empresas buscam minimizar os custos e a maximizar os 
lucros, seja no meio urbano seja no rural, já que o maior objetivo é se perpetuar 
no mercado. Porém, muitas vezes os produtores culpam os baixos preços 
pagos pelos seus produtos no mercado ou os altos custos de aquisição de 
insumos pelo fraco desempenho econômico das suas empresas ou ramo de 
atividade.
Esses dois fatores, em determinados cenários, podem sim contribuir 
para o problema. Mas não devem ser vistos como os únicos!
A falta de clareza por parte do administrador sobre os seus reais custos e/
ou sobre a gestão eficiente dos seus recursos físicos e financeiros também 
causam insucessos.
A correta identificação 
das estruturas e a 
quantificação dos custos 
de produção definem:
o patamar mínimo 
de produção;
obter o equilíbrio 
de suas receitas;
os preços que a 
empresa deve 
obter para:
avaliar a maneira 
mais adequada de 
utilizar seus recursos 
produtivos, físicos e 
financeiros.
 
Tome nota
É importante ressaltar a necessidade de realizar as análises 
dentro de um espaço de tempo (ou ciclo produtivo) bem 
definido, uma vez que qualquer custo de produção deve 
ser atribuído a um período específico. Na metodologia de 
ATeG utilizada pelo Senar, a análise é realizada considerando 
um período de 12 meses.
O custo total é subdivido em custos variáveis e custos fixos. Conheça 
melhor cada um deles!
Highlight
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 34
Custos variáveis
Em nossa metodologia, esse custo é conhecido como custo operacional 
efetivo (COE).
São custos com os quais o produtor tem desembolso direto, sobre os quais 
ele possui total domínio.
Se uma propriedade não tiver produção, os custos variáveis podem ser evitados. 
Assim, podemos afirmar que esses custos se alteram diretamente com a 
variação da produção. Ou seja:
Mais produção, mais 
custo variável 
Menos produção, 
menos custo variável 
Além disso, os custos variáveis são consumidos dentro do mesmo ciclo de 
produção, em fertilizantes, herbicidas, inseticidas etc.
Na prática
Analise o exemplo!
Um produtor de alface utilizava dois sacos de adubo e 
um de semente por safra na sua produção. Ele recebeu 
proposta para fornecer a um novo cliente, o que pode 
dobrar sua área de cultivo. 
Logo, precisou utilizar quatro sacos de adubo e dois de 
semente. Assim, pôde-se observar um aumento no uso 
de insumos por causa do crescimento da produção.
Portanto, o desembolso monetário para a compra do 
adubo e da semente é um custo variável, pois aumenta 
quando é necessário aumentar a produção dentro do ciclo 
produtivo da alface.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 35
Custos fixos
Esses custos existem mesmo que o bem não seja utilizado e permanecem 
inalterados no curto prazo, independentemente do nível de produção. Não 
estão sob o controle direto do produtor.
Na maioria das vezes, eles são negligenciados pelos produtores – alguns nem 
mesmo sabem da sua existência. Quando isso acontece, a propriedade pode ficar 
sucateada, ou seja, o produtor não consegue renovar ou reformar suas benfeitorias, 
máquinas, equipamentos e permanece com uma lavoura já exaurida.
Na metodologia de custos de produção, os custos fixos são originários de 
três fontes:
Mão de obra 
familiar
Na mão de obra familiar, 
é preciso obter o 
comparativo de valores 
quanto ao que o produtor 
receberia se executasse 
para terceiros a mesma 
atividade que exerce 
para si. Dessa forma, ele 
pode decidir se é mais 
atrativo continuar como 
empresário ou passar a 
vender sua capacidade 
de trabalho e tornar-se 
empregado.
Remuneração 
do capital
Custo de oportunidade* 
sobre o capital empregado 
na atividade.
Na análise da remuneração 
do capital, caso ocorra 
antes da instalação 
do empreendimento, 
o empresário poderá 
optar entre diversas 
possibilidades de 
investimentos e retornos 
possíveis para o seu 
capital. Uma vez que se 
investe em determinada 
atividade, a oportunidade 
continua existindo 
enquanto houver capital 
empatado na atividade – 
máquinas, equipamentos e 
benfeitorias, que passarão 
a ter menor remuneração 
conforme forem esgotando 
sua vida útil.
Depreciação
Reserva destinada 
à substituição dos 
bens por motivo de 
desgaste.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 36
Refere-se a toda e qualquer possibilidade de rentabilização de um capital ou força de trabalho 
em outras atividades em comparação à que está sendo analisada. O que é efetivamente gerado 
pela empresa emresposta ao que foi ou será investido é comparado a outras possibilidades 
de investimentos dessas mesmas referências em outras atividades. Assim, o empreendedor 
consegue perceber as alternativas mais atrativas e obtém subsídios para tomar sua decisão 
administrativa. O custo de oportunidade corresponde a um percentual aplicado sobre o capital, 
determinado como a remuneração mínima esperada por disponibilizar o capital para realizar 
o processo produtivo.
Vale destacar que no cenário da remuneração do capital, mesmo que se 
torne mais difícil a recuperação parcial desse capital com uma venda, 
ou mesmo que não se deseje deixar de exercer a atividade, esse custo 
continuará existindo.
Na metodologia de ATeG, para essa finalidade comparativa é utilizada a 
remuneração média histórica da poupança, considerando-se então 6% como 
base referencial. Desse modo, o custo de oportunidade do capital investido 
corresponde, em média, 6% ao ano do valor do investimento.
Isso é o que seria obtido com a aplicação do valor investido em caderneta de 
poupança, sem os riscos inerentes à produção.
Custo unitário (CT)
É o custo de cada unidade produzida, que chamamos de custo total unitário 
(CT unitário). O CT unitário é obtido pela divisão do custo total pela quantidade 
total de itens produzidos.
No gráfico a seguir, é possível observar o comportamento básico das estruturas 
de custos e suas inter-relações. Ou seja, o comportamento de custos fixos 
(CF), custos variáveis (CV) e custos totais (CT) diante do volume produzido 
nas atividades agropecuárias. Observe!
Custo de Oportunidade
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 37
CT
CV
CF
Custo (R$)
Produção
Sabendo que o CF é parte 
integrante do CT, dá para 
notar que ele começa a 
partir do valor mínimo 
identificado do CF.
Ele também será alterado 
de acordo com as 
variações do CV, atrelado 
diretamente ao volume 
produzido.
O custo fixo, como o 
próprio nome diz, será 
sempre igual, mesmo que 
a produção se modifique 
para mais ou para menos.
CT
CV
CF
Custo (R$)
Produção
Observe que a curva do 
CT se torna mais inclinada, 
ou achatada, em relação 
ao CV, à medida que o 
volume de itens 
produzidos aumenta.
Isso só é possível devido à diluição 
do CF em uma quantidade de itens 
maior. Quanto mais se produz, 
menor é o custo fixo médio (CFM).
CT
CV
CF
Custo (R$)
Produção
Da mesma forma, o CT 
jamais iniciará abaixo do 
CF e o CFM também jamais 
será menor do que o CV.
Essas linhas não se cruzarão, pois à 
medida que o CV aumenta, o CT 
também aumenta. O primeiro é 
componente intrínseco do 
segundo e causa reflexos diretos 
em sua curva.
CT
CV
CF
Custo (R$)
Produção
Primeiro: próximo a zero, 
com a concavidade 
voltada para baixo.
Ele aumenta a uma taxa 
decrescente e isso se 
reflete no CVM do produto, 
devido a um ganho de 
escala gerado pelo 
aumento da produção.
Segundo: concavidade 
voltada para cima.
O CV passa a crescer; esse 
efeito é chamado de Lei 
dos Rendimentos 
Decrescentes.
Em relação ao CV, é possível observar 
dois momentos em sua curvatura.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 38
CT
CV
CF
Custo (R$)
Produção
Sabendo que o CF é parte 
integrante do CT, dá para 
notar que ele começa a 
partir do valor mínimo 
identificado do CF.
Ele também será alterado 
de acordo com as 
variações do CV, atrelado 
diretamente ao volume 
produzido.
O custo fixo, como o 
próprio nome diz, será 
sempre igual, mesmo que 
a produção se modifique 
para mais ou para menos.
CT
CV
CF
Custo (R$)
Produção
Observe que a curva do 
CT se torna mais inclinada, 
ou achatada, em relação 
ao CV, à medida que o 
volume de itens 
produzidos aumenta.
Isso só é possível devido à diluição 
do CF em uma quantidade de itens 
maior. Quanto mais se produz, 
menor é o custo fixo médio (CFM).
CT
CV
CF
Custo (R$)
Produção
Da mesma forma, o CT 
jamais iniciará abaixo do 
CF e o CFM também jamais 
será menor do que o CV.
Essas linhas não se cruzarão, pois à 
medida que o CV aumenta, o CT 
também aumenta. O primeiro é 
componente intrínseco do 
segundo e causa reflexos diretos 
em sua curva.
CT
CV
CF
Custo (R$)
Produção
Primeiro: próximo a zero, 
com a concavidade 
voltada para baixo.
Ele aumenta a uma taxa 
decrescente e isso se 
reflete no CVM do produto, 
devido a um ganho de 
escala gerado pelo 
aumento da produção.
Segundo: concavidade 
voltada para cima.
O CV passa a crescer; esse 
efeito é chamado de Lei 
dos Rendimentos 
Decrescentes.
Em relação ao CV, é possível observar 
dois momentos em sua curvatura.
Para deixar os conceitos de custo variável e custo fixo mais claros, assista ao 
vídeo Na voz do Especialista, no qual o Prof. Erno explica cada um deles 
para reforçar esse conhecimento. Acompanhe!
Acesse o Ambiente de Estudos e assista a um vídeo que 
preparamos especialmente para você. Você perceberá 
que os conceitos de custo variável e custo fixo ficarão 
mais claro, com a explicação do Prof. Erno sobre cada 
um deles para reforçar esse conhecimento.
Lei dos Rendimentos Decrescentes
A Lei dos Rendimentos Decrescentes trata do momento em que a quantidade 
de um recurso é aumentada em quantidades iguais por unidade de tempo, 
enquanto a de outros recursos permanece constante.
A quantidade total do produto vai aumentando, porém, ao chegar a determinado 
ponto, o acréscimo resultante no produto se tornará cada vez menor, até atingir 
um patamar e passar a decrescer. Esse movimento é chamado de produto 
marginal, seja ele crescente, decrescente ou negativo.
Ele nos diz o quanto vai variar a quantidade de produto final dado o aumento 
de algum insumo. Observe o gráfico!
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 39
A
0
2
4
6
8
10
12
1 2 3 4 5 6 7 8
B
C
D
E
F G H I
Produto marginal crescente
Produto marginal decrescente
Produto marginal negativo
Ele mostra a análise dos rendimentos decrescentes por meio do produto 
marginal (pontos de “A” até “I”), em diversos níveis de inserção de um fator 
de produção (eixo x: de “1” até “8”).
Para esclarecer, conheça o exemplo da produção de melancia. Entenda!
O produtor aumentou a quantidade de 
nitrogênio, fósforo e potássio (NPK) 
na adubação durante o ciclo da planta. 
Então, notou que a sua produção 
respondeu com maior ganho de frutos, 
consequentemente, um aumento do 
rendimento econômico.
No primeiro momento, o 
produtor obteve um produto 
marginal crescente, pois as 
plantas responderam em 
ganho de frutos ao acréscimo 
desse fator de produção 
(NPK).
Porém, ao aumentá-lo mais 
ainda, ele notou que houve 
crescimento, porém não 
tão acentuado como antes, 
ou seja, produto marginal 
decrescente.
Ao continuar aumentando o 
fator de produção (NPK), ele 
teve uma elevação excessiva 
de custos, que não foi 
correspondida com o aumento 
da produção e resultou em um 
produto marginal negativo.
Ao aumentar mais uma vez a quantidade de NPK para 
buscar um rendimento ainda maior de frutos, o produtor 
observou que os custos aumentaram, mas a produção 
reduziu e, consequentemente, teve prejuízo financeiro. 
É possível perceber um limite na resposta econômica ao 
aumento no custo (NPK). A partir desse ponto, o produtor 
passa a gastar mais e a ganhar menos.
Highlight
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 40
Fica claro, então, que existe um limite na resposta econômica ao aumento no 
custo (ração) e que, a partir desse ponto, o produtor passa a gastar mais e 
ganhar menos.
O que acha de entender melhor tudo isso? O 
Senar em Campo tem dois vídeos sobre custo 
da produção. Acesse o Ambiente de Estudos e 
assista aos vídeos para complementar tudo o que 
foi visto sobre esse assunto!
Você também pode acessar os links: 
https://www.youtube.com/
watch?v=jJ6mySW1yiQ&list=PLpvd_
yKjERaf4xHrtG0sx87tWtaFes9TS&index=25
https://www.youtube.com/
watch?v=JxDDwCliOew&list=PLpvd_
yKjERaf4xHrtG0sx87tWtaFes9TS&index=18
Resumindo otópico
Neste terceiro tópico, você:
Conheceu a Teoria Geral 
de Custos, assimilando 
a importância do correto 
entendimento do custo 
de produção.
Compreendeu o que são 
e como são compostos 
os custos variáveis, fixos 
e unitários.
Entendeu o conceito da 
Lei dos Rendimentos 
Decrescentes e sua 
relevância na busca por 
resultados de produtos 
marginais crescentes.
https://www.youtube.com/watch?v=jJ6mySW1yiQ&list=PLpvd_yKjERaf4xHrtG0sx87tWtaFes9TS&index=25
https://www.youtube.com/watch?v=jJ6mySW1yiQ&list=PLpvd_yKjERaf4xHrtG0sx87tWtaFes9TS&index=25
https://www.youtube.com/watch?v=jJ6mySW1yiQ&list=PLpvd_yKjERaf4xHrtG0sx87tWtaFes9TS&index=25
https://www.youtube.com/watch?v=JxDDwCliOew&list=PLpvd_yKjERaf4xHrtG0sx87tWtaFes9TS&index=18
https://www.youtube.com/watch?v=JxDDwCliOew&list=PLpvd_yKjERaf4xHrtG0sx87tWtaFes9TS&index=18
https://www.youtube.com/watch?v=JxDDwCliOew&list=PLpvd_yKjERaf4xHrtG0sx87tWtaFes9TS&index=18
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 41
Tópico 4: Economia de escala
Você já ouviu falar sobre economia de escala? Qual será 
a relação desse conceito com o gerenciamento de uma 
propriedade?
No decorrer deste tópico, você aprenderá sobre economia de escala, 
seus desdobramentos e como pensar no gerenciamento de custos 
para manter uma propriedade produtiva.
A economia de escala é definida como a redução dos custos médios de 
produção de um bem na medida em que a quantidade produzida aumenta.
Nas atividades agropecuárias, é muito comum ver essa redução devido à 
diluição de vários componentes de custos fixos, como mão de obra, animais, 
terra, máquinas e benfeitorias.
Até certo limite, tais fatores não precisam ser aumentados para elevar a 
produção. Assim, até esse limite, o aumento da produção resultará na redução 
do custo médio total.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 42
Entenda melhor!
O aumento na produção de milho pode reduzir os custos 
fixos médios de um item por saca produzida – basta 
considerar apenas o custo de um trator, representado 
pela depreciação anual do bem.
Depreciação do trator: R$ 15.000,00/ano. 
Observe dois cenários.
Se a produção anual for de 800 sacas 
(10 ha x 80 sc/ha)
Custo do trator por saca de milho: 
15.000,00/800 = R$ 18,75
Ao dividir o custo da depreciação do 
bem pela produção obtida, o custo ao 
produtor será de R$ 18,75 por cada 
saca de milho produzida.
1º Caso
Se a produção anual for de 1.600 sacas 
(10 ha x 160 sc/ha)
Custo do trator por saca de milho: 
15.000,00/1.600 = R$ 9,37
Ao dividir o custo da depreciação do 
bem pela produção obtida, o custo ao 
produtor será de R$ 9,37 por cada saca 
de milho produzida..
2º Caso
Assim, é possível observar que quanto maior for a produção obtida, 
mantendo-se os mesmos custos com a depreciação, menor será o impacto 
do custo por saca de milho, ou seja, dá para diluir esse custo em um maior 
volume de produto, tornando-o mais barato ao produtor. 
É bem simples e fácil de calcular!
Variação da escala
Essa redução no custo unitário, em primeiro plano, é alcançada se a elevação 
da produção não vier acompanhada do aumento nos custos fixos. Ou seja, se 
a infraestrutura produtiva continuar sem alterações.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 43
O aumento da escala traz, potencialmente, a melhor utilização dos 
recursos disponíveis, mas somente até o limite da capacidade de 
utilização do bem.
De maneira geral, o que diferencia a estrutura de custos de um empreendimento 
em pequena escala e em maior escala é o custo fixo, que se dilui com o 
aumento da produção.
Por exemplo, um mesmo trator pode trabalhar na produção de 10 hectares 
ou de 50 hectares.
Seu custo de depreciação por hectare será menor se trabalhar em 50 hectares, 
pois mantém o mesmo custo se trabalhar em 10 hectares.
• Custo de depreciação / 10 = X
• Custo de depreciação / 50 = menor que X
Acompanhe um caso prático que ocorreu na propriedade do Sr. Ariovaldo!
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 44
Fazenda Santa Felicidade
Analisando os custos da 
Fazenda Santa Felicidade, 
o técnico Marcelo viu a 
possibilidade de reduzi-los.
Assim, ele sugeriu ao Sr. Ariovaldo fazer parte da 
organização de produtores em “pool de compras”.
Ou seja, entrar em cooperativas e associações ou 
outros grupos, que compram e contratam em conjunto, 
usufruindo da economia das compras em escala.
Além da diluição dos custos fixos, é 
possível comprar insumos e contratar 
serviços a preços mais baixos, se 
maiores quantidades forem adquiridas.
Aumentar a escala até o limite de uso dos custos fixos é fundamental para 
determinar o sucesso de qualquer atividade agropecuária. Em diversos casos, 
o maior gargalo no setor produtivo pode ser o baixo volume de produção 
diante do volume de recursos mobilizados para que a produção ocorra.
Observe o gráfico!
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 45
Representação da diluição do custo total médio de 
acordo com o volume produzido
C
us
to
 t
o
ta
l m
éd
io
Produçãoq0
C
us
to
 t
o
ta
l m
éd
io
Produçãoq0
C
us
to
 t
o
ta
l m
éd
io
Produçãoq0
O “ponto q” representa a escala de produção ótima, em que é possível 
alcançar a produção máxima com os custos mínimos
C
us
to
 t
o
ta
l m
éd
io
Produçãoq0
C
us
to
 t
o
ta
l m
éd
io
Produçãoq0
C
us
to
 t
o
ta
l m
éd
io
Produçãoq0
Os pontos à esquerda do “q” indicam 
que a produção deve ser ampliada para 
que se alcance o ótimo econômico.
C
us
to
 t
o
ta
l m
éd
io
Produçãoq0
C
us
to
 t
o
ta
l m
éd
io
Produçãoq0
C
us
to
 t
o
ta
l m
éd
io
Produçãoq0
Os pontos da direita indicam que a produção 
deve ser readequada à estrutura produtiva, 
pois está sendo antieconômica.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 46
A compreensão da economia de escala e da gestão econômica, especialmente 
dos indicadores zootécnicos, agronômicos e econômicos, é necessária para 
acompanhar o cenário internacional, que pode apresentar alta nos custos.
Os custos aumentam porque são pressionados principalmente pela 
inflação e pelas variações cambiais. Porém, esse mesmo aumento não 
ocorre nos preços pagos pelos produtos.
Fusões e incorporações não são corriqueiras no setor rural, portanto, cabe a 
cada produtor melhorar a eficiência do seu processo produtivo para que 
não seja “forçado” a sair de suas atividades. Essa questão está estritamente 
atrelada à qualidade da gestão da propriedade, aos índices zootécnicos e 
agronômicos e à organização da cadeia produtiva.
Circunstâncias da escala
Podemos analisar a escala de produção em três diferentes circunstâncias: 
constante, crescente e decrescente.
Ganhos 
constantes
Ganhos 
crescentes
Ganhos 
decrescentes
Ocorre quando a 
variação do produto 
total é proporcional à 
variação da quantidade 
dos fatores de produção 
utilizada.
Por exemplo: 
aumentando a utilização 
de todos os fatores 
de produção em 5%, 
o volume do produto 
também aumentará 
em 5%.
Neste cenário, a variação 
na quantidade do produto 
total é maior do que a 
variação da quantidade 
dos fatores de produção 
utilizada.
Por exemplo: 
aumentando a utilização 
de todos os fatores 
de produção em 5%, 
o volume do produto 
aumentará em 15%.
Também chamado de 
deseconomia de escala, 
neste cenário a variação 
do produto não é 
proporcional à variação 
da quantidade dos 
fatores utilizada.
Por exemplo: se a 
utilização de todos os 
fatores de produção 
aumentar em 10% e 
o volume produzido 
crescer em apenas 5%, 
observa-se uma queda 
na produtividade 
dos fatores.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 47
A economia de escala atrelada aos custos e ao correto gerenciamento das 
cadeias produtivas pode trazer muito sucesso ao seu trabalho.
Resumindo o tópico
Neste quarto tópico, você:
Entendeu a definição 
de economia de 
escala nas atividades 
agropecuárias.
Compreendeu a 
relevância da variaçãoda escala para a melhor 
utilização dos recursos.
Conheceu as três 
circunstâncias da escala 
e sua relação com a 
correta gestão das 
cadeias produtivas.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 48
Tópico 5: Elasticidade de preços
O que você sabe sobre elasticidade de preços?
Neste tópico você conhecerá a elasticidade de preços da demanda, 
entendendo como calcular e como aplicar todos esses conceitos 
numa visão holística da economia e do agronegócio.
A elasticidade permite a previsão de vendas e receitas que determinado setor 
pode obter. Isso possibilita a projeção do comportamento da demanda 
dos consumidores em relação:
• às alterações de preços do mercado,
• a produtos substitutos,
• a produtos complementares,
• à renda do consumidor.
A elasticidade acontece porque existem equações de demanda e de oferta, que 
são os instrumentos utilizados para representar o comportamento do mercado 
dos produtos agrícolas.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 49
Entenda melhor sobre oferta e demanda!
Assuntos do campo
Agora, você entenderá o famoso conceito: oferta e 
demanda! 
Podemos definir oferta como a quantidade de itens 
que os produtores estão dispostos a vender por 
determinado preço, mantendo constantes os demais 
fatores que influenciam a oferta. 
Ela representa uma relação positiva entre o preço e 
a quantidade ofertada. 
Isso é importante, pois os produtores tendem a 
oferecer maiores quantidades de um produto em 
resposta aos aumentos persistentes dos preços desse 
produto. 
Já demanda é definida pela quantidade de produtos 
que os consumidores desejam e podem comprar à 
medida que muda o preço unitário. 
Nesse caso, de acordo com a lei da demanda, as 
quantidades demandadas tendem a diminuir em 
resposta ao aumento de preços. 
No ponto em que a demanda e a oferta se igualam, 
temos o equilíbrio do mercado. 
Nessa condição, os preços e as quantidades do 
produto no mercado são determinados e tendem a 
permanecer assim. 
Desse jeito fica mais simples entender essa relação, 
não é mesmo?
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 50
Os efeitos da demanda e da oferta
Os produtos agrícolas largamente comercializados no mercado internacional, 
de maneira geral apresentam características semelhantes ao redor do mundo 
(commodities), globalizando seus mercados.
Palavra de origem inglesa que significa “mercadoria”. O termo é aplicado para descrever 
produtos que possuem padrões internacionais e mercado globalizado, geralmente bens brutos 
que não passaram por agregação de valor (processamento). São exemplos de commodities 
agrícolas: milho, soja, suco de laranja, trigo, algodão etc.
Assim, um efeito repentino em determinado país, grande exportador ou 
consumidor, poderá causar efeito contrário em outro.
Um exemplo ocorreu na última década, 
com a alta dos principais grãos para 
produção de ração animal (milho e soja) 
por causa de um período de seca no ano 
de 2012. 
Isso aconteceu em uma região que 
representa grande parte da produção 
desses itens nos Estados Unidos.
Mesmo o Brasil sendo um país de pouca 
tradição como exportador de milho, 
a escassez do grão restringiu a oferta 
interna.
O mesmo acontece quando países com grandes produções têm suas safras 
afetadas por outros eventos. Ou ainda, que alcançam produções acima da 
média e acabam afetando outros países e continentes, por interferirem na 
oferta ou na demanda de algum produto.
Foto: Wenderson Araujo/Trilux
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 51
Na prática
Esses cenários reforçam a importância da atualização 
constante, tanto do técnico quanto do produtor. É essencial 
entender as dinâmicas do mercado internacional que podem 
impactar diretamente em sua produção em nível local.
Entender a elasticidade faz parte disso, pois ela mostra a 
resposta do mercado às alterações de preço e pode ser 
utilizada para mensurar também a sensibilidade da demanda 
em relação às variações de preços de mercado.
Informações ajudam a se preparar!
Elasticidade de preço da demanda
Essa elasticidade é definida com base na Lei da Demanda, que é a relação 
de aumento ou redução da demanda com referência no preço, quando 
reduções de preços implicam em aumento da demanda e vice-versa.
A elasticidade no preço da demanda permite verificar quanto o consumo de 
determinado produto poderá variar quando acontecer variação em seu preço, 
o que pode ocorrer de forma elástica, unitária ou inelástica. Entenda!
Demanda Elástica
A demanda elástica significa que uma alteração percentual do preço 
provoca uma demanda para o produto superior à registrada no preço.
P
re
ço
Quantidade
Demanda
Preço aumenta = 
Receita total diminui
Preço diminui = 
Receita total sobe
Por exemplo: uma redução de 10% no preço ocasionou um aumento de 25% na demanda.
A demanda unitária representa uma equiparação na 
alteração do preço e da demanda.
Por exemplo: uma redução de 10% no preço aumentou em 10% a demanda.
P
re
ço
Quantidade
Dem
anda
Receita total sem 
alterações
Receita total sem 
alterações
Na demanda inelástica, a alteração percentual no preço 
provoca uma demanda para o produto inferior à registrada 
no preço.
Por exemplo: uma redução de 10% no preço ocasionou um aumento de 5% na demanda.
P
re
ço
Quantidade
D
em
anda
Preço aumenta = 
Receita total sobe
Preço diminui = 
Receita total diminui
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 52
Demanda Unitária
A demanda elástica significa que uma alteração percentual do preço 
provoca uma demanda para o produto superior à registrada no preço.
P
re
ço
Quantidade
Demanda
Preço aumenta = 
Receita total diminui
Preço diminui = 
Receita total sobe
Por exemplo: uma redução de 10% no preço ocasionou um aumento de 25% na demanda.
A demanda unitária representa uma equiparação na 
alteração do preço e da demanda.
Por exemplo: uma redução de 10% no preço aumentou em 10% a demanda.
P
re
ço
Quantidade
Dem
anda
Receita total sem 
alterações
Receita total sem 
alterações
Na demanda inelástica, a alteração percentual no preço 
provoca uma demanda para o produto inferior à registrada 
no preço.
Por exemplo: uma redução de 10% no preço ocasionou um aumento de 5% na demanda.
P
re
ço
Quantidade
D
em
anda
Preço aumenta = 
Receita total sobe
Preço diminui = 
Receita total diminui
Demanda Inelástica
A demanda elástica significa que uma alteração percentual do preço 
provoca uma demanda para o produto superior à registrada no preço.
P
re
ço
Quantidade
Demanda
Preço aumenta = 
Receita total diminui
Preço diminui = 
Receita total sobe
Por exemplo: uma redução de 10% no preço ocasionou um aumento de 25% na demanda.
A demanda unitária representa uma equiparação na 
alteração do preço e da demanda.
Por exemplo: uma redução de 10% no preço aumentou em 10% a demanda.
P
re
ço
Quantidade
Dem
anda
Receita total sem 
alterações
Receita total sem 
alterações
Na demanda inelástica, a alteração percentual no preço 
provoca uma demanda para o produto inferior à registrada 
no preço.
Por exemplo: uma redução de 10% no preço ocasionou um aumento de 5% na demanda.
P
re
ço
Quantidade
D
em
anda
Preço aumenta = 
Receita total sobe
Preço diminui = 
Receita total diminui
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 53
Para deixar ainda mais claro, acompanhe um exemplo prático! Analise a seguinte 
situação sobre a oferta de pescado ao longo do ano.
Na prática
Entre os produtores de abacaxi, é possível observar grande 
concentração de vendas durante os meses de dezembro e 
janeiro, período que está intimamente relacionado com a 
época de plantio da cultura (ciclo produtivo de 24 meses).
Para analisar a tabela a seguir, considere as seguintes 
informações:
• Valor básico do abacaxi por unidade: R$ 6,00
• Volume básico comercializado: 5.000 unidades
• Receita total: R$ 30.000,00
Considerando respostas positivas e negativas à altae à 
queda dos valores, ocorrem as seguintes situações:
Preços Tipo de demanda versus 
receita total
Volume 
comercializado
Elástica Inelástica Unitária % Quantidade
Queda de 
15%
R$ 
33.150,00 - - +30% 6.500
- R$ 
26.775,00 - +5% 5.250
- - R$ 
28.050,00 +10% 5.500
Alta de 
15%
R$ 
24.150,00 - - -30% 3.500
- R$ 
32.775,00 - -5% 4.750
- - R$ 
31.050,00 -10% 4.500
No primeiro cenário, em que os preços baixaram de R$ 
6,00 para R$ 5,10 (-15%), houve respostas superiores, 
inferiores e iguais na demanda, caracterizando os três 
ambientes de elasticidade (elástica, inelástica e unitária).
No cenário de aumento de preços, existe resposta negativa 
na demanda.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 54
Resumindo o tópico
Neste quinto tópico, você:
Conheceu o conceito 
de elasticidade de 
preços e como ele 
permite a previsão de 
vendas e receitas.
Entendeu como funciona 
a relação entre oferta 
e demanda, além 
dos efeitos dela no 
agronegócio a nível local 
e internacional.
Compreendeu a 
elasticidade de preço 
da demanda, que pode 
ocorrer de forma elática, 
unitária e ineslástica.
Encerramento do tema
Você chegou ao final deste primeiro tema e, durante os estudos, pôde perceber 
a importância de identificar corretamente o custo de produção de um 
produto agropecuário e conhecer todos os conceitos envolvidos. Agora, 
finalizada esta etapa, será capaz de:
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 55
Destacar a origem do 
agronegócio e como 
essa extensa rede de 
agentes econômicos 
funciona, abrangendo 
as etapas de “antes, 
durante e depois da 
produção”.
Reforçar a 
importância da cadeia 
produtiva e de cada 
elo para o sucesso do 
conjunto.
Abordar a noção 
de custos gerais, 
escala e elasticidade, 
importantes 
para a análise 
de tendências de 
mercado e gestão da 
propriedade rural.
Esta primeira etapa, recheada de conceitos fundamentais para a gestão no 
campo está no fim. Embora seja um conteúdo denso, é essencial para a 
excelência do seu trabalho na propriedade atendida!
Acesse o Ambiente de Estudos e assista a mais um 
vídeo que preparamos especialmente para você. Para 
encerrar este tema, você acompanhará o Marcelo e 
o seu trabalho na Fazenda Santa Felicidade. Preste 
atenção aos detalhes para fixar os conhecimentos!
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 56
Atividade de Passagem
Chegou a hora de colocar em prática o que aprendeu!
Você deve responder uma questão relacionada ao conteúdo 
estudado até aqui para passar para o próximo tema, ok?
Atenção! Se você estiver com alguma dúvida quanto ao 
assunto, retorne ao conteúdo do módulo ou, se preferir, entre 
em contato com o tutor no seu Ambiente de Estudos.
Questão
Neste tema você estudou a introdução ao agronegócio, cadeias produtivas, 
teoria geral de custos e economia de escala. Com base no que foi visto até o 
momento, analise as afirmações abaixo e indique quais alternativas apresentam 
opções corretas:
a. O conceito de agronegócio adotado atualmente não engloba os pequenos 
produtores rurais da agricultura familiar.
b. Para estabelecimento e solidificação de uma cadeia produtiva, é necessária 
uma visão sistêmica do negócio.
c. Segundo a Teoria Geral dos Custos, o custo total pode ser dividido em basicamente 
dois segmentos: fixos e variáveis.
d. Mantendo a mesma infraestrutura produtiva e as tecnologias adotadas, ao se 
elevar a produção total, eleva-se também o custo fixo.
e. Tanto a demanda quanto a oferta atuam fortemente sobre a dinâmica de preços 
praticados no mercado.
I A, B e C
II B, C e E
III A, B e E
IV B, C e D
V B e D
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 57
Tema 2: Introdução ao 
gerenciamento
Introdução
Você está iniciando o segundo tema do módulo. O objetivo é que você reconheça 
o gerenciamento como um trabalho contínuo que envolve coletar dados, 
analisá-los, tomar decisões técnicas e administrativas e monitorar os resultados 
com uma nova coleta de dados, que inicia um novo ciclo.
Ao final deste tema, você será capaz de:
• dominar os conceitos que envolvem a gestão, o gerenciamento e a análise dos 
ambientes interno e externo,
• identificar as peculiaridades do meio rural, que tornam a gestão no agronegócio 
um grande desafio.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 58
Estrutura do tema
O produtor rural, muitas vezes, por causa da rotina de trabalho na fazenda, tem 
dificuldades para aplicar técnicas administrativas em seu negócio. São poucas 
as pessoas que dominam esses conceitos e técnicas como uma metodologia 
de cálculo de custo de produção. Diante desse cenário, você técnico de campo, 
precisa obter tais conhecimento para repassar ao produtor.
Sendo assim, para facilitar o entendimento desse conteúdo, o tema está dividido 
em tópicos. Analise o tema e seus cinco tópicos para conhecer o objetivo 
de cada um deles.
Tema 2
Tópico 1
Tópico 2Tópico 5
Tópico 4 Tópico 3
Conceitos administrativos
Compreender alguns conceitos de gestão, gerenciamento, 
assistência técnica e sistema de produção, com seus níveis de 
intensificação – base para a sua formação.
Gestão e gerenciamento 
na propriedade rural
Entender como aplicar 
os conceitos de gestão e 
gerenciamento nas cadeias 
do agronegócio.
Aplicação do 
gerenciamento em uma 
empresa rural
Aprofundar os conhecimentos 
através do caso da Fazenda 
Santa Felicidade, utilizado no 
decorrer de todo o curso. 
Fatores que interferem na 
gestão no meio rural
Entender a influência dos 
ambientes interno e externo 
no desenvolvimento das 
estratégias da empresa rural e 
no gerenciamento.
Características peculiares de 
uma empresa rural
Ampliar seus conhecimentos acerca 
das características peculiares de 
uma empresa rural e de como cada 
uma delas influencia na rotina do 
gerenciamento.
Agora que você conhece o objetivo de cada um, siga em frente e ótimos estudos!
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 59
Tópico 1: Conceitos administrativos
Você entende a importância de separar e diferenciar 
a função de gestão da função de gerenciamento nas 
propriedades rurais?
No decorrer deste tópico, você se aprofundará na forma de realizar 
a gestão do negócio rural, compreendendo as diferenças entre 
gestão e gerenciamento e os sistemas de produção existentes.
No meio rural, muitas vezes o empresário, o gerente e o operador são a mesma 
pessoa. Em alguns momentos, eles se veem atuando em qualquer uma das 
funções.
Especialmente em pequenas propriedades isso é relevante, pois a figura do 
empresário e gerente, na maioria das vezes, dá lugar à figura do “funcionário”. 
Ou seja, o produtor se envolve nas operações e tem dificuldades de gerir seu 
negócio.
Por isso, é essencial diferenciar essas posições, conhecendo a diferença entre 
gestão e gerenciamento.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 60
Gestão
O termo “gestão” originou-se entre os séculos 18 e 19 em decorrência do 
processo de industrialização da economia.
Nessa época, foram criadas 
fábricas, máquinas a 
vapor e, junto com isso, 
apareceram problemas 
que até então não eram 
conhecidos.
O conjunto formado por fábricas, 
máquinas e trabalhadores demandou 
o desenvolvimento de uma ferramenta 
capaz de definir objetivos e formas de 
atingi-los por meio do uso racional dos 
recursos disponíveis. 
Nesse sentido, a gestão poderia ser entendida como um “senso de direção”. Ou 
seja, a capacidade de identificar a situação em que uma pessoa ou empresa 
se encontra e os resultados que ela pretende obter.
É possível dizer que gestão é um conjunto de pensamentos e atitudes 
que fundamentam a administração e a condução de um sistema de 
produção.
Além disso, a gestão abrange também os aspectos técnicos, tecnológicos, de 
recursos humanos e, sobretudo, de valores e crenças que baseiam a tomada 
de decisão.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 61
O gestortem a função, em nível 
estratégico, de:
• analisar resultados,
• ajustar o presente,
• projetar o futuro,
• equacionar os ambientes internos e 
externos do negócio.
Nesse sentido, é fundamental identificar:
• as potencialidades e os limites da 
infraestrutura local,
• os agentes com ação de interferência 
na produção agropecuária e como 
eles agem,
• a tendência de evolução da região 
onde a propriedade está situada.
Para que o produtor acompanhe as mudanças frequentes na economia mundial, a 
eficiência tecnológica e a gestão das atividades agrícolas são fundamentais. 
É preciso que ele:
Produza com base em 
modelos de produção 
economicamente viáveis, 
ambientalmente corretos 
e socialmente justos.
Conheça os ambientes 
internos e externos da 
propriedade e o “antes” e 
o “depois” da produção.
Gestão e Planejamento
A agricultura e a pecuária são influenciadas por diversos fatores, internos 
e externos. Acompanhar constantemente as oportunidades e as ameaças do 
meio externo é um fator-chave para a definição das melhores estratégias. 
Dessa forma, é criado um planejamento correto para o controle das forças 
e fraquezas da empresa, sendo definidas as melhores estratégias.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 62
A gestão de propriedades rurais tem por objetivo permitir que o produtor dirija 
sua propriedade otimizando o uso dos recursos físicos, naturais e econômicos 
e adote medidas e decisões assertivas com base na sua realidade.
O processo de gestão das propriedades 
rurais implica em:
• Planejamento. 
• Construção de metas. 
• Administração dos processos produtivos com 
base no conhecimento do ambiente externo, 
inclusive antes e depois da produção. 
A gestão não se refere somente à ação, mas também à tomada de decisões 
corretas compreendendo todos os elementos relevantes para que ela seja 
a melhor possível naquele contexto. Dessa forma, o processo de gestão da 
propriedade rural se torna mais eficiente, com decisões assertivas sobre 
o que, quando e como produzir, além da avaliação dos resultados obtidos.
Pare para pensar
Considerando o que foi visto até aqui, pense: você acredita 
que é necessária uma mudança de comportamento e de 
postura do produtor em relação à administração de sua 
propriedade durante a transição de “propriedade rural” 
para “empresa rural”?
Escreva sua opinião aqui e a reveja, depois de obter mais 
informações sobre esse assunto!
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 63
Gerenciamento
O gerenciamento é a execução da administração na rotina de um negócio. 
O gerente atua de forma setorizada em nível operacional, conduzindo a interação 
entre as pessoas, os processos e os ambientes internos e externos ao negócio. 
Também é possível dizer que:
O gerenciamento consiste na utilização das técnicas de gestão 
direcionadas ao uso do tempo e às atividades adequadas a uma 
administração assertiva.
O processo de gerenciamento é cíclico: inicia com a coleta de dados transformados 
em indicadores que medem o esforço e os resultados. Posteriormente, os 
indicadores devem ser analisados e interpretados, pois serão a base para a 
tomada de decisões mais assertivas. Observe o ciclo!
Coleta de dados
Indicadores de 
esforço e resultado
Desisões assertivas
Análise e 
interpretação
2
3
1
4
Todas as decisões tomadas na empresa devem ser monitoradas, o que dá início 
a um novo ciclo do gerenciamento.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 64
Podemos dizer que esse processo é contínuo, pois ao longo do tempo o 
ambiente em que a empresa está inserida muda e as próprias características 
peculiares do meio rural fazem com que cada ciclo de produção seja único.
Entenda melhor com o exemplo a seguir!
Na prática
Um produtor de mamão possui um manejo refinado, 
com um excelente controle fitossanitário. Mesmo assim, 
recentemente, teve sua propriedade atacada por uma 
nova praga.
O ataque da praga agrícola provocou a perda de 100% da 
plantação. O produtor já tinha visto notícias sobre essa 
nova praga pela televisão e ouvido relatos em propriedades 
vizinhas, porém não acreditou que isso chegaria até ele.
Logo, é possível concluir que o que deu certo em anos 
anteriores não necessariamente dará certo neste ano.
Sistemas de produção
O sistema de produção é composto por um conjunto de atividades e operações 
relacionadas a produção. Ou seja, é um conjunto de elementos interligados, 
que trabalham juntos em direção a um propósito comum, e é essa integração 
que vai determinar o resultado de todo o sistema:
Os sistemas podem ser classificados de acordo com o nível de tecnologia 
utilizada:
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 65
Sistema de produção com baixo nível 
tecnológico (primitivo)
Baseado em práticas agrícolas que refletem 
um baixo nível técnico-cultural. Praticamente 
não há aplicação de capital para manejo, 
melhoramento e conservação das condições 
e dos fatores de produção.
As práticas agrícolas dependem fundamentalmente do trabalho braçal, podendo 
ser utilizada alguma tração animal com implementos agrícolas simples.
Sistema de produção com médio nível 
tecnológico (pouco desenvolvido)
Baseado em práticas agrícolas que refletem um 
nível tecnológico médio. É caracterizada pela 
aplicação modesta de capital e de resultados de 
pesquisa para o aperfeiçoamento e a conservação 
dos fatores de produção. 
As práticas agrícolas neste nível tecnológico são observadas quando o produtor 
utiliza, por exemplo, calagem, adubações com NPK, tratamentos fitossanitários 
simples e mecanização com base na tração animal ou motorizada.
Sistema de produção com alto nível 
tecnológico (desenvolvido)
Baseado em práticas agrícolas que refletem um alto 
nível tecnológico. É caracterizado pela aplicação e 
pelo uso intensivo de capital e de resultados de 
pesquisa para manejo, melhoramento, conservação 
e aprimoramento das técnicas de produção. É 
possível observar os melhoramentos tecnológicos 
em diferentes modalidades.
A agricultura de precisão aliada ao sistema de plantio direto consolidado e 
ao uso de outras tecnologias de produção, como a irrigação, são fatores que 
caracterizam o alto nível tecnológico empregado. Entre eles, a motomecanização 
está presente nas diversas fases de operação agrícola.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 66
Assistência Técnica e Gerencial no meio rural
Antes de finalizar o tópico, vale destacar a importância da Assistência Técnica 
e Gerencial no meio rural. Ela auxilia os produtores rurais:
• na identificação e na solução de problemas na gestão e na produção agropecuária;
• na definição de tecnologias para aperfeiçoar a utilização de recursos, aumentar 
a produtividade e contribuir para a melhoria da qualidade de vida do homem 
do campo.
Resumindo o tópico
Neste primeiro tópico, você:
Entendeu que a 
origem do conceito 
de gestão ocorreu no 
decorrer do processo 
de industrialização 
econômica.
Conheceu os sistemas 
de produção e a sua 
relevância para o melhor 
gerenciamento da 
propriedade rural.
Conheceu as 
funções do gestor 
e a importancia do 
planejamento neste 
processo.
Compreendeu 
o conceito de 
gerenciamento e o 
que o diferencia da 
gestão.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 67
Tópico 2: Gestão e gerenciamento 
da propriedade rural
Como unir os conceitos de gestão e gerenciamento em 
uma propriedade rural?
Neste tópico, você verá como gerir a propriedade rural de forma 
alinhada ao seu gerenciamento, conhecendo os recursos envolvidos, 
identificando e resolvendo os maiores problemas.
Atualmente, a competitividade do mercado, por causa da globalização do setor, 
da modernização tecnológica e das exigências do mercado consumidor, está 
forçando o produtor a repensar suas estratégias, modernizar o processo 
de produção e implantar o gerenciamento eficiente da propriedade rural. 
Só dessa forma ele se manterá na atividade em médioe longo prazo.
Propriedades rurais tecnificadas e bem geridas, a cada dia estão se especializando, 
produzindo em grande escala e diluindo os custos, principalmente os fixos.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 68
Você sabia?
Não são apenas os custos fixos que são diluídos com o 
aumento da escala de produção — alguns custos variáveis 
também.
Por exemplo: um funcionário (COE) é operador de 
máquinas em uma propriedade que cultiva 40 hectares de 
milho com uma produtividade de 120 sacas por hectare. 
Porém, com a realização de análise de solo, correção e 
fertilização seguindo as recomendações, passou a produzir 
150 sacas por hectare. 
Os custos desse e de outros componentes do COE sofrem 
diluição.
Isso resulta em uma agropecuária competitiva no mercado nacional 
e mundial. Determina que todo o setor agropecuário e agroindustrial 
caminhe para a inserção competitiva nos mercados, com amplo uso de 
tecnologias e modelos de gestão eficientes.
O tradicionalismo no meio rural causou reflexos diretos em sua estrutura 
organizacional, que durante muitos anos foi caracterizada como uma gestão 
patronal.
Isso significava pouca ou nenhuma 
tecnologia, tornando os resultados 
incertos e ainda mais dependentes 
de variações climáticas, como 
precipitação e umidade.
Essa gestão precária somada a 
fatores culturais fez com que muitos 
produtores, ao longo do tempo, 
tivessem resultados econômicos 
insuficientes, desestimulando a 
atividade e comprometendo a 
sucessão familiar.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 69
Junto com o gerenciamento rural, também surgiu a utilização sistemática das 
ferramentas administrativas na rotina de uma atividade agropecuária. No 
meio rural, o gestor/gerente/sócio/administrador, que muitas vezes é a mesma 
pessoa, passou a se preparar para organizar os recursos e processos 
produtivos, e a dispor de capacidade gerencial para encontrar alternativas 
diante das alterações de mercado.
Qualquer tipo de empresa rural, familiar ou não, é composta por um conjunto 
de recursos, conhecido como fatores de produção.
Agora, acesse o Ambiente de Estudos e assista ao 
vídeo sobre as categorias dos fatores de produção. 
Confira todo o processo para continuar seus estudos!
O processo de gestão da propriedade requer muita “habilidade com caneta 
e calculadora” e demanda diversas anotações e análises para que se tome 
decisões assertivas, que promovam a eficiência econômica do negócio.
Etapas da gestão
A gestão pode ser dividida em etapas, todas essenciais para o processo. 
Conheça cada uma delas a seguir:
Análise 
das 
informações
Registros
Plano 
de ação 
e execução
Monitoramento
Ação 
corretiva e 
padronização
de 
problemas
Análise 
dos 
problemas
O primeiro passo é fazer registros sistemáticos para definir os controles a serem 
realizados. Na implementação da gestão, é interessante que se comece pelo que é 
básico, e que o refinamento dos controles aconteça com a maturidade do gestor.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 70
Análise 
das 
informações
Registros
Plano 
de ação 
e execução
Monitoramento
Ação 
corretiva e 
padronização
de 
problemas
Análise 
dos 
problemas
As informações registradas, técnicas e econômicas, permitem ao gestor produzir 
indicadores para serem analisados. Ou seja, medidas que mostram se o negócio 
segue no rumo previsto.
Análise 
das 
informações
Registros
Plano 
de ação 
e execução
Monitoramento
Ação 
corretiva e 
padronização
de 
problemas
Análise 
dos 
problemas
A definição e a avaliação dos indicadores permitem ao gestor identificar problemas 
no seu negócio, como um desvio nos indicadores – resultados não esperados para 
determinada medição.
Veja mais alguns exemplos de problemas mostrados pelos indicadores:
?
Pela tecnologia 
aplicada, esperava-
se um rendimento no 
milho de 150 sacos/
hectare plantado, mas a 
produção obtida foi de 
120 sacos/hectare.
O gestor planejou 
comprometer até 35% 
de seu faturamento com 
fertilizantes, mas o real 
foi de 52%.
O gestor esperava 
um ganho de peso do 
rebanho de corte de 600 
g/dia, mas o resultado 
obtido foi de 345 g/dia.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 71
Análise 
das 
informações
Registros
Plano 
de ação 
e execução
Monitoramento
Ação 
corretiva e 
padronização
de 
problemas
Análise 
dos 
problemas
Em uma propriedade rural, com todos os seus setores funcionando ao mesmo tempo, 
diversos desvios de indicadores podem acontecer. Então, o que corrigir primeiro?
O fato é que, por limitação de recursos (financeiros, mão de obra, terra etc.), não se 
consegue corrigir tudo de uma vez. Dessa forma, é necessário analisar os problemas 
e priorizar as ações. De maneira geral, devemos nos preocupar primeiro com o que 
mais impacta economicamente o negócio.
“Administrar nada mais é do que atender a necessidades ilimitadas com recursos escassos.”
Análise 
das 
informações
Registros
Plano 
de ação 
e execução
Monitoramento
Ação 
corretiva e 
padronização
de 
problemas
Análise 
dos 
problemas
Definidos o problema e a sua causa, o gestor monta um plano de ação para resolver 
o desvio do indicador. Ou seja, organiza:
• o que precisa ser feito,
• quem é o responsável pela execução,
• como deve ser feita a correção,
• quanto deve ser investido nessa correção,
• quando deve ser feita a intervenção
• com qual frequência deve ser realizada essa intervenção.
O gestor deve sempre designar a equipe para a implementação do plano de ação 
e selecionar as pessoas mais compatíveis com a proposta.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 72
Análise 
das 
informações
Registros
Plano 
de ação 
e execução
Monitoramento
Ação 
corretiva e 
padronização
de 
problemas
Análise 
dos 
problemas
O monitoramento é um ponto crítico do processo de gerenciamento nas empresas 
rurais.
O gestor, ao tomar determinada decisão, não deve supor que o problema está 
resolvido. Muitas vezes, o desafio está apenas começando. Dessa forma, o gestor 
deve, periodicamente, voltar aos indicadores e identificar se eles seguem dentro 
do esperado.
Cada atividade possui sua frequência de monitoramento, pois os ciclos produtivos são 
muito diferentes. Por isso, é muito importante que o gestor tenha bem estruturado 
seu programa de monitoramento e a frequência de análise muito bem definida.
Análise 
das 
informações
Registros
Plano 
de ação 
e execução
Monitoramento
Ação 
corretiva e 
padronização
de 
problemas
Análise 
dos 
problemas
Como os desafios e os desvios estão sempre presentes, sempre será necessário um 
novo ciclo de análise para correções mais assertivas.
Porém, quando a intervenção realizada no problema é dada como assertiva, ou seja, 
a correção do indicador ocorreu efetivamente, é preciso padronizar essa intervenção. 
A ação corretiva deve fazer parte dos processos de produção da empresa.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 73
Essas etapas serão mais aprofundadas nos demais módulos do curso. 
Continue firme nos estudos para ver esses conceitos aplicados na 
prática.
O processo cíclico do gerenciamento
O gerenciamento é um processo contínuo, mas o que deu certo no ciclo 
produtivo ou safra anteriores pode não dar certo no atual! Isso ocorre porque 
na agropecuária existem algumas características peculiares e efeitos adversos 
que tornam cada ciclo produtivo único.
É sempre importante que o gestor monitore não apenas os resultados, mas 
também todos os processos empregados no ciclo produtivo para que, ao final, 
o resultado não decepcione.
Resumindo o tópico
Neste segundo tópico, você:
Conheceu a importância 
da gestão e do 
gerenciamento para 
uma agropecuária 
competitiva.
Entendeu quais são as 
categorias dos fatores 
de produção.
Compreendeu o processo 
da gestão e suas etapas.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 74
Tópico3: Características peculiares 
em uma empresa rural
Você sabe quantos aspectos relativos ao seu negócio 
devem ser observados durante uma gestão?
A partir de agora, você conhecerá vários fatores que podem 
influenciar o seu gerenciamento e a sua gestão na propriedade 
rural, além dos tipos de produção, riscos envolvidos e produtos 
resultantes.
A gestão do agronegócio exige que o gestor esteja preparado para as 
imprevisibilidades que fazem parte da realidade do setor. É preciso aprender 
a reconhecer fatores que podem fazer toda a diferença para sua gestão 
e gerenciamento. Veja quais fatores podem ser previstos e entendidos!
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 75
Dependência do clima
É a característica peculiar mais citada pelos pesquisadores e muitas outras 
dependem dela. O clima condiciona a maior parte das explorações agropecuárias 
e influencia as decisões sobre a época de plantio, os tratos culturais, as 
colheitas e a escolha de variedades e espécies vegetais e animais.
As condições climáticas interferem em:
Catástrofes naturais, 
como geadas, 
alagamentos, chuvas de 
granizo ou ventos fortes.
Lixiviação do 
solo (extração ou 
solubilização dos 
nutrientes do solo, que 
são carreados pela 
água para camadas 
mais profundas do solo, 
via infiltração, ou para 
cursos de água).
Desempenho das plantas, pois as condições 
podem afetar o consumo de alimentos, a 
reprodução e outros aspectos.
Disponibilidade de água.
Questões sanitárias, 
tanto na agricultura 
quanto na pecuária, 
pois condições 
de excesso de 
umidade favorecem 
o aparecimento de 
doenças fúngicas e 
bacterianas – frio e 
seca podem favorecer 
doenças virais.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 76
Dependência de condições biológicas
Por mais que sejam aplicadas tecnologias 
para a melhoria do desempenho dos animais 
e vegetais, as condições biológicas estão 
sempre presentes e são limitantes para o 
processo produtivo agropecuário.
Mesmo em condições climáticas adequadas, 
as pragas e doenças são uma constante na 
produção agropecuária.
Na prática
Imagine uma situação em que os preços dos insumos, 
comparados ao preço pago a uma caixa de tomate, 
inviabilizem a atividade.
Não será possível “desligar” as plantas até que a atividade 
volte a ser rentável, certo? As plantas precisam dos 
insumos para sobreviver e produzir seus frutos.
Da mesma forma, sem os insumos necessários, as 
condições fisiológicas farão com que se produzam menos 
tomates por planta. Assim, não haverá como suplantar o 
preço dos insumos com o da produção de tomate.
A terra como fator da produção
Na agropecuária, a terra é fator de produção. Por isso, é importante conhecer 
bem a sua, pois em diversas situações o fator terra pode ser um limitante na 
produção.
Analise as condições 
químicas, físicas, biológicas 
e topográficas.
Tome decisões racionais 
para sua adequada 
utilização.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 77
Veja um exemplo da importância da terra para a produção.
Na prática
Variedades de milho de alta tecnologia têm dificuldades de 
expressar sua produtividade quando a condição de fertilidade 
e estrutura do solo é limitada. Isso pode comprometer muito 
o desempenho e a produtividade das plantas. 
Dessa forma, é preciso primeiro conhecer a área (a terra) 
para, só então, definir a melhor variedade a ser utilizada, 
pois todo o processo se inicia pela análise de solo.
Tempo de produção maior do que o tempo 
de trabalho
O processo produtivo agropecuário se desenvolve, em algumas de suas fases, 
independentemente da existência do trabalho. Em outros setores da economia, 
como na indústria, por exemplo, somente o trabalho modifica a produção.
É possível concluir que, na produção agropecuária, o tempo de produção não 
é igual ao tempo de trabalho consumido para a obtenção do produto final:
Pense no exemplo na produção de soja:
...o 
desenvolvimento 
da semente 
ocorre durante a 
fase reprodutiva 
da planta.
Independentemente 
da presença de mão de 
obra, do proprietário, 
gerente ou operário na 
propriedade…
...assim como a 
planta continua 
seu 
desenvolvimento 
vegetativo.
...as plantas 
demandarão 
luminosidade, 
nutrientes e água 
para viver e se 
desenvolver.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 78
Trabalho disperso e ao ar livre
No setor agropecuário, normalmente não existe fluxo contínuo de produção 
e uma tarefa pode também não depender de outra, como ocorre na 
indústria.
As atividades estão dispersas por toda a empresa e podem ocorrer em locais 
distantes uns dos outros, dependendo do ambiente natural da propriedade. 
Não há relação, por exemplo, entre o trabalho executado por uma equipe que 
reforma as cercas da propriedade e o de “limpeza” das pastagens.
Outra característica que se apresenta no setor rural é o trabalho ao 
ar livre. Positiva sob certos aspectos (sem existência de poluição, por 
exemplo), essa característica se reveste de aspectos negativos, como a 
sujeição ao frio, ao calor e às chuvas.
Incidência de risco
Toda e qualquer atividade econômica está sujeita a riscos. Na agropecuária, 
os riscos assumem proporções ainda maiores, pois as explorações podem 
ser afetadas por problemas causados por:
Clima 
(seca, geada, granizo)
Ataque de pragas 
e moléstias
Grandes flutuações de 
preços que caracterizam 
o setor
Sistema de competição econômica
A agropecuária está sujeita a um forte sistema de competição que tem as 
seguintes características:
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 79
A união desses fatores 
significa que o empresário 
rural não consegue controlar 
os preços de seus produtos, 
ditados pelo mercado, que 
podem até ser inferiores aos 
custos de produção.
Produtos
Normalmente apresentam 
pouca diferenciação entre si
Entrada e saída de 
produtores no negócio
Por maior que seja a 
produção de uma 
propriedade, ela pouco 
significa na oferta global do 
produto.
Grande número de 
produtores e consumidores
Isso faz da agropecuária um 
mercado próximo à 
concorrência perfeita.
A realidade do campo
Ao trabalhar em uma propriedade rural, você 
pode se deparar com a questão dos produtos 
não uniformes.
Na agropecuária, ao contrário da indústria, existem 
dificuldades em se obter produtos uniformes quanto 
à forma, ao tamanho e à qualidade. Esse fato é 
decorrente das condições biológicas.
Para o empresário rural, isso acarreta custos 
adicionais com classificação e padronização, além 
de receitas mais baixas, devido ao menor valor dos 
produtos que apresentarem pior qualidade.
Alto custo de saída e/ou entrada
No negócio agropecuário, algumas explorações exigem altos investimentos 
em benfeitorias, máquinas e, consequentemente, enfrentam condições 
adversas de preço e mercado. Estas devem ser suportadas a curto prazo, pois 
o prejuízo, ao abandonar a exploração, poderá ser maior. Entenda!
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 80
A cultura de café 
pode ser considerada exploração 
de alto custo de entrada.
As culturas anuais de milho 
e soja são explorações de menor 
custo de saída.
O empresário rural deve levar em consideração tudo o que foi apresentado e, 
dessa forma, assumir ações administrativas eficazes para atenuar e modificar 
os efeitos prejudiciais dessas características.
Vale reforçar que as teorias da administração, ao serem transferidas ao setor 
rural, devem ser adaptadas a condições específicas.
 Pense e decida
Imagine a seguinte situação em uma propriedade com produção de 
morango:
O preço dos insumos, comparado ao preço pago por kg da fruta, está 
inviabilizando a atividade.
Não é possível “desligar” as plantas até que a atividade volte a ser rentável, 
então elas precisam dos insumos para sobreviverem e produzirem seus 
frutos.
Sem os insumos necessários, as condições fisiológicas das plantas 
farão com que cada planta produza poucos frutos pordia. Assim, não 
será possível suplantar o preço dos insumos com o da produção de 
moranguinhos.
Diante deste cenário, o que deve ser feito?
 
Diminuir o ciclo Continuar o ciclo
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 81
Justifique aqui a sua escolha!
Feedback
Atente-se ao cenário com calma e planejamento! Diminuir o ritmo, enxugar o 
ciclo e cortar despesas, muitas vezes agrava o problema, afetando a produção 
de forma grave. É muito importante compreender que uma cadeia produtiva 
precisa, independentemente do comportamento do mercado, concluir o seu 
ciclo. Ações para controlar a situação podem ser feitas, como eliminar plantas 
com pouca produção e que demandam exigência nutricional, manter aquelas 
mais produtivas e reduzir despesas extras.
Resumindo o tópico
Neste terceiro tópico, você:
Conheceu os fatores 
que influenciam 
a gestão e o 
gerenciamento da 
propriedade.
Entendeu como funciona 
o sistema de competição 
econômica e suas 
características.
Compreendeu a 
relevância do alto 
custo de saída e 
de entrada para a 
eficiencia econômica 
da propriedade rural.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 82
Tópico 4: Fatores que interferem na 
gestão de uma empresa rural
Os vários fatores que afetam a gestão de um 
empreendimento agropecuário podem ser de natureza 
externa ou interna. Você já parou para pensar quantos 
deles podem influenciar o seu planejamento?
No decorrer deste tópico, você vai acompanhar mais de perto as 
características que podem comprometer a gestão e o gerenciamento 
da propriedade, conhecendo os sistemas de produção.
Todo gestor precisa entender e dominar as questões e os fatores que envolvem 
o ambiente externo. Isso porque, mesmo sem poder controlar, é possível 
organizar a tomada de decisões internas para obter melhores resultados.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 83
Ambiente externo (da porteira para fora)
Existem diversos fatores, da porteira para fora, que influenciam a tomada de 
decisões e os resultados do negócio agropecuário. Conheça os principais!
Variações cambiais
A alta no dólar aumenta a atratividade das exportações e pode elevar os preços. 
O valor do dólar influencia tanto o preço dos insumos quanto o dos produtos 
exportados.
Entenda acompanhando o exemplo do valor do saco de milho e a variação 
do dólar!
Saco de milho US$ 12,00
Dólar × R$ 4,00
Saco de milho em reais = R$ 48,00
Saco de milho US$ 12,00
Dólar × R$ 5,00
Saco de milho em reais = R$ 60,00
Cenário com a 
alta do dólar
Este cenário favorece o produtor de milho, mesmo que a moeda desvalorizada (o real) faça com que os 
preços dos insumos importados aumentem.
Safra/entressafra e variações climáticas
A sazonalidade da produção faz com que, nos períodos de colheita, os preços 
dos produtos agrícolas caiam devido à alta oferta. Esse é um comportamento 
do mercado conhecido por todos.
Sazonalidade é a situação em que a produção se dá, ou então é menor ou maior em determinados 
períodos do ano, relativamente rígidos.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 84
Se o produtor se organizar e se estruturar, ele pode armazenar sua produção 
nesse período e vender no período de escassez/entressafra, quando os preços 
são mais altos. Assim, na prática, o produtor:
se organiza e 
se estrutura
compra e 
estoca grãos 
no período 
de safra
nesse período 
os preços são 
mais baixos
consegue 
melhor resultado 
financeiro
Além disso, o empresário rural deve saber lidar com o fator clima, pois com 
o uso de previsões e do histórico do comportamento climático, ele pode tomar 
as melhores decisões de plantio, colheita, estoque e comercialização.
Políticas agrícolas, legislação e aspectos culturais
O empresário rural não cria as políticas, mas deve compreender as que existem 
para melhorar os resultados da propriedade rural. Entre outras ações do 
governo, há políticas de:
• crédito subsidiado,
• assistência técnica,
• incentivos fiscais.
É importante estar ciente de que mudanças legais podem influenciar a utilização 
da terra (restrições ambientais) e a exigência de qualidade dos produtos 
(legislação sanitária), havendo ainda outras implicações.
Além disso, o empresário rural deve considerar os aspectos culturais, que 
podem ultrapassar os limites econômicos e científicos. Muitas decisões de 
produção são tomadas com base na tradição, e não na busca pelo melhor 
resultado econômico.
Na prática
Um bom exemplo na agricultura é o fato 
de que algumas pessoas ainda tomam 
decisões de plantio, colheita, entre outras 
ações, com base nas fases da lua.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 85
Vale destacar mais alguns fatores da porteira para fora. São eles:
Economia 
do país Tecnologia Disponibilidade 
de fornecedores
Situações de crise 
ou de crescimento 
econômico podem 
promover diversas 
alterações no 
consumo dos produtos 
agropecuários, afetando 
a disponibilidade de mão 
de obra no meio rural, 
entre outros rearranjos 
nas forças do mercado.
Acompanhar o avanço 
da tecnologia também é 
muito importante para 
a sustentabilidade de 
qualquer negócio, pois 
utilizar tecnologias 
adequadas à sua 
realidade pode 
resultar em redução 
do custo de produção 
e, consequentemente, 
melhorar os resultados 
econômicos do negócio.
Ficar na dependência de 
poucos fornecedores, 
ou até mesmo de um 
só, certamente reduz 
a competitividade do 
produtor rural, já que o 
preço dos insumos será 
ditado pelo fornecedor.
Para evitar isso, o 
produtor pode buscar 
novos fornecedores 
no mercado ou, em caso 
de pequenos produtores, 
se organizar em 
associações, cooperativas 
e clubes de compra para 
reduzir seus custos.
Ambiente interno
O ambiente interno é o nível de ambiente da empresa rural ou de outro setor, 
contido internamente que, normalmente, tem implicação imediata e específica 
na administração.
Também representa o conjunto de recursos de produção que estão sob 
a tomada de decisão do gestor. Ou seja, é o que ele constantemente vai 
monitorar, agir e corrigir para que a empresa alcance seus objetivos.
Highlight
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 86
Alguns aspectos fazem parte do ambiente interno e devem ser monitorados.
Aspectos organizacionais: rede de 
comunicação; estrutura da 
organização; registro dos sucessos; 
hierarquia de objetivos; política, 
procedimentos e regras; habilidade 
da equipe administrativa.
Aspectos de produção: layout e 
disposição das instalações da 
propriedade; uso de tecnologia; 
aquisição de insumos; controle de 
custos; controle de estoques; uso de 
subcontratação.
Aspectos financeiros: liquidez; 
lucratividade; atividades; 
oportunidades de investimento, 
remuneração do capital, ponto de 
equilíbrio.
Aspectos pessoais: relações 
trabalhistas; práticas de 
recrutamento; programas de 
treinamento; sistema de avaliação de 
desempenho; sistema de incentivos; 
rotatividade e absenteísmo.
Aspectos de marketing e 
comercialização: compradores 
existentes; estratégias do produto, 
de preço, de negociação e de 
distribuição.
Muitas vezes, os gestores acreditam que o ambiente interno da empresa se 
encontra limitado à área de produção, porém ele engloba muito mais do 
que isso. Um diagnóstico detalhado e setorizado dos aspectos acima citados 
é fundamental para a boa gestão da empresa rural.
No diagnóstico e análise do ambiente interno são elencados os pontos 
fortes e fracos daqueles aspectos citados. Isso deve ser realizado de 
forma setorizada, pois permitirá uma análise profunda sobre cada setor.
Com base nesse diagnóstico, o gestor poderá elaborar um plano de ação que 
alinhe os recursos aos objetivos da empresa.
Análise dos ambientes e tomada de decisão
Para obter sucesso na gestão de um negócio, é necessário que o gestor 
acompanhe as mudanças nos ambientes externo e interno de forma contínua, 
observando todos os aspectos.
Highlight
Módulo 2
GerencialI da Assistência Técnica e Gerencial pg. 87
Essa análise contínua permite ao gestor:
Explorar 
oportunidades de 
melhores negócios 
de compra e venda
Minimizar riscos
Dimensionar 
a produção 
de acordo com 
os períodos mais 
atrativos para o 
negócio
Na prática
Uma propriedade produtora de trigo tinha, historicamente, 
altos gastos com fertilizantes químicos. Para resolver esse 
problema, a propriedade contratou um consultor.
Identificaram que a grande 
utilização de fertilizante ocorria 
por causa da baixa disponibilidade 
de nutrientes no solo.
Identificaram a possibilidade de 
captar um financiamento de custeio 
a juros baixos para comprar, no 
período de entressafra (quando os 
preços estão mais baixos), grande 
parte do fertilizante destinado à 
produção de trigo.
Criaram um planejamento 
estratégico para melhorar as 
condições de fertilidade do solo 
da propriedade, principalmente 
por meio do uso de corretivos 
e cobertura vegetal, a fim de 
reduzir o volume de fertilizante 
químico utilizado.
Viram a oportunidade 
de estocá-lo utilizando 
o mesmo fertilizante 
por mais de uma safra. 
Essa estratégia permitiu 
forte redução no uso de 
fertilizante químico e no 
custo de produção de trigo.
INTERNO EXTERNO
Junto com o proprietário, o consultor fez uma análise 
dos ambientes interno e externo.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 88
É importante ter em mente que o produtor não consegue mudar os preços de 
mercado dos produtos, porém, conhecendo bem o mercado, ele pode escolher 
a melhor época para comprar ou vender.
Fazer a análise pode demandar experiência, por isso você, técnico, deverá 
fazê-la junto com o produtor. O Senar em Campo tem um vídeo mostrando 
como essa parceria no momento da análise é essencial para o gerenciamento 
e a melhoria da propriedade rural.
Acesse o Ambiente de Estudos e assista ao vídeo do 
Senar em Campo sobre a história de sucesso em uma 
propriedade produtora de cacau (BA).
Você também pode acessar o link a seguir: 
https://www.cnabrasil.org.br/videos/senar-em-
campo-hist%C3%B3rias-de-sucesso-cacau-
ibirapitanga-ba
Resumindo o tópico
Neste quarto tópico, você:
Entendeu que os fatores 
internos e externos são 
os principais agentes de 
interferência em uma 
empresa rural.
Compreendeu a 
importância da análise 
desses ambientes para 
uma gestão eficiente.
Conheceu os fatores 
relacionados ao ambiente 
externo, também 
conhecido como “da 
porteira para fora”.
Conheceu os fatores 
relativos ao ambiente 
interno de uma 
propriedade rural, 
também conhecido como 
“da porteira para dentro”.
https://www.cnabrasil.org.br/videos/senar-em-campo-hist%C3%B3rias-de-sucesso-cacau-ibirapitanga-ba
https://www.cnabrasil.org.br/videos/senar-em-campo-hist%C3%B3rias-de-sucesso-cacau-ibirapitanga-ba
https://www.cnabrasil.org.br/videos/senar-em-campo-hist%C3%B3rias-de-sucesso-cacau-ibirapitanga-ba
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 89
Tópico 5: Aplicação do 
gerenciamento em uma 
empresa rural
E como funciona essa análise em uma propriedade rural?
Neste tópico, você conhecerá alguns dados importantes da Fazenda 
Santa Felicidade, que vão basear a análise da propriedade, com 
cálculos de custos e o levantamento de fatores internos e externos 
para um gerenciamento completo.
Vale dizer que a Fazenda Santa Felicidade é uma propriedade produtora 
de alface. Embora essa cadeia seja a escolhida, todos os conceitos 
estudados neste curso podem ser aplicados em qualquer cadeia 
produtiva.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 90
Fazenda Santa Felicidade
Visto o contexto da fazenda, agora conheça os números!
A produção de alface na propriedade, destinada à venda para atacado e 
varejo, teve uma pequena variação nos últimos 12 meses. Então, o produtor 
comprometeu-se com seus clientes a produzir as quantidades listadas, conforme 
a tabela a seguir.
Produto Mês 
1
Mês 
2
Mês 
3
Mês 
4
Mês 
5
Mês 
6
Mês 
7
Mês 
8
Mês 
9
Mês 
10
Mês 
11
Mês 
12
Venda no 
atacado 28.000 27.800 27.900 27.950 28.000 28.000 27.950 28.000 28.000 28.150 28.100 28.050
Venda a 
varejo 2.000 2.200 2.100 2.050 2.000 2.000 2.050 2.000 2.000 1.850 1.900 1.950
Total 30.000 30.000 30.000 30.000 30.000 30.000 30.000 30.000 30.000 30.000 30.000 30.000
Observe, agora, os preços de mercado praticados para a venda de alface no 
atacado e a varejo a cada mês.
Produto Mês 
1
Mês 
2
Mês 
3
Mês 
4
Mês 
5
Mês 
6
Mês 
7
Mês 
8
Mês 
9
Mês 
10
Mês 
11
Mês 
12
Preço no 
atacado 
(R$)
0,70 0,65 0,68 0,75 0,73 0,70 0,71 0,68 0,67 0,72 0,75 0,70
Preço a 
varejo 
(R$)
1,20 1,18 1,15 1,16 1,14 1,25 1,20 1,25 1,15 1,20 1,25 1,25
Esta tabela mostra o consumo de alface pela família a cada mês.
Produto Mês 
1
Mês 
2
Mês 
3
Mês 
4
Mês 
5
Mês 
6
Mês 
7
Mês 
8
Mês 
9
Mês 
10
Mês 
11
Mês 
12
Consumo 31 28 31 30 31 30 31 31 30 31 30 31
Diante desses números, é possível observar algumas informações financeiras 
importantes.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 91
Resíduos
Os resíduos orgânicos gerados pela produção de alface são 
utilizados para a produção de composto. 
No último ano, foram produzidas 1.200 sacas de 50 kg de 
composto, das quais o produtor comercializou 500 sacas a 
R$ 32,00 cada, o que totaliza R$ 16.000,00. 
O restante do composto está na propriedade em diferentes fases 
de processamento.
Custos
Para a produção de composto, alguns insumos foram adquiridos, 
sendo lançados no custo operacional efetivo da atividade.
Mão de Obra
A mão de obra nessa propriedade é familiar, com contratação de 
serviços temporários esporadicamente. Nos últimos 12 meses, 
foram contratadas 30 diárias do Joaquim, um diarista da região.
O serviço realizado pelo senhor Ariovaldo e família, se fosse 
contratado, foi avaliado em R$ 1.600,00/mês na média.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 92
Inventário de benfeitorias
Observe na tabela todas as benfeitorias que ocorreram na propriedade.
Item Quantidade
Utilização na 
atividade de 
horticultura
Valor 
unitário
novo (R$)
Valor total 
(R$)
Vida útil 
(anos)
Idade 
(anos)
Galpão de 96 
m² de madeira 
(depósito)
1 100% 30.000,00 30.000,00 20 10
Galpão de 80 
m² de madeira 
(máquinas)*
1 80% 20.000,00 16.000,00 20 23
Banheiros 1 100% 1.000,00 1.000,00 20 10
Estufa de 40 m x 
50 m 4 100% 15.000,00 60.000,00 15 5
Estufa de 
produção de 
mudas 10 m x 
20 m
1 100% 1.500,00 1.500,00 15 16
Poço artesiano** 1 80% 7.000,00 5.600,00 20 22
Unidade de 
lavagem de 
hortaliças
1 100% 1.800,00 1.800,00 20 5
Unidade de 
produção de 
compostagem***
1 50% 1.000,00 500,00 20 5
TOTAL 116.400,00
*O galpão de máquinas possui 80% de uso, pois o espaço é dividido com equipamentos 
utilizados na atividade de silvicultura.
**O poço artesiano também é utilizado para o uso doméstico da família.
***A unidade de produção de compostagem não é somente utilizada para a produção de 
composto, mas também para armazenamento de outros resíduos. Apenas 30% do composto 
é comercializado.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 93
Inventário de máquinas e equipamentos
Agora, observe o inventário das máquinas e equipamentos da Santa Felicidade.
Item Quantidade
Utilização 
na 
produção 
de alface
Valor 
unitário
novo (R$)
Valor total 
(R$)
Vida útil 
(anos)
Idade 
(anos)
Caminhão-baú 
– Câmara fria 1 100% 80.000,00 80.000,00 15 5
Pulverizador 
costal 3 100% 100,00 300,00 10 5
Carrinho de 
mão 3 100% 200,00 600,00 5 1
Ferramentas 
diversas* 1 80% 2.300,00 1.840,00 10 12
Sistema de 
irrigação 1 100% 10.000,00 10.000,00 15 16
Trator 65 CV* 1 80% 50.000,00 40.000,00 15 16
Enxada 
rotativa 
encanteiradora
1 100% 1.000,00 1.000,00 15 5
Semeadora 
de hortaliças 
manual
1 100% 400,00 400,00 15 5
Computador 
com 
impressora*
1 80% 2.500,00 2.000,00 5 7
Equipamento 
para lavagem 
de hortaliças
1 100% 1.200,00 1.200,00 5 2
Bebedouro 
tipo gelágua1 100% 300,00 300,00 5 2
TOTAL 137.640,00
*As ferramentas diversas, o trator e o computador também auxiliam na atividade de silvicultura, 
por isso não foram destinados em 100% para a produção de alface.
Inventário de móveis, utensílios e outros bens
Você também pode acompanhar os números do inventário móveis, utensílios 
e outros bens importantes para a propriedade. Observe!
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 94
Item Quantidade
Utilização 
na produção 
de alface
Valor 
unitário 
novo (R$)
Valor total 
(R$)
Vida útil 
(anos)
Idade 
(anos)
Mesa de escritório 1 100% 250,00 250,00 10 5
Armário com 
fichário* 1 80% 350,00 280,00 10 12
Mesa para 
computador e 
impressora
1 100% 200,00 200,00 10 11
Bandeja para 
produção de 
mudas (com 200 
células)**
500 100% 9,00 4.500,00 5 2
Equipamento 
de proteção 
individual (EPI)
1 100% 80,00 80,00 5 2
Caixas de PVC*** 300 100% 20,00 6.000,00 5 2
TOTAL 11.310,00
*O armário com fichário é utilizado também para o gerenciamento da atividade de silvicultura, 
por isso não é destinado seu uso em 100% para a produção de alface.
**A quantidade de bandejas é necessária pela produção de muda ser realizada em escala, e 
por isso haverá bandejas ocupadas em todo o ciclo.
***A quantidade de caixas de PVC é necessária para atender às demandas de colheita e de 
comercialização da alface.
Inventário dos serviços preliminares
Veja agora o levantamento dos serviços preliminares da Santa Felicidade.
Itens Quantidade Valor unitário Valor total
Elaboração de projeto 1 R$ 800,00 R$ 800,00
Análise da água 1 R$ 100,00 R$ 100,00
Legalização sanitária 1 R$ 500,00 R$ 500,00
Análise de solo 2 R$ 40,00 R$ 80,00
Aração e gradagem 
(terceirizado) (hora-máquina) 20 R$ 80,00 R$ 1.600,00
Programa de capacitação 1 - -
TOTAL R$ 3.080,00
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 95
Na tabela a seguir você pode observar os gastos realizados nas operações da 
fazenda e as despesas com a família nos últimos 12 meses.
Despesas de custeio (Custo Operacional Efetivo) Valor anual (R$)
Mão de obra temporária (diarista) 3.300,00
Técnico agrícola (assessoria) 2.400,00
Sementes 11.700,00
Fertilizantes químicos 6.000,00
Adubos orgânicos 1.170,00
Substrato 7.800,00
Gastos com alimentação da família 11.543,00
Fungicida 720,00
Inseticida 960,00
Despesas com vestuário da família 500,00
Energia 1.600,00
Combustível 2.280,00
Material escolar para filhos 1.000,00
Aquisição de resíduos orgânicos para compostagem 2.000,00
Embalagens 1.800,00
Impostos sobre vendas (% vendas) 2.401,20
INSS + impostos + contribuição sindical 4.350,00
Reparos de benfeitorias 5.000,00
Reparos de máquinas e equipamentos 3.500,00
Outros gastos de custeio 2.000,00
Total 72.024,20
O que em outras metodologias é chamado de despesas de custeio ou custos 
variáveis, na metodologia de ATeG, chamamos de Custo Operacional Efetivo 
(COE).
Todos esses dados da Fazenda Santa Felicidade se referem à realização do 
resgate, por isso o levantamento de dados foi dos últimos 12 meses de produção 
e foram apurados pelas notas fiscais de compra.
A análise do Custo Operacional Efetivo deverá ser feita tomando como 
base o período de 12 meses, ou seja, trata-se de um indicador anual.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 96
Resumindo o tópico
Neste quinto tópico, você:
Conheceu dados 
importantes da Fazenda 
Santa Felicidade.
Entendeu como os 
resultados podem ser 
analisados na realidade 
de uma empresa rural.
Compreendeu que os 
conceitos de gestão 
e gerenciamento 
podem ser utilizados 
em qualquer cadeia 
produtiva.
Encerramento do tema
Você chegou ao final do segundo tema e, durante os estudos, pôde conhecer as 
características peculiares da empresa rural e os fatores que interferem 
na gestão no meio rural, entendendo que os conceitos administrativos 
são fundamentais para o gerenciamento. Agora, finalizada esta etapa, 
será capaz de:
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 97
Destacar a origem do 
agronegócio e como 
essa extensa rede de 
agentes econômicos 
funciona, abrangendo 
as etapas de “antes, 
durante e depois da 
produção”.
Reforçar a 
importância da cadeia 
produtiva e de cada 
elo para o sucesso do 
conjunto.
Abordar a noção 
de custos gerais, 
escala e elasticidade, 
importantes para a 
análise de tendências 
de mercado e gestão 
da propriedade rural.
Esta etapa, recheada de conceitos essenciais para a gestão no campo, está no 
fim. Embora seja um conteúdo denso, é muito importante para o seu trabalho 
na propriedade rural!
Agora, para finalizar o tema, acesse o Ambiente de 
Estudos e assista ao vídeo para acompanhar o Marcelo 
e o seu trabalho na Fazenda Santa Felicidade!
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 98
Atividade de Passagem
Chegou a hora de colocar em prática o que aprendeu!
Você deve responder uma questão relacionada ao conteúdo 
estudado até aqui para passar para o próximo tema, ok?
Atenção! Se você estiver com alguma dúvida quanto ao 
assunto, retorne ao conteúdo do módulo ou, se preferir, entre 
em contato com o tutor no seu Ambiente de Estudos.
Questão
Com base no que foi estudado neste tema, escolha a alternativa que apresenta 
as afirmações corretas.
a. A gestão pode ser entendida como o senso de direção do negócio, ou seja, 
coletar dados, analisá-los e tomar decisões que permitam alcançar os resultados 
esperados.
b. Atualmente, a globalização do setor agrícola e a modernização tecnológica são 
fatores que permitem que os produtores não se preocupem com a gestão do 
negócio, uma vez que as atividades agropecuárias estão sendo muito lucrativas 
para eles, não sendo necessário que se preocupem com os custos da atividade.
c. Gerenciar negócios no meio rural é mais fácil, pois as decisões do gestor é que 
definem o resultado, não existindo influência de clima, solo, aspectos biológicos 
ou econômicos.
d. A agropecuária está submetida a um sistema de competição no qual a entrada 
ou saída de produtores pouco altera a oferta, devido ao seu grande número.
e. O ambiente externo influencia os resultados do negócio: flutuações cambiais, 
variações na política agrícola, variações climáticas, mudanças legais e aspectos 
culturais podem mudar a rota do gestor que busca um bom resultado para o 
negócio.
1. A, B, C, D e E
2. B, C e E
3. A, D e E
4. B, C e D
5. B e D
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 99
Tema 3: Renda bruta da 
atividade
Introdução
Você está iniciando o terceiro tema do módulo. O objetivo é que você conheça 
os componentes da renda, entendendo os critérios para definição dos 
custos nas atividades, as peculiaridades no cálculo da renda bruta na 
bovinocultura de leite, e que também aprenda a realizar o cálculo da renda 
bruta. São conhecimentos fundamentais para a realidade financeira de qualquer 
propriedade rural.
Ao final deste tema, você será capaz de:
• compor de forma correta a renda de uma atividade;
• usar critérios para alocar os custos entre atividades e dentro de uma mesma 
atividade.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 100
Estrutura do tema
É muito comum, nas propriedades rurais, trabalhar com mais de uma atividade 
agropecuária ou mesmo com atividades secundárias ao negócio principal da 
propriedade. E, muitas vezes, a gestão do negócio fica comprometida, pois o 
produtor não consegue separar o custo e a renda dessas atividades distintas.
Isso pode fazer com que uma atividade lucrativa esconda o prejuízo da outra e 
a atividade mais onerosa esconda o lucro da atividade lucrativa. Compreender 
esses aspectos financeiros é essencial para a renda da propriedade.
Dessa forma, para facilitar o entendimento do conteúdo, esse tema está dividido 
em tópicos. Observe o tema junto aos cinco tópicos e conheça o objetivo 
de cada um deles.
Tema 3
Tópico 1
Tópico 2Tópico 5
Tópico 4 Tópico 3
Tópico 1 - Componentes da renda
Conhecer oscomponentes da renda bruta das 
atividades e os conceitos que os envolvem.
Critérios para definição 
dos custos nas atividades
Entender os critérios para 
alocação dos custos entre 
atividades diferentes e dentro 
de uma mesma atividade.
Tópico 5 – Aplicação do 
cálculo da renda bruta
Aplicar conceitos sobre 
renda em um estudo de 
caso da Fazenda Santa 
Felicidade.
Peculiaridades no cálculo da renda 
bruta na produção de alface
Reconhecer as peculiaridades que 
envolvem o cálculo da renda bruta 
na produção de alface, entendendo 
o conceito, a função, a aplicação e 
as vantagens do cálculo da variação 
da produção de composto como 
componente dessa renda.
Tópico 3 - Cálculo da renda bruta
Ampliar seus conhecimentos acerca 
dos conceitos de renda bruta e ver a 
sua aplicação em um estudo de caso.
Agora que você conhece o objetivo de cada um, siga em frente e ótimos estudos!
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 101
Tópico 1: Componentes da renda
Afinal, o que é renda na realidade de uma propriedade rural?
No decorrer deste tópico, você aprenderá o que é a renda bruta, como 
calcular essa renda e os fatores e produtos que fazem parte dela.
A primeira coisa a saber, para seguir em frente no módulo, é a fórmula para 
obtenção da renda bruta. Observe!
Subprodutos 
do sistema de 
produção 
(RSub)
Renda Bruta
Produção total 
× Preço médio 
ponderado 
(PMP)
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 102
O preço médio ponderado – também conhecido como preço médio real 
– ao ser apurado, não se baseia apenas nos preços diferentes recebidos no 
período analisado (12 meses), mas leva em consideração as quantidades 
comercializadas em cada preço recebido.
Entenda o cálculo, acompanhando um exemplo prático!
Na prática
PMP:
Resultado
((preço 1 × produção 1)
(preço 3 × produção 3))
(produção 1 + produção 2 
+ produção 3)
+
+
(preço 2 × produção 2)
Resultado
((1,20 × 28.500)
(1,40 × 35.000)
(28.500 + 32.000 + 35.000)
+
+
(1,35 × 32.000)
Resultado
34.200
49.000
95.500
+
+
43.200
PMP = R$ 1,3235
126.400
95.500
três preços diferentes
12 meses
3 meses
Preço 1
Produção 1
28.500 unidades 32.000 unidades 35.000 unidades
Produção 2 Produção 3
R$ 1,20
TOTAL TOTAL TOTAL
4 meses
Preço 2
R$ 1,35
5 meses
Preço 3
R$ 1,40
Para calcular o preço médio ponderado, essas informações não são suficientes. 
Então, seguem mais algumas.
Uma propriedade de 
produção de alface 
recebeu durante o 
período analisado: 
12 meses / Três 
preços diferentes
Veja como ficou o preço médio ponderado, usando a fórmula:
Seguindo essa fórmula, é possível apurar com segurança o preço médio 
ponderado.
Porém, a forma de cálculo usada normalmente lá no campo é a inversa: 
apuramos o total recebido no ano e dividimos pela quantidade total 
comercializada.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 103
Agora que sua matemática foi testada, você consegue dizer se identificou quais 
são todos os itens que compõem uma renda bruta? Pode ter certeza de que 
você se depara com eles quase todos os dias.
Então, conheça cada um deles melhor!
Produção
A produção é o somatório das unidades produzidas em uma atividade em 
determinado período de tempo, ou seja, o total produzido na área destinada 
para a atividade. Para a análise de rentabilidade, a produção é medida 
anualmente, permitindo um comparativo entre as atividades de um mesmo 
período.
Especialmente na agricultura, por exemplo, existem atividades com ciclos 
produtivos superiores e inferiores a um ano. Nesses casos, a análise de 
rentabilidade é feita para o ciclo produtivo e os indicadores são ajustados 
para um ano, permitindo comparação com outras atividades.
Veja alguns exemplos:
Toneladas 
de mandioca 
por hectare
Quilos de 
tomate por 
planta
Metros 
cúbicos de 
madeira
Caixas de 
laranja
Sacas de 
milho por 
área
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 104
Produtividade
A produtividade é um indicador medido em relação a um dos fatores de 
produção em determinado período de tempo.
Por exemplo, o fator “terra” pode determinar alguns indicadores de produtividade 
em relação a uma unidade de área (hectares ou metros quadrados).
Litros de vinho 
por ha/ano
Quilogramas de 
soja/ha/ano
 Toneladas de 
laranja/ha
Quilogramas de 
morango/m²
 Sacas de milho/ha
Unidade de 
brócolis/ha/ano
Arrobas/ha/ano
Unidade de 
repolho/m²
Caixas de tomate/ha
No gerenciamento das atividades agropecuárias, é sempre bom se atentar aos 
fatores de produção que influenciam na produtividade e representam maior 
estoque de capital ou maior custo operacional.
Os fatores de produção que representam maior estoque de capital nas 
atividades agropecuárias normalmente são a terra ou as construções. 
Dessa forma, os indicadores de produtividade da terra (hectares) ou 
das construções (m²) são importantes insumos para a comparação de 
eficiência das atividades na utilização da área de produção.
A mão de obra é outro importante componente do custo. Ela tem sua 
produtividade medida quando dividimos a produção total pelo número de 
colaboradores ou pela quantidade de outros fatores de produção que um 
colaborador é capaz de cuidar.
Por exemplo:
Arrobas/dia/homem Plantas/dia/homem Quilos/dia/homem
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 105
Na agricultura, mede-se também a produtividade individual das plantas 
para poder avaliar seu desempenho mediante sua genética e as condições de 
produção.
Por exemplo:
Número de 
sementes/planta de soja
Espigas de 
milho/planta
Quilos de 
pepino/planta
Produtos consumidos pela mão de obra
É importante destacar a necessidade de se contabilizar, na renda e nas 
despesas, os produtos consumidos na propriedade, que muitas vezes 
são desconsiderados pelo produtor.
Cada unidade produzida e consumida na propriedade teve um custo de produção, 
que não pode ser desprezado.
Pare para pensar
Considere uma propriedade que possua produção diária de 
200 kg de tomate e na qual a mão de obra consuma 1,5 
kg por dia. Ao final de um ano, o tomate consumido (547,5 
kg) representará a produção de 2,73 dias da propriedade. 
Como contornar isso?
Escreva o que acredita ser uma medida para essa situação. 
Depois de passar pelos tópicos, volte e reveja sua resposta!
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 106
Na fruticultura e na horticultura, a produção destinada ao consumo da 
família deve ser contabilizada como um componente de renda e de custo 
da atividade, pois esses produtos deixam de ser comercializados e se tornam 
um custo de produção das atividades.
Subprodutos
Os subprodutos são produtos gerados em consequência de uma atividade 
principal e devem compor a renda e os custos da atividade, quando são 
consumidos na propriedade. Observe!
Subproduto da 
olericultura
Venda de composto 
como adubo orgânico 
na produção agrícola.
O composto é um 
subproduto gerado a 
partir dos resíduos da 
olericultura.
Atividades secundárias
As atividades secundárias são as que interagem com a atividade principal 
da propriedade, porém não se destinam ao mercado. A decisão da sua 
existência está sob domínio do produtor.
As atividades secundárias não devem compor a renda, porém seus custos de 
produção devem ser considerados como despesa da atividade principal.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 107
Observe um exemplo relativo à produção de café.
Na prática
O café processado é vendido 
para restaurantes e lanchonetes.
Essa unidade processadora será 
tratada como uma outra 
atividade secundária, que possui 
uma estrutura de custo própria, 
na qual o café é um insumo.
Um produtor de café adquiriu 
um torrador e um moedor. 
Então, passou a processar 
parte de sua produção.
Nesse cenário, o produtor 
deve “vender” o café in 
natura para a sua nova 
unidade processadora a 
preço de mercado.
Qual é a diferença entre subproduto e atividades secundárias?
O subprodutonão se desvincula 
do produto 
principal. Ou seja, 
se a atividade 
principal existir, 
o subproduto 
também vai existir.
Se existe cana-de-açúcar -> 
existe açúcar mascavo
Subproduto
O nível de 
exploração do 
subproduto 
depende da 
capacidade e 
do interesse do 
produtor, mas sua 
existência não.
A atividade secundária pode ter 
ou não ter ligação com a atividade 
principal, mas sua existência depende 
do produtor.
Atividade Secundária
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 108
Resumindo o tópico
Neste primeiro tópico, você:
Entendeu a importância 
da renda bruta, a sua 
fórmula e a forma de 
realizar o cálculo.
Conheceu o Preço Médio 
Ponderado (PMP) e como 
realizar análises a partir 
do seu cálculo.
Conheceu melhor os 
componentes da renda 
bruta e a importância 
de cada um deles para 
a propriedade rural.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 109
Tópico 2: Critérios de definição de 
custos entre as atividades
Como saber quanto deve ser destinado para o custo do 
produto e para o custo da produção?
Neste tópico, você vai entender como funciona o rateio de custos e 
seu cálculo, assim como a melhor forma de alocação das receitas 
da propriedade.
Dentro das diversas cadeias produtivas do agronegócio, a alocação de custos 
se torna um desafio, já que, muitas vezes, é difícil separar os valores de 
determinados itens com total isenção.
Na produção de pêssego e figo, por exemplo, quando se usa a depreciação 
de um pulverizador, como saber quanto deve ser destinado para o custo 
da produção de pêssego e quanto para o custo da produção de figo?
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 110
Para que se possa analisar com coerência os diversos tipos de sistemas dentro 
de uma mesma atividade, a metodologia de ATeG utiliza a seguinte lógica:
Para determinar e dividir os 
custos entre atividades:
rateio de custos com base na 
participação de cada produto 
na renda da propriedade
alocação de receitas e custos
Entenda melhor cada uma das formas apresentada!
Rateio de custos com base na participação de cada 
produto na renda da propriedade
O método de rateio é indicado para análise de atividades que possuem um 
produto principal e outros subprodutos, com uma separação dos centros de 
custos complexa. Observe os exemplos.
Consorciação de culturas
Em uma propriedade na qual o milho-pipoca é o produto principal, 
como contabilizar o custo com depreciação do sistema de irrigação 
já que, na mesma área, há produção de melão e de abóbora?
Como essa separação é muito difícil por meio de critérios simples, 
os custos de depreciação são rateados entre milho-pipoca, abóbora 
e melão na proporção da renda gerada por esses produtos. 
O mesmo pode ser pensado para a mão de obra, o combustível e 
outras despesas da consorciação de culturas.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 111
Produção de uva e ameixa
Na produção de uva e de ameixa, quanto do valor da depreciação 
do trator deve ser contabilizado para a produção de uva e quanto 
para a produção de ameixa?
A lógica é a mesma.
O rateio consiste em assumir que o custo de um produto é proporcional 
à renda gerada por ele para toda a atividade. Isso pode ser expresso pela 
fórmula a seguir:
Custo do produto Custo da atividade
Renda do produto
Renda da atividade
Entenda o conceito, acompanhando o exemplo!
Na prática
Uma propriedade, cuja produção é baseada na consorciação com espécies de 
hortaliças, vende:
• Alface R$ 3.000,00
• Beterraba R$ 7.000,00
• Custo total = R$ 5.000,00
Como calcular o custo de produção da beterraba?
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 112
R$ 7.000,00
+
R$ 3.000,00
R$ 10.000,00
R$ 700,00
R$ 5.000,00
R$ 3.500,00
+R$ 7.000,00
R$ 5.000,00
R$ 10.000,00
R$ 700,00
+
Renda total 
da consorciação
Custo da prodição 
de beterraba 
Custo da beterraba = R$ 3.500,00
(a beterraba representa 70% da renda)
A renda da atividade é a soma da renda da alface com a da beterraba.
Entenda o cálculo:
Muitos se questionam se esse método define com precisão os custos de cada 
produto ou subproduto.
É importante ressaltar que esse critério não permite ao gestor definir 
com precisão os custos inerentes a cada produto ou subproduto. Porém, 
como a distribuição dos custos é feita de forma proporcional e a renda 
gerada por produto é contabilizada efetivamente, o gestor pode inferir 
na relação custo-benefício de cada atividade.
Alocação de receitas e custos
Essa metodologia de cálculo de custos consiste em registrar custos e receitas 
para cada atividade, seja principal ou secundária. Em outras palavras, consiste 
em separar o controle de cada atividade.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 113
Entenda o gráfico a seguir!
● Produção diária: 300 kg
● Produção vendida para a indústria na 
forma in natura: 200 kg
● Produção destinada à fabricação de ● 
conservas: 100 kg
● Preço de venda do pepino: 
R$ 1,00/kg
● Preço de venda da conserva: 
R$ 6,00/unidade 
● Sendo gastos 300 g de pepino para se 
produzir uma unidade de conserva
● Custo total: R$ 0,80/kg
Considere uma propriedade 
que produza pepino com os 
seguintes dados:
Para calcular a renda da produção de 
pepino, deve-se considerar:
Nesse caso, deve-se utilizar o preço de mercado do pepino, 
ou seja, o pepino entra na produção de conservas com o 
custo de R$ 1,00/kg, que é o componente do custo de 
produção da produção de conservas.
vende o 
produto 
atividade principal
produção de 
pepino
segunda atividade
produção de 
conservas
A separação de valores permite que o produtor avalie as duas atividades de 
forma independente, identificando situações críticas e tomando as decisões 
mais assertivas.
Pense no exemplo do infográfico:
Se o custo de produção de pepino for 
maior do que seu preço de mercado, 
o produtor poderá tomar a decisão 
de manter apenas a atividade de 
produção de conservas e adquirir o 
pepino de outro produtor.
Se o valor da conserva for menor 
em relação ao custo com o seu 
processamento, o produtor poderá 
decidir entregar toda a sua produção 
de pepino para a indústria
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 114
Resumindo o tópico
Neste segundo tópico, você:
Conheceu os critérios 
para definição de custos 
entre as atividades e a sua 
importância para a renda 
da propriedade rural.
Entendeu como definir 
e dividir os custos por 
meio de rateio com base 
na participação de cada 
produto.
Entendeu como definir 
e dividir os custos 
alocando receitas e 
custos, registrando e 
separando o controle 
de cada atividade.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 115
Tópico 3: Cálculo da renda bruta
Você sabe como calcular a renda bruta?
A partir de agora, você conhecerá a melhor forma de calcular a 
renda bruta, aplicando todo o conhecimento que construiu ao longo 
deste curso.
A renda bruta de uma atividade corresponde ao somatório das riquezas 
produzidas por ela, isto é, são os preços multiplicados pelas quantidades.
Algumas atividades agropecuárias possuem um produto principal e outros 
secundários – nesses casos, a renda bruta é calculada conforme a fórmula 
a seguir.
Renda Bruta
Quantidade 
produzida do 
produto 
principal 
X
Preço médio 
ponderado
Somatório das 
quantidades 
produzidas 
de subprodutos 
X
Preço unitário dos 
subprodutos
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 116
É comum ocorrerem vários eventos de venda de produtos agropecuários ao 
longo do ano. Nesse caso, a renda bruta daquele ano é obtida pela soma da 
renda em cada evento.
Estudo de caso: a produção de erva-mate da 
Fazenda Santa Rita
Nos últimos anos, o Brasil alcançou excelentes índices de produção, tornando-
se uma boa opção de emprego e renda. Isso se deve, além de inúmeros outros 
fatores, à qualidade do sistema produtivo nacional e à confiança crescente no 
conceito de alimento saudável,especialmente pela produção de erva-
mate de qualidade.
Muitas propriedades obtiveram resultados positivos por causa dos índices de 
produção. Um exemplo é a Fazenda Santa Rita. Conheça!
Fazenda Santa Rita*
• É a propriedade do sr. José Maria.
• A atividade principal é a produção 
de erva-mate.
• No ano passado, ela produziu 
muito bem, e o sr. José Maria está 
“só sorrisos”!
* Propriedade hipotética para 
exemplificar os cálculos de renda 
bruta da atividade.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 117
O resultado de todo o esforço, uma grande produção, foi a venda da forma 
que você verá na sequência. Mas antes, conheça uma informação curiosa e 
importante!
Saiba Mais
O surgimento do termo e do símbolo “arroba” é 
basicamente uma questão histórica e cultural. Na Idade 
Média, os livros eram escritos à mão e, para simplificar 
o trabalho, utilizavam-se símbolos de entrelaçamento 
de duas letras, pois na época tinta e papel eram artigos 
de grande valia. 
Veio, então, a arroba, que é uma junção do termo 
em latim ad. Após o surgimento de tecnologias que 
facilitaram a escrita (máquina de escrever), os símbolos continuaram a ser 
utilizados corriqueiramente. 
A arroba era utilizada na época como forma de comercialização de vários 
produtos. Então o símbolo @ passou a ser usado pelos espanhóis com a 
definição que se conhece hoje. 
Arroba veio do árabe ar-ruba, que significa a quarta parte, ou seja, uma arroba 
(14,68 kg) correspondia a um quintar (outra medida árabe), equivalente a 58,75 
kg. A medida árabe foi arredondada e, hoje, é utilizada na comercialização de 
erva-mate. 
No Brasil, uma arroba corresponde a 15 kg
Tabela de vendas da Fazenda Santa Rita
O sr. José Maria possui em sua propriedade cinco plantas matrizeiras, cujas 
sementes são colhidas e vendidas a um viveirista especializado na produção 
de mudas. Observe os resultados na tabela!
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 118
Mês Venda de erva-
mate (@)
Venda de 
sementes (kg)
Valor unitário 
(R$) Valor total (R$)
Janeiro
Fevereiro 80 15,00 1.200,00
Março 686 12,00 8.232,00
Abril
Maio 114 14,00 1.596,00
Junho
Julho
Agosto 1.015 10,00 10.150,00
Setembro
Outubro 622 14,00 8.708,00
Novem-bro
Dezembro 563 15,00 8.445,00
Total 3.000 38.331,00
Ao analisar os dados apresentados, é possível ver que ainda não foi calculado 
o preço médio, obtido pela divisão da renda bruta anual pela produção total 
do ano.
Então, veja o passo a passo desse cálculo.
Primeiro, analise os dados:
 Produção em arrobas = 3.000
 Renda bruta total com venda das arrobas = R$ R$ 37.131,00
 Preço médio/arroba
 = R$ 37.131,00/3.000
 = R$ 12,377/arroba
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 119
Para calcular a renda bruta da atividade:
 Renda bruta do produto principal = Venda das arrobas no ano
 = 3.000 x R$ 12,377
 = R$ 37.131,00
 Renda bruta do subproduto = produção de mudas no ano
 = 80 x R$ 15,00
 = R$ 1.200,00 
A soma desses valores é a renda bruta da atividade:
 = R$ 37.131,00 + R$ 1.200,00
 = R$ 38.331,00 
Caso parte da produção seja utilizada para o consumo da família, o valor desse 
produto deverá compor a renda bruta da atividade, e, para calcular o valor, 
toma-se como base o preço recebido no período.
Agora, para concluir esse conhecimento, reflita um pouco.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 120
Pare para pensar
Entendido como calcular a renda bruta quando o assunto 
é erva-mate, você consegue dizer se esse mesmo tipo de 
cálculo se aplica a outras culturas?
Resumindo o tópico
Neste terceiro tópico, você:
Conheceu a Fazenda 
Santa Rita e sua 
atividade.
Viu o resultado das 
vendas da propriedade 
relativo à produção de 
erva-mate.
Compreendeu o 
passo a passo do 
cálculo da renda 
bruta da propriedade 
considerando a sua 
atividade principal.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 121
Tópico 4: Peculiaridades no cálculo 
da renda bruta
Existem diferenças nas culturas que impactam na renda 
bruta da atividade?
No decorrer deste tópico, você entenderá como as peculiaridades 
da cultura da produção de alface impactam no cálculo da renda 
bruta da atividade.
Participação da renda da alface na renda da 
atividade da olericultura
O composto é um componente (insumo) no processo de produção de 
alface. É produzido pelo uso de restos culturais da área de produção, 
esterco e outros resíduos de origem animal ou vegetal.
Na renda da propriedade que somente produz alface, existe uma estabilidade 
no faturamento anual, em que a receita vem da alface, porém também há a 
possibilidade de auferir receita do composto excedente.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 122
Dessa forma, ela teria duas 
atividades produtivas distintas de 
finalidade econômica.
No caso de ter uma renda 
constante e estabilizada 
da produção do composto, 
ela teria status de 
“atividade produtiva de 
finalidade econômica”.
Em alguns casos, devido a 
uma necessidade 
inesperada de recursos 
financeiros, poderá haver 
a venda de composto 
acima do esperado.
Sobre essa 
renda...
Assim, a receita do composto não 
poderia ser classificada como 
proveniente da atividade 
de olericultura.
Então, será possível observar um 
acréscimo repentino na 
renda anual.
Outra questão importante, que pode ter interferência direta na renda 
da produção da atividade, está no uso do espaçamento entre plantas, 
que diretamente se refletirá na renda bruta total.
Aspectos da participação da renda da alface na 
renda da atividade da olericultura
Agora, analise alguns possíveis cenários para entender melhor por que o 
espaçamento influencia na participação da alface na renda da atividade.
Para começar, observe os três cenários apresentados:
Área de
produção
Espaçamento Número
de 
plantas
Preço 
de venda
(R$) / 
planta
Receita do
alface 
(R$)
% da 
receita em
relação ao
menor
orçamento
Entre linhas
(m)
Entre plantas
(m)
100m²
0,15 0,15 4444 0,8 R$ 3.555,56 xxxxx
0,2 0,2 2500 0,8 R$ 2.000,00 -44%
0,3 0,3 1111 0,8 R$ 888,89 -75%
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 123
Entenda melhor cada cenário!
Neste cenário, observa-se que, com uma densidade de plantas maior, a área 
produziu um maior número de plantas.
Porém, a renda da produção da alface está 44% menor do que o exemplo 
de menor espaçamento.
Cenários B e C – Espaçamento de 0,2 m x 0,2 m
Neste cenário, normalmente a propriedade dispõe de solos com pouca 
fertilidade e não utiliza mecanismos para melhorar sua qualidade. Assim, com 
menor densidade de plantas por metro quadrado, a produção e a renda em 
relação à venda de alface são comprometidas. 
Neste cenário, a composição da renda da atividade reduziu em 75% a 
capacidade de geração de renda.
Cenário A – Espaçamento 0,3 m x 0,3 m
A respeito da especialização na produção de alface, normalmente ocorre 
pouco descarte da produção. Isso se deve a um trabalho mais qualificado, em 
que o nível tecnológico é maior, e ao uso viável de um espaçamento menor, 
aumentando a produção. 
Na produção especializada, as plantas têm um desenvolvimento rápido, e 
isso se deve à maximização dos recursos de produção. Em consequência 
disso, há um aumento no custo variável, mas que é compensado pela 
comercialização da alface ser bem maior.
Cenário D – Espaçamento de 0,15 m x 0,15 m
Observe um exemplo de resultado obtido em uma propriedade produtora de 
alface que vendia ocasionalmente composto.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 124
Na prática
Veja os dados de uma propriedade produtora de alface:
• Área total de produção de alface: 100 m2
• Número de safras no ano: 6
• Preço de venda da alface:
- Safra 1: R$ 0,85/un.
- Safra 2: R$ 0,90/un.
- Safra 3: R$ 0,74/un.
- Safra 4: R$ 0,50/un.
- Safra 5: R$ 0,83/un.
- Safra 6: R$ 0,92/un.
• Espaçamento utilizado: 0,2 m x 0,2 m
• Na safra 4, ocorreu a venda de 3.000 kg 
de compostoexcedente.
• Preço do composto: R$ 1,00/kg.
Calcule:
1. Receita bruta total de alface
Considerando...
- Safra 1: R$ 0,85/un. x 2.500 plantas = R$ 2.125,00
- Safra 2: R$ 0,90/un. x 2.500 plantas = R$ 2.250,00
- Safra 3: R$ 0,74/un. x 2.500 plantas = R$ 1.850,00
- Safra 4: R$ 0,50/un. x 2.500 plantas = R$ 1.250,00
- Safra 5: R$ 0,83/un. x 2.500 plantas = R$ 2.075,00
- Safra 6: R$ 0,92/un. x 2.500 plantas = R$ 2.300,00
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 125
Receita total da alface = R$ 2.125,00 + R$ 2.250,00 + R$ 1.850,00 + R$ 1.250,00 
+ R$ 2.075,00 + R$ 2.300,00 
Receita total da alface = R$ 11.850,00
2. Receita da venda do composto
Receita do composto = 3.000 kg x R$ 1,00 
Receita do composto = R$ 3.000,00
3. Receita da atividade da propriedade
Composição da receita total da propriedade
Item
Renda bruta
Total por safra
Alface Composto
Safra 1 R$ 2.125,00 R$ 2.125,00
Safra 2 R$ 2.250,00 R$ 2.250,00
Safra 3 R$ 1.850,00 R$ 1.850,00
Safra 4 R$ 1.250,00 R$ 3.000,00 R$ 4.250,00
Safra 5 R$ 2.075,00 R$ 2.075,00
Safra 6 R$ 2.300,00 R$ 2.300,00
Total no ano R$ 11.850,00 R$ 3.000,00 R$ 14.850,00
Na análise de rentabilidade da propriedade produtora de alface, percebe-se 
que 20,2% da receita bruta total da propriedade, no ano estudado, foram 
provenientes da venda, ocasional, do composto. Logo, será necessário um 
olhar crítico na hora de analisar e comparar a rentabilidade da propriedade 
com outras propriedades que desenvolvam a mesma atividade.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 126
Acesse o Ambiente de Estudos e assista a um vídeo 
que preparamos especialmente para você. Você vai 
ampliar o entendimento sobre renda bruta, com a 
explicação do Prof. Erno e um maior detalhamento 
sobre esse conceito. Acompanhe!
Resumindo o tópico
Neste quarto tópico, você:
Conheceu a participação 
da renda da alface na 
renda da atividade da 
olericultura.
Entendeu como realizar 
análise de rentabilidade 
da propriedade 
produtora de alface.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 127
Tópico 5: Aplicação do cálculo da 
renda bruta
Como compor a renda da propriedade incluindo esses 
novos conceitos?
Neste tópico, você vai analisar os dados da Fazenda Santa Felicidade 
para aplicar a metodologia de ATeG.
Agora, será preciso compreender como é a composição da renda dessa 
propriedade.
Juntos, o Sr. Ariovaldo e o Técnico de Campo Marcelo fizeram seus cálculos, a 
partir dos dados que você acabou de ver.
Para calcular a renda bruta de uma atividade, é preciso somar a renda 
obtida por produto dessa atividade no intervalo de 12 meses a qualquer 
outra renda gerada, por exemplo, a venda de sucatas.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 128
a atividade olerícola, para calcular a renda, primeiramente devemos calcular 
a produção. A produção é o resultado da soma dos componentes.
Alface vendida 
no atacado
Alface vendida 
a varejo
Alface usada 
no consumoProdução
Uma vez definida a produção, encontramos a renda da alface multiplicando 
os componentes.
Unidade 
de alface 
produzida
Preço médio 
ponderado 
da alface vendida 
no período
Renda da 
produção de 
alface
Vale destacar que é preciso fazer a multiplicação da alface vendida, pois esse 
número reflete a oportunidade de mercado para o restante da produção (alface 
consumo, atacado e varejo).
Por fim, para definir a renda da atividade da olericultura, somamos a renda da 
alface comercializada no atacado e a varejo com a renda da venda de composto.
Renda da 
alface
Venda de 
composto
Renda da 
atividade 
olerícola
Para facilitar o entendimento, as rendas de cada item serão obtidas separadamente 
e depois somadas.
Renda da venda de alface no atacado
Esta renda é obtida somando as rendas mensais -> a renda mensal é obtida 
multiplicando o volume vendido em cada mês pelo preço praticado naquele mês.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 129
Observe a tabela!
Mês Alface (unidade) Preço (R$) Renda mensal (R$)
1 28.000 x 0,70 = 19.600,00
2 27.800 x 0,65 = 18.070,00
3 27.900 x 0,68 = 18.972,00
4 27.950 x 0,75 = 20.962,50
5 28.000 x 0,73 = 20.440,00
6 28.000 x 0,70 = 19.600,00
7 27.950 x 0,71 = 19.844,50
8 28.000 x 0,68 = 19.040,00
9 28.000 x 0,67 = 18.760,00
10 28.150 x 0,72 = 20.268,00
11 28.100 x 0,75 = 21.075,00
12 28.050 x 0,70 = 19.635,00
Somatório das rendas mensais = R$ 236.267,00
Renda da venda de alface a varejo
Esta renda é calculada da mesma forma, multiplicando o volume pelo preço de 
mercado, pois é considerado que o produtor vendeu a alface para ele mesmo.
Essa renda é calculada da mesma forma, multiplicando o volume pelo 
preço de mercado, pois se considera que o produtor vendeu a alface 
direto ao consumidor.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 130
Observe na tabela, o cálculo da renda da alface vendida a varejo.
Mês Alface (unidades) Preço (R$) Renda mensal (R$)
1 2.000 x 1,20 = 2.400,00
2 2.200 x 1,18 = 2.596,00
3 2.100 x 1,15 = 2.415,00
4 2.050 x 1,16 = 2.378,00
5 2.000 x 1,14 = 2.280,00
6 2.000 x 1,25 = 2.500,00
7 2.050 x 1,20 = 2.460,00
8 2.000 x 1,25 = 2.500,00
9 2.000 x 1,15 = 2.300,00
10 1.850 x 1,20 = 2.220,00
11 1.900 x 1,25 = 2.375,00
12 1.950 x 1,25 = 2.437,50
Somatório das rendas mensais = R$ 28.861,50
Renda da alface consumida pela família
Esta alface é contabilizada na renda para que se possa fazer o débito nos 
custos que estamos calculando. O cálculo está baseado nos valores de venda 
a varejo. Observe!
Mês Alface (unidade) Preço (R$) Renda mensal (R$)
1 31 x 1,20 = 37,20
2 28 x 1,18 = 33,04
3 31 x 1,15 = 35,65
4 30 x 1,16 = 34,80
5 31 x 1,14 = 35,34
6 30 x 1,25 = 37,50
7 31 x 1,20 = 37,20
8 31 x 1,25 = 38,75
9 31 x 1,15 = 35,65
10 30 x 1,20 = 36,00
11 31 x 1,25 = 38,75
12 30 x 1,25 = 37,50
Somatório das rendas mensais = R$ 437,38
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 131
Renda obtida da venda de composto
Consiste na soma dos valores obtidos em venda, multiplicando o preço pela 
quantidade vendida em cada mês do ano. Acompanhe o que foi vendido!
Item Quantidade 
(sacas) Preço (R$) Total (R$)
Composto 500 x 32,00 = 16.000,00
Renda total da venda de composto = R$ 16.000,00
Cálculo da participação da renda da alface na renda 
da atividade
Agora, deve-se calcular, separadamente, a renda da alface e a renda da 
atividade da olericultura.
Renda da alface
Renda Valor (R$)
Renda da alface do mês 1 22.037,20
Renda da alface do mês 2 20.699,04
Renda da alface do mês 3 21.422,65
Renda da alface do mês 4 23.375,30
Renda da alface do mês 5 22.755,34
Renda da alface do mês 6 22.137,50
Renda da alface do mês 7 22.341,70
Renda da alface do mês 8 21.578,75
Renda da alface do mês 9 21.095,65
Renda da alface do mês 10 22.524,00
Renda da alface do mês 11 23.488,75
Renda da alface do mês 12 22.110,00
Total 265.565,88
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 132
Renda da atividade
R$ 265.565,88
R$ 16.000,00
R$ 281.565,88
Renda da atividade =
Resultado
Renda da alface
Renda da atividade
R$ 265.565,88
R$ 281.565,88
= = 94,31%
Somatório das rendas ou riquezas produzidas pela 
atividade da olericultura
Para finalizar os cálculos, ainda se devem considerar as riquezas que foram 
produzidas pela atividade olerícola da Fazenda Santa Felicidade. Observe!
Produto Valor (R$)
Renda da alface no atacado 236.267,00
Renda da alface a varejo 28.861,50
Alface consumida pela família 437,38
Venda de composto 16.000,00
TOTAL 281.565,88
Análise resumida da composição da renda
A composição da renda foi apresentada de forma separada para cada item, 
para ajudá-lo a desenvolver um raciocínio ponderado, porém essa composição 
pode ser realizada de maneira mais simples.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 133
Em cada mês, é possível somar toda a alface produzida e multiplicar o resultado 
obtido pelo preço(é variável de acordo com o mercado que o produto e 
direcionado), gerando um valor parcial mensal da renda. Depois, soma a renda 
dos 12 meses e adiciona a venda de composto.
Acompanhe nas tabelas!
Alface Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4
Total de unidades produzidas 30.031 30.028 30.031 30.030
Vendido no atacado (R$) 19.600,00 18.070,00 18.972,00 20.962,00
Vendido a varejo (R$) 2.400,00 2.596,00 2.415,00 2.378,00
Consumo (R$) 37,20 33,04 35,65 34,80
Renda em alface (R$) 22.037,20 20.699,04 21.422,65 23.374,80
Alface Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8
Total de unidades produzidas 30.031 30.030 30.031 30.031
Vendido no atacado (R$) 20.440,00 19.600,00 19.844,00 19.040,00
Vendido a varejo (R$) 2.280,00 2.500,00 2.460,00 2.500,00
Consumo (R$) 35,34 37,50 37,20 38,75
Renda em alface (R$) 22.755,34 22.137,50 22.341,70 21.578,75
Alface Mês 9 Mês 10 Mês 11 Mês 12
Total de unidades produzidas 30.031 30.030 30.031 30.030
Vendido no atacado (R$) 18.760,00 20.268,00 21.075,00 19.635,00
Vendido a varejo (R$) 2.300,00 2.220,00 2.375,00 2.437,50
Consumo (R$) 35,65 36,00 38,75 37,50
Renda em alface (R$) 21.095,65 22.524,00 23.488,75 22.110,38
Total de unidades de alface produzidas anualmente: 360.365.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 134
Renda Valor (R$)
Renda da alface do mês 1 22.037,20
Renda da alface do mês 2 20.699,04
Renda da alface do mês 3 21.422,65
Renda da alface do mês 4 23.374,80
Renda da alface do mês 5 22.755,34
Renda da alface do mês 6 22.137,50
Renda da alface do mês 7 22.341,70
Renda da alface do mês 8 21.578,75
Renda da alface do mês 9 21.095,65
Renda da alface do mês 10 22.524,00
Renda da alface do mês 11 23.488,75
Renda da alface do mês 12 22.110,00
Venda composto 16.000,00
Total (R$) 281.565,88
Dessa forma, podemos dizer que a renda da alface foi composta por toda a 
produção, inclusive a destinada ao consumo e pela venda de composto.
Resumindo o tópico
Neste quinto tópico, você:
Retornou aos dados 
da Fazenda Sanata 
Felicidade para 
acompanhar o cálculo da 
renda da propriedade.
Conheceu todas as 
rendas relacionadas 
à produção da 
propriedade.
Entendeu como 
realizar o passo a 
passo desses cálculos, 
analisando tabelas 
essenciais.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 135
Encerramento do tema
Você chegou ao final do terceiro tema e, durante os estudos, pôde entender 
como compor a renda de uma atividade, incluindo toda produção obtida, 
mesmo a que foi doada, utilizada como insumo ou consumida por colaboradores. 
Compreendeu que depois, cada um desses itens será contabilizado como custo, 
possibilitando enxergar quanto da renda foi comprometido em descarte, 
perda, consumo ou doação. Agora, finalizada essa etapa, você será capaz de:
Calcular a renda 
bruta de uma 
propriedade rural, 
considerando os 
componentes que 
fazem parte dela e 
as peculiaridades 
de cada cadeia 
produtiva.
Identificar os 
critérios para rateio 
e alocação de custos 
importantes para a 
avaliação separada 
de subprodutos 
e atividades 
secundárias.
Atribuir 
corretamente o 
que foi apurado de 
renda bruta para 
o negócio, sempre 
considerando 
os conceitos 
preconizados pela 
metodologia ATeG.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 136
Você está no final de mais uma etapa completa de informações importantes para 
um gerenciamento financeiro eficiente. O conteúdo é intenso, mas essencial 
para o seu trabalho na propriedade rural!
Acesse mais uma vez o Ambiente de Estudos e 
assista a um vídeo sobre o Marcelo e o seu trabalho 
na Fazenda Santa Felicidade. Confira cada etapa de 
suas atividades!
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 137
Atividade de Passagem
Chegou a hora de colocar em prática o que aprendeu!
Você deve responder uma questão relacionada ao conteúdo 
estudado até aqui para passar para o próximo tema, ok?
Atenção! Se você estiver com alguma dúvida quanto ao 
assunto, retorne ao conteúdo do módulo ou, se preferir, entre 
em contato com o tutor no seu Ambiente de Estudos.
Questão
A renda de um negócio deve ser dimensionada corretamente, assim como 
o rateio dos custos, para que possamos avaliar o resultado econômico de 
um negócio. Com relação à renda bruta, analise as proposições e assinale a 
alternativa que contém a sequência correta:
1. A renda de um negócio é o somatório das riquezas por ele produzida.
2. A renda obtida com a venda de subprodutos de um negócio é considerada um 
dos componentes da renda dele.
3. As rendas obtidas de atividades secundárias, assim como seus custos, devem 
ter uma contabilidade separada da atividade principal, para que se possa avaliar 
a viabilidade nos diferentes negócios. Exemplo: separar renda e custo da alface 
da renda e custo do composto.
4. Na atividade olerícola, a ampliação da produção de composto é feita pela própria 
propriedade, o crescimento dessa produção NÃO deve ser considerado uma 
riqueza do negócio no ano da avaliação.
5. Um subproduto não se desvincula do produto principal, ou seja, existindo a 
atividade principal, haverá o subproduto. Explorá-lo ou não é uma decisão do 
administrador (um exemplo disso é o esterco que pode ser descartado, usado 
em lavouras ou vendido), ao passo que ter uma atividade secundária é outro 
negócio, que parte integralmente da decisão do administrador.
1. A, B, C e E
2. B, C e D
3. A, C, D e E
4. C, D e E
5. A, B e C
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 138
Encerramento do módulo
Durante este módulo foram abordados conceitos importantes, que ajudam 
a compreender o agronegócio sob uma visão holística, assim como o 
gerenciamento da empresa rural. Dentro de cada tema, foram aprofundados 
assuntos fundamentais. Relembre!
As mudanças ocorridas 
na agropecuária 
brasileira nas últimas 
décadas, em um 
cenário no qual foi 
possível observar as 
margens de lucro 
se estreitando e 
passando a exigir um 
comportamento mais 
profissional do produtor 
rural habituado com 
gestão e mão de obra 
familiares.
A transformação do 
agronegócio brasileiro 
em uma extensa rede 
de agentes econômicos, 
antes, dentro e depois 
da porteira, em um 
processo intersetorial 
chamado de “cadeia 
produtiva”.
O entendimento 
financeiro relativo 
à renda bruta da 
atividade, aspecto 
essencial para a gestão 
e o gerenciamento 
de uma propriedade 
rural, considerando as 
diversas peculiaridades 
existentes em cada 
atividade da cadeia 
produtiva.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 139
O objetivo é que você seja capaz de atribuir corretamente o que foi apurado de 
renda bruta para o seu negócio, sempre considerando os conceitos preconizados 
pela metodologia de ATeG.
A partir de agora você está preparado para realizar um amplo 
diagnóstico da cadeia produtiva onde atua, podendo encontrar de 
maneira mais eficiente pontos de estrangulamentos antes, dentro ou 
fora da porteira.
Antes de finalizar este módulo, acesse o Ambiente de 
Estudos e assista ao vídeo de encerramento.
Siga em frente e acesse, no ambiente de Estudos, o Estudo de Caso, o Simulado 
e a sua Avaliação.
Sucesso e até o próximo módulo!
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 140
Final de etapa
Parabéns pelo seu percurso até aqui!
Este é mais um momento para você aplicar os seus conhecimentos! Então, 
para finalizar o módulo, você deverá realizar três atividades. Veja nos ícones a 
explicação sobre o que deve ser feito!
Estudo de Caso
Será apresentada para você uma situação-problema relacionada 
aos temas estudados no módulo. Responda, fazendo uma análise 
da situação. A partir deste módulo, você deverá responder ao 
estudo de caso em forma de texto, ok? Essa atividade será 
corrigida pelo tutor, que dará uma nota e um feedback.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 141
Simulado
São 17 questões objetivas sobre os três temas deste módulo. 
Você pode realizar o Simulado três vezes, permitindo que você 
se preparebem para a Avaliação.
A realização dessa atividade é obrigatória, porém não vale nota. 
Ela é uma ótima oportunidade para verificar o seu conhecimento, 
estudar e ter uma prévia de como será a Avaliação. Aproveite!
Avaliação
Depois de realizar o Simulado, você terá acesso à Avaliação. 
Ela também é composta por 17 questões objetivas de múltipla 
escolha e é composta por todo o conteúdo estudado no módulo. 
Essa atividade é obrigatória e vale nota.
O seu desempenho nela será contabilizado na sua média. A 
correção é automática, ou seja, é o LMS que fará a correção 
da atividade.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 142
Onde acessar?
Para acessar essas atividades, observe o menu do seu Ambiente de Estudos 
e depois identifique-as na aba Minhas Avaliações.
Início | Ambientação | Conteúdo | Biblioteca | Minhas Avaliações | Turma | Comunicação | 
Importante! A Avaliação estará disponível somente depois que você 
passar pelo Simulado. Comece apenas quando tiver a segurança e 
a confiança necessárias nos seus estudos, pois você terá somente 
uma tentativa de acerto.
Ah! Caso falte energia durante a avaliação, não se preocupe, pois o sistema 
de avaliações, incluindo o Simulado, são salvos automaticamente. Você não 
perderá nada do que já respondeu!
Para obter informações mais detalhadas sobre o acesso ou se tiver 
qualquer dúvida, por favor, entre em contato pelo Tira-Dúvidas ou pelo 
e-mail faleconoscoead@faculdadecna.com.br ou ainda pelo telefone 
0800 006 4849 de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h, 
no horário de Brasília.
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 143
Gabarito das questões
Tema 1
Alternativa correta: II. B, C e E
Item B: entende-se que, ao adotar uma visão sistêmica e holística, os gestores 
devem compreender que todos os que atuam para o fornecimento de um produto 
ou serviço fazem parte do agronegócio, mesmo os de menor escala, como é o 
caso da agricultura familiar. Tal compreensão corrobora com a perenidade das 
cadeias produtivas a longo prazo, tornando o negócio sustentável econômica, 
social e ambientalmente. 
Item C: os custos de produção podem ser divididos em custos variáveis e 
custos fixos. Este último possui a característica de não se alterar em curto e 
médio prazos, mantendo a mesma infraestrutura e tecnologias de produção, 
mesmo isso que eleve ou reduza a produção.
Item E: no que tange ao mercado, os preços pagos pelos produtos sofrem 
elevada influência, tanto pela demanda quanto pela oferta, de acordo com seus 
deslocadores. É o que os especialistas chamam de “lei da oferta e da demanda”. 
Tema 2
Alternativa correta: III. A, D e E
Item A: está correto. Ele contempla a definição do que é gestão. 
Item B: está incorreto. A globalização e a modernização no setor vêm tornando 
os produtores capazes de abastecer o mercado com um custo menor. Isso 
aumenta o desafio gerencial para todos os produtores. Aqueles que não estão 
se adequando acabam forçados a sair do mercado. 
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 144
Item C: também está incorreto. A tomada de decisões do gestor define os 
rumos dos negócios. Isso não é diferente no meio rural, porém, no agronegócio 
as previsões feitas pelos gestores podem não se realizar, pois nesse meio o 
gestor está submetido a condições praticamente incontroláveis, como condições 
biológicas (ex.: surgimento de uma nova doença) e condições climáticas (ex.: 
geada ou chuva de granizo). 
Item D: está correto. No mercado de commodities agrícolas existe um grande 
número de produtores e a entrada ou saída de um produtor em nada afeta a 
oferta do produto, independentemente do volume por ele produzido.
Item E: também está correto. O ambiente externo influencia muito nos resultados 
da empresa rural. É necessário que o gestor esteja atento ao comportamento 
de fornecedores e clientes, flutuações cambiais (estas influenciam muito nos 
preços dos principais insumos), mudanças legais e outros fatores. Um exemplo 
disso é que uma falha ambiental pode fechar um negócio rural
Tema 3
Alternativa correta: I. A, B, C e E
Item A: está correto, pois a renda de um negócio é exatamente a somatória 
de toda a riqueza por ele produzida. O produto da multiplicação é produção x 
preço de comercialização. É importante que se adicione à renda os resultados 
obtidos com a venda dos subprodutos (também frutos da multiplicação produção 
de subprodutos x preço) e a variação da produção de composto, ou seja, 
quanto de riqueza foi produzida em composto, porém não comercializada, no 
período em que está se contabilizando renda/custo. Lembrando que, segundo 
a metodologia de ATeG, essa avaliação é feita anualmente. 
Item B: está correto. Conforme citado anteriormente, a renda proveniente da 
venda dos subprodutos é considerada no cálculo da renda total da atividade 
principal. Isso se dá porque o subproduto é uma consequência da atividade 
principal, na qual dificilmente conseguiríamos separar os custos. Por exemplo, 
quanto do custo de produção da cana-de-açúcar foi destinado à produção do 
melado. Outro exemplo: quanto do custo da adubação para uma planta de figo 
foi destinado para produzir mais figos e quanto do custo da adubação é usado 
a fim de que ela gere bons ramos para produção de mudas (subproduto). 
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 145
Item C: está correto. As atividades secundárias em uma propriedade rural podem 
ter seus custos contabilizados em separado. A existência delas independe da 
atividade principal. Por exemplo, um produtor de conservas de pepino pode ir 
ao mercado comprar o pepino e não precisará produzir. Outro exemplo seria que 
o produtor de uva pode contratar a mão de obra para podar suas plantas; ele 
não precisa obter o conhecimento para realizar a poda. Em todos os exemplos 
citados, o produtor deve contabilizar em separado, para que uma atividade 
não cubra a ineficiência da outra. Sabe-se que, no mercado, o produtor tem 
a alternativa de buscar pelo outro produto. 
Item D: está incorreto, pois a variação da produção de composto em um 
determinado período deve ser contabilizada como renda. O custo necessário 
para produzir esse composto estará contabilizado junto aos demais custos do 
negócio, logo, essa riqueza também deve ser avaliada. Lembrando que, no 
cálculo da variação da produção de composto, retiramos o valor das compras 
realizadas no período, pois essa riqueza veio do caixa da empresa rural, e esse 
produto não foi produzido com o custo da propriedade. 
Item E: está correto. Na semelhança das explicações das alternativas B e 
C é que se explica que essa alternativa também é verdadeira. O subproduto 
também é resultado de uma atividade qualquer, obtido pelos mesmos custos 
que ela precisa para ter o produto principal, mais os custos de explorá-lo. As 
atividades secundárias não dependem da principal para existir, logo, podem e 
devem ter sua contabilidade separada.
Até o próximo módulo!
Módulo 2
Gerencial I da Assistência Técnica e Gerencial pg. 146
Referências
BAHIA, J. Veja a importância de um bom gerenciamento para a empresa. 
Revista Gestão e Negócios. Disponível em: http://revistagestaoenegocios.
uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-
empresa/3016/#. Acesso em: 11 jan. 2017.
BERNARDO, L. T., QUEIROZ, A. M. A elasticidade-preço da demanda e a 
elasticidade-preço da oferta nas commodities agrícolas milho e soja no Brasil. 
Revista Eletrônica de Economia da Universidade Estadual de Goiás, 
Anápolis, v. 7, n. 2, p. 48-65, 2011. Disponível em: https://www.revista.ueg.
br/index.php/economia/article/view/8418. Acesso em: 13 out. 2016.
DALCIN, D.; OLIVEIRA, S. V.; TROIAN, A. Gestão rural e a tomada de decisão: 
estudo de caso no setor olerícula. In: SOBER. 48ª Congresso SOBER - Sociedade 
Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural: tecnologias, 
desenvolvimento e integração social. Campo Grande, 25 a 28 jul.2010. 
Disponível em: https://docplayer.com.br/12322352-Gestao-rural-e-a-tomada-
de-decisao-estudo-de-caso-no-setor-olericula.html. Acesso em: 8 fev. 2021.
UECKER, G. L., BRAUN, M.; UECKER, A. D. A gestão dos pequenos empreendimentos 
rurais num ambiente competitivo global e de grandes estratégias. In: XLIII 
Congresso Brasileiro de Economia e Sociologia Rural – Anais... SOBER, 2005, 
Ribeirão Preto-SP, 2005.
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/#
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/#
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/#
https://www.revista.ueg.br/index.php/economia/article/view/8418
https://www.revista.ueg.br/index.php/economia/article/view/8418
https://docplayer.com.br/12322352-Gestao-rural-e-a-tomada-de-decisao-estudo-de-caso-no-setor-olericu
https://docplayer.com.br/12322352-Gestao-rural-e-a-tomada-de-decisao-estudo-de-caso-no-setor-olericu

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